Jornal da Manhã
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Ijuí, 28 de janeiro de 2014
Correção do solo recebe incentivos estaduais
Considerado o maior programa de correção da acidez, prefeituras podem ter acesso ao recurso. Pág. 9 Clima beneficia produção de uvas e entidade organiza festa Pág. 7
Implantação do CAR Nova norma do Banco Central beneficia produtores. Mas, seis meses depois de criada, ela ainda segue no papel. Pág. 13
Brasil passa EUA Se as previsões se confirmarem, pela primeira vez a safra brasileira de soja irá superar a dos EUA, sem grandes perdas pelo clima. Pág. 4
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Levantamento aponta que mais da metade do trigo gaúcho é tipo pão ou melhorador. Pág. 3 RS confirmou-se como maior produtor do grão em 2013, mas cereal segue estocado em silos. Pág. 3
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Jornal da Manhã | Ijuí, 28 de janeiro de 2014
ARTIGO
Como o marketing e a comunicação podem ajudar na educação do produtor? O marketing e a comunicação rural podem contribuir muito para o desenvolvimento e a capacitação do produtor rural e já tem sido assim há décadas. Na agricultura moderna, o insumo tornou-se informação, conhecimento puro, e seu marketing está sempre ensinando e assumindo um forte papel educativo. Veja-se o caso da genética vegetal dos OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) e também a evolutiva genética do suíno e do frango. Veja-se a nutrição animal de alta performance, o chip nos pneus de tratores, o manejo integrado de pragas e os métodos da agricultura de precisão. Tudo mudou e as tecnologias de produção exigem, cada vez mais, saber e capacitação. É devido a esse DNA peculiar que o marketing das empresas, cooperativas e revendas têm sido importante no desenvolvimento e atualização do produtor. E um olhar sobre as atuais tendências tecnológicas da produção agropecuária indica que a contribuição do chamado marketing rural continuará decisiva nesse aspecto. Mas além dessa atividade quase que missionária e diária, disseminada através dos produtos, o marketing rural também produziu grandes campanhas educativas desde os anos 80, como os clássicos Fique de Olho no Milho, Administre – É Assim Que Se Ganha, Plantio Direto e Concursos de Produtividade. Em períodos mais recentes, temos outros bons exemplos como o Seminário Internacional de Sui-
Seu fartura
nocultura, Marketing Reverso da Pepsico, Aplique Bem, Fundação Espaço Eco, Escola no Campo, Planeta Faminto, Embaixadores da Soja, Universidade da Cana e Pequenas Histórias de Plantar e Colher – só para citar alguns.
O marketing nas empresas é importante para atualização do produtor. E um olhar sobre as atuais tendências tecnológicas da produção agropecuária indica que a contribuição do chamado marketing rural continuará decisiva neste aspecto.
Em todos eles, de ontem e de hoje, vamos encontrar um traço comum de gestão. São projetos nascidos em ambiente empresarial com sólidas estratégias de branding e, na sua maioria,
envolveram parcerias entre marcas ou veículos, aliança estadoprivado (principalmente no fator conteúdo) e visão estratégica e geopolítica para o agro. Nos anos 80 tínhamos a bandeira da Revolução Verde e foram usadas todas as ferramentas de comunicação para mobilizar o campo na direção de práticas e atitudes evolutivas de produção, desde o “beabá” agronômico de como plantar certo e cuidar bem das plantas, até os princípios básicos da administração rural. Hoje vivemos a pós-modernidade do agronegócio e um grande desafio do marketing rural será a educação e comunicação para a sustentabilidade. Muito provavelmente, isso passará por parcerias estratégicas entre marcas, não só devido à dimensão de investimentos, mas também em função da consolidação de empresas que o agronegócio experimentou. Um aspecto novo tende a ser o envolvimento maior da representação político-institucional do produtor, pois no mundo atual a participação social é o oxigênio dos projetos de alcance coletivo. A parceria da mídia também será essencial e, junto com ela, o grande desafio de alistar as mídias sociais nessa guerra pela educação e capacitação para a sustentabilidade.
Coriolano Xavier é membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e Professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Getúlio
PRORROGADO ATÉ FIM DO ANO MULTAS PARA EQUINOS SEM GUIA DE TRÂNSITO ANIMAL O governo do Estado prorrogou até 31 de dezembro de 2014, por meio de decreto assinado pelo governador Tarso Genro, a suspensão da aplicação de multas e penalidades a equídeos sem Guia de Trânsito Animal (GTA). A medida foi estendida em razão da necessidade de se ampliar as discussões sobre o trânsito desses animais, adaptações na Lei 13.467 quanto a questões sanitárias, da não conclusão da análise do inquérito epidemiológico - o que deve acontecer até o fim da semana que vem - e por causa do número de eventos equestres que promovem a cultura gaúcha. A suspensão não vale para transações comerciais, leilões e trânsito interestadual. Além disso, segue vigente o art. 28 do Decreto 50.072, e a orientação da Divisão de Defesa Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) é de que só poderão participar de eventos agropecuários animais com a devida documentação oficial de trânsito.
SEGUNDA ETAPA DA VACINAÇÃO CONTRA AFTOSA REGISTRA MAIOR COBERTURA DOS ÚLTIMOS ANOS A segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa, ocorrida em novembro passado, registrou cobertura vacinal de 97,93% do rebanho de 5 milhões de bovídeos de zero a dois anos de idade. Os dados divulgados no início deste mês pelo Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) apontam ainda que o índice foi maior do que todas as campanhas passadas. Uma das razões se deve à mobilização de produtores, entidades de classe, imprensa e serviço veterinário oficial, segundo a veterinária Graziane Rigon, do DDA. A imunização é obrigatória há mais de dez anos no RS. Faz parte de um conjunto de ações para a manutenção do status de zona livre de aftosa. Conforme Graziane, a boa cobertura não deve reduzir a atenção quanto à vigilância. “Sempre existe risco da introdução de vírus”. Mesmo obrigatória, ela recomenda que os produtores só comprem animais com Guia de Trânsito Animal (GTA) e mantenham-se alertas aos sinais clínicos da enfermidade. Caso encontre animais babando e mancando, comuniquem à IDA da cidade ou região.
QUEDA EXPRESSIVA NO PREÇO DO LEITE MARCA O ÚLTIMO MÊS DO ANO DE 2013 O preço médio do leite pago ao produtor encerrou o ano com forte queda, confirmando expectativas de agentes do mercado. A pressão continua vindo da demanda enfraquecida e do aumento na captação de leite em praticamente todos os Estados acompanhados pelo Cepea da Esalq/USP, exceto no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em dezembro, o preço médio bruto nacional (“média Brasil”) pago ao produtor (que inclui frete e impostos) foi de R$ 1,0416/litro, forte redução de 5,4% (ou de 5,9 centavos) em relação a novembro. O preço líquido médio (sem frete e impostos) caiu 5,8%, passando para R$ 0,9602/litro. Estas médias, calculadas pelo Cepea, são ponderadas pelo volume captado em outubro nos Estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Apesar das quedas de preços, os patamares continuam elevados se comparados aos do ano passado. A média de dezembro/13 supera em 11,09% a de dez/12, de R$ 0,9376/l, em termos reais.
PROJETO QUE DEFINE CRITÉRIOS PARA TESTES DE BRUCELOSE EM ANIMAIS É APROVADO PELO MAPA Está disponível no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para consulta pública, o projeto de Instrução Normativa que define os requisitos e critérios para a realização de diagnóstico sorológico de brucelose, por meio do método denominado Teste de Polarização Fluorescente (FPA). O FPA é um dos métodos do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) criado pelo Mapa para combater esse tipo de doença. Com o exame é possível calcular em poucos minutos a quantidade de anticorpos presente no soro ou leite testado. A Organização Mundial de Saúde Animal indica o FPA tanto para o trânsito internacional de animais quanto para o diagnóstico de rotina pelos países, devido a sua qualidade. O teste já foi aprovado para uso no programa do Mapa por meio de Instrução Normativa, mas aguarda resultado da consulta pública para sua regulamentação.
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Mais da metade do trigo gaúcho Secretário garante é do tipo melhorador ou pão que ministério não voltará a isentar a TEC
Um levantamento feito pelo gerente técnico do Laboratório de Cereais da Universidade de Passo Fundo (UPF), o engenheiro agrônomo Luiz Carlos Gutkoski, e analisado pelo chefe da Embrapa Trigo, o engenheiro agrônomo Sérgio Dotto, avaliou o quanto o tipo pão e melhorador representam do total produzido no Estado. A partir da observação de 497 amostras, que levou em consideração a força de glúten e a estabilidade do trigo, se concluiu que 51,51% eram de uma das duas categorias exigidas pela indústria para a produção do pão. Do total, 37 amostras eram do tipo melhorador – representando 7,45%, enquanto
219 eram do tipo pão – representando 44,06%. Com isso, chega-se a um total de 51,51% de grãos de um dos dois tipos. O restante da análise mensurou 219 amostras de trigo doméstico (44,06%), e 22 de trigo básico e outros usos
(4,43%).O chefe geral da Embrapa Trigo esclarece que todos os tipos de trigo têm uma finalidade na indústria. “Todas as categorias são de trigo importante, porque cada produto derivado do trigo exige uma determinada qualidade”, explica Dotto.
Mais de 495 amostras de trigo foram analisadas para a pesquisa
Uma das principais queixas do setor produtivo no que diz respeito ao excesso de trigo ainda estocado no Estado é a liberação feita no ano passado pelo governo federal para que entrassem no País cerca de 3,150 milhões de toneladas de trigo sem a Tarifa Externa Comum (TEC) até 30 de novembro. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, garantiu que, no que depender da pasta, esta medida não voltará a ser adotada.
“Fomos obrigados a liberar a importação com TEC zero porque o trigo estava acima de R$ 850,00. A hora que houve sinalização no recuo do valor nós imediatamente cancelamos. Repetir a medida está completamente fora de cogitação, a não ser que os preços cheguem a R$ 900 e tiver um impacto inflacionário que a gente não possa segurar no Ministério da Agricultura. Somos completamente contra. Posso assegurar que essa é a posição do Ministério da Agricultura”, defende.
Indústria diz que atende RS tem quase dois mi de toneladas paradas exigência dos clientes Representantes da indústria alegam que embora a qualidade do trigo gaúcho venha melhorando ao longo dos anos, ainda está aquém do esperado. Além disso, alega-se que há dificuldade dos moinhos de adquirirem o produto em pouco espaço de tempo, uma vez que o período de armazenagem de que a indústria dispõe é de cerca de 40 dias. “Os moinhos têm que comprar trigo o ano inteiro. Temos um problema crônico de sazonalidade. É muita oferta de trigo em um período curto”, declara o presidente do conselho deliberativo da Abitrigo e presidente do Sinditrigo no Paraná, Marcelo Vosnika. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, de-
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clarou que o governo federal busca alternativas para que a indústria possa assumir esta responsabilidade. “O produtor não pode carregar todo o estoque durante o ano. Ele tem o período que ele colhe e a indústria tem que ser abastecida durante o ano. O que nós estamos fazendo é abrir um programa de armazenagem para que a indústria possa acessar estes recursos para isso”, promete. Os representantes da indústria também alegam que a exigência por determinado tipo de trigo para a produção do grão vem por parte dos consumidores. Seria muito mais fácil comprar trigo do Rio Grande do Sul, só que somos exigidos na outra ponta”, declara.
Nem bem comemorou os números de uma safra recorde de trigo em 2013, o produtor gaúcho já enfrenta uma dificuldade: não há mercado para a comercialização de quase 1,5 milhão de toneladas, atualmente paradas nos armazéns. O problema agrava porque, à medida que a soja avança no campo e a colheita do milho aproxima-se do final, esse cereal tem cerca de 90 dias para sair do Estado antes que a safra de verão tranque os portos, sob pena de complicar bastante, futuramente, com escassez de armazenagem e logística. “É uma preocupação muito grande, porque colhemos uma boa safra, com boa qualidade e volume praticamente recorde e agora o produtor se vê no desabrigo de comercialização, de ter rentabilidade, com
Safra recorde gaúcha entra em conflito com a falta de mercado nacional
os preços, devido ao excesso de oferta, caindo”, lamenta o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro/RS), Rui Polidoro Pinto. “Esse produto deve sair para outras regiões do País,
pelo porto, e essa demanda precisa ter liquidez, com outras indústrias interessadas, para que o produto possa ser escoado. Até se pensa em exportar, mas o problema do dólar é um fator limitante no mercado internacional.”
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Brasil pode passar dos EUA na safra de soja Se as previsões se confirmarem, pela primeira vez a safra brasileira de soja irá superar a dos EUA em ano sem fortes perdas provocadas pelo clima. Mesmo com os problemas climáticos registrados no início deste mês, os técnicos do Ministério da Agricultura acreditam que a safra 2013/2014 atinja a marca recorde de 200 milhões de toneladas. No quarto levantamento da safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado no início deste mês, o número para a safra indicava 196,7 milhões de toneladas, também recorde, mas a soja pode melhorar ainda mais esse resultado. “Há um aumento de produtividade da soja. Assim que ter-
minar a colheita desse grão, haverá um aumento maior do que a estimativa divulgada. Podemos, assim, chegar aos 200 milhões de toneladas. Isso para nós é muito importante. É um número significativo”, disse o ministro da Agricultura, Antonio Andrade. Na avaliação de Andrade, a soja é um grande fator para o resultado e está sendo exportada com preços “remuneradores”, o que faz aumentar a produtividade, com garantia de mercado exportador. Para o ministro, o resultado demonstra que o agronegócio está crescendo cada vez mais no País, conquistando espaços tanto internos, quanto externos. Segundo ele, a produção de grãos torna, hoje, o País res-
A História Das Sementes Auri Braga Historiador e Técnico em Agricultura
peitado pelas ações que tem adotado e que trazem consequências, como o aumento da produtividade. O quarto levantamento da safra, de 196,7 milhões de toneladas, representa aumen-
to de 5,2% em relação à safra passada, com registro de 186,9 milhões de toneladas. No caso da soja, houve crescimento de 10,8% e produção estimada de 90,3 milhões de toneladas para a safra atual.
Soja é fonte mais eficiente de proteína na alimentação
A Syngenta realizou no Brasil no mês de dezembro evento de atualização estratégica para analistas e investidores com foco em soja, cana-deaçúcar e as chamadas culturas de especialidades, como o café. O potencial de vendas global desses três grupos de cultivos combinados é de cerca de US$ 10 bilhões em 2020. A soja é a fonte mais eficiente de proteína e é amplamente utilizada como ração para animais, assim como para o consumo humano, produção de biodiesel e usos industriais. A demanda
apresenta forte crescimento devido ao incremento populacional e mudanças na dieta em mercados emergentes. A Syngenta possui um portfólio completo para a sojicultura em todos os mercados e está introduzindo novas soluções integradas para ajudar os produtores a aumentar o rendimento, produtividade e retorno sobre o investimento. As culturas de especialidades são altamente diversificadas, com as maiores oportunidades provenientes de cultivos como batata, algodão, frutas e café. Globalmente, a Syngenta construiu
Silo tem capacidade para armazenar até 590 mil sacas A Kepler Weber lançou o Silo 156, considerado o maior silo sem torre central do mundo, com tecnologia de armazenagem para altas capacidades de grãos. Com o novo produto, é possível armazenar até 35 mil toneladas, ou 590 mil sacas de soja, a uma altura de 30 metros. O silo foi adquirido pela empresa Uniagro, que investiu um total de R$ 4 milhões em uma obra civil completa para armazenar soja e milho de produtores do Mato Grosso. A nova linha de silos da Kepler Weber tem a proposta de atender a necessidade de armazenar quantidades de grãos cada vez maiores e, ao mesmo tempo, garantir a segurança operacional e a qualidade do produto estocado. Ela foi desenvolvida para atender ao mercado de armazenagem de alta capacidade, que historicamente é dominado por armazéns graneleiros. Para tal, o projeto exigiu uma análise precisa de toda a rigidez estrutural do produto, visando suportar os esforços físicos solicitados e garantindo um equipamento seguro e durável. A utilização de um maior número de montantes por chapa, por exemplo, foi aplicada. Segundo o presidente da Kepler Weber, Anastácio Fernandes Filho, “a suscetibilidade às condições climáticas, como a ação de ventos, é maior e, portanto, os anéis de ventos devem fazer parte da estrutura lateral dos silos, garantindo rigidez e reduzindo o risco de queda”.
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um forte relacionamento com os agricultores e com toda a cadeia de produção e tem alavancado seu portfólio químico de grande sucesso, ao mesmo tempo em que desenvolve novos modelos de negócios. Já a cana-de-açúcar cultivada no Brasil terá um papel fundamental para atender ao crescimento da demanda gerada pelo uso da planta para a produção de etanol e de alimentos. A Syngenta está idealmente posicionada para ajudar os produtores brasileiros a aumentar a produtividade por meio de seu forte portfólio de proteção de cultivos, da
inovadora plataforma Plene® e de uma estreita colaboração com os clientes. Apresentando o evento, o CEO da Syngenta Mike Mack disse que estas culturas são de grande importância para a agricultura brasileira e partes fundamentais do nosso negócio. “Elas vão desempenhar um papel significativo para a conquista de nossa meta de vendas de US$ 25 bilhões até 2020. Este evento permite que os participantes conheçam em primeira mão a amplitude das nossas tecnologias e a escala da agricultura no Brasil.
Na coluna anterior falamos sobre sementes transgênicas e as mudanças que elas estão provocando no planeta na produção de alimentos. O aumento vertiginoso da demanda por alimentos levou a ciência a se movimentar mais rápido. Na verdade, o conhecimento humano aumenta para solucionar suas próprias necessidades. Se a população de dez milênios atrás tivesse permanecido a mesma até hoje, o ser humano estaria vivendo no sistema extrativista, de caça e da pesca em um ambiente natural, lindo e maravilhoso. Mas a realidade para mais de sete bilhões de pessoas no planeta terra é outra, e a única saída para alimentar tantas bocas ao mesmo tempo é o avanço constante dos conhecimentos científicos e das tecnologias que propiciem meios, tanto na produção quanto na preservação dos recursos naturais. As sementes transgênicas vieram para ser um marco divisório entre a já moderna agricultura tradicional e a nova cultura com plantas modificadas geneticamente. A tecnologia criada nos países pioneiros, principalmente nos Estados Unidos, acaba migrando para outros países do globo. Em alguns países foram bem aceitas e adotadas. Em outros, houve grande debate com uma posterior adoção, sob rigoroso sistema de controle em biosegurança . Há um grupo de países que aceita o consumo de alimentos transgênico, porém não aceita o cultivo deles. Outros não aceitam nem o consumo e nem o cultivo , e, assim, vai mudando a produção de alimentos no mundo. Ainda vamos falar muito sobre alimentos geneticamente modificados nas próximas colunas.
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Jornal da Manhã | Ijuí, 28 de janeiro de 2013
Associados credores cobram respostas da direção da Cotrijui
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Produtores visitam lavouras cultivadas com Intacta RR 2 A Unidade da Cotrijui de Santo Augusto realizou no dia 24 de janeiro, reunião sobre manejo de pragas da cultura da soja, quando foram discutidas práticas que viabilizem uma forma satisfatória de enfrentamento com insetos associados a essa leguminosa. Num segundo momento, os associados deixaram a sala de reuniões da Cooperativa seguindo num tour com apoio da prefeitura municipal, quando foram visitadas 4 lavouras com diferentes cultiva-
res. Em pontos específicos os experimentos foram desencadeados com a semente Intacta RR 2, cujos resultados são altamente interessantes. No caso das propriedades com soja intacta RR 2, não houve nenhum ataque de lagarta ou qualquer outra praga, e o desenvolvimento da planta está em nível excelente, segundo avaliação de especialistas. Lembre-se de que estas variedades vêm sendo introduzidas na região com apoio da equipe técnica da Cotrijui.
Produtores, com crédito a receber da cooperativa desde 2012, reuniram-se para ouvir saídas apresentadas pela direção
Na reunião organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ijuí com produtores credores da Cotrijui desde 2012, no dia 23 de janeiro, os ânimos esquentaram de ambos os lados, e o presidente Vanderlei Fragoso respondeu a diversos pontos questionados pelos associados presentes. “Ficou evidente que os associados querem mecanismos que os permitam estar à frente das decisões”, esclarece Fragoso. Segundo ele, a atual direção tem atuado em consonância com esta proposta, realizando discussões em assembleias
em todas as unidades, trabal hando com transparência. Essa mudança de postura recebeu elogios dos associados que observam este perfil com simpatia. Outro fato que chamou a atenção de um grupo de associados foi a manifestação da secretária geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Elizete Hintz, ao salientar que o associado da cooperativa é o último a receber créditos no caso de insolvência. “Pela ordem, recebem os valores inicialmente aqueles que têm direito a salários, tributos,
financiamentos e fornecedores, e aí, sim, os associados”, explica Fragoso. “Além disso, se no final o capital da cooperativa for insuficiente, os associados serão chamados na proporção de participação de cada um para assumir e pagar as pendências.” O Plano de Reestruturação, Saneamento Financeiro e Revitalização da Cotrijui está em andamento. O próximo passo é a implementação do Fundo de Reserva com destinação de 30% do lucro líquido de cada unidade de grãos exclusivamente para pagar a conta corrente.
Basf apresenta soluções para o crescimento balanceado A produção suficiente de carne, ovos, peixe e leite para a população em crescimento já é um grande desafio. Tal desafio aumenta, quando se estabelece que a qualidade do produto, a economia de recursos e o bem-estar animal são metas igualmente importantes. Alexandra Brand, responsável global pela unidade
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de negócios de Nutrição Animal da BASF conta que apenas produzir mais e mais não irá funcionar. “Dessa forma, precisamos produzir mais, com menos: com soluções alimentares inovadoras e eficientes e a busca por um crescimento balanceado.” A campanha lançada recentemente enfatiza como
a BASF lidará com esses desafios futuros: oferecendo soluções que estabelecem padrões de maior qualidade e que contribuam para um futuro sustentável – ouvindo e trabalhando junto com seus clientes. A empressa possui reputação como líder em qualidade no mercado de nutrição animal.
Cotrijui estará na Fenape em Ajuricaba
A Cotrijui marcará presença na 11ª edição da Fenape em Ajuricaba. A participação da Cooperativa foi confirmada no dia 16 de janeiro pelo vice-presidente Paulo Schossler. A Fenape – Feira Nacional do Peixe Cultivado está programada para os dias 29, 30 e 31 de maio e 1º de junho. A exposição que é tradicional e de grande repercussão na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul terá lugar em espaço junto ao Ginásio Municipal de Esportes, Clube 29 de Maio, a AFMA – Associação dos Funcionários Municipais, o CTG Gaspar da Silveira Martins e nas ruas ad-
jacentes. O evento congrega expositores do município, da região e de outras áreas do Estado. A promoção terá na gestão a Associação Comercial e Industrial de Ajuricaba com apoio da prefeitura municipal. Ao falar sobre a Fenape, o vice-presidente da Cotrijui – Paulo Schossler adiantou que seguindo a tendência de outras Feiras, a Cooperativa por intermédio da equipe técnica já está elaborando um projeto inovador para apresentar ao grande público, já que mais de 30 mil pessoas devem passar pelo complexo.
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Jornal da Manhã | Ijuí, 28 de janeiro de 2014
Abelhas na polinização da soja melhoram a qualidade do grão A soja, atualmente, é a cultura de verão com maior área plantada em relação às outras culturas por ser bem adaptada às condições climáticas, bem como, trazer bons lucros aos agricultores; além disso movimenta um forte comércio de fertilizantes, defensivos agrícolas e maquinários, além do comércio de bens de consumo. Apesar de ser uma planta capaz de realizar a autopolinização, a soja, que desde o surgimento das primeiras flores recebe a visita das abelhas (Apis melífera), tem mostrado bons resultados em sua produção, com a melhora da qualidade e aumento do peso dos grãos. O técnico agrícola especializado em apicultura, Victor Kronenberger, destaca que nas horas de maior atividade das colmeias, entre 9h e 16h, “temse observado também mais abelhas que visitam as flores da soja e delas retiram seu néctar, produzindo mel de soja”. Victor conta que duas varie-
dades desta cultivar estão sendo observadas, “uma delas é o VTOP (Syngenta) e a outra é o Tornado (Brasmax), com altitude a nível do mar entre 295 e 315 metros. Na área estudada, os herbicidas, inseticidas, fungicidas e outros, são pulverizados em períodos onde não há atividade das abelhas, principalmente à tardinha ou à noite”, ressalta. Por isso, observar as horas de pulverização, além de não prejudicar o trabalho das abelhas, também contribui para uma polinização mais eficiente, trazendo bons resultados e fortalecendo os enxames. “As colmeias podem ficar próximas às lavouras, sempre respeitando uma distância segura entre propriedades, estradas e para o trabalho do maquinário agrícola”, conta. De acordo com o técnico agrícola, o ideal é que sejam feitas “parcerias entre apicultores e produtores de soja, beneficiando ambas as partes”, acrescenta. O correto manejo das col-
Victor Kronenberger é Técnico Agrícola especializado em Apicultura
As abelhas auxiliam na polinização da soja e qualificam os grãos
meias e a substituição das rainhas velhas com postura deficiente por novas rainhas de linhagens selecionadas faz com que os resultados sejam mais satisfatórios. Victor conta que
“a seleção genética das abelhas contribui ainda, para o aumento da sua resistência frente ao uso de defensivos e à diferentes condições climáticas, evitando assim a perda dos enxames”.
Quantidade de fruta no rótulo das bebidas
Flores no prato: para comer também com os olhos Há 20 anos, praticamente ninguém comia flores no Brasil, a não ser brócolis, alcachofra ou couve-flor, espécies cultivadas e consumidas como verduras - na verdade, são inflorescências ou pedúnculos florais, mais próximas, portanto, do capítulo botânico da floricultura, não das hortaliças. Então, na esteira do sucesso de mercado das ervas frescas, também recente, as flores comestíveis começaram a atrair a atenção de gourmets e chefs de restaurantes sofisticados, interessados na beleza de suas pétalas ou nos sabores sutis, ou incomuns, para compor saladas, pratos quentes, molhos, temperos ou essências para sopas, caldos, etc. Hoje, cons-
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tituem mercado ainda restrito, mas crescente. Comparar os mercados de flores comestíveis e flores em geral (usadas apenas com função decorativa) é equívoco na certa. O primeiro é muito pequeno - não há dados concretos a respeito. O segundo movimentou 3,3 bilhões de reais no mercado interno no ano passado. No entanto, espécies comestíveis como a capuchinha, o amor-perfeito, o hibisco, a calêndula, o borago e a rosa são cada vez mais usadas no preparo de saladas ou pratos quentes. Assim, a moda está surgindo e ganhando adeptos, e já chega ao sul do país, principalmente na região da serra.
Abelhas selecionadas e seus benefícios
A partir de julho de 2014 a indústria deverá informar no painel principal do rótulo das bebidas não alcoólicas o percentual de polpa da fruta ou suco utilizado nos ingredientes. A regra foi determinada pelas Instruções Normativas nº 17, 18, 19 e 42 publicadas em 2013 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Após um amplo debate com os integrantes da cadeia do agronegócio de bebidas, ficou claro que é necessário informar com mais clareza ao consumidor o que está sendo ofertado para ele. Em dezembro de 2014, a regra passa a valer também para os néctares e sucos tropicais. Essa obrigatoriedade beneficia tanto o produtor quanto o consumidor, pois aumenta a transparência nas relações de consumo das
cadeias produtivas envolvidas. Para ser chamada de suco, a bebida deve conter 100% da fruta. No caso do néctar deve ter em sua composição um percentual mínimo do suco ou polpa. No entanto, o teor de suco ou polpa se modifica em função do tipo de fruta. Existem algumas com alto grau de acidez ou sabor forte que torna inviável a produção de néctares com percentual elevado de suco. Os fiscais agropecuários do Mapa fiscalizam a produção das bebidas por meio de análises laboratoriais e inspeções nos estabelecimentos. O descumprimento das regras estabelecidas nos padrões de identidade e qualidade fixados pelo Mapa constitui infração. O produtor pode ser punido com multa, interdição do estabelecimento, suspensão ou cassação de registros.
A produção de mel é a atividade mais desenvolvida pelos apicultores e o mel é um produto muito bem apreciado pelos consumidores, tendo em vista esta relação é que muitos se dedicam exclusivamente a apicultura como fonte de renda principal. Em todo o Estado se relatam algumas dificuldades quanto à qualidade dos enxames para uma boa produção em todas as colmeias. Nem todos os enxames produzem quantias satisfatórias de mel, mesmo sendo usado o manejo adequado, essa característica está diretamente ligada à genética dos enxames, sendo que muitas só tomam o tempo do apicultor e não trazem lucros. Uma das alternativas é realizar a troca da rainha do enxame que estiver com problema (postura irregular) e não estiver se desenvolvendo e nem produzindo mel. Em cerca de 60 dias após a substituição da rainha, praticamente todas as abelhas da colmeia já terão uma nova genética e em condições de uma boa florada, esta colmeia poderá render alguns quilos de mel, que pagarão o investimento, e trarão um bom lucro ao apicultor. Uma rainha jovem e selecionada tem maior resistência a doenças, a defensivos agrícolas e a intempéries climáticas. Por ser selecionada, esta é uma F1, filha de uma matriz selecionada que possui em sua genética características de boa produtividade e com uma defensividade controlada, facilitando assim o manejo. A troca das rainhas pode ser feita a qualquer momento durante o início da primavera até pouco antes da entrada do inverno, de acordo com as necessidades do apicultor e de acordo com a disponibilidade de rainhas para venda. Além disso, é importante que o apicultor participe de seminários, congressos, encontros apícolas, que abordem o tema sobre o assunto, estando assim bem informado sobre as técnicas de produção e troca de rainhas. O apicultor poderá buscar assistência na Emater do seu município que poderá encaminhálo a um apicultor experiente ou um especialista em apicultura.
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Safra de uva agrada produtores do Estado As altas temperaturas têm beneficiado as frutas, intensificando cor e sabor. Com o mercado aquecido, frutas como a uva estão em plena colheita. De acordo com a Emater/ RS-Ascar, na Serra gaúcha iniciou-se a colheita das uvas superprecoces para processamento e elaboração de vinho e espumantes, como a Chardonnay (branca) e a Pinot Noir (tinta), com bom grau de açúcar e sanidade e vinhais apresentando altas produtividades, bem acima das médias históricas. Na região Centro-Serra do Rio Grande do Sul, as plantas estão com desenvolvimento
normal, boa carga e frutos com bom teor de açúcar. No dia 24 de janeiro, será realizada a abertura oficial da colheita da uva na região. Na região Centro-Sul, a cultura da uva está em fase de maturação. Embora a produtividade esteja abaixo da média, em função da ocorrência de frio, chuva e vento durante a floração, a colheita já teve início em algumas propriedades e a qualidade da uva está muito boa, com baixíssima incidência de podridões nos cachos. A Embrapa Uva e Vinho realizou palestra gratuita com especialista de reputação internacional, no auditório da sede da unidade de pesquisa, em Bento Gonçalves (RS), o francês Jean-Michel Boursiquot falará sobre Variedades de uva Moscato: origem, relações e principais características. Boursiquot é mundialmente renomado por ter sido o responsável pelo ‘resgate’ da cultivar Carmenère, hoje íco-
Embora a produtividade esteja abaixo da média, em função da ocorrência de frio, chuva e vento, a colheita já agrada
ne da vitivinicultura chilena. A estada dele no Brasil, onde chegou nesta segunda-feira, e permanece até sexta-feira, vai no mesmo sentido. “Ele
Produção de vinhos nas missões é destaque nacional Jorge Fin recebe em sua vinícola turistas de todos os cantos do País, estudantes de universidades que realizam trabalho de campo, além de palestrar em eventos sobre o tema do empreendedorismo. “Abri as portas do meu negócio para mostrar aos jovens as oportunidades”, acrescenta. Fundada há 10 anos, trabalham na vinícola, atualmente, Jorge Fin, a esposa Eleana, dois filhos do casal e três funcionários. “Nosso produto é distribuído em todo o País. O cliente encomenda e enviamos. Hoje, 50% da venda é realizada no mercado e a outra metade, diretamente ao consumidor, mas temos planos de expandir, com a abertura de uma loja em Santo Ângelo”, revela. O empresário conta que iniciou seu empreendimento com 200 pés de uva. Atualmente são mais de 25 mil pés, distribuídos em 8,5 hectares. A vinícola envia encomendas para todo o País. Contato pode ser feito através do e-mail vinicolafin@ terra.com.br ou através do telefone (55) Jorge Fin iniciou sem empreendimento com 200 pés de uva, há 10 anos. 9961-8722. Atualmente são 25 mil pés
iniciará um trabalho de identificação da origem genética da uva Moscato Branco produzida no país, tendo em vista evidências apontando que
ela é diferente da cultivada na Europa”, informa um dos coordenadores da palestra, o analista da Embrapa Uva e Vinho João Carlos Taffarel.
Colônia Santo Antônio prepara 38ª Festa da Uva
Localizada na BR-285, km 509, em Entre-Ijuís, a Vinícola Fin oferece produtos de qualidade e hospitalidade com atendimento do casal de proprietários Jorge e Eleana Fin. São oito variedades de vinhos, além do suco de uva natural, sem conservantes e sem adição de açúcar, e o vinho moscatel espumante produzido na vinícola, medalha de prata no consagrado concurso de vinhos Mondial Bruxelas, avaliado pelos maiores especialistas do mundo na área: Thomas Brandl, da Alemanha, Silvia Cava, do Chile, e Isabel Mazzucheli, do Uruguai. Empreendedor e com olhos no futuro,
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Na última semana, Tito Varaschini (ao fundo) e alguns festeiros estiveram na Rádio JM
A comunidade do distrito de Colônia Santo Antônio está preparando a 38ª Festa da Uva. Sob a organização de Tito Varaschini e com apoio dos festeiros Rubian Konageski, Leonir Londero, Eduardo Dalla Rosa, Vera Boniatti, Gracieli Fillipin e Rosângela Schiavo, a programação acontecerá no dia 23 de fevereiro e contempla um dia intenso de atividades com venda de cucas, sucos, vinhos e uvas. Além disso, haverá churrasco de novilho precoce, galinha e leitão assado. Na ocasião também será feito o sorteio de uma Ação Entre Amigos em benefício da Capela São Paulo, que tem como principal prêmio um Gol G4, 2 portas.
O evento ocorre em um período bastante benéfico para o cultivo de uvas no Estado. Na região de Ijuí não é diferente, de acordo com dados revelados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, o município tem 15 hectares plantados com a cultura e a média de produção é de 10 mil quilos por hectare. Segundo o agrônomo Tomaz Galvão de Bem “o calor e ensolação contribuem para o aumento da quantidade de açúcar e líquido na fruta”. O agrônomo destaca que em Ijuí, os maiores produtores de uva estão localizados no distrito de Colônia Santo Antônio e alguns produtores chegam a plantar cerca de seis hectares da fruta.
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IRRIGAÇÃO
Projetos demoram a sair do papel no RS Considerado um dos carros-chefes do governo PT gaúcho na luta contra a estiagem, o programa Mais Água, Mais Renda já atingiu cerca de 66% da meta traçada para o Rio Grande do Sul. No entanto, quantidade considerável de projetos ainda aguarda uma solução.
O
objetivo inicial do governo do Estado era de cadastrar 3,4 mil projetos junto à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) até o final do mandato. Após dois anos da implantação do programa Mais Água, Mais Renda no RS, o Estado já conta com o registro de 2,4 mil projetos. No entanto, a maioria deles ainda segue no papel. “Dessa demanda, cerca de 600 projetos estão implantados e estamos recebendo o laudo dos técnicos para visitar as propriedades. Alguns tiveram que fazer uso de outras alternativas como óleo diesel, mas a maioria está instalada ou em fase de implantação”, revela o coordenador técnico do Mais Água, Mais Renda, André Stolaruck. Avaliando como satisfatório os resultados obtidos com o programa que já alcança 66 mil hectares da área de milho irrigada, André aponta como solucionados os gargalos relaciona-
dos às licenças ambientais para instalação de pivôs. “Conseguimos ter uma licença direta de operação com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) concedida para até 100 hectares de área irrigada e até 10 hectares de área de açude, o que deu velocidade às licenças. Por isso, pedimos aos técnicos e produtores cuidado ao colocar açudes”, disse André, salientando que o problema relacionado à
outorga de água também foi solucionado, através do Departamento de Recursos Hídricos (DRH). No entanto, diante do crescimento do programa em algumas localidades, surgiu um novo problema: demandas de energia acima da capacidade. “Enxergamos que algumas regiões precisam reestruturar o sistema de energia elétrica, aumentando a rede ou a força.” Ele destaca também os
financiamentos de equipamentos de irrigação contratados em feiras como Expointer e Expodireto. “As fábricas de irrigação dentro do Estado e fora têm sua velocidade de fabricação, assim como os financiamentos têm sua velocidade dentro do banco, e verificamos que há um atraso em relação à entrega de equipamentos devido ao aumento na demanda, ao longo desses dois anos.”
Os financiamentos de sistemas de irrigação pelo Mais Água, Mais renda contam com juros de 3,5% a 4,5% fixo ao ano com prazo de 10 anos e até 3 anos de carência. Entre a contratação da compra até a entrega do pivô estima-se um prazo de até 12 meses, sendo seis meses para os trâmites nas instituições bancárias e mais três a cinco meses até o término.
Demanda aumenta, mas projetos levam PPC garante construção de um reservatório de água em Ijuí Em 2013, a Secretaria de Desenvolvimento de 12 poços artesianos, beneficiando aproxiaté um ano para serem efetivados Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) investiu, madamente 540 famílias.
Os impactos do programa Mais Água, Mais Renda podem ser observados na região de Ijuí. Localizado em Panambi, considerado polo de irrigação, o Grupo Fockink triplicou as vendas de pivôs nos últimos dois anos
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De acordo com o diretor superintendente do grupo, Siegfried Kwast, somados todos os fabricantes,em 2012 foram vendidos 400 pivôs e em 2013 mais 600. O custo para uma pequena propriedade, considerando um pivô completo de 50 hectares em equipamentos, fica em torno de R$ 350 mil. Em obras civis, são necessários mais R$ 25 mil para alvenaria, cerca de R$ 35 mil para valeteamento e R$ 100 mil para investimento em açude, caso necessário. A demanda por equipamentos cresce, mas os projetos levam até um ano para serem colocados em prática,.
nas regiões Noroeste Colonial e Celeiro, que contemplam também o município de Ijuí, R$ 1.875.433 em projetos de irrigação e armazenamento de água (valores executados e em execução), além da perfuração/manutenção
Divulagdo recentemente pela SDR, os investimentos através do Processo de Participação Popular e Cidadã (PPC) preveem a construção de um reservatório de água em Ijuí, totalizando investimento de R$ 160.777.
“É hora de o produtor irrigar”, diz Fioreze Para o secretário adjunto da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Cláudio Fioreze, ter 100% de área irrigada no Estado é um sonho possível, devido à característica do RS de chuva em abundância, apesar de mal distribuída nas regiões.
Apesar de apontar satisfação com os resultados obtidos através do programa Mais Água, Mais Renda, ele aponta uma longa caminhada a ser pecorrida diante do grande déficit de área a ser irrigada no RS. “É hora de o produtor irrigar. Nunca esteve tão vantajoso investir em irrigação”, afirma.
Cláudio Fioreze
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Prefeituras gaúchas podem receber até R$ 60 mil para correção da acidez do solo Em um ano e meio de atividade, o Programa Estadual de Correção da Acidez do Solo, coordenado pela Fundação de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), já distribuiu R$ 7,2 milhões em calcário para 119 municípios gaúchos. A medida beneficiou cerca de 12 mil pequenos agricultores familiares em todo o Estado, corrigindo a acidez de 48 mil hectares. “Estamos cumprindo com muita eficiência a determinação do governador do Estado, Tarso Genro, que ainda durante a campanha eleitoral comprometeu-se com agricultores e pecuaristas familiares na efetivação
desse programa”, comenta o diretor-presidente da Fepagro, Danilo Rheinheimer dos Santos. De acordo com o secretário adjunto da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, este é o maior programa de correção do solo feito pelo governo do Estado nas últimas décadas, e se caracteriza pela seriedade na aplicação dos recursos, graças ao trabalho de conscientização e monitoramento dos resultados realizados pela Fepagro. Mais 116 municípios estão cadastrados, aguardando liberação de novos recursos pelo governo do Estado. “Esses números tornam evidente a boa receptividade do Pro-
Perde-se 70% da biodiversidade do solo no sistema convencional Para se ter ideia do impacto, a cada 5 anos, no sistema convencional de plantio direto, se perde 70% da biodiversidade microbiana do solo. O que pode ser renovado com a adubação biológica. De acordo com o coordenador técnico da Microgeo, Kauê Ferreira, a adubação biológica tem efeitos benéficos cumulativos. “A produtividade da cultura tende a chegar cada vez mais perto do seu potencial produtivo, à medida que o solo vai re-
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cebendo microrganismos benéficos, estes reconstroem o solo, tornando-o mais vivo e reestruturado”. O Microgeo é um produto que permite ao agricultor e pecuarista estabelecerem e manterem sua própria produção do adubo biológico. É um componente usado na fermentação e Compostagem Líquida Contínua (CLC) com as funções de alimentar com nutrientes e substrato a atividade biológica ruminal, entre outras funções.
Convênio entre governo e prefeituras garante o repasse de até R$ 60 mil para correção da acidez do solo
grama e sua importância para a agropecuária gaúcha”, avalia o coordenador administrativo do Programa Estadual de Correção da Acidez do Solo, Rivaldo Dhein. Ele ressalta que muitos dos municípios que já foram contemplados uma vez estão solicitando uma segunda inclusão. Segundo Dhein, o governo do Estado sinaliza com a continuidade do Programa, com alguns ajustes. Essas adequa-
ções deverão ser realizadas nos valores de contemplação, na logística de distribuição e aplicação do calcário, na metodologia, nas práticas operacionais do agricultor e nas contrapartidas das prefeituras e dos agricultores beneficiados. O convênio entre os municípios e o governo do Estado para o Programa Estadual de Correção da Acidez do Solo garante o repasse de R$ 60
mil às prefeituras para aquisição de calcário e sua distribuição a agricultores e/ ou pecuaristas familiares de seus municípios. A prefeitura, através da sua Secretaria Municipal de Agricultura, responsabiliza-se pela orientação e assessoramento dos beneficiários na coleta das amostras de solo, que são analisadas no Laboratório de Química Agrícola da Fepagro Sede, em Porto Alegre.
Adubação biológica é solução para reestruturação do solo A agricultura brasileira tem obtido ganhos de produtividade nos últimos 10 anos e não é à toa que o País vai produzir mais de 195 milhões de toneladas de grãos na safra 2013/14, de acordo com projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Só que está se aproximando de uma crise produtiva importante e preocupante, onde os custos são maiores que a produtividade. E nesse caso, especialistas apontam a adubação biológica como solução. O solo compactado ao longo dos anos faz com que as plantas tenham dificuldade para obter melhor enraizamento impedindo que nutrientes cheguem às folhas e a toda planta. Como resultado, em várias regiões do País, o produtor tem visto menor eficiência produtiva das culturas anuais e perenes. Não só isso, o equilíbrio da biodiversidade
observado no solo nativo está se desfazendo ano a ano, sendo este um dos principais fatores do solo estruturado. Os solos estão cada vez mais sofrendo com os sintomas da compactação, as erosões e baixa resposta de fertilizantes químicos são os que mais afetam o bolso dos produtores. “É uma evolução verde. Hoje, há necessidade de reestruturação do solo em geral. Com
uma adubação biológica podemos restabelecer ganhos para a agricultura brasileira em geral, seja orgânica ou convencional”, afirma o diretor comercial da Microgeo Leandro Suppia. A monocultura favorece a redução da variabilidade microbiana, alterando a estrutura física do solo e gerando a compactação, até mesmo em culturas de plantio direto.
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Solução brasileira contra Helicorvepa armigera apresenta resultados Qual será o preço? Os valores aos produtores variam de R$ 16 a R$ 19 o HA aplicado. O valor varia devido ao frete. Quanto mais longe da sede (Cruz Alta –RS) possivelmente haja um pequeno acréscimo no valor.
Marcelo de Godoy Oliveira dá detalhes sobre o BtControl, um defensivo produzido no Brasil para o combate à Helicoverpa armigera. Qual é a formulação, a toxina e o micro organismo usado no BtControl? Líquida e Concentrada. “Toxinas” Cry2Aa, Cry1Aa, Cry1Ab e Cry1Ac. O micro organismo é a Bactéria - Bacillus. thuringiensis Kurstaki. O produto BtControl é a primeira tecnologia desenvolvida no Brasil para o controle da Helicoverpa armigera com esta Cepa e Toxinas. Produto similar a este só é produzido nos USA e importado por uma multinacional. O Brasil está mostrando ao
mercado internacional uma independência tecnológica para o controle de pragas. E mais importante ainda é saber que está desenvolvendo soluções totalmente sustentáveis. Quando estará no mercado? O produto já está com todos os registros e liberações possíveis, portanto, já estamos comercializando às revendas e produtores. Contamos com uma equipe técnica de campo especializada que está acompanhando a maioria das aplicações e resultados. Já temos resultados de campo com os produtores, tendo inúmeros depoimentos em diversas regiões do RS e em outros Estados.
Como é a aplicação e como atua o BtControl? A tecnologia BtControl foi desenvolvida para aplicação em pulverização, seja esta aérea ou terrestre. O BtControl apresenta na sua composição, além do esporo da bactéria, um complexo de toxinas formando um cristal que, dependendo do inseto (lagarta), pode matar em algumas horas após sua ingestão. A ação dessas toxinas nos insetos vai depender da sua interação com o pH intestinal e as enzimas digestivas desse inseto. A contaminação do inseto por Bt ocorre via oral, necessitando ser ingerido. Uma vez no intestino do inseto, essa bactéria pode originar os seguintes sintomas, dependendo da espécie de inseto: 1) as toxinas causam uma ruptura na parede do intestino, havendo a entrada do conteúdo intestinal no corpo do inseto, que se mistura com a hemolinfa (sangue) e, como consequência, o inseto sofre
Nova tecnologia para soja chega ao Brasil Recentemente, a Monsanto lançou a primeira tecnologia para soja desenvolvida especialmente para um mercado fora dos Estados Unidos. Após 11 anos de pesquisas, a soja Intacta RR2 PRO chega ao Brasil como aliada do produtor rural na supressão de uma das principais pragas que atacaram as lavouras, causando prejuízos de R$ 2 bilhões: a Helicoverpa armigera. A nova tecnologia, permite também a supressão da lagarta do tipo elasmo e o controle das lagartas da maçã, falsa medideira e da soja, além da broca das axilas, as principais pragas da soja. Em junho de 2013, a tecnologia Intacta RR2 PRO foi aprovada na China e, em seguida, a Monsanto anunciou o lançamento comercial da nova tecnologia no Brasil. Desde então, tanto Mon-
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santo como as empresas licenciadas para utilizar a tecnologia, os multiplicadores e distribuidores de sementes estão dedicados a colocar no mercado sementes com esta tecnologia. Monsanto e as demais oito empresas de sementes licenciadas com a tecnologia estão oferecendo cerca de 2 milhões de sacas da Intacta RR2 PRO. O suficiente para plantar 1,2 milhão de hectares de soja, com 38 variedades disponíveis para esta primeira safra. A Intacta RR2 PRO teve o maior estudo de campo de soja do mundo, com 1,5 mil áreas experimentais em duas safras (2011/12 e 2012/13) e em propriedades localizadas em 419 municípios de 14 Estados brasileiros, além do Distrito Federal. Os resultados foram positivos, com ganho de produtividade.
uma paralisia geral, morrendo poucas horas após a infecção; 2) as toxinas, quando dissolvidas, não chegam a romper a parede do intestino, porém causam paralisia intestinal que associada à infecção bacteriana leva o inseto à morte em poucos dias após a ingestão da bactéria; 3) as toxinas causam pouco efeito nos insetos e que morre apenas pela ação da bactéria, ou seja, em decorrência da infecção generalizada ocasionada pela penetração da bactéria no corpo do inseto. Fale um pouco mais sobre a Simbiose Agro? A Simbiose é uma empresa genuinamente Brasileira, com sede em Cruz Alta –RS, e filiais no Paraná, Goiás e Mato Grosso. Contamos com uma equipe de profissionais altamente especializados, com mestrado e doutorado em microbiologia. Somos hoje a empresa com a maior estrutura e capacidade de produção microbiana do Brasil. Fomos agraciados no fim de 2013 com prêmio, Vencedores do Agronegócio, reconhecimento este feito pela Federasul. Isso mostra qual o novel tecnológico que empregamos em processos e em conhecimento tecnológico sustentável.
Inspetorias pelo Estado Luiz Fernando Mainardi Secretário de Agricultura Pecuária e Agronegócios
Retornando Depois de um breve recesso, estamos voltando ao convívio semanal com os leitores e leitoras. Utilizamos este espaço para opinar e informar sobre as questões que envolvem a agropecuária e, ainda, para fazer uma prestação de contas daquilo que estamos fazendo na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio. Convênio renovado Iniciamos o ano com a notícia de que, enfim, renovamos convênio com o Ministério da Agricultura, pelo qual receberemos, ao longo de 2014, R$ 6,4 milhões do governo federal para, com a contrapartida do governo do Estado, darmos sequência ao plano plurianual que prevê uma série de investimentos na modernização e qualificação do nosso serviço de Defesa Agropecuária. Atuamos com o objetivo de garantir a produção e comercialização de produtos saudáveis que atendam as exigências de mercado, o que resulta em assegurar condições para que os produtores tenham mais renda. Mais inspetorias Chegamos, nos primeiros dias de 2014, a marca de 87 inspetorias de defesa agropecuária modernizadas. Na semana que passou estivemos na região central entregando as novas instalações nos municípios de Agudo, Restinga Seca, Faxinal do Soturno, Silveira Martins, São Sepé, São Pedro do Sul e Mata. Nesta semana, estivemos em Três Passos, Crissiumal, Humaitá, São Martinho, Chiapeta e Cerro Largo. Estas ações fazem parte do programa de modernização dos serviços prestados pela secretaria da Agricultura, que inclui, a aquisição de 368 novos veículos, 250 geladeiras, mais de três mil equipamentos de informática e 12 mil peças de mobiliário. Solo corrigido em 12 mil propriedades Um número que muito nos orgulha neste balanço é aquele que retrata a grande capilaridade do programa de Correção da Acidez do Solo. Em um ano e meio, distribuímos R$ 7,2 milhões em calcário para 119 municípios, volume suficiente para corrigir o solo de 48 mil hectares em 12 mil propriedades.
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Diversidade na produção garante sustentabilidade no interior
Vicente e Orlanda estão satisfeitos com os resultados de sua propriedade
Na comunidade de São Martim, no município de Arroio dos Ratos, vivem os agricultores Vicente e Orlanda Bruniczak. Sozinhos, os dois administram uma propriedade de 38 hectares bastante diversificada, onde tudo o que é produzido é utilizado para a alimentação da família e o excedente, comercializado. Criação de vaca de leite, gado de corte, aves (galinha, ganso e marreco) e produção de hortaliças, frutas, milho, fumo e cana-de-açúcar são al-
gumas das atividades do casal. Graças aos talentos culinários de dona Orlanda, tudo é aproveitado. “Compramos pouca coisa no mercado, aproveitamos tudo o que produzimos. Faço geleia, manteiga, queijo. A carne que comemos também é da propriedade, além das frutas e hortaliças”, explica. Atualmente, a família está satisfeita com a qualidade de vida no meio rural. Entretanto, a vida no campo nem sempre foi fácil para a família, tanto que eles estavam pensando
em vender as suas terras e adquirir um local mais próximo da cidade devido, principalmente, a problemas com o abastecimento de água. Há cerca de três anos, os extensionistas da Emater/RSAscar iniciaram as visitas ao casal e ajudaram a resolver os problemas existentes. “O trabalho foi decisivo para a nossa decisão de ficar no campo. Hoje temos água de qualidade para a família e para os animais durante todo o ano, graças à proteção da nascente realizada pelos extensionistas. A propriedade tem gerador de luz, máquina de silagem, ordenhadeira, triturador e também uma produção diversificada”, revela. Além da assistência técnica gratuita para as atividades desenvolvidas pelo casal, os técnicos também concretizaram um projeto de irrigação na lavoura de milho e reforma nos tanques de peixe. O engenheiro agrônomo da Emater de Arroio dos Ratos, Vitório José Maia, explica que, atualmente, o local é exemplo de sustentabilidade.
Goi Scarton: a importância e o controle das doenças na soja A soja é uma cultura de grande relevância na balança comercial brasileira e no suprimento do mercado interno. Apesar da elevada produtividade por área, perdas de produção ocorrem devido ao ataque de patógenos de etiologia variada. Perdas superiores a 20% da produção nacional, ou seja, 4 milhões de toneladas por ano foram estimadas somente para doenças de final de ciclo (Embrapa, 2000). Desta forma, considerando o restante dos patógenos que afetam a cultura da soja no Brasil, perdas superiores às apresentadas acima podem ser esperadas. A identificação de patógenos em culturas constitui-se em requisito fundamental para a orientação e adoção de medidas de controle, tendo em vista as particularidades de cada região e de cada cultura. Com condições climáticas favoráveis, as lavouras continuam com bom desenvolvimento, mas também têm influenciado o aparecimento de pragas e de doenças, como a ferrugem asiática e também doenças de final de ciclo, o que
eleva a necessidade de maior atenção aos tratos culturais. A orientação é que os produtores inspecionem suas lavouras e fiquem atentos às informações técnicas, outra dica é de que busquem orientações de engenheiros agrônomos ou Técnicos agrícolas para correta utilização de produtos. A empresa Goi Scarton completou 29 anos no ramo de insumos e implementos agrícolas,possui profissionais treinados e qualificados para dar o suporte necessário ao produtor. Possui em seu portifólio o fungicida Aproach Prima da DuPont, recomendado para o controle das principais doenças da soja, tais como a Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi), Oídio (Microsphaera diffusa), Crestamento Foliar (Cercospora kikuchii) e Mancha Parda (Septoria glycines).
Produtor está insatisfeito com preço do leite A preocupação de entidades como Associação Sindical de Ijuí, que abrange 13 municípios da região, é a mesma do produtor rural, sobre a disparidade relacionada ao preço do leite. Enquanto o custo de produção, que envolve pastagens, sementes e ração para alimentação animal, só aumenta, o valor pago ao agricultor sofreu uma redução de 7%, chegando à média de R$
0,80. Em 2013, o produtor chegou a receber a R$ 0,90. Nos supermercados, a redução vai a 11%, segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). “Temos observado essa redução e o preço varia na região”, explica o coordenador regional da associação e integrante da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), Agnelo Dreher.
Essa queda é reflexo de diversas situações, principalmente devido ao advento da soja, cultura que mais cresceu nos últimos anos em termos de área e rentabilidade. Pressionados pelo aumento no preço da soja e a redução no do leite, produtores optaram por investir na oleaginosa. “Portanto, estamos receosos com o que pode acontecer se os pre-
ços continuarem em queda. Temos medo de que grande parte dos produtores pare de produzir leite e comece a vender suas vacas, como já aconteceu”, acrescenta. Na outra ponta, o problema é agravado pelo governo que importa leite enquanto há produto disponível no País. “O pequeno produtor precisa produzir leite porque representa dinheiro todo fim de mês.”
Boa qualidade do pasto favorece rebanho gaúcho Diante da queda no preço do Depois do período de déficit hídrico até o final de dezembro, a normalização do regime de chuvas na primeira quinzena de janeiro elevou a umidade do solo, favorecendo o desenvolvimento das pastagens nativas e cultivadas. As pastagens anuais de verão devem-se manter produtivas no mínimo por mais um mês. De acordo com a Emater/RSAscar, na maioria das regiões produtoras de carne no Estado, temperaturas elevadas acompanhadas de chuvas frequentes favorecem o rebrote mais intenso das espécies forrageiras nativas, aumentando a qualidade e a quantidade de pasto. Nestas condições,
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leite, produtor reduz investimento na propriedade
os animais apresentam bom ganho de peso e sanidade, o que eleva a produção dos rebanhos. O período reprodutivo do gado de corte está em anda-
mento, com boas perspectivas para a próxima safra de terneiros. A tendência é de que diminua a oferta nos próximos dias, o que deve pressionar os preços para cima.
A queda no preço pago pelo leite preocupa produtores no Rio Grande do Sul. A justificativa das fábricas é a redução do consumo, comum nesta época do ano. Só no Vale do Taquari, uma das maiores bacias leiteiras do Estado, em dois meses o valor pago pelo litro já está 7 % menor. A instabilidade do preço pago pelo leite também gera insegurança nos produtores na hora de fazer investimentos. Na propriedade de Paulo Birck, a construção de um novo
galpão para abrigar os animais está nos planos. O terreno já foi preparado, mas há dúvida se o custo de aproximadamente R$ 100 mil será pago com a produção desse ano. “Hoje dificilmente o produtor tem dinheiro à vista para investir. Normalmente, ele busca esse dinheiro em instituições financeiras e lá eles não querem saber se o valor pago está baixo ou não”, justifica. Só em Estrela, no Vale do Taquari, a produção desse ano deve chegar a 40 milhões de litros.
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Ultrassonografia de carcaça será feita em 100% dos animais em 2014 A partir deste ano, todos os animais da raça Montana serão avaliados também através de ultrassonografia de carcaça. A técnica será utilizada para fazer as medições de Área de Olho de Lombo (AOL), Espessura de Gordura Subcutânea (EGS) e Espessura de Gordura na Picanha (EGP) dos animais. Cerca de nove mil animais da safra 2012 já estão sendo avaliados para dar origem às novas DEPs (Diferença Esperada na Progênie) do composto tropical. As medições são realizadas desde 2008, porém apenas em parte dos animais de cada safra para análises, estudos e
desenvolvimento das novas DEPs. Em uma reunião recente dos criadores da raça, ficou decidido que todos os animais nascidos a partir de 2012 serão avaliados por ultrassonografia de carcaça. “As avaliações são importantes na busca por animais com carcaças cada vez melhores. São medidas importantes e fáceis de obter com os animais ainda vivos, além de serem muito acuradas. Com esses nove mil animais sendo avaliados, teremos mais 27 mil medições para compor o banco genético”, avalia Gabriela Giacomini, gerente de operações do projeto.
Redução do ICMS para o arroz beneficia indústrias gaúchas A redução do ICMS de 12% para 7% para o arroz a partir de maio do ano passado fez com que indústrias alcançassem mercados em Estados como Minas Gerais e São Paulo. A informação é do secretário estadual da Agricultura. Além disso, empresas também passaram a comprar 100% do produto dos campos gaúchos, não precisando mais trazer 15% de outras regiões do País, gerando mais renda para o produtor e empregos
na cidade. Conforme Luiz Fernando, no primeiro trimestre do ano a indústria ganhou R$ 21 milhões com o crédito presumido, e o Estado arrecadou R$ 7 milhões. “Claro que é bom que o Estado arrecade, mas o que nos interessa são o crescimento, a geração de emprego e o produtor ter mais renda”, disse o secretário, acompanhado do presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Claudio Pereira.
Farsul defende o combate ao javali para reduzir perdas na ovinocultura O presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, conta que o combate ao javali será um dos temas tratados na 30ª Feovelha, que se inicia amanhã e segue até o dia 2 de fevereiro em Pinheiro Machado. A possibilidade de revisão da legislação de combate ao animal que traz sérios prejuízos à ovinocultura e demais criações foi tratado em reunião com o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) Luiz Fernando Mainardi, na última semana. “Estamos preocupados com os ataques e a proliferação dos javalis. É necessário estancar o crescimento deles sob pena de aumentar os prejuízos no meio rural”, salienta Sperotto. O presidente fez uma saudação especial aos organizadores da Feovelha e ressaltou a importância
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do evento que comemora 30 anos com 10 mil animais inscritos para o remate geral e um churrasco de 100 cordeiros na programação do dia 1º de fevereiro. O presidente do Sindicato Rural de Pinheiro Machado, Rossano Lazzarotto, explicou que a Feovelha está reforçada neste ano como o maior evento da ovinocultura no País. Segundo ele, a inscrição de animais para o remate precisou ser encerrada antecipadamente devido ao esgotamento da capacidade do parque Charrua. O vice-governador Beto Grill disse que a Feovelha é um importante momento para divulgar a atividade que vem sendo fomentada pelo governo do Estado por meio do programa Mais Ovinos que incentiva a retenção de matrizes.
As medições que estão sendo feitas irão incrementar o banco de dados já existente-. Doutora em melhoramento animal e qualidade da carne, Marina Bonin será responsável pelas medições de parte dos animais e destaca a importância das áreas avaliadas. “São informações que ajudam na melhoria da raça que tem como objetivo a produção de animais melhoradores. AOL está correlacionada aos cortes nobres do animal, como os cortes do traseiro, EGS está ligado ao acabamento de carcaça e EGP às medidas de gordura depositadas na picanha, fato que nos ajuda a identifi-
car os touros precoces”, afirma a especialista. Assim que colhidas, todas as informações serão enviadas para o banco de dados da equipe dos professores Joanir P. Eler e José Bento S. Ferraz, USP/Pirassununga, para análise do valor genético. O material será compilado com dados das safras anteriores para dar origens às novas DEPs que, em breve, entrarão para o sumário da raça Montana. Segundo Giacomini, as DEPs serão uma ferramenta de fundamental importância para direcionar a produção para um rebanho mais precoce.
O período de estação de monta varia de acordo com a localização da propriedade O período de estação de monta (EM) no Brasil varia de acordo com a região em que a propriedade está localizada. Em termos gerais, a EM começa em meados de outubro e vai até maio do ano seguinte. A estação de monta é o momento crucial para os projetos pecuários que produzem touros comerciais. Um erro de cálculo pode prejudicar toda uma geração, acarretando em possíveis prejuízos aos usuários dessa genética. No caso da Agropecuária Jacarezinho, uma das maiores produtoras de touros Nelore com CEIP do País, que tem colocado no mercado mais de 1,5 mil reprodutores melhoradores por ano, a estação de monta é um período calculado na ponta do lápis por sua equipe técnica especializada, para que tudo
ocorra de acordo com a programação – e com a expectativa dos clientes. É na estação de monta que esses produtos são avaliados de fato, coroando o empenho da equipe. Nós trabalhamos com alto nível de pressão tanto para as matrizes quanto para os reprodutores. Dessa forma, podemos oferecer animais melhoradores para contribuir positivamente para a produtividade na pecuária brasileira”, afirma Ian Hill, diretor da Agropecuária Jacarezinho. A produção será de 350 prenhez oriundas desse seleto grupo de doadoras. Para ser uma doadora na Jacarezinho, a fêmea - além de ter altos índices na avaliação genética - precisa ter elevada acurácia. Ou seja, são apenas matrizes com mais de três produtos avaliados e todas DECA 1.
PREÇOS AGROPECUÁRIOS EM 2013
Profº. Argemiro Brum, do Ceema/ Dacec/ Unijuí
Como se comportaram os preços médios da agropecuária gaúcha em 2013? Comparando-se os valores recebidos pelos produtores em meados de dezembro do ano passado, em relação ao mesmo período de 2012, temos os seguintes resultados: a soja registrou uma estagnação em seus preços, passando de R$ 67,29/ saco no balcão para R$ 67,35/ saco no período. Tal comportamento se deve particularmente ao câmbio, já que o dólar, que vale neste momento R$ 2,32, valia apenas R$ 2,08 um ano antes. Ou seja, a moeda nacional registra uma depreciação de 11,5% no período. Já em Chicago, o bushel de soja passa de US$ 14,76 para US$ 13,23 no mesmo período (recuo de 10,4%). Dito de outra forma, o câmbio compensou a perda de valor do produto. Por sua vez o milho recuou fortemente de preço. Em dezembro do ano passado o saco do produto era negociado a R$ 29,18 na média estadual. Um ano depois, ele estava em R$ 23,47. Isso representa uma perda de 19,6% no período. Enquanto isso, o arroz passa de R$ 36,79/ saco de 50 quilos, para R$ 33,75 no mesmo espaço de tempo, com perda de 8,3%. Já o feijão preto aumenta de preço nos 12 meses analisados, saltando de R$ 108,92/saco para R$ 134,33, ganhando 23,3%. O trigo igualmente melhora sua performance, passando de uma média de R$ 31,12/ saco para R$ 35,17/saco um ano depois. Isso representa um ganho de 13% no preço, sem falar em ganhos de produtividade e qualidade da safra 2013. Por fim, o sorgo igualmente recua, porém, em menor proporção, ao passar de R$ 22,47/saco para R$ 20,17 um ano depois (perda de 10,2%). Já no setor da pecuária, o quilo do suíno vivo, que chega hoje a R$ 2,93 na média gaúcha, estava em R$ 2,56 um ano antes (ganho de 14,4%). Paralelamente, o boi gordo igualmente registra ganhos, com o quilo vivo passando de R$ 3,20 para R$ 3,55 no período (ganho de 10,9% em um ano). Já o quilo vivo do frango, que em meados deste mês de dezembro/13 era fixado em R$ 2,50, registrava R$ 2,85 um ano antes, o que significa perda de 12,3% nos 12 meses em questão. Enfim, o litro de leite ao produtor, no período, subiu de R$ 0,73 para R$ 0,89, ou seja, acréscimo de 21,9% em termos médios. Portanto, em termos de preço, o ano 2013 foi da soja, trigo, feijão preto, suíno, boi gordo e leite.
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Jornal da Manhã | Ijuí, 28 de janeiro de 2014
CAR vai reduzir preconceito com produtores Normas que beneficiam “Há décadas o produtor rural vem unindo preservação ambiental e produção agrícola. Mas, mesmo assim, aos olhos da sociedade, ele é considerado inimigo do meio ambiente. A nova lei que obriga a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Ministério do Meio Ambiente vai começar a desmistificar esse processo.” A avaliação é do presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP), Edivaldo Del Grande.
“Desta vez, a medida do governo é mais justa para o agricultor, substituindo a penalização pela pedagogia, a criminalização pelo diálogo. No lugar de punir, vai apoiar o produtor para este regularizar sua terra [...] ao oferecer incentivos para a recuperação de áreas degradadas e abrir novas perspectivas de créditos públicos e privados”, analisa ele. Segundo Del Grande, as cooperativas agropecuárias terão papel fundamental nesse processo: “Elas vão atuar fortemente para regularizar os estabelecimentos rurais de seus cooperados frente às exigên-
cias do novo Código Florestal. A meta é cadastrar 100% das propriedades rurais do País no prazo de cinco anos”. “Para o produtor rural cooperado, o importante é continuar produzindo de maneira sustentável, preservando a biodiversidade, protegendo o solo e os recursos hídricos de sua propriedade, completamente regularizado frente ao Código Florestal. É nesse novo ambiente legal, de segurança jurídica e prosperidade, que vamos melhorar e fortalecer a imagem do produtor rural brasileiro. É nesse novo ambiente que o cooperativismo no campo pretende crescer”, conclui.
produtores seguem no papel
Para 2013/2014 o limite de crédito para custeio aumentou para 1 milhão por produtor
Retorno das chuvas tem amenizado problemas nas lavouras A retomada da umidade do solo com as recentes chuvas serviu para estancar a queda do potencial produtivo de boa parte das lavouras de milho no Rio Grande do Sul, cuja maioria (37%) está na fase de enchimento de grãos. Mesmo com a chuva, a recuperação total em parte delas não será possível.
De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/ RS-Ascar, em alguns casos houve morte prematura das folhas, espigas mal formadas e grãos de tamanho reduzido, o que reduzirá os rendimentos, apesar de que até o momento não há indicador de quebra significativa na produção esperada
para esta safra. As primeiras lavouras de milho colhidas, que foi um total de 1% do plantado, apresentam produtividade acima do esperado inicialmente, que era de 4.912 quilos de milho por hectare. Em casos pontuais, as áreas mais prejudicadas serão utilizadas para silagem.
Mesmo com a chuva, a recuperação total não será possível
Há seis meses, uma norma do Banco Central beneficia produtores rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), primeiro passo no processo de regularização ambiental das propriedades diante do novo Código Florestal. Com o registro do CAR em mãos, os produtores podem aumentar em 15% o limite para crédito de custeio, com juros menores do que os praticados no mercado. De acordo com o Observatório do Código Florestal, no entanto, a demora na regulamentação do CAR tem deixado o benefício no papel. Para a safra de 2013/2014, o limite de crédito para custeio aumentou para R$ 1 milhão por produtor, junto com o crescimento em 25% na disponibilidade de dinheiro para o financiamento dos produtores, previsto pelo Plano Agrícola e Pecuário. Em 2012, segundo o Banco Central, foram concedidos R$ 62,9 bilhões de crédito nessa modalidade. De acordo com a Resolução 4.226, editada em 18 de junho de 2013 pelo Banco Central e que altera o Manual de Crédi-
to Rural, os produtores rurais inscritos no CAR têm direito a um acréscimo de 15% no limite do financiamento para custeio, o que pode representar mais R$ 150 mil extras. O acréscimo pode chegar a 30%, caso o produtor comprove adesão a programa de regularização ambiental ou demonstre a existência de Área de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal em seu imóvel que comprovem que ele está ambientalmente regular e cumpre as exigências do Código Florestal. A nova lei florestal prevê prazo de um ano, prorrogável por mais um, para a inscrição dos mais de 5 milhões de produtores rurais no CAR. Mas o início desse prazo oficial de inscrição depende da edição de uma Instrução Normativa pelo Ministério do Meio Ambiente para começar a valer. A partir de maio de 2017 – cinco anos após a sanção da lei – as instituições financeiras só poderão conceder financiamento aos proprietários de terras inscritos no CAR, prevê um dos artigos do Código Florestal.
Dívida longa em todo país abre menos espaço para o consumo Depois de um ano em que o aumento real da renda perdeu fôlego, o endividamento das famílias avançou - sobretudo em itens que comprometem o orçamento por prazos maiores - e a demanda por crédito já mostrou arrefecimento, 2014 começa com sinais ainda pouco promissores para o consumo. De acordo com a Pesquisa Mensal do Emprego (PME), do IBGE, o rendimento médio real da população ocupada nas seis maiores regiões metropolitanas do país, cresceu 1,8% ao longo de 2013, bem menos que a alta de 4,1% registrada em
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2012. Já o percentual de consumidores com algum tipo de dívida em todo o país subiu de 60,2% em janeiro do ano passado para 63,4% neste mês, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os dados da CNC mostram ainda que, fora o cartão de crédito, as modalidades de mais curto prazo, como cheque especial, crédito pessoal e pré-datado tiveram percentual reduzido para dar espaço a compromissos de mais longo prazo
como financiamentos de carro e casa. Os dados do Banco Central também revelam que o nível de endividamento em relação ao rendimento anual das famílias ficou em 45,3% em outubro (último dado disponível pelo Banco Central), maior patamar da série iniciada em 2005. Excluindo-se o crédito imobiliário, no entanto, o nível de endividamento das famílias calculado pelo BC é bem menor, de 30%. Para especialistas, apesar de elevado, o nível de endividamento das famílias não preocupa tanto como no passado porque está mais relacionado ao
avanço do financiamento habitacional e a outras prestações com prazo de pagamento maior do que as modalidades de crédito mais caras e voltadas ao consumo, que vêm perdendo força. Os dados da CNC e do BC mostram ainda uma queda gradual da inadimplência no ano passado. Pelo lado do espaço para consumo, no entanto, os sinais são mais negativos. Economistas avaliam que o aumento dos juros deve levar o comprometimento mensal da renda a voltar a subir este ano, fator que seguirá moderando o poder de fogo dos consumidores.
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Jornal da Manhã | Ijuí, 28 de janeiro de 2014
Máquinas devem contribuir para sustentabilidade
Sem mudança no setor de máquinas, não é possível atender às necessidades
COMO
PLANTAR
As máquinas agrícolas do futuro terão que evoluir e contribuir para uma agricultura mais sustentável ao meio ambiente. É o que afirma a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), no livro A mecanização para o desenvolvimento rural: estudo de modelos e evolução no mundo. “O livro indaga muitos aspectos da mecanização agrícola, não só em como as máquinas vão contribuir para um futuro sustentável para o meio ambiente, mas também quais políticas vão colocar as máquinas a serviço da agricultura familiar, para que também possa se beneficiar delas”, explica o diretor-geral adjunto da FAO, responsável pelo Departamento de Agricultura e Proteção do Consumidor, Ren Wang. A publicação defende a implementação da Intensificação Sustentável da Produção Agrícola (ISPA). A proposta implica em uma menor quantidade de produtos químicos, bem como em uso mais eficiente da água e das máquinas – que deveriam ser inteligentes, robustas, precisas e eficientes, com o objetivo de minimizar o impacto sobre o solo e a paisagem.
UVA
Início – compre mudas de produtores registrados no Ministério da Agricultura. O preço varia de 1,50 a 3,50 reais. Variedades comuns, como niágaras e isabel, podem ser propagadas por estacas da própria cultivar, sem precisar de enxertia. Além disso, elas são menos sensíveis às pragas e doenças e mais adequadas a pequenos espaços. Plantio – há dois períodos indicados. Se a muda for um enxerto de raiz nua, a melhor época é de julho a agosto. Se for muda de torrão, pode ser feito em qualquer época, desde que seja possível irrigar. Caso contrário, a época recomendada ao cultivo é de outubro a dezembro. Como a planta é trepadeira, indica-se montar um caramanchão para dar suporte ao de senvolvimento da parreira. Adubação – como há orientações específicas de adubação, procure um profissional especializado. O solo deve ser areno-argiloso, fértil, bem drenado, com pH na faixa de cinco a seis, e declividade inferior a 20%. Espaçamento – os mais usados vão de 2 x 2 metros até 3 x 3 metros. Mas variam conforme a cultivar, porta-enxerto, sistema de condução, condições de clima e solo e manejo. Tratos – a videira precisa de podas de formação e de produção. A de formação é executada desde o plantio da muda até a planta ganhar o tamanho e o formato desejados. A poda serve para manter o equilíbrio entre o vigor da vegetação e a frutificação. Faça todos os anos, quando a planta estiver no período de repouso (inverno), ou quando surgirem as primeiras brotações nas pontas dos ramos. Ambiente – evite cultivar as videiras em locais sujeitos a ventos fortes, ou use quebra-ventos. A planta apresenta boa adaptação em regiões com temperaturas de 15 a 30 graus. Recomendam- se locais com muita luz do período da florada até a maturação das uvas. Dependendo de clima e tempo, a videira precisa de 500 a 1,2 mil mililitros de chuva. Repouso – as condições locais de plantio precisam contar com temperaturas baixas nas regiões de clima subtropical e temperado, e pouca chuva em regiões de clima tropical semiárido. São ideais para a indução do repouso hibernal das videiras, necessário para obter desenvolvimento adequado das gemas, crescimento vegetativo vigoroso e boa frutificação. Produção – da poda à colheita, o plantio demora de 85 a 200 dias. O que determina o período são a intensidade luminosa e a temperatura. Indica-se a irrigação para garantir maior produtividade e qualidade.
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Confirmados casos de raiva bovina no Estado Em apenas 15 dias, foram confirmados focos de raiva bovina em oito propriedades em Venâncio Aires e Vale Verde, onde pelo menos 82 animais morreram por causa da doença, transmitida pelo morcego hematófago. São os primeiros casos do ano. O número deve crescer, já que os sintomas levam pelo menos 60 dias para se manifestar. Em Rio Pardo, 20 bovinos e equinos apresentaram sintomas em cinco propriedades. O exame laboratorial da primeira propriedade deu negativo. O resultado do segundo teste sai até amanhã. De acordo com o veterinário do Núcleo de Combate à Raiva da Secretaria da Agricultura (Seapa), Udo Erhardt,
Emater lança edital para preenchimento imediato de vagas O edital para o processo seletivo externo da Emater/ RS-Ascar deve ser publicado amanhã, no site da Fundatec. As provas devem ser realizadas no início do mês de março. A seleção se destina ao preenchimento imediato de vagas e à formação de cadastro de reserva para cargos de nível fundamental, médio, técnico e superior, como engenheiros agrônomos, médicos veterinários, técnicos agrícolas, extensionistas rurais, além de nutricionistas, assistentes sociais e sociólogos, entre outros. As inscrições custarão R$ 65 para os cargos de nível médio e R$ 100 para os de nível superior.
os casos estão pipocando porque os produtores não estão vacinando. Ele enfatiza que igualmente importante é que o produtor localize preventivamente os refúgios e comunique às inspetorias veterinárias A maioria dos focos (6) está em Vale Verde, onde os criadores não associaram os sintomas à raiva e só comunicaram os casos agora .
Governo reforça a orientação para embarque de produtos agropecuários Os trabalhos da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) nos aeroportos internacionais, portos, postos de Fronteira e aduanas especiais se intensificam no período de férias devido o aumento do fluxo de viagens internacionais. Para evitar a disseminação de doenças e pragas, a legislação proíbe a entrada e saída no Brasil de produtos vegetais, sem autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No País, são 106 Unidades do Vigiagro. Os campeões de apreensões por falta de documentação são os lácteos (queijos e doce de leite), embutidos (salame e linguiça), pescados (bacalhau, lula, salmão e camarão), sementes, frutas e plantas. A lista de produtos considerados processados e, portanto, liberados para o trânsito internacional contempla óleos, alcoóis, frutos em calda, chocolate, café torrado e moído, sucos, vegetais em conserva, arroz, farinha e erva-mate industrializada, entre outros. Os vinhos podem circular livremente, mas o viajante deve observar o limite estabelecido.
Cotações da soja recuam com entrada de safra O avanço da colheita recorde de soja no Brasil tem pressionado as cotações internas, conforme apontam pesquisadores do Cepea. A estimativa é que as vendas antecipadas neste ano foram menores que nas temporadas passadas. Paralelamente, o clima está favorável em boa parte das regiões produtoras. Por enquanto, no físico brasileiro, os preços em Paranaguá recuaram bruscamente,
Chuva traz tranquilidade aos produtores As lavouras de soja no RS seguem com seu desenvolvimento dentro da normalidade, apresentando percentuais similares aos anos anteriores, com 53% das áreas em desenvolvimento vegetativo, 40% em floração e 7% em enchimento de grãos. De maneira geral, o aspecto fitossanitário é considerado bom. A perspectiva é de que o retorno da chuva deve trazer mais tranquilidade aos produtores, que começavam a se preocupar com as condições registradas neste último período (altas temperaturas e baixa umidade).
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Jornal da Manhã | Ijuí,28 de janeiro de 2014
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Tomate ajuda a prevenir doenças degenerativas A Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) acaba de apresentar um tomate desenvolvido com elevados teores do carotenoide licopeno, um dos mais eficientes antioxidantes na prevenção de doenças degenerativas e cardiovasculares. Pelos equilibrados teores de açúcares e ácidos, a cultivar BRS Zamir do tipo cereja atende ainda ao segmento de cozinha gourmet. “A demanda por tomates especiais, do tipo “gourmet”, tem crescido muito no Brasil. O desempenho do híbrido BRS Zamir, tanto na parte sensorial, conservação pós-colheita, como na produtividade, comprovadas em testes realizados em Goiás e São Paulo, colocam esse híbrido entre os melhores materiais genéticos em termos de desempenho agronômico”, avalia o pesquisador Leonardo Boiteux, coordenador do Programa de Melhoramento de Tomate do Centro de Pesquisa. De acordo com o pesquisador, “além da nutrição antioxidante, os frutos desse híbrido apresentam uma combinação bastante equilibrada entre os teores de açúcares e ácidos, resultando
num excelente impacto sensorial/gustativo. Essas características fazem desse tomate um dos mais saborosos dentro do segmento ‘grape’”. Os produtores rurais têm vantagens de cultivo, como a produtividade e durabilidade pós-colheita: são em média oito quilos por planta e duração de até 15 dias na prateleira, após ser colhido. “O BRS Zamir foi testado por grandes produtores de tomate de Goiânia e teve uma excelente aceitação”, diz Boiteux. Ele explica que o tomate possui um gene que estimula a bifurcação dos cachos e aumenta o número de frutos por penca.
Campanha incentiva o consumo de ovos O Projeto Ovos RS idealizado e lançado pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) em julho do último ano retoma as suas atividades em 2014, com a apresentação da 2ª etapa das ações promocionais para incentivar e promover o consumo de ovos. No próximo mês, o Ovos RS vêm com mais destaque, com a inclusão de um animado e criativo comercial de televisão, trazendo informações importantes sobre as propriedades do ovo. A 2ª etapa das ações do Projeto Ovos RS tem como foco, a importância do ovo na
alimentação das pessoas, fazendo referência ao futebol no ano da Copa do Mundo no Brasil. “Como este ano teremos a Copa, e ovo é um alimento essencial para os atletas, evidenciaremos com mais criatividade a importância deste alimento saudável e
nutritivo”, informa o coordenador do projeto Ovos RS, Eduardo Santos. Outra ação importante e que contempla os estabelecimentos produtores que fazem parte do projeto Ovos RS é a divulgação do selo Ovos RS nas embalagens de ovos. Concomitantemente com a parte promocional, o projeto também desenvolveu um módulo de assistência técnica e consultoria aos estabelecimentos que aderiram ao projeto, levando orientações e assistência aos produtores nas áreas da qualidade, sanidade, boas práticas de produção e bioseguridade.
O tomate foi desenvolvido com elevados teores do carotenoide licopeno, um dos mais eficientes antioxidantes
Temperaturas elevadas e umidade favorecem a cultura do abacaxi No Litoral Norte do RS, as temperaturas elevadas e a alta umidade têm favorecido a cultura do abacaxi. É importante ressaltar que o tempo seco, quando é demais, não é favorável à cultura, pois o fruto tende a estacionar o amadurecimento quando tem pouca umidade relativa no ar. A combinação de chuva e calor é extremamente benéfica para o amadurecimento natural da fruta. No momento, segundo informação dos produtores, o preço de venda nas lavouras em grandes quantidades de abacaxi varia de R$ 0,80 a R$ 1,10 a unidade. O aumento de turistas nas praias favorece significativamente as
vendas de abacaxi nas feiras e nas ruas. A venda direta ao consumidor é extremamente benéfica, tanto para o consumidor, que adquire um produto mais fresco e com valor mais em conta, bem como para o agricultor familiar, que pode receber um preço melhor pelo seu produto, pois elimina o intermediário.
O aumento de turistas favorece a venda
Produtores registram maior safra em 2013 Hortifrutigranjeiros de Ijuí ficaram satisfeitos com a produção de morango obtida nesta safra. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores Feirantes de Ijuí (Aprofeira), Cristiano Ceretta, a estimativa de produção é de 500 gramas por pé de morango. Volume acima da média registrada em safras anteriores. ”Estou muito satisfeito com a produção. O
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clima contribuiu bastante, porque acompanhamos períodos de chuvas e de sol, sem excessos”, explica Ceretta. Ele conta que possui, em sua residência no Parador, interior de Ijuí, cerca de 7 mil pés de morangos, divididos em duas estufas, cultivados no sistema de semihidropônico e que devem produzir o equivalente a 4 mil kg somente nesta safra. Este é o primeiro ano que Ceretta investe neste sistema
de cultivo, em que a irrigação e a adubação ocorrem diretamente no fruto, através de canalização. Ceretta destaca que a partir do cultivo em estufa é dispensado o uso de agrotóxicos. “A estufa é cercada para proteger dos insetos. A irrigação é feita através de mangueiras gotejadoras, os pés são plantados em extrato de arroz e a adubação vai direto nas raízes”, explica.
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Investimentos nas subestações minimizam riscos no verão O verão, costumeiramente, é um período onde ocorrem aumentos na demanda por energia. Isso pode significar um estrangulamento no fornecimento. Contudo, investimentos recentes feitos em subestações de energia da região garantem mais tranquilidade para os associados consumidores da Ceriluz
Ampliação da capacidade instalada da subestação localizada na Linha 5 Norte aumenta a capacidade de atendimento das demandas de energia
Uma iniciativa realizada pela Ceriluz ainda no início de 2013 trouxe mais tranquilidade no fornecimento de energia para seus associados: a ampliação da capacidade instalada da subestação localizada na Linha 5 Norte, Ijuí. No local foram substituídos dois transformadores de 5 Megavolt-Ampere (MVA) por outros dois de 10 MVA, dobrando assim a sua capacidade de atendimento das demandas de energia. Essa ampliação beneficia principalmente aos associados consumidores da região norte de Ijuí e dos municípios
de Catuípe, Ajuricaba e Chiapetta, permitindo a implantação de novos projetos elétricos, especialmente para irrigação. O restante da energia demandada pela Ceriluz provém da conexão com a subestação Ijuí 1, de propriedade da CEEE, onde é disponibilizado um total de 50 MVA compartilhados entre Ceriluz e Demei, de onde saem sete alimentadores, sendo três para a Ceriluz. Nesta subestação também ocorreram melhorias recentes, focando a tranquilidade no abastecimento da região, quando um transformador de 8
MVA foi substituído por outro de maior potência, de 25 MVA. Conforme a direção da Ceriluz, considerando estas conexões, os associados podem ficar tranquilos quanto a oferta de energia durante este período de verão. A Ceriluz totaliza uma capacidade de atendimento de pelo menos 50 Megawatts (MW), para uma demanda máxima registrada em 2013 de aproximadamente 30 MW, havendo espaço para incremento no consumo, sem riscos de quedas prolongadas. Novas subestações - Outro
investimento que beneficiou a região como um todo neste verão foi a Subestação Ijuí 2, de propriedade da Eletrosul. Ela já está energizada e conectada às subestações da Ceriluz e Ijuí 1. Antes toda a energia que abastecia estas subestações era trazida de Santo Ângelo, cujo sistema já se encontrava bastante sobrecarregado. Na mesma linha, a Ceriluz fará outro investimento na área, com a instalação de uma nova subestação de energia na região de Santo Augusto. Uma empresa terceirizada já está im-
plantando o canteiro de obras no local escolhido para a nova subestação, devendo, em breve, iniciar as primeiras atividades de construção, tendo prazo até junho deste ano para entregala concluída. Esta nova unidade de força terá uma capacidade instalada de 10 MVA, com dois transformadores de 5 MVA cada, os mesmos que foram retirados em 2013 na subestação de Ijuí. Esse projeto vai garantir mais autonomia para a Cooperativa, que atualmente recebe energia por um alimentador abastecido pela RGE.
Pesquisa descarta ganho econômico no uso de adubação nitrogenada no cultivo da soja O Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) finalizou os resultados do seu primeiro protocolo de pesquisa após um ano do lançamento da Rede de Pesquisas Cesb, que foi criada com objetivo de estimular nas entidades de pesquisa o desenvolvimento de novas tecnologias, validação e refinamento das práticas utilizadas por produtores de soja, visan-
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do à maximização da produtividade da leguminosa, com economia e sustentabilidade. O primeiro protocolo foi dedicado à questão dos impactos do uso do nitrogênio no cultivo da soja, uma vez que não havia um consenso sobre os benefícios econômicos da aplicação deste elemento. Com isso, o Cesb quis verificar se a adubação nitrogenada
gerava aumentos significativos na produtividade da leguminosa que compensassem o investimento. Participaram da pesquisa 16 instituições, particulares e públicas, de nove Estados brasileiros. Na análise individual, foi observado que 7 dos 51 resultados analisados (13,7%) apresentaram respostas significativas às doses de
nitrogênio aplicadas e que o aumento da produtividade foi em geral proporcional ao aumento do fertilizante. Em média, o incremento foi de 5,2 sacas/hectare, para a dose de 200 kg/ha de ureia, não sendo viável economicamente mesmo nesses locais onde houve resposta estatisticamente significativa. A análise dos dados indicou
que as respostas à adição de fertilizante nitrogenado no patamar de produtividade atual de 50 sacas/hectare, em média, foram relativamente baixas e que as bactérias em simbiose com as plantas acompanhadas do nitrogênio mineral do solo, já seriam suficientes para atender às necessidades de nitrogênio dos experimentos estudados.
27/01/2014 18:05:34