estado de minas - P. 23 - 14.03.2012
FESTA IRLANDESA
Morador critica liberação
Ministério Público não coloca obstáculos, mas impõe condições para o Saint Patrick%u2019s Day, que deve reunir cerca de 7 mil pessoas em estacionamento de área de lazer do Mangabeiras
Álvaro Fraga A festa de Saint Patrick’s Day, marcada para sábado, recebeu aval do Ministério Público (MP) de Minas Gerais para ser realizada no estacionamento do Parque das Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Com a decisão, o MP não acatou o pedido da Associação dos Moradores do Bairro Mangabeiras, que queria impedir que a promoção ocorresse no estacionamento da área de proteção ambiental. Mesmo com a derrota, os moradores esperam que o local do evento seja mudado. Em documento enviado ontem à Fundação Municipal de Parques e à Diretoria de Parques da Área Sul, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo informa não ver obstáculos ao uso do Parque das Mangabeiras para sediar o evento, desde que a legislação para festas dessa natureza seja respeitada. Entre as recomendações do MP está a autorização do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município, da Polícia Militar, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da BHTrans e do Corpo de Bombeiros para a realização da festa. O prazo dado pelo MP para que a Fundação de Parques atenda as recomendações termina amanhã. A PBH informou que já está cumprindo o que foi solicitado pelos promotores de Justiça. “A consulta ao Corpo de Bombeiros e à BHTrans já é rotina nossa. A única recomendação nova foi a consulta ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município. Mandei uma cópia do documento para o presidente da fundação, que vai entrar em contato com o conselho ainda hoje”, explicou Homero Brasil Filho, diretor de Parque da Área Sul. “Vamos atender todas as recomendações”, acrescentou. EM OUTRO LOCAL A
Associação dos Moradores do Bairro Mangabeiras reafirmou ontem que a realização da festa nas proximidades do parque não pode ser aceita. “Aqui não é lugar para essas festas. Por que não fazem no Mega Space, no Ex-
pominas, no Olhos D’água, que são locais próprios para isso? Hoje enviamos carta ao prefeito Marcio Lacerda para que ele evite os problemas na região e não deixe que o evento aconteça”, informou o presidente da entidade, Marcelo Marinho Franco. Se não tiverem êxito no esforço de mudar o local da festa, os moradores prometem responsabilizar as pessoas que autorizaram o evento caso ocorra algum problema. A maior preocupação de quem mora na região é a ameaça à flora e à fauna da reserva florestal. Eles entendem que há risco de incêndio e de atos de vandalismo no parque. A reação da associação de bairro se deve aos problemas ocorridos no ano passado, quando a festa de São Patrício foi realizada na Savassi. Cerca de 35 mil pessoas ocuparam as ruas da região e foram registrados atos de vandalismo, tumulto no trânsito, falta de banheiros químicos e muita sujeira. O grande temor é a repetição do que ocorreu em 2011. Este ano, os organizadores do evento haviam escolhido a Praça JK para sediar o evento, mas moradores dos bairros Sion, Cruzeiro e Anchieta divulgaram um documento de repúdio, no qual alertavam para os riscos de dano ao patrimônio público e incômodo para quem mora na região. Por causa desse protesto, o local da festa foi mudado, com a opção pelo estacionamento do Parque das Mangabeiras. Mais uma vez, houve reclamações, mas a queda de braço acabou sendo vencida pelos promotores da festa, que têm a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Belotur entre os patrocinadores do evento. AÇÕES PARA CONTER VANDALISMO Em encontro hoje, na 1ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp) autoridades definem regras para festas e encontros em locais públicos de BH. O objetivo é criar ações para evitar que aglomerações não autorizadas, promovidas por meio de redes sociais, provoquem vandalismo, desordem, danos ao
patrimônio, perturbação e problemas de trânsito, como ocorreu na Praça da Liberdade e no Bairro Cidade Nova. Participam da reunião representantes das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Ministério Público, prefeitura, Guarda Municipal, BHTrans, Vara da Infância e da Juventude e Comissão de Monitoramento da Violência em Eventos Esportivos e Culturais (Comoveec). METRO - P. 2 - 14.03.2012
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Festa de Saint Patrick
Autoridades precisam preservar o Parque das Mangabeiras Belo Horizonte precisa avançar na prática do entendimento. Encontrar soluções consensadas e adequadas para o correto uso de seus espaços é desafio que a cidade não tem sabido enfrentar. O pior é que o vandalismo e o desrespeito à natureza, à história e ao direito das pessoas de viver em paz costumam ser respostas ao despreparo e à inércia das autoridades, incapazes de perceber a inviabilidade de impôr à sociedade de hoje comportamentos do passado. Concebida no fim do século 19, Belo Horizonte teve elogiável orientação sanitária, mas seus criadores e os administradores que os sucederam não demarcaram espaços para manifestações populares. Essa carência é cada vez mais evidente à medida que avançam a democracia dos adultos e a incontida necessidade de produzir muvuca, agitação e barulho dos jovens, conscientes da inédita liberdade de que hoje desfrutam. De repente, a cidade se viu envolvida numa polêmica que, a rigor, nem deveria existir. Trata-se de definir um local para a festa que no ano passado reuniu cerca de 35 mil jovens em pleO TEMPO - p. 24 - 14.03.2012
na pista da Avenida do Contorno, na Savassi. Deixando um saldo de sujeira, incômodos e destruição, a festa foi um atestado de falta de planejamento e irresponsabilidade de interessados em vender cerveja. Trata-se da festa de São Patrício (Saint Patrick’s Day), desnecessária importação marcada para sábado. Traumatizados pelo vandalismo que marcou a festa no ano passado e por dois eventos mais recentes, um na Praça da Liberdade e outro na Cidade Nova, moradores do Bairro Mangabeiras, na Zona Sul, passaram a viver um pesadelo desde que a Fundação Municipal de Parques e a Diretoria de Parques da Área Sul concordaram com sua realização no estacionamento do Parque das Mangabeiras. Eles acionaram o Ministério Público, que, ontem, divulgou decisão de exigir dos órgãos municipais que observem a legislação pertinente a eventos dessa natureza e submetam a realização da festa naquele local ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). É procedente a preocupação do
Ministério Público. O parque é área de lazer e relaxamento de famílias. É local a ser preservado por sua natureza exuberante, um dos raros pulmões da cidade aquecida pelo asfalto e pelos espigões que tomaram conta dos espaços mais valorizados. Os realizadores da festa não esperam mais do que 7 mil jovens, mas ninguém de mediano conhecimento acredita que só os que conseguiram os ingressos vão se concentrar no local do evento. É muito grande o risco de depredação do parque e de suas imediações e, depois disso, será tarde demais reconhecer o erro da autorização. Tampouco é correto distorcer o juízo dessa inconveniência como sendo apenas uma posição contrária à alegria da juventude. Pelo contrário. É em defesa do direito à diversão e à paquera dos jovens (já que o desconhecido santo irlandês é mero pretexto para o enxame) que se reclama definição de local que, além de mais adequado, seja compatível com o dever de preservar santuários e com o direito de moradores de manter a tranquilidade que escolheram para viver.
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