UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FÁBIO DE SÁ SIEBERT
ESTRATÉGIAS DE DESIGN VISANDO A VALORIZAÇÃO DA VITIVINÍCOLA URUSSANGA
Florianópolis 2010
FÁBIO DE SÁ SIEBERT
ESTRATÉGIAS DE DESIGN VISANDO A VALORIZAÇÃO DA VITIVINÍCOLA URUSSANGA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Design.
Orientador: Prof. Cristina Colombo Nunes, Msc.
Florianópolis 2010
FÁBIO DE SÁ SIEBERT
ESTRATÉGIAS DE DESIGN VISANDO A VALORIZAÇÃO DA VITIVINÍCOLA URUSSANGA
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Dedico este trabalho aos meus pais, meus irm達os e a todos que me apoiaram nas minhas conquistas.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais, Raquel e Paulo, que sempre acreditaram no meu potencial e me apoiaram durante toda a vida, permitindo que eu chegasse aonde cheguei. Meus irmãos, Felipe e Mariana, pelo companheirismo durante todos esses anos. Minha namorada, Jordana, por estar sempre disposta a me ajudar, me entender e ficar nervosa por mim durante esses meses de TCC. Meus familiares, primos, tios, avós, meu padrasto Walmir e madrasta Sônia, por estarem presentes em incontáveis momentos da minha vida. Matheus, Renato e Hedi Damian da Vitivinícola Urussanga, por terem me dado a oportunidade de realizar o projeto junto a empresa, sempre ajudando quando surgia alguma dúvida. Meus colegas de faculdade com quem compartilhei esses quatro anos de universidade, especialmente aos amigos Fábio e Guilherme. E minha orientadora Cristina Nunes pela atenção e ajuda nesses meses corridos de TCC.
RESUMO
O presente projeto, expõe em sua íntegra as etapas de desenvolvimento do redesign e criação de diversas peças gráficas para a Vitivinícola Urussanga, empresa essa localizada na cidade de Urussanga, ao sul do estado de Santa Catarina. Hoje, a vinícola, apresenta uma série de necessidades em seu design corporativo, não ocorrendo uma padronização nos elementos presentes em seus produtos. Dessa forma, necessitando de um projeto de design para readequar sua identidade. Esse trabalho tem por objetivo, portanto, propor uma nova identidade para a empresa, novos rótulos para uma linha de vinhos, embalagens secundárias, e peças como um folder e um website, ligando a empresa e sua tradição com a própria cidade de Urussanga, fazendo, assim, com que haja uma valorização de toda região, sendo reconhecida como um importante polo na produção de bebidas provenientes da uva, dessa forma, trazendo à tona a sustentabilidade territorial. O projeto apresenta, inicialmente, as etapas de definição da problemática, objetivos e, metodologia de projeto. Sendo seguido da fundamentação teórica, coleta e analise de dados, etapas de desenvolvimento e detalhamento do projeto, e diretrizes para uma possível implementação. Palavras-chave: Sustentabilidade. Vinho. Identidade. Embalagem.
ABSTRACT
This project, exhibited in its entirety the development stages of the re-design and creation of various graphics elements to VitivinĂcola Urussanga, this company is located in the city of Urussanga, the southern state of Santa Catarina. Today, the winery, talking about design, presents a series of problems, not having a visual consistency in their material. Thus, requiring a project design to readjust their identity. This paper aims to propose a new identity for the company, new labels for a line of wines, secondary packaging, and graphic elements such as a brochure and a website, linking the company and its tradition to the city of Urussanga, that way, there is an appreciation of the whole region, being recognized as an important pole in the production of beverages from grapes, thus bringing forth the territorial sustainability. The project initially presents the steps of defining the problem, objectives, and design methodology. Being followed by the theoretical basis, collect and analyze data, stages of development and detailed design, and guidelines for possible implementation. Keywords: Sustainability. Wine. Identity. Packaging.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Embalagens atuais dos produtos da Vitivinícola Urussanga................................... 16 Figura 2 – Embalagem do sabão em pó “Omo”. ...................................................................... 35 Figura 3 – A qualidade é resultado da ligação de território, comunidade e produto. ............... 43 Figura 4 – Renato Mariot Damian, Hedi Damian e Matheus Damian. .................................... 47 Figura 5 – Garrafas de 500ml, 750ml, 5l e Bag-in-box de 4,6l. ............................................... 47 Figura 6 – Logotipo da Vitivinícola Urussanga. ...................................................................... 48 Figura 7 – Casa Del Nonno, submarca da Vitivinícola Urussanga. ......................................... 48 Figura 8 – Adega da Vitivinícola Urussanga............................................................................ 49 Figura 9 – Diferentes embalagens de cerveja. .......................................................................... 57 Figura 10 – Diferentes embalagens de destilados (vodka, cachaça e whisky). ........................ 58 Figura 11 – Embalagens de vinhos diferenciadas. ................................................................... 59 Figura 12 – Painel semântico. .................................................................................................. 61 Figura 13 – Estudo tipográfico da marca “Vitivinícola Urussanga”. ....................................... 62 Figura 144 – Posicionamento entre tipologia e símbolo da “Vitivinícola Urussanga”. ........... 63 Figura 15 – Alternativas de tipologia junto ao brasão da “Vitivinícola Urussanga”. .............. 63 Figura 16 – Redução na espessura das linhas do brasão. ......................................................... 64 Figura 17 – Marca final da Vitivinícola Urussanga. ................................................................ 64 Figura 18 – Estudos tipográficos da marca “Casa Del Nonno”. .............................................. 65 Figura 19 – Alternativas “arabesco” da marca “Casa Del Nonno”. ......................................... 66 Figura 20 – Alternativas “taça de vinho” da marca “Casa Del Nonno”. .................................. 66 Figura 21 – Alternativas “casarão” da marca “Casa Del Nonno”. ........................................... 67 Figura 22 – Alternativas “tipografia” da marca “Casa Del Nonno”......................................... 67 Figura 23 – Alternativas “garrafa de vinho” da marca “Casa Del Nonno”. ............................. 68 Figura 24 – Alternativas “raízes” da marca “Casa Del Nonno”. .............................................. 68 Figura 25 – Alternativas “manchas de vinho” da marca “Casa Del Nonno”. .......................... 69 Figura 26 – Marca final da Casa Del Nonno. ........................................................................... 70 Figura 27 – Rótulo e contra-rótulo atual. ................................................................................. 71 Figura 28 – Cores selecionadas de acordo com a variedade da uva. ........................................ 72 Figura 29 – Geração de alternativas de rótulos. ....................................................................... 72 Figura 30 – Os três rótulos finais. ............................................................................................ 73 Figura 31 – Os três contra-rótulos finais. ................................................................................. 74
Figura 32 – Tag presente no vinho com uva merlot. ................................................................ 75 Figura 33 – Arquivo do rótulo fechado. ................................................................................... 75 Figura 34 – Arquivo do contra-rótulo fechado. ........................................................................ 76 Figura 35 – Facas do rótulo e do contra-rótulo. ....................................................................... 76 Figura 36 – Arquivo do tag fechado......................................................................................... 76 Figura 37 – Faca do tag. ........................................................................................................... 77 Figura 38 – Simulação dos três rótulos aplicados nas suas garrafas. ....................................... 77 Figura 39 – Simulação do tag. .................................................................................................. 78 Figura 40 – Simulação da caixa para presente e vista frontal. ................................................. 79 Figura 41 – Arquivo da caixa fechado para impressão. ........................................................... 80 Figura 42 – Indicação do hotstamping. .................................................................................... 80 Figura 43 – Faca da caixa. ........................................................................................................ 81 Figura 44 – Primeira alternativa gerada do folder. ................................................................... 82 Figura 45 – Segunda alternativa gerada do folder. ................................................................... 83 Figura 46 – Alternativa final do folder. .................................................................................... 84 Figura 47 – Arquivo fechado da capa do folder. ...................................................................... 85 Figura 48 – Arquivo fechado do interior do folder. ................................................................. 85 Figura 49 – Faca do folder........................................................................................................ 86 Figura 50 – Indicação do verniz localizado do folder. ............................................................. 86 Figura 51 – Tela inicial do atual website.................................................................................. 87 Figura 52 – Tela de produtos do atual website. ........................................................................ 87 Figura 53 – Wireframe do site. ................................................................................................ 88 Figura 54 – Página inicial do website. ...................................................................................... 89 Figura 55 – Página de notícias do website................................................................................ 89 Figura 56 – Página secundária de notícias do website.............................................................. 89 Figura 57 – Página sobre a empresa no website. ...................................................................... 90 Figura 58 – Exemplo de ampliação de foto dentro do website................................................. 90 Figura 59 – Página de produtos do website. ............................................................................. 90 Figura 60 – Página com formulário para marcar degustação via website. ............................... 91 Figura 61 – Página de prêmios no website. .............................................................................. 91 Figura 62 – Página com formulário para contato via website. ................................................. 91
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 1. ............................. 50 Gráfico 2 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 2. ............................. 50 Gráfico 3 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 3. ............................. 51 Gráfico 4 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 4. ............................. 51 Gráfico 5 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 5. ............................. 52 Gráfico 6 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 6. ............................. 52 Gráfico 7 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 7. ............................. 52 Gráfico 8 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 8. ............................. 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Análise dos concorrentes. ....................................................................................... 55 Tabela 2 – Tabela de custos. ..................................................................................................... 92
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 15 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................................. 15 1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 17 1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 17 1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 17 1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 17 1.4 ESCOPO .......................................................................................................................... 19 1.5 LINHA DE PESQUISA ................................................................................................... 20 1.6 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ......................................................................... 20 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 22 2.1 DESIGN ........................................................................................................................... 22 2.1.1 Design Gráfico ............................................................................................................. 22 2.1.2 Design de Produto ....................................................................................................... 23 2.2 MARCA ........................................................................................................................... 24 2.2.1 Identidade de Marca ................................................................................................... 24 2.2.2 Principais Ideais em uma Identidade de Marca ....................................................... 25 2.2.3 Estratégia de Marca .................................................................................................... 26 2.2.4 Design da Identidade................................................................................................... 26 2.2.5 Pontos de contato......................................................................................................... 27 2.3 EMBALAGEM ................................................................................................................ 27 2.3.1 História da Embalagem .............................................................................................. 28 2.3.2 Funções da Embalagem .............................................................................................. 29 2.3.2.1 Proteger e Acondicionar ............................................................................................. 29 2.3.2.2 Transportar ................................................................................................................. 30 2.3.2.3 Informar e Identificar ................................................................................................. 30 2.3.2.4 Promover e Vender ..................................................................................................... 30 2.3.2.5 Formar e Consolidar a Imagem .................................................................................. 31 2.3.2.6 Funcionalidade ........................................................................................................... 31 2.3.2.7 Economizar e Valorizar .............................................................................................. 31 2.3.3 Categorias de Embalagem .......................................................................................... 32
2.3.4 Design de Embalagem ................................................................................................. 32 2.3.4.1 Cor .............................................................................................................................. 32 2.3.4.2 Tipografia ................................................................................................................... 33 2.3.4.3 Elementos Visuais de Apoio ...................................................................................... 34 2.3.4.4 Composição e Diagramação ....................................................................................... 35 2.3.5 Embalagem como Ferramenta de Marketing........................................................... 36 2.3.6 Materiais Utilizados em Embalagens ........................................................................ 37 2.3.6.1 Papel ........................................................................................................................... 37 2.3.6.2 Metal ........................................................................................................................... 38 2.3.6.3 Vidro ........................................................................................................................... 38 2.3.6.4 Plásticos ...................................................................................................................... 39 2.3.7 Legislação de Embalagem .......................................................................................... 40 2.4 SUSTENTABILIDADE TERRITORIAL ....................................................................... 41 2.4.1 A Valorização de Recursos e Produtos Locais ......................................................... 41 2.4.2 Produto local (Terroir) ................................................................................................ 42 2.4.3 Autenticidade e Rastreabilidade ................................................................................ 42 2.4.4 Ações para Valorizar Produtos Locais ...................................................................... 43 2.5 METODOLOGIA DE PROJETO.................................................................................... 44 3 PESQUISA DE CAMPO .................................................................................................. 46 3.1 EMPRESA ....................................................................................................................... 46 3.2 PÚBLICO ALVO ............................................................................................................ 49 3.2.1 Coleta e análise de dados do Questionário aplicado aos consumidores de vinhos em geral ................................................................................................................................... 50 3.2.2 Coleta e análise de dados do Questionário aplicado aos consumidores de vinhos da Vitivinícola Urussanga ...................................................................................................... 54 3.3 CONCORRENTES E SIMILARES ................................................................................ 55 3.3.1 Concorrentes ................................................................................................................ 55 3.3.2 Similares ....................................................................................................................... 56 3.3.2.1 Embalagens de Cervejas ............................................................................................. 57 3.3.2.2 Embalagens de Destilados .......................................................................................... 58 3.3.2.3 Embalagens de Vinhos ............................................................................................... 58 4 PROJETO ......................................................................................................................... 60
4.1 REQUISITOS DE PROJETO .......................................................................................... 60 4.2 CONCEITO ..................................................................................................................... 60 4.3 IDENTIDADE ................................................................................................................. 61 4.3.1 Vitivinícola Urussanga ................................................................................................ 62 4.3.1.1 Geração de Alternativas ............................................................................................. 62 4.3.1.2 Alternativa Escolhida ................................................................................................. 64 4.3.2 Casa Del Nonno ........................................................................................................... 65 4.3.2.1 Geração de Alternativas ............................................................................................. 65 4.3.2.1.1 Arabesco .................................................................................................................. 66 4.3.2.1.2 Taça de vinho ........................................................................................................... 66 4.3.2.1.3 Casarão.................................................................................................................... 67 4.3.2.1.4 Tipografia ................................................................................................................ 67 4.3.2.1.5 Garrafa de vinho...................................................................................................... 68 4.3.2.1.6 Raízes ....................................................................................................................... 68 4.3.2.1.7 Manchas de vinho .................................................................................................... 69 4.3.2.1.8 Análise das alternativas ........................................................................................... 69 4.3.2.2 Alternativa Escolhida ................................................................................................. 70 4.4 EMBALAGEM ................................................................................................................ 71 4.4.1 Embalagem Primária .................................................................................................. 71 4.4.1.1 Geração de Alternativas ............................................................................................. 72 4.4.1.2 Alternativa Escolhida ................................................................................................. 73 4.4.1.3 Detalhamento Técnico ................................................................................................ 75 4.4.1.4 Simulações .................................................................................................................. 77 4.4.2 Embalagem Secundária .............................................................................................. 78 4.4.2.1 Detalhamento Técnico ................................................................................................ 79 4.5 FOLDER .......................................................................................................................... 81 4.5.1 Geração de Alternativas ............................................................................................. 82 4.5.2 Alternativa Escolhida.................................................................................................. 83 4.5.3 Detalhamento Técnico ................................................................................................ 85 4.6 WEBSITE ......................................................................................................................... 86 5 CUSTOS ............................................................................................................................ 92 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 93
6.1 ESTUDOS FUTUROS .................................................................................................... 93 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 955 APÊNDICES ......................................................................................................................... 977 APÊNDICE A – Questionário enviado ao gerente da Vitivinícola Urussanga ............... 988 APÊNDICE B – Questionário aplicado aos consumidores de vinhos em geral .............. 999 APÊNDICE C – Questionário aplicado aos consumidores de vinhos da Vitivinícola Urussanga............................................................................................................................... 100 APÊNDICE D – Manual de identidade visual das marcas Casa Del Nonno e Vitivinícola Urussanga ............................................................................................................................ 1011
15 1
1.1
INTRODUÇÃO
PROBLEMATIZAÇÃO
Atualmente as embalagens encontradas nas prateleiras de mercados são, ao lado de campanhas publicitárias, um dos principais chamarizes no momento da compra de uma mercadoria, principalmente tratando-se de marcas novas e/ou emergentes no mercado. Nestes casos, o cliente não sabe a qualidade do conteúdo interno, mas é possível destacar suas características utilizando-se de rótulos que despertem a atenção na hora da escolha, pois é o primeiro contato que o comprador tem com o produto. O objeto de estudo desse projeto é a Vitivinícola Urussanga Ltda., empresa localizada no município de Urussanga no sul do Estado de Santa Catarina, na Rua Joaquim Vieira Ferreira, 79, Centro, com seus vinhedos localizados na comunidade do Rio Salto, também em Urussanga. A empresa possui um portfólio formado por 21 produtos (entre os quais se destacam o Casa del Nonno Espumante, o Casa del Nonno Cabernet e o Bottiglia Rosata) elaborados com uvas selecionadas e de qualidade. Sua capacidade de produção é de 300.000 litros de vinho ao ano. A matéria prima utilizada pela empresa, as uvas cabernet sauvignon, merlot e principalmente a uva da variedade goethe, vem toda de um parreiral da própria empresa, fazendo com que haja um melhor controle de qualidade e, conseqüentemente, uma melhoria dos vinhos. As uvas goethe possuem características que se encaixaram bem ao clima da região de Urussanga, como demonstra Mariot (2003, p. 4): “[...] entre as variedades introduzidas, sejam americanas ou híbridas, merece destaque a Goethe que, com o decorrer dos tempos, mostrou possuir uma boa adaptação à região e também características próprias que diferenciam o seu vinho das demais cepas aí cultivadas.” Já as garrafas onde são acondicionados os vinhos, são compradas das duas únicas empresas que as produzem no Brasil, a Saint Gobain, localizada no Rio Grande do Sul e a CISPE, localizada em São Paulo. A escolha das garrafas fica limitada aquelas que as duas empresas já possuem em seus portfólios. Isto ocorre devido aos fornecedores aceitarem
16 apenas pedidos com o lote mínimo de 100.000 garrafas personalizadas, sendo inviável para a empresa encomendar essa quantidade. Os rótulos são adquiridos de uma empresa da região, a Imprint, que faz a criação gráfica e impressão dos mesmos, já que a Vitivinícola Urussanga não possui nenhum funcionário com formação em design gráfico para a aprovação destes rótulos. Sendo assim, é possível perceber que as características encontradas nos vinhos não condizem com a embalagem apresentada, não havendo valorização do produto. Isto dificulta que os seus compradores percebam a qualidade do produto. Além disso, não há uma padronização visual que possa diferenciar os tipos de vinho, dificultando a compreensão de que os mesmos são produzidos pela mesma empresa. É possível perceber, portanto, que não há valorização do produto também no que se refere aos aspectos históricos e culturais, como se pode perceber na figura 1. O que se sabe é que a região sul de Santa Catarina é um dos principais locais produtores de vinho no Brasil desde a vinda de imigrantes italianos ainda no século XIX. No entanto, parece que isto não é levado em conta dentro das estratégias da empresa e seu projeto gráfico, ou seja, a empresa não valoriza que o produto é desenvolvido de certa forma artesanalmente, com características típicas da região, devido à utilização da variedade de uva Goethe.
Figura 1 – Embalagens atuais dos produtos da Vitivinícola Urussanga Fonte: Disponível em <www.vitivinicolaurussanga.com.br>
17 1.2
OBJETIVOS
1.2.1
Objetivo Geral
Promover, através de estratégias de design, a valorização dos produtos da Vitivinícola Urussanga e, consequentemente, da própria empresa.
1.2.2
Objetivos Específicos
Realizar pesquisa bibliográfica para conhecer melhor o produto e as possíveis intervenções.
Avaliar, através de pesquisas de campo, as tendências, o mercado e o público alvo.
Definir, de acordo com as pesquisas, as estratégias de design a serem utilizadas.
Adequar as estratégias com as delimitações projetuais.
Fazer o re-design de produtos já existentes dentro da empresa e criar novos produtos, com o intuito de valorizar a empresa dentro da sua área de atuação no mercado.
1.3
JUSTIFICATIVA
Definiu-se como tema de pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso de design a abordagem de estratégias de design para a Vitivinícola Urussanga, devido aos inúmeros aspectos que o design tem a acrescentar dentro do universo de vinhos, espumantes e bebidas em geral. Neste sentido, priorizou-se a análise dos rótulos dos mesmos já que de
18 acordo com Osmundson1 (2006), o rótulo é o primeiro contato que o cliente tem com o produto. Sendo assim, pode-se dizer que é o fator mais importante durante a venda. Neste sentido, é importante que a empresa, quando vai criar uma embalagem, se preocupe em contar a sua história de forma atrativa, pelas cores e design, isto é, utilizando-se de estratégias que estimulem o consumidor a escolher o produto através da embalagem. Segundo Mestriner (2008), 70% dos produtos existentes têm embalagem, sendo que 90% dos produtos vendidos em supermercados não têm qualquer apoio de promoção ou propaganda dependendo exclusivamente da embalagem para competir. Além das embalagens, o design também pode trazer outros produtos/meios à tona, como a criação de propagandas nas mais variadas mídias, como catálogos, banners, web sites, displays, entre outros produtos, tudo para valorizar cada vez mais a empresa e suas mercadorias, sempre buscando estudar a sua realidade através de pesquisas de mercado para realizar a estratégia correta. Essas pesquisas têm a intenção de buscar compreender como se comporta o mercado em que a empresa atua. O designer, por sua vez, pode contribuir neste sentido, como um dos principais meios de percepção no estudo sócio-cultural do ambiente, buscando entender o que desperta o interesse no público em questão. O ambiente cultural é determinante na atribuição de valor a um produto. Diferentes grupos sociais atribuem valores diferentes aos mesmos produtos e/ou serviços, o que pode ser detectado por meio de pesquisas de mercado, as quais identificarão as tendências comportamentais dos grupos de interesse de cada empresa. (NEGRÃO; CAMARGO, 2008, p.47)
Com esse foco, é possível resgatar as origens do produto, fazendo que haja uma relação entre o comprador e a cidade, a origem de sua matéria prima, o modo artesanal de produção da vitivinícola, e também, de certa forma, toda a história passada ao longo da existência da empresa. Dessa forma, o design acaba fazendo com que a sustentabilidade venha a transparecer dentro da empresa. A sustentabilidade ambiental responde diretamente pela preservação e conservação do ambiente2,de forma que o desenvolvimento não agrida o meio ambiente. O desenvolvimento atual vem gerando enormes impactos ambientais. Para que a sustentabilidade em si se aplique, há a necessidade de que conhecimentos fragmentados sejam integrados. Na sustentabilidade, os aspectos ambientais devem
1
Dave Osmundson trabalha para empresas especializadas em impressão de rótulos para vinhos desde 1983. Trabalhou em empresas como a FP Label, Bolling & Finke, Estate Wine Label Co. e Cameo Sonoma.
2
Ambiente é aquilo que cerca ou envolve os seres vivos e/ou as coisas e os influenciam. (FERREIRA apud FIUZA, 2006)
19 ser tão relevantes quanto os aspectos técnicos e econômicos, bem como os aspectos de estética e conforto. (FIUZA, 2006)
Sendo assim, o desenvolvimento desse trabalho de pesquisa tem o intuito de criar, através do design, vínculos históricos entre a empresa (a origem de seus produtos e da sua produção), com a região de Urussanga, região conhecida como um dos polos produtores de vinho no Brasil.
1.4
ESCOPO
Este projeto procurará compreender a realidade da Vitivinícola Urussanga através de investigação e análise de campo, para então criar estratégias de design que se adéqüem a empresa, valorizando-a por meio de seus produtos. Localizada na região sul do Estado de Santa Catarina, mais especificamente em Urussanga, a área de atuação da Vitivinícola de acordo com dados fornecidos pela própria empresa, se dá principalmente no mercado sul e sudeste brasileiro, sendo que a maior concentração de vendas (55%) acontece no Estado de Santa Catarina, 30% para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo e 10% para as outras unidades da federação. De acordo com o Instituto Brasileiro do Vinho (2001), o perfil do consumidor brasileiro de vinhos hoje é caracterizado por ser formado predominantemente por homens (60% do mercado), com idade média de 39 anos. Destes, 49% possui escolaridade de terceiro grau completo e outros 43% de segundo grau completo. Este fato demonstra que o mercado consumidor de vinho é formado predominantemente por pessoas com um bom grau de instrução e que a faixa de renda característica destes consumidores (61%) é de R$1.200,00 a R$5.000,00.
20 1.5
LINHA DE PESQUISA
Sendo o objeto de pesquisa uma empresa de pequeno porte, oriunda de uma região relativamente pequena e conhecida como uma das principais produtoras de vinho do país, é importante que haja a valorização e o fortalecimento da empresa, garantindo a manutenção desta atividade, bem como dos empregos dos trabalhadores envolvidos no cultivo de uva e produção de vinho. Dessa forma, pode-se considerar que o referido projeto tem como sustentação teórica a seguinte linha de pesquisa: Design para o Desenvolvimento Sustentável, ou ainda Eco-Design; isso por buscar a valorização da empresa, e, consequentemente, da região, alavancando-a ainda mais pela qualidade das bebidas provenientes da uva, alcançando assim a sustentabilidade territorial.
1.6
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
De acordo com Maia (2008), após realizar estudos com diversos autores de metodologia cientifica, o preparo, a escrita e a exposição de trabalhos científicos envolvem muitas questões técnicas e estéticas, onde é possível destacar a disciplina, a escolha bibliográfica, a organização e um maior conhecimento ao tratar do assunto, além de ter que seguir normas de escrita e apresentação do texto. A Metodologia Científica, portanto, procura apontar as principais regras da escrita para responder ao problema de pesquisa, sendo possível compreender seus objetivos, proporcionando uma maior produtividade e qualidade dos trabalhos científicos. Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. (GIL, 1991, p. 6)
A partir dessas considerações, este projeto utilizará as seguintes etapas metodológicas: primeiramente será realizada uma pesquisa bibliográfica, buscando
21 compreender melhor os conceitos e trabalhos existentes sobre este assunto, que darão maior embasamento para as próximas etapas. Em seguida, será realizada uma pesquisa de campo tendo como objetivo analisar e explicitar a realidade do mercado, da empresa, informações sócio-culturais sobre os clientes, concorrentes, suas atitudes e seus costumes. Após se obter o conhecimento mais claro do assunto por meio de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, serão definidos os requisitos de projeto e quais estratégias de design serão priorizadas e irão se tornar parte efetiva da pesquisa.
22 2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1
DESIGN
A palavra design vem dos inglês, no entanto, não há uma definição única, seja em qual língua for. Inúmeras discussões já foram abertas buscando um significado definitivo para o termo, mas nunca se chegou a um consenso. De acordo com Azevedo (2001), design significa a criação de um projeto para compor visualmente um plano intencional. Para Sperb (2009, s.p.): (...) o termo design possui o mesmo significado do termo desenho industrial, ou seja, projeto, reflexão, significa atuar em todas as fases de desenvolvimento do produto com intuito de reduzir, além dos custos de fabricação, o impacto ambiental potencializando as características funcionais e estéticas dos mesmos.
O design normalmente é separado em duas áreas: o design gráfico e o design de produto. Dentro dessas duas vertentes é possível ainda separar em inúmeros outros segmentos, como o design editorial, embalagem, mídia eletrônica, gestão de design, identidade corporativa, entre outros.
2.1.1
Design Gráfico
Segundo Hollis (2001), a principal função do design gráfico é identificar: dizer o que é cada coisa. Informar e instruir, relacionando uma coisa com outra quanto à direção, posição e escala. E apresentar e promover, com o objetivo de prender a atenção e tornar sua mensagem única. Sendo o designer, um profissional que busca a melhor forma de transmitir a informação, torna-se indispensável que ele apresente vastos conhecimentos de composição,
23 harmonia, equilíbrio de cores e formas, tipografia, que são princípios essenciais à formação de um comunicador visual. O designer gráfico trabalha na interpretação, no ordenamento e na apresentação visual das mensagens. Sua sensibilidade para a forma anda paralelamente com a sua sensibilidade para o conteúdo. Um designer de textos não ordena tipografia, trabalha com a clareza, beleza e economia das mensagens. Este trabalho, diferentemente da beleza, trata da planificação e estruturação das comunicações, com sua produção e validação. (FRASCARA, 2005, p. 20).
Conforme Frascara (2005) em seu livro “Diseño Gráfico y Comunicación”, muitos confundem o designer gráfico com desenhistas ou ilustradores. Isso acaba sendo um grande equivoco, pois, neste caso, é levado em conta apenas o produto final, esquecendo-se de que inúmeras outras etapas foram percorridas pelo designer anteriormente, de acordo com a metodologia definida por ele. De acordo com Newark (2002), o design gráfico cobre diversas funções, trazendo diferentes sensações e percepções. Ele classifica e diferencia (distingue uma empresa, organização ou nação de outra); informa e comunica (nos ensina como desossar um pato ou como registrar um recém-nascido) e intervém no nosso estado de espírito, nos ajudando a formar nossas emoções em torno do mundo.
2.1.2
Design de Produto
Segundo a Industrial Designers Society of America – IDSA, o design de produto, também conhecido como design industrial, possui a responsabilidade de criar e desenvolver conceitos e especificações que otimizem a função, valor e a aparência dos produtos e sistemas, tanto para o cliente quanto para o produtor. O designer de produto pode atuar nas mais diversas áreas, de acordo com suas habilidades e preferências, algumas das áreas de atuação que permitem seu trabalho são: a indústria moveleira, design de interiores, moda, jóias, embalagens, transportes, eletroeletrônicos, entre outros.
24 2.2
MARCA
De acordo com Wheeler (2008, p.12): A marca é a promessa, a grande idéia e as expectativas que residem na mente de cada consumidor a respeito de um produto, de um serviço ou de uma empresa. As pessoas se apaixonam pelas marcas, confiam nelas, são fiéis a elas, compram e acreditam na sua superioridade. A marca é como a escrita manual. Ela representa alguma coisa.
Uma marca não é criada pela empresa, e sim por seus consumidores, isto é, eles dizem quem você é no mercado. Atualmente é indispensável à presença da gestão de marcas dentro de qualquer serviço ou empresa, pois, a marca, quando dirigida corretamente, lidera as atividades de vendas e marketing de um empreendimento, dessa forma gerando uma crescente consciência e fidelidade. Neste contexto, ser recordado pelos consumidores é fundamental, devido às infinitas marcas presentes no mercado, no entanto, essa não é uma tarefa fácil.
2.2.1
Identidade de Marca
Desde os primórdios da humanidade, nas pinturas das cavernas de Lascaux3 até as mensagens transmitidas por satélites, vem se criando uma galeria de sensações infinitas, tanto de expressões visuais, quanto de expressões verbais. Essas sensações, principalmente as visuais, são armazenadas como símbolos em nossa memória, de acordo com Peón (2003), símbolo é uma representação gráfica de um conceito que expressa significado por analogia, dirigida através de uma figura. O conceito e as características dessa empresa devem estar gravados nesta imagem, podendo ser abstrata ou figurativa. Assim sendo, a identidade trabalha como a expressão visual e verbal da marca, dando apoio à comunicação, resumindo o que é a marca. Ela se inicia com um nome e um símbolo, evoluindo para famílias de produtos e peças de comunicação. 3
Complexo de cavernas ao sudoeste de França, famoso por suas pinturas rupestres.
25 2.2.2
Principais Ideais em uma Identidade de Marca
Certos ideais coincidem entre as melhores identidades de marcas, sendo esses, na maior parte das vezes, responsáveis pela ascensão da empresa. Para Wheeler (2008), é possível classificá-los em nove:
Visão: é necessário o designer ter um diálogo aberto com as lideranças da empresa, para que, dessa forma, ele possa desempenhar seu trabalho da melhor maneira possível, conectado com a visão real do negócio;
Significado: é preciso haver uma absorção e compreensão de inúmeras informações pelo designer, para então ele criar uma identidade simples e com um significado claro, mostrando todos os pontos estudados de forma sucinta;
Autenticidade: a identidade da marca precisa demonstrar a autenticidade de uma empresa: a qualidade única de sua visão, suas metas, seus valores, sua voz e sua personalidade;
Diferenciação: deve-se criar um símbolo que seja único, destacando-se entre seus concorrentes;
Sustentabilidade: as origens da empresa devem ser estudadas antes da criação ou re-design de uma nova identidade, pois, esse símbolo, acaba identificando a empresa entre seus consumidores, sendo uma estratégia um tanto arriscada modificá-lo completamente;
Coerência: é se assegurar de que todas as peças se acomodem de forma a mostrar ao consumidor que não existem falhas nela, com a marca parecendo familiar ao cliente, causando o efeito esperado;
Flexibilidade: o designer deve se atentar a diversas possibilidades de aplicação do símbolo ou logotipo, analisando variedades de proporções, cores, combinações, diferentes mídias, não ocorrendo limitação nas aplicações da identidade;
Comprometimento: deve-se garantir que a identidade da marca seja seguida nos mínimos detalhes, uma maneira de promover isso é criando manuais com normas de utilização da marca e ter um designer para aprovar todas as peças confeccionadas; e
26
Valor: uma identidade bem resolvida vem a valorizar a marca. Além disso, é recomendado que se trabalhe junto a uma equipe de marketing, para que haja uma otimização da marca com mensagens consistentes, inteligentes e claras.
2.2.3
Estratégia de Marca
Desenvolvida geralmente por uma equipe multidisciplinar, envolvendo longas reuniões com lideres, equipe de marketing, vendas, propaganda, relações públicas, operações e distribuição, a estratégia de marca vem como uma ideia principal que alinha todas as ações dentro da empresa, seja em produtos ou serviços. De acordo com Menshhein (2006), é mais importante pensar na estratégia de marca que será utilizada antes de qualquer outro passo. As possibilidades de sucesso dependem dos estudos de mercado, do público-alvo desejado, entre outros. Neste sentido, portanto, pode-se dizer que a estratégia de marca é criada a partir de uma visão, vinda dos valores e da cultura de uma empresa e refletindo o entendimento das necessidades e percepções do consumidor, definindo, ainda, o posicionamento, a vantagem sobre os concorrentes e uma proposição de valor singular.
2.2.4
Design da Identidade
Como já discorrido nos principais ideais de uma identidade de marca, de acordo com Wheeler (2008), o designer necessita de perícia ao reduzir uma ideia complexa em uma essência visual. E, mesmo após selecionar a “ideia final”, essa ideia ainda deve passar por diversos testes, para que haja a certeza de que ela se encaixa aos mais variados fatores. Para a criação dessa solução, o designer deve analisar diversos pontos, como o logotipo, a variação de configurações do mesmo, horizontal ou vertical, as cores, tipografia, e, atualmente, devido a novas possibilidades, como na internet, o som e o movimento, buscando gerar uma marca que se encaixe de forma coerente a todos os pontos.
27 2.2.5
Pontos de contato
Após a definição da marca, é preciso testá-la, explorando a viabilidade de aplicála em correspondências, cartões de visitas, folhetos, catálogos, embalagens, websites, sinalização, propaganda, ambientes, veículos, uniformes, materiais promocionais, entre as mais variadas aplicações, conhecidas como pontos de contato. Esses pontos de contato tem como objetivo imprimir a marca em diversas mídias, fazendo com que a mesma esteja em todos produtos e serviços da empresa, identificando-a e fixando-a na memória dos consumidores, fornecedores, entre outros.
2.3
EMBALAGEM
A embalagem foi criada com a função básica de proteger e transportar. Mas, com o passar do tempo, outras funções lhe foram sendo designadas, buscando sempre a otimização, tanto física como emocional. De acordo com Negrão e Camargo (2008), atualmente, além de proteger e transportar, as embalagens também possuem como função acondicionar, proteger (do processo de fabricação até o consumo), informar, identificar, promover e vender um produto. Com isto, e diante da concorrência cada vez maior do mercado, ela passou a ser uma ferramenta muito importante de marketing. Segundo Mestriner (2007, p. 5), hoje, a embalagem “[...] está consolidada como uma poderosa ferramenta de marketing, e é empregada de todas as formas na tarefa de levar o produto aos consumidores, conquistar sua preferência e manter sua fidelidade. É utilizada também como diferencial competitivo ao incorporar a inovação e o design como componentes regulares em seu projeto.”
28 2.3.1
História da Embalagem
Devido à necessidade de armazenar alimentos, já nos primórdios da civilização humana foram criadas as embalagens. Inicialmente eram utilizados objetos em seu estado natural, como a casca do coco, por exemplo. Tempos depois, valendo-se da aptidão manual do homem, foram sendo criados novos recipientes como potes de madeira e barro, sacolas com pele de animais, cestos com fibras vegetais, entre outros. (ABRE, 2004) Fundindo-se com o desenvolvimento tecnológico, novas embalagens foram sendo criadas junto a descoberta de novos materiais. Como o vidro, material esse muito utilizado devido as suas características, as quais favorecem a conservação dos alimentos. Durante séculos a fabricação de embalagens foi artesanal; com o advento da Revolução Industrial, no século XVIII, surge um novo comportamento produtivo no mercado: a produção seriada e, como consequência, o aumento exponencial da oferta de produtos. (NEGRÃO; CAMARGO, 2008, p.24).
Então começaram a aparecer, na Inglaterra, alimentos enlatados, em estanho e aço, obtendo sua difusão durante a 2ª Guerra Mundial. Devido ao grande número de clientes em busca das folhas desses dois materiais, foi necessário a busca por uma matéria prima diferente. O material que veio substituir o estanho e o aço foi o alumínio, presente até hoje, principalmente em bebidas enlatadas. É interessante que se destaque que até os primórdios do século XX os rótulos das embalagens estavam interligados a movimentos artísticos, como o Art Noveau e o Art Déco. Muitas vezes não havia uma marca ou nome do produto impresso no rótulo, os fabricantes ainda não tinham a visão do valor que a marca podia agregar ao produto. Junto ao aparecimento dos supermercados veio à tona a questão do marketing e a disputa entre diversas marcas num ponto de venda, tendo assim que existir uma diferenciação entre um produto e outro, dessa forma, crescendo o número de informações nos rótulos, com o intuito de atrair o cliente no momento da compra. O supermercado promoveu a maior das revoluções vividas pela embalagem, uma vez que introduziu transformações que alteraram completamente o antigo comércio varejista, aquele dos antigos armazéns, onde a compra era mediada pelo balconista que se encarregava de “pegar” o produto, explicar ao consumidor suas características e seu modo de usar. (MESTRINER, 2007, p. 21).
29 Após o invento do self-service, surgiu a necessidade de transportar os alimentos a longas distâncias e também de estocá-los de forma integra por mais tempo. Devido a isso, outros materiais foram inseridos as embalagens, como o papel, papelão, plásticos, além de recipientes que utilizam-se de mais de uma matéria prima, é o caso das caixas de cartão, que tornam-se impermeáveis devido a uma camada de resina plástica, podendo ser utilizadas para acondicionar bebidas. Atualmente, a embalagem está como um dos principais pontos estratégicos dentro das empresas, Mestriner (2007) explicita que a embalagem influencia muito no custo final do produto e em seu desempenho na linha de produção e logística de distribuição, exercendo cada vez mais impacto para o sucesso competitivo do produto no mercado.
2.3.2
Funções da Embalagem
De acordo com Negrão e Camargo (2008), hoje em dia são sete as funções que uma embalagem deve prover para obter sucesso, e não apenas duas (proteger e transportar), como se propunha antigamente. Essas funções serão descritas a seguir.
2.3.2.1 Proteger e Acondicionar
Preservar a integridade tanto física quanto química do produto, desde sua fabricação até o consumo. Para isto, são levados em conta fatores biológicos (microrganismos, bactérias, etc.), climáticos (umidade, frio, calor, etc.), físicos (impacto, compressão, distorção, etc.) e de desfalque (roubo e furto, seja no transporte ou no local de venda).
30 2.3.2.2 Transportar
Devido à globalização muitas vezes produtos são fabricados em locais distantes de onde serão consumidos. Portanto a embalagem precisa garantir a integridade do produto durante esse transporte.
2.3.2.3 Informar e Identificar
De acordo com a legislação é obrigatório, no rótulo, constar dados como a validade do produto, sua composição, como manuseá-lo, valores nutricionais, contra indicações, entre outras informações, variando de produto para produto. Além desses dados obrigatórios, também é possível fornecer outros atrativos, fazendo com que o consumidor se interesse ainda mais por tal produto, como receitas, dicas de saúde, jogos, entre outros. Por outro lado, também não se deve esquecer de expor que o produto pertence a determinada marca ou família de produtos, pois uma produto relacionado com uma empresa forte acaba influenciando na hora da compra.
2.3.2.4 Promover e Vender
Trabalhando lado a lado com o marketing, a embalagem é a primeira impressão que o cliente tem do produto, tendo que fornecer de forma visual informações que só poderão ser experimentadas efetivamente após a compra, como o sabor, consistência, etc. Hoje, as empresas ainda podem trabalhar com itens promocionais, relacionando produtos a animações infantis, filmes e bandas, servindo como chamariz para um público que talvez nem percebesse o produto na prateleira se isto não ocorresse.
31 2.3.2.5 Formar e Consolidar a Imagem
A embalagem deve se diferenciar dos concorrentes ao mesmo tempo em que investe na busca da qualificação do produto. Uma forma bastante utilizada por empresas de diversas áreas para obter sucesso entre seu público é a participação em projetos sociais ou ambientais, trabalhando junto a comunidades próximas e utilizando embalagens recicláveis, consolidando a marca como responsável socialmente e, desta forma, alavancando as vendas de seus produtos.
2.3.2.6 Funcionalidade
Devido ao constante deslocamento e o tempo corrido dos dias atuais, é necessário que ao mesmo tempo que a embalagem proteja o produto, também seja funcional. Como, por exemplo, embalagens de redes de fast-food, as quais muitas vezes são levadas para serem consumidas no próprio trabalho ou durante essa movimentação de um local para outro.
2.3.2.7 Economizar e Valorizar
De acordo com Mestriner (2004), cerca de 90% dos produtos comercializados dependem apenas da embalagem como propaganda, portanto, as empresas não devem abrir mão de criar uma embalagem que valorize o produto apenas para que haja a redução de seu valor.
32 2.3.3
Categorias de Embalagem
As embalagens, dentro das funções explicitadas nos itens anteriores, dividem-se em três níveis distintos de acordo com Negrão e Camargo (2008):
Nível primário: é a embalagem que tem o contato direto com o produto. Exemplo: garrafa de vinho;
Nível secundário: envolve a embalagem primária, servindo como proteção ou agregando mais valor ao produto. Exemplo: caixa promocional envolvendo a garrafa de vinho; e
Nível terciário: contém o nível secundário, normalmente tem como função exclusiva a proteção do produto. Exemplo: caixa de papelão para o transporte.
2.3.4
Design de Embalagem
Como já explicitado na história da embalagem, o design de embalagem teve seu “boom” no momento em que surgiram os supermercados e, assim, sendo necessário a embalagem fazer o trabalho que o vendedor fazia, tentando vender o produto apenas com o apelo visual proporcionado pelo rótulo. No entanto, sabe-se que, para que haja um apelo efetivo aos consumidores, o designer precisa se apoiar em alguns elementos do design, tais como: cor, tipografia, elementos visuais de apoio e composição e diagramação.
2.3.4.1
Cor
A cor atua como um dos principais elementos da comunicação, cada cor acaba provocando os mais diferentes estímulos e reações em seus receptores, criando ligações com pensamentos já vivenciados, sensações e ideias.
33 Negrão e Camargo (2008), listam as associações mais frequentes relacionando cores a emoções, algumas delas são:
Preto: compacto, mal, elegante e sério;
Branco: pureza, leveza, higiene e infinito;
Cinza: indecisão, medo, monotonia, depressão e neutralidade;
Verde: esperança, campo, frescor e descanso;
Vermelho: vivacidade, virilidade, calor, paixão, fogo e impulsividade;
Rosa: doce, romântico, suave e feminino;
Marrom: utilidade, terra e realidade;
Laranja: ação, comunicação e generosidade;
Azul: profundo, relaxante, fresco, frio e sereno;
Roxo: noite, fantasia, mistério e justiça;
Amarelo: luminosidade, sol, calor, alegria, vivacidade e extroversão;
Violeta: mistério, triste, melancólico e magia;
Tons pastéis: moderação e suavização das matizes dos quais derivam.
De acordo com Mestriner (2002), não há regras para se trabalhar com cores, apenas deve-se ter o conhecimento básico das sensações que cada uma transmite. Dentro desse universo das cores e produtos gráficos, é preciso atentar principalmente ao contraste entre cores, para que, dessa forma, haja a legibilidade, impacto, distinção e identificação do produto de forma clara.
2.3.4.2
Tipografia
Como as cores, os tipos também podem ser associados a diversas sensações e diferentes estímulos de acordo com seu peso, tamanho, inclinação ou largura, agregando significado e valor ao produto. Portanto, é essencial a escolha tipográfica correta, adequandose a personalidade do produto.
34 A tipologia adotada e a maneira como se trabalha com ela definem a personalidade final do produto, pois, passado o primeiro impacto despertado pelo conjunto e despertado o desejo de compra, entra em ação a informação complementar, que acaba fechando a venda. (MESTRINER, 2002, p. 58).
Em uma embalagem, existem diversos graus de importância tratando-se de texto, o logotipo é o principal deles, ele identifica o produto de forma exclusiva. Em seguida vem a descrição do conteúdo, que demonstra as diferenças frente aos concorrentes. Logo depois os textos complementares, falando sobre a empresa, como utilizar o produto, etc.. E, por ultimo, os dados legais e obrigatórios, como validade, código de barra, entre outros. Mestriner (2002) ainda fornece algumas dicas de como utilizar ou não as fontes em uma embalagem. Um dos exemplos apontados pelo autor, é variar os pesos e inclinações das mesmas fontes, com o negrito, light, itálico, entre outras variações. Já Negrão e Camargo (2008), discorrem sobre um item essencial no momento da visualização de uma embalagem, que é a legibilidade do texto. Para os autores, é importante que se observe com atenção os seguintes pontos:
os espaçamentos entre letras e entre palavras, sempre buscando defini-los de forma que haja um ritmo de leitura;
os tipos de serifa, sendo que as fontes serifadas funcionam melhor em textos mais longos e tipos sem serifa para textos curtos;
o peso da fonte, com os tipos negros transmitindo força e os claros delicadeza, por exemplo; e
a cor, como já dito anteriormente, deve-se prestar sempre atenção ao contraste, para que haja uma boa legibilidade.
2.3.4.3
Elementos Visuais de Apoio
Os elementos visuais de apoio, de acordo com Mestriner (2002) podem vir em forma de splashes, boxes, vinhetas, pictogramas, banners, entre outros, responsáveis em mostrar as diferenças e o significado do produto. Por outro lado, compete ao profissional de design, demonstrar de forma clara o porquê da utilização de tal elemento, e não simplesmente colocá-lo solto dentro da
35 embalagem de maneira desordenada apenas para se ter mais um elemento. Esse elemento pode aparecer tanto como peça chave num produto, como a embalagem do sabão em pó “Omo”, ou, então, apenas como um detalhe.
Figura 2 – Embalagem do sabão em pó “Omo”. Fonte: Disponível em <www.blog.rexdesign.com.br>.
2.3.4.4
Composição e Diagramação
A composição e diagramação, sendo uma das últimas etapas na criação de uma embalagem, tem uma importante função de alinhar todos os componentes criados anteriormente de forma que cada elemento faça parte de um todo. Deve-se evitar “salpicar” a embalagem com muitos elementos miúdos. Os elementos precisam ser agrupados em blocos informativos que trabalham juntos e integrados para comunicar, evitando a competição entre eles. Os elementos têm de estar ligados visualmente e não serem dispersos sobre o fundo. (MESTRINER, 2002, p. 62).
Portanto, todos os elementos de apoio, ou de menos importância, devem procurar guiar a leitura, a visualização, para o elemento principal da embalagem, destacando-o, de forma que desperte a atenção do comprador.
36 2.3.5
Embalagem como Ferramenta de Marketing
A embalagem, como já dito anteriormente, além do seu papel básico, permite que o produto seja identificado e sua marca se valorize no ponto de venda, influenciando na decisão de compra por parte do cliente. A embalagem é uma excelente ferramenta de marketing. Simples alterações e adaptações em um invólucro ou reposicionamento estratégico no ponto de venda, têm um impacto comprovado no volume de vendas, chegando a representar, em alguns casos, aumentos superiores a 100%. (NEGRÃO; CAMARGO, 2008, p. 119).
Mestriner (2002) cita inúmeras possibilidades de aproveitamento do espaço da embalagem para se promover ainda mais os produtos. Alguns dos exemplos que o autor cita são:
Inclusão de informações como receitas ou de interesse do público em questão;
Promoção de outros produtos da empresa;
Valorização da imagem da empresa na embalagem;
Cupons de descontos, prêmios, vales-brindes;
Embalagens utilitárias, fazendo com que o cliente colecione os produtos;
Campanhas institucionais, atividades sociais das quais a empresa participa, campanhas de reciclagem, etc.;
Prêmios e condecorações já recebidos;
Divulgação de site ou hot site; e
Divulgação de informações culturais.
Portanto, de acordo com Mestriner (2002), um dos principais meios de divulgação de uma empresa e seus produtos, principalmente em empresas que dispõem de poucas verbas, é a embalagem. Sendo assim, é preciso que as empresas explorem ao máximo as possibilidades presentes em uma embalagem, ficando claro de que haja a inclusão desse ponto no planejamento de marketing de qualquer empresa.
37 2.3.6
Materiais Utilizados em Embalagens
Mesmo não sendo muito observados pelo consumidor, os materiais e as tecnologias aplicadas aos sistemas de embalagens acabam tendo uma grande parcela de importância no produto, pois, como já dito anteriormente, é a embalagem que contém o produto. Portanto, caso ela não exerça seu papel existe a possibilidade do produto estar danificado no momento do consumo. Para a escolha do material é preciso fazer uma analise profunda sobre as condições necessárias para o acondicionamento, conservação e regulamentações de cada produto. Entre essas análises deve-se estudar as características físicas, químicas, parâmetros de processamento (temperatura, deformação, etc), entre outras propriedades. Atualmente, os materiais empregados em embalagens dividem-se em quatros grupos: papel (materiais celulósicos), metal (alumínio e aço), vidro e plásticos (polímeros).
2.3.6.1 Papel
O papel é o material predominante em embalagens, sendo que 38,3% se utilizam dele, de acordo com dados do IBGE. Essa escolha se dá devido ao baixo custo e a facilidade de impressão, e consequentemente de customização do papel. (NEGRÃO; CAMARGO, 2008, p. 213). Uma característica do papel que merece destaque e faz com que seja altamente recomendado do ponto de vista ecológico é a sua biodiversidade, pois é composto de pastas elaboradas a partir de fibras vegetais (algodão, madeira, juta, palha etc.) e, por esta razão, reintegra-se com facilidade à natureza. (NEGRÃO; CAMARGO, 2008, p. 227).
Nas embalagens de bebidas, normalmente o papel é utilizado em forma de rótulo, sendo colado envolvendo parte da garrafa, ou, então, como embalagem de nível secundário, como uma caixa decorativa contendo uma garrafa de vinho ou em six-packs de cervejas.
38 Além disso, temos as caixas de papelão, usadas no momento do transporte de praticamente todos os produtos que encontramos em um mercado, sejam produtos alimentícios, de saúde, eletro-eletrônicos, entre outros.
2.3.6.2 Metal
Entre os mais variados tipos de metais existentes, no meio das embalagens utilizase basicamente o alumínio e o aço. A principal utilização dos metais se dá em latas de conserva e bebidas, e também em conjunto com outros materiais, como é o caso das tampas de garrafas. Negrão e Camargo (2008) citam como principais propriedades e características do alumínio são: leveza, maleabilidade, reciclabilidade, atóxico, alta condutibilidade térmica e elétrica, versatilidade de formas e baixa reatividade a água e ar. Já o aço possui alta resistência mecânica, resistência a penetração e riscos, baixa permeabilidade, possibilidade de esterilização, reciclabilidade e a necessidade de revestimento para ser usado em alimentos.
2.3.6.3 Vidro
Amplamente utilizado na indústria alimentícia, o vidro tem como uma das suas principais características a não reação entre embalagem e o conteúdo dentro dela, proporcionando um bom acondicionamento dos alimentos. Outras propriedades do vidro tratadas por Negrão e Camargo (2008) são: baixa permeabilidade, reciclabilidade (retornável e reutilizável), baixa condutibilidade térmica e elétrica, transparência, não oxida, resistência a perfuração e riscos, resistência a tração, resistência a elevadas temperaturas, fragilidade e versatilidade de formas e composições.
39 Além da indústria alimentícia, que utiliza o vidro em garrafas de bebidas, potes de conservas, frascos de condimentos, entre outros produtos, ele também é o material favorito das indústrias de cosméticos e farmacêutica.
2.3.6.4 Plásticos
Apesar de ser amplamente utilizado em diversos segmentos da indústria, devido ao baixo custo, infelizmente o plástico possui alguns pontos negativos que devem ser levados em conta. O principal ponto que podemos levar em conta é o tempo de degradação elevada dos polímeros, sendo um grande inconveniente a natureza, mesmo com a possibilidade de reciclagem. Os principais tipos de polímeros são:
Polietileno (PE): pode ser de baixa ou alta densidade. É usado em sacos, filmes, utensílios domésticos, tubos, brinquedos, etc. Suas principais propriedades são a resistência química e ao impacto, isolamento térmico e a baixa permeabilidade;
Polipropileno (PP): é utilizado em embalagens rígidas, utensílios domésticos, brinquedos, baterias, etc. Possui características semelhantes ao PE, mas com menor densidade, melhor resistência ao calor, rigidez e dureza;
Poliestireno (PS): Possui entre suas características a possibilidade de trabalhar com uma alta versatilidade de formas e cores, é leve, possui baixa permeabilidade, baixa resistência térmica e baixo custo; e
Polietileno tereftalato (PET): o PET tem como principal uso as garrafas para bebidas. Possui como propriedades a resistência mecânica, térmica, química, à tração, à abrasão e é leve.
40 2.3.7
Legislação de Embalagem
No Brasil, como em qualquer outro país, existem inúmeras leis regulamentadoras na área alimentícia, todas controlando a procedência, características, ingredientes, validade, entre outros aspectos dos produtos, garantindo a qualidade aos consumidores. Com os vinhos não é diferente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA é uma das instituições responsáveis pela regulamentação e fiscalização de vinhos e derivados da uva, além de órgãos do governo, por onde o produto deve passar por aprovação. Devido a diversas modificações e adições de leis relacionadas a rótulos de vinho, esses acabaram ficando muito poluídos visualmente. Dessa maneira, perdeu-se muito da elegância usual das embalagens. Os dados que devem aparecer no painel principal (rótulo frontal), de acordo com Marzarotto, diretor da Associação Brasileira de Enologia – ABE, são os seguintes:
Marca;
Volume da embalagem;
Designação completa do produto (informando sobre a natureza do produto, classe, cor e quantidade de açúcar);
Teor alcoólico;
Informações complementares que ficam a cargo da empresa, como o ano da produção ou um padrão de uva mais elevado por exemplo.
Já no contra-rótulo, as indicações é que apareçam as seguintes informações:
Razão social (seguido das qualificações, como “produzido e engarrafado”, por exemplo);
Endereço;
CNPJ da empresa responsável;
Composição da bebida (com suas quantidades estabelecidas pelo Ministério da Saúde);
Validade (todos os vinhos possuem a validade como indeterminada devido às Diferentes características e a forma de armazenagem);
41
Condições ideais de armazenagem;
Indicações como “beber com moderação” e “proibida à venda para menores de 18 anos” (contidas no Código de Defesa do Consumidor);
Número de lote;
Informação de que não contem glúten;
Expressão “indústria brasileira”;
Técnico responsável pelo produto;
Código de barras; e
Informações adicionais definidas pelo próprio produtor, como sugestões de alimentos, região de origem da uva entre outros dados.
2.4
2.4.1
SUSTENTABILIDADE TERRITORIAL
A Valorização de Recursos e Produtos Locais
De forma que a valorização de recursos e dos produtos locais aconteça, o design deve agir mediando à produção e consumo, tradição e inovação, qualidades locais e relações globais. Dessa forma, é preciso entender, primeiramente, o contexto local, para que se possa entender a relação, em todos os aspectos, entre a produção e o consumo dos produtos. Sendo uma das poucas autoras que tratam sobre a sustentabilidade territorial, Krucken (2009, p. 17) afirma: Para que os consumidores (muitas vezes situados em localidades distantes do território de origem dos produtos) reconheçam essas qualidades, é necessário comunicá-las com eficiência, por meio de marcas, embalagens e outras interfaces. Essa tarefa de “tradução” ou “mediação” envolve muita sensibilidade e responsabilidade e é extremamente importante, pois consiste no desenvolvimento de uma interface de entendimento comum para produtores e consumidores.
Portanto, o design pode contribuir nesse ponto de três formas de acordo com Krucken (2009, p.18):
42
Promover a qualidade dos produtos, dos territórios, dos processos de fabricação;
Apoiar
a
comunicação,
aproximando
consumidores
e
produtores
e
intensificando as relações territoriais; e
Apoiar o desenvolvimento de arranjos produtivos e cadeias de valor sustentáveis, visando ao fortalecimento de micro e pequenas empresas.
2.4.2
Produto local (Terroir)
O terroir, como Krucken (2009, p. 32) elucida em seu livro, é um território caracterizado pela interação com o homem ao longo dos anos, cujos recursos e produtos são fortemente determinados pelas condições do solo, do clima e da cultura. No português, o termo que mais se aproxima do terroir é o “produto local”, a única diferença entre os dois conceitos é que em “produto local” o quesito simbólico, que faz a ligação do ponto cognitivo do consumidor com o produto, não existe O conceito de terroir possui ligação direta com a zona de fabricação do produto e as qualidades que o mesmo tem devido ao clima e solo.
2.4.3
Autenticidade e Rastreabilidade4
No momento da escolha de um produto, o consumidor busca ter uma garantia de que o produto é autentico e rastreável, procede de um fabricante com boas referências, de um local com elementos históricos entre outros quesitos que possam indicar a qualidade do mesmo. Os principais elementos que apoiam a percepção da qualidade dos produtos, de acordo com Krucken (2008, p. 29) são:
4
Capacidade de traçar histórico, a aplicação ou a localização de um item por meio de identificações registradas.
43
a) Indicações geográficas da origem; b) Indicações da qualidade técnica do produto e do processo e de seu controle; c) Indicações da qualidade socioambiental e econômica do produto e de sua cadeia de produção. Portanto, pode-se dizer que a qualidade depende da união do produto, território e comunidade.
Figura 3 – A qualidade é resultado da ligação de território, comunidade e produto. Fonte: Krucken (2009, p. 30) adaptado pelo autor.
2.4.4
Ações para Valorizar Produtos Locais
O trabalho do design vem a beneficiar tanto os produtores quanto os consumidores de determinada região, planejando ações que valorizem o território e a sociedade de forma sustentável e duradoura. Não há como definir uma receita única para a valorização do território, mas Krucken (2009, p.98) enumera oito ações para o crescimento dos produtos e territórios e favorecimento da relação entre produtor e consumidor:
Reconhecer as qualidades do produto e do território;
Ativar as competências situadas no território;
44
Comunicar o produto e o território;
Proteger a identidade local e o patrimônio material e imaterial;
Apoiar a produção local;
Promover sistemas de produção e de consumo sustentáveis;
Desenvolver novos produtos e serviços que respeitem a vocação e valorizem o território;
2.5
Consolidar redes no território.
METODOLOGIA DE PROJETO
De acordo com Hollanda (apud NEGRÃO & CAMARGO, 2008, p. 128), método é um programa que define, previamente, determinadas ações a serem realizadas, através de ferramentas e processos, apontando possíveis erros em vista de um resultado determinado. Segundo Mestriner (2004), o objetivo da metodologia é organizar e instrumentar uma sequência de ações que façam com que o design seja feito de forma consciente, estudando-se aspectos relevantes ao projeto e respondendo de forma positiva e consistente aos objetivos em questão. Portanto, existem inúmeras metodologias de projeto atualmente no design (Baxter, Seragini, Mestriner, Munari, entre outras), cada uma delas com suas particularidades e desenvolvidas por profissionais distintos, tanto em formação, quanto em experiências, dessa forma, sendo definida a escolha de acordo com o segmento em estudo. Para este projeto, o método selecionado foi o de Fábio Mestriner com adaptações brandas, pois, originalmente, a metodologia trata apenas do processo do design de embalagem. O método consiste em cinco etapas:
Briefing: define os objetivos e informações chave do projeto.
Estudo de campo: busca entender o estado atual do mercado em questão por pesquisa de campo e análise de concorrentes e similares.
Estratégia de design: esta etapa resume as anteriores e origina o conceito, as diretrizes e parâmetros a serem seguidos.
45
Desenho: geração de alternativas e escolha seguindo os requisitos previamente definidos.
Implantação do projeto: aspectos ligados à finalização do produto, como desenhos técnicos, definição de textos, correção de informações que devem constar, testes, entre outros aspectos.
46
3
PESQUISA DE CAMPO
Com o intuito de conhecer melhor a empresa em questão, o público consumidor de bebidas alcoólicas provenientes da uva e, mais especificamente, seus clientes, foram desenvolvidos e aplicados três questionários online, um com o gerente da Vitivinícola Urussanga (APÊNDICE A), Matheus Damian, um com o público consumidor de vinhos em geral (APÊNDICE B), e outro com clientes da empresa (APÊNDICE C). Além desses questionários, ainda foi feita uma análise dos concorrentes diretos e indiretos da empresa, sendo as vinícolas da região os diretos e outras bebidas alcoólicas os indiretos.
3.1
EMPRESA
Localizada no município de Urussanga, ao sul de Santa Catarina, a Vitivinícola Urussanga LTDA foi fundada em 1975 por Flávio Antônio Mariot e Hedi Damian (funcionário da Estação Experimental de Enologia em Urussanga desde 1961). Teve sua primeira safra comercializada em maio de 1978, lançando a marca Casa Del Nonno. Em 1982 Renato Mariot Damian se tornou o administrador da empresa, que, participando de cursos e estágios em países como a Itália e Argentina, contribuiu para que a vitivínicola aprimorasse a qualidade dos produtos, fazendo com que, dessa forma, a empresa conquistasse títulos em concursos de Vinhos no estado de Santa Catarina. Atualmente a empresa é composta por dois sócios, Renato Mariot Damian e Hedi Damian, tendo Matheus Damian como gerente. Possui um total de oito empregados, sendo assim considerada uma microempresa. Em épocas de safra e poda são feitas contratações temporárias de trabalhadores locais, aumentando este contigente.
47
Figura 4 – Renato Mariot Damian, Hedi Damian e Matheus Damian. Fonte: Disponível em <www.progoethe.com.br>.
A Vitivinícola conta hoje com 21 produtos em seu portfólio, sendo comercializados, além de vinhos, espumantes, frisantes e graspa, todos com bastante saída no mercado. Os produtos são envasados quase todos em garrafas de vidro (500ml, 750ml e 5l) adquiridas com a Saint Gobain e também em embalagens bag-in-box, observadas na figura 5.
Figura 5 – Garrafas de 500ml, 750ml, 5l e Bag-in-box de 4,6l. Fonte: Disponível em <www.sgembalagens.com.br> e <www.vitivinicolaurussanga.com.br>.
Buscando se destacar dos concorrentes, a empresa vem sempre produzindo vinhos de alta qualidade, isto é, acima do padrão de consumo popular. No entanto, há também preocupação da empresa com a fabricação de vinhos com preços mais acessíveis, devido à necessidade de capital de giro para manter os negócios. Os produtos variam entre R$6,00 (Vinho Damari Tinto ou Branco Suave com 750ml) e R$45,00 (Bag-in-box Cabernet e Merlot com 4,6l). As vendas da Vitivinícola se restringem ao mercado nacional, sendo que 60% dos produtos são comercializados dentro do próprio estado de Santa Catarina, 30% distribuídos
48 entre o Rio de Janeiro e São Paulo e 10% para o resto do país. Por outro lado, a empresa planeja ampliar seu mercado em toda região Sudeste e no Distrito Federal. Procurando retratar as origens do povo italiano, desde 1995 a Vitivinícola Urussanga utiliza como logotipo um brasão (FIGURA 6) vindo da família “Damian”, apresentando como submarcas diferentes linhas de vinhos, tais como: Damari, Bottiglia Rosata, Goldener Trofen, Peccato Bianco, e, sua principal linha, Casa Del Nonno. Atualmente, buscando adquirir uma identidade mais marcante, a empresa está, aos poucos, unificando as variações de linhas de vinho, fundindo algumas dessas linhas junto à marca Casa Del Nonno (FIGURA 7), nome esse que, entre os clientes, é o mais corriqueiro ao falar de vinhos da vitivínicola.
Figura 6 – Logotipo da Vitivinícola Urussanga. Fonte: Disponível em <www.vitivinicolaurussanga.com.br>.
Figura 7 – Casa Del Nonno, submarca da Vitivinícola Urussanga. Fonte: Disponível em <www.vitivinicolaurussanga.com.br>.
O principal meio de divulgação dos vinhos é a propaganda informal, o “boca a boca”. Além dessa forma de promoção, a empresa fornece folders em feiras, restaurantes, supermercados, etc. A participação em feiras atrai também um bom público a vinícola, destacando-se a Festa do Vinho, realizada a cada dois anos em Urussanga, Santa Catarina; feira essa que atrai um grande número de turistas e apreciadores de vinho da região sul do país. Tratando-se de sustentabilidade, a empresa acaba praticando apenas a territorial, contratando mão de obra local. Já quanto sustentabilidade a ecológica, a vitivinícola não procura muitas outras formas de contribuir, por outro lado, é favorecida pelas características
49 da região. Enquanto muitas empresas utilizam da energia elétrica para controlar a temperatura de armazenamento das bebidas, a Vitivinícola Urussanga possui uma adega climatizada (FIGURA 8) aproveitando-se das condições propicias da região e utilizando-se de um projeto de arquitetura que permite esse controle.
Figura 8 – Adega da Vitivinícola Urussanga. Fonte: Disponível em <www.vitivinicolaurussanga.com.br>.
Já em determinados processos da produção dos vinhos, é necessário um maior gasto de energia elétrica, no entanto, como boa parte da geração de energia da cidade provém de hidroelétricas, acaba não trazendo muitos prejuízos a natureza.
3.2
PÚBLICO ALVO
Tratando-se da pesquisa sobre o público alvo, foram organizados e aplicados dois questionários: um buscando perceber o comportamento do público consumidor de vinho, com questões relativas à identificação de sexo, idade, consumo, se reparam na embalagem no momento da compra, entre outros; e o outro, aplicado aos clientes da própria Vitivínicola Urussanga, sendo abordados aspectos referentes à empresa, símbolos da cidade, entre outras.
50 3.2.1 Coleta e análise de dados do Questionário aplicado aos consumidores de vinhos em geral
Buscando conhecer o público alvo consumidor de vinho e seus hábitos, foi realizado um questionário online, enviado via e-mail a conhecidos e repassado para outros consumidores de vinhos pelos mesmos, sendo respondido por um total de 54 pessoas. Segue abaixo a coleta e análise de dados: 1. Qual seu sexo?
47% 53%
Feminino
Masculino
Gráfico 1 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 1. Fonte: Siebert (2010).
2. Qual sua faixa etária? 9%
3% 40%
48%
18‐25 anos
26‐40 anos
41‐60 anos
61 anos ou mais
Gráfico 2 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 2. Fonte: Siebert (2010).
Tendo como resultado praticamente o mesmo número de pessoas de ambos os sexos (53% feminino e 47% masculino) e a faixa etária ficando em 84% entre 18 e 60 anos, o produto terá direcionamento ao público com essas características.
51 3. Com que frequência você consome vinho? 7%
2%
32% 59%
Menos de uma vez por semana
1‐2 vezes por semana
3‐4 vezes por semana
Diariamente
Gráfico 3 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 3. Fonte: Siebert (2010).
Com apenas 2% dos entrevistados respondendo que consomem vinho diariamente e 7% de 3-4 vezes por semana, é possível perceber que não há tanto costume entre os consumidores brasileiros de beber o vinho quanto em países europeus, onde é um hábito tomar pelo menos uma taça por dia. 4. Onde costuma adquirir o produto? 12%
3% 1%
21%
63% Lojas especializadas
Supermercados
Direto com o fabricante
Internet
Restaurantes
Gráfico 4 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 4. Fonte: Siebert (2010).
O que se percebeu nas respostas dos entrevistados é que o ponto de venda dos vinhos é um dos fatores importantes e que os mesmos adquirem os produtos em supermercados (63%), seguido de lojas especializadas (21%) e restaurantes (12%). Portanto, deve-se atentar que há uma disputa com inúmeros outros produtos no momento da venda, necessitando um destaque entre os concorrentes.
52
5. Para você, quais fatores mais influenciam na escolha do vinho? 10%
21%
14% 5%
5%
23%
22% Origem
Safra
Tipo
Preço
Indicação
Qualidade
Embalagem
Gráfico 5 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 5. Fonte: Siebert (2010).
6. No momento da compra você repara na embalagem/rótulo? 7%
93% Sim
Não
Gráfico 6 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 6. Fonte: Siebert (2010).
7. Quais informações você procura na embalagem/rótulo? 13% 37%
19%
31% Origem
Tipo
Safra
Marca
Gráfico 7 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 7. Fonte: Siebert (2010).
Analisando as questões 5, 6 e 7 pode-se perceber uma certa contradição quanto à embalagem/rótulo. Ao mesmo tempo em que o rótulo é um fator responsável por apenas 10%
53 da venda do produto (questão 5), 93% dos entrevistados dizem reparar na embalagem no momento da compra (questão 6). Já nos dados referentes as questões 5 e 7 é possível perceber uma combinação entre as respostas, onde os usuários identificam nos rótulos o que mais lhe interessa na escolha da bebida e os consumidores buscam saber a origem do vinho, o tipo, safra e a marca (qualidade). Além das informações do produto, um fator que nunca deve ser esquecido é o valor monetário do mesmo. Na questão 5, o “valor do vinho” foi respondido como um dos itens que mais importa na definição de compra, com 22%. Como a origem do produto ficou em segundo lugar na questão 5 e, em primeira escolha, na questão 7, deve-se buscar remeter a identidade da embalagem à região onde ele é produzido, facilitando essa identificação pelo consumidor. 8. Durante a compra você busca por produtos que foquem a sustentabilidade? 9% 46%
15%
13% 17% Sim, busco produtos produzidos localmente Sim, busco produtos com embalagens econômicas Sim, busco produtos que utilizem materiais recicláveis Sim, busco produtos que utilizem processos sustentáveis no momento da produção Não Gráfico 8 – Questionário “Consumidores de vinhos em geral”, questão 8. Fonte: Siebert (2010).
No que se refere à área da sustentabilidade, há uma divisão quase que equivalente entre os que buscam adquirir produtos sustentáveis (54%) e os que não buscam (46%). Dentre os que procuram produtos que reduzam os danos à natureza, 17% procuram saber se o produto é fabricado com processos sustentáveis, 15% buscam embalagens econômicas, 13% materiais recicláveis e 9% procuram consumir produtos locais.
54 3.2.2
Coleta e análise de dados do Questionário aplicado aos consumidores de vinhos da Vitivinícola Urussanga
A pesquisa com os consumidores específicos da Vitivinícola Urussanga, devido a indisponibilidade do pesquisador de estar presente nos locais de venda dos produtos, foi realizada online, sendo enviado um e-mail com o link do questionário ao gerente da empresa, para que o mesmo repassasse aos clientes os quais ele possuia contato. O questionário foi respondido por 23 pessoas e, por ter em sua maioria questões abertas, será analisado em um contexto geral, diferentemente do questionário anterior. Mantendo-se semelhante à pesquisa dos consumidores de vinhos em geral, o público pesquisado se divide em 56% masculino e 44% feminino na faixa dos 18 aos 60 anos, com grande parte dos entrevistados sendo de Urussanga e Criciúma, cidade vizinha com cerca de 200 mil habitantes. Quando perguntados sobre o padrão de consumo, cerca de 80% das pessoas dizem consumir apenas produtos que estão dentro de sua realidade financeira. Já os outros 20% distribuem-se em 5% para pessoas que preferem economizar, gastando abaixo do que pode adquirir, e 15% consumindo acima do seu poder aquisitivo. Sobre o porquê da escolha pela Vitivinícola Urussanga, a principal resposta foi devido à qualidade do produto vendido em comparação aos concorrentes. De acordo com os entrevistados, a empresa possui bebidas de qualidade mais elevada. Isto evidencia a fidelidade dos clientes, isto é, a maioria procura adquirir o produto diretamente com o fabricante e, quando mais cômodo, em supermercados. Quanto ao rótulo/embalagem, 74% dos consumidores dizem repará-los, seja no momento da compra ou do próprio consumo, buscando informações sobre o vinho, desde os dados técnicos, até características do produto e apresentação do mesmo. De acordo com os dados coletados, percebe-se que os rótulos condizem com a realidade da região e da empresa, devido ao casarão antigo e o brasão da família dispostos em algumas das embalagens. Os entrevistados ao serem questionados sobre algum símbolo que represente a região de Urussanga, a resposta mais recorrente foi a uva goethe, que é o tipo de uva produzida nos parreirais locais, além da Festa do Vinho, recordada por alguns entrevistados. O que se percebe é que dentre os consumidores da vitivinícola, grande parte dos entrevistados está preocupado com a questão da sustentabilidade local no momento da
55 compra, dando preferência a produtos fabricados por produtores e trabalhadores da região, justificando que isto proporciona um maior número de turistas a cidade e, consequentemente oportuniza maior crescimento para a mesma.
3.3
CONCORRENTES E SIMILARES
3.3.1
Concorrentes
Na análise de concorrentes serão observadas características relevantes ao projeto, em termos de variedade de produtos produzidos por cada empresa, tipo de embalagem, cores, hierarquia da informação, os elementos gráficos presentes nos rótulos, se possui website/email ou não, a variação de preço dos produtos e outras observações caso necessário. Para isto, procura-se dar uma compreensão geral das respostas, através da tabela a seguir: Tabela 1 – Análise dos concorrentes. Vinícola
Vinícola Mazon
Produtos
Vinhos tintos, branco, rosé e espumantes
(continua) Vinhos Borgo Gava
Vitivinícola Urussanga
Vinhos tintos, licores, cachaças e graspa
Vinhos tintos e brancos, espumantes, frisantes e graspa,
Garrafas de 60 a 750mL
Garrafas de variados tamanhos e Bag‐in‐Box
Branco, marrom e bordô
Preto, branco, dourado, e bordô
Hierarquia informação
Destaque a marca “Mazon” Linha do produto, e ilustração da pousada da acompanhada da marca vinícola “Borgo Gava”
Destaque a marca “Casa Del Nonno” ou a linha do vinho
Elementos gráficos
Ilustração pousada, rótulo antigo e tipografia
Embalagens Garrafas de 750ml
Cores
Marrom, prata, branco, preto
Brasões, tipografia, Tipografia, texturas de papel ilustrações de pontos antigo, ilustração castelo históricos, casarão antigo e texturas de mármore
56 (conclusão) Vinícola Serviços online
Vinícola Mazon
Vinhos Borgo Gava
Possui website mal resolvido e e‐mail
Vitivinícola Urussanga
Possui e‐mail e catálogo em portal da cidade
Possui website já ultrapassado e e‐mail
Variação do R$10,90 a R$25,00 Preço
R$3,80 a R$15,00
R$6,00 a R$45,00
Observações Possui pousada própria
É possível agendar visitas à empresa para degustação das bebidas
Garrafas
Fonte: Siebert (2010).
Analisando-se os rótulos das três empresas presentes na tabela 1, incluindo a Vitivinícola Urussanga, é clara a semelhança e a falta de um estudo maior em relação aos rótulos das bebidas. Neste contexto, é possível perceber a falta de um acabamento mais profissional nas embalagens apresentadas, seja na disposição dos elementos, na hierarquia da informação, nas cores utilizadas, nas fontes, entre outros. Além dos dois concorrentes analisados, a região de Urussanga possui mais algumas empresas produtoras de vinhos, mas que não fazem frente às três citadas, sendo assim, essas outras vinícolas foram excluídas do processo de análise desta pesquisa.
3.3.2 Similares
De acordo com pesquisas realizadas pela Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) e a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em 2007, o vinho aparece como a segunda bebida alcoólica consumida por brasileiros, ficando com 25% e perdendo apenas
57 para a cerveja ou chopp, responsável por 61% do consumo no país. Atrás dele, temos os destilados (vodka, cachaça, whisky, etc.) com 12% e as bebidas ice com apenas 2%. Portanto serão analisadas embalagens das três categorias mais recorrentes: cerveja, vinho e destilados.
3.3.2.1 Embalagens de Cervejas
Nos rótulos de cerveja pode-se perceber o predomínio das cores amarela e vermelha, remetendo respectivamente a cor da bebida e ao calor; apenas com uma das embalagens em azul, o que num primeiro momento nos leva a pensar na temperatura na qual ela deve ser consumida. Além das cores, é possível perceber o quanto a marca é um fator crucial no negócio, estando ela estampada bem ao centro de todos os exemplares, sendo o maior destaque da embalagem. Diferentemente das embalagens de vinho, que são praticamente todas de vidro, as cervejas são, na sua maioria, acondicionadas em recipientes de alumínio (latas) em porções menores.
Figura 9 – Diferentes embalagens de cerveja. Fonte: Siebert (2010).
58 3.3.2.2 Embalagens de Destilados
Nos destilados há um predomínio das embalagens em vidros transparentes, dessa maneira mostrando, desta maneira, a pureza do conteúdo. Já nas cores, há um apelo para o vermelho e preto, por serem consideradas como bebidas quentes e também do azul, que remete a limpidez do produto.
Figura 10 – Diferentes embalagens de destilados (vodka, cachaça e whisky). Fonte: Siebert (2010).
3.3.2.3 Embalagens de Vinhos
Dentro da categoria dos vinhos, foram procuradas como referência embalagens que se destacassem das embalagens convencionais e que ao mesmo tempo tratassem da questão da localização geográfica onde o produto foi fabricado e da história cultural da vinicultura, isto é, das raízes dos seus antepassados, entre outros. Para isto, foram selecionadas algumas embalagens que continham estas características:
59
Figura 11 – Embalagens de vinhos diferenciadas. Fonte: Siebert (2010).
Dentre as embalagens pesquisadas (FIGURA 11) pode-se perceber as diferenças na disposição dos elementos, ou seja, de certa forma, todas fazem um resgate à cultura histórica presente na produção de vinhos. O primeiro rótulo, da esquerda para a direita, por exemplo, traz formas antigas e um aspecto de papel envelhecido ao fundo, a segunda, mostra literalmente as raízes as quais os parreirais e as vinícolas se apoiam. Da terceira a quinta, todas da mesma linha, apresentam três gerações de trabalhadores de uma vinícola e na sexta garrafa, como na primeira, há um resgate quanto às questões de formas e a disposição dos elementos no rótulo, voltando aos modelos de diagramações antigos. Além dessa retomada ao passado, percebe-se o destaque dado à marca, principalmente nas duas primeiras e na última garrafa, ocorrendo uma hierarquização dos elementos de forma funcional, fazendo com que o consumidor localize o fabricante, o local da produção logo abaixo, seguido do tipo de vinho e a safra.
60 4
4.1
PROJETO
REQUISITOS DE PROJETO
Após analisar os dados coletados através dos questionários, os seguintes requisitos de projeto foram definidos para que haja a valorização da Vitivinícola Urussanga perante o mercado na qual ela se encontra:
Demonstrar que o produto tem ligação com a cidade de Urussanga, um território característico pela produção de vinhos;
Direcionar os produtos ao público adulto, tanto feminino, quanto masculino, que busca produtos sustentáveis;
Fazer o redesign das marcas “Vitivinícola Urussanga” e “Casa Del Nonno” criando uma correlação;
Fazer o redesign dos rótulos de uma linha de vinhos da empresa;
Criar um folder informativo para a distribuição em feiras em que a vitivinícola participa, assim como também em restaurantes, supermercados, entre outros;
Fazer o redesign do website da empresa, objetivando demonstrar a qualidade do produto e ampliar as vendas a novos mercados;
Seguir as normas legais impostas pelos órgãos regulamentadores para comercialização nacional;
Manter os modelos de garrafas disponibilizados pela Saint Gobain Embalagens.
4.2
CONCEITO
A partir de cinco palavras-chave definidas após a análise da coleta de dados, foi construído um painel semântico com o objetivo de reunir e demonstrar as sensações do que se deseja passar com o produto, originando um conceito.
61 Palavras-chave: Sustentável; Tradicional; Terroir; Resgate cultural; Clássico.
Figura 12 – Painel semântico. Fonte: Siebert (2010).
Aliando-se as relações familiares e as tradições herdadas pela colonização italiana, procurou-se resgatar as características culturais da região de Urussanga, transmitindo-se a história da empresa, valorizando-a junto à cidade.
4.3
IDENTIDADE
Buscando-se aliar as características estudadas na pesquisa de campo, seguir os requisitos definidos para o projeto e transmitir o conceito gerado, foram criadas inúmeras alternativas antes de escolher a alternativa final das marcas “Vitivinícola Urussanga” e “Casa Del Nonno”.
62 4.3.1
Vitivinícola Urussanga
4.3.1.1 Geração de Alternativas
Para a criação da marca da Vitivinícola Urussanga, primeiramente foi definido como requisito a manutenção do brasão como elemento principal, por ser um símbolo da família Damian, assim, demonstrando, assim, a origem da empresa. Após a definição do elemento central da marca, foram realizados alguns estudos tipográficos, focando em fontes com características clássicas, ou seja, fontes serifadas. Dessa forma, escolheu-se a fonte ideal para formar a logotipia, como exposto na figura 13.
Figura 13 – Estudo tipográfico da marca “Vitivinícola Urussanga”. Fonte: Siebert (2010).
Dentre as seis fontes selecionadas, algumas foram descartadas por possuírem muitos adornos, dificultando a legibilidade e ficando pesadas demais junto ao brasão da empresa, outras por terem algumas linhas levemente modernas, o que fugiria do conceito, além de fugirem do estilo tradicional presente no símbolo. Foi definida então a fonte “Baskerville Old Face” como a alternativa a qual mais se adequava tanto ao conceito, quanto as linhas clássicas presentes no brasão (alternativa em destaque). Seguiu-se então para o posicionamento da tipologia junto ao símbolo da marca, o brasão. Algumas alternativas foram geradas buscando o melhor alinhamento entre os dois elementos.
63
Figura 14 – Posicionamento entre tipologia e símbolo da “Vitivinícola Urussanga”. Fonte: Siebert (2010).
Analisando as quatro alternativas de posicionamento geradas, optou-se pelo alinhamento inferior, pois na alternativa superior/esquerda havia um distanciamento muito grande entre as palavras “Vitivinícola” e “Urussanga”, na alternativa inferior/esquerda ocorreu à redução excessiva do símbolo, comparando-o aos tipos e, na alternativa superior/central, o posicionamento vertical da escrita acaba dificultando a leitura, tirando a simetria da marca. Mesmo com a tipologia e o posicionamento entre ela e o brasão já definidos, ainda era possível perceber um ruído entre os dois. A marca estava muito semelhante a brasões de órgãos do governo, por exemplo. Então se procurou modificar a tipologia, de forma que a marca fugisse do padrão formal dessas instituições. Para isto, foram criadas alternativas utilizando-se de caixa alta e variações no tamanho e peso dos tipos das duas palavras.
Figura 15 – Alternativas de tipologia junto ao brasão da “Vitivinícola Urussanga”. Fonte: Siebert (2010).
Entre as cinco alternativas criadas, foi escolhida aquela que possuía mais simetria junto ao símbolo. Para isso, foi usada a caixa alta como artifício, não ocorrendo dessa forma à diferenciação entre a base e topo das letras. Ainda foi dado destaque ao nome da cidade de Urussanga, enfatizando a região onde a empresa se localiza. Após definidas as características relativas as fontes, ainda foram feitos alguns ajustes no símbolo, reduzindo a espessura de seus traços, diminuindo assim o seu peso. Na figura 16 é possível fazer a comparação entre o brasão antigo e o redesenhado.
64
Brasão antigo Brasão redesenhado Figura 16 – Redução na espessura das linhas do brasão. Fonte: Siebert (2010).
4.3.1.2 Alternativa Escolhida
Por último, foi realizada a alternativa final (FIGURA 17), mantendo o brasão da família Damian como elemento principal da marca, com alguns ajustes na espessura das linhas, facilitando, desta forma, a legibilidade do símbolo. Se tratando de tipologia, foi selecionada uma fonte serifada e clássica, condizente aos traços do brasão, disposta de forma centralizada e destacando-se a cidade de Urussanga, não modificando, no entanto, a simetria do símbolo. Quanto às cores, procurou-se manter o preto e branco, devido aos inúmeros elementos já presentes no brasão, podendo, com a adição de cores, carregar muito a marca, baixando a pregnância da mesma.
Figura 17 – Marca final da Vitivinícola Urussanga. Fonte: Siebert (2010).
65 4.3.2
Casa Del Nonno
4.3.2.1 Geração de Alternativas
O desenvolvimento da marca “Casa Del Nonno” se iniciou com a escolha da tipografia que viria a ser empregada na mesma, procurando uma fonte que possuísse características condizentes ao conceito. Na figura 18 é possível observar as seis opções finais.
Figura 18 – Estudos tipográficos da marca “Casa Del Nonno”. Fonte: Siebert (2010).
Observando-se as seis fontes escolhidas, cinco foram descartadas por diferentes motivos: algumas, por possuírem caracteres que pareciam pertencer à outra família tipográfica, outras, por terem linhas muito duras ou modernas. Por fim, foi escolhida a fonte “Imperator SmallCaps”, fonte serifada, toda em caixa alta, com diferenciação apenas no tamanho das letras iniciais, possuindo pregnância superior as outras alternativas, favorecendo a legibilidade da tipologia e remetendo à questões definidas no conceito. Em seguida, já com a família tipográfica definida, foram listados diversos elementos que poderiam fazer parte da marca, sendo geradas alternativas para cada um deles, como será exposto e analisado nos tópicos a seguir. Todas as alternativas foram geradas em tons de cinza, para não ocorresem problemas de contraste posteriormente, com as cores sendo expostas no manual de identidade visual (APÊNDICE D).
66 4.3.2.1.1 Arabesco
Os arabescos foram escolhidos por relembrarem as linhas de portões e placas presentes antigamente em casas e comércios.
Figura 19 – Alternativas “arabesco” da marca “Casa Del Nonno”. Fonte: Siebert (2010).
4.3.2.1.2 Taça de vinho
Elemento óbvio ao lembrarmos vinhos, tentou-se fundir a taça junto as formas tipográficas presente na “Casa Del Nonno”.
Figura 20 – Alternativas “taça de vinho” da marca “Casa Del Nonno”. Fonte: Siebert (2010).
67 4.3.2.1.3 Casarão
O casarão foi utilizado com o objetivo de demonstrar o aspecto tradicional e sustentável do acondicionamento dos vinhos de forma natural, assim como também devido a sua arquitetura com construção em pedras rústicas.
Figura 21 – Alternativas “casarão” da marca “Casa Del Nonno”. Fonte: Siebert (2010).
4.3.2.1.4 Tipografia
Em relação à tipografia, foram realizados estudos utilizando-se variações da família da fonte “Imperator”, juntamente com a identificação de Urussanga e do estado de Santa Catarina em diferentes alinhamentos, procurando-se criar uma marca mais limpa.
Figura 22 – Alternativas “tipografia” da marca “Casa Del Nonno”. Fonte: Siebert (2010).
68 4.3.2.1.5 Garrafa de vinho
A garrafa de vinho é um elemento facilmente lembrado quando se pensa em vinho. Sendo assim, foram criadas algumas alternativas tentando algumas variações de alinhamento, tanto da garrafa, quanto das fontes.
Figura 23 – Alternativas “garrafa de vinho” da marca “Casa Del Nonno”. Fonte: Siebert (2010).
4.3.2.1.6 Raízes
Como a raiz é uma das palavras-chave do conceito, tentou-se resgatar a tradição da empresa por meio das mesmas, procurando fundi-la junto a outros elementos utilizados em alternativas anteriores, como a garrafa de vinho e o casarão.
Figura 24 – Alternativas “raízes” da marca “Casa Del Nonno”. Fonte: Siebert (2010).
69 4.3.2.1.7 Manchas de vinho
Sendo muito comum manchas de vinho em toalhas de mesa de jantar, essa foi outra alternativa explorada.
Figura 25 – Alternativas “manchas de vinho” da marca “Casa Del Nonno”. Fonte: Siebert (2010).
4.3.2.1.8 Análise das alternativas
Dentre as alternativas geradas, aquelas que dizem respeito a taça, garrafa e manchas de vinho acabaram sendo descartadas por serem alternativas já muito utilizadas pelas empresas na área de vinhos, além de não condizerem com o conceito proposto anteriormente. As alternativas com apenas a tipografia presente, não alcançaram também os parâmetros desejados, já que não demonstraram a imagem que se desejava transmitir, referente ao resgate da tradição da empresa. Restaram, então, três alternativas que mais se identificavam com o conceito: a primeira, referentes as raízes, que acabaram não se tornando muito agradável visualmente junto aos outros elementos, carregando muito a marca e tornando os traços muito agressivos; a segunda, os arabescos, onde foram obtidos resultados mais satisfatórios com formas relembrando o estilo tradicional e clássico procurado, mas ainda faltando algumas
70 características necessárias a marca e a terceira, a marca escolhida, onde a forma foi mais satisfatória e que ficou entre as três do casarão de pedra, sendo justificada no próximo item.
4.3.2.2 Alternativa Escolhida
Por alcançar de forma satisfatória os requisitos apontados no conceito, a alternativa escolhida foi a do casarão de pedra, dando destaque ao “Nonno”, com duas linhas de apoio, proporcionando o fechamento e equilíbrio da marca. A casa, além da questão sustentável do acondicionamento natural dos vinhos, ainda era uma das marcas utilizadas antigamente pela empresa, como o próprio gerente informou, trazendo à tona o resgate cultural e consequentemente a sustentabilidade territorial. Se tratando da tipografia, procurou-se criar um equilíbrio junto ao símbolo do casarão, proporcionando simetria na marca, ficando ainda mais acentuada ao manter tanto o “N”, quanto o último “O” da palavra “Nonno” mais altos que os outros tipos, além de quebrar a repetição desses dois caracteres que formam o nome. Já o “Casa Del” ficou centralizado logo acima do “Nonno”, ficando próximo ao próprio casarão, identificando-o.
Figura 26 – Marca final da Casa Del Nonno. Fonte: Siebert (2010).
71 4.4
EMBALAGEM
Devido à grande variedade de bebidas fabricadas pela Vitivinícola Urussanga, definiu-se que seria feito o re-design (FIGURA 27) de apenas uma linha de vinhos. Neste sentido, junto com o gerente da empresa, foi definida a linha de vinhos varietais, que é formada por três variações de uvas: cabernet e merlot utilizadas no vinho tinto e a uva goethe usada para o vinho branco.
Figura 27 – Rótulo e contra-rótulo atual. Fonte: Siebert (2010).
4.4.1
Embalagem Primária
Como consta nos requisitos do projeto, devido à quantidade produtiva reduzida da empresa, não há como personalizar as garrafas, sendo assim, a atenção na embalagem primária se voltou ao rótulo, contra-rótulo e a cápsula presentes nas garrafas.
72 4.4.1.1 Geração de Alternativas
Inicialmente, foram selecionadas as cores que iriam identificar cada um dos rótulos, de acordo com a variedade de uvas. Para os vinhos tinto, foram escolhidas cores mais escuras, como o roxo para o cabernet e o bordô para o merlot. Já para o vinho branco, foi utilizada a cor verde, característica do tipo de uva goethe, como consta na figura 28.
Figura 28 – Cores selecionadas de acordo com a variedade da uva. Fonte: Siebert (2010).
Além dessas três cores principais, foi trabalhado também com variações das mesmas em tons 60% mais claros, com preto e com branco. Após a definição cromática, o foco se deu aos possíveis formatos de rótulos que poderiam ser empregados às garrafas, adicionando e distribuindo de forma lógica os dados obrigatórios por lei.
Figura 29 – Geração de alternativas de rótulos. Fonte: Siebert (2010).
Com as alternativas geradas, foi feita a análise das mesmas, tanto na questão conceitual, quanto aos custos no caso de facas especiais, por exemplo.
73 A primeira alternativa gerada se deu com o rótulo com as bordas levemente arredondadas e com a faixa com o gênero da uva separada, o que agradou em um primeiro momento. Em seguida foi estudado o rótulo com o formato de uma casa, encaixando-a junto à marca Casa Del Nonno com a faixa do tipo de uva também separado abaixo. Analisando essas duas alternativas, junto à alternativa que possuía a marca da Vitivinícola Urussanga ao lado da faixa da uva, foi pensado na questão das facas necessárias para o corte das peças, encarecendo o valor dos rótulos junto à gráfica. Dessa forma partiu-se para rótulos inteiros, tentando preservar as características já estudadas anteriormente. Foi mantido o rótulo em formato de casa, apenas com a faixa colorida colada na parte superior do rótulo, sendo assim descartada uma faca especial. Mas ainda não alcançando o resultado esperado, ficando de certa forma um pouco atual para um rótulo clássico. Buscando trazer um visual mais tradicional foram então geradas alternativas com as bordas quadradas, deixando de lado as curvas e separações.
4.4.1.2 Alternativa Escolhida
Por fim, foi definido o rótulo retangular como o final (FIGURA 30), adequandose melhor ao projeto, seguindo a linha tradicional, com traços retos e adereços discretos, mas, ao mesmo tempo, fundamentais para trazer um ar mais tradicional ao rótulo.
Figura 30 – Os três rótulos finais. Fonte: Siebert (2010).
74 No topo do rótulo foi dado destaque a marca Casa Del Nonno, fazendo com que ela seja gravada pelo consumidor, e facilitando sua localização no momento de uma nova compra. No centro do rótulo, foram inseridas as informações do tipo de vinho dentro de uma faixa com a cor selecionada anteriormente. Já na parte inferior, foi colocado o tipo de uva junto ao ano da safra, agrupando informações diretamente interligadas. Com menor destaque, foram dispostos nos cantos inferiores o volume da embalagem e o percentual de álcool presentes na bebida, dados obrigatórios por lei. Após definir os rótulos frontais, seguindo a mesma linguagem visual, foram trabalhados os contra-rótulos.
Figura 31 – Os três contra-rótulos finais. Fonte: Siebert (2010).
Nele, foi dado destaque primeiro a uma breve descrição sobre o processo de plantio e produção, valorizando a cadeia produtiva da empresa. Em seguida, foi evidenciando o site, mídia essa que servirá como um ótimo cartão de visita para se conhecer a história da empresa e seus produtos. Na metade inferior foram colocados o endereço da empresa com parte do mapa do Brasil e a localização da cidade de Urussanga, visando mostrar que o produto se origina do Vale das Uvas Goethe, como é conhecida a região sul do Estado de Santa Catarina. Além dessas informações, foram colocados logo abaixo dados obrigatórios, como a composição, registros, CNPJ, validade, código de barra, entre outros. Finalizando a embalagem, foi inserido um tag no gargalo da garrafa, junto à cápsula, com a marca da Vitivinícola Urussanga na lateral e com uma etiqueta destacável com as informações do vinho, para que o consumidor possa guardar o nome do vinho e da empresa para, posteriormente, adquiri-lo novamente.
75
Figura 32 – Tag presente no vinho com uva merlot. Fonte: Siebert (2010).
4.4.1.3 Detalhamento Técnico
Com todas as alternativas da embalagem primária definidas, no detalhamento técnico seguem exemplos de como os materiais seriam enviados para produção junto com suas especificações. Abaixo é possível visualizar o arquivo fechado de um dos rótulos, contra-rótulos e tag. Todos serão impressos em papel couché adesivo fosco de 30g/m², utilizando flexografia em quatro cores, com o rótulo no tamanho de 80x90mm, o contra-rótulo 80x75mm e o tag no tamanho 115x30mm.
Figura 33 – Arquivo do rótulo fechado. Fonte: Siebert (2010).
76
Figura 34 – Arquivo do contra-rótulo fechado. Fonte: Siebert (2010).
Figura 35 – Facas do rótulo e do contra-rótulo. Fonte: Siebert (2010).
Figura 36 – Arquivo do tag fechado. Fonte: Siebert (2010).
77
Figura 37 – Faca do tag. Fonte: Siebert (2010).
4.4.1.4 Simulações
Seguem abaixo algumas simulações de como os rótulos, contra-rótulos e tag ficariam aplicados nas suas devidas garrafas.
Figura 38 – Simulação dos três rótulos aplicados nas suas garrafas. Fonte: Siebert (2010).
78
Figura 39 – Simulação do tag. Fonte: Siebert (2010).
4.4.2
Embalagem Secundária
Com a embalagem primária definida, foi pensado em uma embalagem secundária de forma com que valorizasse os produtos da vitivinícola. Para isso, foi criada uma caixa com a capacidade para duas garrafas de vinho, para ser disponibilizada ao cliente, caso ele deseje presentear alguém com os vinhos. A caixa, com duas áreas vazadas, foi feita com o intuito de poder armazenar qualquer uma das garrafas de vinho da empresa, procurou-se trabalhar com elementos discretos, para que se adequasse a todas as variedades de rótulos, como se pode ver na figura 40.
79
Figura 40 – Simulação da caixa para presente e vista frontal. Fonte: Siebert (2010).
Para passar a elegância necessária de uma embalagem de presente, pensou-se em trabalhar predominantemente com a cor preta, utilizando detalhes em prata, como a aplicação da marca e a informação “Produzido em Urussanga” na parte frontal; e dados da empresa nas duas laterais.
4.4.2.1 Detalhamento Técnico
A embalagem secundária, para presente, possui as dimensões de 420x168x84mm montada e 575x595mm planificada. Por ter que suportar duas garrafas, será utilizado o papelão micro-ondulado como substrato, com impressão em flexografia em duas cores (preto e hot-stamping prateado). Segue abaixo o exemplo do arquivo fechado da embalagem, a indicação do hotstamping e a faca.
80
Figura 41 – Arquivo da caixa fechado para impressão. Fonte: Siebert (2010).
Figura 42 – Indicação do hotstamping. Fonte: Siebert (2010).
81
Figura 43 – Faca da caixa. Fonte: Siebert (2010).
4.5
FOLDER
Como já definido nos requisitos do projeto, foi pensado em desenvolver um folder com o objetivo de distribuí-lo em feiras, supermercados, restaurantes, entre outros ambientes onde a empresa achar mais conveniente. Além de apresentar os produtos da empresa, o folder também trará informações históricas e os processos utilizados no cultivo da uva e produção dos vinhos, demonstrando a capacidade da região na viticultura.
82 4.5.1
Geração de Alternativas
O processo foi iniciado buscando-se o trabalho com cores mais sóbrias, se encaixando, dessa forma, com um número mais variado de rótulos, evidenciando-os junto à marca “Casa Del Nonno”. A primeira alternativa lançada refere-se a um fundo de rolhas de vinho desfocadas com a marca vazada em caixas brancas, com uma leve transparência (FIGURA 44). Trabalhando-se também com caixas com linhas finas em suas bordas como adereço. Em seu interior, os títulos ficariam em branco, na fonte “Candara”, e as informações do vinho dentro de uma caixa branca transparente com a mesma fonte em marrom escuro, contrastando com o fundo branco.
Figura 44 – Primeira alternativa gerada do folder. Fonte: Siebert (2010).
Posteriormente, fazendo a análise dessa alternativa, percebeu-se uma sobriedade muito exagerada, não chamando a atenção necessária e também, não instigando o leitor do
83 folder a consumir o vinho. Buscando-se fugir da monotonia anterior, na segunda alternativa foi estudado um layout semelhante ao anterior, mas usando uvas como fundo (FIGURA 45).
Figura 45 – Segunda alternativa gerada do folder. Fonte: Siebert (2010).
Na segunda alternativa também não foram alcançadas as características procuradas para o folder, pois também não chama a atenção necessária do consumidor e, ainda, percebeu-se que as garrafas não contrastavam com o fundo escuro. Procurando fugir das alternativas anteriores, foram utilizados elementos clássicos tratando-se de vinhos, ou seja, uma taça com uma garrafa despejando o vinho em seu interior, ilustração essa que se tornou parte da alternativa escolhida.
4.5.2
Alternativa Escolhida
Com a ilustração definida, demonstrando o movimento do vinho ao tocar o fundo da taça, acredita-se poder instigar o leitor do folder a consumir o produto, partindo-se então
84 para a resolução de questões de alinhamentos, cores dos elementos e aplicação de verniz localizado para destacar algumas áreas. Primeiramente foi trabalhada a capa do folder, onde a disposição dos elementos foi definida junto à foto escolhida, deslocando a caixa com a marca Casa Del Nonno do topo para a lateral, com o título “vinhos e espumantes” encaixando-se entre a caixa e a taça de vinho. A partir disto, foi então definida uma textura de papel envelhecido para o fundo, retratando por um lado a tradição presente dentro da empresa e, por outro, contrastando de forma eficiente com os elementos presentes no folder. Em seguida, a atenção voltou-se a área onde estão contidas informações sobre a empresa, com os títulos dispostos dentro de caixas, seguindo o estilo da capa, com duas fotos demonstrando alguns aspectos da vinícola, como o próprio dono, Hedi, verificando o parreiral e a adega da vitivinícola. Por fim, foi definido o tamanho que as garrafas iriam aparecer no interior do folder, junto das informações de cada vinho, com os nomes em bordô e a descrição em preto ao lado de cada garrafa, disponibilizando as informações necessárias para o cliente e sendo também possível uma boa visualização dos rótulos.
Figura 46 – Alternativa final do folder. Fonte: Siebert (2010).
85 4.5.3
Detalhamento Técnico
O folder possui as dimensões de 560x186mm aberto e será impresso em off-set, papel couché 120g, 4x4 cores (mais o verniz localizado). Seguem abaixo os exemplos do arquivo fechado, faca e indicação do verniz localizado.
Figura 47 – Arquivo fechado da capa do folder. Fonte: Siebert (2010).
Figura 48 – Arquivo fechado do interior do folder. Fonte: Siebert (2010).
86
Figura 49 – Faca do folder. Fonte: Siebert (2010).
Figura 50 – Indicação do verniz localizado do folder. Fonte: Siebert (2010).
4.6
WEBSITE
Finalizando o projeto, foi criado o website da Vitivinívola Urussanga, o qual, atualmente, está extremamente defasado, tendo cerca de dez anos sem atualização sequer. Sabe-se que o website será um dos principais meios de contato entre cliente e empresa.
87
Figura 51 – Tela inicial do atual website. Fonte: Siebert (2010).
Figura 52 – Tela de produtos do atual website. Fonte: Siebert (2010).
No website foram utilizadas características semelhantes ao do folder, com o fundo de papel envelhecido, caixas bordôs com linhas brancas em seu interior e a taça e garrafa de vinho nas páginas com menor conteúdo. Diferentemente dos outros materiais, no site, por possuir maior espaço, foi dado destaque maior ao mapa, identificando a região de Urussanga e também foi utilizada a fonte manuscrita “Jellyka” para realçar algumas frases, como na página inicial. O menu dos site foi colocado no topo da página, com ênfase a marca Casa Del Nonno dentro de uma caixa sobrepondo a faixa do menu, caixa essa onde o título da seção ficará alinhado pela base. Foram criadas também barras de rolagem personalizadas, além da ampliação das fotos, que abrirá em uma janela na própria página, com o site ao fundo escurecendo.
88 O site foi dividido nas seguintes seções:
Home: página inicial com uma pequena apresentação sobre a empresa;
Notícias: contêm notícias sobre eventos, festas, novidades que englobem o mundo dos vinhos;
Empresa: apresentação mais aprofundada sobre a empresa, seus parrerais e processos de produção, com fotos mostrando as dependências da vitivinícola;
Produtos: informações e fotos de todos os produtos comercializados;
Degustação: área onde é possível o cliente agendar visitas para degustação dos vinhos, com formulário para preenchimento online;
Prêmios: seção onde estão os prêmios já recebidos pela Vitivinícola Urussanga;
Contato: página com formulário online para contato com a empresa e também com o endereço da localização da empresa.
Seguem o wireframe do site e os modelos de layout de cada página do site:
Figura 53 – Wireframe do site. Fonte: Siebert (2010).
89
Figura 54 – Página inicial do website. Fonte: Siebert (2010).
Figura 55 – Página de notícias do website. Fonte: Siebert (2010).
Figura 56 – Página secundária de notícias do website. Fonte: Siebert (2010).
90
Figura 57 – Página sobre a empresa no website. Fonte: Siebert (2010).
Figura 58 – Exemplo de ampliação de foto dentro do website. Fonte: Siebert (2010).
Figura 59 – Página de produtos do website. Fonte: Siebert (2010).
91
Figura 60 – Página com formulário para marcar degustação via website. Fonte: Siebert (2010).
Figura 61 – Página de prêmios no website. Fonte: Siebert (2010).
Figura 62 – Página com formulário para contato via website. Fonte: Siebert (2010).
92 5
CUSTOS
Buscando se ter uma base de preços para a produção das peças, foi realizada uma pesquisa básica entre as gráficas da cidade de Florianópolis. Segue abaixo uma tabela com os produtos e seus respectivos valores estimados:
Tabela 2 – Tabela de custos. Produto
Qtd.
Valor total
Rótulos e tag
1000
R$950,00
Caixa
500
R$550,00
Folder
1000
R$750,00
‐
R$200,00
Website (manutenção anual) Fonte: Siebert (2010).
93 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente projeto, por ter sido desenvolvido para uma empresa com anos de mercado, mesmo trazendo algumas limitações, foi extremamente gratificante de realizar. É possível compreender o funcionamento da empresa como um todo, analisando-se questões relativas a custos, possibilidade de produção, entre outros aspectos. Num dado momento houve certo receio devido à quantidade de peças a serem criadas, mas nada que não fosse contornado com um planejamento, fazendo com que o projeto se encaixasse no reduzido tempo disponível para sua produção. Dessa forma, analisando os produtos confeccionados para a Vitivinícola Urussanga e comparando-os com as peças atuais, acredita-se ter atingido um resultado satisfatório, com todos os objetivos definidos no início do projeto, gerais e específicos, sendo alcançados com êxito. Com esses produtos fazendo parte do portfólio da empresa, provavelmente proporcionará a valorização da mesma, e, consequentemente, fazendo com que toda a região leve proveito disso. Mas, para que isso aconteça, é preciso que as vinícolas da região abram os olhos e percebam a importância que um bom projeto de design pode trazer aos seus produtos. Dessa forma, caberiam as empresas a contratação de um profissional com conhecimentos plenos de design, para que possam trabalhar junto aos demais profissionais criando novos produtos, campanhas, entre outros meios de valorizá-las. Portanto, concluiu-se que o projeto e seus objetivos foram finalizados com sucesso, mas sem esquecer que ainda há espaço para melhorias.
6.1
ESTUDOS FUTUROS
Devido ao tempo reduzido para o planejamento e execução do projeto, foram criados rótulos apenas para uma das linhas de vinhos, podendo, posteriormente, serem realizados novos estudos, abrangendo todo o catálogo de produtos da vitivinícola. Também se tem ideia de trabalhar com a papelaria da empresa, criando cartões de visita, papéis para correspondência, entre outras peças.
94 Além de trabalhos junto à empresa, tem-se a ideia de fazer com que outras empresas da região também vejam os pontos positivos da territorialidade, criando uma espécie de selo, identificando a região como um local propício para a plantação de uvas e a fabricação de bebidas provenientes da mesma.
95 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMBALAGEM. Apresentação do setor de embalagens. Disponível em <http://www.abre.org.br/apres_setor_historico.php>. Acesso em: 23 mar. 2010. AZEVEDO, Wilton. O que é Design. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 2001. CUTLER, Lance. Wine Label Design: What Makes a Successful Label. Disponível em: <http://www.winebusiness.com/wbm/?go=getarticle&dataid=44322>. Acesso em: 29 jan. 2010. FIUZA, Daniela. Conceitos de Sustentabilidade. Disponível em: <http://ambienteverde.blogspot.com/2006/10/conceitos-de-sustentabilidade.html>. Acesso em: 1 fev. 2010. FRASCARA, Jorge. Diseño gráfico y comunicación. Buenos Aires: Infinito, 2005. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. HOLLIS, Richard. Design Gráfico: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2000. KRUCKEN, Lia. Design e Território: valorização de identidades e produtos locais. São Paulo: Studio Nobel, 2009. MAIA, Rosane Tolentino. A importância da disciplina de metodologia científica no desenvolvimento de produções acadêmicas de qualidade no nível superior. Revista Urutágua, Maringá, n. 14, jan./fev./mar. 2008. Disponível em: <http://www.urutagua.uem.br/014/14maia.htm>. Acesso em: 29 jan. 2010. MARIOT, João Edson. A Uva Goethe: Símbolo da Vitivinicultura da Região de Urussanga, Santa Catarina. Camboriú, nov. 2003. Disponível em: <www.bu.ufsc.br/cac/uvagoethe.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2010. MENSHHEIN, Rafael Mauricio. Estratégias de Marca em Marketing. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos1/Estrategias_de_marca_em_marketing.htm>. Acesso em: 26 mar. 2010.
96
MESTRINER, Fábio. Design de embalagem: curso avançado. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002. ______. Design de embalagem: curso básico. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2004. ______. Gestão Estratégica de Embalagem: uma ferramenta de competitividade para sua empresa. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2007. ______. O Que é Design de Embalagem. Disponível em: <http://www http://embalagem.espm.br/web/guest/oqueedesignembalagem >. Acesso em: 29 jan. 2010. NEGRÃO, Celso; CAMARGO, Eleida. Design de Embalagem: do Marketing a Produção. São Paulo: Novatec, 2008. NEWMARK, Quentin. ¿Qué es el Diseño Gráfico?: manual de diseño. Barcelona: RotoVision AS, 2002. PEÓN, Maria Luísa. Sistemas de identidade visual. 3. ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2003. SLONGO, Luiz Antonio. IBRAVIN relatório consolidado. Porto Alegre, 2001. SPERB, Daniel Quintana. O Que é Design?. Disponível em: <http://www.andafter.org/publicacoes/o-que-e-design_160.html>. Acesso em: 11 nov. 2009. WHEELER, Alina. Design de Identidade de Marca. São Paulo: Artmed, 2008. WIKIPEDIA. Industrial Designers Society of America. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Industrial_Designers_Society_of_America>. Acesso em: 26 mar. 2010.
97
APÊNDICES
98 APÊNDICE A – Questionário enviado ao Gerente da Vitivinícola Urussanga
Questionário Vitivinícola Urussanga 1.
História da empresa. Quando/quem começou?
2.
Perfil da empresa (negócio, missão, visão, valores).
3.
Como é o posicionamento da empresa diante ao mercado?
4.
Quantas pessoas fazem parte da empresa? e em que áreas de atuação?
5.
Quais os produtos e serviços oferecidos pela empresa?
6.
Quais os produtos com maior e menor número de vendas?
7.
Qual a quantidade da produção?
8.
Mercados e regiões de comercialização?
9.
Como funciona a logística e distribuição dos produtos? (Tipo de transporte/armazenamento do produto para o transporte)
10. Possuem serviços terceirizados? 11. Quais as variedades de garrafas (tamanho/tipo) utilizadas pela empresa? 12. Além da garrafa existe alguma outra embalagem secundária? (caixa, sacola, etc.) 13. Qual o valor dos produtos para o consumidor final? 14. Quais os concorrentes diretos e indiretos? Qual o diferencial ou estratégia comercial em comparação aos concorrentes. 15. Qual o perfil do público alvo? Existe algum tipo de estatística sobre idade, classe social, sexo, ou outros dados? 16. Como a marca se comporta no setor de mercado onde atua? 17. Quem desenvolveu a marca da empresa e estudo para criação? Há quanto tempo existe? 18. A empresa possui alguém especializado em gestão da marca? 19. Há quanto tempo os rótulos/embalagens atuais vêm sendo utilizado? 20. Como é feita a divulgação do produto? 21. Existe alguma embalagem promocional, embalagens enfatizando datas comemorativas? 22. Possui algum display para disposição dos produtos no mercado? 23. Qual seria o principal diferencial do produto oferecido? Algum termo, alguma palavra, que daria uma futura possibilidade de conceito? 24. Há alguma preocupação visando a sustentabilidade dentro da empresa? 25. Durante o processo de produção das bebidas ainda permanecem métodos artesanais? 26. Quais os diferenciais do processo de produção da Vitivinícola Urussanga comparando com as outras vitivinícolas da região?
99
APÊNDICE B – Questionário aplicado aos consumidores de vinhos em geral
100 APÊNDICE C – Questionário aplicado aos consumidores de vinhos da Vitivinícola Urussanga
101 APÊNDICE D – Manual de Identidade Visual das Marcas Casa Del Nonno e Vitivinícola Urussanga
102
103
104
105
106