acidente nuclear fukushima aqui ao lado...
teresa fidélis
VIVER
desenvolvimento regional depende da gestão da água
em casa de AGOSTINHO ALMEIDA SANTOS
crimes que chocaram a região PJ diz não haver um perfil de homicida, mas reconhece que as causas são essencialmente emocionais
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REVISTA SEMANAL
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31 MARÇO 2011 • Nº 9
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ciúmes assassinos
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banda britÂnica James regressa a coimbra
ENSINO
urbanismo
UNIVERSIDADE TEME CRISE GOVERNATIVA
50 ANOS PARA EXPANDIR COIMBRA
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C92
*Exemplo para financiamento de 13.000€ a 84 meses e mensalidade de 201,33€. TAN 7,5% e custo total 17.480€. Apoio 2.000€ na gama Scénic, 1.500€ na gama Mégane VP e 1.000€ na gama Clio VP equivalente à entrada inicial. Válido até 30/04/2011 para clientes particulares. Sujeito a aprovação. Seguro automóvel responsabilidade civil no 1º ano: Produto da AXA Portugal. Seguro Vida/Desemprego: produto da MetLife. Não dispensam a consulta da informação pré-contratual e contratual legalmente exigida. Emissões de CO2 (g/km) de 94 a 190. Consumo em ciclo misto (l/100km) de 3,6 a 8,2. ** Válido para encomendas até 30/04/2011 na troca do seu automóvel com mais de 8 anos por um novo Renault Eco2. Até 3.500€ exemplo para Renault Grand Scénic gama 2011 1.5 dci 110cv FAP Eco 2 Bose Edition. Não acumulável com outras promoções ou descontos. Emissões de CO2 (g/km) de 128 e Consumo em ciclo misto (l/100km) de 4,9.
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5 Editorial 8 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 17 Se eu mandasse 18 Confidencial 24 Via do leitor 26 Cartas 40 Poder local 46 Bolsa da praça 47 Empresário de sucesso 51 Casino 52 À mesa 58 Topo de gama 60 Viajar 62 Moda 64 Antes/depois 72 Agenda
Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net)
25 António Pedro Pita 31 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos
Colunistas:
6 Recursos hídricos na região Centro Entrevista com Teresa Fidélis, presidente da ARH Centro 19 Queima das Fitas Banda britânica James regressa a Coimbra a 13 de maio 20 Um dia com Mário Ruivo Acompanhámos o trabalho do diretor da Segurança Social 22 Que é feito de si? Pereira da Silva recorda vida de autarca e de administrador do MAC
Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; Fotografia:
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AO MICROSCÓPIO
Sociedade
28 Almaraz é ameaça gravíssima para Portugal Entrevista com o especialista nuclear Delgado Domingos 32 Histórias de amor e morte Os crimes mais violentos cometidos na região Centro 36 Universidade teme crise governamental Líderes políticos distritais projetam o futuro
Cérebros
pag. 28
38 Carros recicláveis Investigador de Coimbra desenvolve tecnologia com o MIT
Poder Local
40 Turismo é alavanca de futuro na Pampilhosa da Serra Entrevista com o autarca José Brito Dias
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pag. 19
VIVER
48 Em casa com a família de Agostinho Almeida Santos A C recolheu em Meruge memórias de várias gerações
Social
70 Portugal Fashion Jovens criadores mostraram talento na 28.ª edição da mostra
HISTÓRIAS DE VIDA
73 Aventuras em África Entrevista com o antigo combatente, coronel João Teixeira
31MARÇO 2011
editorial
D. Sebastião? SOARES REBELO Diretor
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As ideologias que orientaram a ação e o pensamento ao longo de praticamente todo o século XX foram, neste início do terceiro milénio, substituídas pela ditadura dos mercados
a rejeição, na Assembleia da República, do quarto Programa de Estabilidade e Crescimento e a consequente demissão do primeiro-ministro feriram de morte a legislatura, obrigando Portugal a ir de novo às urnas numa fase crucial da sua história. A estabilidade política não é, obviamente, só por si, solução definitiva para todas as crises. A queda do Governo quando as dificuldades de financiamento já se agudizavam e as pressões sobre a dívida acresciam não terá sido, ainda assim, atempadamente agendada para a oposição fazer prova de vida. E Agora? Conhecidas figuras têm-se manifestado a favor de uma coligação partidária alargada, formando como que uma vaga de fundo para um Executivo de salvação nacional. As posições extremaram-se, todavia, de tal ordem, a demagogia tornou-se tão grosseira e abusiva, que não há mais esperança num debate intenso, mas culto e civilizado, tendo em vista a busca de soluções para os problemas nacionais. O grande objetivo deixou de ser a satisfação das aspirações básicas dos portugueses. Aquilo que mais importa agora é destruir o adversário, mesmo que para tanto não exista, no mínimo, finalidade aparente - nem que tenha de votar-se no "olho do furacão"... as ideologias que orientaram a ação e o pensamento ao longo de praticamente todo o século XX foram, neste início do terceiro milénio, inexoravelmente substituídas pela ditadura dos mercados. Acabaram-se as utopias, há que viver em conformidade com o arbítrio do cifrão. Ninguém parece capaz de projetar, convictamente, o futuro. Anda-se por aí a presumir astúcia, numa confusão de ideias, os dirigentes eleitos expressam-se por hieróglifos, a corrupção
expande-se impunemente, a imagem de eficácia dilui-se, as dúvidas adensam-se, o futuro volta a ser uma incógnita. Ninguém se admire se, em breve, estivermos de regresso aos fanatismos nacionalistas, racistas, religiosos. a aceleração constante das alterações culturais, económicas e tecnológicas, o aumento dos níveis de competitividade, os novos valores e as novas opções de vida consubstanciam, a nível global, uma época fascinante, dominada pelo desenvolvimento científico. Simplesmente, o mercado – o sacralizado mercado – está longe de ser a ansiada panaceia universal. A angústia instalou-se entre as novas gerações. Confrontadas com os seus demónios, sem sinais de esperança no horizonte, desesperam – e, é claro, "à rasca", revoltam-se. os partidos políticos, que deveriam honrar-se em funções de governo ou de oposição, insistem em querelas internas e personalismos menores, quando as circunstâncias objetivas exigiriam, no fundo, máxima atenção aos problemas reais com que o país, coletivamente, se confronta. Não se sabe a quem aproveitará mais, politicamente, a conjuntura - se ao PSD ou ao PS. Mas pergunta-se: como reagirá a Comissão Europeia? Os in teresses em jogo serão os interesses do País? Mais: que nova Assembeia da República? E se ficar tudo na mesma? Os portugueses, à falta de esperança numa vitória como povo, perdida a confiança em quem os dirige, convictos de que quem se segue reeditará sempre a mesma política e os mesmos valores, favorecerá o mesmo sistema, preferem, como sempre fizeram ao longo da História, fechar os olhos – e esperar… Onde estás tu, Sebastião?
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ao microscópio
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ao microscópio
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Os municípios são decisivos na política da água
A divulgação de boas práticas de utilização de recursos hídricos é, segundo a presidente da Administração da região hidrográfica do Centro, essencial para atingir níveis de qualidade e quantidade sustentáveis TEXTO SOARES REBELO FOTO PEDRO RAMOS Quais os grandes objetivos da ARH do Centro para 2011? Os principais objetivos são concluir os Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica (PGBH) dos rios Vouga, Mondego e Lis, iniciar o Plano de Ordenamento do Estuário do Vouga (POE do Vouga), promover intervenções de regularização e requalificação da rede hidrográfica e do litoral, tendo em vista a minimização de riscos, sendo que o litoral, que tem sido alvo de intensos e complexos processos erosivos, merece especial atenção. Os municípios estão incluídos na estratégia? Como são também objetivos da ARH Centro a otimização do desempenho do serviço na área do licenciamento e da fiscalização, bem como a promoção de parcerias com outras entidades públicas e privadas na gestão dos recursos hídricos, os municípios são parceiros chave na promoção dessa política. Pode dar exemplos concretos de atuação da ARH Centro? No âmbito das intervenções na rede hidrográfica, estamos a executar um conjunto de iniciativas de regularização fluvial para prevenção de cheias em diversos troços das bacias hidrográficas dos rios Lis (Lis, Lena, Sirol), Mondego (Mondego, Arunca, Ceira e Ega) e Vouga (Vouga, Águeda e Antuã), entre outros. Na orla costeira, vamos continuar as intervenções de proteção e requalificação nas praias do Furadouro, Mira e Vieira de Leiria. No domínio do planeamento, estamos a definir os termos dos procedimentos para a elaboração do POE do Vouga, que arrancará
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assim que for tomada decisão sobre a candidatura ao PO Regional. Qual a prioridade máxima? É a conclusão dos PGBH, fundamentais para atualizarmos o diagnóstico, equacionarmos os cenários prospetivos, identificarmos as medidas de requalificação e gestão que permitam atingir a boa qualidade das massas de água, tal como preconizado na Diretiva Quadro da Água.
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A ARH irá promover incitativas que garantam a participação dos utilizadores, entidades e população em geral na sua elaboração
Qual o modelo de desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos preconizado pela ARH do Centro? Será definido no âmbito do processo de elaboração dos PGBH, já iniciado, com a colaboração e contributos dos utilizadores dos recursos hídricos presentes na Região Hidrográfica. Que iniciativas estão previstas? A ARH irá promover incitativas que garantam
a participação dos utilizadores, entidades e população em geral na sua elaboração. Este processo vai permitir evidenciar as dimensões ambientais, socioeconómicas e mesmo socioculturais da água e reforçar o que se torna cada vez mais inquestionável – os recursos hídricos devem ser prioridade no desenvolvimento regional. Como serão enquadradas essas intervenções? Os PGBH vão orientar a gestão dos recursos hídricos pelos mais modernos padrões de governação, enquadrando as intervenções numa visão por bacia hidrográfica atendendo ao ciclo da água e á interacão com as atividades económicas e com os fenómenos associados às alterações climáticas. Será necessário investir mais ao nível da educação das populações? É ainda dominante a convicção e a tradição que aos cidadãos cabe apenas o cuidado e a preservação dos bens da esfera de utilização privada e às entidades governativas a responsabilidade pela preservação dos bens públicos. É verdade que cabe a estes últimos uma responsabilidade acrescida nos domínios da orientação, da regulação, do controlo e da fiscalização. Mas importa lembrar, contudo, que a preservação dos bens públicos, como são os recursos hídricos, por serem de todos e de cada um de nós, se insere também na responsabilidade individual e na capacidade de iniciativa e mobilização coletiva. Neste sentido, a divulgação de boas práticas de utilização recursos hídricos é essencial para atingirmos níveis de qualidade e quantidade sustentáveis.
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ao microscópio
sete sóis, sete luas head
elevador do mercado
este país
Partidos querem eleições em Junho
o tenente coronel Vítor
Rodrigues vai deixar o Centro de Formação da GNR da Figueira da Foz para integrar a Polícia Europeia.
os partidos com assento
Joe Berardo viu o museu que instalou nas Caves Aliança, em Sangalhos, escolhido pela BMW para apresentação do seu último modelo.
Assembleia da República vai ter novos inquilinos
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Euromilhões com 11 estrelas O euromilhões vai ter mais um sorteio, à terça-feira, sobe para 11 o número de estrelas (anteriormente eram nove) e acrescenta um novo prémio. O registo de apostas para este concurso inicia-se a 7 de Maio e o primeiro sorteio, a 10 de Maio, terá associado ao primeiro prémio um "Super Jackpot Mínimo Garantido" de 100 milhões de euros.
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em cada 100 mil portugueses contraíram tuberculose em 2010
1,4%
foi o crescimento do PIB nacional no ano passado
breves
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Feira em Aveiro até 25 de abril
Gouveia "alicia" mercados nórdicos
Pousada Enatur no forte de Peniche
A Feira de Março, considerada a "maior montra económica da região", está a decorrer em Aveiro, até 25 de Abril, com a presença de 280 empresas. A entrada custa 1,5 euros e são esperados, segundo a organização, mais de 180 mil visitantes.
O projeto de agro turismo Mãe d'Água, em fase de implantação, prevê, além da construção de um hotel rural, com adega e queijaria, a produção de vinhos e azeites de "grande qualidade". O investimento, de 10 milhões de euros, terá como alvo os mercados nórdicos.
o Grupo Pestana vai instalar
José brito dias preside ao pequeno concelho de Pampilhosa da Serra, mas conseguiu que a vila venha a ter um hotel de qualidade.
a subir
catedrais portuguesas vão ser recuperadas e requalificadas até 2015
a descer
parlamentar propuseram ao Presidente da República a realização de eleições legislativas antecipadas, como única saída para a crise aberta com a demissão do primeiro-ministro. O dia 5 de Junho foi a data sugerida pelo PS, BE, PCP e PEV, enquanto o PSD prefere 29 de Maio. O CDS-PP não avançou com qualquer data, mas defendeu igualmente que as eleições deverão ter lugar tão cendo quanto possível. José Sócrates, reeleito secretário-geral do PS, com 93,3% dos votos, já anunciou que voltará a candidatar-se à chefia do Governo.
uma pousada Enatur na fortaleza de Peniche, mas mantendo o Museu da Resistência, sediado na antiga prisão política, de onde fugiu, a 3 de Janeiro de 1969, o antigo líder do PCP, Álvaro Cunhal, cuja cela está aberta ao público.
31MARÇO 2011
Ulisses morais passou ao
lado da glória que Coimbra procurava desde 1969. A Académica não vai à final da Taça nem à Liga Europa.
Museu Berardo já teve 2,4 milhões de visitantes visita de
INCÊNDIO
Ideal faz soar alarme na Baixa
boa notícia
Águas do Mondego distribui dividendos
António Ribeiro Alegre Médico
Roncopatia
Cem bombeiros de nove corporações combateram as chamas
"cancro do centro da cidade". Mas o fogo fez também soar o alarme para os perigos dos muitos edifícios abandonados na Baixa. "Todos os prédios devolutos podem, eventualmente, constituir situações de risco", afirma Carvalho Dantas, comandante dos Bombei-
ros Sapadores de Coimbra. "A degradação dos centros históricos das cidades tornou-se uma realidade infeliz em todo o país. Em Coimbra, estamos a tentar inverter este cenário", declara, por seu turno, o presidente da Câmara Municipal, Barbosa de Melo. VG
a águas do Mondego (AdM) vai distribuir 915 mil euros pelos acionistas, depois da aprovação do relatório e contas de 2010, no qual se destaca o aumento do volume de negócios em 6,5 por cento. Também os resultados operacionais subiram dos 3,243 milhões de euros para 4,005 milhões de euros. Para Nélson Geada, presidente do conselho de administração, o resultado é "francamente positivo", tendo em conta o "aumento do volume de negócios num quadro de contenção e restrições orçamentais dos investimentos".
Investigadores do IPO de Coimbra integram uma equipa que descobriu um mecanismo que aponta uma nova estratégia para o tratamento do cancro.
má notícia
foi uma das mais importantes indústrias do concelho. Chegou a empregar centenas de pessoas. No entanto, com os anos, a fábrica de têxteis foi definhando até à morte. Desde a década de 90 que a Ideal está completamente abandonada. Tornou-se um refúgio de toxicodependentes e prostitutas. Os vizinhos vivem com o coração nas mãos. O medo, originado pela presença habitual dos marginais e o estado de degradação do prédio – que há muito ameaçava ruir – aumentava a cada um dos vários incêndios que ali ocorreram. Desta, foi de vez. Na tarde de 22 março, as chamas destruíram por completo o interior do edifício. A Câmara de Coimbra lamenta o sucedido. Tanto mais que surgiu pouco depois de um projeto de um hotel de três estrelas para o local ter entrado na autarquia, mostrando "uma luz ao fundo do túnel" para tratar um
médico
A Casa do FC Porto em Coimbra foi apedrejada pela quarta vez. A violência, associada a uma rivalidade desportiva que ultrapassa o aceitável, começa a ser preocupante.
no âmbito das consultas de Medicina Geral e Familiar, não raras vezes, somos confrontados pelos utentes/doentes com a problemática do "ressonar". Ainda bem, pois muitos doentes não valorizam o facto e encaram a situação como normal, sendo que só após uma consequência, tantas vezes grave, se capacitam que têm "um problema" de saúde. Entre muitas e variadas causas, sabemos que o sexo (mais o homem que a mulher), a idade (superior a 40 anos), o volume ao redor do pescoço, os hábitos tabágicos, o álcool, os sedativos, etc., são fatores predisponentes desta patologia. A roncopatia tem inevitavelmente consequências, sendo que o acordar fatigado, a irritabilidade, o rendimento laboral diminuído, os acidentes de viação e até a sexualidade podem ficar alterados. Estima-se que cerca de 20 por cento da população portuguesa sofra desta patologia, sendo que, desses, 800 mil tenham concomitantemente "apneia do sono", situação que, em casos complicados e extremos, pode levar à falência cardiorespiratória, neurológica e até à morte. Julgo ser meu dever alertar para esta problemática e sugerir uma conversa com o seu Médico de Família. Vá lá... fale com o seu Médico de Família, pois ressonar não é pecado. Tenha uma boa noite (de sono).
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ao microscópio
Pólenes "atacam" região Centro A SOCIEDADE de Alergologia e Imunologia Clínica detetou, esta semana, concentrações "muito elevadas" de pólenes na região Centro de Portugal. Os níveis foram particularmente altos nos pólenes de pinheiro, carvalho, plátano e cipreste. A situação fez-se sentir também noutros pontos do país.
sete sóis, sete luas
Professores sem avaliação A oposição parlamentar revo-
Redução de meios inquieta bombeiros A Liga dos Bombeiros Portugue-
ses teme que a redução de meios, especialmente aéreos, devido à crise, destinados ao combate aos incêndios florestais, possa prejudicar a sua atividade. Face às perspetivas de um verão "muito quente", temem vir a não dispor de um dispositivo adequado à situação.
Ministra Isabel Alçada considera que a decisão não honra o Parlamento
gou o atual sistema de avaliação de desempenho dos professores e aprovou a abertura de novo processo negocial entre o Governo e os sindicatos, tendo em vista a concretização de um novo modelo. As reações não se fizeram esperar. O PS anunciou que vai suscitar a fiscalização da constitucionalidade da decisão e a ministra da Educação, Isabel Alçada, considerou-a como um "momento triste da vida parlamentar que não honra a Assembleia da República". O líder do PSD, Passos Coelho, considerou, em contrapartida, esta revogação como uma decisão de "bom senso", referindo que constava do programa eleitoral
Fotógrafo D. Carlos na Torre do Tombo
CERÂMICA
Bordalo inédito
Artista continua a "faturar" paulo varela, presidente do Grupo Visabeira, com sede em Viseu e principal acionista da Fábrica de Faianças Rafael Bordalo Pinheiro, das Caldas
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da sua antecessora, Manuela Ferreira Leite. Diria, ainda, tratar-se de "um processo monstruoso e kafkiano" e enumerou os princípios básicos que o PSD defende: distinguir avaliação de classificação, estabelecer regras comuns mas adaptáveis a cada escola e avaliar em conjunto professores e a respetiva escola, com uma fiscalização por parte da comunidade educativa. A Federação Nacional dos Professores congratulou-se com a revogação, mas alertou que apesar dos professores se terem livrado de uma "inutilidade", há outros problemas que persistem no setor. A 2 de Abril terá lugar, em Lisboa, uma Marcha Nacional pela Educação.
A EXposição "D. Carlos I, fotógrafo amador", patente ao público na Torre do Tombo, em Lisboa, revela uma das facetas menos conhecidas do monarca a de fotógrafo amador. As 46 fotografias, em reprodução digital e obtidas a partir de originais da época, estão, na sua maioria, legendadas e assinadas pelo próprio soberano.
da Rainha, anunciou a existência naquela unidade industrial de um acervo com mais de 800 peças do artista, muitas delas nunca produzidas, mas com "grande qualidade e originalidade". A empresa, que esteve para fechar há cerca de um ano, por dificuldades financeiras, lançou um serviço de mesa, inspirado no imaginário bordaliano, para celebrar os seus 125 anos de existência. Foram também convidados alguns artistas visando criar uma aliança entre a tradição e os novos criadores. "Queremos recuperar o acervo e lançar peças inéditas de Bordalo, mas também reiventar o seu imaginário para chegar a um público mais abrangente", revelou Paulo Varela.
brinquedos Segurança reforçada os brinquedos terão de ser,
segundo a nova legislação, adequados à idade das crianças e conter informação sobre os principais riscos e como evitá-los.
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Centenário
PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.
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ao microscópio
sete sóis, sete luas
direito
direto
Luís filipe Pirré Advogado
Constituição de sociedades Qual é o capital social mínimo para constituir uma sociedade por quotas ou unipessoal por quotas? O recente Decreto-Lei n.º 33/2011, de 7 de Março, que entrará em vigor a 6 de Abril, simplifica a constituição de sociedades por quotas e sociedades unipessoais por quotas, passando o capital social a ser livremente estabelecido pelos sócios no contrato de sociedade. Estes poderão efetuar as suas entradas até ao final do primeiro exercício económico da sociedade. Esta mudança implicou a adaptação de vários preceitos legais aplicáveis às sociedades por quotas, nomeadamente os relacionados com o tempo das entradas, as menções obrigatórias no contrato de sociedade, o novo montante mínimo das quotas e o artigo 201.º, agora sob a epígrafe "Capital social livre". Em rigor, iremos assistir à constituição de sociedades unipessoais por quotas com o capital mínimo de 1,00 € e sociedades por quotas com o capital mínimo de 2,00 €. Tais quantias só poderão dar entrada nos cofres sociais no fim do primeiro exercício económico, obrigando-se os sócios que tenham usado dessa faculdade a declararem, sob sua responsabilidade, na primeira assembleia geral anual posterior ao fim do dito prazo, que já procederam à sua entrega.
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Projeto urbanístico megalómano vai transfigurar Coimbra está a nasceR , em Coimbra, um projeto urbanístico de grande dimensão que, nos próximos anos, vai mexer com a cidade. "É no centro nevrálgico e envolve centenas de hectares, sendo maior do que a Solum. Inclui habitações e uma parte desportiva e educacional", afirmou à C o engenheiro Fernando Pereira da Silva. "Nas últimas décadas, a cidade foi desviada para a zona Solum-Portela e ficou descentralizada. Virou-se para o lado direito da Sá da Bandeira
e não compensou para o esquerdo, até Eiras. Este projeto centra-se nesta zona esquerda e envolve muitos proprietários", explicou. O ambicioso projecto, que vai permitir que a cidade, a um prazo de 50 anos, se possa de novo centrar, "não obriga as pessoas a irem viver para periferias longínquas". Os terrenos que vão ficar disponíveis podem servir-se de infra-estruturas viárias e de saneamento, entre outras, que já estão construídas. "É um
crescimento que a cidade merece", adianta Pereira da Silva, que foi vereador da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), entre 1990 e 1996. "Tenho interesses particulares na zona, porque os meus avós e o meu pai eram de lá. Ganhei uma ligação muito grande, que não quis desenvolver enquanto estive na CMC, porque seria acusado de estar a trabalhar em causa própria. Mais tarde fui convidado por investidores para coordenar este projeto", concluiu. BV
Hospital Militar de Coimbra celebra 100 anos
OBITUÁRIO
O Hospital Militar Regional
Adriano Lucas
O decano dos dirigentes de imprensa em Portugal e proprietário e diretor, desde 1951, do jornal Diário de Coimbra, faleceu, a semana passada. Tinha 85 anos de idade.
Artur Agostinho
O radialista, ator e jornalista desportivo, de 90 anos, morreu, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. A 28 de Dezembro de 2010 tinha sido condecorado pelo Presidente da República.
31MArÇO 2011
n.º2, sediado em Coimbra, celebrou, no passado dia 23, um século de existência. Criado em 1911 e instalado, atualmente, num edifício construído em 1606 pelos Carmelitas, presta apoio sanitário aos militares do Exército (e também aos seus familiares) das guarnições da região Centro. O hospital tem uma capacidade de internamento de cerca de 130 camas.
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ex(sic)tações
ao microscópio
toma lá dá cá A crise política aberta pelo PSD anula de um só passo, todo o esforço desenvolvido pelo Governo até agora Horácio Antunes
Há muito que se sabia que o governo de José Sócrates tinha os dias contados Ricardo Castanheira
frases desfeitas Assumimos a decisão (fusão dos hospitais de Coimbra) e só o futuro nos dirá se fizemos bem ou mal.
Em certos casos, os doentes podem ter mais informação sobre a sua situação específica do que o próprio médico.
Óscar Gaspar, secretário de Estado da Saúde
Pio de Abreu, psiquiatra
Luís Filipe Silva, do Sindicato Independente dos Médicos
Envie-me um SMS com pormenores sobre esse diagnóstico.
Usados como novos em consultórios privados?
Vamos jogar no Totobola?
Estas histórias contadas à mesa, numa situação convivial de final de festa, como a que estamos aqui a viver, procedem da forma primitiva do conto, têm como modelo o banquete de Platão, paradigma da consagração metafísica da palavra.
Cristina Robalo Cordeiro, professora universitária, no jantar "Quintas na Quinta"
Os médicos têm o receio de que sejam utilizados como peças suplentes.
O doutor Carlos Fiolhais ao sugerir a extinção de um Depósito Legal de Coimbra elimina a possibilidade de à mesma hora e no mesmo dia, e em locais diferentes, dois leitores consultarem exemplar da mesma publicação. Mário Nunes, historiador Uma "questão coimbrã" que se resolve com umas fotocópias.
Linguagem clara. Basta juntar água.
Para surpreender é preciso não sermos surpreendidos. Ulisses Morais, treinador da Académica Nada como jogar para o empate.
Achamos que o processo de funcionamento de um modelo de avaliação deve estar sujeito a um escrutínio permanente, à verificação permanente. João Dias da Silva, secretário geral da Federação Nacional de Educação É tudo uma questão de meter o Google Maps no "Magalhães".
Ir para o V. Guimarães foi o maior erro que cometi. Dário, ex-jogador da Académica Foi mais um problema monetário.
quem foi que disse? entendermos, não deve ser a hotelaria e a restauração a pagar a fatura de um desentendimento político.
José Pires
Barbosa de Melo
Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Fernando Moura
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31MarÇo 2011
Pedro Machado
Resposta certa: José Pires
é tempo do turismo na “ Járegião unir forças, de nos
acredite se quiser
Ovelha dá à luz... um cão
não é um cão, mas parece mes-
mo! Na província de Shaanxi, na China, uma ovelha deu à luz uma cria que é mais parecida com um cão do que, propriamente, com uma ovelha. "Fiquei chocado, pois parecia estranho, uma espécie de cruzamento entre uma ovelha e um cão", afirmou Liu Naiying à imprensa britânica. No entanto, os veterinários já confirmaram que não é possível uma ovelha engravidar de um cão.
Clube procura treinador online Apesar de contar nas fileiras
com estrelas como Drenthe, Trezeguet ou Nelson Valdez, o Hércules é o lanterna vermelha da liga espanhola. O treinador foi
Empate nos cabazes Jumbo e Pingo Doce Os supermercados Jumbo e Pingo Doce equivaleram-se, nesta seleção C de produtos à venda nas grandes superfícies de Coimbra, no preço dos respetivos cabazes – 10,72 euros. Seguiu-se o Continente, com 10,88 euros, e o Supercor, com 12,21 euros.
Vende-se virgindade
Noëlle é uma rapariga doce e inocente… que colocou a sua virgindade à venda numa agência holandesa de acompanhantes. Segundo o jornal "Nieuwsblad", a jovem estudante, de 21 anos, já recebeu uma oferta de 7.500 euros. O leilão está aberto e quem fizer a licitação mais elevada poderá passar 24 anos com Noëlle, que copiou a ideia de uma norte-americana. O motivo é o mesmo de sempre: dinheiro.
Paraquedista centenário
se são muito poucos os que conseguem chegar ao século de vida, muito menos serão os que o conseguem fazer com a mesma saúde, agilidade e abertura de espírito de Fred Mack. O antigo piloto de aviões comemorou o seu centésimo aniversario com um salto de paraquedas a quatro mil metros de altitude, em Nova Jersey, Estados Unidos. O homem já havia feito a mesma façanha aquando dos seus 95 anos. Na altura, garantiu aos amigos que repetiria o feito aos 100. Promessa cumprida!
Sem-abrigo em prédio de luxo Não têm onde dormir, mas são
recenseados como habitantes num dos mais luxuosos edifí-
cios de Lisboa: as Torres São Rafael e São Gabriel, no Parque das Nações. A explicação está nos Censos, que obrigam a que toda a gente, até os sem-abrigo, seja recenseada numa habitação. Os que não têm – como é o caso dos que pernoitam na Gare do Oriente – são incluídos no edifício habitacional mais próximo. Pelo menos no papel, vivem bem.
Traficantes de cobras MUITAS pessoas são presas nos
aeroportos por tráfico de drogas, diamantes, tabaco ou até bebidas alcoólicas. Em Jacarta, na Indonésia, dois homens foram detidos quando tentavam introduzir no Dubai… cobras. Os 40 pitões iam sedados, na bagagem de mão. Os contraba ndistas esperavam vender as serpentes a colecionadores dos Emirados Árabes Unidos. Arriscam-se a sete anos de prisão.
Preços/Kg/L
:(
bolsa da praça
despedido e a direção demora o seu tempo a encontrar substituto. Os adeptos desesperam e um deles decidiu pôr mãos à obra: colocou um anúncio numa bolsa de emprego gratuita online, específica para situações de emergência. Em tempo de crise, não devem ter faltado candidatos…
mais caro
Manteiga magra Mimosa (1un)
1,39 €
1,39 €
1,39 €
1,65 €
Garrafão de água de Luso (5l)
1,18 €
1,18 €
1,18 €
2,36 €
Açúcar branco granulado Sidul (1kg) 1,06 €
1,06 €
1,06 €
0,99 €
7Up
0,94 €
0,94 €
0,94 €
0,94 €
Bolachas oreo (160g)
1,79 €
1,99 €
1,79 €
1,79 €
Calvé Mostarda (200g)
0,98 €
0,95 €
0,97 €
1,00 €
Chocapic
2,39 €
2,39 €
2,39 €
2,49 €
Banana importada
0,99 €
0,98€
1,00 €
0,99€
TOTAL
10,72€ 10,88€ 10,72€ 12,21€
Preços em 28.03.11
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ao microscópio
praça de táxis A queda do governo pode trazer mais instabilidade ao país?
francisco andrade
Não sei se vai ser melhor ou pior. Mas esta demissão do primeiro-ministro vai trazer mais custos aos portugueses, devido às novas eleições, que vão fazer o país parar. Para já está tudo em aberto. Vai depender de quem vai para lá.
joaquim moreira
O primeiro-ministro, José Sócrates, nunca devia ter voltado a ser el ei to. Te ve u m mandato para mostrar o que valia. Mas nada mudou depois disso. Aliás, só piorou. Esse senhor é um mentiroso, só diz aldrabices. Só tem prejudicado os portugueses, que não merecem.
retrato falado
figura da semana
Fernando regateiro O PRESIDENTE do conselho de administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra foi escolhido pela ministra da Saúde para assumir a gestão do futuro Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. A EQUIPA que formou para o acompanhar nas novas funções mereceu igualmente a confiança da tutela. VAI TER agora responsabilidades muito mais abrangentes, pois além da gestão dos HUC e da Maternidade Daniel de Matos, acumulará a administração do Hospital Geral dos Covões, Hospital Pediátrico, Maternidade Bissaya Barreto, Centro de Recuperação de Arnes e hospitais psiquiátricos do Lorvão e Sobral Cid.
menções honrosas
João Ataíde
Mário Almeida
o presidenteda Câmara Mu-
o Empresário de Cantanhede não teve medo de investir 15 milhões de euros no setor da construção civil mesmo em tempo de crise. A urbanização Quinta das Mouriscas, situada numa a zona nobre da cidade, oferece a quem lá quiser habitar inequívoca qualidade de vida.
nicipal da Figueira da Foz criou bolsas de estágio para candidatos, dos 18 aos 35 anos, em países da UE. O objetivo do projeto "Figueira na Europa" é melhorar as competências dos jovens do concelho tendo em vista a sua empregabilidade.
debate
sérgio simões
Estou preocupado. Foi b om o Sócrates ter ido embora. É muito mentiroso. Mas no caos que o país se encontra, não vais ser fácil alguém conseguir dar a volta para mudar as coisas. Não é com estas leis dos cortes que Portugal avança. Tem de ser criado emprego.
Acho que não se deve demitir porque a questão judicial, embora tenha alguma ligação à Académica, é independente. A administração da Académica tem sido eficaz, com bons resultados, e ninguém tem nada a apontar a José Eduardo Simões.
Penso que sim. Enquanto estava acusado, devia ter suspendido o mandato para provar a sua inocência. Uma vez que foi condenado, deve demitir-se e ceder lugar a um dos vice-presidentes. Não defendo a demissão em bloco da direção.
José Eduardo Simões deveria demitir-se da presidência da Académica? aurélio campos Cónego de Taveiro
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ricardo ferraz
Cofundador do movimento "Briosa com Valores"
31MArÇO 2011
se eu mandasse tema da semana O doutoramento honoris causa de Lula da Silva Helena Freitas Vice-reitora da Universidade de Coimbra
Porque é que a Universidade de Coimbra (UC) decidiu atribuir o doutoramento honoris causa ao antigo presidente do Brasil, Lula da Silva? A proposta partiu da Faculdade de Direito e é um legado do anterior reitorado. Lula da Silva fez muito para internacionalizar a memória em torno da cultura portuguesa. Esta distinção é uma forma de agradecer esse trabalho notável.
"Investia nas zonas rurais"
A Academia ficou surpreendida quando Lula da Silva aceitou a distinção? A disponibilidade que revelou é impressionante, porque Lula da Silva tem convites de dezenas de universidades de todo o mundo e escolheu Coimbra para receber pela primeira vez uma distinção honoris causa. Não é todos os dias que Coimbra acolhe figuras internacionais... É uma honra para a Universidade de Coimbra, e também para toda a comunidade universitária nacional, poder acolher no seu seio uma figura com o peso internacional de Lula da Silva. Que consequências práticas é que a UC pode extrair da visita de Lula da Silva e da presidente do Brasil, Dilma Rousseff? É uma oportunidade para estreitar ainda mais as relações que já existem entre as universidades de Portugal e do Brasil. Este momento vem dar mais força a este dinamismo, fundamental para o progresso da investigação científica nos dois países.
Miguel Ventura, presidente da ADIBER começaria, dada a situação em que o país atualmente se encontra, por cortar nas gorduras do aparelho de Estado, sobretudo nos vencimentos dos gestores públicos. Determinaria a fusão e/ou a extinção de todos os institutos públicos considerados como não essenciais para a vida diária dos cidadãos. Promoveria a maior coesão possível entre as várias regiões do país, pugnando, nomeadamente, pela valorização de todas as potencialidades das zonas rurais. Apostaria no investimento seletivo, numa ótica de criação de riqueza e, simultaneamente, a abertura de postos de trabalho onde essa política mais se
www.cnoticias.net
revelasse do interesse nacional. Empenhar-me-ia na fixação das populações e na redução das assimetrias que tão gravemente lesam Portugal. Aplicaria tudo aquilo que se poupasse num lado em investimentos que faltassem noutro.
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Cortaria nas gorduras do aparelho de Estado, sobretudo nos vencimentos dos gestores públicos
+lida
Eleições/Sporting: Paulo Futre "ataca" quatro reforços logo que Dias Ferreira vença
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confidencial
ao microscópio
de olho em você
PROFESSOR DOUTOR professordoutorc@gmail.com
VAI REBENTAR! QUEM PAGA A CONTA?
PASSOS PERDIDOS Lista de candidatos a deputados pelo Partido Socialista e pelo Partido Social Democrata às próximas eleições legislativas: Eu vou. Eu fui. Eu ia. Tu vais. Tu foste. Tu ias. Ele vai. Ela foi. Ele ia. Eu iria. Tu irias. Ela iria.
PERGUNTA: O que é que faz um filho de boas famílias quando se divorcia? REsPOSTA: Vai à Caixa. APROVADO
Ass. Futebol de Coimbra
A entidade que manda no futebol distrital tem casa nova. Saiu da Ferreira Borges para Taveiro. Não tem vistas para o relvado Sérgio Conceição. Mas fica mais perto do mercado abastecedor…da fruta… que está pronta para meter nas muitas taças que ornamentam a sede. Nota 16
REPROVADO
MATA-MATA FOME Há quem dê tudo para ter um bilhete grátis para assistir a um jogo de futebol. Então, em dia de mata-mata, todos ligam a alguém, que conhecem alguém, que arranja um ingresso à conta do orçamento. Estamos perante fanáticos pela bola? Nem por isso! Estes amigos são mais adeptos do intervalo. Sobretudo, quando o arroz de pato é mesmo à conta. Mas nem sempre têm sorte. Há quem lhes conheça as manhas e tenha a matreirice de os mandar contar até 39.
espelho meu
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31MARÇO 2011
Câmara Munic. de Coimbra
A autarquia local parece teimar em não deixar derrubar a fachada do prédio onde funcionou a Ideal. O imóvel até pode “ser muito interessante”, mas está no estado em que está. Vai ter o mesmo fim do edifício da Triunfo, que dava para tudo e nunca deu para nada? Nota 8
festa
Queima das Fitas 2011
Agenda Cultural "Até onde consegues levar a queima?" Esta atividade inicia-se com uma visita à secretaria da Queima das Fitas, no 1.º andar da AAC, entre 4 e 30 de abril. Lá poderá levantar-se um autocolante da Queima 2011. O objetivo é colá-lo num sítio "estranho, ou até mesmo impossível", e tirar uma fotografia. A foto mais original ganha um bilhete geral para as Noites do Parque.
Concertos
James regressam às Noites do Parque
Final do Concurso de DJ’s As eliminatórias do concurso de dj’s vão decorrer nos dias 5 e 7 de abril, no Bar Clube de Rugby. A grande final vai ser no dia 9, no Theatrix. Em jogo está uma atuação no Palco Secundário da Queima. Os dj’s vão ter de atuar entre 30 a 60 minutos, por isso a animação está garantida.
A banda britânica já passou pela Queima das Fitas de Coimbra em 2008 os james estão de regresso a Coimbra. O conjunto britânico será cabeça de cartaz da última noite da Queima das Fitas, sexta-feira, dia 13 de maio. Tim Booth e companhia estiveram na Praça da Canção há três anos, em 2008. Na altura, apesar da lesão do vocalista (que se apresentou em palco de muletas), deram um concerto memorável e garantiram uma das grandes enchentes da festa estudantil. O grupo britânico regressa agora com dois novos míni álbuns – "The Night Before" e "The Morning After" – e de uma incursão a solo do vocalista Tim Booth. Espera-se mais uma grande noite à beira do Mondego.
Outra noite para a qual já há nomes confirmados é a de dia 11 de maio. Este ano, a organização optou por dar mais destaque à noite eletrónica, mudando-a de segunda para quarta-feira. E apostou, também, em grandes nomes. Quem não conhece o hit "We no speak americano", provavelmente a música mais rodada nas rádios no ano passado? Os seus autores, os australianos Yolanda Be Cool, prometem pôr toda a gente a dançar no Queimódromo. Outra dupla de dj’s, os alemães Milk & Sugar, atua na mesma noite. Os germânicos saltaram para a ribalta com a sua versão do êxito "Hey (nah nah nah)", dos Vaya Con Dios, um dos temas mais badalados das pistas de dança. VG
Agenda Desportiva
Os estudantes da Universidade de Coimbra estiveram em luta... de almofadas. A "Pillow Fight", nos Jardins da Associação Académica, foi uma das primeiras atividades da Queima das Fitas e proporcionou uma tarde diferente aos cerca de 50 participantes
VASCO GARCIA
fotolegenda
Olimpíadas Desportivas Natação e Polo Aquático (4 de abril), Basquetebol e Voleibol (5 de abril). A vertente desportiva da Queima destaca-se nestas competições, que vão envolver até 16 equipas mistas de quatro elementos. Os vencedores recebem bilhetes para as Noites do Parque. Cicloturismo Hoje, 31 de Março, as bicicletas invadem Coimbra. Se o tempo ajduar, os participantes vão viajar entre o Choupal e o parque de merendas de Taveiro, numa atividade que se pretende lúdica e recreativa. Os ciclistas têm direito a uma camisola, lanche e, caso seja necessário, transporte de regresso.
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ao microscópio
11H00 A caminho da Ereira...
um dia com
11H30 Com o governador civil na Ereira
13H30 Almoço no "Cantinho do Reis"
mário ruivo Diretor do Centro Distrital de Segurança Social de Coimbra
A vida profissional interliga-se com a vida pessoal de Mário Ruivo, que, fora da política e da segurança social, recorre, para descontrair, Às redes sociais texTO e FOTOS sílvia diogo
“
É importante que possamos aproveitar o que a vida nos deu para podermos ajudar os outros
10H00 Momento escolhido para a leitura dos jornais
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São 10H30 quando Mário Ruivo chega às instalações da Segurança Social, na Avenida Fernão Magalhães. Tem por hábito, mal entra no gabinete, ver o correio e confirmar se o trabalho está a decorrer dentro da normalidade. Por volta das 11H30, parte para uma visita ao Grupo Desportivo da Ereira, da Associação Cultural, Desportiva e Social da Ereira, no concelho de Montemor-o-Velho, onde assina um protocolo de financiamento visando a ampliação dos balneários, dotando-os de particularidades adequadas à prática desportiva de crianças e jovens. O montante máximo é de 40.140 euros, correspondentes a 45 por cento do valor comparticipável da obra, que ascende a 89.200 euros.
31março 2011
14H30 Primeira reunião de trabalho
15H30 Desemprego preocupa
16H30 Última reunião do dia
O governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, também presente, assinou ali, em simultâneo, contratos de financiamento no âmbito do Sub-Programa 2 do Programa de Equipamentos Urbanos de Utilização Colectiva (PEUUC), com diversas IPSS's do distrito. A assinatura dos contratos teve início no dia 23, com o Grupo de Melhoramentos de Covões, no Concelho de Pampilhosa da Serra, que tem como objetivo a execução de obras de ampliação da casa de convívio. Depois da assinatura do protocolo, Mário Ruivo escolheu o restaurante Cantinho dos Reis, na Baixa de Coimbra, para almoçar, em companhia de alguns amigos, nomeadamente o apresentador da SIC, Carlos Vargas. Às 14H15, está de volta à Segurança Social , para iniciar as reuniões agendadas para o turno da tarde. Fora da vida política e das funções na Segurança social, Mário Ruivo passa o tempo em casa e com os amigos. Confessa que a vida pessoal e profissional se interligam, devido à rotina que exige essa intervenção. É um homem muito ligado às redes sociais, considerando-as um "entretém" que lhe serve para descarregar a pressão e descontrair. "Numa sociedade cada vez mais fechada, cada vez mais exigente, as redes sociais têm a vantagem de aproximar e de criar relações que eventualmente seriam mais difíceis", confessa Mário Ruivo. "Com as redes sociais podemos aumentar as relações com os nossos amigos de infância, e as nossas relações de amizade. Temos ali uma forma que nos permite trocar opiniões e que no fundo nos obriga a que mantenhamos esse contacto em permanência". As redes sociais são um ponto de encontro para Mário Ruivo, o que lhe permite manter atualizadas as relações de ami-
zade. "Criam-se também outros laços de contacto e descobrimos outras pessoas", acrescenta. Filho de pai militar, viveu a sua infância entre África e Portugal. Até aos 14 anos, fazia dois anos lá, um ano cá. "Não sou uma pessoa muito aberta, muito expansiva,
mas não tenho dificuldades em relacionar-me com as pessoas", confessa. Efetuou o secundário em Lamego, mais tarde, entrou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e nunca mais saiu desta cidade. Depois da licenciatura, fez um estágio nos Serviços Sociais da Universidade de Coimbra e, posteriormente, foi convidado para trabalhar na Câmara Municipal da Lousã, onde foi adjunto do presidente da autarquia. "Abri escritório e estive associado à fundação Escola Profissional da Lousã, mas, em 2001, fui convidado a desempenhar funções no recém-criado Instituto da Segurança Social", recorda. Confessa que o seu maior defeito é ser desorganizado em termos de papéis. "Tenho uma relação muito complicada com eles", sublimnhsa. Também se considera um homem despistado e afirma que "a vida já é algo tão difícil e tão complexo que o ideal é podermos levá-la de uma forma muito mais leve. Portanto, não tenho a preocupação de rigor. Não stresso", revela à C. Outro defeito que se aponta, é a confiança excessiva que diz depositar nas pessoas. "Acredito demais nas virtudes dos outros e depois tenho surpresas", reconhece. "Sou amigo do meu amigo, acho que sou uma pessoa solidária e com boa disposição. Apesar das tensões sou uma pessoa calma", auto-retrata-se Mário Ruivo, para quem a política é algo instrumental. "É importante que na nossa vida possamos desenvolver um conjunto de atividades aproveitando o que a vida nos deu para podermos ajudar os outros. Nas minhas atuais funções como diretor da Segurança Social, procuro ser o mais prestável possível, pelo que muito gostaria que esse sentimento me fosse retribuído quando as deixar", conclui.
à lupa Nome
Mário Ruivo Data de nascimento
23 de março de 1960 terra natal
Sá da Bandeira (Angola)
residência
Coimbra
livro preferido
O mundo é plano
prato predileto
Cozido à portuguesa
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o que é feito de si
ao microscópio
1975
1976-1978
1978-1985
1985-1989
1990-1996
1994-2007
Filiado, em março, no Partido Socialista
Engenheiro de concessões escolares
Engenheiro em empresas nacionais de construção civil
Sócio gerente da Domobra
Vereador da Câmara Municipal de Coimbra
Administrador do Mercado Abastecedor de Coimbra
Aos 65 anos, Fernando Pereira da Silva recorda "com honra" o tempo em que foi vereador, mas garante que o que gosta mesmo é de estar na execução de obras Texto e Foto bruno vicente Saiu do Mercado Abastecedor de Coimbra em 2007. O que tem feito desde aí? Na zona Oeste fui consultor de empresas nas áreas da construção civil e do turismo. Estou a desenvolver um projeto na área da agricultura, de produtos para exportação. E envolvi-me num projeto muito grande na área urbanística, em Coimbra. Em termos políticos mantenho-me numa militância pouco ativa. O PS de Coimbra está bem servido de jovens quadros. Teve cargos em diferentes setores. O que é que gostou mais de fazer? O que me deu mais gozo foi ser engenheiro e estar na execução de obras. Era o meu projeto de vida. Percorri todo o país em trabalho e fiz coisas como a embaixada americana em Lisboa, a mesquita de Lisboa, a escola superior de Castelo Branco… Mas tive também muita honra em ser vereador da Câmara Municipal de Coimbra (CMC).
Mas na autarquia não conseguiu fazer o que mais gostava? Consegui, mas não foi fácil. Em 1989, aceitei o convite de Manuel Machado. Conseguimos uma maioria absoluta e eu fiquei com responsabilidades de urbanismo e das grandes obras municipais. O problema é que a CMC, em 1990, estava tecnicamente falida e devia dinheiro a toda a gente. Felizmente, tinha muitos conhecidos na área da construção civil e empenhei-me para que eles fiassem à câmara. Coimbra evoluiu muito nessa altura? O concelho estava num estado lastimoso. Uma semana depois de estarmos na CMC, iniciámos a campanha de alcatroamento de vias, que durou quatro anos. Abriu-se a avenida marginal e a avenida da Lousã, levou-se a circular interna das traseiras do Hospital até à Solum, fez-se parte da circular externa e, portanto, colocámos o trânsito em ordem. Acabou-se de cons-
truir a Biblioteca Municipal. Atraiu-se o Continente e a Makro. O Plano Diretor Municipal, que ficou pronto em 1993, ainda está em vigor. Esteve também 13 anos no Mercado Abastecedor de Coimbra… Fui para lá, não por vontade própria, muito pelo contrário, mas Manuel Machado lançou-me o desafio, por eu ter experiência na engenharia civil. Na altura não havia dinheiro. Passado pouco mais de um ano, inaugurámos o mercado e pagaram-se todos os compromissos. A partir daí ficou como uma entidade credível. Foi muito útil a Coimbra. Centralizou na cidade a área logística relativa às hortofrutícolas. Nos anos em que lá estive deu lucro e não precisou de subsídios estatais ou outros. A certa altura foi acusado de estar bem, ao mesmo tempo, com o PS e com o PSD. Esses comentários incomodavam-no? Nunca me preocupou, sendo militante do PS, ter amigos no PSD. Sou amigo pessoal de Carlos Encarnação, fomos colegas desde o jardim-escola. Quando ele se recandidata pela segunda vez, um amigo meu do PSD desafiou-me a ir ao jantar dele. Eu não concordava com o candidato que o PS apresentava na altura, mas não foi essa a razão que me levou a ir ao jantar. Fui discretamente, dando-lhe o apoio de um amigo a um amigo. Desde que deixou a carreira política, em 1996, a sociedade portuguesa piorou? O neoliberalismo está a fazer regredir algumas conquistas sociais e poderá levar-nos a um retrocesso quase para a era industrial, em que ninguém tem direitos, só há deveres. Não faz sentido sermos apenas máquinas que nascemos para trabalhar e para morrer.
Pereira da Silva 22
31MArÇO 2011
C81
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ao microscópio
via do leitor
cartas Envie a sua opinião Carta: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra Email : redacao@cnoticias.net As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos
Cavaco Silva também tem responsabilidades na crise O embate entre a oposição e o governo sobre o chamado PEC 4 atingiu tais proporções de inflexibilidade que o desfecho não podia ser outro: a demissão do primeiro-ministro e a realização de eleições legislativas antecipadas. A crise devia, no entanto, ser evitada. Além do facto dos governos deverem, em princípio, chegar ao fim das legislaturas, o momento é particularmente delicado, tendo em vista a especulação de que temos sido alvo por parte dos nossos credores. Impunha-se, portanto, uma intervenção, ao menos pedagógica, do Presidente da República, no sentido de levar os partidos a chegarem a um acordo que salvaguardasse, mais do que os interesses deles, isso sim, o interesse nacional. carlos andrade, Coimbra
do fogem tanto da avaliação? Os sindicatos congratularam-se com esta vitória, mas ao que ouvi nos noticiários parece que ainda não estão satisfeitos, querem mais. Está marcada mesmo uma manifestação para o dia 2 de Abril, em Lisboa. Quererão fazer o que lhes apetece sem terem de prestar contas? Atenção: há bons e maus professores. E estes não podem andar por aí à rédea a solta.
mais a conta bancária, venha a recorrer à vil baixeza de desrespeitar a dignidade da pessoa humana e a completa indiferença perante a angústia e o sofrimento humano... é coisa que nem no Estado Novo há memória de ter acontecido!
maria Emília, Coimbra
Apocalipse now!
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Passos Coelho está obrigado a vencer as eleições com maioria absoluta. De outra forma, deverá demitir-se.
António martins, Figueira da Foz
Professores à rédea solta? Tenho dois filhos no secundário, nenhum se queixa dos professores. A escola também oferece boas condições, quer pedagógicas, quer de segurança. Não gostei, todavia, da revogação pela Assembleia da República da avaliação dos nossos docentes. Trabalho numa empresa onde sou anualmente classificada, não vejo qualquer problema nisso. Porque será que os funcionários do Esta-
inquérito Passos Coelho está preparado para governar? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net
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A nova lei do arrendamento Das muitas medidas arbitrárias e anti sociais que se teem vindo a tomar em Portugal, a mais ditatorial e até com laivos de tirania é a que autoriza um proprietário de um imóvel, através de um advogado, a expulsar (é o termo literal da nova lei) um inquilino que esteja três meses sem pagar renda. Por todas as razões que assistam ao proprietário da casa, nenhuma justifica atirar para a rua idosos, mulheres e crianças que, por dificuldades económicas, deixem de poder cumprir as suas obrigações contratuais. Que um banco para reaver os seus créditos recorra a práticas idênticas de tipo agiota e puramente materialistas ainda se pode compreender. Um proprietário que, por vezes, tem anos seguidos de convívio e relações saudáveis com o inquilino, só porque vê na venda das sua propriedade a possibilidade de engordar
JOSÉ L. OVELHA, Coimbra
A crise política aberta pelo PSD anula de um só passo todo o esforço desenvolvido pelo Governo até agora. A Cimeira da Zona Euro, no dia 11 de março, marcara uma viragem a favor de Portugal, convencendo os parceiros europeus e obtendo o aval do BCE e da Comissão Europeia. Não se sabe, pois, como agora irão reagir os parceiros a esta tomada de posição de toda a oposição, esquecendo que os juros vão disparar em flecha e a descida de rating será inevitável. Não venham depois dizer que isto está mau e mesmo que estava pior do que pensavam. A partir de hoje a culpa é, sem quaisquer dúvidas, desta oposição de direita populista e da esquerda ortodoxa e radicalista. Não se esqueçam que até junho o país terá de pedir 10 mil milhões de euros, dívida dos governos de Guterres e Durão Barroso. Acresce, ainda, que a banca só se consegue financiar junto do Banco Central Europeu e as empresas públicas já nem se conseguem financiar lá fora. Isto é, de facto, uma esquizofrenia completa. A ânsia do poder leva a deitar tudo abaixo. As consequências serão, inevitavelmente, gravosas para o país. Vamos todos pagar com língua de palmo. Sim. Agora que as coisas seriam resolvidas satisfatoriamente, no Conselho Europeu, veio a rasteira ao Governo. Espero que o Povo saiba ver quem nos "tramou".
HORÁCIO ANTUNES, Lousã
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31marÇo 2011
opinião
A casa vazia está ocupada António Pedro Pita Diretor Regional de Cultura do Centro
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Mais do que identificar as filiações e eficácia política dos manifestantes do dia 12, importa reconhercer heterogeneidades no limite da contradição
em certos momentos , as questões mais simples parecem regressar – mas urgentes de uma nova urgência ou lancinantes de uma dor antiga. Por exemplo: o que está a acontecer? Na imensa trama, imensa e heterogénea, plural, múltipla, do mundo contemporâneo, o que está a acontecer? Assim formulada, a pergunta parece esperar uma única resposta, capaz de reduzir a heterogeneidade da situação a simples oposições ou conflitos inequivocamente identificáveis. Já não estamos aí. E poucas vezes, como agora, se nos impõe a noção de que habitamos ao mesmo tempo cenas múltiplas, historicidades contraditórias, diferentes possibilidades de mundos e que todo o problema está aí: habitar a multiplicidade, a contradição, o possível.
Por outro, desliga-nos da homogeneidade como princípio de atuação e de pensamento.Neste sentido, mais do que identificar as filiações e a eficácia política dos manifestantes do dia 12, importa reconhecer heterogeneidades no limite da contradição. E tentar perceber em que ponto de um devir que readquiriu plasticidade é tocado pelas menos óbvias ou libertas ou soltas ou enigmáticas palavras de ordem. Como se a pulsão da revolta quisesse circunscrever-se à aparência de uma movimentação tendencialmente revolucionária sem, para isso, renunciar ao que a carateriza acima de todas as coisas: não escolher entre as opções presentes no campo do atual e do possível mas escolher, justamente, outra coisas, outro campo.
Tudo fica suspenso ou frágil: suspenso ao arrepio das evidências mais poderosas, frágil em contraponto das nossas confianças mais fundas. Tudo? Tudo. Como se a erosão do otimismo histórico em que durante alguns séculos a Europa se pensou a si própria e pensou o mundo como grande Europa presente ou futura tivesse intensamente refluído e, qual tsunami histórico, invadido, desarticulado e arruinado até as mais confiáveis das categorias elementares (quero dizer: constituintes) do nosso próprio pensamento.
ora , à medida que o campo do atual e do possível se fecha ou porque tudo, nele, já é da ordem do conhecido ou porque a própria dimensão futurante perdeu a face enigmática de um desconhecido irredutível a um ainda não conhecido aprofunda-se esse sentimento de não ter lugar. Batemo-nos pela inclusividade e pela queda das barreiras que impeçam a livre circulação de pessoas e geramos noutros o sentimento de que não têm lugar ou têm um lugar à margem. Se a casa vazia é a condição mais geral para que o movimento do jogo prossiga, no grande jogo do mundo que nos coube viver nesta viragem de século tudo se passa como se a casa vazia já estivesse e vá continuar ocupada. E, bloqueado, o jogo, isto é, o mundo entrasse em panne, tornando-nos atores contemplativos de uma crise em que talvez só possamos ler as prefigurações contraditórias de outro jogo.
é em ruínas que cada vez mais nos pensamos e decidimos. Ou, talvez melhor, na condição de palimpsestos, desvairados e contraditórios, desordenados, (i) legíveis.O conceito afigura-se-me útil. Por um lado, facilita a nomeação de um presente a que são imanentes vários passados e várias possibilidades de futuro.
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head cartas
ao microscópio
texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista
blica Exm.º Sr. Presidente da Repú
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demissão sidente, ter aceite o meu pedido de Venho agradecer-lhe, Senhor Pre desde e, tad Sei, inclusivamente, ser sua von do cargo de primeiro -ministro. as va, costas to.Quando se deixa de trocar sali há muito, despejar-me de S. Ben u género. el. V. Ex.ª nunca fez, de resto, o me rsív eve irr é io órc div o -se, tam vol iei a época de nudisdo este início de primavera, inic itan ove apr e, ond co, Me do ia pra so dar-me ao Escrevo-lhe da rente dos assuntos de Estado, pos cor tão ges ra me a pel el sáv pon meu jogmo. Agora, apenas res a o Diário da República, fazer o par as tur ina ass s dua re ent e, luxo de despachar na areia idos de vago, tarejados de além. o o mar - e fico com os olhos ung olh i, Aqu te. mu ver u me o ar de à procura de vento. ging, tom ter paciência: o moinho não se per ciso pre é que o end pre com e grafia. Aqui,olho o céu V.Ex.ªa é rigorosamente a sua bio de a car a s: ida dúv sem fico e Aqui, olho para Belém C 4, que, com a corda ao informá-lo, pre viamente, do PE não ao a tesi cor des a um o etid itar V. Ex.ª; e, Sei ter com xelas. Entenda: era a for ma de irr Bru a r nta ese apr fui , niz Mo s didos, tenrinho, pescoço, qual Ega ava tudo pre visto - e o Passos Per Est . PSD o itar irr e, ent sid Pre dores.... irr itando-o, Senhor e com os "aparachiques" - e os cre anh am se que ra Ago . isco o u rde muito tenrinho, é claro, mo o, ao jog ging, ao fique V. Ex.ª sabendo, ao nudism , eve scr un circ se não co Me no - e é disso que A minha estada mã. Estou também a preparar ale iga am ha min à hos etin bilh ha eleitoral. ver mute, ao envio de tar a ser indelicado - a campan vol não a par , nto ime hec con o meu quero, nesta carta, dar-lhe chinho, o Zé Castelo Branco será Bu ao ico gót fato um ei end om Tome nota: vou arrasar! Já enc igirá os comícios. relações públicas, o La Fér ia dir , para o se preparem para vir, também eles que ras Fei das o linh Pau e os did listas Os seus amigos Passos Per tro mandamentos que os especia qua os e, ent sid Pre hor Sen i, aie que, nos próximos cinco Meco: vou pô-los a nu. Até já ens torais. Dou-lhos a conhecer, por elei es tar jan em sos cur dis a par , para a Coelha. recomendam so, vai, espero que definitivamente dis ois dep e, m gué nin iar alic anos, não precisa de Ei-los, então: 1. Levante-se ... para ser visto. 2. Fale alto ... para ser ouvido. 3. Cale-se ... para ser aplaudido. 4. Sente-se ... para ser apreciado. Que tal? s Com os melhores cumprimento
1 Praia do Meco, 31 de Março de 201
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nuclear
sociedade
CENTRAIS
Almaraz é ameaça gravíssima para Portugal O professor delgado domingos, especialista em energia nuclear, reconhece que na central espanhola da fronteira, que também não foi preparada para guardar resíduos radioativos, poderá acontecer tragédia semelhante à do japão TEXTO SOARES REBELO As centrais nucleares espanholas são uma ameaça para Portugal? Obviamente que são, designadamente a de Almaraz, situada a escassa centena de quilómetros da nossa fronteira. Que riscos poderão verificar-se se houver ali qualquer fuga radioativa? Como até agora não se encontrou uma solução definitiva e aceitável para os resíduos nucleares (é preciso garantir a sua segurança durante centenas, milhares de anos), estes são armazenados nas próprias centrais. Ora, Almaraz não foi concebida para integrar esse crescendo de material radioativo, pelo que nada garante que não possam verificar-se lá problemas como os de Fukushima, com as consequências inerentes, neste caso, para o nosso país.
çãomais grave não ocorreu em nenhum deles, mas nos outros, sobretudo no 4, onde se procedia à substituição do urânio, que já tinha sofrido fissão, por outro, e cuja piscina, onde se guardam os respetivos produtos radioativos, não está contida no reservatório metálico de proteção especial. Resultado: esses produtos radioativos continuam a libertar calor e como para arrefecer uma piscina com tamanhas dimensões são necessárias cerca de 50 tonela-
das de água por hora, a questão torna-se delicadíssima. Não há, portanto, saída? A contaminação à volta da central é de tal ordem que o acesso se tornou praticamente impossível. Daí, o recurso a helicópteros e canhões de água, como aqueles que são utilizados para dispersar manifestações,mas, pelo menos até agora, sem grande sucesso. E lá está - se a libertação de calor resultante da fissão nuclear não
Quer dizer:o problema maior de Fukushiama está nos reatores fora de funcionamento. Tenho a certeza. A quantidade de combustível que têm armazenado nas piscinas é em muito maior quantidade do que aquele que têm dentro. E está, praticamente, sem proteção. Voltando a Almaraz... É uma ameaça latente e gravíssima para Portugal. O facto do seu prazo de validade já ter acabado e sido, entretanto, prolongado, é, de resto, motivo acrescido de risco . Em Espanha está a engrossar, e com plena justificação, o movimento antinuclear. Não há, então, grandes garantias de segurança? O reator seguro é sempre o da próxima geração. Ou seja, nenhum é absolutamente seguro. Com cada acidente descobre-se sempre mais alguma coisa, é certo, mas trata-se de um processo infindável, talvez mesmo sem solução. A segurança na maior parte das centrais nucleares não cor-
O que aconteceu realmente no Japão? O problema mais alarmante e que não tem sido devidamente assinalado tem a ver com o combustível usado. Quando se deu o sismo, apenas estavam em funcionamento operacional três reatores - o 1, o 2 e o 3. A situa-
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diminuir (poderá até aumentar), a situação poderá agravar-se ainda mais.
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PU
Central Nuclear de Almaraz
Fissão nuclear
Funciona, desde o início dos anos 80, junto ao Rio Tejo, faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre e utiliza a mesma tecnologia (BWR) que a central de Fukushima. Já ultrapassou o período previsto de funcionamento e, há alguns meses, o governo Espanhol decidiu prolongar em 10 anos o seu período de atividade. Em caso de um grave acidente nuclear, os impactos dificilmente ficarão contidos nas fronteiras espanholas.
A fissão nuclear é a quebra de um núcleo atómico através de bombardeamento desse núcleo com neutrões moderados, originando dois núcleos atómicos médios, mais 2 ou 3 neutrões e uma quantidade de energia enorme.
Burgos
Reator nuclear Um reator nuclear é uma câmara de resfriamento hermética, blindada contra a radiação, onde é controlada uma reação nuclear para a obtenção de energia.
Barcelona
De uma forma simples, o reator nuclear produz calor dividindo átomos. O calor produzido serve para ferver água, que irá fazer funcionar turbinas a vapor para gerar electricidade.
Madrid
Coimbra Coimbra
Cáceres
Um reator produz grandes quantidades de calor e intensas correntes de radiação neutrónica e gama. Ambas são mortais para todas as formas de vida mesmo em quantidades pequenas. O reator deve estar rodeado de um espesso escudo de cimento e aço, para evitar fugas de radiação.
Valência Lisboa
Sevilha
Centrais nucleares em funcionamento em Espanha O iodo, gasoso, reduz, numa semana, a sua intensidade radioativa para metade, enquanto o plutónio requere pelo menos 50 mil anos.
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nuclear
sociedade
responde, aliás, à ideia de proteção absoluta proporcionada por duas ou três barreiras, uma delas metálica, altamente reforçada. Continua a haver fatores desconhecidos no nuclear? Evidentemente. O processo, atendendo ao que tem ocorrido em várias partes do mundo, continua a revelar-se extremamente imprevisível, repleto de fatores desconhecidos. A ciência procura, naturalmente, ultrapassá-los, à medida que vão acontecendo, mas continuamos longe, muito longe, da segurança absoluta. A fissão nuclear liberta, naturalmente, produtos altamente tóxicos. Claro que liberta. A separação do núcleo de urânio noutros componentes conduz realmente à libertação de produtos altamente radioativos, que não podem ser alterados por reações químicas. É um processo físico incontornável, cuja ameaça poderá prolongar-se por muitos anos, consoante os produtos resultantes da fissura dos núcleos de urânio. E que produtos são esses? Um deles é o iodo, outro, o plutónio. O iodo, gasoso, reduz, numa semana, a sua intensidade radioativa para metade, enquanto o plutónio requere pelo menos 50 mil
anos para que tal se concretize. Como evitar isso? Produtos tão altamente radioativos têm, é claro, de ser controlados, contidos e guardados. É o que procura fazer-se, mas é preciso que tudo corra bem, que não haja imprevistos. No Japão, por exemplo, a situação agravou-se devido ao excesso de acumulação dos resíduos nucleares nas piscinas, tal como se passa, aliás, nas centrais nucleares espanholas. Que terá levado o governo espanhol a prolongar a longevidade de Almaraz? Se o investimento numa central nuclear já está amortizado e ela continua a produzir eletricidade, tem um valor económico imenso. Não admira, portanto, que quem investiu tudo faça para que lhe seja prolongado o prazo de exploração. Mas esse prolongamento acarreta perigos acrescidos. Claro que sim. Os governos, ao sancionarem esses negócios altamente lucrativos, estão, simultaneamente, a contribuir para o aumento dos perigos inerentes ao uso da energia nuclear. Se, à partida, os riscos já eram grandes, tornam-se maiores e ainda mais imprevisíveis.
Nuclear em Portugal é insulto à inteligência Segundo o professor Delgado Domingos, o nosso país não tem dimensão bastante para construir centrais e o nosso urânio não é diretamente utilizável Há quem advogue que Portugal precisa de energia nuclear para se desenvolver economicamente. Concorda? É quase um insulto à nossa inteligência a ideia de que precisamos absolutamente do nuclear para sermos competitivos. Porquê? O nuclear não tem em Portugal qualquer hipótese de ser economicamente competitivo com as soluções clássicas. O país não tem dimensão bastante para construir centrais. Mas tem urânio... É verdade que existe, mas também se sabe que esse urânio não daria, na melhor das hipóteses, para mais do que um grupo nuclear, dois no máximo, e com um prazo de vida que nunca iria além dos 15 anos. Por outro lado, o nosso urânio não é diretamente uti-
lizável, precisava ser enriquecido. Portanto, nem sequer controlaríamos o ciclo. Há, ainda assim, privados declaradamente interessados em investir no setor. É uma autêntica manipulação. As centrais só seriam viáveis no nosso país para os investidores particulares se o governo estivesse disposto a garantir a rentabilidade dos capitais necessários. E quanto à segurança? É outra questão relevante. Quando se aumenta a segurança nos reatores, aumenta-se o seu preço. Ora, em nenhum país do mundo os proprietários de centrais nucleares assumem os custos em caso de acidente, como aquele que acaba de ocorrer no Japão. A partir de um certo nível de prejuízos, quem paga é sempre o contribuinte.
Fukushima deverá ser, para todos nós, motivo de forte preocupação. A energia nuclear é, sem dúvida, importante no contexto económico, mas as centrais continuam a não corresponder, em segurança, aos risco inerentes ao seu funcionamento. As catástrofes de Three Miles Island e Tchernobil, agora a do Japão, justificam plenamente os movimemntos de rejeição que engrossam mundo fora. Não temos centrais nucleares, mas há Almaraz aqui mesmo ao lado. Deus queira que não nos aconteça nada. Massano Cardoso, médico
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A energia nuclear é segura, limpa e barata. Tornou-se, portanto, nas últimas décadas, imprescindível ao desenvolvimento económico. Aquilo que se passou no Japão resultou de um sismo de grande intensidade seguido de um tsunami que devastou boa parte da costa nipónica. Tratou-se, em suma, de um caso extremo, imprevisível, que, felizmente, não ocorre com frequência. Fukushima deverá ser um alerta para os governos europeus, incentivando-os a não poupar na segurança das infraestrururas nucleares. Belarmino Azevedo, empresário
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a favor
contra
energia nuclear em Portugal
opinião
Mira Lagoa Sobral
Sinais dos tempos Hoje acaba o mês. Hoje acaba o trimestre. Esta Revista alcança a edição número 10. Amanhã é 1 de Abril.
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Amanhã será o Dia das Mentitras. Como se todos os demais 364 ou 365 dias fossem todos Dia das Verdades
Em Março, a 9, o Presidente da República tomou posse de novo mandato cuja duração é até 9 de Março de 2016. A 11, houve o tsunami no Japão. Houve a demissão do Governo. O rating de Portugal diminuiu. O Governo demitiu-se. Mas também houve Carnaval. E amanhã será o Dia das Mentiras. Como se todos os demais 364 ou 365 dias fossem todos Dia Das Verdades. Verdade intemporal resulta da consta-
tação de que os Portugueses, muito biodiversos, são tão biodiversos, que, comprovadamente, experimentam permanentes dificuldades de entendimento. Por exemplo, nos trabalhadores das autarquias com responsabilidades nos diversos patamares das orgânicas das respectivas autarquias em que são trabalhadores por conta de outrem (enquadrados nos são princípios, legalmente consagrados e de conhecimento de todos), continuam a verificar-se que são muito poucos os que resistem à tentação de só trabalharem como qualquer trabalhador subordinado. Todos se aprimoram em tanto que quererem corresponder que, objectivamente, acabam por extravasar o domínio das competências específicas. Não resistem à tentação de, também, fazer política. Os políticos eleitos decidem no quadro das respectivas competências. Os Directores das Autarquias de primeiro grau, na interpretação da decisão tomada e transmitida e na sua execução esmeram-se em, na maioria dos casos deturparem. Os Chefes da Fiscalização não vêem, os da vistorias vêem mas não vêem, todos lêem, mas lêem diferente, de tal forma que a decisão tomada, aquando da execução, se
vê desformatada. Acaba sempre por vencer o real. E nesta matéria, em todo o Portugal, o poder a votos, por razão do futuro destes e destes no futuro, acabam por condescender, fazendo alardeio da sua tolerância, aprovando e ratificando o desrespeito. Diferente mesmo, de princípio a fim, seria se Clinton fosse candidato a um cargo político em Portugal. Talvez o seu slogan de campanha pudesse ser: "É o Português, estúpidos". A língua, evidentemente. De facto há períodos nos nove séculos, quase completos, de Portugal, que o que melhor ocorreu foi o desentendimento entre portugueses. De palavras claro. É que a evolução semântica desenvolve-se a um ritmo e tem tantas variedades que, no extremo, quase se diria "cada português, cada dialecto". Ainda agora se verifica que o Governo tinha de evoluir para o PEC número "n+1". Mas em boa verdade, o que o Governo queria mesmo era sair "calimerizado". Disse diferente. Todos perceberam o mesmo. E ao perceber o mesmo, todos acabaram por, unanimemente - ainda que diferentemente - garantir ao Governo que este alcançasse os reais objectivos que pretendia, embora os não anunciasse. É estranho como em Portugal a PALAVRA vale e significa isto. À especial atenção dos Professores de Português. Para que cada Português não ouça numa língua, pense numa segunda e fale numa terceira. É poliglotismo excessivo, este. O nosso. Que nos baste o PORTUGUÊS. A lín-
gua, claro.
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HISTÓRIAS DE AMOR e MORTE FACAS, PISTOLAS, CATANAS, MACHADOS E, ATÉ, FACAS ELÉTRICAS. QUANDO o IMPENSÁVEL ACONTECE, TUDO PARECE SERVIR PARA TIRAR A VIDA A OUTRA PESSOA. conheça, ou RECORDE, OS CRIMES QUE, NOS ÚLTIMOS ANOS, DEIXARAM A REGIÃO EM ESTADO DE CHOQUE TextoS vasco garcia
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o ritual ainda hoje se repete todas as noites. Depois de um dia inteiro a servir de "saco de pancada", que os clientes utilizam para descarregar raivas e frustrações de que outros serão responsáveis, os trabalhadores – a maioria jovens – do call center da PT em Coimbra sobem a meia dúzia de metros até ao café "Safari". Bebem um café ou umas cervejas, riem, esquecem, por minutos, os problemas mundanos do dia-a-dia. E criaram uma segunda família. Não foi assim durante muitos dias, em novembro de 2009. A alegria e a boa disposição que sempre caraterizaram o grupo deram lugar a um sentimento de tristeza, de revolta e de impotência, perante uma situação para que não encontravam explicação, muito menos justificação. Um dos membros da família havia sido assassinado. Os contornos (brutais) do crime chocaram todos. Carla Sofia Martins, de 28 anos, foi morta à porta de casa dos pais, em Castelo Branco, com 23 facadas. O ex-namorado, João Pedro, agiu movido por ciúmes excessivos. O jovem, de 29 anos, conheceu na semana passada a sentença.
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O Tribunal de Castelo Branco condenou-o a 15 anos e seis meses de prisão. O namorado DE MÃOS ENSAGUENTADAS O caso trouxe à memória um outro, ocorrido dois anos antes. Na madrugada de 18 de setembro, António Assunção, de 24 anos, foi ter com a ex-namorada, Maria José Maurício, de 20 anos, à casa de uns amigos. Queria convencê-la a reatar a relação que durou quatro anos. À saída, levou consigo u ma faca com u ma lâmina de 20 centímetros. Já de manhã, disse à jovem que tinha uma surpresa para ela e convenceu-a a ir com ele até um descampado próximo do polo II da Universidade de Coimbra, onde ambos estudavam Engenharia Civil. Perante nova "nega" de Maria José, puxou da faca e matou a ex-namorada. A premeditação e a violência de António chocaram a cidade de Coimbra e a comunidade universitária. António acabou por suicidar-se em julho do ano passado, no Estabelecimento Prisional de Coimbra.
Maria Helena matou os dois filhos com uma faca elétrica As facas são uma das armas mais utilizadas pelos homicidas
Paulo Figueiredo deu dois tiros no companheiro. Ferreira da Silva deu três no ex-genro. Roseane foi assassinada à pazada por Carlos Costa
Joana Fulgêncio foi encontrada com um saco de plástico à volta da cabeça
Matou namorada e simulou sequestro Mas voltemos ao final de 2009. Esse foi um período negro para a região. Apenas uns dias depois do homicídio de Carla Sofia, outra jovem era assassinada pelo namorado. Joana Fulgêncio tinha 20 anos e estudava Comunicação Social no Instituto Politécnico de Viseu. David Saldanha, de 22 anos, também aluno do mesmo curso, pôs um fim violento a um namoro intermitente de quatro anos na noite de 17 para 18 de novembro. David matou a namorada com um golpe na cabeça. Colocou-lhe depois um saco na cabeça e lançou o Peugeot 309 para a barragem de Fagilde. Contou à GNR que ele e Joana haviam sido roubados e sequestrados. Mas rapidamente a PJ percebeu que a história não batia certo. Foi condenado pelo Tribunal de Viseu a 18 anos de prisão. ex-fuzileiro matou mulher e gnr Mais umas semanas e um novo crime voltou a chocar a região. Montemor-o-Velho. Dezembro de 2009. Depois de muito su-
João Fernandes matou o pai com uma catana
Alfredo Azevedo degolou Dulce Moreira com um x-ato
portar as agressões do marido, Maria Manuela decidiu dizer "basta". Foi ao posto da GNR apresentar queixa. Os militares chamaram uma ambulância que a transportaria ao hospital. Mas Mário Pessoa não permitiria isso. Perseguiu a viatura, barrou-a e apontou a sua caçadeira ao condutor, que deu meia-volta e regressou ao posto. Quando chegou, os militares David Dias e Adérito Teixeira tinham acabado o seu turno e estavam à porta, desarmados. Viram, impotentes, como o homem abriu a porta da ambulância e disparou dois tiros sobre a mulher, que ainda teve tempo e sangue frio para salvar a filha, que assistiu a tudo. Depois de conseguirem dominar Mário Pessoa, levaram-no para o interior do posto. Mas o ex-fuzileiro tinha um revólver escondido. Atingiu um dos guardas na anca e matou o outro com dois tiros à queima-roupa, na cabeça e no peito. médica morta por filho estudante de medicina Já em 2010, outro estudante
da Universidade de Coimbra voltaria a estar envolvido num macabro homicídio. Eugénia Rosa Fernandes Madeira, de 58 anos, era médica no Centro de Saúde Norton de Matos. Foi encontrada sem vida no seu apartamento, na Quinta da Lomba (Coimbra), no dia 7 de setembro. Apresentava dois golpes no pescoço e tinha uma almofada na cabeça, utilizada para abafar o som dos seus gritos. Os pequenos reparos, normais de uma mãe, irritaram Luís Castanheira, 23 anos, aluno do 4.º ano de Medicina, ao ponto de planear ao pormenor o homicídio da médica. Depois de consumar o crime, encenou um assalto à casa e regressou à Figueira da Foz, onde estava de férias. esquartejou a mãe e congelou o corpo Em junho de 2009, a pequena localidade de Albergaria dos Doze, no concelho de Pombal, ficou em estado de choque. Dez meses antes, Abel Ribeiro, de 35 anos, planeou a morte da mãeao mínimo detalhe. Colocou-lhe
Vítor matou Martine usando um machado
comprimidos para dormir na bebida, asfixiou-a com uma almofada, cortou-lhe o corpo com uma serra e congelou-o numa arca frigorífica da casa onde viviam. Aos vizinhos e amigos da mãe, dizia que esta estava em França, com um namorado. Só quando uns familiares de Maria Dias Leal, taxista de 55 anos, a procuraram para falar de umas heranças, é que todos se aperceberam que algo estranho se passava. matou os dois filhos e suicidou-se Em Viseu, aconteceu o contrário: foi a mãe que matou os filhos. Maria Helena, de 40 anos, sofria de depressão. Na tarde de 12 de setembro de 2007, chamou os filhos ao quarto do casal e executou-os cruelmente. Com uma faca elétrica, fez-lhes um golpe na garganta. Filipe, de oito anos, e Maria João, de 11, ficaram a esvair-se em sangue. A mulher suicidou-se em seguida, utilizando a mesma arma. Os corpos foram encontrados pelo marido, Fernando Costa Gomes, sargento da GNR.
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sociedade
opinião
Elísio estanque Sociólogo, docente da FEUC e investigador do CES
Sementes de violência a personalidade social dos indiví-
duos resulta da relação – sempre tensa e contraditória –, com a sociedade. Vivemos numa sociedade da comunicação, mas na relação face-a-face as pessoas tendem a fechar-se e a dissimular as emoções, sobretudo quando a sociedade e as relações familiares são tão instáveis e o futuro tão imprevisivel. E quanto maior for a participação na vida colectiva mais o sentido de "gratificação" e a coesão harmoniosa da comunidade se sobrepõem ao individualismo e ao isolamento, onde as patologias e pulsões destrutivas têm a sua origem. Olhando para este tipo de crimes – e sem esquecer a questão mais geral da violência doméstica –, pode dizer-se que no seio da família as relações afetivas escondem muitas vezes profundos sentimentos de inveja, de ciúme e de vontade de vingança, guardados em silêncio ao longo de anos e que podem de repente explodir em actos horrorosos como estes. As fronteiras entre o amor e o ódio, a amizade e a violência, o "normal" e o "patológico" são demasiado ténues. Por isso, o combate a esta espiral destrutiva requer uma pedagogia da gestão dos afetos baseada na partilha, na comunicação e na cumplicidade, mas requer também projectos sociais e iniciativas comunitárias que envolvam os cidadãos e os mobilizem na busca de soluções coletivas para os nossos problemas comuns.
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insegurança
andou 20 quilómetros a pé para confessar morte do pai Os crimes entre pais e filhos não se ficam por aqui. Recentemente, no final de janeiro de deste ano, a pacatez característica de Esteiro (Pampilhosa da Serra) foi abruptamente interrompida quando João Fernandes, de apenas 16 anos, matou o pai, Carlos Jesus, com uma catana. Andou depois 20 quilómetros, a pé, até ao posto da GNR da sede do concelho, onde se entregou aos militares. Alegados maus tratos e abusos sexuais poderão estar na origem do crime. o "veado" que matou a companheira à pazada Uma coisa é certa: grande parte dos crimes mais violentos que se registaram na região nos últimos anos são cometidos no seio da família e, como confirma a PJ (ver texto na página 35), têm motivações "passionais". Em abril de 2008, na Tocha (Cantanhede), Carlos Costa, então com 49 anos, matou a sua companheira, a brasileira Roseane, de 26 anos, à pazada. Em tribunal, reconheceu que agiu "enfurecido" depois de a mulher lhe ter chamado "veado". Foi condenado a 16 anos de prisão. machadada à frente da filha Vítor e Martine não eram um casal. Ele dava-lhe proteção e sustento. Ela, carinhosamente, tratava-o por tio, apesar de não serem familiares. Em maio de 2010, Vítor, 72 anos, encontrou Martine, de 33, na cama com outro homem. Foi buscar um machado e matou-a ali mesmo. O companheiro ficou ferido. A filha de Martine, Ana Maria, com apenas nove anos, assistiu a tudo. O avô que matou o ex-genro com a neta ao colo A neta de Ferreira da Silva tem quatro anos e estava ao colo do avô quando este matou o seu pai. Tudo se passou em fevereiro deste ano, no parque da Mamarrosa (Oliveira do Bairro). Cláudio Rio Mendes, advogado de 35 anos, estava separado de Ana Carriço. Tinha ido buscar a filha para mais um encontro parental. O avô, engenheiro agrónomo reformado, de 62 anos, também apareceu no local marcado. A tragédia precipitou-se. Matou o ex-genro com um tiro no peito e dois nas costas. homossexuais também matam Os crimes não escolhem estrato social nem orientação sexual. José Fernandes do Carmo
tinha 37 anos quando o seu companheiro, Paulo Miguel Leitão de Figueiredo acabou com a sua vida com dois tiros de pistola. Viviam juntos em Carriço, Pombal, e tinham uma relação estável. Ciúmes de outro homem terão originado este desfecho. O pintor que degolou a agente imobiliária com um x-ato Se (quase) todos estes homicídios têm uma motivação emocional, outros há que são mais difíceis de justificar ou explicar. O filho de Dulce Moreira encontrou a mãe morta na casa de banho de um apartamento que tentava arrendar. Alfredo Azevedo, um pintor de automóveis desempregado, casado e com três filhos, degolou a agente imobiliária com um x-ato. Roubou-lhe o telemóvel e 200 euros. Segundo familiares da vítima, o homicida não era seu amigo pessoal, nem mesmo conhecido da família... O serial killer de Santa Comba Dão Mas se houve um caso que chocou a região – e o país – foi o de um dos (poucos) serial killers conhecidos em Portugal. O cabo António Costa, de 53 anos, fez parte da equipa da GNR responsável pela Escola Segura, em Santa Comba Dão. Era conhecido e vizinho das vítimas que matou e lançou ao rio. Atacou de seis em seis meses. Isabel Isidoro, de 17 anos, foi a primeira vítima. Desapareceu a 24 de maio de 2005. Seguiu-se Mariana Lourenço, de 18 anos, a 14 de novembro. A 8 de maio de 2006, foi a vez de Joana Oliveira. António Luís Costa serviu a GNR durante 25 anos, tantos quantos o Tribunal da Figueira da Foz decidiu que irá passar na prisão. tão longe e tão perto Aconteceu bem longe, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Mas nem por isso – ou, talvez, também por isso – deixou de ser um dos casos mais badalados nos últimos anos, não só na região mas em todo o país e, até, no estrangeiro. O jovem modelo de Cantanhede, Renato Seabra, matou Carlos Castro num quarto de hotel da cidade norte-americana. Agressões violentas e estrangulamento foram as causas da morte do cronista social, que foi torturado durante uma hora. O estudante da Universidade de Coimbra, com 20 anos, terá utilizado mesmo um saca-rolhas para mutilar o homem que, presumivelmente, o iria ajudar a singrar no mundo da moda.
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POLÍCA JUDICIÁRIA
Mortes passionais segundo a Diretoria do Centro da Polícia Judiciária, "não é possível definir um perfil de homicida". O subdiretor, João Bernardo Cotrim, diz que podemos apenas falar na motivação principal. "Trata-se de um crime essencialmente passional, em sentido abrangente, isto é, despoletado por causas essencialmente emocionais", afirma. Ou seja, as causas dos crimes podem ser relacionais, "mas também relativas ao património", explica. Os crimes não são premeditados. "A premeditação, quando ocorre, é num prazo relativamente curto (horas ou poucos dias). São mais raros os crimes planeados a
longo prazo", o que está "em consonância com a etiologia passional do crime", refere João Bernardo Cotrim. São utilizadas normalmente armas de fogo ou brancas, "muitas vezes simples utensílios do quotidiano, como facas de cozinha", continua o subdiretor. João Bernardo Cotrim revela ainda que o número de crimes violentos "tem vindo a diminuir" e que a região apresenta mesmo uma das incidências "mais baixas" deste tipo de ilícitos no país. A maior parte dos crimes tem sido resolvida "com rapidez" e, neste momento, "estão por esclarecer apenas dois casos de homicídios consumados desde 2000".
estatística
144
homicídios voluntários consumados em Portugal em 2009
81,63%
foram executados por indivíduos do sexo masculino
49%
foram executados com recursos a arma de fogo
186
pessoas foram detidas pela prática deste crime em 2009
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sociedade
política
Crise no Governo coloca projetos da UC em risco "Processos que envolvem a atribuição de bolsas de estudo e a construção e requalificação de infraestruturas podem ser alterados", afirma a vice-reitora Helena Freitas texto bruno vicente A vice-reitora para as Relações Institucionais da Universidade de Coimbra (UC), Helena Freitas, afirma que o pedido de demissão do primeiro-ministro, José Sócrates, "vai ter efeitos universitários", nomeadamente na cidade do Mondego. A UC e o Governo mantêm um diálogo regular e que envolve a atribuição de verbas para projetos. A professora universitária teme que alguns dos dossiês "já encaminhados" tenham de ser novamente negociados e que "alguns compromissos fiquem na prateleira, congelados". "As questões relacionadas com as bolsas de estudo e com o apoio prestado aos estudantes é a situação que mais preocupa",
explicou Helena Freitas à C. "E depois existem alguns projetos, na área da construção e requalificação de infraestruturas da Universidade, que exigem corresponsabilidade e investimento e que podem ficar condicionados se não tivermos os apoios do Governo com que estávamos a contar", acrescenta. Esta "alteração dos processos" pode exigir "uma análise caso-a-caso dos dossiês mais antigos". Por outro lado, "iniciativas que a Universidade de Coimbra possa ter no futuro estão também condicionadas". estudantes deprimidos A vice-reitora Helena Freitas constatou que a crise políti-
ca e económica está a deixar a Academia de Coimbra "mais cinzenta". "Somos diretamente afetados: professores, funcionários e, sobretudo, os estudantes", adiantou. "Sinto que existe alguma depressão da parte dos alunos, face ao futuro incerto que enfrentam. É mau que os estudantes tenham menos capacidade de compra. Para além das dificuldades naturais, ficam também com menos cabeça para participar na vida universitária", acrescentou. A professora garante que um dos objetivos principais da Universidade de Coimbra é precisamente ajudar o país a sair da crise económica.
reações partidárias "Distrito de Coimbra vai sofrer" O presidente da Federação Distrital do PS de Coimbra, Mário Ruivo, considera que um eventual Governo social-democrata vai adotar medidas ainda mais rigorosas para enfrentar a crise económica. "O distrito de Coimbra vai sofrer com esse novo Governo. Há projetos em curso que estão a ser desenvolvidos pelo PS e que, agora, o PSD pode pôr em causa", afirmou. Para o socialista, "as empresas locais vão ter uma necessidade maior de recorrer à banca".
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"Governo do PSD trará melhorias" Para o presidente da Federação Distrital do PSD de Coimbra, Marcelo Nuno, não há dúvidas que "um Governo social-democrata trará melhorias ao distrito e a todo o país". O político explica que o Governo de José Sócrates "procurou tirar tudo a Coimbra" e "agrediu os cidadãos locais". Por isso, Marcelo Nuno é da opinião que "qualquer outro Governo será melhor do que este, que prometeu muito, mas não fez nada de jeito para endireitar o país".
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"Medidas novas para Coimbra" O líder distrital do CDS de Coimbra, Paulo Almeida, espera que, com um novo Governo, surjam "novas medidas para a região". A sociedade portuguesa enfrenta "momentos extremamente difíceis", que "têm de ser invertidos" com novas políticas locais. "A demissão de José Sócrates tornou-se inevitável por culpa dele próprio. Esperamos que a situação do país melhore com o próximo ato eleitoral", concluiu o dirigente do CDS de Coimbra.
PEDRO RAMOS
Universidade teme que compromissos "fiquem agora na prateleira"
A Comissão Coordenadora Distrital de Coimbra do Bloco de Esquerda afirma que a "queda" do primeiro-ministro "não é uma má notícia para o distrito". O deputado José Manuel Pureza diz mesmo que "é difícil encontrar um Governo que seja pior para Coimbra" e que, por isso, o pedido de demissão do primeiro-ministro "deve ser encarado com otimismo". E conclui dando o exemplo do "adiamento interminável" das obras do Metro Mondego.
"Boas novas para o povo de Coimbra" O responsável da Direção Regional de Coimbra do PCP, Vladimiro Vale, assegura que o pedido de demissão de José Sócrates significa "boas novas para os trabalhadores e para o povo de Coimbra, que têm visto muitas promessas falhadas". Mas, alerta o dirigente, "além de mudar de governantes é necessário mudar de políticas". Vladimiro Vale não esquece "as indústrias de grande importância que o Governo encerrou em Coimbra".
C89
"Encarar com otimismo a demissão"
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inovação head
cérebros
Carros recicláveis antónio pais antunes é o único investigador português a participar num projeto de mobilidade urbana desenvolvido em singapura com o MIT. comprar carro próprio pode acabar Texto MARTA VARANDAS foto pedro ramos
Já pensou que daqui a alguns anos, sendo difícil para já precisar quantos, pode não ter necessidade de comprar carro? O futuro passa pelo aluguer de viaturas ou pelos táxis partilhados, que representam novas formas de mobilidade urbana, sustentável, que todos os dias entram em funcionamento e mudam o mundo. São várias as investigações que decorrem neste sentido. Professor de Engenharia Civil e especialista em Urbanismo e Transportes na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), António Pais Antunes é o único português que integra uma equipa de cinco investigadores internacionais convidados a avaliar o trabalho realizado no programa de mobilidade urbana desenvolvido pelo governo de Singapura e pela Massachusetts Institute of Technology (MIT), reconhecida como a melhor escola de engenharia do mundo. O programa está em curso há menos de um ano e envolve uma investigação aprofundada sobre transportes. Singapura é, no entender de Pais Antunes, "uma cidade muito avançada em termos de mobilidade urbana, sendo esta uma oportunidade de tomar conhecimento de iniciativas avançadas". O professor do Departamento de Engenharia Civil da FCTUC integra o Conselho Consultivo Científico, que tem por missão avaliar e dar sugestões sobre o progresso do estudo. Trata-se de um programa de elite mundial de investigação, responsável pelo desenvolvimento de soluções inovadoras que vão marcar a ciência e a tecnologia nos próximos anos, em particular na área da mobilidade urbana. Nos transportes urbanos, um dos temas a ser estudados, pretende-se encontrar novas formas de mobilidade. Pais Antunes explica que a mobilidade elétrica e o abastecimentos desse veículos são um exemplo. Dentro
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ciência & tecnologia Cérebros do país não "fogem"
dos transportes urbanos estão também a decorrer investigações sobre o "carsharing", um serviço de aluguer de automóveis, que permite reservar um carro através do telefone, para fazer a localização e tê-lo disponível no minuto seguinte. Sem burocracias, sem complicações e sem papéis. Já o "carpooling" funciona através de clubes, grupos de pessoas ou parceiros, que se organizam para partilhar uma viagem. No caso dos táxis partilhados, para já ainda não existe o serviço, mas "começamos já a estudar uma forma para o colocar em funcionamento", assegura o investigador. Paralelamente, Pais Antunes coordena a participação da FCTUC no programa MIT Portugal, constituído por uma equipa de 15 pessoas da FCTUC e 40 de todo o país, no que diz respeito ao tema dos transportes. Neste caso concreto, o investigador referiu que está a acabar a primeira fase de cinco anos, "estando em negociação a segunda. A primeira fase, o MIT Portugal I, acaba em agosto. Divide-se em quatro áreas: transporte, biotecnologia, gestão e energia", explica. Do MIT Portugal fazem parte temas como aeroportos e aviação, alta velocidade ferroviária, transporte urbano (novos modos e serviços) e planeamento integrado do uso do solo com os transportes. Os dois últimos estão relacionados com o MIT Singapura. O Clube Mob Carsharing foi lançado em Portugal a 30 de Setembro de 2008, através da CARRIS e da sua participada Carristur. Também a Carpool Portugal já opera no país, em Loures e Odivelas. "São serviços que além de tornarem a mobilidade mais sustentável vão reduzir os veículos e o congestionamento, melhorando a temática ambiental", afirma o investigador da FCTUC. "Daqui a 10 anos vamos viver num mundo bem diferente", conclui.
o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, João Sentieiro, diz não haver "fuga de cérebros" para fora de Portugal, "um país atrativo para investigadores estrangeiros". Durante o "1.º Encontro da Comunidade Científica" do Instituto Politécnico de Leiria, o professor salientou que o fenómeno "brain drain" não se passa no país, porque o número de jovens que saipara estudar sem regressar é "uma percentagem muito pequena".
Investigador de Coimbra premiado
o investigador Rui Pereira
à lupa Nome
António Pais Antunes Data de nascimento
Nobre é o vencedor do Prémio Bluepharma/Universidade de Coimbra 2010, pelo desenvolvimento de uma tecnologia "eficaz e de baixo custo" para a deteção precoce do cancro do colo do útero. Rui Nobre foi premiado pela sua tese de doutoramento, que levou à validação clínica de uma tecnologia que deteta o Papilomavírus Humano (HPV).
14 de agosto de 1955
Naturalidade e residência
Coimbra
filme preferido
Pulp Fiction e Apocalypse Now prato predileto
Bacalhau cozido vícios
"Todos" porto de abrigo
"Não tenho. Os engenheiros não pensam dessa forma"
Robô aumenta precisão cirúrgica o instituto Politécnico de
Castelo Branco, através da sua Escola Superior de Tecnologia, está a desenvolver uma aplicação na área da robótica médica, para permitir aumentar a precisão de cirurgias na área da ortopedia. O projeto termina em 2013 e conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
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poder local
entrevista
zoom Gastronomia José Brito Dias, presidente da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, é claro na preferência: "o nosso maranho não tem concorrência". A utilização do serpão (erva aromática) em vez da hortelã marca a diferença. "É uma iguaria muito apreciada e envolve muitos pampilhosenses na sua divulgação", garante. Fundada em 1993, a Real Confraria do Maranho é exemplo "desse envolvimento". Produtos como o maranho, com carne de cabra, cabrito, pratos derivados destes animais, como é o caso da chanfana, são as iguarias promovidas pela confraria. Com paisagens deslumbrantes, o concelho da Pampilhosa da Serra tem muito para descobrir, aliando a simpatia das gentes à gastronomia. O maranho é referência, mas o cabrito, a chanfana, a tigelada e o arroz doce também ajudam à festa na mesa.
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À semelhança de todo o país, temos famílias a viver com grandes dificuldades
31MARÇO 2011
"Estou disposto a abdicar das obras para apoiar as pessoas" José brito dias, presidente da Câmara municipal da pampilhosa da serra, elege o setor social como prioridade. O apoio às famílias está na ordem do dia Texto e foto Mário Nicolau As acessibilidades mantém-se como calcanhar de aquiles do concelho da Pampilhosa da Serra? É um problema que tarda em resolver-se, mas que tenho quase a certeza que mais dia, menos dia, ficará solucionado. Precisamos de uma acessibilidade digna desse nome. Depois, à semelhança de todo o país, temos muitas famílias a viver com grandes dificuldades. O munícipio está disposto a abdicar de determinadas obras para acudir às situações mais difícieis. Alterou as prioridades? Só conseguiremos fixar os nossos jovens se criarmos postos de trabalho. Temos várias intervenções em curso, nomeadamente na criação de novas empresas. Neste momento, estamos a construir seis pavilhões na zona industrial de modo a alavancar novas empresas. Por vezes, há ideias, mas faltam as instalações. É uma grande ajuda, já que as rendas são simbólicas. Temos ainda espaços livres nas zonas industriais que vendemos a preço simbólico, temos o IMI reduzido a 30 por cento (o máximo que a lei permite) para todos os imóveis afetos à indústria e damos 25 euros por metro quadrado a quem construa nas nossas zonas industriais. Por outro lado, o programa FINICIA está em curso e o muniíipio assume 20 por cento do empréstimo, abdicando do retorno, desde que devidamente justificado, e ao ser assegurada a viabilidade do empreendimento. São decisões que fragilizam as contas do munícipio, mas que consideramos inevitáveis. O "ponto mais" enquadra-se nesta estratégia? Está instalado em cada junta de freguesia e conta com um funcionário pago pelo municipio, que está disponível para dar todo o
tipo de apoio às pessoas. É possível preencher a declaração do IRS, tratar de questões relacionadas com a EDP, PT, Finanças, entre outros. Este funcionário é devidamente acompanhado pelo presidente de cada junta de freguesia. É verdade que melhorámos os transportes através de um acordo com a Transdev, que custa ao munícipio 200 mil euros por ano, mas o "ponto mais" é sem dúvida uma melhoria para as populações. Conjuga os transportes com a educação? Temos excelentes escolas, bons professores e tínhamos de apostar noutras vertentes. Direcionamos a regeneração urbana para a educação, de modo a requalificar todos os edificios e ligando-os através de fibra ótica. A requalificação da escola da Pampilhosa da Serra e a introdução de novas tecnologias (quadros interativos e wireless) foram outras das medidas que assumimos com o objetivo de que os nossos alunos possam ter sucesso. Pagamos aos alunos do concelho todos os livros, desde o primeiro ciclo até ao 12.º ano. Apoiamos, ainda, a natalidade com mil euros para as primeiras necessidades do bebé, desde que as compras sejam realizadas no comércio local. Ainda existe margem de progressão nas energias alternativas ? A energia eólica está a dar grandes frutos para o munícipio e revelou-se uma excelente aposta. É um recurso endógeno e do qual o concelho conseguiu tirar o devido proveito. Mas o concelho tem outras potencialidades nesta área. Fizemos um acordo, que envolve sete munícipios, para o estudo das potencialidades que estão por explorar e que são viáveis. Ou seja, a energia solar, a energia hídrica e a biomassa.
Ainda existe margem de progressão nas energias alternativas ? A energia eólica está a dar grandes frutos para o munícipio e revelou-se uma excelente aposta. Temos uma barragem com central no concelho (a Barragem de Santa Luzia) e temos 20 quilómetros de influênciana Barragem do Cabril, que também produz energia. Infelizmente, recebemos uma insignificância de uma infraestrutura que tem um impacto muito superior na ocupação do território quando comparada com as eólicas. Espero que este problema seja resolvido um dia e que os municípios sejam devidamente compensados. Pouco cá fica. Não há postos de trabalho, pois tudo é comandado à distância. A questão do helicóptero está resolvida? Está. Este município, aliás, tem feito um esforço enorme no âmbito da prevenção. Só na vigilância e primeira intervenção utilizamos 24 viaturas (10 das juntas de freguesia, GIPS, bombeiros, sapadores e associações florestais), o que representa uma malha apertada em que o helicóptero é um meio fundamental para evitar que os pequenos fogos se tranformem em grandes incêndios. A Pampilhosa da Serra ardeu em 2005, mas toda esta área arde novamente. A presença do helicóptero é fundamental, pois responde rapidamente às solicitações (não temos o problema do nevoeiro) quer no nosso, quer nos concelhos vizinhos. É necessário proteger os investimentos dos produtores florestais e os que foram realizados no centro de meios aéreos pelo municipio e pela autoridade nacional, de modo a garantir a presença do helicóptero e a presença dos GIPS da Guarda Nacional Republicana. Estamos a falar de verbas que não podemos deitar fora.
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reportagem
pampilhosa da serra
TURISMO é ALAVANCA PARA O FUTURO Com o lançamento da primeira pedra do villa pampilhosa hotel, o turismo assume-se definitivamente como um setor fundamental para o concelho Texto e fotos Mário Nicolau
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"O turismo é uma potencialidade da região e do concelho de Pampilhosa da Serra, mas sem alojamento de qualidade não funciona", afirma José Brito Dias. A construção do Villa Pampilhosa Hotel, unidade de quatro estrelas com 52 quartos, acrescenta o presidente da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, "permite atrair visitantes ao nosso território, que vêm usufruir das nossas lindas paisagens e de tudo o que tem sido feito no âmbito das aldeias de xisto e do turismo de natureza". Os percursos pedestres e as praias fluviais com água de "excelente qualidade" são trunfos que o autarca quer potenciar, contando com o Villa Pampilhosa Hotel para um novo capítulo no desenvolvimento do concelho. "O hotel é importante para a Pampilhosa da Serra e também para toda a região. Aliás, entendo o turismo como um todo, pelo que nenhum munícipio poderá pensar que vence sozinho", considera. Rede é fundamental José Brito Dias encara o proces-
so de desenvolvimento na criação de uma rede que "inclua os munícipios que integram toda esta região e que permita fixar visitantes". Na prática, segundo o autarca, a ideia "é criar uma oferta que permita às pessoas percorrer, durante oito ou 15 dias, esta região do país e usufruir das grandes potencialidades que temos". Para José Brito Dias , o turismo "é o futuro de toda a região", mas não basta afirmar. "É necessário investir e criar condições", dis-
se. Com a mudança de hábitos em curso e os destinos sol/praia a perderem adeptos, o presidente da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra quer aproveitar os novos tempos. "Muitas destas pessoas estão fartas das praias e da confusão, preferem a tranquilidade que encontram em territórios como o nosso", assegura. No capítulo da animação, o Gabinete de Turismo revela-se exemplar a vários níveis, a começar pelos desportos radi-
Floresta, caça e pesca de qualidade A caça e a pesca desportiva são duas potencialidades e refletem o cuidado da autarquia na preservação da floresta, outra das mais valias do concelho. No âmbito do protocolo assinado entre a autarquia e a Oryzon Energias, do Grupo Catarino, a empresal, explica José Brito Dias, está a levar por diante a plantação de folhosas, "apostando ainda na certificação florestal". O aproveitamento do mel, dos cogumelos
e do medronho está, também, na agenda da empresa. Com três rios no concelho, o autarca destaca "os truteiros Ceira e Unhais" e as potencialidades na pesca ao achigã nos 20 quilómetros de influência na Barragem do Cabril, no Zêzere. Quanto à caça, boa parte do território dedicado ao setor foi atribuido a associações de caçadores, mas a autarquia assegura a manutenção das áreas que ainda possui.
cais. "As atividades ao fim-de-semana nesta área conquistaram muitos adeptos devido às excelentes condições que temos para a prática da escalada, slide, BTT, canoagem e rapel", disse. O cicloturismo é, também, "cada vez mais apreciado" e a Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra assinou recentemente um protocolo com a Turismo Centro de Portugal para a criação de um evento que envolva os quatro munícipios da Associação Pinhais do Zêzere Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra. Nas atividades previstas para 2011, o autarca destaca a realização, mais uma vez, do Campeonato Nacional de Xadrez e garante que "este como todos os eventos realizados no território da Pampilhosa da Serra têm um único objetivo: atrair pessoas". O Villa Pampilhosa Hotel ganhará com o trabalho desenvolvido na área da animação. "Acredito que o hotel terá grande procura e que Rui Olivença, o promotor, terá êxito. Gosta de tudo bem feito e apostou um hotel de qualidade", conclui o autarca.
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poder local
reportagem
Paraíso para a canoagem Os praticantes de canoagem encontram excelentes condições na Pampilhosa da Serra. As albufeiras da Barragem de S. Luzia, Barragem do Cabril, Barragem do Alto Ceira e o Rio Zêzere , nas zonas de Dornelas e de Porto de Vacas, constituem um autêntico paraíso para os amantes da modalidade. Os rios Ceira, Unhais e Zêzere entram facilmente nos planos dos mais aventureiros, que podem descobrir antigos moinhos e açudes, ou rápidos de cortar o fôlego. Os recantos mais tranquilos convidam à calma, proporcionando momentos de tranquilidade, que ficam gravados para sempre na memória do visitante. A Pampilhosa da Serra tem muitos e bons segredos.
Villa Pampilhosa Hotel pensado com o coração Percursos A autarquia implementou no concelho circuitos definidos para a prática do BTT, marcha pedestre , escalada , rappel , slide e canoagem. O percurso BTT, por exemplo, estende-se em torno da bacia hidrográfica da Barragem de Santa Luzia.
ambiente exemplar O Rio Unhais e o Rio Ceira são excelentes exemplos de qualidade ambiental. No último caso, na Covanca, o rio surpreendentemente límpido. As aves de rapina e várias espécies de répteis vivem tranquilamente nesta zona.
acessibilidades Pampilhosa da Serra encontra-se a 104,3 km de Leiria, a 124 km de Aveiro, a 178,3 km do Porto e a 241,4 km de Lisboa. A cidade de Castelo Branco fica a 66,7 km da Vila de Pampilhosa da Serra. 44
O empresário Rui Olivença, proprietário da Macorlux e das lojas Hello, assume o risco de um projecto pensado "com o coração", mas está confiante no êxito do Villa Pampilhosa Hotel. A unidade de quatro estrelas, com 52 quartos, colocará a Pampilhosa da Serra, concelho do interior do distrito de Coimbra, no rol dos destinos turísticos mais apeteciveís. O investimento, na ordem dos 4,5 milhões de euros, é comparticipado em quase 80 por cento pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional e um dos mais importantes que alguma vez foi feito no concelho. Segundo José Brito Dias, presidente da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, quando estiver concluída, além dos postos de trabalho, "a nova unidade hoteleira servirá uma região recheada de potencialidades". Sinalizado como "projeto âncora" pelo PROVERE, o Villa Pampilhosa Hotel chega à prática com os bons ofícios do secretário de Estado do Turismo, Turismo de Portugal, Turismo Centro de Portugal, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e ADXTUR. José Brito Dias agradece todos os contributos e destaca a vontade de Rui Olivença, "um homem que acredita nas potencialidades da sua terra e que nunca virou costas à Pampilhosa da Serra".
Apresentação da nova unidade hoteleira
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notícias
dinheiro
Unidade de valorização de resíduos nasce na Figueira
Restaurante Escritório com horário alargado
O lançamento da primeira pedra contou com a presença de várias personalidades Com um investimento superior a três
o ESCRITÓRIO, na Rua João Machado, em Coimbra, inicia uma nova eta pa com uma mão cheia de novidades. Além da remodelação do espaço, explica José Reis, gerente do restaurante, o Escritório conta "várias alterações nas cartas". Marisco e peixe fresco entram no rol de opções, mas é no horário que o serviço muda de figura. "Vamos alargar o horário e passamos a servir refeições até à meia noite, o que é uma vantagem para os nossos clientes", sublinha José Reis. Além do serviço de restaurante e de marisqueira, o Escritório proporciona, também, serviço de snack-bar. A carta de vinhos sofrerá "algumas alterações", mas é através do peixe fresco que José Reis espera cativar a clientela. Robalo, sargo e garoupa são referências, mas nas carnes a ementa, também, tem que se prove: cabrito assado e cabritinho grelhado. No caso do marisco, recomenda-se a açorda e a paella. O Escritório está ao serviço das 07H00 às 02H00 de segunda-feira a sábado. A cozinha funciona até à meia-noite.
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milhões de euros, a nova unidade, na Zona Industrial de Ferreira-a-Nova, na Figueira da Foz, é uma solução moderna, sofisticada e integrada de triagem e valorização de resíduos de construção e demolição (RCD), aassegurando o reaproveitamento em 90 por cento. Com uma solução tecnológica ao nível das mais avançadas da Europa, a unidade, segundo Aníbal Azevedo, presidente do conselho de administração da Guilherme Gonçalves Correia & Filhos, tem o iníco da laboração previsto para janeiro de 2012 e distingue-se pela sua abrangência, uma vez
que vai permitir a triagem eficaz de madeiras, metais, inertes (pedras, tijolos), papel, cartão, plástico e resíduos perigosos (vulgo entulhos). "Contamos com o apoio da Câmara Municipal da Figueira da Foz no cumprimento da lei de gestão de resíduos no nosso concelho e na apresentação do nosso projeto, junto das demais autarquias da nossa área de influência”, rematou Guilherme Gonçalves. Os cidadãos, as câmaras municipais, as empresas de construção e a sociedade em geral são os beneficiários desta unidade, que vai criar 15 postos de trabalho e contribuirá para as boas práticas ambientais nas empresas.
ADIBER candidata Maravilhas A ADIBER – Associação de Desenvolvimento
Integrado da Beira Serra, com os municípios de Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua, vai participar no concurso "7 Maravilhas da Gastronomia", que tem por objetivo divulgar e promover o património gastronómico nacional. De acordo com Miguel Ventura, presidente da ADIBER, vão ser submetidos a concurso alguns pratos e produtos identificativos da região, que vão ser promovidos por algumas entidades: o Bucho de Arganil e a Tigelada de Torrozelas, pela Confraria do Bucho de Arganil; o Queijo Serra da Estrela, pela Confraria do Queijo Serra da Estrela; a Chanfana, pelo município de Góis e os Carolos de Tábua, pelo município de Tábua. "Independentemente dos resultados, estes produtos constituir-se-ão sempre como maravilhas que a região da Beira Serra tem para oferecer a quem nos visita", frisou Miguel Ventura.
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dinheiro
marketeer
Um sonho... Dar a volta ao mundo
Joana Almeida Santos é diretora de Marketing do Dolce Vita Coimbra Qual foi o seu primeiro emprego? No verão, na biblioteca da minha terra natal, Luso, Mealhada. Como gastou o primeiro ordenado? Num par de calças que andava a namorar há algum tempo. Um sonho… Tirar um ano para dar uma volta ao mundo. O que não suporta? A incompetência. Um vício que não equaciona deixar… Ver séries. Vejo qualquer uma que passe na televisão. E que marca não dispensa? A marca Dolce Vita, pela experiência que transmite a cada uma das pessoas que visita os nossos centros comerciais. Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? "Lado Lunar", do Rui Veloso. Com quem não jantava? Não jantaria com alguém que não fosse um bom garfo. Último cd ouvido, filme visto, livro lido? Áurea; "Black Swan"; "Eu, Maria Pia", de Diana Canaval. Lema de vida... "Procura deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste", proferida por Baden Powel, fundador do escutismo.
conversa de
PAPELARIA DIFERENTE
Vieram da Figueira da Foz à procura de “outro ambiente”. A zona do Portugal dos Pequenitos foi a escolhida para um primeiro quiosque, já vão no segundo, talvez não parem por aí. O casal António José Oliveira Pais, 42 anos, e Lizete Pais, 39, está satisfeito com a aposta.
"Aqui, passam muitos estrangeiros, há muitos turistas", sublinha Lizete. Jornais e revistas, papelaria, jogos da Santa Casa, Payshop, material fotográfico, tabaco, "souvenirs" – tudo isso ali se vende. Já "deram" 57 milhões no... Euromilhões. Não se queixam do negócio.
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Av. João das Regras Coimbra | Tel. 239 980 280
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empresário de sucesso
carioca de gema, Agostinho José Moreira nasceu há 72 anos naquela que é considerada a cidade mais bonita do mundo. Mas com oito anos deixou o Rio de Janeiro para vir para Viseu. Cresceu. Estudou e fez da medicina a sua vida, especializando-se em radioterapia e medicina nuclear (MN). Hoje, preside ao Conselho de Administração da Diaton - Centro de Tomografia Computorizada, considerada uma referência nacional ao nível da imagiologia. Foram os pais que decidiram regressar a Portugal e trocar o Rio de Janeiro por Viseu, onde tinham uma propriedade, mas parte do liceu fá-la-ia em Coimbra, cidade pela qual se viria a apaixonar e que não mais abandonou. Em 1957, entra na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e conclui a licenciatura em 1963. Dois anos depois e até 1967, cumpre serviço militar em Moçambique. Só quando volta a Coimbra consegue tirar a especialidade, em radioterapia e MN, fazendo de seguida, durante dois anos, um estágio em Paris. "Permaneci como assistente da Faculdade de Medicina vários anos", conta. Mas na década de 80 muda-se para o Instituto Português de Oncologia de Coimbra, onde trabalha como radioterapeuta. "Daqui reformei-me. No ano em que fazia 65 anos de idade e 36 anos de serviço", recorda. Ainda em 1980, associada ao seu percurso profissional está a fundação da Diaton. A 21 de janeiro desse ano abria portas em Coimbra, no número 83 da Avenida Calouste Gulbenkian, um consultório de imagiologia que realizava Tomografia Axial Computorizada (TAC). Seis anos depois, a Diaton passa a estar também presente no número 61, mas com as valências de MN e Densitometria Óssea (DO). A Diaton não ficaria por aqui. "Em 1998, começámos a realizar exames de ressonância magnética (RM), tendo para isso arrendado instalações no Monte Formoso", explica Agostinho Moreira. As fronteiras de Coimbra seriam ultrapassadas em 2003, com a abertura de uma unidade da Diaton na cidade de Aveiro, com instalações para MN. "Mas não parámos aqui. Em 2005, passámos a marcar presença em Leiria, com a inauguração de mais uma unidade de MN no Hospital Santo André", refere o sócio e fundador. No mesmo ano ,"iniciou-se todo o processo para licenciamento de novas instalações da Diaton em Coimbra, que hoje estão a funcionar, na Calçada do Gato, com as valências de TAC,
"Qualidade é a palavra de ordem da Diaton há 30 anos" agostinho moreira aposta no crescimento da empresa sediada em coimbra, mas sem nunca descurar o parâmetro da qualidade MN, DO e RM". E este ano ficam concluídas as instalações da Diaton em Viseu, para o exercício das mesmas quatro valências que a unidade disponibiliza. Qual o segredo para o êxito, que levou à implementação da Diaton em quatro distritos?
a empresa Nome da Empresa: DIATON Segmento de Atividade: Imagiologia Ano de Fundação: 1980 N.º de colaboradores: superior a 100 Website: www.diaton.pt
"Em todas as instalações que possuímos, a Diaton tem tido a preocupação de adquirir e utilizar equipamentos modernos para as respetivas áreas de atividade, sendo a qualidade a palavra de ordem ao longo destes 30 anos de existência, que demonstram o crescimento da empresa", frisou o médico. Foi essa preocupação que levou a que em 2010 a Diaton implantasse o sistema de qualidade de acordo com os requisitos da norma do sistema NP ISO 9001 - 2008. Também em 2008, a Diaton passou a ser designada como Centro de Tomografia Computorizada, sendo Agostinho Moreira eleito presidente do Conselho de Administração. Sobre o futuro, o médico diz que a preocupação da empresa é continuar a crescer, "mas sempre com o parâmetro da qualidade bem garantido". MV
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Agostinho e Olga Almeida Santos VIVER em casa de...
Encontro de gerações na casa de Meruge
Foi na localidade de Meruge que a equipa da C encontrou o casal Almeida Santos. No refúgio da sua casa familiar encontram-se memórias de gerações passadas, marcas da geração presente e assiste-se ao crescimento de futuras gerações texto márcia de oliveira fotos pedro ramos De Coimbra a Meruge, freguesia do concelho de Oliveira do Hospital, é cerca de hora e meia de caminho. Mas isso não demove Agostinho e Olga Almeida Santos de, nos fins de semana, aproveitarem ao máximo a casa que outrora pertenceu aos tetravôs do ginecologista, especialista em reprodução medicamente assistida, e que depois foi passando de geração em geração. "Este é o meu maior refúgio. É aqui que es-
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tão todas as minhas raízes", afirma Almeida Santos à chegada da equipa da C. Começamos a perceber o porquê depois de entrarmos na habitação. Em todos os locais da casa, assente em granito, proliferam fotografias. Pais, avós, netos, filhos e o casal. O respeito e admiração que tem pelos pais, Diogo Pais de Almeida Santos e Amélia de Almeida Santos, é tão grande que, ainda hoje, quando fala deles, fá-lo com emoção. É por isso que, em
todos os cantos da casa, existem imagens da família. Na sala mostra-nos fotografias com todas as reuniões de curso dos pais, desde que entraram em medicina. "Foi este o património que herdei", sublinha. O escritório tem espelhada a história do médico, desde a sua infância até aos tempos passados na maternidade. Há ainda uma fotografia que mostra, com outros colegas de profissão, os seus dotes culinários. "Mais do
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que comer, adoro cozinhar", afirma. A história de vida do médico funde-se, naturalmente, com a dos pais e avós. É o "museu", dedicado ao pai, o que mais valoriza naquele espaço. Lá tem todos os instrumentos que ele usava como médico, reunidos por Olga Almeida Santos, desde os fórceps, passando pelo arranca dentes e pela mala que transportava os ferros para fazer partos até ao afiador de bisturis. À medida que vai apresentando os objetos, vai relatando histórias sobre cada um. Como o livro de registos, no qual o pai registava o nome das pessoas todas e os preços, entre outras informações. Os avós também estão retratados na casa. "A minha avó materna foi estéril durante 17 anos. Entretanto, teve duas gémeas (uma delas a minha mãe) e depois outra filha. Se calhar foi isso que traçou o meu destino na área da reprodução", afirma. Saímos para a rua. É lá que tem o quintal onde gosta de praticar agricultura, o seu passatempo preferido, assim como uma adega onde produz vinho para consumo próprio. É lá que se encontra, igualmente, uma escultura alusiva à família, feita a partir de uma pedra única com cerca de cinco toneladas. Na "carpintaria" ainda se mantêm várias relíquias do tempo dos avós. Uma delas é o reservatório, numa dupla parede de granito, onde os seus ancestrais guardavam o milho e o azeite para que os franceses, durante as invasões, não levassem os mantimentos.
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Toda a casa está repleta de memórias do passado, que se fundem com o presente… Em família Agostinho e Olga Almeida Santos estão casados há 47 anos. Conheceram-se na praia da Nazaré. “A partir daí não me largou mais”, disse o médico, em tom de brincadeira. Oito anos depois casaram e, mais tarde, tiveram quatro filhas. Todas mulheres: Ana Teresa (médica), Susana (farmacêutica), Margarida (advogada) e Carla (licenciada em comunicação e atualmente vice-reitora da Universidade de Coimbra). Depois chegaram os netos. Aliás, netas. "A primeira foi a Carolina e depois a Alexandra. Pensei que estava destinado a viver num mundo rodeado por mulheres", disse a sorrir. Depois nasceram os trigémeos, um marco importante, pois contou com a sua ajuda. "Foi aí que nasceram os meus dois primeiros netos rapazes. Agora estão em igualdade, porque são cinco rapazes e cinco raparigas", esclarece. No seu discurso destaca o facto da medicina, paixão transmitida pelos pais, nunca ter retirado espaço à família. "Há um aspeto importante que pode comprovar isso. Sempre fui almoçar a casa e às 13H00 impreterivelmente", afirma com convicção e as filhas, Susana e Margarida, concordam. Para que o médico conseguisse o pleno na sua vida, Olga Almeida Santos foi sempre o seu apoio principal. Para além de gerir a vida
Estas são as linhas de orientação do meu pensamento: o passado dos meus familiares, o presente - o trabalho - e o futuro dos meus netos 49
viver
em casa de...
É no campo de futebol que o sportinguista de gema costuma dar uns toques na bola com os netos. Ou então optam pelo jogo Sporting-Benfica, nos matraquilhos
pessoal do médico, a professora de Letras Românicas vai ainda mais longe: há 33 anos que está no consultório do marido a gerir a parte administrativa. "É um marco", realça. Também ela gosta de passar todo o tempo que pode na casa da aldeia. “Esta casa dá-me vida”, afirma. Passado, presente e futuro dos Almeida Santos Agostinho Almeida Santos destaca três símbolos fundamentais na casa: primeiro, o símbolo da ancestralidade, da continuidade de gerações que está associado à casa. Depois, o facto do espaço na aldeia ser atualmente o seu refúgio. "Quando era presidente do conselho de administração dos HUC, saía à sexta-feira e vinha com uma pasta cheia de papéis, e aqui via tudo o que eram reclamações apresentadas no hospital. Às segundas-feiras de manhã tinha uma reunião com uma administradora hospitalar e com um médico que tinha nomeado para me ajudar nessa tarefa. A verdade é que respondi a todas, não falhou uma", esclarece, satisfeito. Em terceiro lugar, e por último, o especialista em reprodução queria que aquela casa fosse igualmente da geração dos netos, e por isso leva-os para lá sempre que pode. "Estas são as linhas de orientação do meu pensamento: o passado dos meus familiares, o presente - o trabalho - e o futuro dos
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meus netos". Ali, na casa de família, já privou com o general Eanes há anos atrás, durante uma campanha para as presidenciais. "É um homem que ainda hoje se lembra de Meruge", recorda. Na parede do corredor destaca-se uma árvore muito especial: a árvore genealógica com o casal na base e as fotografias dos 10 netos – Carolina, Alexandra, Miguel, André, Tiago, Joana, Marta, Francisco, Madalena e Vasco. "Eles são os melhores avós do mundo", realçam quase em coro. A cumplicidade existente entre avós e netos é bem visível. Se por um lado, a avó ajuda mais na área das línguas e da escrita, o avô joga à bola com os netos, aos matraquilhos, entre outras atividades. "É um avô radical", destacam. No Natal e durante 15 dias em agosto, os momentos são passados a… 22. Netos, avós, filhas, genros. Todos juntos no mesmo local. "Temos espaço para todos os familiares. No Natal divertimo-nos muito, cantamos e fazemos peças de teatro todos juntos", realça Agostinho Almeida Santos. É no campo de futebol que fez no quintal que o sportinguista de gema costuma dar uns toques na bola com as crianças. Ou então optam pelo jogo Sporting-Benfica, nos matraquilhos. O que é que lhes falta realizar? "Já temos tudo o que nos traz felicidade. Mas há uma coisa que ainda queremos: Ter mais netos. Esperamos ter mais netos", conclui o casal.
31MARÇO 2011
agenda Casino Figueira seg.4.2011
Auto da Serração Os grupos cénicos da Associação Cultural Recreativa do Bom Sucesso e do Grupo Instrução Caceirense levam à cena o Auto da Serração da Velha.
Aurea memorável A cantora soul, com influências musicais, en-
tre outras, de Aretha Franklin a Joss Stone, John Mayer ou Amy Winehouse, cativou as rádios com “Busy (For me)” e confirmou atributos no Casino Figueira. O espetáculo esgotou e foi... memorável. Com apenas 23 anos, Aurea fez uma entrada fulgurante no mercado nacional e o álbum de estreia alcançou o disco de ouro. A passagem pela Praia da Claridade representa mais um sucesso na carreira da cantora, que possui uma legião de fiéis seguidores.
qua.6.2011
Estupidez humana A apresentação do livro "Teoria Geral da Estupidez Humana" inclui uma palestra.
Salão Caffé
"O Fio à Meada" com música e humor
Show Hot Season PEDRO RAMOS
eduardo madeira e manuel joão vieira ajudaram à festa
Quar ta-feira e quinta-feira, às 22H30, sexta-feira e sábado, às 23H00. Domingo, às 17H00.
qui.31.22H00
António Barreto
ADRIANA Nogueira, Eduardo Madeira, Fili-
pe Homem Fonseca, Frederico Pombares, Helena Araújo, José Bandeira, Manuel João Vieira, Miguel Neto, Nuno Costa Santos, Pedro Santo e Rita F. assinam o conteúdo do livro "O Fio à Meada", que entre outras revelações inauditas, permite descobrir que
Salazar, Deus e Orgasmo Carlos não são, afinal, a mesma pessoa. A apresentação do livro "O fio à meada" incluiu o o espectáculo de stand up comedy de Eduardo Madeira e o concerto de Manuel João Vieira, com os Corações de Atum, no Salão Caffé.
Fátima Campos Ferreira conversa com o sociólogo António Barreto. No Salão Caffé. Entrada livre.
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viver
à mesa coiMBRA
Ao sabor do Vila Galé Inaugurado em Abril do ano passado, o
Fernando neves Chef
Vila Galé Coimbra convive com o Mondego, em plena Baixa da cidade. Com quatro estrelas, o hotel oferece 211 quartos e 18 suites júnior, divididos por cinco pisos. Com linhas muito contemporâneas e cores quentes, os alojamentos garantem toda a comodidade e conforto dos tempos modernos. A agradável zona de estar não passa despercebida, permitindo espreitar a piscina, a esplanada e dois restaurantes com uma seleção de pratos locais e internacionais. O Restaurante Inevitável possui linhas
sóbrias e modernas. O chef Fernando Neves assina um menu dedicado aos apreciadores da gastronomia portuguesa. O Inevitável tem duas opções: Steak House ou Pasta. O spa, com cerca de 600 m2, é uma das mais valias do hotel: obedece ao conceito Satsanga, que alia elementos de "ambience" & "wellness". Disponibiliza duas salas de massagens, banho turco, sauna, jacuzzi, piscina interior aquecida e balneários. O Vila Galé Coimbra destina-se sobretudo ao turismo de negócios e de lazer. É o hotel entre Lisboa e Porto com maior capacidade para eventos.
receitas
Bacalhau fresco em couve portuguesa sobre cous-cous de grelos ingredientes 4 pax 0 ,5 kg de bacalhau fresco 1 kg de couve portuguesa 0,2 kg de cous-cous o,1 l de azeite 0,01 kg de alho 4 unidades de tomate cereja Cebolinho q.b.
modo de prepapração
PU
Cortar os talos e bringir a couve (100ºC/2,5 min). Depois, retirar a pele ao bacalhau (100º C) e cortar em medalhões (8). Enrolar os medalhões em couve portuguesa , regar com azeite e levar ao forno (175ºC) durante 15 minutos. Cozer os cous-cous em água com um fio de azeite (2 minutos). Cozer os grêlos e escorrer. Colocar azeite e alho num sauté e juntar os grelos e os cous-cous para saltear. Empratar os cous-cous de grelos com um sicho . Colocar os medalhões de bacalhau sobre os cous -cous e regar com o azeite. Decorar com tomate cereja e cebolinho.
Encharcada ingredientes 24 pax 1 kg acúçar 0,4 l de água 12 ovos inteiros 24 gemas de ovo 24 pau de canela Hortelã q.b.
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modo de preparação Fazer uma calda com á gua e o açúcar e deixar ferver durante 2,5 minutos. Partir os ovos e separar as gemas. Juntar os ovos e as gemas e bater . Passar por passador chinês. Com ajuda de um funil de fios de ovos juntar à calda lentamente e mexer com a colher. Depois de terminada esta operação, escorrer com a escumadeira. Dividir em doses nas respetivas tacinhas. Decorar com pau de canela , fios de caramelo e a hortelã.
31MarÇo 2011
vinhos
sugestão A amada ou difamada casta tinta da bairrada
Amigos da Baga? luís pato Enólogo
a bairrada foi ao longo dos séculos uma das regiões mais conceituadas de Portugal, sendo olhada, dois séculos atrás, como a segunda na qualidade dos seus vinhos. A região portuguesa, que para muitos apreciadores nacionais e estrangeiros é a que melhor exprime a noção de local (os franceses chamam-lhe terroir), pela proximidade do mar, que a protege dos escaldões dos climas quentes (que se agudizarão com o aquecimento global), imprimindo um período de maturação da uva dos mais longos do mundo, assegurando assim uma grande longevidade aos seus vinhos, tanto brancos como tintos, os solos argilo-calcáreos que transmitem um caráter fumado (também dito de mineral por associação ao aroma da chispa de pederneira) e à sua amada ou difamada casta tinta - a Baga. É certamente a região portuguesa que pode criar dos melhores, elegantes e longevos vinhos tintos, mas também espumantes refinados, com o trabalho esclarecido dessa casta que vem ganhando amigos em Portugal, mas sobretudo pelo mundo onde a diferença é uma virtude.
Vinho espumante Informal 2010 Obtido de uvas de Baga da primeira vindima da Vinha Pan, executada na última semana de Agosto de 2010. Usou-se apenas o mosto apurado em bica aberta. Apresenta um aroma fumado expressivo, resultante do solo argilo-calcáreo onde cresce a videira, bem como de framboesa característico da casta. Informal, porque devido ao vedante utilizado pode evoluir na garrafeira do consumidor por muitos e bons anos, mantendo uma evolução aromática que só a casta e o local lhe imprimem. Preço: 12 €
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viver
Dez restaurantes honram a tradição as ementas respeitam a arte do concelho em bem servir o cabrito, mas não colocam de parte a inovação e a adaptação da iguaria às novas solicitações. A Adega da Villa, Borges, O Burgo, Casa Velha, A Copa, O Gato, Meta dos Leitões, São Paulo, Tó dos Frangos e a Viscondessa aderiram à sexta edição do Festival do Cabrito. As sobremesas incluem a castanha, o Mel DOP Serra da Lousã, o Licor Beirão e a pastelaria tradicional.
Mélia Palácio junta o útil ao agradável O MÉLIA Palácio da Lousã Bou-
tique Hotel preparou um pacote especial que inclui, além do alojamento, um jantar temático dedicado ao festival, com degustação de várias iguarias do concelho da Lousã. Inserido num edifício brasonado do século XVIII, transformado numa unidade hoteleira de quatro estrelas, o hotel, que possui 46 quartos (23 no palácio e 23 na ala nova), conjuga o charme dos ambientes históricos à mais avançada tecnologia, proporcionando o máximo conforto.
Várias entidades apoiam iniciativa O VI FESTIVAL do Cabrito é organizado pela Câmara Municipal da Lousã em parceria com a ACIC, no âmbito do Projeto SIAC, sendo co-financiado pelo Mais Centro, QREN e União Europeia, estando previstas algumas ações de envolvimento do comércio local. A iniciativa, à semelhança de edições anteriores, é apoiada pelo Licor Beirão, Cooperativa Lousãmel e Fábrica de Pastelaria São Silvestre.
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lousã
LUÍS ANTUNES
Turismo é prioridade O PROJETO dos festivais gastronómicos aumentou a capacidade de resposta dos restaurantes do concelho e, acima de tudo, garante Luís Antunes, vice-presidente da Câmara Municipal da Lousã, "reforçou a preocupação com a inovação e a qualidade do serviço". O "saber fazer" dos restaurantes, a qualidade e a diversidade gastronómica são potenciados em cada iniciativa, pelo que na sexta edição do Festival do Cabrito será possível provar "in loco" essa evolução. A "identificação" com a especialidade cabrito e a proximidade com a Pascoa, considera Luís Antunes, "é uma conjugação feliz" e permitirá, mais uma vez, captar visitantes. A gastronomia, acrescenta o vice-presidente da autarquia, "é um dos motivos mais fortes de mobilidade interna em termos turísticos", pelo que a Lousã quer consolidar-se neste setor, "mantendo uma oferta estruturada, de modo a captar visitantes durante o ano inteiro". Nas épocas de menor procura, "a gastronomia é uma mais-valia que a Lousã aproveitou e que continuará a aproveitar", assegura Luís Antunes, que
Luís Antunes destaca o aumento da qualidade da restauração
encara o turismo como prioridade para o concelho. O reforço das infraestruturas (número de dormidas), a qualificação dos espaços (praias fluviais, espaços culturais e percursos, entre outros) e a animação são passos fundamentais para a afirmação da
Lousã como destino turístico. Luís Antunes alarga a análise e garante que "havendo qualidade, estruturação da oferta e boasinfraestruturas, o concelho da Lousã, a região e o país têm todas as condições para captarem cada vez mais visitantes", conclui.
Melhoria das acessibilidades é fundamental A nova est r ada da B ei r a (EN17) e o IC3 entram nas contas do vice-presidente da Câmara Municipal da Lousã para uma nova etapa do desenvolvimento do concelho. O aumento do conforto, da segurança e da rapidez nas deslocações
à Lousã "são factores competitivos muito importantes". Luís Antunes identifica várias oportunidades no mercado externo. A proximidade geográfica e a identidade colocam a Espanha na primeira linha, mas Inglaterra, França, Holan-
31MARÇO 2011
da e Alemanha "têm expressão signif icativa" nos dados de 2010. A "evolução positiva" em áreas como o alojamento, a restauração e a animação são uma boa notícia, mas Luís Antunes quer mais: "perseguimos a excelência", conclui.
A redução do valor das
Cabrito De 31 de Março a 03 de Abril, o VI Festival Gastronómico do Cabrito dá a provar um manjar muito associado ao rito católico. O cabrito representava uma mais valia para os proprietários quando vendido nos mercados para prover a doenças, casamentos ou funerais. O consumo do cabrito está em expansão. Assado na brasa ou em forno de lenha, de caldeirada, em ensopado, com arroz ou batata, entre outras abordagens, acompanhado de migas, grelos, nabiças ou outros vegetais.
transferências correntes e a comparticipação para o Serviço Nacional de Saúde está a complicar a vida aos autarcas nacionais. Fernando Carvalho, presidente da Câmara Municipal da Lousã, não foge à regra. "A compart ic ipaç ão pa r a o SNS ronda os 200 mil euros e temos, ainda, de pagar 400 mil euros relativos ao funcionamento das novas ETAR, o que conjugado com a redução das transferências correntes, atinge quase um milhão de euros", explica. Para já, "tudo o que não era essencial" está fora do plano para 2011, mas Fernando Carvalho garante que os ordenados dos funcionários, o abastecimento de água, o saneamento, os
transportes e a alimentação escolares, a recolha dos resíduos sólidos urbanos são "custos sagrados". Fe r n a n d o C a r v a l h o considera que a altura "foi má" para a abertura de uma crise política devido à realização da cimeira europeia, principalmente, "porque até junho é muito complicado o processo de financiamento das economias nacionais". A situação das autarquias será influenciada negativamente e da oposição não virá nada de bom. "Passos Coelho entrou em contradição nos impostos ao consumo. Não podemos dizer uma coisa quando estamos na oposição e o contrário quando cheira a poder. Isto condena o prestígio da classe política ", conclui.
"Há custos que são sagrados"
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viver
festival
Arroz e lampreia mudam-se para o Centro de Alto Rendimento
A nona edição do Festival do Arroz da Lampreia de Montemor-o-Velho apresenta como grande novidade a localização do certame. De 1 a 10 de Abril o Centro de Alto Rendimento (CAR) da vila recebe "o festival de sabores" TEXTO MARCO ROQUE FOTOS PEDRO RAMOs
"Desporto e Cultura de braços dados". Foi assim que Alexandra Ferreira, vereadora da cultura da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, apresentou o certame. "Este festival é já uma referência, uma marca deste concelho" acrescendo que a nova localização é a face visível de "uma estratégia que engloba desporto, cultura e ambiente". No final da apresentação, a vereadora revelou à C que "penso que as pessoas vão reagir muito bem à mudança de local, porque as condições vão melhorar, a área expositiva aumentou bastante". Assim, "as pessoas
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Alexandra Ferreira, Pedro Machado e Rute Marinho, da ACIC
ficam a conhecer o espaço". E sublinhou que é uma alteração positiva "pois mostra a dupla finalidade do CAR". Paralelamente ao festival, vão decorrer os campeonatos nacionais de duatlo, remo e pesca desportiva. O festival tem sido, nos últimos anos, no largo da feira da vila, que este ano está em obras de requalificação. "A mudança para o CAR rentabiliza os recursos existentes, até porque o orçamento é menor", sublinhou a vereadora. "Vamos ter um orçamento mais baixo que em 2010, passámos de cerca de 60 mil euros para 43 mil, referiu Alexan-
Espaço infantil
Espaço autores locais
Participações institucionais
Conferência Europeia
A INVASÃO DOS TRAQUINAS 1, 2, 3, 8, 9 e 10 Abril Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho Diversos ateliês ao serviço da pequenada. Organização da Associação Diogo de Azambuja
10 Abril / 17h Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho Sessão de autógrafos com a escritora Lurdes Breda e o ilustrador André Caetano
1, 2, 3, 8, 9 e 10 Abril Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho Confraria da Doçaria Conventual de Tentúgal Rotary Club de Montemor-o-Velho
COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO EM MEIO RURAL . 8 Abril / 16 h Paços do Município Montemor-o-Velho António Serrano / Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas Benigno Garrido Marcos / Junta de Castilla y Leon
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45.120
Refeições servidas nos restaurantes e tasquinhas na última edição
dra Ferreira. "A localização no CAR permite baixar os custos", conclui. Gastronomia e cultura As estrelas do festival são o arroz e a lampreia, mas a oferta gastronómica será muito maior. O arroz de sarrabulho ou de pato são escolhas populares, havendo ainda espaço para as sobremesas. As queijadas de Pereira, o pastel de Tentúgal e as pinhas de Montemor servem de complemento aos pratos principais. Para Pedro Machado, vereador da Câmara de Montemor e presidente da Turismo Centro de Portugal, "o festival nasceu no rio Mondego, não apenas ligado à sua produção do arroz, mas também à componente popular e cultural". Para além disso, defendeu que as "vertentes económica, promocional e cultural" do festival são importantes para toda a região.
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restaurantes vão participar na mostra de gastronomia deste ano
3.500
metros quadrados. O espaço expositório aumentou 25% em relação aos anos anteriores
0,50€ preço da entrada , para maiores de 14 anos
Inovação na Cozinha
Hélio Loureiro
Luís Lavrador
Para além dos pratos tradicionais, o certame aposta na criatividade e originalidade culinária. Por isso, a organização vai apresentar de novo o “Show Cooking de Cozinha Criativa”. O desafio passa por reinventar a preparação do arroz carolino e da lampreia, os elementos centrais do festival. O objetivo será criar novas tendências gastronómicas, usando estes ingredientes clássicos. No ano passado, os chefs Chakall, Henrique Sá Pessoa, Hélio Santos e Luís Lavrador aceitaram o desafio. Este ano, Hélio Loureiro, Ivo Loureiro e Marco Gomes estreiam-se no espetáculo de cozinha criativa. Por seu lado, Luís Lavrador regressa, trazendo consigo os alunos da Escola de Hotelaria de Coimbra.
Ivo Loureiro
Marco Gomes
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viver
topo de gama
mercado Seat prepara quatro modelos
a seat quer aumentar as vendas
entre oito e 10 por cento em 2011 e lançar quatro novos modelos no próximo ano. O presidente James Muir, em declarações ao "Automotive News Europe", afirmou que o Ibiza ST e o Alhambra serão os principais responsáveis pelo crescimento este ano. "Para 2012 está agendado o lançamento do novo Leon, um modelo de acesso à gama completamente novo, de uma berlina de quatro portas e de um facelift do Ibiza", acrescentou. A Seat anunciou ainda a contratação de algumas centenas de trabalhadores para a unidade de Martorell.
Peugeot 5008 com versão Tech Motion
Show Citroën Um ano após terem obtido a primeira vitória no Campeonato do Mundo de Ralis FIA, Sébastien Ogier e Julien Ingrassia reeditaram aquela performance no Rali de Portugal.
A CITROËN Total World Rally Team impôs-se no Algarve, no final de um desempenho exemplar no Rali de Portugal. O DS3 WRC obteve a primeira "dupla" da sua ainda jovem carreira graças a Sébastien Ogier e Sébastien Loeb, agora regressado à liderança do Campeonato do
Mundo de Pilotos, em igualdade pontual com Mikko Hirvonen. Para além da consolidação da esperada dupla para os Citroën DS3 WRC, o objectivo no último dia era de marcar pontos suplementares na última especial. Com início sob condições ligeiramente húmidas, o traça-
do foi secando na sequência das passagens. Petter Solberg liderou durante grande parte da especial, mas a vitória ficaria para Sébastien Loeb. Jari-Matti Latvala foi 2.º e Sébastien Ogier 3.º, não sendo capazes de bater o heptacampeão do mundo.
Nova geração do Classe C está muito à frente a n ova v er s ão de equipa-
mento reforça os argumentos do Peugeot 50 08. Chama-se "Tech Motion" e está recheada de tecnologia, nomeadamente bluetooth, dois ecrãs de vídeo independentes e um "head-up display". É proposta por 32.250 euros (32.690 euros com caixa pilotada) tem por base o nível de equipamento Executive.
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Para manter o êxito nas vendas, a Mercedes-Benz reforçou os atributos do Classe C. O desenho é ainda mais impressionante e o equipamento de perder o fôlego: ecrã a cores de alta resolução (opcional), novo painel de instrumentos muito elegante e com revestimento decorativo proe-
minente, que realça o carácter de excelência do interior. O consumo de combustível foi reduzido em 31 por cento. A transmissão automática 7G-TRONIC PLUS e a função de start&stop ECO explicam a economia e os dez novos sistemas de assistência à condução reforçam o prazer ao volante.
31MARÇO 2011
Portugal Navigation Series 2011 começou no concelho de Soure
após as verificações e o briefing na Associação do Espírito Santo, as 22 equipas participantes lançaram-se à aventura. O lote de 10 equipas com aspirações ao top3 contribuiu para o elevado nível da prova. Durante sete horas, os participantes identificaram 60 "waypoint’s", com dois controlos horários. Nalguns casos, além da dificuldade de navegação, as equipas testaram as qualidades na condução em todo-o-terreno. No final, devido a excessos de velocidade e atrasos no controlo de chegada, alguns candidatos ao pódio ocuparam posições de
menor destaque na classificação, o que demonstra a enorme competitividade da etapa realizada em Soure. José Amorim garantiu o 1.º lugar e considerou que a etapa inicial da competição "foi bastante disputada e apresentou muitas dificuldades quer no terreno, quer na própria navegação, uma vez que a organização procurou dificultar ao máximo a tarefa dos participantes". A entrega de lembranças decorreu no "Restaurante 39", no cidade de Coimbra. A próxima etapa está marcada para 9 de abril, em Penafiel.
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"É um forte resultado para toda a equipa, com os dois primeiros lugares e pontos adicionais na 'Power Stage'. Depois de seis meses sem vencer, já começava a achar que era demasiado tempo. Espero que seja o início de uma boa série de resultados", afirmou Sébastien Ogier.
quarta a fundo Lexus CT200h apresentado à imprensa, dia 7, no Centro Lexus de Coimbra Land Rover assinala a produção de 250.000 Freelander 2 C96
De regresso ao Estádio Algarve, a Citroën Total World Rally Team pôde celebrar o pleno daquela que foi a terceira vitória mundial de Sébastien Ogier, frente ao seu companheiro de equipa Sébastien Loeb. Felicitado por toda a equipa, o vencedor exultou a sua alegria:
viver
viajar
ficha
Índia
Orcha - Índia Continente asiático
Os imponentes mausoléus nas margens do rio Betwa
COMO IR A partir de Lisboa, via Londres, opte pela JetAirways PLANEAR A VIAJEM Visite o site myindia.net QUANDO IR Fuja das monções. A partir de Outubro já são raras. CONSELHOS Contacte com os locais. Seja respeitador. Os indianos são extremamente simpáticos e gostam de ajudar.
De Orcha a Khajuraho Não se visita a índia uma só vez... nem de uma vez só! No país continente vendido aos turistas há locais místicos, parados no tempo, onde a psique indiana ainda é leal aos ensinamentos ancestrais texto e fotos Manuel lemos Não muito longe dos aglomerados de Nova Deli, essa imensa urbe, porta de entrada da enorme nação indiana e a escassos 160 quilómetros de Agra, cidade do Taj Mahal, a jóia branca que continua a atrair verdadeiras multidões de turistas, dorme Orcha, uma pitoresca aldeia que retém muito do seu caráter medieval e parece parada no tunel do tempo. Parte-se de comboio de Agra para Jhansi. Será necessário contratar um motorista para aceder a Orcha. No local, procurar um guia não é difícil... Fundada durante os séculos XVI e XVII pelos reis Bundela nas margens do rio Betwa, Orcha é ainda hoje muito do que fora outrora: um admirável complexo de templos budistas e palácios medievais, onde os ritos de devoção e oferendas se mantém genuínos . Perder tempo para admirar os palácios é essencial, mas a descida até ao rio para admirar os quinze memoriais aos reis de Orcha vale bem a pena. Regresse à aldeia e deixe-se perder pelas ruelas. Ninguém o vai incomodar e certamente poderá fazer boas compras. Almoce no restaurante tibetano (!), na rua principal e arranque até
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Khajuraho. São cerca de 130 quilómetros, numa viagem que penetra na Índia real, rural e tão cheia de contrastes.
Escultura erótica em Khajuraho e a prática da religião num dos templos
património da Humanidade Há mil anos atrás, em Khajuraho, construíram-se 85 templos extraordinários, sob o desígnio dos reis Chandela. Desses, 25 sobreviveram até aos dias de hoje, espalhados numa área de 21 quilómetros quadrados, mas cujo núcleo central constitui o complexo de templos mais atrativo da Índia. As esculturas eróticas, sujeitas a inúmeras interpretações, celebram a vida e são uma das maravilhas artísticas do mundo. São templos onde ainda hoje se praticam os rituais de fé, origem da energia criadora e da coesão cósmica. Visitar Khajuraho é render-se a uma visão do mundo que tanto é diferente como esclarecedora. Permita-se pernoitar por aqui. À noite, os templos iluminam-se e as figuras ganham vida... e há a loja do SuperMário, esse homem de Caxemira, a quem é impossível deixar de comprar as suas caixinhas em papier-mâché.
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viver
Irina T-shirt - Chic Dress - 28,20€ Calças de Ganga - Chic Dress - 63,45€
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estilo
Amaru T-shirt - Dooa Denim - 52€ Cinto - Denim - 47€ Casaco de Malha Premiun Labels - 63€ Calça de Ganga - Salt Wash - 115€
Daniela Sanches T-shirt - Cirrone Jeans - 24,20€ Calças - Star fashion D. Sample - 77€ Botas – Ouyé – 178€
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Hleb T-shirt - Salt Wash Classic - 52€ Cinto - Denim - 47€ Blusão - Dooa Demin - 129€
passeio no parque
Be Fashion Praça Sá Carneiro Lote 2, loja 6 - Lousã T. 911003134
Modelos: Irina, Amaru, Daniela Sanches e Hleb Produção: Black at White Produtor delegado C: Fernando Moura Fotografia: M. Crespo Cabelos: Cabeleireiro Natália Lopes Make Up: Makeit Up Local: Parque Dr. Manuel Braga 63
estilo
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Vida Nova Lorelay Paños, 27 anos, respondeu ao desafio da C para mudar de visual. A leitora ficou agradavelmente surpreendida com a transformação efectuada pela Hairstylist Kátia, da equipa Ilídio Design Cabeleireiros.
Produção global: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago C. COMERCIAL GIRASSOLUM Produtor-delegado C: Fernando Moura Fotografia: Pedro Ramos Roupas e adereços: B&A Ricardo Colaço, Loja 121, 1º piso Helena Colaço Loja 117, 1º piso C. COMERCIAL GIRASSOLUM Lingerie: Loja Mirage Loja120, 1º piso C. COMERCIAL GIRASSOLUM Apoio: Cinequatro - Casinha cor de rosa Loja 22, rch C. COMERCIAL GIRASSOLUM
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Se deseja mudar o seu visual, envie um e-mail
antes
vidanova@cnoticias.net.
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A leitora está preparada para a mudança
LEITORA Lorelay Paños PROFISSÃO Barmaid IDADE 27
Kátia inicia a transformação de Lorelay
HAIRSTYLIST Kátia TÉCNICA de COLORAÇÃO Aclaração com platinium a 20vº Matização com violet da Magirell Coloração global INOA 4,26 / 5,20 As mudanças são visíveis
CORTE Nova coleção Ilídio Design STYLE Tecniart Air fix Texture Expert Sparkling mist
O toque final no penteado
depois
Uma nova Lorelay 65
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inauguração
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quinta das mouriscas
Orimainvest inaugura novo empreendimento 4
a Orimainvest convidou dezenas de pessoas para a inauguração do seu novo investimento. A Quinta das Mouriscas é considerado o maior e mais luxuoso projeto imobiliário alguma vez desenhado no concelho de Cantanhede. É constituído por lotes para habitação e comércio, moradias unifamiliares, parque infantil, espaços verdes e estacionamento automóvel.
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1 Cecília Almeida, Guida Almeida, Mário Miranda de Almeida, Marília Ramos e Susana Almeida 2 Helena Teodósio e Mário Miranda de Almeida 3 José Dias e Rui Silva 4 Patrocínio Alves, António Abrantes e Rui fonseca 5 Jorge Marques, Armando Rodrigues, José Carlos Martins, António Leitão, Carlos Figueiredo, Mário Miranda de Almeida, Ernesto Vieira e Agostinho Almeida Santos 6 José António Pinheiro, Coronel Paredes, Paulo Oliveira e Pedro Cardoso
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io apitão, Már 1 Carlos C do Lau an rn e F e Cancel a oa e Sónia M 2 Rui Cost sa de Melo, bo reira 3 Bar o, Ernesto enh rr e F ão Jo nco nrique Fra Vieira, He eida lm A e e Reis d
A CIN inaugurou um novo espaço em Coimbra, na estrada de Eiras, num abiente animado. Expande assim “a sua rede comercial” e reforça a sua presença na cidade de Coimbra
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Coimbra
CIN abre nova loja 3
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viver
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Estádio cidade de coimbra
Académica - Vitória de Guimarães Milhares de pessoas assistiram ao jogo Académica - Vitória de Guimarães no estádio de Coimbra. Os famosos de Coimbra voltaram a marcar presença na zona VIP. 1 Pedro Machado, Barbosa de Melo, José Reis e Henrique Fernandes 2 Patrícia Damas, José Maria Barroca e Diana Taveira 3 Ricardo Guedes Costa, Maria José Vicente e António Preto 4 Mário Campos e Vítor Campos 5 Ana Rosa, Carlos Cidade e Rosa Isabel Cruz 6 Luís Antunes e Rui Fonseca
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Associação de Futebol de Coimbra
Inauguração da nova sede A inauguração da nova sede da Associação de Futebol de Coimbra, no Estádio Municipal Sérgio Conceição, em Taveiro, contou com a presença de figuras ilustres. O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail esteve presente na cerimónia.
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1 Barbosa de Melo, Gilberto Madaíl, Horácio Antunes e António Santos 2 Humberto Oliveira, Maló de Abreu, Fernando Ferreira, Gilberto Madaíl, José Maria Barroca e Jorge Lemos
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1Miguel Nuno Santos, Raquel Prates e Carlos Páscoa 2 João Murillo com os pais Rui Gomes e Maria Gomes 3João Bandeira, John Vaz e Mónica Santos 4 Isabel Horta e Vale e António Pedro Pita 5 Patrícia Viegas Nascimento e João Murillo
Museu Bissaya Barreto
JOÃO MURILLO João Murillo, a completar 25 anos de atividade no mundo das artes plásticas, escolheu o número 25 para se associar de forma especial aos 25 anos de abertura da Casa Museu Bissaya Barreto. A mostra intitulada “…é preciso dizer os dias em vez de dizer os anos…” 25 – Quando os dias somam anos”, pode ser visitada até 15 de Abril, na Rua da Infantaria 23 (aos Arcos do Jardim). A mostra resulta de uma promessa de João Murillo a Mário Cesariny, a quem prometeu que iria pintar uma seleção de poemas seus e por ele selecionados.
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Coimbra
Museu da Água comemora aniversário
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o MUSEU DA ÁGUA tem o privilé-
gio de comemorar o seu aniversário no dia Mundial da Água. Neste seu quarto aniversário foram entregues prémios aos vencedores do concurso " Água-visões de um planeta vivo!"
1 Marcelo Nuno, Filipe Barros, Marcos Oliveira, Pedro Esteves e Olinto Vieira 2 Olinto Vieira, Marcelo Nuno e Nina Figueiredo 2
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moda
Imagine… Foi o tema desta 28.ª edição, um fim de semana que contou com a presença de 21 desfiles numa passerelle contemporânea de 26 metros, na alfândega do Porto. As grandes novidades deste certame foram as estreias da coleção masculina de Luís Buchinho, e das marcas Meam by Ricardo Preto e da Vicente International. Além destas, com o decorrer do evento, outras coleções deram
que falar pela sua espectacularidade. Foram os casos da coleção extremamente elegante de Miguel Vieira e das criações delicadas e femininas do estilista fundanense Carlos Gil . BLOOM - Espaço jovens criadores O Portugal Fashion também é um evento que visa apoiar emergentes criadores de moda ou aspirantes a Christian Dior. Não prometendo a criação de uma
Nuno Encarnação, ex-administrador da Figueira Grande Turismo, que promoveu um Portugal Portugal Fashion na praia da claridade, foi um dos famosos de Coimbra a marcar presença no evento portuense. Em declarações à C, o deputado manifesta o desejo de ver o certame em Coimbra.
flash
O que está a achar desta edição do Portugal Fashion? Desde há três anos, altura em que o Portugal Fashion decorreu na Fi-
Maison Chanel, tentam garantir a projeção, a nível nacional, que tanto é ambicionada e desejada. Um evento, uma explosão de saberes, quatro dias de pura imaginação, onde a palavra CRIATIVIDADE esteve sem dúvida bem patente, naquilo que é um dos melhores eventos da moda nacional!
Daniel Casteleira | Black at White Fotografias: M. Crespo
gueira da Foz, e que ajudei a organizar, que não o visitava. Continua a ser um evento marcante e com pernas para andar, sendo o maior evento da moda nacional. Quem sabe um dia em Coimbra? Eu acho que Coimbra precisava, na altura em que estive na Figueira (enquanto administrador da empresa municipal de turismo), tive essa oportunidade, que considero que foi benéfica para a cidade, por isso também acho que seria uma mais-valia para Coimbra, sem dúvida.
imaginação ao poder
Portugal Fashion
viver
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Luis Buchinho Pescadores foi o mote de inspiração, usando flanelas, malhas e feltros de lã, Luís empregou aos seus coordenados linhas rectas, num grafismo de cores como o preto, mostarda, amêndoa, cinzas e azuis, tornando estes sportman’s descontraídos e onde a palavra conforto imperou.
Carlos Gil Liberdade, tranquilidade e delicadeza foram as palavras de inspiração para uma colecção que transborda a elegância feminina. Cores nude conjugadas com apontamentos de tons frescos, concedem a esta colecção carácter e personalidade.
Miguel Vieira “Uma Noite na Ópera” foi o nome dado a esta colecção, mulheres austeras com identidade, envergaram coordenados em sedas e cetins, que transmitiram a esta colecção um toque de glamour e sofisticação, a par com homens elegantes e impecavelmente bem ostentados.
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1 Talita Brito 2 Cátia Pereira 3 Sónia Branquinho 4 Ana Ferro 5 Tó Pereira e Merche Romero 6 Jade Laura 7 Vicky Fernandes 8 Ana Baía 9 Lourenço Ortigão 10 Raquel Loureiro 11 Ana Lúcia 12 Claúdia Jacques
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Os Golpes + Samuel Úria TAGV/Coimbra. 31 mar. 21H30. 8€ a 10€.
CULTURA
Os espetáculos inseridos no ciclo "Roque Beat" dão a conhecer dois grupos portugueses em crescimento.
agenda da semana qui.31 Rabies Nubis ao vivo (danças e músicas europeias) - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30
sex.1
António Chainho Teatro José Lúcio da Silva/ Leiria. 31 de março. 21H30. O mestre da guitarra portuguesa apresenta "Lisgoa", uma viagem artística até à Índia e um casamento entre o sagrado e o profano.
Concerto Duo Montanaro/Cavez e Tohu Bohu (Festival Trad Folk Aveiro 2011) - Teatro Aveirense - 22H00
dom.3 Concerto da Orquestra do Conservatório de Música de Aveiro de Calouste Gulbenkian. - Teatro Aveirense - 11H00
seg.4 Concerto "As Mondeguinas" - Centro Cultural D. Dinis/Coimbra - 21H30
A cantora percorre, no trabalho "Nós", o imaginário da música portuguesa ao longo das décadas de 50, 60 e 70.
Single Singers Bar OMT/Coimbra. 1 e 2 abril. 22H00. Última oportunidade para ver os atores d´O Teatrão recriar um cabaré dos anos trinta, num ambiente muito intimista.
sab.2 Concertos The Launderettes + The Torqueflite + The Amazing Flying Pony + Mark Steiner & His Problems - States Club/Coimbra. 21H00
Anabela CAE/Figueira. 2 abril. 21H30. 5€ a 12€
Oito Badaladas TAGV/Coimbra. 2 de abril. 21H30. 1€ a 1,5€ Está de volta o Festival de Tunas Mistas da Cidade de Coimbra, organizado pela Quantunna.
The Gift Fnac Coimbra. 31 de março. 22H00.
Miguel Gameiro Parque de Exposições de Aveiro. 2 abril. 21H30. 1.5€ O músico continua a divulgar o disco de estreia a solo, "A Porta ao Lado". Espetáculo integrado na Feira de março, que só termina a 25 de abril.
A banda de Alcobaça procura um novo caminho, com o álbum "Explode", mais elétrico e cru, com menos orquestrações e em registo épico. O disco foi preparado em Madrid e produzido por Ken Nelson, que já trabalhou com nomes como Gomez, Badly Drawn Boy, Kings of Convenience, Feeder e Coldplay.
ter.5 Fila K Cineclube exibe "O Bobo", de José Álvaro Morais - Mosteiro de Santa Clara-a-Velha/Coimbra - 21H30
qua.6 Sarau "Inclusão" (APPDAC) - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30 72
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viver
vidas
"Fechávamos a guerra aos fins de semana para ir pescar" Nascido em Santa Clara, Coimbra, o Coronel João Rodrigues Teixeira conta-nos histórias que passeiam entre Portugal e África Texto Marco Roque Fotos Pedro Ramos
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O que é que o fez optar pela vida militar? Concorri à academia militar porque tinha um vizinho que era militar e que dizia ao meu pai que era o melhor caminho para mim. Eu era muito novo, concorri e entrei. Ao fim de três anos, fui para Mafra e lá fiz o meu tirocínio. Quando me estava a preparar para ir para Timor, rebentaram os acontecimentos na Guiné e fui para lá. Foram dois anos de que guardo boas recordações e poucos sustos. Mas ainda correu perigo… Isto passa-se no ano de 59/60 e as coisas a sério, só começaram mais tarde. E com o meu pelotão. Houve um morto e alguns feridos. Foi na primeira emboscada a sério que fizeram na Guiné. O grande herói foi o condutor do meu “jipão”, que, debaixo de fogo, e já com um tiro que lhe entrou pelas costas, viu que um dos tiros tinha acertado no depósito de gasolina do jipe, cortou um ramo e com ele tapou o orifício. Depois, Angola. Fui nomeado para outra comissão, a comandar uma companhia em Angola. Andei em Nambuangongo. Era uma zona difícil, ainda apanhei uns “cagaços”. Nesta altura já era casado e tinha um filho, não era bem a mesma pessoa desprendida da Guiné. Depois voltei a ser colocado em Angola, como oficial de comunicações. Na altura, recebemos a visita do ministro do Exército e tivemos de organizar uma exposição. Foi um
Houve um morto e feridos. Foi na primeira emboscada a sério que fizeram na Guiné
momento de sorte, as pessoas gostaram e fui convidado para vir para o Comando Chefe de Angola, um sítio com umas vistas fantásticas. E com outra grande vantagem, passei a ter um horário, ao contrário do que se passava no setor. Em Angola fechávamos a guerra ao sábado e aos domingos, que eram para ir pescar. Fui convidado para ficar, a minha mu-
lher também estava lá, dava aulas. Já tinha nascido a minha filha, isto nos intervalos das comissões (risos)… Entretanto, nasceu também o meu filho mais novo, no prolongamento da comissão. O 25 de Abril apanha-o já em Portugal, em Penamacor… Por acaso tinha vindo a Coimbra nesse dia. Lá fui fazendo o meu
Da infantaria para a água Aos 74 anos, o coronel ainda dá cartas dentro de água. "Ontem voltei de uma competição em Madrid. Mas o meu grande amor é o windsurf", conta. As primeiras provas que se fizeram no
Mondego, também as ganhou. "E faço ski na neve. A natação é o amor racional e, para me divertir, é a neve e o windsurf", refere o presidente do Núcleo da Liga dos Combatentes de Coimbra.
papel, que passou por receber pessoas muito idosas que pertenciam à Legião Portuguesa. Estavam lá porque recebiam 400 escudos no fim do mês e aquilo dava-lhes muito jeito, não eram políticos. Mas tinham em casa uma Mauser e lá iam entregar a arma e o cartão. Ainda teve oportunidade de voltar a Angola… Estive em Cabinda. Saí de lá na véspera da independência de Angola. Falava muito com o general Firmino Miguel, víamos Angola como uma futura grande potência mundial. E ainda hoje acredito que, quando aquela gente se entender e acabar com as rivalidades internas, tem matéria-prima para isso.
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ideias dos outros
Carteiristas eletrónicos luís de matos
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Como se rouba na rua sem qualquer contacto
Longe vai o tempo em que para sermos roubados era necessário que fisicamente nos tirassem a carteira. Já não constitui ficção achar que numa qualquer fila de aeroporto, à entrada dum estádio ou durante um concerto podemos ficar irremediavelmente mais pobres. Não é sequer necessário que nos toquem para que fiquemos sem dinheiro, serviços e até mesmo identidade. Com o advento de cada nova tecnologia não é preciso esperar muito para que ela possa voltar-se contra nós fruto da imaginação e perversidade de alguns. Foi isso mesmo que aconteceu com a identificação por radio frequência, o RFID, uma tecnologia que utiliza comunicação via ondas de rádio para a troca de dados entre um leitor e uma etiqueta eletrónica acoplada a um objeto. Esta tecnologia vem substituir as clássicas bandas magnéticas, sobretudo porque pode armazenar mais informação e pode ser lido mais rapidamente. Cada vez mais transportamos connosco as ditas etiquetas eletrónicas sob a forma de chip. São comumente encontrados em cartões de crédito, passes de transportes públicos ou os usados para abrir portas ou levantar baias em estacionamentos como, também, nos mais recentes passaportes eletrónicos. Tudo o que há a fazer é simplesmente passar o cartão na frente de um leitor e tudo aquilo que ele representa se torna para nós imediatamente acessível.
cebidos nas mãos de um qualquer amigo do alheio. Transporta-se tranquilamente na mão e, uma vez próximo das nossas carteiras, absorve toda a informação que permite ao larápio tecnológico aceder a tudo aquilo que pensamos guardar em segurança no nosso bolso. O roubo acontece, por isso, em circunstâncias semelhantes às clássicas mas com tecnologia dos dias de hoje. Situações em que dividimos o nosso espaço com muitos outros, como filas, como manifestações e concertos, são absolutamente ideais. Como podemos proteger-nos? É mais ou menos fácil mas não necessariamente prático. Basta envolver a nossa carteira em papel de alumínio ou então comprar umas carteiras especiais com aspeto mais ou menos normal à venda online. E atenção, que os verdadeiros profissionais já não roubam para consumo próprio. Uma vez obtida toda a informação que permite, por exemplo, utilizar em pleno os nossos cartões de crédito, ela é disponibilizada na internet. E claro, os que acharem que isto não é verdade, pesquisem no google a expressão “fresh cc”. Esta é essa a palavra código que permite comprar na web a informação mais fresquinha… “fresh cc” quer exatamente dizer “cartão de crédito fresquinho”.
Acontece que por menos de cem euros podemos comprar leitores na internet. Leitores que, convenientemente adulterados e adaptados na forma e aspeto, podem passar perfeitamente desaper-
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