18 Maio 2012

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Ano II

NĂşmero 80

Data 18/05/2012


estado de minas - P. 23 - 18.05.2012


estado de minas - P. 10 - 18.05.2012


HOJE EM DIA - p. 02 - 18.05.2012


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O TEMPO - on line - 18.05.2012

Ameaça agora atinge Santana do Riacho Lixo no paraíso da serra do Cipó

O cidadão que passa por Santana do Riacho, um dos municípios da região da serra do Cipó, fica impressionado com o crescimento da degradação ambiental. Empreendimentos imobiliários se expandem sobre ecossistemas naturais; rodovias malplanejadas cortam as serras; espécies de plantas exóticas se espalham; incêndios criminosos continuam a arder e a matar. Agora, mais um! Os resíduos sólidos produzidos em Santana do Riacho são despejados diretamente no solo, sem qualquer medida de proteção à saúde pública e aos frágeis ecossistemas da região. O local do descarte, um “lixão” a céu aberto, localiza-se nas proximidades da estrada de terra que liga Santana do Riacho ao distrito de Lapinha da Serra. Quem atravessa essa parte do sertão de Minas Gerais depara-se com um triste cenário. O local da deposição de lixo não conta sequer com uma estrutura de proteção adequada. O alambrado que cerca a área está em péssimas condições. Plásticos, isopor e outros resíduos são espalhados pelo vento nos arredores. O depósito inadequado de lixo exala um cheiro terrível e contamina o magnífico cenário da serra do Espinhaço. O “lixão” é uma ameaça ao turismo, atividade que vem se consolidando na região e representa uma das principais fontes de renda para a população local. “Lixões” também geram outros problemas. Eles contaminam o solo e o lençol freático com o chorume, que é produzido pela decomposição da matéria orgânica. Emitem

metano, gás inflamável que pode causar explosões. Atraem animais transmissores de doenças, como ratos, baratas e moscas. Moradores de Lapinha da Serra relatam que, nos últimos tempos, o número de moscas varejeiras encontradas no interior das casas aumentou assustadoramente. Segundo a comunidade, as moscas vêm do depósito de lixo “de carona” nos caminhões que recolhem os resíduos sólidos no lugarejo. Em qualquer município, o descarte de resíduos em “lixões” é inaceitável, tanto pelos aspectos ambientais como sociais; além disso, é ilegal e imoral. No caso de Santana do Riacho, o descaso do poder público agrava-se por se tratar de uma região com altíssima biodiversidade e de extrema importância para a conservação. O município é inserido em uma unidade de conservação federal, a Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira, e também se localiza no interior da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, que foi criada pela Unesco com o objetivo de conservar os recursos biológicos, geomorfológicos e históricos da região. É vital que Santana do Riacho encontre uma forma apropriada de gerir seus resíduos sólidos e consiga conciliar o desenvolvimento econômico com adequadas práticas ecológicas e sociais. Em 2010, foi aprovada a Lei nº 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e proíbe os “lixões”, obrigando as prefeituras a destinarem a aterros sanitários os materiais que não podem ser reciclados e reutilizados. Faça-se cumprir!


estado de minas - P. 07 - 18.05.2012


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