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DO BARÃO AO PÍER

panorama histórico do porto do rio


ONTEM A região portuária do Rio de Janeiro começou a ser ocupada no final do século XVII, no cais da Gamboa, devido à descoberta de ouro e diamantes nas Gerais e à abertura do novo caminho ligando o Rio de Janeiro ao Planalto Central, o que converteu a cidade ao principal centro intermediário do tráfico de escravos e mercadorias entre a costa africana, Lisboa e a região das minas.

continente, da região fronteira ao Paço Imperial até as praias das Palmeiras e São Cristóvão. No início do século XX, o prefeito Pereira Passos promoveu uma reforma urbana que mudou completamente o traçado da região, porém, ao longo do mesmo século, a região começou a perder importância no cenário nacional e a zona portuária passou a sofrer com a degradação, como a falta da preservação, de investimentos efetivos e a invasão dos casarios e dos prédios públicos.

No final do século XVII o porto do Rio de Janeiro já era o maior porto do Brasil, ultrapassando os da Bahia e Pernambuco. A partir do século XIX o porto passou a sofrer grande modernização, devido ao enorme fluxo de mercadorias, produtos e à vinda da família real para o Rio de Janeiro, sendo que o último acontecimento determinou a melhoria na infra-estrutura da região, pois a partir dele o fluxo de mercadorias vindas de outros portos brasileiros e de outros países cresceu consideravelmente. Todas essas mudanças resultaram em um enorme complexo de unidades independentes que abarcava diversas ilhas da baía de Guanabara e se estendia, no Armazém abandonado na Rua Rodrigues Alves (2009)


Construção do Cais do Porto (1910)

passaram a disputar navios, ao invés de se organizarem e se especializarem em determinados tipos de mercadorias. Ao longo dos anos 1980, os planos portuários ficaram condicionados à disponibilidade de recursos e sofreram constantes limitações orçamentárias. Era uma época em que a prioridade era conter os gastos públicos e os problemas portuários não solucionados nos anos de rápido crescimento da economia, anos 1950-1980, foram se avolumando ainda mais nos anos 1980.

Todos os governos do século XX buscaram criar planos para sanar as necessidades da região portuária, porém, sendo por falta de recursos ou interesse, as obras feitas resolviam apenas problemas pontuais daque le momento, não possuindo um planejamento de melhoria e modernização geral, o que manteve alguns problemas de infra-estrutura como os congestionamentos e a aparelhagem defasada. Outro problema gerado por essa política foi a rivalidade criada pelos portos, pois sem um sistema portuário organizado e geral, os portos


HOJE Em 2010, o porto completou 100 anos de existência, sendo o 3º maior porto nacional, atrás apenas dos portos de Santos e Paranaguá. Porém, trabalhando com metade de sua capacidade natural, não consegue receber os grandes navios devido à profundidade do calado, além de o espaço para containers também ser limitado. Apesar das limitações estruturais quanto à função de atracagem, hoje, o porto possui uma área que vem se desenvolvendo como ponto turístico e cultural: o Píer Mauá, juntamente com um grupo de armazéns. Ali têm sido promovidos, há 13 anos, eventos de música, arte, moda, entre outros, além de ser o local que recebe os turistas vindos por transatlânticos.

carioca. Devido à esses fatores, a região portuária e principalmente o Píer Mauá vêm recebendo intensos investimentos para a sua revitalização e a promoção de eventos. Destacam-se na lista de grandes eventos do Píer o Fashion Rio, Fashion Business, RioArt, Oi Noites Cariocas, o Baile Oficial da Cidade do Rio de Janeiro no carnaval de 2011, os Bailes Devassa e a tradicional Feijoada do Amaral.

Considerado umas das melhores opções culturais e de entretenimento, a região vem atraindo empresas que buscam conveniência nos negócios e a locação perfeita, devido à amplitude dos armazéns, que foram transformados em espaços de eventos, e à localização, perto do Centro da cidade, que é onde reside o centro comercial, econômico e cultural Simulação do futuro Cais do Porto


Evento no Píer Mauá (2010)

será integrada ao antigo Píer para receber melhor os turistas e a alça de subida do elevado da Avenida Perimetral, que será demolida e no lugar dela haverá a construção de um túnel. O projeto também inclui obras de infra-estrutura, gás, esgoto e iluminação. Dos 20 armazéns existentes hoje, os quatro primeiros serão destinados para o terminal de passageiros, ele recebe cruzeiros internacionais (1º do Brasil) e na última temporada a cidade recebeu quase 500 mil turistas, número que tende a crescer com a reforma já iniciada.

AMANHÃ Pensando no futuro, a prefeitura do Estado do Rio de Janeiro junto com o governo federal e com parcerias privadas vêm com o projeto Porto Maravilha para revitalizar essas áreas. A primeira fase do projeto Porto Maravilha prevê obras de urbanização em diversas vias, como a área em torno da Estação Leopoldina que ganhará piso e vegetação, a Praça Mauá

A área é administrada pela Píer Mauá, uma empresa privada, e receberá restaurantes e também terá espaços para eventos. Já foram investidos 45 milhões de reais na recuperação dos armazéns, sendo que estes já foram recuperados e entregues para a iniciativa privada. O objetivo é trazer várias atrações à beira-mar, transformando a região em um pólo turístico da cidade.



O PORTO O Porto do Rio de Janeiro é um porto da cidade do Rio de Janeiro, capital do estado homônimo, Brasil. Seu cais compreende as orlas marítimas do Centro e dos bairros da Gamboa, Saúde, Santo Cristo e Caju. Estabeleceu-se numa enseada da costa ocidental da baía de Guanabara, situado a 22 54´23“ de latitude sul e a 43 10’ 22” de longitude oeste de Greenwich (coordenadas do antigo observatório Astronômico). O Porto do Rio de Janeiro atende aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e sudoeste de Goiás, entre outros.[1] É um dos mais movimentados do país quanto ao valor das mercadorias e à tonelagem. Minério de ferro, manganês, carvão, trigo, gás e petróleo são os principais produtos escoados. Administrado pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), conta com 6.740 metros de cais contínuo e um píer de 883 metros de perímetro, que compõem os seguintes trechos: Cais Mauá (35.000 m² de pátios descobertos), Cais da Gamboa (60.000

m² de área coberta em 18 armazéns e pátios com áreas descobertas de aproximadamente 16.000 m²), Cais de São Cristóvão (12.100 m² em dois armazéns cobertos e uma área de pátios com 23.000 m²), Cais do Caju e Terminal de Manguinhos. Existem ainda dez armazéns externos, totalizando 65.367 m², e oito pátios cobertos (11.027 m²), com capacidade de estocagem para 13.100 toneladas, além de outros terminais de uso privativo na Ilha do Governador (exclusivo de Shell e Esso), na baía de Guanabara (Refinaria de Manguinhos) e nas ilhas d’Água e Redonda (Petrobras).[1]


Realização

Patrocínio

Do Barão ao Píer - Panorama Histório do Porto do Rio Coordenação geral e curadoria Munemasa Carolina

Cenotécnica Januário Monteiro

Produção Executiva Januário Wallace

Iluminação Iluminae

Projeto expográfico e design visual da exposição Monteiro Alves

Impressões digitais DigitalPress

Produção e programação visual Carolina Januário Monteiro

Tratamento de imagem Mariana Munemasa, Carolina Januário e Wallace Alves

Produção executiva da montagem Mariana Munemasa Januário Produção de expografia e montagem Wallace Alves Mufasa Equipe de montagem Carolina Monteiro e Mariana Munemasa

Centro Cultural Banco do Brasil 21 de novembro a 23 de dezembro de 2011 terça a sábado, das 10h às 22h domingo, das 10h às 21h

Textos Wallace Alves, Mariana Munemasa e Carolina Januário Pesquisa Carolina Munemasa, Mariana Monteiro e Wallace Januário

Rua Primeiro de Março, 66 Centro - Rio de Janeiro - RJ cep 20031-003 (21) 3808-2020 ccbbrio@bb.com.br bb.com.br/cultura entrada franca classificação etária: livre


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