número 10 | Janeiro 2008 REVISTA DE AMBIENTE DO CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA MATA NACIONAL DA MACHADA E SAPAL DO RIO COINA
Reciclar para Ajudar Campanha Natal 2007 • ATL de Natal • Subida do Rio Coina • Dia Europeu sem Carros
2 caminhos
Almanaque DEZEMBRO
Barreiro, uma Cidade mais verde Uma cidade verde, planeada e sustentável. É este o Barreiro que queremos deixar como herança aos nossos filhos. Construir desenvolvimento integrado é, neste momento histórico, o grande desafio do poder local. Agora, que as águas correm potáveis nas torneiras, que os lixos são recolhidos e que as ruas estão transitáveis, promover o equilíbrio dos munícipes com o ambiente, de modo a organizar cidades saudáveis e sustentáveis ecologicamente, é o patamar que urge atingir. A modernização que aspiramos alcançar não se limita à utilização de novas ferramentas tecnológicas ou de renovação e formação nos recursos humanos. Queremos criar uma modernidade em que o trabalho que fazemos hoje se reflicta na qualidade de vida das gerações futuras enquanto estratégias pensadas de forma a atingir um melhor equilíbrio ambiental. As questões ligadas à água são para nós uma área de discussão e reflexão permanente. Sabemos que para promover uma melhor qualidade das águas potáveis, mantendo uma gestão equilibrada e valorizando os recursos hídricos, temos que desenvolver um trabalho planificado, transversal e multidisciplinar. Estamos convictos que o esforço por nós desenvolvido hoje, se vai reflectir na qualidade de vida amanhã. Por isso, valorizamos a Educação Ambiental. A criação do Centro Pedagógico H2O é um projecto que acarinhamos e que estamos muitos empenhados em tornar uma realidade.
briedade um recurso finito e imprescindível à vida. Porque acreditamos que o exemplo continua a ser a mais eficaz ferramenta pedagógica, aumentamos significativamente o investimento na contenção e na redução das perdas na rede pública. A construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais Barreiro – Moita começa a ser uma realidade. Tratar águas é reciclar águas. Voltar a usar as águas “sujas” domésticas para a rega parece-nos um passo significativo em direcção ao desenvolvimento que todos pretendemos. Por vezes, só afastados, temos uma noção de perspectiva. É no sentido de promover a qualidade das águas e dos serviços de distribuição que estamos a criar um Observatório da Água que actuará de uma forma transversal no Barreiro e que integrará várias instituições locais e regionais. O Observatório tem como objectivo monitorizar, analisar e reflectir estratégias para as águas públicas no concelho. Também em relação aos lixos, a questão da educação e sensibilização ambiental é para nós determinante. Sabemos que os processos funcionarão melhor quando todos estivermos mais conscientes das nossas responsabilidades. Estamos a preparar uma campanha alargada que em breve estará nas ruas e oportunamente anunciaremos. A Câmara Municipal do Barreiro está empenhada na construção de uma cidade mais verde. Acreditamos que todo o investimento no equilíbrio ecológico é não só melhorar a qualidade de vida de todos hoje, mas é sobretudo valorizar a herança que queremos deixar para as futuras gerações de barreirenses.
Em várias campanhas públicas, temos vindo a promover a poupança da água, sensibilizando para a necessidade de gerir com so-
Sofia Martins Vereadora da Câmara Municipal do Barreiro
Lua Nova – 9 Dezembro 2007 às 17h40m Quarto Crescente – 17 Dezembro 2007 às 10h17m Lua Cheia – 24 Dezembro 2007 às 01h15m Quarto Minguante – 31 Dezembro 2007 às 07h51m
Dezembro ou seca as fontes ou levanta as pontes. JANEIRO
Lua Nova – 8 Janeiro 2008 às 11h37m
Lua Cheia – 22 Janeiro 2008 às 13h35m
Quarto Minguante – 30 Janeiro 2008 às 05h03m
Quarto Crescente – 15 Janeiro 2008 às 19h46m
Janeiro fora, cresce o dia uma hora. FEVEREIRO
Lua Nova – 7 Fevereiro 2008 às 03h44m
Quarto Crescente – 14 Fevereiro 2008 às 03h33m
Lua Cheia – 21 Fevereiro 2008 às 03h30m
Quarto Minguante – 29 Fevereiro 2008 às 02h18m
Em Fevereiro chuva, em Agosto uva.
PARA APRENDER…
FICHA TÉCNICA Câmara Municipal do Barreiro Rua Miguel Bombarda 2830-355 Barreiro Divisão de Sustentabilidade Ambiental Rua Stinville nº11 2830-144 Barreiro Linha Verde: 800 205 681 Centro de Educação Ambiental da Mata Nacional da Machada e Sapal do Rio Coina Tel.: 212 153 114 - Tel./Fax: 212 141 186 E-mail: ceambiental@mail.telepac.pt
www.cm-barreiro.pt Design e Paginação: Rostos da Cidade
Impressão: Belgráfica Rua da Corça - Alhos Vedros Data de Edição: Janeiro de 2008
As constelações são grupos de estrelas, que mantêm aparentemente a mesma posição umas em relação às outras e que os astrónomos da antiguidade imaginaram formar figuras de pessoas, animais ou objectos. As constelações mais populares são: a Cassiopeia, em forma de M ou W; a Orion, um trapézio com três estrelas seguidas dentro; e a Ursa Maior e Ursa Menor, que parecem sertãs. Esta última, a Ursa Menor, tem na ponta da cauda, a estrela polar que indica o norte.
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ATL de Natal 2007 Como já é costume, os ATL na altura das férias escolares fazem as delícias dos mais pequenos. Este Natal, o Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do Rio Coina voltou a reunir um grupo de crianças dos 6 aos 12 anos para a realização de várias actividades. Desde os passeios de BTT, que estão no top das preferências dos nossos participantes, jogos de descoberta pela mata, escalada, orientação, passando pela arqueologia, elaboração e colocação de comedouros para pássaros, até à culinária e artes decorativas, a animação é garantida para quem gosta e quer aprender sobre ambiente. Com o Natal à porta, o nosso grupo também não esqueceu esta temática e aproveitou o mote para explorar a questão dos resíduos. As decorações de natal e uma lembrança para levar para os pais foram feitos através da reutilização de materiais. A semana terminou em festa com um pequeno lanche e a presença dos pais que vieram assistir às surpresas programadas pelos seus pequenos. Para todos, o desejo de um 2008 em grande, com a promessa de mais ATL para a Páscoa e Verão!
CLICK ! – FOTOREPORTAGEM
A escalada foi um sucesso.
Actividade de orientação pela Mata.
Jogo de outdoor “Cuidar da Biodiversidade”.
O convívio é sempre garantido.
Actividade de arqueologia. Os nossos artistas pintaram vasos, partiram-nos e voltaram a juntar as peças.
É Natal! É Natal!
Ensaio da canção de natal para a festa de encerramento.
Colocação de comedouros para pássaros, que continuam a ter visitantes.
Presença dos pais na festa de encerramento.
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Subida do Rio Coina:
Passeio pelo Valor Natural do Sapal de Coina Cerca de 30 embarcações participaram na Subida do Rio Coina, que envolveu aproximadamente 100 participantes, incluindo o bi-campeão mundial em remo, Carlos Oliveira “Bóia”, indiscutível referência nos desportos náuticos, que apadrinhou esta iniciativa. Realizando-se pelo segundo ano consecutivo, esta actividade promete repetir-se em 2008, prevendo-se um aumento da participação. Esta acção teve o envolvimento e participação de clubes, associações desportivas e toda a população com embarcação própria que se quis juntar, subindo o rio em barcos a remo, em canoas, em barcos à vela e em barcos a motor. A Subida do Rio Coina tem como objectivo dar a conhecer a paisagem e espaço envolvente ao Sapal do Rio Coina, sensibilizar os cidadãos para a preservação deste local, bem como aproximar os barreirenses do rio através de uma actividade náutica, uma vez que possuímos condições privilegiadas para a prática. Esta iniciativa teve lugar dia 23 de Setembro com partida agendada para as 10h. A navegação prolongou-se até hora de almoço, altura em que foi servido um buffet de confraternização para os participantes. No final, o Vereador do Ambiente, Bruno Vitorino, referiu que “esta é uma iniciativa que
se pretende cada vez mais participada. Porque para além de ser uma actividade que visa alertar para a importância do Sapal no
ambiente do concelho, permite também dar a conhecer a beleza natural daquele espaço. ”
BREVES
Dia Europeu sem Carros No dia 22 de Setembro, celebrou-se mais um Dia Europeu Sem Carros, iniciativa que pretende chamar a atenção de todos para questões relacionadas com a mobilidade sustentável e qualidade do meio urbano. A Câmara Municipal do Barreiro voltou a pro-
por aos cidadãos, actividades para redescobrirem a sua cidade num ambiente mais saudável e agradável, através de um passeio de ciclo-turismo. Este contou com a participação de vários grupos, tal como os Fidalbike e QVG Bike Team, agrupamentos de escuteiros do
concelho e demais munícipes, juntando um total de 80 participantes. O passeio teve início junto da Estátua Alfredo da Silva e terminou no Parque da Cidade, com um pequeno-almoço de convívio oferecido a todos os que “pedalaram” por esta iniciativa.
Reciclar para ajudar
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Campanha de Natal 2007 Como pequenos gestos se traduzem em grandes acções, esta época natalícia foi celebrada com um apelo: Reciclar! Nesta altura do ano, em que se produzem tantos resíduos, a Câmara Municipal do Barreiro, através da Divisão de Sustentabilidade Ambiental, voltou a apostar no mote da reciclagem. À semelhança de anos anteriores, lançou-se mais um desafio: recolher o maior número de material reciclável (latas, garrafas de PET, embalagens e tampinhas) como forma de sensibilizar a população para a problemática da gestão dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Pretendeu-se com esta acção, encher quatro grandes cubos em acrílico transparente, que estiveram em exposição na praça principal do Parque da Cidade, com decoração alusiva à época de Natal. A iniciativa arrancou no início do mês de Dezembro, através da divulgação junto da população do concelho e recolha de material em diversas escolas e instituições, e prolongou-se até ao dia 6 de Janeiro de 2008, altura em foi feito o encaminhamento dos resíduos para a AMARSUL para valorização. A adesão a esta iniciativa foi imediata e os resíduos trazidos pela população e recolhidos nas escolas, agrupamentos de escuteiros e outras instituições do concelho conseguiram compor estes “presentes ecológicos”, que tiveram que ser esvaziados por diversas vezes. A recolha somou cerca de 60 quilos de latas e embalagens de plástico e 700 quilos de tampinhas. Todo este material poderá ser transformado em novos objectos ou matéria-prima de excelente qualidade. Esta matéria valiosa a que chamamos lixo, é afinal uma importante fonte de recursos que pode ser valorizada. Trata-se de um passo indispensável no sentido de poupar os recursos naturais do planeta,
proteger os espaços verdes, consumir menos energia e reduzir a poluição. Desta forma, a reciclagem é uma boa prática que deve ser seguida por todos e que assegura que os resíduos que produzimos poderão ser transformados em novos materiais, dando assim continuidade a um ciclo que protege o ambiente! Esta campanha teve ao mesmo tempo um cariz de Solidariedade, uma vez que se vai ajudar as Corporações de Bombeiros do Concelho do Barreiro, através da aquisição de material necessário ao bom funcionamento destas instituições.
Assim, esta iniciativa foi um meio de incitar à recolha selectiva através de uma campanha de solidariedade. Reciclar para ajudar veio reforçar a importância da preservação do meio ambiente e veio oferecer um sorriso às corporações de bombeiros do nosso concelho, que trabalham diariamente para salvar vidas e ajudar os outros! A junção destes dois propósitos, a reciclagem e a solidariedade, foi a forma que encontrámos para este ano, celebrar consigo o amor, compreensão e altruísmo, características inerentes ao Natal.
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A importância de uma alimentação saudável cool ou cafeína e de alimentos ricos em açúcar, sal e gorduras deve ser moderado e limitado às ocasiões festivas.
Uma alimentação saudável é, em primeiro lugar, uma alimentação variada. Os diversos alimentos contêm teores variáveis de proteínas, hidratos de carbono, gorduras, fibras, vitaminas e sais minerais, pelo que a variedade alimentar é a principal forma de garantir a satisfação de todas as necessidades nutricionais, que variam consoante a idade, o sexo e a actividade física de cada um. A Roda dos Alimentos é uma imagem circular que divide em 8 grupos os alimentos que devem fazer parte da alimentação diária: 1. Os cereais e tubérculos (pão, massa, batata), ricos em hidratos de carbono, vitaminas, minerais e fibras. 2. Os hortícolas (hortaliças e legumes), ricos em vitaminas, minerais e fibras. 3. Os frutícolas (frutos frescos), ricos em vitaminas, minerais e fibras. 4. Os lacticínios (leite e derivados), ricos em proteínas, hidratos de carbono (lactose), vitaminas e minerais (cálcio). 5. A carne, pescado e ovos, ricos em proteínas, vitaminas e minerais (ferro). 6. As leguminosas (favas, ervilhas, grão, feijão, lentilhas), ricas em hidratos de carbono, proteínas, minerais (ferro) e fibras. 7. As gorduras e óleos (azeite, banha, óleos alimentares, margarina, manteiga, natas), ricos em gorduras e vitaminas. 8. A água e bebidas sem adição de açúcar, álcool ou cafeína. O consumo de bebidas contendo açúcar, ál-
Assim, e de acordo com a Roda dos Alimentos, um dia alimentar equilibrado deve começar com um pequeno-almoço composto por um lacticínio (leite ou iogurte) e um cereal (pão ou flocos de cereais). O almoço e o jantar deverão conter fibras (sopa de legumes, salada, fruta), proteínas (carne, peixe, ovo, leguminosas) e hidratos de carbono (batata, arroz, massa). E entre as principais refeições deverão existir pequenos lanches, que devem conter um lacticínio ou uma peça de fruta, sempre acompanhados por um cereal. É fundamental a realização de cinco a seis refeições ao longo do dia, com intervalos de aproximadamente três horas. Igualmente importantes são a ingestão de água, em quantidade igual ou superior a um litro e meio por dia, e a prática regular de exercício físico, em tempo igual ou superior a trinta minutos diários. Uma alimentação saudável garante o aporte de energia necessária ao crescimento, desenvolvimento (físico e intelectual) e bom funcionamento do corpo humano (respiração, circulação sanguínea, digestão, etc.), prevenindo o aparecimento precoce de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, entre outras. As diferentes técnicas culinárias não só tornam os alimentos comestíveis, facilitando a sua digestão, como ainda eliminam microrganismos prejudiciais. Fritar, grelhar, assar, escalfar, cozer ou guisar são técnicas que alteram de modo diferente o sabor, a consistência e o valor nutricional dos alimentos, facto que deve ser tomado em conta aquando da sua escolha. Para uma confecção saudável, deve evitar-se a fritura, bem como os alimentos ricos em gorduras saturadas (banha, manteiga, carnes e queijos gordos, etc.), optando por
técnicas culinárias que não requerem adição de gordura e por alimentos ricos em fibras (hortícolas, frutícolas e leguminosas), vitaminas e gorduras insaturadas (azeite e óleos alimentares). É também importante o cumprimento das regras básicas de higiene durante a confecção. Uma alimentação saudável requer, para além de variedade e equilíbrio, alimentos de elevada qualidade e em bom estado de conservação, confeccionados de modo a manter o seu valor nutricional e evitando fontes de contaminação. Rui Cabrita, Dr. Sónia Rodrigues, Dra. NUTRICIONISTAS
Curiosidades Os brócolos são uma boa fonte de vitaminas (B3, B5, C, ácido fólico e betacaroteno) e minerais (cálcio, magnésio e fósforo). Têm propriedades antioxidantes e são uma excelente fonte de fibras. As bananas são ricas em potássio, vitaminas (C, K, B6 e betacaroteno) e pectina. Têm propriedades laxantes, induzem o sono e ajudam a diminuir o colesterol e a eliminar os metais tóxicos do organismo. Os agriões são ricos em minerais (cálcio, magnésio, iodo, fósforo e potássio) e vitaminas (C e betacaroteno). Têm propriedades diuréticas e estimulam a tiróide. As cenouras contêm cálcio, magnésio, potássio, fósforo e betacaroteno, pelo que actuam como antioxidante e desintoxicante. O salmão é uma excelente fonte de vitaminas (D e E), minerais (cálcio e selénio) e ácidos gordos ómega 3. Tem propriedades antioxidantes e fortalece o sistema imunitário, ossos e dentes. O grão-de-bico é rico em proteínas de elevado valor biológico, fibras, vitaminas (betacaroteno e ácido fólico) e minerais (cálcio, magnésio, fósforo, potássio, zinco e magnésio). Tem propriedades depurativas e laxantes.
observatório 7
Pinheiro bravo Pinus pinaster As pinhas têm uma forma cónica (semelhantes a um cone), podendo ou não ser iguais dos dois lados (simétricas). Amadurecem no final do Verão e libertam as sementes que se denominam “peniscos”. O pinheiro-bravo propaga-se por semente com facilidade, contudo a maior parte dos povoamentos é concebida por plantação.
A origem do pinheiro-bravo foi alvo de algumas discussões, tendo sido originária ou introduzida, o facto é que se trata de uma espécie integrante da história natural da Península Ibérica. Durante o século XX, teve o seu pico de expansão pelo território nacional, fazendo parte dos grandes programas de arborização. As suas características fizeram deste, a principal espécie a ser utilizada para a contenção das dunas litorais. Após a década de 40, a área total de pinheiro bravo aumentou exponencialmente, através da expansão para as regiões serranas do interior do país, que de acordo com o padrão de ocupação florestal da época, representava mais de 40% da área florestal nacional. O pinheiro-bravo é uma resinosa de grande porte, que atinge 25 a 30 metros, podendo em casos extremos atingir os 40 metros de altura. Em exemplares jovens apresenta uma copa do tipo piramidal (semelhante a uma pirâmide), passando a arredondada em adulto. O tronco encontra-se coberto por uma casca espessa, profundamente fendida e de cor castanho-avermelhada. As folhas são persistentes, em forma de agulhas, agrupadas duas a duas, medindo entre 10 e 25 cm de comprimento. É uma espécie monóica (ou seja, o mesmo indivíduo apresenta flores femininas e masculinas). As flores femininas (amentilhos) florificam em Fevereiro e Março, encontrando-se dispostas em inflorescências terminais. Por outro lado, as flores masculinas encontramse agrupadas lateralmente nos ramos, em inflorescências, em forma de espiga de cor dourada.
Esta árvore, da família das pináceas, é considerada uma excelente pioneira, vegetando em solos degradados, de preferência arenosos e soltos, não tolerando os solos calcários. Trata-se de uma espécie de crescimento rápido, que prefere zonas chuvosas, com luz e apresenta tolerância à seca e às geadas. Do pinheiro-bravo é extraída madeira para o fabrico de pranchas e aglomerados, e também resina, que é utilizada para a extracção de aguarrás e pez. Por outro lado, as fibras são de boa qualidade para a produção de pasta de papel. A casca do tronco é, por sua vez, rica em tanino, que é utilizado no curtimento de peles. Trata-se assim de uma espécie com grande interesse económico, que fornece uma considerável produção de madeira e que permite
Classificação Científica
PINHEIRO-BRAVO Reino Plantae
Família Pinaceae
Divisão Pinophyta
Género Pinus
Classe Pinopsida
Espécie Pinus pinaster
Ordem Pinales a recuperação de solos degradados e vítimas de erosão. Torna-se assim necessário, hoje em dia, garantir uma gestão mais cuidada dos pinhais, permitindo um aumento dos rendimentos de exploração. Nuno Cabrita, Eng. Divisão de Sustentabilidade Ambiental Câmara Municipal do Barreiro
8 perfil
Turismo e Sustentabilidade Interagir para preservar! Desde os primórdios dos tempos que o homem despertou para a necessidade de dar “novos mundos ao mundo”, criando metas e horizontes, delineando caminhos imaginários que despontam como objectivo. O turismo surge num enquadramento de fuga à vida quotidiana e também como uma forma de motivação, associada à vontade de viajar para locais onde as culturas, usos e costumes se apresentam de forma diferente à vivida habitualmente por cada um. Os caminhos imaginários foram tomando contornos reais à medida que o turismo surge como uma importante actividade económica, capaz de desenvolver destinos com poucas capacidades de geração de capital e de baixos recursos, porém com elevado potencial turístico, quer ao nível cultural, quer ao nível patrimonial. Hoje em dia, destinos que eram quase desconhecidos surgem como “capa de revista” e encontram-se já “turistificados” e massificados sem que para isso tenha havido uma planificação espacial e económica que lhes tivesse permitido crescer com sustentabilidade. A problemática do desenvolvimento sustentável surge, erradamente, na maioria dos casos, após o crescimento económico que conferiu aos destinos estabilidade a esse nível. As populações não foram preparadas para este “boom”, o espaço não foi adaptado a esta realidade e é agora impreterível uma tomada de posição nesta matéria. Neste enquadramento, o ambiente natural surge como factor decisório na escolha de um destino. É cada vez mais importante manter a história, tradição e costumes de locais de destino e manter a sua caracterização original, para que se guarde o tradicional, o puro e o genuíno, que é, na verdade, o que se procura cada vez mais. Se nos reportarmos ao caso específico de Portugal, a fuga para locais com oferta qualificada a nível de património natural são os mais procurados. Estadias com valências tão simples como poder respirar ar puro, andar de bicicleta, observar espécies animais e vegetais, agro-turismo, turismo de natureza e actividades radicais em contacto com o meio ambiente são as mais valorizadas, e é quase como um voltar aos primórdios e à autenticidade dos locais, devolvendo-lhes a calma, o cariz e o tradicionalismo que em muitos casos, lhes foi retirado pelo turista ou pelo visi-
tante massivo! É através de um crescimento sustentado e de um desenvolvimento sustentável e planificado que se recolhe e protege o património identitário de cada lugar, região, povo ou país. O Turismo de qualidade desenvolve-se com base na sustentabilidade, mas não é menos verdade que o planeamento/desenvolvimento sustentável potencia o crescimento e implementação da actividade turística. O papel do ser humano e as boas práticas são uma peça fundamental, uma vez que é um facto adquirido que a interacção é imprescindível em qualquer processo de planeamento. O nosso país é uma fonte de inspiração, cultura e património ambiental. Temos praia, história, neve, tradições, floresta, gastronomia de
qualidade, montanha, clima simpático e muito potencial que pode e deve ser aproveitado regradamente. Perante este nível de valor, é imperativo que não se permita a degradação dos recursos ambientais, pois serão eles que nos apoiarão nesse mesmo processo turístico que já a tantos níveis nos distingue pela qualidade. Planear para proteger e interagir para preservar é apostar numa visão muito mais alargada da riqueza que possuímos, obtendo assim um olhar mais atento e mais rico do nosso passado, presente e futuro! Sílvia Ratão, Dra. Técnica de Estratégia e Gestão Turística
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Vamos cozinhar?
Gelatina de maçã com passas Pede a ajuda de um adulto e toca a colocar o avental! Uma sobremesa cai sempre bem, mas se for saudável, ainda melhor! Pede a ajuda de um adulto e deita mãos à obra!
Ingredientes necessários: (para 10 pessoas)
1 - Descasca as maçãs e corta-as em pedacinhos. Coloca-as num tacho e rega-as com o sumo de limão. Leva o tacho ao lume, em fogo alto, e quando a maçã começar a libertar alguma água, reduz o lume e tapa. Vai me xendo frequentemente. 2 - Quando os pedaços de maçã começarem a ficar bem cozidos e a desfazer-se, junta as sultanas. Com a ajuda de uma colher de pau desfaz a maçã para que surjam apenas pequenos pedaços na gelatina pronta.
• 2 kg de maçã Royal Gala (ou outra qualidade bem docinha) • sumo de 2 limões • 5 colheres de sopa de passas sultanas (sem grainha) • 2 folhas de gelatina
junta as folhas de gelatina. Mexe e deixa ferver durante 5-7 minutos. 4 - Coloca num recipiente (com cerca de 5 cm de altura para poderes mais tarde cortar em fatias) e deixa arrefecer. Quando estiver morno leva ao frigorífico (para dar consistência). E já está … Bom apetite! Fonte: www.florbelamendes.net (adaptado)
3 - Acrescenta cerca de 2,5-3 dl de água ao puré, deixa levantar fervura e, nessa altura,
Vamos aprender?
Poema
Descobre na sopa de letras, as seguintes palavras:
O Inverno
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Reutilizar Reduzir Reciclar Garrafa Tampinha Presente Lata Árvore Natal Inverno Resíduos Solidariedade
Velho, velho, velho. Chegou o Inverno. Vem de sobretudo, Vem de cachecol, O chão onde passa Parece um lençol. Esqueceu as luvas Perto do fogão: Quando as procurou, Roubara-as um cão. Com medo do frio Encosta-se a nós: Dai-lhe café quente Senão perde a voz. Velho, velho, velho. Chegou o Inverno. Eugénio de Andrade
Sabias que...
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O chá
Para ap re te, prin ciar melhor esta ép cipalm o e imune , ajuda nte se este ca do ano, na t n da iv d gripes tão fre o o organism er as vantag melhor que quente um c e o ns a comb s nesta ater as de aumenta há quenestaçã Aqui s r inúme o! egue a ras con o sistema sugest mas: s tipaçõe ão de se dois ch Chá de á s que milefó ajudam lio Chá de a alivia rosa-ca , hortelã-pim r esses enta e nina, t omilho flôr de sintosabugu e cantá Misture eiro ria quantid ver so bre 10 ades iguais destas g dest coe. Be am plan b Pode a a três vezes a istura. Deixe tas e deite 2 doçar c o dia. 0 em inf om um usão d 0ml de água a colhe urante a r de so 10 min ferSiga es breme u ta suge t os e sa de m st aquece el. r neste ão e não deix e de to Invern o!! mar um chá be m que ntinho para se filipajn a
Filip turalis ta@ho a Jorge tmail.c om
… O Inverno chegou! Porque é que muitas árvores não têm folhas no Inverno? De certeza que já reparaste que as folhas de algumas árvores, começam a cair por altura do Outono e chegado o Inverno ficam apenas os ramos nus. São as chamadas árvores de folha caduca, características das zonas temperadas do nosso globo.
mento, através das folhas, pelo processo da fotossíntese. A clorofila, substância de pigmentação verde, ajuda a que isso aconteça, e é ela que confere a cor verde às folhas. Na verdade, o amarelo, laranja, vermelho, que vemos nas folhas por altura do Outono, estiveram lá todo o ano, no entanto, a clorofila não permitia que as pudéssemos ver. E o que sucede então depois do Outono?
Mas porque é que isso acontece? As árvores necessitam de luz solar para fabricarem o seu próprio ali-
Com o Outono, os dias começam a ficar mais pequenos e os raios solares diminuem de intensidade e duração, diminuindo também o processo de fotossíntese. Também os nutrientes absorvidos pelas raízes são mais difíceis de captar. As folhas começam a tornar-se “órgãos dispendiosos” para a árvore, até porque através delas também se perde muita água no processo de transpiração. Desta forma, a árvore começa a preparar-se para perder as folhas, e um dos primeiros componentes que deixa de produzir é a clorofila, começando então a aparecer diferentes cores correspondentes a cada espécie de árvore. A glucose produzida pelas folhas (espécie de açúcar que é o seu alimento) é armazenada pela árvore e à medida que as folhas ficam sem nutrientes, vão caindo, e a árvore passa o Inverno em período de dormência. Estas folhas vão-se decompondo e acabam por desaparecer, e por esta altura já poucas se vêem pelo chão. Ficam apenas os ramos nus das árvores à espera que o bom tempo regresse para se cobrirem novamente de folhas verdes, cheias de clorofila!
síntese 11
Porque a vida passa pela constante procura de Equilíbrios… o Risco passou a ser uma “escola” para a responsabilização e cidadania CONTACTOS:
Parque de Aventuras Mata Nacional da Machada 2830-411 Coina - Barreiro Tel. : 21 216 58 63 aventura.ao.trabalho@hotmail.com
Foi nesta lógica que surgiu o Parque de Aventuras da Mata Nacional da Machada, uma estrutura de suporte para o trabalho desenvolvido pela Associação de Educação e Inserção de Jovens – “Questão de Equilíbrio”, criada por um grupo de voluntários decididos a pôr fim a situações de risco e exclusão social vividas por menores em situação de abandono e negligência, no distrito de Setúbal. Com o desenvolvimento do trabalho, rapidamente surgiu a necessidade de apoiar também as famílias destruturadas destes jovens. Assim, foi criado o Parque de Aventuras, em 1998, localizado num ambiente privilegiado, no seio da Mata Nacional da Machada, num espaço cedido à associação pela DGRF, com o intuito de desenvolver projectos na área da
reinserção social, destinado a públicos desfavorecidos em situação de exclusão social, com problemáticas associadas a toxicodependência e reclusão, entre outras, com o principal objectivo de dotar os indivíduos em causa com competências pessoais, sociais e profissionais que lhes permitissem uma integração contínua e efectiva na sociedade. Na base da intervenção Psicopedagógica, associada ao trabalho contínuo desenvolvido pela “Questão de Equilíbrio”, estão as Actividades de Risco Controlado, actividades de outdoor, realizadas em contextos específicos, normalmente no seio da natureza, utilizando recursos físicos existentes que facilitam alterações comportamentais e a modelagem emocional. Nesta perspectiva, as ARC permi-
tem o desenvolvimento da solidariedade, do respeito, da confiança, da responsabilidade e do auto-conhecimento. Com o intuito de proporcionar ao público em geral, a mais-valia associada a esta prática, foram criadas em 2004, infra-estruturas que permitem a realização destas actividades a públicos diversos. Deste modo, o Parque de Aventuras está equipado de forma a permitir a realização destas actividades, incluindo uma parede de escalada, com três vias, e um circuito aéreo de obstáculos, composto por dez estações. Actualmente, as estruturas existentes são utilizadas por grupos diversificados, como empresas, escolas, colégios, colónias de férias, festas de aniversário, cumprindo os objectivos pedagógicos associados a este tipo de actividades e incentivando o cumprimento de normas e regras de segurança e o respeito pela natureza. Sara Cravo, Dra. Psicóloga Associação “Questão de Equilíbrio”
Breves
Coastwatch e as Comunidades Ribeirinhas Projecto europeu de defedefesa do litoral, o Coastwatch pretende melhorar o coconhecimento da situação ambiental em que se enencontram as zonas de costa e as comunidades ribeiriribeirinhas da Europa. A observação directa das várias frentes ribeirinhas do nosso concelho, é tamtambém uma forma de sensibilizar escolas, instituições e população em geral, para os problemas ambienambientais que derivam dos impactes das actividades huhumanas. Este projecto concretiza-se através do levantamenlevantamento orientado de dados, através do preenchimento de um questionário de campo, actualizado este ano,
e disponível on-line em www.geota.pt. À semelhança dos últimos 4 anos, a caracterização ribeirinha do Concelho foi efectivada pelas escolas e agrupamentos de escuteiros do Barreiro, com apoio e coordenação local da Câmara Municipal, através da Divisão de Sustentabilidade Ambiental. A acção foi realizada nos meses de Novembro e Dezembro de 2007 e envolveu cerca de 240 participantes das seguintes instituições: Agrupamento de Escuteiros de Palhais Agrupamento de Escuteiros do Barreiro Agrupamento de Escuteiros do Lavradio Agrupamento de Escuteiros de Santa Cruz Agrupamento de Escuteiros de Santo André Escola Secundária de Santo André Clube da Floresta da Escola Mendonça Furtado Os dados reunidos foram enviados para o GEOTA
– Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, que assegura a coordenação a nível nacional, e serão utilizados para a elaboração de um relatório anual de caracterização da situação ambiental das zonas costeiras.
12 dicas e sugestões
Dicas ambientais
Workshop sobre Aves A Mata Nacional da Machada, mancha florestal inserida no tecido urbano da península de Setúbal e do concelho do Barreiro, apresenta-se como um espaço de elevado potencial educativo, já que possui características que podem no futuro constituir um parque ecológico, científico e recreativo, com actividades ordenadas, devido, entre outros factores, ao passado histórico relacionado com a actividade de produção florestal (diversidade florestal, talhões e viveiros florestais). Pelas suas características, este espaço florestal apresenta uma diversidade bastante interessante de aves.
É sobre essas aves e as do Sapal do rio Coina, que a Cooperativa Cultural do Barreiro organiza um workshop nos dias 22 de Fevereiro (noite – sessão teórica) e 24 de Fevereiro (manhã – sessão prática), com o formador Rui Lopo da Associação BAFARI (www.bafari.org), elemento com uma experiência de mais de 15 anos de observação, estudo e formação sobre aves, entre as quais, as que ocorrem na Mata da Machada. Para inscrições e/ou mais informações, deverá contactar a Cooperativa Cultural do Barreiro através do telefone 21 207 6244.
- Este Inverno, quando acender a lareira evite as acendalhas (feitas a partir de petróleo), e experimente utilizar tiras de casca de laranja seca. Aproveite este truque que tem a vantagem de deixar um cheiro agradável na casa, para além de contribuir para poupar os recursos naturais do planeta. - Um bom isolamento das portas e janelas é também muito importante para manter uma temperatura mais agradável, uma vez que é por aqui que se perde grande parte do calor e do frio de uma habitação. - A utilização de um cortinado ajuda a reduzir significativamente as perdas de calor de uma casa. Por esta altura, faça um bom uso dos cortinados, abrindo-os de manhã para receber o calor do sol e fechando-os no final do dia quando começar a escurecer.
Sugestões Nesta edição (Outubro, 2007), é apresentada uma visão mais ampla sobre a governança para um turismo sustentável, a interacção do turismo com as dinâmicas territoriais, o reconhecimento da sustentabilidade de destinos e empreendimentos turísticos por via da certificação ou de outros mecanismos, com particular enfoque na sua responsabilidade social na promoção de um turismo acessível a todos. Para mais informações: www.geota.pt.
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