2º ano Terceiro Bimestre

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2º ano Terceiro Bimestre Tópico IX: Transnacionalização da economia e da cultura no início do Mundo Moderno Pesquisar manifestações culturais de origem africana no Brasil; analisar a dinâmica das sociabilidades (festas cívicas e religiosas) e do hibridismo cultural na América portuguesa. • Produzir texto analítico relacionando tráfico negreiro e capital mercantil. • Distinguir colônias de povoamento e colônias de exploração. • Mapear o comércio triangular nas Treze Colônias inglesas. • Analisar mapas situando os impérios coloniais dos séculos XVI e XVII. • Pesquisar manifestações culturais de origem africana no Brasil. • Filmar festa do Congado, Moçambique, Conceituar- banto- confrarias – diáspora O festejo do Reizado [ou Congado] nasceu dos rituais negros coloniais. [...] construída com os esforços da mão-de-obra escrava, a inserção dos africanos em confrarias(irmandades) aparecia como a solução mais natural para os problemas de integração e evangelização.As primeiras confrarias negras de que se têm notícia no império colonial português pertenciam ao orago de N. Sra. Do Rosário.[...] O Congado está diretamente ligado à história do aparecimento de N. Sra. do Rosário, fundadora das irmandades dos homens pretos. Uns contam que Nossa Senhora apareceu no Brasil, dizem outros que foi na África. Os congadeiros contam diferentes versões dessa história.Em Angola, a área mais importante de fornecimento de escravos para as regiões mineradoras, na segunda metade do século XVIII, confrarias do Rosário familiarizavam os africanos com seus cultos e práticas. Parece certo que alguns africanos, antes da imigração forçada, tivessem contato e/ou participassem da vida associativa em África. [...].”( Marcos Magalhães) A escravidão não destruiu automaticamente hábitos, maneiras de pensar e sentir de suas vítimas. A diáspora, entretanto, impediu que os complexos sistemas sociais, políticos e religiosos dos povos da África Centro-Ocidental – região Congo, Angola até Moçambique, em que predomina o grande tronco lingüístico-cultural banto – fossem integralmente transpostos para cá. Este encontro de culturas diferentes, no contexto de dominação pelos colonizadores portugueses, produziu uma manifestação cultural mestiça. Vários elementos das manifestações religiosas negra em versão cristianizada. (Sebastião Rios) O Reizado em si, ele é uma coisa de humildade. Porque foi uma coisa criada com muito sacrifício, com muita pobreza, com muita humildade, com muita raça, muita fé, sabe? Eu, por exemplo, passei a dançar calçado tem pouco tempo pra cá, toda a vida a gente dançou descalça... A coisa era difícil, meu filho. Os fazendeiros, as pessoas ricas tinha pavor da gente, que eles falava que aquilo era bruxaria, era macumbaria. Hoje, eu, por exemplo, que passei por isso, que acompanhei tudo essas coisa que to te contando, hoje eu tenho uma gratidão,.... que a gente nunca que poderia um dia sonhar que um terno de moçambique, uns negro, ia entrar numa casade branco. Então eu sinto isso como uma graça de Nossa Senhora do Rosário. Uma bênção muito grande... Gerações e gerações e a gente veio, lutemo demais, Nossa Senhora! E a sociedade hoje acolhe a gente, graças a Deus. Hoje eu sinto assim como uma guerra vencida. (Capitão Júlio Antônio, Terno de Moçambique de Perdões) Informações de identificação: nome do terno, santo de devoção, nome e função do entrevistado. terno de moçambique.terno de vilão.terno de congo.terno de marinheiro.terno de catopé. Perguntas: 1 – Sobre as origens do Congado 2 – sobre a origem do terno e sua posição na hierarquia da festa 3 – sobre a função do capitão e importância do bastão e do apito 4 – Instrumentos utilizados pelo terno 5 – Sobre a importância do congado


6 – Sobre o racismo 7 – Sobre o por que do nome Congado (ou Reinado), e do nome do terno 8 – Sobre a corte (reis e rainhas congos e perpétuos; reis e rainhas de promessa; mordomos) 9 – O que os levou a participar da festa? “Numeroso foi o contingente de escravos bantos trazidos para o Brasile grande é a influência deles nos costumes, religião e superstições nacionais. Trazidos principalmente das possessões portuguesas de Angola, Moçambique e Guiné, trouxeram muitas lendas, mitos e tradições. São bantos o do maracatu do carnaval pernambucano e as congadas vistas em todo o território brasileiro. A cuíca e o berimbau-de-barriga foram por eles trazidos da África; a capoeira,o samba também deveram a eles sua difusão no Brasil.A lenda do quibungo,(bicho papão)naBahia, é exemplo da à tradição oral brasileira deixada por eles.”

Habilidades: Tema 2: Tópico IX Procedimentos

Distinguir colônias de povoamento e colônias de exploração. O mundo do trabalho e os deslocamentos populacionais Transnacionalização da economia e da cultura no início do Mundo Moderno


Fragmento 1: Se vamos à essência da nossa formação, veremos que na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde ouro e diamantes; depois, algodão, e em seguida café, para o comércio europeu. Nada mais que isto. É com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem considerações que não fossem o interesse daquele comércio, que se organizaram a sociedade e a economia brasileiras. Tudo se disporá naquele sentido: a estrutura bem como as atividades do país. (Prado Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. 1ª. edição 1942. 17ª. ed. São Paulo: Brasiliense, 1981, pp. 31-32.) Fragmento 2: [...] por artes diabólicas se mudava o nome de Santa Cruz, tão pio e devoto, para o de um pau de tingir panos. (Barros, João de. Décadas da Ásia. Texto do século XVI. Citado em Alencar, Carpi & Ribeiro. História da Sociedade Brasileira. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985, p. 12) Fragmento 3: E em tal maneira é graciosa que querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem; porém, o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente e esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar; e que ali não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calecut, bastaria quanto mais disposição para nela se cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé. (Caminha, Pero Vaz. Carta ao Rei Dom Manuel. [13: 19-30]. Belo Horizonte: Crisálida, 2002, p. 69) A partir dos fragmentos acima, o professor deve solicitar aos alunos que respondam as seguintes colocações; 1 – Os fragmentos mencionam duas características centrais da colonização portuguesa no Brasil. Crie uma expressão sobre o empreendimento colonial português que sintetize aquelas características. 2 – Identifique os anos e o século em que os fragmentos foram elaborados. A partir desses dados, diferencie os olhares acerca da colonização levando em consideração justamente o tempo em que foram elaborados. 3 – O autor do fragmento 2 diz que por artes diabólicas o nome da terra recém-descoberta foi mudado. Como o autor do fragmento 1 traduziria aquela expressão? 4 – O autor do fragmento 3 indica na carta a Dom Manuel três usos potenciais que a terra pode ter. Identifique-os 5 – O autor do fragmento 1 fala de um “sentido” da colonização. Identifique-o. Nas questões 1 e 3, é importante o professor estar aberto às várias formulações possíveis, mas que remetam às expressões: empreendimento mercantil-religioso (1) e por artes do comércio (3). Na questão 2 é importante que o aluno perceba as diferentes perspectivas à medida que o tempo vai passando e a colonização acontecendo. Assim, com Caminha, a colonização ainda nem se iniciou e a terra recém-descoberta é pura potencialidade: é fértil e, portanto, propícia à produção; poderia ser usada para repouso e abastecimento das naus que demandavam as especiarias das Índias (Calecut, primeiro porto indiano conquistado pelos portugueses, em 1487); conversão ao catolicismo das gentes da terra. (questão 4). Já com João de Barros, a colonização está em desenvolvimento, e o seu móvel central, o interesse que predomina já se explicitou na mudança do nome, de Terra de Santa Cruz (religioso) para Brasil (mercantil). Caio Prado Jr., no século XX, tem a perspectiva de toda a colonização, de um processo já finalizado, no qual identifica um sentido: nossa formação se deu única e exclusivamente para atender aos interesses do comércio europeu. (questão 5).

Tema 2:

O mundo do trabalho e os deslocamentos populacionais


Tópico X:

Transnacionalização da economia e da cultura no início do Mundo Moderno

Habilidades:

Analisar dados estatísticos sobre o êxodo rural e a favelização das metrópoles no Brasil e na América Latina.

Providências: Organizar a turma em grupos de 4 alunos; cada grupo deve receber dois xérox dos gráficos que constam nesta atividade Procedimentos 1: Década de 1960

(Dados tirados de Campos, F. & Dolhnikoff, M. Atlas História do Brasil. 3ª. ed. São Paulo: Scipione, 1997, pp. 62-63) A partir da leitura dos gráficos acima, peça para os alunos transformarem os dados dos gráficos em um texto explicativo para cada um dos gráficos. Depois peça para os alunos relacionarem os dados dos gráficos com o tema do tópico, o êxodo rural e a favelização das metrópoles, que começa a se acentuar, no Brasil, a partir da década de 1950. Por fim peça para os alunos relacionarem os dados com a radicalização política ocorrida no governo de Jango. Procedimentos 2: Década de 1970 Documento 1: Seu Zé nasceu na Bahia, perto da cidade de Poções. Já com 8 anos trabalha na pequena propriedade do pai. Ainda jovem vai para Itabuna, “pra zona do cacau, caçando empreitada e morando em alojamento”. Casado, mudou-se para a Zona da Mata onde “fiquei 8 anos de colono, tinha casa. Tive também 15 filhos. A mulher só pode criar 8, 7 morreram. [...] os patrões não têm relógio nem horário. A gente trabalha até a noite chegar, com suor de torcer a camisa. E o dinheiro que a gente ganha é tão pouco que nem dá pra comprar uma corda pra morrer enforcado. [...]A roça não dá. (...) Então o jeito é migrar. Tomei um Vera Cruz e vim direto pra São Paulo. Nem no


Rio parei. Vim por fora... à busca de ganho. [...]” Com a ajuda de parentes, chega à favela de Cidade Jardim, onde compra um barraco. Como pedreiro ou caseiro trabalha na condição de assalariado. Aos poucos, torna-se um trabalhador autônomo em serviços de jardinagem. “Agora a gente mora aqui, pra poder mandar um pouco de dinheiro pra nossa gente na Bahia e na favela as pessoas se ajudam muito. Se eu sair daqui eu sofro solidão. Sinto falta deste povo.[...] Se eu pudesse eu agasalhava todo esse povo. Olha, moço, o fraco só fala com o fraco mesmo. Tem os mais fracos do que eu. Tem uns que a fraqueza maltrata mais. O forte não tem que trabalhar. O fraco não vira forte. A não ser que um revés de uma sorte eu acertasse um jogo. Por trabalho não vou arranjar nada não. Não dá pra sobrar do custo de vida. Quero vencer na cidade: quero ganhar 1.000 cruzeiros. Ter 20 jardins pra cuidar. Atualmente ganho 400. Tenho 10.” Documento 2:Pernambuco tem 24 anos. Tem força para vender. Trabalha como servente de pedreiro e nos fins de semana como copeiro num restaurante. Nasceu no interior de Pernambuco, onde o pai era colono de meia. “Quando menino fui trabalhar em olaria [...] Depois fui trabalhar num engenho, porque queria ganhar melhor e ter um emprego de indústria, não de roça que não tem futuro. Mas não consegui trabalhar nas caldeiras. Me puseram pra cortar cana: trabalho de qualquer, de roça, de salário baixo. Daí vim embora. Tinha um cara que trabalhou uns tempos em São Paulo e depois foi pra minha terra contando muita vantagem dos ganhos. Então eu pensei: eu sou forte e moço, bom de trabalho, se eu vou pra lá posso ganhar o meu e partir pra adquirir um estudo e melhorar de vez. [...] Não gosto de vagabundo. Quem pede esmola não tem vergonha na cara; o sujeito chega onde quiser se trabalhar direito e pra valer. Eu vou estudar pra ver se consigo ser engenheiro. Aí sim. Tenho uma profissão de respeito. Porque bom de trabalho eu sou: o que me falta é o conhecimento, o diploma, saber falar inglês, essas coisas. Eu sou forte e moço, bom de trabalho. Eu vou tentando. Eu vou tentando. Eu, sabe como é, eu sou bom de trabalho. Documento 3:Zé Luiz vive na favela de Cidade Jardim desde 1972, quando construiu um barraco. Nasceu em Minas Gerais, onde o pai tinha uma propriedade rural: “nosso terreno tinha mais ou menos uma base de 300 alqueires ou mais. Só nosso. Mas nós não plantávamos nada nele, porque a terra era ruim. Não dava nada. Era só sapé. Trabalhava na terra dos outros. Não sei o que aconteceu nessa terra toda. Todo mundo morreu. Uns morreram. Outros foram embora. A terra ficou lá. Quem é bonito, tem dinheiro, passa a mão. E é deles. Tenho oito irmãos. Não vi mais nenhum. Vi um. Sete nunca mais vi. Podem estar aqui em São Paulo. Eu não sei.” Sua vida é marcada por prisões, fugas e facadas, por um número incontável de trabalhos e mulheres. “Esse cara que nasceu pobre, pra ser servente, lavrador, trabalhar na roça, tá lascado. Tá do modo que o diabo gosta. [...] o pobre trabalha pro rico sustentar, porque o rico tem dinheiro pra comprar do pobre. Compreendeu como é que é? Aqui tem trabalho. Se trabalhar, come. Se não trabalhar, come a mesma coisa.” Quase todas as noites e os fins de semana, Zé Luiz chega em casa, toma banho, janta, põe a roupa de mendicância e vai para as igrejas, onde tem missa, batizado ou casamento, com Dirce e os três filhos: “Totonho vai no colo; Zé Ricardo e Roberto Alexandre já sabem como é preciso fazer.” Além dessa atividade, a mais rendosa, Zé Luiz é servente de pedreiro: faz concreto, massa de cimento. É registrado e ganha salário mínimo.(Todos documentos foram tirados de Lúcio Kowarick. A Espoliação Urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.) Um primeiro ponto é solicitar dos alunos a identificação do que os documentos têm em comum. Aqui é importante que o professor capacite os alunos a distinguirem – e não a separarem – a forma do conteúdo. O que eles trazem de comum em sua forma: os três documentos possuem dois narradores; um que entrevista e passa informações básicas sobre o entrevistado. E outro que é o entrevistado, que não só conta parte de sua vida, mas também dá sua opinião sobre sua situação, expressa sua visão de mundo. O primeiro é um intelectual, buscando dados para compor seu livro de sociologia. O segundo é o migrante, típico da década de 1970, que saiu da roça para tentar a sorte em São Paulo. E o que eles trazem de comum no conteúdo, isto é, nas informações que fornecem: todos nasceram com uma forte ligação com a terra – ou o pai é proprietário, ou colono de meia; o trabalho nas terras


do pai é insustentável e eles logo vão trabalhar nas terras dos outros; todos concordam que o trabalho na roça não tem futuro: a exploração é grande. Todos migram para a metrópole, vão morar em favelas, fazendo diversos bicos, trabalhos, até se fixarem em alguns. O professor deve trabalhar essas informações, solicitando dos alunos relacionarem os dados contidos nos documentos com os dados estatísticos da migração e urbanização no Brasil presentes nas OPs 35 e 36 – não só a evolução dos dados, mas se concentrando nos relativos à década de 1970. Uma outra abordagem é solicitar que o grupo identifique e discuta as diferentes visões de mundo e, particularmente, em relação ao trabalho, nos três depoimentos: desde aquele que incorporou plenamente a ideologia burguesa de confiança absoluta na individualidade – “o sujeito chega onde quiser se trabalhar direito e pra valer” –, passando por aquele que ainda confia no trabalho, mas sabe da força do sistema, que gera a desigualdade e mantém as distâncias sociais, que possibilita sim uma melhora, mas limitada, que por isso sabe da importância do coletivo, da solidariedade; até aquele que perdeu totalmente a confiança na nobreza, na força do trabalho, descrente no sistema, convicto de sua injustiça e que, por isso, optou por sobreviver à margem dele. Esse também é um bom material para se trabalhar com a história de vida, da família, de conhecidos, dos alunos. A depender da região da escola, seja relacionado-a diretamente com os depoimentos, seja com as formas de migração que predominam hoje em direção aos países ricos, etc. Outra possibilidade, é demandar dos alunos recortes de jornais, revistas, sites que identifiquem a visão de mundo e reivindicações do MST e informem da situação do campo no Brasil de hoje. Complementar 10—trabalho e indústria— • Ler e interpretar textos sobre o cercamento dos campos na Inglaterra dos séculos XVI e XVIII. • Produzir texto analítico sobre o processo de constituição do capital industrial. • Ler e interpretar documentos sobre a organização e o trabalho fabril durante a Revolução Industrial. • Analisar movimentos de resistência à industrialização e de resistência à exploração fabril. • Contextualizar as trade-unions e o início dos sindicatos modernos. • Ler e interpretar textos de Marx e Bakunin. • Analisar dados estatísticos sobre o êxodo rural e a favelização das metrópoles no Brasil e na América Latina. A Revolução Industrial Contexto da Revolução Industrial -necessidade de produzir cada vez mais e mais rápido -Inglaterra chegou na frente: ferro e carvão, mão-de-obra, navios, dinheiro - desenvolvimento de máquinas a vapor Modernização e Tecnologias - Navios e trens a vapor (facilitou o transporte de pessoas e cargas) - desenvolvimento da indústria têxtil - melhorias para poucos A fábrica --- péssimas condições de trabalho/- salários baixos e castigos físicos/- trabalho infantil e feminino- carga horária elevada e ausência de direitos/- barulho e poluição Reações dos trabalhadores - O ludismo - os quebradores de máquinas/- As trade unions -à origem dos sindicatos (luta por direitos)/- O cartismo à direitos políticos para os trabalhadores Neocolonialismo- Europeus dividem a África e Ásia/- violência e exploração - busca de matérias-primas e recursos vegetais Introdução A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção


acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias. Pioneirismo Inglês Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período. A mão-de-obra disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras ), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês. Avanços da Tecnologia O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas à vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção. Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas à vapor (maria fumaça) e os trens à vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos. A Fábrica As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade. Reação dos trabalhadores Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação a vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores. Conclusão A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram conseqüências nocivas para a sociedade. Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos para a população. 1ª fase: (1750-1850)-desenvolvera-se as indústrias textil, movidas a vapor. Teve também a invenção do telégrafo, trem e barco nesta época.


1.ª Fase da Revolução Industrial: 1750-1860 tear mecânico; máquina a vapor; fundição do ferro; progressos na agricultura. 1.ª Fase - +/–1750 até +/–1860:Durante a segunda metade do século XVIII, na Inglaterra uma série de transformações no processo de produção de mercadorias, deram origem ao que se convencionou chamar por 1a Revolução Industrial. Antes desse processo eram as oficinas artesanais que produziam grande parte das mercadorias consumidas na Europa. Nestas oficinas, também chamadas de manufaturas, o artesão controlava todo o processo de produção. Era ele quem estabelecia, por exemplo, sua jornada de trabalho. Também não existia uma profunda divisão do trabalho (cada um fazendo uma parte do produto). Freqüentemente nas oficinas um grupo de dois ou três artesãos se dedicava à produção de uma mercadoria de seu princípio ao seu fim, ou seja fazia a mercadoria como na sua totalidade, sem divisão do trabalho. Com a Revolução Industrial isso se alterou, os artesão perderam sua autonomia. Com a chegada de novas tecnologia e novas máquinas apareceram as fábricas nas quais todas as modernas máquinas tornaram-se propriedade de um capitalista (burguês). A produção fabril concorrendo com a artesanal levou esta à ruína. Os antigos artesão, então tiveram que se tornar trabalhadores assalariados, estando a partir daí sob o controle do capitalista.Essa fase da Revolução Industrial foi assinalada pelos seguintes fenômenos: invenção do tear mecânico e do descaroçador de algodão e consequente desenvolvimento da indústria têxtil; invenção da máquina a vapor, que substitui as fontes tradicionais de energia mecânica, como a roda de água, a roda de vento e a tração animal; uso do coque para a fundição do ferro; a produção de lâminas de ferro e a produção do aço em larga escala; melhoria no processo de exploração do carvão mineral, com a utilização de máquinas a vapor para retirar a água acumulada nas minas de carvão; revolução nos transportes e nas comunicações, com a invenção da locomotiva, do navio a vapor e do telégrafo; progressos na agricultura, com a produção de adubos, melhores grades e arados, invenção da debulhadora e da ceifeira mecânica. Na primeira fase da Revolução Industrial, a industria têxtil foi a que mais se desenvolveu, além de crescentes progressos na siderurgia. Algumas invenções foram de fundamental importância para ativar o processo de mecanização industrial, entre as quais podem ser destacadas: · a máquina de Hargreaves _1767; capaz de fiar, sob os cuidados de um só operário, 80kg de algodão de uma só vez; · o tear hidráulico de Arkwright _ 1768; · a máquina Crompton _ 1779; aprimorando o tear hidráulico; · o tear mecânico de Cartwright _ 1785; · a máquina a vapor de Thomas Newcomen, aperfeiçoada depois por James Watt _ 1769; Além da maquinofatura, as inovações tecnológicas atingiram também os transportes, servindo para escoarem as mercadorias. Datam dessa época: · o barco a vapor de Robert Fulton _ 1805, Estados Unidos; · a locomotiva a vapor de George Stephenson _ 1814, Inglaterra. 2ª fase: (1850-1945)-desenvolveu-se a indústria petroquímica, movidas a petróleo e eletricidade. Teve a descoberta do rádio, TV, carro e cinema nesta época. 2.ª Fase da Revolução Industrial: 1860-1945 dínamo; petróleo; motor de combustão interna; máquinas automáticas. 2.ª Fase - +/–1860 até +/–1945: Essa fase da Revolução Industrial foi assinalada pelos seguintes fenômenos: aperfeiçoamento na produção do aço, que superou o uso do ferro; aperfeiçoamento do dínamo; utilização de novas fontes de energia, como o petróleo e a energia elétrica; invenção do motor de combustão interna; emprego dos metais leves, como o alumínio e o magnésio; nova evolução nos transportes, com introdução das locomotivas e dos navios a óleo, invenção do automóvel, do avião, do telégrafo sem fio, do rádio e da televisão; introdução de máquinas automáticas, permitindo a produção em série e provocando um grande aumento na produção.Durantes a segunda fase da Revolução Industrial ocorreu a sua efetiva difusão pelo continente europeu e outros continentes, atingindo a Bélgica, França Itália, Alemanha, Rússia, Estados Unidos, Japão e outros. Já no século XX, a partir de 1960, aproximadamente,


novas tecnologias e dinâmicas produtivas originaram transformações que deram origem à denominada Terceira Revolução Industrial. 3ª fase: (1945-hoje)nanotecnologia, informatica, energia atomica, espacial.. Terceira fase da revolução industrial--As bases tecnológicas dessa nova etapa seriam: · a microeletrônica: envolvendo computação, comunicações e robótica; · a biotecnologia: incluindo engenharia genética, mapeamento genético, clonagem; · a química fina: desenvolvendo novas ligas e produtos _ materiais leves, ultrafinos, condutores e outros. Fases da indústria: artesanato; manufatura; mecanização. O processo da industrialização exigiu: desenvolvimento técnico e científico; investimento de grandes capitais; fornecimento de matérias-primas; consumidores para os produtos transformados. A Revolução Industrial proporcionou: a passagem da sociedade rural para a sociedade industrial; a mecanização da indústria e da agricultura; o desenvolvimento do sistema fabril; o desenvolvimento dos transportes e comunicações; a expansão do capitalismo. Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indústrias têxteis: 1780 - em torno de 80 horas por semana 1820 - 67 horas por semana 1860 - 53 horas por semana 2007 - 46 horas por semana Segundo os socialistas, o salário, medido a partir do que é necessário para que o trabalhador sobreviva (deve ser notado de que não existe definição exata para qual seja o "nível mínimo de subsistência"), cresceu à medida que os trabalhadores pressionam os seus patrões para tal, ou seja, se o salário e as condições de vida melhoraram com o tempo, foi graças à organização e aos movimentos organizados pelos trabalhadores. Movimentos Alguns trabalhadores, indignados com sua situação, reagiam das mais diferentes formas, das quais se destacam: Movimento Ludista (1811-1812)Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-de-obra já eram normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, uma forma mais radical de protesto. O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas". Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram métodos mais eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical. Movimento Cartista (1837-1848)Em seqüência veio o movimento "cartista", organizado pela "Associação dos Operários", que exigia melhores condições de trabalho como: particularmente a limitação de oito horas para a jornada de trabalho a regulamentação do trabalho feminino/a extinção do trabalho infantil/a folga semanal o salário mínimo Este movimento lutou ainda pelos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio universal (apenas para os homens, nesta época) e extinção da exigência de propriedade para se integrar ao parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se destacou por sua organização, e por sua forma de atuação, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores.


As "trade-unions"-Os empregados das fábricas também formaram associações denominadas trade unions, que tiveram uma evolução lenta em suas reivindicações. Na segunda metade do século XIX, as trade unions evoluíram para os sindicatos, forma de organização dos trabalhadores com um considerável nível de ideologização e organização, pois o século XIX foi um período muito fértil na produção de idéias antiliberais que serviram à luta da classe operária, seja para obtenção de conquistas na relação com o capitalismo, seja na organização do movimento revolucionário cuja meta era construir o socialismo objetivando o comunismo. O mais eficiente e principal instrumento de luta das trade unions era a greve. Saúde e bem-estar econômico Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte da Europa, sugerem que o progresso econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas até beneficiar a população como um todo. Eles indicam que, em média, os homens do norte europeu durante o início da Revolução Industrial eram 7,6 centímetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes, na Alta Idade Média. É estranho que a altura média dos ingleses tenha caído continuamente durante os anos de 1100 até o início da revolução industrial em 1780, quando a altura média começou a subir. Foi apenas no início do século XX que essas populações voltaram a ter altura semelhante às registradas entre os séculos IX e XI[2]. A variação da altura média de uma população ao longo do tempo é considerada um indicador de saúde e bem-estar econômico. A industrialização na Europa: a partir de 1815 Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Embora outros países já contassem com fábricas e equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra", como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem desenvolvidos, porém não possuíam a tecnologia das fábricas inglesas. Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e também em algumas regiões da Bélgica. A Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em 1871, quando a Prússia venceu a Guerra FrancoPrussiana.Fora estes lugares, a industrialização ficou presa:às principais cidades, como Paris e Berlim;aos centro de interligação viária, como Lyon, Colônia, Frankfurt, Cracóvia e Varsóvia; aos principais portos, como Hamburgo, Bremen, Roterdã, Le Havre, Marselha; a polos têxteis, como Lille, Região do Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld (Wuppertal), Chemmitz, Lodz e Moscou;e a distritos siderurgicos e indústria pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre, e da Silésia. De 1830 a 1929 : A Expansão pelo mundo.Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos da América. Porém, cada país se desenvolveu em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar. Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve a Unificação Alemã que, liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país que já estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir dessa época que a produção de ferro fundido começou a aumentar de forma exponencial.Na Itália a unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na Alemanha, impulsionou, mesmo que atrasada, a industrialização do país. Essa só atingiu ao norte da Itália, pois o sul continuou basicamente agrário.Muito mais tarde, começou a industrialização na Rússia, nas últimas décadas do século XIX. Os principais fatores para que ela acontecesse foram a grande disponibilidade de mão-de-obra, intervenção governamental na economia através de subsídios e investimentos estrangeiros à indústria.Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi somente após a Guerra da Secessão que todo o país se tornou industrializado. A industrialização relativamente tardia dos EUA em relação à Inglaterra pode ser explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na Inglaterra existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em relação à Inglaterra e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais importante que a


agricultura. Outro fator é que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulação de capital, como tinham muita terra eram essencialmente agrários, impedindo a total industrialização do país que até a segunda metade do século XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos.O término do conflito resultou na abolição da escravatura o que elevou a produtividade da mão de obra. aumentando assim a velocidade de acumulação de capital, e também muitas riquezas naturais foram encontradas no período incentivando a industrialização. A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação do feudalismo unificou o país. A propriedade privada foi estabelecida. A autoridade política foi centralizada possibilitando a intervenção estatal do governo central na economia, o que resultou no subsidio a indústria. E como a mão-de-obra ficou livre dos senhores feudais, ocorreu assimilação da tecnologia ocidental e o Japão passou de um dos países mais atrasados do mundo a um país industrializado. As consequências da Revolução Industrial.A partir da Revolução Industrial o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um salário. Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e após, a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande melhoria se comparadas as condições de vida dos camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas. A industrialização no BrasilO Brasil, como uma antiga colônia de uma nação europeia, faz parte de um grupo de países de industrialização tardia.

Tema 2:

O mundo do trabalho e os deslocamentos populacionais

Tópico XI:

Desenvolvimento tecnológico e mudanças no mundo do trabalho

Identificar e analisar, por meio de dados quantitativos (gráficos, tabelas), a situação dos setores econômicos no mundo globalizado; pesquisar o impacto da robotização sobre a produção. • Pesquisar o impacto da robotização sobre a produção e o trabalho Habilidades industrial. : • Identificar e analisar, por meio de dados quantitativos (gráficos, tabelas), a situação dos setores econômicos no mundo globalizado. • Fazer levantamento de novas profissões surgidas nas últimas décadas. • Relacionar as novas profissões com as transformações tecnológicas e com a globalização. Providências:


Organizar a turma em duplas; cada dupla deve receber as tabelas e o gráfico que constam nesta atividade. Pré-requisitos: O professor deve trabalhar esta atividade com as OPs 31, 32, 33 e 38, estabelecendo relação com o neoliberalismo. Procedimentos: Coloque para os alunos a seguinte problematização: Como explicar a aparente contradição entre o aumento da produtividade e a diminuição do número de empregados nos supermercados. Estimular uma discussão sobre as conseqüências da automação, sobre como eles percebem o papel das máquinas na vida das pessoas. O professor pode estabelecer uma relação com os luditas, e enfatizar o lugar fundamental ocupado pela máquina no sistema capitalista. Busque obter relatos dos alunos que já trabalharam, trabalham ou conhecem pessoas que trabalham em supermercados sobre modificações no funcionamento dos mesmos e na situação dos empregados. Outra questão, que embora pontual, pode estimular o raciocínio do aluno, refere-se à aparente contradição entre o aumento do número de empregados por loja e a diminuição do número de empregados por 100 m2 e nos caixas (check-out). (Espaço físico dos supermercados foi ampliado; lojas menores fechadas, e absorção de parte dos empregados pelas lojas maiores da rede). Dado auxiliar: salário médio dos supermercados no Brasil, em 1996, era de R$ 280,00; em São Paulo, de R$370,00. Os desafios do mundo globalizado Janeiro/2009 Inexiste também qualquer prognóstico minimamente confiável sobre sua possível e/ou provável evolução. O que se sabe, com certeza, é que ela terá agudeza e duração variáveis em função das vulnerabilidades de cada país e de cada empresa e, sobretudo, gravidade diferente em função das decisões que forem adotadas para a travessia do período difícil e - por que não - para aproveitar as oportunidades que a História das crises registra. Em resumo, o que consultores e especialistas em economia estão dizendo é que, para momentos mais difíceis, as decisões devem ter maior qualidade. As melhores especulações das fontes mais autorizadas nacionais e internacionais concordam que haverá uma redução da economia global dos 5% registrados em 2007 para algo em torno de 2,2% em 2009, número do Fundo Monetário Internacional - FMI. As razões estão no crédito mais curto, nas reduções das demandas nacional e internacional e na queda dos preços de commodities. Os reflexos sobre o PIB brasileiro são inevitáveis, como mostram suas relações com as crises dos últimos 20 anos, segundo dados do IBGE.


Além desse inevitável reflexo, as múltiplas análises do cenário 2009 concordam que tanto países como setores da economia sofrerão impactos diferentes. O G8, grupo dos países mais ricos, será mais afetado, enquanto predomina a idéia de que o grupo dos BRICs, Brasil, Rússia, Índia e China, sofrerá impactos menores e crescerá em 2009 acima da média global. Um número corrente nessas análises mostra crescimento em torno dos 3% para esses países. Possibilidades dentro da crise A hora não é a melhor, desde que os grandes mercados importadores estarão debilitados, mas a desvalorização do real diante das principais moedas internacionais, dólar, iene e euro, melhora de forma significativa a competitividade dos produtos brasileiros e renova o impulso exportador. Chega por conta da crise uma desvalorização que foi reivindicação presente em todas as agendas empresariais nos últimos três anos. A importância assumida pela demanda interna é um dado relevante na avaliação das repercussões da crise sobre o País. Ela é responsável por 85% do PIB. Ao mesmo tempo, a rede financeira do País está sendo mobilizada e estimulada a ampliar o crédito para compensar as restrições do crédito internacional. A relação entre o volume de crédito e o PIB pode dobrar, e os riscos de inflação são considerados muito pequenos devido à própria deflação global. No Brasil, como de resto em todos os países, a recuperação do crédito tem sido o foco inicial do combate à crise. As soluções consistem basicamente em transferência de recursos dos governos vale dizer da sociedade - para as instituições falidas ou enfraquecidas - sob diferentes formas: reduções das taxas de juros, que, em países como a China, chegaram a ser negativos, compra de ativos desvalorizados, abertura de novas linhas de crédito, participações societárias. Em todos os casos, elas sempre representam uma participação do Estado na economia, por vezes ignorando as reservas dos defensores do liberalismo. Foi o caso, por exemplo, dos republicanos mais ortodoxos nos Estados Unidos, que viram sua aversão ao papel do Estado na economia vencida pela crise financeira. A decisão de se manter e até aumentar os investimentos na infra-estrutura previstos no Plano de Aceleração do Crescimento - PAC, incluindo aí os projetos do petróleo no pré-sal, deve ajudar o País a superar as dificuldades dos próximos meses. E o crescimento de 3%, previsto por organismos internacionais, que em outras circunstâncias poderia ser considerado medíocre, aparece como excelente desempenho dentro da conjuntura global. O Banco Central dá outros números indicadores da crescente redução da vulnerabilidade brasileira


em relação às crises geradas externamente. A relação entre a dívida externa bruta e o PIB, que chegou ao seu máximo em 2002, quando representava 42% do PIB, caiu para estimados 14% em 2008. A relação entre a dívida externa total líquida e o PIB é ainda mais confortável. Dos 33% em 2002, desapareceu em 2008, quando o País se tornou credor internacional. Mudança x permanência Pode parecer um paradoxo que uma crise que tenha centro nos Estados Unidos traga a valorização do dólar. A crise está marcando o fim de um ritmo para o crescimento global, mas não modifica as posições relativas entre as economias. Números do FMI mostram que os Estados Unidos seguem sendo a maior economia mundial, com 27% do PIB global, seguidos de longe pelo Japão com 8%, Alemanha e China com 6%. Apesar de alguma perda de espaço financeiro para o euro, o dólar norte-americano reflete a força econômica dos Estados Unidos e seguirá sendo a moeda de referência. O menor crescimento do comércio mundial afetará de forma diferente os países. O novo cenário econômico global, todavia, será mais multipolar, compreendendo USA, União Européia, o grupo dos BRICs, o Japão e demais asiáticos. Os novos pólos desenvolvidos no processo de globalização devem compensar, ainda que parcialmente, a desaceleração das economias do G8. A globalização, que alastra crises localizadas, cria, ao mesmo tempo, possibilidades de compensação entre países e/ou entre setores econômicos. Nesta perspectiva global, surgem algumas tendências que provavelmente serão trabalhadas ao longo de 2009. A primeira delas é a regulamentação do mercado global. Análises teóricas já tinham alertado para o fato de que se construiu nos últimos anos um ensaio de sociedade global sem um Estado global capaz de regulamentar as novas relações internacionais. A crise financeira mostrou na prática a necessidade dessa regulamentação. Ela será a agenda principal das reuniões de chefes de Estado já previstas para 2009, em que serão discutidos os novos papéis e o fortalecimento de instituições financeiras como o FMI e o Banco Mundial. As relações comerciais entre os players desse cenário mundial deverão obedecer a uma nova regulamentação. O principal obstáculo está na oposição bastante explícita e intensa entre as correntes protecionistas e liberalizantes do mercado que existem em todos os países. O Brasil ingressa em 2009 com uma economia em alerta, mas consciente de suas forças e dos riscos. A maioria dos estudiosos, esteja na universidade ou no mercado, ressalta os fatores que podem amenizar o impacto da crise:política fiscal consistente metas inflacionárias dentro da expectativa câmbio flutuante menor vulnerabilidade às pressões externas investimentos externos diretos em torno dos US$ 30 milhões posição credora no mercado internacional tendência crescente na relação entre investimentos e PIB pronta mobilização e reforço do crédito interno renúncias fiscais Por outro lado, o superávit da balança comercial deve cair significativamente, inclusive porque nossas commodities perderam preço no mercado internacional, resultado normal da queda na demanda. A taxa de juros ainda é alta, especialmente quando comparada com os 3,25% vigentes na zona do euro, o 0,3% no Japão e o 1,0% nos Estados Unidos. A grande conclusão a que se pode chegar, hoje, é que a economia em 2009 será fortemente influenciada pelo cenário internacional e que, certamente, esse não estará entre os piores anos de nossa História econômica recente. Haver á espaço para crescer, especialmente para aqueles que, diante da desaceleração econômica prevista, acreditarem que o outro lado da crise se chama oportunidade. Intenções de compra Estudo revela um mercado ativo Um e meio por cento dos leitores de Noticiário de Equipamentos Industriais - NEI, profissionais de pequenas, médias e grandes empresas, com participação bem definida no processo de compras de suas empresas, revelou seus programas de investimentos em máquinas, equipamentos e componentes industriais - US$ 286.094.417,00. Esse tipo de estudo, que pode ser projetado para o universo de quase 60 mil leitores, é realizado anualmente por NEI com a finalidade de orientar a pesquisa de novos produtos para seu conteúdo


editorial. O conceito básico, portanto, consiste em perguntar aos leitores o que eles estarão procurando nos próximos 3, 6 e 12 meses, para que o editorial possa oferecer a informação mais necessária e oportuna. O estudo deste ano é ainda mais valioso como fonte de informação porque foi realizado entre agosto e outubro de 2008, quando as notícias da crise financeira mundial já ocupavam todo o noticiário econômico do País. E a grande conclusão é que o mercado industrial continua aquecido e com previsões bastante sólidas de investimentos. Os dados levantados pelo estudo de Intenções de Compra relacionam compras de 2.213 produtos diferentes e um total de 4.016 menções de produtos. Alguns exemplos: máquinas e equipamentos são cerca de 54% de todas as intenções de compra reveladas pelos participantes do estudo; produtos elétricos, de maneira geral, representam 21,3% das intenções; enquanto instrumentação e controle representam cerca de 20%. Trinta e cinco por cento das intenções de compra se realizam em trinta dias, segundo os participantes; 23% em 60 dias; 22% em seis meses; e 13% em um ano. Apenas 4% vão se concretizar em prazo superior a um ano, e somente 3% não souberam especificar quando a compra seria. XII. O muro de Bush e a nova “invasão bárbara” na Europa. • Analisar reportagens em revistas, sites, jornais, sobre a fronteira México-EUA. • Analisar dados estatísticos sobre a emigração de brasileiros para os EUA. • Analisar reportagens em revistas, sites, jornais, sobre a situação do imigrante brasileiro nos EUA. • Analisar legislação e propostas anti-imigrantes na Europa e EUA. • Analisar reportagens em revistas, sites, jornais, sobre a situação dos imigrantes na Europa.


Distribuição absoluta e relativa dos migrantes brasileiros, por cidades de países selecionados. Localidade do Posto Consular (N) % (*) New York 300.040 15,89 Ciudad del Este 280.059 14,83 Miami 200.005 10,59 Boston 150.005 7,95 Nagoya 135.079 7,16 Assunção 107.040 5,67 Tóquio 89.891 4,76 Salto del Guaira 55.005 2,91 Washington 48.001 2,54 Houston 40.140 2,13 Lisboa 36.070 1,91 Buenos Aires 35.051 1,86 Los Angeles 33.007 1,75 Zurique 25.880 1,37 Frankfurt 23.201 1,23 Munique 21.695 1,15 Milão 20.062 1,06 Paramaribo 20.015 1,06 Roma 17.059 0,90 Porto 15.520 0,82 Berlim 15.507 0,82 Caiena 15.044 0,80 Londres 15.020 0,80 San Francisco 15.003 0,79 Chicago 13.002 0,69 Tel-Aviv 11.002 0,58 Rotterdam 10.532 0,56 Riviera 10.016 0,53 Subtotal => 1.757.951 93,12 Outros Postos 129.944 6,88 (*) Total estimado de brasileiros em 2000 1.887.895 100,00 Fonte: Ministério das Relações Exteriores 2001 Distribuição absoluta e relativa dos migrantes brasileiros,segundo o país de residência. País de Destino (N) (%) Estados Unidos 799.203 42,33 Paraguai 442.104 23,42 Japão 224.970 11,92 Outros 421.618 22,33 Total 1.887.895 100,00 Fonte: Ministério das Relações Exteriores 2001. Eixo Temático III Expansão das Fronteiras: a Guerra como Possibilidade Permanente Tema 3: Expansão e Guerra XIII. A expansão capitalista e o imperialismo • Analisar as características da chamada Segunda Revolução Industrial e seus efeitos na correlação de forças entre as nações européias. • Conceituar capitalismo monopolista, estabelecendo diferenças entre o capitalismo









































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