josé eduardo simões
CONHEÇA OS OBJETIVOS DE PS E DO PSD
2 JUNHO 2011 • Nº 18
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ACADÉMICA NÃO É TRAMPOLIM PARA POLÍTICOS
DOSSIê LEGISLATIVAS
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REVISTA SEMANAL
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FIGUEIRA EXPORTA CULTURA
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A busca pela perfeição é o lema da Vortice, a companhia de dança de Portugal mais desejada no estrangeiro
alfredo marques
reportagem
EM CASA DE
O QUE PENSA O "SENHOR REGIÃO"
ANIMAIS MARINHOS CURADOS EM QUIAIOS
Mário nunes e maria de Lurdes
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Opinião
Um dia com
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Vidas
Paulo Leitão
Henrique Fernandes
Filipa Gaioso Ribeiro
José Malhoa
5 Editorial 10 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 24 Via do leitor 25 Cartas 41 Empresário de sucesso 48 Em casa de... 51Casino 52 Topo de gama 54 À mesa 56 Moda 58 Antes e depois 60 Social 66 Cultura
Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net) Redação:
Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net)
Colunistas 23 Paulo Leitão 33 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos
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Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; Fotografia:
AO MICROSCÓPIO
6 Eleições legislativas As propostas do PS e PSD no distrito de Coimbra 20 Um dia com Henrique Fernandes C viu como funciona o Governo Civil de Coimbra
Pedro Ramos (pedro.ramos@cnoticias.net) Direção de Arte:
Inês Abrantes e Jorge Caninhas Relações Públicas- Diretora:
Eugénia Abrantes Produção:
22 Que é feito de si? Vítor Hugo Salgado, ex-presidente da AAC, é vereador (PS) da câmara de Vizela
André Navega , Hugo Campos e Tiago Carvalho
SOCIEDADE
Serviços Comerciais
26 Centro está preparado para o futuro Entrevista com Alfredo Marques, presidente da Comissão de Coordenação Regional
Diretor Comercial:
Luís Figueiredo (luis.figueiredo@cnoticias.net) Técnicos de Vendas:
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30 "Hospital" para animais marinhos Quiaios alberga centro de recuperação
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pág. 34
34 Eleições na Académica José Eduardo Simões diz que "sócios vão chumbar quem destrói tudo por onde passa"
CÉREBROS
38 Menos rejeição aos "stents" na desobstrução das artérias Ana Paula Piedade explica processo à C
DINHEIRO
44 Dia Mundial do Ambiente Florestas: a natureza ao nosso serviço
VIVER
66 Vortice Dance Company Figueira da Foz partilha tesouro cultural com o mundo 72 "Só o público nos dá energia" Histórias de vida do cantor José Malhoa
pág. 66
editorial
Todos às urnas SOARES REBELO Diretor
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Só há uma solução: enfrentar, com empenho e coragem, o período de nojo que nos é exigido como contrapartida do resgate da dívida
a sistemática radicalização das posições partidárias tem impedido acordos básicos essenciais em Portugal. Setores, entre outros, como a educação, a justiça e a segurança social exigem de há muito consensos de regime – teimam, todavia, em não concretizar-se. A regeneração ética da nossa prática democrática é também tida como indispensável – continua a ser, no entanto, ela própria, ignorada. Resultado: voltamos a ser chamados às urnas em ambiente pessimista, de mera complacência, até, para alguns, de crise sem retorno.
cassas horas de ir às urnas, muitos se mantenham indecisos quanto à escolha. Os nomes elegíveis não "apaixonaram" o eleitorado. Nem os nomes nem os desígnios. Voltaram a faltar, no confronto ideológico, personalidades mobilizadoras, ideias credíveis.
churchill garantia não haver momentos bons ou maus na história dos povos, tão-só homens que, nos momentos cruciais, se revelam grandes ou pequenos no encaminhamento da coisa pública. Portugal atravessa uma fase crítica de liderança política, agravada por comprometedora redução do crescimento económico, aumento do défice orçamental, diminuição do investimento estrangeiro e baixa produtividade empresarial (apenas cerca de dois terços da média europeia). Carece, por isso, e com toda a urgência, de gente capaz de lhe inverter a marcha para o abismo.
cumpre-nos, por isso, votar. Seja qual for o nosso estado de espírito perante a vacuidade do discurso e a futilidade do debate com que nestas últimas duas semana fomos confrontados, por maior que seja a nossa frustração face à qualidade humana e profissional de quem integra as listas de candidatos a deputados que nos são propostas, é ainda assim nosso indeclinável dever participar na consulta. Nesta fase da vida nacional nenhum português deverá alhear-se de manifestar opinião sobre a redefinição que se impõe introduzir no nosso processo de desenvolvimento coletivo.
do novo Parlamento e, simultaneamente, do novo Governo que este domingo vamos sufragar terão de exigir-se posturas outras, mais decididas, menos clientelares. Para não continuarmos a atrasar-nos na convergência europeia, precisamos sanear as finanças, equilibrar as infraestruturas, reformar a administração pública.
as medidas impostas pela troika (FMI, Comissão Europeia, Banco Central Europeu) e aprovadas pelo PS, PSD e CDS, formatam, de forma irreversível, o programa do futuro governo. Os partidos estão obrigados, por isso, a pôr definitivamente termo às lutas pessoais pelo Poder. Só há agora uma solução: enfrentar, com empenhamento e coragem, o período de nojo que nos é exigido como contrapartida do resgate da dívida. Portugal tem, forçosamente, de crescer – mas por si próprio. Não podemos continuar à espera de iluminados redentores da Pátria.
a campanha não foi fértil em projetos, claros e inequívocos, de modernização nacional. Falou-se muito, mas, uma vez mais, avulso. Prometeu-se bastante, mas sem substância. Não admira, portanto, que, a es-
A crise é inequívoca, até ao nível dos valores. Exige, em conformidade, moderação política, sensatez democrática, prudência, responsabilidade. O esforço reclamado pela conjuntura deverá ter envergadura nacional, que mobilize amplas maiorias sociais.
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ao microscópio
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ao microscópio
a C iniciou, a semana passada, a publicação de entrevistas com os cabeças de lista pelo círculo eleitoral de Coimbra dos cinco partidos com representação parlamentar. Começámos por dar voz aos partidos mais afastados do arco do poder. José Manuel Pureza, pelo Bloco de Esquerda; João Serpa Oliva, pelo CDS-PP; e Manuel Rocha, pela CDU, apresentaram os seus argumentos. Os dois primeiros foram já deputados da nação durante o último ano e meio. Nesse período, assumiram-se como dois dos parlamentares mais ativos, não só dos seus respetivos partidos mas também de toda a Assembleia da República. Esperam, naturalmente, continuar no Parlamento. Já o último ficou às portas da eleição em 2009. Está de volta à "luta", com a esperança de que a oportunidade chegue neste sufrágio. Nesta edição, o destaque vai para os dois partidos que têm governado o Portugal livre. Tudo indica que, mais uma vez, seja um deles a liderar o próximo governo. Executivo que, contudo, terá quase forçosamente de incluir outras forças políticas. Tanto o Presidente da República como as entidades externas que auxiliaram financeiramente o país já deixaram claro que não aceitam um governo minoritário. A única opção é porem de lado as divergências e entenderem-se, a bem do futuro do país. Em entrevista à C, a cabeça de lista do PS pede uma nova oportunidade para o PS de José Sócrates. Considera Ana Jorge que, num momento de crise como o que vivemos, é importante confiar em quem tem experiência política. A ministra da Saúde alerta ainda para o Serviço Nacional de Saúde que, diz, o PSD põe em causa no seu programa eleitoral.
Por seu lado, José Manuel Canavarro pede mudança e apresenta já algumas das p r ior id a d e s que tem para o distrito. O número um das listas social-democratas em Coimbra lamenta a discriminação negativa que o distrito tem sofrido durante os governos socialistas e afirma que se tiver um voto a mais do que o PS, será um bom resultado. Votar em consciência Importa ainda frisar que, além destas cinco forças, há mais nove partidos, movimentos e coligações que se apresentam a este ato eleitoral: Partido Nacional Renovador; Partido Popular Monárquico; PCTP/MRPP; Partido Trabalhista Português; Nova Democracia; Portugal Pró-Vida; Movimento Partido da Terra; Movimento Esperança Portugal; e Partido pelos Animais e pela Natureza. A campanha eleitoral termina amanhã, sexta-feira. Depois de comícios, arruadas, almoços, jantares e visitas a feiras, todos os argumentos foram apresentados exaustivamente pelos diferentes partidos. Os portugueses estarão em condições de decidir, em consciência, em quem votar no domingo, dia 5 de junho. O futuro do país está nas suas mãos. Agora escolha.
Agora escolha Depois de BE, CDS e CDU, conheça esta semana as propostas dos cabeças de lista do ps e do PSD para o distrito de coimbra TEXTOs Vasco Garcia FOTOs PEDRO RAMOS 6
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ana Jorge
É importante confiar em quem tem experiência Potenciar a universidade Fusão hospitalar pode melhorar a prestação de cuidados de saúde Linha ferroviária Serpins-Parque é prioritária Saúde como pólo de desenvolvimento do distrito Ana Jorge, ministr a da saúde, de 61 anos, é a cab eç a de lis ta do P S em Coimbra. Espera manter o s q uat r o d epu ta d o s eleitos em 2009 e valoriza a experiência de Sócrates
também, à área da saúde. A saúde é um dos polos de desenvolvimento. Não é por acaso que Coimbra é conhecida como a cidade da saúde.
Volta a ser cabeça de lista por Coimbra. Conhece hoje melhor o distrito? Obviamente. Há dois anos, percorri o distrito todo. Desta vez, com outro conhecimento e outra experiência, noto uma grande diferença, mesmo, nomeadamente no interior. Visitámos algumas empresas no interior do distrito que são grandes empresas, a nível internacional, que têm um grande volume de negócio para exportação e são uma grande fonte de emprego. É muito positivo.
Porque diz que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai a votos no dia 5? O PS apresenta, no seu programa, a continuidade do SNS, mantendo os seus princípios fundamentais. Comparando com o programa do PSD, o que lá está é pôr em causa os pilares fundamentais do SNS, nomeadamente através do "plano universal de benefícios". Conjugando a leitura do programa com as intervenções feitas pelo líder do partido percebemos que está em risco a universalidade dos cuidados, que existem copagamentos, e que se caminha para a desestruturação do SNS.
Quais são as grandes prioridades para Coimbra? Temos de potenciar aquilo que é a universidade hoje em dia. Devemos ligar a universidade ao desenvolvimento das empresas e da tecnologia nos mais diferentes campos e,
O metro é um tema quente da campanha. Uma das últimas entrevistas que deu gerou alguma confusão. Quer esclarecer, definitivamente, a sua posição e a do PS? A posição do PS é muito clara. A
primeira prioridade que está definida é a linha ferroviária Serpins-Parque. O PS votou, no Parlamento, em conjugação com os outros partidos, a necessidade da linha ferroviária. É essa a posição que o PS mantém neste momento. Mas compreende que a população se sinta defraudada? Com certeza. A população tinha uma linha ferroviária e foi considerado importante renová-la. Para fazer essas melhorias, houve que tirar os carris. O que acontece é que tem havido alguma dilatação no tempo. Como este projeto tem a ver com a vida diária das populações, todo o tempo que leva é um tempo a mais. É entendível, mas faremos tudo para que o tempo seja abreviado e se possa resolver o problema. Perante a situação do país, porque é que se deve dar novo voto de confiança ao PS? Precisamente por esta situação de grande constrangimento e de crise financeira e económica, é importante confiar em quem tem ex-
periência, quem defende Portugal, quem tem apostado e tem promovido grandes obras e grande apoio ao desenvolvimento. O candidato do PS é o que tem maior experiência do ponto de vista político, quer nacional, quer internacional, que será fundamental na defesa de Portugal num momento de crise. Que resultado espera obter? Coimbra perdeu um deputado. Nós estamos com quatro, e eu gostaria de ter cinco. Mas, face ao contexto, o nosso objetivo é manter os quatro deputados. Se o PS ganhar as eleições, vai continuar como ministra? Não faço futurologia sobre isso. Eu fui ministra da Saúde nos últimos dois governos, sou profissional de saúde, defensora do SNS. Esteja onde estiver, o meu objetivo será defender a saúde para todos os portugueses e continuar a trabalhar por um SNS de qualidade. Se não ganhar, será como deputada? Por exemplo.
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ao microscópio
atual
José Manuel Canavarro
Se tivermos mais um voto do que o PS será um resultado extraordinário Reposiçao da linha entre Coimbra e Serpins Instituições de ensino superior devem orientar-se para a empregabilidade Criação de um plano de emergência social Modelo de economia baseado na economia privada José manuel Canavarro, professor universitário de 46 anos, é o primeiro candidato do PSD em Coimbra.Quer ficar à frente do PS e lamenta a discriminação negativa do governo Estava à espera de ser escolhido para cabeça de lista? Quem está na política, está para servir o partido. Aqui, coincidiram várias vontades: da maioria das concelhias, da distrital e da comissão política nacional. Foi uma escolha consensual. Esse consenso dá-lhe mais legitimidade ou mais responsabilidade? Dá-me mais responsabilidade. Também porque Coimbra conseguiu com que o cabeça de lista do PSD fosse uma pessoa de Coimbra, o que nem sempre acontece. Veja-se o caso do PS, em que o cabeça de lista é uma pessoa da Lourinhã. Qual a importância de o cabeça de lista ser de Coimbra? Conhecemos melhor o distrito.
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Quem é ministro, como Ana Jorge, tem uma notoriedade diferente, mas nós conhecemos melhor o distrito. Que resultado espera obter? O resultado mínimo, que nos dará a sensação de dever cumprido, é eleger quatro deputados, como em 2009. Se tivermos mais um voto do que o PS, será um resultado extraordinário. Está preocupado com as sondagens? Vamos aguardar. Na nossa sondagem de rua, nas conversas com as pessoas, sentimos que a vantagem é maior do que a que vem expressa nas sondagens. Sentimo-nos à frente e com a obrigação de estar à frente. Quais as prioridades e preocupações do PSD no distrito? Três grandes preocupações. Nas infraestruturas e acessibilidades, ainda falta fazer alguma coisa. Dou quatro exemplos: arranjar uma solução para o Metro Mondego, requalificar a Estrada da Beira, con-
cluir o IC6 e redimensionar o Porto da Figueira da Foz. Outro aspeto importante é o desenvolvimento de empresas e emprego. Temos de aproveitar as nossas forças, quer as indústrias mais tradicionais, quer as mais emergentes, e fomentar um modelo assente em economia privada, mais do que a economia dos serviços públicos. Por último, teremos um grande cuidado com os aspetos sociais. Vamos colocar em marcha um plano de emergência social, em ligação com as IPSS, as misericórdias, as entidades mutualistas. Há franjas da população a carecer de apoio e, num cenário de crise, essa população merece o nosso cuidado e o nosso apoio. Como vê todo este imbróglio à volta do metro? Este é um processo que se arrasta há demasiado tempo e as expectativas que foram dadas à população têm de ser concretizadas. Nós defendemos a reposição da linha entre Coimbra e Serpins e a resolução do problema concreto do metro. Como? Se o projeto do TGV for abandonado, a verba que fica liber-
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ta, do fundo de coesão da União Europeia, pode ser reaproveitada para outros projetos, sobretudo para projetos de transportes, infraestruturas e ambiente. Enquanto deputados, lutaremos por isso. Se formos governo, estaremos junto do governo a pressionar para que o problema se resolva. A possibilidade de vir a ser ministro da Educação está na sua cabeça? Não. A minha missão e o meu objetivo é ser deputado por Coimbra durante a próxima legislatura. Considera que o governo não gosta de Coimbra? Preferia não ter essa visão, mas a sensação que tenho é um pouco essa. Acho que o governo socialista – designadamente com José Sócrates – não tem uma grande predileção por Coimbra. Não estamos à espera de uma discriminação positiva, enquanto não for necessária, mas não queremos que nos discriminem negativamente. E o governo de José Sócrates discriminou-nos negativamente.
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direito
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sete sóis, sete luas head
elevador do mercado
Ovar promove pão-de-ló
joão ataíde protagonizou,
como autarca da Figueira da Foz, uma justa homenagem aos bombeiros, voluntários e municipais, da sua cidade.
luís pirré Advogado
siste na tomada de créditos a curto prazo por uma instituição financeira (factor), que os fornecedores de bens ou serviços (aderentes) constituem sobre os seus clientes (devedores), permitindo às empresas um melhor financiamento do seu working capital, com a antecipação dos recebimentos dos seus clientes e a redução da carga administrativa relativa ao controle de crédito e cobranças. A relação entre a factor e o aderente inicia-se com um contrato que regula a forma, tipo de operações e riscos aceites, o montante de adiantamento sobre os créditos cedidos, remuneração e custos. A cedência de créditos pode ser efetuada "com recurso" ou "sem recurso" por parte da factor. Assim, um contrato que preveja o direito de recurso permite à factor, caso não receba o crédito no prazo acordado, exigir do aderente a sua liquidação. Caso se estipule que os créditos são cedidos sem recurso, a factor assume a totalidade do risco de incobrabilidade. Como desvantagens, temos o risco da factor efetuar uma suspensão do crédito e a reserva de aceitação de créditos.
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A cam â r a Mu n icipa l de
Ovar decidiu substituir a anterior Feira do Doce Tradicional por um Festival do Paõ-de-Ló, que terá lugar já este fim-de-semana (3 a 5 de junho), no Jardim do Cáster. A iniciativa enquadra-se, segundo o vice-presidente da autarquia, Vítor Ferreira, numa estratégia que tem como prioridade "dar um maior relevo a esta especialidade da gas-
tronomia da cidade e garantir a certificação deste produto típico da gastronomia vareira". Rui Catalão, presidente da associação de produtores de pão-de-ló de Ovar, discorda, todavia, da decisão municipal, argumentando que se trata de "uma feira com doces de todo o lado, precipitada, feita em cima do joelho". O evento contará com a participação de 12 fabricantes de doçaria.
Ana Rita Lopes, estudante
de Economia, em Coimbra, foi 3.ª na Shell Eco-marathon 2011, na Alemanha. Com um litro de gasolina fez 2.568km.
Danone aumenta exportações em 25 por cento a danone, de Castelo Branco, prevê aumentar a quota de exportação dos atuais 13,5 por cento para 25 por cento em 2012, o que representará um aumento de 11,5 por cento. A meta foi avançada pelo diretor da fábrica, Carlos Antunes, durante a apresentação da nova
receita do iogurte Activia, que representa 30 por cento das vendas da marca. A Danone de Castelo Branco é a única fábrica do grupo em Portugal e foi considerada a sexta melhor entre as 49 do grupo que se encontram espalhadas pelo mundo.
Aveiro premeia cerâmica artística
Mais 59 milhões para hospital da Guarda
a 10.ª edição da Bienal Inter-
a Segunda fase das obras
nacional de CerâmicaArtística de Aveiro, que vai decorrer de 1 de outubro a 13 de novembro, no Museu da cidade, conta este ano com 78 obras de 59 artistas de 15 países. Os prémios são de 10 mil euros, 6.500 e 3.500, respetivamente, para o 1.º, 2.º e 3.º classificados. O evento é organizado pela câmara municipal.
de requalificação do Hospital Sousa Martins foi adjudicada, na semana transata, ao grupo ACE (Edifer/Hagen Construtores), por 59 milhões de euros. Os trabalhos contemplam a remodelação dos atuais blocos ocupados pelos serviços hospitalares e a execução da empreitada é de dois anos.
a subir
é uma atividade que con-
armindo gaspar continua empenhado em atrair gente à Baixa de Coimbra, para dinamizar o comércio.O Baile da Rosa foi um sucesso.
a descer
O que é o factoring?
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Rui Pereir a não tem tido
vida fácil. Aos protestos dos bombeiros, segue-se o mal-estar na polícia e o aumento da sinistralidade rodoviária.
MáRIO NICOLAU
Comboio ao serviço no Portugal dos Pequenitos
O comboio elétrico é a nova atração do Portugal dos Pequenitos. José Galego é o parceiro do parque temático numa ideia "amiga do ambiente" e adaptada às dimensões da infraestrutura. Lúcia Monteiro, diretora do Portugal dos Pequenitos, enquadra-a na estratégia de dinamização do parque, que se assume como um "espaço vivo", proporcionando "novas interpretações do espaço aos visitantes". A viagem custa dois euros e dura 10 minutos. De 1, Dia Mundial da Criança, a 10 de junho, a visita ao Portugal dos Peque-
nitos é obrigatória. A Festa da Criança inclui diariamente muita animação, palhaços, feira do livro (produção Fnac), exposições, ações de sensibilização na área da saúde (ES Enfermagem) e cortejos, entre outras atividades. O ponto alto está reservado para o 71.º aniversário (dia 8), com a entrega dos prémios do concurso "Histórias da História do meu País" (e a presença de André Sardet). Fundação Couto, EB Póvoa do Valado, Grande Colégio da Póvoa de Varzim e EB de Carvalhal foram, por esta ordem, as vencedoras.
A noite de folclore é já uma tradição na vila às portas de Coimbra. Este ano, o Grupo Folclórico de Taveiro convidou o Rancho Etnopopular da Ilha, o Grupo de Danças e Cantares da Sociedade Recreativa Valcavalense e o Rancho Folclórico do Passal. A noite foi memorável e o público deu o tempo por bem empregue. Para o ano há mais...
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MáRIO NICOLAU
fotolegenda
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sete sóis, sete luas
ao microscópio
médico
Coimbra
A excelência do artesanato Artesãos provenientes de norte a sul do país, representando inúmeras áreas de conceção artesanal, que abarcam desde o artesanato de cariz tradicional ao de caráter contemporâneo, participam na 11.ª Feira de Artesanato, a decorrer, até sábado, no Parque Verde, em Coimbra. Os visitantes poderão assistir, ao vivo, à forma como se manuseiam as ferramentas e se produzem os objectos expostos para venda ao público. A fusão da vertente tradicional à moderna, associada à qualidade dos artesãos presentes, que foram, todos eles, "criteriosamente selecionados", segundo a vereadora da Cultura, Maria José Azevedo Santos, é, de resto, um dos principais fatores que fazem da iniciativa uma das mais reconhecidas, dentro do género, no panorama nacional, atraindo um público heterogéneo, desde o que aprecia a tradição ao de índole
antónio alegre Médico Centro Saúde Eiras
O exercício físico
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Romaria da Ascensão na Mata do Buçaco
boa notícia
o verão está à porta. Decorre de tal facto, a necessidade de fazer desaparecer alguns "pneuzinhos" acumulados durante o inverno. Até parece que dos 12 meses do ano, só três são de verão e todos os outros são inverno. Encontramos muitas pessoas (até casais) a praticar caminhadas ao final do dia e fins-de-semana, como se isso resolvesse por si só o problema. Na verdade, é melhor que nada, sendo que para a faixa etária que vemos neste exercício, a caminhada (jogging) é boa, pois é uma atividade natural e simples. Na caminhada, o movimento básico é a marcha, que é segura a nível cardiovascular e ortopédico, não necessita de equipamentos especiais e pode ser praticada individual ou coletivamente. Esta prática promove o fortalecimento muscular dos membros inferiores, previne e trata algumas patologias das articulações, favorece o retorno venoso diminuindo os sintomas associados às varizes, resolve alguns "distúrbios" do foro digestivo e tem reflexo na melhoria de patologias da coluna e até membros superiores. Se pratica ou está a pensar praticar este tipo de exercício, não se esqueça de conversar com o seu médico de família, a fim de alguns conselhos adicionais, pois só ele saberá se existe algum problema que a contra-indique, sendo para isso necessário, algumas vezes, proceder a exames complementares de diagnóstico. Promova a sua saúde.
mais urbano. Além dos artesãos que representam várias outras regiões do país, o certame integra uma presença forte de artesãos do concelho de Coimbra, ao nível, designadamente, da tecelagem, faiança de Coimbra, cerâmica tradicional e em grés, bonecos de trapos, ferro forjado, cestaria, arte em escamas
de peixe, painéis em azulejo, escultura em madeira e arte sacra. O Parque Verde, onde tem lugar um programa diário de animação, sobretudo, nas vertentes musical e etno-folclórica, acolhe, ainda, uma mostra/ venda de doçaria tradicional e regional, a cargo de vários grupos etnográficos do concelho.
A Romaria da ascensão, que se realiza, entre o Luso e a Mata Nacional do Buçaco, desde finais do século XIX, tem hoje mais uma edição, envolvendo todos os concelhos vizinhos. As populações de Mealhada, Anadia, Cantanhede, Oliveira doBairro, Penacova e Mortágua afluem sempre em forte número a esta festa importante do calendário litúrgico, agora com organização da Fundação Mata do Buçaco, a que preside António Jorge Franco.
A criminalidade violenta e grave diminuiu 11,1 por cento no primeiro trimestre de 2011 relativamente ao período homólogo do ano passado, revelou o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Antero Luís.
má notícia
visita de
A GNR deteve, em dois dias, 155 condutores, numa operação de fiscalização a nível nacional. Dos 5.829 condutores fiscalizadios, mais de 1.500 rolavam com excesso de velocidade e 420 com excesso de álcool.
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CA
PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.
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Centenário
ex(sic)tações
ao microscópio
toma lá dá cá Mais uma vez, são os pequenos fait-divers que ocupam o tempo e o espaço como se não houvesse desta vez um programa "afixado" que se designa por memorando com a tão falada troika.
Os portugueses têm de deixar de dizer mal de Portugal. Têm de deixar de depositar em ombros alheios a responsabilidade da construção de um Portugal mais próspero, mais forte e mais coeso.
Álvaro Amaro
João Azevedo
frases desfeitas
Morrerei na Académica. Servirei a Académica até morrer se as forças e o coração assim deixarem.
É preciso renegociar a dívida, porque ela é impagável e parte dela não deve ser paga, nomeadamente a que respeita ao período entre 23 de março, quando o PEC 4 foi chumbado, e o princípio de abril, quando foi pedido o resgate e os juros dispararam acima dos sete por cento. Boaventura Sousa Santos, sociólogo e docente da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Há quem lhe agradeça efusivamente a tese de Base Económica. É realmente nos tempos maus que se conhecem os amigos bons.
José Barros, presidente da APCC e antigo médico da AAC/OAF
Coimbra tem condições para fazer melhor na área da saúde. Fernando Regateiro, presidente do CA dos HUC Já está a passar-se, professor, para o novo Governo?
Tal, é claro, como José Eduardo Simões e Maló de Abreu…
Enganaram-me metódica e reiteradamente, desde 1974 até este ano da graça de 2011. Todos. Todos, sem exceção
Os netos dos avós que não tiveram tempo para serem crianças são agora adolescentes que não têm tempo para ser idealistas.
Amadeu Carvalho Homem, professor universitário
Ferreira Ramos, advogado
Já dizia o outro: o cantar quer hora!
Coitadinhos!
PS e PSD não forem “ Semaioritários, como parece provável, precisam de se aliar para haver um Governo consistente, capaz de honrar os compromissos assumidos com a troika
Mário Soares
Ramalho Eanes
Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Redação C
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Cavaco Silva
Resposta certa: Mário Soares
quem foi que disse?
acredite se quiser
Raio atinge homem no pénis uma forte tempestade, que durou cerca de 10 minutos, provocou várias inundações e deslizamentos de terra na zona de Lamego, na semana passada. Mas houve uma pessoa que sofreu particularmente com a intempérie. Um homem foi atingido por um raio que lhe queimou o pénis e a perna direita. A vítima estava a fazer reparações num telhado com infiltrações quando o infeliz incidente ocorreu. Azar maior que este é difícil.
Troca salada por cocaína é, possívelmente, o cúmulo do desespero. No Utah, nos Estados Unidos, uma mulher tentou trocar uma salada, que tinha acabado de comprar por cerca de dois dólares, por cocaína. Se a ideia já não parece grande
tem apenas quatro anos, mas
já conduz que nem gente grande. O pequeno Katiresh tem feito furor no YouTube com um vídeo em que aparece a conduzir a carrinha do pai com uma destreza impressionante, nas agitadas ruas da Índia. Segundo o Correio da Manhã, o pai não se preocupa muito com o perigo e diz que a criança quis aprender assim que viu o progenitor a conduzir. Depois de 30 dias de testes, Katiresh chega já aos 70 quilómetros por hora.
A saga das taças destruídas
este não tem sido um bom ano para as taças. Primeiro, foi a Taça do Rei, em Espanha, ganha pelo Real Madrid, que foi literalmente atropelada pelo autocarro do clube, acabando em muito mau estado. Agora, foi a vez da Taça da Rússia ter um desfecho semelhante. Depois de festejarem no relvado, os jogadores do
Come 25 mil hambúrgueres e não engorda tudo começou em 1972. Don
Gorske comprou um carro novo e, para festejar, foi até ao
Preços/Kg/L
mais barato
mais caro
0,59 €
0,59 €
0,54€
0,59 €
Água Luso (1,5L) 0,46 €
0,46 €
0,46 €
0,49 €
Água Pedras Salgadas (6x25CL)
2,29 €
2,19 €
2,19 €
2,29 €
Sumol Laranja (1,5L)
Leite Mimosa M/G (1L)
1,12 €
1,12 €
1,12 €
1,12 €
preço igual
1,39€
1,25 €
1,25 €
1,25 €
Esparguete Milaneza (250g)
0,63 €
0,63 €
0,63 €
0,63 €
Coca-cola (2L)
:)
:)
O hipermercado Jumbo apresenta pela terceira vez consecutiva o preço mais baixo para os produtos selecionados pela C. No entanto, os cabazes exibem valores semelhantes. Apenas 29 cêntimos separam o mais caro do mais barato
O pequeno acelera
McDonald’s e comprou três Big Mac. Gostou tanto que, nesse mesmo dia, voltou duas vezes ao estabelecimento, comendo um total de nove hambúrgueres. Daí em diante, o homem nunca mais parou de comer. De tal forma que bateu recentemente o recorde de 25 mil Big Mac comidos. O homem, guarda prisional aposentado, com 59 anos, foi mesmo homenageado pela cadeia de fast food. Os hambúrgueres comidos por Gorske nos últimos 39 anos já lhe tinham garantido, também, a entrada para o livro dos recordes do Guiness. Se bem que, na altura, tinha comido "apenas" 23 mil Big Mac, com uma impressionante média de 1,8 hambúrgueres por dia. Por incrível que possa parecer, Gorske é magro e tem o colesterol baixo.
:(
Jumbo consegue ter o cabaz mais barato
CSKA de Moscovo, vencedores do troféu, recolheram ao balneário, onde a taça – de cristal – se partiu. Não só o troféu ficou desfeito como o avançado Tomas Necid ficou ligeiramente ferido, conta a imprensa russa. Há vitórias dolorosas…
:)
bolsa da praça
coisa, fica ainda pior quando se descobre que a mulher propôs a troca… a um polícia. O "negócio" incluiria ainda dinheiro e vales de desconto no restaurante italiano Olive Garden, onde havia comprado a salada. Escusado será dizer que a mulher foi presa e, como tinha consigo drogas e material utilizado para produção de substâncias tóxicas, deve passar uns bons tempos na cadeia.
preço igual
TOTAL
6,48€ 6,24€
6,19€ 6,37€
Preços em 29.05.11
15
ao microscópio
praça de táxis Como viu a campanha eleitoral?
ÁLVARO MONTEIRO
Não se viu nada de muito relevante. Tivemos poucos carros na rua em campanha, a fazer barulho. Pelo menos cá em Coimbra as coisas foram calmas. Ouvi os debates. Mas já se sabe: os políticos em Portugal são pouco sérios.
ADÉLIA MACHADO
A campanha eleitor al foi uma verdadeira seca. Estamos na miséria. Não há nada de novo. As pessoas já estão cansadas. Já toda a gente sabe quem são os partidos que vão ter mais votos e os que vão ter poucos.
NUNO MECO
S i n ce r a m e n te , não me interess a . E s t ando lá A, B ou C vai dar ao mesmo. E penso que a maioria das pessoas pensa do mesmo modo. Está tudo ciente que isto não vai lá, independentemente de quem esteja no poder.
retrato falado
figura da semana
Maria José A. Santos Coimbra está a celebrar os 900 anos d e fo r a l co m um a p ro g r a m aç ã o "p l e na de or ig inalidade ", paut ada por ini ciativas culturais destinadas a criar "nov a s inter pret ações contempor ânea s ". A câmara entende – e muito bem – que não vale a pena ter história se não houver futuro. Importa, por isso, pôr termo à destruição do património cultural, conservando e valorizando um passado de que muito deverão orgulhar-se os conimbricenses. As iniciativas agendadas pela vice-presidente da autarquia, responsável pelo pelouro da Cultura, gerarão, por certo, até maio de 2012, grande auto-estima na cidade.
menções honrosas
Ana Alcoforado
Patrícia Viegas Nascimento
o museu Machado de Castro, aberto ao público desde outubro de 1913, vai poder mostrar, finalmente, algumas das preciosidades que estavam "escondidas". Após requalificação de 12 milhões de euros, a celebração do centenário terá a dignidade exigível.
o portugal dos pequenitos vai poder
dar-se a conhecer virtualmente, na perspetiva de aumentar a afluência de visitantes.A Fundação Bissaya Barreto celebrou um protocolo com a Turismo do Centro que permitirá uma promoção mais intensiva do parque temático.
debate As pessoas querem caminhos claros para as suas vidas e para o país e não me parece que isso esteja a ser seriamente discutido. As circunstâncias são tão graves que possivelmente serão elas a mobilizar as pessoas, não os discursos dos políticos.
O vale tudo em que descambou esta campanha, valorizando a luta pelo voto em detrimento do esclarecimento, não contribuirá, certamente, para a diminuição da abstenção, tornando esta decisiva para a solução governativa.
Campanha mobilizou o eleitorado contra a abstenção?
Norberto alves
João Paulo Amaral Gouveia
Técnico de Basquetebol da Académica
16
Especialista em Comunicação (EDP)
02JuNHO 2011
se eu mandasse
saudades de
coimbra
Quando regressa a Coimbra encontra sempre alguma coisa diferente? Ainda não regressei (já lá vai mais de um ano), mas fá-lo-ei em breve. Sabemos que Coimbra é algo "imobilista", pelo que não espero grandes surpresas. Tem algum local da cidade que considere emblemático na sua história pessoal. Qual? A Universidade e o "Municipal". Razões óbvias, espero eu... Há mais uns quantos, mas aqueles podem revelar-se.
"Fado de Coimbra é bálsamo" GONÇALO CAPITÃO Advogado em Joanesburgo
Que recordações guarda de Coimbra? As acumuladas ao longo dos 39 anos em que estive na cidade (em permanência ou ao fim de semana): família, amigos, Briosa, Universidade, qualidade de vida... Tem alguma estratégia para diminuir a distância? A internet e a saudade. O Fado de Coimbra é um bom antídoto para a saudade? É um bálsamo para quase tudo! O único fado que aprecio, aliás...
Se tivermos em conta outras cidades, Coimbra é... Única, especial, a terra onde nasci, cresci e onde espero terminar o "cruzeiro biológico de longo curso". Fica apenas a mágoa de não haver oportunidades de emprego qualificado (exceto nichos como a medicina e o ensino) para que pudesse passar 24 horas/7 dias da semana por aí, um dia que volte à Pátria. De Joanesburgo, à distância, como vê Coimbra? Com a tristeza e preocupação com que vejo o nosso Portugal, mas com a esperança de que as pessoas, um dia, percebam que o problema reside na nossa falta de cultura cívica e na nossa dependência patológica do Estado.
Melhorava a justiça, educação e saúde
Paulo Barradas, presidente executivo da Bluepharma existem três ministérios no nosso país que consomem muitos recursos financeiros e não têm os resultados que eu penso que deveriam ter proporcionalmente. Os ministérios da Justiça, Educação e Saúde são cruciais na defesa da democracia e de um país mais justo e equilibrado, pelo que, quando comparamos a nossa realidade com a de outros países, devemos analisar os gastos, mas também os resultados. se eu mandasse, tentava obter resultados ao nível dos melhores, pois estas três áreas são fundamentais na construção de um país com maior qualidade de vida para toda a população. a mudança depende do ní-
www.cnoticias.net
vel do rigor que colocarmos nas nossas ações. Não somos piores do que os outros. temos de orientar a nossa ação para os resultados e não perdermos tempo com o acessório. É necessário rigor e compromisso. A começar pelo programa da troika. Caso contrário, daqui a um ano estaremos pior do que estamos hoje.
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Mudança depende do nível de rigor que colocarmos nas nossas ações
+lida
Coimbra: Pintura da CDU nas Escadas Monumentais gera polémica
17
confidencial
ao microscópio
São passadeiras, senhor Quando veio Lula, passou Gago. Ninguém disse nada. Deixar alguém passar por cima delas é a maior honra que se pode dar. A tradição já não é o que era. E, se calhar, os estudantes também não. Qualquer político/gato pingado passa. E são os estudantes que lhes abrem as portas.
Vénus no brasil
lente... de contato
Conta a mitologia que a original nasceu quando o sémen de seu pai tocou as águas do mar. Esta nasce para suprir uma necessidade da cidade. A primeira era a mais bela. Esta é mais ou menos. A pressa leva-os a deixar os carros em cima do passeio. Entram e ficam desiludidos. Mais do que admirar a (pouca) beleza, têm de olhar uns para os outros.
A caloira mostrou-se ansiosa por conhecer e aprender. A cidade até achou piada. Mas foi só fogo de vista. A pequenita trocou a cidade pela vila. E Coimbra ficou só com a relação online.
Pergunta: Qual será a melhor forma de curar um coração destroçado? Resposta: Dançar em cima de colunas de música até de madrugada. APROVADO
Albino Cleto
O bispo de Coimbra presidiu pela última vez à tradicional bênção da s pa s ta s. Aos estudantes pediu que "sejam humildes, mantenham a esperança e assumam o compromisso". Palavras importantes para o futuro dos jovens. Nota 16
REPROVADO
Imparcialidade quo vadis? Vive-se na cidade uma luta titânica, que opõe dois grandes vultos. Perante estas guerras, os trovadores têm é de se afastar do fogo e manter a cordialidade de ambos os lados. Mas há quem opte por tomar lados, de forma mais ou menos visível. E se ganha o outro?
noites boas para a pesca Aposto que nunca pensaram que Coimbra fosse uma cidade piscatória. Mas é. Até atrai um antigo capitão, do barco verde e branco. O mais perto que esteve de Madrid, seu sonho, foi a Andaluzia. Agora aposentado, aparece e não se entende se foi pescador ou pescado. Não interessa, sai acompanhado e sorridente. O isco foi mordido.
espelho meu
18
02JUNHO 2011
Campanha eleitoral
Da esquerda à direita, a retórica eleitoral soa oca. Perante uma das maiores crises de sempre, nenhum partido convence Portugal de que há esperança. Será que a confiança dos por tugueses v ai ser restaurada num futuro póximo? Nota 4
C131
ao microscópio
11H00 Despacho da manhã no seu gabinete, com a secretária Margarida Pereira
um dia com
12H00 Reunião no CDOS para saber qual o ponto da situação para enfrentar fogos
13H00 Almoço no "Cantinho do Reis", com toda a equipa, para preparar a tarde
henrique fernandes governador civil de coimbra
apesar do dia ser longo, a boa disposição é nota dominante na agenda atribulada do representante local do governo. "mudar o mundo" é lema de vida texTO e FOTOS marta varandas É no alto da Couraça da Estrela, quem vem
10H00 Visita guiada com a C ao edifício do Governo Civil de Coimbra e aos jardins
20
do Largo da Portagem, que está a magnífica casa do Governo Civil de Coimbra, um palacete do início do século XX, construído pela família de Ângelo da Fonseca. Enquanto a C espreita os jardins e a vista sobre o Mondego, chega Henrique Fernandes, governador civil, que com um efusivo "bom dia" e um largo sorriso pergunta se já conhecemos "os cantos à casa". Mostra-nos um pouco mais do jardim. E diz-nos que a casa foi construída precisamente em cima da muralha da cidade. Olha para o relógio. Apesar do dia de calor convidar a passar mais algum tempo no jardim, indica-nos o gabinete, no rés-do-chão do edifício, próximo da Biblioteca Dr. Fernando Valle, onde se realiza grande parte das reuniões de trabalho. No pequeno hall está um busto da República e uma imagem da Rainha Santa Isabel, que representa a cidade. Há uma bonita escada em madeira que dá acesso ao primeiro andar, onde outrora foi a casa propriamente dita. Os quartos dão hoje lugar aos gabinetes da chefe de gabinete e dos adjuntos. No gabinete de Henrique Fernandes está o adjunto António Sérgio e entra a secretária Margarida Pereira, para proceder ao despacho da manhã, o que significa assinar os papéis que dependem de si. Ver os convites que vão chegando e os pedidos de audiências e reuni-
02Junho 2011
14H00 Inauguração FENGE 2011, no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra
16H00 Reunião do Gabinete Coordenador de Segurança Distrital
17H30 Reunião com a PSP/GNR e serviços técnicos do Governo Civil de Coimbra
ões também se incluem neste momento. Mas não há tempo a perder. Até porque às 12H00 está marcada uma reunião no Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra. Contudo, "o dia de hoje é tranquilo, porque não vamos sair da cidade de Coimbra", diz Henrique Fernandes, habituado a fazer mais de uma centena de quilómetros diários, a percorrer o distrito. Chegados ao CDOS, o governador civil, antes de entrar, diz que aquele é o local onde mais vezes vem nesta altura do ano, porque "está a chegar a época crítica", no que aos incêndios florestais diz respeito. "Também anda mais gente na estrada, temos de estar atentos". Recebeu-nos António Martins, comandante operacional distrital. A reunião serviu para "fazer o ponto da situação e saber se há condições para enfrentar a época dos fogos, bem como para perceber como vai ser a semana", explica o governador civil. A reunião termina, mas antes de sair passa pela Sala de Operações e Comunicações onde o cenário está tranquilo. Ali é o local onde é feito o "acionamento dos meios e onde se monitorizam os incêndios e as ocorrências". Deslocamo-nos para o "Cantinho do Reis" para almoçar. Pelo caminho, o governador civil explica à C que é o representante local do Governo e preside e dinamiza cinco estruturas de âmbito de ação distrital: o Gabinete Coordenador de Segurança; as Comissões de Proteção Civil, de Defesa da Floresta Contra Incêndios Florestais e o Conselho Coordenador de Segurança Rodoviária, aos quais se acrescenta "toda a administração desconcentrada com serviços no distrito". A sua agenda "não é fixa" e pode acontecer "a sobreposição de atos". Nestes casos, é a chefe de gabinete ou um dos adjuntos que tomam a representação. "São os meus braços direitos, e que me ajudam a coordenar". Henrique Fernandes confessa
ter de saber de "quase todas as áreas" da governação, para "poder ajudar a concretizar as políticas públicas do Governo". Ao chegar ao restaurante, José Reis - que Henrique Fernandes considera "um exemplo de empreendedorismo" - já tem uma mesa reservada e a comida pronta a sair. Foi tudo mar-
cado antecipadamente para que nada falhe. Juntam-se a nós Francisco Reigota, o outro adjunto e Rosa Cruz, chefe de gabinete. Vêm as entradas para a mesa e o governador come um pouco de queijo de Meruge. Segue-se uma sopa de legumes e depois grelhada na telha, acompanhada por coca-cola. Termina a refeição com uma rodela de ananás e um café. "Para mim a comida é um meio. Como com a razão ou pelo prazer de conviver", refere. Confidencia, no entanto, ter alguns cuidados com a alimentação para manter os 80 quilos. Diz que o almoço serve para concertar aspetos para a tarde. Muitas vezes "vamos buscar uma pizza e comemos no Governo Civil", confessa. Seguimos para o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, onde Henrique Fernandes inaugura e visita a FENGE - Feira de Engenharia de Coimbra. "É um evento que reúne empresas e demonstra a boa formação ministrada e oportunidades de empregabilidade, sendo por isso importante acarinhar esta iniciativa, porque é estratégica", sublinha. De regresso ao Governo Civil, segue-se uma reunião, na Biblioteca Dr. Fernando Valle, do Gabinete Coordenador de Segurança Distrital e de seguida outra, desta vez com a PSP, GNR e a secretária do Governo Civil, para concertar a ação durante o processo eleitoral. Sociólogo de formação, professor universitário, o governador confidencia que "quis mudar o mundo". Hoje continua, mas "de forma mais adequada", tanto no Governo Civil como "na associação cívica" Partido Socialista, que não gosta de ver confundida com "uma associação de malfeitores". Continua "com a chama de ver mudar o mundo para melhor". O dia de Henrique Fernandes terminou com "o resto do despacho" e a apresentação do livro "Fogo Oculto", do ex-diretor do departamento de Cultura da Câmara de Coimbra, Vasco Pereira da Costa, na Casa Municipal da Cultura.
“
Para mim a comida é um meio. Como com a razão ou pelo prazer de conviver
à lupa Nome
Henrique Fernandes Data de nascimento
28 de dezembro de 1948 livro preferido
Cem Anos de Solidão filme preferido
Citizen Kane
prato preferido
Cozido à Portuguesa hóbis
Ler, fotografia e cinema
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o que é feito de si?
ao microscópio
1995 Chega a Coimbra para estudar na universidade
2002 e 2002 Presidente da direção geral da AAC
2005 Deputado AR e adjunto de Vieira da Silva
2009 Colabora com o ministro da Economia
2010 Vereador a tempo inteiro na Câmara de Vizela
2010 Político do Ano em Vizela
Foi o rosto mais conhecido da luta estudantil contra o aumento das propinas. Hoje em dia, Vítor Hugo Salgado é vereador na câmara Municipal de vizela Texto Mário Nicolau
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Quando deixamos Coimbra e regressamos um dia, percebemos que já não é nossa. Resta-nos a saudade
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Vitor Hugo Salgado Chegou a Coimbra em 1995 . O curso de História de Arte e o de Direito constam no percurso académico, que inclui a passagem pela Orxestra Pitagórica da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra e a presidência da direção geral da Associação Académica de Coimbra. Primeiro, Vitor Hugo Salgado acompanhou Humberto Martins (assumindo o pelouro da cultura e a presidência da Assembleia Magna) . Depois, assumiu a presidência da AAC em dois mandatos que considera "marcantes devido a vários fatores". O atual vereador da Câmara Municipal de Vizela recorda "uma das maiores manifestações realizadas no ensino superior (com 15 mil estudantes)" e a de missão do Magnifico Reitor Fernando Rebelo "devido à pressão desenvolvida pela direção geral e pela Assembleia Magna". Após esse período, explica Vítor Hugo Salgado, "alguns presidentes saíram da direção geral da AAC e demarcaram-se totalmente da vida política", atitude que o conhecido "Dodot" não assumiu. "Acabei por me integrar na vida política através do Partido Socialista, o que é, de certa foram caricato, porque na altura da eleição para a presidência da direção geral da Associação Académica de Coimbra fui conotado com vários partidos", afirma. A família política, conta, "não era clara", pois alguns afirmavam que era de direita e outros de esquerda. A "posição firme" no encontro nacional de direções associativas realizado na altura, colocou-o "totalmente na esquerda", mas a adesão ao Partido Socialista "surpreendeu" muito boa gente. Após o processo de integração no PS , foi candidato ao deputado em 2005 e convidado pelo ministro do Trabalho e Solidariedade Social, Vieira da Silva. "Numa fase inicial, enquanto adjunto, no acompanhamento das reuniões preparatórias do conselho de ministros e com os secretários de Estado, passando, mais tarde,
a assessor político do ministro", explica. Candidato a vereador nas últimas eleições autárquicas, Vítor Hugo Salgado foi eleito, mas manteve a colaboração com Vieira da Silva, desta vez no Ministério da Economia. Ao fim de um ano em Lisboa, e após conversa com o atual presidente da Câmara Municipal de Vizela, Dinis Costa, aceitou as funções de vereador a tempo inteiro - urbanismo, candidaturas ao QREN, setor jurídico, formação, regeneração urbana, a questão das Termas de Vizela, PDM e obras particulares. Coimbra e particularmente a presidência da direção geral da Associação Académica de Coimbra "foi muito importante" na carreira política de Vítor Hugo Salgado. "Dá-nos uma capacidade de apreensão nas mais variadas áreas", assegura. Quem passa pelas secções culturais da AAC acaba por continuar a atividade e, no caso da Rádio Universidade de Coimbra, "existe um conjunto de pessoas" que vêm da altura em que Vítor Hugo Salgado presidia à direção geral. O teatro foi outra das atividades marcantes para uma geração que, nalguns casos, alcançou "uma certa relevância". A AAC desempenha em muitas áreas "a função de escola, onde se aprende e consolidam conhecimentos que se revelam muito positivos pela vida fora". É assim, afirma Vítor Hugo Salgado, "quando é necessário tomar decisões ou liderar processos". O ex-dirigente academista tem saudades de Coimbra e recorre à expressão de uma "pessoa essencial" para ilustrar o balanço de uma fase "fundamental" da vida: "o doutor António Luzio Vaz dizia que Coimbra pode comparar-se a uma mulher: quando chegamos e somos caloiros deparamo-nos com a paixão inicial de uma relação; depois, nos anos seguintes, surge a estabilidade na relação e quando a deixamos passa a ser uma amante, pois, um dia, quando regressamos Coimbra já não é nossa. Fica a saudade da nossa Coimbra", conclui.
02JUNHO 2011
opinião
A importância da verdade paulo leitão
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Durão Barroso já em 2002 alertava que Portugal estava "de tanga"
a verdade é o pilar principal das relações entre eleitores e eleitos. Sem esta, está aberto o caminho para os três "Ds", ou seja, para a descrença, o desinteresse e o descrédito. sendo assumido por todos os políticos que este não é o caminho, como é que uma generosa maioria destes prevarica com uma vulgar frequência no recurso à mentira? Mas mais óbvio será assumir que o recurso à mentira recompensa, pois o alheamento da maioria dos portugueses da política, uns por falhas de formação, outros por falta de tempo e por fim com contornos de maior gravidade, o "Chico esperto" caraterístico português, com chavões sonantes como: "Votar para quê, eles são todos iguais!", "São todos uma cambada de aldrabões", etc. este divórcio entre representantes e representados conduziu o país à situação atual. Muitos dizem que a verdade não é propriedade exclusiva de ninguém, que cada ponto de vista exprime a sua própria verdade, mas permitam que afirme que a verdade é propriedade de quem nunca abdicou desta. assim , o que ocorreu? Como puderam
altos dirigentes relativizar a verdade? É certo que o continuam a fazer. Se não, vejamos. Com a adesão de Portugal ao euro, fomos presenteados com baixas taxas de juro, que em vez de servirem para a promoção do investimento, serviram es-
sencialmente para estimular o consumo, engordando assim a máquina do Estado. Recordo que Durão Barroso já em 2002 alertava que Portugal estava "de tanga". Mudou o Governo e vingou mais uma vez a corrente que não é preciso produzir, bastava pedir emprestado. assim ,ao fim de seis penosos anos constata-se que Portugal já não está de tanga, apenas tem uma mão à frente e outra atrás, que terá que deslocar para pedir ajuda. Facilmente se demonstra por este exemplo que a mentira gera frutos, se não como poderíamos compreender a afirmação de que a culpa é da crise internacional? em qualquer país em que impere o bom senso, depois do festival de enganos e dissimulações deste Governo, no não aumento de impostos, nos números do défice, na tão propagandeada criação de emprego, na oposição convicta ao auxílio do FMI, em que o que é hoje verdade é amanhã desmentido pelos mesmos, não acredito que fosse possível ao PS eleger qualquer deputado no próximo parlamento. até ao nível local já transpira esta corrente imposta por José Sócrates, com as estruturas locais a assumirem que o Metro Mondego será uma realidade, e ao mesmo tempo a sua cabeça de lista, a ministra Ana Jorge, a levantar o véu da verdade, propondo a sua substituição por um sistema de autocarros.
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ao microscópio
via do leitor
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A pintura das Monumentais 1 Ponham ordem neste país, que anda à deriva, se fazem favor! Os monumentos públicos não são propriedade de nenhum partido e se a Comissão Nacional de Eleições aceita como não ilegal esta pintura (das Escadas Monumentais, em Coimbra), então está tudo dito... Somos um país à deriva onde todos têm medo de todos! Que bonito espetáculo damos ao exterior! Mais parecemos um país do terceiro mundo. Luís Fernandes, Coimbra
A pintura das Monumentais 2 As Escadas Monumentais já foram pintadas e repintadas inúmeras vezes e são um local onde existe tradição de afirmação de ideias e mensagens de cariz político e reivindicativo. A tinta é normalmente facilmente retirada e os estudantes e também a CDU já utilizaram várias vezes tais pinturas. De facto, antes cabeças alertadas e despertas com escadas pintadas do que imobilismo e resignação com escadas imaculadas, isto sim, próprio do terceiro mundo. joão carlos, Coimbra
A pintura das Monumentais 3 Se fossemos olhar apenas para o "essencial", permitiríamos tantos "acessórios" que a
inquérito Novo Governo deve ter menos ministérios? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net
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certa altura estes ofuscariam aqueles… O custo de aceitarmos o abuso praticado nas Escadas Monumentais não é a sua limpeza, mas o que representa de desrespeito pelo bem público e ausência total de civismo. Não sou comunista nem deixo de ser, aliás, quero lá saber, mas preocupo-me com a atitude de gente que devia ser responsável e ter o bom senso necessário a quem pretende assumir responsabilidades na gestão do nosso País. E a atitude é essencial. Daniel Azevedo, Coimbra
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Não gostei nada da campanha eleitoral, mas, ainda assim, vou votar. Devemos todos votar. Vítor Aires, Aveiro
As passadeiras nas cidades Toda a gente se queixa das dificuldades de circular nas cidades, mas entre as causas apontadas, praticamente, nenhuma refere as passadeiras para peões. Um dia destes dei-me ao trabalho de andar um pouco por Coimbra, a pé, e rapidamente constatei que as designadas "zebras" não só estão muito próximas umas das outras, como, em muitos casos, mal situadas, constituindo autênticas barreiras à tão desejada fluidez do trânsito. Os peões, por seu lado, nada ajudam, atravessando-as devagar, às vezes tão devagarinho, que as filas vão engrossando de tal ordem que os engarrafamentos são inevitáveis. Há certas zonas da cidade onde se impunha a implantação de eixos desnivelados, mas como não há dinheiro para
isso, talvez nem vontade política municipal, sugiro aos responsáveis autárquicos pelo setor do trânsito uma análise cuidada à atual rede de passadeiras, tendo em vista conferir-lhes uma distribuição mais lógica e capaz, sem pôr em causa a segurança dos peões, de melhorar o fluxo do trânsito. José Manuel Antunes, Coimbra
Saudades de Angola Após ter cumprido lá uma comissão de serviço militar radiquei-me em Angola. Foi no princípio dos anos 1970, apenas com um pequeno intervalo entre a passagem à disponibilidade e o meu casamento. Fui para lá com a minha mulher, nasceram-me lá os três filhos, a vida estava a correr-nos bem. O 25 de Abril e a independência da antiga colónia não nos fizeram regressar. A nossa vida era ali, no Lobito e em Benguela. A guerra civil, todavia, endureceu, tudo se complicou, sentimos já não haver em Angola mais lugar para nós. Foi pena o MPLA e a UNITA não se terem entendido. Angola seria hoje uma grande nação mundial. Refiz cá a minha vida, mas continuo a gostar muito de Angola. Não recordo, é claro, com satisfação os meses que passei no mato, na zona leste, nem os sacrifícios de guerra que eu e os meus companheiros fomos forçados a suportar. Mas recordo os tempos bem passados naquelas magníficas cidades do sul, a água quente das praias, o peixe em abundância, a caça sem fim, os inigualáveis caranguejos de Moçâmedes. Pena é que a democracia que por lá se apregoa não passe disso mesmo – só propaganda. Se não fosse assim, ainda era capaz de regressar. Mário Lemos, Leiria
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02junHo 2011
cartas
texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista
Querido Diário ilizando-os unicação aos Portugueses, sensib Tenho, eu sei, de fazer uma com . Amanhã é o tiva fase difícil da nossa vida cole para a importância do voto nesta ainda assim, , remos todos em ref lexão. Quero rdo desta sala adeus das caravanas, sábado esta querido Diário, aqui, no resgua , tigo con ar tilh par ial, ofic so antecipando o meu discur ades. ra, algumas das minhas per plexid onde até a Maria raramente ent ada. O que vi? es de sonhos apareceram na estr ant ric fab nem , vez ta Des ha. água Não gostei da campan ia. Ouvi discursos molhados em ide er lqu qua sem , ras out a, sofi dade Intervenções, umas, sem filo a, maledicência a raiar a insani átic tem ma de o livr um o com s Houve comícios que benta, argumentos tão inofensivo ente, país fora, sobre o seu prato. dam avi -se xar bai a um a cad da, eto fúnebre de mental. Vi, ain não conseguiram esconder o asp que ros out s, ede uim Arq de ém mais pareceram o har Eça: uma seca! altar de endoenças. Como dir ia Fartaram-se de caraspirantes a suicidas da amizade. itos mu ve hou us, me os tre En . dadeira. Mais: Estou fur ioso u, pelo menos até agora, a bala ver sai ca nun o salv terá os te sor a as far pas. regar no gatilho, só o dir ia Torga, a lançar-lhe algum com -se, am itar lim ro, tou o , em vez de matarem, isso sim bém quem pensasse que a o no duelo de domingo. Houve tam car os r-n sai erá pod e tum cos a. Vi bem o que aconO brando es. Estive no Jamor, na final da Taç dor sta qui con na tor nos a rad ambição desvai teceu ao Guimarães… etou a morrinha que, à direiartilharia e à cavalaria, não se det à , ria nta infa da s, iga inim tes pensa esgotada, mas Nas hos na liça com os cofres vazios e a des ram tra En . tas por u sco ofu , sos seram, inclusita, apagou pas sortidas com molho de vilão. Pu nes car sas nos às r isti res im, ass ado, dia de conseguiram, ainda troika. Uma desfaçatez? Sei lá! Sáb a pri pró a tra con a for de ras vamente, aqui e além, gar ores de sinais. ref lexão, consultarei os meus leit ", que também me "O Enigma da Caixa de Música lido sse tive tes An ". ués tug Por lá, uma Li, nestes dias, o "El arelo, esperava obra de génio, sei am e sch Por do e rs rte cha dos a ofereceram. Depois daquel não é castelhano, é chinês – ! Futre, afinal, não é português, quê al Qu ". das sía Lu "Os de são os interesses, exprimemnova ver negócio, que são os seus suprem ou o giã reli de ia tér ma em , ais da campanha, não ora, os orient ente, à semelhança das rábulas sm ple Sim o. cas o Foi . las ábo -se sempre por par percebi nem uma. educado. Apenas sor rio. O riso também é opinião. Sou bem 2011 Palácio de Belém, 2 de junho de
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entrevista
sociedade
Alfredo marques
Região Centro preparada para o futuro Alfredo Marques, presidente da Comissão de Coordenação e desenvolvimento regional do centro, gARANTE que os agentes locais - autárquicos, académicos, empresariais - estão EMPENHADOS NA BATALHA DO desenvolvimento TEXTO SOARES REBELO FOTOS PEDRO RAMOS A região Centro é uma região difícil, dispersa, com interesses, por vezes, desencontrados. Como conseguir coesão regional numa situação destas? A diversidade pode ser uma fonte de fratura e divergências se as pessoas olharem as coisas pela negativa, mas também pode ser uma fonte de riqueza. Eu tenho sempre vontade e propensão para ver as coisas pela positiva e vejo esta diversidade da região Centro como uma fonte de riqueza. Nos últimos anos, tem sido possível congregar esforços? A minha batalha tem sido precisamente, desde que ocupo este cargo, unir esforços, unir as pessoas, para potenciar a diversidade e ultrapassar divergências e fragmentações. Se cada um puxa para seu lado, vê os seus interesses de forma egoísta, se procura resolver os seus problemas separadamente, isoladamente, secretamente, não se chega mesmo a lado nenhum. Em contrapartida, se as pessoas cooperarem é possível, com os mesmos meios, obter resultados bastante melhores.
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Há, então, cooperação institucional entre os agentes e os territórios? Eu costumo dizer que a cooperação viola as leis da matemática, porque dois e dois dá cinco. Sem a cooperação obtemos três. Nos últimos anos, conseguimos, por exemplo, a nível dos municípios, fazer progressos notáveis em matérias de cooperação, pois, como se sabe, acederam ao QREN através da formação de comunidades intermunicipais e essas comunidades já têm hoje, em alguns casos, tarefas próprias e exercem funções, como a constituição de centrais de compras, que vão para além da participação no Quadro de Referência. Sente a região preparada para enfrentar as exigências do fututo? Eu sinto que a região está neste momento muito mais bem preparada do que estava há uns anos atrás. Não digo que é graças a mim, mas neste período em que exerço estas funções, a região dotou-se de condições para enfrentar muito melhor o futuro. Quer concretizar? Há um dado bem revelador. Quando a região, que represen-
ta pouco menos de 20% do PIB, tem de investimento apoiado no âmbito do Quadro de Referência Económico Nacional entre 45 e 50% e recebe 38% do total dos incentivos, significa que há aqui um motor fortíssimo de desenvolvimento, que é o investimento empresarial. Comprova-se, deste modo, de forma bastante eloquente, que a região está realmente preparada para enfrentar o futuro. Há uma dinâmica de investimento privado que, penso, nunca houve. Quais é que são os setores que têm registado maior desenvolvimento? Os mais diversificados, tal como a região, o que é muito bom. Quando há uma crise, uma quebra, uma região ou país resistem melhor quando têm a sua economia diversificada. Há recursos humanos qualificados e suficientes para garantir o desenvolvimento? Diria que há recursos suficientes e de sobra. Infelizmente, muitos dos recursos humanos, mesmo dos mais qualificados, ainda são obrigados a sair da região para poderem encontrar um empre-
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Plano de Ordenamento acaba com anarquia Documento obriga a edificação isolada a regras mais rigorosas nos 78 concelhos da região A região Centro é a única do país já com Plano Regional de Ordenamemnto do Território aprovado. Foi difícil chegar a consenso? O Conselho Regional, que integra 78 municípios, aprovou esse documento, praticamente, por unanimidade. Só houve um voto contra, o que significa, desde logo, que conseguimos um projeto extremamente representativo do que são os diferentes setores e interesses da região, que é muito heterogénea, muito diversificada, o que colocava, à partida, eventuais dificuldades à elaboração de um plano desta natureza. E não colocou? A região Centro, à semelhança do resto do país, já teve planos de ordenamento, mas muito parcelares, muito localizados. Agora, com esta abrangência, face aos interesses divergentes, poderia não ser fácil atingir os consensos desejados. Mas, como se viu, chegámos lá. O que é, afinal, o PROT-C? É, basicamente, uma estratégia para o desenvolvimento da região. Não é programático, traça o desenvolvimento em linhas gerais, mas isso não lhe tira relevância, porque é enquadrador. Pode dar exemplos? Enquadra, globalmente, a definição e a aplicação das políticas públicas, designadamente as de base territorial. O poder central, quando tiver de definir projetos para a região Centro, dispõe agora de referenciais para decidir. Os agentes locais têm no documento, por seu lado, um quadro geral para as políticas a propor ao Governo.
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A minha batalha tem sido, desde que ocupo este cargo, unir esforços, unir as pessoas, para potenciar a diversidade e ultrapassar divergências e fragmentações
Os PDM estão incluídos? Evidentemente. Construiu-se, anarquicamente, país fora, o que colocava problemas não só à proteção civil, mas obrigava as câmaras a custos significativos, por vezes insuportáveis, para lhes garantir as infraestruturas mínimas. Agora, a edificação isolada passa a obedecer a regras específicas, mais apertadas. A definição de núcleos de desenvolvimento turístico está também prevista no documento. Quem participou na sua elaboração? Participaram 130 agentes da comissão mista do PROT e consultores contratados no exterior e acompanhados internamente por uma pequena equipa da CCDRC. Fizeram-se 57 reuniões, de todos os géneros e com todos os tipos de agentes e setores. Houve ainda seminários sobre a mobilidade e baixa densidade.
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sociedade
go compatível com as suas altas qualificações. Portanto, seria bom, seria desejável, é necessário, que a região consiga ter condições para reter, para fixar esses recursos humanos. Como está a taxa de execução do QREN? Neste momento é relativamente confortável. A região Centro é, com a do Norte, aquela que tem a taxa mais alta entre os programas regionais do continente - 21%.
entrevista
Vinte milhões de euros para investigação científica poderão candidatar-se todos os centros de excelência, mas o crivo é apertado. só terão hipótese os melhores
O tecido empresarial está a colaborar? As empresas têm uma taxa um bocadinho superior à média, o que significa que, apesar das dificuldades de tesouraria que as empresas tiveram e das hesitações nos investimentos e até das alterações das estratégias de desenvolvimento que a crise económica trouxe às empresas, elas estão a realizar, ainda assim, investimentos e, de há uns meses para cá, houve mesmo uma retoma de alguns investimentos que estavam parados, que elas hesitavam em realizar. Notamos que as hesitações neste momento são consideravelmente menores do que foram em 2010. Quais as iniciativas de desenvolvimento mais emblemáticas que a Comissão de Cordenação tem impulsionado? À Comissão não cabe realizar obras, incumbe planear, dinamizar o investimento e gerir políticas, nomeadamente nas áreas do ambiente e do ordenamento do território. Na área da saúde, já financiámos dezenas de projetos, com destaque para a requalificação do Hospital Sousa Martins, da Guarda, o Hospital Pediátrico de Coimbra, o Centro de Sangue em construção em São Martinho do Bispo. E ao nível do setor privado? Destaco, desde logo, a instalação, em Mira, de uma empresa de referência a nível mundial: a Pescanova. Vai dar um impulso enorme não só na economia da região, mas à própria economia do país. Tivemos ainda significativos investimentos nas fábricas de celulose já implantadas na região e surgiram novas empresas em diversos outros setores, desde o mobiliário às tecnologias da informação e comunicação. E quanto aos grandes grupos económicos implantados na região? Os três principais grupos fixados na região, a Visabeira, o Grupo Lena e a Martifer, expandiram-se e diversificaram-se, mas outros há, que embora mais pequenos, também já se internacionalizaram e vão dar que falar nos próximos anos.
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A região quer situar-se nos patamares científicos e tecnológicos mais altos a nível internacional O POC (Programa Operacional do Centro) atribuiu um finaciamento inédito de 160 milhões de euros para infraestruturas científicas e tecnológicas. Valeu a pena? Tratou-se, realmente, de uma injecção de investimento nas infraestruturas para a ciência e tecnologia e para a transferência de conhecimento das universidades para as empresas como nunca tinha acontecido. Era fundamental para o futuro da região investir no conhecimento, para incrementar, na própria região, a dinâmica das empresas. Está prevista, inclusivamente, uma nova linha de financiamento, ultimamente surgida no âmbito do QREN. Que nova linha é essa? Depois de termos financiado as infraestruturas científicas e tecnológicas, vamos financiar a própria atividade de investigação e desenvolvimento: os investigadores, os centros, as linhas de investigação, com programas de investigação a cerca de dois anos e meio, o que vai permitir qualificar. Até onde pode ir a verba? Ainda não está definida, mas será muito pro-
vavelmente superior a 20 milhões de euros. Estamos neste momento a quantificar a procura, porque vamos abrir o concurso muito em breve e precisamos de ter uma noção do orçamento. Quem se pretende envolver? Sobretudo, os centros de excelência. A seleção das candidaturas será muito exigente, com júris pelo menos nacionais, não sei se haverá membros estrangeiros. Portanto, serão condições extremamente exigentes. Quem poderá candidatar-se? Poderão candidatar-se, em teoria, todos os centros de investigação, mas, na prática, só terão hipótese os melhores. Depois, terão de ter um número mínimo de investigadores e obedecer a outros requisitos. É um filtro muito apertado. E os investigadores? O respetivo currículo terá de justificar o financiamento, terá de garantir que o programa de investigação terá credibilidade. Vai ser um concurso extremamente exigente, porque a região quer situar-se nos patamares mais altos a nível internacional.
02JUNHO 2011
Turismo resistiu à crise e cresceu Rota "Caminhos de FátiMa" potencia o turismo religioso A região ficou melhor organizada turisticamente com a última reforma introduzida no setor? As várias regiões estão agora, inequivocamente, melhor organizadas, a do Centro não é exceção, embora haja, naturalmente, progressos a fazer. Neste momento, a região Centro tem cinco organizações turísticas e uma agência de turismo que envolve os 78 municípios. O turismo tem crescido. Os nossos indicadores turísticos são, de facto, muito melhores do que os da média do país. O setor tem conseguido ultrapassar a crise e crescer. Que critérios segue a CCDRC na atribuição de financiamentos? Adverti sempre que não concederia financiamentos de modo disperso. Era preciso que houvesse escala, organização. Convidei, portanto, as instituições a organizarem-se. Com isso conseguimos que estas cinco entidades apresentassem uma candidatura comum para fazer a promoção do turismo desta vastíssima região Centro. Financiámos essa candidatura com um montante extremamente elevado, com cerca de cinco milhões de euros. Que levou a CCDRC a criar os "Caminhos de Fátima"? À Comissão de Coordenação não incumbe, como já referi, promover projetos. Decidiu, ainda assim, envolver-se, o que me orgulha, no desenvolvimento do turismo religioso. Fátima faz parte da região Centro, a rota da peregrinação vai ajudar, certamente, a desenvolver outro importante recurso, mas que tem estado esquecido. É preciso inscrever o turismo religioso na agenda económica regional. A iniciativa teve adesão por parte dos municípios incluídos na rota Coimbra-Fátima? Dado o sinal, a adesão foi imediata, tanto por parte das câmaras envolvidas, como pela Entidade Regional de Turismo do Centro e o pólo turístico Leiria/Fátima, as dioceses de Coimbra e Leiria, o Santuário de Fátima. O que é que levou à abertura dos "Caminhos de Fátima"? Possibilitar aos peregrinos a descoberta do interior da região Centro e oferecer-lhes uma rota mais segura, mais agradável, mais aprazível, através da qual possam levar a cabo a sua peregrinação com recolhimento, mas descobrindo, simultaneamente, um país desconhecido.
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Adverti que não concederia financiamentos de modo disperso. Era preciso escala e organização 29
sociedade
reportagem
quiaios
Dar saúde aos animais marinhos O centro de reabilitação de animais marinhos de quiaios trata tartarugas, aves e mamíferos marinhos que dão à costa por todo o país. É lá que também está, há quatro anos, o único golfinho comum em reabilitação no mundo inteiro textos marta varandas fotos pedro ramos A baía DE São Martinho do Porto, em setembro de 2007, recebeu a visita inesperada de um golfinho, juvenil. Para ter aparecido naquele local, algo de grave acontecera. De imediato, a Polícia Marítima contactou a equipa do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios (CRAM-Q), que ao chegar ao local logo percebeu a dificuldade com que o golfinho nadava, assim como os cortes que apresentava na cabeça e nas barbatanas. Batizado como "Martinha", por ter aparecido dentro da Baía de São Martinho do Porto, teve um final feliz. Atualmente é o único golfinho da sua espécie em cativeiro no mundo inteiro, sendo que na altura que deu à costa portuguesa havia mais dois nas mesmas circunstâncias, noutras partes do mundo, que após reabilitação acabariam por ser transfe-
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ridos para parques aquáticos, morrendo de velhice, mas em cativeiro. Hoje, a "Martinha" continua no CRAM-Q. Por trás de um muro onde há mais espaço, lá está ela, na piscina, construída especialmente para colmatar as suas necessidades. Está bem de saúde. E com a recente classificação de "libertável", o que quer dizer que está pronta para ser devolvida ao mar. Ou melhor, está "quase pronta", porque "é necessário iniciar todo um processo de desabituação aos humanos, acostumá-la a comer peixe vivo. Para isso estamos a preparar um sistema para manter o peixe que come vivo e colocá-lo na piscina onde está", como explica a coordenadora do CRAM-Q, Marisa Ferreira. Vai ser difícil para todos ver a "Martinha" partir. "Mas também uma grande alegria", conta a coordenadora.
Mas o CRAM-Q é mais que a "Martinha". Marisa Ferreira explica que o centro - gerido pela Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem, contando com investigadores do Departamento de Biologia da Escola de Ciências da Universidade do Minho e do Centro de Estudos Ambientais e Marinhos da Universidade de Aveiro, que cooperam nos trabalhos que lá são desenvolvidos -, tem neste momento 11 animais em reabilitação, que ocupam as 11 piscinas existentes. As tartarugas estão em maioria. Mas também recebe aves marinhas, em grande número, e esporadicamente focas. "Começámos o nosso trabalho na altura do Prestige, a reabilitar aves petroleadas. Quando apareceu a baleia-piloto, na Nazaré, criámos esta estrutura, do nada". Estávamos no ano de 2006. Desde então, com dificuldades, continuam a livrar da morte estes animais.
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1 - Salvador Mascarenhas, veterinário do CRAM-Q 2 - André Cascalho, auxiliar de veterinário 3 - Enfermeira Cátia Pinheiro 4 - Marisa Ferreira, coordendora do CRAM-Q 5 - Alimentação com entubação gástrica na Gimlie 6 - André Cascalho a retirar tecido necrosado à Mini Me
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reportagem
sociedade
Um hospital marinho que em tudo se assemelha ao humano É nos anexos da pequena casa florestal em Quiaios que se situa o Centro de Operações - onde está a sala de enfermagem e de alimentação - do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios (CRAM-Q). A enfermeira veterinária Cátia Pinheiro é quem está de serviço. Diz que aquele espaço "é tão rigoroso" como se fosse num hospital humano. Na parede está um quadro com o protocolo de tratamento de cada um dos 11 animais que neste momento estão "internados". Cada animal marinho tem um código, uma ficha de tratamento com a evolução dos ferimentos e tudo o que come ao longo do dia. Para assegurar tudo isto, "temos um turno das 8H00 às 16H00; outro das 16H00 às 24H00 e ainda temos um turno extra, se algum dos animais estiver em estado crítico, das 24H00 às 8H00", explica Cátia Pinheiro, que faz o turno da manhã. O da tarde cabe à colega Tânia Lopes, que
factos Das sete tartarugas que atualmente estão no CRAM-Q, três vão ser devolvidas ao mar a curto prazo, estando já agendadas as libertações.
estava de folga. "Tratamos estes animais o melhor que podemos, como se fosse um cão ou um gato", conta a enfermeira, enquanto analisa a água das piscinas, tarefa que realiza duas vezes ao dia. Chega Salvador Mascarenhas, veterinário residente, que "se pudesse estava cá o dia inteiro". Como é voluntário, passa apenas algumas horas no CRAM-Q. "Tratamos bem estes animais, mas não os podemos condicionar à presença humana, para que não gostem de nós e não associem fonte de comida aos humanos depois de serem libertados", diz o médico. Está na hora das refeições. Cátia Pinheiro prepara o peixe, da melhor qualidade - congelado e suplementado por vitaminas -, desde lulas, sardinhas, cavala... A tartaruga Gimlie (imagem) está muito mal e só come papas, através de entubação gástrica. "Muitas vezes há cuidados especiais", afirma o veterinário.
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anos é o tempo estimado para conseguir libertar a "Martinha"
No CRAM-Q está em reabilitação uma pardela balear, com o nome de "Cruela". As aves marinhas são a espécie recebida em maior número.
No CRAM-Q está um golfinho, a "Martinha", que tem de estar bem protegida, com protetor solar, fator 50, sempre que está sol forte.
O CRAM-Q também recebe focas, mas esporadicamente. Poucos dias antes da reportagem da C ter visitado o centro, foi libertada uma.
600
euros foi o custo diário da "Martinha" na primeira fase dos tratamentos
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metros cúbicos de água é o volume do tanque da "Martinha", quantidade necessária para proporcionar a sua reabilitação
7,5
quilos é a quantidade de comida (peixe) que a "Martinha" come por dia (um quilo por refeição)
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opinião
Mira Lagoa Sobral
Sinais dos tempos chega o verão. bom mesmo é que cheguem dois.
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Em junho há um verão que se deseja. E que não depende nem dos céus nem das nuvens
um garantidamente chega. Mais dezena e meia de dias e aí estará. O de 2011. o outro verão, o desejado, não o garantido, será muito bom que chegue antes do tempo. Mas a tempo. Em tempo. Com tempo. No início de junho. Que comece. o verão garantido chega todos os anos, lá depois do Santo António, mais para o São João e um pouco antes de São Pedro, fruto eterno do eterno movimento dos componentes da galáxia. ao verão desejado será que os portugueses o verão? verão se antes virem que a primavera terrestre que está a acabar nada teve a ver como primavera de vida do País.
enxurradas de dificuldades, vendavais de imprevistos e saraivadas fortes entre outros fenómenos. Este inverno prolongado já vem do século passado. acostumamo-nos? Acomodamo-nos? Desleixamo-nos? Cansamo-nos? Ou ainda acreditamos em milagres? Ou desistimos de nós próprios? se sim verão que o verão tardará ainda mais. E que o inverno será mais rigoroso. em junho há um verão que se deseja. E que não depende nem dos céus nem das nuvens. Mas depende dos centros de altas pressões. Cujo funcionamento interno nos não dê a inalterabilidade. Rumo ao futuro. De quem todos deverão e devem ter saudades. portugal merece. os portugueses precisam. Os portu-
gueses merecem. verão que há muito, em Portugal, o inverno se prolonga. Chuvadas de problemas,
será que querem?
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sociedade
O reforço do PATRIMÓNIO E A ESTABILIDADE DESPORTIVA constam da "obra feita". José Eduardo simões apresenta uma equipa pronta para trabalhar e critica quem "destrói tudo por onde passa". textos mÁRIO nICOLAU foto Pedro Ramos
josé eduardo simões
SÓCIOS vão CHUMBAR quem destrói tudo por onde passa Como é que lida com as críticas? São cada vez menos. Os sócios reconhecem o trabalho de quem construiu a Academia Dolce Vita, quem comprou e reabilitou a sede nos Arcos do Jardim, convertendo o Still Is na verdadeira casa da história da Académica e num exemplo a nível europeu, quem aumentou em 10 por cento o número de adeptos e associados presentes no "Cidade de Coimbra", quem conseguiu manter a Académica 10 anos na Liga, quem garantiu a presença nas meias-finais da Taça de Portugal e na Taça da Liga, quem lançou vários treinadores e jovens jogadores (Sissoko, Rodolfo e Paulo Grilo estão no Torneio de Toulon), quem diminuiu o passivo e aumentou o património.
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em 2010, passou para a exorbitante quantia de sete m il euros. Nunca vi o senhor vereador do Desporto preocupado com a questão... ... mas está preocupado com a situação da Académica... A falta de isenção é notória. O líder da bancada parlamentar da coligação que governa Coimbra também nunca se preocupou, em seis anos, com o problema. Temos obra feita, uma equipa
muito boa e pronta fazer uma Académica desportivamente melhor, mais saudável financeiramente e preparada para os tempos difíceis que se avizinham. Depois, existe uma outra equipa que não sabe o que é gerir – seja nas experiências profissionais ou nos episódicos relances na gestão desportiva – e que destrói tudo por onde passa.
A Académica tem condições para discutir a presença nas competições europeias? O meu adversário é uma pessoa que gosta de prometer o Real Madrid, na pré-temporada, e patrocínios milionários que, afinal, não passam de castelos de areia. Prometer a Europa é estar a mentir aos sócios da Académica.
Como é que analisa a convivência entre o futebol e a política? A política é para os políticos. No caso das eleições da Académica, a outra candidatura é política e será derrotada nas urnas de forma clamorosa e para que não haja dúvidas: com a Académica ninguém brinca. Sobretudo os políticos, sejam de que partido forem, estejam em que posição estejam ou mesmo que sejam pagos pelo erário público, como é o caso do vereador do Desporto, ou candidatos a deputados ou a concelhias ou distritais. A Académica deve estar absolutamente separada da política. Estamos sempre dispostos a colaborar, para valorizar Coimbra. Foi assim com os U2, com a Taça da Liga e o Portugal-China.
A Académica não tem ainda a estrutura necessária para atacar as competições europeias? O distrito de Coimbra não tem empresas fortes. Existem meia dúzia de empresas estatais ou privadas, focalizadas em determinadas atividades, que não dão apoio ao futebol. A Entidade Regional de Turismo, ao contrário do que acontece no Algarve, por exemplo, não apoia o futebol. A Câmara de Coimbra, até 2009, subsidiou a formação da Académica com 20 mil euros (Portimão dá 200 mil euros e Braga 450 mil) e,
A Académica é uma tentação a vários níveis? A Académica é a instituição mais representativa de Coimbra em termos desportivos (e não só...) e há pessoas que têm a tentação de a intrumentalizar para outros fins: para tentarem alcançar outros lugares na política, para manterem lugares na política ou para continuarem a ser pagos pelos contribuintes. Os sócios nunca gostaram disso e no dia 7 de junho, nas urnas, vão dar a devida resposta. Os interesses da Académica estão acima de tudo.
02JUNHO 2011
Cinco novidades
Salvador Manuel Arnaut, António José Figueiredo e Gonçalo Lobo Xavier, todos indigitados para vice-presidências, bem como os suplentes Manuel Nogueira Serens e Ricardo Manuel Martins são os novos rostos da lista A.
Fernando Oliveira na AG
O médico Fernando Oliveira substitui Paulo Mota Pinto na Assembleia Geral, António Preto continua como presidente do Conselho Fiscal e José Barros foi a personalidade escolhida para o Conselho Académico.
Explicar a história
O caso N'Dinga e a extinção da secção de futebol, em 1974, são temas históricos. José Eduardo Simões recusa a "caça às bruxas", mas quer dar a conhecer "a verdade" em livro ou em vídeo.
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sociedade
notícias
logótipo renovado e site
CIM - Baixo Mondego apresenta nova dinâmica Mondego deu a conhecer a nova imagem institucional, com a apresentação do site e da renovada identidade visual (logótipo). Jorge Bento, presidente do Conselho Executivo da CIM - Baixo Mondego, sublinhou, na cerimónia de apresentação, num hotel de Coimbra, que aquele organismo vai ficar aberto ao "mundo da comunicação global". O site www.baixomondego.pt vai ser utilizado, explicou, "para divulgar a nossa atividade, dar a conhecer as nossas reflexões e receber contributos que, cívica e democraticamente, nos queiram transmitir". Jorge Bento lembrou que as Comunidades Intermunicipais são "associações de municípios que foram constituídas para contratualizar a gestão autónoma de fundos comunitários do QREN" e que essa contratualização, no caso da CIM - Baixo Mondego, foi efetivada com a atribuição de 79 milhões de euros, "que suportam um largo conjunto de projetos a desenvolver pelos municípios, alguns dos quais com clara relevância supranacional", exemplificando com a Ciclovia do Mondego ou a Plataforma Rodo-Ferroviária da Pampilhosa/Souselas. CONTRA a EXTINÇÃO DE MUNICÍPIOS O autarca de Condeixa-a-Nova reconheceu que "a via associativa" pode ser o "contraponto, racional e economicamente adequado, às medidas cegas de extinção de municípios, já que há um largo campo de intervenção municipal onde se podem gerar economias de escala". Por isso, elencou três projetos que a CIM - Baixo Mondego está a executar e que podem ser exemplos significativos dessas políticas. Falava da formação, estando aquele organismo credenciado como entidade formadora; de um projeto na área do empreendedorismo, para "agilizar os processos de apoio à criação de negócio"; e da Central Eletrónica de Compras, que "pretende gerar poupanças que resultarão da negociação conjunta para aquisição de bens e serviços". A CIM - Baixo Mondego congrega 10 municípios - Mortágua, Penacova, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Soure, Montemor-o-Velho, Mealhada, Cantanhede, Mira e Figueira da Foz -, num universo que corresponde a 360 mil habitantes. MV
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mário nicolau
A comunidade Intermunicipal (CIM) - Baixo
Fernando Regateiro, Afonso Abrantes, Jorge Bento, Luís Leal e Barbosa de Melo
Humberto Oliveira, Olinda Rio e António Gravato
João Moura e Mário Jorge Nunes
João Ataíde e Afonso Abrantes
A nova identidade visual pretende unir a diversidade dos 10 concelhos numa onda de imaginação, esperança e energia
02JunHo 2011
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cérebros
inovação
Projeto made in UC impede que o organismo rejeite stents Uma solução criada por um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra ajuda a diminuir a rejeição do organismo aos mecanismos utilizados para desobstruir artérias. Projeto já foi galardoado com um "Seeds of Science"Texto Marco roque Foto Pedro Ramos O segredo da ideia está na composição dos stents, as pequenas malhas metálicas que são colocadas dentro de vasos sanguíneos obstruídos, normalmente devido a problemas de colesterol. "A malha é metida lá dentro, seguida de um balão", explica Ana Paula Piedade, responsável pelo projeto e investigadora do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC, indicando que, "ao expandir, faz com que o stent desobstrua o vaso". O problema surge pelo facto do stent ter de possuir algumas propriedades mecânicas para se manter fixo. Propriedades que só existem em ligas metálicas. "O problema dessas ligas é que não são compativeís com
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o nosso organismo. As mais utilizadas são de níquel/titânio e aço inoxidável (biomédico)", refere a investigadora. Por terem níquel na sua composição, o organismo humano rejeita-os facilmente. "Mais de um quarto da população mundial é alérgica ao níquel, o sangue e as células do próprio vaso sanguíneo, quando veem esse metal reconhecem-no como um material estranho e reagem adversamente", revela Ana Paula Piedade. As reações podem passar pelo "encapsulamento numa fibrose" ou o desenvolvimento de mecanismos de rejeição. "Passado pouco tempo, o stent tem de ser tirado para colocar outro", conclui. A solução encontrada pela equipa de inves-
tigação foi "revestir o stent com um 'filme fino', que só tem meio mícron de espessura. A título de exemplo, um mícron é a centésima parte da espessura de um cabelo", refere a investigadora. "Esse revestimento, junto à parte metálica, na superfície mais exterior, é polimérico – ao ser um polímero, mais conhecido como plástico, são mais compatíveis com o organismo que os outros. É assim que enganamos o organismo", revela. "Enganado" pela superfície de "plástico", o organismo não reage adversamente e as células do interior do vaso sanguíneo "acabam por tapar o stent". Assim, "o sangue não vê nada a não ser as células, por isso não reage adversamente". A inovação passou pela criação de
um "gradiente de composição". "É um ‘filme’ que começa com características metálicas e acaba com material polimérico. Assim, "não há o problema dos revestimentos se separar em do stent – o que acontece habitualmente". Este novo stent é o resultado de um trabalho de equipa. "Foi financiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia, desenvolvido aqui no grupo de Nanomateriais e Micro Fabricação do Centro de Engenharia Mecânica da UC, em conjunto com o grupo do Neurociências e Biologia Molecular da universidade. "É um projeto desenvolvido a 100 por cento pela Universidade de Coimbra", sublinha Ana Paula Piedade. Depois de três anos de investigação, num esforço que envolveu seis pessoas, o sucesso foi rápido. No passado dia 21 de maio, na IV Gala da Ciência, o projeto foi galardoado com um Seed of Science, na categoria Engenharias e Tecnologias. "Fui receber o prémio porque era a investigadora responsável, mas há toda uma panóplia de pessoas por detrás. O centro de investigação, o financiamento, a equipa de investigação, o gabinete de imprensa da Universidade…" , lembra a investigadora, acrescentando que "o facto de ver o trabalho de tanta gente diferente ser reconhecido com um Seeds of Science é excelente. Os cientistas são muitas vezes vistos como bichos-do-mato e é uma boa ideia desmistificar isso". Para além disso, "o reconhecimento do nosso trabalho é sempre excelente", conclui Ana Paula Piedade.
à lupa Nome
Ana Paula Piedade Data de nascimento
03 de maio de1962 Naturalidade
Figueira da Foz
filme preferido
Dead Ringers (Irmãos Inseparáveis) prato predileto
Toda a doçaria conventual Passatempo
Ler um bom livro, uma bibliografia porto de abrigo
"Na Figueira, a ver o mar"
ciência & tecnologia Vida pode surgir de vulcão submarino Um estudo da Universidade de
Coimbra (UC) demonstrou, pela primeira vez, o aparecimento de vida, tendo por base os efeitos de um vulcão submarino. O estudo resulta de uma investigação que "analisou imagens de satélite de uma região do Pacífico, onde após a erupção de um vulcão submarino", revelou um comunicado da UC. Através das imagens, verificou-se um "bloom" no aparecimento de microalgas naquela zona.
Spin-offs investem acima da média
Teresa MEndes , diretora do
Instituto Pedro Nunes, revelou que as empresas geradas a partir da UC investem cinco vezes mais em inovação que a média nacional. A informação surge no "Roteiro spin-offs UC, 2008", onde se revela que essas empresas têm uma "intensidade média de inovação de 11 por cento por comparação com a média nacional de dois por cento".
Investigador da UC dá nome a planta Um grupo de portugueses descobriu uma planta em Timor. A planta é conhecida como "Mau halé" é usado pelos locais para tratar a gonorreia. O nome escolhido para identificar o vegetal foi Argyreia paivae, em homenagem a Jorge Paiva, professor aposentado e investigador da UC que colabora no projeto.
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marketeer
Quero escrever um livro infantil
dinheiro
Qual foi o seu primeiro emprego? Como jornalista, na Lusomundo. net, atual TSF online. Estive lá quase quatro anos e adorei. Enquanto fui estudante sempre trabalhei em part-time nas férias. A primeira vez com 16 anos, para ganhar algum dinheiro para a compra de uma mota. Lembro-me que cada vez que os meus amigos iam para o café ou, na altura, para a piscina municipal, e eu tinha que ir trabalhar, dava-me um aperto. Mas fez-me bem. Como gastou o primeiro ordenado? Mimei-me e paguei copos aos amigos. Foi bem gasto. Um sonho… Escrever um livro infantil. O que não suporta? Falsidade.
Filipa Gaioso Ribeiro é assessora de Imprensa da Câmara Municipal da Mealhada desde 2007
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conversa de
quiosque
Quiosque Natália Centro Comercial Sofia - Loja n.º1 - 3000 -390 Coimbra Tel. 239 842 314
O Quiosque Natália, no Centro Comercial Sofia, na Baixa de Coimbra, é gerido por Natália Fonseca desde 11 de Agosto de 2008. Apaixonada pelo que faz e pela ligação com as pessoas, a proprietária "sente-se bem" a atender o público que visita o quiosque. "Trocar dois
dedos de conversa" tem um gosto especial para Natália Fonseca. O espaço está aberto de segunda-feira a sábado, das 08H00 às 20H00, e encerra ao domingo. Revistas, jornais e tabaco, entre outros produtos, integram o rol da oferta posta à disposição dos clientes.
Um vício que não equaciona deixar. A fotografia.
02JUNHO 2011
E que marca não dispensa? Pode ser a marca "branca"? É que sou fã e dá-me imenso jeito. Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? De Vinicius de Moraes a Beatles, de Jorge Palma a Peste e Sida, de Nina Simone a Talking Heads, muitas. Sobretudo quando estou feliz. Mas sempre sozinha, no carro, ou com aqueles amigos. Nunca em público! Não é preciso magoar ninguém! Com quem não jantava? Com Judas… Último livro lido, cd ouvido, filme visto? O último livro que li foi "Uma casa na escuridão", de José Luís Peixoto . O último CD ouvido foi dos Koop ou foi o "Femina", de Legendary Tigerman. Andam os dois comigo no carro. O último filme que vi, no cinema, foi o "Black Swan". Lema de vida? Carpe Diem. Sem dúvida.
empresário de sucesso
O que é que muda com a saída da SIMAB do capital da sociedade do MAC? É necessário enquadrar a mudança. Existe a tendência de criticar, para o bem e para o mal, a presença do Estado. Quando está nas empresas, não devia estar; quando não está, podem acontecer coisas más. Ora, julgo que nenhum destes cenários é verdadeiro. No caso do Mercado Abastecedor de Coimbra (MAC), a nova fase representa um regresso às origens. O MAC foi constituído em 1992 com acionistas privados (dois terços) e o acionista institucional (um terço), a Câmara Municipal de Coimbra. A entrada do Estado começa a desenhar-se em 1995... O Estado constituiu uma empresa pública para promover a criação de sociedades gestoras e proprietárias dos mercados. Reservou para si a gestão do programa comunitário (o Promab), mas os acionistas não esqueceram essa componente e candidataram-se aos fundos. Aliás, o primeiro presidente do MAC, Santos Cardoso, contou desde o início com este apoio, mas o Estado, para garantir o acesso do MAC aos fundos comunitários, exigiu a entrada no capital social através da SIMAB. A Assembleia Geral, apesar de alguns contornos chantageosos, acabou por aceitar. O mercado do Porto, o único que existia na altura, teve acesso aos fundos e não foi obrigado a aceitar a presença da SIMAB. Dizem que Coimbra é tratada em Lisboa de maneira diferente e... é verdade. Na altura, era presidente da Câmara do Porto, suponho, um tal Fernando Gomes, que falava grosso fosse qual fosse o primeiro-ministro. Agora, já fala mais fino porque lhe tiraram o tapete. Quem é que definiu o tempo de permanência do Estado no MAC? O próprio Estado. Foi estipulado um prazo de sete anos, mas em 2003 esqueceu-se que tinha de sair. No fim de 2008, vários acionistas privados subscreveram uma ação em tribunal. Há um ano a esta parte, a SIMAB cumpriu os estatutos, colocou as ações à venda. Alguns acionistas reuniram a capacidade financeira necessária para comprar a totalidade da participação do Estado e o processo chegou ao fim a 25 de maio deste ano. Qual é a importância da autarquia no novo Conselho de Administração? É um acionista nuclear e afasta os fantasmas que anunciam a possibilidade do MAC
O MAC não tem fantasmas
após o adeus da Simab – Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores, SA ao capital social e aos órgãos sociais do mac, luís saavedra, agora presidente do conselho de administração, garante que não virá nenhum mal ao mundo pela saída do estado Texto e foto Mário Nicolau poder derivar para um complexo imobiliário – o que não tem nenhum sentido, pois só com a anuência da câmara é que isso será possível. O atraso na saída do Estado prejudicou o MAC? Em 2003 era muito mais fácil obter financiamento. Agora, foi muito complica-
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Dizem que Coimbra é tratada de maneira diferente em Lisboa. É verdade. O Porto, que falava grosso, teve acesso aos fundos
do, pois o dinheiro está muito mais caro e é muito mais difícil de obter. Dentro de seis meses, está prevista a entrada de novos acionistas – operadores do mercado que ainda não o são ou outros que já são, mas que na altura não tinham capacidade financeira para participar na operação. Representa o desejável rejuvenescimento. Projetos? A instalação de 141 hortofrutícolas está garantida, pois está no MAC quem deveria estar. O abastecimento agroalimentar, com o escoamento dos produtos dos concelhos de Condeixa-a-Nova, Montemor-o-Velho, Cantanhede, Mira e Vagos, é uma prioridade. Em termos de logística, no caso do não alimentar, a localização e as facilidades de circulação no interior, tornam o MAC apetecível nesta área. Estamos em conversações com três entidades para a instalação das respetivas bases.
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certame
Expo-Miranda anima concelho até domingo
Fátima Ramos, presidente da autarquia, tem aumentado a qualidade do certame Promovida pela Câmara Municipal de
Miranda do Corvo, em conjunto com a comissão organizadora, composta por representantes da autarquia e empresários do concelho, a XXI Expo-Miranda reflete a atividade económica, industrial, agrícola, cultural e artesanal, bem como o dinamismo das instituições de solidariedade social e das coletividades desportivas, recreativas, culturais e humanitárias do concelho e da região, proporcionando muitos momentos de animação e convívio. Na edição 2011 estão presentes desde os setores mais tradicionais até às novas tecnologias, sem esquecer o setor ambiental
de que é exemplo o espaço da AREAC Agência Regional de Energia e Ambiente do Centro, que realiza, no sábado, dois workshops destinados ao público jovem. O Feriado Municipal de Miranda do Corvo tem a particularidade de se celebrar no dia Mundial da Criança. A festa decorre na Quinta da Paiva e promete insufláveis, várias atividades desportivas e radicais, além de entrada gratuita na piscina. No mesmo dia, será inaugurado o Parque Radical da Rua Mota Pinto. A famosa chanfana, os negalhos, a sopa de casamento e o sarrabulho, bem como o artesanato, são outros dos atrativos.
Cartaz de espetáculos 100 por cento nacional Função Públika, Noite de Miranda, Expensive Soul, Miguel Gameiro e Quim Barreiros marcam presença, por esta ordem, no palco da Expo-Miranda. Por outro lado, numa parceria com a Associação Juvenil Maisqu’evidente, a Expo associou-se ao projeto "Portugal Solidário". Foi montado um espaço de diversão para os mais novos, denominado de Zona Kids, com insufláveis e trampolim, e as crianças poderão usufruir destes equipamentos por um valor simbólico, que será doado à AMI para a construção da cidade-escola em Moçambique.
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se achas que sabes cantar
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GRANDE FINAL 12 DE AGOSTO GÓIS
dinheiro
ambiente
Em defesa da floresta urbana O dia 5 de Junho é a data definida pela ONU para comemorar o Dia Mundial do Ambiente. Mas um dia por ano não é suficiente para corrigir todos os erros. Nas palavras do investigador Jorge Paiva, "era uma chatice se só se lembrassem do ambiente neste dia" Textos marco roque IlustraçãoHugocampos
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Com o objetivo de aumentar a consciência das populações em relação às questões ambientais, o Dia Mundial do Ambiente deste ano apresenta como tema "As Florestas: Natureza ao nosso serviço". A data surge numa altura em que Coimbra enfrenta um problema não na floresta que a rodeia, mas sim nas árvores que povoam as suas artérias urbanas. No final de maio, a Câmara Municipal de Coimbra procedeu ao abate de dezenas de plátanos numa das vias da cidade, devido a uma patologia que ameaçava disseminar-se ainda mais. Mas a solução não deve ser só o corte. "As artérias urbanas precisam de árvores", sublinha Jorge Paiva, professor aposentado e investigador da Universidade de Coimbra. "As árvores têm uma particularidade que mais nenhum ser vivo tem", destaca referindo-se ao facto de que as diferentes reações químicas que alimentam o "mo-
tor biológico" das árvores produzirem oxigénio. "Oxigénio que os outros seres vivos precisam para respirar", sublinha. "Foi por isso que foram plantadas árvores nas ruas, nas artérias urbanas. Para despoluir e produzir oxigénio", lembra o professor. Mas, mostra-se crítico das opções das câmaras municipais. "As autarquias copiam-se umas às outras. Há uns anos deu-lhes a 'platanite', fartaram-se de plantar plátanos", conta, acrescendo que "o plátano é uma árvore boa para as zonas urbanas, particularmente nesta zona da Europa, porque não tem folhas no inverno, mas continua a despoluir através da casca verde". O problema é que os plátanos "não têm dimensão para as artérias onde os puseram". E depois "podaram-nas demais, eram verdadeiras derro-
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tas. Quando se poda tem de se ter cuidado, tem de se desinfetar a ferida. Isso não se fez", completa. E lança que "no caso da Avenida Navarro, é um pouco estranho. Toda a gente estranha que os plátanos tenham morrido em fila". Tudo indica que os erros do passado se estão a repetir de novo. "Não houve uma estratégia quando os plantaram, nem há agora. As empresas que vendem as árvores tinham excesso de palmeiras. Assim nasceu a 'palmeirite" – e plantaram-nas em sítios onde elas não se aguentam", defende Jorge Paiva. O professor critica também as sucessivas autarquias de Coimbra, que "têm sido um desastre a nível ambiental". E dá como exemplo a construção do Parque Verde. "Antes de o fazerem, porque é que deitaram abaixo as laranjeiras que lá estavam, algumas centenárias?
Primeiro derrotaram o laranjal e depois fizeram o parque, que de verde tem pouco", contesta. Mas garante que "atualmente a autarquia tem mais cuidados, embora o departamento do ambiente seja sempre o mais pobre". "A humanidade vive numa gaiola" Jorge Paiva alerta para o facto de a espécie humana estar a esquecer-se "que vive numa gaiola" e que "não pode continuar a emporcalhar a Terra". Nas palestras que dá a estudantes do secundário, o professor pergunta "se os miúdos gostam de ter um pássaro numa gaiola". Mas, "suponham que nunca lhe limpam a gaiola. Ela vai ficando cada vez mais suja. O pássaro acaba por morrer", conta. No entanto, nem tudo é mau. "Já temos algum cuidado, tratamos os afluentes gasosos das indústrias, dos escapes de motores mecânicos. Começamos agora a tratar os esgotos", refere.
O pensamento focado no lucro xo uma capela para fazer um laracaba por ser o grande obstáculo. go". Jorge Paiva vai mais longe e "Devido à falta de educação amdestaca que "uma pessoa não vai biental, criou-se a ideia de que só ao Mosteiro dos Jerónimos, faz a economia é que um buraco e importa. E tratar mete lá uma resíduos custa diplaca a dizer nheiro", declara o m o nu m e n professor. "Os po- Não temos feito to nacional. líticos do mundo", Mas não tem continua, "tem de educação ambienproblemas em perceber dentro tal e continuamos chegar a um desta gaiola estamonumento a não fazer mos nós e todos biológico naos outros animais cional – uma e seres vivos. E nós árvore – e fanão vamos conseguir sobreviver zer isso". "Falta educação ambiensem eles". tal, muitos professores fazem-na apenas porque querem", conclui. "Falta educação A solução pode passar pelos caambiental" nais de televisão e rádio públicos. "Não temos feito educação am"Das três antenas de rádio púbiental e continuamos a não blicas, uma é generalista, outra fazer", revela o professor. "Na cultural e uma de música. Nas teminha geração, nasci em 1933, levisões, uma é generalista e outra houve muita educação cultural", cultural", afirma o professor, surecorda. O resultado é que, "hoje, blinhando que "de ambiente não por exemplo, já não se deita abaitemos nenhuma".
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fatos florestais O armazenamento de carbono e a absorção de dióxido de carbono da atmosfera são exemplos da importância das florestas. As árvores , ao regular a distribuição de água para muitos dos rios do mundo, ajudam a assegurar a qualidade da água e abastecem quase metade das grandes cidades, desde Caracas até Nova York. Elas também contribuem para a diminuição dos impactos de tempestades e enchentes, ajudando a controlar a erosão. Em muitos países em desenvolvimento, mais do que 80 por cento de toda a energia consumida é proveniente das florestas, como combustível e carvão vegetal. Fonte: http://www.unep.org
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Colégio de São Martinho ano lectivo 2011/2012
ambiente
Os cidadãos educam-se com calma e paciência Não é por acaso que o Jardim Botânico
cursos de educação e formação curso de cozinha - tipo 2 | nível 2 curso de serviço de bar - tipo 3 | nível 2
curso profissional técnico de análises laboratoriais - nível 3
da Universidade de Coimbra acolhe a conversa da C com Adelaide Chichorro, presidente da direção da Quercus de Coimbra. "Eu venho aqui quase todos os sábados, ao Mercadinho do Botânico", revela Adelaide Chichorro. No mercado, vendem-se produtos vindos da agricultura sustentável. E há também espaço para educar. "Temos de gerar o conhecimento nas pessoas, gerar lentamente a participação, de que modo a que elas próprias produzam o seu alimento, o sustento", sublinha Adelaide Chicorro acrescentando que "é um trabalho lento, invisível, de todas as semanas, vir conversar com as pessoas". A presidente da direção assume que, neste momento, o
te, a Quercus avançou com uma dessas "pequenas coisas". "Fiz uma proposta de reorganização do estacionamento aqui na universidade", revela a presidente, pois "o estacionamento é um problema que afeta a todos, bem como ao turismo da cidade". As pessoas também podem fazer a sua parte. Seja "através da permacultura (plantação de alimentos em registo urbano) ou da eficiência energética (usando, por exemplo, fornos solares)", todos os contributos contam. É por isso que Adelaide Chichorro aposta na educação ambiental, com "calma e serenidade", lutando contra os constrangimentos através de projetos no-cost, "falando com as pessoas". "Há que apostar no conhecimento", conclui.
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condições de acesso Cursos de Educação e Formação tipo 2 7.º ano de escolaridade, ou preferência do 8.º, sem aprovação tipo 3 8.º ano de escolaridade, ou preferência do 9.º, sem aprovação
Curso profissional 9.º ano de escolaridade
Contactos Rua D. João I Fala - São Martinho do Bispo 3045-054 Coimbra Telefone: 239 810 444 / Fax: 239 810 446 Site: colegiosaomartinho@netcabo.pt
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e-mail:csmartinho@netcabo.pt
trabalho da Quercus – Coimbra passa, sobretudo, por este género de iniciativas. "Estamos a trabalhar dentro das limitações possíveis, respondendo a cartas e denúncias. Aqui em Coimbra não temos profissionais do ambiente, temos poucos voluntários ativos a trabalhar", lamenta. E defende uma atitude positiva para o funcionamento da Quercus. "Mais do que criticar, temos vindo a propor coisas. Há que atender à situação de crise grave que se vive no país. Ter apenas em conta os aspetos negativos da realidade é pior que tentar fazer pequenas coisas", garante. Recentemen-
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Mais do que criticar, temos vindo a propor coisas. Há que atender à situação de crise grave que se vive.
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Uma vez que 2011 foi declarado pelas Nações Unidas como Ano Mundial das Florestas, é lógico que o dia Mundial do Ambiente seja dedicado ao mesmo tema. Para Achim Steiner, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a escolha do tema ref lete a "ligação intrínseca entre o bem-estar humano e saúde das florestas, bem como dos ecossistemas f lorestais". Ban Ki-Moon, secretário-geral das Nações Unidas, vê a questão de forma mais abrangente. "Este dia mundial é uma oportunidade fantástica para mobilizar governos, comunidades e cidadãos, para falar a uma só voz por uma causa comum de modo a promover o ambiente como parte do desenvolvimento sustentável", sublinhou. O país escolhido para a celebração deste ano foi a Índia, país que "demonstrou liderança ao instituir um sistema de planta-
ção de árvores para combater a degradação e desertificação de terrenos", destaca Achim Steiner. A data pretende dar destaque não apenas às ár vores, mas também a todos os serviços essenciais à vida humana que as f lorestas fornecem. Exemplo disso é o facto da sobrevivência de 1,6 mil milhões de pessoas depender, das f lorestas. Para além disso, de acordo com dados da ONU, também servem de ca-
sa a 300 milhões de pessoas, um pouco por todo o mundo. Mas o Dia Mundial do Ambiente não passa apenas pela floresta. "O tema deste ano não deve limitar as pessoas de festejar outros feitos ambientais", lê-se no panfleto oficial, "pois todas as
ações ambientais positivas têm um impacto". E fica a garantia de que "arte da diversão passa por encontrar formas criativas de ligar esses feitos às florestas". No final, uma questão. "O que vai fazer neste Dia Mundial do Ambiente?".
Falar de ambiente é falar de florestas
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Maria de Lurdes e Mário Nunes
“A família é a nossa base estrutu VIVER em casa de...
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Há um aspeto muito importante que nunca deixei, que é a parte cultural
Esta semana a equipa da C foi conhecer o ambiente familiar do antigo vereador da cultura da Câmara municipal de Coimbra. texto márcia de oliveira fotos pedro ramos Mário Nunes, 72 anos, é oriundo da freguesia
do Espinhal, concelho de Penela. Maria de Lurdes Nunes, 68 anos, é de Lisboa. Conheceram-se na capital, mas foi em Coimbra que casaram e é onde vivem hoje. Moram num apartamento, junto ao AtriumSolum, há quase 45 anos. Desta união nasceram Inês Leonor (27 anos) e Mário Afonso (44 anos), que por sua vez já deu dois netos ao casal – a Francisca e o Hugo. "Tem sido uma vida familiar muito intensa, com momentos bons e momentos menos bons. Mas na maioria foram muito
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bons", afirma o atual presidente da Providência Portuguesa. Nas paredes da sua casa é bem visível o gosto pela arte da pintura. Não há parede que não tenha um quadro de um pintor conhecido. Mas há um especial: o da casa dos seus pais, no Espinhal. Mário Nunes tem muitas histórias engraçadas que gosta de recordar: "Quando eu ainda estava no Espinhal, houve uma altura em que o padre teve de ir a África do Sul e não havia quem tomasse conta da Igreja nem quem to-
casse os sinos. Por isso, fui sacristão durante três meses. É uma das coisas engraçadas que tenho da meninice", recorda a rir. Andamos mais um bocadinho e vamos parar a uma biblioteca com milhares de livros e uma coleção de figuras do Santo António. "Tenho mais de 10 mil livros, uns deram-me, outros pertenciam ao meu pai. Estão espalhados por três espaços diferentes, uns estão aqui, outros numa garagem e alguns estão na casa do Espinhal", explica o leitor assíduo. A escrita é outra das paixões de Mário Nunes,
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utural”
à qual dedica grande parte do seu tempo. Já publicou 72 livros, a maioria sobre a cidade dos estudantes. Agora, inclusivamente, vai lançar um livro sobre a Pampilhosa da Serra. "Quero fazer muitas coisas que não fiz até agora, como tratar das investigações que fiz durante anos" refere, destacando que gosta de estimular os outros a escrever livros. Passado, presente e futuro ligados à cultura Mário Nunes provém de uma família humilde. Só aos 17 anos é que saiu de casa, mas a ambição de ser alguém na vida foi mais forte. Ao longo da sua vida tirou três cursos: primeiro tirou o curso complementar de comércio,
seguiu-se o curso de História, onde tirou a especialidade em História de Arte, e frequentou ainda o curso de documentação e arquivo. "Há um aspeto muito importante que nunca deixei, que é a parte cultural", ressalva. Os quatro anos que passou na tropa marcaram-no profundamente. Hoje lembra as histórias desse passado ainda tão presente. "Em Monsanto não havia biblioteca e eu e dois colegas criamos uma. E mais: criámos também as visitas culturais ao país, ou seja, fazíamos excursões num autocarro, que corria o país todo e dávamos a conhecer Portugal às pessoas", realça. O facto de ter ajudado o pai, na arte de alfaiate, durante vários anos, foi uma mais-valia para a sua vida. "Na tropa era muito engraçado,
porque quando caíam os botões os meus colegas ficavam muito admirados porque não percebiam como é que eu conseguia voltar a cosê-los tão bem", diz Mário Nunes a sorrir. Quando saiu da tropa, esteve no Banco Ultramarino durante 27 anos. Voltou depois para Coimbra e entrou no GAAC – Grupo de Arqueologia e Arte do Centro –, que chegou a ser o departamento de cultura de Coimbra, intitulado de universidade ambulante, porque a sua equipa era formada por pessoas ligadas à universidade. "Aliás, hoje há património que existe em Coimbra devido a nós, às nossas exposições frontais, quer devido à comunicação social que nos apoiou, quer devido às nossas ações de rua. E a candidatura da Alta de
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viver
em casa de...
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A candidatura da Alta de Coimbra a património mundial, é baseada nos dois congressos que fizemos (GAAC) e dos quais publicámos livros Coimbra a património mundial, é baseada nos dois congressos que fizemos e dos quais publicámos livros. Foi um movimento muito forte que se fez aqui em Coimbra, devido ao GAAC que ainda hoje é conhecido em todo o lado", declara. Viagens à Austrália e à Polónia ainda são sonhos por concretizar Nas férias, o casal gosta de viajar. "Adoramos viajar, já demos quase a volta ao mundo", destaca Maria de Luz Nunes. A Grécia foi a viagem que mais marcou o casal. "Estivemos lá 21 dias e, nomeadamente Rhodes e Creta, marcaram-nos imenso. Aquela limpidez da água do mar vai ficar na nossa lembrança para sempre. Isso e o fenómeno de que sempre que eles tocavam uma flauta vinha um mundo de borboletas", afirmou a matriarca, que partilha a paixão pela leitura e pela escrita com o marido. Gosta igualmente de desenhar, arte que pode ter influenciado a filha, que escolheu seguir a arquitetura. Nos tempos livres, o patriarca
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gosta de plantar árvores de fruto no seu quintal, situado na casa da terra. Relembra ainda os tempos em que foi campeão de ping pong enquanto estava na tropa. "Eu jogava muito na esquerda e os tipos não conseguiam fazer
as puxadas que eu fazia", diz em tom de brincadeira. Ainda se lembra do primeiro prémio que recebeu e relembra igualmente o prémio que o marcou mais, um estudo aprofundado sobre artesanato e sobre
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como apareceu a guitarra em Portugal. Se um dia escrever um livro sobre ele, vai certamente falar sobre o seu otimismo. "Sou otimista, nunca sou negativo. Mesmo nas alturas menos boas, tento dar a volta pela positiva. Procuro ser uma pessoa alegre, gosto muito de dançar, de música (desde os clássicos à moderna) e de ler. Essas são realmente as inclinações que tenho na minha vida", afirma. Além disso, confessa, gosta muito de conviver. "Onde chegar, mesmo que não conheça ninguém, consigo introduzir-me em qualquer grupo. Sou um bom relações públicas", expressa. Em relação a sonhos que ainda não realizaram, o casal tem gostos distintos: "Ainda gostava de ir à Austrália", diz Mário Nunes. Por sua vez, Maria de Lurdes Nunes sonha ir um dia à Polónia. "Gostava muito do Papa João Paulo II e por isso queria ir a Cracóvia", explica. Mas relativamente ao conceito de família são unânimes: "A família é a nossa base estrutural. É o cerne quer das pessoas, quer da sociedade", concluem.
agenda Casino Figueira sex.3.23H30
"Uma questão de tempo" a palestra "A Medição do Tempo" de José Mo-
ta Tavares (hoje, às 18H30) é uma das iniciativas dedicadas à temática do tempo que a Confraria da Doçaria Conventual de Tentúgal promove, no Casino Figueira, até ao final do mês. Segundo Olga Cavaleiro, chanceler da confraria, "esta ação representa a preocupação da confraria com a condição natural do ser humano: a limitação do tempo". Além de exposições, estão previstas atividades gastronómicas, nomeadamente o jantar "Intemporalidades", dia 7, às 20H30, sob a direção gastronómica do chef Luís Lavrador, que inclui a palestra de Fernando Correia de Oliveira ("Portugal, o Tempo e as Mentalidades"). A "Oficina do Tempo", com a presença de mestres e alunos da Escola de Relojoaria da Casa Pia de Lisboa, (10 a 12 de junho) é outro dos capítulos do programa, que conta, ainda, com as participações
de Eduardo Sá e Carlos Fiolhais, respetivamente, sobre o "Tempo das crianças vs tempo dos adultos" e o "Tempo na Astrofísica" (28 e 30 de junho). A exposição de instrumentos de medição de tempo, relógios e cerca de 130 livros, da coleção particular de Fernando Correia Oliveira, patente até ao dia 30, merece, também, uma visita. O congresso Científico de Matemática (13 a 16), a presença de Diogo Freitas do Amaral, que encerra, dia 29, o primeiro semestre das "Conversas do Casino", a estreia no dia 15, do novo show internacional "Flashback" (com a cantora portuguesa Dora) e o "S. João Rapioqueiro", dia 25, confirmam o Casino Figueira como polo cultural da região Centro. O programa de animação para o mês de junho inclui, ainda, a apresentação de livros, vários espetáculos musicais e desporto. Por outras palavras: mais um mês em cheio.
Fãs deliraram com Tony Carreira
Rui Drumond ao vivo Mário Nicolau
Domingos Silva, administrador do Casino Figueira, Olga Cavaleiro, chanceler da Confraria da Doçaria Conventual de Tentúgal, e Fernando Maia, diretor de marketing do Casino Figueira
A participação em programas de televisão é uma das facetas da vida do cantor Rui Drumond, que anima as noites de sexta-feira e sábado no Álea Restaurante Bar.
qua.8.22H00
O consumidor heróico Palestra de Vítor J. Rodrigues no Álea Restaurante Bar.
qui.9.junho
Programa de neurociência Apresentação, às 18H30, do livro de Luís Miguel Rocha.
Dislexia e disortografia Ação de formação, às 15H30, pelo professor doutor Rafael Silva Pereira.
cantor recebeu presentes e distribuiu simpatia
qui.9.23H00
Em declarações ao jor-
nal O Figueirense, Tony Carreira considerou o convívio com as fãs "um momento diferente, onde o improviso entra e não há pressão". Mais de 700 pessoas marcaram presença no evento organizado pelo clube de fãs do cantor, que sentiu "um enorme prazer ao pisar o palco onde tudo começou". A participação de Tony Careira na edição de 1998 do Festival da Canção ficou gravada na memória do artista, que recebeu muitos
Espetáculo Mayra Andrade
presentes e respeitou o "alinhamento" definido pelo público maioritariamente feminino.
Tony Carreira distribuiu autógrafos e ficou "muito" sensibilizado com as manifestações de simpatia.
Mayra Andrade é uma mistura explosiva de culturas e sons, de África a Cuba, do jazz à música brasileira. A entrada custa 15 euros ou 150 pontos no cartão CF Club.
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head topo de gama
viver
mercado Ondacentro abre concessão na Guarda
a nova concessão da Honda no distrito da Guarda está instalada no edifício Litocar e entrou ao serviço em maio. A Ondacentro é concessionário Honda na região de Coimbra desde 1992, tendo sido adquirida pelo Grupo Litocar em 2006. Com sede nas instalações do Grupo Litocar, em Coimbra Sul, a Ondacentro alargou a atividade ao distrito da Guarda. As novas instalações, além de todos os serviços de mecânica e colisão da marca nipónica, incluem um espaço dedicado a veículos novos. Os Usados 100% e todos os serviços dos universo Litocar são, também, garantidos. A Honda Portugal considera a expansão da atividade da Ondacentro uma mais valia para a marca, pois representa uma melhoria significativa e decisiva para a presença na Guarda.
Excelência Nissan Ferreira Morais & Morais
o ÊXITO do concessionário Nissan em Coimbra
e na região Centro (instalações na Rua Adriano Lucas, em Coimbra) foi reconhecido pela Nissan Ibérica, que entregou à Ferreira Morais & Morais a distinção relativa à melhor concessão, no capítulo das vendas, a nível nacional. O prémio excelência Nissan foi entregue à empresa conimbricense durante a cerimónia que contou com a presença, entre outros, de Manuel de la Guardia, conselheiro diretor geral da Nissan Ibérica. A distinção resulta da "solidez e sofisticação" da equipa de colaboradores, que
interpreta uma filosofia inovadora, fruto da maior proatividade na abordagem aos clientes e na capacidade de antecipação das suas necessidades. "Este prémio demonstra que estamos no caminho certo na fidelização dos clientes e demonstra que toda a equipa está preparada para enfrentar, com profissionalismo e dedicação, as dificuldades. A atual conjuntura não é favorável, mas estamos empenhados em responder cabalmente aos anseios dos nossos clientes", garante Mário Morais, administrador da Ferreira Morais & Morais.
Genesis Coupé aumenta emoção da gama Hyundai
Mazda 3 atinge os três milhões
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o marco histórico foi atingido
O genesis Coupé chega a Portugal para au-
apenas sete anos e dez meses após o início da produção da primeira geração, tornando o Mazda3 no modelo mais vendido da atual gama de veículos de passageiros da marca. A unidade três milhões do Mazda3 tem cinco portas e está equipada com o bloco Mazda 2.0 MZR, i-stop e na cor Crystal White Pearl Mica.
mentar a emoção da gama Hyundai. Tem 4,6 metros de comprimento e projeta a Hyundai para um novo patamar graças à eficaz combinação de motor dianteiro e transmissão às rodas traseiras. Com 210 cv e um binário de 300 Nm, o propulsor a gasolina garante aceleração dos 0-100 km/h em 8 segundos e 223 km/h de velocidade máxima. Combina com caixa de seis velocidades manual ou automática de 5 velocidades com patilhas no volante.
Agilidade e eficaz combinação de motor dianteiro e transmissão às rodas traseiras são argumentos
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Para já só está disponível com um motor a gasolina, de 2,4 litros e 178 cavalos de potência, caixa de velocidades automática e transmissão integral. Aguarda-se a introdução do motor diesel no modelo topo da gama Suzuki. A elevada qualidade é um dosa argumentos. Com o Kizashi, a Suzuki oferece uma mistura única de desempenho dinâmico com estilo Premium e qualidade de construção nunca vistos neste segmento Na AUTO Morais & Duarte, concessionário oficial Suzuki, em Coimbra, é possível obter mais pormenores sobre o Kizashi, que foi pensado à medida dos entusiastas da condução.
quinta a fundo nova geração do Lancia A Ypsilon chega aos concessionários a 26 de Junho e possui estilo arrojado motorização mais A relevante do Jaguar XF para o nosso mercado (o turbodiesel de 2.2 litros e 190 cv) chega a Portugal em Setembro
apresenta a tecnologia progressiva da nova geração do Classe C, para oferecer um formato coupé impressionante, que combina a diversão ao volante com eficiência exemplar. As funcionalidades típicas do coupé incluem a pequena inclinação dianteira, capot longo, pára-brisas muito inclinado e longo e tejadilho alongado para fora. O painel de instrumentos tem um desenho forte, desportivo e de elevada qualidade.Três anéis tubulares com um acabamento galvanizado demonstram as credenciais desportivas ao condutor. O Classe C Coupé, que tem funcionalidades de segurança extraordinárias, é apresentado hoje oficialmente na rede Mercedes-Benz , com preços de comercialização a partir de 41.035,60 euros, para o C 180 CGI. A Sodicentro, distribuidor oficial Mercedes-Benz, disponibiliza mais informações sobre o novo modelo.
Citroën Ds4 garante 5 estrelas no Euro NCAP o CItroën DS4 não só obteve uma avaliação de 5 estrelas no âmbito do protocolo Euro NCAP, com uma pontuação de 97 por cento nos sistemas de assistência à condução, como também garantiu o troféu Euro NCAP Advanced, no seguimento dos modelos Citroën C5, C4 e Novo DS3. O galardão confirma o compromisso da marca em termos de tecnologias criativas e úteis para a vida quotidiana. O DS4 oferece um comportamento dinâmico em estrada sem qualquer prejuízo para com a serenidade e a segurança a bordo. Uma segurança reforçada pelas novas tecnologias de condução disponíveis de série, como a repartição electrónica da força de travagem, entre outras.
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Suzuki Kizashi
Novo Classe C Coupé no mercado português
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à mesa
viver
Tradição na quinta
Albano Lourenço, chef
à mesa do Restaurante "Arcadas da Capela" é possível saborear receitas de sabor único que o chef Albano Lourenço renova quatro vezes por ano, ao ritmo das estações. É uma "Cozinha de Mercado", afirma, porque utiliza apenas ingredientes frescos. As plantas e ervas produzidas biologicamente são outras das mais-valias. Com uma estrela Michelin, o Restaurante "Arcadas da Capela", na Quinta das Lágrimas, é exemplar nos aromas, laranjas, limões e abacates que viajam do pomar próprio para a mesa.
A oferta não se esgota no "Arcadas das Capela", já que a quinta coloca à disposição dos clientes o Restaurante "Aqua", quer oferece um ambiente mais informal e um conceito de cozinha latina. A dois passos de duas das mais importantes regiões vinícolas de Portugal, Dão e Bairrada, a Quinta das Lágrimas criou ao longo dos anos uma extraordinária coleção de vinhos, convertendo-se num "Wine Destination Hotel". A carta reúne mais de 600 colheitas dos melhores néctares das vinhas de Portugal e do mundo.
receitas do chef
Sopa rica de peixe da costa com estaladiço de pão [4 pessoas] ingredientes 250 g de peixes variados 4 camarões (20/25) 1 l de caldo de peixe e camarão 100g de tomate concassé 100g de cebola picada 100g de alho francês picado 30g de alho seco 50g de cubos de pão frito Coentros, azeite, sal, pimenta e piripiri q.b.
modo de preparação Suar a cebola, o alho francês e o alho seco em azeite. Deixar alourar e juntar o tomate concassé. Deixar apurar e juntar o caldo de peixe e camarão previamente feito, temperado com sal, pimenta e piripiri. Levar a ferver de forma a reduzir um pouco. Retificar os temperos, juntar os peixes limpos de pele e espinhas e o camarão descascado, deixando a cozer durante pouco tempo (2/3 minutos). Aromatizar com coentros picados.
Leite-creme queimado em aroma de rosmaninho ingredientes Leite-creme 1 lt leite 200 gr açúcar 40 gr farinha maizena 6 Gemas e rosmaninho q.b.; Telhas de papoila e sésamo 125 gr sésamo 25 gr papoila, 25 ml leite, 75 gr manteiga 75 gr glucose 75 gr açúcar em pó
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modo de preparação Leite creme: levar a ferver o leite com o rosmaninho. Numa taça colocar o açúcar, a farinha maizena e a gemas e mexer bem. Juntar o leite ao preparado anterior e levar de novo o preparado ao lume sem deixar de ferver (só até começar a engrossar). Empratar em prato de sopa. Telhas de papoila e sésamo: numa taça colocar a papoila, o sésamo e o açúcar em pó. Levar a ferver o leite, a glucose e o leite. Juntar os dois preparados e levar o aparelho ao frio. Distribuir pequenas porções de massa num tapete de silicone e levar ao forno a 180ºc. Quando ganhar a cor desejada retirar do forno e deixar arrefecer.
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vinhos
vinho com baga para consumir no verão
A rebeldia bairradina a imagem de um provador tradicional é a de que a casta Baga
luís pato Enólogo
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produz vinhos que só se podem beber passados oito, dez, ou mais anos. Na verdade, a casta apresenta, quando elaborada por forma tradicional, uma adstringência bem caraterística que afasta o consumidor dela como o diabo da cruz. Falo do consumidor jovem, iniciático e não daquele que, com mais experiência tem paciência para a guardar na sua garrafeira. Se há casta portuguesa que dá longevidade ao vinho tinto e que produz o vinho português com maior capacidade anti oxidante, essa casta é a Baga. No entanto, seguindo conhecimentos tradicionais, é possível elaborar um vinho onde a casta Baga é dominante e que mesmo jovem apresenta uma macieza e aroma inconfundíveis, sem recorrer ao "truque" do álcool elevado (14-15 por cento). Em 2009 fui desafiado por William Wouters, marido da Filipa, minha filha, a realizar um vinho da casta Baga para ser consumido no verão. Traduzindo em palavras correntes, um vinho tinto, onde os taninos fossem macios e o aroma a frutos - como a framboesa, a amora, a cereja vermelha - apresentasse uma intensidade elevada. Nasceu assim o Baga Rebel, que por razões burocráticas (recusa do nome no registo) caiu para Pato Rebel.
sugestão Tinto Pato Rebel 2010 O vinho tinto Pato Rebel é um vinho com menos de 13 por cento de álcool, sem madeira de carvalho, que pode ser consumido durante uma conversa de amigos, a copo em Wine Bar ou a acompanhar peixe assado ou mesmo bacalhau nas suas diversas expressões. A versão de 2010, vendido à porta da adega, contém 90 por cento de ca sta Baga, nove por cento de Touriga Nacional e um por cento de casta branca. Uma criação com a assinatura de Luís Pato. Preço: 10 €
viver
moda
viva o verão
e a importância da escolha do acessório Artigos: don trap Centro Com. Atrium Solum - Loja 8
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Espaço: Quinta da Giralda Modelo: Joana Dias Produção: Black at White
Cabelos: Natália Lopes Cabeleireiro Maquilhagem: Makeit Up Fotografia: M. Crespo
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head
viver
LEITORA
head
v ida NOVA
Fátima Pereira
PROFISSÃO
Empregada de Balcão
VIVER
IDADE 43
A leitora Fátima Pereira apresentou um penteado de cabelos compridos e cuidados. A intervenção pretendeu sofisticar a candidata que beneficiou, assim, de uma imagem mais coerente com a sua profissão, já que está muito tempo exposta a outras pessoas. A coloração pretendeu uniformizar o tom do cabelo, e foi enriquecida com madeixas num interessante jogo de pontos de luz que emolduram o rosto da leitora. O corte é de Carlos Gago (colecção H3). O resultado final é umcorte de moda, de fácil manutenção e que contribui para um look mais moderno e sofisticado!
antes
Produção global: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago C. COMERCIAL GIRASSOLUM Fotografia: Pedro Ramos Roupas e adereços: B&A Ricardo Colaço Loja 121, 1º piso Helena Colaço Loja 117, 1º piso C. COMERCIAL GIRASSOLUM
!
depois HAIRSTYLIST Cristina Simão
TÉCNICA de COLORAÇÃO
Se deseja mudar o seu visual, envie um e-mail, com o seu nome, idade e foto para
Coloração global com Diacolor Richese 4,15 Pontos de luz com Platinium com amoníaco a 30 vol.
CORTE
Colecção H3: Carlos Gago
vidanova@cnoticias.net
STYLE
Texture Expert: Supreme Smooth Tecniarte: Constructor spray 58
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viver
viajar
ficha
Moçambique
Pemba - Moçambique Continente africano
COMO IR Ligação Maputo – Pemba – Maputo, em voo das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
Praia do Wimbi na Baía de Pemba
Pemba "leve leve" Antigamente denominada Porto Amélia, a atual cidade de Pemba é uma das mais importantes, economicamente, de Moçambique. Texto Adão Mendes outrora Porto Amélia, esta cidade do litoral
moçambicano, na província de Cabo Delgado, fica a três horas de avião de Maputo, durante as quais se poderá ver a foz do Rio Zambeze e os Inselbergs, na região de Nampula. O azul–turquesa da baía de Pemba, o verde da vegetação e o vermelho do "matope" fazem adivinhar um conjunto de boas recordações, assim como as cores no céu, ao final do dia, criam uma "aurora boreal à moçambicana", cenário do "leve leve" que marca o ritmo local. O sol invade os quartos às cinco horas da manhã, acordando-nos precocemente. O prazer de entrar no mar de águas quentes a esta hora, de tão inédito, compensa a falta de horas de sono, sendo possível observar os autóctones a recolher o que o mar lhes trouxe na baixa-mar. No Bush Camp da Brenda (a curandeira) pode-se observar o mangal. A sombra aqui é garantida pelos gigantescos imbondeiros, a árvore do Principezinho, de cujo fruto a Brenda extraiu o sumo que nos ofereceu. No regresso, as centenas de fotos ajudam a aliviar o cansaço das dez horas e meia da viagem.
Recanto da cidade
ONDE FICAR O Pemba Beach Hotel é o local mais procurado. Dispõe de um centro de mergulho/snorkeling, para observação deste hot-spot. O fato é aconselhável, não pela temperatura da água, mas devido à abundância de medusas e outros seres "irritantes". A NÃO PERDER Bush Camp da Brenda, mergulho/ snorkeling, passeio na praia ao final do dia e jantar numa das esplanadas sobre a praia. O QUE COMER O Brazuca, restaurante do brasileiro Marcelo, oferece o peixe e marisco tão desejados, embora não tão abundantes como esperado. COMO ANDAR NA CIDADE Usar "Roupa 365": o confortável calção, a t-shirt e o chinelo que dão para os 365 dias do ano, seja inverno ou verão. O protetor solar e o repelente de insetos é de uso constante e obrigatório.
Aeroporto
RECOMENDAÇÕES A diferença horária é de mais uma hora. A estação atual corresponde à chegada do inverno. O transporte do artesanato comprado é motivo para negociar no momento do check-in e, no caso do material biológico, poderá ver as suas intenções frustradas, uma vez ser necessária autorização oficial.
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texto Daniel Casteleira Fotos M. crespo
XVI GALA DOS GLOBOS DE OURO
viver
D Bárbara Guimarães
Ana Marques e Cláudio Ramos
Isaac Alfaiate e Lúcia Garcia
Foi no passado domingo, 29 de Maio, que o Coliseu dos Recreios de Lisboa recebeu a 16ª edição dos Globos de Ouro. Um milhão e quatrocentos mil espectadores acompanharam Barbara Guimarães, naquela que foi a Gala do Ano. A C esteve lá! Glamour, boa disposição e uma elegância estonteante, tomaram conta da longa passadeira vermelha, onde as clutch, os saltos altos e os vestidos foram a nota dominante. Desde a sedutora Daniela Ruah a Vanessa Oliveira, foram muitas as celebridades portuguesas que envergaram vestidos encantadores, onde o vermelho paixão foi a cor mais dominante.
C
O momento alto da noite pertenceu a Simone de Oliveira quando recebeu das mãos de Pinto Balsemão o Globo de Ouro de Mérito e Excelência pela sua notável carreira de 53 anos.
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Eduardo Beauté e Luís Borges
Rúben Rua e Sofia Ribeiro
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Ricardo Pereira e Francisca Ribeiro
Daniel Casteleira e Sónia Branquinho
Paulo Futre
Daniela Ruah
Ana Rita Clara
Soraia Chaves
Jonathan, Kevin Sampaio e a dupla de Estilistas Internacionais Dsquared2
Cláudia Vieira NOTA MÁXIMA
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Lili Caneças
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Cinha Jardim
Áurea
Diana Chaves
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viver
Comemorações
"900 Anos de Coimbra" festejados com talento Coimbra completa este ano 900 anos de foral. O programa e as festividades estão a cargo do Departamento de Cultura da Câmara Municipal, enquanto organizadora e apoiante. A abertura oficial das celebrações decorreu no passado dia 26 de maio, no salão nobre dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Coimbra, onde usaram da palavra Maria José Azevedo Santos, vice-presidente da autarquia, as professoras Maria Helena da Cruz Coelho e Paula Pinto Costa, o presidente da Assembleia Municipal de Coimbra, Manuel Lopes Porto, e o presidente da Câmara Municipal, João Paulo Barbosa de Melo. O ato serviu ainda para o lançamento do inteiro postal dos CTT com o carimbo comemorativo dos "900 Anos de Coimbra", apresentado pelo diretor de Filatelia dos CTT, Raul Moreira. No átrio do município foi colocado um bolo gigante com 900 rosas alusivas aos nove séculos da cidade, que contou, na sua confeção, com a colaboração da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra e a Escola Secundária D. Duarte. Para celebrar esta data, apostou-se na animação de rua, um projeto da Agência de Promoção da Baixa de Coimbra, com os estabelecimentos comerciais abertos em horário alargado até às 23H00. O desfile de Xailes Antigos de Coimbra encheu as ruas da baixa e teve a colaboração das associações culturais do concelho. Nesta noite, José Cid e Sons do Centro atuaram no café Santa Cruz. Para finalizar este dia especial, o Quarteto 1111 recebeu a Medalha de Mérito Cultural, entregue pessoalmente por João Paulo Barbosa de Melo e Maria José Azevedo Santos.
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1 Maria Helena da Cruz Coelho, Maria José Azevedo Santos, João Paulo Barbosa de Melo, Manuel Porto , Paula Pinto Costa e Raul Moreira 2 João Paulo Barbosa de Melo e Raul Moreira 3 Fernando Rebelo, Pedro do Carmo, Maria José Azevedo Santos e Vendas Alv es 4 Isabel Azevedo, Maria Estrela e Isabel Vargues 5 Coro Municipal Carlos Seixas 3
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6 B olo dos 900 Anos do Foral de Coimbra 7 Isabel Valente, Olinda Rio e Céu Beirão 8 Entrega da Medalha de Mérito Cultural ao Quarteto 1111 9 Joana Loureiro e Nina Figueiredo
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moda
viver
Maria Delgadinho
Maria Delgadinho proporciona desfile irreverente Maria delgadinho foi a men-
tora do desfile de moda ocorrido no Café com Arte, na passada sexta-feira, dia 27 de maio. A cabeleireira e esteticista mostrou o seu talento e a sua irreverência através das transformações de visual praticadas nas modelos presentes. Mudança de look foi o objetivo. Maria Delgadinho tem um salão de cabeleireiro na Avenida Elísio de Moura, onde
pratica a sua arte de cabeleireira. A sua criatividade não fica, todavia, por aí. É mulher de muitos outros ofícios: massagem facial, maquilhagem, manicura, pedicura, limpeza de pele, depilação e similares são outros dos trabalhos que proporciona ao público feminino e masculino. Realiza ainda trabalhos ao domicílio para quem prefira não se deslocar.
a empresa Espaço de Beleza e Bem Estar Maria Delgadinho Cabeleireiros & Estética Unisexo Av. Dr. Elísio de Moura N,º 357, Lj 4 3030-183 Coimbra Tel: 239 105 603 Tlm: 912 854 502 64
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CULTURA dança
vortice dance company
Figueira partilha tesouro cultural com o mundo A C embarcou numa viagem EXCLUSIVA ao "ninho criador" da companhia de dança DO PAÍS MAIS solicitada internacionalmente. a PERFEIÇÃO É O LEMA TEXTO BRUNO VICENTE FOTOS PEDRO RAMOS A VORTICE Dance Company trava, dia após dia, uma luta sublime, sem tréguas, para atingir a perfeição. Na sede do grupo – no Centro de Artes e Espectáculos (CAE) da Figueira da Foz – cada movimento e cada expressão são alinhados ao pormenor, ao milésimo de segundo. Os intérpretes, comandados pelos dançarinos-coreógrafos Rafael Carriço e Cláudia Martins, falam mesmo numa atitude "quase doentia" na busca pelo pedaço de arte idealizado. A C embarcou numa viagem exclusiva ao "ninho criador" da companhia de dança contemporânea portuguesa mais solicitada internacionalmente. Talvez, precisamente, pelo rigor e profissionalismo que transmitem. Acompanhar Rafael Carriço, 34
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anos, e Cláudia Martins, 30 anos, pelos diferentes pisos do CAE, enquanto os intérpretes dançam para o fotógrafo da C, é como entrar num universo de "tentativa e erro". À imagem do que acontece nos ensaios para as grandes produções internacionais. "Não! Outra vez", grita Rafael Carriço aos colegas. A frase não precisa de mais contexto, tal o número de vezes que foi dita ao longo de todo o dia. Entre PRESIDENTES DA REPÚBLICA E PRÍNCIPES A dedicação e o esforço da companhia – que tem um núcleo de seis bailarinos – levaram a Vortice a integrar a elite mundial. "O nosso trabalho é muito intenso. Queremos sempre que fique perfeito, ou o mais perfeito possível",
atira Rafael Carriço. No terraço do CAE, depois de horas consecutivas de exercícios, os dançarinos-coreógrafos recordam com um sorriso o que conseguiram em pouco mais de uma década: atuar nos principais palcos do mundo e receber prémios internacionais das mãos de príncipes e de presidentes da República de vários países. Além das distinções, tanto ele (natural da Figueira) como ela (de Coimbra), invocam com carinho especial um momento de 2009, quando inauguraram a estação de TGV de Santiago Calatrava, em Liège, Bélgica, com uma atuação para o príncipe Filipe. lisboa, está aí alguém? Ninguém entende bem como é que uma companhia como a Vor-
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tice – que já deu quase todas as provas que tinha a dar – nunca atuou na capital portuguesa. Depois de muitas tentativas, a estreia foi finalmente agendada para 10 e 11 de junho, no Auditório dos Oceanos do Casino Lisboa. "Vai ser um momento marcante, porque vamos ter uma peça na capital do nosso país. É um pouco ridículo passarmos pela Ópera de Helsínquia (Finlândia), no Teatro Nagoya (Japão), no Théatre des Champs-Elysées (França), entre tantos outros, e nunca termos passado por Lisboa", desabafa Cláudia Martins. Para Rafael Carriço, o facto é, também, difícil de entender. "Em 10 anos nunca conseguimos dançar em Lisboa. Não faz sentido, quando já dançámos em palcos que são grandes referências mun-
diais, onde nenhuma companhia portuguesa teve a oportunidade de dançar", desabafa. A Vortice já arrecadou mais de uma dezena de distinções internacionais, enquanto que os prémios e menções honrosas recebidas em Portugal contam-se pelos dedos. "Se calhar, nascemos no país errado", concluem os dois. "O nosso movimento é muito musical" Entre pliés e piruetas no palco principal do CAE, exercícios de flexibilidade no elevador de carga e saltos e quedas no terraço, os elementos da Vortice lá nos vão explicando que a dança que o grupo apresenta "aparece sempre em simbiose com a música". "O nosso trabalho tem um carisma muito musical, por isso o nosso movimento é também muito musical", adianta Cláudia Martins. A C quer saber o que os coreógrafos acham da dança contemporânea que se produz em Portugal,
mas Rafael e Cláudia hesitam um pouco antes de responderem. No final da resposta percebemos porquê. "A dança no país está um bocadinho melhor, mas continua demasiado presa a um grupo de pessoas e a dança portuguesa é muito mais do que isso, porque tem jovens criadores que nem sempre são valorizados. A Vortice, tendo em conta o que produz, é pouco apoiada em comparação a outras companhias", afirmam. Aliança com a Macedónia A mais recente coprodução da Vortice tem estreia nacional no CAE, a 4 de junho. Chama-se
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"Drácula" e envolve 17 bailarinos portugueses e macedónios, no "maior elenco de sempre". O trabalho é o expoente máximo da tentativa de perfeição da companhia, mas a parceria com a Ópera da Macedónia surgiu de forma surpreendente. "Propusemos esta coprodução à Companhia Nacional de Bailado. Só pedimos alguns bailarinos e uma máquina de fumo. Trabalhávamos de graça para pôr o espetáculo em pé, mas a resposta foi não", começa por contar Rafael Carriço. É Claúdia Martins que completa a história: "Depois da recusa – que não compreendemos – falámos com a Ópera da Macedónia, que
Não conseguimos dançar em Lisboa, mas já o fizemos nos maiores palcos mundiais. Nascemos no país errado
nos abriu as portas e que nos cedeu os bailarinos principais, tornando este projeto internacional, como todos os outros da Vortice". UM Drácula MODERNO A nova peça inspira-se na obra literária de Bram Stoker, escrita no final da época vitoriana, que imortalizaria Vlad Tepes III, o empalador, transformando-o num vampiro de poderes ancestrais. A Vortice recupera esse universo de horror, transmitindo, durante uma hora e quinze minutos, uma ambiência mística de dor, alucinação, fúria e perda. O vestuário vistoso – uma mistura soberba de cores – foi idealizado por Cláudia Martins e é inspirado no contexto gótico. A música cria uma grande envolvência. Mas nem tudo é o que parece. "Este é um Drácula contemporâneo, despojado de dentes afiados e de sangue. Está lá tudo – esse universo de horror – mas não é explícito, e isso é que é o mais fas-
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cultura
dança
trabalho tem um carisma muito musical, “ Opornosso isso o nosso movimento é também muito musical
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cinante da peça", explica Cláudia. Por isso, o espetador não se espante se, a certo momento, encontrar uma das personagens malignas num contexto bem contemporâneo, como uma sala de jantar. As analepses e as prolepses são armas cruciais para fazer Drácula viajar no tempo. O projeto "Drácula" surgiu do fascínio de Rafael Carriço e Cláudia Martins em torno da personagem. "Começámos a investigar, a ouvir bandas sonoras e todo esse universo começou a suscitar em nós uma necessidade - quase um dever - de coreografar o Drácula", dizem os dois, sorrindo. Projetos pioneiros Sentada de pernas cruzadas no palco de madeira do CAE, observando os gestos hábeis e expressivos dos colegas – uma espécie de poesia em movimento – Cláudia Martins diz-nos que a Vortice já tem um punhado de novos projetos em perspetiva. "Já posso dizer que seremos a primeira companhia de dança contemporânea portuguesa a embarcar num projeto 3D", diz. O público vai ter que usar óculos especiais para ver esta produção internacional. Rafael Carriço, de um lado para o outro no palco, corrigindo aqui e ali os movimentos, ex-
pressões e timings dos elementos do grupo, ouve as palavras da companheira e incentiva-a a falar "do Brasil". É que a Vortice vai ser também a "primeira companhia de dança portuguesa em digressão pelas principais salas brasileiras", que incluem passagens por São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Pernambuco, entre outras cidades. Duzentos aprendizes de dançarinos A Vortice tem duas escolas de dança, uma na Figueira da Foz (no CAE), outra em Fátima. Rafael Carriço – que também é o diretor artístico do CAE – realça a importância dos alunos para a dinâmica diária do espaço. As escolas, com cerca de 200 alunos, reúnem pessoas dos quatro aos 60 anos. E em cada passo, em cada movimento e expressão, em cada timing acertado, estes aprendizes de dançarinos iniciam a busca pela perfeição.
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Queremos sempre que o nosso trabalho fique perfeito, ou o mais perfeito possível
AGRADECIMENTOS Administração Porto da Figueira da Foz Comandante Sotto Mayor Staff Porto da Figueira da Foz
veja o making of desta reportagem em
www.cnoticias.net
Quinze minutos de aplausos na estreia mundial de "Drácula" A 29 DE ABRIL , a Vortice Dance Company estreou "Drácula", no Macedonian Opera and Ballet. No final, o público aplaudiu - de pé - os protagonistas, durante mais de 15 minutos. Os críticos culturais – em grande número no local – fizeram eco do evento, descrevendo-o como "espetacular". No dia seguinte à estreia, o The Guardian publicava uma fotografia de "Drácula", considerando-a "uma das melhores do mundo". Os críticos escreveram – em jornais de circulação internacional
– que os portugueses da Vortice Dance Company conseguiram criar "uma inesquecível obra de arte", que navega entre o "sangue, as gargalhadas, o medo e o amor". Além das capacidades acrobáticas dos intérpretes, os especialistas elogiaram também a "música inspiradora e os efeitos de som", decisivos para a construção do "mundo de horror de Drácula". E na Macedónia, os críticos concluíram que "o país nunca tinha sido honrado" com um espetáculo tão categórico.
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Sean Riley & The Slowriders OMT/Coimbra. 2 de junho. 21H30
CULTURA
A banda brinda o público com a apresentação do mais recente trabalho, "It’s been a long night". A seguir ao concerto é tempo de DJ set RockBelho.
agenda da semana qui.2 Ópera "Dido e Eneias" (Théâtre de la Mezzanine) - Teatro Mun. Guarda - 21H30
sex.3 Grupo Forrocatú - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30
Os inovadores "Deolinda" são os cabeça de cartaz das Festas de Santo António, da Cidade e do Município de Estarreja deste ano.
Virgem Suta Rock na Vila/Vila de Rei. 3 junho. 22H00 O grupo – que só precisou de um ano para saltar para a vanguarda da música portuguesa – continua a apresentar o álbum de estreia.
Encruzilhadas (Amazing Flying Pony + Slipout + Rockosfera + The Carpets ao vivo) Oficina Municipal do Teatro/ Coimbra - 21H30
Jorge Leandro Jill Lawson
"Conta-me como foi - V Noite de Dança" (Escola Secundária Mário Sacramento) - Teatro Aveirense - 18H00
CAE/Figueira. 4 junho. 21H30. 5€ a 15€ O novo trabalho da Vortice Dance Company – muito elogiado pela crítica internacional - é inspirado na obra literária de Bram Stoker.
Festas de Estarreja. 4 de junho. 22H30
sáb.4
dom.5
Drácula
Deolinda
Teatro José Lúcio da Silva/ Leiria. 2 de junho. 21H30. 8€ A artista tem um vastíssimo reportório, quer solístico quer de música de câmara.
Casa da Cultura/Coimbra. Até 25 de junho "Espaço, Tempo, Movimento e Intervenção" é uma mostra fotográfica de Jorge Leandro, com textos associados do conimbricense José Codêsso.
seg.6 As Mondeguinas ao vivo - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30
ter.7 Filme "Duas horas na vida de uma mulher", de Agnès Varda - Mosteiro de Santa Clara-a-Velha/Coimbra - 21H30
qua.8 "Há Lobos sem ser na Serra" (Baal/teatro) - Novo Ciclo ACERT/ Tondela - 10H00 e 14H00
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Otros Aires TAGV/Coimbra. 2 de junho. 21H30. 8€ a 12€ Os Otros Aires, um projeto inovador que cruza o audiovisual historicista, o tango orquestral e a música eletrónica, apresentam o terceiro álbum, "Tricota". Com 14 tours na Europa, Estados Unidos e América do Sul, o grupo está a dar grande visibilidade à música argentina.
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se achas que sabes cantar
INSCREVE-TE JÁ! durante os meses de junho, julho e agosto a revista c vai andar pelos 17 concelhos dos distrito de coimbra, à procura dOS MELHORES CANTORES. NO FINAL, TODOS OS FINALISTAS IRÃO REPRESENTAR O SEU CONCELHO E SÓ UM SERÁ A MELHOR VOZ DA REGIÃO!
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"Só o público nos dá energia" Com 35 anos de carreira, José Malhoa vai já no 36.º álbum. "A Morena do Kuduro" revela um novo registo do artista que não pode faltar em qualquer bailarico que se preze texto Vasco Garcia FOTOS pedro ramos são três da manhã. José Malhoa acaba de
dar um concerto de cerca de duas horas no Chá Dançante da Queima das Fitas de Coimbra 2011. Transpirando como quem acaba de correr uma maratona, o artista ainda tem paciência e boa disposição para receber o jornalista para uma conversa que, forçosamente, tem de ser curta. Fala com a boa disposição e a simplicidade de quem não está a fazer favor nenhum. Aliás, de quem precisa dos meios de comunicação para chegar às pessoas e mostrar o seu trabalho. Como um miúdo que está a começar nestas andanças. Mas não. José Malhoa leva já uns impressionantes 35 anos de carreira. E se as três décadas e meia de estrada e de palcos por esse país fora – e por qualquer lugar do mundo onde haja um português – impressionam, que dizer do seu trabalho? O homem não pára. O mais recente álbum está na calha e tem o surpreendente nome de… "A Morena do Kuduro". É o seu 36.º (!) registo e a prova que, depois de tantos anos dedicados à música é, ainda, possível inovar. "É um registo diferente, mas muito dançável, muito comercial e certamente que será uma bomba", diz, lamentando o facto de o trabalho não ter estado pronto a tempo de apresentá-lo aos estudantes de Coimbra. É com um brilhozinho nos olhos que fala na cidade dos estudantes. "É sempre magnífico vir à Queima das Fitas. Esta foi a terceira vez que vim e, mais uma vez, fiquei encantado
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com esta juventude toda a aplaudir e a cantar as minhas canções", revela. José Malhoa sabe que o seu registo não é o mais apreciado pelos jovens, mas isso não lhe retira a alegria. Pelo contrário: "É um público diferente. Não sendo um público que adora as minhas canções, participa nelas. Isso, para quem está em cima do palco, é gratificante". Qual é, então, o segredo para uma carreira com tantos anos e tantos trabalhos? O cantor não tem dúvidas: "É o público. Só o público é que nos dá energia. Sem ele, nada feito". Foi essa energia que levou de Coimbra, depois de conhecer a tradição do Chá Dançante. "Não conhecia, mas achei giríssimo, princi-
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O público da Queima das Fitas é diferente. Não sendo um público que adora as minhas canções, participa nelas. Isso, para quem está em cima do palco, é gratificante
palmente a destruição. O cenário estava tão bonito… e ficou bonito na mesma, mas o que eles fizeram para destruir tudo é impressionante. Agora já sei que é uma tradição e as tradições são mesmo para manter", revela. Perante este percurso, não admira que não haja festa em Portugal onde José Malhoa não esteja presente, seja em palco, seja com suas canções a passarem nas pistas. "Baile de verão" ou "Eu vou a todas" são dois temas que não podem faltar em qualquer bailarico que se preze. Depois, há outros clássicos, que ficam sempre na memória e no ouvido, como as "24 rosas". O talento parece estar no sangue da família Malhoa. A filha Ana Malhoa seguiu as pisadas do pai e, apesar de ainda ser jovem, tem também já uma longa carreira. A neta Índia está agora a dar os primeiros passos no mundo do espetáculo e, até ver, tem tudo para ser mais um caso sério de sucesso. O avô só pede uma coisa: que cante em português. "Se a minha neta cantasse em inglês, eu recusava. Eu acho que as pessoas devem cantar em português. Se querem cantar em inglês vão para a Inglaterra ou para os Estados Unidos". No ar, fica ainda a possibilidade de, um dia, voltar a Coimbra, na companhia da restante família. "A minha filha agora tem um repertório muito próprio para estes jovens", diz à C, sem adiantar mais pormenores. Afinal de contas, o segredo é, também, a alma do negócio.
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Um homem como todos os outros A descrição de José Malhoa no MySpace revela a simplicidade do artista: "Sobre mim podia dizer várias coisas, contudo não sou a pessoa certa para me julgar. Sou apenas um homem como todos os outros e que gosta de fazer chegar a arte da música portuguesa a todas as pessoas, tanto em Portugal como no resto do mundo. Sou um pai orgulhoso pelas minhas filhas e pelo meu filho, que tanto amo e tenho muitas saudades".
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O que mudaria se soubessemos quando morremos?
Inúmeros sites de Internet garantem poder dizer-nos, com base num conjunto de dados e perguntas mais ou menos patéticas, até quando cada um de nós irá viver. Uns fazem o teste por piada ou curiosidade outros evitam-no pela ausência desses mesmos motivos. Uma empresa espanhola chamada "Life Length" acaba de mudar as regras do jogo criando um teste que alegadamente desvenda a longevidade de cada um de nós. Por aproximadamente quinhentos euros, o teste garante medir, com precisão, o comprimento dos telómeros cuja acção se julga ligada à longevidade. Segundo explicam, os telómeros são estruturas que formam as extremidades dos cromossomas e cuja principal função é manter a estabilidade dos mesmos, protegendo-os da degradação ao longo da vida. O teste tem feito as manchetes de jornais do mundo inteiro e está já disponível em inúmeros países. Mas não é do teste que vos quero falar… Costumo dizer que o mundo seria melhor se tivessemos algumas conversas e atitudes pensando que talvez pudessem ser as nossas últimas manifestações. Acredito mesmo que isso nos conferiria uma tolerância acrescida e um melhor usofruto do tempo que cá passamos e da memória que guardarão de nós. Mas quais seriam as implicações se pudessemos saber se vamos viver até aos trinta ou até aos noventa anos?
os nossos passos como quem gere uma agenda teria consequências difíceis de imaginar. A discussão começa a ser a propósito de deverem ser, ou não, os testes genéticos oferecidos ao público e quais seriam as implicações éticas, se os resultados foram utilizados por, por exemplo, empregadores ou outros responsáveis. Se soubéssemos hoje até que idade vamos viver o que mudaria nas nossas decisões? Casaríamos? Será que compravamos carro e casa? Decidiríamos ter filhos mesmo sabendo que não estaremos cá para os educar? Será que os bancos nos emprestariam dinheiro a trinta anos? E os seguros de vida, com que pressupostos e taxas os fariam as companhias de seguros? E quanto a descontarmos de bom grado para a segurança social, sabendo que não chegaremos à idade da reforma? Que faríamos hoje se soubessemos que vamos morrer amanhã? Contra o colapso do maravilhoso prazer da vida, continuemos pois a viver e agir no pressuposto de que amanhã cá continuaremos para lidar com as consequências das nossas decisões. Esse é o lado mais belo do inigualável previlégio de estarmos vivos.
Fazer batota com a vida, conhecendo antecipadamente o seu terminus, ou mesmo pistas acerca da longevidade, e definir
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