Que sirva de exemplo para muitos adultos: vivem tão absorvidos em seus problemas que não lhes sobra tempo para sonhar e apreciar a arte.
A cor do sentimento Naquela manhã de sexta-feira, a professora que atuava na turma de 4ª série de uma escola pública teve que se ausentar por motivo de doença. De imediato, a direção solicitou a professora de Educação Física para substituí-la durante aquele dia. Após a dinâmica apresentada na sala de aula, e como o dia posterior seria véspera do Dia das Mães, a professora substituta distribuiu folhas de papel sem pauta, sugerindo aos alunos que desenhassem um coração e pintassem com a cor de sua preferência, pois seria ofertado às suas respectivas mães. Como os trabalhos de desenhos e pinturas são bem aceitos por alunos de todas as séries, no decorrer da aula todos se prontificaram a elaborar corações. No final, surgiram corações de todo tamanho e cor, alguns coloridos até demais, entretanto, havia entre eles um coração pintado completamente de marrom. A professora ficou intrigada, sem dúvida marrom também é cor, ainda que deprimente e sem atrativo. Chamou o autor da “façanha”, Daniel, que demonstrava sempre inquietude, e perguntou: — Daniel, por que você pintou desta cor o coração para sua mãe? Tamanha foi a surpresa quando ele respondeu sem ao menos pestanejar: — Se sua mãe tivesse lhe abandonado, qual seria a cor do coração dela? 45