Tópico 29 Fundamentalismos étnicos, religiosos e ambientalistas: o choque entre o multiculturalismo e a intolerância. Conceitos de etnia, cultura, fundamentalismo e multiculturalismo e alteridade, conflitos contemporâneos. “As sociedades contemporâneas são heterogêneas, compostas por diferentes grupos humanos, interesses contrapostos, classes e identidades culturais em conflito. Vivemos em sociedades nas quais os diferentes estão quase que permanentemente em contato. Os diferentes são obrigados ao encontro e à convivência. E são assim também as escolas.As idéias multiculturalistas discutem como podemos entender e até resolver os problemas gerados pela heterogeneidade cultural, política, religiosa, étnica, racial, comportamental, econômica, já que teremos que conviver de alguma maneira”.PRAXEDES,Walter. In: A diversidade humana na escola: reconhecimento, multiculturalismo e tolerância. Revista Espaço Acadêmico, n° 42, novembro de 2004. “O multiculturalismo é a nova cultura do espaço global, uma cultura dinâmica que se refaz com e através dos fluxos globalizantes, modificando e reconstruindo as interações e colocando como desafio a conciliação de uma diversidade de costumes, concepções e valores, sem o perigo de se excluir as formas diferentes de se manifestar (...). Ao rejeitar todo o preconceito ou hierarquia, o multiculturalismo baseia-se no respeito ao ponto de vista, às interpretações e atitudes do Outro, constituindo-se numa fonte de possibilidades de transformação e de criação cultural. Sendo assim, evidencia-nos um entendimento dinâmico de cultura, a qual deixa de ser um conjunto de características rígidas transmitidas de geração em geração, e passa a ser uma elaboração coletiva que se reconstrói a partir de denominadores interculturais “. SIQUEIRA, ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Holgonsi Soares Gonçalves. In: Multiculturalismo: tolerância ou respeito pelo outro? Jornal A Razão, 26 de junho de 2003. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
“A problematização do conceito de cultura de modo a considerá-la uma elaboração coletiva, em transformação constante, em que a cultura dos imigrantes e das minorias são aspectos específicos a ter em conta nas mudanças das sociedades e dos indivíduos. É esta perspectiva de cultura na diversidade que está implícita a um multiculturalismo crítico que vise mudanças culturais, que conceitualize e questione a hegemonia do grupo étnico dominante, que dê lugar á expressão das culturas minoritárias e que, finalmente, promova a igualdade real de oportunidades”. CARDOSO, Carlos Manoel Neves. In: Antropologia e Multiculturalismo. Multicultural n° 5, 1995. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
“Fundamentalismo não é uma doutrina (...) Fundamentalismo representa a atitude daquele que confere caráter absoluto ao seu ponto de vista. Sendo assim, imediatamente surge grave conseqüência: quem se sente portador de uma verdade absoluta não pode tolerar outra verdade, e seu destino é a intolerância. E a intolerância gera o desprezo do outro, e o desprezo, a agressividade, e a agressividade, a guerra contra o erro a ser combatido e exterminado. Irrompem conflitos com incontáveis vítimas”. BOFF, Leonardo. In: Fundamentalismo a globalização e o futuro da humanidade, Rio de Janeiro: ed. Sextante, 2002. ATIVIDADE a) Quais são as principais propostas do multiculturalismo? b) O que as idéias multiculturalistas desejam? c) Como a cultura é vista de acordo com as idéias multiculturalistas? d) Como o multiculturalismo vê as minorias? e) O que é fundamentalismo? f) Como os fundamentalistas vêem o "outro", aquele que é diferente? g) Quais são os conflitos fundamentalistas existentes no mundo hoje? Os conflitos podem se referir a questões étnicas, religiosas e ambientalistas. h) Quais são as atitudes que prevalecem no mundo hoje. As pessoas conseguem respeitar as diferenças? i) Para você o que poderia ser feito para tentar resolver os conflitos atuais existentes no mundo? A COMPARAÇÃO DA GUERRA DO VIETNÃ E DO IRAQUE Em meio à tão conturbada guerra do Iraque, a comparação com o Vietnã é inevitável. A princípio pelo pretexto alegado pelos EUA para participar da guerra do Vietnã (1964-1975), que, para vários especialistas, foi quase tão infundado quanto a tal evidência alegada pelos americanos de que o Iraque tinha armas de destruição em massa. No caso do Vietnã, tudo se iniciou em julho de 1964, quando navios americanos teriam sido atacados pelos comunistas do Vietnã do Norte ao patrulharem o golfo de Tonquin. Sabe-se que esse ataque não passou de uma desculpa para o governo americano intervir diretamente na região. Já que desde 1962, os EUA enviavam armas, dinheiro e assessores militares para a ditadura pró-capitalista do Vietnã do Sul resistir aos comunistas do norte do país. Uma vez lá, assim como hoje no Iraque, o exército americano descobriu que seu poderio bélico não era capaz de dominar a resistência vietnamita. Beneficiados com uma rede de abrigos subterrâneos e túneis, os vietcongues contra-atacavam por meio de armadilhas e emboscadas. Além disso, a transmissão pela TV das mortes de soldados americanos e de civis vietnamitas desmoronou a popularidade da Casa Branca, que foi alvo de milhares de manifestantes, durante o governo Nixon. Eles exigiam o fim de uma guerra cujo prejuízo financeiro e de vidas se tornaria insustentável. O que não é tão diferente da atual conjuntura que os EUA viveram na guerra com o Iraque. A grande diferença até o presente momento é o saldo de mortes das duas guerras, do Vietnã foram 500 mil mortos e no Iraque 132 mil (últimos dados divulgados). Nos dois casos os EUA tiveram que se retirar do território ocupado. No caso do Vietnã os EUA assinaram rendição...Foi a única vez que os EUA perderam uma guerra, não por falta de poder bélico mas por pressão da opinião pública. 1-Qual foi o pretexto para os EUA declararem guerra ao Vietnã? 2-Qual foi o pretexto para os EUA declararem guerra ao Iraque? 3-Por que EUA ajudavam os vietnamitas do sul? 4-O que ajudou os vietnamitas a resistir ao poder bélico(de guerra) dos EUA?