Hospital EngCare

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HOSPITAL ENGCARE – MODELOS DE SISTEMAS SUSTENTÁVEIS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Anderson AMORIM, Bruna CALISTRATE1, Cleber MACHADO, Demétrius AMARANTE, Lucas OLIVEIRA, Marcio MORATO, Marco VIANA FILHO, Marcos MOREIRA, Rafael GUABIROBA, Vinicius PEREIRA. Universidade Fumec - Faculdade de Engenharia e Arquitetura (FEA) Rua Cobre, 200, Bairro Cruzeiro, Belo Horizonte/MG, Brasil Resumo: Para melhor entendimento dos sistemas inerentes ao adequado desempenho de um hospital autossustentável e servir de modelo para futuros projetos, foi criado o Hospital EngCare. É uma unidade de saúde completa, projetada e pensada por estudantes de diversas engenharias, que atende e se adequa a todas as normas vigentes, tendo por objetivo: a sustentabilidade em seus processos e eficiência energética; inovações tecnológicas na utilização dos gases medicinais, energias renováveis e especificações do sistema de ar condicionado; redução de custos; segurança dos usuários e equipamentos com o sistema de proteção a descargas atmosféricas; e automação do seu sistema de informação hospitalar. Palavras Chave: Ar condicionado. Sistema de informação. Gases medicinais. SPDA. Hospital sustentável. Abstract: The EngCare Hospital was created for a better understanding of the systems that account for the proper performance of a self-sustainable hospital and to be a role model for future projects. It is a thorough health care unit, designed and conceived by engineering students of different areas, that cares for and attends to all applicable regulations, aiming at: sustainability in its processes and energy efficiency; innovations on the use of medical gases, renewable energy sources and air conditioning system specifications; costs reduction; safety of users and equipment with the lightning protection system; and the automation of its hospital information system. Keywords: Air conditioning. Information system. Medical gases. Lightning protection system. Sustainable hospital.

1. INTRODUÇÃO O Hospital EngCare, pensado e projetado por acadêmicos em engenharia, pratica o código de ética que afirma que a profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na intervenção sobre os ambientes naturais e construídos. Visto que o setor de saúde brasileiro sofre com vários problemas estruturais por falta de fomento a iniciativas que buscam soluções sustentáveis e econômicas a estas carências, o projeto foi focado: na eficiência energética da climatização; nas energias renováveis; na proteção aos equipamentos e usuários; e no uso de novas tecnologias no sistema de gases e de obtenção de energia. De modo a oferecer a melhor qualidade dos serviços prestados, otimizando custos e 1

a224701073@fumec.edu.br.

servindo como modelo empreendimentos.

para

novos

Localizado na Avenida Presidente Tancredo Neves S/N, no bairro Castelo em Belo Horizonte (-19.875688:-43.992771), o hospital foi planejado levando em consideração: a deficiência de unidades de saúde nesta região da cidade - Pampulha, por possuir vários bairros em crescimento populacional; e a mobilidade urbana, já que o acesso ao hospital é feito for avenidas em boas condições e corredores MOVE, que podem ser utilizados por veículos de emergência. Utilizando disciplinas já cursadas pelos integrantes da EngCare, foi possível realizar o dimensionamento da malha de aterramento (NEE603) e, também, o projeto arquitetônico do hospital (NIC600) com orientações da arquiteta hospitalar Fernanda Salim.


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No apêndice 1 do anexo constam os dados de localização, projeto arquitetônico e perspectivas do Hospital EngCare. 2. SISTEMA DE AR CONDICIONADO NOS HOSPITAIS O sistema de ar condicionado (SAC) de um hospital é bastante complexo e importante, ele controla a temperatura, a umidade, a movimentação, a renovação e a qualidade do ar em um ambiente, contribuindo no tratamento dos pacientes e no combate de doenças de transmissão por via aérea, diminuindo os riscos de infecções hospitalares. Contribui, também, no desempenho adequado dos equipamentos médicohospitalares de acordo suas condições especificas de temperatura e umidade para funcionamento. Uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) abriga doentes em estado crítico grave e, portanto, o nível de agentes contaminantes no ar é extremamente alto. O setor de ar condicionado do hospital é responsável por purificar o ar das salas cirúrgicas, das UTIs, dos pós-operatórios, das enfermarias, do pronto atendimento e das Centrais de Material e Esterilização (CME). É necessário um controle feito por computadores e técnicos que se revezam em turnos para que o SAC esteja sempre dentro dos parâmetros pré-determinados pelas normas: NBR 7256, NBR 16401, NR 17 e RDC nº 50-2002. O SAC deve manter as salas a uma temperatura ambiente de 21° C, uma umidade relativa entre 35-45%, filtrar continuamente o material particulado trazido pelo ar exterior e os gerados internamente pelo ar recirculado, visando à redução de acumulo de poluentes nos dutos do sistema e nos ambientes a níveis aceitáveis. Os técnicos têm a responsabilidade de fazer a manutenção dos dutos de ar, a regulagem da temperatura e da umidade e a troca de filtro, entre outras ações para garantir o correto funcionamento do SAC, o bem estar e conforto dos pacientes.

2.1.

Pronto Atendimento (PA)

É um dos mais importantes setores de um hospital, que abrange desde salas consultório a salas de pequenas cirurgias, e cada ambiente necessita de uma determinada regulagem para o SAC. Tais ambientes são divididos de acordo com seus riscos potenciais: 

Semicrítico: os condicionantes ambientais para estas áreas não são muito importantes, não necessitando de muitos cuidados e sua instalação não possui necessidades específicas, portanto a temperatura e a umidade podem ser reguladas de acordo com o conforto dos funcionários e pacientes. o Para o Posto de Enfermagem, a Sala de Serviços, a Área de Escovação e os Consultórios indiferenciados a ventilação e a exaustão podem ser diretas ou indiretas; o Para as Salas Coletivas de Observação, há necessidade de ventilação e exaustão direta.

Crítico: necessita de cuidado específico no controle da temperatura e na instalação, especialmente na filtragem. A temperatura ideal neste ambiente está entre 21-24° C e a umidade ideal entre 4060%, a ventilação necessária é feita através de climatização artificial e exaustão mecanizada. o Para a Sala de Isolamento e a Sala de Emergências, a instalação deve ser feita com filtragem mínima de insulamento G4; o Para a Sala Procedimentos Especiais, a umidade ideal está entre 40-60% e a instalação deve ser feita com filtragem mínima de insulamento G3+F7.

Os parâmetros foram estipulados conforme as normas citadas acima e estão presentes no apêndice 2 do anexo.


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3. SISTEMAS HOSPITALARES

ELÉTRICOS

3.1. Sistema de Proteção a Descargas Atmosféricas (SPDA) Segundo as NBRs 5410 e 5419, a normativa estrangeira NFPA-80, e o Professor da Universidade Fumec e engenheiro eletricista Elmo Alves, é de suprema importância um correto projeto e execução do dimensionamento da malha de aterramento e todo o SPDA, que tem, entre suas finalidades, a função de: proteger usuários e equipamentos; escoar correntes, cargas estáticas e descargas atmosféricas; fazer com que os sistemas de proteção elétrica funcionem adequadamente e eliminar fontes de distúrbio e interferências elétricas, algo muito frequente no setor de imagiologia médica. No apêndice 3 do anexo, constam os cálculos de dimensionamento da malha de aterramento do Hospital EngCare. 3.2. Projeto Elétrico de Energia de Emergência Todo hospital necessita de um projeto elétrico de emergência para que possa continuar prestando assistência à saúde, mesmo em situações adversas, como a queda de energia nas proximidades da instalação. Para isso, foi feito um projeto elétrico de grupo gerador com especificação técnica para o Hospital EngCare. 3.2.1. Memorial Descritivo e Proteção O presente projeto tem como objetivo a aquisição e a instalação eletromecânica de um grupo gerador de 375 kVA, blindado às condições atmosféricas, para atender a falta de energia em regime contínuo. Para isso, o regime de alimentação deverá ser construído em cabo de cobre isolado 3 x 185 mm², que suporte a tensão nominal de 1kV, de extensão de aproximadamente 10 metros. A malha de aterramento será construída com 12 hastes de tipo cobreada de 5/8’’ x 2.400 mm, sendo ampliada até obter resistência de aterramento de, no máximo, 10 Ω. Esta deve ser devidamente interligada às partes metá-

licas da construção, a equipamentos sem tensão e aos para-raios por cabos de cobre nu, bitola de 50 mm². Deverá possuir, também, dois níveis de dispositivos de proteção: 

Contra sobre-tensão: instalada no poste de entrada da subestação com três pararaios de material polimérico, um por fase, equipados com disparador automático e 10 kA;

Contra curto-circuito: instalada na estrutura de derivação de chaves fusíveis indicadoras com elos e fusíveis de 10-15 kA.

3.2.2. Especificações do Grupo Gerador O grupo gerador deverá dispor de: motor movido a diesel arrefecido a água; filtro de óleo e de combustível com separador de água e válvula de dreno de óleo lubrificante incorporados; motor de partida elétrica e alternador em 12 VCC; governador eletrônico; filtro de ar para trabalhos normais; alternador com enrolamento único; escapamento e proteção acústica hospitalar de 29 dB; bateria montada na base do grupo gerador; potência nominal de 375 kVA-345 kW em regime stand-by; tensão de saída com máxima de +31%; fator de potência entre 0,8-1,0 com qualquer nível de carga (entre vazio e pleno); queda de rotação de até 5%; sistema de preaquecimento; carregador de baterias; chave de transferência automática; tanque externo; carenagem silenciosa. 3.2.3. Especificações do Alternador O alternador deverá dispor de: rolamento único sem escovas; campo rotativo com 4 polos; tela de proteção à prova de gotejamento; classe de isolação H; grau de proteção IP 23; impregnação a vácuo; sistema de arrecimento IC 01; enrolamento de amortecimento interconectado; excitatriz de corrente alternada; unidade retificadora rotativa. Para maior grau de proteção: o enrolamento do estator deve possuir revestimento epóxi; o rotor e a excitatriz devem estar impregnados com resina de poliéster; rotor balanceado dinamicamente BS 5625 grau


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2,5; rolamentos blindados, com lubrificantes permanentes; conexões em 127/220 V. 3.3.

Energias Renováveis

Hoje em dia, usufruir de energia renovável é de suma importância, com base na alta demanda de energia necessária para um hospital, é de extrema necessidade o uso de alguma fonte de energia renovável. O Brasil é um país privilegiado por sua posição geográfica, com isso a exploração de fontes de energia, como a solar, é uma maneira de aproveitar e criar oportunidades de reutilização energética. Para isso, o Hospital EngCare dispõe de uma longa faixada de vidro, com cerca de 910 m², que, além de permitir a iluminação natural economizando energia elétrica, serve para a implantação de uma inovadora tecnologia de captação de energia fotovoltaica desenvolvida pela empresa incubadora Ubiquitous Energy. Foi criada uma película com a finalidade de ser aplicada em vidros para a captura de raios ultravioleta, sendo aplicada por toda a área de captação do edifício, como visto na figura 6 no apêndice do anexo. O funcionamento desta película é simples: ao ser aplicada ao vidro e exposta à luz solar, a irradiação a esquenta; a película começa a brilhar com os raios ultravioleta; e a energia capturada é transformada em eletricidade utilizável pelas células fotovoltaicas, que ficam localizadas nas bordas da vidraria. A instalação e manutenção deste equipamento são de baixo custo. O Hospital EngCare, utilizando esse sistema, se tornará modelo de eficiência energética e, como esta tecnologia é desenvolvida por estudantes universitários, também fomenta o investimento e o desenvolvimento de empresas incubadoras em universidades, o incentivo à pesquisa e o desenvolvimento tecnológico sustentável. 4. SISTEMA DE HOSPITALAR (SIH)

INFORMAÇÃO

Os sistemas de arquivo médico baseados em computadores, contribuem significativa-

mente para a melhoria da qualidade do tratamento e o controle dos custos de saúde, além de facilitar o acesso aos serviços disponíveis. Um sistema de arquivo médico é o conjunto de componentes que forma os mecanismos para que os prontuários sejam criados, usados, armazenados e acessados, fazendo parte de um SIH, tendo como foco central os dados clínicos, visando à automação do prontuário, a redução do uso de papéis e o monitoramento de chamadas de emergência através de alarmes. 4.1.

Integração do SIH

Um SIH integrado consiste de dois componentes: hardware e software, e contém diversos módulos ou subsistemas, dentro dos seguintes grupos funcionais: administração, gerenciamento de pacientes, aplicações médicas e sistema médico-técnico. O sistema de informações hospitalares foi criado para atender às necessidades administrativas (aplicações financeiras, folha de pagamento, contabilidade, etc.) e a automação dos sistemas médico-técnicos (patologia, radiologia, laboratórios, farmácia, etc.). As informações necessárias ao cuidado direto do paciente diferenciam-se qualitativamente das informações que apoiam as funções administrativas. Além disso, as informações administrativas podem ser coletadas retrospectivamente, mas as informações sobre o tratamento do paciente devem ser disponíveis a todo instante. O sistema de informações financeiras deve ser integrado aos dados clínicos, de modo a melhorar o funcionamento do hospital como um todo. A gerência dos pacientes inclui sistemas de registro, de arquivo médico e de informações clinicas, que agregam tanto as informações das atividades médicas, quanto às das atividades de enfermagem (planos de tratamento, diagnósticos, ordens médicas, etc.), além de informações pessoais e demográficas dos pacientes. Funcionalmente, a unidade de registro e admissão de pacientes faz parte do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) do hospital, e é a fonte principal de informações pessoais do paciente e da população


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atendida. O arquivo médico, por sua vez, é considerado “o repositório centralizado de todas as informações pessoais e médicas sobre os pacientes de uma organização de atenção à saúde”, tendo importância fundamental em praticamente todas as atividades clinicas e administrativas (Rodrigues, 1987). 4.2.

Sistema de Registro de Pacientes

Um sistema de registro de pacientes, denominado R-ATA (registro-admissão, transferência e alta), foi desenvolvido como módulo básico do sistema de gerenciamento de pacientes, com as possibilidades de interligação com outros módulos. Esta aplicação computacional tem as seguintes funções: 

Identificar os pacientes por meio de um índice de pacientes criado e mantido pelo processo de registro em conjunto com todos os setores do hospital;

Manter o arquivo de registro e dados demográficos como um nó comum para o sistema de arquivo médico, de modo que possa ser utilizado por outros sistemas;

Estabelecer o registro inicial de entrada de dados dos pacientes mediante a criação do segmento de dados demográficos, usados para a criação do índice de pacientes para o arquivo médico;

Acompanhar a movimentação do paciente dentro do hospital;

Produzir o censo de pacientes e relatórios estatísticos;

Oferecer aos outros departamentos do hospital informações em comum sobre cada paciente registrado/admitido;

Criar relatórios administrativos sobre a taxa de ocupação e média de permanência no hospital, de forma a assegurar que os leitos, como fonte produtora de receita, estão sendo utilizados de forma eficiente;

Identificar os médicos de cada paciente;

Elaborar lista de alta hospitalar aos setores de interesse.

4.3. Metodologia de Implementação e Utilização do R-ATA O ponto de partida para se iniciar o processo de armazenamento de dados no R-ATA se dá com o cadastro dos prontuários. Complementando as informações do primeiro atendimento, pode-se armazenar outros dados sociodemográficos, obtidos da ficha social preenchida pelo setor de assistência social do hospital, mediante entrevista. Estes dados são coletados tanto antes quanto depois da internação do paciente no hospital. O gerenciamento das internações inicia-se com o preenchimento da Guia de Internação, que identifica quando e onde o paciente está internado e o médico responsável pela internação. A partir do primeiro atendimento e do processo de internação do paciente, vários outros registros e relatórios vão sendo preenchidos de forma simultânea e automática, como: gerência de leitos, médicos ocupados, relatório de ocorrências, taxa de ocupação hospitalar, pacientes-dia, média de permanência, etc. As funções de alguns desses relatórios e suas respectivas alterações discriminam-se a seguir: 

Relatório de ocorrências por unidade: fornece a quantidade de altas, internações, transferências, óbitos e de pacientes que passaram do dia anterior, a cada dia do mês;

Mapa diário de internação: fornece a ocupação atual dos leitos masculinos e femininos por especialidade medica;

Resumo geral da entrevista social: fornece os dados detalhados de cada item da entrevista social realizada no período, fornecidos pelo paciente;

Gerência de leitos: permite à administração de enfermagem visualizar graficamente a ocupação dos leitos em cada ala, especificando os pacientes internados em cada setor;

Cadastro de pacientes: permite corrigir ou acrescentar informações dos prontuários dos pacientes;


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Entrevista social do paciente: permite corrigir ou acrescentar informações da ficha social dos pacientes;

Cadastro de médicos: permite inserir, alterar ou excluir informações dos médicos cadastrados no sistema;

Cadastro das unidades: permite inserir, alterar ou excluir as informações das unidades médicas do sistema hospitalar;

Cadastro de assistentes sociais: permite inserir, alterar ou excluir informações das assistentes sociais cadastradas no sistema;

Relatório de produtividade hospitalar: permite cálculo semanal, mensal ou anual, da média de permanência, taxa de ocupação, pacientes-dia e leitos-dia de cada unidade hospitalar.

Os resultados obtidos a partir da automação do prontuário médico são promissores para a melhoria da qualidade do tratamento de saúde, redução de custos e avanço do conhecimento. A gerência da complexidade da medicina moderna exige esta automação como tecnologia assistencial aos cuidados. Para isso, os profissionais de saúde do Hospital EngCare devem ser treinados para alimentar os dados do SIH de forma a mantê-lo sempre atualizado e o sistema deve estar em estudo contínuo para a melhoria das praticas de registro, visando à evolução da qualidade do tratamento médico do hospital. 5. SISTEMA DE GASES MEDICINAIS 5.1.

Oxigênio Medicinal

O oxigênio é um gás presente em grande quantidade no ar atmosférico, no entanto, o homem precisa cada vez do oxigênio puro, ou seja, de uma mistura gasosa que na qual a quase totalidade de sua concentração seja O2. Este gás é importante para ajudar a salvar vidas, porém seu custo é alto e muitas empresas optam por não utilizá-lo. No caso do setor médico, os hospitais apresentam despesas elevadas com a aquisição de oxigênio e do ar medicinal, devido ao alto consumo.

Em média, o custo unitário de 1 nm³ de oxigênio é de R$ 2,29 (Scielo, 2002), no entanto, este preço pode variar de R$ 1,85/nm³ a R$ 11,00/nm³, como foi descoberto recentemente no Rio de Janeiro (SFC, 2006). Encontrar uma solução para essas despesas elevadas é de grande interesse do Hospital EngCare, para isso foi necessário encontrar um novo método de produção de O2, visto que o seu elevado preço se dá ao fato de ser produzido em parque criogênico e ser transportado ao consumidor. 5.2.

Usina de Oxigênio PSA

A obtenção de oxigênio pelo processo de adsorção por alternância de pressão (Pressure Swing Adsorption), teve inicio no final da década de 1960, a viabilidade da obtenção de O2 em diversas escalas on-site e seu baixo custo operacional foram os principais impulsionadores deste processo. Neste sistema, existe uma usina de produção de oxigênio, a qual será instalada junto ao Hospital EngCare, com objetivo de produzir e armazenar, em tempo real, todo o O2 necessário. Esta tecnologia permite a separação e concentração de O2 (aproximadamente de 95%) ao submeter o ar ambiente a uma peneira nuclear de zeólita sob baixa pressão (3 a 6 bar) durante um período suficiente para absorver CO, vapor de água, CO2 e quase todo o N2 presente. O processo utiliza dois vasos metálicos contendo uma peneira molecular (zeólita) em antiparalelo, através de seis válvulas, que retêm o N2 do ar a alta pressão, o qual será liberado a baixa pressão, e permite que o O2 atravesse o leito absorvente como produto final. Assim, o oxigênio pode ser canalizado na Rede de Gases para os setores necessários do hospital. 5.2.1. Ar Comprimido Medicinal O Ar Comprimido medicinal é outro gás de extrema importância para salvar vidas e o sistema de Usina de Oxigênio PSA que será instalado no Hospital EngCare, além de produzir todo o oxigênio necessário, também será capaz de suprir toda a necessidade


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Salas de exame pediátrico e de exame adulto: mesa para exames, monitor de diagnóstico calibração DICOM, balança antropométrica, termômetro clinico, esfigmomanômetro, estetoscópio, glicosímetro, caixa básica de instrumentais cirúrgicos, refletor parabólico de luz fria e eletrocardiógrafo;

Sala de inalação: régua de gases, cadeira hospitalar, esfigmomanômetro, estetoscópio e conjunto para nebulização continua;

Sala de exame oftalmológico: cadeira oftalmológica, monitor de diagnóstico calibração DICOM, ceratômetro, lensômetro, lupa binocular, oftalmoscópio, projetor de optotipos, pupilômetro digital, refrator de greens, retinoscópio, tonômetro de aplanação e refrator computadorizado;

Todos os sistemas de Gases Medicinais que devem ser instalados no Hospital EngCare, trabalham em regime duplex, no qual um equipamento sustenta o hospital e o outro está em stand by para possíveis falhas ou intervenções técnicas.

Sala de exame ginecológico: mesa ginecológica, refletor parabólico de luz fria, monitor de diagnóstico calibração DICOM, balança antropométrica e caixa básica de instrumentais cirúrgicos;

No apêndice 4 do anexo, consta a “Usina de Oxigênio PSA, viabilidade de projeto e bomba de vácuo”, na qual estão presentes a projeção da usina, os cálculos de viabilidade do projeto e esquema do motor de bomba a vácuo.

Posto de enfermagem: aspirador portátil, esfigmomanômetro, estetoscópio, oxímetro de pulso portátil, papagaio, comadre, bomba de infusão, laringoscópio, monitor multiparâmetros e termômetro clinico;

Sala de raios-x: equipamento de raios-x fixo, vestimentas de proteção individual de chumbo, sinaleiro luminoso de equipamento em uso, monitor de diagnóstico calibração DICOM, leito de raios-x, biombo de chumbo fixo e chassi radiográfico para filmes de raios-x;

Sala de gesso e redução de fraturas: mesa ortopédica, carro de curativos, monitor de diagnóstico calibração DICOM, esfigmomanômetro, estetoscópio, serra elétrica para cortar gesso e caixa de decantação de gessos;

de consumo deste ar, visto que os custos de aquisição de Ar Comprimido são ainda mais altos que os de O2 medicinal embasado em vasilhame. 5.3.

Sistema de Vácuo Medicinal

A central de vácuo medicinal (CVM) é muito importante para a área médica, devido ao fato de o vácuo poder ser utilizado para uma variedade de aplicações. Por isso, é possível encontrar a CVM nos centros cirúrgicos, nas UTIs e em diversos outros setores hospitalares. Esse produto tem a função de suportar os vapores que são gerados em procedimentos cirúrgicos e auxiliar a manter uma condição de aspiração adequada durante os mesmos. Tal equipamento deve obedecer as NBR 5410, 7256 e 13534, a fim de oferecer funcionamento adequado e evitar infecções hospitalares. O sistema projetado para o Hospital EngCare utilizará a tecnologia lóbulos de garra, que oferece maior eficiência, segurança e baixos custos de manutenção.

6. INSTRUMENTAÇÃO HOSPITALAR

MÉDICO-

Com o estudo da disposição do Hospital EngCare e a sua finalidade, um hospital 24 horas de 100 leitos que realiza atendimento emergencial, a instrumentação médicohospitalar a ser empregada no Pronto Atendimento é a que se lista a seguir: 

Sala de triagem: mesa para exames, termômetro, esfigmomanômetro de pedestal, estetoscópio e glicosímetro;


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Sala de suturas e curativos: mesa para exames, foco cirúrgico móvel, carro de curativos, caixa básica de instrumentais cirúrgicos, monitor de diagnóstico calibração DICOM, esfigmomanômetro, estetoscópio e régua de gases;

Salas de observação infantil e adulto: régua de gases, cama hospitalar, maca para transporte, esfigmomanômetro, estetoscópio, glicosímetro, bomba de infusão, carro de emergência, oxímetro de pulso portátil, desfibrilador e monitor cardíaco. Para infantil, adendo de cama hospitalar infantil e berço hospitalar;

Sala de isolamento: cama hospitalar, régua de gases e monitor cardíaco;

Sala de procedimentos especiais e pequenas cirurgias: mesa cirúrgica, bisturi elétrico ambulatorial, balde a chute, caixa básica de instrumental cirúrgico, monitor de diagnóstico calibração DICOM, carro de anestesia, carro de emergência, foco cirúrgico fixo e móvel, mesa de mayo, aspirador portátil, estetoscópio, oxímetro de pulso portátil, régua de gases, desfibrilador, laringoscópio, monitor multiparâmetros e ventilador pulmonar;

Sala de emergência: mesa cirúrgica, esfigmomanômetro, caixa básica de instrumental cirúrgico, monitor de diagnóstico calibração DICOM, carro de emergência, foco cirúrgico móvel e fixo, mesa de mayo, aspirador portátil, estetoscópio, oxímetro de pulso portátil, régua de gases, eletrocardiógrafo, detector de batimentos cardíacos fetais, laringoscópio, maleta de via aérea, monitor cardíaco, ressuscitador manual, ventilador pulmonar, aparelho de raios-x móvel e unidade transfusional.

7. CONCLUSÃO Todos os aspectos tratados neste artigo levaram em consideração inovações e apostas em novas tecnologias para aumentar a eficiência do Hospital EngCare. Portanto, o projeto serve de espelho para futuros empreendimentos na área da saúde para que: inovações tecnológicas sejam empregadas em todos os seus âmbitos; tenha um eficiente SIH para otimizar processos e melhorar a qualidade das informações transmitidas dentro e fora do ambiente hospitalar; a gestão de gases seja eficiente e econômica; o sistema de climatização, grupo gerador, SPDA e toda a parte elétrica sejam convenientes e sustentáveis perante o tamanho da unidade de saúde, visando o estudo cuidadoso de todo o processo, colocando o meio ambiente e a saúde das pessoas em primeiro lugar. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORSIO, M. L. (2011). Programação Arquitetônica de Unidades Funcionais de Saúde, Volume 1 – Atendimento Ambulatorial e Atendimento Imediato. Ministério da Saúde, Brasília. CUNHA, A. (2013). Sistema de informação gerencial hospitalar e seus efeitos. Portal HM Doctors. MYERSON, M. (2014). Nova tecnologia transforma vidro em painéis de energia solar. Jornal Epoch Times. RODRIGUES FILHO, J. e outros (2001). A tecnologia da informação na área hospitalar: um caso de implementação de um sistema de registro de pacientes. Revista de Administração Contemporânea, Volume nº 5. Ar condicionado para hospital. Climafrio ar condicionado. São Paulo. Datasheet: Grupo Gerador Cummings C300 D6 (2007). Portal Cummings Power Generation. Equipamentos médico-hospitalares e o gerenciamento da manutenção – capacitação a distancia (2002). Ministério da Saúde, Brasília.


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ABNT NBR 5410 (2004). Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro.

ABNT NBR 16401 (2008). Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro.

ABNT NBR 5419 (2001). Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro.

ANVISA RDC nº 50 (2002). Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos de saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

ABNT NBR 7256 (2005). Tratamento de ar em estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) – Requisitos para projeto e execução das instalações. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro. ABNT NBR 13534 (1995). Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde – Requisitos para segurança. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro.

NFPA 80 (2006). Fire Doors and Other Opening Protectives. National Fire Protection Association. NR 17 (2007). Ergonomia. Ministério do Trabalho e Previdência Social, Brasília.


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ANEXOS Apêndice 1 – Localização, dados arquitetônicos e perspectivas do Hospital EngCare

Figura 1: Localização do lote do Hospital EngCare na Av. Tancredo Neves (Fonte: Google Maps).


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Figura 2: Projeto de arquitetura do Hospital EngCare, térreo (Fonte: criado em cooperação com a arquiteta hospitalar Fernanda Salim).


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Figura 3: Projeto de arquitetura do Hospital EngCare, segundo pavimento (Fonte: criado em cooperação com a arquiteta hospitalar Fernanda Salim).


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Figura 4: Perspectiva geral da faixada do Hospital EngCare – vista lateral (fonte: criada pelos autores).

Figura 5: Perspectiva geral da faixada do Hospital EngCare – vista superior (fonte: criada pelos autores).

Figura 6: Perspectiva da faixada de vidro do Hospital EngCare, com aplicação da película fotovoltaica (fonte: criada pelos autores).


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Figura 7: Perspectiva lateral do Hospital EngCare (Fonte: criada pelos autores).


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Apêndice 2 – Dados dimensionais, climatização, classificação e métodos de ensaio para filtros de ar Tabela 1: Dimensionamento de atendimentos de urgência e emergência, extraída da RDC 50-2002.

Tabela 2: Parâmetros de projeto de climatização, extraída da NBR 7256.


16 Tabela 3: Classificação e métodos de ensaio para filtros de ar, extraída da NBR 7256.


17

Apêndice 3 – Dimensionamento da malha de aterramento 

Dimensões do terreno:

Figura 8: Dimensões do terreno do Hospital EngCare (Fonte: criada pelos autores).

ICFT: 90 A;

Tempo máximo: 0,5 segundos;

Resistência da malha: 10 Ω ± 5%;

Tipo de terreno: seco. Tabela 4: Tabela de resistividade com medições feitas pelo método de Werner, com ρ = 2∙π∙d∙R (*valores não são do solo original). Dist/dimen A

B

C

D

E

Média

2

380 365 345 350 335 355

4

340 337 310 300 290 315,4

8

250 260 240 190 170 222

16

190 165 145 150 140 158


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Curva de resistividade:

Figura 9: Curva de resistência (Fonte: criada pelos autores).

Valores de ρ1 e ρ2:

ρ1 = 417; ρ2 = 145,95 ρ2/ρ1 = 0,35∙(145,95/417,00) 

Resistividade máxima e mínima:

Mo = 0,8348 

Resistividade média:

ρm = ρ1∙Mo ∴ ρm = 417∙0,8348 = 348,11 

Profundidade média:

Dp = 2,36


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Curva padrão do valor de K2:

Figura 10: Curva padrão do valor de K2 (Fonte: criada pelos autores).

K2 = R/Dp ∴ K2 = 9,77/2,36 = 4,14 

K3 obtido pelo gráfico de curva padrão:

K3 = 0,9 

ρa obtido pelo gráfico de curva padrão:

ρa = ρ∙K3 ∴ ρa = 417∙0,9 = 375,3 

Raio equivalente:

A 15∙20 √ =√ =9,77 π π 

Dimensionamento da malha:

Figura 11: Dimensionamento da malha de aterramento (Fonte: criada pelos autores).


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Número de condutores principais:

Ncp = (Cm/Dl) + 1 = (105/52,5) + 1 = 3 

Número de condutores de junção:

Ncj = (Lm/Dc) + 1 = (39/19,5) + 1 = 3 

Comprimentos necessários para a malha:

Lcm = 1,05∙[(Cm∙Njc) + (Lm∙Ncp)] Lcm = 1,05∙[(105∙3)+(39∙3)] = 453,6 m 

Resistências da malha:

Rmt=

ρa ρa 375,3 375,3 + ∴ + = 7,23 Ω 6R Lcm 6 .9,77 453,6 Tabela 5: Tipos de Junções Tempo [s]

Solda Exotérmica

FCI

Grampo

30

0,0203

0,0253

0,0324

4

0,0071

0,0101

0,0122

1

0,0035

0,0051

0,0061

0,5

0,0025

0,0033

0,0043

Corrente circuito Fase-Tensão (ICFT):

ICFT = 90 A 

Seção do condutor para o tempo de 0,5 segundos:

Sc = k∙ICFT = 0,0025∙90 = 0,2280 mm² Utilizaremos, então, a de 25 mm² que está disponível no mercado. 

Resistividade da camada de proteção do solo rochoso:

ρs = 3.000 Ωm 

Tensão de proteção:

Epa=

116∙0,7∙ρs √0,5

=

116∙0,7∙3.000 √0,5

Corrente de torque (ICT):

ICT=

116 √T

=

116 √0,5

=164,06 A

=344.504,42 V


21

Apêndice 4 – Usina de Oxigênio PSA, viabilidade de projeto e bomba de vácuo

Figura 12: Usina de Oxigênio PSA (Fonte: acervo pessoal).

Tabela 6: Viabilidade econômica da Usina de Oxigênio PSA. Oxigênio Consumo Mensal de O₂ Preço por m³ de O₂ Locação de Tanque Manutenção Custo Total Mensal Solução proposta Consumo Mensal de O₂ Preço do kW/hora Consumo de Energia Manutenção Custo Total de Produção Economia com o processo PSA Consumo Processo Convencional Processo PSA Economina Proporcionada Amortização do Investimento

Estimativa de Despesa com o Processo de Oxigênio/Ar Medicinal Atual Nitrogênio/Ar Medicinal Custo Total Geral 5.000 m³ Consumo de AR Mensal R$ 41.200,00 R$ 4,59 Preço por m³ de N₂ Anual R$ 494.400,00 R$ 5.400,00 Locação de Tanque 2 anos R$ 988.800,00 R$ 850,00 Locação Central de Ar R$ 12.000,00 5 anos R$ 2.472.000,00 R$ 29.200,00 Custo Total Mensal R$ 12.000,00 12 anos R$ 5.932.800,00 PSA 5000 Nm³ Preço R$ 140.000,00 Custo de Produção com Usina de PSA 5.000 m³ R$ 1,73 1,3 kW/m³ R$ 500,00 R$ 11.745,00 71,49% Mensal 5.000 m³ R$ 41.200,00 R$ R$ 11.745,00 R$ R$ 29.455,00 R$ 5 meses

Mensal Anual 2 anos 5 anos 12 anos

R$ 11.745,00 R$ 140.940,00 R$ 281.880,00 R$ 704.700,00 R$ 1.691.280,00

Anual 2 anos 5 anos 12 anos 60.000 m³ 120.000 m³ 300.000 m³ 720.000 m³ 494.400,00 R$ 988.800,00 R$ 2.472.000,00 R$ 5.932.800,00 140.940,00 R$ 281.880,00 R$ 704.700,00 R$ 1.691.280,00 353.460,00 R$ 706.920,00 R$ 1.767.300,00 R$ 4.241.520,00


22

Figura 13: Bomba de vรกcuo (Fonte: acervo pessoal).


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