Tcc design 2009 2 (gabriel ritzmann sarmento)

Page 1

GABRIEL RITZMANN SARMENTO

PROJETO DE CENÁRIO, DESIGN GRÁFICO E IDENTIDADE VISUAL PARA UM ESPETÁCULO DE DANÇA

Florianópolis 2009


1

GABRIEL RITZMANN SARMENTO

PROJETO DE CENÁRIO, DESIGN GRÁFICO E IDENTIDADE VISUAL PARA UM ESPETÁCULO DE DANÇA

Este trabalho de Conclusão de Curso foi Julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Design e aprovado em sua forma final pelo curso de graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis 2009


2

RESUMO

O presente projeto de cenário, design gráfico e identidade visual têm por finalidade desenvolver uma linguagem visual para um espetáculo de dança sobre Salvador Dali. O projeto tem como objetivo despertar o interesse das pessoas em assistir o espetáculo e fazer o espectador compreender facilmente as mensagens que a empresa “Sirius Cia de Dança” quer passar. Durante o desenvolvimento deste trabalho preocupou­se soluções adequadas ao seu público de uma maneira criativa e lucrativa, atendendo as necessidades e os desejos solicitados pela empresa.

Palavras­Chave: Cenário1. Design Gráfico 2. Identidade visual 3. Artes 4.


3

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Esquema de perspectiva............................................................................ 28 Figura 2: Simulação do Teatro de Epidaurus, Grécia................................................ 31 Figura 3: Simulação da Skene, Teatro de Epidauros, Grécia.................................... 32 Figura 4: Teatro de Arena ......................................................................................... 34 Figura 5: Teatro Elisabetano, Inglaterra .................................................................... 34 Figura 6: Teatro italiano ou proscênio ....................................................................... 35 Figura 7: Teatro multiuso........................................................................................... 35 Figura 8: Elementos da caixa cênica do palco italiano.............................................. 37 Figura 9: Montagem básica de iluminação ................................................................ 38 Figura 10: A canção do amor, Giorgio de Chirico, 1914............................................ 44 Figura 11: Tentando o impossível, 1928 de René Magritte ....................................... 44 Figura 12: A persistência da memória, Salvador Dalí, 1931...................................... 45 Figura 13: "Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar" Salvador Dalí, 1944...................................................... 49 Figura 14: "Criança Geopolítica observando o Nascimento do Novo Homem", Salvador Dalí, 1943................................................................................................... 50 Figura 15: Identidade visual da Sirius Cia de Dança................................................. 66 Figura 16: Teatro Ademir Rosa ................................................................................. 69 Figura 17: Planta baixa do palco do Teatro Ademir Rosa ......................................... 70 Figura 18: Planta baixa da platéia do Teatro Ademir Rosa ....................................... 71 Figura 19: Palheta de cores ...................................................................................... 73 Figura 20: Região de Cadaqués, Espanha................................................................ 74 Figura 21: Casa de Salvador Dalí, Port Lligat na Espanha ....................................... 74 Figura 22: “Criança Geopolítica Observando o Nascimento do homem Novo”, Salvador Dalí............................................................................................................. 75 Figura 23: Detalhe do Museu Salvador Dalí em Figueres, cidade onde nasceu ....... 76 Figura 24: Galatea of the Spheres, Salvador Dalí ..................................................... 77 Figura 25: El Camino de los Enigmas, Salvador Dalí................................................ 77 Figura 26: Alternativa para a primeira parte do cenário ............................................ 79 Figura 27: Alternativa para a primeira parte do cenário ............................................ 80


4

Figura 28: Alternativa para a primeira parte do cenário ............................................ 81 Figura 29: Alternativa para segunda parte do cenário............................................... 81 Figura 30: Alternativa para a segunda parte do cenário............................................ 82 Figura 31: Alternativa para a terceira parte do cenário ............................................. 82 Figura 32: Alternativa para a terceira parte do cenário ............................................. 83 Figura 33: Fonte Dali................................................................................................. 84 Figura 34: Alternativas para logo............................................................................... 84 Figura 35: Alternativa para logo do evento................................................................ 85 Figura 36: Alternativa para logo do evento................................................................ 86 Figura 37: Alternativa para cartaz ............................................................................. 87 Figura 38: Trechos do desenho animado “Destino” da Walt Disney ......................... 88 Figura 39: Vetorização e montagem da imagem principal do cartaz......................... 88 Figura 40: Alternativa para cartaz ............................................................................. 89 Figura 41: Alternativas para cartaz............................................................................ 90 Figura 42: Estudos para a imagem principal do cartaz ............................................. 90 Figura 43: Trechos do desenho animado “Destino” da Walt Disney ......................... 91 Figura 44: Estudos para a imagem principal do cartaz ............................................. 91 Figura 45: Alternativa para cartaz ............................................................................. 92 Figura 46: Alternativa escolhida para a primeira parte do cenário ............................ 93 Figura 47: Alternativa escolhida para a segunda parte do cenário............................ 94 Figura 48: Meditative Rose, Salvador Dalí ................................................................ 95 Figura 49: Alternativa final para a terceira parte do espetáculo. ............................... 96 Figura 50: Alternativa final para a terceira parte do espetáculo, simulação do personagem pendurado. ........................................................................................... 97 Figura 51: Alternativa final para logotipo ................................................................... 98 Figura 52: Fonte MS Mincho ..................................................................................... 98 Figura 53:Teste de redução de tamanho para a logo................................................ 99 Figura 54:Alternativa final para cartaz..................................................................... 100 Figura 55: Desenho técnico do ovo......................................................................... 105 Figura 56: Simulação do plano de fundo................................................................. 106 Figura 57: Coxias .................................................................................................... 107 Figura 58: Simulação da deformação do saco em contato com o chão .................. 108 Figura 59: Protótipo da rosa de feltro ...................................................................... 109


5

Figura 60: Cartaz virtual .......................................................................................... 110 Figura 61: Aplicação da logo em diferentes fundos................................................. 111 Figura 62: Malha construtiva da logo ...................................................................... 112 Figura 63: Aplicação errada e certa da logo............................................................ 112 Figura 64: Aplicação da logo em camisetas ............................................................ 113


6

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Leis da Gestalt........................................................................................... 26 Tabela 2: Elementos da caixa cênica........................................................................ 37 Tabela 3: Cores de gelatinas para iluminação .......................................................... 39 Tabela 4: Empresas por Setor de Atividade Econômica em Florianópolis ­ 2002 ..... 51 Tabela 5: Tabela de gastos do projeto .................................................................... 114


7

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Sexo.......................................................................................................... 55 Gráfico 2: Quando você gosta de artes?................................................................... 55 Gráfico 3: Você gosta de eventos teatrais?............................................................... 56 Gráfico 4: Qual é o seu nível de freqüência nesses eventos?................................... 56 Gráfico 5: Você está satisfeito com a qualidade de eventos teatrais em SC?........... 57 Gráfico 6: Você gosta de assistir espetáculos de dança? ......................................... 57 Gráfico 7: Você sente falta de mais espetáculos de dança na região de SC? .......... 58 Gráfico 8: Para você, os espetáculos de dança que acontecem hoje tem boa qualidade?................................................................................................................. 58 Gráfico 9: Qual o principal motivo que te impede de ir mais ao teatro? .................... 59 Gráfico 10: Se você vai ao teatro, com que você gosta de se emocionar? ............... 59 Gráfico 11: Por qual meio você gosta de ficar sabendo de espetáculos de dança? . 60 Gráfico 12: Você conhece Salvador Dalí?................................................................. 60 Gráfico 13: O quanto você conhece Salvador Dalí?.................................................. 61 Gráfico 14: O que você sente vendo as obras de Dalí? ............................................ 61 Gráfico 15: Que fase das obras de Dalí que você acha mais marcante?.................. 62 Gráfico 16: Que símbolos te lembram obras de Salvador Dalí?................................ 62 Gráfico 17: Você iria a um espetáculo de dança baseado nas obras de Salvador Dalí? .......................................................................................................................... 63


8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................12 1 FASE INVESTIGATIVA...........................................................................................13 1.1 PROBLEMA DE DESIGN.....................................................................................13 1.2 OBJETIVOS .........................................................................................................13 1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................13 1.2.2 Objetivo Específico .........................................................................................14 1.4 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................14 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................16 2.1 DESIGN ...............................................................................................................16 2.1.1 Design gráfico ...............................................................................................17 2.1.1.1 Características de impressão ........................................................................18 2.1.2 Design para a área cultural.............................................................................19 2.1.2 Comunicação visual .....................................................................................19 2.1.3 Identidade Visual ...........................................................................................20 2.1.3.1

Logotipo .....................................................................................................22

2.1.3.2

Marca .........................................................................................................22

2.2 ESTÉTICA ...........................................................................................................23 2.2.1 Percepção ........................................................................................................24 2.2.2 Gestalt ..............................................................................................................25 2.2.3 Cor ....................................................................................................................26 2.2.4 Forma ...............................................................................................................27 2.2.5 Perspectiva ......................................................................................................27 2.2.6 Linguagem .......................................................................................................28 2.2.7 Semiótica .........................................................................................................29 2.3CENOGRAFIA ......................................................................................................30 2.3.1 Tipos de teatros ............................................................................................34 2.3.2 Elementos da caixa cênica ...........................................................................35 2.4LUZ .......................................................................................................................38 2.5DANÇA .................................................................................................................40


9

2.5.1 Balé .................................................................................................................41 2.6 SURREALISMO...................................................................................................42 2.6.1 Salvador Dali..................................................................................................45 2.6.1.1 Estética de Salvador Dali ...............................................................................47 2.7CARACTERÍSTICAS DO MERCADO ..................................................................50 2.7.1 Mercado Geral ...............................................................................................50 2.7.2 Mercado Cultural ...........................................................................................51 2.7.3 Pesquisa de mercado ...................................................................................52 2.7.3.1

Amostragem ..............................................................................................53

2.7.3.2

Aplicação em Campo .................................................................................54

2.7.3.3

Análises e Resultados ...............................................................................54

2.7.4 Público­Alvo ..................................................................................................63 2.8 SIMILARES .........................................................................................................64 2.8.1 Concorrência indireta ........................................................................................64 2.8.2 Concorrência direta ...........................................................................................64 2.9 ANÁLISE DA EMPRESA CLIENTE .....................................................................65 2.9.1 A Companhia .................................................................................................65 2.9.2 A Direção .......................................................................................................66 2.9.3 Briefing ...........................................................................................................67 2.9.3.1 A proposta ......................................................................................................67 2.9.3.2 Material a ser produzido ................................................................................68 2.10 TEATRO ADEMIR ROSA ................................................................................68 2.10.1 Estrutura física ..............................................................................................69 3 FASE CONCEITUAL ..............................................................................................72 3.1 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................72 3.2 CONCEITUAÇÃO ................................................................................................72 3.2.1 Cenário .............................................................................................................72 3.2.2 Identidade Visual ............................................................................................78 3.2.3 Material Gráfico ...............................................................................................78 4 FASE PRODUTIVA ................................................................................................79 4.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS .........................................................................79 4.1.1 Cenário .............................................................................................................79 4.1.2 Logo .................................................................................................................83


10

4.1.3 Cartaz ...............................................................................................................86 4.2 ESCOLHA DA ALTERNATIVA FINAL .................................................................93 4.2.1 Cenário ............................................................................................................ 93 4.2.2 Logo .................................................................................................................97 4.2.3 Cartaz ...............................................................................................................99 4.3 DETALHAMENTO TÉCNICO ............................................................................102 4.3.1 Cenário ...........................................................................................................102 4.3.1.1 O chão .........................................................................................................103 4.3.1.2 O plano inclinado .........................................................................................103 4.3.1.3 O ovo ...........................................................................................................104 4.3.1.4 O plano de fundo .........................................................................................105 4.3.1.5 As coxias ......................................................................................................106 4.3.1.6 Os Objetos derretidos ..................................................................................107 4.3.1.7 As rosas .......................................................................................................109 4.3.2 Cartaz .............................................................................................................110 4.3.3 Logo ...............................................................................................................111 4.4 ORÇAMENTO ....................................................................................................113 5 CONCLUSÃO .......................................................................................................115 REFERÊNCIAS .......................................................................................................117 APÊNDICE A ­ Esquema das fases estéticas de Salvador Dalí (primeira parte) ..................................................................................................................................120 APÊNDICE B ­ Esquema das fases estéticas de Salvador Dalí (continuação) ..................................................................................................................................121 APÊNDICE C ­ Questionário para coleta de dados ..................... .......................122 APÊNDICE D ­ Painel semântico comportamental do público­alvo .................125 APÊNDICE E ­ Desenho técnico 1 ........................................................................126 APÊNDICE F ­ Desenho técnico 2 ........................................................................127 APÊNDICE G ­ Desenho técnico 3 ........................................................................128 APÊNDICE H ­ Desenho técnico 4 ........................................................................129 APÊNDICE I ­ Desenho técnico 5 .........................................................................130 APÊNDICE J ­ Desenho técnico 6 ........................................................................131 APÊNDICE K – Desenho técnico 7 .......................................................................132 APÊNDICE L – Desenho técnico 8 .......................................................................133


11

ANEXO A ­ Tabela de despesas da população brasileira .................................134 ANEXO B ­ Tabela de sexo que mais tem despesas com a área de cultura e lazer da população brasileira ................................................................................135 ANEXO C ­ Tabela de despesas com o grupo cultura por nível de escolaridade ..................................................................................................................................136 ANEXO D – Vídeo: Destino DALÍ + Walt Disney (arquivo no CD) ANEXO E – Vídeo: Salvador Dali & Gala Born From An Egg (arquivo no CD)


12

INTRODUÇÃO

A carência de boas atividades de lazer, para determinados públicos, na região da grande Florianópolis foi motivo para desenvolver um projeto de design focado na área cultural que contribua com o crescimento do entretenimento na cidade. O projeto foi desenvolvido de acordo com as necessidades e restrições da empresa cliente e do público­alvo.


13

1 FASE INVESTIGATIVA

1.2 PROBLEMA DE DESIGN

Com a característica de desintegrar as formas tradicionais das artes clássicas, o expressionismo que retratava dor, sofrimento e emoção mais verdadeiramente, foi o precursor de outros grandes movimentos no século XX. Essa época de surgimento de novos conceitos foi designada como modernismo. Salvador Dali surge no final desse período com essas características, assim como na dança clássica que passa a quebrar antigos conceitos de movimento. Como inspiração a esses acontecimentos modernos, a Sirius Cia de Dança de Florianópolis pretende misturar estilos de balé clássico com o balé contemporâneo em um espetáculo, justamente para demonstrar essa característica da época de utilizar técnicas clássicas para produção de obras que retratam sonhos e fantasias. O surrealismo de Salvador Dali foi escolhido como temática para o espetáculo pela empresa por fazer parte desse movimento e ter uma plasticidade e uma estética que agrada a um grande público e por motivos educacionais, um espetáculo que leva informação cultural as pessoas. Patricia Sardá, diretora da Sirius Cia de Dança, almeja que sua obra coreográfica tenha formas diferentes do padrão existentes na região. Esta propõe que vários recursos visuais induzam o espectador a “fazer parte” do espetáculo, no sentido de inspirar novas emoções e estimular sentimentos.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral


14

Realizar o projeto de cenário, material gráfico e identidade visual de um espetáculo de dança sobre Salvador Dalí para a Sirius Cia de Dança.

1.2.2 Objetivo Específico

a) O espetáculo tem como temática a vida e a obra de Salvador Dalí, colocá­lo no palco em forma de cores, formas e signos com o objetivo de trazer para o conhecimento das pessoas o grande artista mundial que ele foi. c) O projeto a ser desenvolvido prevê a produção dos seguintes materiais: Cenário do espetáculo inteiro, logo, cartaz de divulgação. d) Não será feito o detalhamento técnico de iluminação, figurino, personagens e maquiagem do espetáculo, mas o projeto será realizado prevendo alguns elementos destes itens citados, para que o efeito visual seja garantido e a identidade seja mantida.

1.4 JUSTIFICATIVA As atividades de lazer, para determinados públicos, na região de Santa Catarina não estão se desenvolvendo como deveriam. Florianópolis é considerada por muitos uma cidade perfeita para se viver. Tranqüila, bela, com praias e ilhas paradisíacas, com muito potencial e oportunidades de trabalho e longe de todo o estresse e preocupações de uma grande metrópole. Cada vez mais pessoas de fora chegam na cidade e a parte cultural ainda tem muito a se desenvolver para suprir a necessidade dos turistas e novos moradores. Características do designer que trabalha na área cultural são citadas por Moreira (2009, pg. 13), Cada segmento do design tem suas peculiaridades, e o da cultura parece ser ainda mais particular. Os designers são unânimes em dizer que uma das vantagens desse mercado é que existe mais liberdade para criação.


15

Quase sempre o cliente tem uma visão estética mais apurada e, por isso, é possível ousar mais.

Ainda na reportagem “Liberdade de Criação” por Moreira (2009, p.13), as atividades culturais como a arte, cinema, teatro, dança, música, livros, jornais, esta crescendo muito e o design terá que responder a uma maior demanda, há uma carência muito grande principalmente no material gráfico tanto nos grandes e pequenos eventos. Uma vez detectada essas oportunidades, foram motivos para o desenvolvimento deste projeto, o qual contribui com o crescimento do entretenimento na cidade. A Sírius Cia de dança, cuja missão é entreter as pessoas por meio da dança, emocionando­as e com os valores de inovação, profissionalismo, trabalho em equipe e qualidade, foi escolhida por ter essa vontade de contribuir para a cultura da região.

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia escolhida foi elaborada por Jonas Riddenstale e Kjell Nordströn, citados por Fuentes (2006, p. 30). Etapas da metodologia: Problema: que prevê uma definição do problema e a definição e reconhecimento de subproblemas; Recopilação de dados: que tem como etapas uma pesquisa de campo e uma pesquisa bibliográfica; Análise dos dados: dados que foram coletados na fase anterior; Criatividade: onde se tem a produção de alternativas e de um conceito; Materiais e Tecnologias: uma fase de pesquisas de possíveis materiais para o projeto; Experimentação: testes com os materiais pesquisados; Modelos;


16

Verificação; Desenhos construtivos; Solução.

Esta metodologia foi escolhida por ter etapas que servem para o desenvolvimento de um projeto gráfico, e também para a produção de um cenário.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 DESIGN

Strunk (2004) diz em seu livro que o termo design é uma palavra da língua inglesa e é utilizado no Brasil, pois não possuímos uma palavra própria para a profissão, com isso muitos acabam confundindo a profissão com o simples fato de desenhar, um meio de expressão e não um meio de concepção. No espanhol as duas coisas são diferenciadas por duas palavras distintas, dibujo e diseño que significam respectivamente desenho e design (a profissão). Na língua portuguesa não temos duas palavras para isto, foi adotado então o inglês para nomear a profissão, como é feito em outros paises em que ocorre a mesma situação. Segundo Frascara (2005) o Design é uma atividade abstrata, que implica em programar, projetar, coordenar uma larga lista de fatores materiais e humanos, traduzir o invisível em visível, comunicar. Inclui valor agregado, aplicação de conhecimentos, uso de instituições educadas e tomada de decisões. O designer é como um diretor de arte em uma peça de teatro, ele não precisa saber de todos os detalhamentos de iluminação nem de figurino, mas precisa ter conhecimento mínimo em todas as áreas para saber gerenciar o tal projeto teatral, um designer de produto não precisa saber os componentes eletrônicos de uma placa eletrônica dentro de um celular, mas precisa saber suas dimensões e funções, o Design é uma profissão interdisciplinar, pode reunir conhecimentos de arquitetura, arte, engenharias e muito mais.


17

Segundo Coelho (2008, p. 188) a respeito das áreas de atuação do design: É um campo amplo de atividades especializadas, de caráter técnico e científico, criativo e artístico, que se ocupam em organizar, classificar planejar, conceber, projetar, configurar, sistemas de informação, objetos bidimensionais, tridimensionais, virtuais, ambiente ou espaços, para a produção industrial e/ou artesanal.

Para Faggiani (2006, p.77) Design significa projetar qualquer objeto, seja ele gráfico, de serviço ou de produto, o designer sempre vai desenvolver algo que produza qualquer tipo de interação com os usuários tendo em vista uma produção para uma grande massa ou um público­alvo determinado. A profissão é de uma área criativa “tem uma dinâmica própria, e portanto sua atuação e especialidades têm freqüentemente passado por revisões e atualizações com a sucessão dos anos.”

2.1.1 Design gráfico

Há autores que dizem que o design gráfico surgiu com as artes rupestres na pré­história outros dizem que surgiu nos anos cinqüenta. Para Frascara (2005) o design gráfico não pode ter surgido na pré­história, pois o design precisa de uma produção para massa com o auxilio de novas ciências e métodos de trabalho. O design gráfico para Faggiani (2006, p. 80): “é todo meio de comunicação que se manifesta através da utilização de componentes visuais” é qualquer “coisa que pode ser vista por meios bidimensionais”. A definição de design gráfico para Frascara (2005, p. 9) é: O design gráfico, visto como atividade é a ação de conceber, programar, projetar e realizar comunicações visuais, produzidas em geral por meios industriais e destinadas a transmitir mensagens específicas a grupos determinados.


18

Frascara (2005) diz que o design tem que se preocupar em manter a atenção em cinco categorias: comunicação, forma, economia, tecnologia e logística, e que a razão do design gráfico é a comunicação.

Design gráfico é tudo o que é visual, Coelho (2008, p.200) complementa: O visual vai muito além das questões gráficas. Trata­se de uma expressão do ser humano, manifestada por imagens, inserida numa dimensão mais filosófica e menos técnica. Visual não depende apenas dos olhos ou das mãos, mas também e principalmente, da manifestação de um pensamento.

Um projeto gráfico tem que ser adequado ao seu público, as pessoas tem que se identificar com o material, aquele “objeto” a ser observado visualmente tem que fazer parte da sua realidade.

2.1.1.1 Características de impressão

Grande parte de projetos de design gráfico necessitam de conhecimentos técnicos de meios de impressão, tipos de papéis, acabamentos entre outros. Segundo Neto (1997) há vários tipos de papeis básicos como o papel pergaminho, o papel cuchê, o papel­bíblia, papel japonês, papéis feitos a mão entre muitos outros. Para o autor o impacto de um impresso está diretamente relacionado com o tipo de papel escolhido para o projeto. O papel tem que ter características que apresentem o material com qualidade, independente do tipo de impressão. Para o autor materiais como cartazes devem ser impressos em offset e em papel cuchê, de uma cor branca, e a gramatura pode variar entre 63, 75, 90, 120, 150, 180, 259 e 290g/m² com a possibilidade para o formato de 66x90, 76x112 ou 87x114cm. Offset para Neto (1997, p. 106) “é um sistema de impressão planográfico baseado na repulsão tinta­água. [...] é um processo rotativo contínuo, permite altas velocidades de impressão, o que ampliou sobremaneira seu campo de aplicação”. É um processo que permite a impressão com qualidade e em pouco tempo.


19

2.1.2 Design para a área cultural

Para Moreira (2008) Materiais de sinalização, design digital, design gráfico e identidade visual para discos, revistas, livros, jornais, cenários, cartazes para cinema, teatro, dança, música entre outros foram agrupados em um segmento de design: o design cultural. “O design para a área cultural é uma exigência” Segundo Moreira (2008, p. 13): Cada segmento do design tem suas peculiaridades, e o da cultura parece ser ainda mais particular. Os designers são unânimes em dizer que uma das vantagens desse mercado é que existe mais liberdade para criação. Quase sempre o cliente tem uma visão estética mais apurada e, por isso, é possível ousar mais.

Ainda na mesma reportagem, Moreira (2008, p.14) “as atividades culturais estão crescendo muito e o design terá que responder a uma maior demanda, há uma carência muito grande principalmente no material gráfico tanto nos grandes como nos pequenos eventos.”

2.1.2 Comunicação visual

Para Munari (2001), a comunicação visual é tudo o que podemos ver, podendo ser uma comunicação casual ou intencional. A casual pode ser uma flor no campo com nenhum objetivo informacional, a intencional é, pelo contrário, gerar uma informação com a intenção de comunicar. Por sua vez, a comunicação intencional tem duas vertentes, a informação estética, que traz a harmonia visual e a informação prática, que é responsável em passar a mensagem ao observador. As comunicações visuais são as mensagens que atingem nossos sentidos: sonora, térmica, dinâmicas entre outros.


20

Pra ele uma mensagem parte de um emissor, passando por influências externas como ruídos e perturbações visuais do ambiente, chegando ao receptor gerando uma reação de acordo com seus níveis sensoriais, operativos e culturais. O designer tem que projetar de modo que evite qualquer deformação durante a emissão da mensagem visual. Essa mensagem, segundo o autor, é separada na informação propriamente dita e na informação visual, esta que é composta por texturas, formas, estruturas, módulos e movimentos. Coelho (2008, p.142) complementa dizendo que o profissional de design “ deverá ser capaz de dar visualmente às mensagens, de estabelecer qual a melhor maneira de transmitir visualmente um determinado conteúdo.” Apontando vários meios de comunicação Coelho (2008, p. 143) conclui que: Comunicar visualmente é uma ação que envolve as mais diretas mídias e que, muitas vezes, não nos damos conta de mensagens, transmitidas subliminarmente ou mesmo do significado que cada mensagem pode adquirir de acordo com a cultura ou o referencial de cada receptor, fato que torna o ato de comunicar visualmente algo muito mais complexo [...] Não temos como não enfatizar os elementos culturais como determinantes dos significados possíveis contidos nas mais diversas formas visuais de comunicação.

Um projeto visual tem que ser reconhecível pelo seu público, ele deverá identificar facilmente seus elementos, estes que fazem parte do seu dia­a­dia.

2.1.3 Identidade Visual

Segundo Coelho (2008, p.202): “Identidade Visual é o conjunto de manifestações físicas a partir do qual uma idéia, um serviço ou um produto, uma empresa ou qualquer tipo de associação se apresenta e se faz conhecer junto ao seu público.” Para Peón, (2003, p.7), junto com o projeto de logotipos para empresas o designer acaba projetando o material de papelaria, uniformes entre outros. Esse


21

conjunto de projetos constrói a identidade visual do cliente. Mas não formam, necessariamente, um sistema. Para Peón (2003, p. 15) sistema se define em: Sistema de normatização para proporcionar unidade e identidade a todos os itens da apresentação de um dado objeto, através de seu aspecto visual. Este objeto pode ser uma empresa, um grupo ou uma instituição, bem como uma idéia, um produto ou um serviço.

De acordo com Peón (2003, p.7): O sistema só é formado quando possui uma unidade, caracteriza pelo claro estabelecimento de elementos que o singularizem e pela repetição organizada destes elementos. Temos então um sistema de identidade visual. É a unidade que perpassa estes projetos que, sem engano, forma a identidade visual do cliente cuja eficiência, antes de mais nada, é medida justamente por esta unidade.

Peón (2003) diz que qualquer coisa possui uma identidade visual, cada objeto tem uma singularidade visual própria. A manifestação desta é que pode ser fraca ou forte, quando uma identidade visual é fraca ela não se destaca perante as outras, não chama a atenção e não fica gravada na memória de quem a observa, diferentemente de uma identidade visual forte que nos chama a atenção ao objeto, e faz com quem nos lembre dele quando virmos de novo, uma forte identidade visual da maior pregnância ao objeto. Os requisitos gerais para um sistema de identidade visual são para Peón (2003, p.19 e 20) são: a. Originalidade: Se diferenciar das já existentes e não remeta a nenhum outro referencial que possa prejudicar sua pregnância; b. Repetição: Os elementos básicos tem que ser repetidos para que possam ser memorizados; c. Unidade: O sistema como um todo tem que ser estruturado na mente do usuário; d. Fácil identificação: O público­alvo tem que identificar claramente os elementos básicos; e. Viabilidade: O sistema tem que ser viável economicamente, operacionalmente, tecnicamente;


22

f. Flexibilidade: Deve prever a correta aplicação em varias condições técnicas, de forma a assegurar uma implantação o mais uniforme possível de seus elementos.

2.1.3.1

Logotipo

De acordo com Peón (2003, p. 33) “logotipos são denominados marcas nominativas. São consideradas assim todas aquelas que são formadas por uma combinação de letras e números que possam ser lidos.” Para o autor, o logotipo tem que ser extremamente legível, quando isso não ocorre passa a ser um símbolo, mas que normalmente não funciona, por não ter a síntese necessária para ser entendido rapidamente.

2.1.3.2

Marca

Peón (2003) define a marca como a junção do símbolo com o logotipo. Para uma boa conjunção entre esses dois elementos requer algumas adaptações. Para Peón (2003, p. 29): O uso alterado dos elementos torna o sistema mais versátil, com maior facilidade nas aplicações por questões de proporcionalidade das dimensões do suporte, eficiência e rapidez comunicacional, restrições técnicas e custos.

A marca deve ter, segundo Peón (2003), uma versão horizontal e outra vertical, usando uma delas como predominante, utilizando a outra somente quando não for possível ou adequado. Os elementos devem ter aplicações em policromia e em monocromia, e possuir versões monocromáticas que utilizem meio­tom, ou só traços (sem preenchimento), é uma maneira de reduzir tempo de produção e custos. É bom também ter uma versão positiva e outra negativa para possíveis aplicações


23

em diferentes fundos. A marca deve ter no máximo 3 cores também, para reduzir custos e o número de cores não inclui de forma necessariamente positiva na eficiência do sistema. Os grafismos, Peón (2003, p. 45): “em geral, abstratos – cuja função é enfatizar algum conceito ou servir de apoio da organização visual de layouts” devem ser utilizados com bom senso, pois a marca geralmente não necessita destes elementos, devem ser usados sem enfraquecer o papel outros elementos principais já citados.

2.2 ESTÉTICA

As primeiras teorias estéticas surgiram na Grécia, mas como “ciência do Belo”, o qual estava relacionado com o bem e o poder. Segundo Nunes (1999, p.11), Os filósofos antigos trataram do assunto empregando a noção de beleza, em muitas acepções. Em 1713 Shaftesbury falava de uma visão interior mais próxima do sentimento do que da razão, é um privilégio do homem que permite deleitar­se com o reconhecimento do belo. Em 1719 Abade Du Bos via no prazer do espírito a essência do belo percebidos por impressões visuais e auditivas. Francis Hutcheson, 1746, afirma que a beleza reina onde quer que a percepção apreenda relações agradáveis, deixa claro que é espiritual, mas que sua produção depende da sensibilidade. Baumgarten incorporou a disciplina da estética, o conceito da beleza como domínio da sensibilidade, percepção, sentimentos e imaginação, numa época em que a filosofia as tinha como irrelevantes. Ele a definiu como a perfeição do conhecimento sensível e dividiu em duas partes, a teórica e a prática. Kant (1724­ 1804), admite três modalidades de experiência, a do conhecimento intelectual, a prática e a experiência estética fundamentada na intuição ou sentimento dos objetos, que se caracteriza pela aconceptualidade, desinteresse e autotelia. De acordo com Notapositiva (2009), nos dias de hoje o conceito do belo passou a ser individual, ninguém é mais obrigado a gostar de alguma coisa, a estética para de ter apenas um caráter conceitual e adota um caráter experimental, a experiência estética é aquilo que pode ser percebido pelos sentidos. Notapositiva (2009) define bem a questão de que o gosto pessoal é um fator que determina o


24

que é belo ou não com isso a autora chega a conclusão de que “o juízo de gosto não é portanto um juízo de conhecimento; por conseguinte não é lógico, mas estético; queremos dizer com isto que o seu princípio determinante não pode ser senão subjetivo.” No design, para Coelho (2008, p. 32) a palavra estética é usada normalmente para a forma de alguma coisa. Também é um termo usado para estilo, seja ele de uma época ou de uma pessoa. O conceito de estética, para Coelho (2008, p.32), “é uma convenção, uma qualidade ou um valor, para uma só pessoa ou para algumas, tido como objetivo de estima ou desejo.” Não é função do designer definir o que é belo e o que é feio para um projeto e sim o que é adequado e o que é inadequado, tem que ter a preocupação em saber que tipo de comunicação visual pretende atender ao seu público­alvo. Frascara (2005, p. 12), diz que a eleição do enfoque estético adequado tanto em relação à mensagem quanto ao público receptor, tem uma importância decisiva na efetividade da mensagem dada, sua relação com a reação emotiva do público. E diz ainda que todo tratamento estético tem um significado. Não é possível melhorar ou piorar a qualidade estética de uma mensagem sem alterar o significado ou sem incrementar ou reduzir a força de uma mensagem. Coelho (2008, p.33) inclui o gosto do ser humano pela beleza quando diz que “o trabalho do designer é integrar todas as faculdades humanas no objeto, humanizá­lo, para que o próprio homem se veja no mundo que ele mesmo criou. Caso contrário o objeto torna­se oco de sentido”. Estética é onde se tem criação artística, relaciona forma com seu conteúdo e dá função a arte na vida humana. Ela cria uma linguagem em um “produto”, conceitua valores estéticos e assim define um público que se identifica com a criação.

2.2.1 Percepção

De acordo com Coelho (2008, p. 44): “ Percepção diz respeito à cognição ou ao julgamento imediato ou intuitivo”. O autor comenta que para o design a percepção está diretamente relacionada com leis psicológicas da Gestalt. É a


25

percepção prévia de um conjunto que determinará a atenção subseqüente Coelho (2008, p. 45) conclui: “Na criação de um produto, há que buscar chamar a atenção pelo todo, para, somente depois, tratar dos detalhes. O estilo enquanto qualidade de um produto, portanto, depende da percepção global.”

2.2.2 Gestalt

A Gestalt, para Barsa (1997, v. 7, p. 98) “se fundamenta na moderna teoria da percepção, segundo a qual um dado é percebido como totalidade organizada e o todo tem características que não podem ser inferidas das partes isoladamente.” Ou seja, qualquer elemento, seja ele uma cor ou uma forma, vai ser influenciado por outros elementos em um campo visual. Segundo Gomes Filho (2000) a Gestalt é dividida em oito leis:

Unidade

Um único elemento, que se encerra por si mesmo, ou como parte de um todo.

Segregação

Capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar, ou destacar unidades formais em todo compositivo ou em partes deste todo. Consiste na igualdade ou semelhança dos estímulos produzidos pelo

Unificação

campo visual, pelo objeto. Ela ocorre quando há harmonia, equilíbrio, ordenação visual e coerência.

Obtém­se fechamento visual da forma pela continuidade numa ordem

Fechamento

estrutural definida, ou seja, por meio de agrupamento de elementos de maneira a constituir uma figura total mais fechada ou mais completa.

É a impressão visual de como as partes se sucedem através da

Continuidade

organização perceptiva da forma de modo coerente, sem quebras ou interrupções em sua trajetória ou na sua fluidez visual.


26

Proximidade

Elementos ópticos próximos uns dos outros tendem a ser visto juntos e, por conseguinte, a constituírem um todo ou unidades dentro de um todo.

A igualdade de forma e de cor desperta também a tendência de se

Semelhança

construir unidades, isto é, de estabelecer agrupamentos de partes semelhantes.

Pregnância da forma:

Qualquer padrão de estímulo tende ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto o permitam as condições dadas.

Tabela 1: Leis da Gestalt Fonte: GOMES FILHO, João. Gestalt do Objeto, 2000

2.2.3 Cor

Coelho (2008, p. 25) comenta que: O universo da cor vem sendo investigado desde a antiguidade. Platão, Aristóteles, Euclides foram pesquisadores dedicados. Desde então, o estudo da cor vem ocupando um espaço e adquirindo uma simbologia utilizada a serviço da informação e da comunicação.

De acordo com Filho (2000) a cor no processo visual é a parte mais emotiva. A cor tem peso e pode ser um fator de equilíbrio em um espaço bidimensional. O uso de cor quente e fria, clara e escura “pode fazer com que os objetos pareçam mais leves ou mais pesados, mais amenos ou mais agressivos. Filho (2000, p.65) afirma que: ”a cor pode ser explorada para diversas finalidades funcionais, psicológicas, simbólicas, mercadológicas, cromoterápicas e outras.” Para Coelho (2008, p.26) muitos estudos já foram feitos para saber a reação dos esquemas cromáticos nos indivíduos. Segundo os estudos da teoria da percepção, “O significado das cores está vinculado à representação das cores na natureza e a forma como cada cultura interpreta essa relação ou representação.”


27

Mais informações sobre cores na justificativa de cores das alternativas criadas no fim deste trabalho.

2.2.4 Forma

Para Filho (2000, p. 41): “A forma pode ser definida como a figura ou a imagem visível do conteúdo. A forma nos informa sobre a aparência externa do objeto”. De acordo com Cavalcanti (1978, p. 47) a forma deve ser entendida como “o poder de expressão que o artista confere, instintiva ou intuitivamente, às linhas e cores e não a simples destreza ou correção de desenhar, de pintar, a fidelidade com que imita a realidade”. Para ele a forma não pode ser confundida com o pintar bem, ela ter originalidade, um artista precisa pintar com emoção. Segundo Coelho (2008, p. 191) forma para o design é: “uma forma de acordo com o contexto geral em que ela existe, submetida as leis do campo onde se estrutura, ou como nos a percebemos”. Para Coelho (2008) o design por muito tempo tentou evitar o formalismo, que consistia na produção da forma pura independente do seu conteúdo social ou ideológico, havia um desprezo pelo jogo de formas, gratuito e inconseqüente. Mas, para o autor isso é falso, Coelho (2008, p.195) “pois a verdade é a totalidade, e esta inclui a ornamentação ou, no caminho para o conhecimento, a decoração, a fantasia e a imaginação”.

2.2.5 Perspectiva

De acordo com Barsa (1997, vol.11 p. 274): Perspectiva é o método de representação gráfica que permite reproduzir sobre uma superfície bidimensional, objetos tridimensionais e relações espaciais. [...] Utiliza comumente em pintura, arte bidimensional por excelência, a perspectiva é por sua vez aplicada também às artes tridimensionais. Assim, algumas das colunas do Pártenon, por exemplo,


28

não são rigorosamente verticais, mas oblíquas, para que o observador as veja verticais em perspectiva.

A perspectiva é um tipo de ajuste óptico que na Gestalt, segundo Gomes Filho (2000, p. 101): “[...] funciona como um recurso inteligente que se aplica ao objeto ou composição.” É um refinamento na forma do objeto, corrige ou controla as linhas que contornam as organizações formais.

Figura 1: Esquema de perspectiva Fonte: WWW.tudovestibular.blogspot.com/2008/03/arquitetura­como­entender­perspectiva

A figura anterior mostra como é feito um efeito de perspectiva, onde se tem um observador, uma linha do horizonte e um ponto de fuga.

2.2.6 Linguagem

Coelho (2008, p. 41) conceitua linguagem como: “O processo de combinação de associação e referências, com base em código e repertório partilhados por sujeitos de um grupo social e histórico, gerando informação e comunicação”. Barsa (1997, vol.9 p. 49) complementa dizendo que a linguagem é: “Um instrumento sem o qual seriam impossíveis a vida em sociedade e qualquer forma de


29

cultura, a linguagem pode ser considerada o traço que melhor define a espécie humana”. É comentado na Barsa (1997) que a linguagem permite a comunicação entre indivíduos por meios de signos convencionais, falados ou escritos. Ela pode ser transmitida por meios visuais, aditivos, tácteis entre outros. Santaella (1983, p.10) complementa: [...] nos comunicamos também através da leitura e/ou produção de formas, volumes, massas, interações de formas, movimentos; que somos também leitores e /ou produtores de dimensões e direções de linhas traços, cores... Enfim, também nos comunicamos e nos orientamos através de imagens, gráficos, sinais, setas, números, luzes... Através de objetos, sons musicais, gestos, expressões, cheiro e tato, através do olhar, do sentir e do apalpar. Somos uma espécie animal tão complexas e plurais as linguagens que nos constituem como seres simbólicos, seres de linguagem.

As atitudes e comportamentos dos seres humanos estam constantemente sendo influenciados por inúmeros elementos no seu dia­a­dia, estes elementos são fundamentados por uma ciência chamada semiótica.

2.2.7 Semiótica

Segundo Santaella (1983) semiótica não é ótica pela metade nem o estudo de línguas, e sim o estudo da linguagem e dos signos. Para Santaella (1983) os fatos culturais, qualquer prática social só funcionam porque são fenômenos de comunicação, isto é, praticas de produção de linguagem e de sentido. Santaella (1983, p. 13) “É no homem e pelo homem que se opera o processo de alteração dos sinais (qualquer estímulo emitido pelos objetos do mundo) em signos ou linguagens (produto da consciência).” Para o Santaella (1983) a semiótica abrange um campo vasto e complexo, é a ciência que estuda todas as linguagens possíveis, busca divisar e deslindar sua ação de signo. O estudo da semiótica tem três origens: uma nos EUA, outra na União Soviética e a outra na


30

Europa Ocidental e este projeto se baseia nos conceitos americanos, que apareceram nos trabalhos de Charles Sanders Peirce (1839­1914). Segundo Santaella (1983) existem três categorias distintas de interação de pensamentos, são elas: A primeiridade que para Santaella (1983, p.43) é uma consciência imediata, “Nenhuma outra coisa senão pura qualidade de ser e de sentir. A qualidade da consciência imediata é uma impressão (sentimento), indivisível, não analisável, inocente e frágil.” De acordo com Santaella (1983, p.47) a secundidade “é a factualidade do existir”, ou seja, a materialização de uma qualidade (que é a primeiridade) e a terceiridade “aproxima um primeiro e um segundo numa síntese intelectual, corresponde à camada de inteligibilidade, ou pensamento em signos, através da qual representamos e interpretamos o mundo.” De acordo com Santaella (1983, p.58) signo “tenta representar, em parte pelo menos, um objeto que é, portanto, num certo sentido, a causa ou determinante do signo, mesmo se o signo representar seu objeto falsamente.” Os signos são divididos em ícones, índices e símbolos descritos por Santaella (1983, p.64) “ ícone é sempre uma simples possibilidade, isto é, possibilidade do efeito de impressão que ele está apto a produzir ao excitar nosso sentido.” Este elemento pode ser capaz, por semelhança, de produzir em nossas mentes as mais imponderáveis relações de comparação. O índice, para Santaella (1983) faz parte de um conjunto, ele indica uma outra coisa com o qual ele está factualmente ligado. O símbolo não indica uma coisa particular, necessita de outros signos para ser interpretado e só não é infinito porque as representações do mundo da nossa história nos impõem. Semiótica para Coelho (2008, p. 221) é: “Uma disciplina do domínio da comunicação que tem por objeto a linguagem entendida como um sistema estruturado de signos.” Os estudos semióticos, para Coelho (2008), são aplicados nos processos de criação, percepção e integração de signos.

2.3 CENOGRAFIA

Baseado nos dados de Del Nero (2008), cenografia vem do grego

skenograhein, skene era uma tenda onde os atores gregos trocavam de


31

personagem, até que surgiu a idéia de representar, com pinturas, os diversos espaços da ação teatral nessa tenda, surgindo a cenografia. A cenografia existe desde cinco séculos a.C., surgiu na Grécia com a intenção de criar um envolvimento com determinadas situações como comunicar algo ou vender produtos. Segundo Del Nero (2008, p. 14 e 15): “[...] talvez outros recursos cenográficos tenham sido feitos antes da pintura na skene, mas o uso da skene foi se tornando em um elemento estético obrigatório pelo fato de ser um ponto focal de atenção e um suporte informativo e sugestivo para o público.” As figuras a seguir mostram uma simulação do teatro Epidaurus que fica na Grécia e ilustra a skene citada enteriormente.

Figura 2: Simulação do Teatro de Epidaurus, Grécia Fonte: www.didaskalia.net/studyarea/visual_resources/epidaurus3d.html


32

Figura 3: Simulação da Skene, Teatro de Epidauros, Grécia Fonte: www.didaskalia.net/studyarea/visual_resources/epidaurus3d.html

Para Mantovani (1989), a cenografia no século XIX pára de ser um lugar de encontro social para um lugar onde se “vê” o espetáculo. Nesta época a cenografia passa a ser um recurso para a atuação, deixa de ser um elemento decorativo, era extremamente real, este periodo deixou importantes contribuições para a cenografia atual, como a necessidade de uma equipe afinada de trabalho, a integração de todos os elemntos. No fim deste século e no século XX o cenário torna­se um elemento que estimula sensações no expectador, a cenografia sempre andou junto com a história da arte, e assim, neste periodo onde nasce o expressionismo o realizmo é abandonado e emoções são conceitos para espetáculos, o cenário da destaque aos movimentos do ator. Para Nero (2008), o cenário não é um objeto ornamental e sim uma ferramenta para o tempo teatral, é o espaço para a atuação do artista ser compreendida. No caso da dança, o cenário auxilia no entendimento do conceito por trás das coreografias. A cenografia tem a função de exaltar conceitos. Para complementar, Munari (2001), comenta que os projetos de comunicação visual não devem ser desenvolvidos nos antigos conceitos do belo e do feio, mas do correto e incorreto, segundo seus princípios formativos, transformando o conceito de beleza


33

em coerência formal. Frascara (2005, p.12) também afirma que: “não se trata do belo e do comunicativo e sim de uma estética perfeita, dentro do foco adequado, dando uma referência comunicacional do projeto em questão.” De acordo com Del Nero (2008, p. 28). O palco é o espaço da performace dos atores e a cenografia é a arte de organizar plasticamente esse espaço e dominar seus aspectos em todos os tipos de representação de obras dramáticas, líricas ou coreográficas. A cenografia está também envolvida com a configuração interna do edifício teatral e este pode ser uma referencia fundamental para o partido criativo a ser tomado. Partindo da cena, a cenografia se envolve com o edifício teatral, com a cidade e, muitas vezes, ganha um interesse no espaço público.

Del Nero (2008) diz que um cenógrafo precisa ter conhecimento sobre artes, história, arquitetura, sobre composição visual, comunicação visual, precisa entender a cidade, o público e o conceito do espetáculo, é como qualquer design, que usa da sua criatividade e gestão para organizar as informações, idéias, criar conceitos e soluções em um projeto. Para complementar Calaça (2007), “a cenografia na dança, diferentemente, o que se tem, na sua maioria de vezes, é o cenário como complemento. Utilizam­se menos objetos cenográficos e telões (pinturas), para se obter um máximo espaço livre no palco.” O cenário não pode impedir os movimentos coreográficos, mas pode ajudar a transmitir um conceito quando se cria uma interatividade do cenário com os bailarinos.

2.3.1 Tipos de teatros

Para Calaça (2007, p. 19): “O que determina o tipo de um teatro é o conjunto do palco e platéia. A diferenciação é dada em função da relação de posicionamento que existe entre eles.” Para a autora o palco é onde acontece a encenação e a platéia é o local onde as pessoas que assistem as apresentações


34

cênicas. Os tipos de teatros são: o teatro de arena, o teatro elisabetano, o teatro multiuso e o teatro italiano que será utilizado neste projeto que segundo Calaça (2007) da perspectiva de sonho além de ser o tipo de teatro de mais fácil visualização de uma peça.

Figura 4: Teatro de Arena Fonte: CALAÇA, Deise. Curso de Iluminação Unidança, 2007 p.19

Figura 5: Teatro Elisabetano, Inglaterra Fonte: CALAÇA, Deise. Curso de Iluminação Unidança, 2007 p.19


35

Figura 6: Teatro italiano ou proscênio Fonte: CALAÇA, Deise. Curso de Iluminação Unidança, 2007 p.20

Figura 7: Teatro multiuso Fonte: CALAÇA, Deise. Curso de Iluminação Unidança, 2007 p.20

2.3.2 Elementos da caixa cênica


36

Segundo Calaça (2007, p. 21): “Caixa cênica é a área do teatro que compreende a cena e todos os elementos nela envolvidos. Em espaços tradicionais se concentra basicamente sobre o palco. Em espaços alternativos abrange toda a sala.” O tipo de teatro mais comum é o teatro italiano, e nele, de acordo com Calaça (2007), é possível ter os seguintes elementos:

Bambolina

Pano geralmente preto colocado à frente das varas, evitando que a platéia veja os cenários e refletores pendurados. Abertura que delimita horizontalmente e verticalmente o espaço

Boca de cena

visual do palco.

Ciclorama

Tela geralmente branca de fundo do palco com leve curvatura nas laterais. Tem por objetivo dar a idéia de infinito. Mecanismo móvel de ferro e cimento que fica à frente da cortina. No

Cortina corta fogo

caso de incêndio é acionada isolando o palco da sala da platéia. Cortina de abrir e fechar colocada na armação da boca de cena à

Cortina de boca

frente da tapadeiras, delimitando a platéia e o palco. Pano móvel geralmente preto colocado no primeiro terço do palco.

Cortina de corte

Sua finalidade é isolar o palco para que sejam feitas trocas de cenários.

Palco fixo Palco giratório

Palco que não permite movimento em seu eixo. Palco que roda sobre o eixo central. Panos geralmente pretos pendurados na lateral do palco,

Pernas de coxias

Piso fixo Piso móvel Quarteladas Rotunda

cobrindo a visão da platéia para os bastidores. Piso que não pode ser retirado. Piso em que há possibilidade de retirada das quarteladas. Pranchões de madeira grossa (1 m 2 ) que podem ser removidos, possibilitando assim a utilização do piso para diversos fins. Pano geralmente preto utilizado no fundo do palco, delimitando­o em sua profundidade. Fica logo à frente do ciclorama.


37

Armações móveis de madeira revestidas de pano geralmente preto Tapadeira de corte

Urdimento

que são dispostas na parte superior e laterais da boca de cena. Permitem a diminuição na altura e na largura da boca de cena. Teto do palco feito em ripas de madeira grossas e firmes, com espaços vazados entre elas, onde são fixadas roldanas e outros mecanismos para a movimentação das varas e demais elementos cênicos.

Vara cenográfica

Tubo de aço suspenso por cabos que permitem a colocação de cenários e outros elementos cênicos.

Vara elétrica

Tubo de aço suspenso que possui tomadas elétricas numeradas que serão utilizadas para ligar os refletores.

Varandas

Áreas suspensas lateralmente e ao fundo na caixa cênica, onde é feita a movimentação do mecanismo cênico.

Tabela 2: Elementos da caixa cênica Fonte: CALAÇA, Deise. Curso de Iluminação Unidança, 2007 p.22

Os elementos principais foram colocados na figura a seguir:

Figura 8: Elementos da caixa cênica do palco italiano Fonte: CALAÇA, Deise. Curso de Iluminação Unidança, 2007 p.21


38

2.4 LUZ

Para Calaça (2007, p. 11): “Iluminar é mais que acender luzes, dando­lhes direção, cor e sentido. Iluminar é criar intensidade, emoção e, acima de tudo, uma linguagem de representação dos signos emocionais e naturais existentes no produto encenado.” Segundo Mantovani (1989) a iluminação artificial para teatro surge no século XIX e muda completamente a concepção de teatro, projetos arquitetônicos são reformulados, todas as mudanças têm o objetivo de estabelecer uma relação mágica entre público e cena. O palco tem toda a atenção, coisa que não ocorria anteriormente, oportunidade que foi criada com a iluminação artificial. De acordo com Calaça (2007) a direção da luz é importante para o processo de criação, cada ângulo e direção podem resultar em efeitos completamente diferentes. A montagem básica de iluminação para um espetáculo segundo Calaça é ilustrada na seguinte figura:

Figura 9: Montagem básica de iluminação


39

Fonte: CALAÇA, Deise. Curso de Iluminação Unidança, 2007 p.69

Calaça diz sobre as cores (2007, p. 66) “A cor usada vai direcionar o olhar da platéia para as mais diferentes sensações e emoções”. Algumas cores foram apresentadas na tabela a seguir: Código da cor da gelatina* (Rosco e

Cor

Utilização da cor

Lee são marcas de gelatinas)

Rosco 36/ Lee 110

Rosa Médio

Boa para tons gerais e iluminação

(Medium Pink)

cruzada. É usada também para dar mais peso e realçar o clima de paixão.

Rosco 69/ Lee 141

Azul Brilhante

Boa para efeitos de luz dramática e

(Brilliant Blue)

especiais. Funciona também para noite e um luar mais dramático.

Rosco 95/ Lee 116

Verde Azulado Médio

Boa para ser usada em áreas de luar ou

(Medium Blue Green)

para criar um ambiente de mistério. É ótima para ambientar cenários pintados de azul, azul esverdeado e verde.

Rosco 07/ Lee 103

Amarelo Pálido

Ideal para ser usada onde se quer dar uma

(Pale Yellow)

leve coloração e abertura, pois o amarelo tende a clarear mais o ambiente.

Rosco 12/ Lee 101

Rosco 15/ Lee 104

Amarelo Canário

Boa para realçar a sensação de luz do sol

(Canary)

suave.

Palha Escuro

É uma coloração quente que tem um leve

(Deep Straw)

tom de verde. Útil para efeitos especiais, luz de vela e do fogo de lareira. Possui uma tendência a diminuir a intensidade da pigmentação das cores. Cuidado: essa cor faz com que o tom da pele pareça artificial.

Tabela 3: Cores de gelatinas para iluminação Fonte: CALAÇA, Deise. Curso de Iluminação Unidança, 2007 p.66


40

Para finalizar Calaça (2007, p.67) “A platéia deve ser conduzida a vivenciar fisiologicamente aquilo que desejamos, ou seja, a platéia vai experimentar as mais diversas sensações e emoções, através da linguagem da dança e das cores iluminadas.”

2.5 DANÇA

De acordo com Ellmerich (1988), a dança é uma coisa natural dos seres vivos, ele considera dança tudo aquilo que utiliza movimentos ordenados e rítmicos, e os organismos que possuem respiração e pulsação são capazes de dançar, até mesmo os animais. Segundo Barsa (1997), a dança, já com instrumentos de percussão, fez parte praticamente de todas as civilizações antigas de todo o mundo, cada uma com suas características particulares. No Egito havia danças sacras e cerimônias funerárias, com homenagens a deuses. Nos povos assírios danças religiosas eram feitas. Na China a.C eram dançados ritmos lentos e que aceleravam no meio, era uma dança mais dramática com mímicas e cantos, no sul da China a dança era colorida e o uso de mascaras era comum. Na Grécia a dança era vinculada com os jogos olímpicos. A civilização romana resgata a idéia de dança para fins religiosos. Com o renascimento a dança começa a ter um caráter estético mais evidenciado e a partir daí cada país foi criando suas formas de dança. Finalizando, segundo Calaça (2007, p.56): O corpo adquire formas diversas: é capaz de se apresentar como um todo ou deixar mostrar apenas algumas de suas partes. Todo o processo de criação coreográfica gira em torno do corpo. Aqui, não existe oralidade, o corpo é responsável por "falar", por transmitir as idéias e os sentimentos. Cada diferente tipo de dança explora o corpo de forma diversa e com uma técnica específica, desenvolvendo assim um "falar" próprio para cada dança, que denominamos de linguagem.

O corpo é o meio de materializar idéias, emoções e sensações.


41

2.5.1 Balé

Para Barsa (1997) a definição de balé é: O balé é uma forma de dança, concebida e trenada em academias, apresentada ao público como espetáculo teatral, quase sempre musicado, no qual se conjugam cenários, figurinos e iluminação. Sobre o tema musical o coreógrafo cria um conjunto de movimentos, executados pelos bailarinos, que constituem uma linguagem simbólica pela qual se pode transmitir um argumento.

Segundo Barsa (1997), o balé tem raízes italianas com as pantomimas (peças de teatro sem falas, utilizando apenas expressões faciais e corporais, geralmente improvisada). O casamento da italiana Catarina de Médicis com o Rei Henrique II da França em 1533 deu um importante impulso para o desenvolvimento do balé, ela trouxe consigo para a frança grandes artistas italianos. Em 1581 Catarina de Médicis produziu o Ballet Comique de la Reine em Paris sob a direção do músico italiano Baldassarino de Belgiojoso. O balé tomou a forma na qual é conhecido hoje na França, durante o reinado de Luis XIII. No ano de 1661, seu filho Luis XIV fundou a Académie de Musique et de Danse, com o objetivo de sistematizar, preservar a qualidade e de fiscalizar o ensino e a produção do balé. Luis XIV nomeou Charles Louis Pierre de Beauchamps para tomar a frente da instituição que foi dissolvida em 1780, o qual desenvolveu as cinco posições básicas de pé no balé usadas até hoje, visando manter o equilibrio do corpo e organizar a estética da dança. Ellmerich (1988) diz que o balé foi fortemente influenciado pelas artes plásticas. Movimentos como o dadaísmo e o expressionismo do século XX fizeram com que a dança se transformasse com os mesmos conceitos de quebrar antigos paradigmas da estética, mas nunca os ignorando, e sim construindo em cima delas, foi criado o balé moderno.


42

Calaça (2007, p.14) conclui que nos dias de hoje “apesar de uma magnífica diversidade de possibilidades de expressão artística através do corpo em movimento, o balé continua sendo estudado e praticado. A técnica clássica continua sendo valorizada e o seu estudo é estimulado”. A técnica clássica ajuda muito na criação de novas formas de movimento, uma base ampla que possibilita novas formas de linguagem. Calaça (2007, p. 56): A coreografia com seqüência de passos técnicos conduzem os bailarinos solistas e o corpo de baile a uma evolução representativa da encenação narrada na forma de movimentos. O coreógrafo, quando mergulhado na busca de sua linguagem coreográfica, vai elaborando um roteiro de caminhos, emoções e direções que serão por ele utilizadas na construção da codificação gestual da encenação.

A coreografia ajuda no entendimento de um conceito, uma idéia a ser passada ao público. As emoções do espectador são resultados de um estudo de movimentação dos bailarinos e de um desenho coreográfico no palco.

2.6 SURREALISMO

O surrealismo, para Gombrich (1999), é mais um dos “ismos” do modernismo do século XX, foi um movimento de uma época em que os artistas começaram a experimentar maneiras novas de ver as coisas, onde as formas tradicionais se tornaram ultrapassadas, um momento de tentar convencer as pessoas que o novo também pode ser bom e belo. Para Bosi(1999, p. 26), “As correntes estéticas que seguiam ao impressionismo levaram ao extremo a convicção de que um objeto artístico obedece a princípios estruturais que lhe dão o estatuto de ser construído, e não ser dado, natural”. De acordo com Gombrich (1999), o modernismo foi um período de expressividade intensa, clareza de estrutura e uma simplicidade linear na técnica, um empenho maior na originalidade do que a maestria que vemos de grandes artistas do


43

passado. A dor, o sofrimento, a violência, a paixão foram retratados com mais sinceridade no expressionismo. A arte abstrata ignora o tema e delega importância à forma. O dadaísmo se caracteriza pelo pessimismo irônico, o ilógico e o absurdo. O cubismo reformata a representação, reorganiza as formas da natureza e o emprego de cores violentas. Estes foram alguns dos movimentos dessa época. O desejo do americano Grant Wood de se tornar criança e a vontade do grego, filho de italianos, Giorgio de Chirico de captar sensações de estranheza quando nos deparamos com o inesperado e o enigmático, fez com que André Breton futuramente publicasse, em 1924, o primeiro manifesto surrealista reunindo muitos artistas. Esse movimento tem como fundamento criar algo mais real que a realidade em si. Foi fortemente influenciado por Freud que dizia que o pensamento ativo entorpecido faz brotar a criança e o selvagem em nós. Pois essa idéia fez os surrealistas proclamarem que a arte nunca pode ser produzida pela razão, afirmavam que a razão pode dar­nos a ciência, mas a não­razão pode dar­nos a arte. O movimento adotou também idéias de Paul Klee, como a de que um artista não deve planejar um trabalho, mas deve deixá­lo crescer. Para Gombrich (1999), Os grandes nomes do surrealismo foram René Magritte e Salvador Dali, onde a detalhada precisão visual de suas obras da­nos a sensação obsessiva de que deve existir algum significado nas suas loucuras pintadas. Muitos autores definem o surrealismo como uma combinação do representativo, o abstrato e o psicológico. A arte que se libera do lógico e vai além da consciência cotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos.


44

Figura 10: A canção do amor, Giorgio de Chirico, 1914 Fonte: GOMBRICH, 1999, p. 590

Figura 11: Tentando o impossível, 1928 de René Magritte Fonte: GOMBRICH, 1999, p. 591


45

Figura 12: A persistência da memória, Salvador Dalí, 1931 Fonte: DESCHARNES e NÉRET, 2004, p. 67

2.6.1 Salvador Dali

Segundo Descharnes e Néret (2004), Salvador Dalí Nasceu em 1904 na cidade de Figueres, Cataluña na Espanha, ficou conhecido mundialmente pela sua pintura. Ele começou a desenhar e pintar em uma idade precoce. Chegou jovem em um momento artístico onde grandes pintores que vinham derrubando antigas convenções do realismo em favor do cubismo e o surrealismo. Filho de Felipa Domenech Ferres, cuja sempre incentivou os esforços artísticos do filho, morreu de câncer de mama quando ele completava seus 16 anos, Dalí lamenta em depoimento: "Foi o maior golpe que eu havia experimentado em minha vida. Eu adorava ela… eu não podia resignar­me a perda de um ser com quem eu contei para tornar invisíveis as inevitáveis manchas de minha alma”, Dalí foi extremamente mimado e temperamental quando criança, seu pai Salvador Dalí i Cusí casou­se com a tia de Dalí, mas não causou nenhum ressentimento como alguns pensaram. Teve um irmão mais velho que faleceu 9 meses antes de seu nascimento e teve também uma


46

irmã mais nova, Ana Maria. Em Paris conheceu Gala, se casou e foi eternamente apaixonado por ela até o dia de sua morte, e a pintou em muitos de seus quadros. Segundo Descharnes e Néret (2004), o artista também criava esculturas, jóias, cenários e fotografias, chegam a citar inúmeros objetos de design, como sapatos, manequins e vestuários, que na época foram interpretados como loucura, mas que mais tarde essas idéias vinham a ser postas em prática por outros sem a participação dele. Seus pensamentos sempre estavam à frente de todos, em uma conferência Dalí afirma: ‘a única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco’ e acrescenta ainda ‘A diferença entre mim e os surrealistas é que eu não sou louco’ analisado pelos autores como pura verdade. Descharnes e Néret (2004, p.7 ) comenta que: Se tivesse vivido na época do Renascimento, talvez o seu gênio fosse encarado como admissível, ou mesmo normal. Mas, na nossa época, que denominava de << embrutecedora>>, é uma constante provocação; hoje, são muitos ainda os que não compreendem essa provocação e que o tomam por louco.

Suas obras representam seus sonhos, desejos, sentimentos e sensações pelas quais ele passara durante o dia­a­dia e seus quadros podem não ter significado para quem os vê, mas não significa que eles não tiveram significados no momento em que foram pintados. A política teve muita influência nas obras e na vida de Salvador Dalí como a guerra Civil espanhola, a 2ª Guerra Mundial, religiões, atitudes e comportamentos, alguns desses fatores fizeram com que se rompesse, definitivamente, a ligação dele com o grupo surrealista em 1939. Ao contrário de muitos dos maiores artistas da história, Dalí foi um sucesso financeiro. Dalí acumulou uma fortuna suficiente para saciar suas excentricidades em grande estilo. Mais tarde na vida, ele comprou um castelo na cidade de seu nascimento. O castelo abriga um museu em sua honra. Em 1982 sua esposa Gala morre e a partir dai Salvador Dalí perde a vontade de viver e muitas doenças começam a aparecer. No castelo passou os últimos meses de sua vida vivendo na sua torre, onde morreu em 1989 de insuficiência cardíaca em Figueres com 84 anos de idade.


47

2.6.1.1 Estética de Salvador Dali

Dali retratava cenas da realidade através de distorção e manipulação criativa sutil, como os impressionistas faziam, Dalí e seus contemporâneos tentavam captar estados emocionais usando símbolos arquetípicos e imagens de sonho. Segundo Rotten (2009), Dalí conseguiu retratar as fantasias mais bizarras com um estilo realista em suas pinturas, e mesmo as cenas mais escandalosas tinham um peso realista que poucos artistas tradicionais poderiam alcançar, mesmo quando pintado diretamente da vida. O uso de sombreamento e cores fazem com que suas imagens saltam da tela, dando uma quantidade impressionante de profundidade em uma superfície bidimensional. Dali Gallery (2009) aponta três grandes fases na vida de Salvador Dalí, os primeiros anos, o surrealismo e por fim a chamada fase “clássica”. Assim, pode­se dizer que a primeira fase de Dalí começou com 7 anos e suas primeiras obras até a adolescência, num estilo impressionista, foram da paisagem circundante da região de Cadaqués e Figueres na Espanha. Outro aspecto importante da paisagem e em torno de casa de Dalí eram as ruínas perto Ampurius, essas ruínas romanas eram o playground para a imaginação de Dalí. Este amor profundo pela sua herança é visto repetidas vezes por todas as obras de Dalí. O Interesse de Dalí no surreal e no bizarro estava prestes a florescer como entrou para a próxima fase de sua vida. Foi em 1923 que cerca de Dalí começou a fazer experiências com o cubismo, muitas vezes trancado na solidão de seu próprio quarto. A maioria de seus colegas estavam a testar com o Impressionismo, que Dalí tinha dominado alguns anos antes. Dois acontecimentos aceleraram o caminho para a grandeza, seu encontro com Gala e a aderência no grupo dos surrealistas me Paris. Dalí utilizou o seu método paranóico crítico para entrar em níveis de realidade alternativa, em que suas percepções eram bastante diferentes da realidade cotidiana. Ele estava desenvolvendo um estilo totalmente original que se tornaria um marco na arte, o da integração do surreal com o cotidiano.


48

A fase “clássica” foi quando seu objetivo era abraçar temas mais tradicionais e universais em suas obras. No início de 1941, Gala conseguiu convencer de que toda a sua glória surrealista não era nada, e que havia muita coisa para conquistar. Ela aconselhou­o constantemente sobre como agir e interagir com a comunidade da arte, especialmente quando estavam na América. Em 1950 Dalí desenvolveu seus princípios do Misticismo Nuclear, esta foi basicamente uma combinação eclética de todas as suas influências artísticas, filosóficas e especialmente os pólos aparentemente contraditórios entre ciência e religião. Desde a infância ele se interessava em ciência e no modo como o mundo funcionava. Ele supôs que a natureza da realidade seria totalmente explicada pela ciência em breve, e que a própria base da vida iria revelar­se uma espiral, o DNA e as borboletas são elementos que simbolizam a vida em suas obras. Dali usou muito o simbolismo nas suas obras, como por exemplo os relógios moles, que segundo Descharnes e Néret (2004, p. 76) surgem da teoria de Einstein, um grande ídolo do pintor, de que o tempo é relativo e não fixo, a idéia apareceu quando Dalí viu um pedaço de queijo derretendo em um dia quente. Em

Dali Gallery (2009) mostra como ele foi freqüentemente provocado na escola quando criança, que muitas vezes jogaram insetos, principalmente gafanhotos nele. O gafanhoto se tornou um símbolo distinto de repulsa e horror neste período surrealista. É citado em Dali Gallery (2009) que o elefante apareceu pela primeira vez em 1944, em sua obra “Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de

Uma Romã um Segundo Antes de Acordar”.


49

Figura 13: "Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar" Salvador Dalí, 1944 Fonte : DESCHARNES e NÉRET, 2004, p. 145

Os elefantes, inspirados por Gian Lorenzo Bernini, conjugada a imagem de suas pernas quebradiças, esse comprometimento em criar um sentimento fantasmagórico da realidade. O elefante é uma distorção do espaço, Dalí em uma análise explica, "as suas pernas contrastam com a idéia de imponderabilidade com a estrutura”. O ovo é outra imagem comum na obra de Dalí, o qual expressa a ideal pré­natal e intrauterina, surge muito forte no quadro “Criança Geopolítica

Observando o Nascimento do Homem Novo”, onde o homem novo é ele mesmo, na fase em que resolve ser mais “clássico” explicado anteriormente.


50

Figura 14: "Criança Geopolítica observando o Nascimento do Novo Homem", Salvador Dalí, 1943 Fonte: DESCHARNES e NÉRET, 2004, p. 137

Muletas, pianos, telefones, leões, entre muitos outros símbolos, são usados nas obras de Dalí sempre buscando imagens que impressionam sem ter um porque, que retratam sonhos, desejos e fantasias com um estilo realista. Grandes fases foram aparecendo ao longo de sua carreira artística, estas fases são ilustradas nos apêndices A e B no final deste trabalho.

2.7 CARACTERÍSTICAS DO MERCADO

2.7.1 Mercado Geral


51

Segundo a Prefeitura de Florianópolis (2002), a população da grande Florianópolis tem 396.723 habitantes e possui uma densidade demográfica de 760,10 km2

Na questão econômica, Segundo a Prefeitura de Florianópolis: O setor terciário é o mais expressivo [...], englobam um centro comercial e de serviços bastante desenvolvido e diversificado; especialmente nas atividades bancárias, educacionais e de saúde, não deixando de enfatizar o segmento do turismo, [...] o mesmo representa uma grande movimentação na economia local, determinando diretamente o aumento da renda per capita.

Florianópolis, possui uma taxa de urbanização de 97.04%, um produto interno bruto de R$ 4,201 milhões (2000) e Pib per Capita de R$ 12.292, portanto Florianópolis participa com 0,42% na produção total do Estado.

Atividade Nº de

Arrecadação do ICMS (R$)

Contri­ buintes Indústria Comércio Serviços Outros

475 4.542 1.845 235

Total

7.097

6,69 63,99 25,99 3,33

34.732.793,08 304.141.114,78 679.265.465,64 417.608,38

Nº de Contri­ buintes

Arrecadação ISQN (R$)

3,41 0 0 0 0 29,86 15 0,02 9.450,16 0,02 66,68 10.420 99,93 47.217.720,00 99,92 0,05 12 0,05 23.625,40 0,05

100 1.018.556.981,88 100 10.447 100 47.250.795,56 100

Tabela 4: Empresas por Setor de Atividade Econômica em Florianópolis ­ 2002 Fonte: http://www.pmf.sc.gov.br/portal/pmf/cidade/perfildeflorianopolis/

2.7.2 Mercado Cultural

As atividades de cultura, lazer e festas no Brasil é a segunda atividade com mais despesa monetária no grupo de atividades culturais das pesquisas do IBGE, com pouco menos de 4% abaixo da aquisição de eletrodomésticos. (Anexo A). Essa despesa vem, na maioria, de pessoas com rendimento mensal de mais de 1000 reais. Especificamente na área de teatro e show a quantidade de espectadores


52

mulheres é maior do que a de homens, mas não muito (Anexo B). É um público com nível de escolaridade superior, onde as famílias brasileiras, na maioria possuem mais de uma pessoa com nível de escolaridade superior (Anexo C). Crianças e adolescentes não tem costume de freqüentar eventos culturais, e os pais também não os incentivam.

2.7.3 Pesquisa de mercado

A pesquisa de mercado escolhida foi a conclusiva descritiva que, de acordo com Malhotra et al. (2005, p. 55), “a pesquisa conclusiva é elaborada para ajudar o tomador de decisão a estipular, avaliar e escolher o melhor curso de ação em uma determinada situação.” O autor também afirma que a pesquisa conclusiva é a pesquisa mais formal além de ser mais estruturada. Ela também é subdividida em descritiva ou causal e geralmente as amostras são grandes e representativas da população em estudo e os dados coletados são tratados estatisticamente. “A pesquisa descritiva (...) tem como principal objetivo a descrição de algo – normalmente características ou funções de mercado.” (MALHOTRA et al., 2005, p. 57). Portanto, esta pesquisa classifica­se como descritiva por buscar identificar a satisfação do futuro público do espetáculo de dança da Sirius Cia de Dança, com amostra grande e representativa (da população acima de 18 anos de Florianópolis). Em relação à natureza da pesquisa há dois tipos de pesquisa, a qualitativa e a quantitativa. Como relata Malhotra et al. (2005), a pesquisa qualitativa visa um melhor entendimento qualitativo dos problemas e motivos básicos da pesquisa, através de amostras pequenas e não­representativas e de coleta de dados não estruturada. Já a pesquisa quantitativa busca quantificar os dados coletados de amostras representativas e generalizáveis à população de interesse para um melhor tratamento dos resultados. Ela é estruturada, a análise dos dados é estatística e tem por resultado recomendar um curso de ação final. De acordo com Samara e Barros (2004), a pesquisa quantitativa utiliza­se da estatística para que os resultados obtidos possam ser extrapolados ao universo da pesquisa, sendo analisados e interpretados a partir de médias e percentuais. O questionário, disponível no


53

apêndice C, foi a ferramenta utilizada para esta pesquisa, de acordo com Malhotra et al. (2005, p.227), “um questionário garante a padronização e a comparação dos dados entre os entrevistadores, aumenta a velocidade e a precisão dos registros e facilita o processamento dos dados.” O questionário é formado por um conjunto de perguntas que visam obter informações do respondente e deve levar em conta a criatividade e a experiência do pesquisador para conseguir alcançar seus objetivos através do mesmo. (MALHOTRA et al., 2005). A partir dessas considerações, esta pesquisa pode ser classificada como quantitativa, pois objetivou um tratamento estatístico dos resultados a partir das respostas obtidas da amostra da população acima de 18 anos de Florianópolis. A intenção era generalizar o resultado a todo o possível público do espetáculo da Sirius Cia de Dança e por fim proporcionar sugestões, ações e dar inicio a criação do cenário após a análise dos resultados.

2.7.3.1

Amostragem

Segundo Samara e Barros (2004) devido a dificuldade de se coletar informações de uma população inteira geralmente se calcula o tamanho da amostra representativa dessa população. Abaixo observa­se a cálculo amostral: 2

.p.q.N

n = E 2 (N – 1) +

2

.p.q

Onde: n = Tamanho da amostra 2

= Nível de confiança escolhido em número de desvios (sigmas)

p = Proporção das características pesquisadas no universo, calculada em percentagem q = Proporção do universo que não possui a característica pesquisada (q = 1 – p). Em percentagem, (q = 100 – p)


54

N = Tamanho da população E 2 = Erro de estimação máximo permitido Sendo assim, n = 2 2 . 50. 50. 396.723 5 2 .( 396.723 – 1) + 2 2 .50.50

n = 399 O resultado arredondado dos cálculos é de 399, ou seja, foram aplicados 399 questionários com a população com mais de 18 anos de Florianópolis, as pessoas de idade menor a esta podiam responder o questionário, mas suas respostas não foram levadas em consideração na contagem percentual das questões do questionário.

2.7.3.2

Aplicação em Campo

O questionário foi disponibilizado na internet e em folhas de papel sem o auxilio de um entrevistador para a coleta de dados em campo, para o entrevistado não se sentir constrangido e nem ser influenciado psicologicamente por um entrevistador e por conseqüência suas respostas serem mais sinceras.

2.7.3.3

Análises e Resultados

Foram aplicados questionários com pessoas de todos os tipos de profissão, com idade superior de 18 anos e na maioria do sexo feminino. A seguir os gráficos, com os resultados em porcentagem, da pesquisa:


55

Gráfico 1: Sexo Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 2: Quando você gosta de artes? Fonte: Arquivo pessoal


56

Gráfico 3: Você gosta de eventos teatrais? Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 4: Qual é o seu nível de freqüência nesses eventos? Fonte: Arquivo pessoal

A população de Florianópolis, na sua maioria, gosta das artes e de eventos teatrais e dança, mas a freqüência nestes tipos de evento é baixa.


57

Gráfico 5: Você está satisfeito com a qualidade de eventos teatrais em SC? Fonte: Arquivo pessoal

A maioria das pessoas estão pouco satisfeitas com a quantidade de eventos teatrais em SC.

Gráfico 6: Você gosta de assistir espetáculos de dança? Fonte: Arquivo pessoal

Grande parte da população gosta muito de espetáculos de dança, porém bastante pessoas gostam pouco e nada.


58

Gráfico 7: Você sente falta de mais espetáculos de dança na região de SC? Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 8: Para você, os espetáculos de dança que acontecem hoje tem boa qualidade? Fonte: Arquivo pessoal

As pessoas sentem falta de mais espetáculos de dança e acham na maioria que os existentes tem pouca qualidade.


59

Gráfico 9: Qual o principal motivo que te impede de ir mais ao teatro? Fonte: Arquivo pessoal

O maior motivo que impede as pessoas de irem ao teatro é o dinheiro, mas a quantidade e a qualidade de espetáculos possuem números consideráveis.

Gráfico 10: Se você vai ao teatro, com que você gosta de se emocionar? Fonte: Arquivo pessoal

Fantasias e sonhos é um item que agrada a muitas pessoas ficando atrás apenas das comédias.


60

Gráfico 11: Por qual meio você gosta de ficar sabendo de espetáculos de dança? Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 12: Você conhece Salvador Dalí? Fonte: Arquivo pessoal


61

Gráfico 13: O quanto você conhece Salvador Dalí? Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 14: O que você sente vendo as obras de Dalí? Fonte: Arquivo pessoal

Quase todos conhecem o trabalho de Salvador Dali, e grande parte conhece pelo menos as suas obras mais famosas, sentem principalmente mistério e beleza ao se deparar com uma obra dele.


62

Gráfico 15: Que fase das obras de Dalí que você acha mais marcante? Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 16: Que símbolos te lembram obras de Salvador Dalí? Fonte: Arquivo pessoal

As pessoas têm a percepção de que os objetos derretidos, os objetos flutuantes e as imagens com duplo sentido são os estilos marcantes da pintura de Salvador Dalí e o relógio é disparado o símbolo mais reconhecido pela população, seguido mais afastadamente das borboletas e elefantes.


63

Gráfico 17: Você iria a um espetáculo de dança baseado nas obras de Salvador Dalí? Fonte: Arquivo pessoal

Foi percebido que mesmo as pessoas que não gostam muito de eventos teatrais e de dança iriam a um espetáculo de dança baseado nas obras de Dalí, o que confirma a pertinência do tema do espetáculo, fazendo com que a proposta possa seguir em frente.

2.7.4 Público­Alvo

Analisando os dados do mercado e do questionário definiu­se que o público­alvo primário do espetáculo será na maioria do sexo feminino, de 28 a 60 anos que gostam de artes e eventos teatrais de classe A e B, estão à procura de mais eventos de entretenimento devido a suas rotinas diárias de trabalho. Devido ao grande investimento no espetáculo o valor do ingresso terá que ser elevado para arcar com as despesas da empresa, por isso a escolha de classe social foi definida como alta, pois são pessoas que normalmente podem gastar nestes tipos de evento, as pessoas de classe média não são ignoradas, que por gosto acabam comprando o ingresso. Este público normalmente vai ao teatro com um ou mais acompanhantes, gostam de sair da rotina, passear e relaxar depois de uma semana de trabalho. O público secundário, com relevância razoável, será de estudantes universitários de ambos os sexos com idade de 18 a 28 anos, cujo interesse em artes e eventos


64

teatrais são tão intensos quanto o do público primário, mas com um impedimento financeiro maior, resultando em uma freqüência menor em espetáculos. O painel semântico, apresentado no apêndice D, mostra estas e mais características comportamentais deste público.

2.8 SIMILARES

2.8.1 Concorrência indireta

Nesta pesquisa foi encontrado um espetáculo brasileiro com inspiração no movimento surrealista, este espetáculo foi produzido pelo Ballet Stagium de São Paulo e se chamava “Os sonhos”. Mostra 18 cenas inspiradas em quadros de Magritte, Salvador Dalí, Bosch e Paul Delvaux. O espetáculo possuía uma linguagem escura e sombria, tanto no cenário como no figurino e na iluminação. Utilizaram muitos elementos, principalmente no figurino, com o objetivo de iludir o espectador. É muito bem feito e interessante, mas é um trabalho diferente deste projeto da Sirius Cia de Dança, pois ele apresenta todo o movimento surrealista, de uma maneira aterrorizante e cômica em alguns momentos. A estética de Dalí é muito mais clara e diferente de “Os Sonhos”, a Sirius tem a proposta de apresentar uma linguagem que remete a Dalí e que agrade o público­alvo definido anteriormente, este que possui algumas características comportamentais e de gosto específicas, informações que foram obtidas através das pesquisas. É uma concorrência indireta por ter sido apresentado no estado de São Paulo, por se tratar do movimento surrealista inteiro e também por ter sido realizado em 1995 e não ser mais apresentado nos dias de hoje pela Cia.

2.8.2 Concorrência direta


65

A única concorrência que se pode ser é se houver uma coincidência de datas deste evento com algum outro do mesmo gênero. A data tem que ser escolhida pela equipe deste projeto evitando coincidências com outros espetáculos. A pouca concorrência direta que existe em Florianópolis e que talvez interfira no interesse do público neste espetáculo são as apresentações de academias de dança de Florianópolis e os eventuais espetáculos nacionais e internacionais promovidos na cidade pela empresa “Pró­Música”. Os eventos realizados pelas escolas de dança são normalmente em dezembro e em Julho, o que representa um momento oportuno para a apresentação deste evento nos meses restantes. Em relação aos espetáculos de grandes companhias nacionais e internacionais, a maneira de evitá­las é pesquisar a programação para marcar as datas de realização deste projeto, o material de divulgação é muito importante caso ocorra coincidência de espetáculos, e dependendo da concorrência é possível que ambos tenham sucesso. O tipo, o assunto e as datas de possíveis espetáculos concorrentes terão que ser detectadas e analisadas pela empresa para que a data deste seja marcada.

2.9 ANÁLISE DA EMPRESA CLIENTE

2.9.1 A Companhia

A Sirus Cia de Dança tem a missão de emocionar o público, divulgando a dança e transmitindo informações culturais as pessoas com qualidade técnica e inovação artística. Nasceu em 2006 com a proposta de apresentar obras de balé clássico e contemporâneo, esta que não despreza técnicas clássicas na criação coreográfica, sempre focando em um público leigo que gosta de eventos teatrais, mas que quer além de ver novos estudos de movimentos, entender facilmente a idéia que quer ser passada. Companhia formada atualmente por oito bailarinos, entre eles bailarinos que se destacaram no grupo pré­profissional, o Ballet Juvenil de Florianópolis e que


66

por causa de seu desenvolvimento técnico, foram convidados a fazer parte do elenco profissional da Sírius Cia de Dança. Possui dois projetos de espetáculos prontos e apresentados em festivais pelo estado, o espetáculo “Poemas” que mistura literatura com dança e música, com o objetivo de divulgar a cultura brasileira para as pessoas, e o espetáculo “Beirando...” que utiliza características cotidianas e atuais transformadas em movimento, uma proposta divertida e inovadora. A empresa já possui uma identidade visual, como mostra a figura a seguir:

Figura 15: Identidade visual da Sirius Cia de Dança Fonte: Sirius Cia de Dança

2.9.2 A Direção

Patrícia Sarda iniciou seus estudos de balé clássico com Bila Coimbra em Florianópolis ­ SC. Formou­se pela escola de Danças Clássica do Centro Cultural Teatro Guaíra em Curitiba – PR em 1992. Dançou na companhia profissional Ballet Teatro Guaíra por mais de 6 anos. Deu aula nas seguintes escolas: Studio D1, Stúdio Corpo Livre/ Curitiba PR e Academia do Ballet Stagium/ São Paulo SP. Dançou no Ballet Stagium (companhia profissional) em São Paulo ­ SP por 2 anos, trabalhou como professora e organizadora no Projeto Joaninha do Ballet Stagium. Criou e dirigiu o Grupo Rayage em Curitiba ­ PR. Estudou, trabalhou ou dançou com grandes nomes da dança no Brasil como: Bila Coimbra, Carla Reinecke Tavares, Jair


67

Moraes, Elaine Marcondes, Ricardo Ordoñes, Marika Gidali, Décio Otero, Tíndaro Silvano, Márcia Haydeé, Fernando Bujones, Ana Botafogo, Cecília Kerche, Luís Arrieta, Ana Mordini, entre outros. Participou de muitas obras coreográficas de grande nome nacional e de coreógrafos renomados, tanto de balés clássicos como de balés modernos e contemporâneos ao lado de grandes estrelas da dança brasileira, como Regina Kotaka. Possui mais de 20 obras coreográficas, variando das modalidades clássicas a contemporâneas obtendo críticas positivas com relação as suas criações.

2.9.3 Briefing

2.9.3.1 A proposta

O projeto da empresa Sirius Cia de Dança é a elaboração de um espetáculo sobre Salvador Dalí com o objetivo de divulgar o grande artista que ele foi, celebrando os 20 anos de sua morte, o espetáculo mistura movimentos clássicos com contemporâneos que ajudam a expressar conceitos “Dalinianos”. Terá inovação na coreografia e na direção de arte, fazendo com que o espectador seja surpreendido a todo momento. Tem como objetivo realizar turnê por SC necessitando relativamente de um cenário pouco volumoso e de fácil transporte, tentando reduzir ao máximo os custos, mas sem perder qualidade visual desejada. O espetáculo terá duração de uma hora de um ato, sem intervalos. Será dividido em fases que foram inspiradas nas obras do pintor em questão e serão definidas pelo designer na sua criação. O material gráfico terá a função de propaganda e de informar previamente como será o espetáculo. Haverá apenas um personagem que representará Salvador Dalí, receberá destaque no inicio e no final do espetáculo e passará grande parte em cena mas sem destaque, neutro e observando as coreografias, como se ele fosse mais um espectador na platéia, afinal o objetivo é fazer com que as pessoas tenham a


68

sensação de que o “sonho” também é delas. Além disso, muitas das obras do pintor sempre há uma pessoa observando o quadro em algum canto. Os outros bailarinos farão parte deste sonho e não contam uma história. A coreografia não se limita apenas ao palco, ela “transborda” do palco e interage com o espectador. Signos como o elefante, relógio entre outros serão explorados futuramente na criação dos figurinos. A trilha sonora terá momentos com influência espanhola, alguns momentos com som de relógio, e músicas clássicas que dão sensação de mistério como as do músico Phillip Glass.

2.9.3.2 Material a ser produzido

A Cia pede, para o fim do ano de 2009, o desenvolvimento do cenário para as três partes do espetáculo, da identidade visual e do material gráfico para divulgação. Dentro destes elementos está incluído a criação de uma logo para o evento, suas aplicações atuais (camisetas e cartazes), talvez futuras aplicações, além de cartazes impressos e cartazes digitais. O objetivo da empresa é que se comece a criar as coreografias no ano de 2010 assim como a realização do espetáculo.

2.10 TEATRO ADEMIR ROSA

Segundo a Fundação Catarinense de Cultura (FCC), o Centro Integrado de Cultura (CIC) foi construído para abrigar, harmoniosamente, as diversas formas de manifestação da cultura artística. O Teatro Ademir Rosa, inaugurado em 14 de novembro de 1982 e batizado em 1997 como Teatro Ademir Rosa, é hoje o melhor de Santa Catarina, com capacidade para 956 pessoas na platéia. Administrado pela Fundação Catarinense de Cultura, órgão cultural do governo do Estado. A abertura oficial do Teatro ao público ocorreu no dia 25 de julho de 1983, com a apresentação do espetáculo "O Grande Circo Místico", do Ballet do Teatro


69

Guaíra, de Curitiba. De lá para cá, tem sido a principal casa de eventos culturais de Santa Catarina, recebendo peças, concertos e espetáculos nacionais e internacionais. Também abre espaço para grupos e artistas catarinenses, embora, em Florianópolis, esse papel cabe especialmente ao Teatro Álvaro de Carvalho, que foi inaugurado em 1875.

2.10.1 Estrutura física

Figura 16: Teatro Ademir Rosa Fonte: http://www.fcc.sc.gov.br/, acessado em 10/10/09

31

Varas para cenário contrapesadas

01

Vara com ciclorama 18x7 metros

05

Varas para iluminação

10

Pernas de 4x7 metros

04

Bambolinas de 16x4 metros

02

Rotundas de 18x7metros

01

Piano de calda essenfelder

A Boca de cena possui 14x7metros, o palco 25x17 metros, proscênio de14x4 com fosso da orquestra baixando de 2,50 metros, quatro camarins coletivos


70

para quinze pessoas e platéia com 956 lugares, podendo chegar a 996 com cadeiras extras.

Figura 17: Planta baixa do palco do Teatro Ademir Rosa Fonte: www.fcc.sc.gov.br, acessado em 10/10/09


71

Figura 18: Planta baixa da platéia do Teatro Ademir Rosa Fonte: www.fcc.sc.gov.br


72

3 FASE CONCEITUAL

3.1 ANÁLISE DOS DADOS

Com os dados da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo percebeu­se que as pessoas, na maioria das vezes, sentem um ar de mistério e às vezes dúvidas quando vêem obras de Salvador Dalí, mas ao mesmo tempo se encantam com sua beleza e excentricidade, fascinadas pelo seu mundo de sonhos e fantasias. A grande maioria do público­alvo conhece só as obras mais famosas do pintor, alguns símbolos e características estéticas específicas são mais reconhecidas, por esta razão o espetáculo enfatiza conceitos básicos das obras de Dalí, como cores, símbolos e formas, mas não somente, mostra também elementos desconhecidos com o objetivo de difundir novas informações culturais à platéia. Devido à grande maioria das pessoas desconhecerem grande parte da vida e das obras de Dalí alguns dos principais elementos criativos do espetáculo não fogem daquilo que é reconhecível pelo público como parte da arte de Dalí, ou seja, o espectador identificará facilmente que os elementos visuais foram criados a partir de obras de Salvador Dalí.

3.2 CONCEITUAÇÃO

3.2.1 Cenário

O cenário será inovador e imprevisível, possibilita novas formas de entrada e saída de cena, o espectador nunca sabe de onde vem o próximo bailarino, ou objetos cenográficos ou coreografias, dando um ar de mistério. A palheta de cores básicas para a produção do cenário é formada pelas seguintes cores a seguir:


73

Figura 19: Palheta de cores Fonte: Arquivo pessoal

As cores escolhidas foram baseadas na região de Cadaqués onde Salvador Dalí viveu, retratada muito fortemente em quase todas as suas obras. As peças do cenário têm formas predominantemente orgânicas devido a características do público e obras de Salvador. O azul do céu e suas nuvens e a paisagem árida são signos que ajudam a dar profundidade causa a sensação de sonho e caracteriza as pinturas do artista. O plano de fundo e o linóleo são de cores neutras, claras e sem ornamentos para dar destaque aos bailarinos, figurinos e objetos cênicos.


74

Figura 20: Região de Cadaqués, Espanha Fonte: www.wolpy.com/places/6459057, Acessado em 06/10/09

Figura 21: Casa de Salvador Dalí, Port Lligat na Espanha Fonte: www.wolpy.com/places/6459057 Acessado em 06/10/09

A maioria dos materiais do cenário são lisos e opacos para que a idéia de um clima seco seja reforçada, mas são maleáveis, para que haja a possibilidade da luz criar sombra quando o material for deformado, e com memória para que ele possa voltar à sua posição inicial. Estes materiais serão explicados mais a frente no detalhamento técnico. O cenário fará com que o espetáculo seja dividido em três partes. Estas que foram apontadas pelo público como muito marcante das obras do pintor: a


75

primeira foi desenvolvida a partir do quadro “Criança Geopolítica Observando o

Nascimento do Homem Novo” que foi pintado por Salvador Dalí em 1943, um momento de sua vida em que Gala, sua mulher, o convence de pintar quadros menos “malucos” e com isso ele declara publicamente ser um novo homem, que aquele momento é o seu renascimento, características representadas neste quadro. Como um dos objetivos do espetáculo é resgatar Dalí, fazer com que ele viva de novo na mente do público, este quadro se encaixa perfeitamente para o inicio do espetáculo. Materiais cenográficos maleáveis como os tecidos possibilitam que movimentos de bailarino sejam marcados sem que eles apareçam, formando formas com duplo sentido. Por causa deste quadro, o ovo será elemento principal para o conceito desta parte do cenário, e o personagem principal sairá de dentro deste ovo, já que este representa o ventre nas pinturas de Dalí.

Figura 22: “Criança Geopolítica Observando o Nascimento do homem Novo”, Salvador Dalí Fonte: DESCHARNES e NÉRET, 2004, p. 137


76

Figura 23: Detalhe do Museu Salvador Dalí em Figueres, cidade onde nasceu Fonte: flickr.com/photos/31808587@N06/2974449127, acessado em 20/07/09

Na segunda parte do espetáculo o cenário começa a “derreter”, grandes tecidos costurados em forma de saco e preenchidos com areia começam a aparecer no sentido de cima para baixo criando uma ilusão de materiais derretidos, estes pedaços de “coisas” derretidas seguem até o chão e se espalham conforme a música e a coreografia. A terceira parte do espetáculo o cenário apresenta objetos que “levitam”, característica que Dalí se baseou nas teorias atômicas, formas idênticas são repetidas e vão saindo de cima do palco uma de cada vez conforme a música até chegar em uma posição final que dão a sensação de profundidade devido a proporções das formas. Da mesma maneira que é feito o quadro “Galatea of the

Spheres” e “El Camino de los Enigmas “ de Salvador Dalí:


77

Figura 24: Galatea of the Spheres, Salvador Dalí Fonte: www.daligallery.com/html/galleries/objects.htm, acessado em 26/07/09

Figura 25: El Camino de los Enigmas, Salvador Dalí Fonte: www.daligallery.com/html/galleries/objects.htm, acessado em 26/07/09


78

3.2.2 Identidade Visual

A logo do espetáculo está relacionada com a assinatura que Salvador Dalí fazia em seus quadros. A cor vermelha é usada para que a logo se torne forte, dramática e misteriosa além de estar dentro do padrão cromático definido para o cenário, criando uma identidade visual. A borboleta é usada para remeter a questões espirituais, este signo é usado com o conceito de “renascer a alma” de Dalí, é um elemento muito lembrado pelo público­alvo, informação apontada nos resultados da aplicação do questionário. É um elemento essencial para chamar a atenção e despertar curiosidade de um observador que vê a logo de longe e fora do cartaz, na camiseta de pessoas da organização do evento por exemplo. A logo mostra com palavras que o evento se trata de um espetáculo de dança e que relaciona isto com a vida e as obras de Dalí.

3.2.3 Material Gráfico

Os cartazes mostram signos que fazem relação direta com símbolos usados nas obras do pintor e que são facilmente reconhecidos pelo público, entre eles estão os relógios derretidos a paisagem árida, o céu e as borboletas. Também possui signos que por semelhança lembram movimentos de dança para que o observador tenha certeza do que se trata o evento. Da atenção a informações importantes como o nome, data, local, preços, local de venda de ingressos e também tem a preocupação de informar previamente como será a estética do espetáculo, seguindo o mesmo padrão de cores e características apresentadas no conceito do cenário, evitando constrangimento do espectador.


79

4 FASE PRODUTIVA

4.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

4.1.1 Cenário

E chegou­se a algumas principais que serão mostradas a seguir. Iniciou­se a geração de alternativas do cenário para a primeira parte do espetáculo com a criação de uma reprodução fiel ao quadro “Criança Geopolítica

Observando o Nascimento do Homem Novo” onde o palco apresentaria um ovo, de um tamanho que coubesse uma pessoa dentro, em cima de um tecido claro e em cima do ovo aquela espécie de cortina.

Figura 26: Alternativa para a primeira parte do cenário Fonte: Arquivo pessoal

Percebeu­se que esta solução ficaria muito obvia e a partir dela foi pensado em um plano que se movimentasse para frente e para trás no palco com


80

uma fenda no meio em forma de ovo e que de dentro desta estrutura rígida sairia um ovo. Borboletas foram colocadas como detalhe para cobrir a fenda no meio do palco. Nesta alternativa a estrutura seria pintada com a paisagem mais usada por Dalí, um grande céu e montanhas pequenas em uma linha no horizonte dando profundidade.

Figura 27: Alternativa para a primeira parte do cenário Fonte: Arquivo pessoal

Devido à grande dificuldade para transportar esta estrutura, montar e move­la no palco ela foi descartada e pensou­se em outra solução que utiliza tecido por ser um material mais maleável e de fácil transporte. Com isso foi criado um plano em diagonal da vara a frente do palco no chão até a uma vara no alto e mais atrás do palco, esta que quando puxada o plano moverá fazendo 90º com o chão do palco. Esta primeira forma em diagonal da profundidade ao cenário, caracteriza o pintor e surpreende o público, pois quando a cortina se abre o espectador não vê o chão, isto da uma sensação de sonho pois o espectador não tem uma linha de referência no chão. Esta alternativa para o plano é a mais adequada, tendo que ser estudado maneiras de por e entrelaçar faixas de tecido. O tecido não possui estampas, é maleável para que criar sombra quando o material for deformado pelos bailarinos e tem uma cor única e neutra para que possibilite troca de cores e efeitos de luz.


81

Figura 28: Alternativa para a primeira parte do cenário Fonte: Arquivo pessoal

A partir desta alternativa foi pensado em outros detalhes e acabamentos como borboletas e um céu com nuvens, gerando a alternativa final para esta primeira parte. Para a Segunda parte do espetáculo, que é a fase de derretidos, foi pensado primeiramente em usar o relógio, já que este é o signo mais popular do artista. Foi pensado em um grande relógio derretido no centro do palco.

Figura 29: Alternativa para segunda parte do cenário Fonte: Arquivo pessoal

A alternativa gerada ficou de muito difícil produção e transporte, criou­se a possibilidade deste signo aparecer em figurinos, então foi pensado em outra alternativa, uma que só mostrasse coisas derretidas, deixando o cenário mais limpo para que haja destaque aos bailarinos e figurinos, como mostra a figura a seguir:


82

Figura 30: Alternativa para a segunda parte do cenário Fonte: Arquivo pessoal

Para o final do espetáculo pensou­se em uma alternativa que utilizasse esferas com fragmentos de uma imagem, esta esferas viriam uma de cada vez até chegar a uma posição final, onde a imagem só poderia ser percebida nesta posição. Foram estudadas diferentes imagens para compor esta alternativa, as melhores soluções foram com a foto de salvador Dalí e com o quadro “Leda Atómica”, apresentadas na ilustração a seguir.

Figura 31: Alternativa para a terceira parte do cenário Fonte: Arquivo pessoal

Os cenários realizados anteriormente apresentaram grande dificuldade de percepção das imagens, uma solução seria utilizar mais esferas nas varas cenográficas mais ao fundo, mas a distância entre elas é de um metro e dez centímetros, impossibilitando a visão das pessoas que não estão no centro da platéia, e ainda assim seria difícil perceber a imagem. A representação de alguma imagem foi descartada e pensou­se em um cenário que criasse o efeito de profundidade além do flutuante. Na próxima alternativa, vários ovos são pendurados e simbolizam as “crias” de Dalí, suas obras, e seria sugerido que neste momento


83

vários signos aparecessem em forma de coreografia e figurino. É um cenário neutro que realça outros elementos que poderiam compor o final do espetáculo.

Figura 32: Alternativa para a terceira parte do cenário Fonte: Arquivo pessoal

O efeito de profundidade desejado foi obtido com esta alternativa, porém o ovo já foi um signo utilizado no cenário do inicio do espetáculo, e perder­se­ia a oportunidade de mostrar algo novo do pintor e a chance de homenageá­lo. Partiu­se então para a criação da alternativa final apresentada mais a frente neste trabalho.

4.1.2 Logo

Tendo como base a fonte “Dali”, inspirada na assinatura de Dalí, foi­se criando alternativas para a logo do evento.


84

Figura 33: Fonte Dali Fonte: DALI GALLERY, disponível em: www.daligallery.com

Primeiramente foi pensado em formas que lembrassem a fase de objetos derretidos do pintor e que lembrassem algo relacionado com dança, alternativas apresentadas na figura a seguir. Pensou­se também em juntar a logo com a imagem principal do cartaz.

Figura 34: Alternativas para logo Fonte: Arquivo pessoal

Então se observou que não havia necessidade do conceito dança aparecer visualmente na logo, pois o cartaz já o enfatizava com formas, então foi criado uma alternativa que utiliza apenas frases e palavras que relacionam Salvador Dalí com dança sem poluições visuais.


85

Figura 35: Alternativa para logo do evento Fonte: Arquivo pessoal

Foram detectados problemas de legibilidade ao aplicar a logo em diferentes tamanhos, além da falta de uma frase com mais originalidade e sonoridade. Depois de um brainstorm chegou­se em duas alternativas para o nome do evento: “Dalí em Dança” e “Dalí, entre passos e traços”. Foi escolhido então “Dalí, entre passos e traços” por possuir uma sonoridade melhor e ser mais diferente do convencional, como por exemplo, as frases “em Dança” e “em movimento”, muito usadas para este tipo de evento. Depois destas decisões foram criadas mais duas alternativas, que são adequadas já que passam a informação corretamente sem excesso de ornamentos. As duas alternativas são:


86

Figura 36: Alternativa para logo do evento Fonte: Arquivo pessoal

4.1.3 Cartaz

Primeiramente foi pensado em um cartaz com seus elementos textuais e visuais centralizados em uma ordem hierárquica de informações que partem de cima para baixo, dando continuidade na linha de leitura do projeto gráfico. Mostra a paisagem do quadro “O Farmacêutico de Anpurdán à procura de Absolutamente

nada” onde possui representado a região árida de Cadaqués, esta obra se encontra no cartaz dentro de uma imagem que por semelhança é interpretada como um passo de balé chamado, em francês, de “Arabesque” e desta imagem sai outra forma que representa os quadros que são derretidos, fase das pinturas do artista que foi bastante lembrada no questionário.


87

Figura 37: Alternativa para cartaz Fonte: Arquivo pessoal

Esta forma de bailarino/a, localizado no centro do cartaz, vem do desenho animado “Destino” criado por Salvador Dalí em parceria com a “Walt Disney”, onde a dança é uma marca forte do personagem principal como mostra a figura a seguir:


88

Figura 38: Trechos do desenho animado “Destino” da Walt Disney Fonte: www.youtube.com

Figura 39: Vetorização e montagem da imagem principal do cartaz Fonte: Arquivo pessoal

Em relação ao cartaz a alternativa foi analisada e percebeu­se que ela estava esteticamente muito simples por possuir poucos símbolos e ter um fundo completamente branco, o que não caracteriza em nada a linguagem do artista em questão. Optou­se então para que a paisagem, antes colocada dentro da “bailarina”, fosse colocada como o plano de fundo do cartaz. Características de perspectiva e profundidade foram estudadas para compor o cartaz.


89

Figura 40: Alternativa para cartaz Fonte: Arquivo pessoal

Percebeu­se com esta alternativa que o cartaz ainda estava muito simples, e necessitava de mais signos que remetessem o pintor, como borboletas, relógios, e ovos, para que o observador identificasse mais facilmente Dalí.


90

Figura 41: Alternativas para cartaz

Fonte: Arquivo pessoal Outras obras e imagens foram testadas dentro da forma da bailarina, ilustradas na figura a seguir, com o objetivo de encontrar cores em harmonia com o resto do cartaz.

Figura 42: Estudos para a imagem principal do cartaz Fonte: Arquivo pessoal

A figura com o quadro “Leda Atómica” (figura 41) é a mais adequada devido as suas cores que não fogem do padrão cromático definido no conceito e porque ela representa um dos primeiros quadros da fase onde os objetos levitam,


91

fase destacada no questionário como muito marcante das obras de Dalí. Neste momento notou­se que a forma da bailarina estava muito comum, podendo explorar características mais surreais. Voltou­se ao desenho animado e dele foram vetorizadas outras formas, apresentadas na figura a seguir:

Figura 43: Trechos do desenho animado “Destino” da Walt Disney Fonte: www.youtube.com

Este vídeo é apresentado no Anexo D

Figura 44: Estudos para a imagem principal do cartaz Fonte: Arquivo pessoal

Esta forma escolhida é apropriada, pois lembra na memória das pessoas uma pose de bailarina, tem características clássicas como um figurino e sapatilhas ponta, mas sua cabeça está na mão, reforçando uma idéia surreal, característica que o espetáculo explorará em coreografias e cenários.


92

Então foi criada uma última alternativa antes da alternativa final, esta que apresenta a imagem adequada dentro de uma forma de bailarina adequada. Um plano de fundo que dá profundidade, destaca as informações e lembra a linguagem das obras do artista. O signo do relógio derretido foi colocado com a importância de informar imediatamente para o observador de que o evento está relacionado com Salvador Dalí, esta fácil identificação de signo foi percebida com a análise dos dados da pesquisa de campo. A alternativa é ilustrada na figura a seguir:

Figura 45: Alternativa para cartaz

Fonte: Arquivo pessoal


93

Observaram­se problemas de proporção das imagens, de falta de visualidade das bailarinas e de agrupamento visual de informações. Decidiu­se então criar, em cima desta proposta, a alternativa final, solucionando estes problemas apontados anteriormente.

4.2 ESCOLHA DA ALTERNATIVA FINAL

4.2.1 Cenário

A alternativa escolhida para a primeira fase do espetáculo é esta:

Figura 46: Alternativa escolhida para a primeira parte do cenário Fonte: Arquivo pessoal

Abre­se a cortina e o espectador não vê o chão do palco, o surpreendendo como foi falado na geração de alternativas, o cenário tem como conceito o renascimento de Salvador Dalí, por isso a borboleta foi escolhida como elemento para preencher as coxias, ela é um signo muito usado para representações espirituais e assim foi usado nas obras do artista, por isso foi escolhido para compor a cena inicial do projeto além de ser um símbolo muito lembrado pelas pessoas como foi apontado nas pesquisas de campo. A atmosfera criada neste momento é de que algo esta sendo preparado atrás deste plano em diagonal que vem até a frente do palco. Esta sensação dá­se devido a “gosma” vermelha que vem de uma fenda escura e que, depois de certo tempo, é movida lá para dentro. Nesta hora há movimentação dos bailarinos atrás deste tecido maleável utilizado para criar o plano, o que traz a sensação de mistério. Depois este plano começa a subir tapando a imagem do céu que aparecia pela metade anteriormente, e da fenda que há no meio


94

daquele surge um ovo e dentro dele sai o personagem que representa Salvador Dalí. Este momento foi baseado no vídeo apresentado no Anexo E. O vermelho é colocado em pequena quantidade para que crie uma expectativa, uma dúvida, um ambiente misterioso, uma vez que o vermelho para Guimarães (2002) é sempre associado a assuntos polêmicos, é uma cor vibrante que chama muito a atenção, é muito lembrada como a cor do sangue e do fogo. Devido à forma em que o vermelho se encontra, é fácil a associação com o sangue, o que causa muito mistério para a cena, sensação identificada na aplicação dos questionários como muito forte do público ao ver as obras de Dalí. O azul foi escolhido para contrastar com o vermelho, transmitindo tranqüilidade e ao mesmo tempo profundidade, o bege que em conjunto com o signo do céu é colocado para caracterizar a linguagem de Dalí, o qual sempre retratava uma paisagem árida e seca. Quando começa a fase dos objetos derretidos, é o momento em que a cena não se limita apenas ao palco, os bailarinos saem e surgem da platéia, o cenário começa a se modificar, as borboletas sobem e grandes sacos de descem para o palco criando a sensação de objetos derretidos, depois que todos os eles chegam ao chão a coreografia pode ou não fazer estes pedaços serem movidos pelos bailarinos para fora do palco, expandindo o espaço cênico, o que deixa o espetáculo mais surrealista. Mais uma vez o vermelho é usado para aumentar a dramaticidade da cena, deixando o público vibrante e agitado e um plano de fundo neutro como em um sonho. Este cenário é ilustrado na figura a seguir:

Figura 47: Alternativa escolhida para a segunda parte do cenário Fonte: Arquivo pessoal


95

Para finalizar criou­se um cenário utilizando rosas flutuantes, inspirado no quadro “Meditative Rose” que é pouco conhecido, mas que foi escolhido para representar toda a sua paixão pelo o que ele fazia.

Figura 48: Meditative Rose, Salvador Dalí Fonte: www.daligallery.com/html/galleries/objects.htm, acessado em 26/07/09

O plano de fundo liso sobe e surge uma paisagem, que no começo do espetáculo foi mostrada pela metade, agora aparece por inteiro e apresenta muita profundidade devido as suas linhas convergentes, representa a paisagem da região onde Dalí morou grande parte de sua vida. As rosas gigantes são tridimensionais, são signos que remetem ao amor e a paixão, um lado de Dalí que o público ainda não conhece, o sentimento de amor para com a sua família e sua mulher foi extremamente importante na vida dele, além da paixão pelo seu trabalho. O vermelho é escolhido novamente para não fugir da linguagem do resto do espetáculo, e é também a cor original do quadro que serviu de inspiração. A alternativa escolhida é a seguinte:


96

Figura 49: Alternativa final para a terceira parte do espetáculo. Fonte: Arquivo pessoal

Aproveitando este momento de paixão, nos últimos segundos do espetáculo, surge o personagem Dalí, representado por uma pessoa, de cima do palco pendurado em um cabo de segurança disponível no teatro e termina flutuando juntamente com suas rosas. Uma maneira de finalizar o espetáculo homenageando o grande artista que ele foi.


97

Figura 50: Alternativa final para a terceira parte do espetáculo, simulação do personagem pendurado. Fonte: Arquivo pessoal

Os Cenários apresentados anteriormente têm uma facilidade de transporte, já que há uma possibilidade da empresa viajar com o espetáculo em turnê. É importante dizer também que as cores e texturas do cenário foram criadas a partir de uma luz de cor palha escura, que foi detalhada na pesquisa bibliográfica, ela da uma sensação de clima quente e deixa os tons de pele com um ar de artificial, deixando o espetáculo com um jeito de sonho, na segunda parte a luz tem mais liberdade podendo ser utilizado cores frias para se ter um efeito de mistério.

4.2.2 Logo

A logo escolhida foi esta apresentada na figura a seguir:


98

Figura 51: Alternativa final para logotipo Fonte: Arquivo pessoal

Esta foi escolhida por possuir uma sonoridade melhor, ter alta pregnância, representa visualmente o pintor através de sua fonte tipográfica e signos que remetem a ele. As cores foram escolhidas para que se crie uma identidade entre Cenário e logo, o vermelho mostra o clima misterioso do projeto e a borboleta em azul equilibra visualmente as cores já que ela é feita toda em cores quentes. A logo precisa tem um caráter mais equilibrado para que se tenha uma confiança e uma segurança do observador para com o evento. Por isto que a fonte de base possui serifa, trazendo mais seriedade ao evento.

Figura 52: Fonte MS Mincho Fonte: Windows

A aplicação em vários tamanhos não prejudica a legibilidade da logo:


99

Figura 53:Teste de redução de tamanho para a logo Fonte: Arquivo pessoal

4.2.3 Cartaz

A alternativa escolhida para o cartaz do evento é esta:


100

Figura 54:Alternativa final para cartaz Fonte: Arquivo pessoal


101

O cartaz possui uma distribuição de informações textuais adequada, pois as apresenta em ordem hierárquica que partem de cima para baixo, dando continuidade na linha de leitura, sem quebras e interrupções visuais. Esta fluidez visual do texto é obtida também pela utilização de linhas em diagonal no centro do cartaz e pelos tamanhos das fontes, as quais induzem o olhar na direção exata para as informações mais importantes a ser transmitidas. A fonte “MyriadPro” foi utilizada no texto por não ter serifa e ser de fácil leitura, uma vez que o observador nem sempre tem tempo para ficar lendo um cartaz, além de ser simples e neutra, não prejudicando visualmente outros elementos do cartaz. O equilíbrio visual é muito usado por Salvador Dalí, por este motivo o cartaz é construído em cima de uma base com formato de cruz, e o signo da cruz católica também foi muito retratado por Dalí em uma fase de sua vida. A cruz só serve como base e não é perceptível pelo observador por ela não ser apontada pela pesquisa de campo como marcante da linguagem de salvador Dalí, é apenas um alinhamento que ajuda inconscientemente o reconhecimento do artista. Todos os outros signos, citados e justificados anteriormente na geração de alternativas, como o relógio, a borboleta, a paisagem e objetos derretidos foram usados no cartaz para remeter a Salvador Dalí, elementos que aparecem no cenário também. A profundidade, característica do artista, é dada pelas linhas convergentes, pela proporção das formas, pela imagem do céu, pelas cores, pelos contrastes, e pelas sombras. A bailarina é colocada como elemento principal do cartaz para informar primeiramente do que se trata o evento, é formada apenas pelo contorno, que vem do desenho animado “destino” onde a cabeça não está no lugar convencional, caracterizando o movimento artístico. A imagem colocada dentro destas linhas de contorno é propositalmente de formas humanas para reforçar o surrealismo. Esta imagem vista de longe só se percebe a bailarina, e de perto se vê o quadro “Leda

Atómica”, criando dualidade a forma, apontado pela pesquisa de campo como muito marcante das obras de Salvador. As cores escolhidas seguem o mesmo padrão do cenário, para que não haja constrangimento do público. Possui um espaço em branco no fim do cartaz para se colocar possíveis patrocinadores e apoiadores do projeto. É branco para que não


102

haja problemas com as marcas dos patrocinadores e por ser uma cor neutra que não influencia visualmente no resto do cartaz.

4.3 DETALHAMENTO TÉCNICO

Fez­se uma maquete do teatro Ademir Rosa em escala 1:50 para verificar possíveis problemas técnicos e testar mecanismos e materiais para o cenário. Depois de ajustados e resolvidos os problemas iniciou­se o detalhamento técnico do projeto. A figura a seguir mostra a maquete:

Todos os detalhamentos escolhidos, que serão apresentados a seguir, foram idealizados para que se tenha durabilidade e facilidade no transporte, já que a proposta é apresentar o espetáculo mais de uma vez e talvez em turnê, além de que estes materiais, uma vez produzidos, podem vir a servir para a utilização de uma futura produção da Cia.

4.3.1 Cenário


103

O material usado em grande parte do espetáculo são tecidos, pois não ocupa grande espaço no transporte e também no espaço cênico, uma vez que este necessita de liberdade no espaço para as coreografias. O material permite vários usos estéticos, possibilita a formação de planos, texturas, deformações e interações com os bailarinos. Foi feito uma pesquisa em lojas de tecido de Florianópolis e foram escolhidos os tecidos mais adequados e que correspondem aos requisitos conceituais do projeto, são maleáveis, opacos e foscos para garantir que a proposta seja transmitida.

4.3.1.1 O chão

O chão do palco será revestido de linóleo branco, que juntamente à luz amarelada cria um clima seco e quente, um elemento que ajuda a transmitir uma linguagem mais clara e neutra, destaca os bailarinos e caracteriza a linguagem de Dalí. Este material é usado sempre para espetáculos de dança, pois possibilita uma melhor movimentação dos bailarinos; é produzido em vinil com camada de sustentação em poliéster resultando em um deslize resistente e seguro, assegurando a performance do dançarino, esse material tem como característica a firmeza, evita queimaduras de fricção na pele, sua cor sem brilho favorece a iluminação e suas propriedades reduzem o nível de ruídos dos impactos com o chão. O rolo de linóleo escolhido possui 1,40 metros de largura, 10 metros de comprimento e 1,2mm de espessura. É necessária a utilização de 10 rolos que serão unidos com uma fita adesiva vinílica, que se camufla no chão por ter a mesma cor, o mesmo nível de textura e opacidade do linóleo. As faixas serão são colocadas do fundo à frente do palco e não do lado direito até o lado esquerdo, pois desta maneira há uma redução dos gastos com este material. Também foi levado em consideração o pequeno efeito que se tem com as linhas nestas direções, elas ajudam com a profundidade desejada pelo projeto.

4.3.1.2 O plano inclinado


104

O plano inclinado que se apresenta na primeira parte do espetáculo é feito de malha suplex branca, sua composição é de 92% de poliamida e 8% de elastano. Este tecido alia a grande flexibilidade e opacidade das malhas de algodão com a durabilidade e resistência das fibras sintéticas, foi escolhido por ter as características de não amassar, não enrugar e não encolher, já que o material vai ser esticado várias vezes pelos bailarinos durante o espetáculo e também na montagem do cenário cada vez que o evento for executado. Vão ser necessários 18 faixas de malha suplex de 1,0 x 7,0 metros. Estas faixas serão sobrepostas, como mostra o desenho técnico apresentado no apêndice E e F, e serão fixadas em barras de ferro, disponibilizadas pelo teatro, com bolinhas de vidro e fio de nylon. A Barra escolhida para a parte mais alta do plano fica a 1,10 metros do fim do palco, pois quando o plano é puxado pra cima, forma um ângulo de 90º com o chão, e se cria um corredor livre para a circulação de bailarinos atrás do plano, já que este permite a entrada de pessoas no palco por suas aberturas escondidas.

4.3.1.3 O ovo

O ovo que surge em um segundo momento da primeira parte do espetáculo será feito com uma estrutura de arame galvanizado de 0,4 milímetros de diâmetro, feito de aço 1020, cujo teor de carbono é de 0,20%, o tornando um material maleável e de fácil soldagem. Seu acabamento galvanizado impede que ele enferruje, já que o espetáculo será apresentado mais de uma vez. Foi escolhido por ser resistente e maleável, sua produção será por meio manual em processos de dobramento e soldagem. Esta estrutura será revestida de espuma branca de 2 centímetros de espessura. Esse material é formado por poliuretano e foi colocado por ser leve e não deformar quando for transportado. Os dois materiais são leves, facilitando o manuseio. Possui um tamanho total de 1,30 metros de altura e 0,7 metros de largura, suas dimensões foram projetadas para que caiba uma pessoa abaixada dentro do ovo, esta pessoa representa o Salvador Dalí, que sairá do ovo no início do espetáculo. Estas medidas são apresentadas no desenho técnico a seguir:


105

Figura 55: Desenho técnico do ovo Fonte: Arquivo pessoal

4.3.1.4 O plano de fundo

Primeiramente foi pensado em uma imagem projetada, vinda do fundo do teatro para o plano de fundo do cenário, porém foi descartado por precisar de uma estrutura muito grande de metal ou madeira para se colocar uma tela translúcida onde seria projetada esta imagem digital, também teria problemas para o transporte. A imagem a ser projetada teria que ser de alta qualidade para que na ampliação ela não desfocasse, porém como a imagem contém uma parte de um quadro de Dalí, teria que ser feito uma fotografia em alta qualidade, inviabilizando o projeto, pois o quadro se encontra fora do Brasil. Então se decidiu fazer uma pintura artística em pano americano e pintado com tinta de PVA por um pintor. Essa pintura é feita em cima de jornal, que absorve a tinta e deixa uma camada muito fina de tinta no pano americano, possibilitando que esse material seja enrolando para armazenamento e


106

transporte sem danificar­lo devido às características da tinta, do pano e do processo de produção. O Painel é de 15 x 7 metros, medidas escolhidas para cobrir todo o fundo do palco. Essas medidas foram feitas para o Teatro Ademir Rosa em Florianópolis, que é o palco mais largo de Santa Catarina, por esse motivo o plano de fundo não é prejudicado uma vez que a tela pintada ultrapassa os limites do palco. A imagem feita digitalmente, como mostra a figura a seguir, servirá como base para o pintor realizar seu trabalho.

Figura 56: Simulação do plano de fundo Fonte: Arquivo pessoal

4.3.1.5 As coxias

Serão colocadas 8 coxias com 20 borboletas em cada, elas serão pintadas pelo mesmo pintor que fará o plano de fundo, também será feito em pano americano e tinta PVA. Elas serão recortadas para se prender num tecido chamado tule de 2,5 metros de largura por 7 metros de altura, estas dimensões foram definidas pois é toda a área das coxias que espectador consegue ver. O tule é uma tela composta de 100% de poliamida, ele vai ser colocado em frente às coxias disponibilizadas pelo teatro, que são tecidos pretos e opacos, ele ultrapassa o limite destas coxias e foi escolhido por ser barato, ter resistência para suportar o pouco peso das pinturas além de ser transparente, criando um efeito de que as borboletas


107

pareçam estar voando na parte onde não tem tecido preto atrás. A figura a seguir ilustra o que foi dito:

Figura 57: Coxias Fonte: Arquivo pessoal

Suas medidas são apresentadas no desenho técnico do apêndice I e J.

4.3.1.6 Os objetos derretidos

O tecido escolhido para fazer grandes sacos vermelhos é o mesmo utilizado no plano inclinado, o suplex apresentado anteriormente, sua flexibilidade permite que o material de dentro se esparrame quando entra em contato com o chão


108

como mostra a figura a seguir dos 4 sacos que serão usados nesta parte do espetáculo.

Figura 58: Simulação da deformação do saco em contato com o chão Fonte: Arquivo pessoal

O saco é feito de duas partes, a forma destas é apresentada na vista frontal do desenho técnico no apêndice L, assim como suas dimenções, elas são costuradas por dentro, e tem dois furos de 0,2 mm para que eles possam ser pendurados nas barras de ferro do teatro. O material interno é composto de água, álcool, espessantes, corantes e conservantes, mais conhecido como geleca. Ela cria a ilusão de que algo esta derretendo. Esse material será revestido de saco plástico para que a malha suplex não absorva a água que o material possui. Serão usados 2 litros de geleca em cada um dos sacos vermelhos. Esse material de dentro foi escolhido ser o material que mais passa o efeito de derretido desejado e é barato, porém como não se pode realizar testes em tamanho real no teatro uma segunda alternativa seria utilizar areia para preencher os sacos, esta que não possui o mesmo efeito, mas passa a mesma idéia. Há mais um saco no início do espetáculo, este será feito da mesma maneira e com a mesma malha que os citados anteriormente, mas seu preenchimento será com espuma, mesmo material utilizado para revestir o ovo, por


109

ter volume e ser leve, já que este saco não precisa de peso para esparramar no chão, o efeito visual desejado é de que ele já está esparramado não necessitando da geleca.

4.3.1.7 As rosas

Para a o cenário final as rosas serão penduradas com fio de nylon, já que ele resiste até 8 quilos além de ser transparente, dando a sensação de levitação dos elementos. Elas são feitas manualmente de feltro, que é um tecido feito de lã, cujas fibras são agregadas por calandragem. Serão cortadas 11 petalas para cada flor, estas pétalas serão colocadas em uma estrutura metálica de arame de aço 1020, comentado no item “O ovo”, por ser maleável, resistente e leve. Todas as petalas serão costuradas a mão. Há tres tamanhos de flores, as do primeiro plano possuem 80 centímetros, as do segundo 40 centímetros e as do terceiro 20 centímetros, reforçando a profundidade visual desejada. A disposição destas rosas, como mostra no desenho técnico do apêndice H, permite que seja feita a entrada do personagem Dalí, feito por um bailarino, que será pendurado em um cabo de aço disponibilizado pelo teatro, o qual suporta o peso de uma pessoa. Foi feito um protótipo da menor flor como mostra a figura a seguir:

Figura 59: Protótipo da rosa de feltro Fonte: Arquivo pessoal


110

4.3.2 Cartaz

O cartaz vai ser produzido em papel cuchê A3, gramatura 150, em impressão offset, estas características foram escolhidas por ser mais apropriado para este tipo de material gráfico, apontado na pesquisa bibliográfica, além de não ter um custo muito alto, já que ele vai ser descartado logo após o evento e reimpresso com outras informações para quando o espetáculo for apresentado em outras cidades. Terá uma tiragem de 500 exemplares para ser colocado em pontos estratégicos pela cidade, é uma tiragem grande comparando com outros eventos do mesmo gênero, e foi escolhida porque foi analisado que a repetição é fundamental para que o evento fique gravado na memória das pessoas. Além disto o cartaz possuirá uma adaptação em formato A5 para a divulgação na internet, possui fontes maiores para a facilitar a leitura, como mostra na figura a seguir:

Figura 60: Cartaz virtual Fonte: arquivo pessoal


111

É importante lembrar que todas as informações de data, horário, local de venda de ingressos entre outros são informações fictícias, já que o projeto ainda está em andamento pela empresa, e estas informações ainda não foram definidas.

4.3.3 Logo

A figura a seguir mostra as possíveis aplicações em fundos pretos e em fundos brancos. Há também versões para impressão em preto e branco.

Figura 61: Aplicação da logo em diferentes fundos Fonte: Arquivo pessoal

Verificou­se também um tamanho mínimo para o uso da logo de 1,7 x 0,9 centímetros, para que seja mantida a legibilidade da logo. A proporção da logo é apresentada no quadro a seguir:


112

Figura 62: Malha construtiva da logo Fonte: Arquivo pessoal

Não será permitido o uso da logo original colorida em outros fundos que não apresentados neste projeto, se for necessário, na dúvida o cliente deve utilizar sempre a logo em preto para fundos coloridos claros e a logo em branco para fundos coloridos escuros para não prejudicar o contraste e conseqüentemente sua legibilidade. Como mostra a figura a seguir, onde a imagem da esquerda simula a aplicação errada e a da direita a aplicação correta.

Figura 63: Aplicação errada e certa da logo Fonte: Arquivo pessoal


113

A princípio, a única aplicação da marca neste projeto além do cartaz é em camisetas, que serão usadas pelos os organizadores para divulgar o evento. Na frente possui a logo e nas costas a marca da empresa, como é mostrado na figura a seguir. As camisetas são de algodão e o processo de impressão é serigrafia.

Figura 64: Aplicação da logo em camisetas Fonte: Arquivo pessoal

4.4 ORÇAMENTO

A tabela a seguir mostra os gastos feitos com os materiais escolhidos:


114

Tabela 5: Tabela de gastos do projeto Fonte: Arquivo pessoal

Totalizaram 10714,33 reais com as despesas da produção deste projeto. O linóleo branco é o elemento mais caro para esta produção, porém ele é essencial para o espetáculo e pode servir para muitos outros projetos da Cia, além de que ele pode ser usado para aluguel, já que não há ninguém em SC que o faça, isso gera uma nova fonte de renda para a empresa. O projeto é totalmente viável e lucrativo com a venda dos ingressos, uma vez que eles custam 25 reais e com a capacidade de 956 pessoas tem­se 23900,00 reais desta venda. Gera um lucro máximo de 13185,67 reais e no pior das hipóteses por volta de 380 reais por dia de apresentação. Os lucros variam com a quantidade de ingressos vendidos e a quantidade de meias entradas para estudantes. Eles foram calculados sem os possíveis patrocínios e descontos na compra e produção dos materiais, e também o projeto da empresa inclui gastos com figurinos entre outros, todos estes fatores podem aumentar ou diminuir o lucro final do espetáculo.


115

5 CONCLUSÃO

Todas as etapas deste projeto foram de grande valia para o bom resultado alcançado, desde a sua pesquisa bibliográfica onde as informações foram essenciais para se criar um produto de uma área totalmente nova para mim. O desenvolvimento do trabalho foi enriquecido com a pesquisa sobre comunicação visual, estética e linguagem visual entre outras, sem elas seria impossível a criação de uma solução adequada ao problema. O bom aprofundamento sobre cenografia, teatro, dança, surrealismo e Salvador Dalí possibilitou uma melhor liberdade e facilidade de geração de alternativas. Concluiu­se que uma boa fundamentação teórica ajuda muito no processo de criação de um projeto. A pesquisa de mercado possibilitou definições importantes para o conceito, prevendo a satisfação do público­alvo. A dificuldade de realizar a grande quantidade de questionários valeu à pena, pois confirmaram o interesse das pessoas por eventos teatrais, a popularidade do pintor e o entusiasmo das mesmas quando souberam de um possível espetáculo baseado nas obras de Salvador Dalí, também ajudou a definir características estéticas e simbólicas do material gráfico, cenário e logo do espetáculo, fazendo com que o espectador reconheça e se identifique assistindo a obra teatral. O processo de criação do conceito foi facilitado devido as informações até então coletadas. A partir da geração de alternativas até seu detalhamento técnico foram feitos muitos estudos de processos de fabricação, funcionamento, materiais e testes, lembrando a importância destes estudos que definem o bom resultado de um projeto. Sentiu­se falta de um protótipo do cenário, uma montagem em tamanho real no teatro com a iluminação e seus efeitos, para que se detecte problemas para serem ajustados, porém o desenvolvimento deste trabalho prevê ao máximo os possíveis problemas em sua execução, gerando alternativas que solucionam estes problemas. Foi inviável realizar um protótipo por questões financeiras, pela falta de tempo e também porque o local previsto para o espetáculo está em reforma, fatores que não impedem a sua produção futuramente, já que este projeto terá continuidade com a criação de figurinos, maquiagens entre outros. Materiais que não foram feitos


116

neste projeto pois a empresa não solicitou no briefing e não cabe a um designer desenvolver estes materiais, e sim a um figurinista, maquiador, iluminador e etc. Será sugerido à empresa que se continue com a criação de um programa a ser entregue as pessoas na entrada do teatro e também uma ambientação da entrada do CIC até a entrada do teatro, para que o público “entre” no sonho desde a entrada. É um trabalho totalmente viável, pois necessita somente de mão de obra e materiais disponíveis no sul e no sudeste do país, concentrando a maioria em SC. Tenta economizar ao máximo no valor dos materiais sem perder qualidade e o efeito desejado pela proposta, esta economia é pensada porque a empresa terá gastos na continuação deste projeto, por este motivo foi pensado em uma possível fonte de renda com o aluguel do linóleo comprado. O projeto tem capacidade e qualidade para que a Cia peça patrocínio a outras empresas, aumentando o lucro final do espetáculo. A dança assim como uma produção de um espetáculo são “produtos” que se vendem, mas que não se perdem. Tendo essas características o seu investimento é um ótimo negócio porque rende dinheiro sem perder material, só há gastos para a produção. A empresa pode lucrar com o projeto sempre que for necessário e adequado. Foi difícil e ao mesmo tempo prazeroso desenvolver este projeto, por ser um campo totalmente novo para mim e que se diferencia dos conhecimentos passados no processo acadêmico, estes que ajudaram muito para o sucesso deste projeto. A experiência de trabalhar com uma empresa real num projeto que possivelmente será efetuado é muito gratificante. Um trabalho que resultou em um aprendizado enorme para a minha vida pessoal e principalmente para uma carreira profissional.


117

REFERÊNCIAS

BARSA, Enciclopédia. Nova Enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro – São Paulo editora: ENCYCLOPEDIA BRITANNICA DO BRASIL PUBLICAÇÕES LTDA, 1997

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. SÃO PAULO: Editora Ática,1999

CALAÇA, Deise. Curso de Iluminação Unidança, Apostila, 2007. Disponível em <WWW.unidanca.com.br>

CAVALCANTI, Carlos. Como entender a pintura moderna. RIO DE JANEIRO: Editora Civilização brasileira AS, 1978

COELHO, Luiz Antonio L. Conceitos­chave em design. RIO DE JANEIRO: Editora PUC Rio e editora Novas Idéias, 2008 DALI GALLERY. Disponível em < http://www.daligallery.com/html/galleries/objects.htm> Acessado em 6/09/09 DEL NERO, CYRO. Cenografia, Uma breve visita. SÃO PAULO: Editora Claridade, 2008 DESCHARNES, Robert e NÉRET, Gilles. Dalí. Editora TASCHEN, 2004

ELLMERICH, Luis. História da Dança. SÃO PAULO: Editora Companhia Nacional, 1988 FAGGIANI, Kátia. O Poder do design, Da Ostentação à Emoção. BRASÍLIA: Editora Thesaurus, 2006

FCC. Disponível em <http://www.fcc.sc.gov.br/> Acessado em 10/10/09


118

FRASCARA, Jorge. Diseño Gráfico y comunicacion. BUENOS AIRES: Editora Infinito, 2005 FUENTES, Rodolfo. A Prática do Design Gráfico: uma Metodologia Criativa. São Paulo: Editora Rosari, 2006 GOMBRICH, E.H. A História da Arte. RIO DE JANEIRO: Editora LTC, 1999

GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto. SÃO PAULO: editora Escrituras, 2000

GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação. SÃO PAULO: Editora Annablume, 2002 MALHOTRA, N. K. et al. Introdução à pesquisa de marketing. SÃO PAULO: Editora Prentice Hall, 2005. MANTOVANI, Anna. Cenografia. SÃO PAULO: Editora ática, 1989

MOREIRA, Maria Ediey. Revista Design Gráfico, Ano 11 MUNARI, BRUNO. Comunicação Visual. SÃO PAULO: Editora MARTINS FONTES, 2001 NETO, Carramillo Mário. Produção Gráfica II: Papel, Tinta, Impressão e Acabamento. SÃO PAULO: Editora Global, 1997

NOTAPOSITIVA. Disponível em <http://www.notapositiva.com/resumos/filosofia/estetica.htm> Acessado em 16/09/09 NUNES, BENEDITO. Introdução à Filosofia da Arte. SÃO PAULO: Editora: Atica, 1999 PEÓN, Maria Luísa. Sistemas de Identidade Visual. RIO DE JANEIRO: Editora 2AB, 2003


119

PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS, Disponível em < http://www.pmf.sc.gov.br/portal/pmf/index.php> Acessado em 13/10/09

ROTTEN. Disponível em <http://www.rotten.com/library/bio/artists/salvador­dali/> Acessado em 3/09/09 SAMARA, B. S.; BARROS, J. C. de. Pesquisa de marketing: conceitos e metodologia. 3 ed. SÃO PAULO: Editora Prentice Hall, 2004. SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. 19 ed. SÃO PAULO: Editora brasiliense, 1983 STRUNCK, Gilberto. Viver de Design. RIO DE JANEIRO: Editora 2AB, 2004


120

APÊNDICE A – Esquema das fases estéticas de Salvador Dalí (primeira parte)


121

APÊNDICE B – Esquema das fases estéticas de Salvador Dalí (continuação)


122

APÊNDICE C – Questionário para coleta de dados O presente questionário destina­se á coleta de dados para a elaboração do trabalho de conclusão de curso de Design, da Universidade do Sul de Santa Catarina. Marque as questões com um “X” dentro dos parêntesis É garantido que as informações repassadas terão sigilo absoluto da fonte.

Sexo: Idade: Profissão (se estudante universitário, que curso): 1) Quanto você gosta das artes? ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nada 2) Você gosta de eventos teatrais? ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nada 3) Qual é o seu nível de freqüência nesses eventos? ( ) Até 4 vezes por mês ( ) Até 4 vezes em um semestre ( ) Até 4 vezes em um ano ( ) Nunca 4) Você está satisfeito com a quantidade de eventos teatrais em SC? ( ) Muito satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( ) Nada satisfeito 5) Você gosta de assistir espetáculos de dança? ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Não gosta 6) Você sente falta de mais espetáculos de dança? ( ) Sim ( ) Não 7) Para você, os espetáculos de dança que acontecem hoje tem boa qualidade? ( ) Muita ( ) Pouca ( ) Nenhuma 8) Qual o principal motivo que te impede de ir mais ao teatro? ( ) Quantidade de espetáculos ( ) Qualidade de espetáculos ( ) Dinheiro ( ) Trabalho


123

( ) Outros: __________________________________________________________ 9) Quando você vai ao teatro você gosta de ver e se emocionar com: (Pode assinalar mais de uma alternativa) ( ) Comédias ( ) Romances ( ) Tristeza / Drama ( ) Terror / Medo ( ) Tranqüilidade ( ) Fantasias e sonhos 10) Por qual meio você gosta de ficar sabendo de espetáculos de dança? (Pode assinalar mais de uma alternativa) ( ) Internet ( ) Cartazes ( ) Comercial na Televisão ( ) Boca a boca ( ) Nunca fica sabendo ( ) Jornais ( ) Outros: __________________________________________________________ 11) Você conhece Salvador Dali? ( ) Sim ( ) Não Se a resposta da pergunta anterior for não, não é necessário continuar respondendo o questionário, Obrigado pela colaboração! 12) O quanto você conhece Salvador Dali? ( ) Muito ( ) Só as obras mais famosas ( ) Só ouviu falar ( ) Quase nada 13) O que você sente vendo as obras de Dali? (Pode assinalar mais de uma alternativa) ( ) Mistério ( ) Beleza ( ) Medo/Terror ( ) Paixão ( ) Tranqüilidade ( ) Outros: ______________________________________________________________ 14) Que fase das obras de Dali que você acha mais marcante? (Pode assinalar mais de uma alternativa) ( ) Objetos derretidos ( ) Motivos religiosos ( ) Imagens com duplo sentido ( ) Representação de alimentos ( ) Objetos flutuantes ( ) Outros: ______________________________________________________________ 15) Que símbolos você mais lembra das obras de Salvador Dali? (Pode assinalar mais de uma alternativa).


124

( ) Elefantes ( ) Ovos ( ) Borboletas ( ) Relógios ( ) Outros: __________________________________________________________ 16) Você iria a um espetáculo de dança baseado nas obras de Salvador Dali? ( ) Sim ( ) Não

Obrigado pela colaboração!


125

APÊNDICE D – Painel semântico comportamental do público­alvo


126

APÊNDICE E –Desenho técnico do cenário 1


127

APÊNDICE F – Desenho técnico do cenário 2


128

APÊNDICE G – Desenho técnico do cenário 3


129

APÊNDICE H – Desenho técnico do cenário 4


130

APÊNDICE I – Desenho técnico do cenário 5


131

APÊNDICE J – Desenho técnico do cenário 6


132

APÊNDICE K – Desenho técnico do cenário 7


133

APÊNDICE L ­ Desenho técnico do cenário 8


134

ANEXO A ­ Tabela de despesas da população brasileira

Tabela 17 ­ Distribuição percentual da des pesa monetária e não­monetária m édia mensal familiar, com o grupo cultura, em reais, por clas ses de rendimento m onetário e não­m onetário m ensal fam iliar, s egundo os tipos de d espesa Bras il ­ períod o 2002­2003 Distribuição percentual da despesa monetária e não­monetária média mensal familiar, com o grupo cultura (%) Classes de rendimento monetário e não­monetário mensal familiar (R$)

Tipos de despesa Total

Despesa total com o grupo cultura Artefatos de madeira e de deco­ ração Edição e impressão Jornal, assinatura de periódicos e outras revistas Reprodução de materiais gravados Fita de videocassete gravada, CD e DVD Aluguel de fita de videocassete e DVD Aquisição de eletrodomésticos Vídeo Televisão em cores Vídeocassete e DVD Som Conjunto de som acoplado Toca­discos a laser , gravador e rádio portátil Informática Microcomputadores Brinquedos, jogos e material de lazer Brinquedos e jogos Serviços de TV por assinatura e Internet Assinatura de TV Acesso à Internet Atividades de cultura, lazer e festas Cultura e lazer Cinema Teatro e show Boite , danceteria e discoteca Festas Aniversário e casamento Educação profissional e atividades de ensino Informática Curso de idioma Outros cursos Telefonia Telefone fixo Telefone celular Instrumentos e acessórios musicais Outros Número de famílias (unidade) Tamanho médio da família (pessoas)

Até 400 (1)

Mais de 400 a 600

Mais de 600 a 1 000

Mais de 1 000 a 2 000

Mais de 2 000 a 3 000

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

0,3 6,4

0,2 7,6

0,2 5,9

0,1 5,6

0,2 5,4

0,1 5,8

0,3 7,1

4,0 3,8

1,8 1,9

1,7 2,6

2,4 3,0

2,9 3,9

3,8 4,3

5,2 3,9

1,8

1,0

1,2

1,4

1,8

1,8

1,9

1,6 14,9 6,9 4,8 1,4 3,8 2,8

0,5 32,6 19,2 14,5 1,2 11,4 8,1

0,9 26,3 15,6 11,7 1,2 10,0 7,1

1,2 19,5 10,6 7,8 1,3 8,1 6,4

1,6 16,3 7,1 5,2 1,2 5,0 3,8

2,0 14,4 5,7 3,6 1,6 2,9 2,3

1,7 11,7 5,0 3,3 1,5 1,7 1,2

0,7 4,3 4,0

2,8 2,0 2,0

2,6 0,7 0,5

1,4 0,8 0,7

1,0 4,3 3,8

0,5 5,8 5,5

0,3 5,0 4,7

4,7 3,2

6,0 3,1

5,2 2,9

5,7 3,7

4,8 3,1

5,2 3,6

4,3 3,0

4,4 3,2 1,1 12,0 5,9 1,8 0,5 3,2 6,1 5,0

0,9 0,8 0,1 8,0 3,7 0,7 0,1 2,6 4,4 3,5

0,4 0,3 0,0 9,1 4,7 0,6 0,2 3,6 4,3 3,5

0,7 0,6 0,1 9,0 4,1 0,7 0,3 2,7 4,9 3,9

1,4 1,0 0,3 11,1 4,7 1,0 0,3 3,0 6,4 5,1

3,4 2,2 1,0 11,4 6,2 2,1 0,4 3,4 5,1 4,2

7,4 5,4 1,8 13,6 6,9 2,5 0,7 3,4 6,7 5,6

6,3 1,1 2,0 1,8 44,1 27,6 9,8

1,6 0,5 0,1 0,4 39,1 22,7 4,1

2,9 1,1 0,3 1,0 44,8 29,2 4,1

3,3 0,9 0,5 1,1 50,4 33,9 6,2

4,9 1,7 0,6 1,8 49,1 33,6 7,0

6,4 1,7 1,4 1,9 46,0 31,4 7,9

8,0 0,8 3,3 2,0 40,3 22,6 13,1

0,7 0,4 0,6 0,6 0,8 0,9 0,7 2,4 1,6 2,1 2,1 2,1 2,0 2,7 48 534 638 7 949 351 6 747 421 10 181 484 11 964 624 4 571 410 7 120 348 3,6 3,3 3,5 3,7 3,7 3,8 3,7

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos Familia­ res 2002­2003. Nota: O termo família está sendo utilizado para indicar a unidade de investigação da pesquisa, unidade de con­ sumo. (1) Inclusive sem rendimento.

Mais de 3 000


135

ANEXO B ­ Tabela de sexo que mais tem despesas com a área de cultura e lazer da população brasileira

Tabela 18 ­ Despesa m onetária e não­monetária m édia m ensal fam iliar, com o grupo cultura, em reais, por sexo da pessoa de referência do domicílio, segundo os tipos de despesa Brasil ­ período 2002­2003 Despesa monetária e não­monetária média mensal familiar, com o grupo cultura (R$) Tipos de despesa

Sexo da pessoa de referência no domicílio

Total

Homem Despes a total com o gr upo c ultura

Mulher

115,50

117,12

110,96

Ar tefatos de mad eir a e de decor ação

0,29

0,27

0,34

Edição e impress ão

7,34

7,70

6,32

4,62

4,91

3,79

4,35

4,41

4,19

Fita de videocassete gravada, CD e DVD

2,07

2,02

2,21

Aluguel de fita de videocassete e DVD

1,85

1,93

1,65

17,25

18,15

14,74

Jornal, assinatura de periódicos e outras revistas Repr odução de m ateriais gr avados

Aquisiç ão de eletr odomés ticos Vídeo

7,93

8,50

6,34

Televisão em cores

5,52

5,85

4,60

Vídeocassete e DVD

1,64

1,80

1,21

4,34

4,37

4,25

Conjunto de som acoplado

3,22

3,21

3,24

Toca­discos a laser , gravador e rádio portátil

0,86

0,88

0,80

4,98

5,28

4,15

4,60

4,92

3,72

5,46

5,94

4,12

3,67

3,99

2,79

5,11

5,07

5,23

Assinatura de TV

3,68

3,66

3,75

Acesso à Internet

1,28

1,25

1,36

13,82

14,25

12,62

Som

Informática Microcomputadores Brinquedos, jogos e m aterial de lazer Brinquedos e jogos Serviç os de TV por assinatur a e Internet

Atividades de cultur a, lazer e festas Cultura e lazer

6,80

6,35

8,06

Cinema

2,11

1,99

2,44

Teatro e show

0,56

0,49

0,79

Boite , danceteria e discoteca

3,74

3,44

4,57

7,02

7,90

4,57

5,74

6,51

3,57

7,28

7,39

6,97

Informática

1,32

1,37

1,17

Curso de idioma

2,29

2,31

2,23

Outros cursos

2,06

2,09

1,98

50,97

50,09

53,42

Telefone fixo

31,86

30,79

34,86

Telefone celular

11,29

11,49

10,71

Instr um entos e acessórios musicais

0,85

1,00

0,44

Outr os

2,77

2,84

2,57

48 534 638

35 770 480

12 764 158

3,60

3,80

3,13

Festas Aniversário e casamento Educação pr ofis sional e atividad es de ensino

Telefonia

Núm ero de famílias (unidade) Tamanho m édio da família (p essoas )

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos Familia­ res 2002­2003. Nota: O termo família está sendo utilizado para indicar a unidade de investigação da pesquisa, unidade de con­ sumo.


136

ANEXO C ­ Tabela de despesas com o grupo cultura por nível de escolaridade

Tabela 22 ­ Despesa monetária e não­monetária média mensal familiar, com o grupo cultura, em reais, por nível de escolaridade da pessoa de referência do domicílio, segundo os tipos de despesa Brasil ­ período 2002­2003 Despesa monetária e não­monetária média mensal familiar, com o grupo cultura (R$) Nível de escolaridade da pessoa de referência do domicílio

Tipos de despesa Total

Sem instrução Despesa total com o grupo cultura

Ensino fundamental

Ensino médio

Ensino superior

115,50

33,57

72,97

156,98

Artefatos de madeira e de decoração

0,29

0,09

0,12

0,36

1,28

Edição e impressão

7,34

1,98

3,92

9,38

29,94

4,62

0,60

2,12

6,11

21,29

4,35

1,02

2,54

6,39

15,56

Fita de videocassete gravada, CD e DVD

2,07

0,58

1,18

2,90

7,83

Aluguel de fita de videocassete e DVD

1,85

0,32

1,00

2,96

3,90

17,25

7,91

12,89

22,24

45,70

Jornal, assinatura de periódicos e outras revistas Repr odução de materiais gravados

Aquisição de eletrodomésticos Vídeo

391,62

7,93

4,38

6,38

9,95

18,35

Televisão em cores

5,52

3,34

4,58

6,81

11,73

Vídeocassete e DVD

1,64

0,29

1,01

2,36

5,94

4,34

2,74

4,26

5,26

5,50

Conjunto de som acoplado

3,22

1,95

3,30

3,94

3,40

Toca­discos a laser , gravador e rádio portátil

0,86

0,71

0,77

0,99

1,21

4,98

0,79

2,24

7,04

21,85

4,60

0,73

2,02

6,49

20,33

5,46

1,64

3,76

8,10

15,58

3,67

0,79

2,39

5,65

11,19

5,11

0,11

1,24

6,25

31,63

Assinatura de TV

3,68

0,06

0,97

4,65

22,03

Acesso à Internet

1,28

0,00

0,01

0,02

8,69

13,82

3,83

7,86

18,77

51,25

Som

Informática Microcomputadores Brinquedos, jogos e material de lazer Brinquedos e jogos Serviços de TV por assinatura e Internet

Atividades de cultur a, lazer e festas Cultura e lazer

6,80

1,95

4,00

7,90

27,24

Cinema

2,11

0,23

0,70

2,58

11,78

Teatro e show

0,56

0,09

0,19

0,60

3,43

Boite , danceteria e discoteca

3,74

1,42

2,77

4,24

11,25

7,02

1,88

3,86

10,88

24,01

5,74

1,38

3,06

8,97

20,23

7,28

1,23

3,45

9,06

34,16

Informática

1,32

0,61

1,06

1,89

2,76

Curso de idioma

2,29

0,16

0,48

2,81

14,91

Festas Aniversário e casamento Educação profissional e atividades de ensino

Outros cursos

2,06

0,31

1,37

2,67

7,38

50,97

14,89

35,22

70,89

153,13

Telefone fixo

31,86

9,90

23,80

43,61

85,69

Telefone celular

11,29

1,64

5,10

15,91

51,16

Instrumentos e aces sórios musicais

0,85

0,19

0,42

1,77

2,67

Outros

2,77

0,67

1,54

3,77

10,73

48 534 638

7 232 211

26 917 725

8 878 960

4 647 957

3,60

3,85

3,76

3,36

3,11

Telefonia

Númer o de famílias (unidade) Tamanho médio da família (pessoas)

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002­2003. Nota: O termo família está sendo utilizado para indicar a unidade de investigação da pesquisa, unidade de consumo.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.