2580 Alenquer | Edição 66

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2580 ALENQUER

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ARRANCOU “UMA DAS MAIORES INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS DE SEMPRE” EM ALENQUER REQUALIFICAÇÃO URBANA E AMBIENTAL DA FRENTE RIBEIRINHA DO RIO ALENQUER É UMA DAS PRINCIPAIS OBRAS PREVISTAS NO PEDU. DEPOIS DE VÁRIOS ADIAMENTOS, A INTERVENÇÃO ARRANCOU NO FINAL DE OUTUBRO, COM A PROMESSA DE TRANSFORMAR POR COMPLETO AQUELA ZONA DA VILA E DE TORNAR O AREAL PONTO DE REFERÊNCIA DIÁRIO PARA 150 PESSOAS. Zona emblemática e histórica da vila de Alenquer, o Areal vai ser intervencionado, com intuito de dar uma nova cara e também maior funcionalidade àquela parte da vila. A 25 de outubro, a Câmara Municipal de Alenquer anunciou o início da requalificação urbana e ambiental da frente ribeirinha do Rio Alenquer, obra prevista no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU). Ultrapassadas algumas contingências que atrasaram o processo, arrancou por fim a requalificação da zona, catalogada como de vital importância para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes. As obras decorrem nos dias úteis, entre as 8h e as 18h, na área de estacionamento do areal, Calçada Damião de Góis, Rua Serpa Pinto e em alguns arruamentos adjacentes. O objetivo passa por melhorar as condições de acessibilidade e segurança, requalificar as infraestruturas existentes, o mobiliário urbano, o espaço público, os espaços verdes e as áreas de estadia e lazer.

É PROVAVELMENTE A MAIOR INTERVENÇÃO URBANÍSTICA QUE ALENQUER JÁ TEVE, NO PLANO DA MALHA URBANA, EM TECIDO QUE É HABITADO. VAMOS REABILITAR TODAS AS VIAS, FAZENDO O ENTERRAMENTO DAS INFRAESTRUTURAS DE ENERGIA E ÁGUA E TROCANDO TODAS AS CONDUTAS DE ÁGUA. VAMOS APROVEITAR CADA OBRA DO PEDU”, afirmou Tiago Pedro, o agora vereador

responsável pelas Obras Públicas. A extensão da obra é grande, a rondar os três hectares. Durante o período de intervenção, estimado em 550 dias, estão previstos constrangimentos no trânsito e estacionamentos na Rua Serpa Pinto, Largo Dr. Teófilo Braga e Sítio das Águas. Ainda assim, será sempre garantido o acesso às habitações, comércio e serviços nessas áreas. “Foi tudo pensado de forma a minimizar o impacto das

intervenções. Começámos pelo Largo do Areal, para libertar a Rua Serpa Pinto. Assim, as pessoas podem usar as vias pedonais e continuar a circular com o automóvel. Quando a Rua Serpa Pinto for intervencionada, teremos a Calçada Damião de Góis disponível para circulação. Quando for cortado esse eixo, iremos garantir que a passagem se fará por baixo”, detalhou o vereador, revelando ainda que a autarquia “está a tentar garantir um serviço shuttle de miniautocarro, entre o parque de estacionamento junto às piscinas e a vila”, por forma a compensar a falta de estacionamento que irá verificar-se no decorrer das obras. “Foi a altura certa para reformar tudo e tornar o território mais resiliente. Teremos seguramente menos entupimentos e problemas associados. Numa vila em leito de cheia, é sempre uma vantagem.” Tiago Pedro avançou também que os moradores terão direito a reconverter os aparelhos de gás de forma gratuita, nomeadamente os que funcionavam a gás butano e propano, que assim vão passar a funcionar a gás natural. Em paralelo, todos os residentes da margem direita da vila poderão vir a ser servidos por gás natural, caso manifestem interesse. “O município colocou-se ao lado da população e conseguiu chegar a esse acordo, por acreditar que será um acréscimo na qualidade de vida dos moradores.” Após vários meses de espera, a obra viu finalmente a luz do dia. Tiago Pedro não escondeu a satisfação por ver avançar um processo que “a determinada altura pareceu ter sido desacreditado pela comunidade”, devido aos sucessivos atrasos no arranque. “Após a pandemia, tínhamos o país inteiro a concorrer com os mesmos prazos e houve também um aumento do custo dos materiais e da mão-de-obra. Depois, além de imposições por parte da Administração Regional Hidrográfica (ARH) do Tejo e Oeste, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) também atrasou o processo, uma vez que as obras decorrem na única zona de Alenquer onde não efetuaram escavações arqueológicas. O Areal será provavelmente a

primeira agregação urbana fora da muralha do castelo, que remete para tempos medievais, o que resulta na enorme probabilidade de encontrarmos alguma coisa que possa ter interesse arqueológico a cada momento das escavações”, referiu o vereador, admitindo que “será sempre um tema sensível ao longo das operações”. Importa referir que, a par da obra pública, decorre em simultâneo, através de iniciativa privada, a reabilitação do edifício da antiga Moagem, no qual será instalado um pólo do Ensino Superior. Entre alunos e docentes, a previsão da Câmara aponta para a circulação de “150 pessoas por dia” no Areal, pelo que a requalificação é encarada como “um pulmão de dinâmica socioeconómica e comunitária” daquela zona da vila. “Fico muito satisfeito pelo facto de conseguirmos rejuvenescer toda a área do Areal. No plano urbano, era a que estava mais desacompanhada na vila.” O objetivo passa então por tornar a vila mais resiliente e atrativa no futuro, sendo certo que os próximos meses serão pautados por alguns constrangimentos. Nesse sentido, Tiago Pedro deixou um apelo à população. “A partir de janeiro, teremos mais obras a concorrer contra a nossa qualidade de vida em Alenquer. Será mais difícil circular e também mais difícil gerir o território. Apelo à compreensão de todos. Custa um pouco, mas depois ganhamos qualidade de vida, que é o que se pretende. Acredito honestamente que estamos a dar passos importantes rumo a uma Alenquer nova e diferente.” A requalificação da zona ribeirinha do Rio Alenquer é, porventura, a obra mais impactante do PEDU, mas há outras a merecer igual destaque. O Bairro Calouste Gulbenkian tem agora melhores acessibilidades, estacionamento e uma via ciclo pedonal, que liga o Pavilhão Municipal ao bairro. Importa ainda recordar as inaugurações do Museu do Presépio e do anfiteatro da Porta da Conceição, espaços que foram igualmente intervencionados no mesmo âmbito.


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