Mulher Alada Iolete Maia
Voar não é mais uma possibilidade, é minha realidade. Existir é abrir os braços e voar, não sem destino, mas com propósito, porque eu insisto em acreditar que “eu posso” não é apenas uma frase de efeito que algum coach otimizou e que, por isso, ganhou repercussão. Ainda vejo beleza na vida, o medo é uma realidade, mas já não pode impedir meus voos e revoos, porque insistir não é fraqueza. Da janela da minha casa olho a rua, observo, escuto os sons, vejo cores, brilho e detalhes. Sim, detalhes que passam despercebidos para a maioria das pessoas, que só veem com olhos comuns. É dessas realidades bem específicas que se criam estórias e histórias, é observando a vida que o escritor contempla e organiza sua arte, é a existência que dá asas à imaginação do artista. Assim, observando, crio estórias que se tornam histórias reais quando escrevo, porque também há realidade naquilo que se inventa. Parada, olhando a rua, vi flores e vi borboletas a voar, fazia tempo que não via borboletas e tenho uma paixão por elas, tamanha que tatuei no braço esquerdo, do lado do coração, porque sempre digo que uma mulher que voa merece ter asas. As borboletas me remetem ao meu próprio casulo e processo de metamorfose, me trazem a memória do primeiro voo, quando timidamente peguei lápis e papel