capa: edu argolo / ASD
Salvador, Bahia, segunda, 30.09.2013 Projeto Especial de Marketing
Este caderno é parte integrante do Jornal A TARDE. Não pode ser vendido separadamente.
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2 Parque Tecnológico coloca a Bahia entre os principais centros de pesquisa do país Inaugurado em setembro de 2012, o Parque já é um dos maiores centros de pesquisas em número de empresas voltadas para a inovação em áreas de ponta do conhecimento científico.
5 Entrevista: Paulo Câmera
Portal é um dos mais acessados do Brasil
Titular da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação afirma que o Parque Tecnológico é um importante instrumento para a construção da ambiência científica no Estado voltada às pesquisas aplicadas.
O JusBrasil nasceu na Bahia e sua sede criativa está no Parque Tecnológico. Seis jovens baianos comandam as estratégias inovadoras do portal que, a cada mês, tem mais de 8 milhões de acessos.
PAT RO C Í NI O :
ESPECIAL
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PARQUE TECNOLÓGICO Salvador, Bahia, segunda, 30.09.2013 Projeto Especial de Marketing
Parque Tecnológico comemora primeiro ano de funcionamento 26 empresas e instituições de pesquisa já atuam no Parque Tecnológico da Bahia desenvolvendo produtos e pesquisas aplicadas, há a previsão de instalação de mais 13 empresas até dezembro.
Parque Tecnológico da Bahia, vem cumprindo seu papel de dinamizar o sistema de inovação estadual
Em evento que reuniu autoridades, empresários e imprensa, no dia 19 de Setembro, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, apresentou um balanço do primeiro ano de atuação do Parque Tecnológico da Bahia. O projeto, que deverá ganhar ampliação no próximo ano com a implantação da Escola de Iniciação Científica e Parque Ambiental, terá, até dezembro de 2013, 39 empresas, ampliando o seu espaço de convergência e integração científica e estimulando a cooperação entre o Poder Público, a comunidade acadêmica e o setor empresarial, com foco no desenvolvimento de produtos e processos que tenham impactos regionais positivos. Neste período de funcionamento, o Parque Tecnológico da Bahia reuniu no mesmo ambiente os principais agentes dinamizadores voltados à geração de ideias e soluções criativas. No Tecnocentro, primeiro prédio do Parque Tecnológico, 450 profissionais já estão empregados nas 26 empresas que atuam no desenvolvimento de projetos de pesquisa em áreas diversas como hardwares e softwares, aplicativos para mobile, entre outros. Até dezembro deste ano, mais 13 empresas e instituições de pesquisa estarão instaladas no Tecnocentro. “O Parque Tecnológico da Bahia vem cumprindo o seu papel de dinamizar o sistema de inovação estadual, agregando unidades avançadas das instituições de pesquisa e empresas de base tecnológica que trabalham com pesquisa aplicada e desenvolvimento de excelência. Estamos efetivamente construindo a ambiência científica na Bahia” ratifica o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Paulo Câmera. Ele ainda faz um balanço positivo do primeiro ano de funcionamento do local. “O espaço propicia a geração de empregos de alto valor agregado, além da criação de produtos e serviços inovadores, o fomento à pesquisa científica, a utilização das novas tecnologias e a retenção dos nossos talentos no Estado”, afirma o secretário. Ampliação - A próxima etapa de obras do Parque Tecnológico da Bahia contempla a implantação do Complexo de Equipamentos Dinamizadores, composto de infraestrutura laboratorial de ponta, Escola de Iniciação Científica, Espaço Interativo/Museu Mundo
da Ciência e Parque Ambiental. Com uma área aproximada de 26 mil metros quadrados, o Complexo de Equipamentos Dinamizadores abrigará em seus laboratórios a mais completa infraestrutura de Pesquisa Aplicada da Bahia nas áreas de Biotecnologia, Nanotecnologia, Energias Limpas, Calibração de equipamentos, entre outros, tendo como foco a pesquisa em inovação, em um ambiente dotado de mecanismos eficientes de transferência de resultados para a indústria, iniciativas que garantem um grande potencial de emprego de alto valor agregado. Os Laboratórios Compartilhados permitirão a cooperação científica entre instituições e pesquisadores e oferecerão suporte à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D) em áreas como a da bioprospecção de produtos naturais da biodiversidade; o desenvolvimento e a produção de biofármacos; o desenvolvimento de kits para diagnósticos; o desenvolvimento de vacinas, terapia gênica e terapia celular; o desenvolvimento de soro regionalizado para acidentes por animais peçonhentos, atendendo às diretrizes da Política de Desenvolvimento da Biotecnologia (PDB) do país. Todos os laboratórios propostos pelas Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação, estão aptos a atenderem as normas técnicas do ISO 90 RLP e da RDC 17 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Nos laboratórios, serão desenvolvidos projetos de pesquisa baseados nas vocações científicas do Estado, utilizando o potencial das riquezas da biodiversidade da Bahia, bem como das atividades econômicas regionais. Os laboratórios especializados e os laboratórios compartilhados estão em processo de licitação para a aquisição dos equipamentos científicos. As principais instituições de pesquisa do país já formalizaram a intenção e encaminharam projetos de pesquisa aplicada para desenvolvimento nos laboratórios do Parque. Serão 13 plataformas, nas quais estão incluídas 30 linhas de pesquisa que integram parceiros públicos e privados que atuarão em conjunto compartilhando equipamentos e laboratórios. O objetivo comum é fortalecer, principalmente, a rede de pesquisa das áreas de Biotecnologia e Saúde. Os Laboratórios Especializados estarão dedicados à Saúde, às Energias Limpas e à Nanotecnologia.
Entre as instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação que já encaminharam seus projetos figuram a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), a Universidade Estadual da Bahia (Uneb), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesc), a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (Ufrb), a Escola Bahiana de Medicina, a Petrobras, a Coelba, a Biocen do Brasil e o Senai/Cimatec, a CETENE, a UNICAMP e a FioCruz. Tecnocentro - Localizado na Avenida Paralela, o Parque possui uma área de 581 mil metros quadrados e está dividido em 83 lotes, sendo 22 públicos e 61 privados. O primeiro prédio do Parque Tecnológico da Bahia, denominado Tecnocentro, foi construído baseado nos princípios da construção sustentável e concebido para ser uma referência arquitetônica, urbanística e ambiental, a partir de um projeto com cuidadoso tratamento paisagístico que preserva a cobertura da Mata Atlântica e o seu relevo. Implantado em uma área total de, aproximadamente, 25.900 m², o Tecnocentro está voltado para a área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Esse edifício principal é composto de quatro pavimentos dispostos em duas alas, com salas de uso administrativo, acesso direto e visão das áreas de circulação através de paredes em vidro temperado, além de facilidades como o piso elevado, que permite mobilidade e conectividade com energia e dados. Além de dois níveis de garagem e um piso técnico. A construção também possui um auditório para, aproximadamente, 100 pessoas, dois espaços comerciais e áreas de convivência de, aproximadamente, 450 m². O projeto foi elaborado dentro dos conceitos de sustentabilidade, com sistema a vácuo para os vasos sanitários do edifício principal; reúso de água de chuva e de águas cinzas, assim como a utilização de placas solares para o aquecimento de água para o restaurante e o vestiário; sistema de iluminação externa, com postes autônomos, contendo placas fotovoltaicas; e o sistema de climatização utiliza gás ecológico.
Cimatec terá núcleo de Bioengenharia no Parque Tecnológico da Bahia O Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) do SENAI está montando no Tecnocentro (primeira fase do Parque Tecnológico da Bahia) um laboratório de Engenharia Biomédica e um centro de pesquisa voltado para games educacionais. Além desses dois centros, o SENAI/ Cimatec construirá no Parque, futuramente, um prédio que vai abrigar todo o núcleo de Biomedicina do SENAI. O espaço vai ampliar a oferta de serviços tecnológicos e realizar pesquisas aplicadas para a indústria, principalmente nos segmentos da área da Saúde. De acordo com o diretor regional do SENAI, Leone Peter Andrade, os espaços estarão integrados com outras áreas de competência do Cimatec, atuando de forma transversal, e deverá interagir com os vários núcleos tecnológicos hospedados no Parque. “Essa aproximação com outras empresas e as universidades, todas em um mesmo local, é estratégica e fundamental para a produção de soluções tecnológicas, e só foi possível com o apoio e a parceria entre a FIEB e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti)”, afirmou Andrade. Supercomputadores – O computador mais rápido da América Latina está sendo montado na Bahia, no SENAI / Cimatec. A instituição irá adquirir dois supercomputadores que integrarão o Centro de Supercomputação para Inovação Industrial da instituição e introduzirão a Bahia no universo das chamadas pesquisas em computação de alto desempenho (HPC). A companhia de óleo e gás BG Brasil é parceira no projeto de implantação de um deles, o mais potente supercomputador da América do Sul, com capacidade para realizar de 300 a 400 trilhões de operações por segundo (TFlops), que será utilizado prioritariamente em pesquisas em geofísica. O outro supercomputador é voltado à biomedicina, energia eólica, robótica e processamento de imagens. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o SENAI Nacional e Local e o Governo da Bahia são parceiros nas duas frentes. As máquinas terão grande importância em pesquisas desenvolvidas no Estado, em áreas como Eletrônica Computacional e Indústria Automobilística, com a otimização de projetos mecânicos e térmicos, além da simulação de impactos de acidentes, e na indústria farmacêutica, onde pesquisará formulações químicas de novos produtos.
Edição: Patricia Borba PROJETO GRÁFICO/ DIAGRAMAÇÃO: Argolo S.D. [www.argolodesign.com.br] TEXTOS: Maurílio Lopes FOTOS: Claudio Heitor Revisão: Gabriela Ponce
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PARQUE TECNOLÓGICO Salvador, Bahia, segunda, 30.09.2013 Projeto Especial de Marketing
Paulo Câmera Um dos grandes desafios da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), segundo o titular da pasta, Paulo Câmera, é implantar na Bahia uma cultura tecnológica e de inovação a partir do funcionamento do Parque Tecnológico, modelo inédito de convivência entre grandes corporações de nível mundial e pequenas empresas que iniciam suas atividades de desenvolvimento de produtos, no Estado. O secretário entende que o Parque tem o papel de ajudar na construção de um novo ambiente de pesquisa na Bahia, com os pesquisadores compartilhando experiências e trocando informações. Ele ressalta a importância da articulação de esforços entre os órgãos governamentais, iniciativa privada e instituições de pesquisa para o sucesso do Parque Tecnológico neste primeiro ano de funcionamento, contando com 40 empresas instaladas e uma incubadora que apoia os empreendedores iniciantes.
A TARDE - Secretário, o que é o Parque Tecnológico? Paulo Câmera - É um conglomerado de empresas e instituições públicas que busca o desenvolvimento tecnológico de uma determinada região. Existem vários tipos e modelos. No nosso caso, criamos um espaço específico, delimitado tanto no que tange ao espaço quanto às áreas de atuação. Vamos atuar fortemente em Biotecnologia, Saúde, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Deixamos para outra etapa as áreas de Energia e Engenharias. Construímos, montamos e operamos o Tecnocentro, que hoje conta com quase 40 empresas, todas elas especializadas em Tecnologia da Informação. Este diferencial nos coloca como um dos parques com mais conteúdos no Brasil em um ano de funcionamento. AT - Qual a importância do Parque para a implantação de uma “cultura” tecnológica no Estado? P.C. - Tenho falado isso com constância. A cada pergunta a respeito do Parque, eu falo sobre a ambiência científica no Estado. Temos muito pouco no país e, no Nordeste, ela existe de forma dispersa. O que se tem são núcleos. A Universidade Federal da Bahia tem núcleos de cientistas trabalhando isoladamente. Eu diria, em forma de caricatura, que o pesquisador tem a chave da porta do laboratório dele e que a pesquisa é do pesquisador, ela não é da instituição. Este conceito da cultura tecnológica é o nosso foco, visando criar na Bahia uma ambiência científica, um ambiente cultural de cientistas que produzem e que a sua produção deve ser compartilhada entre eles e a sociedade. Temos, no mesmo ambiente físico, laboratórios compartilhados, interagindo com outros colegas de tipos de pesquisas diferentes. Este é o diferencial do Parque Tecnológico. AT - Como construir esta nova cultura? P.C. - O primeiro passo é de natureza objetiva, como o professor Barral está fazendo na FIOCRUZ, um trabalho que foi iniciado por seu antecessor: tirar a chave da mão do pesquisador; então, você tem na FIOCRUZ um computador que o pesquisador entra e programa no seu horário, outro pesquisador faz a mesma coisa na hora que for conveniente, quebrando, assim, a parte individualista da pesquisa. Com isso, você passa a ter um comportamento cultural novo. Tenho uma experiência real. Fui muitas vezes à UNICAMP e percebi que lá havia ambiência científica, e isso é o que estamos fazendo no Parque Tecnológico. No novo prédio, que será o Centro de Biotecnologia, focado em Saúde faremos essa ambiência. Já está acontecendo no Tecnocentro, onde funcionam as empresas TI. A formação da cultura científica na Bahia está em processo de construção. Um das brigas que estamos tendo é que não aceitamos projetos de pesquisa acadêmica e sim projetos que tenham produtos que sirvam à sociedade. Eu cito como exemplo o caso da pesquisadora que trabalha com peçonha, ela tira o veneno da cobra, quebra a célula dele e vai resultar em um produto utilizado em medicamentos. AT - Qual a importância da articulação de esforços entre Estado e iniciativa privada para o funcionamento do Parque Tecnológico? P.C. - Temos um problema, que começa a se transformar no Sul do país e não chegou ainda à Bahia. Nós não temos empresas de porte que façam investimentos em pesquisa, seja pesquisa aplicada, acadêmica ou em inovação. São raríssimas empresas aqui que investem nisso. Temos muita inovação na área de Tecnologia da Informação, mas saindo daí temos poucas coisas. Os fundos de investimento existem no Sul para financiar pesquisas; as empresas de pesquisa não financiam aqui, elas estão fortemente concentradas no Rio e em São Paulo. A USP, hoje, está no patamar excepcional em termos mundiais de ciência, e a Bahia precisa, agora, se agregar a isso e crescer mais fortemente, mas se as pesquisas são fundamentadas nos centros universitários, o nosso Es-
3 ENTREVISTA secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI)
‘‘A formação da cultura científica na Bahia está em processo de construção’’.
tado ficou muito atrás nesse aspecto, pois nós não tivemos o desenvolvimento de centros de pesquisas que trabalhassem a pesquisa aplicada. Há oito anos, nos só tínhamos uma universidade federal, Pernambuco já tinha três. Agora, foram criadas novas universidades. O modelo da Universidade Federal do Sul, aperfeiçoado pelo professor Naomar Alcântara, é fantástico; um embrião da UFBA, em Camaçari, com cinco cursos de Engenharia, que começa a operar em julho de 2014. Estamos, agora, começando a criar centros que poderão modificar o quadro atual da pesquisa. Ao pé da letra, há nove anos, a Bahia tinha apenas a UFBA.
Temos R$ 4,6 milhões licitados para a aquisição de equipamentos de Tecnologia da Informação e o processo de licitação objetivando a compra de equipamentos importados para os laboratórios compartilhados estará na rua em 30 dias.
AT - Qual é o papel do Parque Tecnológico no apoio às empresas iniciantes? P.C. - O avanço nos EUA e na Inglaterra é grande no financiamento de pequenas empresas. Lá, se o empreendedor tem uma ideia boa, ele entra em um site específico e coloca o seu projeto. As pessoas que se interessam, aportam pequenas contribuições (entre 50 e 100 dólares). Há um caso que trouxeram aqui: um pesquisador conseguiu, nos EUA, US$ 485 mil para um projeto de US$ 250 mil. Se o apoiador colocar US$ 50, ganha um muito obrigado, com US$ 100, recebe uma camiseta dizendo “eu aportei recursos”. Nesses exemplos, não há remuneração. É a cultura do povo querendo ver o desenvolvimento da sociedade. Temos, hoje, 20 empresas incubadas e algumas não sabem quais as linhas de financiamento disponíveis e como se formalizarem. Nosso trabalho tem o sentido de viabilizar alternativas para as empresas. No Parque, temos coisas fantásticas: uma pesquisadora está desenvolvendo uma placa para tratamento do ronco, de forma individual, moldada para cada usuário; outra incubada se especializou em classe C e D, com aplicativos voltados para a inclusão social da Tecnologia da Informação. Estamos atuando junto às empresas, registrando que elas precisam de CNPJ, de plano de negócios e de se transformarem em empreendedores. Estamos criando um conceito novo. Todos que ingressarem no Parque precisam ter a sua empresa, até mesmo para formalizar convênios com entidades de pesquisa. Há um caso de desenvolvedores que estão querendo fazer o lançamento mundial de um produto. Existem projetos muito interessantes no Parque Tecnológico.
AT - Como o Parque Tecnológico será financiado? P.C. - Existem duas questões básicas neste aspecto de financiamento. As empresas que estão no Tecnocentro, de certa forma, se financiam. Mas o cientista de Biotecnologia precisa de muitos anos para maturar os seus projetos. Estamos colocando em execução um modelo de organização social, no qual o Estado tem interferência forte, é um dos acionistas, mas a presidência desta OS não é dele e sim da sociedade. Cinco entes – universidades federais, universidades estaduais, Federação das Indústrias, Prefeitura de Salvador e do Estado - terão representantes na organização, que contratará com um gerente-executivo para realizar a gestão do Parque. A ideia é que as futuras compras nesse modelo de gestão sejam feitas de forma compartilhada e em escala, facilitando, assim, os processos.
AT - O que o Governo tem feito para captar empresas com atuação global? P.C. - O Brasil tem quase 100 parques. Nós temos 40 empresas e já estamos dentre os 13 maiores do país. Em um ano, crescemos muito graças ao esforço do governo em trazer a IBM, a Indra, a Portugal Telecom Inovação, e foi a concepção do Parque que atraiu estas grandes corporações. Este é um diferencial que está em operação. No novo prédio – Centro de Biotecnologia - teremos todas as universidades públicas do Estado nesses lotes. Dois deles foram doados à UFBA, que construirá um grande Centro de Pesquisa. O SENAI/CIMATEC construirá um grande Centro de Nanotecnologia e existem os lotes privados (62). A Legislação Municipal diz que nesses lotes só podem ser construídos prédios focados em Ciência e Tecnologia, mantendo, assim, a característica do Parque. O Estado construirá mais três prédios e esperamos que as empresas privadas venham, se instalem lá nos lotes direcionados a elas e invistam em Ciência e Tecnologia. AT - Como o Parque Tecnológico estará em dezembro de 2014? P.C. - Estamos com investimentos de R$ 70 milhões para a construção do Centro de Biotecnologia. Ainda este ano iniciaremos a obra e compraremos os equipamentos para o prédio, ganhando tempo em relação aos processos burocráticos. Quando acabar a construção, já estaremos com os equipamentos, até porque muitos deles precisam ser colocados antes do término das obras, em função de grande porte deles. Já os compraremos este ano.
AT - Em quanto tempo os resultados estarão disponíveis para a sociedade baiana? P.C. - Temos projetos com resultados de curto prazo oferecidos pela startups, e também os de médio e longo prazo. No geral, os projetos exigem entre dois, cinco e dez anos.
AT - Quais as outras vantagens oferecidas pelo Estado aos pesquisadores? P.C. - Nós proporcionamos espaço físico e equipamentos, além de concessão de bolsas entre R$ 3 e R$ 14 mil. O pesquisador entra com sua expertise e conhecimento, visando instaurar uma nova cultura de inovação na Bahia e um ambiente científico de compartilhamento. AT - Qual o papel da Secretaria na interlocução com outros órgãos do Governo do Estado? P.C. - É uma área extremamente especializada e a interlocução da Secretaria é com as nossas universidades estaduais, além da Faculdade Bahiana, que também está incluída, e o Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste; e estamos trazendo a UNICAMP para desenvolver o projeto de Bioinformática, além de instituições públicas e privadas de fora, a exemplo de uma empresa cubana que realizará pesquisa no Parque. AT - De que forma o Parque Tecnológico impôs um novo modelo de gestão à SECTI? P.C. - O novo modelo de gestão que propomos retira do Estado o poder político, no sentido comum, de interferir nas diretrizes do Parque. Claro que isso significa a existência de um plano de metas e objetivos definidos, mas sem os problemas tradicionais de gestão – contratar profissionais, comprar os componentes para o laboratório. Isso vai ser fiscalizado pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Tribunal de Contas da União, quando tiver dinheiro da União. Os componentes institucionais de segurança vão fazer parte da fiscalização, mas não da gestão. Não será preciso fazer licitação para comprar 100 gramas de componente químico, nem para consertar um equipamento que precisa de reparo em 24 horas. Pesquisa não se congela e precisa de agilidade na resolução dos problemas. O modelo de gestão vai ser privado com componente público, mas suficientemente afastado da burocracia estatal. AT - O Senhor acredita que o Parque Tecnológico conseguirá “repatriar” pesquisadores baianos? P.C. - Nossas bolsas estão na faixa de R$ 3 mil e R$ 14 mil. São livres de impostos e têm capacidade de atrair pesquisadores. Estes números podem ser elementos para repatriar pesquisadores, mas eles não vêm para cá ape-
nas em busca de salários, mas da cultura científica e de uma ambiência na qual eles possam discutir os seus projetos. Minha ideia era deixar viva, aqui dentro, a mentalidade de que precisamos montar um programa específico para atrair pesquisadores, acenando a esse pessoal com as linhas de pesquisa desenvolvidas no Parque Tecnológico. Qual a importância da iniciação cientifica para o Estado da Bahia? P.C. - O Governo do Estado implantou na FAPESB um programa de bolsas de iniciação científica. Estamos montando um projeto para disseminar a cultura de iniciação científica no interior, que funcionará em praças públicas com um monitor treinando ensinando Física e conceitos de Mecânica com brinquedos. No Parque Tecnológico, montaremos uma Escola de Iniciação Científica, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, que terá um instrumental à disposição dos estudantes, que apreenderão conceitos de Mecânica, Física e Química na prática. Quais as perspectivas que se abrirão com o funcionamento do supercomputador? P.C. - Eu colocaria esta questão em dois degraus: do gás e do petróleo, voltado para a BG e Cimatec. O equipamento será instalado em três anos. A Bahia vai dar um salto altamente qualitativo nas duas áreas de pesquisa. Existe outro computador, não tão potente como o supercomputador, que estamos discutindo com o SENAI, e vai servir para o uso dos pesquisadores das universidades estaduais, com o objetivo de constituir uma massa crítica nessas áreas sofisticadas para mudarmos o nosso perfil. Vamos contratar um profissional para discutir estas questões com o SENAI-Cimatec para fazer esse diferencial. Qual o legado que o Governo deixará para a Bahia no campo da pesquisa? P.C. - Pela primeira vez, o Estado fez um esforço agregado para criar um novo patamar de desenvolvimento dos nossos núcleos de pesquisa e da mentalidade dos pesquisadores. E, assim, criar esta ambiência de pesquisa, para que a Bahia se transforme em referência.
edital Lançado edital para a instalação de incubadora de empresas criativas Empresas baianas vão ganhar um novo espaço para desenvolver todo o seu potencial criativo e inovador. A Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação da Bahia – SECTI – está com edital aberto para inscrições de empresas criativas que desenvolvam produtos ou serviços nas áreas de conteúdo digital (softwares, aplicativos, games e multimídia), audiovisual (cinema, vídeo e animação), design, fotografia e música, que façam uso intensivo das Tecnologias da Informação e Comunicação. “A Bahia precisa estar em consonância com a tendência mundial de investimentos neste segmento, e a incubadora ÁITY CRIATIVA vai atuar na preparação desses novos empreendimentos, capacitando os jovens e ampliando a cultura inovadora do Estado”, ressalta Paulo Câmera, secretário estadual de Ciência Tecnologia e Inovação. Os interessados podem inscrever-se até o dia 18 de outubro. A participação no edital é gratuita e o acesso ao seu conteúdo e anexos pode ser obtido no site www.secti.ba.gov.br.
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Tecnologia e inovação geram divisas para o Estado A ZCR Informática é uma das maiores empresas instaladas no Parque Tecnológico e seus produtos são comercializados em Portugal, Espanha e Angola, tanto para a inciativa privada quanto para os governos. Segundo Rubén Delgado, diretor da ZCR, a instalação no Parque Tecnológico deu outra musculatura à empresa, por conta do ambiente de inovação que permite a troca de experiências e de tecnologia. “Desenvolvemos softwares inovadores para grandes e médias empresas e temos, hoje, atuando no Parque Tecnológico, 60 funcionários que só pensam nas soluções dos problemas de nossos clientes”, afirma. A atuação no exterior, com a exportação daquilo que é desenvolvido exclusivamente na Bahia, gera divisas para o Brasil e para o Estado. Em Angola, a empresa mantém negócios com o governo do país na implantação de soluções voltadas ao atendimento dos cidadãos angolanos via internet, modernizando a prestação de serviços de diversos órgãos governa-
mentais. Para Delgado, a criatividade está diretamente ligada à inovação e a Bahia tem em seu o DNA a capacidade de se sobressair em diversas áreas com a criatividade inata de seu povo. “O Parque Tecnológico juntou pessoas que trabalham criativamente e com foco exclusivo em inovação, resultando em grande sucesso neste curto período de tempo de atividades”, salientou. A ZCR desenvolveu o sistema de licenciamento ambiental do Estado da Bahia e a partir da implantação da ferramenta foi possível diminuir o tempo de tramitação das solicitações, que eram de seis meses, para alguns dias. Para demonstrar a importância da tecnologia, Rubén Delgado cunhou uma frase, que, segundo ele, resume o papel desenvolvido por sua empresa e as similares instaladas no Parque Tecnológico: “Em toda inovação, bate um coração de software, e na Bahia, isso acontece no Parque Tecnológico”.
Rubén Delgado, diretor da ZCR Informática
‘‘Em toda inovação, bate um coração de software e, na Bahia, isso acontece no Parque Tecnológico’’. Rubén Delgado
Produtos genuinamente baianos conquistam o mercado internacional Fundada em 2006 e funcionando no Parque Tecnológico desde Julho de 2012, mesmo antes da inauguração oficial, a Softwell Solutions é um case de sucesso nos mercados baiano, nacional e internacional. Com, aproximadamente, cinco mil clientes, os seus produtos são utilizados em empresas da Europa, Estados Unidos, Japão e África, demonstrando a competência dos inovadores baianos. Adriano Barbosa, coordenador de serviços da Softwell, entende que a instalação do Parque Tecnológico proporcionou a constituição de um “ecossistema” com foco exclusivo na inovação, integrando empresas e possibilitando a construção de sinergia entre elas. “Aqui, estamos trocando experiências entre empresas locais e grandes corporações mundiais do segmento de tecnologia”, pontuou, acrescentando que “a visibili-
dade do Parque Tecnológico impactou nos negócios”. Todas as plataformas utilizadas pelos clientes são concebidas e desenvolvidas na Bahia. A Softwell é a única empresa de tecnologia da informação da América Latina que tem como sócio o Banco Mundial, por intermédio de seu braço financeiro, o International Finance Corporation (IFC), cujo aporte de capital no montante de US$ 9 milhões foi realizado em 2009 para o desenvolvimento de novos produtos. Desde 2007, a empresa está instalada no Parque Tecnológico de Óbidos, cidade portuguesa que fica a, aproximadamente, 60 km de Lisboa. “A Softwell tem orgulho de ser uma empresa baiana e, a partir de nossa instalação no Parque Tecnológico do Estado, vislumbramos grandes oportunidades de negócios”, afirmou o coordenador.
Adriano Barbosa, coordenador de serviços: visibilidade impactou positivamente os negócios da empresa. Produto Softwell
‘‘Confiamos tanto no potencial deste equipamento inovador na Bahia que estamos buscando atrair parceiros para o Estado e o melhor local é, sem dúvida, o Parque Tecnológico’’. André Abreu, gerente de Negócios da LSITEC
Banda Larga para a Zona Rural Um dos projetos mais ousados do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico Nordeste (LSI-TEC) é o desenvolvimento de um sistema que permitirá aos moradores da zona rural de todos os Estados brasileiros terem acesso à internet de banda larga. O LSI-TEC obteve benefício financeiro do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica do Estado da Bahia (INOVATEC) para desenvolvimento do projeto Banda Larga Rural. O objetivo é o desenvolvimento de protótipos de equipamentos para provisão do Sistema de Rádio Cognitivo no novo padrão IEEE 802.22, desenvolvido especificamente para banda larga de áreas rurais com baixa densidade populacional. As principais vantagens do novo padrão são o maior raio de
abrangência da estação rádio base, que se estende de 33 a 100 Km, e a capacidade de utilização de frequências livres para a transmissão de dados. O LSI-TEC atua em três grandes áreas. Na primeira, estão incluídos os circuitos integrados de microeletrônica (microchips) para o projeto de internet rural. Aparelho auditivo, com financiamento do BNDES, que será produzido por uma empresa do Sul do país. Ainda nesta área, está sendo desenvolvido o projeto de medidor de qualidade de energia, que quando estiver em pleno funcionamento, deverá ser capaz de registrar a oscilação da tensão, variação da frequência, consumo e potência. As distribuidoras de energia são clientes po-
tenciais do produto. De outro lado, de acordo com André Abreu, gerente de negócios do LSI-TEC, grandes consumidores de energia, a exemplo de hospitais e indústrias, também poderão utilizar o equipamento com o objetivo de detectar se o quantitativo de energia contratado ou pago está, de fato, sendo entregue pela empresa de energia. A segunda área inclui o desenvolvimento de games, voltado ao público adolescente de língua portuguesa, e o aplicativo N CHECK IN, que é um rastreador de celular voltado para empresas que atuam com força na área de vendas. O vendedor faz a anotação dos pedidos dos clientes e a empresa controla a sua movimentação no espaço geográfico. Este aplicativo
já vem sendo usado por clientes de diversos Estados brasileiros. Na terceira grande área de atuação, o LSI-TEC atende concessionárias de distribuição de energia no estudo de viabilidade de painéis fotovoltaicos e no desenvolvimento de sistema de compartilhamento de recursos (pessoal, veículos e equipamentos). A exemplo de outros gestores, Abreu ressalta a importância da atuação próxima das empresas instaladas no Parque Tecnológico e a interação que está sendo construída entre elas. “Confiamos tanto no potencial deste equipamento inovador na Bahia que estamos buscando atrair parceiros para o Estado e o melhor local é, sem dúvida, o Parque Tecnológico”, salientou.
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Empresa desenvolve produtos para pacientes com Parkinson O Parkiglove, aparelho ainda em estudo, pode melhorar a qualidade de vida de pacientes com Parkinson Mestrando em Medicina na Universidade Federal da Bahia, o engenheiro eletricista Victory Fernandes é um dos três sócios da Brunian Ltda, empresa que funciona na incubadora do Parque Tecnológico e atua no desenvolvimento de produtos para área de Saúde, principalmente com foco na melhoria da qualidade de vida de pacientes com a doença do mal de Parkinson. O MDG Multideglutógrafo é um aparelho não invasivo, portátil e capaz de avaliar o padrão de deglutição dos pacientes. Monitora sons, tempos, deslocamentos das estruturas envolvidas no processo de deglutição, além de avaliar sua sincronia com o processo de respiração e de comparar esses parâmetros com padrões dados como saudáveis para determinar quantitativamente se há alterações que possam sinalizar aspiração silenciosa ou demais desvios do padrão de deglutição. Segundo Victory, os pacientes com Parkinson, em função da dificuldade de deglutição, acabam compro-
metendo os pulmões por conta da aspiração da alimentação. “O aparelho monitora o tráfego da alimentação no sentido de proteger os portadores da doença”, afirma. Objeto de estudo do mestrado, o Parkiglove tem como objetivo medir os tremores ocasionados pela doença e possibilitar a consolidação de informações sistematizadas para que os médicos prescrevam quantitativos de medicamentos adequados para cada paciente, gerando, com isso, mais qualidade de vida. “A partir das informações, a quantidade de droga poderá ser reduzida com impactos, inclusive, na diminuição dos custos da saúde pública”, informa Victory. A primeira versão do equipamento já foi validada do ponto de vista da engenharia e a etapa seguinte terá validação em termos médicos com a utilização por pacientes acometidos pela doença. O projeto conta com recursos da FAPESB. O software que valida os dados captados pelo aparelho também foi desenvolvido pela empresa.
Victory Fernandes, sócio da Bruniam
‘‘O aparelho monitora o tráfego da alimentação no sentido de proteger os portadores da doença’’. Victory Fernandes
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PARQUE TECNOLÓGICO Salvador, Bahia, segunda, 30.09.2013 Projeto Especial de Marketing
JusBrasil está entre os dez portais mais visitados no país Empresa emprega tecnologia de ponta para organizar e tornar acessíveis informações jurídicas de todo o Brasil Maior portal de informação pública do Brasil, o JusBrasil, empresa baiana que nasceu em 2008, funciona no Parque Tecnológico em um ambiente que convida à quebra da formalidade, mas é, acima de tudo, um negócio de sucesso que atraiu o interesse de um fundo de investimento de São Paulo, hoje parceiro dos seis sócios do portal após “entrar” com considerável montante de recursos. Segundo Rodrigo Barreto Santos, sócio-fundador do JusBrasil e diretor financeiro operacional, é confortável trabalhar no Parque Tecnológico em razão das possibilidades de trocar experiências e da convivência entre as empresas. Notícias políticas e jurídicas, leis, decisões dos tribunais e diários oficiais e de justiça compõem o conteúdo do Jus Brasil, que, hoje, se posiciona entre os dez portais de maior audiência no Brasil, em uma lista em que estão marcas de grandes corporações de comunicação. A cada mês, cerca de 8,5 milhões de pessoas acessam o conteúdo do portal e os internautas de São Paulo estão em primeiro lugar, com 30% dos acessos. Para Rodrigo, o grande diferencial do Jus Brasil, desde o início de suas atividades, foi conjugar em um único espaço virtual todas as informações que estavam dispersas e sem qualquer organização em centenas de sites nos quais são veiculadas informações públicas de diversas naturezas. “Os softwares que desenvolvemos e aperfeiçoamos ao longo dos últimos anos fazem a coleta das informações e estabelecem o processo de
organização de milhões de textos, facilitando, assim, a consulta”, afirma. Ele diz que a receita do Portal tem origem na publicidade veiculada e nos pagamentos feitos por advogados de todo o Brasil para acessar conteúdos específicos, sistematizados pelo JusBrasil. O modelo de negócios da empresa projeta o crescimento das receitas oriundas do acesso de profissionais do Direito e a diminuição da veiculação publicitária. Rede - No mês de julho, uma grande novidade foi lançada e já está atraindo a atenção dos internautas interessados no conteúdo disponível: a rede social do JusBrasil, que tem o objetivo de congregar profissionais interessados em assuntos similares. As estatísticas do Portal indicam que, em média, cinco mil pessoas ingressam diariamente na rede social do Jusbrasil e o Estado Paraná, por razões ainda não detectadas, ocupa o primeiro lugar em termos de adesão e origem do tráfego. No entendimento de Rodrigo, o portal se transformou em uma relevante ferramenta de trabalho para os advogados de todo o Brasil, que evitam a perda de tempo em buscas sem os resultados esperados por conta da capacidade dos softwares desenvolvidos na Bahia congregarem milhares de informações que estariam em ambientes virtuais diferentes. A expectativa dos sócios é continuar investindo no negócio e melhorando a prestação dos serviços aos usuários já fidelizados e buscando novos internautas.
‘‘É confortável trabalhar no Parque Tecnológico em razão das possibilidades de trocar experiência e da convivência entre as empresas’’
Rodrigo Santos e Thiago Albuquerque: a expectativa é sempre melhorar a prestação do serviço
Ambiente de trabalho descontraído da JusBrasil, no Parque Tecnológico
Rodrigo Barreto Santos, sócio fundador do JusBrasil e diretor financeiro/operacional
Empresa desenvolve equipamento móvel para a acessibilidade Empresa incubada, a Imago Desenvolvimento de Produtos foi fundada em 2009 por três estudantes de Engenharia Mecânica e esteve vinculada, inicialmente, à incubadora da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Hoje, ela atua sob a orientação da incubadora do Parque Tecnológico, que tem como objetivos assegurar os meios para a sobrevivência e o crescimento das empresas. Segundo Vinicius do Rego Dias, um dos três sócios da Imago, a troca de serviços entre empresas abrigadas sob o guarda-chuva da incubadora é uma realidade e abre perspectivas de negócios entre aqueles que ainda são considerados pequenos empreendedores. Para Vitor Trigo, outro sócio, só o fato de a empresa funcionar no Parque já estabelece uma nova percepção dos potenciais parceiros de negócios. “Os clientes olham para esta estrutura e nos veem com outros
olhos”, diz. A Imago desenvolve equipamentos para promover a acessibilidade de pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida e na prestação de serviços de pesquisa e desenvolvimento, com o objetivo de solucionar problemas apresentados por clientes que possuem demandas específicas, mas não sabem como encontrar as soluções técnicas para tornar o seu equipamento viável e com o funcionamento adequado. Produto da Imago, o equipamento móvel para a acessibilidade, que pesa 140 kg, é uma espécie de elevador para pessoas que não podem subir degraus de até dois metros de altura, e já tem feito sucesso no mercado de Salvador. Ao invés de ser vendido, ele é alugado. Os dois sócios acreditam no potencial da empresa e nas possibilidades que o Parque Tecnológico abrirá para eles nos próximos meses.
IMAGO
Vinícius Dias e Vitor Trigo, sócios da Imago
‘‘Os clientes olham para esta estrutura e nos veem com outros olhos’ Vitor Trigo, sócio
ESPECIAL
PARQUE TECNOLÓGICO
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Salvador, Bahia, segunda, 30.09.2013 Projeto Especial de Marketing
Tecnologia e inovação são as bases do sucesso Parque Tecnológico oferece apoio em áreas fundamentais para o crescimento e a solidificação dos empreendimentos A convivência da tríplice hélice – empresas, governo e academia – no espaço do Parque Tecnológico garantiu o sucesso do empreendimento em um ano de funcionamento. A afirmação é de Leandro de Oliveira Barreto, coordenador-executivo do Parque Tecnológico, que ressalta os avanços atingidos ao conjugar em um mesmo espaço físico empresas de base tecnológica e profissionais focados em inovação. Segundo ele, a implantação de um sistema local de inovação é o grande mote do Parque Tecnológico, que está apto a oferecer apoio às empresas nascentes em áreas fundamentais para o crescimento e a solidificação dos empreendimentos. “Aqui, propiciamos apoio na modelagem do negócio e em diversas áreas – marketing, jurídica, contábil – fundamentais para a sustentabilidade das empresas”, salienta. Leandro destaca o empenho da equipe da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação visando
construir as condições possíveis para o funcionamento sistêmico do Parque Tecnológico, que lida tanto com grandes corporações de nível mundial quanto com empresas locais em processo de desenvolvimento de ideias e produtos. A integração dos órgãos estaduais que atuam na área de inovação também é citada pelo coordenador do Parque Tecnológico como elemento estruturante de uma nova cultura no Estado da Bahia. Ele cita o Programa Inovatec da SECTI e o trabalho da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado da Bahia (FAPESB) como ações importantes para o desenvolvimento deste modelo inovador vigente no Parque Tecnológico. Representantes de embaixadas estrangeiras, grupos de estudantes universitários e executivos de empresas nacionais e estrangeiras visitaram o Parque Tecnológico neste primeiro ano de funcionamento. “O empreendimento se transfor-
mou em referência na Bahia e nosso auditório tem sido solicitado para a realização de eventos que tratam de inovação”, revela Leandro. O contato com os estudantes tem como objetivo principal fomentar o empreendedorismo inovador e incentivar os interessados na área tecnológica em ingressar neste vasto campo do conhecimento. Com o primeiro prédio já completamente ocupado, planeja-se ampliar a área construída para agregar novas instituições de pesquisa e empresas que colaborem com o desenvolvimento da cultura da inovação no Estado. “A Petrobras e a Universidade Federal da Bahia articulam uma parceria, que funcionará aqui no parque, visando implementar pesquisas na área de campos maduros de petróleo”, salienta Leandro, demonstrando grande expectativa quanto aos futuros passos e conquistas possíveis quando o Parque Tecnológico estiver funcionando de forma ampliada.
Dossier Digital desenvolve produtos e ferramentas para o pequeno empreendedor
Letícia Lisboa, gerente da Dossier: empresa já capacitou 200 jovens para o mercado de trabalho
Letícia Lisboa, sócia-gerente da Dossier Digital, empresa abrigada na incubadora do Parque Tecnológico, é uma apaixonada pelo desenvolvimento de produtos para a classe C que tenham impactos sociais e econômicos para este segmento da população. Com vasta experiência em desenvolvimento de produtos para grandes corporações, inacessíveis à emergente classe C, ela focou a atuação da empresa também em projetos sociais, visando oferecer ferramentas para que o pequeno empreendedor controle de maneira eficiente e eficaz as suas atividades, com ganhos em qualidade das informações geradas e melhoria da rentabilidade. Surgida em 2007, a Dossier Digital é credenciada pelo SEBRAE e aposta no modelo de negócio
que coloca em prática por entender que existe um amplo mercado a ser atendido por suas duas linhas de atuação. A experiência de desenvolver, em 2009, aplicativos simples para a área de Saúde revelou que o caminho escolhido estava correto. A plataforma MeuSoft tem como objetivo ajudar os jovens a desenvolverem aplicativos que possam impactar positivamente no seu dia a dia. “Com a capacitação profissional que proporcionamos, o filho de um dono de uma pequena oficina de conserto de veículos poderá desenvolver um aplicativo que sirva à melhoria dos processos”, afirma Letícia. A empresa já capacitou 200 jovens em dois projetos-piloto em parceria com a Eletrobrás e o Instituto João Carlos Paes Mendonça. A NESsT também apoia a Dossier Digital. Até o final do ano, a loja de apli-
cativos meusoft.com.br estará disponível nas redes sociais. Prêmios - A SAP, maior comercializadora de softwares do mundo, premiou a Dossier Digital dentre 370 projetos do mundo inteiro apresentados no desafio “Construir a Base”. Foi o primeiro prêmio internacional da empresa. O MeuSoft, negócio social da Dossier Digital, já havia sido premiado e reconhecido em nível nacional pelos Empreendedores Criativos, Artemísia Negócios Sociais, FINEP e FAPESB. “A gente começa o sonho pequenininho, pensando localmente e agindo com a comunidade que nos cerca. A possibilidade de ter impacto na base da pirâmide, não só na Bahia ou no Brasil, mas no mundo, é muito gratificante. E, hoje, sei que a gente pode fazer isso”, registra Letícia.
Leandro Barreto: apoio em diversas áreas para empresas nascentes
‘‘Aqui, propiciamos o apoio na modelagem do negócio e em diversas áreas – marketing, jurídica, contábil – fundamentais para a sustentabilidade das empresas’’.