VIVA A MELHOR IDADE
SENADOR CLÉSIO ANDRADE
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Viva a melhor idade
Autor técnico: Dr. Max Carlos Braga Antão CRM-DF: 10010
apresentação Planejar uma velhice saudável, segura e feliz deve ser obrigação de todos, jovens e idosos. Afinal, quem não deseja uma vida longa, repleta de saúde e felicidade? Mas, para manter um bom equilíbrio na terceira idade, sem isolamento social e ativo, como vivem muitas pessoas idosas, é preciso planejamento para lidar com alguns aspectos na idade avançada. É preciso estar preparado e com boa saúde para diminuir os impactos das limitações físicas. Envelhecimento não significa incapacidade. Ter boa disposição mental também faz parte de um programa de envelhecimento equilibrado. Outro aspecto importante diz respeito aos direitos como cidadão, que são muito mais do que a prioridade no estacionamento ou no caixa do banco. Esta cartilha traz informações importantes que podem ser o início de um programa pessoal para uma velhice feliz e com realizações.
Clésio Andrade Senador
1. Apenas uma questão de nomes? Terceira idade, melhor idade, idade madura. Você já chegou lá? Se chegou, parabéns. Uma vida longa é o sonho de todos nós. Se ainda não chegou, parabéns igualmente: você tem todo o tempo que precisar para preparar seu futuro e transformá-lo no que ele realmente merece ser: a melhor fase da sua vida. A melhor idade é a fase da vida em que a pessoa já viveu o suficiente para dar valor ao que a vida tem de importante: amizades e relações familiares. A essa altura da vida, a pessoa já trabalhou bastante, já criou os filhos e está pronto para viver a sua melhor idade – a idade atual.
Para viver bem a melhor idade, nada melhor do que conhecer mais sobre ela e se preparar para vivê-la. Daí a importância desta cartilha. 2. Cuidados essenciais para uma nova fase da vida Cuidados essenciais são aqueles que tomamos para garantir a manutenção da nossa saúde e do nosso bem-estar ao longo do tempo. Quando falamos da melhor idade, esses cuidados se tornam fundamentais. Na verdade, é na melhor idade que colhemos os frutos de uma vida equilibrada, primeira condição para um envelhecimento tranquilo. As três condições para um envelhecimento saudável: Baixa probabilidade de doenças e incapacidades associadas a elas; Boa capacidade funcional, tanto física quanto cognitiva (de aprendizado); Vida ativa na comunidade em que se vive. 1
O que essas condições nos ensinam? Que viver a fase da melhor idade de forma plena e satisfatória é resultado de um planejamento para o futuro que deve ser iniciado imediatamente. A partir de agora vamos falar de alguns aspectos que estão relacionados a essas três condições. E é importante alertar: nenhum deles tem importância maior sobre os outros. Garantir um envelhecimento saudável envolve cuidados com o corpo e com a mente!
Acessibilidade e Capacidade funcional, o que são? Acessibilidade é a facilidade de acesso e de uso de ambientes, produtos ou serviços por qualquer pessoa. Capacidade funcional é a capacidade de qualquer pessoa de realizar atividades físicas ou tarefas. Quando a idade chega, fica impossível não pensar em acessibilidade. Afinal, quanto mais a pessoa vive, mais sua capacidade funcional diminui. É comum que tarefas que costumavam ser simples, como caminhar, subir ladeiras, cuidar da casa, fazer compras de mercado, carregar peso, usar transporte coletivo e até mesmo tomar banho comecem a ser realizadas com alguma dificuldade.
Mas a perda da capacidade funcional não é inevitável? Envelhecimento não significa incapacidade. Quantos idosos você conhece que levam uma vida ativa, com independência e autonomia? Mas manter a capacidade funcional tem um preço, ou melhor, envolve alguns cuidados que irão garantir o bemestar durante essa fase da vida, como a realização de atividades físicas e o cuidado com a alimentação, assuntos que vamos comentar mais adiante.
Mas é preciso estar atento também aos sinais do tempo. A idade avançada vai exigir alguns cuidados e mudanças no modo como você vive e no espaço que você habita. 2
Às vezes um simples tropeço, que para uma pessoa mais nova poderia passar desapercebido, para uma pessoa mais velha pode trazer complicações sérias, como uma fratura. Esses acidentes podem consumir meses de recuperação, portanto, prevenir as quedas é sempre importante.
Então, para quem já chegou lá... E para quem está a caminho... ______________ Dicas para se evitar quedas! 1. Visite o oftalmologista: antes de achar que a coordenação motora está ruim, é importante ter certeza de que a visão está boa. O primeiro passo é procurar um oftalmologista e fazer os exames. 2. Fuja das escadas: se você puder escolher onde vai morar, prefira residências térreas e sem degraus. 3. Diga adeus aos tapetes: tapetes se tornam uma grande armadilha quando formam rugas ou quando são lisos e escorregadios. O melhor é evitá-los. 4. Na hora da reforma: se for trocar o piso, prefira sempre os antiderrapantes, principalmente em áreas molhadas, como o banheiro. 5. Adapte a casa às suas necessidades: instale corrimãos em lugares estratégicos, como no banheiro, perto do boxe e do vaso sanitário. 6. Organização: mantenha sua casa com a máxima organização possível, para evitar objetos soltos ou esquecidos no chão, impedindo acidentes domésticos. Mas já que estamos falando em não ficar parado, por que não aproveitar a caminhada para ir a um novo e desafiador lugar? Um lugar onde você poderá exercitar outra parte do corpo essencial para um envelhecimento saudável: a mente. Procure fazer coisas inusitadas, mudar a rotina, fazer o mesmo de forma diferente! Montar quebra-cabeças, fazer palavras cruzadas, usar o talher com a mão diferente, mudar os caminhos por onde anda... Tudo isso ajuda a exercitar a sua mente e não deixar o cérebro estagnado, parado, sujeito à atrofiar. 3
A educação fornece o exercício necessário para a mente. E é um direito garantido pelo Estatuto do Idoso!
Diversas iniciativas do governo garantem cursos especiais para o público da melhor idade, especialmente nas áreas de comunicação e computação. Esses cursos oferecem currículos adaptados às características do seu público, facilitando a aprendizagem e a integração. Procure, você vai encontrar uma área do seu interesse! 3. A importância da alimentação saudável As recomendações para uma alimentação saudável na melhor idade não são muito diferentes daquelas dadas às pessoas mais jovens, precisando muitas vezes de algumas complementações alimentares devido a necessidade do organismo. A maior diferença, entretanto, poderá estar ligada a algumas necessidades pessoais, como as restrições no caso de diabetes, obesidade, osteoporose etc. Mas se você pensar bem, muitos jovens também precisam cuidar da alimentação diária por questões de saúde, não é? Três dicas para uma dieta saudável na melhor idade:
• Faça mais refeições ao dia: a alimentação pode ser feita em porções menores, mais vezes ao dia. Além das 3 refeições principais, inclua lanchinhos intermediários (como uma fruta). • Faça um prato igualmente balanceado no almoço e no jantar: metade do prato deve ser reservado para verduras e legumes; 1/4 reservado para cereais (arroz, milho etc.) e massas (trigo, batata etc.) e 1/4 reservado para proteínas (carne de boi, de frango, de peixe etc.). Na sobremesa, prefira uma fruta. 4
• Guie-se pela pirâmide alimentar: ela nos mostra como devemos distribuir o consumo de alimentos ao longo do dia. O número de porções de cada alimento que uma pessoa pode consumir deve ser indicado por um médico ou nutricionista, de acordo com o peso, atividade física e hábitos alimentares de cada indivíduo.
4. Atividade física: prolongando o vigor e a disposição Saúde e atividade física estão sempre ligadas. Várias pesquisas médicas demonstram os efeitos positivos da atividade física na prevenção de doenças que aparecem com a idade (doenças cardiovasculares, osteoporose, entre outras) e na manutenção da capacidade funcional durante o envelhecimento. Mas você sabia que fazer exercícios físicos não é bom somente para o corpo? A mente também tem muito a ganhar com eles!
O que a mente ganha quando o corpo se exercita? • Diminuição da depressão • Aumento da autoestima • Melhora do bem-estar e da autoimagem • Alívio do estresse • Melhora na qualidade do sono • Manutenção da autonomia e redução do isolamento social 5
Por onde começar? Para aqueles que estão saindo do sedentarismo, a recomendação é começar por atividades de baixo impacto, como caminhada, natação, hidroginástica, dança etc. Aqueles que já realizam esse tipo de atividade podem incrementar o programa com exercícios de peso que fortaleçam a musculatura e melhorem a composição corporal.
Qualquer programa de atividade física deve ser feito sob orientação médica, especialmente na melhor idade!
5. Doenças sexualmente transmissíveis Você já comprovou: os brasileiros estão vivendo mais e melhor. Isso inclui também a sexualidade. As mudanças são excelentes, mas demandam cuidados. Estamos falando da prevenção das DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), cada vez mais presentes em pessoas acima de 60 anos. As DSTs são, na maioria dos casos, transmitidas por meio do sexo sem proteção (sem o uso da camisinha). Algumas delas, no entanto, como a Aids e a Hepatite B também podem ser transmitidas por meio do contato com sangue contaminado. Aids, uretrites (infecções do canal urinário), gonorreia, sífilis, herpes genitais e HPV (Papiloma Vírus Humano) estão entre as principais DSTs. As DSTs podem ser adquiridas por:
• Pessoas que tem relações sexuais sem camisinha e/ou tem parceiros que mantém relações sexuais com outras pessoas sem utilizar camisinha; • Pessoas que usam ou tem parceiros que usam drogas injetáveis e compartilham seringas; • Pessoas que recebem transfusão de sangue não testado. 6
O tratamento de qualquer DST deve ser prescrito por um profissional de saúde especializado, que tenha conhecimento do seu estado de saúde e condições únicas. Nada de levar em consideração as recomendações de vizinhos, conhecidos e curiosos. 6. Legislação: direitos da melhor idade Quando pensamos em direitos das pessoas idosas, logo lembramos das vagas reservadas nos estacionamentos e dos caixas reservados para esse fim. Mas os direitos da melhor idade são muito mais amplos e garantem alguns direitos fundamentais:
• Direito à vida e ao respeito (direito de viver preferencialmente com a família e não sofrer discriminações). • Direito ao atendimento de suas necessidades básicas (aposentadoria e acolhimento, quando necessário). • Direito à saúde (atendimento prioritário nas unidades de saúde, ser vacinado anualmente contra gripe e pneumonia, além de informações sobre prevenção e tratamento de doenças). • Direito à educação (ter seu saber valorizado, registrado e transmitido aos mais jovens). • Direito à moradia (diminuição das barreiras arquitetônicas e urbanas, além da inclusão de unidades em regime de comodato aos idosos nos programas habitacionais). • Direito à justiça (responsabilidade de toda a sociedade em denunciar negligências e desrespeitos aos idosos). • Direito ao transporte (gratuidade no transporte público urbano a partir dos 65 anos) • Direito ao lazer (propiciar ao idoso o acesso aos locais e eventos culturais, mediante preços reduzidos, em âmbito nacional). • Direito ao esporte (incentivar e criar programas de lazer, esporte e atividades físicas que proporcionem a melhoria da qualidade de vida do idoso e estimulem sua participação na comunidade). 7
Para encerrar... Já vai longe o tempo em que a terceira idade representava isolamento e inatividade. Aliás, hoje em dia, a terceira idade está tão ativa que já se fala até em uma quarta idade. Isso só demonstra que viver um envelhecimento saudável vem se tornando, cada vez mais, uma questão de escolha e de preparação.
Envelhecer com saúde é possível. Mais do que isso, é um direito seu, que trabalha para construir um futuro tranquilo para você e para os seus. Só que esse direito depende muito da sua vontade de exercê-lo. Se você ainda não chegou lá, garanta uma terceira idade que seja, de fato, a melhor idade. E se já chegou, olhe à sua volta e veja o que pode ser feito para tornar sua vida mais tranquila, segura e produtiva. Afinal, você merece!
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SENADOR CLÉSIO ANDRADE Presidente da Confederação Nacional do Transporte - CNT, entidade de representação máxima do setor transportador no Brasil, presidente do Conselho Nacional do SEST - Serviço Social do Transporte e do SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.
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