Orientações Pedagógicas para Docentes do Ensino Superior

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Orientações Pedagógicas para Docentes do Ensino Superior

Cinep l 2014

www.cinep.ipc.pt


Fichas Pedagógicas Nota introdutória As orientações pedagógicas reunidas nesta coletânea dirigem-se aos docentes do ensino superior e estão centradas na inovação pedagógica. Este trabalho deriva de traduções e adaptações livres de trabalhos de várias fontes, nomeadamente textos escritos para o CINEP por Wendy Leeds-Hurwitz (Fulbright Expert) e outros textos produzidos pelos centros de ensino das universidades de Harvard (Derek Bok Center for Teaching and Learning), Waterloo (Centre for Teaching Excellence e TRACE), Pennsylvania, Ottawa, entre outras. A coletânea tem vindo a ser elaborada desde 2007 (nesse ano ainda no âmbito de projeto financiado pelo POCI2010). As fichas originais estão publicadas, com as devidas referências bibliográficas, no site do CINEP (www.cinep.ipc.pt ). Para a presente edição reestruturámos, sintetizámos, simplificámos e juntámos textos produzidos anteriormente de forma a criar um documento de consulta rápida e fácil onde as sugestões práticas, depuradas dos seus fundamentos teóricos e de considerações preliminares, são o foco principal. Data: Outubro de 2014 Edição: CInEP/IPC Coordenação: Susana Gonçalves Adaptação: Adelaide Santos (2014) Outros colaboradores: Sofia Silva (2007), Dina Soeiro (2007), Carla Fidalgo (2014), Sandra Vasconcelos (2014)

A pedagogia não pode, naturalmente, ser resumida a um pequeno livrinho de receitas e como tal essa não é a filosofia de base deste trabalho. A atividade docente é uma atividade profissional enquadrada por um corpo de conhecimentos técnicos, teóricos e de saber fazer muito sofisticados e complexos. A leitura deste documento não substitui a necessária formação e a reflexão que cada docente deve fazer sobre a pedagogia e o ensino. Feitas estas considerações, é de sublinhar o interesse que esta coletânea pode ter para os docentes do ensino superior como documento de trabalho de consulta rápida, estimulante e sugestiva. ***

Design Grafico: José Pacheco (2007), Igor Carraco (2013), João Teles (2014) Traduções: Susana Gonçalves, Leonor Gambini, Steven Pessoa, Ana Cristina Nobre, Adelaide Santos

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Índice I. PLANEAMENTO CURRICULAR 1. Questões a ter em conta ao escrever o programa da unidade curriclar..................................................................................................9 1.1. Preâmbulo..........................................................................................................9 1.2. Organização e Planeamento...............................................................................9 1.3. Conteúdo programático.....................................................................................9 2. Aspetos a ter em conta antes de ensinar............................................................11 3. O que é para si ensinar ?.....................................................................................13 4. Como planear o semestre: Checklist...................................................................15

II. AMBIENTE DE APRENDIZAGEM 1. Ensino eficaz - atitude e postura do professor....................................................19 2. Avaliação - feedback a meio do semestre...........................................................21 3. Boas práticas no ensino superior ........................................................................23 4. Ensino eficaz: a importância da motivação na aprendizagem.............................25 5. Ensino eficaz: a importância de um ambiente convidativo.................................27 6. Ensino eficaz: papel do professor........................................................................31 7. Ensino eficaz – princípios....................................................................................33 8. Gestão da sala de aula........................................................................................35 9. O horário de atendimento...................................................................................37 10. Resolução de problemas na sala de aula...........................................................39 III. COMUNICAÇÃO E ENSINO 1. Aperfeiçoar a comunicação.................................................................................43 2. Uma comunicação eficaz.....................................................................................45 3. Feedback eficiente..............................................................................................49 4. O que deve saber para preparar uma apresentação/comunicação....................51 IV. MÉTODO DE ENSINO 1. Aulas práticas e laboratoriais..............................................................................55 2. Dicas para um ensino expositivo eficaz (com entusiasmo, expressividade, clareza e interação)...................................................57 3. Sessões tutoriais..................................................................................................61

V. TRABALHO DE GRUPO 1. Trabalho de grupo – 1.os passos.........................................................................65 2. Ambiente e aspeto humano no Grupo...............................................................67 3. Implementar trabalho de grupo na sala de aula.................................................69 3.1. Trabalho a par ou em pequenos grupos..........................................................73

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3.2. Dinâmicas que pode utilizar.............................................................................73 4. Maximizar o desempenho do grupo...................................................................77 5. Liderança, Inclusão e Eficácia..............................................................................79 6. Tomada de decisão em grupo.............................................................................81 7. Tipos de decisão...................................................................................................81 8. Problemas no grupo – Como agir ? – I................................................................83 9. Problemas no grupo – Como agir ? – II...............................................................85

VI. APRENDIZAGEM ATIVA 1. Ensino eficaz e aprendizagem ativa.....................................................................89 2. Aprendizagem que funciona...............................................................................91 3. Atividades a desenvolver numa aula expositiva..................................................93 4. Exemplos de atividades de aprendizagem ativa..................................................99 5. Qual o seu estilo de aprendizagem ?................................................................101 6. Fazer as perguntas certas..................................................................................103 7. Diferentes modos de aprender..........................................................................105 8. Ensinar e aprender de forma tradicional vs inovadora.....................................107

VII. RECURSOS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM 1. Cuidados no uso de meios audiovisuais (PowerPoint, Prezi…)..........................111 2. Utilizar a escrita como ferramenta de aprendizagem.......................................115 VIII. AVALIAÇÃO 1. Avaliação: objetivos, métodos...........................................................................119 2. Preparar trabalhos e exames.............................................................................123 3. Testes e exames: que perguntas........................................................................125 4. Testes e exames ­pontuação..............................................................................127 5. Ler e comentar uma tese..................................................................................129 6. Correção rápida e justa.....................................................................................131 7. Avaliação de trabalhos escritos.........................................................................133 8. Métodos para avaliar o trabalho de grupo........................................................135 9. Integridade académica......................................................................................139 10. Prevenir a fraude em exames..........................................................................141

IX. TUTORIA E ENSINO INDIVUALIZADO 1. Ajudar o estudante a desenvolver trabalho autónomo: orientações para o estudante e para o tutor............................................................................145 2. Determine a sua aptidão para a aprendizagem................................................147 3. Ensino eficaz: centrado no estudante ou no docente ?....................................149 4. Estudo independente: contratos de aprendizagem..........................................153 5. Contrato de aprendizagem – Planeamento de estudo......................................155 6. Exemplo contrato de aprendizagem o (modelo)...............................................157 7. Exemplo contrato de aprendizagem preenchido..............................................158

1 Planeamento Curricular


Planeamento Curricular 1. Questões a ter em conta ao escrever o programa da unidade curricular 1.1 Preâmbulo • Identifica o tema ? • Chama a atenção e motiva ? • Escrito de forma clara e simples ? • Identifica os pré-requisitos (nível de conhecimento, grau de dificuldade) ? • Descreve os objetivos de aprendizagem (e.g.,“ Os estudantes serão capazes de…”, “Os estudantes aprenderão…”) ? • Apela à colaboração (e.g., “Iremos explorar em grupo…”) ? • Remete para o site da unidade curricular ? 1.2 Organização e planeamento • Identifica leituras recomendadas e fontes de informação (site da • unidade curricular, blogues, etc.) ? • Explicita a forma de avaliação ? • Faz referência a aulas de revisão/preparação para exames ? • Identifica o (s) contacto (s) do docente (email e telefone) ? • Define calendarização para entrega de trabalhos e horas de atendimento ? 1.3. Conteúdo programático • É coerente e lógico ? • É exequível (os estudantes terão tempo suficiente para os trabalhos) ? • Tem em consideração pré-requisitos (e.g., heterogeneidade, grau de dificuldade, ritmo de aprendizagem dos estudantes) ? • Os trabalhos decorrem das matérias abordadas ? • As matérias e conteúdos preparam para o projeto /exame ? • Desenvolve competências dos estudantes ? • Promove a aprendizagem e o sucesso escolar ?

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Planeamento Curricular 2. Aspetos a ter em conta antes de ensinar • Conheça os seus estudantes – Identifique os seus interesses, expectativas e conhecimentos para poder motivá-los e responder às suas necessidades de aprendizagem; • Fomente a aprendizagem cooperativa – Estabeleça uma relação de confiança com os estudantes e promova a cooperação, o espírito de entreajuda e o trabalho de grupo. Reforce a cooperação em detrimento da competição; • Promova a aprendizagem ativa – Promova o diálogo, o debate, a capacidade crítica; peça aos estudantes para colocarem questões, organize trabalhos e práticas de laboratório; • Utilize recursos e materiais pedagógicos diversos – Diversificando recursos conseguirá estimular a aprendizagem através da audição e da memória visual; • Diversifique a sua forma de trabalhar com os estudantes – Proponha trabalhos escritos, apresentações orais, trabalhos individuais e de grupo, e pesquisas diversas. Inclua, regularmente, momentos de avaliação; • Aumente a exigência gradualmente – Comece com matérias mais simples e acessíveis e vá evoluindo para conteúdos mais complexos, exigentes e especializados; • Trabalhe em articulação com outros colegas – Comunique aos colegas as matérias e conteúdos programáticos que está a lecionar para que possam trocar ideias e garantir a coerência no ensino e no currículo; • Tenha em atenção a forma como faz os exames/testes – Tenha em mente os objetivos destas provas: 1. Integrar conteúdos (aulas, bibliografia, palestras, grupos de discussão, apresentações etc.); Evidenciar as capacidades de os estudantes sintetizarem, conferirem e analisarem a matéria; 2. Aplicar os conhecimentos teóricos à experiência ou contexto real; • Reflita sobre a importância da sua unidade disciplinar no âmbito do curso e do curriculum – Como pode ajudar os seus estudantes a perceber o que vão aprender consigo ?; • Explique a importância dos conteúdos programáticos – Explique aos estudantes a importância e significado dos conteúdos e mostre-lhes como podem aplicar esses conhecimentos nas suas vidas e carreira. Mais importante do que transmitir conteúdo é mostrar o que pode fazer com ele;

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Planeamento Curricular • Explique aos estudantes o que vão aprender – Relacione a unidade curricular com o curso, fale dos conhecimentos e competências que irão adquirir e do que devem fazer para serem bem-sucedidos; • Utilize pré-testes – Identifique os conhecimentos prévios dos estudantes com pré-testes; • Não sobrecarregue os estudantes – Articule com os outros docentes o agendamento de trabalhos, exames e apresentações de trabalhos. Desta forma, aumenta o envolvimento dos estudantes; • Os estudantes não leem os seus pensamentos – Seja claro quanto às suas expetativas. Se pretende que consultem artigos científicos, diga e explique porquê, onde podem fazer a consulta e como devem referenciá-los; • Tire partido das competências que os estudantes trazem para as aulas – Aproveite os conhecimentos prévios, aptidões e competências para dar sentido e relevância aos conteúdos académicos; • Forme grupos variados – Analise os conhecimentos de cada estudante e procure distribuí-los pelos grupos, para que estejam equilibrados em conhecimentos e contributos. Se necessário, ensine os estudantes a trabalhar em grupo (fale sobre a necessidade de escolher um líder e um anotador, sobre formas de se ajudarem mutuamente, como trabalhar em parceria, partilhar ideias e projetos, como se autoavaliarem, etc.

3. O que é para si ensinar ? A forma como encaramos o ensino influencia o modo como ensinamos. Qual a sua perspetiva sobre o ensino? Identifique-a, ordenando as características abaixo, desde a mais importante (1º) até à menos importante (15º): Nº

No Ensino é importante....

A

A responsabilidade na transmissão precisa e eficaz da matéria.

B

Promover a integração social e profissional do sestudantes.

C

Organizar o ensino em função e a partir do ponto de vista dos estudantes.

D

Reconhecer o esforço de aprendizagem e as capacidades dos estudantes.

E

Procura mudar a sociedade.

F

O entusiasmo ao transmitir informação; contagiar os estudantes com esse entusiasmo.

G

Usar linguagem acessível e tarefas ordenadas do simples para o complexo.

H

Adaptar os conhecimentos profissionais às formas de pensar dos estudantes.

I

Reforçar a autoestima e a autoimagem dos estudantes

J

Valorizar a orientação para coletivo, para o desenvolvimento da sociedade.

K

Os meios objetivos para avaliar a aprendizagem.

L

Equilibrar orientação do professor vs responsabilização do estudante em função do grau de independência que este demonstra possuir.

M

Contribuir para que os estudantes adquiram estruturas cognitivas cada vez mais complexas (usando perguntas, problemas, estudos de caso e exemplos, etc.).

N

Sublinhar o esforço e sucesso do desenvolvimento pessoal dos estudantes.

O

Transmitir valores e ideologias e promover o raciocínio crítico.

Ordenar (1º a 15º)

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Planeamento Curricular

A sua perspetiva sobre o ensino é predominantemente…

Se valorizou os itens…

Ensino focado na TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTO

A-F-K

Ensino focado na APRENDIZAGEM

B-J-L

Ensino focado no DESENVOLVIMENTO do estudante

C-H-M

Ensino orientado para o ACOMPANHAMENTO do estudante

D-I-N

Ensino orientado para a REFORMA SOCIAL

E-J-O

Nota – é comum valorizarmos características de duas ou mais perspetivas sobre o ensino.

4. Como planear o semestre: checklist O docente deve preparar com antecedência o programa da unidade curricular para evitar falhas e garantir tempo suficiente para resolver problemas

Antes de iniciar

No início

• Organizar referências bibliográficas (leituras, websites, …); • Organizar os materiais impressos; • Verificar os recursos nas salas de aulas ; • Planear as primeiras aulas e trabalhos; • Identificar todos os recursos a utilizar; • Obter a lista de estudantes matriculados. • Explicitar os conteúdos e objetivos da unidade curricular; • Escolher criteriosamente os métodos de ensino; • Definir aulas de revisão para recuperação; • Conhecer já a maioria dos estudantes (pronunciar o nome, entregar trabalhos corrigidos, fazer elogios e críticas construtivas ajudam um relacionamento agradável).

• Foco virado para os estudantes com maiores dificuldades; • Avisar os estudantes em risco de reprovar ou com classificação baixa; • Identificar as matérias em que têm mais dificuldades; • Incentivar a procura do professor/tutor no horário de atendimento; Meados do semestre • Atenção à adaptação/integração dos estudantes do 1.º ano (podem precisar de acompanhamento); • Atenção aos finalistas que procuram conciliar trabalhos finais com atividades extracurriculares (flexibilizar e atender às necessidades).

Perto do final

• Ler os trabalhos/projetos finais dos estudantes, mesmo que não atribua nota, para ganhar tempo; • Comparar a forma de correção de trabalhos semelhantes dos anos anteriores para haver coerência; • Reservar sala para aulas de revisão (se as houver); • Despertar o interesse dos estudantes (apresentações, demonstrações, simulações, estratégias inovadoras, etc.); • Lançar as notas dentro do prazo definido.

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2 Ambiente de Aprendizagem


Ambiente de Aprendizagem 1. Ensino eficaz – atitude e postura do professor O contexto escolar e todo o ambiente envolvente deve oferecer condições favoráveis ao estudo e contribuir para a criação de um meio de aprendizagem positivo, convidativo e produtivo onde os estudantes desenvolvem um sentimento de aceitação, de pertença e de segurança que incentiva a aprendizagem e a participação. No entanto, existem outros fatores facilitadores de uma aprendizagem positiva que passa pela qualidade da relação que os professores estabelecem com os seus estudantes e dos valores que orientam as suas atitudes e postura. Atitudes facilitadoras de uma aprendizagem positiva que os docentes devem adotar na sua relação com os estudantes • Ser sensível aos interesses e necessidades dos seus estudantes; • Integrar as ideias e os comentários dos estudantes nas aulas; Compreensão • Comunicar e interagir com os estudantes antes e depois das aulas; • Disponibilizar horas de atendimento frequentes.

Honestidade

• Revelar as expetativas no início do processo de ensino e de aprendizagem; • Evitar tomar partido até reunirem todas as provas disponíveis e examiná-las; • Manter sinceridade e honestidade nas atividades de investigação e de avaliação; • Admitir os erros.

Justiça

• Revelar equidade, coerência e imparcialidade em todas as atividades de ensino e de aprendizagem; • Evitar estereotipar ou estabelecer uma distinção em função da idade, do sexo, dos antecedentes, da etnia, da deficiência ou incapacidade, etc.

Confiança

• Estabelecer uma relação de confiança com os estudantes, dando liberdade mas com responsabilidade; • Envolver os estudantes no processo de aprendizagem dando liberdade de expressão e de escolha aos estudantes.

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Ambiente de Aprendizagem

Atitudes facilitadoras de uma aprendizagem positiva que os professores devem adotar na sua relação com os estudantes

Respeito

• Respeitar os estudantes, mesmo os mais difíceis; • Resolver os conflitos com os estudantes em particular; • Evitar ser arrogante, egoísta ou indiferente na aula; • Evitar zangar-se, não mostrar hostilidade nem rancor perante alguns estudantes que não respeitam as normas.

Integridade

• Fazer corresponder as palavras às ações; • Seguir o plano da aula; • Respeitar os procedimentos de avaliação e explicá-los; • Respeitar os compromissos, responder às perguntas particulares ou fornecer informações na aula seguinte.

2. Avaliação – feedback a meio do semestre Estratégias gerais Antes de fazer qualquer avaliação ou recolha de feedback necessita de saber o que quer avaliar, como o vai fazer e quando é mais apropriado: • O quê? – Aprendizagem e conhecimentos dos estudantes, a eficácia do método de ensino, etc; • Quando? – Na terceira semana; a meio do semestre; depois do exame; • Como? – Utilização de diferentes técnicas de feedback ao longo do semestre. Como recolher feedback ? • Trabalhos e exames realizados – Utilize os trabalhos feitos pelos estudantes para aferir a compreensão dos conteúdos; • Elaboração de questionário – Peça aos estudantes para responderem anonimamente a algumas perguntas, elabore um questionário sobre a matéria; • Participação nas aulas – Avalie a participação e envolvimento; • Recolha de sugestões – Encoraje os estudantes a fazerem perguntas, comentários para serem abordados e desenvolvidos nas aulas; • Emails – Forneça o seu endereço eletrónico aos estudantes para que possam comunicar consigo e esclarecer dúvidas sobre as aulas; • Horário de atendimento – Aproveite a oportunidade de os estudantes irem ter consigo para perceber as suas dificuldades e dúvidas suscitadas nas aulas; • Aulas assistidas – Peça a um colega para assistir a uma ou mais aulas, para lhe dar o feedback antes de o semestre acabar; • Aulas gravadas – Também poderá optar por gravar uma aula para posteriormente analisar; • Auto-avaliação – Faça a sua própria análise. Poderá recolher o seu feedback tirando notas sobre a sua exposição no final de cada aula, tendo um diário de ensino ou preenchendo listas de objetivos. Como dar feedback ? • Nas aulas – Responda aos comentários e às questões dos estudantes nas aulas, esclareça os objetivos e expetativas da disciplina, identifique as estratégias e sugestões que pretende adotar; • Por email – Responda ao feedback recebido por outros meios (e-mail, etc.);

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Ambiente de Aprendizagem • Exames e trabalhos de casa – Faça comentários e apresente sugestões de melhoria;

3. Boas práticas no ensino superior

• Horário de atendimento – Sempre que os estudantes o procurem no gabinete aproveite para dar feedback, fazer comentários, identificar dificuldades e melhorias a fazer.

Aspetos fundamentais

1. Encorajar o contacto entre estudantes e professores

Promover contactos frequentes, dentro e fora das aulas, entre estudantes e professores é um dos aspetos mais importantes na motivação e envolvimento dos estudantes. Se estes verificarem que a escola se preocupa com eles, mais facilmente prosseguem os estudos e se mantêm ativos. Conhecer e interagir com alguns elementos do estabelecimento de ensino superior (professores, colegas do curso ou de outros cursos, etc.) pode aumentar o envolvimento intelectual e encorajar os estudantes a pensarem sobre os seus valores e planos de futuro.

Fomentar a cooperação ajuda as pessoas a trabalharem de forma mais produtiva. Uma boa aprendizagem, um bom 2. Desenvolver a trabalho, deve ser feito de forma colaborativa e social, não cooperação entre de forma isolada ou competitiva. Trabalhar com os outros estudantes aumenta o envolvimento na aprendizagem. Partilhar ideias e responder às ideias dos outros promove o pensamento e a compreensão.

3. Encorajar a aprendizagem ativa

4. Dar feedback imediato

Os estudantes devem pensar, executar e avaliar. Os estudantes não aprendem apenas na aula, a ouvir o professor, memorizando conhecimentos pré-empacotados e debitando respostas a perguntas. Eles precisam, essencialmente, de falar e escrever acerca do que aprendem, relacionar os conhecimentos com a suas experiências e aplicá-los à sua vida do dia-a-dia. Eles precisam de fazer daquilo que aprenderam uma parte de si mesmos. Ter consciência daquilo que sabemos e não sabemos orienta a nossa aprendizagem. Os estudantes precisam de feedback apropriado sobre o seu desempenho. Para começar, precisam de ajuda para avaliarem o conhecimento e as competências que já possuem. Nas aulas, precisam de oportunidades frequentes para agirem e receberem sugestões sobre como melhorar. Em vários momentos, durante e no final do seu curso, precisam de oportunidades para refletirem sobre aquilo que aprenderam, aquilo que ainda precisam aprender e como se podem autoavaliar.

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Ambiente de Aprendizagem

Aspetos fundamentais (cont.)

5. Dar ênfase ao tempo em tarefa

6. Comunicar expetativas elevadas

7. Respeitar diferentes talentos e formas de aprender

Assegurar muitas atividades práticas úteis, produtivas e orientadas (Tempo + Energia = Aprendizagem). Não há substituto para o tempo em tarefa. Aprender a usar bem o tempo é igualmente essencial para os estudantes e os profissionais. Os estudantes precisam de ajuda para aprender a gerir de forma eficaz o tempo. Atribuir tempos realistas às atividades a desenvolver significa aprendizagem eficaz para os estudantes e ensino eficaz para os professores. A forma como uma instituição define as expetativas de tempo para os seus estudantes, professores, gestores, etc., pode estabelecer as bases do desempenho de qualidade para todos. Encorajar os estudantes a desenvolverem expetativas positivas sobre si mesmos. Se esperarmos mais dos estudantes vamos obter mais deles. As expetativas elevadas são importantes para todas as pessoas – quer para os que estão mal preparados, quer para os que não ambicionam superar-se a si mesmos, quer para os que são brilhantes e altamente motivados. Quando os professores e instituições acreditam nos seus estudantes e têm expetativas elevadas sobre eles, isso funciona como uma profecia que se autorrealiza. Há muitos caminhos para a aprendizagem. As pessoas trazem diferentes talentos e estilos de aprendizagem para a faculdade/escola. Estudantes brilhantes numa aula de seminário podem ser muito inaptos no laboratório ou no estúdio de arte. Estudantes bons na experimentação e em trabalhos práticos podem não se sair tão bem em trabalhos teóricos. Os estudantes necessitam de oportunidades para mostrarem os seus talentos e para aprenderem através das modalidades que melhor funcionam com eles. Posteriormente, podem ser sujeitos a novas formas de aprendizagem que não lhes sejam tão favoráveis, fazendo com que evoluam.

4. Ensino eficaz: a importância da motivação na aprendizagem A motivação ou interesse em aprender é um estado muito subjetivo que combina uma diversidade de interesses, necessidades, emoções, atitudes, competências, experiências, expetativas e valores individuais. Desta forma, a motivação será diferente em cada estudante e em diferentes graus. De acordo com Edwin Ralph existem 5 fatores que podem estimular a motivação nos estudantes para a aprendizagem:

Empatia

• Estabelecer relação positiva com os estudantes, uma relação de proximidade que permita criar um equilíbrio entre a dimensão cognitiva e a dimensão afetiva (identidade, respeito mútuo, informalidade, amizade, apoio, interajuda).

Curiosidade

• Captar o interesse e motivar os estudantes no início das aulas e estimulá-los durante o semestre (e.g., suscite a curiosidade deles para os conteúdos programáticos, diversifique as metodologias de ensino, utilize diferentes materiais, dinamize atividades, etc.).

Pertinência

• Valor e utilidade dos conteúdos programáticos; • Oportunidade de aplicarem os conhecimentos adquiridos (e.g., em estágios).

Confiança

• Reconhecer as aprendizagens efetuadas e reforçar os conhecimentos e competências dos estudantes; • Estabelecer objetivos suficientemente exigentes e ajudar na sua concretização; • Lançar desafios.

Satisfação

• Avaliação sincera, autêntica, imediata e precisa; • Reforçar a aquisição de conhecimentos particulares ou o domínio de competências específicas.

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Ambiente de Aprendizagem 5. Ensino Eficaz: a importância de um ambiente convidativo O sucesso da aprendizagem dos estudantes está dependente de uma diversidade de fatores e o ambiente é um deles. Se este for convidativo, os estudantes estarão mais motivados para participar e colaborar com o professor e com os colegas no processo de ensino-aprendizagem. Tornar o ambiente convidativo passa por dar relevância ao sentimento de inclusão dos estudantes, às suas atitudes relativamente à aprendizagem, ao significado e importância que atribuem à disciplina e ao reconhecimento das suas próprias competências. Já ponderou sobre a importância destes fatores na aprendizagem dos seus estudantes ? Fatores que influenciam o ambiente de aprendizagem • Relação de empatia com os estudantes (dê a conhecer um pouco de si aos estudantes e procure conhecê-los também (e.g., interesses, família, percurso académico, experiências pessoais); • Relação de proximidade entre os próprios estudantes (crie um espaço para os próprios estudantes se apresentarem e se conhecerem (dinamize atividades de quebra-gelo, para os deixar à vontade); Sentimento • Identificação dos estudantes pelos seus nomes; de inclusão/ • Partilha de sentimentos e emoções; Pertença • Demonstração de atenção, interesse, simpatia e respeito; • Utilização de exemplos inclusivos e culturalmente diversificados; • Disponibilidade (seja acessível e respeite todos os comentários, questões ou críticas); • Humildade (quando não souber algo, peça ajuda aos estudantes); • Coerência (mantenha-se fiel às suas promessas: estrutura, conteúdos e avaliação da disciplina). Incentivo à disciplina

• Utilize métodos e estratégias para despertar a curiosidade e atenção dos estudantes (questões intrigantes, problemas atuais, histórias envolventes, etc.); • Estabeleça objetivos de aprendizagem claros (“Irão aprender a …”);

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Ambiente de Aprendizagem

Fatores que influenciam o ambiente de aprendizagem

Incentivo à disciplina (cont.)

Criação de expetativas de aprendizagem

Desenvolvimento de competências

• Adeque, tanto quanto possível, os conteúdos e os objetivos da disciplina aos interesses e necessidades dos estudantes (utilize um inquérito ou questionário para identificar essas necessidades); • Apele à participação e envolvimento dos estudantes (permita que escolham o tipo de tarefa a realizar: trabalho escrito, oral, individual ou em grupo, etc.); • Crie momentos de autoavaliação, resolução de problemas, experimentação, etc.; • Permita flexibilidade no cálculo da nota final (duas frequências ou uma frequência e um trabalho); • Esteja atento aos estudantes que revelam distanciamento e desinteresse pela disciplina, procure perceber o motivo para cativá-los. • Seja claro quanto às expetativas – transmita aos estudantes o que eles precisam de fazer para serem bem-sucedidos na sua disciplina; • Diversifique a forma como dá as aulas e a metodologia de ensino; • Utilize técnicas de aprendizagem ativa (sessões de pergunta-resposta, resolução de problemas, pequenas discussões, breves atividades de estudo, etc.); • Coloque desafios aos estudantes; • Estimule o pensamento crítico; • Seja organizado (seja claro nas suas revisões e transições de tema, estabeleça uma relação explícita entre os objetivos e as atividades da aula). • Encoraje os estudantes reconhecendo o seu esforço na aprendizagem; • Realce a aprendizagem através dos erros; • Confie na capacidade de estudo e trabalho dos estudantes; • Acompanhe o trabalho dos estudantes e dê-lhes feedback; • Utilize a crítica construtiva: realce as qualidades e seja específico quanto às áreas a melhorar; • Reconheça e reforce a responsabilidade dos estudantes no processo de aprendizagem; • Incentive os estudantes a explorar a importância e a utilidade da disciplina em termos pessoais e profissionais;

Fatores que influenciam o ambiente de aprendizagem

Desenvolvimento de competências (cont.)

• Envolva os estudantes na avaliação uns dos outros (heteroavaliação); • Promova a autoavaliação (ajude os estudantes a refletir sobre o seu próprio processo de aprendizagem); • Incentive e promova a cooperação e a entreajuda ; • Celebre o sucesso da turma.

Para melhorar a sua eficiência enquanto professor importa refletir sobre a sua própria prática, ou seja, perceber qual a perceção que tem relativamente aos estudantes, à situação de ensino, aos objetivos enquanto professor, à postura motivacional, estratégias e metodologia de ensino: Sua perceção – papel professor Estudantes

• Como vê os seus estudantes ? Curiosos, inteligentes, criativos, confiantes, responsáveis, etc. ?

Ensino

• Como vê a sua situação de ensino ? Tem liberdade para ser criativo, imaginativo, etc. ? Quais as vantagens e desvantagens do ensino ?

Objetivos

• Quais os seus objetivos enquanto professor ? O que pretende que os estudantes aprendam ?

Motivação

• O que significa para si motivação ? • Como motiva os seus estudantes? Porquê ?

Metodologia • Como se sente enquanto professor ? Qual a perceção do seu papel de professor ? Porquê ? de Ensino • Como avalia as suas aulas ? Porquê ?

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Ambiente de Aprendizagem 6. Ensino eficaz: papel do professor Os papéis do professor podem mudar ou serem adotados de várias formas, em função da situação de aprendizagem, das características dos estudantes, do conteúdo lecionado e de outros fatores. Eis alguns papéis que o professor desempenha na sua aula pedagógica: Tipo

Papel do professor

Especialista

• Dispõe de informação, conhecimentos e experiência numa determinada área específica, que transmite aos estudantes e garante que eles adquirem competências e desenvolvem as suas capacidades nessa área.

Autoridade

• É um agente de ensino, de controlo e avaliação.

Modelo

• Estabelece um protótipo na forma de pensar e de fazer as coisas e incentiva os estudantes a seguirem o seu modelo.

Facilitador

• Guia e dirige os estudantes ouvindo, colocando perguntas, examinando as opções, sugerindo soluções e incentivando os estudantes a elaborarem critérios com o intuito de fazerem escolhas adequadas, sem impor respostas; • Faz consultoria, apoio e motivação necessários aos estudantes.

Delegado

• Ajuda os estudantes a melhorarem as capacidades de elaborar perguntas, de terem iniciativa e responsabilidade de se tornarem independentes; • Está disponível como pessoa- recurso.

• Serve de referência, transmitindo ideias, valores, normas enAgente de quanto professor, transformando a personalidade dos estudantes socialização e contribuindo para o desenvolvimento social dos mesmos. Individuo

• Promove o relacionamento interpessoal, a confiança, a auto-estima, etc.

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Ambiente de Aprendizagem 7. Ensino eficaz - princípios Não existe, no absoluto, uma “melhor” forma de ensinar. Há diversas formas adequadas de ensinar, em função da situação de aprendizagem, dos aprendizes, do conteúdo, do professor e de outros fatores. Um ensino eficaz responde a diversos estilos de aprendizagem utilizando métodos de ensino diversificados. Enquanto professor é muito importante que reflita sobre o que significa para si o ensino, para isso damos a conhecer algumas explicações filosóficas e práticas do ensino. A filosofia de ensino Que importância tem o ensino para si? Quais os seus objetivos enquanto professor? Como avalia o seu papel de professor? O processo de reflexão acerca do ensino é muito importante. Pensar sobre a forma como tem sido a sua prática de ensino é refletir acerca do seu crescimento pessoal como docente e renovar o seu compromisso perante os objetivos de ensino com o intuito de adaptar as estratégias e os métodos de ensino. Filosofia de ensino • Perceção sobre o que é o ensino; • Objetivos do ensino; • Motivação para o ensino; • Facilitação do procedimento de aprendizagem; • Expetativas de ensino dos professores; • Expetativas de aprendizagem dos estudantes; • Evolução e desenvolvimento do ensino. Princípios para uma boa prática do ensino Proximidade entre o pessoal Docente Cooperação entre os estudantes

• Dispõe de informação, conhecimentos e experiência numa determinada área específica, que transmite aos estudantes e garante que eles adquirem competências e desenvolvem as suas capacidades nessa área. • Partilha de ideias, interesses e projetos entre estudantes e professores.

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Ambiente de Aprendizagem

Princípios para uma boa prática do ensino Aprendizagem • Promover a participação ativa dos estudantes nas aulas; dinâmica • Dinamizar trabalhos práticos (experiências, simulações etc.). Feedback rápido

• Rapidez na correção e entrega dos exames e trabalhos dos estudantes; • Fazer comentários escritos aos trabalhos dos estudantes.

Gestão do tempo

• Fazer uma boa gestão do tempo (não deixar que as pausas sejam demasiado longas, permitir que os estudantes que faltam possam recuperar, atribuir uma agenda para a realização dos trabalhos); • Começar e terminar as aulas no tempo previsto.

Expetativas elevadas

• Clarificar as expetativas e o grau de exigência; • Fixar objetivos e metas a atingir pelos estudantes.

Diversidade e estilos de aprendizagem

• Respeitar o ritmo e capacidade de aprendizagem de cada estudante, diversificando as metodologias de ensino; • Identificar necessidades dos estudantes e ir ao encontro das suas expetativas de aprendizagem; • Atenção e reforço suplementar aos estudantes com maiores dificuldades.

8. Gestão da sala de aula No início do semestre, é muito importante que o professor crie na sala de aula um ambiente inclusivo e de confiança, que promova a relação entre o professor e os estudantes, que estimule a aprendizagem e a colaboração entre os estudantes. Aspetos a ter em conta para criar um ambiente inclusivo na sala de aula • Apresentação à turma – Para além de dizer aos estudantes como deseja ser tratado/a, fale um pouco do seu background: quando se começou a interessar pela disciplina, como tem sido importante para si e porque está a dar aulas neste curso. Transmita genuinamente o seu entusiasmo; • Ficha de apresentação – Inclua: (nome, morada em tempo de aulas, endereço eletrónico, ano que frequenta e principal área de estudo); • Memorização dos nomes dos estudantes – Ao aprender os nomes dos estudantes, pode criar um ambiente confortável que irá favorecer a interação entre os estudantes. Saber os nomes dos seus estudantes transmite-lhes também o seu interesse por eles, enquanto indivíduos; • Conhecimento dos estudantes e suas expetativas – Peça aos estudantes para se apresentarem e para dizerem quais as expetativas sobre a disciplina; • Divisão da turma em grupos pequenos – Atribua uma pequena tarefa, um exercício de brainstorming e a seguir escreva as respostas no quadro para serem discutidas e interpretadas; • Incentivo à entreajuda dos estudantes – Se todos os estudantes concordarem, peça-lhes que escrevam o nome, número de telefone e endereço eletrónico para distribuir a todos. Incentive os estudantes a telefonarem aos colegas para obter informação sobre aulas a que faltarem, trabalhos de casa e grupos de estudo; • Observação e contato visual – Demonstre atenção a todos os estudantes que estão na sala de aula e ao seu comportamento e aja em conformidade; • Distribuição dos estudantes pela sala – Distribua os estudantes pela sala para que consiga andar entre eles; • Valorização das atividades extracurriculares dos estudantes – Procure saber e valorizar as atividades ou ocupações que os seus estudantes têm fora das aulas, preste atenção aos prémios e distinções dos estudantes e dê-lhes a entender que tem conhecimento do seu desempenho; • Discussão de assuntos da atualidade – Tire partido de acontecimentos ou situações exteriores, quando for apropriado. Relacione os acontecimentos mundiais mais importantes ou os acontecimentos da escola tanto com a sua turma como com a vida dos estudantes fora da sala de aula;

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Ambiente de Aprendizagem • Contato informal com os estudantes antes das aulas – Chegue cedo e converse com os estudantes. Procure saber qual a perceção que têm da unidade curricular. Pergunte como é que o curso está a decorrer, se gostam dos textos que estão a ler? Se há alguma coisa que queiram incluir nas aulas? • Reforço do apoio aos estudantes com maior dificuldade – Mostre disponibilidade para atendimento, esclarecimento de dúvidas e feedback individualizado da avaliação, etc. (estudantes que têm 10 ou nota inferior); • Valorização através do mérito – Reconheça os estudantes que têm bom desempenho (nota 15 ou superior), verbalmente e por escrito. Incentive a que continuem a trabalhar nesse sentido; • Incentivo no recurso ao horário de atendimento – Programe tópicos para o horário de atendimento. Se os estudantes mostrarem relutância em aparecer, programe periodicamente uma “sessão de ajuda” sobre um tópico em particular, em vez de um horário de atendimento sem assunto definido; • Valorização de perguntas e dúvidas – Explique a importância das perguntas ou dúvidas dos estudantes na aprendizagem dos conteúdos programáticos. Preste atenção a todas as perguntas e dê-lhes uma resposta direta; • Criação de empatia – Nem todos os seus estudantes estão igualmente motivados e interessados na unidade curricular, procure compreender porquê; • Sensibilidade aos ritmos de aprendizagem – Abrande o ritmo quando explicar ideias complexas e reconheça a dificuldade e importância de certas ideias ou operações.

9. O horário de atendimento Os docentes podem ter no seu horário de atendimento alguns dos momentos mais gratificantes de lecionação. Apresentamos algumas estratégias gerais para orientação do seu horário de atendimento. Estratégias gerais sobre o horário de atendimento aos estudantes Antes de começar o semestre • Planear as horas de atendimento (n.º de horas definidas pela instituição); • Elaborar plano de atendimento de acordo com a sua disponibilidade; • Afixar na porta do gabinete o horário de atendimento e contatos (telefone e email). No primeiro dia de aulas • Fazer referência ao horário de atendimento; • Realçar a importância da utilização e recurso ao horário de atendimento (colocação de questões, esclarecimento de dúvidas, sugestões, elaboração de trabalhos, leituras, etc.). No decurso do semestre • Motivar os estudantes a recorrer ao horário de atendimento revelando disponibilidade e acessibilidade (e.g., fique na sala depois da aula); • Convidar os estudantes a irem ao seu gabinete durante o horário de atendimento várias vezes durante o semestre; • Se necessário devolver os trabalhos dos estudantes com uma nota a dizer “Por favor, venha falar comigo no horário de atendimento”. Gestão e planeamento do horário de atendimento • Promover um ambiente informal, amigável, confortável, descontraído aos estudantes que se deslocam ao gabinete; • Dar aos seus estudantes total atenção, pondo o seu trabalho de lado e adiando as conversas longas com quem lhe telefonar ou aparecer no gabinete; • Agradecer aos estudantes que aparecerem perto do final do seu horário de atendimento, encorajando-os a voltarem mais cedo ou marque um encontro noutra altura conveniente para ambos; • Aconselhar os estudantes a prepararem as perguntas que querem fazer antes do atendimento; • Reunir os estudantes quando estes exprimirem preocupações semelhantes ou fizerem as mesmas perguntas; • Dedicar um horário de atendimento específico para revisão de tópicos difíceis.

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Ambiente de Aprendizagem 10. Resolução de problemas na sala de aula O que fazer perante um problema ou uma situação desconfortável que ocorre na sala de aula? Cada professor terá uma determinada postura na forma de abordar o problema, que depende da sua própria sensibilidade, da sua perceção do problema, da sua experiência em lidar com problemas semelhantes ou das técnicas que poderá desenvolver. Atitudes a tomar • Assumir o problema – Não deve ser indiferente ao problema, nem fingir que não aconteceu. Não evite o problema. Assuma e enfrente com naturalidade perante os estudantes e a turma; • Transformar em oportunidade de aprendizagem – Um conflito, um problema ou uma divergência de opiniões não têm de ser negativos, podem constituir oportunidades de aprendizagem. Encare o conflito como natural e como uma oportunidade para analisar diferentes pontos de vista e opiniões com a turma. (e.g., aproveitar um comentário ofensivo de um estudante e colocá-lo em cima da mesa como assunto a ser debatido “Quem pensa desta forma ? Porque sustentam este ponto de vista ? Quem discorda ? Porquê ?); • Manter o autocontrolo – Por mais difícil e desconfortável que seja a situação não perca o controlo das suas emoções e sentimentos. Enfrente e tente agir com naturalidade; • Ser imparcial – Procure ter o máximo de isenção. Adote uma atitude de neutralidade e imparcialidade; • Facilitador e mediador – Adote o papel de mediador ou facilitador da comunicação, estabeleça regras e normas, promova o diálogo e uma discussão aberta, partilhada entre a turma mas garantindo respeito e um ambiente amigável; • Investigar o problema – Procure perceber os verdadeiros interesses, argumentos e posições das partes intervenientes e os significados implícitos da situação; • Faça uma pausa – Se os ânimos estão muitos exaltados faça uma pausa ou intervalo para aliviar ou travar a tensão; • Adie o problema – Se não se sente capaz de lidar ou enfrentar no momento em que este acontece, é melhor adiá-lo para outro dia (terá tempo para planear a forma ou a estratégia para abordá-lo);

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Atitudes a tomar (cont.) • Relativize – Para conseguir enfrentar a situação, poderá ter de manter algum distanciamento e relativizar comentários ou observações; • Conheça-se a si próprio – Saiba quais são os seus limites e os seus pontos fracos para que possa adotar estratégias de controlo sobre si próprio e sobre a própria situação; • Informalidade – Se for oportuno, fale com os estudantes fora da sala de aula, num ambiente mais descontraído.

3 Comunicação e Ensino


Comunicação e Ensino 1. Aperfeiçoar a comunicação A capacidade de comunicação de um professor e a eficácia dessa comunicação pode influenciar no processo de aprendizagem dos estudantes. Por isso, eis algumas estratégias para tornar a sua comunicação mais eficaz: Preparação • Prepare e treine algumas partes (especialmente a introdução e conclusão) e planeie os principais pontos a abordar durante a apresentação; • Evite memorizar ou ler a sua apresentação (é denso, impessoal, desinteressante e minimiza o contato visual com o público). Simplicidade e naturalidade • Seja o mais natural e espontâneo possível, mostre-se flexível e disponível para responder a perguntas e esclarecer dúvidas durante a apresentação; • Mantenha uma postura corporal aberta (não cruze os braços), volte-se para o público e mantenha contacto visual; • Evite estar parado. Faça movimentos e gestos com as mãos (eles ajudam a expressar a sua energia e entusiasmo, acrescentam variedade e interesse à apresentação); • Evite usar palavras de preenchimento (tiques de linguagem): o silêncio entre as palavras nunca parece tão longo ao público como a si. Contato visual • Olhe o público, envolva e mantenha uma relação de proximidade e confiança. Interação e discussão • Promova a interação, faça perguntas sobre a temática que está a apresentar (perguntas retóricas ou diretas), dê exemplos, conte anedotas ou histórias relacionadas com a temática (o humor é ótimo para colocar as pessoas à vontade e para criar empatia). Dinamismo • Dê energia à sua apresentação utilizando a dinâmica do brainstorming (método para criar ideias e projetos inovadores), criando grupos de discussão, fazendo demonstrações e simulações, explorando a capacidade criativa dos estudantes, etc; • Não fale mais de 10-20 minutos seguidos (mais tempo torna-se cansativo e a apreensão da informação torna-se mais difícil); • Varie a velocidade e frequência da sua voz, para manter o público acordado e atento (os oradores lentos e monótonos causam sonolência e os rápidos são difíceis de acompanhar). Carisma • Seja carismático e mostre o seu entusiasmo e simpatia durante a apresentação (sorrir ocasionalmente tem um efeito relaxante em si e no público); • Memorize o nome dos seus estudantes e interaja com eles chamando-os pelo seu nome, pois assim capta a atenção mais rapidamente.

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Comunicação e Ensino Autoavaliação • Se tiver oportunidade observe e analise uma gravação da sua apresentação. Motivação • Nunca subestime a sua importância enquanto suporte visual e fonte de motivação para o seu público (o efeito de um orador no público resulta primeiro do visual, depois da voz e só a seguir das palavras).

2. Uma comunicação eficaz A comunicação eficaz influencia, persuade, seduz, lidera, gera resultados, logo é um meio de formação de indivíduos autónomos no pensar, falar e agir (elementos básicos no processo de aprendizagem). Precisamos, de desenvolver a comunicação eficaz por meio de recursos técnicos, atitudes e comportamentos. A comunicação bem-sucedida é uma competência acessível a todos e condição para a melhoria da nossa vida e do nosso trabalho. Eis alguns obstáculos que limitam a compreensão da comunicação e algumas estratégias para melhorar a comunicação verbal (oral e escrita) e não-verbal. 2.1 Obstáculos a uma comunicação verbal eficaz • Agenda pessoal – Quando nos centramos nos nossos pensamentos e nas respostas que queremos dar não conseguimos prestar verdadeira atenção ao que o interlocutor está a dizer. • “Ruído” emocional – Quando reagimos emocionalmente a certas palavras, conceitos e ideias, e a outros sinais dos interlocutores (aparência e sinais não-verbais). Faça um esforço consciente para silenciar as suas reações emocionais para que possa prestar a devida atenção. • Avaliação crítica – Quando fazemos avaliações críticas sobre o interlocutor. Concentre-se na mensagem e não no mensageiro. • Velocidade do pensamento – A velocidade com que pensamos é muito superior à velocidade do discurso. Pode precisar de se concentrar para clarificar e organizar mentalmente o que o interlocutor está a dizer. • Excesso de informação – Tente concentrar-se na informação relevante e nos pontos fundamentais que estão a ser transmitidos. Muita informação pode gerar confusão e distração. • “Ruído” exterior – Os ruídos audíveis podem ser extremamente desagradáveis e desconcentrantes (e.g., toque do telefone, música alta, pessoas a conversar, barulho de construções, etc.). Procure minimizar e abstrair-se destes “barulhos” à sua volta. • Bem-estar físico e emocional – Sentir-se mal física ou emocionalmente pode tornar muito difícil a sua concentração e atenção. • Abstração e formalidade – Seja tão claro e preciso quanto possível. Não utilize uma linguagem demasiado abstrata e formal, coloquialismos e gíria, porque em vez de impressionarem positivamente as pessoas vão tornar a sua mensagem mais confusa. • Precipitação – Não tire conclusões precipitadas. Certifique-se que está na posse de toda a informação disponível e, em seguida, fale claramente sobre os factos em vez de falar dos significados ou interpretações que associa a esses factos.

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Comunicação e Ensino • Interromper – Evite interromper quem está a falar. É muito desagradável. Saber ouvir, respeitar o tempo do outro, aguardar pela sua vez é muito importante em qualquer processo de comunicação. • Insegurança – A falta de autoconfiança é um obstáculo a uma comunicação eficiente. A timidez, a dificuldade em ser assertivo ou a falta de autoestima podem prejudicar a sua capacidade de transmitir as suas necessidades e opiniões. • Estereótipos – Evite ideias pré-concebidas sobre as pessoas e as coisas. • Generalizações – Fazer suposições e generalizações podem conduzir a ideias erradas. É preciso ter presente que cada pessoa interpreta as coisas de maneira diferente. • Falta de tempo – A pressa ou a falta de tempo pode dificultar a perceção e compreensão da informação. • Foco na negatividade – Embora possamos reconhecer as coisas positivas, damos frequentemente mais peso aos aspetos negativos. Procure inverter essa tendência. • Diferença – Cada pessoa interpreta as coisas de maneira diferente. Certifique-se das interpretações feitas pelas outras pessoas e seja explícito relativamente às suas próprias interpretações. Identifique metas, valores e prioridades pertinentes ao trabalhar com outras pessoas. • Incongruência – Não diga uma coisa e faça outra. Tente ser coerente na mensagem que transmite. Tente que haja coerência entre as suas sugestões verbais e a sua linguagem corporal. 2.2 Estratégias para uma comunicação verbal eficaz • Concentração – Concentre-se e ouça quem está a falar (esqueça as suas preocupações e silencie os seus próprios comentários interiores).

• Autenticidade – Seja você mesmo. Seja honesto consigo próprio, concentre-se em trabalhar bem com as pessoas que o rodeiam e em agir com integridade. • Empatia – Crie empatia com o interlocutor. É importante demonstrar sensibilidade e importar-se realmente com as pessoas com quem se trabalha. • Flexibilidade – Aceite outros pontos de vista e mantenha o espírito aberto em relação a outras formas de proceder. A diversidade conduz à criatividade e à inovação. • Confiança – Seja firme em relação aos seus direitos e necessidades. Se se desvalorizar, os outros serão tentados a desvalorizá-lo também. • Acessível – Apresente-se como igual e não como superior ao outro. Mesmo quando está em posição de autoridade, concentre-se naquilo que você e a outra pessoa têm para oferecer no contributo de cada um para o trabalho. • Respeito – Reconheça e valorize as experiências dos outros. Agradeça-lhes o contributo. Mostre que respeita o direito a terem as suas próprias ideias e sentimentos, mesmo que discorde deles. • Coerência – Seja coerente entre os sinais verbais e os não-verbais. • Atribuição de significado – Nem todas as pessoas associam os mesmos significados às mesmas coisas ou situações. Interrogue-se sobre a razão pela qual associa esses significados àquilo que faz. • Auto-avaliação – Faça regularmente uma autorreflexão. Procure obter um feedback honesto e construtivo por parte das outras pessoas. • Altruísmo – Desenvolva a capacidade de se concentrar nos outros e tente compreendê-los melhor adquirindo conhecimentos sobre eles, prestando-lhes atenção e imaginando como se sentiria se estivesse na situação deles.

• Observação – Repare na linguagem corporal e nos sinais não-verbais para uma melhor compreensão do discurso do interlocutor. Evite, contudo, distrair-se e perder a mensagem verbal, esteja atento aos pormenores, mas tenha presente o enquadramento geral. • Atenção – Procure ter uma compreensão global daquilo que o interlocutor está a tentar comunicar em vez de reagir a palavras ou termos individuais. • Interrogação – Use as perguntas para clarificar a sua compreensão e demonstrar interesse pelo que está a ser dito. • Objetividade – Exprima-se em termos de informação, observações e assuntos específicos, em vez de tirar conclusões sobre pessoas ou situações. • Profissionalismo – Tente não ver as coisas por um prisma pessoal e, da mesma forma, exprima as suas necessidades e opiniões em termos do trabalho.

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3. Feedback eficiente Estamos constantemente a receber e a dar feedback, seja explicitamente através de linguagem oral ou escrita, ou implicitamente através de gestos ou tom de voz. Apesar de ser fácil entender o feedback como pessoal, deve tentar percecioná-lo enquanto uma oportunidade de aprendizagem. O feedback pode reforçar qualidades já existentes, manter um comportamento direcionado para os objetivos, esclarecer os efeitos de determinados comportamentos e aumentar as capacidades de identificação e correção de erros. Utilize as dicas a seguir para receber e dar feedback eficientemente. Receber feedback (Input) • Saber ouvir – Ouça a pessoa e preste atenção ao que de facto está a dizer. • Não interromper – Aguarde pela sua vez para falar e intervir. É importante não interrompermos os outros para não os desconcentrarmos ou dificultarmos o seu raciocínio. • Dar atenção – Por vezes a linguagem corporal e o tom de voz dizem mais do que as palavras. A concentração e a atenção mostra que valoriza o que a outra pessoa tem para dizer, deixando-o à vontade e tranquila. • Ser recetivo – Isto significa estar aberto a novas ideias e opiniões diferentes. Por vezes, existe mais do que uma maneira de fazer as coisas e os outros poderão ter um ponto de vista totalmente diferente do seu. • Compreender – Assegure-se de que percebe o que lhe estão a dizer, especialmente antes de responder. Se necessário faça perguntas para ficar esclarecido. • Refletir – Analise o valor do feedback, as consequências de o utilizar ou ignorar e depois decida o que fazer. • Aplicação – Existem muitas formas de dar seguimento ou aplicação ao feedback. Por vezes, pode significar apenas implementar as sugestões dadas ou reunir para discutir o feedback. Dar feedback (Output) • Seleção e organização – Limite o seu feedback às questões mais importantes. Não se esqueça que fornecer demasiado feedback de uma só vez poderá ser difícil de processar para o recetor. • Assertividade – Procure ser hábil ao dar o seu feedback, ou seja, assertivo na forma como responde, adotando expressões afirmativas, construtivas e não em tom acusatório (e.g., “Não o tenho visto nas aulas toda a semana. Preocupa-me que possa estar a perder informação. Podemos reunir-nos para debater isso?” Em vez de: “Obviamente esta disciplina não lhe interessa!”).

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Comunicação e Ensino • Reforço – Comece por reforçar e valorizar o que o recetor está a dizer ou a fazer. Depois identifique as áreas específicas em que ele deve melhorar e como. Conclua com um comentário positivo. Este modelo ajuda a reforçar a confiança (e.g., “A sua apresentação foi ótima. Estabeleceu um bom contacto visual e estava muito bem preparado. Foi um pouco difícil ouvi-lo no fundo da sala, mas com prática resolve essa questão. Continue com o bom trabalho!” Em vez de: “Não fala suficientemente alto. No entanto, a apresentação correu bem.” • Objetividade – Evite fazer comentários gerais que poderão ser pouco úteis para o recetor. Tente incluir exemplos para demonstrar exatamente a que se refere. • Realista – O feedback deve concentrar-se no que pode ser mudado. É inútil e frustrante para os recetores receber comentários acerca de algo sobre o qual não têm qualquer controlo. Evite utilizar as palavras “sempre” e “nunca”. • Apreciação pessoal – Não se esqueça que o feedback é apenas a sua opinião. • Oportuno – Forneça o seu feedback no timing apropriado para ter impacto e ser eficaz. Um feedback dado demasiado tarde pode suscitar sentimentos de culpa e ressentimento no recetor, uma vez que a oportunidade para melhorar já passou. Se o feedback for principalmente negativo prepare calmamente o que vai dizer ou escrever. • Disponibilidade – O feedback deve ser um processo contínuo, não um acontecimento único. Mostre disponibilidade caso tenham questões para colocar.

4. O que deve saber para preparar uma apresentação/comunicação Quer seja para uma comunicação numa conferência académica ou para dar uma aula, a preparação da apresentação é crucial para o seu sucesso. Eis algumas dicas para sua orientação: • Estabeleça objetivos para a apresentação – Porque vou fazer a apresentação ? Qual é a mensagem ? O que pretendo com esta apresentação ? Como posso saber se alcancei os objectivos ? • Conheça o público-alvo – A sua apresentação deve ser feita tendo sempre em consideração o público-alvo. Por isso importa conhecer algumas das suas características, como o perfil demográfico (idade, sexo, ocupação, nível de habilitações académicas, estatuto socioeconómico, etc.), porque estão ali ? Quais as motivações e expectativas? O que sabem sobre o tema ? • Escolha o tipo de estrutura para a apresentação – Deve decidir sobre a forma como vai dividir o tópico/temática em pontos e organizá-los. • No início da apresentação (diga-lhes o que lhes vai dizer): 1. Faça uma revisão da aula anterior, se for aplicável; 2. Refira antecipadamente os tópicos da apresentação e mostre um sumário. • No decurso da apresentação (diga o que lhes quer dizer): 1. Divida a comunicação em subtópicos de 15 minutos; 2. Para cada subtópico faça uma breve introdução, conclusão e transição para o subtópico seguinte; 3. Explique como cada subtópico se integra no seu plano geral; 4. Varie o ritmo: por exemplo, faça um período de perguntas no final de cada subtópico ou alterne períodos expositivos de 15 minutos com atividades interativas ou apresentações audiovisuais de 15 minutos. • No fim da apresentação (diga-lhes o que já lhes disse): 1. Faça um resumo dos pontos principais da sua apresentação; 2. Aluda de forma breve à próxima aula; 3. Marque trabalho específico para a próxima aula, se for apropriado.

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4 MĂŠtodo de Ensino


Métodos de Ensino 1. Aulas práticas e laboratoriais Não existem fórmulas estandardizadas para dar aulas práticas e laboratoriais, estas variam com os conteúdos e os objetivos do professor, mas as dicas seguintes ajudam… Dicas para as aulas práticas e laboratoriais Papel do professor

• Guia; • Facilitador da aprendizagem.

Objetivo das aulas

• Aprofundar conhecimentos e desenvolver aptidões; técnicas e competências práticas; • Obter informação e conceitos científicos; • Desenvolver a criatividade; • Adquirir valores profissionais; • Aprender a trabalhar em colaboração.

• Recolher informações e materiais disponíveis para a preparação das aulas laboratoriais; Preparação • Reunir com as pessoas que ajudam a organizar e estabelecer normas e métodos comuns para as aulas práticas e laboratoriais; prévia • Familiarizar com a sala e os equipamentos para as experiências; • Localizar o kit de primeiros socorros, procedimentos de evacuação e meios necessários, em caso de emergência.

Primeira aula

• Definir as políticas de conduta, regras e protocolos de segurança; • Especificar métodos de avaliação e objetivos das aulas práticas; • Informar sobre procedimentos de redação do relatório; • Assegurar que sabem manipular o equipamento; • Especificar se lhes é permitido trabalhar em grupo.

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Métodos de Ensino

Dicas para as aulas práticas e laboratoriais • Verificar com antecedência se o laboratório está preparado; • Estudar as especificidades da experiência e antecipar potenciais problemas; Testar a experiência • Acompanhar o trabalho dos grupos e ajudar se necessário; e o equipamento • Certificar que os estudantes limpam a bancada antes de sair; • Quando o material avaria, colocá-lo de lado, descrever o problema, e dar a conhecer para reparações.

Resolução de problemas

• Controlar os estudantes dominadores, formando subgrupos para que não monopolizem a discussão e incentivando a participação dos mais silenciosos; • Controlar os estudantes perturbadores, conversando com eles fora da aula a motivando-os para uma mudança de comportamento; • Incentivar a participação de todos, promovendo a participação ativa em grupos de discussão e dando nota à participação.

2. Dicas para um ensino expositivo eficaz (com entusiasmo, expressividade, clareza e interação)

Organização da estrutura/Conteúdo Visão geral

• Explique os temas e objetivos da disciplina. Comece a aula com uma revisão dos pontos-chave da aula anterior e termine com os que tenciona abordar nesta aula.

Resumo visível

• Escreva ou projete o resumo. Retorne ao resumo regularmente para mostrar o progresso na matéria e reforçar pontos-chave.

Transições explícitas

• Relacione a matéria com os conteúdos anteriores e seguintes. Relacione explicitamente os conteúdos ou peça aos estudantes que o façam (isto ajuda-os a compreender os novos conteúdos).

Pontos relevantes

• Selecione pontos que esclareçam a bibliografia, tarefas e objetivos. Foque as questões centrais que relacionem o máximo de temas. Função das notas

Prepare notas

• Que tipo de notas são melhores para si (resumo detalhado, lista de pontos-chave, diagramas, etc.) Use esse tipo e inclua definições-chave, argumentos, exemplos.

Evite ler

• Quando lê (no quadro ou computador…) não atrai a atenção dos estudantes e perde espontaneidade.

Seja flexível

• As suas notas devem permitir ajustar-se ao feedback dos estudantes. Use as notas apenas se necessário. A exposição deve surgir da interação com os estudantes e não das notas.

Espaço

• Deixe espaço para escrever comentários de última hora (sobre meios audiovisuais, questões aos estudantes, exemplos, instruções). Estimular a atenção/Interesse

10-15 minutos!

• Quebre a monotonia com mudanças de ritmo a cada 15 minutos. Combine exposições curtas com debates e outras atividades.

Envolva os estudantes

• Peça analogias e explique conceitos abstratos; • Dê problemas ou exercícios para trabalho a pares ou individual; • Crie grupos de discussão na turma ou em pequenos grupos; • Use questionários de escolha múltipla; • Faça sessões de perguntas e respostas; • Faça perguntas para debate ou que reforcem os conceitos-chave.

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Métodos de Ensino

Estimular a atenção/Interesse Realce a importância

• Torne a matéria relevante. Relacione-a com os interesses, conhecimentos e experiências dos estudantes; • Use analogias e exemplos que estimulem e ajudem a compreender a matéria.

Questões dos estudantes

• Torne essas questões pontos de partida para o ponto seguinte ou para iniciar uma discussão espontânea.

Peça feedback

• Peça feedback formal ou informal e observe a linguagem não-verbal (bocejos, mexer das cadeiras, suspiros, olhares apáticos). Preparação

Equipamento

• Verifique o equipamento antes da aula. Equipamentos eletrónicos podem avariar – convém ter um plano alternativo para esse caso.

Sala de aula

• Esteja confortável. Familiarize-se com a disposição da sala e equipamentos. Decida onde se vai posicionar, como vai circular.

Pratique

• Assegure-se que os conteúdos e atividades são ajustados ao tempo. Depois da aula tome notas (as intervenções dos estudantes e as atividades podem ocupar mais tempo do que o esperado).

Contacto visual

• O contacto visual regular estabelece empatia, permite-lhe avaliar a atenção e desencoraja ruídos ou distrações.

Tom conversacional

• Na exposição fale com os estudantes, não para os estudantes.

Entusiasmo

• Mostre entusiamo. Varie o tom de voz, o ritmo, as expressões faciais. Sorria. Use o humor quando apropriado.

Boa visão e audição

• Vá perguntando se conseguem ouvir e ver. Ajuste o volume da voz e os meios visuais.

Circule

• Circular pela sala ajuda a captar a atenção de turmas grandes.

Encoraje apontamentos

• Tomar apontamentos ajuda a reter e a manter a atenção. Escreva conceitos-chave (no quadro ou em slides). Faça pausas regularmente para tirar dúvidas.

Interaja

• Se possível trate os estudantes pelo nome. Chegue cedo, dê boas-vindas. Depois da aula dê tempo para questões.

Meios Visuais (Quadro, acetatos ou slides) Meios audiovisuais

• Audiovisuais atraem a atenção, mas são um suporte e não o centro da aula. Não devem substituir a interação com os estudantes.

Só informação relevante!

• Em regra, crie/use 12 a 20 slides para 50 minutos. Não sobrecarregue com informação.

Informação passo • Em alternativa, apresente todos os pontos de início e dea passo pois volte atrás e explique um a um. Exercícios interativos

• Resolver problemas, demonstrar processos ou construir modelos em tempo real ajuda a aprender. Crie meios visuais que reflitam o resultado de exercícios interativos, validando o input dos estudantes.

Postura /Atitude

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Métodos de Ensino 3. Sessões tutoriais O que são?

Qual a importância?

• Aulas flexíveis com organização e formato diferente das aulas tradicionais; Permite aos estudantes: • Participação ativa; • Responder a questões acerca da matéria; • Solução de problemas de ordem prática; • Perceção de ligações e conceitos; • Perceção da pertinência da matéria; • Maior dedicação à aprendizagem; • Melhoria da expressão oral e comunicação; • Desenvolvimento social.

Tipos de tutoria

• A opção pelo tipo de sessão depende dos objetivos, conteúdos e expetativas, podendo centrar-se: • no Tutor; • no estudante; • em perguntas e respostas; • no debate.

Dimensão

• Grupo até 30 estudantes; podem funcionar para orientação individual.

Cuidados a ter

• Espaço físico - sala confortável, onde as cadeiras e mesas possam ser deslocadas facilmente; • Preparação - chegue com antecedência e prepare a sala e o equipamento; • Apresentação - apresente-se e peça aos estudantes que se apresentem; • Expetativas - procure saber o que os estudantes tencionam aprender e o que esperam de si durante as sessões; • Conhecer em profundidade a matéria - reveja a matéria, examine-a de forma crítica, tentando antecipar as questões dos estudantes; • Ajudar os estudantes a formular questões; • Ajudar os estudantes a encontrar soluções - descrever as etapas que levam à solução e conclusões; • Supervisionar/reorientar a aplicação da estratégia.

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5 Trabalho de Grupo


Trabalho de Grupo 1. Trabalho de grupo - Primeiros Passos Vantagens do trabalho de grupo • Aprender de forma interativa; • Gerar uma grande variedade de pontos de vista e soluções para um problema; • Trabalhar conteúdos mais complexos e em maior quantidade; • Partilha de experiências e conhecimentos; • Oportunidade para se ensinarem uns aos outros – educação pelos pares; • Promove a confiança e facilita a comparticipação dos estudantes mais tímidos; • Quebra o anonimato e a passividade da turma. Cuidados a ter na formação dos grupos • Decidir se os grupos serão formados pelos próprios ou por si; • Decidir o número ideal de elementos que os grupos devem ter (nem demasiado grande nem demasiado pequeno); • Fornecer os nomes e os contatos de todos os estudantes que compõem a turma; • Procurar uma solução para os estudantes que têm dificuldade em fazer a integração no grupo (mudar de grupo, trabalhar num projeto independente). Organização/Acompanhamento do trabalho dos grupos • Informe os estudantes, logo no início do semestre, sobre o trabalho de grupo que necessitam de realizar para poderem planear o seu tempo; • Forneça orientações sobre como deve funcionar o trabalho de grupo e as suas expectativas em relação ao mesmo – Explique o que espera de cada grupo ? • Acompanhe os grupos periodicamente para se assegurar do seu funcionamento eficaz; • Auxilie os estudantes na procura de sala ou espaço para que o grupo possa reunir ou disponibilize as suas aulas para esse efeito; • Divida tarefas e responsabilidades entre os elementos do grupo; • Calendarize a concretização das diversas etapas e execução dos trabalhos de grupo; • Dê tempo para que os elementos do grupo se possam conhecer; • Incentive a que todos os elementos participem ativamente na criação e partilha de ideias e propostas do grupo; • Sugira que o grupo faça a nomeação de um líder (se o trabalho for de longa duração); • Incentive os grupos a definirem a duração das reuniões de grupo e a fazerem ordem de trabalhos de forma a cumprirem essa ordem e o tempo; • Defina em todas as reuniões uma pessoa para tomar conta das decisões e sugestões do grupo; • Discuta e esclareça os objetivos do trabalho do grupo com todos os elementos do grupo e ouvir as ideias de todos.

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Trabalho de Grupo 2. Ambiente e aspeto humano no grupo Falar em bom funcionamento de um grupo significa dizer que o trabalho está a ser realizado e que todos os membros estão a contribuir para o seu desenvolvimento/ progresso. Existe um ambiente positivo, cooperação e as relações humanas são respeitadas. Como fazer? (Papeis a assumir) Aumentar produtividade • Iniciar – Tomar a iniciativa, em qualquer altura (e.g., reunir o grupo, sugerir procedimentos, mudar de rumo, fornecer nova energia e ideias) (Que tal se nós… O que aconteceria se…?); • Procurar informação ou opiniões – Pedir factos, preferências, sugestões e ideias. (Podes dizer mais qualquer coisa sobre…dirias que esta é uma ideia mais exequível do que essa ?); • Dar informação ou opiniões – Fornecer factos, dados, informações provenientes de pesquisa ou de experiência. (Na minha experiência já vi…posso dizer o que encontrei dados sobre…?); • Questionar – Recuar em relação ao que está a ser feito e desafiar o grupo ou fazer outras perguntas específicas sobre a tarefa. (Estamos a assumir que…? será que a consequência disto seria…?); • Esclarecer – Interpretar ideias ou sugestões, esclarecer confusões, definir termos ou pedir a outros para esclarecer. Este papel pode relacionar opiniões diferentes de pessoas diferentes e ligar ideias que parecem não ter ligação. (Parece que estás a dizer…Isto não está relacionado com o que a N… estava a dizer?); • Resumir – Agregar/agrupar todas as opiniões num padrão, enquanto não se acrescenta nova informação. Este papel é importante se um grupo bloquear. Alguns grupos elegem um elemento para resumir (poderoso e influente). (Se pegarmos nestas partes todas e as juntarmos…Aqui está o que acho que temos acordado até agora...Aqui estão os nossos pontos de divergência…). Bom ambiente de trabalho • Apoiar – Criar um ambiente recetivo, animador e entusiasta, e fazer com que as pessoas se adaptem, ajuda o grupo a lidar com as tensões. As pessoas podem comunicar sem dizer uma única palavra (gesticular, sorrir e ter contacto visual , etc); • Observar – Reparar na dinâmica do grupo e comentar. Perguntar se concordam ou se têm uma opinião diferente pode ser eficaz para identificar problemas à medida que estes surgem. (Parece que estamos bloqueados…talvez tenhamos acabado por agora…do meu ponto de vista, o que aconteceu há apenas um minuto atrás...concordam?).

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Trabalho de Grupo

Como fazer?

3. Implementar trabalho de grupo na sala de aula

Bom ambiente de trabalho (cont.) • Mediar – Reconhecer pontos de divergência e descobrir o que está por trás das diferenças. Quando as pessoas se concentram nas verdadeiras diferenças podem encontrar o equilíbrio ou descobrir formas de adotar diferentes valores, pontos de vista, e abordagens. (Penso que os dois estão a chegar aqui através de pontos de vista diferentes…. Consegues ver por que razão é que ela o vê de maneira diferente ?). • Conciliar – Conciliar divergências. Realçar pontos de vista partilhados pelos membros do grupo pode reduzir a tensão. (O objetivo destas duas estratégias é o mesmo, só mudam os meios…Estas posições têm alguma coisa em comum ?). • Concordar – Ceder a opiniões ou modificar as mesmas. Isto pode ajudar o grupo a avançar. (Todos os outros parecem estar de acordo com isto, por isso vou aceitar…Acho que se ceder nisto, poderemos chegar a uma decisão). • Fazer comentários pessoais – Fazer comentários pessoais ocasionalmente. Este tipo de discurso mais pessoal e informal sobre a sua vida pessoal pode aproximar e fortalecer um grupo. • Humor – Fazer observações engraçadas, comentários bem-dispostos e com humor, podemos aproximar as pessoas.

Porquê?

• Eficaz para motivar os estudantes, encorajar a aprendizagem ativa e desenvolver capacidades críticas, comunicativas e de decisão. Sem a devida planificação e acompanhamento, o trabalho de grupo pode frustrar estudantes e professores e parecer uma perda de tempo. Sugestões Planear atividades para grupos pequenos

Estabelecer objetivos específicos

Transformar as tarefas em desafios

• Determine o que quer alcançar com o trabalho de grupo. As atividades devem estar relacionadas com os objetivos e conteúdos da disciplina e planificadas de modo a ajudar os estudantes a aprender e não simplesmente ocupar o tempo. • Qual é o objetivo da atividade ? Como é que esse objetivo vai ser alcançado pedindo aos estudantes para trabalharem em grupo ? A atividade é suficientemente difícil e complexa para requerer trabalho de grupo ? O projeto requer mesmo colaboração ? Existe alguma razão pela qual o trabalho não deva ser elaborado em colaboração ? • Pondere atribuir uma tarefa relativamente fácil no início do semestre para estimular o interesse dos estudantes perante o trabalho de grupo e encorajar o seu progresso. Na maioria dos casos, as tarefas realizadas em colaboração são estimulantes e representam um desafio. Ao juntar recursos e ao lidar com as discordâncias de opinião que vão surgindo, normalmente os grupos desenvolvem um produto mais aprofundado do que se os estudantes trabalhassem individualmente.

• Todos os membros do grupo se sentem pessoalmente responsáveis pelo sucesso dos colegas e compreendem que o seu sucesso individual depende do sucesso do grupo; • Selecione ao acaso alguém para representar o grupo ou Encorajar o atribua diferentes papéis aos membros do grupo para que envolvimento e estejam todos envolvidos (e.g., porta-voz, anotador, organia partilha zador, observador, mediador, etc.). O facto dos membros do do trabalho grupo saberem que os colegas dependem deles é um forte motivador para o trabalho de grupo. Outra estratégia para promover a interdependência é especificar as recompensas atribuídas ao grupo, como uma classificação de grupo.

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Trabalho de Grupo

Sugestões

Sugestões

Planear atividades para grupos pequenos (cont.) • A dimensão escolhida irá depender do número de estudantes, da dimensão da sala de aula, do número de membros necessários Escolher a por cada grupo e da tarefa atribuída. Grupos de 4-5 estudantes dimensão do tendem a equilibrar bem as necessidades de diversidade, produgrupo tividade e coesão. Quanto menores forem as capacidades dos membros do grupo, mais pequeno deve ser o grupo.

Estabelecer divisão dos grupos

Fornecer tempo suficiente

Prever respostas

• A divisão baseada na proximidade ou na escolha dos estudantes é a mais rápida, especialmente em turmas grandes e confusas. No entanto, deve variar. Pode atribuir-lhes números e agrupá-los de acordo com estes; pode organizá-los por data de nascimento, altura, cor de cabelo, etc; No primeiro dia de aula peça aos estudantes para preencherem um cartão que lhe dará a possibilidade de recolher informação acerca dos seus contextos, conhecimentos e interesses. Também pode pedir aos estudantes que expressem as suas preferências (e.g., enumerar três estudantes com quem mais gostariam de trabalhar ou os dois temas que mais gostariam de estudar), e mantê-las em mente quando designar os grupos. • Tome consciência de que não pode abranger toda a matéria; • Reduza o material a apresentar para poder fornecer tempo suficiente aos grupos para nele trabalharem; • Faça uma estimativa do tempo que os grupos necessitarão para concluírem a atividade; • Planeie também uma sessão de plenário na qual os grupos poderão apresentar os seus resultados e onde se poderão discutir questões gerais. • Não será possível prever as respostas dos estudantes com muita precisão – espere o inesperado – mas se tiver uma ideia acerca do que eles poderão responder, poderá preparar-se melhor para responder às suas questões. Introduzir tarefas de grupo

Preparação

• Chegue a horas, prepare antecipadamente todo o material que se relaciona especificamente com a tarefa para poder distribuir pelos estudantes.

Introduzir tarefas de grupo (cont.) Relevância

• Os estudantes devem perceber as vantagens da aprendizagem baseada na colaboração. Se não forem capazes de ver o seu valor, poderão chegar à conclusão que está a utilizar o trabalho de grupo apenas para evitar seguir a planificação da disciplina ou as exposições.

• Se tentar dar instruções antes de designar os grupos, os esDesignar os grupos antes de tudantes poderão estar demasiado preocupados com os possídar instruções veis colegas de grupo para prestarem a atenção devida às suas indicações.

Promover a coesão

• Os estudantes trabalham melhor em grupo se se conhecerem e confiarem uns nos outros. Mesmo para curtas atividades de grupo, faça com que os estudantes se apresentem aos outros membros do grupo antes de iniciarem a sua tarefa. Para trabalhos de grupo mais longos, pondere utilizar uma atividade especificamente para promover o trabalho de equipa.

• Deve transmitir aos seus estudantes exatamente o que eles têm que fazer. É importante explicar o objetivo final. Poderá ser útil utilizar estruturas visuais (como gráficos e diagramas Explicar a tarefa sequenciais), frases para completar e questões específicas. Lembre-se de incluir também uma estimativa do tempo claramente que será necessário para a atividade. Faça uma estimativa por baixo, os estudantes trabalharão mais eficientemente à medida que o prazo se for aproximando. Se for necessário, poderá aumentar o tempo disponível. Fornecer instruções escritas

• Pode apresentar as instruções em acetatos ou slides, ou pode ainda distribuí-las pelos estudantes em papel e cartões.

Estabelecer regras

• Especialmente para longos períodos de trabalho de grupo é necessário estabelecer a forma como os membros do grupo devem interagir entre si, mencione princípios como o respeito, capacidade de ouvir e métodos de tomada de decisão.

Abertura a questões

• Mesmo que ache que as suas instruções são perfeitamente claras, os estudantes podem ter questões totalmente válidas acerca da atividade. Dê-lhes tempo para fazerem perguntas antes de começarem o trabalho.

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Trabalho de Grupo

Sugestões Monitorizar as tarefas de grupo

Monitorizar/não controlar

Confiar nas capacidades de trabalho dos estudantes

• À medida que os estudantes vão fazendo o seu trabalho, circule entre os grupos e responda a questões que possam ir surgindo. No entanto, seja discreto e evite interferir no funcionamento dos grupos; forneça aos estudantes tempo para resolver os seus problemas antes de interferir. Pondere mesmo abandonar a sala durante um curto espaço de tempo, pois a sua ausência poderá aumentar a prontidão dos estudantes para partilharem as suas incertezas e desacordos.

Concluir tarefas de grupo (cont) Autoanálise dos estudantes Reflexão e reavaliação

• Parta do princípio que os seus estudantes sabem e conseguem trabalhar bem. Expresse a sua confiança neles à medida que circula pela sala.

Deixar o grupo trabalhar

• A aprendizagem alcançada através do trabalho de grupo pode ser lenta, mas é difícil de obter e por isso melhor. Se necessário clarifique as suas instruções e deixe os estudantes esforçarem-se – dentro do razoável – para completarem a tarefa.

Clarificar o papel de facilitador

• Se os estudantes o criticarem por não contribuir o suficiente para o trabalho deles, pondere se terá comunicado claramente o seu papel enquanto facilitador.

Concluir as atividades de grupo

Demonstrar como os estudantes devem participar

• Quando comentar as respostas dos estudantes, revele o respeito e sensibilidade que quer que os estudantes demonstrem pelos colegas de turma. Também deve reconhecer e valorizar opiniões diferentes das suas.

Relacionar as ideias do grupo com os conteúdos da disciplina

• Sempre que possível, estabeleça relações entre as conclusões dos grupos e os temas abordados na disciplina.

• Reflita acerca do processo de trabalho de grupo e reveja as notas que tirou. Acrescente comentários acerca do que funcionou bem e o que mudaria no futuro de modo a que corra melhor. Debata com os seus colegas o uso do trabalho de grupo e peça sugestões.

3.1 Trabalho a par ou em pequenos grupos Quando?

• Facilitar a aprendizagem; • Aprofundar os conhecimentos; • Promover o desenvolvimento de determinadas capacidades e competências.

Como?

• Utilizando dinâmicas e técnicas apropriadas que sejam facilitadoras do processo dos estudantes ao nível da ( o): • 1. Motivação e envolvimento os estudantes; • 2. Dinamismo e a criatividade; • 3. Discussão e reflexão; • 4. Desenvolvimento de competências.

Concluir tarefas de grupo • O trabalho de grupo pode ser um sucesso ou não dependendo da forma como é integrado no resto da aula ou disciplina. É necessário que os estudantes considerem que o seu trabalho foi útil e/ou contribuiu para o desenvolvimento do tema. Pode pedir aos estudantes relatórios orais e relatórios escritos (afixados na parede para que todos possam ler as respostas uns dos outros) sobre a atividade realizada em grupo e as conclusões da mesma.

• Poderão fazer esta reflexão oralmente ou por escrito. Esta reflexão irá ajudá-los a perceber o que aprenderam e como trabalham em grupo. Também lhes fornece uma ideia da opinião dos estudantes relativamente ao trabalho de grupo.

3.2 Dinâmicas que pode utilizar • Realize atividades de “quebra-gelo” e que possam criar o espírito de equipa entre a turma, a aproximação, o conhecimento e a confiança (e.g., peça a cada um para fazer uma lista de 10 Criar espírito itens que levariam para uma ilha deserta e depois analisem e de equipa discutam os motivos de pesaram nas escolha, etc.); • Experimente atribuir tarefas/desafios que relacionem conteúdos e objetivos da disciplina com as experiências e interesses dos estudantes.

Trabalhar o programa

• Envolva os estudantes na elaboração do programa pedindo para criarem uma lista com questões acerca da disciplina (e.g., trabalhos, temas a abordar, sistema de avaliação); Depois distribua o programa e dê tempo aos grupos para descobrirem as respostas para as questões colocadas. Termine a atividade respondendo às questões para as quais os grupos não encontraram resposta.

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Trabalho de Grupo

3. Incentivar a discussão e a reflexão

1. Motivar e envolver os seus estudantes (cont) Identificar critérios de avaliação

• Peça aos grupos para elaborarem uma lista de critérios com base nos quais serão avaliados e discuta com a turma até chegarem a um consenso relativamente aos critérios a utilizar

• Forneça uma série de citações, frases e ideias e peça a Discutir ideias e cada grupo para escolher uma citação e refletir acerca desta durante alguns minutos. Posteriormente, peça para lê-la em conceitos voz alta e comentá-la. Dê a oportunidade para que todos possam participar. 2. Promover o dinamismo e a criatividade Analisar estudos de caso

Discutir a atualidade

• Forneça estudos de caso aos grupos para estes os lerem e analisarem. Peça a cada grupo para analisar um estudo de caso diferente ou um aspeto diferente do mesmo caso ou uma perspetiva distinta (e.g., grupos dominó). No final todos partilham a informação discutida. • Peça a alguns estudantes para trazerem para a aula jornais ou revistas, etc. relacionados com os conceitos e temas discutidos na aula. Peça para partilharem e discutirem entre si as notícias e informação que destacaram, depois passe a discussão para a turma em geral.

Realizar simulações ou Role-play

• Peça aos estudantes para criarem cenários, contextos relacionados com os temas discutidos e interpretá-los através de práticas de simulação ou role -play.

Desenvolver técnicas de comerciais e de marketing

• Peça aos estudantes para criarem um anúncio televisivo de 30 segundos e um slogan para o mesmo, que publicite um tema da aula, realçando o seu valor. Ao apresentarem as ideias, os grupos podem descrever o conceito geral e explicar os procedimentos que adotaram para a realização do anúncio.

Desenvolver a capacidade de argumentação

• Peça aos grupos para debaterem um tema controverso/ polémico, em que alguns elementos são prós e outros contra. Depois peça para trocarem de posições. No final, todos devem tentar chegar a um consenso ou podem elaborar um relatório que resuma as melhores provas e argumentos de cada posição.

• No início de uma exposição ou mesmo no final, peça aos grupos para elaborarem uma lista de questões sobre o tema da exposição. Dê a oportunidade de discutirem e responderem às questões uns dos outros. Poderá sugerir que façam uma pesquisa mais aprofundada sobre as mesmas; Promover o questionamento • Distribua dois cartões, no final de uma unidade ou aula e e capacidade peça aos estudantes para completarem as seguintes questões, de resposta uma em cada cartão: “Ainda tenho uma questão acerca de…” e “Consigo responder a uma questão sobre…”. Crie grupos e peça a cada um para selecionar, de entre os cartões dos membros do grupo, a “questão colocada mais pertinente” e a “resposta dada” mais interessante. Depois com a turma toda peça aos grupos para partilharem as suas questões e respostas; • Divida a matéria abordada em pequenos segmentos e distribua cada um deles pelos diversos grupos. Cada grupo ficará responsável de elaborar um pequeno questionário acerca de cada segmento da matéria. O primeiro grupo coloca o questionário aos outros grupos e atribui pontos aos que responderem corretamente. Repita este processo a todos os grupos; Promover o questionamento • Divida os estudantes em pequenos grupos e realize um e capacidade questionário de múltipla escolha. Cada grupo escolhe uma de resposta resposta num curto espaço de tempo, depois peça respostas (cont.) de todos os grupos ao mesmo tempo. Os grupos podem indicar a sua resposta através de cartões, número de dedos ou outro método visível. No final todos podem todos discutir as respostas; • Peça para cada grupo trabalhar em conjunto alguns problemas. O objetivo é que cada um descubra a resposta exata ou desenvolver a estratégia para a sua resolução. Devolver a capacidade de síntese e revisão da matéria

• Peça aos grupos para elaborarem um resumo da matéria. Forneça questões para orientar o trabalho deles, tais como: “Quais foram os grandes temas que abordámos ? Que questões é que ainda tem ?”.

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Trabalho de Grupo

4. Desenvolver competências

Melhorar a compreensão oral

Melhorar a escrita

• Divida os estudantes em quatro grupos e atribua as seguintes tarefas: Um grupo fará duas perguntas acerca da matéria abordada, outro identificará pontos que considerem úteis e explica porquê, outro identificará pontos em que discordam ou não consideraram úteis e explica porquê, outro ainda apresentará exemplos específicos. Faça a sua apresentação e dê algum tempo para cada grupo realizar a sua tarefa. Peça a cada grupo para apresentar a sua parte. • Peça para os estudantes, em pares, lerem os trabalhos uns dos outros, e posteriormente, de forma oral ou escrita comentarem e fazerem críticas ou responderem a algumas questões como: “De que trata o trabalho ? O que está bem e o que pode ser melhorado ?”.

4. Maximizar o desempenho do grupo O trabalho de grupo caracteriza-se pela diversidade de competências e ideias que cada membro pode oferecer. Uma forma de estruturar o funcionamento do grupo e tirar partido das qualidades uns dos outros consiste na atribuição de papéis a cada elemento do grupo. Estes papéis podem ser atribuídos dentro da equipa com base nas qualidades dos indivíduos ou rotativamente, de forma periódica, de modo a aumentar a compreensão que cada elemento tem dos papéis e de si próprio enquanto membro da equipa. Há quatro papéis fundamentais a considerar: líder/ facilitador, árbitro/monitor, anotador/controlador do tempo e advogado do diabo. Em grupos maiores, alguns destes papéis poderão ser divididos entre dois estudantes. Papéis

Líder/Facilitador

• Clarifica os objetivos do grupo e ajuda o grupo a estabelecer metas; • Assegura-se que todos os elementos do grupo compreendem os conceitos e as conclusões a que o grupo chegou; • Mantém o grupo focado nas tarefas a resolver e orienta para as metas propostas; • Certifica-se que o grupo conclui as tarefas antes no prazo previsto; • - “Obrigado pelo seu contributo, Guilherme. O que é que acha, Maria ?” ; “Pelo que estou a ouvir, parece que as questões centrais são A, B e C. Porque não começamos por discutir A, se toda a gente estiver de acordo ?” ; “Muito bem, parece que todos concordamos que …”.

Árbitro/Monitor

• Observa o funcionamento do grupo cuidadosamente e inicia discussões regulares; • Está atento a possíveis momentos de tensão ou conflito latente; • Durante desentendimentos ou conflitos, clarifica os argumentos e propõe sugestões para a resolução da disputa; • Certifica-se que todos os elementos do grupo têm a oportunidade de participar e aprender; • Sempre que possível deve elogiar os elementos do grupo pelo seu bom trabalho.

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Trabalho de Grupo 5. Liderança, Inclusão e Eficácia

Papéis (cont.) • Promove a participação dos elementos que não estão a participar: • - “Não falou muito durante a reunião, João! Tem algumas ideias Encorajador que queira partilhar connosco ?” • “Sinto que há alguma tensão no grupo por causa desta decisão, penso que devíamos falar abertamente das nossas discordâncias.” • Tira notas durante as reuniões para ter um registo das decisões tomadas, das tarefas atribuídas, etc; • Faz um resumo das discussões e decisões para o resto do grupo; • Apresenta o material de grupo ao resto da turma/supervisor; • Controla o tempo para evitar que a discussão de um só tópico Anotador/ se prolongue demasiado. Também é conveniente avisar quanto controlador tempo falta, para que os assuntos possam ser concluídos de de tempo forma apropriada; • - “Esperem um momento, por favor. Preciso de tomar nota disto antes de avançarmos”; “Já gastámos cerca de 15 dos 20 minutos que atribuímos a este tópico, por isso restam-nos cerca de 5 minutos para tomarmos uma decisão.”

“Advogado do diabo”

• Certifica-se que todos os argumentos foram ouvidos e procura lacunas, incorreções no processo de tomada de decisão, no caso de algo ter sido esquecido; • Mantém um espírito aberto aos problemas, possibilidades e ideias opostas; • Serve de pessoa que faz o controlo de qualidade e verifica cada pormenor atentamente para se assegurar que não foram cometidos erros e procura aspetos que necessitem de mais atenção. • Frases típicas: • - “Vamos dar uma oportunidade à ideia do Miguel”; “Está bem, decidimo-nos pelo plano C, mas reparei que ainda não resolvemos o problema que ficou por tratar com o plano A. O que é que podemos fazer para solucionar esta questão ?”.

Liderança de grupo

Qual o papel do líder?

• Verificar a organização do trabalho do grupo; • Compreender e gerir as interações do grupo; • Contribuir para um ambiente positivo; • Promover a participação de todos; • Observar a forma como cada elemento está a participar e estar atento à comunicação não-verbal (consenso, discordância, aborrecimento, afastamento, conflito ?); • Prever que informação, materiais ou outros recursos são precisos para o grupo poder trabalhar; • Assegurar que o grupo começa e acaba o trabalho a tempo; • Facultar apoio logístico (e.g., giz, papel, sala, marcadores, comida, intervalos, etc.); • Entrar na discussão e participar como os outros elementos do grupo. Inclusão no grupo

Medos e receios

• Como é que me adapto ao grupo ? • As outras pessoas irão ouvir-me ? • Serei a única pessoa a não conhecer todas as outras ? • Como é que posso trabalhar com pessoas tão diferentes em termos de formação e experiência ? • Quem tomará as decisões ? Que grau de influência é que posso ter no grupo ? • O que tenho para oferecer ao grupo ? • As outras pessoas têm mais conhecimento do que eu ? • Terei de fazer a maior parte do trabalho ? Eficácia no trabalho de grupo

Características e pontos fortes

• Todos os membros devem dar a sua opinião e contribuir para as decisões do grupo; • Todas as opiniões são ouvidas com atenção, e os pontos fortes reconhecidos; • Cada pessoa percebe que o trabalho não poderá ser feito sem a cooperação e contribuição de todos; • O grupo identifica todas as discordâncias, ouve as opiniões de todos e tenta chegar a um acordo que faça sentido para toda a gente;

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Trabalho de Grupo 6. Tomada de decisão em grupo

Eficácia no trabalho de grupo (cont.)

Características e pontos fortes (cont.)

• Todos os membros devem dar a sua opinião e contribuir para as decisões do grupo; • Todas as opiniões são ouvidas com atenção, e os pontos fortes reconhecidos; • Cada pessoa percebe que o trabalho não poderá ser feito sem a cooperação e contribuição de todos; • O grupo identifica todas as discordâncias, ouve as opiniões de todos e tenta chegar a um acordo que faça sentido para toda a gente; • Mesmo quando uma decisão do grupo não agrada a alguém, essa pessoa respeita-a e continua a trabalhar com o grupo; • O grupo promove a responsabilidade de todos e o esforço é reconhecido; • Há espírito de entreajuda no grupo. Existe um sentimento comum de orgulho e de dever cumprido. Da produção à seleção das ideias

1. Produção e enumeração de ideias “Brainstorming”

• Fase de produzir todas as ideias possíveis num curto espaço de tempo sem as avaliar. Todas devem ser anotadas no quadro ou num papel grande para que todos possam ver (momento criativo).

2. Classificação e análise de ideias

• Fase de organizar e dividir as ideias em categorias gerais e depois específicas; • Ordenar estas ideias em termos de prioridade.

3. Seleção das ideias (Vantagens/ Desvantagens votação)

• Fase de identificar as vantagens e as desvantagens de cada uma das ideias. Algumas ideias podem ser eliminadas através de uma votação preliminar. Posteriormente o grupo deve tentar chegar a um acordo que faça sentido para todos.

Eficácia no trabalho de grupo (cont.)

Modelo dos 7 passos

1. Identificar o objetivo – O que decidir/resolver?; 2. Analisar os dados e recursos do grupo; 3. Estabelecer critérios – Definir o que é mais importante; 4. Lançar propostas/possíveis soluções - Recolher o máximo de ideias; 5. Avaliar todas as propostas e selecionar a melhor; 6. Implementar a solução – Pôr em prática; 7. Monitorizar e avaliar o resultado.

7. Tipos de decisão Tipos

Vantagens

Desvantagens

Autoritária • A decisão final cabe apenas a uma pessoa.

• Apropriado quando há claramente um especialista na questão em causa; • Muito rápido.

• Não maximiza as aptidões dos indivíduos do grupo; • O grupo pode não se empenhar em implementar uma decisão tomada por uma só pessoa.

Maioria • Depois da discussão há uma votação, vencendo a maioria

• Utiliza a participação democrática; • Rápido.

• A decisão da maioria pode ofuscar as perspetivas das minorias, quem sabe encorajando a criação de fações.

Minoria • Ideia mais impopular

• Democrático; • Útil quando existem muitas ideias e pouco votantes.

• Os membros do grupo poderão ficar ressentidos por as suas ideias serem impopulares; • Demorado.

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Trabalho de Grupo 8. Problemas no grupo – Como agir? – I

7. Tipos de decisão (cont.) Tipos

Vantagens

Desvantagens

Ranking • Os membros do grupo apontam individualmente cinco ou menos ideias que gostam mais, depois ordenam-nas de 1 a 5 em função da sua preferência. É feita a contagem dos votos. Vence a mais pontuada.

• Requer a realização de uma votação, e por isso dá a impressão que a decisão final representa a opinião de cada um.

• Não é adequado para questões; • Demorado; • Poderá resultar numa decisão que ninguém apoia na totalidade.

Unanimidade • Todos concordam com a solução.

• Os membros do grupo sabem que não vão ter que fazer nada que não aprovem.

• Um acordo unânime poderá ser impossível.

Consenso • Discutida e negociada até que todo o grupo compreenda e concorde com a decisão. A decisão é aceite por todos.

• Todos os membros sentem que tiveram oportunidade de influenciar a decisão e continuarão a apoiar o grupo; • É a melhor maneira de tomar decisões, se houver tempo disponível.

• Poderá ser difícil chegar a um consenso; • Poderá requerer muito tempo.

Combinar ideias • O grupo procura maneiras de implementar duas ou mais ideias numa solução

• Poderá evitar a tomada de decisão

• A implementação poderá demorar mais visto que se considera mais do que uma ideia.

Dificuldades que podem surgir

Como agir?

Resistência

• Tente perceber os motivos que levam alguns elementos a criar resistência a trabalhar em grupo; • Faça um debate alargado e dê possibilidade aos estudantes de se exprimirem sobre as suas preocupações.

Domínio

Ausência de participação

• Fale com os estudantes em particular e ajude-os a ganharem consciência do seu comportamento e a mudarem de atitude; • Distribua papéis aos elementos do grupo (e.g., o que resume, o detetive, o relator, o observador, o que controla o tempo, o que estabelece a ligação com os outros grupos); • Peça a todo o grupo para refletir sobre o modo como este está a funcionar (e.g., alguém tomou a liderança e, em caso afirmativo, como é que isso aconteceu ? De quem são as ideias cuja presença na solução da tarefa é mais forte ? Houve alguma coisa que tenham pensado mas que não tenham chegado a dizer ?); • Faça períodos regulares de silêncio para reflexão sobre os pontos debatidos. Quando indicar o retomar da discussão, convide os estudantes que falaram pouco a lerem o que escreveram em voz alta. • Fale com os estudantes em particular e procure perceber a razão da não participação (e.g., introversão, vergonha, medo, falta de confiança, não identificação com o grupo, etc.); • Considere a hipótese de usar grupos mais pequenos colocando mais à vontade os estudantes mais calados; • Atribua papéis a um ou a todos os elementos do grupo; • Verifique se cada elemento do grupo deu o seu contributo no trabalho. Recorde que cada estudante tem uma contribuição valiosa a fazer e que não há perguntas nem comentários errados. O que importa é promover o debate; • Considere a hipótese de integrar uma discussão eletrónica (sala de conversação online, fórum de discussão, etc.); • Recorde aos estudantes que o conteúdo do trabalho de grupo será objeto de teste ou questionário.

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Trabalho de Grupo

Dificuldades que podem surgir

9. Problemas no grupo – Como agir? – II Como agir?

• Não parta do princípio que todas as conversas são inapropriadas. Um estudante pode estar a explicar um conceito ou uma ideia a outro; • Recorde aos estudantes que o tempo disponível para a tarefa de grupo está a chegar ao fim; • Antes do tempo terminar, pergunte quais são os grupos que Fraca produtividade necessitam de mais tempo; • Considere a hipótese de reduzir o tempo originalmente concedido; • Se não existir progressos distribua tarefas pequenas e peça relatórios; • Elogie publicamente os grupos que estão a agir corretamente, indicando os comportamentos que são particularmente eficazes.

Perturbação

Distração

• Discordância não é sinónimo de perturbação. Reconheça que a discordância é uma oportunidade de aprendizagem e que é natural e salutar no funcionamento do grupo; • Certifique-se de que a perturbação não é devida a instruções pouco precisas. Esclareça a confusão existente; • Se a perturbação persistir, mude os grupos. O problema pode desaparecer com uma nova dinâmica de grupo. • Diga ao grupo que irá chamar um elemento de cada grupo (à sua escolha) para resumir o debate ou as respostas do grupo; • Faça uma pausa e reestruture a atividade para que todos os estudantes sejam obrigados a relacionar o que disserem com aquilo que a pessoa anterior acabou de dizer.

Dificuldades que podem surgir

Dicas para atuação

Hesitação

• Período inicial marcado pela tentativa de perceber o trabalho e o papel de cada um no grupo; • Debates circulares; • Decisões adiadas.

• Dê tempo para o grupo se conhecer; • Coloque questões como: “O que nos ajudaria a avançar ? Vamos ouvir a opinião de todos em relação à forma como poderemos funcionar melhor e o que deveremos fazer a seguir ?”.

Domínio

• Gostar de mostrar superioridade, liderar e dominar o diálogo; • Atropelar os outros e não os deixar terminar de falar.

• Recorra ao humor; • Inclua os estudantes que têm dificuldade em falar através do seu olhar e peça a sua opinião; “Estamos todos a ouvir com atenção ? Vamos ouvir a opinião e a perspetiva de cada um …”.

• Introversão; • Falta de confiança; • Falta de participação; • Falta de diálogo.

• Promova a boa disposição, proximidade e a interação entre os elementos do grupo; • Crie dinâmicas que permitam aumentar a confiança e o diálogo no grupo.

• Introdução de histórias paralelas que impedem e dispersam o trabalho do grupo.

• Atribua estimativas de tempo às tarefas do grupo e de cada membro; • Recapitule o que foi dito; “Podemos voltar para onde estávamos há uns minutos atrás e ver o que estávamos a tentar fazer ?”.

Relutância

Desvio

Bloqueio

• A falta de progresso • Faça um intervalo ou mude a oriendo grupo pode desani- tação do trabalho; mar. • Questione sobre o próprio impasse “O que nos está a impedir de resolver este problema ? Estamos dispostos a tentar durante os próximos 15m ? ”.

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Dificuldades que podem surgir

Pressão

Disputa

Dicas para atuação

• Alguns elementos conseguem chegar a uma decisão o ou conclusão mais rápido e impõem pressão aos outros membros.

• Pode questionar o grupo sobre uma determinada decisão: “ Estamos todos prontos a tomar uma decisão em relação a isto ? Vamos percorrer o grupo e ver qual é posição de cada um a este respeito ?.

• Criação de um conflito no grupo que impede o seu trabalho; • Críticas e comentários menos favoráveis entre os membros do grupo.

• Incentive o grupo a colocar esse problema de parte; “Como é que isto está relacionado com o trabalho ?; Se demorarmos muito mais tempo nisto, não conseguiremos acabar o trabalho; Podemos estabelecer um prazo e continuar ?”; • Promova a boa disposição dos membros do grupo; • Tenha uma conversa privada fora do grupo.

6 Aprendizagem Activa


Aprendizagem Activa Ensino eficaz e aprendizagem ativa A aprendizagem é um processo dinâmico. Os estudantes que efetuam uma aprendizagem ativa participam ativamente no processo de aprendizagem. Isso significa que exploram, descobrem, tratam e aplicam a informação lendo, escrevendo, discutindo, ouvindo e refletindo no decorrer das atividades. Para além disso conseguem centrar-se na resolução dos problemas, na análise, síntese e avaliação da informação.

A aprendizagem ativa é um processo dinâmico que ... • Incentiva a discutir, a refletir e a resolver problemas. • Promove a interação e a colaboração de todos. • Relaciona experiências verídicas, exemplos pessoais e noções já aprendidas. • Efetua tarefas autênticas, que se apoia no que já sabe e alarga os conhecimentos. • Controla o que se aprende na forma como se aprende. • Favorece o domínio do conteúdo, a aquisição de capacidades de raciocínio e de redação. • Promove a aprendizagem cooperativa onde o professor serve de guia ou de facilitador, em vez de especialista oficial. • Dá aos estudantes a liberdade de aprender de forma independente. • Abandona o controlo, a formalidade e corre mais riscos. • Exige maior duração e menos conteúdo que as aulas tradicionais. Pode ser utilizada por grupos de diversos tamanhos, por estudantes de vários níveis, por estudantes do primeiro ano ou por diplomados. • Pode ser utilizada por grupos de diversos tamanhos, por estudantes de vários níveis, por estudantes do primeiro ano ou por diplomados.

Eis algumas estratégias para promover a aprendizagem ativa na aula: Estratégias para promover a aprendizagem ativa Perguntas

• Colocação de perguntas no início das aulas para incitar a reflexão.

Reflexão sozinho, a pares, em conjunto

• Atribuição de tarefas, atividades, trabalhos aos estudantes para realizarem individualmente e, posteriormente, com um colega. No final a reflexão e a discussão é feita em conjunto com as ideias expostas por alguns grupos.

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Aprendizagem Activa 2. Aprendizagem que funciona

Estratégias para promover a aprendizagem ativa (cont.) Pausa na aula magistral

• Pausa de 15 minutos para finalizar apontamentos e colocação de perguntas.

Perguntas de • Organizar grupos de estudantes para a resolução de pergunexames tas de exames. Esta é uma boa estratégia para revisão da maredigidas pelos téria e preparação para o exame. estudantes Apresentação de um jornal

• Solicitar à turma a realização de um jornal para relatar os conteúdos que aprendem nas aulas.

Esquemas conceptuais

• Solicitar aos estudantes a elaboração de representações visuais dos conteúdos das aulas: diagramas, esquemas concetuais para serem apresentados à turma, debatidos e criticados.

Interrogatórios • Submeter os estudantes a breves interrogatórios para que formativos se possam avaliar.

Utilizar diferentes tipos de ensino/instrução aumenta o resultado da aprendizagem. Vejamos alguns tipos que pode utilizar. Tipos de ensino/Instrução • (“Se fizeres isto, aprendes”). Aprender fazendo. Este Experiencial (Experiential learning) modo de ensinar é transversal a muitos domínios de aprendizagem (nomeadamente atividades técnicas). Questionamento (Inquiry-based learning)

• (“O que acontecerá se eu fizer isto ?”). Aprender perguntando.

Autoeficácia (Self-efficacy)

• (“Se acreditar que consegue fazer isto vai esforçar-se mais por conseguir fazê-lo e será bem sucedido com mais frequência do que seria se não acreditasse nas suas aptidões para conseguir”). Aprender pela auto motivação e autoconfiança.

Objetivos (Goal setting)

• (“Aprendemos mais se trabalharmos para alcançar um objetivo bem definido”). Aprender por objetivos.

Cooperação (Team learning)

• Aprender através do grupo. Os estudos das técnicas da sala de aula mostram que a aprendizagem cooperativa é, em cerca de 50% das situações, mais eficaz a promover a aprendizagem do que a aprendizagem individual ou competitiva.

Feedback Contínuo (Continuous feedback, tailored instruction, cognitive modelling).

• Aprender através dos resultados. Dar feedback contínuo sobre o desempenho dos estudantes.

Instrução individualizada

• Capacidade para ajustar automaticamente as experiências de aprendizagem com base nas respostas dos estudantes.

Modelamento cognitivo

• Ajudar a pensar sobre os problemas, pensar em voz alta sobre o assunto e sobre como apresentar ordenar e enfatizar o material a ser aprendido.

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Aprendizagem Activa 3. Atividades a desenvolver numa aula expositiva Uma aula expositiva pode incluir atividades interativas que favorecem a aprendizagem ativa, encoraja os estudantes a empenharem-se no tema abordado, facilita a interação entre os estudantes e entre os estudantes e o professor, revitalizando a disciplina dando-lhe um ritmo diferente. Tipo de atividade

Perguntas (variável)

Grelha de prós e contras (15-20m)

Indicações • Para quê ? • Promove a interação e a discussão entre os estudantes; • Quando ? • No início da aula de forma a estimular o interesse dos estudantes e a medir o seu nível de conhecimentos; • Durante a aula de forma a quebrar o ritmo do método expositivo; • No fim da aula para rever as ideias principais e resumir as aulas seguintes. • Como ? • Prepare as perguntas; • Faça perguntas abertas e variadas; • Dê tempo para as respostas; • Aceite e agradeça todas as respostas; • Mantenha toda a turma envolvida na troca de perguntas e respostas; • Quando estiver a responder a uma pergunta ou a um comentário feito por um estudante, divida a sua atenção pela turma. • Para quê ? • Ajuda a desenvolver capacidades analíticas e avaliativas; • Quando ? • Pode ser usada em qualquer disciplina para avaliação de procedimentos, técnicas, conclusões, ações, decisões políticas, etc; • Como ? • Divida os estudantes em pequenos grupos; • Especifique os prós e contras que gostaria que cada estudante ou grupo desenvolvesse; • Dê cinco ou dez minutos para discussão ou reflexão; • Peça a opinião à turma: escreva os prós, num lado do quadro, e os contras no outro lado;

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Aprendizagem Activa

Tipo de atividade

Indicações

Grelha de prós e contras (15-20m) (cont.)

• Emparelhe os prós e os contras que são similares, e conte o número de vezes que surgem para evidenciar a importância que lhes é dada.

Debate (15-25m)

Análise guiada (30-50m)

• Para quê ? • Encoraja à participação dos estudantes com grandes grupos e sem perder o controlo; • Quando ? • Deve ser usado como método para promover a discussão na aula. Podem ser programados ou surgir naturalmente; • Como ? • Identifique as regras de funcionamento (e.g., não interromper quem estiver a falar, não haver insultos, etc.); • Disponha os estudantes em função de cada uma das posições que vão defender; • Dê a palavra a quem queira fazer comentários relativamente às questões levantadas; • O professor, enquanto moderador, deve incentivar a participação de todos, ser imparcial e promover um bom ambiente e respeito entre todos. • Para quê ? • Desenvolver as capacidades analíticas dos estudantes; • Quando ? • Pode ser utilizada para explorar, aprofundar e analisar um determinado tema ou documento; • Como ? • Selecione um documento (crítica, poema, revisão, gráfico, resumo de um artigo, notícias, etc.) para analisar; • Faça cópias suficientes para distribuir a todos os estudantes ou por pequenos grupos; • Faça uma análise do documento em frente da turma, tornando claro o procedimento que usa para chegar às suas conclusões, e usando material suplementar e de suporte visual, se necessário; • Dê aos estudantes 5 a 10m para analisarem os documentos; • Dependendo do tamanho da turma, peça aos estudantes para apresentarem a sua análise e dê feedback .

Tipo de atividade

Indicações

Estudo de caso (20-50m)

• Para quê ? • Aplicar a teoria a um exemplo prático poderá demonstrar a aplicabilidade do material da disciplina fora da sala de aula; • Quando ? • Usado em diversas disciplinas quando se pretende dar início a uma discussão ou exposição acerca dos conteúdos programáticos da unidade curricular; • Como ? • Arranje material de suporte (contos, artigos noticiosos, relatórios, vídeos, guiões, etc.) para usar como base do estudo de caso; • Dê tempo aos estudantes para analisarem os casos individualmente ou em grupo, e para registar a sua análise; • Modere a discussão. Não expresse as suas opiniões, exceto para orientar a discussão; • Após a análise, demonstre como o estudo de caso ilustra a aplicação de conceitos teóricos da disciplina.

Visita de estudo (uma ou várias horas)

• Para quê ? • Facilitar alguns tipos de aprendizagem impossíveis de ter na sala de aula; • Quando ? • Para recolha de informação sobre um determinado contexto ou realidade e aprender técnicas e metodologias de pesquisa e investigação; • Como ? • Prepare-se para os imprevistos, contratempos (e.g., mau tempo e outros azares); • Encoraje os estudantes a participarem atribuindo uma tarefa que envolva informação do campo ou notas da visita de estudo; • Na aula anterior à visita de estudo, faça uma sessão preparatória: discuta questões práticas (vestuário, segurança, material necessário) e fundamentos académicos da visita de estudo; • Dê tempo suficiente para discutir e processar a informação obtida na visita de estudo.

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Aprendizagem Activa

Tipo de atividade

Interpretações de papéis (role-play) (3-5m)

Indicações • Para quê ? • Permitir aos estudantes experimentarem diferentes estilos de interação, praticarem novas técnicas de comunicação, discutir e explorar questões complexas; • Quando ? • Para fazer simulações e demonstrações de casos reais. Normalmente é usado em aulas que abordam questões sociais (Ciências sociais, ciências de gestão, etc.) ou estratégias de comunicação (técnicas de entrevista, gestão de conflitos, etc.); • Como ? • Arranje cenários e personagens para a interpretação de papéis através de histórias de notícias, livros, situações comerciais ou escrevendo tudo você mesmo; • Dê papéis aos estudantes “atores”: dê-lhes um cartão com uma breve descrição da personagem que vão interpretar, o seu ponto de vista, características, etc; • Em grupos com mais estudantes do que papéis, pode atribuir a tarefa de “observador” a “não-atores” (para tirar notas acerca de um determinado ator); • Dê aos estudantes alguns minutos para se prepararem para os seus papéis; • Após 10-15 minutos, termine a interpretação de papéis; • Use as impressões dos atores e as notas dos observadores para iniciar uma discussão acerca de material da disciplina. Dê especial atenção a conflitos, ambiguidades, etc.

• Para quê ? • Obter um feedback sincero dos conteúdos apreendidos da disciplina e do seu estilo de apresentação; • Quando ? • Podem ser utilizados no final da aula para avaliar conhecimentos, praticar capacidades de escrita e incentivar os Teste de um minuto estudantes a assimilar e compreender o material da dis(3-5m) ciplina. Também pode ser utilizado para preparar futuras aulas; • Como ? • Atividade escrita, feita na aula e sem nota; • Coloque uma questão e dê aos estudantes alguns minutos para pensarem nela antes de escreverem a apresentação;

Tipo de atividade

Indicações

Teste de um minuto (3-5m) (cont.)

• Recolha os testes (dependendo do ambiente da aula e dos tipos de questões, poderá pedir aos estudantes para se identificarem nos testes, mas normalmente estes testes sem nota são anónimos para encorajar respostas abertas).

Questionário sem nota (5-10m)

• Para quê ? • Encorajar os estudantes a prestarem atenção. Fornecer um feedback do nível de conhecimentos dos estudantes, assimilação e compreensão; • Quando ? • Deve ser utilizado durante as exposições/apresentações; • Como ? • Escreva questões no quadro, projete ou distribua pela turma; • Dê aos estudantes 5 a 10 m para responderem numa folha de papel em branco (pode ser questionário anónimo ou não); • Recolha os questionários e discuta as respostas na aula seguinte; • Prepare questões de resposta múltipla e apresente uma de cada vez, pedindo aos estudantes que respondam levantando a mão; • Peça aos estudantes para trocarem os questionários entre si e corrigi-los com base nas respostas corretas. Isto permite-lhes obter feedback rápido para que possam avaliar a sua compreensão e não deve ser usado como método de avaliação formal.

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Aprendizagem Activa 4. Exemplos de atividades de aprendizagem ativa Estas sugestões de atividades de aprendizagem ativa usadas em articulação com o formato de aula tradicional são viáveis para grupos de qualquer dimensão. Atividades para promover a aprendizagem ativa Perguntas/ Comentários/ Opiniões

• Promove a interação, a participação, o interesse e a compreensão.

Grelha de prós e contras

• Grelhas que identificam as vantagens e desvantagens de um determinado tema ou assunto, permitindo desenvolver as competências analíticas, avaliativas e um espírito crítico.

Brainstorming

• Dinâmica de grupo que ajuda a gerar ideias “chuva de ideias”. Todas as ideias são registadas e não é feita análise sobre as mesmas antes da fase de produção de ideias ter terminado.

Questionários formativos (sem avaliação)

• Elaboração de várias perguntas num diapositivo ou em papel a distribuir aos estudantes. Os questionários podem ser de resposta individual, anónima ou em grupo. Podem ser feitos para identificar os conhecimentos que os estudantes já possuem (no início do ano) ou aquilo que aprenderam (no final de cada período letivo).

Trabalho em pares/Grupo

• Formação de pequenos grupos de estudantes para debaterem um determinado tema. Este tipo de atividade promove a partilha, a colaboração e a criatividade. Pensar em pares obriga todos os estudantes a tentarem encontrar uma resposta inicial à pergunta, que depois pode ser esclarecida e alargada quando colaboram com os colegas.

Teste de um • Introdução de breves trabalhos escritos para avaliar o grau minuto ou breve de compreensão dos estudantes sobre os conteúdos leciotrabalho escrito nados. Resolução de problemas

• Introduzir na dinâmica da aula problemas, paradoxos, enigmas ou histórias suscita a curiosidade dos estudantes e torna desafiante a aprendizagem.

Construção de competências analíticas

• Leitura e análise de textos, quadros, gráficos, tabelas, objetos, etc. e posterior feedback.

Debates

• Dinamização de debates e diferentes posições para fomentar a participação na aula.

Role playing

• A turma é dividida em pequenos grupos e cada um deles tem um determinado papel a desempenhar ou tarefa específica e concreta. Posteriormente será feita análise.

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Aprendizagem Activa 5. Qual o seu estilo de aprendizagem? Os estilos de aprendizagem dizem respeito às “qualidades e preferências características da forma como as pessoas apreendem e processam a informação (Felder, 1996). O Modelo Soloman-Felder de Estilos de Aprendizagem integra a maior parte das abordagens usadas para compreender os diferentes estilos de aprendizagem e pode ser utilizado com estudantes do ensino superior para que autoavaliem as suas preferências de aprendizagem. Veja qual o estilo com o qual se identifica mais: Estilos de aprendizagem

Ativo

• A informação é processada falando dela e experimentando-a (e.g., reuniões com o orientador ou colegas para debater temas, descoberta de formas criativas de aplicar a matéria).

Reflexivo

• A informação é processada pela reflexão e analisada de forma a percebê-la antes de agir (e.g., escrever pequenos resumos e refletir sobre a matéria escrita, etc.).

Sensitivo

• A informação é apreendida de forma concreta e prática, linear e ordenada; Há uma orientação para os detalhes, factos e números, e para a utilização de procedimentos homologados. Perceção realista, com gosto pelas aplicações práticas (e.g., estabeleça relações com o mundo real).

Intuitivo

• A informação é apreendida de forma abstrata, original e orientada para a teoria; A informação é vista como um todo, tentando compreender os padrões gerais. Gosto por descobrir possibilidades e relações, e de trabalhar com ideias (e.g., discutir teorias e interpretações com o seu orientador, etc.).

Visual

• A informação é apresentada visualmente – diagramas, gráficos, figuras (e.g., codificar os apontamentos com cores, organizar a matéria com gráficos, etc.).

Verbal

• A informação é explicada através de palavras–oralmente ou escrita (e.g., escrever resumos e linhas gerais sobre a matéria, discutir a matéria com colegas e professor, etc.).

Processamento da informação

Apreensão da informação

Apresentação da informação

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Aprendizagem Activa 6. Fazer as perguntas certas

Estilos de aprendizagem Sequencial

• A informação é organizada de uma forma linear, ordenada, organizada e sistemática (e.g., organizar a matéria de forma lógica, por passos, etc.).

Global

• A informação é organizada de forma holística e aparentemente aleatória, sem estabelecer relações (e.g., estabelecer relações com a matéria aprendida anteriormente, leituras gerais e transversais, apreender os conceitos gerais antes de ir aos detalhes, etc.).

Organização da Informação

Fazer perguntas na aula ajuda a suscitar o interesse e atenção dos estudantes, promove o envolvimento e facilita a criação de um ambiente de aprendizagem positivo e ativo. É importante saber fazer perguntas e usar as estratégias de questionamento adequadas. Estratégias de questionamento Iniciar com perguntas

• Faça perguntas logo no início das aulas para suscitar a discussão sobre os conteúdos abordados. Torne o ambiente de aula num ambiente de questionamento ativo ao longo de todo o semestre.

Preparar as perguntas

• Prepare com antecedência as suas questões chave e as estratégias para colocar questões. Estes devem suscitar a atenção, a curiosidade, etc.

Aguardar pelas respostas

• Os estudantes precisam de tempo para conseguirem chegar por si a uma resposta satisfatória, dê-lhes tempo suficiente para responderem.

Fazer perguntas claras

• Coloque apenas uma pergunta de cada vez e certifique-se de que é suficientemente clara. Por vezes, os professores procuram clarificar uma questão dizendo o mesmo por outras palavras e, neste processo, acabam por colocar uma questão diferente. Isto pode gerar confusão.

Não orientar a resposta

• Evite orientar os estudantes para determinada resposta (e.g., “Não acha que…?” é uma expressão que não encoraja o estudante a dar a sua opinião).

Fazer perguntas abertas

• Evite as questões que conduzem a resposta sim ou não ou que requerem apenas uma palavra para responder. Utilize perguntas que permitam aos estudantes desenvolver o raciocínio e o pensamento.

Fazer uma escuta ativa

• Evite interromper o estudante quando este estiver a falar. Certifique-se de que faz contacto visual e sorri. A comunicação não - verbal é adequada para indicar que está atento e interessado na resposta

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Aprendizagem Activa

7. Diferentes modos de aprender

Estratégias de questionamento

Valorizar as perguntas

• Agradeça e elogie a participação do estudante e faça comentários do tipo “Boa questão!”, “Obrigado por partilhar connosco essa experiência”, “Então, se bem percebi quis dizer que…”, “Diga-nos mais sobre isso”, “O que quer dizer com isso ?”, “Certo, e além disso ainda…” “Bem visto. Nunca tinha pensado nisso!...”Estes comentários reforçam a participação ativa do estudante e a vontade de continuar a participar nas aulas.

Repetir as perguntas

• Repita as questões ou comentários do estudante sempre que for necessário para toda a turma perceber a informação. Ao responder, certifique-se que olha em volta para todos os estudantes para que se sintam incluídos nos seus comentários.

Incentivar a interação

• Tente estruturar os seus comentários para encorajar os estudantes a interagirem entre si e a estarem mais atentos “João, fez um comentário bem interessante. Acha que pode relacionar isso com o que disse a Maria ?”.

Admitir que não sabe

• Pode perder credibilidade se tentar forjar uma resposta incongruente em vez de admitir que não sabe, quando e se isso acontecer. Neste caso, pode pedir à turma contributos “Alguém sabe ?”, sugira recursos onde o estudante pode encontrar a resposta ou diga que vai procurar saber e dará a resposta na aula seguinte.

Todos nós aprendemos de diferentes formas, com diferentes ritmos e conjugando uma diversidade de tipologias cognitivas. O investigador Howard Gardner identificou 8 tipos de inteligência. Aprende-se melhor com diferentes estratégias consoante os tipos de inteligência dominante. Inteligências Múltiplas Tipos inteligência dominante

Estratégias e recursos de aprendizagem

Verbal-linguística

• Escuta, locuções espontâneas ou oficiais, o humor, a leitura em alta voz ou silenciosa, a documentação, a escrita criativa, a ortografia, a apresentação de um jornal ou poesia, etc.

• Símbolos abstratos e fórmulas, representações gráficas, Lógico-matemática sequências numéricas, cálculos, códigos e resolução de problemas, etc. Musical-rítmica

• Gravações áudio, recitais, canções, assobios, zumbidos, sons ambientais, vibrações, modelos de ritmos, composições musicais, etc.

Visual-espacial

• Artes, imagens, escultura, desenho, “gatafunhos”, modelos, paletes de cores, trabalho de imaginação ativo, construção com blocos, etc.

Corporal/ cinestésica

• Jogos de papéis, gestos físicos, drama, invenção, passagem de bola, jogos desportivos, exercício físico, linguagem corporal, dança, etc.

Interpessoal

• Projetos de grupo, repartição das tarefas, modelos nos outros, receção/oferta de comentários, colaboração;

Intrapessoal

• Tratamento das emoções, reflexão em silêncio, estratégias de reflexão, concentração, raciocínio evoluído, meditação, técnicas metacognitivas, etc.

Naturalista

• Elaboração de cartas, cartografia das mudanças, observação da natureza, apresentação da vida ao ar livre na sala de aula, as ligações com o mundo natural, apresentação de jornais, etc.

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Aprendizagem Activa 8. Ensinar e aprender de forma tradicional vs inovadora Características dos métodos de ensino Tradicional

Inovador

Ensino magistral

Promove a descoberta

Transferência de conhecimentos

Incentiva a compreensão

Técnica centrada no ensino

Técnica centrada na aprendizagem

Massificado

Personalizado, responde a diversas preferências e estilos de aprendizagem

Favorece

Favorece

Aprendizagem superficial

Aprendizagem profunda (mais eficaz)

• Memoriza apenas as informações necessárias; • Tarefa vista como imposição vinda do exterior; • Não pensa nos objetivos nem nas estratégias; • Concentra-se nos elementos isolados sem esforço de integração; • Não faz distinção entre os princípios e os exemplos.

• Procura perceber; • Interage com o conteúdo; • Relaciona novas ideias com os conhecimentos adquiridos anteriormente; • Relaciona os conceitos e a experiência de vida; • Relaciona as provas e as conclusões; • Analisa a lógica de um argumento; • Favorece uma aprendizagem independente; • Apoia o crescimento pessoal; • Apresenta problemas (técnicas de aprendizagem por problemas); • Favorece a reflexão; • Favorece aprendizagem pela prática (estratégias de aprendizagem pela experiência); • Favorece a aquisição de aptidões de aprendizagem.

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7 Recursos para o Ensino e Aprendizagem


Recursos para o Ensino e Aprendizagem 1. Cuidados no uso de meios audiovisuais (PowerPoint, Prezi,…) Uma apresentação eficaz ajuda os estudantes a compreender e recordar os pontos-chave. Para isso, eis alguns cuidados a ter: Aspetos gerais • Crie diapositivos fáceis de ler; • Crie diapositivos que se destaquem por si só; • Faça esquemas equilibrados e coerentes; • Inclua apenas os pontos principais Conteúdo • Utilize linguagem simples e clara; • Apresente informação concisa e relevante; • Limite cada slide a um único tópico; dê-lhe um título relevante; • Identifique as fontes usadas (para estatísticas, números, imagens, citações…); • Destaque a informação mais importante em mapas, quadros e gráficos (use cores, faça círculos à volta da informação ou use um ponteiro, etc.) Imagem • Escolha cores contrastantes ( e.g., letras claras sobre um fundo escuro); • Coerência no tipo e tamanho de letra em todos os slides; • Formato dos títulos coerentes (e.g., letras a negrito, tamanho aumentado); • Usar apenas 2 a 3 tipos de letra por slide (um para títulos, outro para texto principal) ou tamanhos diferentes do mesmo tipo de letra para distinguir os títulos e o texto principal; • Distribua bem a informação no espaço do slide; • Use letra de tamanho 24-28 para o texto principal e 32-40 para os títulos; • Use tipos de letra simples (e.g., Times New Roman, Arial ou Helvética); • Pode usar negrito para tornar o texto mais espesso; • Evite excesso de texto em itálico ou maiúsculas (dificultam a leitura); • Evite elementos gráficos supérfluos ou fundos complicados (desviam a atenção).

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Recursos para o Ensino e Aprendizagem Utilize os audiovisuais para ajudar o seu público-alvo: • Focalizar a atenção; • Sublinhar aspetos principais da mensagem; • Estimular e manter o interesse; • Ilustrar conceitos complexos de difícil visualização; • Aumentar a retenção a informação; • Auxiliar na compreensão da informação Evite usá-los para: • Impressionar (com textos, gráficos ou animações) – evite sobrecarga de informação; • Limitar a sua interação com os estudantes; • Apresentar ideias simples e fáceis de transmitir verbalmente Selecione o audiovisual apropriado: • Utilize um programa com o qual está à vontade e conheça as suas vantagens e desvantagens; Vantagens • Programa acessível, não dispendioso; • Apresentação atrativa; • Permite transições suaves entre diapositivos; • Facilidade em inserir, alterar ou retirar informação.

Desvantagens • Necessário equipamento e conhecimento para utilizá-lo (computador, tela/quadro, projetor); • Os efeitos frequentemente distraem; • Demora a preparar se não se tiver experiência.

Interaja com os estudantes e certifique-se de que mantém a atenção centrada em SI: • Faça perguntas, estimule a discussão e use outros métodos interativos; • Mantenha contacto visual; • Tenha em atenção a linguagem não-verbal dos estudantes (sinais de tédio, confusão, distração, etc.); • Parta do princípio de que os estudantes vão querer copiar tudo, por isso, resuma a informação ao essencial e deixe-a visível o tempo suficiente; • Se possível, coloque o projetor e a tela diagonalmente em frente da turma: desta forma, pode ocupar o ponto focal da sala em vez ficar de lado. Prepare-se: • Ordene os diapositivos; • Antes da apresentação, experimente o equipamento (computador, projetor, tela), teste a apresentação (som, imagem, cor, formatação), veja a disposição do mobiliário e da sala para que o projetor encha o ecrã e fique visível para todos; • Não apresentar dispositivos/slides irrelevantes, dos quais dirá “Não se preocupem com isto”, “Isto provavelmente não lhes diz nada” ou “Provavelmente não conseguem ver isto lá atrás”. Não esqueça! • Os diapositivos servem para ajudar os estudantes, não para ajudá-lo a si! • A apresentação é um acessório, você deve ser o centro da atenção; • Tenha em atenção a mensagem e não perca tempo com efeitos especiais; • A repetição é aceitável (ajuda a assistência a reter informação); • Escreva os pontos separadamente: não divida apenas em parágrafos; • Os estudantes copiam tudo o que mostrar nos slides, por isso inclua informação clara, simples e reduzida ao mínimo; • Se disponibilizar a apresentação, os estudantes já não necessitam de copiar os slides, ficam mais atentos à mensagem e poderão tomar notas

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Recursos para o Ensino e Aprendizagem 2. Utilizar a escrita como ferramenta de aprendizagem A escrita é uma das ferramentas mais importantes para a aprendizagem. Por isso, o professor deve propor aos estudantes atividades de escrita para que estes organizem melhor o pensamento e expressem melhor as suas ideias. As capacidades de comunicação são importantes dentro e fora da sala de aula. Comunicar de forma eficaz é uma ferramenta essencial para o sucesso académico e profissional. Ensinar os estudantes a comunicar bem inclui também ensiná-los a escrever bem. Para isso, é importante reconhecer os papéis e potencialidades da escrita: Refletir – a escrita ajuda a desenvolver a reflexão e dá aos estudantes a oportunidade de analisar problemas, recolher informação, desenvolver hipóteses, formular argumentos, definir objetivos, abordar a matéria de forma critica, minuciosa e criativa (quando propuser aos estudantes exercícios escritos destinados a promover a reflexão crítica utilize expressões como formular, defender, avaliar, criticar, julgar, argumentar, determinar); Explorar – Os principais objetivos dos exercícios exploratórios feitos de forma escrita são: clarificação do raciocínio, exploração de ideias, formulação de perguntas, reflexão acerca da aprendizagem e procura de relações entre teoria e prática (ao elaborar exercícios para desenvolver capacidades de investigação e criatividade utilize termos como discutir, explorar, imaginar, propor, considerar, contemplar, responder, refletir); Explicar – Quando escrevemos assimilamos conhecimento, compreendemos, organizamos ideias e integramos o conhecimento. Assim estamos a melhorar a capacidade de nos expressarmos e de explicar as ideias apreendidas (ao elaborar exercícios para promover a capacidade de explicação e a argumentação utilize termos como enumerar, selecionar, descrever, definir, contar, expressar, explicar, revelar, resumir, identificar).

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8 Avaliação


Avaliação 1. Avaliação: objetivos, métodos A avaliação é uma tarefa essencial dos professores. Compete a estes a escolha dos métodos de avaliação e perceber o objetivo da avaliação e as estratégias mais convenientes e vantajosas que devem utilizar. A avaliação tem múltiplos papéis que não se limita à atribuição de notas aos estudantes: Avaliação Avaliação - Atribuir ao estudante uma nota válida e justa baseada no conhecimento, rendimento e qualidade do seu trabalho. Diferentes papéis da avaliação

Comunicação - Informar o estudante acerca do seu desempenho e rendimento escolar. Motivação - Incentivar o estudante a adquirir hábitos de estudo e a determinar a importância do seu envolvimento na aula. Organização - Organizar e estruturar a aula.

Aspetos problemáticos

Critérios e normas da avaliação

Conceção dos métodos de avaliação

Quanto maior for a turma menos tempo e capacidade para avaliação. A interação dos estudantes com o professor é reduzida e pode traduzir-se em problemas de motivação, participação e qualidade do trabalho. Os estudantes têm menos tempo para pôr em prática as suas aptidões, resolução de problemas e executar tarefas diferentes. • Corrigir rapidamente os exames e os trabalhos; • Assegurar a equidade e a consistência das notas; • Informar os estudantes acerca das suas expectativas;

• Motivar os estudantes para respeitar as normas estabelecidas;

• Ajudar os estudantes a avaliar o próprio trabalho e o dos colegas; • Facilitar a comunicação entre outros professores.

A escolha do tipo de avaliação deve considerar a metodologia usada nas aulas (matéria lecionada, características dos estudantes e recursos acessíveis). A escolha do tipo de avaliação deve considerar a metodologia usada nas aulas (matéria lecionada, características dos estudantes e recursos acessíveis). A escolha do tipo de avaliação deve considerar a metodologia usada nas aulas (matéria lecionada, características dos estudantes e recursos acessíveis).

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Avaliação

Avaliação (cont.)

Estratégia de avaliação

Diferentes métodos de avaliação

Método de avaliação mais utilizado

Avaliação (cont.)

• Validade – Atingir os objetivos propostos. • Viabilidade – Produzir resultados constantes a cada utilização. • Sensibilidade – Identificar se os estudantes perceberam a matéria. • Centralidade – Assegurar que o elemento avaliado está diretamente associado aos pontos centrais dos conteúdos lecionados. • Trabalhos pessoais; • Seminários; • Provas; • Exames; • Aulas práticas; • Projetos; • Trabalhos de grupo; • Relatórios. Exames e provas – A sua ponderação representa uma parte relevante da avaliação global do estudante. Tipos de exames

Escolha múltipla

Resposta breve

Verdadeiro e falso

Questões de desenvolvimento

Vantagens: Objetiva; Avaliação específica dos conhecimentos; Ideal para turmas numerosas.

Vantagens: Avaliação do conhecimento de pormenores; Elaboração fácil; Os estudantes podem expressar exatamente os seus pensamentos;

Vantagens: Elaboração fácil.

Vantagens: Avaliação do pensamento crítico e da objetividade; Ideal para medir a capacidade de análise, de síntese e de avaliação ao nível cognitivo superior; Os estudantes julgam este método pouco justo;

Desvantagens: Exige planificação pormenorizada; A redação exige tempo; Muitos estudantes não gostam desta avaliação

Desvantagens: Não permite verificar a compreensão; Forte probabilidade de “acertar ao calha”.

Tipos de exames Escolha múltipla

Resposta breve Desvantagens: Permite verificar a memorização dos fatos; Não convém para verificar aprendizagens complexas.

Verdadeiro e falso

Questões de desenvolvimento Permite aos estudantes ultrapassar a simples memorização dos detalhes; Fornece uma perspetiva de qualidade aos estudantes quando é feita corretamente. Desvantagens: Difícil corrigir com uniformidade; Difícil preservar o anonimato; Correção longa; Correção pouco uniforme devido ao cansaço e subjetividade do corretor.

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Avaliação 2. Preparar trabalhos e exames Na preparação das unidades curriculares o docente precisa de considerar: Aulas Estruturar aulas e debates é uma condição necessária mas não suficiente para um ensino e aprendizagem eficiente.

Definir objetivos específicos da unidade curricular – O que pretende ensinar aos seus estudantes e qual a melhor forma de os ajudar a lá chegar: • Domínio dos conteúdos; • Desenvolvimento de competências académicas de análise e exposição; • Desenvolvimento do pensamento crítico; • Autoconhecimento; • Melhoria da escrita; • Motivação pela matéria, etc.

Trabalhos e exames Complementam e reforçam a assimilação e compreensão dos conteúdos lecionados e dão informação útil acerca do desempenho dos estudantes .

Perceber o seu valor pedagógico – Os trabalhos e exames têm valor pedagógico porque definem os conteúdos a que os estudantes dão mais atenção. Fazer o exercício de engenharia reversa/método de alinhamento: • Comece pelos “resultados desejados” da unidade curricular e depois trabalhar em sentido inverso, para que os trabalhos e exames possam refletir esses mesmos resultados; • As perguntas de exame deverão refletir os temas/ conteúdos mais relevantes. Exemplos de trabalhos: • Leituras; • Resolução de problemas; • Visitas de estudo; • Trabalhos escritos; • Saídas de campo; • Serviço comunitário; • Programas de aprendizagem; • Outros. O trabalho escrito – É aquele que mostra de forma mais precisa os níveis de aprendizagem dos estudantes. Faculte ao estudante exemplos do tipo de escrita que se espera que produzam. Pode ser: • Pequeno e pessoal (e.g., fichas de leitura); • Mais extenso e mais académico.

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Avaliação

Na preparação das unidades curriculares o docente precisa de considerar: Trabalhos e exames Complementam e reforçam a assimilação e compreensão dos conteúdos dados nas aulas e dão informação útil acerca do desempenho dos estudantes (cont.).

Dicas & sugestões para trabalhos e exames: • Apresente pistas de leitura e justifique as suas opções (e.g., o que procurar, onde empregar mais tempo, perguntas que devem fazer, etc.); • Decida quais os resultados desejados; • As perguntas do exame devem ser feitas com cuidado de forma a testarem realmente o que pretende (memorização VS compreensão); • Faça uma simulação (lance perguntas semelhantes aos estudantes e peça-lhes sugestões de resposta); • Alinhe os trabalhos e exames com os resultados desejados; • Pequenos trabalhos e exames feitos com regularidade ao longo do semestre produzem melhor aprendizagem do que um trabalho longo e/ou um exame final. Os trabalhos e exames serão mais produtivos se forem devidamente corrigidos e entregues aos estudantes com comentários e informações úteis.

3. Testes e exames: que perguntas? Linhas Orientadoras Ao elaborar um exame ou prova tenha em consideração Estrutura • Deixe espaço entre as perguntas; • Deixe espaço suficiente para os estudantes redigirem as respostas diretamente no questionário. Conteúdo • Determine os elementos de resposta aceitáveis quando elabora o exame; • Escolha o tipo de perguntas apropriado; • Os exames de desenvolvimento não devem ser muito longos; • Coloque perguntas pertinentes; • Confira se as perguntas refletem os objetivos das suas aulas; • Certifique-se que o estudante médio terá tempo de responder a todas as perguntas; • Confirme se os enunciados e a preparação são específicos, e bem organizadas; • Tenha em atenção se a pontuação atribuída a cada pergunta está claramente indicada; • Verifique se as primeiras perguntas estimulam a confiança dos estudantes; • Peça a um colega para ler as perguntas e identificar ambiguidades na formulação, imprecisões e enunciados poucos esclarecedores. Correção Utilize guias de correção bem definidos; Corrija preservando o anonimato dos estudantes; Corrija uma pergunta de cada vez; Evite confiar a correção a outras pessoas. Tipo de perguntas mais utilizadas Perguntas de desenvolvimento • Verificar os conhecimentos dos estudantes, suas capacidades para redigir a resposta (…).

Perguntas objetivas Verdadeiro ou falso

Emparelhamento

• Permitir uma redação direta e clara; • Facilitar a resposta; • Permitir a escolha múltipla; • Elaboração curta, contêm uma única ideia.

• Indicar a ligação entre as duas colunas; • Elaborar uma listagem de palavras únicas ou de sinónimos.

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Avaliação 4. Testes e exames – pontuação

Linhas Orientadoras Tipo de perguntas mais utilizadas Perguntas de desenvolvimento (…)desenvolvimento do seu pensamento, lógico, criação de hábitos de estudo; • Permitir aos estudantes demonstrar os conhecimentos acerca do tema assim como as suas capacidades organizacionais e linguísticas; • Verificar se os objetivos da aula foram atingidos; • Adquirir conhecimento ou entender o processo de decisão.

Perguntas objetivas Verdadeiro ou falso

Emparelhamento

• Facilidade na correção; • Assegurar que existe uma única resposta • Redigir pelo menos quatro possibilidades de possível. resposta; • Assegurar que todas as respostas são plausíveis; • Certificar que as únicas respostas possíveis sejam “verdadeiro” ou “falso”; • Validar um procedimento, um instrumento inovador ou confirmar uma boa prática.

Métodos de pontuação Os estudantes precisam de conhecer antes da avaliação os tipos de avaliação a que vão estar sujeitos e o sistema de pontuação utilizado pelo docente, assim como o seu valor no cálculo da nota final. É importante que os estudantes compreendam os objectivos que o docente considera importantes e o esforço necessário para os concretizar; Tabela de pontuação

• Deve ter em consideração os objetivos de aprendizagem.

• Distinga os comentários da pontuação e utilize-os separadamente ou em ligação segundo o objetivo procurado; • Comente as respostas; • Utilize o mínimo de níveis de pontuação; Pontuação eficaz • Não perca muito tempo a corrigir trabalhos desleixados; e rápida • Faça referência aos conhecimentos dos estudantes; • Solicite aos estudantes que organizem os trabalhos para facilitar a correção; • Delegue trabalho; • Utilize ferramentas tecnológicas para economizar tempo e melhorar os resultados.

Penalidades e pontos de bonificação

• Pode modificar a nota dos estudantes impondo penalidades (no caso de entrega tardia de um trabalho, erros ortográficos ou gramaticais, problemas de citação, etc.) ou oferecendo pontos de bonificação (para recompensar um esforço adicional); • É importante informar os estudantes das infrações que conduzem a sanções e da natureza exata destas sanções;

Distribuição das notas com a curva de Gauss

• Impõe um quadro específico de distribuição das notas (e.g., certa percentagem de estudantes terá um A, uma outra percentagem terá um B e assim sucessivamente); • É preciso cuidado na sua aplicação para evitar a efeitos negativos.

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Avaliação 5. Ler e comentar uma tese Perspetivas de análise

Docente

Aspetos a considerar • Interesse e motivação no tema/área de investigação da tese; • Imparcialidade; • Bons conhecimentos sobre o tema/área; • Apreciação crítica sobre a tese: não se limite a criticar, tome iniciativa e arrisque com ideias para o estudante melhorar o seu trabalho - Faça críticas e comentários específicos e que sejam úteis ao estudante; • Justificação clara para a sua avaliação e classificação.

Estudante

• Capacidade de trabalho, dedicação e empenho do estudante em termos de pesquisa e investigação; • Capacidade de argumentação – Postura, provas e argumentos do estudante em relação à defesa da sua tese; • Dificuldades e necessidades de melhoria.

Tese

• Forma de apresentação, organização, escrita, estilo, etc.; • Relevância e pertinência; • Objetivos; • Teorias e métodos que fundamentam; • Originalidade (a tese explora ou esclarece a sua problemática de forma original e inovadora?) • Levantamento de questões; • Aplicação prática – Apresentação de respostas.

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Avaliação 6. Correção rápida e justa Correção (trabalhos, relatórios laboratoriais ou exames) Estratégias para poupar tempo • Prepare uma chave de respostas; • Estabeleça critérios de classificação; • Anote os critérios de correção usados à medida que atribui classificações; • Elabore a resposta/solução antes de começar a corrigir; • Corrija uma pergunta ou tópico de cada vez; • Identifique trabalhos ou exames que têm a mesma abordagem e agrupe-os; • Procure exemplos excelentes, bons, adequados e fracos para servirem de âncoras ou padrões; • Evite corrigir demais; • Escreva comentários breves; • Concentre-se nos problemas mais importantes e procure padrões de erros; • Realce o que foi bem feito (para promover a autoconfiança); • Identifique formas de melhorar; • Evite reescrever os trabalhos dos estudantes; • Estabeleça limites de tempo para a correção de cada pergunta; • Divida os trabalhos/exames pelas diversas categorias de avaliação (Muito Bom, Bom, Suficiente, Fraco e Mau) antes de atribuir a classificação final para o ajudar a decidir sobre os casos limite. Estratégias para a imparcialidade e justiça • Tape os nomes dos estudantes para não ser influenciado pela representação que tem de cada um deles; • Determine o nível geral de performance antes de corrigir, através da escolha ao acaso; • Evite tentar corrigir exames inteiros ou todos os trabalhos numa única altura. Conheça os seus limites e saiba qual o melhor método para si; • Faça uma sessão de correção em grupo (quando houver mais do que uma pessoa a corrigir os trabalhos ou exames de uma disciplina); • Depois de corrigir a mesma pergunta em todos os exames, baralhe os exames para não haver expetativas com base na ordem em que estão; • Evite avaliar o trabalho dos estudantes com base em fatores irrelevantes (letra, uso de caneta, lápis, etc); • Coloque as classificações na última página do trabalho/exame dos estudantes para proteger a sua privacidade; • Registe todas as classificações através de números (em vez de letras) para assegurar maior precisão no cálculo as classificações finais.

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Avaliação 7. Avaliação de trabalhos escritos Os trabalhos escritos dos estudantes permitem aos docentes avaliar as suas ideias, experiências, competências de escrita e de análise. Devem obedecer a normas (citações e referências bibliográficas) e podem ser avaliados e classificados tendo em conta os critérios apresentados abaixo: Trabalho excecional que excede significativamente os critérios de avaliação

Muito bom

• Contém um tema original ou exploração incomparável de determinado tema; • Introduz uma abordagem nova e assume desafios; • Uso sofisticado/excecional de exemplos; • Organização original e “fluida”, todas as frases e parágrafos contribuem para o texto, divisão sofisticada do texto em parágrafos; • A integração das citações e referências é sofisticada e destaca o pensamento do autor; • Elevados níveis de confiança no uso da linguagem, a linguagem utilizada reflete um entendimento perfeito da sua sintaxe; • As frases variam na sua estrutura, havendo poucos ou nenhuns erros de estruturação.

Trabalho louvável que cumpre ou excede os critérios de avaliação

Bom

• Contém um tema original e uma boa exploração de conteúdos; • Conteúdo transmitido de forma clara, com bons exemplos; • Organização e ritmo eficaz entre frases ou parágrafos; • Citações e referências integradas no texto mantendo a fluidez de ideias; • O texto está dividido em parágrafos de forma correta; • Transmite uma forte compreensão da língua; • Pequenos erros de estruturação (vírgulas deslocadas, erros de colocação pronominal, frases sem pontuação adequada, etc.), mas não erros graves.

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Avaliação

Trabalho aceitável que cumpre os critérios de avaliação • Tema global e domínio sólido do mesmo; • Tema bem explorado mas com algumas incorreções; • Conteúdo compreensível e uso apropriado de exemplos; • Estrutura sólida, mas poderá haver uma ou outra frase pouco clara; • Citações e referências integradas no texto; • Divisão do texto em parágrafos mas pouco original; • Uso apropriado da linguagem, frases sólidas que poderão revelar problemas de desenvolvimento, clareza ou estilo; • Podem ocorrer pequenos erros de estruturação, os quais não afetam o sentido do texto; • Não há erros graves de estruturação (frases incompletas, frases sem pontuação, vírgulas a ligar orações independentes, etc.).

Suficiente

Trabalho pouco satisfatório que cumpre os critérios mínimos de avaliação

8. Métodos para avaliar o trabalho de grupo No âmbito do trabalho de grupo é importante dar a conhecer aos estudantes os métodos e critérios de avaliação que o professor vai utilizar: quantificar o volume e a qualidade do trabalho de cada estudante no trabalho de grupo, bem como as suas capacidades individuais de trabalhar em equipa. Métodos para avaliar o trabalho de grupo

Classificação igualitária

• O sentido do texto não é claro; • Ideias soltas, pouco interligadas no texto; • Falta de exemplos ou exemplos pouco claros; • As citações e referências não estão bem incorporadas no texto; • Expressão escrita fraca (estruturação da frase problemática); • Erros de estruturação que afetam o sentido do texto.

Suficiente menos

Um trabalho que não cumpre os critérios de avaliação mínimos

Insuficiente

• Ignora as exigências do docente; • Não tem sentido; • Não tem coerência; • Contém conteúdo plagiado (de forma voluntária ou involuntária); • Não explora verdadeiramente um determinado tema; • Texto de difícil leitura devido ao desenvolvimento estranho das frases e dos parágrafos; • Contém erros de estruturação que afetam claramente o sentido do texto. • Revela muitas dificuldades na escrita.

Perguntas de exame

Divisão de tarefas

Vantagens

Desvantagens

• Mais fácil de implementar. Não requer trabalho adicional para além da classificação dos projetos; • Adequado se a classificação do trabalho de grupo constituir apenas uma pequena parte da classificação total da disciplina; • As responsabilidades do grupo são impostas. O grupo falha ou é bem-sucedido em conjunto.

• As contribuições individuais não se refletem na atribuição das classificações; • Os estudantes mais fracos poderão beneficiar do trabalho dos estudantes mais empenhados; • Os bons estudantes poderão ser prejudicados pelos estudantes fracos; • Não motiva os estudantes.

• Poderá aumentar o interesse pelo projeto. Os estudantes poderão ficar mais motivados e querer saber mais acerca do trabalho dos colegas de grupo.

• Os estudantes poderão ignorar o grupo para estudar para o exame sozinhos; • Poderá traduzir-se em mais trabalho para o professor ao elaborar as perguntas do exame; • Poderá não ser eficiente – os estudantes poderão ser capazes de responder às perguntas através da revisão do projeto.

• É uma forma objetiva de determinar a participação individual; • A classificação individual poderá aumentar a motivação.

• Poderá ser difícil dividir um projeto em partes iguais e determinar a sua classificação; • Visto que os estudantes são responsáveis por diferentes partes podem deixar de cooperar; • A interdependência de algumas tarefas poderá afetar o progresso de alguns estudantes.

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Avaliação

Métodos para avaliar o trabalho de grupo

Métodos para avaliar o trabalho de grupo

Avaliação direta

Distribuição de um conjunto de classificações

Fator de ponderação individual

Vantagens

Desvantagens

Vantagens

Desvantagens

• As entrevistas orais, relatórios periódicos, reuniões, etc., são uma boa maneira de obter informação sobre a participação individual; • Permite ao professor dar a cada estudante um feedback mais específico.

• Requer muito tempo; • A informação obtida poderá ser subjetiva e/ou inexata; • A dimensão da turma poderá fazer com que seja impraticável.

Avaliação do trabalho de grupo pelo professor

• Obriga os estudantes a refletir acerca do seu desempenho enquanto equipa; • Os registos fornecem bastante informação que pode ser utilizada como base de avaliação.

• Rever os registos poderá requerer muito tempo; • Os estudantes poderão precisar de ajuda para perceberem como funcionam enquanto equipa.

• Fácil de implementar; • A avaliação dos colegas poderá motivar os estudantes no sentido de contribuírem mais para o grupo.

• Pode dar azo a uma avaliação subjetiva por parte dos estudantes (e.g., atribuir aos amigos classificações altas e não aos estudantes que trabalharam mais). • Pode dar azo a conflitos pessoais entre os membros do grupo; • Pode fomentar a competição; • Pode ser difícil para os estudantes avaliarem-se uns aos outros sem critérios objetivos.

Avaliação do trabalho de grupo pelos colegas

• Fornece uma perspetiva personalizada das contribuições de cada membro; • A lista de características fornece aos estudantes critérios objetivos.

• Requer muito tempo e é complexo; o professor tem que verificar os resultados; • Os estudantes poderão interpretar mal as características uns dos outros.

• Fornece aos estudantes cri- • Requer muito tempo por térios objetivos para avaliar as parte do professor; contribuições individuais. • A escala de classificação pode ser mal interpretada; • Todas as tarefas têm a mesma ponderação. Capacidades a avaliar no trabalho de grupo • Adoção de papéis complementares na equipa • Comportamento cooperante • Gestão de tempo e de tarefas • Resolução criativa dos problemas • Aplicação de uma gama de métodos de trabalho • Negociação

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Avaliação 9. Integridade académica Porquê falar em integridade académica?

Com as novas tecnologias e a facilidade de acesso à informação, alguns estudantes recorrem ao plágio. Os docentes necessitam de identificar estas situações e desencorajá-las.

• Relação distante com o docente; Razões que levam • Grande dimensão das turmas; os estudantes • Desinteresse pelo curso e pela disciplina; a plagiar? • Trabalhos demasiado ambiciosos exigidos pelo docente; • Prazos curtos e pouco razoáveis para a sua realização. 1. Relação de proximidade estudante – docente: • Criar uma relação de empatia (fale de si e do seu percurso profissional); • Memorize os nomes dos estudantes; • Crie uma relação de confiança e proximidade; • Revele disponibilidade e flexibilidade; • Seja honesto com eles e valorize essa qualidade. O que fazer para os desencorajar?

2. Conduta de integridade académica: • Explique a importância de se orientarem pelos princípios da integridade académica e as consequências se não os respeitarem (penalidades à infração); • Seja coerente. 3. Motivação pela disciplina: • Revele motivação e interesse pela sua disciplina; • Explique a relevância da sua disciplina e promova o interesse dos estudantes pela mesma. 4. Método ensino/pedagógico diversificado: • Seja dinâmico e utilize métodos diversificados; • Evite utilizar documentos e material repetido (apresentações em PowerPoint, exercícios, exames, etc.).

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Avaliação

O que fazer para os desencorajar? (cont.)

5. Exigência nos trabalhos: • Peça resumos ou esquemas, bibliografias anotadas, fotocópias da primeira página de cada uma das referências bibliográficas; • Evite que façam trabalhos sobre assuntos muito genéricos; • Seja claro quanto à exigência e intolerância de trabalhos plagiados; • Clarifique as suas expetativas em relação aos trabalhos; • Não sobrecarregue os estudantes. Seja razoável e flexível. Dê a possibilidade de alterarem a data de apresentação/entrega; • Explique aos estudantes que todas as ideias e informação que integram nos trabalhos devem ser referenciadas; • Ensine-os a fazerem citações em relação a qualquer tipo de fonte de informação, incluindo as da Internet; • Avise-os de que algum material existente na Internet não é tão fiável como o que se encontram nos livros e revistas académicas, porque não foi sujeita a revisão pelos especialistas. 6. Vigilância nos exames/testes: • Esteja disponível para os estudantes que precisem de ajuda, especialmente em alturas críticas (final dos prazos de entrega de trabalhos e antes dos testes); • Nos testes ou exames disponha os estudantes a distância considerável entre eles (e.g., reserve outra sala para turmas grandes); • Crie mais do que uma ordem nas perguntas dos testes e não atribua cores às diferentes versões dos testes; • Faça uma vigilância conscienciosa. Circule pela sala e preste atenção ao comportamento dos estudantes.

10. Prevenir a fraude em exames O que é fraude/Plágio escolar

Como prevenir?

Como atuar

• Ato de um estudante falsear a sua avaliação escolar ou de outro estudante (seja em trabalhos seja em provas ou exames); • Copiar as respostas e apresentar como sendo da sua autoria. • Chegue cedo, antes dos estudantes; • Prepare o equipamento antes do início do exame; • Disponha de cópias adicionais do exame; • Utilize os serviços de vigilância; • Circule pela sala; • Faça circular a folha de presenças e verifique o material dos estudantes; • Relembre aos estudantes que não é permitido copiar; • Utilize várias versões de um exame; • Confira se os estudantes trazem apenas o material autorizado; • Controle as folhas de exame; • Recolha todos os materiais e folhas dos questionários de exames enquanto os estudantes ainda estão sentados; • Não permita pausas para ir ao “wc”; • Deixe um lugar vago entre cada estudante; • Troque os enunciados; • Explique aos estudantes em que consiste a fraude/plágio escolar e as suas consequências; • Não permita que os estudantes troquem de enunciado; • Solicite aos estudantes que indiquem as fontes bibliográficas. • Identifique o nome dos estudantes que copiam ao responsável da IES (Instituição de Ensino Superior) assim que o exame terminar; • Reveja os regulamentos e procedimentos da IES relativos a este assunto; • Guarde todos os enunciados e dossiers; • Esteja pronto a apresentar as provas em reunião; • Deixe as autoridades competentes da IES atuarem.

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9 Tutoria e Ensino Individualizado


Tutoria e Ensino Individualizado 1. Ajudar o estudante a desenvolver trabalho autónomo: orientações para o estudante e para o tutor Aspetos importantes

1. Predisposição para aprender

2. Estabelecer objetivos de aprendizagem

3. Processo de aprendizagem

O que é necessário • Estar predisposto e motivado para aprender; • Ter hábitos de estudo, situação familiar e rede de suporte, quer na escola quer em casa; • Desenvolver as aptidões para aprendizagem: autonomia, organização, autodisciplina, capacidade de comunicação eficaz, capacidade de aceitar feedback construtivo, autoavaliação e autorreflexão. • Comunicar os objetivos de aprendizagem ao conselheiro/ orientador; • Fazer contratos de aprendizagem onde inclua: • Objetivos do estudo; • Estrutura e sequência das atividades; • Prazos para a conclusão das atividades; • Detalhes acerca dos recursos necessários para cada objetivo; • Procedimentos de avaliação; • Uma secção para o feedback e avaliação do conselheiro após a conclusão de cada objetivo; • Um plano das reuniões com o conselheiro e outras regras estabelecidas; • Avaliação dos contratos pelos conselheiros (o que poderá correr mal ? Há muito ou pouco trabalho ? Os prazos e a avaliação são razoáveis ?, etc.). • Abordagem profunda (reflexão e transformação) – Compreender os conceitos, aplicar o conhecimento a novas situações e usar novas formas de explicar conceitos, aprender mais do que é necessário para concluir o estudo – ideal para o estudo independente; • Abordagem superficial (reprodução) – Lidar com as exigências do estudo, aprender apenas o que é necessário para concluir o estudo satisfatoriamente, reproduzir exemplos e explicações utilizadas; • Abordagem estratégica (organização) – Alcançar as melhores notas possíveis, aprender o que é necessário para passar nos exames, memorizar os factos expostos, praticar com exames anteriores.

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Tutoria e Ensino Individualizado

3. Processo de aprendizagem (cont.)

4. Avaliar a aprendizagem

• Nota: O estudo independente requer a integração destes três tipos de abordagem: superficial e estratégica mas também uma abordagem aprofundada, reflexiva, na qual os estudantes devem compreender os conceitos e ter a capacidade de aplicar os conhecimentos a novas situações. Os estudantes têm que criar as suas próprias conexões e motivar-se a si próprios. • Capacidade de proceder à autorreflexão e autoavaliação dos objetivos de aprendizagem e da sua progressão no estudo (O que aprendi ? Consigo aplicar os conhecimentos ? Consigo explicar a matéria? Quando é que sei que já aprendi o suficiente ? etc.); • Consultar regularmente o conselheiro (professor).

Responsabilidades Estudante

Conselheiro (professor)

• Autoavaliar a sua aptidão para a aprendizagem; • Definir os objetivos de aprendizagem e elaborar o contrato de aprendizagem; • Autoavaliar e monitorizar o processo de aprendizagem; • Tomar a iniciativa em todos os estádios do processo de aprendizagem – Auto-motivar-se; • Reavaliar e alterar os objetivos à medida que for necessário durante o estudo; • Consultar o conselheiro quando for necessário.

• Construir um ambiente de aprendizagem cooperativo; • Motivar e direcionar a aprendizagem dos estudantes; • Facilitar a iniciativa de aprendizagem dos estudantes; • Estar disponível para as necessárias orientações durante o processo de aprendizagem; • Ser um orientador e não um monitor formal.

Material para entregar aos seus estudantes 2. Determine a sua aptidão para a aprendizagem A tabela abaixo ajuda-o a avaliar a sua capacidade de aprender/ estudar de forma autónoma. Preencha a tabela, usando a escala de 1 (Fraca/a melhorar) a 3 (Excelente). Verifique a evolução das suas capacidades ao longo do tempo repetindo esta avaliação. Capacidades/competências

Fraca/ a melhorar Adequado =2 =1

Excelente =3

1. Capacidades de vivência: organizar o tempo e os recursos da sua vida, cooperar com os outros em trabalhos, ter uma rede de suporte disponível. 2. Independência: autonomia, auto motivação, autoconfiança, desenvoltura, iniciativa e pensamento crítico. 3. Capacidades básicas: conhecimentos de línguas, matemática, computadores, etc. 4. Capacidades informativas: conseguir encontrar e aceder a informação através de bibliotecas, resumos, recursos comunitários. Saber interpretar dados, gráficos, tabelas, etc. 5. Capacidades de estudo: organizar a matéria para os projetos, tirar apontamentos e ler bibliografia por diferentes razões, perceber as exigências e os objetivos dos trabalhos. 6. Aprender a aprender: conhecer as exigências das tarefas, ser flexível, ter consciência das suas preferências de aprendizagem, conhecer o processo de aprendizagem, conseguir fazer uma auto-avaliação.

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Tutoria e Ensino Individualizado

Capacidades/competências

Fraca/ a melhorar =1

Adequado =2

Excelente =3

7. Capacidades de planeamento: Ser capaz de planear uma estratégia para alcançar as necessidades de aprendizagem, ser capaz de levar a cabo um plano de forma sistemática e sequenciada. 8. Capacidades de desenvolvimento de problemas: Ser capaz de formular questões que serão respondidas através de várias atividades de pesquisa (projetos, biblioteca, leituras).

3. Ensino eficaz: Centrado no estudante ou no docente? O ensino, para ser eficaz, deve estar centrado no estudante ou no docente ? Os estudos recentes têm vindo a evidenciar que o ensino direcionado para o estudante apresenta mais potencialidades de sucesso, nomeadamente: maior motivação nos estudantes, participação mais ativa no processo de aprendizagem, melhor aprendizagem, mais preparação para aplicar conteúdos, mais ligações entre os conceitos e melhor aquisição de capacidades de raciocínio crítico. A tabela seguinte apresenta algumas diferenças, entre o ensino centrado no docente e o ensino que tem como principal preocupação o estudante: Diferenças: quando o ensino se foca no Docente

9. Capacidades analíticas: Ser capaz de selecionar e utilizar os meios mais eficazes para a obtenção de informação, ser capaz de organizar e analisar informação, ser capaz de selecionar as fontes de informação mais relevantes e fiáveis.

Estudante Papel

• Fornecedor de informação; • Especialista; • Avaliador do rendimento escolar.

10. Capacidades de comunicação: Ser capaz de escrever relatórios, trabalhos, instruções, apresentações, etc.

• Facilitador; • Inspirador e promove o raciocínio em função dos seus conhecimentos e experiências; • Permite aprofundar a compreensão.

Orientação

11. Capacidades de avaliação: Ser capaz de recolher provas dos seus sucessos e avaliá-las, aceitar o feedback construtivo dos outros.

• Baseada nos conhecimentos especia- • Baseada na experiência e nos conhelizados do Docente. cimentos dos aprendizes.

12. Capacidades de conclusão: Ser capaz de identificar as suas áreas problema e rever o seu trabalho, comprometer-se a concluir o seu programa e o seu estudo.

• Concorrencial e individualista; • Não procura a coesão no grupo.

Valores obtidos (some o numero de x e multiplique pelo valor dessa coluna)

• Concebido unicamente pelo docente; • Negociado entre o professor e os • Define as necessidades dos estudantes aprendizes. e planifica o conteúdo da sua aprendizagem.

Clima de aprendizagem • Cooperativo, partilha e entreajuda; • Procura criar uma coesão de grupo.

Programa de estudos __x1 =__

__x2 = __

__x3 = __

Resultado: CAPACIDADE PARA APRENDIZAGEM/ESTUDO AUTÓNOMO • APTO a estudar de forma independente: se obteve um valor acima de 24 • PRECISA DE AJUDA em determinadas áreas: se obteve um valor abaixo de 24. Nota: Pondere também pedir a alguém um feedback sobre o seu desempenho. Apesar de a autoanálise ser importante é útil receber feedback de alguém que nos conheça bem e saiba como trabalhamos.

Objetivos de ensino e de aprendizagem • Definidos unicamente pelo docente; • Alteração intelectual; • Cada estudante adquire o mesmo “bloco” de conhecimentos.

• Definidos pelos estudantes; • Flexibilidade com o intuito dos estudantes conseguirem adquirir capacidades e conhecimentos que lhes permitem diagnosticar e resolver (...)

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Tutoria e Ensino Individualizado

Diferenças: quando o ensino se foca no Docente

Estudante

Diferenças: quando o ensino se foca no Docente

Objetivos de ensino e de aprendizagem (cont.) • Produção de um resultado estandar- • (…) os seus próprios problemas, bem dizado. como adquirir uma base de conhecimentos e de confiança; • O resultado é diferente entre os estudantes e depende das necessidades de cada um. Aquisição de conhecimentos • Transmissão unilateral dos conhecimentos, do docente ao estudante; • Os estudantes são encarados como “depósitos vazios” que aguardam para serem preenchidos com conhecimentos do docente.

• Interação bilateral: os estudantes adquirem os conhecimentos recolhendo e sintetizando a informação e integrando-a nas suas comunicações interpessoais e no pensamento crítico e criativo; • Os estudantes são encarados como sujeitos que possuem uma bagagem de conhecimentos e experiências e integram os novos conhecimentos.

Estudante Educação

• Centra-se no particular;

• Centra-se no coletivo; Avaliação

• Feita unicamente pelo docente; • Procura avaliar os resultados da aprendizagem; • Uso tradicional de exames e de notas.

• Partilha da responsabilidade da avaliação pelos estudantes com o docente; • Procura diagnosticar os problemas de aprendizagem, permite o seu acompanhamento, avaliação dos resultados; • Menor importância para os exames e notas.

Utilização dos conhecimentos • Enfoque na aquisição; • Faz intervir a memorização; • Realiza-se fora do contexto no qual serão utilizadas.

• Enfoque na utilização e na transmissão eficaz dos conhecimentos com o intuito de resolver os verdadeiros problemas.

Métodos de ensino • Didático (ensino magistral); • Grande participação do docente; • Intercâmbios entre o docente e os estudantes; • Conversas focadas no conteúdo da aula; • O docente evita interpretar os sentimentos.

• Utilização de métodos/técnicas de aprendizagens dinâmicas que facilitam a aprendizagem dos estudantes e o docente; • Grande participação dos estudantes; • Intercâmbios entre os estudantes; • Incentivo das discussões acerca das experiências pessoais dos estudantes; • O docente interpreta os sentimentos e as ideias dos estudantes, para favorecer a sua evolução.

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Tutoria e Ensino Individualizado 4. Estudo independente: contratos de aprendizagem Os contratos de aprendizagem são considerados a ferramenta mais importante para um estudo independente bem-sucedido. Os contratos de aprendizagem devem ser elaborados pelo estudante e revistos pelo docente (conselheiro) de modo a que este possa dar feedback construtivo e sugerir algumas modificações. A versão final do contrato deve ser assinada por ambos. O contrato servirá como guia para o estudo independente e também como ferramenta de auxílio à avaliação. Poderá ser necessário modificar o contrato de aprendizagem à medida que se vai progredindo no estudo. Responsabilidade Do estudante

Do docente (Conselheiro/Tutor)

• Propor por escrito um contrato de aprendizagem daquilo que quer aprender e como planeia fazer essa aprendizagem; • Desenvolver um calendário pormenorizado das atividades em que vai trabalhar todas as semanas; • Tomar a iniciativa de contactar o seu tutor imediatamente para obter a assistência necessária (motivação, recursos, feedback, problemas); • Reunir-se regularmente com o tutor para analisar o seu progresso e discutir a matéria aprendida.

• Ajudar na elaboração do contrato de aprendizagem e assegurar a sua conclusão e qualidade; • Recomendar recursos de aprendizagem, como páginas de Internet, livros, jornais, pessoas, bibliotecas; • Estar disponível enquanto recurso de informação, mas permitir que seja o estudante a tomar a iniciativa de pedir ajuda; • Reunir-se regularmente com o estudante para analisar o progresso, partilhar ideias e incentivar a aprendizagem; • Avaliar o trabalho do estudante como descrito no contrato de aprendizagem.

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Tutoria e Ensino Individualizado

Vantagens e limitações dos contratos de aprendizagem para os estudantes Vantagens

Limitações

• Requer grande envolvimento; • Requer a exploração da aptidão para a aprendizagem e capacidades de auto-orientação na aprendizagem; • Maximiza a motivação dos estudantes uma vez que trabalham ao seu ritmo; • Ajuda a manter os estudantes orientados pois é específico e concreto; • Poderá incluir um calendário de reuniões regulares com o conselheiro da faculdade; • Incentiva a independência e autonomia; • Fornece um modo formal de estruturar e avaliar os objetivos e atividades de aprendizagem; • Ajuda a minimizar os mal-entendidos e falhas de comunicação; • Fornece um feedback contínuo do progresso efetuado; • Permite ao tutor incentivar o uso de um variado leque de recursos (e.g., colegas, biblioteca, comunidade, experiências, etc.).

• Poderá ser de difícil elaboração para os estudantes que estão habituados ao ensino expositivo e aos exames; • Não é adequado para matéria que seja totalmente desconhecida para o estudante – poderá ser necessária alguma orientação inicial; • Poderá ter que ser sujeito a modificações à medida que se evolui na unidade curricular – é necessário refletir acerca das modificações que serão aceitáveis, tal pode ser definido no início de cada unidade; • Requer que os docentes redefinam os seus papéis tradicionais e passem de professores a conselheiros.

5. Contrato de aprendizagem – Planeamento de estudo Checklist A ser tomada em conta pelos estudantes sob orientação 1) Background Qual a minha formação e experiência ? Que conhecimentos anteriores tenho relativamente a esta matéria ? De que forma é que esta matéria se enquadra nos requisitos do meu curso ? 2) Soft skills Quais são as minhas crenças, atitudes, competências, capacidades, valores e estruturas de suporte em termos pessoais e profissionais ? 3) Expetativas Que conhecimentos e capacidades gostaria de adquirir ao terminar esta unidade curricular ? 4) Avaliação Como avalio o sucesso da minha aprendizagem/o meu próprio trabalho ? Quais as atividades que serão avaliadas ? Quais os métodos de avaliação mais adequados tendo em conta os meus objetivos (e.g., trabalho escrito, apresentação, bibliografia anotada, webpage, etc.) ? 5) Metodologia Qual a estrutura geral de atividades que irei utilizar ? 6) Procedimentos Ler-EscreverDiscutir

Fazer uma sequência de leitura, escrita refletiva e discussão com o meu orientador.

Começar com trabalho de campo ou de laboratório, debruFazer/Verçar-me sobre a leitura e depois uma discussão com o meu Escrever-Discutir orientador (podem ser incluídos relatórios de trabalho experimental). Ler-DiscutirFazer

Começar com leituras recomendadas, depois uma discussão com o meu orientador e finalmente elaborar projetos aplicando os conhecimentos adquiridos.

Saber-Fazer

Trabalhar por estádios - adquirir conhecimentos base acerca das capacidades necessárias, elaborar pequenos projetos aplicativos e concluir elaborando um projeto maior e mais complexo.

Discutir-LerEscrever

Ter encontros intensivos com o meu orientador para discutir a matéria, ler bibliografia recomendada e elaborar um trabalho escrito.

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Tutoria e Ensino Individualizado • Que atividades específicas irei desenvolver para alcançar cada um dos meus objetivos? • As atividades adequam-se ao meio do estudo ? • Avaliar criticamente estas atividades. Serão a leitura/escrita/reflexão etc. suficientes para alcançar o nível de aprendizagem que desejo 7) Calendarização • Qual o meu calendário semanal para o semestre ? • Quais as minhas atividades prioritárias e secundárias e qual o timing para a sua execução ? 8) Recursos/Suporte • De que recursos necessito para alcançar cada um dos objetivos ? (e.g., pessoas, locais, comunidade, artigos, media, biblioteca e orientador, etc.) 9) Contrato de Aprendizagem O que devo incluir no contrato de aprendizagem ? • Objetivos do estudo; • Estrutura e sequência das atividades; • Prazos para a conclusão das atividades; • Detalhes acerca dos recursos necessários para cada objetivo; • Procedimentos de avaliação; • Uma seção para o feedback e avaliação do meu orientador após a conclusão de cada objetivo; • Plano das reuniões com o orientador e outras regras estabelecidas; • Avaliação do contrato pelo meu orientador: o que poderá correr mal? Há muito ou pouco trabalho ? Os prazos e a avaliação são razoáveis ?. 10) Monitorização • Que tipo de feedback necessito ? • Com que frequência devo reunir com o meu orientador ? • Que perguntas quero ver respondidas ao alcançar cada objetivo ? • À medida que for progredido devo fazer uma autoavaliação de modo a permanecer concentrado nos meus objetivos. Como farei essa autoavaliação ?

6. Exemplo de contrato de aprendizagem (modelo) Nome do estudante:

Experiência de aprendizagem: O que vai aprender ? (Objetivos) Como é que vai aprender ? (Recursos e Estratégias) Prazo de conclusão

Enumere o que é que quer ser capaz de FAZER ou SABER quando concluir a sua aprendizagem O que é que tem que FAZER para alcançar cada um dos objetivos definidos ? Quando é que espera concluir cada tarefa ?

Como é que vai saber se aprendeu ? (Prova)

Que tarefa específica é que tem que concluir para demonstrar que aprendeu ?

Como é que vai provar que aprendeu ? (Verificação)

Quem é que vai analisar o produto da sua aprendizagem e como vai avaliá-lo ?

Feedback do Conselheiro Foi bem concluída a tarefa ? Forneça uma avaliação. da Faculdade (Avaliação) Eu revi e considero aceite o contrato de aprendizagem acima. Data:

Estudante:

Conselheiro/Tutor da Faculdade:

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Tutoria e Ensino Individualizado 7. Exemplo contrato de aprendizagem preenchido Nome do estudante: Experiência de aprendizagem: Teoria de formação de adultos 1ª Unidade 1. Avaliar a minha aptidão para O que é que vai a aprendizagem e as minhas aprender? necessidades de aprendizagem (Objetivos) relativamente à unidade Teoria de Formação de Adultos.

2. Alcançar um entendimento aprofundado acerca das diferenças entre o conceito andragógico e o pedagógico.

Como é que vai aprender? (Recursos e Estratégias)

A) Preencher o guia de diagnóstico de autoavaliação. b) Utilizar o guia de Planeamento do Estudo para estabelecer um calendário. (c) Rever vários recursos de aprendizagem para obter dicas e conselhos para a unidade de estudo independente.

Obter e ler todos os artigos de referência disponíveis da 1ª Unidade (no mínimo 10 referências diferentes). Com especial ênfase nas diferenças entre os conceitos educacionais relativamente a jovens e adutos.

Prazo de conclusão

12 de Setembro

17 de Outubro

Como é que vai saber se aprendeu? (Prova)

Elaborar um contrato de aprendizagem satisfatório.

Fazer um trabalho escrito de 10-15 páginas sobre as diferenças entre a formação de jovens e adultos.

Como é que vai provar que aprendeu? (Verificação)

Apresentar o contrato de aprendizagem e as competências ao tutor. O contrato será classificado relativamente ao alcance e viabilidade dos objetivos e atividades selecionadas. Serão feitas sugestões de modificação e o contrato será revisto até que as duas partes concordem relativamente à sua validade.

Análise, por parte do tutor, do trabalho relativamente à sua clareza e utilidade. Entregar juntamente com o trabalho a bibliografia anotada das referências.

Feedback do Conselheiro da Faculdade (Avaliação)

O contrato de aprendizagem é válido. O estudante estabeleceu objetivos exigentes mas alcançáveis, e definiu claramente o que vai ser aprendido, quando vai ser aprendido, quais as atividades envolvidas e qual será a avaliação. Objetivo Alcançado Muito Bom

É dado um feedback específico relativamente ao trabalho de pesquisa. Neste caso o trabalho foi bem elaborado, mas necessitava de mais aprofundamento ao nível dos conceitos andragógicos. Objetivo Alcançado Satisfaz

2ª Unidade O que é que vai 3. Aprofundar o meu entendiaprender? mento acerca de métodos e es(Objetivos) tratégias para planear experiências de aprendizagem.

3ª Unidade 4. Criar (filmar e montar) vídeos das aulas de orientação de estudo independente para estudantes do ensino a distância.

Ler as referências disponíveis para a 2ª Unidade, outras fichas de dicas e artigos sobre métodos e estratégias de aprendizagem.

Criar vídeos que permitam aos estudantes de ensino a distância acesso aos recursos disponíveis na IES para os estudantes de estudo independente. Estes vídeos também me permitiriam ter experiência em primeira mão no desenvolvimento de uma ferramenta educacional para adultos.

21 de Novembro

5 de Dezembro

Elaborar uma lista dos métodos e estratégias para a organização de experiências de aprendizagem, com uma breve descrição de cada item. Tente incluir pelo menos dois métodos novos.

Gravar em vídeo as três sessões de uma hora da aula de orientação do horário pós-laboral. Desenvolver um manual de trabalho para os estudantes para juntar aos vídeos.

Apresentar a lista ao tutor. Entregar também a bibliografia anotada das referências Serão avaliadas a exatidão e a criatividade.

Avaliação, por parte do consultor do gabinete do ensino à distância e do tutor, dos vídeos e do manual relativamente à eficácia, viabilidade, aplicabilidade e alcance. Será dada uma especial atenção ao uso de conhecimentos adquiridos sobre conceitos andragógicos.

É dado feedback específico relativamente à lista. Neste caso foi elaborada de forma excecional e apresentou alguns métodos novos e inovadores. Objetivo Alcançado. Excelente.

Os vídeos foram terminados dentro do prazo. Todos concordam que os vídeos são de fraca qualidade. Até a montagem estar concluída não serão úteis. O manual não foi entregue para avaliação. Objetivo Não Alcançado. Não Satisfaz.

Como é que vai aprender? (Recursos e Estratégias)

Prazo de conclusão Como é que vai saber se aprendeu? (Prova)

Como é que vai provar que aprendeu? (Verificação)

Feedback do Conselheiro da Faculdade (Avaliação)

Eu revi e considero aceite o contrato de aprendizagem acima. Data:

Estudante:

Conselheiro /Tutor da Faculdade:

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