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Do Espaço Cultural Tecnologia e Arte ao Espaço Projeta Arte Fatec-SP

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Editorial

Editorial

Um pequeno transcorrido: a origem, os modelos, o conhecimento, e um pouco de influência - do tecnológico ao artístico!

Cleusa Rossetto

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O Espaço Cultural Tecnologia e Arte começou em 2009, por incentivo da Profa. Dra. Regina Maria Ricotta, também da Fatec-SP, quando lhe comentei que minha exposição “Alianças Artísticas com as Matemáticas”, até então em uma mostra individual externa, havia finalizado e que estaria voltando para casa. A professora ficou entusiasmada em incorporá-la na semana de eventos do 11º Congresso de Tecnologia da Fatec-SP. Abracei a ideia, e então desloquei 30 obras para uma sala improvisada. Mesmo com poucos recursos e sem infraestrutura, para uma exposição de arte visual, a mostra foi uma ideia muito bem recebida por todos.

Resolvi então, que para os próximos eventos iria buscar um patrocínio que brindaria ao campus com uma sala adequada, o que acabou ocorrendo junto a Sanhidrel Engekit que nos apoiou ano a ano. Tal transformação se fazia necessária para que fosse viável e respeitoso, trazer artistas de renome como convidados, que serviriam de modelo aos alunos, já que abordariam técnicas e linguagens, das mais diversas, em suas obras. A exposição embarcada pelo Departamento de Edifícios, organizada e coordenada por mim, passou a ser associada ao Congresso de Tecnologia, evento este que ocorre geralmente no mês de outubro na Fatec-SP. Passaram-se pelo Espaço Cultural 25 artistas do mercado, ademais de três professores e um funcionário da casa. Desde então as mostras seguiram religiosamente até sua 10ª edição sempre com numerosos elogios e até mesmo com frequentadores cativos. Como as Mostras iniciavam-se uma semana antes do Congresso de Tecnologia tornou-se um lembrete de que este evento estaria próximo.

Em 2015, durante a mostra “Fiat Lux” (Nome brindado pelo Artista Visual e funcionário Osvaldo Mantovani) recebi uma comissão de três alunos interessados em melhor conhecer a forma de funcionamento do Espaço Cultural, sendo que, ao final do atendimento deixaram registrado no Livro de Visitantes algumas reivindicações e o desejo explícito quanto à obterem um Espaço Expositivo que pudesse abrigar demonstrações artísticas também dos próprios alunos. Os depoimentos estão transcritos a seguir:

“1- Visitar a exposição juntamente com a Profa. Cleusa, proporcionou um maior entendimento da intenção apresentada aqui, na Sala Verde. Assim como existe espaço para o coral Copas, por exemplo, creio que muitos alunos gostariam de um espaço fixo para poderem manifestar outras formas de arte-obras. Parabéns pela Exposição.” Kelly RR - Edifícios.

“2- Gostaria de cumprimentar à professora Cleusa Rossetto pela belíssima exposição. Agradecer por compartilhar conosco algo que não pertence, infelizmente, ao nosso cotidiano aqui na Fatec-SP, as artes. Acredito que seja essencial para nossa formação enquanto indivíduos plenos a inserção, convivência e exploração de nossas vertentes artísticas, concomitantemente com nossa formação acadêmica. Espero a ampliação desse espaço de maneira que nós, alunos, possamos também expor nossas obras e então participar ativamente. O que destacaria a Fatec-SP! Para tanto, me manifesto a favor de um espaço físico próprio para maiores descobertas e aprendizados. A arte está em todos os lugares, basta que nos interesse pôr os olhos sobre ela!” Jordana Letícia Löw - Edifícios.

“3- A exposição está maravilhosa e é um incentivo a introdução das tecnologias nas artes. Tornaria-se ainda melhor caso houvesse espaço adequado para isto, mostrando a real inten-

Cleusa Rossetto - “Alianças - GE-230 - II”. 2009.

ção do artista em suas obras e, também detalhes que passam desapercebidos pela falta de equipamentos adequados, nesse caso, a iluminação, já que as obras retratam luz e sombra, E a participação dos estudantes na exposição seria algo interessante visto que há vários artistas que passam sem serem notados” Lucas Kazuo Fukushima - Edifícios.

Eu ainda acabei complementando os desejos dos alunos, tanto que na época postei em meu relatório de fim de exposição: “Sou totalmente favorável à melhor formação do cidadão quanto a indivíduos produtivos, criativos, sensíveis e culturalmente integrados à sociedade, assim que acho louvável o interesse destes, e certamente de muitos outros, já que frequentemente sou indagada sobre isto. Não é porque estamos numa faculdade tecnologia que devemos nos restringir às áreas predominantemente técnicas, quando bem sabemos que por traz da tecnologia vem a arte. Um Espaço Cultural multidisciplinar poderia atender não só às necessidades de alunos tais como os que aqui se pronunciaram, mas também a diversos cursos/ departamentos, assim como permitir o treinamento dos que têm dificuldades de acesso ao meio produtivo quando no complemento à sua formação. Um Espaço Cultural fixo, aberto o ano todo, disponível a todos, poderia abrir novas mentes e deixar a instituição mais viva.” O que também tem servido de incentivo para os alunos é o fato de eu ser uma professora de Materiais de Construção Civil, com graduações e Pós graduação passando pelas formações em Tecnologia da Construção Civil - Edifícios; Arquitetura; Mestrados em Engenharia Civil, pelo Brasil e Espanha, ademais de ter trabalhado na área privada; visitado centenas de obras e muitos centros de pesquisas avançadas, no Brasil e exterior; me envolver com Pesquisas científicas e temáticas das mais diversas, tudo isto, conjuntamente com um envolvimento ativo na área das Artes Visuais.

Minhas participações, remotas, em artes visuais vêm ocorrendo em centenas de mostras, nacionais e internacionais, em lugares como: Áustria, Bélgica, Brasil, Bruxelas, Espanha, Estados Unidos, França, Finlândia, Genebra, Geórgia, México, Suécia e Taiwan; tendo sido agraciada com vários prêmios, lhes comprovando que necessariamente não há de se separar as profissões. Tecnologia também é Arte! Minhas obras encontram-se em vários museus como: Museo de Arte Contemporáneo Casa Spinola/Espanha; Coleção GpAyC para o Príncipe Davis de Bagration/Georgia; Fundação Memorial da América Latina/SP/Brasil; Coleção do Arquiduque Andres Salvador Habsburgo Lorena/Austria; Museo Gallivare de Laponia/Suécia; Biblioteca Nacional de España – BNE/Espanha e Museo de Arte Contemporânea MAC - Itajahy Martins/Brasil.

Para os interessados em conhecer um pouco sobre minhas obras, exposições, etc., consultar a Web: rossetto.art.br.

Cleusa Rossetto. “Jardim do saber abstrato II”. 120 x 240 cm. Impressão Fine Art sobre canvas. 2009.

Cleusa Rossetto. “Na máquina do Tempo”. Obra da Coleção GpAyC para o Príncipe Davis de Bagration/Georgia

Cleusa Rosseto e, ao fundo, segmento de sua obra “Marionetes”.

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