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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO DE DESIGN

GUILHERME ROTH DOS SANTOS

ÓCULOS DE NATAÇÃO COM ÂNGULO DE VISÃO ESPECÍFICO PARA O NADO CRAWL

FLORIANÓPOLIS 2010


Guilherme Roth dos Santos

ÓCULOS DE NATAÇÃO COM ÂNGULO DE VISÃO ESPECÍFICO PARA O NADO CRAWL

Trabalho

de

Conclusão

de

Curso

apresentado como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Design, pelo Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador: Professor Tiago Cruz

FLORIANÓPOLIS 2010


Dedico esse trabalho aos meus pais e meus irm達os, que sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos da minha vida, dando apoio e torcendo pelo meu sucesso.


RESUMO

O presente trabalho de conclusão do curso de Design da Unisul buscou resolver um problema técnico em nadadores de alto rendimento, especificamente do nado crawl, através da alteração do ângulo de visualização do óculos. Inicialmente buscou-se embasamento através de pesquisas quantitativas, através de questionários, e qualitativas, através de pesquisa e observação diária. Após análise das posições corretas do corpo durante o nado foi definido o ângulo ideal de visualização no óculos, alterando o ângulo tradicional de 90º em relação ao eixo sagital do corpo para 45º, possibilitando assim uma visão correta sem alterar a posição linear da cabeça e, subsequentemente, do corpo.

Palavras-Chave: Óculos, natação, visão, posição do corpo, nado crawl.


ABSTRACT

This work of completing the course in Design Unisul sought solve a technical problem in swimmers high performance, specifically the front crawl, by changing the angle of viewing glasses. Initially we attempted to basement through quantitative research using questionnaires, and qualitative through research and everyday observation. After analysis of the correct body positions during swimming was defined the ideal angle of glasses viewing on, changing the traditional angle of 90 degrees sagittal axis of the body to 45, thus enabling a correct view without changing the linear position of the head and subsequently the body.

Keywords: Glasses, swimming, vision, body position, crawl.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Ângulo de visão nos óculos atuais .............................................................. 12 Figura 2 Posição correta da cabeça e corpo no nado crawl ..................................... 25 Figura 3 Posição errada do nado crawl ..................................................................... 26 Figura 4 Natação praticada no início do século XX sem uso de óculos.................... 27 Figura 5 Óculos Monterbara Swedish ....................................................................... 29 Figura 6 Elementos principais do óculos de natação ................................................ 33 Figura 7 Comparativo entre ângulo do óculos tradicional e nova proposta .............. 44 Figura 8 e 9 Pesquisa de estímulos .......................................................................... 46 Figura 10 Pesquisa de estímulos .............................................................................. 47 Figura 11 e 12 Protótipo recém executado pela impressora 3D ............................... 53 Figura 13 e 14 Protótipo após receber massa primer e tinta preta brilhosa.............. 54 Figura 15 e 16 Protótipo finalizado no modelo humano ............................................ 54 Figura 17 e 18 Protótipo pronto ................................................................................. 54 Figura 19 e 20 Protótipo pronto ................................................................................. 55 Figura 21 e 22 Teste com usuário ............................................................................. 55


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 10 1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 11 1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 11 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 11 1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 12 1.4 ESCOPO ............................................................................................................. 13 1.5 ADERÊNCIA À LINHA DE PESQUISA ........................................................................ 13 2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ................................................................... 15 2.1 METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................ 15 2.1.1 Pesquisa Exploratória............................................................................. 15 2.2 METODOLOGIA DE PROJETO ................................................................................. 16 2.2.1 Observação e Análise ............................................................................. 17 2.2.2 Planejamento e geração de alternativa ................................................. 17 2.2.3 Execução.................................................................................................. 17 3 FUNDAMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................. 18 3.1 O CONTEXTO DO DESIGN ..................................................................................... 18 3.1.1 Design de Produto .................................................................................. 19 3.2 NATAÇÃO ........................................................................................................... 20 3.3 HISTÓRIA DA NATAÇÃO ........................................................................................ 20 3.4 OS QUATRO ESTILOS DE NADO ............................................................................. 21 3.5 O NADO DE CRAWL .............................................................................................. 23 3.5.1 Os Erros no Aprendizado ....................................................................... 23 3.5.2 A Posição do Corpo ................................................................................ 24 3.5.3 A Posição da Cabeça .............................................................................. 25 3.6 ÓCULOS ............................................................................................................. 26 3.6.1 Os Primeiros Óculos ............................................................................... 27 3.6.2 O Estilo de Óculos Adotado ................................................................... 28 4 LEVANTAMENTO DE DADOS DA CONCORRÊNCIA .......................................... 30 4.1 TABELA DOS ÓCULOS CONCORRENTES ................................................................. 30 4.2 ANÁLISE DOS CONCORRENTES ............................................................................. 32 4.2.1 Análise Estrutural.................................................................................... 32 4.2.1.1 A Estrutura Principal ........................................................................... 33 4.2.1.2 Narizeira ............................................................................................. 33 4.2.1.3 Vedação.............................................................................................. 34 4.2.1.4 Tira de Fixação ................................................................................... 34 4.2.2 Análise Funcional.................................................................................... 34 4.2.2.1 Uso ..................................................................................................... 35 4.2.2.2 Manutenção ........................................................................................ 35 4.2.3 Análise de Materiais ................................................................................ 36 4.2.3.1 Policarbonato ...................................................................................... 36 4.2.3.2 Polietileno ........................................................................................... 37 4.2.3.3 Silicone ............................................................................................... 37


4.2.3.4 PVC .................................................................................................... 38 4.2.3.5 Borracha de TPE ................................................................................ 38 4.2.4 Análise de Tratamentos .......................................................................... 39 4.2.4.1 Película Antiembaçante ...................................................................... 39 4.2.4.2 Espelhamento e Material Fumê .......................................................... 40 4.2.5 Conclusão da Análise da Concorrência................................................ 40 5 PESQUISA COM USUÁRIOS ................................................................................ 42 5.1 FATORES RELEVANTES NOS DADOS COLETADOS .................................................... 42 6 CONCEITO DO PROJETO .................................................................................... 44 6.1 REQUISITOS DO PROJETO .................................................................................... 44 6.2 PESQUISA DE ESTÍMULOS .................................................................................... 46 6.3 SKETCHS ............................................................................................................ 48 6.4 ALTERNATIVA ESCOLHIDA .................................................................................... 50 6.5 RENDER 3D ........................................................................................................ 51 6.6 DESENHO TÉCNICO ............................................................................................. 52 6.7 MODELO TRIDIMENSIONAL .................................................................................... 53 6.8 PROCESSOS DE PRODUÇÃO ................................................................................. 56 6.9 DESENVOLVIMENTO DA MARCA ............................................................................. 56 6.10 ANÁLISE DE CUSTOS .......................................................................................... 56 6.10.1 No Brasil................................................................................................. 57 6.10.2 Na China ................................................................................................. 57 7 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 59 8 ANEXOS................................................................................................................. 60 9 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ........................................................................................ 62


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1 INTRODUÇÃO

Na natação competitiva de alto rendimento o que diferencia um nadador de sucesso para os outros são inúmeros pequenos detalhes, desde fatores psicológicos, físicos e, principalmente, de técnica de nado. Grandes ganhos em melhora de tempo são alcançados por atletas todos os dias em função da alteração e aperfeiçoamento da técnica. A escolha do foco desse trabalho deu-se pela constatação da importância de se projetar um óculos de natação específico para o nado de crawl. Um projeto com tamanha especificidade foi proposto a fim de solucionar, apenas com o uso de um óculos próprio para esse nado, um problema comumente encontrado nos atletas tanto iniciantes quanto de alto rendimento: a posição da cabeça. Para se chegar ao resultado desejado partiu-se da pesquisa bibliográfica, buscando referências dos posicionamentos ideais para a execução do nado crawl e dos problemas ocasionados por erros na posição da cabeça em virtude do ângulo de visão disponível nos óculos atuais. Também buscou-se através de pesquisa os principais óculos concorrentes, extraindo deles suas características principais e identificando seus pontos positivos e negativos. Após a coleta de dados e subseqüente análise dos mesmos partiu-se para o desenvolvimento do novo modelo de óculos, com base nas conclusões acerca dos materiais adequados, formatos e, principalmente, ângulos ideais de visualização. A nova proposta desenvolvida foi trabalhar com uma visualização diferenciada dos óculos atuais, explorando os ângulos frontais e superiores, buscando assim uma facilitação da posição ideal de nado.


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1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Durante o aprendizado em natação a criança é apresentada a um mundo totalmente novo, tanto no meio aquático como nas sensações. Por ser um esporte muito detalhado e completo, durante a aprendizagem dá-se ênfase aos movimentos básicos de deslocamento na água, flutuabilidade, respiração e coordenação. Fatores mais minuciosos na técnica do nado são deixados de lado durante a aprendizagem por serem de difícil percepção e execução. Ao passo que a criança começa a familiarizar-se com a água, criando uma consciência corporal e coordenação dos movimentos, começa-se o trabalho de aperfeiçoamento técnico. O grande problema ocorrido durante o processo de aprendizagem é a criação dos chamados “vícios” no nado. O atleta acaba acostumando com determinado erro no nado e passa a ter isso como correto. Na maioria das vezes ele acaba adaptando o nado a esse determinado erro e, mudá-lo depois de um determinado tempo de prática, significaria mudar todo o nado do atleta. Um erro freqüente na aprendizagem e de difícil melhora ao longo da vida adulta é a posição da cabeça no nado crawl. Esse detalhe técnico é o ponto chave para uma natação eficiente e rápida, tanto para os praticantes de natação quanto para profissionais. O grande desafio dos competidores do nado crawl é manter uma posição corpórea elevada na água sem elevar exageradamente a cabeça. Se o nadador, buscando um ângulo correto de visualização do nado, eleva demais a cabeça, ocorre um afundamento do quadril e membros inferiores. Esse afundamento resulta numa maior resistência frontal com a água,

acarretando um maior arrasto

hidrodinâmico. Por outro lado, uma posição baixa da cabeça provoca o afundamento total do corpo, também propiciando um arrasto hidrodinâmico não desejado.


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Existem inúmeros exercícios que focam nesse problema, buscando uma melhor eficiência no nado de crawl através da posição correta da cabeça. Porém pouco se tem em relação a materiais de treinamento que auxiliem esse processo. Entre as deficiências estão os óculos de natação. Os óculos existentes no mercado satisfazem apenas as necessidades básicas e essenciais para cumprir seu objetivo: permitir a visualização e isolar os olhos do contato com a água. Um mesmo formato de óculos é usado competitivamente tanto por especialistas do nado crawl, quanto por nadadores do nado costas, peito e borboleta. Não existe qualquer preocupação com ângulos e direcionamento da visão. Por não existir tal preocupação, a visão fica limitada apenas ao ângulo frontal, enquanto os outros ângulos de visão (acima, abaixo e lateral) são bloqueados ou ofuscadas devido ao material usado nessas áreas. Essa limitação nos óculos atuais força o nadador a levantar demais a cabeça para conseguir uma visualização ideal durante o nado. Isso ocasiona uma série de defeitos técnicos do nado, que acabam prejudicando a velocidade do atleta. No decorrer desse projeto buscou-se desenvolver um óculos exclusivo para a prática do nado de crawl, pesquisando pontos e necessidades específicas desse nado. A mudança de direção da visualização do óculos foi pensada para beneficiar os nadadores profissionais especialistas no nado crawl, ajudando-os a executarem um nado tecnicamente correto e, por conseguinte, mais rápido.


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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo desse projeto foi desenvolver um óculos de natação específico para os nadadores especialistas do nado crawl, ajudando-os a manter uma correta posição da cabeça através de um ângulo de visualização ideal, visando uma melhora da técnica e, consequentemente, o incremento da velocidade do nado.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Identificar e descrever as principais e fundamentais diretrizes técnicas que influenciam na execução correta do nado crawl. b) Identificar os fatores hidrodinâmicos aplicáveis e relevantes à natação. c) Identificar o ângulo ideal de visualização no nado crawl que permita uma posição correta da cabeça. d) Analisar os óculos de natação existentes no mercado, reconhecendo seus defeitos e benefícios em relação ao foco do projeto. e) Analisar os materiais usados como matéria prima e os designs dos óculos de natação no mercado. f) Reconhecer as necessidades e problemas do público alvo em relação ao produtos concorrente.


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1.3 JUSTIFICATIVA

O design como solucionador de problemas é um dos principais benefícios que a sociedade como um todo pode usufruir dessa atividade. No esporte não é diferente. Inúmeros artigos esportivos são pensados e projetados pensando no bem estar e qualidade de vida dos esportistas de todo o mundo. No esporte de alto rendimento o papel do designer torna-se ainda mais relevante, no passo de que pequenos detalhes podem fazer grandes diferenças na perfomance do atleta. A partir desse princípio pensou-se em desenvolver um produto que auxiliasse o desenvolvimento de uma natação correta e eficiente. Não existem no mercado óculos de natação que preocupem-se em auxiliar o nadador a executar corretamente um determinado nado. Em todos a visão do usuário fica limitada à visualização do que está a 90o em relação ao plano horizontal. Não existe nenhuma preocupação em facilitar a visualização do ângulo ideal no nado de crawl.

Figura 1 Ângulo de visão nos óculos atuais. Fonte: Arquivo Pessoal

Projetar um óculos, tendo como foco e objetivo alcançar um ângulo de visão ideal, que induza o atleta a manter a cabeça na posição adequada no nado de crawl, pode vir a favorecer o aprendizado, diminuindo problemas futuros, e a auxiliar


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na correção técnica de nadadores já “viciados” na posição errada da cabeça. Ao ritmo de que a atenção aos pequenos detalhes é a chave para o sucesso dos atletas de ponta, o desenvolvimento desse produto vem ao encontro da busca constante pela máxima eficiência de seu rendimento

1.4 ESCOPO

O público alvo do projeto são nadadores profissionais especialistas no nado de crawl. Ele foi desenvolvido com o auxílio da equipe de natação da UNISUL/SC, o que permitiu o uso do feedback direto do usuário principal para o desenvolvimento do óculos. Após a definição do modelo, foi desenvolvido a modelação tridimensional em software e a subseqüente produção do protótipo para teste.

1.5 ADERÊNCIA À LINHA DE PESQUISA

O projeto seguiu como linha de pesquisa o ErgoDesign. O objetivo principal desta linha de pesquisa é, diferentemente da simples aplicação da ergonomia como metodologia, o desenvolvimento e estudos de artefatos ergonômicos que visem a adequação máxima do uso aos usuários, levando-se em consideração aspectos da fisiologia, da cognição, da fisioterapia e de outras áreas. Estudos sobre as bases biomecânicas, fisiológicas e antropométricas na criação de artefatos, assim como utilização destes como parâmetros projetuais também fazem parte desta linha.


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O desenvolvimento desse produto baseou-se no ErgoDesign por entender-se que elementos pr贸prios dessa linha de pesquisa, como o estudo da biomec芒nica do nado e ergonomia, s茫o fatores relevantes e pontos chaves para possibilitar um resultado projetual satisfat贸rio.


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2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Para cumprir com todos os objetivos do projeto foi necessário o desenvolvimento dos seguintes procedimentos metodológicos:

2.1 METODOLOGIA DE PESQUISA

2.1.1 Pesquisa exploratória

Segundo THEODORSON (1970), pesquisa exploratória é um estudo preliminar, com o propósito de se familiarizar com o fenômeno que se está investigando, assim o projeto a seguir pôde ser desenvolvido com melhor entendimento e precisão. O estudo, que se pode utilizar uma variedade de técnicas e ferramentas, permite que o designer defina o seu problema de pesquisa e formule suas hipóteses mais precisamente. O estudo também permite a escolha da ferramenta mais indicada para a pesquisa e a decisão de onde se deve dar ênfase e detalhar melhor a investigação, além de poder alertar o designer de potenciais dificuldades, áreas de resistência e sensibilidade, e o seu objetivo principal é o aperfeiçoamento de idéia. A metodologia de pesquisa define o plano de ação para a coleta de dados que servirão de base para o desenvolvimento das fases seguintes do projeto. Nesse trabalho efetuou-se os seguintes métodos de pesquisa: -

Pesquisa bibliográfica.


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-

Pesquisa dos elementos fundamentais da técnica do nado de crawl ligados à posição da cabeça.

-

Pesquisa dos ângulos ideais de visibilidade no nado de crawl.

-

Pesquisa com fotos das características dos produtos concorrentes.

-

Pesquisa dos materiais comumente usados para a confecção dos óculos existentes.

-

Entrevistas com o público alvo.

-

Observação da interação dos produtos concorrentes X usuários.

2.2 METODOLOGIA DO PROJETO

LOBACH (2000) afirma que todo o processo de Design é tanto um processo criativo como um processo de solução de problemas concretizado em um projeto industrial e incorporando as características que possam satisfazer as necessidades humanas de forma duradoura, podendo se desenvolver de forma extremamente complexa dependendo da magnitude do problema, e a divide em quatro fases distintas: Análise do Problema, Geração de Alternativas, Avaliação das Alternativas e Realização da Solução do Problema. Embora nunca sejam separáveis no caso real, elas se entrelaçam umas às outras com avanços e retrocessos durante o processo de projeto. Nesse projeto trabalhou-se a partir da metodologia de LOBACH, a qual foi dividida em três fases distintas:


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2.2.1 Observação e análise

Nessa etapa do projeto ocorreu a definição do problema, pesquisa e definição de objetivos.

2.2.2 Planejamento e geração da alternativa

É a fase de desenvolvimento do projeto, onde trabalhou-se a geração de alternativas, escolha da alternativa final, aprimoramento e detalhamento.

2.2.3 Execução

Fase do projeto destinada à construção de modelos, mockup e estudos para a produção.


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3 FUNDAMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 O CONTEXTO DO DESIGN

Sabe-se que embora o termo ʻʼdesignʻʻ tenha surgido durante o período da Idade Média, é com a Revolução Industrial que seu conceito passa a existir, de maneira a fazer parte do convívio das pessoas. A definição do termo design - não se tem um consenso propriamente estipulado até hoje - é traduzida de maneira diferente entre as línguas estrangeiras. Segundo Flusser (2007), ʻʼEm inglês, a palavra design funciona como substantivo e também como verbo (circunstância que caracteriza muito bem o espírito da língua inglesa). Como substantivo, significa, entre outras coisas, ʻʼpropósitoʼʼ, ʻʼplanoʼʼ, ʻʼintençãoʼʼ, ʻʼmetaʼʼ, ʻʼesquema malignoʼʼ, ʻʼconspiraçãoʼʼ, ʻʼformaʼʼ, ʻʼestrutura básicaʼʼ, e todos esses e outros significados estão relacionados à ʻʼastúciaʼʼ e “fraudeʼʼ. Na situação de verbo – to design – significa, entre outras coisas, ʻʼtramar algoʼʼ, ʻʼsimularʼʼ, ʻʼprojetarʼʼ, ʻʼesquematizarʼʼ, ʻʼconfigurarʼʼ, ʻʼproceder de modo estratégicoʼʼ. No Brasil, embora os primeiros passos do design estivessem bastante ligados ao contexto da Escola de Desenho Industrial, atualmente esse termo ganhou enfoque ainda maior, sendo relacionado a diversas outras áreas disciplinares de estudo como: a comunicação, marketing, antropologia, engenharia, dentre outros. Pode-se dizer que atualmente o termo mais adequado para se definir o design é o que, segundo Löbach (2001, p. 16), afirma como uma ʻʼidéia, um projeto ou um plano para a solução de um problema determinadoʼʼ. Seguindo essa linha de raciocínio, será feita aplicação das ferramentas do design voltadas a identificação e busca por resoluções do problema de projeto.


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3.1.1 DESIGN DE PRODUTO

O design de produto está ligado aos bens de consumo, são produtos tridimensionais do desenho industrial que tratam da função aliada à forma plástica ornamental referente à linhas e cores, formas, embalagens, dentre outros fatores que se canalizam como atributos para o valor de troca. A busca por inovação passa pela relação das propriedades formais entende-se além das exteriores, também pelas estruturais e funcionais, formando um objeto coerente do ponto de vista de produção e consumo. Além de um aspecto de distinção que gera competitividade, o design de produto trata de estabelecer uma metodologia de projeto, além de se preocupar com as técnicas industriais que deverão ser utilizadas para a fabricação de um produto, assim como conhecer os materiais que deverão ser usados para os diferentes tipos de aplicação dos produtos. Não basta apenas tratarmos da concepção física de um produto e de sua funcionalidade, é preciso identificar necessidades, valores, desejos e expectativas do consumidor, aonde o conceito de projeto estabelece um sentido coerente. Para Löbach (2001), tudo o que vive e continuará a viver, possui necessidades inerentes, e essas necessidades se tornam reconhecíveis mediante os estados de tensão que governam a conduta do ser humano. Diante disso, já não é mais suficiente fabricar produtos de alta qualidade. É preciso torná-los únicos, agregar valor, ultrapassar expectativas, suprir desejos sempre pensando no consumidor e como esse produto fará parte da melhoria na qualidade de vida. No que tange ao foco deste estudo, objetiva-se a criação de um produto para a melhoria da qualidade de nado de atletas de alto rendimento, em um estilo específico (nado crawl) através da alteração de um elemento básico para sua prática: o óculos.


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3.2 NATAÇÃO

Natação é a capacidade do homem e de outros animais de se deslocarem através de movimentos efetuados no meio líquido, geralmente sem ajuda artificial (MACHADO, 1995). A natação é considerada um dos esportes mais saudáveis, pois trabalha com diversos grupos musculares e articulações do corpo. Além do benefício desta prática desenvolver o sistema cardíaco e respiratório, ela também é a única atividade física indicada para menores de 3 anos. A natação ajuda a reduzir a gordura corporal, alivia as tensões do dia-adia e ajuda a recuperar lesões. Ao nadar todos os estilos desse esporte a pessoa estará trabalhando todos os grupamentos musculares. O risco de lesões para quem pratica natação é pequeno porque a água amortece os impactos. E o fato de a água amortecer os impactos torna esse esporte excelente para a recuperação de lesões.

3.3 HISTÓRIA DA NATAÇÃO

Na antiguidade, saber nadar era mais uma arma de que o homem dispunha para sobreviver. Os povos antigos (assírios,egípcios, fenícios, ameríndios, etc.) eram exímios nadadores. Muitos dos estilos do nado desenvolvidos a partir das primeiras competições esportivas realizadas no séc XIX basearam-se no estilo de natação dos indígenas da América e da Austrália (MACHADO, 1995). Entre os gregos, o culto da beleza física fez da natação um dos exercícios mais importantes para o desenvolvimento harmonioso o corpo. Acredita-se que já nesta época a competição era praticada: aos melhores nadadores eram erigidas estátuas. O esporte também era incluído no treino dos guerreiros. Em Roma a


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natação também configurava num método e preparação física do povo, incluído entre as matérias do sistema educacional romano. Era praticada em magníficas termas, construções suntuosas onde ficavam as piscinas, de tamanho variável. As comuns mediam 100x25 metros. Platão afirmava que o homem que não sabia nadar não era educado. (VASCONCELOS, 2000). Com a queda do império Romano, ela praticamente desapareceu até a idade média. Nesta época até temiam que a modalidade disseminava epidemias. No renascimento, algumas dessas falsas noções começaram a cair em descrédito. Surgiram então várias piscinas públicas, sendo a primeira construída em Paris, no reinado de Luís XIV (RAMA, 2000) A natação começou a ser difundida somente após a primeira metade do século XIX que começou a progredir como desporto, realizando-se as primeiras provas em Londres, em 1837. Várias competições foram organizadas nos anos subsequentes e em 1844 alguns nadadores norte-americanos atuaram em Londres, vencendo todas as provas (MACHADO, 1995).

3.4 OS QUATRO ESTILOS DE NADO

Levando em consideração o posicionamento do tórax e o movimento de pernas e braços, são definidos quatro estilos de natação: crawl, borboleta, peito e costas. Na sua origem o primeiro estilo de natação empregado era uma braçada de peito executada de lado. Inicialmente os dois braços se movimentavam dentro da água, mas depois, para diminuir a resistência da água, passou-se a levar um dos braços à frente pela superfície, num estilo que recebeu o nome de single overarm stroke. Uma nova modificação deu origem ao double overarm, em que os braços eram levados à frente pela superfície, alternadamente. As principais dificuldades do novo estilo estavam no movimento de pernas, semelhante ao de uma tesoura. Esse


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estilo foi aperfeiçoado em 1893 por J. Arthur Trudgeon, ao aplicar observações que fizera com os nativos da América do Sul. Nesse nado, que recebeu o nome de trudgeon, as pernas eram apenas estabilizadoras da posição horizontal e praticamente não se moviam. A batida de pernas evoluiu, porém, quando outro inglês, Frederick Cavill, observou

que

os

indígenas

australianos

nadavam

agitando

as

pernas

perpendicularmente à superfície da água. Seu filho Richard adotou o estilo (crawl australiano) e bateu o recorde mundial das cem jardas em 1900. Outro filho de Cavill, Sidney, levou o estilo para os Estados Unidos, onde se criou o crawl americano. Atualmente, a natação é praticada em quatro estilos: crawl (comumente chamado nado livre), costas, peito e borboleta. O nado de crawl é o mais rápido. O nadador se movimenta com o abdome voltado para a água: a ação das pernas se faz em golpes curtos e alternados, no plano vertical à superfície. O movimento dos braços também é alternado, de tal forma que um comece a puxar a água imediatamente antes que o outro termine de fazê-lo. Quando um dos braços está fora da água, o nadador pode virar a cabeça para respirar desse lado. Quanto maior o número de braçadas antes de executar a respiração, maior o rendimento. No nado de costas, o nadador permanece todo o percurso com o abdome voltado para fora da água. A batida de pernas é semelhante à do crawl. Os braços alongam-se por sobre a cabeça alternadamente e entram na água passando junto à orelha, com a palma da mão virada para fora, de tal forma que o dedo mínimo seja o primeiro a penetrar na água. Em seu movimento até o quadril, o braço empurra a água e impulsiona o corpo na direção contrária. O mais lento dos estilos é o nado de peito. É executado com o corpo e os braços estendidos, as palmas das mãos viradas para fora e o rosto dentro da água. As pernas são trazidas para junto do corpo, com os joelhos dobrados e abertos, enquanto os braços se abrem e recolhem à altura do peito. Em seguida, as pernas são impelidas para trás, para impulsionarem o nadador, num movimento parecido com o da rã, ao mesmo tempo em que os braços são esticados para a frente. A


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inspiração de ar é feita no final da puxada do braço, quando o nadador ergue a cabeça para fora da água. O nado borboleta surgiu como uma variação do nado de peito, em que os braços eram lançados à frente por cima da água. O estilo foi criado em 1935 pelo americano Henry Myers. A partir de 1952, por determinação da Federação Internacional de Natação Amadora (FINA), passou a ser prova específica, com a adoção de um movimento simultâneo e sincronizado dos pés, no plano vertical, o que aumentou a velocidade e deu origem ao estilo que atualmente é chamado de golfinho (Encyclopaedia Britannica do Brasil, 2007).

3.5 O NADO DE CRAWL

Cada estilo de nado tem suas peculiaridades e particularidades quanto à sua técnica. Por esse motivo pesquisou-se os pontos principais do estilo de nado focado nesse projeto: o nado crawl.

3.5.1 Os Erros no Aprendizado

Do conjunto de fatores que influenciam o desempenho de um atleta de alto nível, parece ser unânime considerar a técnica como um dos principais responsáveis pelo sucesso dos grandes campeões (ALVES, 1998). Porém, quando buscamos na literatura estudos relativos à atletas de alto nível, é freqüente encontrarmos referências à existência de erros técnicos em aspectos básicos do nado (SOARES, 2000; FERNANDES, 2001).


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Para se conseguir tirar o máximo de um atleta quando chega ao seu ápice atlético, na fase adulta, é essencial que sejam eliminados os erros durante o processo de aprendizagem.

3.5.2 A posição do corpo

No nado de crawl a posição do corpo é o fator determinante para uma natação rápida. Existem outros fatores importantes que influenciam na velocidade do nadador, como a rotação externa e puxada submersa dos braços e a batida das pernas. Porém observa-se grandes diferenças de técnica entre atletas de alto nível mundial. A semelhança entre todos acaba sendo nas suas posições corpóreas na água. A preocupação com a posição do corpo em relação a água deve-se à intenção de se diminuir ao máximo o arrasto hidrodinâmico1 ao que o nadador se sujeita, otimizando assim a produção de força propulsiva pela ação dos segmentos motores (HAY, 1985). MAGLISCHO (1993) refere que a melhor forma de observar e avaliar o correto alinhamento horizontal na água deverá ser sobre o plano sagital, isto é, visualizando o nadador de lado, onde a profundidade e inclinação do corpo é perfeitamente perceptível. Assim, no nado de crawl, o corpo deve estar o mais horizontal possível, com a cabeça em posição natural ao prolongamento do tronco (DUBOIS E ROBIN, S.D), seus quadris ligeiramente mais baixos que os ombros e também os membros inferiores, com os joelhos estendidos (CARNAVAL, 2000).

1

Resistência frontal do meio aquático em relação ao corpo do nadador.


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3.5.3 A posição da cabeça

Para que o nadador consiga manter a posição do corpo horizontal e o mais alto possível em relação à água a posição da cabeça é fundamental. Ela não só deve ser o prolongamento do corpo, como também exercer a função de romper o atrito frontal, minimizando o arrasto do resto do corpo. No nado de crawl o olhar deve ser dirigido para o fundo e para a frente. O ideal é que o nadador encontre uma posição na qual, movendo apenas os olhos, ele consiga ver esses dois ângulos. Essa posição deve ser em torno de 45o em relação a vertical (HERNANDES, 2005). No momento da apnéia2 a cabeça deve ir entre 20 e 30 graus em relação à linha sagital da coluna vertebral. Com respeito à superfície da água, tem que ser mais ou menos a altura da linha do cabelo ou ligeiramente superior (Hernandes, 2005).

Figura 2 Posição correta da cabeça e corpo no nado crawl Fonte: Arquivo Pessoal.

2

Bloqueio respiratório enquanto o nadador mantém a cabeça submersa na água.


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Se efetuar hiperextensão cervical3 o arrasto hidrodinâmico aumentará entre 20 a 35% (CLARYS, 1979) devido ao afundamento das pernas e o arqueamento da região dorsal provocados pela tensão dos músculos da região dorsal e da nuca (ALVES, 1997).

Figura 3 Posição errada do nado crawl: cabeça elevada e membros inferiores afundados Fonte: Arquivo Pessoal.

A posição demasiadamente baixa da cabeça proporciona um maior arrasto e ocasiona oscilações laterais, dificultando a fase de inspiração. Ao baixar a cabeça também aumenta a superfície de contato frontal com a água, produzindo um maior arrasto, acarretando um custo energético elevado e à redução da velocidade de nado (Rama, 2000)

3.6 ÓCULOS

Nessa seção do trabalho buscou-se tomar conhecimento de todos os fatores ligados ao óculos de natação: sua história e surgimento, aos óculos populares atualmente no mundo e análise deles quanto aos elementos que o compõe, como materiais, forma e funções. 3

Elevação excessiva da cabeça em relação ao plano sagital do corpo, ultrapassando a posição anatômica.


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Óculos de natação são óculos especiais para a prática da natação. Este tipo de óculos tem a finalidade de permitir uma visualização nítida embaixo da água e proteger os olhos das agressões causadas por componentes químicos das piscinas, como o cloro.

3.6.1 Os primeiros óculos

Durante muitos anos, desde seu surgimento até meados do século XX, a natação foi praticada exclusivamente com a cabeça fora da água. No momento que o homem notou o benefício de baixar a cabeça ao nível da água e posteriormente submergi-la, surgiu a necessidade de se isolar os olhos do contato com a água, tanto por razões de saúde quanto para possibilitar a visualização embaixo da água.

Figura 4 Natação praticada no início do século XX sem o uso de óculos.

Foi apenas na década de 50 que surgiram os primeiros óculos de natação. Na época, os treinos não podiam ser longos pois as irritações nos olhos dos nadadores impediam sessões muito longas. As dores nos olhos começavam


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logo nos primeiros minutos de treino e perduravam por até horas após o término do mesmo. Os primeiros óculos de natação eram quase que "feitos a mão". Foram tentativas de se isolar os olhos do contato com a água, mas sem alcançarem seu devido êxito, por serem extremamente desconfortáveis. Por essa razão os óculos, na época do seu surgimento, não eram usados em todo o treinamento, mas somente em momentos específicos dele e passavam de mão em mão durante as sessões de treino. Na década de 70 a prática de uso dos óculos na natação se disseminou pelo mundo. Foi quando as empresas notaram a necessidade da produção desse produto e o tornaram disponível para o público em geral. Já no ano de 1974 todos os nadadores competitivos no mundo já tinham acesso ao artefato manufaturado, popularizando assim seu uso. (em http://www.bestswimming.com.br)

3.6.2 O estilo de óculos adotado

O óculos mais popular do mundo surgiu na década de 70 criado por Tommy Malmsten. Inicialmente ficou conhecido como “óculos montável”, por ser vendido totalmente desmontado, exigindo que o atleta montasse o seu próprio óculos da maneira que lhe fosse mais confortável. Hoje o óculos criado por Tommy é mundialmente conhecido como “sueco” e ainda é produzido pela mesma fábrica situada na Suécia: a Malmsten. Em 2008 a Speedo comprou os direitos juntamente com a Malmsten para produzir o modelo.


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Figura 5 O óculos Monterbara Swedish Fonte: www.malmsten.com.

O Monterbara Swedish alcançou tamanha popularidade por uma série de fatores. Ele foi projetado de uma forma minimalista, usando apenas um material em todo o corpo, o que lhe permite um tamanho pequeno, que é o principal atrativo para quem procura hidrodinâmica. Outro destaque positivo é o encaixe do óculos com os olhos. Apesar de não possuir borracha, ele oferece uma fixação e vedação perfeitas apenas através do desenho de “boca”, inteiramente produzida em plástico. Para a regulagem central ele oferece um barbante que o próprio atleta amarra e prende com um nó, na distância ideal para cada rosto. Apesar das inúmeras qualidades que o óculos oferece, ele tornou-se popular principalmente pelo fato de grandes velocistas do nado de crawl o usarem. O primeiro deles foi Matt Biondi4. O lendário nadador americano conquistou em três olimpíadas (1984, 1988 e 1992) nada menos do que 11 medalhas. Posteriormente outro nadador tornou-se um mito no esporte fazendo uso do óculos “sueco”: o russo Alexander Popov5.

No Brasil foi difundido pelo medalhista olímpico Gustavo

6

Borges .

4

Ex-nadador norte-americano medalhista de ouro em três olimpíadas: 1984, 1988 e 1992. Ex-nadador russo detentor de quatro ouros olímpicos em provas individuais. 6 Ex-nadador brasileiro que participou de quatro olimpíadas (1992 a 2004) conquistando quatro medalhas. 5


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4 LEVANTAMENTO DE DADOS DA CONCORRÊNCIA

Para iniciarmos o projeto devemos primeiramente obter dados relativos aos produtos concorrentes existentes no mercado. Existe uma infinidade de marcas e modelos que poderiam ser analisado. Porém, para que pudessem ser retirados os elementos principais foram selecionados 8 modelos que se distinguem um dos outros e apresentam características de um grupo de óculos quanto à finalidade, materiais e público. 4.1 TABELA DOS ÓCULOS CONCORRENTES: ÓCULOS

LENTES

NARIZEIRA

VEDAÇÃO

TIRA

CARACTERÍSTICAS

Vem desmontado, sendo Policarbonato

Barbante ou

Sem

borrachinha

vedação

o próprio usuário a Borracha

montá-lo de acordo com seu gosto ou tipo de

Sueco

rosto.

Monterbara

Uma tentativa de Policarbonato

Silicone

Sem vedação

melhorar o óculos Sueco Silicone

arredondar e suavizar as

New Sweden

linhas do seu precursor.

Leader

Policarbonato

Velocity Speedo

Monterbara. Procurou

TPU

Silicone

Silicone


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Silicone de Policarbonato

Silicone

Silicone

ajuste simples

Óculos indicado par uso infantil, com um tamanho reduzido em relação aos demais.

Bubble Arena

Fixa em Policarbonato

silicone. Auto

Possui a narizeira fixa, Silicone

Silicone

ajustável

sem ajuste. Promete auto ajuste ao usuário.

Latitude HammerHead

É o óculos clássico da Poliestireno

PVC

PVC

Silicone

Speedo, com um formato básico e materiais menos nobres.

Speedo New Classic Lazer

Popularizou-se por ter Borracha Policarbonato

Poliuretano

especial de

Michael Phelps (Nadador Silicone

TPE

americano campeão olímpico) como garoto propaganda e usuário.

Speed Socket

Óculos muito polular na Policarbonato

Poliuretano

Silicone

Silicone

natação universitária americana.

Speedo Vanquisher


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4.2 ANÁLISE DOS CONCORRENTES

Para avaliar os principais óculos existentes no mercado foi feita a análise morfológica, destrinchando o produto para poder avaliá-lo nas variáveis que podem auxiliar no desenvolvimento do novo produto. Essa exploração foi dividida em análise estrutural, análise funcional, análise de materiais e análise de tratamentos. Também foi feito o levantamento dos materiais comumente usados na sua fabricação.

4.2.1 Análise Estrutural

A análise estrutural consiste no estudo da estrutura do produto, por meio da decomposição de seus sistemas (partes, elementos e componentes). O óculos de natação, quando pensado apenas na função principal de isolar os olhos do contato com a água, é um artefato extremante simples, composto por quatro elementos principais: a estrutura principal (lentes), a narizeira, vedação e tira de fixação.


34

Figura 6 Elementos principais do óculos de natação Fonte: www.hammerhead.com.br

4.2.1.1 A Estrutura Principal

A estrutura principal, que deve ter necessariamente uma área com transparência (lentes), é o elemento do óculos que possibilita ao nadador a visualização submersa. Ela é composta de duas partes, gêmeas entre si, ou então espelhadas em relação ao seu formato. Essa estrutura é o elemento principal do óculos, e é o que possibilita a distinção do produto, através de seu desenho, cores e materiais.

4.2.1.2 Narizeira

A narizeira tem a função de unir as duas partes da estrutura principal e, principalmente, definir a distância central entre elas. Esse elemento torna-se muito importante ao passo de que o óculos deve adaptar-se a todo tipo de usuário. Por não existirem óculos específicos para cada tipo de rosto, salvo os óculos específicos


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para o público infantil, a narizeira é uma poderosa ferramenta para a adaptação do mesmo ao mais diversos formatos de rostos.

4.2.1.3 Vedação

A vedação é um item essencial na eficácia do óculos. É ela que permite que a água não entre no interior da estrutura principal, isolando assim os olhos do contato com a água. Ela pode ser eficiente através de variadas formas, desde o uso de um formato ideal, que possibilita a vedação apenas através da pressão da estrutura principal com o rosto, quanto através de materiais de alto poder de vedação associados à estrutura principal.

4.2.1.4 Tira de Fixação

A tira de fixação é o que prende o óculos à cabeça e fornece à estrutura principal a pressão necessária para possibilitar uma vedação eficiente.

4.2.2 Análise Funcional

A análise funcional nos auxilia a compreender as funções do produto, relacionadas ao seu uso e manutenção. Também serve para avaliar a relação dessa funções na interação com o usuário.


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4.2.2.1 Uso

O óculos de natação, por ser um produto específico e extremamente restrito à atividade aquática, possui uma forte affordance7. O seu formato em número par de lentes, aliado aos materiais plásticos na sua composição, levam os usuários a não sentirem dificuldade em entender como o objeto funciona, e o seu correto uso acaba sendo algo natural e intuitivo. Grande parte dos óculos concorrentes recebem tratamento antiembaçante na lentes para facilitar a visualização, principalmente durante longos períodos de natação ininterrupta. Além dessa funções encontradas na análise, não possuem nenhuma outra função agregada que auxilie à uma natação eficiente do usuário.

4.2.2.2 Manutenção

Os óculos estudados requerem uma baixa atenção quanto à sua manutenção. Em geral possuem vida útil indeterminada, podendo ser usados por anos sem apresentarem problemas. Um fator que reduz a vida útil dos óculos é o desgaste que as partes (tira de fixação, narizeira e borracha de vedação) sofrem devido ao ressecamento provocado pelo cloro das piscina e da exposição ao sol.

7

Potencial que um objeto tem de ser entendido e manipulado da maneira que foi pensando para funcionar.


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4.2.3 Análise de Materiais

Os óculos possuem uma facilidade de fabricação devido à sua simplicidade. Atualmente são produzidos, basicamente, usando-se policarbonato para as lentes, silicone para a vedação e tiras de fixação, e poliestireno para a narizeira. O polietileno também é usado na fabricação das lentes nos modelos mais antigos ainda existentes no mercado.

4.2.3.1 Policarbonato

Policarbonato é um termoplástico, ou seja, um plástico que amolece ao ser aquecido e endurece quando resfriado, permitindo que se façam curvas ou outros formatos, sem nenhuma emenda. É um material de alta transparência e resistência a impactos. Mais leve que o vidro, pode ser curvado a frio, tem proteção contra raios ultravioleta e é um material totalmente reciclável. O policarbonato possui características propícias ao uso na fabricação de óculos de natação. Por esse motivo substituiu, quase na totalidade dos modelos, o polietileno usado anteriormente como material.


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4.2.3.2 Polietileno

O polietileno de alta densidade (PEAD) é um termoplástico derivado do eteno, cuja maior aplicação encontra-se nas embalagens. O PEAD é a segunda resina mais reciclada no mundo. Esta resina possui alta transparência, tem alta resistência ao impacto, inclusive em baixas temperaturas, e boa resistência contra agentes químicos. O PEAD é utilizado em diferentes segmentos da indústria de transformação de plásticos, abrangendo os processamentos de moldagem por sopro, extrusão e moldagem por injeção. No caso da fabricação do óculos o processo usado é a injeção.

4.2.3.3 Silicone

O silicone é um polímero de fácil manipulação, podendo variar desde uma consistência totalmente sólida, até um líquido viscoso, quimicamente inertes, resistentes à decomposição pelo calor, água ou agentes oxidantes, além de serem bons isolantes elétricos. Resistentes ao calor e à intempérie, os silicones são apresentados nas formas fluida, resina ou de elastômeros (borrachas sintéticas), sempre com inúmeras aplicações. Servem, por exemplo, como agentes de polimento, vedação e proteção. São também impermeabilizantes, lubrificantes e na medicina são empregados como material básico de próteses.


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4.2.3.3.1 Borrachas de Silicone

Na fabricação da maioria das tiras de fixação dos óculos estudados é usada a borracha de silicone. As borrachas de silicone são usadas por apresentarem boa elasticidade, flexibilidade, e resistência química. A sua vida útil é uma variável que depende de diversos fatores, como o tipo de borracha utilizada.

4.2.3.4 PVC

Alguns poucos modelos de óculos usam a borracha de PVC ao invés do silicone para as áreas de vedação. O PVC é um material mais ecologicamente correto que o silicone. Isso porque é o único material plástico que não é 100% originário do petróleo. O PVC contém, em peso, 57% de cloro (derivado do cloreto de sódio - sal de cozinha) e 43% de eteno (derivado do petróleo). O PVC é resistente à intempéries e à ação de fungos e bactérias, além de ser um material 100% reciclado e reciclável.

4.2.3.5 Borracha de TPE

O óculos da marca Speedo “Speed Socket” usa para a vedação um tipo de borracha especial de elastômero termoplástico (TPE). Os TPEs são materiais que


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agregam as propriedades da borracha vulcanizada convencional com a facilidade de processamento dos termoplásticos. A borracha de TPE pode ser moldado e reciclado, permitindo assim o reaproveitamento de rebarbas e sobras do processo.

4.2.4 Análise de Tratamentos

Os óculos analisados receberam tratamentos específicos durante sua fabricação para facilitar seu uso. Esses processos realizados em determinados modelos de óculos não são essenciais para permitir uma correta usabilidade, porém trazem consigo um conforto a mais durante a experiência de uso.

4.2.4.1 Película Antiembaçante

Alguns modelos recebem na parte interna das lentes dos óculos uma película antiembaçante. Essa película permite longos períodos de natação ininterrupta sem que as lentes embacem, proporcionando uma visão limpa e nítida através das lentes do óculos.


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4.2.4.2 Espelhamento e Material Fumê

O uso de material fumê ou então o tratamento de espelhamento na parte externa das lentes permite o exercício da natação em ambientes abertos dotados de uma luminosidade excessiva. Essa redução da luz nos olhos, aliado à proteção contra raios ultravioletas dos materiais usados nas lentes oferece uma proteção eficaz para os olhos do usuário, evitando danos futuros à sua visão.

4.2.5 Conclusão da análise da concorrência

Após a busca pelos produtos concorrentes mais usados pelo usuário que foi focado, foram analisadas suas principais características. Apenas o modelo “New Classic” usa o polietileno como base para suas lentes, por se tratar de um desenho e estilo clássico da Speedo. Todos os outros óculos se utilizam do policarbonato como material para a confecção das lentes. Esse material oferece proteção contra raios ultravioleta, importante para a saúde dos olhos do usuário na prática do esporte em piscinas abertas e natação em mar, rios e lagos. Apenas o Sueco Monterbara se utiliza de borracha nas tiras para fixação na cabeça. Isso deve-se ao fato de que esse óculos foi projetado no início dos anos 70 e permanece inalterado até os dias de hoje. Em todos os outros modelos o silicone é usado na confecção das tiras. A vedação, quando usada, é, na maioria dos óculos, em silicone. Dois modelos usam borracha de PVC e borracha de TPE, respectivamente, nas suas áreas de vedação. Dois modelos (sueco e new sweden) não usam qualquer tipo de


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vedação extra, apenas valendo-se do formato da base para isolar os olhos do contato com a água. São usadas peças de tamanhos pré definidos para a narizeira. Em geral 3 tamanhos distintos, possibilitando a troca de acordo com o rosto. O Sueco Monterbara utiliza-se de um barbante simples, no qual o usuário regula o tamanho desejado e dá um nó para prende-lo. No modelo Latitude da HammerHead a narizeira é fixa, sem regulagem. A análise dos concorrentes espraiou a idéia inicial de que nos projetos dos óculos a preocupação foi em satisfazer a necessidade básica para o qual ele serve: proteger os olhos da água. A mudança nos formatos, cores e materiais acaba servindo como um apelo visual na hora da decisão de compra do usuário. Essa constatação encorajou ainda mais a realização desse projeto, que teve como objetivo agregar um valor a mais nos óculos de natação atuais.


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5 PESQUISA COM USUÁRIOS

Uma fase importante do projeto é a pesquisa direta com o usuário. Nesse momento busca-se encontrar, através das experiências deles, o conjunto de fraquezas, defeitos e qualidades dos produtos concorrentes. O entendimento dessas características possibilita a melhoria do óculos, pensando nele como um sistema completo que precisa atender os seguintes fatores básicos: visualização, proteção e ergonomia. Foram entrevistados 54 nadadores entre os dias 20 a 23 de maio de 2010, durante o XIX Torneio Sul Brasileiro Junior I, Junior II e Sênior – Troféu Hugo Yabe e XVII Troféu OPEN Sul Brasileiro de Natação, ocorrido na cidade de Florianópolis/SC. Foram selecionados os competidores especialistas do nado crawl, entre 16 e 30 anos. Foi usada uma pesquisa quantitativa, que teve como objetivo reconhecer as principais características dos óculos usados por eles, como: tipo de óculos, modelo, conforto, visibilidade, durabilidade e design. Ao final foi feita uma pergunta aberta buscando dicas e necessidades do usuário frente ao produto.

5.1 FATORES RELEVANTES NOS DADOS COLETADOS

32 usuários usam o óculos tipo “sueco”, sem vedação e sem presilha fixa.

43 usuários preferem tira de silicone pela durabilidade e pela tira de borracha ressecar rapidamente se comparada à de silicone.

O tempo de vida do óculos “sueco” é de mais de um ano, enquanto outros modelos tem vida útil reduzida devido, principalmente, desgaste da borracha/silicone da vedação.

ao


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Nos usuários de óculos com vedação 54% gostariam de uma maior durabilidade do silicone/borracha.

67% dos usuários gostaria de uma maior área periférica de visibilidade da lente.


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6 CONCEITO DO PROJETO

A intenção desse trabalho é projetar um óculos que auxilie o nadador a manter a posição ideal da cabeça e, consequentemente, do corpo todo durante o nado de crawl, proporcionando um ângulo de visão ideal para a correta prática do nado. Para tanto pretende-se adicionar ao óculos projetado uma área de visualização de 45º em relação à vista perpendicular e superior dos olhos.

Figura 7 Comparativo entre ângulo de visão do óculos tradicional (90º) e nova proposta (45º) Fonte: www.imotion.com.br

6.1 REQUISITOS DO PROJETO

O óculos deverá proteger os olhos do contato com a água, tendo um desenho que possibilite o menor arrasto hidrodinâmico possível. Deverá ser confortável.


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O corpo do óculos será produzido inteiramente em policarbonato, pela sua alta transparência, resistência a impactos, proteção contra raios ultravioleta, por ser um material totalmente reciclável e por permitir uma grande maleabilidade de formas na fabricação, sem a necessidade de emendas. Não haverá material extra para a vedação do óculos ao rosto. Apenas o desenho do mesmo deverá proporcionar uma vedação perfeita. Essa opção foi escolhida pela conclusão na pesquisa com os usuários ter mostrado que esse é o tipo de vedação preferida dos atletas profissionais, tanto pelo conforto quanto pela durabilidade, já que não possui materiais passíveis de desgaste e ressecamento. Para a narizeira o projeto se apropriará da idéia do barbante, que deverá ser amarrado pelo próprio usuário na distância ideal para seu rosto. Esse estilo de narizeira ficou popular com o óculos “Sueco” e é tido como o mais simples e eficiente, por permitir infinitas possibilidades de ajuste da distância entre os olhos. Também foi escolhido por permitir uma maior vida útil do óculos, já que é usado apenas barbante, facilmente trocado caso ocorra o desgaste do mesmo, ao contrário dos óculos que possuem narizeira de outro materiais que, ao estragarem, acabam inutilizando o óculos por não possuírem peças de reposição. A tira de fixação na cabeça será produzida em silicone por ser o tipo de borracha com maior durabilidade e resistência às intempéries das quais o óculos será submetido, como cloro e radiação solar. A parte interna de visualização do óculos deverá ter tratamento anti embaçante para facilitar a visualização em ocasiões de longos períodos ininterruptos de natação, evitando o embaçamento das lentes.


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6.2 PESQUISA DE ESTÍMULOS

Na pesquisa de estímulos ocorreu a busca de imagens que pudessem estimular e favorecer a geração de idéias de projeto. Essas imagens tornaram-se dispositivos produtores de sentidos que ajudaram a construir conceitos, visões de mundo.

Figura 8 e 9 Pesquisa de estímulos


48

Figura 10 Pesquisa de estĂ­mulos


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6.3 SKETCHS


50


51

6.4 ALTERNATIVA ESCOLHIDA


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6.5 RENDER 3D

Após a definição do desenho do óculos partiu-se para a modelagem 3d via software. Foi usado para esse projeto o Blender 2.5.

Figura 10 Render via software 3D

Figura 11 Aplicação de transparência simulando material final


53


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6.7 MODELO TRIDIMENSIONAL

Para analisar e validar o projeto, detectando possíveis problemas e imperfeições que possam inviabilizar a produção, foi produzido o modelo tridimensional do óculos. Para a produção foi contratado o serviço da empresa Protótipos 3D, de Porto Alegre, que possui a tecnologia de prototipagem rápida em uma impressora 3D. O arquivo produzido no Blender foi exportado em STL para o software da impressora 3D. O primeiro arquivo enviado detectou problemas na modelagem, por ter sido projetado com a espessura muito fina. Após o ajuste da espessura o arquivo foi novamente exportado para o software da empresa que executou o protótipo do óculos com sucesso. Com o modelo em mãos foi possível testar sua eficácia quanto à ergonomia. O óculos foi testado pelos atletas da equipe de natação da Unisul e obteve resultado positivo quanto ao conforto e encaixe nos rosto.

Figura 11 e 12: Modelo recém executado pela impressora 3d


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Figura 13 e 14: Modelo ap贸s receber massa primer e tinta preta brilhosa

Figura 15 e 16: Modelo finalizado no modelo humano

Figura 17 e 18 Modelo pronto


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Figura 19 e 20 Modelo pronto

Figura 21 e 22 Teste com usuรกrio


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6.8 PROCESSOS DE PRODUÇÃO

O óculos será produzido pelo processo de moldagem por injeção. O molde será produzido em aço e as peças em policarbonato.

6.9 DESENVOLVIMENTO DA MARCA

Para fins de comercialização será desenvolvida, posteriormente, a marca do produto. O desenvolvimento da marca deverá remeter à idéia de velocidade, hidrodinâmica e hightech8. Através da pesquisa de estímulos pode-se coletar empresas e produtos que se assemelhassem ao óculos, nesses quesitos.

6.10 ANÁLISE DE CUSTOS

Visando oferecer suporte para a futura produção do óculos em escala industrial, foi efetuado um estudo para se conhecer os custos referentes ao processo de fabricação.

8

Termo em inglês que refere-se à alta tecnologia, que trabalha com as mais recentes inovações tecnológicas e materiais de última geração.


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6.10.1 No Brasil

Para análise de custos, visando a futura produção do óculos, foi feito inicialmente contato com uma empresa nacional, especializada na produção e comercialização de óculos e produtos de natação. A empresa Fiore possui sua sede e fábrica no interior de São Paulo. Seus produtos são totalmente desenvolvidos e produzidos dentro do Brasil, na sua fábrica própria. Após solicitação, a empresa forneceu dois orçamentos para a produção do óculos em sua fábrica. O primeiro orçamento seria para o projeto total do óculos, incluindo pesquisa, desenvolvimento, renderização 3D, construção de modelos e protótipo, molde e desenvolvimento da marca. Para a contratação desse serviço completo a empresa passou orçamento em torno de R$ 30.000,00. O segundo orçamento seria apenas para estudos de viabilidade e produção de molde. Esse segundo orçamento, que seria o adequado por atender as necessidades do projeto no momento, ficaria em torno de R$ 15.000,00. Em ambos os casos o custo unitário para produção de cada óculos custaria em torno de R$ 2,00.

6.10.2 Na China

Como segunda opção para a produção do óculos foi feita a análise de custos em outra empresa, a Hammerhead.


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Buscou-se esse segundo contato pela razão da empresa não possuir fabricação própria, buscando no mercado chinês o desenvolvimento e produção dos seus produtos, visando uma redução nos custos totais de fabricação. No caso de escolha dessa empresa para a comercialização do óculos, será cedido ou vendido9 o projeto à fabrica chinesa que presta serviço à Hammerhead, perdendo assim os direitos sobre o mesmo. Posteriormente a Hammerhead comprará diretamente da fábrica as unidades que desejar, sendo acertado um valor de royaltes10 para a venda no mercado brasileiro. No caso da venda do projeto à fábrica chinesa, será cedido total direito de produção à mesma. Posteriormente, toda e qualquer empresa poderá solicitar pedidos do óculos, porem sua comercialização ficará vedada ao pagamento de royaltes ao detentor da patente.

9

Será feita uma reunião entre os interessados no projeto para negociação dos valores e direitos em relação ao óculos e sua produção. 10 Porcentagem do lucro obtido com a venda de determinado produto.


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7 CONCLUSÃO

Esse projeto iniciou como um trabalho de conclusão do curso de Design da Unisul, e no transcorrer do mesmo sua proporção foi aumentando de acordo com a empolgação do seu desenvolvimento. O produto foi construído dia a dia, através de observação constante e ajuda de meus companheiros da equipe de natação da UNISUL e amigos no meio aquático, com sugestões e críticas extremamente relevantes à produção do mesmo. Após aplicadas todas as ferramentas aprendidas ao longo de 11 anos de estudos em Design, inicialmente na Ulbra/RS e posteriormente na Unisul, chegou-se a um produto com potencial e viabilidade de comercialização imediata, com interesse de produção por parte de empresas especializadas no segmento.


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8 ANEXOS

QUESTIONÁRIO PESQUISA USUÁRIO Idade: ____ Especialidade: _______________ Tipo de óculos que você usa:

Qual o tipo de presilha (narizeira) você prefere: ( ) barbante ( ) plástica rígida ( ) borrachinha Qual o tipo de vedação você prefere: ( ) borracha ( ) silicone ( ) sem vedação Qual o tipo de tira, “borrachinha” você prefere:


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( ) borracha ( ) silicone Qual o tempo médio de durabilidade dos teus óculos: ( ) menos de 1 mês ( ) 1 a 3 meses ( ) 3 meses a 1 ano ( ) mais de 1 ano Qual segmento estraga e torna o óculos inutilizável: ( ) borracha/silicone da vedação ( ) presilha, narizeira ( ) área de visibilidade, lentes Você gostaria que seu óculos tivesse uma maior área de visualização? ( ) sim ( ) não O que você gostaria que tivesse de novo ou fosse melhorado: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________


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9 BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Alves, F. (1997). Técnica de crol - Análise descritiva. In: R. Fernandes, J.V. Santos Silva e J.P. Vilas-Boas (eds.), Natação: vivências específicas e conhecimentos teóricos básicos. Colectânea de textos, pp. 453-499. AE-FCDEF-UP. Porto. Alves, F. (1998). O treino da técnica em Natação. Braçada, 1 (4): 12. Secção de Natação do Leixões S.C. Bailey, M. (1999). A Platform for Fast Swimming. Swimming Technique, 36 (2): 2629. www.bestswimming.com.br acesso em 27/04/2010 Castro, F.; Minghelli, F.; Floss, J.; Guimarães, A. (2003). Body roll angles in front crawl swimming at different velocities. In: J.-C. Chatard (edt.), Biomechanics and Medicine in Swimming IX, pp. 111-114. Université de Saint-Étienne. Ste Etienne. Chollet, D. (1990). Approche scientifique de la natation sportive. Éditions Vigot, Paris. Clarys, J. P. (1979). Human morphology and hydrodynamics. In: J. Terauds e E. W. Bedingfield (eds.), Swimming III, pp. 3-41. University Park Press, Baltimore. Clarys, J. P. e Jiskoot, J. (1975). Total resistance of selected body positions in the front crawl. In: L. Lewillie e J. P. Clarys (eds.), Swimming II, pp. 110-117. University Park Press, Baltimore. Colwin, C. M. (1998). The Crawl Stroke. Swimming Technique, 35 (1): 10-13. Colwin, C. M. (1999). Swimming Dynamics. Winning Techniques and Strategies. Masters Press. Lincolnwood, Illinois. Costill, D.L.; Maglischo, B.W. e Richardson, A.B. (1992). Swimming. Blackwell Scientific Publications, London.


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