Manual de Produção Gráfica

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Manual de Produção Gráfica

Clara de Toledo Cancelier 1


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"É hora de aprender de novo. Ainda não defini o que, porém será em algum lugar, em alguma ocasião, mas tem de ser logo." Lord Beaverbrook (aos 83 anos)

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Sumário Introdução 7 Variações do Papel 11 CAP 1 – PRODUÇÃO GRÁFICA, ETAPAS DE PRODUÇÃO E ASPECTOS DA COR 19 CAP 2: PROCESSOS DE IMPRESSÃO 33 CAP3: ACABAMENTOS 45 Cap 4: Check list e informações gráficas 59 Cap 5: Exemplos 65 Glossário 71 5


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Introdução

0.1. ESCRITA E PAPEL (histórico, produção e tipos)

Clara de Toledo Cancelier 0.1.1 Escrita:

A escrita como conhecemos não vem de muito longe, porém para chegarmos neste ponto precisamos começar a partir do momento que temos os primeiros indícios da presença do homem na Terra. A escrita, até chegar aos sistemas alfabéticos atualmente utilizados, passou por um longo processo de evolução, com inúmeras mudanças e transformações. Essa evolução foi marcada pelo surgimento do sistema de escrita ideográfica, que foi gradualmente conduzido para o fonetismo, sistema onde as palavras passaram a ser decompostas em unidades sonoras. Decompondo o som das palavras, o homem percebeu que ela se reduzia a unidades justapostas, mais ou menos independente umas das outras e nitidamente diferenciáveis. Daí surgiram dois tipos de escrita: a silábica, fundamentada em grupos de sons e a, alfabética, onde cada sinal corresponde a uma letra. A escrita alfabética foi difundida com a criação do alfabeto fenício, constituído por vinte e dois signos que permitiam escrever qualquer palavra. Adotado pelos gregos, esse alfabeto foi aperfeiçoado e ampliado passando a ser composto por vinte e quatro letras, divididas em vogais e consoantes. A partir do alfabeto grego surgiram outros, como o gótico, o etrusco e, finalmente o latino, que com a expansão do Império Romano e o domínio do mundo ocidental, se impôs em todas as suas colônias. Durante a Idade Média, apenas poucas pessoas possuíam a Bíblia ou livros de qualquer tipo. Os textos eram copiados a mão por monges, em folhas de papiro ou pergaminho. O custo do material e o tempo para os copistas tornava inviável a posse de um livro para um homem comum, além de que muitas pessoas não conseguiam ler a própria língua e levando em conta que a grande maioria ainda era escrito em latim, tudo ficava ainda mais escasso. Uma das maiores mudanças foi durante o período do século XV, quando John

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Gutenberg experimentou a impressão com tipos móveis de metal. Ao montar um livro com tipos de chumbo, ele podia fazer muitas cópias a um custo muito inferior ao de um texto copiado à mão. Seu primeiro trabalho impresso foi duzentas cópias da Vulgata, a Bíblia latina, conforme liam, as pessoas começaram a se sentir parte do maravilhoso mundo da Bíblia.

Em resumo, Gutenberg inovou o processo da escrita nos seguintes aspectos::

1. Os Tipos A impressão já existia na China. Mas os tipos eram talhados em madeira – e não possibilitavam o uso de tanta pressão para marcar bem o papel. A prensa de Gutenberg tinha placas de metal duro que serviam de molde para fundir quantos caracteres fossem necessários.

2. A composição Nessa etapa, os caracteres eram juntados em páginas – uma forma com moldura de madeira, onde já havia retas que garantiam o alinhamento. As condições de trabalho do compositor eram cansativas – ele ficava o tempo todo sentado, com pouca mobilidade.

3. A tinta A tinta que existia, à base de água, não oferecia boa aderência na hora da prensagem. Gutenberg usou uma tinta à base de óleo de linhaça e negro-de-fumo – que marcava bem o papel e não borrava. Ela era aplicada aos tipos móveis após ser impregnada em uma trouxa de pano.

4. A impressão A forma ficava sobre uma pedra de mármore. O papel era colocado sobre os caracteres e emoldurado por madeira. A prensa, abaixo, era movimentada com uma barra, que movia a rosca. Na outra ponta, um prato de platina pressionava a folha nos caracteres.

5. O prelo Como o prato de platina era pequeno, duas metades da mesma página eram impressas separadamente. O prelo descia duas vezes para imprimir cada página. Uma folha de feltro era colocada entre a página a ser impressa e a platina para melhorar o resultado.

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6. O produto O papel foi fundamental para a impressão dar certo. Antes dele, só o pergaminho e o velino proporcionavam boa absorção da tinta. Eles, porém, eram caros. O papel já vinha da China através da Arábia havia 200 anos, mas foi só no século 15 que seu uso se generalizou.

7. O criador Ao contrário de sua invenção, o sucesso para Gutenberg durou pouco. Já em 1455, o inventor teve de pagar dívidas a Johann Fust, que se tornara seu sócio-investidor. Como a quantia era altíssima, Gutenberg pagou com a própria gráfica e metade da produção das Bíblias impressas.

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0.2 Papel: “O papel é um material em folhas, com uma estrutura porosa e uma espessura regular. É constituído de uma trama de fibras entrelaçadas, quase sempre de natureza vegetal com um comprimento máximo de pouco milímetros.”(BAER, 1999 pg 161) Os percursores do papel foram pedras, madeira, bambu, palmeiras, metais, seda, casca de árvores etc. O primeiro “papel” a surgir foi o papiro, no Egito. O Papiro é um arbusto natural que ficava nas margens do rio Nilo, e o seu talo era moído e assim virava uma superfície onde os Escribas podiam desenhar os hieróglifos. Logo depois, veio o pergaminho, que era feito com a pele curtida de animais, surgido nos estado Helenísticos. Então 105 d.C. surgiu na China o primeiro papel como é conhecido hoje. Criado pelo chinês Tsai Lun, foi feita uma mistura umedecida de casca de amoreira, cânhamo, restos de roupas e outros produtos que fossem fonte de fibras vegetais. Bateu essa “massa”, a peneirou e deixou a secar no sol, e o que sobrou formou o papel. No entanto, esta técnica foi muito bem guardada por muitos anos. A expansão do papel se deu devido a uma guerra onde os chineses tentaram dominar uma cidade sob o domínio árabe e acabaram perdendo. Sendo assim, entre os prisioneiros de guerra haviam alguns artesãos, então a fabricação do papel deixou de ser um monopólio chinês. Mais tarde, os mouros invadiram a Europa, mais precisamente a Espanha e lá deixaram uma forte influência cultural e tecnológica. Foi assim, que os espanhóis conheceram também a técnica de dobrar papeis que ficou conhecida como papiroflexia. O processo básico de fabricação de papel criado por T’sai Lun foi sendo sofisticado e que possibilitou uma imensa diversidade de papeis quanto à texturas, cores, maleabilidade, resistência, etc.

0.2.1 No Brasil: A primeira presença do papel no Brasil, sem dúvida, é a carta de Pero Vaz de Caminha, escrita logo do descobrimento do país. Mas a primeira referência à produção nacional consta em um documento escrito em 1809 por Frei José Mariano da Conceição Velozo ao Ministro do Príncipe Regente D. João, Conde de Linhares: “... lhe remeto uma amostra do papel, bem que não alvejado, feito em primeira experiência, da nossa embira. É também em 1809 que tem início a construção de uma fábrica no Rio de Janeiro cuja produção, provavelmente iniciou-se entre 1810 e 1811. Ainda no Rio de Janeiro há notícias de mais três fábricas em 1837, 1841 e, em 1852, nas proximidades de Petrópolis, foi construída pelo Barão de Capanema a Fábrica de Orianda que produziu papel de ótima qualidade para os padrões da época até a decretação de sua falência em 1874. Ainda em 1850, o desenvolvimento da cultura do café, traz grande progresso para a então

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Província de São Paulo e, com a chegada dos imigrantes europeus, passa a vivenciar um grande desenvolvimento industrial gerador de vários empreendimentos. Um deles, idealizado pelo Barão de Piracicaba, na região de Itu, pretendia criar condições para a instalação de indústrias aproveitando a energia hidráulica possível na região em função da existência da cachoeira no rio Tietê e, é neste local que, em 1889 a empresa Melchert & Cia deu início à construção da Fábrica de Papel de Salto que funciona até hoje, devidamente modernizada, produzindo papéis especiais, sendo uma das poucas fábricas do mundo fabricante papéis para a produção de dinheiro.

0.2.2. Tipos de papel: Para se obter um produto de qualidade, deve se observer algumas características do papel em re;ação a printabilidade O comportamento e máquina; A capacidade de tintagem; A capacidade de reflexão da imagem impressa

Variações do Papel Acetinado – melhor impressão de tipos e ilustração. Apergaminhado – qualidade superior, imita o pergaminho. Bouffant – leve, fofo e áspero, utilizado para impressões de livros. Bristol - cartão de boa qualidade, utilizado para cartões de visita, convites, etc. Bíblia - ou também papel-da-india, opaco, extremamente fino e resistente, utilizado em bíblias e obras muito grandes para diminuir o volume. Super Bond – semelhante ao apergaminhado. Usado para escrita, envelopes, segunda via de talão e encartes. Couchê gessado – papel brilhante muito próprio para impressão de textos, apesar de ser muito lúcido e incomodar a visão. Couchê mate – ou couchê fosco, um pouco mais barato que o comum e com menos brilho, facilitando a leitura. Couchê monolúcido – possui acabamento gessado em apenas uma das faces, com a outra fosca. Utilizando em cartazes. Offset – junto com o couchê é o mais utilizado, texturas fosca, uso frequente em livros. Monolúcidos – liso em apenas uma das faces, muito utilizados em cartazes e em folhetos de uma só face. Jornal - papel de baixa qualidade, deve ser usado em apenas rotativas de jornal.

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Imprensa – é um papel jornal melhorado, apresenta alguns problemas na impressão em policromia, mais utilizado em folhetos de baixíssimo custo. Kraft – muito resistente, usado para embrulhos e sacos. Verge – textura fosca com uma trama formada por pequenos sulcos, branco ou cores pastéis. Causa sobriedade e diferenciação ao projeto, mas é muito utilizado. H.D. (Heavy Duty) – possui certo grau de resistência à tração. Utilizado para embrulhos, confetes, serpentinas, etc. Seda – papel macio utilizado em guardanapos e revestimento de produtos durante o empacotamento. Papel-da-China – fabricado com a casca do bambu, aspecto sujo, mas macio e brilhante, usado em tiragem de gravuras. Papel japonês – ou papel-de-arroz, branco ou pouco amarelado, sedoso, espesso, transparente, frágil, utilizado em gravuras. Pergaminho – faz lembrar o pergaminho, frequentemente utilizado para capas de volumes. “Papel Moeda” - É uma amálgama de papéis diferentes. Ou seja, são papéis diferentes que são combinadas para fazer um só (neste caso, para fazer o papel usado no dinheiro).

0.2.3. Processo de Fabricação do Papel 1 - A principal matéria-prima para a produção de papel são toras de madeira. Nas fábricas, após serem cortadas, elas passam por um descascador e picador, de onde saem na forma de pequenos cavacos (lascas) 2 - Num tanque chamado digestor, os cavacos são cozidos dentro de um líquido composto por água e alguns agentes químicos, como sulfitos. O resultado desse cozimento é chamado de polpa 3 - A polpa passa por um processo de lavagem, em tanques e centrífugas, onde são extraídos os cavacos que não se dissolveram e outras impurezas. Depois, ela é deixada em repouso em outros tanques, numa etapa chamada de branqueamento, para separar a celulose de outros resíduos 4 - Os restos não aproveitados de madeira são queimados em caldeiras e transformados em energia elétrica em turbogeradores a vapor. A energia gerada aqui alimenta o próprio processo de fabricação do papel 5 - A polpa de celulose, ainda com alto teor de água, passa por uma máquina chamada mesa plana, que transforma essa massa úmida em uma grande folha contínua e lisa,

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pousada sobre uma esteira rolante de feltro 6 - A grande folha, movida pela esteira rolante, passa por rolos de prensagem e secagem com ar quente, que retiram o excesso de água, compactam o papel e alisam a folha. Dependendo do tipo de produto que se quer, ela ainda passa pelo coater (revestidora), um rolo que aplica uma película que protege ou dá brilho ao papel - como no caso do cuchê, por exemplo 7 - Finalmente, a folha passa por um aparelho chamado enroladeira e por rolos de rebobinagem, onde o papel se descola da esteira rolante e forma enormes rolos - ou bobinas -, estando pronto para o corte e o empacotamento Curiosidades *No início, o que hoje é chamado de polpa (cozimento dos cavacos ), era chamado de pasta de trapo, devido que a matéria prima era restos de roupas e panos. *Os irmãos Fourdrinier desenvolveram a primeira máquina industrial para a fabricação de papel em 1804. *A tecnologia da produçãoo da pasta é aperfeiçoada pelo americano Benjamim Tilghman.

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0.2.4. Formatos do Papel 15


Formato Internacional: DIN (Deutsches Institut für Normung) ISO (International Organization for Standardization) A terminação R ou SR possuem uma margem para a pinça e as cruzes de registro, resultando em uma folha de formato A após o refile. O formato B possui medidas intermediarias e proporcionais ao formato A. O formato C foi concebido para impressos padronizados e compartilha os formatos comuns com A e B.

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0.2.5. Características Principais Gramatura No Brasil o peso do papel é expresso em gramas por metro quadrado e equivale ao peso de uma folha A0 de determinado papel. Baixa gramatura (até 60 g/m2), indicadas principalmente para impressões de um lado Média gramatura (entre 60g e 130g), utilizados para folders, folhetos, livros, etc Alta gramatura (acima de 130g), utilizada para capas, cartões, embalagens etc. Acima de 180g, podem ser chamados de cartolina e acima de 225g, de cartão.

Corpo É chamado de espessura e é medido em milésimos de polegada ou milímetros, utilizando-se um micrometro.

Cálculo de Lombadas Quantidade Folhas x Coeficiente de Gramatura do Papel Ou Quantidade de Páginas / 2 X Coeficiente de Gramatura do Papel

Sentido da Fibra 17


As fibras são classificadas como curtas ou transversais, quando são perpendiculares ao lado maior da folha e longas ou longitudinais se estiverem paralelas ao comprimento. As dobras, vincos e rasgos são mais fáceis no sentido da fibra. As variações dimensionais são maiores no sentido transversal da folha.

Opacidade

É determinada pela espessura, densidade das fibras e pelo tipo do acabamento superficial.

Acabamento Superficial Determina a capacidade de ancorar a tinta e a adequação do papel a diferentes tipos de impressão. O revestimento pode ser feito em um ou ambos os lados da folha e pode possibilitar uma impressão brilhante, além de aumentar a resistência ao esfregão e à umidade do papel. Os papéis não revestidos são mais porosos, absorvendo melhor a tinta, influenciando inclusive na opacidade do papel. Quanto mais poroso o papel maior a tendência ao atravessamento.

PH do Papel Afeta o comportamento da tinta e também a qualidade da impressão, principalmente em offset. Papéis alcalinos em geral tem mais qualidade para impressão porém são menos resistentes a umidade e causem mais desgaste nas facas e matrizes.

Cor

É geralmente adicionada ao papel no estágio de preparação da massa

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CAP 1 – PRODUÇÃO GRÁFICA, ETAPAS DE PRODUÇÃO E ASPECTOS DA COR 1.1. Etapas da produção Projetação: É a etapa que ocorre na empresa ou no escritório do designer. Na aprovação do trabalho pelo cliente devem ser considerados e mostrados o método de impressão, tipo de papel e seus acabamentos e formatos. No briefing, devem ser apresentados a ideia, custos e prazo da execução do projeto. Os layouts são desenvolvidos basicamente em três famílias de softwares diferentes: Editoração eletrônica: grande volume de texto e foto (Adobe InDesign) Vetoriais: pequenos textos, desenhos e fotos (CorelDRAW, Adobe Illustrator). Tratamento de imagens digitais: predomínio de fotos, fotomontagens (Adobe Photoshop) Pré-impressão: É a etapa que ocorre no birô de pré-impressão. Tende a ser gradativamente eliminada devido ao abandono do uso de fotolitos e da digitalização e tratamento de imagens de alta resolução. Impressão: Inicia com a produção da matriz e termina com a impressão da tiragem determinada, incluindo a prova de contrato. O produto gráfico impresso está pronto para o acabamento. Acabamento: Pode ser dentro ou fora da gráfica, dependendo do porte da empresa. Inclui dobras, refiles, cortes especiais, revestimentos etc.

Clara de Toledo Cancelier

1.2. Máquinas Plana e Rotativa Máquina plana – Impressora em que o papel fica disposto sobre uma base plana, entrando na máquina em folhas soltas Máquina rotativa – Impressora em que o papel fica disposto em cilindros (bobinas) e todo o processo é rotativo, e assim, mais rápido.

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1.3. Meio-tom e Traço É comum não encontrar algumas formas com cores chapadas, mas sim por cores com meios-tons. Para que isso seja possível, é preciso decompor estes estes meios-tons em pequenos pontos que, quando variado o seu tamanho e cor, misturam-se em nossa visão. Se observar uma imagem impressa com um conta-fios, se notará que ela é composta por uma sucessão de centenas de milhares de pequenos pontos, variando o ângulo, tamanho e forma. Essa “rede” de elementos geométricos é responsável pela composição das cores e dos degradês da imagem e é chamada de retícula. Quando não há meio-tom, há uma impressão de traço. O traço é a propriedade de todo elemento impresso que é formado por uma única tinta uniforme sem variações e sendo assim, por uma única cor chapada.

1.4. Tipos de pontos Os pontos que formam a imagem reticulada podem ser de variadas formas. As mais comuns são quadradas, elípticas e redondas. A escolha do formato dos formatos dos pontos também gera consequências na reprodução de algumas tonalidades. Pontos quadrados: Formam retículas mais comuns, reproduzindo os meiostons de maneira satisfatória.

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Pontos elípticos: reproduzem melhor os meios-tons da pele clara ou morena Pontos redondos: impressos em máquinas rotativas offset do tipo heatset de altas tiragens, em cores e com boa qualidade. É mais apropriado para imagens de altas luzes.

1.4.1. Ganho de ponto Um dos principais cuidados que o uso das retículas requer é com o efeito conhecido como ganho de ponto, que é a variação da forma dos pontos nos elementos impressos, com o aumento de seu tamanho.

Máximas, mínimas e meias-tintas As retículas são divididas em três grandes áreas, de acordo com a densidade dos pontos: Áreas máximas (sombras): 75 a 100% da área do suporte, maior quantidade de pontos, mais escuras ou mais carregadas de tinta. Áreas de mínimas (altas-luzes): não mais que 25% da área do suporte, ausência ou pequena quantidade de pontos, tons mais claros. Meias-tintas: entre 25 e 75% da área do suporte, intermediárias entre máximas e mínimas (meios-tons).

1.2. Fotolito e CTP 1.2.1. Fotolito O fotolito é formado por áreas pretas (para impedir a passagem de luz) e outras vazadas (transparentes, para a passagem de luz). É preciso um fotolito para cada uma das tintas utilizadas no impresso, assim como uma matriz para cada uma delas. O fotolito tem apenas a função de “máscara” para a gravação da matriz, podendo em tese ser descartado após esta etapa. Porém, ele geralmente é preservado para uma eventual gravação de nova matriz em caso de produção de uma tiragem posterior daquele impresso. Hoje, o fotolito está sendo gradativamente substituído por processos informatizados de gravação de matrizes. Os fotolitos são gerados eletronicamente, direto do arquivo digital que contém o layout, feito por um equipamento chamado imagesetter, cuja definição mais simples é a que se trata de uma impressora” a laser que sensibiliza filme ou papel fotográfico em alta resolução.

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Camadas do fotolito

Essa impressora vai transformar esses dados do arquivo em um arquivo de pontos e dar a saída desse material em um filme (o fotolito). Após isso, o filme vai para uma reveladora, onde sai pronto para a impressão de provas e, então, para a produção da matriz de impressão, já na gráfica.

Imagesetter

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1.2.2. CTP O CTP (computer-to-plate) é o processo informatizado de gravação de matrizes. Produz a matriz usando feixes a laser, a partir dos dados do arquivo criado pelo designer. Existem 3 tipos de tecnologia CTP: - Tecnologia Térmica: sem produtos químicos, exposição digital a partir da “foto-polimerização” - Chapas Convencionais - Tecnologia Térmica

1.3. Lineatura A resolução de uma imagem no computador é definida por DPI ou PPI. Nos fotolitos ou matrizes a resolução é em LPI (lines per inch), que é o número de linhas em uma unidade linear. É a frequência dos pontos que formam a retícula. Quanto maior a lineatura utilizada, menores os pontos e bem mais simulados serão os meios-tons, dando maior a definição da imagem. A relação entre DPI/PPI e LPI é de 2:1, isso significa que a resolução da imagem em DPI/PPI deve ser sempre o dobro da LPI. Lembrando que a lineatura depende da impressão e de seu suporte e que quanto mais poroso o suporte, maior, a capacidade de tinta no ponto de retícula.

MÉTODO DE IMPRESSÃO Offset Rotogravura Flexografia Serigrafia TIPOS DE PAPEL Papel Jornal Papel Offset Couchê Brilhoso/Fosco Papel Reciclado

LINEATURA 65 aa 300 LPI 120 a 200 LPI 90 a 133 LPI 80 a 100 LPI LINEATURA 65 a 100LPI 100 a 175 LPI 150 a 300 LPI 65 a 175 LPI

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Para oferecer a ilusão de cor em tom contínuo, as linhas de pontos formadas por cada tinta devem estar em um ângulo específico, elas formam um padrão simétrico, chamado ROSETA. Para a formação desse padrão existe uma inclinação para cada retícula CMYK. Cyan a 15° Magenta a 75° Yellow a 0° ou 90° K (Black) a 45° A reticulagem é feita quando se dá a saída ao arquivo da página. Um feixe de laser extremamente fino é responsável por desenhar, ponto a ponto, a retícula que vai compor a imagem a ser impressa. Há diferentes tipos de retícula que podem ser usados:

Amplitude Modulada (AM) Frequência Modulada (FM)

1.3.1. Retícula AM (convencional) Os pontos estão alinhados formando uma estrutura de distribuição uniforme. Pontos variam de tamanho e forma para gerar as tonalidades.

1.3.2. Retícula FM (estocástica) A retícula estocástica distribui os pontos aleatoriamente, são pontos microscópicos, sendo assim, empregadas na produção de impressos de alta qualidade. As embalagens têm sido as maiores beneficiadas, como também itens da indústria cosmética, catálogos etc. A principal vantagem está relacionada a sobreposição de cores, com a eliminação do moiré.

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Retícula FM

Retícula AM

1.3.3. Moiré

Denomina a luminosidade variável e ondulada.

1.3.4. Matriz e seus elementos As matrizes podem ser físicas (processos mecânicos) ou virtuais (processos digitais). Matrizes físicas: Chapa (offset) Cilindro ou forma (rotogravura) Tela (serigrafia) Rama Clichê (tipografia)

Elementos gráficos que precisam constar na matriz para auxiliar a impressão e o acabamento:

Marca de corte Marca de dobra Marca de registro

1.3.4.1. Marcas de impressão 1.3.4.1.1. Marca de corte: indicadas por traços uniformes, situadas nos 4 cantos da arte final. Indicam o corte e o refile dos impressos na fase de acabamento. 1.3.4.1.2. Marca de dobra: semelhante às de corte, porém tracejadas, fora da margem de corte. Indicam localização das dobras.

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1.3.4.1.3. Marca de registro: elementos com círculos para orientar o gráfico quanto ao registro das tintas de cores diferentes. Também indicam o eventual o eventual excesso (ou falta) de carregamento do alguma tinta. 1.3.4.1.4. Barra de controle: impressão padronizada, para que o gráfico possa avaliar a qualidade do trabalho durante o andamento da impressão. Indicam a porcentagem do meio-tom, ajudam o gráfico a equilibrar o carregamento de tinta. 1.3.4.1.5. Sangramentos: cuidado para que os elementos gráficos que ficarão nas bordas do papel fiquem efetivamente sangrados. Excessos de impressão que ultrapassam os limites do formato final. 1.3.4.1.6. Faca de corte: indicação do local onde se deve aplicar o corte especial dentro da área da arte final. ______________________________ (corte) --------------------------------- (dobra) -.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-. (picote) 1.3.4.1.7. Formato de fábrica: é a folha de papel tal como é adquirida de fabricantes e distribuidores. 1.3.4.1.8. Formato entrada em máquina: é aquele obtido após o pré-corte. 1.3.4.1.9. Margens laterais: primeiro elemento que tem de ser considerado na matriz e, no aproveitamento do papel. 1.3.4.1.10. Margem da pinça: a pinça amassa, marca ou seja e rasga o papel, por isso é preciso desprezar a área onde atua. 1.3.4.1.11. Área de impressão: área do papel onde efetivamente pode se dar a impressão. 1.3.4.1.12. Caderno: quando se trata de um impresso paginado, cada folha é dobrada de acordo com número de páginas, e então 3 de seus lados são refilados. 1.3.4.1.13. Imposição de páginas: organização das páginas para a montagem da matriz.

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1.4. Fotografia Digital Existem dois tipos de formato da fotografia digital, o JPEG, onde a imagem é comprimida e o RAW que amplia e reduz a imagem sem uma perda de qualidade.

1.4.1. Imagens vetor e raster 1.4.1.1. Vetor: entidades definidas matematicamente como uma série de pontos unidos por linhas. Pode ser ampliado. 1.4.1.2. Raster: o aumento do tamanho de um arquivo raster pode danificar a qualidade da imagem.

1.4.2. Softwares e extensões Extensões ideais para as gráficas: EPS: usado para imagens, vetores ou fotos TIFF: usado para fotos e imagens raster

1.4.3. Scanners: planos e de cilindros 1.4.3.1. Scanner plano: permite o escaneamento dos mais diversos tipos originais inclusive rígidos ou com volume de altura 1.4.3.2. Scanner de cilindro: o original flexível é preso a um cilindro rotativo e um feixe de luz faz a leitura, digitalizando-o.

Scanner plano

Scanner cilindrico

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1.5. Tipos de Fontes

Existem 3 padrões de fontes utilizadas:

1.5.1. Adobe Type 1: mais recomendada, apresentando menor índice de problemas relacionados a saídas de materiais para mídia impressa. 1.5.2. TrueType (TTF): não são compatíveis com PostScript e a partir de 40pt esse tipo de fonte pode apresentar serrilhado. 1.5.3. Open Type (OTE, OTF): por ser um formato novo, devem ser tomados os mesmo cuidados recomendados às TTF

1.6. Escala de Cores 1.6.1. Cor de Seleção: tintas das cores básicas. “Escala Europa”= CMYK 1.6.2. Escala: conjunto das diversas “cores” formadas por cores básicas. 1.6.3. Cor de escala: as “cores” geradas pelas cores de seleção e que, juntas, formam a escala.

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Tabela Pantone

1.6.4. RGB X CMYK 1.6.4.1. RGB (Red, Green, Blue): visualização das cores na tela do monitor por feixes luminosos, cor luz. 1.6.4.2 CMYK (Cyan, Magenta, Yellow, Black): adequado ao uso de pigmentos para impressão.

Na produção de um impresso sempre converter as cores originais (RGB) para CMYK.

1.6.5. Especificações das cores de escala O designer indica as retículas a serem utilizadas por cada tinta para a simulação daquela cor. Essa indicação se realiza por porcentagem, para define a quantidade de pontos de cada cor de seleção para se alcançar aquela cor de escala.

1.6.6. Sobrecarga de tinta

Excesso de pontos de cada uma das quatro cores “entope” as retículas, gerando

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imagens borradas. Isso também aumenta o risco de rasgos durante a impressão, produz decalques de uma folha no verso da outra, etc. Para evitar há um limite para a soma das porcentagens, no processo offset, de 260 a 320%. Há dois métodos automatizados para este fim: UGR (Remoção de cores sobrepostas) GCR (Substituição do componente cinza) Os dois retiram percentuais de ciano, magenta e amarelo e os compensa com maior porcentagem de preto. A diferença é que o UGR atua nas áreas de tons neutros da imagem e o GCR diminui a porcentagem de ciano, magenta e amarelo em todas as áreas máximas, sejam neutras ou não.

1.6.7. Cores Especiais Cor especial é qualquer cor que não seja impressa a partir do CMYK. Uso da Escala Pantone. Baseada em 14 tintas, produzem 1114 cores especiais. 1.6.7.1. Pantone: Padronização numérica das cores, podem sofrer variação em função do tipo de papel. Apenas 45% das cores Pantone são fielmente reproduzidas em 4 cores. 1.6.7.2. Especificações das Cores Especiais: Tabelas de cores que apresentam a conversão via software de cores especiais em CMYK. Necessária para visualização prévia de uma cor que será reproduzida com outros pigmentos. 1.6.8. Significado códigos Pantone

Cada cor tem um código numérico + letra (s) que a define.

1.6.8.1. Cores sólidas: código numérico de 3 a 4 dígitos, seguido de letra que indica o tipo de papel. C= coated, U= uncoated, M= matte. 1.6.8.2. Cores CMYK comparadas com cores sólidas: catálogo compara cores sólidas Pantone com a reprodução mais fiel em sistema CMYK. PC= papel coated, EC= coated versão europeu, UP= uncoated. 1.6.8.3. Cores institucionais: elementos secundários de uma marca gráfica Codificações a variados tipos de suportes e técnicas Cores institucionais não devem ser alteradas, o mau uso das cores descaracteriza a marca.

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1.6.8.4. Hexacromia Pantone: Utiliza dois tons muito saturados de laranja e verde, ao lado da escala CMYK. Gera cores mais vivazes, porém possui um custo mais elevado e seis tintas geram seis impressões.

1.6.9. Entrada em Máquina Cada cor utilizada numa impressão corresponde a uma impressão separada, cada uma dessas impressões é chamada de entrada em máquina. A informação é dada no formato x/y, ele é formado por dois números separados por uma barra, que indica quantas entradas cada face do papel terá. Exemplo: 2/0 = impressão de duas cores numa face e nenhuma impressão no verso.

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CAP 2: PROCESSOS DE IMPRESSÃO 2.1. Relevográficos Neste tipo de impressão a matriz/chapa possui um alto relevo. A tinta fica depositada sobre a matriz/chapa.

Clara de Toledo Cancelier 2.1.1. Tipografia

É um método de impressão direto em alto relevo, que utiliza como matriz:

Tipos (peças fundidas: letras, números, caracteres especiais) Clichês para desenhos ou fotos Pode ser aplicado em cartões de visita, convites, notas fiscais, talões de pedido, etc. Possui um baixo custo mas são impressos de pequena tiragem.

2.1.2. Flexografia Definição: Relevografia. Sistema de impressão rotativo direto. Utiliza clichés à base resinosa, ajustáveis sobre os cilindros porá-clichês e entintados por um cilindro simples ou outro provido de uma racle, que transportam tintas líquidas ou pastosas sobre qualquer suporte. Histórico: A impressão à anilina, posteriormente denominado Flexografia, surgiu na década de 20 nos EUA. Teve origem no processo artesanal chamado Xilogravura. A matriz Flexográfica: é uma matriz flexível em relexo, de borracha ou fotopolímero. Apresentam baixo custo e alta durabilidade. A matriz pode ser gravada de três formas: - entalhe manual - borracha vulcanizada - fotopolímero A matriz em fotopolímero dura acima de 1.200.000 cópias dependendo das condições das máquinas impressoras e também de outras variáveis, como aspereza do substrato, agressividade dos solventes, etc. A retícula utilizada é semelhante à do processo offset, porém negativa.

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Quando a borracha (clichê) é feita em máquinas planas, o fotopolímero sofre uma distorção naturas ao ser colado no cilindro porta-clichês. Um circulo perfeito, se não for corrigida a distorção, será impresso oval. A distorção sempre ocorre no sentido longitudinal, não havendo necessidade de corrigir lateralmente a imagem. Impressoras: Em relação ao tamanho do material a ser impresso, se for uma máquina de “banda estreita”, o material pode ter até 500mm; se for de “banda larga, acima dos 500 mm. Atualmente existem máquinas flexográficas com 2400 mm, porém só trabalham com “traços”. Podem ser impressas até 10 cores de uma só vez, ou 9 mais uma estação para verniz. Produtos: Pré impressão: lâmpadas UVA e UVC, lâmpadas actínicas para foto reprodução, instrumentos de medição, vinil difusor para vácuo, produtos auxiliares (limpeza) Fitas adesivas dupla-face: rígidas, acolchoadas, lines plástico texturizado, adesivo acrílico no lado do clichê, filme PET, espuma, adesivo acrílico no lado do cilindro Laminas raspadoras Reposicionáveis e permanentes: fitas dupla-face de adesivo permanente, fitas dupla-face de adesivo reposicionáveis Chapas de fotopolímero: linha ASAHI – analógico/digital, linha EXAprint – analógico Filmes de poliéster FLEX Vantagens e Desvantagens: - A velocidade de impressão pode chegar a 400m/minuto - Os problemas mais comuns no processo de impressão flexográfica são: squash, ganho de ponto, falta de cobertura - Substratos possíveis para a impressão: * poliméricos: BOPP, PVC, PET, etc * celulósicos: papéis, cartões, etc * metálicos: alumínio (mole e duro) - Alguns exemplos de materiais resultantes desse processo são latas de refrigerantes e embalagens de alimentos (fast food) - Apresenta vantagens de maior precisao no controle do registro, menor espaço físico necessário e menor custo de equipamento em relação a uma máquina de Rotogravura.

2.1.3. Xilogravura É a técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz e possibilita a reprodução

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2.1.4. Hot Stamp É um sistema semelhante à tipografia, porém o clichê não recebe tinta, sendo apenas aquecido e pressionado sobre uma tira de material sintético revestida de uma finíssima camada metálica. Quando a camada metálica é pressionada pelo clichê quente, desprende-se da fita e adere à superfície do material a ser impresso.

2.1.4. Termografia A impressão termográfica é uma técnica de impressão fantástica que é comumente usada em materiais impressos que exigem relevo com uma aparência natural. É frequentemente usado em convites de casamento, papel timbrado, cartões de visita, papel de embrulho, embalagens e também pode ser usado para imprimir texto em braille. A termografia é conseguida ainda hoje através de métodos tradicionais de impressão, juntamente com máquinas de termografia. Por alguma razão caiu em desuso, mas dentro das técnicas de gravação continua a ser dos efeitos gráficos mais vistosos e comparativamente, económicos.

2.2. Encavográficos Com a matriz/chapa cavada com sulcos este sistema faz com que a tinta fique depositada dentro da matriz/chapa.

2.2.1 Talho doce ou Intaglio Definição: Intaglio é uma técnica de impressão na qual a imagem é entalhada em uma superfície. Normalmente, são usadas placas e cobre ou zinco e as incisões são criados por técnicas especiais. O trabalho ainda é bastante artístico e a técnica do profissional gravador é de extrema importância. Histórico: Talho doce, como um método de gravação e impressão, foi inventado na Alemanha por volta de 1430. Técnicas de gravura já tinham sido usadas pelos ourives para decorar objetos de metal, incluindo armaduras, instrumentos musicais e objetos religiosos desde os tempos mais remotos, e a técnica de Niello, que era usada para preencher os cortes no metal para dar uma cor contrastante, também remonta à antiguidade – os Egípcios são creditados como os inventores da decoração em Niello. Os ourives começaram a imprimir os “entalhes” dos seus trabalhos para preservar o design e a gravura desenvolvida para cada peça. Este trabalho foi sendo desenvolvido e deu origem ao Talho Doce.

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Processo de impressão: Em uma chapa de impressão de Talho Doce o entalhamento pode ter frações de milímetros. A placa é coberta de tinta, depois a tinta é limpa da superfície da placa, permanecendo somente no Intalgio (ranhura). O papel é colocado sobre a placa e um cilindro faz pressão contra a placa. O papel então é removido e a tinta é transferida da placa para o papel. Aplicações: A aparência do Intaglio é muitas vezes imitada em impressão offset para itens como convites de casamento, dando uma impressão artística diferenciada e exclusiva.. Foi usado extensivamente para impressão de revistas de alta qualidade, tecidos e papéis de parede. Hoje é usado amplamente na impressão de papel-moeda, notas, passaportes, documentos notoriais, selos de alto valor, etc. Vantagens e Desvantagens: - A impressão obtida a partir do processo Talho Doce é difícil, praticamente impossível de se imitar por outros meios de impressão. Maior garantia de originalidade contra falsificações

2.2.2 Rotogravura Definição: Processo encavográfico de impressão direta. Para identificar um impresso de rotogravura, observe as bordas de traços finos e letras. Devido à sua característica de gravação, a rotogravura apresenta imagens reticuladas. Histórico: Originário da indústria têxtil do século XIX. Desenvolvido a partir do processo artesanal de gravura em metal. Processo de impressão: O princípios da impressão de rotogravura consiste na gravação de pequenos alvéolos na superfície de um cilindro metálico revestido com cromo. Esse cilindro gira dentro de uma banheira com tinta líquida. A tinta então é raspada da superfície do cilindro deixando uma quantidade suficiente dentro desses minúsculos furos ou alvéolos. O substrato a ser impresso (papel, alumínio ou plásticos) é pressionado por um rolo de borracha contra a superfície do cilindro. Então a tinta sai de dentro dos alvéolos e é transferida para a superfície do material que está sendo impresso. A secagem é quase que instantânea da tinta. Informações: - Fôrma cilíndrica metálica com gravação em baixo relevo - Impressão direta - Tinta líquida de secagem rápida por evaporação dos solventes - Fôrma durável para altas tiragens (cerca de 10 milhões de cópias)

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- Imprime sobre qualquer tipo de substrato desde que seja flexível (papel/cartão, alumínio e todo tipo de plástico flexível) - Campo de aplicação: embalagens em geral e Editoria (revistas e alguns livros) A Matriz: Matriz metálica e cilíndrica. Os elementos que serão impressos são decompostos numa retícula de baixo relevo no cilindro metálico. Existem duas formas de gravação da matriz: - Gravação química: mais antiga, mas ainda utilizada por algumas empresas - Gravação eletromecânica – mais precisa e a mais utilizada. É feita com a vibração de um pequeno diamante na superfície do cilindro, que fica girando em um equipamento apropriado. Mercado de atuação: Rotogravura é o processo escolhido para longas tiragens e de elevada qualidade de impressão. Os suplementos de domingo de muitos jornais e revistas são impressos com rotogravura. Muitos catálogos são impressos com tipo de impressão. Além disso, ela é usada no setor de embalagens como cartonagens dobráveis, embalagens flexíveis, papel, alumínio, películas diversas, folhas de rótulos e embalagens. Vantagens e Desvantagens: - Imprime sobre diversos tipos e materiais flexíveis - Utilizada em embalagens flexíveis e semi-rígidas – como caixas de sabão em pó - Atua no mercado editorial na impressão de revistas (Editora Abril) - Imprime padrões em papel para fórmica e padrões para heat transfer em tecidos - Altíssima velocidade e qualidade de impressão

2.2.3 Tampografia Sistema indireto de impressão que utiliza um clichê em baixo relevo. A imagem é transferida da matriz para o suporte através de uma peça de silicone denominado tampão. O tampão pode ter diferentes formatos e, aliado a sua flexibilidade, permite a impressão em superfícies irregulares, tais como: côncavas, convexas e em degraus (não planas).

2.3. Planográficos Neste processo de impressão a matriz/chapa é plana. A tinta é atraída para às áreas de grafismo devido a uma propriedade adesiva da camada que constitui a chapa.

2.3.1. Litografia 37


É um tipo de gravura que envolve a criação de marcas (ou desenhos) sobre uma matriz com um lápis gorduroso. A base dessa técnica é o princípio da repulsão entre água e óleo.

2.3.2. Offset Definição: O offset é um sistema de impressão do tipo planográfico, no qual os elementos de imagem estão gravados sobre uma superfície macroscopicamente plana. Seu princípio básico é a incompatibilidade recíproca entre a água e substâncias gordurosas, de modo que as zonas impressoras sobre a fôrma atraem a tinta gordurosa e repelem a água, e as zonas não-impressoras fazem o contrário. Uma tradução literal de offset, seria fora de sede, fora do lugar devido. Na prática significa a impressão indireta, em que a matriz não tem contato com o suporte que vai receber a imagem. Histórico: O offset foi desenvolvido a partir da litografia, técnica inventada em 1799 por um alemão chamado Alois Senefeler, que se baseia na repulsão entre tintas graxas e água, empregando uma pedra porosa como matriz. A partir disso, foram desenvolvidas impressoras litográficas plano-cilíndricas, capazes de molhar e entintar a pedra sucessivamente, produzindo impressos em série. Em 1904, o norte-americano Rubel descobriu por casualidade que poderia utilizar uma superfície de borracha como intermediária obtendo vantagens de qualidade e durabilidade, inventando o offset. Passos na impressão offset: Basicamente a impressão offset se dá em 3 ou 4 passos: geração de um fotolito a partir de um arquivo digital; a gravação da chapa metálica que servirá de matriz de impressão; passagem da imagem para a blanqueta e finalmente, passagem da blanqueta para o papel. Lembrando que quando da existência de um CTP, o passo correspondente à geração do fotolito é eliminado, ou seja, do arquivo digital gravase a chapa metálica diretamente. (Para mais sobre fotolito, voltar no capítulo 1) Design de Superfície: O emprego da simetria na constituição das malhas geométricas é primordial. Por meio desses conceitos são aprimorados os modos pelos quais uma malha pode se desenvolver e gerar um padrão gráfico. Esse processo tem início com o módulo que, ao ser submetido a uma determinada simetria, começa a gerar um modelo de repetição. Assim, é possível esquematizar o uso das simetrias no processo de elaboração de uma superfície. A Tabela a seguir evidencia as simetrias, as suas definições e seus resultados.

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A utilização combinada de duas ou mais perações de simetria conduz à construção ou ao desenvolvimento de formas complexas. Assim, é possível estabelecer Sistemas de Repetição conhecidos como Repeat (na língua inglesa) ou Rapport (origem francesa). Os Sistemas de Repetição (Tabela 3) auxiliam no processo de formação de superfície e formam padrões gráficos únicos. No entanto, pode haver outras combinações que o designer pode realizar, quase de modo exclusivo, para o seu projeto. As combinações desses sistemas geram padrões interessantes e visualmente atraentes. Matriz Offset: A matriz é uma chapa metálica, flexível e fina, projetada para envolver um cilindro de impressão. O alumínio é a matéria prima ideal para a matriz, devido às suas características físico-químicas e sua compatibilidade com a água e a gordura. A vantagem do uso de chapas metálicas, ao contrário de pedras como na litografia, é a possibilidade de tiragens muito elevadas. A chapa é gravada a partir de filmes positivos ou negativos do original a ser reproduzido. Para cada cor é necessária uma chapa específica. No processo tradicional as chapas são feitas fotograficamente. A chapa é coberta com uma camada de um preparado químico sensível à luz, similar ao usado no papel fotográfico. A montagem é colocada em contato com a chapa e exposta à luz de alta intensidade. De forma manual ou automática, a chapa é revelada e pronta para a impressão. Esse processo é um tratamento químico, de forma que a área com imagem rejeite a solução de água e aceite a tinta. O inverso deve ocorrer com a área sem imagem. CTP – Processo: Etapa 1 (Preflight): Análise cuidadosa dos arquivos recebidos, avaliando cores, fontes, resolução de imagens e texto, sangria, formato, paginação etc. Etapa 2: Definição do layout e da disposição de páginas do produto a ser impresso, conforme as especificações, construindo os cadernos do produto. Etapa 3: São feitas provas em impressoras do tipo laser ou plotter, para a verificação das imagens, textos e localização das páginas.

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Etapa 4: Os arquivos são enviados para a CTP, para que as chapas sejam gravadas. Somente neste momento é feita a separação de cores para cada chapa. CTP – Vantagens: - Eliminação das etapas de geração de filme e montagem. - Tempo zero de limpeza e preparação da chapa antes da sua colocação na impressora. - Menos agressão ao meio ambiente por utilizar menor quantidade de produtos químicos na etapa de pré- impressão. - Menor possibilidade de falhas de registro. A sobreposição de cores é perfeita em todas as chapas, mesmo se produzidas em dias diferentes, pois além da separação eletrônica de cores, existe um dispositivo na trendsetter que identifica as margens da chapa, iniciando a gravação da imagem a partir da mesma distância da borda, para todas as chapas. Isso facilita o trabalho do impressor, economizando papel, tinta e tempo para o acerto do registro nas impressoras. - Maior precisão, porque o laser não apresenta variação no tamanho dos pontos gravados nas chapas térmicas. Permite a presença de pontos em imagens com até 98% de retícula. Nas chapas gravadas pelo processo convencional, após 95% de retícula o material é visualizado como 100%, ou seja, uma superfície chapada, sem pontos. CTP – Desvantagens: - Alto custo da máquina trendsetter, dos equipamentos e softwares. - Necessidade de mão-de-obra especializada, cara e quase que indisponível no mercado. - Maior dependência do suporte e dos fornecedores do trendsetter e do sistema gerenciador. - Resistência do mercado, por ser uma tecnologia pouco difundida, o que causa receio aos clientes e gráficas. Impressoras: Todas as impressoras offset possuem três cilindros: - Cilindro da chapa, que é envolvido pela chapa; - Cilindro da borracha (blanqueta ou caucho), onde a imagem é transferida; - Cilindro de pressão, que pressiona o papel contra o cilindro de borracha. Inicialmente, a chapa de impressão toma contato com os rolos molhadores. Estes molham a chapa com uma solução de água, goma arábica e ácido, que é aceita pela área sem imagem e rejeitada pela área com imagem. Depois, a chapa é entintada. A tinta, repelida pela solução aquosa na área sem imagem, é aceita apenas pela área com imagem. A imagem entintada é então transferida para a blanqueta, que, por sua vez, a transfere para o papel. (Para mais informações sobre impressoras rotativas e planas, ir para o cap 1) Vantagens e Desvantagens: - O sistema offset apresenta custo unitário baixo para tiragens acima de 3.000 exemplares.

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- Processo mais utilizado atualmente. Cerca de 75% dos equipamentos de impressão são offset. - Produz uma enorme gama de produtos gráficos: livros, revistas e folhetos até caixas, cartuchos, impressos institucionais e comerciais. - Permite a utilização de grande variedade de papéis. - O offset é bastante poluente. Boa parte dos problemas ambientais causados pelo offset provêm dos efluentes da pré-impressão, principalmente quando lançados indiscriminadamente na rede de esgotos ou em cursos d’água, causando impactos significativos. - Pode ser utilizado para imprimir sobre suportes plásticos e metálicos, perdendo, todavia, para o sistema rotográfico na qualidade de reprodução de embalagens flexíveis e de revistas, particularmente em tiragens acima de 500 mil unidades pela dificuldade de manter um equilíbrio água/tinta constante ao longo de uma tiragem expressiva, mesmo com as melhores técnicas introduzidas para minimizar essas variações. Características do Offset: Como a imagem é posicionada sobre o papel em vez de prensada nele por uma superfície em alto relevo, há pouca alteração do formato do texto ou imagem. Mesmo em papéis macios e fibrosos, é possível reproduzir detalhes refinados, uma vez que a blanqueta de borracha responde melhor à superfície do que os processos não offset. Antigamente a reprodução do preto no processo offset era acinzentada por causa da sua diluição na água, mas as tintas modernas resolveram este problema.

2.3.3. Offset Seco A impressão offset seco não utiliza um mecanismo umedecedor. A área de contragrafismo da chapa é feita de uma borracha de silicone, que repele a tinta sem precisar de água. Como não é necessário obter o equilíbrio correto entre água e tinta, esse método requer menos tempo de preparação. Há baixo ganho de ponto e o processo é menos agressivo ao meio ambiente, uma vez que não há o uso e descarte de produtos químicos na solução umedecedora. Entretanto, na ausência da água, a temperatura da tinta nos rolos precisa ser mantida a um nível baixo, o que exige tintas especiais e ajuste de impressora. O uso do offset seco deve crescer com o desenvolvimento da tecnologia e o reconhecimento de suas vantagens ao meio ambiente. Sua aplicação é feita em cheques e selos postais.

2.3.4. Offset Digital É a impressora off-set cuja chapa, pré-montada no cilindro da chapa, é copiada a partir de dados digitais sob o comando de um computador. Ela elimina algumas etapas, principalmente na geração de fotolitos. Na impressão off-set digital o fotolito não existe

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mais. As informações são gravadas direto na chapa (que vai na máquina). Ela possui as seguintes características: tem a possibilidade de encomendar somente a quantidade que o cliente necessita, reduzindo os custos. Mesma qualidade offset com a versatilidade e a agilidade das impressoras digitais. Ideal para médias e pequenas tiragens. Também pode ser feita personalizações em textos e imagens com dados variáveis e permite as mesmas variações de acabamento da offset convencional. Imprime frente e verso simultaneamente e separa trabalhos, facilitando o acabamento.

2.3.5. Impressão Digital Dispensa o uso de fotolitos e é feita em copiadoras coloridas (para pequenas tiragens até 200 cópias), plotters (para impressão de grandes formatos), impressoras de provas digitais e também as chamadas de impressoras digitais que imprimem grandes tiragens sem fotolitos. Os desafios da impressão digital estão focados em reduzir os custos para a popularização de seu uso.

2.3.6. Impressão UV Com a tecnologia UV, além de eficiência e alta qualidade de impressão, você consegue soluções de impressão tanto em materiais flexíveis, como lonas e adesivos, como em materiais rígidos tais como MDF, PVC, PVC expandido, vidro, acrílico, alumínio ou aço. Por isso, hoje é possível ter as suas fotos em capas para celulares, ímãs de geladeira, quadros, dentre outros diversos produtos, com muita qualidade e excelente resolução. Além da agilidade de impressão e secagem das peças, há ainda questões como a durabilidade da impressão, consideravelmente superior, redução nas distorções das peças e cores mais brilhantes e intensas.

2.4. Permeográficos

Neste tipo de impressão a chapa é uma tela onde a tinta atravessa a matriz nas áreas de grafismo

2.4.1. Serigrafia Processo de impressão direta através de uma tela de nylon vazada nas áreas de impressão e vedada nas áreas de não impressão. Sua aplicação pode ser feita em diversos tipos de materiais, como papel, tecido, plástico, cerâmica, vidro, metal, couro, etc. É usada na indústria elétrica, eletroeletrônica, brinquedos, brindes em geral, embalagens,

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calçados e outros. Pode ser feito com uma pequena e média tiragem.

2.5. Plotter Eletrostática A plotter eletrostática é empregada para a produção de projetos em grandes formatos que exigem maior qualidade de resolução das imagens (em geral, até 400 DPI) e, principalmente, grande resistência a intempéries. Por isso, é utilizada em painéis gigantes de publicidade fixados em laterais (empenas) ou fachadas de prédios, bem como letreiros e backlights. Banners, displays, faixas e outros impressos promocionais também são aplicações deste processo.

2.6. Routers Como o corte eletrônico, não se trata de um processo de impressão, porém está sendo incluído aqui por ser muito utilizado em projetos de design. Routers são plotters dotadas de facas de maior resistência, capazes de cortar, esculpir ou cavar madeira, alumínio, poliuretano e outros suportes rígidos. São muito empregadas em projetos de sinalização e, também, no processo de fabricação de facas de corte (ver capítulo referente a acabamento), definindo nas bases de madeira destas a disposição das lâminas metálicas que realizarão os cortes nos impressos.

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CAP3: ACABAMENTOS 3.1. Verniz Verniz é um compost incolor aplicado a materiais impressos para proteger o suporte contra desgaste, manipulação ou resíduos, ou para aprimorar a aparência visual de um projeto e seus elementos. Há três tipos de acabamento em verniz:

Clara de Toledo Cancelier Brilhante Fosco Acetinado

Embora não estritamente um verniz, o revestimento UV (ultra-violeta) também pode ser utilizado para dar um toque decorativo a um projeto. A aplicação de um verniz aumenta a absorção de cor e acelera o processo de secagem. Funcionando como uma camada protetora da tinta de impressão, ele ajuda a evitar que a tinta borre quando o suporte é manuseado.

3.1.1 Verniz Brilhoso Para atingir o resultado proposto, aplica-se alta concentração de verniz brilhante nos impressos. É comum a utilização em outros impressos, além dos cartões de visitas, como capas de brochuras, cardápios, capas de revistas, entre outros. É uma opção de alto impacto e proporciona proteção ao papel e cores mais vivas. Este é, provavelmente, o acabamento gráfico mais requisitado e apresenta uma aplicabilidade abrangente. O verniz total brilho valoriza o material com brilho e lisura, sendo ousado e discreto ao mesmo tempo. O verniz pode ser aplicado em toda arte, desde que nos papéis couché ou cartão. Em alguns casos, é chamado de verniz UV devido ao seu método de secagem que ocorre através da exposição à radiação ultravioleta. Este acabamento pode ser aplicado em todo o cartão ou em apenas algumas regiões, quando acompanhado pela laminação fosca.

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3.1.2. Verniz UV localizado Este processo é usado normalmente associado a laminação fosca. Neste acabamento, usa-se o silk-screem para aplicar verniz somente nas áreas escolhidas. Como resultado, tem-se um produto (sempre material grosso) com o toque da laminação fosca e o brilho somente nas partes selecionadas. Um recurso muito interessante é usar o verniz como parte do design, brilhando onde não há nada impresso, trazendo informação a medida que se mexe com o cartão. Por ser de aplicação quase sempre manual, o custo é muito alto. Os produtos top de linha do mercado são oferecidos com laminação fosca e verniz UV localizado.

3.2. Laminação Este acabamento pode ser aplicado em produtos com papel grosso. Normalmente é usado em cartões, postais e folhinhas. Na laminação aplica-se um filme plástico sobre o papel usando uma mescla de cola e calor. A camada plástica não pode ser retirada após a aplicação. Se tentarmos fazer, perde-se um pedaço de impressão e até do papel. A vantagem do método é o aumento da durabilidade do impresso e um acabamento de brilho na impressão, realçando as cores. Pode ser feito em ambas as faces. A desvantagem é que pode curvar o cartão, pois as características térmicas do plástico e do papel são diferentes, provocando uma tensão entre os mesmos. É aplicado numa máquina separada da máquina offset.

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3.2.1 Laminação Fosca Com um efeito tátil sutil, este acabamento é sinônimo de sofisticação. A laminação age também como uma camada protetora da impressão e evita arranhões e manchas e é excelente para explorar cores. A laminação do cartão de visita é produzida com vários cartões imposicionados em uma “folha grande” e é aplicada através do calor. Com a laminação, os cartões ficam mais resistentes e difíceis de rasgar e pode ser aplicada dos dois lados. Existem alguns tipos de papel e gramatura que não “aceitam” este acabamento. Portanto, sempre consulte um profissional da área para verificar qual é a melhor opção para o seu cartão. Esse acabamento também se aplica a folders, cartazes e qualquer tipo de impresso que desejar.

3.3. Vinco O vinco é a marcação do papel para futura dobra. Pode ser automatizado, tendo um custo baixo. É muito usado nos folders para serem dobrados pelo cliente à medida que forem usados e em postais.

3.3.1. Corte e vinco É um acabamento feito posteriormente a impressão e refile, em equipamento a parte, visando produzir trabalhos personalizados. Os maiores distribuidores têm oferecido este tipo de acabamento a custo relativamente baixo, conseguindo usar uma mesma faca para um grupo de clientes. Na gráfica tradicional a faca era cobrada a parte com alto custo. Hoje, nestes distribuidores, o valor da faca é rateado ente todos os clientes, fazendo despencar o custo. Porém existem algumas limitações que precisam ser respeitadas.

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3.4. Dobra É um acabamento menos comum, pois aumenta muito o volume dos pacotes. Este acabamento pode ser feito automatizado nos papéis finos, mas geralmente precisa ser feito manualmente, após ser feito o vinco, nos papéis mais grossos. É usado nos mesmos produtos que no vinco, principalmente quando o cliente não quer ter o trabalho da dobra, mas isto aumenta o custo do serviço.

3.4.1. Páginas desdobráveis Página desdobrável é uma folha dobrada de papel que é encadernada em uma publicação a fim de produzir mais espaço para mostrar uma determinada imagem ou elemento visual. Para abrir uma página desdobrável, o painel extra é estendido horizontalmente. A folha deve ter um tamanho ligeiramente menor do que o da publicação para caber confortavelmente quando dobrada. Uma página desdobrável é semelhante à página desdobrável para cima, que se estende verticalmente quando aberta.

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3.4.2. Dobra-janela Dobra-janela é uma folha com quatro painéis disposta na publicação de modo que os painéis à esquerda e à direita sejam dobrados para dentro e se juntem na lombada sem se sobreporem.

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3.4.3. Dobra francesa Dobra francesa é uma folha impressa em um lado e dobrada vertical e horizontalmente para formar um caderno de quatro páginas não-refilado Uma dobra francesa também pode ser encadernada na forma de livro (como mostrado na imagem abaixo) para dar maior volume às páginas da publicação. O caderno é costurado pela lombada para que as bordas frontal e superior permaneçam dobradas e não-refiladas. A dobra superior é refilada durante o processo de encadernação, mas a frontal é mantida selada, formando uma cavidade. A parte interna também pode ser impressa.

3.4.4. Dobra Sanfona Uma dobra-sanfona consiste em duas ou mais dobras paralelas que vão em direções opostas e se abrem. Esse método de obras permite que muitas páginas sejam dobradas em uma publicação de tamanho menor. Com um documento com dobra-sanfona pode ser aberto de ambos os lados, a partir de qualquer ponto, é necessário que o conteúdo seja coerente tanto quando ele for aberto como quando for uma série de páginas duplas separadas.

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3.4.5. Dobra enrolada Uma dobra enrolada é composta de uma série de dobras-vale paralelas dobradas umas sobre as outras. Quando o leitor abre um documento com uma dobra enrolada, o conteúdo é gradualmente revelado, páginas por páginas. Assim, a dobra funciona como uma lenta revelação. Para um documento extenso ou um suporte rígido, os painéis devem ser de larguras sucessivamente maiores a fim de que se encaixem confortavelmente. Entretanto, como com uma dobra-sanfona, o conteúdo contido em uma peça com dobra enrolada precisa ser lido como uma série de páginas duplas e em um modo continuo. A dobra enrolada pode ser usada para criar um bom efeito de friso gráfico, como mostra o exemplo aberto abaixo.

3.5. Bordas Arredondadas Quando o efeito que se quer com o corte e vinco são apenas as bordas arredondadas, não é necessário confeccionar facas. Existem no mercado equipamentos próprios para aplicar esse efeito, a custo baixo. Alguns distribuidores inclusive oferecem este serviço gratuitamente, afetando apenas o tempo de entrega do serviço. Vale ressaltar que podemos arredondar de 1 a 4 quinas do trabalho pelo mesmo custo, permitindo uma grande quantidade de resultados.

3.6. Corte Especial O corte especial é um processo que utiliza uma faca de aço para cortar uma parte específica de um design. Essa técnica é usada principalmente para fins decorativos e para realçar a apresentação visual de uma peça. Além de alterar a forma de um projeto para aprimorar seus recursos visuais, o corte especial pode attender a um propósito prático, por exemplo, criar uma abertura que permita ao usuário ver dentro ou através de uma publicação.

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3.6.1. Serrilha Serrilha é um processo que cria um picote emu ma area do suporte, permitindo que seja destacada. As serrilhas são feitas utilizando laminas ou pentes metálicos que podem ser moldados em um dado padrão, de modo que somente a area de corte da lamina recorte o papel.

3.7. Relevo Seco, alto-relevo e baixo-relevo Um relevo seco, alto ou baixo é um design estampado em um suporte com tinta ou laminado metálico, o que resulta emu ma superfície tridimensional, elevada, decorative ou texturizada que destaca determinados elementos de um projeto. Geralmente, um suporte de papel com uma maior gramatura é melhor para a aplicação da impressão em alto-relevo (ou baixo-relevo) do que os suportes mais finos.

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3.8. Impressão de Borda Processo especial para imprimir sobre as bordas externas cortadas do miolo de uma publicação. Esse processo tem suas origens na douração, técnica que aplicava ouro ou prata às páginas de um livro para protegê-los, mas que atualmente é mais utilizada para efeitos decorativos

3.9. Rebarba A rebarba é a borda irregular característica do papel quando ele sai da máquina de fabricação. O papel feito pela máquina tem duas rebarbas e o feito à mão, quarto. Quando não cortada, a rebarba pode ser utilizada para criar um excelente efeito decorativo. O efeito também pode ser imitado rasgando-se a borda do papel com a mão.

3.10 Guardas Guardas são as páginas de papel resistente localizadas no início e no final de um livro de capa dura. Elas se unem ao miolo do livro pela encadernação. As guardas podem ser transformadas em um artigo decorativo de uma publicação, uma vez que costumam apresentar desenhos, motivos ou mapas ou usar um suporte colorido. Para aplicar as guardas, primeiro os cadernos do miolo são alceados. Depois, as folhas de guarda são juntadas aos dois lados do miolo e coladas com uma tira de papel aplicada ao longo de toda a lombada. Por fim, a capa dura é colada e fixada às guardas. As guardas adicionam textura a um livro, pois utilizam um suporte diferente do restante da publicação.

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3.11. Encadernação Encadernação se refere à variedade de processos utilizados para unir as páginas ou cadernos de uma publicação a fim de compor livros, revistas, brochuras ou outros formatos. Os diferentes métodos de encadernação disponíveis possibilitam que um designer escolha as funcionalidades de uma publicação além de suas qualidades visuais, durabilidade e custo. Utilizada de forma produtiva, a encadernação pode fornecer um meio simples de diferenciar uma publicação e adicionar um toque especial. As escolhas de encadernação têm influência direta na durabilidade de uma publicação: a encadernação com costura ou a encadernação com cola são métodos mais duráveis do que a encadernação com cola são métodos mais baratos cuja durabilidade não é relevante para o formato. Se uma publicação será constantemente consultada, como os manuais por exemplo, a encadernação com garra inglesa ou a encadernação com espiral é mais apropriada.

3.11.1. Encadernação com wire-o, espiral de metal e de plástico A encadernação com wire-o é caracterizada por uma garra dupla metálica que atravessa perfurações especiais em uma das bordas da publicação. A principal vantagem desse método de encadernação é que ele possibilita que a publicação abra completamente, como pode ser visto no exemplo ao lado. A lombada também fica visível, conforme mostrado na ilustração abaixo. Deve-se tomar cuidado com imagens impressas além da margem interna do documento, pois o perfurador pode prejudicar a estética. Encadernação com wire-o: Garras metálicas opostas atravessam as perfurações feitas em uma das bordas das folhas e se juntam para encadernar as páginas. Encadernação com espiral metálica: Uma espiral metálica é inserida, da parte superior à inferior (ou vice-versa), nas perfurações ao longo de uma das bordas das páginas. Esse processo e mais demorado, mas mantém as páginas unidas de forma mais segura. Encadernação com espiral de plástico: Segue o mesmo princípio ou encadernação com wire-o, mas utiliza plástico e não fios metálicos.

3.11.2. Encadernação com wire-o exposto e oculto A encadernação com wire-o tem duas versões: uma com wire-o exposto e outra com wire-o oculto, embora ambas sejam essencialmente iguais. Esses tipos de encadernação utilizam um wire-o localizado dentro da sobrecapa para unir as páginas de uma publicação e se caracterizam pelo anel duplo da espiral. Ambos os métodos possibilitam que a

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publicação abra completamente, e que tenha uma lombada para títulos e informações. Encadernação com wire-o oculto: A encadernação wire-o oculto combre a lombada. Encadernação com wire-o exposto: A encadernação com wire-o exposto tem um vão na capa que expõe a lombada.

3.11.3. Auto-encadernação Algumas publicações parecem encadernadas, quando, na verdade, o único processo de acabamento de impressão utilizado foi a dobra. Tais publicações são descritas como auto -encadernadas porque o leitor as reencaderna manualmente depois de utilizá-las, dobrando -as novamente. Mapas e brochuras são exemplos típicos de auto-encadernação.

3.11.4. Encadernação de capa dura

A encadernação capa dura é um método durável muito utilizado na produção de livros.

Velino: Papel transparente às vezes utilizado para proteger lâminas em cores em um livro, disponível em diferentes desenhos ou efeitos texturizados, como linho. Entretela: Tecido de linho ou algodão, fixado com cola ou goma, utilizando para cobrir uma encadernação de capa dura.

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Charneira e cabeceado: Tiras de tecido coladas à lombada para protege-la e decorá-la.

3.11.5. Encadernação sem costura A encadernação sem costura (perfect binding) é um método de encadernação comumente utilizado para brochuras e revistas. Nesse tipo de encadernação, os cadernos são transformados em um bloco e a borda da encadernação é unida por uma cola flexível, para colar o miolo e fixa-lo à capa sem o uso de costura. A borda da encadernação pode ser cortada para permitir que a cola tenha maior firmeza, razão pela qual o método é às vezes chamado de encadernação cortada e colada. A borda é então refilada para obter um acabamento limpo, preciso. A qualidade da cola determinará a durabilidade da encadernação.

3.11.5.1. Processo de encadernação sem costura Os cadernos são intercalados e dispostos em bloco para formar o miolo. As lombadas são cortadas e o adesivo é aplicado. Uma capa então é fixada e dobrada em torno do miolo. Por fim, a lombada é refilada. A borda da lombada é prensada. Basicamente, essa prensagem funciona como uma dobradiça para virar as páginas, além de determinar o espaço da medianiz e impedir o enfraquecimento da lombada.

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3.11.5.2. Costura do caderno Os cadernos do miolo podem ser costurados antes de serem encadernados para obter maior resistência, mas esse processo é mais demorado e consequentemente, mais caro.

3.11.5.3. Costura com linha Esse processo combina a encadernação sem costura com a costura do caderno, mas não há costura entre os cadernos.

3.11.5.4. Costura lateral Esse método utiliza uma costura que vai da frente ao verso do miolo. Esse técnica produz uma encadernação resistente, sendo muito utilizada em livros infantis.

3.11.6. Encadernações alternativas Técnicas ou matérias especiais proporcionam uma variedade de efeitos criativos de encadernação. Encadernação sem capa: Uma encadernação sem capa tem a costura visível. Cinta: Esse publicação, criada pelo estúdio de design MadeThought, é aprimorada com uma cinta envoltória. Costura singer: A encadernação costurada pode dar um toque decorativo, uma vez que há muitas espessuras e cores de linha disponíveis e diversos padrões de costura podem ser aplicados. Encadernações em z: Essa publicação de encadernação em z foi criada pelo estúdio de design MadeThought. A encadernação em z separa uma publicação em duas partes. Elásticos: Os elásticos fornecem um modo simples de unir folhas soltas com o suporte rígido da capa. Clipes e fechos: Clipes, fechos e outras peças podem ser utilizados para a encadernação.

3.11.7. Grampeação a cavalo Também chamada lombada canoa. Este é o método mais comum para encadernação de livretos ou folhetos. É também o mais simples e o mais barato. O folheto é aberto, pendurado numa “sela”, e os grampos são enfiados através da espinha dorsal, na parte central. O folheto é a seguir refilado nos três lados: acima, abaixo e do lado oposto à lombada. Esta operação pode ser feita por uma guilhotina de corte de papel ou com uma

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guilhotina especial com corte trilateral, que faz os três cortes de uma só vez. Uma grande vantagem da grampeação a cavalo é que ela permite que as folhas fiquem inteiramente abertas, facilitando a leitura. Os livros grampeados a cavalo podem ser encadernados com capa do mesmo papel das páginas interiores ou com capa separada, feita normalmente com papel de maior peso.

3.11.8. Grampeação lateral Os livros e revistas muito grossos para a grampeação a cavalo devem ser acabados com grampeação lateral. Neste caso os grampos são enfiados a 6mm da borda da encadernação, atravessando da primeira à última página, onde são fechados. Uma desvantagem deste processo é que os grampos não permitem que as folhas fiquem abertas e planas. Os livros encadernados desta maneira possuem capas com papel mais pesado, e são coladas depois da encadernação e antes do refile.

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Cap 4: Check list e informações gráficas 4.1. Fechamento de Arquivo Esse processo assegura que um arquivo PDF (Portable Document Format), ou um documento de layout de página original antes da criação do PDF, seja fornecido à gráfica ou ao birô sem erros, evitando possíveis problemas em etapas posteriores. O fechamento de arquivo pode ser executado por meio do uso de softwares especializados como Enfocus Pitstop Professional ou o Flightcheck Professional da Markzware. Porém a funcionalidade de fechamento incorporada a softwares como o InDesign, por exemplo, dispõe de inúmeros recursos e satisfaz praticamente todas as exigências de pré-impressão. Enviar um arquivo aberto significa enviar o documento original, em formato CDR, AI, INDD, acompanhado das fontes para instalação. Esse procedimento é usado em alguns casos, mas a maioria das gráficas, principalmente as de grande porte, só aceita arquivos fechados, ou seja, o PDF. Ao trabalhar com um PDF pronto para impressão a gráfica processa a imagem rasterizada (RIP), faz o ajuste de trapping e organiza o plano de imposição para a produção de provas e posterior impressão.

Clara de Toledo Cancelier

4.1.1. Variações de PDF para Impressão 4.1.1.1. PDF/X-1 a (2001 e 2003) O PDF/X-1 a requer a incorporação de todas as fontes, a especificação das máscaras e sangrias apropriadas e a exibição das cores no modo CMYK, cores especiais ou ambos. Arquivos compatíveis devem conter informações que descrevam a condição de impressão para a qual foram preparados. Arquivos PDF criados para compatibilidade com o PDF/X-1 a podem ser abertos no Acrobat 4.0 e no Acrobat Reader 4.0 ou posterior. O PDF/X-1 a usa o PDF 1.3, reduz a resolução de imagens coloridas e em tons de cinza a 300 ppi e imagens monocromáticas a 1200 ppi, incorpora subconjuntos de todas as fontes, cria PDF’s sem marcas e nivela a transparência por meio da configuração Alta resolução.

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4.1.1.2. PDF/X-3 Essa predefinição cria um PDF baseado no padrão ISO PDF/X-3:2002. Os arquivos PDF criados nessa configuração podem ser abertos no Acrobat 4.0, no Acrobat Reader 4.0 ou posterior.

4.1.1.3. PDF/X-4 (2008) Esses arquivos de criação predefinidos ISO PDF/X-4:2008 oferecem suporte para transparências vivas ( a transparência não está nivelada) e gerenciamento de cores ICC. Arquivos PDF exportados com essa predefinição estão no formato PDF 1.4. Imagens têm a resolução diminuída, são comprimidas, e as fontes são inseridas da mesma maneira que nas configurações PDF/X-1 a e PDF/X-3. É possível criar arquivos compatíveis com PDF/X-4:2008 diretamente nos componentes do Creative Suite 4 e 5 (Illustrator, InDesign e Photoshop). O Adobe Acrobat Pro fornece facilidades para validar e comprovar arquivos PDF em conformidade com PDF/X-4:2008 e também para converter outros arquivos não PDF para PDF/X-4:2008 se possível. A Adobe recomenda PDF/X-4:2008 como o melhor formato de arquivo PDF para trabalhos de impressão.

4.1.2. Recomendações gerais para o fechamento dos arquivos 4.1.2.1. Definir a margem de acordo com o processo de encadernação Dependendo da forma como o material será encadernado (espiral, lombada quadrada, canoa) existe a necessidade de uma margem de segurança maior para evitar dificuldade de manuseio e principalmente o corte do texto. Em geral uma margem de segurança de 1,5 a 2 cm é suficiente, considerando que pelo menos 0,3 cm serão usados no refile.

4.1.2.2. Usar sangria do documento Este recurso deve ser usado sempre que o layout apresentar imagens ou outros elementos que devem ser impressos até o limite da lateral. Para evitar que após o refile fiquem aparecendo filetes brancos na lateral é recomendado prolongar as imagens além da linha de corte de 0,3 a 0,5 cm. Essa margem de segurança é definida como sangria ou sangra. 4.1.2.3. Imagens com 300dpi (mínimo) de resolução

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Conforme visto na aula sobre meio-tom e cores a resolução do arquivo deve ser proporcional a resolução de saída de impressão. A maioria das gráficas trabalha com no mínimo 150 lpi, necessitando assim do dobro de dpi para um bom resultado.

4.1.2.4. Achatar as imagens (compactar camadas) Ao usar filtros, lentes, transparências e outros recursos é recomendado fundir todos os elementos gerando uma única imagem, sem camadas e já convertida em CMYK.

4.1.2.5. Padrão de cor CMYK A maioria dos processos de impressão trabalha com a escala CMYK portando o arquivo final deve estar preparado para este formato. Essa conversão pode ser automática, no fechamento do arquivo, se for o caso, mas isto não é recomendado devido às variações que podem ocorrer. O ideal que é as imagens sejam convertidas e preparadas previamente, com todos os ajustes necessários.

4.1.2.6. Não converter fontes em curva Algumas fontes podem apresentar problemas de pontos ao serem convertidas em curva principalmente as de textos pequeno. Por uma questão de direitos autorais não se deve enviar fontes, a não ser que sejam gratuitas, junto com o arquivo. O ideal é incorporaras fontes no arquivo fechado, o que acontece no PDF, por exemplo. Assim as fontes serão visualizadas e impressas da forma correta, mesmo que não estejam instaladas no outro computador.

4.1.2.7. Não usar texto preto com cores compostas (preto calçado) O recurso de calçar o preto com as outras da escala é recomendado apenas para grandes áreas de cobertura. Quando este recurso é usado no texto gera efeito indesejável de sobrecarga de cor.

4.1.2.8. Imposição de páginas A imposição consiste em organizar as páginas de acordo com a forma como serão encadernadas. Esse processo é feito automaticamente em softwares como o InDesign. De qualquer forma o designer deve fazer um boneco com as páginas imposicionadas para planejar o layout e gerar um protótipo para apresentar ao cliente.

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4.2. Check list para impressão 01 - Não utilize cores RGB, use sempre CMYK ou cores especiais. 02 - Salve sempre suas imagens/fotos em TIF. 03 - Salve gráficos e vetores em EPS. 04 - Confira a resolução. Para impressão offset o ideal é 300 dpi. 05 - Envie o arquivo final para gráfica em TIF, EPS ou PDF. Procure não enviar em arquivo aberto. 06 - Cuide para não escrever muito perto das bordas. Faça uma área de proteção (5 mm). 07 - Lembre-se de sangrar seus arquivos (5 mm). 08 - Indique com linhas (de 3 mm) as marcas de corte. 09 - Indique com linhas tracejadas (de 3 mm) o local das dobras. 10 - Antes de iniciar o trabalho pense no tipo de papel que irá usar e consulte o fornecedor gráfico para saber se as características do mesmo são compatíveis com o seu trabalho. 11 - Antes de iniciar o trabalho confira a tabela de aproveitamento de papel (de acordo com a gráfica que irá imprimir) e tente adequar seu trabalho a este formato. 12 - Peça para o cliente fazer uma correção detalhada do material final a ser impresso. Isso diminui a porcentagem de erros e diminui sua parcela de culpa no caso de algum erro. 13 - Envie sempre prova do seu trabalho com as últimas modificações e de preferência no tamanho 1:1. 14 - Envie todas as fontes usadas com suas devidas famílias (ex. bold, itálica, etc.). 15 - Envie somente os arquivos que devem ser impressos. Não mande arquivos com páginas em branco ou com páginas que não devem ser impressas. 16 - Elimine todos os objetos que estiverem fora da página ou que não devam ser impressos. 17 - Deixe e-mail ou telefone de contato com a gráfica. 18 - Anote qualquer observação que for necessária no seu trabalho, tais como: camada para silk, número de cores, cores especiais, corte especial, etc. 19 - Simplifique seus arquivos, evite usar blends, lentes, transparências, patterns, máscaras, etc. Caso utilize alguns destes efeitos, converta-os em vetor. 20 - Evite rotacionar ou mudar o tamanho das imagens nos programas de ilustração ou de paginação, faça isso nos próprios programas de edição de imagem (ex. Photoshop). 21- Não amplie suas imagens, escaneie de novo caso você precise em um formato maior, quando você amplia elas na verdade está perdendo resolução e com isso qualidade. 22 - Marcando as opções bold e/ou itálico para fontes pode funcionar para a tela ou impressão em baixa resolução mais quando a impressão for em alta resolução pode não funcionar, você deve ter certeza de que tem a fonte que quer usar e sua respectiva família. (ex. usar Helvetica e Helvetica Bold funciona pois existe esta fonte correspondente, agora usar Futura Black e depois selecionar a opção Bold não irá funcionar pois não existe a fonte Futura Black Bold, neste caso você deve usar a fonte Futura Extra Black).

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Isso também resolve-se transformando as fontes em curvas. 23 - Caso o trabalho requeira alguma faca especial, procure não colocar nada muito perto da margem de corte. 24 - Indique o formato das facas especiais com uma cor pura (magenta, ciano ou amarelo). Evite o preto neste caso. 25 - Lembre-se que a faca de corte é feita com uma lâmina torcida no formato solicitado. Portanto, enquanto mais simples menor o custo e as chances de erro. 26 - Indique os locais de verniz localizado com 100% de uma cor pura em uma página separada. Especifique bem que aquela página é referente a aplicação de verniz e deixe claro a que página ela deve ser aplicada. 27 - Depois do trabalho impresso você (e seu cliente) tem o direito de ter de volta o fotolito e a faca de corte. Você pagou por eles e pode querer utilizar no futuro. 28 - Nem todas as gráficas trabalham da mesma maneira com todos os materiais. Por isso, a cada novo trabalho procure fazer orçamentos em outras gráficas. As vezes uma gráfica que trabalha bem e barato com corte especial não consegue reproduzir com precisão as cores. Pesquise sempre. 29 - Ao realizar um trabalho impresso pense no processo inteiro, desde a sua criação, envio de arquivo, impressão, distribuição, local de distribuição, manuseio e descarte. A preocupação com o processo é a principal característica de uma arte-final bem realizada.

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Cap 5: Exemplos Exemplo de e-mail Olá, Gostaria de orçar um Livro de Receitas. Segue abaixo as especificações para a impressão:

Clara de Toledo Cancelier 1. Formato: - Formato aberto: 420 mm de largura X 280 mm altura. - Formato fechado: 210 mm largura X 280 mm altura. 2. Tiragem: 50 cópias 3. Papel: - Miolo: 72 páginas de papel couchê fosco 120g/m2. - Capa: 1 página de papel cartão 250 g/m2. 4. Tipo de encadernação: Lombada quadrada, costurada e colada. 5. Tipo de impressão: impressão offset, com entrada em máquina 4/4. 6. Lombada: 0,6 cm Obrigada desde já, Clara de Toledo Cancelier

Exemplo 1: Gráfica Expert Prezado cliente, Viemos através desta apresentar nossa proposta orçamentária para a confecção do(s) serviço(s) conforme especificações abaixo : Itens solicitados do orçamento : 058945.

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058945.01 50 Revistas - Receitas Capa Aberta: 42.6x28cm, 4x0 cores, (cmyk) em Triplex 300g, Bopp Brilho ou Fosco 1x0, Vincos / Dobras. Miolo: 72 págs, 21x28cm, 4 cores, (cmyk) em Couche fosco 115g, Costura cadernos, Lombada quadrada HotMelt. Total: R$ 2.998,00 Unitário: 59,96 Pgto: A combinar 058945.02 100 Revistas - Receitas Idem item anterior Total: R$ 5.620,00 Unitário: 56,20 Pgto: A combinar Orçamentista : Géssica - Inclusa 1 prova impressa e entrega: Fpolis / Região. Validade da proposta: 15 dias. Prazo de entrega: à combinar 1) CLIENTES NOVOS, VENDA A PRAZO SOMENTE COM APROVAÇÃO DE CADASTRO. 2) Inclusa uma prova de cor. Provas extras serão cobradas à parte. 3) Os prazos de produção serão combinados após a aprovação da prova final. 4) A gráfica não se responsabiliza por erros de arte final fornecidos pelo cliente. 5) A gráfica não se responsabiliza por prazo de entrega de terceiros (correios, transportadoras). Atenciosamente, Rafael Fernando Buss ME Autorizo a confecção do(s) item(ns) acima assinalado(s)

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Exemplo 2: Gráfica Darwin Prezado cliente, Vimos através desta apresentar nossa proposta orçamentária para a confecção do(s) servico(s) conforme especificações abaixo : Itens solicitados do orçamento : 033737. 033737.01 50 Livros - Receitas capa: 28x42.6cm, 4x4 cores, Tinta Escala em Cartão Triplex C2S 250g. miolo: 72 págs, 21x28cm, 4 cores, Tinta Escala em Papel Couche Fosco 115g. Dobra(miolo), Empacotado, Plastificado BOPP Fosco=1 Lado(s) (capa), Costura/Colar Capa. Total: R$ 8.064,59 Unitário: 161,2918 Pgto: A combinar 033737.02 100 Livros - Receitas Idem item anterior Total: R$ 8.401,49 Unitário: 84,0149 Pgto: A combinar Validade da proposta : 60 dias Orçamentista : Jean * Validade da proposta: 60 dias. *PRAZO DE PAGAMENTO SUJEITO A APROVAÇÃO DE CADASTRO. *Quantidade poderá variar 10% a mais ou a menos prevalecendo o preço unitário. *A GRÁFICA NÃO SE RESPONSABILIZARÁ POR ERROS de diagramação, grafia ou cor nos casos em que o cliente tenha aprovado arte final, prova ou ainda ter

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fornecido modelo ou arquivo digital. Os arquivos digitais das artes finais ou projetos gráficos executados pela Gráfica serão fornecidos em formatos que permitam apenas a visualização. Para sua tranqüilidade não utilizamos papel imune indevidamente. Atenciosamente, V.W.Editor Gráfico Ltda

Exemplo 3: Brasil Open Graph Prezado Cliente, Vimos através desta apresentar nossa proposta orçamentária para a confecção do(s) serviço(s) conforme especificações abaixo : Ítem(s) solicitado(s) do orçamento nro : 046731. 01 50 Impressão de Livros - capa e 72 painas . Capa: 42x28cm, 4x4 cores, Tinta Escala em Triplex 250g. CTP. Prova digital. Miolo: 72 págs, 21x28cm, 4 cores, Tinta Escala em Couche Fosco 115g. CTP. Lombada:4mm, Dobrado(Miolo), Corte/Vinco(Capa), Hot melt(Capa), Costurado(Miolo), Dobra(Capa), Laminação Fosca=1 lado(s) (Capa). Valor Unitário: 135,1268

Total: R$ 6.756,34

Pgto: 28 dias

02 100 Impressão de Livros - capa e 72 painas . Idem item anterior Valor Unitário: 70,6496

Total: R$ 7.064,96

Pgto: 28 dias

03 200 Impressão de Livros - capa e 72 painas . Idem item anterior Valor Unitário: 37,4153

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Total: R$ 7.483,06

Pgto: 28 dias


04 300 Impressรฃo de Livros - capa e 72 painas . Idem item anterior Valor Unitรกrio: 27,036

Total: R$ 8.110,80

Pgto: 28 dias

Atenciosamente, Open Grรกfica Digital Vendedor Claudia

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Glossário Birô: As empresas de impressão enfrentaram nos últimos anos exigências enormes da parte dos seus clientes, os quais requeriam maior rapidez e flexibilidade nos ciclos de produção, tiragens menores, e ainda um serviço permanente de 24 horas.. Por consequentemente, os impressores necessitavam de uma maior automatização na sala de impressão, a fim de aumentarem a sua competitividade. Neste periodo, surgiram o birôs de serviço, pequenas empresas especializadas em pré-impressão e fotolitagem. Essas empresas investiram em processos de automatização de fluxos de trabalho através da tecnologia Computer-to-Film. Em suma, o Bureau é um prestador de serviços para as gráficas, responsável pela penúltima etapa do processo de pré-impressão, que consiste na criação do fotolito, no qual os arquivos digitais passarão pelo processo de separação de cores para servirem de base para a criação das chapas de impressão.

Clara de Toledo Cancelier Bobinas: Grande rolo de papel contínuo, para impressões tipográficas de grande tiragem. Conta-fios: Para verificar detalhes de retículas, registros de cores etc. Resma: Conjunto formado por quinhentas folhas de papel. Fio: Linha preta usada para uma variedade de efeitos tipográficos, incluindo cantos e quadros. Os fios são na verdade elementos tipográficos com alutura suficiente para impressão e vêm numa variedade de espessuras, chamada pesos, que são medidas em pontos Didot. Muitos fios são fundidos como fios duplex; duas ou mais linhas paralelas da mesma ou de diferentes espessuras fundidas no mesmo corpo. Fios finos para trabalhos tipográficos são frequentemente feitos de tiras de bronze ou aço. Além de linhas, os fios podem ser pontilhados (corondéis) ou em travessão ou podem conter elementos decorativos. Fotolitos: É o filme onde, após a fotografia do original, estão inseridas todas as informações da arte-final. A partir daí, essas informações são transmitidas para a chapa de impressão em off-set. No processo de impressão por quadricromia, são produzidos quatro fotolitos - cada um contendo uma das cores do modelo CMYK - que resultarão em quatro chapas, que darão origem a uma única página do projeto.

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Gramagem: Valor que exprime o peso, em gramas, de uma folha com um metro quadrado de um determinado papel. É o peso do papel por metro quadrado de superfície. PostScript: Linguagem de descrição de páginas para envio à s impressoras. Desenvolvida pela Adobe, tornou-se padrão entre os aplicativos de editoração eletrônica. Refile: Aparar papéis antes e após a impressão, retirando os excessos ao formato final. Consiste em retirar excessos e rebarbas dos papéis, antes e depois da impressão. Relevografia: Impressão realizada mediante matriz em alto-relevo. Os elementos que serão impressos ficam em relevo na matriz e são entinrtados, imprimindo mediante pressão sobre o suporte. É o mesmo princípio dos carimbos. A flexografia e a tipografia são processos relevograficos. Retículas: Filme que apresenta linhas horizontais e verticais que se cruzam formando o desenho de uma rama. Tem a função de decompor originais de tom contínuo em pontos maiores ou menores, de acordo com a densidade do original. Rede de pontos diminutos, formando quadrículos, linhas e espaços regulares, traçada sobre vidro ou película transparente, que se usa em off-set, autotipia e heliografia, para reprodução de originais a meio-tom. Colocada entre o original e uma placa sensível, a retícula decompõe a imagem (foto ou desenho) em numerosos pontos de tamanhos variados que, embora sejam impressos com a mesma intensidade de tinta, produzem, por ilusão de ótica, o efeito das tonalidades intermediárias. Nas partes onde houver maiores concentrações de pontos e onde estes forem mais grossos, a imagem será mais escura.

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