18 Nov. 2011

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Serra.Defensores de área verde querem criação de parque de preservação

Gandarela é disputada por ambientalistas e mineração Ministério Público tenta impedir que região seja entregue a mineradoras

RAFAEL ROCHA Uma área verde com 38 mil hectares, mil nascentes, cem cavernas e fósseis de até 40 milhões de anos, cuja preservação ambiental é incerta. A serra do Gandarela, que permeia oito municípios da região metropolitana de Belo Horizonte, é alvo de disputa entre ambientalistas, empresários da mineração e moradores das cidades vizinhas. De um lado, defensores do meio ambiente querem a criação de um parque de preservação (Parque Nacional da Serra do Gandarela). Do outro, mineradoras se movimentam para explorar a região, uma das poucas que ainda não sofreram o impacto da mineração. Até o próximo domingo, o Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela realiza uma série de debates e oficinas para discutir o assunto. A ação acontece ao mesmo tempo em que uma ação civil pública ajuizada na última quarta-feira pelo Ministério Público Federal (MPF), exige agilidade na criação do parque nacional. O projeto está emperrado desde o ano passado no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O MPF quer que o órgão ambiental realize, até julho de 2012, consultas públicas que irão definir a criação da área de preservação. A demora na definição preocupa pesquisadores e ambientalistas. “A região tem recursos hídricos e ambientais, biodiversidade, valores culturais e científicos. Não podemos deixar acontecer no Gandarela os impactos causados no restante do Quadrilátero Ferrífero”, disse a integrante do movimento, Maria Tereza Corujo. Para o geógrafo André Salgado, as consequências para a mineração serão muito pequenas caso o setor não tenha

autorização para explorar o Gandarela. “Nenhuma empresa vai fechar se não explorar o Gandarela”.

Vale aguarda licenciamento

Uma das empresas interessadas na exploração de minério na serra do Gandarela é a Vale. A companhia planeja a implantação do projeto Apolo, ainda em fase de licenciamento e com previsão de início para 2014. Para o biólogo Flávio Fonseca, a atuação de mineradoras no local colocaria em risco o meio ambiente. “É uma área de rochas ferruginosas, com espécies de fauna e flora ainda desconhecidas. É um patrimônio ambiental muito relevante”. A empresa informou, em nota, que segue rigorosamente os trâmites legais para a futura exploração. (RRo) FOTO: CRISTIANO TRAD

Patrimônio. Área de 38 mil hectares passa por oito cidades ao redor da capital e tem mil nascentes


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Salvem a Serra Uma das mais importantes províncias minerais do mundo está localizada em Minas Gerais. É o Quadrilátero Ferrífero, responsável por 75% da produção de ferro do Brasil, o segundo produtor do mundo. Nessa área, há mais de 50 minerações a céu aberto. Pois, dentro do quadrilátero, encontra-se também a última área ainda bem-preservada, do ponto de vista ambiental, da região. Trata-se da serra da Gandarela, localizada a sudeste da capital, na APA-Sul da região metropolitana de Belo Horizonte. Apesar de próxima a grandes concentrações demográficas, tem baixa ocupação humana, extensos e diferentes ambientes naturais, relevo acidentado, espécies vegetais e animais endêmicas, sítios arqueológicos e aquíferos que abastecem a capital e cidades vizinhas. Mas o mais importante é que a área é representativa da transição entre dois biomas brasileiros, o cerrado e a Mata Atlântica, ambos sob ameaça de extinção. Também é a única no Estado onde é encontrada a vegetação de canga, que se desenvolve onde há minério de ferro. Como não poderia deixar de ser, a área da serra da Gandarela é objeto de interesses que conflitam com a preservação ambiental. A mineração é o principal fator de sua degradação, exigindo do poder público que coloque limitações a empreendimentos na área. O Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual conseguiram a suspensão de licenciamentos de exploração e pesquisa na área, mas é preciso ir além, com a criação de um parque nacional para a serra da Gandarela, conforme foi proposto pela UFMG. O assunto está na Justiça. O MPF quer que o Ministério do Meio Ambiente realize consultas públicas até o fim do primeiro semestre de 2012, tendo em vista sustentar a proposta de criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela junto à Presidência da República. A criação do parque é a única forma de preservar a serra e seu patrimônio natural.


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MEIO AMBIENTE

Ibama e PF de olho na mancha

Instituto anuncia que vai multar Chevron, empresa responsável pelo vazamento de petróleo na Bacia de Campos (RJ), e agentes interrogam funcionários que trabalham na área atingida Edson Luiz forma. Segundo o delegado que coordena a investigação, Fábio Scliar, o que se viu Brasília – O Instituto Brasileiro do foi um volume grande de óleo espalhado Meio Ambiente e dos Recursos Naturais no mar. “A empresa disse que estava tudo Renováveis (Ibama) anunciou que vai sob controle, mas conversamos com almultar a Chevron, empresa responsável gumas pessoas que estão trabalhando na pelo vazamento de petróleo no litoral flucontenção e elas nos disseram que não há minense. O acidente aconteceu na semana previsão de controle do óleo”, afirmou ao passada, no campo de Frade, na Bacia de Scliar. “É um desastre de proporções caCampos, em uma área operada pela comlamitosas do ponto de vista ambiental”, panhia petrolífera americana. Em outra observa o delegado. frente, a Polícia Federal (PF), por deterPROCESSO minação da presidente Dilma Rousseff, As primeiras informações obtidas começou ontem a tomar os primeiros depela PF é de que o óleo está se espalhanpoimentos de funcionários da companhia. do, mas a ANP afirma que o primeiro esJá o ministro de Minas e Energia, Edison tágio de cimentação da plataforma de perLobão, optou por amenizar o problema. furação, procedimento feito pela Chevron Segundo ele, o vazamento não é tão grave, para o abandono definitivo do poço, foi já que o óleo foi levado para o alto-mar e concluído com sucesso. Conforme a ANP, não em direção à praia. a mancha de óleo continua se afastando do O Ibama ainda não definiu o valor da litoral e se dispersando. A agência abriu multa, pois depende da verificação da exprocesso administrativo para a investigatensão da área atingida, o que só será desção do acidente e a aplicação das medidas coberto após a finalização dos trabalhos cabíveis. de contenção do petróleo. Segundo nota, A Chevron informou que continua moo instituto também não atua diretamente nitorando a mancha de óleo e confirmou nessa tarefa, que é de responsabilidade da que ela vem se dissipando. A estimativa companhia petrolífera. “Assim que receda companhia é de que o volume de óleo beu a comunicação da Chevron sobre o na superfície do oceano esteja abaixo de vazamento, o Ibama mobilizou suas equi65 barris. “A companhia conta com uma pes para acompanhar as medidas adotadas frota de até 18 embarcações, operando em pela empresa”, informa o comunicado, rodízio, como permitem as condições meassinado pelo presidente do órgão, Curt teorológicas, para controlar e monitorar a Trennepoh. “Especialistas do Ibama esmancha”, comunicou a empresa. tiveram na região do acidente e acompaSaiba mais nham a evolução do caso diretamente da O problema sala de situação, coordenada pela Marinha A provável causa do desastre foi uma do Brasil, que conta também com a partirachadura de cerca de 300m no solo, prócipação da Agência Nacional do Petróleo xima ao local em que estava sendo feita (ANP)”, acrescenta o documento. a perfuração do petróleo, a uma profunAinda na sexta-feira da semana pasdidade de 1.200m. Segundo a Chevron, a sada, agentes da PF tentaram sobrevoar a região explorada pela empresa tem uma região para verificar a extensão do vazaprodução diária de 79 mil barris de pemento, mas o mau tempo comprometeu a tróleo, em uma área a 370 quilômetros ao visibilidade no voo. Eles começaram a ter nordeste do Rio. A mancha de óleo está uma ideia da dimensão do problema na úlhoje a pelo menos 120 quilômetros do litima terça-feira, quando chegaram à platatoral.


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