Stampa Fevereiro 2017 - Ano 14 nº 9

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Ano 14 . Nº 9 . Fevereiro| 2017 . R$ 10,00

FEMINISMO DOUTORA E MILITANTE ABORDA AS QUESTÕES DE GÊNERO NA ENTREVISTA

O DESAFIO DE KOMBI E BIKE ATÉ O CHILE UMA VIDA ENTRE LIVROS E REVISTAS

SANTANA LUGAR DE POLONESES HARDY JOST

SIMONE HANKE

O deslumbrante casamento da modelo em mansão aristocrática no Rio de Janeiro

UM IJUIENSE PELO MUNDO




Para ver e ler

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imone Hancke é de Ajuricaba, mas com o perdão dos seus conterrâneos, a gente também a adotou como ijuiense, já que praticamente ela se preparou e partiu daqui, onde sua família se fixou, para fazer carreira como modelo internacional. Stampa sempre esteve por perto, acompanhando seus passos firmes, e ela sempre nos manteve a par de seus êxitos. Desta vez, ela mandou a mais importante notícia de sua vida pessoal, o seu casamento. História linda, imagens idem, e aqui está ela novamente enfeitando a capa e deixando a edição cheia de charme com o registro da bela festa. Outra matéria que nos dá satisfação em trazer até você é a trajetória de um ijuiense que está há muito longe, mas cuja família tem fortes laços e uma importante história de pioneirismo em Ijuí. É Hardy Jost, hoje desfrutando da aposentadoria em Teresópolis, na serra fluminense. A sequência das matérias dos distritos nos levou este mês até o povoado dos poloneses. Contamos algumas histórias do passado e como está o presente em Santana. De aventura também temos um exemplo e tanto: o desafio que levou um grupo de ijuienses a pedalar até o Chile. O projeto Kombike mobilizou os que embarcaram na aventura e muitos que ficaram na torcida - familiares, amigos e adeptos do esporte em geral -, e todos vibraram com o êxito da empreitada. E tem tanto mais quanto sua vontade de ir logo conferir tudo. Então, avante! Abraço, Iara Soares

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Profissão: uma história de vida entre livros e revistas Estudantes da Unijuí em mais uma missão do Projeto Rondon O gaúcho Renan e seu desafio de substituir Bernardinho

Pioneiros do comércio de Ijuí, o casal Alfredo e Gertrudes Jost, em 1942/1943, com os filhos Egon (à esquerda) e Hardy, que nesta edição relata sua trajetória em Ijuienses pelo Mundo

Um livreiro vocacionado, página 8: o casal Sahlberg, com o ex-funcionário da Livraria Progresso e hoje na Rádio JM Eliese Cavalheiro, que pautou a matéria, e a jorna lista Cláudia Viagens: verão e férias é a combinação que leva a novos lugares e novas experiências

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Entrevista: Joice Nielsson aborda as polêmicas de gênero

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Como foi o casamento da modelo Simone Hanke

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Como era e como está o povoado dos poloneses

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Perfil: Izabel Steinner, criadora de muitos tipos

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A aventura dos ijuienses que pedalaram até o Chile

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Ijuienses pelo mundo: Hardy Jost conta sua trajetória

DIRETOR EDMUNDO HENRIQUE POCHMANN EDIÇÃO IARA SOARES iara@jornaldamanhaijui.com COLABORADORES CARLOS ALBERTO PADILHA, CLÁUDIA DE ALMEIDA, ELIANE CANCI, CECILIA MATHIONI

stampa@jornaldamanhaijui.com Ano 14 - Nº 9 | Fevereiro | 2017 Assinatura semestral: R$ 55,00 - Ligue 3331-0300 4•STAMPA

PUBLICAÇÃO GRÁFICA E EDITORA JORNALÍSTICA SENTINELA LTDA CNPJ: 87.657.854/0001-23 | RUA ALBINO BRENDLER, 122 | (55) 3331-0300 IMPRESSÃO CIA DE ARTE (55) 3331-0318 | 98.700-000 IJUÍ/RS

Informações contidas em espaços comercializados são responsabilidade integral das empresas e/ou dos profissionais.



PESQUISA CLÍNICA DO

HCI GANHA

RECONHECIMENTO MUNDIAL

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Hospital de Caridade de Ijuí (HCI), através do Centro de Alta Complexidade em Oncologia-Cacon, desenvolve a Pesquisa Clínica em parceria com os principais laboratórios do mundo, onde mais de 120 protocolos de novos tratamentos contra o câncer, estão em andamento. A troca de experiências com a comunidade científica mundial é uma rotina, para tanto existe uma equipe multiprofissional do HCI. A publicação em uma revista renomada como a Lancet Oncology, demonstra a seriedade do trabalho realizado, já que os estudos clínicos são rigorosamente controlados por órgãos como a Conep, Anvisa e o FDA Americano. “A produção científica do Cacon projeta o Hospital de Caridade de Ijuí e o nome do nosso município a nível mundial, e isso é importante para que possamos estar sempre oferecendo tratamentos de ponta para os nossos pacientes e agora em 2017 temos esse reconhecimento”, ressalta o coordenador médico do Cacon Fábio Franke. A importância do trabalho realizado, fez três executivos da indústria farmacêutica americana Bristol-Myers Squibb no Brasil, o presidente Gaetano Crupi, o diretor médico Roger Shoji Miyake e o diretor de pesquisa clínica Rafael Laurino, virem para o HCI para interagir com a equipe comandada pelo médico Fábio Franke. Atualmente, dos protocolos de pesquisa em andamento no Cacon, 13 estudos são pela Bristol-Myers Squibb e mais quatro aguardam liberação dos órgãos controladores. O diretor de pesquisa clínica Rafael Laurino disse que a Bristol-Myers Squibb vem se posicionando no desenvolvimento e comercialização de medicamentos destinados ao tratamento de doenças complexas, com foco em produtos para doenças em que não existem alternativas terapêuticas disponíveis. “Este posicionamento já confere à nossa companhia hoje o status de uma das mais promissoras empresas do setor farmacêutico mundial”, disse Laurino. Conforme explica o presidente da indústria americana no Brasil, ao longo de mais de 60 anos de presença no país, a companhia investiu bilhões de dólares em pesquisas para desenvolvimento de novas drogas. “É um compromisso nosso com o público de continuar a missão principal que é descobrir, desenvolver e disponibilizar medicamentos inovadores que ajudem os pacientes a superar doenças graves”, ressalta Gaetano Crupi. Por fim, os executivos da multinacional reafirmaram a importância da equipe da pesquisa clínica do HCI, como uma das mais reconhecidas mundialmente, pela conduta e seriedade que desenvolvem os protocolos de pesquisa em pacientes da macrorregião de abrangência do Cacon. Os três executivos da indústria farmacêutica americana se reuniram com a equipe do médico Fábio Franke

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Rafael Laurino, Fábio Franke, Roger Myake e Gaetano Crupi


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empre preocupada com a qualidade, beleza e diversificação, a Wolff tem sua matriz na rua Benjamin Constant 385, uma loja tradicional na região, mas sempre em constante evolução, facilitando a visualização das peças em suas lojas, através de um layout moderno. As marcas exclusivas da Wolff para a região, faz com que a empresa seja eleita como a melhor escolha de compra por pessoas de bom gosto em óculos de grau, solares e joias. A filial Wolfstreet, localizada na Rua 15 de Novembro, ao lado do Boticário, possui um visual inovador, pois através de traços assimétricos e detalhes elaborados, destaca-se como a preferida pelo público mais esportivo e jovem, com solares e armações de muitas marcas consagradas, relógios e joias de todos os estilos, além de ter em seu portfólio folheados em ouro e prata, que tornaram-se grandes destaques de venda. A terceira e mais recente, é loja virtual da Wolff, que tem como objetivo agradar um público sem fronteiras. De fácil navegação, o site proporciona uma excelente experiência de compra: fácil, rápida e segura. O e-commerce da Wolff tem portfólio independente das duas lojas físicas, apresentando diversas marcas de produtos. Através da webcam, o internauta pode provar e se movimentar com os óculos na tela do computador, tendo uma visualização lateral das hastes, podendo ainda tirar as medidas e encomendar as lentes de grau. Acesse www.opticawolff.com.br e confira esta novidade. Mais uma evolução da Wolff para agradar todos os clientes, afinal, 15 anos é realmente um ótimo motivo para crescer e surpreender.

Cássia Zimmermann e Vivi Oppermann

“Sonhar, realizar e acreditar” é com essa certeza que o Salão Vivi Oppermann surgiu em maio de 2016 e desde lá, vem prestando um atendimento único e diferenciado a amigos e clientes. Primando sempre pela qualidade e eficiência, oferece serviços de mechas, coloração, cortes masculino e feminino, progressiva, botox, penteados, maquiagem e atendimento personalizado a noivas, formandas e debutantes. Para tornar o seu trabalho mais profissionalizado, o Salão Vivi Oppermann conta ainda com a manicure e pedicure Cássia Zimmermann, que oferece, além do embelezamento de unhas, spa para pés e mãos. Vivi Oppermann Hair Style-Make Up está esperando você na Rua Simão Hickenbick, 758. Agende seu horário pelo (55)99935-3362 ou pelo Facebook Vivi Oppermann.

Matriz da Wolff está localizada na Rua Benjamin Constante, bem no Centro de Ijuí

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|profissão|

Um livreiro vocacionado Livros, revistas, jornais, material escolar e de escritório. Esse é o universo de Arnaldo Sahlberg há quase 60 anos, tempo em que se dedica à Livraria Progresso, adquirida por ele em 1958, e hoje dirigida pelo filho Renato

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rnaldo, 84 anos, gosta de levantar de manhã, sentar em sua sala, onde ainda estão os móveis de seu casamento, há 56 anos, com Irena, 80 anos, fazer sua cruzada, ler o jornal, e assim então, começar o dia. Há 52 anos morando na mesma casa, ele viu a modernidade chegar e diminuir as vendas de sua Livraria Progresso. “A Internet fez isso, mas o que eu fiz? Passei a trabalhar ainda mais”. Guardar revistas significa muito para o aposentado, após uma vida dedicada a elas. Para os filhos. Fez tudo por eles, pela família. “É importante para mim guardar tudo isso. Revistas importantes que guardam muitas memórias, muitas matérias especiais”, diz ele. Irena apoia: “Sempre incentivei e ajudei a guardar. Sempre pensamos nos nosso filhos, para usar como fonte de pesquisa”. Aos 84 anos e com uma vitalidade invejável, Arnaldo não exita em subir em uma cadeira para alcançar no alto da estante de sua sala as coleções de suas revistas favoritas. Lá estão edições raras da revista Quatro Rodas e da revista Realidade. Tem todas as edições, catalogadas. A Quatro Rodas foi lançada em 1960; a Realidade, em 1966, circulou até janeiro de 1971, e tratava de temas polêmicos para a época, como a evolução de um feto. “Essa edição foi recolhida das bancas naquela época, pois era muito polêmica”, lembra. Durante o dia, ele gosta de fazer visitas à livraria, passear e se movimentar. Nascido na Linha 3 Oeste, veio depois morar na cidade, até os 24 anos. Depois, partiu para São Paulo com o pai Frederico e a mãe Olga Sahlberg. Por um ano e meio ficou lá. “Naquela época, já não gostei de São Paulo. Trabalhava em uma firma e não me adaptei. Voltei para Ijuí”. Comprou a livraria em 2 de junho de 1958, está para completar 60 anos no ano que vem. “Ficava ao lado de onde hoje é o banco Itaú. Na época existia a Livraria Cultural, que depois fechou. Mantivemos uma única livraria, pois não sou de querer ganância. Quero apenas sobreviver e viver bem”. O pai Frederico era alemão de Berlim, e não quis ficar lá depois da 1º Guerra Mundial que aconteceu de 1914 a 1918. “Ele passou muitas dificuldades na Rússia. Ele não gostava de falar sobre isso, mas lutou, levou um tiro no joelho e caminhava com um pouco de dificuldade. Ele sobreviveu à guerra, pois arrancava raiz de árvores para comer. Ele era muito reservado”, conta Arnaldo. O pai veio como clandestino para o Brasil, atracou no Recife, passou por São Paulo, veio para o Rio Grande do Sul. Conheceu a esposa aqui em Ijuí. Olga é irmã do conhecido fotógrafo Alfredo Beck. Casaram-se e tiveram três filhos: Erica, Alfredo e Inge. Arnaldo se emociona ao lembrar da infância. “Morávamos ao lado de onde está a Unimed, na Siqueira Couto. O meu pai tinha comprado uma quadra ali, com muito mato, fazíamos cavernas com outras crianças, subia em árvores”. Quando a família morava na Linha 3 Oeste, tinha um Secos e Molhados. Depois, quando veio para a cidade, o pai de Arnaldo criou a Sociedade Laticínios Ijuiense, fábrica de manteiga e queijo, que mandava à capital gaúcha os produtos em caixas de madeira. “Com 11 anos, eu já trabalhava, pregava caixas, ganhava uns troquinhos, fazia as escovas em casa para limpar os tubos de ensaio. De lá pra cá nunca parei”. Aos 18 anos ele se formou em contabilidade e foi servir no Exército. A família vendeu a sociedade para Max Franke. O pai de Arnaldo então comprou uma oficina de venda de rádios e eletrônicos. Arnaldo passou a viajar pelos interiores vendendo rádio a bateria. “Viajei por cidades vizinhas para vender. Conheci muitos lugares”. A esposa Irena conta como se conheceram: “Naquela época, aos sábados de noite e aos domingos, os jovens ficavam contornando a Praça da República, em frente à Igreja da Natividade até a Rua do Comércio. As moças se vestiam muito bem e iam e voltavam pela rua. Os rapazes na beira da calçada ficavam flertando com as moças, largavam piadinhas para elas. Isso há quase 60 anos”. Assim foi com Irena e Alfredo. O flerte do casal continuou durante os bailes da Sogi. “Foi nos bailes da Sogi que o namoro vingou”, diz Irena, que adorava dançar em meio às orquestras famosas que se apresentavam em Ijuí. Do casamento, há 56 anos, resultou em três filhos. Ele conta que por muitos anos, não tinha carro e ia a pé para a Livraria. Atravessava a cidade. Muitas vezes ia também à noite para a livraria para adiantar o serviço. “Não existia pedido pela internet e tal. Tinha que datilografar e mandar por Correio ou transportadora. Não tinha outra maneira”. O momento que marcou a livraria e que mais vendeu jornais e revistas foi o Regime Militar, em 1964 a 1985, do AI 5, quando o Exército tomou conta do Brasil. “O futebol também foi outro assunto que vendeu muito, mais do que hoje, que tem tudo na internet, e chega rápido. Naquela época, as coisas demoravam a chegar, e mesmo assim, vendia muito”. Arnaldo já não vai tanto à livraria. Algumas horas por dia são suficientes para se informar, conversar com os clientes e saber dos negócios. “Eu lia muita ficção científica, e hoje em dia aquilo que eu lia nos livros parece estar acontecendo na vida real, como os telefones, essas televisões de tela grande, os edifícios com 200 andares e seus elevadores rápidos. Tudo isso é muito interessante. Tudo agora é real”. 8•STAMPA

Arnaldo vive em meio às suas coleções e lê muito, diariamente, especialmente revistas e jornais

Irena e Arnaldo estão juntos a 56 anos

Na Livraria: visitas diárias para se inteirar das novidades


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Estudantes da Unijuí, de diferentes áreas do conhecimento, participaram da missão no município de Aparecida do Rio Negro

Projeto Rondon - Operação Tocantins

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o final de janeiro e começo de fevereiro, alunos e professores da Unijuí participaram, pelo Projeto Rondon 2017, da “Operação Tocantins”. Eles estiveram em Aparecida do Rio Negro, no Tocantins, para a troca de experiências, conversas e muita aprendizagem com a comunidade local. Foram diferentes áreas do conhecimento unidas com o objetivo de levar bem-estar, qualidade de vida à população e agregar valores ao desenvolvimento da região. Entre as atividades, os rondonistas da Unijuí estiveram na Escola Estadual de Tempo Integral Meira Mattos e Escola Municipal Luza Machado Miranda. Lá, reuniram crianças e jovens no curso de Educação Musical e Violão, e de Produção de Materiais Impressos. Além dos jovens, quem também recebeu atenção dos rondonistas foram os agricultores autônomos, estudantes de Agronomia, técnicos em Agropecuária, Ruraltins (Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins) e zootecnistas. Para eles foi realiza-

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do o curso de Horta e Quintais Produtivos, que envolveu as áreas de agronomia e nutrição. Questões relacionadas à saúde e direitos foram discutidas com os integrantes do PAIF (Programa de Atenção Integral à Família). Segundo a rondonista Ana Louíse Diel, as atividades foram desenvolvidas com empolgação: “apesar da chuva que desabou sobre o município, a oficina de Fotografia e Turismo superou expectativas”. Integram a equipe da Unijuí, Paulo Ernesto Scortegagna (coordenador), professora Leonir Terezinha Uhde (vice-coordenadora); a professora Lara Nasi (coordenadora adjunta); e os estudantes Ana Louíse Diel (Jornalismo); Ângela Tamara Nunes Doebber (Arquitetura); Djenifer Tainá Müller (Agronomia); Glaucia Adriele Prauchner Krause (Engenharia Civil); Márcio Gonçalves Ferreira (Veterinária); Mariângela de Moraes Inocêncio (Nutrição); Rosana Souza de Vargas (Letras) e Victória Eduarda Mayer Souza (Design).

Palharini: centro veterinário de cirurgia e dermatologia

Clínica Veterinária Palharini é referência em Ijuí e região no atendimento a cães e gatos. Entre os serviços prestados está a Dermatologia Veterinária, uma das especialidades de maior crescimento na Medicina Veterinária, pois as doenças da pele são cada vez mais comuns e responsáveis pelo maior motivo de atendimento veterinário em todo o mundo. Outro serviço de destaque é a unidade cirúrgica, que possui todos os equipamentos para um procedimento seguro como o aparelho de anestesia inalatória digital, com ventilação e monitorização multiparamétrica que possibilita uma maior segurança para seu animalzinho durante qualquer procedimento cirúrgico. A Clínica Veterinária Palharini conta com profissionais capacitados para cuidar do seu animalzinho: a médica veterinária e proprietária Nelda Palharini, pós-graduanda em dermatologia veterinária, e o médico veterinário Ariel Victor Dalavia, pós-graduando em cirurgia e clínica médica de pequenos animais. As consultas podem ser agendadas pelos fones (55) 3332-6703; whatsap (55) 99175-4052. O endereço é na Avenida Getúlio Vargas, 215.

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Médica veterinária Nelda Palharini


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Gaúcho Renan Dal Zotto substitui o multicampeão Bernardinho O gaúcho Renan Dal Zotto, 56 anos, tem a responsabilidade de substituir o técnico mais vitorioso do esporte brasileiro

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o início de janeiro o treinador Bernardinho Resende deixou o comando da multicampeã Seleção Brasileira Masculina de Voleibol, depois de quatro ciclos olímpicos vitoriosos, de 2001 a 2016, com quatro finais olímpicas, sendo dois ouros em Atenas/2004 e Rio de Janeiro/2016, e duas pratas em Pequim/2008 e Londres/2012, e outros três títulos do Campeonato Mundial, na Argentina/2002, Japão/2006, Itália/2010 e o vice na Polônia/2014.A intenção da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) era de permanência de Bernardinho, mas diante de sua negativa, precisou partir para uma alternativa e o nome escolhido foi Renan que vai liderar o vôlei masculino no novo ciclo dos Jogos Olímpicos de Tóquio/2020. A decisão pelo nome de Renan reflete uma escolha moderada que prioriza uma transição interna. O novo treinador, recentemente, ocupou o cargo de diretor de seleções da Confederação Brasileira de Voleibol e mantém excelente diálogo com seu antecessor campeoníssimo, que terá a partir de agora um cargo de consultor e coordenador das seleções masculinas de base e adulta. A decisão pela escolha de Renan Dal Zotto repercutiu positivamente, mas gerou questionamentos sobre o longo período de inatividade de Renan à beira das quadras como treinador. Desde 2008 ele não treina nenhuma equipe, mas nos últimos três anos acompanhou atentamente os treinamentos e jogos da Seleção. Ao optar por Renan e manter Bernardinho como coordenador, a CBV promove a alteração do comando e protege uma metodologia vencedora, conhecida dentro da entidade, a fim de reduzir riscos maiores de uma transição prolongada. Hoje, a CBV é sinônimo de referência para outras modalidades esportivas e detém um dos produtos mais valiosos do esporte nacional, motivo de orgulho do povo brasileiro. Com prestígio internacional, Renan Dal Zotto conhece voleibol e o vivenciou de um patamar como poucos. Foi medalha de prata como jogador na Olimpíada de 1984, em Los Angeles. Em 2000 foi finalista do prêmio de melhor jogador do século 20, organizado pela Federação Internacional. O novo comandante do vôlei brasileiro anunciou a base da comissão técnica que irá auxiliá-lo no comando da equipe.Dois dos três nomes confirmados por Dal Zotto já são conhecidos da Seleção, e integravam a comissão do ex-técnico Bernardinho. Ricardo Tabach, assistente técnico do Rio de Janeiro, e o preparador físico Renato Bacchi. A novidade ficou por conta de Marcelo Franckowiak, assistente que treina o Canoas, time da Superliga masculina. Ao falar para a Stampa, Renan Dal Zotto disse que é uma responsabilidade muito grande, um orgulho ser lembrado para substituir e dar sequência ao trabalho do Bernardinho. “A gente sabe o quanto o voleibol cresceu nas últimas décadas, desde a década de 80 sempre mantendo uma posição de destaque em nível internacional. O nosso grande objetivo é manter sempre o Brasil entre os primeiros no ranking mundial”. O treinador disse que é muito importante a permanência de Bernardinho próximo da comissão técnica, principalmente neste momento de transição. Comentou que dá um certo conforto, mas tem consciência de que o desafio é muito grande. O primeiro compromisso dele no comando do selecionado é a Liga Mundial em junho. A primeira convocação deve sair no início de maio. Renan tem acompanhado de cima as competições da modalidade. “A minha

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função é assistir bem de perto toda esta jornada, acompanhar os campeões olímpicos e novos talentos, pelo menos até o final da Superliga e também o Campeonato Italiano onde tem a maior parte dos jogadores das outras seleções mundiais. O planejamento, a organização da CBV ajudam muito no sucesso do vôlei.O grande diferencial que a gente traz na nossa essência é justamente o planejamento, e disciplina é a base de tudo. Junto a isso, muito trabalho, dedicação, sempre pensando na renovação, tentando apoiar os clubes, os bons projetos, como o que temos em Ijuí, o Pró-Vôlei, que tenho certeza que em breve vai render frutos para a Seleção Brasileira”, salientou. Renan Dal Zotto lembrou que temos boas iniciativas no país e isso é muito importante, esta parceria, aproximação para que toda a garotada tenha um espelho, uma referência. Reiterou que o vôlei do Brasil é sempre muito admirado por todo mundo. “A nossa grande missão é esta, de cada vez popularizar mais o vôlei, fazer com que tenha sempre bons resultados”. Renan afirmou que é muito bom saber que existem projetos no interior do Brasil, como o do Ijuí Pró-Vôlei. Salientou que é fundamental que estas iniciativas tenham uma vida longa, com incentivos, porque é dalí que o garoto surge, alí que ele começa a gostar do voleibol e principalmente quando tem um profissional que conhece muito essa modalidade. “Deveríamos ter vários projetos como esse espalhados pelo país. Temos já bons projetos, mas com certeza esse é um dos mais importantes do voleibol brasileiro”. O técnico comentou que o vôlei tem a sorte de contar com bons profissionais trabalhando, clubes interessados ainda na renovação, o surgimento de novos talentos. Entende que é preciso um aumento no número de competições para a garotada. “Cada passo precisa ser dado de uma vez. Está na programação da Confederação promover novas competições para estes jovens”, confirmou Renan.


Time do Floresta comemorou muito a primeira conquista no Distrital 2016

CAMPEÃO DISTRITAL INVICTO Floresta reuniu as agremiações Farroupilha, Gaúcho e Ijuí, todas da mesma localidade

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time do Floresta venceu o Chorão por 1 a 0, em 22 de janeiro, no campo do Ijuí da Linha 8 Leste e conquistou invicto o título da 3ª edição do Campeonato Distrital de Futebol ainda referente a 2016. O único gol da partida foi marcado pelo atleta Everton aos 9 minutos do segundo tempo. Na primeira partida das finais deu empate de 1 a 1 no campo do Chorão.Antes do início da partida na Linha 8, houve um minuto de silêncio em homenagem a Diego Paradynski dos Santos que faleceu em acidente na Argentina, juntamente com a esposa Maraísa Forgiarini e o pai dela, Valtair Forgiarini. Diego foi atleta do Farroupilha de Floresta e de vários times do amador ijuiense.Depois do jogo, ocorreu mais homenagens. Houve salva de palmas e torcedoras exibiram uma faixa com os dizeres: “Diego Gandula, o esporte agradece a sua participação e empenho. Seremos Eternamente Gratos”. O Floresta teve estes jogadores na campanha do título: Maiquel Glitzenhirn Fridrich, Régis Leandro Borré, Cristiano Glitzenhirn Fridrich, Márcio Muner, Martin Fridrich, Juliano Fridrich, Marcelo Fridrich, Jeferson Stochero, Tiago Bigolin, Luciano Kaahr Schildt, Everton Grohes Stochero, Rodrigo Schmidt Kroth, Alison Luis Kappke, Jaime Ochs, Evandro Luis da Rosa, Miguel Demamann, Adir Paixão de Oliveira, Ronaldo Kronberg, Leandro Paradzinski, Venício Dalbello, Rodrigo Meinke, Peterson Luís Zimmermann, Fernando Berwig Antes, Alex F. Glitzenhirn, André Roque Stochero, Cleber Denes, Eduardo Tadeu Kronberg e Elvio Luiz Kronberg. O treinador foi Maurício Eichoff e auxiliar técnico, Valdir Fridrich. Na preliminar na Linha 8 Leste, o Flamengo da Linha 11 Norte, time onde joga o meia Paulo Baier e campeão de 2015 venceu o Juventude do Rincão dos Goi por 2 a 1 e conquistou o terceiro lugar. Após a partida decisiva aconteceu a entrega da premiação aos primeiros colocados do Campeonato realizado em sua terceira edição. O próximo Distrital deve começar no dia 5 de março. O gerenciamento da competição permanece com atuação conjunta da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo e do Conselho de Dirigentes das equipes, que tomarão decisões conjuntas para o desenrolar do Distrital. Uma das particularidades do Campeonato é o envolvimento das famílias e o parentesco dos atletas. O campeão de 2016, Floresta, uma fusão dos times Farroupilha, Gaúcho e Ijuí da Linha 8 Leste, tem na mesma agremiação os jogadores Maiquel, Cristiano, Márcio, Martin, Alex, Juliano e Marcelo, todos com laços familiares. O artilheiro do time, o atacante Everton, é irmão do meia Jeffinho. Os dois inclusive participaram da jogada que originou o gol do título marcado por Everton. Outras equipes do Campeonato também têm atletas de uma mesma família jogando juntos.

Floresta ganhou invicto o título do Campeonato Distrital de Futebol

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|memória|

Meu avô revolucionário Neiton Costa de Azevedo lembra com carinho do avô José Bonifácio da Costa, sobrevivente de noite da degola dos 300, durante a Revolução Federalista que aconteceu de 1893 a 1895. Ele preserva parte da espada usada pelo avô maragato

Registro dos documentos históricos: a degola de um oficial legalista pelo major maragato Adão Latorre

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orando em Ijuí desde 1990, o aposentado estadual Neiton Costa de Azevedo, 79 anos, relatou para a Stampa sua relação de amor e carinho que tinha com o avô José Bonifácio da Costa, na infância, em Bagé. Ele lembra dos ‘causos’ que o avô lhe contava, e entre tantos, está o mais impactante: a noite em que ele se salvou por muito pouco de ser degolado, junto com mais uns 300 homens, da matança comandada por Adão Latorre, episódio controverso registrado nos anais históricos. Foi durante a Revolução Federalista, que sangrou o Estado entre 1893 e 1895. O avô de Neiton faleceu quando ele era criança, mas deixou um legado de histórias que são lembradas pelo neto a cada conversa. Neiton se emociona às lágrimas ao lembrar do avô querido, que muito lhe ensinou sobre a vida e sobre a guerra. A guerra entre Maragatos e Pica-paus, da qual seu avô José Bonifácio participou, representou duas grandes e tradicionais correntes políticas do Rio Grande do Sul. Em 1893, quem governava a província do Rio Grande do Sul era Júlio de Castilhos, que possuía forte vínculo com o poder central, e o então presidente do Brasil, Floriano Peixoto. Defendendo ideias federalistas e, consequentemente, mais descentralizadoras, um grupo liderado por Gumercindo Saraiva e Gaspar Silveira Martins se organizou na tentativa de derrubar Júlio de Castilhos. A guerra civil explodiu no Rio Grande do Sul, e mais tarde arrastou Santa Catarina e o Paraná. Os enfrentamentos se estenderam por dois anos e meio e terminaram com um saldo estimado de 10 mil cadáveres. O avô de Neiton, na casa dos 20 anos, foi recrutado pelos “castilhistas”, defensores de Julio de Castilhos no poder, apelidados de Pica-paus, ou Ximangos, em razão da cor de seus uniformes, que se assemelhavam às dos pássaros da região. Morador na Linha 4 Oeste, em um local tranquilo, Neiton tem a sala recheada de fotos de sua numerosa família, e nos mostra a foto mais antiga: a do avô José Bonifácio, um homem de bigode, esguio e com semblante severo de quem passou pelas agruras da guerra, e que se salvou por pouco. Aconteceu dele ser reconhecido pelo comandante da tropa - era seu afilhado. O comandante era melhor amigo de seu pai e o poupou de ser morto. Neiton guarda o pedaço de espada usada pelo avô, que mandou cromar para preservar o que dela restou. “As manchas na espada são de sangue humano. Não sai. Quando croma, essas manchas pretas sai, mas com o tempo volta. Dizem que é o sangue humano que resseca no aço e não sai nunca mais”, acredita. O tal comandante, de quem Neiton não lembra o nome, ofereceu um cavalo ao seu avô, na surdina da noite, para que ele fugisse. José Bonifácio aceitou na hora, mas tentou interceder por seu melhor amigo, para que ele também não fosse degolado. Com a recusa do severo comandante, ele teve que fugir sozinho, chorando, sem olhar para trás. Antes de ser degolado, o melhor amigo pediu para que José Bonifácio cuidasse da mãe dele e da irmã, que não tinha pai. José cumpriu a promessa. E também se apaixonou pela irmã do melhor amigo, casou-se e constituiu família. O amigo foi degolado com outros 300 homens, na beira de uma lagoa em Bagé, comandado pelo major negro Adão Latorre. “Meu avô era agricultor, na época, nasceu e se criou em Bagé. Ele estava nesse mangueirão de pedra, perto do rio, com mais de 300 prisioneiros. Ele me contava que a água da lagoa naquela noite em que fugia se tornou vermelha de uma hora para outra, do sangue dos homens decapitados”. Ao lado da esposa, Daisy Kruger, 70 anos, ele conta que a avó faleceu antes dele nascer, mas mesmo com passar dos anos, a memória do avô segue viva e a saudade se transformou em boas lembranças. José Bonifácio teve cerca de dez filhos, entre eles a mãe de Neiton, Dalva Costa de Azevedo, que se casou com Ataliba Alves de Azevedo. Neiton calcula que o avô morreu há cerca de 70 anos, quando ele tinha dez anos.“Eu conheci meu avô como ninguém o conheceu”. A maior parte das batalhas da Revolução Federalista (1893-1895), entre Maragatos e Pica-paus, se deu nas planícies do Rio Grande do Sul


Joice Graciele Nielsson

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oice Graciele Nielsson, 33 anos, é doutora em Direito, pela Unisinos e professora do Curso de Direito da Unijuí há quatro anos, mesma Universidade na qual se graduou em Direito em 2011. Natural de Panambi, ela mora em Ijuí há cinco anos, quando veio cursar o Mestrado em Desenvolvimento e Direitos Humanos. Casada com Nelson Copetti, concluiu seu doutorado em novembro de 2016, defendendo a tese intitulada “O Liberalismo Democrático Igualitário e a Justiça Feminista: um novo caminho”, onde tratou sobre as questões de gênero e feminismo no Brasil atual, a partir de uma abordagem político-filosófica. E é sobre isso que ela foi questionada aqui. Joice alia os estudos acadêmicos com a militância concreta em movimentos da sociedade civil que tratam desta temática, como o Fórum Permanente da Mulher e a Rede de Proteção à Mulher de Ijuí, os Projetos Sala de Diálogos, e Sala de Espera de Ijuí, e o Movimento Nacional de Direitos Humanos. Em razão disso, também participa de diversos eventos, ministrando palestras e apresentando pesquisas, sempre com a intenção de chamar a atenção da sociedade para a relevância das discussões e ações em busca da igualdade de gênero. | Por Cláudia de Almeida|

Dentro da diversidade sexual, são muitos os termos que encontramos. Quais são eles e o que significam? O tema da diversidade de gênero e sexual vem ganhando mais espaço especialmente a partir de 1980, quando se começou a questionar a combinação binária e heteronormativa homem (másculo forte e chefe de família) X mulher (sensível, obediente e do lar) como a única opção possível de interação e relacionamento entre as pessoas. Este padrão foi estabelecido culturalmente como o único possível e assim normalizado e normatizado. Toda manifestação que fosse diversa era tida como anormal, como doença ou crime e era fortemente reprimida, do que vieram a discriminação, a opressão, a violência e o preconceito. Portanto, nos acostumamos com essa forma de organização social, e passamos a acreditar que ela era natural e normal. Mas não é. Em grande medida este discurso se apoia em argumentos reprodutivos: só homem e mulher reproduzem, portanto, só eles podem se relacionar, o que biologicamente pode ser correto. Ocorre que este pensamento reduz qualquer forma de interação humana à reprodução: afinal, só nos relacionamos pra nos reproduzir? Ou nos relacionamos por afeto, por desejo, por prazer, por amor, ou outros sentimentos? Deste modo, surgem termos como heteronormatividade, cisgênero, transgênero, bissexual, assexual, homossexual, lésbica, dentre muitos outros. Cada um deles designa uma das diferentes combinações possíveis entre sexo (biológico), gênero e sexualidade.

Nossa sociedade é muito boa em dissimular o preconceito, seja sexual, de gênero ou de raça, principalmente através daquelas famosas frases ‘não tenho nada contra, desde que seja longe de mim’, ou ‘respeito desde que a pessoa se dê ao respeito’

As pessoas confundem, às vezes, identidade de gênero com orientação sexual. Qual é a diferença? Para compreender tais conceitos, de uma forma mais simples, é necessário compreender a relação entre corpo biológico, gênero e sexualidade. Corpo biológico diz respeito ao nosso corpo físico. Gênero, ao contrário, é uma construção social que vai impor os modelos padrões de masculino e feminino tradicionalmente aceitos pela sociedade e sexualidade tem a ver com o desejo, com a atração, com o conjunto de questões que envolvem relacionamentos e a atração sexual e afetiva entre duas pessoas. Tradicionalmente se pensava que esta equação tinha apenas uma possibilidade: você nasce com corpo biológico masculino, deve se comportar como ‘homem de verdade’ e sentir atração por uma mulher; se seu corpo for biologicamente feminino, você deve se comportar como uma ‘mulher de verdade’, e sentir atração por homens. No entanto, hoje sabemos que há várias possibilidades que circundam tais relações, por exemplo: uma pessoa pode nascer com um corpo masculino, ter uma identidade de gênero feminina, ou seja, se sentir uma mulher, e ainda se relacionar (orientação sexual) ou com homens ou com mulheres, ou com ambos. As possibilidades são infinitas. Obviamente não é fácil compreender tais relações, especialmente pra quem nasceu e foi educado considerando como correto apenas o modelo padrão, e como ‘aberrações’, ‘doenças’, ‘safadezas’ os demais, mas esta é uma tarefa culturalmente possível e necessária.

Como a senhora acha que o Brasil (tanto governo como sociedade) tem lidado com a diversidade sexual? A tendência do ser humano em não aceitar o novo, ou o diferente, repelindo, ignorando, ou agredindo é por todos sabida. Seja por medo, por desconhecimento, ignorância, por comodismo, ou algumas vezes por pura intolerância mesmo. Não à toa o Brasil é um dos países que mais mata homossexuais e transexuais no mundo, mais, inclusive, do que alguns países muçulmanos. Todo o dia surgem notícias relatando tais fatos: uma mãe que mata a facadas um filho por ser homossexual; um jovem que se suicida por não aguentar a pressão das pessoas próximas; um pai que espanca o filho até a morte por ser afeminado... sem falar na violência sexual e também aquela velada ou expressa em palavras, ofensas, isolamento, falta de oportunidade de empregos, de interação social. Apesar disso, aparentemente ninguém é preconceituoso no Brasil. Nossa sociedade é muito boa em dissimular o preconceito, seja sexual, seja de gênero ou de raça, principalmente através daquelas famosas frases ‘não tenho nada contra, desde que seja longe de mim’, ou ‘respeito desde que a pessoa se dê ao respeito’. No entanto, se respeitamos os outros seres humanos, precisamos respeitar a todos, e não escolher apenas quem pensa e age igual a nós, e neste sentido respeitar não quer dizer que todos são obrigados a gostar ou concordar, ou agir do mesmo modo. Estas são questões de foro íntimo, mas o gostar ou não, não pode se transformar em justificativa para a violação da dignidade e dos direitos de outro. >> STAMPA•15


de fadas não é ensinada nos livros nem na televisão. Com relação ao estupro, por exemplo, como ainda ensinamos que a Bela Adormecida pode ser beijada desacordada, e sem consentimento? Isso configura um estupro, mas é ensinado nas casas, nas escolas, e passa a mensagem de que o consentimento não é necessário. E as músicas? O que dizem as letras que estamos cantando? E as propagandas? Porque mulheres servem como objeto para atrair a atenção dos homens para cervejas e carros? Enfim, há um longo caminho a ser percorrido para que a cultura machista e patriarcal seja superada.

Joice palestra sobre feminismo e violência contra às mulheres em diversos eventos

No Brasil, em média, 75% dos lares convive com violência de gênero; isto significa que a violência está ao nosso lado, dentro da nossa casa, e não exclusivamente na periferia pobre.

O que é gênero, e como ele funciona nas relações sociais? Gênero é um conceito científico que quer demonstrar que o corpo físico de uma pessoa, sua constituição biológica não implica na forma como esta pessoa deve viver, se comportar, ser. Não há um modelo único de ser homem, ou de ser mulher que obrigue a ser violento e não chorar, e ser sensível e amorosa. Um homem pode ser sensível e uma mulher pode ser poderosa, pois cada um deve ser livre pra ser da forma como quiser: não existe “homem que é homem” e “mulher de verdade”, existem homens e mulheres, cada um à sua maneira, buscando ser felizes da forma como são, e todas elas são legitimas. No entanto, são as construções de gênero que originaram as desigualdades entre homens e mulheres em sociedades patriarcais, em que homens chefes de família eram os donos de tudo o que estava a sua volta, inclusive mulheres e filhos: o que fica evidente nos inúmeros casos que vemos de pais matando não só mulheres, mas também seus filhos, afinal, são seus, suas propriedades, e, portanto, matá-los é permitido. Culturalmente passou a ser “natural” que as mulheres ficassem em casa e obedecessem, e os homens ocupassem os espaços públicos de tomada de decisão. É através da cultura que esses papéis de gênero e as injustiças vão se perpetuando, a começar na infância: ainda distribuímos roupas cor de rosa, bonecas e panelinhas para as meninas, e bolas, carrinhos e armas aos meninos. A partir disso, que mensagens acabamos passando aos filhos? Que cuidado com os filhos e com a casa são coisas de menina, e que atividades agressivas e do espaço público (fora da casa) são coisas de menino. Ora, cuidar do filho e da casa é tarefa apenas da mãe? Ainda ensinamos nossas meninas a serem princesas (vide as festas infantis), mas afinal, quem são as princesas? São aquelas que esperam e vivem em função do príncipe encantado que lhes fará felizes. Ficam bonitas para o príncipe (a qualquer custo, veja-se as cirurgias plásticas arriscadas, a bulimia e a anorexia), agradam o príncipe (fazendo todas as suas vontades), suportam tudo o que o príncipe faz (violência, principalmente) afinal, se perderem o príncipe, não são mulheres completas nem capazes de viver ‘felizes para sempre’. Quando o príncipe vira sapo, as meninas não sabem o que fazer, porque essa parte dos contos

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Há relação entre a desigualdade de gênero e a violência doméstica? A violência doméstica é fruto da desigualdade de gênero. Se criamos meninos com um modelo de masculinidade e por outro lado criamos meninas para serem princesas, quando ambos forem se relacionar, esta relação já será uma relação desigual, em que um dos polos irá ‘mandar’ e o outro ‘obedecer’. O que advêm daí é toda sorte de violências que vivenciamos todos os dias, uma violência que é autorizada socialmente: o homem bate na mulher, ou a violenta porque se sente autorizado pra isso. É a “minha mulher”, repetem sempre, como se a mulher fosse um objeto. O que existe aí não é uma relação afetiva, mas uma relação de dominação e poder: o homem que tem a sua mulher, e a mulher que deve se esforçar pra manter seu príncipe; uma pessoa tem poder sobre a outra, pode fazer com ela o que quiser, e não aceita perder esse ‘objeto’: ‘se não é minha não é de mais ninguém’ ouvese constantemente como justificativa para o assassinato. À mulher, ao contrário, caberia todo o esforço para “salvar a relação”, se manter calma, ter paciência, ser amável, agradar o marido, em nome do bem maior da manutenção da “família”. A desculpa de suportar violência em nome da família é uma falácia, porque afinal, que família é esta que tanto se quer proteger? Uma família que odeia, que bate, que ofende e que mata? Como é essa situação no Brasil? No Brasil, em média, 75% dos lares convive com violência de gênero; isto significa que a violência está ao nosso lado, dentro da nossa casa, e não exclusivamente na periferia pobre. Se sete, oito em cada dez famílias convivem com violência doméstica (agressão física, verbal, psicológica, econômica), que tipo de indivíduos estas famílias colocam em sociedade? O que uma criança que convive todo o dia com um pai que chama sua mãe de vadia, vaca, feia, burra, louca, idiota, e a agride fisicamente vai reproduzir em sociedade? Como ela irá tratar sua professora/es? Como ela irá se relacionar com as mulheres, com os amigos? Que noção de respeito e boa convivência ela poderá reproduzir? Se quisermos repensar a nossa sociedade, é urgente pensarmos sobre tais questões, o que passa por repensarmos os modelos de gênero predominantes. Quando se fala em gênero, não se quer “destruir a família”, como muitas vezes ouve-se por aí. Ao contrário, o objetivo é repactuar novos modelos de masculi-

nidade e feminilidade, para que os relacionamentos se pautem pela igualdade, pelo respeito, pela igual divisão das tarefas domésticas, pelo igual cuidado com os filhos. Todos concordamos que a família é o pilar da sociedade. No entanto, se este pilar estiver podre, o que será de nossa sociedade? Em Ijuí, em apenas um final de semana, foram registrados 15 casos de agressão. A que a senhora atribui tantos casos em tão curto espaço de tempo? Além de todos os fatores que já falei, o calor forte leva à bebida alcoólica, e o álcool e o consumo de drogas é um grande fator de violência doméstica, pois potencializa o sentimento de posse e o ciúmes. Esse quadro é desastroso, como temos visto. Repito, precisamos urgentemente rediscutir esse modelo de relacionamento, e pensar em relacionamentos saudáveis, de amor, de respeito; muitas vezes ouvimos que a pessoa bateu porque ama, porque cuida do que é “seu”, tem ciúmes porque ama, agrediu porque foi traído, controla o celular e o wadsapp porque cuida.... Essa romantização da violência é ridícula: por amor a gente respeita, ajuda, divide, constrói junto, cuida; violência, ofensa, xingamentos, desconfiança têm a ver com machismo, controle ciúmes, posse, não tem nada de afeto. Agride-se o outro porque se é uma pessoa violenta, só isso. As mulheres e os homens devem entender isso, e especialmente, compreender que se essa situação está instaurada, dificilmente vai mudar, ao contrário, a tendência é se intensificar, até chegar a situações mais graves. A senhora acredita que as políticas públicas de gênero avançaram? Sim, especialmente nas duas últimas décadas as políticas públicas de gênero têm avançado. Esse avanço esteve relacionado à criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres no governo federal e no governo estadual (ambas foram extintas pelos atuais governos), e nos entes municipais, e com a edição de legislações, especialmente a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, que tratam diretamente desta questão. A Lei Maria da Penha articula três eixos: punição ao agressor, que fica a cargo da polícia; políticas de atenção à vítima; e prevenção. No caso da atenção à vítima, a lei prevê a criação de estruturas para oferecer abrigo temporário, emprego, assistência jurídica, psicológica, enfim, o que for necessário, mas o número ainda é reduzido, do mesmo modo que o número de municípios que contam com Delegacias da Mulher é reduzido. Especialmente aqui em Ijuí temos uma estrutura bem organizada e que tem tido ótimos resultados. Temos uma Coordenadoria da Mulher, o Fórum Permanente da mulher, o Conselho da Mulher, e a Rede de Proteção à Mulher, e uma Delegacia da Mulher, dentre outras. Essas entidades, junto com muitas outras, que aliam poder público à sociedade civil realizam uma série de intervenções, buscando promover o atendimento e assistência qualificadas às vítimas. Mesmo com todo o esforço, há ainda um longo caminho a ser percorrido no sentido de erradicar esta chaga de nossa sociedade.


Santana O povoado dos poloneses No lugar onde assentaram-se, os imigrantes poloneses sobreviveram às dificuldades da Colônia Ijhuy, e se firmaram mantendo a fé e lavrando a terra. Hoje, Santana é o maior produtor de mudas frutíferas do Estado

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escritora Marli Siekierski escreveu em seu livro “Povoado Santana conta sua história”, de 1987, que a localidade teve seu nome originado da sociedade fundada na antiga Linha 1, em 11 de janeiro de 1922, chamada Sociedade Polaca de Santa Anna. O povoado, em 1890, início da colonização de Ijuí, era apenas mato. Quando os imigrantes aqui chegaram, a maioria das famílias polonesas se fixou na localidade - Lemanski, Wichrowski, Brzozowski, Konarzewski, Diobzinski, Ojcnacz, Siekierski, Megier, Kravczuk, oriundas principalmente das Províncias de Cracóvia e Kalisz. Eram agricultores, extremamente católicos, fiéis à sua religião. Mas não foram só os poloneses que povoaram San-

tana. Também alemães e austro-húngaros se radicaram na localidade, entre eles, as famílias Gombar, Kokorek, Gröff e Gloss. Eram tempos muito difíceis. Marli conta em seu livro que as condições eram precárias e quem quisesse casar ou registar um filho ia para Cruz Alta, a pé. A ponte do Rio Potiribu, naquela localidade, só foi construída em 1904, com ajuda dos pioneiros de Povoado Santana. Antes disso, muita gente morreu naquelas águas para atravessar e chegar até a Sede da Colônia. Muitas mortes ocorriam também por causa do péssimo estado sanitário de Ijuí e pelos acidentes nos cortes de árvores. Era muito difícil conseguir qualquer tipo de medicação. >>

Time São Francisco, por volta de 1967; no centro a rainha Iolanda Kovaleski

Alunos da professora Iria Bartz STAMPA • 17


Ramão casou com a italiana Realda há 56 anos

Lindolfo, ao lado da esposa Idalina, nasceu e se criou em Santana

Em mais uma expedição pelos Distritos de Ijuí, Stampa percebeu que muita coisa mudou. No começo, tudo era feito de forma rudimentar, na base da enxada. Hoje, a modernidade está presente na vida e no trabalho de quem vive lá. Exemplo disso é a propriedade de Ramão, 76 anos, e Realda Kopezinski, 75 anos. Ramão nasceu e se criou no Santana. Os avós Stanislau e Josefa Cyzinski vieram da Polônia como os demais imigrantes que ali se instalaram, e tiveram oito filhos. Ramão diz que muitas coisas mudaram, para melhor. “Aqui na frente da minha casa, por exemplo, era estrada de chão, as pontes não existiam. Meus avós contavam que quando aqui chegaram cada família ganhou um lote de terra para desmatar e começar sua vida. Assim começou a localidade”, conta ele, que é filho de Boleslau e Mariana Kopezinski. Ramão casou-se com a italiana Realda, após se conhecerem em um dos bailes da localidade. Já faz 54 anos, e têm três filhos. “Os italianos imigrantes ganharam lotes de terra lá onde é o Rosário, em Augusto Pestana. Foi a maior briga para podermos casar, pois minha sogra não queria, pois eu era italiana e ele polonês”, comenta Realda. Ela não falava polonês, e ao se casar e se mudar para Santana, foi muito difícil se acostumar com a língua, que era falada em todas as casas e na igreja. “Quando minha sogra ficou doente, eu aprendi ainda mais para poder cuidar dela”. Ramão lembra das histórias que ouvia do avô e dos pais. “Tudo era mais

A primeira homenagem feita ao Campeão do Mundo Dunga, em dezembro de 1994, foi um monumento de cimento com as marcas da chuteira do jogador, e na parte de cima, uma bola. Está localizado e abandonado (sem manutenção e conservação), junto ao campo de futebol do extinto Instituto de Menores de Ijuí (abaixo)

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divertido, os casamentos duravam até quatro dias. Muitos padres da Polônia vinham para cá, e para contar na Polônia o que viam por aqui, eles fotografavam tudo. Por exemplo, aqui a carne era à vontade. Cavavam um buraco no chão para assar. Lá na Polônia tudo era escasso, e eles não acreditavam na nossa fartura”. Outro fato curioso lembrado pelo casal é de quando ainda não existia a ponte de madeira e uma pinguela era usada para atravessar o rio. “Quando a gente namorava, há mais de 50 anos, e voltávamos dos bailes por esse caminho. Às vezes deito e penso que essa estrada barulhenta que passa aqui na frente da nossa casa uma vez era barranco. O asfalto alterou a paisagem da vila”. As coisas ficaram melhores com a chegada do asfalto, diz Ramão, mas lamenta: “é uma pena que há mais de 30 anos não arrumam a estrada”. O casal lembra com saudade de tudo que Santana já teve. O secos e molhados que pertencia a Firmino Lucchese, por exemplo, servia para Realda comprar querosene, sal para salgar a carne impedindo de estragar, açúcar em pedaços, ki-suco para fazer recheio de tortas. A serraria de Antônio Garzella também era muito movimentada, e o Instituto de Menores de Ijuí, que chegou a ter 70 meninos internados e funcionou de 1952 a 2008. Ramão começou como carvoeiro, ou seja, fazia carvão de lenha. Depois passou a ser produtor rural. “Aqui nessa região tudo havia sido desmatado pelos imigrantes. Não havia mais nenhuma árvore, nem para sombra. Então comecei a plantar tudo de novo”, conta ele. Santana também já promoveu muitas festas, a mais famosa foi a Festa da Laranja, cujo auge aconteceu nos anos 1990. Realda lembra que fez parte da diretoria por muitos anos. “Fazíamos vinho de laranja, bolo, sucos, geleias. A festa foi feita anualmente durante dez anos. Cada distrito tinha uma festa. Lá em Rosário, por exemplo, era da uva”, lembra. Santana é uma localidade noventa por cento católica. Ramão e Realda vão todos os domingos à missa, e há 40 anos cantam no Grupo de Canto da Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Cerca de 200 famílias moradoras do Santana fazem parte da paróquia. “Moramos no interior com o conforto da cidade. A modernidade melhorou muito nossa vida. Temos o conforto necessário para viver bem. Antigamente, quando um filho meu ficava doente, eu tinha que fazer fogo no fogão a lenha para esquentar uma caneca de chá. O pão era assado em formo a lenha. Tudo era mais demorado. Hoje, com a modernidade, temos muito mais conforto e agilidade”, diz Realda.

As tradicionais “festas da laranja”, da década de 1990, mobilizavam a comunidade


Um dos moradores mais antigos de Santana é Lindolfo Gustavo Ruch, 86 anos. Ele e a esposa Idalina Ruch, 85 anos, moram logo na entrada da localidade. Ele nasceu e se criou ali. Os dois estão juntos há 65 anos. Lindolfo gosta de dizer que a casualidade os uniu. “Fui na casa do irmão dela fazer uma visita e quando vi ela lá, me apaixonei”, conta, sorridente. Logo que casaram, moraram sete anos na cidade, onde Lindolfo trabalhava na firma de João Perondi, de cortume de pelego. O pai dele, Augusto Ruch, era natural da Rússia, e imigrou com seus avós. Dois anos depois, Augusto com 13 anos, ficou aqui e seus pais voltaram. Não tinham dinheiro para levar Augusto junto, de volta à Rússia. Ele ficou e nunca mais viu os pais. Anos mais tarde, casou-se com a brasileira Paulina Ruch e constituiu família. Lindolfo conta que Santana era conhecida como Esquina 42. Lembra de dois comerciantes fortes da localidade, João Vontobel e Emílio Martin Bührer. Os dois tinham casa de comércio em Santana, na década de 1940. O Povoado Santana já teve alfaiataria, relojoaria, secos e molhados, carpintaria, funilaria, sapataria. “Com o tempo, tudo isso foi se transferindo para a cidade”. Lindolfo e Idalina tiveram três filhos, oito netos e oito bisnetos. O casal teve um armazém de Secos e Molhados no Santana durante 30 anos, de 1957 a 1987. “Era muito movimentado. Depois eu me transferi para a cidade e fundei a Agropecuária Casa Rural, por dez anos”. O Salão de Baile do Santana, que foi a atração da comunidade durante muitos anos, era do pai de Lindolfo, Augusto. Foi fundado em 1938 e ficava no mesmo terreno da casa da família. Lindolfo acha muita graça dos causos que aconteciam naquela época e que ele acompanhava quando era criança. A família tinha o salão de baile como fonte de renda. Era a banda Pulmão de Aço a atração das festas. Anos mais tarde, eles se transformaram em Os Futuristas. “A banda vinha a pé de Ijuí, tocar aqui nos bailes. Era o movimento maior da localidade. Vinha gente de Ijuí e da região. Na época não havia carros e um senhor da Fonte Ijuí tinha uma carroça com dois cavalos bons. Estevão Koslowski era o taxista dos frequentadores de baile”, lembra Lindolfo. Certa vez um casal esqueceu uma criança dormindo no salão. “Ao amanhecer, meu pai ouviu o choro da criança, que vinha do salão. Logo em seguida avistou o taxista chegando para buscar a criança. Os pais mandaram o carroceiro taxista buscar a criança”. Muitas brigas aconteciam naqueles bailes. “Uma noite, o taxista foi até a Linha 3 buscar um segurança para apartar uma briga que começou cedo da noite, quando ele voltou, horas depois com o segurança, os dois ainda estavam brigando”, lembra. Outro fato curioso contado por Lindolfo é que o pai não era católico, como a maioria dos moradores de Santana; era luterano. “O pastor da igreja dele o chamou e disse que seus filhos não podiam fazer a primeira comunhão sendo criados dentro de um salão de baile. Então, ele disse para nós que a gente podia seguir a religião que nós quisesse, pois o salão de baile era a fonte de renda da família. Assim, já faz quase 60 anos que pertenço a nossa igreja aqui do Santana”. Lindolfo teve sempre uma ativa participação na vida da comunidade. Foi presidente do Esporte Clube São Francisco há mais de 40 anos, hoje substituído pelo Juventude de Santana; foi presidente da 8ª Fenadi, em 1994, e ele gosta de lembrar que foi na sua gestão que foi criado o Estatuto da Fenadi, que hoje é a União das Etnias de Ijuí – Ueti. Depois foi presidente da Etnia Polonesa por dois anos. “Fui presidente de muita coisa aqui no Santana, que a memória agora não consegue lembrar”, diz. A organização dos poloneses resultou na criação da Sociedade Cultural Polonesa Karol Wojtyla, no dia 2 de maio de 1987, nas dependências da Matriz Sagrado Coração de Jesus. O Grupo Folclórico Polonês Piast foi criado no dia 14 de agosto de 1987, tendo recebido o apoio e incentivo da Sociedade Sant’Ana e faz parte da etnia polonesa de Ijuí.

Luis Germano durante a construção do moinho, em 1906

Ainda em pé, o moinho hoje guarda muitas lembranças da família Gieseler e da história do Povoado Santana

O MOINHO DOS GIESELER

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uis Germano Gieseler foi o fundador do Moinho Gieseler, um dos marcos históricos do Distrito de Santana. Ele nasceu na Alemanha, em 27 de julho de 1870, e veio para o Brasil com seis anos de idade, acompanhando seus pais, que fixaram-se em Rio Pardinho, interior de Santa Cruz do Sul. Em 1889, ele chegou em Ijuí e se estabeleceu na Linha 1 Leste, nas margens do rio Potiribu. E foi lá que ele construiu o moinho, que começou a funcionar em 1906. Paralelamente, dedicava-se também à atividade agrícola. Foi suplente de Intendente, durante a administração do Coronel Dico, e membro da Comissão de Administração e fundadora do atual Colégio Evangélico Augusto Pestana – Ceap. Faleceu em 1954. O neto de Luis Germano, Edgar Beno Gieseler, 72 anos, nos conta que o avô produzia a moagem colonial, que consistia no sistema da troca de grãos por farinha. O moinho era movido por força hidráulica através de roda d’água de madeira montada no local. “Em 1952, meu pai, Paulo Otto Germano Gieseler, assumiu a administração do moinho, pois meu avô já se encontrava em idade avançada. Ele instalou um cilindro para moagem de trigo, algo bem avançado para a época”. Hoje, o moinho, fora de funcionamento, está sob os cuidados de um sobrinho de Edgar, Nestor Alfredo Gieseler. A casa onde mora a atual família, foi construída em 1912 e até hoje conserva as características da época. Edgar lembra do Ford Bigode modelo TA, ano 1917, um dos primeiros em Ijuí e que pertencia ao seu avô, Luis Germano. “Meu pai, Paulo Otto, que também o dirigia, me contou vários causos desse carro, pois eram raros os veículos automotores nas estradas naquela época. Contava ele, que muitas pessoas vinham correndo para ver o que passava, e era tão barulhento que outras disparavam com medo do ronco”.

O interior do moinho hoje; abaixo, Edgar Gieseler, neto de Luis Germano, preserva a história da família

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KombiKe:

o desafio do pedal Treinar, evoluir e superar desafios. Esse foi o objetivo do grupo de ijuienses que, no início de janeiro, se aventurou de Kombi e bicicleta até o Chile

Equipe completa na saída de Ijuí

A (primeira) visão da Cordilheira dos Andes: uma recompensa à altura do esforço

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Alto da Cordilheira, descida dos Caracoles: Mogens Nielsen, Marcos de Sá, Alexandre Paludo, José Oizimas, Andreges Alievi e Nelson Toniazzo

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s cliclistas Marcos de Sá, Andreges Alievi, Alexandre Paludo, Nelson Toniazzo, Mogens Nielsen e José Oizimas enfrentaram muitos desafios no começo de janeiro para chegar até o Chile, de bicicleta. Assessorados por João Pedro Van Der Sand, Eduardo Toniazzo, Tiago Sommer e Alceu Van Der Sand que os acompanharam em uma Kombi, equipada para dar suporte, eles viajaram por treze dias. A equipe de apoio também registrou em fotos e vídeos para a página do grupo no Facebook denominada Kombike BRA - ARG – CHI. O projeto chamado Kombike foi gestado durante um ano e meio pelo ciclista Nelson Toniazzo, professor da Unijuí, o jornalista João Pedro Van Der Sand e seu pai, o economista Alceu Van der Sand. “Pensamos na Kombi, que agrega bastante gente”, diz João. Definido o roteiro, o desafio aconteceu durante as férias dos amigos. Eles partiram de Ijuí no dia 2 de janeiro. O roteiro foi estudado pela equipe para que nada desse errado. O destino inicial foi São Borja, onde fizeram a travessia para a Argentina, por Santo Tomé, avançando dali em direção a Cordilheira dos Andes. O desafio final era alcançar o Palácio La Moneda, no centro de Santiago, a capital do Chile. João Pedro Van Der Sand, da equipe de apoio, na Kombi, conta que sua atividade era de dar ajuda total aos ciclistas, principalmente nos dias de muito calor fornecendo água, gelo, isotônico, alimentos, frutas. “Me preocupava com uma dieta para repor proteínas, carboidratos e

regular a temperatura do corpo. Para além disso, preparávamos as refeições, na beira da estrada, na sombra que a gente encontrava, armávamos a estrutura para preparar os alimentos. Entre acampamentos e hotéis, fomos trilhando caminhos até o Chile”. João Pedro diz que essa incrível experiência vai além dos desafios físicos. Reflete também nas relações pessoais. “Os laços se tornam fortalecidos. Às vezes passávamos por lugares bastante adversos e não era fácil conseguir água, por exemplo. Muitos lugares eram adversos, como os mosquitos que enfrentamos na Argentina e precisávamos dar um jeito de nos proteger. As relações se fortalecem, bem como as famílias em Ijuí com quem nos comunicávamos diariamente. Recebemos muito apoio através da página do Facebook, de pessoas que acompanhavam nosso desafio”, conta. Também foram muitas ajudas ao longo do percurso, como do prefeito da comunidade da cidade Colonia Prosperidad, província de Córdoba, na Argentina, que ofereceu o Salão Comunitário para a equipe passar a noite. Muitos agricultores também ofereciam uma sombra para o grupo acampar e cozinhar. “Conhecemos pessoas e o apoio de cada uma era um estímulo e o mergulho na cultura do outro. Como se diz, e é verdade, a gente não volta de uma viagem igual, sempre volta transformado”, diz João Pedro. O projeto terá continuidade. Nasceu e não vai se encerrar. A turma já está em conversas, mas ainda não definiu data nem destino. Quer primeiro avaliar a última aventura e documentá-la em fotos e vídeos. “Futuramente vamos encarar um novo desafio e com certeza com a Kombi nos acompanhando”, afirma João. A viagem teve um custo elevado, ressalta João, e bastante gente apoiou a ideia do grupo de levar a cidade de Ijuí para outros países e, principalmente, o esporte. Eles contaram com o patrocínio de Alievi Advogados Associados, Unijuí, Linha Live Cisbra, Lavoro Design, Delta Mídia, Bike Garden Mechanics and Shop e Furbo Camisas Ciclismo, Motocross Esportes em Geral, e apoio de Bindai e Geral Auto Pinturas.

Equipe de apoio na Kombi: Tiago Sommer, Alceu e João Pedro Van Der Sand e Eduardo Toniazzo

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Destino final: em frente ao palácio La Moneda, no centro da capital chilena


“Quando tomei conhecimento do projeto da Expedição Kombike achei que seria impossível participar, mas encarei, e hoje vejo que foi uma das melhores experiências da minha vida. Houve dificuldades, como a altitude e vento contra para a subida da Cordilheira dos Andes, ou como a espera de seis horas para cruzar a fronteira Argentina-Chile, mas ficaram esquecidos diante de todas as coisas boas que a expedição proporcionou. Foi muito bom conhecer novos lugares, novas pessoas e novos costumes e a simpatia e solidariedade de pessoas desconhecidas me impressionaram.O contato com a exuberância da natureza foi um dos fatores que me impulsionou a avançar cada quilômetro. A parceria dos participantes da Kombike também foi muito importante para o sucesso da expedição. A Expedição Kombike vai ficar para a história e a ideia é não parar por aí. Novos projetos virão”. Alexandre Heitor Paludo, 54 anos, odontólogo

“A expedição Kombike até então é o projeto de maior relevância na minha trajetória ciclística. Foram 13 contínuos dias pedalando em média 150 km nas mais diversas condições climáticas. Submetendo-se ao mesmo dia a variações de temperatura entre 40 a 5 graus. Evidente que o sofrimento é intenso, decorrente muitas vezes do calor escaldante, típico deste período do ano ou chuvas torrenciais, que além de dificultar a pedalada, requer atenção redobrada com o trânsito. Mas o fato é que a imponência dos Andes fazem com que dificuldades ou qualquer tipo de percalço, fique ofuscado diante da obra arquitetônica da natureza. Subir os Andes é misto de sensações difícil até de descrever. Resumidamente, o sentimento é de dever cumprido, gratidão por ter realizado uma meta pessoal. Mas o que impera mesmo é o respeito que toda a mística vinculado àquele paraiso requer”. José Oizimas Júnior, 30 anos, engenheiro eletricista

“O que mais gostei foi ter superado meu próprio limite junto ao grupo que todo tempo se manteve motivado. No item segurança, um elogio à educação dos motoristas argentinos pela prudência nas ultrapassagens, e muitos foram os acenos de incentivo ao grupo. As paisagens são algo que impressiona. Também gostei muito dos caracóis, o vale que corta aquelas montanhas dantescas, os túneis que cortam montanhas, o túnel subfluvial que passa por baixo do rio Paraná em Santa Fé, o rio Mendoza formado do degelo. Das dificuldades, o forte calor com temperaturas de até 45 graus exposto ao sol e chuva com vento contra, e as subidas até alcançar o topo da Cordilheira dos Andes, com mais de 3.200 metros de altitude. A ficha pra mim caiu mesmo na volta, no carro, vendo e tendo a real noção da conquista, quanta subida e como subi tudo isso pedalando!” Marcos de Sá, 45 anos, taxista

“O uso da bicicleta faz parte da minha vida desde a infância, primeiro como meio de transporte depois como instrumento nas competições. Nos últimos anos, ela tem me proporcionado muita satisfação em pedaladas de longa distância. Quando o projeto Kombike foi lançado, senti uma vontade enorme de participar, sabendo que seria o maior desafio enfrentado na minha atividade de ciclista. A expedição Kombike foi uma experiência de camaradagem, de convívio, tolerância e esforço físico, que durante 17 dias acrescentou experiências únicas que só quem está disposto vai desfrutar. Durante os 15 dias de pedal enfrentamos sol e chuva, planícies e montanhas, vento a favor e contra. Como veículo, a bicicleta te dá a oportunidade de se sentir mais próximo da natureza”. Mogens Nielsen, 67 anos, empresário

“A expedição Kombike foi, antes de tudo, uma magnífica experiência de vida, e mostrou que é possível compartilhar sonhos e concretizá-los no coletivo. Dos 13 dias de pedal, o desconforto de alguns momentos eram superados pelos incentivos dos colegas. De todas as imagens captadas, nenhuma se iguala àquelas que ficaram gravadas em nossas retinas e com certeza farão parte da história de cada participante. Do pampa argentino às cadeias montanhosas dos Andes. A bicicleta foi por alguns dias nosso meio de transporte, mas também foi o elemento que uniu esse grupo para o objetivo comum. Houve dificuldades sim, especialmente a subida da montanha no penúltimo dia: calor, vento, subida e falta de ar por causa da altitude, a vontade de terminar foi maior que a vontade de desistir. Nelson Adelar Toniazzo, 54 anos, professor universitário

“Um convite assim não dá para pensar. Resolvemos encarar de forma conjunta esse desafio que foi recompensador pela paisagem. Claro que também houve algumas dificuldades. Foram 150 quilômetros por dia, em média, percorridos pedalando. A mística da própria Kombi estar junto circulando, incentivava. Foi fantástico, valeu todo o sofrimento que tivemos. A visão que não sai da minha cabeça é a dos Caracóis, na Cordilheira dos Andes, no Chile. É fantástico ficar imaginando como o ser humano conseguiu fazer aquela obra em meio à natureza. Nós, descendo os Caracóis, não sai da minha cabeça e é um dos pensamentos que me vem quando vou dormir. Foi demais!” Andreges Meller Alievi, 35 anos, advogado STAMPA•23


Rosecler, Maria Eduarda e Sandro na Glasnost

Aline Minosso, Naiara Garcez, Fernanda Schussler e Cleciana Pech enfeitando a noite ijuiense

Francine Boratti e Taís Celine Megier prestigiaram a posse de Clovis de Jesus em mais uma gestão à frente da Sogi

Gibran e Fernanda El Ammar no Absoluto

Celito e Renê Costa Beber na Casa Alemã, no Parque

Marcos e Lívia Dupont na Sociedade Recreativa

Fabricio e Andressa Poncio na Pizzaria Estação da Mata 24•STAMPA


Fernanda e Armando Pettinelli na Pizzaria Estação da Mata

Karine de Bem e Julio Melara no evento de abertura da temporada verão na Sogi A presidente Tania Conrad, Joice de Jesus e Carmem Rita Mello, lideraram a promoção e a animação da Noite das Mulheres 2016, na Estação da Mata

Elizabete Rolim e Maria Luiza Mattei em noite de lançamentos na Le Mond

Jorge e Marinês Fensterseifer na Glasnost

Gardi Moesch e Marina Silveira em ocasião de brindes em Kika Moda Íntima

Eliana e Nilo Leal da Silva na Casa Árabe, no Parque

Aira Leviski e Oberdan Miron em almoço do São Luiz

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Simone Hanke

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nossa modelo mais competente e que mais longe foi e - permance - , está casada. Aqui na Stampa, que acompanha sua carreira desde o início, ela - e só ela -, foi capa três vezes antes desta deslumbrante produção com que nos brindou para contar a novidade seu casamento com Antonio Junqueira, 33 anos, analista de empresas, o amor de sua vida, que conheceu há cerca de 5 anos em um jogo de vôlei de praia. Superada a dificuldade da distância - ele se mudou de São Paulo, onde vivia, para Nova York, o endereço de Simone há muito tempo, e a relação engatou, com noivado em 2015 em Mallorca, na Espanha. O casamento aconteceu em novembro, na casa da madrinha do noivo, no Rio de Janeiro. A mansão da herdeira de um dos sobrenomes mais cintilantes do mundo social brasileiro, Lilibeth Monteiro de Carvalho, em Santa Teresa, foi um cenário pronto, mas mesmo assim, a produção impecável tornou tudo absolutamente deslumbrante. Em meio a muito verde, incluindo um formidável caminho de palmeiras imperiais que serviu de passarela natural para os noivos, a decoração foi clean, tendo o copo-de-leite como flor principal, marcando presença em arranjos imponentes pelos diversos ambientes onde a festa se desenrolou. Pela sua condição de modelo internacional, era grande a expectativa sobre o vestido da noiva. Simone correspondeu, aparecendo maravilhosa em um modelo de renda limpa, mangas compridas e corte reto, com decote em V na frente e em forma de gota nas costas, de Inbal Dror (estilista de Israel, dedicada a vestidos de noiva). À troca de alianças, seguiu-se uma memorável festa, elegantemente sofisticada em cada detalhe. Foram servidos, entre outros requintados sabores, volantes frios e quentes à base de salmon defumado, berinjela grelhada, brie com damasco na tartelette, carne-desol e creme de queijo coalho; no jantar, filé, arroz de pato e bacalhau; menu degustação de escondidinho de carne-de-sol, bobó e camarão e souflé de provolone; e no lanche da madrugada, creme, minipennes, mini-hambúrgueres, tudo em receitas superelaboradas. Em alusão à história deles, o bolo de três andares exibia no topo mininoivos jogando vôlei. A mãe de Simone, dona Aldina, que mora em Ijuí, conduziu a filha até o noivo, e as irmãs da modelo, Sandra, Fabiane e Andreia, cunhados e sobrinhas também presenciaram esses momentos mágicos e brindaram à felicidade dos noivos com os pais de Antonio, Paula e Feliciano, e demais familiares dele. Simone e Antonio vivem em Nova York, onde trabalham - ela administrando sua bem-sucedida carreira de modelo. Atualmente, está em um comercial mundial da marca Clairol, para cabelo, e de maquiagem, Bare Minerals, de produtos orgânicos.

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Com a mãe Aldina e as irmãs Sandra, Fabiane e Andreia

Brinde com os pais

Com Lilibeth Monteiro de Carvalho

Cenários da festa na mansão de Lilibeth Monteiro de Carvalho, no Rio de Janeiro

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Tiarajú festeja O

Clube Aquático Tiarajú promoveu nos dias 13 e 14 de janeiro uma programação especial para comemorar os 52 anos da entidade. No dia 13, aconteceu o Jogo da Saudade reunindo os atletas que participaram da conquista do título estadual juvenil de futebol de salão, há 50 anos. O pontapé inicial da partida foi dado pelo fundador e primeiro presidente do Clube, Edu Carlan. As comemorações prosseguiram no dia seguinte com festa no ginásio, marcada por homenagens aos atletas e pela escolha dos reis e príncipes, rainhas e princesas do clube. O título de rainha ficou com Pâmela Becker, e Tiago da Rosa foi escolhido o Rei.

As Rainhas 2017 do Clube Aquático Tiarajú: Luana Mosack, Pâmela Becker e Isabela Borges

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A diretoria com atletas e dirigentes homenageados: Norberto Knebel, João Braveza, Edu Carlan, casal presidente Paulo Felippin e Jaqueline Nascimento (centro), Renato Moraes, José Antônio Pasqualotto e Maria Cláudia Bianchetti

Kamilli Gabriel, Antonella Dambros e Emanueli da Rosa são as rainhas mirins deste ano

Os reis e príncipes Maicon Riger, Gustavo Felippin, Leonardo Cavalheiro e Tiago da Rosa


Vem aí o Sogi Folia!

2016

O

carnaval vem chegando e a Sogi vem preparando uma super festa no Salão Nobre para os seus foliões. A folia está marcada para os dias 26 e 27 de fevereiro no mais tradicional clube da cidade. A programação para os baixinhos está de arrasar. Vai ser uma tarde de domingo muito animada para a criançada que irá se divertir com cama elástica, músicas infantis, confetes, serpentinas e muitas brincadeiras. Novamente o evento será beneficente, em parceria com a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Ijuí. Esse ano os baixinhos poderão participar do concurso de fantasias e concorrer aos títulos de: Garoto e Garota Destaque, Fantasia mais criativa e o Bloquinho Nota 10. Os jurados irão escolher os pequenos que mais se destacarem na passarela conforme os critérios de avaliação. Concorre ao prêmio Bloquinho Nota 10 o Bloco que arrecadar o maior número de alimentos não perecíveis, os quais

2016 serão revertidos para a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Ijuí. O evento será realizado 26 de fevereiro com inicio às 15h30, domingo. Ingresso para associados 1 kg de alimento, não associados R$ 10,00. Na noite de segunda-feira, 27, acontecerá o carnaval Sogi Folia destinado ao público adulto. Essa noite de festa será animada pela Usina Som e Luz e banda carnavalesca. A Sociedade Ginastica Ijuí está comercializando, na secretaria do clube, abadas (camisetas) que deverá ser personalizado pelo folião e utilizado na noite carnavalesca. Com o objetivo de dar segurança e conscientizar o público presente na folia, a Sogi em parceria com a empresa automotiva Mecautor irá disponibilizar na noite do evento taxis para levar os foliões para casa. Garanta já o seu Vaucher. Maiores informações na secretaria do clube pelo telefone (55) 3332-9887.

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VERÃ

NOS CLUBES

Sogi: Silvio Santos, Joice Führ e Madalena Führ

AABB: Pietro, Roseane, Roberto e Gabriela Barbian Machado

Sogi: Giovana Castro e Vitor Michelson

Recreativa: Ana Carolina, Jaqueline Mafessoni e Juliana Kraieski

AABB: Ronei e Denise Anklam

Sogi: Vera Barasuol Merten e Luiza Barasuol

Recreativa: Laurita Nass e Miguel Paludo

Recreativa: Tiago Sippert, Vanessa, Pedro, Ione e Mirno Wondracek 30•STAMPA

AABB: Daiane e Luciano Pires

Recreativa: Diego, Samuel e Vitor Ceretta


Salão Lanajú

Profissional qualificada, Jucimar Linhares Moreira Almeida está à frente do Salão Lanajú

há oito anos dedicado à beleza

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Salão Lanajú está há oito anos no mercado da beleza, e há seis anos está com uma estrutura própria, onde tudo foi planejado para proporcionar o melhor atendimento. A proprietária Jucimar Linhares Moreira Almeida é uma profissional com muita experiência. Cursou Manicure e Pedicure no Senac em São Luiz Gonzaga em 2007, e desde então desenvolve e busca aperfeiçoar as técnicas de cargas duplas e one stroke. Jucimar também é formada no curso de Cabelereira no JR Informática Ijuí, em 2012, e está constantemente se aperfeiçoando em cursos na região, e em participação no Hair Brasil em São Paulo e na Feira de Novo Hamburgo. O Salão Lanajú e as parceiras Doralia Pereira e Estela Kommers atuam com o objetivo de oferecer o melhor atendimento e um serviço qualificado em manicure, pedicure, cortes, químicas, penteados, depilação e maquiagens, com produtos de qualidade, equipamentos modernos e esterilizados, em um ambiente agradável e confortável. Agende seu horário e venha conhecer o Salão Lanajú, na Rua Vitório Lupi, 23, bairro Lambari - 55) 99612-3578 ou (55) 99120-9181.

Ambiente amplo e com os melhores produtos para os cuidados da beleza

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Brindes a Maria Constanza Cé Erig N

Fotos: schmalz

a noite em que recebeu o diploma de conclusão no Ensino Médio no Colégio Evangélico Augusto Pestana, a herdeira de Carlos Guilherme Erig e Carina Cé Erig foi calorosamente homenageada pela família e amigos próximos em um jantar íntimo na Grelha Restaurante. Aos cumprimentos pela etapa vencida, multiplicaram-se os votos para seu êxito frente ao novo desafio de alcançar seu sonho de tornarse médica. A arrancada inicial de Maria mostra que ela está apta a alcançá-lo. Na primeira investida, ela conseguiu vaga em Agronomia na UFSM. Todos vibraram, e ela encarou como um grande incentivo para seguir firme em seu propósito de cursar Medicina.

Com a mãe Carina

Com os pais Carlos Guilherme e Carina e o mano Carlos Guilherme Filho

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Com o pai, o irmão e o namorado, Leonardo Prauchner

Com a vó paterna Anelise Erig

Com o vô Hamilcar Cé


Fotos: Ike FabrIn

Vinicius Coppeti

Formatura em Medicina

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ia 17 de dezembro foi de muita comemoração na família de Coppeti. Os pais Carla e Jarbas e os irmãos Eduardo e Amanda lideraram os abraços e as homenagens a Vinicius pela conquista de seu diploma de Médico na Universidade Federal de Rio Grande. Na mesma noite, o formando foi festejado em um jantar na Casa Europa Gastrobar, e no animado

baile de formatura na Sociedade Amigos do Cassino, em Rio Grande. A principal comemoração, entretando, reuniu os familiares, amigos, colegas e professores de Vinicius em Ijuí, na noite de 21 de janeiro, no Centro de Eventos Valle Verde, um momento de grande felicidade e alegria para o novo médico, sua família e todos os que compartilharam de seu êxito.

Família brinda o médico: irmãos Eduardo e Amanda, e os pais Carla e Jarbas, na festa no Valle Verde

Almoço na Aquarella Kids:

uma nova opção para comemorar o aniversário de seu filho

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Aquarella Kids está com mais uma opção de festa para 2017, é a festa no horário do almoço. Com um cardápio diferenciado para este horário, a Aquarella oferece um dos serviços mais utilizados em festas infantis e casamentos hoje em dia, o Menu Degustação. A ideia deste Menu é servir pratos individuais e com texturas que facilitem a vida do convidado ao comer, para que não haja a necessidade de estar sentado à mesa. Assim, todos podem aproveitar o cardápio servido e curtir a festa ao mesmo tempo! Além disso, tem como objetivo agradar aos diferentes paladares que compõem a lista de convidados, adultos e crianças, sendo servido de 5 a 6 opções de pratos, incluindo canapés, caldinhos, saladas, batata frita, massas, escondidinhos, risotos e sobremesas. Venha conhecer mais essa novidade e transforme o aniversário do seu filho em um lindo almoço comemorativo!

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No Baile de Debutantes Fotos de Miguel Aguiar, na Sociedade Ginástica, em 4 de novembro de 2016

Otília e Eli Moreira

Elaine e Renato Arais

Anna Burtet Christofoli e Fabrício Christofoli

Tânia e Alfonso Conrad

Estela e André Drews e Isabela Michaelsen

Estilista Lauro Lohmann com a sobrinha Laís Lohmann 34•STAMPA

Leandro e Ana Cláudia Rosseto

Edgar e Marli Gieseler

Magali Zeifert e Elesandro Bianchini

Vania e Rodrigo Michalski

Denise e Darlan Andrigueto

Everton e Daniela Lima


Sabor & Arte

Ijuí há muito é (re)conhecido como um lugar onde se come muito bem. São inúmeras as opções que a cidade oferece, capazes não apenas de saciar a fome, mas especialmente de agradar ao paladar, e até mesmo de encantar aqueles que se dedicam aos prazeres de uma boa mesa. Neste espaço honramos esta fama e valorizamos quem trabalha para isso.

Padaria e Cafeteria Leal ���e��nt�

TORTA LEAL

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Torta Leal, como já diz o nome, é a torta da Padaria e Cafeteria Leal. Produzida há 11 anos, a torta exclusiva é feita com produtos de qualidade e é muito pedida nos dias de calor, por ser composta de pão de chocolate, brigadeiro branco e o delicioso musse de chocolate branco com cobertura de ganhache de chocolate. A Torta Leal pode ser uma boa pedida para ser servida como sobremesa, em festas de aniversários e casamentos. Também é muito pedida no inverno, por ser uma torta leve e saborosa! A Padaria e Cafeteria Leal também tem as deliciosas tortas de Morango, Mulata, Festinha, Dina, Prestígio, Negresco, Marta Rocha, Naked Cake e tortas de bolacha. Nos dias quentes, a opção são as sobremesas geladas, servidas na cafeteria. São taças de morango e frutas, cafés gelados e milk shakes, sucos naturais e entre eles estão os sucos detox. Para acompanhar, vários salgados como quiches, sanduíches e tortas salgadas. Conheça a Padaria e Cafeteria Leal e se encante com as opções para se refrescar nesse verão! O horário de atendimento é das 7h30 ao meio-dia e das 13h30 às 19h30. A cafeteria está aberta até as 19h.

A Torta Leal é a mais pedida no verão, entre os sucos e as taças de sobremesas geladas

Rua Bento Gonçalves, 245 - (55) 3332-7651 - Centro - Ijuí STAMPA•35


Ana e Eduardo

Jonas e Lisiane

Jeferson, Luana, Taciane e Tiago

Dahana, Izabel e Camila Rosana e Camila Francisco e Vanessa

Alexandre, Bruna, Gabriela e Jardel Janaina e Rafaela Cláudia e Queli

Niége, Daniela e Taís 36•STAMPA

Naiara e Jacson

Bruna, Patrícia e Monique


Fernanda, Magnum, Luciano, Douglas e Eduardo

Elisiane, Augusto, Julio, Tiago e Mariane

Cristiana e Cristiano Guilherme e Paloma Lúis e Josiane

Viviane, Tabata e Andreia Bruno e Eduarda

Gabriel e Camila Sabrina, Marília, Katiele, Caroline, Kelin e Victória

Alice, Dienifer, Guilherme e Morgana

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autorretrat

N

T haíse Sarreta

atural de Ijuí, a psicóloga Thaíse Enriconi Sarreta, 31 anos, dirige a Thés Gestão de Pessoas, empresa que está no mercado há sete anos. Casada com Luiz Fernando Soares Costa, ela é mãe de coração de Bernardo Augusto dos Santos Costa, 16 anos. Em sua carreira, Thaíse visa a gestão de pessoas como forma de ser eficiente e inovadora para as empresas. Implantou em Ijuí uma ferramenta inovadora: a plataforma START de diagnóstico e desenvolvimento da gestão estratégica de pessoas.

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Um lugar: Praia Uma conquista: Minha profissão Um sonho: Ter mais empresas Uma alegria: Ver minha família feliz Uma tristeza: Injustiça Quem é chato: Pessoas de mal com a vida O que me tira do sério: Impontualidade Uma mania: Perfeccionismo Marca pessoal: Salto alto O melhor presente: Sorriso Quero ir para: O Nordeste Não vivo sem: Café Se pudesse compraria: Outra empresa Gasto muito com: Bijuterias Melhor hora do dia: Quando chego em casa e minhas cachorrinhas vêm me receber Prazer à mesa: Pizza Livro marcante: Oba problemas Som preferido: Silêncio Filme inesquecível: Não assisto muito filme Lazer: Andar de bike e jogar tênis É lixo: Pessoas arrogantes e mal educadas É luxo: Humildade Homem bonito: Meu pai Mulher bonita: Minha mãe Se não fosse o que sou, seria: Uma pessoa mais paciente Ijuí é: Um lugar de oportunidades


|perfil|

Izabel Steinner

A

festa que foi criada para oferecer às mulheres, e somente a elas, a oportunidade de se divertir, nasceu de uma parceria entre a Stampa e a BPW Ijuí - Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais, em 2006, e o respaldo necessário para acontecer veio de Dulce de Pauli, de Kika Moda Íntima, de Jussara Pinto, da Óptica Wolff, e de Elenir Dummel, da Unnipés Calçados. Assim se manteve, e em 2016, a Noite das Mulheres festejou 10 anos na Estação da Mata, e não deixou de lembrar alguns aspectos que a marcaram na década, como as eleitas Damas da Noite, título conferido pela Stampa, e os grupos que participaram todos os anos com destaque. A proposta de participar com produções criativas e fantasias é o que diferencia a Noite das Mulheres, confere todo o brilho à festa e proporciona às participantes uma poderosa forma de expressão. Entre aquelas mulheres que valorizam essa ideia, percebem sua significação, e por isso têm participação sempre destacada, temos como um exemplo perfeito Izabel Cristina Henzel Steinner. Ela tem participado de todas as festas, a maioria em grupo, no qual ela é a principal incentivadora e inspiradora das criações que exibem, ideias que demonstram o cuidado com a pesquisa, com o aproveitamento, e o reaproveitamento de materiais, a improvisação (na falta de opções no mercado), o conhecimento e a cultura. Detalhes que uma conversa com ela revelam de imediado. É formada em Educação Física pela Universidade de Cruz Alta, pós-graduada em Educação Psicomotora pela UFRGS. Cursou dois anos e meio de Direito e mais dois anos e meio de Arte, e fez outra pós-graduação em Metodologia da Educação, na Unijui. Natural de Palmeira das Missões, é casada com o empresário Carlos e mãe de Hugo, 22 anos, que cursa Engenharia Civil na Unijuí. Izabel também é uma apaixonada por moda, e nesta condição, é uma pesquisadora, uma ouvinte, uma espectadora e uma leitora dedicada e atenta. Está sempre atualizada com o tema, sabe tudo sobre tendências, sobre quem é quem, aqui e no mundo. E tem opiniões formadas. No dia a dia, curte fazer suas próprias produções, priorizando o conforto, e ‘montando’ roupas para as amigas. “Aproveitamento do que se tem, garimpar, combinar, reutilizar. Qaulquer roupa, com uma repaginada, pode ficar muito legal.” Comentando sobre suas participações sempre destacadas na Noite das Mulheres, ela diz que adora os preparativos, tanto quanto a própria festa - “porque é parte da festa, talvez a mais importante”. O antes significa dedicar-se à troca de ideias, à colaboração com as companheiras do grupo, à pesquisa, à criação”. “Não se trata de altas produções, o importante é ideia e os detalhes. São os detalhes que fazem toda a diferença”, acredita. Customizar, reaproveitar, é a ordem quando ela pensa as produções para a Noite das Mulheres. Junto com Simone, Cleusa Burmann, Carla Mussi e Lori Bottega, elas já foram de “Meninas do Bataclan”, “Garotas do Faroeste”, “Noivinhas Repaginadas”, Carmen Miranda”, Vaqueiras”, entre outras. Em 2015, Izabel homenageou a Stampa e o Jornal da Manhã como uma “jornaleira fashion”, e na festa dos 10 anos, ela e Lori Bottega formaram a dupla “Cisne Negro”, referência ao filme estrelado por Natalie Portman, quando Izabel exercitou com maestria sua capacidade de definir pelo detalhe.

2016 Cisne Negro - Izabel e Lori

2011

2009

2012

2013

2015

2010

2014 STAMPA•39



Hardy Jost

Com a esposa Mari Betinelli Jost em passeio por Lisboa, Portugal

H

ardy Jost nasceu em Ijuí, em 1939, e aqui passou a maior parte de sua infância. Morava com os pais na Rua Floriano Peixto, em uma casa que não existe mais, ao lado do Colégio Evangélico Augusto Pestana, antes denominado de Colégio Sinodal. É filho de Gertrudes e Alfredo Jost ele falecido em 1985; ela, falecida em 2009, aos 103 anos, em São Paulo. Os pais foram pioneiros no comércio ijuiense. Se casaram em 1927 e em 1º de dezembro de 1936 abriram as portas de uma pequena loja de móveis usados e utensílios domésticos, em um prédio na Rua do Comércio, que existe até hoje, a Loja Jost. Gertrudes, que após a morte do marido ficou conhecida como Viúva Jost, foi uma das primeiras mulheres a assumir um negócio de família em Ijuí. O casal teve outros dois filhos Henny e Egon, já falecidos. Hardy hoje vive em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, onde desfruta de merecida aposentadoria, e de lá relatou para Stampa o principal de sua trajetória desde que saiu de Ijuí. Estudou no Ceap desde os 6 anos até ao que hoje corresponde ao segundo ano do Ensino Médio, e concluiu essa etapa no Colégio Estadual Julio de Castilhos, em Porto Alegre. Com 16 anos, no 1º ano do Científico, Hardy optou por fazer o brevê no Aeroclube de Santo Ângelo, de onde obteve o Certificado de Reservista de 3ª Categoria da Aeronáutica e a licença de piloto privado, como preparação de sua opção profissional como piloto comercial da extinta Varig. Em 1959, a Escola de Aviação da Varig fechou por tempo indeterminado, o que fez com que Hardy se candidatasse ao Vestibular do recém criado curso de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, em Porto Alegre. No segundo semestre de 1962, último ano do curso, ele foi convidado para ingressar na carreira acadêmica como Assistente de Ensino, tendo sido contratado pela UFRGS dois dias após a sua formatura em dezembro de 1962. Dois anos após, mediante concurso, assumiu o cargo de professor titular. Em 1974 foi convidado para lecionar no recém criado curso de Geologia da Unisinos, em São Leopoldo, de onde se desligou em 1980. Dois anos depois assumiu vaga no Departamento de Gealogia na Universidade de Brasília, onde se aposentou em março de 1995. Foi, então, convidado a assumir como professor visitante no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, em São Paulo, por um ano. Sua formação acadêmica é completa: em 1971, concluiu seu Mestrado em Geociências pela UFRGS, em 1981, o Doutorado em Geologia Econômica pela Universidade da Geórgia nos Estados Unidos, e em 1991, o Pós-Doutorado em depósitos de Platina na Universidade de Pretória, África do Sul. Mesmo após o seu retorno de São Paulo a Brasília, continuou a atuar, por poucos anos, no ensino e orientação de alunos de graduação, mestrado e doutorado, na criação do curso de Geologia da Universidade Federal de Goi-

Hardy, aos 16 anos, com os pais Gertrudes e Alfredo Jost, em frente à casa da família, na Rua Floriano Peixoto, 118. Hoje a casa não existe mais, pois o Ceap a comprou para sua ampliação ás, em Goiânia, e atuou como consultor de empresas de mineração de Ouro em Goiás, Pará e Minas Gerais e de Ferro na Arábia Saudita. “Ao longo de minha atividade profissional busquei focar minhas pesquisas científicas em depósitos minerais em geral, e metais nobres e ferro em particular. Em vista disto, participei e organizei várias expedições científicas a diversas jazidas minerais da Amazônia, Rio Grande do Norte, Bahia, Estados Unidos, Canadá, Chile, República Dominicana e África do Sul”, relata Hardy, que também participou e organizou diversos simpósios, workshops e congressos sobre Geologia no Brasil e exterior. Publicou centenas de artigos sobre Geologia em periódicos nacionais e estrangeiros, bem como alguns capítulos de livros sobre depósitos minerais e organizou livros de Geologia, o que lhe conferiu três prêmios. Um, em 2001, representado pela Medalha José Bonifácio de Andrade e Silva, o maior prêmio outorgado pela Sociedade Brasileira de Geologia por produtividade científica, em 2007, a Medalha Irajá Damiani Pinto, pelo destaque científico nacional como ex-docente da UFRGS, e em 2011, teve uma menção no livro Who is Who in the World (Quem é Quem no Mundo). Sobre a vida familiar, Hardy relata que, em fevereiro de 1963, casou-se em Porto Alegre com Ligia Jung, com quem teve três filhos: Heidy Christine, veterinária com mestrado em Nutrição Animal e proprietária de fábrica de complemento alimentar para animais, em Pelotas; Cristiane, analista de Sistemas, hoje tradutora de textos pela Internet, residente em Teresópolis e que tem quatro filhos: Daniel, Ayrton, Karine e André; e Marcelo, engenheiro Químico com mestrado em Síntese Orgânica, hoje perito em balística da Polícia Federal no Rio de Janeiro, e que tem dois filhos, Erick e Nicklas. Após 26 anos de casado, divorciou-se em 1989 de sua primeira esposa, e em 1996, enquanto na USP em São Paulo, conheceu sua atual esposa, Mary Ramirez Betinelli, divorciada, mãe de Marianne, nascida em 8 de dezembro de 1977. Eles se casaram em 1988. Hardy conta que retorna várias vezes a Ijuí para rever a cidade natal, visitar amigos e o túmulo do pai. Em 2013 vendeu sua propriedade em Brasília e mudou-se para a cidade histórica de Goiás Velho, onde reformou uma moradia de 1850, e, setembro de 2016, a vendeu, e com 77 anos de idade, mudou-se com a esposa Mari Betinelli Jost para Teresópolis, Rio de Janeiro. “Me mudei para curtir meus dias remanescentes junto de minha filha Christiane e os quatro netos e ficar mais próximo do filho Marcelo, cujos filhos residem com a mãe em Brasília. Mas ainda estou distante da minha filha Heidy que reside em Pelotas, cuja convivência se faz por telefone ou internet”. Uma tarefa que o tira do descanso que desfruta na serra fluminense atualmente, é o resgate de fatos da história familiar para o livro que está preparando sobre sua vida. STAMPA•41


Bruna Dransfeld

Em Virginia, sobre o Vale Shenandoah, em agosto de 2016

Na Liberty University

Bruna no primeiro encontro de novos alunos internacionais 42•STAMPA

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runa Dransfeld está em Lynchburg, Virginia, Estados Unidos. Sua história começou ainda na cidade paranaense que ela nasceu, a pequena União da Vitória, na borda de Santa Catarina. Ainda pequena, seus pais Edilson e Giseli Dransfeld se mudaram para cá, onde o pai veio estudar Teologia no Seminário Teológico Batista. Assim, Bruna cresceu em Ijuí, onde morou até o ano passado. Aqui, ainda residem os pais e seus três irmãos mais novos, Lucas, João e Daniel. Os pais sempre se dedicaram ao trabalho ministerial com surdos e ouvintes, e em ações sociais. “Apesar de ter sido difícil em muitos momentos, foi importante para mim ver a dedicação e generosidade dos meus pais com os que estão às margens”, conta Bruna. Quando ela tinha 12 anos, a mãe lhe deu um livro chamado A oração de Jabez, de Bruce Wilkinson, e foi o primeiro livro que ela leu. “Jabez significa dor em hebraico, mas apesar da sua nomeação infeliz, Jabez pediu a Deus que o abençoasse e alargasse as suas fronteiras, e Deus concedeu seu pedido (1ª Crônicas 4:9-10). Eu lembro de ter ficado muito tocada por essa oração, e de minha mãe ter me dito que ela cria que Deus faria o mesmo na minha vida, e eu guardei essa palavra no meu coração”. Sua relação com a língua inglesa veio anos depois. Sempre estudou em escolas públicas, no Ijuizinho, Ruizinho e depois no Ruizão, e só estudou inglês na escola. Mas quando tinha 18 anos, uma família britânica que tinha sido missionária na cidade dos pais, a recebeu na casa deles em King’s Lynn, na Inglaterra. Com eles, Bruna morou por seis meses e aprendeu inglês “na marra”. Ao retornar ao Brasil ingressou no curso de Psicologia na Unijuí. Durante a faculdade, passou a ficar atenta a novas oportunidades de intercâmbio e acabou descobrindo o programa Au Pair. Foi morar com uma família americana por um ano e sete meses em Nova York, enquanto trabalhava para eles e estudava inglês. Fez um curso de inglês para estrangeiros, o English for Academic Purposes (Inglês para Propósitos Acadêmicos), preparatório para habilitar estrangeiros a estudar nas universidades americanas. “É interessante porque nessa época eu nem pensava em fazer faculdade aqui, fiz o curso só pelo inglês mesmo, mas, sem saber, eu já estava sendo preparada para o que viria. Mais tarde, ouvi falar da Liberty University e fiquei encantada pela instituição”. Mas ao término do intercâmbio, Bruna retornou a Ijuí, retomou a formação em Psicologia, começou a dar aulas de inglês no Yázigi, e procurou uma psicóloga para a ajudar no processo. “É engraçado como a gente tem muito medo dos psicólogos, como se eles soubessem aquilo que, na verdade, quem sabe somos nós. Só que são justamente esses anseios que a gente esconde do psicólogo - e de nós mesmos! - que nos impedem de ir mais longe. Eu queria voltar para cá, mas passei a ter muitos medos, medo de estar traindo a minha pátria, a minha família, medo da independência. Mas segui o conselho do Millôr: Eu sofro de mimfobia. Tenho medo de mim mesmo, mas me enfrento todo dia, e fui me tratar”, conta. Depois de dois anos e meio em Ijuí, Bruna se formou em Psicologia na Unijuí, foi aceita na Liberty University, e se mudou pra Lynchburg, Virginia. Está no segundo semestre do mestrado em Human Services – Leadership (Serviços Humanos e Liderança). Uma das coisas que mais gosta na Liberty é a diversidade cultural. A universidade tem mais de 900 alunos internacionais de mais de 80 nacionalidades diferentes. Uma das suas turmas tem sete nacionalidades representadas da América do Norte, África e Ásia, e, da América Latina, além de Bruna, tem a própria professora, que também é brasileira. Em janeiro desse ano ela ganhou uma vaga com bolsa de estudos integral para trabalhar no Center for Multicultural Enrichment (Centro de Enriquecimento Multicultural) da universidade, que advoga pelas minorias raciais na instituição. Hoje sua rotina é de trabalho e estudo na universidade. “E eu sou muito grata por isso, mas eu tenho convicção de que nada do que tenho recebido é meramente para mim. Enquanto eu tenho a liberdade e a oportunidade de estar aqui, muitas pessoas não têm. E, por isso, quanto mais minhas fronteiras são alargadas, mais socialmente responsável eu me sinto por tudo que é confiado a mim”, conclui.


Nas capitais da Europa Em dezembro, a psicóloga Taís de Carvalho Huth e o namorado, o designer Renan Sartori Jung, estiveram nas mais atraentes capitais do Velho Continente Um dia de sky no ponto mais alto da Alemanha

Em Amsterdã, Holanda; e em Puerta de Alcalá, Madri (abaixo)

Museu do Louvre, Paris

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casal Taís Huth e Renan Jung iniciou pela Espanha, na capital Madri, voaram para Amesterdã, Holanda, foram de trem até a Alemanha - fazendo uma escala em Frankfurt, chegaram na cidade de Karlsruhe, onde residem alguns amigos. Lá, fizeram várias viagens, utilizando trens regionais, que, segundo eles, são uma ótima experiência, ou dirigindo pelas famosas AutoBahn. Foram até Munique, onde tiveram uma grande experiência em um jogo do Bayern Munchen, do campeonato de futebol alemão. Visitaram Dachau, um dos maiores campos de concentração do Holocausto, e em Heidelberg, o casal se impressionou com um castelo, parcialmente destruído, uma das mais famosas ruínas alemãs. Na Alemanha eles visitaram também a cidade de Zugspitze, que é o ponto mais alto do país, a 2.962 metros de altitude, na divisa com a Áustria. Ali passaram o dia todo na estação de ski, uma das mais frequentadas da Alemanha e da Europa. Também estiveram em Hohenschwangau, visitando o Castelo de Neuschwanstein, que inspirou os estúdios Disney a construir o Castelo da Cinderela. Foram até Innsbruck, na Áustria, cidade símbolo dos Jogos Olímpicos de Inverno. Da Alemanha foram a Paris. A última parada da viagem foi Madri, por ser a cidade que escolheram para chegar e retornar. Renan comentou que o principal propósito dessa viagem foi a imersão na cultura europeia. “E também conhecer um pouco mais sobre os países que nós consideramos chave em diversos pontos importantes para nossa evolução enquanto profissionais, e também pessoal. A busca por conhecimentos dos métodos relacionados a gestão de pessoas, seleção e recrutamento de profissionais em países europeus, foi um dos itens que a Taís, enquanto psicóloga organizacional da Tríade Recursos Humanos, deu prioridade nesses dias de viagem”, conta Renan, que é designer na Gorilla Design. Para ele, além de inspiração, já que a Europa é cheia de Museus e outros espaços culturais, também buscou conhecimentos sobre sinalização, comunicação visual e design institucional, que são áreas em que os profissionais europeus se destacam. Para o casal, mesmo dentro da Europa, é possível identificar diferentes formas culturais, variando o país, ou até mesmo entre regiões de um mesmo país. “Percebemos que a distância entre o Brasil e a Europa é muito maior que o tamanho do oceano, em respeito à cultura. O povo europeu, na sua grande maioria, recebe muito bem os turistas, se esforça para tornar a estadia de quem chega a melhor possível, facilita a comunicação, tenta entender e ajudar sempre que possível”, opina Taís.

Outro ponto que merece destaque, segundo eles, nos países que visitaram, principalmente na Alemanha, é a educação e a honestidade dos habitantes. O exemplo mais emblemático é o fato de que a maioria das viagens que fizeram de trem ou metrô, nenhum fiscal confere as passagens. Para Taís, a praticidade com que os europeus, especialmente os alemães, levam a vida, é outra coisa que impressiona. Nada de tempo é desperdiçado lá, se aproveitam todos os segundos do dia, não se realizam tarefas desnecessárias e tudo acontece no devido horário. Não existe atrasos, se o metrô está marcado para passar as 9h06, ele vai passar exatamente nesse horário, o que torna a programação do dia deles muito mais simples. A psicóloga se impressiona pelo estágio de padronização que eles conseguiram atingir. “As atrações turísticas são muito bem sinalizadas e tem um acesso facilitado, fazendo com quem está pela primeira vez no local e não fala o idioma local, possa aproveitar da mesma forma que o viajante mais experiente. Repito, lá, tudo parece mais simples”, diz Taís. A segurança é outro ponto que chamou bastante atenção do casal, principalmente após os recentes ataques terroristas. Até mesmo para entrar em um McDonalds da Champs Elyseés, por exemplo, havia revista e as pessoas eram submetidas a um detector de metais. “Isso se repetiu em todos os lugares que visitamos, desde museus até supermercados. A sensação na volta pra casa não é só que você está retornando alguns milhares de quilômetros, mas também que estamos voltando umas dezenas de anos no tempo, na expectativa de que nosso país possa chegar em um futuro próximo a algo semelhante à organização social e cultural e, principalmente, à honestidade e educação dos países da Europa”, ressalta Renan. Renan e Taís se impressionaram com os palácios e jardins em Madri, as pontes, museus e o aspecto noturno de Amsterdã, os castelos e construções históricas alemãs e austríacas, os alpes e a oportunidade de brincar em uma montanha de neve, a Torre Eiffel e o romantismo de Paris, mas o que mais nos agradou na viagem foram as Feiras de Natal, as famosas Christkindlesmarkt. Em todas as cidades que visitaram havia um mercado de Natal, até mesmo fora da Alemanha - existe um mercado de natal no pé da Torre Eiffel, por exemplo. “E o que mais impressiona é a aceitação que essas feiras têm pelos habitantes das cidades, independente do clima, muitas vezes bastante gelado, as feiras estão lotadas. É um programa feito por turistas, famílias, jovens, casais, enfim, tem algo de interesse pra todo mundo nessas feiras. Tudo é muito bom, e os preços são bastante atrativos, também”, relata Taís. STAMPA•43


Amigas a bordo Quarteto de Ijuí curtiu dias inesquecíveis a bordo do MSC Ópera

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e 6 a 15 de janeiro, as amigas Cleusa Maria Pavani Wazlawick, Márcia Cecília Berno, Tânia Thomas e Neusa Dal Molin viveram dias de muita alegria e diversão em um cruzeiro. Elas foram até o Panamá e de lá embarcaram com destino a Havana, Cuba, quando começou o cruzeiro. “Um povo receptivo, humilde, de fácil comunicação, e que trata muito bem o turista”, disse Márcia. Lá, elas adoraram o clima tropical. De lá, a bordo do MSC Ópera, elas partiram para outros lugares paradisíacos. Nas Ilhas Cayman, as amigas viram ruas limpas, ambiente seguro, belas praias com água muito clara. Estiveram também na Praia del Carmo, um dos lugares mais fascinantes do Caribe Mexicano, que congrega restaurantes, lojas e centros noturnos, distante 40 minutos de Cozumel e 60 quilômetros de Cancun. No navio, as amigas curtiram shows musicais, peças de teatro, restaurantes, bares, cassino, área de lazer com piscinas e academia. “Uma viagem alegre, descontraída e inesquecível para todas”, resume Márcia.

Neusa, Márcia e Tânia em Havana

Márcia, Tânia, Cleusa e Tânia no Centro Histórico de Havana, Cuba

Desfrutando da superestrutura do navio MSC Ópera

Passeios por Orlando A família de Luciana Menegon e Roberto Homrich curtiu 20 dias de férias em Orlando

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e 5 a 25 de janeiro deste ano, Luciana Menegon, o esposo Roberto Homrich, os filhos Rafael e Guilhermina e os pais de Luciana Leonor e Mareli Menegon curtiram dias inesquecíveis em Orlando, nos Estados Unidos. A família foi em busca de descanso e aproveitou para curtir os parques e toda a estrutura que a cidade oferece. “Quando vamos a um lugar gostamos muito de interagir com as pessoas locais”, diz Luciana. Assim, a família optou em alugar uma casa e um carro, e puderam desfrutar desse tempo como se morassem lá. “Íamos ao mercado, cozinhávamos e procurávamos ao máximo conversar com as pessoas de lá”. Nesses 20 dias, eles fizeram um roteiro que contemplou os quatro parques da Disney, mais os dois parques da Universal, o Sea World, Legoland e a Nasa, sempre intercalando com dias destinados a shows, como Blue Man Group e o Cirque du Soleil, e jogo da NBA. “E claro que também não faltou um tempo destinado para umas comprinhas. Enfim, foram dias de muita diversão”, finaliza Luciana. 44•STAMPA

No castelo do Parque Magik Kingdon

Em frente à árvore símbolo da vida e do Parque Magik Kingdon

Roberto, Luciana, Guilhermina e Rafael na Nasa


Lorena e a amiga Nicla em um dos passeios incluidos no roteiro do Cruzeiro

Cruzeiro inesquecível

Acompanhada da irmã Julieta e da amiga italiana Nicla, de Milão, Lorena Cossetin foi de uma ponta a outra da América Latina

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empresária da dança Lorena Cossetin curtiu dias inesquecíveis em janeiro, quando partiu em um Cruzeiro com saída de Buenos Aires. Acompanhada da irmã Julieta Cossetin e da amiga que mora em Milão, na Itália, Nicla Crippa, durante 15 dias ela visitou Montevidéu, Punta del Este, Puerto Madryn, Cabo de Horn, Ushuaia, Punta Arenas, Estreito de Magalhães, Fiordes Chilenos, Puerto Montt e Valparaíso. Depois mais 10 dias em Valparaiso, Viña del Mar e Santiago, e a volta por terra, pela Cordilheira dos Andes. “Gostamos muito de ter feito este Cruzeiro. Foi maravilhoso ver as regiões por onde passamos, com paisagens fabulosas, colônias de pinguins, grandes mamíferos marinhos, além de geleiras, estreitos, cordilheira. Observar os costumes, alimentação, cultura, o clima foi indescritível. Sem dúvida, uma viagem maravilhosa”, disse Lorena.

Sete dias no Nordeste A empresária Ester Patz, da Gema Moda Infantil e Juvenil, teve férias divertidas e emocionantes com o marido e a filha

Lorena passou 25 dias passeando por países da América do Sul

Família se divertiu nos maravilhosos cenários naturais de Natal

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atal, no Rio Grande do Norte foi o destino de férias escolhido por Ester Patz, o marido Leandro e a filha Betina, em dezembro. “O objetivo era conhecer um pouco mais do Nordeste brasileiro, pois conhecíamos Maceió e Salvador”, conta Ester, acrescentando que a família viajou para descansar. “Como gostamos muito de praias, procurarmos, uma vez por ano, conhecer uma praia diferente. O povo potiguar, no Rio Grande do Norte, é muito receptivo com os turistas, pois essa é a maior fonte de renda da região”. Por lá, a família conferiu cenários de praias lindas e desabitadas, com as dunas como cartão postal. O trio adorou o passeio de bugue “nos deixa em contato permanente com a natureza”, e a beleza das dunas. “Foi um período excelente para recarregar as baterias e conhecer uma realidade diferente a do nosso estado. Pensamos que as viagens é algo que além de descansar nos possibilita angariar novos conhecimentos e culturas, e que cada vez que viajamos realizamos um sonho”, finaliza Ester. STAMPA•45





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