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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MIRELLA BITTENCOURT
UTILITÁRIO MULTIUSO PARA TRANSPORTE DE BENS DE CONSUMO
Florianópolis 2009
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MIRELLA BITTENCOURT
UTILITÁRIO MULTIUSO PARA TRANSPORTE DE BENS DE CONSUMO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título em Bacharel em Design.
Orientador: Prof. Célio Teodorico dos Santos, Ms
Florianópolis 2009
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MIRELLA BITTENCOURT
UTILITÁRIO MULTIUSO PARA TRANSPORTE DE BENS DE CONSUMO
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Florianópolis, 19 de junho de 2009.
______________________________________________________ Prof. Célio Teodorico dos Santos, Ms Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Cesar Pereira Azevedo, Bel. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Cristina Colombo Nunes, M Eng. Universidade do Sul de Santa Catarina
3
Dedico este trabalho a Michell Foitte pelo incentivo e compreens達o.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais pelo apoio constante em todas as fases de minha vida. A meus mestres pelos ensinamentos concebidos e transmissão de uma boa base conceitual. E, em especial ao professor Célio Teodorico dos Santos, cujo conhecimento e auxilio foram essenciais para concretização desse projeto.
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Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim. (CHARLES CHAPLIN)
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RESUMO
Atividade consciente e criativa, o Design combina ferramentas, tecnologias e materiais, em determinado contexto, a fim de ajudar e satisfazer as necessidades sócio-econômicas, dentre elas a de consumo. Centrado em questões sociais e ambientais no trabalho do profissional designer, esse projeto focaliza um estudo ao uso incorreto e demasiado de sacolas plásticas, que por consequência acabam virando invólucro para lixo domestico, sendo esses depositados no eco sistema, poluindo o meio ambiente. Visto esse contexto, o objetivo desse projeto é propor uma alternativa – um utilitário – no qual o indivíduo possa levar e trazer consigo no momento de realizar suas compras em supermercados, evitando com isso o uso excessivo de sacolas plásticas e diminuindo a geração de lixo no meio ambiente. Para o desenvolvimento desse, utilizou se a metodologia projetual de Bürdek (2006), onde através de referencial bibliográfico e coleta de dados em pesquisa de campo, com o público de interesse, obteve-se as informações para gerar uma alternativa viável que otimize o uso de sacolas plásticas. Com a alternativa selecionada, produziu-se um modelo volumétrico a fim de verificar itens relacionados à ergonomia e funcionalidade. Esse, intitulado como utilitário multiuso para transporte de bens de consumo permite a interação do indivíduo em montar e desmontar facilitando seu transporte e manuseio, devido sua praticidade possibilita que o indivíduo não só o utilize para suas compras semanais em supermercados, mas também na aquisição de outros bens de consumo.
Palavras-chave: Design. Sacola plástica. Utilitário multiuso. Transporte. Consumo
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ABSTRACT
Conscious and creative activity, the design combines tools, technologies and materials, in particular context, to help meet the needs and socio-economic, including that of consumption. Focusing on social and environmental issues in the work of professional designer, this project focuses on a study on the use of incorrect and too plastic bags, which therefore ends up turning jacket for household waste, and those deposited in the eco system, polluting the environment. Given this context, the objective of this project is to propose an alternative - a utility - in which the individual can lead and bring the time to conduct their shopping in supermarkets, with that avoiding excessive use of plastic bags and reducing the generation of waste in environment. For the development of this, the methodology used to design B端rdek (2006), through a bibliographic reference and data collection in field research with the public interest, it was obtained the information to generate a viable alternative to optimize the use of plastic bags. With the alternative selected, produced by a volumetric model to check items related to ergonomics and functionality. This entitled as multipurpose utility to transport consumer goods, allows the interaction of the individual to assemble and disassemble facilitate their transport and handling, because of its practicality allows the individual not only to use their weekly shopping in supermarkets, but also the acquisition of other consumer goods.
Key words: Design. Plastic bag. Multipurpose utility. Transport. Consumer.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Saco de papel .....................................................................................
23
Figura 2 – Sacola plástica ....................................................................................
24
Figura 3 – Sacola oxibiodegradável .....................................................................
25
Figura 4 – Sacola de lona ..................................................................................... 26 Figura 5 – Primeiro carrinho de supermercado ...................................................
27
Figura 6 – Carrinho telescópio .............................................................................
27
Figura 7 – Cesta de tecido ...................................................................................
28
Figura 8 – Postura para transporte manual de cargas .........................................
32
Figura 9 – Representação estrutural ....................................................................
33
Figura 10 – Método do processo de Design ......................................................... 35 Figura 11 – Painel Semântico – Estilo de vida do usuário ...................................
42
Figura 12 – Painel Semântico – Expressão do Produto ....................................... 43 Figura 13 – Painel Semântico – Tema visual .......................................................
44
Figura 14 – Alternativa 01 ....................................................................................
46
Figura 15 – Alternativa 02 ....................................................................................
46
Figura 16 – Alternativa 03 ....................................................................................
47
Figura 17 – Alternativa 04 ....................................................................................
48
Figura 18 – Alternativa 05 ....................................................................................
49
Figura 19 – Alternativa 06 ....................................................................................
49
Figura 20 – Alternativa 07 ....................................................................................
50
Figura 21 – Alternativa selecionada .....................................................................
51
Figura 22 – Utilitário multiuso desmontado ...........................................................
52
Figura 23 – Utilitário multiuso montado .................................................................
52
Figura 24 – Utilitário multiuso com acabamento superficial ..................................
53
Figura 25 – Modelo digital .....................................................................................
54
Figura 26 – Modelo digital com comparação antropométrica ................................ 54 Figura 27 – Elementos do utilitário ........................................................................
61
Figura 28 – Simetria x Assimetria .......................................................................... 61 Figura 29 – Principais variáveis usadas em medidas de antropometria ...............
63
Figura 30 – Relações antropométricas .................................................................. 63
9
Figura 31 – Montagem do utilitário ........................................................................
69
Figura 32 – Desmontagem do utilitário .................................................................. 70
10
LISTA DE TABELA
Tabela 1 – Análise de produtos similares ...........................................................
30
Tabela 2 – Atributos simbólicos ..........................................................................
38
Tabela 3 – Atributos de estilo ..............................................................................
39
Tabela 4 – Atributos estéticos .............................................................................
39
Tabela 5 – Análise da tarefa ..............................................................................
64
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................
14
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA ................................................
15
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................
16
1.3 OBJETIVO GERAL ....................................................................................
16
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................
16
1.5 JUSTIFICATIVA .........................................................................................
17
1.6 METODOLOGIA ........................................................................................
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .........................................................................
19
2.1 PESQUISA DE CAMPO .............................................................................
20
2.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................
20
2.3 ANÁLISE DIACRÔNICA ...........................................................................
22
2.3.1 Embalagem para transporte de alimentos ..........................................
23
2.3.1.1 Sacos de papel ....................................................................................
23
2.3.1.2 Sacolas plásticas. ..................................................................................
24
2.3.1.3 Sacolas Oxi-biodegradáveis ................................................................
24
2.3.1.4 Sacolas de lona ....................................................................................
25
2.3.2 Carinhos paras compras ......................................................................
26
2.4 ANÁLISE SINCRÔNICA .............................................................................
29
2.4.1 Análise comparativa de produtos ........................................................
29
2.4.2 Análise do processo de trabalho .........................................................
31
2.4.3 Análise do ambiente de trabalho .........................................................
32
2.5 SÍNTESE .....................................................................................................
32
2.6 ANÁLISE ESTRUTURAL ...........................................................................
33
2.7 DEFINIÇÃO DO PUBLICO DE INTERESSE .............................................
34
3 O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ..........................
35
4 CONCEITO DO PROJETO ...........................................................................
38
12
4.1 DEFINIÇÃO DO CONCEITO .....................................................................
40
4.2 LISTA DE REQUISITOS ............................................................................
40
4.3 PAINEL SEMÂNTICO ................................................................................
41
4.4 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ...............................................................
45
4.4.1 Alternativa Selecionada ........................................................................
50
4.5 MODELO VOLUMÉTRICO .........................................................................
51
4.6 MODELO DIGITAL ......................................................................................
53
4.7 DETALHAMENTO TÉCNICO ......................................................................
55
5 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO .........................................
56
5.1 ESTRUTA ....................................................................................................
56
5.1.1 Metal ........................................................................................................
56
5.1.1.1 Aço Carbono 1020 ................................................................................
56
5.1.1.2 Processo de Fabricação .......................................................................
57
5.2 RODÍZIOS ...................................................................................................
58
5.3 SACOLA DE TECIDO .................................................................................
58
5.3.1 Tecido ......................................................................................................
58
5.3.1.1 Tecido de Náilon ...................................................................................
59
6 MEMORIAL DESCRITIVO .............................................................................
60
6.1 FUNÇÃO ESTÉTICO-FORMAL ..................................................................
60
6.2 FUNÇÃO SIMBÓLICA ................................................................................
62
6.3 FUNÇÃO DE USO ......................................................................................
62
6.4 FUNÇÃO ERGONÔMICA ...........................................................................
62
6.5 FUNÇÃO TÉCNICA ....................................................................................
65
6.5.1 Memorial descritivo das peças e informações adicionais ........................
66
6.6 FUNÇÃO INFORMACIONAL ......................................................................
68
6.7 FUNÇÃO DE MARKETING .........................................................................
70
6.8 FUNÇÃO ECOLÓGICA ...............................................................................
71
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................
72
7.1 PROPOSTA PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................
72
13
REFERÊNCIAS .................................................................................................
74
APÊNDICES .....................................................................................................
78
APÊNDICE A – Questionário aplicado para coleta de dados ......................
79
APÊNDICE B – Detalhamento Técnico ..........................................................
80
ANEXO ..............................................................................................................
92
ANEXO A ..........................................................................................................
93
14
1 INTRODUÇÃO
As embalagens estão presentes na humanidade desde que esta se deparou com a necessidade de transportar objetos e, o advento da industrialização e as exigências do mercado, se tornaram presentes em nosso cotidiano para conter, proteger e garantir o abastecimento populacional. As primeiras embalagens datam de 2200 a. C, onde se utilizava materiais naturais tais como couro, fibra, entre outros com a finalidade de transporte e armazenamento de alimentos. Seguindo, com o a Revolução Industrial no século 18, passou a existir um novo comportamento produtivo no mercado, onde a produção em série emergiu trazendo o aumento da oferta e procura de produtos. Deve-se a isso o surgimento do comércio e a criação de novos empregos. A embalagem ganha impulso e consequentemente a necessidade de divulgar o produto aumenta, tornase, pois, importante demonstrar seus diferenciais competitivos ao consumidor. Com o passar do tempo, em virtude da evolução tecnológica, à busca por novas fontes de matéria-prima amplia-se e a produção de novos bens de consumo prolifera1. Entre as décadas de 50 e 70, surgem os supermercados, e o consumidor passa a ter contato direto com as mercadorias, despertando à necessidade de propor novos invólucros aos produtos vendidos para o publico de interesse, pois, com o aumento da demanda, os mesmos deixam de ser vendidos a granel. Neste mesmo período, os plásticos invadem a indústria de bens de consumo, suprindo com grande vantagem diversas matérias-primas utilizadas pelo homem. Sua substituição crescente em novos materiais agregava valor ao mesmo, pois em seu conceito eram evidentes questões de forma e ergonomia nos novos objetos projetados2. As sacolas plásticas emergem neste período, e por muitos anos foram orgulho para a sociedade. Porém, na modernidade, ela passou a ser vilã do meio ambiente. Enfatizando o
discurso supra no Brasil,
são distribuídos pelos
supermercados, em média 1 bilhão de sacolas por ano. Equivalente a 66 sacolas por pessoa no mês. Após seu uso, parte destas tem como destino o armazenamento de 1
NEGRÃO, Celso e CAMARGO Eleida . Design de Embalagem: do marketing a produção. São Paulo. Novatec Editora, 2008. p. 30 2
Disponível em: www.innova.ind.br.
15
lixo e posteriormente o seu descarte em lixões, demorando em tornos de 300 anos para se degradar. Outras por fatalidade irão parar nos rios e mares, causando um imenso transtorno ao eco sistema3. O crescimento econômico e social no Brasil caminha rumo ao desenvolvimento sustentável, onde a valoração da educação e inovação tecnológica é evidente. Porém, produtos mais baratos e inteligentes se contrastam com quantidades de energia e recursos incorporados em sua fabricação, utilização e descarte, pois a energia e matéria-prima desperdiçada na produção são grandes comparadas ao tempo de vida do produto4. Entretanto, com a sociedade pósindustrial, onde, percebem-se mudanças culturais no consumidor, a partir dessa relação, passa a existir uma conscientização social e ecológica.
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA
Tem-se como parâmetro que 80% do impacto ambiental de um produto, sistema ou serviço é determinado no estágio do Design5, ou seja, o profissional ao projetar um produto, sistema ou serviço deve saber identificar os materiais mais adequados para a fabricação de produtos, diminuindo seu processo de degradação ambiental, e identificando as reais necessidades humanas de sobrevivência, buscando satisfazer as próprias necessidades sem reduzir a oportunidade de futuras gerações. E, considerando fatores morais, sociais, e ecológicos no desenvolvimento de um produto, a procura da promoção do bem estar, tem-se como proposta de trabalho: minimizar o uso de sacolas plásticas, através de um utilitário multiuso para transporte de bens de consumo.
3
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Saco_de_pl%C3%A1stico.
4
THACKRRA, John. Plano B: o Design e as alternativas viáveis em um mundo. Saraiva.2008. p.35
5
Dados estatísticos citados em Design Council, Annual Review 2002. Apud THACKRRA. 2008. p. 48
16
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
Tem-se como estimativa que 90% dos sacos plásticos têm por destino servir de invólucro de compósitos e ir para lixeiras. Quando não, por ser leve, voar e espalhar-se pelo meio ambiente6. O problema de pesquisa pode ser definido da seguinte forma: Como propor uma alternativa que auxilie na redução do uso de sacolas plásticas no momento da aquisição de produtos em supermercados?
1.3 OBJETIVO GERAL
Desenvolver uma alternativa de um utilitário multiuso para o transporte de bens de consumo em supermercados, promovendo a conscientização e redução do uso de sacolas plásticas.
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Levantar dados através de pesquisa exploratória - Pesquisar produtos existentes no mercado - Tornar o utilitário um objeto de uso pessoal. - Facilitar o uso do utilitário e o transporte de bens de consumo da casa para o supermercado e do supermercado para casa. - Promover a conscientização ecológica e sustentável, incentivando o não uso de sacolas plásticas.
6
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Saco_de_pl%C3%A1stico.
17
1.5 JUSTIFICATIVA
O Design como agente de transformação, tem o papel de propor alternativas que avalize um melhor aproveitamento de recursos energéticos, reduzindo assim o impacto ambiental, além de promover a inclusão do indivíduo com o mundo que o cerca, garantindo a esse, um ambiente saudável. Tornam-se cada vez mais evidentes
discussões relacionadas à
sustentabilidade e conscientização ecológica, como os despejos de CO 2 na atmosfera pela emissão de combustíveis fósseis, ou pelos dejetos e restos de produtos poluentes em nascentes de rios. Assim, como as questões relacionadas com o advento da industrialização e a utilização correta e a reutilização de certos componentes, tais como derivados de plásticos. O que tornou freqüente o uso de sacolas plásticas para o transporte de mercadorias, e posteriormente seu descarte no meio ambiente 7. Qualquer solução de projeto de produto na direção do ecologicamente correto, ou seja, que reduza os impactos ambientais durante seu ciclo de vida, diminuindo a geração de lixo no meio ambiente deve ser considerada como uma ação oportuna, coerente e responsável. É nesse cenário que o presente trabalho tem como objeto de estudo, a investigação e proposição em design do desenvolvimento de um utilitário desmontável para o transporte de bens de consumo em supermercados que venha a contribuir com a redução do uso de sacos plásticos.
1.6 METODOLOGIA
Um projeto de pesquisa pode ser definido como um processo racional e sistemático que tem por finalidade propor réplicas ao problema apresentado. Desenvolvido através da combinação de diferentes métodos, técnicas e ferramentas,
7
NEGRÃO, Celso e CAMARGO Eleida . Design de Embalagem: do marketing a produção. São Paulo. Novatec Editora, 2008. p. 30
18
propõe uma melhor forma de planejar, complementar e executar um projeto ofertando a este um bom resultado8. No trabalho proposto, a pesquisa se caracteriza como exploratória de forma quantitativa e experimental. Quanto ao caráter exploratório, objetiva-se a busca mais explicita, a fim de facilitar a compreensão do problema. Neste contexto realiza-se um estudo bibliográfico através de livros didáticos, artigos e informações coletadas da internet. Quanto à forma quantitativa, pretende-se coletar informações a cerca do objeto a ser investigado, analisando e quantificando um determinado assunto. Quanto ao caráter experimental, deve-se definir um problema a ser abordado, para posteriormente construir as hipóteses e selecionar as variáveis que poderão vir a influenciar, definindo assim, as formas de controle e observação que estas irão produzir no objeto. No passo seguinte é preciso definir o público de interesse que se pretende estudar e, o ambiente onde serão coletados os dados para possível análise9. Considerando esses fatores abordados pelo autor, pretende-se com o problema já definido, fazer em referencial bibliográfico dos assuntos correlatos ao mesmo e, posteriormente realizar um estudo de campo detalhado, tendo como local para coleta de informações supermercados da Grande Florianópolis e, como público de interesse, clientes dos estabelecimentos analisados. Após esse processo, será definida a metodologia de Design para dar continuidade no projeto
8
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
9
Ibid,2002.
19
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Com o advento da era industrial, a natureza dos dejetos tornou-se mais complexa: através da utilização de novos materiais e diversificação de bens manufaturados, fabricados com metais, plásticos, materiais compostos, fabricação de eletrodomésticos que contém metais pesados e demoram a se decompor no meio ambiente. A sociedade de consumo, a produção e o descarte de dejetos não pararam de crescer, conseqüentemente, o lixo industrial e doméstico tendem a ser cada vez mais perigosos. Produtos inflamáveis, cancerígenos, tóxicos, irritantes, corrosivos, entre outros, transformam a terra em lixeira 10. Com o intuito de defender o planeta, ameaçado de extinção, precisa-se redescobrir um acordo social, fabricar produtos ambientalmente seguros com a consciência de um mundo melhor para todos e para novas gerações11. Diferentes alterações climáticas que tem ocorrido em nosso planeta fazem com que um novo paradigma sócio-econômico surja e, consequentemente, há a construção de novos processos produtivos e econômicos sustentáveis. A responsabilidade social e o envolvimento do indivíduo com a preservação do meio em que convive, valorando produtos ecologicamente corretos e criando o hábito sustentável faz crescer a demanda por produtos e serviços que respeitem o meio ambiente12.
2.1 PESQUISA DE CAMPO
O homem vive em coletividade se relacionando uns com os outros, com o meio social e com os produtos que produz. Essa relação é de recíproca influência,
10
Cinco desafios à vida na terra. Revista Planeta. Ed. 408 de 09/2006.p52
11
KAKUTA,Susana. Trends Brasil: tendências de negócios para micro e pequenas empresas/Julio Ribeiro. Porto Alegre:Sebrae/RS,2007. p35 12
KAKUTA, op.cit.,p.117.
20
ou seja, ao mesmo tempo em que o homem interage com o meio, ele também é influenciado por este e pelos produtos com os quais tem contato 13. Perceber e compreender a diferença entre as pessoas é fundamental para justificar uma oportunidade de produto. Com o objetivo de descobrir como os consumidores pensam, e percebem os problemas de sua rotina ao realizar suas compras, foi aplicado um questionário padronizado (Apêndice A) com oito questões fechadas e uma questão aberta, a fim de filtrar informações úteis para posterior execução do mesmo. A pesquisa de campo realizou-se entre os dias dezoito e vinte e cinco de março de 2009, com 49 pessoas, sendo 29 mulheres e 20 homens de diferentes faixas etárias. Sua aplicação se deu em supermercados, bem como via correio eletrônico.
2.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Com o levantamento dos resultados, pode-se observar que entre os entrevistados, em sua maioria convive com poucas pessoas em sua residência, e, 53% destes frequentam semanalmente os supermercados para realização de suas compras. Dos entrevistados, 42,8% julgam que os carrinhos disponíveis hoje nos estabelecimentos se adéquam as suas necessidades e, 28,6% destes o consideram de difícil manuseio. 53,1% dos entrevistados sentem dificuldade tanto em empurrar o mesmo, quanto acomodar suas mercadorias. Alguns julgam que as rodas muitas vezes travam por falta de manutenção do estabelecimento e, os produtos ficam todos misturados e empilhados. A maioria dos entrevistados leva entre 5 e 15kg de mercadorias para sua residência, e 38,8% dos entrevistados dizem que levam consigo ao fim de suas compras mais de 10 sacolas plásticas.
13
BARROSO, Maira. O Designer no Desenvolvimento de Websites: Reflexões Metodológicas. 2006. p76. Disponível em: http://mairabarroso.com/downloads/PG-final.pdf
21
Quanto ao fator formato e cores na pesquisa realizada, o resultado desta se deu praticamente parcial quanto à forma do produto, mas, quanto às cores, 67,3% destes optam por um produto neutro. Seriam adeptos 77,5% dos pesquisados, caso existisse no mercado um produto que diminuísse o consumo de sacolas plásticas. Com relação à pergunta aberta abordada no questionário, as sugestões foram diversas. Essa questiona ao entrevistado, como ele imagina que possa ser um o utilitário. Pode-se tirar bastante proveito das questões levantadas e perceber quais são as necessidades e anseios do usuário.
Principais atributos citados pelos entrevistados: Estilo ao brinquedo lego onde se possa montar e desmontar, tendo uma aparência lúdica. De material reciclável, leve, onde se tenha uma fácil acomodação dos produtos, possibilitando setorizar os produtos por categorias (limpeza, alimentação, secos e molhados). Cores vibrantes e diferenciadas, como por exemplo, para laticínios uma cor, outra para verduras e frutas. Outra para pacotes como feijão, arroz açúcar e outros, e principalmente para carnes e congelados uma adaptação para sair do mercado e chegar a sua casa sem mudança da temperatura. Totalmente flexível. Caixas com encaixes de roda(essas podem ser retiradas ao colocar no carro. Para quem não utilizar carro e for às compras andando utilizar de forma retangular para melhor manuseio. Deve conter espaços para produtos pesados. Provavelmente quadrado, pois o aproveitamento de espaço dentro do porta-malas é melhor. Algo prático, de fácil manuseio e armazenamento. Com um motor para não precisar empurrar, um controle remoto, além de espaços diferenciados para organizar as compras. Algo compacto, dobrável, em forma de cesto, que tenha rodinhas.
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De algum material maleável, emborrachado e dobrável, para não ocupar muito espaço. Um carrinho de supermercado dobrável e com prateleiras ou repartições para separar os produtos. Poderia ser com duas cestas sobre postas (acopladas) de maneira a compactar o volume do utensílio no porta-malas. De dimensões adequadas aos pequenos carros que serão uma realidade logo, que não precisasse tirar as comprar de dentro dele antes de chegar a casa, ou seja, enche-se no mercado e esvaia o mesmo apenas dentro de casa. Com amortecedor para evitar o estrago das mercadorias em relevos acidentados. Uma sacola não descartável e sustentável (já existente), e algo com rodas para auxiliar a carregar compras mais pesadas. Leve e linha modernas
Através dos dados levantados conclui-se que o consumidor seria adepto a um produto que diminuísse o consumo de sacolas plásticas. Um utensílio prático, de fácil manuseio ao montar e desmontar, de simples manutenção e limpeza. Visto a quantidade de itens citados pelos entrevistados, quando esses levam para suas residências os produtos, pode-se presumir a capacidade em litros que o utilitário deverá possuir no desenvolvimento do produto final.
2.3 ANÁLISE DIACRÔNICA
No processo do Design deve-se verificar a evolução do produto ao longo do tempo, observando suas modificações, sejam através de processos de fabricação, de matérias ou aparência estética, identificando assim, o estágio do ciclo de vida do produto e sua posição no mercado 14.
14
BONSIEPE, Gui; KELLNER, Petra; POESSNECKER, Holger. Metodologia experimental: desenho industrial. Brasilia: CNPq, 1984. p38.
23
Para tanto, a coleta de dados bibliográficos concentra-se nos meios de transporte de alimentos dos supermercados para residências, bem como na forma de contê-las e armazená-las.
2.3.1 Embalagens para transporte de alimentos
2.3.1.1
Sacos de papel
Por volta de 1915, Walter H. em Minnesota, através de observações, notou que as pessoas ao realizar compras se limitavam a adquirir produtos, visto que não existia algo para transportar mantimentos. A partir dessa percepção, Walter elaborou então, um pré-pacote de papel (figura 1) forte o suficiente para o transporte dos mesmos15. Como um processo natural, a própria necessidade faz com que o ser humano se adéque as dificuldades de seu cotidiano. A criação dos sacos de papel se deu por uma necessidade de transportar bens de consumo.
Figura 1:Saco de papel Fonte: http://www.designboom.com/history/cart.html
15
History Cart. Disponível em http://www.designboom.com/history/cart.html
24
2.3.1.2
Sacolas Plásticas
Resina derivada do petróleo, pertencentes ao grupo dos polímeros termoplásticos, o PEDB pode ser moldado de diferentes formas e sua leveza e maleabilidade facilita seu transporte. Sua invenção veio a instalar no Brasil na década de 80, contribuindo para filosofia tudo descartável16. As sacolas plásticas para o transporte de compras, desempenham uma função de acondicionamento levando o que o consumidor coloca dentro delas. Uma pesquisa realizada pelo Ibope mostrou que 71% dos brasileiros as consideram a forma ideal de transportar as compras e, 100% das famílias ouvidas (classes B, C e D) as reutilizam para rejeite do lixo doméstico 17.
Figura 2: Sacola Plástica Fonte: http:// www.sobrinde.com.br
2.3.1.3
Sacolas Oxi-biodegradáveis
Os plásticos oxibiodegradáveis pertencem a uma categoria de polímeros degradáveis baseados em poliolefinas tradicionais (polietileno, polipropileno e poliestireno), nas quais é adicionado um catalisador que acelera a oxidação do 16
Plástico e sua História. Disponível em: http://www.achetudoeregiao.com.br/lixo_recicle/plastico_sua_historia.htm 17
Sacolas plásticas. Disponível em: http://www.segs.com.br
25
polímero, causando sua “quebra” em moléculas menores que, diferentemente do polímero base, podem ser umedecidas por água. Esses fragmentos menores são então disponibilizados para os microorganismos existentes na natureza sob a forma de fonte de energia. As sacolas de plástico oxibiodegradáveis possuem um aditivo químico que acelera a decomposição em contato com a terra, a luz ou a água. O prazo de degradação é até 100 vezes menor, ou seja, uma sacola leva apenas três anos para desaparecer18, porém, o aditivo que faz com que o plástico se degrade e continue contaminando o ambiente por causa dos catalisadores empregados, derivados de metais como níquel e manganês 19.
Figura 3: Sacola Oxibiodegradável Fonte: http://guerrilhaverde.blogspot.com/2007/07/sacolas-oxibiodegradveis.html
2.3.1.4
Sacolas de lona
Diminuir o uso de sacos plásticos no momento de realizar suas compras virou prioridade para quem se preocupa com o meio ambiente.
18
Plástico oxibiodegradável.Disponível em: http://www.gmcjsolucoes.com.br/index_arquivos/Page691.htm 19
SP quer reduzir uso de sacolas plásticas Disponível em:http://www.resbrasil.com.br/default.asp?i=10&a=0&c=675
26
As ecobags, bolsas ecologicamente corretas, ganham diferentes estampas e formatos e podem ser confeccionada de diferentes materiais. Sua prática tem sido adotada por estabelecimentos comerciais, onde estes aproveitam para divulgar seu empreendimento20.
Figura 4: Sacola de Lona Fonte: http://www.jutatudo.com.br
2.3.2 Carrinhos para compras
Glodman Sylvan, proprietário de um supermercado em Oklahoma, ao observar seus clientes efetuando compras em seu estabelecimento, teve a iniciativa de projetar um carrinho para facilitar o transporte de mantimentos Esse desenvolvimento ocorreu entre as décadas de 30 e 40. Goldman se inspirou num par de cadeiras, imaginou assim, um carinhos dobrável onde se poderiam inserir duas cestas para a realização de compras (figura 2). A invenção não foi imediatamente bem aceita, pois os homens acharam um pouco afeminado, e mulheres o acharam parecido com carrinho de bebê, mas,
20
Eco bags. Disponível em:http://www.stilluscomunicacao.com/frames/produtos.htm
27
após diversas adaptações de modelos para uma melhor aceitação os carrinhos tornaram-se populares21.
Figura 5: Primeiro carrinho de supermercados Fonte: http://www.designboom.com/history/cart.html
Em1947 Orla. O. Watson aparece com uma nova invenção de carrinho no mercado. Estes passam a ter uma dobradiça na parte de trás dos cestos, permitindo oscilar para cima, fazendo com que a parte da frente da cesta fique menor, possibilitando o encaixe de um carrinho dentro do outro (figura 3). Suas cestas passaram as ser feitas com malha soldada de arame e com tubos de aço o que permitiam ao usuário puxar o carrinho a partir de uma pilha e usá-lo como carrinho para transportar mercadorias22.
Figura 6: Carrinho telescópio Fonte: http://www.designboom.com/history/cart.html
21
22
Ibid Ibid
28
Em 1949, após alguns litígios, Goldman desenvolveu uma versão com um único cesto (o qual se conhece até hoje). Em 1955 há a primeira utilização de rolamento selado de roda, eliminando a necessidade de lubrificação, garantindo um bom funcionamento. Em 1962 foi acrescido um acabamento em acrílico dando ao carrinho um tempo maior de vida útil. A cesta também aumenta de tamanho, pois as lojas perceberam que os clientes compram mais23. Com o avanço tecnológico e as mudanças de hábitos da sociedade na forma de adquirir produtos, empresas detectam a necessidade de elaborar cestas para conter as compras (figura 4). Inicialmente projetadas em vime ou fio, essas eram consideradas fracas e muitos clientes desistiam de fazer suas compras por se tornarem excessivamente pesadas24.
Figura 7: Cesta de tecido Fonte: http://www.designboom.com/history/cart.html
Hoje, tem-se disponível em supermercados cestas de plástico ou de arame zincado, utilizadas para facilitar as pessoas na aquisição de pequenos produtos.
23
Ibid
24
Ibid
29
2.4 ANÁLISE SINCRÔNICA
Saber identificar as características dos produtos existentes no mercado auxilia a evitar erros no processo de Design, bem como verificar o estado da arte e tendência de produtos25. Para verificar pontos positivos e negativos em produtos existentes no mercado, o Designer deve estruturar e analisar a comparação de diversos produtos disponíveis no mercado, listando suas deficiências e valores a fim de estabelecer uma possível melhoria no produto em desenvolvimento26.
2.4.1 Análise comparativa de produtos
Para a análise comparativa de produtos utiliza-se como ferramenta de projeto a matriz morfológica, o qual permite analisar de uma maneira sistemática as soluções existentes avaliando aspectos relacionados
à estética, materiais,
acabamentos, dimensões e capacidade de peso para o transporte de produtos 27. Dos objetos de estudo avaliados, conforme a tabela 1 abaixo, os produtos 2 e 5 apresentam uma solução mais adequada para acomodação de produtos em comparação aos demais, que apresentam deficiência no armazenamento de produtos no momento da compra, estes ficam sobrepostos e misturados. O produto 5 traz consigo um apelo ecológico, porém, oferta ao usuário final, caixas de papelão, que no fim de seu uso tem o descarte no meio ambiente. O produto 3 oferece ao usuário um compartimento para acomodar crianças no momento em que esse está realizando suas compras. O produto 4 por ser desmontável e de estrutura plástica, apresenta facilidade no transporte e manutenção. O produto 11 apresenta uma aerodinâmica 25
BONSIEPE, Gui; KELLNER, Petra; POESSNECKER, Holger.1984.passim
26
LÖBACH, Bernd. 2001. passim
27
Disponível em: Matriz Morfológica. http://www.eps.ufsc.br/disserta96/dufour/cap5/cap5.htm#5.3.mat
30
que impede com que o carrinho tombe ao carregar crianças. Este possui um sistema de controle de velocidade, evitando com isso possíveis colisões. Os produtos 7 e 9, apesar de apresentarem características que remetem a uma mala de viagens, apresentam estrutura leve com fácil limpeza e manutenção. Os demais produtos analisados possuem deficiência no que diz respeito à limpeza, podendo acumular sujeira e, muitos deles apresentam deficiências no sistema de rodas. Esses com falta de manutenção tendem a travar.
Produtos
1
2
Atributos
Simétrica / Industrial /
Simétrica
Estéticos
Metalizado / Frio
Industrial / Metalizado
Material
Estrutura de metal com rodízio plástico.
Estrutura de metal com rodízio plástico
Dimensões
390x650x990mm
Capacidade
/
Frio
3
4
Simétrica / Frio Industrial
Simétrico
/ Metalizado
Industrial / Opaco
/
Quente
/
Estrutura de metal com
Estrutura em platina e
rodízio plástico
cestas plásticas
405x600x1045mm
520x760x980mm
Não especificado
60L
30L cada cesta
160L
Não especificado
Produto
5
6
7
8
Atributos
Simétrico / Industrial / Frio
Frio / Industrial / Simétrico
Quente / Simétrico / Industrial
Frio / Industrial / Simétrico
Estéticos
(continua)
31
(conclusão) Material
Metal com emborrachado e rodas
Metal zincado com rodas de polipropileno
Bolsa de nylon e estruturas de metal
Metal zincado com rodas de polipropileno
Dimensões
Não especificado
Não especificado
960x275mm
310 x 400 x 1004
Capacidade
Não especificado
Não especificado
45Kg
Não especificado
Produto
9
10
11
Atributos
Quente / Opaco / Industrial / Simétrico
Aerodinâmico / Opaco / Simétrico
Simétrico / Frio Metalizado
Material
Estrutura de metal com lona impermeável
Plástico reciclado
Estrutura de metal com cestas de plástico e rodas de polipropileno
Dimensões
370 x 320 x 930
Não especificado
Não especificado
Capacidade
Não especificado
Não especificado
Não especificado
Estéticos
Tabela 1: Análise de produtos similares28
2.4.2 Análise do processo de trabalho
O espaço de trabalho é a unidade produtiva física do sistema homem – máquina – ambiente. No contexto do projeto de pesquisa, o espaço se delimita dentro de supermercados entre corredores e, posteriormente após a realização das compras, o ambiente se transcorre na locomoção do individuo ao seu veículo ou a sua residência.
28
A tabela 1 apresenta imagens de produtos similares. Estas foram averiguadas em diferentes sites da internet
32
Para a realização da tarefa, o usuário fica de postura ereta com os membros superiores, braço e antebraço com ângulo de 90° como mostra a figura 5.
Figura 8: Postura para transporte manual de cargas Fonte: IIDA, Itiro (2005,p163)
2.4.3 Análise do ambiente de trabalho
O arranjo físico de trabalho compreende na distribuição espacial de prateleiras e refrigeradores dentro dos supermercados, onde a iluminação é regular em toda área, o que proporciona um nível uniforme de iluminamento sobre o plano horizontal.
2.5 SÍNTESE
O embasamento teórico citado neste contexto auxilia para conhecer o campo de estudo e os indivíduos que irão interagir com o produto final. Através dos dados levantados, observa-se que o objetivo da pesquisa é reduzir ou eliminar o uso de sacolas plásticas através de um produto onde as pessoas possam levar e trazer com elas mesmas ao realizar as compras em supermercados, permitindo assim um fácil manuseio.
33
Tem-se como propósito projetar um utilitário para o transporte de bens de consumo especificamente, sendo assim, essa análise irá servir para dar referência de princípios técnicos, funcionais e de matérias que possam ser aplicados a solução do projeto.
2.6 ANÁLISE ESTRUTURAL
A análise estrutural de produtos auxilia para identificar a natureza e função de cada componente, com respectivas funções no contexto29. Conforme a figura 5, os carrinhos de supermercados possuem em seu contexto geral características comuns entre si. Todos possuem um sistema de rodagem em polipropileno com duas rodas giratórias e duas rodas fixas, essas são presas na estrutura com parafusos e porcas de metal. Formado por um ou dois corpo de metal aramado que define a cesta para armazenar os bens de consumo, e uma pega cilíndrica para que o usuário possa empurrá-lo. Em particularidades, uns possuem um suporte com acento para crianças.
Pega cilindrica
Cesto para compras
Rodas fixas Rodas giratórias
Figura 9: Representação estrutural Fonte: do autor
29
BONSIEPE, Gui; KELLNER, Petra; POESSNECKER, Holger.1984. passim
34
2.7 DEFINIÇÃO DO PÚBLICO DE INTERESSE
A definição do público de interesse consiste em identificar um segmento em particular, ou uma fração da população que se pretende abordar, considerando o fator de que o mercado consiste em diversos produtos, clientes e serviços. Para tal análise, cabe destacar que os consumidores podem ser classificados de acordo com fatores:
Geográficos (tamanho potencial do mercado). Demográficos: Pessoas físicas, analisando
sua faixa
etária,
profissão, sexo, idade, renda familiar e educação. E, pessoas jurídicas, considerando o ramo de atividade, serviços e produtos ofertados, número de empregados, tempo de atuação no mercado. Comportamental: hábitos de consumo, benefícios procurados, frequência de compra desse tipo de produto. Psicográfico: atitudes e estilo de vida.
Consumidor, é todo e qualquer indivíduo que compra, consome e/ou utiliza produtos e serviços ofertados pelo mercado. Esse apresenta anseios e aspirações, para tanto, é função do designer ofertar um produto ou serviço que satisfaça as necessidades do mesmo, trazendo benefícios 30. Para delimitar o público de interesse, foram abordados três tipos de segmentação do mercado. Na segmentação psicográfica, algumas atitudes foram selecionadas
para
definição
deste
público,
como
hábitos
de
frequentar
semanalmente supermercados realizando compras da semana. Na segmentação comportamental, o consumidor é definido por preocupar-se com questões relacionadas à preservação ambiental e qualidade do produto. Na segmentação demográfica, determinou-se com parâmetro comum a faixa etária entre 20 e 60 anos, que não apresentem deficiências físicas. A elaboração do utilitário para o transporte de bens de consumo é focado para um público moderno que valora produtos ecologicamente corretos. 30
NEGRÃO, Celso e CAMARGO Eleida . Design de Embalagem: do marketing a produção. São Paulo. Novatec Editora, 2008. p59.
35
3
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
Compreende-se que durante o processo de Design, o Designer precisa se embasar em metodologias específicas para elaboração do projeto, para tanto, existem diversos métodos que podem ser utilizados no desenvolvimento de artefatos, o que auxilia a determinação do que fazer e de que forma fazer, permitindo com isso o conhecimento da natureza do processo. Essa prática garante um resultado positivo em seu fim31. Tem-se como base para o desenvolvimento desse, a metodologia projetual proposta por Bürdek (2006), onde o processo do Design se enquadra como um princípio de manipulação de dados. Método este, caracterizado pelo feedback onde ocorre uma retroalimentação contínua entre as etapas permitindo dessa forma prosseguir a etapa precedente, ou, retornar a etapas anteriores para possíveis correções e ajustes32.
A figura abaixo ilustra as principais etapas da metodologia.
Figura 10: Método do processo de Design (Bürdek.2006) Fonte: Bürdek (2006, p.255) 31
BARROSO, Maira. O Designer no Desenvolvimento de Websites: Reflexões Metodológicas. 2006.p98 32
BÜRDEK, Bernhard E. Design: história, teoria e prática do design de produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. p 255
36
As etapas dessa metodologia são organizadas da seguinte forma:
Problematização: Consiste na definição do que deve ser feito, por que deve ser feito, quais critérios ou requisitos que uma boa solução deve ter e, quais objetivos a serem buscados.
Análise das condições: as técnicas analíticas auxiliam na abrangência dos pontos relevantes do problema33. Lista de verificação – visa organizar a investigação e fornecer as variáveis a serem estudadas, permitindo assim uma revisão do tema e seus aspectos relacionados. Análise de produtos existentes – Tem como intuito detectar pontos positivos e negativos para posterior desenvolvimento do projeto. Análise diacrônica – Serve para verificar a evolução do produto ao longo do tempo, observando suas modificações, sejam através de processos de fabricação, de matérias ou aparência estética, identificando assim, o estágio do ciclo de vida do produto e sua posição no mercado. Análise Sincrônica – Auxilia a identificar as características dos produtos existentes no mercado evitando erros no processo de Design, bem como verificando o estado da arte e tendência de produtos. Análise estrutural - Auxilia a identificar a natureza e função de cada componente, com respectivas funções no contexto.
Definição do problema: Lista de requisitos – Auxilia na orientação de metas a serem buscadas. Estruturação do problema – Favorece uma análise racional a investigação do problema. Hierarquização – Priorização no atendimento dos requisitos. 33
BONSIEPE, Gui; KELLNER, Petra; POESSNECKER, Holger Metodologia experimental: desenho industrial. Brasília: CNPq, 1984. passim.
37
Geração de alternativas: Criação e geração de alternativas.
Valoração e precisão de alternativas: Avaliação, decisão ou escolha entre alternativas.
Planejamento do desenvolvimento e de produção: Realização ou materialização, análise final da solução.
38
4
CONCEITO DO PROJETO
“É através do conceito do produto que se define quais são os requisitos a que o projeto em desenvolvimento deve atender.” (BARBOSA FILHO,2009,p76) Este se propõe a desenvolver linhas básicas da forma e função do produto, produzindo um conjunto de princípios funcionais e de estilo, para tanto existem diversas ferramentas metodológicas que permitem realizar um diagnóstico integrado identificando e hierarquizando componentes que melhor representam o campo de intervenção34. A matriz semântica é uma dessas ferramentas que auxilia a análise relacional e configuração de atributos para o produto 35. Abaixo, representadas pelas tabelas 8, 9 e 10 respectivamente, as matrizes construídas a partir de conceitos antagônicos destacam os características positivas do projeto.
Atributos simbólicos (perceptivos)
Barato
Caro
Comum
Exclusivo
Bom
Mau
Amigável
Irritante
Inteligente
Bobo
Elegante
Desajeitado
Delicado
Forte
Limpo
Sujo
Formal
Informal
Honesto
Enganador
Maduro
Jovem
(continua)
34
BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para o desenvolvimento de novos produtos. São Paulo: E. Blücher, 1998.p174. 35
JONSON,KW,LENAU, T AND ASHBY,MF, Apud SANTOS, 2006
39
(conclusão) Artesanal
Industrial
Complexo
Simples
Tabela 2: Atributos simbólicos Fonte: JONSON,KW,LENAU, T AND ASHBY,MF, Apud SANTOS 2006
Atributos de estilo (perceptivo) Arts and Crafts Art Nouveau
Modernismo Futurismo Art Déco
Contemporâneo
Essencialismo Pop Retrô Clássico
Tabela 3:Atributos de Estilo Fonte: JONSON,KW,LENAU, T AND ASHBY,MF, Apud SANTOS 2006
Atributos Estéticos (sensoriais) Características da forma
Características da cor Características do tato
Orgânica
Angular
Equilibrado
Desequilibrado
Simétrico
Assimétrico
Industrial
Opaco
Transparente
Reflexivo
Texturizado
Metalizado
Liso
Duro
Macio
Quente
Frio
Tabela 4: Atributos estéticos Fonte: JONSON,KW,LENAU, T AND ASHBY,MF, Apud SANTOS 2006
40
4.1 DEFINIÇÃO DO CONCEITO
Com base na análise de dados o produto proposto terá que apresentar características estético-formais agradáveis. Além disso, deverá ser um produto de fácil limpeza – por se tratar de um objeto para transporte e armazenamento de alimentos, requerendo a higienização -, deverá ser resistente e ergonômico, facilitando a tarefa do usuário, evitando com isso o esforço físico desnecessário além de proporcionar segurança e conforto.
4.2 LISTA DE REQUISITOS
Com a definição do problema é possível fazer um julgamento sobre a importância dos diversos fatores que influenciam o produto final, para tanto se define requisitos, que deverão ser alcançados com a aplicação de processos criativos36. Os requisitos listados a seguir, descrevem algumas das restrições e exigências impostas para que o produto solucione o problema estabelecido.
Função principal: Transportar bens de consumo. Função Secundária: Armazenar bens de consumo. Usabilidade:
Funcional,
leve,
higiênico,
prático,
resistente,
ergonômico, baixo custo. Características de composição material: Resistente a corrosão, leve, resistente a impactos, desmontável. Benefícios que o consumidor espera: Um produto prático e funcional que auxilie no transporte de bens de consumo.
36
LÖBACH, Bernd. Design industrial: bases para a configuração dos produtos industriais. Rio de Janeiro: E. Blücher, 2001. p149.
41
4.3 PAINEL SEMÂNTICO
Considerando que cada tipo de produto deve ter um significado visual adequado as suas funções, o painel semântico auxilia a comunicar certos sentidos de emoção através de imagens, afunilando a transmissão de informações que se deseja transmitir. Portanto, é importante para um melhor entendimento dos requisitos de projeto, propor painéis semânticos tais como: Estilo de vida do usuário – Remete os usuários e seus estilos de vida. As imagens refletem o dia-a-dia do público de interesse, seus afazeres e suas dificuldades (figura 8). Expressão do produto – Traz o sentimento, a emoção, e o conceito que o produto deve remeter, mostra a sensação que o produto irá proporcionar ao usuário, baseado em valores sociais e subjetivas (figura 9).
Tema visual – Representa produtos que estão de acordo com os requisitos pretendidos com o produto a ser projetado (figura 10)37.
37
BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para o desenvolvimento de novos produtos. São Paulo: E. Blücher, 1998. p 190.
42
Figura 11: Painel Semântico - estilo de vida do usuårio Fonte: do autor
43
Figura 12: Painel sem창ntico - express찾o do produto Fonte: do autor
44
Figura 13: Painel Sem창ntico - tema visual Fonte: do autor
45
4.4 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
“ As soluções para problemas de Design podem ser buscadas, usando-se métodos adequados e, em menor prazo de tempo, pode se chegar a uma solução viável para o problema.” (LÖBACH,2001,p153) Existem diversas técnicas para gerar alternativas objetivando um conjunto de idéias básicas para se chegar a uma solução ideal. As técnicas citadas são o braistorming ortodoxo, braistorming destrutivo/construtivo, método 635, caixa morfológica, e criação sistemática de variantes. Porém, observa-se que quase todas presumem uma equipe projetual para a geração de alternativas, o que dificulta o andamento deste trabalho, pois sua realização se caracteriza por ser individual. Mas dentre as técnicas referenciadas pelo autor, a única que se adéqua ao contexto é a criação sistêmica de variantes, pois além de contemplar individualmente as gerações de alternativas, propõem cobrir um universo de possíveis soluções identificando os princípios básicos e, fazendo-se combinações.38 Foram realizadas diversas alternativas com o intuito de chegar a uma proposta ideal. A seguir, serão representadas as alternativas que melhor se estruturam ao contexto do problema:
Alternativa 01
Representado na figura 11, o utilitário para o transporte de bens de consumo possui um sistema articulado com dobradiças para montar e desmontar. E, seus cestos de tecido para fácil manuseio transporte e limpeza com uma face em plástico transparente para visualização dos produtos. Sua fixação será através de botões em uma haste de metal – esta se encaixa numa corrediça que terá no utilitário.
38
BONSIEPE, Gui; KELLNER, Petra; POESSNECKER, Holger Metodologia experimental: desenho industrial. Brasília: CNPq, 1984. p43.
46
Figura 14: Alternativa 01 Fonte: do autor
Alternativa 02
A alternativa representada na figura 12 possui dobradiças para montar e desmontar e, seus cestos de tecido possuem uma face em plástico transparente para visualização dos produtos. Sua fixação será através de botões em uma “argola” de metal com alça que se encaixa num suporte que terá no utilitário.
Figura 15: Alternativa 02 Fonte: do autor
47
Alternativa 03
Assim como as alternativas anteriores, esta, evidenciada na figura 13 também possui cestos de tecido com uma face em plástico. Sua fixação será através de botões em uma “argola” de metal com alça que se encaixa na haste com regulagem de tamanho que pode ser retirada no desmonte. Em sua base, as rodas são presas a um eixo articulado, o que diminui o volume do utilitário ao ser desmontado. O suporte para cestas também é preso por um eixo central giratório a uma base de material translúcido.
Figura 16: Alternativa 03 Fonte: do autor
Alternativa 04
Similar a alternativa 03, está representada pela figura 14, além de possuir os cestos de tecido, também tem a haste de fixação das sacolas removível e com regulagem de tamanho e, o suporte para as mesmas presa a um eixo giratório. O
48
que diferencia da alternativa anterior é sua base estrutural de metal não articulada com rodas.
Figura 17: Alternativa 04 Fonte: do autor
Alternativa 05
Representada pela figura 15, a alternativa gerada possui uma base fixa de material translúcido para o apoio de produtos de maior volume. Seus cestos também de tecido são fixos a uma haste escamotiável com regulagem de tamanho. Seu suporte também é giratório preso por um eixo, o que permite o desmonte do utilitário.
49
Figura 18: Alternativa 05 Fonte: do autor
Alternativa 06
A alternativa 06, apresentada na figura 16 remete a um carrinho de feira, se utiliza, porém, de quatro cestos de tecido com uma face transparente para o transporte dos produtos. Estes são fixados ao utilitário por hastes em formato de gancho. Sua base com eixo giratório, duas rodas e suporte para apoio, auxilia no transporte de galão de água ou caixa de leite.
Figura 19: Alternativa 06 Fonte: do autor
50
Alternativa 07
A alternativa 07, representada pela figura 17, possui uma base fixa de metal com quatro rodas, e, duas hastes simétricas desmontáveis – com sistema de dobradiças e encaixe – , que dão suporte aos cestos de tecido.
Figura 20: Alternativa 07 Fonte: do autor
4.4.1 Alternativa Selecionada
Dentre as alternativas desenvolvidas, a que teve mais destaque foi a de número 1(figura 18). Essa foi selecionada por apresentar uma melhor viabilidade técnica e se enquadrar com requisitos do projeto.
51
Figura 21: Alternativa selecionada Fonte: do autor
4.5 MODELO VOLUMÉTRICO
Representação tridimensional da geração de alternativa, o modelo volumétrico auxilia na verificação de proporção, usabilidade e ergonometria do projeto em questão, não restringindo materiais e dimensões, visto que são interpretações de desenhos e, seu acabamento superficial ainda é bruto, sem detalhamento de cores39. Com a alternativa selecionada, iniciou-se a elaboração do modelo volumétrico a fim de verificar questões relacionadas a tamanho, conforto, adequação antropométrica, sistema de montagem e desmontagem. Representados pelas figuras 19 e 20, o utilitário foi elaborado em MDF na parte estrutural e, em pínus nas hastes para fixação da sacola. E, a sacola foi confeccionada em tecido de nylon e, plástico transparente para o visor frontal .
39
Mockup x Protótipo x Modelo Volumétrico. Disponível em: http://www.vektorart.com/blog/?p=110
52
Figura 22: Utilitário multiuso desmontado Fonte: do autor
Figura 23: Utilitário multiuso montado Fonte: do autor
Para uma melhor visualização do produto final, a figura 21 representa o modelo volumétrico do utilitário multiuso com acabamento superficial em tinta automotiva o que o torna mais próximo a percepção do produto final. E, tem-se um parâmetro antropométrico relacionado à altura da pega do utilitário.
53
Figura 24: Utilitário multiuso com acabamento superficial Fonte: do autor
4.6 MODELO DIGITAL
A representação gráfica digital de um produto além de persuadir a percepção visual do próprio, caracteriza de forma evidente questões relacionadas à superfície e forma do objeto40. As figuras 22 e 23 expõem o modelo digital do utilitário multiuso, onde se fez a simulação de volumetria e materiais para torná-lo mais próximo do produto real.
40
Rendering digital. Disponível em: http://www.posdesign.com.br/dica_leitura.asp?id=66
54
Figura 25: Modelo digital Fonte: do autor
Figura 26: Modelo digital com comparação antropomÊtrica Fonte: do autor
55
4.7 DETALHAMENTO TÉCNICO
O detalhamento técnico é uma forma de produzir graficamente figuras planas bidimensionais para representar formas espaciais, destacando dimensão e posicionamento de objetos41. No Apêndice B, encontram-se as pranchas com o detalhamento técnico do utilitário multiuso.
41
Definição de desenho técnico. Disponível em: http://www.eel.usp.br/na_apostila/pdf/capitulo1.pdf
56
5
MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
O designer é responsável pela configuração e aparência final de um produto, para tanto, esse deve conhecer os materiais existentes no mercado e compreender os processos de fabricação a fim de viabilizar um produto acessível e adequado. A escolha desses é quase que ilimitada, possibilitando a concretização de bons projetos e trazendo benefícios estéticos e técnicos42.
5.1 ESTRUTURA
5.1.1 Metal
Os metais são utilizados pela sociedade desde 4500 a C em objetos e ferramentais o que levou a uma melhoria de vida dos povos que o utilizavam. Sua inserção no cotidiano da sociedade acentuou a industrialização e permitiu o desenvolvimento do comércio. Hoje, considerado essencial na obtenção de produtos industriais, os metais são encontrados na forma de liga, sendo composto por dois ou mais elementos químicos, dos quais pelo menos um é metal. Sua qualidade é de elevada dureza, grande resistência a tração, compressão e elevada plasticidade 43.
5.1.1.1
Aço Carbono 1020
Metal a base de ferro, o aço carbono pode ser classificado de acordo com seu teor de carbono. No projeto em questão se propõem como matéria prima para 42
LESKO, Jim. Design industrial: materiais e processos de fabricação. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. p 1. 43
FERREIRA,Ricardo. Patrício, Vera. A importância dos metais na sociedade actual.Disponível em: http://page.esec-aquilino-ribeiro.rcts.pt/quimica/album/osmetais.pdf
57
confecção da estrutura do utilitário multiuso o aço carbono 1020. Esse possui características tais como: tenacidade, conformabilidade, soldabilidade, baixa temperalidade e, pode ser aplicado em tubos, chapas perfis, entre outros 44. Cabe salientar que o aço é largamente reciclável de modo que reduz a necessidade de extrair ferro na natureza, reduzindo assim o impacto ambiental 45.
5.1.1.2
Processo de Fabricação
Será utilizado perfil de aço 1020 para a estrutura do utilitário e, seu processo de fabricação consiste em: Corte – Refere-se à separação ou redução de material pela remoção de cavacos. Dobramento - Consiste em prender o perfil entre a matriz e o mordente e, com o movimento de rotação o perfil é flexionado até atingir o ângulo de curvatura desejada. Furação – Consiste em submeter o material aquecido ou não à ação de um punção com o formato do furo desejável. Soldagem – Processo no qual visa unir materiais similares ou não de forma permanente46. Pintura eletrostática a pó – De alta produção e fino acabamento, na versão epóxi, se caracteriza por ser de fácil aplicação através de processo eletrostático aderindo às peças47.
44
LIMA, Marco Antônio Magalhães. Introdução aos Materiais e Processos para Designers. 2ª Edição Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006. p 43. 45
FERREIRA,Ricardo. Patrício, Vera. A importância dos metais na sociedade actual.Disponível em: http://page.esec-aquilino-ribeiro.rcts.pt/quimica/album/osmetais.pdf 46
LESKO, Jim. Design industrial: materiais e processos de fabricação. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. passim. 47
Processos de pintura. Disponível em: http://www.jpspinturas.com.br/processos_pintura.php
58
5.2 RODÍZIOS
Os rodízios podem ser confeccionados de diferentes formatos e dimensões e, para diferentes aplicações. Constituído a partir de um corpo metálico aço 1020 zincado, dotado de um pino com rosca central superior, internamente possui um canal circular no qual é aplicado uma coroa de rolamentos de esferas onde se apóia a uma esfera sintética injetada e encaixada sobre pressão pela extremidade aberta48. As rodas de borracha termoplástica injetada suportam o peso de 50kg cada, se adéquam a diversos pisos, tais como concreto liso, madeira, metálico, cerâmico e epóxi. E, são resistentes a impactos, sais, graxas e meios químicos 49. Para minimizar o custo do processo de fabricação, serão utilizados rodízios disponíveis no mercado.
5.3 SACOLAS DE TECIDO
5.3.1 Tecido
Formado por um entrelaçamento de fios, o tecido é constituído por mechas continuas de fios ou tramas iguais ou diferentes. Com o advento da Revolução da Indústria, ocorreu um desenvolvimento na produção de fios e consequentemente foram elaborados os tecidos sintéticos como o poliéster, o náilon, o acrílico, entre outros, de diferentes aplicações 50.
48
Rodízio. Disponível em: http://www.patentesonline.com.br/rodizio-92085.html
49
Rodízio L10. Disponível em: http://www.tecmov.com.br/produto.asp?cp=1&Rod%EDzio-L-10at%E9-80-kg-.html 50
História do tecido. Disponível em: http://minibrasil.50webs.com/MB-livrovirtual-capitulo03materiaisbasicos02-tecidos.htm
59
5.3.1.1
Tecido de Náilon
Fibra têxtil sintética elaborada a partir do petróleo, o náilon é um tecido leve, macio, muito forte e durável. Fácil de limpar, seca rapidamente, é resistente a brasão e produtos químicos51. Para amortizar a cotação no processo de produção do utilitário multiuso propõe-se o uso de sacolas de tecido, pois dessa forma o indivíduo poderá manipular o recipiente de compras tornando o utilitário mais leve ao desmontar e inserir no porta-malas de seu veículo. Cabe destacar que a parte frontal das sacolas terá um visor de lona plástica transparente. Essa apresenta características como: alta resistência mecânica, à perfuração, rompimento, durabilidade, impermeabilidade e, é 100% reciclável52. E, uma das sacolas terá em seu interior uma manta de revestimento com isolamento térmico para conservar alimentos frios e congelados.
51
Tecido de Náilon. Disponível em: http://www.portaisdamoda.com.br/glossariomoda~tecido+de+nylon.htm 52
Lona Transparente. Disponível em: http://rigiflex.com.br/filmes2.htm
60
6
MEMORIAL DESCRITIVO
6.1 FUNÇÃO ESTÉTICO FORMAL
A criação estética do designer industrial é considerada como o processo no qual se possibilita a identificação do homem com o ambiente artificial por meio da função estética dos produtos. (LÖBACH,2001.p62)
A aparência estético-formal de produtos refere-se a atributos na organização formal exterior de produtos. Sendo assim, o produto se caracteriza por uma apresentação visual com linhas mistas buscando equilíbrio em sua forma com linhas geométricas mais retas, bem definidas e linhas orgânicas buscando analogia com formas naturais. Sua forma segue sua função e adquire características de um Design contemporâneo. De acordo com as Leis da Gestalt53, o produto se segrega em três unidades principais (figura 24): Base estrutural – Formada pela grade estrutural e quatro rodízios. Hastes - Constituído pelo conjunto de hastes que sustentam as sacolas. Sacola – Formado por quatro sacolas independentes.
53
GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 5. ed. São Paulo: Escrituras, 2003.passim.
61
Figura 27: Elementos do utilitário Fonte: do autor
Em seu contexto geral, o utilitário apresenta assimetria em seu eixo vertical e horizontal frontal e simetria em seu eixo horizontal superior e lateral (figura 25) e, proporciona boa continuidade através da organização visual da forma de modo coerente. Sua pregnância é clara, pois sua apreensão visual é compreensão.
Figura 28: Simetria x Assimetria Fonte: do autor
de fácil
62
6.2 FUNÇÃO SIMBÓLICA
O produto se relaciona com o contexto sócio-econômico-cultural da sociedade, pois busca incentivar a conscientização ecológica através do não uso de sacolas plásticas.
6.3 FUNÇÃO DE USO
A função principal do utilitário multiuso para transporte de bens de consumo é auxiliar o indivíduo no transporte e armazenamento de suas compras em supermercados, porém, por ser prático e desmontável, esse pode ser utilizado para compra de outros afins.
6.4 FUNÇÃO ERGONÔMICA
O produto apresenta facilidade em seu uso, manipulação e transporte Têm-se como parâmetro para o desenvolvimento utilitário as medidas antropométricas estáticas médias em relação a mulheres e homens entre percentil 5% e 95%54. Representado pela figura 26, as numerações das medidas relacionadas a: Altura do cotovelo, em pé, ereto. Largura dos ombros em pé. Cilindro de pega máxima (diâmetro)
54
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: E. Blücher, 2005. p 118.
63
Figura 29: Principais variáveis usadas em medidas de antropometria Fonte: IIDA, Itiro (2005,p167)
Descrito pela figura 27, suas adequações antropométricas em relação ao indivíduo com o corpo parado são de aproximadamente: 1000 mm em relação à altura do cotovelo, em pé, ereto. 430 mm em relação à largura dos ombros, em pé. 32 mm de diâmetro em relação ao cilindro de pega máxima.
Figura 30: Relações antropométricas Fonte: do autor
64
Verifica-se a mudança de postura do indivíduo diante do produto. Quanto ao seu transporte é realizado na postura ereta, porém quanto a sua montagem e desmontagem, o usuário necessitará posicionar um perna a frente e semi flexionar os joelhos para executar a ação. A tabela abaixo detalha a análise da tarefa do usuário interagindo com o utilitário.
65
Tabela 5: Análise da tarefa Fonte: do autor
6.5 FUNÇÃO TÉCNICA
Seu sistema construtivo é composto pela base estrutural, que é composta pelos rodízios e gradeado de aço 1020. Este se conecta aos subconjuntos de quatro hastes de aço 1020, através de eixos fixos que, quando armadas dão ao utilitário o volume necessário para encaixar as quatro sacolas de tecido com capacidade de em média 15L cada, através dos tubos de fixação. Cabe salientar que por ser um produto de uso individual, pode-se ter um acabamento superficial com pintura eletrostática a pó de diversas cores e, as cestas também podem ser confeccionadas com tecido em cores diferentes. Porém, a cor é a parte mais simples e emotiva do processo visual o que auxilia a expressar e reforçar a informação visual 55.
Considerando esse fator,
sugere-se, no projeto proposto, para acabamento superficial do utilitário a cor prata,
55
GOMES FILHO, João. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2003. p 48.
66
pois esta remete ao moderno, às novas tecnologias, à novidade, à inovação. E, para sacolas a cor marrom que remete terra56.
6.5.1 Memorial descritivo das peças e informações adicionais
Peça 1 e 2 – Rodízios em aço carbono 1020 com acabamento em pintura eletrostática a pó, e rodas de borracha termoplástica injetada. O total de peças é de 02 rodízios fixos e 02 rodízios giratórios, sendo fixados a base estrutural através de solda MIG. Peça 3 – Base estrutural de aço carbono 1020, com acabamento em pintura eletrostática a pó. Essa peça é posicionada acima dos rodízios. Peça 4 – Haste 1 confeccionada em perfil de aço carbono 1020 na proporção de 200 mm x 300 mm, com acabamento em pintura eletrostática a pó. Essas peças (quantidade 02) são fixadas na base estrutural através de um tubo de 12 mm que funciona como eixo de rotação. Peça 5 – Tubo de fixação haste 1 em aço carbono 1020 na proporção de 12 mm de diâmetro, com acabamento superficial em pintura eletrostática a pó. Esse é fixado através de solda MIG no conjunto de haste 1. Peça 6 – Haste 2 confeccionada em perfil de aço carbono 1020 na proporção de 200 mm x 300 mm, com acabamento superficial em pintura eletrostática a pó. Essas peças (quantidade 02) são fixadas no conjunto de haste 3 através de um tubo de 12mm que funciona como eixo de rotação.
56
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. 5. ed. São Paulo: E. Blücher, 2006. passim
67
Peça 7 – Tubo de fixação haste 2 em aço carbono 1020 na proporção de 12 mm de diâmetro, com acabamento em pintura eletrostática a pó. Esse é fixado através de solda MIG no conjunto de haste 2. Peça 8 – Haste 3 produzida em perfil de aço carbono 1020 na proporção de 200 mm x 300 mm, com acabamento em pintura eletrostática a pó. Essas peças (quantidade 02 – sendo uma rebatida) são fixadas na base estrutural através de um tubo de 12 mm que funciona como eixo de rotação. Peça 9 – Haste 4 produzida em perfil de aço carbono 1020 na proporção de 200 mm x 300 mm, com acabamento superficial em pintura eletrostática a pó. Essas peças (quantidade 02) são fixadas no conjunto de haste 5 através de um tubo de 12 mm que funciona como eixo de rotação e, no conjunto de haste 2, através das presilhas de fixação. Peça10 – Tubo de fixação haste 4 em aço carbono 1020 na proporção de 12 mm de diâmetro, com acabamento em pintura eletrostática a pó. Esse é fixado através de solda MIG no conjunto de haste 4. Peça 11 – Haste 5 confeccionada em perfil de aço carbono 1020 na proporção de 200 mm x 300 mm, com acabamento em pintura eletrostática a pó. Essas peças (quantidade 02 – sendo uma rebatida) são fixadas na pega do utilitário através de solda MIG e possuem um tubo de 12 mm que funciona como eixo de rotação. Peça 12 – Espaçador em aço carbono 1020 com acabamento em pintura eletrostática a pó. Essas peças, (quantidade 02) possuem um furo passante e são fixadas no tubo de 12 mm da haste 5. Peça 13 – Tubo de fixação sacola em aço carbono 1020 com 12 mm de diâmetro. Possui acabamento superficial em pintura eletrostática a pó. Essas peças, (quantidade 08) são fixadas nas sacolas através de alças. Peça 14 – Sacola em tecido de náilon com visor frontal de lona transparente. Essas peças, (quantidade 04) são fixadas no tubo de 12 mm através
68
de alças. Cabe destacar que uma das sacolas é constituída por um revestimento interno com isolamento térmico para conservação de alimentos frios e congelados. Peça 15 – Pega do utilitário produzido em tubo aço carbono 1020 na proporção de 32 mm de diâmetro, com acabamento em pintura eletrostática a pó. Essa é fixada através de solda MIG no conjunto de haste 5. Peça 16 – Presilha de fixação em aço carbono 1020 com acabamento superficial em pintura eletrostática a pó. Essas peças, (quantidade 02) são fixadas no furo passante do conjunto da haste 2 e servem para sustentar o conjunto de haste 4.
6.6 FUNÇÃO INFORMACIONAL
Esse utilitário foi elaborado com o intuito de reduzir o uso de sacolas plásticas, para tanto, é importante que o usuário siga corretamente as instruções de montagem e desmontagem, garantindo assim um bom funcionamento do produto. Representado pela figura 28, o ato de montar compreende em cinco ações. 1ª ação – Levantar a haste 3. 2ª ação – Levantar a haste 4 e fixar no encaixe da haste 3. 3ª ação – Escamotear a haste 5 até aparecer o encaixe da haste 3. 4ª ação – Levantar a haste 1 e fixar no encaixe da haste 3. 5ª ação – Fixar as sacolas nos suportes da haste 4.
69
Figura 31: Montagem utilitário Fonte: do autor
Representado pela figura 29, o ato de desmontar compreende em cinco ações: 1ª ação – Retirar as sacolas. 2ª ação – Retirar a haste 2 do encaixe da haste 4. 3ª ação – Baixar a haste 4 e nivelar com a haste 2. 4ª ação – Retirar a haste 1 do encaixe da haste 3 e nivelar com a base estrutural do utilitário. 5ª ação – Recolher a haste 5 até o fim de se suporte e fechar todas hastes em direção a estrutura.
70
Figura 32: Desmontagem do utilitário Fonte: do autor
6.7 FUNÇÃO DE MARKETING
Por ser um produto de uso comum entre os indivíduos, o utilitário multiuso será vendido no mercado nacional com sistema de vendas a varejo ou Internet e, em lojas especializadas para carrinhos. Seu sistema de propaganda e Marketing acontecerá através de anúncios televisivos, merchandising em programas televisivos, out-door, e cartazes de divulgação do produto. Considerando modelos de carrinhos existentes no mercado, estima-se para o utilitário um orçamento aproximado de R$ 220,00 (duzentos e vinte reais). (ANEXO A).
71
6.8 FUNÇÃO ECOLÓGICA
A matéria prima chega à indústria, passa pelo processo de corte, dobramento, furação, solda, pintura e confecção das sacolas. É embalado e distribuído no mercado, sendo posteriormente vendido ao consumidor. Por ser produzido em matéria prima resistente, seu ciclo de vida é longo, com descarte e reaproveitamento de material através da reciclagem.
72
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo como problema de pesquisa, propor uma alternativa que auxilie na redução do uso de sacolas plásticas, no momento da aquisição de produtos em supermercados, tem-se, como objetivo principal desse, elaborar uma alternativa de um utilitário multiuso para o transporte de bens de consumo, que auxilie os indivíduos no momento em que realizam suas compras, facilitando o transporte de mercadorias de casa para o supermercado e vice versa. E, consequentemente promover uma conscientização ecológica, incentivando o não uso de sacolas plásticas, com isso atingiu-se o seguinte resultado: A elaboração de um produto, intitulado como utilitário multiuso para transporte de bens de consumo, no qual o indivíduo pode levar e trazer consigo no momento da aquisição de produtos. Esse, em seu sistema construtivo, possui quatro sacolas de tecido de náilon, o que possibilita a interação do usuário com o produto em colocar e retirar o mesmo de seu suporte. Além de tornar o produto final mais acessível em termos de custo benefício, possibilita a manipulação e limpeza do produto, evitando que o usuário faça esforço desnecessário ao colocar e retirar o mesmo em seu veículo. Suas rodas possuem um diâmetro considerável, evitando com isso que, ao transportar o utilitário para sua residência, o usuário não sofra tanto com as vias acidentadas. Produzido
em
metal,
sua
estrutura
permite
sua
montagem
e
desmontagem, tornando-o prático e facilitando seu transporte.
7.1 PROPOSTA DE TRABALHOS FUTUROS
Propõe-se em desenvolvimentos futuros a construção de um protótipo, a fim de, verificar questões relacionadas ao peso e custo benefício do produto, visto que, o preço sugerido nesse trabalho é apenas uma estimativa em relação a produtos existentes no mercado.
73
Sugere-se ainda, realizar uma pesquisa com os futuros usuários, co intuito de averiguar itens relacionados a cores, pois por ser um produto em metal e tecido, esse proporciona uma ampla quantidade de opções. Entende-se que, o presente trabalho é uma ponta daquilo que ainda poderia ser abordado. Entretanto, é uma proposta de um tema, realizado em um pequeno espaço de tempo. Sendo assim, todas as demais facetas, que por esse poderá servir de auxílio de pesquisa, será sempre de importância grandiosa para seu complemento, como o conhecimento, que jamais deve ser estanque, único, mas, volátil, de crescimento aos interessados no tema correlato de pesquisa. Sendo assim desse, poderão surgir novas linhas de pesquisa.
74
REFERÊNCIAS
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______. NBR 13142: Desenho técnico - Dobramento de cópia. 1999. 3p.
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GOMES FILHO, João. Design do objeto: bases conceituais : design do produto, design gráfico, design de moda, design de ambientes, design conceitual. São Paulo: Escrituras, 2006. 255 p
GOMES FILHO, João. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2003. 254 p.
GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 5. ed. São Paulo: Escrituras, 2003. 125 p.
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: E. Blücher, 2005. 465 p
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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 219 p
Mockup x Protótipo x Modelo Volumétrico. Disponível em: http://www.vektorart.com/blog/?p=110. Acesso em:18/05/2009. NEGRÃO, Celso e CAMARGO Eleida . Design de Embalagem: do marketing a produção. São Paulo. Novatec Editora, 2008. 336p.
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77
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SANTOS,T, Célio. Matriz Semântica. Conteúdo ministrado na disciplina Análise Morfológica e Funcional de Produtos. 2006.
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THACKRRA, John. Plano B: o Design e as alternativas viáveis em um mundo. Saraiva. 2008. 299p
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Pró-Reitoria Acadêmica. Programa de Bibliotecas. Trabalhos Acadêmicos na Unisul: apresentação gráfica para tcc, monografia, dissertação e tese. 2. ed. rev. e ampl. Tubarão: Ed. Unisul, 2008.
78
APÊNDICES
79
APÊNDICE A - Questionário aplicado para coleta de dados
Pesquisa
de
campo
para
realização
de
coleta
de
dados
no
desenvolvimento de um conceito de utilitário multiuso desmontável para o transporte de bens de consumo. 1 Com quantas pessoas você convive em sua residência?
2 Com que frequência você vai ao supermercado? 1 vez no mês
Sozinho 2 vezes no mês 2 pessoas 1 vez na semana De 3 a 4 pessoas Mais de 2 vezes na semana 4 ou mais. 3 O que você acha dos carrinhos existentes?
4 Qual dificuldade você sente no manuseio dos carrinhos existentes?
De fácil manuseio Empurrar o mesmo Adéqua-se as suas necessidades Acomodar mercadorias De difícil manuseio As duas alternativas Não se adéqua as suas necessidades 5 No fim de suas compras, com quantos quilos de produto você fica em média?
6 Quantas sacolas plásticas você leva para casa com suas compras?
De 5 a 10kg
1a5
De 10 a 15kg
5 a 10
De 15 a 20kg
Mais de 10 sacolas
Mais de 20Kg 7 Como você gostaria que fosse um carrinho de supermercados?
Linhas retas
8 Se fosse lançado no mercado um utilitário prático onde você pudesse montar e desmontar colocando no porta malas de seu veículo, e levando consigo para realizar suas compras, evitando assim o uso de sacolas plásticas, você compraria?
Cores neutras
Sim
Cores vibrantes
Não
Quanto ao formato: arredondado
Quanto às cores:
9 Como você imagina que possa ser este utilitário?
Idade: ___ Feminino
Sexo: Masculino
80
APENDICE B – Detalhamento Técnico
15 12
11 920
512
13
9
7
1025,53
10 14 5
16
4
8
1
6 3 2
16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 N°
Presilha fixação Pega utilitário Sacola Tubo fixação sacola Espaçador Haste 5 Tubo fixação haste 4 Haste 4 Haste 3 Tubo fixação haste 2 Haste 2 Tubo fixação haste 1 Haste 1 Base estrutural Rodízio giratório Rodízio fixo Denominação
2 1 4 8 2 2 1 2 2 1 2 1 2 1 2 2 Quant.
Designer:
Mirella Bittencourt
Projeto:
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo
Título:
Detalhamento Técnico
Data:
Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Tecido náilom / lona transp. Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 / PVC Aço carbono 1020 / PVC Material
08/06/2009
Revisão n°.:
ESCALA:1:10
Prancha: 1 / 11
A3
13 11
15
12 9 5 14
4
16
10 7 8
6 1 3 2
16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 N°
Presilha fixação Pega utilitário Sacola Tubo fixação sacola Espaçador Haste 5 Tubo fixação haste 4 Haste 4 Haste 3 Tubo fixação haste 2 Haste 2 Tubo fixação haste 1 Haste 1 Base estrutural Rodízio giratório Rodízio fixo Denominação Designer:
Projeto:
Título:
2 1 4 8 2 2 1 2 2 1 2 1 2 1 2 2 Quant.
Mirella Bittencourt
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo Vista explodida
Data:
Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Tecido náilom / lona transp. Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 / PVC Aço carbono 1020 / PVC Material
08/06/2009
Revisão n°.:
ESCALA:1:10
Prancha: 2 / 11
A3
771,35 30
100
12
20
30
2x
5 5
5 R2 12
2x
7x 56 6x
6
6
30
Fixação por solda MIG
9,2 R26
7
Fixação por solda MIG
4x
15
12
Fixação por solda MIG 67 80
50 Pintura eletrostática epóxi pó
101,60 N°
Denominação
Quant.
Designer:
Mirella Bittencourt
Projeto:
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo
Título:
Base estrutural
Data:
Material
08/06/2009
Revisão n°.:
ESCALA:1:10
Prancha: 3 / 11
A3
R 15
20
30
2x
1,50 R x 4
395
2x
20
12
564
2x Furo passante Haste 1
Haste 1 Fixação por solda MIG 435 12
Tubo fixação haste 1 Montagem subconjunto haste 1 Pintura eletrostática epóxi pó 5 4 N°
Tubo fixação haste 1 Haste 1 Denominação
Quant.
Designer:
Projeto:
Tubo fixação haste 1
Título:
1 2
Mirella Bittencourt
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo Montagem subconjunto Haste 1
Data:
Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Material
08/06/2009
Revisão n°.:
ESCALA:1:5
Prancha: 4 / 11
A3
4x
2
30
30
5
12
3x
R1 ,
50
R1
49
35
20 12
Solda MIG
689,90
Presilha fixação
Haste 2 Fixação por solda MIG
Tubo fixação haste 2
2x furo passante
Haste 2 10
Presilha
OBS.: Quantidade de peças: 2 (sendo 1 rebatida)
Presilha com eixo móvel
455
ESCALA:1:10 12
Montagem subconjunto Haste 2
Pintura eletrostática epóxi pó
16 7 6 N°
Presilha fixação Tubo fixação haste 2 Haste 2 Denominação Designer:
Título:
Quant.
Mirella Bittencourt
Data:
aço carbono 1020 aço carbono 1020 aço carbono 1020 Material
08/06/2009
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo
Revisão n°.:
Montagem subconjunto Haste 2
ESCALA:1:5
Projeto:
Tubo fixação haste 2
2 1 2
Prancha: 5 / 11
A3
12
2x
30
20
12
Detalhe A
5 R1
4x
2
R1
R7
,5 0
20
12,46
0 ,5 6 R
,3 7
784,87
Detalhe A ESCALA: 1:2 12,63
Solda MIG
Furo passante
OBS.: Quantidade de peças: 2 (sendo 1 rebatida) Pintura eletrostática epóxi pó
N°
Denominação Designer:
Projeto:
Título:
Quant.
Mirella Bittencourt
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo Haste 3
Data:
Material
Aço carbono 1020
08/06/2009
Revisão n°.:
ESCALA:1:5
Prancha: 6 / 11
A3
68,97
25
30
4x 160
R8 ,39
B
20
Detalhe B ESCALA: 1:2
2X 12
512
R7
R 15
18,60
Tubo fixação haste 4
878,80
Haste 4
Fixação por solda MIG 2x furo passante ESCALA 1:10
Haste 4
Montagem subconjunto Haste 4
Pintura eletrostática epóxi pó
12
512
10 9 N°
Tubo fixação haste 4 Haste 4 Denominação Designer:
Projeto:
Título:
1 2 Quant.
Mirella Bittencourt
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo
Montagem subconjunto haste 4
Data:
Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Material
08/06/2009
Revisão n°.:
ESCALA:1:5
Prancha: 7 / 11
A3
R 464
12 30
22 32
23,08
Espaçador
385
Pega utilitário
390
0 ,5 1 R
34
12
2
,5 0 R17 R16
431,74
Fixação por solda MIG
Pega utilitário
24
Haste 5
Espaçador
ESCALA 1:10 Montagem subconjunto Haste 5
400
Pintura eletrostática epóxi pó
Pega utilitário Espaçador Haste 5
15 12 11 N°
Denominação
Quant.
Designer:
1 35
Haste 5 OBS.: Quantidade de peças: 2 (sendo 1 rebatida)
Projeto:
Título:
1 2 2
Mirella Bittencourt
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo Montagem subconjunto haste 5
Data:
Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Aço carbono 1020 Material
08/06/2009
Revisão n°.:
ESCALA:1:5
Prancha: 8 / 11
A3
50
40
2x R 6
12
400
320
42
510
Tubo de Fixação Sacola
40
110
144 40 370 Tubo de fixação
Sacola
ESCALA 1:10 Montagem subconjunto Sacola
Pintura eletrostática epóxi pó 14
Sacola
13 N°
Tubo fixação sacola Denominação Designer:
Sacola
4
Projeto:
8 Quant.
Mirella Bittencourt
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo
Data:
Tecido de náilom / lona transp. Aço carbono 1020 Material
08/06/2009
Revisão n°.:
Título:
Montagem subconjunto Sacola
ESCALA:1:5
Prancha: 9 / 11
A3
1015
240
525,50
N°
Denominação
Quant.
Designer:
Projeto:
Título:
Mirella Bittencourt
Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo
Utilitário desmontado
Data:
Material
08/06/2009
Revisão n°.:
ESCALA:1:10
Prancha: 10 / 11
A3
A
B
32 5/16"
Descrição*
Descrição*
Rodízio fixo com rosca externa C D E J K
Rodízio giratório com rosca externa B C D E J K
35
5"
156
36
85
R
A
32 5/16"
1/2" UNC
35
5"
156
25
85
R 1/2" UNC
* Disponível em:http://www.bakelitesul.com.br
2
Rodízio giratório
2
Aço carbono 1020 / PVC
1
Rodízio fixo
2
Aço carbono 1020 / PVC
N°
Denominação
Quant.
Designer
Projeto
Título
Mirella BIttencourt Utilitário multiuso para transporte de bens de consumo
Detalhamento Rodízios
Data:
Material
08/06/2009
Revisão n°
ESCALA:
Não fornecido pelo fabricante
Prancha:
11/11
A3
92
ANEXO
93
ANEXO A – Orçamento – custo médio do utilitário multiuso
NORTH TEC BRUNO MONTE SILVA - ME CNPJ:05.913.646/0001-83
I.E.116.703.239.118
24.04.2009
COTAÇÃO
Qtde.
Material
Descrição
Vr. Unitário
02
Rodízio
Giratório 5”
R$ 25,00
02
Rodízio
FIXO 5”
R$ 20,00
Empresa no regime simplificado.
IPI INCLUSO
Pagamento ......................15 dias Entrega.............................até 05 dias úteis
Sacola Ecológica
Especificações Técnicas: 1-Produzida em tecido de náilon 600. 2-Arte personalizada para cada cliente. (Temática) Orçamento: 26/04/2009 Descrição: Sem forro térmico
Descrição: Com forro térmico
Tamanho: 30x45
Tamanho: 30x45
Valor unitário: 6,00
Valor unitário: 15,00
Contato: (11) 8180-3122
Carrinho de supermercado www.rodimag.com.br Orçamento: 28/04/2009. Quantidade: 01 peça Descrição: Carrinho com duas cestas, compacto com rodas de poliuretano. Valor unitário: 100,00
94