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EDITORIAL Boa Noite! Em sua décima quinta edição, a revista curta apresenta o filme A Princesa Prometida, com direção do americano Rob Reiner. O filme é baseado no romance de 1973 de William Goldman e anunciado como um clássico cult. Além de ter recebido 97% de aprovação no Rotten Tomatoes e 77% no Metacritic. Os obstáculos da vida dos dois apaixonados eu deixo para você descobrir assistindo a sessão do Cinecom. Nessa edição você vai poder refletir sobre o amor e os dias dos namorados com os textos. Na parte de indicações, uma playlist para afogar as mágoas e alguns filmes inspirados em contos de fadas. Aproveitem a sessão e a pipoca! Bom filme!
NESTA EDIÇÃO 3 Sinopse 4 Sua vida não é um filme romântico 5 Ao redor do mundo 6 Um sentimento materializado 7 CineCom indica
por Ana Luísa Medeiros
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A PRINCESA PROMETIDA (THE PRINCESS BRIDE, 1987)
Direção: Rob Reiner Roteiro: William Goldman Elenco: Cary Elwes, Robin Wright, Christopher Guest Nacionalidade: EUA Sinopse Um avô lê um conto de fadas ao seu neto, com direito a uma linda princesa, lutas de esgrima e gigantes. A história do livro se baseia na vida da princesa Buttercup, que é apaixonada por um jovem camponês. A partir daí os dois terão que enfrentar muitas coisas para finalmente ficarem juntos.
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SUA VIDA NÃO É
UM FILME ROMÂNTICO Eu não preciso conhecer você para compreender algumas coisas sobre sua pessoa e seus pensamentos. Primeiro, sei que você tem um coração – o anatômico, denotativo, defitivamente está aí, e, quanto ao outro, não tenho certeza. Segundo, sei que esse outro coração, o conotativo, acredita ou alguma vez acreditou na ideia de “amor da vida”, de preenchimento através do outro, nesse tipo de coisa que se vê em filmes, canções bonitas e alguns livros. Bem, estou aqui para dizer que isso não faz sentido. Não quero ser o chato que vive falando, chamando as coisas tocantes de “baboseira romântica”, “capitalismo selvagem”, etc etc. Na verdade, acho esse tipo de material muito bonito. O ponto é que os personagens cinemátográficos não são pessoas de uma vida inteira: toda a existência deles dura no máximo duas horas, e seus criadores não seriam capazes de inventar seres humanos verdadeiros, mas sim recortes do que é existir. Nesse sentido, eles poderiam ser incompletos, vagando pelo mundo atrás de uma alma gêmea, porém você e eu, não.
Você e eu, nós somos completos, e já nascemos assim. Nós somos autênticos, profundos, plenos, e não precisamos de ninguém – além da nossa família e amigos, claro que precisamos deles. É lindo amar alguém e é lindo namorar, casar, ter filhos. Mas não é seguro achar que esse é o grande propósito da vida. Você pode ter sorte e alcançar seus objetivos românticos, mas também pode não conseguir, e, nesse caso, se você é um aficionado à ideia falsa de que precisa de alguém, a queda pode ser grave e seu coração – lembra dele, o conotativo? - corre o risco de ir diminuindo, diminuindo até virar pó. Então eu peço a você, espectador do Cinecom, que, mesmo que ache a história de hoje linda – e ela é -, não tome duas horas de longametragem como padrão a ser seguido na sua vida. Nem 4 minutos de música, nem 200 páginas de livro. Você é maravilhoso (a) do jeitinho que você é, e, acompanhado ou não, desejo que você seja plenamente feliz.
por Davi Medeiros
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AO REDOR
DO MUNDO O Dia dos Namorados no Brasil é comemorado no dia 12 de junho. Os casais costumam trocar presentes ou fazer programas românticos para celebrar o relacionamento. Entretanto, em outros países essa data é comemorada de formas bem diferentes e interessantes, que refletem a cultura e tradição dessas regiões. Na África do Sul, comemora-se esse dia com as pessoas escrevendo o nome do seu amor dentro de um coração e o pregando nas mangas das. Essa tradição é chamada de Lupercalia em referência a um antigo festival romano da fertilidade. Já os galeses celebram o amor no dia 25 de janeiro (Dia de St Dwunwen). Os casais trocam colheres de madeira, com cabos esculpidos em formatos elaborados, chamadas “Colheres do Amor”. Essa é uma tradição que tem suas raízes no século XVI. No Japão, por sua vez, não é comemorado o amor com apenas uma data, mas sim duas. Dia 14 de fevereiro é chamado de Dia dos Namorados, mas, nesse dia, apenas as mulheres podem dar presentes (que, geralmente, é chocolate)
comprados ou feitos em casa. No dia 14 de março, conhecido como Dia Branco, os homens devem retribuir os presentes que ganharam dando chocolates brancos para as respectivas companheiras. Enquanto no Sudoeste da China, durante um evento chamado “Sister’s Meal Festival” as mulheres cozinham uma variedade de pratos com arroz de várias cores que são embrulhados e oferecidos aos pretendentes. Dentro do arroz pode ter dois pauzinhos que significam Amor ou pode ter um dente de alho, significando que o romance acabou antes mesmo de começar. Portanto, o dia dos namorados é bom para refletir acerca do que pensamos sobre o amor. Neste ponto em particular, pouco importa se celebramos em 14 de fevereiro ou 12 de junho. Ou se o santo devotado aos enamorados é São Valentin ou São Antônio. Há uma cultura ou um conjunto de representações culturais e morais mais ou menos compartilhadas que embalam nossas posturas e percepções sobre o que é o amor, sua natureza, o lugar dele em nossas vidas e projetos pessoais, etc. Assim, o que deve importar é o significado de determinada cultura e significado para nós.
por Marina Gouveia
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UM SENTIMENTO
MATERIALIZADO Por que demonstrar afeto, paixão, intimidade e até mesmo espontaneidade em dias metodicamente demarcados? Por que representar sentimentos em bens materiais? Amor se resume a dinheiro? Estas são questões que devemos refletir em nossa sociedade, tão imersa no capitalismo neoliberal. Esse, desde a sua existência, impõe às sociedades um consumo material descontrolado, chegando até a transformar sentimentos em bens lucrativos datados, como é o caso do “Dia” dos Namorados. Eva Illouz, em seu livro Consuming the Romantic Utopia, afirma que o comércio estimula a temática amorosa na vida das pessoas como algo indispensável para a autorrealização pessoal e para uma vida plena e de felicidade justamente para ser o impositor de tais realizações. Sendo assim, o mercado instaurado pelo capitalismo é, muitas vezes, o mediador e o roteirista da experiência e interação amorosas e do enamorar-se. A data no Brasil é um exemplo claro de estratégia comercial, ela teve origem em 1948 com a rede de Lojas Clipper. Notaram que o mês de julho
era o pior para vendas devido à ausência de datas comemorativas. Assim, o publicitário João Dória foi contratado e ele escolheu dia 12 de julho como o Dia dos Namorados por ser próxima da comemoração do “Santo casamenteiro”, Santo Antônio. Desde então, tal período se tornou a terceira melhor data para o comércio no país. No filme, A Princesa Prometida, o amor é apresentado como ele realmente deveria ser, um sentimento especial e único não limitado a interesses comerciais, como vem acontecendo nos últimos anos, uma vez que a falência dos resultados práticos do capitalismo, como sistema econômico, fica cada vez mais evidente.
por Thiago Fernandes
DICAS DE CINÉFILO
7 Júlia Gonçalves cursa Ciências Biológicas na UFV e gosta de filmes de gêneros diversos, em especial clássicos. Por isso, ficou indecisa na hora de fazer sua lista. Foi difícil, mas ela chegou a uma lista de cinco indicações (mas deixa uma menção honrosa para o drama Miss Violence). 1. Réquiem para um Sonho (Darren Aronofsky, 2000) 2. Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída (Uli Edel, 1981) 3. Kill Bill (Quentin Tarantino, 2003) 4. Gummo: Vidas sem Destino (Harmony Korine, 1997) 5. A Lista de Schindler (Steven Spielberg, 1993)
PLAYLIST: PARA AFOGAR AS MÁGOAS > I Will Never Love Again – Debbie Gibson > We are Never Ever Getting Back Together – Taylor Swift > My Happy Ending – Avril Lavigne > Na Sua Estante – Pitty > She Will Be Loved – Maroon 5 CINECOM INDICA
INSPIRADOS EM CONTOS DE FADAS
Encantada < (Enchanted, 2007)
Espelho, Espelho meu < (Mirror, Mirror, 2012)
Para Sempre Cinderela < (EverAfter, 1998)
Branca de Neve e o Caçador < (Snow White and the Huntsman, 2012)
A Princesa e o Pebleu < (Roman Holiday, 1953)
SESSÃO ESPECIAL 5 ANOS
O Mágico de Oz, 25 de junho às 19h Apoio:
revista curta | edição 16 - junho/2017 Orientador: Rennan Mafra Edição geral: Ana Luísa Medeiros Reportagem e redação: Andre Aguiar, Davi Medeiros, Marina Gouveia, Thiago Fernandes Revisão: Tayná Gonçalves Diagramação: Tayná Gonçalves Projeto gráfico: Andre Aguiar, Déborah Médice, Tayná Gonçalves Crédito imagens: Marina Gouveia (pág. 2) Reprodução (Capa, pág. 2-8) Realização: