Revista
Ano 8 • Edição 38 Disponível para Android e iOS
Iniciativa é apoiada pela população
Decisiva para o sucesso de todos
CENÁRIO POSITIVO PARA ESTE ANO
REPL LETO DE PRO OJEÇ ÇÕES OTIM MISTA AS, O ANO O QUE E INIICIA DEVERÁ Á SER R MARCADO O POR R UM M SET TOR FARM MACÊUTIC CO EM USCA DE MA AIS DIV VERS SIFICA AÇÃO O EM PRODUTO OS E SER RVIÇO OS BU
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ÍNDICE
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8 ACONTECE
OS PRINCIPAIS R EVENTOS DO SETOR
16 MERCADO
NOVIDADES DO MUNDO FARMA
20 ENTREVISTA
DIRCEU RAPOSO DE MELLO
24 CAPA
UM 2018 OTIMISTA E PROMISSOR
28 ARTIGO
GISELA MANGABEIRA RA DE SOUSA
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48 44 30 CONSULTÓRIOS FARMAS ˆ TENDENCIA VOLTA AO SETOR
33 ARTIGO
GUSTAVO GRISA
34 LOGÍSTICA EUROPEIA O SEGREDO DA MULTIMODALIDADE
42 ARTIGO
ISMAEL ROSA
44 AUTOMATIZAÇÃO
SISTEMAS GERAM POTENCIALIZAÇÃO
48 BOM ATENDIMENTO
ESSENCIAL PARA UMA FARMÁCIA
52 ARTIGO
36 ARTIGO
ALBERTO KEIDI KUREBAYASHI
38 MOTIVAÇÃO E CAPACITAÇÃO
NECESSÁRIOS EM TODAS AS ESTAÇÕES
PROF. GRETZ BASES DA LOGÍSTICA EFICIENTE
54 PROTETORES E REPELENTES 58 PARCEIROS
NEO QUÍMICA E EDITORA CMN
CAROS ASSOCIADOS, SÓCIOS COLABORADORES E COLEGAS DO SETOR
EXPEDIENTE
EDITORIAL
Juliano Cunha Vinhal Presidente do Conselho Diretivo da Abradilan
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A economia brasileira apresenta os primeiros passos rumo à recuperação. O varejo farmacêutico é o setor que tem obtido os melhores resultados e puxado os números para cima, sendo o ramo que menos sentiu o impacto das flutuações econômicas. E as perspectivas para 2018 são ainda melhores, pois a economia deverá avançar um pouco mais (de acordo com o boletim Focus, emitido pelo Banco Central do Brasil, o PIB deverá aumentar em 2,7%) e o varejo farma, ao que tudo indica, terá um ótimo ano. Por essa razão, a matéria de capa desta edição traz um balanço de 2017 e previsões para 2018. A distribuição pode ser um grande diferencial competitivo neste segmento. Os medicamentos exigem cuidado no transporte e armazenamento para que a conservação das propriedades terapêuticas. Nesse contexto, uma equipe competente e com grande conhecimento técnico faz toda a diferença. É possível também buscar inspiração nos sistemas europeus que utilizam a multimodalidade, programando minuciosamente as movimentações de carga. Esses dois assuntos, tão importantes para o profissional distribuidor, também Baixe na Apple Store e estão presentes nesta edição. Google Play ou utilize um Entre outros temas, este número de Abradilan também aborda a automatização no segmento farmacêutico em busca de maior eficácia – trata-se de forte tendência para os próximos anos; a expansão do consultório farmacêutico, um modelo que já caiu nas graças da população no interior do país; e a importância do bom atendimento e da personalização para tornar fiel um público cada vez mais exigente. Esperamos que você tenha um ano de excelentes resultados.
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Boa leitura a todos.
ABRADILAN (Gestão 2017/2019): Presidente do Conselho Diretivo: Juliano Cunha Vinhal(Meditem/MG); Vice-presidente: Vinicius Casimiro Carneiro Andrade (Orgafarma/MG); Diretor-financeiro: Jony Anderson Tavares de Sousa (Emefarma/RJ); Diretor de Relações Institucionais: João Orologio Marchiori (Elite/SP); Diretor-secretário: Teo Vargas de Machado (Baiana Medicamentos/BA); Diretor-secretário Adjunto: Zanone Alves de Carvalho Junior (Grupo Utildrogas/GO) . Conteúdo, Edição e Arte: Editora CMN (19) 3583-1251 Direção Executiva: Alexandre Serpentino, Edison Lopes Bernardo e Tiago Serpentino Jornalista Responsável: Rafael Guedes - MTB 0011210/PR Redação: Daniel Sender e Michelle de Geus Direção de Arte: Raphael Freire Revisão: Diogo Coelho Atendimento: Edison Lopes Bernardo Administração: Fabiana Cruz Relacionamento: www.editoracmn.com.br IMPRESSÃO: Gráfica NywGraf Tiragem: 2 mil exemplares. Publicação produzida para a Abradilan direcionada para associados, fornecedores, clientes, profissionais e interessados no mercado farmacêutico. A Abradilan não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados ou opinião de terceiros. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização. Para anunciar: Tiago Serpentino - tiago.serpentino@editoracmn.com.br, contato: (19) 97117-7435.
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ACONTECE Fotos: Clayton Cantanti do Santos e Luiz Eduardo Maues Cunha
DEIXOU
SAUDADE A 11ª Convenção Anual da Abradilan, realizada no México, promoveu o encontro de associados, sócios colaboradores e convidados
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inco dias de lazer, trocas de experiências e aprendizado em um verdadeiro paraíso. Foi isso que a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) ofereceu aos seus associados, sócios colaboradores e convidados durante a 11ª Convenção Anual da Abradilan, que aconteceu de 1 a 6 de novembro em Riviera Maya, no México. Os presentes ficaram hospedados no Grand Palladium Resort & Spa e puderam desfrutar de momentos de celebração e confraternização junto aos amigos, colegas do setor e familiares. Cerca de 400 pessoas, entre sócios, diretores e gerentes de empresas associadas à Abradilan participaram do evento.
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Por Michelle de Geus
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ACONTECE
INTEGRAÇÃO Na avaliação de Alex Milczarek, diretor comercial da Distribuidora Focofarma, a Convenção Anual da Abradilan é “algo único”, visto que promove a oportunidade de rever amigos, fazer novas amizades e ampliar o networking. “A convenção no México foi diferenciada, pois tivemos a experiência de vivenciar uma cultura estrangeira. O ponto mais interessante para mim foi a integração entre as famílias e a soma de novos conhecimentos”, detalha. José Soares, diretor da Hospidrogas, empresa especializada no comércio de produtos hospitalares, tem uma opinião semelhante. “Achei fantástica a convenção deste ano. Além de propiciar a integração entre os associados em um lugar maravilhoso, tivemos a oportunidade de conhecer uma nova cultura, um país belíssimo, um povo acolhedor e uma perfeita harmonia entre todos”, elogia.
EXPECTATIVA Na visão de Danilo Bertolletti, gerente-executivo da Abradilan, o evento permite aos associados de todo o Brasil trocarem experiências com colegas de regiões diferentes. “Há também a oportunidade de a Abradilan apresentar as novidades relacionadas às ações que promove, abrindo espaço para as sugestões de nossos parceiros nos rumos da associação, visto que nesse evento contamos com a presença de nosso conselho diretivo, que fica à disposição dos associados”, acrescenta. Os participantes desfrutaram de momentos marcantes nas praias da região, renovaram as energias e voltaram ansiosos pela próxima convenção. “A Abradilan já está começando a preparar o evento do próximo ano e as expectativas são as melhores possíveis. Estamos trabalhando intensamente para que a Convenção Abradilan 2018 seja ainda mais especial. Em breve anunciaremos o local aos nossos associados e parceiros”, garante Bertolletti.
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ACONTECE
LISBOA Evento incentivou a atualização e capacitação de empresários com base na realidade do setor em Portugal
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ntre os dias 14 e 21 de outubro último, a Abradilan promoveu mais uma Viagem Técnica Internacional (VTI). Desta vez, o destino escolhido foi a cidade de Lisboa, em Portugal. O objetivo da viagem foi promover a atualização e capacitação de empresários com base na realidade do setor em outros países. O principal assunto discutido durante a VTI foi o cenário do setor farmacêutico na Europa e em Portugal, bem como novas tecnologias e tendências para os próximos anos. A viagem contou com a participação de 30 associados da Abradilan, do gerente-executivo da entidade, Danilo Bertolletti, e seis membros do conselho diretivo. Também estiveram presentes no evento o presidente da Federa-
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O presidente da Abradilan, Juliano Vinhal (centro), com os patrocinadores da Hypermarcas, Jeandré Cohen (esq.) e Argemiro Santos (dir.)
Fotos: Gil Costa
Por Michelle de Geus
ção Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácia (Febrafar), Edison Tamascia, e dois representantes da empresa patrocinadora Neo Química. De acordo com Bertolletti, cada empresário é responsável por aplicar em seu negócio o aprendizado adquirido nas ações promovidas pela entidade. “Uma das possibilidades que a Abradilan oferece é a parceria com a Fundação Dom Cabral, que há dois anos é a maior parceira da entidade em assuntos de gestão, e vem cada vez mais estabelecendo parcerias com os distribuidores associados em todo o Brasil. Os eventos que realizamos, entre eles a VTI, têm
fomentado o interesse de nossos associados no desenvolvimento de suas empresas e colaboradores”, comenta. A programação incluiu quatro dias de aulas em um renomado instituto de ensino de Portugal, o Indeg-Iscte Executive Education, bem como visitas técnicas a distribuidores e varejo locais. Para vivenciar o cotidiano do setor farmacêutico em Lisboa, a agenda contou ainda com visitas às distribuidoras Botelho e Profarin. A atividade foi realizada em parceria com executivos da empresa Knapp, fabricante de equipamentos de automação que apresentou suas soluções para o segmento.
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ACONTECE
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ABRADILAN CONTRATA NOVA
DIRETORA EXECUTIVA
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conomista e consultora do mercado de saúde há mais de 25 anos, Maria Cristina Amorim é a nova diretora executiva na Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan). Segundo ela, os associados da Abradilan visitam 96% dos municípios do país, atendem 71% das farmácias e estão presentes em 24 Estados. “Mesmo com essa ampla atuação, minha missão será produzir ainda mais sinergia no setor de distribuição, contribuindo para fortalecer a atuação da Abradilan junto aos associados, indústria, varejo, governo, associações e sociedade”, destaca. Formada em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), Maria Cristina Amorim é mestre em Economia e doutora em Ciências Políticas, coordenadora de pesquisa sobre a cadeia produtiva da saúde e professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
PRESIDENTE DA ABRADILAN PARTICIPA DO PRÊMIO DESTAQUE ASCOFERJ A Abradilan participou da 13ª edição do Prêmio Destaque Ascoferj, promovido pela Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj), destinado a premiar os fabricantes e distribuidoras de medicamentos de referência, genéricos e similares, assim como de produtos de perfumaria, higiene pessoal e beleza, que se destacaram em 2017. O presidente da Abradilan, Juliano Vinhal, teve a honra de subir ao palco para entregar o troféu à empresa Emefarma Rio, vencedora na categoria Distribuidor de Similar de Marca. O evento aconteceu em 23 de novembro no Windsor Barra Hotel, na Barra da Tijuca (RJ), e mais de 300 pessoas prestigiaram a premiação. As empresas foram eleitas pelos próprios associados por meio de um sistema de votação online desenvolvido para o prêmio.
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MERCADO
FÁBRICA DE BIOLÓGICOS É INAUGURADA EM BRASÍLIA O Distrito Federal ganhou a sua primeira fábrica de medicamentos biológicos. A União Química Farmacêutica investiu cerca de R$ 100 milhões na nova unidade. A unidade fabril está instalada na região administrativa de Santa Maria, localizada próxima à Brasília, e possui 10 mil m². Os medicamentos biológicos são produzidos a partir de células vivas e, inicialmente, a nova fábrica produzirá três tipos. Um deles é Interferon Alfa 2A, indicado contra hepatite B e C e alguns casos de leucemia. A capacidade de produção da fábrica é de 8 milhões de doses ao ano, e a expectativa é que os primeiros remédios cheguem ao mercado no primeiro de semestre de 2018. Também está prevista a produção de um novo fármaco para tratamento do câncer.
NOVO TRATAMENTO PARA ARTRITE REUMATOIDE NA EUROPA Um novo medicamento foi desenvolvido para pessoas que sofrem de artrite reumatoide e não estão respondendo aos tratamentos tradicionais. O Baricitinib age na estrutura da célula impedindo a formação dos nódulos, aliviando as dores e diminuindo o inchaço das articulações. O medicamento foi aprovado para uso em toda a Europa, mas ainda não possui previsão de chegada ao Brasil. Normalmente, 20% a 30% dos pacientes respondem positivamente às drogas comuns. Com o Baricitinib, esse índice chegou a 60%. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), mais de 2 milhões de pessoas possuem artrite reumatoide no Brasil. A doença pode causar deformação nos membros e perda de movimentos se não for tratada corretamente.
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CENTRALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS DO SUS TRARÁ ECONOMIA AO PAÍS O Governo Federal espera reduzir os custos em 20% ao centralizar o armazenamento e a distribuição dos medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) nas mãos de uma única organização. A empresa que vencer a licitação deverá buscar os produtos nos portos e aeroportos, armazená-los e transportá-los até a entrega. Atualmente, existem 15 contratos vigentes para a prestação desse tipo de serviço. Outra mudança é a concentração dos estoques em São Paulo, para ficar mais próximo dos dois maiores aeroportos do país. Além disso, a capital paulista representa 64% da demanda por medicamentos na região sudeste. O Ministério da Saúde (MS) gasta hoje R$ 170 milhões por ano com esse tipo de serviço.
NOVA DROGA CONTRA O HIV É APROVADA A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora norte-americana, aprovou um novo medicamento de combate à AIDS, o Juluca, que consiste em uma combinação de outros antirretrovirais já existentes no mercado, o dolutegravir e a rilpivirina. Além da vantagem de ser um único medicamento, ele possui menos efeitos colaterais do que os tratamentos convencionais. O Juluca deve ser tomado por pacientes com supressão do HIV há pelo menos seis meses, ou seja, é necessário tomar outros medicamentos antes. Na prática, ele mantém o vírus suprimido, melhorando a qualidade de vida do paciente. O Juluca é produzido pela ViiHealth Healthcare.
FARMÁCIAS PASSAM A APLICAR VACINAS A aplicação de vacinas em farmácias e drogarias foi regulamentada na cidade de São Paulo (SP) pela prefeitura da capital paulista. A novidade é uma conquista da classe farmacêutica e deverá trazer muitos benefícios para a população paulistana. De acordo com a nova norma, o farmacêutico será responsável por garantir o armazenamento adequado e o manuseio do produto, e informar mensalmente no Boletim Mensal de Doses Aplicadas, fornecido pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP). Os profissionais também estão autorizados a fazer a aplicação de inalação, medicamentos injetáveis, monitoramento da glicemia, medição da pressão arterial e temperatura corporal. A lei nº 16.739 foi sancionada pelo prefeito João Dória em novembro.
MERCADO
NOVO GENÉRICO PARA CÂNCER DE PRÓSTATA Em fins de novembro último, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou o registro do genérico acetato de abiraterona, indicado contra o câncer de próstata em metástase resistente à castração (quando as células malignas se tornaram resistentes à terapia hormonal tradicional – castração – após alguns meses de tratamento). O produto impede a progressão da doença e atua em conjunto com outros medicamentos, inibindo a produção de uma enzina necessária para a produção de androgênios e diminuindo consideravelmente os níveis desse hormônio. O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais comum em homens, perdendo apenas para o de pele. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, foram registrados 180.890 novos casos em 2016. Esse é o primeiro medicamento genérico aprovado para esse tipo de composto. A expectativa é que ele reduza os custos para o Governo Federal, visto que os genéricos custam cerca de 35% menos do que o remédio de referência.
SUS DISPONIBILIZA NOVO TRATAMENTO PARA ALZHEIMER Durante muitos anos, representantes, familiares e pacientes que sofrem com o Alzheimer lutaram para que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferecesse a memantina como uma opção de tratamento. Em novembro, o Ministério da Saúde (MS) finalmente incorporou a substância à lista de medicamentos gratuitos, com a expectativa de que comece a ser distribuída nas unidades de saúde nos próximos seis meses. A memantina já possuía registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não era ofertada sem custo aos pacientes. Disponibilizado na forma de comprimidos, o medicamento é indicado para casos graves ou moderados da doença e proporciona maior qualidade de vida aos pacientes. A decisão é uma conquista significativa e foi muito comemorada.
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Por Michelle de Geus
VAREJO LUTA PARA MANTER FARMÁCIA POPULAR
Se o governo federal e o varejo farmacêutico não chegarem a um acordo, o programa Farmácia Popular pode acabar. Por meio da iniciativa, farmácias e drogarias da rede privada oferecem medicamentos a preços acessíveis, com descontos de até 90%, mediante um ressarcimento do Ministério da Saúde (MS). O impasse surgiu quando o governo abriu uma rodada de negociações e propôs a redução de, em média, 35% nos valores repassados para os estabelecimentos conveniados, sugestão que poderá inviabilizar o projeto. A estimativa do MS é reduzir o custo do programa de R$ 2,6 bilhões para R$ 1,85 bilhão atendendo o mesmo número de brasileiros. Uma das propostas é que o custo seja repassado aos clientes, respeitando o teto fixado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamento (CMED). Representantes do varejo alegam que as farmácias já trabalham no limite da margem de lucro e que os pequenos estabelecimentos serão os mais prejudicados.
APROVADO NOVO MEDICAMENTO CONTRA CÂNCER DE BEXIGA Pacientes com câncer de bexiga em estágio avançado e que não estão respondendo ao tratamento com platina ganharam uma nova opção de tratamento. A autorização para a venda do medicamento Keytruda, nome comercial do pembrolizumabe, foi publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro último. O medicamento já era indicado para combater o câncer de pele e de pulmão. Nos Estados Unidos, a agência Food and Drugs Administration (FDA) já prescreve o pembrolizumabe para todos os tipos de câncer causados por alterações biológicas específicas, que atingem 5% de todos pacientes. Essa mutação, conhecida como instabilidade de microssatélite, dificulta reparos no DNA humano e pode originar um tumor. O tratamento com pembrolizumabe se mostrou mais eficaz e com menos efeitos colaterais que a quimioterapia.
Foto: Eliane Cunha
ENTREVISTA
EM PROL DO PACIENTE E DA
SAÚDE PÚBLICA D irceu Raposo de Mello é farmacêutico formado pela Universidade de São Paulo (USP), especializado em homeopatia, administração hospitalar e bioética. É mestre em Ciências da Saúde e doutor em Ciências Farmacêuticas. Foi presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entre 2005 e 2010 e do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF–SP) entre 1998 e 2003. Atualmente preside o Conselho Científico do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). Raposo de Mello é profissional reconhecido, professor e palestrante. Sua atuação é voltada para a bioética, vigilância sanitária, saúde, direitos humanos e valorização da classe farmacêutica. Na entrevista a seguir, ele aborda alguns dos aspectos mais importantes da profissão de farmacêutico na atualidade.
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Por Michelle de Geus
Atual presidente do Conselho Científico do ICTQ, Dirceu Raposo de Mello defende valorização do farmacêutico e mais rigor na formação de profissionais O senhor tem defendido que a classe farmacêutica precisa de mais reconhecimento e valorização. O que poderia ser feito neste sentido? Primeiramente, é importante frisar que defendo desde sempre que a atuação do farmacêutico seja em favor do paciente e da saúde pública. Nas sociedades desenvolvidas, o farmacêutico tem um papel de destaque por sua importância vital no incentivo do uso racional dos medicamentos e como componente indispensável da equipe de saúde. Trabalhar junto às autoridades, à sociedade e à academia de forma incisiva é absolutamente imprescindível para a promoção do reconhecimento desse profissional. Uma das discussões que o senhor iniciou é a realização de um exame de proficiência para os formandos dos cursos de Farmácia no estado de São Paulo. A justificativa é que a formação precária leva à desvalorização da profissão e à baixa renumeração. Qual a importância desse passo para o futuro da profissão? Em relação a esse tema, vivemos um processo de desconstrução do modelo de ensino pelo qual as sociedades têm formado seus profissionais. A visão e a proposta mercantilista de ensino, a atuação do MEC
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[Ministério da Educação] nesse sentido, com a abertura de cursos de Farmácia sem qualquer critério, e o aproveitamento por parte dos empresários do setor de utilizar essa “oportunidade” para enriquecerem oferecendo produtos de baixa qualidade, tornaram esse cenário insustentável. Os conselhos profissionais não conseguem e, em tese, não têm como interferir nesse processo. Propor um exame ao final do ciclo formador avalia o aluno e também a respectiva instituição de ensino, e pode-se estabelecer um ranking a partir daí. De certa forma, essa é uma das possibilidades que podemos utilizar para se contrapor ao descalabro que ocorre hoje na formação dos profissionais brasileiros. Recentemente, o senhor se manifestou contra o PL 8617/2017 que dispensa a obrigatoriedade de um profissional farmacêutico em estabelecimentos que se caracterizam como microempresas. Quais as possíveis consequências dessa proposta? Esse tema é recorrente em nosso país. O que muda com os anos são os motivos que o impulsionam. Agora, consagrada a lei 13021/14, vem o
NAS SOCIEDADES DESENVOLVIDAS, O FARMACÊUTICO TEM
UM PAPEL DE DESTAQUE POR SUA IMPORTÂNCIA VITAL NO INCENTIVO DO USO RACIONAL DOS MEDICAMENTOS E COMO COMPONENTE INDISPENSÁVEL DA EQUIPE DE SAÚDE
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ENTREVISTA
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TERIA CABIMENTO EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO,
E MESMO NO BRASIL, HOSPITAIS DE PEQUENO PORTE PRESCINDIREM DE MÉDICOS? OU GABINETES ODONTOLÓGICOS DE DENTISTAS? ESSE PROJETO [PL 8617/2017, QUE DISPENSA A OBRIGATORIEDADE DE UM FARMACÊUTICO EM MICROEMPRESAS, É MAIS UM FADADO AO FRACASSO motivo da impossibilidade de as pequenas e microempresas farmacêuticas de varejo sobreviverem se tiverem que manter farmacêuticos em seus quadros profissionais. Primeiro, o motivo real é o tratamento absolutamente focado na comercialização de medicamentos. E, para se usar um medicamento, as características técnicas para o uso correto, o cuidado e outras tantas nuances devem ser observadas e garantidas aos pacientes. Em segundo lugar, a questão do tamanho da empresa é tão descabido que só numa república de bananas cabe essa discussão como premissa para a apresentação do projeto de lei. Teria cabimento em qualquer lugar do mundo, e mesmo aqui no Brasil, hospitais de pequeno porte prescindirem de médicos? Ou gabinetes odontológicos de dentistas? Esse é mais um projeto fadado ao insucesso. Porém, é também mais um que desviará esforços, tempo e dinheiro das entidades profissionais que poderiam se ocupar de assuntos mais importantes. Quais estratégias podem ser usadas para valorizar e a apoiar o farmacêutico empreendedor? Podem ser elencadas e discutidas várias, mas de maneira geral o colega proprietário de seu negócio está,
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ou sente-se, só e desamparado. A formação de redes de suporte às suas necessidades é talvez a maneira mundialmente mais comum de apoiá-lo. Para tanto, é necessário estar próximo dele, não em ações espetaculosas e de marketing como temos visto, mas acompanhando de fato o seu cotidiano e suas demandas. Um assunto que sempre volta à tona é o uso indiscriminado de antibióticos e a resistência das bactérias a esses medicamentos. Qual o papel do farmacêutico na solução desse problema? O farmacêutico é o último profissional entre o sucesso da proposta terapêutica prescrita e o desastre. No caso dos antibióticos, essa atuação é essencial, pois, como sabemos, o uso irracional de antibióticos leva ao aparecimento de cepas de micro-organismos resistentes e ao esgotamento do arsenal terapêutico. No Brasil, até o ano de 2010, quando instituímos a primeira RDC [Resolução da Diretoria Colegiada] de controle de prescrição de antibióticos, o uso desses produtos era indiscriminado e abusivo. Nesse sentido, aperfeiçoando o controle, ingressamos no “primeiro mundo”.
DE MANEIRA GERAL, O FARMACÊUTICO PROPRIETÁRIO
DE SEU NEGÓCIO SENTE-SE DESAMPARADO. A FORMAÇÃO DE REDES DE SUPORTE ÀS SUAS NECESSIDADES É TALVEZ A MANEIRA MUNDIALMENTE MAIS COMUM DE APOIÁ-LO
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CAPA
ADEUS, ANO VELHO
FELIZ ANO NOVO! Com projeções animadoras para 2018, o varejo farmacêutico se reinventa em serviços e produtos para expandir ainda mais
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Por Michelle de Geus
O
ano de 2017 ficou para trás e 2018 chegou. Quem trabalha no varejo já está atento para o ano que se inicia, pois é o momento de analisar os resultados obtidos em 2017 e traçar metas para o futuro. As farmácias têm se mostrado um ponto fora da curva e apresentado resultados acima da média do varejo nacional, mesmo em época de oscilação econômica. Além disso, a indústria farmacêutica tem investindo em inovação para apresentar novos produtos aos consumidores. O ano passado foi consideravelmente positivo para o setor e a boa notícia é que as perspectivas para 2018 são ainda melhores. De acordo com dados da empresa de consultoria especializada em pesquisa clínica IQVIA, as vendas de medicamentos em agosto de 2017 apresentaram uma alta de 13,5% em relação ao mesmo período do ano anterior e chegaram ao patamar de R$ 13,9 bilhões. Ainda no mesmo mês, foram comercializadas 986 milhões de unidades de medicamentos, um aumento de 4,5% em comparação com agosto do ano passado. Esse incremento coloca novamente as farmácias como protagonistas no varejo brasileiro, com destaque para os bons resultados obtidos.
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POR MAIS QUE O MERCADO
FARMACÊUTICO BRASILEIRO ESTEJA LONGE DA SATURAÇÃO, TENDO MUITO PARA CRESCER, EXISTE UMA NECESSIDADE GRANDE DE PROFISSIONALIZAÇÃO
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EDISON TAMASCIA, PRESIDENTE DA FARMARCAS E FEBRAFAR
POTENCIAL O horário de atendimento estendido, a localização privilegiada, o grande número de lojas, o mix diversificado de produtos, as facilidades no pagamento, programas de fidelidade e descontos são alguns dos diferenciais que mantêm as farmácias em evidência no atual cenário. Medicamentos são produtos de primeira importância e bem-estar é uma prioridade da qual o consumidor brasileiro não abre mão. Por essa razão, o varejo farmacêutico é menos afetado nos períodos de retração na economia. O setor ainda tem muito espaço para crescer, impulsionado por um elevado potencial de consumo. As estimativas de crescimento para o varejo farmacêutico em 2018, segundo a IQVIA, ficam entre 6,9% e 9,3% em faturamento e aproximadamente 3% em unidades. A perspectiva é que as farmácias concentrem cada vez mais facilidades para os consumidores, apostem na segmentação do público e diversificação de produtos, ofereçam conveniências e soluções em serviços para a saúde, e invistam em medicamentos genéricos, nutracêuticos e suplementos alimentares.
QUATRO BOAS NOTÍCIAS PARA O SETOR FARMACÊUTICO 1. A indústria prevê crescer até dois dígitos e mantém expectativa de novas contratações 2. Estão sendo realizados novos investimentos na produção para vencer a crise 3. O varejo farmacêutico pisa no acelerador em vendas e inovação 4. Farmácias projetam expansão
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CAPA
RECUPERAÇÃO Em 2017, após um período de turbulência, a economia brasileira começou a dar os primeiros passos em busca de recuperação. Um desses sinais foi o movimento de R$ 32,92 bilhões nos três primeiros trimestres do ano registrado pelas afiliadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Esse número representa um aumento de 9,05% no faturamento em relação ao mesmo período de 2016, muito acima da média do varejo brasileiro – estimada em 1,4% pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em um ano, o número de lojas aumentou em quase 8% enna e as contratações subiram 3%. Segundo Sergio Mena Barreto, presidente-executivo da Abrafarma, o foco na ca e abertura de novas lojas e no investimento em logística distribuição foi o principal responsável pela expansão das aioor grandes redes do varejo. “Escala, capilaridade e maior os a poder de negociação permitem comercializar produtos preços mais competitivos”, explica.
OTIMISMO Na avaliação de Barreto, está se desenhando um cenáenááade rio mais positivo no varejo, com um início de estabilidade rbuueconômica proporcionado pelo fim do período de turbuannlência política. Segundo ele, isso vai recuperar a confian-
SEIS TENDÊNCIAS PARA O MERCADO FARMACÊUTICO NO BRASIL 1. Centros de conveniência e facilidades para o consumidor 2. Oferecimento de serviços de saúde e orientações para o bem-estar 3. Investimento em nutracêuticos e outros produtos com acréscimo de vitaminas ou minerais 4. Venda de suplementos alimentares e itens relacionados à qualidade de vida 5. Aposta nos medicamentos genéricos para alavancar o faturamento 6. Visão de mercado para vencer a concorrência cada vez mais acirrada
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VISÃO DE LONGO PRAZO
Perspectivas da IQVIA para os próximos 30 anos • Envelhecimento populacional entre os mais acelerados do mundo • Demanda crescente por medicamentos e serviços de saúde • Impacto ainda maior em tratamentos de alta complexidade
ça do empresariado e do consumidor. “Vamos continuar investindo em mais conveniência e na entrega de serviços clínicos de saúde para o consumidor, baseado em nossas experiências vividas no varejo farmacêutico do exterior. Abriremos novas e melhores lojas. Enfim, continuaremos trabalhando para ter no Brasil um varejo de alta qualidade, que não fica devendo nada aos mercados mais desenvolvidos”, projeta. As 26 redes associadas à Abrafarma concentram mais de 41% do faturamento do setor e foram responsáveis por mais de 830 milhões de atendimentos em 2016, com vendas totais de R$ 39,5 bilhões. Edison Tamascia, presidente da Associação Multimarcas de Farmácias (Farmarcas) e da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), também enxerga o próximo ano com otimismo. “Faço uma projeção de um panorama de mercado favorável para o ano de 2018. Se olharmos para os últimos anos, de 2015 a 2017, o ambiente estava muito mais conturbado e instável. Mesmo sendo um ano eleitoral, acredito em projeções otimistas, sendo que a economia tenderá a estar melhor em 2018 do que em 2017, quando observamos um crescimento bem tímido, mas, ainda assim, favorável”, compara. Segundo os seus cálculos, o reajuste dos preços de medicamentos em 2018 deverá ser baixo, mas os números unitários de venda deverão ser maiores. Além disso, Tamascia destaca que o varejo farmacêutico está cada vez mais competitivo, o que deverá apresentar um desafio a mais no próximo ano: o da profissionalização. “Tenho observado uma grande movi-
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CONTINUAREMOS
Entre agosto de 2016 a agosto de 2017, foram comercializadas 5,2 bilhões de unidades de medicamentos. Neste período, as vendas totalizaram R$ 102,2 bilhões.
Fonte: IQVIA.
VENDAS EM ALTA
INVESTINDO EM
CONVENIÊNCIA E NA ENTREGA DE SERVIÇOS CLÍNICOS PARA O CONSUMIDOR, PARA TER NO BRASIL UM VAREJO DE QUALIDADE INTERNACIONAL
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SERGIO MENA BARRETO, PRESIDENTE-EXECUTIVO DA ABRAFARMA
mentação nesse setor, com abertura de novas lojas, principalmente pelas grandes redes. Por mais que o mercado farmacêutico brasileiro esteja longe da saturação, tendo muito para crescer, existe uma necessidade muito grande de profissionalização”, aponta.
ASSOCIATIVISMO Tamascia relata ainda que os proprietários do varejo independente precisam reagir com vigor diante da contínua expansão das grandes redes. “É fundamental que esse empresário procure se aprimorar em sua gestão, buscando um domínio melhor dos números e assumindo o protagonismo do negócio”, adverte ele, mencionando ainda que o associativismo oferece as ferramentas para a necessária profissionalização do setor. “Enquanto o mercado projeta fechar o ano de 2017 com 13% de crescimento, as redes associadas a Febrafar projetam juntas um crescimento acima de 20%. Isso se deve principalmente à percepção de que o associativismo vai muito além da compra coletiva, podendo fornecer conhecimentos para a gestão e ferramentas para um maior controle dos números”, esclarece o presidente da Febrafar, salientando que, em sua visão, o setor varejista está cada vez mais percebendo o potencial do associativismo para alavancar o faturamento e aprimorar os sistemas de gestão.
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GISELA DE SOU SOUSA USA
SISTEMAS INFORMATIZADOS NA LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN DO SETOR DE SAÚDE
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AS EMPRESAS MAIS AVANÇADAS JÁ TÊM BUSCADO SISTEMAS
PARA FACILITAR UM MELHOR ALINHAMENTO NA CADEIA, CONECTANDO INDÚSTRIAS, DISTRIBUIDORES, FARMÁCIAS E HOSPITAIS Como acontece com os demais setores, a busca pela captura e melhor utilização de informações tem sido um importante direcionador de ações também para o setor de saúde. Para citar alguns exemplos das discussões mais atuais sobre o uso de softwares e bancos de dados para o direcionamento de ações no setor de saúde, vamos comentar a seguir três casos. Previsão de vendas: A grande complexidade consiste em como prever a venda do medicamento para o tratamento das respectivas enfermidades considerando cada empresa e marca envolvida no cenário do tratamento. Não bastasse o crescente número de opções hoje disponíveis para os mais variados tratamentos, existem também influências causadas por médicos, farmacêuticos e distribuidores, bem como as variações de preço. Essas questões têm levado grandes empresas farmacêuticas a investirem em sistemas de previsão de demanda e gestão de estoque antes fortemente utilizados pela indústria de bens de consumo. As empresas mais avançadas nessa frente já têm buscado sistemas para facilitar um melhor alinhamento na cadeia, conectando indústrias, distribuidores, farmácias e hospitais. Em todos os casos, mais que simplesmente adquirir um sistema informatizado para guardar informações e gerar novos números, as empresas passam por uma intensa etapa de revisão de processos que muitas vezes gera a quebra de paradigmas operacionais, criando áreas de planejamento da demanda, implementando sistemas de S&OP e passando para processos de Planejamento Integrado com outros players.
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Gestão de temperatura: Muitas das grandes indústrias farmacêuticas vêm trabalhando no desenvolvimento de novos tratamentos baseados no uso de biológicos, ou seja, de produtos que mantêm uma forte relação de qualidade com a temperatura. Além da evolução das técnicas para refrigeração ou congelamento de produtos dentro de fábricas ou centros de distribuição, muitas já estão buscando alternativas para o transporte desse tipo de produto e para o seu armazenamento adequado na ponta da cadeia. Diversos testes com uso de etiquetas RFID vêm sendo realizados com sucesso, onde as informações de temperatura do container onde os produtos estão armazenados são enviadas para um sistema a partir do qual é possível saber se houve ocorrência prejudicial e qual foi sua duração, emitindo alertas sobre o caso. Combate à falsificação de medicamentos: O volume de medicamentos falsificados e ilegais chega a representar 19% no Brasil, enquanto na Europa esse volume é estimado em cerca de 10%, segundo dados da revista Isto É. Preocupado com essa questão, o Brasil regulamentou em 2015 o processo de rastreamento de medicamentos, com previsão de implementação até 2019, primeiramente para os produtos que necessitam de prescrição médica. Faz parte desse processo: Criação do UI (Unique Identifier), Definição do ATD (Anti-Tampering Device) e a criação de sistema para rastreamento. Trata-se, nesse caso, de um sistema para verificação end-to-end e não “full track and trace”.
GISELA M. DE SOUSA, sócia executiva da ILOS Sistemas Informatizados.
CONSULTÓRIOS
SUPORTE CLÍNICO RÁPIDO E ACESSÍVEL Sucesso no interior de todos os estados do país, os consultórios farmacêuticos são uma tendência em constante crescimento
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ideia de uma farmácia com atendimento clínico personalizado, onde o paciente dispõe de um espaço próprio para ser orientado por um profissional farmacêutico, tornou-se realidade em 2014, quando surgiram os primeiros consultórios farmacêuticos no Brasil. Após os três anos que se passaram desde a aprovação da lei que rege a modalidade, já existem 1.453 consultórios que seguem o modelo em todos os estados do Brasil, de acordo com dados do último Censo Demográfico Farmacêutico realizado pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). A pesquisa da entidade aponta ainda que é no interior
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dos estados que a adesão a aos consultórios mostra-se mais expressiva. Segundo o estudo, 76% dos residentes em cidades do interior demonstram interesse nessa categoria de consultório. Na visão de Tarcísio Palhano, farmacêutico e assessor da presidência do Conselho Federal de Farmácia (CFF), trata-se de uma tendência que não pode ser ignorada pelo segmento. “O consultório farmacêutico é um espaço onde o farmacêutico pode atender as pessoas preservando a individualidade da consulta, o que não seria possível em um local onde transitam outras pessoas e se dispensam medicamentos, como no balcão”, aponta.
Por PorDaniel Michelle Sender de Geus
TENDÊNCIA
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O CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO
É UM ESPAÇO ONDE É POSSÍVEL ATENDER PRESERVANDO A INDIVIDUALIDADE DA PESSOA, O
QUE NÃO SERIA POSSÍVEL EM UM LOCAL COMO O BALCÃO
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TARCÍSIO PALHANO, FARMACÊUTICO E ASSESSOR DA PRESIDÊNCIA DO CFF
Segundo um levantamento realizado em 2015 pelo CFF sobre o perfil do segmento no Brasil, 60,3% dos profissionais farmacêuticos disseram não dispor de uma área reservada ao atendimento individual dos pacientes em seus estabelecimentos. Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR), Arnaldo Zubioli, isso ocorre porque trata-se de um conceito novo no país. “Como a lei é recente no meio, ainda não foi absorvida por todos que exercem a atividade”, reflete. De acordo com dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), as redes ligadas à entidade já investem na tendência e contam com aproximadamente 600 salas de assistência farmacêutica espalhadas pelo país. A porcentagem, no entanto, ainda é considerada pequena diante das quase 80 mil farmácias comerciais que existem no Brasil. No entanto, Zubioli acredita que aos poucos o conceito se estabelecerá definitivamente, já que o profissional farmacêutico está em uma posição privilegiada para avaliar as condições relacionadas ao uso de medicamentos em diversos tipos de tratamentos, principalmente nos casos em que os pacientes misturam diversos remédios. “Esse é o papel de um especialista. Hoje um idoso chega a tomar muitos medicamentos, e a Organização Mundial de Saúde já afirmou que o indivíduo que toma mais de três remédios provavelmente estabelecerá interações farmacológicas. Aí, em vez de ter um benefício, terá um malefício no tratamento”, explica.
O QUE É? Nos consultórios farmacêuticos, é permitido que o profissional especializado faça a verificação do conjunto de medicamentos que o paciente está tomando, avalie possíveis formas de melhorar a terapia medicamentosa e receba um parecer do paciente sobre sua evolução clínica. Também é permitido que o farmacêutico faça contato com os médicos e outros profissionais da saúde que acompanham o paciente para discutir possíveis tratamentos e indicar fármacos isentos de prescrição médica.
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CONSULTÓRIOS
O QUE PODE – E O QUE NÃO PODE
Que atendimentos podem ser realizados nos consultórios farmacêuticos? • Orientação do paciente sobre como usar medicamentos prescritos • Avaliação do conjunto de medicamentos usados pelo paciente quanto a dosagem, horário de consumo e possíveis interações • Comunicação com outros profissionais da saúde que atendam o paciente para emitir parecer farmacêutico e discutir tratamentos de forma integrada • Encaminhamento de paciente a profissionais de saúde • Conversa com paciente sobre sintomas e evolução da doença • Caso necessário, pedido de exames laboratoriais e realização de medidas como as de pressão e temperatura • Registro de ações em prontuário do paciente • Prescrição de medicamentos que sejam isentos de prescrição médica Que atendimentos não podem ser feitos nos consultórios farmacêuticos? • Receita de medicamentos que exigem prescrição médica • Mudança de remédios indicados por médico • Procedimentos de execução exclusiva para médicos
COMO FUNCIONA? O atendimento no consultório farmacêutico pode começar de duas formas. Em alguns casos é o próprio paciente que busca o farmacêutico para tirar dúvidas sobre seu estado de saúde ou tratamentos. Em outros, é o farmacêutico que detecta uma situação durante o atendimento no balcão e convida o paciente para uma consulta, não sendo necessário marcar hora nem pagar pelo atendimento. O profissional deve cadastrar os dados do paciente em um prontuário e, se necessário, marcar uma reconsulta. Durante o atendimento, podem ser realizadas
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ações como verificação da pressão, temperatura e glicose. Em caso de necessidade, o farmacêutico encaminha o paciente ao profissional de saúde mais indicado.
O QUE É NECESSÁRIO? Além de um profissional farmacêutico devidamente preparado para atender, é preciso que os consultórios farmacêuticos tenham uma estrutura física adequada, com sala privativa equipada com mobiliário e acessórios. Esses pré-requisitos devem ser cumpridos, pois o atendimento exige agilidade, eficiência e eficácia.
INFORMATIZAÇÃO Para alcançar a qualidade no atendimento, a automatização dos processos e serviços é essencial e depende da escolha de um bom software. A opção deve ser pautada, em primeiro lugar, pelo aspecto legal, visto que ele não pode contrariar as normas e diretrizes do CFF. O software também precisa ser objetivo, moderno e comercial, para fornecer um direcionamento ao farmacêutico nas diversas situações que este poderá enfrentar no dia a dia do consultório. Para isso, o programa deve realizar cálculos automáticos com questionários de anamnese resolvidos de forma facilitada, inteligente e instantânea, além de conseguir facilitar o atendimento por meio da composição da linha de raciocínio e análise por parte do profissional.
GUSTAVO GRISA
FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO CHEGA AO BRASIL Com a Reforma Trabalhista, o Brasil chega com cerca de 20 anos de atraso à situação de adoção do trabalho flexível na legalidade, movimento iniciado nas décadas de 1980 e 1990 nos EUA e na Europa. Um dos marcos é a visão de “New Labor” de Robert Reich, Secretário do Trabalho do governo Bill Clinton, que criou condições para um “boom” de empreendedorismo e as bases da nova economia na metade final da década de 90. Esse conceito de flexibilidade é o aspecto mais importante da Reforma Trabalhista que estamos iniciando e é um caminho que ainda passará por consolidações e adaptações. Sem dúvida nenhuma, a capacidade dos setores econômicos em se organizar, manter e expandir a oferta de trabalho em suas atividades deverá ser um dos determinantes dessa flexibilidade. Acabou-se a era das letras pétreas. A verdadeira Reforma Trabalhista do Brasil será aquela em que o setor produtivo e os setores mais avançados da representação dos trabalhadores tiverem capacidade de construir nos próximos anos. E, a partir daí, disseminar as melhores práticas. O setor farmacêutico tem todas as condições de ser um dos setores líderes na adoção dessa organização do trabalho mais flexível. Dentre as possibilidades, temos as jornadas de trabalho intermitente, de 12 horas de trabalho com 36 horas de descanso, acordos setoriais específicos e a possibilidade de operações funcionarem de forma ininterrupta. Uma característica importante do setor é a sua intensidade em recursos humanos e a sazonalidade. No entanto, a forte regulação e as características específicas do setor exigem profissionais certificados, qualificados e habituados à atividade. Agora há melhores condições de adaptação e desenvolvimento de recursos humanos.
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A VERDADEIRA REFORMA
TRABALHISTA SERÁ AQUELA EM QUE O SETOR PRODUTIVO E OS SETORES DE REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES CONSEGUIREM CONSTRUIR NOS PRÓXIMOS ANOS
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O novo modelo trabalhista traz uma oportunidade de reorganização e proatividade do setor, resultando em mais e melhores empregos e maior competitividade à indústria, distribuidores e comércio. O rearranjo trabalhista setorial possibilitará uma atuação de política de recursos humanos estratégica, com menor litigação e maior foco na organização do trabalho e uma visão de cadeia produtiva, da produção à comercialização. Considerando-se o momento de retomada econômica e a reforma trabalhista, essa possibilidade é real e depende fortemente da articulação setorial e de um pensamento 360º, considerando de verdade todas as partes envolvidas. A flexibilização do trabalho exigirá, também, maior flexibilidade de gestão e a criação de novos modelos de negócio, de acordo com melhores práticas internacionais. O aspecto mais importante a ser entendido é que a reforma trabalhista é um processo, com padrões setoriais, que evoluirá nos próximos anos se houver um bom ambiente político-institucional no Brasil, e não uma “virada de página” automática. GUSTAVO GRISA é economista com MBA pela Thunderbird School (EUA), sócio da Agência Futuro, e especialista do Instituto Millenium.
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MULTIMODALIDADE
SEM
PARADAS Operações logísticas na Europa utilizam a multimodalidade para reduzir prazos e aumentar a eficiência
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incronização otimizada entre os terminais de carga, softwares online para o controle de horários de saída e chegada dos carregamentos e janelas de carregamentos perfeitamente coordenadas. Todas essas características podem parecer um simples ideal para uma operação logística perfeita, mas na Europa essa movimentação coordenada das demandas físicas e eletrônicas já é uma realidade. De acordo com Paula Arantes, engenheira de produção e especialista em operações, tecnologia e logística, esse modelo já está em pleno funcionamento nas regiões por-
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tuárias mais movimentadas do mundo, como Holanda e Bélgica. “Nesses países o sincronismo entre as operações logísticas com mais de um modal é feita de forma a aproveitar o máximo da capacidade de portos, terminais aquaviários e terrestres por meio de empresas que coordenam toda a janela de carga e descarga para que se tenha o menor tempo morto possível”, explica. Segundo a especialista, que recentemente participou de uma missão logística na Europa, essa sincronia minuciosa é realizada por meio de softwares on-line que fazem um controle multimodal preciso entre horários de saída e chegada
Por Daniel Sender
desperdício de ativos e do capital empatado, aumentando o lucro e diminuindo eventuais despesas”, esclarece. Outra consequência do aprimoramento logístico é que os centros de estocagem e distribuição não operam em capacidade máxima, tornando o manuseio e o endereçamento dos produtos mais ágil e garantido. “Esses armazéns são construídos para uma demanda futura de médio a longo prazo em locais bem posicionados e com forte investimento em tecnologias de armazenagem vertical, endereçamento e picking/sorting de produtos”, aponta a engenheira, observando ainda que a otimização resulta em uma relação de ganha-ganha. “Isso significa lucro tanto para a empresa embarcadora quanto para o operador logístico”, complementa.
BRASIL Na avaliação de Arantes, em se tratando de softwares de movimentação, o Brasil possui terminais mais automatizados e modernos do que a Europa. Para ela, o grande diferencial entre as operações do Brasil e Europa na verdade está na mentalidade que rege as transações comerciais. “A diferença reside na forma de controle da informação, não propriamente na tecnologia. Os holandeses entendem que, quanto menos o governo interferir na operação, mais eficiente ela será. Lá a infraestrutura é estatal e a operação é totalmente privada, dando liberdade aos operadores”, afirma.
das remessas. “Cada meio de transporte possui um horário agendado em seu terminal de partida e de destino. O software garante a disponibilidade de um veículo receptor na janela programada para que o descarregamento possa ser prontamente iniciado”, detalha ela, acrescentando que para isso leva-se em consideração o máximo de aproveitamento do terminal e da capacidade de integração entre os modais.
LUCRO Ativos ociosos significam perda de lucro para toda a cadeia produtiva, e a variabilidade nas operações logísticas resulta em aumento do estoque para suportar o risco de escassez do produto. Arantes explica que na Europa há uma elevada utilização dos ativos por meio de uma programação precisa que respeita os prazos e faz com que os atrasos sejam exceção. “Isso faz com que ocorra uma diminuição da necessidade de estoques, não havendo
AMPLIAÇÃO DA MULTIMODALIDADE
De acordo com Paula Arantes, para otimizar a sua logística, o Brasil deve: 1) investir em sistemas de registro de informação e rastreamento que sejam habilitados para uma posterior integração com outros terminais; e 2) discutir a implantação de sistemas de agendamento sincronizados com outros modais, além da captação de potenciais embarcadores selecionados por tipo de produto movimentado “Só conseguiremos ampliar a multimodalidade no país se a iniciativa privada se unir com o governo nos moldes do que acontece na Europa”, alerta.
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PROF F. GRET GRETZ TZ
Crédito: Xico Morais.
O MAIS PODEROSO
COMBUSTÍVEL
Dentro de cada um de nós existe uma força poderosa, diretamente ligada à energia vital, que é o entusiasmo. Para saber como essa força funciona, vamos entender a sua fórmula: o núcleo da palavra “entusiasmo”, que vem da Grécia antiga, é “Theós”, ou “Thous” (Deus). O prefixo “en” significa “dentro de, para dentro”. E o sufixo “iasmo” (en+thous+iasmo) completa a fórmula do combustível: ter Deus dentro de si, estar arrebatado pela força do Criador. Não há força maior do que essa. A energia vital, que move todo o universo, existe em cada um de nós, mas ainda usamos uma parte muito pequena desse potencial. Quanto mais aprendemos a usá-lo, mais cheios de energia nos tornamos. Quem sabe usar essa força, consegue multiplicar suas chances de sucesso naquilo que faz. Então, como ter entusiasmo em nossa vida? Anotei algumas ideias, que são bastante simples, mas é da simplicidade que brotam grandes feitos. • Cultivar um sonho, um objetivo de vida. • Caminhar, persistente e confiante, em direção ao seu objetivo. • Desenvolver seus talentos com dedicação e disciplina. • Acreditar na sua capacidade e entregar-se de coração a tudo o que fizer. • Manter o bom humor, a gentileza e a generosidade em todos os ambientes que você frequentar. • Cuidar bem do seu corpo, com exercícios físicos adequados e alimentação sadia. • Manter sua mente alimentada com novos conhecimentos e ideias positivas. • Ter ousadia e arriscar-se, com bom senso, preparo, prudência, intuição e coração.
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O IDEAL É QUE O ENTUSIASMO
ESTEJA EM TODOS, PARA QUE A MOTIVAÇÃO ATINJA SEU PONTO
MÁXIMO E TUDO PROSPERE. MAS, SE O LUGAR ONDE VOCÊ TRABALHA NÃO FOR ASSIM, NÃO SE PREOCUPE: COMECE POR VOCÊ
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Isso fará uma grande diferença em sua vida pessoal e profissional. O verdadeiro entusiasmo promove uma “revolução positiva”, como afirmou o cientista Edward De Bono. Em uma equipe de trabalho, o ideal é que o entusiasmo esteja em todos, para que a motivação atinja seu ponto máximo e tudo prospere. Mas, se o lugar onde você trabalha não for bem assim, não se deixe abater: comece por você. Saia da mesmice. Surpreenda seu colega, seu chefe, seu cliente, com bom humor, empenho no que faz e alegria de viver. Para a atividade dos corretores de imóveis, por exemplo, estamos em um bom momento. A economia do país está voltando a crescer e o mercado está propício. Mas até mesmo para aproveitar os melhores momentos você precisa gostar do que faz e saber como agir. Mantenha-se informado sobre o que se passa no seu país e no mundo, preparado para lidar com as novas realidades do mercado, e disposto a aprender sempre. Acima de tudo, vale a pena estar entusiasmado com a vida! PROF. GRETZ, palestrante, consultor e autor dos livros “Voando como a Águia”, “A Força do Entusiasmo”, “Triunfo” e vários outros (facebook.com/ProfGretz; site: www.gretz.com.br).
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LOGÍSTICA
NO LOCAL CERTO,
NA HORA CERTA Além de transportar medicamentos e outros produtos da indústria até as farmácias, a logística pode ser decisiva para o sucesso de distribuidores
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o comprar um produto na farmácia, o consumidor não faz ideia do longo caminho que o medicamento percorreu até chegar às suas mãos. Quem trabalha no setor farmacêutico conhece bem a importância da logística para que os remédios sejam entregues no local desejado, da maneira correta e no tempo certo. E o transporte de medicamentos exige ainda mais cuidados, para que as propriedades das substâncias não se deteriorem e não haja risco para a saúde da população. No ramo farmacêutico, não existe espaço para erros no transporte ou na armazenagem dos suprimentos e produtos. As empresas especializadas na distribuição de medicamentos buscam soluções para agilizar a entrega sem gerar aumento de preço para o consumidor final.
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Para que o produto seja entregue em perfeitas condições, o setor é altamente regulado e passa por controles rigorosos. Além disso, o prazo de validade curto exige que os pedidos sejam pequenos, a fim de que os medicamentos não fiquem parados no estoque por muito tempo. A capilaridade do varejo também é um desafio, ainda mais quando se leva em conta que 80% das farmácias do país são pequenas e médias.
CORAÇÃO Na visão de Augusto Barbosa, presidente da Associação Brasileira de Fornecedores de Medicamentos (ABFMED) e diretor da Comercial Cirúrgica Rioclarense, o coração de uma distribuidora de medicamentos é o departamento de logística. “Ele é o grande responsável por manter a se-
Por Michelle de Geus
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INFORMAÇÕES REAIS E ATUALIZADAS SÃO FUNDAMENTAIS PARA QUE OS GESTORES DE LOGÍSTICA CRIEM METAS QUE MANTENHAM OS FUNCIONÁRIOS MOTIVADOS AUGUSTO BARBOSA, PRESIDENTE DA ABFMED
CUIDADOS
Orientações que podem otimizar a logística da distribuição • Os equipamentos devem ser mantidos em condições adequadas de temperatura, umidade, luz e oxigênio • Fazer uso de tecnologia para gerenciamento de estoque e oxigênio • Estudar os melhores roteiros para diminuir custos com transporte • Adotar um sistema de segurança contra roubos durante o transporte
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gurança no recebimento, armazenamento e distribuição dos medicamentos e produtos hospitalares, com o objetivo de que os mesmos cheguem em plenas condições de utilização ao consumidor final, como hospitais, clínicas e órgãos públicos espalhados pelo Brasil”, explica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não exige, mas concede certificados que atestam e dão maior credibilidade da prestação de serviços realizados pelas distribuidoras, como o Certificado de Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição. “Para conquistar esse certificado é necessário cumprir uma série de exigências e especificações técnicas. Mesmo que o profissional da área seja muito aplicado e atento a essas exigências, é sempre bom ter em mente que se deve trabalhar em equipe”, orienta Barbosa. Com 25 anos de experiência no transporte de medicamen-
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LOGÍSTICA
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A EFICIÊNCIA LOGÍSTICA DETERMINA A COMPETITIVIDADE
DO SETOR. CADA VEZ MAIS AS DISTRIBUIDORAS DE MEDICAMENTOS PRECISAM DE PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS LUIZ MUNIZ, CONSULTOR DA TELOS RESULTADOS
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tos e produtos de saúde, o presidente da ABFMED garante que não é possível pensar em uma gestão de logística voltada para a distribuição de medicamentos sem a participação de um responsável técnico farmacêutico. “As exigências e controles desse segmento sofrem com as constantes modificações, e cabe a esse profissional acompanhar as mesmas e repassar esse conhecimento ao departamento de logística. Mas isso não dispensa o profissional de logística de ter o conhecimento das exigências básicas para a boa atuação desse segmento”, frisa.
MOTIVAÇÃO COMO ESCOLHER UMA BOA EMPRESA DE LOGÍSTICA
• A empresa precisa estar com a documentação em dia e cumprir todas as exigências legais para o transporte de medicamentos •Esteja atento se a frota da transportadora é adequada para o carregamento de medicamentos e está em bom estado de conservação • Verifique se a empresa investe em treinamento e qualificação dos colaboradores • Tenha em mente que remédios são produtos perecíveis. Portanto, um bom planejamento de rotas é fundamental para que eles não percam a eficácia • Observe se a transportadora realiza o monitoramento das cargas e garante a segurança dos produtos durante o percurso
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De acordo com Barbosa, é imprescindível que toda a equipe de logística esteja motivada, para que seja possível entregar o melhor serviço. “As informações reais e atualizadas, obtidas com controle de gestão, são fundamentais para que os gestores de logística possam criar metas que mantenham os funcionários motivados”, ensina ele, acrescentando que uma boa maneira de ter isso internalizado na empresa é por meio do plano de carreira dos colaboradores. “Ele será desenvolvido para atender única e exclusivamente às necessidades de uma distribuidora, não sendo possível criar uma receita que funcionará para todas, pois são muitas variáveis que diferem de uma empresa para outra, como os produtos ofertados, área de atuação, dentre outros”, observa. Os prestadores de serviços de logística estão evoluindo junto com a indústria, para que os produtos sejam entregues com eficiência, qualidade e agilidade. Essa evolução é nítida no setor farmacêutico, onde os controles são rigorosos e os profissionais envolvidos no transporte precisam ser altamente capacitados. As indústrias
que adotam a logística como aliada administram melhor os custos de matérias-primas, produtos, transportes, produção, estoques e prazos de entrega.
UM CONSTANTE DESAFIO A logística é conhecida por seu dinamismo e desafios constantes. Essa função é desempenhada por profissionais determinados, proativos e com capacidade de lidar com pessoas dos mais diversos perfis.
Na opinião de Luiz Muniz, consultor da Telos Resultados, o profissional precisa estar constantemente estudando, buscando atualização e se especializando nas exigências e normas técnicas do segmento. “Além dos conhecimentos básicos, como gerenciamento da cadeia de abastecimento, sistema WMS, sistema de fluxos e filas, os profissionais de logística devem ter um profundo conhecimento em gestão para resultados, método PDCA, padronização e treinamento no posto de trabalho”, enumera. A flexibilidade e eficácia da logística, de acordo com ele, são cada vez mais importantes para o segmento farmacêutico. “A eficiência logística determina a competitividade do setor. Cada vez mais as distribuidoras de medicamentos precisam de profissionais especializados, que tenham visão de negócio e sejam capazes de entregar o máximo com o mínimo de recursos possível”, acrescenta. Flexibilidade e eficiência são palavras de ordem na distribuição de medicamentos. O setor está constantemente inovando para reduzir custos, mas sem afetar a qualidade da entrega. O trabalho de logística vai muito além de simplesmente entregar a mercadoria no local certo e na hora certa. Ele pode ser um diferencial competitivo do setor farmacêutico e um poderoso aliado para o sucesso dos negócios.
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Crédito: Raphael Borges
ISMAEL AEL ROS ROSA SA
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CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO E FARMÁCIA CLÍNICA
UTOPIA OU BOM NEGÓCIO? OS CONSULTÓRIOS FARMACÊUTICOS E AS PRÁTICAS CLÍNICAS
CONTINUARÃO DIVIDINDO OPINIÕES, MAS A SOCIEDADE DESEJA SER ACOLHIDA POR FARMÁCIAS QUE POSSUAM ESSES DIFERENCIAIS A partir de 2013, os farmacêuticos e a sociedade passaram a experimentar um movimento incipiente de resgate ao antigo e famigerado boticário, do farmacêutico doutor, por meio da publicação das resoluções nº 585 e 586 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que regulamentaram as atividades clínicas e a prescrição farmacêutica respectivamente. Mais adiante, em 2014, mais um marco regulatório foi proporcionado pela Lei Federal nº 13.021, que transformou a farmácia em estabelecimento de saúde e reiterou a obrigatoriedade de responsabilidade e assistência técnica do farmacêutico nas farmácias de qualquer natureza, durante todo o seu período de funcionamento. As duas resoluções do CFF trouxeram em seu glossário dois conceitos importantíssimos sobre consultório farmacêutico e a farmácia clínica. Daí surgiram várias indagações incisivas: Como isso pode dar certo? Como posso aumentar meu faturamento investindo em consultório farmacêutico e serviços clínicos? Hoje já estamos experimentando vários cases de sucesso. Na Farmácia Escola do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), o atendimento clínico e os serviços farmacêuticos – realizados no maior consultório farmacêutico do Brasil – passaram a ser cobrados, chegando a uma média de cinco atendimentos diários a R$ 50,00 cada. Há relatos de outros farmacêuticos que estão faturando cerca de R$ 100,00 a R$ 150,00 por consulta, com agenda lotada. Outro excelente exemplo é a implantação do consultório farmacêutico e o software de automação, realizada na Compre Certo Drogaria Vila Rica em
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Uberaba (MG). A farmacêutica Elaini Olivo relatou que os resultados alcançados foram 30% no faturamento da empresa, redução em 16% de descontos, aumento em 8% no número de clientes e aumento de 15% do ticket médio. A empresa obteve aumento em seus resultados, focando ainda mais em fatores ligados à atenção ao cliente, como qualidade, diferenciação e exclusividade na forma de atuação, e oferta de serviços no consultório farmacêutico. É importante salientar que, para quem quer empreender e concretizar o seu consultório farmacêutico, se faz necessário um planejamento prévio pautado em plano de negócio, infraestrutura (arcabouço regulatório, mobiliário, equipamentos e RH), divulgação à comunidade e aos prescritores, documentos e registros, etc. A sociedade deseja ser acolhida por farmácias que possuam esses diferenciais. 73% dos brasileiros preferem farmácias que contam com consultório para atendimento por parte do farmacêutico, e 81% acreditam que seus gastos com médicos vão se manter ou diminuir com a farmácia clínica, de acordo com pesquisa realizada pelo ICTQ. Os consultórios e as práticas clínicas, dentre outros, continuarão dividindo opiniões, principalmente entre os próprios farmacêuticos, outros profissionais de saúde e a sociedade. Todavia, não é mais uma utopia ou uma estratégia a longo prazo. É o presente! E o tempo já está voando. Não se deve deixar essa grande oportunidade de resgate à excelência profissional passar despercebida. ISMAEL ROSA, é farmacêutico clínico especialista em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica (ICTQ), e especialista em Vigilância Sanitária na Indústria Farmacêutica (ICTQ). Pesquisador, gerente e orientador do ICTQ. Conselheiro do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás.
AUTOMAÇÃO
APERTE PARA
POTENCIALIZAR Com a informatização e automatização dos processos, as farmácias se tornam mais produtivas, eficientes e rentáveis
E
mbora o mundo todo esteja caminhando para uma crescente automatização dos processos, muitas farmácias ainda não informatizaram os seus processos para garantir uma gestão com maior agilidade, eficiência e eficácia. Trata-se de uma necessidade que se torna ainda mais urgente numa época em que as empresas farmacêuticas estão ampliando as suas opções de produtos e serviços. Especialista em sistemas informatizados, Rogé-
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rio Magalhães de Carvalho, presidente da Automatiza Sistemas, defende que a automatização é uma realidade que não pode mais ser deixada de lado pelo setor, considerando a forma como algumas farmácias estão se reinventando e incorporando serviços clínicos – uma tendência que deverá ganhar força a partir de 2018. “Dentro dessa nova modalidade de farmácia que vem se expandindo, a escolha de um bom sistema torna-se essencial, pois a informatiza-
Por Michelle de Geus
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MUITAS VEZES VI LOJAS
FATURANDO ALTO E NÃO DANDO LUCRO AO FINAL DO MÊS. ISSO SE DEVE À MÁ PADRONIZAÇÃO E GESTÃO DOS PROCESSOS
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ROGÉRIO MAGALHÃES DE CARVALHO, ESPECIALISTA EM SISTEMAS INFORMATIZADOS
PRINCIPAIS VANTAGENS DE UM SISTEMA INFORMATIZADO
ção possibilita significativos ganhos de produtividade. Quanto maior a automatização, melhor será a agilidade e, por consequência, a rentabilidade dos processos em um negócio”, explica.
VANTAGENS Com maior agilidade, padronização e controle sobre os processos que ocorrem dentro de uma farmácia, o negócio torna-se mais eficiente e competitivo. Sem atingir um elevado grau de uniformização e eficiência, o esforço necessário para gerenciar uma dezena de lojas será o mesmo de uma grande rede com uma centena de farmácias. “Processos manuais não automatizados demandam muitos esforços e aumentam a
• Possibilita a centralização e uniformidade da informação, proporcionando uma alta disponibilidade e visibilidade dos processos que ocorrem em uma farmácia • Reduz a possibilidade de erros humanos por meio de métodos sistemáticos • Facilita a entrada de novos colaboradores no padrão de trabalho da rede, farmácia ou distribuidores • Possibilita uma maior assertividade na tomada de decisões ao disponibilizar indicadores em tempo real • Garante o cumprimento das obrigações fiscais e evita o pagamento desnecessário de impostos
possibilidade de erros, gerando outros gastos adicionais na operação de uma farmácia”, alerta Carvalho. Para se atingir a excelência na gestão, o especialista afirma que a informatização dos processos é imprescindível. Além disso, quanto maior for o número de processos automatizados, menor será o custo operacional de uma farmácia e maior o ganho de tempo e produtividade. Atualmente, o uso de tecnologias móveis como celulares e tablets, torna possível fazer balanço de estoque com a loja em funcionamento, di-
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AUTOMAÇÃO
O QUE AUTOMATIZAR?
Nas farmácias clínicas, quais processos podem ser automatizados por meio de um software? • Agenda de pacientes • Anamnese clínica • Anamnese farmacêutica • Anamnese de atividade física • Anamnese nutricional • Anamnese de estresse pessoal
gitalizar a receita, interagir com o cliente em tempo real, entre outras vantagens. Carvalho também afirma taxativamente que, sem um competente software de gestão, é impossível sobreviver em um setor competitivo como o farmacêutico. “Muitas vezes me deparei com lojas faturando alto e não dando lucro ao final do mês. Isso se deve à má padronização e gestão dos processos que ocorrem dentro do PDV, que devem ser analisados e elaborados para gerar resultados em todas as suas ações”, indica.
COMO ESCOLHER De acordo com Raphael Espósito, farmacêutico e gestor regional de relacionamento do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), a escolha de um sistema deve sempre ser pautada pela segurança do atendimento prestado ao cliente. “O atendimento às demandas que se apresentam nas farmácias exige agilidade, eficiência e eficácia, e isso em boa parte só é possível por meio da automatização dos processos e serviços que ocorrem nela”, esclarece ele, frisando que um software deve ir além das funções básicas de agendamento e controle dos processos de gestão internos. Na visão de Carvalho, a ferramenta precisa ser eficaz e objetiva, padronizando e facilitando os diversos atendimentos que ocorrem na loja. “Durante a escolha de uma ferramenta, é necessário atentar para quais serão
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CONSULTÓRIOS FARMACÊUTICOS
No caso dos consultórios farmacêuticos em especial, a informatização mostra-se particularmente necessária, pois confere mais objetividade e eficácia aos procedimentos de atendimento e emissão de receita de remédios, independente do tempo de formação do farmacêutico. “O software clínico precisa ser o diferencial no atendimento do profissional, precisa ser uma ferramenta didática e facilitada para a usabilidade do farmacêutico”, aponta Rogério Magalhães de Carvalho, especialista em sistemas informatizados.
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O ATENDIMENTO ÀS DIVERSAS DEMANDAS EXIGE AGILIDADE, EFICIÊNCIA E EFICÁCIA, O QUE SÓ É POSSÍVEL POR MEIO DA AUTOMATIZAÇÃO DOS PROCESSOS E SERVIÇOS
”
RAPHAEL ESPÓSITO, FARMACÊUTICO E GESTOR REGIONAL DE RELACIONAMENTO DO ICTQ
os processos que passarão a ser controlados e quais indicadores serão disponibilizados para a tomada de decisões, além da visão que isso proporcionará do negócio”, informa ele, mencionando ainda que é importante considerar a qualidade do suporte que a empresa fornecedora disponibiliza. Outra dica valiosa, de acordo com Carvalho, é consultar a opinião de outros clientes que já utilizam o software e ligar para o suporte técnico e conferir na prática o tempo médio de atendimento.
O especialista acrescenta que o sistema também deve possuir a fundamentação profissional e legal necessárias, realizando todo o armazenamento, rastreamento e controle de processos e informações exigidos legalmente. “Por trabalhar com a saúde, essa é uma atividade regulamentada e fiscalizada. O controle das etapas e processos automatizados pelo software deve obedecer à metodologia e a todos os parâmetros estabelecidos pela lei”, conclui.
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ATENDIMENTO
VOCÊ CONHECE O
SEU CLIENTE? Personalização, preparo e atendimento de qualidade proporcionam a experiência de compra desejada por consumidores cada vez mais exigentes
Por Michelle de Geus
O
consumidor que entra em uma farmácia hoje em dia não é igual ao que entrava há dez ou 15 anos. Bem informado e cheio de afazeres, ele consegue localizar preços, produtos, tratamentos e lojas pelo celular em menos de um minuto. Quando entra em uma farmácia, o que ele busca é uma experiência de compra que seja rápida, interativa, agradável, esclarecedora e segura. Para atender a esse perfil de público mais ágil e exigente, o varejo farmacêutico está entrando em uma nova fase – a da personalização – e investindo cada vez mais em pesquisa e treinamento.“Atualmente os consumidores que vão às compras em uma farmácia são muito mais exigentes do que eram tempos atrás, já sabendo o que querem quando chegam ao ponto de venda, possuindo exigências que extrapolam a proximidade física e levando em conta pontos como atendimento de qualidade, preço de produtos, comodidades e programas de fidelização. Mais do que nunca, é preciso mostrar aos clientes que eles são especiais e que podem contar com um tratamento à altura”, analisa Ângelo Vieira, diretor operacional da Associação Multimarcas de Farmácias e Drogarias (Farmarcas).
“
HOJE UMA FARMÁCIA DEVE
OFERECER MAIS DO QUE PREÇOS E FACILIDADES. É IMPORTANTE CONQUISTAR O CLIENTE
”
ÂNGELO VIEIRA, DIRETOR OPERACIONAL DA FARMARCAS
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
No primeiro semestre de 2016, o Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC) divulgou uma pesquisa que revela os principais critérios levados em consideração na escolha do local de compra de medicamentos: • 94% preço • 84% localização • 80% atendimento • 49% estacionamento • 32% meios de pagamento • 21% programa de desconto • 11 % entrega de produto em casa
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ATENDIMENTO
QUALIFICAÇÃO Vieira observa ainda que, com o objetivo de superar as expectativas dos consumidores e obter bons resultados, as farmácias estão investindo cada mais na qualificação da equipe. “Para uma boa venda, é fundamental conhecer o assunto com a maior profundidade possível, esclarecendo dúvidas que possam surgir e melhorando o diálogo com o cliente. O atendente não pode ser tímido e a prática deve ser constante”, explica ele, salientando que programas de comunicação e aprimoramento devem ser estendidos a todos os colaboradores. “É importante também que os funcionários tenham a percepção de que isso é fundamental para que eles cresçam profissionalmente”, sublinha ele, apontando ainda que a comunicação é a principal ferramenta na hora da conquista e fidelização de um cliente. “A falta de diálogo gera questionamentos indevidos e pode prejudicar a imagem da empresa”, alerta. A empresa norte-americana U.S. News & World Report
“
AO ENTENDERMOS OS HÁBITOS DOS CLIENTES, NOS
APROXIMAMOS DELES E TOMAMOS DECISÕES MELHORES
”
MÁRIO HENRIQUE ALVES QUEIRÓS, DIRETOR DA PAGUE MENOS
realizou recentemente uma pesquisa na qual se descobriu que aproximadamente 68% dos consumidores não retornam ou deixam de comprar produtos ou serviços em razão do mau atendimento e da baixa qualidade dos serviços prestados. “Atender mal é um erro que pode custar o futuro de um empreendimento. Hoje, uma farmácia deve oferecer mais do que preços e facilidades. É importante conquistar o cliente”, enfatiza o diretor operacional da Farmarcas.
PERSONALIZAÇÃO Mário Henrique Alves Queirós, diretor-presidente da rede Pague Menos, observa que a tecnologia, consultoria e pesquisa devem estar na base de um empreendimento que pretenda se ajustar às dinâmicas dos novos tempos. “Nossa companhia passa por revisões estratégicas constantes, antecipando-se às tendências e reinventando o
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negócio por meio do investimento constante em pessoas, processos e tecnologia. Investimos em consultoria e programas para entender melhor o comportamento do cliente, com foco no aperfeiçoamento da experiência de compra e do atendimento nos pontos de vendas”, indica. De acordo com Queirós, mais do que oferecer bons preços e descontos, uma farmácia precisa conhecer melhor o seu cliente para poder atendê-lo com qualidade acima da média e entregar exatamente o que ele procura. “A Pague Menos está alinhada a uma tendência consolidada no mercado internacional: a personalização. Ao entendermos melhor o hábito de nossos clientes, por meio de análises detalhadas de milhões de dados armazenados, nos aproximamos deles e obtemos mais precisão e agilidade na tomada de decisões. O nosso foco é tornar a experiência de compra dos clientes cada vez mais exclusiva e recompensadora”, relata.
SETE PASSOS PARA O BOM ATENDIMENTO
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3 CAPACITAÇÃO Na avaliação de Luiz Muniz, consultor da Telos Resultados, a qualidade da experiência de compra depende, principalmente, de um bom atendimento. “A venda é uma atividade baseada em relações humanas. Quanto melhor for o atendimento na visão do cliente, melhor será a experiência de compra e a chance de fidelizá-lo, gerando aumento de faturamento e melhoria da rentabilidade”, elucida. Em virtude disso, o varejo farmacêutico, segundo Muniz, vem investindo cada vez mais na capacitação de colaboradores. “A capacitação deve acontecer não apenas para os atendentes, mas também para todos que trabalham na loja. O resultado da loja passa a melhorar rotineiramente de forma significativa quando todos estão capacitados em boas práticas de atendimento, controle de gastos, gestão de estoques e vendas,” aponta. Muniz reforça que de nada adianta investir em marketing se os atendentes não refletem a imagem que a empresa deseja passar. “A postura dos colaboradores influencia na forma como a loja é abastecida, na forma pela qual os pedidos são realizados junto aos distribuidores, na forma como a gestão de estoque é realizada e como os clientes são atendidos”, adverte.
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Ângelo Vieira, diretor operacional da Farmarcas, fornece algumas orientações para aprimorar o atendimento no varejo farmacêutico 1. Ser rápido, simpático e solícito é uma necessidade, independentemente do consumidor. É fundamental cativar. O profissional de uma farmácia deve sempre estar pronto para entender o comportamento do consumidor e seus tipos de necessidades, buscando a fidelização. 2. O atendente deve conhecer a fundo todos os detalhes do produto/serviço que está oferecendo ou que o cliente está pedindo. Por isso, ele deve se aperfeiçoar em categorias de produtos, legislação, composição, posologia, formas farmacêuticas, vias de administração, reações adversas e interações medicamentosas. 3. É importante que se crie identificação com o ambiente de uma farmácia, deixando o cliente à vontade e com total entendimento do que está comprando. 4. O ambiente é fundamental para um bom atendimento. Procure dar ao ambiente um clima agradável, priorizando espaço, boa iluminação e som ambiente prazeroso. 5. A organização dos medicamentos também faz grande diferença no atendimento. Por isso, é importante se preocupar com o posicionamento de cada produto. É interessante também oferecer boa sinalização e filas organizadas para pagamento. 6. Evite deixar o cliente esperando por muito tempo. Caso observe que poderá demorar, pare por um instante e dê um posicionamento pela demora, desculpando-se. 7. Evite exibir uma postura amadora de atendimento, o que pode ocorrer com erros grosseiros de linguagem. Isso vale tanto para atendimento pessoal como por telefone. Um diferencial é reconhecer qual o estilo do cliente e adaptar sua linguagem. Nunca seja vulgar ou inconveniente.
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ALBERTO KUREBAYASHI EBAYAS SHI
DERMOCOSMÉTICOS OPORTUNIDADE PARA AS EMPRESAS FARMACÊUTICAS O setor farmacêutico, assim como outros segmentos, sofreu nos últimos anos o impacto da crise econômica global. No entanto, devido ao seu poder de resposta, seja pela qualidade, inovação, funcionalidade ou necessidade de seus produtos e serviços, ele já volta a trilhar um crescimento sustentável. Além dos medicamentos, o segmento tem ao seu dispor uma grande oportunidade de expansão: os dermocosméticos. Avaliando o cenário atual, repleto de grandes desafios, algumas indústrias farmacêuticas despertaram para o atrativo mercado dos dermocosméticos. Com o aumento de expectativa de vida, o aumento de renda da população de menor poder aquisitivo e o maior acesso aos planos de saúde, aumenta também a demanda por produtos encontrados na farmácia, sejam medicamentos ou produtos de beleza e higiene pessoal. Poderíamos listar inúmeros pontos positivos para uma empresa farmacêutica investir no mercado de dermocosméticos, mas comentaremos apenas alguns aspectos. Quando falamos de medicamentos, fazemos uma associação direta com doença ou ausência de saúde. Mas, quando falamos de dermocosméticos, estamos falando de beleza, saúde e autoestima juntos. A receptividade do consumidor a essa categoria de produtos é imediata, entendida como um produto associado ao bem-estar. Quando as empresas farmacêuticas falam de dermocosméticos, acessam o consumidor de uma maneira agradável, pois não se aborda o termo “doença”, mas a manutenção, recuperação e proteção da pele, unhas ou cabelos. Outro ponto importante é a credibilidade. Empresas farmacêuticas são conhecidas pelo seu rigoroso modelo de condução em todas as etapas
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do negócio. Sendo assim, um produto dermocosmético com chancela ou carimbo de uma farmacêutica já chega ao mercado com um grande diferencial.Todos os produtos dermocosméticos são submetidos a testes de segurança e eficácia com aprovação por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). No entanto, o tempo de estudo, os custos e o tamanho do grupo de estudo são mais atrativos no caso dos dermocosméticos, se comparados ao desenvolvimento de um fármaco. Basta lembrar que em um projeto farmacêutico existe a necessidade de se realizar as três fases de testes clínicos, e a agência americana Food and Drugs Administration (FDA) tem exigido o uso de uma maior diversidade populacional e ampliação de novos protocolos de estudos aplicados em todas as fases, o que impacta em diversos pontos a viabilidade de novos medicamentos. Há também a extensão da expertise. Uma empresa considerada referência em um determinado assunto, como a oncologia, por exemplo, que ofereça medicamentos de alta eficácia, teria uma grande credibilidade se abordasse o câncer de pele de maneira preventiva, com uma linha de fotoprotetores de alta performance, demonstrando sua preocupação social e humana, o que resultaria em uma percepção altamente positiva por parte do consumidor. As oportunidades, a atratividade e as possibilidades de crescimento no ramo de dermocosméticos são promissoras. Para empresas que ainda não atuam ou estão começando a explorar essa plataforma, existem inúmeros caminhos e modelos estratégicos para agilizar a entrada e atuar de maneira competitiva e rentável.
ALBERTO KEIDI KUREBAYASHI é farmacêutico-bioquímico, diretor da Protocolo Consultoria Personal e Health Care e conselheiro da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC).
PROTETORES
PARA TODAS
AS ESTAÇÕES Mais do que produtos com altas vendagens no verão, protetores solares e repelentes são usados o ano todo pelo consumidor
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Por Daniel Sender
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OS FOTOPROTETORES PASSAM POR
UM BOOM NAS VENDAS DURANTE
OS MESES MAIS QUENTES, MAS JÁ NÃO SÃO MAIS CONSIDERADOS UMA NECESSIDADE APENAS SAZONAL, POIS O PÚBLICO ESTÁ CONSCIENTE DA IMPORTÂNCIA DELES
”
ALBERTO KEIDI KUREBAYASHI, CONSELHEIRO DA ABC
Q
uando o assunto é produtos do segmento farmacêutico para o verão, é comum imaginar que são itens dispensáveis para as outras épocas do ano. No entanto, as coisas não são bem assim. O público consumidor está cada vez mais alerta sobre a importância dos fotoprotetores e outros produtos destinados a prevenir cânceres e demais condições da derme, assim como manchas e envelhecimento precoce. Segundo Alberto Keidi Kurebayashi, farmacêutico bioquímico, conselheiro da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) e diretor da Protocolo Consultoria em Dermocosmética, a ideia de que esses produtos sejam apenas sazonais – isto é, restritos a uma determinada época – já ficou para trás. “São produtos que passam por um boom nas vendas durante os meses mais quentes do ano, mas já não podem mais ser considerados uma necessidade apenas sazonal nos biombos das farmácias, pois o público está cada vez mais consciente da importância dos fotoprotetores como um item fundamental à saúde”, confirma. O mais recente relatório de
CRITÉRIO DE COMPRA
Ve o que pensa o consumidor na hora de adVeja quirir fotoprotetores qu De acordo com um levantamento da Mintel Reports, para o consumidor brasileiro o Fator de po Proteção Solar (FPS) é o critério mais importanPr te no momento da escolha de um fotoprotetor, seguido por marca, segmento, tamanho e forma se de aplicabilidade. 1º FPS 2º Marca 3º Segmento (kids, protetor com cor, facial, etc.) 4º Tamanho e tipo de aplicador (aerosol, loção, spray)
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PROTETORES
mercado apresentado pela Mintel Reports, em dezembro de 2016, confirma esse entendimento. De acordo com dados do instituto, 33% dos entrevistados disseram utilizar produtos relacionados à exposição ao sol todos os dias, inclusive nos meses mais frios no ano.
MERCADO De acordo com a consultoria Kantar Worldpanel, especializada em hábitos de consumo, o uso de fotoprotetores atinge 17% dos lares brasileiros, sendo mais presente em regiões litorâneas com maior incidência de sol, como Norte, Nordeste e Sudeste. Segundo o serviço de inteligência de mercado Euromonitor, o Brasil já é o
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segundo maior mercado de proteção solar do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Apesar disso, o consumo per capita da categoria ainda é considerado baixo no país. Foram consumidos 66 ml per capita em 2016 no Brasil, enquanto nos Estados Unidos foram consumidores 111 ml. Na avaliação de Kurebayashi, os dados mostram que a categoria ainda pode crescer no Brasil. “O mercado farmacêutico do varejo que trabalha essa categoria tem um grande atrativo comercial. Pela própria característica do nosso clima, certamente teremos mais produtos nos estabelecimentos, com uma maior procura e saída por parte dos consumidores”, estima.
“
O VAREJO FARMACÊUTICO QUE
TRABALHA ESSA CATEGORIA TEM
UM GRANDE ATRATIVO COMERCIAL. PELA PRÓPRIA CARACTERÍSTICA DO NOSSO CLIMA, CERTAMENTE TEREMOS MAIS PRODUTOS NOS ESTABELECIMENTOS, COM MAIOR PROCURA E SAÍDA POR PARTE DOS CONSUMIDORES
”
ALBERTO KEIDI KUREBAYASHI, CONSELHEIRO DA ABC
REPELENTES A preocupação do consumidor brasileiro com a prevenção de doenças típicas do verão levou também a um verdadeiro boom no segmento dos repelentes para insetos. Na opinião do conselheiro da ABC, assim como acontece com o protetor solar, o hábito de aplicar repelentes está cada vez mais comum no dia a dia do brasileiro. “As medidas preventivas têm entrado na vida de muitos brasileiros, que estão mais alertas com relação aos cuidados preventivos. Hoje já existe o hábito de fazer um uso casado entre protetores e repelentes, ao ponto de já termos alguns produtos que reúnem características dos dois, trazendo maiores benefícios à saúde”, observa.
COMPORTAMENTO Um relatório da Kantar Worldpanel mostrou que a penetração dos repelentes e inseticidas cresceu em todas as camadas sociais da população brasileira, registrando vendas cada vez maiores desde 2012. A consultoria aponta que só em 2016 a categoria esteve presente em 800 mil novos lares brasileiros, sendo a conquista de novos consumidores um dos principais fatores de crescimento desses produtos. Segundo um recente levantamento realizado pelo comparador de preços Zoom, o número de opções de repelentes disponíveis no mercado atingiu mais do que o dobro, saltando de 139, em janeiro de 2016, para 351 no mesmo mês em 2017. De acordo com a agência Nielsen, no ano passado a categoria expandiu 49%, se comparada com os resultados obtidos no ano anterior, representando um crescimento de 84% nas receitas totais do segmento.
PERFIL O MOMENTO CERTO
Janeiro é o melhor momento para comercializar repelentes. Segundo levantamento realizado pela Zoom, a procura pelos repelentes cresceu 62% na segunda semana de janeiro de 2016 em comparação com a segunda semana de dezembro do mesmo ano. Ou seja: janeiro é um ótimo mês para comercializar o produto.
O segmento farmacêutico, no entender de Kurebayashi, deve utilizar dados para conhecer melhor seu público consumidor e as dinâmicas que regem a funcionalidade e vendabilidade dessa categoria de produtos. “Com isso, é possível adequar o atendimento e as ações que poderão ser realizadas no ponto de venda em relação à exposição e comunicação do produto com o perfil do público-alvo”, indica ele, frisando que nessa categoria podem ser contemplados clientes dos mais variados perfis. “Temos produtos com compostos químicos e outros cuja substância ativa são os extratos vegetais ou óleo de plantas, como citronela. É uma categoria com produtos para diversos perfis de consumidor.”
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PARCEIROS
DICAS PARA TRATAR
ASSADURAS ˆ EM BEBES Problema deve ser evitado para não causar doenças de pele
A
s assaduras são reações inflamatórias na pele de bebês e crianças que causam ardência, dor, coceira, irritação e sensação de queimação. Costumam surgir em regiões com uso de fraldas, principalmente em ambientes quentes e úmidos. Confira abaixo algumas dúvidas frequentes sobre o tema:
As assaduras ocorrem por falta de higienização? As assaduras são irritações de pele e afetam cerca de 50% dos bebês. O principal fator de risco é a demora na troca de fraldas, que prejudica a higienização. Existem outros fatores que podem ocasionar o problema, como uso de loções, desodorantes e talcos, diarreia – com aumento da quantidade de fezes nas fraldas – e o uso de medicamentos antibióticos, que podem gerar reações na pele.
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O calor facilita o surgimento das assaduras? Por que isso acontece? Sim, o calor pode facilitar o surgimento de assaduras, mas não é o principal fator. O uso de fraldas ocasiona aumento da temperatura e da umidade, elevando as chances de irritação por conta do contato prolongado da urina e das fezes. Caso não sejam tratadas corretamente, as assaduras podem evoluir para micoses ou infecções de pele? Sim. As bactérias presentes no local promovem a conversão de ureia em amônia, elevam o pH da pele e facilitam o aparecimento de infecções. Quando a assadura deve ser um sinal de alerta e o bebê encaminhado ao médico? Quando a criança estiver muito irritada, desconfortável e com grandes áreas de vermelhidão na região da pele afetada pelas assaduras. Como deve ser feito o tratamento e quais os medicamentos indicados? É recomendado fazer higiene da área com água morna durante as trocas de fraldas e, caso existam fezes, com enxágue abundante ou lenço umedecido próprio para recém-nascidos, sem perfume e sem álcool. Os cremes de barreira, como os feitos à base de nistatina e óxido de zinco, devem ser utilizados em todas as trocas de fraldas para prevenir dermatites e tratar as assaduras. É importante que as medicações tópicas utilizadas não sejam cáusticas, pois podem causar queimaduras, e com mínivocar dermatite no local. ma possibilidade de prov provocar Qual a melhor man maneira n eira de evitar o problema? A melhor maneira de se evitar assaduras é a prevenção. er a pele limpa e seca, e sempre Para isso, deve-se mante manter uando estiverem sujas de urina ou fezes. trocar as fraldas quando
Adquirida pela Hypermarcas em 2009, a Neo Química aumentou sua força e participação no mercado de medicamentos e se consolidou como uma das principais marcas do segmento farmacêutico brasileiro. Com mais de cinco décadas de história, contabiliza mais de 120 moléculas e 190 apresentações de genéricos, e mais de 140 marcas e 240 apresentações de similares. Hoje, a Neo Química é líder nacional em similares equivalentes e vice-líder em genéricos.
NISTATINA+ÓXIDO DE ZINCO NEO QUÍMICA São pomadas que não exigem prescrição médica. Portanto, podem ser encontradas em qualquer farmácia ou drogaria. O consumidor pode ter em casa, pois é um medicamento que além de prevenir, age no alívio dos sintomas e auxilia no tratamento das assaduras. Nistatina + óx óxido xido de zinco. MS: 1.5584.0113. Indicações: Para alívio das assaduras de bebês, principalmente relacion relacionadas nadas ao uso de fraldas. SE PERSISTIREM OS SINTO SINTOMAS OMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Janeir Janeiro/2017. ro/201
REFERÊNCIAS: - Ferreira B.I.A.L.S. S. et al. DERMATITIS: DIAGNOSIS AND THERAPY. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research. 2013. Vol.5,n.2,pp.22-26. - Fernandes J.D. Pathogenesis of napkin dermatitis – Part I. An. Bras. Dermatol. 2008;83(6):567-71. oughts on irritant contact dermatites. Contact Dermatitis 1981: 7: 238-247. - Malten K.E. Thoughts o de uma experiência utilizando-se a clara de ovo na dermatite amoniacal no centro de convivência infantil do Instituto - Silva L.J. Relato ese” de cardiologia. R. Bras. Enferm. 1991.44(213): 136140. “Dante Pazzanese” uidado com a pele do recém-nascido. Sociedade Brasileira de Pediatria. 2015. - Consenso de cuidado
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PARCEIROS
Editora oferece know-how para fazer a diferença no relacionamento com parceiros e clientes
A
CMN Content Marketing é uma editora especializada em publicações corporativas customizadas. Com mais de 15 anos de atuação, conta em seu portfólio com clientes de toda a cadeia de consumo (indústria, distribuição, varejo, serviços, entidades classistas) e variados segmentos: • Farmacêutico: Abradilan, IQVIATM, Plena, Extrafarma, entre outros; • E mais: arquitetura e decoração; fitness; mercado pet; supermercadista; variedades; infantil; agropecuário; de educação; de gastronomia, entre outros. A editora produz, sob medida, qualquer produto de qualquer setor. Isso porque dispõe de uma estrutura completa para a produção de revistas customizadas para empresas e organizações de pequeno, médio e grande porte. Oferece toda a estrutura com custo reduzido para o cliente, que tem acesso à revista pronta em suas mãos,
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sem se preocupar com o processo de criação, produção e gráfica. Com excelente qualidade editorial, as publicações da CMN abrangem um universo que vai ao encontro dos desejos e anseios do cliente. São desenvolvidas de acordo com o perfil do público que se pretende atingir: final, intermediário, interno ou externo.
CONCEITO X TENDÊNCIA O conceito de customizar refere-se a personalizar, fazer sob medida, adaptar a determinado público. Tem origem no termo em inglês “custom”. Segundo o Cambridge Dictionary traduz-se como “feito especialmente”. As publicações customizadas retratam uma tendência mundial em estratégia de marketing, fator que vem crescendo muito no Brasil. No exterior, em países como EUA e Inglaterra, elas chegam a ser maioria nas bancas de revista. O aumento nesse consumo segmentado deve-se ao
PERCEPÇÃO DE QUEM INVESTE*
ferramenta para obtenção de clientes
87%
Acreditam que elas
90%
ajudam na construção de relacionamento com os clientes
fato de as revistas customizadas mostrarem resultados expressivos no posicionamento de marcas e fidelização de públicos. Elas oferecem conteúdo específico e direcionado para cada objetivo. O leitor encontra matérias, artigos e anúncios voltados para o seu universo, aquilo que é do seu interesse. Outro fator relevante é o custo acessível, se comparado a outras mídias tradicionais. Mostra-se como uma ferramenta que fica em exposição por um longo período, contrastando com veículos de impacto fugaz, como um comercial de rádio ou TV, por exemplo. A revista pode ser guardada, lida, relida, revista. Segundo pesquisas feitas pela entidade norte-americana Custom Publishing Council, a maior parte das pessoas que recebe publicações customizadas, de fato, as leem. Elas têm mais familiaridade e impressões positivas das empresas que produzem revistas. Ao contrário de meios invasivos como e-mail marketing, merchandising ou mala direta, a revista customizada é bem aceita porque não está focada apenas no produto, mas sim no leitor. As customizadas chegam a ter 80% de aceitação do público analisado.
FACILIDADES A CMN entrega a revista pronta, desde a concepção do projeto até as mãos do leitor. A CMN está presente, oferecendo suporte e know-how de uma equipe experiente no desenvolvimento de projetos de revistas customizadas. A editora cuida de todas as etapas do processo: da definição dos objetivos, passando pela modelagem das linhas gráfica e editorial, escolha das pautas, direção de arte, controle de qualidade na impressão, logística, apoio na distribuição e na captação de recursos.
PARCEIROS Com uma revista customizada, é possível oferecer espaço para fidelizar grandes clientes corporativos, conquistar novos parceiros, divulgando sua marca, estreitar laços com fornecedores e ampliar ainda mais a rede de relacionamento. Por exemplo: um distribuidor de medicamentos decide fazer uma parceria com uma indústria. Por um lado, o distribuidor tem seus projetos divulgados em uma revista própria, por outro, a indústria ganha em divulgar seu produto direto no PDV (ponto de venda). O resultado revela
Acreditam nas customizadas como ferramenta de marketing eficiente
IMPRESSÃO QUE O LEITOR TEM DAS REVISTAS
IMPRESSÃO QUE O LEITOR TEM DAS EMPRESAS
77%
Leem toda a publicação
33%
77% Leem 1/4 ou mais da publicação
obtiveram impressão mais favorável da empresa
74% descobriram novos produtos e serviços
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*pesquisa com executivos de marketing dos EUA e Reino Unido
81%
customizadas são uma
73%
minutos
encontraram informações inéditas sobre a empresa Tempo de leitura
79%
52%
Querem continuar recebendo as publicações
ficaram mais abertos a adquirir produtos/serviços
82%
66%
Acham as publicações atraentes e com apresentação profissional
adquiriram mais respeito pelas empresas
75%
57%
Acham as publicações confiáveis
já adquiriram produtos anunciados ou abordados
Fonte: pesquisa realizada pelo Custom Publishing Council
Acreditam que as
incremento nos negócios e fidelização dos clientes. Como vivemos em um mundo globalizado, com fortes tendências virtuais, complementamos cada edição compartilhada nos meios digitais, produzindo links para os clientes, além de apps, que podem ser distribuídos para os leitores. Tudo isso é pensado para que você divulgue sua marca e alcance o maior número de inserções em cada publicação. Hoje em dia, temos orgulho de afirmar que mais de 150 empresas de todo país, além de 11 países da América Latina, publicam nossas revistas customizadas, veiculadas em diferentes idiomas. CMN, conteúdos que conectam marcas e pessoas!
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ROTEIRIZADOR OTIMIZA ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS Atualmente, mais e mais distribuidores têm aproveitado ferramentas tecnológicas para dimensionar e organizar a distribuição de produtos, visando a otimização do espaço nos caminhões. Com o maxRoteirizador, desenvolvido pela Máxima Sistemas, é possível dimensionar as cargas de maneira visual, ou seja, planejar previamente, antes mesmo de começar a acomodar as mercadorias dentro do veículo. Normalmente, empresas que trabalham com grande rede de distribuição utilizam cerca de 40% do caminhão para entregar em apenas um cliente, como um grande varejista, por exemplo. Com o maxRoteirizador, é possível escolher que esse cliente seja o primeiro a ser atendido, o que ajuda no manuseio e também no uso do espaço do veículo. Para mais informações, acesse o site da empresa: maximasistemas.com.br.
PRIMEIRA LACTASE EM GOTAS DO BRASIL
DUNIA 35® COMBATE DOENÇAS HORMONAIS Produzido pela Melcon, o Dunia 35® é indicado para o tratamento feminino da acne, queda excessiva de cabelos, casos leves de hirsutismo (excesso de pelos) e síndrome de ovários policísticos (SOP) – o medicamento não é indicado para homens. O tempo para início da eficácia é de, pelo menos, três meses para a acne, e os efeitos são mais pronunciados com maior duração do tratamento (no máximo após 12 meses de tratamento). O tempo para início da eficácia para o tratamento do hirsutismo é mais longo quando comparado ao da acne (6-12 meses). A necessidade da continuação do tratamento deve ser avaliada periodicamente pelo médico. O tempo para início da eficácia para SOP também é mais longo e depende da gravidade dos sintomas. O tratamento deve ser realizado por vários meses e a necessidade da continuação do tratamento deve ser avaliada pelo médico. MS: 1.5589.0009. Acetato de ciproterona + etinilestradiol. Medicamento genérico Lei 9.787, de 1999. MS: 1.5589.0004. SAM: 0800 604 0600. melcon.com.br.
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A Maxinutri mantém o ritmo de inovação para o canal farma e p llança a primeira lactasse em gotas do Brasil. O Deslac foi desenvolvido para intolerantes v à lactose por meio de estudos com consumie dores da enzima que d encontravam algumas e dificuldades com as d apresentações atuais. a Com diferenciais de flexibilidade f de uso e ajuste na dosagem, de acordo com o grau de intolerância individual, o produto ganhou o mercado e conquistou os clientes, que agora podem ficar livres de desconfortos causados pelo leite e derivados. Para mais informações, acesse www.deslac.com.br.
DEZ ANOS LIDERANDO O MERCADO CONTÁBIL EM GOIÁS
MAIS FORÇA E POTÊNCIA A UMA FÓRMULA CONSAGRADA Desde que foi criado, o Kimera tornou-se um dos suplementos termogênicos mais vendidos do país, esgotando estoques e faturando prêmios, como o do site Corpo Ideal, que o elegeu como o melhor termogênico do Brasil. Agora, o produto ganhou a companhia do Kimera Extreme, com um poder termogênico ainda mais potente, especial para pessoas que buscam mais energia, emagrecimento e definição muscular. Com exclusiva tecnologia time-release, o Kimera Extreme contém TCM e 420 mg de cafeína por dose para a melhora do desempenho físico, o aumento da termogênese e da queima de gordura corporal. Para o seu consumo, é indicado ingerir uma ou duas cápsulas de Kimera Extreme ao dia ou de acordo com a orientação de um médico ou nutricionista.
Completando dez anos de atividades, a KBL Accounting é uma empresa que atua no mercado contábil com foco no planejamento tributário responsável voltado às empresas dos segmentos industrial, comercial e prestadores de serviços. Ela possui o propósito de ampliar a competitividade de seus clientes com uma gestão contábil adequada aos objetivos e atuação da empresa. “Entre os principais desafios contábeis para as empresas atualmente, está o monitoramento e acompanhamento da legislação fiscal vigente e suas atualizações e alterações”, destaca Ivan Carlos de Lima, sócio-fundador da KBL. A atuação consolidada da empresa no mercado goiano é devida a um trabalho focado na transparência, responsabilidade e valorização de pessoas.
COLÁGENO GARANTE EFICÁCIA NO 1º MÊS C COLÁGE A Valda C Colágeno, uma bala deliciosa feita com a matéria-prima VERISOL®, VE que estimula o metabolismo da pele, age de dentro para fora por meio de peptídeos bioativos de colágeno. Ele E garante a melhoria da aparência e elasticidade da pele, rredução de rugas e celulites, além do crescimento saudável das unhas. Valda Colágeno tem 5 kcal por bala, não poss possui açúcar e utiliza VERISOL® hidrolisado, que tem rápida ab absorção pelo corpo, é livre de transgênicos, glúten, lactose e não é alergênico.
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NOT NOTAS TAS S
GOMA DA PEPPA PIG TEM A ALTO GIRO NO CHECK-OUT
GESTÃO DE ESTOQUE NA PALMA DA MÃO A PC Sistemas apresenta o aplicativo Rfmobile para empresas que querem obter a gestão do estoque na palma da mão de forma rápida e segura. Com a solução, o atacadista distribuidor poderá monitorar desde a entrada e saída de mercadorias até o inventário de maneira prática e inteligente, diretamente do celular ou coletor de dados. Integrado ao software WinThor, o programa utiliza os dados do ERP para gerar informações confiáveis e em tempo real, permitindo controle completo e decisões mais estratégicas, além de propiciar maior competitividade para o pequeno distribuidor. O aplicativo estará disponível em breve para instalação em coletores de dados e download para celulares com sistema Android na Play Store.
NOVA LINHA DA FITOWAY SE DESTACA PELA CREDIBILIDADE
Contando com uma ótima aceitação por parte do consumidor final, a Linha Pharma, nova linha de suplementos alimentares da Fitoway, vem conquistando seu espaço nas prateleiras por se destacar em sua proposta de passar credibilidade e gerar confiança, especialmente em novos consumidores. Se você deseja oferecer o produto a seus clientes, contate a fabricante pelo e-mail: viviane. metta@fitoway.com.br.
As gominhas Nesh C + Zinco Peppa Pig vêm ganhando destaque nos PDVs. Disponíveis em embalagens sob medida para garantir a dose diária de Vitamina C e Zinco para as crianças, as gominhas sabor morango conquistam pais e filhos no ato do check-out e garantem alta rentabilidade aos varejistas. O pacotinho é ideal para ser levado a qualquer lugar e substituir as guloseimas de um jeito saboroso e saudável, fortalecendo a imunidade dos pequenos e afastando gripes e resfriados. Para as distribuidoras que buscam bons resultados com um produto que combina prevenção, inovação e rentabilidade, a Nesh C + Zinco Peppa Pig pode ser uma boa indicação.
ALIADO DAS DIETAS E DA PERFORMANCE FÍSICA A linha Thermogenize foi projetada para levar o máximo de desempenho físico aos atletas amadores das mais variadas modalidades esportivas, ou seja, toda comunicação para o sell out do produto terá foco no público consumidor do canal farma. Diferente das principais marcas de termogênicos do mercado, a linha Thermogenize direciona suas forças de marketing para dentro das farmácias e drogarias de todo o Brasil, potencializando esse “novo consumidor”.
RESPLIX® - LANÇAMENTO A Medquímica lançou no mês de Junho o medicamento fitoterápico Resplix® (Hedera helix L. extrato seco). Indicado como expectorante em caso de tosse produtiva. Resplix® está disponível nas apresentações 100mL e 200mL e compõe a lista de inverno Medquímica. Registro MS: 1.0917.0107
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CONTATOS CONTAT TOS S
Meire Moreira vendas@compex.com.br (11) 3900 9333
V Valmor Dirceu Senger • Gerente Comercial ((62) 98221 0033 • (62) 3902 3275 Fax (62) 3902 3241 valmor.senger@melcon.com.br v
www.fitoway.com.br comercial@fitoway.com.br (18) 3329 1630
Luciana Moura • Gestora Segmento Farma luciana.moura@pcinformatica.com.br 0800 707 2707 • (62) 9111 1680
Francisco Carlos Ferreira Bezerra Gestor Comercial contato@maximasistemas.com.br (62) 3412-2900
Silvia Poli comercial@maxinutri.com.br (43) 3274 5262
Paulo Avila Jr. Gerente Comercial Nacional paulo.avila@photongroup.com (11) 94597 1807 Robson Moreno Gerente Comercial Farma robson.moreno@photongroup.com (11) 97084 3786
Ivan Carlos de Lima Diretor Comercial +55 (62) 3515 1280 +55 (62) 8404 4381 ivan@kblcontabilidade.com.br www.kblcontabilidade.com.br
Daphne Fleming • Gerente de Negócios Varejo • (41) 2141 4143 varejo@nunesfarma.com.br Jane Marques • Gerente de Negócios Hospitalar • (41) 2141 4132 jane@nunesfarma.com.br www.nunesfarma.com.br
Julio Nascimento Gerente Nacional de Vendas (21) 99878 3952 julionascimento@valda.com.br Alexandre Alves Gerente Regional de Vendas (SP/Sul) (11) 98441 1314 • alexandrealves@valda.com.br Adriana Viola Gerente de Contas (SPI/CO) (16) 99616 5633 • adrianaviola@valda.com.br Alexandre Scuvero Gerente de Contas (RJ/MG/ES/DF/GO) • (21) 97218 6047 alexandre.scuvero@valda.com.br
Gean Martins • Diretor Comercial e de Trade Marketing geanmartins@lupin.com +55 11 96400 6486
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Rômulo Santos • Gerente Regional de Vendas (NO/NE) (85) 9756 9853 • (85) 98186 8978 romulo.santos@valda.com.br