cnoticias numero 4

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Família

carmelitas

Em casa de miguel e cláudia silvestre

freiras felizes atrás das grades

Carmona da mota

Saída de Encarnação facilita Metro Fernando carvalho

Presidente da câmara da Lousã

1,50€

REVISTA SEMANAL

24 FEVEREIRO 2011 • Nº 4

inauguração do pediátrico foi política no sentido mais pobre

fernando mendes no aniversário de manuel baptista



C57


índice

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5 Editorial 6 Sete sóis, sete luas 8 Ex(Sic)tacões 9 Se eu mandasse 12 Retrato falado 13 Debate 14 Confidencial 18 Via do leitor 20 Cartas 32 Ensino 34 Saúde 41 Empresário de sucesso 42 Cultura 56 Topode gama 58 Viajar 60 ÀMesa 62 Moda 68 Social 72 Aldeia global 73 Casino Colunistas 19 António Pedro Pita 25 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos

AO MICROSCÓPIO

15 Que é feito de si? Álvaro Seco, antigo presidente da junta de Santa Clara, lamenta que margem esquerda esteja a ser prejudicada 16 Um dia com João Orvalho Acompanhámos um dia de trabalho do vereador

Sociedade

22 Conímbriga ergue-se de novo Arqueólogos descobriram o maior anfiteatro romano construído em Portugal. E vão desenterrá-lo. 28 Carmelitas felizes na clausura A C foi ver como vivem as 18 freiras do Carmelo de Santa Teresa e recolher memórias da Irmã Lúcia 34 Inauguração do Pediátrico foi política no sentido mais pobre do termo Entrevista com Carmona da Mota, que dá nome ao novo hospital

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pág. 28

Poder Local

36 Saída de Encarnação foi boa para o Metro Entrevista com o presidente da câmara da Lousã, Fernando Carvalho

Diretor Marketing:

pág. 15

38 Inteligência portuguesa é cosmopolita Carlos Zorrinho enaltece Plano Tecnológico

CULTURA

44 Estado do teatro em Coimbra CITAC analisa a situação

VivEr

50 BTL dinamiza turismo nacional Região Centro em força em Lisboa

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Social

65 Em casa com Miguel Silvestre A C conviveu com a família

pag. 65

24 FEVEREIRo 2011


editorial

Chantagem política SOARES REBELO Diretor

O momento exige discernimento. O País não pode ser bloqueado por rotinas partidárias espúrias - e sem elã

a crispação voltou à política nacional. A anunciada moção de censura do Bloco de Esquerda ao Governo, embora condenada à partida pelas anunciadas abstenções de PSD e CDS, tem desencadeado nos últimos tempos, ainda assim, movimentações que, aos poucos, vão extremando posições partidárias, denegrindo a ética da prática democrática, ferindo a imagem do próprio regime. Nada de novo, dir-se-á. Claro que não. Só que Portugal, face à conjuntura com que se confronta, precisava, mais do que destas lutas pelo Poder, de congregar sinergias para enfrentar com empenhamento e coragem os grandes problemas sociais que tanto lhe comprometem o futuro.. Uma das mais arreigadas manifestações de piedade popular foi sempre a veneração e invocação dos santos. Embora, ao longo da Idade Média, se tivessem registado algumas reações contra este culto, a crença tudo venceu. Os políticos, hoje, também não se fazem rogados na maximização da sua bondade. Se pudessem, até de asas se apresentariam no Parlamento. Os Portugueses já não têm, todavia, a ingenuidade de outrora: sabem muito bem o que é o clientelismo, já não vão em "rezas", já não acreditam que, das bancadas partidárias, voem, a defender-lhes os interesses, "anjinhos" patronos. O momento exige discernimento – o que o BE não terá entendido. O País não pode ser bloqueado por rotinas espúrias – e sem elã. Não há tempo a perder – e estes "jogos florais" nada contribuem para a ansiada regeneração. Nunca se administra a contento de todos - e em Portugal o descontentamento é inequívoco. Simplesmente, estas performances de ocasião, este mar– keting de Parque Mayer, este oportunismo conjuntural, valerão muito pouco, ou quase

nada, em termos de opinião pública. A política de gesto franzido para que resvalámos não é, neste momento, de forma nenhuma, a que mais convém ao País. Contribui, tão-só, para o incremento da desconfiança, o avolumar das dúvidas e, claro está, a inclemência dos credores. Como diminuir o desemprego? Como combater a precariedade? Que educação para os jovens? Que poderá esperar-se, no futuro, do Serviço Nacional de Saúde? E da Justiça? E da Segurança Social? E da Reforma Fiscal? É isso: respostas precisas, precisam-se – por parte deste ou de outro governo. E o mais rapidamente possível. Aos políticos, a todos os políticos, incumbe demonstrar a justiça das suas convicções. Mas, que fazem alguns? Berram, procuram incessantemente, mais que a réplica inteligente, o confrionto agressivo, até o emxovalho gratuito. Resultado: a Assembleia da República deixou de ter ideias; tornou-se um bocejo. O País tem pela frente grandes exigências para não continuar a atrasar-se na convergência europeia – entre outras, sanear as finanças, reformar a administração pública, eliminar os fumos de corrupção que nos empestam o ar, erradicar o compadrio e a especulação. Necessita, portanto, de projetos claros e inequívocos de modernização nacional e desenvolvimento coletivo. Necessita, emsuma, de novas formas de gestão da vertigem social; e, sobretudo, de forte liderança política, de protagonistas mobilizadores, de dirigentes empenhados em inverter-lhe a marcha para o abismo. Dispensa, consequentemente, a verborreia desbragada, a postura irresponsável. A chantagem política tem de ser radicalmente condenada -e severamente combatida...

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head sete sóis, sete luas

Grande parte do território português esteve na última semana sob aviso amarelo, devido, sobretudo, ao vento e à agitação marítima. Nevou em várias regiões, designadamente na Serra da Estrela, onde as viaturas do Centro de Limpeza de Neve tiveram de lançar dezenas de toneladas de sal-gema nas estradas de acesso para desimpedi-las e possibilitar, assim, o acesso ao maciço central. No mar, as ondas atingiram vários metros de altura e algumas barras tiveram de ser encerradas ou condicionadas a embarcações com tamanho inferior a 11 metros.

este país

há um ano frases

Chuva, neve e vento Marco Roque

ao microscópio

"A continuar assim não há orçamento que resista e acabaremos por ser fabricantes de criadas e criados para a Europa e para o Mundo." Ilídio Pinho Expresso, 27-02-2010

"Penso que em dois anos isto está um brinquinho." Alberto João Jardim, sobre a reconstrução da Madeira TVI, 28-02-2010

"Não estamos no pântano de há 10 anos, estamos na podridão." A barra da Figueira da Foz esteve condicionada à navegação Pedro Passos Coelho 03-03-2010

Cátedra Boaventura Sousa Santos na UC

Barcelona com Saramago Barcelona homenageou José Saramago com diferentes atos culturais, em que se incluiu o lançamento de "O último caderno", obra póstuma de reflexões íntimas que o Nobel português escreveu no seu blogue pessoal entre 23 de março de 2009 e 2 de junho de 2010, dezasseis dias antes do escritor falecer na ilha de Lanzarote, onde vivia.

A faculdade de Economia da Universidade de Coimbra criou a cátedra "Boaventura Sousa Santos" na área das Ciências Sociais, em homenagem a este professor jubilado da instituição. Trata-se, segundo o diretor da FEUC, José Reis, de um reconhecimento do trabalho científico do sociólogo e de projetar a própria universidade no mundo.

José Sócrates, no final do seu jogging pelas ruas de Maputo 05-03-2010

faCtos Dia 25

A Índia e o Paquistão retomam o diálogo bilateral, depois de uma interrupção de quase um ano devido ao conflito no Afeganistão.

Dia 26

outros mundos

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"É preciso estar em forma ou, caso contrário, comem-nos vivos."

Crise económica chegou à Santa Sé

Fidel preocupado com humanidade

Recuperada estátua do faraó Ahkénaton

A crise económica e o aumento das despesas voltaram a afetar, em 2010, o exercício orçamental da Santa Sé, que em 2009 já registara perdas de 4,1 milhões de euros. Na sede da igreja católica, trabalham 2.762 pessoas, 1.652 das quais são laicas.

Fidel Ca stro, de 84 a nos,

uma estátua do faraó Ahkénaton, roubada do Museu do Cairo, durante o levantamento contra o regime egípcio, foi encontrada junto a um caixote do lixo, na praça Tahir. Falta ainda recuperar uma estátua de Tutankhamon e outra da rainha Nefertiti.

exortou os intelectuais a serem mais "ativos" na prevenção de uma eventual guerra nuclear, no combate à crise alimentar e alterações climáticas e agendou um novo encontro com eles para 10 de fevereiro de 2012.

24 FEVErEIro 2011

Morre, aos 87 anos, Bernard Coutaz, presidente da editora francesa Harmonia Mundi, a maior "independente" a nível mundial, pioneira na revelação de repertórios pré-românticos da música erudita de tradição europeia, como as Cantigas de Amigo de D. Diniz.


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ex(sic)tações

ao microscópio

toma lá dá cá Amanhã (21), eu, o Emídio Guerreiro e o Norberto Pires vamo-nos inscrever como sócios da AAC/OAF.

Boa... boa! Congratulo-me com essa excelente decisão, a AAC/OAF vai ficar mais rica.

pEDRO gUIMARÃES

aNTÓNIO pRETO

frases desfeitas Está na hora de Coimbra ser solidária com o turismo do Centro

Temos de recalendarizar e reprogramar o projeto (da Metro Mondego), criando uma equipa para ver que "gorduras" podemos tirar nele

Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro Almocinho na Casa dos Pobres?

Correia da Fonseca, secretário de Estado dos Transportes

Os agricultores não são tidos nem achados para nada

Prefere Herbalife ou Depuralina?

Quem governa é uma coligação entre o PSD e o PS

É tempo de unidade interna, mesmo que se tenha de criticar, mas de forma positiva

José Manuel Pureza, líder parlamentar do Bloco de Esquerda Centrão!

Miguel Almeida, ex-deputado do PSD … e caras (re)conhecidas

A Académica tem que levar um abanão e falei com o presidente nesse sentido José Guilherme, ex-treinador da AAC/OAF

Carlos Laranjeira, orizicultor Está na hora de dar o "arroz" a quem corta nos tachos.

O PSD precisa de rostos novos

Coimbra é detentora de forte núcleo folclórico e etnográfico Mário Nunes, presidente de A Previdência Portuguesa O resto é fado.

Caiu um... mas o outro continua de pé

Académica precisa de um novo técnico para dar o clique que a equipa precisa José Eduardo Simões, presidente da AAC/OAF

Luís Vilar, vogal da Turismo do Centro

Um clique! Nesse caso, é melhor contratar o presidente do patrocinador EFAPEL

No plano local ou nacional?

urgência “ Existe de pensar os modelos organizativos" Rui Antunes

Fátima Lopes

Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra, Sol e Lusa. Seleção de frases e comentários: Fernando Moura

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24 FeVereiro 2011

Jaime Soares

Resposta certa: Rui Antunes

quem foi que disse?


se eu mandasse

Criaria condições para a retoma da agricultura, pecuária e pescas. O setor primário em Portugal está demasiado magro, mas não tem que engordar, basta-lhe ser capaz de substituir importações.

Estimularia o orgulho de ser português domingos silva Administrador do Casino Figueira

acabaria, na educação, com o sistema de maior peso, em termos de duração, da escala de valoração, em vigor nas escolas, que acaba em 5. Só serve para sustentar a indiferenciação. adotaria a meritocracia e abandonaria, em definitivo, o igualitarismo, que tem o nefasto

condão de igualar o diferente e quando diferencia fá-lo no igual. A boa regra é tratar diferente o que é diferente e igual o que é igual. estimularia o orgulho de se ser português, comunidade que tem quase nove séculos e tem motivos de sobejo para acreditar que tem futuro, porque há nove séculos que o tem. Porque haveria de deixar de o ter?

Portugal tem nove séculos de história e motivos para acreditar que tem futuro PUB

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Ninguém concebe, pondera e produz um programa de governo integral em período tão curto, e em pensamentos compactados. Apenas contributos muito subjetivos. E variáveis com a fase e com a conjuntura.


ao microscópio

acredite se quiser

Pedalando sobre a A25

Publicidade muito especial

Como se sabe, é proibido circu-

a fotografia circula na Inter-

lar de bicicleta na autoestrada, mas não é proibido pedalar sobre ela. A EDP Distribuição deu o exemplo na instalação de esferas de balizagem, vulgo bolas de sinalização, numa linha que atravessa a A25, a montante do nó de Mangualde. Não foi necessário interromper o trânsito e tudo terminou da melhor maneira.

O sociólogo Boavent u ra

Sousa Santos negou que os portugueses sejam "lascivos, preguiçosos e indolentes", classificação que disse radicar num

praça de táxis

Acredita que o projeto do Metro Mondego vai mesmo ser concretizado?

"preconceito histórico". Trata-se de "estereótipos que se criaram sobre a sociedade portuguesa", argumenta o professor catedrático jubilado da Faculdade de Economia de Coimbra, que se recusa "totalmente a ser cúmplice dessas críticas" a Portugal, "lamúrias sarcásticas que surgem na comunicação social".

Droga em saldo a "droga legal" mefedrona vai ser proibida brevemente em Portugal, mas até lá, está a ser vendi-

da em lojas a preço de saldo. Apesar de ser comercializada sob a capa de produto para plantas ou incensos, a mefedrona é largamente consumida para efeitos recreativos em todo o mundo e em Portugal por cada vez mais jovens que procuram efeitos semelhantes aos das drogas ilegais como a cocaína, ecstasy e LSD. Em Portugal há pelo menos oito lojas que vendem legalmente este tipo de substâncias, uma das quais está já a preparar-se para a proibição da mefedrona, fazendo promoções para quem comprar aquele produto em grandes quantidades.

Preservativos sem procura a polícia da Malásia deteve

três suspeitos de estarem envolvidos no roubo de 725 mil preservativos, avaliados em 1,5 milhões de dólares, que ainda não foram encontrados. Segundo as autoridades, os suspeitos pretendiam vender os preservativos, que deveriam ser exportados para o Japão, na própria Malásia, mas não terão sido eventualmente bem sucedidos. Pergunta-se: para que quereriam os malaios, realmente, tanto preservativo?

o sistema de mobilidade do

PEDRO RAMOS

Portugueses não são indolentes

net e já conquistou centenas de fãs no Facebook. Na primeira leitura, a sugestão arregala o olho do leitor, mas, com a leitura da mensagem "intermédia", desfaz-se a magia... O dono do Hospital das Panelas está de parabéns pela imaginação, mas a brincadeira aqueceu-lhe as orelhas...

Mondego devia ser desenvolvido, deviam continuar o que começaram. É algo muito importante para a população, que pode fazer a diferença. Mas eu vou ficar à espera para ver. Não acredito muito que vá para a frente. Já se fala nisto há tantos anos, há décadas mesmo! Gastaram milhões com o Sistema de Mobilidade do Mondego sem mostrarem nada. Não se vê nenhum resultado. Por isso é que eu acho que devia haver responsabilidade criminal das pessoas culpadas, que andaram a brincar com isto. Mas, neste país, ninguém se responsabiliza. É sempre a mesma coisa… JOÃO AMARO, 63 ANOS

Taxista, cético com anos de espera, não acredita no projeto

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ao microscópio

retrato falado

elevador do mercado

figura da semana

Manuel Antunes voltou a fa-

João Gabriel Silva

lar, publicamente, sem tabus, dos problemas da saúde. Em seu entender, o SNS é viável, mas precisa de alterações profundas.

O novo reitor da Universidade de Coimbra quer colocar a instituição a servir, cada vez mais, de "motor do desenvolvimento do país", porque, em seu entender, "a esperança para Portugal é o conhecimento avançado e esse está essencialmente nas universidades". Outro objetivo de João Gabriel Silva é conseguir que a UC seja reconhecida como "a universidade com maior qualidade em Portugal", para que assim possa projetar-se internacionalmente.

A Casa dos Pobres está quase a inaugurar as novas instalações. Aníbal Duarte de Almeida teve de reunir quase um milhão de euros, mas valeu a pena.

Para este docente e diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia é necessário "afirmar ainda mais a marca da Universidade de Coimbra, que já vem de longe, mas dando resposta aos novos desafios".

menções honrosas

A Comissão de Coorde-

A solução Look4MyHeal-

nação e Desenvolvimento Regional do Centro, que vai presidir, nos próximos dois anos, à comunidade de trabalho conjunto com a província espanhola de Castela e Leão, prepara-se para instalar uma representação em Bruxelas. É sempre importante estar mais perto dos centros de decisão.

th, desenvolvida pela ISA Intellicare utilizando comunicações Optimus, foi a vencedora dos Optimus Innovation Awards, na categoria de "Parceiros na Inovação". O CEO da empresa sediada em Coimbra, Basílio Simões, recebeu o galardão em cerimónoa no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Manuel Fontes Baganha

Carlos Ferreira

A delegação de Coimbra

da Fundação Portuguesa do Pulmão quer aglutinar vários projetos na área das doenças respiratórias, que estão a afectar cada vez mais portugueses. A parceria concretizada com a Fundação Bissaya Barreto poderá transmitir à iniciativa, denominada Gemini , dimensão nacional.

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Atualmente, não é fácil encontrar quem se disponibilize para, voluntariamente, empenhadamente, assumir os destinos das velhas coletividades. Não é o caso do Sport Clube Conimbricense, que acaba inclusivamente de assinalar o seu 101.º aniversário com o lançamento de um livro sobre o seu primeiro século de existência.

A câmara da Figueira da Foz

pretende que o Cabo Mondego seja considerada "Reserva Mundial do Surf". João Ataíde empenhou-se pessoalmente na iniciativa.

a subir

Basílio Simões

a descer

Alfredo Marques

24 FEvEREIRO 2011

Ru i Per ei r a , ministro da ­Ad­­­m inistração Interna, reduziu os meios aéreos no combate aos fogos. E se acontecer um novo 2003? Ou um 2005?


debate

Obviamente que não. Além de ser uma das mais ancestrais tradições ou o segundo espetáculo com mais venda de entradas em Portugal, atrás do futebol, tem grande importância na economia nacional, também no Baixo Mondego, sendo uma das poucas atividades que sobrevive sem dependência do Estado.

Absolutamente. Considero que é um espetáculo bárbaro que remonta ao princípio mais primário e sanguinário do tempo dos coliseus romanos, na altura com pessoas, onde o povo jubilava com o sofrimento, na altura com pessoas, agora com animais. Não creio que se possa retirar prazer do sofrimento dos animais.

A tourada deveria ser proibida em Portugal?

Paula almeida

Assessora do Grupo Parlamentar do CDS-PP

Serafim duarte

Deputado municipal de Coimbra pelo Bloco de Esquerda

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PUB


ao microscópio

confidencial

De olho em você PROFESSOR DOUTOR professordoutorc@gmail.com

BIG CHEQUE – O mundo da carne prensada, passada, grelhada está ao rubro. Na cidade dos doutores e estudantes que aproveitam as promoções a 1 Euro, temos um franchisador e um franchisado que não se entendem. É um processo esturrado. Está em tribunal. Entre reis, mandarins e alguns bobos da corte, a república pode ficar sem comida.

POLÍCIA POLÍTICA – É daqueles partidos que nunca se deu bem com as sedes. Cada casa é um caso. Em certas casas, os negócios ligados às mudanças chegaram a ser casos de polícia. Nos últimos tempos, na altura de ajustar contas com o senhorio, foram obrigados a mudar de zona, para não saírem da área das vivendas. Voltaram para uma parte do território onde foram muito infelizes. Foi uma segunda escolha. Estavam para ir para um espaço de polícias, mas como era demasiado caro para os padrões desta época de crise, tiveram de alugar um sítio com vistas para o jardim. O REI DA LATA – Perdeu a casa, o carro, as empresas. Mas não perdeu a

lata que o fez subir na vida. Continua a passear na alta sociedade como dono deste mundo e do outro, até ao dia em que não conseguir fugir à justiça divina. NÃO FEZ OS TPC – Um é uma das pessoas mais influentes de Coimbra,

líder do governo sombra de uma das mais conhecidas instituições da cidade. O outro diz que vende influência, mas não vale metade do que apregoa nos 4 continentes onde diz vender peixe. Já foram amigos. Até estiveram no Brasil em visita de estudo. Ambos têm a escola toda. Os almoços, jantares e folares deram para tudo. A fartura deu em casamento empresarial. Mas os compadres zangaram-se a meio do ano letivo. Tudo por causa de 3 cadernos, dois lápis cor de laranja e uma borracha que não apagou o mau negócio em que se meteram.

REPROVADO ACIC

Salários em atraso. Dividas a fornecedores. Negócios mal explicados. Fundos perdidos. Crise de ideias. Este é o (mau) estado geral da ACIC, uma entidade que parou no tempo e onde alguns “quadros superiores” mandam mais do que as direções duma desorganização que não defende os interesses dos comerciantes que diz representar. Nota 8

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HABLA COMIGO! – Não jogou pelo seu clube, mas atacou na noite de

Coimbra. Internacional que é internacional, na hora de matar saudades da cidade que tem mais encanto na hora da despedida, não passa sem sentir o apoio das fãs. De festa em festa, subiu e desceu, marcou golos e acabou por sentir o que um antigo bota de ouro sentia na hora da verdade. FOTO MÁ TOLO – O conhecido dirigente que distribui convites “pescadinha do rabo na boca”, como quem foge dos fotógrafos, continua a tentar enganar o próximo. Nos últimos almoços e jantares tentou convencer um empresário cheio de massa, que disse que só lhe dava troco depois da filha do senhor que distribuía leite com chocolate lhe dar (ou não) "o arroz". O cínico deseja que a distinta figura convidada assuma uma das vice-presidências daquela a que alguns teimosos chamam "instituição". No entanto, se as águas de março lhe caírem na capota do andante onde guarda as notas, o elemento tem um plano B. A escolha é caseira e vem de carrinho. O atual nº 2 passa a nº 1. Assim, sempre pode dormir mais descansado, enquanto aguarda pelos últimos recursos. FUNERAL ADIADO – Por mais que disfarce, não consegue ser simpático. Mesmo quando sorri, o sorriso amarelo vem sempre ao de cima. Pessoa importante no mundo da bola e dos donativos, nunca viu com bons olhos a comunicação social, que, tendo em conta os antecedentes, o trata como um senhor. Por isso, nenhum jornalista fez humor negro quando o o “artista”entrou no tribunal acompanhado por um agente funerário. CONSULTA PÚBLICA – Ameaça tornar-se arguido profissional. Esta semana recebeu mais uma notificação. O que lhe vale é que sabe o percurso turístico para meia dúzia de tribunais. Apesar de nunca ter dado consultas à conta do orçamento, é capaz de ter “ir à pensão” para continuar a pagar os altos valores cobrados pelo seu distinto advogado.

APROVADO CIMSE

Fornos de Algodres, Seia e Gouveia, concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal da Serra da Estrela (CIMSE), uniram-se para promover e valorizar o Queijo da Serra. As três autarquias, apesar de serem de cores diferentes, colocaram a defesa do melhor produto da região acima dos interesses partidários. Nota 14

24 FEVEREIRO 2011


um dia com

João orvalho Vereador da Câmara Municipal de Coimbra

com um dia ocupado em funções oficiais, há ainda tempo para dar um mergulho. E para emoção, quando se fala da família texTO Sílvia Diogo FOTOS PEDRO RAMOS

09H30 Organização da agenda

11H00 Uma das reuniões do dia

13H00 Mergulho no Complexo Olímpico de Piscinas São nove da manhã quando entramos no ga-

binete de João Orvalho , vereador responsável pelas finanças, recursos humanos e educação. A primeira reunião do dia começa pouco depois. Nesta sexta-feira em que com ele "vamos trabalhar", tem agendada uma primeira reunião com Ricardo Cândido, mestre em gestão responsável pelo gabinete financeiro da câmara e do gabinete do autarca. Enquanto assina dezenas de despachos que lhe são apresentados, admite ser fundamental selecionar os assuntos e os pedidos que são solicitados. "Tem de haver uma boa gestão", argumenta João Orvalho à C. Antes de prosseguir as tarefas matinais, fala-nos da sua vida fora da Câmara Municipal. "Bem gostaria de poder estar mais tempo com a família", confessa. "Tenho uma filha de 23 anos, um rapaz de 16 anos e uma menina de 10 anos. Gostava de ajudar a mais nova com a matemática", acrescenta, visivelmente emocionado. Convida-nos para um café no bar do mu-

Sou um utente empenhado nas redes sociais. São importantes para divulgar os projetos das instituições nicípio. "Gosto de fazer exercício físico, de manter-me sempre ativo", revela, enquanto vai tomando uma água com gás. "Quase todos os dias, por volta das 13 horas, vou à piscina". Também não come muito ao almoço. "Só como uma sopa e uma peça de fruta", adianta. Regressado ao posto de trabalho, assina mais alguns despachos. Mostra-nos, depois, a sua página no Face-

15H30 Ida ao colégio Rainha Santa Isabel

book. "Sou um utente empenhado das redes sociais. São importantes para divulgar os projetos das instituições", argumenta. E lá está – às 13 horas em ponto, ei-lo então rumo ao Complexo Olímpico de Piscinas, para as habituais braçadas de início de tarde. Depois da piscina, isso sim, o almoço – desta vez, no centro comercial Dolce Vita, onde, no café Vasco da Gama, pede a tal sopa (de legumes), um pão e sumo de laranja. De regresso à rotina, o destino é agora o edifício do Instituto Pedro Nunes, onde dá início à abertura da sessão da empresa INOVA intitulada de "Do It Outside The Box", que tem como finalidade a promoção internacional do setor cultural e criativo português. Segue-se, às 15H00, o Colégio Rainha Santa Isabel, a fim de assistir, com a diretora, Maria da Glória, a alguns espetáculos integrados no programa da Semana Cultural daquele estabelecimento de ensino. "Vi como é possível, com criatividade, inovação e empenho, dar cor à vida", diria, no final à revista C.

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o que é feito de si?

ao microscópio

1969

1974

1983 e 2005

1990

1993

1998

Comandante distrital da PSP Coimbra

Chefe do Estado-Maior da Região de Coimbra

Vereador da Câmara Municipal de Coimbra

Presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara

Presidente da Associação de Amigos da Margem Esquerda

Presidente do Clube de Futebol de Santa Clara

O antigo presidente da junta de santa clara e vereador da câmara de coimbra lamenta que a margem esquerda continue a ser prejudicada Texto Vasco Garcia foto Mário Nicolau

Álvaro Seco O que é feito de si? Continuo a ser presidente – quase há 10 anos – do Clube de Futebol de Santa Clara. Sou elemento da Assembleia de Freguesia de Santa Clara e continuo ligado à Associação dos Amigos da Margem Esquerda. Tem saudades do tempo em que esteve na Câmara de Coimbra? Tenho. Foi um período muito interessante. Primeiro, porque tinha, de facto, uma atividade: estava ligado à Proteção Civil. Mas acompanhei também os grandes temas e os grandes problemas de Coimbra, que são muitos. Grande parte deles está por resolver. Porque decidiu deixar esse pelouro? Foi um problema de relacionamento. Houve uma sessão na câmara em que o presidente não me deixou intervir. Eu achei que foi uma atitude pouco elegante, e entendi que era melhor entregar o pelouro. Acha que a Proteção Civil está bem entregue? Acho que sim. A estrutura – com a entrada engenheiro Serra Constantino para diretor de serviço e com um comandante dos Bombeiros Sapadores com larga experiência e competência – está bem entregue. Os bombeiros voluntários devem ficar na Baixa? Sempre defendi essa opção e, finalmente, o João Silva optou por essa localização. Como tem assistido ao crescimento de Santa Clara? É espantoso. Mas, infelizmente, nunca houve um planeamento direcionado para um espaço urbano de grande qualidade. As

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coisas foram acontecendo. Não tem havido uma preocupação de grande qualidade do espaço. Para mim, a próxima grande revolução de Coimbra passa pela margem esquerda. É a zona do centro histórico que tem o mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a Rainha Santa, o Convento de S. Francisco, o Portugal dos Pequenitos, vai ter um centro de congressos, pode vir a ter uma zona desportiva… é, de facto, uma zona riquíssima. A margem esquerda é prejudicada? Não é mania, nem uma psicose, mas constato que há algumas opções que não beneficiam a atribuição de um desenvolvimento de grande qualidade para Santa Clara. Isso justifica a atividade da Associação dos Amigos da Margem Esquerda. Porque, por vezes, as juntas de freguesia preocupam-se muito pela resolução do pequeno problema mas não têm a preocupação de acompanhar o planeamento estratégico a uma escala maior. Gostava de estar na junta, para poder ter esse papel mais ativo? Faria as coisas de forma diferente. Mas as pessoas optaram, estão no seu direito. O Clube Futebol de Santa Clara, como está? É um clube que tem lutado com extremas dificuldades.. Instalações desportivas, nunca tivemos. Passados trinta anos, ainda não temos o pavilhão concluído, ainda temos obras por acabar. Não temos tido apoio. Contudo, temos quatro equipas de futsal, temos desportos como taekwondo, karaté, dança, atividades musicais, pesca e columbofilia. Ao todo, são mais de 200 praticantes.

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ao microscópio

cartas Envie a sua opinião: Carta: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra Email : redacao@cnoticias.net As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos

Atentados no Buçaco

via do leitor

agenda da semana

Tornei-me tão viciado na leitura da C que, a partir de cada sexta-feira, já digo para com os meus botões: nunca mais é quinta-feira!

dias 23 a 27 Bolsa de Turismo de Lisboa 2011, o maior acontecimento turístico do ano em Portugal. dia 27 83.ª Cerimónia dos Oscars de Hollywood distingue os melhores filmes estreados na temporada anterior, por oposição ao Golden Raspberries. Apresentação de James Franco e Anne Hathaway. No Kodak Theatre, em Los Angeles.

ANTÓNIO VERÍSSIMO, Mira

Estou de acordo com a petição, porque o que está acontecer na Mata do Buçaco é um bárbaro crime ambiental num património único que deve (devia) ser protegido a todo o custo NELSON SOUSA, Lisboa

dia 27 Cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, completa 75 anos. Normas canónicas determinam renúncia do cargo por limite de idade.

Apoio à Académica

Adepta japonesa da Académica "arrasta" 20 compatriotas para jogo com Rio Ave. Apesar de se tratar de uma profissional habilitada, parece ganhar o ordenado mínimo nacional (português, não o japonês). Uma congratulação a estes bons exemplos de misericórdia… JOSÉ PORTUGAL, Coimbra

inquérito

A Naval conseguirá manter-se na Liga? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net

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correção

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espelho meu

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Fernanda Pimentel, vice-presidente da Confraria da Lampreia, afirma ter havido um mal entendido, quando na edição passada se lhe atribuiu uma frase dizendo que em Montemor-o-Velho havia lampreias originárias do Canadá e em Penacova não. Afinal, o mal afectará, direta ou indiretamente, retifica Fernanda Pimentel, os dois concelhos.


opinião

Do pessimismo António Pedro Pita Secretário Regional de Cultura do Centro

O pessimismo, na sua aceção vulgar, cristaliza o passado: o único futuro que concebe é uma repetição sem diferença ou uma ressurreição de passados inconsequentes

Como os princípios dinâmicos da História (quer dizer: tudo aquilo que faz andar a História) nos parecem cada vez mais longínquos e obscuros, inacessíveis, por isso mesmo, ao nosso trabalho de decisão política; como, na cena da vida democrática, o povo parece poder pensar-se como um soberano sem poder; e como nos descobrimos mais a sofrer a História do que a dominar e guiar a sua força e a sua malícia, como acontece nos grandes momentos de exaltação coletiva, revolucionária ou não, estão reunidas as condições para adensar o nevoeiro de pessimismo. Tudo ganha, aí, a magnífica imprecisão de uma perplexidade poética: limites trémulos, contornos difusos, realidade desfocada e tudo isso destacando-se da espessura de um fundo sem fundo, como se o presente fosse a trémula realidade do imediato próximo. Onde uma autoconsciência de sofri-

mento da História é avassaladoramente decisiva, no mesmo mundo (mas será o mesmo?) em que ocorrem os acontecimentos do Egito, o pessimismo torna-se a polaridade dominante do nosso imaginário político, histórico e existencial. É importante perceber as suas razões: quer as razões de génese do pessimismo como eixo vital da relação com a História, quer as razões de oscilação entre as radicalidades do otimismo e do pessimismo, como se elas fossem opostas e não correlativas, e como se os únicos lugares possíveis de experiência da História fossem a fascinação utópica e a vertigem apocalíptica, a primeira transportando-nos triunfal e progressivamente de um passado para um futuro em movimento

de progresso linear e a segunda transportando-nos abissal e determinadamente de um passado para um futuro em movimento de decadência (ou crise) permanente. Ora, talvez seja necessário identificar entre ambas a figura enigmática do presente, duplamente resistente quer à dissolução na utopia quer à dissolução no apocalipse. O presente é onde acontece a transfiguração do passado em futuro. Essa transfiguração pode ser leve ou tumultuosa, pode acontecer em continuidade ou em rutura. Depende, afinal, da maior ou menor intensidade com que nos pensamos como passado e como futuro. Ou melhor: da maior ou menor intensidade com que nos pensamos como passado com futuro. O pessimismo, na sua aceção vulgar, cristaliza o passado: o único futuro que concebe é uma repetição sem diferença ou uma ressurreição de passados inconsequentes, cada vez mais remotos. Extirpa o presente do seu dinamismo, suspende-o como devir. Por isso mesmo, mostra-se incapaz de pensar as efetivas inscrições históricas, incapaz, desde logo, de reconhecer no presente a irrupção de um porvir irredutível a qualquer passado. A passividade do pessimismo degrada o pessimismo: o pessimismo torna-se pouco mais do que uma ligeira visão diletante da superfície das coisas. Quando o pessimismo agarra a profundidade de si próprio volve-se nessa tarefa exigente e longa, paciente e complexa que Antero tão bem exprimiu: extrair o otimismo do pessimismo.

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ao microscópio

cartas

texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista

República Exm.º Senhor Presidente da

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bleia da Reque vamos apresentar na Assem A moção de censura ao Gover no mas sociais, ble ológica, concentrada nos pro pública é uma moção seca, não ide que razão os por valores e por urgências. Por porque nós, aqui, no BE, batemo-n o presiiros nacionais, porque falou com que ban os os tod com .ª Ex V. niu se reu ministro das que mandou chamar a Belém o dente da Comissão Europeia, por Porque diz o u? s, um chá canasta, um crapea Finanças? Foi para uns pastelinho ra da banca al este ve, a semana passada, à bei uma Pacheco da Bobadela que Portug e uma democracia podre? Só há viv al tug Por que Joe r ado end com o rota? E porque proclama o Com entes. E só há uma saída: cor rer ced pre sem , nte lme rea se, cri a um resposta: confrontamo -nos com es. rat Sóc n hio Executivo do Fas aram, Senhor e o Paulinho das Feiras o convid os did Per sos Pas o que C, da s entaTomei conhecimento, atravé o V. Ex.ª a ler os Discursos Parlam vid con Eu . ção bên a irem ped lhe ministros - os ministros Presidente, para jantar, a fim de irense que há três qualidades de ave do uta dep e ign ins o ia Diz o. Senhor Presidente, res de José Estêvã os de conjuntura própria. Sabe, istr min os e o siã oca ira me pri de das irmãs de de ofício, os ministros Acrescentava Estêvão: sou inimigo ? ras Fei o r gra inte ria ego cat e diferença para os dias que descodificar a tese? E em que que ao princípio da família. Qu ata um o com ero sid con as que acidade de espírito, tão car idade, por Onde detetar, hoje, tamanha viv im? ass s uno trib e, ent alm atu a do BE. cor rem! Onde há, ranto a V. Ex.ª: tão -só, na bancad Ga ta? alis ide a dur can e ant elh intuitiva presteza, sem ares os saem vencedores nos parlament átic ism car e s nte lha bri is ma os mbada à partida. Sei, incluÉ claro que nem sempre os polític sura ao executivo do PS está chu cen sa nos a que os em sab já : no Poeta Alegre. debates. Ou seja e-se: não votámos em si, votámos end pre Com va. iati inic da tou rível mundo sivamente, que não gos julga que já viu de tudo neste inc Se go. ago dem sou não ão: fiss elações Faço-lhe, no entanto, uma con das “filtrações”, das “leaks”, de rev ano o á ser 1 201 que por o, nov de os mais ou menos embarada política à portuguesa, pense ou menos confidenciais, dos retrat is ma ões liaç ava das s, reta sec mais ou menos diplomatas... inistros, ministros, empresár ios, çosos - de presidentes, primeiros-m ão da , por isso, a meditar sobre a evoluç o-o vid Con o. ólic cat nte me ida sab e onze anos depois, constataV. Ex.ª, Senhor Presidente, é con embleia da República. Dois mil Ass da ão luç evo a com á-la par ologias, a Santa Sé Igreja – e a com lível e que, rendida às novas tecn infa é não a Pap o que a, pec eja , o CDS e, -se que também a Igr eoclip. E o Parlamento, que o PSD vid em a rez já bém tam m, -Ro também já evangeliza em CD m? Lamento dizer-lhe, Senhor Evangeliza o quê? Reza com que ar? rub der rem que não .ª, Ex V. rível erro de casting. Não também, o mandato em Belém foi um ter und seg um a par a olh esc sua a ia o Falstaff de Presidente, que s a corda de enforcados, como faz -lhe ndo tira s ado sold de o ent am ores. Ora toma! será através do recrut se organizarão exércitos venced que a, rez Pu so nos o e na Joa sa Shakespeare e pensam a nos 2011 Rua da Palma, 24 de Fevereiro de

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sociedade

MUSEU MONOGRÁFICO DE CONÍMBRIGA

arqueologia

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Conímbriga ergue-se de novo Arqueólogos descobriram o maior anfiteatro romano construído em Portugal. Da terra já tinha sido recuperada a primeira passagem desnivelada do país. após Quase vinte séculos, Conímbriga cresce de novo. E Condeixa-a-Velha, o último bairro de Conímbriga, ainda vive, guardando os descendentes da civilização romana Texto BRUNO VICENTE Fotos Pedro Ramos QUANDO a próspera cidade de Conímbriga foi invadida pelos bárbaros, em 465 e 468, o povo romano começou a abandonar, paulatinamente, o seu lar. Os historiadores contam que mais de seis mil pessoas deixaram a urbe. A maioria dirigiu-se para

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Coimbra, que na altura ganhava estatuto territorial, embalada pelas vantagens das águas do rio Mondego. Mas houve uma zona de Conímbriga que resistiu ao saque e à destruição dos Suevos e que conseguiu sobreviver até aos dias de

hoje. "Condeixa-a-Velha é o bairro sobrevivente de Conímbriga", conta, com um sorriso, Virgílio Correia, diretor do Museu Monográfico, apontando para as velhas casas da aldeia, firmes entre as ruínas da velha civilização romana.

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André navega

"É natural que sempre tenha existido ali alguma forma de habitação, por isso creio que se pode afirmar que os cidadãos de Condeixa-a-Velha são os verdadeiros herdeiros e descendentes dos antigos romanos de Conímbriga", acrescenta o diretor do Museu Monográfico. E mesmo durante as invasões francesas, no início do século XIX, a velha Conímbriga deu uma ajuda. "Condeixa foi quase toda destruída nessa altura. Os desalojados tinham material ali ao lado, nas ruínas, e usaram-no para reconstruir as habitações. Condeixa está toda feita com pedras de Conímbriga", explica Virgílio Correia, abrindo os braços, como que para abarcar uma verdade enorme.

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1 - Conímbriga era um povoado florescente 2 - Projeção da C do anfiteatro 3 - Um dos arcos vísiveis

Gladiadores e feras na arena Condei xa-a-Velha pode ser uma lição de sobrevivência, mas, com a ajuda dos arqueólogos, também a velha Conímbriga está a voltar a erguer-se, entre as terras escuras. Década após década são descobertas novas estruturas. As atenções estão agora viradas para um anfiteatro romano do século I, o maior jamais construído em Portugal, com capacidade para mais de cinco mil pessoas. "O anfiteatro está praticamente soterrado, a seis metros de profundidade. Mas mais um ou dois anos e estará visitável", frisa o guia da nossa viagem, que parou num dos grandes arcos, já expostos, que conduzia à arena. Erguer da terra a estrutura, que tem 90 por 60 metros de comprimento, vai custar, no total, cerca de cinco milhões de euros, um valor que o diretor do Museu Monográfico considera reduzido, tendo em conta a importância do achado e os benefícios turísticos e económicos que trará à região. Os visitantes vão poder acompanhar os trabalhos arqueológicos "in loco", conversando com os investigadores. "Nas escavações vamos encontrar muita coisa, principalmente nos níveis de entulho, porque os anfiteatros romanos eram marcados pelo aparato arquitetónico", revela Virgílio Correia. O anfiteatro de Conímbriga pode ser o maior de Portugal, mas está longe de chegar aos 50 mil lugares do Coliseu de Roma. No entanto, no século I, o espetáculo estava garantido também em terras lusas. "O anfiteatro era utilizado para os grandes jogos. De certeza que houve, aqui, lutas entre gladiadores e também, eventualmente, lutas

entre humanos e animais", contextualiza o guia. As escavações vão ajudar a perceber se o espaço estava preparado para acolher jaulas para as feras ou não. Viver entre ruínas romanas O anfiteatro romano foi demolido no final do século III, altura em que as invasões bárbaras obrigaram à construção de uma muralha defensiva. Os tempos não estavam para jogos. Durante séculos - e ainda nos dias de hoje - os cidadãos de Condeixa-a-Velha viveram por cima do anfiteatro abandonado, encontrando, aqui e ali, moedas e artefactos romanos nos quintais. Olhando para baixo e imaginando o anfiteatro sob os seus pés, o diretor do Museu Monográfico de Conímbriga explica que, no ano passado, houve centenas de reuniões com 40 proprietários de terrenos, que tiveram de ser adquiridos, para se avançar com as escavações. O processo, por contemplar negociação com muitos intervenientes, não é totalmente pacífico e, entre o povo de Condeixa-a-Velha, ainda há quem não queria ouvir falar na palavra expropriação. Progresso e inovação A evidência arqueológica revela que Conímbriga já era habitada no século IX a.C. Quando os romanos chegaram, na segunda metade do século I a. C, encontraram um povoado florescente. A paz na Lusitânia levou a uma rápida romanização da população indígena e Conímbriga tornou-se uma próspera cidade. Do império foram chegando a Portugal grandes inovações. Entre a Casa dos Repuxos e o anfiteatro romano está aquele que Virgílio Correia acredita ser "o cruzamento desnivelado mais antigo do país". O viaduto, do século I, era uma "estrutura raríssima, extremamente avançada para a época". Com a descoberta do anfiteatro, o viaduto romano vai ser também potenciado, sendo integrado num novo circuito de visita. A área e o tempo dos passeios vão aumentar para o dobro. As ruínas recebem mais de 100 mil visitantes por ano, um número que vai aumentar com os novos "achados". Como no passado, Conímbriga volta agora a expandir-se e a ganhar força.

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sociedade

arqueologia

Ex-líbris vai ser requalificado

A menina dos olhos de Conímbriga, a Casa

dos Repuxos, vai ser alvo de obras, assim que houver verbas disponíveis para iniciar os trabalhos. "É urgente requalificar as estruturas de conservação e de proteção, que estão muito degradadas e ameaçam deixar a Casa dos Repuxos exposta", referiu o diretor do Museu Monográfico. "Esta intervenção é um dos principais desafios futuros, a par da expansão do próprio Museu Monográfico", acrescenta Virgílio Correia. As ruínas atraem, anualmente, cerca de 100 mil visitantes (20 mil são público escolar). A Casa dos Repuxos, um grande edifício residencial romano do séc. I que se estendia por dois pisos, é a principal atração. A ínsula, identificada em 1907, foi escavada primeiro em 1939 e, depois, sob os mosai-

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cos, a partir de 1953. O espaço foi desenhado para instalar pequenas lojas e oficinas, mas no início do séc. II o edifício foi profundamente remodelado. Quase todas as lojas e oficinas desapareceram, o piso inferior foi quase completamente entulhado e no piso superior instalou-se a grande residência cujos restos são atualmente visíveis. A estrutura reunia uma zona de serviços, com uma cozinha, alojamentos de pessoal e zonas de apoio que ladeavam o jardim. Mas as ruínas de Conímbriga, consideradas monumento nacional desde 1910, são muito mais que a Casa dos Repuxos. As mais de 30 atrações incluem casas, ínsulas, termas, lojas, muralhas, aquedutos e viadutos romanos, entre outros pontos "quentes".

Teatro e fórum romanos debaixo da terra?

O anfiteatro de cinco mil lugares descober to pelos arqueólogos é uma preciosidade, até porque estará bem conservado, mas pode ser apenas a ponta do icebergue. Pelo menos é o que acredita Virgílio Correia. "Existe a possibilidade de, com o anfiteatro, desenterrarmos também o teatro da cidade, o que seria realmente incrível", conta o responsável. Enquanto o anfiteatro era utilizado principalmente pelo povo, para os jogos romanos, o teatro era frequentado pela elite, que ia assistir a peças teatrais. Entre os arqueólogos não é consensual que se vá encontrar o teatro romano debaixo da terra. A discórdia chega também ao olival que está à frente do Museu Monográfico. "Eu defendo que ali existia um outro fórum da cidade e gostava de fazer lá sondagens e escavações", confessa Virgílio Correia. Os fóruns das antigas cidades romanas eram centros urbanos, espaços de encontro. Os arqueólogos já desenterraram um fórum nas ruínas de Conímbriga. A cidade teria dimensão suficiente para albergar dois? Não seria demasiado para uma população de seis ou sete mil pessoas? A dúvida pode ser dissipada nos próximos meses.


opinião

Mira Lagoa Sobral

Sinais dos tempos

O mundo muda, mas há posições relativas que só devem mudar se para melhor. Mas agora a hora é de recuperação.

RELE VANTE a personalidade eleita para, num esperado quadro de estabilidade a um prazo de oito anos, assumir a responsabilidade pela liderança da mais antiga Universidade Portuguesa. Experiência, força anímica, maturidade para quase uma década que assegure novos rumos e também prepare a terceira década do século. MUTANTE tal eleição (assim se espera), porque perante o alarme do atual posicionamento de algumas Faculdades em matéria de desemprego em que mantêm muitos dos seus licenciados mais jovens, há que encetar um novo percurso que devolva essas mesmas Faculdades ao peso que já tiveram. O mundo muda, mas há posições relativas que só devem mudar se para melhor. Mas agora a hora é de recuperação. Hora exigente. Hora nada fácil. Mas que há que preencher. PREOCUPANTE os lucros "obscenos" de empresas portuguesas, que operam em monopólio de facto no mercado nacional, que fornecem serviços de utilização corrente e de primeira necessidade, que mantêm preços que sangram a carteira das famílias. Banca, Seguros, Galp, EDP, Gás, PT, Águas etc., etc. Se estas Empresas exercitassem a responsabilidade social também em matéria de preços a dificuldade de vida seria suavizada a todos. Será que os portugueses anónimos não merecem esta atenção? IRRITANTE a anunciada extinção de

cerca de uma centena de postos de responsabilidade na Segurança Social que, segundo outras informações, há muito não estavam titulados. Original evolução de organigramas. EXASPERANTE a eficácia de cobrança de muitos serviços do Estado sobre as verbas que deviam receber e que não recebem. Taxas moderadoras, impostos, contribuições para a Segurança Social. Além de liquidações erradas e indevidas, as não liquidações atempadas, e as que morrem em tribunal por erros de processo judicial, mais as que caducam, mais as que prescrevem, mais as que alimentam a economia dita paralela, que é tão real como a outra, e que se diz paralela apenas porque não paga impostos. Tudo somado, verbas astronómicas. Que nunca ninguém revela com rigor e exatidão. Claro, depois os que pagam, pagam mais. Porque pagam em lugar dos que não pagam. Não pagar, compensa! desmascarANTE o Carnaval que se aproxima? Oxalá! Com toques de ineditismo? Oxalá! As relações em Portugal (ver declarações que vão sendo produzidas) parecem andar todas fantasiadas. Aparecerão desfantasiadas ( assim em jeito de real economia e real política)? Haverá férias do "Carnaval de Palavras" que se vai ouvindo? Haverá férias dos "foliões" que por aí andam todo o ano? Será que o País vai aproveitar o Carnaval para descansar do "Carnaval de todo o ano"? É descanso merecido? Ou não será?

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sociedade

por cá

solidariedade julgamento

José Eduardo Simões aguarda acórdão "Quase não há despacho. Não consigo perceber nada deste despacho”, afirmou após a audiência, Rodrigo Santiago, advogado do presidente da Académica, José Eduardo Simões. A leitura do acórdão do julgamento do presidente academista foi adiada para 17 de março, para o arguido poder contestar o novo enquadramento jurídico dos factos para crime continuado de corrupção. Apesar da insistência dos jornalistas, Rodrigo Santiago não explicou uma das afirmações que fez : “poderá ter recomeçado, quase,” o julgamento. “Como o tribunal pense de uma forma, ou de outra, eu reajo de uma forma, ou de outra”, afirmou Rodrigo Santiago, que considera que que o novo enquadramento proposto pelo tribunal poderá vir a ser benéfico para José Eduardo Simões, porque a gravidade “terá sempre de diminuir em relação à acusação”. A decisão do tribunal, disse o advogado, “deveria ter acontecido mais cedo”, mas ela indicia que haverá uma condenação para o presidente da Briosa.

parceria

Penela promove indústrias criativas

A casa das Indústrias Criativas será

instalada em pleno centro da vila de Penela, no edifício onde funcionou até 1981 a sede da autarquia. Design, teatro, música, arte, multimédia, publicidade, arquitetura, pintura, escultura, novas tecnologias, educação são alguns dos setores a que o município dará prioridade.

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ARCIL pede apoio

Marques Leandro conta com o apoio da comunidade às atividades da associação "Levamos a cabo a nossa missão graças ao fi-

nanciamento do Estado e às nossas unidades produtivas. Mas só isso não chega", garante Marques Leandro, presidente da ARCIL, Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã. A associação está a sensibilizar a comunidade para uma nova forma de solidariedade, "ao alcance de todos os contribuintes e sem prejuízo do reembolso a que têm direito". Sem custos para o contribuinte, é possível que 0,5 por cento do imposto liquidado reverta para a ARCIL, por esta ser uma instituição particular de solidariedade social, sem fins lucrativos e com reconhecida utilidade pública. Segundo Marques Leandro, o procedimento é muito simples: “basta que os contribuintes assinalem com um X no anexo H do quadro nove, no campo 901, a sua intenção de beneficiar a ARCIL, indicando para isso o número de contribuinte da instituição – 501 227 083". Para o dirigente, a associação terá de contar cada vez mais com o envolvimento da comunidade, "sob a forma de ações de mecenato, de voluntariado e de ofertas específicas por

parte de cidadãos, que reconhecendo as nossas atividades, são solidários de uma forma muito espontânea". Por exemplo, sublinha Marques Leandro, "inaugurámos recentemente um outro centro de dia que contou com a participação de várias empresas, que se associaram ao projeto e permitiram a sua plena concretização”. Recorde-se que a ARCIL desenvolve a sua atividade no âmbito de diferentes programas, nomeadamente, intervenção precoce, centro de recursos para a inclusão escolar, formação profissional, centro de atividades ocupacionais, centro de emprego protegido, serviço de apoio domiciliário, centro de atividades de tempos livres, lar residencial e lar de apoio. Em 2010, a Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã apoiou cerca de 500 pessoas com necessidades especiais e respetivas famílias, além de 1600 pessoas na unidade de reabilitação física, a ARCILSaúde. O centro de atividades de tempos livres da associação desenvolve intensa atividade e, no ano passado, apoiou 180 crianças. Para assegurar todos os programas, a ARCIL tem ao serviço 210 colaboradores.

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Cooperação para abrir portas na Europa A Comissão de Coordenação e Desenvolvi-

laços com a província de Castela e Leão, de modo a criar um "corredor de progresso". "A região Centro tem uma porta de entrada para a Europa – os portos da Figueira e de Aveiro – e esse papel pode ser fomentado por uma relação mais próxima com Castelo e Leão". Para isso, a comunidade de trabalho tem um orçamento de 9,8 milhões de euros para projetos englobados no programa de Mobilidade Integração e Território (MIT).

A presidência portuguesa vai-se estender até 2012. "Temos a missão de aprofundar esta relação de cooperação que começou há 20 anos – de concluir os projetos atuais e lançar novos”, avança o vice-presidente da CCDR. Projectos "que são importantes, sobretudo, pela sua interação", destaca. E o que falta? "Algo que podemos fazer melhor é dar mais visibilidade a esta matéria", conclui Pedro Coimbra. MR PUB

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mento Regional do Centro (CCDR) assumiu no dia 15 a presidência da comunidade de trabalho entre o Centro e a região de Castela e Leão. Em cima da mesa estão vários projetos de cooperação e a vontade de tentar tornar o centro de Portugal uma porta para a Europa. Em Ciudad Rodrigo, no V Conselho Plenário da comunidade, o vice-presidente da CCDR, Pedro Coimbra, lançou o desafio. "Temos de aprofundar a integração da região com o espaço europeu e, para isso, contamos com o apoio e experiência da Junta de Castela e Leão", sublinhou. Em causa está a "ambição antiga" de ter uma delegação em Bruxelas. "É importante haver uma participação ativa nos fóruns onde se tomam decisões, por isso será pertinente ter uma posição permanente em Bruxelas", referiu Pedro Coimbra, acrescentando que "é algo que estamos a equacionar, analisando o planeamento logístico e económico do projeto". Mas, antes disso, é importante reforçar os

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sociedade

head memorial

As 18 freiras que vivem em clausura no carmelo de santa teresa de coimbra não usam perfumes, cremes de beleza, nem têm espelhos. mas são a alegria em pessoa Texto Marta Varandas Fotos Pedro Ramos

Carmelitas felize Carmelo de Santa Teresa Dentro dos muros, ou seja, no espaço chamado "clausura" (reservado às monjas), ergue-se o mosteiro com as várias dependências, 1º e 2º andar (celas, oficinas de trabalho, coro e oratório onde rezam, refeitório, cozinha), estende-se, ao centro, um claustro com as sepulturas das freiras que já faleceram (o corpo da Irmã Lúcia esteve ali no primeiro ano após o seu falecimento). Há jardins e horta, local onde estão quatro ermidas. Anexas ao mosteiro situam-se a Igreja e a portaria, onde as pessoas podem ir e o Memorial da Irmã Lúcia. Estes espaços são considerados fora da clausura.

O Carmelo de Santa Teresa encontra-se localizado ao cimo da Rua de Santa Teresa, numa zona residencial densa e a escassos metros da Penitenciária

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é fim de tarde e está frio. A porta do lado direito do Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, voltada para a rua com o mesmo nome, está entreaberta. Batemos. Do outro lado, o sorriso de Maria da Graça, uma das três freiras externas do convento, recebe-nos. Não está só. Branca Paúl, médica do Carmelo, também aguarda a nossa chegada para contar como foi "especial" acompanhar a vida da Irmã Lúcia até à hora da morte. A porta em frente, da clausura, está encerrada. Maria da Graça indica uma outra, à direita, aberta e que dá acesso ao locutório: um espaço que tem uma janela com grade, "imagem de marca" dos conventos de clausura fechada. É através dela que as freiras internas têm contacto com a família e amigos, no fundo, com todas as pessoas externas ao claustro. Maria da Graça instala-nos enquanto esperamos por Ana Sofia. Sai e fecha uma cortina e a porta. O ambiente continua frio como na rua. Está um aquecedor a óleo num canto, mas de pouco vale. Sobre a mesa espalham-se folhetos com orações e uma foto do Papa Bento XVI. Há também imagens de santos. Mas na nossa frente apenas se vê a grade. E por trás dela uma cortina castanha, espessa, corrida. Subitamente, abre. Eis Ana Sofia. Tem 32 anos. É freira no Carmelo de Santa Teresa de Coimbra há 14. Vem falar sobre a vida da Irmã Lúcia no Carmelo, que é igual à das 18 carmelitas que lá vivem atualmente, com idades entre os

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27 e os 82 anos. Não pára de sorrir, o que suscita estranheza, porque vive em clausura. Longe do bulício do mundo que está fora dos muros do Carmelo, na solidão, no silêncio e na oração. Natural de Santarém, Ana era estudante e queria ser veterinária. Adorava andar a cavalo e chegou a ter algumas relações de namoro. "Antes de pensar em vir para o Carmelo o meu desejo era casar", confessa. "Foram experiências que me enriqueceram no sentido de perceber que isso não me preenchia por completo e que não era por aí o meu caminho", explica. Foi com 16 anos que visitou pela primeira vez o Carmelo de Coimbra, num retiro vocacional. E após trocar correspondência com Lúcia e aceitar o convite para fazer uma experiência de um mês no Carmelo, mesmo com a reprovação da família, decide "oferecer a vida a Deus, em benefício da humanidade, dos que precisam". A Irmã Lúcia ajudou-a a ter "esta força de vontade para vir". Não tem luxos. Nem espe­l ho, porque "não nos faz falta". Usa champô e sabonete, "tu­do o que as pessoas 'normais' usam para fazer a higiene diária". Mas nada de cremes de beleza ou um simples perfume. "É acessório". Dorme numa cela, sem aquecimento e numa cama composta por dois pés e um estrado sobre o qual fica o colchão. Já Lúcia o fizera durante quase toda a vida. Mas é feliz. O rosto de Ana Sofia irradia alegria por toda a parte.


zes na clausura

A vida no carmelo de Santa Teresa de Coimbra é "todos os dias agitada, mas reina a boa disposição", garante Ana Sofia. A Irmã Lúcia foi exemplo disso. Tinha a sua cela, hoje reproduzida no memorial que a homenageia, fazia todos os traba­­l hos, ia ao coro rezar, passava algum tempo no jardim, onde dava o seu passeio diário e alimentava os peixes do lago, participava sempre nos tempos de recreio, um de manhã, outro à tarde. A ciática, por vezes, fazia-a ficar na cela. Mas lá aparecia. E Ana Sofia conta que Lúcia dizia sempre: "Tanto me dói lá como aqui!". O bom humor era cons­ tante. "Contava anedotas e tinha muitas históri­as pitorescas, fazia-nos rir", recorda a jovem freira.

carmelo de coimbra

Irmã Lúcia gostava de contar anedotas

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sociedade

memorial

Há 20 anos ao serviço do Carmelo

Vivo cá fora mas é como se estivesse lá dentro, do lado de lá destas grades. São mulheres felizes e cheias de vida

o privilégio concedido pelas normas de clausura de entrar no convento. Além de médi­ cos, a clausura só permite en­ trada a operários ou cardeais, com licença da Santa Sé. Recorda que até de pijama che­ gou a vir ao Carmelo. Foi mé­ dica de Lúcia durante 15 anos. Fala do humor da vidente e re­ corda que quando saía para fé­ rias, perguntava sempre o que queria de lembrança. Lúcia respondia prontamente "uma perna nova", para acabar com a "maldita ciática que a ator­ mentava". Branca Paúl presen­ ciou a sua morte e ainda hoje, ao recordar, emociona-se. " Vivo cá fora mas é como se estivesse lá dentro, do lado de lá destas grades. São mulheres felizes e cheias de vida", subli­ nha a médica, referindo que só saem da clausura para votar ou para fazer exames médicos.

Branca Paúl acompanhou a vida de Lúcia durante 15 anos carmelo de coimbra

Branca paúl, médica do Car­ melo de Santa Teresa de Co­im­ bra há mais de 20 anos, acredi­ ta ter recebido uma bênção no dia que Miguel Barata, médico anterior, entrou no seu con­ sultório do Centro de Saúde de Celas para trazer a boa-nova. "Quando me perguntou se es­ taria disponível, foi quase co­ mo perguntar ao cego se quer ver", diz Branca Paúl, que tem

Uma bordadeira de mão cheia que também escreveu livros lúcia de jesus morreu a 13 de Fevereiro de 2005. Completaria 98 anos a 2 de Março. Ana Sofia e Branca Paúl asseguram que era uma pessoa simples e cheia de qualidades, de bem com a vida, muito feliz e espontânea, com um "rol de histórias verdadeiras que mais pareciam anedotas", diz Ana Sofia , que recorda o tempo de Lúcia nas Doroteias, em Espanha . " Segundo con tava, duas pessoas iam vê-la e perguntaram se ela conhecia a Irmã Lúcia. Respondeu que sim. Perguntaram de seguida se ela ainda estaria no convento e ela respondeu que naquele mo-

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mento não. Ao perguntarem como ela era, a Irmã Lúcia apenas disse que era parecida com ela". Todos riam. Porque estas histórias "eram às centenas", revela Ana. "Era uma pessoa informada. Bordava muito e bem. Tinha imenso jeito". Em vida, também escreveu três livros: "Apelos da Mensagem de Fátima", que foi assinado por João Paulo II, conforme se verifica na foto e "Memórias" (volumes I e II). O processo de beatificação da Irmã Lúcia, em análise pelo Vaticano, está a decorrer há mais de três anos.

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carmelo de coimbra

Mel Gibson visita Irmã Lúcia o ator norte-americano Mel Gibson e a mulher deslocaram-se

no dia 28 de julho de 2004 ao Carmelo de Santa Teresa de Coimbra. Estiveram no locutório na presença da comunidade, onde se incluiu a Irmã Lúcia. O encontro durou cerca de uma hora. O ator veio explicar os motivos que o levaram a fazer o filme "A Paixão de Cristo", que em março do mesmo ano (quando estreou) foi visto pelas freiras na companhia da equipa de produção de Mel Gibson.

Ana Sofia despede-se antes de abandonar o locutório

Homenagem à vidente de Fátima no dia em que Lúcia de Jesus

completava 59 anos de Profissão Religiosa no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, abria as portas ao público o Memorial da Irmã Lúcia, um edifício que acolhe um espaço museológico em sua honra. Desde 31 de maio de 2007, as carmelitas da cidade dão resposta aos fiéis que queriam contactar com o espólio pessoal da vidente. Os dois pisos do edifício dão a conhecer muitos objetos usados pela carmelita, desde a velha mala de viagem, que a acompanhou desde que saiu de Fátima, a um corredor dedicado à correspondência oriunda do mundo inteiro, aos trabalhos manuais que fez, como terços, bordados. O destaque vai para a recriação da cela onde viveu e para as ofertas de João Paulo II: uma batina que usou, a casula com que celebrou no Vaticano, medalhas comemorativas do 20.º e 23.º aniversários de Pontificado.

Vitrinas com trabalhos manuais feitos por Irmã Lúcia

Hábito usado por Irmã Lúcia

Quadros com fotografias da vidente, algumas delas inéditas

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sociedade

breves Docentes debatem saúde sexual A Universidade de Aveiro reú-

ne, a 25 de fevereiro, dezenas de professores e investigadores das diversas áreas científicas que contribuem para o estudo da sexualidade. As Jornadas da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, que começam às 10H30, no Departamento de Educação, vão analisar o atual estado da saúde sexual em Portugal.

ensino

Editora académica mais produtiva é de Coimbra Imprensa da Universidade publica mais de um livro por semana. Desde a fundação, em 1772, já lançou mais de 12.000 obras Texto bruno vicente Fotos Pedro Ramos

Dia da UC é dia de novo reitor

PU

A 1 de março é assinalado o Dia da Universidade de Coimbra (UC), mas este ano as atenções vão estar centradas no novo líder da reitoria, mais do que na instituição em si. João Gabriel Silva, toma posse de manhã, substituindo Seabra Santos, fazendo o seu primeiro discurso oficial enquanto reitor e, de tarde, já vai dirigir a cerimónia oficial do Dia da UC. A sessão solene inclui o anúncio do vencedor do Prémio Bluepharma, a apresentação de um novo número da revista Via Latina (Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra) e a homenagem aos funcionários e docentes aposentados durante o ano passado. João Gabriel vai entregar o Prémio Universidade de Coimbra 2011 à investigadora Maria de Sousa, uma cientista com trabalho reconhecido a nível mundial na área da imunologia.

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Carimbos do século XIX são peças de "arqueologia industrial"

coimbra tem uma editora académica capaz de competir com editoras generalistas nacionais. A Imprensa da Universidade de Coimbra (IUC) lançou 120 novas obras nos últimos dois anos, o que revela uma clara tendência de crescimento.

"Nunca se publicou tanto como nestes anos. É mais de um livro por semana, o que é bastante bom", afirmou à C o diretor da entidade, João Gouveia Monteiro. Entre coleções e publicações pontuais, o público

Diretor deixa Imprensa em março joão gouveia monteiro (na fotografia) vai

deixar a Imprensa da Universidade de Coimbra no final de março. "O compromisso que tinha com o reitor Fernando Seabra Santos era servir estes dois anos. Agora sairei com o reitor, que está a terminar o mandato", explicou o responsável à C. O trabalho do professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) à frente da Imprensa é reconhecido no seio da Academia, mas no início do ano João Gouveia Monteiro já tinha dito aos candidatos a reitor que não queria continuar. "A minha intenção é regressar às aulas e ter mais tempo para a investigação", afirmou.

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académico – e todo o país – tem acesso a livros sobre cultura, ciência, economia, política, sociologia, religião, entre outros. No total, desde 1772, foram lançadas mais de 12.000 obras. Mas a editora universitária mais ativa de Portugal tem um projeto cultural "que não passa só por meter livros cá fora". Colóquios, concursos, exposições e workshops marcam a agenda da IUC, que lidera ainda a Associação Portuguesa de Editoras do Ensino Superior. Novas livrarias nos pólos II e III O projeto de expansão da IUC inclui a construção de duas livrarias próprias. "Os estudos estão feitos e já temos os espaços. Só falta o dinheiro. Estamos à espera da resposta da reitoria", explica João Gouveia Monteiro. A livraria do Pólo II, um investimento que ainda requer entre 40 e 50 mil euros, fica junto à Unidade Pedagógica Central, tendo 40 metros quadrados. "Os estudantes do Pólo II estão balcanizados do ponto de vista cultural, o que nós queremos inverter", afirmou o diretor da IUC. A maior aposta está, contudo, no Pólo III. No edifício da Biblioteca vai nascer uma livraria com 140 metros quadrados, equipada com mobiliário móvel, que viabiliza a organização de exposi-

ções, apresentações de livros e colóquios. "É um espaço grande, que permite fazer programação cultural", adiantou o responsável. A reitoria precisa ainda de injetar 100 mil euros. Colocar obras universitárias na Internet, de forma regular, é outra bandeira da IUC. "Vai permitir que o produto da investigação de Coimbra fique disponível à escala planetária", projetou João Gouveia Monteiro. Imprensa teve "período obscuro" A IUC pode estar a passar por uma fase fértil, mas a história nem sempre foi favorável à entidade, que nasceu em 1772, com a reforma pombalina da Universidade. Logo em 1808, viu livros e edifícios destruídos e saqueados pelas tropas francesas ao serviço de Napoleão. Mais tarde, em 1921, o intelectual republicano Joaquim de Carvalho assume o cargo de administrador da IUC, conduzindo-a definitivamente ao papel de editora. Mas, em 1934, Salazar ordena a extinção da incómoda Imprensa. O "período mais obscuro" da IUC só terminou em 1998, quando acabou o silenciamento de 64 anos a que Salazar condenara a IUC. A nova imprensa regressou com força e, até à atualidade, traçou um caminho ascendente.

70

novas obras lançadas em 2010

150.000

euros é quanto falta para a IUC ter novas livrarias

64

anos esteve a Imprensa parada, após extinção (1934-1998)

1921

foi o ano em que a IUC assumiu definitivamente o papel de editora

C72

PUB

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sociedade

saúde

henrique carmona da mota

Pediátrico teve abertura gelada Antigo diretor do Serviço de Medicina do Pediátrico e professor jubilado, dá nome ao novo hospital. Uma honra que aceita em nome de todos os que o acompanharam nesta viagem Texto Marco Roque Foto Pedro Ramos Em 1977 esteve na mudança para o, agora, antigo pediátrico. Como foi? Foi uma grande euforia. Num dia fizemos tudo. A urgência terminou em Santa Teresa e abriu simultaneamente lá. Também havia pouco para transferir. O equipamento era quase nulo, as camas ficaram lá. Mudámos as crianças, os doentes. Utilizámos o que tínhamos à mão, inclusivamente os nossos carros para trazer as crianças e o que fosse preciso. Em 1977, nem houve inauguração. Era isso que lhe estava a passar pela cabeça durante esta inauguração? Este foi o momento da euforia. Mas repare que, nesta inauguração, as crianças doentes, os médicos, enfermeiras, educadores – todos aqueles que fazem o hospital pediátrico - ficaram muito ausentes. É uma situação constrangedora. Ouvir os discursos que se fizeram na inauguração, salvo o da ministra, diminuiu o significado do ato. Como se fosse um pretexto para outras lutas, que a nós não nos interessam nada e para as crianças muito menos. A meu ver, foi um bloco de gelo naquilo que deveria ser uma festa. Acabou por ser uma cerimónia política? Não diria política… Não queria dizer partidária, mas política no sentido mais pobre do termo. Voltou de Londres em 1974, uma semana depois do 25 de Abril. Como era ser pediatra em Coimbra nessa época? Não existia nada. Era uma salinha pequena – que agora até é uma das salas da Faculdade de Arquitetura. E havia apenas uma meia dúzia de médicos. E no meio daquilo, havia uma figura mítica, o doutor Nicolau da Fonseca. É impossível pensar a pediatria em Coimbra sem ele. Ou o doutor Luís Lemos, que fundou e dirigiu o serviço de urgência, que era o mais delicado do hospital…

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Demorei algum tempo a pensar e a mãe diz: "Veja lá, se não se entende, o melhor é chamar o diretor". E uma interna diz: "olhe que ele é que é o diretor"

E que o doutor também dirigiu… Sim, durante dois anos mudámos. Ele veio dirigir o serviço de medicina e eu a urgência. Há coisas curiosas... eu era jovem, mas era o diretor. Um dia surgiu um caso complicado. Fiz o que qualquer médico deve fazer: olhar para a criança e pensar. Demorei algum tempo, e a mãe diz: "Veja lá, se não se entende, o melhor é chamar o diretor". E uma interna diz: "olhe que ele é que é"… Era uma época com mentalidades diferentes. Por exemplo, as mães não podiam ficar com os filhos… Era a nossa tragédia. Não havia espaço. O problema central era a diarreia, que até se curava por si, mas contagiava outros. Reparámos que as crianças eram contagiadas umas pelas mãos das enfermeiras. Elas eram exemplares na sua higiene, mas era uma sala muito grande com apenas duas torneiras. Na prática, havia sempre quebras. Assim, quando nos mudámos para Santa Teresa (hoje a maternidade Daniel de Matos), criámos uma sala onde as crianças com diarreia ficavam com as mães. As mães tinham só uma cadeiri-

nha, pequenita. Mas ficavam lá. Assim, a criança não contaminava as outras, as mães cuidavam da alimentação e limpeza. Surgiu uma barreira humana. E evitava-se a diarreia hospitalar. Mas também houve outras soluções originais, como o "leite de frango" … As diarreias podiam demorar semanas e isso significa o emagrecimento de crianças latentes. Poderia ser uma intolerância ao leite, que não era da mãe. Na altura não havia bancos de leite, mas tínhamos a maternidade ao lado. Pensámos: "há ali mães que têm colostro, o leite dos primeiros dias, que tem poucas proteínas mas tem caraterísticas muito especiais. Se essas mães nos cedessem algum...". Fizemos isso. As mães dos doentes iam falar com elas e traziam-no. O facto é que bebiam esse leite e a diarreia desaparecia, as crianças começavam a aumentar de peso. Claro que isso daria para dois ou três dias. Depois era preciso algo mais nutritivo. Pensámos em usar as proteínas da canja. Era o caldo com azeite

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opinião

Comportamento alimentar: pérolas josé carlos peixoto Pediatra no Centro Pediátrico e Juvenil de Coimbra

após o nascimento, o leite da mãe

é sempre o melhor. Nunca é fraco. Pode ser insuficiente. O stress é o maior inimigo da sua produção e do esvaziamento da mama. É necessário acalmar, tranquilizar e informar bem a mãe. O bebé deve mamar sempre que tiver fome e esvaziar bem pelo menos uma das mamas. Aos quatro-seis meses aprende-se (ensina-se?) que a comida é algo que sabe bem, é necessária e é preciso agradecer a quem a põe na mesa. Que comida forçada vai ser comida rejeitada.

A partir do ano já não come quando lhe apetece mas tem de aproveitar o que lhe dão na hora da refeição. A mãe escolhe o horário e a qualidade, o filho a quantidade. Quando lhe parece que come pouco, mas cresce bem, o pouco é suficiente. Para comer pouco mas bom não force o que é bom. Retire-lhe o "fraco". Se cresce mal, não force, procure a causa e trate-a. Só depois dos 20 anos os jovens estão capazes de fazer uma boa ementa. Até lá nem que tenha de disfarçar, deve continuar a controlar.

Crianças ingerem sal a mais dicas & conselhos e açúcar misturado – o leite de frango. Dávamos isso às crianças. E conseguimos aumentar o peso. Talvez não fosse o melhor equilíbrio nutritivo, mas a criança sobrevivia. É possível resumir o percurso do hospital nalgumas palavras? Se eu me sentasse à mesa em 1974, com o Nicolau da Fonseca, o Luís Lemos e o Torrado da Silva e pensássemos: "o que é que gostaríamos que, em 2000, acontecesse a este hospital?" Entre gargalhadas, diríamos que não seria muito diferente daquilo que conseguimos. Como é ver o seu nome associado ao novo hospital? É um orgulho, claro, mas também um constrangimento. Reconheço que aquele hospital tem muitos nomes. Fui escolhido eu por ser o mais antigo, o sobrevivente. Mas este hospital deve-se a muita gente. O meu nome representa a junção de todas essas boas vontades.

Cortar no sal

A OMS recomenda seis gramas de sal por dia para um adulto e metade (três gramas) para as crianças.

Proteger da hipertensão as crianças portuguesas ingerem

quatro vezes mais sal por dia do que a dose indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), facto que pode retirar-lhes dez anos da esperança média de vida atual, estima a Sociedade Portuguesa de Hipertensão. A hipertensão afeta 12 por cento das crianças e jovens portugueses que têm entre cinco e 18 anos de idade. Os portugueses estão a comer 12 gramas por dia e a dar às crianças quatro vezes mais do que o recomendado.

A Sociedade Portuguesa de Hipertensão aconselha os pais a diminuir a quantidade de sal na alimentação dos filhos, para os proteger da hipertensão.

Só 11% medicados

Quase metade da população sofre de hipertensão (42 por cento) e apenas 11 por cento dos portugueses é que estão controlados com medicação. Portugal continua a ter muitos doentes que não sabem que são hipertensos.

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poder local

entrevista

Saída de Encarnação foi circunstância feliz para o Metro Fernando Carv alho, presidente da câmara municipal da lousã, encontra diferenças na atitude da câmara municipal de coimbra no desenvolvimento do projeto do metro e reconhece o mérito do atual presidente, João paulo Barbosa de Melo. Texto e foto Mário Nicolau


Fernando Carvalho está de acordo com

as duas comissões criadas para, por um lado, "expurgar as gorduras" do projeto do Metro Mondego e, por outro, "estudar um sistema integrado de transportes para a região, que agrega três comunidades intermunicipais". Segundo o autarca, as duas propostas de despacho "não estão ainda assinadas e foi pedido às autarquias que apresentassem as alterações que entendessem ", tendo a primeira, que diz respeito ao Metro Mondego, o prazo de 60 dias e a segunda de seis meses. "Penso que o prazo de seis meses para o sistema intermunicipal é pouco e agregar no mesmo despacho duas situações díspares em termos de tempo, seria ainda pior. Vamos ver o que acontecerá, mas Deus queira que eu esteja enganado", afirma. Porém, existem dois temas definitivamente encerrados: "a solução de ferrovia e que o sistema é para concretizar. Vamos mesmo ter Metro", assegura. Devido à situação do país, o projeto "demorará eventualmente mais alguns anos" e, por isso, "desde a primeira hora nós, Câmara da Lousã, manifestamos disponibilidade para debater a questão do Metro". A "derrapagem" de um ou dois anos não escandaliza Fernando Carvalho, que sublinha a disponibilidade da autarquia para racionalizar "a pesada" componente de requalificação e regeneração urbana. "Aceitamos que aquilo que não for essencial, seja retirado do projeto, de modo a reduzir os milhões que estão previstos", assegura. Fernando Carvalho lembra que "a solução para o Metro Mondego foi defendida pelo anterior Governo, que era liderado pelo atual primeiro ministro, que, aliás, a defendeu pessoalmente". Depois, "é um projeto do meu partido, pelo que estou à vontade para estar contra a alteração daquilo que antes tinham decidido". Porquê? "Embora seja filiado no PS, sou presidente de câmara e estou aqui para defender os interesses daqueles que me elegeram. É fácil, por isso, tomar decisões quando o Governo assume atitudes contrárias aos interesses destas pessoas". Mesmo assim, Fernando Carvalho não esconde que "custa sentirmos que houve alteração de atitude por parte do Governo que nós apoiámos", demonstrando, com factos, que esta não foi a primeira vez que bateu o pé a quem manda no país. "Na altura das obras da estrada 342, era António Gueterres o primeiro ministro, o projeto não foi concretizado de acordo com os interesses da Lousã e encerramos a via no mesmo dia em que foi inaugurada. Esteve encerrada quase dois anos. Estas atitu-

des custam muito mais quando são tomadas contra o Governo do nosso partido, mas são tomadas na mesma". Possíveis retaliações não tiram o sono ao presidente da Câmara Municipal da Lousã, que, garante, "tomaria atitudes eventualmente mais extremas do que aquelas que tomei até hoje no caso de elas existirem". Convidado a analisar a ação de Jaime Ramos no movimento de utentes, Fernando Carvalho lembra que "já era líder do movimento contra a solução do Metro que eu sempre defendi", ainda que tenha sido "muito útil neste combate, já que tudo se torna mais fácil quando os nossos munícipes ajudem na contestação ou tomem a iniciativa, o que no caso da Câmara da Lousã foi extremamente importante". O adeus de Carlos Encarnação à presidência da Câmara Municipal de Coimbra e a entrada de João Paulo Barbosa de Melo "foi uma circunstância feliz para o projeto, já

Há dois temas encerrados: a solução de ferrovia; o sistema é para concretizar. Ou seja, vamos mesmo ter Metro que o atual presidente tem sido um defensor acérrimo desta solução". Fernando Carvalho assistiu a uma Assembleia Municipal em que João Paulo Barbosa de Melo afirmou que "Coimbra quer ser diferente para melhor", pelo que "reconhece o mérito" do atual presidente da Câmara Municipal de Coimbra. A "fricção" entre Fernando Carvalho e e Carlos Encarnação vem do tempo do concurso internacional e, recorda o autarca da Lousã, reflecte a visão do projeto: "havia a certeza de termos Metro na cidade de Coimbra; a certeza de não haver Metro entre a Lousã e Serpins e a certeza de não sabermos o que é que tínhamos entre a Lousã e Coimbra. Existia uma alínea que dizia que podia ser encontrada uma solução técnica diferente entre Coimbra e a Lousã", lembra o presidente da Câmara da Lousã. "Carlos Encarnação dizia que o culpado de isto não ter ido para a frente era eu. É verdade e não me arrependo", sublinha. No capítulo das acessibilidades, a discussão do IC3, que não serve os concelhos da Lousã e de Vila Nova de Poiares, está, também,

perto do final feliz: a construção de uma nova "EN17" que ligará o IC3 à atual variante da Foz de Arouce, na Ponte Velha. "Quer eu, quer o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, Jaime Soares, defendemos esta solução e, até agora, as negociações têm corrido bem e penso que vamos conseguir um dos objetivos: a construção de uma ligação rápida a Coimbra", afirma. Quando terminar o mandato, em 2013, "se o Metro estivesse concluído", Fernando Carvalho sairia com"o pleno" nos objetivos definidos para esta década. "Não vou conseguir concretizar o Metro, mas não há dúvida que o concelho está diferente para melhor. Digo e repito-o: sou o único responsável, para o bem e para o mal, por tudo o que diz respeito a este processo. Não vale a pena arranjarem bodes expiatórios. Nenhum membro do Governo me disse até hoje, olhos nos olhos, que o projeto do Metro não era para executar. O Metro não é um mero meio de transporte, pois a Lousã terá outros argumentos quando concorrer com outros concelhos", considera. A justiça da decisão de concretizar o projeto do Metro não é questionável, tendo em conta que "seria retirar um transporte público único a uma população que tem crescido, que tem uma taxa de desemprego inferior à média nacional e que se tem sacrificado para atingir estes objetivos. Ninguém quer ficar na história com este ónus". Com "mais uma nova empresa em processo de instalação na zona industrial de Casal de Ermio e a ampliação da zona industrial do Alto Padrão em marcha, Fernando Carvalho salienta as melhorias introduzidas por várias empresas nas instalações que possuem atualmente e a construção de novas infraestruturas, nomeadamente pela Efapel. O regresso dos armazéns centrais da EDP ao concelho da Lousã - mais de um milhão de euros de investimento - é outra das "notícias positivas". Com a regeneração urbana no horizonte, o autarca coloca "as acessibilidades para todos" na lista de prioridades e salienta que, ao fim de muitos anos, está assegurado o acesso às Aldeias de Xisto, o que é fundamental em termos turísticos. A escolha do sucessor de Ernesto Carvalhinho no cargo de provedor das Pessoas com Incapacidade - "já tenho uma ideia", afirma - e o parque desportivo e de lazer são dois temas que analisará a curto prazo. Futuro? "O concelho não pode dedicar-se unicamente ao turismo. É necessário manter a solução intermédia que identificamos. Saúdo a vitalidade dos empresários e dos trabalhadores do nosso concelho", disse. E a política? "Vamos ver, vamos ver. Primeiro, está a família", conclui.

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inovação

cérebros

Carlos Zorrinho, Secretário de Estado da Energia e da Inovação

"Os nossos cérebros são cosmopolitas" O governante enaltece os resultados do Plano Tecnológico e declara-se convicto de que Portugal está a ganhar a batalha do conhecimento, da tecnologia e da inovação Texto e foto josé lorena Como estamos de cérebros em Portugal? Estamos a formar jovens cada vez mais qualificados. A nossa capacidade criativa está a ser internacionalmente reconhecida, mais, passamos por um processo a que sempre assistimos nos momentos em que Portugal teve sucesso. Ou seja: os nossos cérebros não são sedentários, são cosmopolitas. Quanto mais cosmopolitas forem mais sucesso têm.

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Mas muitos continuam a trabalhar lá fora… Ao contrário do que alguns pensam, vejo tal facto com toda a naturalidade. Andam lá por fora mas um dia regressarão – e com outra abertura de horizontes, uma capacidade mais empreendedora. Os que trabalham em vários pontos do globo, esses são autênticos embaixadores de Portugal nos locais onde estão.

Nunca como hoje houve tantos portugueses a optar por países estrangeiros para se formarem e qualificarem. Será possível fazê-los regressar? Quando se diz que os portugueses estão a qualificar-se lá fora, a minha preocupação é saber sempre onde, em que instituições de excelência, pois também as temos em Portugal. A verdade é que aqueles que sabem fazer acabarão por ser atraídos para trabalharem em empresas portuguesas lá fora ou em empresas estrangeiras cá dentro. Por exemplo, no domínio das tecnologias de informação e da energia, as empresas portuguesas também se têm internacionalizado e levado quadros portugueses para onde vão trabalhar. A questão fundamental neste domínio tem a ver com o nível da formação. Nos dias que correm não podemos generalizar.

Portugal é atrativo para profissionais qualificados de outros países? Os dados mostram que estamos a atrair cada vez mais gente qualificada de outros países e até de alguns muito desenvolvidos. É a consequência da internacionalização de uma economia na área do conhecimento, muito mais difícil de fixar e que não tem barreiras. Embora ainda muito longe de conseguirmos ter os padrões de qualificação que devemos ambicionar, dentro da média europeia, estamos, inequivocamente, a progredir.

Porque há tantos licenciados sem emprego em Portugal? Recentemente, num encontro no âmbito da coordenação da estratégia Europa 20-20, sobre empreendedorismo e inovação, alguém dizia que havia três centenas de licenciaturas em Portugal em engenharia civil, das quais só um terço reconhecidas pela respetiva Ordem. Se calhar diz-se que há muitos engenheiros civis desempregados, mas o que me preocupa é perceber até que ponto eles estão desempregados. Será porque a economia não gera


750.000

carros híbridos ou elétricos circularão em Portugal até 2020

Portugal vai produzir toda a energia elétrica de que precisa

3.535MW

dão a Portugal o sexto lugar no ranking europeu de energia eólica

1.500MW é a meta a atingir até 2020 na energia solar

oportunidades ou por não terem sido devidamente preparados para gerar essas oportunidades? Qual tem sido o papel do Estado no sentido de oferecer oportunidades à “inteligência” nacional? O Plano Tecnológico é um bom exemplo do papel que aqui deve ter o Estado. Portugal para ser competitivo tem de apostar no conhecimento, na tecnologia e na inovação. Para tanto, é indispensável a mobilização da sociedade. Aliás, nós nomeámos quem se organizou e são disso exemplo os pólos de competitividade, os clusters ou as parcerias de excelência. O papel do Estado consiste, fundamentalmente, em criar condições e, identificando a importância para o país das parcerias e da massa crítica, garantir incentivos para quem se comporta com essas boas práticas. Paralelamente, não queremos ser um Estado limitador ou castrador da liberdade individual. Ao nível das energias renováveis, tem sido cada vez mais acentuado o papel de Portugal externamente. Quais serão os próximos passos na exportação da sabedoria e do empreendedorismo português? Queremos continuar a crescer cada vez mais e, ao mesmo tempo, continuar a de-

senvolver as raízes. É imprescindível evitar que a árvore cresça muito e não aconteça o mesmo com as raízes. Hoje, temos parcerias com quase todo o mundo, temos uma muito boa imagem da nossa capacidade e do nosso saber fazer nestes domínios. Possuímos também empresas fortes, que estão a trabalhar muito nos mercados internacionais. Ao mesmo tempo, estamos a fazer uma aposta grande na investigação e no desenvolvimento de projetos-piloto, porque, mesmo reconhecidos como líderes, a competição é muito grande. Nunca se fica líder para sempre. Temos, para ser líderes, que dar um passo à frente dos que não o são. O que nos espera? O que nos espera, e acho que vai acontecer, é que as empresas portuguesas vão continuar a entrar em parcerias internacionais para darem resposta às solicitações que têm. Atualmente, já não há espaço no mercado português para uma empresa, independentemente do seu tamanho, que queira ter ambição internacional e se fixe exclusivamente no mercado interno português. A tendência fundamental é a do crescimento, com as raízes e a árvore, e fazer parcerias com países e empresas em projetos que tenham dimensão vencedora à escala global.

Há quem admita que, em ­me­ados do século, Portugal possa tornar-se praticamente autossuficiente em energia elétrica. Também acredita nisso? Penso que será realmente possível. Temos uma meta de 60 por cento de produção própria a atingir até 2020 e este ano já atingimos os 53 por cento. Está para breve, então, chegar a esses 60 por cento? Poderíamos ir de facto facilmente além dos 60 por cento, mas existe outro tipo de centrais de produção de energia de vários tipos que ainda estão em período de vida útil e há necessidade de gerir um período de transição. Mesmo assim, penso ser possível, que possamos efetivamente garantir até 2050 a totalidade da energia elétrica de que necessitamos a partir de energias renováveis. Acredita no futuro dos carros movidos a eletricidade? Essa é, de todas, a área mais futurista, acerca da qual é ainda difícil falar. Penso, todavia, que mercê de tecnologias endógenas ou não, o carro elétrico acabará por ser uma realidade. E se o paradigma do carro elétrico sair mesmo vencedor à escala global? Então, também nos devemos aproximar bastante dos níveis de que falei anteriormente. Em 2050, o paradigma da energia será, em todo o mundo, muito diferente daquilo que é hoje.

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head

Primeiro ordenado ajudou a família

dinheiro

Cristina Pinto é assessora de Imprensa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra Qual foi o seu primeiro emprego? Num escritório de advogados, nas denominadas “férias grandes”, tinha eu 15 anos. Como gastou o primeiro ordenado? Como a minha família é numerosa – somos seis irmãos – o meu primeiro ordenado foi entregue ao meu pai para ajudar.

pedro ramos

Preços continuam muito próximos nos supermercados Salsichas, cerveja e iogurte garantiram ao Continente o cabaz de compras, que selecionámos para esta semana, com os preços mais baixos. O Pingo Doce vem em segundo lugar. Recolha feita no dia 19 de Fevereiro.

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Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? "Que força é essa", de Sérgio Godinho. Com quem não jantava? Com alguém que me tivesse sido desleal.

O que não suporta Hipocrisia e deslealdade.

Último livro lido, cd ouvido, filme visto? Siddharta (Hermann Hesse); Live in London (Leonard Cohen); Alice no país das maravilhas (Tim Burton).

Um vício que não equaciona deixar Café.

Lema de vida ? Transformar as dificuldades em oportunidades. E batalhar.

Um sonho Conhecer o Alaska.

bolsa da praça

E que marca não dispensa? A marca Portugal.

Preços/Kg/L Iog. líqui. Mimosa Morango

2,15€ 2,15€ 2,03€

2,27€

Grão de Bico Caçarola (kg)

2,38€ 2,38€ 2,38€

1,98€

Bolachas Oreo Mini (kg)

11,19 €

Belgas Caseira (kg)

6,77€ 7,95€ 5,5€

6,77€

Cerveja Super Bock (1lt)

1,83€

2,50€

Salsichas Nobre(1kg)

3,08€ 3,88€ 3,00€ 4,36€

Açúcar branco fino Sidul(1kg)

1,06€ 1,06€ 1,06€

0,95€

Nutela (un)

2,69€

2,69€

2,94€

1,95€

TOTAL

31,15

32,75

29,49

33,22

11,25€

11,19€

1,39€ 1,39€

24 FEVErEIrO 2011

12,44€


Macop

MÁRIO NICOLAU

empresário de sucesso

Pormenores na base do êxito Armando Martins explica bons resultados da empresa sediada em Penacova

Para garantir a sustentabilidade, a administração diversificou a oferta Fundada em 1980, a Macop é uma re-

ferência no mercado dos materiais de construção. Em 2001, com a transferência para o Penamac Parque, em Penacova, dos armazéns centrais, a empresa iniciou um processo de crescimento que incluiu, além de novas instalações em Coimbra, a presença em vários pontos estratégicos da região Centro: Santa Comba Dão, Aveiro e, mais recentemente, em Seia. Armando Martins, presidente do conselho de administração da Macop SA, disse à C que a rede de lojas é uma mais valia na proximidade com os clientes, considerando que o "abrandamento" do mercado já era esperado. "Talvez tenha abrandado de um modo brusco, dev ido à situação económica, mas, para nós, não constituiu novidade, pois na década de 90 construiu-se muito acima da procura", acrescenta. Armando Martins e o irmão, conta, "sentiram", através dos delegados comerciais da empresa, que as encomendas iriam diminuir. "A construção de novos fogos é que representa as maiores quantidades de materiais", afirma. Com a centralização

das operações em Penacova e a abertura de lojas em Santa Comba Dão, Aveiro, na zona industrial de Ílhavo, e mais recentemente em Seia, a Macop, que está presente, também, em Coimbra, assumiu a sustentabilidade como objetivo e "completou" a estratégia "ao vender a solução".

Ao vender a solução, a Macop criou uma estratégia anti-crise

Na prática, a empresa apostou na diversificação e, com a abertura da loja em Seia, incluiu o material elétrico na oferta aos clientes. "Ao vendermos um pouco de tudo - material elétrico, canalização, aquecimento e rega - temos a possibilidade de oferecer variedade, preços competitivos e, também, atendimento de qualidade. Neste momento, os pormenores fazem a

diferença", garante. O momento atual da Macop é consequência da estratégia definida pela administração e "não um efeito direto da situação económica", destacando Armando Martins o contributo de todos os colaboradores no sucesso da Macop. "Com o falecimento do meu irmão, Luís Martins, há quatro anos, só com o contributo de todos os colaboradores é que foi possível assegurar a continuidade da empresa. Tenho aqui excelentes pessoas", confessa. Com três décadas de existência, a Macop cresceu "degrau a degrau", registando entre junho de 2009 e junho de 2010 um investimento de dois milhões de euros. "Neste momento, atravessamos uma fase de consolidação e de preparação para novos voos, com a entrada na empresa da minha filha e dos meus sobrinhos", explica. Com condições para ultrapassar os mais de seis milhões de euros faturados em 2010 , a Macop estuda o refresh da imagem, "mas sempre com a sustentabilidade no horizonte", conclui Armando Martins. MN

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Ena Pá 69

CULTURA

Salão Brazil. 25 fev. 22H30. 5€ O som dos Ena Pá invade a Baixa de Coimbra. Manuel João Vieira, Gimba, Luís Desirat e Rogério vão dar espetáculo.

agenda da semana qui.24 Lançamento da obra "Saúde Mental", da autoria de Manuel João Quartilho - Livraria Bertrand Dolce Vita (Coimbra) - 18H00

Carlos Marques Tabacaria OMT – Coimbra. 25 fev. 22H00. 5€

"Flocking" TAGV – Coimbra. 24 fev. 21H30

"Às vezes quase me acontecem coisas boas quando me ponho a falar sozinho"cruza a teatralidade e as técnicas da narrativa oral.

Esta produção PédeXumbo/ Artshare é um baile interativo onde os movimentos dos bailarinos - o público - produzem sons.

sex.25 Atuação do Grupo Forrocatú - Centro Cultural D. Dinis / Coimbra - 21H30

Comédia a dois Fnac Coimbra. 24 fev. 21H30. Os atores João Rodrigues e Pedro Alves, ao vivo, dão vida a Quim Roscas e Zeca Estacionâncio: dois primos inconsequentes e javardos.

sab. 26 "Embargo", de António Ferreira - Fnac Coimbra - 21H30

dom.27 "Melodias de Aveiro", uma iniciativa do Serviço Associativo do Teatro Aveirense - Teatro Aveirense - 16H00

seg. 28

Guitarra Coimbra Museu Municipal / Edifício Chiado - Coimbra Até 25 de Junho. Exposição presta tributo aos guitarristas e guitarreiros que projetaram a guitarra de Coimbra.

Tuna da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra - Centro Cultural D. Dinis Coimbra - 21H30 "Os Mercenários", de Sylvester Stallone - Fnac Coimbra - 21H30

qua.2 "Esteiros" é o tema de mais uma tertúlia do projecto "Dez Paixões em forma de Romance". Sessão com António Apolinário Lourenço e Carlos Fiolhais. - Museu Nacional Machado de Castro / Coimbra - 18H00

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David Fonseca Cine-Teatro Messias - Mealhada. 26 fev. 21H30 O músico apresenta o mais recente espetáculo, "U Know Who I Am - one man, a thousand instruments and a polaroid". Para além dos instrumentos musicais, David Fonseca sobe ao palco acompanhado de uma máquina fotográfica que, no final, já carregada de fotografias, oferecerá a um elemento do público. O "show" é marcado pelo fator surpresa.

Tiago Bettencourt TAGV - Coimbra. 26 fevereiro. 22H00. Quinto concerto da "OK! teleseguros tour", que percorre, desde outubro passado, o Norte e Centro do país. Espetáculo personalizado, com enfoque no público.


Ivete Sangalo dá concerto em Coimbra, a 21 de maio BRUNO GONÇALVES

"Tem de haver maior alusão às outras culturas que hoje fazem parte do nosso Portugal" Editou o livro "A História do Ciganinho Chico", no qual se explica às crianças a história do povo cigano. A C encontrou-o a falar ao telemóvel, em espanhol. É tempo de repensar estereótipos. O livro fala da história e cultura cigana recorrendo a uma conversa entre um neto e um avô. Foi baseado na sua experiência? Infelizmente, os meus avós faleceram antes de eu ter nascido e eu não tive essa oportunidade. Mas, sei de muitos jovens que têm avô e são-lhes contadas lindas histórias. De facto, por não ter tido o privilégio de ter tido um avô a contar-me histórias, a minha imaginação levou a que eu colocasse o avô Paulo a contar a história. Os mais velhos são uma referência. São eles que têm de nos passar os nossos códigos e valores. É já uma evolução, da oralidade para o papel. Donde surgiu a necessidade de escrever? Nós sabemos que a questão oral tem uma tendência a perder-se. Cada vez mais temos de apostar na escrita, é algo que fica registado. A comunidade cigana em Portugal está a perder algo que é muito rico, a nossa língua. Foi passada oralmente, de geração em geração, e hoje pode dizer-se que a nossa língua está quase no fim. Porque é que a língua desapareceu? Perdeu-se, porque nunca se escreveu. Foi-se misturando com outras e adulterou-se. É uma mescla que se fala, mas que não tem nada a ver com a língua mãe. Como surgiu a ideia do livro? Enquanto criança, na escola pública, nunca houve uma alusão à cultura cigana. Falava-se muito da sociedade maioritária. E isso era algo que me deixava um bocadinho triste. E no meu trabalho como mediador, vi que o problema se mantém. Tem de haver alusão às outras culturas que hoje fazem parte do nosso Portugal. Era importante haver um equilíbrio. E este li-

vro é uma contribuição para esse equilíbrio. É um livro virado apenas para a comunidade cigana? Este livro tem o objectivo de ser para todos, para promover o conhecimento mútuo. Para dar a conhecer aos meninos ciganos a sua origem e percurso histórico das comunidades ciganas. Esse é o contributo do livro, um conhecimento e promoção da cultura cigana, sem ser de forma folclórica. Como vê o futuro destas novas gerações, particularmente tendo em conta o desaparecimento da língua que referiu? Não é fácil, vai existir uma série de dilemas, que até já estão a iniciar-se. Com os problemas económicos, a principal atividade dos ciganos – a venda ambulante – pode vir a desaparecer. Tem de haver uma nova aposta, e essa aposta, esse trampolim será a escola e a formação profissional. Essa aposta não pode trazer novos riscos ao nível da diluição da cultura? Corremos esse risco. Agora é como o livro diz, nós, os ciganos, temos a responsabilidade de, em nossas casas, cultuar a nossa cultura. E essa responsabilidade vai ficar sempre connosco. Claro que há coisas que vão desaparecer. Mas acho que os ciganos, ao longo dos séculos, tiveram a capacidade de se adaptar e vão conseguir manter a cultura. Há mais algum projecto para o futuro? Tenho outro livro escrito. Chama-se "Conhece-me Antes De Me Odiares", direcionado para um público adulto. Será uma ferramenta de ajuda para quem trabalha com as comunidades ciganas, ou quer saber mais sobre elas. Espero lançá-lo antes do final do ano. MR

O livro custa 5 euros e foi editado pelo Centro de Estudos Ciganos de Coimbra

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cultura

olhar

confidências

"Aprecio pintura histórica"

DR

estado do teatro CiTAC

Espírito de entreajuda para combater dificuldades

Isabel Nobre Vargues Diretora do Teatro Académico de Gil Vicente Que livros está a ler? Livros de memórias: "Um escritor confessa-se", de Aquilino Ribeiro, publicado postumamente e "Garrett", de Francisco Gomes de Amorim.

O CITAC tem um modelo de organização que coloca as decisões nas mãos do grupo Coimbra é uma cidade onde "há uma bata-

Vai com que frequência ao cinema? Com a frequência possível. Nos últimos anos tem rareado. E ao teatro? O mesmo, mas procuro acompanhar a evolução e ter ideia das representações em Portugal e não só. Que preferências musicais tem? Sou eclética. Depende dos momentos. Gosto de música clássica (Mozart) para concentração e ligeira para lazer. Aqui, prefiro cantores franceses e portugueses. E nas artes plásticas? Aprecio pintura, a histórica fundamentalmente, mas também escultura, dança, fotografia. Participa muito nas redes sociais da Internet? Não. Considero-as uma perda de tempo. Há mais vida para além das redes.

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lha para estar sempre a fazer alguma coisa, mesmo que nem sempre existam as melhores condições". Esta é a opinião conjunta de Margarida Cabral e Cheila Pereira, do Circulo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC). Há muita diversidade e não se pense que os teatros com maior visibilidade são tudo o que a cidade tem para oferecer. "Por exemplo, na forma de fazer teatro mais convencional, a Escola da Noite é a maior referência. O Teatrão já arrisca um pouco mais… Mas não são os que arriscam mais, não são a referência para tudo", avança Cheila Pereira. O risco e o atrevimento ficam a cabo dos teatros universitários. "No teatro universitário há toda a liberdade para arriscar, de fazer sempre as coisas um bocadinho sem pensar", conta Margarida Cabral, acrescentando que "não queremos estagnar a nível criativo, um problema que pode acontecer às estruturas profissionais". Mas são os teatros profissionais da cidade, com espaços próprios, que têm apostado em trazer companhias de todo o país. "E esse abrir de portas é importante para a

descentralização do teatro em Portugal", destaca Cheila Pereira. Para quem não tem espaços, muita da programação surge com a ajuda de outras estruturas culturais da cidade. "O apoio técnico vem da MAFIA, a federação cultural. E, sempre que pedimos, as outras companhias ajudam. Há esse espírito de entreajuda", garante Margarida Cabral. Para além das dificuldades técnicas, é também preciso lutar contra o estereótipo de que o teatro é aborrecido, fugindo dos locais fechados. "Se fizermos um espetáculo na rua é mais aberto e mais simples de fugir à ideia de que o teatro é aborrecido. Quando saímos do teatro-estúdio é mais fácil conquistar novos públicos, o que é sempre importante", conclui Cheila Pereira. MR

Educar os pequenos "Gosto do facto do Teatrão e a Escola da Noite abrirem turmas para miúdos mais pequenos, cria-se ali o bichinho do teatro. Ficam mais curiosos. A criação desses públicos também devia ser nossa responsabilidade", evidencia Margarida Cabral.

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VIVER

turismo

BTL 2011 turismo de excelência A bolsa de turismo de lisboa engloba as marcas turísticas regionais na dinamização do destino portugal. O centro marca forte presença no certame, que decorre em Lisboa a btl - Feira Internacional de Turismo, o maior evento do setor turístico realizado em Portugal, está a decorrer, desde ontem, no Parque das Nações, em Lisboa, prolongando-se até domingo. O certame continua a ser, ano após ano - e depois de 22 edições - o espaço de eleição para os profissionais ligados ao setor, funcionando como o grande barómetro do mercado. Se Portugal é, por excelência, um país orientado para o turismo, a BTL é o local onde esse potencial se revela em toda a sua plenitude. Esta edição, que é a 23ª, tem como principal objetivo promover o turismo em Portugal junto dos países da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. A Tailândia é, por seu turno, o destino internacional con-

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vidado na BTL 2011. O evento, que anteriormente tinha lugar em Março, foi desta vez antecipado, tendo em conta um ajuste de calendário com algumas feiras na Europa e com as solicitações do mercado e demais stakeholders. “A nova data procura conciliar a estratégia de internacionalização do certame com as estratégias comerciais das empresas expositoras permitindo sinergias e complementaridades de negócio”, salienta a organização. De acordo com os dados públicos, a BTL 2010 encerrou com um total de 70.000 visitantes e um milhar de empresas. Marcaram presença 45 países, 100 jornalistas internacionais e mais de 1400 profissionais estrangeiros, dos quais 110 compradores convidados pela organização (hosted buyers) de 20 países.

PROMOÇÃO REGIONAL A edição 2011 da BTL engloba as marcas turísticas regionais na dinamização do destino Portugal e promove a venda ao público, aproveitando o facto de se realizar mais perto do Carnaval e da Páscoa. Segundo a organização do evento, as marcas turísticas regionais, tanto do continente como das ilhas, foram envolvidas no projeto desde o primeiro momento. A BTL conta, assim, com a participação da Associação de Turismo dos Açores, Turismo do Algarve, Direção Regional de Turismo da Madeira, Turismo de Lisboa, Turismo do Alentejo, Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, Turismo do Porto e Norte, Turismo do Centro de Portugal e o Turismo de Portugal. Da parte empresarial ,

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tome nota Bilheteira Individual 5 euros Profissionais 10 euros Estudante, jovem e sénior 5 euros Jovens, entre 11 e 14 anos 5 euros estão presentes a TAP, Lágrimas Hotels & Emotions, Hotéis Alexandre de Almeida e Casino de Lisboa, além das associações do setor, a AHRESP, a AHP e a APAVT. A organização, atendendo ao facto do turismo ser, inequivocamente, um setor chave numa economia globalizada como aquela em que vivemos, integrou este ano no programa, a anteceder a abertura oficial do certame, a realização da I Conferência Internacional de Turismo, precisamente destinada a abordar os principais desafios que se colocam mundo fora. O debate reuniu, ontem, vários especialistas em busca de respostas positivas para enfrentar os mercados internacionais, cada vez mais competitivos, sustentáveis e inovadores. Num momento em que a recu-

peração do setor se consolida a nível mundial, considerou-se oportuno identificar as novas tendências e paradigmas da oferta e da procura. Como atrair mais visitantes aos destinos e adaptar-se às novas tendências da distribuição são as reflexões que fecharam esta I Conferência Internacional de Turismo da BTL. Representantes de companhias aéreas, empresas tecnológicas, operadores turísticos e autoridades turísticas abordaram os desafios para estimular a procura e captar fluxos num mundo turístico cada vez mais global e competitivo, em que é necessário promover melhor o destino, torná-lo mais acessível e comercializá-lo através dos canais de venda mais adequados.

Horário Profissionais Quinta-feira (24) Das 10H00 às 20H00 Sexta-feira (25) Das 10H00 às 23H00

Sábado (26) Das 12H00 às 23H00

Domingo (27) Das 12H00 às 20H00

Público Sexta-feira (25) Das 18H00 às 23H00

Sábado (26) Das 12H00 às 23H00

Domingo (27) Das 12H00 às 20H00


viver

turismo

Turismo de Coimbra

Participação na BTL foi sempre positiva

Desde A sua criação que a Turismo de

Coimbra considerou importante participar nas sucessivas BTL. Dentro das suas opções estratégicas para a estar em feiras de turismo, as presenças nos certames de Lisboa e de algumas cidades espanholas mais próximas da fronteira portuguesa, foram sempre consideradas como indispensáveis. Nestes eventos é fundamental que Coimbra sublinhe e reforce a sua marca e a sua identidade porque, num turismo de maior proximidade, as viagens organizam-se de forma mais livre, independentes de

programas pre-estabelecidos, centrando-se nas cidades de maior notoriedade turística na região. É fundamental sublinhar que estas opções têm vindo a ser acompanhadas por resultados muito positivos. Sem querermos afirmar que há uma relação causa efeito de demonstração indiscutível, é agradável registar os últimos bons anos turísticos, muito à custa do turismo interno e de um incremento significativo do turismo espanhol. Desde a última edição da BTL que a TC de-

cidiu apostar na divulgação de tudo o que irá ocorrer ao longo do ano, em Coimbra, e que poderá interessar aos públicos mais diversificados. Estabelecemos o compromisso, que queremos tornar tradição, de divulgar todos os eventos com interesse turístico relativos a esse ano civil. Entre os destaques está a apresentação da brochura @Coimbra, com todos os eventos de interesse turístico que decorrerão em 2011 e apresentaremos um desdobrável com algumas das razões que transformam este ano num ano especial para visitar Coimbra.

2011, ano único para visitar Coimbra No desdobrável destacam-se os 900 anos do foral do Conde D. Henrique, os 800 anos das primeiras cortes, os 650 da trasladação de Inês de Castro, os 100 anos do Museu Machado de Castro, a abertura da Casa da Escrita e da Torre da Universidade e todos os prémios prestigiantes que os Museus (da Ciência, Santa Clara-a-Velha e Municipais) de Coimbra têm recebido.

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viver

turismo

Turismo do Centro

Destaque para os negócios

PU

destaques quarta-feira 23 · Inauguração oficial do stand · Rede Urbana para a Competitividade e Inovação de Viseu Dão Lafões - Apresentação do projeto · Turismo Centro de Portugal - Lançamento do Guia de Iguarias – Leitão da Bairrada · Hotel Aveiro Palace - Apresentação do empreendimento

quinta-feira 24 · Agência para o Desenvolvimento da Rede Urbana dos Castelos e Muralhas Medievais do Mondego Apresentação do Projeto

sábado 26 · CANTATA - Apresentação do projeto “Developing Rural Tourism in Atlantic Area” - Montemor-o-Velho

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A BTL é o ponto de encontro do setor turístico em Portugal, possibilitando a criação de sinergias entre os diferentes parceiros envolvidos, bem como o contacto com o consumidor final. Por isso, a Região de Turismo do Centro (RTC) vai reforçar a sua presença na BTL deste ano, com um novo modelo, mais direcionado para o negócio. Localizado no pavilhão um, o espaço stand TCP, com 252m2, exibe um novo layout formatado em três zonas distintas: área de negócio; área de lazer e promoção da gastronomia regional; àrea promocional e Centro Card. Assim, o espaço tem o objetivo de promover reuniões técnicas e encontros profissionais. A TCP destaca que, pela primeira vez, o stand apresenta uma área de negócio com mesas de ocupação exclusiva a cargo das seguintes empresas: Termas da Curia (Anadia), Termas de São Pedro do Sul (S. Pedro do Sul), Hotel Imperial (Aveiro), Hotel Severino José (Tondela), Cadeia Sabir Hoteís (Figueira da Foz), Hotel Caramulo (Caramulo), Hotel Wellington (Figueira da Foz), Douro Acima (Cruzeiros de barco e City tour), Grande Hotel da Felgueira (Canas de Senhorim), Naturtejo (Castelo Branco). Na mesma área é disponibilizada uma mesa para os órgãos de comunicação social que acompanham as actividades da Turismo Centro de Portugal durante a BTL.

Na área de lazer e promoção da gastronomia regional, durante os cinco dias do certame, decorrem 34 momentos de degustação, nos quais são apresentados produtos regionais. Destaque para os vinhos e espumantes das regiões vitivinícolas do Dão e da Bairrada e os doces conventuais, entre outras iguarias. Esta área enquadra-se na estratégia promocional do produto Gastronomia e Vinhos no Centro de Portugal, afirmando os pressupostos da campanha "Taste Portugal", desenvolvida pelo Turismo de Portugal para os diferentes mercados. A área promocional e Centro Card destina-se à promoção e informação da oferta turística existente no destino regional. Para além disso, promove o novo cartão turístico Centro Card. Ferramenta promocional, o Centro Card visa dinamizar o fluxo de visitas pelo território regional, prolongar a estada média, aumentar o número de dormidas, e estimular a repetição da visita. Válido por seis meses desde a data da compra, é disponibilizado em três modalidades: Uno/Duo e Plus. Conta com 277 aderentes distribuídos em oito tipologias de oferta: alojamento, gastronomia e vinhos, saúde e bem estar, náutico e empresas, animação turística, compras, desporto e lazer, património e outros.

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Promoção da marca Centro vai ser reforçada

Vamos privilegiar o mercado interno

Pedro Machado , Presidente Região Turismo Centro A presença da Região de Turismo do Cen-

tro na BTL passa, sobretudo, pelo "reforço da promoção da marca Centro de Portugal e a afirmação do centro de Portugal como alternativa de destino do mercado turístico interno", destaca Pedro Machado. O presidente da Turismo do Centro refere que, este ano, existe uma grande aposta ao nível do lançamento de novos materiais: “vamos lançar o Guia do Leitão bem como a campanha de promoção do Centro Card, com diversos sorteios”. Entre os prémios estão estadias num dos vários hotéis da região. Para além disso, sublinha o presidente, "vai haver um reforço da campanha online". Outro dos destaques deste ano é a introdu-

ção do novo módulo de negócios, que permite privilegiar a comercialização e venda durante a feira de turismo. "Não temos apenas um stand de expositor, oferecemos uma componente de negócios, de compra e venda", garante Pedro Machado. Para esse efeito vão existir várias reuniões com operadores estrangeiros, no próprio stand. Em foco vai estar também o plano da animação, no qual mais de 40 municípios que vão apresentar produtos gastronómicos e projetos regionais. Em suma, a BTL servirá para "consolidar os números de 2010, ao nível do número de hóspedes e dormidas, continuando a privilegiar o mercado interno, que é o principal da região” conclui Pedro Machado.

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viver

turismo

Seia

Serra da Estrela promove feira do queijo

PU

Os três municípios da Comunidade Inter-

municipal da Serra da Estrela (CIMSE) - Fornos de Algodres, Seia e Gouveia – vão realizar no próximo dia 5 de março, a I Feira Regional de queijo da Serra da Estrela e promovê-la, este fim de semana, na BTL. Álvaro Amaro, presidente da CIMSE, disse que a iniciativa pretende iniciar um novo modelo de feira, "com maior dimensão e escala, para divulgar um produto que tem a principal marca da região, a Serra da Estrela". O presidente da Câmara Municipal de Gouveia apelou aos autarcas da região da Serra da Estrela para que, no futuro, se juntem aos estes três municípios da CIMSE, para que “este produto comum a todos saia valorizado nacional e internacionalmente”. A primeira edição da feira regional será realizada em Seia, sendo a próxima em Gouveia, seguindo-se Fornos de Algodres em 2013. Os municípios envolvidos comprometeram-se a não realizar iniciativas paralelas nos 40 dias anteriores ou posteriores ao evento. A edição deste ano vai decorrer "num formato minimalista", pois como os três autarcas afirmaram, não terão recebido qualquer apoio do governo para a iniciativa. Filipe Camelo, presidente do município de Seia, salientou a importância histórica desta

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Cabeço do Velho

realização, pois "é a primeira vez que vários municípios fazem uma feira em conjunto". "Isto é o princípio de muita coisa boa que pode acontecer", afirmou o autarca, apontando o caminho da complementaridade municipal como um modelo que pode ser seguido no futuro com outros projetos. Álvaro Amaro adiantou que, apesar de tudo estar a ser feito exclusivamente com verbas da CIMSE, já está a decorrer uma candidatura ao Programa Operacional do Centro "no valor de 450 mil euros para a realização das próximas edições da feira regional do queijo Serra da Estrela". José Severino Miranda, presidente do município de Fornos de Algodres, destacou a importância da iniciativa para o seu concelho, que “é um dos principais produtores e onde cerca de metade da população ativa está ligada à produção do queijo”. A feira regional vai contar com a presença de 196 produtores, "a quase totalidade dos produtores dos três municípios", adiantou Filipe Camelo, sublinhando que "a preocupação com a qualidade" é um dos pontos estruturantes do evento. A organização procedeu à divulgação da feira no Porto a 23 e 24 de fevereiro, estando em Lisboa de 24 a 28 e em Coimbra a 2 de março.

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Participação da Beira Serra

Anta da Arcainha, Seixo da Beira

A ADIBER - Associação de Desenvolvimento de Góis e da Beira Serra- e os municípios de Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua representam a Região da Beira Serra na próxima edição da Bolsa de Turismo de Lisboa de 2011. Esta participação tem por objectivo promover e divulgar as potencialidades turísticas da região - naturais, patrimoniais, culturais, gastronómicas - junto dos mer-

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cados e agentes do setor naquela que é a mais importante feira do setor no nosso País, no sentido de criar condições para atrair novos turistas e visitantes, fundamentais ao desenvolvimento e crescimento deste setor económico na região. Presentes com um stand conjunto, onde serão destacados os principais fatores identitários e distintivos do território, os municípios da Beira Serra têm consci-

ência que a afirmação desta região como destino turístico de qualidade, passa por obter dimensão que se traduza em ganhos de escala, o que será possível com base na identificação e aproveitamento das complementaridades que os vários concelhos apresentam entre si, conferindo-lhe maiores índices de competitividade face a destinos concorrenciais Neste sentido, durante a BTL será conferido destaque à presença dos diversos agentes turísticos que desenvolvem a sua atividade nestes concelhos, que assim terão oportunidade de efetuar novos negócios e diversificar os seus clientes, necessários para a sustentabilidade futura das suas empresas. Reconhecendo a importância deste certame para a divulgação da imagem turística da Beira Serra, as entidades parceiras irão promover uma mostra/prova de produtos locais, no dia 27 de fevereiro, pelas 17H00, com o objectivo de dar a conhecer as riquezas e aumentar a visibilidade da presença da região na BTL 2011.


viver

turismo

A força da marca Leiria-Fátima traz animação à feira Para além da aposta no turismo religioso, a zona de Leiria-Fátima promete muita animação na sua presença na Bolsa de Turismo de Lisboa Mosteiro da Batalha

Leiria-Fátima vai apresentar-se na viagem

mais importante do ano em Portugal, a BTL. No Pavilhão 1, num espaço de 36 m2, duas frentes e imagens de grandes dimensões demonstram a diversidade que oferecem os concelhos da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós. Os objetivos da participação neste certame passam por desenvolver o negócio turístico de uma região com uma notável centralidade face ao território nacional, bem como aumentar a projeção internacional da marca "Fátima" e a visibilidade das potencialidades dos produtos turísticos da região. O destaque vai para o turismo religioso (Santuário de Fátima e santuários de Nossa Sra. da Encarnação ou do Senhor Jesus dos Milagres, em Leiria, e magníficas igrejas, ermidas e capelas), seguido da natureza (Pinhal de Leiria, Serra de Sicó, Mata Nacional do Urso, Lagoa da Ervideira, Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, Grutas de Mira de Aire, Santo António, Alvados e Grutas da Moeda, Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios, Agroal), do sol e mar (praias de São Pedro de Moel, Vieira, Pedrógão e Osso da Baleia), património (Mosteiro da Batalha, castelos de Leiria, Ourém, Pombal e Porto de Mós) e da saúde e bem-estar (Termas de Monte Real e diversos spas). Evidência especial para o turismo de negócios, numa região que reúne excelentes condições para acolher congressos e reuniões empresa-

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Santuário de Fátima

riais, em modernos auditórios, inseridos em espaços próprios para o efeito ou nas unidades hoteleiras existentes adequadamente equipadas. Estas oferecem, tal como os restaurantes de Leiria-Fátima, conhecidos pela excelente gastronomia , um serviço personalizado, conforto e qualidade. Para apoio aos operadores turísticos e para além do material gráfico impresso em papel, o turismo de Leiria-Fátima promove-se este ano, também através das novas tecnologias, disponibilizando um vídeo promocional e informação turística em pendrives. Por outro lado, e na sequência de uma parceria estabelecida entre a Entidade Regional de Turismo de Leiria-Fátima e a empresa M-INSIGHT, foram lançados em maio de 2010, dois guias turísticos para download no telemóvel, em sistema operativo Java: os guias "YouGo Leiria-Fátima” e “Fátima - Caminho de Fé". Paralelamente, Leiria-Fátima contribuirá com grande animação ao longo do certame. Bombos e saxofones não vão faltar. Serão vários os apontamentos de boa disposição a não perder, que contam com o apoio das câmaras municipais da região. Numa tentativa de aumentar o movimento turístico durante a época da Páscoa, o Turismo de Leiria-Fátima leva ainda a efeito uma campanha de descontos, válida de 23 de fevereiro a 30 de abril. O convite está feito...

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Belezas de Pinhais do Zêzere

Vale do Zêzere

Em castanheira de Pera , Figueiró dos

Vinhos, Pampilhosa da Serra e Pedrógão Grande há muito para descobrir. Em Castanheira de Pera, em plena Serra da Lousã, vale a pena subir até à Ermida de Santo António da Neve. No Verão, a Praia Fluvial das Rocas é incontornável. A Praia Fluvial do Poço Corga é outra das opções, proporcionando ao visitante a

tranquilidade e serenidade necessárias para renovar forças e deliciar o corpo e o espírito. Em Figueiró dos Vinhos, a visita à Aldeia de S. Simão é obrigatória: são 23 habitações, que preservam a arquitetura original. Na Pampilhosa da Serra, os contrastes da paisagem não deixam o visitante indiferente. No alto concelho, destacam-se os afloramentos rochosos nas freguesias de

Cabril, Fajão, Unhais-o-Velho e Vidual. No baixo concelho, a serra tem cotas que variam entre os 436 metros e os 851 metros, abrangendo as freguesias de Dornelas do Zêzere, Janeiro de Baixo, Machio, Pampilhosa da Serra, Pessegueiro e Portela do Fojo. As praias fluviais do Rio Unhais (Pampilhosa), Janeiro de Baixo, Dornelas do Zêzere, Pessegueiro e Unhais-O-Velho são outros exemplos das potencialidades turísticas da região. Os Penedos de Fajão , a Barragem de Santa Luzia e o Museu Monsenhor Nunes Pereira, que possui núcleos de etnografia, documentação, pintura e escultura, são excelente opção para um fim de semana em beleza. O concelho de Pedrógão é um concelho repleto de histórias e lendas, com um património histórico, cultural e patrimonial que merece ser conhecido. Recomenda-se a visita à Albufeira do Cabril, à Praia Fluvial do Mosteiro, à Albufeira da Bouçã (pesca, canoagem, percursos pedestres, BTT e TT) e ao Açude de Megal, no Lugar de Mega Fundeira.

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viver

head topo de gama

mercado Suzuki referência nos custos da assistência

o valor de manutenção do serviço de após venda da Suzuki são tidos como referenciais entre os principais pequenos automóveis citadinos. A título de exemplo, as operações de manutenção recomendadas para o novo Suzuki Swift 1.2 VVT de 94 cv, para um período de utilização de 120.000 quilómetros, representam um valor de cerca de um euro por cada 100 quilómetros percorridos, o que é bastante competitivo face ao praticado por outras marcas – japonesas e europeias – para automóveis do mesmo segmento. Nestas operações incluem-se, não só os valores de mão-de-obra, óleo e filtros de óleo, ar e pólen, referentes às manutenções programadas, como também os custos adicionais da substituição de componentes de desgaste.

quinta a fundo Volvo V60 Diesel Plug-In Hybrid chega ao mercado em 2012 Hyundai i40 terá diesel 1.7 com emissões de CO2 de 113g/km. Honda Jazz híbrido chega ao mercado nacional antes do fim do mês

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Kia Rio ao vivo no Salão de Genebra A apresentação está prevista

para Março, no Salão de Genebra, mas as primeiras imagens divulgadas pela Kia não deixam dúvidas sobre os atributos da nova geração do Rio, que faz esquecer o antecessor que nunca caiu no goto do público. A proposta da Kia para o segmento B, dependendo do mer-

cado, será disponibilizada nas variantes de três, quatro ou cinco portas. O novo Kia Rio tem uma distância entre eixos de 2,570 milimetros e mede mais 55 milimetros de comprimento, menos 15 milimetros de altura e mais 25 milimetros de largura, em relação ao seu antecessor. O leque de motorizações inclui

seis opções - um bloco diesel 1.1 de 70 cv até um motor 1.6 GDI a gasolina de 140 cv (disponível nos EUA). A partir de 2012, segundo a imprensa especializada, será disponibilizado na Europa um novo bloco 1.2 turbo GDI. Para já, fica o look agradável, de acordo com a estratégia de design da Kia.

Seat apresenta Alhambra 4x4

Nissan constrói fábrica de baterias

Land Rover prepara híbrido Range_e

A seat prepara a versão 4x4 do Alhambra. O monovolume surge equipado com o motor 2.0 TDI CR de 140 cv de potência, associado a uma caixa manual de seis velocidades. O novo Alhambra 4 chega ao mercado antes do Verão.

Localizada em Cacia, em Aveiro, a nova unidade fabricará as baterias para os veículos eléctricos da aliança Renault-Nissan. A nova unidade será construída num terreno da fábrica de transmissões da Renault, já instalada em Cacia.

O protótipo diesel híbrido

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combina o motor 3.0 TDV6 com a caixa automática de oito velocidades ZF. Funciona em modo exclusivamente eléctrico durante 32 quilómetros e é o primeiro 4x4 a emitir menos de 89g/km de CO2.


Jaguar XF diesel até 275 cv

modelo XF Diesel 3.0d Potência: 211 cv Binário: 450 Nm Velocidade: 240 km/h O -100 km/h: 8,1seg.

Bancos elétricos em couro, caixa de velocidades automática com comando jaguar Drive Selector e comandos no volante, entre outros, integram lista de equipamento. O ecrã tátil a cores de 7'' com controlo do sistema áudio, da climatização e do telefone são outras mais valias num equipamento muito completo e que honra os pergaminhos da Jaguar. A nova motorização diesel na gama XF - 3.0d, de 211cv, revela-se um trunfo em termos de mercado. Trata-se do mesmo bloco de três litros

das versões de 240 e 275cv, mas agora com uma potência de 211 cavalos e um preço mais atractivo, iniciando-se nos 70.800 euros. Esta motorização diesel de 3 litros debita 211 cavalos e 450 Nm de binário máximo, proporciona prestações similares às da versão de 240 cavalos, sendo capaz de acelerar dos 0 aos 100

km/h em 8,1 segundos e alcançar os 240 km/h de velocidade máxima.A marca britânica anuncia um consumo combinado de 6,8 l/100 km e 179 g/km de emissões de CO2. O Jaguar XF 3.0 diesel de 211cv está disponível nos níveis de equipamento Luxury, Premium e Premium Luxury. MN

Concessionário Auto-Sueco (Coimbra) Lda Coimbra Rua Manuel Madeira Pedrulha Telefone 239490700 Leiria Alto do Vieiro Telefone 244849900

Captur apresenta evolução do design da Renault Evoca movimento e subtileza, ao mesmo tempo que apresenta um forte caráter. O designer de exteriores Julio Lozano partiu da imagem de um sprinter, quando desenhou o Captur, que, segundo a Renault, é polivalente - passa de coupé a descapotável e de automóvel urbano a "TT". A sensação

de leveza, sugerida pelo exterior, predomina também no interior, com os bancos dianteiros ligados à consola central, como se estivessem suspensos no ar. O volante de couro cinza, os bancos tipo bacquet em carbono e, os pedais em alumínio, reforçam o aspeto desportivo do automóvel.

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viver

viajar head

ficha

Rio Kwai

Tailândia Sudeste asiático

COMO IR Várias companhias aéreas fazem a ligação Lisboa-Banguecoque. Depois é alugar uma carrinha e rumar ao norte. ONDE FICAR Hotel Narai - Banguecoque

A ponte da morte

RECOMENDAÇÕES No hotel Mann Thai, come-se descalço e sentado no chão.

Quem ainda guardar no ouvido a estridência dos assobios dos soldados do coronel Nicholson, não perca a oportunidade de posar para a história, virtualmente embora, na emblemática ponte do Rio Kwai texto e foto Soares Rebelo há quem procure a Tailândia pelas paradisíacas praias de Pattaya, Koh Samui e Pukhet; a convivência com os elefantes em Chiang Rai; a Ilha de Coral, jóia preciosa da conservação da natureza; a seda e as pedras preciosas; as antigas capitais de Sukhotai e Ayuthaya, esta património mundial antes de 1991. Tudo isso – mas subir o Kwai não poderá ser, ainda assim, aventura turisticamente desprezada por quem se alongar até esse longínquo “país do sorriso”, dos mercados flutuantes, das “casas dos espíritos” e dos monges de cabeça rapada e berrantes túnicas amarelas, dos tuk tuk que, quais serpentes, lá vão furando as ciclópicas filas de carros, bicicletas, motos e motorizadas, dos magníficos sabores do gai-yang (frango frito servido com salada de papaia verde) ou do larp nua (mistura picante de carne assada, capaz de nos deixar sem respiração). Bancos de madeira, cortinas das janelas em bambu, máquina a vapor. No teto, ventoinhas, muitas ventoinhas, que o calor aperta. Lá fora, ao longo da via estreita, hectares e hectares de chá, extensos bananais, campos de sisal a perder de vista. O comboio, tal como há quase seis décadas, segue, pachorrento, o seu destino. Agora, é claro, sem militares japoneses em trânsito para a Birmânia,

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apenas turistas ansiosos por entender-se um pouco melhor com o passado. A célebre ponte do Rio Kwai, imortalizada no cinema pelo génio do realizador David Lean e a espantosa arte interpretativa de William Holden, Jack Hawkins e Alec Guiness, não é, obviamente, a mesma que os americanos bombardearam em 1945. O imaginário mantém-se, ainda assim, intocável, como abundantemente comprovam os milhares de visitantes que diariamente por lá se fotografam uns aos outros, na ânsia de se posicionarem, também eles, para a posteridade, pelo menos, na familiar história. Ao pisar-se a zona envolvente da ponte, situada na província de Kanchanaburi, a

menos de centena e meia de quilómetros da capital, não é necessário grande esforço para se “cheirarem”, de imediato, os dramáticos episódios ali registados. Percorrer aquele troço de caminho de ferro da morte, como ficou conhecida a ligação entre a Tailândia e a Birmânia, numa distância de 415 quilómetros, concluída em apenas 16 meses pelo exército japonês com recurso a 130 mil prisioneiros e inaugurada no dia de Natal de 1943, é uma experiência realmente inesquecível. Lá está, de resto. o museu Jeath, a documentar a violência a que foram sujeitos os prisioneiros. Mercê da heróica intervenção do coronel Nicholson e dos seus intrépidos soldados, hoje, assobiar já não é preciso…

Banguecoque, a "Veneza do Oriente" A capital do "País do Sorriso", onde os portugueses foram os primeiros farang (estrangeiros) a arribar, vale bem uma visita. Somerset Maugham, Tennessee Williams e John Le Carré não lhe resistiram na prosa dos seus livros. O Grande Palácio, cujo esplendor suplanta, diga-se, aquele que foi transmitido através do filme O Rei e Eu, o Buda de Esme-

ralda, os monumentos à Vitória e à Democracia, as numerosas estátuas reais, os barcos de grandes caudas sulcando os tentaculares klong (canais) – ver tudo isso já “pagaria”, só por si, a longa viagem. Mas há ainda, é claro, o estonteante Patpong, que os soldados norte-americanos do Vietname tanto procuravam para “massajar” o corpo e distrair o espírito…

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à mesa

viver

Livros com gosto Hélio loureiro escreveu vários livros

Hélio Loureiro, chef

de cozinha - "Receitas para Vinho do Porto" (editado, em 1998, pelo Campo das Letras), oferecendo os direitos de autor ao Instituto do Vinho do Porto. "Gastronomia Portuense", editado pela INAPA, no âmbito da Porto 2001 Capital Europeia da Cultura, "Gastronomia e Vinho Verde... uma tentação", editado pela ANJE são outros livros de Hélio Loureiro. O chef do Porto Palácio Hotel publicou ainda "Sabores de hoje, melhor com vinho verde", editado pela Porto Editora,

"Roteiro Gastronómico", para a Câmara Municipal do Porto, "Receitas com tradição", editado pela Bertrand. "À mesa com a nossa seleção" é outra das publicações de Hélio Loureiro que, em co-autoria com Luís Lavrador, explica ao pormenor a alimentação dos jogadores da seleção portuguesa de futebol. Co-autor do livro de receitas do Instituto do Vinho do Porto e do Douro, editado em 2008, e de uma nova edição da receitas da comissão de vinicultura dos vinhos verdes, Hélio Loureiro revela "mão segura" também na escrita.

receitas do chef

Salmão com sementes de gergelim e pequena salada de laranja ingredientes

modo de prepapração

PU

Quatro lombos de salmão com 150 gramas cada; Duas colheres de sopa de sementes de gergelim; Quatro colheres de sopa de azeite; Sal; pimenta. Para a salada de laranja: Duas laranjas; 150 g de alface; Dois dentes de alho picado; Uma colher de café de flor de sal; Seis colheres de sopa de azeite.

Tempere com sal e pimenta os lombos de salmão , core-os numa frigideira anti-aderente com o azeite, depois polvilhe com sementes de gergelim e leve-os ao forno durante 10 minutos à temperatura de 160ºc. Salada de laranja Retire com uma faca que corte muito bem gomos às laranjas, envolva na alface, tempere com a flor de sal, o alho picado, o azeite e o sumo de limão envolva tudo muito bem e sirva com o salmão.

Mousse de ovos e cereais ingredientes 200 g de açúcar 100 g de corn flakes Oito gemas Canela 4 0 g de amêndoas torradas moídas

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modo de preparação Leve ao lume o açúcar com um dl de água, deixe ferver cerca de três minutos, junte os cereais, mexa bem e deixe ferver dois minutos, bata as gemas à parte e junte o creme de cereais e açúcar às gemas batidas mexendo sempre com as varas , leve de novo lume mexendo sempre e deixando ferver, acrescente as amêndoas moídas envolva tudo , coloque em tacinhas e polvilhe com canela , leve ao frio e sirva com uma bola de sorvete de laranja ou de limão.

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vinhos

à descoberta dos melhores néctares

Os amigos e o vinho

Ribeiro Santo Reserva 2009

Cada vez mais os consumidores de vinhos querem conhecer quem está por detrás de quem os faz e o local de onde são provenientes. Este fenómeno criou um recente tipo de turismo ao qual chamamos Enoturismo. O despertar do vinho como uma verdadeira cultura entre amigos que se juntam cada um com a sua garrafa, tentando descobrir o melhor e o mais interessante, animando jantares caseiros onde muitas vezes a comida é relegada para um papel menor é um fenómeno crescente. Dessas tertúlias saem interesses em conhecer os enólogos e produtores que fazem os vinhos que mais se distinguem. Rumo aos locais de produção saem então os enófilos que batem à porta de quem produz. Criam-se verdadeiras amizades e cumplicidades entre quem gosta de vinho e de coisas boas. Claro que os produtores têm de estar disponíveis e gostar verdadeiramente do que fazem para abrir as portas. Assim se distinguem os que vivem a verdadeira paixão do vinho, tal como se faz na velha Europa, onde um copo de vinho cria amigos verdadeiros. Saúde!

Carlos Lucas Enólogo

sugestão

Assiste-se hoje ao fenómeno dos vinhos assinados pelo próprio enólogo. Criados nas ­suas propriedades particulares, respeitam a imagem de quem os cria, como este, da Quinta do Ribeiro Santo, de Carlos Lucas, em Carregal do Sal. Equilibrado, elegante e sumarento foi feito com Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e um pouco de Syrah. Estagiou 50 por cento em barricas novas de carvalho francês e 50 por cento em barricas do segundo ano. É um vinho intenso, cheio de juventude e fresco. Preço: 9 €

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viver

estilo

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Top – 25€ Saia – 40€

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Top – 35€ Calção – 30€

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SOCIAL

em casa de...

Luís Miguel de Figueiredo Silvestre e Cláudia Correia Dias Silvestre

"Prezamos a relação de amizade que nos une" A equipa da C foi encontrar Miguel Silvestre, na ruA ANTERO DE QUENTAL, em pleno coração de Coimbra. É lá que tem o seu lar, o seu suporte, a sua família. No fundo, a sua vida. texto márcia de oliveira fotos pedro ramos Tradicional e reservada. É assim a família de Miguel Silvestre, presidente do Conselho de Administração da Plural. Mas na realidade, este farmacêutico de formação, que se considera bastante discreto, é uma personalidade deveras conhecida em virtude do que representa na sua atividade profissional. Foi precisamente por causa da sua formação universitária que conheceu o amor da sua vida. A licenciatura em Ciências Farmacêuticas já es-

tava terminada há dois anos, mas foi a mais conhecida Queima das Fitas do país que os juntou. "Conheci a minha mulher, em maio de 1993. Ela era uma estudante do 3.º ano, curiosamente e coincidentemente do mesmo curso. Uma feliz coincidência", realça Miguel Silvestre. E foi amor à primeira vista? "Acho que sim. Criou-se um clima e uma empatia que culminou nesta relação. Já lá vão quase 17 anos e valeu a pena. Hoje está garantida e sólida essa empatia que

nos uniu desde o primeiro dia", revela Miguel Silvestre, hoje com 43 anos. Casaram em 1999 e dessa relação nasceu o Miguel Maria e a Margarida, com 10 e sete anos, respetivamente. São duas crianças comunicativas que recebem a equipa da C, juntamente com a mãe, Cláudia Silvestre (40 anos), com bastante curiosidade. Afinal, todos os momentos que passam em família são sagrados.

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Hoje está garantida e sólida essa empatia que nos uniu desde o primeiro dia

Lar doce lar O espaço que escolheram para formar uma família situa-se na Rua Antero de Quental. Não foi propositado, mas foi quase um amor à primeira vista. O facto de estar bem situada, próxima do emprego e dos centros onde circulavam mais, também pesou na decisão. Adquiriram a casa no ano de 1999. É uma casa dos anos 30 e o facto de ter sido recuperada com gosto agradou de imediato aos recém-casados. Dos espaços da habitação destacam o escritório, local onde Miguel Silvestre ouve as suas músicas, vê as notícias e onde gosta de estar a trabalhar, o quarto de brinquedos, que agora está transformado também numa sala de estudo e a sala de estar, onde às vezes fazem uma sessão de cinema. "A Cláudia faz pipocas e ficamos aqui a ver uns filmes", destaca. Durante o verão usufruem do belo espaço exterior, com a piscina e o jardim que a circunda. A sala de jantar é, igualmente, um dos espaços mais importantes da casa, porque "o estar à mesa, mais do que a refeição em si, tem uma componente de partilha e de convívio. Devemos fomentar o saber estar à mesa e aproveitar sempre que possível". Na casa da família Silvestre, há ainda espaço para pássaros, peixes e para Becas, um cão (Golden Retriever) com sete meses. Mais: na horta do Miguel Maria, situada na parte detrás da casa, podem-se encontrar frutos e verduras da melhor qualidade. É pequena, mas não se iludam. Dizem que é de pequenino que se torce o pepino e é bem verdade. O menino cuida da horta com um amor infindável. É ele que trata de tudo e ainda cuida dos bonsais. Dizem os pais que foi uma caraterística transmitida pela avó materna, formada em Biologia. "Somos uma família de adeptos de futebol" Com uma vida profissional "muito" intensa, o tempo passado em família requer muita organização. Mas mais do que a quantidade, o casal dá importância à qualidade, "porque o tempo que conseguimos estar todos juntos é vivido intensamente na partilham de bons momentos. Tentamos fazer o máximo com os nossos

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O melhor que podemos fazer com a atividade profissional é escolher aquilo em que realmente somos competentes e estarmos satisfeitos com a profissão que abraçamos

filhos, desde brincar a viajar, porque também queremos que eles comecem a conhecer e a ter interesse pelo que os rodeia", esclarece o patriarca da família. O cinema, assim como ler livros, participar em jogos e tratar dos animais são outras das atividades que partilham nos momentos de família. "Eles são muito dóceis, emotivos e interagem muito", destaca o pai. Na cozinha há quem prepare excelentes refeições e quem as coma de bom grado. "A minha mulher é uma excelente cozinheira", esclarece Miguel Silvestre. Por sua vez, o filho Miguel adora comer. E dá a lampreia como um exemplo. É sobretudo um bom parceiro à mesa, "um bom garfo", como refere. "É difícil encontrar uma criança que goste de tudo. E ele aprecia todos os pratos, principalmente os tipicamente

portugueses, como o polvo à lagareiro", diz o pai a sorrir. O futebol é outra das paixões que une os quatro elementos da família Silvestre. "Somos todos academistas. Por outro lado, é já um lugar comum haver sempre um outro clube de eleição e aqui a mãe perde, porque somos três benfiquistas enquanto ela é portista", brinca Miguel Silvestre. No entanto, refere, "tem sido solidária com o gosto dos miúdos e ainda na semana passada nos acompanhou aos três ao Estádio da Luz". O desporto é outro dos hóbis dos mais pequenos. O Miguel pratica judo e vela e a Margarida, além de praticar judo, gosta de ballet e dança jazz. "O desporto é importante, porque os ajuda a manter o equilíbrio e a trabalhar em equipa", afirma. "No fundo, a afirmação da relação, com o casamento e o nascimento das crianças são sem dúvida, no seio de uma família que está completamente integrada e feliz, os momentos marcantes das nossas vidas", conclui. Educar para o futuro "Nos dias que correm e no momento que atravessamos, o facto de estarmos profissionalmente realizados em termos de trabalho, termos dois filhos com saúde e uma família extremamente unida, são mais do que argumentos para estarmos satisfeitos", realça o presidente da Plural. "Não podemos parar. Temos de evoluir positivamente e continuar a dar aos filhos o que até a esta parte lhes temos conseguido proporcionar", refere ainda Cláudia Silvestre. O casal considera que tem tido uma vida profissionalmente e familiarmente com sucesso, mas

realça que há que desenvolver mais e melhor no sentido de poderem proporcionar tudo aos filhos. "Mas ensinando, obviamente. Não os queremos educar de uma forma negativa", esclarecem. Por isso não tencionam condicioná-los na escolha da profissão. "Eles vão optar por aquilo que um dia quiserem fazer e eu só tenho de lhes dar as ferramentas para a vida, que no fundo é a educação que os pais devem dar a um filho. Até porque o melhor que podemos fazer com a atividade profissional é escolher aquilo em que realmente somos competentes e estarmos satisfeitos com a profissão que abraçamos", afirma Miguel Silvestre. "No dia em que olhar para o relógio para ver se acabo o dia de trabalho (porque realmente o dia para mim é sempre muito curto), obviamente acho que algo está mal. Nesse aspeto sinto-me extremamente motivado, estou permanentemente envolvido em vários projetos e penso que vou estar continuamente com novos desafios e a manter o ânimo de sempre", afirma. A família, essa, está sempre em primeiro lugar. O sentimento de respeito, união, amizade e fraternidade estão conectados com o conceito familiar. É por isso que Miguel Silvestre refere que "mais do que a relação de pais que temos com os filhos, temos uma relação de amigos. Além de pais, nós temos de ter uma relação de amizade muito grande com eles para que saibam que podem partilhar tudo, e nós também, para fazermos parte da educação deles e para crescerem e perceberem os problemas que enfrentamos. No fundo, o tipo de relacionamento e esse grau de amizade que formamos é importante para nos manter unidos".

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social

Sport Club Conimbricense

Apresentação do livro “Sport Club Conimbricense 100 Centenarium” O Sport Club Conimbricense comemorou 101 anos. A C acompanhou a cerimónia no pavilhão do clube, onde foi apresentado o livro do centenário, da autoria de Paulo Marques e Gonçalo Silva.

Carlos Ferreira, Maló de Abreu, João Madeira, Luís Providência e João Paulo Barbosa de Melo

Fernando Pimentel, Américo Santos e Carlos Ferreira

Maria Júlia Braga da Cruz, Carlos Ferreira e Braga da Cruz

Victor Ramos e Rui de Almeida

Carlos Ferreira, Maló de Abreu e João Paulo Barbosa de Melo

Américo Santos

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Luís Providência

José Reis, José Madeira, Carlos Cidade e Sousa Martins

Paulo Marques

José da Costa e Manuel Mendes

Carlos Ferreira

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João Paulo Barbosa de Melo


Casino Figueira

Moda Jovem 2011

A Figueira da Foz assistiu a mais um desfile de moda da Kitty Noivas. Dezenas de modelos apresentaram a Moda Jovem 2011 a pensar nas Noites de Gala.

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social

Still is

Festa surpresa para Manuel Batista Carla Leão preparou festa surpresa para o

seu marido Manuel Batista, proprietário do Giuseppe & Joaquim e do Still is, entre outros estabelecimentos. Foi recebido no restaurante dos Arcos do Jardim, por dezenas de amigos, na noite do seu aniversário. Entre amigos e colegas, destacou-se o apresentador Fernando Mendes.

O "couvert artístico" foi assegurado por Liliana, Andrea e Óqtrup

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Murtosa

O valor das receitas regionais O Festival da Lampreia foi apresentado na Murtosa. A C acompanhou a apresentação e Pedro Machado, presidente da Turismo Centro Portugal, destacou o valor da gastronomia e do receituário tradicional, enquanto produto dinamizador da economia regional.

Humberto Oliveira, Santos Sousa, Pedro Machado e António Coutinho

Humberto Oliveira e João Orvalho

Carlos de Figueiredo e António Martins

Pedro Machado e Santos Sousa

Ribau Esteves e Joaquim Baptista

Representantes da Confraria da Lampreia

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aldeia global

destaques tv

destaques net

V. Guimarães-Académica

"O comboio das três e dez"

Antes de decidirem quem vai à final da Taça de Portugal, Vitória de Guimarães e Académica defrontam-se em jogo a contar para a Liga. A rivalidade entre as duas equipas é enorme e o jogo é importante para ambas. Os vimaranenses querem conquistar a Europa e a Briosa procura garantir a manutenção quanto antes. Sexta-feira, dia 25 de fevereiro, às 20H15, na Sporttv1.

James Mangold coloca em lados opostos da lei os veteranos e multi-galardoados Russell Crowe e Christian Bale, neste remake de um filme de 1957 baseado num conto de Elmore Leonard e ao qual a crítica não poupou elogios. Domingo, dia 27 de fevereiro, às 21H50, no AXN.

"Nico à Noite"

Uma expedição à procura de petróleo descobre numa ilha isolada um gorila gigante que é capturado e exibido em Nova Iorque. Domingo, dia 27 de fevereiro, às 22H00, no Canal Hollywood.

Estreia de um talk-show bem-humorado, com vários convidados, stand-up comedy e muitos momentos de humor, com José Raposo e Nuno Eiró. Os convidados são conhecidos de todos, mas não só. Nicolau Breyner pretende encontrar pessoas que vivam, ou tenham vivido, histórias positivas, de sucesso, ou simplesmente relatos na primeira pessoa que farão sorrir o público em casa. Os assuntos atuais mas sempre com um toque de ironia inofensiva. Sexta-feira, dia 25 de fevereiro, às 23H00, na RTP1.

Olhanense-FC Porto Sábado, dia 26 de fevereiro, às 20H15, na TVI.

uma arte. Mas, para algumas pessoas, é essencialmente um grande prazer. Uma forma de descontrair, de relaxar, de divertir. Em paracozinhar.blogspot.com encontra mil e uma receitas para cozinhar, com prazer, em sua casa. gobarbra.com a música "Barbra Streisand", dos Duck Sauce, é um enorme sucesso em todo o mundo. Agora, em gobarbra.com, pode personalizar a letra, colocando o seu nome em vez do da diva americana.

"Príncipes do Nada" Último episódio da segunda série do programa que divulga o trabalho desenvolvido por cidadãos portugueses empenhados em ajudar o próximo. Cada programa inclui duas a três histórias de vida passadas em diferentes países de expressão portuguesa. Terça-feira, dia 1 de março, às 21H30, na RTP1.

"Casablanca"

Domingo, dia 27 de fevereiro, às 18H00, na Sporttv1.

Nacional-Sporting

FC Porto-Sevilha

Domingo, dia 27 de fevereiro, às 20H15, na Sporttv1.

Quarta-feira, dia 2 de março, às 17H00, na Sporttv1.

www.financiamento.de um site que o ajuda a escolher o crédito acertado. Em www.financiamento.de encontra conselhos e dicas de graça, no sentido de o orientar a escolher o que realmente é melhor para si, e não o que as entidades bancárias e afins dizem ser o melhor para o seu caso. wwww.flashback.com veja vídeos dos anos 80 e 90.

"MTV na Cozinha"

Reviva os seus momentos de infância. O www.flashback.com proporciona diversão para todos os seus utilizadores, sem terem que perder tempo à procura de conteudos divertidos e sem gastar dinheiro. www.vaiumagasosa.com

“MTV na Cozinha” é o programa de culinária da MTV Portugal que propõe todas as semanas receitas rápidas e fáceis de fazer. Mesmo quem não sabia sequer estrelar um ovo, agora vai aprender tudo. A MTV juntou-se às Escolas do Turismo de Portugal, numa parceria que pretende mostrar as potencialidades dos novos aspirantes a chefs de cozinha e desmistificar o mundo dos tachos e das panelas. Apresentado por Diogo Dias, conta com a ajuda de um aluno diferente todas as semanas. E como não há duas sem três, um convidado do star system português para ajudar temperar o ambiente. Promete responder às dúvidas e inquietações dos jovens que se iniciam nas artes gastronómicas, preparando as receitas que realmente importam. Estreia quinta-feira, dia 24 de fevereiro, às 19H10, na MTV Portugal. 72

há quem diga que cozinhar é

"King Kong"

Possivelmente, o mais visto, mais amado e mais mítico filme da história do Cinema, que continua deslumbrante, ao fim de quase 60 anos. Terça-feira, dia 1 de março, às 22H30, na RTP Memória.

Benfica-Marítimo

paracozinhar.blogspot.com

24 FEVEREIRO 2011

um blogue sobre música, arte

urbana e artes performativas em geral. Foi criado em novembro de 2008 e tem sido, desde então, atualizado diariamente. Fazem parte integrante da gasosa dois outros sites, o www.mapadesalas.net – um mapa de salas de espetáculos – e a www.galeriagasosa.pt.vu – um espaço de mostra de jovens artistas nacionais.


agenda Casino Figueira sex.25.14H30 Alimentação saudável

Espetáculos cheios de emoção A apresentação do CD "Hoje", com letras

e músicas de autoria de Fernando Seabra Santos, contou com a participação de Luís Represas, Sérgio Godinho, Camané, Cristina Branco, Filipa Pais, Manuel Freire, Paula Oliveira e Vitorino. As receitas da venda da obra revertem na sua totalidade a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Por seu turno, a fadista­Joana Amendoeira iniciou no Casino

Figueira, a Tour Sétimo Fado 2011. A guitarra portuguesa, viola e contrabaixo conjugaram-se com o piano, o acordeão, o violoncelo e a percussão num espetáculo de qualidade. Entretanto, o Casino Figueira assinalou o Dia dos Namorados com um programa especial, que incluiu a presença em palco dos irmãos Nelson e Sérgio Rosado. Os Anjos demonstraram "in loco" que atravessam um bom momento.

Ateliê de alimentação saudável

- Comer Bem e Barato com Filipa Vacondeus. Colaboração das nutricionistas Ada Rocha e Susana Montenegro.

Carlos César à conversa

sáb.26.16H00

Presidente do governo regional dos açores

Tarde infantil com pilotos de aviões

Quando for grande quero ser... As "Conversas do Casino Figueira - Cidada-

nia Pensada" começaram a 17 de Fevereiro, com a jornalista Fátima Campos Ferreira a receber, como convidado, o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, que defendeu a criação de um imposto especial para contribuintes com maiores rendimentos para financiar os setores públicos de saúde e educação. Questionado pela jornalista Fátima Campos Ferreira, sobre quem deve pagar o imposto e de

que forma, Carlos César esclareceu que este deverá ser pago "a montante" dos serviços prestados, por exemplo, num hospital, e para além das taxas de urgência e internamento existentes. A nova tertúlia do Casino Figueira sucede aos "125 Minutos Com…", também coordenados por Fátima Campos Ferreira, e que durante dois anos promoveram o debate de ideias com uma mão cheia de personalidades da cultura, política e ciência portuguesas.

piloto de aviões. Os mais novos vão poder conhecer melhor a profissão de piloto de aviões. A tarde infantil conta com a presença de dois pilotos, um da TAP e outro da Força Aérea Portuguesa. A iniciativa inclui uma exposição de miniaturas.

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ideias dos outros

Vedores contemporâneos, perigosos e inocentes luís de matos

Engano, lucro e morte, disfarçados de desenvolvimento tecnológico

Todos nos recordamos do tempo em que ninguém ousaria fazer um poço ou um furo artesiano sem que um vedor nos assegurasse que ali existia água. Apesar de vivermos no tempo em que a ciência já se encarregou de explicar que nenhum desses senhores tinha qualquer tipo de poder e que tudo não passava de uma grande fita, eis senão quando um novo mito surge. Porém, desta vez, não é alimentado pela tradição e pelo folclore mas sim protegido pela autenticidade do suposto desenvolvimento tecnológico e da infalibilidade que a ele se associa. Os vedores nunca fizeram mal a ninguém e sempre tiveram os seus seguidores na cultura popular. Afinal, onde quer que furemos sempre aparecerá água. A única dúvida é mesmo saber a que profundidade. Como não furamos em todos os sítios, nunca saberemos se ali era mesmo o melhor local. Mas claro que daí não vem mal ao mundo. Aquilo de que vos falo esta semana prende-se com a "mesma ciência", ou seja, nenhuma, mas agora aplicada aos departamentos de defesa de muitos países. Pois é, o senhor Jim McCormick inventou uns detetores de substâncias quase mágicos. Chama-se ADE 651, tem um preço unitário de 32.000 euros, aproximadamente, e o governo iraquiano gastou 85 milhões de dólares nesta tecnologia. O seu inventor, que agora está finalmente preso, assegurava que com este mecanismo seria possível detetar bombas a quase um quilómetro de distância. Afirmava publicamente que o princípio se assemelha ao utilizado pelos vedores. O pior de tudo é que dizia isto sem se rir e ficando indiferente às centenas de vidas que inevitavelmente viriam a perder-se sob a suposta eficácia do ADE 651.

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Ele não foi o primeiro a ter esta tão "brilhante" quanto saloia e perversa ideia. Tudo começou em meados dos anos 90 quando começaram a aparecer dezenas de mecanismos que afirmavam poder detetar bombas em viaturas. São todos muito parecidos. Um bocado de plástico moldado para se assemelhar a algo mais tecnológico e, na extremidade, uma simples antena de auto-rádio que "pivota" livremente num eixo. O kit vendido, aos milhares, para dezenas de países, pelo Sr. McCormick, inclui uma série de cartões que, uma vez introduzidos no suposto leitor que integra o detetor de bombas, podem servir para fins tão distintos como localizar droga, bombas ou elefantes. Face à total ineficácia do mecanismo, as suspeitas começaram a surgir. As mortes continuavam e o governo iraquiano perguntava-se como era possível que tantas bombas passassem através da apertada malha de detetors de bombas ADE651… O suposto leitor de cartões foi finalmente aberto e demonstrou tartar-se de uma simples caixa de plástico… vazia! O Sr. Jim McCormick está preso, mas muitos outros de iguais motivações andam por aí. Perto de nós, talvez. É preciso estar alerta. É preciso estar atento.

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