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Jornal da Manhã

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Ijuí, 27 de novembro de 2012

Obtenção de SILAGEM requer atenção do produtor em todas as fases do processo

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INVASORAS Realize o controle Invasoras causam prejuízo na qualidade e na quantidade do produto desejado. As perdas variam conforme a espécie invasora, sua densidade, o local e condições. pág. 4

Como evitar acidentes no meio rural Acidentes com redes elétricas podem ser evitados, basta que alguns cuidados sejam colocados em prática. pág. 5

Nova estimativa para o trigo pág. 5

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Indústria do Leite

Debate discutiu concentração no varejo nas mãos de grandes redes de supermercados. pág. 7

Gaúchos têm boa safra de morangos. pág. 8

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ARTIGO

Você é ou não sustentável? Em tempos de mudanças e preocupações com o meio ambiente, ouvimos todos os dias que somos altamente sustentáveis. Será que isso é verdade? Muitas empresas e pessoas dizem ser participantes da sustentabilidade, mas o que seria isso? De acordo com a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, sustentabilidade significa atender às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades. Nada mais que proteger o planeta para as nossas próximas gerações. Bom, agora vamos aos fatos: somos ou não sustentáveis? Na minha visão ainda estamos muito distantes de sermos plenamente sustentáveis. Temos belos exemplos: é verdade! Veja no campo o exemplo dado ao mundo na destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas; a incorporação do plantio direto em grande parte do nosso país que controla a erosão e sequestra o CO2; entre outros. Estes são alguns exemplos. No entanto, ainda precisamos evoluir! Grandes produtividades sempre são bem-vindas, pois ajudam o país a crescer. Em 40 anos nos tornaremos (se São Pedro ajudar na safra 2012/2013) o maior produtor de soja do mundo - essa mesma soja que alimentará milhares de pessoas. Como assim a soja? É isso mesmo. É a soja que produz óleo, que serve de alimento para milhares de animais e que, por sua vez, tornam-se proteína em grande parte

Seu fartura

de nossas refeições todos os dias. No entanto, grandes paradigmas ainda precisam ser vencidos: não somente no campo, como também nas cidades. Nós, por exemplo, abriríamos mão de utilizar carros, aviões, construir estradas, produzir alimentos orgânicos (onde há revolvimento do solo e uso de esterco), ou produzir alimentos convencionais: estes que utilizam defensivos e fertilizantes. Tudo isso gera

Quem sabe se voltássemos as nossas origens ou até mesmo a ser crianças, poderíamos mudar e ajudar mais. Amigos, pensem nisso: ser sustentável, hoje, é para poucos, mas ainda pode ser para muitos.

desequilíbrio e cabe a nós, seres humanos, minimizarmos estes impactos para que possamos ter resultados que equilibrem em partes a natureza e o que ela pode nos dar.

CRESCE PRODUÇÃO DE BIODIESEL

Diante de todas estas possibilidades, vocês acreditam que somos sustentáveis ou temos um discurso que queremos chegar lá? Acredito que se olharmos de forma geral, estamos bem longe disto. Mas quem sabe os bons exemplos possam ser seguidos: onde todos começam a mudar as atitudes, a respeitar os opostos, a discordar com ética e a valorizar as pessoas. Talvez este seja o nosso maior medo e desafio: entender que nada nesse mundo se faz sozinho e que muitos de nós ainda passam dificuldades: fome, miséria, e que, para mudarmos isso e sermos sustentáveis, precisaremos dar valor às pessoas, valores e atitudes, muitas vezes esquecidos. Quem sabe se voltássemos às nossas origens ou até mesmo a ser crianças (livres de paradigmas), poderíamos mudar e ajudar mais. Amigos, pensem nisso: ser sustentável, hoje, é para poucos, mas ainda pode ser para muitos. Se mudarmos e pensarmos como grupo e como líderes, quem sabe poderemos fazer algo diferente, pois como disse Paulo Coelho, “imaginem uma nova história para sua vida e acredite nela”. Assim poderemos mudar e buscar a sustentabilidade em todos os lugares do planeta.

O Paraná é responsável por 4,3% da produção nacional de biodiesel, que em 2011 totalizou 2,6 bilhões de litros. No ano, a produção paranaense foi de 114,8 milhões de litros, volume 65% superior ao de 2010, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A tendência para os próximos anos é de crescimento, mas o setor ainda enfrenta desafios para conquistar a expansão, como ausência de políticas públicas para fomento da atividade.

CHINA TEM PARCERIA COM SUDÃO O Sudão permitiu que a China crie uma zona de livre comércio para produtos agrícolas e gado para impulsionar as transações bilaterais, disse a agência de notícias estatal Suna, no domingo, já que o país africano busca aumentar as exportações agrícolas para compensar a perda de petróleo. A China é o principal parceiro comercial do Sudão e doador para projetos de desenvolvimento.

CAI PRODUÇÃO EUROPEIA DE LEITE A produção europeia de leite se aproxima dos menores níveis anuais. Em outubro, o volume foi similar de outros anos nesta época, mas, no acumulado, a temporada está ligeiramente acima da de 2011. Em setembro, a produção foi 1,8% abaixo da do mesmo mês do ano anterior. Mas, no acumulado do ano, estava 1,2% acima da captação ocorrida no mesmo período de 2011. Analistas avaliam, no entanto, que as compras para atender o consumo até o final do ano, foram efetuadas em outubro, e a procura agora será para as necessidades de 2013.

SEMINÁRIO DO AGRONEGÓCIO Amanhã será realizado o 2º Seminário Regional do Agronegócio. O evento, que ocorre no Salão da Comunidade Evangélica de Três de Maio, a partir das 8h30, é promovido pela Setrem em parceria com a Camera, Agroceres Multimix e Sicredi. A abertura oficial do evento ocorre às 9h15, e em seguida será realizada uma palestra com a temática Efeito da Nutrição sobre a Reprodução em Rebanhos de Leite.

NEGOCIAÇÕES DA SOJA MAIS LENTAS José Annes Marinho, Engenheiro Agrônomo e Gerente de Educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal – (Andef).

Getúlio

As negociações da soja em grão no Brasil estão cada vez mais lentas. Nem mesmo os fechamentos de contratos antecipados sinalizaram maior dinâmica. Segundo pesquisadores do Cepea, os feriados dos últimos dias no País e também nos Estados Unidos agravaram o cenário. Além disso, o clima mais seco no Sul e em partes do Sudeste e do Centro-Oeste do País voltaram a afastar produtores do mercado. Quanto aos preços, entre 16 e 23 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá), em moeda nacional, continuou estável.

RESERVA PREOCUPA PRODUTORES A ampliação da Reserva Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul, está preocupando os produtores rurais dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande. Muitos deles perderão parte da propriedade. No local vivem mais de 150 espécies de animais. Até abril de 2013, a Reserva Ecológica do Taim deve tripillicar de tamanho e passará a ter 33 mil hectares. Oito mil hectares pertencem a propriedades particulares que serão compradas pelo governo federal.

SECA NO NORDESTE Uma das piores secas em três décadas deve reduzir a safra de cana do Nordeste brasileiro nesta temporada em até 30% em alguma sáreas, disseram líderes da indústria na região, que se encontra em meio à moagem. As regiões Norte e Nordeste do Brasil representam somente cerca de 10% do fornecimento nacional de cana, mas a safra é uma importante fonte de açúcar e etanol no âmbito doméstico, além de exportar na entressafra do Centro-Sul.

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Os números da indústria agrícola gaúcha Na Expointer 2012, o setor de máquinas e implementos agrícolas atingiu o recorde de R$ 2.020 bilhões de negócios protocolados durante a feira, número que representou quase 100% do faturamento da feira. Esse número não surpreende quando se avaliam dados específicos sobre a comercialização do setor industrial agrícola brasileiro, verificando dessa forma a abrangência desse setor no mercado gaúcho, brasileiro e externo. Considerando o crescimento das vendas de equipamentos e agregando as demais áreas que incorporam a cadeia formadora deste processo, percebe-se que a indústria de máquinas agrícolas fomenta a economia do pró-

pio setor, mas expande e amplia ganhos financeiros para outros núcleos integrantes dessa conjuntura, que inclui, produção, geração de empregos diretos e indiretos, exportação, entre outros. Iniciativas a redução da taxa cobrada nos financiamentos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), de 5,5% para 2,5% ao ano, é um estímulo à economia no curto prazo, incentivando a aquisição de máquinas agrícolas por parte de produtores também. Esta medida deve repercurtir positivamente, elevando o valor da receita , já que facilita a busca por mais investimento via aquisição de equipamentos agrícolas. Algumas informações

Setor do Rio Grande do Sul concentra 27,4% dos estabelecimentos industriais

exemplificam com mais clareza a dimensão da movimentação financeira impulsionada pelo mercado de máquinas e implementos agrícolas, destacando o nível nacional, com ênfase no RS. Estes números deixam o setor industrial agrícola satisfeito e determinado a seguir criando metas, incentivos e planos que favoreçam o acesso à tecnologia para todos produtores. Mais informações com a assessoria do Simers. Em 2010, foram produzidas 88,9 mil máquinas agrícolas automotrizes, maior nível de produção do setor desde 2000. Os países que o Brasil mais exporta são Argentina, Venezuela e Paraguai. Os países que o RS mais exporta são Paraguai, Argentina e Bolívia. Em 2010, a indústria de tratores e máquinas agrícolas empregava 24.169 trabalhadores formais no Rio Grande do Sul, representando 37,8% do setor no Brasil (63.895) e 3,5% do total da indústria de transformação e o RS (692.814). Em 2012, até julho, foram gerados 500 novos empregos formais na indústria de tratores e máquinas agrícolas gaúchas, correspondendo a 24,1% do total do setor no Brasil (2.078). Em relação ao total do Brasil, o setor do Rio Grande do Sul concentra 27,4% dos estabelecimentos industriais, 37,8% dos empregos formais e 34,7% do PIB.

Processamento de soja registra queda

Mais de 24 milhões de toneladas de soja foram processadas entre fevereiro e outubro

Impactada pela quebra da safra 2011/2012, indústria esmagou apenas 24,274 milhões de toneladas em 2012, ante 29,234 milhões no mesmo período do ano passado. A Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) informou na quinta, dia 22, que 24,274 milhões de toneladas de soja em grão foram processadas nos nove primeiros meses do ano comercial 2012/2013 – que começou em fevereiro e vai até janeiro do ano seguinte. O volume ficou quase 17% abaixo das 29,234 milhões de toneladas esmagadas no mesmo intervalo de 2011/2012. As operações de processamento da indústria foram impactadas pela quebra da safra 2011/2012 em decorrência de uma forte estiagem na região Sul do país.

Entre fevereiro e outubro deste ano, o complexo processador exportou 18,573 milhões de toneladas do grão, 5,2% menos que as 19,593 milhões de toneladas embarcadas em igual período de 2011, informou ainda a Abiove. De acordo com a associação, as vendas de farelo de soja ao exterior somaram 9,506 milhões de toneladas no acumulado do ano comercial 2012/2013, um volume 16,8% abaixo das 11,42 milhões de toneladas exportadas no mesmo intervalo de 2011/2012. Os embarques de óleo de soja, por sua vez, atingiram 1,399 milhão de toneladas, volume 9,5% maior que as 1,27 milhão de toneladas destinadas ao exterior entre fevereiro e outubro de 2011, mostrou o levantamento.

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Saiba como controlar as invasoras na lavoura de soja

As alternativas de controle, na prática, são relativamente poucas

Havendo limitações nos fatores luz, água, nutrientes e espaço, haverá competição entre a cultura explorada comercialmente e as invasoras. O resultado indica, sempre, prejuízo na qualidade e na quantidade do produto desejado. As perdas variam conforme a espécie invasora, sua densidade, o local e as condições da competição. Essas afirmativas são feitas com frequência desde que se iniciou o cultivo da soja no Brasil, e continuam válidas até hoje, muito embora se saiba que o conhecimento sobre o problema “Plantas Daninhas” evoluiu significativamente nos últimos

20 anos. Além da interferência direta, algumas espécies prejudicam o agricultor de forma variada, seja por redução no coeficiente técnico da colheita ou aumento da impureza, com o implacável desconto no momento da entrega, seja por causar danos às colhedeiras, a exemplo do que ocorre em áreas infestadas por Desmódio. Enfim, todos sabem que a presença das invasoras deve ser evitada. Como fazê-lo? As alternativas de controle, na prática, são relativamente poucas. Há o método químico, como o principal meio, e o con-

trole cultural, como uma alternativa que deve ser mais bem compreendida e utilizada. O conceito básico do controle cultural pressupõe o manejo das culturas e da propriedade, como forma de promover o controle das plantas daninhas. É um método abrangente que inclui várias práticas agrícolas. O planejamento e a rotação das culturas, a tecnologia adotada, o sistema e a época de semeadura, as coberturas, a nutrição mineral e as culturas são exemplos de alternativas que podem ser trabalhadas visando promover o rápido e o vigoroso desenvolvimento da

cultura, criando-lhe condições para competir com as invasoras. Controle Químico: Atualmente, são utilizadas doses reduzidíssimas, impactando menos o ambiente. É possível, mas isso depende de cada um, pois o herbicida pode ajudar ou prejudicar. Depende da forma como é utilizado. A natureza dotou as plantas daninhas com mecanismos hábeis na luta pela sobrevivência. Nessa competição, cabe ao homem aprender a conviver com elas, manejando-as adequadamente.

Brasil exportou 12% mais carne bovina no acumulado até outubro Este valor é 12,0% maior que o Em 2012, no acumulado de janeiro a outubro, o Brasil exportou 1,24 milhão de toneladas equivalente carcaça (tec) de carne bovina, considerando industrializada e in natura, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Faturamento nos primeiros dez meses foi maior em relação ao ano passado

Arrozeiros gaúchos terão Produção de alimentos crescerá ajuda de software Essa é a estimativa da Tendências Consultoria para o ano que vem. A alta deve compensar a retração esperada para este ano, quando a produção industrial alimentícia deve cair 1,4% em relação a 2011. O crescimento será empurrado por uma expectativa de safra agrícola recorde em 2012/2013, além de uma grande disponibilidade de animais para abate. Também deve colaborar para isso a mudança no perfil de consumo do brasileiro.

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Os produtores de arroz do Estado receberão recomendações técnicas através de um programa de computador, o Adubarroz. A ferramenta vai gerar um relatório, a fim de auxiliar na adubação e calagem das lavouras. A análise será feita a partir das informações fornecidas pelo próprio agricultor.

volume exportado em 2011, de 1,10 milhão de toneladas no mesmo período. O faturamento nos primeiros dez meses foi de US$4,24 bilhões, aumento de 6,5% frente os US$3,98 bilhões faturados no mesmo período de 2011.

Curso de Inseminação Artificial de bovinos de leite Entre 3 e 7 de dezembro, será oferecido mais um Curso de Inseminação Artificial de bovinos de leite, através da parceria firmada entre a Setrem e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). A atividade é somente para maiores de 18 anos e será ministrada pelo professor Paulo Prauchner, nos seguintes horários: entre as 8h e 12h, no período da manhã, e entre as 13h30 e 16h, no período da tarde. Os interessados podem realizar suas inscrições pelo telefone (55) 3535-4611, com Karine Eckhardt.

Só o cooperativismo salva os produtores rurais Richard Jakubaszko

O cooperativismo não será capaz de enfrentar sozinho o que vem aí pela frente, pois será uma verdadeira guerra mundial, e sangrenta, ninguém tenha dúvida disso. Teremos uma crise de restrição de alimentos – e de fome – em muitos países, pois os preços tendem a se elevar ainda mais dos que os praticados hoje, agora catapultados não apenas por uma seca nos EUA, mas também pelo aumento de demanda asiático e por causa da especulação financeira que transformou alimentos como soja e milho em prosaicos “derivativos”, levando neste pacote a avicultura e a suinocultura. Esse panorama, num primeiro momento, pode prenunciar bons lucros aos produtores de grãos. Os bons lucros, entretanto, vão se reduzir na medida em que os insumos subam de preços, bem como o transporte, o armazenamento e o custo da terra. Como os estoques mundiais andam muito baixos, isto vai provocar guerras, rebeliões e migrações, governos democráticos serão depostos, assim, como outras ditaduras. Só o associativismo salva os produtores brasileiros, especialmente os pequenos e médios. Como os agricultores não têm representatividade política em nível nacional, quem vai atuar em nome deles e de seus interesses? O que vimos na aprovação legislativa sobre o Código Florestal é uma pequena amostra grátis do que vem aí pela frente face às discussões que vão ocorrer pela sociedade urbana quando os preços dos alimentos subirem: se subir é porque há perigo de faltar, e, na sequência, surgirão propostas de confisco dos alimentos, até mesmo taxas sobre exportação, para garantir o abastecimento interno, multas e prisão para quem estiver mantendo estoque dos grãos, enfim, não é difícil imaginar as dificuldades que possam surgir se os preços subirem acima do suportável, pelos governos e pela população. É tempo de as cooperativas liderarem a instalação de uma associação nacional, de cunho técnico, com atuação política, que seja representativa, que seja forte, e que expresse os verdadeiros interesses da agricultura. Para defender os agricultores dos futuros e breves ataques, que surgirão de todos os lados.

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Redes em lavouras exigem atenção especial de agricultores

A Ceriluz registrou algumas situações, ao longo dos últimos meses, de postes quebrados em função do choque de máquinas ou caminhões

Dicas para evitar acidentes com redes elétricas no meio rural: • Sabendo que há redes na lavoura, antes de iniciar o trabalho, o agricultor deve fazer uma vistoria para identificar a altura dos condutores e a presença de estais - cabos de

aço que prendem os postes ao chão; • Os estais exigem cuidados especiais e não devem ser cortados ou mudados de lugar, uma vez que garantem a esta-

bilidade do poste; • Ao manobrar veículos ou equipamentos, fazer carga e descarga de caminhões, o condutor deve manter a distância segura de qualquer tipo de estrutura elétrica e jamais estacionar debaixo das redes de energia; • Se possível, não devem ser construídas cercas embaixo de redes de distribuição. Caso

A Ceriluz registrou quatro acidentes envolvendo máquinas agrícolas e suas redes de distribuição de energia, ao longo do período de colheita do trigo. Para que estes transtornos não se repitam no plantio das culturas de verão, a Cooperativa pede atenção redobrada de seus associados. A expansão das redes de energia elétrica é algo que ocorreu naturalmente nos últimos anos para atender a demanda crescente, especialmente com a construção de novas residências. Assim foi no meio urbano e também no rural. Não é raro redes de energia que cortam lavouras, encurtando, assim, distâncias entre o fornecedor e o consumidor. Estas redes exigem uma atenção especial por parte de produtores rurais nos períodos de colheita e plantio, como vivenciado agora. O risco é de acidentes envolvendo máquinas e equipamentos, com a possível queda ou quebra dos postes e rompimento dos condutores. A Ceriluz registrou quatro situações ao longo dos últimos meses, onde postes foram quebrados em função do choque de máquinas ou caminhões nas estruturas de distribuição, felizmente, apenas com danos materiais. Neste sentido, o Centro de Operação da Distribuição (COD) faz um alerta para que o agricultor tome cuidado ao trabalhar próximo às redes. Ele deve fazer uma análise prévia dos riscos, identificando obs-

táculos como postes, condutores e estais e, assim, assumir uma postura preventiva. Em caso da identificação prévia de riscos, como condutores muito baixos, o agricultor deve entrar em contato com a Cooperativa pelo telefone 0800 51 3130, solicitando uma vistoria no local por parte da equipe de plantão mais próxima. As providências cabíveis serão tomadas, evitando, assim, riscos à vida das pessoas e prejuízos materiais à Ceriluz. No caso de acidente ocorrido, é fundamental o associado afastar-se e isolar o local, evitando contato com os condutores que podem estar energizados e com as partes metálicas da máquina, que são condutoras de energia. Após, deve ligar imediatamente para a Cooperativa, que fará a interrupção do fornecimento e providenciará a recolocação ou substituição dos postes e dos condutores. A atenção no uso das máquinas pode evitar uma série de transtornos para o produtor rural e para moradores da região, uma vez que, em alguns casos, toda uma linha alimentadora é desligada para fazer a manutenção. A substituição de postes pode estender-se por horas, especialmente se nele estiver algum transformador ou outro equipamento. Serão horas sem energia, por simples falta de atenção. A energia deve servir como insumo para ampliar a produção e agregar valor, não como obstáculo para o desenvolvimento das atividades agropecuárias.

seja inevitável, o proprietário deve seccionar (isolar) a parte da cerca abaixo do condutor de energia e fazer o aterramento. Assim, se um fio ou raio atingir a, cerca apenas a parte aterrada será energizada e não toda sua extensão, minimizando riscos para animais e pessoas; • Não devem ser feitas queimadas nas proximidades da

rede elétrica. O calor pode provocar curto-circuito; • Ao regular o equipamento de irrigação próximo a redes elétricas, é preciso atenção para o jato d’água não atingir o condutor, o que pode provocar curto-circuito; • Ao plantar árvores, devese considerar a altura que ela atingirá e respeitar esta distância da rede de energia.

Nova estimativa para o trigo no Estado O levantamento realizado pela Emater/RSAscar aponta que o trigo apresenta uma redução de 23,26% na produção em relação à estimativa inicial do Estado. A produtividade baixou em média para 1.966 kg/ha e as regiões mais afetadas foram o Planalto e o Médio Alto Uruguai (região administrativa de Passo Fundo) com 38,58%, as do Alto Jacuí, Noroeste Colonial e Celeiro (região administrativa de Ijuí), com perdas de 36,00%, e a do Alto Uruguai (região administrativa de Erechim), com 35,07%. O levantamento atingiu 281 municípios e, aproximadamente, 90% da área plantada. Segundo os técnicos, a safra de trigo de 2012, do RS, foi largamente prejudicada pelos fenômenos climáticos ocorridos ao longo de seu ciclo. Os eventos meteorológicos,

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como temporais, granizo, geadas tardias e períodos de intensos volumes de precipitações, afetaram a produção, tendo em vista o alto percentual de lavouras atingidas quando se encontravam nas fases críticas de seu desenvolvimento, especialmente entre o período das fases de floração até a maturação. Boa parte dos grãos de trigo colhidos tem apresentado baixa qualidade, depreciando o produto e impondo mais prejuízos ao agricultor. O PH (peso hectolitro) mínimo aceito dentro da tipificação oficial é de 72 para o tipo 3, abaixo desse PH, é considerado fora de tipo (impróprio para moagem), enquadramento de grande parte da produção atualmente colhida. Em alguns casos, o grão colhido sequer tem valor comercial, sendo destinado à ração.

Boa parte dos grãos de trigo colhidos tem apresentado baixa qualidade

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Agro contribui para mudar eixo do PIB brasileiro As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aumentaram participação no Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma de todos os bens e serviços do País) entre 2002 e 2010. É o que aponta a pesquisa “Contas Regionais do Brasil 2010”, divulgada na sexta-feira (23), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, as regiões Sul e Sudeste regrediram em participação no PIB,

PRÊMIO SEBRAE recebe inscrições

Apicultura

recuando 0,4% e 1,3%, respectivamente. Em 2010, apenas cinco Estados concentravam 65,7% do PIB: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. No entanto, são Estados localizados em regiões que tiveram queda de participação no PIB, diferentemente dos outros 22 – que representavam 34,3% da economia do País no período.

Estão abertas as inscrições para o Prêmio Sebrae de Jornalismo, que reconhece os melhores trabalhos sobre o desenvolvimento das micro e pequenas empresas publicados em 2012 O Prêmio Sebrae de Jornalismo abriu em outubro de 2012 as inscrições para a sua quinta edição. Com a temática voltada para os pequenos negócios, o prêmio valoriza os trabalhos desenvolvidos para mídias tradicionais e também as mídias sociais. As inscrições vão até o dia 21 de janeiro de 2013. Poderão ser inscritas reportagens com pautas ligadas aos temas: empreendedorismo, cooperação, competitividade, inovação, inclusão produtiva, sustentabilidade, políticas públicas e gestão empreendedora nos pequenos negócios.

A 28ª Festa do Pêssego de Porto Alegre atingiu o total de vendas esperado para esta edição ,mesmo o evento só encerrando no próximo dia 25. Segundo a prefeitura de Porto Alegre, já foram comercializadas 120 toneladas da fruta. Na edição 27, em 2011, foram vendidas 100 toneladas, em 2010 foram 125 e, em 2009, 90 toneladas.

EUCALÍPTO

O plantio de eucalipto é a melhor solução para diminuir a pressão sobre as florestas nativas, e viabiliza a produção de madeira para atender às necessidades da sociedade em bases sustentáveis.

Mãos à obra 1. Comece por escolher a sua árvore de eucalipto do viveiro. Certifique-se de que a raiz da árvore não ficou presa no seu vaso e de que parece saudável. Árvores menores são melhores neste caso, porque você sabe que suas raízes não preencheram ainda todo o espaço no vaso. Selecione uma árvore que tenha entre 30 a 45 centímetros de altura. 2. Compre a árvore no momento certo do ano. As árvores de eucalipto precisam ser plantadas logo quando você as compra. Se o eucalipto é nativo da sua área, você pode plantar a qualquer época do ano. No entanto, se você vive em uma área que tem verões muito quentes e secos, a plantação no outono ou no início da estação chuvosa será melhor. 3. Regue bem a árvore com água antes de a plantar e escolha uma área ensolarada. Em seguida, cave um buraco maior do que o vaso que você comprou e com cinco centímetros de profundidade a mais. 4. Retire a árvore para fora do vaso e separe as raízes sem quebrar, isto é essencial, caso o vaso estiver cheio delas. Coloque a árvore no buraco e trabalhe as raízes para que elas fiquem longe do centro. Tome cuidado para não quebrar as raízes. Regue a árvore e preencha o buraco com a terra que retirou, ao mesmo tempo que rega. 5. Cubra a terra nova com serradura para plantação, para manter a água e as ervas daninhas à distância. Não corte a árvore, pois fará com que o tronco cresça fraco. A árvore deve ser capaz de ficar em pé sozinha. 6. Mantenha o solo úmido até que a árvore esteja bem estabelecida. Quando a árvore estiver estabelecida, ela poderá tolerar alguma seca, mas não permita que o solo esteja totalmente seco.

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Em 2010 apenas cinco Estados concentravam 65% do PIB

Festa do Pêssego atinge estimativa de venda

COMO

PLANTAR

Enxames migram do meio ambiente para a cidade

Portarias orientam ao plantio O zoneamento agrícola de risco climático para as culturas de algodão herbáceo, feijão 2ª safra, milho 2ª safra, sorgo granífero e gergelim foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 23 de novembro, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A orientação vale para o ano-safra 2012/13. Para o feijão 2ª safra, o zoneamento refere-se a vários estados, incluindo o Rio Grande do Sul.

MELANCIA: facilidades no cultivo e na colheita A melancia se desenvolve nos locais onde o período de crescimento das plantas e da maturação dos frutos coincide com dias longos e noites quentes. Nos estados sulinos, especialmente no Rio Grande do Sul, seria, por conseguinte, recomendável a plantação na primavera, por ser ali o verão quente e seco. A melancia pode ser cultivada em diferentes tipos de solos, uma vez que não sejam muito úmidos.

A maioria dos enxames capturados na cidade tem em sua linhagem o instinto enxameatório resultante do cruzamento de linhagens entre si que causa a consanguinidade e resulta na baixa produção de mel, cerca de 10 a 30 kg de mel/ano. O enxame com esta linhagem quando ainda é núcleo já inicia o processo enxameatório com a puxada natural de realeiras para a formação de pequenos novos enxames. A maioria dos apicultores pega esses enxames e coloca em caixas de produção e deixa o melhoramento genético de lado por falta de conhecimento e na hora da colheita fica frustrado com os resultados e acaba entrando em decadência. Essas linhagens são as mais encontradas nas residências, árvores e até latas de lixo, geralmente os alvéolos dos favos e as abelhas são menores e mais agressivas.Além desses são encontrados outros que por sua vez são bons produtores de mel, pólem, própolis e geleia real, mas que são de pequena incidência.A abelha é considerada animal silvestre e não pode ser eliminada, pois será considerado crime . As pessoas quando notarem a presença de um enxame de abelhas em sua residência não deverão tentar retirá-lo, perturbá-lo ou utilizar qualquer tipo de veneno ou produto químico para eliminá-lo. Devem ligar para o Corpo de Bombeiros (193), que fará o contato com um apicultor cadastrado e capacitado para fazer a remoção do enxame com segurança.

Campanha gaúcha busca indicação geográfica para vinhos e espumantes A busca pelo status de Indicação Geográfica (IG) para vinhos finos e espumantes Vinhos da Campanha do Rio Grande do Sul foi deflagrada pela cadeia produtiva da região e tem o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A previsão de duração do projeto é de cerca de três anos e para a execução dos trabalhos serão aportados R$ 2,17 milhões, oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A conquista do selo agrega valor ao segmento de vinhos e espumantes da região, tornando o produto competitivo no mercado pelo reconhecimento diferenciado, além de garantir a sua procedência. “O IG muda a visão do produto, agrega valor, protege o produtor da concorrência desleal e abre portas para sua inserção no mercado externo”, destacou o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério, Caio Rocha.

Ao notar um enxame de abelha em sua residência, não é aconselhavel retirá-lo

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Jornal da Manhã | Ijuí, 27 de novembro de 2012

Indústria do Leite entra em discussão No debate sobre a Política Nacional do Leite coordenado pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat), realizado no dia 23 de novembro, último dia do III Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios - Avisulat 2012, ficou decidido que será encaminhada à Câmara dos Deputados, em Brasília, uma solicitação de audiência pública para discutir a concentração do varejo nas mãos de algumas grandes redes de supermercados, o que prejudica a indústria de todas as áreas e leva muitas a demitir funcionários ou até mesmo a fechar. O principal argumento é o abuso do poder econômico, que obriga as indústrias a vender seus produtos por preços aviltantes que prejudicam indiretamente toda a cadeia láctea, inclusive os produtores de leite. Os debatedores consideraram que a relação de forças entre uma empresa de supermercados e um fornecedor é

muito diferente. Se um supermercado decide fazer uma promoção, ou o fornecedor concorda com a promoção, ou corre o risco de ficar fora daquela rede de supermercado. Os valores definidos pelos supermercadistas acabam jogando os preços do leite abaixo do valor de compra. Uma das propostas surgidas no debate seria a criação de uma associação de fornecedores de supermercados, ideia que teve o apoio do representante do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná presente ao evento. As indústrias de laticínios de Santa Catarina também serão atraídas para a possível criação de uma associação da região Sul. O presidente do Sindilat/RS, Wilson Zanatta, considera que o momento é ideal para este debate porque o setor lácteo gaúcho está discutindo uma política estadual com a Secretaria de Agricultura do RS e outra nacional, em Brasília. “Já tivemos várias conquistas, como o

Plano ABC capacita técnicos da região sul do Estado A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio apoiará o projeto do Programa “RS mais Gastronomia”, de promover pesquisa sobre a gastronomia regional gaúcha. A decisão foi tomada em reunião realizada quarta-feira na sede da Secretaria, que teve a participação do secretário em exercício, Claudio Fioreze, e a coordenadora do programa, Jussara Pereira

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Dutra. O objetivo da pesquisa, é subsidiar a realização de cursos de capacitação a empreendimentos gastronômicos e outras políticas públicas de apoio à gastronomia regional. O projeto deve beneficiar, inicialmente, a região da Quarta Colônia de Imigração Italiana, que tem na gastronomia um de seus potenciais.

Conseleite, que une as indústrias e os produtores para homologar mensalmente o preço de referência do leite padrão; o Fundesa, que apoia o desenvolvimento de ações de defesa sanitária animal, além do Instituto Gaúcho do Leite em elaboração, com a inclusão do Fundoleite para financiar ações de marketing para aumentar o consumo do leite. Participaram do debate também o diretor e coordenador do Conselho do Agronegócio da Fiergs, Marcos Oderich; representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Francisco Natal Signor; assessor especial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Nilton Pinho e o assessor da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Alexandre Scheifler. O Avisulat é coordenado pelo Sindilat/RS, Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS, e aconteceu no Fundaparque, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.

Uma das propostas surgidas no debate seria a criação de uma associação de fornecedores de supermercados

Produtor deve redobrar cuidado com lagartas da soja A soja crescendo na lavoura requer muitos cuidados do produtor rural e sua equipe. Quem não quer ter perdas com invasão de pragas deve ficar atento com as lagartas, principalmente a lagarta da maçã e a lagarta falsa-medideira. Além do controle das lagartas nas lavouras de soja, é recomen-

dada a atenção com a invasão dos percevejos que também podem causar dano à produção. Caso seja verificado o aumento de população de percevejos, o controle com produto químico deve ser realizado imediatamente. A detecção da população da praga no início da infestação é,

conforme a pesquisadora, primordial para a efetividade do controle da praga. No caso da lagarta da maçã, se o controle não for realizado no período vegetativo, o risco é essa população estar alta no período reprodutivo e acarretar danos nas vagens da planta de soja.

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Como realizar uma boa silagem A obtenção de silagens de qualidade e com reduzidas perdas exige a atenção do produtor em todas as fases do processo de estocagem, seja qual for o tipo de silo, o sistema e a cultura a ser ensilada. Os cuidados incluem o ponto de colheita, a picagem, a compactação e a vedação da forragem. Lavouras de milho e sorgo ensiladas prematuramente apresentam baixo teor de matéria seca, ou seja, umidade elevada, com reduzidos rendimentos por hectare, porcentual de grãos e fermentação de qualidade inferior. A média é de 15 a 20 toneladas de forragem verde por hectare. A qualidade da silagem, no entanto pode ser baixa em razão de possíveis perdas no campo, principalmente de folhas, durante o corte e o transporte. Além disso, a dificuldade na compactação favorece perdas de armazenamento. Nessas condições, a consequente elevação do teor de fibras da silagem reduz a digestibilidade e dificulta o aproveitamento dos grãos. Segundo o produtor Anderson Orlandi, o ponto de colheita

ideal para o milho é o chamado farináceo-duro, fase em que as plantas apresentam aproximadamente 35% de matéria seca. “A silagem obtém elevado teor nutritivo e palatabilidade, o que pode ser comprovado pelo seu maior consumo” O sorgo deve ser colhido quando os grãos estiverem no estágio ceroso-pastoso para farináceo, com 28% a 32% de matéria seca. “Os capins, principalmente o elefante, devem ser colhidos com 60 a 70 dias de rebrota, no período das águas, com 20% a 25% de matéria seca. Os capins tanzânia, mombaça e braquiarão devem ser colhidos com 45 a 50 dias de rebrota, e as gramas do gênero Cynodom com no máximo 45 dias. O ideal é em torno de 35 dias de rebrota e com menos de 25% de matéria seca”, explica”, explica o produtor. Picagem A picagem tem a finalidade de facilitar o acondicionamento e compactação da forrageira dentro do silo e expor os açúcares solúveis existentes na planta para uma rápida fermentação. O tama-

Segundo Anderson, silagem obtém palatabilidade e alto teor nutritivo

nho ideal da partícula varia de 4 mm a 22 mm, com média de 11 mm. Quanto mais seca a forragem, maior a necessidade do tamanho das partículas estar próximo do ideal para que a compactação possa ser executada com êxito. As partes mais importantes a serem picadas em tamanhos menores são o caule e o sabugo. Mesmo com a máquina regulada para 2 cm, é comum alguns

pedaços de folhas e palhas com 5 cm a 15 cm, o tamanho considerado limite. Vedação e abertura do silo A vedação do silo é fundamental para evitar fermentações indesejáveis e descartes obrigatórios de silagem após sua abertura, o que eleva o custo final e reduz a disponibilidade de alimentos para o rebanho. A forragem deve ser

coberta com lona plástica e fixada com algum peso. Embora a terra seja muito utilizada para este fim, não é recomendável. Após a preparação, o silo deve permanecer fechado por no mínimo 21 dias, tempo necessário para que ocorram os principais processos de fermentação e a silagem atinja a estabilidade. Decorrido esse período, o silo pode ser aberto e o volumoso consumido.

Agricultores gaúchos realizam colheita de safra de morango

Colheita iniciou em julho e segue até o mês de dezembro

Uma planta que enche os olhos e com um fruto vermelho que dá água na boca. Só em uma propriedade são três mil pés de morangos. Nesta safra, o frio fora de época prejudicou algumas plantações durante a fase de desenvolvimento, mas, mesmo assim, a safra deve render bem para os produtores.

O cultivo do morango está em alta e tem mercado garantido. Em algumas regiões, os agricultores estão vendendo a fruta a R$ 7 o quilo. A colheita começou em julho e segue até dezembro. Quanto às demais frutas vermelhas, Vacaria, na Serra gaúcha, é a maior produtora de pequenas frutas do Rio Grande do Sul. São

3.300 toneladas de amora, mirtilo, framboesa e morango. Se por um lado o clima prejudicou a quantidade, por outro, ajudou com a qualidade das frutas. “O sabor está excelente, até porque a estiagem faz com que a fruta seja mais doce”, diz Sulian Dal Molin, técnico agrícola da Emater/RS.

RS planta 75% a área destinada ao milho A lavoura de milho no RS chega a ¾ da área plantada e até aqui, com bom padrão fitossanitário, evoluindo nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e granação, essas duas últimas fases determinantes do potencial produtivo final da lavoura. Nesse último período,

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porém, ressentiu-se pela falta de umidade e pelas altas temperaturas em algumas regiões, localizadas principalmente na metade Norte do Estado. No Planalto, em áreas onde predomina o tipo de solo Ciríaco-Charrua, as plantas demonstram sinal de estresse hídrico através do enrolamento

das folhas e amarelecimento das folhas basais, fato que vem preocupando os produtores. Na Fronteira Noroeste, nas Missões e no Alto Jacuí, a situação de lavouras era a mesma, com deficiência de umidade no solo, mas amenizada com a precipitação ocorrida no dia 19 de novembro.

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