Caderno Colono e Motorista

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Motorista Jornal da Manhã - Ijuí, 24 de julho de 2012

Quando olhamos para trá do noss s e vem o trabal os os bo h o e atitu frente n ns resul d os espe es, sabe tados r a um fut mos que Uma ho uro aind logo à menage a melho m ao Di r. a do Co lono e M otorista .


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&Motorista A saúde no meio rural

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Dia do Colono é nesta quarta-feira e esse é um momento de reflexão sobre os cuidados no meio rural. O Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador da Macrorregião Missioneira (Cerest-Ijuí) através de projetos e ações de educação, busca promover e proteger a saúde no campo.

Durante o ano são realizadas palestras direcionadas ao trabalhador rural, distribuição de materiais informativos e realização de projetos de pesquisa sobre o tema Agrotóxico, além de realizar a reabilitação de trabalhadores já adoecidos, o objetivo é orientar para os cuidados desse profissional.

Cerest Ijuí ressalta principais riscos aos quais produtores ficam expostos

Ijuí, 24 de julho de 2012

Entre os riscos de saúde que os trabalhadores rurais sofrem, os mais comuns são: - Acidentes com ferramentas manuais, com máquinas e implementos agrícolas ou provocados por animais; - Acidentes com animais peçonhentos. Cobras, aranhas, escorpiões taturanas e abelhas são os mais frequentes; - Exposição a agentes infecciosos e parasitários endêmicos que provocam doenças como a esquistossomose, malária e etc; - Exposição a radiações solares por longos períodos podendo ocasionar câimbras, exaustão por calor, envelhecimento precoce e câncer de pele. - Exposição ao ruído e à vibração devido ao uso de tratores, motosserras, colheitadeiras etc. O ruído provoca perda auditiva progressiva, fadiga, irritabilidade, aumento da pressão arterial, distúrbios do sono etc. A vibração ocasiona desconforto geral, dor lombar, degeneração dos discos intervertebrais, a “doença dos dedos brancos” e etc. - Exposição a partículas de grãos armazenados, ácaros, pólen detritos de origem animal, componentes de células de bactérias e fungos que provocam doenças respiratórias, como a asma ocupacional e as pneumonites por hipersensibilização. - Ler/Dort: Lesões por Esforços Repetitivos/ Doenças Osteomunsculares Relacionadas com o Trabalho, ocasionadas pela divisão e ritmo intenso de trabalho com cobrança de produtividade, jornada de trabalho prolongada, ausência de pausas e outros aspectos da organização do trabalho. - Exposição a fertilizantes que podem causar intoxicações graves e mortais. - Exposição a agrotóxicos podendo ocorrer sintomas agudos (náusea, cefaléia, tontura, vômito, parestesias, coma, morte) ou sintomas crônicos (paresia e paralisia reversível, ação neurotóxica retardada irreversível, pancitopenia).

Origem das profissões tão importantes para o desenvolvimento do país O dia 25 de julho é dia do Colono e Motorista, profissões essas tão importantes para o desenvolvimento da economia do país. O colono, responsável pela produção de alimentos é uma das principais fontes de renda da população brasileira, poderia ser considerado o alicerce econômico do país. Os motoristas, desde sempre tão importantes quanto a agricultura, são responsáveis pelo desenvolvimento da economia. Além disso, o dia é consagrado a São Cristóvão, padroeiro dos trabalhadores dessas categorias. A profissão de motorista surgiu na primeira metade do século XX, quando apareceram as máquinas, veículos e embarcações movidas a motor de combustão interna. Foi então que nasceu os motoristas de máquinas que serviram, primeiramente, a Marinha Mercante. Atualmente, o motorista é visto com grande importância na economia, sendo responsável

pelo transporte de pessoas ou cargas valiosas, correndo riscos diversos. As categorias são divididas em habilitações de acordo com o tipo de atividade: o motorista de ligeiros, de pesados de

mercado rias e de pesados de passageiros. A comemoração se estende a carreteiros, viajantes, rodoviários, caminhoneiro e taxistas. Já o colono, no século XIX, era o trabalhador rural estrangeiro

O Dia do Colono e motorista nasceu para homenagear essas duas categorias tão importantes para o desenvolvimento

que veio para o Brasil logo após o fim da escravidão para substituir os escravos nas lavouras. Eles trabalhavam em regime de colonato, ou seja, moravam em casas dentro das fazendas e trabalhavam nas lavouras recebendo em troca parte da colheita. Eram trabalhadores que chegavam ao Brasil com o sonho de comprar terras no país. Entretanto, as condições de contrato eram regulamentadas por lei e sempre beneficiavam os fazendeiros. Mesmo com muitas dificul-

dades, com o passar do tempo os colonos conquistaram sua independência e até se tornaram grandes fazendeiros no país. Atualmente, no Sul do país, onde a imigração foi mais forte, a palavra ainda é usada para os trabalhadores rurais que tiram da terra seu sustento. Vemos com frequência a evolução dessa categoria que há muito é a responsável pelo sustento de todo o país e é a partir da produção de grãos e da agricultura familiar que o amor pela terra se solidifica.


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Veísa moderniza atendimento pós-venda

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om o advento da nova tecnologia de motores de caminhões Bluetec 5 da Mercedes-Benz que atende a nova legislação Proconve que controla a emissão de poluentes para motores a diesel 2012, a Veísa investiu em capacitação e formação de mecânicos na fábrica e em aquisição de novos equipamentos para atender a nova tecnologia de motores. Consultores técnicos estão sendo formados para disponibilizar treinamentos e orientação técnica necessária aos motoristas. Este investimento tem a finalidade de proporcionar o máximo de suporte aos clientes.

A Nova tecnologia Mercedes-Benz oferece motores mais eficientes, sistemas mais robustos e resistentes a variações de qualidade de diesel, economia de combustível e muito mais confiabilidade. Aos clientes interessados em conhecer mais sobre os benefícios, a Veísa está disponibilizando o email fale@ veisa.com.br para que suas dúvidas sejam enviadas, além de disponibilizar 9 caminhões

da linha 2012 para realizar test drive. Segundo o gerente de pós-Vendas Serviços da Veísa, Sr. Ricardo Krause, a nova tecnologia, além de menos poluente, proporciona maior economia e durabilidade ao motor. A Veísa assim como a Mercedes-Benz, já vem preparando seu pessoal e modernizando seu atendimento para atender com qualidade e segurança a nova tecnologia.

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Ijuí, 17 de julho de 2012

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Ijuí, 24 de julho de 2012

Segurança no trânsito: nunca é demais saber

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s estatísticas demonstram que, a cada ano, são centenas de milhares as vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. Dentre elas, aproximadamente 50 mil são vítimas fatais, das quais 30 mil morrem no local do acidente. São computados em dezenas de milhares também, os sobreviventes que se tornam inválidos. O impacto social causado pelas mortes no trânsito é muito intenso, pois a grande maioria das vítimas tem entre 18 e 35 anos e pertence à faixa economicamente mais produtiva e ativa da nossa sociedade. Quando analisamos as estatísticas envolvendo motos, os números são ainda mais impressionantes. As motos representam aproximadamente 7% da frota brasileira de veículos, mas estão envolvidas em 35% dos acidentes. Todos nós somos usuários diários do trânsito, seja como passageiros, pedestres ou condutores. Somos responsáveis pelo bemestar desse meio social. Porém, quanto à Segurança no trânsito, sem dúvida a maior responsabilidade cabe aos condutores. Conforme o coordenador de Trânsito do município de Ijuí, Ubiratan Erthal, os perigos encontrados no trânsito são diversos, principalmente a conservação do pavimento, a falta de sinalização, estradas sem acostamentos, motoristas imprudentes ou ainda sinalização coberta pela vegetação. Expostos a esses e outros perigos, os motoristas precisam tomar algumas atitudes preventivas, no intuito de garantir a própria segurança e a dos outros condutores. Para Erthal, medidas como estar sempre atento às regras de circulação e conduta, dirigir defensivamente, obedecer a sinalização, não ultrapassar em locais proibidos e diminuir a velocidade ao se aproximar de trevos e acessos a outras rodovias e cidades podem evitar acidentes. “Não exceder a velocidade, não dirigir após ingerir bebida alcoólica, usar cinto de segurança e exigir o uso pelos demais passageiros também são dicas valiosas”, acrescentou. Ele orienta ainda que em viagens longas como acontece com os profissionais do trânsito, é necessário que alguns aspectos sejam observados. “A ingestão de alimentos leves e em pequenas quantidades, bem como, se possível, parar o veículo para descansar quando sentir sono são fundamentais para manter o motorista em perfeitas condições para seguir a viagem com segurança”, salienta. Essas paradas, segundo o coordenador, devem acontecer em postos de

combustível, policiamento rodoviário ou praças de pedágio, o que garantem a segurança do motorista durante o descanso. Táxi para região

O uso de táxi para viagens médias distâncias como o deslocamento para outros municípios tem sido cada vez mais comum. Apesar do dinheiro que entra para os taxistas ser bom, as estradas andam cada vez mais perigosas e os motoristas devem ficar atentos a algumas orientações importantes para manter a segurança dos motoristas que se dispõem a realizar essas viagens. O coordenador de Trânsito Ubiratan Erthal aconselha que os taxistas verifiquem as condições adversas do veículo, bem como as condições do tempo para ajustar o carro quando necessário. Respeitar as regras durante o trajeto da viagem, utilizar o cinto de segurança e exigir a utilização pelos passageiros, assim como acertar o valor da corrida previamente, também são fundamentais para garantir uma boa viagem.

Para o caminhoneiro de primeira viagem, é aconselhado ir de acompanhante primeiramente para conhecer melhor o caminho, a sinalização e as regras de cada cidade

De caminhão As viagens de caminhão normalmente costumam ser a longas distâncias. Isso exige dos motoristas uma atenção redo-

brada, principalmente quando iniciantes, pois não conhecem as estradas e as regras dos municípios. Para isso, é importante ficar atento ás placas de sinalização, bem como estudar o trajeto no

mapa antes da viagem. “Para quem tem um GPS, é aconselhado que o leve na viagem para auxiliar. Parar em postos de combustíveis para tirar dúvidas também pode ser uma boa saída, mas é importante que isso só aconteça em postos de combustíveis e com policiais rodoviários para evitar problemas”, destaca Erthal. Como a legislação de trânsito é a mesma em todo país, é importante que o motorista a conheça bem e a respeite para evitar possíveis multas. Também é importante ficar atento aos dias e locais permitidos para a circulação dos veículos de acordo com seu peso e tamanho. Boa Viagem

No trânsito, para qualquer veículo, é necessário cuidado e atenção redobrada para que se tenha uma viagem segura

Em geral, viajar é sempre bom. Seja a trabalho ou apenas para diversão. Por isso, para garantir uma viagem segura e voltar são e salvo para casa, seguir dicas simples podem fazer toda diferença. Ficar atento ao trajeto e nas condições adversas do tempo, da via, do veículo, observar as condições dos freios, pneus e a conservação dos veículos, além de observar todas as regras de circulação e conduta garantirão ao motorista uma viagem segura e um retorno sem problemas. Fique atento e boa viagem!


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Ijuí, 24 de julho de 2012

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O volante é delas C om os olhos bem pintados, pó fácil, batom e cabelo impecáveis Ivete Soares reflete a imagem da feminilidade. Imagem, que segundo ela, combina muito bem com uma profissão tida como masculina durante muito tempo: a de motorista. O contato com o volante começou muito cedo. Desde pequena, muito apegada com o pai, Ivete o seguia até o caminhão e o observava dirigir. Aquele carro enorme não a assustava, pelo contrário, a hipnotizava, e a paixão por dirigir crescia cada dia mais. O amor pelo volante cresceu na mesma proporção em que ela, ficando maior a cada ano e como o contato era diário, muito cedo também aprendeu a dirigir. Quando teve idade para tirar a carteira de caminhão, aproveitou para fazer também a carteira D, que a permitia dirigir ônibus. “Na época, não tinha intenção de dirigir ônibus, meu interesse era mesmo ajudar meu pai com o caminhão. Mas ainda bem que fiz, pois com o tempo, as viagens diminuíram e meu pai estava dando conta, foi então que fiz um teste para entrar na Medianeira Transporte e passei”, conta Ivete. Há seis anos como motorista de ônibus, Ivete comenta que apesar da profissão ser encarada como masculina, nunca sofreu nenhum tipo de preconceito. “O máximo foram olhares estranhos”. Ela relata que desde que assumiu o volante das linhas da Medianeira, sempre que precisou teve o apoio dos colegas para se adaptar e todos a incentivavam muito a seguir em frente. Por parte dos passageiros, a motorista relata que poucos foram os olhares assustados, mas nunca ninguém lhe falou nada grosseiro ou teve uma

atitude que a ofendesse. Para ela, esse é um mercado promissor para as mulheres. “Fico feliz quando vejo outras mulheres pegando o volante de um micro na autoescola. Penso: que bom que mais alguém tomou coragem e vai enfrentar e se dedicar a essa profissão”, destaca. Questionada sobre ser uma possível fonte de inspiração para as mulheres, Ivete destaca que se sente feliz por isso e dizque estar em ação, à frente do volante, é o que realmente a faz sentir feliz. Táxi em vista

O táxi é do marido, mas quem dirige é ela. Iris Teixeira conta que quando começou a dirigir o táxi, há cerca de seis anos, assumiu o lugar do marido que passou a dirigir caminhão. “Quando resolvi assumir o táxi não tive nenhum problema com os outros motoristas ou com os passageiros. Tudo aconteceu de forma muito tranquila”, relata. Sendo a única motorista de táxi da cidade, Iris relata que durante todos esses anos duas reações podem ser nitidamente notadas quando mulheres são vistas à frente de um volante de forma profissional: a primeira é a admiração pela coragem e persistência de encarar o trânsito e dedicar seu tempo a esse negócio e a segunda é o incômodo, que ainda é existente. “Mas esse incômodo nunca foi suficiente para gerar atritos ou desrespeito da parte de alguém, acho que hoje a mulher que deseja trabalhar nessa profissão tem todo incentivo para isso, é apenas ter força de vontade e dedicação”, finaliza. Acompanhante de estrada

Luci Dalla Corte é pro-

Ivete Soares trabalha há seis anos como motorista de ônibus, mas já atuou como caminhoneira para ajudar o pai

prietária de um caminhão. Apesar de acompanhar as viagens do marido, não fez a carteira para dirigi-lo. “Já pensei em fazê-la, mas tenho filhos e eles precisam da mãe por perto. Isso sem falar nos problemas constantes que os caminhoneiros enfrentam na estrada”, diz. Para Luci, os motoristas não recebem uma remuneração exatamente de acordo com os gastos que enfrentam com o caminhão a cada viagem. Segundo ela, a nova lei estipulada pelo governo em que limita a carga horária dos motoristas em 8h não traz benefícios, apenas os deixa mais afastados do convívio da família. Questionada sobre o preconceito com mulheres caminhoneiras, ela destaca que o preconceito existe em qualquer lugar e na estrada não poderia ser diferente. “Entretanto, o país ainda não está preparado para

Para dar continuidade ao negócio da família, Iris Teixeira assumiu o volante do táxi e ganhou o respeito dos taxistas do município

receber mulheres caminhoneiras, exemplo disso são os banheiros dos postos que não oferecem estruturas mínimas de higiene”, relata. “As mulheres podem exercer essa profissão como qualquer outra, pois pode ser tão qua-

lificada quanto um homem, entretanto, isso exige uma reformulação na infraestrutura das estradas e dos postos de combustíveis, bem como um reforço da segurança que já é precária mesmo para os nossos caminhoneiros”, finaliza.


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Agricultura famíliar: a gratificante sucessão

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á mais de 50 anos a família Ceretta vem dedicando sua vida à lida no campo. São números incontáveis de dias sucessivos em que a rotina é acordar antes mesmo do galo cantar e dar início ao cultivo das hortaliças. Entretanto, a lida não parece incomodar. É dela que a família tira seu sustento e foi dela que pagou a faculdade dos cinco filhos, todos formados em engenharia elétrica. No entanto, apenas um dos filhos permaneceu no campo. Cristiano Ceretta é formado em Engenharia Elétrica, mas ainda não atuou na produção devido à dedicação que oferece ao cultivo de hortaliças. “Comecei a trabalhar desde pequeno com o cultivo de hortaliças. Eu e meus irmãos sempre ajudamos nossos pais com a lida do campo e eu tomei gosto pela produção. Depois que me formei, resolvi continuar no campo e auxiliar meus pais a continuar com o cultivo”, comentou. Apesar do amor pela atividade, a dependência das condições climáticas e a desvaloriza-

ção, muitas vezes desestimulam os produtores que querem dar continuidade ao que foi construído pelos pais. Esse é o principal motivo que faz com que muitos jovens agricultores saiam do campo em busca de melhores condições na cidade. Para Cristiano, um dos principais problemas é a desvalorização do produto para o produtor, o que não acontece na mesma escala nos supermercados da cidade. “Comparado aos insumos, há muita defasagem no valor pago pelas hortaliças. Acredito que se nosso produto fosse mais valorizado, seria um incentivo a mais para aumentar a produção e para que os jovens permanecessem no campo”, relata. O produtor rural enfatiza que não é ruim trabalhar no campo e a continuidade da propriedade e da produção depende da sua permanência na agricultura, por isso, é tão importante continuar auxiliando seus pais. “Ainda não tenho certeza se vou constituir família no campo, mas minha expectativa de permanecer é

Há 36 anos trabalhando com o manejo de frutas cítricas, a família Ortmann começou os trabalhos para obter uma segunda fonte de renda, pois o carro chefe ainda era a agricultura. Com o tempo, o gosto pelo cultivo cresceu, bem como as condições de sustentabilidade pelas vendas realizadas nas feiras. “Depois de muito plantar trigo e soja, resolvemos diversificar, afinal, é preciso. Então, começamos a trabalhar com frutas cítricas como limão e as diferentes variedades de laranja e bergamota”, relata Terezinha Ortmann. Entretanto, segundo Terezinha, a vida no campo não é fácil. O plantio é frequentemente prejudicado com as condições climáticas que neste ano, por exemplo, variaram de uma seca de mais de sete meses para uma geada muito forte no inverno que agravou os efeitos causados anteriormente. “Outro problema que desanima um pouco os produtores é a remuneração e o reconhecimento. O produtor rural sofre muito com a lida do campo. Não temos finais de semanas, feriados, décimo terceiro nem horários. Estamos trabalhando o tempo todo para o nosso sustento e apesar de gostar muito do que faço, acre-

dito que deveria haver maior reconhecimento e uma melhor remuneração pelo esforço que dedicamos”, salienta. Terezinha tem apenas um filho e este optou por ficar no campo auxiliando os pais. “Ele tem 26 anos e desde que

Cristiano Ceretta ficou com a família para dar continuidade à produção de hortaliças

positiva. Apesar das dificuldades, eu gosto muito do campo e é muito gratificante, depois de

todo o processo de produção, chegar na Feira para vender o seu produto e ver que as pes-

soas procuram por ele, pois é um produto de qualidade”, concluiu.

Frutas cítricas: uma opção de renda terminou a escola decidiu ficar conosco no campo. Ele se dedica muito ao trabalho e nos auxilia a potencializar a produção”, orgulha-se. Segundo ela, o filho pretende continuar na propriedade e dar seguimento aos negócios da família no campo.

Família trabalha há 36 anos com o manejo de frutas cítricas


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Cargas perigosas: direção defensiva e bom senso são fundamentais

roduto perigoso é toda e qualquer substância que, dadas às suas características físicas e químicas, possa oferecer, quando em transporte, riscos à segurança pública, saúde de pessoas e meio ambiente, de acordo com os critérios de classificação da ONU, publicados através da Portaria nº 204/97 do Ministério dos Transportes. A classificação desses produtos é feita com base no tipo de risco que apresentam. De acordo com o gerente da unidade D do Sest/Senat de Ijuí, responsável pelos cursos de treinamento para transporte de cargas perigosas, Carlos Dortzbacher, o condutor do veículo que estiver conduzindo cargas tidas como perigosas deve estar devidamente homologado pela legislação em vigor, no que se refere ao transporte de produtos perigosos. “Os cuidados com esses produtos variam de acordo com o tipo que está sendo transportado, ou seja, combustíveis, inflamáveis, químicos, tintas”,

comentou. Além das péssimas condições de certas estradas, roubos de cargas e imprevistos com o caminhão, a falta de conhecimento do risco que representa transportar produtos perigosos é outro fator que pode colocar em risco a vida do carreteiro. Isso porque são poucos os profissionais que trafegam pelas rodovias e sabem identificar o perigo de uma carga pelo painel laranja obrigatório dos quase 3.100 produtos considerados perigosos, que na maioria são constituídos por combustível (álcool, gasolina, querose, etc.) e produtos corrosivos, como soda cáustica e ácido sulfúrico. Conforme Carlos, por esses e outros motivos é que é exigido que o motorista seja penalmente imputável, esteja habilitado no mínimo com carteira B e possua curso específico das resoluções 168 e 285 do Contran que é o curso para condutores de veículos de transporte de produtos perigosos com 50 horas. “Nos cursos de

A principal função do óleo lubrificante é evitar o atrito entre as peças móveis dentro do motor e assegurar o bom funcionamento. Esse fluído deve manter suas características de lubrificação sob as mais diversas condições, sejam climáticas ou formas de uso. Com o passar do tempo, o óleo do motor tende a perder sua viscosidade (característica principal no lubrificante), encarregada de fazer com que o óleo permaneça por mais tempo revestindo as peças que estão em contato dentro do motor. Perdendo a viscosidade, o atrito poderá comprometer o funcionamento do motor e deste modo a vida útil, além de reduzir o desempenho e aumentar o consumo. Muitas pessoas têm o hábito

de só completar o óleo quando este está abaixo do limite, sendo que o mais adequado é fazer a troca completa do lubrificante. Esse erro pode custar caro. Se não for substituído, o óleo fica mais sujo que o normal, já que além de lubrificar, ele também tem a função de eliminar determinados resíduos da combustão – queima do combustível - e isso compromete a viscosidade. Veja algumas dicas do Elias Car e não tenha problemas com seu carro

formação, os condutores aprendem sobre direção defensiva, primeiros socorros, meio ambiente e prevenção de incêndio e legislação básica de trânsito e específica de movimentação de produtos perigosos”, explica. Para garantir a segurança na estrada, é importante ainda

que se tenha a identificação no veículo que é feita através de retângulos laranjas, que podem ou não apresentar duas linhas de algarismos, definidos como Painel de Segurança; e losangos definidos como Rótulos de Risco, que apresentam diversas cores e símbolos, correspondentes à

classe de risco do produto a ser identificado. No retângulo, a linha superior se refere ao Número de Risco do produto transportado e é composto por no mínimo dois algarismos e, no máximo, pela letra X e três algarismos numéricos. A letra X identifica se o produto reage perigosamente com a água. Na linha inferior encontra-se o Número da ONU (Organização das Nações Unidas), sempre composta por quatro algarismos numéricos, cuja função é identificar a carga transportada. Caso o Painel de Segurança não apresente nenhuma identificação, significa que estão sendo transportados mais de um produto perigoso. A orientação para os motoristas, segundo o gerente do Sest/Senat, tanto para quem já está na estrada como para quem vai iniciar no transporte, “é sempre agir defensivamente com razão e bom senso preservando sua vida, e dos demais atores do trânsito e do meio ambiente”.

Lembre-se de observar os dados referentes a viscosidade (SAE) e ao desempenho (API) e grave esses números. Outra possibilidade é conferir as tabelas de recomendação disponíveis nos postos de serviço. Conheça os tipos de óleo: Óleo mineral multiviscoso - O mineral multiviscoso é o mais comum no mercado. Esse tipo de óleo é adequado para qualquer motor, sendo ele de qualquer cilindrada ou combustível. Sua principal característica é adaptar a viscosidade de acordo com a temperatura de funcionamento do motor. Óleo semissintético - O semi-sintético é o óleo que mistura a base sintética com a mineral. Esse tipo é recomendado para motores mais potentes que trabalham em altas rotações. Mas, nada impede seu uso em motores menos potentes. Provoca menos carbonização interna e contribui para amenizar o atrito entre as peças internas do motor, principalmente durante a partida, quando a maior parte do óleo encontra-se em repouso no cárter – reservatório do óleo. Ele também é do tipo multiviscoso. A troca é recomendada pela maioria dos fabricantes a cada 10 mil quilômetros, mas convém efetuá-la antes disso, por volta dos 8 mil. Óleo sintético - Os sintéticos são os mais elaborados

e caros e prometem manter a viscosidade constante, independentemente da temperatura de funcionamento do motor. Com essa característica, a tendência é não carbonizar o motor. São indicados para os modelos esportivos que trabalham em regimes mais severos. A troca é recomendada a cada 20 mil quilômetros, mas é bom ficar sempre atento ao nível. O mais importante de tudo, entretanto, é usar um único tipo de óleo e, de preferência, da mesma marca. Em princí-

pio, os óleos automotivos são compatíveis entre si, sendo até possível misturar marcas diferentes. Porém é preciso tomar o devido cuidado de usar produtos de um mesmo nível de desempenho (API) - sigla em inglês de Instituto Americano do Petróleo, uma classificação de duas letras que informa o tipo de motor para o qual o óleo se destina (gasolina ou diesel) e o nível de qualidade. Elias Car. Avenida Coronel Dico, 1283. Telefone 55 33311560 ou 91466327.

Transporte de cargas perigosas exige treinamento especializado

Fique atento ao óleo lubrificante de seu carro

Que óleo colocar?

Para saber qual é o lubrificante correto para seu veículo, consulte o Manual do Proprietário na seção referente à manutenção. É simples e rápido.

Deixe o seu carro nas mãos de quem entende


Ijuí, 24 de julho de 2012

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Enciclopédia sobre rodas: histórias sobre as rotas de uma vida

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trabalho começou cedo. Com apenas 14 anos, Mariano Cindrowski teve de aprender a dirigir para ajudar nas despesas de casa. Mesmo ilegal, ele arriscava-se dirigindo, primeiramente, em pequenas distâncias e somente no interior, onde morava. Com 17 anos, ele já havia conseguido a carteira de motorista estadual, mesma época em que começou com as viagens mais longas pelo Estado. Com o tempo ele ganhava o Brasil, foram inúmeras as distâncias percorridas e muitas as histórias que ficaram para contar. Motorista por paixão, Mariano foi obrigado a parar de dirigir tão cedo quanto iniciou. Por conta de um acidente onde o capô do caminhão caiu sobre sua cabeça e afetou-lhe a visão do olho esquerdo, foi considerado incapaz de voltar para as estradas. Hoje ele relembra histórias, dificuldades e felicidades que o remetem a desejar passar por tudo novamente se fosse necessário, apenas para sentir a mesma sensação da época em que dirigia. O caminhoneiro do passado

Naquela época não existia asfalto e as viagens até a capital chegavam a durar três dias. “Na época, também não dormíamos em cabines, pois eram muito pequenas e nem sempre podíamos dormir em hotéis”, relata. Foram muitos anos à frente do volante de diferentes caminhões. Sua trajetória teve apenas uma pausa, de seis anos, quando Mariano dedicou-se à direção de

ônibus. “Mas minha paixão sempre foi o caminhão. Comecei com um Ford Alemão, depois viajava com um Alpha Romeo, passando para o Mercedes e por fim para um Scania que com certeza foi o melhor”, lembra. Memórias

Para quem vive na estrada, histórias para contar são o que não faltam. Entretanto, há sempre aqueles fatos que marcam as vidas dos caminhoneiros de tal forma que as histórias repercutem para os netos e bisnetos. Esse é exatamente o caso de Mariano. Até hoje ele relembra fatos vividos e que marcaram muito sua história de caminhoneiro. “Presenciei muitos acidentes horríveis, os quais ainda guardo imagens na memória”, conta. Ele relata que a queda da Ponte do Rio Pelotas foi a mais surpreendente. “Eu estava para entrar na ponte quando um senhor de uma oficina conhecida me impediu de entrar. Durante esse tempo em que conversávamos, chegou um ônibus da

Mariano lembra dos tempos em que viajava com orgulho e emoção, ressaltando o quão gratificante era ficar em frente ao volante

Minuano, de Porto Alegre, e um dos passageiros desceu e foi para o meio da ponte olhar o que estava acontecendo, alegando que era engenheiro. Quando ele estava lá, a ponte abriu e caiu com o engenheiro e tudo o que havia

em cima. Nunca mais acharam o corpo”, afirma. “Eu era para estar naquela queda”, emociona-se. Mariano, hoje com 73 anos e afastado da estrada ressalta que apesar de todas as dificuldades que um caminhoneiro enfrenta

na estrada e da vida solitária que muitas vezes obriga-se a viver em função da correria das viagens, voltaria a dirigir. “Se pudesse, voltaria e não pararia nunca mais. Não iria querer nem a aposentadoria”, finaliza.


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