Ano 14 . Nº 12 . Maio| 2017 . R$ 10,00
Foto: PEDRO BRIKALSKI
EDUCAR COM FÉ As freiras que vivem no CSCJ
mAriA JoiCe reCk de JeSuS
60 anos de gratidão
CASA DE FAZENDA NA ESTREIA DE NOVA EDITORIA, UMA CASA CHEIA DE TESOUROS
CHORÃO, o distrito que surgiu de uma árvore
Novidadeira
À
s vésperas de completar 14 anos - em 9 de junho, esta edição da Stampa honra seu DNA de novidadeira, apresentando duas novas editorias, que incrementam os assuntos que enfocamos todos os meses. Casa de Fazenda é uma delas, e surge com a proposta de mostrar moradas do interior - casas de tamanhos e estilos diversos, sejam antigas ou novas, de sítios, granjas, fazendas. O que define a seleção é o fato de serem do interior, fora da cidade - casa de morar ou um refúgio para curtir em família e com os amigos. A estreia traz uma casa espetacular - a da médica Larissa Ortiz Roberto, casada com o agropecuarista Iriné Roberto, em suas terras de cultivo, entre Ijuí, Catuípe e Chiapetta. A segunda novidade é o Espaço B, que vai mostrar pessoas que têm uma atividade além da profissional, uma segunda atuação, que pode ser também um hobby, mas que mereça sua dedicação. O diretor do Ceap Gustavo Malschitsky narra em primeira pessoa, o diferencial do Espaço B, sua experiência de cervejeiro. Matérias começando, outras terminando, como é o caso da nossa série dos distritos, que muito nos acrescentou de convivência e de conhecimento em suas comunidades. A última visita que a jornalista Cláudia e o fotógrafo Panchinho fizeram foi ao Chorão - começa na página 19. Ser singular também é uma faceta da Stampa que perseguimos nesta trajetória de 14 anos. E nesse sentido, há a identificação com pessoas como Maria Joice Reck de Jesus, nossa matéria de capa. Ela comemorou 60 anos imprimindo sua marca pessoal de mulher de estilo único, empresária dinâmica e atuante na comunidade. Confira sua “Festa de Gratidão” nas páginas 26 e 27. Tudo isso é parte de nosso esforço de fazer a Stampa chegar até você com novidades, qualidade e, acima de tudo, com conteúdo. E você pode esperar muito mais para junho. Abraço, Iara Soares
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Empreender depois dos 50: dois exemplos femininos Educadoras de fé: as freiras que vivem no CSCJ
Os ciclistas ijuienses no Desafio de Montain Bike
tor Marlon Ijuienses pelo mundo: o pas
Clarissa e Iriné Roberto apre
Fluck, de Curitiba
sentam sua “Casa de Fazend
a”
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Entrevista: mestre da Unijui fala de Educação
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A estreia da nova série que mostrará casas do interior
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Talento nas Escolas: dois desenhistas promissores
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Capa: a festa singular dos 60 anos de Maria Joice de Jesus
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Chorão, o distrito que encerra nossa série
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Meu Lado B: diretor do Ceap em outra estreia do mês
DIRETOR EDMUNDO HENRIQUE POCHMANN EDIÇÃO IARA SOARES iara@jornaldamanhaijui.com COLABORADORES CARLOS ALBERTO PADILHA, CLÁUDIA DE ALMEIDA, ELIANE CANCI, CECILIA MATHIONI
stampa@jornaldamanhaijui.com Ano 14 - Nº 12 | Maio | 2017 Assinatura semestral: R$ 55,00 - Ligue 3331-0300 4•STAMPA
PUBLICAÇÃO GRÁFICA E EDITORA JORNALÍSTICA SENTINELA LTDA CNPJ: 87.657.854/0001-23 | RUA ALBINO BRENDLER, 122 | (55) 3331-0300 IMPRESSÃO CIA DE ARTE (55) 3331-0318 | 98.700-000 IJUÍ/RS
Informações contidas em espaços comercializados são responsabilidade integral das empresas e/ou dos profissionais.
Cirurgias de próteses de mama são realizadas pela Clínica Gemelli de Cirurgia Plástica
Mamas antes do aumento
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Dr. Wellington Gemelli Cirurgião Plástico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
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Mama após aumento subglandular
o Brasil realizamos o implante de silicone gel. Por muitos anos foi proibido nos EUA,mas não há conotação científica correlacionando implante de gel de silicone e câncer de mama. Também não impede a amamentação. Em relação à técnica de cobertura da prótese, a inclusão do implante pode ser subglandular, subfascial, e subpeitoral; neste último caso preferimos o plano duplo ou “dual plane”. A mastopexia com aumento consiste no implante da prótese e uma retirada de pele para corrigir a queda da mama. É corrigido a queda da mama e também da aréola. O implante subglandular consiste em localizar a prótese em um espaço entre a fáscia do músculo peitoral e a glândula mamária. Proporciona um melhor enchimento tanto do polo superior quanto inferior da mama. O implante subfascial fica no espaço criado entre a fina fáscia do músculo peitoral e este próprio. Dá um aspecto mais firme à prótese e é uma opção a ser apresentada às clientes. Quanto ao implante retromuscular,
Mama com prótese subpeitoral parcial “Dual Plane”
preferimos, em vez do retro-peitoral total, o “dual plane”, ou plano duplo, que implica na prótese coberta superiormente e parcialmente pelo músculo peitoral e inferiormente pela glândula mamària. Conseguimos com esta técnica, cobertura para o polo superior da prótese com o músculo, e cobertura para o polo inferior com o tecido mamário. A prótese totalmente retromuscular pode ficar numa localização muito alta e afastada uma mama da outra. Preferimos, portanto, quando optamos por retromuscular esta nova técnica chamada “Dual Plane”. Em relação às incisões de escolha para a introdução da prótese avaliamos cada caso. Realizamos no sulco inframamário, subareolar, supra-areolar, ou periareolar. Nos casos de mastopexia utilizamos a incisão periareolar com o componente vertical inferior. Queremos enfatizar que a escolha de técnica e tamanho da prótese é sempre de caráter individual, procurando alcançar uma melhor harmonia para nossas clientes.
Equipe do Banco de Leite do HCI
BANCO DE LEITE HUMANO DO HCI CONSIDERADO MODELO NO BRASIL Criado há 33 anos para suprir as necessidades nutricionais de crianças prematuras que nasciam na maternidade da instituição, o Banco de Leite do HCI incentiva e promove o aleitamento materno por meio de várias ações
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om o passar dos anos, o HCI teve a implantação da UTI de recémnascidos, e com ela, a necessidade de aumentar os estoques de leite, com foco na qualidade dos processos. Pelo 4º ano consecutivo, o Banco de Leite Humano do HCI foi certificado como categoria OURO pelo desempenho do ano pela Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, em ação integrada da Coordenação Geral da Saúde da criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde com a Fundação Osvaldo Cruz, cujo objetivo é verificar o grau de conformidade que o BLH atinge. A iniciativa de certificar teve início em 2012 como projeto piloto que envolveu apenas os BLHs que são centros de referência nos Estados. O objetivo maior é incentivar e promover o aleitamento materno, bem como trabalhar as questões relacionadas à captação da doadora, participando de eventos e debates. “Participamos nos grupos de gestantes, divulgamos nosso trabalho na imprensa e promovemos capacitações internas e externas para profissionais da saúde. Outro ponto importante é o controle de qualidade no leite humano ordenhado a fim de garantir a oferta de um produto isento de riscos que possam comprometer o estado de saúde do usuário a que se destina”, resume Tatiane Huller, nutricionista
do banco de Leite. O BLH incentiva e promove o aleitamento materno através de várias ações, como atendimento às gestantes internadas na maternidade, foram mais de 4 mil atendimentos individuais. Ainda de acordo com o relatório de 2016, foram 371 doadoras de leite humano que beneficiaram 3.953 bebês prematuros. Ao todo, foram distribuídos durante o ano, 322,7 litros de leite. As visitas domiciliares foram essenciais para a performance anual, totalizando 405 buscas de leite materno, com apoio do setor de transportes do HCI. “Desta forma, o BLH do Hospital de Caridade de Ijuí, desempenha o seu papel, dentro da filosofia de proteção, promoção e incentivo à amamentação, colaborando de forma significativa para a redução dos índices de morbi-mortalidade infantil no Estado do Rio Grande do Sul”, avalia Tatiane Huller. Neste ano, o trabalho qualificado deste setor foi reconhecido por um projeto-piloto do hospital que premia os setores mais bem avaliados pelos usuários, onde o Banco de Leite Humano foi um dos primeiros vencedores do Projeto “Nosso Bem Maior: Você!”, através de seus resultados de motivação, engajamento e satisfação dos clientes.
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|trabalho|
Empreender após os 50 Algumas pessoas não se contentam com a aposentadoria e encontram maneiras de continuar na ativa, fazendo outras atividades, e até mesmo realizando sonhos. É o caso de Eva Brasile Maura Theobald
Eva Brasil se aposentou e seguiu adiante. Ela vende produtos de beleza de porta em porta
Após a aposentadoria, Maura fez faculdade e levou adiante o sonho antigo de entrar no ramo do turismo
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rabalhar por conta própria ganha forma na maturidade. A longevidade da população vem fazendo com que pessoas acima de 50 anos tenham energia suficiente para começar a empreender. É o caso de Eva Brasil, 66 anos, servidora estadual aposentada. Há 18 anos ela vende produtos de beleza, da Natura, de porta em porta. Sempre muito ativa, ela já tem uma bagagem de venda de mais de 30 anos. Já vendeu lingerie e semijoias. “Mas foi na linha de cosméticos que me identifiquei. Tenho metas e objetivos, coloquei isso como uma meta profissional para ter satisfação profissional e financeira”, conta. Com as vendas ajudou a formar os dois filhos, Clarissa e Eduardo, os dois residentes em Porto Alegre. Eva conta que até um carro conseguiu adquirir com seu trabalho. “Foi um reconhecimento há alguns anos. Eu ganhei uma moto e troquei por um carro. Tudo isso graças às minhas vendas”. Eva Brasil é muito conhecida pela cidade e fidelizou muitos clientes ao longo de 18 anos e coqnuista muitos outros por oferecer produtos à pronta entrega. “Meu diferencial é o produto à pronta entrega, pois vejo que muitas pessoas não têm paciência para esperar. Então, mantenho muitas coisas em minha casa, onde tenho uma peça só para os produtos, e no meu carro sempre tem muita coisa”, diz ela que não pretende parar. “Só posso dizer que quando chove ou tem dias que não posso sair para a rua, fico angustiada. Se quiser me ver braba é quando fico em casa. Me dá prazer sair para vender e ter contato com as pessoas. Saio do stress do dia a dia e sei que ainda vou muito longe”. Uma dificuldade que surgiu ao longo dos anos é a restrição de acesso a algumas empresas para mostrar seus produtos. “Mas não deixo de ir. Se não posso mostrar meus produtos, deixo a vitrine e busco depois.” Outra que não se contentou com a aposentadoria é Maura Theobald, 56 anos. Ela fundou uma empresa de turismo, a Maura Turismo, após se aposentar como auxiliar administrativo em escolas estaduais, sua profissão por 36 anos. Aí foi realizar um sonho. “Nos tempos de escola, eu acompanhava os alunos em excursões e tinha um amor por isso. Já pensava naquela época que quando me aposentasse queria ter outro ramo, para trabalhar com o público”. Em 2011, ela criou coragem e lançou a primeira excursão. “É preciso seguir os sonhos, e graças a Deus sempre fui muito otimista e guardava para mim os meus sonhos. Não é possível desistir sem antes tentar”. Em novembro de 2011 ela foi até Torres, procurar pousadas. Em uma delas foi muito bem recebida. “Falei dos meus sonhos e que não tinha como dar uma entrada para segurar a vaga, a família, dona da pousada, acreditou em mim, voltei para a casa, fiz os pacotes e a primeira viagem aconteceu. Foram 43 pessoas. Um sucesso!” Nos anos que se seguiram, as excursões foram acontecendo e as pessoas passaram a procurá-la para participar. Ela conta que a aposentadoria veio em 2015, e achou que era a oportunidade de pegar o turismo com mais ânimo. Como autônoma, ela viu e concretizou o sonho de não parar. “As mulheres, principalmente após se aposentar, têm a tendência de parar, de ficar em casa. Eu trabalhei muito e me aposentei. Acabou a etapa. Agora aposentada, fiz outra faculdade. Inspiro-me na minha mãe com 87 anos, que até ano passado andava de bicicleta. É preciso ser otimista, não pensar em coisas ruins, porque atrai coisas ruins. A mulher precisa ter uma meta. O meu sonho de lidar com turismo já era alimentado há muitos anos”. Maura promove excursões para a praia e para a Serra Gaúcha, no inverno. Segundo ela, é possível continuar sendo esposa, mãe, avó e mesmo assim seguir os sonhos. “Eu sou tudo isso, faço meu serviço em casa, tenho meu lazer, vejo TV, faço crochê, cuido dos meus dois netos, e mesmo assim, sou uma empreendedora. O que não se pode é parar, se conformar”. Maura nota que muitas pessoas de sua idade se agarram ao fato de que passaram a vida trabalhando e fazendo tudo pelos filhos. “Meus dois filhos são muito bem encaminhados, dei estudo para os dois. Mas não desisti de mim. Aos 49 anos fiz minha faculdade de Gestão Pública, e em 2014 fiz minha pós-graduação. Para ter uma formação, é só ter boa vontade e correr atrás. Já é um aprimoramento a mais para trabalhar com público. Mulheres na minha idade não podem parar, sempre existe uma luz”, aconselha.
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As irmãs: Laura Kovaleski, Ilka Werle, Neli Burin, Carmela Albarello, Rosa Olinda Telka, Maria Giacobo e Sunta Giacomini
Educadoras de fé A Congregação das Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus foi fundada em 1931 na Itália por uma determinada e corajosa jovem, hoje conhecida no mundo inteiro como Santa Teresa Verzeri. Após cem anos de atuação na Itália, a Congregação passa a irradiar-se em outros países, sendo o Brasil a meta escolhida para a primeira fundação além-mar, e em 1930, as Irmãs chegam ao Brasil. Em Ijuí, sete irmãs moram no Colégio Sagrado Coração de Jesus e relatam a rotina de servir ao próximo.
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onsta dos registros do jornal Correio Serrano, que em 13 de janeiro de 1934, foi publicado um artigo dizendo que o povo de Ijuí encontrava-se em tratativas, a fim de que surgisse um colégio de religiosas na cidade. O artigo salientava que esta era uma aspiração das famílias ijuienses. As damas católicas se movimentaram. Vivisa Schmidt, admirando as irmãs e seu trabalho, iniciou uma campanha junto ao prefeito municipal, Coronel Antônio Soares de Barros, para que fosse organizada uma comissão que se encarregasse dos preparativos. Vivisa foi uma impulsionadora do movimento da vinda das irmãs a Ijuí. Graças ao seu dinamismo, a aspiração do povo tornou-se realidade em 21 de outubro de 1934. A escola começou a funcionar num casarão antigo de madeira, onde hoje funciona o INSS. O primeiro curso a funcionar no colégio foi o Jardim da Infância com o significativo número de 50 alunos. Em fins de fevereiro de 1935, o CSCJ contava com 158 alunos, iniciando o Curso Primário. Foi constituída uma Comissão Central para angariar fundos para manutenção das irmãs e da nova escola. Mais tarde, em 1942, após lutas, sacrifícios e privações por parte da irmãs, consegue-se a compra de um terreno (por noventa e cinco contos de réis) onde 10•STAMPA
imediatamente é dado início à construção da primeira parte do prédio, situado à Rua 7 de Setembro. A inauguração oficial fez-se no dia 7 de março com a presença de todo o povo com festejos populares, culminando com um lindo festival. O atual colégio foi construído em sete etapas, constituindo-se hoje em 8.358 m² de área construída. Até 1985 as freiras davam aulas na escola mas tinham a ajuda de professores leigos. Após esse período apenas professores leigos passaram a dar aulas e as freiras permaneceram na direção da escola. Foi a partir de 1994, que o CSCJ passa a ser administrado por direção leiga. Hoje são sete as religiosas que residem nas dependências do CSCJ. Irmã Rosa Olinda Telka é a coordenadora da Comunidade das Irmãs. É ela quem nos apresenta os aposentos delas: uma pequena capela, quartos, salas de trabalho, cozinha, refeitório, banheiros, lavanderia e sala de estar. Nesta sala é o local onde as irmãs se encontram para assistir TV, conversar, planejar atividades apostólicas, realizar estudos de aprofundamento de documentos da Igreja, documentos da Congregação e outros tantos assuntos atuais. Para situações especiais, as religiosas vestem traje de gala em tom cinza. Usam uma correntinha com uma cruz no pescoço, e na mão, a
aliança com a imagem de Cristo. Fazem parte da Comunidade das Irmãs no CSCJ irmã Sunta Giacomini, natural de Giruá; irmã IlKa Werle, natural de São Luiz Gonzaga; irmã Carmela Albarello, natural de Palmitinho; irmã Maria Giacobo, natural de Carazinho; irmã Neli Burin, natural de Santo Ângelo; irmã Laura Kowaleski, natural de Guaporé e irmã Rosa Olinda Telka, natural de Três de Maio. Irmã Rosa Olinda relata que o dia começa cedo. A comunidade tem alguns horários fixos: oração da manhã, reuniões da comunidade, almoço, oração do fim da tarde. E o restante do dia, cada irmã organiza o tempo de oração pessoal, de cultivo, de trabalho para a realização de seus compromissos. Irmã Rosa viveu 24 anos no continente Africano, na Republica Centro Africana e Camarões. “Foi uma experiência muito rica, significativa e muito desafiadora, que conduz a fazer a experiência do essencial, muitas vezes faltando o necessário”. Segundo ela, o povo africano é muito contente, gosta muito da dança, usa vestes coloridas, tem uma forte cultura comunitária, sofre as consequências da exploração e dominação dos países ricos que por múltiplos interesses não possibilitam uma participação maior do desenvolvimento na sua globalidade.
“Nossa missão como religiosas é voltada para os outros, para o serviço, para a doação, semelhante a uma vela que se consome. E poderíamos dizer que quem não vive para servir, não serve para viver. Muitas pessoas nos procuram e pedem oração, é uma maneira de ajudar, de servir e de amar. Se a idade nos impede de estarmos em atividade de frente, sentimo-nos úteis ajudando com conselhos, com a oração”. Irmã Rosa conta que desde pequena sentiuse inclinada à vida religiosa e desde jovem buscou realizar este chamado de Deus. Não se arrepende de ter optado pela vida religiosa de Filha do Sagrado Coração de Jesus. O processo de formação para chegar a se tornar religiosa comporta várias etapas; as principais são aspirantado, postulantado, noviciado, 1ª consagração e consagração definitiva, assumindo viver os votos de pobreza, castidade e obediência. Estas etapas incluem estudos humanísticos e profissional, teológico e carismático, ou seja, após o Ensino Médio, seguemse, no mínimo, 10 anos de estudos. Como todas as congregações, elas têm um governo geral, um governo provincial e o local. No Brasil Sul, é de responsabilidade do governo provincial com sede em Porto Alegre, de organizar as comunidades, transferir as irmãs de uma localidade a outra, segundo as necessidades da missão. A diretora do CSCJ Lorena Beal explica que duas irmãs estão ligadas diretamente aos alunos: Irmã Rosa, gestora local na escola, responsável pelo serviço de Humanização e Espiritualidade, Coordenação da Comunidade das Irmãs e acompanhamento do Financeiro da escola, e a irmã Nerli, que contribui nas turmas de Educação Infantil. As demais têm seus afazeres pessoais. Irmã Ilka se envolve com o grupo de leigos, Carisma e Espiritualidade, como orientadora espiritual. A diretora comenta que elas circulam muito pela escola e as crianças as conhecem e costumam visitar a residência das irmãs. “As irmãs apadrinham as turmas e com isso, as crian-
Irmã Rosa, gestora local na escola
Irmãs Rosa, Sunta, Laura, Ilka, Neli, Maria e Carmela. “Nossa missão como religiosas é voltada para os outros, para o serviço, para a doação, semelhante a uma vela que se consome.”
ças criam laços de amizade e respeito. Em todos os eventos que a escola faz, as irmãs sempre estão presentes”, afirma Lorena Beal. Não existe um período fixo para elas permanecerem na Escola, esclarece. “Nos últimos 28 anos que trabalho na escola, muitas irmãs passaram por Ijuí, havendo muita rotatividade, pois o número de irmãs está diminuindo, devido a diversos fatores.” Irmã Rosa explica que o motivo para a diminuição no número de religiosas ao longo dos anos é complexo. “Antigamente as famílias eram numerosas e hoje não mais. Ter um filho ou filha na vida religiosa era uma honra. A complexidade do mundo, da sociedade que nos rodeia, exerce grande influência sobre as decisões e opções dos jovens”. A diretora Lorena destaca que ainda se tem um olhar, uma procura pelas vocações. Existe uma equipe na Congregação realizando
um trabalho de animação para despertar vocações para a vida religiosa. “Aqui em Ijuí, já tivemos um grupo de aspirantes com meninas que estudavam na escola, com intenção de seguir a vocação. Entretanto, com as diversas tentações do mundo, é preciso refletir e discernir para chegarem à conclusão de que para elas o caminho é outro, e não o da vida religiosa”. Atualmente a jovem Taline Steffen, natural da cidade de Alecrim, que foi aspirante no CSCJ, está seguindo este caminho. Ela está na Bahia, com outras jovens, fazendo o noviciado. Dentre alguns meses fará sua 1º consagração para tornar-se uma religiosa FSCJ. “Ela tem o perfil para assumir essa missão. Ainda há esperança”, diz Lorena. Irmã Rosa finaliza, citando uma frase da fundadora Santa Teresa Verzeri: “Com Deus é preciso ter grandes ideias, coração generoso, ardente e destemido.”
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Desafios de
mountain bike Ciclistas de Ijuí estão participando de competições regionais
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o dia 2 de abril, ciclistas de Ijuí disputaram a etapa de Panambi do Desafio de Mountain Bike. Com saída e chegada no Parque da cidade, o roteiro foi quase que totalmente no interior, em um percurso com muita elevação, bastante desafiador. O Segundo Desafio Fitness tem como objetivo proporcionar, através do ciclismo, a reunião de pessoas de diferentes cidades para a prática deste esporte, para um momento de integração, de atingir metas e desafios pessoais ou em grupos. É um momento de se desafiar, competir ou somente interagir com os demais ciclistas e grupos participantes. E, além disso proporcionar e incentivar a melhoria na qualidade de vida e saúde, através do ciclismo. As modalidades de prova são Cicloturismo e Pró. Tem características de competição, com formato de premiação e sorteios no intuito de motivar os atletas participantes. O Cicloturismo, de 20 quilômetros, tem um percurso com nível de dificuldade baixo e média exigência física. Não possui categorias, não tem premiação e não tem o tempo cronometrado. A Categoria Pró, de 45 quilômetros, tem percurso de médio-alto nível de dificuldade técnica e alto nível de exigência física. Possui categorias, premiação aos cinco primeiros de cada etapa por categoria. O tempo é cronometrado com pontuação válida para o Circuito Noroeste. No masculino são estas categorias: Elite - Idade livre critério técnico (maiores de 16 anos); Sub-30 -16 até 29 anos (nascidos de 1988 a 2001); Master A1 - 30 a 34 anos (nascidos de 1983 a 1987); Master A2 - 35 a 39 anos (nascidos de 1978 a 1982); Master B - 40 a 49 anos- (quem nasceu de 1977 a 1968) e Master C - 50 anos acima (nascidos em 1967 e anos anteriores). A Feminina: Elite - Idade livre critério técnico (maiores de 16 anos); e Livre- idade livre (maiores de 16 anos).
1º Campeonato Regional de Futebol acontece desde o dia 21 de abril
Os bons tempos do futebol amador 12•STAMPA
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quipes de Ijuí, Ajuricaba, Santo Augusto e Catuípe disputam, desde o dia 21 de abril o 1º Campeonato Regional de Futebol Master. A categoria sênior envolve estes times: chave A, Grêmio Ajuricaba, Afumisa-SER Aimoré, DESA Santo Augusto e Gaúcho e chave B, Gaúcho Super Master, São Paulo e Granóleo. São dois grupos, um com quatro times e outro com três equipes. Os primeiros de cada chave classificam-se diretamente para as semifinais esperando os confrontos da segunda fase que serão entre o segundo da chave A contra o terceiro da chave B e o segundo da chave B contra
o terceiro da chave A. A categoria máster tem chave única: Granóleo, Santa Cruz, Caramuru e DESA Santo Augusto. Jogam todos contra todos em turno único. Nas semifinais, o primeiro da chave enfrenta o quarto colocado, o segundo enfrenta o terceiro colocado. Os vencedores disputam a final. O Campeonato lembra os bons momentos do futebol amador ijuiense e regional. Jogam a competição atletas que se destacaram em suas épocas. A competição ajuda a manter a memória do futebol, propiciando um espaço para que essas pessoas continuem praticando o esporte.
Atlas ex-jogadores do Atlas reunidos no momento festivo
Escolinha do Atlas foi campeã no Guri Bom de Bola
atlas completa 50 anos Clube do bairro São José comemorou a data com programação especial dia 21 de abril
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x- atletas, ex-dirigentes e convidados participaram da festa es“Eu tinha 12 anos quando iniciamos o Atlas. A nossa equipe sempre portiva que teve pela manhã uma partida amistosa. Olívia Cabral foi uma família e por isso conseguimos sempre manter este clima da Silva, esposa do ex-presidente Valdemar da Silva (in memoriam) de amizade”, disse Gilberto Oliveira dos Santos. Ele lembra dos compareceu acompanhada do neto Anderson Dahmer (Ande), que clássicos memoráveis contra o Ouro Verde, comandado na época é auxiliar técnico do time Sub-13 do Grêmio. Os ex-presidentes Luis por Ari Bertolo, o São José, do presidente Jaime Sérgio Muraro, o Jendrinkoski e Olavo Henz também prestigiaram a festa do Atlas. Aimoré do bairro Boa Vista, dirigido por Valdetar de Oliveira, o Estrela Gilberto Oliveira dos Santos, o Mano, que foi atleta e dirigente do Atlas Vermelha da família Valentini e de Nilo Schirmer e o Pirahy do Assis lembra de momentos importantes do Brasil, comandado pela família Loeblein. clube e um deles foi o vice-campeonato “Eram equipes muito fortes, unidas. Os estadual da Copa Arizona de Futebol atletas permaneciam por muitos anos nos Amador em 1976. seus clubes. Dificilmente eles saíam para A equipe perdeu na decisão para a jogar em outras agremiações. Jogavam Associação Disul-Transpenz, de Porto mesmo por amor”, lembra Mano, que Alegre, por 3 a 1. O jogo foi disputado jogou por muito tempo ao lado dos seus em 5 de junho daquele ano na capital irmãos Jaime e Juarez. do Estado. A equipe tinha entre outros O Atlas também fez sucesso com sua atletas Bugio; Zé Galvão, Nenda, Vardo e Escolinha em competições regionais e Lepego; Jaime, Mica, Guto, Ênio, Cabetia estaduais de 1992 até 2000, sagrandoe Mano. As categorias de base do Atlas se campeão em todas elas. Em 1992 e também fizeram história e atuaram na 1993 ganhou o Municipal de Futsal Mirim equipe jogadores que depois tornaram-se promovido pelo CMD. Nos anos de 1994 profissionais, casos dos laterais Sander, e 95 conquistou o 1º Guri Bom de Bola que iniciou na base do São Luiz e jogou de Futsal promovido pelo Serviço Social em clubes como Tupi de Crissiumal, Avaí do Comércio. Sagrou-se campeão do de Florianópolis, Ypiranga de Erechim e Torneio de Futebol Sete para Menores mais recentemente no São José-POA e alusivo aos 37 anos do Sesc em Ijuí em Xaro, outro revelado pelo Rubro ijuiense 1995. Em 1996, 1997 e 1998 conquistou e que depois de defender o Passo Fundo a Copa Dunga. No ano de 1999 venceu o no Campeonato Gaúcho está jogando a 1º Molequito de Futsal e em 2000 venceu Olívia Cabral da Silva, esposa do ex-presidente Divisão de Acesso pelo São Luiz. o 1º Aberto Sesc Sul de Competições. Valdemar da Silva, saudosa, olhando as fotos do time
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Cirurgia Plástica e Pediatria, uma parceria de mãe e filho
antendo a união que vem de casa, o M Dr. Lucas Dal Pozzo Sartori, Cirurgião Plástico que atua nas áreas de Cirurgia
Estética Facial e Corporal, Implante Capilar e Reconstrução de Face, e a Dra. Tânia Maria Dal Pozzo Sartori, Pediatra que atua na cidade há 25 anos, com larga experiência em Neonatologia e UTI Pediátrica, decidiram iniciar uma parceria profissional. Ambos agora atendem juntos, em um novo ambiente, acrescido de uma segunda sala de atendimento, para a realização de procedimentos ou curativos, e uma segunda sala de espera, mais discreta, com o objetivo de acolher com mais atenção os pacientes no período pós-operatório. O consultório está de portas abertas para receber a todos desde o mês de abril. Localiza-se no Edifício Jamile, Rua 14 de Julho. O agendamento pode ser realizado através do telefone (55) 3332-2522. Mais informações sobre o consultório, o cirurgião, hospitais e procedimentos realizados podem ser obtidas através do site www.lucasdpsartori.com.br
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Dinarte Belato E
m abril, durante a semana de atividades integradas à Semana Acadêmica das Licenciaturas da Unijuí, o professor Dinarte Belato palestrou no Salão de Atos Argemiro Jacob Brum. Abordou o tema “Educação na Contemporaneidade”, focalizando os principais aspectos históricos que influenciaram no desenvolvimento educacional brasileiro e perspectivas para os próximos anos. Segundo Belato, a Educação no Brasil sofre com vários retrocessos que nos remetem desde a colonização e dominação do povo europeu sobre o indígena. O professor estima que, caso os europeus não tivessem destruído essa natureza e sociedade que já se desenvolviam em território brasileiro, em 2.500 anos os povos indígenas teriam atingido um grau de desenvolvimento superior ao da Mesopotâmia. “É uma perda gigantesca de tesouros culturais que poderiam ter construído uma sociedade infinitamente mais rica”. Dinarte Belato possui graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí (1967), e mestrado em História pela Universidade Estadual de Campinas (1985). Atualmente é professor titular da Unijuí. | Por Cláudia de Almeida |
Para saber qual a atual situação da Educação, quais os pontos que o senhor deve analisar? É um processo histórico? A temática sobre educação na contemporaneidade é infinitamente ampla. Para saber analisar a atual situação, precisamos entender alguns momentos distintos. O primeiro é uma tentativa de apontar tendências ao longo da história do Brasil. Vamos imaginar a sociedade brasileira dos índios antes da chegada dos europeus, mas naquele momento histórico, estar naquela época, século 15 ou 16, antes da chegada dos europeus e depois disso analisar como se organiza a Educação no período colonial de Império, na República Velha e depois da Revolução de 1930 no período de implementação da modernidade, depois em 1964 com o Regime Militar e as reformas do Ensino Básico e Superior. Depois vem o projeto da Constituição de 1988 e a LDB de 1992. Tudo isso é um quadro que deve ser analisado para saber o que está se passando na educação atual. O senhor diz que a educação começou com os índios. Qual a sua avaliação? É preciso voltar ao tempo dos índios, à sua contemporaneidade, à etapa civilizatória em que se encontravam antes da chegada dos europeus. Essa é uma contemporaneidade que temos dificuldades em construir, mas é imprescindível para compreendermos os processos que vieram depois, sua radical destruição, seu genocídio, que prossegue hoje nas frentes de
expansão do Norte do Brasil. Um exemplo que nós podemos verificar em nossa região: os índios guaranis, que viviam a etapa civilizatória do neolítico, sob a direção dos jesuítas, deram, no século XVII, um salto civilizatório de mais de 1500 em apenas um século. Mas não é só dos índios que temos que construir sua contemporaneidade. Se quisermos pensar a sociedade brasileira, temos que voltar para a África. As comunidades africanas moviam-se num processo civilizatório parecido com o dos índios brasileiros, mas numa etapa civilizatória mais avançada, eles eram sofisticados fundidores de ferro e o moldavam através do método da cera fundida, além de sofisticadas elaborações sociais e religiosas. Se observarmos as dimensões e avanços civilizatórios dos dois povos que estão na base da sociedade brasileira – índios e negros -, podemos avaliar a perda que sofremos a partir do momento em que suas culturas e suas vidas começaram a ser negadas. A crítica que faço não é por que os índios não acompanharam os Europeus, pois quando puderam fazê-lo, porque não os mataram, mostraram-se brilhantes. Em quase toda a parte, exceto nos núcleos das missões, eles não os acompanharam porque foram destruídos como povos e em seu patrimônio cultural, social e educativo, ou foram reduzidos à condição de escravos. É possível resgatar essas culturas no ambiente escolar hoje em dia? Na verdade, é uma tarefa muito importante
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O que é dramático na reforma do Ensino Médio é a exclusão do ensino das ciências sociais: da Sociologia, da Antropologia e da Filosofia
que a gente poderia fazer através de um estudo mais aprofundado das contribuições antropológicas, sociológicas e politicas dessas sociedades. Isso permitiria que olhássemos essas sociedades em suas respectivas etapas de construção de suas civilizações. Eram sociedades em processos contínuos de desenvolvimento, que foi interrompido. Isso, porém, representa um problema sério, pois não temos nas escolas materiais suficientes que sintetizem as experiências tanto dos índios brasileiros, que são muito ricas, quanto dos povos africanos e europeus. O desafio para os professores é exatamente aprofundar os estudos, pois se os professores não estudarem essas temáticas, eles terão dificuldades em avançar no conhecimento dessas sociedades. >> STAMPA•15
quanto tempo vai durar, pois tenderá a produzir profundas desigualdades sociais e exacerbados conflitos de classe. Esse é um fenômeno brasileiro? Como afirmei acima, não é. É uma forte tendência mundial e na maioria dos países em estágios mais avançados. Exemplifico. Eu acompanho, pela internet, o trabalho investigativo de um grupo de jornalistas dos Estados Unidos. Um dos seus temas é o que trata dos investimentos de grupos econômicos cujos proprietários ficam ocultos. Esses grupos financiaram a campanha eleitoral do atual presidente e estão interessados na promessa do senhor Trump de privatizar toda a educação pública do país, pois, segundo o presidente, a educação pública é uma porcaria. Essa postura da classe dominante política e econômica dos Estados Unidos irá reforçar a tendência em curso de suprimir a presença do Estado em todas as áreas de “bons negócios”.
Em abril, Dinarte Belato abordou o tema Educação na Contemporaneidade, durante a Semana Acadêmica das Licenciaturas da Unijuí
O que é mais dramático na Reforma do Ensino Médio? O que é dramático na reforma do Ensino Médio é a exclusão do ensino das ciências sociais: da Sociologia, da Antropologia e da Filosofia e, sob certos aspectos, da história, da política, da economia e da geografia. Esses são campos do saber que permitem de fato conhecer as sociedades, estudar sua dimensão cultual, sua organização social, política e econômica. Estamos sujeitos a ter uma regressão brutal e perder as experiências que os professores acumularam e que tinha ainda muito caminho a percorrer. Podemos voltar a estaca zero, pois se se impuser um consenso de que essas disciplinas não servem para o sucesso de uma pessoa na sociedade de hoje, as pessoas não quererão dedicar seu tempo a seu estudo. Cria-se uma mentalidade de ignorância que afirma ser inútil pretender estudar esses temas, pois não servem para nada. É uma lástima terrível, chamo a isso o mais dramático dilema que vivemos hoje. E qual é a sua análise sobre o atual cenário da educação? O que acontece hoje nos rumos da educação brasileira está também acontecendo em nível internacional. Não é, portanto, um fenômeno exclusivamente brasileiro. E consiste na mercantilização da educação de todas as áreas que permitem uma alta valorização dos investimentos empresariais. A educação deixa de ser um fenômeno público para se converter num investimento privado. Um investimento que tem que produzir rentabilidade. O fenômeno é tão impressionante que hoje, empresas internacionais como a Kroton – proprietária da Anhanguera e de outros instituições de ensino superior, controlam quase dois milhões de alunos só no Brasil. A reforma do ensino médio, mediante uma escandalosa Medida Provisória, veio atender com urgência os interesses dessas empresas no promissor campo do Ensino Médio. Como esse fenômeno se consolida? 16•STAMPA
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O que está acontecendo hoje é uma tendência a acentuar uma divisão social e de classe das escolas: escolas de elite e escolas da plebe
Esse processo se consolida com a aprovação da última proposta de reforma constitucional que determina o congelamento de gastos públicos – por 20 anos - em áreas primárias como Educação, Segurança, Previdência e Saúde. Isso na prática significa que esses setores vitais da sociedade ficarão abertos aos investimentos privados nacionais e internacionais. O Estado não vai mais investir porque não vão poder gastar. Essa é a tendência. E a primeira medida foi a reforma do Ensino Médio, visto pelos investidores internacionais como um campo de altos rendimentos imediatos, e por isso que o projeto saiu como projeto de lei imediato, para ser votado imediatamente. Quais as consequências dessas reformas na educação? Claro que isso está ligado a outras dimensões, como a reforma Trabalhistas e da Previdência, que são campos que devem estar limpos da atuação do Estado, da intervenção do Estado e, obviamente, aos investimentos privados. O quadro que temos hoje desenhado representa um processo que vai durar um período longo, o tempo para impor à sociedade as concepções e práticas de tipo liberal. Mas não sabemos
Em relação aos professores, como o senhor acha que as escolas e universidades podem se adaptar à formação de profissionais 4.0, ou seja, aqueles que utilizam a tecnologia? Todas as vezes que ocorreram mudanças na base técnica da sociedade, o processo de sua difusão e incorporação coletiva e individual tem sido problemática, pois a nova base técnica significa, em boa medida, a obsoletização de processos de trabalho, de habilidades e conhecimentos, além da obsoletização dos meios de produção vigentes, em muitíssimos casos ainda não amortizados, o que significa jogar fora enormes montantes de capital produtivo. Nas sociedades contemporâneas, esse processo dava-se de forma relativamente lenta, o que permitia a readaptação dos meios e das pessoas. Isto não está acontecendo na atual “Revolução Científica e Tecnológica” (RTC). Ela está se dando em grande velocidade, obsoletizando meios, instrumentos e gentes. E, sobretudo, por força das contínuas mudanças tecnológicas, que estão sob o controle de grandes grupos monopolistas, produzem gigantescas perdas de capital. Do ponto de vista da educação, a capacitação tecnológica, quando reduzida ao aprendizado do manejo dos meios que se difundem na sociedade, se torna extremamente difícil e cara porque a escola não consegue estar “na ponta” através de contínuos investimentos. Na prática, o que está acontecendo hoje é uma tendência a acentuar uma divisão social e de classe das escolas: escolas de elite e escolas da plebe. E a situação atual tenderá a agravarse ainda mais na medida em que os avanços científicos e tecnológicos estiverem na mão, como propriedade privada, de empresas de pesquisa avançada e os meios de produção só forem acessíveis aos que detiverem grandes recursos e operarem grandes e contínuos investimentos. Antigamente, todos os agricultores tinham sua junta de bois, arados e carroças e os manejavam com toda a desenvoltura. Hoje, as máquinas agrícolas são um verdadeiro pacote eletrônico, de enormes valores e custos, operadas por gente altamente treinada. Os agricultores das tecnologias do arado e do boi desapareceram, o mesmo poderá ocorrer nas demais áreas de produção e de serviços. É óbvio, então, que a escola não poderá deixar de conhecer a sociedade, o modo como ela opera, as forças que a dominam e a possibilidade de nela intervir. A escola poderá ser um bom termômetro da “polis”.
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TalenTos nas escolas
Desenhistas promissores Deividi Ribeiro Rodrigues e Kauê da Silva Paze são dois alunos que encontraram nos desenhos uma forma de refúgio e de expressar suas emoções. Com estilos distintos, eles se dedicam a essa arte nas horas vagas
Deividi pinta com lápis e gosta de inventar desenhos
O desenho é uma forma de linguagem, talvez a mais antiga. Essa arte, muitas vezes, é usada também como uma forma de expressar sentimentos ou passatempo. Dois alunos da Escola Estadual Emil Glitz se dedicam a desenhar aliando técnicas diferenciadas à criatividade. Kauê da Silva Paze, 18 anos, aluno do 3º ano do Ensino Médio, desenha desde os cinco anos de idade. “Comecei como toda criança, pintando aquela casinha, sol, e evoluí”, conta. Hoje, usa o pontilhismo, uma técnica de pintura e desenho em que as imagens são definidas por pequenas manchas ou pontos. Todos os desenhos dele são feitos com essa técnica. “Sempre gostei de desenhar e uma vez vi no Instagram, o trabalho de um desenhista australiano que era com pontilhismo. Gostei muito e passei a tentar. Me identifiquei”, diz. Ele explica que esta técnica também pode ser chamada de Dark Art, um estilo mais obscuro de pintura. “Um surrealismo, com desenho de animais e pessoas que não são reais, que não existem”. Para cada desenho, ele leva cerca de dois dias para fazer. Faz como terapia. “Quando estou triste é um passatempo, pois não sou viciado em redes sociais, e uso o desenho para me distrair. Desenho para mim, no fundo do meu quarto”. A mãe, Solange, é a primeira pessoa que vê a pintura pronta e é sua principal incentivadora. A namorada Brenda Viana é quem ajuda durante o processo, já que também pinta. “Ela acompanha a evolução do meu desenho. Para me inspirar, peço a ela que me diga três palavras e aí eu tento colocar isso no desenho. Também é uma diversão”, revela. Kauê diz que sempre está de olho nas redes sociais de desenhistas, como Abacrombie e Illustration. “Vejo uma 18•STAMPA
Kauê usa o pontilhismo e cria desenhos diferentes
imagem e vou criando um desenho. Meus desenhos não têm um sentido específico, gosto de misturar muitas imagens”. Kauê pretende cursar Publicidade e Propaganda, e seguir com os desenhos. Seu colega de escola e de desenhos, Deividi Ribeiro Rodrigues, 14 anos, cursa a 7º série do Ensino Fundamental. Ele inventa seus próprios desenhos e neles acrescenta toques de criatividade, como em um rosto de um boneco de aparelho nos dentes e neles cifras de dinheiro. “Isso demonstra riqueza”, diz. Deividi pinta e desenha desde os 7 anos. O que o inspirou, segundo ele, foi o trabalho feito por um ex-aluno da escola, o João Edson, que até expôs suas pinturas na Biblioteca Pública. “Quando eu vi os desenhos dele, eu quis desenhar também. Vi que também podia”. Ele, então, começou a desenhar em casa, nas férias. “Fiz e mostrei para minha professora e ela me disse que eu tinha talento. Queria ter feito mais desenhos nas férias, mas acabou o lápis e as folhas e minha mãe não tinha dinheiro para comprar mais”. Os desenhos de Deividi são muito criativos. Ele diz que a rosa que ele desenhou no dia 29 de janeiro deste ano representa o que ele estava sentindo naquele dia. A mãe Marcia é a primeira que vê os desenhos. “Eu ia parar, mas ela me incentivou a continuar”. Ele até sonha em fazer uma faculdade de desenho, mas como não tem condições para isso, diz que quer ser mecânico. O irmão mais velho Maikel, 15 anos, também ajuda nos desenhos. “Ele me ensinou a desenhar muitas coisas. Quando eu fazia um desenho feio, ele me fazia apagar e fazer de novo, com isso fui aperfeiçoando meus desenhos”, revela.
CHORÃO
De uma árvore, o surgimento de um distrito
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ma antiga árvore de chorão que existia ao lado do conhecido Barzinho do Ergang, perto da ponte do rio Azul ou arroio Galpão, deu o nome de Esquina Chorão à localidade que fica a cerca de 12 quilômetros da cidade de Ijuí, hoje Distrito Chorão. A antiga árvore não existe mais. Mas alguns moradores da localidade tiveram a sensibilidade de plantar uma nova muda de chorão para que a árvore símbolo do distrito não fosse esquecida. A muda foi plantada em 1957 e a localidade passou a distrito em 1964. A base econômica do Distrito de Chorão foi sempre a agricultura de pequenas propriedades, e já teve dois postos de gasolina, oficinas mecânicas, ponto de telefonia, casas de comércio, ferrarias, serrarias, açougue, olaria, moinho. Hoje, ainda tem uma indústria de ervamate e o principal empreendimento é o Hotel Fonte Ijuí.
As ruas calmas do Distrito Chorão, hoje, não remetem ao tempo que a localidade era movimentada. Histórias de pujança e desenvolvimento são contadas pelos moradores mais antigos, que sentem saudades daquela época STAMPA•19
Frida exibe um dos últimos tijolos da Olaria Fuhrmann, do falecido marido Edmundo Olaria Fuhrmann, em foto dos anos 1980
Único galpão da Olaria Fuhrmann ainda está em pé Um dos tijolos remanescentes, com a marca Fuhrmann
A primeira olaria de Ijuí surgiu no Distrito de Chorão. Em 1917, vindo de Lajeado, chegava ao lugar o pioneiro Francisco Fuhrmann, que desceu o Rio Ijuí de canoa. Ele iniciou uma fábrica modesta chamada Olaria do Fuhrmann, fazendo tijolos de forma rudimentar: amassando o barro numa caixinha e passando arame para cortar e modelar o tijolo. O amassador era puxado por três cavalos. Tempos depois ele instalou um motor a diesel, facilitando o trabalho, e passou a fabricar tijolos maciços e furados, telhas francesas e holandesas. Em 1962, veio a luz elétrica que deu novo impulso à indústria. Em 1976, a fábrica atingia seu ponto alto, com a chegada de uma máquina a vácuo. Foi na Olaria Fuhrmann que saíram os tijolos para a construção do Hotel Fonte Ijuí, Câmpus, Usina Velha do Potiribú, Casa Jost, Moinho do Gressler e o Edifício Nelson Lucchese. Hoje, existe apenas o terreno onde foi a olaria. Lá, encontramos Frida Fuhrmann, 88 anos, que foi casada com um dos netos de Francisco, Edmundo Fuhrmann. Os irmãos Francisco, Edmundo, Bruno, Alfredo e Valdin, todos falecidos, passaram a comandar e trabalhar juntos na olaria. No local onde ficava a olaria, hoje ainda resta um dos galpões. Frida conheceu Edmundo em um baile da Sociedade Atiradores Tell, se casou aos 18 anos e tiveram três filhos. Ela mora na mesma casa desde 1946, feita com tijolos e telhas fabricados ali mesmo. Sobre os tempos áureos da olaria, Frida relata que os cinco irmãos puxavam barro com carroças. “O barro subia por uma correia para chegar até a máquina. Primeiro tijolos e depois passaram a fabricar telhas também. Eram três fornos para queimar o barro e sair a telha”, conta. A filha de Frida, Maria Helena Fuhrmann Oling, 53 anos, lembra que a fábrica acompanhou a modernização e passou de tijolo maciço para os grandes, furados. “Lembro de uma máquina moderna comprada em Santa Catarina e instalada aqui. A telha tinha um molde e o barro era retirado aqui mesmo
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da propriedade”. A queima de tijolos e telhas acontecia dia e noite e o trabalho era árduo. Nos fundos da casa, poucos tijolos com a marcação “Fuhrmann” ainda resistem a um tempo que foi de muito movimento e trabalho para a família. A olaria fechou em 1990. No distrito tem hoje um único mercado, comandado por Marno e sua mãe Nelsi Anita Fuhrmann, 80 anos. Ela é viúva de um dos irmãos Fuhrmann, Valdin. Além da sociedade com os irmãos na olaria, ele também foi caminhoneiro. “Sinto saudade daquela época boa. Éramos muito felizes aqui”, conta. Ela conheceu o marido aos 15 anos em um baile ali mesmo no Chorão, casou-se aos 17 anos. Hoje, dedica-se a cuidar, no que pode, do Mercado do Chorão, fundado em 1980. Mais para dentro da localidade, encontramos José Borba, 77 anos e sua esposa Enedina Borba, 75 anos. Tiveram 10 filhos, 26 netos e 12 bisnetos O casal mora ali desde 1979, próximo ao Rio Azul. “Uma sanga, que quando chove alaga a nossa casa”, conta
Mercado Chorão é comandado por Marno e sua mãe Nelsi Fuhrmann
José. Ele já fez diversas adaptações para que a água não entre na casa. Emborrachou as portas e fez barreiras. Veio de Venâncio Aires, atrás do que ouviu de um capataz do Daer, de que Ijuí era um lugar próspero e bom de viver. Tinha 11 anos quando chegou. Atuou na agricultura, serraria e na produção de erva-mate. “Tudo era muito farto aqui no Chorão. Eu presenciei o fechamento dos dois postos de gasolina, hotel, churrascaria, indústria de embutido e muitas outras coisas que havia aqui”. O progresso veio com o asfalto. José diz que a produção de erva-mate no Chorão era muito grande. “As árvores de erva-mate eram todas nativas, nada era cultivado. Hoje tudo se acabou, arrancaram tudo para plantar soja e trigo. Eu mesmo, com motosserra e trator devo ter arrancado milhares de árvores. Hoje me arrependo”. Ele conta que já tomou muita água pura, direto das nascentes. “Hoje nem pensar em tomar água direto dos rios. Eu me sinto um pouco culpado por isso”.
Esbanjando vitalidade, e que tem tudo a ver com seu nome, Vitalina Rieger, 80 anos, mora mais ao fundo do Chorão, em uma casa de dois pisos. Ali, ela está há 54 anos. Foi merendeira na Escola 24 de Fevereiro por 30 anos. Orgulhosa, exibe a enorme árvore plantada em frente a sua casa, e diz que ainda consegue subir nela. “Até lá em cima”, mostra. Viúva de Egídio Bin, ela lembra que viveu uma época muito difícil no Chorão. “A estrada para ir trabalhar era muito ruim. A ribeira da estrada era ruim de andar e tinha nuvem de poeira todos os dias”. Ela e o marido vieram de Tuparendi. Ele veio estudar no Imeab. Depois, lecionou no Instituto de Menores de Ijuí, no Santana. Ele faleceu há cinco anos. Ela lembra que antigamente, quando não existia carro, tudo era transportado em mulas ou cavalos. “Gosto de lembrar essa história, dos viajantes que passavam por aqui e tinham como ponto de encontro, seja para dormir ou descansar, a árvore chorão, que ficava entre os dois postos de gasolina, que hoje não existem mais. A árvore era um ponto de parada dos viajantes, por isso o nome Chorão”, relata. Em frente à igreja católica da comunidade há duas árvores chorão, plantadas por dona Vitalina. São as únicas ainda em pé. “Eu quero manter essas árvores e tenho mudas que quero plantar no ginásio. Também vou oferecer para o colégio. O símbolo do Chorão não pode apagar, existem raízes disso”. Muito falante, Vitalina lembra da época que era merendeira da única escola da localidade. “Eu fazia merenda com charque, leite em pó, almôndega embalada. Também levava muita coisa de casa, como ovos e temperos, para incrementar, pois o que o governo mandava não era suficiente. A merenda ficava muito boa e as mães perguntavam o que eu fazia que os alunos não queriam mais comer sopa em casa”. Está aposentada dessa profissão há 22 anos, mas ainda trabalha na roça. “Gosto muito de morar aqui, e acredito que a minha saúde boa é fruto do lugar em que moro. Não tomo nenhum remédio e trabalho o dia todo.” O terminal rodoviário ainda existente na localidade era comandado por João Oster, falecido no ano passado, e pela esposa Clementina Oster, 86 anos. Ela nos recebe ao lado da filha Cléia Oster, 45 anos, atual responsável pelo terminal que sempre existiu no Chorão, e que em 1973 João assumiu. Cléia explica que, com o passar dos anos, o fluxo diminuiu. “Hoje são apenas 11 horários. Antes, tirávamos nossa renda das passagens apenas, agora não é mais possível e contamos com um pequeno mercado. A venda é pouca. Mantemos isso aqui devido a história que tem e por ser um ponto de referência”, revela Cléia, que não chegou a vivenciar a época movimentada, quando havia ônibus de linha das 5 da manhã até as 11 da noite. O mercado é movimentado. Entre os clientes que entram, crianças em busca de balas e chicletes, senhoras atrás do que falta para terminar o almoço, homens bebendo alguma coisa na mesa. O hotel há muito tempo não funciona. Clementina veio para o Chorão em 1953, quando casou-se com João. Lembra que a pujança aos poucos foi se indo. Havia ali, além dos postos de gasolina, hotel, rodoviária, indústria de embutidos, também havia uma fábrica de chapéus, que pertencia a José Beal. “Eu era doméstica. Conheci meu marido em uma festa na Sociedade 25 de Julho e nunca mais saí daqui”. O casal teve 10 filhos. “Sinto muita saudade dessa época, ao lado do meu marido. Foi sofrido, pois com 10 crianças pequenas não era fácil, e ainda ajudava meu marido. Mesmo assim, como seria bom voltar no tempo”, conclui, emocionada. José e Enedina: “tudo era muito farto aqui no Chorão”
Vitalina Rieger se orgulha em exibir a árvore em que, aos 80 anos, ainda sobe, e as pedras que carrega de um lugar para o outro
Clementina e Cleia Oster: saudades da época movimentada do Terminal Rodoviário do Chorão e da pujança da localidade
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CASA FAZENDA DE
Ar europeu no campo
A casa da médica radiologista Clarissa Chavez Ortiz Roberto, casada com o agropecuarista Iriné Roberto, na propriedade localizada entre Ijuí, Catuípe e Chiapetta, abre este novo espaço da Stampa - Casas de Fazenda. Construída há poucos anos, foi idealizada pela médica, que se declara apaixonada pela Europa, de onde tirou inspiração para mobiliar e decorar.
Clarissa e Iriné com os filhos em uma das salas da casa, onde estão peças e móveis adquiridos em leilões
A
casa da fazenda da médica radiologista Clarissa Chavez Ortiz Roberto, casada com o agropecuarista Iriné Roberto, está a 40 quilômetros de Ijuí. A família se divide entre a cidade e a vida campesina durante a semana e aos fins de semana. A casa foi construída há poucos anos e, segundo Iriné, no formato de braços abertos. “Representa a amizade, para que todos os amigos que vierem até aqui se sintam abraçados”, diz ele. A vista dos fundos da casa dá para um lago, cercado de árvores frutíferas. Dentro estão réplicas de espelhos e lustres do palácio de Versalhes na França e móveis de antiguidade ingleses que se misturam com o estilo dos Emirados Árabes estampados em sofás e nos tapetes persas que compõem a decoração.
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O móvel que pertenceu à Princesa Diana
Os jogos de mesas são russos, ingleses e alemães. No dia a dia, as refeições são realizadas no salão de festas, anexo à casa, onde também estão localizados a adega de Iriné, que como um bom italiano, cultiva o hobby de produzir o próprio vinho com uvas de videiras da propriedade, o ambiente gaúcho para manter as tradições e o espaço Kids para os filhos do casal, Eduardo, 5 anos, e Larissa, um ano e meio. O casal abriu as portas de sua casa para a Stampa e mostrou os detalhes dos móveis, alguns com mais de 500 anos, todos restaurados. “Quando começamos a namorar, vimos que gostávamos das mesmas coisas, e entre elas, coisas antigas. A nossa primeira aquisição foi uma louça em um antiquário de Porto Alegre. Gostamos da ideia,
optamos em fazer a nossa casa nesse estilo, um estilo de antiguidade, relacionado à história”, comenta a médica. Muitos tapetes persas estão espalhados pela casa e Iriné mostra os semanários que têm nos quartos, peças com gavetas, onde se colocavam as correspondências de cada dia da semana. A maioria dos móveis foi comprada em canais de TV especializados em leilões. Dessa forma, foram adquiridos os lustres, jarras, muitos móveis e louças. Clarissa explica que a cama do casal é inglesa e tem mais de 500 anos. “A madeira praticamente petrificou”, diz. Na sala, está outra relíquia, uma mesa vinda da Argentina, para onde foi na época do Nazismo, restaurada por um professor de Porto Alegre, que foi até o Porto de Santos buscá-la. É de 1738.
A Harley-Davidson exclusiva, exposta na entrada da casa
A capela Clarissa exibe a primeira louça adquirida pelo casal, que veio da Rússia
O guarda-roupa de cerca de 600 anos
Iriné produz vinho com uvas da propriedade O casal no espaço gaúcho do salão de festas A sala que veio da Embaixada dos Emirados Arábes
Na sala maior, estão os móveis que pertenceram à Embaixada dos Emirados Árabes. “Quando fecharam a embaixada, os móveis foram trocados, e essa sala nós adquirimos em um leilão”, explica Clarissa em frente aos móveis resplandecentes em tons de dourado. “Aqui a gente ocupa tudo, nessa sala ouvimos música, assistimos TV, temos momentos em família”. Na outra sala, está uma moto exclusiva: uma das 10 Harley-Davidson no Brasil, produzida para comemorar os 110 anos da icônica marca. Nesse mesmo ambiente está uma peça inglesa, a mais cara, que pertenceu à Princesa Diana. O móvel tem gavetas em detalhes de madeiras trabalhadas. Em um dos quartos de hóspedes, está um guarda-roupa que pertenceu ao rei Luis XV, da França, e é do ano 1.500, feito sem parafusos, apenas com encaixes. A cama que faz par com o guarda-roupa está em um quarto do salão de festas, anexo à casa principal. O móvel é o mais antigo da propriedade. No outro quarto, outra cama, que foi restaurada, deve ter, segundo Iriné, mais de 300 anos. Na sala de entrada, está a primeira louça adquirida pelo casal advinda da Rússia. “Quando olhamos essa louça, vi que tinha que ser nossa. A porcelana russa tem mais de 400 anos. Era de uma senhora que veio da Rússia e foi passando de geração em geração. A filha usou uma vez, ficou para a outra filha, que usou duas vezes. Foram quatro gerações. A tataraneta entregou em um antiquário de Porto Alegre. O casal usa as louças em momentos especiais para a família ou Natal. Outra louça é uma réplica da que foi usada no casamento de Napoleão Bonaparte, uma louça francesa com o brasão de Imperador. “Essa nós usamos no nosso dia a dia, quando recebemos familiares e amigos”. Na cozinha, também está a réplica da louça do casamento do último rei da Rússia, Romanov. O antiquário de Porto Alegre foi muito frequentado pelo casal e ficaram amigos do dono, que os presenteou com duas tacinhas, guardadas com muito carinho por Clarissa e Iriné. Ela diz que ainda faltam alguns detalhes na casa, como tapetes em algumas peças, quadros, e pretende projetar um jardim em estilo europeu. “Fiz uma sala de oração para agradecer a Deus por tudo que ele me deu, família, amigos, coisas materiais e cabeça para resolver os problemas que surgem”, revela Iriné, ao entoar a canção Ave Maria dentro da capela, para comprovar que a sonoridade é como nas igrejas. A mesa do escritório da casa pertencia ao pai de Clarissa, Oscar, que ele mandou fazer nos anos 1970, quando construiu seu hospital em Três Passos. “Quando viemos para essa casa, ele nos presenteou com essa mesa. Um valor afetivo muito significativo”, diz ela, que é natural de Três Passos. O pai é boliviano e a mãe libanesa, se conheceram em Três Passos e tiveram quatro filhos. No salão de festas, há um espaço em estilo gaúcho, o local onde Iriné fabrica seu vinho, com uvas colhidas na propriedade, dois quartos para empregados, e mais espaço para as crianças brincarem. “Morar no interior é maravilhoso, pois tenho conforto, tecnologia e contato direito com tudo que a natureza pode nos proporcionar, como essências nativas, árvores frutíferas, horta, lago, tranquilidade e paz, além de saber que meus filhos podem brincar com liberdade. O meu próximo desafio é fazer um jardim no estilo inglês, que eu mesma possa cuidar”, diz Clarissa. Apesar de estar localizada na fazenda, a casa é monitorada e equipada com muita tecnologia, que garante a segurança de tudo que guarda.
No espaço gaúcho STAMPA•23
Rosane Schiavo, Vania Elise Diel e Gabriela Berwig durante o lançamento da Fenii, na Casa Polonesa, no Parque de Exposições Wanderley Burmann
Ricardo, Adriana, Valério, Angela, Marcelo, Isabel, Marinei, Sérgio no Absoluto
Lizandra e Eugênio curtindo show de Armando e Anitta no Aruba Summer Club
Ana Isa dos Reis e Ilse Kuss durante chá no Centro Evangélico
El Ram no n
O cantor nativista Júlio Saldanha cantando seus sucessos na Cantina Sapore D’Itália
Sué e B
Es
Joselei e Elisângela Kuff, Edegar Luis, Alda e Cristiano de Bitencourt, Gicele e Rodrigo Rodrigues são os novos integrantes do Rotary Club Colmeia 24•STAMPA
Ercília Leindecker, Gelcy Klemann, Adriane Leindecker, Idolécia Coimbra e Tânia Bigolin no evento Festejando as Mulheres, no Shopping JB Fernanda e Giovana Terra na comemoração dos 10 anos do Fórum Permanente da Mulher
Iglê Michel, Giselda Souza, Eliza Silva e Maria Schuh em noite festiva na Kika Moda Íntima
lizete Cazali, Edenia mbo e Denise Erthal o jantar de posse de novos associados do Rotary Colmeia
O humorista Cris Pereira esteve em Ijuí em março com seu personagem Gaudêncio
élen Nilles e Matheus Bruschina Pizzaria stação da Mata Francieli dos Anjos, Eliana Nikitenko e Vantuir Vione prestigiando a escolha da Musa da Sogi STAMPA•25
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Maria Joice: personalidade marcante, empresária dinâmica, mulher com estilo único
Clovis e as filhas Clovisa, Sibila e Priscila prestaram lindas homenagens à Maria Joice
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Uma festa de gratidão
nconfundível no ser e no viver, Maria Joice Reck de Jesus é única, e assim, de maneira igualmente singular, festejou seus 60 anos. A família, amigos e parceiros em suas atividades reuniram-se dia 5, no Salão Vip da Sogi, sob o seu chamado de “60 anos de gratidão”. Vinda do interior de Dona Francisca há 40 anos, cheia de vontade de vencer, ela se diz muito agradecida. “Eu sou grata, pois a comunidade me entendeu e me abraçou como filha. Por isso, necessito devolver com trabalho comunitário e social.” O presente maior que ganhou, diz, foi o marido, Clóvis, filho do interior de Salto, com quem se casou em julho de 1981, e com quem tem três filhas - Priscila, Sibila e Clovisa - “Nossos tesouros divinos”, define. Ao lado do marido e das filhas, ela foi abraçada por todos os que a estimam na festa marcada do começo ao fim por gestos de carinho, de apreço e de reconhecimento. Clóvis e as filhas a emocionaram com belas homenagens, em que destacaram a sua força e dedicação como mulher, mãe, amiga, profissional. Também mereceu palavras de admiração e gratidão de sua equipe de colaboradores, e uma canção de seu hair stylist Renan Diniz. Formada em Nutrição, Maria Joice é proprietária de duas lojas Bem Nattural e duas lojas Mulher Bonitta. Trabalha com saúde e produtos naturais desde 1984, sendo pioneira no segmento em Ijuí. Ela e o marido presidem a Sociedade Ginástica desde 2013, onde imprimem sua marca de dinamismo e inovação. Maria Joice comemorou seus 60 anos não deixando de lado seu comprometimento com a comunidade. Como presente, pediu doações para a Sabeve, e feliz, contabilizou uma grande quantia. A comemoração de seus 60 anos foi um momento de retribuição às suas ações, em que tudo lhe foi obsequiado para que desfrutasse de uma noite muito feliz. Com a banda Os Caras tocando uma seleção de clássicos para curtir e dançar, snacks, Chopp Ijuhy e bufê de sopas na madrugada, a noite foi, como a anfitriã, única e marcante. Fotos: PEDRO BRIKALSKI
Parabéns: o bolo e o brinde dos familiares
Elizete Cazali e Elisete Rambo, da Sabeve
Maria e Magnus Deckert
Eloi e Vanusa Winik
Vilmar e Ingrid Viecili, Suzana Reck e Bernardo Martinez
Renan Diniz canta em sua homenagem
Clarete e Juarez da Costa
Haraldo Sergio e Graça Roehrs
Eli e Claudio de Jesus Silvia Busnello e Romeu Etgeton
Elaine e Renato Arais
Tida e Paulo Girardi
Richard, Sergio Avila, Noeli e Renan Diniz
Carla Simon e Jane Noll Eider e Clarice Ravison
Tânia e Alfonso Conrad
Ieda Calegaro
Sueli e Romeu de Jesus
Os Caras STAMPA•27
1º aninho do Joaquim “Para uma família de apaixonados pela lida no campo nada mais charmoso e apropriado que trazer para a comemoração de aniversario de 1º ano do filho Joaquim, um tema que faz parte do dia a dia deles: a Festa na Granja!” Foi assim que aconteceu dia 4 de março, o primeiro aniversário do pequeno Joaquim César, nascido no dia 27 de fevereiro. Os pais Alexandre Renz e Roberta Brum recepcionaram os convidados em cenários elaborados por Líbera Marin no Valle Verde Centro de Eventos. Joaquim também é a alegria dos avós Joaquim Paulo Borges dos Santos e Araci Renz dos Santos, Hamilton Cesar de Matos e Beta Maria Brum.
Joaquim com os pais Roberta Brum e Alexandre Renz na linda Festa da Granja
Luciana Golle
inaugura seu novo espaço
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pós seis anos de trabalho realizando sonhos de dezenas de famílias com decorações incríveis de festas infantis, Luciana Golle inaugurou, dia 7 de abril, seu espaço próprio, onde passa a receber suas clientes em um ambiente cheio de opções para festas infantis. Na Luciana Golle Boutique de Festas Personalizadas é possível escolher e fazer a locação de peças para datas especiais, com venda de materiais para festas, kits de papelaria e lembrancinhas. Luciana Golle Boutique de Festas Personalizadas está recheada de novidades, onde você mesmo pode fazer a montagem dos cenários dos sonhos para festas infantis, como também para aniversários de pais, mães, avós, além de outros eventos e datas festivas. O fotógrafo Jonatan Brivio registrou a inauguração.
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Luciana e o marido Lucas Golle (no centro) estão à frente da Luciana Golle Boutique de Festas Personalizadas
Espaço Bella Vita 1 ano de sucesso
Proprietária Gabrieli Lima e o Dr. Lucas Freitas responsável pelo Espaço
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m 7 de abril de 2016, abria suas portas o Espaço Bella Vita. Passado um ano, sobram motivos para comemorar. Conciliando um espaço amplo com Salão de Beleza, Estética, Micropigmentação, Loja Camarim – Venda e Aluguel de Roupas para Eventos, e os atendimentos profissionais de médico clínico geral, psicóloga, nutricionista, massoterapeuta, enfermagem estética com depilação definitiva e criolipólise, o Espaço Bella Vita inaugurou um novo conceito de atendimento especializado, que teve ampla aceitação e aprovação em Ijuí e região. A proprietária Gabrieli Lima e o médico Lucas Freitas estão à frente do emprendimento e, juntamente com sua equipe, oferecem o que existe de mais moderno e seguro nas áreas da saúde, estética e beleza. Aqui, alguns dos muitos clientes e amigos e estiveram no Espaço Bella Vita no fim de semana comemorativo ao 1º ano:
Cesar e Sandra Bado
Tania e Jorge Malheiros
Cristiane Vione
Claudia Gotz e Juliana Schrenk Luana Costa
Célia Atkinson
Cristiano Basso e Marília Neis
Bruna Moura e Gabrieli Lima
Ana Paula Enderle
Sogi comemora Sociedade Ginástica compleA tou 119 anos ,e para comemorar, promoveu em 20 de abril uma
noite alegre e descontraída que lotou o Salão Nobre. A noite festiva teve jantar do Confraria Restaurante e animação da banda Balança
Musa da Sogi Márcia Mews
Donato e Nerli Biesdorf
Tânia e Paulo Marques
Oneida e Cícero dos Santos STAMPA•30
Brasil, que interagiu com o público com suas músicas de época e atuais. O casal presidente Maria Joice e Clóvis de Jesus agradeceu a presença de todos, assim como à Musa da Sogi, Márcia Mews, que também atuou como anfitriã.
Agnes e Leonel Assmann
Elis Regina e Dirceu Allegranzzi
Jomara de Bittencourt e Airton Buss Júnior
Rosane e Luis Marques
Mauricio Michaelsen e Sandra Sartori Busch
Eneida e Cândido Rodrigues
Novo espaço em Kika Moda Íntima A empresária Dulce de Pauli foi anfitriã de uma noite especial no início de abril em sua loja Kika Moda Íntima da Rua do Comércio/Campus. A ocasião reuniu clientes e convidadas para a abertura de um novo espaço dedicado à grife Bana Bana, de moda feminina. A noite teve desfile das novidades, combinadas com calçados da loja Novo Pé, de Stela Lima, coquetel e bebidas especiais.
Dalba Bottega
Lúcia Woitechumas
Dulce de Pauli e sua equipe Kika Moda Íntima, e as manequins da noite de lançamento
Márcia Eni Konageski
Márcia Mews
Regina Miron
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Tarde feminina
o último sábado de abril, a Casa da Amizade lotou de mulheres que foram prestigiar a 9ª edição do Clericot. Sob a presidência de Celi Casagrande, o grupo de senhoras rotarianas e de amigas da comunidade que compõem a Associação Casa da Amizade, e que se dedicam ao trabalho voluntário, recepcionaram a todas com atenção e carinho e ofereceram a deliciosa bebida à base de frutas, acompanhada de doces e salgados e um desfile de moda de Albrecht Ótica e Relógios, Nadine Dubal e A Modinha, protagonizado por um desenvolto grupo de clientes/modelos. Beneficiado com a renda da tarde, o Núcleo Social do Lar da Criança Henrique Liebich marcou presença com apresentação de música e de dança, e para encerrar, o sorteio de inúmeros prêmios contemplou e deixou ainda mais contente um grande número de mulheres.
Francieli Portela Kuhn, Karen Schmitt e Ana Maria Sartori
Eveline Eberle, Catarina Pletsch e Marlene de Jesus
Eloísa Argerich e Virginia Parenti 32•STAMPA
As promotoras, integrantes da Casa da Amizade
Vanessa Heusner e Patrícia Machado
Elsita Weber e Tida Girardi
As irmãs Beatriz Kruger, Carmen Cortez e Eunice Friske
Ana Rolim, Daiane Pias e Denise Filipim
Denise e Hanna Rieger
Inês Cassol e Isolde Kuhne
DecifranDo moDa N
a noite de 19 de abril, a loja Nadine Dubal Scarpe e Acessori foi o cenário da palestra da especialista em marketing pessoal e profissional Marcia Campos. A noite foi promovida pela Stampa, BPW Ijuí – Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais e Nadine Dubal, com patrocínio da Incógnita e Óptica Wolff, e apoio do Rotary Nova Geração. O evento completou-se com degustação de Bebidas e Cia e Bem Nattural e clericot servido por Nadine Dubal.
Débora Janke, Andressa Van der Han e Juliana Paronilk
Viviane Ferretti, Nizele Calegaro da Silva e Júlia Mallmann
Raquel Casalini, Simone Assmann e Cristiane Catani
Mari Moraes Copetti e Alessandra Azambuja
Rosane Stucky e Helenise Heinen
Elisângela Dias e Marinês Bertoncello
Gessy Ballin e Cleci Casagrande
Giovana Sandri, Julieta Sandri e Tania Sartori
Vitória, Paulo e Carol Pedroso
Integrantes do Rotary Nova Geração
Organizadoras: Tânia Conrad, da BPW Ijuí, palestrante Marcia Campos, Jussara Pinto, da Óptica Wolff, Nadine Dubal, Suzana Vieira, da Incógnita, e Cláudia Almeida, da Stampa STAMPA•33
12 povos na cozinha
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a noite de 29 de abril, aconteceu mais uma edição do Doze Povos na Cozinha, durante a 9ª Feira de Negócios da Indústria de Ijuí - Fenii, na Casa Italiana, no Parque de Exposições Wanderley Burmann. Foram servidos os mais apreciados pratos típicos das etnias que compõem a União das Etnias de Ijuí. O público também aplaudiu as apresentações de música e dança.
Carla Junges e Vicente Fabrin
Grupo de músicos e coral dos Italianos
Wilian e Solange Velasques
Ronaldo e Juçara Behling
Ilaine, Mardhjorie e Erlo Endruweit
Ronaldo Reusing, Marinês Silva e Vitória Formentini 34•STAMPA
Carin e Douglas
Ana Laura, Julia e Ana Letícia
Micheli e César
Eduardo e Valentina
Letícia e Rodrigo
Rafael e Luíza
Larissa, Tita e Vanessa
Caroline, Sibela e Bianca
Ana Carolina e Rodrigo
Alex, Fabricio, Daniel, Mauro, Anderson, Rodrigo e Júlio
Marcos e Mariane
Jean, Thay, Bruna e Vitor
Laura, Isabela, Giovana, Larissa, Rita, Manoella, Valentina, Laura e Alice STAMPA•35
O
cantor Nando Reis levou um público expressivo ao Centro de Eventos Estação da Mata na noite de 14 de abril. Nando Reis e Os Infernais fizeram um show que foi muito aplaudido, com os maiores sucessos de sua carreira, e músicas do novo álbum Jardimpomar, entre elas, Só posso dizer, Pra onde foi e Inimitável. O cantor também não deixou de lado os grandes sucessos de sua carreira, como Sou dela, All Star, O segundo sol e Marvin.
NaNdo Reis em ijuí
Alessandra e André
Sibele e Rogério Josué, Carla Vladinei e Denise
Carla, Raul e Kamila
Luciano, Ana, Gasiela e Augusto 36•STAMPA
Caroline e Rafael
Ana Cristina, Eliana e Gislene
Eduardo, Fernanda, César, Taisa, Gabriela, Rafael, Juliana e Giovane
lado
MEU
O diretor do Ceap Gustavo Malschitzky fez um curso de cerveja artesanal em agosto do ano passado e descobriu uma forma prazerosa de investir tempo e estudo. Confira seu relato na estreia deste novo espaço
Gustavo produz cerveja para consumo próprio, pensando no prato com o qual combina
“
Sempre tive vontade de aprender a fazer cerveja. Fiz um curso de produção de cerveja artesanal em agosto do ano passado e vi que não era difícil. Fiz o cálculo sobre o tamanho do investimento inicial e vi que era possível passar a fazer em casa. No meio de agosto, fiz minha primeira produção e ficou o gosto interessante. O equipamento necessário era mínimo, duas panelas, um fermentador e uma geladeira para manter a temperatura durante a fermentação. Não ocupa um espaço imenso em casa, fica tudo em uma prateleira. Pensando na família, não afetou o andamento da casa. Aí, isso começou a ganhar um gosto diferente e se tornou um hobby. Entendo por hobby aquilo que a gente faz de diferente da nossa profissão, mas para qual a gente se dedica e estuda. E eu tenho estudado muito sobre leveduras, lúpulos, maltes diferentes, processos, tenho comprado livros sobre o assunto e analisado receitas. Fiz um curso de software de controle de processos. Nele a gente prepara receitas e ele dá as simulações dentro dos estudos que são os oficiais da associação - tenho esse cuidado. Mas a minha cerveja é para consumo próprio, em casa. Faço quantidades pequenas, pois não tenho interesse em vender, ou participar de concursos. Não estou preso a estilos pré-definidos, é pelo hobby mesmo, de ter um tempo depois de uma semana de trabalho, produzir para descansar, ter um tempo meu de dedicação. Adquiri mais uma geladeira e todos os finais de semana preparo uma receita diferente. Penso durante a semana e aplico no software para ver o que é interesse fazer. Converso com minha esposa Margareth para ver qual tipo podemos fazer. Depois, começam as outras brincadeiras, de har-
“Ter um hobby que a gente se dedica, estuda, mantém a mente ocupada e dá um descanso para o stress do dia a dia, do trabalho.” monizar com a comida. Eu também faço o pão e a massa de pizza que consumimos em casa. Minha esposa não ajuda a fazer a cerveja, pois esse é o meu momento, mas a cozinha a gente divide. Pensamos em pratos que harmonize com um determinado tipo de cerveja, e em vários pratos usamos a cerveja que produzo em casa para temperar. Um hobby que me alegra, me faz bem e é muito mais pelo fazer do que pelo tomar. Por questão de preferência, tenho feito as Americans, Belgas e as de trigo alemã, que são as que mais gostamos em termos de paladar, ou que eu acertei mais as receitas, quem sabe. A grande vantagem desse hobby em Ijuí é que é possível comprar aqui o necessário para produzir. Compro o que preciso, levo para casa e faço. Essa facilidade foi uma das coisas que me motivou. Não faço estoques de maltes em casa, por exemplo. Da primeira cerveja que fiz ainda tenho algumas garrafas. A cada vez, produzo 18 litros, ou seja, 30 garrafas de 600 ml. Não me dediquei ainda a aprender a envasar em barril, uso a garrafa por ser mais prático. No barril é um passo adiante, que ainda não estou pensando em dar. A partir do momento que comecei, descobri muitos outros cervejeiros, como pais de alunos, esposos de professoras, na escola. Quero seguir fazendo cada vez mais, pois me senti muito bem em ter algo para estudar e fazer nos momentos de folga. Ter um hobby que a gente se dedica, estuda, mantém a mente ocupada e dá um descanso para o stress do dia a dia, do trabalho. Eu tenho o apoio da minha esposa e filhas, mantendo um tempo com elas. É um equilíbrio que nós, como família, conseguimos ter”. STAMPA•37
autorretrat
empresária Candice Viecili nasceu e sempre A morou em Ijuí. É mãe de Talles Viecili, 18 anos. Por 16 anos, atuou no ramo imobiliário, mais pre-
cisamente na Mega Imóveis, empresa de sua família. Agora, ela está à frente da Kemper’s Haus Ijuí, ao lado do marido Maurício Dalla Rosa. A empresa que ela administra é uma franquia que o casal inaugurou há mais de um ano, e desde então vem seduzindo os ijuienses com seus sabores incomparáveis. 38•STAMPA
Um lugar: Minha casa Uma conquista: Realização profissional e a Kemper’s Haus Ijuí Um sonho: Uma viagem longa, conhecendo vários países Uma alegria: Ver meu filho feliz Uma tristeza: Perder pessoas queridas Uma saudade: Tempos de adolescência Quem é chato: Inveja O que me tira do sério: Falsidade Uma mania: Tudo tem que estar bem Marca pessoal: Autêntica, sincera e intensa O melhor presente: Meu filho Quero ir para: Los Angeles Não vivo sem: Minha família Se pudesse, compraria: Uma fazenda Gasto muito com: Sapatos Melhor hora do dia: Fim de tarde Prazer à mesa: Comida do meu marido Som preferido: Rock Filme inesquecível: Como se fosse a primeira vez Lazer: Dançar É lixo: Corrupção É luxo: Saúde Homem bonito: Meu pai Mulher bonita: Minha mãe Se não fosse o que sou, seria: Dançarina Ijuí é: Um bom lugar para morar
Sabor & Arte
Kemper’s Haus ���e��nt�
RISOTOS
Ijuí há muito é (re)conhecido como um lugar onde se come muito bem. São inúmeras as opções que a cidade oferece, capazes não apenas de saciar a fome, mas especialmente de agradar ao paladar, e até mesmo de encantar aqueles que se dedicam aos prazeres de uma boa mesa. Neste espaço honramos esta fama e valorizamos quem trabalha para isso.
U
m dos pratos mais tradicionais, mais apreciado, vem da cozinha italiana: o risoto. A Kemper’s Haus de Ijuí, dedicada a agradar aos paladares mais exigentes, introduziu em seu cardápio de delícias, ótimas opções de risotos, como: À Piamontese, Al Pollo, Espinafre e Nozes, entre outros. Também possui em seu menu o prato saboroso e exclusivo da marca Kemper’s, o famoso Trigo Missioneiro, preparado com trigo, costelinha de porco defumada e bacon. É servido à mesa na panela de ferro, remetendo aos tempos antigos “casa da vovó, humm”. A missão da Kemper’s Haus é atender e satisfazer seus clientes, por isso os pratos são feitos na hora, preparados com rapidez e no momento que o cliente desejar. A Kemper’s também serve deliciosas saladas, lanches, sucos naturais, cafés, vinhos, espumantes, cervejas, doces e tortas de inúmeros sabores exclusivos e de produção própria. Com mais de 50 anos de tradição, a Cafeteria e Bistrô Kemper´s Haus têm o propósito de oferecer qualidade, sabores incomparáveis nos seus produtos e atendimento personalizado. Possui ambiente aconchegante, agradável, com mais de 50 lugares, tudo para você reunir-se com os amigos, familiares, curtir um happy hour, reuniões, comemorações, confrarias e desfrutar de momentos e sensações únicas. A cafeteria aceita reservas para eventos, encomendas de doces e tortas para festas de casamentos, formaturas, aniversários e dispõe de várias sugestões para presentes, produtos de qualidade e feitos artesanalmente para alegrar e deixar seus clientes satisfeitos. Conta com uma equipe de funcionários qualificados e capacitados para um atendimento personalizado, de segunda a sábado, das 9h às 20h, e domingos e feriados, das 16h às 20h. A equipe Kemper’s Haus deixa seu convite: Venha viver essa experiência única!
Rua Floriano Peixoto, 329 - Centro Ijuí - Telefone 3332-2339 whats 55 99108-0228 facebook.com/ kempershausijui, Instagram: kempershaus_ijui STAMPA•39
Jardineiro
Modelo
Metalúrgico
|exposição|
O trabalho na arte
O artista plástico Paulo Roberto Gobo está exibindo sua nova série de óleo sobre tela, no Sesc
A
Paulo Gobo: “não é verdade que todo trabalho é digno e deve ser respeitado?”
s obras da série Pessoas Trabalhando visam lembrar que todo trabalho é digno e, quem quer que o exerça o faz com o intuito de pagar suas contas, suas contribuições, seus impostos, quitar suas possíveis dívidas e realizar seus sonhos, define o artista. Assim, Paulo Gobo opta por representar essas figuras humanas em ação, na forma palito, que julga condizente com a visão do senso comum que o provoca. Em 2016, ele concluiu os primeiros lotes de óleos com esta abordagem: Palhaço, Agricultora, Professora e Filósofo – alusão à obra de Auguste Rodin; Mecânica, Bailarino, Doméstico e Construtora Civil e Juiz, Gari, Minerador e Escritora. Esta nova série temática passa a ser também a quarta coletânea que o artista cura e oferece para exposições. “A série Pessoas Trabalhando nasce daquilo que ouço do senso comum - que não implica, necessariamente, bom senso - e que me salta os olhos, me faz sofrer. Afinal, não é verdade que todo trabalho é digno e deve ser respeitado? Então, esta série nasce para isto, para dialogar com este senso comum”, diz ele.
No Sesc, estão expostos 24 óleos sobre tela, que é possível conferir até o dia 31 de maio. Paulo ressalta que a série ainda não está concluída. Ele está produzindo outros 24 óleos sobre tela nas mesmas dimensões dos que estão expostos, mais um painel composto por quatro telas maiores e que será afixado na parede em trilhos de madeira, que pretende concluir até setembro. “Antes disso, preciso responder a editais públicos para participação em exposições, que sempre abrem no período de outubro a dezembro de cada ano para o ano seguinte”, planeja. A trajetória de Paulo Gobo começou com o primeiro óleo sobre tela chamado “Ensaio de pôr do sol” produzido em 1996, e do seu recomeço com a série Roda de Chimarrão, produzida em 2013 e 2014. Com a Roda de Chimarrão, até agora, realizou nove exposições, sendo sete individuais. Paulo também participou da coletiva Arte Cidadã IX, em Brasília, que resultou em seu primeiro catálogo e no primeiro tombamento de uma de suas obras “Roda de Chimarrão - Em torno do churrasco”.
Livro: Os 100 Segredos das Pessoas Felizes De David Niven
Os segredos das pessoas felizes, como David Niven aponta, estão relacionados ao estabelecimento de objetivos, ter prazer e alegria no que faz, ser otimista, estar sempre aberto a novas ideias, cultivar amizades, entre outros conselhos que são incorporados ao nosso dia-a-dia e nem nos damos conta da diferença que faz em nossas vidas. Após ler este livro simples, entendo que não há segredos em ser feliz, basta ser mais consciente dos próprios atos e encarar a vida com otimismo, todo o resto vai se direcionado e inter-relacionando com os outros fatores da felicidade. Ninguém consegue ser feliz as 24 horas do dia, ser feliz não uma obrigação, é importante estar triste também, porém a maneira que reagimos diante das facilidades e dos problemas pode ajudar a desfrutar melhor nossas existências. Entender mais a si mesmo ajuda a aceitar os outros e compreender que mesmo diante das dificuldades, há sempre algo construtivo, uma lição. O segredo da vida é aceitar as diferentes pessoas, as diferentes culturas e estar aberto a ser diferente também.
Série: Sense8 De The Wachowskis e J. Michel Straczynski
Por Aline Minosso Bailarina e coreógrafa
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Sense8 narra a história de oito estranhos, os chamados sensates, que de repente começam a “compartilhar um cérebro coletivo”. Basicamente, eles compartilham sensações, pensamentos e experiências uns dos outros. Esse elo físico e mental abriu portas para infinitas possibilidades visuais – que foram muito bem exploradas na série. Isso sem contar os dramas pessoais que prendem a atenção do espectador e dão um toque diferenciado à trama. A todo momento encontramos mensagens do tipo “seja você mesmo” nos episódios da série. Além disso, Sense8 reúne oito pessoas comuns, cheias de problemas, defeitos e qualidades, mas que mesmo sem ter nada “especial” conseguem fazer coisas sensacionais. E por final, a diversidade de sexualidades, etnias, culturas e lugares são pontos marcantes da série, que bate forte na tecla da igualdade de direitos. Uma série que ensina humanidade, sensibilidade e a realidade do mundo.
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empresário Mogens Nielsen veio da Dinamarca para o Brasil em 1971. Hoje, é fabricante de sorvetes em sua empresa Igluis. Mogens nasceu em 1949, na cidade de Fredericia, na Dinamarca, próxima da divisa seca com a Alemanha. Na Dinamarca, ainda vive sua mãe, Ruth Nielsen, 92 anos, e as duas irmãs mais novas, Maria e Magrethe. O pai, Kristian Nielsen, faleceu em 1982. Todos os anos, Mogens visita a família. Ele viveu até a adolescência na Dinamarca. Em 1971 veio participar de um projeto em Santa Catarina, com um grupo de jovens alemães. Um projeto missionário, com uma parte espiritual e outra social, que tinha como proposta montar um centro de treinamento para os jovens filhos de agricultores, que naquela região, mal apenas tinham o primário, para que pudessem arrumar emprego fora da propriedade. Mogens ficou por seis meses em Mondaí, Santa Catarina, voltou para a Dinamarca para estudar, fez estágio, e em maio de 1973, com 24 anos, voltou em definitivo ao Brasil. O idioma dinamarquês, diz, é parecido com português, italiano e espanhol. “Eu consigo me comunicar parcialmente com noruegueses e suecos, pois há semelhanças. No primário, tive aulas de inglês e alemão, pois na Dinamarca sempre tivemos contato com estrangeiros”. Da infância, ele conta sobre a propriedade rural de oito hectares, onde nasceu, e ajudava nas atividades. “Era espetacular tirar leite”, lembra sobre a atividade que viria a ter também no Brasil. Aos sete anos ele passou a ir à escola, a um quilômetro da casa, de bicicleta - uma paixão que cultiva até hoje. O trajeto era à beira-mar. “Uma vez, o mar congelou e quando eu chegava à escola demorava no mínimo meia hora para que estivesse em condições de pegar em um lápis, minhas mãos congelavam”. O clima na Dinamarca é muito úmido, frio, fechado. “As pessoas me perguntam o que eu estou fazendo no Brasil, eu digo para olhar pra cima e ver que aqui temos um céu azul, um clima muito bom.” Ao voltar ao Brasil, em 1973, desembarcou no Rio de Janeiro, sem falar uma palavra em português. Em projeto em Mondaí, assumiu a responsabilidade de montar uma granja de suínos para vender reprodutores aos colonos. Depois de alguns anos, veio a oportunidade de atuar no Lar da Criança Henrique Liebich, em Ijuí. “Fiz contato com o lar e a mantedora era uma organização alemã, naquela época. Vim para cá trabalhar, na Linha 11, hoje Bozano. Por quatros anos e meio montei a granja deles”. Depois, um conhecido arrendou para ele uma colônia de terra na linha treze, onde montou um rebanho de vacas leiteiras. “Dentro da agropecu-
A casa na propriedade rural que Mogens nasceu, em Fredericia
Um dinamarquês entre nós Mogens Nielsen, 67 anos, veio da Dinamarca para o Brasil há 40 anos para trabalhar e daqui nunca mais saiu. No País de origem ficou a família, que ele visita todos os anos
ária, a vaca leiteira sempre foi uma paixão para mim. Passei a produzir leite e percebi que precisava industrializar para ganhar mais.” A possibilidade, na época, era fazer queijo, mas viu que não tinha viabilidade. Ao conversar com um amigo, surgiu a ideia de fazer sorvete, em 1989. Ele havia recebido um seguro de vida de dez mil dólares da Dinamarca. Comprou uma moto e equipamentos para lidar na terra. “Um dia, vi no Jornal da Manhã um anúncio de uma sorveteira para vender. Fui atrás e vi que a máquina para fazer sorvete poderia ser uma boa ideia. Troquei a moto pela máquina, que na época estava parecendo uma sucata. Quando liguei, não funcionou, faltava gás. Colocamos, e aí funcionou.” Passou, então, a fabricar sorvetes na casa em que mora desde 1984. Colocou a máquina na garagem, onde está a atual sorveteria. Naquela época começou com sacolés, de forma muito rudimentar, sem muita estrutura. Mogens não sabia nada de sorvetes, mas com a máquina veio o livro Amigo Sorveteiro, onde aprendeu como fazer. Com cinco ingredientes, ele começou a produção. “Eu achava o máximo que eu fazia, mas depois vi que o meu produto era inferior. Precisava de mais conhecimento”. Fez um curso em Santa Rosa e logo viu que faltavam muitos equipamentos e que um investimento precisava ser feito. “Um amigo acreditou no meu negócio, me emprestou dinheiro para dar a entrada, e a partir daí a coisa deslanchou”. A esposa, Irmgat, é sua companheira nessa empreitada. Se conheceram em Mondaí, logo que ele chegou na Dinamarca. Naquela época, os jovens decidiram que não iriam se envolver com as moças da cidade, pois iriam embora logo. Porém, um colega o convidou para um piquenique. “Ali havia uma moça que me chamou muita atenção e passamos a nos encontrar. Quando voltei à Dinamarca, trocamos muitas cartas, e ao voltar, namoramos e resolvemos casar.” O casal teve três filhos: Cláudia, Marcel e Tânia. A bicicleta, sua paixão de infância, o acompanha há mais de 60 anos. Ele conta que o dinamarquês, tanto quanto brasileiro, é apaixonado por futebol. “Eu tentei, mas sou um desastre com a bola. Eu tinha que achar uma atividade individual e a Dinamarca tem uma tradição muito forte do ciclismo. Lá, a bicicleta também é um meio de transporte e é muito respeitada por motoristas.” Ainda na Dinamarca, participou de campeonatos por dois anos, e a partir daí nunca mais parou. Hoje, pedala diariamente, além de fazer grandes percursos, como o que fez em janeiro deste ano, com um grupo de ijuienses ao Chile, no projeto Kombike.
Aos 18 anos, Mogens participando de um campeonato de mountain bike, na Dinamarca. A bicileta é uma paixão desde a infância. STAMPA•41
Com a esposa Márcia em Praga, ao fundo o maior castelo medieval do mundo
Marlon Fluck
No castelo de Nürenberg, Alemanha
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vínculo de Marlon Fluck com Ijuí está relacionado à história familiar. O bisavô Emil Glitz chegou em 1890 com a primeira leva de imigrantes que fundaram Ijuí. Marlon, que atualmente mora em Curitiba, no Paraná, gosta de lembrar sobre o bisavô famoso. “Primeiramente, ele se fixou nas margens do rio Ijuí, onde estava planejada a localização da cidade, próximo à hoje Fonte Ijuí, mudando-se depois para a localização atual da cidade”. Foi seu bisavô que fundou a firma Glitz S.A., e quem doou a área para a construção da Ferroviária. O pai de Marlon, Heinz Erik Fluck, era neto de Emil Glitz e filho de Frederico José Fluck, vice-cônsul austríaco do Rio Grande do Sul e gerente da firma Glitz. A mãe de Marlon, Brunhilde Michel Fluck, era filha do imigrante Germano Michel, oriundo da cidade de Wetzlar, Alemanha. “Da família Michel ainda tenho familiares em Ijuí, o tio Edgar e Arsela, com seus filhos e netos, bem como os filhos e netos do irmão gêmeo de minha mãe, Herbert Michel.” Com o pai, ele aprendeu o gosto pela matemática, e com a mãe a perseverança nos estudos. “Meus pais lutaram para nos conceder estudo no Ceap, onde estive desde o Jardim de Infância até o final do então Colegial Científico”, relata. O Ceap, segundo ele, naquela época, era marcado pela ênfase na espiritualidade cristã e pela busca de uma vida honesta. Isso marcou sua infância, adolescência e juventude. “Isto foi me enriquecido profundamente pelo fato de, em 1972, ter sido transformado pela mensagem de Jesus Cristo, o que veio a moldar minha existência nestes últimos 45 anos. Centenas de jovens conheceram esta realidade de vida nos anos 1970, no período do pastorado de Reynoldo Frenzel na Comunidade Evangélica de Ijuí.” Marlon tinha o sonho de cursar Matemática ou Engenharia Civil. No entanto, o adoecimento fatal de um amigo de seu pai e sua insistência em que o visitasse no Hospital de Caridade foi o meio que, segundo ele, Deus usou para o chamar ao pastorado, e para isso saiu de Ijuí aos 18 anos, no final de fevereiro de 1975. Começou 42•STAMPA
trado da Faculdade Batista, desde 2004. Sua especialidade acadêmica é a relação entre Teologia e História, como as igrejas se organizaram, como o pensamento cristão responde às perguntas e necessidades de cada época, bem como Filosofia e Sociologia. Em 2009, começou a priorizar a produção de livros - só tinha escrito até então dois livros. Hoje, tem 15 livros publicados e pesquisas em andamento para inúmeros outros. Há 36 anos ele é casado com Márcia Einhardt Fluck, natural de Pelotas. Têm três filhos: Ana, Samuel e Davi. Ana é fisioterapeuta e reside há seis anos no sul da Alemanha e lhe deu duas netas, Linda, 4 anos, e Sara, 2 ano. Samuel está se formando em Gestão de Qualidade, e Davi é formado em Engenharia. “Depois de dar retaguarda a todos nós, minha esposa ingressou em 2017 na Universidade Federal do Paraná, a fim de concluir sua formação em Letras-Alemão, já que leciona em uma escola de línguas”. “Nestas andanças, Ijuí sempre foi um ponto de referência. Herdei a biblioteca dos meus dois avôs, que junto com os meus livros passam dos 20 mil. Cresci na rua Tiradentes, onde as famílias Fluck e Michel marcavam presença em dois quarteirões em frente ao atual Fórum. Jogamos muito futebol na calçada subida acima e na antiga pedreira com os Viecilli, os Fagundes e outros mais, colecionávamos vagalumes à noite, fazíamos casa nos cinamomos”, relembra, saudoso. Segundo ele, Curitiba também é uma cidade fascinante. “A organização das cidades ocupa minha área de interesses faz muito tempo. Tendo vivido 17 anos na grande Porto Alegre e 13 anos aqui, bem como ter estado quatro anos em contato com São Paulo, dão uma boa noção das particularidades da metropolização no Brasil”. Em janeiro deste ano, ele e a esposa viajaram a Europa. Foram comemorar seus 60 anos, os 55 anos da esposa e os 36 anos de casamento. Em janeiro deste ano, no Castelo de “Foi uma experiência enriquecedora, Würzburg, com netas Linda e Sara pessoal, cultural e histórica”, finaliza.
estudando quatro anos em Atibaia, São Paulo, e transferindo-se, em 1978, para a Escola Superior de Teologia, em São Leopoldo. O curso era de seis anos em tempo integral. Já nos exames finais recebeu a indicação para cursar doutorado em Teologia na Alemanha. Já são 42 anos que ele estuda e pesquisa esta área. De estudos universitários somaram-se 17 anos, visto que cursou Graduação e Mestrado em Teologia, especialização em Sociologia Urbana (na Unisinos), especialização em Terapia Familiar Sistêmica (na Ulbra). O Doutorado em Teologia e História ele fez na Universidade de Basiléia, na Suíça, de 1993 a 1998, “onde tive o privilégio de ter o reitor como orientador.” Lá, ele pesquisou a organização dos núcleos de colonização alemã e suíça de Santa Catarina a Minas Gerais e a formação das primeiras igrejas evangélicas nestes Estados. A isto se seguiram vários períodos curtos, em geral três meses cada vez, em Berlim, Darmstadt e Halle, na Alemanha, e Basiléia, na Suíça. Faz 32 anos que Marlon é professor universitário no Brasil. Primeiramente lecionou em São Leopoldo, e desde 2004 está em Curitiba, onde lecionou nos cursos de graduação da Faculdade Evangélica do Paraná, de 2004 a 2015, e no Mes-
Roberto Miron
Durante a nevasca de janeiro deste ano
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oberto Puhl Miron, 24 anos, é filho do engenheiro Ricardo André Miron e da arquiteta Vera Lucia Puhl Miron, e irmão da engenheira Laura Miron Aguiar. Ele está há três anos e meio morando em Hillsboro, no Oregon, Estados Unidos. Roberto foi estudante do maternal ao terceiro ano do Ensino Médio no Colégio Sagrado Coração de Jesus e fez Engenharia Mecânica na Unijuí por um semestre. Foi nesse período que ele descobriu a paixão pela aviação. Largou a Engenharia e foi para Porto Alegre prestar vestibular para Ciências Aeronáuticas na PUCRS. Ouviu falar da escola Hillsboro Aero Academy por amigos em 2012, quando estava no terceiro semestre. Com alguns colegas, foi a uma das palestras anuais da escola americana no Brasil, em Porto Alegre mesmo. Alguns meses depois, entrou em contato com o representante da escola, trancou a faculdade e acertou os papéis para se mudar. “Uma das principais razões pela minha escolha desta escola foi a disponibilidade de aplicar para o visto de estudante F1, que permite trabalhar em alguma área da escola e a possibilidade de ficar trabalhando como instrutor de voo por até dois anos após o término do curso”, conta ele. No feriado de 20 de Setembro de 2013, embarcou, com um inglês enferrujado e a mala cheia. Ele explica que Hillsboro, no estado do Oregon, é uma cidade não muito grande, mas em plena expansão, sendo considerada o centro da Silicon Forest, tendo como maior empresa local a Intel. “Hoje moro em uma casa com mais quatro pessoas, três estudantes de aviação brasileiros da mesma escola, e a esposa americana de um deles. Moradia aqui é quase
sempre com alguém que terminou o curso, saiu da casa, e outra pessoa que esteja chegando para o curso assume o lugar”. Roberto explica que a comunidade de estudantes e instrutores brasileiros que estão ativos na escola é bem grande, e acaba sempre sendo considerada uma família. “Entre nós, é o que ajuda muito na hora de enfrentar alguma dificuldade e amenizar a saudade de casa, da família e amigos”. Ele está na reta final do curso, já com licenças de Piloto Privado, Piloto por Instrumento, e esperando terminar sua licença de Voo Comercial Multimotor nos próximos meses, para então trabalhar como instrutor. “Espero estar pronto e empregado até o final do ano como data máxima. E como objetivo de trabalho, nos dois anos que posso ter permissão para trabalho, tentar completar 1500 horas de instrução e trabalhar nos meses restantes em alguma companhia regional, como muitos outros exinstrutores fizeram”. O Oregon, conta, é um estado considerado bem liberal, com uma das melhores qualidades de vida. “E isso eles demonstram estando sempre de bem com a vida e pelo respeito que têm com pessoas de fora, já que boa parte da população migrou pra esta região de outros locais e países”. Após terminar todas as suas datas limites de estudo e trabalho, ele pretende voltar ao Brasil, convalidar suas carteiras de voo e “se tudo der certo poder trabalhar em uma das empresas aéreas nacionais ou, porque não, internacionais? Isso vai depender muito de quanta experiência vou conseguir no período de trabalho e as condições em que vou sair deste lugar que eu, com toda a certeza, vou sentir muita saudade.”
No Airventure Oshkosh 2014, o maior evento de aviação geral do mundo Foto tirada de uma câmera posicionada no fundo do avião gravando um voo solo em um Cessna 152
Em um dos passeios no Brasil, na Praia do Cassino, com os pais Vera e Ricardo e a irmã Laura
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Primeiro encontro com o símbolo australiano, no Morisset Hospital
Vivências na Austrália De agosto de 2015 a fevereiro de 2016, o professor de inglês Andris Ivan Kumpel viveu meses de aprendizado em um intercâmbio em Sydney, na Austrália.
A Igreja em Seventh Day Adventist Church, Wahroonga, Sydney
Caminhada ao topo do Barrenjoey Lighthouse para contemplar uma vista linda, em Palm Beach, Sydney
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Passeio em Brighton Beach, Melbourne, com a irmã, Andressa
ndris decidiu pela Austrália por ser um país que sempre chamou sua atenção pela alta qualidade de vida, belezas naturais e por ser um país aberto a estrangeiros e incentivar o multiculturalismo. “Além desses fatores, financeiramente falando, a Austrália é um país mais acessível devido ao dólar australiano, que está cotado bem abaixo do valor americano”. De início, ele ficou hospedado um mês e meio em uma casa de família australiana, com uma senhora chamada Sandra e seu filho Scott. “Eles foram muito acolhedores desde o começo, e tive uma ótima experiência vivendo o dia a dia australiano”. Depois foi morar no centro da cidade dividindo apartamento com um italiano, uma alemã, uma suíça, e um húngaro. “Foi uma experiência incrível, aprendi muito com todos eles. Durante esse período, fiz amizade com um australiano chamado Jamie, que conheci na igreja que frequentava”. Um mês e meio depois, Jamie o convidou para ir morar com ele e mais uns amigos, havia um quarto vago e outro iria vagar. E, como a irmã dele, Andressa, estava indo encontrá-lo em dezembro, foi perfeito, pois o quarto vagou justamente nesse mês e moraram juntos em uma casa com amigos australianos. “Aprendemos muito”, diz ele. Durante as férias da escola, Andris e a irmã viajaram de carro com o amigo Jamie para o sul da Austrália, Melbourne. “Foi uma experiência totalmente diferente e cheia de aventuras. Percorremos a costa australiana, visitando diversas praias e pontos turísticos lindíssimos”. Andris diz que se surpreendeu com um povo australiano muito amigável. “Desde o começo de minha estadia, fui bem acolhido. A imagem que eles têm dos brasileiros é de um povo muito alegre”. Ele também se surpreendeu com a quantidade de asiáticos residindo na Austrália. Muitas vezes, quando ia ao mercado, ou até mesmo passear no centro, só encontrava japoneses, chineses, taiwaneses, bem mais que australianos. “A Austrália atrai muitas pessoas do mundo inteiro, e desses, a maioria vem da Ásia, justamente por sua proximidade com o país”, explica. Para ele, as diferenças que mais chamaram a atenção em relação ao Brasil foram a educação, que é incentivada e de alta qualidade; a infraestrutura da cidade, das estradas, que são impecáveis; e a segurança, valorizada e levada muito a sério. “Me senti seguro em todos os momentos que vivi essa experiência, tanto durante o dia, como durante a madrugada. Peguei metrô diversas vezes às 2 horas e voltei para casa a pé sem medo de ser assaltado. A sensação de se sentir seguro é indescritível”. Com o visto de estudante, Andris tinha permissão para estudar e trabalhar 20 horas semanais. Nos primeiros meses, focou no estudo, tendo aulas durante a manhã e à tarde. Passados alguns meses, além de estudar, passou a trabalhar como garçom em eventos especiais e festas. “Além do crescimento profissional e pessoal que obtive, aprendi a servir aos outros. Foi uma experiência muito gratificante. Conheci diversos outros estudantes, com objetivos similares aos meus, trabalhando e estudando. A todo o tempo você aprende alguma coisa, seja pegando uma rota de ônibus diferente, ou conversando com pessoas de diferentes nacionalidades. É incrível”, finaliza.
Pela costa brasileira A professora Nara Rúbia Bilibio Antonello viveu dias de alegria a bordo do Cruzeiro Costa Fascinosa - Dançando a Bordo 2017
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Cruzeiro Costa Fascinosa é o quarto cruzeiro pela costa brasileira que Nara realiza. Dessa vez, ela embarcou no Porto de Santos, em São Paulo, no dia 4 de fevereiro. No dia seguinte, passou pela Ilha de Búzios, e no dia 7 chegou a Salvador, na Bahia. Lá, participou de um breve city tour, passeando pelo Pelourinho, Mercado Público e principais praças. Degustou o tradicional vatapá baiano. No dia 9, passou por Ilha Bella, e no dia 10, retornou a Santos. Nara viajou em um dos navios mais glamourosos do Brasil. A bordo do Costa Fascinosa, ela também pôde viajar em companhia das mais famosas obras de autores do mundo cinematográfico: de Lu-
chino Visconti a David Lynch. Circulou por ambientes refinados, atmosferas sugestivas e ricas de fascínio para um cruzeiro em companhia dos grandes protagonistas dos mais belos filmes da história. “Este cruzeiro foi a realização de mais um sonho, muito fascinante”. Durante a estada no navio, Nara participou de diversas atrações, entre elas, um show de Carlinhos de Jesus, cassino, teatro, aulas de dança com os melhores bailarinos do mundo. “À noite, além de belíssimos restaurantes, pudemos degustar a comida e bebida italianas e apreciar danças, como a zumba, zunki, samba, tango, entre outros estilos de músicas”, relata encantada .
Curtindo uma noite de badalação, tentando a sorte no cassino do navio e na chegada a Salvador, recebida pelas baianas
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Procurando emprego (nos dias atuais)
MoMento de Crise
Dois amigos vão a uma empresa em busca de emprego. Na hora da entrevista, o primeiro rapaz é perguntado: - O que você sabe fazer? E o primeiro responde: - Não sei fazer nada. O entrevistador pergunta ao outro: - E você, o que faz? E ele responde: - Sou o ajudante dele. TROMBADA O bêbado e o vesgo se encontram em uma rua, e se trombam e cai um para cada lado... O vesgo levanta muito bravo e pergunta: - Você não olha para onde anda? E o bêbado pergunda: - E você, não anda por onde olha?
TÓIM!!!
- Já disse que você é linda? - Por queee? - To só perguntando: já disse? - Não! kkkk - Ah, bom, porque odeio falsidade.
- Mãe, o que temos pra comer? - nada, meu filho! - e por que não compramos? - Acabou o dinheiro. - então mãe, por que não comemos o papagaio com arroz? - Porque não tem arroz, meu filho! - e papagaio ao forno? - não tem gás! - e papagaio no grelhador elétrico? - Cortaram a luz, filho! o papagaio não aguenta e grita: - Ôôô governo bom!
Qual a diferença entre o pôquer e a lei? - No pôquer, se você é pego roubando, você fica de fora.
o pior aluno - Joãozinho, venha aqui. - Sim, pai. - A sua professora me disse que você é o aluno mais vagabundo, relapso, malandro, preguiçoso e bagunceiro da turma de 20 alunos. - Podia ser pior, pai. - Como assim pior? - A turma podia ter 40 alunos. Romantismo... O homem se vira para a mulher e diz: - Peidei! A mulher diz: - Nossa, você tem que ser mais romântico. O homem então diz: - Peidei pensando em você
O português tinha um colega de cela que acabou brigando com os outros presos. Por causa disso, o colega cospe um dente pela janela. No outro dia, o colega perde uma unha e também joga fora, pela janela. Nisso, o português pede para falar com o diretor do presídio. - Diretor, não conte pra ninguém que fui eu que falei com o senhor, mas eu acho que o meu colega de cela está fugindo aos poucos.
- MEU TIO JAPONÊS MORREU. - QUE TIO? - O KIMATARO
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ENTRE ASPAS
“Não fales bem de ti aos outros, pois não os convencerás. Não fales mal, pois te julgarão muito pior do que és.” Confúcio (551 a.C - 479 a.C), filósofo chinês
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