Roberta Silva

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ROBERTA SILVA

PROJETO MOBILIÁRIO PARA IDOSOS ESTUDO DE CAMA COM DESIGN ERGONÔMICO

Florianópolis 2008


ROBERTA SILVA

PROJETO MOBILIÁRIO PARA IDOSOS ESTUDO DE CAMA COM DESIGN ERGONÔMICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Graduação em Design.

Orientador: Profª. Cristina Colombo Nunes Msc.

Florianópolis 2008


ROBERTA SILVA

PROJETO MOBILIÁRIO PARA IDOSOS ESTUDO DE CAMA COM DESIGN ERGONÔMICO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Graduado em Design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 09 de junho de 2008.

______________________________________________________ Professora e orientadora Cristina Colombo Nunes, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Professora Cláudia Regina Batista, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Professora Carla Arcoverde de Aguiar Neves, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina


A meu querido av么 Adelino Lib贸rio Goedert.


AGRADECIMENTOS

Este trabalho não teria sido possível sem a contribuição direta ou indireta de muitas pessoas que participaram desta fase da minha vida. Agradeço primeiramente a Deus por estar presente em todos os momentos de minha vida. Agradeço a minha mãe que sempre acreditou em minha capacidade e perseverança. À minha família que de uma forma ou de outra, cada um a sua maneira, me deu amparo na concretização deste trabalho. A meu namorado que sempre acreditou em minha competência, me estimulou e teve paciência nas etapas mais difíceis. À minha orientadora, que apostou o tempo inteiro no projeto com muito estímulo e contribuiu de seu conhecimento para orientação deste trabalho. E, finalmente, a todos os amigos que se fizeram presentes na elaboração deste trabalho de conclusão.


“O homem só é feliz se puder desenvolver e utilizar todas as suas capacidades e possibilidades”. (Aristóteles).


RESUMO

O presente estudo caracteriza-se por uma pesquisa exploratória diagnosticada de campo e mercado, com o objetivo de desenvolver um mobiliário atendendo as necessidades dos idosos, em específico uma cama com design ergonômico. Na revisão bibliográfica abordou-se de algumas doenças, alterações fisiológicas, design, ergonomia, estudos antropométricos. Para coleta de dados destas necessidades foi utilizado um questionário, aplicado com os idosos que apresentam as devidas dificuldades e também com pessoas que trabalham ou convivem com idosos. Os resultados obtidos foram apresentados na forma de gráficos, seguidos de análise e interpretação, relacionando ao projeto. Com o resultado da pesquisa foi possível identificar que a maior necessidade dos idosos está ao se levantar e sentar na cama, no entanto as camas existentes não apresentam esta função.

Palavras-chave: Design. Idosos. Ergonomia.


ABSTRACT

This study is characterized by an exploratory research diagnosed with field and market with the objective of developing furniture given the needs of the elderly in particular a bed with ergonomic design. In the literature review is addressed to some diseases, physiological changes, design, ergonomics and anthropometric studies. To collect these data needs was used a questionnaire applied with the elderly who have these difficulties and also with people who work or live with elderly. The results were presented as graphics followed by analysis and interpretation relating to the project. With the search result could be identified that the greatest need of the elderly is to get up and sit in bed however the beds do not have this function.

Keywords: Design. Elderly. Ergonomics.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Quarto de empregada. ....................................................................... ......................27 Figura 2 – Quarto da patroa. ............................................................................... ......................27 Figura 3 – Dimensões referenciais para deslocamento de pessoas em pé. ......... ......................32 Figura 4 – Cadeira de rodas ................................................................................................. .....32 Figura 5 – Dimensões do módulo de referência ....................................................................... 33 Figura 6 – Alcance manual frontal – pessoa em pé .................................................................. 33 Figura 7 – Alcance manual frontal – pessoa sentada................................................................ 33 Figura 8 – Alcance manual frontal – superfície de trabalho - pessoas em cadeira de rodas .... 34 Figura 9 – Alcance manual lateral – relação entre altura e profundidade – pessoa em cadeira de rodas ..................................................................................................................................... 35 Figura 10 – Empunhadura ........................................................................................................ 35 Figura 11 – Controles – vistas laterais ..................................................................................... 36 Figura 12 – Comandos e controles ........................................................................................... 36 Figura 13 – Circulação mínima em dormitórios....................................................................... 37 Figura 14 – Metodologia de Bruno Munari .............................................................................. 54 Figura 15 – Metodologia de Baxter .......................................................................................... 56 Figura 16– Questionário aplicado com idosos ......................................................................... 58 Figura 17 – Questionário aplicado com pessoas que trabalham/convivem com idosos ........... 59 Figura 18 – Pesquisa de mercado ............................................................................................. 68 Figura 19 – Painel semântico ................................................................................................... 69 Figura 20 – Posição normal ...................................................................................................... 71 Figura 21– Posição hospitais .................................................................................................... 71 Figura 22 – Sugestão ................................................................................................................ 71 Figura 23 – Mecanismos manuais ............................................................................................ 72 Figura 24 – Articuladores com pistão....................................................................................... 73 Figura 25 – Cadeiras com mecanismo de pistão ...................................................................... 74 Figura 26 – Mecanismo hidráulico para erguer carrocerias, escadas ....................................... 74 Figura 27 – Suspensão a ar ....................................................................................................... 75 Figura 28 – Geração de alternativas ......................................................................................... 76 Figura 29 – Geração de alternativas ......................................................................................... 77


Figura 30– Geração de alternativas .......................................................................................... 78 Figura 31 – Geração de alternativas ......................................................................................... 79 Figura 32 – Geração de alternativas ......................................................................................... 80 Figura 33 – Geração de alternativas ......................................................................................... 81 Figura 34 – Geração de alternativas ......................................................................................... 82 Figura 35 – Articuladores para estrutura de cama .................................................................... 83 Figura 36 – Estrado articulado com sistema elétrico ................................................................ 84 Figura 37 – Alternativa escolhida ............................................................................................. 85 Figura 38 – Detalhamento técnico ............................................................................................ 87 Figura 39 – Detalhamento técnico ............................................................................................ 88 Figura 40 – Detalhamento técnico ............................................................................................ 89 Figura 41 – Perspectiva ............................................................................................................ 90 Figura 42 – Perspectiva ............................................................................................................ 91 Figura 43 – Perspectiva ............................................................................................................ 92 Figura 44 – Detalhamento técnico ............................................................................................ 93 Figura 45 – Foto ilustrativa ...................................................................................................... 94 Figura 46– Foto ilustrativa ....................................................................................................... 95 Figura 47 – Foto ilustrativa ...................................................................................................... 96 Figura 48 – Produto final .......................................................................................................... 97 Figura 48 – Produto final .......................................................................................................... 97


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Sexo idosos. ........................................................................................................... 59 Gráfico 2 – Idade idosos. .......................................................................................................... 60 Gráfico 3 – Profissão. ............................................................................................................... 60 Gráfico 4 – Pratica atividade física........................................................................................... 61 Gráfico 5 – Mora. ..................................................................................................................... 61 Gráfico 6 – Quem costuma visitar. ........................................................................................... 61 Gráfico 7 – Dificuldade com a chegada da idade. .................................................................... 62 Gráfico 8 – Tarefa que apresenta dificuldade. .......................................................................... 62 Gráfico 9 – Mobiliário mal projetado. ...................................................................................... 63 Gráfico 10 – Doença Diagnosticada. ........................................................................................ 63 Gráfico 11 – Alguém auxilia nas tarefas diárias....................................................................... 63 Gráfico 12 – Qual parte da casa passa maior tempo................................................................. 64 Gráfico 13 – Sexo. .................................................................................................................... 64 Gráfico 14 – Idade. ................................................................................................................... 65 Gráfico 15 – Quanto tempo convive/trabalha com idosos. ...................................................... 65 Gráfico 16 – Principal dificuldade que os idosos apresentam. ................................................. 66 Gráfico 17 – Qual mobiliário apresenta maior barreira para os idosos. ................................... 66


SIGLAS E ABREVIATURAS cm – centímetros IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística kg – Kilogramas OMS – Organização Mundial da Saúde ONU – Organização das Nações Unidas SUS – Sistema Único de Saúde TCC – Trabalho de Conclusão de Curso


SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................15

1.1

PROBLEMÁTICA .............................................................................................................................15

1.2

OBJETIVOS .....................................................................................................................................16

1.2.1 Objetivos gerais ........................................................................................................... 16 1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 16 1.3

JUSTIFICATIVA...............................................................................................................................17

1.4

PLANO METODOLÓGICO ................................................................................................................18

1.5

DELIMITAÇÃO ................................................................................................................................19

1.6

PROCEDIMENTOS ...........................................................................................................................19

2 2.1

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................20 IDOSOS...........................................................................................................................................20

2.1.1 Alterações fisiológicas ................................................................................................. 21 2.1.2 Principais doenças ....................................................................................................... 21 2.2

DESIGN ..........................................................................................................................................24

2.2.1 Design de produtos ...................................................................................................... 26 2.2.2 Design de mobiliário.................................................................................................... 27 2.3

ERGONOMIA ..................................................................................................................................28

2.3.1 NR 9050 ........................................................................................................................ 30 2.3.2 Parâmetros antropométricos ...................................................................................... 32 2.3.3 Desenho universal........................................................................................................ 37 2.3.4 Ergonomia de produtos .............................................................................................. 41 2.3.5 Antropometria ............................................................................................................. 43 2.3.6 Biomecânica ................................................................................................................. 44 2.4

MATERIAIS .....................................................................................................................................45

2.4.1 Metais ........................................................................................................................... 45 2.4.2 Madeiras....................................................................................................................... 46 2.4.3 Fibras naturais............................................................................................................. 48 2.5

METODOLOGIAS DE DESIGN...........................................................................................................49

2.5.1 O método de Christopher ........................................................................................... 50 2.5.2 A metodologia de Bruno Munari ............................................................................... 50 2.5.3 Metodologia de Mike Baxter ...................................................................................... 54


2.5.4 Metodologia Adaptada................................................................................................ 56 3

PESQUISA DE CAMPO ...............................................................................................................57

3.1

ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS COM PÚBLICO ALVO .....................................................................59

3.2

ANÁLISE DO PÚBLICO ALVO ..........................................................................................................67

3.3

ESTADO DE DESIGN – CONCORRENTES – SIMILARES .....................................................................69

4

PROJETO.......................................................................................................................................69

4.1

REQUISITOS DO PROJETO ...............................................................................................................69

4.2

CONCEITO ......................................................................................................................................70

4.3

GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ........................................................................................................71

4.4

ALTERNATIVA ESCOLHIDA ............................................................................................................85

4.5

MATERIAIS .....................................................................................................................................86

4.6

DETALHAMENTO TÉCNICO ............................................................................................................86

4.7

FOTOS ILUSTRATIVAS ....................................................................................................................99

5

FUTUROS ESTUDOS ...................................................................................................................98

6

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................98

7

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................99


15 1

INTRODUÇÃO

O quarto é um espaço imprescindível em qualquer parte da casa. A cama apresenta a função principal de dormir, mas também funções secundárias, como por exemplo: assistir televisão, repousar, ler e até para alguns realizar as refeições. O quarto para os idosos, acaba sendo o local em que passam maior parte do tempo, por apresentarem maior necessidade de aconchego e tranqüilidade. Para se evitar dificuldades de utilização no mobiliário com idosos, sentiu-se a necessidade de uma cama com design ergonômico apropriada, que favoreça nas movimentações e posições corretas do corpo.

1.1 PROBLEMÁTICA

O crescimento da população de idosos vem aumentando consideravelmente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o fato é atribuído a inúmeros fatores, tais como: a redução da taxa de natalidade, gerando um processo maior de envelhecimento da população; a diminuição da taxa de mortalidade, relacionada à melhora na qualidade de vida, saúde pública e a renda familiar em ascensão. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2007). Com a crescente elevação da expectativa de vida mundialmente, resultando em uma maior população de idosos, particularmente nos países mais desenvolvidos, surgiram necessidades para melhor adaptação da terceira idade no ambiente os quais vivem. Estes idosos, em sua maioria, encontram-se debilitados, com necessidades especiais, o que os deixa desanimados perante a realização de atividades do dia-a-dia, por dependerem em grande parte de alguém para ajudá-los. Qualidade de vida é a percepção do indivíduo quanto a sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores em que vive, levando em conta suas metas, suas expectativas, seus padrões e suas preocupações. Os mesmos especialistas notam que ela é afetada pela interação entre a saúde, o estado mental, a espiritualidade, os relacionamentos do indivíduo e os elementos do ambiente. (REBELATTO, 2004, p. 5).

Em suas casas, no espaço interior o qual vivem os idosos se deparam com algumas dificuldades em relação ao mobiliário, tais como: falta de segurança, conforto,


16 dimensões corretas, pegas ou alças para apoio ou tomar impulso. Esta ausência de infraestrutura é suprida de forma improvisada pelos próprios idosos, que organizam seus centros de controle. Enfim, acabam se adaptando a vida rotineira e suas necessidades, que geralmente não são atendidas. Mas, o desconforto se mantém e o que deveria ser projetado de forma a prever a longevidade, torna-se hostil e acaba fazendo-os se sentirem presos, limitados, incapacitados, gerando desconforto, falta de prazer, medo, stress, o que pode se agravar devido às deficiências que eles apresentam. Necessidades estas as quais vêm sendo estudadas e investigadas para um melhor conforto e adaptabilidade aos usuários. Frente a esta realidade, observa-se a ausência de mobiliários adequados no mercado. Os existentes não suprem às necessidades da população idosa, principalmente, em virtude da inadequação ergonômica dos mobiliários. Diante de tantas tecnologias disponíveis, deve-se possibilitar uma melhor qualidade de vida para essas pessoas, de modo que envelheçam de maneira mais segura e saudável, alcançando uma velhice bem sucedida e proporcionando o bem estar dos nossos idosos.

1.1

OBJETIVOS

1.2.1 Objetivos gerais

O objetivo desse estudo é desenvolver um mobiliário que atenda as necessidades dos idosos, em específico uma cama com design ergonômico.

1.2.2 Objetivos específicos -

Identificar os fatores que prejudicam os indivíduos durante a utilização do mobiliário;

-

Propiciar segurança, conforto, estímulo e bem-estar;

-

Integrar ao mobiliário os hábitos, costumes e as necessidades dos idosos;

-

Contribuir para propiciar a longevidade;

-

Promover a inclusão social dos idosos.


17 1.2

JUSTIFICATIVA

A população de idosos no mundo e no Brasil vem aumentando significativamente em função da melhora na expectativa de vida. Consequentemente, uma maior longevidade para a terceira idade pode ser observada nas duas últimas décadas. A Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece que a era do envelhecimento iniciou em 1975 e que essa tendência deverá se estender por mais cinqüenta anos, isto é, o crescimento deverá ir até 2025. Para efeitos desse estudo, fica reconhecida a definição aceita pela ONU, segundo a qual a pessoa idosa é aquela que atingiu sessenta anos de idade. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2007). Conforme as últimas estatísticas a Europa ocupa a primeira posição na proporção da população com mais de sessenta anos de idade (19,8%), seguida pela América do Norte (16,3%) como resultado do índice de expectativa de vida. No Brasil os idosos representam 8% da população e, conforme a tendência para as próximas décadas, no ano de 2025 o Brasil terá a sexta maior população de idosos do mundo – cerca de trinta e dois milhões de pessoas com sessenta anos ou mais. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2007). Diante disso, os países vem se voltando ao atendimento da terceira idade, dando a estes o merecimento de viver com qualidade. Esta qualidade de vida depende, em grande parte do meio em que vivem. Muitos idosos têm a dificuldade para caminhar, portanto quanto mais perto seus elementos de uso estiverem, mais comodidade terá o público da terceira idade. Como estes são muito apegados aos seus componentes, sentirão mais tranqüilidade ao ver que terão tudo ao seu redor, podendo pegar a qualquer momento, sem depender de qualquer outra pessoa, deixando-os mais felizes e satisfeitos com estes benefícios. O idoso apresenta na maioria das vezes algum tipo de restrição física, seja parcial ou não, visual, auditiva, locomotora, diminuição da estabilidade, lentidão das reações defensivas, ou seja, indivíduos que embora apresentem quaisquer dessas patologias coabitam, trabalham, dormem, estudam e fazem suas refeições nos mesmos ambientes das outras pessoas, mas que não o fazem com relativo conforto, segurança e satisfação. Portanto, torna-se de extrema importância que o ambiente de convivência do idoso seja o mais apropriado possível, sendo desta maneira, muito mais fácil que os outros


18 indivíduos que convivam com esse idoso se adaptem com maior facilidade às mudanças de que uma situação contrária. As recomendações ergonômicas aliadas a antropometria para essas habitações serão também de grande importância. Não basta simplesmente prolongar a existência: é necessário dar maior qualidade de vida para a terceira idade. Por isso é necessário um Design eficaz, que atenda as necessidades dos idosos. Sendo assim, com o crescimento da população idosa aumentou significativamente o número de doenças crônicas e degenerativas, que podem ocasionar incapacidade física. Estas ocorrências têm gerado um maior custo por paciente na área da saúde, visto que esses idosos acabam necessitando de tratamentos caros e prolongados. A cada ano o SUS (sistema único de saúde) tem gastos crescentes com fraturas dos idosos, em torno de R$ 50.000,00. Reduzindo as taxas de internação por fraturas da população idosa com um mobiliário que facilite na atividade diária, podem-se diminuir gastos para o governo, fazendo com que este invista em outros benefícios para esta população idosa. (SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, 2008). O tema deste estudo possui relevância para um Trabalho de Conclusão de Curso em Design, considerando que o design pode contribuir efetivamente na melhoria da interação dos idosos com o meio onde vivem.

1.3

PLANO METODOLÓGICO

A metodologia que constitui este estudo tem a finalidade de indicar os procedimentos que serão utilizados. A pesquisa será dividida em duas etapas, a primeira fase será uma revisão bibliográfica, a qual se irá buscar embasamento teórico, apresentando conhecimento disponível sobre o assunto determinado, no final da revisão bibliográfica será definido uma metodologia de projeto. A segunda etapa será uma pesquisa exploratória, que irá partir para uma pesquisa de campo a qual irá definir o projeto.


19 1.4

DELIMITAÇÃO

Toda pesquisa impõe limitações que não podem ser desconsideradas e omitidas pelo pesquisador. Uma limitação encontrada será o ambiente o qual este mobiliário estará situado. O pesquisador não poderá influenciar no ruído, temperatura e vibração. O pesquisador se limita a não desenvolver um novo mecanismo para cama, em função da restrição de tempo para a realização deste trabalho de conclusão de curso. Outra limitação encontrada será o convívio no dia-a-dia do usuário com seus familiares, amigos. O pesquisador não poderá transpor qualidade na maneira a qual estas pessoas irão tratar estes idosos, apenas apresentará um mobiliário para melhoria de seu bem estar, conforto, segurança.

1.5

PROCEDIMENTOS

O presente trabalho está dividido em duas etapas. Na primeira etapa, encontra-se a fundamentação teórica que argumenta sobre os idosos, alterações fisiológicas que decorrem do envelhecimento, as principais doenças como, por exemplo: osteoporose, lombalgia, acidente vascular cerebral, entre outras. Ainda na fundamentação teórica, trata-se do que é design, design de produtos e design de mobiliário. Faz-se necessário falar, além disso, de ergonomia, NR9050, parâmetros antropométricos, biomecânica, antropometria, desenho universal, ergonomia de produtos, bem como metodologias de design. Na segunda etapa foi realizada uma pesquisa de campo com o público alvo – os idosos e também com pessoas que trabalham ou convivem com idosos. A pesquisa serviu de base para busca da maior necessidade destes idosos.


20 2

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 IDOSOS

Os idosos são hoje 14,5 milhões de pessoas, 8% da população total do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2000. Considera-se idosa a pessoa com 60 anos ou mais, mesmo limite de idade considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em desenvolvimento. O envelhecimento da população é reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução na taxa de natalidade. Não podemos deixar de mencionar que as pessoas de nível superior envelhecem melhor do que as pessoas de nível primário, ou seja, a longevidade vem aumentando com as pessoas de classe média a alta, devido à disponibilidade de recursos que estas podem usufruir. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2008). Idosos não são pessoas velhas, mas sim pessoas vividas, com muita sabedoria, inteligência e capacitados para lidar com a situação vivida no dia-a-dia. Hoje se preocupam muito com a saúde, qualidade de vida, praticam exercícios físicos e cuidam da alimentação, ou seja, são pessoas que querem dignidade no seu viver. Na atualidade, os idosos passam por inúmeras situações de descaso e, até mesmo, desprezo culminando com a exclusão social dos mesmos, por serem considerados improdutivos por uma grande parcela da sociedade. Não é raro encontrarmos idosos ignorados e/ou abandonados no próprio seio familiar, o que muitas vezes, se configura como perda de espaço, de valores e de autodeterminação, como conseqüência da impossibilidade de administrarem suas próprias vidas. Dessa forma, a qualidade de vida na terceira idade, que é um processo dinâmico e circunstancial, pode ser vista de maneira que as condições sociais atinjam seu ápice, ou seja, onde há preservação da dignidade e o respeito aos idosos como pessoa. Isto porque antes de tudo, é preciso lembrar que esse indivíduo pode ser afetado por diferentes doenças, enfrentar perdas afetivas e de papéis ocupacionais, como também o envelhecimento biológico que leva a diminuição de reservas funcionais do organismo. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2007).


21 “O envelhecimento não constitui uma doença, mas pode determinar um grande número de transtornos, é um processo natural, no qual influem tanto a herança genética, quanto o estilo de vida, o ambiente etc.” (RUIPÉREZ, 1998, p. 55).

2.1.1

Alterações fisiológicas

A fisiologia estuda as múltiplas funções nos seres vivos, ou seja, o funcionamento do organismo. O envelhecimento é um processo contínuo durante o qual ocorre um declínio progressivo de todos os processos fisiológicos. Mantendo-se um estilo de vida ativo e saudável pode-se retardar as alterações morfofuncionais que ocorrem com a idade. (MALAGHINI, 2008). O envelhecimento não constitui uma doença, mas pode determinar um grande número de transtornos. É um processo natural, no qual influem tanto a herança genética quanto o estilo de vida, o ambiente etc. O envelhecimento do organismo não se reproduz de forma homogênea. Afeta todos os seus órgãos e sistemas, embora nem todas as pessoas envelheçam da mesma maneira, nem no mesmo ritmo. No organismo registra-se uma série de alterações, tanto físicas quanto psicológicas e funcionais. (RUIPÉREZ, 1998, p. 55).

Durante o processo do envelhecimento têm-se alterações fisiológicas nas capacidades físicas, tais como: redução de força; redução do volume muscular; aumento do tecido não contrátil no músculo; redução na área de secção transversa do músculo esquelético; atrofiação das fibras de contrações rápidas e anaeróbicas; redução de fibras ao longo do tempo; redução no número de unidades motoras; redução da força muscular; maior suscetibilidade de quedas, fraturas e dependência do idoso; (SAÚDE EM MOVIMENTO, 2008).

2.1.2

Principais doenças

“A peculiaridade das doenças geriátricas apóia-se na deterioração que acarreta sobre os aspectos funcional, mental e social do idoso”. (RUIPÉREZ, 1998, p. 20).


22 Funcional: pode aparecer uma incapacidade para as atividades básicas da vida diária (deambulação, alimentação, higiene, mudanças, vestuário e continência), assim como para as chamadas atividades instrumentais (tarefas domésticas, uso do transporte, manuseio do dinheiro e controle da própria manutenção). Estas atividades são fundamentais para garantir a autonomia do idoso. A situação de incapacidade varia, dependendo do grau em que as atividades se vejam afetadas. Mental: as doenças podem afetar em nível cognitivo, limitando a memória e a capacidade de raciocínio e abstração, e em afetivo, predispondo à depressão. Social: o aparecimento de uma doença pode condicionar a internação em um lar de idosos, a necessidade de ajuda domiciliar e a impossibilidade de viver só. (RUIPÉREZ, 1998, p. 21).

Sistema Músculo esquelético Produzem-se alterações nos músculos, nos ossos e nas articulações que repercutem tanto na forma como na mobilidade e nas atividades da vida diária. Origina-se uma perda geral da massa óssea, sobretudo na mulher a partir da menopausa. Os ossos mais frágeis tornam-se mais predispostos a fraturas; a deformação das vértebras contribui para a postura “curvada” do idoso. O envelhecimento repercute, fundamentalmente, na mobilidade das articulações. Outro efeito observado é a diminuição da estatura (aproximadamente 5 centímetros no homem e 3 centímetros na mulher). A perda progressiva da massa muscular , assim como o endurecimento e rigidez dos tendões, resulta na diminuição da força, do tônus e da velocidade de contração, pelo que os movimentos ficam mais lentos e a capacidade de reação diminui. A marcha modifica-se devido a um aumento da base de sustentação e diminuição do movimento dos braços ao longo do corpo. (RUIPÉREZ, 1998, p. 57).

Osteoporose “Osteoporose é a perda de massa óssea com a conseqüente redução da resistência do tecido ósseo, que resulta no aumento da incidência de fraturas, que podem resultar de acidentes e movimentos normais”. (SAÚDE NA INTERNET, 2008). Existem dois tipos de osteoporose, que são: primária e secundária. A primária se subdivide em: tipo I – que é responsável por fraturas no corpo das vértebras por achatamento e fraturas nos antebraços; tipo II – pode causar fraturas do corpo vertebral e membros inferiores. A secundária está relacionada a doenças endócrinas. Podem-se detectar em um idoso os dois tipos de osteoporose ao mesmo tempo. (SAÚDE NA INTERNET, 2008). Algumas medidas que devem ser consideradas para prevenção no manejo da osteoporose: Evitar quedas, retirando tapetes soltos, eliminar ao máximo de degraus, acrescentarem apoios nos vasos sanitários e chuveiros, aumentar a ingestão de cálcio na


23 alimentação, complementação de vitamina D, realizar caminhada diária e exercícios com resistência. (SAÚDE NA INTERNET, 2008).

Osteoartrose

A osteoartrose é uma doença articular degenerativa, caracterizada por mecanismos de degradação conduzidos por células e por processos de reparação da cartilagem. Entende-se por cartilagem articular, um tipo especial de tecido que reveste a extremidade de dois ossos justapostos (unidos) que possuem algum grau de movimentação entre eles. As articulações mais atingidas pela osteoartrose são: coluna vertical e lombar, joelhos, quadris, ombros, punhos, mãos e pés. (OSTEOARTROSE, 2008) A osteoartrose se divide em dois grupos: primárias – a qual o indivíduo apresenta um patrimônio genético, onde a patologia de desenvolve independente de fatores externos. Secundárias – que ocorre em virtude de algum fator agressivo ocorrido em determinado período de sua vida, passam a apresentar a patologia. As principais pessoas que fazem parte deste grupo são: indivíduos obesos, os que sofreram alguma alteração hormonal, os que executam esportes de desaceleração, entre outros. (OSTEOARTROSE, 2008).

Parkinson

É uma doença neurológica, que afeta as oscilações do ser humano causando: tremores, lentidão nos movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio além de alterações na fala e na escrita. Não é fatal, nem contagiosa, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do indivíduo. Mesmo com os avanços científicos não há evidências de que seja hereditária, é incurável, progressiva (variando de paciente para paciente) e sua causa permanece uma incógnita. A Doença de Parkinson carece à decomposição das células situadas no cérebro chamada substância negra, essas células produzem uma substância chamada dopamina, que conduz as correntes nervosas ao corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos do doente. AVC – Acidente Vascular Cerebral


24 É uma doença caracterizada pelo início de uma redução da função neurológica que persiste por pelo menos 24 horas, cogitando o envolvimento focal do sistema nervoso central como resultado de um distúrbio na circulação cerebral; Múltiplos são os fatores de risco descritos e estão comprovados na origem do acidente vascular cerebral, entre eles estão: a hipertensão arterial, doença cardíaca, diabete, tabagismo, uso de pílulas anticoncepcionais, álcool, ou outras doenças que acarretem aumento no estado de coagulação do sangue do indivíduo. (RUIPÉREZ, 1998, p. 213). Lombalgia – Dor nas Costas

A dor nas costas é uma queixa muito freqüente entre os idosos e além de causar desconforto pode levar a dificuldade de movimentos, causando a imobilidade. Possui várias enfermidades e problemas clínicos, incluindo alguns que podem se localizar distantes das costas. Não é raro o motivo ser considerada desconhecida apesar de ampla avaliação médica. A dor nas costas geralmente vem acompanhada de outros sintomas que podem esclarecer sua origem. Quando a causa é diagnosticada, as explicações mais comuns são: stress – submergindo os músculos das costas, inclusive tensão, distensão e sobrecarga dos músculos; doenças – envolvendo os ossos da coluna, incluindo fraturas; artrites degenerativas e inflamatórias; tumor na medula espinhal; infecções – no disco, em torno do disco, pulmões e abdome; cálculos renais ou infecções urinárias. (LEITE, 2008).

2.2

DESIGN

O termo design tem aparecido constantemente no cotidiano dos seres, representando parte de um novo vocabulário. O design vem projetando soluções para problemas, orientado por uma intenção ou objetivo, agrega valor identificado pelo mercado que é transformado em atributo físico ao produto. O design busca descobrir e estabelecer relações desde estruturais até econômicas. A palavra “design” se origina do latim. O verbo “designare” é traduzido literalmente como determinar, mas significa mais ou menos: demonstrar de cima. O que é determinado está fixo. Design transforma o vago em determinado por meio da diferenciação progressiva. Design (designatio) é compreendido de forma geral e


25 abstrata. Determinação por meio da apresentação. A ciência do design corresponde à ciência da determinação. (BÜRDEK, 1994).

A vida da maioria das pessoas não é mais imaginável sem o Design, ele nos segue o dia inteiro: em casa, no trabalho, no lazer, na educação, na saúde, no transporte de pessoas e bens, no esporte, no ambiente público, tudo é configurado de forma consciente ou inconsciente. Design é também a profissão que projeta os artefatos. Existem diversas especializações, de acordo com o tipo de coisa a projetar. Atualmente, as mais comuns são o design de produto, design gráfico, design de moda e o design de interiores, ou seja, o design pode ser próximo da pele (como na moda) ou bem afastado (como no caso do uso espacial). É através do design que nos comunicamos com outras pessoas. “Design é comunicação, espera ser lido, compreendido. É com olhar em sua e nossa compreensão que se dá uma comunicação da comunicação, onde nenhuma existe, especialmente entre os dois lados de uma interface”. (BAECKER, 2002). “Design que diferentemente da arte precisa de fundamentação prática, acha-se principalmente em quatro afirmações: como ser social, funcional, significativo e objetivo”. (ERLHOFF, 2002). O design é uma atividade que agrega conceitos de criatividade, inovação, técnica, fantasia; ou seja, lidar com design significa sempre refletir as condições sob as quais ele foi estabelecido e visualizá-las em seus produtos. O design se dedica à pesquisa, a formulação de metodologias, investiga maneiras de projetar, é a ferramenta com a qual se pode contar para a melhoria do padrão da qualidade dos objetos em geral. É no design que todas as qualidades desejadas são planejadas, concebidas, especificadas e determinadas para o objeto, amarradas a sua natureza tecnológica e aos demais processos que fazem. (BAECKER, 2002). Segundo Forty, (2007) o design está longe de ser uma atividade artística, imparcial e inofensiva, provoca efeitos muito mais duradouros do que os produtos temporários da mídia, pois pode dar formatos tangíveis e permanentes as idéias sobre quem somos e como devemos nos comportar. Design refere-se à elaboração de instruções para a fabricação de bens manufaturados.


26 2.2.1

Design de produto

O Design de produto trabalha com a produção de objetos e produtos tridimensionais para usufruto humano. Um designer de produto lidará essencialmente com o projeto e produção de bens de consumo ligados à vida cotidiana (como mobiliário doméstico e urbano, eletrodomésticos, automóveis, etc.) Assim com a produção de bens de capital, como máquinas e motores. O design deve tornar visível a função do produto, seu manejo, para ensejar uma clara leitura ao usuário. O desenho industrial é um processo de criação, invenção e definição separado dos meios de produção. Ele envolve uma síntese final de fatores contributivos e muitas vezes conflitantes numa concepção de forma tridimensional e na sua realidade material passível de reprodução múltipla por meios mecânicos. (HESKETT, 1998, p.10).

Segundo Forty (2007) o design é uma atividade inalterável que finge ou altera o modo do que se pensa ser real, vai à direção oposta de muitos lugares-comuns sobre o design, acredita que a aparência de um produto deve ser a expressão direta de sua finalidade “a forma segue a função”. Produtos não são apenas coisas que podem ser produzidas seja de um ponto de vista técnico, funcional ou comercial, o que possibilita uma acessibilidade cada vez maior, mas também integrado a vida cotidiana, impregnados do espírito da época formador de estilos, enfim, produtos de uma época. Está submetido a relações de tensão entre a racionalidade o irracionalismo, à influência de uma lógica estrita e necessidades psíquicas. (FUCHS, 1988, p. 6)

“Design compreende a concretização de uma idéia, em forma de projetos ou modelos, mediante a construção e configuração resultando em um produto industrial passível de produção em série”. (LÖBACH, 2001, p. 16). O design de produto ainda é um processo de adaptação, dos produtos de uso, fabricados industrialmente, às necessidades físicas e psíquicas dos usuários ou grupos de usuários. O ambiente o qual vivem os seres humanos é resultado de múltiplos fatores, que foram estabelecidos por meios de processos de planejamento, configuração e produção independentes uns dos outros. Por isso, sentiu-se a necessidade de compreender que no futuro, as ações individuais deverão ser sintonizadas umas as outras, dando grande importância ao que esse projeto pode gerar a sociedade, se o processo de planejamento é sensato, considerando não apenas as vantagens econômicas como também possíveis efeitos sobre a comunidade.


27 2.2.2

Design mobiliário

A história do mobiliário inicia-se desde o momento em que o homem passa a possuir uma habitação fixa. Ao longo do tempo o mobiliário foi evoluindo conforme as necessidades humanas, a capacidade técnica e sua sensibilidade estética. Sua caracterização varia muito dependendo da região, época. Mobiliário é um conjunto de móveis, objetos e equipamentos que suportam o corpo humano. Estes mobiliários podem tanto fornecer aos seus usuários utilidades que facilitam as atividades cotidianas, como ter função simbólica ou religiosa. É no design mobiliário que a arquitetura e design de produtos se entrelaçam. Há ênfase em detalhes e materiais. As funções do móvel dependem do ambiente onde ele será colocado (residência, escritório, escola, meio urbano etc.) Para fazer um projeto é preciso pensar nas funções do objeto naquele ambiente e qual é o usuário. No limiar entre a mera resposta funcional, a expressão plástica e a ergonomia, o mobiliário exerce papel documental para a interpretação da história das mentalidades, no espaço e no tempo. (BARAÇAL, 1993). O design de móveis é, para Useche (2007), um processo que resulta da criação de sistemas construtivos. Com abordagem criativa similar à da arquitetura, equilíbrio e desafio aos alcances estruturais do material, notadamente a madeira e o aço, são critérios recorrentes em seu repertório, em muito caracterizado por perfis esbeltos, encaixes sistematizados e repetição ordenada de elementos. Segundo Forty (2007), o design mobiliário do século XIX ajudava a apontar as grandes diferenças sociais e estilos de época. Estas diferenças estão apontadas nos catálogos da Heal’s 1896 conforme figuras 1 e 2, que ilustra o quarto de uma empregada mobiliado por apenas 4 libras não deixando dúvida de sua distinção, pela simplicidade no design. Deixando bem claro que à criada não poderia de maneira alguma se comparar com sua patroa.

Figura 1 – Quarto de empregada

Figura 2 – Quarto da patroa

Fonte: Forty (2007, p.116)

Fonte: Forty (2007, p.117)


28 O design foi de grande importância para o desenvolvimento do capitalismo nas indústrias de bem de consumo, fornecendo variedades que permitiam que seus fabricantes aumentassem constantemente suas vendas e lucros, garantindo a prosperidade dos designers. (FORTY, 2007, p. 124). Segundo a Abimóvel (2008), a região sul do Brasil apresenta o maior pólo e mais moderno do país, responsável por metade das exportações dos móveis brasileiros. A indústria moveleira encontra-se espalhada por todo país, sendo que 90% da produção nacional e 70% da mão-de-obra encontram-se na região centro-sul. O padrão tecnológico da indústria moveleira é muito variado dependendo do porte da empresa e do pólo.

2.3

ERGONOMIA

A ergonomia tem sua data “oficial” de nascimento: 12 de julho de 1949, que foram formados dos termos gregos ergo que significa trabalho e nomos, que significa regras, leis naturais gerando então o neologismo ergonomia. Esse termo foi adotado nos principais países europeus, onde se fundou a Associação Internacional de Ergonomia. O período de sua gestação foi muito longo, começando provavelmente com o homem pré-histórico, tentando escolher a melhor pedra que se adaptasse ao seu manuseio, para utilizá-la como arma. (IIDA, 2000, p.2). Com o surgimento da revolução industrial, começou-se a realizar estudos mais sistemáticos, surgiram pesquisas na área de fisiologia, psicologia, problemas de treinamento, coordenação muscular; agregando novos conhecimentos ao estudo do trabalho. Foi então necessário à junção de esforços entre a tecnologia e as ciências humanas para resolução de problemas mais complexos, com a Segunda Guerra Mundial utilizou-se muito da ergonomia para a resolução de problemas com equipamentos militares, esses resultados foram tão significantes que passaram a ser aproveitados pela indústria no pós-guerra, desde então a Europa e Estados Unidos passam a ter grande interesse no novo ramo de conhecimento. (IIDA, 2000, p.3). Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem, ou seja, ela parte do conhecimento do homem para fazer o projeto do trabalho, ajustando-o às capacidades e limitações humanas. É uma ciência multidisciplinar que, através de conhecimentos científicos


29 de diversas áreas do conhecimento, como, por exemplo, na organização do trabalho, da medicina, da fisiologia e psicologia do trabalho, da psicologia cognitiva da antropologia e antropometria, da engenharia, arquitetura, do design, de tecnologias diversas, além de normas, etc. (GOMES FILHO, 2003, p. 17). “Ergonomia é o estudo de relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”. (IIDA, 2000, p.1). O principal fundamento da ergonomia é o fator humano, é através dos estudos de suas características anatômicas, fisiológicas e psicológicas que a ergonomia contribui para a melhoria da qualidade de vida. A ergonomia estuda diversos aspectos de comportamento do homem no ambiente e também outros aspectos importantes na projeção de sistemas de trabalho, neste caso será analisado o homem e o ambiente. (IIDA, 2000, p.1). “O homem – características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais; influência do sexo, idade, motivação. O ambiente – características do ambiente físico, segurança, bem estar, estudo dos acidentes”. (IIDA, 2000, p.1,2). A ergonomia também se preocupa com o ser humano como pessoa, considerando as diferenças individuais, seu potencial e limitações para que não seja exigido ao longo de sua existência além de sua capacidade. A ergonomia deve ser aplicada desde as etapas iniciais do projeto, sempre incluindo o ser humano como um de seus componentes. Assim essas características do ser humano devem ser consideradas conjuntamente com as características ou restrições das partes mecânicas ou ambientais, para se ajustarem mutuamente uns aos outros. (IIDA, 2000, p. 9). A ergonomia pode ser classificada em: Ergonomia de concepção, ergonomia de correção e ergonomia de conscientização. Ergonomia de concepção: Ocorre quando a contribuição ergonômica se faz do início do projeto, onde as alternativas poderão ser amplamente examinadas, exigindo, porém um maior conhecimento e experiência, pois é em cima de situações hipotéticas que se tomam as decisões. Para uma melhoria destas decisões buscam-se informações em situações semelhantes já existentes ou construindo-se modelos tridimensionais. (IIDA, 2000, p.7). Ergonomia de correção: É aplicada em situações reais já existentes, para resolver problemas que refletem na segurança, fadiga excessiva, doenças do trabalhador ou na qualidade e quantidade da produção. Muitas vezes a solução exige custo elevado, o que pode ser suprido por algumas melhorias como mudança de postura, aumento da iluminação,


30 colocação de dispositivos de segurança, já com relação à redução de carga mental ou ruídos, torna-se difícil. (IIDA, 2000, p.8). Ergonomia de conscientização: Este sistema está em constante transformação, quando nem na ergonomia de concepção ou ergonomia de correção foram alcançados, ou até mesmo porque poderão surgir novos problemas a qualquer tempo. Por isso o operador deve conscientizar-se através de cursos de treinamentos e freqüentes reciclagens ensinando-o a trabalhar de forma segura, reconhecendo os fatores de riscos que podem surgir, sabendo exatamente qual providência a ser tomada. (IIDA, 2000, p.8). A ergonomia tem contribuído cada vez mais na melhoria da vida cotidiana, tornando meios de transportes mais cômodos e seguros, a mobília doméstica mais confortável e os aparelhos eletrodomésticos mais eficientes e seguros. Existe um ramo da ergonomia que cuida dos produtos de consumo, realizando testes, ligados a órgãos de defesa dos consumidores, que avalia o desempenho de cada produto e divulga os resultados para a população. Contudo, a contribuição da ergonomia não se restringe somente a produtos industriais, como também na melhoria de residências, circulação de pedestres em locais públicos, ajudar pessoas com deficiências físicas e assim por diante.

2.3.1

NR 9050

Para os efeitos da norma NR 9050 (2004), aplicam-se as seguintes definições que interessam ao projeto: Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, mobiliário, espaço, equipamento urbano e elementos. Acessível: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação. Adaptável: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características podem ser alteradas para que se torne acessível.


31 Adaptado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características originais foram alteradas posteriormente para serem acessíveis. Adequado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características foram originalmente planejadas para serem acessíveis. Altura: Distância vertical entre dois pontos. Área de aproximação: Espaço sem obstáculos para que as pessoas com cadeira de rodas possam: manobrar, deslocar-se, aproximar-se e utilizar o mobiliário ou o elemento com autonomia e segurança. Área de transferência: Espaço necessário para que uma pessoa utilizando cadeira de rodas possa se posicionar próxima ao mobiliário para o qual necessita transferir-se. Deficiência: Redução, limitação ou inexistência das condições de percepção das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos, em caráter temporário ou permanente. Desenho universal: Aquele que visa atender à maior gama de variações possíveis das características antropométricas e sensoriais da população. Elemento: Qualquer dispositivo de comando, acionamento, comutação ou comunicação. Exemplo: telefones, interruptores, torneiras, registros, válvulas, painéis de comando, entre outros. Espaço acessível: Espaço que pode ser percebido e utilizado em sua totalidade por todas as pessoas, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. Pessoa com mobilidade reduzida: Aquela que, temporária ou permanentemente, tem limitada a capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-se por pessoa com mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante entre outros. Tecnologia assistiva: Conjunto de técnicas, aparelhos, instrumentos, produtos e procedimentos que visam auxiliar a mobilidade, percepção e utilização do meio ambiente e dos elementos por pessoas com deficiência.


32 2.3.2

Parâmetros antropométricos

Para a determinação das dimensões referenciais do projeto, segundo a NR 9050 consideraram-se medidas entre 5% e 95% da população brasileira, ou seja, os extremos correspondentes a mulheres de baixa estatura e homens de estatura elevada. NOTA: As dimensões indicadas nas figuras são expressas em metros exceto quando houver outra indicação. Pessoas em pé conforme figura 3:

Figura 3 – Dimensões referenciais para deslocamento de pessoas em pé. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 5).

Pessoas em cadeira de rodas: Cadeiras de roda com acionamento manual pesam entre 12 kg a 20 kg e as motorizadas até 60 kg. A figura 4 mostra suas medidas.

Figura 4 – Cadeira de rodas Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 6).


33

Módulo de referência (M.R.) Considera-se o módulo de referência à projeção de 0,80 m por 1,20 m no piso, ocupada por uma pessoa utilizando cadeira de rodas, conforme figura 5.

Figura 5 – Dimensões do módulo de referência Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 6).

Alcance Manual As figuras 6, 7, 8, representam as dimensões máximas, mínimas e confortáveis para alcance manual frontal.

Figura 6 – Alcance manual frontal – pessoa em pé Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 9).

Figura 7 – Alcance manual frontal pessoa sentada Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 10).


34

Figura 8 – Alcance manual frontal com superfície de trabalho – pessoas em cadeira de rodas Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 10).

Dimensões referenciais para alcance lateral de pessoas em cadeira de rodas A figura 9 apresenta a aplicação das relações entre altura e profundidade para alcance manual lateral para pessoas em cadeira de rodas.


35

Figura 9 – Alcance manual lateral – relação entre altura e profundidade – pessoa em cadeira de rodas. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 11).

Empunhadura Objetos tais como corrimãos e barras de apoio, entre outros, devem ter seção circular com diâmetro entre 3 cm e 4,5 cm e devem estar afastados no mínimo 4 cm da parede ou outro obstáculo. Quando o objeto for embutido em nichos deve-se prever também uma distância livre mínima de 15 cm, conforme figura 10. São admitidos outros formatos de seção, desde que sua parte superior atenda as condições desta subseção.

Figura 10 – Empunhadura Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 12).

Controles (dispositivos de comando ou acionamento) Os controles, botões, teclas e similares devem ser acionados através de pressão ou alavanca. Recomenda-se que pelo menos uma de suas dimensões seja igual ou superior a 2,5 cm, conforme figura 11.


36

Figura 11 – Controles – vista lateral Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 13).

Altura para comandos e controles A figura 12 mostra as alturas recomendadas para o posicionamento de diferentes tipos de comandos e controles.

Figura 12 – Comandos e controles Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 13).

Hospedagem – Condições específicas Os dormitórios devem ser acessíveis, não devem estar isolados, devem estar localizados em rotas acessíveis. As dimensões dos mobiliários do dormitório devem atender as condições de alcance manual e ser dispostos de forma a não obstruírem uma faixa livre mínima de circulação interna de 90 cm de largura prevendo áreas de manobras para o acesso ao sanitário, cama e armário. Deve haver pelo menos uma área com diâmetro de no mínimo 150 cm que possibilite um giro de 360°conforme a figura 11.


37

Figura 13 – Circulação mínima em dormitórios Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 9050, (2004, p. 84).

2.3.3

Desenho universal

Segundo Cambiaghi (2007), o Desenho Universal é o emprego de produtos e soluções desenvolvidas para o maior número de indivíduos possíveis, incluindo crianças, idosos e pessoas com restrições temporárias ou permanentes; facilitando o uso, acesso, segurança e conforto. É necessário possuir pleno conhecimento das necessidades humanas, bem como de suas dificuldades para que as soluções de projeto sejam eficientes. A meta é atingir um desenho de qualidade que facilite o entendimento sobre o uso, a segurança e conforto; aplicando os benefícios da ergonomia para transformar positivamente as condições de trabalho para estas pessoas com restrições ou não, tanto de nível organizacional quanto ambiental. É no ambiente físico, mobiliário e equipamentos – que os conhecimentos do desenho universal são fundamentais. Vejamos a seguir algumas restrições que estas pessoas podem apresentar: Restrições sensoriais: dificuldades na percepção das informações do meio ambiente (auditivo, visual, paladar/olfato, háptico e orientação); Restrições cognitivas: dificuldades no tratamento das informações recebidas ou na sua comunicação através de produção lingüística devido a limitações no sistema cognitivo; Restrições físico-motoras: impedimento, ou dificuldades encontradas em relação ao desenvolvimento de atividades que dependam de força física, coordenação motora, precisão ou mobilidade. Restrições múltiplas: associação de mais de um tipo de restrição de natureza diversa. Qualquer indivíduo pode apresentar restrições no desempenho de uma atividade. (CAMBIAGHI, 2007, p.57).


38 O desenho Universal apresenta sete princípios básicos e suas diretrizes podem ser aplicadas para avaliar o projeto. São eles: 1. Uso eqüitativo: O desenho é utilizável com pessoas diversas; Norma 1a: prover os mesmos significados de uso para todos os usuários: idêntico quando possível, equivalente quando não possível. Exemplo: portas com sensores se abrem sem exigir força física ou alcance das mãos de usuários de alturas variadas. Norma 1b: Impedir segregação ou estigmatização dos usuários. Exemplo: rampa adjacente a uma escada impede a segregação de pessoas com restrições de mobilidade. Norma 1c: Prover privacidade, segurança e proteção de forma igual a todos os usuários. Exemplo: barras de apoio no sanitário permitem que a pessoa faça a transferência da cadeira de rodas para o vazo sanitário de forma segura. Norma 1d: Tornar o desenho atraente para todos os usuários. Exemplo: cores que estimulam os sentidos fazem com que o ambiente se torne mais agradável. (CAMBIAGHI, 2007, p.74). 2. Uso flexível: O desenho atende uma ampla faixa de preferências e habilidades; Norma 2a: Prover escolhas na forma de utilização. Exemplo: computador com teclado e mouse possibilita a escolha na entrada dos dados. Norma 2b: Acomodar acesso e utilização para destros e canhotos. Exemplo: guarda-corpos e guias em ambos os lados de um caminho provêem proteção e estabilidade em ambas as direções para canhotos e destros. Norma 2c: Facilitar a precisão e acuidade do usuário. Exemplo: a marcação arquitetônica da entrada de um prédio facilita ao visitante seu reconhecimento já do estacionamento. Norma 2d: Prover adaptabilidade para a velocidade do usuário. Exemplo: escadas rolantes devem dispor de um patamar no início e término da escada, para que haja um tempo de adaptação à mudança de velocidade no deslocamento do usuário. (CAMBIAGHI, 2007, p.75). 3. Uso simples e intuitivo: o desenho é fácil de ser compreendido e independe da experiência,

conhecimento,

habilidades

de

linguagem,

ou

nível

de

concentração do usuário; Norma 3a: Eliminar a complexidade desnecessária. Exemplo: utilizar simbologia internacional e de fácil identificação para garantir informação, como a localização de sanitários;


39 Norma 3b: Ser coerente com as expectativas e intenções do usuário. Exemplo: localizar os mapas e placas informativas próximas às circulações verticais, para o usuário ter acesso à informação ao chegar ao pavimento; Norma 3c: Acomodar uma faixa larga de habilidades de linguagem e capacidades de ler e escrever. Exemplo: informações adaptadas aos deficientes visuais, como mapas táteis, orientam a todos; Norma 3d: Organizar as informações de forma compatível com sua importância. Exemplo: hierarquizar as informações, através da utilização de placas maiores e menores, priorizando a informação essencial; Norma 3e: Providenciar respostas efetivas e sem demora durante e após o término de uma tarefa. Exemplo: o elevador deve emitir sinal sonoro e luminoso ao abrir e fechar, permitindo seu uso com segurança as pessoas com restrições sensoriais. (CAMBIAGHI, 2007, p.75). 4. Informação de fácil percepção: O desenho comunica a informação necessária, para o usuário independente de suas habilidades ou das condições do ambiente; Norma 4a: Usar diferentes maneiras (pictórico, verbal, táctil) para a apresentação redundante de uma informação essencial. Exemplo: mapas em alto relevo permitem que as pessoas com restrições visuais indiquem o ambiente em que se encontram; Norma 4b: Maximizar a legibilidade da informação essencial. Exemplo: Toda informação deve chamar a atenção do usuário, através do contraste entre fundo e figura e com o entorno. Norma 4c: Diferenciar elementos de forma a poderem ser descritos. Exemplo: Grandes edifícios devem criar referenciais, como a presença de água, que além de estimular os sentidos facilita a orientação das pessoas com restrições sensoriais e cognitivas. Norma 4d: Prever compatibilidade com uma variedade de técnicas ou procedimentos usados por pessoas com limitações sensoriais. Exemplo: Através da utilização do piso guia a pessoa com restrição visual direciona-se ao longo de um percurso; (CAMBIAGHI, 2007, p.76). 5. Tolerância ao erro: o desenho minimiza riscos e conseqüências adversas de ações acidentais ou não intencionais; Norma 5a: organizar os elementos para minimizar riscos e erros: os elementos mais usados mais acessíveis; elementos de riscos ou perigosos eliminados, isolados ou protegidos. Exemplo: elevadores com acesso ao público devem estar em locais de destaque; elevadores de serviço devem estar mais reservados;


40 Norma 5b: Providenciar avisos de riscos e de erro. Exemplo: Garantir que o tráfego de ciclistas seja seguro, dispondo de sinaleiras específicas em ciclovias que cruzam vias de trânsito intenso de veículos; Norma 5c: Providenciar características de segurança na falha humana. Exemplo: Elevadores com sensores impedem seu fechamento durante a passagem de uma pessoa. Norma 5d: Desencorajar ações inconscientes em tarefas que exijam vigilância. Exemplo: sinaleiras sonoras e luminosas nos passeios providenciam aviso aos pedestres sobre a constante entrada e saída de veículos das garagens; (CAMBIAGHI, 2007, p.77). 6.

Baixo

esforço

físico:

o

desenho

pode

ser

usado

eficientemente,

confortavelmente e com mínimo de fadiga; Norma 6a: Permitir ao usuário manter uma posição corporal neutra. Exemplo: disponibilizar balcões em duas alturas, permitindo a aproximação de pessoas em cadeiras de rodas e crianças; Norma 6b: Usar forças moderadas na operação: Exemplo: torneiras acionadas por pressão não requerem grande esforço físico; Norma 6c: Minimizar ações repetitivas. Exemplo: A maçaneta de porta do tipo alavanca evita o movimento repetitivo de girar a mão; Norma 6d: Minimizar a sustentação de um esforço físico. Exemplo: Rampas rolantes permitem o movimento do usuário sem esforço; (CAMBIAGHI, 2007, p.77). 7.

Dimensão e espaço para aproximação e uso: prover dimensão e espaços

apropriados para o acesso, o alcance, a manipulação e o uso independente do tamanho do corpo, da postura ou mobilidade do usuário. Norma 7a: Colocar os elementos importantes no campo visual de qualquer usuário, sentado ou em pé. Exemplo: Uma abertura de vidro lateral na porta assegura a visibilidade para pessoas de qualquer estatura; Norma 7b: Fazer com que o alcance de todos os componentes seja confortável para qualquer usuário, sentado ou em pé. Exemplo: Barras de apoio dispostas ou horizontal e diagonalmente facilitam o uso de sanitário por pessoas de habilidades variadas; Norma 7c: Acomodar variações da dimensão da mão ou da empunhadura. Exemplo: Portas com maçanetas em alça acomodam empunhaduras variadas. Norma 7d: Prover espaços adequados para o uso de dispositivos assistivos ou assistência pessoal. Exemplo: Dispositivos de segurança utilizados em metrôs, livrarias, etc. Devem comportar a passagem de uma cadeira de rodas. (CAMBIAGHI, 2007, p.78).


41 Desenho Universal significa para o usuário a garantia de que ele pode desfrutar dos ambientes sem receber um tratamento discriminatório por causa de suas características pessoais. Na maioria das vezes, a atitude das pessoas ante um espaço que não se adapta às suas capacidades tende a ser passiva e resignada. (CAMBIAGHI, 2007, p.79).

Segundo Cambiaghi (2007), Desenho Universal significa reduzir o tempo de elaboração do projeto, aumentar as probabilidades de êxito do produto, na medida em que este considera importantes as necessidades e capacidades dos usuários em potencial.

2.3.4

Ergonomia de produtos

“A ergonomia objetiva sempre a melhor adequação ou adaptação possível do objeto aos seres. Sobretudo no que diz respeito à segurança, ao conforto e a eficácia de uso ou de operacionalidade dos objetos, em geral nas tarefas e atividades humanas”. (GOMES FILHO, 2003, p. 17). Pode-se inferir que ergonomia de produto, nasceu informalmente quando o homem construiu seus primeiros objetos para sobrevivência como: armas, utensílios, moradias, ferramentas, vestimentas, veículos, etc. Utilizando apenas de sua intuição e bom senso, o que ao longo do tempo veio se aprimorando cada vez mais. (GOMES FILHO, 2003, p. 17). Para a materialização de um produto final, necessita-se de diversas qualidades desejadas, abrangendo desde a fase de desenvolvimento do projeto até sua confecção. A segurança: utilidade segura e confiável dos objetos com relação às suas características funcionais, operacionais, perceptíveis, de montagem, de fixação, sustentação, e outras, fundamentalmente, contra riscos e acidentes eventuais que possam envolver o usuário ou grupo de usuários. A relação ergonômica deste fator diz respeito à proteção que o usuário deverá ter das características da configuração formal dos objetos e seus dispositivos mecânicos, eletroeletrônicos, pneumáticos, hidráulicos, térmicos, sonoros, informacionais e assim por diante, bem como dos aspectos de projetos mal resolvidos que induzem ao erro humano com relação aos objetos. (GOMES FILHO, 2003, p. 29).


42 O fator de segurança sempre depende do tipo e da natureza do objeto. Em alguns produtos a segurança é uma condição crucial; em outros, apenas relativa e, em outros ainda, até inexistente. Desse modo podese pensar o fator segurança em termos de maior ou menor qualidade em relação a sua importância. (GOMES FILHO, 2003, p. 29). O conforto: é a condição de conforto e bem-estar. Também considerada pelos usuários segurança nos níveis físico e sensorial. Os problemas ergonômicos deste fator relacionam-se às condições ou situações de uso do objeto, principalmente com relação às tarefas que possam provocar diversos tipos de fadiga, doenças e constrangimentos no organismo humano. Também está atrelado ao fator segurança e as condições subjetivas, que tem a ver, sobretudo, com as condições físicas, psicológicas, experiência de vida e idiossincrasias do usuário do objeto. (GOMES FILHO, 2003, p. 29). Envoltórios de alcances físicos: entende-se pelo volume espacial que deve estar ao alcance do usuário os instrumentos de ação, eficazes ao funcionamento do produto, agregado ao conceito de conforto, evitando que os usuários executem movimentos que necessitem de energia ou esforços exaustivos. A ergonomia está ligada às dificuldades de alcance em termos de operacionalidade de elementos, como instrumentos de controle de comando, de ajustes, etc. do tipo alavanca, botões, pedais e outros dispositivos, encaradas pelo usuário fora do seu envoltório de conforto, insinuando com isto, além do seu desconforto natural, ocasionais problemas referentes à segurança do uso do produto. (GOMES FILHO, 2003, p. 31). Postura: Disposição das seqüências corporais no espaço. A atividade postural se anuncia na imobilização de partes do esqueleto em atitudes determinadas, solidárias umas as outras e que entregam ao corpo uma maneira de conjunto. (GOMES FILHO, 2003, p. 32). A postura submete-se as características anatômicas e fisiológicas do corpo humano, ligando-se as limitações do equilíbrio e obedecendo as leis da física e da biomecânica. De outra parte, mantém um estreito relacionamento com a atividade do indivíduo; uma mesma pessoa adotará posturas diferentes, praticando ações diferentes. As posturas assumidas podem ser as mais variadas: do corpo em pé, reclinado, inclinado, recostado, sentado, deitado e em outras situações mais específicas, como em outros tipos de posicionamento e de utilização de outras partes do corpo: da cabeça, das mãos e dos dedos, da boca dependendo sempre do tipo de relação ou envolvimento com o objetivo de uso. (GOMES FILHO, 2003, p. 32).

Segundo Gomes Filho (2003), Os problemas de ergonomia relacionados à postura dizem respeito ao conforto, a segurança e a facilidade de acomodação e operacionalidade de determinados objetos, sobretudo nas tarefas realizadas no seu dia-a-dia: descanso, lazer, aspecto lúdico ou de trabalho, levando-se em consideração eventuais interfaces de uso com outros objetos.


43 Más posturas geram a médio ou longo prazo problemas de fadiga muscular com numerosos efeitos danosos e constrangimentos físicos, como sobrecarga imposta ao aparelho circulatório, afecções nas articulações, deformação na coluna vertebral, hérnias de disco, tendinites, tenossinovites, entre outros, associados ás condições de uso quanto as suas exigências, precisão de movimentos, exigências visuais, força a ser exercida e outras. Evidentemente, estão associadas à condição de postura do indivíduo outras características que se referem, por exemplo, ao seu sexo, biotipo, hábitos sociais e suas demais idiossincrasias. (GOMES FILHO, 2003, p. 32).

Aplicação de força: É a energia física ou esforço necessário para fazer alguma coisa. As forças humanas são as resultadas de contrações musculares. Algumas forças dependem apenas de alguns músculos, enquanto outras exigem uma contração coordenada de diversos músculos, principalmente, se envolverem combinações complexas de movimentos como tração e rotação simultânea. Esse fator é interessante do ponto de vista de movimentos e esforços físicos despendidas pelo usuário em relação às ações de manejo e controle de determinados objetos. Nesse caso, as atividades motoras envolvem o uso de critérios e métodos adequados que o projeto do objeto deve prever, principalmente relacionando o esforço físico aos parâmetros de velocidade e grau de precisão da ação realizada. (GOMES FILHO, 2003, p. 32,33).

A ergonomia está relacionada neste requisito com respeito ao projeto impróprio de peças e elementos de manejo que exijam esforços físicos, incombináveis com a capacidade física do usuário. Naturalmente esse fator se condiciona também as características de biotipo, sexo e idade do usuário.

2.3.5

Antropometria

Antropometria é a ciência que trata especificamente das medidas do corpo humano para determinar diferenças em indivíduos e grupos. Pode parecer fácil medir as pessoas, mas não é assim tão simples quando se deseja obter medidas confiáveis de uma população que contém indivíduos do mais variados tipos. Também porque as condições que estas medidas são realizadas (com ou sem roupa, calçado; ereto ou na postura relaxada) podem influenciar consideravelmente nos resultados. Não se podem descartar também as dificuldades e complicadores como: a dimensão corporal, que varia com a idade, sexo, raça; a variação na estatura; fatores sócio-econômicos. (IIDA, 2000, p.101). A partir de 1940 que a necessidade de dados antropométricos começou a se desenvolver e aumentar, sendo cada vez mais detalhados e confiáveis. Naturalmente a


44 Segunda Guerra Mundial trouxe grande impulso às pesquisas, e é no setor industrial-militar que nasce grande parte das pesquisas. Foi a partir daí que se sentiu a necessidade de aplicar o uso da antropometria nos projetos de design e arquitetura. (IIDA, 2000, p.101). Segundo Sheldon (1940), a população se divide em três tipos básicos, cada um com certas características dominantes, são eles: Endomorfo – apresenta formas arredondadas e macias, pessoas com grande depósito de gorduras, abdome grande, braços e pernas curtos e flácidos, ombros e cabeça arredondados, ossos pequenos e corpo com baixa densidade. Mesomorfo – musculoso de formas angulosas, cabeça cúbica e maciça, peitos largos e abdome pequeno, apresenta pouca gordura subcutânea. Ectomorfo – corpo e membros longos e finos, ombros largos caídos, pescoço fino e comprido, rosto magro, tórax e abdome estreitos e finos, queixo recuado e testa alta. (IIDA, 2000, p.102).

2.3.6

Biomecânica

Segundo Iida (2000), a biomecânica estuda as interações entre o homem e o ambiente, em questão os movimentos músculo-esqueletais envolvidos e suas conseqüências. Analisa posturas corporais e aplicações de forças. Muitos ambientes mal projetados podem provocar tensões musculares, dores e fadigas, que podem ser resolvidas simplesmente com aumento ou redução de altura no produto. Uma pessoa em repouso ou movimento assume três posturas básicas: deitada, sentada e de pé. Em cada uma dessas posições envolve esforços musculares para se manter na devida postura. Deitado – consome pouca energia, excelente para repouso e curar a fadiga; sentado – exige uma maior atividade muscular, consumindo mais energia, o assento deve ter regulagem freqüente de postura para retardar o aparecimento de fadiga. De pé – altamente fatigante, pois exige muito esforço muscular para se manter na posição. (IIDA, 2000, p.85).


45 2.4

MATERIAIS

Segundo Gomes Filho (2003) material é qualquer substância sólida, líquida ou gasosa. Conceitua-se material como todo e qualquer componente do objeto. Na escolha do material em um projeto leva-se em conta a adequação das características de uso, funcionais, operacionais, técnicas, tecnológicas, econômicas, perceptivas e estético-formais do objeto. A ergonomia auxilia na utilização correta dos materiais em termos de compatibilidade com as diversas exigências técnicas, tecnológicas e de uso, em termos de durabilidade, de limpeza, de proteção e de segurança em relação à proteção da saúde do usuário no que se refere, por exemplo, aos aspectos de inflamabilidade, toxidade e outros. O universo dos materiais existentes disponíveis à interferência humana é enorme e complexo sendo tratado de forma mais completa no âmbito da engenharia dos materiais no qual estão envolvidos, além da ciência dos materiais, aspectos relativos à química orgânica e inorgânica, a físico-química, a reologia, formas de processamento entre outros. (LIMA, 2006, p.3).

2.4.1

Metais

Os metais são utilizados pelo homem desde 5000 e 4000 antes cristo com destaque para o ouro e cobre que eram encontrados em quantidade abundante, era de fácil extração e transformação. Este período culminou com a descoberta do bronze, o que na época representou um avanço significativo. Este período ficou reconhecido como era do bronze e encerrou-se com o crescimento do Império Romano, onde se inicia a era do ferro. O ferro foi utilizado por diversos povos, foi uma matéria prima fundamental para humanidade, que veio evoluindo técnicas até resultar na obtenção do aço que teve uma supervalorização sendo a melhor opção em aspectos técnicos e econômicos. Outro metal que merece destaque é o alumínio, tão significativo quanto o aço e ferro para a indústria. (LIMA, 2006, p.37). Ferro O ferro é dedicado ao processo de fundição ou forjamento, como também ligado a outros elementos metálicos ou não. Devido à elevada dureza, é muito frágil, difícil de usinar e não temperável. Possui baixa ductibilidade, resistência a corrosão, ótima resistência à abrasão, baixa absorção de vibrações, baixa resistência a tração, ao impacto e a compressão. O ferro


46 maleável apresente uma excelente resistência mecânica, aplica-se para confecções de tubos, ferragens em geral, etc. (LIMA, 2006, p.41). Aço Inoxidável É a combinação do aço carbono com o cromo que lhe confere uma notável resistência à oxidação. O aço inoxidável pode ser encontrado em três famílias distintas: Martensíticos – aços magnéticos que atingem elevada dureza, por tratamentos térmicos com excelente resistência mecânica, adequados à indústria. Ferríticos – aços magnéticos conformados a frio, indicado para a fabricação de utensílios domésticos, produtos que serão submetidos em contato com ácido, etc. Austeníticos – aços magnéticos não endurecidos por tratamento térmicos, normalmente conformados a frio, apresenta boa resistência à corrosão. (LIMA, 2006, p.45).

Alumínio O alumínio é um material em destaque por apresentar versatilidade de aplicações e flexibilidade de processamentos e transformações por diversos segmentos industriais. Entretanto as vantagens deste material acabam se comprometendo devido à complexidade do processo e consumo de energia para sua obtenção. Os alumínios podem ser aplicados em: peças que requeiram leveza, proteção magnética, estruturas, utilidades domésticas, construção civil, entre outros. (LIMA, 2006, p.50). Processos mais comuns do alumínio Dependendo do formato em que a liga se encontra, podem-se empregar os seguintes processos: fundição (lingote), extrusão (tarugo), estampagem de corte e deformação (chapa), trefilação (fio), calandragem e a usinagem. O processo de união como soldas e rebitagem, bem como os processos de acabamento, pintura e anodização podem ser aplicados a qualquer formato. (LIMA, 2006, p.52).

2.4.2

Madeiras

Segundo Lima (2006), a madeira compõe o material mais remoto usado pelo homem, sendo explorada atualmente por sua facilidade de aquisição e flexibilidade que permite ser trabalhada.


47 A madeira na sua maioria, quando seca, apresenta baixa densidade, boa resistência à flexão, à tração e ao impacto. É também um bom isolante térmico e elétrico, por apresentar grande diversidade propicia madeiras de diferentes tipos, cores, desenhos e texturas. Apresenta tamanhos limitados, é um material combustível, sem receber os tratamentos adequados fica sensível à umidade e vulnerável ao ataque de fungos e bactérias. A madeira para aplicação em mobiliários, é derivada de troncos de árvores exógenas que compreendem as coníferas e as folhosas. (LIMA, 2006, p.89). Madeira Maciça A madeira maciça se divide em dois grupos: o primeiro, madeiras economicamente reflorestáveis e o segundo, madeiras nativas. Nas madeiras de reflorestamento encontram-se: eucalipto grandis, grevílea robusta, pinus eliotis e teca – aplicados na produção de mobiliários, construção civil, aglomerados, laminados, pisos, brinquedos, etc. Nas madeiras de reservas naturais encontram-se: andiroba, castelo, goiabão, ipê, Jacaréuba, jatobá, louro faia, roxinho, marupá – aplicados na produção de móveis, construção civil, assoalhos, compensados, instrumentos, entre outros. (LIMA, 2006, p.91). MDF O MDF (Médium Density Fiberbord) é uma chapa fabricada a partir da aglutinação de fibras de madeira com resinas sintéticas e ação conjunta de temperatura e pressão. Para obtenção das fibras, a madeira é cortada em pequenos cavacos que, em seguida, são triturados por equipamentos denominados desfribiladores. (LIMA, 2006, p.105). Segundo Lima (2006), o MDF é um material importante no aproveitamento da madeira, pois reduz o emprego de madeiras nativas e moderniza a produção no setor industrial moveleira no Brasil. Características gerais do MDF: É um material plano em forma de chapas, excelente equilíbrio dimensional, sua densidade varia dependendo do tipo, pode inchar em locais úmidos. Pode ser encontrado em diversas espessuras e tamanhos, pode ser liso ou com revestimento melamínico em um ou ambos os lados da chapa. O MDF apresenta excelente acabamento depois de trabalhado, mesmo com riqueza de detalhes e na pintura quando adequada. Pode ser aplicado em mobiliários de um modo geral. É um material com facilidade de manuseio. (LIMA, 2006, p.106). Madeira Aglomerada Material feito a partir das partículas do tecido lenhoso que recebem um tratamento e após reaglomeradas por adição de resina sintética termofixa e ação de força e calor. É um


48 material importante para o aproveitamento de madeiras e modernização na produtividade industrial brasileira. (LIMA, 2006, p.104). Características principais: Material plano resistente a empenos, com uma densidade inferior as madeiras mais pesadas, excelente estabilidade dimensional, tendência a inchar em ambientes úmidos. Pode ser encontrado em dimensões variadas, quanto menor a espessura maior a densidade, pode ser adquirido com ou sem acabamento superficial, é predominante para fabricação de móveis modulares ou divisórias, apresenta fácil manuseio, permite aplicação de pinturas e de revestimentos. (LIMA, 2006, p.104). MDP Segundo a Movelar (2008) o Medium Density Particleboard (MDP) une a qualidade do MDF com o baixo custo do aglomerado. É um produto ecologicamente correto. No seu processo de fabricação a madeira é transformada em fibras. As principais aplicações do MDP são portas retas, laterais de móveis, prateleiras, divisórias, tampos retos, frentes e laterais de gaveta. Características gerais: Apresenta alta densidade das camadas superficiais, é produzido em três camadas colchão de partículas no miolo e camadas finas nas superfícies. Apresenta maior resistência mecânica, utiliza de madeiras selecionadas de florestas ecologicamente sustentáveis e resinas especiais. O MDP é o painel mais utilizado no mundo, economicamente barato, oferece maior garantia e qualidade. (MOVELAR, 2008).

2.4.3

Fibras Naturais

As fibras podem ser de origem animal, vegetal ou mineral. O uso destas fibras é bastante antigo, principalmente na confecção de tapetes, cortinas, mantas e móveis. Estas fibras são abundantes em países agrícolas como o Brasil e além de tudo se mostra como uma alternativa sustentável. (PUC-RIO, 2008). Fibra de Bambu Segundo Subrahmanym (1984) a utilização do bambu como material é tão antiga como a civilização humana. A vantagem de utilizar a fibra do bambu é pelo seu baixo custo,


49 boa resistência, rapidez no crescimento do bambu, sua polpa é obtida da mesma maneira que são obtidas as polpas de madeira para fabricação do papel. Pode ser utilizado principalmente no setor têxtil. Fibra de Coco A fibra de coco é obtida da polpa da fruta dos coqueiros, é extraída da parte mais externa. É um material relativamente baixo, possui excelente resistência e pouca elasticidade. Muito utilizada na decoração de interiores e móveis como acabamento. (PUC-RIO, 2008). Fibra de Bananeira As fibras da banana são moles, brancas, finas e lustrosas. Podem ser utilizadas para produção de cordas, sacolas, jogos de mesa entre outros. É considerada uma das mais resistentes fibras naturais, possui boa elasticidade. (PUC-RIO, 2008).

2.5

METODOLOGIAS DE DESIGN

O início da metodologia de design tem origem nos anos 60, quando se aumentou as tarefas dadas aos designers na indústria. “Metodologias de design são reflexos objetivos de seus reforços que se destinam a aperfeiçoar métodos, regras e critérios, com sua ajuda o design poderá ser pesquisado, avaliado e também melhorado”. (BÜRDEK, 2006, p.225). O desenvolvimento de teorias e métodos também se vale de condições históricoculturais e sociais. Praticar a teoria do design significa se voltar para a teoria do conhecimento. “Segundo Bloch (1980), reconhecimento significa também mudança do mundo em função do conhecimento e do caminho árduo que a humanidade precisa percorrer o que não tem fim”. (BÜRDEK, 2006, p.225). A metodologia de design se desenvolve na base de determinadas hipóteses e suposições que, por sua maioria são explicativas, mas continuam inconscientes. É preciso conter discussão com as expectativas que se baseiam: o procedimento metódico ou os conceitos de configuração; o que conduz o emprego da filosofia. Com a globalização, o design necessita se adaptar as diferentes condições, ou seja, não poderia mais praticar métodos de configuração subjetivos e emocionais originários da manufatura, enquanto as empresas racionalizavam o projeto, a construção e a produção. O


50 designer teve que se esforçar para integrar métodos científicos nos processos de projetos, para serem aceitos pelas indústrias como sérios parceiros de diálogo. A metodologia de design contribui para o aprendizado na lógica e sistemática do pensamento Segundo o filósofo Polonês Josef Maria Bochenski diz que metodologia de design se ateve ao método do “manejo físico”, ao passo que os métodos de “ajuste sensorial” que no design foram até aqui a pouco explorados. Por causa deste desequilíbrio, deve-se inicialmente explorar com termos-chave, mas tentar logo desenvolver de forma mais profunda. Isto se mostra mais necessário quando nas discussões das novas tendências do design se aplicam cada vez mais métodos semióticos, hermenêuticos ou fenomenológicos. (BÜRDEK, 2006, p.225).

2.5.1

O método de Christoper

Christopher Alexander (2006) se dirige especialmente à problemática da forma e do contexto, ele advoga a decisiva inclusão do racionalismo no design, originário das ciências formais da matemática e da lógica. Alexander desejava primeiramente dividir os problemas complexos de design em seus componentes, e a partir daí encontrar soluções concretas. Quando a forma determina a solução para o problema de design e o contexto define a forma – ele contém as exigências à forma a ser encontrada – então a discussão que vale para o design não contempla somente a forma e sim a unidade da forma e contexto. (BÜRDEK, 2006, p.253).

Alexander desenvolveu um método em que o problema pode ser estruturado, de modo que a forma será desenvolvida por meio de sua composição hierárquica. Encontra-se no método de Alexander (2006), por um lado à divisão de problemas cartesiana, por outro, procedimento dedutivo. Como o custo na época para se estruturar problemas utilizando procedimentos eletrônicos ficou alto, o que foi considerado inviável, permaneceu então a proposta de dividir problemas de forma dedutiva e, no processo de projeto, atender aos subproblemas com soluções alternativas.

2.5.2

Metodologia de Bruno Munari

Segundo Munari (1998) o conhecimento do método de projetar, de como se faz para construir ou conhecer as coisas, é um valor liberatório. Segue abaixo sua metodologia:


51 Problema - Solução Ao definir um projeto, seja ele um curso ou um trabalho de pesquisa, deve-se estabelecer uma ordem de ações para que o resultado esperado seja atingido. A proposição inicial é que se tem um problema a ser resolvido, e querer alcançar uma solução. Para que isso ocorra, procura-se identificar as etapas de elaboração de um projeto. Definição do Problema Nessa definição, encontram-se os objetivos do material. Se for material textual, a definição de público alvo delimita o aprofundamento teórico-metodológico do mesmo, bem como a seleção de autores para leituras de apoio. Idéia Em geral, ao chegar a esta parte, depois das definições do problema, tem-se a "idéia". E pode mesmo parecer que o problema está resolvido, mas a "idéia" não pode ser considerada como solução. Uma idéia pode surgir e ser depois substituída por outra, e outra e mais outra ao longo do desenvolvimento do projeto. É certo que as idéias ajudam ao desenvolvimento, mas sozinhas não resolvem a questão. Componentes do Problema Qualquer que seja o problema a identificação dos componentes do problema simplifica a resolução deles. Separar em "áreas" específicas cada um dos itens pode ser uma boa forma de agir. Conteúdo, público alvo, objetivos, metodologia, atividades, avaliação, aspectos ergonômicos de utilização como adequação de linguagem, repertório interpretativo e comunicação visual - adequação de cores, tipologia, etc., são alguns dos aspectos que devem ser levados em consideração nessa etapa do desenvolvimento do projeto. Dividir em categorias específicas ajuda a orientar uma ação mais efetiva a cada ponto, no cumprimento dos objetivos. Coleta de Dados Depois de identificar os componentes do problema e os subdividir em subproblemas, inicia-se a fase de coleta de dados. Colher dados significa procurar conhecer cada parte do todo de um projeto, separadamente. Por exemplo, fazer uma pesquisa de materiais já desenvolvidos para em outros suportes, quais as características deles. Conhecer os materiais não significa tomar como exemplos, mas sim, saber o que já foi feito e daí, procurar conhecer o que efetivamente dá ou não resultados. Com isso, corre-se menos risco de errar. Pode-se procurar conhecer a maioria dos recursos do suporte que se está trabalhando, como linguagens, tecnologias, etc. Análise de Dados


52 Depois de se colherem os dados devem-se analisá-los. A análise mostra o que se deve ou não fazer, usar, aproveitar, enfim, é a análise dos dados que permite estabelecer o passo seguinte: Criatividade. Criatividade Enquanto idéia somente está relacionada ao "fantástico" a fantasia, o sonho, a criatividade processa-se de acordo com um método definido e mantém-se nos limites impostos pela análise dos dados colhidos. Criatividade, bem aplicada, e dentro do programa de objetivos traçados e definidos pelos passos anteriores do processo de desenvolvimento pode agregar valores diferenciais a um projeto. Materiais e Tecnologias A fase chamada de Materiais e Tecnologias pode, a princípio, parecer uma repetição da fase de coleta de dados, o que não é verdade. A coleta de dados pode até mostrar possibilidades, é uma fase de conhecimento das opções inclusive de materiais e tecnologias, mas é somente depois da aplicação da criatividade que se efetivam escolhas definitivas tanto em materiais como em relação às tecnologias mais adequadas aos objetivos projetos. Escolher tecnologias e recursos só porque "estão na moda", pode ser um erro grave. Experimentação É nesta fase que começam os “testes” do material. É na experimentação que se conseguem solucionar problemas que antes pareciam insolúveis. Na experimentação pode-se aplicar um conceito de uma área pouco explorada, como forma de aperfeiçoar resultados. A área artística se utiliza mais de experimentações que a maioria das outras áreas, porém, se respeitados limites de "bom senso", a experimentação pode trazer grandes progressos. A fase de experimentação vem, claramente, antes do modelo final de projeto, no sentido de: permitir testar materiais, tecnologias e métodos para melhor atingir os objetivos. Não visa substituir o que já foi feito, nem tem a pretensão de inovar sempre, mas sim de certificar que as escolhas tenham sido feitas levando-se em conta todas as possibilidades que se tenha optado pelos mais adequados. Não é uma fase imprescindível ao projeto, mas é bastante interessante se fazer experimentações criativas. Podem-se obter resultados além dos esperados com a utilização dita "normal" dos meios e ferramentas. Modelo Um modelo é algo que sintetiza as idéias em relação a um objetivo. Até esta fase, não fizemos nada que se assemelhe a uma "solução" efetiva, mas temos dados suficientes para afirmar que as hipóteses de erros estão bem mais reduzidas.


53 Pode-se, agora, estabelecer as relações entre os dados recolhidos, agrupar os subproblemas e efetivar a construção dos esboços para a elaboração do modelo que se pretende aplicar como solução efetiva ao problema inicial. Ao proceder à redação à montagem do modelo se adquire a segurança de estar trabalhando com dados testados, de resultados comprovados ou, no mínimo, objetivos efetivamente atingidos. Os modelos demonstram as possibilidades reais de uso de materiais, técnicas e metodologias. São, portanto, o resultado de um trabalho consistente de elaboração. Verificação A fase de verificação de um projeto se torna necessária pela necessidade de comprovação de eficiência de um material desenvolvido antes da efetiva aplicação. É na verificação que se observam as falhas, caso existam, e se corrigem as mesmas. Pode também, haver possibilidade de existência de dois ou mais modelos e é na verificação que se decide por este ou aquele, depois de testados os funcionamentos. Apresenta-se o modelo a certo número de possíveis usuários e pede-se que dêem seu parecer sobre o ou os modelos apresentados. É neste momento também que se "fecham" questões quanto a conteúdos controversos ou a permanência ou não de determinada tecnologia. Desenho Final O desenho final é, então, uma síntese de dados levantados ao longo de todo um processo que envolve fases distintas. Portanto, é a obra resultante de diversas áreas agregadas em torno do objetivo principal. A seguir, figura 14 apresenta a síntese do programa metodológico apresentado.


54

Figura 14 – Síntese do programa metodológico Fonte: Munari (1998, p.55)

2.5.3

Metodologia de Mike Baxter

Baxter (1998) diz que o desenvolvimento de um produto, por si só não garante o seu sucesso. Deve-se escolher bem o percurso, driblar obstáculos, evitar acidentes e manter uma velocidade média para não ser ultrapassado pelos concorrentes. “O desenvolvimento de novos produtos é uma atividade complexa,envolvendo diversos interesses e habilidades, tais como: consumidores, vendedores, engenheiros, designers e empresários”. (BAXTER, 1998, p.2) Baxter (1998) apresenta métodos sistemáticos para o projeto de produto:


55 1. Observação e análise: Definição do problema, pesquisa, definição de objetivos e restrições; 2. Planejar e projetar: geração de opções de projeto, escolha de opção de projeto, desenvolvimento, aprimoramento, detalhamento; 3. Construir e executar: protótipo; produção. Assim, podemos descrever os seguintes passos: 

Identificação de oportunidade

Análise do problema (levantamento de informações)

Geração de idéias (fontes / técnicas)

Seleção de idéias (triagem)

Desenvolvimento e teste do conceito

Desenvolvimento da estratégia de marketing (através do Plano de marketing)

Análise do negócio (financeiro/comercial)

Desenvolvimento do produto

Teste de mercado

Comercialização As estratégias para o desenvolvimento de novos produtos atuam em mercados que

podem ser de quatro tipos: 

Estratégias ofensivas: adotadas por empresas que no mercado, estando sempre à frente dos concorrentes. É necessário investimento em pesquisa e desenvolvimento.

Estratégias defensivas: adotadas por empresas que líderes. Evita custos com desenvolvimento e não correm riscos entrando em novos mercados.

Estratégias tradicionais: adotadas por empresas que estáveis, sem grande querem manter a liderança demanda por mudanças.

Estratégias dependentes: adotadas por empresas que não têm autonomia para lançar seus próprios produtos. Isto ocorre com subsidiárias ou empresas que produzem para outras (terceirização).


56

Figura 15 – Atividades de projeto nas diferentes etapas do desenvolvimeto de produto. Fonte: Baxter, (1998, p. 16)

2.5.4

Metodologia adaptada

Com embasamento nas metodologias de design citadas anteriormente adaptou-se o estudo para realização do projeto, que se dividirá da seguinte maneira: 1 – Definição do problema – problemática, objetivos, justificativa e metodologia de pesquisa. 2 – Pesquisa bibliográfica – Utilização de livros, revistas, internet e pesquisas. Fundamentação teórica através de assuntos relacionados ao projeto. 3 – Coleta de dados – Pesquisa de campo, verificação de características e necessidades dos usuários. Pesquisa de mercado, verificação de similares, concorrentes; 4 – Análise de dados – Conclusões das pesquisas feitas.


57 5 – Conceito de projeto – definição do que será projetado, conceituação social, cultural, comercial. 6 – Criatividade – Geração de alternativas, escolha. 7 – Materiais e tecnologia – escolha de materiais e processos de produção baseados na pesquisa e coleta de dados. 8 – Detalhamento – representação bidimensional e perspectiva do mobiliário com suas especificações. 9 – Execução do projeto. 11 – Futuros estudos.

3

PESQUISA DE CAMPO

Iniciou-se a pesquisa de campo com a aplicação de questionários ao público alvo que são pessoas idosas conforme figura 13 e pessoas que trabalham/convivem com idosos conforme figura 14, buscando as necessidades do usuário. A pesquisa foi aplicada de 20 de abril até 28 de abril, através de entrevistas em residências, asilos e em encontros de terceira idade.


58

Figura 16 – questionårio aplicado para idosos Fonte: arquivo pessoal


59

Figura 17 – questionário aplicado com pessoas que trabalham/convivem com idosos. Fonte: arquivo pessoal

3.1

ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS

Questionário aplicado aos idosos:

m asculino fem inino

Gráfico 1 – Sexo idosos Fonte: Arquivo pessoal

Idade dos idosos: De acordo com a pesquisa, definiu-se a idade do público alvo que vai desde 60-90 anos, o que pode ser levado em consideração é que a mobilidade de uma pessoa de 60 anos não é igual a uma de 90 anos, mas existem aqui idosos de 90 anos saudáveis.


60

60-70 70-80 80-90

Gráfico 2 – Idade idosos Fonte: Arquivo pessoal

Profissão - Identificou-se que 100% dos aposentados entrevistados são aposentados pensionistas, recebem em torno de 2 salários mínimos, mas que possuem economias, o que indica que o público é de classe média a alta.

aposentados

Gráfico 3 – Profissão Fonte: Arquivo pessoal

Pratica atividade física: Constatou-se que a maioria dos idosos pratica alguma atividade física, na sua maioria é a caminhada, uns dependentes de bengalas ou alguém auxiliando e outros que caminham sozinhos. Os que não caminham é por já possuir alguma atrofiação nas pernas, coluna, ou sofreram derrames.


61

sim não

Gráfico 4 – Pratica atividade física Fonte: Arquivo pessoal

Mora: De acordo com a pesquisa pode se afirmar que os idosos gostam de sua independência, não gostam de depender de alguém para ajudá-los, percebeu-se que a maioria mora ou sozinho ou com companheiro, poucos aceitam a idéia de irem para casa de repouso. sozinho com filhos com panheiro( a) casa de repouso

Gráfico 5 – Mora Fonte: Arquivo pessoal

Quem costuma visitar: Mesmo eles querendo sua independência os familiares visitam com freqüência, existe também a presença de amigos e vizinhos que prestam sempre solidariedade quando necessitam e não tem ninguém por perto.

fam ília am igos vizinhos

Gráfico 6 – Quem costuma visitar Fonte: Arquivo pessoal


62 Dificuldade com a chegada da idade: A maior dificuldade apresentada pelos idosos foi para se levantar, reclamam pela força que tem que exercer, principalmente na cama e poltrona, a dificuldade de impulso também é um fator que prejudica bastante.

cam inhar levantar sentar ouvir enchergar

Gráfico 7 – Dificuldade com a chegada da idade Fonte: Arquivo pessoal

Tarefa que apresenta maior dificuldade: A reclamação foi para se deitar, dificuldade para abaixar e depois para se esticarem na cama, exercer muita força para mover o corpo, principalmente às pernas. locomover se deitar tomar banho se abaixar não apresentam

Gráfico 8 – Tarefa que apresenta dificuldade Fonte: Arquivo pessoal

Mobiliário mal projetado: A maior queixa apresentada foi com relação a cama, por ser muito baixa, colchão muito mole, cantos das camas que se machucam com freqüência, encostos muito retos. Tudo isso dificulta para utilização diária já que é ali que passam maior parte do tempo.


63

cam a poltrona sofá vaso sanitário nenhum

Gráfico 9 – Mobiliário mal projetado Fonte: Arquivo pessoal

Doença diagnosticada: A maioria dos idosos apresenta osteoporose, que causa muita dor nos ossos e inchaço nas juntas, o que acaba agravando suas funções motoras e prejudicando nas suas atividades. A dor nas costas também foi um agravante, o que os impede de levantar e abaixar com facilidade. osteoporose pressão alta Dor nas costas câncer não possui

Gráfico 10 – Doença diagnosticada Fonte: Arquivo pessoal

Alguém auxilia nas tarefas diárias: Apesar dos idosos não aceitarem a ajuda de alguém, constatou-se que grande parte te ajuda ou da família ou alguém contratado, que auxilia nas tarefas básicas.

sim não

Gráfico 11 – Alguém auxilia nas tarefas diárias Fonte: Arquivo pessoal


64 Qual parte da casa passa maior tempo: Constatou-se que os idosos ficam maior parte do tempo no quarto, ali assistem televisão, descansam, relaxam e têm o hábito de leitura. Muitos possuem banheiro no quarto, o que também permite não se locomover para outros ambientes.

quarto sala cozinha

Gráfico 12 – qual parte da casa passa maior tempo Fonte: Arquivo pessoal

Sugestões dos entrevistados Camas mais altas, colchões mais duros; Mobiliário que seja cama e sofá com eficiência; Poltronas mais fofas, com impulso melhor para levantar;

Questionário aplicado com pessoas que convivem/trabalham com idosos

Sexo: Com a pesquisa pode-se concluir que a maioria das pessoas que cuidam dos idosos são do sexo feminino.

masculino feminino

Gráfico 13 – Sexo Fonte: Arquivo pessoal


65 Idade: Percebeu-se que as pessoas que cuidam dos idosos geralmente atingem uma faixa etária de 40-50 anos. O que facilita num melhor entendimento com os idosos.

20-30 30-40 40-50

Gráfico 14 – Idade Fonte: Arquivo pessoal

Quanto tempo convive/trabalha com idosos: detectou-se que grande parte já trabalha/convive a mais de três anos com os idosos, tendo uma boa experiência e paciência para convivência diária.

menos de 1 ano 1-3 anos 3-5 anos mais de 5 anos

Gráfico 15 – Quanto tempo convive/trabalha com idosos Fonte: Arquivo pessoal

Principal dificuldade que os idosos apresentam: A principal dificuldade para as pessoas que convivem com os idosos está em se levantar, muitos necessitam de ajuda para levantar-se, por fraqueza nas pernas e braços que os impede de ter impulso.


66

cam inhar levantar abaixar equilíbrio

Gráfico 16 – Principal dificuldade que os idosos apresentam Fonte: Arquivo pessoal

Qual mobiliário apresenta maior barreira para o idoso: As pessoas que convivem com os idosos também determinaram sendo a cama a maior barreira. Têm que realizar muita força, até os mais saudáveis reclamam.

cam a poltrona sofá cadeira m esa

Gráfico 17 – Qual mobiliário apresenta maior barreira para o idoso Fonte: Arquivo pessoal

Sugestões dos entrevistados Algo que facilite para os idosos levantarem da cama, poltrona, sofá; Tirar os cantos (pontas) de camas, pois se machucam muito; Cadeira que de impulso para se levantarem com facilidade; Cama mais alta, colchão mais duro, pois se for muito mole dificulta mais ainda para levantar; Algo para substituir a manivela das camas, pois se utiliza de muita força;


67 3.2

ANÁLISE DO PÚBLICO ALVO

A partir da pesquisa realizada, conseguiu-se definir algumas características a qual o projeto se designa. Estes idosos são normalmente de classe média a alta, moram na sua maioria em casa, alguns sozinhos outros com filhos. Os que moram sozinhos, a família e amigos visitam com freqüência. Outros dependem de lares de repouso, pois não têm como se cuidar. São pessoas que gostam de atividades físicas, muitos deles têm doenças diagnosticadas como osteoporose, dor nas costas, pressão alta entre outros, o que os impede de serem mais ativos. Costumam passar maior parte do tempo no quarto assistindo TV, as mulheres costurando, também repousando, descansando. Este público apresenta grande dificuldade para caminhar, abaixar e levantar. Muitos dependem de ajuda de familiares ou ajudantes que eles próprios contratam. Para estes idosos o mobiliário que apresenta maior falha é a cama, pois sentem dificuldade para levantar-se, sentar-se ou, até mesmo, para se encostarem. Também apontaram que se machucam com freqüência nos cantos das camas. O público aposta num design eficaz que garanta mais conforto, menos esforço, segurança e qualidade.


68 Painel Semântico

Figura 18 – Painel semântico Fonte: Arquivo pessoal


69 3.3

ESTADO DE DESIGN-CONCORRENTES-SIMILARES

Analisando o mercado, observou-se que o produto não possui concorrentes diretos, visto que foram encontradas somente camas hospitalares e camas convencionais. Sendo assim considera-se que em questão é original no mercado e de merecida atenção aos idosos que serão mais de 30% da população em 2025. Análise da concorrência

Figura 19 – Pesquisa de mercado Fonte: Arquivo pessoal

4

PROJETO

4.1

REQUISITOS DE PROJETO

Os requisitos de projeto estão embasados na pesquisa de campo com o público, pesquisa de mercado, fundamentação teórica, atendendo as necessidades dos idosos. É indispensável ao projeto: 

Resolução do problema: um mobiliário que atenda as necessidades dos idosos;


70 

Design eficaz com qualidade, baratear custos, aparência jovial;

Originar conforto e bem-estar facilitando suas atividades realizadas no mobiliário;

Facilidade de manuseio (praticidade, leveza);

Estética atraente, para que os idosos (moderno e jovial);

A cama deverá ter um mecanismo que facilite para se levantar;

Materiais de qualidade (resistentes), com facilidade de limpeza e manutenção;

Acabamento qualificado, fácil montagem, associações entre materiais;

Ergonomia – mobiliário considerando as medidas espaciais e corporais necessárias ao projeto;

4.2

CONCEITO

O projeto tem por objetivo trazer o bem estar aos seus usuários, juntando a integração, conforto, qualidade e descontração. A busca parte do ponto da necessidade de uma cama com design ergonômico que atenda às necessidades dos idosos, e o espaço o qual convivem. Sabendo que este mobiliário é utilizado não só para dormir, como também para leitura, descanso, relaxamento, entre outros, busca-se melhorar os fatores onde não há preocupação ergonômica em sua utilização, adequando as alturas, diminuindo esforços, acrescentando pegas. Levando em consideração também a segurança que este mobiliário propicia, pois um dos maiores fatores citados nas entrevistas foram os cantos das camas, que os levam a se machucar sempre que batem no local. As camas baixas que fazem com que eles tenham dificuldades para levantar e sentar, o que pode gerar uma queda a estes indivíduos. Portanto irá ser estudada uma altura agradável ao usuário, considerando a possibilidade de futuramente serem cadeirantes.


71 4.3

GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

A geração se deu início levando em consideração a maior dificuldade dos idosos, que seria se levantar da cama. Começou-se então a estudar as maneiras possíveis de levantar da cama, conforme figuras 20, 21 e 22.

Foto 20 – Posição normal Fonte: Arquivo pessoal

Foto 21 – Posição hospitais Fonte: Arquivo pessoal

Foto 22 – Sugestão Fonte: Arquivo pessoal

A partir dessa análise começaram-se estudos com mecanismos para facilitar o movimento de se levantar na cama.


72

Foto 23 – Mecanismos manuais Fonte: arquivo próprio

Os mecanismos encontrados foram vistos em hospitais, conforme mostra figura 23. O primeiro é uma escada de cordas que fica amarrado nos cantos da cama, o usuário vai se erguendo, utilizando sua própria força. Não atende a necessidade, pois o idoso tem que exercer muita força e o produto não se apresenta bem esteticamente. O segundo seria uma ferramenta em forma de L, fixa na parede, também com o mesmo problema do primeiro, exerce muita força e apresenta má estética. O terceiro é uma cama com o mecanismo que ergue a parte da cabeça e tronco, mas é a manivela o que leva a pessoa a ter uma dependência de um outro para erguer a cama, o mecanismo é barato, mas a intenção é dar conforto, praticidade e independência ao idoso. A partir daí, definiu-se trabalhar com mecanismos que pudessem erguer a cama, mas que o usuário não exercesse força nem dependesse de ninguém para auxiliar. Realizou-se então nova pesquisa no mercado do que poderia ser utilizado. A primeira idéia partiu da utilização de articuladores já existentes para móveis, pensou-se em utilizar o pistão a gás.


73

Figura 24 – articuladores com pistão Fonte: Häfele (2008, p.2).


74 Também se estudou mecanismos de cadeiras com pistão a gás como mostra a figura 25.

Figura 25 – cadeiras com mecanismo de pistão a gás. Fonte: Kartel (2008).

Além do pistão a gás procurou-se por pistão hidráulico, que seria de caminhões como exemplo da figura 26.

Foto 26 – mecanismo hidráulico para erguer carrocerias, escadas. Fonte: How Stuff works (2008).


75 Partindo desta idéia pensou-se nas cadeiras de dentistas que são por suspensão a ar, conforme a figura 27 mostra abaixo.

Figura 27 – suspensão a ar Fonte: Schaeffler (2008).

Nos mecanismos citados acima se tentou buscar soluções que pudessem erguer a cama sem a força humana e também com o quesito de redução de custos.


76 Gerações

Figura 28 – geração de alternativas Fonte: arquivo pessoal.


77

Figura 29 – geração de alternativas Fonte: arquivo pessoal.


78

Figura 30 – geração de alternativas Fonte: arquivo pessoal.


79

Figura 31 – geração de alternativas Fonte: arquivo pessoal.


80

Figura 32 – geração de alternativas Fonte: arquivo pessoal.


81

Figura 33 – geração de alternativas Fonte: arquivo pessoal.


82

Figura 34 – geração de alternativas Fonte: arquivo pessoal.

No estudo dos pistões percebeu-se que o usuário ainda teria que exercer uma força, mesmo que mínima para impulsionar a cama. Na suspensão hidráulica e a ar pensou-se viável, mas para produzir um mecanismo específico para cama poderia encarecer ainda mais. Então se resolveu utilizar de mecanismos próprios para cama já existentes no mercado, até mesmo em função do pouco tempo para pesquisas mais aprofundadas e execução do trabalho de conclusão. Partiu-se então para pesquisa de articuladores e estrados prontos. Na figura 35 tem-se um mecanismo para inclinação da cama, com um estrado todo articulado.


83

Figura 35– Articuladores para estrutura de cama Fonte: Häfele (2008, p.2).

Encontrou-se então um mecanismo pronto no mercado, seria um estrado todo articulado, com mecanismo elétrico, não causa barulho, vêm com controle remoto, fácil de usar e é estudado ergonomicamente. A figura 36 mostra a seguir:


84

Figura 36 – estrado articulado com sistema elétrico. Fonte: Domotron (2008).

Entendendo melhor o mecanismo citado acima se presumiu que este seria o mais viável ao projeto, passando por algumas pequenas adaptações. Segundo a Domotron (2008), o estrado é todo articulado por um motor que comanda os dois lados, sendo possível mechelos ao mesmo tempo ou não. Este motor é altamente silencioso, potente e rápido. No caso de falta de energia é possível utilizar da bateria interna, que permite que a cama volte para a posição horizontal. Possui um dispositivo que corta a corrente elétrica quando o motor ficar sem utilização por um período longo, a fim de evitar o desperdício de energia. O estrado anatômico ajuda a manter a coluna sempre em posição de repouso durante todo o sono, proporcionando um descanso mais tranqüilo e agradável. Produzido com ripas flexíveis multilaminadas, o estrado aumenta a vida útil do colchão em 30% a 40% e oferece sistema regulador para ajuste da tensão lombar, assegurando maior adaptação à anatomia e biotipo de cada pessoa. Sendo assim decidiu-se utilizar do mecanismo elétrico para cama ergonômica. Como será uma cama de casal se utilizará de dois estrados articulados separadamente, pois o parceiro não precisará realizar os mesmos movimentos do que o outro está realizando. Cada um terá seu controle separadamente. Definindo então o mecanismo, finalizaram-se as gerações do design da cama, considerando, pegas, alturas, conforto, cantos arredondados para maior segurança e adaptação ao mecanismo elétrico. Não se pode deixar de mencionar que este estrado necessita de um colchão especial devido às dobras.


85 4.4

ALTERNATIVA ESCOLHIDA

A alternativa escolhida foi inspirada na Art Deco, por suas formas arredondadas e cabeceira alta, juntando a necessidade dos idosos, pois a cabeceira alta facilita a aplicação de pegas que irá ajudar para estes se levantarem da cama. Os cantos arredondados evitam que os usuários se machuquem em caso de baterem com partes do corpo. A cama é com colchão conjugado, toda articulada podendo um estar dormindo enquanto o outro está lendo, cada um possui seu próprio controle. A cama possui embutido em sua cabeceira duas gavetas de cada lado, para que os idosos possam guardar remédios ou pertences que utilizam com freqüência. Possuem também duas luminárias, também recordando os anos 50 e 60 que remetem à época dos idosos de hoje. A luminária servirá como auxilio, caso se levante de noite para ir ao banheiro ou outra atividade.

Figura 37 – alternativa escolhida. Fonte: Arquivo pessoal.


86 4.5

MATERIAIS

A cama será em MDF, disponível nas seguintes cores: Imbuia, carvalho e branco. O mecanismo e suporte do estrado serão em aço galvanizado com pintura automotiva. O colchão utilizado será de látex. Segundo a La Redoute (2008), o Colchão de Látex oferece um excelente suporte ao corpo, pois é fabricado levando-se em conta princípios ergonômicos e fisiológicos, possui alta elasticidade por conter látex natural em sua composição, é muito higiênico, antifúngico, boa ventilação e de altíssima duração, proporciona um repouso tranqüilo, completamente livre de barulhinhos irritantes.

4.6

DETALHAMENTO TÉCNICO


87

Figura 38 – Detalhamento tÊcnico. Fonte: Arquivo pessoal.


88

Figura 39 – Detalhamento tÊcnico. Fonte: Arquivo pessoal.


89

Figura 40 – Detalhamento tÊcnico. Fonte: Arquivo pessoal.


90

Figura 41 – perspectiva. Fonte: Arquivo pessoal.


91

Figura 42 – Perspectiva. Fonte: Arquivo pessoal.


92

Figura 43 – Perspectiva. Fonte: Arquivo pessoal.


93

Figura 44 – Detalhamento tÊcnico. Fonte: Arquivo pessoal.


94 4.7

FOTOS ILUSTRATIVAS

Figura 45 – Foto ilustrativa. Fonte: Arquivo pessoal


95

Figura 46 – Foto ilustrativa. Fonte: Arquivo pessoal


96

Figura 47 – Foto ilustrativa. Fonte: Arquivo pessoal


97

Figura 48 – Produto final. Fonte: Arquivo pessoal

Figura 49 – Produto final. Fonte: Arquivo pessoal


98 5

FUTUROS ESTUDOS

O pesquisador deixa como futuros estudos os mecanismos para suspensão da cama. Visto que existem várias possibilidades para uma redução de custos no produto final. Visto que exige uma pesquisa mais aprofundada para garantia de funcionalidade do mecanismo.

6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que o projeto tenha atendido aos quesitos ergonômicos, facilitando então para que os idosos se levantem ou sentem na cama. Atendeu também a questão da estética que fica próxima das existentes no mercado, apresentando qualidade, conforto e bom acabamento, fazendo com que os idosos não se sintam excluídos devido a suas necessidades. A cama consegue agregar estas necessidades aos prazeres do publico da terceira idade, deixando-os libertos de uma dependência de um outro ser, com fácil manuseio e limpeza.


99 REFERÊNCIAS

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