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TAMARA MONTEIRO UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

DESIGN DE EMBALAGEM Desenvolvimento de Embalagens para Produtos Naturais e Integrais da Empresa Vida Natural Emporium

Florian贸polis 2009


2 TAMARA MONTEIRO

DESIGN DE EMBALAGEM Desenvolvimento de Embalagens para Produtos Naturais e Integrais da Empresa Vida Natural Emporium

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Design.

Orientador: Prof. ª Ligia Cristina Fascioni, Dr. Eng.

Florianópolis 2009


3 TAMARA MONTEIRO

DESIGN DE EMBALAGEM Desenvolvimento de Embalagens para Produtos Naturais e Integrais da Empresa Vida Natural Emporium

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Design.

Florianópolis, 02 de dezembro de 2009.

______________________________________________________ Prof. ª e orientadora Ligia Fascioni, Dr. Eng. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. ª Renata Krusser Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. º Tiago Universidade do Sul de Santa Catarina


4

A

minha

família

que

acreditou

concretização de meus objetivos.

na


5

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço aos meus pais e meu namorado pela compreensão e incentivo na finalização do curso. Agradeço também a Deus por me dar coragem e força para finalização deste projeto. Aos meus professores e à Unisul, que por terem me preparado para adentrar ao mercado de trabalho, possibilitaram- me a assinatura de um contrato de trabalho com carteira assinada no cargo de designer, mesmo antes da conclusão do curso de bacharelado. A minha orientadora Ligia Fascioni, que me mostrou o caminho certo a seguir até a finalização deste projeto, me auxiliou e incentivou em todos os momentos, agradeço pela competência, paciência e atenção. E a empresa Vida Natural Emporium, que me disponibilizou informações e deu a oportunidade de realizar estudos com base no empreendimento.

Obrigada!


6

“Não tenho medo de tempestades, pois estou aprendendo a navegar meu barco” (Louisa May Alcott).


7

RESUMO

A elaboração do presente projeto destinado à empresa Vida Natural Emporium, instalada no município de São José – SC, tem por finalidade o desenvolvimento de um sistema cuja função além de técnica, seja também comercial e que atenda às principais funções do design de embalagem para produtos naturais e integrais, bem como à legislação vigente, de forma a satisfazer o consumidor com o menor consumo de recursos naturais, com o menor nível de degradação ao meio ambiente, mantendo o foco no desenvolvimento sustentável e com custo compatível com suas vantagens e benefícios.

Palavras-chave: desenvolvimento sustentável.

design

de

embalagem;

legislação

vigente;


8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Embalagem do pão. .............................................................................................. 17 Figura 2: Embalagem a granel. ............................................................................................ 17 Figura 3: Etiqueta da embalagem a granel. ......................................................................... 17 Figura 4: Etiqueta do pão. .................................................................................................... 18 Figura 5: Potes. ................................................................................................................... 18 Figura 6: Roda da ecoconcepção. ....................................................................................... 36 Figura 7: Loja Unpackged. ................................................................................................... 44 Figura 8: Painel público de interesse. .................................................................................. 70 Figura 9: Embalagem Empório Doll. .................................................................................... 71 Figura 10: Embalagem Armazém e Cial............................................................................... 72 Figura 11: Embalagem Naturalles..........................................................................................73 Figura 12: Embalagem Empório Natural................................................................................74 Figura 13: Embalage Mundo Verde........................................................................................75 Figura 14: Loja do centro de Florianópolis.............................................................................77 Figura 15: Primeiros esboços.................................................................................................80 Figura 16: Evolução 1.............................................................................................................81 Figura 17: Evolução 2.............................................................................................................81 Figura 18: Evolução 3 - modelos............................................................................................82 Figura 19: Evolução 4 - digitalizada........................................................................................83 Figura 20: Estudo de Cores....................................................................................................84 Figura 21: Estudo tipográfico..................................................................................................85 Figura 22: Etiqueta fechada....................................................................................................86 Figura 23: Etiqueta aberta......................................................................................................87 Figura 24: Etiqueta fechada....................................................................................................87 Figura 25: Etiqueta aberta......................................................................................................88 Figura 26: Etiqueta fechada....................................................................................................88 Figura 27: Etiqueta aberta......................................................................................................89 Figura 28: Etiqueta fechada....................................................................................................89 Figura 29: Etiqueta aberta......................................................................................................90 Figura 30: Etiqueta fechada....................................................................................................90 Figura 31: Etiqueta aberta......................................................................................................91 Figura 32: Etiqueta fechada....................................................................................................91 Figura 33: Etiqueta aberta......................................................................................................92 Figura 34: Etiqueta verso........................................................................................................92 Figura 35: Primeiros esboços.................................................................................................94 Figura 36: Alternativa considerada.........................................................................................94 Figura 37: Evolução 1 - digitalizada........................................................................................95 Figura 38: Evolução 2 - modelos............................................................................................96 Figura 39: Evolução 3 - modelo considerado.........................................................................96 Figura 40: Alternativa final - emb. cone..................................................................................97 Figura 41: Esboços - embalagem do pão...............................................................................99 Figura 42: Evolução 1 - modelos..........................................................................................100 Figura 43: Evolução 2...........................................................................................................101 Figura 44: Evolução 3...........................................................................................................101 Figura 45: Estudo de cores...................................................................................................102 Figura 46: Alternativa final....................................................................................................103


9 Figura 47: Primeiros esboços...............................................................................................104 Figura 48: Alternativa considerada.......................................................................................105 Figura 49: Evolução 1 - modelos..........................................................................................106 Figura 50: Modelo considerado............................................................................................107 Figura 51: Esboço - sacola...................................................................................................108 Figura 52: Evolução 1...........................................................................................................109 Figura 53: Evolução 2...........................................................................................................109 Figura 54: Estudo de cores...................................................................................................110 Figura 55: Alternativa final....................................................................................................111 Figura 56: Etiqueta aberta....................................................................................................112 Figura 57: Etiqueta fechada..................................................................................................113 Figura 58: Faca etiqueta.......................................................................................................114 Figura 59: Matriz carimbo - papel semente..........................................................................115 Figura 60: Matriz carimbo - algodão orgânico......................................................................115 Figura 61: Matriz carimbo - produtos....................................................................................115 Figura 62: Matriz carimbo - valor/peso/validade...................................................................115 Figura 63: Matriz carimbo - textura/logo...............................................................................116 Figura 64: Matriz carimbo - frente emb. pão.........................................................................116 Figura 65: Matriz carimbo - verso emb. pão.........................................................................116 Figura 66: Vista superior - emb. cone...................................................................................117 Figura 67: Vista planificada - emb. cone..............................................................................118 Figura 68: Vista frontal - emb. cone......................................................................................118 Figura 69: Vista superior - emb. cone...................................................................................118 Figura 70: Vista planificada - emb. cone..............................................................................119 Figura 71: Vista frontal - emb. cone......................................................................................119 Figura 72: Vista superior - emb. cone...................................................................................119 Figura 73: Vista planificada - emb. cone..............................................................................120 Figura 74: Vista frontal - emb. cone......................................................................................120 Figura 75: Vista planificada - emb. pão................................................................................121 Figura 76: Vista frontal - emb. pão.......................................................................................122 Figura 77: Vista lateral - emb. pão........................................................................................122 Figura 78: Vista planificada - saco........................................................................................123 Figura 79: Vista frontal - saco...............................................................................................124 Figura 80: Vista planificada - saco........................................................................................124 Figura 81: Vista frontal - saco...............................................................................................125 Figura 82: Vista planificada - saco........................................................................................125 Figura 83: Vista frontal - saco...............................................................................................126 Figura 84: Vista frontal - sacola maior..................................................................................127 Figura 85: Vista lateral - sacola maior..................................................................................127 Figura 86: Vista inferior - sacola maior.................................................................................127 Figura 87: Molde para impressão - sacola maior.................................................................128 Figura 88: Vista frontal - sacola menor.................................................................................129 Figura 89: Vista lateral - sacola menor.................................................................................129 Figura 90: Vista inferior - sacola menor................................................................................129 Figura 91: Molde para impressão - sacola menor................................................................130 Figura 92: Folhas de papéis semente..................................................................................131 Figura 93: Carimbos.............................................................................................................131 Figura 94: Papel craft...........................................................................................................132 Figura 95: Algodão orgânico.................................................................................................132 Figura 96: Papel semente germinando.................................................................................135 Figura 97: Embalagem cone.................................................................................................136


10 Figura 98: Embalagem para p達es........................................................................................137 Figura 99: Embalagem saco de tecido.................................................................................138 Figura 100: Embalagem sacola............................................................................................139 Figura 101: Partes embalagem em forma de cone..............................................................140 Figura 102: Partes embalagem para p達es...........................................................................140 Figura 103: Partes embalagem saco de tecido....................................................................140 Figura 104: Partes embalagem sacola.................................................................................141


11 LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Cadeia produtiva da embalagem. ............................................................. 29 Quadro 2: Amplitude da embalagem. ........................................................................ 31 Quadro 3: Modelo de r贸tulo. ...................................................................................... 37


12 LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRE – Associação Brasileira de Embalagem ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária COVS – Compostos Orgânicos Voláteis ICSID - International Society for Complexity, Information, and Design OMS - Organização Mundial de Saúde PDV – Ponto-de-venda SC – Santa Catarina TCC – Trabalho de Conclusão de Curso UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina


13 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................16 1.1 1.2

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................................................. 16 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS .............................................................................................................. 19

1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................................20 1.2.2 Objetivos Específicos ..........................................................................................................20 1.3 1.4 1.5

JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................................ 21 DELIMITAÇÃO DO PROJETO ......................................................................................................................... 22 ESTRUTURA DO PROJETO............................................................................................................................ 23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................................23 2.1 2.2

INTRODUÇÃO AO DESIGN............................................................................................................................. 24 DESIGN DE EMBALAGEM ............................................................................................................................. 24

2.2.1 A Embalagem .........................................................................................................................24 2.2.2 História da embalagem ........................................................................................................26 2.2.3 Categorias ...............................................................................................................................29 2.2.4 Cadeia Produtiva ...................................................................................................................30 2.2.5 Funções da Embalagem ......................................................................................................31 2.2.6 O Mercado ...............................................................................................................................32 2.2.7 A Embalagem e o consumidor ..........................................................................................33 2.2.8 A Embalagem e o Meio Ambiente .....................................................................................34 2.2.9 Rotulagem ...............................................................................................................................37 2.2.9.1 Sistema de Impressão ........................................................................................................38 2.2.10 Materiais ..................................................................................................................................40 2.2.11 Tendências .............................................................................................................................42 2.2.12 Linguagem Visual .................................................................................................................45 2.2.12.1 Elementos Gráficos...........................................................................................................45 2.2.12.2 Cor na Embalagem ...........................................................................................................46 2.2.12.3 Tipografia............................................................................................................................47 2.2.13 Legislação ...............................................................................................................................48 2.3

ALIMENTO NATURAL E INTEGRAL ................................................................................................................ 50

2.3.1 Definições ...............................................................................................................................50 2.3.1.1 Alimentos Naturais ..............................................................................................................50 2.3.1.2 Alimentos Integrais..............................................................................................................51 2.3.1.3 Alimentos Funcionais..........................................................................................................51 2.3.1.4 Alimentos a granel...............................................................................................................52 2.3.2 A importância do Alimento Natural e integral ...............................................................53 2.3.3 O significado das cores dos alimentos...........................................................................54 2.4

ERGONOMIA ................................................................................................................................................. 55

2.4.1 Ergonomia Física ..................................................................................................................56 2.4.2 Ergonomia Informacional ...................................................................................................56 2.5

PERCEPÇÃO VISUAL .................................................................................................................................... 57

2.5.1 Gestalt ......................................................................................................................................57 2.5.2 Percepção sígnica da embalagem....................................................................................60 3 METODOLOGIA DE PROJETO .................................................................................................61 4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO.......................................................................................63


14 O BRIEFING .............................................................................................................................................. 63 4.1.1 Histórico da Empresa ..........................................................................................................64 4.1.2 Os Produtos ...........................................................................................................................65

4.1

4.2

O ESTUDO DE CAMPO.................................................................................................................................. 67

4.2.1 Características do Mercado ...............................................................................................67 4.2.2 Público de interesse.............................................................................................................68 4.2.2.1 Concorrentes........................................................................................................................70 4.2.1 Ponto-de-venda .....................................................................................................................76 5 FASE CRIATIVA ...........................................................................................................................77 5.1

ESTRATÉGIA DE DESIGN.............................................................................................................................. 77

5.1.1 Requisitos de Projeto ..........................................................................................................78 5.1.2 Conceito ..................................................................................................................................78 5.2

O DESENHO ............................................................................................................................................. 79

5.2.1 Etiqueta....................................................................................................................................79 5.2.1.1 Esboços Preliminares .........................................................................................................79 5.2.1.2 Evolução do Projeto ............................................................................................................80 5.2.1.3 Alternativa Final ...................................................................................................................85 5.2.2 Embalagem em forma de cone ..........................................................................................93 5.2.2.1 Esboços Preliminares .........................................................................................................93 5.2.2.2 Evolução do Projeto ............................................................................................................95 5.2.2.3 Alternativa Final ...................................................................................................................97 5.2.3 Embalagem para Pães .........................................................................................................98 5.2.3.1 Esboços Preliminares .........................................................................................................98 5.2.3.2 Evolução do Projeto ............................................................................................................99 5.2.3.3 Alternativa Final .................................................................................................................102 5.2.4 Embalagem de Tecido - saco ...........................................................................................104 5.2.4.1 Esboços Preliminares .......................................................................................................104 5.2.4.2 Evolução do Projeto ..........................................................................................................105 5.2.4.3 Alternativa Final .................................................................................................................106 5.2.5 Embalagem de tecido - sacola ........................................................................................107 5.2.5.1 Esboços Preliminares .......................................................................................................107 5.2.5.2 Evolução do Projeto ..........................................................................................................108 5.2.5.3 Alternativa Final .................................................................................................................111 6 FASE EXECUTIVA – DOCUMENTAÇÃO PARA PRODUÇÃO .........................................114 6.1.1 Desenhos Técnicos ............................................................................................................114 6.1.1.1 Etiquetas .............................................................................................................................114 6.1.1.2 Embalagem em forma de cone .......................................................................................117 6.1.1.3 Embalagem para pães .....................................................................................................120 6.1.1.4 Embalagem de tecido – saco ..........................................................................................123 6.1.1.5 Embalagem de tecido – sacola .......................................................................................126 6.1.2 Memorial Descritivo............................................................................................................130 6.1.2.1 Função estético-formal .....................................................................................................130 6.1.2.2 Função simbólica...............................................................................................................133 6.1.2.3 Função de uso ...................................................................................................................133 6.1.2.4 Função ergonômica ..........................................................................................................134 6.1.2.5 Usabilidade ..........................................................................................................................134 6.1.2.6 Adequação biomecânica ...................................................................................................136 6.1.2.7 Adequação cognitiva ..........................................................................................................139 6.1.2.8 Função técnica ..................................................................................................................139


15 6.1.2.9 6.1.2.10 6.1.2.11 6.1.2.12 6.1.2.13

Sistema construtivo ...........................................................................................................139 Processos e fabricação ..................................................................................................141 Função informacional .....................................................................................................142 Função de marketing ......................................................................................................142 Função ecológica ............................................................................................................143

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................145 8 FUTUROS ESTUDOS ................................................................................................................146 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................147 ANEXO I - BRIEFING .......................................................................................................................150 ANEXO II – LEGISLAÇÃO ANVISA .............................................................................................152 ANEXO III – QUESTIONÁRIO ........................................................................................................154 ANEXO III – ORÇAMENTOS ..........................................................................................................155


16

1

INTRODUÇÃO

Este trabalho de conclusão do curso de design teve como objetivo principal analisar as características das embalagens para produtos naturais e integrais comercializados pelas empresas do setor, instaladas nos municípios de Florianópolis e São José, visando estabelecer parâmetros para o desenvolvimento de embalagens sustentáveis e diferenciadas, destinadas à empresa Vida Natural Emporium, que apresenta deficiência em praticamente todos os atributos relacionados às funções fundamentais da embalagem na comercialização de seus produtos, de forma a atrair e satisfazer o consumidor, sem causar danos ao meio ambiente, agregando valor à marca e ao produto.

1.1

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A Vida Natural Emporium, empresa para o qual este projeto é destinado, comercializa uma boa variedade de produtos naturais e integrais e suplementos nutricionais, alguns vendidos a granel e outros já embalados.

A embalagem dos produtos ofertados a granel (grãos, temperos, farináceos, cristalizados e desidratados, oleaginosas, especiarias), utilizada para a proteção e transporte após a compra, consiste num simples saco plástico transparente, muito frágil para o transporte, o que prejudica a integridade do produto. Da mesma forma, os diversos tipos de pães também embalados em sacos plásticos, não garantem ao consumidor a devida proteção.


17 Tanto a embalagem dos produtos ofertados a granel, quanto a dos produtos já embalados, não apresentam a identificação da empresa, não ajudando, portanto a construir uma boa imagem da marca.

Figura 1 – Embalagem do pão. Fonte: Arquivo Pessoal.

Figura 2 – Embalagem a granel. Fonte: Arquivo Pessoal.

A etiqueta colocada após o produto ser pesado é bastante simples, apenas com informações como nome do produto, valor (R$), data da compra, código de barras, preço por quilo e seu peso final, o que acaba deixando o consumidor com dúvidas e indeciso pelas poucas informações sobre o produto.

Figura 3 – Etiqueta da embalagem a granel. Fonte: Arquivo Pessoal.


18

Figura 4 – Etiqueta do pão. Fonte: Arquivo Pessoal.

Os potes onde são armazenados os produtos para exposição na loja não protegem o produto corretamente, sujeitando-o a risco de mofo, bactérias, contaminações, deformações físicas ou químicas (umidade, frio, calor) etc. A má identificação nas etiquetas destes potes fazem com que o consumidor na hora da escolha e compra do produto seja prejudicado.

Figura 5 – Potes. Fonte: Arquivo Pessoal.

A embalagem pode ser associada ao verbo “embalar”, como ato de proteger e transportar.

Segundo Negrão (2008, p. 29):


19 Podemos definir embalagem como um sistema cuja função é técnica e comercial e tem como objetivos acondicionar, proteger (desde o processo de produção até o consumo), informar, identificar, promover e vender um produto.

Para decidir o que comprar, o consumidor necessita de informações sobre o produto, que são fornecidas pela embalagem, de forma a atender suas necessidades e desejos. Além das informações necessárias sobre o produto uma embalagem pode conter informações de alto impacto, como dicas de saúde e entretenimento.

Das funções da embalagem citadas anteriormente, nem todas são cumpridas corretamente no estudo em questão, o que leva o consumidor a procurar um produto que satisfaça suas principais necessidades, como por exemplo, a informação, identificação e proteção.

Carvalho (2009) explica: A embalagem armazena bem mais que o produto. Ela traz consigo a marca, seus valores, suas qualidades e suas emoções. Isto faz da embalagem a principal mídia da marca. Explico: ela é o ponto real de contato com o consumidor. É a embalagem que o consumidor vê no supermercado, diferenciando o produto dos concorrentes. É ela que o atrai para que ele a pegue na mão e queira saber mais informações sobre o produto, que o encanta e o convence para que ele leve o produto para casa. O grande diferencial frente as outras mídias é que em casa, o processo de comunicação da marca continua através da embalagem: na dispensa, na hora de preparo, ao ser levada à mesa da família, ao ser notada por convidados de um jantar ou na reutilização da embalagem para outras coisas. Em todos estes momentos a marca está presente, sendo veiculada no dia-a-dia de seu consumidor e potenciais consumidores.

1.2

DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS


20 1.2.1

Objetivo Geral

Como objetivo geral, este projeto busca solucionar o problema de acondicionamento, proteção, transporte, identificação, informação, promoção e venda dos produtos, bem como o problema de comunicação da identidade e diferenciais da empresa Vida Natural Emporium no mercado.

1.2.2

Objetivos Específicos

Serão os seguintes os objetivos específicos deste projeto: a) levantar dados mercadológicos onde serão analisados os padrões culturais e estéticos do público de interesse; b) levantar as necessidades de embalagem da empresa e requisitos específicos para cada tipo de produto e pesquisar o que já existe no mercado; c) desenvolver propostas de embalagem para alimentos vendidos a granel como: grãos, temperos, farináceos, cristalizados e desidratados, ervas medicinais, oleaginosas e especiarias; d) testar as embalagens e fazer os devidos ajustes; e) elaborar

documentação

técnica,

incluindo

memorial

descritivo

detalhado para a produção dos protótipos e do material em série.


21 1.3

JUSTIFICATIVA

Conforme ficou evidenciado na problematização, a empresa Vida Natural Emporium, para o qual este projeto é destinado, apresenta deficiências em praticamente todos os atributos relacionados às funções fundamentais da embalagem na comercialização de produtos, tais como: fragilidade, integridade, acondicionamento, proteção, identificação da empresa, informação, promoção e venda.

A embalagem além de ser uma poderosa ferramenta de comunicação é um dos grandes diferenciadores de um produto, agindo sobre a emoção e influenciando na decisão de compra. Ela tem um papel decisivo também na recompra, onde o consumidor ao encontrar o produto que ofereceu experiência positiva anteriormente, comprará novamente o mesmo.

A identificação da empresa na embalagem contribui para a perpetuação da marca e diferenciação do produto no mercado, bem como para a criação de um vínculo com o consumidor.

Por ser o primeiro contato que o consumidor tem com o produto, a embalagem faz o consumidor interagir antes de consumir ou usar o item nela contido, tendo assim a responsabilidade de informá-lo do seu conteúdo, como usá-lo ou consumi-lo, como guardá-lo, bem como divulgar o nome da empresa, ajudando no sucesso do produto e na construção da imagem da marca.

Além de proteger o produto, a embalagem tem também a importante função de facilitar o seu consumo pelo cliente.


22 A necessidade de se rotular bem o produto contribui e muito para o sucesso da venda, pois o rótulo deverá identificar a boa qualidade e estar à altura do produto e do cliente.

Segundo Negrão (2008, p. 31): A legislação também obriga a inclusão, nas embalagens, da identificação das empresas responsáveis pela produção – no mínimo especificando o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) do fabricante, a fim de que órgãos oficiais possam identificar a origem dos produtos.

Face às deficiências apresentadas, torna-se imprescindível a elaboração de um projeto visando atender as principais funções da embalagem, de forma a tornar a empresa mais competitiva no mercado, ganhando novos clientes e aumentando conseqüentemente o seu faturamento.

Dessa forma, justifica-se o desenvolvimento de um sistema cuja função seja técnica e comercial, visando aumentar as vendas, agregando valor aos produtos, satisfazendo assim as necessidades dos consumidores e da própria empresa e atendendo à legislação vigente.

1.4

DELIMITAÇÃO DO PROJETO

Ao final deste projeto será apresentado: • Embalagens para os produtos vendidos a granel e embalagem para os pães, o que exclui a possibilidade de trabalhar com os outros produtos fabricados pela empresa; • Arte final para aprovação da empresa e para produção.


23 1.5

ESTRUTURA DO PROJETO

Este trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos, contendo ainda anexos e a respectiva referência bibliográfica utilizada.

A seguir é apresentada breve descrição da estrutura do trabalho: • Capítulo 01 – Introdução, composta por uma breve explicação sobre o trabalho, o que engloba a definição do problema, definição dos objetivos, justificativa e a delimitação do projeto; • Capítulo 02 – Fundamentação teórica, onde serão expostos os temas relacionados ao projeto de forma a serem conceituados e explicados; • Capítulo 03 – Fase Criativa, composta por análise dos dados, geração do conceito, criatividade, definição da idéia e detalhamento do projeto; • Capítulo 04 – Fase Executiva, documentação para produção, e implantação do modelo; • Capítulo 05 – Conclusões, finalizando com resultado, aprendizados e futuros estudos.

Finalmente,

são

apresentados

os

elementos

pós-textuais,

como

referências, anexos e os apêndices.

2

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste

capítulo

relacionados ao projeto.

serão

abordados

diferentes

conceitos

e

temas


24 2.1

INTRODUÇÃO AO DESIGN

Verificando a existência de várias definições de design no mercado, entende-se que o conceito de design gráfico apresentado pela Icograda é o mais adequado ao objeto deste trabalho. Design gráfico é uma atividade intelectual, técnica e criativa concernente à produção de imagens, mais à análise, organização e métodos de apresentação de soluções visuais para problemas de comunicação. Informação e comunicação são as bases de um modo de vida global interdependente, seja na esfera dos negócios, cultural ou social. Ao designer gráfico cabe a tarefa de fornecer respostas aos problemas de comunicação de 1 todo tipo em todos os setores da sociedade. (ICOGRADA , 2001)

Abaixo é apresentado o Art. 1º do Projeto de Lei 2.621/03 que está em tramitação na Câmara dos Deputados, onde o Deputado Eduardo Paes propõe a regulamentação da profissão de designer. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Desenhista industrial é todo aquele que desempenha atividade especializada de caráter técnico-científico, criativo e artístico, com vistas à concepção e desenvolvimento de projetos de objetos e mensagens visuais que equacionam sistematicamente dados ergonômicos, tecnológicos, econômicos, sociais, culturais e estéticos que atendam concretamente às necessidades humanas. (Projeto de Lei 2.621/03 apud PBD)

2.2

2.2.1

DESIGN DE EMBALAGEM

A Embalagem

Segundo Negrão (2008, p. 23) apud Hollanda (2004, p. 727) embalagem está associada ao verbo “embalar”:

1

International Council of Graphic Design Association, criado em 1963, é o organismo mundial não governamental e apolítico que integra e representa profissionais de design gráfico e comunicação visual.


25 Embalar1: balançar no berço (a criança) para adormecê-la; ninar. Embalar2: acondicionar (mercadorias ou objetos) em pacotes, fardos, caixas etc., para protegê-los de riscos ou facilitar seu transporte

Segundo a ANVISA, embalagem é qualquer forma pela qual o alimento tenha sido acondicionado, guardado, empacotado ou envasado. A embalagem é um componente importante que faz parte do produto, agrega valor e interfere na qualidade do mesmo, melhorando inclusive a imagem da marca. Ela interfere na emoção dos clientes, influenciando-os na hora da compra, bem como ajuda o produto a cruzar fronteiras e a conquistar o consumidor, sendo portanto, um dos grandes diferenciadores do produto.

Segundo MESTRINER (2008) para a elaboração de uma embalagem são precisos 10 pontos-chave: •

conhecer muito bem o produto;

conhecer o consumidor (saber quem compra e utiliza o produto);

conhecer e estudar bem o mercado em que este produto se encaixa;

fazer um estudo de campo para estudar o ponto-de-venda de seus concorrentes;

conhecer a fundo a embalagem a ser desenhada; saber o porquê de estar desenhando uma embalagem e o que buscamos com o projeto;

antes de desenhar é preciso pensar e ter uma estratégia para o design da embalagem;

estar consciente para desenhar tratando com cuidado e dedicação o projeto;

deve-se trabalhar integrado com a indústria para que seja encontrada melhores soluções;


26 •

fazer a revisão geral do projeto onde serão evitadas falhas futuramente.

O design de embalagem precisa ter uma visão completa de todo as etapas do processo para tornar o produto mais competitivo no mercado, de forma a dar significado e agregar o valor necessário ao mesmo. Ele deve conhecer e compreender os hábitos e comportamentos dos consumidores, pois eles não separam o conteúdo da embalagem.

Segundo NIEMEYER (2007, p. 33) “a embalagem tem a capacidade de transformar simples produtos em objetos de desejo, criando no consumidor um impulso de compra que dura décimos de segundo – mas que é decisivo.”

2.2.2

História da embalagem

Segundo o livro História da Embalagem no Brasil, lançado pela ABRE em 2006 e produzido sob a chancela da Lei Rouanet, as embalagens nos acompanham desde o dia em que o ser humano sentiu a necessidade de transportar e proteger seus alimentos e mercadorias. Foi na natureza que o homem começou a buscar suas primeiras embalagens, iniciando pelo uso do couro, folhas, palhas e até bexigas de animais, evoluindo para o vidro, os tecidos e a madeira e chegando ao plástico, ao papel e ao alumínio, e todas as variações e reinvenções hoje conhecidas e disponíveis no mercado, graças às grandes conquistas e avanços tecnológicos incorporados pelas indústrias.

Segundo Negrão (2008, p. 23) [...] “a embalagem tem sua origem antropológica e sociológica nos primórdios da civilização humana, pois deriva-se da


27 necessidade básica do ser humano de se alimentar e de buscar formas de guardar e conservar o alimento por mais tempo.” A evolução da embalagem mescla-se também à história do desenvolvimento tecnológico. À medida que a humanidade evolui, descobre novos materiais, desenvolve novas necessidades e também amplia a gama de produtos dos quais faz uso. Como conseqüência aumenta, proporcionalmente, a quantidade de produtos a serem embalados e a diversidade de materiais empregados nesses invólucros. (NEGRÃO, 2008, p. 24)

Segundo Tanbini (2004), em seu livro O Design do Século, a história tem mostrado que as embalagens apresentam evolução a cada nova era, conforme demonstrado a seguir.

Em 1900 a compra de alimentos estava deixando de basear-se na tradicional confiança em determinado comerciante e passando a depender do poder de influência da publicidade e embalagens encomendadas pelas fábricas.

Na era de 1910 a 1919, a Primeira Guerra Mundial acelerou a tendência à embalagem individual, avulsa, pois era muito mais fácil distribuir e fornecer rações às tropas em pequenos pacotes. A guerra lançou o mundo numa nova era, e a embalagem refletiu esse fato. As novas técnicas de embalagem melhoraram o acesso aos produtos e os processos de lacramento.

Os anos de mudanças após a Primeira Guerra Mundial continuaram na década de 20, devido à diminuição do número de empregados domésticos e da própria família, aconteceu a redução no tamanho dos produtos. Um estilo diferente de embalagem emergiu gradualmente nos anos 20, com design mais limpos e claros, influenciados pelas cores vivas e linhas angulares do movimento art déco.

Na década de 30 não só a art déco continuou influenciando a embalagem, mas também, a arte gráfica se tornou notavelmente mais ousada e simples, com estilos límpidos e sem complicações. A tecnologia também estava se aperfeiçoando,


28 o celofane era mais higiênico para embalar produtos, e o plástico e o alumínio, embora ainda caros, eram substitutos leves para os pesados potes de vidro.

Na década de 40, a vida foi dominada mais uma vez por uma guerra mundial que afetou todos os aspectos da sociedade, as embalagens precisaram ser adaptadas, devido à escassez de tinta de impressão e de materiais. Os rótulos foram reduzidos, a fim de economizar papel e o conceito de embalagem tornou-se mais funcional.

No final da década de 50, as embalagens eram muito diferentes das de 40, o nascimento do supermercado agiu como um incentivo, elevando a competitividade das embalagens. A grande maioria dos produtos vendidos era préembalada e, a necessidade de produtos identificáveis, tornou-se imperativa, transformando a embalagem num instrumento de publicidade, atraindo o consumidor através das imagens.

A década de 60 foi uma era de modernidade. Fast food, refrigeradores, freezers, alimentos prontos congelados ou enlatados, produtos dietéticos estavam influenciando os hábitos alimentares e estilos de vida dos consumidores em todo o mundo. Os refrigerantes em latas descartáveis passaram a substituir as garrafas de vidro, o celofane, o alumínio e o plástico preservavam muitos produtos. Os designers de embalagem se preocupavam em transmitir uma mensagem para vender.

Na década de 70, o design de embalagens chegou a uma encruzilhada com uma incrível variedade de estilos. A tecnologia de embalagem continuava a se aperfeiçoar, surgiram a “Tetrapak” para leite, refrigerantes e sucos, e potes de plástico moldado de transporte mais funcional.

Na década de 80, a embalagem tornou-se um veículo ainda mais poderoso de venda de produtos. Os designers perceberam que a embalagem podia ser integrada a toda uma concepção de marca, veiculando uma mensagem global ao


29 consumidor. A tecnologia de corte e dobra de materiais e moldagem de plásticos tornou-se mais barata, propiciando idéias mais inovadoras de embalagem. O consumismo da década de 90 criou uma curiosa justaposição. Por um lado, a variedade excessiva tem levado o design dos produtos a extremos, a fim de atrair a atenção, criando toda uma série de novidades passageiras ou artifícios. Por outro, o aumento da preocupação mundial com o meio ambiente e a ecologia, têm pressionado os fabricantes a fornecerem produtos em embalagens recicláveis, biodegradáveis. Há uma tendência rumo à embalagem minimalista, com produtos mais despojados, mais puros, que se destacam por uma imagem independente e autêntica.

2.2.3

Categorias

Segundo Negrão (2008, p. 147) a embalagem é dividida em três níveis: • Nível primário – embalagem que está em contato direto com o produto. Geralmente a que atende ao aspecto pragmático do projeto (conter). • Nível secundário – é aquela que envolve a embalagem primária, reforçando a proteção do produto em seu transporte e/ou promoção. • Nível terciário – o terceiro nível da embalagem é o que contém geralmente o nível secundário. Na maioria das vezes, sua função é de proteger o produto dos impactos provocados durante o transporte e a armazenagem.

A concepção de embalagens combina estes níveis, em função das características do produto embalado, sua aplicabilidade e a imagem mercadológica que pretende transmitir.


30 2.2.4

Cadeia Produtiva

Por trás da embalagem encontra-se uma poderosa e complexa cadeia produtiva que envolve processos de conservação e proteção de alimentos, novos materiais, pigmentos, adesivos, tecnologias de impressão, decoração e rotulagem, acondicionamento, logística, sistemas de fechamento e envase, tudo isso para obter eficiência e se destacar no mercado que está cada vez mais competitivo. Abaixo um quadro explicativo de cada processo da sua cadeia produtiva.

Quadro 1 – Cadeia produtiva da embalagem. Fonte – Design de Embalagem Curso Básico – Fabio Mestriner - 2002.

A embalagem desempenha um papel fundamental no ciclo produtivo de vários setores, contribuindo para que cada produto embalado cumpra seu papel integralmente.


31 2.2.5

Funções da Embalagem

Segundo NEGRÃO (2008) a embalagem não se atém apenas às funções de proteger e transportar, atualmente ela tem funções mais amplas e complexas.

Acondicionar adequadamente e ampliar a validade do produto ajuda a garantir sua integridade e conservação, deixando o produto fora de riscos biológicos (mofo, bactérias, roedores etc.), climáticos (frio, calor, umidade etc.), físicos (vibração, distorção, impacto etc.) e outros como roubos, tanto no momento do transporte, como no ponto de venda, sendo que estes poderão gerar perdas para a empresa que deverá ressarcir o cliente.

A funcionalidade da embalagem facilita na aplicação e no uso de seu conteúdo.

Algumas

empresas

fazem

estudos

e

pesquisas

em

cima

da

individualização do produto devido à rotina das pessoas em grandes centros urbanos, onde a utilização de porções individuais permite a fácil manipulação em diferentes locais e condições.

A embalagem tem a responsabilidade de informar o consumidor sobre seu conteúdo, como usá-lo ou consumi-lo, como guardá-lo, bem como divulgar o nome da empresa e do produto. O consumidor tem o direito de saber o prazo de validade do produto e quais os seus componentes, as instruções de manuseio, conservação e uso, os valores nutricionais (no caso de alimentos) e até eventuais contraindicações. A embalagem deve identificar e qualificar seu fabricante de maneira imediata. A identificação da marca exposta na embalagem influencia o cliente em sua decisão de compra. (NEGRÃO, 2008, p. 31) “A embalagem é o principal elo de ligação e de comunicação entre o consumidor, o produto e a marca. O design de embalagem agrega valor aos produtos ao adequá-los de forma eficiente às necessidades e expectativas do consumidor e definir seu posicionamento correto no mercado. O design traz valores emocionais ao produto, que também acabam tendo reflexos


32 práticos e bastante objetivos como percepção de funcionalidade, identidade, personalidade e, principalmente, fidelidade à marca.” (ABRE)

Abaixo é apresentado um quadro da amplitude da embalagem para que ela seja compreendida em seu sentido amplo.

FUNÇÕES PRIMÁRIAS

Conter/Proteger Transportar

ECONÔMICAS

Componente do valor e do custo de produção Matérias-primas

TECNOLÓGICAS

Sistemas de acondicionamento Novos materiais Conservação de produtos

MERCADOLÓGICAS

Chamar a atenção Transmitir informações Despertar desejo de compra Vencer a barreira do preço

CONCEITUAIS

Construir a marca do produto Formar conceito sobre o fabricante Agregar valor significativo ao produto

COMUNUCAÇÃO E MARKETING

Principal oportunidade de comunicação do produto Suporte de ações promocionais

SOCIOCULTURAL

Expressão da cultura e do estágio de desenvolvimento de empresas e países

MEIO AMBIENTE

Importante componente do lixo urbano Reciclagem/Tendência mundial

Quadro 2 – Amplitude da embalagem. Fonte – Design de Embalagem Curso Básico – Fabio Mestriner - 2002.

2.2.6

O Mercado

O consumidor de forma geral está mais consciente, antenado e exigente, por isso o mercado de embalagem precisa ser cada vez mais inovador e trabalhar conceitos diferentes, não se esquecendo das peculiaridades de cada público. Os desejos e as necessidades dos consumidores não podem ser ignorados, pois uma das tendências mais notáveis atualmente nos hábitos dos consumidores é a preocupação com a saúde, com o meio ambiente e com a responsabilidade social.


33 Segundo NEGRÃO (2008): foram apontados cinco pontos que explicam o rápido desenvolvimento da indústria de embalagens no Brasil: • a grande procura por lojas de auto-serviço, que exigem produtos préembalados; • aumento da produção industrial de remédios, alimentos, cosméticos, bens de consumo e bens duráveis como televisores, refrigeradores entre outros eletrodomésticos; • aumento da exportação de produtos manufaturados; • aumento da distância entre os produtos e o consumidor; • desenvolvimento da tecnologia de embalagem. O setor de produção de embalagem no Brasil tem ocupado lugar de destaque no cenário mundial, levando o País a se tornar um grande exportador de embalagens vazias, graças ao uso de tecnologia competitiva, baixo custo, inovação e muita ousadia.

As embalagens brasileiras não são muito sofisticadas, o que barateia o produto final, por isso as soluções criativas e práticas dos brasileiros vem chamando tanto a atenção do mercado exterior.

2.2.7

A Embalagem e o consumidor

Steve Jobs (apud KAHNEY, 2008) diz que “o ato de tirar o produto de sua caixa é uma parte importante da experiência do usuário e, como o mais que ele faz, é pensado com muito cuidado.”

A embalagem é parte integrante do processo de relacionamento entre o produto e o consumidor, fazendo inclusive a diferença na decisão de compra.


34 O consumidor brasileiro é muito bem informado e vem exigindo cada vez mais ser tratado pelas indústrias como cliente de primeiro mundo. A embalagem precisa seduzir o consumidor chamando sua atenção, transmitindo a informação básica para a compreensão do que está sendo oferecido, ressaltar os tributos complementares do produto e agregar valor ao produto. Com isso o consumidor fará uma imagem forte do produto, assim podendo construir a recompra do produto. (MESTRINER, 2008, p. 19)

Na embalagem o consumidor precisa de todas as informações necessárias, tais como conteúdo, quantidade, procedimentos, uso e validade. Dessa forma a embalagem estará atendendo à legislação e também despertando no consumidor a confiança no produto e na empresa. (Carla Niemeyer, 2002)

2.2.8

A Embalagem e o Meio Ambiente

As embalagens não agridem o meio ambiente somente pela produção, pois pelo fato de algumas não serem recicláveis e outras tantas não serem recicladas, acabam após o uso indo parar nas lixeiras.

As sacolas plásticas e os sacos plásticos ainda utilizados diariamente nas redes de supermercados e também nas lojas de produtos naturais são feitos de polietileno,

um

produto

derivado

do

petróleo

e

segundo

os

órgãos

ambientalistas eles levam cerca de 500 anos para se decomporem, pois após o uso, por não serem reutilizáveis e devido à falta de consientização da população, acabam indo parar nos rios, lagos e oceanos, obstruindo as tubulações de drenagem de chuva, causando enchentes, enchendo nossos aterros e dificultando a compactação dos detritos.

Segundo os especialistas em meio ambiente, no mundo são consumidos aproximadamente 1 milhão de sacos plásticos por minuto, o que significa quase 1,5


35 bilhão por dia e mais de 500 bilhões por ano. A produção e o uso de plásticos atualmente é 20 vezes maior que há 50 anos, pois praticamente em tudo eles são utilizados.

Ainda segundo os ambientalistas, no Brasil são produzidas cerca de 210 mil toneladas anuais de polietileno, que representam cerca de 9,7% de todo o lixo do país. Cada família brasileira descarta cerca de 40 quilos de plásticos por ano. Os supermercados a cada mês, distribuem no Brasil mais de um bilhão de sacos plásticos à população, o que equivale a 33 milhões por dia e 12 bilhões por ano, ou seja, 66 sacos plásticos para cada brasileiro por mês. Aproximadamente, 80% das sacolas de compras produzidas e distribuídas por mês no Brasil, viram sacos para lixo doméstico.

Felizmente, a preocupação com o meio ambiente vem crescendo a cada dia entre os consumidores, obrigando as indústrias a investirem no setor de embalagem, utilizando-se de tecnologias que causem menor impacto ambiental.

O ecodesign ou ecoconcepção trata-se de uma forma para reduzir os impactos de um produto, conservando assim mesmo sua funcionalidade e desempenho, com objetivo de melhorar a qualidade de vida dos usuários hoje e futuramente. (KAZAZIAN, 2005)


36

Figura 6 – Roda de ecoconcepção. Fonte: Haverá a idade das coisas leves – Thierry Kazazian, 2005, p. 37.

A exigência ambiental por parte dos consumidores vem se constituindo também numa grande vantagem concorrencial entre as empresas, que acaba estimulando a criatividade, contribuindo para o surgimento de novas tecnologias e novas formas de uso dos produtos, buscando a otimização das embalagens.

O setor de embalagens está muito preocupado em não causar efeitos indesejáveis ao meio ambiente e tende a estar totalmente envolvido com o desenvolvimento sustentável, que consiste em suprir as necessidades econômicas, sociais, culturais e ambientais do presente, sem afetar as necessidades das futuras gerações.

As empresas estão cada vez mais preocupadas em diminuir a geração de resíduos e evitar o desperdício de matéria prima, prevendo inclusive o reaproveitamento do material utilizado, evitando dessa forma causar mais danos ao meio ambiente, ganhando notoriedade com o público e conseqüentemente, aumentando seus lucros. A preocupação com o impacto da degradação da embalagem no meio ambiente levou a indústria a estudar maneiras de reciclar os materiais da embalagem com o objetivo de reutilizá-los. A reciclagem ganhou força e


37 vem se tornando um movimento mundial. Existe hoje uma preocupação permanente em reutilizar materiais recicláveis e promover sua reutilização. (MESTRINER, 2002, p. 09)

2.2.9

Rotulagem

Segundo a ANVISA, rótulo é qualquer identificação impressa ou litografada, bem como os dizeres pintados ou gravados a fogo, por pressão ou decalcação aplicados sobre o recipiente, vasilhame envoltório, cartucho ou qualquer outro tipo de embalagem do alimento.

O sistema de rotulagem faz com que o produto seja identificado e diferenciado. Deve se levar em conta a sua integração com a embalagem, onde ele será aplicado, assim compondo com o restante da embalagem, ou seja, fazendo desaparecer na embalagem. (MESTRINER, 2002) Os mais tradicionais são os de papel, impressos em offset e rotogravura. Reproduzem bem imagens e fotografias e possuem uma infinidade de recursos para realçar seus detalhes e atribuir requinte e sofisticação ao conjunto. A aplicação de relevos, tanto o seco como o americano, é freqüente, sendo um dos diferenciais dos rótulos de papel. (MESTRINER, 2002, p. 83)


38

Quadro 3 – Modelo de rótulo. Fonte – www.anvisa.com.br

Conforme a ANVISA, não se aplica rotulagem nutricional aos produtos vendidos a granel ou pesados à vista do consumidor. No entanto, caso haja interesse do fabricante, as informações nutricionais devem atender à resolução.

2.2.9.1 Sistema de Impressão

Segundo NEGRÃO existem alguns parâmetros básicos para se saber antes da escolha do sistema de impressão. a) substrato:

[...] “é a nomenclatura utilizada no segmento gráfico para

denominar o material sobre o qual será feita a impressão.” (NEGRÃO, 2008, p. 272) b) tiragem: a tiragem representa o número de vezes que a embalagem original será reproduzida. (NEGRÃO, 2008) c) qualidade: a qualidade de uma impressão faz com que o sistema de impressão seja escolhido corretamente, por alguns não serem tão bons


39 que outros. Legibilidade, complexidade da imagem, sombreamento entre outros fatores como este são importantes para que a impressão seja de boa qualidade. d) acabamentos especiais: [...] “devemos verificar se há algum tipo de acabamento ou efeito especial que pretendemos aplicar, pois alguns deles são obtidos apenas por meio de um sistema de reprodução e impressão específico.” (NEGRÃO, 2008, p. 274)

Abaixo alguns dos sistemas de impressão mais utilizados no segmento de embalagens:

a) rotogravura: Está associada à calcografia, ou gravura em metal, onde a gravação da fôrma é feita sobre lâminas flexíveis de cobre. Segundo NEGRÃO (2008, p. 277): Indicada para altas e altíssimas tiragens (mais de um milhão de impressões); pode ser aplicada a vários substratos distintos: plásticos, laminados etc; Os alvéolos da área de grafismo que recebem a tinta criam uma serrilha característica deste sistema que não deve ser confundido com um defeito de impressão; É um sistema impreciso em pequenas dimensões; o tamanho mínimo para texto é de 6 pontos e nestas proporções reduzidas, devem ser evitadas famílias tipográficas com serifas; É aplicada a embalagens (alimentos, sabão em pó, cigarros) papéis de presente, periódicos, papéis de parede etc.

b) flexografia: Segundo NEGRÃO (2008, p. 279): Indicada para médias, altas e altíssimas tiragens (acima de 500 mil impressões); Se observarmos o impresso flexográfico com o conta-fios, poderemos ver um sombreamento lateral no grafismo, um pequeno borrão. É o efeito squash, uma característica deste sistema, e não deve ser confundida com defeito de impressão; Pouca legibilidade em letras com corpos inferiores a 6; O sistema é aplicado a embalagens flexíveis e de transporte (papelão ondulado), papéis de presente, toalhas de mesa, tecido, cerâmica, editoriais etc.


40 c) offset: Segundo NEGRÃO (2008, p. 280): Indicada para baixas, médias e altas tiragens (acima de 100 mil impressões); Excelente precisão, inclusive em tons médios; Pode ser impresso em plásticos, papel, laminados e folhas de flandres (metalgrafia); Substratos pouco porosos fazem com que a tinta gordurosa demore a secar, o que pode gerar borrões; Aplicado em: embalagens, editoriais de alta definição, metal etc.

d) serigrafia: Segundo LUÍS PEREIRA (2003) a serigrafia é um sistema de impressão que pode ser artesanal, para pequenas tiragens, ou realizada por máquinas automáticas para altas tiragens capazes de produzir aproximadamente três mil cópias por hora.

Utilizada em substratos planos ou tridimensionais como papel, películas flexíveis, plásticos, laminados, cartão ondulado, ráfia, tetra Pack, vidro, metal e tecido.

2.2.10

Materiais

A escolha do material que embala as mercadorias deve ser o espelho do produto e objeto de investimento e deve estar diretamente ligada ao tipo de estrutura mercadológica, à finalidade de uso e barreira de proteção, bem como de suas propriedades. Os projetos de desenvolvimento de embalagens deverão também levar em consideração na hora da escolha do material a preocupação com o meio ambiente, a saúde dos consumidores, bem como do planeta.

O desenvolvimento tecnológico teve papel fundamental no surgimento da maioria dos materiais utilizados na confecção de embalagens no decorrer do último


41 século. Existe atualmente uma infinidade de materiais utilizados na confecção de embalagens, entretanto, os principais e que juntos representam aproximadamente 90% das alternativas, segundo Mestriner (2002), são o papel, o metal, o plástico e o vidro, cujos principais usos e características são: • Papel – Produto produzido da madeira e de outros produtos vegetais fibrosos é um dos materiais de embalagens mais econômicos e versáteis. O papel e o papelão, como podem ser moldados em diversos formatos, além de serem leves e ocuparem pouco espaço de armazenamento, são materiais que ainda predominam entre os mais usados no desenvolvimento de embalagens. As mais simples e baratas embalagens, como os sacos, envelopes e papéis de embrulho, até as caixas e cartuchos de papelão liso e ondulado utilizam o papel. O papel tem ilimitadas possibilidades de dimensões, espessuras, impressão e acabamento, sendo o principal componente no sistema de impressão, além de dar suporte para várias idéias, em impressos editoriais, promocionais ou comerciais. • Metal

Elemento

químico,

caracterizado

pelo

brilho

e

pela

condutibilidade elétrica e calorífica, sendo que entre os diversos tipos de metais utilizados no setor de embalagens, o ferro e o alumínio têm destaque na fabricação de latas, tampas e em formas de folhas flexíveis. Além das tradicionais latinhas de aço e de alumínio, em suas mais variadas formas, os tambores de aço e os laminados de alumínio são exemplos de embalagens metálicas. Esses materiais aumentam o tempo de venda e podem resistir a impactos, garantindo assim as propriedades dos produtos. As embalagens metálicas por serem infinitamente recicláveis, não agridem tanto o meio ambiente. • Plástico – Produto não metálico produzido sinteticamente, considerado o mais versátil dos materiais, mudou de forma significativa o design de


42 produto após a Segunda Guerra Mundial. É bastante utilizado em embalagens flexíveis, na confecção de vasilhames e tampas rígidos e semi-rígidos entre outros produtos. Existe atualmente uma grande variedade de plásticos, com diferentes propriedades no mercado. As embalagens podem ser divididas em rígidas (potes, frascos, ampolas, garrafas, etc.) e flexíveis (sacos, sacolas etc.). As embalagens plásticas não amassam, são mais higiênicas e também possibilitam a visualização do produto em seu interior, fator importante na decisão de compra. • Vidro – O material resultante da fusão de quartzo, carbonato de cálcio e outros materiais, substância frágil, transparente ou translúcida é um dos mais antigos tipos de materiais utilizados na fabricação de embalagens,

principalmente

as

primárias.

O

vidro

armazena

medicamentos, alimentos, bebidas, preservando as propriedades de inúmeros produtos. As embalagens de vidro são muito utilizadas também para conter produtos químicos. Podem ser lavadas e reutilizadas e o vidro por ser um material totalmente reciclável, não acarreta danos ao meio ambiente e também não sofre perda de qualidade e pureza.

2.2.11 Tendências

Hoje mais do que nunca o setor de embalagens vem buscando atingir o lado imaginário do consumidor que está mais preocupado com o estilo de vida e por sua vez, com os hábitos de consumo, tendendo a valorizar cada vez mais os produtos ecologicamente corretos.


43 O consumidor vem nos dias atuais exigindo embalagens mais funcionais, práticas, leves, convenientes, eficientes e com informações claras e objetivas.

Não basta a embalagem atender as necessidades do produto, como conter, proteger, transportar, pois além de conservar, expor e vender é preciso também atender as exigências legais e considerar os aspectos estéticos e ergonômicos, com o menor custo possível.

A preocupação com a conservação dos recursos naturais e a minimização de impactos ambientais através do uso de embalagens ecologicamente corretas tem sido e continuará sendo o desafio das indústrias por exigências dos consumidores.

Como o consumo de produtos alimentares está cada vez mais associado à quantidade e à qualidade das informações oferecidas aos consumidores, bem como ao poder de comunicação, atração e sedução, as embalagens vêm e continuará sendo consideradas como o maior veículo de venda e de construção da marca e da identidade de um produto.

Para Müller (1997 in SPDESIGN, 2003) nos próximos 20 anos, as tendências para a embalagem no Brasil, deverão trilhar caminhos tais como: versatilidade de formas e materiais; adoção de símbolos/alegorias com referência ao consumidor local; fortalecimento da tríade conceito de produto/marca/embalagem; grafismos sazonais; mais planejamento em menor tempo.

Existe hoje uma consciência quase que universal de que as embalagens devam ser biodegradáveis, recicláveis, reutilizáveis e no curto prazo até mesmo auto-destrutíveis, ou seja, ecologicamente corretas.


44

Figura 7 – Loja Unpackged Fonte: www.beunpackged.com

Uma loja especializada em produtos orgânicos de Londres foi além do “reduzir, reutilizar e reciclar”, e resolveu tirar de vez boa parte das embalagens de seus produtos. Os clientes são convidados a levar de casa sua própria embalagem, mas quem não tiver ou esquecer pode pegar um vasilhame na própria loja, desde que devolva depois.

A preocupação dos consumidores no tocante à procedência do produto e seus reflexos sobre à saúde, bem como sobre o meio ambiente e a saúde do planeta, vem exigindo cada vez mais a atenção por parte das indústrias, que precisarão estar focadas em atitudes sustentáveis e prestar mais atenção na cadeia produtiva de forma a eliminar os aspectos geradores de resíduos.

Os projetos de desenvolvimento de embalagens deverão levar em conta a preocupação com o meio ambiente, o emprego do sistema “abre e fecha”, a utilização de materiais que possam ser reutilizados tanto no freezer quanto no microondas, a adequação das porções aos anseios do consumidor e finalmente, a conveniência, principalmente aos idosos.

Segundo ainda alguns especialistas, no futuro será utilizada a embalagem que “fala”, como por exemplo, uma caixa de cereal ao ser aberta, poderá dizer “bom dia” e informar ao consumidor o conteúdo vitamínico, protéico e o teor de gordura do produto.


45 2.2.12 Linguagem Visual

2.2.12.1

Elementos Gráficos

Sendo a embalagem um canal de comunicação de primeira grandeza no universo de estímulos, quando combina e organiza os signos verbais e não-verbais, como a tipografia, imagens, textos, ícones, desenhos, fotos e ilustrações, acaba criando uma força de atração no seu processo de comunicação, por intermédio destes elementos.

Quando inserimos outros elementos como cor, textura, pictogramas, imagens, formas, entre outros, na criação da embalagem, obtemos na combinação desses elementos uma massa gráfica visual que constrói a identidade do produto. Essa identidade só é conferida ao produto através do conhecimento e da criteriosa junção dos diversos elementos, o que acaba possibilitando ao designer de embalagem construir uma linguagem mais consistente. No momento da decisão da compra os símbolos gráficos usados nas embalagens dos produtos são importantes para o consumidor, pois permitem a verificação da qualidade do produto, bem como da segurança que envolve esse produto. Os símbolos de materiais recicláveis que informam ao consumidor do descarte da embalagem após o uso, símbolo de alimentos transgênicos, símbolos de alimentos sem glúten também ajudam o consumidor. É também muito importante que as embalagens tenham uma marcação de segurança.

Alguns grafismos como velocidade, solidez, jovialidade, modernidade, entre outros, normalmente são utilizados para transmitirem idéias que associam o produto à imagem da empresa.


46 Segundo Mestriner (2001, p. 56): Ilustrações têm também suas qualidades que podemos explorar. Quando são hiper realistas destacam sobremaneira os aspectos sobre os quais queremos chamar atenção. Se a ilustração não é realista, podemos evocar a imaginação do consumidor e utilizar o estilo de desenho e a técnica do ilustrador como elemento de personalidade do produto. Desenho tem sua mística, e as ilustrações atribuem um toque humano e artístico ao produto, podendo ser utilizadas sempre que esses aspectos forem relevantes no produto.

2.2.12.2

Cor na Embalagem

As cores atuam sobre as pessoas através de nossos olhos e cérebro, modificando nossas atividades sensoriais, emocionais e afetivas, assim produzindo uma sensação de movimento, uma dinâmica envolvente e compulsiva, ou seja, atua sobre o subconsciente dos consumidores despertando maior atenção.

A cor tem maior afinidade com as emoções das pessoas, mas ela não é totalmente necessária para a criação de mensagens visuais. (DONDIS, 1997) Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. É sentida: provoca uma emoção. E é construída, pois, tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem própria que comunique uma idéia. (FARINA, 2006, p. 13)

Segundo Amorim (apud FARINA, 2006, p. 132) pensar em aplicar a cor à embalagem é, portanto, algo que deve vir depois da observação intensa do mercado consumidor e das características do produto, além de outras variáveis, como por exemplo, a concorrência. “A embalagem tem a mágica função de dar um ‘psiu’ ao comprador. Além disso, deve fazer com que a compra seja renovada, impulsionando o consumidor a ficar fiel à sua marca.”


47 A cor deve ser bem utilizada com o objetivo de melhorar a leitura, como por exemplo, de: logomarcas, símbolos, informações verbais etc. (FARINA, 2006)

As cores devem ser escolhidas de acordo com o público-alvo. Segundo Costa e Silva (2002), as crianças são atraídas por cores primárias; os adolescentes, por cores fortes e quentes; os bebês por tons pastéis.

A finalidade máxima visada no caso de embalagens para produtos alimentícios deve ser de estimular o paladar, influenciar a percepção do sabor e do aroma do produto.

Conforme Farina (2006, p. 140), “podemos afirmar que a cor que mais bem se adapta aos produtos alimentícios é a que lhe confere um caráter excitante, estimulante. Isso marcará o produto, tornando-o facilmente distinguível entre outros da mesma espécie e predispondo o comprador em potencial a adquiri-lo na hora da compra”

2.2.12.3

Tipografia

Segundo Niemeyer (2003), a tipografia [...] “envolve a seleção e a aplicação de tipos, a escolha do formato da página, assim como a composição das letras de um texto, com o objetivo de transmitir uma mensagem do modo mais eficaz possível, gerando ao leitor destinatário significações pretendidas pelo destinador.”

Existe alguns critérios no uso de fontes, são esses a legibilidade, a leiturabilidade e a pregnância. Um tipo (fonte) é altamente legível “quando as formas de diferentes letras de um mesmo desenho podem ser discriminadas com rapidez.” (Niemeyer, 2003)


48 Para uma boa leiturabilidade é preciso observar o espacejamento entre caracteres e grupos de caracteres, sua combinação em frases ou sob outras formas, espaçamento entre linhas, comprimento de linha e margens. Já na pregnância é vista em um caractere ou símbolo que precisa ser visível separadamente do seu entorno, sendo através do corpo, do peso, da inclinação, do entrelinhamento ou da indentação. (NIEMEYER, 2003)

Nas partes básicas de um tipo (fonte) estão incluídos o seu tamanho, que é relacionado ao corpo do tipo; a sua forma, relacionada ao desenho da letra (caixa alta ou baixa); seu peso, relacionado à espessura dos traços de um tipo de mesma família (negrito, normal e light); seu contraste, relacionado à angulação e espessura dos traços; sua inclinação (itálico); a sua estrutura, relacionada à família em que o tipo é classificado e a largura do tipo (apertado, expandido). (NIEMEYER, 2003)

No desenvolvimento de uma embalagem é preciso cuidar com a escolha da tipologia, para que seja adequada ao estilo e à personalidade do produto. Assim após o primeiro impacto que envolve o produto como um todo, e a informação complementar acaba fechando a venda. Por primeiro deve-se desenhar o logotipo do produto que é o que distingui o produto dos demais, por segundo vem a designação e informações complementares do produto que objetivam na venda, depois os textos complementares explicando sobre a empresa, o produto e a forma de uso, e por fim os textos legais e obrigatórios de uma embalagem obedecendo as normas e legislação. (MESTRINER, 2002)

2.2.13 Legislação

O desenvolvimento de projetos de embalagens no Brasil deve atender o Código de Defesa do Consumidor e obedecer à legislação específica para cada


49 categoria de produto, matéria prima empregada, etc., voltada, não só para o projeto e produção, mas também para a defesa da saúde do consumidor, do meio ambiente e do planeta, podendo ser encontrada na forma ilimitada de Leis, Portarias, Instruções Normativas e Resoluções. (vide Anexo II)

A Portaria número 42, de 13 de janeiro de 1998, do Ministério da Saúde, trata da rotulagem de alimentos, cujo objetivo principal é proteger os consumidores de declarações abusivas ou infundadas que possam induzi-lo ao erro. Através dos rótulos, é possível comparar os produtos na hora da compra, no que se refere à qualidade, preço, ingredientes etc.

Segundo LUÍS PEREIRA (2003), os produtos devem receber rótulos. Mesmo que os fabricantes prefiram rótulos simples, a legislação exige informações adicionais de identificação (por exemplo, “maça argentina”), classificação (“leite B”), descrição (quem fabricou, em que, onde, quando, o que contém, como usar e como deve ser usado com segurança) e promoção (excelência no design gráfico).

No Brasil, além da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas que é o foro normativo responsável pela elaboração das normas técnicas para o setor industrial, existem ainda o Comitê de Embalagem e Acondicionamento (CB-23) que representa o setor, a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão importante no desenvolvimento de embalagens, principalmente de alimentos e medicamentos e o IMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial, órgão que supervisiona e regulamenta unidades de medida, métodos de medição e seus respectivos instrumentos.

O Código de Defesa do Consumidor, nos itens que tratam de crimes nas relações de consumo, prevê o enquadramento de problemas com produtos a granel, podendo o fornecedor responder a inquérito policial se não cumprir as normas sanitárias e quando o produto causar danos à saúde, bastando para tanto, que o consumidor registre denúncia nos Órgãos de Vigilância Sanitária, Delegacias de


50 Consumo ou Órgãos de Proteção, passível inclusive, de indenização por dano material, quando ocorrer prejuízo à saúde, ou até mesmo por danos morais.

2.3

2.3.1

ALIMENTO NATURAL E INTEGRAL

Definições

Conforme o Banco de Alimentos e Colheita Urbana, onde oferece noções básicas sobre alimentação e nutrição (SESC): Alimentos são substâncias que visam promover o crescimento e a produção de energia necessária para as diversas funções do organismo. Sem alimento, em quantidade e qualidade adequadas, elevam-se os riscos do desenvolvimento de doenças em nosso organismo. Nutrientes substâncias que estão presentes nos alimentos, e que são absorvidas pelo organismo, sendo indispensáveis para o seu funcionamento. Os nutrientes são: proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais.

2.3.1.1 Alimentos Naturais

De acordo com o Aurélio, natural é o que é produzido pela natureza, é o que segue a ordem regular das coisas, sem intervenção do homem.

Segundo REZENDE (2006) “Alimentos naturais são aqueles produzidos pela natureza. Eles fornecem as substâncias necessárias para o perfeito funcionamento do organismo e sua defesa, que está programado para recebê-los, digeri-los, absorvê-los e eliminar o que não serve.”


51 A expressão “natural” é usada erroneamente no dia a dia pelas pessoas para todos os alimentos, quando na realidade somente aqueles que são cultivados pela natureza e que não necessitam de outro componente químico é que deveriam ser chamados de naturais.

2.3.1.2 Alimentos Integrais

Para que um alimento seja chamado de integral é necessário que ele não passe por nenhum processo de beneficiamento ou refinamento que altere sua estrutura, ou seja, as películas que envolvem os grãos, ricas em nutrientes, vitaminas e minerais devem permanecer intactas.

Os alimentos integrais ricos em fibras são importantes para se ter uma dieta saudável, pois além de ajudar a reduzir os níveis de colesterol no sangue, podem diminuir o risco de doenças cardíacas, combater o câncer, diabetes, a obesidade, entre outras, bem como favorecer para o bom funcionamento do intestino.

2.3.1.3 Alimentos Funcionais

São considerados alimentos funcionais aqueles que além de serem nutritivos, produzem também efeitos benéficos à saúde humana. Como possuem componentes ativos são considerados promotores da saúde, ajudando a previr ou reduzir os riscos de doenças, como câncer, diabetes, cardiovasculares, hipertensão, entre outras, sendo inclusive usados como medicamentos para tratar algumas doenças crônicas.


52 2.3.1.4 Alimentos a granel

Os produtos comprados a granel, pelo fato de poderem ser adquiridos na quantidade exata que se precisa, de serem tocados, cheirados e até mesmo mastigados, são bem aceitos pelos consumidores.

Os consumidores até se sujeitam a pagar um pouquinho mais caro por esses produtos, por serem grãos selecionados, por terem qualidade e escolhidos manualmente.

Na hora da compra é muito importante se observar o aspecto de cada produto, pois no armazenamento e manipulação, os alimentos abertos ficam sujeitos a microorganismos e modificações químicas.

Alguns grãos vendidos a granel, como café, feijão e arroz, quando expostos à umidade podem acumular fungos e, no caso do amendoim, surgir microorganismos produtores de toxinas que causam hepatite, danos ao sistema nervoso e até câncer no fígado.

A ANVISA adverte quanto à escolha por produtos a granel devido aos riscos biológicos e químicos, como proliferação de bactérias, vírus e toxinas e outras formas de contaminação, além dos riscos físicos, como corpos estranhos misturados nos recipientes, pois quando a aparência não é boa é fácil de ver, o problema está naquilo que não enxergamos.

Uma boa maneira de se fugir das complicações e garantir a saúde é comprar sempre de fornecedores conhecidos, que estão atentos às reclamações, que conheçam bem o produto e não se neguem de fornecer informações.


53 2.3.2

A importância do Alimento Natural e integral

Existe uma relação direta entre nutrição, saúde e bem-estar físico e mental do indivíduo. As pesquisas comprovam que a boa alimentação tem um papel fundamental na prevenção e no tratamento de doenças.

Sendo assim, o significado de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é o seguinte: “A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doenças e enfermidades.”

Os alimentos naturais e integrais quando consumidos regularmente são importantes para se prevenir e combater doenças como obesidade, hipertensão, diabetes, câncer, doenças cardíacas, entre outras.

O consumo regular de cereais integrais também reduz as variações nas taxas de açúcar no sangue e suas indesejáveis conseqüências, como o cansaço e dificuldade de concentração, bem como ajudam a moderar a absorção de gordura pelo intestino.

Os cereais por serem uma fonte natural de energia vital, energia química, gorduras essenciais, vitaminas, proteínas e microminerais, são considerados os alimentos mais importantes para a nutrição humana.


54 2.3.3

O significado das cores dos alimentos

As substâncias responsáveis pelas cores dos alimentos são os pigmentos, que além de colorir, previnem e protegem o organismo contra doenças infecciosas.

Os alimentos brancos, como leite, arroz, banana, queijo e batata, são ricos em cálcio e potássio, minerais estes importantes para o funcionamento do organismo porque ajudam na formação e manutenção dos ossos, regulação dos batimentos cardíacos e fundamentais para o sistema nervoso e funcionamento dos músculos. Os alimentos vermelhos como o morango, tomate, melancia, caqui, goiaba vermelha, framboesa e cereja, apresentam esta coloração devido a uma substância chamada licopeno que tem o poder antioxidante e age contra o aparecimento de câncer de próstata. Estes alimentos possuem também outra substância chamada antocianina com papel importante na circulação sanguínea.

Os alimentos amarelos, como o mamão, a cenoura, a manga, a laranja, a abóbora e o pêssego são ricos em vitamina B-3 e ácido clorogênico e possuem substâncias que ajudam a manter o sistema nervoso saudável e também na prevenção do câncer de mama. Este alimentos também possuem o beta-caroteno, um antioxidante que ajuda a proteger o coração.

Nos alimentos arroxeados/azulados como a uva, a ameixa, o figo, a beterraba ou repolho-roxo são encontrados o ácido elágico, substância que retarda o envelhecimento e neutraliza as substâncias cancerígenas antes mesmo delas alterarem o código genético e a substância denominada antocianina, um tipo de pigmento associado à presença da vitamina B1, cuja falta pode levar à perda de apetite, redução do peso e até à anorexia.


55 Os alimentos verdes, como os vegetais folhosos, o pimentão, o abacate, o salsão e as ervas contêm clorofila e vitamina A, substâncias que têm as funções de desintoxicar as células, inibir os radicais livres, proteger o cabelo e a pele, melhorar o sistema imunológico, além de ter efeito anticancerígeno e ajudar a proteger o coração e os ossos.

Os alimentos marrons como amêndoas, amendoim, arroz integral, aveia integral, canela, castanha, centeio, cevada, feijão, lentilha, nozes, pão integral, pinhão, soja, tamarindo e trigo são ricos em fibras e vitaminas do complexo B e E, sendo que essas substâncias e nutrientes são importantes para o funcionamento do organismo, pois melhoram o funcionamento do intestino, combatem a ansiedade, a fadiga e a depressão, bem como previnem o câncer e as doenças cardiovasculares.

Portanto, as cores dos alimentos desempenham um papel fundamental para a saúde humana, quanto mais colorido for o prato, mas equilibrada será a alimentação.

2.4

ERGONOMIA

A IEA2 - Associação Internacional de Ergonomia adota a seguinte definição: A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.

2

IEA é uma federação de quarenta e duas organizações de ergonomia em todo o mundo. Fazem parte da IEA, a Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO e a Associação Portuguesa de Ergonomia – APERGO.


56 2.4.1

Ergonomia Física

Foi estudado tipos de manejos e pegas para que a embalagem seja ajustada ao tamanho da mão de cada usuário.

Segundo IIDA (2005), manejo é uma forma particular de controle, onde são utilizados os dedos e a palma das mãos, com a finalidade de manipular alguma coisa. Em relação à força, a velocidade e a precisão colocada na realização de certas tarefas são definidos dois principais tipos de manejos, o fino e o grosseiro.

No manejo fino a execução das tarefas é feita com as pontas dos dedos, é uma tarefa caracterizada pela grande precisão e pouca velocidade. Já no manejo grosseiro a tarefa é executada com a palma da mão, com movimentos realizados pelo punho e pelo braço; transmitindo força maior com pouca velocidade e pouca precisão. Os dois tipos de manejos estão relacionados com o movimento de pega, o que influencia no desempenho no sistema homem-máquina. A pega pode ser classificada em dois tipos, geométricas, tem maior flexibilidade de uso e pouca superfície de contato com as mãos; e a antropomorfa, que apresenta uma superfície arredondada, com lugar para encaixe da palma da mão, dos dedos ou pontas dos dedos.

2.4.2

Ergonomia Informacional

A ergonomia informacional trata de melhorar a transmissão e recepção de informações que ocorre com o ser humano em diversas situações do seu cotidiano.


57 Segundo IIDA (2005, p. 257): A informação captada pelo organismo humano é conduzida até o seu sistema nervoso central, onde ocorre a decisão. A ergonomia moderna estuda principalmente os sistemas onde há predominância dos aspectos sensoriais (percepção e processamento de informações) e de tomada de decisões. Isso envolve o processo de captação de informações (percepção), armazenamento (memória) e seu uso no trabalho (decisão).

Existem diversas funções do organismo humano que interessam a ergonomia como: a função neuromuscular, coluna vertebral, metabolismo, visão, audição e senso cinestésico. A visão é o órgão do sentido mais importante que existe e com ela é possível a captação e o armazenamento de informações. (IIDA, 2005)

2.5

2.5.1

PERCEPÇÃO VISUAL

Gestalt

O movimento gestaltista atuou principalmente no campo da teoria da forma, com contribuição relevante aos estudos da percepção, linguagem, inteligência, aprendizagem, memória, motivação, conduta exploratória e dinâmica de grupos sociais. A teoria da Gestalt extraída de uma rigorosa experimentação vai sugerir uma resposta ao porquê de umas formas agradarem mais e outras não. (GOMES FILHO, 2004, p. 18)

Na formação de imagens, os fatores de equilíbrio, clareza e harmonia visual são considerados indispensáveis consistindo em uma necessidade para o ser humano em qualquer tipo de manifestação visual como numa peça gráfica. (GOMES FILHO, 2004)

Para uma melhor compreensão da leitura visual de um objeto, a seguir estão alguns conceitos relacionados à Teoria da Gestalt:


58 a) forma: segundo Gomes Filho (2004, p. 41) “a forma pode ser definida como a figura ou imagem visível do conteúdo.”

A forma é o maior

diferencial que um objeto, ou embalagem, pode ter, pois é mais memorizável, mais fácil de comunicar, perceber e reconhecer a qualquer distância. Segundo MESTRINER (2002) [...] “sempre que houver espaço para a adoção de uma forma diferenciada, esta deverá ser buscada, pois nada expressa de maneira tão evidente a personalidade do produto.”

b) harmonia: “A harmonia é, em síntese, o resultado de uma perfeita articulação visual na integração e coerência formal das unidades ou partes daquilo que é apresentado, daquilo que é visto.” (GOMES FILHO, 2004, p. 51)

c) simplicidade: a simplicidade é um princípio do Design Gráfico que facilita na leitura e compreensão das mensagens visuais. “A tendência à simplicidade está constantemente em ação na nossa mente. Ele cria a organização mais harmoniosa e unificada possível. Quase sempre está associada à técnica da minimidade e da clareza.” (GOMES FILHO, 2004, p. 78). “Simplicidade sempre vence a complexidade.” (NIELSEN, 2000, p. 22).

d) unidades:

[...] “pode ser entendida como o conjunto de mais de um

elemento, configurando o “todo” propriamente dito, ou seja, o próprio objeto.” (GOMES FILHO, 2004, p. 29)

e) segregação: “segregação significa a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar unidades formais em um todo compositivo ou em partes deste todo.” (GOMES FILHO, 2004, p. 30)


59 f) fechamento: “figuras incompletas tendem a ser percebidas como completas. Fragmentos dessas figuras são completadas, reproduzindo objetos que tenham um significado.” (WERTHEIMER, 1923 apud IIDA, 2005, p. 293)

g) continuidade: para que haja uma boa continuidade, ou uma boa continuação é preciso de uma forma organizada e coerente, sem quebras, ou sem interrupções na sua fluidez visual. (GOMES FILHO, 2004)

h) proximidade: “Conjuntos de objetos ou figuras que se situam próximos entre si são fundidos entre si e percebidos como um conjunto único.” (WERTHEIMER, 1923 apud IIDA, 2005, p. 292)

i) semelhança: objetos ou figuras com formas semelhantes são percebidos como um conjunto. Há uma tendência de se perceber esses elementos similares como um grupo único. (WERTHEIMER, 1923 apud IIDA, 2005, p. 292). “A proximidade e a semelhança são dois fatores que muitas vezes agem em comum e se reforçam mutuamente, tanto para constituírem unidades como para unificar a forma.” (GOMES FILHO, 2004, p. 34)

j) simetria: segundo Dondis (1997) a simetria “é uma formulação visual totalmente resolvida, em que cada unidade situada de um lado de uma linha central é rigorosamente repetida do outro lado.” “Nós temos uma grande habilidade em descobrir simetrias em formas complexas. Esta é, provavelmente, a regra mais forte, pois está presente em quase todos os objetos e figuras consideradas mais belas e equilibradas.” (WERTHEIMER, 1923 apud IIDA, 2005, p. 292)

k) pregnância da forma: segundo Gomes Filho (2004, p. 37) “uma boa pregnância pressupõe que a organização formal do objeto, no sentido


60 psicológico, tenderá a ser sempre a melhor possível do ponto de vista estrutural.”

Quanto melhor e mais rápida for a leitura visual de um objeto maior será seu grau de pregnância; e quanto pior e mais demorado for a leitura visual de um objeto menor o seu grau de pregnância. (GOMES FILHO, 2004)

2.5.2

Percepção sígnica da embalagem

Quando recorremos à evolução dos sinais, chegamos facilmente à conclusão que eles sofreram diversas transformações, alterações, estilizações e até mesmo simplificações através dos séculos.

O setor de embalagem se utiliza de uma infinidade e diversidade de signos, símbolos, logotipos e sinais para melhor identificar os produtos, para que seu design interaja com o processo de compra e proporcione impacto visual aos consumidores.

Conforme Clotilde Perez (2004, p. 66): As embalagens, como objetos semióticos, são portadoras de informação, e, portanto, mídias, veículos de mensagens carregadas de significação. Nas embalagens, os planos, os espaçamentos e os materiais constituem-se como espaços privilegiados de significação e devem ser planejados e executados com essa perspectiva sígnica.

Os consumidores não confiam mais em produtos anônimos, por isso a necessidade de criação de uma identidade pelas empresas é questão de sobrevivência, de forma a permitir a conquista e manutenção de um lugar no mercado.


61 A garrafa da Coca-Cola é considerada a mais bem sucedida “forma” de publicidade mundial, pois sua clássica silhueta pode ser facilmente reconhecida, sendo inclusive considerada um dos fenômenos estilísticos do século XIX. A idéia era que a embalagem fosse reconhecida pelo tato e que seu formato fosse tão particular a ponto de ser identificável mesmo quando quebrada.

A embalagem da “Batata Rufflues”, representa toda a sensação de frescor que o produto possui. O próprio barulho das batatas, ao serem consumidas nos faz lembrar o som quando se abre o saco brilhoso e amarelo do produto.

Como a forma da embalagem pode ser a chave para identificação de um produto, a sua exploração acaba sendo uma importante ferramenta na construção da imagem deste produto.

3

METODOLOGIA DE PROJETO

Bruce Archer (apud NEGRÃO, 2008) define o design como um processo que consiste em selecionar os materiais corretos e dar-lhes forma para satisfazer as necessidades de função e estética, dentro das limitações dos meios de produção disponíveis.

A metodologia a ser utilizada será a de Archer (apud NEGRÃO, 2008), com algumas adaptações na ordem das suas etapas que foram necessárias para sua aplicação ao problema de projeto.

O detalhamento do que será desenvolvido em cada etapa do projeto segue apresentado abaixo:


62 1) Fase Analítica: conhecimento do caso e problema

É o momento inicial do projeto que consiste nas seguintes etapas: a) definição do problema e necessidade a ser resolvida; b) definição dos objetivos a serem alcançados e detalhamento do cronograma a ser seguido; c) elaboração do briefing; d) realização de pesquisa de campo, pesquisa explorativa em sites, levantamento fotográfico e entrevistas para a obtenção de informações relevantes, requisitos específicos e limitações do projeto.

2) Fase Criativa: elaboração de hipóteses e projeto

A fase criativa compreende: a) análise e síntese dos dados obtidos: análise de todas as informações obtidas nas pesquisas feitas como, por exemplo, a demanda e os concorrentes; b) geração do conceito de projeto; c) esboços preliminares: rascunhos, esboços, projetos do maior número de soluções possíveis; d) pré-seleção de idéias: momento de selecionar as idéias que mais atendem os requisitos do projeto; e) evolução dos esboços: onde se burila as idéias para que fiquem mais elaboradas e precisas na hora da escolha; f) seleção da alternativa: apresentação ao cliente e seleção da idéia que será aprimorada e finalizada para a produção; g) detalhamento do projeto: desenhos técnicos, especificações, materiais etc.


63 3) Fase Executiva: produção

a) execução de provas e testes: estudos que podem reconsiderar pesquisas de mercado, modelos etc; b) aprovação final do projeto: adaptações para apresentação ao público de interesse, tipos de embalagens desenvolvidas, quantidades, tamanhos etc; c) documentação

para

produção:

desenhos

técnicos,

manual

de

aplicação, memorial descritivo etc; d) produção final: pré-impressão, acabamentos e controle de qualidade; e) implantação do modelo: teste final de aceitação do projeto pelo público de interesse. Estabelecimento de um método para avaliação constante do desempenho do projeto e de atualizações como exigências dos consumidores, inovações tecnológicas entre outras.

4

4.1

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

O BRIEFING

Foi elaborado um briefing, que está anexado a este projeto em Anexo I. Desenvolvido em conjunto com a proprietária da empresa Vida Natural Emporium, para complementar ao projeto informações pertinentes ao produto, ao consumidor e ao ponto-de-venda.


64 4.1.1

Histórico da Empresa

A idéia de criação da empresa em estudo surgiu em razão de alguns familiares dos proprietários terem apresentado sérios problemas de saúde e pelo fato de acreditarem que os alimentos naturais integrais poderiam ajudar na cura do câncer e de outras doenças. Atualmente a empresa Vida Natural Emporium atua no mercado da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, com duas lojas especializadas em produtos naturais integrais e suplementos nutricionais vendidos tanto no varejo quanto no atacado, bem como inaugurou recentemente um restaurante que fornece a seus clientes uma alimentação saudável completa.

O diferencial da empresa está na venda de produtos naturais e integrais visando garantir qualidade de vida, bem-estar e vida saudável para seus consumidores.

Alguns produtos são oferecidos em grande quantidade para algumas empresas da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, bem como, para outras regiões do estado de Santa Catarina.

A empresa produz somente alguns produtos, na sua maioria a granel, tais como: barras de cereais, pães, congelados, bolos, biscoitos, sendo os demais, adquiridos de fornecedores.

Os produtos são repassados aos clientes sem nenhum tipo de identificação da empresa em sua embalagem, não ajudando dessa forma, a construir uma boa imagem da marca.

O produto na fábrica é acondicionado em grandes embalagens e exposto nas prateleiras da loja em pequenos potes para venda.


65 A empresa não se utiliza de qualquer espécie de propaganda para ofertar seus produtos no mercado, dificultando assim a expansão do seu negócio, e conseqüentemente o aumento do seu faturamento.

4.1.2

Os Produtos

Os produtos ofertados a granel pelas duas lojas da empresa em estudo são: cristalizados e desidratados, farináceos, oleaginosas, temperos, grãos e especiarias, e outros são ofertados já embalados, como os pães.

A seguir estão listados os produtos ofertados a granel na loja: • cristalizados e desidratados: uva passa (preta e branca), abacaxi cristalizado, abacaxi passas cristalizado, maça chips, ameixas, banana, banana cristalizada, laranja, laranja cristalizada, figo turco, coco (ralado, flocos e coco fita), cereja em calda, cereja glaceada, damasco glaceado, damasco, tâmaras, figo cristalizado, figo passa cristalizado, figo iraniano, pêra, kiwi passa cristalizado, maça passa cristalizada, frutas cristalizadas, medalhão de pêssego; •

farináceos (sem glúten): farinha de maracujá, farinha de banana, quinua real, kimaco de soja, fêcula de batata, fêcula de mandioca, amido de milho, farinha de soja integral, farinha preparada, fibra de pisilio;

oleaginosas: castanha do Pará (inteira, com casca, quebrada, com chocolate, caramelizada, xerem), castanha de barú, castanha de caju (com sal, sem sal, caramelizado), farinha de caju, amêndoa (com casca, crua, torrada com sal, confeitada branca e colorida), nozes


66 mariposa (inteira, quebrada, com casca), nozes pecan (inteira, com casca, quebrada), nozes macadâmia, pistache (com casca e sem casca), avelã sem casca, amendoim (caramelizado, cavalo, torrado com sal e sem sal); •

temperos:

curry,

páprica

doce,

cominho,

cordamomo,

canela,

manjericão, anis, coentro grão, cravo flor, alho (flocos, granulado), orégano, alecrim, açafrão, urucum, ervas finas, endro, colorau, mostarda, pimenta calabresa, feno grego, noz moscada, gengibre, louro, salsa; •

grãos: ervilhas, feijão (branco, preto, vermelho, azuki, fradinho), soja, cevada, trigo, grão de bico, gergelim, gergelim preto, linhaça, lentilha, girassol, girassol com casca, trigo mourisco, quinua, arroz (integral agulha, integral cateto, integral misto, vermelho), amendoim cavalo, mostarda, guaraná, semente de abóbora, semente de abóbora sem casca;

especiarias: noz de cola, cardamomo, ginko bilora, fucus, levido de cereja, semente de mostarda, girassol, goma xantana, pólen de flores, castanha da índia, shitaki, gergelim torrado, ginseg brasileiro, marapuana, catuaba, funchi, cremor de tártaro, pó de ostras, gelatina, espinafre desidratado, lúpulo, pimentão liofilizado, alho em pó, tomate liofilizado, beterraba desidratada, amaranto, noz moscada, feno grego, fibra de maça, dolomita, guaraná em grão, urucum, cenoura desidratada.

Além dos produtos a granel a empresa fabrica e oferta em suas lojas os pães do tipo: fibra plus, pão de soja, pão 8 grãos, pão de centeio misto e pão de centeio puro, pão integral misto e pão integral puro, pão cuca de frutas e pão de aveia.


67 4.2

O ESTUDO DE CAMPO

4.2.1

Características do Mercado

Estima-se que o mercado de alimentos funcionais esteja em volta dos 60 bilhões de dólares no mundo, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), Carlos Gouvêa.

Segundo dados da Abenutri - Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais, atualmente o setor movimenta cerca de R$ 500 milhões por ano. Estima-se que só 5% da população brasileira, perto de 10 milhões de pessoas, consumam algum tipo de suplemento para equilibrar a alimentação. Atualmente, o mercado brasileiro possui 50 empresas regulamentadas e 1.200 pontos de venda. A expectativa é fechar 2009 com incremento de 45% no setor.

A cada dia os suplementos alimentares estão ganhando mais credibilidade entre os profissionais da área de saúde, tanto para auxiliar na terapia, quanto como medida preventiva, graças aos constantes investimentos na área de pesquisa de novos ingredientes e alimentos com propriedades funcionais. No mundo, estima-se que a indústria de suplementação movimenta cerca de U$ 100 bilhões, com crescimento médio de 20% ao ano, entretanto ainda há muito a crescer.

Por apresentar maior vida útil, de modo a facilitar a estocagem, bem como por ter sabor e textura mais agradáveis, os alimentos naturais cada vez mais vêm tendo aceitação no mercado.


68 4.2.2

Público de interesse

Visando solucionar as principais deficiências apresentadas no sistema de embalagens dos produtos naturais integrais vendidos a granel foi aplicado um questionário, que pode ser visto no Anexo III deste projeto, entregue a 30 clientes da loja.

Tanto as pessoas do sexo masculino, quanto do feminino costumam consumir produtos naturais integrais, incluindo as crianças, adultos e idosos.

Os adultos e idosos com idade entre 21 e 60 anos são os que mais consomem este tipo de produto, entretanto, as crianças também são consumidoras, principalmente para evitar e tratar problemas de obesidade.

Ente os produtos naturais disponibilizados para os consumidores pelas lojas, os mais consumidos são a proteína vegetal texturizada, a soja, cereais, arroz com chocolate, flocos de milho, grãos, biscoitos e granola.

As razões apontadas para compra e consumo de produtos naturais integrais são as mais variadas possíveis, entre as quais podemos destacar a busca pelo bem estar, a qualidade dos produtos, para regularizar o funcionamento do intestino, beneficiar a saúde do corpo humano em geral, sabor agradável, praticidade de consumo, baixo custo do alimento vendido a granel, durabilidade do produto, baixa vulnerabilidade a doenças, baixa caloria, dieta e substituir a carência de substâncias encontradas na carne, quando vegetariano.

Cabe ressaltar que a principal razão levantada para o consumo desses produtos foi a preocupação com a saúde, tanto na prevenção, quanto no tratamento de doenças.


69 A grande maioria de consumidores de produtos naturais integrais costuma se informar do assunto, muitos efetuando procura na internet e outros na hora da compra diretamente com os vendedores.

As embalagens influenciam os consumidores de produtos naturais integrais na sua decisão de compra das mais variadas formas, entre as quais foram apontadas o aspecto, a legibilidade, as informações necessárias como datas de fabricação e validade, por chamar a atenção, ser atraente, passar idéia de um produto de qualidade, guardar o alimento na própria embalagem e pela beleza.

Os consumidores costumam armazenar o produto após a abertura da embalagem nela própria, a qual acompanha o produto ou até mesmo em potes. Quanto à utilidade da embalagem após o consumo do produto, ficou evidenciado na pesquisa que todos os consumidores jogam na lixeira ou acabam usando como saco de lixo em algumas situações.

Após o questionário ser respondido e feitas algumas constatações sobre o público alvo, foi criado um painel semântico para visualizar melhor o público de interesse.


70

Figura 8 – Painel público de interesse. Fonte: Acervo pessoal.

4.2.2.1 Concorrentes

Como os produtos naturais e integrais são comercializados em lojas de fabricação própria, eles acabam não entrando em competição direta com seus concorrentes. Os produtos foram separados a partir do requisito localização, encontrados na região da Grande Florianópolis.

Não há concorrente localizado no mesmo bairro, o que acaba sendo uma vantagem concorrencial para as empresas que atuam na região estudada.


71 Empório Doll:

Empresa que tem sua loja instalada na região de Florianópolis, comercializa produtos na sua maioria a granel e alguns já pré-embalados.

Figura 9 – Embalagem Empório Doll. Fonte: Arquivo pessoal.

A empresa utiliza o sistema de pesagem em balança e com impressão da etiqueta. As informações contidas na etiqueta são: nome do produto, código de barras, peso, valor do kilo, tara, data de fabricação, data de validade e valor total do produto.

Para embalar os produtos, tanto os a granel, quanto os pães, são utilizados sacos plásticos transparentes, sendo o fechamento desses sacos, feito através de um simples nó ou até mesmo com etiqueta impressa, nos produtos a granel, e nos pães, com arames revestidos com plástico.

Para transportar os produtos são utilizadas sacolas plásticas.

Não há identificação da empresa nas embalagens e as sacolas plásticas, também sem identificação, são utilizadas para transporte.


72 Armazém & Cia:

Figura 10 – Embalagem Armazém & Cia. Fonte: Arquivo pessoal.

Localizada no município de Florianópolis, a empresa comercializa produtos naturais, na sua maioria ofertada a granel.

O saco plástico transparente é utilizado como embalagem pela empresa, sendo o fechamento desses sacos feito através de um simples nó ou até mesmo com a etiqueta impressa.

A etiqueta é impressa na própria balança e contém informações como: nome do produto, peso, preço por kilo, valor total do produto e código de barras.

Não há identificação da empresa nas embalagens e as sacolas plásticas, também sem identificação, são usadas como embalagem de transporte.


73 Naturalles:

Figura 11 – Embalagem Naturalles. Fonte: Arquivo pessoal.

A empresa Naturalles, localizada em Florianópolis, utiliza o sistema de pesagem do produto em balança sem a impressão de etiqueta, o que acaba deixando o cliente sem informações essenciais como a identificação do produto e da própria empresa.

O saco plástico transparente é utilizado como embalagem pela empresa, sendo o fechamento desses sacos, feito através de um simples nó.

Na hora do pagamento, o cliente é encaminhado ao caixa e lá recebe a informação do valor total a ser desembolsado pelo produto.

Não é fornecido ao consumidor qualquer tipo de embalagem para transporte do produto.


74 Empório Natural:

Figura 12 – Embalagem Empório Natural. Fonte: Arquivo pessoal.

A empresa para o qual o projeto se destina, está localizada no município de São José, vizinho a Florianópolis, comercializa produtos naturais, na sua maioria ofertada a granel.

A embalagem utilizada pela empresa é o saco plástico transparente, sendo o fechamento desses sacos, feito através de um simples nó.

As poucas informações sobre o produto como nome, peso e valor a ser pago são escritas a caneta na própria embalagem.

Para o transporte dos produtos, a empresa fornece aos clientes sacolas plásticas sem identificação.


75 Mundo Verde:

Figura 13 – Embalagem Mundo Verde. Fonte: Arquivo pessoal.

Empresa instalada em Florianópolis, utiliza o sistema de pesagem em balança com impressão da etiqueta. As informações contidas na etiqueta são: nome do produto, código de barras, peso, valor do kilo, tara, data de fabricação, data de validade e valor total do produto.

Para embalar os produtos a granel são utilizados sacos plásticos transparentes. O fechamento desses sacos plásticos é feito através de um simples nó ou até mesmo com a etiqueta impressa.

Não há qualquer identificação da empresa em suas embalagens e as sacolas plásticas, também sem identificação, são utilizadas para transporte dos produtos.

Conforme ficou evidenciado, tanto os concorrentes como a empresa em estudo, utilizam o mesmo sistema para a pesagem dos produtos. As etiquetas de todas as empresas que as utilizam, são impressas pela balança e recebem as informações do produto, sendo que o acondicionamento e envase dos mesmos são similares.

Também ficou demonstrado que todas as empresas analisadas utilizam o saco plástico transparente comercializado em rolo no mercado e a etiqueta impressa


76 na balança para ofertar seus produtos, com exceção das empresas Naturalles e Empório Natural que não fazem uso de qualquer etiqueta.

Não foi encontrado qualquer tipo de embalagem e matéria prima utilizada para sua fabricação que diferencie e destaque as empresas no mercado. A embalagem não interfere no preço final do produto, por ser similar em todos os concorrentes. Não há disputa por preço dos produtos entre as empresas, pois os consumidores costumam procurar qualidade nos produtos e como as lojas comercializam seus próprios produtos e distantes uma das outras, normalmente os consumidores acabam não fazendo este tipo de comparação.

4.2.1

Ponto-de-venda

Em visita as duas lojas da empresa, foram registradas, por fotografias, o local onde são expostos os produtos.

Em ambas as lojas os produtos são acomodados em prateleiras, em bancadas e também no chão em cima de plataformas, e ordenados por categorias (grãos,

oleagenosas,

especiarias,

ervas

medicinais,

farináceos,

temperos,

cristalizados e desidratados). Mesmo organizados por categorias, a leitura visual do local é bastante confusa, devido à variedade de cores dos produtos colocados um ao lado do outro.


77

Figura 14 – Loja do centro de Florianópolis. Fonte: Arquivo pessoal.

O armazenamento dos produtos se dá através de potes de plástico transparente de diversos tamanhos, onde é possível a visualização das cores, formas, integridade e qualidade do produto. A forma com que os produtos são armazenados, não garante ao consumidor a proteção correta contra mofo, bactérias, contaminações, deformações físicas ou químicas, etc.

Existe uma dificuldade na visibilidade de identificação e informações do produto colocadas nas etiquetas e coladas nos potes. As etiquetas contêm informações como: fabricação, validade, identidade visual da empresa, nome do produto, preço por quilo, tabela nutricional e número do código do produto.

5

5.1

FASE CRIATIVA

ESTRATÉGIA DE DESIGN


78 5.1.1

Requisitos de Projeto

Após o estudo de campo, foram listados os requisitos e as necessidades que o design de embalagem deve atender: • Melhorar a comunicação da empresa e dos produtos em relação ao consumidor; • Projetar pensando no meio ambiente e no fim de vida das embalagens; • Inovar em relação aos seus concorrentes e à embalagem atual; • Satisfazer o cliente com custos compatíveis com suas vantagens e benefícios; • Substituir o plástico por outros materiais ecologicamente corretos.

5.1.2

Conceito

Palavras-chave: sustentabilidade; artesanal; produtos naturais.

Caracterizar basicamente pela simplicidade e com um toque bastante artesanal, de forma a preservar a relação com os produtos naturais a serem embalados; considerar a necessidade de conservação dos recursos naturais e a minimização de impactos ambientais, indo de encontro à consciência universal, que clama por produtos ecológicos.


79 5.2

O DESENHO

Com base no conceito e análises efetuadas, foram apresentadas alternativas visando suprir as necessidades e requisitos de projeto, para se chegar às alternativas finais. Posteriormente foram desenvolvidos esboços, evoluções e estudos para definição das diversas alternativas de embalagens.

5.2.1

Etiqueta

5.2.1.1 Esboços Preliminares

Os primeiros esboços fazem referência às categorias de produtos ofertados

pela

empresa,

como:

grãos,

temperos,

farináceos,

oleaginosas,

cristalizados e desidratados e especiarias. As informações, como data de validade, valor, peso, identificação da empresa e do produto são essenciais ao consumidor.


80

Figura 15 – Primeiros esboços. Fonte: Acervo pessoal.

5.2.1.2 Evolução do Projeto

Na evolução 1 (Figura 16), foram estudados formas, ícones, símbolos e cores para cada categoria de produto. Primeiramente foi escolhida a forma da etiqueta em círculo e folha, simbolizando grãos, sementes e ervas, dando ênfase às formas da natureza e dos produtos naturais.


81

Figura 16 – Evolução 1. Fonte: Acervo pessoal.

Posteriormente, foi realizado um estudo aprofundado para a textura da etiqueta, onde grãos, folhas e círculos representam cada categoria de produtos.

Figura 17 – Evolução 2. Fonte: Acervo pessoal.


82 Após algumas alternativas digitalizadas, foram desenvolvidos modelos em origami com diferentes formatos, objetivando hierarquizar as informações, sendo esses com a capacidade de mostrar o bonito (informações necessárias) e esconder o feio (informações secundárias).

Figura 18 – Evolução 3 - modelos. Fonte: Acervo pessoal.

Após a realização do estudo de formas, optou-se pela alternativa do modelo em folha, que além de ser um elemento da natureza, representa todos os produtos ofertados a granel pela empresa.


83

Figura 19 – Evolução 4 - digitalizada. Fonte: Acervo pessoal.

Antes mesmo da escolha das cores, foram estudados alguns tipos de papéis tidos como ecologicamente corretos. O papel semente selecionado como ideal para o projeto é totalmente reciclável, artesanal e biodegradável e não envolve qualquer processo químico em sua fabricação. Durante sua fabricação no processo de reciclagem o referido papel recebe diversas sementes, introduzidas no seu corpo, permitindo inclusive que seja plantado depois de utilizado.

Um detalhe importante para o desenvolvimento do projeto foi a escolha do carimbo como forma de aplicar toda a linguagem visual nas etiquetas. É entendido para o projeto como um estímulo à criatividade e resgate de toda uma história de milhares de anos. Além do baixo custo, reduz a geração de resíduos industriais e apresenta processo de fabricação bastante eficiente e rápido.

Definida a escolha do papel, foi realizado um estudo de cores (Figura 20) visando à aplicação das informações de toda a linguagem visual, onde ficou evidenciado que a cor preta se destacou melhor na etiqueta.


84

Figura 20 – Estudo de cores. Fonte: Acervo pessoal.

Para que houvesse legibilidade e visibilidade entre a cor do papel utilizado e a cor da fonte contida na etiqueta, foi realizado um estudo tipográfico (Figura 21), visando estudar também a viabilidade para a aplicação do carimbo. Foi escolhida então a fonte Candela Bold sem serifa, expressando dessa forma modernidade e originalidade de estilo natural e artesanal à embalagem.


85

Figura 21 – Estudo tipográfico. Fonte: Acervo pessoal.

5.2.1.3 Alternativa Final

Mostrando inovação e criatividade a etiqueta com dimensão 17x9,5cm, é apresentada em forma de folha com a técnica em origami, hierarquizando as informações, sendo que as mais importantes e relevantes aparecem no exterior da etiqueta (nome do produto e textura) e as informações secundárias no seu interior (informações do benefício e uso do produto, peso, valor, validade e marca da empresa).


86 O

papel

do

tipo

“semente”

na

cor

pardo,

escolhido

para

o

desenvolvimento das etiquetas, em substituição a outros componentes ou substâncias que contenham materiais poluidores e tóxicos como o adesivo, propicia e favorece o consumo consciente, se transformando num diferencial no que diz respeito à sustentabilidade e responsabilidade eco-social, tanto para o consumidor, quanto para as empresas.

Como forma de representação das etiquetas para todos os produtos, optou-se pela escolha de um produto para cada categoria.

Cristalizados e desidratados – damasco:

Figura 22 – Etiqueta fechada. Fonte: Acervo pessoal.


87

Figura 23 – Etiqueta aberta. Fonte: Acervo pessoal.

Grãos - arroz integral:

Figura 24 – Etiqueta fechada. Fonte: Acervo pessoal.


88

Figura 25 – Etiqueta aberta. Fonte: Acervo pessoal.

Temperos – curry:

Figura 26 – Etiqueta fechada. Fonte: Acervo pessoal.


89

Figura 27 – Etiqueta aberta. Fonte: Acervo pessoal.

Oleaginosas - castanha do Pará:

Figura 28 – Etiqueta fechada. Fonte: Acervo pessoal.


90

Figura 29 – Etiqueta aberta. Fonte: Acervo pessoal.

Especiarias – urucum:

Figura 30 – Etiqueta fechada. Fonte: Acervo pessoal.


91

Figura 31 – Etiqueta aberta. Fonte: Acervo pessoal.

Farináceos - farinha de soja

Figura 32 – Etiqueta fechada. Fonte: Acervo pessoal.


92

Figura 33 – Etiqueta aberta. Fonte: Acervo pessoal.

Para que o consumidor conheça mais sobre o papel semente utilizado na confecção das etiquetas, foram colocadas informações sobre o mesmo no verso de todas as etiquetas.

Figura 34 – Etiqueta verso. Fonte: Acervo pessoal.


93 Com o desenvolvimento da etiqueta houve uma melhora sensível na imagem da empresa, bem como na forma de comunicação entre o produto e o consumidor.

Como a limitação do prazo estabelecido para a entrega do projeto impossibilitou

o

aprofundamento

das

informações

contidas

na

etiqueta,

especificamente no tocante ao detalhamento e levantamento das informações nutricionais de cada produto a granel, o referido estudo será desenvolvido futuramente. Apesar da não obrigatoriedade na legislação do uso das informações nutricionais em embalagens, ficou evidenciada que as mesmas são importantes e necessárias para o consumidor.

5.2.2

Embalagem em forma de cone

5.2.2.1 Esboços Preliminares

O desenvolvimento de esboços como caixas, cones, sacos, abertura e fechamento em zip e pirâmides como podem ser vistos na figura 35, foram importantes e relevantes para a evolução do projeto.


94

Figura 35 – Primeiros esboços. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 36 – Alternativa considerada. Fonte: Acervo pessoal.


95

O desenvolvimento da embalagem em formato de cone permitiu que fossem evidenciadas características tanto da forma orgânica, como ergonômica.

5.2.2.2 Evolução do Projeto

Sem a definição dos materiais e sistemas de abertura/fechamento da embalagem foi feita a primeira digitalização (Figura 37) da forma “cone” e da linguagem visual escolhida a partir dos primeiros esboços.

Figura 37 – Evolução 1 - digitalizada. Fonte: Acervo pessoal.

Após a primeira digitalização foi detectada a necessidade de melhoria no estudo da embalagem, sendo então elaborados os primeiros modelos (Figura 38), que

permitem

a

abertura/fechamento,

visualização bem

como

da se

forma ter

“cone”, uma

do

noção

seu da

sistema

de

capacidade

de

armazenamento, bem como se aplicar testes com diferentes materiais viáveis ao projeto.


96

Figura 38 – Evolução 2 - modelos. Fonte: Acervo pessoal.

Foram desenvolvidos diversos modelos na forma de cone utilizando vários tipos de papel, onde ficou demonstrada a viabilidade na fabricação da embalagem.

Para o seu fechamento foi analisada a possibilidade de se utilizar grampos, cordas, adesivos e algumas formas de encaixe como origami, mas optouse por fazer o fechamento através da etiqueta desenvolvida.

Figura 39 – Evolução 3 – modelo considerado. Fonte: Acervo pessoal.


97 5.2.2.3 Alternativa Final

A forma orgânica e ergonômica facilita o manuseio e pega da embalagem.

Com relação à quantidade de produtos naturais mais consumida pelos clientes optou-se por adotar três diferentes tamanhos, com dimensões 19,5x19cm para capacidade de 300g, 28,5x28cm para capacidade de 0,5kg e 35,5x35cm com capacidade para 1kg.

Abaixo pode ser observado o protótipo do modelo considerado (figura 40) como alternativa final.

Figura 40 – Alternativa final – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.

A embalagem desenvolvida somente para o transporte do produto é fabricada artesanalmente. Além do trabalho artesanal ser modismo, e conferir um


98 valor diferenciado ao produto, reduz o processo e o custo de fabricação e ainda tem a estocagem facilitada.

O papel utilizado será o craft 80g/m2, de cor pardo-escuro, feito com pastas de madeira tratada pelo sulfato de sódio que dá resistência e força ao mesmo. É visto no projeto como um material de menor impacto ao meio ambiente e o mais importante, é reciclável e sustentável. Com a substituição de componentes ou substâncias que contenham materiais poluidores e tóxicos, como as contidas no saco plástico, o tipo de papel escolhido reduz o fim de vida da embalagem.

A cor pardo-escuro do papel está associada a elementos materiais, como a terra, e a elementos afetivos, como a resistência. (FARINA, 2006)

5.2.3

Embalagem para Pães

5.2.3.1 Esboços Preliminares

O desenvolvimento de esboços como caixas, sacos, sistemas de abertura e fechamento como podem ser vistos na figura 41, também foram importantes e relevantes para a evolução do projeto.


99

Figura 41 – Esboços – embalagem do pão. Fonte: Acervo pessoal.

5.2.3.2 Evolução do Projeto

Antes das alternativas serem digitalizadas, foram desenvolvidos modelos que visualizassem melhor a forma e a capacidade de armazenamento para a embalagem. Entre os diferentes tipos de papel estudados, foi dado preferência ao tipo craft, em substituição ao material plástico.


100

Figura 42 – Evolução 1 – modelos. Fonte: Acervo pessoal.

A partir dos modelos e da escolha das informações necessárias foram então digitalizadas as alternativas mais coerentes com o projeto. Com a textura já definida pela criação da etiqueta, foram feitos ajustes na disposição das informações contidas na frente e no verso da embalagem, como podem ser percebidos nas figuras 43 e 44.


101

Figura 43 – Evolução 2. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 44 – Evolução 3. Fonte: Acervo pessoal.

Após os ajustes efetuados na disposição das informações partiu-se para o estudo de cores (figura 45), onde foram selecionadas apenas as que estão relacionadas ao conceito do projeto.


102

Figura 45 – Estudo de cores. Fonte: Acervo pessoal.

A fonte Candela Bold na cor preta, adotada para a embalagem do pão, foi a mesma utilizada anteriormente na linguagem visual da etiqueta, por ter boa legibilidade e visibilidade em relação a cor do papel.

5.2.3.3 Alternativa Final

Após a geração de várias alternativas e a criação de diversos modelos a nova embalagem é apresentada na forma retangular e com abertura na parte superior para o envase do produto. Em sua parte frontal, se destacam o nome do


103 produto, a marca da empresa e a textura já definida pela criação da etiqueta. No verso, foram colocadas as informações necessárias ao consumidor, como benefício do produto, ingredientes, peso, valor, data de fabricação, data de vencimento e informações nutricionais.

O papel adotado para o desenvolvimento da embalagem para pães foi o do tipo craft 80g/m2, o mesmo utilizado na embalagem do tipo cone. Com dimensões 39x17,5cm e 8cm de cada lado, o papel utilizado transmite à embalagem resistência e força.

Figura 46 – Alternativa final. Fonte: Acervo pessoal.

Com aplicação também em carimbo, a cor escolhida foi o preto, o que garante mais legibilidade e visibilidade às informações.


104 O processo de fechamento da embalagem é feito através de corda de papel craft, na cor pardo-escuro, sendo este envolvido na embalagem.

Como a embalagem do tipo cone, esta também apresenta características de um produto artesanal.

Com a alternativa final, pode-se perceber um ganho na melhoria da imagem da empresa e na comunicação entre o produto e o consumidor.

5.2.4

Embalagem de Tecido - saco

5.2.4.1 Esboços Preliminares

Com o estudo de diferentes tipos de embalagens (figura 47) procurou-se atender o conceito de sustentabilidade e a necessidade de tornar a embalagem reutilizável e retornável.

Figura 47 – Primeiros esboços. Fonte: Acervo pessoal.


105

Figura 48 – Alternativa considerada. Fonte: Acervo pessoal.

Com a alternativa escolhida acima em forma de saco, foram realizados estudos com materiais ecologicamente corretos visando o transporte dos produtos e possíveis usos da embalagem.

5.2.4.2 Evolução do Projeto

A partir da alternativa escolhida acima foram adotados alguns modelos, em substituição às alternativas digitalizadas, para melhor estudar sua forma, o sistema de abertura e fechamento, os materiais viáveis ao projeto e a capacidade de armazenamento da embalagem.


106

Figura 49 – Evolução 1 - modelos. Fonte: Acervo pessoal.

Com o estudo de diferentes tipos de materiais, optou-se pelo algodão orgânico, como forma de proteger os recursos naturais, estimular à sustentabilidade, contribuindo para a saúde do meio ambiente e do planeta.

5.2.4.3 Alternativa Final

Além de causar menor impacto ambiental, a embalagem de algodão orgânico tem a função de ser reutilizada pelo consumidor, valorizando o fim de vida da embalagem e melhorando a imagem da empresa e do produto no mercado.

Com a escolha do saco de algodão orgânico e da etiqueta em papel semente e com sua linguagem visual já definida anteriormente, optou-se por representar a alternativa final através de um modelo conforme pode ser visualizado na figura 48.

Também usada nas embalagens do tipo cone e para pães, a corda de papel craft foi o material adotado para manter a embalagem devidamente protegida e com um toque bastante artesanal.


107

Figura 50 – Modelo considerado. Fonte: Acervo pessoal.

Como a embalagem em forma de cone, o saco tem três tamanhos diferentes, dimensão 29x22cm com capacidade para 1kg, dimensão 22x16 com capacidade para 0,5kg e com dimensão 40x35 com capacidade para 3kg.

5.2.5

Embalagem de tecido - sacola

5.2.5.1 Esboços Preliminares

Foram desenvolvidos alguns esboços e analisados diferentes tipos de materiais, bem como desenhadas algumas estampas que fossem coerentes com o conceito do projeto.


108

Figura 51 – Esboços - sacola. Fonte: Acervo pessoal.

5.2.5.2 Evolução do Projeto

Pensando na redução de custo com a fabricação da sacola, optou-se por fazer uso de um modelo já existente no mercado e inovar somente na estampa e no tipo de material utilizado.

Na estampa da sacola, primeiramente foi dado ênfase à marca da empresa (figura 52), entretanto, por haver resistência entre os consumidores em adquirir produtos com destaque excessivo da marca em suas embalagens para transporte, optou-se por enfatizar a estampa da textura adotada nas etiquetas e na embalagem do pão. Dessa forma, a marca da empresa foi colocada na parte frontal e inferior da sacola deixando assim a estampa em evidência.


109

Figura 52 – Evolução 1. Fonte: Acervo pessoal.

Na figura 53 pode ser observada a evolução distributiva da estampa, bem como a marca da empresa na sacola.

Figura 53 – Evolução 2. Fonte: Acervo pessoal.

Foi desenvolvido um estudo de cores para a estampa, onde as cores testadas variam entre marrom, verde, branco, preto e vermelho, como pode ser observado na figura 53.


110

Figura 54 – Estudo de cores. Fonte: Acervo pessoal.

Foram também estudados diferentes tipos de materiais, como os tecidos ecologicamente corretos, mas a opção foi pelo algodão orgânico, já utilizado na embalagem de tecido – saco.


111 5.2.5.3 Alternativa Final

Com dois tamanhos diferentes, a sacola maior apresenta dimensão 48x38cm com 10cm de fundo e 60cm de alça, e a menor com dimensão 28x30cm com 10cm de fundo e 40cm de alça. A idéia de tamanhos diferentes para as sacolas está diretamente ligada à quantidade de produtos adquiridos pelos consumidores. Com o mesmo conceito da embalagem de tecido – saco, a sacola é um produto retornável e também sustentável, ajudando a eliminar completamente as poluentes sacolas de plástico.

Figura 55 – Alternativa final. Fonte: Acervo pessoal.

A estampa já utilizada na linguagem visual das outras embalagens tem como função principal identificar a empresa, bem como seus produtos.

Com a impressão em serigrafia e a utilização de tintas à base de água e com baixa emissão de compostos orgânicos (COVS), as duas cores de estampa escolhidas foram o verde e o preto. O verde com associação afetiva ao bem-estar e


112 a saúde traz uma tendência ao descanso e relaxamento. O preto uma cor básica, é símbolo de elegância e seriedade. Ambas têm boa visibilidade junto à cor do tecido, atraem e causam impacto, e possuem ainda a capacidade de seduzir o consumidor.

Com a mesma forma da etiqueta das outras embalagens, foi realizado um estudo para enfatizar as informações sobre o material utilizado na etiqueta (papel semente) e na sacola (algodão orgânico), evidenciando assim ainda mais o conceito de sustentabilidade junto ao consumidor.

Figura 56 – Etiqueta aberta. Fonte: Acervo pessoal.


113

Figura 57 – Etiqueta fechada. Fonte: Acervo pessoal.


114 6

FASE EXECUTIVA – DOCUMENTAÇÃO PARA PRODUÇÃO

Compreende a elaboração de desenhos técnicos visando à produção final das embalagens e o memorial descritivo, que analisa as diversas fases das embalagens projetadas.

6.1.1

Desenhos Técnicos

6.1.1.1 Etiquetas

Abaixo é possível visualizar o desenho técnico, tanto da etiqueta dos produtos, como da sacola.

Detalhes: Papel semente, aplicação das informações através de carimbo na cor preta.

Figura 58 – Faca etiqueta. Fonte: Acervo pessoal.


115

Figura 59 – Matriz carimbo – papel semente. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 61 – Matriz carimbo – produtos. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 60 – Matriz carimbo – algodão orgânico. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 62 – Matriz carimbo – valor/peso/validade. Fonte: Acervo pessoal.


116

Figura 63 – Matriz carimbo – textura e logo. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 64 – Matriz carimbo – frente emb. pão. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 65 – Matriz carimbo – verso emb. pão. Fonte: Acervo pessoal.


117 6.1.1.2 Embalagem em forma de cone

As figuras 66 e 68 possibilitam a vista superior e frontal do cone já fechado, já na figura 67 se tem a vista planificada do cone aberto antes de ser montado.

Detalhes: papel craft 80g/m², cor pardo-escuro, tamanho 195x190mm.

Figura 66 – Vista superior – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.


118

Figura 67 – Vista planificada – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 68 – Vista frontal – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.

Detalhes: papel craft 80g/m², cor pardo-escuro, tamanho 285x280mm.

Figura 69 – Vista superior – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.


119

Figura 70 – Vista planificada – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 71 – Vista frontal – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.

Detalhes: papel craft 80g/m², cor pardo-escuro, tamanho 355x350mm.

Figura 72 – Vista superior – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.


120

Figura 73 – Vista planificada – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 74 – Vista frontal – emb. cone. Fonte: Acervo pessoal.

6.1.1.3 Embalagem para pães

Na figura 75 é possível se ter a vista planificada da embalagem do pão ainda aberta antes de ser montada, já nas figuras 76 e 77 tem-se a vista frontal e lateral da embalagem fechada, sem o produto em seu interior. Detalhes: papel craft 80g/m², cor pardo-escuro.


121

Figura 75 – Vista planificada – emb. pão. Fonte: Acervo pessoal.


122

Figura 76 – Vista frontal – emb. pão. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 77 – Vista lateral – emb. pão. Fonte: Acervo pessoal.


123 6.1.1.4 Embalagem de tecido – saco

A seguir é apresentado o detalhamento do saco de tecido em suas três dimensões, onde a vista planificada é a do tecido antes de ser costurado, e a vista frontal a dele já costurado.

Detalhes: algodão orgânico 100%, cor crua, dimensão 220x160mm.

Figura 78 – Vista planificada – saco. Fonte: Acervo pessoal.


124

Figura 79 – Vista frontal - saco. Fonte: Acervo pessoal.

Detalhes: algodão orgânico 100%, cor crua, dimensão 290x220mm.

Figura 80 – Vista planificada – saco. Fonte: Acervo pessoal.


125

Figura 81 – Vista frontal - saco. Fonte: Acervo pessoal.

Detalhes: algodão orgânico 100%, cor crua, dimensão 400x350mm.

Figura 82 – Vista planificada – saco. Fonte: Acervo pessoal.


126

Figura 83 – Vista frontal - saco. Fonte: Acervo pessoal.

6.1.1.5 Embalagem de tecido – sacola

Detalhes: algodão orgânico 100%, cor crua, tamanho 480x380mm.


127

Figura 84 – Vista frontal – sacola maior. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 85 – Vista lateral – sacola maior. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 86 – Vista inferior – sacola maior. Fonte: Acervo pessoal.


128

Figura 87 – Molde para impressão – sacola maior. Fonte: Acervo pessoal.

Detalhes: algodão orgânico 100%, cor crua, tamanho 480x380mm.


129

Figura 88 – Vista frontal – sacola menor. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 89 – Vista lateral – sacola menor. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 90 – Vista inferior – sacola menor. Fonte: Acervo pessoal.


130

Figura 91 – Molde para impressão – sacola menor. Fonte: Acervo pessoal.

6.1.2

Memorial Descritivo

6.1.2.1 Função estético-formal

Com relação à apresentação visual, aparência e organização visual da forma em todas as embalagens, há predomínio de linhas mistas, que buscam equilíbrio e certa dosagem na forma, tanto com linhas geométricas, como com linhas orgânicas.

Princípios da Gestalt: Há uma harmonia entre as embalagens, por apresentarem uma harmonia em sua linguagem visual, podendo ligar um produto ao outro, mesmo sendo diferentes.


131 “A harmonia é, sem síntese, o resultado de uma perfeita articulação visual na integração e coerência formal das unidades ou partes daquilo que é apresentado, daquilo que é visto.” (Gomes Filho, 2004, p. 51)

Materiais e acabamentos: • Etiqueta – feita com papel semente (figura 92), na cor pardo. Para aplicação das informações nela é usado o carimbo na cor preta (figura 92).

Figura 92 – Folhas de papéis semente. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 93 – Carimbos. Fonte: Acervo pessoal.


132 • Embalagem em forma de cone e embalagem para pães – feitas com papel craft 80g/m², na cor pardo-escuro.

Figura 94 – Papel craft. Fonte: Acervo pessoal.

• Sacola e saco de tecido – Embalagens feitas com algodão orgânico, na cor crua.

Figura 95 – Algodão Orgânico. Fonte: Acervo pessoal.

Visando reforçar ainda mais o estilo artesanal e natural dado às embalagens, utilizou-se a cor pardo-escuro do papel craft e a cor crua do algodão orgânico.


133 “A cor é a parte mais emotiva do processo visual. Possui uma grande força e pode ser empregada para expressar e reforçar a informação visual.” (Gomes Filho, 2004, p. 65)

6.1.2.2 Função simbólica

Simboliza a ligação total de todas as embalagens com a sustentabilidade, por utilizar materiais ecologicamente corretos. Ainda faz com que a empresa seja vista no mercado com seriedade, mostrando dessa forma sua preocupação com as pessoas, com o meio ambiente e com o planeta.

A linguagem visual usada nas embalagens faz com que o público de interesse compreenda claramente as informações contidas nas mesmas.

6.1.2.3 Função de uso

• Etiqueta: como função primária, informa ao consumidor sobre o produto, a empresa e o material empregado na sua confecção, isso no caso da embalagem tipo cone e do saco de tecido de algodão orgânico. Já a etiqueta da sacola tem a função de informar o consumidor sobre o material utilizado na sacola e na própria etiqueta. Como função secundária, ela pode ser plantada após ser utilizada, por conter sementes em seu corpo ou interior.


134 • Embalagem em forma de cone: tem a função de acondicionar e proteger o produto para transporte pelo consumidor, informar sobre o produto, identificar a empresa, bem como diferenciar dos concorrentes. • Embalagem para pães: tem a função primária de acondicionar e proteger o produto, e através da sua linguagem visual informa o consumidor sobre o produto, identifica a empresa, bem como se diferencia dos concorrentes. • Embalagem de tecido – saco: tem a função primária de acondicionar e proteger o produto, informar o consumidor sobre o produto e ainda ser reutilizável, sempre que necessário. • Embalagem de tecido – sacola: tem a função primária de transportar e proteger o produto adquirido na loja, identificar a empresa, bem como diferenciar dos concorrentes e ainda ser reutilizável, sempre que necessário.

6.1.2.4 Função ergonômica

6.1.2.5 Usabilidade

Nas etiquetas a hierarquização da informação foi estudada e ajustada para que o consumidor compreenda corretamente as informações do produto adquirido. Após seu uso ela pode ser picada e plantada em terra fértil e regada a cada dois dias para que a semente possa germinar em seu interior.


135

Figura 96 – Papel semente germinando. Fonte: Acervo pessoal.

A embalagem em forma de cone é de fácil uso devido ao seu material (papel craft) possibilitar dobras. Por ter 80g/m² o papel craft tem boa resistência, deixando o produto bem protegido e conservado. Tem ainda a vantagem de facilitar o trabalho do funcionário na hora do envase do produto.

A embalagem para pães, confeccionada em papel craft 80g/m², por apresentar boa resistência, garante ao consumidor proteção e a conservação do produto adquirido.

Embalagem de tecido – saco, por ser confeccionada com tecido de algodão de boa resistência, garante a proteção e a conservação do produto, podendo até mesmo de ser reutilizável, quando necessário.

Embalagem de tecido – sacola, também confeccionada em tecido de algodão, garante ao consumidor o transporte de produtos já acondicionados em outra embalagem, redobrando portanto, a proteção e a conservação dos mesmos, além de ser retornável.


136 6.1.2.6 Adequação biomecânica

Com relação às embalagens desenvolvidas, realizou-se a avaliação do manejo pelo consumidor perante o produto. • Embalagem em forma de cone: para que essa embalagem seja aberta, é preciso retirar a etiqueta colada e desdobrar a embalagem para se consumir o produto.

Figura 97 – Embalagem cone. Fonte: Acervo pessoal.

• Embalagem para pães: é necessário desamarrar a corda de cisal e desenrolar a embalagem para que o produto possa ser consumido.


137

Figura 98 – Embalagem para pães. Fonte: Acervo pessoal.

• Embalagem de tecido – saco: para que o produto possa ser consumido é preciso que a corda seja desamarrada.


138

Figura 99 – Embalagem saco de tecido. Fonte: Acervo pessoal.

• Embalagem de tecido – sacola: por não possuir sistema de abertura/fechamento, o consumidor tem acesso direto à embalagem que acondiciona o produto colocado em seu interior.


139

Figura 100 – Embalagem sacola. Fonte: Acervo pessoal.

6.1.2.7 Adequação cognitiva

A aceitação do produto por parte do usuário, com compreensão do seu funcionamento e da sua utilização foi bastante satisfatória, devido a sua simplicidade de manejo.

6.1.2.8 Função técnica

6.1.2.9 Sistema construtivo

Descrição da configuração das embalagens em suas diversas partes:


140 • Embalagem em forma de cone: cone e etiqueta.

Figura 101 – Partes embalagem em forma de cone. Fonte: Acervo pessoal.

• Embalagem para pães: saco de papel e corda.

Figura 102 – Partes embalagem para pães. Fonte: Acervo pessoal.

• Embalagem de tecido – saco: saco, corda e etiqueta.

Figura 103 – Partes embalagem saco de tecido. Fonte: Acervo pessoal.


141 • Embalagem de tecido – sacola: sacola, corda e etiqueta.

Figura 104 – Partes embalagem sacola. Fonte: Acervo pessoal.

6.1.2.10

Processos e fabricação

• Papel semente: resultante do processo de reciclagem de vários tipos de papéis, fabricado com inserção de sementes em seu corpo ou interior, podendo ser plantado após o uso, utilizado nas etiquetas. • Papel craft: produzido com pastas de madeira tratada pelo sulfato de sódio, utilizado na embalagem em forma de cone e na embalagem para pães. • Algodão orgânico: obtido em sistemas sustentáveis, mediante o manejo e a proteção dos recursos naturais, sem a utilização de agrotóxicos, adubos químicos ou outros insumos prejudiciais à saúde humana e animal e ao meio ambiente, usado nas embalagens dos tipos sacola e saco.


142 6.1.2.11

Função informacional

• A etiqueta do produto, utilizada na embalagem em forma de cone e no saco de tecido contém o nome do produto, informações do benefício e/ou uso do produto, peso, valor, validade, marca da empresa, informação do material usado na etiqueta e textura. • A embalagem para pães contém o nome do produto, marca da empresa, textura, informações necessárias ao consumidor, como benefícios do produto, ingredientes, peso, valor, data de fabricação, data de vencimento e informações nutricionais. • A sacola de tecido para transporte contém estampa e a marca da empresa. • A etiqueta da sacola contém informações sobre o material utilizado na etiqueta e na sacola, marca da empresa e textura.

6.1.2.12

Função de marketing

• O mercado é considerado regionalizado, face à empresa possuir lojas apenas na região da Grande Florianópolis. • Seu sistema de vendas funciona tanto no varejo, como no atacado. • O ponto de venda se concentra em lojas especializadas. • A empresa não possui nenhum sistema de propaganda e marketing, ficando toda a comercialização por conta do “boca a boca”.


143 • O sistema de preços varia muito de um produto para outro, e como são vários, é gerado através da pesagem dos produtos na própria balança.

6.1.2.13

Função ecológica

Descrição do ciclo de vida de cada embalagem e/ou suas partes, demonstrando seu descarte ou reaproveitamento: • Etiquetas: plantio e corte da madeira – produção de papel – utilização do papel – descarte do papel – coleta para reciclagem do papel – reciclagem do papel – fabricação do papel semente – venda do papel semente – confecção da etiqueta em papel semente – utilização da etiqueta pelo consumidor – plantio do papel semente pelo consumidor – germinação da semente – florescimento da planta. • Embalagem em forma de cone: plantio e corte da madeira – produção do papel – distribuição do papel – compra do papel pela empresa – fabricação da embalagem em forma de cone – utilização da embalagem pelo consumidor – descarte da embalagem – coleta para reciclagem do papel – reciclagem do papel – diversos usos do papel reciclado. • Embalagem para pães: plantio e corte da madeira – produção do papel – distribuição do papel – compra do papel pela empresa – fabricação da embalagem do pão – utilização da embalagem pelo consumidor – descarte da embalagem – coleta para reciclagem do papel – reciclagem do papel – diversos usos do papel reciclado.


144 • Embalagem de tecido – saco: plantio da semente de algodão – colheita do algodão orgânico – fabricação do tecido de algodão orgânico – fabricação do saco de algodão orgânico – distribuição do saco para a empresa – utilização do saco pelo consumidor – reutilização do saco sempre que necessário. • Embalagem de tecido – sacola: plantio da semente de algodão – colheita do algodão orgânico – fabricação do tecido de algodão orgânico – fabricação da sacola de algodão orgânico – impressão da estampa na sacola, através de serigrafia – distribuição das sacolas para a empresa – utilização da sacola pelo consumidor – reutilização da sacola sempre que necessário.


145 7

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As exigências do mercado, expressadas pelos consumidores das mais variadas formas são cada vez mais evidentes e explícitas, obrigando o setor de embalagens a acompanhar estas mudanças.

A rotulagem para embalagens de produtos naturais é hoje entendida como uma importante atividade de prevenção e tratamento de problemas de saúde humana.

A ênfase ambiental adotada neste projeto, além de ajudar no marketing denominado positivo, acaba se tornando numa poderosa ferramenta para sensibilizar e conscientizar o consumidor quanto à redução de impactos ambientais e a conservação dos recursos naturais cada vez mais escassos.

Espera-se

que

com

a

implantação

do

modelo

de

embalagens

desenvolvidas neste projeto, onde o material plástico que foi solução para o mercado de embalagens por muitas décadas, está sendo substituído por produtos recicláveis e reutilizáveis, as principais deficiências apontadas em praticamente todos os atributos relacionados às funções fundamentais da embalagem na comercialização de produtos naturais integrais sejam equacionadas.

Da mesma forma, espera-se que o problema de comunicação da identidade e os diferenciais da empresa em estudo sejam solucionados, com as alterações processadas no rótulo das embalagens desenvolvidas.


146 8

FUTUROS ESTUDOS

Embora não façam parte do desenvolvimento deste trabalho, ficou bastante evidenciada a necessidade de se processar o redesign da marca da empresa em estudo, bem como dos potes utilizados para armazenar o produto na loja e ainda desenvolver um catálogo de todos os produtos comercializados pela mesma em datas futuras.

Entretanto, com o desenvolvimento das novas embalagens foi possível resolver as principais deficiências apresentadas pela empresa na comercialização de seus produtos, além do foco desse projeto servir para sensibilizar e conscientizar o consumidor quanto à redução de impactos ambientais, à conservação dos recursos naturais, bem como, do planeta. .


147 REFERÊNCIAS

ANVISA.

Legislação

em

Vigilância

Sanitária.

Disponível

em:

<http://www.anvisa.gov.br/e-legis/ >. Acesso em: 2 de setembro de 2009.

ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA

DE

EMBALAGEM.

Disponível

em:

<http://www.abre.org.br/>. Acesso em: 25 de agosto de 2009.

Banco de Alimentos e Colheita Urbana: Noções básicas sobre alimentação e nutrição. Rio de Janeiro: SESC/DN, 2003. 20 pág. (Mesa Brasil SESC. - Segurança Alimentar

e

Nutricional).

Programa

Alimentos

Seguros.

Convênio

CNC/CNI/SENAI/ANVISA/SESI/SEBRAE.

CARVALHO, Lays. Quanto vale sua embalagem. Disponível em <http:<www.designembalagens.blogspot.com>. Acesso em: 14 de agosto de 2009.

DIELINE,

The.

The

leading

package

design

blog.

Disponível

em:

<http://www.thedieline.com/blog/>. Acesso em: 14 de agosto de 2009.

FARINA, Modesto; PEREZ, Clotilde; BASTOS, Dorinho. Psicodinâmica das cores em comunicação. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Edgard Blücher, 2006.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI o dicionário da línguaportuguesa. São Paulo: Nova Fronteira: Lexicon Informática, s.d. Disponível em: <http://www1.uol.com.br/aurelio/ >. Acesso em: 5 setembro 2008.

GAVA, Altanir Jaime. Princípios de tecnologia de alimentos. São Paulo: Nobel, 1984. GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. Escrituras Editora. São Paulo, 2004.


148 ICOGRADA: International Council of Graphic Design Association. Disponível em: <http://www.icograda.org>. Acesso em: 9 de setembro de 2009.

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2005.

KAHNEY, Leander. A cabeça de Steve Jobs. Editora Agir.

KAZAZIAN, Thierry. Haverá a idade das coisas leves: design e desenvolvimento sustentável. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

MESTRINER, Fabio. Design de embalagem: curso avançado. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.

MÜLLER, M. 2002. Funcionalidade versus estética das embalagens. Revista Embalagem & Cia, maio, p. 20-22.

______. Design de embalagem: curso básico. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.

NEGRÃO, Celso; CAMARDO, Eleida. Design de embalagem – do marketing à produção. São Paulo: Novatec Editora, 2008.

NIEMEYER, Carla. Marketing no Design Gráfico. 3ª ed. 2AB: Rio de Janeiro, 2007.

NIEMEYER, Lucy. Tipografia: uma apresentação. 3ª ed. 2AB: Rio de Janeiro, 2003.

PALHARES, Marcos; ZARDO JR., Carlos. Embalagem: Prima-Pobre ou Ferramenta de Marketing? Disponível em: < http://www.embalagemmarca.com.br/ embmarca/content/view/full/4389 >. Acesso em: 12 de agosto de 2009.


149 PEREIRA, José Luis. Planejamento de embalagens de papel. Rio de janeiro: 2AB, 2003.

PEREIRA, Paulo E. A embalagem e o consumidor. Disponível em: <http://www.embalagemmarca.com.br/embmarca/content/view/full/4499>. Acesso em: 14 de agosto de 2009.

PEREZ, C. Signos da Marca. São Paulo: Thomson Pioneira, 2004.

REZENDE, Andre. O poder das ervas – vida natural. Ed. Ibrasa, 2006.

SPDESIGN - PROGRAMA SÃO PAULO DESIGN. 2003. São Paulo: Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.spdesign.sp.gov.br>. Acesso em 26 de setembro de 2009.

TAMBINI, Michael. O Design do Século. São Paulo: Editora Ática, 2004.


150 ANEXO I - Briefing

• •

Cliente: Vida Natural Emporium Data de início do projeto: 04 de agosto de 2009.

Produto/Embalagem • As embalagens utilizadas para o produto vendido a granel, são sacos plástico (flexíveis), utilizados para conter o produto. Para transporte do produto pelo consumidor são utilizadas sacolas plásticas (branca). • A rotulagem é feita através de etiquetas (preto e branco) impressas após a pesagem do produto na balança. • Atributos a destacar – principais diferenciais do produto: produtos que trazem benefícios funcionais, nutricionais e saudáveis. • Motivos pelo qual utilizam este tipo de embalagem e etiqueta nos produtos: por ser barato e prático para o envase. Mercado/Categoria • Concorrência: Não existem concorrentes locais. Os principais concorrentes de cidades próximas são: Doll, Naturalles, Armazém & Cia, Mundo Verde e Empório Natural. •

Indicação para locais de estudo de campo: concorrentes.

Consumidor • O consumidor é bem diversificado, vai desde crianças a idosos. Muitos consumidores compram por motivos de saúde, por ser fundamental na prevenção e no tratamento de doenças. Outros por serem vegetarianos, onde o consumo de alimentos de origem animal é uma prática desnecessária, que prejudica a saúde humana, os animais, o meio ambiente e a sociedade. Objetivos de marketing •

Primário – o que a empresa pretende com o design da embalagem. Qual a imagem pretendida? Espera conseguir passar uma imagem clara da empresa, dos produtos e de seus benefícios.

Obstáculos – quais as dificuldades visíveis que podem complicar o projeto.


151 Um obstáculo que a empresa vê hoje em relação ao projeto é o custo final das embalagens. •

Tempo limite previsto de entrega do projeto: 3 de novembro de 2009.

Pesquisa – a nova embalagem será pesquisada antes de lançada, com pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo para o desenvolvimento do projeto.

Requisitos • Embalagem deve identificar o produto e empresa; • Para a utilização da marca da empresa foi visto que não poderá ser alterado nenhum elemento, somente a transformação dela para outras cores e tamanhos diferentes, não prejudicando a imagem da empresa; • Atenção ao meio ambiente.


152 ANEXO II – Legislação ANVISA

Conforme a ANVISA os rótulos deverão mencionar em caracteres perfeitamente legíveis: I - A qualidade, a natureza e o tipo do alimento, observadas a definição, a descrição e a classificação estabelecida no respectivo padrão de identidade e qualidade ou no rótulo arquivado no órgão competente do Ministério da Saúde, no caso de alimento de fantasia ou artificial, ou de alimento não padronizado; II - Nome e/ou a marca do alimento; III - Nome do fabricante ou produtor; IV - Sede da fábrica ou local de produção; V - Número de registro do alimento no órgão competente do Ministério da Saúde; VI - Indicação do emprego de aditivo intencional, mencionando-o expressamente ou indicando o código de identificação correspondente com a especificação da classe a que pertencer; VII - Número de identificação da partida, lote ou data de fabricação, quando se tratar de alimento perecível; VIII - O peso ou o volume líquido; § 1º Os alimentos rotulados no País, cujos rótulos contenham palavras em idioma estrangeiro, deverão trazer a respectiva tradução, salvo em se tratando de denominação universalmente consagrada. § 2º Os rótulos de alimentos destinados à exportação poderão trazer as indicações exigidas pela lei do país a que se destinam. § 3º Os rótulos dos alimentos destituídos, total ou parcialmente, de um de seus componentes normais, deverão mencionar a alteração autorizada. § 4º Os nomes científicos que forem inscritos nos rótulos de alimentos deverão, sempre que possível, ser acompanhados da denominação comum correspondente. Art 12. Os rótulos de alimentos de fantasia ou artificial não poderão mencionar indicações especiais de qualidade, nem trazer menções, figuras ou desenhos que possibilitem falsa interpretação ou que induzam o consumidor a erro ou engano quanto à sua origem, natureza ou composição. Art 13. Os rótulos de alimentos que contiverem corantes artificiais deverão trazer na rotularem a declaração "Colorido Artificialmente". Art 14. Os rótulos de alimentos adicionados de essências naturais ou artificiais, com o objetivo de reforçar, ou reconstituir o sabor natural do alimento deverão trazer a declaração do "Contém Aromatizante ...", seguido do código correspondente e da declaração "Aromatizado Artificialmente", no caso de ser empregado aroma artificial. Art 15. Os rótulos dos alimentos elaborados com essências naturais deverão trazer as indicações "Sabor de ..." e "Contém Aromatizante", seguido do código correspondente. Art 16. Os rótulos dos alimentos elaborados com essências artificiais deverão trazer a indicação "Sabor Imitação ou Artificial de ..." seguido da declaração "Aromatizado Artificialmente".


153 Art 17. As indicações exigidas pelos artigos 11, 12, 13 e 14 deste Decreto-lei, bem como as que servirem para mencionar o emprego de aditivos, deverão constar do painel principal do rótulo do produto em forma facilmente legível. Art 18. O disposto nos artigos 11, 12, 13 e 14 se aplica no que couber, à rotulagem dos aditivos intencionais e coadjuvantes da tecnologia de fabricação de alimento. § 1º Os aditivos intencionais, quando destinados ao uso doméstico deverão mencionar no rótulo a forma de emprego, o tipo de alimento em que pode ser adicionado e a quantidade a ser empregada, expressa sempre que possível em medidas de uso caseiro. § 2º Os aditivos intencionais e os coadjuvantes da tecnologia de fabricação, declarados isentos de registro pela Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos, deverão ter essa condição mencionada no respectivo rótulo. § 3º As etiquetas de utensílios ou recipientes destinados ao uso doméstico deverão mencionar o tipo de alimento que pode ser neles acondicionados. Art 19. Os rótulos dos alimentos enriquecidos e dos alimentos dietéticos e de alimentos irradiados deverão trazer a respectiva indicação em caracteres facilmente legíveis. Parágrafo único. A declaração de "Alimento Dietético" deverá ser acompanhada da indicação do tipo de regime a que se destina o produto expresso em linguagem de fácil entendimento. Art 20. As declarações superlativas de qualidade de um alimento só poderão ser mencionadas na respectiva rotulagem, em consonância com a classificação constante do respectivo padrão de identidade e qualidade. Art 21. Não poderão constar da rotulagem denominações, designações, nomes geográficos, símbolos, figuras, desenhos ou indicações que possibilitem interpretação falsa, erro ou confusão quanto à origem, procedência, natureza, composição ou qualidade do alimento, ou que lhe atribuam qualidades ou características nutritivas superiores àquelas que realmente possuem. Art 22. Não serão permitidas na rotulagem quaisquer indicações relativas à qualidade do alimento que não sejam as estabelecidas por este Decreto-lei e seus Regulamentos.


154 ANEXO III – Questionário

1. Sexo ( ) MASCULINO

( ) FEMININO

2. Faixa Etária ( ) 10-20

( ) 21-30

( ) ACIMA DE 31

3. Qual produto você mais consome? _____________________________________ ___________________________________________________________________ 4. Porque compra o produto? ___________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. Costuma obter informações sobre o alimento natural integral que você consome? ( ) SIM

( ) NÃO

7. Como a embalagem influencia na sua decisão de compra? __________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8. Onde armazena o produto após abrir a embalagem? ______________________ ___________________________________________________________________ 9. A embalagem tem alguma utilidade após o consumo do produto? ( ) SIM

( ) NÃO

Se assinalou “SIM”, qual?_______________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. O produto está bem identificado em seu ponto-de-venda? ( ) SIM

( ) NÃO


155 ANEXO III – Orçamentos

Email: sacolanaturalbag@gmail.com - Fone: 51 3273.9674 – 8126.9010 www.sacolanaturalfrog.com.br - Novo Hamburgo - RS

Novo Hamburgo, 08 de outubro de 2009. -

Produto: sacolas em tecido 100% algodão orgânico, cru Acabamento: 02 fitas em algodão cru 3,0cm, 60cm de comprimento. Impressão: serigrafia 01 lado / 01 cor.

-

Formato: 38cm largura X 48cm altura X 10cm fundo e lateral Quantidade: 200 unidades Custo Unitário: R$ 4,80 Quantidade: 500 unidades Custo Unitário: R$ 4,60

-

Formato: 28cm largura X 30cm altura X 10cm fundo e lateral Quantidade: 200 unidades Custo Unitário: R$ 4,40 Quantidade: 500 unidades Custo Unitário: R$ 4,20

-

Produto: sacos em tecido 100% algodão cru, Popeline Formato: 29cm largura X 22cm altura Quantidade: 200 unidades Custo Unitário: R$ 3,50 Quantidade: 500 unidades Custo Unitário: R$ 3,20

-

Formato: 22cm largura X 16cm altura Quantidade: 200 unidades Custo Unitário: R$ 3,20 Quantidade: 500 unidades Custo Unitário: R$ 3,00

-

Formato: 40cm largura X 35cm altura Quantidade: 200 unidades Custo Unitário: R$ 4,30 Quantidade: 500 unidades Custo Unitário: R$ 4,00

Atenciosamente, Marilene Fleck


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