Caderno JM Rural 26.06.2012

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Jornal da Manhã

Ijuí, 26 de junho de 2012

Cultivo de morangos é carrochefe de economia familiar há 23 anos

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Clostridium: Entenda a bactéria suspeita de causar a morte de dezenas de animais no Noroeste do Estado

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Combate às pragas requer orientação e acompanhamento técnico

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Aperitivos das festas de São João Pag 6 ficam mais caros


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Jornal da Manhã | Ijuí, 26 de junho de 2012

ARTIGO

Economia verde: afinal, de que se trata? Nas últimas semanas, em função da Rio+20, um dos conceitos mais comentados pelos meios de comunicação é o de economia verde. A experiência mostra que, quando todo mundo fala de um assunto novo, as pessoas provavelmente podem estar falando de coisas diferentes. Podem-se distinguir pelo menos três das principais interpretações que têm sido dadas à economia verde. É possível identificar a primeira interpretação de uma versão mais limitada do que seja a economia verde. Trata-se da tentativa de estender o sistema de preços aos serviços e aos ativos ambientais, mesmo considerando-se que a sua valorização não signifique que esteja transformando-os em mercadorias. O sistema de preços é considerado um mecanismo tão eficiente, democrático e econômico de resolver os problemas econômicos fundamentais de uma sociedade (o que produzir, como produzir, onde produzir, como produzir e para quem produzir) que acaba por estimular um esforço intelectual muito expressivo para preservar o seu uso nas políticas ambientais. É o caso, por exemplo, de situações em que ocorrem externalidades ambientais, quando se procura definir apropriadamente um valor econômico para os recursos ambientais, simulando as condições de mercado para a sua disponibilidade e a sua utilização, a fim de se identificarem as perdas e os danos para a sociedade. Os mercados funcionam adequadamente na alocação de bens privados, os quais são caracterizados pela exclusividade e pela rivalidade no consumo. Os bens ambientais tendem a ser não excludentes e divisíveis (exemplo: reservas de águas subterrâneas), excludentes e indivisíveis (exemplo: acesso às áreas

fechadas de reservas naturais) ou indivisíveis e não excludentes (exemplos: paisagens cênicas; ar puro). Assim, muitos bens ambientais, por se assemelharem mais a bens públicos do que a bens privados, não conseguem desenvolver ou simular mercados para avaliações monetárias apropriadas e consistentes. Uma segunda concepção de economia verde está ligada ao desenvolvimento de modelos de planejamento econômico-ambiental que incorporam os conceitos de insumos ecológicos, processos ecológicos e produtos ecológicos. Trata-se de uma tentativa de melhor

O capital natural remanescente passa a ser o fator limitativo do crescimento econômico num ecossistema congestionado

compreender a interdependência entre o sistema ecológico e o sistema econômico. Esses modelos permitem que se analisem, por exemplo, os impactos dos investimentos previstos no PAC sobre a pegada ecológica, sobre a pegada de carbono e sobre a pegada hídrica. Esbarram, contudo, em enormes dificuldades para obter dados sobre o subsistema ecológico, desde o cálculo de simples coeficientes que relacionem a quantidade de poluentes de diversos tipos emitidos por unidades de produção em cada setor produtivo até informações sobre as características específicas de diferentes processos ecológicos.

Essas duas concepções de economia verde se situam, contudo, dentro de uma visão tradicional da Ciência Econômica. Na visão tradicional, a economia é vista como um sistema isolado, sem trocas de matéria e energia com o meio ambiente. Nesta visão, muitas vezes, não se vislumbram insumos ecológicos ou produtos ecológicos enquanto se produz, enquanto se consome ou enquanto se acumula capital na sociedade. O ecossistema é considerado apenas como um setor extrativo e de disposição de resíduos da economia. Mesmo que esses serviços se tornem escassos, o crescimento econômico pode se manter para sempre porque a tecnologia permite a substituição de capital natural por capital man-made. O único limite ao crescimento, na visão tradicional, é a tecnologia e, desde que se desenvolvam novas tecnologias, não há limites para o crescimento econômico. Por outro lado, a visão contemporânea de desenvolvimento sustentável inclui a economia como um subsistema aberto do ecossistema. Desde que o ecossistema permaneça constante em escala enquanto a economia cresce, é inevitável que a economia se torne maior em relação ao ecossistema ao longo do tempo, ou seja, a economia torna-se maior em relação ao ecossistema que a contém. O capital natural remanescente passa a ser o fator limitativo do crescimento econômico num ecossistema congestionado (com estresse ou em regime de coma ecológico) onde prevalecem as leis da termodinâmica, a de conservação de matéria e energia e a lei da entropia. Paulo Haddad, professor do IBMEC/MG. Foi ministro do planejamento, da Fazenda no governo Itamar Franco

Otaliz Montardo EMPRESÁRIO RURAL Nos frequentes encontros que tenho com grupos de produtores rurais para debater assuntos relativos à gestão de empresas costumo, a título de motivação ou provocação, perguntar no início do evento: “entre os presentes existem alguns empresários?”. Invariavelmente a resposta vem, entre sorrisos tímidos ou constrangidos – “Nós empresários!? Somos apenas pequenos ou médios produtores rurais.” Tenho constatado que na percepção popular, o termo “empresário” está vinculado aos grandes empreendedores, proprietários de cadeias de lojas, bancos ou grandes indústrias. Os proprietários rurais, de um modo geral, não se identificam com o termo, posto que não se consideram empresários mas sim produtores rurais. Nessa concepção, empresários são os proprietários da agroindústria que compram, beneficiam e comercializam os produtos do meio rural. Não se trata aqui de discutirmos uma mera questão de semântica, mas o fato de os produtores não assumirem a condição de empresários tem reflexos importantes no comportamento e atitudes deles na condução de suas propriedades rurais. Para fins didáticos, entre as dezenas de definições de empresa, vou servir-me daquela que me parece mais adequada aos propósitos deste artigo. “Empresa é todo o empreendimento que produz um bem ou um serviço que tem um valor econômico e é consumido pela comunidade”. Dentro desta ótica, a humilde sapataria do bairro é uma empresa, na medida em que produz um serviço (consertar sapatos), que tem um valor econômico e é consumido e pago pela comunidade. Ora... a propriedade rural que produz bens (feijão, leite, carne, frutas, etc...) e os comercializa, é uma empresa. Por consequência, a pessoa que a administra é um empresário. Agora, se é um empresário competente ou não, isto é outra estória. Mas é um empresário sim! Ao assumir a condição de empresário, a tendência é de que o proprietário rural passe a olhar sua propriedade não apenas como um local ou ambiente de produção, mas

sim como uma empresa que precisa ser administrada em seu conjunto onde os componentes básicos como terra, capital, mão de obra e tecnologia devem merecer igual atenção do administrador, posto que a saúde e o equilíbrio da empresa depende fundamentalmente do gerenciamento harmonioso de todos esses fatores. De um modo geral, o proprietário que não se considera empresário, concentra todo o seu esforço e trabalho exclusivamente na área da produção. Os componentes capital, mão de obra e tecnologia são relegados a um segundo plano, quando não totalmente ignorados. Por não avaliar o valor e a importância do capital da empresa, tanto o imobilizado como o circulante, é comum o produtor considerar a receita bruta de uma determinada atividade como lucro líquido e passar a gastá-la de forma liberal, sem planejamento e sem se dar conta que está “comendo” o capital da sua empresa. Em muitos casos, a administração financeira resume-se em anotar as saídas de dinheiro no canhoto do talão de cheques. Mais adiante, quando os sinais de descapitalização da empresa começam a se tornar evidentes, tornase difícil revitalizá-la. Aí, o negócio é culpar a política econômica do governo, dizer que a agricultura não tem jeito mesmo e a saída é vender a terra que restou e tentar uma nova vida em um outro ramo de atividade. Também por entender que a sua missão é produzir, o produtor que não assume a postura de empresário, não dedica a atenção necessária para o componente mão de obra que é absolutamente indispensável para o bom desempenho da empresa. Poucas são as empresas rurais que contam com uma equipe de trabalho permanente, ajustada às necessidades da empresa, qualificada, consciente de suas responsabilidades e satisfeita com o ambiente onde atuam. Tudo isso acontece porque de um modo geral o produtor rural não se identifica com a figura de empresário. Portanto, leitor, se você é proprietário e/ou administrador de um estabelecimento rural, você é um empresário. Assuma-se!!

Otaliz de Vargas Montardo Consultor Téc. em Pecuaria Leiteira.


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AGRICULTURA FAMILIAR

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Morango: uma opção rentável

urgindo como alternativa de renda para a família Barriquello, em 1989, hoje, o cultivo do morango tornou-se o carrochefe da economia da família devido ao bom retorno de renda ocasionado pela produção da fruta. O produtor rural Carlos Alberto Barriquello, comenta que este foi o primeiro ano em que optou pela manutenção do pé plantado ainda em 2011, por isso, conseguiu colocar a fruta para venda na feira mais cedo. “O pés deste ano devem começar a dar frutos no final de julho”, diz. A produção, que começou há cerca de um mês, gerou 8kg de morango na primeira semana, 30kg na segunda semana, 80kg na terceira semana e 150kg na quarta semana, mantendo o mesmo nível de produção na quinta semana. “Nessa quinta semana a produção poderia ter superado os 300 kg, mas acabou geando e estragando boa parte das frutas”, afirma. A expectativa da próxima semana era de que a produção chegasse a cerca de 400kg, mas com a geada a estimativa diminuiu consideravelmente. Para Carlos Alberto, apesar da perda devido aos contratempos climáticos, a perspectiva continua positiva. Ele ressalta a importância de ter mantido o pé do ano anterior fazendo irrigação e adubação frequente, além de limpar as plantas para que pudesse começar a vender a fruta mais cedo. Produção A estimativa de volume total de produção deve ser de 6 a 7 mil quilos de morango até o final da produção. “Claro que também deve ser levado em consideração a utilização do pé do ano passado, o que deve aumentar substancialmente o volume total da produção”,

destaca. Devido aos cuidados com adubação e a utilização de mudas importadas da Argentina, muitas vezes os morangos chegam a pesar 140g cada. Ao todo, o produtor conta hoje com 7 mil mudas que foram cultivadas e preservadas desde o ano passado e mais 9 mil novas mudas que foram cultivadas neste ano.

Neste ano, o produtor conta com aproximadamente 16 mil mudas da fruta em sua propriedade

Mercado O melhor mercado continua sendo a venda por quilo na feira. Barriquello destaca que faz vendas para supermercados e padarias, mas que seu forte mesmo é a venda diretamente ao consumidor, na Aprofeira, em anexo a Emater municipal. Com relação a expectativa de preço e consumo para este ano, o produtor destacou que a venda da fruta vem de uma sequência positiva, mas que neste ano o volume de vendas ainda é uma incógnita. “Entretanto, estamos otimistas”, completa.

Estimativa de volume da produção é de cerca de 7 mil quilos de morango

Dicas de manejo Cobertura do solo: É executada visando, principalmente, evitar o contato do fruto com o solo, de modo a colher um fruto livre de impurezas, que depreciam a qualidade e podem reduzir o período de conservação pós-colheita. Essa prática também influencia na manutenção da temperatura do solo, atuando como termorregulador. A cobertura evita a compactação do solo que ocorre pela ação das gotas d'água de irrigação (quando é usado um sistema por aspersão) ou da chuva. A cobertura do solo tem ainda ação sobre as plantas invasoras, dispensando as capinas manuais que causam danos às raízes superficiais do mo-

rangueiro, as quais são responsáveis pela absorção de água e nutrientes. O material mais utilizado na cobertura do solo é o plástico preto com espessura de 30 micras. Este tipo de cobertura apresenta algumas vantagens sobre as demais. Cria um ambiente com baixa umidade relativa, diminuindo a incidência de fungos, especialmente aqueles que ocasionam podridões de frutos. Manejo do túnel baixo ou casa de plástico: Para se obter os resultados descritos anteriormente, é imprescindível que se tenha um bom manejo do túnel. Nesta operação, as ações básicas são: pela manhã, logo após a evaporação do orvalho, o túnel deve ser aber-

to até a altura de 40 a 50 cm, de forma que todo o excesso de umidade seja eliminado. A abertura do túnel sempre se dá do lado oposto ao vento predominante, evitando que o plástico seja danificado pela ação dele. No final da tarde, o túnel deve ser fechado para que o sereno não molhe as folhas. Em dias de chuva ou neblina, o túnel deve permanecer fechado, sendo aberto apenas com a presença do sol. Não irrigar em demasia, porque com o solo encharcado há uma grande evaporação, saturando o ambiente no interior do túnel, transformando-o em câmara úmida, ideal para o desenvolvimento de doenças. Um túnel mal manejado transforma

todas as possíveis vantagens em problemas sérios para o cultivo do morangueiro, causando prejuízos equivalentes aos de sua ausência. Na casa plástica, em razão do volume de ar ser maior, o manejo é facilitado, podendo permanecer abertas as cortinas laterais, mesmo em dias de chuva, desde que não ocorra molhamento de folhas pela chuva ou pela neblina muito forte, tocadas pelo vento. Limpeza da lavoura: A lavoura de morangueiro se desenvolve muito bem na ausência de plantas invasoras, o que evita ou minimiza a concorrência por água e fertilidade e a proliferação de pragas e doenças comuns no morangueiro.


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CLOSTRIDIUM

Entenda a bactéria que pode ocasionar doenças altamente patogênicas nos animais C om a morte de muitos bovinos na região Noroeste na última semana, uma suspeita sobre o motivo é de que o gado havia sido infectado por uma bactéria do gênero Clostridium, a partir de então dúvidas sobre tratamento, prevenção e sintomas da doença surgiram. O JM conversou com o médico veterinário Guilherme Stumm, que esclareceu que existem na natureza dezenas de bactérias do gênero Clostridium, sendo que muitas delas fazem parte da constituição biótica intestinal e do fígado de animais sadios, onde vivem saprofiticamente sem causar-lhes danos. “Entretanto existem outros gêneros de clostrídios que podem causar sérias doenças nos animais, sendo altamente patogênicos”, afirma. Os principais agentes responsáveis pelo aparecimento das clostridioses nos ruminantes são aproximadamente em número de 14 espécies diferentes de Clostridium, levando ao aparecimento de pelo menos 10 síndromes de doenças em bovinos, ovinos e caprinos. “O grupo de infecções e intoxicações causadas por bactérias anaeróbias do gênero Clostridium é chamados clostridioses, e é altamente letal na maioria dos casos”, explica. Dentre elas destacam-se o Botulismo, Tétano, Carbunculo Sintomático e Gangrena Gasosa. Os sur tos relacionados às mortes dos bovinos, por exemplo, estão relaciona-

dos, conforme o médico veterinário, ao manejo da propriedade, associados à falta de vacinação dos animais ou utilização de vacinas que não contenham todos os tipos de cepas de clostrídeos responsáveis pela doença. “Com isso devemos ter cuidado nas castrações,vacinações,ou outros tipos de manejos, onde os animais, além do stress, estão sujeitos a ferimentos e pancadas decorrentes do processo”, enfatiza. Identificação da doença

Guilherme explica que cada doença apresenta um quadro de sintomas e sinais, os quais clinicamente pode levar o veterinário a identificar o agente etiológico presente. No botulismo, os sinais mais comuns são incoordenação motora primariamente dos trens posteriores que progride para incapacidade de se locomover e levantar, culminando com morte por parada respiratória. Em casos de Carbunculo Sintomático, os animais apresentam febre, anorexia, depressão e manqueira quando o membro é atingido. As massas musculares acometidas mostram-se crepitantes e aumentadas de volume. Já nos casos de Gangrena Gasosa ou edema maligno: os animais apresentam febre que leva a uma depressão, apatia, perda do apetite, taquicardia, manqueira e um quadro toxêmico que pode evoluir para a morte do animal num espaço de poucas horas ou dias.

Em casos de Tétano, o animal apresenta-se com uma sintomatologia de hiperexcitabilidade, prolápso da terceira pálpebra ficando com os olhos arregalados, corpo rígido com a cauda, orelhas e pescoço distendidos, com espasmos musculares frequentes.

GELEIA REAL Coluna Nº4 MELHORAMENTO GENÉTICO NA APICULTURA

Tratamento O tratamento das doenças causadas pela clostridioses acontece através de uma antibioticoterapia e é muito limitado e de custo elevado, em virtude da virulência dos agentes causadores da doença, do desenvolvimento rápido e ação das toxinas produzidas. “Deve-se manter os animais doentes afastados do rebanho, isolados e sob observação constante e, no caso do tétano as baias devem ter pouca luminosidade”, aconselha Guilherme. Precauções para manter o rebanho Com a morte do animal adoentado, o veterinário explica que se deve proceder a colheita de material para análise laboratorial e, após, “evitar transportar o cadáver para outros pontos, incinerando-o próximo ao local da morte e enterrando-o em uma cova bem profunda, tomando-se o cuidado de jogar cal virgem sobre o cadáver antes de cobri-lo com terra. Quando os animais forem enterrados, evitar fazê-lo perto de fontes de água, observando os lençóis freáticos”.

Atualmente, apicultores do Rio Grande do sul criam abelhas em sua maioria com o objetivo da produção de mel, sendo que a maioria não substitui anualmente ou a cada dois anos as rainhas de suas colmeias; isso vem trazendo alguns problemas para os apicultores. A partir dessas informações é que a Associação de Apicultores de Ijuí (AAI) se reuniu dia 21 de junho de 2012 às 19h30 para discutir esse importante assunto. O atual Presidente Aldair Cossetin, baseado em relatos dos apicultoresda região indagou os sócios da AAI sobre a forma mais eficaz de se evitar os prejuízos com a perda de enxames e a baixa produtividade de algumas colmeias dentro dos apiários. Várias ideias surgiram durante o encontro e o Melhoramento Genético das Abelhas foi a ideia que surgiu como a solução imediata e a mais eficaz nesse sentido. Automaticamente, uma colmeia que recebe uma nova rainha tem suas abelhas substituídas por novas abelhas em cerca de 60 dias, fazendo com que a baixa produtividade desapareça e dando lugar a abelhas sadias e produtivas. A maioria dos apicultores tem suas Rainhas substituídas naturalmente pelas próprias abelhas e sem controle genético, e isso está fazendo com que a qualidade dos enxames não chegue nos mesmos parâmetros de produtividade que o apicultor tinha como objetivo. O cruzamento de raças de abelhas resistentes a doenças, com alta produtividade, adaptadas às condições de clima local e com docilidade controlada para o fácil manejo de colmeias será em breve a realidade que trará inúmeros benefícios aos apicultores.

Associação de Apicultores de Ijuí se reúne para debater o assunto

Dicas de Manejo

Animais devem ser vacionados regularmente para que estejam protegidos

Tipos de doenças Botulismo: causda pelo Clostridium Botulinium C e D, intoxicações que afetam o sistema nervoso. Tétano: onde o micro-organismo é Clostridium Tetani, acomete sistema nervoso dos animais Carbunculo Sintomatico: causada por Clostridium chauvoei, infecões que afetam a musculatura e tecido subcutâneo dos animais Gangrena Gasosa: causada clostridium septicum, clostridium novyi, causa infecoes musculatura e tecido subcutâneo dos animais. Medidas de prevenção *Esquema de vacinação do rebanho conforme orientação do medico veterinário. *Medidas higiênico sanitárias *Manejo correto dos animais *Pastagens de boa qualidade *Evitar deixar carcaças no campo *Em caso de morte de animais preceder a colheita de materiais para analise laboratorial.


Ijuí, 26 de junho de 2012 | Jornal da Manhã

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CULTURAS DE INVERNO

Orientação técnica é fundamental no combate às pragas

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m época de plantio de trigo e outros cereais de inverno, é importante atentar às pragas iniciais, ou seja, aquelas que ocorrem nos primeiros estágios de desenvolvimento da cultura. Dentre as principais pragas que assolam as culturas de inverno está o coró do trigo, coró das pastagens, pulgões. O controle químico, segundo o engenheiro agrônomo da Cotrijui Luciano Lucca, deve ser feito com uso de inseticidas específicos para cada praga na forma de tratamento de semente e pulverização. A assistência técnica tem papel fundamental para o sucesso no controle das pragas. Conforme Luciano, com a orientação técnica é possível identificar qual a praga presente , detectar a necessidade, ou não, de controle e, por fim, a definição correta dos inseticidas que serão utilizados no controle. Questionado sobre os meios de prevenção desses problemas, o engenheiro agrônomo aconselha que seja realizada a rotação de culturas, uso de inseticidas seletivos a inimigos naturais, controle de ervas daninhas hospedeiras de pragas e utilização do sistema de plantio direto.

Pulgões: Os pulgões apresentam corpo relativamente pequeno, mole e piriforme. Nas condições climáticas brasileiras os pulgões do trigo não põem ovos; as fêmeas parem diretamente ninfas; reproduzemse sem ocorrência de machos e geram apenas fêmeas (partenogênese telítoca)

Coró de trigo: Os insetos conhecidos como coró, bicho-bolo, pão-de-galinha ou capitão, encontrados em lavouras de culturas anuais, são nativos em áreas de campos e de vegetação rasteira naturais

Coró das pastagens: envolve as fases de ovo, de larva (coró), de pupa e de adulto (besouro). Somente as larvas, que são polífagas, são capazes de causar danos às culturas. Em geral, a infestação ocorre em manchas na lavoura


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Seca deixa Festa de São João mais cara A seca que chegou no final da primavera, seguiu no verão e se prolongou durante o outono, prejudicou a safra e fez subir o preço do amendoim, um dos principais produtos das festas de São João. “Tem pouco amendoim no mercado devido a estiagem”, disse o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Cláudio Maciel Santos. Em Augusto Pestana, maior produtor gaúcho de amendoim, o quilo descascado, que antes era vendido a R$

4 agora chega ao consumidor por R$ 7. A rapadura de 500 gramas ficou R$ 2 mais cara, é vendida a R$ 8. Em Ijuí, o preço do amendoim, da rapadura e da paçoca subiu em praticamente todos os supermercados. “Os produtores de Ijuí colheram em média 36 sacas por hectare quando seria normal colherem 40 sacas”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/ RS-Ascar, Filipe Kinalski. A longo prazo, outros fatores, além da estiagem, poderão contribuir para a

escassez do grão. “Os agricultores estão parando de plantar por falta de mão de obra e baixo preço”, queixou-se o presidente da Associação de Produtores de Amendoim de Marmeleiro, localizada em Augusto Pestana, Arlan Luis

Doces e aperitivos feitos de amendoim para as festas de São João terão um custo mais alto neste ano devido à seca que prejudicou significativamente a produção na região Noroeste do Estado

Vunder. Há dois anos, Vunder plantava amendoim em 3,5 hectares e colhia aproximadamente 500 sacas. Hoje, dedica-se apenas à produção de leite e lavoura extensiva. Essa tendência é confirmada pelo técnico da Emater/

RS-Ascar. “Atualmente Augusto Pestana deve ter menos de 80 hectares cultivados com amendoim”, disse Cláudio Santos. Há dois anos, no entanto, a cultura do amendoim no município ocupava área de 150 hectares.

Cultura do amendoim foi prejudicada em função da seca

Novaleipermitiráaoprodutordeleitenegociarcomindústria A obrigação dos laticínios de informar o preço do leite até o dia 25 do mês anterior à entrega do produto nas indústrias dará maior margem de negociação aos criadores, que poderão optar pela empresa que pagar mais. A opinião é do presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Sant'Anna Alvim. Ele explica que a lei atende a uma reivindicação dos produtores de leite. "O setor é um dos poucos da economia que só toma conhecimento do valor do seu produto na hora de receber o pagamento, muitas vezes até dois meses após a entrega da mercadoria nas usinas de beneficiamento", disse. Segundo Alvim, os produtores sempre pediram que a indústria informasse um preço de referência, "nem que fosse um mínimo". Ele ar-

gumenta que o preço informado não poderá ser muito baixo, porque neste caso o produtor irá procurar outra indústria que estiver pagando mais, "a não ser que as empresas formem um cartel". O dirigente acredita que a nova lei não deve prejudicar as negociações entre produtores e indústrias em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde existem conselhos paritários (Conseleite), que estabelecem os parâmetros técnicos e de mercado utilizados para definir o preço do leite entre as usinas. Ele afirmou que durante a discussão do projeto de lei no Congresso Nacional a CNA tentou excluir estes Estados (que têm o Conseleite) da obrigação das indústrias de informar o preço ao produtor, mas não deu tempo. Alvim afirmou que outras duas propostas que existiam

no projeto de lei de autoria do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) foram retiradas a pedido dos produtores. A primeira diz respeito à proibição de diferenciação de preços entre produtores na entrega de leite a uma mesma indústria. Ele diz que o deputado concordou em retirar a proposta, porque a mudança nas normas sobre padrões de qualidade do leite implica

preços diferenciados. Outra proposta retirada proibia a diferença de preços entre o período seco (entressafra) e o das águas (safra). O sistema implica o pagamento de valores menores durante a safra para os volumes excedentes a determinada cota (calculada com base na média de leite entregue durante a entressafra). Alvim explicou que o depu-

tado concordou em adiar as discussões sobre o sistema cota-excesso, que deve ser regulamentado nos próximos anos, com incentivo aos produtores que investem na produção de leite mesmo no período da entressafra, quando o custo é maior. Ele cita como exemplo o Canadá, onde a cota para entrega de leite às vezes vale mais que a propriedade.


IjuĂ­, 29 de abril de 2012 | Jornal da ManhĂŁ

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Jornal da Manhã

Ijuí, 26 de junho de 2012

Projeto Atitude Limpa recebe prêmio ambiental

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Projeto Atitude Limpa, desenvolvido pela Ceriluz entre seus colaboradores e associados, foi agraciado no dia 9 de junho com o Prêmio Ambiental Ludwig Reichardt Filho, promovido pelo município de Ijuí, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A proposta principal do Projeto Atitude Limpa é realizar ações de conscientização entre colaboradores, estudantes e suas famílias, principalmente. Contudo, chega também aos associados por meio de artigos e reportagens publicados e divulgados em veículos de comunicação da Cooperativa, como o Informativo Além da Energia, que chega ao seu público em forma de revista ou programa de rádio. “Tratase de um projeto voltado aos setores internos da Ceriluz, atingindo colaboradores dire-

tos e consequentemente suas famílias e que tem o objetivo de fomentar iniciativas de troca de informações que reforcem a cultura organizacional da Cooperativa, focando a comunicação e a realização das atividades sustentáveis”, explica a bióloga Sara Corbelini Enéas. O projeto é desenvolvido em uma parceria entre os setores Ambiental e de Comunicação Social e visa melhorar o ambiente de trabalho, divulgando conceitos fundamentais que regem as atividades na Cooperativa e promovendo a troca de conhecimentos e experiências que possibilitem a redução de custos e a otimização do uso de materiais, gerando menos rejeitos prejudiciais ao meio ambiente. Entre as atividades práticas já implantadas estão a oferta de pacotes de papel reciclado para uso nas impressoras; a disponibilização de copos

Escolas de Ijuí reuniram-se na Afucoper para prestigiar ações do Projeto Atitude Limpa

individuais aos colaboradores derivados da reciclagem de garrafas de vidro; a implantação de um Ecoponto na Ceriluz para recolhimento de pilhas e vidros; oficinas sobre coleta seletiva do lixo para os colaboradores e a distribuição

de sacolas ecológicas para uso diário, que reduzem a necessidade de sacolas plásticas. Para os estudantes, o Projeto Atitude Limpa disponibiliza ações diferenciadas. Em 2011 proporcionou a apresentação da Peça Teatral “Cuidado!

A Energia Baixou Em Mim!” nas escolas rurais da área de abrangência da Ceriluz e também na ExpoIjuí/2011, no Palco das Etnias, com a participação do mascote Cerileco, criado para interagir com o público da Cooperativa em seus eventos. “A expectativa inicial do projeto vem sendo alcançada, superando as dificuldades normais dentro de um processo de gestão em educação ambiental. Como exemplos podemos destacar a efetiva utilização dos copos de vidros individuais pelos colaboradores no consumo diário; o claro interesse em reaproveitar o material de escritório, com o fornecimento por parte dos colaboradores dos papéis utilizados para p ro d u ç ã o d o s b l o c o s d e rascunho e a solicitação de mudas nativas por parte de alguns funcionários.


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