José Couto
Empresários precisam de mais competências
mães no centro da crise
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28 ABRIL 2011 • Nº 13
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ainda há tabernas à moda antiga
vidas
em casa de
legislativas
coronel bívar foi campeão em quase tudo
C em viseu com anacleto raimundo e svetlana mirsky
sabe quem é a candidata PSD nilza mouzinho?
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Soares Rebelo (soares.rebelo@cnoticias.net) Chefe de Redação:
5 Editorial 8 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 19 Queima das Fitas 24 Via do leitor 25 Cartas 50 Empresário de sucesso 51 Casino 55 Viajar 56 Topo de gama 58 À mesa 60 Moda 62 Antes e depois 70 Cultura
Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net) Redação:
Colunistas 23 Helena Vasconcelos 31 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos
Colunistas:
6 Alterações e evolução das Noites do Parque Entrevista com o secretário-geral da Queima 12 Política A C conheceu Nilza Mouzinho, a surpresa do PSD 20 Um dia com Jaime Ramos De sol a sol com o presidente da ADFP 22 Que é feito de si? António Vigário foi presidente da AAC em 1992
Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net) Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; Fotografia:
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AO MICROSCÓPIO
pág. 12
Sociedade
26 Ser mãe é hoje mais difícil C analisa situação no mundo atual 32 Junta de Taveiro "afogada" em água Contas dispararam devido a vandalismo no Parque de Merendas 33 Academia despediu-se de Luzio Vaz Emoção incontida no funeral do "protetor dos estudantes" 34 Tabernas mantêm-se únicas Bastiões do passado sobrevivem à passagem do tempo pág. 26
Cérebros
38 Um rádio que pensa Em Aveiro estão a criar-se aparelhos inovadores
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DINHEIRO
40 Empresários precisam de aumentar as competências Entrevista com José Couto, presidente do CEC 46 1.º de Maio Salários em atraso castigam trabalhadores de Coimbra
viver
pág. 40
52 Em casa de Anacleto e Svetlana Raimundo C visitou casa do advogado e da princesa russa 72 O coronel campeão Nuno Bívar recebeu medalha de bons serviços desportivos
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editorial
Páscoa vazia SOARES REBELO Diretor
“ Os Portugueses, agora, fecham as casas na Semana Santa, esgotam charters, rumo ao Brasil, ao Caribe, a Cabo Verde. Crise – qual crise?
O silêncio, o jejum e a oração eram, anos atrás, nos dias que antecediam a Páscoa, a festa mais importante do calendário litúrgico cristão, princípios inalienáveis no mundo católico. As vias-sacras, procissões que reconstituíam os passos de Cristo entre a casa do prefeito romano Pôncio Pilatos e o Calvário, suscitavam, praticamente em todo o país, fortes sentimentos de fé. A devoção era, inicialmente, tanta, que o Papa Bento XIV decidiu, inclusivamente, dividir o "caminho" em 14 estações. O ritual mantém-se, simplesmente, com uma adesão constantemente diminuída de fiéis – e sem a abstinência quaresmal de outrora, antes uma prevalência da carta gastronómica. Hoje, como acaba de constatar-se, só no mundo rural continuam a mobilizar-se vilas e aldeias para as vivências religiosas da quadra. As cidades despovoaram-se, uma vez mais, para férias. domingo chegado, repicavam festivamente os sinos, animavam-se as ruas das localidades, fazia-se o Compasso – ou visita pascal. Com ou sem o pároco ou diáconos, percorriam-se as casas levando uma campainha, uma cruz florida e uma caldeira de água benta para abençoar quem lá vivesse. Depois da saudação ("Cristo ressuscitou"), era oferecida comida e bebida aos membros do compasso, ao mesmo tempo que se fazia uma contribuição monetária para a igreja. Os padrinhos, esses, davam, neste dia, prendas aos afilhados - o chamado folar da Páscoa. tudo mudou. Os Portugueses, agora, fecham as casas na Semana Santa, esgotam charters, rumo ao Brasil, ao Caribe, a Cabo Verde. Crise – qual crise? No Algarve estiveram, ao que rezam as estimativas, para aí uns
500 mil portugueses. Dir-se-á: os tempos são outros, a sociedade transformou-se, perderam-se, com a globalização, princípios e valores. É certo, mas a Igreja não é alheia à debandada do seu rebanho. A intervenção pública dos nosso bispos tem-se praticamente limitado, ultimamente, a questões bem mais relacionadas com a política do que com os assuntos eclesiásticos. Aos "novos caminhos pastorais", de inovação, solicitados pelo próprio Papa, os nossos prelados dizem… coisa nenhuma. Que tem sido feito em prol da escola e da família? E da transmissão da espiritualidade às novas gerações? depois dos combates perdidos do divórcio e do aborto, do reconhecimento dos casais homossexuais e heterossexuais, de múltiplas outras leis aprovadas mundo fora em setores tão delicados como a transmissão e a defesa da vida, a doença, a identidade da família e o respeito pelo casamento, os nossos prelados continuaram a ignorar a imprescindível adaptação às realidades deste novo milénio. Onde está o empenho das estruturas católicas para resolver os dramas que por aí se vivem, compreender as decisões que se vão tomando, colmatar eventuais erros? Onde está, afinal, a sua causa civilizacional? argumenta-se, teologicamente, que a Igreja Católica não deve mudar só porque muda a sociedade, uma vez que a sua mensagem jamais poderá ser outra senão a do Evangelho. Só que, confrontado com problemas novos e angústias crescentes e sem resposta clarificadora de uma Igreja cada vez mais sumptuariamente confinada à sacristia, o crente retrai-se, corre também ele a agarrar os momentos eufóricos de fruição lúdica – e, nos templos, é a debandada.
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ao microscópio
ao microscópio
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A Queima evoluiu porque os estudantes também evoluiram a queima tem de inovar e criar eventos que marquem, defende joão alexandre, secretário-geral da queima das fitas TEXTO vasco Garcia FOTOs Pedro Ramos
A uma semana da Queima, qual é o ponto da situação? É ótimo. Como é o meu segundo ano, as coisas tornaram-se muito mais fáceis. Está tudo pronto para começarem as Noites do Parque, que são a face mais visível da Queima.
ouvir. Já a noite dos James é claramente virada para a cidade, para uma faixa etária mais velha. No restante, tentámos criar alguma dinâmica durante a semana, que são noites quase exclusivamente para estudantes. Tentámos trazer o melhor que há em português. Com a Mega FM criámos uma noite com dj's muito publicitados na rádio e apostámos em algumas bandas de Coimbra. O palco secundário também pode fazer uma grande diferença e chamar gente que habitualmente não vai à Queima.
Quais são as grandes novidades da Queima deste ano? Vamos mudar muito o Parque. Mudámos toda a estrutura das tendas, mudámos a organização interna e criámos dinâmicas que vão proporcionar ao público grandes mudanças. Tentámos criar melhores condições para a Cruz Vermelha, os bombeiros e a segurança, criámos uma zona central no Parque destinada aos nossos patrocinadores e as tendas também irão criar um impacto enorme. Serão menos tendas, muito grandes e uma delas será preta por dentro. Vamos deixar de ter os balcões de madeira típicos para criar módulos específicos, para dar condições diferentes. São pequenas coisas que melhoram a imagem geral da Queima.
O preço dos bilhetes mantém-se? Essa é uma luta muito grande que nós temos. O nosso resultado final é uma exigência grande e temos de ter um cuidado especial com o preço dos bilhetes. Não aumentámos, houve até um dia que baixou (a segunda-feira), e a nossa intenção sempre foi tentar descer. Neste ano de crise, estamos com algum medo, apesar de eu achar que as pessoas vão continuar a ir ao Parque. Os consumos é que podem diminuir. É muito complicado, para o momento que vivemos, estar as oito noites a curtir à grande a Queima das Fitas. O Bilhete Múltiplo é também uma novidade a assinalar. É algo que queríamos experimen-
O que há a destacar no cartaz? Faz sentido destacar Editors. É talvez a banda mais direcionada para o nosso público e para aquilo que os estudantes gostam de
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tar já há algum tempo e que este ano tentamos incutir. Vamos ver como corre. São quatro das oito noites à escolha, para qualquer público. É uma experiência que pode criar um bocadinho mais de ligação à cidade. Além das Noites do Parque, que outras novidades? Tirando o Baile, o Chá, a Garraiada ou a Serenata – eventos tradicionais que vão ser iguais ao habitual – a atividade a que nós queremos dar ênfase é o Cortejo dos Pequenitos. É uma novidade que me parece que vai ficar para a história. Serão 1.200 crianças numa réplica do Cortejo. Vai ser uma novidade muito engraçada. Essa é uma iniciativa que se insere numa estratégia de ligação à cidade? A Queima tem de inovar e criar eventos que marquem. É uma estratégia que a Queima tem de ter. Já houve tempos em que a cidade esteve separada da Queima e agora faz sentido que nós demos este contributo para unir a cidade e a Queima. Como vê as críticas daqueles que dizem que a Queima perdeu a mística e não é mais que um festival de bandas? Eu acho que a Queima mantém a mística. Os nossos colegas é que a vivem de maneira diferente. A festa tornou-se naquilo de que os estudantes gostam agora. A Queima evoluiu porque os estudantes também evoluíram num sentido, talvez, contrário àquilo que era a Queima das Fitas. Não sou hipócrita ao ponto de dizer que as Noites do Parque não são parecidas com um festival. É complexo fazer este limbo entre o lucro que a casa pede e o evento Queima das Fitas em si. Nós não vamos conseguir retirar o lucro que nos exigem – porque exigem – tornando a Queima nalgo diferente do que ela é hoje. Se não tivermos um bom cartaz, se não criarmos estruturas para ter patrocinadores, se não criarmos
“
A Queima tornou-se naquilo que os estudantes são hoje em dia, mas o amor e a paixão pela tradição continua igual
uma zona de imprensa digna para receber mais imprensa, que chame mais gente, se não se criarem dinâmicas de um festival de bandas, não vamos conseguir tirar esse lucro. Nós fazemos aquilo que os estudantes nos pedem: melhores bandas, melhores estruturas, melhores condições. Obviamente que há outros estudantes que pedem a tradição. A Queima tornou-se naquilo que os estudantes são hoje em dia, mas o amor e a paixão pela tradição continua igual. Quais são as expectativas em termos de público? No ano passado, contra as minhas expectativas, batemos os recordes todos, quer na venda de bilhetes gerais, quer de pontuais. E já nessa altura falávamos de crise. Nós construímos o cartaz para trazer mais gente e, se tivermos o mesmo número, seria bom.
E em termos financeiros? Nós temos a noção que a Associação Académica de Coimbra vive muito do lucro financeiro da Queima das Fitas. E nós temos de ter isso em mente. Se um milhão de euros é uma meta? Não é, nem nunca será. A meta é fazer um evento com condições e criar uma nova dinâmica à volta da Queima das Fitas. Como encara toda esta responsabilidade? É muito complexo. Tenho dez secretários a trabalhar comigo e só dois é que se mantiveram do ano passado. Além disso, os oito comissários foram eleitos nas faculdades e foram oito pessoas novas que vieram. A maior dificuldade é criar dinâmicas nas pessoas e tentar que as coisas funcionem à velocidade que eu quero, que não é a que eles têm. São oito meses intensos, de mui-
ta conversa, muita reunião e muito trabalho para que nada falhe. A nível académico, é quase um ano perdido? Felizmente, eu fui fazendo as coisas certinhas. Esta é a minha sexta matrícula, é o meu último ano em Coimbra. A minha maior dificuldade vai ser viver a última Queima, ao mesmo tempo que estou a trabalhar. Vai ser complexo chorar na Serenata, ao mesmo tempo que estou a trabalhar. O episódio da sua demissão e depois readmissão fragilizou-o de alguma forma? Não. São questões internas, que passaram. A Associação Académica tem diferentes opiniões e, se assim não fosse, isto não crescia. Antes pelo contrário, deu-me mais força e mais responsabilidade para criar uma festa que seja um estrondo.
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ao microscópio
sete sóis, sete luas head
elevador do mercado
Tondela exorcizou males do País
antónio arnaut, "pai" do
a Queima do Judas é uma
um grupo de quatro reclusos do Estabelecimento Prisional de Coimbra está a trabalhar na manutenção dos espaços verdes do concelho da Mealhada. O acordo celebrado entre a autarquia e a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, visa dar aos condenados uma oportunidade de inclusão na vida ativa. Na Mata Nacional do Buçaco também já trabalham vários reclusos.
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margarida mano passa a
integrar o Conselho de Gestão da Universidade de Coimbra. A vice-reitora não pára de subir. Dezenas de pessoas juntam-se para criar o espetáculo
3,4
milhões de euros foi o valor dos 605.737 artigos apeendidos pela ASAE em 2010
433
milhões de euros foi o aumento de janeiro / fevereiro nos depósitos de particulares
24%
é o corte no 1.º trimestre nas despesas estatais com medicamentos nas farmácias
Cadastro florestal em Góis e Vouzela os concelhos de Vouzela (Viseu) e Góis (Coimbra) foram escolhidos para início, ainda este verão, do cadastro de terras em Portugal, que deverá ficar pronto dentro de um ano. O projeto, que contará com o apoio de meios técnicos das Zonas de Intervenção Florestral (ZIF), visa dotar o país de um cadastro completo da propriedade fundiária.
Miranda e Lousã querem o metro
Viseu constrói casa episcopal
Castelo Branco recupera igrejas
o movimento Cívico da Lou-
a novA Casa Episcopal de Vi-
a c  m ar a já recuperou a
sã e Miranda do Corvo analisa, a 3 de maio, a reação do Governo à exigência da continuidade das obras adjudicadas entre Serpins e Alto de S. João, colocando os carris e as catenárias. A suspensão do projeto significa, segundo o movimento, um desperdício de mais de oito milhões de euros.
seu, destinada a substituir a antiga, instalada num edifício próximo da muralha da cidade que foi praticamente todo demolido, vai começar a ser finalmente construída. A prospeção de vestígios arqueológicos no local já terminou e as obras deverão ficar concluídas dentro de um ano e meio.
Igreja da Senhora da Piedade e está a requalificar a Igreja do Espírito Santo, devolvendo-lhes a traça antiga, alterada na década de 90. A intervenção nos dois templos seculares, que apresentavam diversos problemas, prevê ainda a colocação de placas informativas junto a cada um deles.
Joana Ramos continua a somar medalhas. Agora foi a de prata, na final dos campeon atos europoeus de judo, -52 ks, realizados na Turquia.
a subir
Mealhada recupera reclusos de Coimbra
SNS, condena vivamente a eventual recusa de medicamentos aos doentes por parte dos hospitais.
a descer
tradição fortemente enraizada na vida cultural de Tondela, que voltou a juntar, nesta Páscoa, num mesmo espetáculo teatro, dança e música, entre muitas outras artes. Intitulada "Ao Quixote não há quem o derrote!", a iniciativa, promovida pela Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT), destinou-se a exorcizar, segundo José Rui Martins, diretor artístico do projeto, aquilo que "dificulta o povo português de viver uma vida condigna, de conseguir o desenvolvimento do país sem ter de mendigar a todo o momento ajuda exterior, acreditando nas forças nacionais".
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otelo disse há dias que, se
soubesse que íamos cair na atual situação, não tinha feito o 25 de Abril. Agora, já diz que sim. Em que ficamos?
Portugueses no 4.º lugar dos gastadores no estrangeiro visita de
INCÊNDIOS
Menos quinze meios aéreos
médico
o dispositivo especial de
boa notícia
50 mil visitantes no Museu Aliança
António Alegre Médico Centro Saúde de Eiras
Utentes/doentes não raras vezes somos con-
Helicópteros vão substituir este ano os aviões não anfíbios
2.177) e 9.210 elementos (no ano passado eram 9.985). O secretário de Estado das Florestas apelou, entretanto, ao envolvimento dos particulares e autarquias no esforço de prevenção de fogos florestais. Segundo Rui Barreiro, 90 por cento da floresta pertence a
privados, estando legisladas as suas responsabilidades em matéria de prevenção e mesmo prevista a intervenção das autarquias quando os respetivos proprietários não fizerem o seu trabalho, imputando a estes os custos de eventuais intervenções.
o underground Museum, de Sangalhos, registou, no primeiro ano de atividade, celebrado no fim de semana da Páscoa, mais de 50 mil visitantes, que conheceram as sete coleções artísticas em exposição e a produção de vinhos, espumantes e aguardentes da empresa. Criado pelo comendador Joe Berardo, nas caves da Aliança Vinhos, é o primeiro espaço museológico subterrâneo em Portugal, concebido de forma a conciliar a arte da Colecção Berardo com a arte dos vinhos Aliança.
Portugal reduziu, no ano passado, a taxa de abandono escolar em 2,5 pontos percentuais, para 28,7 por cento, em parte devido às vias profissionais.
má notícia
combate a incêndios florestais contará este ano com menos 15 meios aéreos e 700 elementos do que em 2010, poupando assim o Estado cerca de 11,5 milhões de euros. O Governo abriu, entretanto, concurso para a contratação de dois aviões Canadair, de menor capacidade que os do ano passado, a fim de poderem reabastecer-se em superfícies de água mais pequenas, com o que se espera ganhos de rapidez e eficiência. Para 2011, em que só estarão disponíveis 34 meios aéreos, prescindiu-se dos aviões não anfíbios, por terem de aterrar entre cada ataque ao fogo e ser reabastecidos. O dispositivo contará, inicialmente, com quatro máquinas de rasto de um conjunto de 12 que atuará na fase mais complicada, a Charlie, que vai de 1 de julho a 30 de setembro e contará com 2.019 viaturas (em 2010 foram
O IC2 foi a estrada portuguesa onde se re gistaram mais vítimas em 2010, num total de de 27, das quais nove mortos, 11 feridos graves e sete feridos ligeiros.
frontados com a necessidade, ao momento legal, de ter de passar atestados para a carta de condução, para a licença de uso e porte de arma (de caça, defesa e desportiva), de "validação" de atestados médicos emitidos por outras entidades justificando a evicção laboral de alguns "utentes", para o menino(a) a frequentar atividades desportivas, para o sénior ir ao ginásio, etc. etc. etc., e por mais incrível que pareça, até um atestado de robustez psíquica para possuir (legalmente) uma determinada raça de cães considerados perigosos, vem parar ao gabinete /consultório do Médico de Família do "tal" utente. E o doente? Aquele também cidadão que deveria ter critérios de prioridade face à eventual patologia clínica que apresenta, é remetido para o "agendamento comum", tantas vezes administrativo, das vagas sobrantes? Não pode ser... e não o é efetivamente na grande maioria dos casos, mas é preciso o médico saber dizer ( conversando com o utente ) e fazer a gestão de prioridades de alguns atos, ainda que legitimados, pese embora o "Livro Amarelo" exista logo como coação psicológica. Se estiver efetivamente doente, ou pensar que o está, converse com o seu Médico de Família, pois uma solução será necessariamente encontrada.
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direito
direto
sete sóis, sete luas
Trinta mil no Côa
A cobrança de dívidas comerciais
guarda o dia Mundial da
qual o meio mais aconselhável
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notícia leiria A Câmara contratou, por um ano, sete arrumadores de automóveis para trabalharem nos jardins municipais. Todos eles beneficiários do Rendimento Social de Inserção, tiveram formação própria para integrar as equipas da autarquia que tratam dos espaços verdes, recebendo pelo seu trabalho 429 euros mensais. possível".
artur seguro pereira Advogado
para um comerciante obter judicialmente o pagamento das faturas que emite? De entre os meios judiciais que a lei coloca à sua disposição para esse fim, aquele que se revela menos complexo, mais célere, mais económico e, eventualmente, mais eficaz, é a injunção (prevista nos Decretos-Lei n.º 269/98 de 1/09 e n.º 32/2003, de 17/02). A injunção é um expediente judicial que consiste na apresentação, junto do Tribunal, de um requerimento em que se caracteriza a dívida, relativamente ao respetivo montante e origem. Tratando-se de um requerimento de modelo pré-aprovado, que pode ser entregue através da internet, é extremamente simples. É também célere, graças aos prazos curtos e à desnecessidade, em geral, de intervenção de um juiz. É ainda uma solução económica, pois o custo associado é significativamente mais baixo do que o de uma ação declarativa "tradicional". Será ainda uma solução eficaz, já que se consegue que o devedor seja notificado pelo Tribunal para cumprir, o que muitas vezes poderá ser suficiente para o persuadir a pagar. No entanto, se este o não fizer, o credor passa a dispor de um título suficiente para uma ação executiva, com consequente penhora de bens.
vai ser
Instalações museológicas custaram 18 milhões de euros O Museu do côa , inaugurado em julho de 2010, já recebeu cerca de 30 mil visitantes. Ali, em pouco mais de hora e meia, a “máquina do tempo” transporta os visitantes para uma viagem que, com recurso às mais recentes tecnologias informativas, os faz recuar “mais de 20 mil anos” na história da Humanidade. Ocupando uma área com cerca de 22 mil hectares ao longo de 26 quilómetros de extensão, o Parque Arqueo-
lógico do Vale do Côa é património mundial desde 1998. O museu, inaugurado após ter sido posta de lado a construção da barragem para lá prevista, devido aos protestos de ambientalistas e de especialistas em arte rupestre, teve um custo aproximado de 18 milhões de euros. Estende-se ao longo de quatro pisos, que englobam auditório, serviço educativo, área administrativa, loja e salas de exposição.
PSP alerta para cash trapping é uma nova técnica utilizada
para enganar os utilizadores do Multibanco. O ca sh t rapping fa z-se colocando um objeto plástico ou metálico uma espécie de régua - na ranhura de saída das notas, que impede que estas saiam mas que permite recuperá-las, puxando pelo objeto. A intenção é "ludibriar" quem pretende levantar dinheiro e "julga que
o equipamento está avariado". As pessoas são levadas a desistir da operação e abandonam o local, permitindo aos suspeitos retirar o objeto e ficar com o dinheiro. A PSP já registou casos em Coimbra e recomenda aos utilizadores que não se vão embora e chamem a Polícia, recusando ajuda de quem "sugere que volte a marcar o código".
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Fibromialgia (12 de maio) vai ser assinalado, a 14 de maio, a partir das 10H00, com um fórum sobre esta patologia, na Sala Polivalente "Tempo e Poesia", da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço. Está prevista a presença de especialistas na matéria, que vão abordar, entre outros temas, "O Impacto da Fibromialgia na Saúde e Qualidade de vida" e "Dor Crónica". Aveiro o casal de jovens que partiu de Ovar em bicicleta rumo a Macau já pedalou sete meses e, após uma alteração no trajeto para evitar a neve, atravessou a Líbia e o Egipto, encontrando-se agora em Iskenderum, na Turquia. Rafael Polónia e Tanya Ruivo garantiram que a viagem tem sido “super pacífica”, mas confessam que os dias de inverno na Europa são duros. Data prevista de chegada a Macau: “antes do Carnaval do próximo ano”. miranda do corvo as iguarias gastronómicas de
carne de cabra velha, a chanfana, a sopa de casamento, e os negalhos, ainda podem ser apreciados até domingo, dia1 de Maio, em Mirando do Corvo, num festival que pretende valorizar uma riqueza cultural local.
C68
ao microscópio
política
corrida
eleitoral debates frente-a-frente de 6 a 20 de maio
Os debates televisivos da pré campanha para as legislativas vão decorrer entre 6 e 20 de maio nas três televisões generalistas. O formato será semelhante ao das eleições de 2009, em modelo de frente-a-frente, com apenas dois candidatos. Ao todo serão dez debates que arrancam na RTP com o confronto entre o líder do CDS-PP, Paulo Portas, e o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, terminando na mesma estação com o frente-a-frente entre José Sócrates e Passos Coelho. psd listas provocaram demissão na figueira
O vice-presidente da Concelhia da Figueira da Foz do PSD demitiu-se por discordar da colocação de um nome indicado pela estrutura em 5.º lugar na lista de deputados, em vez do 3.º lugar. "Foi passado um atestado de incompetência à Figueira da Foz", afirmou David Azenha. O líder da distrital laranja desvalorizou a decisão. "As razões que esse senhor alega são razões que eu jamais na vida conseguirei entender, nem nenhum cidadão deste país conseguirá entender", declarou Marcelo Nuno. leiria js e líder da distrital ps em "guerra"
A Federação Distrital de Leiria da JS acusou o presidente da federação socialista no distrito, João Paulo Pedrosa, de ter tido um "comportamento autoritário e antidemocrático" na aprovação da lista a apresentar pelo partido às eleições. Segundo a JS, o líder rosa "ignorou por completo os nomes indicados, designando ele próprio, e à revelia da estrutura, quem bem entendeu", não constando na lista nenhum nome indicado pela JS.
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Nilza Mouzinho de sena
Conheça a "caloira" do PSD foi a grande surpresa nas listas que os partidos políticos apresentaram às legislativas de 5 de junho. Chama-se Nilza Mouzinho de Sena e é professora universitária no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP). Aliás, foi nesta instituição que fez toda a sua formação. Primeiro licenciou-se em Comunicação Social, depois fez o mestrado em Ciência Política e, mais tarde, o doutoramento em Ciências Sociais. A nível político, e apesar de ter sido presidente da Assembleia de Freguesia do Santo Condestável (Lisboa), era uma ilustre desconhecida até há cerca de um ano, quando foi escolhida para vice-presidente do PSD. Na altura, assumiu-se como uma "caloira" nestas andanças. Agora, sobe do 34.º lugar da lista do PSD ao círculo de Lisboa, que ocupou em 2009, para terceiro na lista de Coimbra.
"Quando aceitamos as responsabilidades que eu aceitei, temos de estar disponíveis para o que o partido solicitar. Estou muito honrada com este convite", afirmou Nilza Mouzinho de Sena, em declarações à C. A professora universitária, n at u r a l de Mo ç a mbique , considera que o seu percurso académico e profissional permite fazer "toda a ligação com Coimbra, cidade da cultura e do conhecimento". A dmite que não conhece todo o distrito, mas diz não ter tempo: "tenciono conhecer e deslocar-me para aí assim que for possível, para estar ao lado do professor Canavarro na campanha em Coimbra". A militante laranja (desde 1996) quer "conhecer, tão rápido quanto possível, a rea lidade do distrito" para, na Assembleia da República, poder ajudar a "ultrapassar o que estiver mal e potenciar o que está bem". VG
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zoom nome
Nilza Mouzinho de Sena data de nascimento
21 de novembro de 1976 naturalidade e residência
Natural de Maputo, reside em Lisboa profissão
Professora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas Formação Académica
Licenciada em Comunicação Social (especialização em Jornalismo), mestre em Ciência Política e doutora em Ciências Sociais, na especialidade de Sociologia, pelo InstitutoSuperior de Ciências Sociais e Políticas Cargo Político
Vice-presidente do PSD
ex(sic)tações
ao microscópio
toma lá dá cá Pela primeira vez, o PSD apresenta um líder marcadamente à direita, de conceções liberais e com um papel redutor para o Estado. Nunca PS e PSD estiveram tão afastados numa campanha eleitoral.
Fernando Serrasqueiro, secretário de Estado do Comércio
Deus lhes perdoe porque o Povo, no próximo dia 5 de junho, não perdoará. Portugal merece muito melhor. É impossível que aqueles que nos enterraram, agora arranjem força e sabedoria para nos salvar.
Paulo Júlio, presidente da Câmara Municipal de Penela
frases desfeitas A troika de especialistas do BCE, CE e FMI já começou a trabalhar para prescrever a terapia. É bom prepararmo-nos para uns anos de purgatório.
Neste momento, criar verdades à moda de Estaline só aumenta a desconfiança e agrava o desastre.
Horta e Silva, ex-diretor do INETI (Coimbra)
Pois, até Trotsky foi eliminado da fotografia…
Não seria melhor prepararmo-nos, antes, para uns anos de inferno?
Eu já tenho o Governo na minha cabeça Pedro Passos Coelho, presidente do PSD E o FMI, meteu onde?
Das eleições vai sair um Governo de meros notários da Nação. Eduardo Dâmaso, jornalista Não vai ser realmente fácil dividir a pesada herança…
Nas próximas eleições, ganhe ou perca o PSD, ao aceitar ser candidato pelos socais democratas em vez de apresentar o seu próprio projeto, Fernando Nobre está politicamente morto. José Manuel Diogo, consultor de comunicação Já se fazem apostas sobre quem serão os gatos-pingados que lhe vão fazer o funeral.
João Boavida, professor universitário
A chanfana, a sua história e cultura, os seus valores sociais e populares são, afinal, transversais a um conjunto de municípios. Pedro Machado, presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro Aí está uma grande lição de vida: o que as cabras velhas têm a mais, têm os homens a menos.
Quem chegou à meia-final da Taça de Portugal, ao 8.º lugar da tabela e mantém a espinha dorsal da equipa, jamais pensa que, no ano seguinte, vai estar na luta pela permanência. Aprígio Santos, presidente da Naval Pois é, quando se aposta na vida eterna não poderá ignorar-se o Diabo.
o 25 de abril “ Festejar no meio da crise que assola o país poderia ser visto como resolver o problema das pontes de Konigsberg.
Luís Providência
João Gabriel Silva
Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Redação C
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28aBril 2011
fátima Ramos
Resposta certa: Luís Providência
quem foi que disse?
acredite se quiser
Nem os ladrões escapam aos assaltos a cena é, no mínimo, surreal.
Como, infelizmente, acontece inúmeras vezes no Brasil, um jovem de Rio Grande do Sul foi assaltado. O método também não é novo. Quando o rapaz parou num semáforo, o assaltante apontou-lhe uma arma e obrigou-o a sair do carro. Como é natural, o jovem obedeceu. Até aqui, nada de novo. Surpreendente foi quando um outro veículo parou ao lado do da vítima e de lá saíram três indivíduos armados. De nada valeu ao primeiro assaltante dizer que tinha chegado antes e que o assalto era dele. Ficou sem carro e sem orgulho. Será que estes também têm cem anos de perdão?
O homem faleceu recentemente, aos 95 anos, e o seu pénis foi o primeiro de um ser humano a fazer parte da exposição do espaço museológico, criado há 25 anos. Junta-se ao ex-líbris do espólio: um pénis de 170 centímetros de uma baleia cachalote.
Luz verde para quê?
a holanda é conhecida como
Doa pénis com 95... anos Há pessoas que têm orgulho no seu corpo ou partes dele. O islandês Pall Arason tinha orgulho no seu pénis. De tal forma que prometeu, ainda em vida, doar o seu órgão sexual ao museu falológico de Husavik, na Islândia.
O Pingo Doce é a superfície comercial com os preços mais baixos no cabaz desta semana. A diferença para o Jumbo é de apenas 20 cêntidos e a margem para o Continente e o Supercor também é relativamente pequena.
aconteceu em S. João da Ma-
deira. Ricardo Pereira, de 36 anos, esteve a lanchar com uma amiga. Bebeu umas cervejas, uns copos de vinho, whisky, aguardente… Depois pegou na sua bicicleta para ir para casa. Estava tão feliz que ia sem as mãos no guiador, a bater palmas. A PSP é que não achou muita piada. Quando soprou no balão, o homem acusou 3,9 g/l de álcool. Nada que o preocupe: "Consigo conduzir melhor com os copos do que quando estou fino", disse ao JN. E nem o facto de ter ficado sem a bicicleta o irá parar. Tem mais duas em casa.
O chinês mais gordo da atualidade é, muito provavelmente, a criança mais obesa do mundo. Com apenas quatro anos, Lu Zi-Hao pesa uns impressionantes 62 quilogramas. Os pais estão preocupados mas o pequeno chinês só pensa em comer. "Adoro peixe", é uma das suas frases preferidas. A outra é "dá-me a tua comida". E quem não der, leva.
Orgasmo pela boca a jovem Gabi Jones, de 25 anos, sofre de uma estranha desordem. A norte-americana tem orgasmos quando experimenta comidas de que gosta mesmo
:(
Pingo Doce tem o cabaz mais em conta
Preços/Kg/L
Palmas para o ciclista bêbedo
muito. Como o prazer é tanto, Gabi não se inibe de comer. O resultado está à vista: passou de 90 quilogramas para 204. Nada que a preocupe, até porque, até ver, é completamente saudável. "Quando me satisfaço, eu nunca me apresso. Eu vou devagar, porque toda refeição é como uma experiência sexual", conta.
:)
bolsa da praça
um dos países mais liberais do mundo, com grande abertura a todos os aspetos da vida, nomeadamente o sexo. Ainda assim, há algumas coisas que conseguem chocar os holandeses. Na pequena cidade de Nimwegen, os habitantes foram surpreendidos com um semáforo que, quando fica verde, em vez de aparecer o normal bonequinho verde,
aparecem dois bonecos numa posição sexual. Curiosamente, desde então, o sinal está quase sempre verde para os peões...
mais barato
mais caro
Bolachas Belgas Chocolate
1,69€ 1,69€
1,69€ 1,37€
Leite Matinal Magro (1l)
0,69€ 0,82€
0,82€ 0,89€
Compal Néctar Pêssego Clássico (1l) 1,19€ 1,16€
1,18€ 1,25€
Cereais Nestlé Crunch
2,69€ 2,69€
2,67€ 2,99€
Maionese Calvé (225ml)
1,29€ 1,32€
1,32€ 1,33€
Óleo alimentar Fula (1l) 1,49€ 1,79€
1,79€ 1,79€
Atum em óleo Bom Petisco
1,08 €
1,03€
TOTAL
10,12€ 10,50€
0,85€
1,03€
10,32€ 10,65€
Preços em 22.04.11
15
ao microscópio
praça de táxis Os clientes já falam das eleições de 5 de junho ou revelam outras preocupações?
JOÃO LEMOS
Esse assunto ainda não está na ordem do dia para as pessoas. Antes das pessoas pensarem nisso tem que se resolver o problema da dívida e do FMI. Mas acho que, quando chegarem as eleições, as pessoas não vão deixar de ir votar.
aDÉLIA MACHADO
Os clientes ainda não f alam da s eleições. Ainda não ouvi esse tipo de comentário. Falam muito é do estado do tempo e da crise económica, isso não há dúvida. As pessoas estão é preocupadas com a parte que envolve o seu dinheiro.
aRTUR CRAVEIRO
As eleições são uma coisa que ainda está muito distante para as pessoas. Ainda falta algum tempo, talvez por isso não estejam, ainda, muito preocupadas. A televisão fala muito das eleições, mas os nossos clientes nem por isso.
retrato falado
figura da semana
artur Côrte-Real o mosteiro de Santa Clara-a-Velha registou, em 2010, mais 15 por cento de visitas do que em 2009, ano da sua reabertura ao público. Desde então, já por ali passaram mais de 100 mil visitantes. considerado o melhor museu português, foi inclusivamente nomeado para os European Museum of the Year Awards 2011, cuja cerimónia de entrega de prémios está marcada para 21 de maio, na Alemanha. o coordenador geral do espaço tudo tem feito, realmente, no sentido do desenvolvimento cultural na área museológica e reforço do diálogo europeu.
menções honrosas
Filipa Pato
Barbosa de Melo
a enóloga bairradina foi eleita,
o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e ex-presidente da Assembleia da República foi agraciado com a Ordem da Liberdade. Com a AR dissolvida, a cerimónia teve lugar no Palácio de Belém.
pela revista alemã "Feinschmecker", como a melhor produtora do ano 2010. Tornou-se, assim, aos 36 anos, a mais nova mulher portuguesa agraciada com o Óscar do Vinho.
debate
Sim, houve uma evolução positiva ao longo dos anos. No entanto, penso que nem sempre a generalidade se identifica com as formas de luta dos sindicatos. Há outras formas de combate para além das manifestações e greves de grande dimensão.
Na generalidade, não se adaptaram à nova realidade, na qual existe uma luta entre todos os trabalhadores e o capital financeiro especulativo. Não se atualizaram, ainda mantêm a mentalidade de luta de classes, entre operários e patrões.
Os sindicatos souberam adaptar-se ao século XXI? MAdalena carrito
António arnaut
Presidente da Federação das Confrarias Gastronómicas
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Advogado
28ABrIl 2011
se eu mandasse
saudades de
"Condecoraria os melhores"
coimbra
"Coimbra é a melhor cidade do mundo" Vítor Manuel Treinador em Angola
Treinou várias equipas em Portugal. Qual lhe deixou melhores recordações? Treinei, entre outras, o Penafiel, a União de Leiria, o Salgueiros, mas a Académica ficou-me como o amor para sempre. Está agora em Angola, ao serviço do Recreativo da Caála. Como se sente? Muito bem. Depois de ter passado por dois outros grandes clubes angolanos, o 1.º de Agosto e o Sporting de Cabinda, aceitei este novo desafio. E não estou arrependido. Longe de Coimbra, o que é que lhe provoca mais saudades? A família, o convívio com os amigos, as idas ao ginásio, os meus passeios a pé, brincar com o meu cão, sobretudo, passear com os meus dois netos maravilhosos (a Maria, de três anitos, o Miguel, de um). Tem alguma "estratégia", por exemplo gastronómica, para lidar com a situação? Procuro fazer refeições de acordo com os meus hábitos alimentares, não descurando, é claro, a boa comida angolana. Tem consigo, aí, no Hu-
ambo, discos com o fado de Coimbra? Logicamente que sim. É mais uma forma de regresso às origens. Cada vez que regressa a Coimbra encontra novidades? Encontro sempre aquele encanto de quem é apaixonado pela cidade. Qual é a imag em de Coimbra que mais intesamente guarda na memória? A da minha casa, sem dúvida alguma. Quando sai de Portugal leva habitualmente na bagagem livros, discos, vídeos que lhe permitam encurtar a distância? Felizmente, as novas tecnologias dão-nos acesso a tudo, mas trago sempre comigo algo de muito pessoal e de muita intimidade (a minha família). A Ac ad é mic a é um a "marca" permanente na sua vida? Claro que é. E será sempre. Jamais esquecerei os tempos que lá passei. Como vê Coimbra à distância? Como a melhor cidade do mundo.
Norberto Pires, presidente do CA do Coimbra iParque INICIARIA um combate sem tréguas à corrupção e ao "amiguismo".
INICIARIA uma luta sem tréguas à evasão fiscal. Não haveria exceções ou casos especiais.
O ESTADO condecoraria os melhores, aqueles que se destacaram pelo seu trabalho, exemplo e dedicação ao país.
O RÁCIO entre o salário mais alto do país e o mais baixo não podia ser superior a 10. Seria ilegal.
A SAÚDE e a educação seriam pagas de acordo com os rendimentos de cada um, sendo totalmente gratuitas para famílias cujo rendimento, dividido pelo número de elementos do agregado familiar, fosse menor que o salário mínimo nacional.
INICIAVA uma reforma urgente da justiça. Teria de ser célere e igual para todos.
A FAMÍLIA seria o centro da sociedade, e protegia a maternidade e as famílias que decidissem ter filhos.
www.cnoticias.net
“
Protegia a maternidade e as famílias que decidissem ter filhos
+lida
Câmara Municipal de Penela não dá tolerância porque o melhor é trabalhar
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confidencial
ao microscópio
Portas abertas Era das pessoas que mais iluminava esta cidade. Colocava um sorriso na cara de quem a visse. Depois veio o Jogo da fama, abriram-se as portas a sul. E abalou. Agora não se sabe por onde anda, Lisboa ou Algarve, sempre em destaque na animação noturna. Com ou sem varão.
O grande irmão do país irmão
lente... de contato
Está lá bem longe, do outro lado do Atlântico, mas nem por isso deixa de escrever nos blogues e nos jornais locais sobre tudo o que se passa cá no burgo. Garante que sabe tudo "e mais um par de botas" sobre os "filmes de terror" que marcam a atualidade da política coimbrã (ou coimbrinha). Quem disse que os políticos têm de estar perto do povo?
Pedir não custa... mas pode ficar mal. Principalmente quando se está na casa da pessoa a quem se pede e com convidados (de honra) que não têm nada a ver com o assunto!
Jesus reuniu 12 + 1 para cear. Estes são 36, nem todos varões, juntam-se para tratar da saúde a um lado do rio. Em tempos difíceis, nem o FMI parece conseguir cortar no milagre da multiplicação dos lugares. APROVADO
André Villas Boas
O seu ar arrogante não agrada a muitos, mas a verdade é que, depois de uma excelente época na Briosa, prepara-se para ganhar tudo no FC Porto e "calou" Jesus com resultados e não com bocas. Mourinho que se cuide... Nota 18
O eterno candidato a candidato
Quem é o advogado de Coimbra que sente o aroma a eleições mais facilmente do que deteta o cheiro nauseabundo das chaminés das cimenteiras onde se faz a coincineração e, mal o nariz lhe dá sinal, vai a correr para um Facebook perto de si – depois de longas semanas de ausência – fazer campanha para todo e qualquer cargo que esteja a ser sufragado?
Fuga para o brasil Que o país está em crise, ninguém duvida. Mas também poucos acreditam que a crise é para todos. Nas últimas semanas, mal a troika assentou pé em Portugal, assistiu-se a uma autêntica debandada de políticos com maiores ou menores responsabilidades para Cabo Verde, Brasil e outros paraísos que tais. "O FMI ainda não está aqui", dizem, ao sabor de uma água de coco. Afinal de contas, é melhor gozarem enquanto podem…
espelho meu
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28ABRIL 2011
REPROVADO
Poul Thomsen
As críticas à ponte da semana passada são justas e universalmente aceites. Agora, as equipas de TV estarem à porta do ministério, aberto ao feriado para receber a troika, e ela não aparecer é que parece estranho. Telhados de vidro, Poul Thomsen? Nota 7
festa
Anaquim na Récita das Faculdades
é Uma das atividades mais tradicionais da
Queima das Fitas. A Récita das Faculdades é uma exibição de imaginação e criatividade. Durante anos, os estudantes subiram ao palco e deixaram florir a sua veia poética, não deixando de parte a sátira e a crítica. Foi na Récita das Faculdades, por exemplo, que foi levada a palco pela primeira vez a Balada do Quinto Ano Jurídico 88/89. "Capa negra de saudade/no momento da partida/segredos desta cidade/levo comigo pr'á vida" é um verso que nenhum dos estudantes de Coimbra esquecerá. Contudo, a Récita tem vindo a perder importância e, há uns anos, não se realizou porque nem um estudante se inscreveu. A organização não quis deixar cair a tradição e, já no ano passado, tentou revitalizar o evento, mudando-o para os Jardins da Associação Académica. Este ano, a aposta mantém-se. Com resultados. "Houve mais gente a inscrever-se. Mais do que no ano passado", afirma o secretário-geral da Queima das Fitas. Para atrair mais estudantes, a comissão organizadora ofereceu comida e bebida aos participantes e, mais importante, abriu o leque de possibilidades a quem quiser intervir. "Poesia, teatro ou música" são algumas das formas com que os estudantes se poderão expressar. Além disso, convidou uma banda conhecida, os conimbricenses Anaquim, para animar o
evento. Para João Alexandre, o importante é que as pessoas percebam o que é a Récita das Faculdades. "Essa foi a maior dificuldade: as pessoas perceberem o que é a récita. Porque quando perceberem podem tentar mostrar qualquer coisa", refere. E o responsável acredita que a atividade vai voltar a ter a importância que já teve. "Parece-me que vai ser um evento que vai ficar como história este ano", conclui. A Récita das Faculdades realiza-se hoje, dia 28 de abril, a partir das 22H00, nos Jardins da Associação Académica. Bilhetes à venda Já estão à venda, desde ontem (dia 27 de abril), os bilhetes gerais para as Noites do Parque da Queima das Fitas de Coimbra 2011 (6 a 13 de maio). Até dia 6 do próximo mês, os ingressos podem ser adquiridos na Sala de Estudo da AAC. De 2 a 5 de maio, os bilhetes estarão à venda no Polo II, Polo III e na Faculdade de Economia. O geral pode ainda ser adquirido no Polo I da UC, de 3 a 5 de maio. Os estudantes pagam 47 euros, valor semelhante ao do ano passado. A organização disponibilizou um "pack" que, por 55 euros, dá direito às Noites do Parque, ao Chá Dançante e à Garraiada. O "bilhete múltiplo", que abre as portas a quatro noites à escolha, custa 47 euros e pode ser adquirido por não estudantes. VG
Queima das Fitas 2011
Noites do Parque
Tradição cortejo dos pequenitos A Queima das Fitas 2011 tem uma atividade para os mais novos. O Cortejo dos Pequenitos realiza-se amanhã, dia 29 de abril, com ínicio pelas 15H00, na Praça 8 de Maio. A réplica do Cortejo vai ensinar aos colegas mais pequenos o que é a tradição coimbrã. Mais de 1.200 crianças vão desfilar na Baixa da cidade, num cortejo cheio de cor e animação.
Agenda Desportiva matraquilhos humanos Pelas 15H00 de dia 2 de maio realiza-se o Torneio de Matraquilhos Humanos da Queima das Fitas. No Largo D. Dinis, uma equipa de seis estudantes do ensino superior de Coimbra terá a oportunidade de garantir o seu ingresso para as Noites do Parque da Queima das Fitas 2011.
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ao microscópio
08H30 Com Lusitana Fernandes, na Companhia de Papel do Prado, Lousã
um dia com
09H00 Consultas aos funcionários da câmara, nos Bombeiros da Lousã
12H00 Visita ao Parque Biológico da Serra da Lousã
Jaime Ramos Presidente do conselho de administração da Fundação adfp
sEmpre a correr de um lado para outro, divide-se entre a medicina e o seu grande projeto, a fundação adfp texTO vasco garcia FOTOS pedro ramos é um verdadeiro homem dos sete ofícios.
12H30 Cumprimenta os artesãos no Parque Biológico da Serra da Lousã
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Médico, ativista cívico, dirigente associativo e, até, escritor… entre tanta atividade, é natural que o dia de Jaime Ramos seja um verdadeiro corrupio, sem um tempo morto. Na jornada em que a equipa da C acompanhou o antigo governador civil de Coimbra, o dia começou na mais antiga fábrica do país, a Companhia de Papel do Prado (hoje Prado - Cartolinas da Lousã, SA). Eram oito e meia da manhã e Jaime Ramos já tinha observado os pacientes que o esperavam nas instalações da empresa. Sem perder um segundo, arranca em direção aos Bombeiros Municipais da Lousã. É lá que dá as consultas aos funcionários da autarquia. A tarefa ocupa-lhe o resto da manhã. Cerca de duas horas depois, volta a pegar no seu Mercedes AMG e arranca em direção ao Parque Biológico da Serra da Lousã. O mais recente projeto da Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), instituição de solidariedade social, sem fins lucrativos – de que é presidente do conselho de administração – dá a conhecer a vida selvagem do país mas é, acima de tudo, um exemplo de inclusão. Um dos seus grandes objetivos é criar emprego e atividades ocupacionais para pessoas vítimas de exclusão, desempregados de longa
28aBRil 2011
12H30 Cumprimenta o utente mais antigo do Centro Social Comunitário
duração, deficientes ou doentes crónicos, integrando, promovendo a igualdade e a dignidade humana. À chegada, Jaime Ramos cumprimenta toda a gente pelo nome, um por um. Depois de uma rápida visita às obras do museu que quer ter construído ainda este verão, parte para o centro social comunitário da ADFP, que tem o seu nome. Assim que entra no gabinete, aproveita para ler os jornais diários regionais. Assinala as notícias sobre o seu livro, "Não basta mudar as moscas", lançado recentemente em Miranda do Corvo e em Coimbra. A leitura dos jornais é algo que não dispensa. "Leio quatro jornais por dia", diz. "Se estiver no estrangeiro e perceber a língua, faço mesmo", acrescenta. Além dos regionais, tem como preferências o Público e o Diário Económico. Estes dois últimos são lidos com mais calma, à noite, já em casa. Aliás, é no final do dia, quando já poderia estar a descansar que Jaime Ramos aproveita para fazer algumas das tarefas que não consegue executar durante o dia. "Raramente tenho tempo para estar ao computador durante o dia. À noite é que faço alguns despachos e respondo aos e-mails". Nos poucos minutos que esteve no gabinete, a porta não parou, num constante entra e sai de gente que trabalha na associação. A ADFP é, de facto, a sua grande paixão e dedica-lhe muito do seu tempo. Ainda assim, faz questão de frisar: "sou voluntário, como todos os dirigentes". Outra questão que tem "roubado" algum tempo ao ex-deputado do PSD é o Metro Mondego. No dia em que a C o acompanhou, o também porta-voz do Movimento Cívico de Lousã e Miranda estava a preparar uma reunião desta estrutura para fazer um balanço do trabalho da comissão que ficou responsável por cortar nos custos do projeto. Com tanta agitação, o tempo corre e a barri-
13H00 Almoço com técnicos da fundação no restaurante Museu da Chanfana
“
Raramente tenho tempo para estar ao computador durante o dia. À noite é que faço alguns despachos e respondo aos e-mails
à lupa Nome
Jaime Ramos Data de nascimento
13 de dezembro de 1952 terra natal
Miranda do Corvo
residência
Miranda do Corvo Profissão
Médico
Partido
PSD
14H30 Consultas com os utentes do Centro Social Comunitário da ADFP
ga começa a dar horas. Para o almoço, regressa à Quinta da Paiva e ao restaurante Museu da Chanfana. Mas não opta pelo prato mais famoso de Miranda. Escolhe um salmão grelhado. Acompanham-no três técnicos da Fundação ADFP. Aproveita o almoço para fazer um ponto da situação em relação a alguns assuntos da instituição e recordar as duas sessões de lançamento do seu livro. "Correram muito bem, as pessoas foram muito calorosas". Lembrou também um outro almoço, há uns atrás, que o marcou. Foi a 9 de novembro de 1989. Jaime Ramos almoçava com Barbosa de Melo quando caiu o muro de Berlim. O mesmo Barbosa de Melo que, agora, apresentou a obra do antigo presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo. Pede o café assim que chega a sobremesa, para não perder tempo. Voltamos para a ADFP. Perguntamos as características do carro e responde que o que mais lhe interessa é a aceleração dos zero aos cem. "Tenho uma empresa especializada em Higiene Segurança e Saúde no Trabalho e, por isso, ando sempre de um lado para o outro, dou consultas em vários locais. Como estamos no meio da serra, tenho de ter um carro que me permita ultrapassar nas distâncias muito curtas entre curvas" explica. Entra na ADFP e vai direto ao gabinete médico. Fica por lá grande parte da tarde, dando consultas a alguns dos mais de 300 utentes da instituição. Às 17H00, regressa ao seu gabinete, para rever alguns pormenores antes de partir. Mas o dia ainda está longe de terminar. Depois de sair da ADFP dirige-se às instalações da sua empresa, a Cruz Branca, onde fica até à hora de jantar. Depois, ainda tem uma reunião de direção da ADFP. Já a noite vai alta quando Jaime Ramos regressa, finalmente, a casa e pode ler os seus jornais e enviar os seus e-mails…
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o que é feito de si?
ao microscópio
1987
1988
1992
1994
1996
2001
Entra na Universidade de Coimbra
Entrega a proposta de sócio da AAC/OAF
Assume a presidência da direção geral da AAC
Forma-se em Direito
Inscreve-se na Ordem dos Advogados
Início da atividade do escritório no Porto
Natural de Vila nova de Gaia, foi presidente da direção geral da associação académica de coimbra. Iniciou a luta contra as propinas Texto Mário Nicolau
“
A noção de solidariedade une as gerações de estudantes que passam pela Universidade de Coimbra
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António Vigário O primeiro presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra eleito como independente de partidos políticos no pós-25 de abril, assumiu o cargo em 1992 e iniciou a luta contra as propinas. António Vigário guarda recordações "fantásticas" do tempo em que viveu e estudou em Coimbra, e considera "importante" o trabalho que a direção geral da AAC desenvolveu numa época que ficou marcada pela entrada ao serviço da televisão privada. O protagonismo garantido por António Vigário revelou-se, nessa altura, um instrumento essencial na luta dos estudantes e o antigo dirigente academista, que se "afastou" há muito das questões relativas ao ensino superior, deteta uma mudança clara na cobertura jornalistica: "a minha vida profissional levou-me para outros campos, pelo que acompanho os problemas através da comunicação social, que também não tem dado grande importância ao tema". Porém, é fácil perceber que a situação "agravou-se substancialmente" em várias áreas, nomeadamente no acesso ao mercado de trabalho. "As perspetivas são neste momento bastante piores das que tínhamos no meu tempo ", assegura. A Queima das Fitas é um "lugar comum", mas a transição do Parque Doutor Manuel Braga para a Praça da Canção "não retirou interesse" à maior festa de estudantes que se realiza em Portugal. "Vou regressar um dia destes para realizar uma avaliação, pois não gosto de falar sem conhecimento de causa". António Vigário confessa que falhou o recente centenário da República Ay-Ó-Linda porque "não foi devidamente notificado" e apesar da intensa atividade profissional e de viver na Invicta desloca-se com "alguma frequência" a Coimbra. "Por aquilo que percebo nessas via-
gens, a vivência estudantil é semelhante à do meu tempo", afirma. Mesmo assim, segundo o ex-presidente da direção geral da AAC, ao fim de um período de adaptação, "cada geração de estudantes constrói uma imagem de Coimbra", pelo que qualquer comparação é um processo difícil. "Coimbra não é melhor, nem pior, é diferente. Do meu tempo, guardo a grande solidariedade, a convivência e principalmente a proximidade entre os estudantes das várias regiões do país. Recordo, também , a diversidade e a riqueza cultural daquela altura", conta. Aliás, acrescenta, "a noção de solidariedade" une as gerações que passaram por Coimbra. "É uma marca que fica para sempre", sublinha. Se o tempo atenuou a irreverência e transformou "um pouco a independência de espírito", o inconformismo mantém a forma dos tempos em que batia o pé ao Governo. O Fado de Coimbra e a Académica/OAF são "dois hábitos" que o ex-dirigente estudantil mantém na ordem do dia. "Continuo a gostar de ouvir Fado de Coimbra e costumo ir ver jogar a Académica. Sou sócio da Académica desde 1987 e vou pagando as quotas". A participação numa iniciativa do Casino Figueira ficou, também, na memória de muitos. António Vigário contou que aquando de uma manifestação em Lisboa, com deslocação em comboio alugado, os estudantes foram confrontados, à última da hora, com a indisponibilidade daquele meio de transporte. O "bloqueio", como lhe chamou na altura, acabou resolvido após terem recorrido a um político de Coimbra, o então presidente da Assembleia da República, Barbosa de Melo. "A verdade é que comboio lá apareceu. E, mais tarde, ficámos a saber que tinha havido um telefonema do ministro [para a CP] dizendo que não deveriam fornecer o comboio", conclui.
28ABRIL 2011
opinião
Mãe Helena Vasconcelos Médica
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As mães modernas estão constantemente a ser monitorizadas
nunca gostei de dias de festejos forçados, tipo o dia dos namorados, o dia da diabetes, o dia do urso branco e sei lá que mais. Alguns pretendem chamar a atenção para um problema mas há outros que não são mais que um oportunismo comercial e que nunca tiveram qualquer fundamento nos nossos hábitos e cultura, como é exemplo o dia de S. Valentim. Agora com esta crise até essa animosidade está a desvanecer-se e a simpatia pelo comércio asfixiado está a aumentar. o dia da mãe e do Pai não me desperta este tipo de urticária ou qualquer crítica. Embora saiba que esta comemoração está inquinada pelo aspeto comercial, ela vai muito para além disso. Supera tudo o que seja comércio de produtos e restauração. Ser mãe é uma coisa visceral que só se compreende quando se é, e só se valoriza quando se passa pela experiência. Ser filho é uma vulgaridade que é comum a todos. todos os poemas, desenhos e palavrinhas, relógios e roupitas não são nada quando comparados com essa coisa desregulada, que é amar um filho. As demonstrações variam muito com o grau cultural e a educação, mas a essência é igual. Não há mãe que não valorize os versinhos, os pisa-papéis do infantário, a flor de madeira pintada na escola primária e bijutaria barata oferecida na adolescência. É vê-las babar, derreterem-se e desmoronarem-se com os pequenos gestos das suas crias, dos seus meninos. E eles podem ter 5, 15 ou 50, que não passam nunca desse estatuto, de seus meninos.
ou 30 anos atrás, talvez porque educar também seja uma tarefa mais árdua. nesta sociedade que tudo afere e mede também as mães são julgadas pela “décalage” entre os objetivos e os resultados. E como se está a ver por aí ,os resultados não são brilhantes. as mães modernas estão constantemente a ser monitorizadas. Têm de representar o papel do antigamente e ganhar dinheiro para toda a panóplia de excessos que esta sociedade resolveu dar como recomendável. Não chega contar a história antes de deitar, é preciso ganhar dinheiro para mandar a criança ao ballet , ao judo, natação e muitas vezes ao psicólogo. e não chega mandar, também é preciso participar, comentar, estar presente, sob pena de ser crucificada pela sociedade. E se a coisa corre mal, a culpa é da mãe, ora porque deu a menos, ora porque afogou com o seu amor. Vocês decidam-se. E já agora excedam-se em flores do jardim e versinhos (presentes oficialmente recomendados pela troika). Elas merecem tudo.
mas ser mãe nos nossos dias é uma coisa muito mais difícil do que era há 20
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ao microscópio
via do leitor
cartas Das saídas aos táxis
Envie a sua opinião Carta: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra Email: redacao@cnoticias.net
Existe pouca vigilância, alguma insegurança, preços demasiado altos e pouca diversidade de oferta, muitos bares e discotecas com música semelhante (e muito má). Há poucos espaços com música ao vivo, com mais que uma pista ou tipo de música. E falta de autocarros de madrugada para diversos pontos da cidade para quando se sai da discoteca, o que nos obriga a gastar imenso dinheiro em táxi.
As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos.
Aviários e pocilgas Os moradores de duas freguesias do meu concelho, Viseu, estão a ser confrontados com os terríveis cheiros que emanam dos aviários localizados nas proximidades do Montre de Santa Luzia. O que aqui se passa, a dois passo da cidade, faz lembrar a poluição provocada em Leiria, pelas descargas das pocilgas para a Ribeira dos Milagres. Não há ninguém capaz de acabar com estes atentados ao bem-estar das populações?
Mário Antunes, Viseu
As sondagens Estou preocupada. Segundo a televisão, as últimas sondagens põem o PS à frente do PSD nas intenções de voto para as legislativas de 5 de Junho. Nunca tal me passou pela cabeça. Aquilo que os socialistas têm feito não vai ser penalizado? A crise que vivemos não é culpa do Sócrates? A entrada do FMI em Portugal não se deve à má governação que tem sido feita pelo Partido Socialista? Claro que é. Então, porque insistem em dar-lhe votos? Eu nunca confiei no PS, confio agora muito menos, vou continuar a votar no PSD. Já que não foi Manuela Ferreira Leite, de que gosto muito, quero que Passos Coelho seja o nosso futuro primeiro-ministro.
Carla Rodrigues, Coimbra
inquérito Empresas municipais deviam ser todas extintas? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net
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Consumo de álcool, prostituição, ruído, street racing são todos problemas da cidade de Coimbra. E, para além dessas, existe também falta de policiamento...
José J. Marques, Coimbra
Incoerências do PSD Tempos atrás, o PSD anunciou, claro e bom som, que, se for governo, acabará com vários ministérios (passarão de 16 para apenas dez), entre eles, o da Agricultura. O assunto causou, obviamente, polémica, com muitas vozes a manifestar-se abertamente contra tal iniciativa, por tornar o setor, já de si frágil, ainda mais desprotegido. O líder social-democrata veio agora dar o dito por não dito, dizendo que Portugal deve apostar na agricultura e na pesca para diminuir o emprego e as importações. Em que ficamos?
Joaquim Simões, Mira
Mesmo problema, noite e dia De noite e de dia, os malditos arrumadores de carros, um autêntico cancro que anda a assolar as nossas cidades, Coimbra inclusive...
Ricardo Cândido, Coimbra
Lino Galveias, Coimbra
A queima do fascismo As celebrações do 25 de Abril têm vindo a perder peso de ano para ano. Os programas agendados não passam de folclore, quando se impunha uma reflexão profunda sobre os atropelos que a "revolução dos cravos" tem sofrido. Os próprios sindicatos, mais preocupados em manifestar a sua força no decurso das comemorações do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, já se envolvem muito pouco em dar vida ao imaginário abrilista. A crise profunda que atravessamos, a perda de soberania resultante da gestão que vai ser feita do país pelo FMI, o desemprego galopante, tudo isso deveria servir para os portugueses exigirem mais respeito pela coragem que um grupo de capitães mostrou, há 37 anos, ao derrubar o Estado Novo. Como conimbricense, muito me congratula, por isso, a iniciativa levada a cabo pelo Ateneu, com a colaboração do Grupo de Etnografia e Folclore da Universidade de Coimbra. A "Queima do Fascismo" aumentou a minha auto-estima, como a de quantos outros estiveram presentes. Obrigado Ateneu!
Júlio Pires, Coimbra
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28Abril 2011
cartas
erra
texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista
Sua Alteza, Rainha de Inglat
eu ter sido uma m vai parar o mundo. Apesar de O casamento do príncipe Willia s da Corte da imento do chanceler de cer imónia das vítimas de ignominoso esquec vidados, cá estarei, plesmente me riscou da lista de con sim e a pur que , ade jest Ma sa Vos imónia pela tele visão. Tenho sa das Tias", a acompanhar a cer "Ca ha min na , boa Lis em im, na minha casa de Argaainda ass o car inho, que até um dia destes, anh tam te sor con sua e o net pelo vosso excelso s! çar os horóscopos. E que horóscopo nil, tomei a liberdade de lhes tra ervatório mesopotârecuar no tempo até ao antigo obs vou , isso a par e, – m llia Wi por s Benfica, sabe quem é?) Comecemo elas (como o Luís Filipe Vieira, do estr as am dav estu que s ote erd o com o Sol a 29º mico onde sac E que vejo? Que o príncipe, nascid so. ver uni do tro cen no -se rar o travãoacreditavam encont vários per igos - desde logo, com com ele, bém tam , uro fut no se, de Carneiro, terá de haverfavorecer aqueles que à Igreja anações de Deus" não costumam "em dez As e. oyc ls-R Rol seu do até às profundezas do -de-mão um anjo a empur rar-lhes o car ro pre sem há e – ana glic An a m Católica prefere ma. inferno… Lady Di foi a última víti origem na Cabala e no a Sag rada, que, como se sabe, tem ror Au a tei sul con te, Ka a ta pei sa ocultista sofistiNo que res nada menos, do que uma prince is, ma da Na rei? ont enc que E s. o ser – e o do rei Livro dos Morto nente do poder sobre o seu própri ma per ca bus em ra, neg gia ma gio. O vescada, praticante de Neptuno e a Lua é um bom pressá com ano Ur e o urn Sat de ção barbudo que a enlaça. A rela ter preenche todas as 12 casas amanhã na Abadia de Westmins de nia imó cer a a par eu olh esc aqui como a Maya. Sua tido que s para vir a seu uma boa médium, nda pre as as tod tem sa nce pri de Zodíaco. A queimou… mãos em cera der retida e não se Alteza não sabe, mas ela já pôs as s acções de mau olhado: nas últimas décadas, de insistente o, alv o sid tem ica tân bri l rea a. Pode descansar, Alteza: A família fica", todas elas de grande eficáci in ano "m , ras out a", nut cor lugar para temores umas, "mano me chegaram, não haverá mais que s ico tér eso ais sin os o und orpiões, os a partir de agora, seg a a gente do sig no da Água: os esc tod o áci pal do r sta afa rá sta Ba Tor nará em Buckingham. Como? uleto que acompanha esta carta. am no e, ent nam ple , bém tam quem ousar impor-lhe, peixes, os caranguejos. Confie todos os ter ríveis sentimentos de ará haç rec o com , ira ide par sa não só a prince Camilla. como sucessora, essa hor rorosa De Sua Alteza, respeitosamente Lisboa, 28 de abr il de 2011
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dia da mãe
sociedade
ser mãe Hoje é mais dificil Os compromissos profissionais estão a complicar a vida às mães portuguesas. não é difícil constatar o óbvio, mas, em inglaterra, há números esclarecedores texto Mário Nicolau e Sílvia diogo
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Na Grécia Antiga, honrava-se Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses.
A profissão diminui o tempo dedicado aos interesses pessoais e compromete a educação dos filhos
andré navega
Em inglaterra mais de um ter-
ço das mães (34 por cento) acredita que hoje em dia têm menos tempo para elas próprias do que as mães tiveram. Dezoito por cento têm apenas 3-4 horas por semana para si, o que equivale a 26 minutos por dia. Os compromissos profissionais estão no centro do debate, mas no estudo encomendado pela P & G, empresa que detém marcas como a Ariel, Fada, Pampers, os filhos também pagam "a fatura". Lá como cá, os avós ajudam à causa da educação (e não só...): fornecem o maior apoio às mães que cuidam de bebés (22 por cento) e 47 por cento das mulheres dependem das mães em matéria de aconselhamento e apoio. Por outro lado, 20 por cento das mulheres inquiridas consideram fundamental viver perto das mães, de modo a melhorarem a qualidade de vida. As novas tecnologias dão uma ajuda a 68 por cento das mães, que usam o Skype, SMS e as redes sociais para comunicar e articular-se com as suas redes de apoio (leia-se, avós e outros familiares). Mesmo assim, 17 por cento não abdica do contacto pessoal e 63 por cento acredita que os contactos online e a participação em comunidades têm atenuado a tensão em que vivem. A "dupla jornada", no emprego e em casa, está a colocar as mães inglesas à beira de um ataque de nervos, mas, no nosso país, um simples inquérito de rua, em Coimbra, demonstrou "in loco" que "o copo está perto de entornar". Luísa Torres considera que "ser mãe é realmente complicado, principalmente quando os nossos bebés estão doentinhos".
opinião Quando o filho adoece, a jovem mãe "fica tensa", mas arranja uma "força enorme para lhe dar miminhos". Não sabe de onde vem, mas confessa que "dá resultado", pois o pequeno acaba por acalmar. "Tenho mais êxito do que o pai", garante. Nessas alturas, as noites "são para esquecer" e no dia seguinte "há um dia inteiro de trabalho para cumprir". Luísa Torres olha para o repórter com os olhos macios de água e respira fundo antes de atirar: "é a vida, é a vida".
126 Em média, as mães inglesas passam 126 minutos por dia a cuidar dos filhos.
49% Quarenta e nove por cento das mães acreditam que gastam mais tempo com filhos do que as mães fizeram com elas quando estavam no mesmo estágio da vida
hELENA FREITAS Vice-reitora da Universidade de Coimbra
Quando a mãe é uma profissional ativa, tem que conjugar o horário de trabalho com as suas múltiplas tarefas familiares e com a educação dos seus filhos. Se fosse possível reduzir a atividade profissional e garantir um rendimento satisfatório para a família, muitas mulheres fariam esta opção, mas esta é uma condição excecional no atual contexto de mercado de trabalho. Um contributo positivo importante seria uma maior compreensão por parte da entidade patronal, sobretudo para a flexibilidade dos horários ou para algumas faltas ou atrasos imprevistos. A pontualidade e o cumprimento do horário de trabalho ajudam a mulher que é mãe, mas infelizmente não se respeitam muito em Portugal. As novas tecnologias têm ajudado bastante e podem continuar a ajudar, permitindo uma melhor gestão do tempo fora de casa. Não sei se seria mais fácil ser mae antigamente. A mulher e mãe, de uma forma ou de outra, sempre trabalhou. Julgo que a questão está orientada para a mãe que hoje trabalha fora de casa, gerindo o seu tempo entre o trabalho, a gestão da casa e o acompanhamento dos seus filhos. Importa salientar que hoje também o pai está mais presente e colabora em múltiplas tarefas que facilitam o trabalho da mãe.
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sociedade
dia da mãe
opinião helena albuquerque Presidente da direção da APPACDM
Quando compreendemos que o nosso filho é "diferente" dos outros o choque é muito grande, o luto é doloroso, um pesadelo instala-se no nosso real. Depois, pouco a pouco, vamos aprendendo a amar aquele novo menino, aceitando as suas diferenças, ficando felizes com a suas vitórias, partilhando as suas alegrias e tristezas. Ser mãe de alguém incapacitado não é ser diferente de ser mãe de alguém dito normal. O que nós sonhamos para ele é o que sonhamos para os outros nossos filhos: que sejam felizes. Educar um filho é vê-lo crescer ao nosso lado, e é das coisas mais lindas que podemos vivenciar. Traz problemas e tristezas? Muitos. Causa lágrimas e noites sem dormir? Imensas. Traz alegrias? Um número infinito. Compensa? Sem dúvida. Mas além de tudo é a nossa possibilidade de deixarmos uma marca definitiva na terra, através deles e dos seus descendentes, podemos alcançar a eternidade. Uma mãe é essencialmente uma pessoa capaz de amar os seus filhos e de lhes dar a vida caso tal seja necessário. Todos sabemos que a capacidade de amar de um ser humano está dependente da sua felicidade e da sua realização como pessoa. Não há nada pior que uma mãe infeliz, que uma mãe frustrada, que se projeta nos seus filhos exigindo deles o que ela própria nunca conseguiu atingir. Uma mãe que cobra constantemente aos seus filhos o que ela abandonou na vida por eles. Uma mãe é em particular um ser humano que precisa de se realizar e de ser feliz para ser capaz de amar.
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É necessário passar a mensagem
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Ser mãe de alguém com incapacidade é não dormir. É privar dos amigos, das diversões e isto tem de ser sabido, tem de se dar a conhecer. A Cavalo Azul tem como objetivo passar a mensagem
MARIA PRAZERES QUINTAS é mãe de um deficiente mental profundo com outras deficiências associadas. Todos os dias luta a par do filho. "Ser mãe de alguém com muitas limitações é difícil", confessa. Sobretudo, quando o filho não é autónomo e vai sempre depender de alguém para sobreviver. "Vivemos esse dia-a-dia enquanto somos pais e é muito pior gerir o futuro porque não se sabe com quem eles ficarão". Presidente da direção da Cavalo Azul, uma associação fundada por pais e familiares de pessoas com deficiência e amigos solidários que se preocupam com este problema social, Maria Prazeres mais do que ninguém, sabe como é ver crescer alguém que precisa de apoio e de ajuda constante. O filho não só sobrevive sozinho como também depende de cuidados específicos. Cuidados de higiene, de alimen-
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tação, de conforto e carinho. "Temos de saber ler os gestos, os olhares, o que quer, principalmente , quando não falam e não manifestam as suas dores e tristezas", adianta. "Ao início como qualquer mãe, a tendência foi esconder um pouco. Preservar a intimidade. Não é vergonha, é sim um receio de que não entendam. É ter medo que pensem que estamos a utilizar o filho para isto e para aquilo. Mas depois com o tempo, e com as carências que se nota, começamos a perceber que temos de mostrar os problemas". Ser mãe de alguém com incapacidades é não dormir. É privar dos amigos, das diversões e isto tem de ser sabido, tem de se dar a conhecer. A Cavalo Azul tem como objetivo passar a mensagem. Dá a conhecer as rotinas de quem sofre de problemas mentais e também de quem vive a par com eles.
A luta para ter um filho Susana é um caso. "Decidimos
avançar: mais uma histeroscopia com anestesia que correu bem, útero impecável para o embrião se implantar. Estávamos em Março de 2009. Tudo correu muito bem e ficámos com dois embriões congelados", conta. Mais uma vez um negativo. No mês seguinte decidiu avançar para a transferência de embriões congelados e pela última vez "tive de lidar com mais um negativo". O 16.º de todo o percurso.Perdeu a conta ao dinheiro investido. Perdeu a conta às horas de sono, de trabalho, de viagens. Perdeu a conta "às lágrimas que caíram". Perdeu a conta "à revolta e à impotência que tantas vezes senti". Não perdeu a esperança e prepara-se para mais uma tentativa. Os números impressionam: 19 anos de infertilidade,
"Nunca se desiste de um filho"
17 tratamentos realizados, 16 negativos, um positivo, uma perda gemelar. Mesmo assim, Susa na está determinada e garante que "a luta" ainda não terminou, pois "nunca se desiste de um filho".
Em Portugal são muito poucas as mulheres que deixam de trabalhar para cuidar dos filhos. A taxa de emprego feminino aumentou nos últimos anos, mas a taxa de natalidade de apenas 1,4 crianças por mulher é insuficiente para assegurar a substituição das gerações. Os motivos financeiros levam a que muitas mulheres se esforcem por conciliar a maternidade com o trabalho. Deixar de trabalhar para cuidar dos filhos, segundo a apurou C no inquérito realizado na Baixa de Coimbra, "é impossível nesta fase do país", considera a funcionária pública Alice Cunha. Aliás, neste capítulo, Portugal acompanha o ritmo da Europa no aumento da taxa de ativida-
de feminina em idade fértil, que não parou de aumentar desde 1960. Mas a necessidade de ter dois salários em casa não é a única razão que mantém as mulheres "agarradas" à atividade profissional. A inserção no mercado trabalho, além da independência económica, garantiu-lhes um papel diferente no contexto social. O percurso efetuado a partir de 1960, e que beneficiou da emigração masculina, da guerra colonial, é considerado por muitas "irreversível", ainda que ao trabalho e à educação dos filhos seja atribuído o mesmo grau de importância. Nas ruas da Baixa de Coimbra, as opiniões dividiram-se entre "a necessidade" e a certeza que o trabalho fora de casa "prejudica" os filhos.
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Impossível ficar em casa
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sociedade
dia da mãe
O calvário da adoção Burocracia limita humanidade dos técnicos "oS TÉCNICOS responsáveis estão sujeitos a um inoperante mecanismo burocrático que os impede muitas vezes de se lembrarem da sua humanidade", afirma Maria Antónia Lima, que lembra "os imensos casos em que têm de dar resposta". Detêm em seu poder, acrescenta, "uma lista ordenada de candidaturas que os próprios candidatos desconhecem ignorando a sua posição e evolução da mesma, assim como os critérios de seleção a que obedecem". Presos em difíceis decisões em que imperam "critérios subjetivos e estereotipados, que os fazem preferir casais a candidatos singulares, indivíduos do sexo feminino aos do sexo masculino, candidatos mais jovens a outros mais velhos", alguns profissionais responsáveis pela adoção, "não assumem, na maior parte das vezes, esta responsabilidade, atribuindo aos tribunais a razão da lentidão dos processos e às instituições de acolhimento o motivo de certas preferências de seleção". Se questionarmos o outro lado, dir-nos-ão exatamente o inverso e assim se mantêm ad eternum muitos candidatos.
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"Imagine que um dia é acometido de um forte e incontrolável desejo de ser pai ou mãe em Portugal, por processos que nada têm a ver com os biológicos. Nada mais perigoso", afirma a docente universitária, Maria Antónia Lima. Esse í mpeto, acrescenta , "normalmente entendido como um sinal de generosidade e afetividade, é no nosso país convertido numa força maligna que se vira contra a vida dos sujeitos donde parte, os quais rapidamente se transformam num número de ordem numa lista secreta e macabra que parece ter por fim retirar anos de existência a um conjunto de seres que dela depende". O número do ano em que tomou essa decisão é ele mesmo negro. "Pode ser 2001, 1998 e até 1996. Sim, há mais de onze anos que potenciais candidatos a exercerem a sua paternidade aguardam ainda pelo facto extraordinário de
se tornarem pais, que no nosso país é quase um fenómeno sobrenatural", afirma. Para que este aconteça, os profissionais envolvidos no processo "aconselham os candidatos a terem muita fé e crença", como se estes dependessem dos poderes especiais de alguma entidade divina. "Embora muitos deles não percam o seu fervor religioso, todos os potenciais candidatos perdem algo muito importante e real: anos de vida. Numa inexplicável espera, desperdiçam-se anos de afeto, partilha e convivência que provocam danos físicos e psíquicos irreparáveis", refere. Para não os provocar, segundo Maria Antónia Lima, "necessário seria que tanto crianças como pais não fossem humanas. Só assim seria possível resistir a um processo de adoção que ainda não entendeu que o melhor método de o tornar eficaz é simplesmente não criar problemas onde eles
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não existem e confrontar-se com as gravidades que ignora". Algumas delas encontram-se nas estatísticas "assustadoras" que referem os milhares de crianças que "resistem encarceradas nas várias instituições, à espera de adoção". Mas há quem não acredite em estatísticas, ou se as reconhece, assume que afinal "quem tem parte da culpa são exatamente os candidatos a pais que se recusam a adotar crianças com mais de três anos de idade, pois nas histórias de terror há sempre reversões de papéis em que muitas vítimas se transformam em vilões". A verdade, conclui Maria Antónia Lima, "é que tal não pareceria uma opção malévola, se o sistema tivesse a seu tempo resolvido, com a celeridade devida, todos os processos, impedindo que qualquer criança ficasse nas instituições de acolhimento para além dos três anos de idade".
sociedade
notícias
Recordatório da Rainha Santa inaugurado hoje O ESPÓLIO diversificado evocativo da Rainha Santa Isabel, integrando mais de 3000 peças, pode ser apreciado a partir de hoje num novo espaço museológico de Coimbra dedicado à sua padroeira. Iniciativa da Junta de Freguesia de Santa Clara, o Recordatório Rainha Santa Isabel/ Alfredo Bastos é inaugurado às 16H00 e vai funcionar no edifício recuperado, de uma antiga escola primária, situada junto do Portugal dos Pequenitos. Cartazes, fotografias, estátuas e estatuetas, pinturas, medalhas, posters, artesanato, pequenas orações, livros ou recortes de jornais são algumas das peças alusivas à padroeira que compõem o espólio, disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara, José Simão. O acervo é constituído pela coleção doada por Alfredo Bastos, tendo algumas outras
peças sido adquiridas pela junta, segundo José Simão. Entre estas figura uma estátua da Rainha Santa Isabel com mais de uma tonelada, concebida a partir de uma só pedra, e pinturas da padroeira da autoria de Mário Silva, Vasco Berardo e Pedro Olayo, entre outros. “A peça mais antiga é um livro do Século XVIII”, referiu o autarca. No espaço da antiga escola primária do Rossio vai funcionar também um posto de turismo, uma galeria de arte, uma sala de convívio para idosos e um bar. “Fizemos uma proposta à Turismo de Coimbra para instalar o posto”, disse José Simão, lembrando que aquela zona da cidade, onde se situam o Portugal dos Pequenitos, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a Quinta das Lágrimas e o Exploratório, é visitada por "centenas de milhares de turistas por ano".
Jantar pela abertura da Base de Monte Real
Raul Castro autarcas e empresários dos distritos de Leiria e Coimbra participam, no próximo sábado, em Monte Real, Leiria, num jantar pela abertura da base aérea local ao tráfego civil. O pre side nte d a C â m a r a Municipal de Leiria, Raul Castro, disse à Lusa que a in iciativa é liderada pelo
Fórum Centro de Portugal, composto por personalidades que defendem os voos civis internacionais na base militar de Monte Real e que em maio de 2009 anunciou a realização de um estudo – entretanto suspenso – para analisar esta viabilidade. Raul Castro adiantou que o jantar, ao qual devem associar-se deputados dos dois círculos eleitorais e, também, autarcas de outros distritos da região Centro, pretende ser um espaço para assumir a “unidade necessária” para que se concretize este projeto, que o presidente da Câmara Municipal de Leiria classif icou de “extremamente relevante para toda a região”.
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sociedade
UC e Santander atribuem bolsas estudantes, investigadores e docentes vão beneficiar das 22 bolsas de estudo atribuídas pela Universidade de Coimbra (UC) e pelo Banco Santander Totta, no valor global de 40 mil euros. A cerimónia de entrega das bolsas decorre hoje, pelas 15H00, na Sala do Senado da Reitoria da UC, e será presidida pelo Reitor, João Gabriel Silva, e pelo administrador do Banco Santander Totta, António Vieira Monteiro. O programa de bolsas gerido pela Divisão de Relações Internacionais, insere-se no acordo de cooperação entre a UC e o Banco Santander Totta - Ação Internacionalização e visa fomentar a cooperação e a mobilidade entre estudantes, investigadores e docentes da Universidade de Coimbra e de universidades congéneres da América Latina e da CPLP.
notícias
Centro educativo em pleno
A autarca Fátima Ramos presidiu à inauguração do novo centro O 25 de abril foi a data escolhida para a inauguração do Centro Educativo de Miranda do Corvo. Constr uído de raiz, o novo centro é frequentado por cerca
de 200 crianças, que têm à disposição uma escola moderna e com equipamentos adequados a um ensino de qualidade. A nova infraestrutura possui 12 salas para o ensino básico,
Parque de merendas de Taveiro vandalizado
penela
Nova ETAR ao serviço A ETAR da Quinta de Cima, em
Penela, já entrou ao serviço. Servirá perto de seis mil habitantes, até ao ano horizonte de 2029. Paulo Júlio, presidente da Câmara de Penela, Paulo Júlio, e o presidente do conselho de ad-
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mais duas para o ensino pré-primário. Cada sala está preparada para cerca de 24 alunos. O edifício desenvolve-se em dois pisos, e inclui salão polivalente, cozinha, biblioteca, instalações sanitárias e gabinetes de apoio. No exterior, existem espaços para hortas, campo de jogos, parque infantil, espaço de recreio e parque de estacionamento. A Rua Mota Pinto foi o local escolhido para a implantação do novo centro educativo de Miranda do Cor vo, após um processo de beneficiação que transformaram o antigo arr uamento numa r ua com características urbanas. Foram construídos passeios e parques de estacionamento, entre outras.
A conta da água já chegou à Junta de Freguesia de Taveiro e, segundo apurou a C, ultrapassa os mil euros. Mas os prejuízos não ficam por aqui: indivíduos não identificados vandalizaram as instalações sanitárias e outros equipamentos no Parque de Merendas de Taveiro, que ficaram num estado deplorável. Além de roubarem as loiças de casa de banho e boa parte da canalização, os vândalos deixaram o sistema em aberto, pelo que o desperdício de água só foi descoberto no dia seguinte à visita de quem "só foi para estragar". Devido ao sucedido, o executivo da Junta de Freguesia de Taveiro pondera novas medidas de segurança para o Parque de Merendas, além de alterações nos horários de funcionamento da infraestrutura.
ministração da Águas do Mondego, Nelson Geada, presidiram à cerimónia de inauguração da nova Etar da Quinta de Cima. Paulo Canha e Fernando Antunes foram outras das personalidades presentes.
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FALECEU ANTÓNIO LUZIO VAZ
Adeus emocionado ao protetor dos alunos os estudantes da Universidade de Coimbra (UC) estiveram ao lado do seu "protetor", António Luzio Vaz, na hora do "adeus". A cerimónia fúnebre do antigo administrador dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) juntou, esta terça-feira, largas centenas de pessoas, de vários setores sociais. O corpo saiu da Igreja de S. José para o cemitério dos Olivais, em Coimbra. Durante três décadas, Luzio Vaz protegeu os alunos, sendo, por isso, muito acarinhado. "PasCerimónia fúnebre juntou largas centenas de pessoas, na Igreja de S. José e no cemitério dos Olivais sou a vida a ajudar os estudantes mais carenciados. Foi solidário, Para Humberto Martins, pregerações de alunos que foram cordou que Luzio Vaz "elevou os bom e generoso", afirmou o presidente da DG/AAC em 2000 e tocadas por esta alma generosa serviços de ação social a níveis sidente da Direção Geral da As2001, a ajuda económica prese solidária, conseguindo assim de qualidade sem igual no país". DACIA_revistaC.pdf 1 26-04-2011 sociação Académica de Coimbra 14:35:48 tada pelo ex-administrador acabar os seus cursos", diz. Luzio Vaz morreu aos 70 anos, (DG/AAC), Eduardo Melo. "nunca será esquecida". "Foram O reitor João Gabriel Silva rede doença prolongada. BV PUB
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sociedade
tabernas
No reino do antigamente ainda se come, bebe e discute Quem entra numa taberna, entra no passado. Espaรงos de comer, beber e jogar que se tentam manter iguais ao que sempre foram texto Marco Roque fotos pedro ramos
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simplesmente, taberna. "Antigamente era outra vida, a malta vinha de bicicleta, pagava a conta do mês, ficava cá o dia todo, comia e bebia. Havia mais espírito. Agora, não há nada disso", conta Emílio Cera, dono de uma das mais antigas tabernas da região. "Foi aberta no dia 2 de novembro de 1942, pelo meu pai", revela. A Casa do Cera, mesmo no centro de Cantanhede, não tem identificação à porta, que está sempre aberta. "A feira costumava ser aqui ao pé, as pessoas começavam a comer às cinco da manhã, de forma que, à noite já nem havia comida", lembra. Lembra também "tempos da guerra", em que o espaço acabava por servir de depósito de milho e se registou como casa de pasto, "para ter mais senhas de comida". E onde está o louro à porta, identificação de tabernas mais "urbanas", como as de Coimbra? "Queriam que pagássemos para ter isso, acabei por tirar", afirma, pragmático. Estamos numa sala ampla mas escura, com um balcão de mármore, uma mesa e alguns bancos de madeira. As prateleiras na parede guardam várias medidas de copos. Três pipas de vinho completam a simplicidade do qua-
dro. Tudo na mesma, já há mais de 60 anos. "Desde que ela foi aberta nada se alterou, até o balcão é o mesmo, as pipas é que já estão por estar, vende-se muito menos", destaca Emílio Cera. E lembra que "as pessoas paravam pela comida e pelo vinho, mas é o vinho que cria clientes habituais, neste caso, lavradores". Curiosamente, conta Emílio Cera, os melhores a beber não sãos os homens do campo, são os do mar. "Quando morreu o dono de uma grande firma com barcos de pesca que morava aqui perto, vieram cá ter os capitães de navios e de traineiras", recorda. "Pediram vinho e eu pego nos copitos habituais, mas ele viram-se para mim e dizem: 'Isso não chega, dê-me aquele' [e apontaram para a picheira, a medida
de litro]", conta. "Ah, homens para beber d'um catano! Era cada martelada…", ri. Nessa tarde, "repetiram cinco ou seis vezes, porque o enterro demorou a sair". Assim se passavam os dias, entre jogos de cartas e encontros de negócios entre agricultores e compradores. Entre a Baixa e a Alta Na Casa Chelense, em Coimbra, na rua das Rãs, a animação é grande. Discute-se ao balcão, as pombas entram alegremente, pode ser que ainda apanhem algumas migalhas. O dono, Manuel Fonseca, já está habituado a receber meios de comunicação: a parede está cheia de recortes de jornais, alguns datam já da década de 80. "Já tenho a casa há mais de 24 anos", conta. "O nome vem da minha aldeia, Chelo, perto do Lorvão, mas também é conhecida por Manuel do Garrafão". Isto porque há um garrafão à porta, bem como o louro. Foi um dos locais que entrou no circuito das tabernas criado pela Câmara Municipal da cidade. Por isso, aposta forte na tradição, sem garantias de futuro. "Não sei se vai continuar depois de mim, são casas que não se podem passar a ninguém. Tem sido um erro das autoridades implicarem com tudo e mais alguma coisa", desabafa Manuel Fonseca. Por cima do balcão uma coleção de notas ajuda à decoração. "Quando vim da América trouxe algumas notas, e meti-as aí. Com o tempo, as pessoas foram-nas oferecendo. Estão sempre a chegar notas", revela, acrescentando que "há uma ligação muito forte com a freguesia. Por isso é que gosto de trabalhar neste ramo: para falar com as pessoas e conviver". Mesmo ao lado, no Tapa, lê-se uma inscrição: "Quem vier a Coimbra sem visitar o Tapa, é como quem vai a Roma sem visitar o Papa". O nome - que surge porque quem lá ia beber tinha direito a algo para "tapar" a bebida - antecede a atual proprietária. Purificação, dona do espaço há de três anos, "manteve o espírito" e o estilo com que a casa foi fundada, "há mais de 60 anos". Um balcão corrido, agora metálico, antes de madeira, para comer de pé os petiscos da casa. "Coisas rápidas, sardinha e orelha saem muito", conta, acrescentando que "numa casa destas ou se mantém ou se fecha". Por isso aposta-se no vinho. "Olhe se vim cá ontem e
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Locanda, Tasca , chafarica, ermida. Ou,
sociedade
hoje estou a repetir, é porque o vinho é bom", diz um cliente, disposto a pagar um copo aos jornalistas, para provar o que diz. Só não quer é aparecer na foto, "senão a minha mulher dá cabo de mim". Na alta, a taberna mais famosa está ligada à universidade. Na Tasca do Pinto, o traçadinho é rei entre os estudantes, que adotam o espaço como uma segunda casa. "Hoje, com 78 anos, olho para os caloiros quase como meus trinetos", conta Luís Pinto. Fundada em 1978, a tasca é uma instituição. "Há pais que trazem cá os filhos, houve até um que, quando descobriu que a filha tinha vindo morar por cima de nós, nunca mais a deixou mudar de casa", conta. A quantidade de gravatas cortadas por cima do balcão só demonstra o amor dos estudantes pela casa. Até fizeram uma homenagem que o senhor Pinto não esperava. "Ainda no outro dia me disseram: 'venha aqui ver o Facebook'. E lá estava eu, de garrafão na mão", ri. De volta a Cantanhede, Emílio Cera resume, sem saber, em nome de todos os taberneiros, o futuro. "Enquanto eu for vivo, isto vai andando, quando eu bater o olho acabou tudo", sublinha. Os meus filhos já trabalham, ninguém pega nisto. Se isto for abaixo, vão ter de ser feitas obras". A calma dos anos já domina, por isso não vale a pena ceder à preocupação. "Olhe, beba mais um copo, que a jeropiga é da casa", convida.
tabernas
Do Roteiro até à LATA A sobrevivência das tabernas até pode passar por um aspecto despercebido a quem as associa só ao álcool. "As tabernas mantiveram-se durante muitos anos ligadas às letras, à poesia, às ideias, à música", conta Paulino Mota Tavares, historiador e membro da Liga dos Amigos das Tabernas Antigas (LATA). "Temos de ter outra visão da taberna. Apontámos demasiado para o alcoolismo e para as grosserias, para as asneiras e a LATA quer mudar isso", completa. Até porque foi numa taberna da baixa de Coimbra que se ouviu "pela primeira vez as palavras 'em nome do povo, Viva a liberdade, viva a república!'. Isto a 26 de agosto de 1849, mais de 60 anos antes de 1910", revela. Mantendo
a cenografia base, "as pipas, as garrafas antigas, o papel, o lavatório ou bacia", o historiador propõe que se recuperam tradições culturais como "folhetos de cordel ou o fado, que nasceu na taberna". Foi nessa linha que a Câmara de Coimbra lançou um Roteiro das Tabernas. Mário Nunes, vereador da Cultura na época, acredita que as "tabernas eram importantes ao nível social, económico e cultural". Para além disso, "tiveram e ainda têm uma função especial. Eram um espaço de encontro, discussão, reunião, tudo isso era lá". Paulino Mota Tavares completa, sorridente, "eram espaços de beber, comer e disparatar - também precisamos disso".
O mistério do louro à porta Se as tabernas estão associadas ao povo, foi um nobre que introduziu o ramo de louro à porta. Conta a história que, certa vez, um ministro do rei decidiu beber alguns copos de vinho antes de falar com o soberano. À saída da tasca, apercebeu-se que o hálito denunciava a sua escapadela. Para o disfarçar, roeu umas folhas de louro. O final não é feliz para o ministro, o rei entendeu a artimanha. Mas a moda do louro à porta pegou e, dizem, já ajudou a evitar algumas zangas entre marido e mulher.
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Vinho branco e gasosa, a receita do traçadinho do "Pintos"
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PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.
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Centenário
inovação
cérebros
"Rádio do futuro" nasce em Aveiro novos aparelhos, "pensadores" e constituídos por software, podem começar a ser comercializados dentro de cinco anos Texto marta varandas foto pedro ramos
daqui a cinco anos vão começar a chegar ao mercado os primeiros "rádios do futuro", que não são mais do que rádios constituídos por software, que vai permitir que sejam "rádios pensantes" e tomem algumas decisões por si. Contudo, dentro de 15 a 20 anos já vai ser possível comercializar aparelhos que vão ser "o verdadeiro rádio cognitivo", universal, conforme adiantou Nuno Borges Carvalho, coordenador do projeto que está a ser desenvolvido pela Universidade de Aveiro (UA), no Instituto de Telecomunicações (IT). O conceito não é de agora. Nasceu no ano 2000, pelo sueco Mitola, que sugeriu a criação de um rádio com software - o Software Define Radio (SDR) -, sendo a forma como entendia que devia funcionar. "Era desta maneira que antevia os rádios no futuro", explica o investigador, docente na UA, no Departamento e Eletrónica, Telecomunicações e Informática. Mitola, visionário, criou o conceito. Mas não o colocou a funcionar. Em finais de 2008, o IT (já com passado na área da radiofrequência), em parceria com o Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro quis concretizá-lo e propôs construir um rádio que está nesta linha de pensamento, submetendo em 2010 o projeto à Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Atendendo a que rádio diz respeito - à televisão, rádio FM, bluetooth, telemóvel, internet sem fios ou os próprios comandos para abrir a garagem -, visto a comunicação ser feita
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sem fios na área da radiofrequência, "o projeto incide sobre a maximização da gama dinâmica, que permite receber todos os sinais em simultâneo", considerando Nuno Borges Carvalho que este é o contributo "mais positivo e importante, ao nível científico". O "aumento da gama dinâmica é feito através das cabeças de rádio, que permitem a sua implementação física", explica o investigador. Cognitive radio ou rádio cognitivo surge no contexto de que "se agora tenho um rádio por software, posso colocá-lo a tomar decisões. Caso contrário vou continuar a ter um telemóvel ou um Bluetooth. Sabemos que os rádios vêm definidos pela fábrica. Mas como agora passam a funcionar por software, podemos construir 'rádios pensantes', sendo estes os rádios do futuro", revela Nuno Borges Carvalho. O IT de Aveiro já fez as primeiras versões de protótipos de rádios por software. É a FCT que está a patrocinar o projeto e a atribuir bolsas de doutoramento. A equipa, que Nuno Carvalho, de Tecnologia de Rádio, está a coordenar, é composta por mais dois docentes universitários - Arnaldo Oliveira (Computação Reconfigurável) e José Neto Vieira (Processamento Digital de Sinal) -, três alunos de doutoramento, vários de mestrado e um pós-doc. A investigação foi distinguida com o Prémio PLUG 2010, atribuído pela Associação dos Operadores de Telecomunicações, estando já publicados um conjunto de artigos científicos em revistas e conferências internacionais.
ciência & tecnologia ISMT recebe conferência hoje o instituto Superior Miguel
Torga realiza hoje mais uma conferência no âmbito da iniciativa "Ciclo de Conferências do ISMT". A temática "Como se tomam decisões numa empresa multinacional" vai ser a proposta para hoje, com uma palestra proferida pelo mestre António Ricciulli, diretor de uma multinacional. A sessão vai ter início às 18H00, na Sala 1 do Edifício da Rua Augusta. A próxima já está marcada para dia 4 de maio.
Investigação da UC reconhecida uma equipa de in-
à lupa Nome
Nuno Borges Carvalho Data de nascimento
29 de abril de 1972 Naturalidade
Angola
residência
vest ig adores do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem da Faculdade de Medicina da UC, liderada por Rosa Fernandes, verificou que a sitagliptina - fármaco oral utilizado no tratamento da diabetes tipo 2 para regular níveis de glicemia -, pode ser benéfico no tratamento da retinopatia diabética, uma das principais complicações resultantes da diabetes tipo 1 e tipo 2. O projeto foi reconhecido pela Fundação Europeia para o estudo da Diabetes.
Aveiro
Livro preferido
Fórum 3e volta ao recinto da UA
filme preferido
dia 3 de maio arranca em fren-
"Serão os Deuses Astronautas?" "A Paixão de Cristo" prato predileto
Caril de Frango vícios
O trabalho porto de abrigo
A minha casa
te à Reitoria da Universidade de Aveiro a 11.ª edição do Fórum 3e - emprego, empresas, empreen dedorismo. A UA oferece aos finalistas a possibilidade de contactar com algumas das melhores empresas e instituições e de trocar currículos por opor tunidades de emprego e estágios.
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entrevista
josé couto dinheiro
São necessários novos processos e competências
O presidente da câmara de comércio e indústria do centro - conselho empresarial do centro analisa o momento atual das empresas, que precisam de melhorar os processos de produção, de modo a renovarem a capacidade económica. TEXTo e FOTOS Mário Nicolau Qual é o balanço do primeiro ano de atividade na Câmara de Comércio e Indústria do Centro – Conselho Empresarial do Centro? A nossa candidatura teve como principal objetivo o apoio aos nossos associados porque tínhamos percebido que iríamos passar um período mais ou menos complicado em que as empresas teriam de ultrapassar muitos obstáculos. Neste primeiro ano, a aposta na formação dos empresários foi a nossa aposta e teve feedback positivo dos participantes, que consideraram este tipo de iniciativas muito importantes. Os empresários têm pouco tempo disponível, mas gostam de receber formação, ainda que de uma forma interativa e ligada à realidade. Qual foi o tema central? O planeamento estratégico e o aumento das competências são duas preocupações que partilhamos com os empresários, que precisam de procurar novos mercados e de perspetivar a internacionalização de um modo criativo, ou seja, criando novos produtos ou novas roupagens para os produtos tendo em vista quer o mercado nacional, quer o
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mercado internacional. A Europa é um objetivo, mas não devemos esquecer os mercados africano e da América do Sul. A inovação está na ordem do dia. Mas não basta "dizer" é necessário "fazer"? Sem dúvida. Tentámos estimular a introdução de novos processos na gestão e, também, ao nível da produção, de modo a tornar os produtos mais competitivos. Um grande esforço tendo em conta a situação económica... As empresas por tuguesas fizeram um grande sacrifício em 2008 e 2009, pelo que chegaram a esta fase numa situação muito complicada na captação de novos recursos, já que os acionistas estão exaustos e a banca não está disponível para aumentar o envolvimento. Para competir no mercado externo é necessário aumentar a resistência no capítulo financeiro e, acima de tudo, a liquidez. Ora, esta foi outra das nossas preocupações: encontrar novas formas de financiamento. Era difícil adivinhar que chegaríamos a 20111 nesta situação: as empresas estão exaustas e o país está exausto também.
Alertamos os nossos associados para a questão do financiamento. Alguns projetos, no âmbito do QREN, atrasaram-se porque as empresas estavam inibidas na capacidade de investimento, não tendo possibilidade de cumprir os seus compromissos nesta área. É correto questionar a qualidade dos nossos empresários ? O nosso tecido empresarial é formado por pequenas, médias e micro empresas. A este nível, muitos empresários precisam de aumentar as competências.
Objetivo do momento
São necessários novos processos de produção, de modo a tornar os produtos portugueses mais competitivos
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As empresas chegaram a uma situação complicada na captação de novos recursos, já que os acionistas estão exaustos e a banca não está disponível para aumentar o envolvimento
É necessário ler os sinais É necessária uma nova mentalidade empresarial? Quem anda envolvido no dia-a-dia, muitas vezes, não tem tempo para ler os sinais que vêm dos mercados ou perceber as transformações. Além das regras de financiamento, ocorreram mudanças drásticas ao nível da tecnologia e da comunicação, o que exige uma resposta rápida e, acima de tudo, enérgica das empresas. Antecipar os acontecimentos é fundamental hoje em dia. O CEC pode ajudar? Temos pequenas empresas que são brilhantes, mas temos outras que precisam de apoio para desenvolverem novas estratégias. Fomos apanhados numa evolução muito rápida que, segundo os nossos associados, não deu tempo para perceber o que estava a suceder. Assim, e de acordo com uma das referências do nosso mandato, estamos a estimular o empreendedorismo que, e ao contrário do que se pensa, não é exclusivo das tecnologias de ponta. Está presente em todas as áreas do nosso tecido empresarial e deve ser estimulado pelos empresários dentro das próprias empresas, de modo a que seja possível, a partir delas, criar novas empresas. A criatividade dos colaboradores não dever ser desperdiçada. Mesmo com o FMI no país? O CEC teve alguns problemas de comunicação com a sua rede, teve de resolver alguns problemas financeiros, mas a estratégia que tem hoje em dia está adaptada a esta realidade. Ou seja, as empresas sabem que o lema é: aumentar a capacidade de exportação. Temos de ser bons naquilo que fazemos e termos um preço competitivo de modo a vencermos a inércia que é andarmos cerca de dois mil quilómetros até aos mercados que estão a consumir, já que o nosso mercado não consegue absorver a nossa capacidade de produção. A logística é um desafio? É fundamental. Temos excelentes estruturas portuárias na região Centro (Aveiro e Figueira da Foz), rodoviárias e as estruturas ferroviárias começam a ter alguma importância. Temos de aproveitar todos este meios e principalmente temos de perceber que fazemos um esforço maior do que os empresários espanhóis para chegarmos ao centro da Europa. É necessária uma atitude concertada também a este nível.
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dinheiro
entrevista
Quais são os fóruns deste mandato? A logística, que já referi, o respeito pelas normas ambientais e a competitividade dos territórios, ou seja, a importância das cidades hoje dia, a análise do que acontece no interior do país e, também, do aproveitamento dos produtos endógenos, que podem ter alguma importância se tiverem canais de distribuição adequados.
A região não tem demonstrado capacidade para diminuir os acidentes de trabalho
Quando é que o CEC iniciou a reflexão sobre estes temas? No Fórum das Cidades, no mandato anterior, em que se discutiu a importância das cidades e a competitividade das cidades. Entendemos que as cidades são dinamizadoras do território, pelo que da relação entre as várias cidades da região Centro poderá resultar alguma riqueza. Por outro lado, lançamos um fórum sobre a responsabilidade social e que tem os acidentes de trabalho dentro das empresas como tema principal, já que a nossa região não tem demonstrado capacidade para reduzir o número de acidentes de trabalho e principalmente os acidentes graves. Isto tem implicações para a produtividade das empresas e é um problema social porque representa custos na área da saúde. Não está em causa o respeito das regras por parte das empresas, mas é necessário que desenvolvam ações de melhoria interna e introduzam boas práticas, contagiando os colaboradores para esta questão. Está preocupado com a dependência das empresas portuguesas dos subsídios? Os PME Invest foram fundamentais para muitas empresas nos últimos três anos. Não nos podemos esquecer disso, mas não sei quais são os efeitos desses PME nas contas públicas. Todos nós, que participamos nas reuniões da direção do CEC, sabemos que os PME introduziram dinheiro nas empresas numa época em que existiam graves problemas de financiamento e de liquidez, mas, agora, chegou a fase seguinte: é necessário pagar os empréstimos. Se calhar, na altura em que foram negociados, esperava-se outro desempenho quer da economia nacional, quer das outras economias europeias. Hoje em dia, além das necessidades normais de financiamento , temos outra dificuldade: o rating da república influencia também o rating das empresas e para quem está a exportar e tem seguros de crédito, a situação torna-se muito complicada. Existe alguma solução? Havendo dinheiro, é necessário reforçar os capitais permanentes das empresas com ou sem banca, o que
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exige maior criatividade dos empresários. Têm de fazer uma prova de confiança junto dos fornecedores para poderem continuar a beneficiar do crédito que estes lhes atribuem. Por outro lado, têm de ser capazes de encontrarem formas de encurtar os prazos de recebimento, de forma a diminuírem as necessidades de financiamento. A capacidade dos bancos obterem financiamento sem terem de recorrer ao Banco Europeu, é talvez a única vantagem da entrada do FMI em Portugal, pois garantirá a injeção de dinheiro fresco no mercado. O pouco dinheiro que há é tão caro que se revela altamente penalizador. As empresas podem estar a exportar, mas se os custos de contexto continuarem altos perderão margem, deixando de ter capacidade de aumentar a atividade. A exportação é o remédio para todos os males da economia? Não se começa a exportar de um momento para o outro. É necessário um percurso e principalmente preparar as empresas. Muitas das que estão no mercado têm hoje um desafio: conseguir vender mais do que os outros. Agora, se o dinheiro é mais caro e se existem custos de contexto superiores aos dos concorrentes, a margem é menor. Na prática, as empresas vendem, mas podem não estar a ganhar dinheiro. Espero, e tenho quase a certeza, que a exportação foi uma saída bem pensada pelas empresas da região e que terá consequências positivas. É necessário lançar um programa de substituição de importações que permita às empresas que estão a exportar e que têm de importar matéria prima, comprar dentro do país. Além de estimular o empreendedorismo e a criação de novas empresas, o programa permitiria reconverter muitas das existentes. Considera fundamental a alteração do Código de Trabalho? São necessárias alterações que tenham em os desafios da competitividade e, também, das novas regras da economia, sem perder de vista a coesão social. A duração dos contratos de trabalho e os custos das indemnizações são temas importantes, bastando lembrar o que aconteceu em 2008 e 2009 na indústria automóvel com os programas definidos pelo Governo que permitiram absorver alguns custos que as empresas não conseguiam suportar. Isto demonstra que é necessário fazer mais alguma coisa nesta área, mas pensando a médio prazo e não unicamente nas necessidades do momento. O Código de Trabalho pode aumentar a competitividade, mas sempre de acordo com a noção de solidariedade.
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dinheiro
trabalho
Fatores de risco no trabalho aumentaram
230.000
acidentes de trabalho por ano em Portugal
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Campanhas de fiscalização e de prevenção diminuem as mortes, mas as novas exigências do mundo do trabalho significam um elevado número de acidentes e de doenças psíquicas textos Bruno Vicente
acidentes mortais em Portugal (2009)
PU
Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho é assinalado hoje, em Portugal. O setor que regista mais mortes é o da construção "o acidente aconteceu numa altura em que havia máquinas em movimento, não se sabendo ao certo como tudo se terá desenrolado. Porém, próximo do acidentado havia uma pedra de grandes dimensões. O homem apresentava uma fratura na cabeça". O relato do subchefe dos Bombeiros de Vila Nova de Foz Côa, Rafael Almeida, conta a história de um jovem de 21 anos que, na semana passada, perdeu a vida num acidente de trabalho, numa obra do IP2, perto de Vila Nova de Foz Côa. O caso está longe de ser uma raridade. Em Portugal, existem cerca de 230 mil acidentes de trabalho por ano. Mais de uma centena é fatal para as vítimas, que são sobretudo do setor da construção. No acidente do IP2, a Autoridade para as Condições do Traba-
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lho (ACT) abriu um inquérito. "Nestes casos é feito um inquérito preliminar, assim que se tem conhecimento. São colocadas dez questões, para efeito estatístico. Depois há um inquérito definitivo, para apurar as causas do acidente, o que estava a ser bem feito e mal feito, se a culpa é imputável ao empregador ou ao trabalhador. Os inspetores de trabalho que conduzem o inquérito têm liberdade total para ouvir as partes envolvidas, sejam empregadores, trabalhadores, empreiteiros ou fornecedores", explicou à C Jorge Dias, da ACT. "Promover o trabalho digno" O inspetor-geral do Trabalho, José Luís Forte, explica que o quadro de crise económica e social "aprofundou alguns dos as-
petos mais negativos da globalização", prejudicando o "bem-estar dos trabalhadores". Nos últimos anos, as mortes laborais no país têm diminuído, mas o número de acidentes continua elevado e difícil de controlar, apesar das campanhas de prevenção e de fiscalização. "As transformações que ocorrem no mundo laboral estão a ter profundas implicações na vida dos trabalhadores e suas famílias", afirma José Luís Forte, alertando para a necessidade de "promover o trabalho digno". "Aumentaram os fatores de risco ligados a novas substâncias perigosas ou a novas tecnologias e regista-se a emergência de novos riscos ligados a formas de gestão, bem como vínculos laborais causadores de condições propícias ao aumento do stress,
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todos eles com pesadas consequências para a saúde. Desenvolvem-se, inclusive, em maior número e com maior frequência doenças psíquicas relacionadas com as condições de trabalho", explicou o responsável. Ministra confiante no futuro A ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, admite que o número de acidentes laborais em Portugal "é deveras inquietante", mas não perde o otimismo. "Um olhar breve sobre a evolução da sinistralidade laboral portuguesa neste século admite um vislumbre de confiança sobre o que temos feito para evitar os acidentes de trabalho mortais: 368 mortos no trabalho em 2000 e 231 em 2008", concluiu.
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novos casos de doença profissional em Portugal (2008)
"Recordar os mortos, lutar pelos vivos" o coordenador executivo
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mortes anuais por acidentes de trabalho na União Europeia
142.000 mortes anuais por doença profissional na União Europeia
para a Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho, Luís Lopes, não esquece a frase que, nos anos 90, nos Estados Unidos, tornou-se o lema dos que perderam familiares e amigos em acidentes de trabalho e doenças profissionais: "Recordar os mortos, lutar pelos vivos". É que, em 2011, esta expressão continua atual. "Em Portugal, o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho é uma data em que a chamada sociedade civil revela o verdadeiro grau de integração da segurança e saúde no trabalho na nossa
sociedade. E quanto mais a sociedade civil, os parceiros sociais, o tecido empresarial, a comunidade educativa e as autarquias se apropriarem da data, mais esta estará a cumprir o desígnio para o qual foi criada por resolução da Assembleia da República", explica. Luís Lopes não quer que este Dia Nacional seja "uma encenação de tudo aquilo que não é feito nos restantes dias". E passa uma mensagem de esperança: "Que o 28 de abril não seja uma exceção, mas antes uma montra viva, um desafio e um incentivo para fazer ainda mais e melhor".
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dinheiro
dia do trabalhador
Salários em atraso castigam trabalhadores de Coimbra Sindicatos garantem que o problema atravessa vários setores. Ordenados baixos e precariedade laboral são outras dificuldades encontradas Texto bruno vicente
A UNIÃO dos Sindicatos de Coimbra (USC),
fiança. Os trabalhadores têm que acreditar que é possível encontrar um Portugal com futuro", conclui.
afeta à CGTP Intersindical, vai celebrar o Dia do Trabalhador, a 1 de maio, "com alegria", mas sem esquecer os problemas que atingem todo o distrito. "A principal queixa que nos chega, dos trabalhadores de Coimbra, é a dos salários em atraso. Várias empresas, dos mais diversos setores, chegam a atingir os três meses de salários em atraso. E estamos a falar de ordenados que, por si só, já são geralmente muito baixos", afirma o coordenador da USC, António Moreira. A "precariedade laboral" é outro problema, "particularmente preocupante no distrito de Coimbra". Para o responsável, celebrar o feriado do Dia do Trabalhador "continua a fazer sentido", especialmente neste ano. "Atravessamos um quadro político, social e económico adverso, que está a penalizar muito os trabalhadores", recorda António Moreira, lamentando que as pessoas andem "deprimidas". "Mas nós não aceitamos este quadro. Por isso, este 1.º de maio tem de ser de união e agitação nas ruas, mas também de esperança, de con-
Quase 20 mil desempregados No Dia do Trabalhador deste ano, a União dos Sindicatos de Coimbra vai recordar também aqueles que tinham um emprego mas que, entretanto, o perderam. "O distrito apresenta uma má situação laboral. O desemprego tem aumentado e, agora, já está a afetar mais de 19.500 pessoas, principalmente as que têm entre 35 e 55 anos", adianta António Moreira. "Em Coimbra, infelizmente, não há novos investimentos e desapareceu muita indústria, em áreas importantes da economia, como a cerâmica, têxteis, cerveja e transportes. Enquanto continuar esta lógica de esmagamento do aparelho produtivo a situação do distrito – e de todo o país - vai continuar muito difícil", explica o sindicalista. O afastamento de algumas direções regionais da cidade de Coimbra também influenciou "o fluxo do trabalho".
Atividades do 1.º de maio
Manifestação
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Prova de atletismo
Sopa do trabalhador
O PROGRAMA começa às 10H00, no Parque Verde do Mondego, com atividades para crianças que incluem contadores de histórias, pinturas e palhaços. À mesma hora tem início a 33.ª Volta à Cidade em atletismo, que contempla vários escalões etários.
ÀS 12H30 é tempo da "Sopa do Trabalhador", um almoço de confraternização, no Jardim da Sereia, onde haverá também animação cultural.
ÀS 15H00, na Praça da
República, arranca uma manifestação que só termina na Praça 8 de Maio, que será palco de intervenções políticas. As comemorações encerram com um espetáculo de música popular portuguesa e de intervenção.
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marketeer
Não suporto politiquices Qual foi seu primeiro emprego? Foi na Câmara Municipal de Montemor-o-Velho. Foi, também, um privilégio e um grande desafio poder ajudar a criar o gabinete de relações públicas e de comunicação.
por ta para um outro mundo através das roupas lindas que desenha; no plano profissional, obviamente Montemor-o-Velho, por ser uma terra que me acolheu de braços abertos; o Google, porque já não conseguimos viver sem googlar e... os carros desportivos.
Como gastou o primeiro ordenado? Ajudou a pagar uma ferramenta indispensável: uma máquina fotográfica.
Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? Não consigo escolher uma música. Todas, ou quase todas, as músicas têm esse efeito em mim. Defeito de quem vive a música como quem respira.
Um sonho… Continuar a sonhar todos os dias, mesmo acordada. O que não suporta? Politiquices e gente que acha que sabe tudo.
Ana cabete ferreira é técnica superior da unidade de turismo e relações externas da câmara de montemor-o-velho.
conversa de
A Tabacaria
João Cancela é proprietá-
caria, entre revistas, tabaco e jornais. E o habitual jogo do Euromilhões. "Até já entregámos um prémio de 7.ooo euros", recorda João Cancela. Mas a crise não facilita o negócio. "Vejo as pessoas com menos poder de compra, já nem o tabaco sai como antes", conclui.
quiosque rio d’A Tabacaria desde o início, quando o Fórum Coimbra abriu, em 2006. "Vendemos de tudo, mas temos algumas coisas diferentes, como as cartas colecionáveis para os miúdos ou canivetes suíços", conta. De resto, o habitual de uma taba-
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Com quem não jantava? Aprendi com o Peter Pan a nunca dizer nunca.
Um vício que não equaciona deixar… O chocolate. Sou uma "chocoholic".
Último livro lido, cd ouvido, filme visto? "Pequena Abelha", de Chris Cleave; "Between Two Lungs", Florence + the machine; "Rio", com a minha filhota.
E que marca não dispensa? Nuno Baltazar, porque me trans-
Lema de vida? "Carpe Diem".
Loja 0.24 - Fórum Coimbra Telefone: 239811037
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Vida nova para o Grande Hotel unidade hoteleira do luso inaugura hoje remodelação de 2 milhões de euros Texto Marta Varandas Fotos Pedro ramos É aos pés da Mata Nacional do Buçaco que mora o Grande Hotel de Luso e que, este mês, escreve mais uma página numa história com mais de 70 anos, com a conclusão do projeto de remodelação, num investimento total de 2 milhões de euros. A inauguração destas obras é hoje, às 11H30. A unidade hoteleira de quatro estrelas, uma das grandes obras de Cassiano Branco, referência nacional ao nível da arquitetura modernista, iniciou a intervenção a 22 de novembro do ano passado. Os espaços públicos ganharam "mais versatilidade", assegura Jorge Fonseca, diretor do Grande Hotel de Luso. Visto por fora, não há nada de novo no edifício amarelo. Mas basta passar para o lado de lá da porta da entrada para rapidamente perceber que o espaço mudou de forma radical. Da autoria do ateliê Reimão Pinto, o projeto teve como ponto de partida a criação de uma nova imagem, respeitando a identidade e o espaço arquitetónico original. Potenciando os elementos modernistas, utilizando apontamentos Art Déco e valorizando a singularidade da sua arquitetura, "criou-se uma nova alma para o hotel. O maior desafio foi conseguir uma marca de originalidade e modernidade mantendo viva a memória do
espaço", explica o diretor. O número de suites aumentou de três para 15. Quartos superiores são 34 e standard 83. Cerca de 25 quartos são comunicantes entre si. "Estas são algumas das grandes novidades, assim como o auditório, com capacidade para 320 pessoas, que é hoje o melhor equipado, em hotel, da região Centro". A nobreza das madeiras, a simplicidade das linhas e contenção dos elementos decorativos caracterizam os espaços. As cores quentes e fortes garantem o conforto em ambientes de requinte. Na iluminação foram utilizados muitos LED. O restaurante agora estende-se por dois espaços, com di ferentes localizações: um mantém-se na sala principal e o outro junto à janela, com vista para a piscina olímpica. Através do túnel que já fazia ligação às termas, é possível agora aceder à Malo Clinic Spa Luso, outra das novidades.
Jorge Fonseca, diretor do Grande Hotel de Luso
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1 - Fachada do Grande Hotel de Luso 2 - Receção e corredor que dá acesso ao restaurante e bar 3 - Nova sala do restaurante 4 - Sala principal do restaurante 5 - Aspeto de uma suite 2
6 - Bar do Grande Hotel de Luso
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empresário de sucesso
Fundada em 1988 por João Vidal, já faleci-
do, e José Cardoso, a Dominó - Indústrias Cerâmicas SA iniciou a laboração em 1990. Na zona industrial de Condeixa-a-Nova mora uma empresa que "nasceu muito mais pequena do que é hoje", explica José Cardoso, pois, na fase de arranque "fabricávamos 2.750 metros quadrados por dia e hoje em dia fabricamos 10.000 metros quadrados". Ao pavimento vidrado, a primeira aposta da Dominó, juntou-se mais tarde o revestimento, já que quem compra pavimento também quer comprar revestimento. "Sentimos necessidade de ter um ambiente e não só um produto. Digo internamente que vendemos ambientes e não produtos, o que demonstra a evolução do mercado", avança José Cardoso. O dinheiro ganho na primeira fase financiou a construção da nova unidade dedicada ao revestimento provocando, também, a alteração no método de trabalho: "começamos pela bicozedura de [hoje fazemos monocozedura] modo a darmos conhecimento e experiência às pessoas no capítulo do revestimento". Além das unidades de pavimento e de revestimento, a Dominó possui uma unidade de retificação, que "dá valor acrescentado ao produto". Na prática, "o material é retificado como se fosse pedra natural", o que assegura uma qualidade de acabamento superior e resultados "surpreendentes" quando o material é aplicado. "As juntas são quase impercetíveis. Por outro lado, com o método que utilizamos, conseguimos peças do mesmo tamanho, evitando as variações da cozedura normal", garante José Cardoso. A criação do núcleo de inovação e desenvolvimento, em 2010, além do reforço dos quadros "com uma pessoa experiente" nestas áreas, conduziu "a vários projetos integrados que têm como objetivo a certificação". Porém, a inovação, considera José Cardoso, não pode ser uma mera "vontade matinal" e "deve estar presente em todos os níveis" da empresa. No futuro, acrescenta, "as melhores ideias serão premiadas" numa atitude que visa promover o envolvimento de todos os funcionários no processo de crescimento da Dominó. O interruptor integrado no próprio azulejo e o ambiente com perfume permanente para instalações sanitárias são exemplos da lista de novos produtos, que inclui ainda fachadas ventiladas e pisos flutuantes. Com a candidatura ao QREN Inovação de um projeto no valor de nove milhões de euros, a empresa criou condições para a produção de pavimento por um processo "completa-
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Sem inovação não há futuro
O interruptor integrado no azulejo e o ambiente com perfume permanente para casa de banho são duas novidadeS da dominó mente diferente" do normal. "É produzida uma placa muito grande que é, depois, dividida no tamanho pretendido", explica José Cardoso.
a empresa A constante atualização tecnológica é uma prioridade para a Dominó Indústrias Cerâmicas SA, que elegeu a qualidade dos produtos como objetivo
A Dominó será a quinta empresa do mundo com este processo de fabrico e deverá começar a produzir em meados de 2012. Com o mercado interno em crise, a empresa "compensou" a quebra nas vendas através do incremento das exportações para a Alemanha, França e Espanha. Moçambique, Angola, Cabo Verde e África do Sul integram, também, o plano de negócios da empresa. "Parar é morrer, pelo que temos de continuar em frente. O elemento diferenciador em relação à concorrência é o grande objetivo. Temos de vender mais nos mesmos clientes", conclui. MN
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Prémios Bento Pessoa-Casino Figueira júri atribuiu dois prémios especiais pela primeira vez
O júri dos prémios "Bento Pessoa – Casino Figueira", atribuiu pela primeira vez o "Prémio Especial" a duas personalidades: a título póstumo, ao ex-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, António Duarte Silva, falecido no passado dia 1 de Abril; Ticha Penicheiro, natural da Figueira da Foz, referência do basquetebol internacional, que representa neste momento o Sport Algés e Dafundo. Gonçalo Cadilhe, Carlos Lavoura, Mário Santos, Francis Obikwelu e Mário Zambujal completam o rol de "sete indiscutíveis personalidades a nível nacional e internacional", considera Marçal Grilo, presidente do júri, que o júri integra 14 personalidades, nomeadamente, o presidente do Comité Olímpico, Vicente de Moura, o jornalista Ribeiro Cristóvão e o antigo ciclista Alves Barbosa. Em breve será definida data para a realização da Gala de entrega dos Prémios Bento Pessoa - Casino Figueira.
agenda Casino Figueira sab.30.16H00
Quando for grande... Piloto de ralis é o mote para a tarde infantil, que inclui muita diversão na área de jogos Lego. A exposição de miniaturas está patente até 8 de maio.
qua.18.maio
Poker: Liga universitária
Etapas : 18 e 19 de maio; 22 de junho; 13 e 14 de julho; 12 e 13 de outubro; 9 e 10 de novembro; 30 de novembro. Final: dezembro.
sex.20.maio
A noite das mulheres cantoras nOVO LIVRO DE LÍDIA JORGE 29 de Abril, às 18H30 "qUANTAS vítimas se deixam pelo caminho para se perseguir um objetivo?". LídiaJorge responde a esta questão no livro que apresenta amanhã, no Casino Figueira. A ação decorre no final dos anos 80 do século XX e invoca o tema da força da idolatria e a construção do êxito, visto a partir do interior de um grupo.
Knockout Figueira Poker Tour Decorre de 20 a 22 de M aio mais uma etapa do Knockout Figueira Poker Tour 2011. A etapa ibérica está agendada para 11 e 15 de agosto.
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VIVER em casa de...
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A célula da família é fundamental para integrar as pessoas e deve existir um respeito pelos valores e pelas tradições Anacleto e Svetlana Mirsky Raimundo
“Os melhores amigos do mundo estão no seio familiar” A equipa da C foi encontrar o casal no seu lar, em Viseu. Lá falaram sobre os negócios, a paixão da família pela rádio, os filhos, os netos e a vida entre a cidade de Viriato e a Cidade Maravilhosa. texto márcia de oliveira fotos pedro ramos
Anacleto Raimundo, 69 anos, é advoga-
do e economista. É casado com Svetlana Sviatopolk Mirsky Raimundo, há 42 anos. Oriunda da família real russa Sviatopolk Mirsky, que fez no ano passado 1000 anos, a princesa Svetlana, hoje com 73 anos, nasceu no nordeste brasileiro e adora pintar. Conheceram-se dentro de um autocarro, em pleno Rio de Janeiro. Foi o amor à primeira
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vista, que fez com que Anacleto saltasse fora da sua paragem para ir atrás dela. “Foi o Cupido”, afirma o advogado a sorrir. Ainda no Brasil e, pelo facto de ser economista, Anacleto resolve apostar na comunicação social. “Tive um jornal da comunidade portuguesa, o “Mundo Português”, com uma tiragem de 70 mil exemplares e com quase 100 anos. Fui também vice-presidente
da Federação das Associações Luso-Brasileiras”, realça. Voltaram para Portugal, definitivamente, em 1986. Anacleto montou escritório de advocacia em Viseu, mas garantiu a continuação dos negócios na comunicação social: comprou a rádio RCI -105.5 – e, mais recentemente, adquiriu a rádio cultura de Seia. O casal Raimundo tem três filhos: André
28aBril 2011
(41), Alexandre (35) e Rafael (32). Hoje, tem igualmente três netos: duas raparigas, a Tatiana (5), a Lara (14 meses) e o rapaz, o Afonso (4 meses). São eles os meninos dos olhos do casal. É por eles que ainda hoje se mantêm em Portugal, mais propriamente em Viseu, onde têm a casa de família e onde é possível ver as obras de arte de Svetlana a ornamentar as paredes da habitação. É lá que Anacleto também tem o seu escritório, onde mostra ser um homem ligado às novas tecnologias e que está em constante conexão com o mundo inteiro, nos negócios da bolsa. “Este é o futuro”, destaca. Os filhos vão tocando as empresas para a frente, porque também adquiriram esse bichinho do pai, que assim consegue conciliar a vida familiar, com filhos e netos. A importância da transmissão de valores na família “Nós, como família, convivemos muito. Costumo dizer que os melhores amigos do mundo são as pessoas da nossa família”, afirma o advogado/economista e remata destacando
que “se não olharmos para a família em si mesma, tudo o resto perde um pouco o conteúdo”. Esta família tradicional junta-se sempre que pode e nas festas. “É engraçado, porque eu sempre fui um pouco rígido com a educação dos meus filhos, mas não era por mim ,era por eles. E isso foi fundamental para eles se transformarem no que são hoje”, realça Anacleto. Para o advogado, a família de hoje em dia é uma família moderna, muito materialista e dispersa. “Sinto que há muita dificuldade em fazer com que as pessoas se consigam identificar, porque perdem as referências. A célula da família é fundamental para integrar as pessoas e deve existir um respeito pelos valores e pelas tradições. Se a família não consegue transmitir valores, as crianças fazem o que querem e, quando crescem, acham que é tudo fácil”, acautela. Por isso, faz questão de colocar a família como o primeiro agente de socialização, porque “é com ela que nós aprendemos ou devemos aprender tudo. Depois há a escola e finalmente os meios de
comunicação social, que também são um agente de socialização muito grande. Se este somatório de coisas não faz aquele homem que vai ser fundamental para o desenvolvimento da sociedade em que está inserido, nós vamos ser uns pobres coitados”, assevera o advogado. Para o Anacleto e Svetlana, o sonho é fundamental. “Como diria Ary dos Santos, sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como uma bola colorida entre as mãos de uma criança”. Ou seja, se não houver sonhos não há realizações. E, principalmente em termos individuais, é fundamental sonhar”, explica o advogado. E continua: “Se olharmos para a vida sempre com uma componente mais otimista as coisas acontecem”. Neste momento o desejo do casal é ver os netos a crescer com uma conduta como a de toda a família, porque, segundo os próprios, o futuro destes jovens vai ser muito difícil. “Se gostaria de recomeçar tudo de novo? Não, nem pensar. A luta sempre foi muito grande e não gostaria de passar por tudo de novo”, exclamou Anacleto.
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viver
em casa de...
“
Adoramos o Brasil em todos os aspetos. Lá não se sente o peso do Estado
Portugal do que sendo português no Brasil, porque nós aqui somos muito invejosos e não somos dados ao convívio, à socialização”, explica Anacleto. E há um fator que, segundo o advogado, distingue bem Portugal do país irmão: “No Brasil não se sente o peso do Estado”. Ainda hoje recorda a volta definitiva para Portugal como o momento mais marcante. O facto é que, explica, “quando se reside no estrangeiro não há ninguém mais português do que nós, porque o portuguesismo vai-nos na alma. Mas quando voltamos de vez e vemos que a realidade é completamente diferente, é muito complicado. Principalmente porque as pessoas aqui não convivem e f icamos com uma sensação de vazio total”, esclarece. E conclui: “O meu apanágio é que nunca fui ambicioso, mas também nunca fui medroso. E assim hei-de continuar”.
O país irmão fica sempre no coração Rio de Janeiro, Brasil. Cidade Maravilhosa que acolheu Anacleto e Svetlana durante grande parte das suas vidas, num país abençoado. “Adoramos o Brasil em todos os aspetos”, afirma Anacleto. A Svetlana não é preciso perguntar. Nota-se nos olhos azuis da princesa russa a satisfação e a alegria que sente ao falar do seu país. O apartamento que ainda têm em Copacabana, mesmo junto ao Copacabana Palace, é o segundo lar do casal. É lá que vão, sempre que podem, matar saudades do calor, da praia e, sobretudo, do bom ambiente sociável. “Sinto que o facto de ter vivido no Brasil me abriu outras mentalidades. Fui estrangeiro no Brasil, mas nunca recebi tanta paulada como recebi aqui sendo português. Por isso digo que me sinto mais estrangeiro sendo português em
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viver
viajar
ficha
Londres
Londres - Reino Unido Europa
Londres, cidade real a capital britânica, onde tem corte a mais antiga monarquia do mundo, recebe anualmente cerca de 27 milhões de turistas texto joana semedo Londres, atualmente com mais de 7,5
milhões de habitantes (uns 14 milhões na área metropolitana) é, sem dúvida, a cidade europeia com mais vida, mas também a cidade mais estranha. Não se consegue encontrar por lá duas pessoas iguais, as cores bizarras e misturas de raças são habituais - e se isso passa completamente ao lado dos ingleses, é alvo de admiração dos cerca de 27 milhões de turistas que procuram anualmente a capital britânica. As lojas de grandes marcas de Oxford Street, Knightsbridge e Bond Street (aqui o realce vai para o célebre Harrod´s), os pontos emblemáticos do Soho, Covent Garden, May fair, Piccadilly Circus e Leicester Square, a Abadia de Westminster e o Big Ben, o Museu de Cera de Madame Tussaud e a Tate Gallery, a Catedral de São Paulo e o Royal Albert Hall – tudo isso se tornou atração irresistível. Há mais: a maior parte dos museus são gratuitos, como é o caso, entre outros, do Museu Britânico, o mais antigo do mundo. A cidade é ainda o principal centro financeiro da Europa. Cuidado, entretanto, com os invernos são muito rigorosos, em contraste com os verões, deliciosamente suaves. Ninguém se admire, por isso, em ver na quadra estival gente em fato de banho no Hyde Park ou noutra qualquer zona verde da cidade, mesmo se as temperaturas não estiverem acima dos 20 graus.
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1 - Torre de Londres e vista noturna sobre o Tamisa 2 - Abadia de Westminster 3 - Big Ben
Como ir Londres tem três aeroportos: Heathrow, Luton e Stanstead. Os dois primeiros são mais centrais e reservados principalmente a companhias tradicionais, enquanto o último é sobretudo operado por companhias de baixo custo. De Lisboa ou do Porto poderá viajar-se, em low cost, a partir dos 50 euros e nas companhias tradicionais, a partir de 100 euros.
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Onde ficar O alojamento em Londres, tal como em outras capitais europeias, não é barato. Há ainda outro problema: mesmo em hotéis de categoria superior, os quartos serem pequenos. Opte por ficar na zona de Vitoria, pela proximidade a todos os pontos da cidade. Como andar na cidade O trânsito não é tão caótico como em outras cidades europeias, embora seja intenso. O melhor será optar pelos tão característicos autocarros vermelhos, que têm vários percursos e passam de forma frequente. De noite, são a única opção. O metro é eficiente e cobre grande parte da cidade, embora, por exemplo, não chegue ao British Museum. Tenha atenção ao atravessar a estrada, pois a circulação automóvel faz-se pela direita. No entanto, encontrará de forma frequente inscrito na estrada a indicação “olhe para a esquerda” ou “olhe para a direita”. Quando ir O ideal será a primavera e o verão, pois em Novembro, às 16H00, já não existe luz e o frio é intenso.
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A não perder Desde logo, os musicais, alguns deles em cena há mais de duas décadas. Ainda, o Palácio de Buckingham (onde mora a rainha), os parques reais (entre eles, o famoso Hyde Park), a Tower Bridge, o London Eye (a mítica roda gigante), Trafalgar Square. Um último conselho: passeie pelas ruas, misture-se entre a multidão, sinta-se um londrino genuíno.
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viver
competição Ford Transit Trophy com duas etapas em Espanha
topo de gama
Lexus CT200h De Coimbra à Lousã Viagem em grande estilo
O ford Transit Trophy nasceu em 2010 e está a crescer em inúmeras vertentes. Este ano, a competição sairá das fronteiras de Portugal, rumando, numa primeira fase, à vizinha Espanha. Serão, aliás, duas as saídas de portas, uma já no final de Maio, outra em meados de Outubro. “Podemos, de facto e tal como esperávamos, considerar o primeiro ano do Ford Transit Trophy como um verdadeiro sucesso, sendo claramente uma aposta ganha por parte da Ford e da QF, coresponsáveis pela sua organização, bem como por todos os seus parceiros, equipas e respetivos patrocinadores”, refere Anabela Correia, diretora de Comunicação e Relações Públicas, Ford Lusitana. A presente temporada do Ford Transit Trophy arrancou no Circuito do Estoril no início do mês, como suporte ao programa do Campeonato de Portugal de Circuitos. Foram duas corridas de tirar o fôlego, com vitórias das formações da Beta/ENI e da Auto Rabal/Espoauto. A partir daqui é sempre a subir, o que até se aplica na íntegra na próxima jornada, a disputar no penúltimo fim de semana de Maio: a subida da Rampa Internacional da Falperra, sendo que o Ford Transit Trophy integra o programa do Campeonato Europeu de Montanha. Umasemana depois, ruma-se ‘a casa de nuestros hermanos’, ao Circuito de Jarama, nos arredores de Madrid.
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O DESTAQUE do CT 200h vai para o sistema híbrido que a Lexus introduziu no segmento C com embalagem Premium. Mas o novo Lexus é... muito mais. O sistema motriz é idêntido ao do Prius: um bloco de quatro cilindros a gasolina com 1.8 litros e ciclo Atkinson com 136 cv. O motor elétrico com 82 cv e 207 Nm de binário, alimentado por baterias de níquel metal hídrico com 27 kW, completa o sistema.
A caixa de variação contínua é um hino... ao descanso do condutor; a suspensão dianteira com estrutura McPherson e duplo triângulo atrás, aos quais se juntam inéditos amortecedores laterais que contrariam os movimentos laterais da carroçaria, suavizou o traçado da conhecida Estrada da Beira. E a velocidade em curva aumentou com toda a segurança... Líder na redução de emissões, NOx e partículas, o Lexus CT200h funciona em modo eléctrico até
Citroën DS5: o primeiro com tecnologia Hybrid4 Estreia a tecnologia Hybrid4 na marca francesa, uma corrente de tração ‘full-hybrid’ que associa as performances estradistas do bloco diesel HDi à eficácia da propulsão elétrica. Um ‘prazer’ certamente híbrido que oferece enérgicas sensações de condução (200 cv, tração integral, direcção
elétrica urbana, com função ‘boost’ em aceleração) e emissões de CO2 bastante reduzidas (99g/ km). Mas não só: pela sua conceção e inspirações estilísticas, é gerador do imaginário. O DS5 transporta os ocupantes a ao universo aeronáutico. O tejadilho tipo ‘cockpit’ é um bom exemplo.
3 Fevereiro 2011
Centro Lexus Coimbra concessionário Rua Entre Vinhas 1- Eiras 3020-171 Coimbra Coimbra Tel 239 433 99 Fax 239 433 938
Salvador Caetano comercializa Via Verde A via Verde Portugal e o Salvador Caetano firmaram uma parceria de comercialização de identificadores nos concessionários do grupo. Os atuais e potenciais clientes da Via Verde poderão adquirir identificadores – de todas as classes -, bem como tratar dos pedidos de habilitação à discriminação positiva em qualquer um dos 1.000 postos de venda que o grupo Salvador Caetano dispõe de norte a sul do País. Este acordo é uma mais valia para os clientes do grupo.
Scénic e Grand Scénic com áudio de primeira
45 km/h, tem consumo combinado de 3,8 l/100 km e emissões de CO2 de 87 gr/km. O interior recebe nota máxima na qualidade de construção e de materiais, o posto de condução é memorável e o equipamento completo. Com três modos de utilização (Eco, Normal e Sport), o CT 200h cumpre o tradicional 0-100 km/h em 10,3 segundos e garante velocidade máxima de 180 km/h. Os defensores do ambiente olham o Lexus
CT200h como uma mais valia e quem gosta de qualidade tem à disposição um automóvel com muito para oferecer. Com preços a partir dos 31.350 euros, o novo Lexus já deu que falar a nível internacional: recebeu o prémio de "Carro Ecológico do Ano", na Bélgica, num concurso patrocinado por duas publicações belgas especializadas na área automóvel, o clube automóvel belga VAB e o Circuito de Zolder.
quinta a fundo XF e XKR-S são as principais novidades da Jaguar para 2012 Chevrolet Malibu tem estreia marcada para o final de 2011 Volvo Universe é um dos protótipos mais arrojados e elegantes da casa sueca
O rENAULT Koleos e o Renault Laguna Coupé foram os primeiros modelos a beneficiarem da cooperação com a Bose. Agora é chegada a vez dos monovolumes Renault Scénic e Grand Scénic. Dois modelos que inauguram uma nova gama de sistemas áudio, denominada Bose Energy Efficient Series. A alta qualidade dos sistemas Bose será alargada às gamas Renault Mégane, Mégane Coupé e Mégane Sport Tourer, já no próximo mês de Julho.
Bluethooth de série em todos os modelos Saab a SAAB dá um passo em frente no mundo da tecnologia. A partir de agora todos os automóveis vêm equipados de série com sistema de mãos-livres Saab Bluetooth. De acesso simples e muito prático, basta ligar o telemóvel equipado com bluetooth e a agenda telefónica e as listas de chamadas são transferidas (dependendo do telefone) para o sistema de informação e entretenimento. O sistema é controlado através da unidade de entretenimento, dos botões no volante ou por comandos de voz.
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à mesa
viver
À medida do paladar Salsa , tomilho, alecrim, orégãos, man-
albano lourenço, chef
jericão, hortelã, coentros, pimenta, funcho e salva são indispensáveis para o chef Albano Lourenço. "Para perfumar ou simplesmente decorar", recomenda. As ervas aromáticas, segundo o chef do restaurante Arcadas, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, são fundamentais na preparação de qualquer receita, desde que, explica, sejam lavadas antes de serem picadas. Mas há outros cuidados a ter: quando está a preparar um risotto de açafrão, o chef aconselha a nunca colocar os filamentos de açafrão diretamen-
te no refogado. Primeiro, abra-os em vinho branco, pois o amarelo do açafrão é transferido para o vinho e, assim, é mais fácil dosear a intensidade cromática do prato. No caso dos alimentos indigestos, como o pimento, Albano Lourenço recomenda que seja confecionado sem a pele e as sementes. As sementes são fáceis de tirar, "mas renunciar à pele pode transformar-se numa verdadeira aventura". Após ter assar o pimento, deve colocá-lo num saco de plástico numa espécie de vácuo durante algum tempo para depois conseguir tirar a pele com facilidade.
receitas do chef
Caldeirada de peixe com pequenos legumes e açafrão ingredientes
modo de prepapração
1 kg de robalo 1 kg de rascasso (tipo de peixe) 8 cenouras baby 8 nabos baby 1 talo de alho françês 1 pimento verde 1 pimento vermelho 4 folhas de manjericão 4 chalotas 2 dentes de alho 4 fatias de pão alentejano 20 g de cebolinho, 250 ml de caldo de verduras, 1 ramo de hortelã, 1 dl de vinho branco, 2 ramos de aipo, açafrão, sal, azeite e pimenta q.b.
Preparar o peixe e cortá-lo em pedaços de quatro filetes por pessoa e temperar com sal e pimenta. Saltear as fatias de pão em azeite e reservar. Numa caçarola estufar, sem tampa, todos os legumes em azeite, regar com o vinho branco e o caldo de verduras. Juntar o açafrão, o manjericão, o cebolinho e a hortelã. Quando terminar a cozedura dos legumes, adicionar os filetes de peixe. Retirar algum excesso de líquido e adicionar o alho picado e um pouco de azeite. Colocar a tampa e deixar suar durante alguns minutos. Servir com as fatias de pão.
PU
Cerejas da Cova da Beira com gelado de canela
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ingredientes
modo de preparação
Cereja em vinho tinto: 1 kg de cerejas, 500 ml de vinho do porto, 350g de açúcar, 1 pau de canela, cravinho q.b. Gelado de canela: 250g de natas, 250g de leite, 100g de açúcar, 4 gemas, canela em pó q.b.
Cereja em vinho tinto: descaroçar as cerejas. Colocar num tacho o vinho do Porto, o açúcar, a canela e o cravinho e deixar ferver. Adicionar as cerejas e retirá-las quando estiverem cozidas. Deixar o vinho ao lume e deixar reduzir mais alguns minutos. Por fim, regar as cerejas com esta redução e reservar. Gelado de canela: ferver o leite, as natas e a canela em pó. Numa taça, misturar o açúcar e as gemas e mexer bem. Adicionar os dois preparados e levar de novo ao lume até atingir os 80.º. Deixar arrefecer e congelar. 28aBRIl 2011
vinhos
prémio "Newcomer of the Year"
Viva Portugal! Viva a Bairrada!
filipa pato Enóloga
há cerca de três semanas, quando entrei no majestoso castelo "Schloss Bensberg", perto da cidade de Colónia, como nomeada para os "Óscares do Vinho da Alemanha" - prémio "Newcomer of the Year", no âmbito dos "Wine Awards" da conceituada revista alemã de gourmets "Feinschmecker" - pensei que a probabilidade de sair de lá com o galardão era diminuta. Os outros cinco nomeados eram de peso, sobretudo a produtora italiana, Sílvia Imperato, criadora do célebre "Montevetrano", um dos melhores vinhos produzidos em Itália. Quando ouvi o meu nome ao microfone, saltei da cadeira direta para o palco. Chegara a hora do discurso, e com todo o entusiasmo dirigi-me para a plateia com cerca de 700 pessoas, não perdendo a oportunidade de falar sobre as castas tradicionais com que temos o privilégio de trabalhar na Bairrada: Baga, Bical, Cerceal, e outras… Nomes desconhecidos para a maioria dos ouvintes, mas que felizmente despertam cada vez mais a atenção dos apreciadores internacionais, sendo a nossa missão ajudá-los nessa descoberta. Viva Portugal! Viva a Bairrada!
sugestão 3b "Brut Nature" O 3b, "Brut Nature" é um método tradicional de beleza pura sem maquilhagem, uma edição limitada de 2.999 garrafas de 0,75 L e 20 magnum. Um vinho aromático e refrescante, elegante, com acidez convidativa, para servir a amigos como aperitivo ou em harmonia com um agradável cardápio de frutos do mar. A ideia é promover e respeitar a cultura tradicional das castas locais, Baga (uva tinta) e Bical (uva branca), que provêm de uma única vinha em solo argilo-calcário. Preço: 10 €
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Artigos: Diagonal Av. Calouste Gulbenkian, 98/104 Lj. 52 - Coimbra Modelo: Carla Sofia Produção: Black at White Fotografia: M. Crespo Cabelos: Natália Lopes Cabeleireiro Make Up: Makeit Up
estilo
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viver
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Andreia Batista, 23 anos, aceitou o desafio da C para mudar de visual. A estudante universitária surpreendeu os seus colegas, depois da transformação idealizada pela hairstylist Marisa, da equipa de Carlos Gago. A mudança foi bastante notada e elogiada já que Andreia tem agora um corte moderno, fluído onde os tons escuros foram equilibrados com madeixas mais ricas!
antes
Produção global: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago C. COMERCIAL GIRASSOLUM Fotografia: Pedro Ramos Roupas e adereços: B&A Ricardo Colaço Loja 121, 1º piso Helena Colaço Loja 117, 1º piso C. COMERCIAL GIRASSOLUM
depois
Lingerie: Loja Mirage Loja120, 1º piso C. COMERCIAL GIRASSOLUM
!
Se deseja mudar o seu visual, envie um e-mail, com o seu nome, idade e foto para
LEITORA Andreia Batista
HAIRSTYLIST Marisa
PROFISSÃO Estudante Universitária
CORTE Colecção Ilidio Design STYLE Texture Expert; Sparkling mist; Tecniart Texture spray
IDADE 23
vidanova@cnoticias.net
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dinheiro
aniversário
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A abertura à sociedade civil, apoiando projetos e causas de grande relevância para a comunidade, constitui uma marca distintiva do Dolce Vita Coimbra e um património emocional de grande valor
Seis anos no centro das emoções o 6.º aniversário representa o início de um novo ciclo para o Dolce Vita coimbra. a abertura de novas lojas e a disponibilização de novos serviços integram a estratégia. "é um processo normal", garante adiretora solange rocha Texto Mário Nicolau e Sílvia Diogo "sEIS anos depois da abertura do Dolce Vita Coimbra, o balanço é claramente positivo", afirma Solange Rocha. Marca a diferença pela oferta comercial, arquitetura e "claras preocupações sustentáveis", beneficiando de excelente localização e assumindo-se como ponto de encontro da cidade. "É um local incontornável da cidade", assegura. A abertura às iniciativas da sociedade civil, apoiando projetos e causas com grande relevância para a comunidade, "constitui uma marca distintiva do Dolce Vita e um património emocional de grande valor". Segundo Solange Rocha, "é algo que nos diferencia de outros operadores e é com bastante orgulho que somos abordados por diferentes instituições como espaço de referência para as suas iniciativas". Ponto de encontro para "amigos, famílias, colegas, estudantes", o Dolce Vita Coimbra é um caso de
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Solange Rocha Diretora em discurso direto "Num contexto competitivo como aquele em que vivemos, é essencial estar atento às novas tendências, às necessidades e expectativas que os clientes revelam e ter a capacidade de inovar e de apresentar um forte mix comercial. São estas as ideias-chave que orientam a nossa gestão, procurando elevar ainda mais a qualidade do serviço e tentar superar as expectativas dos nossos visitantes. Este é o objectivo último do trabalho que a nossa equipa desenvolve todos os dias e que tem vindo a ser reconhecido pelos visitantes".
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sucesso junto dos consumidores mais novos e das famílias. A 2.ª edição do “Dolce Vita Feelwoman Touch”, um evento dedicado em exclusivo às mulheres, e que inclui workshops ministrados por profissionais credenciados e convidados VIP, em áreas como maquilhagem, hairstyle, fashion adviser, auto-estima, nutrição, entre outras, converteu o centro comercial numa autêntica "capital das mulheres". No que diz respeito a famílias, o Dolce Vita convida as famílias "a visitarem-nos ao fim de semana e a envolver as crianças nos ateliês infantis gratuitos", denominados "Traquinas", onde os mais novos podem aprender de uma forma divertida e pedagógica. Ao domingo de manhã, promovemos sessões de cinema gratuitas para toda a família. As negociações com novas insígnias, explica Solange Rocha, "estão a decorrer a bom ritmo e
Lojistas analisam momento do Dolce Vita brevemente daremos mais novidades", mas já este ano o Dolce Vita passou a contar com novas marcas como a Springfield, a Não+Pelo e a Eureka Shoes. O trabalho "dedicado e rigoroso" desenvolvido pela equipa do centro comercial em parceria com os operadores permitiu superar as expectativas dos visitantes em muitas ocasiões, mas a tarefa não está concluída. "No futuro vamos continuar a receber e a promover iniciativas interessantes, trazendo o que de melhor é feito pela comunidade local para dentro do shopping. Estamos a fazer um reforço da nossa aposta no segmento de moda e lifestyle e das família, e a articulação deste conjunto de iniciativas vai com certeza reforçar a notoriedade do Dolce Vita em Coimbra", assegura a diretora do centro comercial. O atual contexto económico, acrescenta, é encarado pelo Dolce Vita Coimbra como um desafio para procurar fazer mais e melhor. "O shopping é um motor económico para a região, materializado pela criação de postos de trabalho diretos e indiretos. Ao nível social, ao longo destes seis anos, tem apoiado uma série de causas e iniciativas da comunidade, sejam instituições da sociedade civil, da universidade, de entidades públicas e privadas", lembra. A gestão sustentável conduziu à racionalização do consumo de água e energia, o que coloca "os nossos centros comerciais uma referência nas melhores práticas ambientais a nível nacional e internacional no setor do retail". A introdução de novas marcas e operadores, a renovação de espaços já existentes ou a introdução de espaços alternativos (como o Wine Bar, promovido pela Rota da Bairrada) estão nos planos de Solange Rocha, que elege a versatilidade do Dolce Vita como instrumento fundamental na procura de soluções alternativas que tragam novidade e que sejam capazes de atrair novos visitantes.
Apoio administrativo, segurança e localização são mais valias do centro comercial
Para Paula Leão, gerente da loja Springfield, uma das mais valias do Dolce Vita é o apoio administrativo. "Todo o trabalho administrativo é muito bom", assegura. A segurança é outra das vantagens e os elementos da empresa ao serviço no Dolce Vita "estão sempre disponíveis e prontos para ajudar". Porém, segundo Paula Leitão, o que realmente atrai os clientes é a localização do Dolce Vita "principalmente quando há jogos de futebol no estádio". Já Celeste Brízida, gerente da loja Ana Sousa, afirma que o Dolce Vita Coimbra "tem as melhores escolas à sua volta e permite fazer compras facilmente". Celeste Brízida defende a criação de novas vertentes e o reforço das já existentes nomeadamente, cabeleireiros, estética de unhas, laboratório de fotografia e "uma boa" papelaria. "É um shopping incompleto", considera. Para Sara Gouveia, gerente da loja Américo Tavares, o Dolce Vita é um shopping de elite. O maior desejo da gerente é que as reestruturações em curso no shopping aumentem o número de visitantes. Sara Gouveia gostava de ver o Dolce Vita Coimbra decorado com mais plantas, de modo "a dar um ar mais natural ao shopping".
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viver
prémio
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prémio
Era Vale das Flores/ Solum premiada nos Estados Unidos 3
A era vale das flores/solum garantiu de novo, o primeiro lugar nacional em número de vendas e faturação. Na "Convenção de Las Vegas" o prémio foi entregue por Charlie Young ao gerente e diretor geral, João Esteves no Hotel "The Mirage". A loja Era do Vale das Flores é a que mais fatura a nível nacional, tendo apenas um terço do mercado da marca de real estate em Coimbra.
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1 CEO Charlie Young, João Esteves e Alexander E. Perriello 2 Rui Torgal, Fernando Sapinho, Gustavo Soares, João Esteves , Nuno Ramos e Paulo Morgado 3 Inês Henriques, João Esteves, Sérgio Estevão 4 Miguel Poisson, João Esteves e Gustavo Soares
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Mosteiro santa clara- a-velha
Visitante 100 mil recebido com festa Miguel Saitz de 24 anos é o visitante 100 mil do Mosteiro Santa Clara-a-Velha. O estudante de Documentação na Universidade de Salamanca, em Espanha, visitou pela primeira vez Coimbra e Portugal. Mesmo que não regresse à cidade dos estudantes, será sempre um elemento especial para o Mosteiro de Coimbra inaugurado há cerca de dois anos, depois de uma longa história de recuperação. O jovem veio na companhia da sua namorada Hana e foi guiado por cinco personagens criadas para animar o mosteiro - Arqueólogo Manel , Inês de Castro, Freira Hilária e Hortelão Gregório.
2 1 Miguel Saitzcom a namorada Hana e Artur Couto Real 2 As figuras do Mosteiro: Arqueólogo Manel , Inês de Castro, Freira Hilária e Hortelão Gregório
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Inaugurada a vivenda do coração a associação sem fins lucrati-
vos Círculo de Amigos da Cirurgia Cardiotoráxica de Coimbra inaugurou, recentemente, "A Vivenda". O espaço, na Rua António José de Almeida, tem capacidade para acolher três doentes (e três acompanhantes) que necessitem, após intervenção cirúrgica, de apoio médico durante o dia . Foram muitos os amigos daquela associação que marcaram presença no evento. O cirurgião Manuel Antunes e Ernesto Vieira, presidente da direção do Círculo de Amigos, não pouparam nas palavras de agradecimento a todos quantos tornaram o sonho possível. 1 Elói Pereira e Luís Eugénio 2 Manuel Antunes, Orlando Sá e Maria da Luz 3 Áurea Vieira e Emília Sola 4 Fátima Campos e José Relvão 5 Isabel Garcia e Ernesto Vieira
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festa
viver
Cervejaria Praxis comemora segundo aniversário a PRÁXIS, a cervejaria mais famosa de Coimbra , sit uada ju nto à margem esquerda do rio Mondego, comemorou o segundo aniversário num ambiente amigável. Pedro Baptista, proprietário da cervejaria, reuniu amigos e convidados para celebrar o momento e afirma que foram dois anos com "algumas batalhas ganhas mas a cervejaria continua a ser um projeto ambicioso". O DJ Mellow Full passou música ambiente durante a tarde e a noite enquanto dezenas de pessoas aproveitam para beber a cerveja tradicional de Coimbra.
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1 1 A equipa da cervejaria Praxis 2 Márcio Ferreira, Pedro Baptista e José Monteiro 3 Pedro Baptista e clientes
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Música
City Spark brilharam no Rock Café Os City Spark foram os grandes vencedores da segunda eliminatória do III Festival de Bandas do Rock Café de Coimbra. A banda de Castelo de Paiva conquistou o júri e o público do Parque Verde com o seu som original, entre o rock e o pop alternativo. Para trás ficaram os leirienses The Playar, que, contudo, mostraram uma excelente interação com o público. O III Festival de Bandas decorre até julho no Rock Café Coimbra. O conjunto vencedor receberá um prémio no valor de dois mil euros.
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28aBRiL 2011
NB
Easter Weekend Nem a páscoa fez parar as noites no NB. O serão de quinta-feira foi de UNIVERSITY RULES. Os convidados entraram sem consumo e tiverem direito a três bebidas apenas pagando duas. Na sexta-feira, a animação continuou com“The very best of Disco Sound”. O Dj. Filipe Sanches animou os convidados com o seu gosto particular que vai do deep house ao electro house passando pelo soulfoul. A noite de sábado foi de arromba com Music...Sounds...Love ao som de DJ Xaninho e DJ Mouse.
noite
Saturday Night Fever no Duplex
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A NOITE de sábado no Duplex foi de festa. Saturday Night Fever apostou nas melhores sonoridades dos anos 60, 70 e 80 com Diemarionetten.
Curtas italianas TAGV/Coimbra. 28 abril. 18H30. 2,5€ a 3,5€
CULTURA
A sessão, com oito curta-metragens e cerca de duas horas, está inserida na Festa do Cinema Italiano, a decorrer em Coimbra de 27 a 29 de abril.
agenda da semana Xícara qui.28 Quinta do Bill ao vivo - Fnac LeiriaShopping - 22H00
sex.29
Cine Teatro Avenida/Castelo Branco. 30 abril. 21H30. 5€
Dentro de mim, fora daqui Teatro Viriato/Viseu. 28 a 30 abr. 1€ a 2,5€
O grupo apresenta um EP que presta homenagem a poetas de todo o país, relembrando tradições e enaltecendo a língua camoniana.
"A casa" (espetáculo de dança / A Jangada de Pedra) - Teatro Miguel Franco/ Leiria - 21H30
Doze atores encarnam seis personagens, gémeos siameses, o pró e o contra. Encenado por Graeme Pulleyn, com jovens de Viseu.
XXI FITUA Teatro Aveirense. 29 e 30 abr. 21H30 A Tuna Universitária de Aveiro organiza, desde 1990, aquele que é considerado um dos melhores festivais de tunas do mundo.
sáb.30 Marco Rodrigues ao vivo - Fnac Coimbra - 22H00
dom.1 Conservatório de Música de Aveiro (ao vivo) - Teatro Aveirense - 11H00
seg.2
Noiserv Teatro Municipal da Guarda. 30 de abril. 22H00 Café-concerto com David Santos, o mentor dos criativos Noiserv.
"Charlie Oito" TAGV/Coimbra. 30 de abril. 21H30. 5€ Programa multidisciplinar, que inclui um extrato do filme que mostra a chegada de Salgueiro Maia à Praça do Comércio.
Concerto UHF - Albergaria-a-Nova - 23H30
ter.3 Estreia "Desligar e voltar a ligar" (teatro pelas classes d'O Teatrão / PANOS 2011 - Culturgest) - OMT/Coimbra - 22H00
Mafalda Arnauth
qua.4
Fnac Coimbra. 28 de abril. 22H00
Exibição do filme "Potiche", de François Ozon - Teatro Miguel Franco/ Leiria - 18H30 e 21H30
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O trabalho mais recente da cantora, "Fadas", é o mote para o concerto, onde Mafalda cruza o seu fado com uma homenagem às mulheres que mais a marcaram, como Amália, Hermínia Silva e Celeste Rodrigues.
28ABRIL 2011
Esperanza Spalding atua nos coliseus do Porto (15 de julho) e Lisboa (16 de julho)
confidências
Cristina Nóbrega
"Gosto de Matisse e de Miró"
Teatro José Lúcio da Silva/ Leiria. 28 abril. 22H00 12,5€ A cantora lisboeta, que recebeu o "Prémio Artista Revelação 2009" pela Fundação Amália Rodrigues, apresenta agora o novo álbum, "Retratos". Os "poetas cantados" no trabalho são Miguel Torga, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Cabral do Nascimento, Vasco Graça Moura, António Gedeão, António Aleixo, José Fanha, Luís Pedro Fonseca, Augusto Gil, Fernando Vieira e Reinaldo Ferreira.
Que livros está a ler? Neste momento, estou a ler o "Dicionário Imperfeito", de Agustina Bessa-Luis. É a escritora que me acompanha, sempre. Vai regularmente ao cinema? Sim. Na minha opinião, ir ao cinema é ótimo para contrariar os caprichos do dia-a-dia. E ao teatro? Adoro ver as representações do grupo Fatias de Cá. Que preferências musicais é que tem? World music. E nas artes plásticas? O que aprecia mais? Gosto sobretudo do trabalho de Matisse e de Miró. Participa nas redes sociais da internet? Sou utilizadora mas não participo "ao minuto".
Mapas Antigos de Portugal
No Reino D'aquém e D'além Dor
Biblioteca Joanina / Universidade Coimbra Até 31 de maio
Hall de entrada dos HUC/Coimbra. Até 21 de maio
Exposição de mapas que pertenceram a Carlos Nabais Conde e que a Biblioteca Geral recentemente adquiriu. Estão patentes 18 peças que cobrem a representação cartográfica do país entre os anos de 1482 e 1812. O visitante pode ver, por exemplo, o primeiro mapa português de Álvaro Seco de finais do século XVI, um mapa das ilhas dos Açores que inclui uma ilha inexistente e uma panorâmica de Coimbra do século XVI.
O Serviço de Anestesiologia dos HUC está a promover uma mostra fotográfica que tem surpreendido os visitantes. A exposição, que remete para o imaginário do mundo da anestesia, reúne nomes consagrados e emergentes nas artes visuais: Albano da Silva Pereira, António Barreto, Francisco Feio, Inês d'Orey, José Farinha, Leonardo Miranda, Miguel d'Aguiam, Paulo Abrantes, Sebastião Resende, Vandanuno e Wojtek Ziemilsky.
PAULA CARMO Jornalista (Diário de Notícias)
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viver
vidas
Nuno Bívar, o coronel que dedicou a vida ao desporto aos 78 anos foi agraciado com a medalha de bons serviços desportivos. um galardão que representa uma vida de sucessso desportivo texto Marco roque FOTOS pedro ramos "Sempre tive uma paixão pelo desporto, nasci no quartel em Évora, costumo dizer que sou militar porque tinha de ser", lembra Nuno Bívar. "O meu pai era lá oficial, eu ia para aulas de ginástica dos soldados e acabei por fazer parte de uma classe de filhos de oficiais e sargentos, foi esse o embrião da parte desportiva", completa. Depois entrou para o Colégio Militar. "Tive a sorte de estudar lá, fiquei ligado ao colégio porque foi uma casa que me marcou", conta. Em 1982 regressou, como subdiretor "Voltei à origem. Foi uma missão de serviço, a minha paga ao colégio daquilo que me deu enquanto aluno", destaca, sublinhando que "foi talvez a missão mais difícil da minha vida". Militar de carreira, o coronel praticou "quase todos os desportos". "Os de maior destaque foram o andebol, o ténis, o tiro, o atletismo e o hipismo. Fui campeão de todos e, nalguns, recordista nacional", revela o coronel. No andebol passou por Benfica, Oriental e Sporting, sempre a conciliar exército e desporto. "Na altura em que estive em melhor forma, chegava a não treinar uma única vez na semana. Eu estava em Santa Margarida, os jogos eram em Lisboa", recorda Nuno Bívar. "Tive épocas muito boas no Sporting que foram vividas assim. Depois passei para Santarém, aí passei a ir fazer treinos a Lisboa", completa. Mas, mesmo assim, o coronel voltava dos jogos à uma da manhã, com instrução às sete. "Foi duro, mas recordo esses tempos com muita saudade. Tempos complicados, mas interessantes",
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refere. E lembra com orgulho "a vitória por 13 a zero sobre a Espanha, numa seleção onde eu era o único jogador de Lisboa". Nem a guerra o parou. "Tive quatro comissões em Angola, com o desporto sempre ligado a mim", lembra. "Logo na primeira criei uma secção de andebol no Nun'Álvares, um clube feito 'a martelo', mas que acabou por ganhar os primeiros três campeonatos de Angola", destaca. E também conseguiu manter a "chama" do hipismo acesa. "Não se levavam cavalos para lá. Mas como fui o primeiro comandante e fundador da Polícia Montada, ajudando também a criar o centro hípico de Luanda, consegui manter a chama", recorda. Hoje, o hipismo ocupa o seu tempo. Por isso, faz sentido que tenha recebido a medalha na Semana Equestre Militar, no dia 19 de março,
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Foi uma festa bonita, com a presença de muitos amigos, como os soldados do meu batalhão, isso tocou-me profundamente
em Mafra. No entanto, o coronel sublinha que "é uma medalha de âmbito desportivo, geral, não de equitação". E também não é uma medalha militar. O local acabou por agradar. "Em vez de ser num gabinete, foi numa cerimónia militar, teve outro brilho", conta. "Gostei mais, sou militar, estava com a minha gente, em minha casa", completa. Um dia de emoção. "Foi uma festa bonita, agradável, com a presença de muitos amigos que me foram dar um abraço, como os soldados do meu batalhão, isso tocou-me profundamente", destaca. E houve tempo para uma surpresa. "Quando me dirijo para a bancada, ouço os meus antigos colegas e alunos do colégio militar gritar 'zacatraz!', seguido do 'ramalho' – honras tradicionais do colégio - toca fundo. A gente sente qualquer coisa", revela. Nem tudo foi positivo. "Fiz vários convites, inclusive ao Centro Hípico de Coimbra, onde todos os dias monto, a elementos da direção à qual também pertenço", refere. Mas "o centro acabou por não se representar, não disseram nada", conta. "Um convite é uma prova de consideração, aceito todas as motivações para que não vão, agora não dizer nada... É fraco, não é bonito", reitera Nuno Bívar. Porque para o coronel, "os princípios de delicadeza e gratidão" que lhe incutiram, no exército e no colégio militar, são tudo. E "o caráter é imprescindível, na vida e no desporto".
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Do ténis ao hipismo, em tudo campeão Ténis de mesa, no Colégio Militar, de voleibol, basquetebol e atletismo na Mocidade Portuguesa. Campeão nacional de estafeta, recordista no salto com vara e lançamento de peso. Campeão universitário de futebol, andebol e atletismo. Campeão nacional de andebol pelo Sporting. Obteve títulos militares no pentatlo e no tiro desportivo. Três campeonatos (treinador-jogador) de andebol no Clube Nun'Àlvares. Campeão nacional por equipas, em ténis. Vários títulos no hipismo, incluindo quatro campeonatos de veteranos.
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As redes sociais não são um confessionário, são um jornal de parede a que o mundo tem acesso
Dois jovens talentos das ciências da tecnologia descobriram que o sistema operativo IOS4, da Apple, presente em dispositivos como o iPhone, arquiva um registo detalhado de dados geográficos dos seus utilizadores. Pergunto eu, qual é o problema? Quem não deve não teme. Acho mesmo que até pode ser útil. Para um cidadão inocente que se veja indi-
ciado numa qualquer ilegalidade, esta informação pode até revelar-se de importância extrema, podendo dessa forma provar onde se encontrava num certo dia a uma determinada hora. Mas esse mesmo ficheiro permite também conhecer rotinas privadas. É aqui que os puristas da privacidade se exaltam e nós devemos reflectir. Se alguém nos roubar o telemóvel, ou a ele aceder por via informática, pode então reconstruir a nossa vida recente, conhecer os nossos hábitos e saber, com rigor aterrorizador, onde trabalhamos, tomamos café e vivemos. Isso é mau. Mas será que, de facto, estamos genuinamente preocupados com a nossa privacidade? Sinceramente acho que não. Há meia dúzia de anos, na internet, todos usavamos nomes falsos. Foi a era dos nicknames. Hoje usamos nomes completos e atualizamos diariamente as fotografias que nos identificam nas redes sociais. Quase sempre sem perceber que tudo o que na internet se coloca não só deixa de ser legalmente nosso, como acontece no Facebook e demais redes sociais, como pode mesmo contribuir para que hipotequemos não só a nossa liberdade mas até mesmo o nosso futuro. Vejo com alguma estranheza pais que colocam fotografias dos seus bebés no Facebook e jovens que publicam orgulhosamente fotos das suas bebedeiras. A tão falada “pegada digital” é indelével mas poucos têm disso consciência. O que esperam os utilizadores
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das redes sociais? Colorir o albúm fotográfico de tarados e pedófilos? Hipotecar as eventuais futuras entrevistas de emprego? Permitir que patrões e colegas de trabalho percebam que estão sempre no chat e nas redes sociais quando deviam estar concentrados a trabalhar? Sou um ativo utilizador do Facebook e do Twitter. Acho que a internet é algo verdadeiramente maravilhoso. Defendo uma internet aberta, livre e surpreendente. Gosto de sentir que vivo numa aldeia global. É bom ter acesso à informação quando ela surge e não quando já foi adulterada e o prazo de validade se venceu. Porém, é preciso conhecer as ferramentas para bem as utilizar. Com um carro se transporta alguém às urgências de um hospital, mas com o mesmo carro se pode pôr fim à vida da pessoa que no dia anterior salvámos. Como artista, e através da internet, comunico-me diariamente com cerca de cinquenta mil pessoas. É para mim, profissionalmente, uma ferramente inestimável. Há quinze anos colava cartazes a anunciar os meus espetáculos. Hoje, a partir do meu telemóvel, posso anunciar que dentro de cinco minutos vou aparecer na televisão. É, de facto, extraordinário. Mas tal como no passado eu não ia pelas ruas com um megafone a anunciar a minha vida privada, também hoje não uso as redes sociais para partilhar com desconhecidos informações tão privadas para mim quanto irrelevantes para os outros. As redes sociais não são um confessionário, são um jornal de parede a que o mundo tem acesso e cujo conteúdo os seus verdadeiros donos passam a legalmente possuir. Imaginem um café de aldeia onde tudo se diz e comenta... As redes socias são mais ou menos isso à escala global. A única diferença é que fica tudo gravado e toda a gente pode ouvir, vezes sem conta, para sempre!
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