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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN FLAVIA AKEMI ITO

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE EMBALAGEM PARA SUSHI E SASHIMI

Florianópolis 2010/2

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FLAVIA AKEMI ITO

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE EMBALAGEM PARA SUSHI E SASHIMI

Plano de trabalho apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão do Curso, do Curso de Design, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Orientador: Tiago Cruz Coordenador de TCC Valnei C. Denardin

Florianópolis 2010/2

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RESUMO

A embalagem, mais do que proteção e transporte adequado pode significar uma ferramenta mais elaborada de comunicação e venda agregando valor e credibilidade à marca. Apresenta-se neste trabalho o desenvolvimento de projeto de embalagem de sushi e sashimi “para viagem” do restaurante Sushiyama que apesar de já terem sido reelaboradas ainda careciam de melhoramentos segundo indicado na pesquisa de campo. Para isso o projeto divide-se em duas partes: revisão bibliográfica e projeto de design para o qual foi utilizou-se a metodologia de Mestriner, específica para embalagens, aplicada em 5 etapas: Briefing, Estudo de campo, Estratégia de Design, Desenho e Implantação do Projeto. Ao final percebeu-se que a demanda e expectativas do cliente e consumidores apesar de restringir as possibilidades de criação do designer traz de fato a elaboração de um projeto concernente com as necessidades específicas apresentadas.

PALAVRAS-CHAVE: DESIGN DE EMBALAGEM; SUSHI E SASHIMI;

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Material Impresso ................................................................................... 13 Figura 2: Material Online ........................................................................................ 14 Figura 3: Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ................................................. 23 Figura 4: Caixa Tetrapak ....................................................................................... 23 Figura 5 Tampa AbreFácil: ..................................................................................... 23 Figura 6: Garrafas Pet ............................................................................................ 23 Figura 7: Linha do tempo da evoluão das Embalagens no Brasil .......................... 23 Figura 8: Sushi ....................................................................................................... 30 Figura 9: Sashimi ................................................................................................... 30 Figura 10: Quiosque de Sushi ................................................................................ 31 Figura 11: Orientação de Consumo do Sushi ........................................................ 32 Figura 12: Como utilizar o Hashi ............................................................................ 25 Figura 13: Embalagens de diversos tamanhos do restaurante Sushiyama ........... 35 Figura 14: Bentô&Sushi ......................................................................................... 40 Figura 15: Miyoshi .................................................................................................. 40 Figura 16: Fujisan .................................................................................................. 40 Figura 17: Ichiro ..................................................................................................... 41 Figura 18: Sassá Sushi .......................................................................................... 42 Figura 19: Bentô..................................................................................................... 42 Figura 20: Zaffari Sushi Drive................................................................................. 42 Figura 21: Sushi to-go Box ..................................................................................... 43 Figura 22: Sushi Go Away ..................................................................................... 43 Figura 23: Sushi Popper ........................................................................................ 43 Figura 24: Sticks’n sushi ....................................................................................... 40 4


Figura 26: Processo para abrir a embalagem ........................................................ 55 Figura 27: Outra opção de abertura ...................................................................... 55 Figura 28: Bandeja ................................................................................................. 55 Figura 29: Manejo ao transportar ........................................................................... 55 Figura 30: Planificação da Embalagem .................................................................. 55

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Sexo das Pessoas ................................................................................ 36 Gráfico 2: Faixa Etária ........................................................................................... 36 Gráfico 3: Preferências na hora da retirada da embalagem .................................. 37 Gráfico 4: Opção de Transporte ............................................................................. 37 Gráfico 5: Uso após o consumo ............................................................................. 38

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LISTA DE TABELAS E QUADRO

Tabela 1: Análise das informações da Identidade Visual ....................................... 14 Tabela 2: Análise das informações do Material online ........................................... 14 Tabela 3: Comparação entre concorrentes diretos ................................................ 40 Tabela 4: Comparação entre concorrentes indiretos ............................................. 42 Tabela 5: Vantagens e desvantagens dos materiais.............................................. 47 Tabela 6: Comparação das alternativas de acordo com os requisitos .................. 53 Quadro 1: Amplitude das funções da embalagem ................................................. 18

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................10 2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA................................................................. 11 3 OBJETIVOS................................................................................................ 11 3.1 Objetivo Geral............................................................................... 11 3.2 Objetivos Específicos................................................................... 12 4 JUSTIFICATIVA........................................................................................ 12 5 ESCOPO..................................................................................................... 13 6 METODOLOGIA......................................................................................... 15 7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................17 7.1 Embalagem................................................................................... 17 7.2 Importância da Embalagem.......................................................... 18 7.3 A Evolução Histórica da embalagem............................................ 20 7.4 Embalagem de Alimentos ............................................................ 21 7.5 Embalagem no Brasil................................................................... 23 8 DESIGN DE EMBALAGEM....................................................................... 25 8.1 O que é Design de Embalagem? ................................................ 25 8.2 A Importância do Design de Embalagem..................................... 26 8.3 Normas de serviços de Alimentação e Embalagem no Brasil..... 27 9 Sushi e Sashimi......................................................................................... 29 9.1 O que é Sushi e Sashimi? ........................................................... 30 9.2 A Evolução Histórica do Sushi e Sashimi .................................... 31 9.3 Hashi............................................................................................. 32 9.3.1 Etiqueta sobre Hashi.................................................................. 33 9.4 Importância do Design de Embalagem para Comida Japonesa (Sushi e Sashimi) .............................................................................................. 34 10 PROJETO................................................................................................. 35 10.1 BRIEFING.................................................................................... 35 10.2 Produto.............................................................................. 35 10.3 O ESTUDO DE CAMPO.............................................................. 36 10.3.1 Questionário .................................................................. 36 10.3.2 Concorrentes.................................................................. 39 10.3.2.1 Concorrentes Diretos................................................... 40 10.3.2.2 Concorrentes Indiretos................................................. 42 8


10.4 ESTRATÉGIAS DO DESIGN................................................................... 44 10.4.1 Lista de Requisitos...................................................................... 44 10.5 Definição do Conceito.................................................................... 45 10.6 Estudo dos Materiais................................................................................ 46 10.6.1 Bambu........................................................................................ 46 10.6.2 Papel.......................................................................................... 46 10.6.3 Madeira....................................................................................... 47 10.7 Matéria-prima Selecionada...................................................................... 47 10.8 DESENHO............................................................................................... 48 10.8.1 Alternativa 1................................................................................ 48 10.8.2 Alternativa 2................................................................................ 49 10.8.3 Alternativa 3.................................................................................49 10.8.4 Alternativa 4.................................................................................50 10.8.5 Alternativa 5.................................................................................51 10.8.6 Alternativa 6.................................................................................51 10.8.7 Alternativa 7.................................................................................52 10.8.8 Alternativa 8.................................................................................52 10.9 Seleção das Alternativas...........................................................................53 11 Análise Ergonômica...................................................................................... 54 12 MEMORIAL DESCRITIVO............................................................................58 13 Adaptações Futuras......................................................................................60 14 Considerações Finais................................................................................... 61 15 Referências.................................................................................................. 62

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1 INTRODUÇÃO

O transporte de alimentos orientais e mais especificamente o que diz respeito ao sushi1 e o sashimi2, necessita de cuidados especiais tendo em vista a fragilidade de sua composição. Além disso, os acompanhamentos3 tradicionais do prato também necessitam de local adequado para o transporte. Haja vista a carência de recursos inteligentes e funcionais de transporte de tais produtos percebe-se a necessidade de desenvolvimento de projeto de embalagem adequada. Este deve, além de preservar o alimento para que não se desmanche ao ser deslocado do restaurante, também atue como possibilidade de agregar valor ao restaurante oriental. Desta forma a embalagem cumpre o papel de ferramenta de diferencial competitivo por sua funcionalidade e diferencial estético.

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O sushi basicamente se caracteriza por ser um alimento composto de bolinho de arroz envolto por uma camada de alga marinhos, tendo em seu centro recheios diversos. 2 O sashimi é um peixe cru fatiado. 3 Os acompanhamentos mais tradicionais são pepino em rodelas, raiz forte, nabo ralado, gengibre ralado e o molho de soja

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2. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA O presente trabalho visa desenvolver opções de melhorias para as embalagens “para viagem” utilizadas pelo Restaurante Sushiyama através de desenvolvimento de projeto que supra as debilidades das embalagens atuais. No que se refere à questão da credibilidade a embalagem quando bem apresentada nos aspectos de segurança, resistência, higiene, e mesmo quando possui identificação da proveniência do produto (marca, p. exemplo) transmite ao consumidor confiança em relação ao estabelecimento de origem, ou neste caso, em relação ao Restaurante Sushiyama. Atualmente a embalagem para viagem do citado restaurante não possui identificação e aparentemente não é específica para sua finalidade o que pode desvalorizar a imagem do restaurante como um todo, pois a embalagem traduz o que é o restaurante. Conforme Mestriner (2002, p.31): “Quando se defronta com um produto no mercado, o consumidor considera a embalagem parte integrante e indissociável deste produto, que constitui para ele uma única entidade”. Para o sushi, sashimi e acompanhamentos o fato de não possuírem estrutura de embalagem para dar conta de suas especificidades, podem vir a sofrer avarias físicas, comprometendo a própria apresentação dos produtos para os consumidores. Além disso, os alimentos podem ficar expostos facilmente à contaminação do ambiente.

3. OBJETIVOS 3.1.Objetivo Geral Desenvolver uma embalagem para sushis e sashimis destinada ao restaurante Sushiyama, que possa representar um diferencial competitivo no transporte de tais produtos.

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3.2 Objetivos Específicos

Implementar a identidade Visual do restaurante na embalagem;

Listar os elementos visuais mais representativos, ao sushi e sashimi, da cultura e cozinha oriental;

Levantar normas de higiene e manipulação de alimentos, específicas para o sushi e sashimi;

Levantar normas de embalagem e transporte de alimentos, específicas para o sushi e sashimi;

Analisar embalagens já existentes no mercado;

Levantar perfil dos consumidores;

Verificar tecnologias de materiais e de estrutura em embalagens já existentes que cumpram o requisito de sustentabilidade;

Mock up: Realizar análise ergonômica da embalagem.

4. JUSTIFICATIVA A realização deste trabalho com as embalagens do Restaurante Sushiyama, justifica-se pelos desafios e peculiaridades de aplicar o projeto em um ambiente real de mercado e também pelo propósito de intervenção real do profissional da área: a melhoria na embalagem de um de seus produtos tende a aumentar suas vendas e por isso aumentar o sucesso do restaurante. Na temática das embalagens há também outros fatores que dizem respeito a atuação do profissional do design que evidentes na

contemporaneidade por

representarem um ponto de crescente visibilidade seja nas políticas públicas, seja na mídia e no caso específico do Design, a questão do consumo e produção: a questão ambiental e sustentabilidade. Sobre isso Calver (2009, p.62) comenta que: “a questão da sustentabilidade influencia as decisões de design porque chama atenção de todo mundo para as questões relacionadas a fabricação de um descarte”. Como ressalta Negrão (2008, p.284) “Como profissionais, temos que ter consciência ambiental ao escolher um material em detrimento de outro sob pena de contribuir diretamente para deixar as próximas gerações sem vitais recursos naturais esgotáveis (como água, petróleo etc.).” Desta forma, a escolha de materiais com 12


maior índice de sustentabilidade, também colabora com a relevância deste projeto em prol do uso de recursos naturais e conservação do planeta. Por esse motivo, é importante o papel do designer para a resolução deste problema. Além de projetar estruturas elaboradas visando melhor transportar os produtos e (...)” agregar valor cumulativo a cada uma das etapas do processo, resultando ao final em uma embalagem que eleva o trabalho de todos os envolvidos” (Mestriner, 2002, p.31), o designer é capaz de elaborar soluções responsáveis, corretas e tecnicamente viáveis para a elaboração de produtos e embalagens. Finalmente o desenvolvimento desse projeto ratifica no que diz respeito a elementos como produto, matérias-primas, elementos gráficos, vendas no varejo, utilização pelo consumidor final, a necessidade objetiva de analisar e aplicar diversas áreas de conhecimento apreendidos durante o curso, tendo em vista que o design de embalagens se utiliza de: identidade visual, ergonomia, marketing, detalhamento técnico, tipografia, processo de fabricação, entre outros. E de forma mais ampla ao realizar este projeto visando a melhoria de produtos, no caso da embalagem, justifica-se também o propósito de aumentar o conforto e satisfação dos usuários, o que de fato é um dos objetivos para garantir segurança, saúde e introduzir a sociedade a futuras tecnologias do mercado, com praticidade para melhor qualidade de vida.

5. ESCOPO

O Sushiyama4 surgiu na cidade de Curitiba- PR em 1998, pela família Yamamoto, cujo ideograma do sobrenome deu origem ao nome do restaurante, o Sushiyama. A partir do convite de um antigo cliente de Curitiba criaram uma filial na cidade de Florianópolis em 2000, e esteve instalado ate julho de 2003 junto ao hotel Saint Germain no Canto da Lagoa. Atualmente o restaurante localiza-se no início do Bairro do Canto da Lagoa, sem vinculação com qualquer outra empresa. Desde agosto de 2003 em novas instalações, o restaurante mantém um cardápio variado com pratos típicos da cozinha japonesa, bem como algumas novidades trazidos dos grandes centros, que podem ser apreciados nos pratos a la carte , nos dias do Buffet e Sistema de Rodízio. 4

http://www.sushiyamafloripa.com.br/restaurante.html

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Em relação às delimitações do projeto, pretende-se desenvolver: desenho técnico da embalagem, mock up, protótipo da embalagem escolhida e aplicação de um teste para validar a embalagem com o restaurante e clientes. Verificou-se a participação do restaurante na pesquisa, seja em relação à coleta de dados e também quanto à escolha das alternativas das embalagens. Ainda em relação à coleta de dados pretende-se realizá-la na unidade de Florianópolis com clientes, quanto com a gerência.

Segue

abaixo

as

aplicações

da

Identidade

visual

do

restaurante,

primeiramente em material impresso e após no endereço online:

Figura 1: Material impresso. Fonte: Arquivo Pessoal. Tabela 1: Análise das informações da Identidade Visual Tipografia Lucida Console

Cores Vermelho:C:0,M:100, Y:100,K: 2

Forma Redonda

Textura do papel Em verniz

Estilo do desenho

Ukiyo-e

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Tipo de linguagem Informal

Preto: C:0,M:0,Y:0, K:100 Branco: C: 0,M: 0,Y: 0,K: 0

No site encontra-se a identidade visual com a borda quadrada, como segue a figura abaixo:

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Ukiyo-e ("retratos do mundo flutuante"), conhecido também por estampa japonesa, é um estilo de pintura desenvolvida no Japão ao longo do período Edo (1603-1867) 6 http://pt.wikipedia.org/wiki/Ukiyo-e

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Figura 2: Material online Fonte: sushiyamafloripa.com.br Tabela 2 – Análise do Material Online Tipografia Lucida Console River Liffley

Cores Vermelho :R: 242, G: 140, B: 153

Tipo de linguagem Informal

R: 237, G: 113, B: 124 R: 132, G: 12, B: 13 Preto: C:0,M:0,Y:0, K:100 Branco: C: 0,M: 0,Y: 0,K: 0

Percebe-se que há 2 tipos de tipografia no site, além do plano de fundo com tons variados de vermelho e uma imagem que não entende exatamente o que é e não possui nenhuma ligação com o material impresso.

6. METODOLOGIA A metodologia aplicada neste trabalho pode ser dividida em duas grandes áreas: Metodologia da Pesquisa científica e Metodologia de Projeto de Design. A primeira busca o conhecimento científico, através de fundamentação bibliográfica e pesquisa de campo; que servem para embasar o desenvolvimento do projeto a ser desenvolvimento pela segunda metodologia. Sobre o método de pesquisa científica adotado, ele é considerado descritivo, pois conforme Alves (2003) trata-se da descrição de fenômenos, na qual adotaremos como procedimento: a coleta de dados com o uso da entrevista e da observação e como recursos os questionários, formulários, entre outros. No tocante à pesquisa de campo ela deverá ser quantitativo-qualitativa, pois prevê tratamento estatístico dos dados e parte de parâmetros (características mensuráveis de populações, por exemplo), conforme aponta Alves (2003); e também, visa avaliar resultados individuais de participantes de um serviço ou atividade e buscando assim responder a questões sobre como, o que e por que (TANAKA & Melo, 2001). 15


A metodologia de projeto escolhida é baseada em Fabio Mestriner (2002), pois é específica para embalagens. De acordo com o autor, o objetivo é organizar e instrumentalizar uma seqüência de atividades que ajudam a ter um desenvolvimento consciente com seus aspectos importantes de forma consistente aos objetivos fixados para o produto que será protegido. As etapas do método seguem elencadas: • Briefing: mapeamento das informações: o que é o produto, quem é o seu consumidor, o custo, quais benefícios, entre outros. • O estudo de campo: identificação, reconhecimento e o estudo do cenário que o produto é apresentado ao consumidor, identificação dos concorrentes. • A estratégia de Design: organizar informações recolhidas para posicionar a embalagem no mercado (repassar principais pontos do briefing para o cliente para conferência organizar conclusões do estudo de campo em um relatório, descrever oportunidades encontradas para a nova embalagem, delimitar objetivamente a estratégia a ser utilizada. • O desenho: adequações e justificativa da alternativa escolhida, escolha de cores,e tipografia e então será realizada a planta técnica da embalagem. • Implantação do Projeto: será desenvolvido o modelo, as informações obrigatórias, rotulagem, a arte-final e logo o teste de impressão para ser encaminhado para a fábrica.

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7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A embalagem de alimentos é vista, percebida e relacionada em muitos contextos de interação humana. Mesmo que sem as pessoas percebam a tal embalagem faz parte das escolhas e garante a possibilidade de consumo dos mais variados alimentos mesmo que provenientes de outros continentes. Este trabalho apresenta uma revisão do conceito da embalagem, como surgiu e o papel do design para a que as embalagens cumpram funções cada vez mais elaboradas acompanhando o contexto competitivo do mercado atual. Mais especificamente o presente projeto refere-se ao desenvolvimento de embalagem para alimentos, no caso, o sushi e o sashimi, para adequá-la de forma mais apropriada a estes alimentos, com inovação, qualidade e segurança resultando assim numa maior satisfação de todos os envolvidos. 7.1 A EMBALAGEM Etimologicamente, a palavra embalagem deriva-se do prefixo em e de bala, que por sua vez deriva-se do antigo alemão balla, que significa atar (no sentido de juntar ou aglomerar) (SLATER, MARTINS & PHILLIPI, 2000, p.42). Embalar é, conforme os autores (op.cit), introduzir em balas; e, por extensão, significa o conjunto de materiais destinados a proteger um produto que deve ser transportado. Segundo o dicionário de termos de marketing7, o termo refere-se ao recipiente usado para proteger, promover, transportar e/ou identificar um produto. O material do invólucro pode variar entre plástico, madeira, alumínio, etc. De forma mais abrangente Moura e Banzato (2000, p.11) conceituam a embalagem como: Conjunto de artes, ciências e técnicas utilizadas na preparação das mercadorias, com o objetivo de criar as melhores condições para seu transporte, armazenagem, distribuição, venda e consumo, ou alternativamente, um meio de assegurar a entrega de um produto numa condição razoável ao menor custo global’’.

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BENNETT, P.D. Dictionary of marketing terms.Pensylvania, The American Association, 1988 citado por Slater, Martins & Phillip (2000).

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Mestriner (2001) considera que mais do que embalar e proteger, a embalagem pode significar uma ferramenta mais elaborada, como um instrumento de comunicação e venda. Conforme Silva (2002, p.39): "Uma embalagem além da possibilidade de embrulhar com beleza e eficiência, pode representar também uma idéia: a propaganda, o design, o marketing, a mídia e a imagem a ela associadas, assim como tudo aquilo que compõe e adorna o recipiente’’

Assim, a embalagem, mais do que proteção e transporte tem sua importância reconhecida em diversos setores da produção e mercado, conforme discutido a s 7.2 Importância da embalagem Como aponta Pedelhes (2005), a embalagem se tornou um item fundamental na vida das pessoas e principalmente das atividades de qualquer empresa. O desenvolvimento da embalagem acompanhou o desenvolvimento humano desde a necessidade de armazenamento até o início das atividades comerciais; e, atualmente estão presentes em todos os produtos sempre com evolução de tecnologias que as tornam cada vez mais eficientes e estratégicas. Lincoln Seragini, presidente da Seragini Design, apud Negrão e Camargo (2008), comenta que a razão de ser de uma embalagem é conter e proteger os produtos e garantir o abastecimento populacional para toda a extensão do mercado, não esquecendo de que a maioria dos produtos é perecível e que sem os recipientes protetores não seria possível utilizar grande parte das mercadorias. Além das funções como conter, proteger, expor, comunicar e vender o produto, Mestriner (2002), cita outras funções das embalagens que demonstra a amplitude da importância destas, tais como:

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Reduzir custo da embalagem e assim do preço do produto final Econômica

dependendo de fatores como custo de produção da embalagem e matérias-primas utilizadas. Apresentar materiais e sistemas a fim de desenvolver funções

Tecnológica

mais elaboradas de acondicionamento e conservação de produtos. Chamar atenção, transmitir informações, despertar desejo de

Mercadológicas

compra, vencer a barreira do preço Construir a marca do produto, formar conceito sobre o fabricante,

Conceituais

agregar valor significativo ao produto Expor o produto e transmitir informações deste e auxiliar no

Comunicação e

suporte de ações promocionais.

marketing Expressar a cultura e estágio de desenvolvimento de empresas e Sociocultural

países; Contribuir para sustentabilidade do planeta: diminuir descarte e

Meio ambiente

acúmulo de lixo, apresentar materiais recicláveis e outras ações nesse sentido

Quadro 1: Amplitude das funções da embalagem. Fonte: Quadro adaptado de Mestriner (2002, p.04).

Além disso, a embalagem, conforme Santos e Castro (1998) pode funcionar como um elo de ligação, uma ponte com o produto através da relação dos elementos que compõe a estrutura da embalagem: formato, contorno, material e impressão tátil. Dichter (1975) apud Santos e Castro (1998) considera a embalagem como um elemento motivador de emoções, pois, apesar de ser atraído pela aparência física externa, o consumidor também procura obter certo grau de satisfações ao analisar o interior da embalagem. Deste modo pode-se compreender que as funções da embalagem foram se complexificando juntamente com o próprio desenvolvimento humano e a importância da embalagem dentro desse sistema está se tornando cada vez mais significativa. Ela contribui tanto para a diminuição das perdas de produtos primários, quanto para a preservação do padrão de vida do homem moderno8’’. A evolução de como um recipiente tão simples veio a se tornar uma ferramenta tão polivalente segue no tópico a seguir.

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http://www.abre.org.br/apres_setor_embalagem.php

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7.3. A evolução histórica da embalagem As embalagens, conforme afirmam Negrão e Camargo (2008) têm sua origem antropológica e sociológica nos primórdios da civilização humana. As primeiras "embalagens" surgiram há mais de 10.000 anos e serviam como simples recipientes para beber ou estocar. Moura e Banzato (1990), no entanto apontam que a origem da embalagem propriamente dita ocorreu por volta do ano 4000 A.C. através do intercâmbio do Egito e a Mesopotâmia. Nessa época os produtos eram embalados em recipientes feitos de argila ou fibras naturais tecidas. Por volta de 3000 A.C os egípcios faziam garrafas de vidro e jarras através de areias moldadas, o que veio a ser as primeiras embalagens de consumo (MOURA & BANZATO, 1990). De acordo com os autores poucas mudanças ocorreram até o período da Renascença quando foram lançadas a fabricação do papel e arte da impressão. Assim por volta de 1200 A.C. as principais formas as de embalagem eram: couro (amarrados, sacolas, garrafas); tecidos (amarrados, sacos);madeira (barris, caixas, tonéis, baús);lascas de madeira (cestos e esteiras);- pedra (pequenos potes ou jarras);- barro (potes, jarras, urnas, tigelas, vasos, etc);- metal (potes, xícaras, tigelas, etc);- vidro (jarras, garrafas, xícaras, tigelas e etc.)(MOURA & BANZATO, 2008). A evolução da embalagem mescla-se à história do desenvolvimento tecnológico. À medida que a humanidade evolui descobre novos materiais, desenvolve novas necessidades e também amplia a gama de produto dos quais faz uso (NEGRÃO & CAMARGO, 2008). Exemplo disso é que até o século XVIII a fabricação de embalagens foi artesanal e somente com o advento da Revolução Industrial no século XVIII, a embalagem adquiriu complexidade mais do que as distâncias, e a velocidade de circulação das mercadorias exigiu proteção e cuidado no transporte e na distribuição de alimentos, tecidos, etc. Barbosa e Dias (2003) acrescentam que até a década de 70 as empresas usuárias de embalagens mal a utilizavam como apoio mercadológico, apenas se limitando a satisfazer os anseios básicos de seus consumidores no tocante à segurança e qualidade dos produtos comercializados. Nesse contexto foi necessário a criação de uma legislação para controlar o saneamento e pureza dos produtos

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tanto na confiança na etiquetação e segurança na indústria quanto no transporte destes no comércio (MOURA & BANZATO, 1990). Atualmente as embalagens são um grande diferencial competitivo, como apontam Barbosa e Dias (2003), pois as empresas podem usar a embalagem na comunicação e na mídia para apoiar seus produtos na competição de mercado; e, além disso, importante ressaltar que o consumidor forma conceito sobre o produto e seu fabricante através da embalagem.

7.4 Embalagem de alimentos O desenvolvimento da embalagem de alimentos se deu também em resposta ao próprio desenvolvimento da humanidade, assim como as embalagens de forma geral. Os alimentos mais elementares da história da humanidade tiveram a princípio uma embalagem que cumpria a função de conter, proteger e transportá-los em recipientes como “bexigas e estômagos de animais, sacos de couro, folhas de plantas, pedaços de bambu e de ocos de árvores, chifres, cabaças, vasos de barro cozido, cestos de cipó, vime, de bambu, palha costurada etc’’. (Evangelista, 1998, p. 471, apud Mariano e Froemming, 2003). Mariano e Froemming (2003) em retrospecto histórico apontam que nos primórdios da humanidade o homem esteve em busca pelo alimento que garantia sua sobrevivência e quando o encontrava, seu dilema residia em armazenar e conservar os excedentes para garantir sua alimentação em ocasiões de escassez. Num momento posterior, com o advento da agricultura precisou desenvolver recipientes adequados para a estocagem de seus mantimentos. O desenvolvimento de materiais e tecnologias possibilitou à indústria alimentícia o abastecimento do mercado em maior escala e diversidade, com alcance mundial. Para citar exemplo, Mariano e Froemming (Ibidem) comentam a descoberta da propriedade de conservação de alimentos em potes de vidro em 1792 quando o confeiteiro francês Appert descobriu que ao colocar os alimentos em vidros com algum líquido, lacrando-os com rolha e cera e fervendo-os em banho-maria conseguia uma prolongação da vida de prateleira desses produtos. A folha de metal, por sua vez, surgiu em 1820 e os recipientes elaborados com esse material eram feitos à mão tendo o corpo e as extremidades soldadas. Isto 21


causava problemas de vedação, que foram solucionados com a colocação de anéis de borracha. Hoje inúmeros produtos alimentícios podem ser envasados em latas devido às suas características de impermeabilidade à luz, vapores e água, excelente condutibilidade, resistência, fechamento à vácuo, produção em massa, baixo custo e possibilidade de impressão e formatos diferenciados (Mariano e Froemming, 2003). Conforme Mariano e Froemming (op.cit)

desde rústicas embalagens que

cumpriam suas funções básicas de conservar os alimentos até embalagens projetadas com materiais de alta tecnologia atualmente desenvolvidos e que transmitem ao consumidor um mundo de desejos, existe um longo caminho repleto de descobertas científicas. São trabalhos de pesquisadores que tinham como objetivo melhorar a qualidade de vida e conseguir um melhor proveito dos alimentos que sempre foram tão escassos e de difícil conservação. Farina (1990 apud Lira & Carvalho, 2006) considera que atualmente a embalagem de alimentos tem como finalidade estimular o paladar, e a cor, nesse caso, deve ser empregada com o objetivo de expressão. Além disso, Lira e Carvalho (apud Las Casas, 1997) apontam que ao se desenvolver uma embalagem, deve-se levar em consideração os seguintes aspectos: a embalagem deve induzir o consumidor à compra; a embalagem deve ser desenvolvida para ser usada depois de vazia, quando possível; ser de fácil reconhecimento pelo consumidor; considerar as embalagens de produtos similares, além de ter formas e cores adequadas. Segundo Azeredo et.al. (2000 apud Lira e Carvalho, 1997), as embalagens tradicionalmente têm sido planejadas para proteger o produto e um de seus principais requisitos é a não interação com o alimento acondicionado. Nos dias atuais encontra-se no mercado de embalagem de alimentos padrões já estabelecidos9 como a questão da rotulagem das embalagens com datas de fabricação e vencimento, informações nutricionais. Outras tendências de mercado nesse segmento vão se transformando a cada ano visando atender as necessidades do homem, como por exemplo, a embalagem individual de alimentos que, busca atender a necessidade de uso em diferentes locais e condições que dispensam volumes excedentes na bolsa (NEGRÃO & CAMARGO, 2008). Outro ponto é a uma justaposição de princípios do consumo atual, como aponta Tambini (1996): a variedade excessiva de produtos tem levado a design de produtos extremos, a fim de atrair atenção, criando uma série de novidades 9

Normas da ANVISA para rotulagem de alimentos.

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passageiras ao passo que o aumento da preocupação mundial com o meio ambiente tem pressionado os fabricantes a fornecerem produtos em embalagens recicláveis, biodegradáveis.

7.5 Embalagem no Brasil Cavalcanti e Chagas (2007, citado por ABRE) realizam um apanhado histórico da evolução da embalagem no Brasil, desde a matéria-prima utilizada às tecnologias incorporadas, conforme a figura abaixo:

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Figura 7: Linha do tempo da evolução da embalagem no Brasil. Fonte: Arquivo Pessoal

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Sabe-se que no Brasil 85% das decisões de compra são tomadas no ponto de venda e por conseqüência, quanto mais apelo tiver a embalagem, mais chances de o produto ser adquirido (BARBOSA & DIAS, 2003, p.02). Para criar esse apelo, precisa-se desenvolver uma embalagem que supra com requisitos de inovação e com as necessidades do mercado, e para tanto necessita-se de um projeto bem estruturado, bem estudado e definido por profissional responsável por esse projeto, um designer.

8 O DESIGN DE EMBALAGEM Vivemos em um mundo globalizado, onde a industrialização cresce constantemente e produtos são lançados e re-lançados a cada momento juntamente com o surgimento de avançadas tecnologias e novos designs. Para destacar-se no meio de tanta concorrência é preciso desenvolver um projeto inteligente, criativo e funcional de produto e; para isso há uma poderosa ferramenta: o design. Para Calver (2009) os profissionais de design:

“(...) são como esponjas que absorvem diferentes influências, consciente ou inconscientemente, que se manifestam nas suas soluções de design. Os bons designers sabem como manipular essas influências para transcender meros modismos [...] criando designs que refletem o zeitgeist, ou espírito da época e que são relevantes e significativos aos consumidores”. (CALVER 2009, p. 10)

8.1 O que é o design de embalagem? Segundo o dicionário AURÉLIO10(2009, p. 650) a palavra design é S.n. 1. Concepção de um projeto ou modelo; planejamento. 2. O produto desse planejamento. 3. Restr. Desenho Industrial. 4. Restr. Desenho de Produto. 5. Restr. Programação Visual Mestriner (2002, p. 11) diz: ‘’o design de embalagem é o ato de percorrer o trajeto estabelecido pela metodologia de projeto atendendo às peculiaridades que a

10

Novo Dicionário Aurélio Buarque de Holanda.

25


embalagem tem em relação aos demais produtos industriais’’. Scatolim (2006, p. 4) acrescenta: (...) “é o conhecimento dos hábitos e atitudes dos consumidores em relação aos produtos. Desse modo a função básica, além de fatores estéticos e emocionais, como forma e aos elementos gráficos, logotipos, marcas e símbolos destinados à comunicação visual, é garantir integridade e conservação, durante a distribuição e o consumo. O design de embalagem integra o tangível e a imagem. Isso faz com que, muitos produtos estão posicionados há mais de um século no mercado e na mente do consumidor.

Hayasaki (2009) simplifica em termos mais populares:

A embalagem é o minioutdoor no ponto de venda. E o design cumpre o importante papel de atrair o consumidor, traduzindo o conceito do produto e os valores da marca e da empresa. Esse é o bom design de embalagem! (HAYASAKI, 2009, p. 21)

Nesse sentido o design de embalagem é um projeto, constituído de um conceito e estudo, onde a embalagem é o resultado do processo de criação pensado estrategicamente para cumprir com o papel de valorização dos produtos que contém.

8.2 A importância do design de embalagem O bom design de embalagem responde a fatores como proteção, armazenagem e transporte de produtos além de favorecer a fabricação e envase pela indústria e comunica corretamente os atributos diferenciados do produto despertando a atenção e desejo de compra do consumidor (MESTRINER, 2002). Sobre atrair a atenção dos consumidores Santos e Claudino (2009) comentam que crescentemente o mercado está gerando um número excessivo de produtos similares, com a mesma tecnologia, preço e características. Esse fato acaba dificultando a percepção dessas diferenças pelo consumidor, e assim atribuir a elas o seu devido valor. Para driblar isso, as empresas estão investindo em ferramentas de design para que seus produtos possam se destacar, diferenciar frente a concorrência. “Elas 26


deixaram de competir apenas por preço e qualidade. Atualmente o posicionamento estratégico de uma empresa perpassa pelo termo design, seja pela sua comunicação visual seja pelo seu produto” (SANTOS & CLAUDINO, p.3). O design de embalagem deve ser considerado um componente poderoso e inestimável do mix de marketing – acima de tudo, porque é comercialmente eficaz e quando praticado apropriadamente – e examina a questão da globalização, um importante fator na vida de importantes proprietários de marca (CALVER, 2009, p.14). Nesse sentido, Mestriner (2006, Abril, apud Negrao & Camargo, 2008) de forma contundente aponta: “cerca de 90% dos produtos comercializados no país dependem somente da embalagem como instrumento de venda”. No tocante ao mercado específico de embalagens podemos auferir que se trata de fator importante ao ponto de ser utilizado como indicador econômico: quando a indústria de embalagens aponta crescimento, mostra que a produção aumentou e vice-versa (NEGRÃO & CAMARGO, 2008). Sobre isso comentam: A indústria brasileira, a embalagem corresponde a cerca de 1,5% do PIB e gera, diretamente, em torno de 196 mil postos de trabalho. Em 2007, o Brasil atingiu um PIB superior a US$ 1 trilhão (NEGRÃO & CAMARGO,2008, p. 39).

Desta forma é importante frisar, como faz Mestriner, (2002) que o design de embalagem é um fio condutor do processo produtivo, pois leva em consideração as premissas que o desenho vai ter que responder até chegar à casa do consumidor. Isso evidencia que ao obter a visão do todo o design de embalagem tem o potencial de agregar valor em cada uma das etapas da produção, do conceito ao envase, transporte, venda e principalmente na satisfação do consumidor. Uma das questões primordiais a ser verificada no processo é a legislação sobre os assunto, normas referentes aos serviços de alimentação e embalagens no Brasil. A seguir segue um recorte sobre as referidas normas. 8.3 Normas de serviço de alimentação e embalagens no Brasil .

No

que

correspondentes, 11

diz

respeito

aos

serviços

a

Agência

Nacional

de

de

alimentação

Vigilância

e

embalagens

Sanitária

(ANVISA)11,

Fonte: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct. php?id=12546

27


regulamenta de acordo com Decreto n.º 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o art. 8º, inciso IV, do Regimento Interno aprovado pela Portaria nº 593 de 25 de agosto de 2000, em reunião realizada em 13 de setembro de 2004, segue abaixo, as normas mais relevantes para o projeto: 4.7.1 Os serviços de alimentação devem especificar os critérios para avaliação e seleção dos fornecedores de matérias-primas, ingredientes e embalagens. O transporte desses insumos deve ser realizado em condições adequadas de higiene e conservação. 4.7.2 A recepção das matérias-primas, dos ingredientes e das embalagens deve ser realizada em área protegida e limpa. Devem ser adotadas medidas para evitar que esses insumos contaminem o alimento preparado. 4.7.3 As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem ser submetidos à inspeção e aprovados na recepção. As embalagens primárias das matérias-primas e dos ingredientes devem estar íntegras. A temperatura das matérias-primas e ingredientes que necessitem de condições especiais de conservação deve ser verificada nas etapas de recepção e de armazenamento. 4.7.4 Os lotes das matérias-primas, dos ingredientes ou das embalagens reprovados ou com prazos de validade vencidos devem ser imediatamente devolvidos ao fornecedor e, na impossibilidade, devem ser devidamente identificados e armazenados separadamente. Deve ser determinada a destinação final dos mesmos. 4.7.5 As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem ser armazenados em local limpo e organizado, de forma a garantir proteção contra contaminantes. Devem estar adequadamente acondicionados e identificados, sendo que sua utilização deve respeitar o prazo de validade. Para os alimentos dispensados da obrigatoriedade da indicação do prazo de validade, deve ser observada a ordem de entrada dos mesmos. 4.7.6 As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem ser armazenados sobre paletes, estrados e ou prateleiras, respeitando-se o espaçamento mínimo necessário para garantir adequada ventilação, limpeza e, quando for o caso, desinfecção do local. Os paletes, estrados e ou prateleiras devem ser de material liso, resistente, impermeável e lavável. 4.8.19 os alimentos a serem consumidos crus devem ser submetidos a processo de higienização a fim de reduzir a contaminação superficial. Os produtos utilizados na higienização dos alimentos devem estar regularizados no órgão competente do Ministério da Saúde e serem aplicados de forma a evitar a presença de resíduos no alimento preparado.

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4.9 Armazenamento e Transporte do Alimento PREPARADO 4.9.1 Os alimentos preparados mantidos na área de armazenamento ou aguardando o transporte devem estar identificados e protegidos contra contaminantes. Na identificação deve constar, no mínimo, a designação do produto, a data de preparo e o prazo de validade. 4.9.2 O armazenamento e o transporte do alimento preparado, da distribuição até a entrega ao consumo, devem ocorrer em condições de tempo e temperatura que não comprometam sua qualidade higiênico-sanitária. A temperatura do alimento preparado deve ser monitorada durante essas etapas. 4.9.3 Os meios de transporte do alimento preparado devem ser higienizados, sendo adotadas medidas a fim de garantir a ausência de vetores e pragas urbanas. Os veículos devem ser dotados de cobertura para proteção da carga, não devendo transportar outras cargas que comprometam a qualidade higiênico-sanitária do alimento preparado.

Tendo em vista a apresentação das especificações ficam claras algumas diretrizes fundamentais na elaboração da embalagem neste projeto: - Deve garantir que os alimentos permaneçam com suporte físico e temperatura de conservação adequada; - A embalagem deve isolar os alimentos de agentes contaminantes; - Devem constar na identificação da embalagem no mínimo, a designação do produto, a data de preparo e o prazo de validade e data de fabricação; Sobretudo o

design

de

embalagem

de

alimentos

deve

considerar

apropriadamente o produto no qual exercerá função; seja de basicamente transporte, seja das outras funções já mencionadas anteriormente. Neste caso, o produto em questão são duas variedades de comida japonesa que apresentam as peculiaridades descritas abaixo.

9 SUSHI E SASHIMI O principal item explorado da cultura japonesa no Brasil provavelmente é a sua culinária e mais particularmente o sushi e o sashimi. Em suma, trata-se de bolinhos de arroz e peixe cru preparados de forma artesanal e notoriamente já

29


conquistaram um grande número de pessoas no país e estão se tornando cada vez mais populares no mundo todo.

9.1 O que é sushi e sashimi? Segundo Barber e Takemura (2003 apud Patrocinio, 2009, p. 18), a definição de sushi é arroz avinagrado com uma cobertura ou recheio de peixes, marisco, vegetais ou ovos crus, cozinhados ou marinados. É servido como refeição ligeira, entrada ou prato principal, e assume formas muito diferentes.

Figura 8: Sushi Fonte: kawaiikakkoiisugoi.com

Já o sashimi é reconhecido como um corte de peixe cru, podendo ser de diversos peixes nobres com sabor suave. Também é servido como entrada ou prato principal, geralmente com molho de soja e raiz forte.

Figura 9: Sashimi Fonte:http://www.thenibble.com/reviews/main/fish/seafood/sushi-glossary7.asp

30


9.2 A evolução histórica do sushi e sashimi De acordo com Freitas et al. (2009), na era Nara (710-794) havia o hábito de armazenar os peixes e frutos do mar com métodos naturais de fermentação, por um período de 2 a 3 meses, utilizando-se apenas sal. Este processo produzia naturalmente um ácido, que foi chamado de sushi, daí a origem do nome. O hábito de comer peixe junto com arroz iniciou-se no final da era Muromashi (1338-1573). Em 1820, período Bumsei, na era Edo, surgiu uma nova forma de sushi que é a fatia de peixe ou fruto do mar bem fresco sobre o bolinho de arroz temperado, é o atual niguirisushi . O niguirisushi é popularmente conhecido como criação de Yobei Manya, que era dono da casa Yobeizushi.

Figura 10: Quiosque de sushi (Era Edo) Fonte: www.cozinhajaponesa.com.br

Porém, há controvérsias a respeito do criador do nigirisushi de acordo com FUJIKAWA (2008). Foi Hanaya Yohei, quem criou. Ele criou o tipo de sushi, o “Niguiri zushi”. O “Niguiri zushi” também é conhecido por “Edomae zushi”, em função de sua origem: eram utilizados pescados, frutos do mar e algas retiradas da baía de Tóquio

(antigamente

chamada

de

Edo).

Na página seguinte, a Figura 11 demonstra o que é permitido e como não se deve proceder no momento do consumo do alimento.

31


Figura 11: Orientação de consumo de sushi e sashimi. Fonte:http://2.bp.blogspot.com/_AfrPNXC4Dc8/S8vTdrE6rZI/AAAAAAAACFM/uxjN6VmGMtA/s1600/c omendo+sushi.jpg

O sashimi12 contemporâneo também é bem diferente do original. No século VIII, textos já citavam uma receita chamada namasu: fatias de peixe cru eram servidas num molho feito de vinagre e missô (pasta de soja). O peixe já vinha misturado ao molho e ninguém reparava se tinha sido bem ou mal cortado. Só no século 15 o japonês passou a preparar o sashimi como faz hoje: peixe cru fatiado com maestria, para que o chef possa exibir toda sua habilidade de cortar e arrumar o peixe.

9.3 O Hashi Um item obrigatório quando se fala de comida japonesa: o hashi. Conhecidos para leigos de ‘’palitinhos’’, são usados como talheres em algumas refeições. Sua importância se reflete na maneira como é chamado no Japão: o-hashi em japonês, o 'O' que precede as palavras tem sentido honorífico.

12

http://historia.abril.com.br/alimentacao/culinaria-japonesa-saborosa-tradicao-ne-435861.shtml

32


O hashi constitui um prolongamento natural dos dedos, especialmente útil e higiênico nos tempos em que se comia em pratos comunitários. Não é difícil manipulá-lo. Abaixo (fig. 12), mostra as etapas de como manipulá-lo.

Figura 12: Como utilizar o Hashi Fonte: http://www.vamoscomer.com.br/home.asp?le=materia&pag=6&id=35

9.3.1 Etiqueta sobre o hashi13 Em qualquer pausa durante a refeição, deposita-se o hashi em paralelo ao balcão, no suporte apropriado (oki), jamais apontando para o itamae-san14: pois demonstra agressividade.Se não houver oki, pode-se usar o próprio invólucro de papel, dobrado. Nunca 'afie' os pauzinhos, um contra o outro: fazer isso significa insinuar ao itamae-san que os hashi da casa são de qualidade inferior. - Ter o próprio hashi, todo decorado e dentro de uma caixa, guardado no sushi-ya predileto é um estranho costume brasileiro, provavelmente introduzido para fidelizar clientes, mas sem qualquer vínculo com a tradição japonesa. - Nunca use o próprio hashi para servir os outros. Se houver prato, estenda-o para a outra pessoa; se não houver, use as pontas superiores do hashi para colocar a peça no balcão. Jamais a passe diretamente para o hashi do companheiro.

13

http://www1.folha.uol.com.br/folha/comida/ult10005u351959.shtml

14

Chefe de cozinha em japonês

33


- Gesticular com o hashi nas mãos é deselegante, tanto quanto fazer isso com o garfo e a faca.

9.4 Importância do design de embalagem para comida japonesa (sushi e sashimi) Para obter sucesso, credibilidade e segurança em uma embalagem é necessário estudo aprofundado de questões técnicas de domínio do design, que pode partir de premissas como proteção, segurança, armazenagem até a questão de diferenciação de produtos. Além disso, ferramentas de pesquisa do design são essenciais para modelar uma criação que se encaixe com o gosto e necessidade dos clientes e do próprio conceito da marca. No caso especifico de embalagem para sushi e sashimi, o design pode contribuir com a elaboração de um produto que cumpra com requisitos especiais em se tratando de alimentos, tendo em vista os cuidados como a temperatura de conservação do peixe cru e a fragilidade da composição de um alimento artesanal composto estruturalmente por arroz, ou mesmo somente fatias de peixe cru. Ainda o design há de contribuir para aspectos relacionados mais diretamente à venda, como apontado por Farina (1990 apud Lira & Carvalho, 2006) como induzir o consumidor à compra, ou nesse caso ao se remeter a embalagem ser induzido a consumir novamente no restaurante. Outro aspecto é o estudo e desenvolvimento de embalagem que seja menos descartável com vistas à sustentabilidade. A embalagem deve ser de fácil reconhecimento pelo consumidor além de ter formas e cores adequadas (Farina 1990 apud Lira & Carvalho, 2006), conta com os aspectos inovação e criatividade de recursos como um diferencial competitivo entre os concorrentes. A partir dos elementos verificados na pesquisa bibliográfica obtivemos subsidiamos para compreender de fato a história, função da embalagem de alimentos e do design de embalagem, e também do sushi e sashimi, alimentos a serem transportados. Tendo isso, a partir da metodologia de Mestriner (2002) segue o tópico do projeto o qual detalhará o processo de desenvolvimento da embalagem.

34


10 O PROJETO A partir dos elementos verificados na pesquisa bibliográfica obtivemos subsídimos para compreender de fato a história, função da embalagem de alimentos e do design de embalagem, e também do sushi e sashimi, alimentos em questão a serem transportados. Com isso, a partir da metodologia de Mestriner (2002) segue o tópico do projeto o qual detalhará o processo de desenvolvimento da embalagem.

10.1 Briefing Juntamente com a gerência do restaurante Sushiyama foram realizadas perguntas, a fim de delimitar o interesse e demanda da empresa em relação à atualização do produto perante o mercado e seus consumidores. O Sushiyama demonstrou disposição de acordo com possibilidades de investimento, a reformular suas embalagens. As embalagens “para viagem” e delivery atualmente de plástico são uma preocupação para os donos que gostariam de optar para embalagens de outros materiais, mais reciclável tipo papel ou até mesmo um plástico biodegradável.

10.2 Produto

Atualmente as embalagens possuem 5 tipos, de tamanhos diferentes, sendo que nas menores há alteração da forma. Em geral, as embalagens do restaurante são todas feitas do mesmo material,o plástico do tipo 1 (PET) sem alteração de cor, utilizando a base com a cor preta e a tampa transparente para melhor visualização, com segue a figura 1 abaixo:

Figura 13: Embalagens de diversos tamanhos do Restaurante Sushiyama. Fonte: Arquivo pessoal

35


10.3 O ESTUDO DE CAMPO De acordo com Mestriner “Não existe design de embalagem de verdade sem estudo de campo” (2002, p.42). Tendo isso em vista, foram realizadas aplicações de questionários para diferentes cargos/ funções envolvidas no restaurante, a saber: o gerente, sushiman, motoboy e também para aqueles que irão adquirir a embalagem, os clientes. 10.3.1 Questionários A pesquisa com clientes totalizou um número de 29 pessoas com diferentes idades para verificar se costumam comer sushi e sashimi em sua residência, e suas preferências.

Gráfico 1: Sexo das pessoas

Dos entrevistados em geral ( clientes, dono e motoboy), 47% é do sexo masculino e e 53% feminino.

Gráfico 2: Faixa Etária

36


Foi elaborado relatório das respostas dos clientes no local e constatou-se que 45% pessoas consomem o alimento no local e 34% preferem pedir por tele-entrega ou retirar no local e ainda 21% variam entre um e outro.

Gráfico 3: Preferências na hora da retirada do produto

Ao perguntar aos consumidores sobre a preocupação em transportar uma embalagem que contém os sushis e sashimis

61% das respostas foram

semelhantes uma das outras, com o receio do sushi se desmanchar ao amassar a embalagem sem intenção ou em relação a movimentação do carro. Foi visto também a forma no qual o consumidor transporta a embalagem, como aponta o gráfico abaixo:

Gráfico 4: Opção de transporte

A opção ‘’outros’’ abarca opções como a mochila, pasta, emitida por 10% dos entrevistados. Com isso evidencia-se o alto índice de utilização da sacola plástica, o que reconhecidamente aumenta o lixo urbano e também representa um custo a mais para o restaurante.

37


Gráfico 5: uso após o consumo da embalagem

O número de pessoas que joga a embalagem fora após o uso é expressivo: 86% dos entrevistados, enquanto 14% a reutilizam para fins diversos. No caso do sushiman15 quando perguntado sobre quais foram os cuidados que ele tem ao colocar o sushi e o sashimi na embalagem, o sushiman afirma que o maior cuidado que ele tem é em relação à estética, com capricho manual na decoração dos acompanhamentos (gengibre, pepino e raiz forte). Na segunda questão, tratava-se de quais são as características mais importantes a respeito da embalagem e na opinião dele tudo era importante desde forma, material, tamanho, mas o que ele considera fundamental é a resistência. Quanto ao formato da embalagem a forma retangular é bem mais funcional pois aproveita todos os espaços, comparado com a forma arredondada que visivelmente os sushis ficam em harmonia. Para o dono do restaurante Sushiyama filial de Florianópolis, Gelson Kozuki através do questionário com perguntas abertas e fechadas afirma que o sushi é um alimento artesanal onde exige-se um foco maior na estética do alimento, no visual. Ele explica que a embalagem não pode ser chamar mais atenção do que o produto em si, e na sua opinião os clientes necessitam ver o produto antes de consumi-lo. Ele acrescenta que para transportar o sushi a embalagem não poder ter uma altura elevada, pois facilita a possibilidade do alimento colidir internamente durante a viagem. Quanto ao histórico da embalagem do estabelecimento o proprietário comenta que o restaurante já utilizou-se de alguns modelos, porém a abertura e fechamento 15

Profissional especializado em preparo de pratos de sushi, sashimi e outros pratos tradicionais da gastronomia japonesa.

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não era suficientemente adequada e o material componente das embalagens possuíam um custo elevado na época. Acrescentou ainda que já houve o uso de uma embalagem personalizada, mas devido a demanda, segundo ele, “não dava conta das unidades adquiridas” e por esse motivo descartaram continuar com o uso na época, mas não rejeita a proposição e uso de novas alternativas. Como etapa da pesquisa de campo realizou-se também a aplicação de questionário com o motoboy responsável pelo delivery do restaurante porém notoriamente o mesmo se mostrou desinteressado em responder as perguntas. De qualquer modo, quando questionado “Onde e como é transportado o sushi?” o motoboy afirmou que o sushi é transportado em caixas de isopor. Sobre o número de embalagens que transporta por vez, ou empilhadas o motoboy não quis estimar nenhum valor aproximado. Referente às possíveis reclamações dos clientes ou mesmo quando questionado sobre a percepção de problemas na embalagem o motoboy preferiu não se manifestar, assim como sobre sugestões de melhorias. Como observação o motoboy manifestou opinião espontânea, ou seja, sem ter sido perguntado especificamente sobre o transporte que realiza: - “A caixa de isopor com divisória foi difícil pra a adaptar para os motoboys. É melhor levar sushi do que pizza. Pois o queijo da pizza gruda na embalagem e fica uma coisa grudenta” (sic).

10.3.2 Concorrentes Nessa etapa pretende-se obter dados sobre produtos concorrentes no mercado, identificando os pontos positivos e negativos e analisar as possibilidades de

inovações;

e,

com

base

no

estudo,

listar

pontos

importantes

para

desenvolvimento do produto tornando mais competitivo no mercado. Para fazer a análise de mercado será realizado benchmark com concorrentes diretos e indiretos. Assim, a pesquisa tem como objetivo coletar informações de produtos já existentes no mercado para obter-se uma visão de pontos positivos de características dos produtos que possam ser usados para o seu desenvolvimento.

39


10.3.2.1 Concorrentes diretos A análise de mercado levou em consideração para o recorte a localização geográfica de restaurantes orientais próximos ao estabelecimento, dentre os bairros da Lagoa da Conceição, Santa Mônica e Trindade. Para tanto se utilizou como base de comparação das embalagens dos diversos estabelecimentos critérios como: material da embalagem, cor, informações apresentadas, sistema de abertura/ fechamento, tamanho, forma e modo de transporte dos acompanhamentos, conforme apresentado nas tabelas abaixo. Tabela 3 - Comparação entre concorrentes diretos

Material da embalagem: Plástico PET Cores predominantes: Preto e incolor Hierarquia de informação: Apenas no hashi com logo do restaurante Sistema de abertura e fechamento: Fitilho abre fácil Tamanho: Media 11,5cm x 18,5 cmx1,5cm Peq. 8,5cm x 11,5cm e 1,5cm Forma: Retangular Figura 14: Sushi&Bentô

Sachê e envelope Material da embalagem: Plástico PET Cores predominantes: Preto e incolor Hierarquia de informação: Não possui Sistema de abertura e fechamento: Fitilho abre fácil Tamanho: Retangular 10cm x 16cm x 2,5cm . Redonda diâ,metro 21 e 5cm

Figura 15: Miyoshi

Forma: Retangular e Redonda Pote e envelope Material da embalagem: Plástico PET Cores predominantes: Preto e incolor Hierarquia de informação: No hashi com a logo do restaurante, informações no adesivo fixado na embalagem Sistema de abertura e fechamento: Fitilho abre fácil Tamanho: 6,5cm x 19,5cm x 4cm

Figura 16:Fujisan

Forma: Retangular sachê e envelope

40


Material da embalagem: Isopor (EPS) Cores predominantes: Branco Hierarquia de informação: Não Possui Sistema de abertura e fechamento: Encaixe Tamanho: 17,5cm x 19,5cm x 5cm Forma: Retangular Figura 17: Ichiro Fonte: Arquivo Pessoal

A FIGURA 14 traz uma embalagem comum no mercado cuja base se encontra na cor preta acompanhada da tampa transparente. Podem variar de tamanhos, mas a forma notoriamente permanece a mesma. Pode-se perceber também a fragilidade aparente do sistema de fechamento: um elástico envolvendo os produtos para garantir que a embalagem não abra. Ainda na questão de informações indicadas pela ANVISA como, por exemplo, informações nutricionais, número de unidades e prazo de validade simplesmente não foram constados junto à embalagem. Nas embalagens da FIGURA 15 não se constata muitas diferenças a respeito do concorrente anterior, pois ambas são feitas do mesmo material, com o mesmo sistema de abertura e fechamento, e possuem a base preta com a tampa transparente, assim como se observa também (FIGURA 16): De acordo com a tabela acima se constatou a presença de uma tabela de informações anexadas à embalagem contendo: data de fabricação, prazo de validade, o número de unidades, o preço e o código de barras o que torna esse concorrente, nesse aspecto, uma referência a ser seguida (Fig. 16). Sendo assim, a única embalagem que não segue os modelos das restantes, é a embalagem do restaurante Ichiro ( Fig. 17) que adotou um material com mais resistência térmica, com divisórias e o sistema de abertura e fechamento por encaixe. Sobre o modo em que são apresentados os acompanhamentos apenas o restaurante Miyoshi apresentou uma embalagem com uma forma, tamanho e material diferente. O restante dos concorrentes analisados adota a linha do sache. Em relação à característica do tipo de material apresentadas

nas

embalagens acima, de acordo com Lima (2006) o PET16 e o EPS17 além de serem 16

Politereftalato de Etileno

41


um termoplástico18 eles se destacam diante de outros plásticos como os termofixos, pois serem mais baratos, mais leves, recicláveis e ambientalmente mais limpos também. 10.3.2.2 Concorrentes Indiretos De modo a coletar as mais diversas referências de embalagens já existentes no mercado no segmento transporte de sushi e sashimi, também foi realizada análise de mercado dos concorrentes indiretos, considerados assim por não coexistirem com o restaurante desta pesquisa na mesma região/ cidade. Estes devido a impossibilidade de contato físico mais direto foram analisados através dos critérios: cor predominante, material e forma. Tabela 4 - Comparação entre concorrentes indiretos

Material da embalagem: Papel cartão e plástico Cores predominantes: vermelho Hierarquia de informação: Apenas no hashi com logo do restaurante Forma:nCúbica Figura 18: Sassá Sushi Material da embalagem: Papelão e plástico Cores predominantes: Rosa, marrom pardo Hierarquia de informação: Na embalagem Forma: Retangular Figura 19. Bentô

Material da embalagem: Plástico e papel cartão Cores predominantes: Verde Hierarquia de informação: Na embalagem Forma: Retangular Figura 20: Zaffari sushi drive

17

Poliestireno Expandido È um polímero formado por um punhado de moléculas especiais compostas pela repetição de milhares de unidades básicas intituladas de meros (op. Cit) 18

42


Material da embalagem:Papel cartão Cores predominantes: Preto e branco Hierarquia de informação: no invólucro Forma: Retangular, contém ‘’alças’’ com o uso do hashi Figura 21: sushi to-go box

Material da embalagem: Plástico Cores predominantes: vermelho e preto Hierarquia de informação: Não possui Forma: Redonda com divisórias Figura 22. Sushi Go Away de Mpxdesign

Material da embalagem: Plástico Cores predominantes: vermelho e preto Hierarquia de informação: Na embalagem Forma: Cilindrica Figura 23: Sushi Popper

Material da embalagem: Plástico e papel cartão Cores predominantes: Vermelho Hierarquia de informação: Não possui Forma:Cúbica Figura 24: “Sticks’ n ‘Sushi“

Em relação aos concorrentes indiretos foram percebidos variados tipos de abertura da embalagem. Já no quesito forma e cor foi percebida em sua grande maioria referência direta às cores tradicionais do Japão, com salvas exceções. A forma predominante de transporte das mesmas notoriamente

são as alças e o

plástico é encontrado como material de quase todos os modelos analisados.

43


10.4 ESTRATÉGIAS DE DESIGN Além de atender os requisitos mínimos para sua categoria no que diz respeito ao cumprimento das normas técnicas e afins, os produtos/embalagens devem também atender as expectativas e necessidades do consumidor, a fim de informá-lo sobre suas especificidades e assim e transmitir segurança, qualidade e confiabilidade do produto.

10.4.1 LISTA DE REQUISITOS: De acordo com os itens analisados durante o estudo de campo juntamente com as recomendações da ANVISA sobre a questão foram listados os requisitos que a embalagem deve atender: • Ter aparência moderna, direcionada a um público jovem e adulto entre ambos os sexos; • Apresentar estrutura resistente; • Garantir temperatura interna adequada; • Ser minimalista baseado na identidade visual por ser simples; • Possuir transparência para maior clareza e valorização do produto; • Ter formato geométrico para melhor aproveitamento de espaço segundo a entrevista de campo. • Ter ergonomia como fácil usabilidade, transporte e manejo; • Conter materiais recicláveis em sua composição para melhor aproveitamento; • Ser de baixo custo.

44


10.5 DEFINIÇÃO DO CONCEITO Palavras-Chave: Funcionalidade; Ergonomia; Sustentabilidade; Resistência, Higiene; Térmico; Modernidade e Cultura japonesa. Desfrutar da culinária oriental de forma prática e no local desejado seja em casa ou para onde quer que o cliente escolha de modo confortável e funcional. Esta é a proposta da embalagem para sushi e sashimi que para isso deverá atender o alto padrão de higiene e segurança requeridos hoje pela normatização e também manter o alimento intacto, sendo assim devidamente resistente. O público jovem e aqueles que assim se sentirem ainda deverão ser atendidos quanto à modernidade da forma e sustentabilidade dos materiais componentes, ainda com a preocupação de garantir na embalagem o toque clean e minimalista evidentes na cultura japonesa. Abaixo, foram selecionadas imagens que representam elementos da cultura japonesa, em forma de um painel semântico para complementar a definição do conceito.

Figura 25: Painel Semântico

45


10.6 ESTUDO DOS MATERIAIS 10.6.1 Bambu Régis (2004, p. 47) afirma que a matéria-prima feita com bambu tem grandes vantagens em relação ao papel para a indústria gráfica e papel cartão para embalagens. Para produzir uma tonelada de celulose são necessárias três toneladas de bambu enquanto que necessita de seis toneladas de pinho para produzir a mesma quantidade. O papel19 é o uso industrial do bambu de maiores proporções do mundo. O bambu oferece seis vezes mais celulose que o pinheiro que mais rápido cresce. Suas fibras são muito resistentes e tem qualidade igual ou superior à fibra de madeira. O Brasil é o único país das Américas a ter uma indústria de papel de bambu, com uma grande plantação no Estado do Maranhão.

10.6.2 Papel

A função20 da embalagem de cartão de todos os produtos alimentícios é de extrema importância e poderia, inclusive, ser definida como um fator básico de preservação, transporte e proteção e como uma forma de estimular suas vendas, divulgação,

reputação

e

sucesso

no

mercado.

Para ser considerado adequado aos alimentos, o lado do cartão que fica em contato com o produto deve ser completamente isento de resíduos de tintas (de acordo com a porcentagem imposta pela legislação de cada país), além de não conter

coberturas

de

látex

ou

de

caulim.

Freqüentemente na produção de cartões para alimentos, estes riscos são superados através de um tratamento de superfície de contato com uma camada de plástico, geralmente polietileno de alta densidade.

19

fonte: Texto retirado da Revista Da Madeira - Edição N°92 - Outubro De 2005 ou pelo site: http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=796&subject=Bambu&title=Usos% 20m%C3%BAltiplos%20caracterizam%20o%20g%C3%AAnero 20

Fonte: http://www2.furg.br/projeto/portaldeembalagens/tres/papel.html

46


10.6.3 Madeira A madeira é um material naturalmente resistente e relativamente leve, é frequentemente utilizado para fins estruturais e de sustentação de construções. Porém a madeira está sujeita a pragas, segundo Nennewitz et. al (2008, p. 66) os prejuízos causados à madeira pelas pragas são variados, eles vão desde furos insignficantes até à destruição total do lenho. Isso exige cuidados adequados e ainda com outros fatores como umidade, coesão entre outros. Tabela 5 - Vantagens e desvantagens dos materiais Materiais

Bambu

Papel

Madeira

Vantagens Vantagens: 01 tonelada de bambu = 06 tonelada de pinho (quantidade de celulose) Fibras são muito resistentes e tem qualidade igual ou superior à fibra de madeira

Desvantagens Desvantagens: mão de obra escassa Poucos estudos sobre uso c/ alimentos

Vantagens: - Facilidade de acesso à matériaprima/ baixo custo - Uso difundido na indústria alimentícia leveza, montagem instantânea, economia de espaço na estocagem - Biodegradável

Desvantagens: Altamente suscetível a danos físicos (choques, umidade)

Vantagens: - Facilidade de acesso à matéria-prima - Naturalmente resistente Relativamente leve.

Desvantagens: Médio custo de produção, cuidados com controle de pragas, volume elevado.

10.7 Matéria-prima selecionada

A matéria-prima selecionada é o Papel cartão - 200g/m2, com cobertura tríplex pois é a mais recomendada Para ser considerado adequado aos alimentos, o lado do cartão que fica em contato com o produto deve ser completamente isento de resíduos de tintas (de acordo com a porcentagem imposta pela legislação de cada país), além de não conter coberturas de látex ou de caulim. Freqüentemente na produção de cartões 47


para alimentos, estes riscos são superados através de um tratamento de superfície de contato com uma camada de plástico, geralmente polietileno de alta densidade No quesito ambiental o papel resumidamente destaca-se pelos seguintes fatores: Contribui para a redução do resíduo sólido urbano, ele é 100% reciclável e seu período de decomposição na natureza é curto; Obedece o conceito de preservação ambiental que inclui desde o plantio das mudas das árvores pelas empresas, até a produção final, inclusive com o tratamento de efluentes. O processo químico utilizado é fechado, ou seja, os ingredientes são constantemente reaproveitados no próprio processo. Na reciclagem, papéis recolhidos como jornais, revistas, caixas, etc...são dissolvidos em água e devidamente tratados para compor a massa que forma cada uma das camadas do papel cartão.

10.8 O DESENHO Estudando os conceitos selecionados para avaliar a pertinência do projeto, aspectos técnicos, custos de investimento e produção, processos produtivos, materiais adequados, foi elaborada uma pesquisa e desenhos com o objetivo de gerar alternativas, cada qual passíveis de vantagens e desvantagens, que analisadas sob a ótica do Design deve resultar na escolha do projeto de design de embalagem o mais satisfatório possível, dentre as condições previstas. A seguir as soluções encontradas:

10.8.1 Alternativa 1

Fonte: Arquivo Pessoal

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A embalagem a principio, é uma embalagem simples, de forma retangular, com um lado cuja abertura do tipo ‘‘slide’’, com elementos representativos da cultura na parte superior.

10.8.2 Alternativa 2

Fonte: Arquivo Pessoal

A alternativa 2, remete a um formato de leque, onde contém divisórias que além de manter o alimento, também armazena o hashi, a tampa é transparente e giratória para a abertura da embalagem. Há um compartimento para guardar o molho em sachê cuja tampa encontrase no lado esquerdo da figura, que será de um material fosco, com aplicação da logo no centro e as informações da ANVISA.

10.8.3 Alternativa 3

Fonte: Arquivo Pessoal

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Esta alternativa sua forma é muito similar embalagens já existentes no mercado, o que difere, é o seu material composto por bambu. A respeito da parte superior, a tampa será de plástico, pois de acordo com os requisitos terá que ser transparente e sua abertura e fechamento será de forma de pressão para o impedimento de a embalagem abrir inesperadamente.

10.8.4 Alternativa 4

Fonte: arquivo Pessoal

Esta embalagem é de um formato retangular, sempre comum nas embalagens de comida japonesa, porém seu material é 100% papel e 100% biodegradável, para que possa cumprir com o requisito da sustentabilidade. A idéia em foco é o personagem ‘’daruma’’, que na cultura japonesa ele serve de uma espécie de amuleto de desejo, que quando se faz um desejo, pinta-se um olho do boneco, e quando é realizado o desejo pinta-se o outro olho. Na embalagem fechada o boneco do ‘‘daruma’’, está apenas com 1 olho e quando aberta aparecerá o outro olho como um desejo cumprido. Para que esse essa idéia acontecesse foi pensado em 2 papéis com o mesmo formato porém um menor que o outro. A primeira caixa fica internamente na outra caixa que será fixa e terá o desenho dos olhos e do bigode, e a segunda onde terá o movimento ‘’slide’’ que será caixa externa onde possuirá o formato do boneco. 50


10.8.5 Alternativa 5

Fonte: Arquivo Pessoal

Essa alternativa teve com foco a dobradura, que quando é fechada aparece um desenho de uma flor e para abri-la, introduz-se os dedos indicadores e polegares das mãos e puxe, uma interação com o usuário ao seu manuseio. Uma alternativa simples, prática um detalhe delicado.

10.8.6 Alternativa 6

Fonte: Arquivo Pessoal

Essa alternativa remete a uma alternativa horizontal, com um toque oriental, que lembrou-se de um formato dos templos japoneses, com andares sendo que as bandejas nas bordas são mais grossas impedindo que a parte inferior da bandeja acima encoste no alimento que se encontra na bandeja de baixo.

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10.8.7 Alternativa 7

Fonte: Arquivo Pessoal

Essa alternativa é um tanto incomum, baseada no formato estelar das armas dos ninjas, a embalagem possui uma tampa giratória cujo seu centro é seu fixador para que essa ação aconteça, seu mecanismo tem a opção de remover toda a tampa através de uma chave. Em sua base possui um pequeno relevo que ao se juntar com a tampa, a embalagem trava impedindo que a tampa se mova, e assim o transporte ser feito. 10.8.8 Alternativa 8

Fonte: Arquivo Pessoal :

Esta alternativa, adotou a essência da alternativa 5, com modificações ao seu comprimento e na disposição que

se encontrará o alimento, a embalagem se

encontrará no eixo vertical para ter acesso a melhor visualização do alimento. Onde a abertura terá 2 opções, a primeira é o lado da flor que introduzindo os dedos indicadores e polegares dentro das cavidades, abrirá a flor e é só deslizar a bandeja que se encontra no seu interior; a segunda opção será do outro lado, que só puxar a tampa para baixo e retirar a bandeja. 52


10.9 SELEÇÃO DAS ALTERNATIVAS

A partir das alternativas geradas, para uma melhor seleção da alternativa que melhor atenda as necessidades do projeto foi criada uma tabela com o critério de avaliação baseada na pesquisa de campo para auxiliar nessa escolha. Os critérios marcados com um ‘’X’’, são aqueles que cumpram com o desejado. E as que estão com um ‘’0’’ não cumprem. O sinal ‘‘ - ’’, significa que o elemento cultural não é representado no tipo de material ou formato, no caso é impresso.

Tabela 6 - Comparação das alternativas de acordo com requisitos levantados no projeto. Critério/alternativa

Nº 1

Nº 2

Nº 3

Nº 4

Nº 5

Nº 6

Nº 7

Nº 8

Fácil transporte Leve Reciclável Funcionalidade Proteção Elemento Cultural Resistente Baixo custo Transparência

X X X X X 0 X X X

0 0 X X X X X 0 X

0 X X X X X X 0 X

0 X X X X X X X 0

X X X X X X X X 0

X X X X X X X X 0

0 0 X 0 X X X 0 X

X X X X X X X X X

De acordo com a tabela comparativa acima, notoriamente a alternativa 8 atendeu de forma mais satisfatória aos requisitos, sendo então a alternativa escolhida para ser desenvolvida neste projeto.

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11 ANÁLISE ERGONÔMICA Para ter que ser feita uma análise detalhada do produto, foi feita um mock up21 onde foi observada a usabilidade, a segurança, o transporte, o conforto e a praticidade do produto. No primeiro mock up, as medidas eram maiores com o intuito de acomodar maior quantidade, porém foi percebido a inadequação do modo da pega, devida ao tamanho da embalagem, como segue a figura abaixo:

As figuras acima são dois modos que pode ser transportada a embalagem, onde exige maior abertura da mão, devido ao volume da embalagem e com isso torna desconfortável e menos prática necessitando auxílio de uma alça a embalagem.

a) Tarefa: A embalagem possui na sua abertura um formato de uma flor onde contem cavidades simulando as pétalas, que é aonde os 4 dedos ( 2 indicadores e os 2

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Modelo volumétrico com as medidas exatas do produto final

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polegares) os dedos das mãos serão introduzidos para que a abertura da embalagem aconteça, como segue a figura abaixo:

Figura 26: processo para abrir a embalagem Fonte:Arquivo Pessoal

Também terá outra opção de abertura localizada no outro lado da embalagem com um modo mais simples e tradicional. È um produto de fácil execução por ser simples.

Figura 27: outra opção da abertura Fonte: Arquivo Pessoal

A embalagem é formada de sua parte principal ‘’corpo’’ onde irá receber as bandejas cujo sushi estará.

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. Figura 28: Bandeja Fonte: Arquivo Pessoal

E nessa bandeja terá uma divisória para os acompanhamentos que vem com o sushi, como raiz forte, gengibre e molho de soja.

b) Segurança: Sua segurança não exige tantos esforços. Por ser uma embalagem fechada traz certa segurança, seu tamanho é proporcional ao tamanho da mão bem prático, dispensando o uso das alças para o transporte.

Figura 29: manejo ao transportar Fonte: Arquivo Pessoal

Após a análise ergonômica, foi criada uma arte gráfIca para a embalagem Seguindo a linha cultural representada peal flor se sakura, foi impresso uma arte gráfica com um galho da arvore da cerejeira sendo que a abertura com formato da flor tem como impressão a continuação do desenho. Que estará localizada em um dos lados da embalagem. No outro lado irá conter informações determinadas segundo a ANVISA, como um selo d e identificação, ingredientes, data de fabricação e validade. Veja na figura a seguir: 56


Figura 30: planificação da embalagem com aplicação da arte gráfica Fonte: Arquivo feito no programa CorelDRAW, e Photoshop

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12 MEMORIAL DESCRITIVO Após a produção do produto em 3D. Elaborou-se um memorial a fim de identificar as características estético-formais, perceptivas, simbólicas, uso, ergonômicas, técnica, informacional, e marketing do produto. a) Função estético – formal O produto notoriamente apresentou boa continuidade pelos fatores de alinhamento e regularidade além de organização visual da forma de modo coerente, assim como a proximidade e o ritmo. Possui linhas mistas, tanto com linhas geométricas como linhas orgânicas trazendo determinado equilíbrio e dosagem na forma. Conforme as Leis da Gestalt, o produto subdivide-se em 02 unidades principais: o produto constituído pelo corpo e a bandeja de suporte na parte interna. O produto apresenta qualidades perceptivas que podem ser percebidas através da pregnância da forma que é clara, pois sua apreensão é rápida, fácil e imediata. b) Função Simbólica A função simbólica é baseada na Identidade Visual do restaurante que remete ao oriente, verificada com a utilização da cores típicas da cultura japonesa. Além disso, há como característica importante o detalhe da abertura da embalagem que traz sutilmente referências como a dobradura e a flor Sakura como elementos representativos da referida cultura. c) Função de uso Objetivou-se facilitar o transporte da embalagem e funcionalidade na colocação do alimento usando a forma estrutural do tipo geométrica baseado nos elementos coletados na pesquisa de campo.

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d) Função Ergonômica A embalagem apresenta facilidade em seu transporte e manipulação. Os materiais utilizados são apropriados tendo em vista a leveza e higiene adequada. Ademais suas relações antropométricas estão adequadas. O produto possui 5 cm de largura, 25cm de comprimento e 5 de profundidade e a pega é adequada devido a largura proporcional ao tamanho da abertura da mão cujo a classificação de manejo é fino. No manuseio da embalagem verificam-se as seguintes posturas: Para pegar a bandeja o indivíduo permanecerá na da postura em pé e flexionará o antebraço em direção a mesma. Abrirá a mão e ao pegá-la fechará entre o polegar e os outros dedos da mão. Colocará os alimentos de forma como se estivesse os colocando em um prato, tradicional. Depois de ser pesada a bandeja o atendente do restaurante encaixará a bandeja na outra parte da embalagem (estrutura retangular de papel). O cliente então poderá transportar a embalagem com a mão entre o polegar e os outros dedos formando um “c”, seja com o braço esticado rente ao corpo e a palma das mão virada em direção ao corpo, seja com o braço flexionado com a palma da mão voltada para cima. e) Função Técnica O sistema construtivo do produto subdivide-se em: base, bandejas. O sistema de movimento é constituído pelas aberturas laterais,. O material aplicado será o papel cartão por se de baixo custo, 100% biodegradável.

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13 ADAPTAÇÕES FUTURAS

Para trabalhos futuros, pretende-se aprofundar melhor a ergonomia do produto, inclusive na questão do possível acoplamento de embalagens a fim de aumentar a quantidade de alimento a ser transportado caso necessário, buscando a praticidade e melhoria do transporte, aumentando a satisfação de todos os envolvidos . Outro ponto é outra opção de abertura da embalagem, localizada na parte superior da estrutura, justamente onde está localizada a transparência a fim de facilitar o trabalho do sushiman ao colocar os sushis e sashimis na bandeja na opção delivery e dos próprios consumidores ao se servirem na opção “para viagem” e ainda possibilitaria aos clientes o consumo do sushi e sashimi dentro da própria embalagem. Há a ressalva, no entanto de que esta opção poderia abalar a estrutura da embalagem principalmente a abertura, o conceito da flor em dobradura. Além disso a nova ‘’tampa’’ deve ser elaborada de modo a não atrapalhar o consumo por não se fixar quando está aberta.

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14 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A princípio a percepção de que os restaurantes de comida oriental apresentavam embalagens muito similares e a experiência pessoal como consumidora de tais produtos ocasionou um forte interesse em desenvolver um projeto de embalagens a partir de possíveis contribuições do design. No desenvolvimento deste estudo já na parte de revisão bibliográfica iniciouse a compreensão mais ampla da embalagem e critérios específicos de segurança e higiene que devem ser atendidos, apresentando as devidas responsabilidades que o profissional da área deve atentar ao elaborar um projeto para tal finalidade. As respostas conferidas na pesquisa de campo trouxeram então o entendimento de que as demandas do cliente e consumidores da marca é ponto de partida crucial para o trabalho; e mais que mais do criação,

significa o devido

atendimento da demanda do cliente, de mercado, de normas de segurança e também ergonomia e ainda atenção para o papel social do profissional que deve estar atento a questões globais, como a sustentabilidade dos produtos. A alternativa escolhida a priori foi considerada simples, em detrimento de alternativas mais lúdicas que foram geradas. Porém em atenção à pesquisa de campo constatou-se ao final de que o produto encontrado tem potencial para diferenciar-se da concorrência e apresentar funcionalidade e eficiência desejada para a embalagem de transporte de sushi e sashimi. Finalmente a etapa de implementação do projeto trouxe realidade e maturidade ao revelar que deve estar afinados o projeto, com volume, proporções e a própria pertinência de recursos empregados.

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15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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63


PEREIRA, José Luis. Planejamento de Embalagens de Papel. Rio de Janeiro: 2AB, 2003. REGIS, Frederico M. Monografia: Bambu.Universidade de Salvador,2004

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Revista

ERA

vol.

38,

2,

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Disponível

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<http://www16.fgv.br/rae/artigos/13.pdf> Acesso em: 10 Setembro de 2010 SCATOLIM. Roberta Lucas. O Sistema de Gestão Ambiental da Coca-Cola. XIII SIMPEP – Bauru SP, 2006. SILVA, Lucas Frazão. Afinal Cadê a Embalagem? . Artigo publicado no Vol. IX / 2002 da Revista Cadernos de Debate, uma publicação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da UNICAMP, páginas 38-54 SLATER, B; MARTINS, B; PHILIPPI, S. Rótulos e Embalagens. Brasil Alimentos. No 1, Março,2000 TAMBINI, Michael. Design do Século: O livro do Design do Século XX.Londres: editora: Atica,1998. TANAKA OY & MELO CMM. Reflexões sobre a Avaliação em Serviços de Saúde e a Adoção das Abordagens Qualitativa e Quantitativa, pp. 121-136. In MLL Bosi & FJ Mercado (org,). Pesquisa qualitativa de serviços de saúde. Ed. Vozes, Petrópolis,2004.

64


GLOSSÁRIO Briefing: é um conjunto de informações passadas em uma reunião para o desenvolvimento de um trabalho Mock up: Modelo de um produto ou embalagem em qualquer escala, utilizado para avaliações em geral Protótipo: é um produto pronto que ainda não foi comercializado Zip lock: fechamento com zíper. Fitilho abre fácil: fio normalmente vermelho, que reveste a embalagem por dentro, rasgando-a na demarcação prevista

65


APENDICE Planificação da embalagem

66


APÊNDICE Parte Superior

67


APENDICE Detalhamento técnico – Parte interna

68


APENDICE Rendering

69


ANEXO

70


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