Jornal da Manhã
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Ijuí, 26 de março de 2013
Troca de experiências no campo
Em Dia de Campo, produtores conheceram novidades relacionadas a lavouras de soja. Pág. 5
Produtor cria aparelhos que funcionam de forma eficaz contra as moscas.
As atividades do abatedouro de peixes do Santana. Pág. 3
Medidor de energia
Como adequar uma propriedade ao Novo Código Florestal. Pág. 3
Royalties da Monsanto
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Setor de mediação da Ceriluz recomenda atenção antes de a energia chegar ao medidor. Pág. 8
Saiba quando pagar ou não os royalties da soja. Pág. 7
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Jornal da Manhã | Ijuí, 26 de março de 2013
ARTIGO
Agrotóxicos sem veneno Pragas e doenças ameaçam a produtividade das lavouras em todo o mundo. No combate a esses organismos danosos, produtores rurais recorrem ao uso de defensivos agrícolas, que, por sua vez, afetam o meio ambiente. Seria possível praticar agricultura sem agroquímicos? Dificilmente. No bê-á-bá da agronomia se aprende que um inseto somente pode ser considerado uma praga se causar danos econômicos às plantações. Isso porque, na natureza bruta, folhas e grãos são normalmente mastigados pelos bichinhos, que se reproduzem no limite estabelecido por seus predadores naturais. Quando, por qualquer motivo, se rompe o equilíbrio do ecossistema, altera-se a dinâmica das populações envolvidas naquela cadeia alimentar. Advêm problemas ecológicos. Tudo começou quando, há cerca de 10 mil anos, a população humana se tornou sedentária. Surgiu daí a agricultura, inicialmente nos deltas fluviais, provocando os primeiros desequilíbrios ambientais. Pragas e doenças são relatadas desde essas remotas origens da civilização. Gafanhotos nas plantações, pestes no rebanho e piolho nos campos se encontram entre as dez pragas bíblicas do Egito. Cinzas de madeira foram os primeiros defensivos agrícolas. A partir de 1850, quando a população humana já atingira seu primeiro bilhão, alguns produtos químicos, como o arsênico e o mercúrio, começaram a ser utilizados. Muito tóxicos, acabaram abandonados. Em 1930, os habitantes da Terra chegavam aos 2 bilhões. Foi quando se descobriu a ação inseticida do DDT, derivado do cloro, utilizado na saúde pública para comba-
Seu fartura
ter os insetos transmissores de doenças. Somente nos anos de 1960, quando a explosão populacional elevou para 3 bilhões a espécie humana, os defensivos químicos passaram a ser utilizados em grande escala no campo. Embora a tecnologia tenha conseguido notáveis sucessos, o vetor básico continua atuando: novas bocas para alimentar exigem mais alimentos, que pressionam o desmatamento, que aumenta o desequilíbrio dos ecossistemas, que favorece o surgimento de pragas e
Na escala requerida pela população, as lavouras sempre exigirão pesticidas contra organismos que as atacam doenças. Trajetória da civilização. Fórmulas menos tóxicas, uso do controle biológico e integrado, métodos de cultivo eficientes, inseticidas derivados de plantas, vários elementos fundamentam um caminho no rumo da sustentabilidade. Os agroquímicos são mais certeiros, menos agressivos ao meio ambiente e trazem menores riscos de aplicação aos trabalhadores rurais. Nada, felizmente, piorou nessa agenda. Surge agora, nos laboratórios,
SAFRA DE SOJA DE 2013 PODE SER O DOBRO DA PASSADA, ESTIMA GOVERNO
uma geração de moléculas que atuam exclusivamente sobre o metabolismo dos insetos-praga, bloqueando sinais vitais. Funcionam de forma seletiva, combatendo-os sem aniquilar os predadores naturais, nem afetar insetos benéficos ou animais mamíferos. No sentido ambiental, configuram-se como pesticidas não venenosos, deixando de ser “agrotóxicos”. Sensacional. Existe, ainda, contaminação de alimentos por agrotóxicos tradicionais. O problema, contudo, difere do de outrora, quando resíduos cancerígenos dominavam as amostras coletadas. Hoje a grande desconformidade recai sobre o uso de produtos químicos não autorizados para aquela lavoura pesquisada, embora permitidos em outras. Raramente se apontam resíduos químicos acima dos limites mínimos de tolerância. Resultado: inexistindo produto “oficial” para o canteiro de pimentão, por exemplo, o horticultor utiliza aquele outro vendido para tomate. O problema, como se percebe, é mais agronômico, menos de saúde. Muita gente critica os defensivos químicos, considera agrotóxico um palavrão. Mesmo na agricultura orgânica, imaginada como solução milagrosa, todavia, se permite utilizar caldas químicas elaboradas com sulfato de cobre, hidróxido de cálcio e enxofre. Resumo da história: na escala requerida pela população, as lavouras sempre exigirão pesticidas contra organismos que as atacam. Importa o alimento ser saudável. Xico Graziano é agrônomo e foi secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Getúlio
A estimativa para os números da soja no Rio Grande do Sul neste ano é positiva: a colheita foi aberta com expectativa de dobrar o volume registrado na safra anterior, entre 11 e 12 milhões de toneladas da oleaginosa. A solenidade de abertura oficial ocorreu em Tupaciretã, na região Central do Estado, no sábado, e contou com a participação do governador Tarso Genro. Tarso disse que a supersafra irá aquecer a economia gaúcha. “Nós tivemos uma queda no crescimento, no ano passado, em função da estiagem. Este ano será ao contrário: as micro, pequenas e médias cidades do Rio Grande do Sul terão um impulso extraordinário”, afirmou. Na solenidade, o governador anunciou duas medidas de estímulo ao setor. Uma delas, é o encaminhamento de um projeto à Assembleia Legislativa, que transforma o programa Mais Água, Mais Renda em lei. A outra cria subsídios para os produtores na compra de máquinas agrícolas que permitem a produção de soja em área de várzea.
BIOTECNOLOGIA REDUZ USO DE ÁGUA NA AGRICULTURA Garantir que mais pessoas tenham acesso à água potável está entre os Objetivos do Milênio (ODM) da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o último relatório conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) quase 800 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso a de água própria para beber. A aplicação de tecnologia em diferentes atividades é uma das maneiras de contribuir para racionalizar e distribuir este recurso natural. De acordo com levantamento feito pelo Water Resources Group, a agricultura é responsável por aproximadamente 71% do consumo de água em todo o planeta (o equivalente a 3,1 bilhões de m³). Por essa razão, muito se investe no aperfeiçoamento de técnicas agrícolas para preservar não somente os recursos hídricos, mas também os naturais.
OVINOCULTURA COMO ALTERNATIVA DE RENDA FOI DESTAQUE NA EXPOAGRO A ovinocultura como alternativa de produção para a agricultura familiar foi o tema central apresentado no espaço da Emater/RS-Ascar, na Expoagro Afubra, feira destinada ao agricultor familiar e que encerra nesta sexta-feira, em Rio Pardo. Em três dias de evento, no espaço destinado à Instituição, foram apresentadas técnicas e tecnologias que têm como finalidade o fortalecimento da agricultura familiar.Um dos destaques da edição deste ano foi a inauguração da Casa da Ovelha, onde houve diariamente degustação de carne ovina. Também esteve presente o artesanato em lã com o Salão Gaúcho do Artesanato em Lã expondo e comercializando as mais variadas peças. Segundo o coordenador do espaço Carlos Correa da Rosa, a Instituição mostrou como a criação de ovinos pode se tornar uma alternativa de renda importante para o pequeno agricultor. “Estruturamos parcelas com duas opções de criação de ovinos: integrado com fruticultura e a campo”, salientou Rosa.
GOVERNADOR PROPÕE TRANSFORMAR EM LEI O MAIS ÁGUA, MAIS RENDA Em meio ao ambiente festivo que assinalou a abertura da colheita da soja no município de Tupanciretã, o governador Tarso Genro formalizou o encaminhamento de projeto de Lei à Assembléia Legislativa, propondo a transformação do Programa Mais Água, Mais Renda em Lei, e assinou decreto incluindo a microcamalhoneira na lista dos equipamentos de sistema de irrigação financiado pelo programa. Com o projeto de Lei, o governo busca o apoio dos deputados estaduais para consolidar o Mais Água, Mais Renda como uma política pública de Estado e não de um governo. Com isso, procura resguardar a ação, diminuindo os riscos de vir a ser extinta com eventuais trocas de governo. Já a microcamalhoneira, tecnologia validada pelo Irga, é uma plantadeira que permite o plantio de grãos, como o milho e a soja, em sulcos nas áreas de várzea, impedindo que excessos hídricos comprometam o desenvolvimento da lavoura e, ao mesmo tempo, possibilita que, em caso de estiagem, seja feita a irrigação.
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3 Abatedouro de Peixe volta a Planejar: experiência para adequar sua funcionar em Ijuí propriedade ao Novo Código Florestal Jornal da Manhã | Ijuí, 26 de março de 2013
Um evento realizado na tarde da última quinta-feira, marcou, oficialmente, a abertura do Abatedouro de Peixes no Distrito do Santana. Autoridadades do setor estiveram presentes no encontro, e destacaram a importância deste momento, não apenas para a comunidade local, mas também para toda a região, que passa a ser beneficiada com um produto fiscalizado. “Hoje, na verdade, é um ato simbólico que marca o retorno das atividades do Abatedouro, sinalizando que a gente conta com a liberação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental - RS (Fepam), para realizar esse processo, dentro das normas que são exigidas para que seja abatido o peixe e depois comercializado”, explica o presidente da Cooperativa Ijuí Peixes, responsável por administrar as atividades do local, Marcos José Megier. Segundo ele, a liberação oficial para o funcionamento do Abatedouro arratava-se há anos, mas todos os esforços serão feitos para atender a demanda da comunidade em re-
lação ao produto. Na opotunidade, o secretário municipal de Desenvolvimento Rural (SMDR), Julio Gabbi, destacou a importância do momento, salientando que significa uma vitória para o município: “Quando se trabalha com indústria, há muitas exigências para que funcione. Muitas vezes sentiámos uma angústia por conta de tantas delimitações da lei, mas trabalhamos, desde julho de 2012, para que esse projeto desse certo”, disse Gabbi. “Muitas vezes pensamos em desistir, e eu carrego uma mágoa muito grande, por conta daqueles que torciam para que não desse certo”. Para o prefeito Fioravante Ballin, apesar de tratar-se de um ato singelo, significa um passo muito grande para o município: “É a consolidação de uma política pública que foi muito batalhada por todos”, afirmou. O Abatedouro de Peixe do Santana conta com câmara fria, balança eletrônica, rede de despesca, e demais equipamentos.
Um ato realizado na tarde de última quinta-feira, marcou a abertura oficial do Abatedouro de Peixes do Santana
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A Lei 12.651/2012 torna-se uma legislação inovadora no momento em que busca entender que as exigências ambientais oficiais recaem sobre um país com mais de 500 anos de história, necessitando, portanto, levar em consideração a ocupação do meio rural brasileiro no estabelecimento das restrições a que cada uma das propriedades e posses rurais do país estarão sujeitas. Neste sentido os produtores rurais que dispõem de vegetação nativa em quantidade suficiente para atendimento da regra geral da nova lei deverão procedê-lo, não sendo possível desde 22 de julho de 2008 a redução da presença deste tipo de vegetação nas Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, sendo que em relação a estas últimas tal possibilidade pode ser anterior à data citada. Já para aqueles que antes de 22 de julho de 2008 realizaram a conversão de áreas de vegetação nativa em áreas de produção em APP ou RL passam a ser exigidas em regras transitórias recuperações mínimas, devendo a atividade produtiva mantida no restante das áreas protegidas, obedecer critérios de conservação de solo e água. Antes de tudo será obrigatório a todas as propriedades rurais brasileiras o preenchimento do Cadastro Ambiental Rural – CAR, onde serão prestadas todas as informações relativas às exigências legais estabelecidas na nova lei. O prazo para o preenchimento é de um ano, contado da sua disponibilização por parte do Poder Executivo. Em seguida, todos que optarem por manter atividades produtivas em áreas rurais consolidadas, deverão fazer a adesão aos Programas de Regularização Ambiental – PRA, ainda por serem instituídos e onde estarão descritas todas as normas relativas à adequação dos imóveis
Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa
rurais brasileiros as regras transitórias da nova Lei. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as APPs, observado os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 da Lei. É admitido o Cômputo das APPs no percentual da Reserva Legal, desde que: a) o benefício previsto não implique na conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo; b) a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação, conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual integrante do Sisnama, e; c) o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR. É admitido ainda, a exploração econômica da área de Reserva Legal, mediante um Plano de Manejo Sustentável. Os métodos de recuperação das áreas de Reserva Legal é a Regeneração Natural; Recomposição em até 20 anos e; Compensação no mesmo Bioma. O Cadastramento da Reserva Legal ocorrerá através do Cadastro Ambiental Rural – CAR. Este registro desobriga a averbação no Cartório de Registro
de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação desta Lei e o registro no Car, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito a gratuidade deste ato. O Cadastro Ambiental Rural deve ser feito preferencialmente junto ao órgão ambiental estadual ou municipal. Nele constará: a) a identificação do proprietário ou possuidor rural; b) comprovação da propriedade ou posse; c) identificação do imóvel por meio de planta e memorial descritivo, com informações do Perímetro do Imóvel, Remanescentes de Vegetação Nativa, Áreas de Preservação Permanente, Áreas de Uso Restrito, Áreas Consolidadas e no caso existente, localização da Reserva Legal. Após 5 anos da data de publicação desta lei, as instituições financeiras só concederão crédito agrícola, em qualquer de suas modalidades, para os proprietários de imóveis rurais que estejam inscritos no Car. A Planejar Soluções Agrícolas possui experiência, quadro técnico e tecnológico apto para adequar sua propriedade ao Novo Código Florestal. Faça seu orçamento sem compromisso. Telefone: 54 3324-1892, e-mail: planejarsa@yahoo.com.br.
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Produtor desenvolve ideia inovadora de combate às moscas A grande quantidade de moscas nas lavouras é um problema que incomoda todos os produtores. Buscando solucionar esse problema, o produtor de noz, Obirajá Ghem, teve uma ideia inovadora, e que apresenta resultados consistentes. Com pouco investimento, Obirajá produziu dois aparelhos, de forma artesanal e eficiente no combate às moscas na propriedade. Trata-se de garrafas pets, contendo atrativos para moscas, e com um mecanismo que as mantêm presas. Obirajá construiu dois aparelhos. Um deles trata-se de duas garrafas pets, colocadas uma dentro da outra, cortadas ao meio e utilizada a parte de cima de cada uma delas. Na parte de dentro da garrafa, o produtor coloca adubo e demais resíduos que atraem as moscas. As pets são penduradas de cabeça para baixo, ficando o bico da garrafa aberto por onde as moscas entram. “Mosca não voa para baixo. Então elas entram ali, e não conseguem mais sair, e vão morrendo aos poucos”, explica Obirajá. Mas, ele destaca que o importante destas armadilhas é pendurá-las em um lugar baixo, porque dessa forma o cheiro sobe e as atrai.
Obirajá mostra suas duas invenções que funcionam de forma eficaz no combate das moscas, muito comum nas lavouras
O segundo mecanisco é uma garrafa pet, com uma corda dentro desde o bico até o fundo. O barbante deve ser embebido em veneno que contenha atrativo sexual. Dois furos são feitos nas extremidades por onde as moscas entram. Em contato com o veneno,
elas morrem.
O o técnico agropecuário da Emater de Ijuí, Edwin Bernisch, teve contato com a engenhosidade e afirma que se trata de uma ideia inovadora, mas que necessita de algumas adaptações, pois pode atrair moscas dos vizinhos.
Por isso, é importante que toda a comunidade do local também adira a ideia: “Mata a mosca. É um exeperimento que funciona, só é preciso cuidar com o manejo, colocando longe da propriedade, pois pode atrair moscas demais”, afirma.
Sistema gera energia a partir de resíduos de frango
Proposta é transformar criação de animais em sistemas sustentáveis de produção
Resíduos de frango que seriam descartados por granjas podem ser utilizados para gerar energia elétrica por meio da produção de biogás. Um equipamento desenvolvido na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Jaboticabal, separa os dejetos em partes líquidas e sólidas, melhorando o desempenho dos biodigestores. “A proposta é transformar a criação de animais em sistemas sustentáveis de produção”, declarou o pesquisador Airon Magno Aires, que desenvolveu o equipamento durante sua tese de doutorado em zootecnia na Unesp. Segundo Aires, o produ-
tor de frangos de corte necessita, em média, de 26,5 quilowatt-hora de potência por cada galpão avícola. Com esse invento, um galpão de frangos de corte pode gerar 65.250 metros cúbicos de biogás, os quais podem ser convertidos em 110,1 megawatts de energia. As avícolas também costumam utilizar lenha para aquecer os galpões durante os primeiros 15 dias de vida das aves. “Com a substituição da energia da lenha pela do biogás, a redução de gases de efeito estufa pode chegar a 8 toneladas de gás carbônico equivalente ao ano por galpão”, destacou.
A história das sementes Auri Braga Historiador e Técnico em Agricultura
A população mundial cresce a índices considerados galopantes no planeta. Para que todo mundo tenha acesso ao alimento, é necessário o crescimento na produtividade, porque a extensão existente no planeta está praticamente esgotada. Vamos ver com essa colocação, que a conta não “fecha”, cada vez mais pessoas habitam nosso planeta, que não tem mais para onde expandir. Qual a saída? Para se produzir mais em menos espaço de terra, para que isso aconteça é que nos dedicamos ao estudo histórico das sementes, qual a sua importância nesse processo produtivo. Sabemos que na era da agricultura extrativista havia uma densidade de habitantes que, com abertura de pequenas clareiras na floresta, era suficiente para sua subsistência, mas nos dias de hoje, se não avançarmos em um patamar cada vez maior de produtividade por área ocupada, vamos ter que aumentar nossas lavouras florestas a dentro, o que, com certeza, logo logo tenhamos o troco da própria mãe natureza.
Região quer tornar-se um polo em produção de mel A região de São Gabriel está se preparando para ser um dos maiores polos da produção de mel no Estado, condição que deve ser atingida nos próximos dois anos. A afirmação é do prefeito municipal, Roque Montaigner, durante encontro com o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Luiz Fernando
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Mainardi, durante ato em que o Estado repassou ao município um veículo que será cedido para a Cooperativa Apícola do Pampa Gaúcho (Cooapampa). Na ocasião, Mainardi destacou que o Estado tem compromisso em estabelecer ações e políticas que contribuam para a diversificação e para o aumento da ren-
da do produtor. “Esta atividade é típica do que pregamos e, aqui nesta região, a Cooapampa, vem realizando um trabalho que valoriza, ainda mais, o mel, que já é considerado um dos que possui as melhores qualidades do país”, disse o secretário. O diretor da cooperativa, Aldo Machado dos Santos, informou
que a produção gaúcha gira em torno de 10 a 12 mil toneladas por ano, exportando perto de 4 mil toneladas, das quais cerca de 2,5 mil saem da região. Aldo destacou, também, o trabalho articulado entre município e governo do Estado que, junto com a atuação da Câmara Setorial do Mel, podem potencializar a prodrução.
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Produtores conhecem novidades para cuidado das lavouras de soja A Produtiva Insumos Agrícolas proporcionou um Dia de Campo aos produtores. Uma iniciativa que mostra na prática os resultados das soluções encontradas pelas empresas, tornando-se também uma ferramenta importante para a realização de negócios. Os produtores tiveram a oportunidade de visitar os estandes das empresas, que contaram com representantes, e acompanhar a importância da escolha das sementes e a aplicação de defensivos durante todo o ciclo da cultura Mais de 180 pessoas participaram do Dia de Campo sobre a cultura de soja, direcionado aos produtores. O evento aconteceu na tarde do dia 15 de março, em Ijuí, na propriedade do produtor Fábio Krysczun, na ERS342, km 123, sendo proporcionado pela Produtiva Insumos Agrícolas. Na oportunidade, os agricultores puderam ver parcelas que mostram a importância da qualidade da semente, assim como a aplicação de micronutrientes. Segundo o empresário Juarez Neme da Costa, da Produtiva Insumos Agrícolas, o objetivo desse encontro foi de apresentar novas tecnologias aos produtores rurais que possam trazer resultados em termos de aumento da produtividade e rentabilidade na cultura da soja. Resultados de campo, como variedades de soja, novas formas de adubação biológica e nutrição foliar estão entre os temas apresentados pelas empresas que se fizeram presente no evento, com estandes que puderam ser visitados pelos convidados. Esteve presente no Dia de Campo da Produtiva, a Nidera Sementes, que apresentou aos produtores as novidades em sementes de soja RR, que tem como principal característica a superprecocidade, ou precocidade com altíssima produção. A empresa Fertilizantes Multifértil, representada pela técnica em vendas Tatiana Benedetti, demonstrou a tecnologia Kimcoat, desenvolvida
com exclusividade pela Kimberlit, e utilizada para revestir os grânulos de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos. A tecnologia utiliza compostos orgânicos, minerais e polímeros que reduzem as perdas que ocorrem no processo de adubação. O Kimcoat potencializa o uso dos nutrientes, aumentando a eficiência dos fertilizantes. Com seu uso, o produtor pode conseguir reduzir custos de produto, ter aumento de produtividade ou mesmo reduzir números de operadores de adubação. A Brasmax Genética, uma empresa pertencente ao Grupo Donmario, desenvolve, há dez anos, genética de máximo rendimento com as recomendações de manejo mais adequadas para cada produto e região, levando ao agricultor brasileiro cultivares de soja com alta produtividade e precocidade que agregam maior rentabilidade ao seu negócio. Também esteve presente no evento o representante comercial Jorge Halmenschlager, e o assistente técnico Antonio Vieira, da DuPont, apresentando o Aproach Prima Fungicida. Trata-se de um produto que garante rentabilidade aos investimentos, pois é absorvido e translocado rapidamente, proporcionando aumento na produtividade e melhor controle do complexo de doenças da soja, como ferrugem, oídio, crestamento foliar e mancha preta. A empresa Sementes Costa Beber, representada por Mateus Maziero e Bruno Cassol, apresentou cultivares
de soja 2013. A Helm também participou do Dia de Campo, apresentando o herbicida Helmoxone, produzido à base de Paraquat, uma opção eficiente e econômica, tanto para o controle em pós-emergências de plantas daninhas, como na dessecação de algodão, soja e batata. A empresa Cheminova apresentou novidades no tratamento de sementes, que tem por objetivo deixar as lavouras mais protegidas de pragas e doenças, como o Picus, utilizado no controle de Corá, e o Belure, usado para o controle do Torrãozinho Cascudinho, Vaquinha-verde-amarela, Broca-do-colo, Coró, Piolho-de-cobra e Tamanduá-da-soja. Participaram do passeio pela lavoura cerca de 180 pessoas, divididas em grupos de 30, e com a orientação de um técnico agrícola do Instituto Municipal de Ensino Assis Brasil (Imeab).
Em grupos, os visitantes foram recepecionados por Juarez Neme da Costa, da Produtiva
Cerca de 180 pessoas participaram das visitações, entre eles agricultores e alunos do Imeab
Adubo orgânico promete lucratividade Uma das alternativas para aumentar a eficiência, e garantir a produtividade nas lavouras de soja, foi apresentada no Dia de Campo, promovido pela Produtiva Insumo Agrícolas. Trata-se do Microgeo, um adubo biológico, feito com componente balanceado que alimenta os microrganismos do conteúdo ruminal bovino em Compostagem Líquida Contínua (CLC), produzindo adubo biológico, promovendo a recuperação do solo, otimizando outros insumos agrícolas e fatores de produção. Durante a visitação do estande da Microbiol Teconlogia, fabricante do Microgeo, os visitantes tiveram a oportunidade de ver in loco como funciona a fábrica de adubo biológico (Biofábrica), que cada produtor terá em sua propriedade para a fabricação deste
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adubo. Os benefícios desta adubação, custos e as formas de manejo, foram apresentadas pelo representante do Departamento Comercial da empresa, Walter Trescher Ries.
A Biofábrica deve ser instalada em um local que receba luz direta, devendo ser agitada a cada três dias. Deve ser utilizada 10% do volume do tanque diariamente, sendo feita sua reposição logo após o uso. A composição do tanque é feita de 15% de esterco bovino, 5% de adubação de Microgeo,e o restante deve ser completado com água. O adubo está pronto para ser utilizado, 15 dias após o seu início.
Econômico, o Microgeo permite ao produtor maior fetilidade do solo das lavouras
Dentre os benefícios desta adubação está o aumento de 80% da fertilidade biológica do solo e o aumento de 31% a eficiência dos fertilizantes.
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Demanda por grãos deve sustentar valorização nos próximos anos Os grãos podem estar a caminho de mais uma safra global volumosa, mas em termos de preço, ainda há muito espaço para valorização, defendeu o diretor da gestora de ativos AIS, John Hummel. Ele ressaltou que o mundo em desenvolvimento segue sendo um motor de alta para os grãos. Segundo Hummel, os problemas de acesso a água na China e
Índia forçarão ambos os países a importar mais grãos. O executivo acrescentou que aposta principalmente na valorização do milho e farelo de soja no longo prazo, porque ambas as commodities são necessárias para alimentar animais destinados à crescente produção de carne voltada para atender à demanda de países em desenvolvimento.
Monsanto quer lançar nova soja Intacta ainda este ano A empresa de sementes e biotecnologia Monsanto espera lançar comercialmente sua nova soja transgênica para plantio na próxima safra, disse o presidente da subsidiária da empresa no Brasil. Mas um lançamento bem-sucedido de tal semente de soja, resistente ao ataque de lagartas e tolerante ao herbicida glifosato, dependerá da aprovação da variedade pela China, maior comprador global da oleaginosa. A soja Intacta RR2 Pro é a primeira variedade desenvolvida exclusivamente para a América do Sul e foi projetada para oferecer maior produtividade, ajudando o Brasil a elevar a colheita soja, esperada para atingir um recorde na atual temporada.
A Embrapa Meio Ambiente, implantou uma Coleção de Micro-organismos de Importância Agrícola e Ambiental contendo quase 20 mil isolados de fungos, bactérias, leveduras, arqueias e actinobactérias. Dentre eles há micro-organismos endofíticos; micro-organismos de vários biomas, como Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e manguezais; actinobactérias associadas a insetos; fungos celulolíticos como o Trichoderma; bactérias associadas a líquens e algas marinhas da Antártida; fungos e bactérias agentes de controle biológico; fungos pigmentados produtores de corantes; e bactérias associadas aos crustáceos que são produtoras de antibióticos.
MARACUJÁ
O maracujá cresce em uma videira vigorosa e que pode chegar até 20 metros de altura com suporte. As videiras são de cor verde profunda e abrigam três folhas lobadas que complementam flores perfumadas de 3 polegadas. O maracujá se desenvolve depois que as flores desabrocham, geralmente no verão. Se quiser aprender como plantar maracujá a partir de sementes em seu próprio quintal, siga as instruções a seguir. 1. Retire as sementes de maracujá de dentro de um pedaço fresco da fruta. Lave as sementes em água morna para remover a polpa anexada. Coloque as sementes em uma toalha de papel para secar. 2. Lave as raízes - Encha uma bandeja de sementes com solo úmido. Pressione uma semente de maracujá 1/8 de polegada no solo de cada célula. Cubra a bandeja de sementes com a tampa correspondente. 3 . Coloque a bandeja de sementes numa área que receba luz solar indireta. Levante a tampa a cada dois ou três dias para verificar a umidade do solo. Pulverize o solo levemente com água em uma garrafa spray até que umedeça, se estiver seco. 4 . Retire a tampa, assim que você ver mudas verdes aparecendo através do solo. Germinação de sementes de maracujá geralmente leva entre 10 e 20 dias. 5 . Continue a manter o solo úmido e em contato com luz solar, indireta, enquanto as mudas vão crescendo. Transplante as mudas em potes de 4 polegadas, quando desenvolverem o segundo conjunto de folhas. Plante uma muda de maracujá em cada pote. 6. Transplante suas mudas de maracujá ao ar livre, quando estiverem com cerca de 8 centímetros de altura. Escolha um pedaço de solo bem drenado e ensolarado para plantar as mudas de maracujá após degelo da Primavera.
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Em termos de preço, há bastante espaço para valorização
Embrapa cria primeira coleção de micro-organismos
COMO
PLANTAR
Carrapato: um tema que não podemos descuidar
Plantas daninhas desafiam produtores de algodão Quando os agricultores não adotam as práticas recomendadas, ocorrências de plantas daninhas nas lavouras do algodão podem prejudicar a qualidade das fibras, reduzindo em até 30% a produtividade. Em função disso, para tentar amenizar este problema, a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) ouviu os especialistas em manejo de plantas daninhas para que seja esclarecida a importância da adoção de boas práticas agrícolas nesta cultura, que tem características diferentes da soja e do milho.
Ações do governo devem causar pouco efeito na indústria de etanol Muito tem se falado sobre o pacote de desonerações fiscais para o setor sucroalcooleiro que o governo estaria prestes a anunciar. A expectativa recai sobre a concessão de dois incentivos: a redução de PIS/Cofins dos atuais 9,25% para patamares entre 1% e 4% e a diminuição do INSS quando tributado sobre o faturamento, que de 2,75% passaria para 1%. Embora estimativas apontem uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 3,5 bilhões por ano, as prováveis iniciativas federais em favor dos agentes do etanol não entusiasmam a maioria do setor. Especialistas apontam que o impacto na redução dos custos é moderado e há incerteza do repasse ao consumidor.
Os bovinos comumente são acometidos por infestações periódicas de carrapatos, dentre os quais, o Boophilus microplus(carrapato-de-boi), se destaca como o de maior importância e maior incidência em nosso meio. Observase a periodicidade das infestaçoes nos bovinos nas estações de verão e outono, e a não ocorrência nos meses de temperaturas mais baixas (inverno e primavera). Grandes prejuizos são causados pelas infestações de carrapatos, e grandes são os dados, principalmente com relação à sanidade dos animais. Sabe-se que cada carrapato suga de 3 a 5ml de sangue de seu portador, além de ser o vetor de dois protozoários do gêneroBabesiabovis e Babesiabigemina, transmissores da doença chamada Babesiose que combinada com uma doença chamada Anaplasmose (transmitida também por carrapatos e moscas) temos a doença de maior incidência no gado leiteiro a TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA (TPB). A TPB causa grandes dados econômicos nas propriedades leiteiras, podendo muitas vezes levar ao óbito os animais acometidos. Os prejuízos com a diminuição da produção, o descarte de leite pelo uso de antibióticos, ressaltam ainda mais os severos dados econômicos causados pela doença. Medidas simples podem ser adotadas para se evitar a incidência de carrapatos nos bovinos e minimizar as perdas econômicas causadas por eles. A observação do rebanho é fundamental para este controle, deve-se utilizar carrapaticidas de uso externo nos animais (pulverização, banhos ou produtos de uso na linha de dorso) sempre que a presença do carrapato é observada nos animais. Outra medida de controle é a rotação de pastagem, fazendo com que os animais fiquem pelo menos 30 dias fora dos piquetes quebrando assim o ciclo reprodutivo do carrapato. A prevenção e o controle das infestações de carrapatos é um assunto amplamente discutido e de fácil entendimento, porém, ainda representa grandes perdas econômicas nas propriedades leiteiras, por isso é sempre bom ressaltar sua importância e não descuidar nos métodos de prevenção. Rodrigo Luis Sechi Médico Veterinário Especialista em Bovinocultura de Leite
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Jornal da Manhã | Ijuí, 26 de março de 2013
Pagar ou não os royalties da soja? Os pequenos, médios e grandes sojicultores estão diante de uma encruzilhada: pagar ou não os royalties da soja roundup ready referente a safra 2012/2013. O Sindicato Rural de Passo Fundo, Sertão e Santiago ingressaram com Ação Coletiva no ano de 2009, contra a Monsanto do Brasil para garantir o direito dos agricultores de reservar o produto cultivares de soja transgênicas para replantio em seus campos de cultivo e comercialização deste como alimento ou matéria-prima, além de poder doar e trocar sementes reservadas a outros pequenos produtores rurais ou dentro de programas oficiais, sem pagar a título de royalties, taxa tecnológica ou indenização. Em sentença na referida Ação Coletiva o juiz Giovanni Conti, da 15ª Vara Cível de Porto Alegre reconheceu: a) o direito dos sojicultores brasileiros, de reservar o produto de cultivares de soja transgênica, para replantio em seus campos de cultivo e o direito de vender essa produção como alimento ou matéria-prima, sem nada mais pagar a título de royalties, taxa tecnológica ou indenização, nos termos do art. 10, incisos I e II da Lei nº 9.456/97, a contar do dia 01.09.2010; b) o direito dos sogicultores brasileiros que cultivam soja transgênica, de doar ou trocar sementes reservadas a outros pequenos produtores rurais, nos termos do art. 10, inciso IV, § 3º e incisos, da Lei nº 9.456/97, a contar do dia 01.09.2010; determinou; c) que a Monsanto se abstenha de cobrar royalties, taxa tecnológica ou indenização, sobre a comercialização da produção da soja transgênica produzida no Brasil, a con-
tar da safra 2003/2004; bem como condenou a; d) devolver os valores cobrados sobre a produção da soja transgênica a partir da safra 2003/2004, corrigida pelo IGPM e acrescida de juros de 1% ao mês, a contar da safra 2003/2004. Contudo, a sentença não é definitiva, pois a Monsanto interpôs recurso. No inicio deste ano a Monsanto propôs acordo aos agricultores no sentido de suspender, permanente e irrevogavelmente, a cobrança pela utilização futura da primeira geração de soja RR, com início estabelecido na safra 2012/2013, sem que isso representasse qualquer renúncia ou restrição a qualquer de seus direitos sobre a referida Tecnologia RR1. Percebe-se, que permaneceria a impossibilidade de reserva do produto, bem como a sua troca ou doação, e que não seriam devolvidos os valores cobrados indevidamente dos agricultores. Inicialmente este acordo foi referendado pela CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e a Farsul – Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, todavia, estas mudaram o entendimento, principalmente após a pressão dos associados em decorrência do posicionamento adotado pelos agricultores do Estado do Mato Grosso, que também possuem Ação Coletiva. Assim, no inicio de mês de março do corrente ano a Farsul encaminhou aos produtores de soja nota de esclarecimento dando-os duas alternativas: a) não pagar nada neste momento e aguardar o trâmite dos processos judiciais; b) assinar a proposta de acordo disponível no site da Monsanto no qual a quitação total e irrestri-
ta pelos valores pagos até a data de assinatura do acordo proposto recebendo em contrapartida dispensa do pagamento das duas próximas safras (2012/2013 e 2013/2014) pleiteado pela referida empresa, assim como em todas as demais safras futuras. E ainda, recomendou que aqueles que assinaram a primeira proposta de acordo, se assim entenderem necessário, solicitassem a rescisão ou substituição pela nova proposta de acordo. No entanto, os produtores de cultivares de soja transgênica possuem outra opção, sendo que essa parece mais segura, uma vez que, podem depositar em juízo o valor dos royalties da safra 2012/2013, e
aí sim aguardar o trâmite dos processos judiciais, pois se assim não procederem serão considerados devedores. Frisa-se que assinar o acordo proposto pela Monsanto é abrir mão dos direitos já garantidos pela sentença em primeira instância da Ação Coletiva, que irá atingir até mesmo os produtores que não fazem parte dos sindicatos que moveram a ação. Salienta-se que na referida ação o juiz já garantiu em caráter liminar a imediata suspensão na cobrança de royalties, taxa tecnológica ou indenização, sobre a comercialização da produção da soja transgênica produzida no Brasil, sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de
reais). Embora, dita decisão esteja suspensa. Assim que a melhor alternativa para o dilema enfrentado é o deposito em juízo do valor cobrado de royalties, taxa tecnológica ou indenização, para as safras futuras e aguardar a decisão final da Ação Coletiva e se benéfica aos produtores, executar a sentença cobrando os valores anteriormente pagos indevidamente. 1 Professora universitária, mestre em Direito Público pela Unisinos e advogada - OAB/RS 55.457; 2 Especializanda em Direito Imobiliario e advogada - OAB/RS 35.372.
As advogadas Emanuelle Malgarim, Adriane Hanke, Janete Belinaso e Marilusi Brust
Fertilizantes: Potássio do Brasil anuncia reserva de 500 milhões de toneladas Jazidas totais de pelo menos 500 milhões de toneladas – essa é a reserva que a empresa Potássio do Brasil afirma possuir na Amazônia, segundo informações da Agência Reuters. O montante seria suficiente para dar conta da demanda do País pelos próximos 18 anos. Hoje os brasileiros consomem 7 milhões de toneladas deste insumo para fertilizantes por ano, sendo que 90% disso é importado. A empresa, que tem ainda sócios australianos e canadenses, concluiu recentemente estudos apontando que suas propriedades estão assentadas sobre uma verdadeira reserva de classe mundial. A estimativa é produzir (entre 2017 e 2018) até 4 milhões de toneladas de cloreto de potássio ao ano. A base produtiva seria o município de Autazes, incrustrado no coração da floresta Amazônica. A novidade surge em plena crise do setor. Recen-
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temente, a Camex (Câmara de Comércio Exterior) anunciou a intenção de majorar os impostos sobre a importação do insumo. Enquanto isso, a mineradora brasileira Vale anunciou a suspensão do projeto de extração de potássio do Rio Colorado, na Argentina – cuja produção fazia parte de um projeto de autossuficiência da matéria-prima para fabricação de fertilizantes no Brasil. O financiamento do projeto será através da abertura de capital no mercado brasileiro, com uma IPO (oferta pública inicial de ações) para captar de até US$ 1 bilhão. O total de investimentos previstos varia de US$ 2 bilhões a US$ 3,5 bilhões. Para completar o pacote, a Potásssio do Brasil vai recorrer ainda ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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Setor de mediação recomenda atenção ao medidor de energia Os medidores de energia localizados nas residências são a ligação direta entre a Ceriluz e os associados. É a partir deles que a Cooperativa fica sabendo de quanto foi o consumo mensal para providenciar a fatura de pagamento. Apesar de ser “inviolável”, o aparelho de medição deve receber atenção por parte do associado. Isso é o que explica o eletrotécnico da Ceriluz Eliseu Motta, responsável pelo Setor de Medição da Cooperativa. Segundo ele, o principal cuidado é deixar o caminho até o medidor livre, possibilitando assim seu acesso sempre que for necessário. “Esse acesso livre não é só importante para os funcionários da Cooperativa, mas também para o próprio associado, porque no momento que ele precisar desligar o disjuntor geral ele conseguirá fazer isso rapidamente”, explica. No caso de um associado identificar algum problema no equipamento ou desconfiar que há algo errado na contagem do seu consumo de energia, ele deve entrar imediatamente em contato com a Ceriluz pelo telefone 0800 513130, que a Cooperativa irá providenciar a análise e até mesmo a substituição do medidor se julgar necessário. Eliseu Motta traz ainda algumas dicas para quem está construindo e vai instalar um novo quadro de medição ou mesmo reformar e substituir um antigo. Segundo ele a Ceriluz segue o Regulamento de Instalações Consumidoras (RIC) que define o padrão de medição de todas as cooperativas filiadas à Federação das Cooperativas do RS (Fecoergs) e é regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica. No momento da instalação do quadro de medição o associado deve buscar orientação junto à Ceriluz, que irá informá-lo sobre o melhor modelo para a sua residência ou empresa, conforme seu consumo de energia. “Além desta orientação é importante o cooperado procurar uma loja idônea para lhe fornecer materiais de qualidade e um profissional qualificado para executar a instalação. É importante não aproveitar materiais que estão em desuso
Furto se caracteriza pelo desvio da energia antes de ela chegar ao medidor
sob o risco do barato realmente sair caro ou a instalação ser reprovada em uma vistoria”, alerta Motta.
Entre as atribuições do setor de medição de energia da Ceriluz está a fiscalização de furtos e fraudes de energia. O furto se caracteriza pelo desvio da energia antes de ela chegar no medidor (foto), enquanto que a fraude consiste na adulteração do próprio equipamento de medição. Motta lembra que tanto uma quanto a outra prática consistem em crimes, cabendo a suspensão do fornecimento, a restituição do valor sonegado, multas e até mesmo processos jurídicos, com punições penais. A fiscalização deste tipo de procedimento ilegal por parte de consumidores é constante, sendo que há um sorteio aleatório
para definir unidades consumidoras a serem visitadas. Por outro lado, as equipes de leitura e manutenção de redes avaliam sempre que possível as condições do medidor. “Tudo que for identificado como algo que não é normal é passado para o setor de medição e, no momento que for confirmado o furto ou a fraude, o associado terá que prestar contas deste ato”, alerta. A Cooperativa também convoca os associados idôneos – a grande maioria – a denunciar irregularidades, uma vez que a ilegalidade de alguns acaba se refletindo coletivamente, especialmente nas tarifas de energia. Para reduzir o consumo de energia em uma residência, a melhor opção para o associado é fazer um consumo consciente, evitando desperdícios.
Preço do café está em retração O ritmo dos preços do café começou com um situação não muito favorável neste primeiro trimestre de 2013. Os baixos valores fizeram que os cafeicultores freassem as vendas do grão, segurando os estoques nas propriedades. Números da Safras&Mercado apontam que o café colhido no ano passado atingiu a comercialização de 71% até o dia 28 fevereiro. Os trabalhos, de acordo com a entidade, seguem bem atrasados em relação a 2012, quando, no mesmo período, 87% da safra 2011/12 estava comercializada. Transferindo o percentual em números de sacas de 60 quilos, foram comercializados até agora 39,03 milhões de sacas, de uma safra total no País de 54,9 milhões de sacas. No Paraná, a pesquisa aponta que 1,55 milhões das 1,70 milhões de sacas já foram vendidas, algo em torno de 91% do total. Porém, os números para o Estado são, digamos, contraditórios. Analistas de mercado afirmam que o percentual deve estar na média do nacional, entre 70% e 75%. “Como o produtor de café paranaense trabalha com outros cultivos, como a soja, ele usa o café para especular. Certamente, muitos agricultores ainda têm café estocado em suas propriedades”, presume o corretor de café, Marcos Aurélio Bacceti. Este estoque certamente é justificado pelo preços ruins neste início de ano.
Brasil mantém liderança mundial no recolhimento de embalagens de agrotóxicos O Brasil continua sendo líder na destinação de embalagens vazias de produtos agrotóxicos. Atualmente, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), ONG responsável pela destinação final do material, recolhe 94% do total descartado. Nos últimos 13 anos foram mais de 246 mil toneladas de embalagens recicladas. Somente em 2012, foram encaminhadas 37.379 toneladas. A quantidade representa um crescimento de 9% quando comparada a 2011. A expectativa para 2013 é destinar 40 mil toneladas de embalagens vazias.
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Considerado o celeiro do país pelo grande volume de produção de grãos, o estado de Mato Grosso mantém-se também na liderança em relação ao recolhimento de embalagens de agrotóxicos utilizadas nessas culturas. Nos dois primeiros meses deste ano, os produtores, fabricantes de fertilizantes e comerciantes conseguiram garantir que 1,5 mil embalagens usadas no campo fossem devolvidas e ambientalmente tratadas. Essa cadeia, conhecida como gestão pós-consumo, ou logística reversa, tornou-se uma obrigação para o setor em 2002. Desde
que os segmentos envolvidos na cadeia conseguiram organizar um sistema para recolhimento e tratamento dessas embalagens, Mato Grosso vem apresentando os melhores resultados. Em janeiro e fevereiro do ano passado, o recolhimento já ultrapassava 1,3 mil volumes. Mesmo com esse destaque, os fabricantes de embalagens que organizam as estatísticas preferem trabalhar com número em blocos. Segundo levantamento do inpEV, que representa o segmento, no topo da lista, ao lado de Mato Grosso, estão os resultados de Goiás e do Paraná.
Nos dois primeiros meses deste ano, os produtores conseguiram garantir que embalagens fossem devolvidas e ambientalmente tratadas
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