Revista
OPrepare-se NOVO REIpara a invasão dos gatos
SAIA DA MESMICE Inovar sim, mas com cuidado
JOSÉ EDSON GALVÃO DE FRANÇA Presidente da Abinpet aborda potencial e desafios do ramo
O SETOR PET MAIS PROFISSIONAL E UNIDO Andipet realiza o lançamento de sua abertura ao varejo, uma iniciativa histórica para a entidade e o segmento
Uma publicação da Associação Nacional dos Distribuidores de Produtos PET • Edição 21 • 3º trimestre de 2017
Fotos: Divulgação Pet South America
REVISTA ANDIPET • EDIÇÃO 21
EM VISTA DO
FUTURO ara um negócio prosperar, é preciso que ele esteja em profunda sintonia com o ambiente de mercado onde se situa, percebendo suas eventuais flutuações e adequando seu percurso conforme os ventos que sopram no setor. Como não poderia deixar de ser, o mercado pet também participa dessa lógica, e nesta edição veremos de que forma se pode aproveitar as oportunidades trazidas pelos novos ares.
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E, por falar em novos ares, você sabia que, de acordo com o IBGE, os gatos deverão ultrapassar os cães na preferência dos brasileiros até 2025? A mudança resultará em grandes oportunidades para quem souber aproveitar a ampliação do segmento felino. É o que mostra a matéria “A vez dos gatos” desta edição. O entrevistado da vez é José Edson Galvão de França, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), que fala sobre os desafios e esperanças do ramo pet no Brasil. Ainda nessa edição, veremos uma cobertura do congresso Pet South America, a mais importante e completa plataforma de negócios do setor pet e veterinário da América Latina, onde a Andipet protagonizou um lançamento histórico: a sua abertura ao varejo, que deverá contribuir para uma maior profissionalização e união do segmento.
Boa leitura e bons negócios!
CAPA
SETOR PET MAIS UNIDO E PROFISSIONAL VITRINE
NOVIDADES E DICAS SOBRE PRODUTOS PANORAMA ECONÔMICO
PREPARE-SE PARA A INVASÃO FELINA GIRO
NOVIDADES E DICAS DO MUNDO PET COMO EU FAÇO
PROTEÇÃO JURÍDICA É ESSENCIAL Também disponível na versão mobile!
REVISTA ANDIPET • EDIÇÃO 21
EXPEDIENTE OPINIÃO
MARCO ANTÔNIO GIOSO ONG
GAME ABORDA ABANDONO ANIMAL
PRESIDÊNCIA Nadson Pessoa (Recife)
VICE-PRESIDÊNCIA Paulo Cesar Maciel (Uberlândia)
SECRETARIA Rafael Nino Ballarini (Porto Alegre)
NEGÓCIO PET
TESOURARIA
SERVIÇOS INOVADORES NO SEGMENTO
Ariovaldo A. Jardim Jr. (Maringá)
RELAÇÕES PÚBLICAS Marcelo Itamar De Luca (Brasília)
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA Wilton Duarte Angelo Roberto Costa De Lima
COMISSÃO FISCAL
ENTREVISTA
Lucia Carvalho
JOSÉ EDSON GALVÃO DE FRANÇA ANÇA
Antonio Carlos Marchesano
GESTÃO EXECUTIVA
A TRAJETÓRIA DE ALEXANDRE ROSSI
Fotos: Ca rol Gh
CASE DE SUCESSO
erardi
Zuleica Mazzetti
FIQUE POR DENTRO
DICAS, NOVIDADES E CURIOSIDADES
DIREÇÃO EXECUTIVA Alexandre Serpentino
DIREÇÃO EDITORIAL Tiago Serpentino
EDITOR-CHEFE Rafael Guedes – MTB 0011210/PR
ACONTECE
ANDIPET ELEGE NOVA DIRETORIA
REDAÇÃO Daniel Sender e Donizete Henrique Santos
DIREÇÃO DE ARTE Raphael Freire
REVISÃO Diogo Coelho
ATENDIMENTO Edison Lopes Bernardo
A Revista Andipet é uma publicação da Associação Nacional dos Distribuidores de Produtos Pet. A Andipet não se responsabiliza pelos conceitos emitidos em artigos assinados, bem como pelas informações ou conteúdo dos anúncios publicados. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização. A Revista Andipet é produzida pela CMN Content Marketing, (19) 3583-1251, editoracmn.com.br. Relações com a imprensa: redacao@ cmnrevistascustomizadas.com.br
ADMINISTRAÇÃO Fabiana Cruz
IMPRESSÃO Vox Gráfica
TIRAGEM 15.200 exemplares
VITRINE
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CAPA
UNIDOS SOB A MESMA
BANDEIRA PARA INTENSIFICAR A PROFISSIONALIZAÇÃO E UNIÃO DO SETOR, ANDIPET LANÇA SUA ABERTURA AO VAREJO 16ª edição do congresso Pet South America, principal feira de negócios da América Latina para os setores pet e veterinário, aconteceu entre 15 e 17 de agosto último no centro de convenções São Paulo Expo. Contando com mais de 300 expositores de várias partes do Brasil e do mundo, o evento mostrou as novidades do segmento a mais de 20 mil visitantes. Entre as iniciativas que marcaram a feira, destaque para a Associação Na-
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cional dos Distribuidores de Produtos Pet (Andipet) e o anúncio de sua abertura ao varejo, cujo objetivo será colaborar com a profissionalização geral do setor.
O varejo mais profissional De acordo com Nadson Pessoa, presidente da Andipet, o varejo pet é uma fatia do mercado que conta com amplas possibilidades de profissionalização e que já estava na mira da entidade há
algum tempo. “Há dois anos, começamos um contato com o varejo e agora partimos efetivamente para uma associação com esse grupo, que atualmente não conta com nenhuma entidade que o represente. O mercado é novo, tem cerca de 30 anos e pode se profissionalizar mais”, explica ele, observando também que a associação deverá fornecer ferramentas que auxiliem o varejo nas gestões comercial, de marketing e de pessoas.
Fotos: Divulgação Pet South America
DONIZETE HENRIQUE SANTOS
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COMEÇAMOS UM CONTATO COM O VAREJO PET E AGORA PARTIMOS PARA UMA ASSOCIAÇÃO EFETIVA COM ESSE GRUPO, QUE NÃO CONTAVA COM NENHUMA ENTIDADE QUE O REPRESENTASSE
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Nadson Pessoa, presidente da Andipet
Vice-presidente da Andipet, Paulo Cesar Maciel destaca que a entidade pretende levar profissionalização para o varejo pet como um todo, sem deixar de lado os lojistas e varejistas considerados menores. “Todo mercado, à medida que amadurece, vai se profissionalizando. Mas essa profis-
sionalização, por vezes, torna-se inacessível às pequenas lojas e varejistas. O papel da Andipet está aí. Juntos, nós conseguimos oferecer a essas lojas e varejo o mesmo que uma grande rede consegue oferecer a seus colaboradores. As pessoas precisam entender esse mercado para que acompanhem
a necessidade e o desejo do seu público consumidor”, elucida ele, acrescentando ainda que atualmente os donos de pets estão cada vez mais “entendidos” quando se trata do cuidado com os animais. “Não é possível prestar o mesmo serviço pelos próximos dez anos. Precisamos colaborar com a pro-
CAPA
“Só ficará no mercado quem se profissionalizar”, defende. Pessoa acrescenta que a abertura ao varejo agregará força e valor ao segmento. “A Andipet está trazendo uma bandeira para o segmento pet, onde o varejo, por menor que seja, estará debaixo de um ‘guarda-chuva’ que lutará para que ele tenha melhores condições e vantagens, o que ele não teria sozinho”, garante.
Paulo Cesar Maciel, vice-presidente da Andipet
jo com o animal de estimação”, analisa o “Dr. Pet”. No entender de Marco Antônio Gioso, diretor científico da Pet South America, o evento foi importante por “reunir cabeças pensantes e pessoas do mesmo
O PET SOUTH AMERICA EM NÚMEROS
Impressões da feira O zootecnista e apresentador Alexandre Rossi esteve presente no Pet South America com a franquia de adestramento Cão Cidadão. Na avaliação dele, o congresso foi uma importante “ponte” entre os profissionais e os amantes do mundo animal. “Na feira, foi possível aprender mais sobre comportamento animal, ver produtos novos para quem tem clínicas e pet shops, e ainda conhecer práticas que vêm sendo adotadas no mane-
Em três dias de evento, 21.200 visitantes circularam pelo Pet South America 2017, um número cerca de 6% maior do que o registrado no ano anterior. A feira contou com mais de 300 expositores, entre médicos-veterinários, lojistas, distribuidores, proprietários de clínicas veterinárias e pet shops e outros profissionais do segmento, em uma área de aproximadamente 13 mil m².
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fissionalização do meio e oferecer sempre mais”, afirma. Um levantamento apresentado pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) mostrou que o Brasil possui a segunda maior população de pets do mundo. Diante desse cenário, Pessoa garante que a Andipet está presente para fortalecer o empreendedor nacional em um mercado que se tornará muito mais concorrido. “Hoje temos a segunda maior população de cães e gatos do mundo. Em virtude disso, todas as grandes marcas virão ao Brasil. Ou o mercado se profissionaliza, para que esteja em um patamar mais evoluído quando essas empresas entrarem, ou haverá uma grande desproporção entre uma cadeia de lojas muito bem estruturada e um pet shop de bairro”, prevê ele, frisando ainda que a Andipet é o “elo de evolução” entre o mercado de hoje e o do futuro.
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NÃO É POSSÍVEL PRESTAR O MESMO SERVIÇO PELOS PRÓXIMOS DEZ ANOS. PRECISAMOS COLABORAR COM A PROFISSIONALIZAÇÃO DO MEIO E OFERECER SEMPRE MAIS
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SE O VAREJO NÃO SE PROFISSIONALIZAR E EVOLUIR, HAVERÁ NO FUTURO UMA GRANDE DESPROPORÇÃO ENTRE UMA CADEIA DE LOJAS MUITO BEM ESTRUTURADA E UM PET SHOP DE BAIRRO Nadson Pessoa, presidente da Andipet
segmento para discutir assuntos do dia a dia do mercado”. Na avaliação dele, o evento conseguiu reunir distribuidores, área comercial, empresas e setor científico, ligando todos os elos da cadeia. “O veterinário e o lojista dependem de um distribuidor. A união deste distribuidor para prestar esse serviço de ponta, diferenciado e profissional, depende de uma associação que consiga agregar pessoas que tenham a ideia de levar profissionalismo aos associados, e é exatamente isso que a Andipet faz”, aponta. Segundo a avaliação de João Paulo Picolo, presidente da NürnbergMesse Brasil, o Pet South America forneceu um clima “excepcional” para a realização de negócios. “Podemos dizer, sem exageros, que a feira começou a traçar um novo caminho, com parceiros importantes e um clima excepcional para realização de negócios”, comenta. Diretor da empresa de móveis veterinários Metalvet, Luiz Donizete Floriano qualificou a feira como “importantíssima”. “Nós participamos desde a primeira edição, e conseguimos alavancar novos negócios para o Brasil e América Latina na feira. É um evento importantíssimo para nós. Sentimos que o mercado está ganhando um novo fôlego e tenho uma perspectiva ainda melhor para o próximo ano”, especula.
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PODEMOS DIZER, SEM EXAGEROS, QUE A FEIRA COMEÇOU A TRAÇAR UM NOVO CAMINHO, COM PARCEIROS IMPORTANTES E UM CLIMA EXCEPCIONAL PARA A REALIZAÇÃO DE NEGÓCIOS
Fotos: Divulgação Pet South America
João Paulo Picolo, presidente da NürnbergMesse Brasil
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CAPA
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ESTAMOS NO EVENTO DESDE A PRIMEIRA EDIÇÃO. ALAVANCAMOS NOVOS NEGÓCIOS PARA O BRASIL E AMÉRICA LATINA NA FEIRA. É UM EVENTO IMPORTANTÍSSIMO PARA NÓS. TENHO UMA PERSPECTIVA AINDA MELHOR PARA O PRÓXIMO ANO
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Luiz Donizete Floriano, diretor da Metalvet
As notícias da Andipet foram acompanhadas por outras novidades da Pet South America. Uma das mais importantes foi o lançamento oficial da Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários e Centros de Diagnóstico (ABHV). A entidade nasceu em fevereiro deste ano e abriu suas portas para afiliados de todos o Brasil durante o evento. Segundo o presidente João Abel Buck, a ABHV contempla também clínicas, sendo toda voltada para
a área de serviço médico veterinário. “A associação está pautada em duas bases: trazer gestão e inovação para a área de uma forma democrática, desde o pequeno até o grande, e balizar por cima o serviço médico veterinário, por meio da creditação e certificação, que é um serviço que não existe no Brasil. A meta é que a associação termine este ano com 100 instituições afiliadas e com perspectiva para dobrar esse número já em 2018”, planeja Buck.
Expectativa Satisfeito com os resultados da edição de 2017, Gioso já alimenta expectativas para a próxima edição do Pet South America. “As grandes empresas têm de estar nos grandes eventos. Haverá muita novidade para o ano que vem, e a indústria tem que ficar de olho para o que poderá aparecer em 2018. É aí que entram entidades como a Andipet, com seus distribuidores e associados sempre muito profissionais. Haverá novidades fantásticas”, promete.
Fotos: Divulgação Pet South America
Outras novidades
PANORAMA ECONÔMICO
MAIS INDEPENDENTES E ADAPTÁVEIS, OS GATOS DEVERÃO OCUPAR O LUGAR DOS CÃES NOS LARES BRASILEIROS ATÉ 2025
A VEZ DOS
GATOS ue animal é considerado o melhor amigo do homem? Até pouco tempo, a resposta para essa pergunta era bastante óbvia: todo mundo diria que é o cão. No entanto, o último censo sobre animais de estimação realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2015, mostrou que os brasileiros estão progressivamente trocando os cães pelos gatos. De acordo com o estudo, já naquele ano 17,7% dos lares do país possuíam pelo menos um felino, o que equivalia a aproximadamente 22,1 milhões de animais. A pesquisa mostrou ainda que, enquanto o número de cães permanecia estável, a quantidade de gatos vinha crescen-
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do significativamente nos últimos anos. Diante desses dados, os pesquisadores estimaram que até 2025 os felinos deverão ultrapassar os caninos na preferência dos brasileiros.
Tendência moderna Na visão de Gerson Alves Pereira, presidente do Clube Brasileiro do Gato (CBG), a troca dos cães pelos bichanos é uma tendência mundial que agora está chegando ao Brasil para ficar. “Os cães costumavam ser os preferidos em famílias com muitas crianças. No entanto, eles necessitam de um cenário que está ficando cada vez mais no passado, ou seja, casas com quintais espaçosos e famílias numerosas, onde as mães cuidavam de tudo e tinham
tempo de sobra para dar água, comida, coletar as fezes dos bichos e levá-los para fazer tosa e tomar banho”, analisa. Pereira destaca ainda que o próprio processo de desenvolvimento tende a tornar o Brasil cada vez mais parecido com países como França, Alemanha e Estados Unidos, onde o número de gatos é maior do que o de cães há bastante tempo. “O homem moderno trabalha mais e vive em habitações menores, tendo menos tempo de lazer e, assim, muito mais estresse. O gato, com sua característica independência, necessita de menos tempo e espaço que um cachorro, e pode ficar mais tempo sozinho, ajustando sua vida social à roti-
DANIEL SENDER
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É COMUM VER PESSOAS COM MUITOS GATOS. PARA O SETOR PET, ISSO É BOM, POIS SÃO MENOS CLIENTES LEVANDO MAIS PACIENTES EM LOJAS E CLÍNICAS Heloísa Juste, veterinária
na de seu companheiro de vida”, explica. Heloísa Juste, veterinária responsável pelo setor de felinos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), observa que o companheirismo dos gatos, por mais discreto que seja, também está pesando a favor deles. “Diferentemente dos gatos de rua, que são mais ariscos, os bichanos domésticos dormem quase 18 horas por dia, e quando o proprietário chega em casa, seu gato quer sempre ficar junto. Eles são animais muito parceiros e de fácil trato”, avalia.
Mudança rentável De acordo com a veterinária, ainda que os hábitos de vida modernos levem algumas pessoas a preferir poucos animais domésticos, com os felinos acontece justamente o contrário: quem tem um logo quer ter dois, três… “Com os cães, é comum que as famílias parem no primeiro ou segundo animal, enquanto que com os gatos é comum ver pessoas que começam com o primeiro e logo estão no quinto. Para o setor, isso é muito bom, pois são menos clientes levando mais
Proporção de domicílios com cachorro e proporção de domicílios com gato, no total de domicílios particulares permanentes, com indicação do intervalo de confiança de 95%, segundo as Grandes Regiões - 2013 58,6 49,8
48,0 44,3
42,4 36,4 22,7
23,6 19,0
17,7
Brasil
14,3
13,5
Norte
Cachorro
Nordeste
Sudeste
Gato
Sul
Centro-Oeste
Intervalo de confiança
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2013.
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pacientes em pet shops e clínicas veterinárias”, opina. A preferência pelos bichanos, segundo Heloísa, será acompanhada por uma mudança nos produtos e serviços que deverá movimentar todo o segmento nos próximos anos. “Ocorrerá uma transformação geral no setor pet. Com o crescente número de gatos, os laboratórios precisarão repensar seus remédios, para que se ajustem a quesitos como tamanho, dosagens, formas de aplicação e facilidade na administração. Também veremos uma variedade cada vez maior de rações úmidas industrializadas para diversas doenças e condições dos felinos”, estima ela, observando ainda que os gatos necessitam de um trato mais sensível, pois são vítimas de vários problemas decorrentes da alimentação com rações secas. Na avaliação do presidente do CBG, já é possível assistir a uma mudança nas ações dos fabricantes
EM MERCADOS E LOJAS DE DEPARTAMENTO, JÁ PODEMOS VER BRINQUEDOS E PRODUTOS PARA GATOS NA MESMA SEÇÃO DE MÓVEIS E OBJETOS PARA CASA Heloísa Juste, veterinária
PANORAMA ECONÔMICO
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HÁ UMA PREOCUPAÇÃO CRESCENTE DA INDÚSTRIA EM APRESENTAR PRODUTOS E SERVIÇOS PARA A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DOS GATOS
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Gerson Alves Pereira, presidente do Clube Brasileiro do Gato
TENDÊNCIAS DO MUNDO FELINO de produtos pet, que estão adotando uma postura cada vez mais amigável em relação aos gatos, adequando-se ao crescente mercado dos felinos. “Nos 45 anos do CBG, vimos diversas mudanças acontecerem no universo pet com relação aos gatos. Nos últimos tempos, temos visto uma preocupação crescente da indústria em apresentar produtos e serviços que forneçam soluções relacionadas à melhora da qualidade de vida dos gatos”, ressalta.
Mais que um pet Segundo o entendimento de Pereira, o gato é mais do que um simples animal de estimação para seus donos, sendo um legítimo companheiro para o qual se busca o que há melhor no mercado. “Um gato é um companheiro de vida, e não um ser submisso. Por isso, é preciso que os ramos da cadeia pet estejam atentos ao fato de que, para o proprietário, o gato é um membro da família, e que por isso ele investe mais em seu pet do que o dono de um cão. Quem tem gato não busca produtos de cães adaptados para o felino. Mesmo que seja uma simples ferramenta ou adereço, o dono buscará algo que foi desenvolvido especialmente para o gato, levando em conta seu porte, anatomia e comportamento”, explica ele. Heloísa acrescenta que até mesmo alguns setores de fora do mercado pet já estão se adaptando a essa nova realidade e se tornando mais receptíveis aos bichanos. “Em alguns mercados ou lojas de departamento, já podemos ver brinquedos e produtos para gatos na mesma seção onde estão os móveis e objetos para a casa das pessoas. É uma tendência que veio para ficar”, assegura.
Veja algumas das tendências felinas para o mercado pet, de acordo com a veterinária Heloísa Juste e o presidente do Clube Brasileiro do Gato, Gerson Alves Pereira Medicamentos e produtos que podem ser absorvidos pela pele do animal, facilitando sua aplicação e reduzindo o estresse tanto para o dono como para o pet. Rações úmidas e nutritivas especialmente indicadas para distúrbios frequentes, como cálculos renais, problemas na bexiga e deficiências nutricionais. Brinquedos que aproveitem o espaço vertical da residência e aticem a curiosidade dos gatos. Ao contrário dos cães, que precisam correr e brincar, os felinos se divertem com o espaço vertical, subindo e pulando de um lado a outro e exercitando sua curiosidade com brinquedos especiais para eles. Produtos específicos para gatos. Os felinos são considerados membros da família e precisam de produtos personalizados, que se ajustem às suas características próprias. Informação. Conhecer as diferentes raças e suas particularidades é uma necessidade importante, pois cada uma tem suas características únicas. Além disso, recomenda-se conhecer também as personalidades dos donos que estão em busca de algum tipo de raça. Hoje em dia, o sucesso está reservado a quem tem informação.
GIRO
DANIEL SENDER
Pata na estrada
LIVRO
PRAZEROSO E LUCRATIVO A empresa de consultoria Clínica Empreendedora, especializada em prestar auxílio a gestores do setor pet, percebeu que muitos empreendedores têm dificuldade em conciliar sua paixão pelos pets com as necessidades reais de um negócio que precisa crescer e prosperar. Pensando nessas pessoas, a empresa editou o livro digital “Como ganhar dinheiro de forma ética”, assinado pelo professor Marco Antônio Gioso, no qual são explicadas estratégias de gestão, marketing e empreendedorismo que podem alavancar os negócios do segmento. O livro é destinado a todos os profissionais do setor e está disponível para compra no site da Clínica Empreendedora: clinicaempreendedora.com.br.
PROTEÇÃO
SEUS PETS COM SEGURO Vendo a importância cada vez maior dos pets nos lares brasileiros, a seguradora SulAmérica anunciou que começará a incluir em seu pacote residencial a opção de “Assistência Pet” para os segurados. Voltada a cães e gatos, a novidade oferece vários serviços para complementar os cuidados dos animais domésticos ou para auxiliar em situações emergenciais. Entre eles, estão envio de ração, con consulta veterinária, transporte veterinário emergencial, hospedagem de animais, aplicação de vacinas em domicílio e assistência funeral. De acordo com a seguradora, o cliente também poderá obter orientações por telefone, solucionar dúvidas quanto ao comportamento do pet, pegar dicas de adestramento e ser auxiliado em casos de pequenos acidentes domésticos.
Dicas para quem não quer deixar o pet em casa durantes as viagens. Nunca é tarde para programar uma viagem segura com o seu pet, ainda mais em época de primavera e verão, repleta de feriados até o final do ano. Para quem vai pegar a estrada na companhia do bichinho, recomenda-se fazer um checklist e só dar partida depois que tudo estiver em ordem. Confira a seguir algumas dicas. Proteção. Em regiões litorâneas ou com grande área verde, é preciso proteger os pets contra doenças como dirofilariose e leishmaniose. Se o bichinho não estiver protegido, passe em um pet shop e compre um produto apropriado para matar carrapatos e mosquitos. Coleiras protetoras também são eficazes. Temperatura. É importante ficar atento na temperatura do veículo em que o animal está viajando, para evitar desconfortos como calor ou frio excessivo. Transporte. O pet deve ser transportado em uma caixa apropriada, e durante o percurso é recomendável fazer pausas regulares, para que eles possa se movimentar e comer, assim como fazer suas necessidades. É importante também que panos, vasilhas, caminhas e brinquedos familiares sejam levados para a viagem. Segurança. Alguns animais podem estranhar ambientes diferentes. Por isso, é importante mantê-los em local seguro e com uma coleira de identificação.
GIRO
DANIEL SENDER
BOOKING BO
Tendências para 2018 Veja as novidades que deverão everão fazer sucesso no próximo o ano. Produtos saudáveis. Assim m como a saúde dos seres humanos, o b bem em -estar do animal está entre as prioridades de qualquer tutor. Por isso, investir em produtos que melhorem a qualidade de vida dos bichinhos é uma ótima forma de atrair e fidelizar clientes. Feiras. Iniciativas como o “Dia da adoção” são verdadeiros chamarizes para quem deseja adotar animais abandonados ou que sofreram maus tratos. Eventos como esses tornaram-se muito bem-vindos para pet shops, pois, além serem uma oportunidade para fazer uma boa ação, conquistam clientes e divulgam a imagem do estabelecimento. Comércio digital. A internet está se transformando na melhor aliada do empresário quando o assunto é divulgação de produtos e serviços. Vale ressaltar que a maioria dos clientes faz buscas on-line antes de contratar o serviço de um pet shop.
SERVIÇOS PET A UM TOQUE Lançada em julho deste ano, o Pet Booking é uma plataforma on-line que permite a localização, agendamento e pagamento de vários serviços pet, como tosa, banho, consultas veterinárias, day care, passeio e exames. Por meio de uma tecnologia chamada geolocalização, a plataforma localiza o profissional desejado que esteja mais próximo do usuário, e fornece eles as agendas dos estabelecimentos e prestadores de serviços, possibilitando-lhe escolher o melhor dia e horário para o agendamento dos serviços. E, se o cliente preferir, ele ainda pode preferir a opção “Leva e traz”, que busca e entrega o animal em segurança. O Pet Booking pode ser acessado on-line e também está disponível para os sistemas iOS e Android. Pet shops, prestadores de serviços e donos de pets podem fazer seu cadastro e baixar o aplicativo no site: www.petbooking.com.br.
APP
SOCORRO NA PALMA DA MÃO Pensado para socorrer donos de pets que já estiveram em apuros ao ver seus bichinhos sem ração ou medicamentos, o aplicativo Beagle promete ser um ajudante no cuidado dos animais. O programa oferece um shopping virtual multimarcas, que conta com linha completa de produtos como alimentos, remédios, brinquedos, roupas e acessórios. No aplicativo, o comprador seleciona o seu pet (cão, gato, pássaro, etc) e o produto desejado para ele, e em seguida recebe inúmeras opções de compra, as quais poderá receber em sua própria casa no prazo máximo de três horas. Disponível para Android e iOS, o aplicativo por ora atende apenas ao mercado da Grande São Paulo e pode ser acessado on -line ou baixado no site: www.aplicativobeagle.com.br.
Grumpy Cat é o pet mais influente do mundo Com mais de 12,5 milhões de seguidores nas redes sociais, a famosa Grumpy Cat (gata rabugenta, em português) acaba de ser eleita o pet mais influente do mundo pela revista americana Forbes. Mais que uma campeã de curtidas, a felina de cinco anos se transformou numa verdadeira máquina de fazer dinheiro. Atualmente, ela é “gata-propaganda” de várias empresas do setor pet e conta até com um agente para cuidar de sua carreira. Além disso, a gatinha “publicou” bestseller “Grumpy Cat – Um Livro Azedo”, que foi publicado no Brasil em 2014. Ela também estrelou um especial de Natal exibido pelo canal americano Lifetime, que em breve poderá ganhar versão para o cinema.
Fotos: IzildaFranรงa
ENTREVISTA
DANIEL SENDER
POTENCIAL NÃO FALTA
PARA JOSÉ EDSON GALVÃO DE FRANÇA, MERCADO PET BRASILEIRO PODE DESPONTAR COMO UM LÍDER GLOBAL, APESAR DE OBSTÁCULOS REGULATÓRIOS E TRIBUTAÇÃO EXCESSIVA e há uma entidade preocupada em fazer com que os produtos pet desenvolvidos no país sejam de alta qualidade e rentabilidade, é a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), que congrega diversos ramos do setor e possui como missão melhorar o ambiente geral de negócios. Entre as iniciativas da associação, um dos destaques é o Painel Pet, ferramenta de coleta de dados da indústria que é mantido e atualizado com informações enviadas pela própria indústria. A entidade também coordena a publicação do Pet Food Brasil, manual que traz informações sobre padrões
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técnicos e de qualidade para matérias-primas, além de parâmetros nutricionais, metodologias analíticas aplicáveis e condições ideais de produção que garantam alimentos seguros aos mercados nacional e internacional. Nesta entrevista, o presidente-executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França, aborda diversos aspectos do setor. REVISTA ANDIPET: Como o senhor enxerga o mercado pet no atual momento econômico do país? JOSÉ EDSON GALVÃO DE FRANÇA: Os números de faturamento do
setor são aparentemente positivos. No entanto, o mercado pet passa atualmente por um momento de es-
tagnação, por causa dos efeitos da flutuação econômica. Na realidade, o que ocorre é um desenvolvimento orgânico do setor por causa da inflação nos preços, especialmente do alimento pet, que é considerado pelo governo federal um produto supérfluo. Essa percepção equivocada se reflete nas gôndolas, já que a tributação aumenta em 51% o preço final do produto, ou seja, a cada R$1 investido, R$0,50 é imposto. De que forma as famílias que possuem pets têm se comportado nesse cenário?
A flutuação econômica afetou o setor, mas os tutores de pets são pessoas responsáveis. Uma famí-
OS GARGALOS REGULATÓRIOS E A ELEVADA CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA ATUAM DE MANEIRA CONTRAPRODUCENTE AO DESENVOLVIMENTO DO MERCADO PET
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ENTREVISTA
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APESAR DOS DESAFIOS, HÁ UM GRANDE POTENCIAL PARA QUE O SETOR PET BRASILEIRO DESPONTE COMO UM DOS LÍDERES DO MERCADO GLOBAL
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mação, mas têm feito economia e substituição de produtos.
população total de animais de estimação no mundo, estimados em 1,56 bilhão de pets. Segundo a consultoria Euromonitor, o país representa 5,14% de um mercado de US$ 105,3 bilhões de faturamento em 2016. Os dados mostram que, apesar dos problemas, há potencial para que o setor desponte como um dos líderes do mercado global.
Como o senhor enxerga o Brasil dentro do mercado pet global?
Apesar da instabilidade econômica, o Brasil ainda é um dos principais países no mercado pet mundial. Atualmente, somos o segundo maior país do mundo em número de cães, gatos e aves canoras e ornamentais. Também somos o quarto maior em
O que é necessário para que o setor volte a crescer como antes? Fotos: IzildaFrança
lia que alimentava seus pets com ração mais cara passou a alimentá-los com um produto mais barato, e quem levava para dar banho uma vez por semana, passou a fazer isso uma ou duas vezes por mês. O brasileiro está cada vez mais consciente da responsabilidade que é ter um animalzinho de estimação. Por ser parte da família, os tutores não deixam faltar nada para os bichinhos de esti-
Ainda é preciso muito trabalho para que o setor possa crescer livremente. Os gargalos regulatórios e a elevada carga tributária brasileira, que é a mais pesada do mundo, atuam de maneira contraproducente ao desenvolvimento do mercado pet. Precisamos de menos impostos, pois a atual carga tributária desestimula o consumo de produtos adequados a cada espécie de pet, o que pode prejudicar a saúde e o bem-estar deles. Vale ressaltar que o consumo de produtos pet está concentrado nas classes C, D e E. Ou seja, a elevada carga tributária impede que pessoas de renda média e baixa tenham acesso a produtos e serviços de qualidade. Quais são as principais tendências em produtos para o setor?
A tendência está bastante voltada para alimentos e produtos com ingredientes naturais e sustentáveis. As indústrias também têm investido mais em inovação e tecnologia, desenvolvendo rações com uma qualidade cada vez maior. O alimento industrializado é o único que garante de forma segura todos os nutrientes necessários ao pet.
GIRO
DANIEL SENDER TREINAMENTO
CIA DEMITE PET LULU Fotos: Reprodução/Twitter/CIA
Uma cachorrinha que estava sendo treinada pela CIA para detectar explosivos foi dispensada por não demonstrar interesse no trabalho. Em uma série de postagens no Twitter, a agência explicou que a labrador Lulu simplesmente não estava feliz e que o treinamento não estava dando certo. Os treinadores tiveram paciência, mas perceberam que ela não estava satisfeita. Por conta disso, Lulu acabou sendo adotada por um de seus treinadores e agora vive na casa dele como um cão doméstico, ao lado de outro labrador, Harry, e dos filhos de seu novo dono. “Agora ela passa seus dias brincando com as crianças, farejando coelhos e esquilos no quintal”, explicou a CIA.
Momento Inusitado “… e o cachorro está fazendo algo bastante incomum”, disse o presidente da França, Emmanuel Macron, ao ter uma reunião oficial interrompida no último dia 23 de outubro, quando Nemo, seu labrador preto, decidiu se aliviar em uma chaminé do século XVII. A cena ocorreu em pleno gabinete pres presidencial, onde acontecia uma reunião sobre inv investimentos com ministros e secre secretários. O momento foi registrado pelas câmeras da televisão francesa. “Isso acontece com frequência?”, pe perguntou o secretário de Estado do Ministério de Coesão Social, Julien Denormandie, rindo. “Não. Vocês pro provocaram um atípico no meu comportamento atíp cachorro”, brincou Ma Macron.
SONY
PET ROBÔ A Sony, gigante dos eletrônicos, pode anunciar um novo modelo de seu cachorro robô Aibo em breve. Segundo o The Wall Street Journal, o anúncio oficial deve ocorrer já em novembro, durante um evento que está sendo preparado para a mídia. Até o momento, não existem maiores informações sobre a novidade. Contudo o jornal indica que o futuro modelo trará melhorias nos movimentos, conectividade com a internet e capacidade de controlar utensílios domésticos. O valor também não foi divulgado. O modelo anterior ao Aibo chegou a estar disponível pelo preço de US$ 2,5 mil (cerca de R$ 8 mil na conversão direta) nas lojas.
CELEBRIDADE
O ator Ben Affleck, que ficou conhecido mundialmente por seus personagens em filmes como “Armageddon” (1998), “Pearl Harbor” (2001) e “Demolidor” (2003), acabou de ganhar mais um membro em sua família. Sem raça definida, o novo pet do clã Affleck é um filhotinho com traços de Husky Siberian e foi adotado por eles há pouco mais de um mês. O ator, que no momento está dando vida ao super-herói Batman, encontrou o cachorrinho abandonado na rua e rapidamente se encantou por ele. Parecendo estar bastante apegado ao pet, o ator já foi flagrado por paparazzis passeando com o cãozinho pelas ruas de Los Angeles, nos Estados Unidos.
Fotos: Reprodução/Juliano/X17online.com
BEN AFFLECK ADOTA FILHOTE
NEGÓCIO PET
INOVAR PARA
PROSPERAR EM UM MERCADO CADA VEZ MAIS COMPETITIVO, A INOVAÇÃO PODE SER O SEGREDO DO SUCESSO, DESDE QUE REALIZADA COM PRUDÊNCIA
om a previsão de movimentar R$ 19,2 bilhões até o fim de 2017 e passar por uma expansão de quase 7% em relação ao ano anterior, o mercado pet brasileiro tornouse o terceiro maior do mundo em faturamento, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Reino Unido. Para se ter uma real noção das proporções desse mercado, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aponta que existem aproximadamente 50 mil pontos de venda do segmento pet espalhados por todos os estados do Brasil, compondo um setor que teve a resistência necessária para continuar crescendo mesmo durante as flutuações da economia e que tende a se tornar cada vez mais forte no futuro.
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Constante inovação Na opinião de Marco Antônio Gioso, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP) e especialista em empreendedorismo no ramo pet, os números mostram que já existe no Brasil um mercado consolidado, mas que precisa buscar uma constante inovação se quiser continuar crescendo. “Num país com dezenas de milhares de pontos de venda competindo entre si, quem não inova não prospera. É preciso se diferenciar nesse enorme mercado e sair da mesmice, buscando novos serviços e melhorando aqueles já oferecidos”, indica. O professor observa também que ainda são muito poucos os empreendedores que entendem a impor-
tância da inovação, preferindo a segurança de copiar modelos de negócio e serviços já consolidados. Apesar disso, ele afirma que não é preciso ter medo de inovar, pois se trata de algo muito mais simples do que se imagina. “Inovar não é criar coisas do zero. Muitas vezes, é pegar coisas que já existem e melhorar um pouco. O comerciante
DANIEL SENDER
PERFIL DOS AMANTES DE PETS Um levantamento realizado pela agência Consumoteca sobre o perfil dos amantes de pets no Brasil mostrou que existem basicamente duas grandes tendências de consumo. De acordo com a análise, o público se divide em dois grupos de consumidores: os engajados e os deslumbrados. Os engajados são aqueles envolvidos com causas relacionadas à proteção dos animais, que geralmente adotam pets em vez de comprá -los, e não fazem muitos gastos supérfluos com os bichos. Já os deslumbrados são aqueles que têm o hábito de comprar adereços e terceirizar os cuidados básicos dos pets, como banho, tosa e aplicações de medicamentos. A pesquisa revelou ainda que, normalmente, os amantes de pets são consumidores das classes A, B e C de todas as faixas etárias e que vêm os animais como membros da família.
de pet shop, hoje em dia, não precisa fazer grandes inovações, mas aprimorar serviços já disponíveis. Isso já seria o suficiente para atrair novos clientes à sua loja”, explica. Proprietário de um pet shop que oferece serviços diferenciados em Curitiba (PR), João Ricardo Vieira compartilha da visão de Gioso. Para ele, a simples excelência na qualificação dos profissionais já pode se tornar um fator de inovação dentro de um negócio. “Possuir profissionais bem preparados e qualificados, tanto para lidar com os clientes quanto com os pets, é de vital importância em nosso negócio. A concorrência é forte e qualquer diferencial que torne o ambiente do estabelecimento mais simpático aos pets é uma grande inovação, que certamente será sentida pelos clientes”, garante.
NEGÓCIO PET PERFIL DE CONSUMO Um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) indicou que 63% dos brasileiros que têm animais de estimação os consideram como parte da família, o mesmo percentual verificado nos Estados Unidos. A pesquisa revelou ainda que a maior parte dos donos de pets brasileiros faz ao menos uma compra por mês voltada aos seus animais. Segundo a SBVC, os pet shops menores ainda são a principal escolha na hora de adquirir um produto ou serviço:
63% PET SHOPS MENORES
42.6% SUPER/ HIPERMERCADO
21% MEGALOJAS PET
13,6% 9,6% CLÍNICAS OU HOSPITAIS VETERINÁRIOS
E-COMMERCE
0,6% OUTROS LOCAIS
FIQUE DE OLHO O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 17,7% de todos os domicílios no Brasil têm, pelo menos, um gato. A pesquisa mostrou que, daqui a 10 anos, haverá mais de 55 milhões de felinos no país, ultrapassando o número de cães. Esses novos consumidores pets possuem uma agenda atribulada de compromissos e preferem optar por serviços que facilitem a vida no tratamento de seus pets.
A forma correta de inovar Na avaliação de Vieira, há uma crescente busca por serviços inovadores e, na opinião dele, isso deve se tornar, cada vez mais, um fator de escolha para o consumidor. No entanto, ele sublinha que entanto que, em razão dos altos custos, da complexidade da legislação e da alta competitividade no setor, é preciso ter cautela na hora de introduzir novos serviços. “É necessário que o profissional estude atentamente o perfil de seu público, percebendo os serviços que já oferece a ele e os que ainda pode oferecer. A partir disso, é preciso desenvolver esse toque diferencial, e para isso muitas vezes o próprio dono do negócio precisará colocar a mão na massa para reduzir os custos dos novos serviços em seu estabelecimento”, su-
gere. No entender de Gioso, é importante que o empresário coloque seu próprio negócio em perspectiva antes de inovar, avaliando a real aplicabilidade do plano. “Será que essa inovação trará um impacto positivo sobre o cliente? Será um diferencial competitivo? Vou sair da mesmice e atrair novas pessoas para meu estabelecimento? Esses são questionamentos básicos que o empreendedor precisa colocar em seu plano de negócios ao analisar qualquer nova atividade”, acon-
selha. O professor da FMVZ-USP assinala ainda que, para se chegar a uma visão clara do negócio, é necessário que o empreendedor conheça as particularidades de seu estabelecimento e do setor como um todo. “Só inova quem conhece bem o seu ramo. Por isso, é preciso que o empresário procure estar atualizado com as novas tendências, visitando outros estabelecimentos e vendo como as coisas são feitas por lá. Com base nisso, ele perceberá que tipo de melhoras e serviços poderá inserir em seu próprio negócio”, propõe.
DANIEL SENDER
FIQUE POR DENTRO
Florianópolis p aprova p lei exigindo câmeras em Pet Shops
PESQUISA
PERFIL DE CONSUMO DOS DONOS DE PETS Uma pesquisa recente divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que o brasileiro gasta, em média, R$ 189 por mês com seu animal doméstico, podendo chegar a R$ 224 se forem considerados apenas os tutores da classe A e B. Ainda de acordo com o recenseamento, alimentação saudável, saúde e conforto são os principais cuidados apontados pelos donos, sendo que 61% deles veem seus pets como verdadeiros membros da família, e apenas 8% os associam com despesas financeiras.
LIVRO
HISTÓRIA DE SUCESSO Para quem gosta de boas histórias sobre empreendedorismo oe sucesso, o livro “Sem Limites – A História da Netshoes” (Ediditora Gente) é uma ótima dica de leitura. Ele conta como a Netetshoes, a gigante do comércio digital brasileiro, evoluiu de um pequeno estabelecimento na rua Maria Antônia, em São Paulo ulo (SP), para a megaestrutura de varejo on-line que é hoje. A obra brr a narra em detalhes a epopeia de dois primos de ascendência cia armênia para transformar uma loja de rua em comércio eleletrônico, relatando todos os desafios enfrentados por eles nas diversas etapas de crescimento do negócio.
Com o objetivo de garantir a proteção dos animais contra acidentes e maus-tratos, a prefeitura de Florianópolis (SC) sancionou uma lei que obriga os pet shops que oferecem serviços de banho e tosa a instalarem câmeras de filmagem de circuito interno para monitoramento do pets. A lei, que entrou em vigor em 30 de agosto último, determina que as câmeras deverão ser instaladas de modo que os clientes possam ver os animais ao longo de sua permanência nas instalações dos estabelecimentos. O projeto ainda obriga o pet shop a fornecer uma cópia das imagens ao cliente que solicitá-la. O prazo para receber o material é de dois dias úteis.
COMO EU FAÇO
DANIEL SENDER
PROBLEMAS
À VISTA COMO UM PET SHOP PODE SE PROTEGER JURIDICAMENTE?
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ou seja, sem a intenção de dano. “Os problemas mais comuns envolvem rações, medicamentos ou outros produtos fora de garantia ou mesmo dentro da garantia, sendo que o tutor atribui alguma relação com determinada patologia que supõe haver em seu animal”, explica. Segundo Wandorf, é importante que os pet shops superem a informalidade que ainda é comum no meio. “Sempre oriento que façam um documento de entrada e de saída do pet. Dependendo das informações nele inseridas, ele poderá ser usado como prova para que o estabelecimento se proteja contra supostas acusações, evitando assim abalos à sua imagem comercial”, indica. O advogado observa ainda que os donos de pet shops precisam ter um entendimento claro sobre as obrigações envolvendo todos os produtos e serviços oferecidos pelo estabelecimento, trabalhando mais na capacitação e prevenção do que na remediação judicial. “A capacitação é de suma importância, não apenas para os donos, mas também para os funcionários, para que possam estar sempre atentos e cientes de seus direitos e obrigações”, aconselha.
DOCUMENTOS DE ENTRADA E DE SAÍDA DO ANIMAL DO PET SHOP PODEM SER USADOS CONTRA ACUSAÇÕES Victor Wandorf, advogado
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um primeiro momento, lidar com pets pode parecer que é apenas uma fonte de alegria. Mas, para os proprietários de pet shops, os bichinhos também são uma fonte de constante preocupação. No caso de João Ricardo Vieira, dono de um estabelecimento do ramo em Curitiba (PR), essa realidade tornou-se evidente após uma série de pequenas chateações que ele enfrentou em seu trabalho. Entre as dificuldades que atingiram o empresário, estavam devoluções de pets após o prazo estabelecido por lei, animais com problemas de saúde, e bichos da classe “mini” que cresceram além do permitido e foram classificados dessa forma quando não podiam. Vieira conta que o estrago só não foi maior porque alguns desses problemas estavam previstos em contrato, o que o livrou de sofrer ações judiciais. Apesar disso, ele achou melhor se precaver e contratou um seguro próprio para pet shops. De acordo com o advogado Victor Wandorf, os donos de estabelecimentos devem ficar atentos, pois é comum haver acusações relacionadas a maus tratos ou acidentes ocorridos dentro dos pet shops de forma culposa,
OPINIÃO
MARCO ANTÔNIO GIOSO é professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ -USP) e especialista em empreendedorismo no segmento pet.
O FUTURO DO SETOR PET E DO VETERINÁRIO A inda não possuímos bola de cristal, mas existem as tendências e indicadores de mercado, e quem estuda o contexto geral pode ter algumas ideias quanto ao futuro do setor pet. No Brasil, raramente existem pesquisas sobre esse assunto, e quem faz não repassa a quem mais precisa, que são os profissionais. Não sei por que escondem o leite. Americanos e europeus gostam muito de pesquisas. Assim, eles conhecem o passado e o presente e conseguem prever o futuro com maior precisão. No Brasil, é sempre mais difícil. Mas vamos abordar aqui algumas dessas tendências. Basicamente, crescerá o número de hospitais e clínicas maiores, que comprarão as menores, ocorrendo o mesmo com pet shops. Já existem, fora do Brasil, empresas que estão comprando pequenas clínicas para transformar sua gestão. Significa comprar uma empresa com potencial de um veterinário que entende pouco de negócios, mas muito de atendimento clínico. A gestão é ativamente transformada pela compradora, aumentando o faturamento. No Brasil, é questão de tempo. Como calcular o valor de uma empresa? Em geral, paga-se de duas a 10 vezes o valor do faturamento bruto mensal, sem contar equipamentos e imóvel. Os profissionais devem começar a acostumar-se a dar um preço à sua empresa. Quanto ela vale de fato, independente do que o seu dono acre-
dita? Se você a colocar à venda, alguém a compra? Você tem passivos demais, incluindo o trabalhista? As clínicas possuirão mais equipamentos, como radiografia, exames sorológicos, hemograma, além de bons centros cirúrgicos, com toda monitoração anestésica. Também contratarão mais especialistas, que estão crescendo cada vez mais. As entidades terão que se adaptar à nova realidade, pois muitos surgirão no mercado e demandarão exames de especialização. Algumas clínicas terão consultórios satélites, a não mais do que 5 a 8 km da clínica principal, dependendo do tamanho da empresa e da cidade. Esses satélites atenderão casos mais simples e drenarão os mais complexos à clínica matriz. Isao já está ocorrendo com algumas empresas. Muitas clínicas não possuirão mais pet shop ou banho e tosa. A tendência é a separação. Todos os modelos de negócios têm futuro e lucro, mas alguns veterinários perceberam que devem dividir os espaços. Um mesmo dono de negócio possuirá uma clínica exclusiva, mas também um pet shop com banho e tosa em outro local. As empresas não poderão fugir de oferecer treinamentos profissionais para suas equipes. Hoje, o diferencial competitivo é essencial, pois existem 110 mil veterinários, sendo que, de acordo com dados recentes do Conselho Federal de Medicina Veterinária, 45 mil atu-
Marco Antônio Gioso
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PARA QUEM ESTUDA O CONTEXTO GERAL, AS TENDÊNCIAS E INDICADORES DE MERCADO PODEM FORNECER ALGUMAS IDEIAS SOBRE O FUTURO DO SETOR PET. NO FUTURO, SÓ HAVERÁ DUAS OPÇÕES: OU O PROFISSIONAL SE PROFISSIONALIZARÁ, OU MORRERÁ
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am na área de pequenos animais. Há menos de 20 anos, esse número não chegava a 15 mil. Os veterinários deverão se diferenciar e procurar conhecimentos em áreas satélites ao atendimento clínico. Por isso, cursos de MBA em gestão, administração, finanças, liderança, coaching e marketing aparecerão a cada dia, o que é excelente para o futuro das empresas, pois se profissionalizarão cada vez mais. Não há como manter uma empresa apenas atendendo na clínica. Existem veterinários que mal conhecem o faturamento bruto, e há os que ainda moram na clínica mesmo após 10 anos de empresa. O futuro reserva até mesmo empresas com ações em bolsa (IPO), abrindo sua socieda-
de ao público. Isso já existe nos Estados Unidos. As indústrias também passarão por uma maior profissionalização, embora estejam bem à frente de clínicas e hospitais. Esses últimos contratarão administradores de empresas e gerentes, provenientes de outras empresas não relacionadas ao setor pet. Com o tempo, surgirão cursos direcionados, como hoje já existe em medicina. Surgirão cursos de enfermagem veterinária e gestão em saúde veterinária, melhorando o atendimento e os sistemas das clínicas. Os congressos serão mais especializados e realizados pelas entidades voltadas a cada setor, com palestras mais curtas em alguns eventos, contemplando o
que há de mais novo na matéria. As compras realizadas pelos veterinários serão todas por meio da internet, sem sair de casa ou pegar no telefone. Veremos algo como um Mercado Livre da veterinária, facilitando a vida do profissional, correndo menos riscos de erros e diminuindo o estresse de promotores percorrendo as clínicas no dia a dia. Muitos livros serão digitalizados e muitos recursos de diagnóstico também, fora outros aspectos, nuances e tendências. Enfim, ou o profissional se profissionalizará ou morrerá. Como diz o pessoal da Endeavor, “quem não mede, não gere, morre”. Infelizmente, já há muitos mortos, e há tempos. Mas Lázaro existiu, e existe ajuda à disposição.
ONG
DANIEL SENDER
DOS PETS DESIGNER E FILHA CRIAM GAME PARA ALERTAR SOBRE ABANDONO ANIMAL omovidos com casos de abandono de animais, o publicitário e designer de games Marcelo Raymundo e sua filha Verônica, de 14 anos, criaram o jogo Lolla, para conscientizar as pessoas sobre o problema. De acordo com Raymundo, a ideia surgiu quando a filha assistiu a alguns vídeos que mostravam cenas de abandono dos pets. “Eu já queria criar um jogo que tivesse algum impacto social. Foi então que minha filha me mostrou vários vídeos de cães sendo abandonados nas estradas. Em todos eles, o pet corria para tentar alcançar os donos de volta, infelizmente sempre em vão”, explica. O jogo conta com apenas uma personagem, a cachorra Lolla, ins-
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pirada nos pets da família. Na história, ela é abandonada na estrada e parte para uma difícil jornada, correndo e pulando obstáculos, para não ser deixada para trás por sua família. O final, segundo Marcelo, é uma surpresa. Quem baixa o aplicativo não só toma consciência do assunto, como também contribui para ONGs que abrigam pets. “Quando o jogador fica sem vida, ele pode assistir a um comercial para continuar jogando, e isso gera uma receita que é revertida a ONGs que atuam em prol dos animais”, detalha. De acordo com o designer, um dos estímulos para a criação do jogo consistiu no fato de que os games sejam ferramentas de aprendizado eficazes. E a repercussão do aplicativo, segundo
ele, tem sido excelente, pois os jogadores tendem a se surpreender com a forma pela qual a mensagem é transmitida. “O jogo foi criado de modo que o conteúdo e as informações se adequassem a todas as idades, pois essa é uma causa que deve ser levada a todas as pessoas que amam os animais”, acredita.
CONHEÇA O GAME Por enquanto, o aplicativo está disponível apenas para o sistema Android, mas o lançamento para iOS deverá ocorrer em breve. Junto a isso, será lançada a próxima atualização do game, que apresentará novas modalidades de jogo e cenários. Para baixar o aplicativo gratuitamente, acesse: www.marceloraymundo.com/lolla.html
Fotos: Divulgação/Marcelo Raymundo
EM DEFESA
CASE DE SUCESSO
DANIEL SENDER
ANIMAIS APRESENTADOR ALEXANDRE “DR. PET” ROSSI CONSEGUE ADESTRAR DESDE CACHORROS RAIVOSOS A PEIXINHOS raro existir um amante de pets que não conheça o trabalho do apresentador Alexandre Rossi, famoso por ensinar ao público a forma mais eficaz de corrigir o comportamento dos animais e adestrá-los. Como muitos tutores sabem, há bichinhos que precisam de uma verdadeira intervenção para que voltem a ser os xodós que os seus donos esperam que eles sejam. A paixão pelo trato com os animais começou quando Rossi tinha apenas seis anos de idade, ao observar os padrões de comportamento dos peixes no aquário da família. Com o tempo, a observação transformouse em adestramento e ele ensinou os animais a passarem pelo interior de argolas e a tocarem pequenos sinos ao serem alimentados. Na época, o treinamento se estendeu a coelhos, hamsters e animais de estimação de amigos.
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Adulto, o apresentador cursou zootecnia na Universidade de São Paulo (USP) e especializou-se em comportamento animal, complementando sua formação na Universidade de Queensland, em Brisbane (Austrália), onde tornou-se o primeiro aluno da instituição a obter o título de especialista na área. Depois disso, Alexandre trabalhou e desenvolveu pesquisas em zoológicos da Irlanda, Portugal e África do Sul, adquirindo experiência no adestramento das mais variadas espécies, de elefantes a cangurus. Essa experiência resultou na criação de sua própria técnica, chamada Adestramento Inteligente, que é baseada no reforço positivo, onde as atitudes corretas do animal ganham recompensas, fortalecendo a relação entre o dono e o pet dentro dos limites de cada um. Inicialmente desenvolvida apenas para cães, a técnica também pode ser aplicada
a outros animais, como gatos, papagaios e peixes. O apresentador garante que é possível até mesmo ensinar os gatos a obedecerem comandos, os papagaios a não bicarem pessoas e os peixes a realizarem pequenos malabarismos. Muito do que o apresentador aprendeu e descobriu está resumido em seus dois livros, intitulados “Adestramento Inteligente” (Editora CMS) e “Meu Irmão, o Cão” (Editora Germinal), este último em parceria com a veterinária Regina Rheingantz Motta. Para conhecer mais sobre a vida e o trabalho de Alexandre Rossi, vale a pena conferir seu site: alexandrerossi.com.br.
Fotos: Carol Gherardi
O MESTRE DOS
ACONTECE
DANIEL SENDER
ANDIPET ELEGE
NOVA DIRETORIA
NOVO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO, RAFAEL BALLARINI APOSTA NA CAPACITAÇÃO DE TODO O SETOR nova diretoria da Associação Nacional dos Distribuidores de Produtos Pet (Andipet) foi eleita no último mês de setembro, em Santiago, no Chile. Presidida por Rafael Ballarini, a próxima direção entrará em vigor no começo de 2018 e se estenderá até 2021. Hoje ocupando o cargo de secretário, Ballarini assume a liderança da associação pela primeira vez, mas já foi vice-presidente da entidade em duas ocasiões passadas. O novo presidente afirma que sua gestão deverá primar pela continuidade das iniciativas em prol da profissionalização e capacitação dos diversos elos do mercado pet. “O objetivo da An-
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dipet continuará a ser a capacitação geral da cadeia produtiva, para que ocorra um crescimento mutuamente proveitoso para todos os elos do setor. Isso significa que não apenas o distribuidor, mas também o comerciante precisa ser mais bem preparado por meio de uma série de cursos e atividades de capacitação”, aponta.
Perspectivas Na avaliação de Ballarini, o segmento pet passou por uma verdadeira explosão durante os últimos 30 anos. No entanto, ele acredita que é necessário intensificar a profissionalização de toda a cadeia, para que esse crescimento não comece a estagnar. “O mercado pet
se expandiu com muita rapidez por conta da carência que havia no setor, sendo que se perdoava uma série de erros que eram cometidos aqueles anos. Hoje já é preciso empreender com mais prudência e profissionalismo”, analisa. Para colaborar com esse processo de profissionalização, Ballarini garante que a Andipet realizará diversas ações que preparem empresários e funcionários para a nova realidade. “Hoje é imprescindível que ocorra uma verdadeira profissionalização, e não basta que apenas os donos de pets e distribuidores sejam preparados. Os próprios funcionários também precisam passar por treinamento e capacitação”, destaca.