NÚMERO 15 - JULHO > SETEMBRO DE 2018
Ana Margarida Mendes Ana Margarida Mendes, na Biblioteca Municipal de Baião Foto: Biblioteca Municipal
Ana Margarida Mendes
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Entrevista
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Livros novos na biblioteca
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Ana Margarida Mendes nasceu no dia 17 de junho de 2003, terminando agora o 9º ano de escolaridade na Escola Básica e Secundária de Baião. Apesar de ser natural de Marco de Canaveses, mudou-se para Campelo com cerca de meio ano de idade. Desde cedo demonstrou interesse em Cosmologia e Astrofísica, sendo essas as áreas que pretende explorar no seu futuro percurso académico. Dedica os seus tempos livres à pratica de ballet, ao desenho e à exploração de um número finito, mas ainda assim elevado, de livros (geralmente pertencentes aos géneros de suspense, thrillers psicológicos e fantasia, cuja leitura é preferencialmente acompanhada pelo gentil ressoar da chuva). Após ter obtido o lugar de primeira classificada na fase regional municipal e de ter também conquistado um honroso primeiro lugar na fase regional intermunicipal, que decorreu em Amarante, no dia 10 do passado mês de junho, obteve o 3º lugar na fase nacional do Concurso Nacional de Leitura, sendo esse o seu maior feito até à data.
Entrevista Tendo em conta o mérito de Ana Margarida Mendes na conquista do 3º lugar na fase nacional do Concurso Nacional de Leitura, sendo, sem dúvida, um orgulho para Baião, a Biblioteca Municipal decidiu dedicar este número do Boletim Cultural à vencedora, também leitora assídua da nossa biblioteca. B.M.B. - Antes de mais, muitos parabéns pela conquista deste prémio. O que representa para si? A.M.M. - Entrei neste concurso com o intuito de me afirmar enquanto leitora e provar (talvez até mais a mim mesma do que aos outros) as minhas capacidades em termos de escrita, compreensão e argumentação. Contudo, tendo agora alcançado o título sinto que, antes de qualquer outra coisa, esta experiência me relembrou que nenhuma leitura é em vão, mas também que a expansão do meu universo de conhecimento está inteiramente a cargo da minha curiosidade, que apenas pode ser saciada através do contacto com a mais variada coletânea de obras. Creio que, no fundo, este prémio representa para mim o início de uma nova jornada pelos caminhos da 6ª arte [literatura].
À esquerda, a Vereadora da Cultura da C.M.B., Anabela Cardoso e, à direita, Ana Margarida Mendes, no momento da entrega do prémio da fase regional municipal do Concurso Nacional de Leitura.
B.M.B. - Desde sempre gostou de ler? Que livros marcaram a sua infância? A.M.M. - Os meus pais sempre fizeram questão que a leitura fosse um dos alicerces na minha educação. Algumas das minhas mais longínquas memórias tratam-se da leitura de estórias antes de dormir e dos primeiros livros que li após a aprendizagem das minhas primeiras letras. Contudo, tendo passado tanto tempo, e desde tão cedo a ler, é difícil contextualizar a época em que isso não era possível...Houve muitos livros que marcaram a minha infância mas o que mais se destacou terá sido “O galo da velha Luciana”, de António Mota, que, por retratar um ambiente que me era tão familiar, tornou-se na minha primeira referência literária. B.M.B. - Qual foi o melhor livro que leu até hoje? Porquê? A.M.M. - A leitura tem a capacidade de se tornar num passaporte que permite ao leitor vivenciar as infinitas possibilidades e acontecimentos que jamais poderiam ser concretizados na curta duração da sua existência. Talvez seja por isso que o livro “Cloud Atlas” do escritor britânico David Mitchell me enlaçou na sua longa mas aprazível narrativa, que percorre as realidades de seis diferentes personagens apenas ligadas pela reverberação dos seus feitos (sejam eles em prol do bem comum, ou não…) através do tecido espaço-tempo e pela remota possibilidade de todos eles serem versões da mesma reencarnação. “Cloud Atlas”, de David Mitchelll, o livro preferido de Ana Margarida Mendes
B.M.B. - Convivendo diariamente com outros jovens, qual é, na sua opinião, o ponto da situação dos seus hábitos de leitura?
A.M.M. - Cada vez mais, o gosto pela leitura tem entrado em decadência, particularmente nos estratos mais jovens da nossa sociedade. Este fenómeno deve-se, na minha opinião, à facilidade da visualização de um filme comparada com o compromisso necessário para conseguir transformar todos aqueles estranhos “hieróglifos” em imagens concretas geradas apenas pelo esforço da nossa imaginação. É claro que na era da gratificação imediata é difícil encontrar alguém disponível para esse “investimento”. B.M.B. - Que conselho dá às pessoas que dizem não gostar de ler?
“Se tu não gostas de ler, é porque ainda não encontraste o livro certo.” J.K. Rowling
A.M.M. - Nas palavras da escritora J.K. Rowling, “Se tu não gostas de ler é porque ainda não encontraste o livro certo” e esse é, com toda a sinceridade, o único conselho que lhes posso dar visto que os interesses e experiência enquanto leitor é muitíssimo subjetiva e, assim sendo, é necessário fazer escolhas “arriscadas” no que toca à descoberta de uma identidade literária.
Sobre o Concurso Nacional de Leitura O objetivo central do Concurso Nacional de Leitura é estimular hábitos de leitura e pôr à prova competências de expressão escrita e oral e tem como destinatários alunos do 1º ciclo ao ensino secundário. O CNL desenvolve-se em duas fases: a fase regional, constituída por três momentos consecutivos (escolar, municipal e intermunicipal) e a fase final, que consiste na realização de provas públicas de palco. O júri da final nacional é constituído por duas figuras de relevo da língua, da cultura e do pensamento português, representantes da Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas e Rede das Bibliotecas Escolares, e tem como presidente, por inerência, a Comissária do Plano Nacional de Leitura. Os três primeiros classificados da fase final em cada um dos níveis de ensino são os grandes vencedores do Concurso Nacional de Leitura e recebem prémios a atribuir pelo Plano Nacional de Leitura. O mesmo ocorre para as menções honrosas. Ana Margarida Mendes foi a terceira classificada do seu ciclo de estudos (3º ciclo).
LIVROS NOVOS NA BIBLIOTECA MUNICIPAL, entre outros
“FÉRIAS NA BIBLIOTECA” 6 a 10 AGOSTO Destinatários: crianças dos 7 aos 12 anos Horário: 14h00-17h00 A Biblioteca Municipal está a preparar divertidas atividades para as tardes de 6 a 10 de agosto. A participação é gratuita mas sujeita a inscrição até dia 3 de agosto. Participa!
BIBLIOTECA MUNICIPAL MORADA Rua Eça de Queiroz 4640-152 Baião Telefone 255540556 Email biblioteca@cm-baiao.pt