Copyright © 2014 by José Ferreira da Silva, Nonato Nogueira Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida sem autorização prévia e escrita do editor, que detém todos os direitos autorais e de negociação e que não hesitará em processar os infratores. 1a Edição FILOSOFIA 6o ANO Coordenação editorial Fernanda Meireles Revisão Pedagógica Aníbal da Silva Holanda Revisão Ortográfica Heloísa Calazans e Rachel Dias Projeto Gráfico Maria Vandileiz e Paulo Fernando Diagramação Maria Vandileiz Ilustrações Bruno Santos, Jones Sousa, Paulo Fernando, Rodrigues Júnior Tratamento de imagens Bruno Santos, Jones Sousa, Paulo Fernando, Rodrigues Júnior Capa Rodrigues Júnior Oliveira, Raimundo Nonato Nogueira de. / Silva, José Ferreira da. Filosofia: Pensar é preciso para agir melhor – 1a Edição. – Editora Edjovem: Fortaleza, 2014. (Projeto Ethos) 96 p. ISBN 978-85-98068-88-6 (Livro do aluno) 1. Filosofia no Ensino Fundamental 2. Temas Transversais 3. Formação cidadã CDD – 100
EDITORA EDJOVEM LTDA Rua Vicente Leite, 2900 – Parque Adahil Barreto Cep.: 60.170-151 CNPJ: 09.698355/0001-57 Tel.: (85) 3257 4596 / 3257.4996 www.edjovem.com.br Impresso no Brasil
Apresentação Jovem cidadão(ã): Este projeto de iniciação ao mundo da Filosofia foi elaborado pensando em você que está em pleno desenvolvimento pessoal, intelectual e social. Desejamos contribuir para que você tenha acesso a referenciais que possibilitem sua reflexão de forma intensa, profunda e proveitosa sobre a realidade que o rodeia e sobre as suas experiências próprias. Os conteúdos foram escolhidos com a intenção de enriquecer as reflexões e possibilitar uma vivência ética na Escola, na sociedade, com a família e na compreensão das inquietudes da adolescência. Acreditamos que o centro do processo do filosofar é você. Suas ideias seus desejos e sonhos podem ser amplamente abordados ao longo dos textos e exercícios. Gostaríamos de contribuir para que as suas dúvidas sejam esclarecidas, suas certezas sejam relativizadas e suas escolhas sejam pautadas em valores sólidos que visem a sua felicidade pessoal e à promoção de uma sociedade cada dia mais justa, fraterna e igualitária. Para que nosso trabalho seja coerente, precisamos, desde já, respeitar a nós mesmos e a natureza, ser politicamente corretos, ser proativos e buscar, sempre, a efetivação da justiça. Dessa forma, teremos vivências mais humanizadas em nossos locais de convívio. Bom trabalho e que esse ano seja maravilhoso!
Os autores.
Introdução Caro (a) aluno (a), é o início de nova fase da sua formação escolar. São novas matérias, novos companheiros de aula, novos professores. Você está começando o 6º Ano. Uma das coisas legais que você vai conhecer neste ano é a Filosofia. E você deve estar se perguntando: O que é Filosofia? Filosofia: o que é isso, afinal? Filosofia Preciso saber Tudo que eu não sei Amar as pequenas coisas O arco- íris O céu O mar O infinito O próprio ser O não–ser O tudo O nada... Filosofia
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Preciso ser A razão derradeira A paixão verdadeira A perfeição do imperfeito O fim último O começo O espanto A admiração O conhecimento A pureza do impuro O presente real. (O que é Filosofia. Nonato Nogueira)
Não podemos esquecer que no estudo da Filosofia a pergunta exerce um papel fundamental. Mas é claro que não é só quando estudamos Filosofia que devemos perguntar. Aliás, você já reparou como as crianças fazem muitas perguntas? Isso ocorre porque, principalmente para os pequeninos, compreender o mundo é quase tão importante quanto aprender a andar, a comer, ou mesmo a brincar. Fazer perguntas faz parte de toda a forma de aquisição de conhecimento, mas as perguntas filosóficas são diferentes. Veja se você consegue perceber a diferença entre estas perguntas: • Qual o nome da sua escola? • Qual o formato da Terra? • Quanto são dois mais dois? • O que é o pensar? É provável que você tenha conseguido responder a todas elas ou, apenas a algumas. Contudo, existem perguntas que são mais difíceis de ser respondidas. Aquelas que respondemos sem dificuldades, são as perguntas comuns do cotidiano. Enquanto que, às vezes, aparecem perguntas que precisamos parar e pensar antes de responder de forma correta, com argumentos abalizados. Mas não esqueça que a Filosofia é o amor pelo saber, o desejo de saber cada vez mais. Então seja bem-vindo ao mundo da Filosofia e vamos praticar o filosofar.
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o i r á Sum
do bem 8 a c s u b tas em er pergun z fa é a 10 fi 1. Filoso espanto o d u e c s ofia na 2. A Filos 4 filósofo 1 o á r e s 3. Quem 18 o pensar re b o s r a s r é pen o 25 4. Filosofa conhecid o re b o s os o pensam 5. Quand mo 29 or si mes p o d n a s 6. Pen
32 de si mesmo to n e im c e h n 7. O co mos ensamos, so 8. Quando p 37 mpreender o c e d s ze a cap homem 43 9. O que é o uina m: uma máq 10. O home 0 que pensa 5 m é um ser 11. O home cultura 54 produtor de
66 e valores is ia c o s ra: regras 12. Cultu o 72 13. O mit 75 o mundo d a ic g ló o visão mit 81 14. Uma o de hoje d n u m o on a 84 15. O mit a Filosofi e a ic g á r sciência t 8 16. A con fantasia 8 e o ã ç a 17. Imagin
Capítulo
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Filosofia é fazer perguntas em busca do bem MAFALDA, personagem criada pelo cartunista argentino, Quino, é uma menina bem informada e também muito questionadora, que faz perguntas sobre ética, política e cultura para seus pais e seus professores.
Imaginemos que você começasse a fazer certas perguntas: De onde vem o mundo? Por que existem guerras? Por que alguns homens são ricos, enquanto outros são pobres? Qual o significado da vida? Quem é Deus? Essas e inúmeras outras perguntas têm sido feitas pelos homens desde o início da História. Contudo, nem para todas as perguntas existem respostas. É bem mais fácil fazer perguntas do que responder a elas. Pergunte-se: Será que eu tenho coragem de fazer perguntas? Em que situações, devo perguntar?
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Geralmente, fazemos perguntas, quando temos dúvidas. Agora, veja abaixo o diálogo entre uma aluna e sua professora: — Sofia, você tem alguma dúvida? — Dúvida?... Sim! – respondeu Sofia. — Qual a sua dúvida? — São tantas, professora... — Diga uma. — Qual a razão da existência humana?
Bill Waterson – Calvin
Não se esqueça de que a pergunta a respeito da Filosofia tem um papel muito importante, pois a melhor maneira de se estudar Filosofia é fazer perguntas filosóficas. As pessoas, geralmente, fazem perguntas quando estão com dúvidas ou diante da incerteza. Algumas perguntas feitas podem ser mal formuladas ou enganosas. Contudo, todas as perguntas exigem tentativas de respostas.
QUESTÕES PARA PENSAR
Faça em seu caderno.
1.
Explique por que fazemos perguntas, e qual a função da pergunta.
7.
Você costuma receber boas respostas para suas perguntas?
2.
Com que frequência e em que circunstâncias você faz perguntas?
8.
Você gostaria de fazer alguma pergunta a alguém na sala?
3.
De que modo, a pergunta pode enriquecer nossos conhecimentos?
9.
A quem você gostaria de fazer perguntas em forma de entrevista?
4.
Perguntamos somente quando estamos com dúvidas?
10. Quais os sentimentos despertados quando suas perguntas são ignoradas?
5.
Por que o professor faz perguntas a seus alunos?
11. Até que ponto o ditado popular “perguntar não ofende” é verdadeiro?
6.
Toda pessoa que tem dúvidas faz perguntas? Justifique a sua resposta.
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Capítulo
2
photl.com
A Filosofia nasceu do espanto Certo dia, um menino chamado Saber abriu os olhos e viu que a Terra era um pequeno planeta, perdido na imensidão do caos. O pequeno filósofo passou, então, a contemplar os pequenos seres que Deus havia criado com tanto amor.
E, admirando-se, então, das coisas estranhas à sua volta, começou a formular as mais variadas perguntas: — Por que os astros se movimentam? — O que é o ser? — Quem é o homem? — Qual o sentido da vida?
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Arquivo da Editora
Ao nos concentrarmos nas perguntas formuladas pelo pequeno sábio, vemos que não podem ser respondidas cientificamente, o que as tornam perguntas sem respostas do ponto de vista das ciências. Portanto, o estado de admiração diante das coisas novas e que o pequeno sábio não consegue compreender, chamamos de espanto. O espanto na Filosofia não é aquele medo ou susto que temos.
ingeniosocial.blogspot.com
A palavra Filosofia vem do grego e é resultante da junção de duas outras palavras: philos que significa amor, amizade ou afeição e sophia que significa sabedoria. Filosofia, portanto, significa “amor pela sabedoria”, e o filósofo é, então, aquele que tem amor pelo saber. Narra-se que o termo “filosoSIgNIFICADO fia” foi inventado por Pitágoras, que, certa vez, ouvindo alguém Philo / Philia = amizade, amor chamá-lo de sábio e considefraterno grego rando este nome muito elevado Filosofia para si mesmo, pediu que o Sophia = Sabedoria chamassem de filósofo, isto é, amigo da sabedoria. Acredita-se que Pitágoras teria criado o termo com esse propósito de mostrar que a sabedoria é algo que pertence aos deuses, e não aos homens e que ele seria apenas alguém que era capaz de se encantar com a verdade, que é fruto da sabedoria divina.
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Pitágoras considerava que a verdade vinha aos homens por uma inspiração divina, cabendo a esses somente estabelecerem com ela um laço de amor e de amizade, sendo, portanto, filósofo (philosophos) aquele que ama a verdade. Para Pitágoras, o homem é o único animal capaz de filosofar, isto é, de buscar o saber; de pensar sobre a própria condição de ser pensante, pensa também sobre de onde veio, quem é e para onde irá depois dessa vida. Daí, o homem torna-se filósofo a partir do momento em que toma consciência de sua ignorância e deseja encontrar a verdade por meio da razão. O filósofo não é o dono da verdade, nem detém todo o conhecimento do mundo. Ele é apenas uma pessoa que é amiga do saber. Ele é como aquela criança, que sempre procura saber o porquê das coisas; tem a capacidade de se encantar com o mundo e não se contenta com respostas incompletas. Na verdade, o filósofo é um perito na arte de espantar-se, quando se depara com algo novo, é movido por um sentimento de admiração profunda. Arquivo da Editora
O que, na origem, levou os homens às primeiras procuras filosóficas foi, como hoje, o espanto. Entre os objetos que os espantaram e para os quais não encontraram solução imediata, dedicaram-se primeiro aos que lhes eram mais próximos, depois, avançando pouco a pouco, procuraram explicar os grandes fenômenos (...) Aristóteles, Metafísica
É por isso que o que a muitos de nós parece óbvio, continua a ser problemático para o filósofo; continua a espantá-lo e a dar origem a questões que se renovam constantemente.
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E por que o espanto? Porque é esse sentimento de admiração, que o homem experimenta ao confrontar-se com as coisas e os acontecimentos, que determinam o aparecimento de interrogações. Do espanto, nasce a interrogação, característica essencial da atitude filosófica. Sendo sujeitos de espírito crítico, o filósofo e a criança são tomados pela dúvida, pois sabem que o habitual e o que pensam conhecer, pode não ser mais do que uma simples ilusão.