1001_Filmes_Para_Ver_Antes_de_Morrer_Parte_VII

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Mlriii.mha Ocidental / Peru (Autoren, l'mj« I ,Werner Herzog, wildlife, ZDF) ISK

m i n . Cor

Direção: Werner

difícil

abordar

sem

Fitzcanaldo

antes

mergulhar

na propensão

obsessiva

de seu

Klaus Klnskl (por sua vez, f r e q ü e n t e m e n t e impenetrável). A relação de trabalho entre os

Herzog

d o i s era b a s e a d a e m u m a n t a g o n i s m o m ú t u o e e s t a c o n t r a d i ç ã o r e g u l a r m e n t e s e

1'ioduçáo: W e r n e r Herzog, Lucki

\ll|irhi

n i f e s t a v a , ela própria, n o s f i l m e s . N ã o é n e c e s s á r i o dizer q u e , a p e s a r d e s e u

ma-

comporta-

m e n t o i m p r e v i s i v e l , K l n s k l m u i t a s v e z e s era a p r i m e i r a e s c o l h a d e H e r z o g para o e l e n c o .

Kotllro: W e r n e r

Herzog

i otografia: Thomas

O u seria m a i s correto dizer q u e H e r z o g r a r a m e n t e c o n s e g u i a c o n v e n c e r q u a l q u e r

Mauch

a se envolver c o m seus projetos reconhecidamente

Mútlca: P o p o l v u h Musica não original: Vincenzo Bellini, G i a c o m o P u c c i n i , R i c h a r d

Elenco: Klaus Kinski, José

Miguel Angel

Lewgoy,

Fuentes, Paul

l l u n e q u e q u e Enrique

Hittscher,

Bohorquez,

i Innde O t e l o , P e t e r B e r l i n g , D a v i d l Spinosa, Milton

Nascimento,

1'uv P o l a n a h , S a l v a d o r G o d í n e z , I H I M C I M i l z . W i l l i a m L. R o s e , L e ô n c i o Claudia

outro

torturantes?

É verdade que tanto Jason Robards quanto Mick Jagger haviam originalmente

acei-

tado o papel e s o m e n t e após a desistência de a m b o s Herzog entrou e m contato

com

Klnskl. N ã o c para m e n o s : a t r a m a do filme exemplifica a lendária t e n a c i d a d e t a n t o d e

'»lt.Miss. G i u s e p p e V e r d i

Bueno,

É

diretor, W e r n e r Herzog, assim c o m o e m sua confusa colaboração freqüente c o m o ator

I d i o m a s : inglês / a l e m ã o

Pirei

FITZCARRALDO (1982)

Cardinale

I estival de Cannes: Werner

Herzog quanto

d e Kinski. O a m a n t e

de ópera

Brian S w e e n e y

Fitzgerald (Klnski)

jura

levar a m ú s i c a a o s c o n f i n s m a i s r e m o t o s d o P e r u . P r i m e i r o , c o n t u d o , precisa ficar rico para financiar esse objetivo quixotesco, e seu plano e n v o l v e puxar u m g r a n d e barco a vapor

por cima

d a crista

deuma

montanha

até

u m lote

d e terra

onde

e l e poderá

recolher borracha das seringueiras. N a t u r a l m e n t e , o u talvez t i p i c a m e n t e , fazer u m filme q u e m o s t r e tal façanha

quase

Impossível, sobrecarregada de o b s t á c u l o s difíceis d e s e r e m t r a n s p o s t o s , acaba se torHerzog

(diretor), i n d i c a ç ã o ( P a l m a d e O u r o )

n a n d o u m suplício por si só. E m n a d a a j u d o u o fato d e H e r z o g ter a b o r d a d o o projeto com a mesma

teimosia

Insana de seu personagem

dor, d o e n ç a e a t é m e s m o

principal. Ferimentos,

Insanidade,

m o r t e s u r g i r a m n a b u s c a d e H e r z o g para levar à stelas

v i s ã o t ã o ú n i c a e i m p r e s s i o n a n t e c o m o a d e Fitzcarra/do.

uma


H e r z o g f i l m o u n a s p r o f u n d e z a s da selva tropical d o E q u a d o r e d o P e r u , l i d a n d o

com

l o d o s os d e s a f i o s inerentes, d e m o s q u i t o s a d e s l i z a m e n t o s d e l a m a . Para c a p t a r

ima-

gens de u m a

uma

pequena

expedição de balsas a m e a ç a d a

por perigosas corredeiras, Herzog e

equipe de fato desceram essas corredeiras. Ainda

m a i s I m p r e s s i o n a n t e foi

lato de q u e , para m o s t r a r o barco a v a p o r s e n d o t r a n s p o r t a d o m o n t a n h a a c i m a , fez e x a t a m e n t e isso, r e t r a t a n d o o e s f o r ç o c o m a v e r o s s i m i l h a n ç a d e u m

documentário.

B o a p a r t e d o d i f í c i l p r o c e s s o d e f i l m a r Fitzcarraldo

é mostrada

m e n t e I n s t i g a n t e d e L e s B l a n k , Burdcn

no qual vemos Herzog

em

of

s e u s esforços e à beira de u m c o l a p s o

Drcams,

o

Herzog

no d o c u m e n t á r i o

igual-

empenhado

total.

C o n t u d o , Fitzcarraldo, c o m o obra concluída, e m

nada

se parece c o m

O coração

das

( r e v a s d e J o s e p h C o n r a d n e m m u i t o m e n o s c o m o A p o c a / y p s e N o w d e Francis Ford Coppola. Kinski t a m p o u c o é m o s t r a d o c o m o u m invasor, c o m o K u r t z . C o m p a r a d o a Aguirre, a cólera r i o s d e u s e s - o u t r o f i l m e d e H e r z o g e K i n s k i -, Fitzcairoldo

chega a ser i n g ê n u o . O

otimista

a m a n t e de ópera representado por Kinski c apelidado de "Fitzcarraldo" pelos p e r u a n o s é movido

tanto

ajudam

a realizar s e u s o n h o e m

por idealismo

quanto

por

intransigência.

parte por causa

de sua

Os

nativos, muito

curiosos,

inocência, exuberância

e

o

total

paixão pela ópera, q u e ele t o c a e m u m v e l h o toca-discos Victrola q u e carrega c o n s i g o para todo

lado.

Enquanto

o

barco

é

puxado

montanha

acima,

Fitzcarraldo

está

no

superior, refulgente, e n q u a n t o sua Victrola toca a pleno v o l u m e o cantor de ópera Caruso. É u m a visão ao m e s m o t e m p o surreal e inspiradora, s i m u l t a n e a m e n t e uma

realização q u e é t a n t o dramática ( e m t e r m o s de narrativa) q u a n t o

m e n t e tátil (em t e r m o s de processo de criação cinematográfica).

JKL

convés Enrico

anunciando

Impressionante-


GANDHI (1982) "A v e r d a d e " , disse Richard A t t e n b o r o u g h , "é q u e e u n u n c a q u i s ser u m diretor. S ó queria dirigir

aquele

filme."

Pare

ele,

portanto,

representava

Gandhi

uma

missão:

Atten-

b o r o u g h s o b r e v i v e u a 20 a n o s d e a t r a s o s , f r u s t r a ç õ e s , ridicularizações e risco f i n a n c e i r o pessoal

para

realizar

Kharamchand

seu

grande

sonho

d e recriar

G a n c l h l (1869-1948) d e u m a

forma

a vida

ocidentais e orientais c o m o significado espiritual do Attenborough

concebeu

e a época

de Mohandas

que tocasse igualmente o s públicos

o p r o j e t o e m 1962. S u a

Mahatma. inspiração pessoal foi a frase d e

G a n d h i : " S e m p r e foi u m m i s t é r i o para m i m c o m o os h o m e n s p o d e m se sentir com

a humilhação

dos seus pares." Já sendo u m

d i r e t o r a t é 1 9 6 9 , e m O h ! Q u e bela

produtor, não assumiria

honrados

o papel d e

g u e r r a , e , e m d i f e r e n t e s é p o c a s d e s u a l u t a d e 18 a n o s

para l e v a n t a r f u n d o s para G a n d h i , Fred Z i n n e m a n n e David L e a n f o r a m s u g e r i d o s diretores

mais

escritores, preparar

prováveis

incluindo

u m roteiro

e mais

Gerald até

que

fáceis

Hanley, John

de serem

Donald Briley

vendidos

Ogden

Stuart

finalmente

soube

para

o mercado.

e Robert captar

Bolt, com

como Vários

tentaram

maestria

a

essência da vida e das c o n q u i s t a s de G a n d h i . Ao

longo

dos

anos, atores

d e várias

gerações

- incluindo

Alec

Guinness,

Bogarde, Peter Finch, Albert Flnney, T o m Courtenay, Robert De Niro, Dustin Inglaterra / índia (Carolina

Coldi rest,

Bank,

Indo-British, International,

NI IM ) I K H m i n . Technicolor Id

Attenborough

Richard

Attenborough

Rotllro: J o h n B r i l e y

Mii-.li .1: K.wi s h a n k a r , G e o r g e

Fenton

Elenco: Hen Kingsley, Candice Bergen, h l w a u l I ox. J o h n G i e l g u d , Trevor Mills, Martin Sheen,

tin i li.ulcson, Athol Fugard, G ü n t h e r

Man.i Halmer, S a e e d J a f f r e y , i ii'i.ililini' J a m e s , A l y q u e A i n i k l i Purl, K o s h a n

Padamsee,

Seth

Otcar: Richard Attenborough

Fllmi), Rli hard

(melhor

Attenborough

John Briley (roteiro), B e n

i- Inglley

(.nor), S t u a r t Craig, Robert

I .uni',, M i c h a e l S e l r t o n ( d i r e ç ã o d e

irti i B i l l y W i l l i a m s , R o n n i e T a y l o r o

grafia), J o h n M o l l o ,

Athllya

(li)',iirlno),John

Bhanu

Smith

(in.i(tiilagem), Ravi Shankar, (música), Gerry

(som)

George

Humphreys,

i " l H I 11 t ' D o n o g h u e , J o n a t h a n Miunn Kaye

ioga,

celebridades

época.

discriminação

racial n a África

d o S u l d e 1893. A p a r t i r d a í o f i l m e t r a ç a o s p r i n c i p a i s

m a r c o s b i o g r á f i c o s da s u a luta c o n t r a a d o m i n a ç ã o i m p e r i a l i s t a britânica e e m prol d e u m a sociedade e cultura indiana integradas. Ironicamente, o compromisso

apaixonado

de G h a n d i por protestos pacíficos m u l t a s vezes levou à violência e à m o r t e , b e m

como

à sua própria e duradoura prisão. M u i t a s seqüências de a ç ã o f o r a m f i l m a d a s nas ções históricas reais. Estima-se q u e a cena do f u n e r a l , f i l m a d a

naavenida

Bates,

loca-

cerimonial

R a j p a t h c o m 11 e q u i p e s d e c â m e r a , t e n h a r e u n i d o c e r c a d e 4 0 0 m i l f i g u r a n t e s . Gandhi refutou triunfalmente o ditado de que filmes que levam multo t e m p o d es u a s a m b i ç õ e s , p e r d e n d o o frescor da i n s p i r a ç ã o

em

Inicial. A

r e s p o s t a a G a n d h i foi I m e d i a t a , s e n d o a c l a m a d o t a n t o pela crítica q u a n t o pelo

público

m u n d i a l e premiado oito vezes c o m o Oscar, u m recorde ultrapassado apenas por BenH u r (1959). P a r a A t t e n b o r o u g h , u m a s a t i s f a ç ã o p e s s o a l a i n d a m a i o r f o i e v i d e n t e m e n t e a certeza d eq u e a om e n o s

parte d opúblico sesentiu enriquecida

pelo encontro

p i r a d o r a s . DRos

com

marcaria

a carreira futura de A t t e n b o r o u g h c o m o u m diretor de biografias c i n e m a t o g r á f i c a s

• •••In i c . i o a o O s c a r : T o m

inton

peso, praticou

G a n d h i a t r a v é s d e s u a r e p r e s e n t a ç ã o n a t e l a . P a r a m e l h o r o u p a r a p i o r , Gandhi

Bloom

(MJIçlo)

i

a o papel: perdeu

ros de G a n d h i . O e n o r m e e l e n c o d e a p o i o i n c l u i u u m n o t á v e l c o n j u n t o de do teatro e do c i n e m a da

produção ficam aquém

(diretor), w

se dedicou

retornar, e m seguida, ao seu c o m e ç o c o m o u m j o v e m a d v o g a d o , protestando contra a

Williams

loward, |ohn

d o pai i n d i a n o . K i n g s l e y

O r o t e i r o d e B r i l e y t e m I n í c i o c o m o a s s a s s i n a t o e f u n e r a l d e G a n d h i e m 1948, para

Fotografia: R o n n i e T a y l o r , B i l l y

I

lhido foi o p r a t i c a m e n t e d e s c o n h e c i d o B e n Kingsley, q u e tinha a v a n t a g e m das feições

a p r e n d e u a tecer a l g o d ã o e t e n t o u b r a v a m e n t e viver a vida s e g u n d o os preceitos s e v e -

Dliccao: Richard

Produçlo:

J o h n H u r t e Richard B u r t o n - f o r a m c o g i t a d o s para o papel principal. Ao final, o esco-

herdadas

a: i n g l ê s

Dirk

Hoffman,

ins-


A NOITE DE SÃO LOURENÇO m

I t á l i a ( A g e r , R A i ) 105 m i n .

(LA NOTTE Dl SAN LORENZO)

Eastmancolor

i/te d e S ã o L o u r e n ç o é a o b r a - p r i m a d o s i r m ã o s P a o l o e V i t t o r i o T a v i a n l . O t í t u l o s e ri f e r e à n o i t e n a q u a l t o d o s o s s o n h o s s e t o r n a m torre. C o n t a d a ninina

p o r u m a m ã e q u e fala

realidade, q u e é q u a n d o a história a

narrativa

a t é 1944, q u a n d o o s invasores a l e m ã e s e o s colaboradores fascistas

c o m s e u filho

adormecido,

italianos

i i o l a v a m o vilarejo d a narradora, e n t ã o c o m seis a n o s d e i d a d e . C o m s u a c i d a d e dividida entre o regime nazista e a eventual libertação, u m grupo d e h a b i t a n t e s

decide

•ui.ivessar a região rural d a T o s c a n a e m b u s c a d e s a l v a ç ã o .

D i r e ç ã o : P a o l o T a v l a n i , Vittorio Tavíani P r o d u ç ã o : Giuliani G . D e Negri R o t e i r o : P a o l o T a v l a n i , Vittorio Tavlani, Giuliani G. De Negii, I Guerra Fotografia: Franco Di G i a c o m o

S e m ignorar, m a s t a m b é m s e m se aprofundar n o s terrores da guerra, essa

jornada

pirssa a resistência civil. A luta diária por c o m i d a t e m prioridade sobre balas o u v a n t l g e m tática. Periodicamente a perspectiva infantil d anarradora até transparece c o m m u g e n s tragicómicas e surreais q u e a m o r t e c e m

Idioma: italiano

o sentimento amedrentador de sua

udisséia.

M ú s i c a : Nicola

Plovani

Elenco: Omero Antonutti,

G u i d e i i i , M a s s i m o B o n e t l i , I u m .1 M a r i a M o d u g n o , S a b i n a V a n i n i ' chi Giorgio Naddl, Renata

N o t á v e l p e l o c o n j u n t o d e s e u e l e n c o , A noite

i imagens marcantes que remedeiam a memória maculada Uma c a t e d r a l é b o m b a r d e a d a

t a m b é m deixa atrás d e

de São Lourenço

pelo conflito

Indesejado.

para m a t a r o s fiéis. M e l õ e s selvagens s ã o objeto d e u m

" b a n q u e t e " no c a m p o . A m i g o s de lados políticos opostos m a t a m - s e u m ao outro. Duas pessoas mais velhas c o n s u m a m

u m caso amoroso

hádécadas interrompido. Juntos,

esses m o m e n t o s s i m b o l i z a m a gravidade da S e g u n d a Guerra M u n d i a l , n o s lembrando,

Margi

Lozano, Claudio Blgagli, Mlii.im

Zamnign,

Micol Guideiii, M a s s i m o S a n hnlli. Giovanni Guideiii, Mario Spallino Paolo

Hendel

Festival de Cannes: Paolo

l.ivi.mi

V i t t o r i o T a v i a n i ( G r a n d e 1'ieiiiio i l n Júri), (Prêmio d o Júri E c u m ê

1

indicação (Palma de Ouro)

em p a r a l e l o , d a d i g n i d a d e d a v i d a c o t i d i a n a . GC-0

UMA QUESTÃO DE SILENCIO (mi)

H o l a n d a ( S i g m a ) 9 2 m i n . i 01

(DE STILTE ROND CHRISTINE M.)

I d i o m a : holandês / Inglês

M o m e n t o c r u c i a l n a h i s t ó r i a d a c i n e m a t o g r a f i a f e m i n i s t a , U m a q u e s t ã o d e siiêncio, Marleen Gorris, mobilizou e polarizou o público. O filme abordava

a raiva

de

sublimada

das m u l h e r e s , religando as f e m i n i s t a s à raiva q u e lhes serviu c o m o c o m b u s t í v e l para o s movimentos

d o s anos 6 0e 70, e n q u a n t o gerou, assim c o m o

T h e l m a & L o u i s e (1991),

acusações d e reversão de estereótipos. Motivado

por u m a notícia

Gorris

P r o d u ç ã o : M a t t h l j s v a n Hcíjiilu Roteiro: Marleen

Gorris

Fotografia: Frans B r o m e t M ú s i c a : Lodewljk de Boer, M . H I Hasebos

na imprensa

c l a s s e o p e r á r i a p o r f u r t o e m u m a l o j a , Uma

Direção: Marleen

a respeito d a prisão

deu m a mulher da

questão d e silêncio está c e n t r a d o e m t o r n o

Elenco: Edda Barends, Nelly

i

FrIJdl

H e n r i e t t e T o l , C o x H a b b c i n . i . I ddli

Plooyi

de três m u l h e r e s q u e n ã o se c o n h e c e m e q u e e s p o n t a n e a m e n t e m a t a m u m gerente d e

B r u g m a n , H a n s Crolset, Eiik

loja q u a n d o

A n n a v a n B e e r s , N o a C o h e n , K r rl y r l ,

ele arrogantemente

roubar. U m a mistura

única

confronta

u m a dona-de-casa

d e thriller, d r a m a

fragilizada

d et r i b u n a l , c o m é d i a

negra,

noato de semldocu-

mentário e alegoria política, o filme é a om e s m o t e m p o instigante e distante, torturante e eletrizante. O assassinato e m sié m a i s o u v i d o d o q u e visto e está inserido e m u m a série d e três s e q ü ê n c i a s e m flashback, s u b v e r t e n d o o Imperativo

Coolen, Edgar Danz, Diana

D o b b e l m a n , M i r a n d a FrIJda, I m l de Groot, Noortje Jansen

visual.

N o c l í m a x d o f i l m e , e m u m t r i b u n a l , q u a n d o o Dr. V a n d e n B o s declara q u e a s três mulheres s ã o " c o m p l e t a m e n t e sãs", s e u gesto ganha u m a carga política. A última precisa ser vivenclada e n ã o descrita - outra f o r m a

cena

d e dizer q u e o filme n ã o t e r m i n a

c o m u m a explosão n e m c o m u m suspiro, m a se m o n d a s de risadas estridentes, finaliz a n d o e m silêncio. C o m o u m crítico já p e r g u n t o u : " Éo assassinato q u e torna t u d o t ã o i n c ô m o d o o u s ã o o s risos?" Ainda q u e o sfilmes m a i s recentes d eGorris s e j a m

mais

doces e populares, este torna a ideologia visceral e é u m verdadeiro c h o q u e . L B

f,H/


FANNY & ALEXANDER

(1982)

(FANNY OCH ALEXANDER) A vasta obra d o diretor sueco I n g m a r B e r g m a n é t ã o característica q u e f r e q ü e n t e m e n te é parodiada e m c o m é d i a s e t a m b é m Imitada o u citada por diretores m e n o r e s .

Mos-

t r a n d o o lado m a i s profundo e escuro d o espírito h u m a n o s e m s e esquivar o u resvalar no m e l o d r a m a , o s f i l m e s alegóricos e oníricos d e B e r g m a n a p r e s e n t a m a vida c o m o ela é, n ã o c o m o g o s t a r í a m o s q u e f o s s e . A n u n c i a d o c o m o o p e n ú l t i m o f i l m e d o diretor (ele p a s s o u a trabalhar p a r a a t e l e v i s ã o d e p o i s ) , a h i s t ó r i a a u t o b i o g r á f i c a d e Fanny S u f < i.i / F r a n c a / A l e m a n h a

Ocidental

(' i n A H . G . i u m o n t , P e r s o n a , S w e d i s h

Film

In-.l , S a n d r e w s , S v e n s k a , T V I , T o b l s )

Ittloin.is: Micro / a l e m ã o / iídiche / Inglês D l i r i a o : lnj',niar Produção: J ö r n

c h o q u e para os f ã s d o sfilmes m a i s taciturnos d e s e u período inicial. Escrito por Bergm a n e c o m u m elenco c o m p o s t o poralguns d e seus atores mais talentosos e veteranos, incluindo

IKK n u n I a s t m a n c o l o r

l«i«p,i.ifia: Sven

Nykvist

Josephson,

Harriet

Andersson

e

Gunnar

Bjbrnstrand,

Fanny

& seis

indicações a o Oscar, incluindo a d e Melhor Filme Estrangeiro.

Bergman

Bergman

Erland

Alexander é considerado o mais acessível d e seus filmes. G a n h o u quatro de suas

Este longo filme parcialmente biográfico percorre u m a n o i m p o r t a n t e e t u m u l t u a -

Donner

Knien«: Ingmar

basicamente

veio c o m o u m

& Alexander

do n avida d eu m I r m ã o e u m a Irmã

(Pernilla Allwin e Bertil Guve)

nascidos e m u m a

família aristocrática na Suécia da virada d o século XIX. Filmado c o m u m aenergia vista

M ú l l i .1:1 l a n i e l B e l l I l r n c o : I il.md J o s e p h s o n , Jarl Kulte. I'rinlll.i Allwin, Allan Edwall, Bertil G u v e ,

e moutros

filmes

d e B e r g m a n , a história

é e m parte

u mdrama

nunca

n o estilo d e

Dlckens, e m parte u m conto d e fadas místico. C o m e ç a n d o e m u m luxuoso Natal d ef a mília, narrado d o p o n t o d e vista d o garoto, ele passa para suas vidas miseráveis a p ó s a

i.iinii w.ilgren, E w a Fröling

m o r t e d o pai, d o n o d e teatro e m u l t o querido pelas crianças. A essa altura, a habitual

• III I I

sensação de m a u agouro de B e r g m a n já invadiu a história, fixando-se na vida

Suei i.i ( m e l h o r f i l m e e s t r a n g e i r o ) ,

A n n a A'.p, S u s a n n e L i n g h e l m (direção d e arte), Sven Nykvist (fotografia), Marik ^ii-, I u n i t h ( f i g u r i n o ) i n d l f .iç.1o a o O s c a r : I n g m a r jlliiMiii), Ingmar B e r g m a n • C Mlu.d île V e n e z a : I n g m a r

JPrlmlo F l P R E S C l )

Bergman

(roteiro) Bergman

o

segundo

casamento,

profundamente

infeliz

e apavorante,

durante

d e sua m ã e c o m u m

terrível bispo - J a n M a l m s j õ e m u m papel a d e q u a d a m e n t e detestável. A d u r a ç ã o d e Fanny

assim c o m o seu ritmo lânguido e meticuloso p o -

Sc Alexander,

d e m afastar parte dos espectadores contemporâneos, acostumados a filmes d e ação, m a s o f a m o s o fotógrafo d eB e r g m a n , Sven Nykvist, criou u m a iluminação

fantástica,

t o r n a n d o cada f o t o g r a m a u m prazer. O f i l m e inteiro possui u m s e n t i d o onírico d e irrealidade, o q u ev e m c o m o u m alívio e m s e u s m o m e n t o s m a i s t r á g i c o s . B e r g m a n , s e m p r e •

u mm e s t r e , e s t r u t u r a tenha

seus

s a b i a m e n t e a história d eforma q u e

momentos

mais

terríveis e m a i s

satisfatórios

exatamente q u a n d o ela requer u m a resolução. A t é então, o espectador é deixado s e m fôlego, perplexo, esperando q u e os b o n s t e m p o s r e t o r n e m . Apesar d e ter passado a vida lisando

o assustador

mundo

dos vivos,

Bergman

ana-

permite

a l g u m conforto a seus espectadores aqui - ainda q u e c o m ,

certas ressalvas filosóficas. KK


UMA HISTORIA DE NATAL

nsssi

EUA/Canadá

(A CHRISTMAS STORY) li.unos

nos anos 40, época

e mq u e

as famílias

americanas

ainda

se reuniam

para

||ntar, q u a n d o as crianças percorriam a pé u m longo trajeto até a escola e t o d o s c o n h e i . i i n s e u s v i z i n h o s . P a r a o j o v e m R a l p h i e ( P e t e r B l l l l n g s l e y ) , c m U m a história é boa m a s não está completa. O Natal s eaproxima

deseja

r a p i d a m e n t e e o q u e ele

é u m a carabina Red Ryder BB, do m e s m o tipo u s a d o por seu herói do

de l á d i o . A p e s a r nu

de Natal,

da oposição

d a família

e d eseu

professor, ele está

a mais

programa

determinado a

Esse t e m a s i m p l e s dá a o diretor B o b Clark m u n i ç ã o m a i s do q u e suficiente para dede forma

amorosa

•upos p a s s a d o s

m a s sarcástica, o Natal, valores familiares, nostalgia

e o consumismo

que

passou

a caracterizar

esse feriado.

pelos

Bem-hu-

morado e por vezes provocando gargalhadas, este clássico m o d e r n o de Natal ecoa 1'iofundamente

tão

porque n u n c a se torna cruel o u d e s d e n h o s o e n q u a n t o ataca seus alvos.

Os valentões da escola, u m pai rabugento e u m a m ã e c o m excesso de trabalho, i-.tranho p a r e n t e m a i s n o v o e u m b a n d o d e a m i g o s d e s a j u s t a d o s g a n h a m vida da n a r r a ç ã o d o R a l p h i e a d u l t o . H á c e n a s c l á s s i c a s q u e c o n s e g u e m po h i l a r i a n t e s e t o c a n t e s s e m

nunca

Metrocolor

Idioma:

Inglês

através

ser ao m e s m o

escorregar para o s e n t i m e n t a l i s m o

um

Tin

Direção: B o b Clark

Duponl

P r o d u ç ã o : B o b Clark, René

R o t e i r o : L e i g h B r o w n , B o b < L u I , |tin S h e p h e r d , b a s e a d o n o l i v r o In Cml T r u s t , Al! Others

Wr

i t lean

PayCash,

Shepherd F o t o g r a f i a : R e g i n a l d H.

ontrar u m jeito d e garantir o b r i n q u e d o para o Natal.

tonar,

(Christmas

94 min.

MorrtS

M ú s i c a : Paul Z a Z a , Carl

Zluin

Elenco: Mellnda Dillon,

Darren

M c G a v i n , P e t e r B i l l l n g s l e y . Ian P e t r e l l a , S c o t t S c h w a r t z , R. D, Robb, T e d d e M o o r e , Y a n o A n a y a , Z a i !• w . m l

Hubbird

Jeff G i l l e n , Colin Fox, Paul Leslie Carlson, J i m Hunter,

Patty

Johnson

tem-

barato.

Para

aqueles q u e o d e i a m o lado meloso do Natal, m a s não q u e r e m se tornar o avarento d o 1 u n t o d e C h a r l e s D l c k e n s , U m a h i s t ó r i a de Natal

EL NORTE

é p e r f e i t o . EH

(1983)

E U A / I n g l a t e r r a (Ameilean

I x p l o r a n d o a p a s s a g e m Ilegal p a r a o sE s t a d o s U n i d o s , El N o r t e c o n f r o n t a lonforto

n o Primeiro

Mundo

com

a realidade d avida

a fantasia d o

n oTerceiro M u n d o .

Escrito e m

parceria pelo casal G r e g o r y N a v a e A n n a T h o m a s e dirigido por Nava, o f i l m e é significativo a oexpor a natureza dores

nômades.

porosa

Honrando

das fronteiras nacionais e a exploração

a humanidade

b a i x o d o s o n h o a m e r i c a n o , El Norte Para

os Irmãos

guatemaltecos

dos

imigrantes

Ilegais q u e

de trabalha-

subsistem por

vai a l é m e reconhece o contexto de tal experiência. Enrique

(David

Vlllalpando)

e Rosa

(Zaide

Silvia

Playhouse, Channel

Four,

I n d e p e n d e m , Island

Allve, PB!

139 m i n . C o r I d i o m a s : inglês / espanhol Direção: Gregory

Nava

P r o d u ç ã o : T r e v o r B l a c k , Hei t h Navarro, Anna

Thomas

R o t e i r o : G r e g o r y N a v a . Anua

Guriérrez), a q u e s t ã o é m u i t o m a i s simples do que geopolítica. Q u a n d o seu pai é assas-

Fotografia: James

sinado por organizar coletores de feijão e sua m ã e " d e s a p a r e c e " e m m ã o s de p a r a m i l i -

M ú s i c a : The Folkloristas, M.ilri lo

tares, o s dois

Martínez, Linda 0'Brien,

Irmãos

cidade e capturam

fogem

para

não

morrer.

u mcolote antes d echegar

E mTljuana,

lutam

com

a pobreza d a

a Los Angeles. P e r c e b e n d o

o

racismo

exacerbado de seus e m p r e g a d o r e s no Norte, ainda q u e agora c o n t e m c o m as v a n t a g e n s de água encanada e eletricidade, trabalham c o m o mão-de-obra barata c o m u m

futuro

Incerto.

tmll

Richards E l e n c o : Z a i d e Silvia G u t l c m v .

luvid

Vlllalpando, Ernesto G ó m e z (rui, L u p e O n t l v e r o s , T r i n i d a d S i l v a . Allí L i de Lago, Abel Franco, Em Ique

No f i l m e , a G u a t e m a l a é caracterizada por verde e a m a r e l o , Tljuana por tons de castanho e osEstados

Glennon

U n i d o s por azul e branco. A m ú s i c a t a m b é m

d á o t o m da

jornada

dos i r m ã o s , m a s é o efeito a c u m u l a d o de seu percurso q u e nos faz perceber a força d i s p a r i d a d e s e c o n ô m i c a s c o n t e m p o r â n e a s . CC-Q

das

Castillo, Tony Plana, D i a n e Civil Mike

Gomez

Indicação ao Oscar: Gregoiy Na Anna Thomas

(roteiro)

I.IW


I UA / (.liudä (Famous

Players,

i Ilmplan, G u a r d i a n , C F D C ,

Universal)

H/ m l n . C o r Itlluma:

l»lir<,.io: D a v i d

Cronenberg

pela exposição à violência t e l e v i s i o n a d a diretor

Cronenberg

Elenco: James Woods, Sonja

Smits,

I>I'IMII,III Harry, Peter Dvorsky, I .id'.UM, jack Creley, Lynne

Leslie

Gorman,

lull« K h a n e r , R e i n e r S c h w a r t z ,

Harvey

David

Gomez,

i hao, David Tsubouchi, Kay

I l.iwtiry

havia

tido

aborda

geradas

h a b i l m e n t e os p r o b l e m a s q u e o próprio

c o m censores, distribuidores

de Hollywood

c grupos

feministas

por

R c n n ( J a m e s W o o d s ) é u m operador d e e s t a ç ã o d e T V a c a b o cujo m a r k e t i n g cínico d e sexo

Shore

kl i l l . I . i l l y C a d e a u , H e n r y

comercial/independente d o s anos 8o

conta d aexploração d e I m a g e n s d e violência sexual e m suas p r o d u ç õ e s anteriores. M a x

POtOfrafla: M a r k I r w i n Mtislci: Howard

filme revolucionário originário d o m o v i m e n t o

e m H o l l y w o o d , a história d e David Cronenberg sobre as horríveis transformações

ProdSo: Claude Heroux David

(VIDEODROME) U m

ingles

ROtllro:

VIDE0DR0ME - A SÍNDROME DO VÍDEO (1983)

e violência se volta contra ele q u a n d o seu a b d o m e s u b i t a m e n t e desenvolve u m a abertura e m forma de vagina na qual, entre outros objetos, videocassetes p o d e m ser inseridos. O filme,

n o qual

tais

fantasias

papéis centrais, termina

sadomasoquistas

c d e troca

d e gêneros

desempenham

de forma trágica, c o m a autodestruição deM a x .

Sendo, e m vários sentidos, a manifestação formal mais audaciosa dos temas t e r í s t i c o s d e C r o n e n b e r g , Videodrome m u m

para

s etransformar

começa

e m u m a fantasia

c o m o u m thriller comercial subjetiva

usual. Visualmente elaborado, o filme é t a m b é m

d ot i p o

mais

carac-

bastante co-

chocante

e pouco

provocante e m sua ponderação

preendente tanto sobre a perversidade polimorfa quanto sobre a interpenetração os d o m í n i o s público e subjetivo da experiência. C r o n e n b e r g foi a om e s m o

tempo

surentre elo-

giado e condenado por seu t r a t a m e n t o fluido d o s sexos ( u m a seqüência final, q u e m o s trava dois personagens femininos desenvolvendo pênls e m u m a espécie de contraponto à " v a g i n a ç ã o " d e M a x , foi c o r t a d a p o r s e r m u i t o p e r t u r b a d o r a ) . M e s m o e m s u a f o r m a editada, Videodrome continua sendo u m dos filmes m e n o s c o m u n s de Hollywood, choc a n t e e idiossincrático d e m a i s para ser algo a l é m de u m fracasso comercial. R B P


GUERRA NAS ESTRELAS: EPISODIO VI O RETORNO DE JEDI (1983)

(STAR WARS: EPISODE VI - RETURINI OF THE JEDI) A terceira

p a r t e d a t r i l o g i a o r i g i n a l d e Guerra

nas

d e George Lucas

estrelas,

E U A ( L u c a s f i l m ) 134 m i n . C o r Idioma:

inglês

Direção: Richard

Marquand

Produção: Howard G. Kazanjlan (também

( o n h e c i d a c o m o Episódio VI), t e m início a l g u m t e m p o d e p o i s d a c o n c l u s ã o d r a m á t i c a e

Roteiro: George Lucas, Lawrenrr Kasdan

c m a b e r t o d e O Império

contra-ataca

(1980). L u k e S k y w a l k e r ( M a r k H a m l l l ) , u m j o v e m e

Fotografia: Alan

aplicado

na primeira

parte, é agora

Música: John Williams, Joseph

aprendiz Jedl

u mguerreiro

Introvertido

(daí a s

roupas pretas). Tendo s e a p r i m o r a d o n o u s oda Força, ele retorna a o s e u planeta Fatooine

para

ajudar

seus

amigos

- Princesa

Leia

(Carrie

Fisher, u s a n d o

natal

u m biquíni

futurístico q u e a t é hoje deixa o s f ã s m a s c u l i n o s exaltados), L a n d o Calrissian (Bllly D e e W i l l i a m s ) e o wookie

Chewbacca

- a resgatar H a n Solo (Harrison

Ford), c o n g e l a d o e m

carbonita, d a sgarras d e Jabba t h e Hutt.

Williams E l e n c o : M a r k H a m i l l , H a r r i s o n I oui Carrie Fisher, Billy D e e Willi.im ., 1

A n t h o n y Daniels, Peter

Mayhrw.

S e b a s t i a n S h a w , l a n McDI-armld, F r a n k O z , J a m e s E a r l J o n e s , David

O f i o p r i n c i p a l d a t r a m a é s e m e l h a n t e a o d e Guerra

nas estrelas

(1977). O I m p é r i o n e -

fasto está c o n s t r u i n d o outra Estrela d a M o r t e q u enossos heróis d e v e m destruir. O produtor executivo

Hume

Lucas (co-autor d o roteiro c o m L a w r e n c e

Kasdan) e o diretor

Richard

M a r q u a n d i n t r o d u z e m u m a n o v a raça d e c r i a t u r a s s e m e l h a n t e s a u r s i n h o s d e p e l ú c i a , o s Ewoks, para entreter o público m a i s j o v e m . A s estrelas d o filme, e n t r e t a n t o , nunca s ã o

Prowse, Alec Guinness, Kenny

l'aie

M i c h a e l P e n n i n g t o n , K e n n e t h I all Oscar: Richard Edlund,

Peiinh

M u r e n , K e n R a i s t o n , Phil

Uppen

(efeitos visuals) I n d i c a ç ã o a o O s c a r : R e n IU1111

eclipsadas porbonecos fofinhos n e mpelos efeitos especiais, transmitindo c o m talento

( e f e i t o s s o n o r o s ) , Noun,111 R e y n o l d '

a visão de Lucas sobre a conclusão da batalha intergalática entre o b e m e o mal. J B

F r e d H o l e , J a m e s L. S c h o p p c , M n l u Ford (direção d e arte), J o h n

William

( m ú s i c a ) , B e n B u r t t , íi.uv '.niinnu R a n d y T h o r n , T o n y D a w n ('.oui)

0 REENCONTRO naas)

E U A ( C a r s o n , C o l u m b i a ) 10', n i l Metrocolor

(THE BIG CHILL)

O clássico filme nostálgico d e Lawrence Kasdan sobre u m grupo d e amigos da faculdade d o sa n o s 6 0 reunidos n a meia-idade para u m funeral c o n s e g u e ser a o m e s m o po inteligente e d o l o r o s a m e n t e

tem-

Após o suicídio d e Alex - papel d eKevln Costner, e m b o r a a versão final

conserve

p a r a o e n t e r r o -,

sete d e seus a m i g o s s e e n c o n t r a m n u m f i m d e s e m a n a para dividir s u a s l e m b r a n ç a s d o

(JoBeth

S a m (Tom Berenger), Williams)

e M e g(Mary

meia-idade, chegam

Michael

(Jeff

Goldblum),

Nlck

(William

Hurt),

Karen

K a y Place), todos lidando c o m suas próprias crises d a

à casa d ocasal Sarah

(Glenn Close) e Harold (Kevin

Kline)

para

relembrar, discutir e abrir velhas feridas a o s o m d e m ú s i c a s d a década d e 60. O

roteiro

perspicaz

de Kasdan

idealistas e a s decepções

e Barbara

Benedek

capta

todos

os sentimentos

d e u m a geração q u e cresceu c o m o s ideais libertários d o s

a n o s 60 e se v ê presa a o m a t e r i a l i s m o d o sa n o s 80, e n q u a n t o o c o n j u n t o d o elenco d e O reencontro t r a n s m i t e a c o m b i n a ç ã o certa d e tristeza e h u m o r , s e m n u n c a cair n o s e n timentalismo barato. J B

Direção: Lawrence Produção: Michael

tocante.

apenas u m a cena e m q u e ele já morreu e está sendo e m b a l s a m a d o

falecido.

I d i o m a : inglês

Kasdan Shanibcic,

Roteiro: Barbara Benedek. Ia w i e m Kasdan Fotografia: John

Bailey

M ú s i c a : Mick Jagger, S m o k e y Robinson, John

Williams

E l e n c o : T o m B e r e n g e r , G l e n n 1 lo'.e, J e f f G o l d b l u m , W i l l i a m H u n . Kevin K l i n e , M a r y K a y P l a c e , M e g Tilly, JoBeth Williams, Don

Galloway,

J a m e s Gillis, K e n Place, J o n I a i d " ' Ira S t i l t n e r , J a k e K a s d a n , M m lei Moore I n d i c a ç ã o a o O s c a r : Mi l u e l Shamberg (melhorfilnie), Ia w u m K a s d a n , B a r b a r a B e n e d e k (roteiro) G l e n n Close (atriz

coadjuv.inlr)

I


França (Argos Film) í o o m i n . Cor Idioma: !•

francês

SANS SOLEIL

uses)

S a n s soleil ( S e m s o l ) , a o b r a - p r i m a

de Chris Marker, é u m d o s filmes d e não-ficção

.10: C h r i s

Marker

d a m e n t a i s de nossos t e m p o s : u m ensaio filosófico pessoal q u ese concentra

Roteiro: Chris

Marker

em

lotografia: Chris Musica:

Marker

Miissorgsky, Jean

d e nossos

dias,

mas também

inclui

filmagens

feitas

n a Islândia,

Cuiné-

B i s s a u e S ã o F r a n c i s c o , o n d e o c i n e a s t a p r o c u r a t o d a s a s l o c a ç õ e s o r i g i n a i s d e Um

IsaoTomita

Musica não original:

Tóquio

que Modest

Marker.

Sibelius

dos

t l e n c o : Florence Delay, Arielle inl'.r.le. Riyoko Ikeda,

d e Hitchcock

- u m a d a s principais

Difícil d e d e s c r e v e r e q u a s e

grandes

cineastas

impossível

e videomakers

obsessões

corpo

cinematográficas de

d eresumir, este diário poético d e u m

franceses

s e irradia

e m todas

a s direções,

explorando e refletindo a respeito de décadas de experiência e m todo o m u n d o .

Charlotte

Ktrr, A l e x a n d r a S t e w a r t Iestival Internacional de Berlim: 1 hrll M a i k e r ( P r ê m i o O C I C - m e n ç ã o honrosa, Fórum do Novo

(1958),

cai

fun-

sobretudo

Cinema)

U m filme sobre subjetividade, m o r t e , fotografia, c o s t u m e s sociais e a própria ciência,

Sons

solei/ p o s s u i

o registro

d e u mp o e m a

encontrado

cons-

e mu m a cápsula d o

t e m p o . Tipicamente, é u m filme d e reflexões posteriores d e u m fotógrafo, h o m e m d e esquerda

e viajante

global

compulsivo

que permanece

fascinado

e transflxado

a l g u m a s de suas próprias imagens. Significativamente, c o m o e m outros de seus e v í d e o s , M a r k e r s e recusa a receber o s créditos d e diretor. T a m b é m que ele tenha atribuído sua própria

narração a u m a americana

parece

por

filmes

pertinente

(Alexandria Stewart) na

versão e m inglês d o f i l m e - suas citações s u r g e m a p e n a s na terceira pessoa e n o p a s s a dote

sinalizando q u e é u m mestre da sutileza. A sagacidade e beleza da forma original

d o discurso

espectadores.

Idioma: n e n h u m / f r a n c ê s Mrtflo: L u c B e s s o n

personagens desta

Varini

Bouise,

Christlane

M.mrice Lamy, Pierre Carrlve,

Michel Castanié, Michel

linn.ud Havet, Mareei Pttra M u l l e r , G a r r y

Doset,

Berthomier,

Jode

altamencom

seus

Paris foi reduzida a ruínas e m u m a p a i s a g e m desértica. O s

fantasia d e ficção-clentíflca

branco, já n ã o c o n s e g u e m falar e precisam

dores, decola

E l e n c o : Pierre Jolivet, J e a n

Jran

tempo

pós-apocalíptica, filmada

buscar água, comida

e m preto-e-

e sexo. O herói

(Pierre

Jolivet) faz a m o r freneticamente c o m u m a boneca d e borracha. Perseguido por saquea-

M u s i c a : I ric Serra

Wcppcr, Jean Reno,

um l o n g o

JRos

N o m e l h o r e s t i l o M a d Max,

R o t e i r o : Luc B e s s o n , Pierre Jolivet

r rtlger,

durante

(LE DERNIER COMBAT)

l'iniluç.10: f u c Besson

hlt/

permanece

0 ULTIMO COMBATE (1983)

l i . u i t . i (I n i i p ) 9 2 m i n . P & B

Fotografia: Carlo

de Marker

no avião que ele m e s m o

construiu

d o n a d o . Lá, é alojado por u m médico (Jean

e pousa

perto de u m hospital

Bouise), q u e t a m b é m

aban-

está abrigando u m a

das últimas mulheres e quer c o m e ç a r u m a nova sociedade tendo nosso herói e a m o ç a como

A d ã o e E v a , e n q u a n t o e l e seria

(Jean

Reno)

t e m outros

planos:

u m Deus-voyeur. Contudo, u m gigante

ele sitia

o complexo

m u l h e r antes d e ser m o r t o pelo herói. O herói retorna havia

expulsado,

humana

mata

o líder e s e apropria

d omédico

exemplo)

maligno e mata

a

para c o n f r o n t a r a g a n g u e q u e o

da mulher

deste, talvez

a última

fêmea

na Terra.

Primeiro filme de Luc B e s s o n , feito c o m u m o r ç a m e n t o combina

e estupra

humor

dos desenhos

e violência,

colocada

animados, toques aqui

como

crítica

surreais

mínimo, O último (uma chuva

ã alienação

c o m b a t e

d epeixes, por

d aj u v e n t u d e

diante d o

m a t e r i a l i s m o d o s a n o s 80, e m q u e a c o m u n i c a ç ã o era reduzida a desejos primitivos ea s o f i s t i c a ç ã o u r b a n a d e P a r i s à s r u í n a s d e u m a d i s t o p i a . PP


O DINHEIRO (1983)

França / S u í ç a (EOS-Film, Frani e 1

(L'ARGENT)

C i n é m a , M a r i o n ' s F i l m s ) 85 m i n

U m a hora a p ó s o início de O dinheiro, a tela s ee n c h e d e branco, i n i c i a n d o u m a na n a r r a t i v a . U m a

m u l h e r de cabelos grisalhos (Sylvie V a n den Elsen) passa

virada

andando,

i r o ç a n d o u m o l h a r s u t i l corri u m c r i m i n o s o e m f u g a , Y v o n ( C h r i s t i a n P a t e y ) . A l g u n s

mo-

m e n t o s d e p o i s o v e r d e e a natureza t o m a m c o n t a da tela pela primeira v e z neste f i l m e . Mistério é a s e n h a no c i n e m a d eRobcrt Bresson, m a s a relação q u e c o m e ç a

aqui,

entre Yvon e sua benfeitora, é a m a i s misteriosa de todas. A mulher parece perceber tem

e mmãos

u m assassino.

Sua

m e s m o t e m p o - e, e v e n t u a l m e n t e ,

submissão

é masoquista,

espiritual

que

c sexual a o

por seu código de b o n d a d e d e s l o c a d o ou

uma

santa q u e traz u m m o m e n t o de graça a u m a a l m a a m a l d i ç o a d a ? E o q u e dizer de Y v o n a essa altura de sua jornada angustiante? A premissa, retirada de u m conto de Tolstoi, é a de q u e u m a nota de s o o francos, falsificada por adolescentes, serve para dear a dissolução louco

alienado,

inocência

desenca-

I n e x o r á v e l d a s e s t r u t u r a s d e s u a v i d a . Teria s e t o r n a d o , e n t ã o , u m

u m frio

manipulador

o u é apenas

uma

vítima

e m busca

de sua

perdida?

O m u n d o d e O dinheiro é s o m b r i o c i n ó s p i t o . A a r q u i t e t u r a f r i a d a s l o j a s d e c l a s s e por u m a c o l a g e m I g u a l m e n t e

de sons: sirenes, carros, maquinário. O s personagens são freqüentemente

áspera

enquadrados

e m umbrais e janelas, que g a n h a m u m aspecto de molduras. D e v e m o s v e r e m O dinheiro

HenchOZ,

Daniel Toscan du Plantler Roteiro: Robert Bresson, baseado no c o n t o " N o t a falsa", de Tolstoi Fotografia: Pasqualino De Sanie. Machuel

Música não original: Johann Sebastian

Bach

E l e n c o : C h r i s t i a n P a t e y , V i m ein R I s t e r u c c i , C a r o l i n e L a n g . S y l v i e Van den Elsen, BéatriceTabourin,

Dldltl

B a u s s y , M a r c E r n e s t F o u r n e a u , Bri L a p e y r e , F r a n ç o i s - M a r i e B a n i e i , AI,im

(1977)

D o m i n i q u e Mullier, Jacques Cilles Durieux, Alain

Bein,

Bourguignon

Festival de C a n n e s : Robert (diretor), e m p a t a d o c o m T a r k o v s k y c o m Nosralghia,

a obra m a i s secular e materialista d eBresson, o ápice

lógico do desespero frente à vida industrializada provavelmente

Bresson

Produção: Jean-Marc

A p t e k m a n , J e a n n e Aptekni.in.

média, dos tribunais, das prisões é a c o m p a n h a d a

diabo

Direção: Robert

Emmanuei

suicida.

Essa m u l h e r é u m a tola c o n d e n a d a

Eastmancolor Idioma: francês

Bresson

Andrei Indu içlo

(Palma de Ouro)

m o d e r n a - algo já tematizaclo e m O

ou h áu m vislumbre de esperança oculto e m a l g u m

lugar

e m sua visão sombria? Alguns detalhes marcantes escapam à matriz do determinismo, como

astomadas

d eY v o n

colhendo

avelãs e compaitilhando-as

com

a mulher,

en-

q u a n t o lençóis b r a n c o s s ã o s u a v e m e n t e s o p r a d o s pela brisa - u m a d a s m a i s s i m p l e s e ainda

assim

mais

belas passagens

d etodos

o sfilmes

d e Bresson. Aqui

mistério p r o f u n d o de seres q u e se m o v e m através de cenários de violência

intuímos o desumaniza-

dora. C a d a u m g u a r d a t r a n c a d a d e n t r o de si, s i l e n c i o s a m e n t e , a c a p a c i d a d e para o m a l e para o b e m . A o s e s p e c t a d o r e s resta a p e n a s p r e s e n c i a r m o m e n t o s f u g i d i o s de

pureza

n a t u r a l e a b s o l u t a e m u m m u n d o c o n d e n a d o . AM

i.'i

I


N n v . i Z e l â n d i a ( G l i t t e r o n ) 118 m i n .

I ii|i< nlnr Idioma:

inglês

Direção: Geoff

(1983) (Anzac

Wallace)

é um

rastreador

maori

a serviço

da m á q u i n a

colonialista

britânica na Nova Zelândia. Tendo fugido q u a n d o u m d e s t a c a m e n t o d o exército ao qual Murphy

Produção: Don Blakeney, Geoff

Murphy

servia ataca sua aldeia, ele se declara " n a t i v o " e reivindica utu (vingança). E m reúne

um

bando

de saqueadores

que atacam

as propriedades

dos brancos

seguida na

zona

rural. N o final, o u t r o rastreador m a o r i a serviço d o s ingleses, W l r e m u ( W i Kuki Kaa), o

ROtllro: K e i t h A b ç r d e i n , G e o f f

Murphy fotografia: Graeme Musica: John

UTU Te W h e k e

Cowley

mata

em

um

fratricídio

Representando

Charles

llenco: Anzac Wallace, Bruno

ritual, do tipo

que não é multas

vezes

Imaginado

fora

de

adaptações de Shakespeare. de forma

admirável

os levantes reais d o s m a o r i s q u e m u d a r a m

a

história da N o v a Z e l â n d i a , Utri é o relato f i c c i o n a l d a q u e l a q u e t a l v e z t e n h a sido a única

I awrr'nce, T i m Elliott, Kelly J o h n s o n ,

resistência indígena

W l Knki Kaa, Tania Brlstowe, Nona

d a d e a o p e r s o n a g e m Te W h e k e , u m s í m b o l o d e s e u s I r m ã o s h i s t ó r i c o s , a s e n s i b i l i d a d e

Kudgers, Merata Mita, Faenza I-1111><• 11. T o m P o a t a ,

Martyn

Sanderson, J o h n Bach, Dick Puanaki, '.can Duffy, Ian W a t k i n

bem-sucedida

à colonização britânica. Ligando essa feroz tenaci-

crítica d o f i l m e g a n h a força m o r a l e n q u a n t o , ao m e s m o t e m p o , c o m e n t a a n e c e s s i d a d e de autodeterminação. Seu impacto só é a u m e n t a d o pelo desenvolvimento

ambivalente

de diferentes tipos de utu por meio de u m a trama baseada e m episódios que progride e m espiral até u m a conclusão s e r e n a m e n t e

violenta.

Alistado pelo p o m p o s o coronel Elliot (Tim Elliott), o t e n e n t e S c o t t (Kelly J o h n s o n ) , um

neozelandês

branco, deve

usar sua experiência

tática

de luta

antiguerrilha.

Ao

l o n g o d e sua j o r n a d a , ele se a p a i x o n a por Kura (Tania B r i s t o w e ) , u m a m a o r i q u e W h e k e i r á a s s a s s i n a r , c r i a n d o o u t r a utu. firmeza

O diretor e co-roteirista Geoff M u r p h y teve, portanto,

s u f i c i e n t e para n ã o t r a n s f o r m a r W h e k e n e m e m herói r e n e g a d o n e m e m

um

criminoso enlouquecido. Sua transformação de Kiwi Uncle Tom e m u m patriota sedento por s a n g u e t e m s u a s m o t i v a ç õ e s . Da m e s m a f o r m a há m o t i v a ç ã o na I n s a n i d a d e v i n gativa de Williamson (Bruno Lawrcnce), u m colono branco que t e m sua mulher assassin a d a e a p l a n t a ç ã o d e s t r u í d a e m u m d o s a t a q u e s d e W h e k e . M a i s n o t ó r i o para a repercussão duradoura do filme, c o n t u d o , é o papel central d e s e m p e n h a d o por W i r e m u . Reconhecendo os ventos de mudança, sabe que W h e k e é seu irmão, m a s reconhece que lhe cabe a tarefa de fazer justiça sacrificando a l g u é m de seu próprio s a n g u e c o m vistas a u m futuro aparentemente inevitável e m que klwis e europeus estarão A o l o n g o d e t o d a a s u a d u r a ç ã o , Utu cenários

da

Nova

Zelândia,

bons

Integrados.

t e m u m a bela p r o d u ç ã o c o m os

desempenhos

do

elenco,

rompantes

exuberantes de

violência

s e l v a g e m imprevisíveis e u m a perspectiva não-eurocêntrica. Trágico, o filme de M u r p h y é ainda assim u m drama brilhante e u m a realização notável.

GC-0


LAÇOS DE TERNURA

(1983)

(TERMS OF ENDEARMEIMT) I

romance

• Inema,

d e Larry

Pra lá dojíim

i lisslco filme •motiva

McMurtry

- também

do mundo

e H o r s e m a n , Pass

d èMartin

difícil

R i t t , O indomado,

e desgastada

autor

de A última By (no

qual

d e 1963) - s o b r e

entre m ã e e filha foi traduzido

sessdo

uma em

relação

um

bem-

• 1 cedido e p r e m i a d o f i l m e p e l o r o t e i r i s t a c d i r e t o r J a m e s L. B r o o k s . A t é I n n i i n u a s e n d o um e x e m p l o d e c o m o f a z e r u m d r a m a l h ã o dl

Micesso Debra

hnma,

n o ápice

protagonista

e filha

d a sua teimosa

m o s , desde a tentativa de E m m a Flap H o r t o n

quando

hoje

hollywoodiano

comercial.

Winger,

carreira

nos

anos

d a possessiva

80, faz

e por vezes

Aurora (Shirley M a c L a i n e ) . Laços de ternura a c o m p a n h a

Infiel)

de

foi b a s e a d o o

Emma

(Jeff

está

sufocante

a relação delas durante

vários

de se libertar de sua m ã e c a s a n d o c o m o folgado (e

Daniels) até u m a

morrendo

o papel d e

espécie de acordo de paz entre m ã e e

de câncer.

Embora

o

filme

seja

claramente

feito

filha para

I X t r a i r l á g r i m a s , B r o o k s c o n s e g u e m a n t e r s o b c o n t r o l e o s e n t i m e n t a l i s m o e, a o fazê-lo, permite q u e seu elenco e n c e n e u m a das m a i s c o m o v e n t e s cenas de leito de m o r t e n a historia r e c e n t e d o

cinema.

E U A ( P a r a m o u n t ) 132 m i n . M e l Idioma:

D i r e ç ã o : J a m e s L. B r o o k s P r o d u ç ã o : J a m e s L. B r o o k s

I ilha - s u r g e n a s c e n a s c o m S h i r l e y M a c L a i n e e J a c k N i c h o l s o n c o m o o a s t r o n a u t a

Garrett

baseado nO

R o t e i r o : J a m e s L. B r o o k s , livro d e Larry

McMurtry

Fotografia: Andrzej

U m lado m a i s leve - u m alívio para as l á g r i m a s e para as palavras p e s a d a s de m ã e e

Música: Michael

Bartkowi.il

Gore

Elenco: Shirley MacLaine,

Deliu

Kreedlove, e m atuações premiadas c o m o Oscar. É durante os m o m e n t o s entre esses dois

Winger, Jack Nicholson,

• Mores e x p e r i e n t e s q u e o f i l m e r e a l m e n t e ferve, s o b r e t u d o q u a n d o Garrett, exibindo

Devito, Jeff Daniels, John I

sua

Lisa H a r t C a r r o l l , B e t t y

.11 i t u d e n ã o - e s t o u - n e m - a í , d i r i g e c o m A u r o r a p e l a p r a i a b e m n a b e i r a d a s o n d a s . Ao lado das atuações sutis de Winger, Daniels, John Lithgow (como o h o m e m q u e m E m m a t e m u m c a s o d e p o i s da i n f i d e l i d a d e d e Flap) e D a n n y D e v i t o ( c o m o pretendente de Aurora), os d e s e m p e n h o s de Nicholson e M a c L a i n e e m Laços de l o u b a m a cena e a m e a ç a m t o m a r o f i l m e inteiro. No e n t a n t o , o ex-diretor d e Brooks (que faria outro f i l m e c o m

N i c h o l s o n - Melhor

é impossível,

com outro ternura

televisão

vencedor do

Oscar

e m 1997) d á u m r i t m o t ã o á g i l a o f i l m e , m i s t u r a n d o a s t u t a m e n t e h u m o r e t r a g é d i a , q u e suas

estrelas

modernas. J B

apenas

reforçam

esse

olhar

melancólico

sobre

a s relações

familiares

li 11

inglês

Danny IthgOW,

King.

H u c k l e b e r r y Fox, Troy l.ishnp.

Mui»

S e r w i n , M e g a n M o r r i s , Tara Y e a k e y , N o r m a n Bennett, Jennifer Josey O s c a r : J a m e s L. B r o o k s ( m e l l i o i f i l m e ) , J a m e s L. B r o o k s (diretor), J a m e s L. B r o o k s ( r o t e i r o ) ,

Shirley

M a c L a i n e (atriz), J a c k Nichcih

(.um

coadjuvante) Indicação ao Oscar: Debra (atriz), J o h n L i t h g o w

Wlngei

(ator

c o a d j u v a n t e ) , Polly Platt, t o m

ivdlgo

( d i r e ç ã o d e a r t e ) , R i c h a r d M.11I •. (edição), M i c h a e l Gore (músii a). D o n a l d O. M i t c h e l l , Rick Kliiie, kevlii 0 ' C o n n e l l , J a m e s R. A l e x a n d e i (••

1


0 QUARTO HOMEM <1983)

Holinda (De Verenigde

í lederlandsche) 105 m i n . C o r Idioma:

(DE VIERDE MAN)

holandês

Direção: Paul

Fechando

Verhoeven

Produçio: Rob Houwer

em

lloli'lro: Gerard S o e t e m a n , no

livro d e Gerard

baseado

Reve

So

de

termos de humor Hltchcock

sua Renée

nilijk, T h o m H o f f m a n , Dolf d e

Vr !<••., G e e r t d e J o n g , H a n s V e e r m a n , Htro M u l l e r , C a r o l i n e d e B e u s , •

antes

d e partir

negro c o m O q u a r t o

para

os campos

férteis

u m a espécie de apoteose

homem. Essencialmente

se este diretor tivesse explicitado ainda

Hedda

Paul Nygaard, G u u s v a n der

Made

fonte

d e renda,

possa

ter m a t a d o

homossexualidade, m a s ainda qual Soutendljk vítima

11 B u s s e m a k e r , E r i k J . M e i j e r ,

U i s u l d e Geer, Filip B o l l u y t , 1 in

européia

Paul Verhoeven atingiu

mais

u m filme

seu medo

da

de

trash

n o estilo

sexualidade

u m g a y e n r u s t i d o . E l e s u s p e i t a q u e R e n e é S o u t c n d i j k , u m a rica b i s s e x u a l q u e é t a m b é m

Dlkker

1 lenço: leroen Krabbé,

fase

f e m i n i n a , O q u a r t o h o n r e m é e s t r e l a d o porJ e r o e n K r a b b é c o m o u m escritor alcoólatra e

Intografia: Jan de Bont MILLIE.1:lock

sua auspiciosa

H o l l y w o o d , o diretor holandês

número

Confuso

assim

se diverte. Continua

o s três

primeiros

maridos.

Krabbé

explorando-a,

mesmo

quando

teme

Krabbé

se

pela

aversão

a

si

mantém

mesmo,

a verdade

as

suspeitas

de

propositalmente

as expectativas

criadas. Na verdade, Verhoeven

Gerard S o e t e m a n

Intencionalmente

intensificam.

turva. Ele preenche o

c o m u m óbvio simbolismo católico e premonições de morte, brincando

roteirista

tornar-se a

quatro.

Verhoeven, contudo,

com

odeia sua

n ã o consegue deixar d e seduzir o garotão c o m o

afirmou

adicionaram

mais

filme

perversamente

tarde q u e ele e o

alegorias

supérfluas

e por

vezes Irrelevantes só para d e s c o n c e r t a r o s críticos, e, c o m certeza, o f i l m e é Imprevisível. V e r h o e v e n

retornaria

I n s t i n t o selvagem

mais

tarde

ao mesmo

(1992), m a s e s s e o u t r o

recapturar o h u m o r c a energia tortuosa

OREI DA COMEDIA

1 H A Ii ox, I m b a s s y ) 101 m i n . In

iillniii.i: i n g l e s

V i n d o l o g o a p ó s Taxi

Dlrccao: Martin

Scorsese

I ' M I C I I K .in: A n i o n

S c o r s e s e , O rei

Milchan

Scorsese

Mnirlro: P a u l D. Z i m m e r m a n n

M11-.U.1: R o b b i e

Schüler

Bernhard,

H a r k , Ed Herlihy, L o u

rupper,

bilheteria

de O quarto homem.

JKL

(1983)

Niro),

da

( 1 9 7 6 ) e Touro

driver

comedia,

n o s f a z rir c o m a e s t r a n h a

cuja

obsessão

é

i n d o m á v e l

(1980), o f i l m e s e g u i n t e d e M a r t i n

parece c o m p a r a t i v a m e n t e

tornar-se

narrativa

leve n o Início. C o n t u d o ,

do fracassado

apresentador

de

Rupert

televisão,

Pupkin uma

enquanto

(Robert D e inquietação

Robertson

I n.ihunr Abbott, Sandra

mi

de

constante quepermeia o filme.

Elenco: Robert D e Niro, Jerry Lewis,

Ihtlley

c o m o sucesso

b e macabado, não conseguiu

(THE KING OF COMEDY)

hnlcolor

l o i o g r a f i a : Fred

cenário

filme, tão mais

Brown,

P e t e r P o t u l s k i , V i n n ie

..ILI"., W h i t e y Ryan, D o c Lawless, M.11I.1 H e f l l n , K a t h e r i n e

Wallach,

' Ii U L I " , k.ili'in.) Irstlv.il de Cannes: Martin l i i ' l l i .11.10 ( P a l m a d e O u r o )

O sorriso confiante d e D e Niro carrega tantas a m e a ç a s q u a n t o suas a t u a ç õ e s grandiosas, e sua imprevisível conectada Ambos

Masha

(Sandra

Bcrnhard)

avisos

de qualquer

sobre

centro

as figuras

solitárias

e talvez

urbano. O elemento-chave

perigosas

existentes

na

neste filme, c o n t u d o , é Jerry

Lewis, a t u a n d o c o m o o apresentador d e televisão Jerry Langford. Após tantos a n o s f a zendo papel de panaca, dessa vezele n o sapresenta u m aversão quase arrogante,

Scorsese,

mais

parece estar t ã o des-

da realidade q u esuas eventuais aparições irradiam u m a aura de ansiedade.

s ã o claros

periferia

colega

amar-

ga e d e s g a s t a d a d e si m e s m o . Essa ruptura d r a m á t i c a criada p o r L e w i s e m relação à s u a p e r s o n a pública borra a diferença entre fato e ficção, r e a l ç a n d o a i n d a m a i s a s ilusões d e Pupkin e M a s h a . C o n t u d o , Scorsese parece t a m b é m estar interessado n o poder e n a s armadilhas

da fama

e m geral a o apresentar

O r e i da

comédia

placável sobre a supervalorlzação d a s celebridades cultivada

como

u m a acusação i m -

por nossa sociedade.

JKL


OS ELEITOS (1983)

E U A ( T h e L a d d C o . ) 193 m i n . Technicolor

(THE RIGHT STUFF) Este d r a m a

Direção: Philip

épico d etrês horas d eduração celebrando

o inicio d o programa

espacial

11 i | > u I a d o n o r t e - a m e r i c a n o c o n t a c o m u m g r u p o d e a t o r e s q u e e s t a v a p r e s t e s a c h e g a r a o i-.i r e l a t o ( E d H a r r i s , D e n n i s Q u a i d e , e n t r e o u t r o s , J e f f C o l d b l u m e m u m p e q u e n o cómico). A sgrandes expectativas e m relação a o filme vieram

por água

papel

abaixo c o m o

modesto retorno d e bilheteria, se c o m p a r a d o a o grande o r ç a m e n t o . C o n t u d o , as t o m a d a s lo c o n v e n c i o n a i s d o r o t e i r i s t a c d i r e t o r P h i l l i p K a u f m a n s o b r e o h e r o í s m o e s u a s i m p r e s ionantes imagens recompensaram

O s eleitos c o m o i t o i n d i c a ç õ e s a o O s c a r

(incluindo

Melhor Filme) e quatro premlações, a l é m d e u m grupo significativo d e admiradores, para os q u a i s a s s e q ü ê n c i a s a é r e a s e e m ó r b i t a d a T e r r a p e r m a n e c e m p u r o ê x t a s e .

Kaufman

Produção: Robert Chartofl. Iiwin Winkler

baseadi

Roteiro: Philip K a u f m a n , livro d e T o m

Wolfe

Fotografia: Caleb

Deschanel

M ú s i c a : Bill C o n t i M ú s i c a n ã o original: G u s t a v e I lo E l e n c o : S a m S h e p a r d , S c o t t (,lem Harris, D e n n i s Q u a i d , Fred W . i n l ,

O f i l m e foi a d a p t a d o d a crônica não-ficcional d e T o m W o l f e , u m best-seller realista e

V e r o n i c a C a r t w r i g h t , P a m e l a Keeri,

revelador s o b r e o s a s t r o n a u t a s d o p r o g r a m a M e r c u r y . O s eleitos c o n t r a p õ e a c o r a g e m e a s

S c o t t P a u l l n , C h a r l e s F r a n k , I am e

proezas d o piloto Chuck Yacger ( S a m Shepard, perfeito no papel d e aviador despreocupado,

H e n r i k s e n , D o n a l d M o f f a t , I evon

um

individualista

pouco

refinado)

durante

os ousados

-

m a srelativamente n ã o

c o m e m o r a d o s - v ô o s e x p e r i m e n t a i s para q u e b r a r a barreira d o s o m à s e l e ç ã o , t r e i n a m e n t o e exibição na m í d i a d e pilotos-astronautas m a i s c o m p e t i t i v o s , f o r m a n d o u m g r u p o d e elite lipicamente a m e r i c a n o : " o seleitos". O s retratos afeiçoados d o spilotos, b e m - h u m o r a d o s e

Helm, Mary Jo Deschanel O s c a r : J a y B o e k e l h e i d e ( e l e i i 1II s o n o r o s ) , G l e n n Farr, Lisa Frui htmin S t e p h e n A . R o t t e r , D o u g l a s '.lew.111. T o m Rolf ( e d i ç ã o ) , Bill C o n t i

(múlli 1)

realísticos, s ã o c o l o c a d o s contra o p l a n o d e f u n d o d e u m a visão d i s t i n t a m e n t e satírica d a

M a r k B e r g e r , T h o m a s S c o t t , Rand)

tórrida

T h o m , David MacMillan

espacial

durante

a Guerra

Fria, c o m p o l í t i c o s d e s e s p e r a d o s

conquistas d o s soviéticos, e x p o n d o a o perigo e p r o p a g a n d e a n d o instantâneos q u efaziam parte do sonho

para

minimizar as

u mbando

d e heróis

encontrar

Yaeger a p ó s a q u e d a d e seu avião m o s t r a u m d o s h o m e n s a p o n t a n d o para u m p o n t i n h o e perguntando,

inseguro: "Aquilo

é u mhomem?"

Corte para

a figura

semicarbonizada,

(som)

Indicação a o Oscar: Irwin W i n ! I n Robert Chartoff (melhor

americano.

Há m u i t o s m o m e n t o s m e m o r á v e i s : a e q u i p e d e socorro e m disparada para

filme). Sim

Shepard (ator coadjuvante),

Geotliry

Kirkland, Richard Lawrence, w S t e w a r t C a m p b e l l , P e t e r R.

Romero

J i m P o y n t e r , G e o r g e R. N e l s o n

c a m i n h a n d o arrogante e corajosamente e m m e i o a o s destroços f u m e g a n t e s , e d e volta

( d i r e ç ã o d e a r t e ) , C a l e b D c s c liaoel

para o e x u l t a n t e c o m p a n h e i r o d e Y a c -

(fotografia)

g e r ( L e v o n H e l m , d e T h e Bana.

hl

Barbara Hershey, K i m Stanley,

também

narrador d ofilme): "Pode apostar q u e sim!"

O u ainda

Alan

Shepard

(Scott

G l e n n ) , a n s i o s o t a n t o para urinar q u a n to para entrar na história, e n q u a n t o s u a vigília n a c á p s u l a d o f o g u e t e S a t u r n o é dolorosamente prolongada. O vôo orbital d e J o h n

Glenn

(Harris) é a g r a c i a d o

c o m u m viés místico e t e r m i n a e mu m a reentrada

tensa

na atmosfera,

irrom-

pendo n u m a cena c o m confetes e serpentinas n otriunfal desfile após o regresso. Há ainda Gordo Cooper (Quaid), convencido

e sorridente, admirando a

"luz celestial" refletida e m s e u c a p a c e te. O f i l m e bom

é eletrizante,

incluindo o

u s o da sinfonia d e Gustav

The P l a n e i s , e m c o n j u n t o

Hoist,

c o m a pre-

m i a d a t r i i h a s o n o r a d e Bill C o n t i . A E

1,0


F U A (Institute for Regional

KOYAANISQATSI

E d u i a t i o n , S a n t a Fe) 87 m i n . C o r

Como

Idiomas: inglês / hopi

longa de vanguarda

Direção: Godfrey

g e m sociopolítica séria - o diretor G o d f r e y Reggio a n u n c i o u d e s d e o c o m e ç o q u e

Reggio

1'rodução: G o d f r e y

Reggio

Roteiro: R o n F r i c k e , M i c h a e l Ifrey R e g g i o , A l t o n I litografia: Ron

produção Hoenig,

Walpole

em

apenas

película

a fase

música

minimalista

inicial de

comercial

de

uma

35mm

Godfrey Reggio, indicação (Urso

de

incessante e uma

trilogia

tendo

qatsi,

como

alvo

que a

cm

Embora

esta

filmada

distribuição

1988 e p r o b l e m a s d e

c i a m e n t o i m p e d i r a m R e g g i o d e c o n c l u í - l a a t é 2 0 0 2 , q u a n d o Naqoyqatsi pronto.

seria

um

mensa-

em

circuito.

A s é r i e n ã o c o n t i n u o u a t é a e s t r é i a d e fowaqqatsí Hoenig

I c l i v a l Internacional de Berlim:

Ouro)

inteiramente

(1983)

K o y a a i r i s q c i t s i n ã o f o s s e o u s a d o o s u f i c i e n t e p o r si s ó -

s e m historia, c o m

d e 1983 e r a

cinemas do grande

Fricke

M ú s i c a : Philip Glass, M i c h a e l

se u m filme c o m o

todas

as

três

partes

tenham

admiradores,

finan-

finalmente

Koyaanisqatsi

é

ficou

a

maís

c o m p l e t a , c o m seu podei de provocar a m e n t e , espantar os olhos e e n c a n t a r os ouvidos. O f i l m e é f u n d a m e n t a d o sobre três idéias a u d a c i o s a s . U m a é o desejo de Reggio d e criar u m n o v o tipo de c i n e m a atraente c sensual no qual todos os parceiros criativos o fotógrafo Ron Fricke, o c o m p o s i t o r Philip Glass c ele próprio, c o m o diretor igualmente

responsáveis, fazendo

contribuições

equivalentes

para

o resultado

O u t r a ¡déla é sua convicção d e q u e o público e m geral apoiaria u m f i l m e se ele a p r e s e n t a s s e idéias i m p o r t a n t e s

de uma

terceira é seu c o m p r o m i s s o c o m a m e n s a g e m

maneira

final.

não-narrativo

atraente e despretensiosa.

A

no coração da trilogia: que a natureza

e

a c u l t u r a p e r d e r a m s e u equilíbrio a n c e s t r a l na era m o d e r n a c p o d e m fugir do se a h u m a n i d a d e não atentar para os perigos gerados por sua arrogância

controle

tecnológica.

Fiel a o t í t u l o - u m a p a l a v r a q u e s i g n i f i c a " v i d a fora d e e q u i l í b r i o " na l i n g u a g e m í n d i o s h o p i -, o c a l e i d o s c ó p i o d e Koyaanisqatsiapresenta tornou

instável

memoráveis

devido

usam

um

às várias

formas

de

gerar

para

atividade

humana.

As

seqüências

a m p l o leque de recursos cinematográficos, de lentes

retratar o

pensamentos

mundo

igualmente

em

imagens

originais

e

dos

i m a g e n s de u m m u n d o q u e se

ficas e m o n t a g e n s rápidas a fotografia de lapso de t e m p o c c a m e r a s c o m variáveis

-

fossem

velocidades

originais e Inusitadas, projetadas

inusitados

sobre

questões

mais

anamór-

para

ecológicas

e

ambientais. A visão de Reggio retoma elementos importantes de cineastas experimentais

ante-

riores - as influências de S t a n B r a k h a g e e Hilary Harris são e s p e c i a l m e n t e fáceis de n o tar - ao m e s m o t e m p o que consegue alcançar u m

público maior do que qualquer

n e a s t a d e v a n g u a r d a j á c o n s e g u i u . O a p e l o a t u a l d e Koyaanisqatsi de Reggio.

DS

é a prova do

ci-

sucesso


I ;A UMA VEZ NA AMERICA mm (ONCE UPON A TIME IN AMERICA) Sergio Itália

L e o n e g a s t o u t a n t o t e m p o a t r a i n d o atores para f i l m a r s e u s n o t á v e i s faroestes

q u e a l o c a ç ã o d e E r a u m a v e z n a América

marcou uma

mudança

radical. E m

na vez

dos a m p l o s e s p a ç o s a b e r t o s d o d e s e r t o , L e o n e c o n s t r u i u u m a r e p r o d u ç ã o e l a b o r a d a

do

i nwer East Side d e Nova York, o n d e se passa sua história, m o s t r a n d o várias gerações

de

gangsteres judeus (um tipo c o m p l e t a m e n t e diferente de atirador) cruzando

caminhos

e lutando entre siao longo dos a n o s . C o m e ç a n d o d u r a n t e a é p o c a d a Lei S e c a e c o n t i n u a n d o a t é o f i n a l d o s a n o s 6o, o l rime a c o m p a n h a

os parceiros de crime Robert De Niro e J a m e s W o o d s , dois líderes d e

gangues cujas diferenças de visão inevitavelmente

levam a um

Niro) é m a i s c a l a d o e p r o p e n s o à d e p r e s s ã o , e n q u a n t o

conflito. Noodles

(De

Max (Woods) é seu oposto, u m

i n m p l e t o c a b e ç a q u e n t e . O f i l m e n o s m o s t r a a d u p l a e m t r ê s a n o s e s p e c í f i c o s - 1921, 1933 e 1 9 6 8 - e c a d a incapacidade para

vez q u e

reencontramos

o spersonagens

nos lembramos

d e sua

mudar.

C o m q u a s e q u a t r o h o r a s d e d u r a ç ã o , Era uma

v e z na América

é o filme mais longo e

( o m p a s s a d o de Leone. A narrativa paciente segue e m seu ritmo c o m a m e s m a b r u m a

que

e n c o n t r a m o s no antro de ópio o n d e Noodles reflete sobre sua vida inconstante. C o m o

de

habito, Leone dá grande atenção aos detalhes de época e à composição, n o v a m e n t e enfatizando sua preferência pelo poder das I m a g e n s sobre os diálogos. Sua história

transcorre

entre olhares incandescentes, olhadas obscenas e escárnio mal disfarçado. Este filme é apoiado

p o rm a i s

uma

trilha

sonora

brilhante

d e seu

veterano

colaborador

Ennlo

Morricone, cujo uso f r e q ü e n t e de u m a flauta de pã é b e m a d e q u a d o ao m a t e r i a l . I n f e l i z m e n t e L e o n e m o r r e u p o u c o d e p o i s d a p r o d u ç ã o d e Era uma mas o filme tornou-se a conclusão fascinante de u m a

não

assim

representativos

do infalível b o m g o s t o d o diretor e d e seu controle c o n f i a n t e sobre t o d o s os 1I0 p r o c e s s o d e c r i a ç ã o . J K L

América,

carreira n o t á v e l . A p e s a r de

nos oferece outros tipos de prazeres, m a i s sutis e mais lentos, p o r é m

Technicolor Direção: Sergio

Leone

Produção: Arnon

Milchan

R o t e i r o : L e o n a r d o B e n v e n u i 1, t e n D e B e r n a r d i , E n r i c o M e d i o l l , 11. Arcalli, Franco Ferrini, S c i g i u 1 e E r n e s t o G a s t a l d i , b a s e a d o 110 livro

vez na

ter a m e s m a força e i n v e n t i v i d a d e de a l g u n s d e s e u s w e s t e r n s s p a g h e t t l , ainda

E U A / I t á l i a (Embassy, PSO, u.ili.m W a r n e r B r o s . , W i s h b o n e ) z z / min

parâmetros

The Hoods, de Harry Grey F o t o g r a f i a : T o n i n o Delli Colli Música: Ennlo

Morricone

E l e n c o : R o b e r t D e N i r o , fames W

||

Elizabeth M c G o v e r n , Treat Willi.me. T u e s d a y W e l d , J o e P e s c i , Bui 1 Y o u n | D a n n y Aiello, William

Foisythe,

J a m e s H a y d e n , Darlanne I luegel, Larry Rapp, D u t c h Miller, Harper, Richard

Bright

Robert


SCARFACE (1983) A refllmagem

atualizada

d o clássico d e gângsteres Scarface, d e Howard

H a w k s (1932), é s a n g r e n t a , e x a g e r a d a , u l t r a j a n t e e b r i l h a n t e m e n t e tada pot Brian d ePalma, além de ostentar o d e s e m p e n h o

h i s t r i ó n i c o d eA l P a c i n o . Q u a n d o foi l a n ç a d o , parecia ser u m a radical I »

para

D e Palma,

longe

d e seus

tradicionais

arquite-

inesquecível e

jogos

mudança

n o estilo d e

Hitchcock c o m v o y e u r s , janelas e duplos de u m s óp e r s o n a g e m . Hoje

em

dia, Scarface i c o n s i d e r a d o o a u g e de Brian de P a l m a , u m tratado sobre a fragilidade das c o n d i ç õ e s da m a s c u l i n i d a d e e da política do poder. O filme começa c o m u m documentário detalhando a onda de refugiados cubanos que invadiram os Estados Unidos, adicionando uma são política que transforma

completamente

dimen-

o padrão estabelecido

pelo

original de H a w k s . Tony M o n t a n a (Pacino) percebe, c o m rapidez, que o crim e e o a s s a s s i n a t o s ã o as m e l h o r e s m a n e i r a s de sair d o g u e t o de i m i g r a n tes. Sua a s c e n s ã o e queda c o m o gãngster m o d e r n o são traduzidas e m estilo

espetacular

e pomposo:

De Palma

usa

cada

oportunidade

um para

r e a l ç a r a m o d a e o f r e n e s i m u s i c a l d o s a n o s 70 c o m o c o n t r a p o n t o a t o d a a carnificina e traição presentes no filme. O s críticos apressaram-se e m apelidar essa a b o r d a g e m ao original d e Hawks

(com

roteiro

d e Oliver Stone)

d e primeiro

gãngster

épico

m o d e r n o " . Tony até m e s m o fala d e s i próprio e m t e r m o s q u e "O gãngster como "Você

precisa

herói trágico", o clássico ensaio d e Robcrt

d em i m , e usou o bandido!"

ele diz. M e s m o

"pós-

relembram Warshow.

assim,

com

toda a sua fascinante autoconsciência, esta é u m a narrativa grandiosa, no velho estilo, I D A ( U n i v e r s a l ) 170 m i n . T e c h n i c o l o r

Idiomas:

inglês / espanhol

Direção: Brian De

Palma

Produção: M a r t i n

Bregman

De

num

llvio d e A r m i t a g e Trail e n o r o t e i r o d e i'i { : d e S c a r f a c e , a vergonha

de

uma

Ml.

helle

Pfeiffer, M a r y

olon,

Bauer,

Elizabeth

1. M u r r a y A b r a h a m ,

Miriam

Paul

11111.11. H a r r i s Y u l i n , A n g e l S a l a z a r , Ainalrio Santana, Pepe Serna, Michael p M n i . i n , AI I s r a e l , D e n n i s

a u m novo

extremo

melodramático

dos

temas

clássicos d o

Holahan

inexo-

rável do poder. O s s o n h o s d e Tony de controle a b s o l u t o - s o b r e seu corpo, sobre o coração e a lealdade daqueles próximos a ele e sobre o terreno de seu império Depois

d e cheirar

montanhas

d e cocaína,

não

consegue

nem

mesmo

criminoso.

ver, e m s u a s

matá-lo.

sa d e D e P a l m a n o s dá u m a e m o ç ã o s u b v e r s i v a por e s t a r m o s o b s e r v a n d o u m

M l S t r a n t o n i o , Robert Loggia, 1

leva

M a i s do q u e q u a l q u e r f i l m e de desastre feito d e s d e os a n o s 70, a obra-prima

Moroder

I l e n ç o : Al P a c i n o , S t e v e n

nos

câmeras de vigilância, aqueles que v ê m

Hawks

I n t o g r a f l a : J o h n A. Alonzo Musica: Giorgio

Palma

gênero de gângsteres: a o b s e s s ã o do herói c o m o controle territorial e a perda

Rottlro: O l i v e r S t o n e . b a s e a d o

floi Í 0 , d e H o w a r d

e seu impacto catártico e apocalíptico é tremendo.

controver-

microcosmo

s o c i a l e x p l o d i r e m m i l f r a g m e n t o s , e n q u a n t o u m d i r i g í v e l a n u n c i a : " O m u n d o é s e u . " AM


A BALADA DE NARAYAMA (1983)

J a p ã o ( T o e i ) 130 m i n . C o r

(NARAYAMA BUSHI-KO)

Idioma: japonês Direção: Shohei

i sic estranho f i l m e é u m a crônica de vidas e m o r t e s dos habitantes de u m a aldeia "

remota,

nlia e m u m a região m o n t a n h o s a do J a p ã o do século XIX. A o c o m p l e t a r 70 a n o s , cada a l -

d e ã o d e v e ser c a r r e g a d o n a s c o s t a s d e u m p a r e n t e d o sexo m a s c u l i n o a o l o n g o d e u m a t r i lha m o n t a n h o s a e s c a r p a d a a t é o c e m i t é r i o d e N a r a y a m a e, d e p o i s , d e i x a d o lá p a r a m o r r e r . A balada

está centrada e m u m a família matriarcal, chefiada por Orin

de Narayama

('.umiko S a k a m o t o ) , q u e está p r ó x i m a de s e u a n i v e r s á r i o d e 70 a n o s . O diretor Imamura

retrata

a vida

na aldeia

d e forma

aomesmo

tempo

severa

de

Fukazawa Tochizawa Ikebe

mulher, Orin

•.ao r e v e l a d a s d e s s a f o r m a , n u m a e x i s t ê n c i a v í v i d a , p o r é m b r u t a l e b á s i c a . completa

Shichirô

baseado

Bushi-Ko,

Música: Shinichirô

latlsfaz suas necessidades c o m o cachorro de u m vizinho. A aldeia e a família de

d o filme, Orin

n o l i v r o Narayama

Fotografia: Masao

ierrados vivos. U m j o v e m sexualmente frustrado, Incapaz de encontrar u m a

segmento

Roteiro: Shohei Imamura,

Shohei

fome, se os m e m b r o s de u m a família p e g a m m a i s do q u e sua cota d e c o m i d a , são en-

último

Tomoda

e surrealista,

revelando os d e s e j o s rústicos e a sd i f i c u l d a d e s q u e m o v e m os a l d e õ e s . E m é p o c a s d e

No

Imamura

P r o d u ç ã o : G o r o K u s a k a b e , Jlro

70 anos, e seu filho

Elenco: Ken Ogata, Sumlko S a k a m o t o , Takejo Aki, Tonpel

Ryutaro T a t s u m i , J u n k o Takad.i, Nijiko K i y o k a w a , M i t s u k o

Balsho

Imamutl

Festival de Cannes: Shohei mais

velho,

u s u h e i ( K e n O g a t a ) , d e v e levá-la para N a r a y a m a . A j o r n a d a e m m e l o às p a s s a g e n s m o n t a n h a é a i n d a m a i s d i f í c i l d o q u e a v i d a n a a l d e i a . E, c o n f o r m e a j o r n a d a

Hldll

Seiji K u r a s a k i , K a o r u S h i m a n i o i i .

(Palma de Ouro)

na

prossegue,

latsuhel o b s t i n a d a m e n t e persevera e Orin encara sua mortalidade graciosamente. Acab a m o s nos d a n d o conta de q u e o c u m p r i m e n t o desse ritual e x t r a v a g a n t e m e n t e

desne-

' e s s á r i o é o q u e t o r n a o s a l d e õ e s h u m a n o s . RH

AMADEUS

(1984)

E U A ( S a u l Z a e n t z ) 160 m i n . C o r

A escolha d odiretor t c h c c o M i l o s F o r m a n d o a m e r i c a n o T o m H u l c e c o m o o risonho e

Direção: Mllos

Forman

brincalhão c o m p o s i t o r austríaco W o l f g a n g A m a d e u s M o z a r t contrasta c o m os cenários

Produção: Saul

Zaentz

opulentos e os detalhes de época que p r e e n c h e m esta biografia épica. M a s a atuação a g i t a d a e h i s t r i ó n i c a d e H u l c e c o m o o b r i l h a n t e enfant idéia d e q u e

uma

música

terr/blccstá e m h a r m o n i a c o m a

m a i o r q u e a vida d e v e fluir a partir d e u m a

personalidade

R o t e i r o : P e t e r S h a f f e r , b a s e a d o em sua

peça

Fotografia: Miroslav

Ondricek

Música não original: Johann

l a m b e m maior que a vida. Hulce saltita e desfila pelas cenas c o m o se reconhecesse o a n a c r o n i s m o e a tolice d e

Sebastian Bach, Wolfgang

Amadeus

M o z a r t , A n t o n i o Salieri

seus trajes c h e i o s de b a b a d o s e perucas coloridas. C o n t u d o , ele i m p u l s i o n a o f i l m e

em

E l e n c o : F. M u r r a y A b r a h a m ,

um

im-

H u i c e , E l i z a b e t h B e r r i d g e , Simon

ritmo

tão vigoroso que sua atitude d epalhaço e o sotaque americano

pouco

p o r t a m . A d a p t a d o por Peter Shaffer a partir d e sua própria peça, A m a d e u s c o n t r a p õ e o s r o m p a n t e s d ecriação inspirada e fácil à s c o m p o s i ç õ e s s i m p l i s t a s d e s e u i n v e j o s o Salieri (interpretado Salieri é m o s t r a d a

p o r F. M u r r a y A b r a h a m , a d e q u a d a m e n t e

rival

amargo). A amargura d e

c o m o piada, enquanto Mozart é retratado c o m o

u m tolo sedutor. A

prova f i n a l , c o n t u d o , se e n c o n t r a n a s c o n q u i s t a s d e s t e ú l t i m o , c o m o p o d e ser o u v i d o f o r m i d á v e l m ú s i c a e a m p l a e n c e n a ç ã o d e D o n Giovanni.

Ainda que ver m e s m o u m a

na pe-

lom

Callow, Roy Dotrlce, Christine E b c r s o l c J e f f r e y J o n e s , C h a r l e s Kay, K e n n y Blkll

Filmt),

Oscar: Saul Zaentz (melhor

M i l o s F o r m a n (diretor), Peter

Shaffll

( r o t e i r o ) , F. M u r r a y A b r a h a m

(,ri"i).

Patrlzia v o n Brandenstein,

Karel

Cerny (direção de arte), Theodor

q u e n a parte de u m a obra tão c o m o v e n t e no contexto do q u e acaba sendo u m a obra d e

P i s t e k ( f i g u r i n o ) , P a u l L e B l a n i , I III I

arte p o p possa parecer e s t r a n h o , talvez seja e x a t a m e n t e essa a idéia. F o r m a n parece ter

Smith (maqulagem), Mark

tido a intenção de modernizar a vida e as realizações de u m dos maiores gênios da tória. JKL

His-

Berger,

T h o m a s Scott, Todd Boekelheide, Christopher N e w m a n

(som)

I n d i c a ç ã o a o O s c a r : T o m H u l c c (.1101), M i r o s l a v O n d r i c e k ( f o t o g u l i . i ) , Ni n 1 D a n e v i c , M i c h a e l C h a n d l e r (eilii.ao)



I U A ( ( i n e m a 84, Euro Film

Fund,

1 l e m d a l e , P a c i f i c W e s t e r n ) 108 m l n .

Cor Idiomas:

inglês /

Direção: James

tornando

Cameron Hurd Anne

1 I I I I Í I , b a s e a d o n o s r o t e i r o s Soldier Hand,

de

e

Harlan

llllion

d o s g r a n d e s s u c e s s o s d e1984 e s u a

popularidade

a olongo das

últimas é um

do f u t u r o

triunfo do estilo sobre a t r a m a , da esperteza sobre a Inteligência e u m a c o m b i n a ç ã o

de

e l e m e n t o s que ultrapassa a s o m a das partes. Sua narrativa circular sobre a tentativa

do

futuro d e controlar o p a s s a d o para p o d e r a s s u m i r o controle d e si m e s m o - m u d a n d o , a s s i m , as premissas sobre seu próprio estado - é familiar a t o d o s os fãs da literatura d e

lotografia: Adam M u s i c a : Brad

um

duas décadas o consagrou c o m o u m clássico do género. O e x t e r m i n a d o r

Itotclro: James Cameron, Cale

I lemon w i t h a Class

(THE TERMINATOR) Este c a n d i d a t o e m p o t e n c i a l ao G o l d e n Turkey A w a r d na c a t e g o t i a " k i t s c h Z "a c a b o u s e

espanhol

Produção: Cale Anne

0 EXTERMINADOR DO FUTURO mm

Creenberg

f i c ç ã o c i e n t í f i c a d o p ó s - g u e r r a ( H a r l a n E l l i s o n , P h i l l i p K. D i c k , e o u t r o s ) e d e s e r i a d o s

Fiedel

1 linco: A r n o l d

t e l e v i s ã o ( c o m o O u t e r Limits

Schwarzenegger,

Mil hael B i e h n , L i n d a H a m i l t o n ,

ej o r n a d a

do

nas estrelas)

Logo após concluir efeitos especiais de baixo o r ç a m e n t o

Paul

Wlnfleld, L a n c e H e n r i k s e n , R i c k Rossovlch, B e s s M o t t a , E a r l

s e u s m e n t o r e s para proteger-se de q u a l q u e r o b j e ç ã o q u a n t o a o s m u i t o s furos na

nic k M i l l e r , S h a w n S c h e p p s , B r u c e M . 111 tier. F r a n c o C o l u m b u , B i l l P a x t o n , Brad U r a r d e n , B r i a n

Thompson

do

filme,

encarados

espirituosas estava

dos

na moda

C a r p e n t e r , Mad combate,

d e frente

com

Cameron

Max

como

II - A caçada

o humor

u m d a rd e o m b r o s

protagonistas. A visão na época,

adaptou

para Roger C o r m a n e J o h n

Carpenter, o diretor e roteirista

Boen,

James

deum

atestam continua,

d e L u c B e s s o n ( 1 9 8 3 ) , e The Element

futuro

filmes

desconcertante de

perplexo

o u com

sombrio, escuro

como

Fuga

d eNova

trama tiradas

e apocalíptico York,

de John

d e G e o r g e M i l l e r ( a m b o s d e 1981), O ú l t i m o d e L a r s v o n Trier (1984).

of Crime,

O e s t i l o s e g u r o d e C a m e r o n - t e c h noir, c o m o foi c h a m a d o p o r c o n t a d e u m a no filme - e sua energia cinética c o m b i n a d a as

várias

mudanças

na trama

mantêm

de

pós-guerra.

com a economia

o espectador

nanarração

suficientemente

boate

englobando distraído d o

a b s u r d o da coisa toda. Até m e s m o Arnold S c h w a r z e n e g g e r - o e p i t o m e da m á

atuação

com

corporal

s u aexpressão

aprendida

namesma

facial

fria,

escola

o sotaque

d om o n s t r o

austríaco

pesado

c a expressão

d eFrankenstein - s e torna

u m grande

p a r a o f i l m e . T o d a s a s s u a s a ç õ e s v i o l e n t a s e s u a s 10 f a l a s ( o u a l g o a s s i m ) s ã o das c o m u m a monotonia as carregadas de u m a

m e c â n i c a e u m ar f a l s a m e n t e s o t u r n o q u e a c a b a m

trunfo

executadeixando-

irresistível ironia e m vários níveis. Todos os seus diálogos c o n s i s -

t e m de frases curtas s e m m u i t a

relevância. No entanto, todos os q u e assistiram a este

fenômeno

de cor a maioria

inusitado conhecem

de Schwarzenegger.

"I'll

beback"

delas, incluindo a pronúncia

é provavelmente

a frase

mais

citada

peculiar

d etodas,

fre-

q ü e n t e m e n t e usada c o m o bordão e m s h o w s de rádio e televisão. Se a habilidade de O exterminador de envolver a audiência d e T h e R o c k y H o r r o r P i c t u r e S h o w (1975), e n t ã o a i r o n i a público a p o n t a m

remete ao culto dos

p a r a o f u t u r o , p a r a a s p i a d a s d a t r i l o g i a Pânico

sobre clichês genéricos. O m e s m o

pode ser dito d a violência

(1999-2000)

d eficção

científica

está

u mslasher

movie

Inclui u m m a t a d o r (literalmente) m e c â n i c o e u m a m o c i n h a

montadas

escrachada, sádica

b r i n c a l h o n a , e da virada da " m o c i n h a " n o f i n a l . S o b a s u p e r f í c i e d e s s e de elementos

fãs

insistente e a sgracinhas c o m o

ainda

mas

corte-e-colagem original,

que

bruta (Linda Hamilton)

menos

que

descobre sua capacidade de lutat e combater o mal. M a s , c o m o o b s e r v a m o s , a c o m b i nação

única

filme, como

d e O exterminador

é mais

d oque

a soma

d esuas

a todos os filmes geniais, não v e m de sua suposta

partes. A resposta ao originalidade. Ao

con-

trário: é a maneira c o m o o diretor j u n t a todos esses e l e m e n t o s familiares e lhes dá u m sopro de vida nova q u e resulta e m

uma

e x p e r i ê n c i a t ã o m e m o r á v e l . MT


PARIS, TEXAS

(1984)

Q u e m é a q u e l e h o m e m c a m i n h a n d o ? Travis (Harry D e a n S t a n t o n , e m seu m e l h o r s u r g e d o i m e n s o d e s e r t o t e x a n o a o s o m d a slide imediato, a possibilidade de u m a onde vai?

história

guitar

captura

Na v e r d a d e , Travis está f u g i n d o

melancólica

nossa

de u m a

papel)

de Ry Cooder.

atenção. De onde velo,

turbulenta

separação. Deixou

esposa Jane (Nastassja Kinski), que depois t a m b é m desapareceu, e seu filhinho (Hunter Carson) sob os cuidados de seu irmão, Walt (Dean

Inglaterra / F r a n ç a / A l e m a n h a O c i d e n t a l (Fox, Argos, C h a n n e l

Stockwell).

Projei Cor

l , R o a d M o v l e s , W D R ) 147 m i n .

Direção: W i m

boate

de

onde

ela

se

comporta

como

terapeuta

para

os

uma

clientes

Wim

não.

W e n d e r s fez u m d o s f i l m e s a r q u e t í p i c o s da d é c a d a d e 80. S u a visão

estética

européia, c a p t a d a v i b r a n t e m e n t e pela fotografia de p a i s a g e n s d e R o b b y Muller, f u n d e -

Roteiro: L. M . K i t C a r s o n , S a m

se m u i t o b e m c o m a sensibilidade a m e r i c a n a tocante

'.hi'pard Fotografia: Robby

sobre

laços c o m

Elenco: Harry Dean Stanton,

sobre

assja

Kinski, Dean Stockwell,

Festival de Cannes: W i m

Wicki Wenders

de O u r o ) , (prémio do júri

ei u m ê n l c o ) , ( P r é m i o e m p a t a d o c o m Viogem

FIPRESCI), a

um

homem

do escritor S a m Shepard. É u m a

que

não

consegue

se encaixai

história

na

"ordem

Citera

outros

outsiders, como

roupas e boas

a empregada

m a n e i r a s , e, e m

latina

forma

que

lhe dá

excêntricas

especial, Huntet, c o m

quem

compartilha

aulas uma

adorável relação Infantil.

Amore Clement, Hunter Carson, aro Valdez, Bernhard

a "alterldade",

s i m b ó l i c a " . D u r a n t e sua t i t u b e a n t e reentrada na civilização, Travis n a t u r a l m e n t e

Müller

M ú s i c a : Ry Cooder

(Palma

strlp-tease,

a sua própria história a t r a v é s d e u m v i d r o e s p e l h a d o - e l e p o d e vê-la, m a s ela

Wenders

iiuest

'

fazê-lo

lar e f a z e r

f r e q ü e n t e m e n t e p r o b l e m á t i c o s e solitários. E m u m a cena c o m o v e n t e , ele conta a J a n e

Produção: Anatole Dauman, Don

ii.rt

de c o m o era ter u m

parte dele. M a s nada estará b e m até q u e Travis e n c o n t r e J a n e . Ele a descobre e m Four,

sua

Hunter

Travis não quer parar d e c a m i n h a r . Aos p o u c o s , W a l t e os o u t r o s c o n s e g u e m falar, trazê-lo de v o l t a ao c o n v í v i o social, à l e m b r a n ç a

De

para

P a r i s , Texas foi u m f i l m e f u n d a m e n t a l cautelosamente

para W e n d e r s . Da m e s m a f o r m a c o m o

Travis

reajusta s u a s relações c o m a s o c i e d a d e , W e n d e r s foi aos p o u c o s

che-

g a n d o a u m acordo c o m o ato de c o n t a t histórias no c i n e m a , u m a obrigação q u e ele t i n h a a t é e n t ã o i n t e r r o m p i d o c o m a f a s e d i g r e s s i v a d o s f i l m e s e p i s ó d i c o s c o m o Alice cidades

( 1 9 7 4 ) , f a l a d o e m a l e m ã o , e No

decurso

do

t e m p o (1976).

Ele t a m b é m

das

estava

se

e m p e n h a n d o e m analisar os valores tradicionais do casamento, família e c o m u n i d a d e . Para a l g u n s , logo e m s e g u i d a essa t e n t a t i v a foi l o n g e d e m a i s a o a b a r c a r t a n t o o c o n v e n c i o n a l q u a n t o o s v a l o t e s t r a d i c i o n a i s . M a s t a n t o Paris,

Texas

cinema

c o m o Asas do

desejo

(1987) c a p t a m o m e l h o r d e a m b a s a s f a s e s d a c a r r e i r a d e W e n d e r s : a o m e s m o t e m p o a n e c e s s i d a d e d e e n c o n t r a r u m lar e o

reconhecimento

da a l i e n a ç ã o c o n t e m p o r â n e a d o m e s m o .

AM


A HORA DO PESADELO

(1984)

(A NIGHTMARE ON ELM STREET) A hora

do

o f i l m e m a i s c o n h e c i d o de W e s C r a v e n , foi ao m e s m o t e m p o u m su-

pesadelo,

BSSO c o m e r c i a l e d e c r í t i c a . M e s c l o u , c o m c r i a t i v i d a d e , h o r r o r e h u m o r , i d é i a s góticas e as c o n v e n ç õ e s

cinematográficas

dos

slasher

movies

com

efeitos

literárias especiais

i n g u i n o l e n t o s e c o m e n t á r i o s sociais sutis. D e i x o u à solta, na c o n s c i ê n c i a cultural

pop

norte-americana, u m novo m o n s t r o : Freddy Krueger, o irônico assassino de a d o l e s c e n tes e m p e t e c a d a s .

\

O s p r i m e i r o s d o i s f i l m e s d e C r a v e n , Aniversário "

(1977), h a v i a m

consagrado

(1972) e Quadrilha

macabro

o ex-professor de

inglês c o m o

um

de

sádi-

autor de filmes

de

horror de baixo o r ç a m e n t o , similares aos de Tobe H o o p e r e G e o r g e R o m e r o . D e p o i s i trabalhos

subseqüentes

não

cotresponderam

ao

que

se esperava

dele,

Craven

d e s e n v o l v e u a Idéia de u m assassino q u e vai buscar suas v í t i m a s no s o n h o delas. U m c u s t o i n f e r i o r a 2 m i l h õ e s d e d ó l a r e s , A hora

do

nhecidos e atores de filmes B (incluindo J o h n n y estréia) e foi c o n c l u í d o e m mais

de

25

milhões

de

Depp, com

a p e n a s 32 d i a s . N a d a

dólares

nas

teve u m elenco de

pesadelo

mau

bilheterias

e

para

que

21 a n o s , e m

seis

Com

desco-

seu filme

u m filme que

Inspirou

que

de

arrecadaria

continuações,

O filme c o m e ç a e m u m porão-oficlna surrealista. U m h o m e m c o m cicatrizes pavorosas, de suéter v e r m e l h o c v e r d e e u m v e l h o c h a p é u sujo, solda l â m i n a s na

ponta

de

dedos

metálicos,

os quais

prende

a

uma

luva

de

couro

afiadísslmas

desgastada.

À

medida q u e os e v e n t o s se d e s d o b r a m e antigos segredos v ã o s e n d o revelados, d e s c o brimos que esse cruel

Englund), u m

ex-

assassino d e crianças, q u e i m a d o vivo por u m a m u l t i d ã o d e pais enfurecidos da Rua

Elm

.1 p ó s t e r s i d o

invasor

libertado da

de sonhos é Freddy

prisão por causa

I icddy volta da sepultura c o m o I ilhos

adolescentes

daqueles

de

um

a personificação que

acabaram

Krueger

detalhe

(Robert

burocrático. Anos

do mal, obcecado e m

com

sua

vida

mortal.

m e n t e o n i p o t e n t e , c a p a z d e r e e s c r e v e r as leis da física, m a t a n d o

depois,

se v i n g a r Por

morar

subconsciente de suas jovens vítimas e atacá-las e n q u a n t o d o r m e m , Freddy é de forma

nos no

literal-

grotesca,

porém criativa. As fantásticas seqüências do filme, repletas de efeitos especiais e • ingue falso, são equilibradas

muito

pela trilha s o n o t a q u e deixa t o d o s a n s i o s o s e por

uma

narrativa incitante que nos faz t e m e r pelas próximas vítimas e m sua batalha inútil

para

permanecerem Ao

contrário

de

filmes

de

horror

anteriores,

como

( 1 9 7 8 ) e S e x t a - f e i r a 13 ( 1 9 8 0 ) , o m o n s t r o a s s a s s i -

/ lalloween no

acordadas.

de A hora

do pesadelo

quina

mortífera

mal",

um

que tem

tipo

do que de

é

um

anti-herói

menos

uma

arquétipo

gótico, u m

chatme, senso de humor

silenciosa

má-

do "trapaceiro

e um

assassino talento

do

cruel

natural

para o d r a m a , m u i t o a t r a e n t e para os e s p e c t a d o r e s . A

hora

do

pesadelo

mescla

elementos

da

literatura

gótica, o vilão sedutor, o lugar terrível, c o m ênfase nos sonhos e visões subjetivas e elementos dos filmes

genéricos

de horror - as v í t i m a s sendo m o r t a s u m a a u m a , o assassino indestrutível, a sobrevivente virginal e Intrépida.

SJS

EUA (Media Home

Entertainment,

N e w U n e , S m a r t E g g ) 91 m i n . 1 Ol

iiirnando-se u m a d a s séries m a i s rentáveis d o s f i l m e s de horror.

Direção: Wes

Craven

Produção: Robert Roteiro: Wes

Shaye

Craven

Fotografia: Jacques

Haitkln

Música: Charles Bernstein, Karsnner, M a r t i n K e n t , Mir

Steve I1.1H

Schurig E l e n c o : J o h n S a x o n , R o n e n F.l.iklry, Heather Langenkamp, Amanda Jsu Garcia, J o h n n y Depp,

Wy.

Charlei

Fleischer, J o s e p h W h i p p , R ö h n 1 E n g l u n d , Lin S h a y e , J o e

Unger,

Muni

C r a v e n , J a c k S h e a , Ed Call, S a n d y Lipton


I U A ( S p i n a l Tap Prod.) 82 m i n . Cor Direção: Rob

Reiner

Produção: Karen

Murphy

Roteiro: Christopher Guest, Michael M i K e a n , Rob Reiner, Harry Shearer Ilitografia: Peter S m o k i e r Musica: Christopher Guest, Michael M i Kean, Rob Relnet, Harry Shearer r l c n c o : Rob Reiner, Kimberly Stringer, I h a / / D o m l n g u e z a , S h a r i H a l l , R. J . Parnell, D a v i d K a f f , T o n y H e n d r a , M M hael M c K e a n , C h r i s t o p h e r G u e s t ,

Harry

Shearer, B r u n o

Klrbyjean

I l o i n i e , P a t r i c k M ä h e r , Ed B e g l e y Jr., 11.iimy K o r t c h m a r

THIS IS SPINAL TAP

(1984)

O d o c u m e n t á r i o fictício d e R o b Reiner (se preferirem, o " m o c k u m e n t a r y " )

percorre a

fina linha que separa a estupidez d a inteligência, u s a n d o e l e m e n t o s d elegítimos d o c u m e n t á r i o s d o r o c k ( A c a m i n h o d o l e s t e , A última c e n t e s e x e m p l o s i n c l u e m o p r o j e t o d e A bruxa T h / s Is Spinal

e cria u mn o v o g ê n e r o (re-

valsa),

dc Blair

c Bob Roberts). G r a n d e s fãs d e

Top d e c o r a r a m s u a s c e n a s f a v o r i t a s e as f a l a s c o n s a g r a d a s : D e r e k

Smalls

(Harry Shearer) preso e m u m casulo transparente no cenário de u m s h o w ou disparando o detector d e metais d oaeroporto com

u mpepino embrulhado

e m papel

e n f i a d o e m sua c u e c a , para a u m e n t a r o " v o l u m e " ; a b a n d a se p e r d e n d o nos ao tentar chegar até seu público ansioso; a hora e m

alumínio bastidores

q u e a b a n d a critica a réplica d o

tríptico de S t o n e h e n g e , feita por e n g a n o e m escala reduzida e q u e

poderia "ser

esma-

g a d a por u m a n ã o " ; os o l h a r e s perplexos da b a n d a a o c o n f r o n t a r a lista d c críticas d e s f a v o r á v e i s , o u a d e c l a r a ç ã o d e u m DJ q u e S p i n a l Tap a t u a l m e n t e m o r a n ap a s t a

rotulada

" O n d e estão agora?". T e m o s ainda as discussões sobre a inovadora (ou ultrajante)

capa

do á l b u m " S m e l l the Glove", b e m c o m o Nigel (Christopher Gtiest) e a exibição d e sua coleção de guitatras c amplificadores ("Esses vão até o onze.") Ainda h áu m magistral c o n j u n t o d e participações especiais, de Fran Drescher,

como

a publicitária B o b b i F l e k m a n (seus c l o n e s a i n d a t r a b a l h a m no r a m o ) , a B r u n o Kirby, c o m o o m o t o r i s t a da l i m u s i n e , f ã d e S i n a t r a , e as m i c r o p a r t i c l p a ç õ e s d e Billy C r y s t a l e D a n a C a r v e y , c o m o g a r ç o n s - m í m l c o s . S e g u i n d o a l i n h a d e Y o k o n o f i l m e Ler l t B e , d e 1970, T h / s I s Spinal

Tap s e m a n t é m f i e l a o q u e s e r i a u m d o c u m e n t á r i o g e n u í n o a o m o s t r a r o s

a m i g o s de infância David St. H u b b i n s (Mlchael M c K e a n ) e Nigel Tufnel brigando Jeanine

Pettibone

(June

Chadwick), a namorada

produtora

d e David,

consegue

da banda, demitindo o eterno sofredor

quando

u m lugar

como

Ian Faith

(Tony

Hendra), que m e m o r a v e l m e n t e descreve a moça c o m o alguém

que

se veste " c o m o u m pesadelo australiano". A p ó s u m a hora de piadas às c u s t a s da grosseria e e s t u p i d e z do S p i n a l Tap e p a r ó d i a s extraord i n a r i a m e n t e precisas sobre as pretensões p o m p o s a s dos d i n o s s a u ros d o rock ("Big B o t t o m " , " S e x F a r m " ) , é u m a

proeza q u e o filme

consiga arrancar alguma e m o ç ã o por causa daa m e a ç a d e separação da banda. C o m u m exímio sotaque londrino, M c K e a n t e m u m m o m e n t o de grande a t u a ç ã o ao ficar tão furioso e m a g o a d o c o m a traição d e s e u a m i g o q u e m a l c o n s e g u e falar. KN


CABRA MARCADO PARA MORRER

(1984)

Brasil (Eduardo Coutinho

11 In.iicio C o u t i n h o f a z u m c i n e m a c o m p l e x o q u e l i d a c o m d i f e r e n t e s c a m a d a s d a r e a l i d a d e le a t r i l h a d a v e r d a d e p o d e m u i t o b e m s e r a e n c e n a ç ã o . C o b r a m a r c a d o p a r a m o r r e r , mu

lilme m a i s celebrado, é t a n t o sobre si próprio q u a n t o sobre seu t e m a

"oficial": o

i si n a t o d o líder c a m p o n ê s J o ã o P e d r o Teixeira, d e S a p é , n a P a r a í b a , e m 1962.

patrocinado

pelo C e n t r o P o p u l a r d e C u l t u r a ( C P C ) , d a U n i ã o N a c i o n a l d o s E s t u d a n t e s , C o u t i n h o f o r a I 1 i.ililéia, e m

P e r n a m b u c o , dois anos após o crime c o m o intuito de rodar u m

1 pirado na tragédia de João Pedro. U m a ficção, portanto, só q u e u s a n d o

filme

personagens

ip, i n t e r p r e t a n d o a s i m e s m o s . A t é E l i s a b e t h T e i x e i r a , v i ú v a d o a t i v i s t a , p a r t i c i p o u d a s

II

gravações. M a s

a s filmagens foram

i.i i v e r n o n a r e g i ã o e m i

s

subitamente

Interrompidas

pela

intervenção d o

d e a b r i l d e 1964, n a s p r i m e i r a s h o r a s d o g o l p e m i l i t a r .

O f i l m e f o i r e t o m a d o e m 1981 ( e l a n ç a d o , p o r f i m , e m 1 9 8 4 ) e s e v i u

Produções Filmes)

119 m i n . P 8 t B / C o r Idioma:

português

Direção: Eduardo

Coutinho

Produção: Vladimir Carvalho,

/ A idéia inicial já fugia ao l u g a r - c o m u m do d o c u m e n t á r i o - r e p o r t a g e m :

Cinematográficas, Mapa

E d u a r d o C o u t i n h o , Z e l i t o Vi,111,1 Roteiro: Eduardo

Coutinho

Fotografia: Fernando Duarte, I dgll Moura Edição: Eduardo Escorei M ú s i c a : Rogério Rossini Elenco: Eduardo Coutinho, Ferrelri Gullar (narração), Tite de

transformado

Lemos

(narração)

• 111 a l g o a i n d a m a i s i n t r i c a d o : a o b u s c a r o p a r a d e i r o d o s p e r s o n a g e n s d e 17 a n o s a n t e s ,

Festival de B e r l i m : prêmio da

1 iiiitinho r e s g a t a v a a própria trajetória d o f i l m e e, e m certa m e d i d a , d e l e p r ó p r i o e da

internacional

evolução de sua

crftlci

estética.

Guiado pelos preceitos éticos do cinema direto, o n d e o suporte básico é a entrevis.1 1 a r a a c a r a , c o m

o diretor aparecendo

n a t e l a , Cabra

marcado

para

tornou

morrer

linho u m a grife, q u e alcançaria grau inédito de popularidade nos a n o s 2 0 0 0 , princii' i l m e n t e c o m EdifícioMaster.

JBi

OS CAÇA-FANTASMAS (1984)

EUA (Black Rhino, Columbia)

(GHOST BUSTERS) l leitos especiais caros e c o m é d i a são m e s c l a d o s c o m inteligência nesta aventura fantalosa e s c r i t a p o r d u a s d a s e s t r e l a s d o f i l m e , H a r o l d R a m i s e D a n A y k r o y d . J u n t o c o m

Bill

Murray, eles f a z e m u m trio d e " e x p e r t s " p a r a n o r m a i s - na v e r d a d e , ex-professores d e iincias preguiçosos e irônicos, expulsos do c a m p u s devido às suas esquisitices - q u e 1 inieçam u m 'iii

negócio de caça-fantasmas em

um

quartel d eb o m b e i r o s

abandonado

Nova York. O m o m e n t o é o p o r t u n o , pois a cidade s u b i t a m e n t e explode e m

ativida-

I d i o m a : inglês Direção: Ivan

Reitman

Produção: Ivan

Reitman

R o t e i r o : D a n A y k r o y d , H a r o l d Ri

M ú s i c a : T o m B a i l e y , E l m e r Bernstein, A l a n n a h C u m e , J o e L e e w a y . Brian O ' N e a l , Kevin O ' N e a l , Ray

ii", da b i b l i o t e c a , t u m u l t u a n d o u m h o t e l c h i q u e e a t é p a s s a n d o a h a b i t a r a g e l a d e i r a d e

Diane Warren

unia Sigourney W e a v e r m u i t o cética.

nado), assim c o m o os co-astros W e a v e r e Rick Moranis ( c o m o o " K e y M a s t e r " )

tenham

i o d o s u m e x c e l e n t e t i m i n g c ô m i c o , é o Dr. P e t e r V e n k m a n d e M u r r a y , c o m s e u

charme

v u l g a r e a u t o c o n f i a n ç a , q u e r o u b a t o d a s a s c e n a s e m O s caça-fantasmas. secontracena

com

efeitos especiais

E este é d e que

incluem u m

g i g a n t e s c o h o m e m d em a r s h m a l l o w e m disparada q u e t e n c i o n a reduzir M a n h a t t a n a pilha

d eescombros

adocicados

1ómleos menos habilidosos. J B

Parkei

h .

E l e n c o : Bill M u r r a y , D a n A y k r o y d ,

E m b o r a H a r o l d R a m i s (o n e r d sério e c i e n t í f i c o d o g r u p o ) e A y k r o y d (o t a p a d o d e s a s -

uma

|

Fotografia: László Kovács

de p a r a n o r m a l , c o m aparições f a n t a s m a g ó r i c a s fazendo baderna, aterrorizando visitan-

lato u mg r a n d e feito q u a n d o

iii/inni

Metrocolor

e que

roubariam

o filme

das

mãos

d e atores

S i g o u r n e y W e a v e r , H a r o l d R a m i s , Rli k Moranis, Annie Potts, William Atherton, Ernie Hudson, David Margulies, Steven Tash, Jennlfei Runyon, Slavitza Jovan, Michael Ensign, Alice D r u m m o n d , Jrml.in Charney I n d i c a ç ã o a o O s c a r : Richard I illuinl John Bruno, Mark Vargo, Chin k C a s p a r (efeitos visuais), Ray (canção)

Parkei II


PASSAGEM PARA A ÍNDIA mm (APASSAGETO ÍNDIA) E m seu último filme, David Lean continua obcecado pot trabalhar c o m os grandes dros e m livago,

p l a n o s a b e r t o s q u e d e f i n i r a m Lawrence

mas

P a s s a g e m para

a

da

A r á b i a , A p o n t e do

(que n ã o foi r o d a d o

índia

em

rio

e

Kwai

Cinemascope)

qua-

Doutor

é mais

cen-

trado e m idéias do que no visual espetacular. A d a p t a n d o de maneira relativamente a h i s t ó r i a d e E. M . F o s t e r s o b r e o c o n f l i t o d e c l a s s e s e c u l t u r a s n a í n d i a c o l o n i a l , o necessariamente perde u m

fiel

filme

p o u c o da força d a s várias p e r s p e c t i v a s s i m u l t â n e a s do livro,

e portanto perde algo da n u a n ç a das várias motivações de seus personagens. Adicionalm e n t e , P a s s a g e m para vaga

histeria

sexual

a índia do

que

às vezes se parece m a i s c o m

com

um

adeus

mordaz

uma

história

ao colonialismo

de mistério

inglês. M a s ,

m ã o s d e L e a n , s e m p r e u m a r t e s ã o b e m - s u c e d i d o , o f i l m e r e s p l a n d e c e e, m e s m o q u e

ele

dependa

d e m a i s de seu colaborador freqüente Alce C u i n e s s (atuando

um

indiano)

para

criar u m

pouco

de

humor

e de James

Fox para

no papel de

evidenciar

os temas

filme, o tespeito de Lean pelo roteiro e seus atores permite a estes transcender o por v e z e s f e t i c h i s t a da A pálida Judy Inglaterra (EMI, HBO, Thorn-EMI)

homogeneizada

IIVÍ m i n . T e c h n i c o l o r Idioma:

havia

Inglês

Direção: David

pedido

Dr. A z i z Lean

"fazer

Produção: John Brabourne,

Rlchard

(inodwln

atiça

como

barulhentos

r o m a n c e d e E. M .

no

nem ocultada figura

de

mente

Elenco: Judy Davis, Victor

da

1'cggy A s h c r o f t , J a m e s Fox, A l e c

um

personagens

Richard Michael

Swlft, A n n e Firbank, Roshan

Clive

Seth,

Hotz

Oscar: Peggy Ashcroft

ingênua

nativos". Conforme

esgotam

o

(atriz

i oadjuvante), Maurice Jarre Indicação ao Oscar: John

(música)

Brabourne,

Rlchard C o o d w i n (melhor filme), David Lean (diretor), David

Lean

(inteiro), J u d y Davis (atriz), J o h n

Box,

I lugh Scaife (direção de arte), Ernest Day (fotografia), Judy

Moorcroft

(ligurino), David Lean

(edição),

ü r a h a m V. H a r t s t o n e , N i c o l a s

Miss o

entusiasmo encontro

j u l g a m e n t o d o Dr. A z i z u m a

(iiiinness, Nlgel Havers,

Pemberton,

Banerjee,

cujo

obsequioso

Quested

calor banal

de

Davis

uma

de

Quested,

ela

se

que

personagem

aversão

torna

não

mais do

e distraído

incessante, a claustrofobia

primai

e os cada

por

macacos vez

nas cavernas cheias de eco de Marabar que

Le

M e s s u r i e r , M i c h a e l A. Carter, J o h n

e colonialismo

d e Forster é m o s t r a d a

reflexão tardia, o d e s d é m do filme pela c o n d e s c e n d ê n c i a

Banerjee,

( ulver, Art M a l l k , S a e e d Jaffrey,

p o r s e u s c o m p a t r i o t a s i n g l e s e s -, e n c o n t r a

Victor

Se a colisão de psicologia

Day

M ú s i c a : J o h n Dalby, M a u r i c e Jarre

Sandra

na os

índia.

mais

resulta

e m Aziz ser a c u s a d o de e s t u p r o .

Forster

Fotografia: Ernest

Wilson, Antonia

na

do

retrato

D a v i s é p a r t i c u l a r m e n t e f o r t e e, e m s u a b u s c a pela índia " r e a l " -

instável, o q u e leva a u m

Roteiro: David Lean, baseado

e

nas

W.

tom

apropriado centrais

e

forte ou provocante c o m o

como

inevitabilidade irônica. Passagem para a í n d i a termina

satisfatoriamente

do

quase

filme

ainda

não

ambivalente aprenderam

que a

sugere

lição. N ã o

que é

uma

alguns

digna para u m a

carreira ilustre.

JKL

ao

com dos

conclusão

poderia (ou deveria) ter sido, m a s ainda a s s i m o filme é

grande realização e u m a conclusão

uma

inglesa termina conferindo

uma


E U A / A l e m a n h a O c i d e n t a l ((Ineithll i

C r o k e n b e r g e r , Z D F ) 8 9 m i n . PítB Idiomas: Inglês/ húngaro Direção: Jim Jarmusch P r o d u ç ã o : Sara

Driver

Roteiro: Jim Jarmusch F o t o g r a f i a : T o m DICillo M ú s i c a : J o h n L u r i e , S c r e a m i n ' J.iv Hawkins E l e n c o : J o h n Lurle, Eszter

Ballnt,

Richard E d s o n , Ceclllia S t a i k ,

Dinny

R o s e n , R a m m e l l z e e , T o m Dl( lllo, Richard Boes, Rockets

Rcdgl.nr,

H a r v e y P e r r , B r i a n J . B u r c h i l l . Sari

ESTRANHOS NO PARAÍSO

Driver, Paul S l o a n e

0984)

Festival de Cannes: Jim Jarmuii h (Camera de Ouro)

(STRANGER THAN PARADISE) D e p o i s d e v á r i o s f i l m e s , o m o d u s opcrandi Seus longas-metragens

revelam

de Jim Jarmusch

agora

parece b e m

claro.

não apenas as maneiras c o m o diferentes culturas

se

l iiizam, se s o b r e p õ e m e interagem n o m u n d o m o d e r n o , m a s t a m b é m c o m o , consldei.indo-se a e r o s ã o d a s f r o n t e i r a s i n t e r n a c i o n a i s , c o m f r e q ü ê n c i a e s s a s d i f e r e n ç a s

dimi-

nuem

tudo,

comparadas

às características

i si r a n h o s n o paraíso intenso cineasta

que todos

temos

e m c o m u m . Apesar

de

é tão bizarro q u a n t o maravilhoso, a estréia impressionante de u m independente.

E m b o r a n ã o t e n h a m u i t o a d i z e r n a c a t e g o r i a d e c n i e d o . Estranhos

no

é tudo

paraíso

m e n o s d e s c u i d a d o . Willie, u m v a g a b u n d o d e N o v a York (protagonizado pelo m ú s i c o

John

i mie), é s u r p r e e n d i d o pela visita de sua p r i m a h ú n g a r a Eva (Eszter Ballnt). A p ó s ficar conl i n a d a n o m i n ú s c u l o a p a r t a m e n t o dele, Eva v a i para C l e v e l a n d visitar s u a tia L o t t e (Ceclllia ark), e m a i s t a r d e , s e m n a d a m e l h o r para fazer, W i l l i e e s e u a m i g o E d d i e ( R i c h a r d

Edson)

v.io atrás dela e m O h l o . O s três s e g u e m para a Flórida, ú l t i m a t e n t a t i v a para r o m p e r o t é d i o . E s t r a n h o s n o paraíso ile q u e "a g r a m a

é c o m o u m a paródia do s o n h o americano, c o m a concepção de Eva

é s e m p r e m a i s verde..." d a q u e l a n a ç ã o s e n d o frustrada pela

Implacável

d e s c o b e r t a d e q u e o s E s t a d o s U n i d o s p o d e m ser u m país t ã o c o m u m e m o n ó t o n o t o m o q u a l q u e r outro. M a s Eva é a única d o g r u p o disposta a fazer q u a l q u e r coisa a respeito d e sua s e n s a ç ã o de opressão. Willie e Eddlc c a r r e g a m c o m eles O h i o , e d e p o i s para a Flórida, a m e s m a s e n s a ç ã o d e m o n o t o n i a , c o m o negros itinerantes, s u g a n d o a vida o n d e quer que c h e g u e m .

para

buracos

Confrontada

com

esse d e s t i n o , Eva n ã o t e m n a d a a fazer a n ã o ser escapar, e m b o r a Willie e Eddie p e r c e b a m q u e ela p o d e t a m b é m ser o único e s c a p e deles. J a r m u s c h dirige a maioria de seus filmes e m espaços claustrofóbicos, m a n lendo a câmera

relativamente

estática

enquanto

capta

as estranhas

banali-

d a d e s d a s c o n v e r s a s . N i n g u é m parece ser a m i g o d e n i n g u é m , m a s , já q u e e s t ã o iodos na m e s m a

situação, fazem o melhor possível de seu

companheirismo.

Nada os m a n t é m e m lugar n e n h u m , da m e s m a maneira c o m o nada os arranca dos arredores simples. O s Estados

Unidos de Jarmusch

parecem

um

grande

purgatório cultural, e m e s m o o mais ambicioso de seus personagens não dá a i m p r e s s ã o d e e s t a r e s p e c i a l m e n t e a n s i o s o p a r a ir e m b o r a .

JKL

/nu


I n g l a t e r r a ( E n i g m a , First Casualty, doldcrest, Intern'l Film Investors,

Warner

B r o s . ) 141 m i n . C o r

Idioma: inglês / francês / khmer

OS GRITOS DO SILENCIO

(.984)

(THE KILLING FIELDS) O filme moralmente honesto d e Roland Joffé descreve as desastrosas conseqüências do

DtreçSo: R o l a n d joffé

e n v o l v i m e n t o dos Estados U n i d o s n a política d o C a m b o j a

1'todução: David

Conta

Roteiro: Bruce

Puttnam

Música:

Mike

resultados, n ã o admitidos

Menges

Oldfield

Paul M c C a r t n e y , C i a c o m o P u c c i n i ,

Francisco T a r r e g a

como

Sydney

Schanberg,

O s g r i t o s d o silêncio

norte-americana

d e bombar-

comunistas.

divide-se, d e maneita

u m pouco estranha, e m duas partes. A

primeira é dedicada à decisão corajosa e talvez temerária d e Schanberg de permanecer n o p a í s m e s m o a p ó s a o c u p a ç ã o d o K h m e r V e r m e l h o . D l t h P r a n ( H a i n g S. N g o r ) , o a s s i s -

E l e n c o : S a m W a t e r s t o n , H a i n g S. Ngor, |Ohn M a l k o v i c h , J u l i a n S a n d s , C r a i g T. N e l s o n , S p a l d i n g C r a y , Bill P a t e r s o n , A1I10I r u g a r d , G r a h a m

Kennedy,

Katherlne K r a p u m C h e y , O l i v e r P i e r p a o l i , Entero Chey, Tom Bird, M o n i r a k

Slsowath, L a m b o o l

durante a Guerra d o Vietnã.

de S a m Waterston

publicamente, d ac a m p a n h a

dear locais suspeitos de serem bases

M ú s i c a n ã o o r i g i n a l : John L e n n o n ,

Edward

excelente

j o r n a l i s t a d o N e w Vork T i m e s q u e f a z i a r e p o r t a g e n s n o p a í s d e s v e n d a n d o o s t e n e b r o s o s

Robinson

lotografia: Chris

com o desempenho

Dtangpaibool

O s c a r : H a i n g S. N g o r (ator Mi.iiljuvante), Chris

negociam

d e Schanberg, ajuda

o pequeno grupo de jornalistas ocidentais que

u m a série d e encontros angustiantes c o m o svencedores, m a s ,a despeito

das t e n t a t i v a s d e fazê-lo passar por u m c i d a d ã o n o r t e - a m e r i c a n o , Dith Pran é deixado para trás q u a n d o eles p a r t e m . N a s e g u n d a parte d o filme, Pran torna-se o protagonista. C o m m u i t a p e r s p i c á c i a e b r a v u r a , s u p o r t a a p r i s ã o i m p l a c á v e l e s e livra d a m o r t e , e s c a p a n d o attavés d o s c a m p o s d e arroz, cheios d e corpos d e c o m p a t r i o t a s , " o s c a m p o s da m o r t e " d o título original, a t e q u e é trazido a N o v a York, o n d e s e reencontra c o m S c h a n b e r g .

Menges

E m b o r a o f i l m e e f e t i v a m e n t e e v o q u e a a t m o s f e r a d e terror, c o n f u s ã o e t r a n s t o r n o q u e

(fotografía), J i m Clark (edição) Indicação ao Oscar: David

tente cambojano

Puttnam

(melhor filme), Roland Joffé (diretor),

a guerra traz, n ã o enfatiza a política internacional, m a so s d a n o s c a u s a d o s à dignidade humana

pela violência i m p e s s o a l . B P

r.i in e R o b i n s o n ( r o t e i r o ) , S a m W.Uorston

(ator)

Brasil ( E m b r a f i l m e , Luiz Carlos Produções Cinematográficas,

Barreto Regina

I I h n e s ) 187 m i n . C o r Idioma:

português

Roteiro: N e l s o n Pereira d o s S a n t o s , b a s e a d o n o livro h o m ô n i m o d e

l í t i c o d o E s t a d o N o v o , 17 a n o s a n t e s . D o e n t e , o a u t o r n ã o c h e g o u a t e r m i n a r o l i v r o , o que torna mais palpável a dor e a amargura q u e p e r m e i a m a narrativa, impregnada d e relatos d e m a u s - t r a t o s e d e g r a d a ç ã o física e psicológica. Dez

Ramos

lotografia: José Medeiros, Antonio

anos

depois,

e m 1963, o c i n e a s t a

Nelson

Peteira

dos Santos

a d a p t a ç ã o d e u m d o s l i v r o s m a i s a c l a m a d o s d e G r a c i l i a n o , Vidas

secas,

lançaria s u a q u e viria a ser

reconhecido c o m o precursor d o Cinema Novo e q u eé até hoje seufilme mais

Luiz S o a r e s I dição: Carlos Alberto

E m 1953, m e s e s d e p o i s d a m o r t e d o e s c r i t o r G r a c i l i a n o R a m o s , f o i p u b l i c a d o o p r i m e i r o v o l u m e d e M e m ó r i a s do cárcere, s e u c o m o v e n t e relato d o s m e s e s c o m o prisioneiro p o -

D i r e ç ã o : N e l s o n Pereira d o s S a n t o s

Graciliano

MEMORIAS DO CÁRCERE (vm)

Camuytano

aclamado.

V i n t e a n o s m a i s t a r d e , e m 1983, N e l s o n i n i c i o u a s f i l m a g e n s d e s t e a m b i c i o s o

tetor-

I lenço: Carlos Vereza, Glória Pires,

no à obra d o escritor alagoano, u m a a d a p t a ç ã o d e três horas d e duração d e Memórias

Mi Mu P a r e n t e , J o s é D u m o n t ,

do cárcere.

Wilson

Crey f e s t i v a l d e C a n n e s : p r ê m i o da crítica Internacional

Estrelado porCarlos Vereza, o filme d o c u m e n t a a vida d o escritor c o m o professor e m Alagoas, sua ascensão ao cargo d e Diretor d e Instrução d o Estado, o e n v o l v i m e n t o c o m a Aliança Nacional Libertadota e a prisão. R o d a d o e m o r d e m cronológica, para q u e Vereza p u d e s s e p e r d e r 11 q u i l o s - e x p o n d o a d e c a d ê n c i a f í s i c a d o e s c r i t o r n a p r i s ã o --, f o i u m d o s filmes

brasileiros

mais

celebrados

da década

d e80, ganhador

d o prêmio

d a crítica

intetnacional n o Festival d e C a n n e s . Infelizmente, a t é hoje n ã o foi lançado e m DVD. J B i

/IO


0 CLUBE DOS CINCO ra>

E U A ( A & M , U n i v e r s a l ) 9 2 m i n.

(THE BREAKFAST CLUB)

Technicolor Idioma:

II"'. a n o s 60, f i l m e s d e a d o l e s c e n t e s t i n h a m Frankle A v a l o n , A n n e t t e Funlcello, de

montes

nela (nada d e sexo) e m ú s i c a agitada, e n q u a n t o n o sa n o s 70 ser a d o l e s c e n t e essen-

11.límente s i g n i f i c a v a s e t t r u c i d a d o e m s u a c a m a

e m varios f i l m e s d e horror. M a s , e m

i')H4, o d i r e t o r e r o t e i r i s t a J o h n H u g h e s r e v o l u c i o n o u o g é n e r o c o m G a t i n h a s e g a t õ e s , a que

deu seqüência,

n o a n o s e g u i n t e , c o m O clube

d o s cinco,

u m filme

cujo

grande

1 redito f o i o d e f i n a l m e n t e m o s t r a r a d o l e s c e n t e s c o m o r e a l m e n t e f a l a m e p e n s a m .

" l i l e s , d o q u e O clube dos cinco, q u e n ã o s ó fez d e H u g h e s u m n o m e a s e a c o m p a n h a r

mente bem-sucedido

E s q u e c e r a m d e mim

a vida

(1986) e o i m e n s a -

adoidado

(1990) - c o m o t a m b é m

reuniu u m talentoso

grupo d e j o v e n s atores (assim c o m o fez, dois a n o s antes, o f i l m e Vidas s e m rumo, d e 1 i.nicis C o p p o l a ) q u e foi a p e l i d a d o pela m í d i a d e " B a n d o d e M o l e q u e s " . Cinco adolescentes b e mdiferentes sãosuspensos e t ê m q u ecumprir detenção e m ter-

m i n a m criando laços entre s i .T e m o s o atleta da escola (Emilio Estevez), a esquisitona (Ally S h e e d y ) , a princesa

pomposa

(Molly

Ringwald,

nlolescente e m u s a de H u g h e s desde q u eestrelou Gatinhas e gatões), o nerd Michael Hall) e o rebelde (Judd Nelson), t o dos t e n t a n d o

se manter

entretidos

sob o

Olhar a t e n t o d o c o m p l e x a d o professor

Ver-

non (Paul Gleason). Este f i l m e , q u e aposta de

tiradas

inteligentes

e m u m roteiro

mais

do q u e e m

ação, funciona e m grande parte por conta das

caracterizações

que verdades

do elenco

são reveladas,

los s ã o vetbalizados

e cada

à

medida

ressentimenu m t e m sua

vez d e brilhar. E m b o r a c o p i a d o e m f i l m e s e loriados

de televisão, talvez tenha

filme adolescente nming

definitivo, seja

sido

o

por seu

perfeito, pelos d e s e m p e n h o s

afia-

dos o u pela trilha sonora d o s a n o s 80, d i g na d e u m a c á p s u l a d o t e m p o , q u e i n c l u i o 1lássico " D o n ' t

Y o u Forget A b o u t

Me", do

'.imple M i n d s , c o m p o s t o para o filme. J B

Michelle

H u g h e s , N r d l.uiui.

Manning

Roteiro: John

Hughes

Fotografia: Thomas Del Ruth

Keith

Forsey

Elenco: Emilio Estevez, Paul A n t h o n y M i c h a e l Hall, J o h n

Cleiion Kapeli IS,

J u d d N e l s o n , M o l l y R i n g w a l d , A11 v Sheedy, Perry Crawford, M a r y Christian, Ron Dean, Tim

Gamble, P W 1 Hughei

Gargano, Mercedes Hall, John

um s á b a d o p o r v a r i a d a s r a z õ e s . A p e s a r d e s u a s d i f e r e n ç a s q u a n d o o d i a c o m e ç a ,

' m u excesso de delineador

Hughes

Produção:John

M ú s i c a : G a r y C h a n g , W a n g ( hnnr

N e n h u m o u t r o f i l m e r e s u m i u m e l h o r o período, o u se t o r n o u m a i s cult para adoles-

p e r t o - e m s e g u i d a e l e f e z o e x c e l e n t e Curtindo

inglês

Direção: John

ídolo

(Anthony



l a p ã o / França (Greenwich, Herald A i i', N i p p o n H e r a l d ) 160 m i n . C o r Idioma: japonês D i r e ç ã o : Akira

Kurosawa

estava

fazendo

75 a n o s

quando

Ran

foi realizado.

É

importante

c o m p r e e n d e r a sabedoria e o t a l e n t o artístico q u e ele a c u m u l o u d u r a n t e t o d o s

Kurosawa

Trodução: M a s a t o Hara, Serge

Silberman Roteiro: M a s a t o I d e , A k i r a

Kurosawa,

H i d e o ü g u n i , d a p e ç a Rei Lear. William

RAN (1985) Akira

de

esses

a n o s e q u e c o n t r i b u í r a m para a criação deste filme, p r o v a v e l m e n t e u m dos m e l h o r e s de t o d o s o s t e m p o s . D o s 1.001 f i l m e s q u e v o c ê p t e c i s a v e r a n t e s d e m o r r e r , R a n e s t á , c o m c e r t e z a , e n t r e o s 10 p r i m e i r o s . S e u d i r e t o r o c o n s i d e r a " u m a s é r i e d e e v e n t o s

humanos

vistos do Céu". K u r o s a w a é u m mestre e m técnicas de f i l m a g e m e as s e q ü ê n c i a s de batalha de Ran

Shakespeare

I litografia: Asakazu Nakai, Takao

c o n t i n u a m s e m paralelo. São c o m o u m

balé cinematográfico, violento e sangrento, e

'.alto, M a s a h a r u

ainda

A história

Ueda

assim

cheias

de imensa

beleza.

é uma

adaptação

d o R e i Lear

de

Musica: tôru Takemitsu

S h a k e s p e a r e , unida a u m a a n t i g a lenda j a p o n e s a sobre três flechas. Essa

1 II-IM o: t a t s u y a N a k a d a i , Akira Terão,

c l a r a m e n t e leva a tragédia d o B a r d o para u m n o v o território. As f i l h a s de Lear s ã o agora

llnpai l i i N e z u , D a i s u k e R y u , M i e k o

h o m e n s e a ênfase volta-se para a v i n g a n ç a e m vez da catarse.

11.11.ida, Y o s h i k o M i y a z a k i , T a k a s h i Nomura, H i s a s h l I g a w a , P e t e r , Mliayukl Y u i , K a z u o K a t o , N o r i o M a 1 '.1 i i , l o s h i y a I t o , K e n j i

rikashl

Kodama,

Watanabe, Shinnousuke

Ikrhata i'-.'

at: I m i W a d a

d odesempenho

dos atotes vai d ebrilhante a algo

próximo

d a pura

perfeição. S e m dúvida o destaque é Mieko Harada, c o m o Lady Kaede, u m a das noras de L o r d e H i d e t o t a ( T a t s u y a N a k a d a i ) . A c e n a e m q u e ela f o g e p e l o p a l á c i o , a seda d e sua túnica farfalhando no áudio, é inesquecível. Nakadai, c o m o Lorde Hidetota,

demonstra

u m feroz desprezo q u e s e dissolve c m desespero. O b u f ã o d e Lear é t r a n s f o r m a d o n o (figurino)

Indicação ao Oscar: Akira

Kurosawa

[diretor), Y o s h i r ô M u r a k i , S h i n o b u M i i i a k i (tlireção d e arte), Takao Saitô, Masaharu U e d a , A s a k a z u (lotogiafia)

A gradação

modificação

Nakai

bobo

d a corte

Ikehata, u m

Kyoami,

maravilhosamente

interpretado

e x í m i o ator d eteatro N ô . A m a q u i a g e m

pelo

e muito

travesti

Shinnosuke

da história d eRan

são

inspiradas na tradição e no d r a m a d o teatro Nó. A trilha m i n i m a l i s t a de Tôru T a k e m i t s u faz u m a d m i r á v e l uso da flauta de japonesa

o sakuhachi

bambu

- e da p e r c u s s ã o para ressaltar o é p i c o . A ê n f a s e recai s o b r e o

silêncio d u r a n t e a sc e n a s d e b a t a l h a , u m a

tática multo

m a i s eficaz d oq u e t o d o s o s

c a n h õ e s t o n i t t u a n t e s já u s a d o s n a s t e n t a t i v a s d e r e p r o d u z i r a g u e r r a n a s t e l a s . Ran

expõe a sabedoria

d et o d a

uma

vida

e m"prosaicas" d u a s

horas e quarenta

m i n u t o s , d u r a n t e as quais o t e m p o s i m p l e s m e n t e pára. C o m o u m d o s p e r s o n a g e n s filme diz: " O h o m e m nasce c h o r a n d o ; q u a n d o morre, basta, ele morre."

DDV

do


VAE VEJA

União Soviética (Belarusfilm, M O S f l l m , S o v e x p o r t f i l m ) 142 m i n . C o r Idioma:

russo

Direção: Elem

Roteiro:

(IDII SMOTRI) D u r a n t e a S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l , u m m e n i n o (Aleksei K r a v c h e n c k o ) da

Klimov

deixa

Ales A d a m o v i c h , Elem

Klimov fotografia: Aleksei

seu

o: A l e k s e i K r a v c h e n k o , O l g a

Mironova, Llubomiras Lauclavicius, vi,idas Bagdonas, Juris Lumiste, mI t o r I o r e n t s , K a z l m i r

zona

rural

próxima

Rabetsky, Berda,

1. V e i t s , V. V a s i l y e v , I g o r C n e v a s h o v ,

unidade e tem

fronteira

de v o l t a r para c a s a , só para

Nenhum

outro filme de guerra

polonesa

para

Bielo-Rússla

se j u n t a r

aos

descobrir q u e t o d o o vilarejo

foi

fazenda.

piorar. Klimov, e m

seu

terror i m p l a c á v e l . N ã o há e n r e d o , a p e n a s a a p a v o r a n t e j o r n a d a d o herói, à m e d i d a

que

se c o m p a r a

a V á e veja,

de

Elem

o m e n i n o atravessa os c a m p o s e descobre cenários horríveis, u m após outro. Não

feitos heróicos, sacrifícios, discursos patrióticos c o m o v e n t e s exortando o povo a lutar contra o inimigo. Há a p e n a s m o r t e e brutalidade e aleatorledade e vitimados, onde a sobrevivência é definitivamente arbitrária, talvez u m a cruel piada cósmica. A

V.islli D o m r a c h y o v , C . Y e l k i n ,

reside na convicção e controle que

Yo.

espectador.

Kryzhanovsky

da

Perdido, s o z i n h o e surdo, as coisas só p o d e m

Wagner

Yi'vgcnl Tllicheyev, A l e k s a n d r

na

massacrado, c o m os corpos empilhados aleatoriamente nos fundos de u m a

Musica n ã o o r i g i n a l : W o l f g a n g A m a d e u s Mozart, Richard

vilarejo

p a r t i s a n s , m o v i m e n t o c l a n d e s t i n o q u e lutava contra os Invasores nazistas. Ele se perde de sua

Rodionov

Musica: Oleg Yanchenko

1 Ilm

(1985)

estranhamente q u a n d o um um

quadros

Klimov

surrealistas

familiares. Há

que

eclosões

resposta

exerce s o b r e o f i l m e e, p o r t a n t o , sobre

o

são

e

ao

mesmo

de esttanheza

tempo

desconhecidos

visual d e tirar o fôlego,

combatente partlsan, usando lama, gravetos e o uniforme descartado

nazista, constrói u m

totem

para

um

enfoca

vaca que

se d e s d o b r a m o

ponto

de

uma com

vista

do

dupla

de partisans disputava

a lógica menino

de u m c

sonho. Há

todos

os

sons

senão

para servir de c o m i d a .

momentos

nos quais o

desintegram-se

e

iluminado

pelo fogo inimigo, deixando o j o v e m herói s e m outra alternativa para se abrigar atrás de u m a

de

grupo de viúvas e mães enlutadas atacar

destruir, e m u m ato primitivo de violência e catarse; ou q u a n d o o c a m p o é

eventos

como

em

Os

filme

um

eco

m o n ó t o n o , oco, d u p l i c a n d o sua surdez depois q u e m o r t e i r o s e x p l o d e m ao seu redor. A m a i o r i a d o s f i l m e s d e c o m b a t e a l e g a ser a n t l g t i c r r a , m a s t a m b é m tira p r o v e i t o

do

i m p e t u o s o e hábil h e r o í s m o d e p e r s o n a g e n s principais d e t e r m i n a d o s e c o n f i a n t e s . Vá e veja

714

n ã o proporciona esse alívio o u conforto. M o s t r a que, na guerra, há a p e n a s v í t i m a s .

AT


A HISTORIA OFICIAL (igss)

Argentina (Hist. Cinemat., C o m m . ) 112 m i n .

(LA HISTORIA OFICIAL)

Idioma:

Após o g o l p e m i l i t a r n a A r g e n t i n a e m 1 9 7 6 , a s f o r ç a s d o E s t a d o e n v o l v e r a m - s e n a I li.nnada "guerra

suja" contra

a oposição

assim

civil. D u r a n t e a q u e l e periodo, m i l h a r e s d e

pessoas d e s a p a r e c e r a m nas m ã o s das forças a r m a d a s e d e paramllltates (as e s t i m a t i v a s variam de 9.000 a 30.000 mortos).

Muitos dos filhos dessas pessoas foram

p a r a a d o ç ã o , s e m o c o n s e n t i m e n t o d e s e u s p a r e n t e s . A história

entregues

dramatiza

oficiai

esses

I * 111 t e c i m e n t o s a t r a v é s d a h i s t ó r i a d e A l i c i a ( N o r m a A l e a n d r o ) , u m a p r o f e s s o r a I

pollti-

1 a m e n t é conservadora, que leciona História e m u m a escola secundária e prefere igno1.11 o s p r e m e n t e s c o n f l i t o s s o c i a i s e m s u a v e t s ã o d o p a s s a d o d a A r g e n t i n a . C o n t u d o , e l a 1m u e c a a s u s p e i t a i q u e sua filha adotiva de 5 a n o s possa ser de pais liiina-se e v i d e n t e q u e seu m a r i d o

"desaparecidos",

R o b e r t o (Hector Alterio), u mh o m e m

d e negócios

F i l m a d o e m 1985, l o g o a p ó s a q u e d a d o r e g i m e m i l i t a n o f i l m e d e L u i s P u e n z o é u r n a i m i t a t i v a c o r a j o s a d e e n f r e n t a r a v e r d a d e i n c ô m o d a . A história e bastante

angústia

melodramático

social, contudo,

n o final, q u a n d o

é verdadeira.

Foram

oficialé

o marido

suas

convencional

d e Alicia

credenciais

no

a espanca. A

políticas

espanhol

Direção: Luis Puenzo Produção: Marcelo

Pineyro

R o t e i r o : Aída Bortník, Luis P u e n z o F o t o g r a f i a : Félix M ú s i c a : Atílio

Monti

Stampone

Elenco: Héctor Alterio, N o r m a Aleandro, C h u n c h u n a Villafani', 1 lugo A r a n a , G u i l l e r m o B a t t a g l i a , 1 h e l a Rut Oscar: Argentina (melhor filme estrangeiro) I n d i c a ç ã o a o O s c a r : L u i s P u e n z o , Alil 1

b e m - s u c e d i d o , c o n h e c e t o d a a h i s t ó r i a e, e m c e r t o m o m e n t o , A l i c i a o c o n f r o n t a .

'"tilo

Progress

Eastmancoloi

e não a s

Bortník

(roteiro)

Festival de B e r l i m : Luis P u e n / o (Prémio Otto

Dibelius)

F e s t i v a l d e C a n n e s : L u i s Puenzo(| do júri e c u m ê n i c o ) , N o r m a A l e . n n l i "

artísticas q u e levaram a A c a d e m i a de C i n e m a norte-americana a conceder-lhe o Oscar

( a t r i z ) , e m p a t a d a c o m C h e r . e m Mie./..

de M e l h o r Filme Estrangeiro. E B

L u i s P u e n z o , i n d i c a ç ã o ( P a l m a de 11

ENTRE DOIS AMORES (1985)

E U A 162 m i n .

(OUTOF AFRICA)

I d i o m a : inglês

Paisagens extraordinárias q u a s e r o u b a m a cena deste v e n c e d o r do O s c a r de M e l h o r Filme g r a v a d o e m l o c a ç ã o n o Q u ê n i a . " Q u a s e " é a p a l a v r a d e o r d e m , n o e n t a n t o , 1 história

incomum

táculo a b s u r d a m e n t e Cada fotograma

d ea m o r entre Meryl Stteep e Robert

porque

Redford s e iguala a o espe-

belo. é uma

maravilha; cada seqüência, u m a pérola. Produzido c o m o a

i i . i d u ç ã o p a r a o c i n e m a d e u m a a u t o b i o g r a f í a , E n t r e d o / s amores

t a m b é m se esquiva d e

.11 u s a ç õ e s d e r a c i s m o c o m a f i d e l i d a d e à s s u a s f o n t e s . E m m a i s u m a d e m o n s t r a ç ã o d e orno u m a t é c n i c a d e n a r r a t i v a d e p r i m e i r o m u n d o p o d e s e s o b r e p o r a t o d o o r e s t o busca de lucro e arte, o épico de Sydney Pollack t o m a a forma de u m r o m a n c e nado a u m diário de v i a g e m c o m u m a produção Quando a senhora dinamarquesa

uma

fazenda

em

combi-

Karen Blixen (Meryl Streep) é forçada

n oQ u ê n i a . Afligido pelo i m p u l s o

a se casar permite

de viajar, ele a negli-

gencia; e n t ã o ela busca a c o m p a n h i a d o a v e n t u r e i r o D e n y s H a t t o n (Robert Redford). A Pl i m e i r a G u e r r a M u n d i a l e o u t t a s c o m p l i c a ç õ e s p e s s o a i s i n t e r r o m p e m

o caso, mas o s

a m a n t e s c o n t i n u a m a p a i x o n a d o s . N o f i m , as a t i v i d a d e s de Bror d i l a p i d a m a riqueza d e K a r e n e ela é f o r ç a d a a e n t e r r a r D e n y s a p ó s u m t r á g i c o a c i d e n t e . O s p o n t o s altos i n c l u e m u m safari de biplano, i m a g e n s da vida s e l v a g e m e a trilha s o n o r a e m p o l g a n t e d e J o h n B a r r y . CC-0

Direção: Sydney

Pollack

Produção: Sydney

Pollack

Roteiro: Kurt Luedtke, baseail m e m ó r i a s de Isak

Dinesen

Fotografia: David

Watkln

Música: John

Barry

Música não original: Wolfang Amadeus

Mozart

E l e n c o : M e r y l Streep, Robeit Heillonl, K l a u s M a r i a B r a n d a u e r , M i c h a e l Kitt h e n , Joseph Thiaka, Stephen Kinyanjul, M n h l i l

exemplar.

por c o n v e n i ê n c i a c o m o B a r ã o Bror Finecke (Klatis Maria B r a n d a u e r ) , o d o t e dela q u e ele c o m p r e

1

G o u g h , S u z a n n a H a m i l t o n , Rat hei Kemj O s c a r : S y d n e y Pollack (melhoi

filme),

S y d n e y Pollack (diretor), Kurt t

uedtkl

( r o t e i r o ) , S t e p h e n B. G r i m e s ,

joile

M a c A v i n (direção de arte), David Watkin (fotografia),John

Bauy

( m ú s i c a ) , C h r i s J e n k i n s , G a r y AleXBndt Larry Stensvold, Peter Handlmcl 1 I n d i c a ç ã o a o O s c a r : M e r y l st

1

p(atrtl)

K l a u s M a r i a B r a n d a u e r (atoi c o a d j u v a n t e ) M i l e n a C a n o n e r o ( f i g u r i n o ) , l-iedm S t e i n k a m p , W i l l i a m S t e i n k a m p , I'

brokl

J . Herring, S h e l d o n K a h n (edição)

/i


A ROSA PURPURA DO CAIRO (vm) (THE PURPLE ROSE OF CAIRO)

Esta c o m é d i a nostálgica escapa à fórmula usual de W o o d y Allen sobre apatetados

tendo

problemas

de

relacionamento".

Tanto

o

diretor

"nova-iorquinos quanto

os

seus

f a m o s o s m o n ó l o g o s neuróticos estão ausentes dessa vez, m a s os fãs não precisam preocupar, porque as frases hilárias e os p e r s o n a g e n s esquisitos c o n t i n u a m

se

presentes.

A c i m a d e t u d o , o f i l m e fala s o b r e o a m o r , t a l v e z o m a i o r d e t o d o s o s a m o r e s d e A l l e n : o a m o r pelo Um i u n (Jack Rollins & Charles i Irion) 84 m i n . Direção: W o o d y

marido grosseiro e desempregado. S o m e n t e

Greenhut

a j o v e m , que é aterrorizada

assistindo aos heróis corajosos e

cíveis da tela é q u e ela p o d e resistir a o p e s a d e l o diário q u e c a sua

Allen

I litografia: Gordon M ú s i c a : Dick

(Mia Farrow), u m a garçonete pobtc que, durante a Depressão, passa u m b o m t e m p o cinema. "Eu esqueço de m i n h a s tristezas", confessa

Allen

Produção: Robert Roteiro: W o o d y

H.Joffe,

P&B/Cor

cinema.

t r i b u t o a o s p o d e r e s m á g i c o s da tela, A rosa púrpura c o n t a a história de Cecilia

P e l o f i l m e c l á s s i c o d e P r e s t o n S t u r g e , SullivaiYs

Willis

Inven-

vida.

(1941), s a b e m o s

Traveis

um

pouco

sobre o q u a n t o os a m e r i c a n o s precisavam do o t i m i s m o trazido pelo c i n e m a durante os

Hyman

i lenco: Mia Farrow, Jeff Daniels,

a n o s da

D a n n y Aiello, Irving M e t z m a n ,

r o s a púrpura

Stephanie Farrow, David K i e s e r m a n ,

p r o t e s t o s d o resto da platéia, q u e p e d e s e u d i n h e i r o de volta. E m u m esforço para

11.line G r o l l m a n , V i c t o r i a Z u s s i n ,

u m fiasco financeiro, os produtotes de H o l l y w o o d e n v i a m o atot q u e faz o herói

Mark I l a m m o n d , W a d e

Barnes,

Joseph G. G r a h a m , Don

Qulgley,

Maurice Brenner, Paul H e r m a n , Rh f

Petrucelli

Indicação ao Oscar: W o o d y

Allen

(roteiro) I estival de Cannes: W o o d y (Premio

FIPRESCI)

no

pelo

Depressão. Enquanto

seduzi-la.

do

Embora

Cecilia assiste, pela oitava

vez, a u m filme c h a m a d o

o

personagem

fictício

seja

gentil

e

romântico,

o

astro

evitar

a diferença entre o h o m e m

para

que

representa é cínico e arrogante. A s s u m i n d o a m b o s os papéis, Daniels sugere c o m

metamorfose

A

o c h a r m o s o herói (Jeff D a n i e l s ) sal da tela a o s e u e n c o n t t o , s o b os

Cairo,

ideal e o real. E n c a n t a d a c o m a m b o s , Cecilia v i v e n d a

impressionante

de

Cinderela

em

uma

bela

e x c e l e n t e d e F a r r o w n o s faz a c r e d i t a r na t r a n s f o r m a ç ã o

princesa, e o

o

ironia uma

desempenho

miraculosa.

O filme é u m a m e d i t a ç ã o sobre a ilusão e seu final n ã o é cínico, c o m o o de outro fil-

Allen me

mais

recente

de

Allen,

Desconstruindo

(1997). A f i c ç ã o

Harry

pode

salvar

nossas

v i d a s , a f i r m a Allen c o n v i n c e n t e m e n t e c o m A rosa púrpura. D e n t r e as falas há o c o m e n tário i n e s q u e c í v e l de Cecilia: " E u e n c o n t r e i u m h o m e m m a r a v i l h o s o . Ele é f r u t o da

mi-

nha i m a g i n a ç ã o , mas... e daí? N ã o se p o d e ter t u d o " , n o s l e m b r a n d o a f a m o s a fala final de

Quanto

guém

é

mais perfeito"

quente - e

melhor

(1959)

intensificando

c r e n ç a q u e p o s s a m o s ter n o s p o d e r e s do cinema.

•m

DD

"Ninqualquer mágicos


DE VOLTA PARA O FUTURO (isss)

E U A ( A m b l l n , U n i v e r s a l ) 116 m i n

(BACKTO THE FUTURE)

Technicolor Idioma:

M l i li,iel J . F o x , e n t ã o j á u m q u e r i d i n h o d a t e l e v i s ã o a m e r i c a n a

c o mo seriado

Fomily

Inglês

Direção: Robert

Zemeckls

• tornou u m astro de c i n e m a c o m t o d a s as letras graças a este híbrido d e c o m é d i a

P r o d u ç ã o : N e i l C a n t o n , B o b Gale

l u r a s o b r e u m a v i a g e m n o t e m p o . F o x e s t r e l a c o m o M a r t y M c F l y , u m r a p a z d e 17

Roteiro: Robert Zemeckis, B o h Gill

• exasperado c o ms e u p a i b o b a l h ã o (Crispin Glover) q u epassa a m a i o r parte d o s e u l i m p o c o mo excêntrico inventor E m m e t t B r o w n (Christopher Lloyd). A invenção 11' e n t e d o D r . B r o w n é u m a m á q u i n a

mais

para viajar n o t e m p o , s o b a f o r m a d eu m carro

1 lei o r e a n , e l o g o M a r t y s e d e s c o b r e c o r r e n d o n o t e m p o e m d i r e ç ã o a 1955, q u a n d o

seus

pils ainda n ã ot i n h a m se c o n h e c i d o n e mm u i t o m e n o s Iniciado o n a m o r o q u elevaria à •••r.iêncla d o p r ó p r i o

Marty.

Música: Alan

Cundey

Silvestri

E l e n c o : M i c h a e l J. F o x . C h r i s l o p h r i L l o y d , Lea T h o m p s o n , Crispin

ágil

ih

Kobert Z e m e c k l s e u m belo e divertido roteiro, n o qual M a r t y - c o ma ajuda d e u m

1H

Brown m u l t o m a i s j o v e m - tenta voltar a o presente s e m m u d a r o passado e fazer

uni estrago n o futuro (não é t ã o simples c o m o parece q u a n d o sua inocente futura m ã e p o r você). Fox está perfeito n o papel d oa d o l e s c e n t e q u e t e n t a

pais p a r a q u e u m d i a e l e p o s s a

nascer; Lloyd, a d e q u a d a m e n t e

maluco; e Glover e Lea T h o m p s o n

bobo como

(como a m ã ede Marty) se divertem

unir

seus

o cientista

representando

leus personagens c o m o pais de meia-idade e c o m o jovens. U m a comédia de aventura

McClure, W e n d l e Jo Sperber.

UM TEMPO PARA VIVER, UM TEMPO PARA MORRER <1985)

B i l l y Z a n e , H a r r y W a t e r s Jr. O s c a r : C h a r l e s L. C a m p b e l l , Robe 1 R Rutledge (efeitos sonoros) Indicação a o Oscar: Robcrl /rim I 1 B o b Gale (roteiro), Chris H a y e s , J o h n n y Colla, H u e y Lewis ( c a n ç l o ) . B i l l V a r n e y , B . T e n n y s o n S e b a s l Ian,

T a i w a n ( C e n t r a l ) 138 m i n . C 0 1 idioma:

mandarim

(TONG NIEN WANG SHI)

i i l w a n , 1950: a v i d a d o j o v e m A h X l a o é a p a r e n t e m e n t e u m a s u c e s s ã o d e s c o m p l l c a d a e

Hou

Roteiro: Chu T'lenwen. Hsiao

infinita d e j o g o s d e b o l i n h a s d e g u d e , correr atrás d o sc o m p a n h e i r o s e ouvir o s planos

experiência

à China

c o m a morte,

a vida

continental. Contudo, após a primeira se apaga

e o menino

se torna

e chocante

u m adolescente

Fotografia: Lee Pin Bing

E l e n c o : M e i - F e n g , T a n g Y u Y u e n , I h ai Feng, X i nShufen, Yiu

valor entre a s g a n g u e s d e rua.

Festival d e Berlim: Hsiao

E m muitos aspectos, o filme autobiográfico d e Hslao-hslen H o u sobre a passagem da adolescência para a m a i o r i d a d e assinalou u m progresso singular e m relação a D o n g d o n g de iiaqü,

d e 1984. E s t e f i l m e a b r i u o c a m i n h o

para a e s t r u t u r a natrativa

mais

complexa

(1989), c o m o d e s d o b r a m e n t o

das

tristezas

I C Hn

Música: W u Chuchu

embrutecido, aprisionado entre as obrigações familiares e a necessidade d e provar seu

d e A cidade

|amtl

T o l k a n , J . J. C o h e n , C a s e y S l e m a s 11

Direção: Hsiao-hsien H o u

retornar

Georgi

R o b e r t T h i r l w e l l , W i l l i a m B. K a p l a n

que nãot e mépoca. J B

le s u a a v ó p a r a

GlOVir,

T h o m a s F. W i l s o n , C l a u d i a W e l l ' , . M a n

DiCenzo, Frances Lee M c C a i n .

U m a premissa e x t r e m a m e n t e inteligente ganha ainda mais vida c o ma diteção

• apaixona

Fotografia: Dean

Ann-Shuln hslen I Inn

( P r ê m i o FIPRESCI - f ó r u m d o iinvn cinema)

consideravelmente d oestudo d e

p e r s o n a l i d a d e d e u m i n d i v í d u o , para explorar a d i n â m i c a d a s o c i e d a d e d e T a i w a n e m u m m o m e n t o específico n o t e m p o . O q u e caracteriza a primeira fase da vida d e A h X i a o é u m a c o m u n i d a d e insegura q u a n t o a s u a própria identidade e o seu futuro d e s d e a separação da China continental, c o m e m o ç õ e s potencialmente conflitantes que levam o u à delinqüência c a o c r i m e o u , n o caso d e H o u , a u m am a t u r i d a d e gratificante. A direção d e U m t e m p o para v i v e r , u m tempo

para

morrer

é sutil, ponderada e b e m cuidada, n o estilo d e O z u , o q u e torna

m a i s forte a intensidade d a s e m o ç õ e s q u a n d o elas afinal c o n s e g u e m explodir na tela. O l i l m e é u m t r a b a l h o d e e x t r a o r d i n á r i a m a t u r i d a d e , c o n v i c ç ã o e c l a r e z a . GA

/I/



Inglaterra (Embassy,

BRASIL, 0 FILME

Universal)

Idioma:

inglés

A famosa

D i r e ç ã o : Terry G i l l i a m Produção: Amon

Milchan

às t e n t a t i v a s

Música: Michael

qualquer

Pratt

Niro, Katherine H e l m o n d , Ian

De Holm,

Hob H o s k i n s , M i c h a e l Palin, Ian Richardson, Peter V a u g h a n ,

(liarles M c K e o w n , Derrick

Hicks,

O'Connor,

Pringle

I n d i c a ç ã o a o O s c a r : Terry G i l l i a m , Stoppard, Charles

McKeown

(roteiro), N o r m a n G a r w o o d , i .1 , i v ( d i r e ç ã o d e a r t e )

em

distribuir

uma

versão

drasticamente

truncada

e

status que

possa

manter

como

causa

quase

política, ele t e m

seus

de Mlchael

Radford baseado

posicionado

"em

algum

no romance h o m ô n i m o ,

momento

do

século

afinal de

méritos

1 9 8 4 , d e G e o r g e O r w e l l , Brasil

XX", com

um

Estado

Maggie

é

imaginátio,

plausivelmente opressivo, c o m b i n a n d o as piores características da burocracia

Kim

Greist, J i m Broadbent, Barbara

i

estúdio

resistiu

p r ó p r i o s , a s s i m c o m o s u a s i n a d e q u a ç õ e s . F i l m a d o e m 1984, e e m p a r a l e l o c o m o f i l m e

Kamen

Elenco: Jonathan Pryce, Robert

i athryn Pogson, Bryan

do

e a

o filme,

a c a b o u p r e v a l e c e n d o ao liberar s e u f i l m e provocador nos E U A . I n d e p e n d e n t e m e n t e

Stoppard

Fotografia: Roger

h i s t ó r i a d o s r e s s e n t i m e n t o s e n t r e T e r r y G i l l i a m , c r i a d o r d e Brasil,

distribuidora Universal só t e n d e a d i m i n u i t o interesse por este f i l m e . O diretor

lloteiro: Terry G i l l i a m , Charles McKcown, Tom

(1985)

(BRAZIL)

i |l m i n . T e c h n i c o l o r

mas

britânica

d o s a n o s 4 0 , a p a r a n ó i a a m e r i c a n a d o s a n o s 50, o t o t a l i t a r i s m o s t a l i n i s t a o u fascista e os m a l e s dos a n o s 80 (pot e x e m p l o , as obsessões c o m realidade de Orwell é erigida sobre u m vigilância

de

Estado,

o

pior

aspecto

cirurgia

plástica). Enquanto

inconcebível e terrivelmente eficaz sistema da

distopla

de

Gilliam

é que

ela

nem

a de

mesmo

f u n c i o n a : o e n r e d o c o m e ç a c o m u m erro a b s u r d o , q u a n d o u m i n s e t o e s m a g a d o cai na impressora

e, a s s i m , u m

mandado

refrigeração Tuttle (Robert cidade m e d o n h a m e n t e roristas

prisão

contra

um

terrorista, o engenheiro

de

utilltarista está se d e s i n t e g r a n d o , m e s m o s e m as b o m b a s ter-

eventualmente

u m a terrível

de

D e N i r o ) , é a p l i c a d o a o i n o c e n t e Sr. B u t t l e ( B r i a n M i l l e r ) . A

patrocinadas

pelo

próprio governo,

que

regularmente

criam

carnificina.

C o m o W i n s t o n S m i t h c m 1984, S a m L o w r y ( J o n a t h a n P r y c e ) é u m f u n c i o n á r i o d e n í vel m é d i o do Estado violento q u e através de u m a

relação romântica acaba se alinhan-

do c o m os rebeldes, para e n t ã o ser e s m a g a d o e d e s p e d a ç a d o por u m t o r t u r a d o r

amigá-

vel. Contudo, Gilliam está b e m mais preocupado c o m o imaginário do que Orwell e produz u m cenário delirante do qual só se escapa através de mais fantasia. S a m aprecia a romântica

i m a g i n a ç ã o fantasiosa (ao s o m da m ú s í c a - t e m a do filme, "Aquarela do Bra-

sil"), na qual é u m angelical e super-heróico cavaleiro: t e m de enfrentar as criações Gilliam - algo c o m o cópias no estilo M o n t y

Phyton dos gigantescos

de

monstros

d e filmes j a p o n e s e s - para salvar a garota dos s e u s s o n h o s ( K i m Greist), aquela que, na vida

real, t e m

como

doppe/ganger (duble idêntico)

uma

motorista

c a m i n h ã o decidida a consertar as Injustiças feitas a Buttle e à sua Graças talvez ao envolvimento

de

família.

d o c o - r o t e i r i s t a T o m S t o p p a r d , Brasil

é

um

filme dramaticamente mais engajado do que a maioria dos outros trabalhos Gilliam, voltados (incorporados

pata

Katherine

humor

Hclmond

negro

como

pavoroso e visuais

uma

matrona

de

bizarros

obcecada

por

cirurgia u s a n d o u m a sucessão de c h a p é u s e m f o r m a de sapato) coexistem

com

um

por

o pastiche. O

retrato plausível - e, pior, b a s e a d o e m f a t o s p r ó x i m o s - d e u m

regime

que

cobra de suas v í t i m a s pela eletricidade e mão-de-obra e m p r e g a d a s e m sua própria t o r t u r a , c o n f o r m e r e p r e s e n t a d o p e l o e s p e c i a l i s t a d e " R e c u p e r a ç ã o d e Inform a ç õ e s " (Michael Palin) e o desesperado gerente de nível m é d i o que

processa

papéis i n f i n d a v e l m e n t e (Ian H o l m ) . E m pelo m e n o s u m p o n t o a Universal

tinha

r a z ã o : o f i l m e é m a i s l o n g o d o q u e p o d e r i a ser, c o m u m e x a g e r o de g a g s q u e o aproximam de u m a comédia pastelão.

/in

KN


0 BEIJO DA MULHER ARANHA (1935) (KISS OF THE SPIDER WOMAN) B a s e a d o n o r o m a n c e d e M a n u e l Puig, o diretor Hector B a b e n c o fazu m acorajosa

explo-

ração d e questões políticas, psicológicas e sociais dentro d a sfronteiras d e u m a prisão de segurança m á x i m a sul-americana. O projeto d o filme foi Iniciado porBurt

Lancaster,

que originalmente pretendia protagonizá-lo e, n o final d a scontas, o papel principal foi para W i l l i a m

Hurt. Burt

Lancaster recebe os agradecimentos

u m d e s e m p e n h o espetacular, Hurt g a n h o u u m Oscar c o m o preso p o r ser h o m o s s e x u a l . Teatral e d e certa forma

n o scréditos finais. C o m Luis M o l i n a , u m vitrlnista

obsoleta, a história

e m si a i n d a

repercute, e o d e s e m p e n h o e x c e p c i o n a l m e n t e verossímil d e Raul Julia é páreo equilibrado para o e f e m i n a d o Luis, d e Hurt. Alto e c h e i o d e m a n i a s , Luis c o m p a r t i l h a u m a e n o r m e cela d e prisão c o m o prisioneiro político e h e t e r o s s e x u a l V a l e n t l n Arregui (Julia). Para passar o t e m p o , Luis

Brilll

/ EUA / Argentina

s u g . u l o a f ) 119 m i n .

(HB,

em

Metrocolor

backs

Idioma: inglês / português Direção: Hector

n o l i v r o O beijo

Welsman

do mulher

baseado de

aranha,

Música: John

mada

coloridos, Sonla

a Segunda

Guerra

Braga

Mundial.

e sensível, ela se apaixona

desempenha Braga,

o estereótipo da cantora

q u e n ã o falava

inglês

boas

pessoas, apenas

querem

livrar

vencida pors e ua m a n t e d e q u eos nazistas o mundo

da miséria.

Dedicado

à

Luis n ã os e c o n c e n t r e nas descrições sobte c o m i d a o u m u l h e r e s n u a s . Luis está

Neschling

Elenco: William Hurt, Raul Julia,

preocupado

Sónia Braga, José Lewgoy,

dlretot da prisão p r o m e t e u libertá-lo se ele conseguisse arrancar informações

Milton

' lonçalves, M i r i a m Pires, N u n o

Leal

Dumont,

Pctrin, W i l s o n Grey, Miguel

. 11.1 ] .i-ll.i. W a l t e r

(diretor),

Weisman

Babenco

Leonard Schrader

I estival de Cannes: William

(itor),

Hector Babenco,

(Palma de Ouro)

lio

Embora sexualidade

sentimentos

Oscar: W i l l i a m H u r t (ator)

(iiirlliiii f i l m e ) , H e c t o r

românticos

apenas

d o filme, m a s t e m s e u próprio segredo.

O

valiosas

tenha, antes de tudo, u m a importância raramente

havia

sido

retratada

histórica significativa

e m tais t e t m o s

(a h o m o s -

no clnemão), o

desem-

penho de Hurt vaialém da teatralidade: s e u talento consiste e m manter o s verdadeiros

Breda

Indicação ao Oscar: David

c o m os detalhes

de s e u c o m p a n h e i r o d e cela, porq u e m ele se apaixonou.

Maia, 1 m i a n d o T o r r e s , P a t r í c i o B i s s o ,

Antonio

política,

V a l e n t i n n ã o gosta d e f i l m e s , m a s é g r a d u a l m e n t e c o n f o r t a d o pela narrativa, d e s d e q u e

Sanchez

Heison Capri, Denise

naquela

por u m e l e g a n t e oficial louro da G e s t a p o . Apesar d e

ía/er parle da Resistência francesa, ela e são

Puig

lotografia: Rodolfo

durante

relata

intricado q u e viu anos atrás. Attavés de flash-

é p o c a , f o n c t l z a v a a s p a l a v t a s , d a n d o u m a s p e c t o irreal à arqui-sátira. M u i t o b e m a r r u -

Koteiro: teonard Schrader,

Manuel

nostalgicamente

francesa

Babenco

Produção: David

detalhes irritantes u m m e l o d r a m a

(roteiro) Hurt

Indicação

do personagem

escondidos

sob diversas c a m a d a s

de múltiplas

intensi-

d a d e s . M e s m o a o final, o p ú b l i c o n ã o t e m certeza s e e l etraiu o u n ã o V a l e n t i n . C o n s i d e rado

como

u m Casablanca

gay, a principal

virtude

d e O beijo

concentra na h u m a n i z a ç ã o d o a m o r e m todas as suas formas.

da KK

mulher

aranha

se


TERRA TRANQUILA

(1985)

N o v a Z e l â n d i a (Cinepro, Mr,

(THE QUIET EARTH)

Y e l l o w b e a r d ) 91 m i n . C o r

lo n o r o m a n c e d e C r a i g H a r r i s o n , e s t e f i l m e d e C e o f f M u r p h y é c l a r a m e n t e u m a c o n ¡0 d a n a r r a t i v a c l á s s i c a a r e s p e i t o d o ú l t i m o h o m e m s o b r e a T e r r a , s o b a ó t i c a d a N o v a índia. O cientista Z a c H o b s o n (Bruno Lawrence) acorda u m a m a n h ã e d e s c o b r e q u e está '.u/inho n o m u n d o , a p ó s u m p r o j e t o c i e n t í f i c o t e r d a d o e r r a d o . O s p r i m e i r o s 36 m i n u t o s d a nação solo de Lawrence são fantásticos, e n q u a n t o Z a c vacila entre a euforia e o deses" 11) d e s u a s o l i d ã o . Por f i m , e n c o n t r a outra s o b r e v i v e n t e , j o a n n e (Ailson R o u t l e d g e ) , c o m a qual inicia u m r e l a c i o n a m e n t o . S e u idílio é i n t e r r o m p i d o por Api (Pete S m i t h ) , u m terceiro ••nbrevivente, u m m a o r i a g r e s s i v o e o v é r t i c e q u e f a l t a v a p a r a c o m p l e t a t o t r i â n g u l o a m o r o s o . E m b o r a o t e m a d o f i l m e o c o l o q u e n o g ê n e r o da ficção científica, o t r a t a m e n t o da narra1 iva o a f a s t a d e d í s t o p i a s c o m o Mad

Max

(1979), d e i x a n d o - o m a i s p r ó x i m o d e u m a i n v e s t i g a -

.111 d a s r e l a ç õ e s h u m a n a s e p r e o c u p a ç õ e s i n t e r - r a c i a i s . O q u e d i s t i n g u e o l o n g a - m e t r a g e m I a d e s c r i ç ã o d e M u r p h y s o b r e o m u n d o d e s a b i t a d o . Toda a g r a v a ç ã o d e s o m foi refeita e m idio para r e m o v e r q u a l q u e r v e s t í g i o d e s o m a m b i e n t e . O g r a d u a l c o l a p s o n e r v o s o d e Z a c le

faz sentir a t r a v é s d e i m p r e s s i o n a n t e s

colagens de Imagens: u m

passeio

de

I I induzir trens c o m o se f o s s e m d e b r i n q u e d o ; u m a bela t o m a d a dele na c h u v a - . a x o f o n e . Terra

tranqüila

lingerie; tocando

n ã o recorre a efeitos especiais espetaculates - pelo contrário, é u m

I i l m e e s t i m u l a n t e , u m a leitura da c o n d i ç ã o h u m a n a c o n d u z i d a por u m p e r s o n a g e m .

RDe

Idioma:

inglês

Direção: Geoff

Murphy

P r o d u ç ã o : S a m Pillsbury. D o u Reynolds R o t e i r o : B i i l B a e r , B r u n o l awrem ' • S a m Pillsbury, baseado no livm ilr Craig Harrison Fotografia: James Música: John

Bartle

Charles

Elenco: Bruno Lawrence, Routledge, Pete S m i t h ,

Allson

Artzai

W a í l a c e , N o r m a n Fletcher, 1

Hyd<


l U A (American Zoetrope, Filmlink,

I in

asfllm,

M C o . ) 120 m i n .

P&B/Cor

Idioma: japonês / Inglês Diretor: Paul

MISHIMA, UMA VIDA EM QUATRO TEMPOS (1985)

(MISHIMA: A LIFE IN FOUR CHAPTERS)

Schräder

P r o d u t o r : Francis Ford Coppola, George Lucas, T o m Luddy,

Mata

Vimamoto

O

extraordinário

Mishima

roteiro

d e Paul

é atípico, u msuntuoso

Schrader filme

sobre

d e arte

o escritor

e ativista

norte-americano

japonês

falado

Yuklo

e m japonês

( e m b o t a se possa ouvir, a l g u m a s vezes, a narração de Roy Scheider e m inglês). M i s h i m a

Itotclro: Leonard Schräder,

Paul

'.I h i . i i l r r Fotografia: John

o

M ú s i c a : Philip Glass

Shlonoya, Hiroshi

narcisista, u m

patriota revolucionário, u m samurai irrealizado, e há controvér-

sias q u a n t o a ele ser o u n ã o o m a i s i m p o r t a n t e escritor j a p o n ê s d o s é c u l o X X .

Bailey

tlcnco: Ken Ogata,

foi u m

filme

seja

mais

doque

uma

simples

homenagem,

Schrader

move-se

Embora

attavés

das

m u i t a s máscaras de M i s h i m a c o m grande inteligência e clareza. Masayukl

O f i l m e e n t r e l a ç a o se v e n t o s q u e l e v a r a m a oato final d e d e s a f i o de M i s h i m a

Mlkamijunya

(Ken

h i ! iiila. S h i g e t o T a c h i h a r a , J u n k i c h l

Ogata)

sua tentativa grandiosa d e reconciliar arte e ação, envolvendo o rapto de u m

()i I m o t o , N a o k o O t a n l , G ô

general

c o m seqüências biográficas c m preto-e-branco, m o s t r a n d o a infância do a u -

M.isato Aizawa, Yukl

Rijü,

Nagahata,

Kyu/o Kobayashi, Yuki Kitazume, I l.uuko Kato, Yasosuke

Htsako

Bando,

M a n d a , Roy Scheider

Pavillion,

Kyako's

H o u s e e Runaway

pelo

Horscs. Filmado

sob

(conhecido

a d m i r a d o r d a c u l t u r a c h i n e s a ) , Mis/iinicr é u m f i l m e e s c l a r e c e d o r , c o e r e n t e e c o m p l e x o . Adota figurinos espetaculates criados por Eiko Ishloka, mostra u m a fotografia

(melhor

I " i i u i b u i ç ã o artística - fotografia,

direi

e s c r i t o r d e T e m p l e o f t h e Coldcn

o p a t r o c í n i o d o s p r o d u t o r e s e x e c u t i v o s Francis Ford Coppola e G e o r g e Lucas

FtStlval d e C a n n e s : J o h n B a i l e y , E l k o llhloka, P h i l i p G l a s s

tor e três d r a m a t i z a ç õ e s a l t a m e n t e estilizadas, realizadas e m estúdio e inspiradas

brilhante

a s s i n a d a por J o h n Bailcy, a l é m d o s a c o r d e s p o d e r o s o s e p a l p i t a n t e s d e Philip C l a s s . TCh

an de arte, m ú s i c a ) , Paul

5l h r a d e r , i n d i c a ç ã o ( P a l m a d e o u r o )

A HONRA DO PODEROSO PRIZZI w )

I U A ( A B C ) 130 m i n . C o r Idioma:

(PRIZZIS HONOR)

inglês

Diretor: John

Huston

Piodutor: John

A

Foreman

I louco: Richard C o n d o n , Janet Roach, baseado no conto de Richard I litografia: Andrzej

Condon

Bartkowiak

M ú s i c a : Alex N o r t h , G a e t a n o

I

lonlzetti,

Gioacchino

I Iam o : J a c k N i c h o l s o n ,

despeito

d o declínio

d e sua

saúde

e m 1985, o d i r e t o r

John

Huston

embarcou na

filmagem de seu quadragésimo filme, uma comédia de humor negro que contempla o

Kathleen Randolph,

Prlzzi, m a f i o s o s i n f l u e n t e s de N o v a York. O p a d r i n h o D o n Corrado ( W i l l i a m Hickey) trata como

s efosse

u m filho adotivo, já que sua

neta

Maerose, interpretada por

Anjelica H u s t o n (filha d o diretor c a m a n t e de N i c h o l s o n n a q u e l a é p o c a ) , c o m e t e u injustiça c o m ele. M a s Charley s e apaixona

pela ardente loura Irene Walker

W i l l i a m Hickey, Lee R i c h a r d s o n ,

Turner) durante u m c a s a m e n t o . Acontece que os apaixonados t i n h a m sido

M n h.iel L o m b a r d , A n j e l i c a

pata se m a t a r e m .

ige Santopietro,

Huston,

LawrenceTierney,

• I 11 P o u n d e r , A n n S e l e p e g n o , V i c POllZOS, D i c k O ' N e i l l , S u l l y Oscar: Anjelica H u s t o n

Boyar

Indicação ao Oscar: John

Foreman

(inelhor filme), J o h n H u s t o n (diretor), Rli h a r d C o n d o n , J a n e t R o a c h ( r o t e i r o ) , la, f N i c h o l s o n ( a t o r ) , W i l l i a m I.

Extraordinário e revigorante, o final é o q u e a história pede e n ã o o que o público

furtivamente

I iiadjuvante)

Hickey

I oadjuvante), Donfeld (figurino),

Rudi Fchr, Kaja Fehr (edição)

uma

(Kathleen

contratados

d e s e j a . A p e s a r d e o f i l m e ter s i d o i n d i c a d o a oito O s c a r s , Anjelica foi a única c o m o m e l h o r atriz c o a d j u v a n t e . C o n t u d o é Hickey, t a m b é m

(atriz

protagoniza

Charley P a r t a n n a , u m assassino d e a l u g u e l nada inteligente q u e trabalha para a família

Charley

Rossini

Iiiuiei, Robert Loggia, J o h n

q u e poderia acontecer se dois assassinos se a p a i x o n a s s e m , Jack N i c h o l s o n

o filme: aparentemente

Indicado, que

premiada, Impulsiona

à beira d a m o r t e , ele faz d e certas falas

" V o c ê gostaria d eu m b i s c o i t o ? " algo t ã o a m e a ç a d o r q u a n t o hilário. L a w r e n c e (que Interpretou 1945)

interpreta

honro

d o poderoso

Dillinger e m

u mfilme

u m policial corrupto.

demesmo

Impetfeito

nome

e em

feito

última

Prrzzí é, a p e s a r d e t u d o , u m a j ó i a c ô m i c a .

KK

por Max

como

Tierney

Dosseck e m

análise deprimente, A


SEM TETO NEM LEI (isas)

Inglaterra / França (Channrl

(SANSTOITNILOI)

ClnéTamaris, FilmsA2,

liando c o m e ç o u , A g n e s Varda, outrora p a r t i c i p a n t e da n o u v e l l e v a g u e , n ã o p o s s u í a a l unas das credenciais dos antigos colegas e críticos de c i n e m a c o m o Ftançois

Truffaut

|ean-Luc C o d a r d . Pelo c o n t r á r i o , sua f o r m a ç ã o era e m f o t o g r a f i a e, a p e s a r d e n ã o colecer m u i t o s o b r e o p r o c e s s o d e c r i a ç ã o d e f i l m e s , V a r d a r a p i d a m e n t e d e m o n s t r o u n e s t i l o p r ó p r i o . T a l v e z o m a i s c o n h e c i d o d e s e u s p r i m e i r o s f i l m e s s e j a C l e o das

tct

5 às

7

(i')62), a e s p e r a e m t e m p o real d e u m a m u l h e r q u e a g u a r d a o s r e s u l t a d o s d e s e u t e s t e d e ancer. Na realidade, Varda a l t e r n a v a a direção d e f i l m e s e n t t e f i c c i o n a i s e não-ficclonais. Sem

teto n e m lei s e g u i u - s e a u m

longo

período

de não-ficção, o que

explica a

fusão

II b r i d a d o e s t i l o d e d o c u m e n t á r i o c o m t é c n i c a s c i n e m a t o g r á f i c a s m a i s t r a d i c i o n a i s . U m a m a n h ã , u m fazendeiro descobre o corpo congelado de u m a andarilha,

voz

de Varda

que

escutamos.

Ela e x p l i c a

que

pouco

se s a b e sobre a j o v e m

prossegue realizando u m a série de entrevistas falsas e flashbacks, cada qual

própria e

então

revelando

lncves f a t o s e d e t a l h e s p a s s a g e i r o s da infeliz m o ç a . O b v i a m e n t e , na realidade n a d a labe sobre a mulher, M o n a Bergeron (interpretada c o m glacial desafeição por

se

Sandrine

Apesar disso, Varda utiliza a andarilha c o m o m e t á f o r a para o q u ã o p o u c o

realmente

a b e m o s sobre pessoas que e n c o n t r a m o s e m nosso cotidiano. A andarilha de i n ú m e r a s pessoas durante sua busca

por c o m i d a

faz u m e s f o r ç o para c o n h e c ê - l a s . Ela é m a l - h u m o r a d a

e abrigo, m a s

Bonnaire raramente

e Ingrata, escapando e m meio

lida p a i s a g e m f r a n c e s a , f u g i n d o d e a l g u é m d e s c o n h e c i d o e r u m a n d o p a r a s e u lim anunciado.

No segmento

irrelevantes

seu

imagem

de

mental

das "entrevistas", os personagens

comportamento

da m o ç a

e

atitude,

mas

ninguém

relatam pode

à

trágico

pormenores

oferecer

e n i g m á t i c a . V a r d a o r g a n i z a c a d a c e n a e c a d a fria

uma

paisagem

( o m os olhos de fotógrafa, f r e q ü e n t e m e n t e colocando sua protagonista (algumas vezes (intagon/sta), cada

vez

mais

sombria,

à

margem

do

plano, exatamente

misteriosa M o n a existisse à m a r g e m do próprio m u n d o .

JKL

C01

Direção: Agnès Varda Produção: Oury

Milshteln

Roteiro: Agnès Varda Fotografia: Patrick

Blossiei

M ú s i c a : J o a n n a B r u z d o w i i / . 1 red Chichin Elenco: Sandrine Bonnaiie,

Settl

Louls Perletti, Urbain Caussc,

C h r i s t o p h e A l c a z a r , Dominique D u r a n d , J õ e l F o s s e , P a t r i c k Si l i m i i Daniel Bos, Katy Champaiul, R a y m o n d R o u l l e , H e n r i Frldlanl, Patrick S o k o l , Píerre Imberl F e s t i v a l d e V e n e z a : A g n i " . Vai da (Prêmio FIPRESCI), (Leão de Ouro),

i n a i r e ) . Ela é m e r a m e n t e u m c o n c e i t o na n a r r a t i v a e l í p t i c a d e V a r d a .

III z a c o m

min.

Idioma: francês

R a m d a n e , Francis Balcherc, (raii

curvado

li ibre si m e s m o , o r o s t o a z u l c o b e r t o p e l a g e a d a . L o g o q u e a p o l í c i a c h e g a , é a

C u l t u r a d a F r a n ç a ) 105

Four,

Ministério '

como

se

a

(Prêmio

OCIC)


SHOAH (1985) Se por u m lado pode parecer absurdo, até m e s m o ultrajante Incluir este filme de Claude Lanzmann

entte

os

outros

aqui

selecionados,

usando

palavras para descrevê-lo e discuti-lo, por outro

apenas

lado, c o m

o

todas

número as suas

d a d e s (inclusive as n o v e horas de d u r a ç ã o e sua autêntica genialidade), é

regular

de

particulari-

fundamental

considerar Shoah como u m filme entre filmes. L a n z m a n n v i a j o u p e l o m u n d o d u r a n t e q u a s e 10 a n o s c o n v e r s a n d o s o b r e o s

campos

de extetmínio nazistas - não os c a m p o s de concentração n e m o sistema nazista u m t o d o o u o a n t i - s e m i t i s m o c o m o u m p r o c e s s o . Ele foi d i s c u t i r o s l u g a r e s

como

específicos

o n d e a m o r t e reinou, os círculos Internos do Inferno. Coletou d e p o i m e n t o s de

alguns

poucos sobreviventes, várias t e s t e m u n h a s , até m e s m o antigos organizadores do França (Les Films A d e l p h / Historia)

cesso de extermínio e m

566 m i n . C o r

filmadas,

Idioma: francês

a t o r m e n t a d o s pela m e m ó r i a desse trágico passado. Ao m e s m o t e m p o , ele torna

Direção: Claude

Lanzmann

Fotografia: Dominique William

Lubtchansky

Chapuis,

exibindo

massa. Editou essas vozes e imagens do presente, tais

corpos,

faces

e

paisagens

tais

como

estão

agora,

para

procomo

sempre todo

espectador consciente da absoluta impossibilidade de representar o q u e a c o n t e c e u cada

um

daqueles

lugares,

tais

como

Auschwitz,

Birkenau,

Sobibor,

em

Treblinka

e

C h e l m n o , n ã o p o r q u e seja proibido, m a s s i m p l e s m e n t e p o r q u e é I m p o s s í v e l . Ao

lazer

tudo

Isso, L a n z m a n n

obtém

vátlas

conquistas

de

grande

Importância.

Inventa u m a forma de recuperar a m e m ó r i a dos horrores do Holocausto s e m

distorcer

o que foram. C o m o conseqüência, t a m b é m é bem-sucedido ao dat ao processo o

nome

de "Shoah", título do filme e hoje u m

desse

episódio. Contudo, e m

um

plano

termo

bastante

usado

para

falar e s p e c i f i c a m e n t e

diferente, L a n z m a n n

também

conseguiu

c o n q u i s t a t o q u e se p o d e c h a m a t de a essência do c i n e m a : o m a i s alto grau d e

presença

através da total ausência. Ausência

qualquet

dos milhões de mortos, do passado, de

evidência de restos mottais, c u i d a d o s a m e n t e eliminados pelos assassinos, b e m de atquivos O

como

audiovisuais.

filme de Lanzmann

coloca-se c o m o

a resposta

absoluta

ao apelo

de

Jean-Luc

G o d a r d por " n ã o [criar] u m a I m a g e m j u s t a , m a s u m a I m a g e m , j u s t a m e n t e " . S h o a h foi o filme q u e exigiu esta radicalização do c i n e m a m o d e r n o : o e x t r e m i s m o da idolatria e da p r o p a g a n d a t i n h a l e v a d o a o pior, o q u e incluía a l g u n s elos c o n c i l i a d o r e s e n t t e a realização de filmes e o poder da

era i n d u s t r i a l . N a s s u a s raízes m a i s

profundas, o

cinema

m o d e r n o coloca-se c o m o u m a recusa ética desses elos e precisava confrontar os efeitos mais desumanos

da

industrialização

da

representação

para atingir sua

expressão. A discussão gerada por S h o a h confirma a i m p o r t â n c i a

deste

mais

elevada

extraordinário

t r a b a l h o a r t í s t i c o , s o b r e o q u a l p o d e m o s a f i r m a r q u e s u a e x i b i ç ã o e m q u a l q u e r tela u m a vitória para a h u m a n i d a d e e s e u f u t u r o . J - M F

é


E U A ( A m b l i n , G u b e r - P e t e i s ( o., W a r n e r B r o s . ) 154 m i n . C o r Idioma:

inglês

Direção: Steven

Spielberg

P r o d u ç ã o : Q u i n c y J o n e s , Kathleen K e n n e d y , F r a n k M a r s h a l l . Steven Spielberg Roteiro: M e n n o Meyjes, baseado i m livro d e Alice W a l k e r Fotografia: Allen

Daviaii

Música: Quincy Jones Elenco: D a n n y Glover, W h o o p i G o l d b e r g , Margaret Avery, O p r a h W i n f r e y , W l l l a r d E. P u g h , A k O S U I Busla, Desreta Jackson, Adolph Caesar, Rae D a w n C h o n g , D i m Leonard Jackson, Bennei

Ivev,

Guillniv.

J o h n P a t t o n Jr., C a r l A n d e r s o n , S u s a n B e a u b i a n , J a m e s Til I is. P h i l l i p Laurence Fishburne, Sonny Indicação ao Oscar: Steven Kathleen Kennedy, Frank

Strong

ferry '.pielbrir.

Man,half

Q u i n c y J o n e s ( m e l h o r f i l m e ) . Menno M e y j e s ( r o t e i r o ) , W h o o p i G o l d i n ir (atriz), M a r g a r e t Avery coadjuvante), Oprah

(atrll

Winfrey (itrl

c o a d j u v a n t e ) , J . M i c h a e l R l v a , Llndl DeScenna (direção de

arte),

Allen

D a v i a u ( f o t o g r a f i a ) , A g g i e 1 ana.11. Rodgers (figurino), Ken ( hail (maquiagem), Quincy Jones, leiemy Lubbock, Rod T e m p e r t o n , r .ilplne,

A COR PURPURA (isss)

S e m e n y a , A n d r a é C r o u c h , ( hie. B o a r d m a n , J o r g e C a la rid 11 d I i, | n e l

(THE COLOR PURPLE)

R o s e n b a u m , F r e d S t e i n c r , J a c k ll.iyrs,

m p e n h a d o e m se desfazer de sua r e p u t a ç ã o c o m o m e r o criador de fantasias j o v e n s e

populares, Steven Spielberg escolheu a história de Alice W a l k e r sobre u m a

comunidade

rural negra e p o b r e n o S u l d o s E s t a d o s U n i d o s n o início d o s é c u l o X X c o m o s e u v e í c u l o ile a f i r m a ç ã o

dramática.

Estranhamente,

as grandes

habilidades

d e Spielberg

como

liretor a j u d a r a m e, a o m e s m o t e m p o , p r e j u d i c a r a m o r e s u l t a d o , u m a vez q u e s e u lento pata o h u m o t irônico e sua habilidade técnica e m tealizar p r o d u t o s b e m

ta-

acabados

não s e a j u s t a r a m b e m a o c o n t e ú d o , q u e e l e a b r a n d o u e m r e l a ç ã o a o l i v r o . M e s m o q u e f o s s e m a i s d o q u e e l e p u d e s s e d a r c o n t a , A corpúpura q u e S p l e l b e r g aceita correr

riscos.

ainda assim comprovou

Ele o b t e v e d e s e m p e n h o s m a r c a n t e s d e O p r a h W i n f r e y e

Danny Clover, m a s e m particular seus instintos mais u m a vez se m o s t r a r a m valiosos ao escalar .1 e n t ã o d e s c o n h e c i d a W h o o p i G o l d b e r g . A C e l i e q u e e l a r e p r e s e n t a p o u c o f a l a m a s é c h e i a d e e m o ç ã o , transmitida pelo impressionante d e s e m p e n h o de Goldberg, q u e o b t é m

melhores

lesultados c o m u m sorriso largo b e m colocado do q u e a maioria dos atores c o n s e g u e c o m

um

m o n ó l o g o e x i b i d o . S p i e l b e r g recai n o s e n t i m e n t a l i s m o m u i t a s v e z e s , m a s já se e n c o n t r a m n o t i l m e l a m p e j o s p r o m i s s o r e s d o d i r e t o r q u e v i r i a a f a z e r o b r a s m a i s m a d u r a s c o m o Império Sol (1987), A lista

d e S c h i n d l e r (1993) e A . I. - Inteligência

artificial

(2001). JKL

do

J e r r y H e y , R a n d y K e r b e i ( m ú s l i l), Q u i n c y Jones, Rod T e m p e r t o n , 1 Richie (canção)

il


EUA (De Laurentiis, Red

DRAGÃO VERMELHO

Dragon)

(MANHUNTER)

119 m i n . T e c h n i c o l o r Idioma:

inglês

Direção: Michael

B a s e a d o n o s u c e s s o d e v e n d a s d o l i v r o D r a g ã o vermelho,

Mann

de T h o m a s Harris, este

a p r e s e n t o u às salas de c i n e m a , pela primeira vez, o psiquiatra canibal Hannibal

Produção: Dino De Laurentiis,

filme Lecter

(interpretado aqui por Brian Cox), cinco a n o s antes de A n t h o n y H o p k i n s protagonizar o

R i c h a r d A. R o t h Roteiro: Michael M a n n , baseado l i v r o R e d dragon,

de Thomas

Fotografia: Dante

no

Música: Michel Rubini, Klaus Schulze E l e n c o : W i l l i a m L. P e t e t s e n , K i m C.reist, J o a n A l l e n , B r i a n C o x , D e n n i s

David Seaman,

Noonan,

Benjamin

Hendrickson, Michael Talbott, Butler, M i c h e l e Shay, Robin l'.ml P e r r i , P a t r i c i a

Dan

Moseley,

Charbonneau

dos

premiado c o m o Oscar.

inocentes,

M i c h a c l M a n n p o s s u i u m e s t i l o e l e g a n t e . E l e t a m b é m d i r i g i u Fogo mais

Spinotti

farina, Stephen Lang, Tom

p e r s o n a g e m e m O silencio

Harris

filme

conhecido, naquela enfoca

o

agente

época, por seu trabalho

do

FBI

Will

Graham

no seriado

(William

contra

de TV

Petetson),

que

é

Este

persuadido

r e t o r n a r d e s u a a p o s e n t a d o r i a , c a u s a d a p o r c o l a p s o n e r v o s o , já q u e s e u t a l e n t o e m c o m p r e e n d e r a m e n t e d e a s s a s s i n o s p o d e ser útil na l o c a l i z a ç ã o de u m

q u e a j u d o u a c a p t u r a r - Lecter - e m s u a cela na prisão, e m b o r a

a

peculiar

assassino

e m série e s p e c i a l m e n t e perigoso. C o n t u d o , para fazê-lo, ele tetá d e e n f r e n t a r o homem

e era

fogo

M i a m i Vice.

último

tenham

j u s t a m e n t e as m a n i p u l a ç õ e s psicológicas d e Lecter q u e c o l o c a r a m e m risco a

sido

sanidade

mental de G r a h a m . Um

d o s s u s p e n s e s m a i s t e n s o s e p e r t u r b a d o r e s d o s a n o s 80 (e, o b v i a m e n t e ,

modelo Dragão

q u e setia

usado

p o r C h r i s C á r t e r n o s e r i a d o d e T V Milíennium,

entre

um

outros),

apresenta a t u a ç õ e s fantásticas não s o m e n t e do arrepiante Cox ou do

vermelho

intenso Petersen c o m o t a m b é m do elenco de coadjuvantes, incluindo K i m Greist, Joan Allen e D e n n i s Farina. S e v o c ê p e n s a v a q u e O silêncio dos inocentes eta a s s u s t a d o r , não viu nada.

E U A (Act III, C o l u m b i a , T h e

Body)

89 m i n . T e c h n i c o l o r Idioma:

O conto "The Body", de Stephen

Reiner

P r o d u ç ã o : B r u c e A. E v a n s , R a y n o l d Gideon, Andrew

Scheinman

R o t e i r o : R a y n o l d G i d e o n , B r u c e A. Fvans, baseado no conto "The Body", de Stephen

Riley, Kiefer S u t h e r l a n d , C a s e y

Oliver, M a r s h a l l Bell, Frances Lee M c C a i n , Bruce Kirby, W i l l i a m Scott Beach, Richard

Bronder,

Dreyfuss

infância, Raynold

Conta

o dócil Gordie (Wil W h e a t o n ) , o

comigo,

T e d d y (Corey F e l d m a n ) , o g o r d u c h o V e r n (Jer.y 0 ' C o n n e l l ) e o líder d o g r u p o Chris (River P h o e n i x ) s ã o q u a t r o g a r o t o s q u e p a s s a m o v e r ã o d e 1959 à t o a , b r i n c a n d o e m s u a

E l e n c o : W i l W h e a t o n , River Phoenix,

siemaszko, Bradley Gregg, Jason

ode s e m horrores às a m i z a d e s de

atrevido

e B r u c e A. E v a n s . E m

á r v o r e , até o dia

em

Esta

que

Vern anuncia

para ver qual é a aparência

longa c a m i n h a d a para

Corey Feldman, Jerry O'Connell, Gary

King, uma

Gideon

Curiosos

Ruth

Nltzsche

nsse)

r e c e b e u u m a bela a d a p t a ç ã o para a tela d o diretor Rob Reiner e d o s roteiristas

na

King

Fotografia: T h o m a s Del Música: Jack

CONTA COMIGO (STAND BY ME)

inglês

Direção: Rob

de

que

um

sabe onde

podem

defunto, os a m i g o s

achar

um

casa

cadáver.

se p r e p a r a m

para

a

encontrá-lo.

história sobre a a m i z a d e , narrada

pelo adulto Gotdie

(Richard

Dreyfuss,

não

m e n c i o n a d o nos créditos finais), t e m c o m o cenário a bela p a i s a g e m de Oregon, ao invés da a m b i e n t a ç ã o original do conto, no M a i n e . Conta comigo retrata, c o m os m e d o s , os jogos, as frases m a r c a n t e s , as discussões ( " M i c k e y um

pato. Pluto é u m cachorro. O

Pateta

é um

habilidade,

rato, Donald

é o quê?") e os segredos compartilhados

é

por

g a r o t o s , e n q u a n t o Ace ( i n t e t p r e t a d o por Kiefer S u t h e r l a n d ) , m a i s v e l h o e m a l d o s o , dá

Indicação ao Oscar: Raynold Gideon,

u m a a m o s t r a do q u e poderia vir logo a seguir nas v i d a s de t o d o s eles. O f i l m e t e m

B r u c e A. E v a n s

d e s e m p e n h o s do j o v e m elenco e foi p o e t i c a m e n t e dirigido por Reiner.

(roteiro)

ainda

JB

JB

belos


VELUDO AZUL (1986) (BLUE VELVET) "É u m m u n d o estranho, não é?" O sombrio e perturbador filme de s u s p e n s e quase onírico de D a v i d L y n c h g e r o u c o n t r o v é r s i a s encenação

que

família d e u m a

por conta

faz de

um

da violência

psicopata

sexual vívida e da

sádico, m a n t e n d o

chocante

Dennis

Hopper

como

cantora

e n q u a n t o ela t o l e r a ser b r u t a l i z a d a . A d e s c r i ç ã o q u e ele faz

tefém

a da

( r u e l d a d e e d o horror q u e se e s c o n d e s o b a superfície ascética da classe m é d i a d o s E s t a d o s Unidos, e m suas casas tranqüilas c o m cercas pintadas de branco, n ã o é e x a t a m e n t e sutil, mas implacavelmente

absorvente, ousada

e repleta

de estilo. Veludo azul c o m b i n a

c erto m i s t é r i o d i s t o r c i d o c o m u m a sátira irônica à c u l t u r a a m e r i c a n a . O t o m é, a o

um

mesmo

t e m p o , excêntrico, jovial e ligeiramente estilizado. A m e s m a mistura vitoriosa d o bizarro e do familiar, d o e s p e r t o e d o i n o c e n t e , fez d a s séries d e L y n c h para a TV ( s o b r e t u d o

Twin

1'eaks) u m f e n ô m e n o c u l t u r a l d o s a n o s 9 0 e u m a e n o r m e i n f l u ê n c i a p a r a v á r i o s i m i t a d o r e s . Kyle

MacLachlan

e Laura

Dern

estão

Williams, os inocentes jovens enredados

cativantes

como

no grotesco

Jeffrey

Beaumont

relacionamento

que interpreta o desvairado seqüesttadot e assassino viciado no seu

entre

e

Sandy

Hopper

I rank B o o t h (Hopper, c u s p i n d o o b s c e n i d a d e s , está m u i t o perturbador, t e n d o gerado dos psicopatas m a i s notáveis d a s telas) - e a m a l t r a t a d a pela c o r a j o s a

Dorothy Valcns,

um

interpretada

Isabella Rosselini. D o r o t h y é u m a a t o r m e n t a d a c a n t o r a d e c a b a r é q u e fica

a mercê de B o o t h , e n q u a n t o ele m a n t é m

seu marido e o filhinho cativos.

onde o filme se passa, é radiante e sombria c o m o cana, c o m

-

tanque de oxigênio

seus gramados bem

qualquer outra cidade

cuidados e canteiros de flores, u m

Lumberton, norte-ameri-

centra

Industrial

u m a l a n c h o n e t e s e m graça. É na l a n c h o n e t e q u e jeffrey e S a n d y se r e ú n e m ,

formando

u m a d u p l a d e d e t e t i v e s a m a d o r e s à m e d i d a q u e o a m o r floresce. M a s t u d o está fora eixos, seja d e f o r m a

leve o u infame, desde a descoberta

de uma

orelha

e

humana

jardim pelo curioso universitário Jeffrey e suas aventutas perigosas e angustiantes

dos num

como

voyeur e investigador de crimes até sua chegada estupefata à estranha cena de morte. A c e n a na q u a l Jeffrey, e s c o n d i d o n o a r m á r i o d e D o r o t h y , t e s t e m u n h a Frank

estuprara

vítima e m u m r o u p ã o d e v e l u d o azul é a principal causa d e discussões e m torno deste filme, mas também

é u m e x e m p l o clássico e notável da audácia de Lynch. O uso inteligente

de

E U A ( D e L a u r e n t i i s ) 120 m i n . Idioma:

Cor

inglês

Direção: David

Lynch

P r o d u ç ã o : Fred C. C a r u s o Roteiro: David

Lynch

Fotografia: Frederick

Eimes

Música: Angelo Badalamenii.

DlVld

Lynch M ú s i c a não original: Roy OrblíOfl, Berníe W a y n e , Victor Young Elenco: Isabella Rossellini. Kyle MacLachlan, Dennis Hopper, I a m a Dern, Hope Lange, Dean S U M kwell,

i n o c e n t e s b a l a d a s p o p ( s o b r e t u d o a canção-título), e n t r e m e a d a s à trilha s o n o r a d e s u s p e n s e

G e o r g e D l c k e r s o n , Priscilla

de Angelo Badalamentl, a u m e n t a a tensão. Apesar de aparecer e m apenas u m a cena (du-

F r a n c e s Bay, J a c k H a r v e y . K e n StOVll I

blando "In Dreams", de Roy Orbison), o d e s e m p e n h o de Dean Stockwell c o m o Ben, o aliado

Brad Dourif, Jack N a n c e , J .

de Frank, q u a s e se equipara à i m p r e s s i o n a n t e e sinistra a n o r m a l i d a d e de Hopper.

AE

Hunter, Dick

Polnttl Michael

Green

I n d i c a ç ã o a o O s c a r : D a v i d I v i n Ii (diretor)

HI


Direção: Woody

Allen

Produção: Robert Roteiro: W o o d y

Greenhut

Allen

F o t o g r a f i a : Carlo Di

Palma

M ú s i c a : J a m e s V. M o n a c o Música não original: Johann Sebastian Bach, Giacomo

Puccini

Elenco: Barbara Hershey, Carrie Fisher, M i c h a e l C a i n e , M i a Dianne Wiest, Maureen

Farrow,

O'Sulllvan,

I loyd Nolan, M a x v o n Sydow,

Woody

Allen, Daniel Stern, Julie Kavner, Joanna Gleason, Bobby Short, Black, Julia

Lewis

Louis-Dreyfus

O s c a r : W o o d y Allen (roteiro), M i c h a e l Caine (ator coadjuvante), W i e s t (atriz

Dianne

Greenhut

( m e l h o r filme), W o o d y Allen (diretor), Stuart Wurtzel, Carol Joffe (direção de a r t e ) , S u s a n E. M o r s e

(HANNAH AND HER SISTERS) O ú l t i m o e m a i s a b r a n g e n t e l o n g a - m e t t a g e m de u m a primorosa série de filmes de W o o d y

coadjuvante)

Indicação ao Oscar: Robert

HANNAH E SUAS IRMÃS mm

(edição)

Allen q u e c o m e ç o u c o m S o n h o s eróticos de u m a noite de verão, este f i l m e , t a l v e z

Inspirado

c m B e r g m a n , m a s c o m t o n a l i d a d e s q u e l e m b r a m Renoir, revela a Influência d o s dois m e s tres sobre Allen a o t r a ç a r a s m u d a n ç a s c m vários r e l a c i o n a m e n t o s c o m p l i c a d o s d u r a n t e o espaço de privilegiada

um

ano. Centrado, como

a l g u n s de seus o u t r o s f i l m e s , na

de M a n h a t t a n , o filme focaliza

três irmãs

(Mia

parte artística

Farrow, Barbara

Hcrshey

e e

D i a n n c W i e s t ) , o s p a r c e i r o s d a s d u a s p r i m e i r a s ( M i c h a e l C a i n e e M a x v o n S y d o w ) , o exm a r i d o da primeira (Allen) e a l g u n s a m i g o s e colegas q u e e n t r a m e m cena para

complicar

a ciranda romântica. O próprio Allen está m e n o s à frente do q u e de hábito e sua

neurose

hipocondríaca habitual c o n s o m e m e n o s t e m p o e e m p a t i a d o q u e Caine, q u e deixa de lado s u a fidelidade a Farrow por c o n t a de u m a paixonite pela H e r s h e y m a i s nova. Na v e r d a d e , u m d o s p r a z e r e s d o f i l m e é a m a n e i r a c o m o A l l e n lida c o m o e s c o p o da n a r r a t i v a , m a i o r d o que

o

tradicional. Os

anteriores, m e s m o

personagens

são, no

quando a abrangência

mínimo,

ampliada

mais

n o s dá

bem um

acabados

do

que

sentido de u m

os

mundo

m a i o r que é externo ao outro m u n d o , o q u e constitui o núcleo ficcional do filme. Em

m u i t o s aspectos, é claro, são as m e s m a s velhas situações, tipos, até m e s m o

as

piadas antigas, e apesar disso há algo d e C h e c o v no filme: a delicada tristeza

de vários dos dilemas emocionais, a c o n s -

ciência da dor m u i t o

real s u b j a c e n t e às p i a d a s , o a m a r g o

e

Inevitável fato de a m o r t e pairar s u b e n t e n d i d a n o ar o t e m p o todo, e n q u a n t o W o o d y , o b o b o da corte ansioso, encara q u e s tões médicas. As piadas não são a p e n a s tiradas espirituosas, mas

totalmente

plausíveis

em

termos

de

personagens

e

enredo, fazendo justiça a u m dos melhores elencos que Allen já r e u n i u . A o c o n t r á r i o d e o u t r o s f i l m e s , s e n t e - s e e m H a n n a h e suas irmãs u m sincero tributo às boas coisas q u e q u a s e f a z e m c o m q u e a vida v a l h a a p e n a , a o I n v é s da p e r c e p ç ã o d e q u e a sensação

foi

forçada

(embora

Allen

houvesse,

de

fato,

c h e g a d o a pensar e m u m final m a i s sombrio). U m

filme

b e m c o m a vida", no m e l h o r sentido da expressão.

CA

"de


ELA QUER TUDO (1986)

EUA (40Acres & A Mule) 84 m i n

(SHE'S GOTTA HAVE IT)

P&B/Cor

i ste f i l m e I n a u g u r a l d e S p i k e L e e é u m e x a m e d a v i d a d e N o l a D a r l i n g ( T r a c y C a m i l l a J o h n s ) ,

Idioma:

uma jovem

Direção: Spike Lee

lornado

negra q u e vive c m Nova York e s e p r e o c u p a q u e s e u a p e t i t e sexual a t e n h a

u m a "esqulsitona", e manipula

c o m destreza

seus

h o m e n s diferentes, n e n h u m d o s q u a i s p o d e satisfazê-la

telacionamentos

Inteiramente. Seus

c o m três

namorados

. 1 0 d o i s p e r s o n a g e n s q u a s e c a r i c a t o s , s e m p r e n o m e s m o m a t i z . G r e e r ( J o h n C a n a d a Tcrrell) i

u mmodelo

dehomem

vaidoso

e u m"buppie"

(yuppie

negro), a o passo

que Mars

H l a c k m o n (Lee) é d e s e n g o n ç a d o , irresponsável c t a g a t c l a . E n t r e m e n t e s , o d e c e n t e , gentil c

o filme e m preto-e-btanco a o encenar u m a apresentação

Produção: Spike Lee Roteiro: Spike Lee F o t o g r a f i a : E r n e s t R. D i c k c r s o n M ú s i c a : Bill L e e E l e n c o : T r a c y C a m i l l a J o h n s , li Redmond H i c k s j o h n Canada

politico J a m i e ( T o m m y R e d m o n d Hlcks) está e m b o as i t u a ç ã o para c o n q u i s t a r a m o ç a . Jamie tumultua

inglês

v I n nil.

Spike Lee, Raye D o w e l l , Jole Lee, S,

musical

E p a t h a M e r k e r s o n , Bill L e e ,

Cheryl

e m cores c o m o presente d e anlvetsário, e eleé q u e m pressiona pela g r a n d e e esperada

Burr, A a r o n Dugger,

i ena d e confronto onde Nola

Covington, Renata Cobbs, Cheryl

reavalia

sua vida e t o m a

sua decisão, escolhendo-o. Na

prática, ele t a m b é m estupra Nola s ó para deixar claro s e u p o n t o d e vista, e o a l m e j a d o "final feliz" é c o r t a d o pela própria narrativa d e Nola, q u e conclui: " E u n ã o s o u m u l h e r de u m h o m e m basicamente

só... É isso, é c o m o

afro-americano,

Sociais d a c o m u n i d a d e

negra

inovies, s u p o s t a m e n t e

para

sou."

E m geral

Lee c o m certeza dos Estados audiências

está

qualificado

disposto

como

a examinar

Unidos, negligenciada

negras, m a s sempre

humanos

tornam

Lee u m membro

lordin

S i n g l e t o n , M o n t y R o s s , Lewi*, Festival de Cannes: Spike Lee (prêmio de filme estrangeiro

jovem)

as camadas

c m todos o s hood-

caricaturais, d e alguma

lorma. Sua abordagem d o sdiálogos, seus Insights, a forma c o m o OS c o r a ç õ e s

u m cineasta

Stephanie

da irmandade

m o s t r a N o v a York e

à qual

pertencem

Eric

1'ohmer, M a r t i n Scorsese e W o o d y Allen. KN

0 DECLÍNIO DO IMPÉRIO AMERICANO

(1986)

M a l o f i l m , N F B , S o c i é t é R a d i o 1 Inémi,

(LE DÉCLIN DE LEMPIRE AMÉRICAIN)

S o c i é t é G é n é t a l d u C i n é m a du

P r i m e i r o s u c e s s o I n t e r n a c i o n a l d o c i n e a s t a c a n a d e n s e D e n y s A r c a n d , O declínio

do

império

é u m estudo sarcástico sobre os c o s t u m e s sexuais, o n d e sexo é assunto d e

• unerlcano

1 o n v e r s a s e n ã o a l g o p r a t i c a d o n a tela. E m u m a c a s a d e c a m p o , à belta d e u m lago, q u a t r o académicos

franco-canadenses

estão

preparando

u m a refeição

gourmet

e conversam

.obre sexo. E m paralelo, q u a t r o m u l h e r e s , s u a s c o m p a n h e i r a s q u e irão e n c o n t r á - l o s c m eguida, e s t ã o e m u m aa c a d e m i a esportiva e t a m b é m f a l a m sobre sexo. T o d o s s e r e ú n e m I iara j a n t a r , m o m e n t o o n d e a s c o n v e r s a s e a s r e v e l a ç õ e s c o n t i n u a m . Pela

manhã,

durante

u m a enttevista

pela

emissora

C a n a d á ( C o r p o r a t i o n I m a g e M H. M ,

Q u é b e c , T é l é f i l m C a n a d á ) loi 1 Cot Idioma: francês Direção: Denys

Arcand

P r o d u ç ã o : R o g e r F r a p p i e r , Rene M.il Roteiro: Dennys

Arcand

Fotografia: G u y Dufaux M ú s i c a : François

d e rádio, u m a d a s mulheres

Dompierre

E l e n c o : D o m i n i q u e M i c h e l , Dorothèf

p e r g u n t a s e " a f r e n é t i c a b u s c a p o rfelicidade p e s s o a l " está " l i g a d a à q u e d a d o i m p é r i o

B e r r y m a n , L o u i s e P o r t a l , P l e i n - 1 uni,

a m e r i c a n o " . O f i l m e d e Arcand explora i r o n i c a m e n t e essa q u e s t ã o . Parece q u e t o d o s o s

R é m y G i r a r d , Y v e s J a c q u e s , Geneviève

personagens estão determinados a enconttar a felicidade, m a s , m e s m o

Rioux, Daniel Brière, Gabriel A u .nul.

Ilustrados

e desesperados

e seus

relacionamentos

aproximam-se

assim,

estão

d odesastre.

Pata

Arcand, esse é o efeito colateral adverso de u m asociedade o n d e a gratificação sexual é promovida acima d e outros valores. As Interações entte os personagens, durante o jantar, s ã o filmadas c o m o i luzado. O sdiálogos

especialmente

u m a batalha, a conversa travada c o m o

s ã o g e n i a i s , c u l t o s e i r ô n i c o s . O declínio...

u m fogo

é a omesmo

tempo

desesperançoso e engraçado: podemos n ã ogostar daquelas pessoas, m a sdecerto são l a s c l n a n t e s d e s e o b s e r v a r . PK

É v e l y n R e g l m b a l d , L i s e t t e Guei in. Alexandre Remy. Ariane Jean-Paul

Fredeuque.

Bongo

Indicação ao Oscar: Canada filme

(melhOl

estrangeiro)

Festival d e C a n n e s : Denys A n .nul (Prêmio

FIPRESCi)


A MOSCA

(1986)

(THE FLY) Já e m s e u s primeiros f i l m e s o diretor D a v i d C r o n e n b e r g i m a g i n a

c o m o os a v a n ç o s

da

c i ê n c i a , d a m e d i c i n a e d a t e c n o l o g i a (e p o r v e z e s d a s t r ê s j u n t a s ) p o d e r i a m m o d i f i c a r o c o m p o r t a m e n t o h u m a n o . A m o s c a l e v a e s s a j u n ç ã o a o e x t r e m o literal e, a p e s a r d e o f i l m e ser u m

exemplo de horror no seu sentido

encena c o m o u m a história de a m o r

m a i s estrito, na v e r d a d e C r o n e n b e r g

o

distorcida.

F i e l à p r e m i s s a d o f i l m e B o r i g i n a l d e 1958, c o m V i n c e n t P r l c e , A mosca

é estrelado por

Jcff G o l d b l u m no papel de u m cientista q u e desenvolve u m transportador de matéria,

um

aparelho para desconstruir m a t é r i a e m u m lugar e reconstruí-la e m outro. M u l t o a contrag o s t o d e s u a n a m o r a d a , G e e n a D a v i s , u m a n o i t e G o l d b l u m t e s t a a m á q u i n a e m si m e s m o . Algo sai errado. O D N A de G o l d b l u m é a c i d e n t a l m e n t e misturado ao de u m a

m o s c a e, se

i n i c i a l m e n t e a a l t e r a ç ã o g e n é t i c a a g u ç a o s s e n t i d o s d e G o l d b l u m , ela r a p i d a m e n t e

resulta

e m u m a batalha por d o m i n â n c i a genética entre as d u a s espécies díspares. C r o n e n b e r g n u n c a e v i t o u I m p a c t o v i s c e r a l e, à m e d i d a q u e G o l d b l u m p a s s a p o r s u a t r a n s f o r m a ç ã o d e h u m a n o e m h í b r i d o d e h o m e m e m o s c a , A mosca

exibe u m

crescente

incessante de efeitos especiais cada vez mais nojentos. Pêlos duros brotam e m estranhos. Gosma F U A ( B r o o k s f i l m s ) 95 Idioma:

substituídas por apêndices

m i n . Cor

ingles

O

Direção: David

escorre de cada orifício. Partes do corpo se a t r o f i a m

Cronenberg

arsenal de próteses nauseantes de Rob Bottin a m e a ç a

lioyrman, Kip

Cronenberg e seu habilidoso elenco de alguma forma conseguem

Ohman

Roteiro: David Cronenberg, George

Irwin

Música: Howard

Shore

Pogue

)0hn

h u m o r perverso. M a s , embora

a t r a n s f o r m a ç ã o c e n t r a l s o e (e s e j a )

imbuí-la de

emoção homem

q u e ela c o n h e c e u , e n q u a n t o G o l d b l u m luta para m a n t e r sua h u m a n i d a d e à m e d i d a

G e t z , J o y B o u s h e l , Leslie

rado é fadado ao e s m a g a m e n t o

que

instinto.

I n f e l i z m e n t e , t u d o isso s ó p o d e t e r m i n a r d e u m a m a n e i r a , já q u e o r o m a n c e Davis,

para

repulsiva,

real. Davis luta d u r a n t e a t r a n s f o r m a ç ã o n o j e n t a de G o l d b l u m para enxergar o

seu livre-arbítrio é s u b j u g a d o pelo

Elenco: Jeff G o l d b l u m , G e e n a

são

r o u b a r a c e n a e, de f a t o ,

seus efeitos n a u s e a b u n d o s são c o l o c a d o s e m cena n ã o s o m e n t e para chocar c o m o criar u m

fotografia: Mark

e

misteriosos.

Produção: Stuart Cornfeld, Mare

I angelaan, Charles Edward

lugares

e caem

pelo mata-moscas do destino. Ctonenberg,

açuca-

portanto,

retira d e s u a t r a g é d i a o m á x i m o d e e m o ç ã o e, e m g r a n d e p a r t e g r a ç a s à q u í m i c a

entre

( o p e m a n , David C r o n e n b e r g , Carol

os atores

raras

I a/are, S h a w n

vezes u m a seqüência de eventos tão repulsiva resultou c m tantas lágrimas.

( irlson, George Chuvalo,

Michael

Hewitt

Oscar: Chris W a l a s , S t e p h a n

(maquiagem)

Dupuis

principais e à plausibilidade

de seu relacionamento,

apesar de tudo, JKL


O RESGATE (1986)

ALIENS

E U A / I n g l a t e r r a (Fox, B r a n d y w i m |

(ALIENS)

137 m i n . E a s t m a n c o l o r

"Al.iste-se dela, sua c a d e l a ! " M a t e r n a l , a t e n e n t e Rlplcy d e S i g o u r n e y W e a v e r fica luiiosa e se t o m a a m a i o r heroína d e a ç ã o d e ficção científica na s e n s a c i o n a l

<lr j . i m e s C a m e r o n p a t a Alien,

u m a d a s m e l h o r e s d o c i n e m a . Aliens

mais

seqüência

começa com

Ripley

" ;', a t o J o n e s s e n d o r e s g a t a d o s n a n a v e d e f u g a . O d e t a l h e é q u e s e p a s s a r a m 57 a n o s além da d i f i c u l d a d e para explicar o q u e a c o n t e c e u à N o s t r o m o , Ripley fica c h o c a d a descobrir q u e o local d esua d e s c o b e r t a desastrosa inevitavelmente, algo

ruim

acontece

( o p l a n e t a LV 4 2 6 ) f o i

lá e a t r a u m a t i z a d a

Ripley

ao

colonizado,

é enviada

com u m

IXecutivo nada confiável, u m a equipe de fuzileiros arrogantes (incluindo os favoritos de

Idioma:

inglês

Direção: James

Cameron

Produção: Gale Anne

Hurd

R o t e i r o : J a m e s C a m e r o n , D a v i d 1 ,lle,, W a l t e r Hlll Fotografia: Adrian Música: James

Biddle

Horner

E l e n c o : S i g o u r n e y W e a v e r , M i i hael B l e h n , P a u l R e i s e r , L a n c e Henrlksen,

i .imeron, M i c h a e l B i c h n , B i l l " F i m d e J o g o ! " P a x t o n , e a ó t i m a d u r o n a V a s q u e z , r e p r e -

C a r r i e H e n n , B i l l P a x t o n , W i l l i a m Hopi,

sentada por Jenette Goldstein), a l é m de u m n o v o andróide a m b í g u o (Lance

J e n e t t e G o l d s t e i n , A l M a t t h e w s , M,ul<

Mimo

Henrlksen

Rolston, Ricco Ross, Colette lllllei.

Bishop).

S e Alien

foi u m a

assustadora

incessante e furiosamente

Intensa

casa

mal-assombrada

d eCameron

espacial, a

(que g a n h o u

o segundo

1 e.car d e e f e i t o s e s p e c i a i s d a série) é u m f o r t e e s p a c i a l t o m a d o gitipo cada vez m e n o r - a c o m p a n h a d o s

pela astuta

montanha-russa e o terceiro

pelo inimigo, c o m o

órfã sobrevivente, N e w t

l l e n n ) -, c e r c a d o p o r u m a m u l t i p l i c i d a d e i m p l a c á v e l d e f o r m i d á v e i s m o n s t r o s

(Carrie

gigantes

d e H . R. G i g e r b a b a n d o á c i d o , a c o m p a n h a d o s p e l a m ã e d a e s p é c i e . A v e r s ã o d o d i r e t o r

D a n i e l K a s h , C y n t h i a D a l e S c o t t , Hp Tipping Oscar: D o n S h a r p e (efeitos especiais sonoros), Robert Skotak, Stan Winston, John Richardson,

Suzanne

indicação ao Oscar:

sigourney WeiVII

(atriz), Peter L a m o n t , Crispian

.11 r e s c e n t a c e r c a d e 17 m i n u t o s s e m e s m o r e c e r . AE

M

Benson (efeitos especiais visuals)

Sallll

( d i r e ç ã o d e a r t e ) , R a y L o v e j o y (ed James Horner (música), Graham V H a r t s t o n e , N i c o l a s Le M e s s u r l e r , M i c h a e l A . C a r t e r , R o y Charm.111 (som)

CURTINDO A VIDA ADOIDADO (i986)

E U A ( P a r a m o u n t ) 102 m i n . M e i n n o l o

(FERRIS BUELLERS DAY OFF)

Idioma: Inglês Direção: John

lodos os s o n h o s de u m adolescente do sexo masculino - e os pesadelos de seus pais Se t o r n a m r e a l i d a d e n a s t e l a s n e s t a c o m é d i a d o e s c r i t o r / d i r e t o r J o h n H u g h e s , ii vida

Curtindo

à m e d i d a q u e o herói do filme ( M a t t h e w Broderick) faz, e m u m só dia,

adoidado,

i o d a s as coisas q u e a m a i o r i a d e n ó s n ã o t e m c o r a g e m para fazer e m u m a vida Ao notar u m a

inteira.

m a n h ã q u e " a vida passa m u l t o rápido. Se você não parar e olhar a o

i c d o r d e v e z e m q u a n d o , v o c ê p o d e perdê-la", Ferris d e c i d e m a t a r a u l a , d e s t a v e z e m d e estilo. R e c r u t a n d o a a j u d a d e s e u a m i g o C a m e r o n (Alan R u c k ) , Ferris " p e g a

gran-

emprestada"

.1 F e r r a r i d o p a i d e C a m e r o n , c a n t a " T w l s t a n d S h o u t " e m u m d e s f i l e d e c a r r o s a l e g ó r i c o s n a i idade (em

uma

das cenas mais memoráveis

d ofilme), vai a u m jogo

d e beisebol n o

W i igley Field d e C h i c a g o e entra d e penetra e m u m r e s t a u r a n t e de alta classe. C o m o n o s f i l m e s a n t e r i o r e s d e H u g h e s O c l u b e d o s c i n c o , A garota linhas

e gatões,

de rosa

shockinge

Hughes

Produção: John Hughes, Tom Jacobson Roteiro: John

Hughes

Fotografia: Tak Fujimoto M ú s i c a : Ira

Newborn

Elenco: M a t t h e w Broderick, Alan R u c k , M i a S a r a , J e f f r e y J o n e s , lennlfl G r e y , C i n d y P i c k e t t , L y m a n W a u l , I ill McClurg, Charlie Sheen, Ben Mem D e l C l o s e , V i r g i n i a C a p e r s , Ri< h a u l Edson, Larry Flash Jenkins. Krlsty

Ga-

Swanson

os adultos aqui não c o m p r e e n d e m os adolescentes sob seus cuidados: n e m

o s pais d e Ferris n e m o s u p e r v i s o r d a escola (Jeffrey J o n e s ) , q u e a d o t o u c o m o s u a m i s s ã o d e v i d a a p a n h a r Ferris e m f l a g r a n t e delito. O s a d u l t o s s ã o m e r o s f i g u r a n t e s , p o i s o f i l m e é r e a l m e n t e d o e l e n c o d e a p o i o : R u c k ( q u e t i n h a 30 a n o s d e i d a d e q u a n d o f e z o p a p e l d o a d o l e s c e n t e C a m e r o n ) , J e n n i f e r G r e y ( c o m o a I r m ã m a l - h u m o r a d a d e Ferris, f a r t a da

popularidade

d o s e u I r m ã o ) , M i a S a r a ( c o m o S l o a n e , a n a m o r a d a d e Ferris). M a s , a c i m a d e t u d o , M a t t h e w Broderick rouba a cena no papel do adorável e exuberante personagem principal.) B

/II


r u A / Alemanha Ocidental

Snake,

(Black

C r o k e n b e r g e r , I s l a n d ) 107 m i n .

P&B Idioma:

DAUNBAILO

m

(DOWN BY LAW)

iinema i n d e p e n d e n t e

Há m u i t o respeitado c o m o a maior personalidade do inglês

Direção: Jim Jarmusch Produção: Alan Kleinberg, Tom Rothmanjim Roteiro: Jim

Stark

s e u m e m o r á v e l l o n g a d e 1986, r e s u m e s e u

resse e estilo a n t i - h e g e m ô n i c o s e se desenrola dentro de u m universo criativo selado e longe das d e m a n d a s

de retorno de bilheteria

t

inte-

hermeti

ou dos requisitos

de

u m a satisfação imediata das platéias.

Müller

M ú s i c a : J o h n Lurle, T o m

Waits

Elenco: Tom Waits, John

Lurie,

Roberto Benigni, Nicoletta ! lien B a r k i n , Billie N e a l ,

a l t a m e n t e i d i o s s i n c r á t i c o s . Daunbailó,

camente

Jarmusch

fotografia: Robby

americano,

o roteirista e diretor J i m J a r m u s c h é b e m c o n h e c i d o por seus filmes não-comerciais

Braschi,

Rockets

Redglare, Vernel Bagnerls, Tlmothea, L. C . D t a n e , J o y N . H o u c k J r . , C a r r i e 1 indsoe, Ralph Joseph, Richard Boes, 1lave Petitj'ean

Uma

(Roberto

Benigni), u m turista

italiano. Cada

u m deles acaba

preso - Jack e Zack

como

b o d e s e x p i a t ó r i o s por c r i m e s q u e n ã o c o m e t e r a m ; B o b e s t á c u m p r i n d o p e n a por ter co m e t i d o u m a s s a s s i n a t o e m a u t o d e f e s a . I n i c i a l m e n t e n ã o m u i t o a m i g á v e i s entre si, eles acabam

formando

laços de a m i z a d e e fugindo

para a relativa c a l m a da parte rural

dos

Estados Unidos. A trama é simples assim, c o m poucos adornos. C o n t u d o , essa forma concisa de J a r m u s c h é i m p o r t a n t e porque seus objetivos

Festival de Cannes: Jim Jarmusch, Indicação (Palma de Ouro)

história d e e n c o n t r o s f o r t u i t o s e d e a c a s o s , D a u n b a i l ó c o n t a as v i d a s inter-rela

c l o n a d a s d e J a c k ( J o h n Lurie), u m c a f e t ã o , Z a c k (Tom W a i t s ) , u m DJ d e s e m p r e g a d o , e B o b

muitas vezes e n g a n o s a m e n t e simples. Tomadas longas predominam c o m

são

composições

profundas d e m o n s t r a n d o técnicas exptessivas de f i l m a g e m e m preto-e-branco. Passatempos, como jogar cartas, enquadram me, que sempre mantém

um tom

e estruturam

de aventura

a s v i d a s d o s p e r s o n a g e n s . O fil

burlesca, s u p o s t a m e n t e transcorre

estado de Louisiana, embora claramente espelhe o m u n d o que conhecemos, m e s m o for a p e n a s através de outros

no se

filmes.

M u i t a s v e z e s se e q u i l i b r a n d o n u m a linha t ê n u e e n t t e a t é c n i c a a m a d o r í s t i c a e o brlI h a n t l s m o p r o f i s s i o n a l , Daunbailó

evita c l i c h ê s e as restrições u s u a i s de e s p a ç o e lugar.

Ele c o n t é m brigas d o m é s t i c a s , u m m í n i m o de e x p o s i ç ã o para a c o m p r e e n s ã o da ç ã o na

ptisão e u m a

fuga

inexplicável através do sistema

filme passa por u m c o n j u n t o de cenários de f o r m a q u a s e

situa-

de esgotos. Depois disso

o

improvisada.

Este é u m filme obrigatório para os fãs de J a r m u s c h . Até m e s m o para seus detratores ele a f i r m a os v a l o r e s da p r o d u ç ã o d e f i l m e s e m p e q u e n a escala n o s E s t a d o s

Unidos,

c o m o o p o s i ç ã o a o p a d r ã o h o l l y w o o d l a n o . S e j a c o m o for, o f i n a n c i a m e n t o d e J a r m u s c h vem

de fontes alemãs. De alguma

forma, seu t e m p e r a m e n t o , estilo e

comerciais ressoam com a tradição germânica, representada fotógrafo Robby Müller, que transforma inegavelmente belo.

GC-O

uma trama

(des)interesses

neste caso t a m b é m

pelo

relativamente desconexa e m

algo


UMA JANELA PARA O AMOR (vm)

I n g l a t e r r a ( C h a n n e l Four, C u r z o n ,

(A ROOM WITH A VIEW)

Goldcrest, Merchant-lvory, Nai

I .in.iil M e r c h a n t e J a m e s I v o r y t r a b a l h a v a m j u n t o s d e s d e 1963, m a s f o i s u a a d a p t a ç ã o

Idioma:

d o r o m a n c e d e E. M . F o r s t e r , Uma janela

Direção: James

1

para

(1985), q u e t o r n o u a d u p l a d e p r o -

o amor

1I111 1 e d i r e t o r f a m o s a p o r u m e s t i l o l u x u o s o d e é p o c a q u e f i c a r i a e v i d e n t e m a i s ' i n M i m e s c o m o V e s t í g i o s d o d i a e Retorno

d od r a m a

cinematográfico

e Ivory n ofilme

d eépoca

também

Verão

e aqui

vermelho

traba-

adaptou

In 11 l a m e n t e p a r a a t e l a a h i s t ó r i a d o d e s p e r t a r d e u m a j o v e m . L u c y ( H e l e n a B o n h a m

Car-

iri) é a mulher e m questão, q u e descobre m u i t o sobre a vida e o a m o r n o s c a m p o s da •

ana, enquanto

(Haniel

s e decide

entre

o s pretendentes

inglês Ivory

Produção: Ismail

Merchant

Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala.

ia s e r d a d o a o t e r c e i r o m e m b r o d a e q u i p e , R u t h P r a w e r J h a b v a l a , q u e t i n h a c o m Merchant

tarde

a Howard's End.

M u i t o d ocrédito pela revitalização

lhado a n t e r i o r m e n t e

ll

F i l m F i n a n c e ) 117 m i n . T e c h n i c o l o i

George

(Julian

Sands)

e Cecil

Day-Lewis).

b a s e a d o n o l i v r o d e E. M . F o r s t e l F o t o g r a f i a : T o n y P l e r c e - R o b n 15 Música: Richard

Robbins

E l e n c o : M a g g i e S m i t h , H e l e n a l'.inili.n Carter, D e n h o l m Elliott, Julian

D e n c h , Fabla Drake, Daniel D a y I e w e . O s c a r : Ruth Prawer Jhabvala

S a n d s , e m s u a m e l h o r a t u a ç ã o n a tela, é u m G e o r g e a p a i x o n a d o , q u e beija a reser-

Sandl,

S i m o n C a l l o w , P a t r i c k G o d f r e y , |udl

(roteiro),

Gianni Q u a r a n t a , Brian Ackl.ind

Snow,

vada Lucy e m u m g r a m a d o c o m tons d e amarelo, e n q u a n t o Day-Lewis acerta n o t o m

B r i a n S a v e g a r , E l i o A l t r a m u i a (1 Inn a m i '

1 mi 110 o c o m p o r t a d o C e c i l ( I n c l u s i v e c o m o c a b e l o o l e o s o e a r a f e t a d o ) . M a s s ã o M a g g i e

a r t e ) , J e n n y B e a v a n , J o h n B r l g h i (lie.

Imith,

c o m o a a c o m p a n h a n t e excêntrica d e Lucy, c D e n h o l m

pai p r o g r e s s i s t a , q u e m a i s s e d e s t a c a m

Elliott, c o m o G e o r g e , o

n oelenco d eatores soberbos nesse

cenário

I n d i c a ç ã o a o O s c a r : I s m a i l M m hinl ( m e l h o r f i l m e ) , J a m e s I v o r y (diretor) D e n h o l m Elliott (ator coadjuvante),

I'.iandloso e p i t o r e s c o . J B

M a g g i e S m i t h (atriz c o a d j u v a n t e ) , Tony Plerce-Roberts

OS FILHOS DO SILENCIO mm

E U A ( P a r a m o u n t ) 119 m i n . C o r

(CHILDREN OF A LESSER GOD) No p a p e l , e s t e f i l m e adaptação

talentosa

n h e r b a s , O s f/lhos

soa c o m o da peça d o silêncio

u m a produção teatral

n a qual

Idioma: Inglês Direção: Randa menor

para

s e baseia

a TV, m a s ,g r a ç a s a u m a

e duas

atuações

s e torna, e m v e z disso, u m filme

principais

provocante

que é

1 a m b é m u m a bela história d e amor. O

professor d elinguagem

u m a escola para surdos e encontra

Leeds (William

Hurt) vai trabalhar e m

u m a ex-aluna, Sarah N o r m a n (Marlee Matlln), q u e

. 11',0ra t r a b a l h a l á c o m o f a x i n e i r a . S a r a h , u m a j o v e m r a i v o s a q u e f o r a u m a d a s m e l h o r e s alunas da escola, i n i c i a l m e n t e resiste a o s e n c a n t o s e m é t o d o s de J a m e s - ele encoraja

q u e é deficiente

auditiva,

t e m u m excelente

desempenho

como

Sarah,

1 i i m u n l c a n d o - s e e m sinais c o m t a n t a fúria q u e a t r a d u ç ã o d e H u r t d e s e u s g e s t o s e m p a l a v r a s é v á r i a s v e z e s d e s n e c e s s á r i a , pois é p o s s í v e l ler a m e n s a g e m ai n a ç ã o

d e Hurt

sentimentalólde),

é sutil

(exatamente

enquanto

a diretora

Sugarman Roteiro: Hesper Anderson, baseado na

o necessário Randa

m m y p e l o d r a m a p a r a t e l e v i s ã o S o m e t h i n g about

para

evitar

e m s e u rosto. A

q u e o filme

se torne

Halnes (queanteriormente ganhara u m Amélia,

Medoff

Fotografia: John

Seale

Música: Mlchael

Convertlno

E l e n c o : W i l l i a m H u r t , M a r l e e M.11II11 Plper Laurle, Philip Bosco, Alie G o m p f , J o h n F. C l e a r y , P h i l i p I I n l i n i " . ,

eus a l u n o s a u s a r a v o z -, m a s a c a b a c e d e n d o e s e t o r n a s u a a m a n t e . Matlln,

Haines

Produção: Patrick J. Palmer, Bui 1

peça d e M a r k

d esinais J a m e s

(fotografia)

d e 1984) e x p l o r a l i n d a m e n t e o

i n u n d o silencioso d e S a r a h , e s p e c i a l m e n t e e m u m a cena e n t r e ela eJ a m e s n u m a

piscina,

onde J a m e s finalmente experimenta o m u n d o c o m o Sarah o percebe. Encantador. J B

G e ó r g i a A n n C l l n e , W i l l i a m D. I i y i i l Oscar: Burt S u g a r m a n , Patrk k I l a i ( m e l h o r f i l m e ) , H e s p e r A n d e i s n n , MariM e d o f f ( r o t e i r o ) , M a r l e e M a t l i n (.11 i l : ) I n d i c a ç ã o a o O s c a r : W i l l i a m I lui 1 (ator), Piper L a u r l e (atriz Festival de Berlim: Randa d o s l e i t o r e s d o Berliner

coadjuvante)

Halnes

(JÚfl

Moiue/ipie.i),

( U r s o d e P r a t a - p o r t e m a d e gi.imle I m p o r t â n c i a p a r a o p ú b l i c o ) , I n r l l i .11.111 (Urso de Ouro)

/II


PLAT001M (1986) Um

olhar violento m a s ainda assim c o m o v e n t e à Guerra

olhos de

um jovem

s o l d a d o , Platoon

continua

sendo

do Vietnã, vista através

um

dos filmes de guerra

f o r t e s já f e i t o s e u m d o s m e l h o r e s f i l m e s d o d i r e t o r e roteirista O l i v e r

Stone.

O primeiro dos f i l m e s da "trilogia do V i e t n ã " de S t o n e - os outros f o r a m em

4 de j u l h o , d e 1 9 8 9 , e E n t r e o c é u e u t e r r a , d e 1 9 9 3 -, Platoon

Nascido

narra as experiências de

C h r i s T a y l o r , d e 19 a n o s ( i n t e r p r e t a d o \ p o r C h a r l i e S h e e n ) , u m r a p a z i d e a l i s t a , d e m é d i a , q u e se apresenta

como voluntário

dos mais

classe

p a r a o E x é r c i t o , a l h e i o a o s h o r r o r e s q u e iria

encontrar. U m a vez n o V i e t n ã , s u a s c a r t a s para casa (narradas por Charlie, por vezes de forma

muito

próxima

a como

seu

pai, Martin

C o p p o l a s o b r e o V i e t n ã , A p o c a l y p s e Now recrutas e os dois sargentos

Sheen, narrou o épico de Francis

[1979]) d e t a l h a m s u a s r e l a ç õ e s c o m o s

que dividem

o pelotão - o hippic

Elias Grodin

(Willem

Dafoe), q u e usa drogas para fugir aos p e s a d e l o s e m torno dele, e o v i o l e n t o B o b (Tom

Berenger)

-, a m b o s

parecendo

estar envolvidos

em

uma

luta

Ford

outros

Barnes

pelo controle

do

pelotão e pela posse da a l m a pura de Chris. P/atoon apresenta u m a visão única sobre "guerras", c o m o u m t o d o , e sobre a Guerra do Vietnã, e m particular, e m grande parte porque o próprio Oliver S t o n e serviu

durante

o conflito e u s o u o filme para relatar as s u a s experiências c o m o u m j o v e m soldado. t U A ( C i n e m a 8 6 , H e m d a l e ) 120 m i n . Cor

cena

ele dirige a partir de t o d o s os p o n t o s

de vista

possíveis - então

a

Em

platéia

n u n c a t e m certeza s o b t e de o n d e virá o p r ó x i m o a t a q u e , g e r a n d o u m a s e n s a ç ã o d e a n -

idioma:

inglês/vietnamita

g ú s t i a , c o m o se v o c ê r e a l m e n t e e s t i v e s s e lá, v e n d o e s s e terrível e c a ó t i c o c o n f r o n t o

Direção: Oliver Stone P m d u ç ã o : Arnold

d e s e n r o l a r a o seu redor. C o m a ajuda d o c o n s u l t o r militar D a l c D y e , ele p r o d u z u m a

Kopelson

rie d e i m a g e n s

Roteiro: O l i v e r S t o n e lotografia: Robert Musica: Georges

Richardson

I harlle S h e e n , Forest

Rli h a r d E d s o n , K e v i n D i l l o n , R e g g i e lOhnson, Keith David, Johnny

Depp,

1 livid Neidorf, M a r k M o s e s , Chris Ivrii'isen, Tony Todd (melhor

1lime), Oliver S t o n e (diretor), Claire S i m p s o n (edição), John Wilkinson, n u h a u l D. R o g e r s , C h a r l e s G l e n z b a c h , l l m o n Kaye (som) iinlii a ç ã o a o O s c a r : Oliver S t o n e (ator

0 idjuvante), Willem Dafoe 1 isidjuvante), Robert

(ator

Richardson

(fotografia) I estivai de Berlim: Oliver Stone de P l a t a - d l t e ç ã o ) , i n d i c a ç ã o Ouro)

soal, tendo

l u t a d o p o r 10 a n o s p a r a q u e o r o t e i r o c h e g a s s e à s t e l a s . P a r a o s

dores, é u m clássico Inesquecível, autêntico e m o d e r n o .

Whitaker,

(inteiro), T o m Berenger

na q u a l n ã o há u m

rapaz patriota q u e aos poucos vai se tornando

(Urso

(Urso

JB

se sé-

herói

desilu-

d i d o c o m t u d o a q u i l o pelo q u a l a c r e d i t a v a lutar. Para S t o n e , o f i l m e foi u m t r i u n f o Dafoe,

11.1111 c s c o Q u i n n , J o h n C . M c G i n l e y ,

Oscar: Arnold Kopelson

intensas e c o n f u s a s da guerra - u m a guerra

holywoodlano, mas apenas u m

Delerue

Elenco: Tom Berenger, Willem

de

cada

pes-

especta-


CARAVAGGIO mm I n i Caravaggio,

I n g l a t e r r a ( B F I ) 93 m i n . T e c h n i c o l o i

Derek J a r m a n usa u m e s t ú d i o e m Londres e os sons da Itália d e

dias para criar u m

retrato impressionante do m u n d o

nossos

da arte r e n a s c e n t i s t a . O f i l m e

co-

meça c o m a m o r t e d e C a r a v a g g i o e m Porto E r c o l e m , o l h a n d o para sua vida passada

em

uma Roma decadente e entretendo seus implacáveis patronos c o m histórias de t

vida

roubadas

d eseus companheiros

energia

d e bares e alcovas. A sa t u a ç õ e s , d e s d e

Nlgel

Tcrrye Tilda S w i n t o n a Robbie C o l t r a n e e J o n a t h a n H y d e , são s u b l i m e s , e t a n t o os

cená-

rios d e C h r i s t o p h e r arte se t o m a pinturas

Hobbs

quanto

a música

d eFisher-Turner

são

impressionantes. A

vida q u e se torna atte q u a n d o J a r m a n sopra vidas biográficas nas

d e Caravaggio

enquanto

o artista

reflete,

sem

piedade

alguma,

maiores

sobre

própria vida d i v i d i d a e n t r e a v a i d a d e g r i t a n t e d o m u n d o da a r t e e os p e r i g o s

sua

excitantes

de u m universo e m q u e a violência e o sexo se c r u z a m . O

filme

é notável

pelas

seqüências

pelas

cenas

assustadoramente

cômicas

que

recriam

e mque

a sobras-primas

o s cardeais

g e m a s mortíferos e pelo extraordinário triângulo f o r m a d o prostituta Lena ( S w i n t o n ) e C a r a v a g g i o (Terry). U m um artista q u e realmente mostra

d e Caravaggio,

planejam

seus

estrata-

por R a n u c c i o (Sean Bean), a

dos poucos filmes biográficos

sobre

Idioma:

inglês

Direção: Derek

Roteiro: Derek

Radclyffe

Jarman

Fotografia: Gabriel Música: Simon

Beristaín

Fisher-Turner

Elenco: N o a m Almaz,

Dawn

A r c h i b a l d , S e a n B e a n , J a c k B l r k e i 1. Sadie Corre, U n a

Brandon-Jones,

I m o g e n Claire, Robbie Coltrane, g.III C o o p e r , Lol C o x h l i l , N i g e l

Davenpoii.

V e r n o n Dobtcheff, Terry

Downes,

Dexter Fletcher, Michael

Gough,

Jonathan Hyde, Spencer Leigh, I mile Nicolaou, Gene October,

Cindy

Oswin, John Rogan, Zohra Sehgal, Tilda S w i n t o n , L u c i e n Taylor, Terry, S i m o n

a q u i l o q u e está n ap o n t a d e s e u p i n c e l . CM

Jarman

Produção: Sarah

Nigel

Fisher-Turner

Festival de B e r l i m : Derek

Jarman

( P r ê m i o C.I.D.A.L.C.), ( U r s o de

Prata

forma visual), indicação (Urso

de

Ouro)

TAMPOPO - OS BRUTOS TAMBÉM COMEM SPAGHETTI (1986) (TAMPOPO)

J a p ã o ( I t a m i P, N e w C e n t u r y ) 114 m i n Cor Idioma: japonês Direção: juzo

juzo I t a m l dizia q u e este f i l m e , sua s e g u n d a c o m é d i a , era u m " w e s t e r n r a m e n " - r a m e n uma

forma

d espaghetti

chinês.

Itaml

expande

sua

abrangência

e mTampopo

incorporar o tipo d e peça narrativa associado ao trabalho de Luis B u ñ u e l . S e u s

para

assuntos

são comida, sexo e m o r t e , e seu ponto focal ostensivo é a abertura de u m restaurante m a s s a s . Ele n o s leva por d e n t r o de u m a o b s e s s ã o , c m m e i o a várias d i g r e s s õ e s c o m

de

uma

s a g a c i d a d e filosófica e s o m b r i a q u e é ao m e s m o t e m p o hilária e perturbadora. A heroína q u e dá título ao f i l m e ( N o b u k o M i y a m o t o ) , p r e o c u p a d a a p e n a s c o m é uma

mãe

chamado

viúva

Goro

determinada

(Tsutomu

a dominar

Yamazaki),

a arte d oramen c o m

u m motorista

a ajuda

de caminhão.

d eum

mentor está

acompanhado

por sua a m a n t e t a m b é m vestida de branco, que está p r e o c u p a d o c o m c o m i d a , sexo, m o r t e c c i n e m a . I n i c i a l m e n t e v e m o s o g á n g s t e r s e n t a d o na p r i m e i r a fileira d e u m c i n e m a de u m a

suntuosa

íampopo.

Várias

mesa de comida, ostensivamente digressões

estendem

esses

temas

diante

preparando-se para ver a história d e Inter-relacionados

para

incorporar

como

e mOsoshiki,

o interesse

final

d e Itami

parece

ser

llaiiil.

Tamaoki

Roteiro: Juzo

Itami

Fotografia: Masaki Música: Kunihiko

Tamuta Murai

Miyamoto, Ken Watanabe,

NobUKO Koji

Y a k u s h o , M a r i o A b e , I z u m i H a i a , IsaO Hashizume, Hisashi

Igawa,

Toshimune Kato, Yoshi Kato, Yoshihiro Kato, Fukumi

Kuroda,

N o b u o N a k a m u r a , M a r i k o Okada, S h u j i O t a k i , R y u t a r o O t o m o , Yoshlhll Saga, Kinzoh Sakura, Setsuko

Shlno,

Hitoshi Takagi, Choei Takahashi. Al m Tanaka, MasahikoTsugawa,

temas típicos do cinema japonês c o m o traição, pobreza, família e culpa. Assim

Yasushi

Elenco: Tsutomu Yamazaki. comida,

S u a história

e n t r e l a ç a d a c o m a d e u m g á n g s t e r rico e s e m n o m e q u e se v e s t e d e b r a n c o ,

Itaml

Produção: Seigo H o s o g o e j u z o

Rtklya

Yasuoka o d e explorar

t a m b é m o de ridicularizar a l g u n s dos paradoxos da sociedade japonesa, inclusive os giram e m torno de classe e etiqueta, e ele o faz c o m grande energia e criatividade.

e

que JRos

/I'.


H o n g - K o n g ( C i n e m a City) 104 m i n .

DO MA DAAN

Cor

Q u a n d o o c i n e m a de H o n g - K o n g pós-new w a v e dos anos 80 chegou ao Ocidente, seus

Idioma:

cantonês

D i r e ç ã o : Tsui

a d m i r a d o r e s ficaram extasiados pela habilidade daquela

Hark

do que

Hark

título Kwok

lotografia: Poon Música: James

Hang-Sang

Wong

Elenco: Brlgltte Lin, Cherie C h u n g , •..illy Y e h , K e n n e t h T s a n g , W u

( l i n i n g K w o k K e u n g , Ku Feng, Lee

Ini

estava

da

sendo

grande

quanto

diretor

Hark,

Tsui

produzido e m

leva

abundância

de

80

D o ma

ao

de

("Blues

daan

mesmo

Hollywood

Hong-Kong

tempo

da

naquela

de

esses

Ópera

Pequim"), o épico

de

elementos

e desafiador

da

em

outro

tamanha

histórico

gravidade,

E n t r e l a ç a n d o as aspirações d e três protagonistas do sexo f e m i n i n o - a filha d e

seus destinos se cruzam

n o teatro, Tsui t a m b é m

mistura de gêneros cinematográficos com

melodrama Os

Kong.

(Cherie

consegue

criar

habilidade i m p e c á v e l para englobar

temas

políticos

e

questões

de

sexo

que

são

colocados

dentro

da

narrativa

Hoje só n o s é possível

assistir a o f i l m e e refletir sobre essa

Hong-

pura explosão

prazer c i n e m a t o g r á f i c o c o m u m a nostalgia ácida - os ú l t i m o s f i l m e s d e Tsui t ê m c o n f u s o s , as três p r o t a g o n i s t a s e n c a n t a d o r a s já se a p o s e n t a r a m d a s telas e a d e c i n e m a d o I n í c i o d o s é c u l o 21 e m H o n g - K o n g e s t á e m v i o l e n t o d e c l í n i o .

Direção: Oliver Stone Produção: Gerald Green, Oliver Stone Boyle

Richardson

indústria

TCr

O MARTÍRIO DE UM POVO 0986)

O g r a n d e salto c o m o diretor para Oliver S t o n e veio a p ó s u m a série d e roteiros - Incluindo O

expresso

Richardson

da

meia-noite,

e

Scarface

Ano

do

dragão

que

-

resultaram

em

sucessos

controversos nas bilheterias. E m e x t r e m o contraste c o m a política reacionária c o racismo desses

Delerue

lotografia: Robert

SALVADOR

de sido

(SALVADOR)

I d i o m a : inglês / espanhol

Música: Georges

o

histórico, a farsa e a ação c o m a r a m e s , c o m u m resultado formidável.

f o r n e c e m u m a s e g u n d a leitura f a s c i n a n t e para este clássico c o n t e m p o r â n e o de

lotografia: Robert

um

q u e luta para se infiltrar na c o m p a n h i a de ópera t o t a l m e n t e m a s c u l i n a d e s e u pai (Sally

uma

Roteiro: Oliver S t o n e , Rick

se

1913.

general c o m c o n e x õ e s r e v o l u c i o n á r i a s secretas (Brigitte Lin), u m a aspirante a acrobata

Chiing) - enquanto

I L M ( H e m d a l e ) 123 m i n . C o r

do

que

Yeh) e u m a mercenária criadora de intrigas q u e está à procura de jóias roubadas

'.an

criar

ausentes

época. Talvez n e n h u m

contenha

vertiginoso

desenrola na Ópera de P e q u i m e m torno de

Ma,

Paul Chu, Hoi Ling Pak, M a r k Cheng,

1

indústria de cinema

e n t r e t e n i m e n t o popular c o m I m a g i n a ç ã o e inteligência - qualidades e m geral

1'rodução: C l a u d i e C h u n g C h u n , Tsui

R o t e i r o : W a i To

0986)

ao

apoio

a m e r i c a n o à repressão brutal e fascista na A m é r i c a Latina. Escrito c o m viradas na

primeiros

filmes,

Salvador

é

um

ataque

abertamente

esquerdista

trama

Elenco: James W o o d s , James Belushi,

d e s c a r a d a m e n t e m e l o d r a m á t i c a s , d i s p a r a n d o respostas e m o c i o n a i s na platéia e dirigido

M i , li.n'l M u r p h y , J o h n S a v a g e , E l p l d i a

c o m u m a força cinética e n v o l v e n t e da primeira à ú l t i m a d a s i m a g e n s , p e r m a n e c e

' irrlllo, l o n y P l a n a , C o l b y C h e s t e r ,

u m m o d e l o para os f i l m e s posteriores do diretor. T a m b é m é o primeiro de sua série

1 v i u In.1 G i b b , W i l l M a c M i l l a n , V a l e r i e

lições de História e m q u e u m a m e r i c a n o c o m u m precisa e n f r e n t a r a v e r d a d e por trás das

Wililm.in, José Carlos Ruiz, Jorge 1

like,

In.in F e r n a n d e z , S a l v a d o r

'..nu I n v , R o s a r i o

Zúniga

Indicação ao Oscar: Oliver Stone, Rh k B o y l e (roteiro), J a m e s (ator)

Woods

verdades oficiais - o S o n h o A m e r i c a n o , propaganda do governo, etc. - e acaba a u m p o n t o s e m retorno n o qual precisa reavaliar sua visão de Salvador amigo

DJ,

acompanha Dr.

Rock

o jornalista

(James

Belushi),

do

mundo

que

como de

chegando

mundo.

real R i c h a r d B o y l e ( J a m e s W o o d s ) e s e u

viajam

para

o

que

esperam

ser

um

feriado

ensolarado cheio de sexo barato, drogas e rock'n'roll. Ao c h e g a r e m a s e u destino, c o n t u d o , s e v ê e m e m m e l o a u m a g u e r r a civil t ã o v i o l e n t a q u e n ã o p o d e m deixá-la d e lado. A i n d a q u e o f i l m e n ã o m o s t r e a c o m p l e t a b r u t a l i d a d e e m El S a l v a d o r d u r a n t e " o s e v e n t o s o c o r r i d o s e m 1980-81" ( s e g u n d o os dizeres na a b e r t u r a d o f i l m e ) , e s t a j o r n a d a n o interior d e u m i n f e r n o na Terra b e m a o l a d o d o s E s t a d o s U n i d o s p e r m a n e c e c o m o u m t e s t e m u n h o

intransigente

c o m o v e n t e da política exterior norte-americana e m u m d e seus piores m o m e n t o s .

/tf.

MT

e


TOP GUN - ASES INDOMÁVEIS

ussei

EUA (Paramount) n o min. Metroroloi

(TOP GUN)

Idioma:

d n ú m e r o d e inscrições no p r o g r a m a d e pilotos d e caça da M a r i n h a d o s E s t a d o s

Unidos

aumentou consideravelmente após o lançamento desta h o m e n a g e m regada a testosterona a o s h o m e n s q u e g o s t a m d e v e l o c i d a d e s e x t t e m a s . Para os q u e a s s i s t i r a m a o f i l m e , In a f á c i l e n t e n d e r a s r a z õ e s . T o m C r u i s e , n o p a p e l q u e o t r a n s f o r m o u d e

adolescente

Ininitinho e m astto, é Maverick, u m piloto na escola para f o r m a ç ã o a v a n ç a d a d e pilotos

inglês

Direção: Tony

Scott

P r o d u ç ã o : Jerry B r u c k h e i m e i ,

Don

Simpson R o t e i r o : J i m C a s h , J a c k E p p s Jr.. baseado no artigo de Ehud Yonay F o t o g r a f i a : J e f f r e y L. K i m b a l l

de caça T o p G u n , e m S a n D i e g o , na C a l i f ó r n i a . Ele n ã o lida b e m c o m a a u t o r i d a d e , b a t e n -

M ú s i c a : Harold Faltermeyer,

do de frente c o m s e u superior, M i c h a e l Ironside, e t e m dificuldade e m se c o m p r o m e t e r ,

Moroder

o q u e causa p r o b l e m a s q u a n d o se apaixona pela insttutora d e v ô o (Kelly McGlllls).

E l e n c o : T o m Cruise, Kelly McGlllls, Val

A a t u a ç ã o m á s c u l a m a s " l á - n o - f u n d o - s o u - u m - c a r a - s e n s í v e l " d e C r u i s e a g r a d o u à platéla f e m i n i n a , s o b r e t u d o g t a ç a s à s u a s e r e n a t a n o bar, o n d e c a n t a " Y o u ' v e L o s t T h a t L o v i n ' Feelin'" para u m a e s p a n t a d a McGillls. M a s as cenas até hoje imbatíveis d e a ç ã o e m v ô o são a verdadeira razão para se g o s t a r deste f i l m e . O diretor Tony S c o t t , q u e t e m s e u s m o m e n t o s d i r i g i n d o f i l m e s d e a ç ã o r á p i d a ( c o m o O último

Boy

melhores

S c o u t [1991] e D i a s d e t r o v ã o

IO]), p a s s a p o u c o t e m p o c o n t a n d o a h i s t ó r i a d o r o m a n c e c d o s c o n f l i t o s p e s s o a i s p a r a poder encher o filme c o m cenas de perseguição de caças e exibições aéreas Impressionant e s indomáveis

traz u m a trilha sonora cheia d e sucessos e u m g r u p o d e j o v e n s atores

(Meg Ryan, Val Kilmer e A n t h o n y Edwards) q u e vieram a se tornai grandes estrelas. J B

Giorgio

(canções)

Kilmer, A n t h o n y Edwards, T o m Skerritt, M i c h a e l Ironside, John S t o c k w e l l , Barry Tubb, Rick R o s s o v h h , T i m R o b b i n s , C l a r e n c e G l l y a r d Jr„

Whip

Hubley, J a m e s Tolkan, M e g Ryan, Adrian

Pasdar

O s c a r : Giorgio M o r o d e r , T o m W i l l i lock (canção) I n d i c a ç ã o a o O s c a r : Cecelia

Hall.

G e o r g e W a t t e r s ( e f e i t o s e s p c i I a Is sonoros), Billy W e b e r , Chris

fcbni/on

(edição), Donald 0. Mitchell, Kevin O ' C o n n e l l , R i c k K l i n e , W i l l i a m B, Kaplan (som)

l\l


E U A ( F i r s t R u n F e a t u r e s ) 157 m i n . C o r I d i o m a : inglês

SHERMAN'S MARCH

(1986)

E m a l g u m m o m e n t o e m m e a d o s da d é c a d a d e 50, e q u i p a m e n t o s d e f i l m a g e m

Direção: Ross

McElwee

de sincronismo de som, combinando

Roteiro: Ross

McElwee

magnética, foram desenvolvidos e m paralelo nos Estados

Fotografia: Ross

McElwee

Elenco: Ross M c E l w e e , Burt Reynolds, t harleen

Swansea

dotados

u m a c a m e r a d e i 6 m m c o m u m g r a v a d o r de fita U n i d o s e na Europa.

Final-

m e n t e , a gravação de s o m podia ser tão imediata q u a n d o a captura dos eventos em

filme. Assim

nasceu

o movimento

de documentários

conhecido

como

reais

cinema

v e r l t é - c i n e m a v e r d a d e -, t a m b é m c h a m a d o d e d i r e c t c i n e m a o u a p e n a s C V . N o i n í c i o , os gravadores

de fita e r a m

l o n g o d o s a n o s 60L suíça

"portáteis"),

mas, ao

t o r n a r a m - s e c a d a v e z m e n o r e s e m a i s l e v e s . E m 1970, a

muito

pesados

(ainda

que fossem

empresa

Nagra lançou, o Nagra S N , u m gravador d e alta q u a l i d a d e p e q u e n o e leve o sufi-

c i e n t e para ser c a r r e g a d o d e n t r o d o bolso (grande) d e u m c i n e a s t a . C o m Isso, a s e q u i pes d e d u a s p e s s o a s d o C V p o d i a m agora ser reduzidas a p e n a s ao c i n e a s t a . mente que alguns desses novos cineastas "autocontidos" c m pouco tempo

Natural-

começaram

a u s a r a si m e s m o s c o m o s u j e i t o s d e s e u s f i l m e s , e, l o g o e m s e g u i d a , o " f i l m e - d l á r i o " se tornou o novo gênero de documentário.

Sherman Cidadão

M a r c h (A m a r c h a do gênero

Kane

recebido

por muitos

de

de S h e r m a n ) , de Ross M c E l w e e , p o d e ser visto c o m o filmcs-dlários. Assim

críticos Influentes

como

como

Kane, Sherman's

algo c o m p l e t a m e n t e

novo

no

o foi

March

cinema

norte-americano, m a s sua maior realização estava m e n o s e m sua originalidade do que na

forma

como

ele juntava

e aperfeiçoava

técnicas

e a b o r d a g e n s já

presentes

nos

primeiros diários f i l m a d o s . M c E l w e e , originário da Carolina do Norte c aluno d e Ricky Leacock c Ed Pinctis n o MIT, decidiu fazer u m f i l m e sobre os efeitos ainda em

sua

época

da

derrota

sofrida

pelo

Sul

durante

a

Guerra

de

persistentes

Secessão.

c o n c e n t r o u , e s p e c i f i c a m e n t e , sobre a d e v a s t a ç ã o c a u s a d a pelo terrível General

Ele

T. S h e r m a n . C o n t u d o , q u a n d o i a c o m e ç a r a f i l m a r , s u a n a m o r a d a d e m u i t o s a n o s minou

com

ele. Sua

volta

para

casa

em

busca

dos rastos

de

Sherman

se

William ter-

tornou-se

t a m b é m u m a tentativa de encontrar u m a paixão. D i f e r e n t e m e n t e dos filmes de CV feitos no Início d o s a n o s 60, c o m suas equipes camera

i n v i s í v e i s , e m S h e r m a n ' s March

vemos

McElwee

Interagindo

c o m seus sujeitos à frente de seu equipamento. Tendo aprendido a segurar a sob o braço enquanto

mantinha

de

constantemente camera

contato visual c o m as pessoas, M c E l w e e tinha

um

talento notável para fazer c o m q u e as p e s s o a s f i c a s s e m m u l t o à v o n t a d e e n q u a n t o

as

filmava. Ele n u n c a

de

se permite u m a insinuação

maliciosa

ou assume

u m a atitude

condescendência diante m e s m o do mais estranho dos personagens que encontra. Ao longo d o filme, q u e levou cerca de cinco a n o s para ser f i l m a d o e editado, ele se deixou levar e m a l g u m a s t e n t a t i v a s de c o m e ç a r u m r e l a c i o n a m e n t o . N e n h u m deles d e u certo e alguns falharam d e forma cômica. Sua narração vai se t o r n a n d o cada vez m e n o s autocrítica até q u e , e m u m m o m e n t o excepcionalmente tocante, ele f i n a l m e n t e e m v o z a l t a , s e e s t á f i l m a n d o a s u a v i d a o u s e e s t á f i l m a n d o para

que

tenha

pensa,

u m a vida.

E m m e i o a t u d o isso, S h e r m a n ' s M a r c h n u n c a é p e s a d o e, q u a n d o t e r m i n a , n o s resta uma

emoção

ao reconhecermos

como

M c E l w e e foi eficaz a o capturar o espírito

dos

relacionamentos a m o r o s o s c o n t e m p o r â n e o s . Pode parecer "simples", c o m o u m a espécie d e f i l m e caseiro

sofisticado,

m a s o que o torna

McElwee, seu b o m humor e notável candura.

RP

artístico

é a alma

generosa

de


DAO MAZEI 000

C h i n a (Xi'an) 8 8 m i n . Cor

m a zei ( O l a d r ã o d e c a v a l o s ) , s e g u n d o l o n g a d e T i a n Z h u a n g z h u a n g ( a p ó s s e u

d e 1984, I

(1986)

Lie C h o n g z h a s h a ) , p a s s a d o n a s r e g i õ e s d e s e r t a s d o T i b e t e , é u m

filme

espetáculo

íidável d ep a i s a g e n s e cot. Talvez seja o m a i s pessoal d o s f i l m e s da " Q u i n t a ( i e B e i j i n g , na R e p ú b l i c a

Dan,

O s o n h o azul

Popular d aChina, pelo m e n o s

(1993). A o r i g i n a l i d a d e

e o domínio

Gera-

até o filme seguinte d e

de Tian

sobre s o m

e

imagem

C r i a m uma c o m u n i c a ç ã o d i r e t a p a r a a l é m d a s q u e s t õ e s i m e d i a t a s d a t r a m a s i m p l e s Ulme ( u m

ladrão ocasional

do

d ec a v a l o s é e x p u l s o d eseu clã p o r r o u b a r o f e r e n d a s d o

iciuplo) e da cultura regional ( c o m u m a a t e n ç ã o particular aos rituais b u d i s t a s para o s tos), e x p r e s s a n d o

u mmisticismo

ambiental

e ecológico

que

sugere

uma

Idioma:

mandarin

Direção: Tian

Zhuangzhuang

Produção: W u

Tian-MIng

Roteiro: Zhang

Rui

Fotografia: Z h a o Fei, H o u Y o n g Música: Qu

Xíao-Song

E l e n c o : D a n J i j i , G a o b a , j a y a n g jami 0 Tseshang Rinzlm, Daiba

nova

Klação entre o h o m e m e a natureza. Os papéis relativamente pequenos que diálogo e narrativa

têm, assim

como

o notável tratamento

das composições

c superposições,

rtzem c o m q u e o filme lembre alguns faroestes dos anos 20, ainda q u e esteja longe de li

cinema

mudo:

o scantos, percussão

e sinos

dos

rituais

budistas

e a bela

trilha

Minora são u m a parte essencial da textura do filme. Doo

ma z e i s o f r e u d u a s p e q u e n a s f o r m a s d e c e n s u r a d o g o v e r n o c h i n ê s a n t e s d e s e r

f i n c a d o . A i n t e n ç ã o d e T i a n era d e q u e o f i l m e n ã o t i v e s s e u m a d e m a r c a ç ã o d e

tempo.

' uiitudo, o g o v e r n o m u d o u o início do f i l m e d e forma q u e a data "1923" agora

aparece

i.ipldamente

na tela a n t e s da primeira i m a g e m , s i t u a n d o a a ç ã o e m u m p e r í o d o espe-

1 ilico. A outra censura veio sob a forma da e l i m i n a ç ã o de corpos do primeiro dos

três

"enterros celestes" do filme. M a s a história - u m a parábola sobre u m ladrão

relutante

que, para

após

ser

o estilo modernista. O filme, c o n t u d o ,

foi

poder alimentar a sua

banido - permaneceu muito

pouco

visto

família, torna-se u m

intacta, assim c o m o

na China

minoritária e de seu ecletismo.

Continental

por

ladrão mais

conta

d e seu

metódico

foco

em u m a

cultura

JRos

A LUZ (1987) (YEELEN)

M a l i (Artificial Eye, Cissé, S o u l e y m a n e ) 105 m i n . F u j l c o l o i

A luz, u m a b e l a e h i p n ó t i c a f a n t a s i a d o d i r e t o r S o u l e y m a n e C i s s é , t r a n s c o r r e n a

antiga

I altura B a m b a r a de Mali. m u i t o antes q u e fosse invadido pelo Marrocos no século XVI. Um

jovem

mistérios

chamado

Niankoro

da natuteza

(Issiaka

Kane)

- o ukomo, a ciência

parte

com

dos deuses

o objetivo - com

d edescobnr os

a ajuda

d esua

( S o u m b a Traore) e d o tio (Ismaila Sarr). M a s S o m a ( N i a m a n t o S a n o g o ) , o pai de Niankoro, prepara

uma

trama

para impedi-lo

mãe

ciumento

d edecifrar os e l e m e n t o s d o s

rituais

Idioma:

bambara/francês

Direção: S o u l e y m a n e Cissé Produção: Souleymane Roteiro: Souleymane

Cissé

Cissé

Fotografia: Jean-Noël Ferragut, P a n Michel

Humeau

M ú s i c a : Salif Keita, M i c h e l

' . a g r a d o s d o s B a m b a r a e t e n t a matá-lo.

Portal

Elenco: Issiaka Kane, A o u a Sangaii',

A l é m de criar u m u n i v e r s o d e n s o e e x c i t a n t e q u e devetia deixar G e o r g e Lucas verde de inveja, Cissé filma suas i m a g e n s i m p r e s s i o n a n t e s e m

N i a m a n t o S a n o g o , Balia

Moussa

Fujicolot e a c o m p a n h a

a sua

K e i t a , S o u m b a T r a o r e , I s m a i l a Sarr,

II isto ria c o m u m a t r i l h a e s p a r s a , h i p n ó t i c a e p e r c u s s i v a . M i s t u r a n d o h a b i l m e n t e

coisas

Youssouf Tenin Cissé, Koke

iiiviais

com

profundos

mistérios, esta

obra

formidável

ganhou

o prêmio

d ojúri n o

f e s t i v a l d e C a n n e s e m 1987. C o m o u m t o d o , A l u z é u m a a p r e s e n t a ç ã o I d e a l a u m que, j u n t o c o m O u s m a n e S e m b è n e , é u m dos melhores da África.

JRos

diretor

Sang.uc

Festival de Cannes: Souleymane Cissé (prêmio do júri e c u m é n i i o m e n ç ã o especial), (prêmio do lun). e m p a t a d o c o m S h i n r a n : Sfilrol m u In. indicação (Palma de Ouro)

/VI



A l e m a n h a O c i d e n t a l / França (Argos, Roa d M o v i e s , W D R ) 127 m i n . P & B /

Cor Idioma: a l e m ã o / inglês / francês Direção: W i m

Wenders

1'rodução: A n a t o l e D a u m a n ,

Wim

Wenders Roteiro: Peter Handke, W i m

Wenders

Fotografia: Henri Alekan Musica: Jürgen

ASAS DO DESEJO (mi) (DER HIMMEL ÜBER BERLIN) Escrito

Peter

guarda

invisíveis m a s

apaixona

Handke,

Asas

do

F e i n I alk, H a n s M a r t i n Stier, E l m a r Beatrice Bruno

suntuosa

mundos

- o dos humanos

fantasia

de

da

e o de seus anjos

da

palpáveis - por m e i o de Damiel (Bruno Ganz), u m

anjo que

foi a c l a m a d o pela crítica e g a n h o u h o n r a r i a s e m m u i t o s f e s t i v a i s d e c i n e m a ,

de

1946, o c é u

humanos

Wim

e a beleza s u p r e m a

se

e no

de W e n d e r s

é

o clássico de Mlchael Powell e Emeric

outro,

mostrado

em

incluindo

lançado.

preto-e-branco, e n q u a n t o

o

Pressburger mundo

ganha vida e m cores fortes, c o m a ajuda do trabalho do lendário

H e n r i A l e k a n , q u e t a m b é m t r a b a l h o u e m A bela

dos

fotógrafo

d e J e a n C o c t e a u (1946). D o

e a fera,

alto

de prédios c apoiados c m estátuas, os anjos observam. U s a n d o capas de chuva e sor-

ROSaz, L a u r e n t P e t l t g a n d , Chlck 1 m e g a , Otto Kuhnle, Christoph

desejo,

por u m a m o r t a l . A t m o s f é r i c o , elegíaco e de a n d a m e n t o c o m p a s s a d o , o filme

C o m o errp N e s t e mundo

D o m m a r t i n , Otto Sander, Curt Bois,

1estival de C a n n e s : W i m

com

a divisão de Berlim, os efeitos do Holocausto

o prêmio de Melhor Diretor e m Cannes q u a n d o

Knieper

M a n o w s k l , Lajos Kovács,

parceria

vida, a de ousar escolher entre dois

llenco: Bruno Ganz, Solveig

Wilms, Sigurd R a c h m a n ,

em

W c n d e r s , abarca

Merg

Wenders

(diretor), I n d i c a ç ã o ( P a l m a d e Ouro)

risos de M o n a

Lisa, s ã o Invisíveis, exceto para as c r i a n ç a s e os c e g o s , q u e s e n t e m

sua

presença. Os anjos tudo v ê e m , t u d o s e n t e m , e assim su r g e m ao lado dos mortais

em

momentos

angustiantes,

acidentes. Embora

não

freqüentando

possam

afetar

quartos

solitários,

diretamente

as ações dos

trazem lampejos de esperança a o n d e antes havia apenas Mas,

quando

o

anjo

Damiel

vai

ajudar

t r a p e z i s t a q u e t e m m e d o d e cair, ele c o m e ç a

bibliotecas

Marion

e

cenas

h u m a n o s , os

de

anjos

escuridão.

(Solveig

Dommartin),

uma

bela

a desejar as pequenas coisas c o m u n s

q u a i s os h u m a n o s n ã o d ã o m a i s valor: tocar, abraçar, ser visto. E m u m set de

às

filmagem

ú m i d o a m b i e n t a d o e m u m p r é d i o e m r u í n a s , P e t e r F a l k ( r e p r e s e n t a n d o a si m e s m o ) um

homem

misterioso:

televisão, m a s é t a m b é m

ele é o

ator f a m o s o

pelo

personagem

o único h u m a n o que cumprimenta

Columbo

da

série

Damiel diretamente.

é de

Em

u m c a f é , Falk e s t e n d e a m ã o para o a n j o , d i z e n d o " E u n ã o p o s s o vê-lo, m a s e u sei

que

v o c ê e s t á aí", s e m e x p l i c a r n a d a . A n t e c i p a n d o - s e a o s e s p e c t a d o r e s . W e n d e r s deixa

que

Falk seja d u a s v e z e s c h a m a d o

Indiretamente de "Columbo", u m

recurso que diverte

d e s p e r t a a platéia, t o r n a n d o a vivência d o f i l m e m e n o s onírica e m a i s real. Incitado

ter sido r e c o n h e c i d o por Falk, D a m i e l d e c i d e "cair de c a b e ç a " literalmente cal e m direção à sua própria

e

por e

mortalidade.

Inspirado pela poesia de Rainer Maria Rilke. o ritmo lento de Asas do desejo é essencial

para

o

clima

da

história.

É

preciso

t e m p o para c o n t e m p l a r as p e r g u n t a s q u e só as c r i a n ç a s f a z e m , c o m o "Por q u e e u sou eu e n ã o você? Por q u e estou aqui e ali? Q u a n d o o t e m p o c o m e ç o u e o n d e o e s p a ç o a c a b a ? " . O mento cadenciado

Inevitavelmente

leva a platéia a u m

mundo

no qual as prioridades são m a i s claras e a vida e m geral cheia de esperança. A popularidade deste filme fundo,

deste filme

n u a ç ã o [Tão

longe,

"com tão

perto,

uma de

não

anda-

mais

lânguido,

m e n s a g e m " , exigia

uma

1989), a s s i m c o m o a

pro-

conti-

Inevitável

r e f l l m a g e m h o l l y w o o d l a n a : o d r a m a r o m â n t i c o Cidade dos anjos (1998), c o m M e g R y a n e N l c h o l a s C a g e n o s p a p é i s p r i n c i p a i s .

'

l'i

KK


H o n g - K o n g ( G o l d e n H a r v e s t ) 101

min.

Idioma:

cantonês

Direção: Jackie

A

Chan

Produção: Willie Chan, David Lam,

Chan

Fotografia: Yiu-Tsou

é

simples:

o

diretor

e

protagonista

Real de H o n g - K o n g na virada

Jackie

Chan

Interpreta

um

figurão

d o século XIX. Ele se d i s p õ e a a c a b a r c o m navios ao sul da costa da China e

expor u m traidor q u e está e n t r e os s e u s oficiais. Essa é toda a história, m e s m o . Cheung

Anthony Chan, Wai-Man Chan, John t Inning, Maggie Cheung, M u i

Sang

tan, Kenny Ho, Ricky Hui, Regina Hoi-Shan K w a n ,

da um

precisa Existem

os m o c i n h o s e os b a n d i d o s . N ã o há a m b i g ü i d a d e s m o r a i s n e m áreas n e b u l o s a s . T e m o s

Elenco: Jackie Chan, Kenny Bee,

Kent,

trama

Marinha

grupo de piratas que saqueiam e depredam

I dward Tang Roteiro: Jackie

PROJETO CHINA 2 - A VINGANÇA m i ) ("A" GAIWAK J U K J A P P )

Cor

Rosamund

K w a n , Benny Lai, Ben L a m , David

dúvidas de que o herói vencerá os bandidos? Claro que não. N i n g u é m assiste a u m

fil-

m e de Jackie Chan pelo enredo. O enredo é apenas u m a estrutura, u m a simples desculpa para C h a n a p r e s e n t a r e l e t r i z a n t e s s e q ü ê n c i a s u m a a p ó s

outra.

Para C h a n , o q u e estiver e m volta - u m a sala a p e r t a d a , u m telhado ou u m cheio de gente - totna-se, c o m freqüência, u m

parque de diversões e u m

mercado

percurso

de

I a m , W a l L a m , Carina Lau, Siu-Ming

resistência. A arquitetura e os objetos à m ã o p o d e m ajudá-lo ou machucá-lo à

medida

i a n , Hoi S a n Lee, Siu-Tin Lei, F o n g

q u e e l e m e r g u l h a , e s q u i v a - s e , rola e s e c o n t o r c e para livrar-se d o c o n t i n g e n t e

Inesgo-

Liu,

tável de bandidos que sempre o perseguem, determinados

Ken Lo, Ray Lui, S a m Lul, M a r s ,

H o z l d a r S m l l j a n i c , P o T a i , Bill T u n g , I ting W e i

Wang

a esmurrar,

c h u t a r e,

geral, triturá-lo d e p a n c a d a s . Observá-lo escapar, pular, girar c i m p r o v i s a r durante uma

pancadaria

uma

no

fuga

brutal é equivalente a experimentar a alegria e hilaridade

do

m e t i c u l o s o t l m i n g c ô m i c o d a s a n t i g a s c o m é d i a s - p a s t e l ã o . Ele faz parecer fácil, m a s as c e n a s cortadas do filme, q u e são exibidas d u r a n t e os créditos finais ( u m a tradição filmes de Jackie Chan), revelam trabalhar. Chan

se m a c h u c o u

que o cenário é u m

virtualmente

em

cada

lugar um

bastante perigoso

de seus filmes. Não

único osso que ele não tenha quebrado, pelo m e n o s u m a aquela q u e nos proporciona toi m i n u t o s de e n t r e t e n i m e n t o

vez, na

sua competência

busca de sua

filme, s o m e n t e maior". Aqui encontramos Chan

era j o v e m , r á p i d o e ágil, a n t e s q u e a i d a d e e t o d o s os o s s o s q u e b r a d o s AT

se um

arte,

2 segue o no ápice

c o m o cineasta, coteógrafo e artista de lutas marciais, q u a n d o

c o m e ç a s s e m a diminuir seu ritmo.

despretensioso.

M a s p o r q u e e s c o l h e m o s a c o n t i n u a ç ã o e m v e z d o o r i g i n a l ? P r o j e t o China d i t a d o de ser " o m e s m o

nos

para

de

ainda

inevitavelmente


A FESTA DE BABETE (in?)

Dinamarca

(I ABETTE'S FEAST) m c o n h e c e o livro original d e Isak D l n e s e n precisa concordar q u e o f i l m e de Gabriel Áxel, a l é m d e s e r u m a p é r o l a e m v á r i o s o u t r o s s e n t i d o s , é u m e x e m p l o s u b l i m e d a a r t e da a d a p t a ç ã o . T r a n s f e r i r a h i s t ó r i a d e u m a c i d a d e n a N o r u e g a culo varrido inieligente austeras

pelo v e n t o

nacosta

n a estratégia

levadas

pelas

d e Áxel

duas

daJutlândla,

na Dinamarca,

d e repensar

irmãs

idosas

para u m vilarejo

todo

foi apenas

o relacionamento

que Integram

u m começo

entre

a comunidade

minús-

a s vidas

religiosa d o

vilarejo e o h e d o n i s m o s u n t u o s o d o b a n q u e t e preparado u m a única v e z para elas e s e u s i ompanheiros liitlãndla c o m o

d edevoção

por Babete

refugiada das c o m u n a s

(Stéphane

Audran), a empregada

que chega à

i onsistentemente carinhosa, bem-humorada

contemplação

e s á b i a d o a m o r , d a fé e d a a r t e . A s e g u n muito desconfiado)

das

Iguarias p r e p a r a d a s p e l a c h e f n ã o r e c o n h e c i d a . C o m o B a b e t e ( c P r ó s p e r o , q u e parece t e r criação

d e Dinesen), Áxel

também

se m o s t r o u

u m

mago

filme

c o m este

modesto m a s incrivelmente ressonante c generoso. Contou c o m a ajuda de seus atores, v á r i o s d e l e s f a m i l i a r e s devido a c l á s s i c o s d e B e r g m a n e D r e y e r . E A u d r a n ,

uma

gourmet, evidentemente

saboreia cada

Idioma: dinamarquês / sueco / francês Direção: Gabriel

Axel

P r o d u ç ã o : j u s t B e t z e r , B o Chrlstenill R o t e i r o : G a b r i e l A x e l , b a s e a d o no livro d e Isak

Dinesen

Fotografia: Henning

Kristlansen

M ú s i c a : Per Nargaard

F e d e r s p i e l , B o d i l Kjer, Jarl K u l l c , l e . I N

d a metade c o n s i s t e d a p r e p a r a ç ã o e d o d e s f r u t e ( i n i c i a l m e n t e

a

Panorama)

Elenco: S t é p h a n e Audran, Blrgltte

parisienses.

C o m o e por q u e B a b e t e surge na Jutlândla é a primeira m e t a d e dessa

inspirado

(Det Danske,

102 m i n . E a s t m a n c o l o r

momento

de sua atuação

sabidamente

sublime de

dar

Philippe L a f o n t , Bibi A n d e r s s u n

Thomas Antoni, Gert Bastian. Vlggo Bentzon, Vibeke Hastrup, Therese Hojgaard Christensen, Pouel Cay

KEIN,

Kristlansen

Oscar: Dinamarca (melhor

filme

estrangeiro) Festival de C a n n e s : Gabriel

Axel

(prémio do júri e c u m é n i c o

água n a b o c a . CA

Ghll i

N o r b y , A s t a E s p e r , H a g e n Andersen,

nçtO

especial)

ARIZONA NUNCA MAIS {mvn

E U A (Circle) 9 4 m i n . Cor

(RAISING ARIZONA)

Idioma:

i) s e g u n d o f i l m e e x c e p c i o n a l m e n t e criativo d o s i r m ã o s C o e n deixa para trás o lado nolr de G o s t o de sangue igualmente

(1984). T e m o s , e m v e z d i s s o , e s t a c o m é d i a

intricado), e mestilo caricato, quase

como

exagerada (ec o m u m

u m desenho animado.

1 a g e é u m ladrão d elojas d ec o n v e n i ê n c i a , s e m p r e e n t r a n d o c s a i n d o

enredo Nicholas

d a prisão

a p a i x o n a r e c a s a r c o m a policial H o l l y H u n t e r . S e u c a s a m e n t o feliz u m t a n t o

até se

Improvável,

1o m o sd o i s m o r a n d o e m u m trailer, é a r r a s a d o q u a n d o ela d e s c o b r e q u e é estéril. l.izê-la f e l i z , e l e s e q ü e s t r a lugar. C o m o

s e n ã o fosse

motociclista

infernal

Para

u m dos quíntuplos de u m m a g n a t a da indústria d cm ó v e i s do ruim

(Raudal

o bastante

q u e o pai dos bebês tenha

" T e x " Cob) para

trazer d evolta

a criança

contratado u m e s evingar

. e q ü e s t r a d o r e s , o d e s t i n o d c C a g e fica a i n d a pior. S u a m u l h e r fica m u l t o z a n g a d a

dos

quando

ele recebe a visita d e dois f u g i t i v o s , o s e x - c o m p a n h e i r o s d e cela J o h n G o o d m a n e W i l l i a m

inglês

Direção: Joel

Coen

Produção: Ethan

Coen

Roteiro: Ethan Coen, Joel < oen Fotografia: Barry M ú s i c a : Carter

Sonnenfeld

Burwell

Elenco: Nicolas Cage, Holly

Hunter,

Trey W i l s o n , J o h n G o o d m a n . Willi.tin Forsythe, S a m McMurray, IRANI E S M c D o r m a n d , Randall "Tex" Cobb, I J K u h n , L y n n e D u m l n K l t e i , Petal B e n e d e k , C h a r l e s " L e w " S m i l h. Warren Keith, Henry Kendrli

k, Sldne)

Dawson

iirsythe, q u e t ê m planos próprios para o f a m o s o bebê desaparecido. A s I m p r o b a b i l i d a d e s f a r s e s c a s d c A r i z o n a nunca da e superpoética

m a i s d e s a p a r e c e m d i a n t e da a b s u r -

narrativa e m off q u e o sC o e n c o n c e b e r a m , c o m m a e s t r i a , para

seus

.i/arados, e d a s variações de frases pretensiosas e n ã o m u i t o brilhantes usadas pelo h e rói.

O filme é tão intensa

e inteligentemente

apaixonado

por excessos

cafonas

como

qualquer coisa q u e Preston Sturges pudesse Imaginar. Na verdade, parte d a pirotecnia da c a m e r a

p o d e distrair a a t e n ç ã o

d o diálogo vivo e delicioso, m a s a aura geral d e fre-

n é t i c a h i s t e r i a é s u s t e n t a d a c o m h a b i l i d a d e , e m e s p e c i a l n a s p e r s u a s i v a s a t u a ç õ e s . CA

/•I

I



E U A ( N a t a n t , W a r n e r B r o s . ) 116 m i n . Cor Idioma:

E m Barry

Kubrick

Produção: Stanley

Kubrick

Herr, S t a n l e y K u b r i c k , b a s e a d o Short-Timers,

de

no

Gustav

Fotografia: Douglas

uma

sido m e m o r á v e l para a q u e l e s q u e dela participaram". Q u a n d o Kubrick decidiu fazer filme

sobre

o

Vietnã,

baseou-se

nessa

abordagem,

estabejecido

um

vocabulário

cinematográfico

m e l o a n é v o a d e á c i d o e n a p a l m . Nascido

Milsome

logo

após

as

diversas

para

matar

amargo

para

aquela

um

tomadas

f a n t á s t i c a s e a n s i o s a s d e Francis Ford C o p p o l a (Apocrj/ypse n o w ) e O l i v e r S t o n e terem

Hasford

Música: Abigail M e a d

outro filme de Stanley Kubrick, a principal cena de batalha mostra

Lyndon,

luta q u e n u n c a c h e g o u a o s livros d e História, c o n f o r m e relata o narrador, " a p e s a r de ter

Roteiro: Gustav Hasford, Michael

l i v r o The

(1987)

(FULL METAL JACKET)

inglês/vietnamita

Direção: Stanley

NASCIDO PARA MATAR

(Ptatoon)

guerra,

em

revela outra faceta d o m u n d o

dos

soldados de infantaria do Exército norte a m e r i c a n o , no qual todos os oficiais, c o m a n -

(Vivian

Kubrick)

dantes

Elenco: M a t t h e w Modine, A d a m

p r o s t i t u t a s , d i z e m eles, " s ã o oficiais de setviço na g u e r r a " ) . O s heróicos m a r i n e s ,

B a l d w i n , V i n c e n t D ' O n o f r i o , R. L e e

c a m i n h a r a m longa e p e n o s a m e n t e e m tantos filmes c o m o Dá-me tua mão, são

11 n i c y , D o r i a n H a r e w o o d , A r l l s s

c o m apelidos engraçados, s e m a m e n o r noção de onde estão ou o que estão fazendo.

H o w a r d , K e v y n M a j o r H o w a r d , Ed O ' R o s s , J o h n Terry, K i e r o n J e c c h i n i s ,

de

batalhão

Baseado

no

ou

não, são

romance

seres

alienígenas

autobiográfico

The

ridículos

mas

de

Short-Timers,

mortíferos

Gustav

(até

as que

garotos

Hasford,

com

B r u c e Boa, Kirk Taylor, J o n S t a f f o r d ,

c o n t r i b u i ç õ e s d o roteirista M i c h a e l Herr (autor de D i s p a t c h c s e da narrativa de Apocalypse

I Im Colceri, Ian Tyler

now)

Indicação ao Oscar: Stanley M i c h a e l Herr, G u s t a v H a s f o r d

Kubrick, (roteiro)

Nascido

para

é

matar

brutal, espirituoso,

assustador

e

comovente

em

iguais

proporções, representando situações de guerra raramente vlslumbtadas no cinema.

Uma

l o n g a a ç ã o d e a b e r t u r a se p a s s a n a Ilha P a u i s , o c e n t r o d e e x a m e e t r e i n a m e n t o d e n o v o s r e c r u t a s . A p ó s u m a m o n t a g e m na q u a l j o v e n s d e c a b e l o s c o m p r i d o s s ã o t o s a d o s para se tornarem robôs carecas tão indistintos quanto os personagens futurísticos do longa 1138, d e G e o r g e L u c a s , o f i l m e é c o m a n d a d o p e l o i m p r e s s i o n a n t e sargento

instrutor

H a r t m a n , cujos obscenos, originais e cruéis

THX

R. L e e E r m e y , c o m o maus-tratos

contra

o os

recrutas s ã o d e s t i n a d o s a subjugar t o t a l m e n t e os " v e r m e s " , antes q u e p o s s a m ser r e c o n s truídos c o m o máquinas de matar. Durante u m sermão, H a r t m a n orgulha-se do fato

de

q u e Lee H a r v e y O s w a l d c Charles W h i t m a n a p r e n d e r a m a atirar c o m o s m a r i n e s . A terrível ironia dessa seqüência, similar ao r e g i m e de t r e i n a m e n t o de Spartacus, é q u e o resultado lógico da transformação de u m g o r d u c h o atrapalhado

(Vlncent

D'Onofrio)

cm

um

dos

grotescos h o m e n s - m a c a c o s de Kubrick, c o m u m penetrante olhar primai, lembra tanto o b a n d o d e v â n d a l o s d e Laranja

q u a n t o Jack Torrance

mecânica

Nicholson) e m O iluminado. A primeira providência do

(Jack

recém-criado

m a r i n e é assassinar seu torturador/criador e depois se suicidar. Após

esse

evento,

as

seqüências

do

Vietnam

são

quase

alívio. E n q u a n t o o soldado raso Joker ( M a t t h e w M o d i n e ) , u m lista,

relaxa

um

pouco

e

encontra

outros

indivíduos

ainda

insanos, o metralhador de u m helicóptero dá u m a resposta à

pergunta

sobre c o m o

é capaz de matar

um

jornamais

técnica

mulheres e crianças

("É

fácil, faça mira n ã o m u i t o à frente delas") e u m coronel faz a s e g u i n te observação: "Filho, t u d o o q u e peço a m e u s fuzileiros é q u e obedeçam

às

minhas

ordens

como

obedeceriam

às

eles

palavras

Deus." O apogeu é u m conflito durante a batalha nos escombros cidade

de

Hue,

onde

o

pelotão

de

Joker

encontra

uma

de da

franco-

atiradora v i e t n a m i t a . N i n g u é m v e n c e essa batalha, e a tropa de f u z i leiros m a r c h a noite a d e n t r o c a n t a n d o a c a n ç ã o d o C l u b e d o Mouse. S o m e n t e Kubrick ousaria provocar Disney assim.

KN

Mickey


I n g l a t e r r a ( H a n d m a d e ) 107 m i n . C o r Idioma:

Direção: Bruce

Robinson

Os

Produção: Paul M . Heller Roteiro: Bruce

d e Bruce

Robinson

manter

que vieram

a s deliciosas

após

O sdesajustados

peculiaridades

d e sua

estréia,

talvez

não

o relato

tenham

cômico

nostálgico de u m a vida parcialmente auto-imposta de adversidade e pobreza

Hannan

M ú s i c a : D a v i d D u n d a s , Rick Wentworth, Jiml

filmes

conseguido

Robinson

Fotografia: Peter

OS DESAJUSTADOS 0957) (WITHNAIL AND I)

inglês

da década de 6o e m C a m d e n T o w n .

Hendrix

Ricljard Grant e n c o n t r o u a m e d i d a exata

E l e n c o : R i c h a r d E. G r a n t , P a u l M c G a n n , Richard Griffiths, Ralph B r o w n , Michael Elphick, Daragh O'Malley, Michael Wardle, Una Brandon-Jones, Noel J o h n s o n , Irene S u t e l if f e , L l e w e l l y n R e e s , R o b e r t Oates, A n t h o n y W i s e , Eddie Tagoe

e

no final

para s e u p e r s o n a g e m , o h i l a r i a n t e m e n t e

ferino a teatral W i t h n a i l , u m sujeito perverso de classe média alta v i v e n d o s e m destino, e n q u a n t o (de f o r m a vã e n ã o m u l t o f r e q ü e n t e ) t e n t a e n c o n t r a r t r a b a l h o c o m o ator. Paul M c G a n n t a m b é m está perfeito c o m o s e u j o v e m e c a l m o c o m p a n h e i r o de a p a r t a m e n t o , um

pouco mais consciente, compondo

o plural d ot í t u l o O s d e s a j u s t a d o s . A o trocar a

miséria dos cortiços sujos da Zona Norte d e Londres por u m período de férias e m Dlstrlct, dupla

n ochalé d eM o n t y

Infeliz e o b c e c a d a

(Richard

Grlfflths), o tio g a y e porcalhão

Lake

dewithnail, a

por bebidas e drogas acaba confusa, perplexa e é até

mesmo

c o n t a g i a d a pelo estilo c o u n t r y e pela luxúria d o tio. Os desajustados é u m filme único, sua representação d e u m a história (o parceiro de W i t h n a i l percebe afinal o erro d a s a t i t u d e s irresponsáveis d o a m i g o e s e g u e e m b u s c a n d o u m a vida de adulto) f i c a n d o c m s e g u n d o p l a n o para os diálogos

frente

engraçados

c as g a g s visuais, a s s i m c o m o para o exagero u m t a n t o q u a n t o grotesco q u e reforça a s l e m b r a n ç a s c ô m i c a s d op a s s a d o , e s e c o m p r a z e n d o nagens

pitorescos. Surpreendentemente,

tudo,

(ou s erevoltando) c o m o s perso-

até m e s m o

a espelunca

Camberwell

C a r r o t , s o a I n c r i v e l m e n t e v e r d a d e i r o . CA

E U A (Silver S c r e e n , T o u c h s t o n e )

I in

Idioma:

inglês

r e s u l t a d o s d e s a p o n t a d o r e s e m f i l m e s a n t e r i o r e s , f i n a l m e n t e t e v e u m a c h a n c e para

(

P r o d u ç ã o : Larry Brezner,

Mark

Johnson

sol-

tar o verbo nesta comédia dramática d e Barry Levinson. W i l l i a m s é Adrian Cronauer, u m D J nSo-flecionai d a r á d i o d a s F o r ç a s A r m a d a s d o s E s t a d o s U n i d o s , q u e I r r a d i a s u a s p i a -

Roteiro: Mitch

Markowltz

das Inteligentes e irreverentes (na verdade, tiradas de suas apresentações c o m o

Fotografia: Peter Sova

d i a n t e de palco) e m ú s i c a s da M o t o w n de s u a b a s e e m S a l g o n para a s t r o p a s

North

Elenco: Robin Williams,

Forest

Whltaker, Tung T h a n h Tran, Chlntara S u k a p a t a n a , B r u n o Kirby, Wuhl,J.T.Walsh,

Robert

Portnow, Floyd Vlvino, Cu Ba N g u y e n , Dan Stanton, Don Stanton Indicação ao Oscar: Robin

Williams

come-

engajadas

na Guerra d o V i e t n ã . N o p r o c e s s o , ele t a m b é m c o n s e g u e irritar o alto e s c a l ã o , q u e Inclui u m a ó t i m a interpretação d e B r u n o Klrby c o m o u m tenente q u e se acha engraçado m a s que claramente nãoé.

NobleWllllngham,

Richard Edson, Juney S m i t h , Richard

(ator)

0987)

O c o m e d i a n t e d e fala ultra-rápida R o b i n W i l l i a m s , q u e v i n h a se c o n t e n d o na tela c o m

Direção: Barry Levinson

M ú s i c a : Alex

BOM DIA, VIETNÃ

(GOOD MORNING. VIETNAM)

m i n . Cor

Há várias t r a m a s

menores: Cronauer

confrontando

seus superiores, u m

romance

c o m u m a mulher vietnamita c a a m i z a d e c o m o irmão dela. Este é u m dos poucos mes como

norte-americanos

ambientados

na Guerra

d oV i e t n ã

que mostra

os

fil-

vietnamitas

pessoas reais. N o e n t a n t o , o m a i o r prazer é assistir a W i l l i a m s e m seus

monó-

logos m a n í a c o s . M u i t o s deles f o r a m Improvisados, e o diretor Levinson t o m o u a sábia decisão

d e relaxar

energéticos. J B

e deixar

a camera

rodando

para

captar

cada

u mdesses

surtos


ADEUS, MENINOS w )

F r a n ç a / A l e m a n h a O c i d e n t a l (MK2, N E F , N o u v e l l e s É d l t i o n s , S t e l l a I Ilms)

(AU REVOIR LES ENFAIMTS) 0

quanto

este filme

reconhecidamente

104 m i n . C o r autobiográfico

está d eacordo

c o m o s fatos

reais s o m e n t e p o d e r á s e r a v a l i a d o pela i n t e n s i d a d e d a se m o ç õ e s e v o c a d a s e pela

culpa

Idioma: francês / alemão Direção: Louis Maile

q u e e l e t r a n s m i t e . J u l i e n ( G a s p a r d M a n e s s e ) é u m a l u n o d e 12 a n o s e m u m i n t e r n a t o

Produção: Louis Malle

1atólico na França o c u p a d a . Exceto pelas bem-vindas c o n f u s õ e s d o s avisos d e a t a q u e s

Roteiro: Louis

aéreos, a guerra c a u s a p o u c o i m p a c t o n o c o t i d i a n o da vida escolar, e,q u a n d o três n o vos garotos c h e g a m , s o f r e m o a n t a g o n i s m o típico d a sc o m u n i d a d e s infantis q u a n t o a

Malle

Fotografia: Renato

Berta

M ú s i c a n ã o o r i g i n a l : C a m i l l e Saini

estranhos. Julien, s e n d o ele próprio u m p o u c o excluído, inicia u m a a m i z a d e c o m u m

Saêns, Franz Schubert

dos novos

E l e n c o : G a s p a r d M a n e s s e , Raphael

meninos, Jean (Raphael

Fcjtõ). À m e d i d a

q u e s et o r n a m

mais íntimos, ele

descobre q u eos recém-chegados t ê m n o m e s falsos. Ele c o m e ç a gradual e v a g a m e n t e a < ompreender a atrocidade d o anti-semitismo e q u e os padres católicos estão se coloc a n d o e m risco para abrigar a s c r i a n ç a s e m perigo. Q u a n d o o cerco s ea p e r t a , é u m a distração d o próprio Julien q u e d e n u n c i a a s crianças judias e as envia para u m d e s t i n o inconcebível. P e r c e b e m o s q u e aquele m o m e n t o j a m a i s deixará d e a t o t m e n t a r Julien. O Mlantic

escritor City

e diretor

[1980])

Louis

n ã o está

Mallc

(Os amantes

preocupado

[1958],

O sopro

com melodramas

n o coração

d e guerra

[1971],

a o estilo de

1 lollywood, m a s c o m a vida da escola, os obstáculos diários e as descobertas, o s hábitos e x c ê n t r i c o s d o s p r o f e s s o r e s , a s a m i z a d e s e a s s u s p e i t a s . A g u e r r a s ef a z p r e s e n t e .11 r a v e s d o s a v i s o s d e a t a q u e s a é r e o s e n o q u e b r a - c a b e ç a d e q u e o s o c u p a n t e s

nazistas

•ao, c o m o q u a l q u e r o u t r o g r u p o , u m a m i s t u r a perigosa d e v a l e n t õ e s c cavalheiros. Malle genuinamente

nos mostra

t u d o Isso attavés d avisão

muito

aguçada, m a s

ainda n ã o formada, d o m e n i n o , e o s d e s e m p e n h o s d e M a n e s s e e Fejtó s ã o e m o c i o n a n tes n a m e d i d a c e r t a , p o r c a u s a d a h o n e s t i d a d e f l a g r a n t e q u e c o m p e n s a nhecimentos

técnicos. O mais

pessoal

d e seus

filmes, Adeus, meninos

a falta d e c o ganhou u m

e n o r m e n ú m e r o d e prêmios internacionais (entte os quais o Leão d e O u r o n o Festival d e V e n e z a d e 1987) e r e p r e s e n t o u o a d e u s t r i u n f a n t e a u m a c a r r e i r a

q u e havia, d e certa

f o r m a , d e c l i n a d o d e s d e u m b e l o c o m e ç o n a e r a d a n o u v c l l c v a g u e . DR

Fejtö, Francine Racette, Stanislas Carré de M a l b e r g , Philippe M

1

G e n o u d , F r a n ç o i s B e r l é a n i i , 11.111. oll N é g r e t , Peter Fitz, Pascal R i v e i . Benoit Henriet, Richard Leboeul, Xavier Legrand, Arnaud Henrlel

lein

Sébastien Chauvin, Luc Etienne I n d i c a ç ã o ao Oscar: França

(melhl

II

filme estrangeiro), Louis Malle (roteiro) F e s t i v a l d e V e n e z a : L o u i s M.ille ( 1 . . . de Ouro), (Prêmio OCIC)


E U A (Fox, A m e r c e n t , A m e r . Entert., I ' . n l . , G r a d e ) 127 m i n . C o r Idioma:

inglês

D i r e ç ã o : | a m e s L. B r o o k s P r o d u ç ã o : J a m e s L. B r o o k s R o t e i r o : J a m e s L. B r o o k s Fotografia: Michael

Ballhaus

M ú s i c a : Bill C o n t i Elenco: William Hurt, Albert

Holly

Brooks,

Hunter, R o b e r t Prosky, Lois

Chiles, J o a n Cusack, Peter Hackes, Christian Clemenson, Jack Nicholson, Robert K a t i m s , Ed Wheeler, Mendlllo, Klmber Shoop,

Stephen

Dwayne

Markee, Gennie James i n d i c a ç ã o a o O s c a r : J a m e s L. B r o o k s ( m e l h o r f i l m e ) , J a m e s L. B r o o k s (roteiro), W i l l i a m H u r t (ator), Holly H u n t e r (atriz), Albert Brooks (ator coadjuvante), Michael

Ballhaus

(lotografia), Richard M a r k s Festival de Berlim: Holly

(edição)

Hunter

IMOS BASTIDORES DA NOTICIA (1987) (BROADCAST NEWS} U m c o n v i t e para a c o n v e n ç ã o do Partido D e m o c r a t a

n o r t e - a m e r i c a n o d e 1984 i n s p i r o u

o e s p í r i t o f r e n é t i c o d e J a m e s L. B r o o k s a p r o d u z i r o v e l o / r o m a n c e c m t o r n o d a

( U r s o d e P r a t a - a t r i z ) , J a m e s L.

Sendo

Brooks, Indicação (Urso de Ouro)

clássico de c o m é d i a m a l u c a . Desta v e z a história sc c o n c e n t r a n o r e s u l t a d o do

ele

mesmo

triângulo

um

amoroso

antigo

entre

jornalista

três

da

pessoas

rede

CBS,

ambiciosas

Brooks

e

desvirtua

talentosas,

que

o

mídia.

conceito

imprevisível se

tornam

e m o c i o n a l m e n t e m a i s perigosas no território de alta pressão das redes de notícias. filme sobre amor, m a s t a m b é m sobre a m a n t e s que p e n s a m que o único caso de

Um

amor

seguro c aquele que têm com o seu trabalho. Jane

Craig

(Holly Hunter) é u m a dedicada e organizada produtora jornalística q u e c h e -

ga cedo ao trabalho todas as m a n h ã s . Trabalhando na sucursal de W a s h i n g t o n de u m a d e t e l e v i s ã o , ela dirige a r e d a ç ã o c o m o A l t m a n (Albert Brooks) é u m

bom

uma

meritocracia. Apaixonado

por Jane,

rede

Aaron

repórter, c o m a l g u m a s coisas contra ele: n ã o fica

bem

frente às c â m e r a s e a p a r e n t e m e n t e J a n e n ã o gosta dele. T o m G r u n i c k (William Hurt, e m

óti-

m a a t u a ç ã o , a f á v e l c c a l c u l i s t a ) é t u d o q u e A a r o n n ã o é: c h a r m o s o , f o t o g ê n i c o e p o u c o i n t e ligente. Jane, afetivamente dividida entre os dois h o m e n s , é forçada a tomar u m a

decisão

q u e c o m p õ e o cerne da genialidade d e s t e filme: q u a n d o é duro decidir, os durões n ã o f a z e m n a d a . À s vezes, o t r a b a l h o é u m a o p ç ã o m a i s fácil d o q u e ser e m o c i o n a l m e n t e h o n e s t o ; na realidade, a m a r o trabalho é m u l t a s vezes a decisão afetiva m a i s íntegra q u e existe. Entre os coadjuvantes, Joan Cusack (famosa pelo cabelo e m a q u i a g e m ruins, tanto q u a n t o pela m e m o r á v e l corrida desajeitada

para conseguir levar a t e m p o u m a

fita

de

vídeo para a redação); Jack N i c h o l s o n , d e l i c i o s a m e n t e esperto, faz u m a ponta s e m

cré-

ditos, d e s e m p e n h a n d o o âncora principal da rede, u m profissional q u e c o m p r e e n d e

que

G r u n i c k é outro c o m o ele. Em man

um tempo

tinha

tanto

no qual as próprias "notícias" tornaram-se o showbiz do qual medo, a seriedade

e tempo

dedicados

às

histórias

de TV

Alt-

parecem

s a í d a s d e o u t r a era. M a s as r i s a d a s a i n d a e s t ã o lá, e q u a l q u e r u m q u e já t e n h a l e v a d o a pior e m d e t r i m e n t o de outra pessoa m e n o s Inteligente j a m a i s esquecerá a frase sarcást i c a d e A a r o n , " E u d i g o a q u i e a p a r e c e a l i " , q u a n d o liga para a r e d a ç ã o a f i m d e a t u a l i z a r Grunick, seu Inimigo romântico, e m u m a transmissão de emergência.

KK


I QNA-DE-CASA

0987)

E U A ( C o l u m b i a ) 116 m i n . R a n k r o l o i

( OUSEKEEPING) o

Idioma:

p r i m e i r o f i l m e f e i t o n o s E U A p o r Bill F o r s y t h t r a n s p o r t a

c o mmuita

habilidade

para

u m a m b i e n t e estrangeiro o h u m o r exótico, elíptico e agridoce d e seus filmes escoceses, c o m u m t o q u e d e c a p r i c h o e n t r e l a ç a d o pela m e l a n c o l i a . O cenário d e Dono-de-casa é em a l g u m l u g a r d o N o r o e s t e d o P a c í f i c o , o n d e d u a s m e n i n a s , a p ó s a m o r t e d e s u a m ã e , são p a s s a d a s a d i a n t e c o m o terminam

e m u m a casa

ptesentes indesejados d e u m parente para outro, a t é q u e

d e lago

Isolada,

aos cuidados

da extravagante

tia Sylvie.

Interpretada sutilmente por Christine Lahti, Sylvie movimenta-se ao s o m inaudível d e uma

música

própria, s e u olhar é gentil, porém evasivo, e suas respostas s ã o s e m p t e

inesperadas. À m e d i d a q u eas m e n i n a s crescem, a mais velha (Andrea Burchill) a rejeitar a e m b a t a ç o s a

tia;a Itmã

mais jovem

(Sara W a l k e r ) , por o p o s i ç ã o ,

começa apega-se

inglês

D i r e ç ã o : Bill F o r s y t h P r o d u ç ã o : R o b e r t F. C o l e s b e t i v R o t e i r o : B i l l F o r s y t h , b a s e a d o 110 l l v n de Mariiynne

Robinson

Fotografia: Michael Música: Michael

Coulter

Gibbs

Pitoniak,

B a r b a r a R e e s e , M a r g o t P i n v i d i i , Bill Smillie, W a y n e Robson, Betty

Forsyth raramente dá respostas fáceis o u impõe u m j u l g a m e n t o e o filme

termina

Phillips

Karen Austin, Dolores Drake, Geoigle

Penny,

Collins, Tonya Tanner, Leah

ainda mais à tia.

Walker,

E l e n c o : Christine Lahti, Sara Andrea Burchill, Anne

Brian

Llnds

de f o r m a n ã o explícita, s e m q u e n a d a seja o r d e n a d a m e n t e c o n c l u í d o o u resolvido. A s m u l h e r e s locais, a o visitá-las, s e n t i n d o q u ea s m e n i n a s talvez p r e c i s a s s e m s e r retiradas dali, n ã os ã o m a l d o s a s - f i c a m a p e n a s c o n f u s a s e p r e o c u p a d a s , i n s e g u r a s sobre lidar c o m e s s e

larI n c o m u m .

é u m filme

Dona-de-casa

sobre

ausências,

como

perdas m a l

assimiladas o u mitos n ã o resolvidos e a consciência da transitoriedade q u e obscurece nsinu acues mais s o m b r i a s da m o r t e . I t a m b é m u m filme d o ie, reflexivo, q u e jamais e l e v a o t o m d e v o z , p e r m a n e c e n d o n a m e n t e c o m o u m s u s s u r r o i n s i d i o s o . PK

A PRINCESA PROMETIDA

(1 7)

E U A ( A c t III, B u t t e r c u p ,

98

THE PRINCESS BRIDE) Esta

simpática

aventura

d e fantasia

Princess

Bride) 98 m i n . C o r Idioma: d e R o b Reiner

explora

delicadamente

a

ironia

inglês

Direção: R o b Reiner

inerente a o faz-de-conta s e mn u n c a prejudicar a eficácia da fantasia. O recurso q u e ser-

P r o d u ç ã o : R o b Reiner, A n d i e w

ve c o m o estrutura n e s s e caso é u m a v ô (Peter Falk) l e n d o e m v o z alta u m d e s e u s

Schelnman

favoritos para o neto d e s c o n f i a d o

(Fred S a v a g e ) . N o reino I m a g i n á r i o d e Florin, a bela

l í u t t e r c u p ( R o b i n W r i g h t ) é s e p a r a d a d o c a m p o n ê s q u ee l a a m a (Cary Elwes), ao

malvado

(Wallace

Ptíncipe

livros

Humperdinck

(Chris

Sarandon)

e raptada

pelo

prometida

nefasto

Vizzini

personagens da Disney, c o m várias outras m e m ó r i a s queridas de H o l l y w o o d André,

o Gigante

divertido Inigo M o n t o y a

Fotografia: Adrian

Bíddle

M ú s i c a : W i l l y D e V i l l e , M a r k Knopi l e i

Shawn).

A s a v e n t u r a s e p e r s o n a g e n s exóticos s ã o c o m o e q u i v a l e n t e s d ec a r n e e o s s o a o s

das.

Roteiro: William G o l d m a n , baseadi i e m s e u livro

patece

u m a mistuta

(Mandy

d e Andy

Devine

e Lumpjaw,

P a t i n k i n ) l e m b r a G e n e K e l l y e m T h e Pirate.

mistura-

o Urso. O N e m mes-

E l e n c o : C a r y E l w e s , M a n d y P a i m l In, C h r i s S a r a n d o n , C h r i s t o p h ei

CueSt,

W a l l a c e S h a w n , A n d r é , o Gigante, Fred S a v a g e , Robin W r i g h t

Penn,

P e t e r F a l k , P e t e r C o o k , M e l Smith,

m o o h u m o r é t n i c o m a i s c r u - Billy Cristal c o m o M i r a c l e M a x , c o m t o n s d e M e l B r o o k s

C a r o l K a n e , Billy C r y s t a l , A n n e | lyi

- estoura a bolha d e sonhos, e o elenco espirituoso se diverte. Adaptado por William

Margery

G o l d m a n d es e u próprio livro, c o m C h r i s t o p h e r G u e s t c o m o

I n d i c a ç ã o a o O s c a r : W i l l y De Ville

u m sádico d e seis dedos,

Peter C o o k c o m o u m padre sibilante c Carol K a n e c o m o a esposa d e M a x . jRos

Mason


FEITIÇO DA LUA (iw7)

E U A ( M G M ) 102 m i n . T e c h n i c o l o r Idioma:

(MOONSTRUCK)

inglês

Direção: Norman

Jewlson

U m t r i b u t o d e l i c i o s o d o d i r e t o r N o r m a n J e w i s o n à f a m í l i a í t a l o - a m e r i c a n a , F e i t i ç o d o lua

Produção: N o r m a n Jewlson, Patrlck J.

Palmer

se c a s a r c o m o s e g u r o e c o n f i á v e l (leia-se c h a t o e s e m graça) j o h n n y C a m m a r e r i

Roteiro: John Patrick Fotografia: David Música: Dick

Shanley

(Danny

Aiello). E n q u a n t o ele está longe c u i d a n d o de sua m ã e m o r i b u n d a , Loretta se encarrega

Watkln

Hyman

c o n v i d á - l o para o c a s a m e n t o , m a s , q u a n d o eles se c o n h e c e m , a p a i x o n a m - s e . A

Gardênia, O l y m p l a D u k a k i s , D a n n y Aiello,

história

de amor

no centro desta

comédia

romântica

é divertida

e

espirituosa

Inlic B o v a s s o j o h n M a h o n c y , L o u l s G u s s ,

g r a ç a s à s e x c e l e n t e s a t u a ç õ e s p r i n c i p a i s d e C a g e e, s o b r e t u d o , d e C h e r ( e m u m

l e o d o r C h a l i a p i n Jr., A n i t a G i l l e t t e ,

que

l eonardo Cimino, Paula Trueman, Nada

t r a n s f o r m a n d o - s e de p a t i n h a feia e m rainha g l a m o u r o s a a p ó s u m a

Despotovlch.Joe Grifasi, Gina DcAngcles O s c a r : Cher (atriz), O l y m p l a

Shanley

de

entrar e m contato c o m R o n n y (Nicholas Cage), o irmão c o m q u e m J o h n n y está brigado, e

E l e n c o : Cher, Nicolas C a g e , V i n c e n t

(atriz c o a d j u v a n t e ) , J o h n

é

e s t r e l a d o por Cher, a c a n t o r a q u e v i r o u atriz, c o m o a v i ú v a Loretta C a s t o r i n l , q u e está para

Dukakis

Patrick

lhe

Mas

o

elenco

mãe

de

dela

Shanley. U m a

Indicação ao Oscar: Patrick J.

um

Oscar).

apoio

Ela t e m

acrescenta

a oportunidade

ainda

mais

graça

de ser u m a

Cinderela

papel

moderna,

Ida a o cabelereiro.

à empreitada

-

especialmente

V i n c e n t G a r d e n i a c o m o C o s m o , o pai m u l h e r e n g o de Loretta, e O l y m p i a D u k a k i s Rose,

(roteiro)

rendeu

- dando

um

pequena jóia.

charme

especial

às

palavras

do

roteirista

John

como Patrlck

JB

Palmer,

Norman Jewison (melhor filme), N o r m a n J e w i s o n (diretor), Vincent Gardênia (ator

coadjuvante)

Festival de Berlim: N o r m a n

Jewison

(tJrso d e Prata - diretor), i n d i c a ç ã o (Urso de Ouro)

E U A ( P a r a m o u n t ) 119 m i n . T e c h n i c o l o r Idioma:

Direção: Brian De Produção: Art

Palma

nos

livros de O s c a r Fraley, Eliot Ness e

gânsgteres

q u e c o r r e m soltos pela c i d a d e . A l g u é m , claro, é Eliot Ness (Kevln Coster), u m a g e n t e

Burum

m e n t e o pior d e l e s , Al C a p o n c ( R o b e r t D e Niro). A visão do diretor Brian

Morricone

De Palma

da C i d a d e d o V e n t o t o m a d a

pelo crime é

mais

Elenco: Kevin Costner, Sean

Connery,

sangrenta

(liarles Martin Smith, Andy

Garcia,

o r i g e m a o f i l m e -, m a s e l e n ã o d e i x a o s a n g u e m a n c h a r a h i s t ó r i a o u o d e s e m p e n h o

Robert De Niro, Richard Bradford, lack K e h o e , Brad S u l l i v a n , Billy D r a g o , Patricia Clarkson, Vito

D'Ambrosio,

Steven Goldstein, Peter Aylward, Don Harvey, Robert

(ator

< "adjuvante)

B r a n d e n s t e i n , W i l l i a m A. E l l i o t t , H a l ii.uisman (direção de arte), Marilyn

/Ml

Morricone

- incluindo o drama

televisivo que

deu do

Sean

C o n n e r y . C o n n e r y , c o m o o policial e x p e r i e n t e M a l o n c , fica c o m os m e l h o r e s d i á l o g o s de David

Mamet,

sobretudo

o discurso

"Ele

manda

um

dos

seus

para

o hospital,

u m dos dele para o necrotério". E m m a i s u m uso do " M é t o d o " , D e Niro

você

ganhou

p e s o e v e s t i u t e r n o s (e, diz a l e n d a , c u e c a s ) f e i t o s p e l o s a l f a i a t e s d e Al C a p o n e para u m a idéia real d o

Indicação ao O s c a r : Patrizia von

Vance (figurino), Ennio

do que multas que a antecederam

elenco. Costner a g ü e n t a firme ao lado de duas atuações poderosas de De Niro e

manda

Swan

Oscar: Sean Connery

(musica)

do

e q u i v a l e n t e norte-americano à Receita Federal q u e m o n t a sua própria u n i d a d e especial, c o m a ajuda de u m a e q u i p e de policiais e m o c i n h o s , para pegar os b a n d i d o s , principal-

Robsky

Fotografia: S t e p h e n H. Música: Ennio

(1987)

E s t a m o s na C h i c a g o d a é p o c a d a Lei S e c a e a l g u é m precisa d a r u m j e i t o n o s

Llnson

Roteiro: David M a m e t , baseado

Paul

OS INTOCÁVEIS

(THE UNTOUCHABLES)

inglês

ter

personagem.

R e c h e a d o d e e s p a n t o s a s s e q ü ê n c i a s - c o m o a da e s c a d a r i a d e O d e s s a , na

estação

d e t r e m , o u a r e u n i ã o d e C a p o n e q u e t e r m i n a e m p u n i ç ã o c o m u m t a c o d e b e i s e b o l -, Os intocáveis é até hoje u m olhar fascinante e firme sobre u m episódio s a n g r e n t o da história d o s E s t a d o s U n i d o s .

JB

particularmente


O SORGO VERMELHO w )

C h i n a ( X i ' a n ) 91 m i n . E a s t m a n t 0I01

(HONG GAO LIANG)

Idioma:

V e n c e d o r d o U r s o d e O u r o n o F e s t i v a l d e B e r l i m d e 1988, o l o n g a d e Z h a n g Y l m o u , d a C h i n a , m i s t u r a h i s t ó r i a s e l e n d a s l o c a i s . N a r r a a a v e n t u r a d e u m a j o v e m ( G o n g Li) q u e é vendida p o rs e u pai para u m h o m e m m a i s v e l h o c rico, d o n o d e u m a destilaria. O s o r g o vermelho

é o primeiro

E a r t f ] ( 1 9 8 4 ) , T h e Big Parade

mandarim

Direção: Zhang

longa-mettagem

( 1 9 8 6 ) e O / d Well

d odiretor d e fotografia

Yimou

Produção: Tian-Ming W u R o t e i r o : J i a n y u C h e n , W e i Zhu, b a s e a d o n o s l i v r o s Red

d e Vel/ow

{1986). U m d o s p r i n c i p a i s i n t e g r a n t e s d a

Sorghum

Sorghum

Fotografia: Changwei G u

lamosa Quinta Geração d e diretores chineses, Z h a n g é geralmente considerado o mais

Música: Jiping

versátil d o g r u p o p o rc o n t a d e s u a experiência tanto c o m o fotógrafo d e c i n e m a

E l e n c o : G o n g Li, W e n J i a n g ,

c o m o a t o r (fez o p a p e l p r i n c i p a l d e L a o J i n g ) . M u i t a s d a sv i r t u d e s m a i s d e O sorgo

quanto

imptessionantes

são visuais: belas composições e m c i n e m a s c o p e d e paisagens e d o

vermelho

sorgo b a l a n ç a n d o a o v e n t o o grande habilidade n o u s od e filtras coloridos. Narrado e m off pelo neto daheroína, a trama é situada

6

d e Yan M o

Wine,

Zhao Rupin

T e n , L i u J i a , C u n h u a J i , M i n g , Qlan, Zhang

Yimou

F e s t i v a l d e B e r l i m : Z h a n g Yimou

n o f i n a l d a d é c a d a d e 20,

(Urso de Ouro)

i n í c i o d o s a n o s 30, t e r m i n a n d o c o m a i n v a s ã o j a p o n e s a . A i n d a q u e a a ç ã o d o f i l m e e m C.eraI s e j a

interessante

- lírica

nas passagens

iniciais, fantasiosa

perto d omeio e a o

m e s m o t e m p o s a n g t e n t a e c h e i a d e s u s p e n s e q u a n d o e s t á p r ó x i m a d o f i m -, a n a r r a t i v a c o m o u m t o d o fica f r a g m e n t á r i a

porconta da estrutura e m episódios e o filme

acaba

sendo l e m b r a d o c o m o u m asérie d e s e q ü ê n c i a s díspares. O filme é t a m b é m a estréia d e G o n g Li, q u ev e i o a s e t o m a r u m a d a s m a i o r e s atrizes d o c i n e m a da C h i n a e foi a esttela

d eoutros trabalhos

d eZ h a n g . C o m o

especialmente

A m o r e s e d u ç ã o e Lanternas

e m seus filmes

Continental

d a fase inicial -

- , O s o r g o vermelho

vermelhas

fala,

tanto

a b e r t a q u a n t o v e l a d a m e n t e , s o b r e a p e r s i s t ê n c i a d o f e u d a l i s m o n a C h i n a . JRos

OS VIVOS E OS MORTOS

(1987)

I n g l a t e r r a ( L i f f e y , Z e n i t h ) 8 i m i n 1 oi

(THE DEAD) O falecido

Idioma:

dlretot John

Huston

devotou

a maior

parte d es u a carreira

a u m estilo d e

cinema f u n d a m e n t a d o na a d a p t a ç ã o d e obras literárias, valorizado porescolhas

Inteli-

gentes d ee l e n c o e p o r u m a narrativa fluida, m a s m u i t a s vezes l i m i t a d o pelo fato d e q u e s u a a t r a ç ã o p o r o b r a s d o p e s o d e Relíquia O h o m e m que queria

Dick,

ser rei, Wisc

blood

macabra,

A glória

e À s o m b r a do vulcão

de um

covarde,

rendiam, no máximo,

i c d u ç õ e s "fiéis". S e u ú l t i m o f i l m e , O svivos c os mortos, é u m a a d a p t a ç ã o conto

d eJ a m e s Joyce

história

d o restante

e mDubíi/ienses e representa da coletânea

c da maior

a apoteose

parte

Moby

dessa

do último

visão: Isolar a

de sua impecável

composição

T r a b a l h a n d o c o m u m roteiro d e s e ufilho Tony e c o m s u a filha Angelica c o m o Huston

adere

a o original

c a b o a parte

d e seus

Huston

Produção: Wietand Schulz

K e i l . i Ine

Sievernich R o t e i r o : T o n y H u s t o n , b a s e a d o 110 conto deJ a m e s Joyce F o t o g r a f i a : Fred M ú s i c a : Alex

Murphy

North

Elenco: Anjelica Huston, Doual M c C a n n , D a nO'Herllhy,

Doual

Donnelly, Helena Carroll, ( a l h l e e n

literária e d e p o i s fazer o m e l h o r c o m a q u i l o q u e resta.

Conroy,

Inglês

Direção: John

diálogos

Gretta

c o m u m a afeição

rigorosa, e ,d e n t r o d e s u a s r e c o n h e c i d a s restrições, a s i m p l i c i d a d e e a pureza

concen-

Delany, Ingrid Craigie, Rachael D o w l i n g , M a r i e Kean, Frank Patterson, Maria

McDermortioo,

Sean McCIory, Kate OToolc,

Maril

tradas d o f i l m e a t i n g e m u m tipo d e perfeição. O ritmo d i s t i n t a m e n t e irlandês é literal-

Hayden, Balrbre

m e n t e t r a n s f e r i d o d o livro para

I n d i c a ç ã o a o O s c a r : T o n y 1 Instou

o filme e o smovimentos

suaves

d ecâmera

M u r p h y s ã o e x e c u t a d o s c o md e l i c a d e z a . T a m b é m há u m a i m p r e s s i o n a n t e

d e Fred

sinceridade,

assim c o m o a p a z i g u a m e n t o , na forma c o m o H o u s t o n observa sua própria m o r t e , q u e se a p r o x i m a v a

r a p i d a m e n t e . JRos

Dowling

(roteiro), D o r o t h y Jeakins

(flgiiilnn)


E U A ( P a r a m o u n t ) 123 m i n . T e c h n i c o l o r Idioma:

ATRAÇÃO FATAL (1987) (FATAL ATTRACTION)

inglês

Direção: Adrian

Lyne

O

P r o d u ç ã o : S t a n l e y R. J a f f e , S h e r r y I ansing

diretor

pesadelo

Roteiro: James

Dearden

Fotografia: Howard

Atherton

Elenco: Míchael Douglas, Clenn Hamilton

Fred C w y n n e , M e g M u n d y , T o m lirennan, Lois S m i t h , M l k e

Arkln, S a m Coppola, Eunice

Prewltt

I n d i c a ç ã o a o O s c a r : S t a n l e y R. J a f f e , Sherry Lanslng (melhor filme), Adrian

Archer (atriz c o a d j u v a n t e ) ,

o

planeta

gelarem

em

seus

assentos

e

(e, c o n v e n h a m o s ,

misógino). Dan

Callagher

passa

uma fora.

loucura

(Michael

Douglas)

noite, no e n t a n t o , e sua

crescente

p o r ser r e j e i t a d a f i n a l m e n t e e x p l o d e , d e s t r u i n d o t u d o o q u e ela n ã o p o d e ter:

u m a família t i p i c a m e n t e a m e r i c a n a c o m u m a bela cerca branca ao redor da casa. Auação orçamentos

fatal

é u m ó t i m o exemplo do que acontece q u a n d o a Hollywood de grandes

tenta

fazer

algo

no

gênero

dos

filmes

apelativos.

Sem

um

diretor

tão

Lyne, e s e m astros c o m o Douglas

e

Close, este seria u m típico thrlller m e d i a n o , d a q u e l e s q u e v ã o direto para as locadoras, e talvez fosse até a n u n c i a d o c o m o u m slasher movie. C o m o brilho típico de H o l l y w o o d , c o n t u d o , o f i l m e g a n h a u m a aura respeitável: n ã o parece u m f i l m e d e horror, e s i m

um

t r u q u e f u n c i o n o u e e s t e f o i u m d o s f i l m e s m a i s b e m - s u c e d l d o s d e 1987.

o

MK

Michael

(edição)

UMA HISTORIA CHINESA DE FANTASMAS (mi)

H o n g - K o n g ( C i n e m a City, Film

Idioma:

todo

s u s p e n s e d r a m á t i c o e m a m b i e n t e d o m é s t i c o c o m tons (talvez) eróticos. Fato é q u e

Dearden

(loteiro), G l e n n Close (atriz), A n n e

W o r k s h o p ) 98

por

brilhante e cujo estilo precede a substância c o m o

Nussbaum, J .J .Johnston, Michael

K a h n , P e t e r E. B e r g e r

fez h o m e n s

noite c o m a colega Alex Forrest ( C l e n n Close) e n q u a n t o sua esposa e filhos estão

Latzen, S t u a r t P a n k l n , Eilen Foley,

l y n e (diretor), J a m e s

Lyne

Alex quer algo m a i s do q u e a p e n a s u m caso de u m a

Música: Maurice Jarre

Close, A n n e Archer, Eilen

Adrian

acrescentou o termo "fervedora de coelhinho" ao nosso vocabulário c o m este filme de

m i n . Cor

cantonês

(SINNUI YAUMAN)

Direção: Siu-Tung Ching P r o d u ç ã o : Hark Tsui

»

N o q u e diz respeito a o c i n e m a f a n t á s t i c o , H o n g - K o n g faz c o m q u e I l o l l y w o o d pareça n ã o ter

Roteiro: Kai-Chl Y u n , baseado

no

um

mínimo

de crialividade. Este clássico cult de

1987 l e m b r a

uma

combinação

de

Sam

fantasmas

que

livro de S o n g l i n g Pu

Raiml, Jean

Fotografia: Poon

t a m b é m é u m a história d e a m o r , u m c o n t o d e e s p a d a s e m a g i a e a i n d a u m a c o m é d i a . Leslie

Hang-Sang

Música: R o m e o Diaz, J a m e s

Wong

E l e n c o : Leslie C h e u n g , J o e y W o n g , W u M a , W a n g Z u x l a n , Liu

zhaoming

Cocteau, Georges

Mélics

e Tlm

Burton.

É uma

história

de

C h e u n g estrela c o m o u m j o v e m e I n g ê n u o cobrador de dívidas q u e se apaixona por

uma

b e l a e e n i g m á t i c a m u l h e r ( J o e y W o n g ) q u e h a b i t a u m t e m p l o a b a n d o n a d o . I n f e l i z m e n t e , ela é u m a f a n t a s m a g ó r i c a aparição a serviço d e u m a n t i g o espírito das árvores q u e se a l i m e n t a das a l m a s dos vivos. Então, c o m a proteção de u m mestre das espadas taoísta ( W u C h e u n g s e a v e n t u r a n o m u n d o d o s m o r t o s p a r a s a l v a r s e u a m o r d e um a

m o r t e . Este é u m

lindo f i l m e d e se ver, e s p e c i a l m e n t e

Ma),

d e s t i n o pior d o q u e

d u r a n t e as s u a v e s

seqüências

n o t u r n a s , q u a n d o e s q u e l e t o s g a n h a m vida, espíritos s u r g e m para se divertir c parece q u e t u d o p o d e a c o n t e c e r - t u d o irá voam

acontecer. Os efeitos especiais são extraordinários: pessoas

pelos ares, suas roupas t r e m u l a n d o ao v e n t o ; e s p a d a s r e l u z e m a o luar (os

truques

foram realizados c o m dubles, n ã o são m o n t a g e n s pós-processadas); u m a língua maligna se desenrola e desliza pelo q u a r t o c o m o u m a lesma elástica o b s c e n a ; o inferno e m si, e m

meio

a isso, é u m a virtuosa c â m a r a de horrores. A c o m é d i a existente neste filme.não funciona de f a t o , m a s s e u r o m a n t i s m o s u r p r e e n d e n t e m e n t e lírico e s e n s u a l é e f i c a z e há t a n t a s Interessantes q u e é fácil deixar d e lado o e n r e d o por vezes e n r o l a d o .

TCh

coisas


MULHERES A BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS uw)

(MUJERES AL BORDE DE UN ATAQUE DE NERVI0S) m

iças à i n d i c a ç ã o a o O s c a r d e M e l h o r Filme Estrangeiro q u e r e c e b e u - a primeira n a

i iireira d e P e d r o A l m o d ô v a r

-, M u l h e r e s à beira

u m ataque de nervos c o n f i r m o u

de

prestígio internacional d o ditetor e roteirista espanhol. O filme c e r t a m e n t e

o

representa

avanços e m muitos dosaspectos mais interessantes dasobtas anteriores de Almodôvar a subjetividade radical d o s s e n t i m e n t o s , o exagero d a se m o ç õ e s e a mistuta

estranha

de m e l o d r a m a e c o m é d i a . O s f u n d a m e n t o s da história r e m e t e m a o m e l o d t a m a . Pepa M a r c o s ( C a r m e n e seu a m a n t e Iilines.

U m dia ele declara

Secretária e

Ivan (Fernando

eletrônica

dela.

Guillen), u m h o m e m

q u e deseja Decidida

terminar

casado, ganham

tudo, deixando

a encontrá-lo

u m a última

a vida

uma mensagem v e z pata

de u m hospital

psiquiátrico, planeja

na

obter u m a

plicação, Pepa investiga a vida familiar d e Ivan c descobre q u e s u a esposa,

m e n t e saída

Maura)

dublando

recente-

matá-lo. Apesar d e ter sido

traída,

Pepa corre a t é o a e r o p o r t o o n d e Ivan está prestes a viajar c o m s e u n o v o a m o r e salva Sua v i d a . P a r a e x p r e s s a r s u a g r a t i d ã o , I v a n t e n t a t e a t a r c o m P e p a , m a s e l a n ã o e s t á

mais

Interessada.

o desenvolve

revela

seu senso

de humor

peculiar,

baseado

excentricidade d o s personagens q u e p o v o a m o filme. Enquanto investigando pessoas

mais

seu amante diversas:

desaparecido,

Candela

(Maria

seu apartamento Barranco),

sobretudo

vai se enchendo

u m a amiga

na

Pepa está a o telefone

q u e está

c o m as

fugindo

polícia p o r q u e t e v e u m c a s o c o m u m terrorista xiita; u m a m u l h e r g a g a q u e deseja

da alu-

NAR o a p a r t a m e n t o d e p o i s q u e P e p a s a i r ; e a e s p o s a l o u c a d e I v a n , c o m u m a p i s t o l a e m • na b o l s a . T o d o s e s t ã o t ã o d e s e s p e t a d o s , e o a c ú m u l o a b s u r d o d e s s e d e s e s p e r o e m u m ú n i c o l u g a r é t ã o e x a g e r a d o q u e s ó p o d e m o s r o l a r d e rir. O s e n g a n o s e c o n f u s õ e s , a s s i m • uno a s s i t u a ç õ e s d e v a u d e v i l l e f a z e m c o m q u e o f i l m e p a r e ç a u m a c o m é d i a mas o toque

firme de Almodôvar

está

ptesente

farsesca,

para fazer c o m q u e a s coisas

sejam

hlerentes, c o m sua exaltação do kltsch, as cores berrantes e as hipérboles. Para

além

de seu

humor

delirante,

sobte a felicidade e a solidão.

In v o i x h u m a i n c ,

Mulheres...

Vagamente

i n s p i r a d o n a p e ç a d e 1930 d e J e a n

Cocteau

o filme d e m o n s t r a o Incrí-

vel t a l e n t o d a m u s a d e A l m o d ô v a r , Maura.

Idioma:

Não devemos

Carmen

nos esquecer,

tam-

pouco, de Antonio Bandcras, q u e deu aqui um i m p o r t a n t e p a s s o e m d i t e ç ã o a o e s t r e fito internacional.

DD

£

é u m tocante

monólogo

feminino

Laurenfllmj

Eastmancolor espanhol

Direção: Pedro

Almodôvar

Produção: Pedro Roteiro: Pedro

Almodôvar

Almodôvar

F o t o g r a f i a : J o s é Luis A l c a l n e Música: Bernardo Bone/zi, Alonso, Ventura

A i n d a q u e Mu/Iteres... esteja c h e i o d e s i t u a ç õ e s m e l o d r a m á t i c a s , a f o r m a c o m o Al inodóvar

E s p a n h a (El D e s e o , 90min.

1

Rodriguez

Elenco: Carmen Maura,

Antonio

B a n d e r a s , J u l i e t a S e r r a n o , ROSSy d l P a l m a , M a r i a B a r r a n c o , K i t i Manvei, Guillermo Montesinos, Chus Lampreave, Yayo Calvo, foles

León

Á n g e l d e A n d r é s L o p e z , Fernando Guillen, J u a n Lombardero, Jose A n t o n i o N a v a r r a , A n a Leza Indicação ao Oscar: Espanha filme

(melhOl

estrangeiro)

F e s t i v a l d e V e n e z a : Pedro Al ( P a l m a d e O u r o - roteiro)

dÒVII



Holanda / França (Argos, Golden Egg, I n g r i d , M G S , M o v l e V l s l o n s ) 107 m i n .

0 SILENCIO DO LAGO

nsss)

Cor

(SP00RL00S)

Idioma: holandês / francês / inglês

O

Direção: George Slulzer

holandês

P r o d u ç ã o : G e o r g e Sluizer, A n n e

G e o r g e S l u i z e r O silêncio

Lordon

H o f m a n (Gene; Bervoets), u m j o v e m h o l a n d ê s cuja n a m o r a d a , Saskia ( J o h a n n a ter Steege)

Roteiro: T i m K r a b b é , George Slulzer,

d e s a p a r e c e m i s t e r i o s a m e n t e de u m p o s t o de gasolina na parte central da França e n q u a n -

b a s e a d o n o livro D o v o de ouro, d e

to o casal está d e férias. O b c e c a d o e m d e s c o b r i r o q u e a c o n t e c e u c o m ela,

atormentado

pela m e r n o r l a d e s u a perda, Rex c o m e ç a , por c o n t a própria, u m a c a m p a n h a

internacional

Tlm

Krabbé

Fotografia: Toni Música: Henny

Kuhn Vrienten

Elenco: Bernard-Pierre

ovo

um

Tlm

romance

de

Krabbé, serviu

sucesso

como

do

publicado

Assim como

lago.

em

matéria-prima

1984

para

pelo jornalista

o aclamado

o livro, o f i l m e c o n t a

e n c e r r a d o o c a s o , Rex c o n t i n u a

percorrendo o c a m p o

em

Tânia Latarjet, Lucllle G l e n n , Roger

com

Souza, Caroline A p p é r é , Pierre Forget,

fessor de química francês c h a m a d o R a y m o n d

Doumee

diretor

Anos mais tarde, m u l t o depois que todas as pistas haviam desaparecido e a polícia já havia

culpa, e m parte c o m o h o m e n a g e m a Saskia, deixando de lado e mais tarde

Lucibello, David Bayle,

escritor

a história de

C w e n E c k h a u s , B e r n a d e t t e le S a c h e ,

Didier Rousset, R a p h a e l i n e , Robert

e

thrlller d o

Rex

sobre pessoas desaparecidas, o q u e t o m a conta de sua vida por inteiro.

Donnadleu,

G e n e B e r v o e t s , J o h a n n a ter S t e e g e ,

d e ouro,

sua

nova

apresenta

com se

namorada

uma

mente

em

hesita,

mas acaba

à

para

contar

mesma

porque

riamente

toma

queria um

tudo, mas

experiência

enterrado vivo e m

somente

pela

qual

se Rex concordar

sua

namorada

q u e o pior é " n ã o

e, na

capaz de cometer penúltima

u m c a i x ã o . O silêncio

cena

um

ato

previa-

passou.

Rex

saber". R a y m o n d

lhe

não por m o t i v o s sexuais o u pessoais, m a s

saber se era

sedativo

pro-

L e m o r n c ( B e r n a r d - P l e r r e D o n n a d l e u ) , se

concordando, acreditando

explica q u e de fato m a t o u Saskia mente

por

rompendo

no processo. O improvável seqüestrador de Saskia, u m

oferta

submeter

quando

parte

simples-

tão cruel. Rex

do filme, acorda,

volunta-

encontrando-se

termina c o m u m z o o m lento e m

uma

m a n c h e t e de jornal sobre o misterioso " d u p l o d e s a p a r e c i m e n t o " de Rex c Saskia,

com

do

lago

R a y m o n d s e n t a d o , p e n s a t i v o , e m s u a c a s a d e c a m p o , o b s e r v a n d o sua e s p o s a regar as plantas que são a única marca do local dos t ú m u l o s a n ô n i m o s do casal. Apesar de se conformar ao formato de suspense e de seu marketing

internacional

c o m o u m e x e m p l o de filme c o n t e m p o r â n e o n o estilo de Hltchcock, a trilha

melancólica

d e O silêncio..., s e u t o m m e l o d r a m á t i c o e s e u f o c o na s u b j e t i v i d a d e e n ã o n o a j j j

de

investigação

são elementos

que

contribuem

para

torná-lo

processo

extremamente

difícil d e analisar e m t e r m o s d e g ê n e r o s tradicionais. Esta obra d e Sluitzer encaixa

mais

holandeses,

facilmente todos

como

possuindo

parte

de

um

ciclo

uma

dimensão

de

thrlllers

essencialmente

nacional

c u l t u r a l m e n t e e s p e c í f i c a . O u t r o s I n t e g r a n t e s d e s s e c i c l o s ã o O quarto ( 1 9 8 3 ) , d e P a u l V e r h o e v e n , O e l e v a d o r a s s a s s i n o ( 1 9 8 3 ) e Caçada (1987),

de

Dick

Maas,

Incluindo

ainda,

com

no

restrições,

se

distintamente

canal

Broken

e

homem da

morte

mirrors,

de

M a r k e c n Gorris. Apesar de incorporarem convenções de gêneros distintos, além da

Inegável

presença

de

identificar

uma

filmes.

protagonistas

Os

elementos

preocupação

autorais

temática

masculinos

em

cada

subjacente

que

um

deles,

percorre

sofrem de ansiedade

é

possível

todos

quanto

a

esses

estarem

unidos a u m a mulher e m u m a relação normal: a expectativa ou realidade de casamento

e t u d o aquilo q u e dele decorre, social e l e g a l m e n t e , c o m o

gamia, heterossexualldade e um compromisso i t a l i a n o , o t h r i l l e r h o l a n d ê s - O silêncio mais

estimado

compreendido

-

não

como

simples e genérica.

754

chega um

SJS

do

a constituir

grupo

de

para toda a vida. C o m o o giallo é seu exemplo mais conhecido e

lago um

filmes

um

mono-

gênero,

que

sendo-mais

resiste

a

uma

facilmente

classificação


SORTE NO AMOR

E U A ( M o u n t ) 108 m i n . C o r Idioma:

Direção: Ron

Shelton

O

Produção: Mark Burg, Thorn Roteiro: Ron

Mount

Música: Michael

e diretor

Ron

Shelton

usou

suas

próprias experiências

como

jogador

inteligente, sexy e t r e s l o u c a d a , e fez d e sua estréia c o m o

tor u m a o p o r t u n i d a d e para compartilhar suas paixões por beisebol, m u l h e r e s

Byrne

de

dire-

Intensas

e pessoas c o m u n s que têm u m grande coração.

Convertlno

Elenco: Kevin Costner,

roteirista

beisebol nesta comédia

Shelton

Fotografia: Bobby

(1988)

(BULL DURHAM)

inglês

O p e r s o n a g e m principal de Sorte no a m o r e s

Susan

Robert W u h l , W i l l i a m O'Leary,

fã d e b e i s e b o l , f i l ó s o f a a m a d o r a ,

David

a n o para c o m p a r t i l h a r de sua c a m a e se beneficiar d e sua sabedoria d e vida

Neidorf, D a n n y C a n s , T o m Silardl,

vezes

L l o y d T. W i l l i a m s , R i c k M a r z a n ,

escolhido o novato não particularmente brilhante Ebby " N t i k c " LaLoosh (Tlm

George Buck, Jenny Robertson,

\

amarrando

seu

parceiro

à

cama

enquanto

lê W a l t

Whitman

pata

(algumas

ele).

Tendo

Robbins),

u m arremessador c o m " u m braço de u m milhão de dólares e u m céicbro de cinco

G r e g o r y A v e l l o n e , G a r l a n d BuntlngX Indicação ao Oscar: Ron Shelton

libe-

ral e l i t e r a t a A n n i e ( S u s a n S a r a n d o n ) . Ela e s c o l h e u m j o g a d o r d o s D u r h a m B u l i s a c a d a

S a r a n d o n , T i m R o b b i n s , Trey W i l s o n ,

\

(roteiro)

t a v o s " , ela n o t a , u m

pouco tarde, que u m

a p a n h a d o r se a p r o x i m a n d o

carreira, o cínico Crash Davis (Kevin Costner), teria sido u m a

cen-

do fim de

sua

opção mais elegante.

m e l o a isso, Crash dá a N u k e c o n s e l h o s viris, propiciando a l g u n s dos m o m e n t o s engraçados do filme q u a n d o ele explica e x a u s t i v a m e n t e c o m o

Em

mais

lidar c o m a i m p r e n s a

e

evitar f u n g o s n o s pés. N a t u r a l m e n t e Isso t u d o diz respeito a o g r a n d e j o g o da vida, c o m d i á l o g o s irreverentes e Irônicos, d e s e m p e n h o s e n v o l v e n t e s , u m a trilha sonora

divertida

e cenas de sexo tórridas entre S a r a n d o n e Costner, ainda q u e tenha sido Robbins se t o r n o u s e u parceiro fora d a s t e l a s .

ARIEL (1988)

F i n l â n d i a ( V i l l e a l f a ) 73 m i n . Eastmancolor

Uma

Idioma: finlandês Direção: Aki

Roteiro: Aki

quando

Kaurismaki

(Susanna

Haavisto),

demitindo

se

impulsivamente

de

seu

trabalho

e

um

assassinato

que

não c o m e t e u , ele declara

que

não

g e m cinematográfica pata expressar a fanfarronice. Seus filmes p o s s u e m u m clima

Eetu

cástico, cara-de-pau, " n ã o d o u a m í n i m a " , q u e disfarça

a verdadeira

s e u e m p e n h o c o m os m a r g i n a i s da s o c i e d a d e . Ariel, u m d e s e u s m e l h o r e s t r a b a l h o s

Hannu Viholainen, Jorma

anos

Markkula,

Tarja K e l n ã n e n , E i n o K u u s e l a ,

Kauko

faalo, Jyrki O l s o n e n , Esko Nikkari, Remes

80, é u m a

parábola sobre o azar se abatendo

sar-

profundidade

H i l k a m o , Erkki Pajala, M a t t i J a a r a n e n ,

Marja Packalén, M i k k o

tem

O d i r e t o t f i n l a n d ê s A k i K a u r i s m a k i s e m d ú v i d a foi q u e m m a i s a p e i f c i ç o o u a l i n g u a -

Salmlnen

Elenco: Turo Pajala, S u s a n n a Haavisto, Matti Pellonpáa,

ele é preso por

religião, e n d e r e ç o fixo, família o u a m i g o s .

Kaurismaki

Fotografia: Timo

mulher

s a i n d o c o m u m m i n e i r o (Turo Pajala), diz: " E s p e r o n ã o m e a r r e p e n d e r disso." M a i s tarde,

Kaurismaki

Produção: Aki

quem

AE

de dos

sobte pessoas comuns. Apesar

de

tudo, n e n h u m de seus personagens j a m a i s lamenta ou protesta quanto a seu destino: n o l i m i t e , d e s e j a m u m a p a s s a g e m p a r a u m l u g a r , a l g u m l u g a r , q u a l q u e r outro Em

alguns

momentos

de sua

catrelra, e s p e c i a l m e n t e

em

seus

públicos, K a u r i s m a k i m o s t r o u ser u m irreverente c o m p l e t o . M a s a c o n c e p ç ã o de Ariel, a s s i m c o m o seu m i n i m a l i s m o

lugar.

pronunciamentos sombria

p r o p o s i t a l ( a p r o x i m a n d o - s e da a u s t e r i d a d e

de

Robett Bresson) revelam u m c o m pr om i sso mais autêntico c o m os assuntos que aborda. Ariel é u m

filme

hipnótico,

prenunciando

O h o m e m sem passado, de 2002.

AM

a grandeza

que

seu

diretot

atingiria

com


A TÊNUE UNHA DA MORTE

(i988)

E U A ( A m e r i c a n P l a y h o u s e ) 10 1 1

(THETHIN BLUE LINE) ii

icrceiro

documentário

| i ' ) 7 8 ] e V e r n o n , Florida

Cor

longa-metragem

d e Errol

Morris

(depois

d e Portais

do c é u

[1981]) é u m a r e c o n s t r u ç ã o e i n v e s t i g a ç ã o a p a i x o n a n t e , a i n d a q u e

p m b l e m á t i c a , s o b r e o a s s a s s i n a t o d e u m p o l i c i a l d e D a l l a s e m 1976. C o m o d e t e t i v e e jornalista

Investlgatlvo q u e passou muitos anos trabalhando

nesse caso, Morris

des-

vendou u m a perturbadora falha judicial na c o n d e n a ç ã o d e Randall A d a m s - q u e esteve bem p r ó x i m o d e ser e x e c u t a d o , m a sfoi salvo p o r causa deste f i l m e . Morris chega a tal ponto e m s u a técnica d e entrevista e m close-tip q u ee v e n t u a l m e n t e Incita D a v i d Harris, que estava c o mA d a m s na noite d o a s s a s s i n a t o e m q u e s t ã o , a dizer algo m u i t o

próximo

É e s s a ú l t i m a c o n q u i s t a q u e t o r n a A t ê n u e linha

da m o r t e t ã o e s p e c i a l e i m p o r t a n t e

q u a n t o d e f a t o é. M a s t a m b é m é b o m t e r e m m e n t e q u e a a b o r d a g e m a l t a m e n t e multas

seletiva

p e r g u n t a s s e m respostas. A q u e s t ã o d o" m o t i v o " n ã o é sequer

abordada, e as recriações d o crime, quase abstratas, a c o m p a n h a d a s por aquela q u e provav e l m e n t e é a primeira trilha sonora eficaz já c o m p o s t a por Philip Class, l e v a n t a m u m a série especulações

metafísicas que, por mais q u e sejam

provocativas, t e n d e m

a encobrir

multas das questões m u n d a n a s sobre o q u e realmente aconteceu durante o crime. Os

resultados

são formidáveis,

ainda

que forneçam

u m a lição

prática

sobre o s

perigos d e se deixar Influenciar porW e r n e r Herzog: o s fatores m a i s a m p l o s e o s m a t i z e s de f i l m e noir a c a b a m n o s d i s t r a i n d o d o s f a t o s p e r t i n e n t e s e a q u i l o q u e s u r g e s ã o d o i s inelos-filmcs eficazes, cada u m d o squais se e n c o n t r a n d o c m oposição parcial a o outro. 1 ontudo, t a m b é m

é possível

ver Morris

n o processo

d eaprimorar

s e u instinto

para

justaposições c edição q u eiriam eventualmente darresultados e m s e unotável filme de 1197,

ftrst,

Inglês

D i r e ç ã o : Errol M o r r i s Produção: Mark R o t e i r o : Errol

Llpson

Morris

Fotografia: Robert Chappell,

Steflfl

Czapsky M ú s i c a : Philip Class Elenco: Randall A d a m s , David Ham G u s R o s e , J a c k i e J o h n s o n , Marshall Touchton, Dale Holt, S a m KiliuTI

de u m a confissão.

de M o r r i s d e i x a

Idioma:

C h e o p and

O u t o f Control,

e m que consegue

manipular

ascontinuidades e

d e s c o n t i n u i d a d e s e n t r e q u a t r o p e s s o a s f a l a n d o e m c l o s e - u p , a p a r e n t e m e n t e n ã o rela< i o n a d a s , e n a s d i v e r s a s c o n q u i s t a s d e s u a s é r i e p a r a a T V , F i r s t Pcrson

( 2 0 0 0 ) . JRos

H o o t i e N e l s o n , D e n n i s Johnson, 1 loyd Jackson, Edith J a m e s , Dennis W h i l e , D o n M e t c a l f e , E m i l y M i l l e r , It I Miller


J a p ã o ( A k i r a , D r a g o n , NakanVura, Telecom Animation, Tokyo

Movle)

124 m i n . C o r

Direção: Katsuhiro

de a n i m a ç ã o

d e K a t s u s h i r o Ô t o m o , é o á p i c e da f i c ç ã o

cientifica

q u i o ( a s s i m c h a m a d a por ter s u b s t i t u í d o a Tóquio original, d e s t r u í d a por u m Ôtomo

Produção: Shunzo Kato, Yoshlmasa Mizuo, Ryohel

Suzuki

gangue

de

em

motociclistas, descobre

mente,

Hashlmoto Fotografia: Katsuji

Misawa

Genda,

Fuchlzakt,

M a s a a k i Ô k u r a , Taro A r a k a w a , Takeshi Kusao, K a z u m i

Tanaka,

Masayukl Katô, Yôsuke Aklmoto, Hirano

amigo

Tetsuo transformou-se

o desejo c o poder de matar centenas de pessoas.

alia-se a u m

grupo

de

terroristas antigovernamentais

em

A g e n i a l i d a d e de Ô t o m o está e m v i n c u l a r o a p o c a l i p s e c o m a raiva de

Kitamura,

Michihiro Ikemlzu, Yutiko

Kaneda

com

seu ex-melhor

um

Relutantesua

busca

adolescentes

d e s c o n t e n t e s . Afinal de contas, para u m adolescente, cada e m o ç ã o é apocalíptica.

Nozomu

Sasaki, M a m i K o y a m a , Tesshô Hiroshi Ô t a k e , Kôlchi

homicida

que

pelo misterioso Akira, u m telepata ainda m a i s poderoso d o q u e Tetsuo.

Yamashlro

Elenco: Mitsuo Iwata,

cataclis-

m o misterioso no final do século XX), K a n e d a , u m adolescente m e m b r o de u m a

telepata

R o t e i r o : K a t s u h i r o Ô t o m o , Izô

Masato

(1988)

a p o c a l í p t i c a j a p o n e s a . A t r a m a é a p a r e n t e m e n t e s i m p l e s : n o f u t u r o c a ó t i c o d e Neo-Tó-

Idioma: japonês

Música: Shoji

AKIRA

Akirn, a obra-prima

imagine

que

um

deles tivesse

poderes

teleclnéticos

que

aumentassem

Então

exponencial-

m e n t e c o m s u a s próprias e m o ç õ e s , e i m a g i n e q u e esse a d o l e s c e n t e seja o sujeito

mais

f u r i o s o e r e s s e n t i d o q u e v o c ê já t e n h a e n c o n t t a d o . P e n s e e m t u d o Isso c aí i m a g i n e

as

cenas

do

de

devastação

mais

r e s u l t a d o f i n a l d e Akira.

avassaladotas

concebíveis

-

você

estará

bem

perto

O rush de energia p r o v o c a d o pela a ç ã o d o f i l m e é m a i s d o q u e a

a d r e n a l i n a d e dirigir a 300 q u i l ô m e t r o s por h o r a . Ele f o r n e c e o g l a c ê para u m a

investiga-

ç ã o séria d a s idéias c m e t á f o r a s q u e p r e o c u p a m a p s i q u e j a p o n e s a , e s p e c i f i c a m e n t e colapso

e mal-estar social, b e m

como

a ambivalência

permanente

diante do

o

poderio

militar. N ã o é m e r a m e n t e acidental q u e as três grandes forças e m oposição no filme sej a m motociclistas delinqüentes adolescentes, aspirantes a revolucionários e os militares. Acima

de tudo, a história

d e Akira

é impulsionada

pelo m e d o

existente

na

socie-

dade japonesa e m telação a seus jovens - selvagens, incontroláveis e caóticos. Tetsuo é o ápice do adolescente enfezado, u m que t e m poder suficiente para m a t a r dezenas p e s s o a s de u m a só v e z , e há u m a razão pela q u a l o g o v e r n o e o exército t ê m pânico

do enigmático

Isso é a adolescência

Akira, para causando

sempre

destruição

congelado em

escala

em

uma

Infância

épica, trazendo

de

verdadeiro

interrompida. memórias

das

b o m b a s atômicas jogadas sobre o Japão durante a guerra, b e m c o m o de nossos

medos

coletivos e permanentes

com

de a n i q u i l a ç ã o . A f a s c i n a ç ã o da c u l t u t a

pop japonesa

o

apocalipse vai além de u m mero flerte e explode nas mais variadas-formas sempre

que

pode, o que não é necessariamente muito saudável, mas certamente abte espaço

para

excelentes histórias.

AT


CINEMA PARADISO m M.ircado p o r u m t o q u e autobiográfico, o segundo

I t á l i a / França (Cristaldifilm, Aiiaue, filme d o diretor italiano

Giuseppe

l o r n a t o r e é u m a e v o c a ç ã o n o s t á l g i c a d a s u a i n f â n c i a , m a st a m b é m d o st e m p o s felizes, antes da televisão, q u a n d o a s pessoas i a m a o c i n e m a . O filme conta a história d e u m cineasta que, a o saber por sua m ã e que "Alfredo morreu", c o m e ç a a se lembrar dos

anos

50, q u a n d o e r a u m m e n i n o q u e m o r a v a e m u m a p e q u e n a c i d a d e n a S i c í l i a e p a s s a v a a maior parte d o t e m p o

n oCinema

Paradiso. Látornou-se a m i g o d ooperador

Alfredo

(Philippe Nolret, e m u m grande papel), u m paisubstituto que, após ficar cego

durante

Um incêndio, continuou

a trabalhar c o m a ajuda

d omenino. Tudo

n a aldeia gira e m

lorno d o c i n e m a , u m local d e diversão, m a st a m b é m d e reuniões e fofocas. As personalidades

da platéia

d oParadiso s ã o peculiarmente

espe"ousa-

I t a l i a n a , Cinema

encontra u m equilíbrio excelente entre h u m o r c nostalgia. Ecoando O s

Paradiso incompreendidos

(i')59), d e F r a n ç o i s T r u f f a u t , a I m a g e m d e u m a I n f â n c i a f e l i z n u t r i d a p o r f i l m e s r e v e l a a gratidão d e Tornatore a o s m e s t r e s d o c i n e m a . Este é u m f i l m e q u e a q u e c e o coração, sobretudo pela relação entre o m e n i n o e o operador.

Idioma: inglês / Italiano Direção: Giuseppe Tornatore

Franco

Produção: M i n o Barbera, Cristaldi, G i o v a n n a

Romagnnli

Roteiro: Giuseppe Tornatore Fotografia: Blasco

Glurato

Música: Andrea Morrlcone, I Morrlcone Elenco: Antonella Attill, Enzo

encantadoras,

cialmente o padre q u ea s s u m e o lugar d e censor, cortando d o s filmes a s cenas das". N a stradições estimadas d o neo-realismo c da comédia

R A I , T F i ) 155 m i n . C o r

DD

Cullottl

C a n n a v a l e , Isa D a n l e l l , L e o Marco Leonardl, Pupella

Maggio.

A g n e s e N a n o , Leopoldo Trieste, Salvatore Caseio, Tano Clmarosa

Terzo, Philippe

Noiret

O s c a r : Itália ( m e l h o r

filme

estrangeiro) Festival d e Cannes:

Giuseppe

Tornatore (grande prémio do e m p a t a d o c o m Linda você,

OTEL TERMINUS (hm)

acha

muito

réminiscence

do pensamento

1onsensual e da ideologia. Ele I n o v o u a i n d a pessoais a otema

m a i s e m TheM e m o r y

O f justice,

inserindo

d eNuremberg

m a i s d es u a s

reações

p o r crimes d eguerra. E m

Hotel Terminus, subtitulado " K l a u s Barbie e s u a é p o c a " e m francês, d e uo passo

radical

de centrar u m filme d e quatro horas e meia e m u m nazista q u ehavia conseguido sar t o d a

a vida f u g i n d o d efotógrafos e c i n e a s t a s . Foi t a m b é m

decisão

d e n ã o usar

as imagens

das atrocidades

Terminas

ganha

pas-

intransigente e msua

d o Holocausto,

haviam perdido parte de seuimpacto após décadas de exibição Hotel

espanhol Direção: Mareei

alegando

q u e já

repetida.

mais d o q u e perde por conta da quase invisibilidade des e u

protagonista e pela insistência d o diretor e m evocar os terrores d o H o l o c a u s t o t e s t e m u n h o s verbais e m vez de filmes o u fotografias da época. Suas escolhas

usando possuem

Ophüls

Produção: Mareei Roteiro: Mareei

d of i l m e : o s j u l g a m e n t o s

Goldwyn,

I d i o m a : f r a n c ê s / i n g l ê s / a l e i nlO /

Marcel Ophüls criou u m novo tipo de d o c u m e n t á r i o sobre o

adicional, q u e Ophüls

Ophüls

Ophüls

Fotografia: Reuben Aaronson,

J . D a v i s , P a u l G o n o n , H a n s I laber, Lionel Legros, W i l h e l m

Róslng

Elenco: Klaus Barble, Claude L a n z m a n n , J e a n n e M o r e a u , M a n tl Ophüls O s c a r : M a r e e i O p h ü l s (documentl Festival d e Cannes: Mareei

Não

matarás,

Festival d e Berlim: Mareei

decinema

inevitavelmente

H o t e l Terminus

traz o risco d e d a r a o s horrores

u m a obra d e arte e m t o d o s o s sentidos,

é u m d o sm a i s rigorosos, a s s i m c o m o u m d o s m a i s a c e s s í v e i s

t á r i o s s o b r e o p e r í o d o n a z i s t a . DS

documen-

iinn

d e Kleslowski

( p r ê m i o d e f i l m e pela p a z )

d a s telas

Ophüls

(Prêmio FIPRESCI), e m p a t a d o

Holocausto desafia, e m última instância, a possibilidade d e representação midiátíca, e

históricos u m certo sentido estético. S e n d o

Piam

B o f f e t y , D a n i e l C h a b e r t , M i i liael

u m a clareza m o r a l fora d e série, s e a c r e d i t a r m o s q u e a e n o r m i d a d e d o s o f r i m e n t o d o

que a atração

paia

I n d i c a ç ã o ( P a l m a d e Ouro)

M e m o r y ) 267 m i n . C o r

I l o l o c a u s t o , d e i x a n d o q u ea s e n t r e v i s t a s e a m o n t a g e m f a l a s s e m p o rsi próprias s e m o auxílio d e narração

|úrl),

danai;

França / EUA (Samuel

(HOTEL TERMINUS: KLAUS BARBIE ET SON TEMPS) 1 m O d e s g o s t o e cr piedade,

(

N i c o l a D i P i n t o , R o b e r t a Lena, N l i m

Ophüls


UM PEIXE CHAMADO WANDA

(AFISH CALLED WANDA) Um

<1988)

inglês c h a m a d o George (Tom Georgeson), sua n a m o r a d a a m e r i c a n a W a n d a

Lee Curtis), o a m a n t e a m e t i c a n o

desta, Otto (Kevin Kline), e o ajudante

(Jamie

d e George, o

g a g o K e n (Michael Palin), r o u b a m j u n t o s o cofte de urna joalhetia. Desconfiados e nada confiáveis, todos são criminosos a m a d o r e s c o m segundas intenções secretas e alianças internas. W a n d a e Otto traem George e o incriminam, m a s Ken inadvertidamente cede e esconde o tesouro no aquário que t e m e m

inter-

casa.

Q u a n d o G e o t g e éjulgado c defendido por Archie (John Cleese), u m a d v o g a d o frustrado, W a n d a resolve seduzir o nobre causídico para descobrir o paradeiro secreto das jóias r o u b a d a s por sua g a n g u e . As c o n f u s õ e s s em u l t i p l i c a m t a p i d a m e n t e e talvez seja

mais agressivamente

engraçada

d oque a svárias tentativas

d e Ken pata

nenhuma matar a

senhora C o a d y (Patrícia Hayes), d o n a d e u m cachorrinho, a única t e s t e m u n h a q u e

pode

ligar G e o r g e a o c r i m e . M i s t u r a d o s a t u d o Isso e s t ã o O t t o , q u e finge p a s s a t c a n t a d a s gays c m K e n , a vida caseira tediosa de Atchie, o caso de a m o r crescente entre Archie e W a n d a , que é interrompido constantemente

pelos arroubos d eciúmes d e Otto, e u m

final n o

aeroporto c o m u m v ô o para u m futuro tranqüilo c o m o o prêmio desejado por todos. I U A ( M C M , P r o m i n e n t , S t a r ) 108 m i n . Technicolor

Idioma:

inglês / italiano / russo

Direção: Charles

Crlchton

Produção: Michael

Shamberg

comédia

d ec o s t u m e s

Hume

Música: John Du

Prez

d ecomunicação

fatale

d eu m

homem

q u e s e m p r e foi g a g o (Ken). D e p o i s , o paspalhão ultra-sensível

manipulado

( W a n d a ) c o m u m a fraqueza erótica pelo i d i o m a italiano. Por f i m ,

R i s a d a s à p a r t e , Wanda

Kevin Kline, Michael Palin, Maria Ail k e n , T o m G e o r g e s o n , Patricia I laves, Geoffrey Palmer, Cyhthla leese, M a r k E l w e s , N e v i l l e P h i l l i p s ,

I'dri jonfleld, Ken Campbell, Al Hume coadjuvante)

Indicação ao Oscar: Charles

Crichton

(diretor), J o h n Cleese, Charles 1 rli h t o n ( r o t e i r o )

trata-

homem

recatado c o m grandes paixões, m a s

também

c o m u m f r a c o q u a s e p a t o l ó g i c o p a r a ir p a r a r n o l a d o r u i m d e s i t u a ç õ e s d e a z a r .

•lenço: J o h n C l e e s e , J a m l e L e e C u r t i s ,

Oscar: Kevin Kline (ator

nada

d e Charles Crlchton, está e m seu

m a t a d o r psicótico (Otto), apresentado c o m o u m

há o herói c e r t i n h o (Archie), u m

fotografia: Alan

e choques culturais anglo-americanos

Wanda,

m e n t o d o s e s t e r e ó t i p o s de g á n g s t e r e s . Primeiro há o a b s u r d o t e m a c e n t r a l , a p o i a d o n a

por u m a f e m m e

(lichton

A s h i o n , Roger

divertida

(in)capacldade

Roteiro: John Cleese, Charles

1

Uma

sutis, o s u c e s s o d e U m peixe c h n m n d o

filmes

proporciona

d e terror, Curtis, c o m o

trampolim

para

a ascensão

uma

uma

atriz

d e Kline a o círculo

p r ê m i o s . S e m fazer força e s o b r e t u d o c o m catreiras d eJohn

reciclagem

cômica,

Cleese e Mlchacl

tempo

dos críticos c o m o

que serve

doMonty

dos

como

u mator digno d e

muito humor, o filme t a m b é m

Palin, integrantes

e s t r e l a s d e H o l l y w o o d n o g ê n e r o . CC-Q

triunfante da ex-rainha

aomesmo

Python,

levantou as tornando-os


C )RRA QUE A POLICIA VEM Al (isss)

E U A ( P a r a m o u n t ) 85 m i n . Tech

(THE NAKED GUN)

Idioma:

David Zucker, J i m A b r a h a m s

e Jerry Zucker, a equipe

por trás d o sucesso Apertem os

i Intos... (1980), a p r e s e n t a r a m a o m u n d o o d e s a s t r a d o p o l i c i a l F r a n k D r e b i n ( L e s l i e N i e l s e n ) n o c ô m i c o s e r i a d o t e l e v i s i v o P o l i c e Squad

e m 1982. M a s f o i e s t a p a r ó d i a

cinematográfica

It 11

inglês

Direção: David Zucker P r o d u ç ã o : R o b e r t K. W e i s s Roteiro: Jerry Zucker, Jim Abrahams, D a v i d Z u c k e r , P a t P r o f t , b a s e a d o na

dos s e r i a d o s d e policiais, realizada seis a n o s d e p o i s , q u e t r a n s f o r m o u D r e b i n (e, p o r t a n t o ,

s é r i e d e t e l e v i s ã o d e J e r r y Zu< k e r , Inn

Nielsen) e m u m astro, d a n d o o r i g e m a d u a s c o n t i n u a ç õ e s b e m - s u c e d l d a s .

Abrahams e David Zucker

O policial q u es e m p r e pega s e u s b a n d i d o s - t o t a l m e n t e p o r a c a s o - recebe u m n o v o 1 aso: I n v e s t i g a r o c r i m i n o s o V i c t o r L u d w i g (Ricardo M o n t a l b a n ) , q u eplaneja

assassinar

.1 R a i n h a E l i z a b e t h I I e m u m j o g o d e b e i s e b o l . ( Q u a l o p r o b l e m a , v o c ê e s p e r a v a q u e a i i a m a fizesse s e n t i d o ? ! ) E m s e u auxílio v ê m a bela J a n e (Priscllla Presley, e x i b i n d o u m hábil t o q u e c ô m i c o ) e u m p u n h a d o d e p e s s o a s e s t r a n h a s , i n c l u i n d o o c a p i t ã o d e polícia Id

Hocken

(George

Kennedy)

e Nordberg, parceiro

de Drebin

(o ex-astro d e f u t e b o l

Fotografia: Robert M . Stevens M ú s i c a : Ira N e w b o r n E l e n c o : Leslie N i e l s e n , Priscllla Presley, G e o r g e K e n n e d y , Ricardo M o n t a l b a n , O . J . S i m p s o n , R a y e Blrt S u s a n Eseaubian, N a n c y March,iiul. J e a n n e t t e C h a r l e s , E d W i l l i a m s , 1 1 iv R o n , " W e i r d A l " Y a n k o v i c , Leslie

a m e r i c a n o O . J . S l m p s o n , seis a n o s antes d e seu f a m o s o j u l g a m e n t o ) . As piadas s ã od o tipo "quanto mais tolas melhor", e as brincadeiras e gags visuais

Maier, Winifred Freedman, Joe Grlfill

nao p a r a m d e s e suceder c o n f o r m e a b s o l u t a m e n t e tudo, d o hino nacional norte-ame1 ir a n o a f i l m e s c l á s s i c o s c o m o C a s o u / a n c a ( 1 9 4 2 ) , é d i s t o r c i d o p e l o r o t e i r o

hilariamente

lolo d e Z u c k e r / A b r a h a m s / Z u c k e r . Idiota - m a s n o b o m sentido. J B

iUERO SER GRANDE mm

E U A (Fox, G r a c i e ) 104 m i n . C o r

(BIG)

Idioma:

< m a n d o o j o v e m Josh (David Moscow) é barrado na montanha-russa de u m parque de iliversões, ele coloca u m a m o e d a e m u m a m á q u i n a d e desejos e deseja ser grande. Na manhã seguinte parece que o sonho d eJosh se tornou realidade - e m termos - quando ele acorda e s e d e s c o b r e n o c o r p o d e u m h o m e m b e mm a i s aito d e trinta e p o u c o s a n o s

inglês

Direção: Penny

Marshall

P r o d u ç ã o : J a m e s L. B r o o k s , Robei 1 Creenhut Roteiro: Gary Ross, Anne

Splelbeig

Fotografia: Barry Sonnenfeld

( f o m H a n k s ) . O J o s h g r a n d e , q u e foge d e casa q u a n d o s u a m ã e n ã o o r e c o n h e c e (e n a

Música: Howard

v e r d a d e s u s p e i t a q u et e n h a m r a p t a d o s e u filho), t e m q u ee n v e r e d a r pelo m u n d o

Elenco: Tom Hanks, Elizabeth

adulto

Perkins, Robert Loggia, J o h n

sozinho, contando apenas c o msua Inocência Infantil. Embora

Hanks tenha

ílmes seguintes

ganhado

(Filadélfia

dois prêmios Oscar de Melhor Ator por seus

e Forrest G u m p ) , esta

talvez seja

a sua melhor

dois

atuação.

Captando perfeitamente os manelrismos de u m menino pré-adolcscente (Hanks observou

seu " e u mais

novo",

Moscow,

brincar

c o m o outro

Shore

Integrante

do filme,

Jared

Kushton, e imitou-o), Hanks interpreta o Josh crescido c o m o u m desengonçado Inocente q u e c o n q u i s t a d e m a n e i r a c o n v i n c e n t e u m e m p r e g o - e m u m a e m p r e s a d e b r i n q u e -

lleaid,

J a r e d R u s h t o n , D a v i d M o s c o w , |on L o v l t z , M e r c e d e s R u e h t , J o s h ( 1.111-. K l m b e r l e e M . D a v i s , O l i v e r B l o i k, Erika K a t z , A l l a n W a s s e r m a n , M a i f Bailou, Gary H o w a r d Klar I n d i c a ç ã o a o O s c a r : G a r y R o s s , Anne Splelberg (roteiro), T o m H a n k s

(ator)

dos, é claro. Ainda q u e o final fique u m pouco meloso, a diretora Penny Marshall conse,gue

manter as cenas

lacrimogêneas s o b controle e explorar o h u m o r d e s e u elenco,

especialmente n o sencontros de Hanks e Rushton (como o colega d e escola de Josh) e c o m a escalaçâo d e Robert

Loggia

(como o dono

da empresa

de brinquedos)

e John

1leard ( c o m o o rival traiçoeiro d e Josh). J B

/1.1


LIGAÇÕES PERIGOSAS

E U A / Inglaterra (Lorimar, NFH, W a r n e r B r o s . ) 119 m i n . Idioma:

Eastmancolor

inglês

Direção: Stephen

(DANGER0US LIAISONS) C h r i s t o p h e r H a m p t o n t r a n s f o r m o u s u a a c l a m a d a p e ç a Les

Frears

decadente

Moonjean

intrigas

(basea-

dangereuses

Hampton

sexuais

na

corte francesa

do

século

XVIII,

levado

à tela

pelo

Frears.

Glenn Close rouba a cena c o m o a cruel e vingativa m a r q u e s a

h a s e a d o n o livro d e C h o d e r l o s d e L a c l o s

Fotografia: Philippe

de

diretor Stephen

Roteiro: Christopher H a m p t o n ,

Música: George

liaisons

da, por sua vez, no r o m a n c e de Choderlos de Laclos) neste filme, u m d r a m a s u n t u o s o e

Produção: Norma Heyman, Hank

e na peça d e Christopher

m

de Merteuil, cuja di-

v e r s ã o p r i n c i p a l na v i d a rica e t e d i o s a é c o n s p i t a t c o m o I g u a l m e n t e c i n i c o v i s c o n d e d e

Rousselot

Valmont

Fenton

(John

Malkovich). A última

armação

dos dois envolve a virgem Cécile

T h u r m a n ) e a pura m a d a m e de Tourvel (Michelle Pfeiffer), m a s as t e n t a t i v a s d e

Elenco: Glenn Close, John

Malkovich,

M i c h e l l e Pfeiffer, S w o o s i e

Kurtz,

Keanu Reeves, Mildred Natwick,

Uma

de

atrulnar

as

duas

por

pura

diversão

se

complicam

quando

ele

se

(Uma

Valmont

apaixona

pela

inocente Tourvel. F r e a r s n o s g u i a p e l o s boudoirs

I h u r m a n , Peter Capaldi, Joe Sheridan,

e q u a r t o s da aristocracia rica, t o d o s

transbordando

Valerie G o g a n , Laura B e n s o n , J o a n n a

elegância c malícia c m doses iguais. Close é u m a perfeita víbora, M a l k o v i c h é tão

sedu-

Pavlis, Nicholas Hawtrey, Paulo Abel

tor q u a n t o r e p u g n a n t e e o e l e n c o é c o m p l e t a d o c o m a e s c a l a ç ã o p o u c o u s u a l d e

Keanu

do Nascimento, François Oscar: Norma H e y m a n ,

Lalande

Moonjean (melhor filme), ( In I s t o p f i e r H a m p t o n

de arte), J a m e s A c h e s o n Indicação ao

Oscar:

Danceny, elegante

sobte

(roteiro),

Stuart Craig, Gerard J a m e s

Chevalier

apenas u m dos pobres rapazes envolvidos nas tramóias de Valmont. U m olhar

Reeves

Hank

(direção

(mais

o

conhecido

desejo,

por seus papéis

a traição

lindamente fotografado.

e a

culpa,

mais

modernos)

Ligações perigosas

é

como

o

luxuosamente

montado

e

JB

(figurino)

Glenn

Close

(atriz), M i c h e l l e Pfeiffer (atriz i oadjuvante), George Fenton

(música)

J a p ã o ( G h i b l i ) 93 m i n . T e c h n i c o l o r

Direção: Isao Takahata Produção: Tohru

0 TUMULO DOS VAGA-LUMES

(isss)

(HOTARU NO HAKA)

Idioma: japonês "

Com

Hara

Roteiro: Isao Takahata, b a s e a d o

no

u m a a t e n ç ã o à c r i a ç ã o e a o d e s i g n t a n t a s v e z e s a u s e n t e da a n i m a ç ã o

ocidental, diversos animadores japoneses

subvertetam

a natureza

comercial

dos desenhos

livro d e A k i y u k i

Nosaka

ralmente voltados

para as crianças (ou, ao m e n o s , é c o m o e m geral são

Música: Yoshio

Mamiya

transformando-os

e m grandes realizações equivalentes a qualquer filme de alto

Elenco: Tsutomu Tatsumi, Ayano Shlraishi, Yoshiko Shlnohara,

Akeml

m e n t o c o m a t o r e s r e a i s . N a v e r d a d e , c o m o O t ú m u l o d o s vaga-lumes,

de

enconttando

Jones, J . Robert Spencer, Verónica

controle artístico e m seus cenários

Taylor

Uma

liberdade

narrativa,

honestidade

emocional

e um

sentido

orça-

Isao Takahata,

pode atestar, a l g u m a s vezes as a n i m a ç õ e s u l t r a p a s s a m seus equivalentes c o m

Y.unaguchi, Rhoda Chrosite, A m y

ge-

percebidos),

atores,

ampliado

de

bidimensionais.

história a n g u s t i a n t e e dolorosa sobre os horrores da guerra, O túmulo... narra a

história de dois garotos japoneses q u e se t o r n a m órfãos depois q u e seu vilarejo é

bom-

bardeado durante a Segunda Guerra Mundial. Ainda assim, o filme parece estat m e n o s Interessado e m acusar os militares de crueldade e m m e l o às batalhas e mais em

falar sobre as

vítimas

muitas

vezes

silenciosas, c o m o

as crianças

Interessado

inocentes

que

p r e c i s a m c u i d a r d e si m e s m a s e n q u a n t o o i n f e r n o d e s a b a d o c é u . C u r i o s a m e n t e , e s t e f i l m e estteou e m u m a sessão dupla c o m a a n i m a ç ã o m u i t o m a i s leve de H a y a o Meu

Miyazaki,

v i z i n h o Tororó, e d e f a t o é difícil i m a g i n a r p l a t é i a s i n f a n t i s , é m e n o s a i n d a

conseguindo

assistir a este f i l m e p r o f u n d a m e n t e a n g u s t i a n t e s e m f i c a r e m

adultas,

devastadas

pela tristeza e frustração d i a n t e da a p a t e n t e inevitabilidade dos conflitos h u m a n o s .

JKL


4ISAGEM NA NEBLINA ( 1 9 8 8 )

F r a n ç a / G r é c i a / Itália (Basic, ETI,

(TOPIO STIN OMICHLI) N o p l a n o d e a b e r t u r a d e Paisagem

F r e n c h F i l m C e n t e r , P a r a d i s e ) 127

na

de Théo Angelopoulos, u m

neblina,

garotinho,

A l e x a n d r e ( M i c h a l l s Z e k e ) e sua i r m ã p r é - a d o l e s c e n t e , Voula (Tânia P a l a i o l o g o u ) , g e m da escuridão e se a p r o x i m a m

de u m

ponto

próximo à câmera. Param. A

emercâmera

c o m e ç a a c i r c u l a r l e n t a m e n t e a o r e d o r d e l e s . Ela p e r g u n t a : " V o c ê e s t á c o m m e d o ? " responde: " N ã o , não estou." D e repente se s e p a t a m e c o m e ç a m a andar, desta vez rápido, e m direção a u m a e s t a ç ã o de t r e m q u e agora v e m o s ao Essa

tomada

de

um

minuto

é impressionante

Ele

mais

e define o padrão

do

q u e virá

em

lodo o resto, a l g u m a s vezes parando, outtas m u d a n d o de velocidade; p a i s a g e n s deseruma

substituídos, quando

única referência

a cena

b e m definida; sons naturais e

se esvazia, pela

música

intensa

de

Eleni

estridentes

Karalndrou.

sobretudo, a câmera de Glorgos Arvanitls circulando, avançando e recuando e m u m mo

e com

uma

intenção

sempre distintos

da ação, s e m p r e g r a v a n d o

a

E,

rit-

curiosidade,

Tais p a d r õ e s d ã o feição e f o r m a a o s e v e n t o s d e l i b e r a d a m e n t e e s p a r s o s e e m

aberto

da t r a m a : a s c t i a n ç a s f o g e m d e s u a c a s a e t e n t a m c h e g a r à A l e m a n h a d e t r e m p a r a p r o um

pal q u e

talvez

nem

exista,

encontrando,

em

seu

caminho,

estranhos

p o d e m ser p r e s t a t i v o s o u a m e a ç a d o r e s . Este é u m road m o v i e s o m b r i o m a s

que

exultante,

siruado e m a l g u m ponto entre as crônicas de f r a g m e n t a ç ã o do pós-guerra de Rossellini e os p a n o r a m a s centrados e m paisagens por C h a n t a i A k e r m a n q u e

Roberto retratam

u m a "nova o t d e m m u n d i a l " vazia. Quase Itonteira

nada

nunca

se junta

alemã: enquanto Voula

trator desatola I asamento

um

nesses espaços e lugares s e m e Alexandre estão e m

cavalo moribundo

sai do q u a d r o c a n t a n d o

e, a t r á s d e l e s , u m

Direção: Theo

Angelopoulos

P r o d u ç ã o : T h e o A n g e l o p o u l o s , I ili Heumann, Stéphane

Sotlat

Roteiro: Theo Angelopoulos, 1

Fotografia: Gorgos M ú s i c a : Eleni

um

n o m e entre Atenas e a

pátio, na frente deles

um

grupo de convidados de

um

hesitante

entre

Voula e o músico itinerante Orestis (StratosTzortzoglou) q u e a i m a g e m c o m e ç a a

e d a n ç a n d o . É a p e n a s na

relação

zum-

bir c o m a t e n s ã o da a t r a ç ã o e da r e p u l s ã o . C o n t u d o , I s s o d u r a a p e n a s

um

pequeno

e

precioso intervalo d e t e m p o : n o v a m e n t e e s s a s c t i a n ç a s irão andar, parar e andar, a i n d a mais rápido, ao longo d e u m a estrada s e m f i m , e n q u a n t o a c â m e r a se eleva b e m alto n o ar g é l i d o e O r e s t i s a c e n a d u a s v e z e s u m a d e s p e d i d a d e s a m p a r a d a p a r a n i n g u é m .

AM

10

Valtinos Arvanitis

Karaindrou

Elenco: Tânia Palaiologou, D i n n i i e . Kaberidis, Vassills Kolovos, Gerasimos Skladaressis, Sttatos Tzortzoglou, Michalís

Zeke

Festival de Veneza: Theo Angelopoulos (Leão de Prata), (Prêmio OCIC), empatado com i a

p a i x ã o , s a b e d o r i a e o perthos d o o l h a r d e A n g e l o p o u l o s .

curar

Idioma: grego

Guerra, Thanassis

longe.

seguida. Pessoas e veículos o b s t i n a d a m e n t e se m a n t e n d o e m seus c a m i n h o s , alheios a

las ou s o m b r i a s c o m

mil

Cor

Leggenda

dei

Santo

Bevitore

Festival de Berlim: Theo Angelopoulos (Prêmio fórum do cinema

Intcrliliii

novo)


P o l ô n i a ( T V p o l o n e s a ) 53 m i n . C o r Idioma:

Direção: Krzysztof

Kieslowski

Produção: Ryszard

Chutkowskl

Roteiro: Krzysztof Krzysztof

O p o l o n ê s K r z y s z t o f K i e s l o w s k i era u m d o s raros d i r e t o r e s c a p a z e s d e m i s t u r a r c o m é d i a , religião, tragédia e metafísica e m seus trabalhos s e m parecer n e m

Kieslowski,

Música: Zbignlew

frutos de seu sucesso

Zdort

Preisncr Wojcicch

Majsluk, Magda

res s e r i a m

inesperadamente em

1996, a o s 5 4 a n o s .

capazes.

Ainda q u e Kieslowski tenha sido o criador de várias obras-primas. Incluindo A duplo

Artur

liareis, M a r i a C l a d k o w s k a , Ewa Alcksandra Klsielewska,

internacional, morreu

S e m d ú v i d a a l g u m a , foi m a i s l o n g e e m sua c u r t a carreira do q u e m u i t o s o u t r o s d i r e t o -

Elenco: Henryk Baranowski, Klata, Maja K o m o r o w s k a ,

política,

pretensio-

so n e m tolo. Infelizmente, q u a n d o o diretor estava f i n a l m e n t e c o m e ç a n d o a colher os

Piesiewicz

Fotografia: Wleslaw

0 DECÁLOGO mm (DEKALOG,JEDEN)

polonês

Kanla,

Aleksandra

Sroga-Mlkolajczyk

vida

de

(1991) e a T r i l o g i a

Véronique

das Cores

- Azul

(1993), B r a n c o

(1994),

( 1 9 9 4 ) •-, O d e c á l o g o t a l v e z s e j a s u a o b r a m a i s p r o f u n d a , m u l t i f a c e t a d a e Originalmente

filmado

para

a

televisão

polonesa,

O

decálogo

é

uma

Vermelho

aperfeiçoada. coleção

de

10

curtas c o m m e n o s de u m a hora, cada u m a m b i c i o s a m e n t e apresentando uma

história

baseada

mesmo

livremente em

um

dos Dez M a n d a m e n t o s

e todos eles passados

no

complexo de apartamentos sombrio de Varsóvia. M u i t a s das primeiras obras de Kieslowski f a l a v a m de forma indireta sobre as realid a d e s políticas da

P o l ô n i a d a é p o c a , m a s , c o m O decálogo,

o diretor tentou algo

mais

a m p l o c m a i s u n i v e r s a l . A c o l e ç ã o t r a t a d o s c o n c e i t o s d e d e s t i n o , s o r t e e fé p o r m e l o da I n t e r s e ç ã o d e d i f e r e n t e s v i d a s - f i l h o s , p a i s , p a r e n t e s e e s t r a n h o s -, t e n t a n d o

Iluminar

os fios Invisíveis q u e nos ligam uns aos outros, m a s t a m b é m os s e n t i m e n t o s e crenças que nos conectam a u m poder Em u m dos curtas, u m

maior.

pai e seu filho q u e s t i o n a m

o lugar de Deus e m u m a

d o m i n a d a pela tecnologia. E m o u t r o , u m m é d i c o discute a ética de m a n t e r u m

época

paciente

e m u m s i s t e m a d e s u p o r t e d e v i d a q u a n d o s u a v i d a o u m o r t e Irá a l t e r a r , p a r a s e m p r e , o futuro c o m p l e x o da m u l h e r memória

distante

Um

situação

cuidando

doméstica

de

sua

inestimável

essencialmente

coleção

Irrepreensível,

de

honrar a

está

uma

pai

desse paciente. Dois Irmãos tentam

p a v o r o s o a s s a s s i n a t o coloca e m q u e s t ã o a ética da p e n a d e m o r t e . C a d a e p i s ó d i o em

seu

perturbada

selos.

centrado

de

perplexidades

profundas s e m soluções certas ou erradas, e Kieslowski segue c u i d a d o s a m e n t e os diferentes caminhos que seus personagens

escolhem.

A i n d a q u e c a d a u m d o s s e g m e n t o s d e O decálogo mento

específico, a conexão

possa estar ligado a u m

r a r a m e n t e é clara o u óbvia. O diretor

manda-

parece estar

mais

I n t e r e s s a d o e m c o m o e s s a s a n t i g a s regras p o d e m ser a p l i c a d a s q u a n d o a n a l i s a d a s contexto n e m s e m p r e n i t i d a m e n t e definido da vida cotidiana atual. Cada u m dos mentos

compartilha

algumas

similaridades

temáticas,

mesmo

que

todos

no

seg-

possuam

estéticas l i g e i r a m e n t e diferentes. A s s i m c o m o sua Trilogia d a s Cores posterior, os vários episódios de O decálogo a l g u m a s vezes u s a m os m e s m o s atores, cuja presença ajuda a c o n e c t a r as histórias d í s p a r e s e, s e m e x c e ç ã o , c a t i v a n t e s . T r a b a l h a n d o de forma m u l t o próxima ao seu roteirista habitual Krzysztof ao compositor Zblgniew

Piesiewicz,

Prelsner (que criou u m a trilha sóbria e reduzida) e a n o v e d i -

f e r e n t e s f o t ó g r a f o s , K i e s l o w s k i realiza u m a rara f a ç a n h a : u m a a n t o l o g i a

perfeitamente

unificada q u e se aproxima, m a i s do q u e q u a l q u e r outro filme, do q u e significa ser h u m a n o . I n t e l i g e n t e e p o é t i c o , O decálogo algo e n q u a n t o nos m a n t é m entretidos.

é u m a verdadeira obra de arte que nos JKL

ensina


E U A ( F o x , G o r d o n , S i l v e r ) 131 m i n . C O I Idioma: inglês / alemão / italiano Direção: John

McTiernan

Produção: Lawrence Gordon, Joel Silver R o t e i r o : J e b S t u a r t , S t e v e n E. d e S o u z a , b a s e a d o n o livro N o t h i n g Forever,

de

la;i;

RoderickThorp

Fotografia: Jan de Bont Música: Michael

Kamen

Elenco: Bruce Willis, Bonnie Bedclia. Reglnald Veljohnson, Paul Gleason, De'voreaux White, William Atherton, Hart Bochner, J a m e s Shigeta, Alan Rickman, Alexander Godunov,

DURO DE MATAR (1988)

Doyon, Andreas Wisnlewskl,

Caccialanza

A n t e s d e D u r o de m o t o r , B r u c e W i l l i s era a p e n a s u m a t o r d e u m ú n i c o s e r i a d o d e v i s ã o b e m - s u c e d i d o ( A g o t o e o rato) sucesso

e um

f i l m e f r a c a s s a d o (Encontro

tele-

õs escuros),

mas

d e s t e f i l m e t o r n o u - s e , m e r e c i d a m e n t e , u md o s a s t r o s

mais

autoconfiante dávida

aopersonagem John

M c C l a n e , u mpolicial d e

Nova York q u e está e m m e l o a u m a discussão c o m sua esposa Holly ( B o n n l e Bedclia) no i

critério dela e m Los Angeles j u s t a m e n t e no m o m e n t o e m q u e o prédio é t o m a d o

um

grupo

d e terroristas

Impiedosos

liderados

porHans

Gruber

(Alan

por

Rickman).

i n q u a n t o t o d o s os f u n c i o n á r i o s do escritório - q u e e s t a v a m n oprédio à noite para a lesta de N a t a l da e m p r e s a - são c o n f i n a d o s e m u m a d e t e r m i n a d a área pelos b a n d i d o s , nosso herói (que estava no banheiro q u a n d o o a t a q u e c o m e ç o u ) está solto e r o n d a n d o pelos andares palavras, " u m a

superiores mosca

da torre

parcialmente

n a sopa, u m a

pedra

Inacabada.

Ele é, e m s u a s

n osapato" dos terroristas, q u e

próprias não

têm

i erteza de q u e m os está a t a c a n d o n e m de c o m o essa pessoa e s c a p o u . J o h n M c T i e r n a n - q u e a n t e r i o r m e n t e d i r i g i u o f i l m e d e a ç ã o a l i e n í g e n a Predador,

com

Arnold S c h w a r z c n e g g e r (que foi, aliás, I n i c i a l m e n t e s o n d a d o para o papel d e M c C l a n e ) enche sua

aventura

Indicação ao Oscar: Stephen

Hüntel

F l i c k , R i c h a r d S h o r r ( e f e i t o s e s p e i lall s o n o r o s ) , R i c h a r d E d l u n d , Al Di

Sarro,

B r e n t B o a t e s , T h a i n e M o r r i s (efeitos especiais visuals), Frank J . Urloste,

I ii e n t e s d e H o l l y w o o d . Seu charme

í

G i l y a r d Jr., J o e y P l e w a , L o r e n z o

(DIE HARD)

,i|)ós o e n o r m e

Bruno

Ciarem

n oarranha-céu c o m explosões, lutas e a ç ã o Incessante,

enquanto

n o s s o a n t i - h e r ó i ( q u e f u m a , x i n g a e s e livra d o b a n d i d ã o d e f o r m a s a n g r e n t a ) c a ç a o s lerroristas u m a u m o u v i n d o s e u s walkie-talkies para tentar descobrir s e u plano nefasto. McTiernan, c o m os escritores Jeb Stuart e S t e v e n de Souza ( a d a p t a n d o u m r o m a n c e de RoderickThorp), redefine c o m sucesso o f i l m e de ação c o m o u m exército de u m só h o m e m . Willis solta tiradas espertas ao longo d e u m a série de a r m a ç õ e s e d e s e n l a c e s

inteligentes

( q u a n d o M c C l a n e t i r a s e u s s a p a t o s e m e l a s n o i n í c i o d o f i l m e p a r a c o m b a t e r o ) e t lag, p a r e c e - laro q u e s e u s p é s d e s c a l ç o s s e r ã o u s a d o s c o m o u m r e c u r s o n a t r a m a m a i s t a r d e , e d e f a t o o s ã o ) , sua c a m i s e t a f i c a n d o m a i s suja a c a d a s e g u n d o . S e u ú n i c o c o m p a n h e i r o é u m policial de pés chatos (Reglnald Veljohnson) c o m q u e m ele s ec o m u n i c a

pelo rádio, e n q u a n t o a

maioria dos outros policiais e agentes federais o u são tolos d e m a i s o u estão

demasiado

a n i m a d o s para puxar o gatilho e n ã o c o n s e g u e m perceber o q u e está a c o n t e c e n d o de fato. E n c e n a d o c o m m a e s t r i a por Willis no papel de u m cara q u e r e a l m e n t e preferia e m o u t r o l u g a r , M c C l a n e é u m t í p i c o h e r ó i d o s a n o s 9 0 . JB

estar

J o h n F. L i n k ( e d i ç ã o ) , D o n J . B a s s i n a n , K e v i n F. C l e a r y , R i c h a r d O v e r t o n , A l


Holanda / Inglaterra / França A l e m a n h a (Air F r a n c e , C a p l ,

/

Channel

Four, La S e p t , N O S , N D R , S t i c h t l n g , D o c u m e n t a i r e , TFi, W D R ) 80 m i n . Cor

UMA HISTORIA DO VENTO mm (UNE HISTOIRE DE VENT) A o 1er a f i l m o g r a f i a d e J o r i s I v e n s , é d i f í c i l a c r e d i t a r q u e u m ú n i c o c i n e a s t a t e n h a t o d o s os seus filmes. E s t a m o s d i a n t e de u m artista q u e foi m e m b r o ativo do

Idioma: francês Direção: Joris Ivens

movimento

Roteiro: Joris Ivens, Marceline

a n o s da

l uridan Ivens

N e w D e a l a m e r i c a n o ( O poder

'

Fotografia: Thlerry Arbogast, Jacques I (liscleux Música: Michel

de cinema

União Soviética

Elenco: H e n x i a n g H a n , J o r i s I v e n s , Culllan L i u , Z h u a n g L i u , H o n g W a n g

honraria

europeu; que filmou o primeiro

(Komsomoí), a Guerra e a terra);

a n t i c o l o n i a l i s t a s ( I n d o n é s i a chamando). claro: poucos

Portal

de vanguarda

artistas receberam

Civil E s p a n h o l a

que

seu

último

filme,

plano de

cinco

(A t e r r a espanhola)

e o

e q u e fez u m d o s p r i m e i r o s e essenciais

filmes

Tal v i d a n ã o d e i x o u d e ter s u a s c o n t r a d i ç õ e s , é ao m e s m o

tempo

o Prêmio

Internacional

de c o m a n d a n t e da Légion d ' H o n n e u t da França. Portanto, é

adequado

feito

primeiro

Uma

história

do

co-dirigido

vento,

Lenln e a

admiravelmente por

Marceline

f o r i d a n , s u a e s p o s a e parceira na r e a l i z a ç ã o d o s f i l m e s , seja u m a d a s m a i s g r a c i o s a s e marcantes obras de auto-teflexão no

cinema.

T e n d o t e s t e m u n h a d o , d u r a n t e s e u s 9 0 a n o s , o s u f i c i e n t e p a r a 10 v i d a s , e s s e

"ho-

landês v o a d o r " v o l t o u a c ã m e t a para, talvez, seu objeto m a i s fugidio: ele m e s m o .

Um

a s m á t i c o durante toda a sua vida, c o m e ç a o filme c o m p e n s a m e n t o s sobte a respiração q u e s u s t e n t a a sua e t o d a s as o u t r a s vidas e q u e se manifesta n o m u n d o c o m o o v e n t o . Assim c o m o o próprio Ivens, o vento não possui limites, unindo n a t u r a l m e n t e cultutas e continentes. Sua

exploração eventualmente

povos,

o leva a t é a China, local

onde

realizou diversos d e seus m e l h o r e s f i l m e s e o n d e se dedica a procutar o Dragão, representação mítica d o vento, a fim de descobrir seu segredo. Há alguns percalços no nho: alguns m e m b r o s do partido fazem tudo o que podem

pata, m u i t o

cami-

gentilmente,

Impedi-lo de filmar, e n q u a n t o outras vezes a natureza precisa ser e s t i m u l a d a a c o o p e rar c o m o p r o j e t o . I n c a p a z d e f i l m a r u s m a g n í f i c o s g u e r r e i r o s c m t e r r a c o t a d a

dinastia

Qin, Ivens e Loridan criam seus próprios artefatos, encenando até m e s m o u m

número

no estilo de Busby Berkeley c o m eles. M o v e n d o

se entre documentário, ficção, mitolo-

gia, filosofia e puto c a p r i c h o , Loridan e Ivens c r i a r a m , c o m este epitáfio, u m dos magníficos filmes "livres" jamais feitos, u m tributo digno a u m dos grandes do cinema.

/,a,

RP

mais

inovadores


EUA (Amblin, Silver Screen, T o u c h s t o n e ) 103 m i n . C o r Idioma: inglês Direção: Robert Zemeckis P r o d u ç ã o : F r a n k M a r s h a l l , Robei 1 Watts Roteiro: Jeffrey Price, Peter S. S e a m a n , b a s e a d o n o l i v r o Who Censored

Roger

Rabbit?,

de G a i y

K. W o l f Fotografia: Dean

Cundey

Música: Alan Silvestri Elenco: Bob Hoskins, Chrlstopbei Lloyd, J o a n n a Cassidy, Chatles F l e i s c h e r , S t u b b y K a y e , A l a n rilvern, Richard L e P a r m e n t l e r , Lou Hirsi li, Betsy Brantley, Joel Silver, Paul Springer, Richard Ridings, Edwin Craig, Lindsay Holiday, M i k e Edmonds O s c a r : C h a r l e s L. C a m p b e l t , I O U l S I E d e m a n n ( e f e i t o s e s p e c i a i s sonoroi). Ken Ralston, Richard Williams, I d J o n e s , G e o r g e G l b b s (efeitos espei lals visuais), A r t h u r S c h m i d t (edit,an), R i c h a r d W i l l i a m s ( p r ê m i o e s p e i lal poi realização - direção de anlmaçfloe criação dos personagens de desenho

UMA CILADA PARA ROGER RABBIT

(igss)

(WHO FRAMED ROGER RABBIT)

I n d i c a ç ã o a o O s c a r : E l l i o t S c o n . Petll H o w l t t (direção de arte), Dean

l m b o r a a t o r e s reais e a n i m a ç ã o t e n h a m d i v i d i d o a tela a n t e s - n o t a d a m e n t e q u a n d o o [ a m u n d o n g o J e r r y ( d e Tom e jerry)

animado)

d a n ç o u c o m G e n e K e l l y e m Marujos

do a m o r ( 1 9 4 5 ) -,

Cundey (fotografia), Robert K n u d s o n , John Boyd, Don Diglrolamo,

lony

Dawe (som)

0 diretor Robert Z e m e c k l s e o diretor de a n i m a ç ã o Richard W i l l i a m s m i s t u r a r a m o s dois u m perícia nesta c o m é d i a de s u s p e n s e q u e c o n t i n u a p a r e c e n d o t e c n i c a m e n t e

perfeita

duas décadas depois. O grosseiro e d e s a r r u m a d o d e t e t i v e particular Eddie V a l i a m , n oa u g e d a a t u a ç ã o mal-humorada

d eBob Hoskins, não gosta dos Toons, ospersonagens animados

que

v i v e m e m T o o n t o w n , s u b ú r b i o d e Los A n g e l e s . Por Isso ele n ã o fica n e m u m p o u c o feliz ao ser c o n t r a t a d o pelo c h e f e d e e s t ú d i o de f i l m a g e m M a r v i n A c m e ( S t u b b y Kaye) averiguar a s atividades d e sua 1 hamada Jéssica ainda m e n o s

estrela,

uma

Rabbit (que recebeu u m a

impressionado com

sexy

personagem

dedesenho

para

animado

voz rouca d eKathleen Turner). Eddie

fica

o m a r i d o h i p e r a t i v o dela, Roger (na v o z d e C h a r l e s

I lelscher), s o b r e t u d o q u a n d o o par desequilibrado se vê m e r g u l h a d o e m u m a

confusão

hilária d e a s s a s s i n a t o e c h a n t a g e m . C o m caracterizações elegantes dos h u m a n o s e das animações, além de u m inteligente

de Jeffrey

Price e Peter S. S e a m a n , U m a

cilada...

é uma

comédia

roteiro d e ação

e x a t a m e n t e c o m o o s d e s e n h o s c l á s s i c o s da W a r n e r q u e ela h o m e n a g e i a : e x p l o d i n d o d e liversâo, d e l i c i o s a m e n t e sutreal, feita para se assistir m u i t a s e m u i t a s vezes. J B

/li/


EUA

( M i r a g e , S t a r II) 133 m i n . C o r

Idioma: Inglês

Vários escritores e diretores t e n t a r a m

Direção: Barry

Levlnson

Produção: Mark

Johnson

rotografia: John

tória de u m v e n d e d o r de carros u s a d o s q u e tenta fazer a m i z a d e c o m seu I r m ã o Morrow

Seale

Zimmer

autista

u m a v i a g e m através d o s E s t a d o s U n i d o s para tentar colocar a s m ã o s n a herança preo-

cupados com o futuro do filme e apelidaram-no de "Dois bobalhões e m u m carro" durante as filmagens.

Elenco: Dustln H o f f m a n , Tom Cruise, C o l i n o , G e r a l d R. M o l e n , J a c k

M u r d o c k , M i c h a e l D. R o b e r t s , R a l p h Seymour, Lucinda Jenney,

em

multimilionária deste. Até os dois astros, Dustin Hoffman eTom Cruise, estavam

M ú s i c a : Ian Gillan, Roger Glover, Doc

Valeria

a m ã o c o m o roteiro d e Roin M a n antes d e o

diretor Barry L e v i n s o n a s s u m i r o f i l m e . M u i t o s a c h a r a m difícil d e m a i s levar à tela a his-

Roteiro: Ronald Bass, Barry

Pomus, Hans

RAIN MAN (1988)

Bonnie

Por sorte, L e v l n s o n n ã o h e s i t o u e m fazer u m f i l m e c o m p o u c o d r a m a , f o c a n d o , e m vez disso, no desenvolvimento h u m a n o que se encontra no cerne do filme. Viajando de carro através d o s Estados Unidos c o m o autista R a y m o n d ( H o f f m a n ) , porque

Raymond

Hunt, K i m Robillard, Beth Grant,

n ã o a n d a de avião, Charlie B a b b i t t (Cruise) aos p o u c o s c o m e ç a a e n t e n d e r o i r m ã o q u e

Dolan Dougherty,

m a l conhecia e,n oprocesso, adquire u m a decência q u e n ã o possuía

Marshall

Dougherty, Patrick Dougherty, JohnMichael

Dougherty

Oscar: Mark Johnson (melhor filme), harry Levlnson (diretor), Ronald Bass,

Barry

M o r r o w (roteiro), Dustin

Hoffman

(ator)

i n d i c a ç ã o a o O s c a r : Ida R a n d o m , I Inda D e S c e n n a ( d i r e ç ã o d e a r t e ) , J o h n Seale ( f o t o g r a f i a ) , S t u L i n d e r ( e d i ç ã o ) , Ii.ins Z i m m e r

(música)

festival de Berlim: Barry

Levinson

(Urso d e Ouro), (júri d o s leitores d o

Berliner M o r g e n p o s t )

antes.

Hoffman

capta o a u t i s m o de seu p e r s o n a g e m s e m exagerar nos tiques nervosos, m a s Cruise está ainda mais impressionante compõe

com

habilidade

n of i l m e , ficando à altura d eH o f f m a n , m a i s experiente, e

u m homem

p r o f u n d i d a d e e m s u a v i d a . JB

superficial

que

finalmente

encontra

alguma


UM ASSUNTO DE MULHERES m

F r a n ç a ( A 2 , C a m é l i a , La S e p t , M K . \

(UNE AFFAIRE DE FEMMES)

S o f i n e r g i e ) 108 m i n . C o r Idioma: francês

I s t e é u m f i l m e d e é p o c a , b e m realizado e, c o m o u m t o d o , n ã o c a r a c t e r í s t i c o , d e C l a u d e < liabtol. Passado durante a o c u p a ç ã o francesa na S e g u n d a Guerra M u n d i a l e v a g a m e n te a d a p t a d o a p a r t i r d e u m

livro n ã o - f i c c l o n a l d o a d v o g a d o

Francis Szpiner, é o relato

plausível e não s e n t i m e n t a l ó i d e de u m a dona-de-casa e m ã e (Isabelle H u p p e r t e m

seu

auge) de u m a cidadezinha perto de Dieppe q u e passa a ajudar m u l h e r e s a fazer

abortos

té e n v i a d a p a r a a g u i l h o t i n a p o r I s s o . C a s a d a c o m u m s o l d a d o f r a n c ê s ( F r a n ç o i s

Cluzct)

que está e m

um

campo

d eprisioneiros d eguerra, ela n ã o q u e r m a i s d o r m i r c o m

após seu r e t o m o . Logo s etorna a responsável pelo s u s t e n t o da família, u m a

ele

sobrevi-

u m roteito

escrito

por Chabrol

e m parceria

com

Colo Tavernler

O'Hagan

baseado e m fatos reais, U m assunto de mulheres c o m p e n s a a m p l a m e n t e O s a n g u e

e

dos

(1984), s e u p i o r f i l m e , a d a p t a d o d e u m r o m a n c e d e S i m o n e d e B e a u v o i r e p a s s a -

outros

do e m Paris d u r a n t e o m e s m o petíodo. A o m e s m o t e m p o , o f i l m e a p o n t a pata son ex r e l e n t e d o c u m e n t á r i o , t a m b é m s o b r e e s s e p e r í o d o e q u e seria l a n ç a d o e m 1 9 9 3 , O lo do ódio.

Chabrol

Produção: Marin

Karmitz

Roteiro: Claude Chabrol, Colo T a v e r n i e r , b a s e a d o n o livro d e I i a m Is Szpiner Fotografia: Jean

Rabier

Música: Matthieu

Chabrol

E l e n c o : I s a b e l l e H u p p e r t , François Cluzet, Nils Tavernier, M a r i e

vente dutona. Com

Direção: Ciaude

círcu-

N e s t e f i l m e , s u a m l s e - e n - s c è n e e a d i t e ç ã o d e a t o r e s s ã o m a g i s t r a i s . JRos

Lolltl

Trintignant, Dominique Blani,

C h a m m a h , Aurore Gauvin, (aiillaiiine Foutrier, Nicolas Foutrier, M a i 1 0 Bunel, Dani, François Maistre. V i n c e n t G a u t h i e t , F r a n c k d e la Personne, Caroline

Berg

Festival d e V e n e z a : Isabelle

Huppefl

(Taça V o l p i - atriz), e m p a t a d a i Shirley M a c L a i n e , por

Madainr

Sousatzka

AFOGANDO EM NÚMEROS

(i9S8)

I n g l a t e r r a / H o l a n d a 118 m i n . ( 01

(DROWNING BY NUMBERS)

(Kodak) Idioma:

0 maior diretor "artístico" da Inglaterra, Petet Greenaway, joga c o m nossa moral e nosSas e m o ç õ e s n e s t a n a r r a t i v a s o b r e t t ê s g e r a ç õ e s d e m u l h e r e s - t o d a s c h a m a d a s 1 olpltts - que d e s e j a m m a t a r seus m a r i d o s infiéis afogando-os. S e m dar m u i t o s lhes, a tarefa é e m m u i t o facilitada e.pecial

com

l l i l l [Senhor

porque cada u m a delas possui u m a

o médico-legista, Madgett, u m a

dos

anéis,

Titanlc).

Com

atuação

brilhante d olendário

u m elenco feminino

l i i l i e t S t e v e n s o n e J o e l y R i c h a r d s o n -, e s t a p e r t u r b a d o r a

relação

inspirado

comédia

- Joan

Cissie detamulto

Bernard Plowríght,

d eh u m o r negro d e

Este f i l m e v i s u a l m e n t e fascinante c o n f u n d e alguns e n q u a n t o c o n t e n t a outros. A s s i m c o m o s e u p r i m e i r o f i l m e r e a l m e n t e i m p o r t a n t e , O contrato numeras é desconcertante, sedutor e esquivo e m zeros,

Greenaway

P r o d u ç ã o : Peter J a q u e s , Kees Kasander, Denis Roteiro: Peter

Wigman

Greenaway

Fotografia: Sacha Música: Michael

Vierny Nyman

Elenco: J o a n Plowright, Juliet Stevenson, Joely Richardson,

Greenaway transforma o assassinato e m u m jogo.

/ O O - Um Z e dois

inglês

Direção: Peter

do amor.

Afogando

s u a s i n t e r p r e t a ç õ e s . E, a s s i m

em como

é m u i t a s vezes fatsesco ao revelar u m a Inglaterra q u e n o r m a l -

m e n t e não v e m o s - u m a v e r t e n t e criminosa e s o m b r i a q u e se e s c o n d e por baixo de

um

Bernard

H i l l j a s o n Edwards, Bryan Pringlc. T r e v o r C o o p e r , D a v i d M o r r i s s e y , |ohn Rogan, Paul Mooney, Jane Cu

11,

Kenny Ireland, Michael Percival, Joanna Dickensjanine

Duvitski

F e s t i v a l d e C a n n e s : P e t e r Greenaway

Petei

a p a r e n t e v e r ã o ideal inglês. Para poder aproveitat ao m á x i m o u m f i l m e t ã o d e n s o , ajuda

(maior contribuição artística),

lembrar q u e ele, na v e r d a d e , diz respeito a j o g o s de palavras, listas, à dor da

Greenaway, indicação (Palma de

mortalida-

de e m u i t o p o u c o a l é m disso. Q u a n d o estava sendo f i l m a d o , as locações f o r a m tadas

pelas

Incomuns

tempestades

d e 1987. I s s o s i g n i f i c a

que

há uma

devas-

discrepância

entre diferentes cenas, m a s , graças ao fantástico trabalho do fotógrafo S a c h a Vierny, as m u d a n ç a s nas locações p a r e c e m ser a p e n a s parte do jogo de G r e e n a w a y .

KK

Ouro)


Brasil (Casa de C i n e m a de

Porto

A l e g r e ) 12 m i n . C o r Idioma:

q u e copiava

Furtado

Produção: Nora Goulart, St

lógica

Fotografia: Sergio A m o n e Roberto Menkin

Estruturado

como

o

mais

básico

Numa

série de v i n h e t a s

dos

telecursos,

Ilha

das

D t i e n h o d e p r o d u ç ã o : Fiapo

Barth

Flach

consumo.

secas e irônicas, nas quais a encenação

de

um

registro

d o c u m e n t a l é I n t e r c a l a d a c o m a n i m a ç õ e s t o s c a s e I m a g e n s de a r q u i v o , a fruta sai da

de-casa

d e c l a s s e m é d i a , e vai parar n o lixão da Ilha d a s Flores, na

Porto

alimentação.

E m 12 m i n u t o s , o f i l m e s o b e e d e s c e e s s a c a d e l a a l i m e n t a r e s e d e p a r a c o m humanos

Festival de B e r l i m : Urso de Prata

dona-

periferia de

Alegre, o n d e porcos (primeiro) e pobres (depois) c o l h e m sobras para sua

Elenco: Clça Reckziegel, D o u g l a s Barth

nas duas extremidades, todos dotados de "telencéfalo altamente

vido e polegar opositor", c o m o

seres

desenvol-

reiterado pela narração de Paulo José, m a s n e m

todos

d o t a d o s de dinheiro. O texto, c o m o de praxe no c i n e m a de Furtado, é o trunfo.

curta)

Concebido

para "ser c o m p r e e n d i d o

até por u m

m a r c i a n o " , recorre à repetição

ó b v i o n a s d e f i n i ç õ e s do q u e seja ser h u m a n o , t o m a t e , porco, dinheiro e j u s t a p õ e

bizarria

divertida

prepara

o terreno

com

q u a n d o o h u m a n i s m o do f i l m e se revela.

I UA / Inglaterra (PolyGram, Warner B r o s . ) 126 m i n . T e c h n i c o l o r

o diretor T l m B u r t o n

Burton

Produção: Peter G u b e r j o n

Peters

Roteiro: S a m H a m m , Warren '.filaron, Bob

a puxada

de tapete do

JBi

r e i n v e n t a o s u p e r - h e r ó l q u e dá n o m e a o f i l m e (visto pela uma

encarnação camp

n o s a n o s 60) c o m o u m

Kane, última

personagem

sombrio e conflituoso. Michael

K e a t o n estrela c o m o

um

Bruce W a y n e de alma atormentada, u m

homem

taciturno q u e , q u a n d o criança, viu seus pais serem assassinados por ladrões e m u m

Pratt

Música: D a n n y Elfman, Prince

de

final,

(1989)

vez nas telas de tevê e m

Kane

Fotografia: Roger

para

N e s t a s u p e r p r o d u ç ã o c i n e m a t o g r á f i c a da clássica história e m q u a d r i n h o s d e B o b

inglês

Direção: Tim

BATMAN

perfeição

do tais

c o n c e i t o s v i a r a c i o c í n i o f r i o , m e c â n i c o , n o p a d r ã o " A l e v a a B, q u e l e v a a C " . O t o m

Idioma:

da Flores

p l a n t a ç ã o d e u m f a z e n d e i r o , o Sr. S u z u k i , p a s s a p e l a c o z i n h a d e d o n a A n e t e , u m a

Edição: Giba Assis Brasil

(melhor

capitalista.

m a p e i a a trajetória de u m t o m a t e na s o c i e d a d e de Furtado

Música: Geraldo

homem

( 2 0 0 3 ) , M e u tio m a t o u u m c a r a ( 2 0 0 4 ) e S a n e a m e n t o b á s i c o (2007), l e v o u o

Urso de Prata de m e l h o r curta no Festival de Berlim por esta a m a r g a d e m o n s t r a ç ã o Monie;

hmiedt

Roteiro: Jorge

halninl, Júlia

(1989)

E m 1990, J o r g e F u r t a d o , diretor d o s l o n g a s H o u v e u m a vez dois verões (2002), O

português

Direção: jorge

ILHA DAS FLORES

co escuro. Agora u m Industrial multimilionário durante o dia, à noite veste u m a

be-

capa,

Elenco: Michael Keaton, Jack

m á s c a r a e botas até os j o e l h o s para se t r a n s f o r m a r e m B a t m a n e corrigir as

Injustiças

Nicholson, Kim Baslnger,

da

justiceiro

Robert

W u h l , Pat Hingle, Billy Dee W i l l i a m s , M i c h a e l G o u g h , Jack Palance, Jerry I fill. Iracey Walter, Lee Wallace, William Hootklns, Richard Strange, 1 .ni C h a s e , M a c

McDonald

Oscar: Anton Furst, Peter Young (direção de arte)

sombria

e

gótica

Gotham

City.

Mas

será

ele

um

super-herói

ou

um

m a n í a c o ? A fotojornalista Vicki Vale ( K i m Basinger) e o repórter Alex Knox (Robert estão entre aqueles que desejam

descobrir a Identidade secreta

Wuhi)

de B a t m a n

c saber a

Se, por u m lado, B u r t o n dá ao v i n g a d o r m a s c a r a d o p r o f u n d i d a d e , ares de

melanco-

verdade.

lia e a t é d e r o m a n c e ( c o m V l c k l ) , q u e m q u a s e r o u b a a c e n a d o h e r ó i é o v i l ã o , o C u r l n g a , r e p r e s e n t a d o c o m e n t u s i a s m o por Jack N l c h o l s o n . R e s p l a n d e c e n t e e m u m terno roxo e m a q u i a g e m de palhaço, d a n ç a n d o ao s o m das m ú s i c a s de Prince q u e e m b a l a m a trilha sonora, c e r t a m e n t e foi o m a i s divertido dos supervilões a aparecer nas telas por bom tempo.

I/o

J B

um


HARRY E SALLY - FEITOS UM PARA O OUTRO (i9S9)

(WHEN HARRY MET SALLY) l l o r r y e Sally

é a prova indiscutível, ainda que desnecessária, de que a s o m a de todos o s

Ingredientes IXcelente

corretos

(Nora

- u mdiretor

Ephron)

diversão cinematográfica Ao

dividirem

uma

e um

talentoso

elenco

brilhante

praticamente

viagem

d ecomédias

(Rob

(Billy Crystal, M c g

Reiner),

u m roteiro

Ryan) - resulta c m

perfeita.

d ecarro d eChicago

a Nova

York d e p o i s d a f o r m a t u r a n a

l.n u l d a d e e m 1977, o e s p e r t i n h o H a r r y ( C r y s t a l ) a n u n c i a a u m a d e s d e n h o s a S a l l y ( R y a n )

que

lies n u n c a s e r ã o a m i g o s já q u e , e m sua lógica m u i t a s v e z e s t o r t u o s a , " h o m e n s e m u l h e r e s 11.10 p o d e m s e r a m i g o s p o r q u e o l a n c e d o s e x o s e m p r e a t r a p a l h a " . A o f i n a l d a v i a g e m , o s dois s e g u e m c a m i n h o s d i s t i n t o s , r c e n c o n t r a n d o - s e a n o s m a i s t a r d e e m

um

aeroporto, e

depois n o v a m e n t e q u a n d o ela está p r e s t e s a t e r m i n a r c o m o n a m o r a d o e ele a c a b o u d e s e separar da e s p o s a . Claro q u e a c a b a m s e t o r n a n d o a m i g o s e I n e v i t a v e l m e n t e s e t o r n a m

mais

Que a m i g o s a n t e s d o f i n a l d o f i l m e - m a s I s s o é a p e n a s p a r t e d a g r a ç a d o f i l m e . Esta é u m a

comédia

romântica

q u e alude a filmes d eW o o d y

EUA (Castle Rock, Columbia,

Idioma:

inglês

Direção: Rob

Reiner

P r o d u ç ã o : Rob Reiner,

A l l e n c o m o Annie

Hall

Roteiro: Nora

Ephron

Fotografia: Barry

gos m o d e r n o s d o n a m o r o . H a r r y d e s c o b r e a s d e s v a n t a g e n s d e s a i r c o m u m a

Música: Mare

nova q u a n d o ele pergunta a u m a

mais

m o ç a o n d e ela e s t a v a q u a n d o K e n n e d y foi a s s a s s i n a d o e

o u v e c o m o r e s p o s t a "Ted K e n n e d y foi a s s a s s i n a d o ? " A m b i e n t a d o n a m a i s

cinematográfica

d.r, c i d a d e s , N o v a Y o r k , c a d a c e n a é u m c l á s s i c o o u a p r e s e n t a d i á l o g o s m e m o r á v e i s : o o r g a s m o f i n g i d o d e S a l l y e m u m r e s t a u r a n t e , d e p o i s d o q u a l a m u l h e r n a m e s a a o l a d o (a m ã e

do

próprio Reiner) p e d e " E u q u e r o o q u e ela p e d i u " , e a c e n a d e k a r a o k é n a loja q u a n d o H a r r y e s barra c o m

sua ex-mulher são encenados

com

habilidade pelos dois astros principais. O s

ai o r e s c o a d j u v a n t e s I n c l u e m B r u n o K l r b y , o a m i g o d e H a r r y , e C a r r i o F l s h e r , a a m i g a d e S a l l y . Nora Ephron ainda está para escrever u m roteiro à altura deste. O filme

Andrew

Scheinman

(19/7), c o m a a t u a l i d a d e d o s diálogos inteligentes d e Ephron ilustrando c o m precisão os j o mulher

Nelson)

96 m i n . C o r

transformou

Sonnenfeld

Shalman

E l e n c o : Billy C r y s t a l , M e g R y a n , Carrie Flsher, B r u n o Klrby, S t e v e n F o r d , Lisa J a n e Persky, Michelle

Nicastro,

Gretchen Palmer, Robert Alan

Beuth,

David Burdlck, Joe Viviani, Harley Jane Kozak, Joseph Hunt, Rooney, Franc

Kevin

Luz

Indicação ao Oscar: Nora

Ephron

(roteiro)

Ryan e m u m a a t r i z a l t a m e n t e c o b i ç a d a c f e z d e H a r r y C o n n i c k J r . , q u e c a n t a o s c l á s s i c o s dos a n o s 3 0 e 4 0 ( I n c l u i n d o " l t H a d T o B e Y o u " ) n a t r i l h a s o n o r a , u m a e s t r e l a . J B

i


CRIMES E PECADOS mm (CRIMES AND MISDEMEAN0RS) W o o d y Allen, e m grande forma filosófica (após Setembro e A outra, dois de seus filmes m a i s s o t u r n o s , seguidos u m a o o u t r o e recebidos c o m Igual frieza), aborda vida,

moric

verdade, amor, D e u s e outros a s s u n t o s no estilo de Dostolevski e m Crimes e

pecada:

U m elenco excelente encena u m a trama construída c o m o u m conjunto de bonecas madeira tussas sobre c o n t a t o s imediatos no Upper East Side de M a n h a t t a n . te fotografado

por Sven

Nykvist, que trabalhou

durante anos com

dl

Lindamen

Ingmar

Bergman,

c o m Allen fazendo u m excelente uso de m ú s i c a s de S c h u b e r t e Bach, além das tradi cionals m ú s i c a s d e jazz e s w i n g q u e a s s o c i a m o s ao diretor. Duas

histórias

Roscnthal,

um

aparentemente

oftalmologista

trabalho c o m caridade (Martin adúltero

desesperado

diferentes

tespeitado

e

Landau, em

por descartar sua

se j u n t a m com

uma

no

reputação

brilhante atuação

amante

último

bela

enraivecida

indicada Dolores

momento. social

Judali

pot

ao Oscar), é (Anjelica

seu um

Huston)

q u a n d o ela a m e a ç a criar o c a o s na v i d a o r g a n i z a d a , c o n f o r t á v e l c h i p ó c r i t a q u e ele leva. E U A ( R a n k , O r i o n ) 107 m i n . C o r Idioma:

inglês

Direção: W o o d y

produtota Allen

Produção: Robert Roteiro: W o o d y Fotografia: Sven

E n q u a n t o isso, as t e n t a t i v a s d o p r o d u t o t d e d o c u m e n t á r i o s Cliff S t e r n (Allen) d e seduzir a da

PBS, Halley (Mia

Farrow), s ã o frustradas pelo insuportável c u n h a d o

Creenhut

o a s s u n t o d o n o v o f i l m e d e Cliff. J u d a h , p o r s u a v e z , t e m q u e p o n d e r a r g r a n d e s q u e s t õ e s a o

Allen

decidir o q u e fazer q u a n d o s e u i r m ã o (Jerry O r b a c h ) , q u e possui c o n e x õ e s c o m o

Nykvist

Música não original: Bach, Schubert E l e n c o : Bill B e r n s t e i n , M a r t i n

Landau,

o r g a n i z a d o , se oferece para " r e s o l v e r " a s i t u a ç ã o de Dolores d o s e u jeito sinato. Em

torno de seu dilema, a família, amigos e conhecidos

são expostos, sofrem,

a m a m , l u t a m e d i z e m f r a s e s d e e f e i t o ("A ú l t i m a v e z q u e e u e s t i v e d e n t r o d e u m a

I d e l m a n , George J. M a n o s , Anjelica

foi q u a n d o visitei a E s t á t u a d a L i b e r d a d e " ) .

lluston, W o o d y Allen, Jenny

Nlchols, Sam

Waterston, Zlna Jasper,

Dolores

Sutton, Joel Fogel, Jerry

Orbach

Indicação ao Oscar: .Woody

Allen

(diretor), W o o d y Allen (roteiro), Martin L a n d a u (ator

coadjuvante)

A

melhor

dessas

frases

amargas

persona de intelectual existencialista Farrow. " S i m " ,

responde Woody,

vem,

naturalmente,

Allen,

em

sua

mulher

familiar

a n g u s t i a d o : "Ele q u e t produzir algo m e u " , vibra

"seu primeiro filho!" Algo pouco c o m u m

na obra

do

diretor, e n c o n t r a m o s a o m e s m o t e m p o n e s t e f i l m e u m d r a m a trágico, p e s a d o e realista sobreposto

de

valores,

m o r a l i d a d e e j u s t i ç a . Allen n a v e g a a t r a v é s da dor, da p r o f u n d i d a d e e d o h u m o r

rasgado

com

seu

a uma

estilo

comédia

de costumes, em

inimitável, tratando

realidade, nos setvindo coquetéis trabalhos de W o o d y Allen.

do

bem

refinados.

uma

e do

discussão

sofisticada

mal, de crime

e castigo, ficção

Crimes e pecados está entre os

AE

... Km-

772

de

crime

c o m u m assas-

Claire B l o o m , S t e p h a n l e Roth, Gregg

joanna Gleason, Alan Alda,

Lestci

( d e s e m p e n h o maravilhoso de Alan Alda), u m ator de seriados de televisão q u e acaba sendo

e

melhores


O COZINHEIRO, O LADRÃO, SUA MULHER E O AMANTE (1989)

França / H o l a n d a / Inglaterra (Allarts, Elsevira, Erato, Erbograph, F i l m s , V e n d e x ) 124 m i n . C o r

(THE COOK, THE THIEF, HIS WIFE & HER LOVER) ovando sua

insatisfação

com

a política

conservadora

Idioma:

ao extremo, Peter

Greenaway

llinejou este filme c o m o u m a resposta opulenta e decadente à Inglaterra de

Margaret

lli.ucher. M i c h a e l G a m b o n faz o papel de Spica, o m o n s t r u o s o , d e t e s t á v e l e

estúpido

idrão

do título, tendo

como

território

ininiove

banquetes

fastidiosos

Iiuorada

por

demais, sua

mudo

com

tempo um

freguês

mais

|i i l i t a d a s p e l o c h e f e c o n i v e n t e i

e

um

restaurante

exagerados,

mulher

calado

e

badalado

cercado

por

Georgina

(Helen

intelectual

(Alan

de

Londres,

bajuladores

Mirren)

e

começa

Howard), tendo

lá a t r á s , n a c o z i n h a . M u l t o o c u p a d o e m

um as

caso coisas

consumir

ilhar s e u s a s s e c l a s , G a m b o n leva a l g u m t e m p o para n o t a r a t r a i ç ã o d e s u a

ri.is, q u a n d o d e s c o b r e o a d u l t é r i o , p r e p a r a u m a v i n g a n ç a

onde

lacaios.

e

mulher,

inglês

Direção: Peter

Greenaway

Produção: Kees Roteiro: Peter

Kasander

Greenaway

Fotografia: Sacha Música: Michael

Vierny Nyman

Elenco: Richard Bohrlnger,

Michael

G a m b o n , Helen Mirren, Aían Howaul, Tlm Roth, Clarán Hinds, Gary Olsen, E w a n Stewart, Roger AshtonG r l f f i t h s , R o n C o o k , Liz S m i t h , E m e r Gillespie, Janet Henfrey, Arnie

canibalesca.

G r e e n a w a y dirige seu filme c o m o u m a tapeçaria q u e tivesse d a d o errado, desvelan-

Breeveld, Tony Alleff

lo I o d o s o s t i p o s d e d e p r a v a ç ã o e n q u a n t o v a i e v o l t a e n t r e a c o z i n h a e o s a l ã o d e r e f e i . . . . . à procura de u m b o c a d o de b o n d a d e e m m e l o à selvageria. O cozinheiro, o

ladrão,

lUd mulher e o a m a n t e fervilha c o m raiva e r e p u g n â n c i a , c m g r a n d e p a r t e dirigidas para a (lasse superior, cujo

desperdício

e barbárie

são retratados

não

apenas

como

pi.iga para a s o c i e d a d e , m a s d i r e t a m e n t e c o m o u m a a f r o n t a a o b o m g o s t o .

DRUGSTORE COWBOY

uma

JKL

(19S9)

E U A ( A v e n u e ) 100

m i n . Cor

11 h l m e d e G u s v a n S a n t é u m r e l a t o a o m e s m o t e m p o c o m o v e n t e e e n g r a ç a d o s o b r e o

Idioma:

V I I LO e m

Direção: Gus Van Sant

drogas. A c o m p a n h a m o s

uma

gangue

de

viciados

liderada

por

Bob

(Matt

illlon) q u e m a n t é m s e u vício r o u b a n d o f a r m á c i a s e m P o r t l a n d , n o e s t a d o d e O r e g o n . II pequenos crimes e as vidas repetitivas dos viciados são relatados pelo diretor

sem

ilizações o u c o m e n t á r i o s . A n a t u r e z a frágil d a s relações d e n t r o da g a n g u e , c o n t u I", c m

particular

o

amor

condenado

de

Bob

e sua

esposa

Dianne

(Kelly

Lynch),

é

ILIMTVADA de perto, contando t a m b é m c o m boas atuações.

Quando

1111 d o s m e m b r o s da g a n g u e m o r r e d e o v e r d o s e e B o b precisa retirar d i s c r e t a m e n t e

o

1 II p o d e u m m o t e l o n d e e s t á h a v e n d o u m a c o n v e n ç ã o d e x e r i f e s e d e p o i s e n t e r r á - l o n a

fiata,

Produção: Karen Murphy, Nick Wechsler Roteiro: G u s V a n Sant, Daniel Yost, b a s e a d o n o livro de J a m e s

Fogle

F o t o g r a f i a : R o b e r t D. Y e o m a n M ú s i c a : Elliot G o í d e n t h a l

A p e s a r d e a t r a m a p a r e c e r s i m p l e s - b r i g a s c o m a p o l í c i a e c o m o u t r o s v i c i a d o s -, h á MI i t r a g é d i a r e a l p e l a f r e n t e c o n f o r m e o f i l m e c o n v e r g e p a r a s u a c o n c l u s ã o .

Inglês

ele d e c i d e q u e é hora de largar o vício. N o a l b e r g u e de d e s i n t o x i c a ç ã o ele e n c o n -

I I u m velho a m i g o , u m padre junkie e n c e n a d o por W i l l i a m Burroughs, e suas conversas m u t u a m seus últimos contatos c o m aquele m u n d o que deixou para trás. Todo o filme • magnífico, m a s essas conversas finais entre Dillon e Burroughs são sublimes.

CM

Elenco: M a t t Dillon, Kelly Lynch, J a m e s L e G r o s , H e a t h e r G r a h a m , Eric Hull, Max Perlich, j a m e s Remar, John Kelly, Grace Z a b r i s k i e , G e o r g e C a t a l a n o , J a n e t B a u m h o v e r , Ted D'Arms, Neal T h o m a s , Stephen Rutledge, Beah Richards,

William

S. B u r r o u g h s F e s t i v a l d e B e r l i m : G u s V a n S.uii (Prêmio CICAE - fórum de novo cinema)


MEU PE ESQUERDO

m

(MY LEFT FOOT) Apesar do forte potencial para depressão s e n t i m e n t a l i s t a , M e u pé acabou

sendo

uma

enriquecedora um

corpo

celebração

surpreendentemente

sobre o Irlandês Chrlsty

tornado

inválido

por

divertida,

esquerdo natural

Brown, que nasceu aprisionado

paralisia

cerebral

mas

acabou

atingindo

r e c o n h e c i m e n t o e respeito c o m o artista e escritor. O conceito de u m deficiente com

um

surpreendente

dom

homem

intelectual possui paralelos

óbvios

c o m a história ficcional de Rain M o n , m a s M e u pé esquerdo é tão b o m ele e m

todos

os aspectos, a começar

pelo d e s e m p e n h o

do atot

quanto

principal.

Daniel Day-Lewis está arrebatadot e m u m papel tão distante q u a n t o d e s e u e s t e t a a f e t a d o e m Uma Irlanda / Inglaterra

(Ferndale.

adorável

janela

para

o amor

possível

(1986) o u d o g a y o p o r t u n i s t a d e

Minha

(1985). B r e n d a e s t á r a d i a n t e c o m o a m ã e d e v o t a d a e p r e o c u p a d a

lavanderia

I

eni

de

G r a n a d a , RTE) 98 m i n . T e c h n i c o l o r

Christy. Ray McAnally, q u e infelizmente m o r r e u antes q u e o filme fosse lançado, fez seu

Idioma:

último papel c o m o

Inglês

Direção: Jim

Sheridan

Produção: Noel

fazendo

Pearson

Roteiro: Shane Connaughton, Jim

Brown

Música: Elmer

papel

o pai imprevisível e alcoólatra

do

jovem

Christy,

transmite

do rapaz. E o j o v e m a

cruel

frustração

0'Conor,

uma

criança

família.

O diretor e s t t e a n t e J i m S h e r l d a n e S h a n e C o n n a u g h t o n , co-rotelrista, n ã o se esquiv a m da tragédia e da raiva na v i d a d e Christy, u m espírito s a g a z c o n f i n a d o à cadeira rodas e submetido

Conroy

Hugh

de

b r i l h a n t e , q u e t o d o s p e n s a m ser burra, t e n t a n d o c o m u n i c a r - s e c o m s u a

S h e r i d a n , b a s e a d o no livro d e C h r i s t y

Fotografia: Jack

o

a h u m i l h a ç õ e s diárias. A i m p r e s s ã o geral desse h o m e m ,

de

contudo,

n o s deixa u m a d m i r á v e l s e n t i d o d o m i l a g r e da vida c da f o r m i d á v e l e n e r g i a de Christy.

Bernstein

Elenco: Daniel Day-Lewis, Btenda

Isso é ressaltado

pela

qualidade

mágica

infundida

nos

menores

incidentes, como

o

Fricker, A l i s o n W h e l a n , K i r s t e n

fascínio d e m o n s t r a d o pelo p e r s o n a g e m , ainda criança, q u a n d o é levado pelos Irmãos e

Sheridan, Declan Croghan, Eanna

irmãs às brincadeiras de H a l l o w e e n pelas

M a c L l a m , M a r i e C o n m e e , Cyril Cusack, Phelim Drew, Ruth

McCabe,

Fiona S h a w , Ray McAnally,

Patrick

Laffan, Derry Power, Hugh

O'Conor

ruas.

O f a m o s o pé esquerdo, a única parte do corpo q u e ele podia controlar, é central diversas piadas, b e m c o m o e m episódios dramáticos: Christy salva a vida de sua faz gois, pinta, derruba u m a d v e r s á r i o e m

uma

briga d e bar, t e n t a o s u i c í d i o ,

em

mãe,

assenta

Oscar: Daniel Day-Lewis (ator),

tijolos c digita sua autobiografia, t u d o isso c o m o pé esquerdo. Day

B r e n d a Fricker

do v e n c e d o r de u m O s c a r q u e n ã o lhe poderia ser n e g a d o . T e n d o d o m i n a d o as dificul-

(atriz'coadjuvante)

Indicação ao Oscar: Noel

Pearson

( m e l h o r filme), J i m S h e r i d a n (diretor), Shane Connaughton, Jim (roteiro)

Sheridan

Lewis acabou

sen-

d a d e s físicas d e lidar c o m u m corpo t ã o t o r t u o s o e c o m a fala d e f e i t u o s a , ele n o s dá o retrato de u m

homem

cuja perspicácia

lhe traz p o u c o alívio, m a s cujo h u m o t ,

desejo

s e x u a l e t o t a l t e i m o s i a i l u m i n a m a q u i l o q u e p o d e r i a ter s i d o a p e n a s a n g u s t i a n t e .

AE


O MATADOR

(1989)

H o n g - K o n g (Film W o r k s h o p , Golden

(DIEXUE SHUANG XIONG) i

sar d e

o diretor J o h n

Woo, o

P r i n c e s s , M a g n u m ) 111 m i n . C o r

produtor

Tsui

Hark

e o ator C h o w

Y u n - F a t já

t r a b a l h a d o j u n t o s a n t e r i o r m e n t e - n o t o r i a m e n t e n o f i l m e d e g â n g s t e r e s Alvo e de já t e r e m , t o d o s , u m a

série d e o u t r o s t r a b a l h o s , foi o s u c e s s o i n t e r n a c i o n a l d e

ninladorque solidificou a reputação do cinema de ação de H o n g rantes

mais

originais

terem (1986)

duplo

teve,

depois,

carreiras

de

altos

O

Kong. A maioria de seus

e

baixos

em

Hollywood,

• • 11.111 a n r o c i n e a s t a s o c i d e n t a i s c o m o R o b e r t R o d r i g u e z e Q u e n t i n T a r a n t i n o c o m e ç a r a m a 1 "piar e l e m e n t o s do estilo particular desses filmes - o popular m o v i m e n t o de escorregar pelo c h ã o , d e i t a d o d e c o s t a s , c o m u m a a r m a e m c a d a m ã o é u m d o s prediletos d e

Chow

Yun-Fat e t e m sido m u l t o c o p i a d o - para intensificar s e u s próprios f i l m e s . O

matador

é

um

melodrama

cheio

de

ação

sobre

um

profissional

lírle de assassinatos, a fim de pagar u m a operação e recuperar a visão de u m a

.ii

do

futuro

e D u r o d e matar

2 c o m b i n a d o s - é irônico q u e a trama

1 n i t r a d a n a f a l t a d e d o a d o r e s d e c ó r n e a s e m H o n g - K o n g -, O m a t a d o r é l i t e r a l m e n t e mistura

estonteante

de

proezas físicas, d r a m a l h ã o

e humor

astuto. Tanto

tlioteios q u a n t o a violência dos e l e m e n t o s d e ação, no estilo pulp, são

os

mistura-

c o m u m velo e m o t i v o q u e d e v e algo a D o u g l a s Slrk, m a s a verdadeira

história

de a m o r n ã o é o t r i â n g u l o t ê n u e e n t r e o t i r a , o a s s a s s i n o e a v í t i m a c e g a , m a s a amizade q u a s e gay que se desenvolve entre o policial e o assassino. O t í t u l o o r i g i n a l e m m a n d a r i m p o d e s e r t r a d u z i d o c o m o "O

s a n g u e derra-

111 i d o d e d o i s h e r ó i s " e r e p r e s e n t a m e l h o r o f i l m e d o q u e s e u t í t u l o p a r a

expor-

ão, e n f a t i z a n d o o r e l a c i o n a m e n t o entre os dois, e m vez de privilegiar iir.

Isso,

Lee) p a s s a a r e s p e i t a r o a s s a s s i n o q u e foi e n v i a d o para p r e n d e r

e

ba j u n t a n d o - s e a e l e p a r a u m f i n a l s a n g u i n o l e n t o . U m f i l m e v i o l e n t o c o m m a i s c o r p o s

d, 1 q u e O vingador

dos

uma

cantora

(Sally Yeh) q u e ele c e g o u a c i d e n t a l m e n t e d u t a n t e u m de s e u s t r a b a l h o s . E n q u a n t o tira d u r ã o ( D a n n y

um

dos

personagens. O

|..conalldade

de W o o

velas,

corpos

balas

e

filme termina

nas telas: u m voam

pela

com

tiroteio e m

tela

enquanto

l-ilgumas vezes e m c u r t a s t o m a d a s e m c â m e r a fio ar, c o m

manchas

de sangue

em

uma uma

cena

q u e deixa

capela

pombos

durante

saem

roupas vividamente

brancas

n.insbordando tão livremente quanto o sangue derramado.

KN

ape-

clara o

a

qual

esvoaçando

lenta) e música religiosa e

Direção: John P r o d u ç ã o : Tsui Roteiro: John

Woo Hark Woo

Fotografia: Peter Pau, W l n g - H u n g Wong Música: Lowell

Lowe

Elenco: C h o w Yun-Fat, D a n n y

Lee,

Sally Yeh, K o n g C h u , Kenneth Tsang, Fui-On S h l n g , W l n g - C h o Yip, Fan W i 1

assassino

mental e c o m senso de honra (Chow) que está tentando juntar dinheiro, c o m

uni

Idioma: cantonês / japonês

paira

lágrimas

esteja uma

Yee, Barry W o n g , P a r k m a n W o n g . Hung Ng, Sing Yeung, Siu-Hung Ngan, Kwong Leung

Wong

SlU


E U A ( 4 0 A c r e s & A M u l e ) 120 m i n . C o r Idioma:

inglês

FAÇA A COISA CERTA (1989)

Direção: Splke Lee

(DO THE RIGHT THING)

P r o d u ç ã o : S p l k e Lee

Às

Roteiro: Spike Lee

esculpida pela l i n g u a g e m , m ú s i c a , estética e política do hip

F o t o g r a f i a : E r n e s t R.

Dickerson

Música: Ruben'Blades, Cathy ( b u c k D, F l a v o r F l a v , J a m e s

Block,

Weldon

Johnson, Rosamond Johnson, R a y m o n d J o n e s , Bill L e e , S a m l M c K i n n e y , M i c h a e l O ' H a r a , Lorl Perry, Mervyn Warren, Public

Enemy

vezes

é

difícil

lembrar,

vivendo

agora

em

uma

cultura

pop

global

que

mesmo

n o t a d a por cineastas (ou m á q u i n a s m a i o r e s da cultura cotporatlva). Ao m e s m o

tempo,

considerando-se

a superficialidade

artística

e o materialismo

q u e passou a definir

v i m e n t o e a música que o impulsionava e r a m radicais, subversivos e

orgulhosamente

r e v o l u c i o n á r i o s . O f u m e d e protesto social de S p l k e Lee c a p t u r a d e f o r m a brilhante essa é p o c a e m q u e hlp-hop e rap e r a m u r g e n t e s e c o n s c i e n t e s ; d e f o r m a talvez m a i s sionante ainda, consegue concentrar

I s p o s i t o , S p i k e Lee, Bill N u n n , J o h n

luta

lalson, Robin Harris, Joie Lee, M i g u e l

Rosle Perez, Richard

Edson

I n d i c a ç ã o a o O s c a r : S p i k e Lee (toteiro), D a n n y Aiello (ator . N.iiljuvante) Festival de C a n n e s : Spike Lee, indicação (Palma de Ouro)

o

hip- h o p c o n t e m p o r â n e o , é à s v e z e s i g u a l m e n t e d i f í c i l l e m b r a r d a é p o c a e m q u e o m o -

Ruby Dee, Richard Edson, Glancarlo

S a n d o v a l , Rick Aiello, J o h n S a v a g e ,

tão

tempo

e m q u e a força d a q u e l e m o v i m e n t o j o v e m ainda n ã o tinha sido explorada n e m

Elenco: D a n n y Aiello, Ossle Davis,

lutturro, Paul B e n j a m i n , Frankie

foi

hop, que houve u m

de

classes

e as alegrias

impres

a s q u e s t õ e s d o r a c i s m o , d o o r g u l h o d a r a ç a , da

e atritos

da

vida

utbana

em

um

instantâneo

de

paradoxalmente saturadas. Incendiário e perspicaz. Este é u m filme nascido do

cores

hip-hop

q u a n d o o h l p - h o p t i n h a algo a dizer. O filme abre ao s o m da música furiosa do veterano ícone do hip-hop, o Public

Enemy.

C o m u m e l e n c o d e p e r s o n a g e n s v i b r a n t e s c u j a s histórias e n t r e c r u z a d a s a o l o n g o d o dia s ã o u s a d a s para i l u m i n a i q u e s t õ e s sociopolíticas m a i o r e s , o f i l m e é c e n t r a d o e m

Mookie

(Lee), u m e n t r e g a d o r d e pizzas q u e circula por toda a vizinhança f a z e n d o suas enttegas. A c â m e r a só falta ficar a p o i a d a e m s e u o m b r o q u a n d o ele passeia pela freguesia. E n c o n tramos sua namorada exigente de voz esganiçada

(Rosie Perez), idosos b r i g u e m o s

s i m p á t i c o s ( R u b y D e e c O s s i c Davis) e j o v e n s d o bairro, r e p r e s e n t a d o s por Radio (Bill N u n n )

e

Buggin' Out

(Ciiancarlo

Esposito), cnlte outros. E n c o n t r a m o s

mas

Raheem

também

i t a l i a n o d o n o tia p i z z a r i a , S a l ( l ) a i i n y A i e l l o ) , c u j a a m b i v a l ê n c i a a r e s p e i t o d e s u a

negra é refletida n a s a t i t u d e s d i f e r e n t e s d o s e u f i l h o racista P i n o ( J o h n Tui turro) e d o nino

mais

indiferente

p e r s o n a g e n s há

um

à

cor

Vito

(Richard

Edson).

Completando

coro grego hilário c profano de h o m e n s

o

conjunto

negros idosos e de

idade cujos c o m e n t á r i o s críticos d o s e v e n t o s d o dia o f e r e c e m u m c o n t r a p o n t o

o

clientela mede

meia-

cômico.


C o n f o r m e o dia de v e r ã o a v a n ç a e os â n i m o s se i n f l a m a m , d e s a venças

triviais

assumem

grandes

sexuais e raciais q u e f i c a m

significados.

logo abaixo da

Explodem

superfície de

diários, e a violência acirrada resultante (que envolve a policial e a q u e b t a d e a n t i g o s

relacionamentos)

tensões

encontros brutalidade

é uma metáfora

clara

para o e s t a d o d a s relações raciais a m e r i c a n a s n o final d o s é c u l o ( ontroverso e f r e q ü e n t e m e n t e mal interpretado por seus ( m u i t o s d o s q u a i s d i z i a m q u e o f i l m e era u m a laça

a

coisa

certa

é

um

filme

• heio de i m a g e n s de a m o r c c o m p a n h e i r i s m o m a n e c e m t ã o raras n o c i n e m a

incitação à

assumidamente

raivoso.

XX.

detratores rebelião),

É também

entre negros que

americano que se tornaram

I l i m a d o e m cores vivas q u e p a r e c e m saltar da tela, cheio de

per-

radicais. ângulos

de c â m e r a l i g e i r a m e n t e i n c l i n a d o s q u e s u g e r e m o estilo livre d a s h i s torias e m q u a d r i n h o s e m o n t a d o de m o d o a refletir o i m p u l s o g é t i c o d o r a p m a i s a g i t a d o , F a ç o a coisa

certa

m e s m a i s i n f l u e n t e s na história r e c e n t e d o c i n e m a llórelos

de

estilo

como

também

pot dar aos

ener-

s e t o r n o u u m d o s fil não só por

cineastas

seus

permissão

para recorrer à s s u a s e x p e r i ê n c i a s d e v i d a a t é e n t ã o i g n o r a d a s o u dislorcidas t a n t o e m

Hollywood quanto

nos filmes ditos

les. Ele desafia v o c ê a n ã o lhe d a t i m p o r t â n c i a .

EH

independen-


E U A ( D o g Eat Dog, W a r n e r

Bros.)

Idioma:

ROGER E EU

m

(ROGER & ME)

<)i m i n . C o r inglês

O d o c u m e n t á r i o de h u m o r negro de M i c h a e l M o o r e sobre as c o n s e q ü ê n c i a s da

Direção: Michael

Moore

Produção: Michael Roteiro: Michael

Moore

d o a u t o r / d i r e t o r d e se e n c o n t r a r c o m R o g e r S m i t h , o p r e s i d e n t e da G M , e l e v e d o a t é Flint

Moore

Fotografia: Chris Beaver, J o h n Kevin Rafferty, Bruce Música: Buddy

demissão

m a c i ç a d e t r a b a l h a d o r e s pela G e n e r a l M o t o r s e m Flint, M i c h i g a n , e as t e n t a t i v a s frustradas

Prusak,

Schermer

para ver o resultado de suas ações é c e r t a m e n t e I m p r e s s i o n a n t e , b e m c o m o u m a viva de q u e os filmes p o d e m ser ao m e s m o t e m p o a l t a m e n t e divertidos e

prova

politicamente

c o n t u n d e n t e s . J u n t o c o m a j u s t i f i c a d a ira m o r t a l d e M o o r e , c o n t u d o , h á u m c e r t o s e n s o d e

Kaye

Elenco: J a m e s Bond, Pat Boone,

s u p e r i o r i d a d e e m relação às v í t i m a s e m Flint e aos vilões c o r p o r a t i v o s q u e n o s convida a

Rhonda Britton, Anita Bryant, Karen

compartilhá-lo, m a s os resultados m u i t a s vezes hilariantes e nunca enfadonhos não

I dgely, B o b E u b a n k s , B e n

totalmente desprovidos de t o m a d a s gratuitas e u m exagero de simplificações jornalísticas.

Hamper,

Dlnona Jackson, Timothy Jackson, lorn Kay, M i c h a e l M o o r e , K a y e Lani Rae Rafko, R o n a l d R e a g a n , Fred Ross, Robert Schuller, George Sells, Roger B. S m i t h , S t e v e

são

A s s i m , a Insensibilidade b e m - h u m o r a d a da era R e a g a n , q u e é o t ó p i c o d o f i l m e , n ã o é de t o d o irrelevante aos seus próprios m é t o d o s , o q u e levou o crítico D a v e Kehr a descrevê-lo c o m o " o primeiro f i l m e sobre a t r o c i d a d e s q u e deixa os e s p e c t a d o r e s felizes". O m o d o u m t a n t o d e s d e n h o s o c o m o o filme falseia d e t e r m i n a d o s períodos de t e m p o

Wilson

Festival Internacional de Berlim:

e seqüências de a c o n t e c i m e n t o s levou pelo m e n o s u m crítico a tachar M o o r e de charlatão

Michael M o o r e (prêmio de

na época. Feitas essas ressalvas, existem fatos Irrefutáveis e m suas denúncias. O

M i m e pela paz

- menção

melhor honrosa)

desejo

populista de M o o r e de entreter, q u e garantiu seu sucesso comercial c a m p l i o u o alcance de suas Idéias, t a m b é m acarretou u m certo auto-engrandecimento, b e m c o m o simplificações jornalísticas. No

final das contas, vale a

pena

perguntar

algumas

o que é

mais

I m p o r t a n t e : a ganância corporativa ou a ego-trip de M o o r e . JFtos

E U A ( T r i S t a r ) 122 m i n . T e c h n i c o l o r idioma:

Direção: Edward

Zwick

Roteiro: Kevin Jarre.-baseado

nas

1 . m a s de Robert Gould S h a w e nos T h i s Laurel,

de Peter

Rush,

conhecidas

Fotografia: Freddie

O

filme abre e m

Rawllns

(Morgan

companhia

Francis

danos

causados

pelo t e m p o .

Tempo

ressuscitar

d e glória,

de

um

campo

Freeman)

de batalha

trabalha

da

enterrando

Guerra

Civil, o n d e

soldados

mortos.

memória.

o ex-escravo O

coronel

Broderlck), u m aristocrata branco liberal, está encarregado da

de voluntários composta

históEdward

John

Robert primeira

e x c l u s i v a m e n t e d e n e g r o s d o Exército da

União.

E n t r e g u e aos seus c u i d a d o s está a razão d e ser da guerra, escravos e negros livres, cada

Horner

I lenco: M a t t h e w Broderick,

Denzel

Washington, Cary Elwes,

Morgan

I reeman, Jlhmi Kennedy,

Andre

Hungrier, John Finn, D o n o v a n Leitch, JD Cullum, Alan North, Bob Cunton, (llff De Young, Christian

dos

Z w i c k , é u m desses exercícios feitos para reescrever u m e s p a ç o e m branco da

Shaw (Matthew

Burchard

Música: James

rias p o u c o

de Lincoln

K l r s t e l n , e O n e Gallant

(1989)

S e g u i n d o o a p o g e u dos direitos civis norte-americanos, virou m o d a

P r o d u ç ã o : Freddie Fields

l i v r o s Lay

TEMPO DE GLORIA (GLORY)

inglês

Baskous

Oscar: Denzel W a s h i n g t o n (ator

um

transformado

atacando um Notável

em

uma

elite

de

combate

finalmente

encaminhada

à

morte

forte.

por ser u m a

história

alternativa

i n s p i r a d o r a , T e m p o d e glória

grupo extraordinário de jovens atores negros. Sobretudo primeira atuação vencedora

revelou

um

Denzel Washington, e m

sua

d o O s c a r c o m o o s o l d a d o Trlp. O u t r o s d e s t a q u e s

incluem

J i h m l K e n n e d y e A n d r e Braugher, e m b o r a o sinal d o s t e m p o s c e r t a m e n t e seja o discurso

li » a d j u v a n t e ) , F r e d d i e F r a n c i s ( f o t o g r a f i a ) ,

e m l o u v o r d o s sacrifícios feitos e m n o m e da h a r m o n i a racial c o m o u m b á l s a m o para as

D o n a l d 0 . M i t c h e l l , G r e g g Rudioff, Elllot

t e n s õ e s raciais d o s dias atuais.

lyson, Russell W i l l i a m s (som) Indicação ao Oscar:

Norman

1„ n w o o d , Garrett Lewis (direção de

irte),

Steven Rosenblum

(edição)

D e f a t o . T e m p o d e glória

é repleto de s e n t i m e n t a l i s m o

e fatalismo.

m e n t e u m a n t í d o t o para o c i n i s m o c o n t e m p o r â n e o , c o n t a n d o v e r d a d e i r a a p o i a d a pela bela trilha s o n o r a d e J a m e s Horner.

uma

CC-0

Mas

é

Igual-

história heróica

e


SÍNDROME ASTENICA

(1989)

U R S S ( C o s k i n o , O d e s s a ) 153 m i n . P 8 . i l

(ASTEIMICHESKIJ SINDROM)

/Cor Idioma:

D m excelente f i l m e sobre o m u n d o c o n t e m p o r â n e o , m a s q u e está

longe de set facil-

russo

D i r e ç ã o : Kira

Muratova

m e n t e assistido o u c o m p r e e n d i d o porque r o m p e m u i t a s regras sobre c o m o o s filmes

R o t e i r o : A l e k s a n d r C h e r n y k h , Kira

supostamente

Muratova, Sergei

devem

ser. D i r i g i d o e m 1989 p e l a v e n e r á v e l

(e a d m i r a v e l m e n t e

trans-

gressora) Kira M u r a t o v a , q u e n a é p o c a e s t a v a n a f a i x a d o s 5 0 a n o s , S í n d r o m e astênicer 1.11vez t e n h a s i d o c h a m a d o c o m j u s t i ç a d e " a ú n i c a o b r a - p r i m a d a g l a s n o s t " . É t a m b é m 0 único filme russo feito durante a peresttoika

q u e foi banido pelo governo russo -

piincipalmente, a o q u eparece, porobscenidade, embora n o final d a scontas tenha

sido

exibido p o r q u e o g o v e r n o v e n d e u seus direitos a u m cineclube e m M o s c o u . Ele c o m e ç a com u m a narrativa poderosa e m preto-e-branco sobre u m a médica d e meia-idade cha-

Popov

Fotografia: Vladimir

Pankov

M ú s i c a : Franz S c h u b e r t Elenco: Olga A n t o n o v a , Sergei Popov, Calina Zakhurdayeva, Natalya

Buzi1.

Aleksandra Svenskaya, Pavel Polishchuk, Natalya Ralleva,

Calina

Kasperovich, Viktor Aristov, Nikolai

m a d a N a t a s h a ( O l g a A n t o n o v a ) q u e e s t á v i v e n d o u m a f a s e d e ira e x p l o s i v a e a g r e s s i v a

S e m y o n o v , O l e g S h k o l n i k , Vera

após a m o r t e d e s e u marido. O filme f i n a l m e n t e

Storozheva, Aleksandr Chernykh,

se transforma

e m u m conto

menos ortodoxo, e m cotes, sobre u m professor de inglês insatisfeito c h a m a d o

ainda Nikolai

(interpretado pelo co-toteirista Sergei Popov) q u e volta c meia a d o r m e c e , i n d e p e n d e n l e m e n t e d o q u e esteja acontecendo à s u a volta. O título faz m e n ç ã o a u m a forma d e li i q u e z a o u d e f i c i ê n c i a q u e p r e s u m i v e l m e n t e a b r a n g e t a n t o a a g r e s s i v i d a d e d a m é d i c a quanto a passividade d o professor. M u r a t o v a , na certa, considera essas d u a s f o r m a s d e 1n m p o r t a m e n t o c o m o e m b l e m á t i c a s d a d e s t r u i ç ã o da s o c i e d a d e c o n t e m p o r â n e a geral. " N â o v e j o n e n h u m a

diferença

Certa

é, d e m o d o

vez."A humanidade

fundamental

geral, a m e s m a

e m qualquer

m u n d o u m nível d e sofrimento e crueldade q u e extrapola qualquer Em

outras

palavras, embora

em

entre n ó s e o Ocidente", disse ela

este épico tragicómico

tenha

lugar. Vejo n o

entendimento."

muito

a dizer sobre a

kussia p ó s - c o m u n i s t a , e l e t a m b é m é u m a d a s p o u c a s o b r a s - p r i m a s r e c e n t e s q u e Ilda em u m s e n t i d o m a i s a m p l o c o m o s d e m ô n i o s à s o l t a n o m u n d o a t u a l .

É u m filme que

p u d e e n l o u q u e c e r o e s p e c t a d o r - s e m d ú v i d a , f o i f e i t o c o m e s s a i n t e n ç ã o -, m a s é i m possível

esquecê-lo.

E é interessante

. e g u l n t e s d e M u r a t o v a , Tri iswrii

acrescentar

q u e pelo

menos

dois

dos filmes

(1987) e C b e k h o v s k i e m o t i v y ( 2 0 0 2 ) , d e r a m

continui-

lade a o processo d e estilizaçâo extrema, tanto na a t u a ç ã o q u a n t o na prática d ec o n lensat duas o u mais tramas. O s dois fatores nitidamente

distinguem

seus

últimos

ubalhos de outros filmes mais antigos, telativamente convencionais e naturalistas, o r n o Korotkie

v s t r e e b i (1967), n o q u a l e l a t a m b é m a t u o u . JRos

Leonid Kushnlr, Nadya

Popova

F e s t i v a l I n t e r n a c i o n a l d e B e r l i m : Kl ri M u r a t o v a (Urso de Prata - prêmio especial d o júri), indicação (Urso de Ouro)


E U A ( O u t l a w , V i r g i n ) 100 m i n . Cor Idioma: inglês Direção: Steven

Soderbergh

Produção: John

Hardy

Roteiro: Steven

Soderbergh

Fotografia: Walt M ú s i c a : Cliff

Lloyd

SEXO, MENTIRAS E VIDEOTAPE (v.m) (SEX, LIES, AND VIDEOTAPE) O r o t e i r i s t a e d i r e t o r S t e v e n S o d e r b e r g l i - a g o r a m a i s c o n h e c i d o p o r Er/n Biockovich

(2000)

e p e l o g a n h a d o r d o O s c a r Traffic ( 2 0 0 0 ) - t e v e u m a estréia m a r c a n t e c o m e s t e d r a m a q u e g a n h o u a P a l m a d e O u r o c o p r ê m i o d e m e l h o r a t o r n o F e s t i v a l d e C a n n e s d e 1989. E s c r i t o e m a p e n a s o i t o d i a s e f i l m a d o e m c i n c o s e m a n a s c o m u m o r ç a m e n t o d e 1,2

Martinez

milhões

M a c D o w e l l , Peter Gallagher, Laura San

indústria do c i n e m a I n d e p e n d e n t e , levando os e s p e c t a d o r e s do c i n e m a o a ver filmes de

G i a c o m o , R o n V a w t e r , S t e v e n Brill,

pequena escala, que antes não teriam assistido. E este filme é certamente

A l e x a n d r a R o o t , E a r l T. T a y l o r , D a v i d F o i l

uma

Indicação ao Oscar:

tórrido Sul dos

Steven

Soderbergh (roteiro) Festival de Cannes': Steven Soderbergh (Palma de Ouro), (Prémio f l P R E S C I ) , e m p a t a d o c o m Vcroba, J a m e s S p a d e r (ator)

de

mentiras

Elenco: J a m e s Spader, Andie

visão

dólares, Sexo,

ardilosa,

sexy

e

e videolape

inteligente

dos

recebeu

o

crédito

relacionamentos

de

transformar

modernos

a

Imperdível, passada

no

EUA.

A n d i e M a c D o w e l l , e m seu primeiro papel principal d e p o i s d e a p a r e c e r e m O primeiro a n o d o r e s t o d e n o s s a s v i d a s (1985) e C r e y s t o k e : a lenda

(1984), e s t r e l a c o m o A n n

delarzan

Mlllaney, u m a esposa perfeita presa e m u m c a s a m e n t o tedioso e q u a s e s e m sexo John

(Peter Gallagher), u m

com

a d v o g a d o egoísta. Escondido de A n n , J o h n está tendo

um

caso c o m a Irmã brlguenta dela, Cynthia (Laura San G i a c o m o ) , m a s todos os segredos e mentiras

em

seus relacionamentos

recíprocos são

revelados q u a n d o

Graham

(James

Spadcr), u m colega de escola de J o h n , chega à cidade, forçando todos a encarar verdades

sobre

os

outros

e

sobre

sl

mesmos.

Graham,

é

claro, t e m

suas

próprias surpresas a revelar - ele trouxe u m a mala cheia de fitas de vídeo, cada uma c o m u m a mulher falando abertamente sobre seus segredos sexuais. Mas c o m o c o n s e g u i u q u e t a n t a s m u l h e r e s se a b r i s s e m c o m

ele?

O s d i á l o g o s d e S o d e r b e r g h são e s p a n t o s a m e n t e f r a n c o s e ele e n c h e

seu

filme de atores talentosos q u e interpretam suas falas c o m brilho. A ex-modelo M a c D o w e l l está ó t i m a c o m o a flor a r r u m a d l n h a sulista c San G i a c o m o é

um

a c h a d o c o m o s u a i r m ã d e s i n i b i d a . M a s o f i l m e é r e a l m e n t e d e S p a d e r - u m exa t o r d e f i l m e s a d o l e s c e n t e s (A g a r o t a d e r o s a s h o c k i n g [ 1 9 8 6 ] , A b a i x o d e z e r o [1987]) q u e m o s t r a em

Soderbergh.JB

78O

aqui uma

profundidade e uma

seu retrato do p e r s o n a g e m

mais

sensibilidade

Interessante do quarteto

inesperadas reprimido

de


DIGAM O QUE QUISEREM

m

E U A (Fox, Gracie) í o o m i n . Cor

(SAY ANYTHIIMG) Ii e

r e p ó r t e r d a Rolling

Idioma:

Stone Cameron Crowe capta o romance adolescente c o m o

ele

n a l m e n t e é e m sua esttéla c o m o diretor. R e c é m - f o r m a d o na escola, u m j o v e m fracas'..iiln n o s

estudos,

Lloyd

inglês

Direção: Cameron

Doblcr

(John

Cusack), tem

o verão

Inteiro

pela

frente

para

D E I idir o q u e v a i f a z e r d a v i d a . E o q u e e l e q u e r é p a s s a r a q u e l e v e r ã o c o m a a l u n a IH.ine C o u r t ( I o n e S k y e ) , a p e s a r d a s o b j e ç õ e s d o pai dela ( J o h n

CDF

Mahoney).

Roteiro: Cameron

Crowe

Fotografia: László

Kovãcs

M ú s i c a : A n n e D u d l e y , Richard (abb-. Nancy

O que distingue Digam o que quiserem das outtas comédias românticas adolescen-

Crowe

P r o d u ç ã o : Polly Platt

Wilson

Elenco: John Cusack, lone Skye, John

T E ' , '.ão s u a s a t u a ç õ e s c o m o v e n t e s e a v i s ã o h o n e s t a e í m p a r d e C r o w e s o b r e o s r e l a c i o -

M a h o n e y , Li I i T a y l o r , A m y

namentos. Tradicionalmente, é a m o c i n h a que passa o filme inteiro t e n t a n d o fazet

Pamela Segall, Jason G o u l d , Loren

que o h o m e m de seus s o n h o s goste dela. M a s aqui é o sensível Lloyd imrrpretado

por Cusack)

quem

realmente

Diane p e r m a n e c e Indiferente, concentrada pira

q u e m ela

pode "contar

Investe

(admiravelmente

norelacionamento,

a opasso

que

n a f a c u l d a d e e e m ter a a p r o v a ç ã o d o p a i ,

Brooks,

D e a n , Glenn W a l k e r Harris Jr., Walker, Russel Lunday, Polly

Charlei

Plan,

Gloria C r o m w e l l , J e r e m y Piven, Patrick

O'Neill

tudo". O roteiro d eC r o w e capta t o d o s o s m o m e n t o s d o

amor e do sofrimento de Lloyd, desde o primeiro telefonema

embaraçoso, quando

i h.ima D i a n e para sair e ela precisa c o n s u l t a r o livro de f o r m a t u r a (••a.i a o t e l e f o n e , a t é o m o m e n t o diante da casa

com

para lembrar

ele

quem

favorito da platéia feminina, q u a n d o Llyod s e prostra

d e Diane, visivelmente

arrasado, segurando

sobre a cabeça

u m som

p u i l á t i l q u e t o c a " I n Y o u r E y e s " , d e P e t e r G a b r i e l . JB

i n c r í v e lv e r d a d e

(1989)

E U A (Action) 90 m i n . Cor Idioma:

(THE UNBELIEVABLE TRUTH) A i n c r í v e l verdade ib.imente

é o primeiro filme do roteirista e diretor i n d e p e n d e n t e Hal Hartley -

intrigante,

e m sua

Roteiro: Hal

mecânl-

Fotografia: Michael

'II que é confundido

pena na

Música: Jim Coleman, Kendall

uma

.inuma

trabalho

com

um

adolescente como

que

não

inteiramente

bem-sucedido.

padre (Robert Burke) e que acabou

politicamente

modelo

alienada

d eanúncios

(Adrienne

Filmado

Hartley

P r o d u ç ã o : Hal Hartley, Bruce W e i

I id.ide n a t a l e m L o n g I s l a n d , ele n o s a p r e s e n t a , e n t r e o u t r o s p e r s o n a g e n s , u m

I.ideia,

ainda

inglês

Direção: Hal

de cumprir

Shelly)

que

mais

tatde

d e lingerie e o pai d a adolescente, u m

Hartley Spilier

Brothets, Philip Reed, W i l d

Blue

Yonder

i uibalhador braçal mercenário (Christopher Cooke). Burke, Shelly e Cooke voltariam a

E l e n c o : A d r i e n n e S h e l l y , R o b e n Ji

iiabalhar c o m

Burke, Chris Cooke, Julia

Hartley e m

(i')<)3), S h e l l y e m Confiança

filmes posteriores - Burke c m ( 1 9 9 0 ) e C o o k e c m Confiança

Fantasias sobre aniquilação global a t o r m e n t a m nheiro

atormentam

o seu

p a ie fantasias

sobte

S i m p l e s d e s e j o (1992) e

e Simples

Flerte

a adolescente, fantasias sobre didois

assassinatos

aparentemente

1 ninetidos pelo m e c â n i c o a t o r m e n t a m quase todos os outros personagens do filme. O 1 urátet s i m p l e s e s e m retoques de a l g u m a s a t u a ç õ e s por vezes limita esta obra, m a s a iniginalidade peculiar da história, dos personagens, da direção e u m h u m o r E i n c o m u m c o n s e g u e m m a n t e r a p l a t é i a c u r i o s a e a t e n t a . JRos

McNeil,

Katherine M a y f l e l d , Gary Sauer,

desejo.

impassível

David Healy, M a t t Malloy,

EdleFi

J e f f H o w a r d , K e l l y R e i c h a r d t , ROSI Turner, Paul Schulze, M i k e Sage

Brady,


A CIDADE DAS TRISTEZAS mm (BEIQING CHENGSHI) Há duas histórias diferentes a contar aqui. A primeira é uma dessas formidáveis que

acontecem

eventualmente,

em

algum

lugar,

na

maioria

das

vezes

histórias

de

forma

inesperada: o s u r g i m e n t o de u m a n o v a o n d a , de u m m o v i m e n t o artístico e m u m país e a emergência de u m ou dois (raramente mais) cineastas excepcionalmente i . i i w a n ( A r t i f i c i a i E y e , 3-H, Era)

Isso se d e u na d é c a d a de 80 e m T a i w a n , c o m o m o v i m e n t o d o C i n e m a

i )7 m i n . C o r

talentosos.

Novo, e u m

dos

r

m a i s t a l e n t o s o s diretores q u e s u r g i r a m na é p o c a foi H s i a o - h s i e n H o u . Ele e s t r e o u

Idioma: mandarim / japonês Direção: Hsiao-hsien

filmes

Hou

vento,

Produção: Fu-Sheng Chio Roteiro: T'ien-wen C h u , Nicn-Jen Fotografia: Chen

Wu

t e m p o para

( O s g a r o t o s d e Fengkuei, viver,

um

tempo

para

Um

verão

na

casa

do

papai,

Poeira

no

que revelaram sua noção de ritmo, a

morrer)

i n t e n s i d a d e física d e s u a s t o m a d a s , a força s u g e s t i v a n o m o d o a p a r e n t e m e n t e Indiferente c o m o ele f i l m a v a as s i t u a ç õ e s m a i s s i m p l e s .

HuaPen

Música: Tachikawa

autobiográficos Um

com

A segunda

Naoki

história aborda aquele m o m e n t o

inevitável e m que u m a

nação

precisa

q u e o c i n e m a c o n t e a ela e a o m u n d o a sua própria história - a sua a u t o b i o g r a f i a

cole-

Ikuyo, Jack Kao, Tony Leung Chiu W a i .

t i v a , p o r a s s i m dizer. E m 1989, o f i m d a d i t a d u r a m i l i t a r q u e g o v e r n o u a ilha p o r 4 0

anos

r i a n l u Li, I k u y o N a k a m u r a ,

d e u a o s c i n e a s t a s a o p o r t u n i d a d e d e contar a história recente de T a i w a n . E foi isso que

E l e n c o : W o u Yi Fang,

Nakamura

Shufen

H o u , o " a u t o r d e v a n g u a r d a s u b j e t i v o " , d e c i d i u fazer (e c o n t i n u o u f a z e n d o e m O mestre

Xln Festival de Veneza: Hslao-hslen (Leão de Ouro)

Hou

d a s m a r i o n e t e s e B o n s h o m e n s , b o a s muíheres).

A cidade

das

tristezas,

claramente

d e r a d o c m s e u próprio país u m g r a n d e a v a n ç o na c a p a c i d a d e do c i n e m a d c

consi-

finalmente

voltar-se para o p a s s a d o recente d c T a i w a n , é u m verdadeiro divisor d e á g u a s , o q u e o tornou u m grande sucesso de público. Uma

mistura de panorama histórico e filme moderno, a complexa estrutura

t i v a d e A cidade tidade

maciça

das de

tristezas

narra-

(baseado nas vidas intricadas de quatro Irmãos) e a q u a n -

Informações

históricas

contidas

no

filme

transmitem

sensível noção da época, do grupo, do individuo, dos s e n t i m e n t o s

uma

bela

Internos e das

e

exi-

gências das diferentes comunidades a que cada irmão pertence - querendo ou não. A cidade

das

tristezas

não é apenas u m a obra-prima, é u m

m o d e l o para t o d o s os

filmes

q u e se p r o p õ e m a m o s t r a r a c o n t e c i m e n t o s r e l e v a n t e s d e u m país c q u e , na m a i o r i a vezes, tornam-se apenas enfadonhos m o n u m e n t o s .

J-MF

das


S EN FOUT LA MORT (19901 A diretora francesa m o r t ( 1 9 9 0 ) e Noites

França / A l e m a n h a (Clnéa, NEF)

C l a i r e D e n i s r e f e r e - s e a o s s e u s f i l m e s Chocolat sem

m u s e q ü ê n c l a s . S ' e n fout

(1994) c o m o

dormir la

sua

trilogia sobre o colonialismo

d o c u m e n t a l , a l g u n s m e s e s na v i d a d e D a h ( I s a a c h D e B a n k o l é ) e J o c e l y n (Alex dois

negros

que

treinam

e

{ Q u e se d a n e a morte) a c o m p a n h a , e m u m estilo

mort

galos

para

rinhas

ilegais

no

porão

la

97 m i n .

Eastmancolor

suas

Idioma:

francês

(1988), S ' e n f o u t

de

uma

quase

Desças),

sombria

casa

n o t u r n a s u b u r b a n a na França. A l é m d e s e u retrato i m p l í c i t o da e x p l o t a ç ã o d o s i m i g r a n tes

ilegais, a a t m o s f e t a clausttofóblca e opressiva do filme é u m terreno f a s c i n a n t e

.1 d i n â m i c a

d o poder, da v i o l ê n c i a , d o d e s e j o e da c r u e l d a d e exercidos n e s s e

pata

universo

marginal, à m e d i d a q u e as tensões g t a d u a l m e n t e a u m e n t a m entre Jocelyn e o filho

do

Direção: Claire

Denis

P r o d u ç ã o : Francis Boespflug, Philippi Carcassonne Roteiro: Claire Denis, Jean-Pol Fargeau Fotografia: Pascal

Marti

Música: Abdullah

Ibrahim

E l e n c o : Isaach D e B a n k o l é , Alex

d o n o da b o a t e , M i c h a e l (Christopher B u c h h o l z ) . M l c h a c l fica e n c i u m a d o c o m a a t e n ç ã o

Desças, Solveig D o m m a r t i n ,

que Jocelyn

Christopher Buchholz, Jean-Claudr

recebe não

só de

seu

(Solveig D o m m a r t i n ) , que a m b o s

pai, m a s

também

da

bela

namorada

do

pai,

Toni

Brlaly, Chrlsta L a n g , Gilbert F e l n u i ,

cobiçam.

A rivalidade entre Jocelyn e M l c h a c l , agravada por questões raciais c sociais, e n c o n t t a •EU brutal d e s f e c h o e m u m assassinato e s t ú p i d o n o final d o filme, e n f a t i z a n d o o absurdo da v i o l ê n c i a

pós colonial. A fotografia e m close e m u i t o ctua do t r e i n a m e n t o

ritual

dos galos, d o s rostos e c o t p o s d o s p r o t a g o n i s t a s , b e m c o m o as a t u a ç õ e s m a r c a n t e s l a s c a s e Bankolé, fazem deste filme u m a portamento h u m a n o despertada

experiência

intensa

de uma

faceta

do

de

Daniel Bellus, François Oloa

Monnet Festival de Veneza:

com-

CO

EVERSO DA FORTUNA (1990)

EUA / Japão (Reversal, Shochiku S o v e r e i g n , W a r n e r B r o s . ) 111

(REVERSALOF FORTUNE)

Idioma:

tal, e cair e m g r a n d e estilo foi o q u e a c o n t e c e u c o m C l a u s v o n B ü l o w , t a n t o na vida

Direção: Barbet

tela, aqui

representado

por J e r c m y

Irons

em

uma

interpretação

que

real lhe

dos julgamentos

m a i s f a m o s o s dos a n o s 80, o aristocrata e u r o p e u

Claus

v o n B ü l o w foi a c u s a d o d e tentar assassinar sua riquíssima esposa S u n n y ( C l e n n Close), i|ue ele teria c o l o c a d o e m u m c o m a p e r m a n e n t e c o m u m a o v e r d o s e d e insulina. O

fil-

m e de Barbet Schroeder, b a s e a d o n o livro d e A l a n D c r s h o w i t z , a d v o g a d o dc v o n

Bülow,

nos guia c o m astúcia através dos eventos que levaram ao julgamento, usando

flash-

hacks e a narração de S u n n y e m estado de c o m a , entrecortados pelos dois j u l g a m e n t o s , c u j o r e s u l t a d o foi b e m n o t i c i a d o . C l a u s v o n B ü l o w foi c o n s i d e r a d o c u l p a d o n o

primeiro

m l g a m e n t o e e n t ã o i n o c e n t a d o por u m recurso no s e g u n d o . C o m roteiro ágil de Nicholas K a z a n , o f i l m e m o s t r a c o m o v i v e m (ou, n o caso de S u n n y ,

um

Schroeder

Produção: Oliver Stone, Edward

R,

drama

absorvente e muito

bem

encenado. O filme

Roteiro: Nicholas Kazan, baseado livro d e A l a n M .

nu

Dershowitz

Fotografia: Luciano Tovoli Música: Mark

Isham

Elenco: Glenn Close, Jeremy

Irons,

R o n S i l v e r , A n n a b e l l a S c i o r r a , U1.1 H a g e n , Fisher Stevens, Jack Gilpin. Christine Baranski, Stephen

Mailer,

C h r i s t i n e D u n f o r d , F e l i c i t y Huffman,

não v i v e m ) p e s s o a s ricas c o m t e m p o d e m a i s e m s u a s m ã o s . Este não é u m do caso, m a s

inglês

Pressman

icndeu o Oscar. Em u m

I uji,

min.

Technicolor

Não há n a d a t ã o f a s c i n a n t e q u a n t o assistir a u m h o m e m rico e a r r o g a n t e cair d o pedes-

na

Dominique

Auvray (Osella de Prata - edição)

por c i r c u n s t â n c i a s nas q u a i s " t o d o s os h o m e n s , I n d e -

p e n d e n t e m e n t e de sua raça, cor o u o r i g e m , são capazes de a b s o l u t a m e n t e tudo".

i|uanto

Biloa,

P i p o S a r g u e r a , A l a i n B a n l c l e s , V a l e i ie

documentário

não

responde

| e r g u n t a "Ele é c u l p a d o ? " , d e i x a n d o q u e c a d a u m tire s u a s próprias c o n c l u s õ e s .

JB

à

M a n o Singh, J o h a n n Carlo, Keith Reddin, Alan

Pottinger

O s c a r : J e r e m y Irons (ator) Indicação ao Oscar: Barbet

Schruedei

(diretor), Nicholas K a z a n (roteiro)


E U A ( W a r n e r B r o s . ) 145 m i n . Technicolor Idioma:

Inglês

Direção: Martin

Scorsese

Produção: Irwin

Winkler

Roteiro: Nicholas Pileggl e M a r t i n S c o r s e s e , basesado n o livro O da

máfia,

de Nicholas

Fotografia: Michael

homem

Pileggl

Ballhaus

M ú s i c a n ã o original: Paul Anka, Jeff Barry, Eric C l a p t o n , E r n i e E r d m a n , Paul Evans, C l a u d e François, George Harrison, Mickjagger, Mel London, Elias M c D a n l e l , M c K l n l c y ,

Harry

Nilsson, Phil Spector, Pete T o w n s h e n d Elenco: Robert De Nlro, Ray

Liotta,

Joe Pescl, Lorraine Bracco, Paul Sorvlno, Frank Slvero, Tony

Darrow,

M i k e Starr, Frank Vincent, C h u c k

Low,

Frank DiLeo, H e n n y Y o u n g m a n , Gina Mastrogiacomo, Catherine Scorsese, Charles

Scorsese

Oscar: Joe Pesci (ator

coadjuvante)

Indicação ao Oscar: Irwin (melhor filme), Martin

Winkler

Scorsese

(diretor), N i c h o l a s Pileggi, M a r t i n Scorsese (roteiro), Lorraine

Bracco

(atriz c o a d j u v a n t e ) , T h e l m a Schoonmaker

(Leão de O u r o - diretor)

(GOODFELLAS) Com

este

épico, Martin

Scorsese

Scorscsc voltou ao

universo dos criminosos

ítalo

americanos

( q u a s e t o d o s ) d u r õ e s q u e e l e j a a p r e s e n t a r a e m C a m i n h o s p e r i g o s o s (1973), a c o m p a n h a n d o 30 a n o s n a v i d a d c u m g r u p o d e v i g a r i s t a s d o m e s m o b a i r r o . T e n d o c o m e ç a d o um

p o n t o d e táxi, o j o v e m

avião, assaltos finalmente,

(edição)

Festival de Veneza: Martin

OS BONS COMPANHEIROS (mo)

vira

em

marginal

Henry

Hill ( R a y L i o t t a ) e v o l u i

rondando

para s e q u e s t r o s

de

aeroportos, extorsões, lesões corporais graves, tráfico d e drogas

informante.

Nesse

meio-tempo,

arruma

uma

mulher

judia

e,

(Lorraine

Bracco) q u e , a o contrário d a s m u l h e r e s da família C o r l e o n e , n ã o c o n s e g u e lidar c o m a vida bandida do s e u marido. M a s o q u e conta m e s m o , é claro, é o r e l a c i o n a m e n t o de

Henry

c o m seus a m i g o s m a i s í n t i m o s : J l m m y (Robcrt D e Niro), u m ladrão f r i a m e n t e violento, e T o m m y ( J o e P e s c i ) , u m p s i c o p a t a I n s t á v e l q u e s o n h a e m " v e n c e r n a v i d a " . N o f i m , Hill f a z o serviço para o FBI, d e n u n c i a n d o os p o u c o s a m i g o s ainda vivos, c t e r m i n a c o n d e n a d o

ao

l i m b o d o S e r v i ç o Federal d e P r o t e ç ã o às T e s t e m u n h a s , o n d e " s e v o c ê pedir e s p a g u e t e à bolonhesa, eles te dão macarrão c o m

almôndegas".

I n s p i r a d o n o l i v r o d e n ã o - f i c ç ã o O h o m e m da

máfia,

de Nicholas Pileggl, o filme é

m a i s p r o s a i c o e m s e u p a l a v r ó r i o p a r a I n i c i a d o s d o q u e o a n t o l ó g i c o O poderoso

chefóo

(1972). É q u a s e u m c o m p l e m e n t o d o c ô m i c o D e c a s o c o m a m á f i a (1988), n a s u a ção dos costumes

do m u n d o

do crime

organizado. Embalado

por u m a

observa-

enxurrada

de

m ú s i c a s pop b e m escolhidas, de Tony B e n n e t t a Sid Viclous, p a s s a n d o por Phil Spector, este panorama

da América

ilegal a c o m p a n h a

a trajetória

de pessoas

absolutamente

repulsivas e cada vez m a i s corruptas por q u a s e d u a s horas e mela, s e m deixar de

ser

fascinante. De Niro, c o m

as-

um

desempenho

contido em

um

papel secundário, está

s u s t a d o r c o m o o a s s a l t a n t e r e p r i m i d o m a s imprevisível q u e parece pensar q u e só vai estar realmente seguro depois q u e matar todos q u e conhece. O destaque é Pesci, que interpreta o maníaco T o m m y c o m o u m a versão homicida de Lou Costello, passando uma

rajada

de frases desbocadas

e jocosas

para a m e a ç a s

de atrocidades

Sem

ser m o r a l i s t a , o f i l m e c o n s e g u e t r a n s m i t i r o s o f r i m e n t o s e m

q u e n ã o é a p e n a s fora-da-lei, m a s fora d e t o d a s a s leis p o s s í v e i s .

saída de u m a KN

de

chocantes. vida


ALUCINAÇÕES DO PASSADO

(1990)

E U A ( C a r o l c o ) 115 m i n . T e c t i n i u i l m

(JACOBS LADDER) Alucinações

do

Idioma:

é u mfilme

passado

d eterror

disfarçado

de jornada

celeste. A

maior

[i.ii t e d o f i l m e s e p a s s a n o m u n d o e s p i r i t u a l v i s u a l i z a d o c o m o o a m b i e n t e c o n c r e t o 1idade

d e Nova

York,

onde

a alma

d e u mmoribundo

Knbbins) está

perdida e confusa, nos m o m e n t o s

|ornada

à vida após a morte desdobra-se e m

rumo

backs, visões e q u e s t i o n a m e n t o s Assim

como

chamado

Jacob

fugazes que antecedem uma

Singer a morte.

série a t o r m e n t a d o r a

de

da

(Tim Sua

flash-

Inglês

Direção: Adrian

Lyne

Produção: Alan

Marshall

Roteiro: Bruce Joel

Rubin

F o t o g r a f i a : J e f f r e y L. K i m b a l l Música: Maurice Jarre Elenco: Tim Robblns, Ellzabeih

eternos.

o Inferno de Dante, este filme é u m a

espiral d e s c e n d e n t e : à

medida

T a y l o r V i n c e , J a s o n A l e x a n d e r , P a t r l i ll

que Jacob avança, suas visões tornam-se cada vez mais aterradoras. Embora no início s e

K a l e m b e r , Eriq La S a l l e , V i n g R h .

lenha apenas

Brian Tarantlna, A n t h o n y

uma

visão vaga

e sugerida

dos d e m ô n i o s , logo Jacob se vê

mergulhado

Brent Hinkley, S.Epatha

110 I n f e r n o . A i n d a a s s i m , a p e s a r das I m a g e n s terríveis e p e r t u r b a d o r a s , A/trcinoçõcs do e, n o f i n a l d a s c o n t a s , u m

prlas

v i d a s . Ele m o s t r a

filme sobre a n e c e s s i d a d e de ficar e m

c o m o Jacob, seguindo

Usa s u a s m e m ó r i a s e s e u s v í n c u l o s a f e t i v o s I vne f u n d a m e n t a

paz c o m

as palavras do filósofo

para libertar a sua

passado

nossas

Meister

Adrian

mais próximo dos acontecimentos. Ao t o m a r o familiar e torná-lo

que não se pode confiar e m

nada e quase tudo é inesperado.

em

JKe

0 REI DE NOVA YORK (1990)

E U A / I t á l i a ( C a m i n i t:oo , R a n k ,

(KING OF N E W YORK)

m ii n n .. C Co orr R e t e i t a l i a , S c e n a ) 103i m Idioma:

de N o v o York, d e A b e l Ferrara, é u m a c r ô n i c a s o b r e a d e r r o c a d a d o c h e f â o d a s (Christopher

Walken)

que, após

anos

de atividade

Ilegal, decide

drogas

expiar o s

•eus p e c a d o s c o n s t r u i n d o u m h o s p i t a l e m u m bairro p o b r e da c i d a d e . S u a s t e n t a t i v a s dai a l g o d e v o l t a à c o m u n i d a d e s e d e p a r a m c o m u m a resistência hostil d e t o d o s os

de

lados

seu p a r c e i r o d e d r o g a s c h i n ê s ( J o e y C h l n ) , a m á f i a l o c a l c u m p o l i c i a l d u r ã o c e x a l t a d o (David Caruso), pronto para fazer de t u d o uma

guerra

com

motivações

para derrubá-lo. O s Inúteis esforços de

étnicas

entre gãngsteres

que

termina

Frank

em u m

possui

um

leu b r a ç o

todos

e s p e t a c u l a r d e W a l k e n , n opapel

Jimmy

Jump,

contribuem

o s t r a b a l h o s d e F e r r a r a , O r e i de Nova

violento e perturbador, pontuado

resse

para York

submundo

dacidade

Impiedoso

c o m o a de Laurence Flshburne, a energia não é u m

frenética

d ofilme.

d eNova York,

a redenção tendo como pano de fundo infestado de drogas

que H a r v e y

tão

sem

nome

corrupto

W a l k e n é d e s o n e s t o . Vício frenético a p r o f u n d a - s e a i n d a

quanto

o Frank

RDe

em

White de

mais no sangrento, ainda

Iniiospectivo, e x a m e que o diretor faz do p e c a d o e da redenção.

o

e retratado c o m o o

c o n t i n u a ç ã o e m 1 9 9 2 , V f c i o frenético,

é u m policial

como Como

filme fácil de se assistir. É

.iiquétlpo d e C o t h a m City. Ferrara dirigiu u m a Keltel

que

por I n ú m e r a s m o r t e s , explorando m a i s ainda o inte-

do diretor e m personagens q u e b u s c a m

violento

principal do assassino

senso distorcido de moralidade, b e m direito

inglês

Direção: Abel

Ferrara

P r o d u ç ã o : A u g u s t o C a m i n i t o , Miry Kane Roteiro: Nicholas St. John Fotografia: Bojan Música: Joe

Bazelll

Delia

Elenco: Christopher Walken.

David

C a r u s o , L a u r e n c e F l s h b u r n e , V i i tOI

I mifronto sangrento entre as facções criminosas da cidade. A atuação

Barron

pró-

l e v e m e n t e p e r t u r b a d o r e g r o t e s c o , e l e a l c a n ç a u m e s t a d o cinematográfico s u b l i m e

pinvocam

Merkerson,

Suzanne Shepherd, Doug

Eckhart,

alma. O diretor

que

Argo, Wesley Snipes, Janet Julian, J o e y C h i n , G l a n c a r l o E s p o s i l o , Paul Calderon, Steve Busceml, Theiesa R a n d l e , L e o n a r d L. T h o m a s ,

Rogei

C u e n v e u r S m i t h , Carrie Nygren, Ernest

Abuba

..

Alessandro,

esta v i a g e m espiritual no m u n d o cotidiano, permitindo assim que o

espectador se sinta

1 r.ink W h i t e

IVH.I.

D a n n y Aiello, M a t t C r a v e n , Pruitt


DANÇA COM LOBOS

(isso)

(DANCES WITH WOLVES) " E u q u e r o ver a fronteira... a n t e s q u e ela desapareça." com

u m a visão

romântica

c o m a e s c o l h a d es u a

I E U A ( T i g , M a j e s t i c ) 183 m i n . C o r

Lá ele faz a m i z a d e c o m

nativos,

para

Wilson

Semler

M ú s i c a : J o h n Barry, Peter Elenco: Kevin Costner,

testemunhat

posto uma

avançado

próximo aos territórios dos

tribo d e Lakota

a invasão

Civil

índios

Sioux e passa a viver c o m o o s

dohomem

branco

e o Início

d o fim da

Estréia palpitante de Kevin Costner c o m o diretot - a m b i c i o s o , épico, e por vezes f a l a d o c m s i o u x c o m l e g e n d a s -, Dança

c o m íobos fez c o m q u e os e s p e r t a l h õ e s d e

w o o d d i s s e s s e m q u e seria o u t r o H e a v e n ' s C a t e . M a s C o s t n e t riu por ú l t i m o ,

até

Holly-

arrebatando

s e t e e s t a t u e t a s d o O s c a r , i n c l u i n d o a s d e M e l h o r F i l m e (foi o p r i m e i r o f a r o e s t e a g a n h a r

"Dança

K o t e i r o : M i c h a e l B l a k e , d e s e u livro fotografia: Dean

idealista d a União

d e s d e 1931) c d e M e l h o r D i r e t o r ( g a n h a n d o d e O s b o n s c o m p a n h e i r o s , d e M a r t i n S c o r s e s e ) .

Costner

Produção: Kevin Costner, Jim

soldado

grande cultura eqüestre das planícies.

Idioma: inglês / sioux / p a w n e e Direção: Kevin

missão: u m

dakotas.

então

Um

d a" fronteira" é p r e m i a d o por sua c o r a g e m n aGuerra

l o b o s " é o n o m e q u e os índios d ã o ao t e n e n t e J o h n Dunbar,

pelos seu

n o v o n o m e é e n c a n t a d o r a c o m o a l g u n s faroestes s a b e m ser - rica, lírica, calorosa, cheia risadas

inesperadas,

comovente

e com

uma

fotografia

espetacular.

A direção d e

Costner é muito bem-sucedida, levando cada interlúdio elegíaco, místico ou

Mary

Interpre-

nativos e seu m o d o de vida. E a história de c o m o ele encontta a sl m e s m o e g a n h a

de

Buffett

com

t a d o por Costnet. Ele fica s u c e s s i v a m e n t e a p a v o r a d o , i n t r i g a d o c d e p o i s c a t i v a d o

romântico

MrDonnell, Graham Greene, Rodney

a u m a t c s o l u ç ã o e m p o l g a n t e , c o m b a t a l h a s , b ú f a l o s , as planícies e s p e t a c u l a r e s d e D a k o -

A. G r a n t , F l o y d " R e d

ta d o Sul e u m belo elenco, t u d o graças a D e a n Semler, o fotógtafo australiano c veterano

Ctow"

Westerman, Tantoo Cardinal, Robert

d e M o d Max.

Pastorelli, C h a r l e s R o c k e t ,

uma

Maury

( haykln, J i m m y Herman, Nathan 1

fiasing

Lee

His Horse, M i c h a e l Spears,

J a s o n R. L o n e H i l l , T o n y P i e r c e , D o r i s Ieader

Charge

Oscar: Jim Wilson, Kevin (melhor filme), Kevin

(diretor),

Costner

Costner

M i c h a e l Blake (roteiro),

por

Os índios são retratados c o m seu orgulho, presença de espírito e h u m o r

forma respeitosa e c o m u m a intimidade afetuosa s e m ptecedentes. americanos

nativos

envolventes

e d e aparência

magnífica,

de

interpretados

sobretudo

Graham

G r e e n e c o m o o x a m a K i c k i n g Bird c R o d n e y A. G r a n t c o m o o guerreiro W i n d i n His Hair. O

filme é sentimental

e pot vezes exaustivamente

melodramático.

M a s sua

elo-

q ü ê n c i a e sua beleza evocativa o t o r n a m u m prazer d u r a d o u r o . U m a n o depois, Costnet apresentou romance

do

a edição

especial, c o m

herói c o m

Stands with

uma

hora

d e material

a Fist ( M a r y

adicional

McDonnell)

que

c mostra

expande o

o destino

dos

1 lean S e m l e r ( f o t o g r a f i a ) , N e i l T r a v i s

b r a n c o s c a ç a d o r e s de b ú f a l o s . M a s n ã o há n e n h u m a g r a n d e cena n o v a de a ç ã o , c a hora

(edição), J o h n Barry (música), Russell

extra, adorável e e n v o l v e n t e

W i l l i a m s , J e f f r e y P e r k i n s . Bill W .

Benton,

Gregory H. W a t k l n s

Indicação ao Oscar: Kevin

(ator),

Graham Greene

(som)

Costner

(ator

1n a d j u v a n t e ) . M a r y M c D o n n e l l

(atriz

I n a d j u v a n t e ) , J e f f r e y B e e c r o f t , Lisa D e a n ( d i r e ç ã o de a r t e ) , E l s a /.unparelli

(figurino)

I e s t i v a l de B e r l i m : K e v i n (Urso de Prata - realização

para

o s d e v o t o s , d i m i n u i o r i t m o d ofilme. Fãs d e ação

p r e f e r e m a v e r s ã o o r i g i n a l e p e r f e i t a m e n t e s a t i s f a t ó r i a d e t t ê s h o r a s . AE

Costner individual

notável, produção / direção / I t u a ç â o ) , indicação (Urso de Ouro)


LHOS DA GUERRA

(1990)

A l e m a n h a / F r a n ç a / P o l ô n i a (t ( (

(HITLERJUNGE SALOMON) Salomon

Perel,

Interpretado

Identidade n u m a

tentativa

por

Marco

F i l m k u n s t , L o s a n g e ) 112 m i n . Hofschnelder,

muda

de

uniforme,

de sobreviver ao Holocausto. A conhecida

idioma

diretora

Agnieszka Holland abstém-sede julgar seu protagonista camalcônlco e n q u a n t o monstruosas torturas psicológicas e fugas milagrosas m a n t e n d o

uma

polonesa apresenta

distância

Impas-

sível, s e m se deter e m s o f r i m e n t o s e b a n h o s d e s a n g u e . É Isso o q u e t o r n a esta Inacreditável t ã o c h o c a n t e m e n t e real, separando-a d o s outros f i l m e s sobre o

história

Holocausto.

P a s s a d o e n t r e 1938 c 1 9 4 5 , F i l h o s d a g u e r r a é b a s e a d o n a s a v e n t u r a s r e a i s d e mon "Solly" reviravolta

Perel. Solly é u m j o v e m j u d e u polonês da A l e m a n h a

grotesca

quando

l.imília d i s p e r s a d a , Solly que coloca. Esse gesto

os

acaba

Inicia

nazistas ficando

a sua

Invadem

o apartamento

sozinho, salvo apenas

carreira

dos

seus

identidade judia e denunciando

atingem

o

Com

ápice quando

ele

à

um

no dogma

a religião c o m o

"o

Hitlerjugend

coópio

arruma

u m ariano. A ironia e o

se junta

a

nazista

para a A l e m a n h a , o n d e ele

Intérprete de russo, sendo aceito c o m o

disfarces

uma

n o s disfarces. Primeiro, vai parar e m

das massas". As tropas de Hitler o l e v a m de volta irabalho c o m o

mora.

pelo uniforme

orfanato russo a leste da Polônia, o n d e recebe u m a e d u c a ç ã o c o m p l e t a munista, r e n u n c i a n d o à sua

Salo-

cuja vida sofre onde

e

perigo

(Juventude

a

sua

circuncisão

torna-se

particularmente

perigoso

quando

sua

aparência conquista o coração de u m oficial nazista h o m o s s e x u a l c de u m a m e n i n a sejável, m a s a l t a m e n t e anti-semita, interpretada por Julle Delpy. C o m o único lisleo da v e r d a d e i r a

Direção: Agnieszka

Holland

Produção: Artur Brauner,

Margarel

Ménégoz R o t e i r o : A g n i e s z k a H o l l a n d , h.e.e.1,1, n o livro d e S a l o m o n

Perel

F o t o g r a f i a : J a c e k P e t r y c k i , Jai

el

Zaleskl Música: Zbigniew

Preisner

Elenco: Marco Hofschneider, Julle Delpy, René Hofschneider, Kozlowski, Klaus

Pioli

Abramowsky,

M i c h è l e Cleizer, M a r t a S a n d r o w i i

1.

Nathalie S c h m i d t , Delphine Forest, Andrzej Mastalerz,

Wlodzimlerz

Press, M a r t i n Maria Blau,

Klaus

K o w a t s c h , H o l g e r H u n k e l , Bernhard Howe

llitlerista), o n d e o e n s i n a m a reconhecer e m a t a r j u d e u s . Esconder

Eastmancolor Idioma: a l e m ã o / russo

i d e n t i d a d e d e Solly, a circuncisão torna-se u m a

l i l m e . A l g u n s d o s m o m e n t o s m a i s f o r t e m e n t e a m b í g u o s d e F i / h o s da

Indicação ao Oscar: Agnieszka Holland

(roteiro)

de-

lembrete

rica m e t á f o r a guerra

boa

no

mostram

solly ídentlflcando-se d e m a i s c o m o papel q u e está d e s e m p e n h a n d o , sugerindo q u e a verdadeira I d e n t i d a d e p o d e n ã o ser r e a l m e n t e possível. N ã o é n e n h u m a surpresa q u e o 1 ilme não t e r m i n e c o m u m a catarse ou u m a tragédia; q u a n d o Solly reencontra

milagro-

s a m e n t e seu irmão perdido, Isaak (Rcné Hofschneider), t e m o s , contudo, a sensação que

seus disfarces estão longe de terminar.

de

Al

1*1


E U A (Silver S c r e e n , T o u c h s t o n e )

Idioma: Inglês / italiano Direção: Garry

Produção: Arnon Milchan, Steven

dos

R o t e i r o : J . F. L a w t o n

Howard

Ralph Bellamy, J a s o n Alexander, Laura S a n G i a c o m o , H e i t o r Elizondo, Alex H y d e - W h i t e , A m y Yasbeck, Elinor Donahue, Judith Baldwin, Jason Bjork,

(atriz)

produção de Hollywood no

90, o filme mau

final

foi b e m - s u c e d i d o para u m

dos a n o s 80. C o m u m a das maiores bilheterias

em

tornar

os "filmes de

namoro"

f i l m e q u e foi c o n c e b i d o o r i g i n a l m e n t e c o m o

novamente um

retrato

O filme t a m b é m d e u e n o r m e s e m p u r r õ e s às carreiras de suas esttelas, Richard

Roberts

i n d i c a d a a o O s c a r por s e u d e s e m p e n h o . G e r e r e p r e s e n t a u m ó t i m o g c n l l e m a n no papel de

Edward

Lewis, u m

poderoso

homem

de

negócios

em

viagem

a

Los Angeles

que

a c a b a se p e r d e n d o na v i z i n h a n ç a d o H o l l y w o o d B o u l c v a r d e p e r g u n t a à prostituta-de-

chegat ao hotel e m

Bevetly Hills. C o m o é u m a

como

prostituta inteligente e sensível, Vivian

s e o f e r e c e p a r a l e v á - l o a o n d e p r e c i s a ir e n ã o d e m o r a a c o n s e g u i r , c o m s e u c h a r m e , q u e ele

a

contrate

recompensa

por

uma

semana

como

sua

mulher

"para

todas

as

ocasiões".

Como

por seu t e m p o e esfotço, ela tecebe acesso i l i m i t a d o a o c a r t ã o de

crédito

dele pata c o m p r a r roupas e aprende c o m o se portar e m u m restautante c h i q u e

(graças

ao porteiro simpático do hotel, representado Vivian se apaixona por seu

p o r H e c t o r E l i z o n d o ) . E, s e m

surpresas,

benfeitor

A história t o d a é a l t a m e n t e i m p r o v á v e l , é claro. Para c o m e ç a r , d i f i c i l m e n t e

alguma

prostituta do Hollywood Boulevard é tão bonita e b e m atrumada c o m o Vivian. O m e sucesso de Roberts no papel de u m a p u r o c h a r m e d e U m a linda na

d e Pigmaleão

e Cinderela

mulher

prostituta

é politicamente

nunca deixa de transparecer. U m a r o u p a g e m em

um

as de

inteligente e divertido.

só filme, este

JB

recebe de

o

moder-

quebra

roteiro

combinados

enor-

incorreto, m a s

a t u a ç õ e s de primeira de duas estrelas q u e f a z e m b e m aos olhos, a direção certeira Garry Marshall e u m

788

Gere

( q u e n ã o fazia u m f i l m e d e s u c e s s o destlc m e a d o s d o s a n o s 80) e Julia R o b e r t s , q u e foi

b o m - c o r a ç ã o Vivian (Roberts c m u m a minissaia m i n ú s c u l a c b o t a s até as coxas)

G a r y G r e e n e , Billy Gallo I n d i c a ç ã o a o O s c a r : Julia

a

d e p r i m e n t e d a p r o s t i t u i ç ã o e m t o s A n g e l e s , c o n f o r m e o r o t e i r o o r i g i n a l , i n t i t u l a d o "3 m H " .

Elenco: Richard Gere, Julia Roberts,

R a n d a l , Bill A p p l e b a u m , Tracy

anos

populares. Nada

Mlnsky

mulher

chegou c o m o u m antídoto refrescante contra os filmes m a c h õ e s de pancadaria que dominaram

Reuther

Música: James Newton

(1990)

U m a c o m é d i a romântica no estilo d o s a n o s 4 0 c o m u m t o q u e m o d e r n o , U n i u linda

Marshall

Fotografia: Charles

UMA LINDA MULHER (PRETTY WOMAIM)

119 m i n . T e c h n i c o l o r


ARCANJO

(isso)

Canadá (Cinéphile, Ordnance,

(ARCHANGEL)

Winnipeg) 90 m i n .

( j i i y M a d d i n , o m e s t r e c a n a d e n s e d o c i n e m a c u l t u n d e r g r o u n d , r e s p o n s á v e l por do Hospital

e m e n d o u s u a c a r r e i r a c o m Arcanjo,

Clmll,

Contos

um longa-metragem em

preto-e-

liianco ainda m a i s e s t r a n h o , realizado c o m u m o r ç a m e n t o m a i s gordo. O filme c o n t a a história d e v í t i m a s d o g á s m o s t a r d a d u r a n t e a Primeira G u e r r a M u n d i a l e a

Russa

Revolução

que sofrem de amnésia. O herói, u m soldado canadense (Kylc McCulloch), con-

l u n d e uma

enfermeira

(Kathy

Marykuca)

i u m u m a v i a d o r b e l g a ( A r i C o h e n ) que

que acaba

perturbada

não

com

seu amor

m o r r e u ; ela

c o n s e g u e s e l e m b r a r que

com

confundindo o canadense

Existem outras complicações, algumas das quais, i n u k e b i r u t a d e Na

q u e já

é

casada

é c a s a d o e fica

tão

o belga.

como

m a s n a m a i o r p a r t e d o t e m p o Arcanjo

re

parece

liatar de u m t e m a específico - exceto, talvez, a paixão óbvia de M a d d i n pelos

antigos

do

passado,

com seus

filmes m u d o s e pelos primeiros filmes falados

bem

efeitos visuais cafonas,

i nino excêntricas extravagâncias surrealistas (como a tempestade de coelhinhos d o n a s t r i n c h e i r a s ) . O s r e s u l t a d o s p o d e m não Dias j a m a i s t e m o s a i m p r e s s ã o

d e que

set sempre engraçados ou

M a d d i n está

n a n t e d e l í t i o f e t i c h i s t a , n o q u a l a s m e m ó r i a s d e f i l m e s d e g u e r r a a n t i g o s são a l g o que

Elenco: Kyle M c C u l l o c h , Kathy M a r y k u c a , S a r a h N e v i l l e , A r i C iiheu, Michael Gottli, Victor Cowie, David O'Sulllvan,

M a r g a r e t A n n e M a c L e o d , Ihoi 1 Robert Lougheed, Stephen

il

Snyder,

M i c h a e l P o w e l l , S a m Toles, Lloyd Weinberg

fasci-

recicladas

E U A / I n g l a t e r r a ( C h a n n e l Four.

a

mesma

ao attiz

decididamente

mesmo no

tetreno

papel

melhor do que o primeiro, A

familiar, u m a

principal

(Adricnne

cidade

dormitório

Shelly),

incrível

em

Long

Interpretando

uma

adolescente alienada. Desta vez Shelly é u m a estudante que descobre que está piovoca u m ataque cardíaco fatal no pai, é descartada s e m

cerimônia

expulsa d e casa pela m ã e (Merrilt Nelson). D e p o i s é a t a c a d a ,

testemunha

grávida,

pelo n a m o r a d o

e

u m seqüestra e

1onhece u m taivoso e irritado m a g o da eletrônica ( M a r t i n D o n o v a n ) - t u d o no m e s m o dia. Essa e n x u r r a d a d e i n c i d e n t e s n ã o c o l o c a e m x e q u e a c r e d i b i l i d a d e , n e m dá e n s e j o a comédia

fácil, o q u e é u m

m é r i t o do

filme. A verdadeira

trama

de Confiança

1oineça q u a n d o a heroína c o m a g o da eletrônica se e n v o l v e m e seus acertos m ú t u o s inilulndo

loles

Maddin

Republic, True Fiction, Zenith)

v e u t a d e (1989) - r e t o m a

uma

Fotografia: Guy

comédia

(1990)

segundo filme de Hal Hartley

com

Klymklw

Roteiro: Guy Maddin, George

cain-

(TRUST) llland,

Maddin

Produção: Greg

se alterna entre o assustador e o belo. J R o s

CONFIANÇA 0

Direção: Guy

comoventes,

t e n t a n d o p r o d u z i r uma

.r.gada o u u m f i l m e d e g u e r r a , m u i t o m e n o s u m d r a m a . D e p a r a m o - n o s c o m u m

em

P&B

inglês

Falkenburg, Michael

a amnésia, sugerem um não

noite

Idioma:

as

iiunsformam.

tensões

representadas

Imprevisível, ainda

io, e s t a e x c ê n t r i c a

comédia

por

que

seus

pais

se m a n t e n h a

dramática

barra-pesada fiel a o s

só melhora, assim

- gradualmente

seus como

personagens a própria

e

obra

os seu de

90 m i n . Cor Idioma:

inglês

Direção: Hal

Hartley

P r o d u ç ã o : Hal Hartley, Bruce W e i s s Roteiro: Hal

Hartley

Fotografia: Michael

Spiller

M ú s i c a : The Great O u t d o o r s , Philip Reed Elenco: Adrlenne Shelly,

Martin

Donovan, Merritt Nelson, John M a c K a y , Edie Falco, Gary Sauei. M i l 1 Malloy, Suzanne Costollos, Jell Howard, Karen Sillas, T o m Thon. Hannah Sullivan, Marko

Hunt,

K a t h r y n M e d e r o s , Bill S a g e

Hartley. JRos

/H'l


Irã ( I n s t i t u t o p a r a o

Desenvolvimento

Intelectual dos Jovens e das Crianças) 97 m i n . C o r

P r o d u ç ã o : Ali Reza Roteiro: Abbas

uma

Kiarostami

em

u m incidente real, a obra-prima

d e A b b a s K i a r o s t a m l p r i m e i r o p a r e c e ser

mera reconstrução d o c u m e n t a l dos acontecimentos que levaram ao

julgamento

do e m p o b r e c i d o Hossein Sabzlan por tentativa de fraude. Após conhecer u m a

Zarrin

Idosa

Kiarostami

F o t o g r a f i a : Ali Reza

(1990)

(NEMA-YE NAZDIK) Baseada

i d i o m a : farsi Direção: Abbas

CLOSE-UP

em

um

ônibus

e se passar

c i c l i s t a e A c a m i n h o d e Kandahar),

Zarrlndast

por

Mohsen

Makhmalbaf

(o d i r e t o r

senhora

Iraniano

de

O

S a b z i a n é c o n v i d a d o para c o n h e c e r os f a m i l i a r e s dela

Elenco: Hossaln Sabzlan, M o h s e n

e os leva a acreditar q u e , se o f i n a n c i a r e m , eles v ã o aparecer e m s e u p r ó x i m o f i l m e . No

Makhmalbaf, Abolfazl A h a n k h a h ,

fim das contas, a família

Mehrdad Ahankhah,

Monoochehr

sua casa e c h a m a a polícia.

Ahankhah, Mahrokh

Ahankhah,

Nayer Mohseni Zonoozl, A h m a d

Reza

Moayed Mohseni, Hossain I arazmand, Hooshang Shamaei,

desconfia

q u e se trata de u m

Isso renderia a p e n a s u m " d o c u d r a m a " Kiarostaml

à narrativa, que engloba

uma

Impostor planejando

assaltar

intrigante, n ã o fosse a a b o r d a g e m sutil de exploração bem-humorada, esclarecedora

e

a l t a m e n t e inventiva das relações simbióticas entre a verdade e a mentira, a aparência

a

a realidade, o documentário

e a ficção. Os personagens

Goodarzl, Haj Ali Reza A h m a d i ,

Ahankhah,

Makhmalbaf

Hassan Komalli, Davood

r e p o r t a g e m - são " I n t e r p r e t a d o s " por eles m e s m o s . A l g u n s a c o n t e c i m e n t o s são recria-

M o h a m m a d Ali Barrati, D a v o o d

Mohabbat

dos,

outros

mas

Kiarostaml,

simplesmente

estranhamente,

descritos,

Klarostami tem

e

um

outros

permissão

-

não só Sabzlan e a

jornalista

como

sedento

por

o julgamento

um

em

para fazer perguntas) - são

sl

família furo

(no

de

qual,

apresentados

c o m o f i l m a g e m d o c u m e n t a l . E m b o r a a linha narrativa, apesar de t o d o s os seus

flash-

b a c k s , seja clara, o m o d o c o m o é a p r e s e n t a d a c o s t a t u s do q u e n o s é m o s t r a d o

mu-

dam

uma

o

tempo

todo

Isso

é

real

ou

é

ficção?

- e

o

filme

se

transforma

em

Investigação multifacetada do mais clusivo dos fenômenos: a Verdade. M a s , m e s m o e n q u a n t o p õ e abaixo nossas concepções da objetividade,

Kiarostaml

nos conduz a u m a pequena e Inescapável verdade: a de que todo m u n d o , c o m o Renolr, t e m

as suas

razões. Sabzian, c o m o

descobrimos

ao

mergulharmos

afirmou cada

m a i s f u n d o na sua história à primeira vista bizarra, n ã o é u m golpista n e m u m

m a s s i m p l e s m e n t e a l g u é m q u e atribui a o c i n e m a u m I m e n s o valor - e ser visto um

cineasta famoso

o faz sentir m e n o s

vez

lunático,

Insignificante e mais no controle. Os

como filmes

p o d e m nos ajudar a sonhar e escapar das limitações de nossas vidas cotidianas.

Além

d e ser u m a d e s c o n s t r u ç ã o divertida d a s c o n v e n ç õ e s d o c u m e n t a i s e d e n o s fazer refletir s o b r e e l a s , C/ose-Up é u m t r i b u t o t a n t o a o p o d e r d o c i n e m a c o m o à b o n d a d e - e ao potencial Imaginativo - das pessoas c o m u n s . A cena final, que c o m u m a i m a g e m exalta as v i r t u d e s da g e n t i l e z a , da h u m i l d a d e e d o p e r d ã o , é típica da marca í m p a r do h u m a n i s m o

nada piegas de Kiarostaml.

GA

essencial simples

absolutamente


EDWARD MÃOS DE TESOURA (1990)

E U A ( F o x ) 105 m i n . C o r

(EDWARD SCISSORHANDS)

Idioma:

An i n v é s d e c o n t i n u a r n a l i n h a d o e n o r m e s u c e s s o d e Batman

(1989) c o m o u t r o

festival

de efeitos e s p e c i a i s , o diretor T i m B u r t o n fez u m f i l m e d e l i c i o s a m e n t e b e m e l a b o r a d o e tio

distante

do

clnemão

comercial

de

Hollywood

quanto

possível. O

resultado

foi

I dirord m ã o s de tesouro, u m c o n t o de fadas q u e d e c i d i d a m e n t e foge a t o d a s as regras e que c o n t i n u a s e n d o o f i l m e m a i s t o c a n t e e peculiar da carreira d o O

Edward do título (Johnny

Depp) não é u m

diretor. Inventor papel

no c i n e m a ) . E d w a r d t e m a p a r ê n c i a b a s t a n t e h u m a n a , e x c e t o p o r u m d e t a l h e - e l e lugar de

m ã o s -, e v i v e

uma

vida

solitária

em

uma

mansão

tem

caindo

aos

pedaços no alto de u m a m o n t a n h a sobre u m bairro de casas e m t o n s pastel. É s o m e n t e q u a n d o a g e n t i l v e n d e d o r a da A v o n P e g B o g g s ( D i a n n e W i e s t ) d e s c o b r e s e u

esconderijo

que Edwards desce ao m u n d o "real" e é acolhido pelos vizinhos de Peg q u a n d o

exibe

leu talento especial c o m o cabeleireiro, tosador de cachorros e escultor de árvores. entanto,

a

vida

fica

complicada

para

o

crédulo

e

Inocente

Edward

quando

No

ele

apaixona pela filha d e Peg, a líder d e torcida K i m ( W l n o n a Ryder), e logo é c o a g i d o n a m o r a d o dela ( A n t h o n y M l c h a e l Hall) a c o m e t e r u m

se

pelo

crime.

U m dos m u i t o s sucessos a l c a n ç a d o s por B u r t o n neste filme d e l i c i o s a m e n t e loi o d e ter e s c a l a d o s e u s v á r i o s a t o r e s e m p a p é i s i n e s p e r a d o s n e s s e m u n d o

bizarro

excêntrico

d e s o n h o s . H a l l - m a i s c o n h e c i d o c o m o o n e r d d e O c l u b e d o s cinco,

de John Hughes

innsegue

Idiota.

mostrar

um

lado

muito

m a i s vil c o m o

Jim. o namorado

n u t r o l a d o , d e s p i d a d o c i n i s m o q u e e l a e x i b i u e m Atração ,a s e u p a p e l c o m o a m o c i n h a I liando u m

personagem

mortal,

preso e m

seu corpo incompleto

mais

-

por

delicado

impressiona,

e transmitindo, em

palavras, a frustração de E d w a r d - seu rosto pálido e m a r c a d o por cicatrizes II

Ryder,

dá u m t o q u e

do bairro. É Depp, no entanto, q u e m

Burton

P r o d u ç ã o : T i m B u r t o n , D e n i s e Dl Novi Roteiro: Tim Burton e Caroline Thompson Fotografia: Stefan

h o m e m , e sim a criação do

(uma ponta l a m e n t a v e l m e n t e curta do m a r a v i l h o s o Vincent Price e m seu ú l t i m o

li".ouras no

inglês

Direção: Tim

poucas

demonstra

ofrimento de descobrir que até o toque mais suave c o m suas m ã o s de tesoura

i ausar dor. U m c o n t o d e f a d a s m o d e r n o , a m b i c i o s o e b e l a m e n t e c o n c e b i d o .

JES

pode

Música: Danny

Czapsky

Elfman

Elenco: Johnny Depp, Wlnona

Rydet,

Dianne Wiest, Anthony Michael Kathy Baker, Robert Oliveri, Com Ferrell, C a r o l i n e A a r o n , Dick

Hall.

hatl

Anthony

Williams, O-Lan Jones, Vincent Prlre. Alan Arkin, S u s a n B l o m m a e r t , I nula Perri, J o h n

Davldson

I n d i c a ç ã o ao O s c a r : Ve Neill, S i a n Winston

(maquiagem)


HENRY - RETRATO DE UM ASSASSINO (iggo)

(HENRY: PORTRAIT OF A SERIAL KILLER) Dirigido por J o h n M c N a u g h t o n , Henry - Retrato dc u m assassino é v a g a m e n t e

baseado

na história real d c u m a s s a s s i n o e m série, H e n r y Lee L u c a s . O f i l m e é e x c e p c i o n a l

pelo

r e a l i s m o de s e u estilo e por s e u p o n t o de vista a m o r a l . O e s p e c t a d o t t e r m i n a d e vê-lo certo d e q u e a c a b o u de assistir a u m d o s f i l m e s m a i s p e r t u r b a d o r e s já

realizados.

H e n r y d e s c o n s i d e r a a s c o n v e n ç õ e s d o s f i l m e s d e terror, a p r e s e n t a n d o u m a EUA (Filmcat, Fourth World

Media,

de

episódios

em

que

os

assassinatos

esperados

narrativa

ocorrem

de

repentino, aleatório e casual.

ro c d e p o i s v a i c o m p r a r u m h a m b ú r g u e r c o m s e u c o l e g a d e q u a r t o , O t l s ( T o m T o w i e s ) .

McNaughton

P r o d u ç ã o : Lisa D e d m o n d , S t e v e n A. Jones, John

acúmulo

E m u m a c e n a , H e n r y ( M i c h a e l Rooker) quebra o p e s c o ç o d c d u a s p r o s t i t u t a s e m s e u car

inglês

Direção: John

um

m a n e i r a s i n e s p e r a d a s - d e n t t o e fora d a s telas, de m o d o

M P I , M a l j a c k ) 83 m i n . Cor Idioma:

regular,

McNaughton

R o t e i r o : R i c h a r d Fire, J o h n

o pequeno

McNaughton

(na m e d i d a e m q u e p o d e m o s dizer q u e tenha u m ) a c o m p a n h a

apartamento

dos rapazes e m Chicago, atrapalhando

a ligeiramente

os

para repri

m l d a parceria h o m o s s e x u a l da dupla nos c r i m e s . Feito c o m baixo o r ç a m e n t o . Henry se

Fotografia: Charlie

Lieberman

supera ao retratat a vida dc pessoas s e m destino n u m s u b m u n d o

Música: Mie Fabus, Ken Hale, Steven A. J o n e s , R o b e r t

O e n r e d o d e Henry

a c o n t e c i m e n t o s q u e o c o r r e m a p ó s a i r m ã d e O t i s , B e c k y (Tracy A r n o l d ) , se m u d a r

McNaughton

Elenco: Mary Demas, Michael

Rooker,

A n n e B a r t o l e t t i , E l i z a b e t h K a d e n , Ted

do cadávet de u m a

mulher que Henry matou e mostta uma

salão dc beleza de Becky soltando c o m e n t á r i o s

totpe. O filme

corta

matrona desagradável

no

racistas.

B e c k y t e m fantasias r o m â n t i c a s sobre H e n r y ao ouvir c o m o ele m a t o u a m ã e . Rooker

Kaden, Denise Sullivan, Anita Ores,

c o n f e r e u m a p e l o r u d e , à la M a r l o n B r a n d o , a o p a p e l d o p s i c o p a t a , o q u e a j u d a a e x p l i c a r

Megan Ores, Chen Jones,

suas péssimas escolhas românticas. O filme culmina e m dois assassinatos

Mónica

Anne 0'Malley, Bruce Qulst, Erzsebet Sziky, Ttacy A r n o l d , T o m Towies, David

Katz

mente

perturbadores. Primeiro,

Henry

e Otis

matam

uma

família

particular

do subúrbio.

Após

testemunhar o caos, nós subitamente nos d a m o s conta dc que assistimos à cena junto c o m os assassinos, q u e estão sentados no sofá de casa revendo sua carnificina. Depois, H e n r y m a t a O t i s , a o flagrá-lo e s t u p r a n d o Becky. H e n r y c B e c k y d e i x a m a c i d a d e , m a s , na m a n h a seguinte, nas seqüências finais do filme, Henry deixa o quarto de hotel sozinho, p a r a n d o a p e n a s para largar u m a p e s a d a m a l a na beira da Henry

é

tão

contido

que

pode

parecer

maçante

estrada.

pata

uma

platéia

mais

jovem,

saturada pelos excessos sangrentos dos film e s de tettof pós-década não

exibe

um

assassino

de 80.

Também

charmoso

e

ele-

g a n t e c o m o H a n n l b a l Lecter. E m vez disso, Henry

inspira

horror através de u m

realis-

m o a u d a c i o s o c a t u a ç õ e s excelentes. O film e não é divertido d e se assistir, m a s é i m portante refletir,

porque obriga questionando

os espectadores nossa

cultural pelos serial killers.

792

CFr

a

fascinação


0 VINGADOR DO FUTURO ra)

E U A ( C a r o l c o , T r I S t a r ) 109 m i n .

(TOTAL RECALL)

Technicolor Idioma:

i ) c o n t o " P o d e m o s r e c o r d a r p a r a v o c ê , p o r u m p r e ç o r a z o á v e l " , d e P h i l i p K. D i c k , o

autor

11111 d e f i c ç ã o c i e n t í f i c a , é e x t r e m a m e n t e

espe-

b e m t r a d u z i d o para a tela, c o m efeitos

1 lais i m p r e s s i o n a n t e s c s u r t o s d e v i o l ê n c i a , p e l o d i r e t o r h o l a n d ê s P a u l V e r h o c v e n , linha feito u m

sucesso semelhante

com

R o b o C o p - O policio/ do f u t u r o ,

grande

que

bilhe-

pria d e 1987. Arnold

Schwarzenegger

estrela

como

Doug

Quaid,

um

cara

normal

(num

corpo (Sharon

Itone) n ã o d á I m p o r t â n c i a à s f a n t a s i a s d e l e , D o u g v i s i t a u m a e m p r e s a d e f é r i a s d e lidade virtual e é ligado a u m a

máquina que simulará u m a viagem ao planeta

virtual a c r e d i t a n d o ser u m

rea-

vermelho,

i n l e l i z m e n t e , a m á q u i n a gera u m certo c a o s n o cérebro d e D o u g e ele a c o r d a d e sua

via-

a g e n t e secreto. N ã o só isso, m a s logo se d e s c o b r e sen-

DCI p e r s e g u i d o p o r g r a n d a l h õ e s h u m a n o s e m u t a n t e s e n q u a n t o t e n t a d i s t i n g u i r , j u n t a n DO suas m e m ó r i a s e o u t r a s e v i d ê n c i a s q u e v ã o s u r g i n d o , o q u e é fato d o q u e é ficção. M u i t o s dos t e m a s favoritos de Philip Dick ( t a m b é m

a b o r d a d o s no livro

vingador do futuro - Identidade, percepção versus realidade, m e m ó r i a s

melo

reais e

uma

luta divertida

filme,

entre Sharon Stone e Arnold Schwarzenegger - o diálogo

aos golpes sendo u m bônus - até o final, u m

O

Implan-

-, m a s s e m q u e a a ç ã o p e r c a s e u r i t m o . E c e r t a m e n t e h á m u i t a a ç ã o n e s t e

desde

Roteiro: Ronald Shusett,

em

pouco gosmento mas elctrlzante.

u m p r e ç o r a z o á v e l " , d e P h i l i p K. Fotografia: Jost

JB

ERA UMA VEZ NA CHINA o i m

Elenco: Arnold

d,

perspl-

<)o, r e c h e a n d o s e u s e s t o n t e a n t e s

herói chinês W o n g Wong,

um

vez na

filmes de ação com comentários

Chino, ele resgata

e dá

vida

nova

às crônicas

Cox,

u m a

ploradores

britânicos

v e z n a China e

das artes marciais, t e m a

de Hark, a m b i e n t a d o

homens

lienética e intricada que mescla

do

folclórico

de

negócios

de

diversos

neste filme, o

primeiro

e m 1875. W o n g ( J e t

chineses

corruptos

LI) e n f r e n t a

em

uma

Imperialismo, recrutamento de camponeses

ex-

trama

chineses

a c o n s t r u ç ã o de estradas de ferro n o s E s t a d o s U n i d o s , c o n t r a b a n d i s t a s d e a r m a s e

|UI 1 d o r e s d e a r t e s m a r c i a i s d e s o n r a d o s e f o r ç a d o s a t r a b a l h a r c o m o

criminosos.

F u m típico exemplo do c i n e m a popular de H o n g - K o n g e m grande estilo, pelo e x t r a o r d i n á r i o

M e l J o h n s o n Jr., M i c h a e l

da g r a v i d a d e

atletismo

Irma.

Porém,

melancolia D U O

e um

por

Impasse

trás

da

palpável - u m

Bell,

Champion, Rosemary

D u n s m o r e , David Knell, Alexia Robinson, Dean Norris, M a r k

Carlton

O s c a r : Eric B r e v i g , R o b B o t t i n , T i m M c G o v c r n , Alex Funke (efeitos Indicação ao Oscar: Stephen

visuais) Huniei

Flick ( e f e i t o s s o n o r o s ) , N e l s o n Michael J . Kohut, Carlos

Stoll,

DeLarlos,

(som)

min

mandarim Direção: Hark Tsui P r o d u ç ã o : Hark Tsul

de

Li, q u e faz s u a

estréia

mundial

como

o herói

entre u m

trama

cheia

lamento

das Influências ocidentais.

AT

Wong de

por u m a

desarmado

reviravoltas China

equlll-

e

a

e um

adversário c o m

uma

ação

incansável,

uma

prestes a m u d a r

Tang, Hark Tsui, Kai-Chl Yu Fotografia: Tung-Chuen C h a n , WLLLOL Chan, David Chung, Andy A r t h u r W o n g , Bill

Lam,

Wong

Música: R o m e o Diaz, J a m e s Elenco: Jet Li, Biao Yuen,

para s e m p r e sob

o

Wong

Rosamund

K w a n , J a c k y C h e u n g , S t e v e T a n ALIA. Kent C h e n g , Yee K w a n Yan,

amparado

, IN.ido e estóico. Ele p r o t a g o n i z a c e n a s q u e I n c l u e m u m d u e l o e m e s c a d a s q u e desafia III

Roony

Michael Ironside, Marshall

R o t e i r o : Yiu M i n g L e u n g , Pik-yin

lendário curandeiro c conhecedor

Ilimes de Hark na década de 60, é reapresentado c o m opulência

pua

políticos

Fel-Hung.

d 1 s é r i e Era

Schwarzenegger,

Rachel Tlcotln, Sharon Stone,

I d i o m a : c a n t o n ê s / inglês / década

u m a

Bruno

Louchouam

Cor

M a i k T s u i era o principal c i n e a s t a d e H o n g - K o n g na d é c a d a de 80 e n o início da

Era

Dick

H o n g - K o n g ( F i l m W o r k s h o p ) 134

(WONG FEI-HUNG)

Em

no

Vacano

M ú s i c a : Jerry G o l d s m i t h ,

Aaron Röchln

I izes.

Dan

O'Bannon, Gary Goldman, baseado

Roy B r o c k s m l t h , Ray Baker,

homônimo

q u e g e r o u o f i l m e c l á s s i c o B / o d e R u n n e r , d e R i d l e y S c o t t , e m 1982) s â o e x p l o r a d o s e m

tadas

Verhoeven

P r o d u ç ã o : Buzz Feltshans, Ronald Shusel 1

c o n t o " P o d e m o s recordar para v o c ê , poi

hercúleo) q u e t e m s o n h o s recorrentes sobre viver e m M a r t e . C o m o sua m u l h e r

jem

Inglês

Direção: Paul

Maik

K i n g , J o n a t h a n Isgar, S h u n L a u , Chi Yeung Wong, M a W u , Simon Yam. Cheung-Yan Yuen, Kam-Fai Shun-Yee Yuen, Tony

Yue

Yuen,



OS DONOS DA RUA (1991)

E U A ( C o l u m b i a ) 107 m i n . C o r Idioma:

(BOYZ'N THE HOOD)

inglês

Direção: John

Singleton

Produção: Steve Roteiro: John

Graças a precursores

Nicolaides

Parks,

Singleton

Fotografia: Charles

Mills

M ú s i c a : S t a n l e y Clarke, Ice C u b e Elenco: Hudhail Al-Amlr, Laurence I ishburne, Lloyd Avery, Cuba

Gooding

Townsend

dramas

cômicos

autobiográfica uma

Long,

Nicole B r o w n , T y r a Ferrell, Ceal, Desi Arnez H i ñ e s II, B a h a J a c k s o n , McCrary

Indicação ao Oscar: John (diretor), J o h n S i n g l e t o n

Singleton (roteiro)

início da

década

de 70 c o m o

afro-americanos

e Spike

Lee

merecem

sobre a condição

dos

surgiram destaque,

negros nos

Melvin

no

Van

cinema

cada

qual

Estados

Peebles

comercial.

e

produzindo

Unidos. Mas

Gordon

Entre

chamada

voz

cinematográfica

dos

negros

americanos.

r e c e b e u d u a s i n d i c a ç õ e s a o O s c a r e o s e u f i l m e foi u m

O drama de Singleton, que começa

eles,

brilhantes

foi a

estréia

d e J o h n S i n g l e t o n , O s d o n o s d a r u a , c m 1991, q u e a p r e s e n t o u à

que rendeu à Columbia Pictures u m lucro

A n g e l a B a s s e t t , K e n n e t h A. B r o w n ,

Donovan

assim

no

cineastas

Robert

Singleton

Jr., I c e C u b e , M i a B e l l , M o r r i s C h e s t n u t , Lexle B i g h a m , Nla

alguns

Pelo

crítica

seu

sucesso

feito,

inesperado

impressionante.

na esteira d o s J o g o s O l í m p i c o s de Los

Angeles

c m 1 9 8 4 , c o n t a a h i s t ó r i a d e t r ê s m e n i n o s d e 10 a n o s d e i d a d e , T r e ( D e s i A r n e z H i n e s I I ) , D o u g h b o y ( B a h a J a c k s o n ) c Ricky ( D o n o v a n M c C r a r y ) . Criados por pais s e p a r a d o s , eles v i v e m e m u m m u n d o d e s p e d a ç a d o pela violência das g a n g u e s , a brutalidade da e d i f i c u l d a d e s e c o n ô m i c a s . Q u a n d o a m ã e de Tre, Reva (Angela

polícia

Bassett), o desova

na

porta d o seu pai, J a s o n " F u r i o s o " ( L a u r e n c e Fishburne), ele recebe u m a drástica lição de m a s c u l i n i d a d e e torna-se u m a d o l e s c e n t e d i s p o s t o a subir na vida. O

filme avança

para sete a n o s

m a i s t a r d e . Tre ( I n t e r p r e t a d o

a partir daí por

Cuba

G o o d i n g Jr.) e s t á n o ú l t i m o a n o d o c o l é g i o , t r a b a l h a m e i o e x p e d i e n t e , d e s e j a e n t r a r uma

faculdade historicamente negra c n a m o r a

Doughboy paciência

(Ice de

Cube)

sua

é um

mãe,

a

vagabundo

Sta.

Baker

uma

membro

(Tyra

moça chamada

de

uma

gangue

Ferrell), e n q u a n t o

Brandi (Nia

que

seu

tira

irmão

em

Long).

partido

Ricky

da

(Morris

C h c s t n u t ) t r e i n a , a p o s t a n d o e m u m c o n t r a t o p a r a a T' d i v l s á o d e f u t e b o l a m e r i c a n o

uni-

v e r s i t á r i o . M e s m o t e n t a n d o sair d a q u e l a v i z i n h a n ç a , Tre c o n t i n u a l i g a d o a o s s e u s a m i g o s do

bairro. Q u a n d o

os marginais do bando

de Doughboy

ameaçam

o trio, Ricky

acaba

m o r r e n d o , a s s a s s i n a d o p o r u m a g a n g u e . D e p o i s d i s s o Tre e n c a r a o s á b i o t r e i n a m e n t o de s e u pai e c o n s e g u e evitar o s erros de s e u m u n d o tiranizado. N o final, ele escapa da a r m a dilha da pobreza e violência e vai para a f a c u l d a d e c o m Pedante, mas

sabiamente

orquestrado

como

i n t t a - r a c i a l d o s u b ú r b i o a m e r i c a n o , O s d o n o s da esquecer,

voltada

dedicatória

para

a

mesma

juventude

Brandi.

um

que

retrato c o m o v e n t e

da

violência

é u m a f á b u l a c o m m o r a l difícil de

rua é

representada

na

tela. A p ó s

preocupante, lembrando aos espectadores a quantidade de jovens

assassinados por outros jovens negros, o filme deslancha

em

uma

uma

negros

h i s t ó r i a d e rito

de

p a s s a g e m para a idade adulta realista, carregada d e palavrões e c o m o v e n t e . Memorável Singleton demonstra bem

pot

exibe

set t a m b é m

plena

consciência

uma genuína

distintos e c o m

a

estréia

do

rapper

das convenções

de

Ice

Cube

nas

Hollywood

telas, o filme

em

sua

afeição pela influência do hip-hop. Estruturado c m três

inclinação clara a u m a

de

narrativa

moralização generalista, o filme

e

atos

mostta

verniz ptofissional. M a s t a m b é m é p e t m e a d o de percussão e raps hipnóticos de vários a r t i s t a s d e s u c e s s o q u e c o n t r i b u í r a m p a r a a t r i l h a s o n o r a , t o r n a n d o O s d o n o s da êxito de u m a

rua

Apesar de investidas ocasionais e m

projetos maiores, Singleton

l u t o u para

repetir

s e u s u c e s s o inicial. A i m p o r t â n c i a artística d e sua estréia p o d e a t é ser d e s p r e z a d a

pela

ausência de genialidade subseqüente. M a s a relevância extraordinária de Os donos rua

não

pode

ser

ignorada

se

o

considerarmos

a

origem

de

centrados e m bairros negros q u e i n u n d o u as telas nos anos 90.

/94

o

carreira.

uma

onda

GC-Q

de

da

dramas


MISTERIOS E PAIXÕES

(1991)

(NAKED LUNCH) A o d e f i n i r o s e n t i d o d e Ncrked /uncir ( A l m o ç o de seu

livro h o m ô n i m o

-, o a u t o r W i l l i a m

nu)

título original deste filme b e m

S. B u r r o u g h s d i s s e , d e f o r m a

como

objetiva:

" U m

m o m e n t o congelado e m q u e todos v ê e m o que está na ponta de cada gatfo", c o m o

se

isso esclarecesse sua antinarrativa

ao

filmar

esta

versão

confusa, densa e provocante. David Cronenbcrg,

cinematográfica

do

livro

por

vezes

delirantemente

Incoerente

Burroughs, não torna as coisas m u i t o mais d a t a s . E m vez de adaptar fielmente u m que muitos disseram jamais

poder ser a d a p t a d o

tornando-o

ainda

propositalmente

para as telas, C t o n e n b c r g

mais complicado, incotporando

de outras obras de Burroughs, m a s t a m b é m

da vida d o

M i s t é r i o s c p a i x õ e s m e s c l a o s r o m a n c e s Almoço perversa

morte

à

la G u i l h e r m e

confusão desorientadora

Tell d a

mulher

de

livro

respondeu

elementos

não

autot.

n u , Jtinky, Exterminator! e Qiieer c o m a de

Burroughs.

Cronenbcrg

ordena

uma

de fatos e ficção d e n t r o da estrutura rígida do f o r m a l i s m o

dos

f i l m e s noir. O r e s u l t a d o f u n c i o n a m a i s c o m o u m retrato sutteal d e B u r r o u g h s d o q u e

uma

narrativa tradicional, o que não deve surpreender os espectadores familiarizados c o m tendência

P e t e r W e l l e r é Bill L e e ( u m p s e u d ô n i m o d e B u r r o u g h s ) , u m e x t e r m i n a d o r d e Canadá / Inglaterra / Japão

(Film

Trustees, N i p p o n Film Develop, Finance, RPC, The Ontario Develop. Corp., T E L E F I L M

and

Film

Thomas baseado

n o livro A l m o ç o n u , de W i l l i a m

A como

Suschitzky

Música: Ornette Coleman, Shore

Holm, Julian Sands, Roy

Scheider,

Nicholas

( a m p b e l l , M i c h a e l Z e l n i k e r , R o b e r t A. Silverman, Joseph Scoren, Peter lioretski, Yuval Daniel, J o h n Sean McCann, Howard Festival de Berlim:

como

uma

Cronenberg

mistura

apenas como

Friesen,

Jerome

David

1 lonenberg, indicação (Urso de

Ouro)

mu-

alistado diversos

de escrever que são insetos vivos fato

c

ficção,

o

próprio

lugar o n d e

e

filme

alucinações

incentivo ao processo ctiativo,

sendo,

produto. subversão

as a t u a ç õ e s

da

narrativa

de Wellet, Judy

realizada

Davis e Roy

tons de verde e cinza, é preciso

por

Cronenberg

Scheider.

mencionar

E, a o

é

admirável,

bem

fotogtafia

nau-

lado da

a deslumbrante

trilha

sonora,

parceria do compositor favorito de Cronenberg, H o w a r d Shore, c o m o lendário

xofonista de jazz Ornette C o l e m a n . C o m o o próprio filme, é u m a extraordinária

Elenco: Peter Weller, J u d y Davis, Ian

Monique Mercure,

audaciosa

seante em

Howard

s e m e l h a n t e a Tânger. É

região s u b t e r r â n e a e n t t e o real e o i m a g i n á r i o , u m

na verdade, o seu

S.

Burroughs Fotografia: Peter

Assim

máquinas

insetos

a sua

m u n d o de criaturas muito diversificadas que incorporam

calibradas por drogas n ã o s e r v e m

Roteiro: David Cronenberg,

que, após matar acidentalmente

lugar misteriosamente

rastejantes c incluem

esquisitices.

habita essa

Cronenberg

Produção: Jeremy

pó de dcdetizaçâo

lher, f o g e para a I n t c r z o n e , u m

outras

inglês

Direção: David

seu próprio

apêndices fálicos

115 m i n . C o r Idioma:

viciado c m

c o m o espião e m u m

Canada)

a

iconoclasta tanto de Burroughs quanto de Cronenberg.

de-sensibilidades diferentes, composições e expressão espontânea.

JKI

sa-

colisão

1


BELA INTRIGANTE

t

(1991)

F r a n ç a / S u í ç a ( C N C , F r a n c e 3, C e o t g e

(I A BELLE NOISEUSE)

Reinhart, Canal+, Pierre Grlsé, Region L a n g u e d e s , R o n s i l l o n S o f l c a 2, S o f l c . i

I ilmes sobre artistas s ã o arriscados, cortejando-se péssimos clichês - o gênio

român-

3) 2 4 0 m i n . E a s t m a n c o l o r

tico n o s ó t ã o , a a l m a t o r t u r a d a p r o j e t a d a n a tela - para m o s t r a r a q u i l o q u e eles e n f r e n -

Idioma: francês

tam e n q u a n t o m o l d a m sensações e intuições e m suas obras. Jacqucs Rivctte aceita o

Direção: Jacques

desafio

alegremente

e m A bela

extrapolando

Intrigante,

a partir d e u m r o m a n c e

de

lialzac. Esta é a história d e u m a " o b r a - p r i m a i n a c a b a d a " , realizada e c m s e g u i d a e s c o n -

Rlvette e seus roteirlstas - Pascal Bonltzer e Christine Laurent - m a n i p u l a m

vários

temas c o m destreza. Poru m lado, o filme oferece u m vislumbre d o privilegiado arte,

e m q u e criadores,

marchands

e confidentes

tecem

Irótica. N o núcleo d o filme, Rlvette estuda, c o m atenção

u m a rede

minuciosa

mundo

sutllmentc

aos detalhes e à

duração, o r e l a c i o n a m e n t o entre u m artista, Edouard Frenhofcr (Michel Plccoll), e s u a modelo essencialmente desnuda, M a r l a n n c ( E m m a n u e l l e Béart). Suas sessões por v á r i o s

humores:

frustração,

agressão,

exuberância.

A relação

Frenhofer

enfrenta

u m a crise e m s e u c a s a m e n t o

passam

mestre-escravo

alterada. A o s p o u c o s , p a s s a n d o por m u i t o s testes, u m a obra artística t o m a Quando

é

c o m Liz (Jane

l i v r o t e Chef-d'oeuvre

de

Inconnu,

Honoré de Balzac Fotografia: William

Lubtchansky

M ú s i c a n ã o o r i g i n a l : I g o r Stravinsky Elenco: Michel Piccoll, J a n e Bitkin, Emmanuelle Béart,

Marianne

Denlcourt, David Bursztein, Gilles Arbona, Marie Belluc,

Marie-Claude

Roger, Lella R e m l l i , D a p h n e

forma. Blrkin),

observa c o m cautela o s u r g i m e n t o d e u m a n o v a g e r a ç ã o e c o n f r o n t a o e s p e c t r o d es u a própria m o r t a l i d a d e , fica difícil n ã o r e c o n h e c e r n e s s e herói m e l a n c ó l i c o o a u t o - r e t r a t o do p r ó p r i o d i r e t o r .

Marignac

Roteiro: Pascal Bonitzer, Christine Laurent, Jacques Rivette, bascule

dida p o r u m artista f a m o s o d e meia-idade.

da

Rivette

Produção: Martine

AM

Goodfellow, Susan Bernard

Robertson,

Dufour

Festival de Cannes: Jacques

Rlvette

(grande prêmio d o júri), (prêmio do júri e c u m ê n i c o - m e n ç ã o espei

lai),

indicação (Palma de Ouro)

0 JUÍZO FINAL (1991)

E U A ( N e w L i n e ) 100 m i n . C o r

(THE RAPTURE)

Idioma:

Poucos filmes trataram o t e m a da religião c o m seriedade, c m e n o s ainda exploraram a I o t a n d a d e evangélica c m seus próprios t e r m o s teológicos. É isso o q u e M i c h a c l l . i / e m O J u í z o Final,

q u e pode ser visto c o m o m e s m o

• piritual, u m a fábula lubeultura religiosa ,'vliml R o g e r s

prazer c o m o

um

Tolkln

melodrama

sobre a f é e u m c o n t o d e f a d a s excêntrico c o m raízes e m u m a

real.

Interpreta

inglês

Direção: M i c h a e l Tolkin Produção: Karen Koch, Tenenbaum, Nick

Roteiro: M i c h a e l Tolkin Fotografia: Bojan Música: Thomas

Sharon, u m a mulher

liberal q u e g o s t a

d e sair para

Nancy

Wechsler

Bazelli Newman

fazer

E l e n c o : M l m i R o g e r s , D a r w y n < arion,

ulngue c o m u m a m i g o imoral. U m belo dia ela t o m a c o n h e c i m e n t o d e u m m o v i m e n t o

Patrick B a u c h a u , M a r v i n Elkins, ii.ivnl

uliojoso q u e enfatiza u m r e l a c i o n a m e n t o pessoal c o m Deus, cujo Dia d o Juízo Final 1 O m direito a u m " a r r e b a t a m e n t o " transcendental

q u e Irá c o n d u z i r a s a l m a s

eles d i z e m estar p r ó x i m o . S u a recém-adqulrida

fé a ajuda

a superar

pias a o

turbulentas

Intempéries, c o m o a m o r t e d e s e u m a r i d o . Q u a n d o ela acha q u eo f i m d o st e m p o s

está

Imo, leva a filha para u m a área isolada n o deserto, o n d e f i c a m e s p e r a n d o a m ã o r e dentora de Deus. Na virada mais audaciosa d o filme, o arrebatamento de fato acontece, 1 s o f r i m e n t o a f a z rejeitar a idéia d e u m a d i v i n d a d e justa e misericordiosa. Ao m e s m o

tempo

drama

p s i c o l ó g i c o , reflexão s o b r e fé e llvre-arbítrio e u m a revi-

gorante variação da década de 90 daquilo q u eHollywood costumava c h a m a r "filme d e mulher", esta parábola excêntrica oferece a m p l a

limita. D S

recompensa

ao espectador de mente

Duchovny, Stephanie Menuez, S a m Vlahos, R u s t a m B r a n a m a n , Scott Burkholder, Vince Grant, Carole Davis, Patrick Dollaghan, J a m e s LeGros, Dick A n t h o n y Williams, DeVaughn

Nlxon


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