LÍVIA REMOR PEREIRA
REDESIGN DE IDENTIDADE VISUAL: CASA OTTO
Florianópolis 2008
LÍVIA REMOR PEREIRA
REDESIGN DE IDENTIDADE VISUAL: CASA OTTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Design da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Design.
Orientadora: Prof. Carla Arcoverde de Aguiar Neves, M. Sc.
Florianópolis 2008
LÍVIA REMOR PEREIRA
REDESIGN DE IDENTIDADE VISUAL: CASA OTTO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Florianópolis, 10 de novembro de 2008.
______________________________________________________ Professora e orientadora Carla Arcoverde de Aguiar Neves, M. Sc. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Jorge Dolzan, M. Sc. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Cristina Nunes, M. Eng. Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico este projeto aos meus pais, amor incondicional eterno!
AGRADECIMENTOS
Nada seria possível sem as pessoas importantes que fizeram parte da minha vida nestes anos de faculdade. Primeiramente agradeço aos meus amores mãe e pai, que sempre participam em todas as etapas da minha vida sempre com todo o apoio e amor. Agradeço a toda minha família; meu avô, que construiu a historia do meu trabalho e é um exemplo para mim. Victor, amo-te! Obrigada àquelas pessoas que conheci há pouco tempo, mas que já se tornaram grandes amigos e tenho muito carinho por eles: Jordana, Nicole, Pedro, João; aos amigos que conquistei durante a faculdade e minha sempre amiga, Vica. Agradeço a dedicação da minha orientadora Carla, extrema importância para a construção deste projeto e a todos os professores que participaram da minha jornada universitária.
“Tudo aquilo que se deseja alcançar assim será; a persistência, o pensamento e as energias estão encarregados de tornar isso possível". (Lívia Remor Pereira)
RESUMO
Este é um Trabalho de Conclusão do Curso de Design, no qual é abordado a construção da identidade visual de uma empresa real, com 50 anos de mercado: Casa Otto. Seguindo uma metodologia de pesquisa e também projetual, todo processo se mostra detalhado passo a passo. Palavras-chave: Design - Identidade Visual – Casa Otto
LISTA DE IMAGENS
Figura 1 e 2 – Fachada e interior da loja de decorações, Casa Otto, no Centro da cidade de Laguna. ..................................................................................................................................... 14 Figura 3 e 4 – Fachada e interior da loja de confecções, Casa Otto. ....................................... 15 Figura 5 – Fachada da loja de armarinho, Casa Otto............................................................... 15 Figura 6 e 7 – Fachada da loja de decorações, Casa Otto, no bairro Mar Grosso em Laguna. 15 Figura 8 – Proporções recomendadas para facilitar a legibilidade .......................................... 38 Figura 9 – Swisscom ................................................................................................................ 42 Figura 10 – Silverlight .............................................................................................................. 42 Figura 11 – Nokia Siemens Networks ..................................................................................... 43 Figura 12 – Agility .................................................................................................................. 43 Figura 13 – Xerox .................................................................................................................... 43 Figura 14 – Skype .................................................................................................................... 44 Figura 15 – Chicago 2016 ....................................................................................................... 44 Figura 16 – Darién Library ...................................................................................................... 44 Figura 17 – Cocoa Lounge ...................................................................................................... 45 Figura 18 – Volaris ................................................................................................................... 46 Figura 19 – Elastic Digital ....................................................................................................... 46 Figura 20 – Compaq ................................................................................................................. 46 Figura 21 – Justgreen ............................................................................................................... 47 Figura 22 – Wacom ................................................................................................................. 47 Figura 23 – One six seven ....................................................................................................... 48 Figura 24 e 25 – Fachada da primeira loja da empresa. ........................................................... 51 Figura 26 – Primeira assinatura visual utilizada pela empresa (cor: vermelha) ....................... 52 Figura 27 e28 – Papel de embrulho da empresa, da década de sessenta, usado até hoje. ........ 53 Figura 29 – Sacola plástica (possui três tamanhos diferentes) ................................................. 53 Figura 30 – Pacote de Presente (possui dois tamanhos diferentes) ......................................... 53 Figura 31 – Carnê de prestações (Casa Otto - decorações) ...................................................... 54 Figura 32 – Comunicação Visual da Fachada – CASA OTTO Decorações (Centro) ............. 54 Figura 33 – Comunicação Visual da Fachada – CASA OTTO Decorações (Mar Grosso)..... 54 Figura 34 e35 – Comunicação Visual da Fachada – CASA OTTO Armarinho e Confecções (Centro)..................................................................................................................................... 54 Figura 36 – Concorrente, Ak's Jeans. ...................................................................................... 55 Figura37 Concorrente, Arte Objeto. ....................................................................................... 56 Figura 38 – Concorrente, Sonia Boutique. .............................................................................. 57 Figura 39 – Concorrente, Recanto Bike. .................................................................................. 57 Figura 40– Concorrente, Kaleche. ............................................................................................ 58 Figura 41 – Concorrente, Eletro Fretta. .................................................................................... 59 Figura 42– Concorrente, São Paulo Magazine. ........................................................................ 60 Figura 43 – Concorrente, Ki-Lojão. ......................................................................................... 60 Figura 44 – Concorrente, Casa dos Presentes........................................................................... 61 Figura 45 – Concorrente, Idéias. ............................................................................................. 62 Figura 47 – Mapa mental do conceito. ..................................................................................... 72 Figura 46 – Painel Semântico do Conceito. ............................................................................. 73 Figura 48 – Estudo de fontes. ................................................................................................... 74 Figura 49 – Estudo de fontes - Coolvetica. .............................................................................. 75
Figura 50 – Estudo de fontes – Franklin Gothic Book. ............................................................ 75 Figura 51 – Geração de alternativas para o símbolo. ............................................................... 76 Figura 52 – Geração de alternativas para o símbolo. ............................................................... 76 Figura 53 – Geração de alternativas para o símbolo. ............................................................... 77 Figura 54 – Submarcas Casa Otto. ........................................................................................... 78 Figura 55 – Submarcas Casa Otto. ........................................................................................... 78 Figura 56 – Papelaria Institucional. .......................................................................................... 79 Figura 57 – Embalagens. .......................................................................................................... 80 Figura 58 – Uniforme – avental para equipe de vendas. .......................................................... 80 Figura 59 – Comunicação visual de fachada. ........................................................................... 81 Figura 60 – Envelopamento de frota. ....................................................................................... 81 Figura 61 – Convite para os convidados do evento. ................................................................. 83 Figura 62 – Sache brinde. ......................................................................................................... 83
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Resposta 0.1 do questionário. ................................................................................ 63 Gráfico 2 – Resposta 0.2 do questionário. ............................................................................... 64 Gráfico 3 – Resposta 0.4 do questionário. ................................................................................ 66 Gráfico 4 – Resposta 0.5 do questionário. ................................................................................ 66 Gráfico 5 – Resposta 0.6 do questionário. ................................................................................ 67 Gráfico 6 – Resposta 0.7 do questionário. ................................................................................ 67 Gráfico 7 – Resposta 0.8 do questionário. ................................................................................ 68
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dimensões de Fonte ............................................................................................... 38 Tabela 2 – Análise concorrente, Ak's Jeans. ........................................................................... 56 Tabela 3 – Análise concorrente, Arte Objeto. ......................................................................... 56 Tabela 4 – Análise concorrente, Sonia Boutique. ................................................................... 57 Tabela 5 – Análise concorrente, Recanto Bike........................................................................ 58 Tabela 6 – Análise concorrente, Kaleche. ............................................................................... 59 Tabela 7 – Análise concorrente, Eletro Fretta. ........................................................................ 59 Tabela 8 – Análise concorrente, São Paulo Magazine. ........................................................... 60 Tabela 9 – Análise concorrente, Ki-Lojão............................................................................... 61 Tabela 10 – Análise concorrente, Casa dos Presentes. ............................................................ 61 Tabela 11 – Análise concorrente, Idéias. .................................................................................. 62 Tabela 12 – Resposta 0.3 do questionário. .............................................................................. 65 Tabela 13 – Tabela de custos................................................................................................... 84
LISTA DE SIGLAS
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso PDV – Ponto-de-venda IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ESDI - Escola Superior de Desenho Industria
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................14 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................................................14 1.2 OBJETIVOS .....................................................................................................................................17 1.2.1 Objetivo Geral ..........................................................................................................................17 1.2.2 Objetivo Específico ..................................................................................................................17 1.3 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................................18 1.4 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................................................20 2
METODOLOGIA DE PROJETO................................................................................................21
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................23 3.1 DESIGN ..........................................................................................................................................23 3.1.1 Design Gráfico ..........................................................................................................................24 3.1.1.1 Identidade Visual ....................................................................................................................25 3.1.1.1.1 Marca e Submarca ...............................................................................................................27 3.1.1.1.2 Símbolo ................................................................................................................................28 3.1.1.1.3 Logotipo ...............................................................................................................................29 3.1.1.1.4 Elemento Secundário – Alfabeto Padrão .............................................................................30 3.1.1.1.5 Elemento Secundário – Padrão Cromático .........................................................................32 3.2 GESTALT ........................................................................................................................................34 3.3 SEMIÓTICA ....................................................................................................................................36 3.4 ERGONOMIA INFORMACIONAL ......................................................................................................37 3.5 MERCHANDISING (PDV)..................................................................................................................41 3.6 TENDÊNCIAS .................................................................................................................................42 4 PESQUISA DE CAMPO ...............................................................................................................51 4.1 CLIENTE .........................................................................................................................................51 4.2 QUESTIONÁRIO ..............................................................................................................................55 4.3 CONCORRENTES ............................................................................................................................55 5 ANÁLISE E SÍNTESE DAS PESQUISAS ..................................................................................63 5.1 ANÁLISE DA PESQUISA (QUESTIONÁRIO) ......................................................................................63 5.2 ANÁLISE DA PESQUISA (CONCORRENTES).....................................................................................68 5.3 ANÁLISE DA PESQUISA (EMPRESA) ...............................................................................................69 6 CONCEITUAÇÃO ........................................................................................................................71 6.1 REQUISITOS ...................................................................................................................................71 6.2 CONCEITO .....................................................................................................................................73 6.3 DIRETRIZES ....................................................................................................................................73 6.4 ASSINATURA VISUAL ....................................................................................................................74 6.5 APLICAÇÕES ..................................................................................................................................79 6.6 MERCHANDISING NO PDV ............................................................................................................82 7
CUSTOS .........................................................................................................................................84
8
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................85
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................86 APENDICE A – QUESTIONÁRIO....................................................................................................87 ANEXO A – CRONOGRAMA ...........................................................................................................89 ANEXO B – MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL .......................................................................90
14 1
INTRODUÇÃO
Nesta primeira etapa será abordado o problema, os objetivos que se quer alcançar, a comprovação da necessidade deste projeto e a metodologia de pesquisa que será utilizada para pesquisa e análise de dados.
1.1
PROBLEMATIZAÇÃO
A empresa Casa Otto está situada em Laguna, SC, e atua no mercado desde 1958. É uma empresa tradicional e familiar. Hoje possui quatro lojas na cidade: uma no ramo de confecção, uma no ramo armarinho e mais duas no ramo de decoração. A empresa ainda não possui um logotipo bem definido, o único elemento realmente predominante é a cor vermelha; trabalha com vários elementos diferentes para compor os produtos de divulgação, sem uma coerência visual. Os dirigentes da Casa Otto observaram a necessidade da definição de uma marca própria atualizada, tendo em vista que houve evolução, transformações e ampliação da empresa e uma organização com novos projetos para obter uma identidade visual concretizada.
Figura 1 e 2 – Fachada e interior da loja de decorações, Casa Otto, no Centro da cidade de Laguna. Fonte: arquivo pessoal
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Figura 3 e 4 – Fachada e interior da loja de confecções, Casa Otto. Fonte: arquivo pessoal
Figura 5 – Fachada da loja de armarinho, Casa Otto. Fonte: arquivo pessoal
Figura 6 e 7 – Fachada da loja de decorações, Casa Otto, no bairro Mar Grosso em Laguna. Fonte: arquivo pessoal
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Atualmente algumas das lojas da empresa estão passando por reformas, estão sendo revistos os projetos de disposição de mercadorias, iluminação, vitrines, móveis, etc. Como mostram as imagens anteriores (figuras 3 e 5), a fachada da primeira loja da empresa ainda guarda as mesmas características, ou seja, a loja não foi reformulada externamente, apenas seu interior é atualizado. A loja de decorações do bairro Mar Grosso é a mais nova, possui um projeto que oferece uma idéia de showroom, é um espaço pequeno com mercadorias expostas aos olhos e ao tato dos consumidores. Em relação à comunicação visual de fachada, há falta de uma marca, cada placa possui uma fonte diferente, assim como materiais e iluminação. As lojas da empresa não possuem relações visuais entre si que sejam percebidas facilmente, listando algumas características seriam: o nome, a cor vermelha e bastante vidro mostrando o interior da loja. Segundo Silva (2002, pag. 153-155), "Identidade visual é o conjunto sistematizado de elementos gráficos que identificam visualmente uma empresa." e "Marca é a soma de todas as características, tangíveis e intangíveis, que fazem de algo único." Uma empresa, portanto, deve possuir um sistema de identidade visual, conjugado a sua marca, para ser descoberta, conquistar, manter clientes e crescer. Blessa (2003, p.33), diz que: "A identidade da marca consiste na visão da empresa a seu respeito e manifesta-se em seus aspectos físicos, sua 'personalidade'. A imagem da marca remete-se à percepção do consumidor." Com base nestes conceitos, a empresa tem que se conhecer (todos os funcionários e os proprietários) e ter ferramentas para transparecer sua personalidade para que o consumidor possa perceber essas características, se identificar e se relacionar com a marca. Toda comunicação visual de uma empresa, quando projetada, é importante para seu sucesso e deve traduzir a sua essência (características próprias essenciais). No mercado cada vez mais competitivo, quem tem qualidade nos produtos e serviços e identidade visual consistente, coloca-se à frente de seus concorrentes.
17
1.2
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Realizar o redesign do sistema de identidade visual para a empresa Casa Otto.
1.2.2 Objetivo Específico
-Realizar a atualização do logotipo atual da empresa;
-Desenvolver o manual de identidade visual, apresentando diretrizes para a aplicação da identidade visual nos materiais corporativos, tais como: papelaria institucional, embalagem, comunicação visual da fachada e da frota;
-Definir três submarcas para os diferentes ramos da empresa com base na marca Casa Otto;
-Desenvolver merchandising no ponto-de-venda para divulgação dos produtos e da marca.
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1.3
JUSTIFICATIVA
Atualmente a identidade visual da empresa Casa Otto necessita de mudanças, um redesign, uma atualização; pois a empresa já passou por várias modificações desde o início de suas atividades: nos produtos, no atendimento, as tecnologias utilizadas ou o próprio espaço. O logotipo ainda não está bem definido, são usadas fontes diferentes a cada comunicação visual feita pela empresa. O único elemento que é sempre utilizado é a cor vermelha. Também não há uma coerência visual nos elementos gráficos, não são planejados e não formam uma identidade definida. Também é importante comunicar que a empresa se divide em três ramos, de uma maneira que o público se identifique, saiba diferenciá-las e saiba que todas fazem parte de uma marca principal (que possuem uma ligação). Os ramos de confecção, decoração e aviamentos, possuem características próprias, comercializam produtos diferentes, possuem públicos e gerentes diferentes; por isso merecem tratamento diferenciado, porém com características próprias para a identificação e o mais importante, sem perder a identidade da marca. Conforme Farina; Perez; Bastos (2006, p.128) Podemos chamar de identidade visual, o conjunto de elementos gráficos que representam uma empresa ou instituição. Um conjunto de signos, que utilizados de forma coerente e sistematicamente planejados em todas as suas manifestações visuais, formalizam a personalidade visual de um nome, idéia, produto ou serviço.
Com o processo de identidade visual, a empresa passa por um momento de individualização, ela se mune de valores agregados e consegue mais forças para enfrentar o mercado competitivo.
19
Conforme Chamma; Pastorelo (2007, p. 85):
Os projetos de identidade visual envolvem muito mais elementos do que somente o desenho de símbolos e logotipos. A marca e suas aplicações são reflexos da cultura corporativa da empresa e devem expressar tanto atributos de gestão, recursos humanos, produtos, entre outros, como atributos comerciais, sociais, éticos e estéticos da organização.
A personalidade da empresa deve ser traduzida visualmente para que os clientes se identifiquem, para uma centralização de valores de quem trabalha na empresa, visão gerencial conjunta e muitos outros fatores de grande importância para a vida de uma marca.
Conforme SILVA (2002, p. 113):
A Identidade Visual de uma empresa é um dos mais fortes elementos que compõe sua imagem. Através dela, é reforçada a associação das suas características particulares, entre as quais estão o desenvolvimento histórico da empresa, os seus funcionários, os produtos e/ou serviços oferecidos, as políticas de gestão, o desempenho, o planejamento estratégico, as campanhas de divulgação, etc. Assim, é fundamental para o sucesso das marcas apresentarem identidades visuais consistentes.
É necessário a realização de um manual de identidade visual para guiar o processo de implementação nas mídias de comunicação que serão feitas ao longo do tempo e para a empresa fazer uso deste documento quando necessário. Os benefícios de merchandising também são de suma importância para a divulgação da marca e de produtos comercializados pela empresa. Durante a compra, a visão é um primeiro sentido humano que entra em contato com o produto, o merchandising trabalha com essa primeira impressão: é no momento da compra que será decidido pelo consumidor se leva o produto da concorrência ou não. Segundo Blessa (2003, p.27): A qualidade é percebida quando o consumidor interpreta como sinais de qualidade de um produto ou marca, o preço, a aparência física, e a reputação do PDV no qual é oferecido. O consumidor, em outras palavras, utiliza-se de pistas como embalagem, marca, preço, peça promocional, ingredientes ou componentes do produto, para inferir na qualidade.
20 Então para divulgar a marca e os produtos, a ferramenta de merchandising no PDV (ponto-de-venda) será a técnica utilizada para tal. Ainda mais pelo fato de que numa cidade pequena como Laguna, há uma carência de conhecimento sobre divulgações diferentes das tradicionais, que contam com panfletos, outdoors ou vitrines.
1.4
METODOLOGIA DE PESQUISA
Pesquisas são fontes que serão analisadas para trazer respostas e apontamentos para a realização do projeto de marca e identidade visual. Será realizada uma pesquisa exploratória com um levantamento das últimas publicações sobre o tema do projeto e algumas áreas vinculadas a isso. Também serão realizadas pesquisas descritivas: qualitativas e quantitativas. A amostragem será não probabilística com amostras intencionais (o público alvo será selecionado para que possam surgir respostas mais bem definidas e de grande importância - pessoas que já conhecem a marca e clientes). Também serão realizadas entrevistas com os gerentes da empresa em estudo. Os instrumentos de coleta de dados serão: observação, entrevistas e formulários com perguntas fechadas e abertas. As pesquisas terão foco no mercado, concorrência, público alvo, diferenciais competitivos, imagem atual, histórico da empresa, posicionamento da empresa, as estratégias utilizadas, o gerenciamento da empresa e da marca, como está sendo utilizada a comunicação, as particularidades e características, valores tangíveis e intangíveis.
21 2
METODOLOGIA DE PROJETO
A metodologia é uma ferramenta para o desenvolvimento de projetos. Segundo Peón (2003, p.50), "A metodologia é o conjunto e a ordenação de procedimentos para a realização de um dado objetivo – ou seja, o conjunto de métodos utilizados, bem como o estudo e análise destes métodos.". O método adotado para este projeto em específico será o de Maria Luisa Peón, que se divide em três fases: Problematização (onde é diagnosticada a situação do projeto, dados que determinam o que será desenvolvido), Concepção (parte da geração de alternativas, soluções e validações) e Especificação (são especificações para a implantação do projeto e do manual de identidade visual). Abaixo segue o modelo resumido (fluxograma) da metodologia, dividida em etapas: FASE A – PROBLEMATIZAÇÃO
Levantamento de dados ↓ Estabelecimento de requisitos e restrições ↓ FASE B – CONCEPÇÃO
Conceito ↓ Geração de Alternativas de solução ↓ Identificação dos partidos das alternativas geradas ↓ Consulta ao Cliente, para seleção de partido ↓
Desenvolvimento das alternativas do partido ↓
22
Aperfeiçoamento da solução ↓ FASE C – ESPECIFICAÇÃO
Detalhamento técnico dos elementos do sistema ↓ Elaboração do manual de identidade visual ↓ Consulta ao Cliente ↓ Implantação do sistema
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica tem como objetivo explicar e trazer conceitos dos temas e áreas abordadas aqui, para um maior entendimento, de geral para específico. Tem como base obras de autores reconhecidos no meio do Design, Marketing, Psicologia.
3.1
DESIGN
Design, palavra originalmente vinda do latim designo (designar, representar), adaptado mais tarde para a língua inglesa. O Design surgiu na sociedade industrial em meados do século XIX, quando se passa a projetar para a produção industrial (em escala). Como definição, basicamente pode-se dizer que design soluciona problemas com projetos através de metodologias. Silva (2002, p.100), diz que Design é o processo criativo, inovador e provedor de soluções para problemas de produção, problemas tecnológicos e problemas econômicos, como também, para problemas de cunho social, ambiental e cultural. O processo de design demanda conhecimentos que vão desde a concepção de novos produtos, desenvolvimento produção e marketing até seu descarte.
O designer (pessoa que trabalha com design, cuja profissão ainda não foi regulamentada) pode atuar nas várias atividades do design, que hoje em dia crescem cada vez mais, algumas delas são: design de produto, design gráfico, design de interiores, design social, web design, design de embalagem, design têxtil, como cita Silva (2003). Mas há uma divisão nas áreas do design, como afirma Niemeyer (2000), que classifica em duas áreas de conhecimento e atuação: design de produto (ou design industrial) e design gráfico. Essa divisão aconteceu quando, em 1962, a ESDI divide o curso novo de design nessas duas habilitações. Nem sempre isso é um consenso para os designers na prática, pois quando se trabalha com embalagem, por exemplo, o projeto mistura essas duas habilitações, projeto do produto (material, ergonomia, função,
24 estética) e mais a comunicação visual que uma embalagem deve ter. Segundo Escorel (2000, p.65): [...] os recursos expressivos do designer de produto se restringem à invenção e à articulação de volumes e de suas respectivas conexões, no âmbito do objeto e de sua interface com o ser humano. [...] Já o designer gráfico, deve partir do princípio de que para organizar e dar corpo a seu discurso deverá conjugar linguagens originalmente independentes entre si como a fotografia, a tipografia, a ilustração.
A profissão é relativamente nova, ainda é difícil um conceito firme e verdadeiro por completo de design, grande parte da população em geral desconhece o significado do termo. Niemeyer (2000, p.25) afirma: Presentemente é empregada uma variedade de denominações para o profissional que desenvolve projetos de produtos e de comunicações visuais: designer, desenhista industrial, designer industrial, designer de produto, comunicador visual, programador visual, designer gráfico. Até o presente, esses termos são empregados de modo não padronizado, até mesmo pelos próprios profissionais atuantes.
Para ser mais específico o conceito e as atividades, o próximo item deste TCC aborda sobre o Design Gráfico em particular, pois se trata de um projeto desta área.
3.1.1 Design Gráfico
Design Gráfico é uma atividade de design voltada para linguagem visual. Trabalha com texto e imagem, podendo ser desenvolvido em variadas situações e meios.
Conforme Villas-Boas (2003, p. 11):
Um projeto de design gráfico consiste num todo que é formado tanto por um texto diagramado e por elementos tipográficos de maior destaque quanto por ilustrações, fotos, elementos acessórios como fios etc. Ou seja: um projeto de design gráfico é um conjunto de elementos visuais - textuais e/ou não textuais - reunidos numa determinada área predominantemente bidimensional e que resulta exatamente da relação entre estes elementos.
25 "A expressão graphic design foi utilizada pela primeira vez em 1922 pelo americano William Dwiggins, mas só passou a ter seu uso difundido após a Segunda Guerra Mundial." (VILLAS-BOAS, 2003, p.48). O designer gráfico (profissional que trabalha na área) tem como objetivo organizar informações para transmitir uma mensagem, comunicar claramente uma informação para um certo público pré destinado. Pode fazer isto através de vários meios, alguns desses meios são: cartaz, folder, informação virtual veiculada pela internet, jornal, revistas, anúncios.
Ainda se referindo à Villas-Boas (2003, p.7):
Design gráfico se refere à área de conhecimento e à prática profissional específicas relativas ao ordenamento estético formal de elementos textuais e não-textuais que compõem peças gráficas destinadas à reprodução com objetivo expressamente comunicacional.
Fica conectado a essa área então, o desenvolvimento de identidade visual, ilustração, informação, tipografia, editoração, entre outros.
3.1.1.1 Identidade Visual
Identidade visual é uma área dentro do design gráfico; forma um conjunto de projetos que são feitos para empresas, instituições, produtos. Pode-se dizer, como explica Farina (2006), que a identidade visual é um conjunto de elementos que representam uma idéia, uma empresa ou instituição; esses elementos utilizados de forma coerente e sistematicamente planejados em todas as suas manifestações visuais, definem uma identidade, a personalidade, as características de um nome (empresa, produto, serviço). Símbolo e logotipo, papelaria institucional, aplicações em uniformes ou materiais, letreiros, estes são alguns elementos que, em conjunto, formam uma identidade visual. Este projeto de design pode ser desenvolvido para grandes e pequenas empresas. Segundo Peón (2003, p.11):
26 A rigor, qualquer coisa possui uma identidade visual – ou seja, componentes que a identificam visualmente. A identidade visual é o que singulariza visualmente um dado objeto; é o que o diferencia dos demais por seus elementos visuais. A manifestação desta identidade pode ser mais fraca ou mais forte mas, no senso comum, qualquer coisa que possa ser identificada visualmente possui uma identidade visual (identificação = reconhecimento de identidade).
Ou seja, uma empresa com uma identidade fraca, será menos notada, menos visada, menos memorizada. Uma identidade visual mais forte chama a atenção do consumidor, faz ser lembrada por períodos longos de tempo, agrega maior pregnância. Os elementos que podem fazer parte de um projeto de identidade visual para uma empresa são: a assinatura visual primeiramente (composta por cor institucional, logotipo e/ou símbolo), e daí surgem os outros elementos secundários, como papéis institucionais, embalagens, adesivos, placas, envelopamento de frota, ou seja, aplicações necessárias que variam de acordo com o porte da empresa. Ao final de todo processo ainda existe uma etapa, o desenvolvimento e edição do manual de identidade visual. Segundo Chamma e Pastorelo (2007, p.119):
Manuais são concebidos para servir como instrumento de divulgação da política e de imagem da instituição, e são utilizáveis durante um longo período. [...] Um bom manual de identidade visual, portanto, descreve e programa o uso dos elementos gráficos que compõem a identidade visual e transmite as informações necessárias à produção das futuras manifestações visuais institucionais, operacionais e promocionais. Deve ser composto por normas e recomendações que definam e caracterizem seus elementos básicos e traçar orientações para os usos, combinações e restrições em suas principais aplicações.
Na medida em que uma empresa ou um produto entrar e se destacar no mercado competitivo de concorrência, através de suas qualidades ou desempenho, será mais apta a sensibilizar e conquistar seu público alvo. De acordo com Escorel (2000, p.46), identidade é uma área do design gráfico: "Este setor concentra aqueles trabalhos cuja função principal consiste em definir visualmente o perfil de uma dada empresa e de seu produto, tanto para o público interno, constituído pelos funcionários, quanto para o público externo, constituído pelos usuários.". A empresa passa por um processo de individualização com o projeto de identidade visual, se mune de valor agregado para se destacar e permanecer no mercado.
27 3.1.1.1.1 Marca e Submarca
Marca é uma palavra com diferentes abordagens. Segundo a área do design, é comum ser denominada de conjunto de elementos visuais: símbolo e logotipo (podendo ser utilizados juntos ou só um dos dois). Conforme Peón (2003, p.36), "A marca é, assim, o elemento que sintetiza os elementos primários do sistema e que os suplanta" e pode ser chamada também de assinatura visual. Segundo Peón (2003), a marca, ou assinatura visual deve ser flexível, necessita de mais de uma versão, por exemplo, vertical e horizontal. Isso para que independente das aplicações, a marca sempre seja visível e percebida facilmente. Também equivale ao número de cores, preenchimento, usos conjugados, etc. O marketing costuma definir marca como uma palavra muito além da parte visual, assim como Silva (2002, p.153), quando diz que "Marca é a soma de todas as características tangíveis e intangíveis, que fazem de algo único". A 'parte visual' da empresa então transmite essas características para seu público. Segundo Tavares (1998, p.21): "As marcas podem ainda ser definidas na perspectiva da empresa e do consumidor. Na primeira perspectiva, a marca pode ser vista como um conjunto de atributos; na segunda, ela é uma expectativa de benefícios.". Muito mais que um nome, é através da marca que a empresa se comunica com o cliente, estabelece um relacionamento e troca de valores intangíveis entre os clientes e os produtos e serviços.
A marca deve estar vinculada a algumas peculiaridades relacionadas à criação e manutenção do calor percebido pelo consumidor. É através da marca que a empresa promete e entrega ao cliente um valor superior ao encontrado no mercado. Quando as empresas fazem isso contínua e consistentemente, tendem a ser mais lembradas, desenvolvem a preferência e contam com a lealdade do consumidor, são mais protegidas da concorrência e fortalecem o poder de barganha com os canais de distribuição e com os fornecedores. (TAVARES, 1998, p.17)
Como explica Tavares (1998, p.5), a marca já passou por diferentes tendências de evolução, o que aconteceu à respeito dos nomes escolhidos para empresas, "O nome está, de certa forma, vinculado a pessoas ou às ações dessas pessoas. O nome pessoal é, por tanto, uma marca.". Colocar o nome do proprietário como marca da sua empresa já foi uma tendência e isso ainda existe em cidades pequenas ou nas periferias das cidades grandes do Brasil. Assim, freqüentemente o
28 estabelecimento comercial ou industrial possui como marca o nome do proprietário, que transfere suas características e atributos para instituição (como honestidade ou flexibilidade). Marca registrada, segundo Tavares (1998), corresponde ao direito exclusivo do proprietário de uso e benefícios aos quais a marca registrada é aplicável. A submarca é gerada a partir da marca. Segundo Aaker (2000, p.117):
Submarcas são marcas relacionadas a uma marca-mestra que aumentam ou modificam as associações dessa marca-mestra, que é a principal estrutura de referência, embora seja estendida pelas submarcas, que acrescentam associações, uma personalidade de marca e até vigor. Um papel comum de uma submarca é estender uma marca-mestra para um novo segmento significativo.
Uma marca tem suas características próprias que a faz única e suas submarcas seguem o mesmo caminho, talvez com produtos ou linhas diferentes, mas carrega as mesmas características essenciais da marca principal.
3.1.1.1.2 Símbolo
O símbolo e o logotipo são representações visuais que podem fazer parte da assinatura visual, seja de produtos, de empresas ou instituições. Segundo Escorel (2000, p.57), "O símbolo e o logotipo são formas de gravar aspectos da marca, de tornálos visualmente tangíveis.". Estes elementos podem ou não fazer parte da assinatura visual de uma empresa, por exemplo, mas não necessariamente a assinatura deve conter os dois elementos, pode-se ter um símbolo, um logotipo ou até mesmo os dois juntos. De acordo com Peón (2003), símbolo é uma representação gráfica de uma idéia que expressa significado por analogia, veiculada através de uma figura em síntese que deve identificar uma empresa. O conceito, as características dessa empresa devem estar impressos nesta imagem, que pode ser abstrata ou figurativa. O símbolo, como descreve Peón (2003), deve ser associado rapidamente, por isso não deve conter excesso de informação ou muitos elementos gráficos, a leitura deve ser fácil, rápida, clara, e lógico, associativa.
29 Conforme SILVA (2002, p. 158), símbolo é: "Desenho característico destinado a funcionar como elemento de identidade visual de uma empresa, organização, produto, serviço ou evento. Pode ser abstrato ou figurativo". Existem formas de representação de símbolos, segundo Peón (2003) há quatro classificações: tipográficos, figurativos, ideogramas e abstratos. Símbolo tipográfico deriva da inicial do nome da instituição. Símbolo Figurativo é definido por um ícone (representação figurativa de um objeto que deve ser lido e reconhecido). Ideograma, diferente da representação do ícone, é representado por uma figura estilizada de um objeto que transmite uma característica que se deseja passar pela empresa. Símbolo abstrato pode ser qualquer representação não figurativa, não significa nada a princípio, deve ser aprendido. Para facilitar a memorização deste, que naturalmente é mais difícil, a empresa deve veicular permanentemente um sistema de elementos na comunicação visual para que o público faça associações e grave a ligação entre o conceito abstrato e a empresa real. Por tanto, uma marca pode ter ou não uma representação através de símbolos; tudo depende de como essa marca quer se envolver com o mercado e qual a melhor forma de representar suas características visualmente.
3.1.1.1.3 Logotipo
A comunicação de uma marca, especificamente sua assinatura visual, pode ser composta por um logotipo, por um símbolo ou por esses dois elementos juntos. Seguindo o raciocínio de Peón (2003) e Escorel (2000), o logotipo é uma forma gráfica composto necessariamente por letras, pode conter também elementos como: números, formas, cores, grafismos associados; para caracterizar, transmitir visualmente a essência e as características da instituição, garantindo uma personalidade própria. Conforme Peón (2003, p.33), "O objetivo de um logotipo é o de que ele possa ser efetivamente lido, representando os fonemas pelos quais a instituição é
30 referida". Ainda segundo Peón (2003), os logotipos podem ser classificados em cinco tipos diferentes: os baseados em uma família existente, os formados por famílias modificadas, formados por tipos desenhados especialmente para este uso, os conjugados a grafismos e os exclusivamente tipográficos. Explicando cada um então de acordo com a autora: Baseados numa família existente: a identidade do logotipo aqui está relacionada com a posição dos caracteres ou a singularidade da família tipográfica usada. Formados por famílias modificadas: a forma como os caracteres de uma família são organizados ou algum desses caracteres redesenhado. Formados por tipos desenhados especialmente para este uso: neste caso a singularização é maior, a originalidade dessa mudança no desenho não pode atrapalhar a leitura. Há casos onde esses desenhos em cima de fontes para logotipos acabaram gerando nova família tipográfica. Logotipos conjugados a grafismos: Além da família tipográfica, ainda existe outros elementos gráficos, acessórios. Este deve ser aplicado sempre junto ao logotipo, se conseguir ser representado separadamente, já não é mais acessório e sim um símbolo gráfico. Logotipos exclusivamente tipográficos: constituem-se apenas de caracteres, sendo de famílias já existentes, famílias modificadas, ou desenhados exclusivamente para aquele objetivo. O objetivo do logotipo é transmitir visualmente as características da empresa.
3.1.1.1.4 Elemento Secundário – Alfabeto Padrão
A tipografia é mais um elemento da comunicação. Para começar a abordar este assunto, primeiramente segue uma distinção dos termos: Tipografia e Tipologia. Segundo Niemeyer (2003, p.13), tipologia trata de um processo de classificação, estudo de conjunto e caracterização das classes de elementos tipográficos, os tipos.
31 A tipografia, palavra de origem grega (typos – forma, graphein – escrita), é a arte e o processo de criar e compor textos e caracteres, física ou digitalmente. Como explica Ribeiro (2000), a tipografia é a arte de produzir textos e tipos, isto é, caracteres. Ou ainda, a arte de compor e imprimir tipos. Para entender melhor a nomenclatura, Ribeiro (2000, p. 72) explica:
Chama-se, indistintamente, caráter ou tipo a todos os signos tipográficos que servem para impressão. Consiste em um bloco de metal com seis faces paralelas, duas a duas, que variam segundo o corpo e a forma gráfica das letras que comportam.
Niemeyer (2003, p.12; 13) afirma que: "Tipografia é um oficio que trata dos atributos visuais da linguagem escrita.". Envolve composição de letras num texto, a seleção e as aplicações de determinado tipo ou família, conduzir e estimular o leitor à leitura; tem como objetivo principal transmitir uma mensagem da melhor maneira possível, fazendo com que o público alvo entenda as significações pretendidas por quem as destinou. Família tipográfica é um conjunto de caracteres que possuem as mesmas características essenciais em seus desenhos, de acordo com Niemeyer (2003). Para a identidade visual de uma empresa, por exemplo, pode-se denominar a família escolhida ou projetada de 'alfabeto institucional', como explica Peón (2003), o qual seria um dos elementos da identidade visual. A tipografia ainda segundo Niemeyer (2003, p.14), deve atingir objetivos estéticos, de significação e de usabilidade. O nível de atendimento dos requisitos de usabilidade são determinados por três critérios ergonômicos: legibilidade (quando as formas de letras de um mesmo desenho de tipo são entendidas com rapidez), leiturabilidade (de acordo com a composição do texto, acesso a informação, configurações específicas) e pregnância (quanto mais uma 'palavra' se destaca num texto, dentre outras formas dispostas, mais pregnante ela é considerada).(NIEMEYER, 2003) Devem ser considerados na utilização do tipo também os seus aspectos quanto à estética, à significação e à adequação ao processo produtivo. A usabilidade, embora seja um aspecto fundamental, não deve ser tomado como um critério isolado e absoluto. (NIEMEYER, 2003, p.70)
A tipografia é uma disciplina indispensável para a formação de um designer gráfico, como afirma Niemeyer (2003), independente de onde o designer vai aplicar,
32 não necessariamente ele será tipógrafo. O estudo nessa área reflete qualidade no trabalho de designers, interferindo positivamente nos seus projetos.
3.1.1.1.5 Elemento Secundário – Padrão Cromático
As cores são peças chave na comunicação visual, por isso será abordado neste TCC. Para o assunto 'Psicodinâmica das cores', as citações desde capítulo são baseadas na obra de Farina; Perez; Bastos (2006). De acordo com Farina; Perez; Bastos (2006, p.1), "Tecnicamente a palavra cor é empregada para referir-se à sensação consciente de uma pessoa, cuja retina se acha estimulada por energia radiante." A psicodinâmica das cores é um estudo de como a cor é formada no cérebro humano e as percepções e sensações que são sentidas em determinadas situações. Cada cor pode assumir sentidos diferentes em determinados contextos, podem trazer sentimentos positivos ou negativos dependendo da situação.
As cores influenciam o ser humano e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida, criando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem, etc. As cores podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriais de grande importância, porque cada uma delas tem uma vibração determinada em nossos sentidos e pode atuar como estimulante ou perturbador na emoção, na consciência e em nossos impulsos e desejos. (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2006, p.2)
Conhecer a potência psíquica das cores é uma ferramenta poderosa no meio do marketing, do design, da publicidade, pode ser um poderoso fator de atração e sedução para as peças publicitárias, para as marcas gráficas, produtos ou embalagens que visam a atenção do consumidor. As cores são utilizadas, neste meio, para criar uma atmosfera adequada para o público consumidor ser atraído e também estimulá-lo a permanecer fiel a marca, por exemplo. Sabendo utilizá-las, o profissional ganha mais ferramentas e artifícios para trabalhar. As cores constituem estímulos psicológicos para a sensibilidade humana, influindo diretamente nas decisões ou sentimentos do indivíduo.
Sensações são
provocadas pelas cores, segundo pesquisadores. Está descrito abaixo, segundo Farina;
33 Perez; Bastos (2006), alguns dos efeitos de sentidos provocados pelas cores, de acordo com pesquisas:
Branco
Ordem, simplicidade, limpeza, otimismo, paz, pureza, alma, harmonia, divindade, afirmação, pensamento.
Preto
Mal, pessimismo, tristeza, negação, sordidez, dor, fim, opressão, negação, intriga.
Cinza
Seriedade, sabedoria, passado, finura, pena, aborrecimento, tristeza, desânimo.
Vermelho
Dinamismo, força, sensualidade, coragem, calor, emoção, ação, alegria comunicativa, extroversão.
Laranja
Alegria, advertência, prazer, senso de humor, desejo, excitabilidade, energia.
Amarelo
Iluminação, conforto, alegria, orgulho, egoísmo, espontaneidade, euforia, originalidade.
Verde
Bem-estar, saúde, ideal, tranqüilidade, crença, coragem, liberdade, tolerância, ciúme.
Azul
Espaço, viagem, verdade, afeto, intelectualidade, infinito, amor, fidelidade, sentimento profundo.
Violeta
Engano, miséria, calma, dignidade, autocontrole, agressão, furto.
Roxo
Fantasia, mistério, profundidade, espiritualidade, delicadeza.
Púrpura
Calma, dignidade, autocontrole, estoma, valor.
Marrom
Pesar, melancolia, resistência, vigor.
Rosa
Encanto, amabilidade, feminino, inocência, positivo.
Prata
Sofisticação, tecnologia, modernidade, requinte, luxo.
Dourado
Fama, luxo, glamour.
eletricidade,
justiça,
egoísmo,
A cor faz parte também dos elementos que constroem uma identidade visual (símbolo, logotipo, tipografia e cor). Dentre esses elementos de possibilidades de construção de assinatura visual e identidade, a cor é um dos itens mais importantes.
34 Algumas pessoas têm dificuldade de lembrar o nome ou do logotipo de uma empresa, mas é muito difícil esquecer da cor. "A cor é o elemento de código visual, com maior poder de comunicação, de forma autônoma." (FARINA; PEREZ; BASTOS 2006, p.129) Também se deve levar em conta o número de cores que serão escolhidas para fazer parte das cores institucionais. Segundo Peón (2003, p.42) as cores institucionais são: "[...] formadas pela combinação de determinadas cores, sempre aplicadas nos mesmos tons. Embora configurem um elemento secundário, tem vital importância na eficiência do sistema, pois tem um alto grau de pregnância". Cores institucionais, sempre andam juntas com a empresa, fazendo parte da identidade visual.
A utilização de várias cores em uma programação visual, que chamamos de policromia, pode acarretar não só altos custos de produção, como transtornos e dificuldades na implantação de um sistema de programação visual. [...] Em um projeto de "programação visual", deve-se pensar na possibilidade da versão monocromática da identidade visual, ou seja, sua versão em uma única cor. Normalmente é pensada a versão em preto, com opção de tons de cinza. Isso é importante porque nem sempre é possível a inclusão da cor em alguns casos de aplicação da identidade visual. (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2006, p.)
A identidade visual de uma empresa é a declaração visual de suas características, portanto, a cor faz parte desta identidade para ajudar a transmitir e comunicar significados, atributos e sentimentos para seu público.
3.2
GESTALT
Gestalt é uma Escola de Psicologia Experimental, o filósofo Von Ehrenfels é considerado o precursor da psicologia da Gestalt (fins do séc. XIX). O termo alemão "Gestalt", não possui uma tradução exata para o português, geralmente é traduzido como estrutura ou forma, e "[...] significa uma integração de partes em oposição à soma do todo" (GOMES FILHO, 2004, p.18)
O movimento gestaltista atuou principalmente no campo da teoria da forma, com contribuição relevante aos estudos da percepção, linguagem, inteligência, aprendizagem, memória, motivação, conduta exploratória e
35 dinâmica de grupos sociais. A teoria da Gestalt, extraída de uma rigorosa experimentação, vai sugerir uma resposta ao porquê de umas formas agradarem mais e outras não. Esta maneira de abordar o assunto vem opor-se ao subjetivismo, pois a psicologia da forma se apóia na fisiologia do sistema nervoso, quando procura explicar a relação sujeito-objeto no campo da percepção. (GOMES FILHO, 2004, p. 18).
A teoria da Gestalt entrega respostas sobre a percepção da forma, as relações psicológicas ligadas às fisiológicas humanas, dentre técnicas diferentes que podem ser aplicadas para gerar diferentes resultados. Gomes Filho (2004, p.19) afirma que: "[...] o que acontece no cérebro não é idêntico ao que acontece na retina. A excitação cerebral não se dá em pontos isolados, mas por extensão. A primeira sensação já é de forma, já que é global e unificada.". Ou seja, os olhos vêem uma forma como um todo, não importa o número de elementos que o objeto visual possua. Ainda seguindo na linha de Gomes Filho (2004), as leis da Gestalt são intituladas da seguinte forma: Unidade, Segregação, Unificação, Fechamento, Continuidade, Proximidade, Semelhança e Pregnância da forma. E as categorias conceituais de percepção visual são: clareza, simplicidade, complexidade, profusão, exageração, coerência, incoerência, transparência e transparência sensorial, sutileza, seqüencialidade, ruído visual, arredondamento, minimidade, opacidade, redundância, espontaneidade,
aleatoriedade,
fragmentação,
difusão,
distorção,
profundidade,
superficialidade, sobreposição e ajuste óptico.
De acordo com a Gestalt, a arte se funda no princípio da pregnância da forma. Ou seja, na formação de imagens, os fatores de equilíbrio, clareza e harmonia visual constituem para o ser humano uma necessidade, por isso são consideradas indispensáveis. (GOMES FILHO, 2004, p.17)
Para um melhor entendimento, seguem os conceitos, segundo Gomes Filho (2004), sobre as leis da Gestalt: Unidades – o conjunto de elementos que configuram um 'todo', o próprio objeto. Segregação – consiste na capacidade perceptiva de identificar ou separar unidades de um todo. Unificação – varia em função de uma melhor ou pior organização das formas propostas, consiste na igualdade ou semelhança de estímulos produzidos pelo objeto visual.
36 Fechamento – por meio de agrupamento de elementos, há uma percepção de fechamento visual, forças de organização dirigem-se espontaneamente para uma organização espacial que tende a formar unidades em todos fechados. Continuidade – uma impressão visual de como as partes de um todo se sucedem sem quebras ou interrupções num sentido ou trajetória visual. Proximidade – elementos próximos que tendem a ser vistos juntos, isso acarreta uma constituição de um todo. Semelhança – igualdade de formas e cores que tendem a ser percebidos como unidades, partes de um todo. Pregnância da Forma – é a lei básica da Gestalt, que é assim definida: "Qualquer padrão de estímulo tende a ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto o permitam as condições dadas". (GOMES FILHO, 2004, p.36) Gestalt é uma ferramenta estruturada pela ciência, que pode auxiliar um profissional a desenvolver projetos, planejando formas e objetos, mensagens e percepções desejadas para soluções de problemas visuais.
3.3
SEMIÓTICA
Sobre semiótica será abordado aqui uma introdução, um caminho básico ao estudo dos significados. A semiótica é a ciência dos signos, estuda a leitura do mundo de representações; ajuda a entender como as pessoas pensam e interpretam mensagens. Signo é qualquer coisa que representa uma outra coisa. Segundo Pietroforte (2004, p.11) "A semiótica estuda a significação". Signo é qualquer coisa que faz referência a outra coisa.
Segundo Santaella (2007, p.13):
As linguagens estão no mundo e nós estamos na linguagem. A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significação de sentido.
37 Para Peirce, qualquer coisa possui significado a cerca de uma concepção triádica; são nestes pontos que a teoria de Peirce se baseia. Como relata Santaella (2007) sobre os estudos de Peirce, são as três categorias universais de toda a experiência e pensamento: Quali-signo ou Primeiridade, que corresponde ao presente, à qualidade, originalidade; Sin-signo ou Secundidade que corresponde a ação e reação dos fatos concretos, existentes e reais; e Legi-signo ou Terceiridade, corresponde à camada de inteligibilidade, ou pensamento em signos, através do qual se representa e interpreta o mundo. Ainda segundo Santaella (2007), Peirce classifica os signos também em três partes: ícone, índice e símbolo. O ícone mantém uma relação de proximidade sensorial ou emotiva com o signo, representando o objeto; o índice quer dizer que através de todo indício tira-se conclusões, exemplo: onde há fumaça, há fogo; e por fim o símbolo que estabelece uma relação entre o signo e o objeto, relação convencional. Para o designer, numa construção de assinatura visual ou de vários outros elementos de projeto gráfico, cabe a função de trabalhar com os significados. Formas verbais se transformam em não verbais, sendo a semiótica mais uma ferramenta para garantir que algo será transmitido a alguém, não aleatoriamente, mas baseado num projeto que pretende atingir o seu público alvo, para fins de comunicação.
3.4
ERGONOMIA INFORMACIONAL
Ergonomia estuda o relacionamento do homem com a máquina. Segundo Iida (2000, p.1), "A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem". Neste TCC será abordado sobre ergonomia informacional, uma parte da ergonomia que trabalha com a comunicação, transmissão e processamento de informações. A teoria da informação é um campo de pesquisa científica que estuda a transmissão de informações em diversas situações, como explica Iida (2000). Para um bom projeto ser realizado, deve-se passar pelos testes de ergonomia, existem pesquisas que comprovam que certas medidas não são percebidas de longe, ou cores sobrepostas que podem causar uma má legibilidade, medidas,
38 proporções, tudo influencia na transmissão de informação. Segue então, segundo Iida (2000), as características que melhoram a legibilidade: Dimensões - tamanhos das fontes utilizadas. Em geral recomenda-se que a altura de letras e números seja 1/200 da distância, em milímetros. A tabela de recomendações apresenta as dimensões para as diferentes distâncias de leitura:
Distância de Leitura (mm)
Altura da Letra (mm)
até 500 mm
2,5 mm
500 – 900
4,5
900 – 1800
9
1800 – 3600
18
3600 – 6000
30
Tabela 1 – Dimensões de Fonte Fonte: Iida (2000, p.202)
Proporções recomendadas: Largura da letra – 2/3 da altura Espessura do traço – 1/6 da altura Distância entre letras – 1/5 da altura Distância entre palavras – 2/3 da altura Intervalo entre linhas – 1/5 da altura Altura da minúscula – 2/3 da altura da maiúscula 2/3 H
H
H/5
2/3 h
Pn H/6
h=2/3 H
h/6
Proporções recomendadas (IIDA, 1990). Figura 8 – Proporções recomendadas para facilitar a legibilidade
Fonte: Iida (2000, p.203)
39
Tipos: as fontes devem conter traços simples, uniformes e limpos, com caixa alta e baixa (porque a variação dos desenhos das hastes ascendentes e descendentes, produzem uma sensação agradável para quem está lendo). Cores: a melhor legibilidade é o contraste do preto e branco. Algumas cores sobrepostas não fazem uma boa composição, por exemplo, o amarelo sobre um fundo azul. Símbolos: sempre que possível, os símbolos devem ter contornos bem definidos, formas simples sem detalhes, figuras inteiras fechadas, estabilidade sem interpretações dúbias, simetria. A apresentação gráfica deve ser organizada, eficiente e atrativa para uma maior motivação ao leitor e para facilidade de entendimento e retenção de informação. A falta de equilíbrio pode causar desconforto ou desvio de atenção. Para uma percepção completa, precisa-se de um contexto já existente na memória do leitor, baseado em experiências anteriores. Segundo Iida (2000, p.212), a memória humana pode ser de longa ou de curta duração: A memória de curta duração retém as informações por períodos extremamente curtos, de 10 a 20 segundos, ao cabo dos quais, são completamente esquecidas [...] A memória de longa duração é aquela que retém informações através do processo de treinamento de aprendizagem e tem uma duração mais longa, podendo sofrer associações e combinações entre si, para serem lembradas seletivamente.
Iida (2000, p.215), também afirma que:
Um dispositivo de informação não transmite propriamente informações, mas emite estímulos que podem ou não ter significado para o receptor. Diversas características desses estímulos como freqüência, intensidade e duração podem ser importantes para que os mesmos possam ser corretamente percebidos e interpretados pelo receptor.
De acordo com a ABNT, a norma NBR 9050 (2004) especifica ainda mais detalhes que são necessários na construção de projetos de sinalização visual, algumas partes importantes para este TCC estão citadas a seguir:
Legibilidade
A legibilidade da informação visual depende da iluminação do ambiente, do contraste e da pureza da cor; Deve haver contraste entre a sinalização visual (texto ou figura e fundo) e a superfície sobre a qual ela está afixada, cuidando para que a iluminação do
40 entorno - natural ou artificial - não prejudique a compreensão da informação. Os textos e figuras, bem como o fundo das peças de sinalização, devem ter acabamento fosco, evitando-se o uso de materiais brilhantes ou de alta reflexão. A visibilidade da combinação de cores pode ser classificada de forma decrescente em função dos contrastes. Recomenda-se utilização de cor contrastante de 70% a 100% (claro sobre escuro ou escuro sobre claro). Quando a sinalização for retroiluminada, o fundo deve ter cor contrastante, a figura e o texto devem ser translúcidos e a luz deve ser branca. Quando for necessária a adaptação a pouca luz pelo observador, deve ser utilizado texto ou figura clara sobre fundo escuro, mantendo-se o contraste.
Representação de Contornos fortes e bem definidos; figuras: Simplicidade nas formas e poucos detalhes; Forma fechada, completa, com continuidade; Estabilidade da forma; Simetria.
Distância:
Distâncias máximas e mínimas adequadas para a leitura de textos (plano horizontal).
Com as informações organizadas será mais fácil para o leitor retê-las e memorizá-las; dependendo do objetivo do projeto, há caminhos para alcançar o alvo na comunicação e a ergonomia serve de ferramenta para esta parte do processo do projeto.
41 3.5
MERCHANDISING (PDV)
Merchandising é uma palavra inglesa que se fosse traduzida para o português seria "mercadização", a palavra deriva de merchandise (mercadoria), como explica Blessa (2003). Resumindo, "Merchandising é o conjunto de técnicas responsáveis pela informação e apresentação destacada dos produtos na loja, de maneira tal que acelere sua rotatividade." (BLESSA 2003, p.23). O propósito do merchandising é de motivar e influenciar as decisões dos consumidores na hora da compra, os sentidos humanos podem se alterar de acordo com estímulos e a visão é, dentre os cinco sentidos, o mais rápido e eficiente para este propósito. Conforme Silva (2003, p.156), merchandising é: "Qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto-de-venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores.". De acordo com Blessa (2003, p.26), as principais funções do merchandising são: - aumentar as vendas por impulso - criar elo de ligação entre a propaganda e o produto no PDV - atrair a atenção do consumidor - apresentar o produto de forma mais atraente - obter melhor cooperação do revendedor - realizar melhor a promoção e identificação da marca ou produto - ajudar o funcionário do varejo - associar o tipo de loja ao produto - ajudar os representantes do fabricante e do distribuidor - obter melhor cooperação de atacadistas
O ponto de venda (PDV) é uma técnica de merchandising, um estabelecimento comercial que expõe produtos ou serviços para chamar atenção e fazer a venda aos consumidores. Conforme Blessa (2003), o PDV pode ser qualquer estabelecimento comercial que exponha os produtos ou serviços de empresas aos consumidores. Os materiais de PDV são displays, sinalizações, impressos, adesivos;
42 todos com a finalidade de informar, relembrar, persuadir, expor, vender. Pesquisas já comprovaram que esta técnica influencia na decisão de compra pelos consumidores.
3.6
TENDÊNCIAS
De acordo com o site internacional logoorange.com, as tendências que estão surgindo em relação a marcas visuais, são:
- Organic 3D Formas 3D com efeitos de iluminação, não necessariamente viáveis para impressão, pois hoje, o desenvolvimento tecnológico permite várias superfícies de diferentes de aplicações; talvez com a tecnologia, até as "leis" clássicas de desenvolvimento de logotipos mudem. Ex:
Figura 9 – Swisscom Fonte: logoorange.com
Figura 10 – Silverlight Fonte: logoorange.com
43
- Waves As formas de ondas aumentam a sensação de flexibilidade e fluxo de movimento da representação gráfica, as ondas são sinônimos de movimento, rapidez, conexão. O degrade faz parte da composição de cores. Ex:
Figura 11 – Nokia Siemens Networks Fonte: logoorange.com
Figura 12 – Agility Fonte: logoorange.com
- Web 2.0 Web 2.0 são as novas tecnologias, como Ruby ou Ajax. Também é sinônimo de moderno. Traduzem-se nos projetos com cores brilhantes em níveis, ícones, efeitos 3D, superfícies brilhantes, sombras e reflexões. As fontes são simples e a maioria delas possui formatos arredondados. São exemplos de marcas deste tipo Skype e Xerox:
Figura 13 – Xerox Fonte: logoorange.com
44
Figura 14 – Skype Fonte: logoorange.com
- Transparência Transparência e níveis de cores comunicam elegância. A transparência permite combinações de elementos diferentes que podem formar imagens diferentes e especiais, pode-se criar perspectivas, sugestão de crescimento, desenvolvimento, combinação e ligação. Ex:
Figura 15 – Chicago 2016 Fonte: logoorange.com
Figura 16 – Darién Library Fonte: logoorange.com
45
- Tipografia Underground – Fontes Minimalistas São usados poucos elementos (mínimos possíveis) para trabalhar com as fontes, o que traz o princípio minimalista à tendência. Como são usados poucos elementos, não possui a qualidade de ser rapidamente lido ou compreendido, mas ao mesmo modo, consegue captar a atenção do público com o sentimento de desejo de descobrir sobre. Pode até ser mais eficiente esse tipo de marca do que as tradicionais, pois quanto mais diferente do comum as formas, símbolos e logos são, mais chamam atenção e fazer sucesso. Ex:
Figura 17 – Cocoa Lounge Fonte: logoorange.com
- New Rainbow - escala de cores A representação de arco Iris clássico já foi muito utilizada e chegou ao fim, mas a mensagem continua a mesma, "sem limites" e "nada é impossível". Esta tendência revela que utilizando elementos clássicos repaginados e atualizados, continua sendo novidade e diferenciado. Este tipo de utilização de escalas cromáticas pode trazer conceitos de tecnologia e sofisticação e possui um número infinito de possibilidades de combinações entre cores. Ex:
46
Figura 18 – Volaris Fonte: logoorange.com
Figura 19 – Elastic Digital Fonte: logoorange.com
- Fontes Sci-Fi Bordas com linhas simples. O logotipo deve traduzir claramente a mensagem central da marca por meio de uma família de fonte única. Escolher ou construir a fonte certa é o ponto crucial. Ex:
Figura 20 – Compaq Fonte: logoorange.com
- Leaves Logos As folhas tornaram-se sinônimo de criatividade, originalidade e pensamento inovador. São encontradas em vários projetos de marca mesmo em empresas que não
47 tem uma postura exatamente "ecológica", mas o conceito chave aqui, é que o uso de folhas que de alguma maneira transmitem uma mensagem dessa nova era de pensamento ecológico. Não são só representadas figurativamente, mas o estilo triangular e formas arredondadas ao mesmo tempo e os tons verdes.
Figura 21 – Justgreen Fonte: logoorange.com
- Ugly 80's Esses projetos se destacam pela simples razão, são diferentes. Anos oitenta foi um período de estranhas formas geométricas e cores néon. Se destaca, a mensagem é transmitida de forma rápida e brutal, pode ser sedutor e atraente. Há riscos de o público não entender a mensagem, ou seja, requer atitude.
Figura 22 – Wacom Fonte: logoorange.com
48 - New Crest
Uma combinação de símbolos medievais e elementos gráficos da cultura urbana, um contraste entre velho e novo. Colagem é o principal processo que está por detrás destes emblemas. Ex:
Figura 23 – One six seven Fonte: logoorange.com
Também é de extrema importância abordar aqui neste TCC, as tendências em relação ao varejo. Adriana Silva (2003, p. 91) diz que:
"O varejo é o mais dinâmico setor da economia e requer um cuidado especial, pois permite que pequenos e grandes estejam competindo num mesmo mercado. A empresa que tiver velocidade para acompanhar o que o mercado quer terá mais chance de vencer a concorrência."
Atualmente a empresa deve ser ágil para acompanhar o mercado que passa por modificações cada vez mais constantes. De acordo com Morgado 1 (2008), deve-se perceber a mudança no comportamento do consumidor, que está mais bem informado e exigente, este passou a pesquisar mais os preços e condições de pagamento, já que as várias facilidades de crédito estão disponíveis no mercado e a internet facilita a chegada às informações rapidamente. O varejo depende dessa evolução do crédito hoje em dia, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, a qual mostra um crescimento de 42% no volume de vendas do varejo quando se comparam os dados atuais com os de 2003. Outro dado também importante em relação ao consumidor: de acordo com uma pesquisa divulgada este ano pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o 3º Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, afirma que 28,8% dos
1
Disponível em: www.mauriciomorgado.com.br
49 lares brasileiros são chefiados por mulheres, considerando que em 1993 esse percentual era de 19,7%. Aumentou também o percentual de homens que cuidam dos filhos sozinhos e famílias com somente um dos pais. A maioria dos consumidores são mulheres, como diz Morgado (2008): "rapidez, praticidade e atendimento de primeira vão fazer toda diferença para conquistar e fidelizar esses consumidores. Ou melhor, consumidoras!" De acordo com Silva (2003), na atual correria do dia-a-dia dos consumidores, as lojas têm o desafio de fazer com que a visita dessas pessoas seja memorável, criando uma conexão emocional com a marca e garantindo que o tempo gasto ali seja satisfatório. As lojas devem funcionar como um showroom, servindo além das compras, uma área de lazer, uma experiência, onde o consumidor se sinta à vontade tornando o ponto de venda mais eficaz. Uma vitrine eficiente desperta o desejo de compra no consumidor, "A vitrine deve ter um visual limpo, mas não parecer pobre, e deve ser trocada, de preferência, a cada quinzena" (Silva, 2003, p.75). As cores devem ser escolhidas de acordo com o público-alvo, por exemplo, as crianças são mais atraídas por cores primárias e os executivos por cores escuras. A iluminação deve destacar a mercadoria e partes atrativas da loja. Aromas podem atrair e alavancar vendas, "Um determinado cheiro dá personalidade ao ambiente e provoca lembranças, desejos e sentimentos [...]". Silva (2003, p. 76). Música pode acrescentar também na atmosfera da loja e deve ser escolhida de acordo com o perfil do público-alvo; a música pode trazer sentimentos de pressa ou de calma, por exemplo, dependendo do pique do horário devese ouvir ritmos mais lentos ou mais acelerados. A comunicação visual é responsável pela imagem da loja, deve condizer com a sua identidade. Continuando com nesta linha de sentidos, Morgado2 (2008) fala sobre um ícone, em especial, de tendência no varejo: a "American Girl". São lojas em vários estados dos EUA que trabalham com a idéia da "experiência" na hora das compras. Na loja a menina pode brincar, comprar, se encantar, se divertir. O preço da boneca básica é de cerca de US$ 90, essa família de bonecas permite que a menina possa escolher a que mais se assemelhe fisicamente a ela. A loja oferece ainda: roupas para as meninas e para as bonecas, salão de beleza, hospital para bonecas, teatro, restaurante/café e muitas experiências. Morgado (2008) finaliza:
2
Disponível em: www.cmnovarejo.com.br
50
"Inovar no varejo é um exercício de percepção constante. É um estar ligado nos desejos e nas necessidades dos clientes. As antenas do varejista e de sua equipe devem perscrutar o ambiente na busca desses sinais, os quais nem sempre são claros e raramente verbalizados pelos clientes. É mais um exercício de empatia que qualquer outra coisa: se eu fosse o meu cliente, o que gostaria de ter? O que seria relevante para mim?"
Pode-se perceber então que só um "kit básico" de vendas não está sendo suficiente para acompanhar esse novo consumidor que surge e demanda mais informação, atenção, qualidade de produto, de serviço e diferencial.
51 4
PESQUISA DE CAMPO
Foi realizada uma pesquisa de campo para obter informações para este projeto ser realizado. Primeiro foi feita uma entrevista com o proprietário da empresa para saber sobre a história do seu empreendimento desde o começo; foram tiradas algumas fotos também, de elementos importantes para o desenvolvimento da identidade visual. Logo foi aplicado um questionário, com clientes ou pessoas interessadas a participar desta coleta de dados. Também faz parte deste processo, a pesquisa sobre a concorrência (com fotos).
4.1
CLIENTE
A Casa Otto é uma empresa familiar. Foi fundada no ano de 1958 por Otemar Caio Pereira, no centro da cidade de Laguna, SC. No início era uma loja bem pequena; o proprietário e sua esposa que cuidavam de todas as funções burocráticas, administrativas e atendimento aos clientes. As mercadorias eram compradas em São Paulo, pelo proprietário, nas viagens que fazia mensalmente. Os produtos vendidos eram artigos para presentes, produtos para casa, perfumaria. Com o passar do tempo, além das viagens, a mercadoria era também comprada através de representantes e a loja começou a se especializar no ramo de 'armarinho' (linhas, lãs, fitas, agulhas, tesouras, etc.).
Figura 24 e 25 – Fachada da primeira loja da empresa. Fonte: Arquivo da empresa
52 Mais tarde, na década de oitenta, foram abertas mais duas lojas, também no centro da cidade. Uma delas especializada no ramo de decoração (cama, mesa e banho, tapetes, tecidos, cortinas, persianas acessórios) que tem como gerente seu filho mais velho, Otemar. A outra loja, especializada no ramo de confecção (confecção masculina, feminina e infantil, lingerie, acessórios), é uma reformulação da primeira loja que foi dividida em duas; a gerente da parte da confecção é também filha do proprietário, Adriana. Em 2007, mais uma loja foi inaugurada; desta vez em outro bairro da cidade, Mar Grosso, o ramo de atividade é também o de decoração. Dentro desta cronologia a marca foi crescendo e se diferenciando. A marca CASA OTTO foi nomeada assim, pois na época de inauguração, era uma tendência o nome da empresa ser o mesmo nome do proprietário. No caso, Otto não é o nome, mas sim um apelido do proprietário que sempre foi chamado assim. A configuração visual da marca teve início junto com a abertura da loja, quando o proprietário começou a fazer as placas de identificação do estabelecimento, papel de embrulho, papéis da empresa.
Figura 26 – Primeira assinatura visual utilizada pela empresa (cor: vermelha) Fonte: Arquivo pessoal
Nada foi projetado, simplesmente foram feitos comentários pouco aprofundados com profissionais de gráficas em relação ao visual, como: "uma cor que chamasse atenção", "uma fonte visível de longe" e "de leitura fácil".
53
Figura 27 e28 – Papel de embrulho da empresa, da década de sessenta, usado até hoje. Fonte: Arquivo pessoal
Os elementos de identidade visual atuais são:
Figura 29 – Sacola plástica (possui três tamanhos diferentes) Fonte: Arquivo pessoal
Figura 30 – Pacote de Presente (possui dois tamanhos diferentes) Fonte: Arquivo pessoal
54
Figura 31 – Carnê de prestações (Casa Otto - decorações) Fonte: Arquivo pessoal
Figura 32 – Comunicação Visual da Fachada – CASA OTTO Decorações (Centro) Fonte: Arquivo pessoal
Figura 33 – Comunicação Visual da Fachada – CASA OTTO Decorações (Mar Grosso)
Figura 34 e35 – Comunicação Visual da Fachada – CASA OTTO Armarinho e Confecções (Centro) Fonte: Arquivo pessoal
Hoje com cinqüenta anos de experiência, a empresa conta com quatro lojas na cidade e atende à clientes de todo estado e de outras partes do Brasil. Ainda não
55 possui um projeto de identidade visual concreto nem uma assinatura visual bem definida.
4.2
QUESTIONÁRIO
O questionário foi aplicado com consumidores, para pesquisa de campo abrangente sobre características e qualidades da empresa e consumo no geral. Ao total, quarenta pessoas participaram deste questionário, com sete perguntas fechadas (com alternativas de múltipla escolha também) e uma pergunta aberta. O questionário foi impresso e deixado no balcão das três lojas e também foi enviado por email para os clientes que dão este tipo de acesso para a empresa (email pessoal). Quem se interessou em participar respondeu às perguntas. O público foi selecionado para trazer mais qualidade às respostas, a maioria dos consumidores que participaram são clientes. O modelo do questionário aplicado está em apêndice.
4.3
CONCORRENTES
Ak's Jeans
Figura 36 – Concorrente, Ak's Jeans. Fonte: arquivo pessoal.
56 Empresa Ramo Público Marca Nome Cores Fonte Símbolo Comunicação Visual
Uma fábrica e duas lojas localizadas em Laguna Confecção Jovem
Língua estrangeira, dificuldade de pronúncia e/ou entendimento do significado Preto e branco, contraste limpo que aumenta a visibilidade Limpa, clara e pouco diferenciada (comum) Baixa pregnância, imagens de alta complexidade pelo excesso de unidades, referências antiquadas (remetendo à brasões). Assimetria em relação às formas (orgânicas e retas) causando desarmonia visual
Tabela 2 – Análise concorrente, Ak's Jeans. Fonte: arquivo pessoal.
Arte Objeto
Figura37 Concorrente, Arte Objeto. Fonte: arquivo pessoal.
Empresa Ramo Público Marca Nome Cores Fonte
Comunicação Visual
Uma loja localizada no centro da cidade de Laguna Confecção e Objetos de decoração Mulheres de 30 a 65 anos
O nome só remete ao segmento de decoração Rosa (feminino) preto e branco, bom contraste Há uma composição de duas fontes, sendo que uma delas aparece de duas formas: totalmente em caixa alta e com caixa alta e baixa, causando assim uma certa confusão visual. Mistura de linhas orgânicas e retas, causando uma desarmonia visual. Há uma composição sem equilíbrio, nas linhas que decrescem (o que pode ser uma característica para o lado negativo)
Tabela 3 – Análise concorrente, Arte Objeto. Fonte: arquivo pessoal.
57 Sonia Boutique
Figura 38 – Concorrente, Sonia Boutique. Fonte: arquivo pessoal.
Empresa Ramo Público Marca Nome
Cores Fonte
Comunicação Visual
Uma loja localizada no centro da cidade de Laguna Confecção e Acessórios Mulheres de 30 a 65 anos
Relacionado com a proprietária da empresa, o que pode trazer tanto benefícios quanto malefícios, uma vez que um consumidor de fora da cidade pode não conhecer sua história e pode relacionar este nome a um empreendimento pouco profissional. 'Boutique' porque vende roupas, acessórios e sapatos (o que condiz com o que está apresentado) Azul marinho sobre branco, relação de boa legibilidade Limpa, de fácil leitura. Dimensão pouco legível das fontes aplicadas. A adequação do número de telefone ao formato da placa pode causar perda de legibilidade. Desequilíbrio – pela ausência de base para suportar o número de telefone; Assimetria pelo peso maior dado pelo alinhamento à direita do ramo da loja (boutique)
Tabela 4 – Análise concorrente, Sonia Boutique. Fonte: arquivo pessoal.
Recanto Bike
Figura 39 – Concorrente, Recanto Bike. Fonte: arquivo pessoal.
58 Empresa Ramo Público
São quatro lojas em Laguna, espalhadas pelos bairros da cidade Confecção, acessórios e produtos esportivos e calçados Jovem
Marca Nome
Cores Fonte
Símbolo
Comunicação Visual
Termo estrangeiro (bike/fashion); o termo bike para uma loja que tem como produto principal a confecção, mesmo que seja para moda esportiva, não é pertinente, é associativo só para um esporte em específico. Contrastantes, que chamam atenção, mas que podem "brigar" entre si (as duas cores são fortes) Baixa pregnância, não há um bom fechamento entre os elementos, confuso. Espaçamento entre letras não respeita as proporções indicadas pela ergonomia Excesso de elementos, baixa pregnância. Várias referências em um só elemento (skate, roda de bicicleta, prancha de surf e ser humano), o que conforme a semiótica pode provocar interpretação dúbia. Representação bidimensional infantilizada. Excesso de elementos, sobrecarga sensorial (entre elementos e cores "pesadas")
Tabela 5 – Análise concorrente, Recanto Bike. Fonte: arquivo pessoal.
Kaleche
Figura 40– Concorrente, Kaleche. Fonte: arquivo pessoal.
Empresa Ramo Público Marca: Nome
Cores
Uma loja no centro da cidade de Laguna Confecção e decoração Mulheres de 35 a 70 anos
Pronúncia difícil, sonoridade pode remeter a língua árabe, o que não condiz com os produtos ou com a forma de atendimento. A especificação na assinatura visual remete só à moda Preto e branco
59 Fonte
Comunicação Visual
O contraste das cores seria efetivado se a espessura da fonte fosse maior, fonte sem serifa com espaçamento alterado não indicado pela ergonomia Tanto a espessura da fonte quanto as dimensões não estão de acordo com as tabelas ergonômicas, leitura extremamente prejudicada
Tabela 6 – Análise concorrente, Kaleche. Fonte: arquivo pessoal.
Eletro Fretta
Figura 41 – Concorrente, Eletro Fretta. Fonte: arquivo pessoal.
Empresa Ramo Público Marca: Nome Cores Fonte
Símbolo Comunicação Visual
Uma loja no centro da cidade de Laguna Eletro-eletrônicos e decoração Homens e Mulheres de 30 a 65 anos
Relacionado só com produtos eletro-eletrônicos Bom contraste, legibilidade Fonte com serifa e caixa alta, características tradicionais e ultrapassadas para quem trabalha com a tecnologia de eletroeletrônicos principalmente A rasura aplicada propositalmente provoca dificuldade de leitura, sem fechamento nem continuidade de formas (baixa pregnância) Dois elementos, onde o logotipo está pesando mais em relação ao símbolo
Tabela 7 – Análise concorrente, Eletro Fretta. Fonte: arquivo pessoal.
60 São Paulo Magazine
Figura 42– Concorrente, São Paulo Magazine. Fonte: arquivo pessoal.
Empresa Ramo Público Marca Nome Cores
Fonte
Comunicação Visual
Uma loja em Laguna, empresa possui mais cinco lojas em SC Decoração e confecção Familiar
Regionalismo exacerbado (empresa é de Santa Catarina) Azul e amarelo, composição de cores que não é indicado pela ergonomia, o amarelo se dilui muito no azul, o que causa dificuldade de leitura A falta de preenchimento pode ser um fator negativo em relação a leitura ou interpretação dúbia de significados (mensagens subliminares). Há também uma sobreposição de letras e proximidade entre "magazine" e "Paulo", tudo dificulta a leitura Moldura ornamentada e sextavada traz características tradicionais, defasadas e muito peso visual. Peso também em relação à posição dos elementos que pendem mais para o lado direito
Tabela 8 – Análise concorrente, São Paulo Magazine. Fonte: arquivo pessoal.
Ki-Lojão
Figura 43 – Concorrente, Ki-Lojão. Fonte: arquivo pessoal.
61
Empresa Ramo Público Marca Nome Cores Fonte Comunicação Visual
Rede de Lojas (uma delas em Laguna) Decoração, Confecção Familiar
Condiz com o público alvo (famílias de classe C e D), fácil de pronunciar ou lembrar Azul e prata, gerando contraste visual. Sem serifa, proximidade entre letras causa má legibilidade Formas quadradas e arredondadas combinadas que podem causar confusão e a parte espelhada pode alterar e dificultar a legibilidade
Tabela 9 – Análise concorrente, Ki-Lojão. Fonte: arquivo pessoal.
Casa Dos Presentes
Figura 44 – Concorrente, Casa dos Presentes. Fonte: arquivo pessoal.
Empresa Ramo Público
Uma loja no centro de Laguna Decoração, Confecção, Presentes Homens e Mulheres de 30 a 65 anos
Marca: Nome Cores Fonte Símbolo Comunicação Visual
Expressa realmente o seu negócio, condizente com os produtos Marrom e Amarelo, contraste minimizado pelo tom do amarelo (mais escuro). Limpa, clara, sem serifa Representa um laço estilizado que remete ao presente, mas pode não ser identificado (traduzido) ao primeiro olhar Placas de tamanhos diferentes, cores diferentes, o que causa confusão de percepção
Tabela 10 – Análise concorrente, Casa dos Presentes. Fonte: arquivo pessoal.
62 Idéias
Figura 45 – Concorrente, Idéias. Fonte: arquivo pessoal.
Empresa Ramo Público
Uma loja no centro de Laguna Armarinho Mulheres de 25 a 70 anos
Marca: Nome
Cores Fonte
Comunicação Visual
Condizente com a idéia de "acessórios para criação de produtos manualmente feito pelo público alvo", mas não condiz com a própria estrutura e com a comunicação visual Dourado e preto, contraste acentuado. Irregular, com serifa, tradicional (característica que não condiz com o nome da empresa), baixa pregnância principalmente na parte inferior (aviamentos e malhas), A idéia de criatividade do nome não condiz com a comunicação da fachada, pequena, pouco legível, ultrapassada, sem diferencial. A fonte da parte superior está com dimensões exageradas em relação ao tamanho da placa
Tabela 11 – Análise concorrente, Idéias. Fonte: arquivo pessoal.
63 5
ANÁLISE E SÍNTESE DAS PESQUISAS
5.1
ANÁLISE DA PESQUISA (QUESTIONÁRIO)
A pesquisa de campo foi realizada na cidade de Laguna, através de um questionário com perguntas fechadas e abertas. Dentre a maioria dos quarenta consumidores que responderam às perguntas, estão clientes da empresa. O questionário foi enviado por email e também impresso, para que as pessoas pudessem responder na hora de fazer compras ou pagamentos na empresa ou para quem tivesse interesse em participar da pesquisa. Seguem os gráficos com as respostas deste questionário e as análises de cada item: 0.1 – Você é cliente da Casa Otto há quanto tempo?
5%
5%
8%
15%
67%
Alguns meses
Mais de um ano
Faz muito tempo
Compro as vezes
Não sou cliente
Gráfico 1 – Resposta 0.1 do questionário. Fonte: Questionário (pesquisa de campo).
De acordo com as respostas desta pergunta, a maioria dos consumidores assinalaram que são clientes há muito tempo (67%), sendo que 15% não é cliente mas faz compras na empresa. Das 40 pessoas que participaram 5% não são clientes.
64 0.2 – O que você espera de uma empresa no ramo comercial, que trabalha com: decoração, confecção e armarinho? Pode assinalar mais de uma questão.
3%
14%
26%
23% 18% 16%
Produtos de qualidade
Variedade de produtos
Preço justo
Bom atendimento
Marca reconhecida e confiável
Marca nova no mercado
Gráfico 2 – Resposta 0.2 do questionário. Fonte: Questionário (pesquisa de campo).
Um dado muito importante desta questão, indica que os consumidores preferem marcas reconhecidas e confiáveis à marcas novas no mercado. O que mais se espera de uma empresa com estes ramos, de acordo com esta pesquisa, são produtos de qualidade e bom atendimento. 0.3 – Você se lembra como é a marca da CASA OTTO? Pode descrever?
Sim/Não
Descrição
Sim
CASA OTTO em vermelho.
Sim
CASA OTTO vermelho, letras maiúsculas.
Sim
Vermelho, letra maiúscula.
Sim
É uma letra arredondada na cor vermelha.
Sim
O fundo vermelho e as letras brancas e maiúsculas.
Sim
Letras maiúsculas, na cor vermelha com fundo branco.
Sim Sim
Casa Otto arredondado cor vermelha sempre como destaque. CASA OTTO – branca e vermelha.
Sim
Cores: branco e vermelho; letras maiúsculas de imprensa.
Sim
Vermelha – CASA OTTO.
Sim
CASA OTTO – acho que marrom claro.
Sim
CASA OTTO em vermelho e branco.
Sim Sim
Marca forte, tradicional, lembra bastante tempo de mercado. Vermelha e branca.
Sim
Vermelha com letras em profundidade.
Sim
Vermelho.
Sim
Vermelha e branca.
65 Sim
Acho que é vermelha.
Sim
Vermelha.
Sim
Marca e cor marcante.
Sim
Branco e Vermelho.
Sim
Vermelho e branco.
Sim
Letra maiúscula com fundo da placa branca.
Sim
Vermelho e branco.
Sim
Vermelha.
Sim
As palavras CASA OTTO maiúsculas e vermelhas.
Não
Não lembro.
Sim
Vermelha escrita em branco.
Sim
Cor vermelha.
Sim
Vermelha e letra padrão (arial).
Sim
As letras são vermelhas e o fundo é branco.
-
-
Sim
É vermelha com as letras maiúsculas e longas.
Sim
Sim
Ao que me lembro, o logo/nome fantasia, é escrito com letras maiúsculas na cor vermelha, sendo que a cor da fachada do estabelecimento é branca. Uma elipse vermelha escrito CASA OTTO dentro.
Não
Não lembro.
Sim
CASA OTTO em vermelho.
Sim
CASA OTTO nas cores vermelha e branca.
Sim
São letras maiúsculas em vermelho.
Não
Não lembro.
Tabela 12 – Resposta 0.3 do questionário. Fonte: Questionário (pesquisa de campo).
Das 40 respostas, 32 consumidores lembraram que a cor vermelha faz parte da marca; são 14 respostas que relatam a forma em "caixa alta" da fonte na assinatura visual e 3 pessoas não lembram de como é a configuração visual atual da empresa.
66 0.4 – Se a Casa Otto fosse uma cor, qual seria?
9% 8% 5% 3%
3% 3%
69%
vermelho
azul
laranja
preto
verde
cinza
roxo
Gráfico 3 – Resposta 0.4 do questionário. Fonte: Questionário (pesquisa de campo).
Esta questão demonstra que a maioria dos consumidores que responderam ao questionário concordam que a cor atual da empresa está de acordo com os conceitos e realmente seria uma tradução de suas características, o vermelho.
0.5 – Se a Casa Otto fosse uma forma, qual seria?
28%
28%
44%
Circular
Retangular
Sinuosa
Gráfico 4 – Resposta 0.5 do questionário. Fonte: Questionário (pesquisa de campo).
Nesta questão, foram expostas três imagens de diferentes conceitos: uma imagem que mostrava uma esfera, outra um retângulo e por fim uma imagem cheia de curvas e tons. A maioria dos consumidores optou pela forma do retângulo, o que expressa tradicionalidade, empresa firme e séria.
67
0.6 – Como você define a Casa Otto? Pede assinalar mais de uma alternativa.
22%
21%
2%
7% 22%
10% 16%
Tradicional
Familiar
Inovadora
Zelosa
Formal
Informal
Atraente
Gráfico 5 – Resposta 0.6 do questionário. Fonte: Questionário (pesquisa de campo).
Familiar, tradicional e atraente, são as características da empresa que são transmitidas através do atendimento, da marca, da estrutura, do relacionamento. São características marcantes da empresa e pela pesquisa, realmente estão sendo notadas e assimiladas pelos consumidores. Isto é um ponto muito positivo que deve ser aproveitado na construção dos elementos visuais nos próximos passos do projeto.
0.7 – Na maioria das vezes que você faz compras na Casa Otto, qual o motivo?
25% 33%
42%
Para presentear alguém
Gráfico 6 – Resposta 0.7 do questionário. Fonte: Questionário (pesquisa de campo).
Para sua casa
Para você mesmo
68 Este gráfico demonstra que o cliente da empresa tanto faz compras pra si mesmo como para presentear alguém. 0.8 – Em qual das lojas Casa Otto você faz compras? Pode assinalar mais de uma alternativa.
24% 35%
41%
Armarinho
Decorações
Confecções
Gráfico 7 – Resposta 0.8 do questionário. Fonte: Questionário (pesquisa de campo).
Este gráfico apenas demonstra a quantidade de cliente que fez o questionário em cada loja, para se ter uma noção para as outras respostas.
5.2
ANÁLISE DA PESQUISA (CONCORRENTES)
A cidade onde a empresa e a concorrência se encontram, é uma cidade com poucos habitantes, tradicional e histórica. As empresas que fazem parte do comércio lagunense estão dentro dos padrões onde a cidade funciona. Após ter feito uma análise das marcas concorrentes, pode-se perceber que nenhuma dessas passou por um projeto de design. Nenhuma dessas empresas possui um sistema de identidade visual definido. As marcas não possuem uma viabilidade técnica para implementação, a maioria delas fogem das regras de ergonomia visual para uma boa leitura ou memória. Também são muitos pontos negativos esteticamente analisados. Estes pontos levantados levam mais uma vez a entender que não houve um projeto de design para essas empresas até agora. Isso pode ser uma grande oportunidade para a Casa Otto estar à frente de seus concorrentes.
69 5.3
ANÁLISE DA PESQUISA (EMPRESA)
Foi realizada uma pesquisa em todas as lojas da Casa Otto, em relação aos materiais utilizados, que formam a identidade visual atual da empresa. Na pesquisa foram registradas imagens destes elementos, são eles: sacola plástica, pacote de presente, carnê de prestações, identificação visual das fachadas, papel de embrulho. Após uma pesquisa à procura destes elementos e conversas com a equipe de vendas, foi caracterizado uma falta de associação de elementos visuais que possam ser interligados e formar uma identidade, não há preocupação com isso, nada foi projetado com esta visão. Pode-se perceber uma falta de embalagem para tamanhos diferenciados de mercadorias, já as sacolas são bem aproveitadas nos três diferentes tamanhos. Tanto o pacote como a sacola, possuem fontes diferentes. As fachadas das quatro lojas possuem placas de identificação visual, mas todas feitas em diferentes épocas, com fontes, materiais e cores diferentes. Não há uma interligação entre as lojas a não ser o nome da empresa, Casa Otto. O interior, a decoração e o projeto do espaço, tudo foi feito por profissionais diferentes e em épocas diferentes. Claro que como são lojas de ramos diferentes, essa questão se torna compreensiva. Não há papelaria definida (visualmente), como papel timbrado ou envelope, por exemplo. O papel de embrulho, feito na década de sessenta, ainda é utilizado, as fontes são confusas (se sobrepõem, com baixa pregnância). Resumindo, falta uma identificação comum entre estes elementos que possam fazer parte de uma identidade, que possam transmitir as características da empresa em conjunto. Antes disso precisa-se de uma assinatura visual definida, para poder compor estes materiais utilizados no dia-a-dia do comércio. Ao entrevistar os gerentes da Casa Otto, pode-se constatar que o público alvo da empresa é bastante abrangente pelo fato da empresa, atualmente, possuir três ramos diferentes, o que agrupa diferentes grupos socioeconômicos e várias idades. A maioria do público consumidor são mulheres de 30 a 65 anos de idade, classe B e C; público cada vez mais exigente e que demanda um diferencial por parte da empresa. São hábitos e atitudes dos consumidores em relação ao produto, segundo os gerentes da empresa: as compras são feitas tanto para o próprio consumidor quanto para presentear alguém; geralmente o funcionário passa informações importantes que ajudam na hora da
70 compra (o atendimento é a "chave" para uma boa venda): no caso da loja de decorações existe o serviço "venda em casa", onde o atendimento é mais especializado e feito na própria casa do cliente, quando assim desejar.
71 6
CONCEITUAÇÃO
6.1
REQUISITOS
Lista de requisitos para produto gráfico:
Principal função de uso: - Estabelecer uma identidade visual e uma marca atualizada. Funções secundárias do produto: - Divulgar a marca; - Transmitir características essenciais da empresa, tanto para os consumidores quantos para seus funcionários; - Agregar valor ao produto e aos serviços; - Chamar atenção do público, ser uma marca reconhecida e lembrada (fácil de memorização).
Principais conceitos (características) que este produto deve transmitir: - Familiar, tradicional, atraente, confiável.
Parâmetros diante da concorrência: A concorrência está desatualizada e não possui marcas ou elementos visuais que poderiam servir de referencial estético nem funcional.
O produto sofrerá influência: A cultura local é tradicional, a cidade é pequena com poucos habitantes, isso reflete na hora da escolha, da compra, dos hábitos e modo de vida. O produto deve seguir essa linha, além da própria empresa possuir essa mesma característica.
Perfil do público alvo da empresa: O público alvo é abrangente pelo fato de que a empresa, atualmente, possui três ramos diferentes, o que agrupa vários tipos de classes socioeconômicas e várias idades. A
72 maioria do público consumidor são mulheres de 30 a 65 anos de idade, classe B e C; publico cada vez mais exigente e que demanda um diferencial por parte da empresa.
Benefícios que o consumidor espera deste produto: - marca reconhecida no mercado; - segurança e qualidade nos serviços e nos produtos da empresa; - atendimento de qualidade; - satisfação antes e depois da venda; - segmentos variados; - valor agregado tanto aos produtos quanto aos serviços; - transmissão das características essenciais da empresa, tanto para os consumidores quantos para seus funcionários.
Figura 46 – Mapa mental do conceito. Fonte: Arquivo pessoal.
73 6.2
CONCEITO
Família tradicional da cidade que abre as portas "de casa" ao consumidor para fazer parte do universo Casa Otto. Familiar, tradicional, atraente e confiável, são características essenciais da empresa que devem ser transmitidas ao público consumidor.
Figura 47 – Painel Semântico do Conceito. Fonte: Arquivo pessoal.
6.3
DIRETRIZES
Negócio da Empresa:
"Veste você, sua família e sua casa"
74 Missão:
"Estar presente em todos os momentos da vida do cliente, satisfazer suas necessidades com produtos e serviços de qualidade e valorizar seu bem-estar"
Valores:
Confiança Unidade Relacionamentos duradouros Pessoas/Família Qualidade
6.4
ASSINATURA VISUAL
Logo após o conceito formado, essas características todas devem ser transformadas visualmente em uma solução gráfica. Para chegar a esta solução final, passa-se por um processo criativo, onde são geradas várias alternativas. Primeiro passo foi um estudo de fontes para o logotipo:
Figura 48 – Estudo de fontes. Fonte: Arquivo pessoal.
75 A alternativa que foi escolhida pertence à família tipográfica Coolvetica, a fonte possui características como: presença, séria, sem serifa, atual/tradicional, alta pregnância e ainda remete aos logos antigos da empresa Casa Otto (de acordo com as pesquisas e entrevistas, foi decidido que o logotipo deveria ser definido, entre alternativas que já estavam sendo usadas para pela empresa, pois já é uma marca reconhecida na cidade e necessita de um símbolo novo para acompanhar o logotipo).
Figura 49 – Estudo de fontes - Coolvetica. Fonte: Arquivo pessoal.
Para as especificações nas submarcas será utilizada a família tipográfica Franklin Gothic Book, uma fonte mais leve e limpa.
Figura 50 – Estudo de fontes – Franklin Gothic Book. Fonte: Arquivo pessoal.
Partindo para o símbolo, mais alternativas foram geradas a partir das características do conceito. A primeira idéia foi baseada no comércio e os três ramos da empresa, para representar esta idéia trabalhou-se com a "sacola", símbolo que remete à
76 compras em qualquer ramo e leva a um rápido entendimento, pois dá uma idéia muito abrangente levando o consumidor a presumir que se trata de comércio a primeira vista.
Figura 51 – Geração de alternativas para o símbolo. Fonte: Arquivo pessoal.
Como segundo passo de desenvolvimento de símbolo, surgiu a idéia de remeter à um ícone histórico, já que a empresa possui vários anos de vida em seu empreendimento na cidade. Foram pesquisados elementos na iconografia da empresa e da cidade, baseando-se nisso, surgiram mais alternativas:
Figura 52 – Geração de alternativas para o símbolo. Fonte: Arquivo pessoal.
77
A arquitetura da primeira loja (portuguesa) e os azulejos da loja atual trouxeram elementos para as alternativas. Os desenhos levaram o símbolo realmente ao resgate da história da empresa e tradicionalidade. Mas ainda não trazia nada de relação mais forte com o conceito. A próxima sessão de alternativas sim, une todas as características mencionadas no conceito:
Figura 53 – Geração de alternativas para o símbolo. Fonte: Arquivo pessoal.
Familiar, tradicional, atraente e confiável - sensações essenciais da marca Casa Otto. O símbolo escolhido para a assinatura visual transmite todas essas características: a árvore tem uma sustentação firme (suporte), raízes (história), ramos (que remetem não só ao ramo familiar de pai e filhos, como aos três ramos comercias que a empresa sustenta), crescimento, vida. A copa da árvore foi trabalhada ainda com elementos que surgiram na geração de alternativas anterior, está relacionado com o desenho do telhado português (arquitetura) do primeiro prédio da empresa. A copa ainda traz um movimento contínuo e cíclico de atualização e renovação constante, novos frutos a cada estação, transformação. Um estudo de cores foi realizado, partindo da cor vermelha, que de acordo com as pesquisas é o elemento que é mais marcante da empresa para o consumidor, já é uma lembrança forte e atraente (como prevê o conceito). Partiu-se do tom de vermelho mais utilizado hoje pela empresa, para um vermelho mais fechado (mais aconchegante e
78 marcante). O cinza será utilizado nas especificações das submarcas por ser uma cor neutra, limpa e séria.
Figura 54 – Submarcas Casa Otto. Fonte: Arquivo pessoal.
A nova assinatura visual para empresa Casa Otto, com suas submarcas, se definiu assim, com o logotipo e as cores atualizados e com um símbolo completamente novo baseado nas características essenciais da empresa. As submarcas se diferenciam visualmente a assinatura através dos nomes dos ramos: confecções, decorações e acessórios (escolha dos gerentes da empresa).
Figura 55 – Submarcas Casa Otto. Fonte: Arquivo pessoal.
79 6.5
APLICAÇÕES
Após uma reunião com os gerentes da empresa e uma aprovação do projeto, pode-se dar segmento ao trabalho. Após o desenvolvimento da assinatura visual seguem as aplicações em elementos da empresa, como: papelaria institucional, embalagens, comunicação visual da fachada e envelopamento do automóvel. Todo o projeto continua sempre ligado ao conceito, gerando assim a identidade visual.
Figura 56 – Papelaria Institucional. Fonte: Arquivo pessoal.
80
Figura 57 – Embalagens. Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 58 – Uniforme – avental para equipe de vendas. Fonte: Arquivo pessoal.
81
Figura 59 – Comunicação visual de fachada. Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 60 – Envelopamento de frota. Fonte: Arquivo pessoal.
Essas são as aplicações, que se encontram detalhadas no Manual de Identidade Visual (em anexo).
82 6.6
MERCHANDISING NO PDV
O projeto segue com o PDV, que se divide em duas partes: a venda do diaa-dia (nas lojas) e um evento para alavancar as vendas e trazer mais um diferencial para a empresa. As lojas, assim como a papelaria institucional e a assinatura visual, devem possuir uma identidade, uma unidade. Os elementos que compõem o ambiente e o atendimento devem ser relacionados (entre todas as lojas). De acordo com o mapa mental desenvolvido junto ao conceito, algumas palavras são ligadas ao PDV, como: "madeira", que atualmente já pertence ao mobiliário de uma das lojas, deve aparecer tanto no exterior quanto no interior das lojas (é aconchegante e natural); "café" foi escolhido como sendo o aroma que representa a loja (lembrando do cafezinho caseiro e momentos especiais em casa com a família) para que o cliente se sinta realmente relaxado, num clima aconchegante, em casa; o som também faz parte das escolhas planejadas para a harmonia entre os cinco sentidos do consumidor dentro da loja, a música brasileira deve fazer parte do ambiente, nas horas de maior movimento (como antes de fechar ou perto de datas comemorativas) a música mais animada como pop rock ou samba entre em cena, já quando o cliente deve permanecer mais tempo dentro da loja para compras grandes ou demoradas, toca música popular brasileira; deve haver um projeto na fachada do prédio das lojas do centro da cidade para revitalizar e atualizar o visual externo, pois o interno já passa por mudanças; para o atendimento podem ser realizados treinamentos por profissionais qualificados, com o intuito de ensinar técnicas à equipe de vendas a como perceber o tipo de cada cliente e saber conduzir a venda com um tratamento direcionado seguindo também o conceito (familiar, confiável). Em relação ao evento (que pode ocorrer mensalmente), haverá um espaço já pertencente à empresa (prédio ao lado da loja de decorações no centro de Laguna), onde acontecerá uma exposição de produtos para venda, de uma forma diferenciada. Primeiramente o casal (noivos) procura a Casa Otto para fazer uma lista de presentes para guiar seus convidados na hora das compras (o casal seleciona os produtos e os convidados), assim a empresa envia convites para os convidados comparecerem ao "encontro de compras". Este convite indica hora e local do evento. No espaço então, ficam expostos os produtos escolhidos anteriormente pelos noivos como um showroom:
83 camas montadas com acessórios numa composição com tapetes, cortinas, persianas e também com moda intima feminina e masculina. Esse evento atrairá mais clientes, mais compras e um diferencial tanto na cidade como no estado. As peças desenvolvidas para este evento são: convite e brinde. O convite segue a linha tradicional de "convite de casamento":
Figura 61 – Convite para os convidados do evento. Fonte: Arquivo pessoal.
O brinde é uma "lembrancinha" (também tradicional), são saches que carregam o aroma da loja consigo e uma etiqueta com a assinatura visual, para o consumidor ter sempre guardado e relembrar (memória visual) da marca Casa Otto toda vez que abre a gaveta em sua casa.
Figura 62 – Sache brinde. Fonte: Arquivo pessoal.
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CUSTOS
Foi realizada uma pesquisa entre as gráficas da cidade de Florianópolis para ter uma base de preços para a realização dos materiais corporativos. As embalagens foram cotadas com o mesmo fornecedor que já realiza trabalhos para a empresa atualmente, assim como a adesivagem da frota e a comunicação visual da fachada (serviços providos de empresas de Laguna). Abaixo segue uma tabela com os produtos e seus respectivos valores estimados: Produto Cartão de visita
Qtd. Valor Total (em Reais) 1000 650.00
Papel timbrado
1000 645.00
Envelope especial (35X40)
1000 1.421,00
Envelope especial (15X20)
1000 1.041.00
Carnê
1000 620.00
Sacola plástica (40X50)
1000 95.00
Sacola plástica (60X80)
1000 195.00
Embalagem (sacola)
1000 3.100.00
Embalagem (envelope presente)
1000 2.400.00
adesivagem de frota
1
250.00
Placa (comunicação visual fachada)
1
1700.00
Avental (com impressão)
1
50.00
Tabela 13 – Tabela de custos. Fonte: Arquivo pessoal (pesquisa de campo).
De acordo com estes valores, cada loja (quatro no total) irá investir, com o sistema de identidade visual, um valor de acordo com suas necessidades mensais com a papelaria e as embalagens. Os produtos como: placas, aventais e a adesivagem do carro terão um investimento inicial de 8.000,00 reais (aproximadamente) para toda a empresa.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma marca mais forte e mais unida fortalecerá a empresa. Através desde projeto a empresa se renovará no mercado, inclusive irá contribuir para impulsionar o mercado da cidade a crescer. Os objetivos deste projeto foram todos atendidos, mesmo havendo algumas dificuldades, como o curto tempo para o desenvolvimento de um TCC. Sempre há mais assuntos e projetos relacionados para continuar no fluxo desta proposta de trabalho; como este projeto tem finalidade e objetivos reais para o sistema realmente entrar no mercado, é muito importante alguns estudos futuros: fazer reuniões com toda equipe de gerência para discussão de propostas, definir a estratégia de inserção deste novo sistema no mercado, explorar as fachadas das lojas (limpar visualmente e manter elementos em comum para unificar o visual externo de todas as lojas), fazer o levantamento de todos os custos de implantação, estudar a possibilidade de abranger um mercado maior (outras cidades), e desenvolver um site para divulgação da marca e de informações importantes (como produtos, serviços, contato). Com toda certeza é muito gratificante concluir o curso de graduação realizando um projeto para o mercado real e ainda para a empresa da família. Este trabalho contribui não só para um crescimento profissional pessoal como também para o crescimento da empresa, a árvore continua crescendo e dando frutos.
86 REFERÊNCIAS
AAKER, David A.; JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. BLESSA, Regina. Merchandising no ponto-de-venda. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. CHAMMA, Norberto; PASTORELO, Pedro Dominguez. Marcas & Sinalização: Práticas em design corporativo. São Paulo: SENAC São Paulo, 2007. ESCOREL, Ana Luisa. O efeito multiplicador do design. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2000. FARINA, Modesto; PEREZ, Clotilde; BASTOS, Dorinho. Psicodinâmica das cores em comunicação. 5. ed. São Paulo: Edgard Bücher, 2006. GOMES FILHO, João. Gestalt do Objeto: Sistema de leitura visual da forma. 6˚ edição - São Paulo: Escrituras Editora, 2004. IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher, 1990. LOGOORANGE. Logo Design&Corporate Identity Portfolio.Disponível em: <http://www.logoorange.com>. Acessado em 20 de setembro de 2008. NIEMEYER, Lucy. Design no Brasil: origens e instalação. 3. ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2000. NIEMEYER, Lucy. Tipologia: uma apresentação. 3. ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2003. PEÓN, Maria Luísa. Sistemas de identidade visual. 3. ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2003. PIETROFORTE, Antonio Vicente. Semiótica visual: os percursos do olhar. São Paulo: Contexto, 2004. RIBEIRO, Milton. Planejamento Visual Gráfico. 8. ed. Brasília: LGE Editora, 2003. SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. 26ª reimpressão. São Paulo: Brasiliense, 2007. SILVA, Adriana Costa. Branding & Design: Identidade no Varejo. Rio de Janeiro: Rio Books, 2002. TAVARES, Mauro Calixta. A força da marca: como construir e manter marcas fortes. São Paulo: HARBRA, 1998. VILLAS-BOAS, André. O que é [e o que nuca foi] design gráfico. 5. ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2003.
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APENDICE A – Questionário
Você não precisa se identificar, por favor, apenas responda às questões: 1 – Você é cliente da CASA OTTO há quanto tempo? □ Acabo de conhecer □ Alguns meses □ Mais de um ano □ Faz muito tempo □ Compro às vezes □ Não sou cliente 2 – O que você espera de uma empresa no ramo comercial, que trabalha com: decoração, confecção e acessórios? Pode assinalar mais de uma alternativa. □ Produtos de qualidade □ Variedade de produtos □ Preço Justo □ Bom atendimento □ Uma marca reconhecida e confiável □ Uma marca nova no mercado □ Outros. Quais? ________________________________ 3 – Você lembra como é a marca e a cor da CASA OTTO? Pode descrever? __________________________________________________________
4 - Se a CASA OTTO fosse uma cor, qual seria? □azul □laranja
□vermelho □cinza
□amarelo □roxo
□verde
□preto
5 - Se a CASA OTTO fosse uma forma, qual seria?
□marrom
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□
□
□
6 – Como você define a CASA OTTO? Pode assinalar mais de uma alternativa. □ Tradicional □ Familiar □ Inovadora □ Zelosa □ Formal □ Informal □ Atraente □ Outros. Quais?_______________________ 7 – Na maioria das vezes que você faz compras na CASA OTTO, qual o motivo? □ Para presentear alguém □ Para sua casa □ Para você mesmo 8 – Em quais das lojas da Casa Otto você faz compras? Pode assinalar mais de uma alternativa. □ Armarinho □ Confecção □ Decoração
A CASA OTTO agradece a sua participação!
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ANEXO A – Cronograma
Cronograma das atividades do TCC:
MÊS
DIAS
ATIVIDADES
JULHO JULHO AGOSTO AGOSTO AGOSTO AGOSTO SETEMBRO SETEMBRO SETEMBRO SETEMBRO OUTUBRO OUTUBRO OUTUBRO OUTUBRO
21 a 26 28 a 02 04 a 09 11 a 16 18 a 23 25 a 30 01 a 06 08 a 13 15 a 20 22 a 27 29 a 04 06 a 11 14 a 18 20 a 25
NOVEMBRO NOVEMBRO NOVEMBRO NOVEMBRO
27 a 31 03 a 08 10 a 14 17 a 20
Orientação Pesquisa Bibliográfica – mapa mental Pesquisa Bibliográfica Pesquisa Bibliográfica Pesquisa Bibliográfica Pesquisa de Campo Pesquisa de Campo Pesquisa de Campo Análise de Pesquisas Análise de Pesquisas Conceito e Painéis Semânticos Entrega Relatório Parcial Geração de altern. e Alternativas para Aplicações Banca de Qualificação dia 20; Geração de altern. e Alternativas para Aplicações Manual de id visual e Memorial Descritivo Manual de id visual e Memorial Descritivo Entrega Relatório Final Banca Examinadora – Apresentação Final
90
ANEXO B â&#x20AC;&#x201C; Manual de Identidade Visual