Revista
Ano 8 • Edição 39
Disponível para Android e iOS
Reforma trabalhista Mudanças positivas para o setor farma
Jarbas Barbosa Por uma Anvisa mais moderna e aberta
ABRADILAN CONEXÃO FARMA 2018
MAIOR EVENTO DO SETOR FARMACÊUTICO CHEGA A ESTE ANO AINDA MAIS FORTE E DIVERSIFICADO
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ÍNDICE
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8 CAPA
CONEXÃO FARMA 2018
13 ARTIGO
ALBERTO KIEDI KUREBAYASHI
14 MERCADO
NOVIDADES DO MUNDO FARMA
18 ENTREVISTA
28 ARTIGO
MARIA CRISTINA S. AMORIM
30 FARMÁCIAS ELETRÔNICAS
DR. JARBAS BARBOSA
TECNOLOGIA A FAVOR DO VAREJO
22 DESAFIOS
33 ARTIGO
A UNIÃO FAZ A FORÇA
LEONARDO DORO PIRES
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34 FARMACÊUTICOS
SETOR POLÍTICO CRITICA OBRIGATORIEDADE
44 ARTIGO
OLEGÁRIO ARAÚJO
38 ARTIGO
46 DIRIGIR EM PAZ
MARIA FERNANDA HIJJAR
ORIENTAÇÕES PARA VIAGENS SEGURAS
40 CONHEÇA SEU CLIENTE
50 ESTOQUES RACIONAIS
É CONHECENDO QUE SE FIDELIZA
GARANTIA DE AGILIDADE E LUCRO
56 REFORMA TRABALHISTA SETOR FARMA PODE SE BENEFICIAR
60 ESPECIAL
O NOSSO ADEUS A EURICO FARIAS DE SOUSA
CAROS ASSOCIADOS, SÓCIOS COLABORADORES E COLEGAS DO SETOR
EDITORIAL
Juliano Cunha Vinhal Presidente do Conselho Diretivo da Abradilan
Um dos momentos mais esperados e importantes do ano chegou: o da Abradilan Conexão Farma 2018, que acontece em São Paulo (SP) entre 20 e 22 de março. Com essa nova edição, a Abradilan reafirma, mais uma vez, o seu comprometimento com a inovação, desenvolvimento e fortalecimento do varejo farmacêutico brasileiro. Entre as novidades da feira deste ano, está a ampliação do espaço dedicado aos setores de nutrição, higiene e beleza – um espaço que, vale frisar, deverá crescer ainda mais nas próximas edições. Por ser a maior e mais importante feira do setor farmacêutico no Brasil, a Abradilan Conexão Farma ocupa a matéria de capa da presente edição. Em nossa editoria de Entrevista, a Anvisa aparece por meio de seu presidente, Dr. Jarbas Barbosa, que, graças a uma feliz coincidência, de certa forma responde a algumas das questões que vêm sendo levantadas por representantes do setor farmacêutico nacional (veja a matéria “É hora de conversar”). Médico sanitarista, o Dr. Barbosa assumiu a presidência da agência em 2015 com a missão de ouvir as reivindicações do setor regulado. Sob sua gestão, a Anvisa vem passando por um auspicioso processo de modernização, desburocratização e diálogo com a indústria. Saber o que ele tem a dizer é imprescindível para se conhecer a orientação de um dos órgãos mais importantes do país. Outro tema de importância que figura nesta edição é um velho conhecido do varejo farmacêutico: a obrigatoriedade da presença de profissionais farmacêuticos durante todo o horário de atividade do estabelecimento. Após a exigência ter se transformado em lei e a discussão aparentemente ter se encerrado, o deputado federal Domingos Neto (PSD/CE) reacendeu o debate. Na visão dele, a obrigatoriedade pode tornar inviável o funcionamento de farmácias de Baixe na Apple Store e pequenos municípios, onde não há profissionais graduados Google Play ou utilize um leitor QR code em seu celuem quantidade suficiente para atender à demanda. O parlar ou tablet para escanear o lamentar elaborou um projeto de lei que prevê a criação de código e conferir as edições da Revista Abradilan incentivos fiscais e linhas de crédito para que farmacêuticos possam abrir seus próprios negócios nessas cidades. Além desses temas, a atual edição de Abradilan também aborda o problema da falta de segurança nas estradas, estratégias para otimização de estoque, as vantagens da “farmácia digital”, o impacto da reforma trabalhista na cadeia farmacêutica e a importância de conhecer o cliente para torná-lo fiel.
EXPEDIENTE
Boa leitura a todos.
ABRADILAN (Gestão 2017/2019): Presidente do Conselho Diretivo: Juliano Cunha Vinhal(Meditem/MG); Vice-presidente: Vinicius Casimiro Carneiro Andrade (Orgafarma/MG); Diretor-financeiro: Jony Anderson Tavares de Sousa (Emefarma/RJ); Diretor de Relações Institucionais: João Orologio Marchiori (Elite/SP); Diretor-secretário: Teo Vargas de Machado (Baiana Medicamentos/BA); Diretor-secretário Adjunto: Zanone Alves de Carvalho Junior (Grupo Utildrogas/GO) . Conteúdo, Edição e Arte: Editora CMN (19) 3583-1251 Direção Executiva: Alexandre Serpentino, Edison Lopes Bernardo e Tiago Serpentino Jornalista Responsável: Rafael Guedes - MTB 0011210/PR Redação: Daniel Sender e Michelle de Geus Direção de Arte: Raphael Freire Revisão: Diogo Coelho Atendimento: Edison Lopes Bernardo Administração: Fabiana Cruz Relacionamento: www.editoracmn.com.br IMPRESSÃO: Gráfica NywGraf Tiragem: 2 mil exemplares. Publicação produzida para a Abradilan direcionada para associados, fornecedores, clientes, profissionais e interessados no mercado farmacêutico. A Abradilan não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados ou opinião de terceiros. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização. Para anunciar: Tiago Serpentino - tiago.serpentino@editoracmn.com.br, contato: (19) 97117-7435.
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CAPA
MOMENTO É hora de aproveitar o Abradilan Conexão Farma 2018, considerado um dos eventos mais importantes do setor
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ealizado entre os dias 20 e 22 de março no São Paulo Expo, a Abradilan Conexão Farma 2018 oferece três dias de programação com palestras e treinamentos envolvendo diversos temas relacionados ao setor farmacêutico. O evento receberá representantes de todos os elos do segmento, vindos de todas as regiões do país, que encontram na Abradilan Conexão Farma uma oportunidade para ver as novidades do mercado, capacitar-se e também aproveitar ofertas prepara-
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das exclusivamente para a ocasião. “Ainda envolvidos pelo clima de sucesso que marcou a edição 2017, estamos mais uma vez comprometidos com a inovação, desenvolvimento e fortalecimento do varejo farmacêutico brasileiro”, afirma Juliano Vinhal, presidente da Abradilan, acrescentando que diversas novidades foram preparadas para a edição 2018, a exemplo do espaço dos expositores, onde podem ser realizados negócios e novas conexões de networking. “O nosso objetivo é
Por Michelle de Geus
proporcionar a todos os participantes mais conforto em um ambiente integrado, favorecendo um melhor fluxo e sinergia entre área de exposição e espaços de palestras”, destaca.
PATROCINADORES 2018
NOVIDADES 2018 Um dos maiores destaques da nova edição é a presença de expositores dos setores de nutrição, higiene e beleza, que ganharão um espaço maior na feira. Expositores de peso como Colgate, Fashion Cosméticos, Danone, Paris Riviera, Curaprox, Itallian Hairtech, entre outros nomes relevantes, marcarão presença no evento. Outra novidade é o ‘Minuto Abradilan’, que promete ser uma conexão entre o segmento farma e o público consumidor. Em parceria com a RedeTV!, a atração em consiste em uma entrevista com duração máxima de 90 segundos, na qual os Patrocinadores Safira poderão falar sobre suas empresas, marcas, lançamentos e novidades. As conversas serão veiculadas no programa ‘Melhor Para Você’, apresentado por Celso Zucatelli e que conta com uma audiência nacional de 2 milhões de pessoas.
RECORDE De acordo com Danilo Bertoletti, gerente-executivo da Abradilan, a expectativa é que o Abradilan Conexão Farma seja, por mais um ano, o maior evento do setor farmacêutico no Brasil. “Ano após ano, te-
mos alcançado recorde de público, que é formado por profissionais da área da saúde, em especial do varejo farmacêutico”, aponta. Bertoletti salienta que os participantes terão à sua disposição mais de 20 horas de conteúdo técnico, com temas e palestrantes de interesse do setor, sem contar as infinitas possibilidades de networking. “No evento, os participantes podem realizar muitos negócios com distribuidores regionais e executivos da indústria farmacêutica, higiene e beleza, nutrição e serviços”, conclui.
CONSAGRAÇÃO O Abradilan Conexão Farma já se consagrou como um dos mais importantes eventos do segmento farmacêutico do país. Vinhal observa que a feira é um reflexo da missão da entidade de contribuir com o mercado, buscar o desenvolvimento e fortalecimento de seus associados, e promover a melhoria constante de serviços. “Essa nova edição certamente nos permitirá renovar nossas relações, fazer grandes negócios e estabelecer abordagens interessantes e valiosas sobre as perspectivas atuais e futuras do varejo”, enfatiza.
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PARCEIROS
NOVIDADE
por Michelle de Geus
REVISTA ABRADILAN PASSA A
USAR PAPEL COM SELO FSC MUDANDO PARA MELHOR
Além do papel ecologicamente correto, a revista Abradilan trará outras novidades em breve. A partir da edição 40, o formato passará a ter um tamanho um pouco menor, tornando a publicação ainda mais bonita e agradável de folhear. E, do número 41 em diante, serão consolidadas algumas alterações em sua linha editorial, as quais já começaram a ser aplicadas de forma gradativa. Essas mudanças têm como objetivo tornar a leitura do veículo mais dinâmica, sem dispensar a profundidade e o rigor na apuração das informações.
A novidade faz parte de diversas mudanças na publicação
A
partir da presente edição, a revista Abradilan passará por diversas mudanças que tornarão o veículo ainda mais agradável e interessante de ler. E a primeira delas já pode ser conferida neste número (para as demais, veja o box acima). Daqui para a frente, a revista passa a ser impressa em papel com selo de garantia de origem. Isso comprova que a madeira utilizada para sua fabricação foi tirada de reservas de reflorestamento, sem agredir o meio ambiente. Essa escolha reforça a preocupação da Abradilan em preservar a natureza e contribuir para a construção de uma sociedade mais sustentável.
CERTIFICADO O certificado é fornecido pela Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal, cuja sigla em inglês é FSC), organização não-governamental sem fins lucrativos.
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Trata-se de uma das certificações florestais mais reconhecidas do mundo. Ela contempla três modalidades: manejo florestal, cadeia de custódia e madeira controlada. A primeira atesta que a floresta foi manejada de forma responsável; a segunda é voltada a empresas que processam a matéria-prima até chegar ao consumidor final; e a última é concedida a empresas que não usam madeira extraída ilegalmente de áreas de conservação ou que não infringem direitos civis e trabalhistas. A fundação FSC foi criada em 1993, com o objetivo de conciliar a exploração das florestas com a preservação dos recursos naturais. Entre as principais diretrizes da entidade, constam a extração legal e economicamente viável de madeira, o respeito aos direitos trabalhistas, a contribuição para o desenvolvimento da comunidade em torno e a redução do impacto ao meio ambiente.
BRASIL De acordo com dados da fundação, publicados em janeiro deste ano, o Brasil possui 6,3 milhões de hectares de florestas certificados na modalidade de manejo florestal e mais de 1 mil certificações de cadeia de custódia. O país ocupa o 7º lugar no ranking total do sistema FSC.
ALBERTO KUREBAYASHI
DERMOCOSMÉTICOS UMA OPORTUNIDADE PARA AS FARMÁCIAS
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AS OPORTUNIDADES PROPORCIONADAS PELOS
DERMOCOSMÉTICOS ESTÃO À FRENTE, MAS É PRECISO SABER TRABALHÁ-LAS COM COMPETÊNCIA PARA OBTER SUCESSO Vemos hoje no Brasil empresas farmacêuticas globais e nacionais com várias linhas de dermocosméticos. As oportunidades de crescimento nessa categoria são promissoras e atrativas para todos os elos da cadeia farmacêutica. Nesse contexto, existem muitos pontos que devem ser levados em conta na avaliação de um projeto dermocosmético. Vejamos alguns: • Montagem de material técnico de visitação: consiste na mensagem que informará os diferenciais do produto ou linha. Atividade com extrema necessidade da participação do dermatologista e do marketing, que juntos definirão o formato do material que os visitantes utilizarão no momento de visita aos consultórios. • Treinamento de consultoras: se a estratégia da empresa for levar em consideração o uso de consultoras treinadas e posicionadas em drogarias, farmácias ou lojas especializadas, existem empresas que oferecem esse tipo serviço. • Embalagem: o processo de escolha da embalagem e o tipo de rotulagem devem ser considerados já no início do projeto. É interessante avaliar o uso de moldes exclusivos, que hoje estão a preços acessíveis a partir de duas cavidades. Não se deve esquecer
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do sistema de amostras grátis, que poderá ser de diversos tipos, como sachês ou mini-embalagens. • Tecnologia e ativos de ponta: esse mercado é extremamente dinâmico, e a cada semana novos ativos são lançados. É importante lembrar que o consumidor hoje está extremamente ligado à internet como fonte de informação, e muitas vezes eles chegam aos consultórios com informações sobre determinado ingrediente que até mesmo o dermatologista ainda não conhece ou sobre o qual ainda não tem opinião. Desse modo, a escolha de ativos e benefícios diferenciados é fundamental para aumentar a confiança dos clientes nos produtos e marcas. • Blogueiras: hoje existem inúmeros canais virtuais que abordam as percepções das clientes sobre produtos dermocosméticos. Conectar-se a elas e suprí-las de informação é estratégico. Essa é apenas uma mínima parte das etapas e pontos que devem ser considerados quando se pretende atuar no segmento de dermocosméticos. As oportunidades estão à frente, mas é preciso saber trabalhá-las com competência para obter sucesso.
ALBERTO KEIDI KUREBAYASHI é farmacêutico-bioquímico, diretor da Protocolo Consultoria Personal e Health Care e conselheiro da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC).
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MERCADO Por Daniel Sender
EMS: GRANDES PLANOS PARA 2022
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VACINA DA MODERNA “ENSINA” O CORPO A COMBATER O CÂNCER
A farmacêutica EMS anunciou que deve investir mais de R$ 500 milhões em pesquisa, desenvolvimento de produtos e inovação até 2022. Segundo a companhia, através desse aporte a empresa deve ganhar espaço no setor de medicamentos biológicos e tornar-se o primeiro laboratório brasileiro a fabricar anticorpos monoclonais terapêuticos no país. Outra função do investimento consiste em proporcionar acesso a tratamentos para doenças raras com alto grau de necessidade médica não atendida e com opções de tratamento insuficientes. Ainda no primeiro semestre de 2018, a previsão é que a empresa lance um dispositivo portátil para auxiliar no tratamento da hipertensão pulmonar. O dispositivo será lançado de forma experimental pela Brace Pharma, braço da EMS baseado nos Estados Unidos. A empresa também aposta na expansão de seus investimentos no segmento dos genéricos, especialmente nas linhas voltadas ao sistema nervoso central e nas linhas cardiovascular, gastro e de antimicrobianos.
A empresa de biotecnologia americana Moderna desenvolveu uma vacina terapêutica personalizada contra o câncer, que “ensina” o corpo a combater a doença fazendo seu próprio organismo reconhecê-la como inimiga. A vacina, que atualmente passa pelos primeiros testes em seres humanos, foi batizada de mRNA 4157, pois faz uso do RNA mensageiro (mRNA) para agir no corpo. Segundo a empresa, espera-se que, uma vez que o tratamento seja aprovado, a injeção fique pronta para cada paciente em poucas semanas após o diagnóstico inicial da doença. A previsão é que os primeiros resultados das análises clínicas em voluntários fiquem prontos até o final de 2018. Em outra fase de testes, também será averiguada a eficácia da vacina quando combinada com o pembrolizumabe, uma medicação específica para o câncer desenvolvida pela farmacêutica MSD, que também está apoiando os estudos clínicos do mRNA 4157.
UNIÃO QUÍMICA INVESTE EM EXPANSÃO A União Química investiu mais de R$ 100 milhões na expansão da fábrica de medicamentos Bthek, no Distrito Federal. Segundo a farmacêutica, a planta inaugurada em novembro de 2017, com presença do ministro da Saúde, Ricardo Barros, deve produzir biofármacos ausentes no mercado nacional, como medicamentos para o tratamento das hepatites B e C, bem como remédios para alguns tipos de leucemia. De acordo com o presidente da indústria, Fernando de Castro Marques, os produtos serão destinados ao setor público e privado e também devem ser exportados para o mundo todo. Representantes do Ministério da Saúde afirmaram que a fábrica será uma opção de fornecimento nacional de medicamentos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois os remédios que antes eram importados agora serão produzidos no Brasil a um custo menor, facilitando o acesso da população aos tratamentos medicamentosos.
IPT DESENVOLVE MEDICAMENTO CONTRA A LEISHMANIOSE O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está desenvolvendo um novo medicamento para combater a leishmaniose. A tecnologia que está sendo desenvolvida pelo instituto é baseada no uso de nanocarreadores poliméricos coloidais, que são sistemas capazes de levar medicamentos diretamente ao local do organismo onde devem agir. De acordo com os pesquisadores, isso reduz a chance de efeitos colaterais indesejados no organismo. A formulação criada pela entidade já passa por testes preliminares no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), onde está sendo avaliada a eficiência dos nanocarreadores contra protozoários em animais. Atualmente, o tratamento oferecido pelo SUS é feito por meio de uma vacina, que o paciente recebe diariamente por um período de 20 dias, com doses do medicamento Glucantime®, única droga autorizada para o tratamento da doença no Brasil.
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MERCADO Por Daniel Sender
HYPERMARCAS AGORA É HYPERA PHARMA A Hypermarcas, uma das maiores companhias farmacêuticas brasileiras quando se trata de receita líquida e capitalização de mercado, decidiu mudar seu nome para Hypera Pharma. A mudança seguiu um cronograma que havia sido estipulado em dezembro de 2017, quando os acionistas debateram sobre o assunto, e passou a ser definitiva após uma aprovação em assembleia extraordinária em fevereiro. Segundo um comunicado emitido pela empresa, a alteração pretende enfatizar o foco da empresa no mercado farmacêutico – outra evidência disso é que, em 2016, ela já havia anunciado a venda de seu segmento de descartáveis (fraldas) por R$ 1 bilhão. Entre os principais produtos da Hypera S.A., estão Apracur®, Benegrip®, Coristina d®, Engov®, Epocler®, Estomazil®, Tamarine® e Vitasay®, linhas de similares e genéricos Neo Química, produtos de prescrição, a linha Mantecorp Farmae, e dermocosméticos Mantecorp Skincare.
‘CANCERSEEK’ PODE DETECTAR OITO TIPOS DE CÂNCER Em fins de janeiro último, uma equipe de cientistas da Escola de Medicina da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, publicou na revista Science um estudo sobre um novo exame de sangue que pode detectar oito tipos comuns de câncer em fase inicial. Após testes realizados em mais de 1.000 pacientes, calculou-se que, para cinco tipos de tumores para os quais não há testes disponíveis em casos de risco médio (ovário, fígado, estômago, pâncreas e esôfago), a sensibilidade do novo exame variou entre 69% a 98%. Os outros tumores como o de mama, cólon e pulmão também podem ser identificados pelo novo exame. Batizado de CancerSEEK, o teste tem ainda outra vantagem: a de identificar o órgão onde o tumor se encontra, por meio de proteínas utilizadas como marcadores, evitando quase que por completo os falsos positivos. O custo gira em torno de US$ 500,00, uma cifra inferior a testes para um só tipo de tumor, como a colonoscopia.
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ABRADILAN EM REVISTA | EDIÇÃO 39
ANVISA REGULAMENTA O USO DE CÉLULAS HUMANAS EM TERAPIAS A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está preparando a publicação de uma Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) que representa um grande avanço no desenvolvimento e regulamentação das chamadas “Terapias Avançadas”, uma nova classe terapêutica que abrange a terapia celular avançada, os produtos de engenharia tecidual e a terapia genética. Segundo um comunicado da entidade, o texto proposto para a RDC já foi aprovado por unanimidade. A agência assegura ainda que os produtos feitos à base de células humanas sejam manipulados e controlados de acordo com padrões de qualidade apropriados para o seu uso. A nova resolução visa abrir caminho para tratamentos que ainda não estão disponíveis no Brasil por causa da ausência de regras claras em relação a terapias avançadas. A regulamentação da Anvisa tem como objetivo fomentar a pesquisa e importação de medicamentos e terapias que já foram aprovadas por órgãos análogos em outros lugares do mundo.
PRODUÇÃO DE VACINA CONTRA A FEBRE AMARELA DEVE DUPLICAR No final de janeiro, o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou que a partir de junho devem ser introduzidas no mercado brasileiro 4 milhões de doses mensais da vacina contra a febre amarela. As vacinas estão sendo produzidas no Rio de Janeiro por meio de uma parceria entre o Instituto de Tecnologia em Imunibiológicos (Bio-Manguinhos) e a farmacêutica Libbs. De acordo com Barros, a fábrica já está recebendo inspeções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e aguarda apenas o aval da entidade para iniciar a comercialização das doses. O ministro afirmou ainda que as 4 milhões de doses produzidas no laboratório da Libbs deverão somar-se ao volume que já é produzido mensalmente no laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo comunicado do Ministério da Saúde, além da comercialização interna, parte da produção será enviada a um estoque estratégico de emergência mantido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
ENTREVISTA
RUMO À
MODERNIZAÇÃO O médico sanitarista Dr. Jarbas Barbosa assumiu a presidência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2015 com a missão de ouvir as reivindicações do setor regulado. O pernambucano é doutor em Saúde Coletiva e mestre em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Também é especialista em Saúde Pública e em Epidemiologia pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz (Ensp/Fiocruz). Barbosa foi secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS). Atuou ainda como professor-adjunto licenciado da Faculdade de Ciência Médica da Universidade de Pernambuco (FCM-UPE) e consultor legislativo do Senado Federal em Saúde. Internacionalmente, ocupou o cargo de gerente de Vigilância em Saúde, Prevenção e Controle de Doenças da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) da Organização Mundial de Saúde (OMS). Sob sua presidência, a Anvisa se modernizou e desburocratizou processos. A entidade está cada vez mais próxima do setor regulado, prova disso são as rodadas de bate-papo realizadas com o objetivo de literalmente discutir a relação. Um sinal de que a agência está comprometida em garantir que a população tenha acesso a medicamentos seguros e eficazes com maior rapidez.
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Por Michelle de Geus
Sob a presidência do Dr. Jarbas Barbosa, Anvisa passa por processo de modernização, desburocratização e diálogo com a indústria farmacêutica Nos últimos anos, a Anvisa tem investido em agilidade, flexibilização e participação da população e do setor regulado nos debates. Isso reflete uma nova postura da Agência? Sim, sem dúvida. É um processo natural de modernização, de busca de mais eficiência e de fortalecimento da nossa capacidade regulatória, livrando-nos de toda a burocracia desnecessária. Temos reuniões frequentes e abertas com o setor regulado, com uma plataforma muito interessante de diálogo, que vai além do diálogo técnico com cada área específica da Anvisa. Procuramos temas transversais de relacionamento, para dar mais eficiência e fazer com que a Agência seja uma melhor prestadora de serviços do que ela tem sido, e assim irmos sempre nos aperfeiçoando. Recentemente, a agência realizou uma rodada de bate-papo com o setor regulado e o principal tema discutido foi a desburocratização de processos. Qual a importância desse diálogo? Na verdade, foram várias rodadas de bate-papo. Ou, como as apelidamos, “DRs” com o setor regulado, já que esse é um fórum onde “discutimos a relação”. A ideia de nossas DRs não é tratar de um setor específico, de alimentos, medicamentos, nada disso. Tratamos os problemas horizontalmente e verificamos como podemos aperfeiçoar nosso relacionamento com todas as empresas que, de alguma maneira, demandam uma ação da Anvisa. É um diálogo fundamental e que tem se mostrado bastante frutífero para aperfeiçoarmos os serviços da agência, em especial sobre as questões relacionadas ao acesso às informações (de normas, recursos etc), plataformas digitais, canais de atendimento, acesso a processos e agendamento de reuniões, entre outras.
De que forma a entidade pode auxiliar a indústria farmacêutica a disponibilizar para a população medicamentos com maior rapidez? A Anvisa tem revisado os procedimentos de análise para tornar o processo de registro mais ágil, assim como tem revisado as regulamentações para alinhá-las com os regulamentos internacionais e minimizar solicitações de provas desnecessárias. Qual é o papel da Anvisa no apoio à pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos? Como a agência pode contribuir para que a população tenha novas alternativas de tratamento? A Anvisa estabeleceu a Consulta Pública 372/2017, que propõe a priorização de pesquisas clínicas com medicamentos com inovação radical no país. A RDC 09/2015, que dispõe sobre o regulamento para a realização de ensaios clínicos no Brasil, requer, como um dos documentos para a avaliação desse dossiê, um plano de desenvolvimento clínico do medicamento experimental. Esse plano seria um direcionamento do que se pretende realizar em termos clínicos para subsidiar o registro. Dessa forma, a Anvisa tem a possibilidade de acompanhar o desenvolvimento clínico, permitindo que necessidades de adequação sejam solicitadas durante o desenvolvimento e não no momento do registro. Essa lógica de trabalho leva à otimização do processo de desenvolvimento de medicamentos no Brasil. Além da regulamentação relativa à priorização e da avaliação dos ensaios clínicos ocorridos no Brasil, a Anvisa tem uma resolução para a regulação de programas assistenciais (RDC 38/2013), que permite o acesso a medicamentos experimentais em fase
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ENTREVISTA
clínica que apresentam uma eficácia promissora. Esses programas, de iniciativa das empresas detentoras dos medicamentos experimentais, trazem a oportunidade de que pacientes com doenças graves possam ter acesso a medicamentos promissores sem que seja necessário esperar pelo registro do medicamento. Em 2017, quantos novos medicamentos tiveram registro aprovado pela Anvisa? Esse número representa um aumento em relação ao mesmo período de 2016? No período compreendido entre janeiro e dezembro de 2017, a Anvisa registrou 15 medicamentos novos, indicados para diversos tipos de tratamentos de doenças também as mais diversas, indo da síndrome parkinsoniana e do Transtorno Depressivo Maior em adultos ao câncer e às hepatites, só para citar alguns exemplos. Podemos
“
Medicamentos] (ICMRA), entidade que fornece orientação para uma série de áreas que são comuns às missões de muitas autoridades reguladoras. Uma das principais prioridades identificadas pelos membros do ICMRA está pondo fim ao requisito de as empresas farmacêuticas replicarem certificações e processos regulatórios similares para cada país em que desejam trazer seus produtos. Também integramos o Programa de Auditoria Única de Dispositivo Médico (MDSAP), que possui quatro reguladores nacionais como membros [Austrália, Japão, Canadá e Brasil]. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a União Europeia são observadores oficiais do programa, que permite que uma organização de auditoria reconhecida pelo MDSAP realize uma única auditoria regulatória de um fabricante de dispositivos médicos que satisfaça os requisitos relevantes das autoridades reguladoras que participam do programa – e acredito que esse tipo de programa também é o cami-
A ANVISA VEM PASSANDO POR UM PROCESSO NATURAL
DE MODERNIZAÇÃO, DE BUSCA DE MAIS EFICIÊNCIA E DO
FORTALECIMENTO DA NOSSA CAPACIDADE REGULATÓRIA, ELIMINANDO TODA A BUROCRACIA DESNECESSÁRIA
destacar o registro do Spinraza (nusinersena), que é indicado para o tratamento da Atrofia Muscular Espinhal 5q (AME). Também no ano de 2017 foram registrados 15 produtos biológicos novos para várias indicações. O número de registros tem mantido uma média considerável, mas o intuito é de aumentá-la cada vez mais. Quais as metas da Anvisa para 2018? O que o público e a indústria farmacêutica podem esperar de novidades? Nossa missão fundamental é continuar a implementar padrões globais em nossos processos, respeitando as especificidades do mercado brasileiro. No que diz respeito a ações de convergência internacional, a Anvisa é parte da International Coalition of Medicines Regulatory Autorities [Coalizão Internacional de Autoridades Reguladoras de
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nho para a certificação de plantas farmacêuticas. A Anvisa também integra a International Conference on Harmonisation of Technical Requirements for Registration of Pharmaceuticals for Human Use [Conferência Internacional sobre Definição de Requisitos Técnicos para Registro de Medicamentos para Uso Humano] (ICH), que reúne autoridades reguladoras e associações de indústrias farmacêuticas para discutir aspectos técnicos e científicos para o registro de medicamentos. Temos vários outros projetos, como a modernização do modelo de cobrança de Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária, e continuaremos em busca da modernização da legislação sanitária, sempre em diálogo com o Congresso Nacional. Ou seja, 2018 é um ano bastante promissor para a Agência, setor regulado e a população.
DESAFIO
É HORA DE
CONVERSAR D
iversas entidades representantes es do setor farmacêutico, como a Associaçãoo Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma) e a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), entre outras, vêm se unindo com o objetivo de debater a regulação do mercado de medicamentos do país com o poder público. Elas pleiteiam a desoneração dos produtos, a simplificação do sistema tributário, o aumento no prazo de validade dos medicamentos, e questionam o atraso no registro dos produtos por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O PESO DOS IMPOSTOS De acordo com Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma, apesar de inegáveis avanços no am-
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ABRADILAN EM REVISTA | EDIÇÃO 39
biente regulatório e na dinâmica do mercado farmacêutico, ainda há muito que ser feito. Ele observa que a carga tributária dos medicamentos no país continua sendo uma das maiores do mundo, ainda mais levando em consideração que muitos países não cobram imposto nenhum. Em 2017, os tributos incidentes sobre os medicamentos no Brasil chegaram a 31,3% do preço final ao consumidor. “O peso dos impostos, taxas e contribuições cobrados das empresas e dos cidadãos no país é absurdamente alto, notadamente o que recai sobre a produção e a venda dos produtos farmacêuticos”, explica. De acordo com dados do sindicato, os valores cobrados são incoerentes quando comparados a outros bens essenciais. O consumidor paga mais imposto em medicamentos do que em alimentos, como leite (12,6%), arroz e feijão (15,3%) e carnes (17,5%), bem como em itens não considerados básicos, como joias (20,2%), aviões e embarcações (28,3%) e
Entidades do setor farmacêutico se unem para debater com o poder público os quatro pesos q que impedem a expansão do segmento segmento: a tributação excessiva, a burocracia, o curto prazo de validade dos medicam medicamentos e o atraso at traso no o registro de pro produtos
Por Michelle de Geus
CARGA TRIBUTÁRIA NO PREÇO FINAL 32,3%
Almoço ou jantar em restaurante
31,8%
Trator
31,3%
Medicamentos de uso humano
MONTANHA-RUSSA TRIBUTÁRIA
Açúcar
30,4%
Papel Higiênico (com 4 rolos)
30,4%
Teatro e cinema
30,3%
Embarcações e Aeronaves
28,3%
Leite em pó
28,2% 21,8%
Frutas
20,6%
Ovos de galinha
Na última década, a carga tributária dos medicamentos no país registrou uma pequena queda. Em 2006 era de 35,07%. Com o fim da CPMF, em 2008, ficou em 33,9%. Por volta de 2010 até 2015, alguns estados reduziram o ICMS, o que levou o índice para 30,6%. Mas, em 2016, a carga tributária média dos medicamentos no Brasil voltou a subir para 31,2%, devido à elevação das alíquotas de ICMS em 13 estados e a diminuição da alíquota de ICMS dos medicamentos genéricos no estado de São Paulo.
20,2%
Artigos de Joalheira Flores
17,7%
Carne bovina
17,5%
Livros
15,5%
Arroz e feijão
15,3% 15,1%
Sal
14,0%
Farinha de trigo Medicamentos para animais Leite
13,1% 12,6%
Fonte: IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário Elaboração Sindusfarma / Diretoria de Mercado e Assuntos Jurídicos
ABRADILAN EM REVISTA | EDIÇÃO 39
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DESAFIO
FORMA DE PAGAR POR MEDICAMENTOS Vo Você Voc ocê compra comp om mp m pra ra seus se sseu eus eu us remédios remé emé médio dioss ssozinho dio oz nho ozi nh n ho o ou u conta conta co nttta n a co c com o om m a aj ajuda juda uda ud d de de al a algum gu g gum um m pro p programa rro rogra og gra ra ram ma a do do governo gov go gov o overn ve ern rrn no para para ara ar ra conseguir co c ons nse n se s gui gu g u r o medicamento ui me m edic diic di came am ame men me nto nt tto o ou ou ter ter descontos? te desc esc es sco on ont nt nto os? os ss??
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23 2 3%
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110 0%
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Não sabe/ Nã N ão ã o ssa ab be/ e/ e/ não nã n ão ão respondeu ressp re spo pon po nd nde deu de
3%
32% Não
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flores (17,7%). No caso dos medicamentos veterinários (13,1%), a tributação equivale a menos da metade dos di t dde uso hhumano. medicamentos “Diante da falta de verbas e dos problemas crônicos de atendimento na área da saúde, a redução da carga tributária dos medicamentos é uma saída simples e rápida para melhorar o acesso da população a bens que contribuem de forma decisiva para melhorar a saúde e a qualidade de vida”, destaca Mussolini, acrescentando que o ambiente fiscal do país e o Custo Brasil para o setor farmacêutico
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são bastante adversos. “Esse quadro só será alterado em profundidade quando for feita uma reforma tributária geral e inteligente. Uma reforma tributária que dinamize a economia, amplie a participação do Brasil no comércio global e torne o país mais competitivo no cenário internacional.”
O PESO DA BUROCRACIA O nó tributário que amarra a indústria farmacêutica, assim como os demais segmentos produtivos, é muito mais
intricado. Confunde-se também com a burocracia, com o tempo gasto pelas empresas para cumprir as obrigações fiscais. Outros fatores que elevam os custos de produção e distribuição dos medicamentos no Brasil são a infraestrutura deficiente, os encargos sociais que oneram a folha de pagamentos das indústrias e as regras da regulação econômica. A burocracia é a campeã de queixas por parte dos setores produtivos. O Brasil é o país em que o cumprimento das obrigações tributárias demanda mais tempo. Essa é a conclusão do estudo “Paying Taxes 2017” (em tradução livre, “Pagando Impostos 2017”), elaborado pelo Banco Mundial. Segundo a pesquisa, os empresários brasileiros gastam
COMPOSIÇÃO DO PREÇO DOS REMÉDIOS Você já deixou de tomar algum remédio prescrito pelo médico porque não tinha dinheiro para comprar?
15%
Lucro dos laboratórios
64%
Impostos Custo de fabricação
11%
em média 2.038 horas por ano com procedimentos burocráticos, enquanto nos Estados Unidos são necessárias apenas 175 horas. No ranking das 190 economias classificadas de acordo com a quantidade de impostos, número de horas gastas e facilidades no pagamento, o Brasil ocupa o decepcionante primeiro lugar. Na visão de Antônio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o grande número de horas gastas para cumprir os procedimentos tributários ainda tem o inconveniente de gerar custos, tornando os medicamentos menos acessíveis. “É sabido que a maioria da população adquire medicamentos com recursos próprios, sendo que muitos acabam não concluindo o tratamento por limitações orçamentárias”, sublinha. A entidade publicou em novembro de 2017 uma pesquisa sobre a opinião do brasileiro acerca da saúde, realizada pelo Instituto DataPoder360. O levantamento mostrou que já existe uma percepção razoável de que há grande impacto dos tributos no preço das medicações, e que 64% dos brasileiros acreditam que o preço dos medicamentos é composto sobretudo por impostos. Além disso, a maioria da população (53%) diz arcar sozinha com o custo de seus tratamentos e mais da metade dos entrevistados (55%) disse já ter deixado de comprar algum medicamento por falta de recursos. A pesquisa ouviu 4.133 moradores de 178 diferentes municípios espalhados pelo Brasil.
O PESO DOS PRAZOS
9%
1%
Custo das pesquisas
Não sabe/ não respondeu
Outro problema enfrentado pelo setor consiste no curto prazo de validade dos medicamentos determinado pela Anvisa. O segmento reconhece a importância da fiscalização rigorosa dos produtos; entretanto, varejistas e fabricantes acreditam que é possível encontrar um equilíbrio que permita aumentar a validade dos fármacos. A situação seguinte é corriqueira para muitos empresários do ramo: o varejo adquire um determinado estoque de medicamentos, mas nem sempre encontra demanda. O que acontece? Os produtos são retirados das prateleiras quando estão próximos do vencimento e incinerados, causando prejuízos financeiros. De acordo com Sergio Mena Barreto, presidente-executivo da Abrafarma, a entidade tem se mostrado totalmente favorável ao acordo setorial entre fabricantes, distribuidores e varejistas, em andamento no Ministério do Meio Ambiente (MMA) desde 2014, que pretende regulamentar a
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31,30%
DESAFIO
20,0%
21,0% Argentina
18,0%
Brasil
Chile
Alemanha
10,0%
8,0% Turquia
Itália
8,0%
6,0% Holanda
Finlândia
6,0% Bélgica
8,0%
5,0% Japão
Grêcia
5,0% Portugal
0,0% Venezuela
4,0%
0,0% México
Espanha
0,0% Estados Unidos
2,4%
0,0% Suécia
Suíça
0,0% Colômbia
2,1%
0,0% Canadá
França
0,0% Reino Unido
16,0%
(CARGA TRIBUTÁRIA MÉDIA PARA O BRASIL)
Austria
INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS SOBRE MEDICAMENTOS EM ALGUNS PAÍSES
Fontes: Talogdata: Análise BCG: IBPT Elaboração: Sindusfarma/Diretoria de Mercado e Assuntos
ALTA CARGA TRIBUTÁRIA EM PAUTA NO CONGRESSO No fim de 2015, o tema da elevada tributação ganhou a atenção do Congresso Nacional com o relançamento da Frente Parlamentar Mista para Desoneração dos Medicamentos. Uma das propostas apoiadas pela Frente é a PEC 491/10, atualmente em análise numa comissão especial da Câmara dos Deputados, que zera a alíquota sobre remédios e alimentos. A proposição é de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB/ PR). Os empresários citam outras iniciativas que visam diminuir o preço dos remédios ao consumidor final por meio da redução da carga tributária. Um exemplo é o Projeto de Lei n° 108/2011, que desonera dos tributos federais os medicamentos de uso contínuo, como, por exemplo aqueles usados no tratamento do diabetes e hipertensão arterial. Menciona-se também a importância da desoneração de qualquer medicamento de tarja vermelha ou preta.
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logística reversa dos medicamentos. “A demora no acordo se dá em razão da questão do financiamento da logística e destinação final, que são responsabilidades do fabricante”, elucida, comentando ainda que outro empecilho é a falta de locais adequados para a destinação dos produtos na maior parte dos municípios brasileiros. Barreto observa que existem políticas governamentais e privadas de outros países que podem servir de inspiração, como é o caso da Espanha e Portugal, onde a destinação correta dos medicamentos é financiada pelo próprio fabricante e custa apenas alguns centavos de euro para cada caixa disponível no mercado. “No Brasil, existem algumas iniciativas voluntárias de logística reversa desenvolvidas e efetuadas por hospitais, farmácias e prefeituras. Mas não é um modelo que possa ser reproduzido, pois a maioria dos municípios não tem estrutura adequada para a destinação final dos resíduos”, pondera. Com um prazo de validade maior, os medicamentos poderiam ficar disponíveis por mais tempo à população. Isso reduziria os impactos ambientais do descarte incor-
“
A REDUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA DOS MEDICAMENTOS É UMA SAÍDA SIMPLES E RÁPIDA PARA MELHORAR O ACESSO DA POPULAÇÃO A BENS IMPORTANTES PARA A SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
”
NELSON MUSSOLINI, PRESIDENTE-EXECUTIVO DO SINDUSFARMA
reto dos produtos e os custos de produção. O objetivo do setor, segundo Barreto, é provocar o debate para chegar a um ponto de equilíbrio.
O PESO DO ATRASO O atraso no registro de medicamentos por parte da Anvisa é outro fardo que, no entender de Mussolini, atravanca o desenvolvimento do setor, especialmente quando se trata de pesquisa e desenvolvimento. “O Sindusfarma tem transmitido à Anvisa a mensagem de que ter agilidade nessa questão é fundamental para incentivar o processo de inovação e criação de medicamentos no país”, frisa, ressaltando ainda que os atrasos nos trâmites da agência levam diversas empresas a desistir de pesquisar e lançar novos produtos. Durante um encontro com o sindicato em 2017, a Anvisa assumiu o compromisso de alterar os procedimentos, a fim de zerar a fila de passivos e novas solicitações de registros de medicamentos até meados de 2018. “Os novos prazos estão sendo equalizados de forma a atender às expectativas da indústria farmacêutica. Sendo assim,
o Sindusfarma está confiante em que os prazos preconizados na Lei serão atendidos de forma ampla”, acredita Mussolini. Em vigor desde 2016, a Lei 13.411 estabelece prazos para a regularização dos registros. Nas conversas com a agência, o Sindusfarma tem destacado quatro pontos que a indústria farmacêutica considera prioritários para melhorar os processos de registro e pós-registro de medicamentos: previsibilidade, convergência regulatória, elaboração de uma agenda regulatória e regulação clara para a inovação incremental. Mussolini destaca que a RDC nº 208/2018 é um bom exemplo do que a indústria farmacêutica preconiza. A resolução, publicada pela Anvisa no início de janeiro, simplifica procedimentos para a importação de bens e produtos sujeitos à Vigilância Sanitária, incorporando várias sugestões do Sindusfarma. A medida contribui para a redução de custos de armazenagem e tempo de liberação de cargas da indústria farmacêutica em portos e aeroportos. “O Sindusfarma espera que essa tendência de modernização de métodos e processos administrativos da Anvisa tenha continuidade”, conclui.
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MARIA CRISTINA S. AMORIM M
AS LIÇÕES DAS SALAS
CLÍNICAS NAS FARMÁCIAS “
O ÊXITO DAS SALAS CLÍNICAS MOSTRA CARACTERÍSTICAS
FUNDAMENTAIS DAS NECESSIDADES DO CIDADÃO E DA ESTRUTURA DE SAÚDE NO BRASIL, E TAMBÉM APONTA PARA O POTENCIAL DAS FARMÁCIAS NA OFERTA DE SERVIÇOS A instituição de salas para atendimento clínico nas farmácias tem se revelado um sucesso. Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) de 2017 mostram que o modelo opera em 350 municípios com aproximadamente 1.400 farmácias e mais de 900.000 atendimentos realizados por 2.000 farmacêuticos. O êxito da chamada sala clínica mostra características fundamentais das necessidades do cidadão e da estrutura de saúde no Brasil, e também aponta para o potencial das farmácias na oferta de serviços. A oferta de serviços de saúde aos brasileiros é formada por organizações públicas e privadas – o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Saúde Suplementar (SS), respectivamente. Os pacientes do SUS devem procurar os postos de saúde municipais e, se necessário, receber encaminhamento para as unidades estaduais de saúde secundária e terciária. Os pacientes da SS podem procurar imediatamente o médico especialista, mas, se demandarem cuidados mais complexos, também precisam do encaminhamento autorizado (ou não) pela fonte pagadora (seguradora ou convênio). O caminho a percorrer para ter acesso aos serviços é organizado à conveniência dos prestadores, como postos de atendimentos, clínicas, hospitais e laboratórios, permitindo-lhes controlar e reduzir
28
ABRADILAN EM REVISTA | EDIÇÃO 39
”
custos. Quantos aos pacientes, bem, esses que tolerem o ir e vir de guias e autorizações, longas esperas entre uma consulta e outra, eventuais bate-bocas com os convênios e seguradoras, e por aí vai. O fracionamento da oferta de serviços de saúde é um problema gerencial em todo o mundo. E em todo o mundo sabe-se que uma das formas de reduzir o desconforto do paciente nessa via crucis é ofertar cuidados e informações fora do circuito ambulatorial e hospitalar. Eis aí a virtude da sala clínica na farmácia, que pode atender a várias necessidades dos cidadãos com mais eficácia, poupando os recursos dos prestadores públicos (postos de saúde e hospitais) e das fontes pagadoras privadas. O modelo assistencial brasileiro é “hospitalocêntrico”, tende a procurar atender a todas as necessidades no hospital. Ora, o hospital é um equipamento caro e escasso, enquanto a farmácia pode cuidar do cidadão a preços menores e está muito mais distribuída pelo vasto e heterogêneo território brasileiro. O sucesso da sala clínica sugere que muitas outras ações de saúde poderiam se dar a partir da farmácia, a exemplo do que acontece em outros países. Sugere uma “pauta” para o futuro: que mais as farmácias brasileiras poderiam ofertar na promoção, prevenção e atenção à saúde? MARIA CRISTINA S. AMORIM, diretora executiva da Abradilan, economista e professora titular da PUC/SP.
FARMÁCIA DIGITAL
CONHEÇA, CONQUISTE E
FIDELIZE Iniciativas digitais de fidelização criadas pela Febrafar demonstram que o sucesso das farmácias passa também pelo uso da tecnologia
P
ersonalizar o atendimento, criando ofertas específicas para determinado cliente ou grupo de clientes, é uma das melhores formas de fidelização. Em um segmento tão competitivo como o farmacêutico, torna-se imprescindível criar maneiras de atrair o consumidor para o estabelecimento e fazer com que ele sempre retorne. Tendo isso em vista, a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) criou o Painel de Estratégias Competitivas (PEC), destinado a elaborar ações de fidelização com ofertas a preços competitivos por meio da concessão de descontos individuais, levando em consideração as características de cada cliente e medicamento.
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VALE-COMPRAS Uma das principais ferramentas criadas pelo PEC é o “Vale-Compras”, que foi adicionado ao cartão fidelidade da Febrafar. O cupom é ativado em uma plataforma digital que oferece automaticamente descontos e oportunidades aos clientes, levando em conta seu perfil e histórico de compras nas redes associadas. Após poucos meses de seu lançamento, a iniciativa resultou num aumento de 300% na adesão ao cartão fidelidade digital e num incremento de 40% na taxa de retenção de consumidores na plataforma, sendo que os clientes do cartão gastam, em média, 32% a mais por mês do que aqueles que possuem apenas o cartão fidelidade tradicional.
Por Daniel Sender
“
O RESGATE DE PRODUTOS
NA LOJA INCENTIVA O CLIENTE A VOLTAR À FARMÁCIA E AJUDA A CONSTRUIR UM RELACIONAMENTO DE LONGO PRAZO
”
JOÃO MOTA, PRESIDENTE DA STEFANINI INSPIRING
APLICATIVO
“
UMA PESQUISA RECENTE COMPROVOU QUE OS
CONSUMIDORES VALORIZAM OS PROGRAMAS DE FIDELIZAÇÃO DAS FARMÁCIAS
”
EDISON TAMASCIA, PRESIDENTE DA FEBRAFAR
A Febrafar já possuía um cartão fidelidade em uso no Painel de Estratégias Competitivas (PEC). Mas a criação de um aplicativo inteligente foi concretizada somente em setembro de 2017, com o auxílio da Stefanini Inspiring, por meio da plataforma “Inspiring Engagement Platform” (Plataforma Inspiring de Engajamento). O aplicativo adicionou ao programa “Vale-Compras” novas funções, capacidades de relacionamento e engajamento direto com o cliente. De acordo com a Stefanini Inspiring, a plataforma utilizada no programa da Febrafar foi projetada para responder em tempo real a grandes volumes de processamento de dados. Hoje ela é responsável pelo gerenciamento de mais de 80 milhões de pessoas, entre as quais os clientes das redes associadas, realizando ofertas segmentadas que levam em conta o perfil de consumo de cada um deles. Na visão do presidente da Febrafar, Edison Tamascia, a criação do aplicativo foi um passo fundamental para possibilitar um contato próximo com o cliente e desenvolver estratégias para fidelizá-lo. “Hoje vemos a quantia de cadastros que aconteceram após a implementação do programa e da função vale-compras, e percebemos que o sucesso das farmácias passa também pelo uso das possibilidades oferecidas pela tecnologia.”
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FARMÁCIA DIGITAL
“
OS CONSUMIDORES ESTÃO
CADA VEZ MAIS EXIGENTES, E UMA FORMA DE CONQUISTÁ-LOS É FAZER COM QUE SE SINTAM EXCLUSIVOS POR MEIO DE PROGRAMAS DE VANTAGENS
”
ÂNGELO VIEIRA, DIRETOR DE MARKETING E OPERAÇÕES DA REDE ENTREFARMA
FIDELIZAÇÃO De acordo com o presidente da Febrafar, Edison Tamascia, já não se pode mais ignorar as vantagens proporcionadas por plataformas e soluções digitais, que geram benefícios específicos para cada cliente do varejo. “O PEC vem se mostrando uma ferramenta fundamental para as farmácias associativistas, pois fideliza o cliente e permite um atendimento plenamente personalizado. Além disso, o programa supre uma demanda dos clientes por esse tipo de ação. Uma pesquisa recente do IFEPEC [Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada] comprovou que os consumidores valorizam os programas de fidelização das farmácias”, explica.
O QUE É? Viabilizado por meio de uma tecnologia desenvolvida pela empresa de Tecnologia da Informação (TI) Stefanini Inspiring, em conjunto com a Febrafar, o “Vale-Compras” é uma plataforma virtual de relacionamento e engajamento com o consumidor, onde a farmácia associada passa a conhecer os hábitos do cliente, como, por exemplo, a data em que ele costuma adquirir seus medicamentos, bem como o volume e a quantia que ele gasta em cada compra. A partir das informações coletadas, é possível realizar ações coordenadas por meio da plataforma, como campanhas
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de promoções, descontos e outras vantagens destinadas a cada cliente ou grupo de clientes, com o objetivo de aumentar a frequência do consumidor no ponto de venda. Segundo o presidente da Stefanini Inspiring, João Mota, trata-se de um conceito que já é amplamente aplicado por grandes cadeias varejistas de mercados maduros, como os dos Estados Unidos e Reino Unido. “Os programas de fidelidade tradicionais em operação utilizam o conceito de marketplace, em que os pontos concedidos são direcionados para uma plataforma, a partir da qual o cliente pode resgatar em produtos de qualquer outra marca. Dessa forma, a loja que gerou os pontos perde oportunidades de capturar mais valor junto ao consumidor. O grande diferencial da solução oferecida à Febrafar é o resgate na própria loja, que incentiva o cliente a voltar ao estabelecimento e ajuda a construir um relacionamento de longo prazo”, ressalta. No entender de Ângelo Vieira, diretor de marketing e operações da rede associada Entrefarma, o sucesso da iniciativa já nos primeiros meses demonstra a importância da inovação para o segmento. “Os consumidores estão cada vez mais exigentes. Uma forma de conquistá-los é fazer com que eles se sintam exclusivos e isso pode ser feito por meio de programas de vantagens. As soluções do PEC se mostraram corretas e o resultado tem sido extremamente positivo para o nosso negócio”, aponta.
LEONARDO PIRES
MENOR PREÇO “
Crédito: Alex Gurgel
ALÉM DA COMPETIÇÃO PELO
DEIXO UM CONSELHO PARA OS EMPRESÁRIOS
DO RAMO: IMPLANTEM SERVIÇOS FARMACÊUTICOS E DIRECIONEM PARTE DO ORÇAMENTO DE MARKETING PARA MOSTRAR AO CLIENTE QUE A TUA FARMÁCIA É UM ESTABELECIMENTO DE SAÚDE
Segundo a Associação Americana de Marketing, o marketing é um conjunto de processos que envolvem a criação, comunicação e entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com os mesmos, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. Importante notar que esse conceito vai muito além da busca pelo lucro, pois demonstra que uma das principais funções do marketing é entregar valor para os clientes. Pergunto a você: qual é a percepção de valor que as ações de marketing do varejo farmacêutico têm passado para seus clientes? Respondo: o preço! Salvo poucas exceções, o que vemos em ação é o marketing do “Venha economizar.” Eu não seria inocente ao ponto de dizer que essas ações estão equivocadas. Sei da importância do preço dos produtos: uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) constatou que o primeiro critério de escolha para se comprar em uma farmácia é o preço. Nada mais pragmático do que direcionar a maior parte dos recursos de marketing para a maior necessidade relatada pelo cliente.
”
Mas, quando digo “maior parte do orçamento de marketing”, não estou me referindo a todo orçamento de marketing. Recorro a Henry Ford: “Se eu perguntasse a meus compradores o que eles queriam, teriam dito que era um cavalo mais rápido.” Vejo essa frase como precursora da “estratégia do oceano azul”, termo criado pelos autores Chan Kim e Mauborgne para fazer referência à capacidade de uma empresa de criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante, navegando sozinha por um vasto oceano azul. Quem vai navegar pelo mercado que pode ser criado ao se transformar a farmácia num estabelecimento de saúde? Deixo um conselho para os empresários do ramo: implantem serviços farmacêuticos e direcionem parte do orçamento de marketing para mostrar ao cliente que a tua farmácia é um estabelecimento de saúde. Assim como não vejo um hospital com a placa de menor preço, acredito que ainda verei uma farmácia sem essa placa e, quando eu vê-la, terei certeza que ela estará prestes a navegar num oceano azul.
LEONARDO DORO PIRES, professor do ICTQ, autor do livro “Gestão Estratégica para Farmacêuticos” e consultor em gestão e estratégia farmacêutica.
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TRABALHO
FARMACÊUTICOS
EM PAUTA Obrigatoriedade de profissionais farmacêuticos nas farmácias, prevista na lei desde 2014, ainda encontra resistência em setores da classe política
A
pós 20 anos de tramitação no Congresso Nacional, o projeto de lei proposto pela ex-senadora Marluce Pinto se consagrou na lei 13.021/2014. Ele foi aprovado após grande mobilização da classe farmacêutica e muito comemorado pelas lideranças do setor. A lei dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas e, entre outras coisas, prevê a obrigatoriedade da presença de um profissional farmacêutico no estabelecimento durante todo o horário de funcionamento.
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ESCASSEZ No entanto, para o deputado federal Domingos Neto (PSD/ CE) a lei pode não ser vantajosos para os estabelecimentos. “Essa exigência pode tornar inviável o funcionamento de diversas farmácias de municípios menores, onde não há profissionais graduados em quantidade suficiente para atender à demanda”, observa o parlamentar. Pensando nisso, Domingos Neto pretende apresentar um projeto de lei criando incentivos fiscais e linhas de crédito para que os farmacêuticos possam abrir seus próprios negócios em
Por Michelle de Geus
cidades que não ofereçam profissionais à disposição 24 horas por dia. A proposta deve ser encaminhada ao Congresso Nacional já no primeiro semestre de 2018. Segundo ele, o projeto consiste em um incentivo à “interiorização dos farmacêuticos no país”. “A proposta foi criada justamente porque as cidades do interior estão ficando sem farmácias. Há casos em que as pessoas viajam até 50 km para comprar um antibiótico”, explica. O projeto também aborda outro aspecto importante da questão, que é a falta de recursos financeiros para a contratação de profissionais farmacêuticos por parte de farmácias de menor porte. A proposta deverá criar incentivos para que os empresários consigam manter farmacêuticos 24 horas por dia em seus estabelecimentos. “O meu compromisso é facilitar a abertura de farmácias no interior para que a população seja atendida”, ressalta. De acordo com o parlamentar, a questão em pauta é um assunto de saúde pública. “Nós queremos que haja farmácias suficientes para que a população tenha acesso aos medicamentos e para que não falte trabalho aos
profissionais. Aumentar o acesso às farmácias é uma questão de saúde pública”, aponta.
O OUTRO LADO Na visão de Dirceu Raposo de Mello, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF/SP), e atual presidente do Conselho Científico do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), enxergar o contexto do problema ajuda a entender por que surgem propostas como a do deputado cearense. “Vários motivos podem ser apontados. O primeiro e mais recorrente deles é alegar falta de profissionais para assumir a responsabilidade técnica por farmácias e drogarias. Trata-se de uma premissa falsa”, opina. De acordo com ele, o Brasil tem em torno de 500 cursos de farmácia, que formam em média 20 mil profissionais por ano. “A totalidade dos empresários, em qualquer ramo de atividade, sabe que no capitalismo a lei de oferta e procura regula o mercado. Essa relação se aplica tam-
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TRABALHO
POLÊMICA ANTIGA
Não é a primeira vez que a obrigatoriedade de profissionais farmacêuticos em farmácias desperta acaloradas discussões. Em 2014, a Medida Provisória nº 653, emitida pelo Poder Executivo, determinava que as farmácias que se caracterizassem como microempresas ou empresas de pequeno porte poderiam manter um técnico responsável substituto para situações de impedimento ou ausência do titular. O texto também previa a possibilidade de órgãos sanitários fiscalizadores licenciarem os estabelecimentos sob a responsabilidade técnica do prático de farmácia, oficial de farmácia ou outro igualmente inscrito no CRF. A medida não obteve êxito.
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bém à mão de obra especializada”, continua Mello, observando ainda que quando um empresário procura um profissional para assumir a responsabilidade técnica de sua farmácia, pode não o encontrar disponível e, se mesmo assim quiser contratá-lo, deve pagar mais por seus serviços do que a concorrência. “Faltam, portanto, remuneração e benefícios que atraiam os farmacêuticos para essa atividade, e não profissionais propriamente ditos”, destaca. Na visão do presidente do ICTQ, o assunto está sempre em pauta no país por causa de “interesses comerciais e políticos”, bem como da “ignorância total”, por parte dos políticos, sobre a função do medicamento no processo de recuperação ou manutenção da saúde. “Simplificando ao extremo, o farmacêutico tem o papel de garantir o uso racional, seguro e eficaz dos remédios nos tratamentos propostos”, esclarece ele, aludindo também a uma definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a qual é dever dos farmacêuticos prover medicamentos, serviços e produtos de saúde e auxiliar o paciente a fazer o melhor uso deles. “Cabe aos Conselhos Regionais de Farmácias [CRFs] a vigilância permanente para evitar que esse tema volte à tona, e esclarecer a população quando ao papel do farmacêutico nas farmácias”, conclui.
MARIA RIA HIJJA HIJJAR AR
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
DE MEDICAMENTOS “
A CONFIGURAÇÃO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO TEM SIDO
DEBATIDA NO BRASIL TANTO PELAS INDÚSTRIAS QUANTO PELAS FARMÁCIAS. A DISCUSSÃO É LONGA, POSSUI MUITOS PRÓS E CONTRAS E DEVE SER ANALISADA POR TODOS OS ENVOLVIDOS A logística representa um grande desafio para as empresas que atuam na cadeia de suprimentos de produtos farmacêuticos. Uma pesquisa realizada e divulgada no “Panorama ILOS – Supply Chain Setor de Saúde” indica que o custo da operação logística das indústrias de medicamentos equivale a 6% da receita líquida, enquanto o dos distribuidores chega a quase 8%. Esses últimos são os principais responsáveis pela entrega fracionada a todas as localidades do país, inclusive em regiões que possuem grande dificuldade de acesso em razão da precária infraestrutura de transportes. No Brasil, os distribuidores se encarregam da entrega de 70% dos medicamentos fabricados pelas indústrias. Os 30% restantes são vendidos diretamente pelas indústrias, principalmente para as grandes redes de farmácias e hospitais. Assim, os distribuidores enfrentam grande parte das complexidades logísticas na cadeia de suprimentos de medicamentos. Em média, eles atendem os pontos de venda do país com uma frequência de quase quatro vezes por semana, entregando a maior parte dos pedidos no dia seguinte (D+1), ou até no mesmo dia (D). Mas essa configuração de canais tem sido debatida no Brasil, tanto pelas indústrias quanto pelas farmácias. As indústrias analisam a possibilidade de aumentar as entregas diretas para as farmá-
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cias, o que reduziria a participação dos distribuidores. De acordo com a pesquisa realizada pelo ILOS, mais de 30% das indústrias de medicamentos gostariam de aumentar a venda direta. Essa alteração, entretanto, esbarraria em um aumento significativo da complexidade logística para as indústrias, que necessitariam de mais armazéns, de uma melhor e mais ampla gestão de transportes, da capacidade de lidar com questões fiscais e agentes públicos, além da necessidade de realinhar a forma de relacionamento com os distribuidores atuais para sustentar a nova operação, visto que os distribuidores hoje são os principais clientes das indústrias. Por sua vez, em torno de 80% das redes de farmácias e mais de 90% das farmácias independentes também almejam aumentar a compra direta da indústria, reduzindo a participação de distribuidores. Nesses casos, o principal motivador é a possibilidade de obtenção de mais descontos comerciais, o que não obrigatoriamente aconteceria com o aumento da compra direta. A discussão sobre a configuração ideal dos canais para entrega de medicamentos é longa e possui muitos prós e contras. Mesmo assim, deve ser cuidadosamente levada em consideração por indústrias, farmácias e distribuidores.
MARIA FERNANDA HIJJAR, sócia executiva do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS).
CONSUMO
OLÁ, SR. CLIENTE.
COMO VAI? C
onhecer as necessidades e desejos do cliente é a melhor forma de fidelizá-lo. Quem garante são os especialistas em comportamento do consumidor. Mais do que em qualquer época, o consumidor atual está mais bem informado, atento e exigente com relação às opções de produtos e serviços oferecidos pelo varejo. No segmento farmacêutico, essa tendência está tão presente quanto em outros ramos econômicos. Prova disso é a saudável competição, cada vez mais intensa, entre redes associadas e farmácias independentes, dentro da qual cada uma procura novas formas de atrair o consumidor e fazê-lo retornar ao estabelecimento.
PERFIL De acordo com Marcus Vinicius de Andrade, diretor de pesquisas e especialista em estudos de consumo do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), definir o perfil do consumidor é o quesito básico para buscar um melhor posicionamento junto ao público-alvo. “No setor farmacêutico, as questões regulatórias, a similaridade de produtos e a competitivi-
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dade acirrada exigem pesquisas e desenhos de perfis de consumo cada vez mais minuciosos por parte dos departamentos estratégicos comerciais e de marketing”, afirma. Na visão de Olegário de Araújo, fundador da agência de marketing e inteligência de consumo Inteligência360 e especialista em comportamento do consumidor no setor farma, entender o cliente é a melhor forma de criar
Por Daniel Sender
Numa N uma éépoca poca eem mq que ue o contato contato p próximo róximo com com o consumidor consumidor ffaz az a diferença, diferença, cconhecer onhecer sseu eu p perfil erfil é u uma ma fforma orma ggarantida arantida de de atrair, atrair, ffidelizar idelizar e a até té a ampliar mpliar a clientela clientela
uma experiência de compra diferenciada, que fará com que o consumidor retorne ao local. “Se não se cria essa experiência, o único critério decisivo será o preço dos produtos, que já não é mais o único quesito a ser contemplado no momento de decisão decisão”,, explica. Araújo acrescenta que atualmente está surgindo uma nova lógica no mercado, na qual razão e emoção são equacionadas em conjunto. Nesse cenário, as empresas que criam experiências de compra diferenciadas sairão na frente. “Em relação a esse aspecto, as pequenas e
QUESTIONE-SE
Questionamentos que um proprietário de estabelecimento deve fazer sobre seu negócio, a fim de atrair e reter novos clientes 1 – Como trabalho meu sortimento? Em que posso melhorar para oferecer o que o cliente busca? 2 – Observo o perfil de meus clientes? Conheço as pessoas que frequentam meu estabelecimento? São idosos, mães, de quais classes sociais, com quais interesses? 3 – Em que posso realmente ser bom e mostrar meu diferencial? Ninguém consegue ser bom em tudo. 4 – O que tenho que o concorrente não tem ou irá demorar para ter? Serviços e vantagens são importantes para criar vínculos com o cliente. 5 – Qual é a ideia que passo ao consumidor? É preciso ser coerente na mensagem que o estabelecimento passa, para que o cliente possa se identificar com a loja. 6 – Devo investir em segmentação? Atrair novos clientes é importante, mas é preciso fazê-lo sem sacrificar os clientes habituais.
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CONSUMO médias farmácias levam uma potencial vantagem, pois em teoria possuem uma relação mais próxima com seu cliente habitual, e vivemos em uma época em que o contato próximo pode fazer toda a diferença. Hoje em dia o consumidor quer uma experiência de compra que seja realmente marcante”, analisa.
EQUIPE Esse novo contexto de relação com o cliente, segundo Andrade, exige que o empresário reavalie sua equipe, averiguando se ela está de fato preparada para criar um relacionamento próximo com o consumidor. “O empresário deve se perguntar: o profissional do meu estabelecimento tem força de influência sobre a venda? Em quais produtos ele domina essa influência? E até que ponto ele tem o poder de influência para intercambiar um medicamento que favoreça a rentabilidade do estabelecimento?”, indica. Para ele, a linha de frente de um PDV pode ser considerada um fator decisivo no momento da compra. “Podemos afirmar categoricamente que o consumidor de medicamentos está cada vez mais influenciável, principalmente pelo médico e pelo farmacêutico”, acrescenta.
PASSO A PASSO
Olegário Araújo, da agência Inteligência360, sugere três passos para identificar e aprimorar um negócio 1º – Situar o estabelecimento: ele é de bairro ou de fluxo? 2º – Preparar a equipe do PDV para identificar os perfis específicos dos clientes que frequentam o estabelecimento, e eventualmente buscar impressões dos frequentadores mais assíduos de cada perfil 3º – Refletir sobre os perfis rotineiros e buscar soluções para atendê-los – ou investigar a possibilidade de investir em um novo tipo de cliente a partir das informações coletadas pela equipe
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COMO FAZER Seguindo a mesma linha de pensamento, Araújo aponta que o primeiro passo de qualquer estratégia de vendas consiste em usar a equipe para conhecer o perfil do cliente. “Utilizando os vários recursos disponíveis, é possível saber se a farmácia é um ponto de venda de bairro ou de fluxo; e se os produtos mais vendidos são medicamentos ou se os segmentos de higiene e beleza também são contemplados”, observa. Segundo ele, a partir de um perfil básico já é possível traçar uma estratégia de ampliação nas categorias que mais vendem e investir em produtos que atraiam o mesmo público. Com as informações sobre o cliente e uma estratégia de expansão dos produtos mais procurados no estabelecimento, torna-se possível dar um novo passo para atrair e fidelizar novos clientes. “Nesse momento surge a questão de se vale a pena almejar um novo tipo de público, com novos segmentos contemplados, ou se é melhor focar nos clientes já conquistados. Seja qual for a decisão, é importante lembrar que não é possível ser tudo para todos, pois isso afasta o cliente que quer cada vez mais se identificar com os estabelecimentos em que compra”, sugere.
OLEGÁRIO O ARAÚ ARAÚJO ÚJO
EMPODERE QUEM CONVIVE COM
A HORA DA VERDADE! “
A EQUIPE DA LOJA NÃO PRECISA TER TODAS AS RESPOSTAS, MAS
PRECISA ESTAR PREPARADA PARA DIALOGAR E ORIENTAR O CLIENTE, POIS ISSO CERTAMENTE GERARÁ IMPACTOS POSITIVOS OU NEGATIVOS NA EXPERIÊNCIA DE COMPRA “A hora da verdade” é o título de um livro lançado na década de 1980 por Jan Carlzon, então presidente-executivo da companhia de aviação escandinava SAS. Na obra, o autor fala sobre o período em que delegou mais poder para a linha de frente de atendimento, considerando a “hora da verdade” o momento em que o cliente entra em contato com as pessoas responsáveis pelo atendimento, podendo ter uma experiência positiva ou negativa durante sua jornada de compras. Nessa situação, a equipe da loja não precisa ter todas as respostas, mas precisa estar preparada para dialogar e orientar o cliente, pois isso, com certeza, gerará impactos positivos ou negativos na experiência de compra. Dessa forma, preparar a linha de frente é fundamental, já que muitas vezes o cliente se afasta da loja por questões de atendimento e outros problemas que se repetem, como rupturas, produtos no tabloide que não estão disponíveis, diferença nos preços anunciados, etc. Além desses fatores, a lucratividade também pode ser afetada pela concorrência demasiadamente focada no preço. Nesse cenário, fica claro o papel da equipe para fazer um atendimento diferenciado e, consequentemente, reter os clientes-chave. A equipe pode ser uma importante fonte de informações para identificar as fortalezas e fraquezas da operação de vendas e, assim, descobrir novas
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formas de atuação, proporcionando uma renovada experiência para os clientes. Fortalecer a equipe de loja exige, por parte dos líderes, a capacidade de ouvir e trabalhar o propósito da empresa, consequentemente gerando significado para as pessoas que trabalham várias horas por dia, inclusive nos finais de semana. Conhecer os funcionários é uma importante parte do processo de vendas, pois há diferentes perfis e alguns são mais propensos a criar experiências positivas aos clientes por meio da geração da confiança, solução de problemas e personalização. Essas pessoas fazem isso pela facilidade que possuem em estabelecer uma conexão emocional com o consumidor, sendo que esse perfil tende a ser confiante, motivado, tecnicamente preparado. É preciso reconhecer funcionários com esse estilo e capacitá-los cada vez mais, para que cumpram seu papel na hora da verdade. Alta tecnologia demanda alto toque humano. O espaço físico é fundamental, mas a linha de frente também é essencial na criação de condições para que o negócio torne-se cada vez mais competitivo, independente do porte da loja e do ramo envolvido. A “hora da verdade” ocorre a todos os momentos, e competir apenas com ações voltadas aos preços não é o mais sustentável dos negócios. OLEGÁRIO ARAÚJO, formado em administração pela PUC-SP, com MBA pela FIA-USP e mestrando pela FGV na área de marketing, especialista em varejo com foco no uso da informação. Atua junto ao setor de supermercados e drogarias.
CARGAS
SEGURANÇA NA
ESTRADA Estratégias simples, ferramentas digitais e fiscalização rigorosa de produtos são medidas que podem reduzir o roubo de cargas
E
ntre os perigos que ameaçam os motoristas e distribuidoras na estrada, está o roubo de carga. Em 2016 – os dados de 2017 ainda não foram disponibilizados – houve nada menos que 24.563 casos de roubo de cargas no Brasil, totalizando um prejuízo de R$ 1,3 bilhão, segundo informações da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística). A maior parte desse tipo de delito acontece na região Sudeste, que registra quase 85% dos roubos. Ainda de acordo com a entidade, 70% das ocorrências se concentram em áreas urbanas, durante coleta e entrega de mercadorias. Os itens mais visados são os produtos alimentícios, cigarros, eletroeletrônicos e farmacêuticos. Como as cargas de medicamentos possuem um alto valor agregado, elas são um dos alvos preferenciais dos criminosos.
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Por Michelle de Geus
“
RECOMENDA-SE A BUSCA
POR PARCEIROS E SOLUÇÕES QUE POSSUAM TECNOLOGIA DE VANGUARDA, POIS ELA IMPACTA POSITIVAMENTE NOS PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
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LEONARDO CERQUEIRA SOUZA, GERENTE DE RISCOS DA ATIVA LOGÍSTICA
eximir de promover a melhoria da segurança nas estradas. “Capacitar a segurança pública é dever do Estado e se faz fundamental, pois possibilita o combate a um problema que atualmente exibe novos recordes negativos”, aponta. Na visão de Souza, as distribuidoras podem se prevenir contra esse tipo de delito buscando parcerias e soluções que permitam rastrear os produtos desde a sua origem até a entrega final. Para ele, as estratégias mais eficientes devem ser definidas de acordo com as características e necessidades de cada distribuidora. “Mas, de modo geral, recomenda-se a busca por parceiros e soluções que possuam tecnologia de va vanguarda, pois ela impacta positivamente nos proces processos de gerenciamento de riscos e seus resultados” resultados”, indica.
RIGOR Na opinião de George Lucas Peixer, supervisor de logística da distribuidora de medicamentos Neobras, uma das formas fo mais eficientes de colaboração do Estado para par a segurança das cargas consiste em promover uuma fiscalização rigorosa dos produtos. “Diferente de produtos eletrônicos, não é possível
ESTRATÉ ESTRATÉGIAS QUE PODEM DIMINUIR A PO POSSIBILIDADE DE ROUBO
PARCERIAS De acordo com o gerente de riscos da Ativa Logística, Leonardo Cerqueira Souza, o setor privado investe intensamente em soluções de rastreamento, tecnologia e gerenciamento de riscos, a fim de suprir deficiências da segurança pública que resultam da escassez de investimentos por parte do Estado. No entanto, ele ressalta que o governo não pode se
• Não revelar revel a estranhos a natureza da carga e não ident identificar que o caminhão distribui medicamentos camentos. • Viajar e realizar re entregas durante o dia. Caso seja necessário neces rodar à noite, formar comboios • Realizar abastecimentos de combustível de preferência em postos credenciados • Não contratar ajudantes desconhecidos • Procurar locais seguros para passar a noite e não pernoitar em acostamentos
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CARGAS
vender medicamentos de porta em porta. Se os medicamentos roubados não tiverem para onde ir, ou seja, o comércio não aceitá-los devido à fiscalização rigorosa, a carga deixa de ser visada”, assinala. Para ele, o serviço de bloqueio dos caminhões e das cargas é uma das opções de segurança mais garantidas. O único inconveniente é o valor do frete. “Os medicamentos, assim como outras cargas valiosas, devem ser transportados por empresas preparadas para bloquear o caminhão e a carga em caso de emergência, mas muitas vezes isso não é feito por causa do alto valor do frete”, explica.
SOLUÇÕES A maioria dos distribuidores de medicamentos, segundo Fabrício Santos, gestor de ofertas de logística da Máxima Sistemas, utiliza serviços de transportadoras para realizar suas entregas. “Pensando em custo e segurança, essa é a melhor opção hoje”, garante. Ele destaca que, nesses casos, os criminosos não conseguem saber se o caminhão está carregado com medicamentos ou outra mercadoria de menor valor, porque todos os veículos da transportadora contratada têm as mesmas características. Para as ocorrências que exigem tomadas de decisão mais rápidas, Santos indica que as ferramentas que monitoram tanto o veículo quanto as entregas, como os rastreados e bloqueadores via satélite, são as melhores alternativas. “Os veículos são monitorados em tempo real e, quando há algum problema, a central pode interromper o funcionamento do caminhão. Em alguns modelos, é possível até travar o baú do veículo”, acrescenta. Uma das estratégias mais eficientes para impedir o roubo
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PRINCIPAIS MEDIDAS DE PREVENÇÃO
• O carregamento deve estar devidamente assegurado • A rastreabilidade dos lotes da deve estar bem consolidada em seu sistema de gestão • Possuir soluções de rastreabilidade do caminhão e do motorista
de carga de medicamentos, de acordo com Gilson Neiva, analista de negócios farma e logística da Máxima Sistemas, são as ferramentas de roteirização, que cruzam informações dos principais locais de incidência de roubo e montam um percurso onde as regiões mais perigosas são evitadas. “Essa solução pode indicar se o motorista está executando a rota que foi planejada, alertar sobre o tempo de parada acima do parametrizado e registrar o tempo médio de cada entrega e descarga”, elucida.
PODER PÚBLICO Neiva insiste que o setor público deve constantemente criar, manter e atualizar novas métricas e processos de boas práticas de transportes de medicamentos. “Já por parte do setor privado, além dos processos internos e pessoas qualificadas que garantam o cumprimento das normas criadas pelo governo, é essencial a utilização de soluções tecnológicas, softwares de auditoria e gestão de cargas”, conclui.
ESTOQUES
A CIÊNCIA DOS
ESTOQUES
O planejamento racional dos estoques e o apoio da tecnologia podem resultar em mais eficiência, agilidade e rentabilidade
C
onsiderado por alguns setores financeiros um vilão consumidor de recursos que poderiam ser aplicados em áreas mais importantes, o estoque é uma garantia de segurança contra rupturas no fornecimento e distribuição de medicamentos, e de outros produtos comercializados pela cadeia. Na teoria, quanto mais estoque tiver, melhor para todos. Diante dessa situação, o gestor de estoque precisa enfrentar
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um dilema: como garantir a disponibilidade de produtos essenciais com o mínimo possível de gastos? Nesse cenário, é comum que os estoques saiam perdendo e sejam reduzidos ao mínimo de sua capacidade funcional, ocasionando perdas em toda a cadeia varejista. Em um recente levantamento realizado pela Ilos Consultoria, especializada em logística e cadeia logística, juntamente com redes associadas, empresas e laborató-
Por Daniel Sender
SISTEMAS INFORMATIZADOS
Os softwares de gestão de estoques são conhecidos como Sistemas de Gerenciamento de Estoques. Com eles, é possível armazenar informações de estoques, centros de distribuição e armazenamento, incluindo dados sobre o lote, validade e condições do produto. Outros sistemas são mais focados na avaliação dos níveis totais em estoque e calculam qual deveria ser a quantidade ideal para cada item. Eles são alimentados por estatísticas e dados de mercado que avaliam o perfil de vendas em determinado período, auxiliando no cálculo da reposição adequada para o momento, a fim de não gerar rupturas nas vendas, nem excesso nos volumes armazenados. Além desses, existem sistemas que têm por objetivo avaliar a necessidade de estoques em cada elo da cadeia produtiva, auxiliando na tomada de decisões em âmbito mais global. A utilização de cada tipo depende do grau de maturidade e estratégia da empresa ou cadeia produtiva.
rios, constatou-se que em 1.245 farmácias do Brasil a ausência de 12 medicamentos de referência ficou em 31%, sendo que os produtos de baixo giro apresentavam 43% de escassez e os de alto giro registraram 19% de ruptura.
FERRAMENTAS Na visão de Maria Fernanda Hijjar, sócia executiva da Ilos, a pesquisa mostrou ser necessário que os elos da cadeia de distribuição criem mecanismos para reduzir possíveis rupturas. “Diversas soluções são possíveis para remediar essa quebra, desde um planejamento adequado levando-se em conta a frequência de distribuição dos produtos, até uma revisão das políticas de estoque e redesenho das operações logísticas segundo um modelo mais efetivo e com menos possibilidades de ruptura entre os elos”, explica.
Hijjar observa ainda que uma política de readequação de estoque deve fazer uso de ferramentas modernas para gerar aumento da produtividade nas operações e redução dos produtos fora de estoque. “Hoje em dia temos o apoio de tecnologias da informação e processos robustos que podem dar conta desses problemas. E, quanto mais integradas as soluções entre os diferentes elos da cadeia de distribuição, mais significativos serão os resultados”, assegura.
OTIMIZAÇÃO De acordo com Paula Arantes, engenheira de produção e especialista em operações, tecnologia e logística, o setor farmacêutico pode tirar muito proveito da otimização de estoques e operações logísticas, já que ativos ociosos e estoques ineficientes representam per-
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ESTOQUES
da de recursos para todos os elos. “A variabilidade nas operações logísticas resulta em um aumento natural do estoque para suportar o risco de escassez. Por isso é necessário uma gestão precisa desses ativos, para que não ocorram quebras na cadeia”, aponta. Segundo ela, a elaboração e programação meticulosa dos estoques, conforme as necessidades específicas de cada ramo da cadeia, pode fazer com que os prazos sejam respeitados e não ocorram rupturas. “Como resultado, ocorrerá uma diminuição da necessidade de formação de estoques, não ocasionando em desperdício de ativos ou de capital empatado em estoque, gerando lucro e diminuindo eventuais despesas para os atores do segmento”, elucida. Arantes acrescenta ainda que o processo de otimização tem como consequência indireta o fato de que o manuseio e envio dos produtos tornam-se muito mais ágeis e eficientes, visto que os centros de estocagem dificilmente atingem sua ocupação máxima. “Ao dinamizar os processos entre os elos da cadeia, os centros de estocagem e distribuição se desafogam, tornando-se
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mais ágeis e menores, diminuindo custos e maximizando lucros para todos os envolvidos”, garante.
INFORMATIZAÇÃO Diversos especialistas, em sites e publicações voltadas à logística, afirmam que os sistemas informatizados se tornaram uma necessidade em todos os ramos produtivos do mundo. Na cadeia farmacêutica em especial, os sistemas de informatização asseguram uma maior precisão logística. É o que explica Eduardo Mario Dias, professor da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador geral do Grupo de Automação Elétrica em Sistemas Industriais (Gaesi). “Nesse novo contexto, os sistemas informatizados são especialmente positivos, pois é preciso que todos os pontos da cadeia produtiva estejam em sintonia para que não ocorram falhas ou rupturas”, afirma. Outro aspecto destacado por Dias consiste no fato de que as novas tecnologias detectam rupturas entre os elos da cadeia produtiva que antes não eram percebidas. “Tecnologias como essas ajudam a encontrar limi-
TIPOS DE ESTOQUE
1 – Estoque de Ciclo São os estoques necessários para suprir a demanda média durante o tempo transcorrido entre sucessivos reabastecimentos. 2 – Estoque de Segurança É um acréscimo ao estoque oficial e protege contra a variabilidade na demanda e dos prazos de reposição. 3 – Estoque em Trânsito É o estoque que está sendo transportado pelos canais de distribuição. Ele existe em razão da necessidade de se levar um item de um lugar para o outro.
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AO DINAMIZAR OS PROCESSOS ENTRE OS ELOS DA CADEIA, OS CENTROS DE ESTOCAGEM E DISTRIBUIÇÃO SE
4 – Estoque Pulmão É o estoque em que se considera os picos na demanda dos produtos, formando uma espécie de reserva que no resto do ano se torna em grande parte ociosa.
DESAFOGAM, TORNANDO-SE MAIS ÁGEIS, MENORES, MENOS CUSTOSOS E MAIS LUCRATIVOS
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PAULA ARANTES, ESPECIALISTA EM OPERAÇÕES, TECNOLOGIA E LOGÍSTICA
tações e gargalos nos processos do setor, ocorram eles na indústria, nos distribuidores ou no varejo. A distribuição estruturada de informações facilita o uso dos dados coletados para todos os membros da cadeia, e com eles pode-se identificar problemas em comum e as soluções necessárias”, indica.
SOFTWARE Nesse panorama, a escolha de um software para o controle de estoques deve seguir alguns cuidados básicos em sua seleção e implementação, pois um novo sistema implica em mudanças para toda a cadeia. De
5 – Estoque Especulativo Esse estoque é composto de reservas de produtos acumulados de acordo com alguma condição propícia ao momento, como para proteger uma operação cambial, aproveitar um desconto especial, prevenir-se de uma possível escassez de produtos, etc.
acordo com Gisela Mangabeira, sócia executiva da Ilos e especialista em logística reversa para o setor de saúde, a escolha do sistema deve se basear em uma avaliação quantitativa e qualitativa das perdas resultantes da falta de informações confiáveis para gerir estoques e processos. Feita essa análise, é necessário conhecer os sistemas disponíveis no mercado para identificar o mais adequado. “É preciso que se olhe tanto sob o ponto de vista da funcionalidade quanto do preço final, sendo que o software deve preencher e sanar as falhas detectadas. Assim é possível escolher o sistema mais adequado para a situação e estratégia da empresa”, sugere.
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REFORMA
FLEXIBILIZAR
PARA CRESCER A reforma trabalhista pode ser especialmente benéfica para o setor farma por permitir contratações mais adequadas à realidade do segmento
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oucos temas foram alvo de tantos debates nos veículos de comunicação e nas mídias sociais no ano passado quanto o da reforma trabalhista. Aprovada no dia 12 de julho de 2017 e sancionada pelo presidente Michel Temer, a lei entrou em vigor no mês de novembro do mesmo ano e alterou mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), tendo sido considerada uma das principais medidas do governo para fortalecer o mercado de trabalho, combater o desemprego e estimular o crescimento econômico.
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FLEXIBILIDADE O texto da lei promoveu uma profunda mudança nas relações contratuais entre patrões e empregados. Na visão de Gustavo Grisa, economista do Instituto Millenium, a lei ajusta a legislação a uma realidade que já é vivida no mundo todo e agora passa a ser contemplada pela Constituição. “A reforma permite a elaboração de contratos de trabalho mais flexíveis em relação a dias e horários específicos da semana, e também contempla a contratação temporária de funcionários.
Por Daniel Sender
IMPACTO POSITIVO PARA OS EMPREGADOS
Essas adaptações no próprio regime de trabalho são uma tendência global”, explica. Grisa observa ainda que, em sua opinião, as mudanças são positivas, pois adaptam as leis do país a um tipo de regime trabalhista que já existia de fato e agora passa a ser reconhecido por direito. “A flexibilidade é o aspecto mais importante da reforma, pois põe um fim à era das letras pétreas. Nos próximos anos poderemos ver uma verdadeira mudança para melhor nas relações entre o setor produtivo e os representantes dos trabalhadores, por meio de uma disseminação das melhores práticas para ambos”, analisa.
SEGURANÇA Na opinião de José Márcio Camargo, doutor em economia pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT), professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e especialista em economia
Um dos maiores debates relacionados à reforma trabalhista foi a sua capacidade de promover um impacto positivo para os empregados. Em um estudo realizado em 2015, o economista José Márcio Camargo, da PUC-RJ, mostrou que as mudanças são especialmente benéficas para as classes mais baixas. Segundo ele, por conta das excessivas exigências da antiga CLT, as pessoas de baixa renda dificilmente conseguiam formalizar sua situação contratual, estando sujeitos à informalidade. A pesquisa mostrou ainda que, dos 20% com maior renda no Brasil, 80% trabalhavam em regime CLT; 16% estavam na informalidade; e 3% estavam desempregados. Dos 40% com menor renda, 50% trabalhavam na informalidade e 20% estavam desempregados. Na visão do economista, a reforma facilita a formalização e fortalecimento do emprego por meio da proteção legal daqueles que estavam desamparados pela lei.
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REFORMA
EFEITOS DA REFORMA TRABALHISTA NA JUSTIÇA DO TRABALHO Como foi previsto por diversos especialistas, a reforma resultou na diminuição do número de novas ações trabalhistas protocoladas em todo o país. Segundo um levantamento da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), houve uma queda instantânea de 92% no número de novos processos ajuizados na Justiça do Trabalho do Estado de São Paulo. Em Santa Catarina, a redução nos ajuizamentos chegou ao índice de 93%, o mais alto do país. De acordo com a entidade, a redução é um reflexo da mudança nas regras processuais adotadas pela justiça trabalhista, que tornou-se mais rigorosa em relação a excessos. Antes os beneficiários do programa Justiça Gratuita não pagavam quaisquer honorários, mesmo se perdessem o litígio. Agora, quem entra com um processo está sujeito ao pagamento de custos judiciais, como honorários e perícias. Caso a ação não tenha base legal, o reclamante será obrigado a arcar com os encargos.
do trabalho e microeconomia, a reforma é de grande importância também para os setores produtivos da economia. “A reforma resulta diretamente em uma redução nas incertezas com relação ao custo real do trabalho no Brasil, pois hoje o empresário só tem real certeza do custo de um trabalhador após sua demissão. A nova legislação cria um ambiente de mais segurança para o empresário, que consequentemente pode contratar mais”, explica.
“
A NOVA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
DEVERÁ IMPACTAR POSITIVAMENTE TODA O SEGMENTO FARMA, DIMINUINDO OS CUSTOS E
AUMENTANDO AS MARGENS DE LUCRO PARA TODOS OS ELOS
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JOSÉ MÁRCIO CAMARGO, PROFESSOR DA PUC-RJ
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até mesmo considerar inválido o que foi assinado em contrato, mesmo que fosse amparado pela lei”, aponta. Ele acrescenta que essa liberdade dinamiza as relações trabalhistas no setor, pois torna possível contratar um funcionário por alguns dias ou horários específicos, de acordo a escala que for mais interessante para a empresa. “Isso é muito importante para o segmento farmacêutico, onde a demanda é particularmente descontinuada. Com certeza a nova legislação impactará positivamente toda a cadeia, diminuindo os custos e aumentando as margens de lucro para todos os elos”, calcula. O professor da PUC-RJ assinala também que o ganho de autonomia para ambas as partes, proporcionado pela lei, pode remediar algumas questões presentes no cotidiano de farmácias e distribuidoras. “Trata-se de algo muito importante para o setor, principalmente para as farmácias e distribuidoras, pois remedia a questão da intermitência do fluxo de clientes e de demandas em alguns horários do dia”, elucida. Grisa destaca que com a nova legislação passa a ser possível fazer jornadas de trabalho intermitente de 12 horas de trabalho com 36 horas de descanso, bem como acordos setoriais específicos e ajustes destinados a fazer as operações funcionarem sem interrupções. “O novo modelo representa uma oportunidade de reorganização com foco na proatividade do segmento farma, resultando em mais empregos e maior competitividade para a indústria, distribuidores e varejo”, sublinha.
SEGMENTO FARMA
ADEQUAÇÃO
Tanto Grisa quanto Camargo acreditam que o segmento farma pode se beneficiar significativamente com a reforma. Grisa observa que o setor possui as condições de ser um dos segmentos líderes na adoção da nova legislação. “A forte regulação e as características específicas do setor farma exigem profissionais certificados, qualificados e habituados à atividade. Com as novas possibilidades de jornadas intermitentes, esses recursos poderão ser mais bem adaptados conforme as reais necessidades da empresa, seja ela uma farmácia, distribuidora ou laboratório”, esclarece. Para Camargo, um dos grandes destaques da nova legislação fica por conta do impedimento da Justiça do Trabalho de interferir indevidamente ao julgar um contrato de emprego. “A partir de agora, vai valer o que está no contrato assinado por empregador e empregado, limitando a ação de juízes que anteriormente podiam
A nova realidade que se apresenta aos empresários torna necessária também uma nova visão estratégica dos recursos humanos na cadeia, com menor litigação e maior foco na organização do trabalho. “Esse momento de retomada econômica e flexibilização do trabalho torna indispensável uma maior versatilidade na gestão, e a criação de novos modelos de negócio tendo em vista as melhores práticas internacionais”, reflete Grisa. O economista do Instituto Millenium ressalta que o segmento farma deve se unir cada vez mais nesse novo panorama. “A reforma trabalhista deve ser vista como é, e não como uma virada de página automática. Ou seja, ela é um processo com padrões setoriais, e deve sofrer mudanças e evoluir nos próximos anos se houver um bom ambiente político-institucional no Brasil. Aí reside a importância do setor estar unido em um só pensamento que contemple todos os envolvidos”, conclui.
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ESPECIAL
O NOSSO ADEUS A
EURICO SOUSA É
com pesar que a Abradilan se despede de Eurico Sousa, que faleceu no dia 3 de fevereiro, aos 76 anos. Eurico foi um dos maiores incentivadores da associação e um dos principais articuladores do mercado de distribuição de medicamentos no país. Em 2015, como reconhecimento de sua relevância para o setor farmacêutico, ele foi eleito uma das personalidades do ano pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma).Eurico Sousa fundou a Emefarma, uma das maiores distribuidoras de medicamentos do Rio de Janeiro, em 1988. Ao longo do tempo, a empresa se consolidou no mercado graças a seu vanguardismo, estando sempre à frente das mudanças do setor e investindo em tecnologia e recursos humanos. A empresa se associou à Abradilan em 1999, demonstrando o carinho e entusiasmo que Eurico sentia pela entidade.
AMPLIAÇÕES Durante 10 anos, a sede da companhia ficou em Nova Iguaçu (RJ). Como a gestão estratégica e o foco no crescimento tornaram a empresa um sucesso, logo o endereço deixou de atender às suas necessidades. Por esse motivo, a primeira expansão aconteceu quando da mudança para a cidade de Mesquita (RJ), onde a empresa construiu sua primeira sede própria. Depois, em 2014, graças a um reconhecimento crescente, resultante da
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valorização de seus colaboradores e clientes, a Emefarma teve que ocupar um espaço ainda maior. Por conta disso, a matriz decidiu retornar para Nova Iguaçu, desta vez situada estrategicamente na Rodovia Presidente Dutra, onde ficou até 2016. Tempos depois, o setor administrativo do empreendimento se deslocou para o Parque Industrial da Bayer, em Belford Roxo (RJ). A decisão proporcionou maior comodidade e segurança aos colaboradores, e resultou
em uma infraestrutura ainda mais eficiente. Mas os investimentos não param por aí. Em plena conformidade com o espírito empreendedor de Eurico, a Emefarma tem como objetivo, atualmente, ampliar em até três vezes o seu departamento de logística, que se mudará para o mesmo endereço até o final deste ano.
PRESTÍGIO Próxima de completar 30 anos de atividades, a Emefarma, hoje, é uma prestigiada empresa focada em distribuição de medicamentos e produtos para farmácia. Ela oferece um mix de marcas variadas que possibilita atender sem dificuldades a mais de 3.500 clientes. Priorizando o investimento na gestão de pessoas, a companhia atualmente conta com mais de 350 colaboradores. Líder do mercado regional, ela atende a todo o estado do Rio de Janeiro, atuando nas regiões metropolitana, centro-sul fluminense, serrana, baixadas litorâneas e costa verde. Com a Emefarma, Eurico deixa um legado profissional e familiar de valorização do funcionário e excelência na prestação de serviços. A Abradilan agradece pelo tempo de convivência e garante que a experiência, a trajetória e as conquistas do empresário serão sempre lembradas com afeto, respeito e admiração pelos membros da entidade. Eurico era pai de Cláudia Cristina Tavares de Sousa, Alan Jefferson Tavares de Sousa, Sérgio Cláudio Tavares de Sousa, Jony Anderson Tavares de Sousa. Os dois últimos presidiram a Abradilan nas gestões 2005/2007 e 2013/2015, respectivamente.
“Padrinho Eurico Sousa, saudades. No dia 3 de fevereiro de 2018, a Abradilan perdeu um de seus primeiros associados. Um profissional querido e dedicado, que lutou para que a entidade se destacasse por sua excelência. O mercado farmacêutico inteiro perdeu um ilustre cidadão, um grande empresário do ramo. O senhor Eurico foi, sem dúvida nenhuma, um inovador em nosso segmento, um homem iluminado, grande marido, pai exemplar, amigo e companheiro. Foi um exemplo na arte de se viver em sociedade em todos os sentidos, seja com a família, amigos, clientes ou fornecedores. Ensinou-me ainda que a Abradilan, na verdade, nada mais é do que uma grande família, que deverá, acima de tudo, ser respeitada. Obrigado, meu padrinho. Descanse em paz.” Juliano Vinhal – Presidente da Abradilan “Profissional experiente e carismático, Sr. Eurico era um paizão para todos que tiveram o privilégio de conviver com ele. Principalmente nos encontros da Abradilan, sua alegria e vitalidade eram contagiantes. O carinho com que nos recebia quando visitávamos sua empresa era especial. Ele sempre dava bons conselhos com muita sabedoria. Deixou um legado exemplar a todos nós, distribuidores da Abradilan, mas principalmente a seus filhos, com os quais temos a alegria de conviver e manter uma relação de amizade.” Aclair Machado – Medsul Medicamentos “Temos o dever de dirigir nossos negócios honrando a memória daqueles que foram os pioneiros da distribuição regional no país, reconhecendo seu esforço e valorizando os ensinamentos que nos deixaram. Nesse sentido, era admirável o entusiasmo do senhor Eurico quando se referia ao nosso setor e à Abradilan. Ele estava sempre otimista e pronto para dividir suas experiências e compartilhar conhecimentos com aqueles que tiveram a satisfação de conhecê-lo. Sua visão positiva quanto ao futuro nos deixa o aprendizado de que precisamos seguir em frente com ética e respeito, mesmo nos momentos mais adversos.” Ricardo Scaroni – Rio Drog’s “O senhor Eurico era uma pessoa especial sob todos os aspectos, um homem no qual sempre me inspirei. Ele nunca deixava de nos tratar de maneira pessoal e única, seja na empresa ou fora dela. O senhor Eurico deixa um legado importante e uma lembrança magnífica para todos nós.” Wilson Rodrigues - DKT “Eurico era uma pessoa que me enchia de alegria pela forma carinhosa com que me tratava sempre que nos encontrávamos.” Pedro Zidoi – ABCFARMA “O meu amigo Eurico era o pilar de sustentação em todos os eventos. Sempre foi o melhor ‘vendedor’ da Ativa Logística no Rio de Janeiro, indicando-nos com veemência para os fornecedores.” Clóvis Gil – Ativa Logística
NOT NOTAS TAS S
PRIMEIRA LACTASE EM GOTAS DO BRASIL
MELUREN: A MAIS NOVA OPÇÃO PARA TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE Melcon traz ao mercado farmacêutico Meluren (Dienogest) 2mg. Indicação: Medicamento é indicado para o tratamento da endometriose. Contraindicação: Distúrbio tromboembólico venoso em atividade; presença ou histórico de doença cardiovascular e arterial; diabetes mellitus com envolvimento vascular; presença ou histórico de hepatopatia grave enquanto os valores da função hepática não retornarem ao normal; presença ou histórico de tumor hepático (benigno ou maligno); suspeita ou diagnóstico de neoplasias dependentes de hormônios sexuais; sangramento vaginal não diagnosticado; hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos componentes da formulação. Reg. M.S.: 1.5589.0016. Meluren 2mg é mais um similar de marca EQ da Melcon. SAM 0800 604 0600. www.melcon.com.br.
ROTEIRIZADOR OTIMIZA ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS Atualmente, mais e mais distribuidores têm aproveitado ferramentas tecnológicas para dimensionar e organizar a distribuição de produtos, visando a otimização do espaço nos caminhões. Com o maxRoteirizador, desenvolvido pela Máxima Sistemas, é possível dimensionar as cargas de maneira visual, ou seja, planejar previamente, antes mesmo de começar a acomodar as mercadorias dentro do veículo. Normalmente, empresas que trabalham com grande rede de distribuição utilizam cerca de 40% do caminhão para entregar em apenas um cliente, como um grande varejista, por exemplo. Com o maxRoteirizador, é possível escolher que esse cliente seja o primeiro a ser atendido, o que ajuda no manuseio e também no uso do espaço do veículo. Para mais informações, acesse o site da empresa: maximasistemas.com.br.
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A Maxinutri mantém o ritmo de inovação para o canal farma e p lança a primeira lactala se em gotas do Brasil. O Deslac foi desenvolv vido para intolerantes à lactose por meio de estudos com consumie dores da enzima que d encontravam algumas e dificuldades com as d apresentações atuais. a Com diferenciais de fle flexibilidade de uso e ajuste na dosagem, de acordo com o grau de intolerância individual, o produto ganhou o mercado e conquistou os clientes, que agora podem ficar livres de desconfortos causados pelo leite e derivados. Para mais informações, acesse www.deslac.com.br.
DEZ ANOS LIDERANDO O MERCADO CONTÁBIL EM GOIÁS
MAIS FORÇA E POTÊNCIA A UMA FÓRMULA CONSAGRADA Desde que foi criado, o Kimera tornou-se um dos suplementos termogênicos mais vendidos do país, esgotando estoques e faturando prêmios, como o do site Corpo Ideal, que o elegeu como o melhor termogênico do Brasil. Agora, o produto ganhou a companhia do Kimera Extreme, com um poder termogênico ainda mais potente, especial para pessoas que buscam mais energia, emagrecimento e definição muscular. Com exclusiva tecnologia time-release, o Kimera Extreme contém TCM e 420 mg de cafeína por dose para a melhora do desempenho físico, o aumento da termogênese e da queima de gordura corporal. Para o seu consumo, é indicado ingerir uma ou duas cápsulas de Kimera Extreme ao dia ou de acordo com a orientação de um médico ou nutricionista.
Completando dez anos de atividades, a KBL Accounting é uma empresa que atua no mercado contábil com foco no planejamento tributário responsável voltado às empresas dos segmentos industrial, comercial e prestadores de serviços. Ela possui o propósito de ampliar a competitividade de seus clientes com uma gestão contábil adequada aos objetivos e atuação da empresa. “Entre os principais desafios contábeis para as empresas atualmente, está o monitoramento e acompanhamento da legislação fiscal vigente e suas atualizações e alterações”, destaca Ivan Carlos de Lima, sócio-fundador da KBL. A atuação consolidada da empresa no mercado goiano é devida a um trabalho focado na transparência, responsabilidade e valorização de pessoas.
COLÁGENO GARANTE EFICÁCIA NO 1º MÊS C COLÁGE A Valda C Colágeno, uma bala deliciosa feita com a matéria-prima VERISOL®, VE que estimula o metabolismo da pele, age de dentro para fora por meio de peptídeos bioativos de colágeno. Ele E garante a melhoria da aparência e elasticidade da pele, rredução de rugas e celulites, além do crescimento saudável das unhas. Valda Colágeno tem 5 kcal por bala, não poss possui açúcar e utiliza VERISOL® hidrolisado, que tem rápida ab absorção pelo corpo, é livre de transgênicos, glúten, lactose e não é alergênico.
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GOMA DA PEPPA PIG TEM A ALTO GIRO NO CHECK-OUT
GESTÃO DE ESTOQUE NA PALMA DA MÃO A PC Sistemas apresenta o aplicativo Rfmobile para empresas que querem obter a gestão do estoque na palma da mão de forma rápida e segura. Com a solução, o atacadista distribuidor poderá monitorar desde a entrada e saída de mercadorias até o inventário de maneira prática e inteligente, diretamente do celular ou coletor de dados. Integrado ao software WinThor, o programa utiliza os dados do ERP para gerar informações confiáveis e em tempo real, permitindo controle completo e decisões mais estratégicas, além de propiciar maior competitividade para o pequeno distribuidor. O aplicativo estará disponível em breve para instalação em coletores de dados e download para celulares com sistema Android na Play Store.
NOVA LINHA DA FITOWAY SE DESTACA PELA CREDIBILIDADE
Contando com uma ótima aceitação por parte do consumidor final, a Linha Pharma, nova linha de suplementos alimentares da Fitoway, vem conquistando seu espaço nas prateleiras por se destacar em sua proposta de passar credibilidade e gerar confiança, especialmente em novos consumidores. Se você deseja oferecer o produto a seus clientes, contate a fabricante pelo e-mail: viviane. metta@fitoway.com.br.
As gominhas Nesh C + Zinco Peppa Pig vêm ganhando destaque nos PDVs. Disponíveis em embalagens sob medida para garantir a dose diária de Vitamina C e Zinco para as crianças, as gominhas sabor morango conquistam pais e filhos no ato do check-out e garantem alta rentabilidade aos varejistas. O pacotinho é ideal para ser levado a qualquer lugar e substituir as guloseimas de um jeito saboroso e saudável, fortalecendo a imunidade dos pequenos e afastando gripes e resfriados. Para as distribuidoras que buscam bons resultados com um produto que combina prevenção, inovação e rentabilidade, a Nesh C + Zinco Peppa Pig pode ser uma boa indicação.
ALIADO DAS DIETAS E DA PERFORMANCE FÍSICA A linha Thermogenize foi projetada para levar o máximo de desempenho físico aos atletas amadores das mais variadas modalidades esportivas, ou seja, toda comunicação para o sell out do produto terá foco no público consumidor do canal farma. Diferente das principais marcas de termogênicos do mercado, a linha Thermogenize direciona suas forças de marketing para dentro das farmácias e drogarias de todo o Brasil, potencializando esse “novo consumidor”.
RESPLIX® - LANÇAMENTO A Medquímica lançou no mês de Junho o medicamento fitoterápico Resplix® (Hedera helix L. extrato seco). Indicado como expectorante em caso de tosse produtiva. Resplix® está disponível nas apresentações 100mL e 200mL e compõe a lista de inverno Medquímica. Registro MS: 1.0917.0107
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CONTATOS CONTAT TOS S Marco Aurélio Cavalieri (32) 3212-4007 • (32) 3212-4680 vendas.arboreto@hotmail.com
Meire Moreira vendas@compex.com.br (11) 3900 9333
www.fitoway.com.br comercial@fitoway.com.br (18) 3329 1630
Francisco Carlos Ferreira Bezerra Gestor Comercial contato@maximasistemas.com.br (62) 3412-2900
Silvia Poli comercial@maxinutri.com.br (43) 3274 5262
Ivan Carlos de Lima Diretor Comercial +55 (62) 3515 1280 +55 (62) 98404-4381 ivan@kblcontabilidade.com.br www.kblcontabilidade.com.br
Daphne Fleming Comercial Varejo • (41) 2141 4143 varejo@nunesfarma.com.br Jane Marques Comercial Hospitalar • (41) 2141 4132 jane@nunesfarma.com.br www.nunesfarma.com.br
Gean Martins • Diretor Comercial e de Trade Marketing geanmartins@lupin.com +55 11 96400 6486
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V Valmor Dirceu Senger Gerente Comercial G ((62) 98221 0033 • (62) 3902 3275 Fax (62) 3902 3241 valmor.senger@melcon.com.br v
Gustavo Cervo Veber Diretor Comercial (62) 9 9967.8496 | 4015.4887 gustavo.veber@geolab.com.br Kal Rodrigues Gerente Nacional de Vendas (62) 9 9694.2157 | 4015.4004 kal.rodrigues@geolab.com.br
Paulo Avila Jr. Gerente Comercial Nacional paulo.avila@photongroup.com (11) 94597 1807 Robson Moreno Gerente Comercial Farma robson.moreno@photongroup.com (11) 97084 3786
Julio Nascimento Gerente Nacional de Vendas (21) 99878 3952 julionascimento@valda.com.br Alexandre Alves Gerente Regional de Vendas (SP/Sul) (11) 98441 1314 • alexandrealves@valda.com.br Adriana Viola Gerente de Contas (SPI/CO) (16) 99616 5633 • adrianaviola@valda.com.br Alexandre Scuvero Gerente de Contas (RJ/MG/ES/DF/GO) • (21) 97218 6047 alexandre.scuvero@valda.com.br Rômulo Santos • Gerente Regional de Vendas (NO/NE) (85) 9756 9853 • (85) 98186 8978 romulo.santos@valda.com.br