esta revista vale uma entrada NA FEIRA POPULAR DE COIMBRA
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RECORTE PELO tracejado E APRESENTE NA BILHETEIRA
made in centro de portugal Por toda a região Centro, há empresas que fazem coisas boas. São inovadoras, criativas, tecnológicas ou tradicionais. Brilham lá fora mas são desconhecidas cá dentro. A REVISTA C apresenta quatro exemplos de sucesso na região que contornam a crise
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REVISTA SEMANAL
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14 JULHO 2011 • Nº 24
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SUCESSO
florindo marques
congresso
EM CASA DE
PDM's são HOJE os maiores inimigos dos arquitetos
municípios não querem perder freguesias
POLÍTICA NÃO SEPARA tERESA E JOÃO SERPA OLIVA
C153
índice
Grupo
ao Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; microscópio NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109 - 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304;Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%
CNotícias
Diretor:
Soares Rebelo (soares.rebelo@cnoticias.net) Chefe de Redação:
Opinião
Um dia com
Marketeer
Vidas
António Pedro Pita
Ana Paula Pais
Pedro Cunha
Manuel Mallaguerra
5 Editorial 8 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 24 Via do leitor 25 Cartas 42 Empresário de sucesso 50 Topo de gama 56 Social 62 Escapadelas: Aldeias de Xisto 65 À mesa 66 Moda 68 Antes e depois 70 Cultura
Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net) Redação:
Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net)
Colunistas 23 Mário Ruivo 31 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos
Colunistas:
Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; José Manuel Alves Fotografia:
Pedro Ramos (pedro.ramos@cnoticias.net) Direção de Arte:
Inês Abrantes e Jorge Caninhas
AO MICROSCÓPIO
6 Arquitetura em Coimbra Entrevista com Florindo Marques 20 Um dia com Ana Paula Pais De sol a sol na Escola de Hotelaria de Coimbra 22 Que é feito de si? José Manuel Viegas foi presidente da Direção Geral da AAC, em 1989
pág. 22
Relações Públicas- Diretora:
Eugénia Abrantes Produção:
André Navega , Hugo Campos e Tiago Carvalho
SOCIEDADE
Serviços Comerciais
26 Baixa em crise Há ainda quem tenha esperança no futuro desta zona nobre da cidade 32 Ouro à antiga Ofício de ourives ainda é rei em Vilamar
Diretor Comercial:
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pág. 26
CÉREBROS
36 De Coimbra para Marte Novo material isolante produzido na cidade vai ser usado na missão ExoMars
Poder local
38 Os segredos de Penacova A C partiu à descoberta das tradições e sabores da vila
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dinheiro
48 Roupa digna da realeza britânica Santix exporta para todo o mundo
VIVER
52 Em casa de João e Teresa Serpa Oliva A política não afeta a vida privada do casal 72 Histórias de vida de Manuel Mallaguerra Memórias de uma Coimbra de guitarras e tertúlias pág. 48
14JulHo 2011
editorial
Elefantes brancos SOARES REBELO Diretor
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Para quê manter grandes estádios se ficam vazios? De Leiria, aí está o alarme. Quanto ao resto, a ver vamos, dentro de dias, quando o circo voltar à pista…
a organização do Euro 2004 foi eficaz, praticamente sem falhas, mas deixou uma pesada herança ao nosso país: muitos dos estádios, em que foram investidas centenas de milhões de euros, tornaram-se, desde então, monstros a abater. Em Aveiro, Leiria e Algarve, também, de certa forma, em Coimbra, a respetiva manutenção ameaça seriamente os cofres autárquicos. Que fazer? Leiria já decidiu: alienar. os executivos municipais, sobretudo,
nas principais cidades, disputaram acerrimamente camarote VIP no Europeu. Os eleitos tiveram, todavia, de contraír, para isso, elevadíssimos empréstimos, que agora não conseguem honrar. Houve avisos – mas poucos ouviram. Houve sinais – mas poucos viram. Ficar na história era objetivo inalienável – custasse o que custasse. Resultado: catástrofe à vista! A Liga Portuguesa de Futebol Profissional acaba de divulgar um estudo que não deixa dúvidas: o endividamento dos clubes portugueses põe em causa a sua sustentabilidade. Não se pode estar sistematicamente a contrair empréstimos (já ascendem, na primeira Liga, a mais de 500 milhões de euros), de resto, cada vez mais difíceis de conseguir, face à crise que também afeta a banca. Cá, salvo raríssimas exceções, joga-se mal, marcam-se poucos golos, o campeão fica, habitualmente, muito cedo designado. A violência continua sem travão, os hooligans movimentam-se como querem, a arbitragem suscita sistemáticas suspeitas. Não admira, portanto, que, à paixão em direto, de bandeira e cachecol, se prefira, racionalmente, o conforto do sofá. as competições futebolísticas trans-
formaram-se em sofisticados exercícios de entretenimento televisivo em que a maior parte dos nossos emblemas não tem palco. O futebol é, hoje, eminentemente, um negócio. Uns querem acompanhar a vertigem – e, num instante, desaparecem. Outros,mais prudentes, apostam na contenção – mas, pouco competitivos, não "aquecem" o espetáculo – e são ignorados . com a globalização, os adeptos já não são apenas aqueles que frequentam o estádio, são todos quantos se quedam frente à televisão a ver as imagens que, através de centenas de canais e nas mais variadas línguas, lhes entram casa dentro – com a omnipresente publicidade. Para integrar o showbiz, investiu-se – e muito – nas condições dos estádios, na constituição dos plantéis, nos serviços de retaguarda. Simplesmente, aqui e além, não se atendeu ao cenário circundante – económico, demográfico, social, cultural. Houve quem pensasse apenas na sua glória. A pedra cabou, é claro, por ficar à mostra – e a não gerar verbas para a sua própria conservação. O Futebol resvalou para uma hollywoodesca indústria, com "estrelas" pagas principescamente. Portugal pode considerar-se, é verdade, berço ou plataforma de excelentes praticantes, mas não consegue mantê-los. Ora, não há lugar, nos ecrãs, para os clubes sem história. Até já se fala na constituição de uma seleta liga europeia, reunindo apenas os melhores. Então, para quê, num país pequeno e pobre como o nosso, manter grandes estádios se ficam vazios? Portugal encheu-se, em 2004, de elefantes brancos. De Leiria, aí está o alarme. Quanto ao resto, a ver vamos, dentro de dias, quando o circo voltar à pista…
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atual
ao microscópio
Coimbra continua a resistir à inovação arquitetónica florindo marques, presidente do núcleo da ordem dos arquitetos, vê nos planos diretores municipais o grande "inimigo" da qualidade TeXTO soares rebelo FOTOs PEDRO RAMOS
Definiu como um dos principais objetivos do novo mandato para que acaba de ser eleito, a construção de uma sede, numa primeira fase provisória, do Núcleo da Ordem dos Arquitetos em Coimbra. Já tem projeto? A construção da Casa da Arquitetura de Coimbra, numa primeira fase, de facto, provisória, dada a situação financeira, é realmente promessa que queremos cumprir. A câmara cedeu-nos, em regime de direito de superfície, um terreno em local nobre, frente ao Instituto da Juventude. É aí que vamos instalar-nos. Que estilo arquitetónico vai ser adotado? O edifício será em madeira. Fizemos uma parceria com uma empresa da Azambuja, que nos fornecerá a matéria-prima, para depois ser trabalhada, no âmbito de um concurso de ideias, por alunos finalistas das três escolas de arquitetura da cidade.
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sam a cidade, já se preocupam com aquilo que fazem. O problema está na resistência dos conimbricenses à mudança. Mas embora muitos continuem a pedir aos arquitetos casas clássicas por fora, modernas por dentro, outros já aderiram à diferença. Já se veem por aí algumas belíssimas casas. Mas persiste uma confrangedora falta de recuperação patrimonial. E esse é para mim, precisamente, o grande, o maior problema de Coimbra. A população espalhou-se pelas periferias, o centro ficou deserto.
A deslocalização dos pólos universitários atraiu os estudantes para outros locais de residência, a Alta e a Baixa ficaram, praticamente, desertas. Como convivem os arquitetos com o Plano Diretor Municipal? Mal, muito mal. Não se faz gestão urbanística com PDMs. Coimbra precisa é de planos de urbanização e de planos de pormenor - e não os temos. Aumentaram-se os perímetros urbanos, permitiu-se construir excessivamente, hoje há por toda a cidade muitas casas devolutas. Como ultrapassar o problema? Só vejo uma solução: dinamizar o mercado de arrendamento. É preciso saber onde construímos, como construímos, para quem construímos. Mas, lá está – não se sabe quando os PDMs, em vigor desde 1974, serão revistos. A legislação está sempre a mudar, continuamos a não saber, afinal, que construções temos.
O que vale hoje Coimbra no contexto da arquitetura nacional? Não estamos mal. Obras recentes, como as do Centro de Artes Visuais, da Casa da Escrita e da Casa das Caldeiras, da responsabilidade do arquiteto João Mendes Ribeiro, foram, inclusivamente, premiadas e o projeto do arquiteto Carrilho da Graça para a requalificação do Convento de S. Francisco é também já uma referência.
A crise imobiliária deixou a arquitetura na expectativa, há quem diga mesmo que a meditar. Já se chegou a alguma conclusão quanto ao futuro? Souto Moura aconselhou, há dias, os arquitetos mais novos a emigrar. É uma tese irónica, mas retrata fielmente os problemas com que nos confrontamos.
Mas há por aí muita construção autista, em que se privilegia a estética acima de tudo o resto... Quando cheguei a Coimbra, há 30 anos, não havia cursos de arquitetura. Hoje, a formação é muito mais avançada, os arquitetos já pen-
E que problemas são esses? Portugal tem uma hiperconcentração de arquitetos na faixa litoral, uma enorme falta deles no interior. Depois, a crise transforma projetos que estavam certos, em projetos abortados.
14JUlHO 2011
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O edifício é, como disse Corbusier, uma máquina de habitar. Ao elaborar um projeto, o arquiteto terá, naturalmente, de servir os interesses do cliente, mas sem violar os seus princípios profissionais
A arquitetura é um luxo? A arquitetura não é um luxo, ir ao arquiteto não é caro. O arquiteto, quando projeta, nivela a ambição artística pelo teto financeriro do cliente. Os arquitetos estão, então, mal pagos? A crise, que potencia a livre concorrência, não está a preservar a ética. Dantes, quando havia tabela de honorários, nivelava-se, por cima, a qualidade da arquitetura. Agora, nivela-se por baixo. Há promiscuidade, passam-se coisas terríveis. Tais como? Desde logo, a adulteração da profissão. Um edifício não se faz com um projeto de arquitetura, faz-se com dez ou doze. Ora, isso tem custos, mas estão de tal forma esmagados que quase não chegam para pagar aos trabalhadores. Portugal tem bons arquitetos? Atualmente, a formação nas escolas existentes em Portugal é de grande exigência e qualidade. -Os arquitetos portugueses estão, de uma forma geral, preparados para a forma e a função. Temos, aliás, grandes exemplos de sucesso internacional. Siza Vieira e Souto Moura são apreciados em todo o mundo. Os arquitetos estão recetivos aos desafios do novo urbanismo? Não podem deixar de estar. O edifício é, como disse Corbusier, uma máquina de habitar, é preciso gostar de viver lá. Ao elaborar um projeto, o arquiteto terá, naturalmente, de servir os interesses do cliente, mas sem violar os seus princípios profissionais.
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ao microscópio
sete sóis, sete luas head
elevador do mercado
"Nova Igreja" em Coimbra
joão mendes ribeiro acumula distinções. O projeto de arquitetura da Casa da Escrita valeu-lhe agora o Prémio Diogo Castilho.
A sé nova encheu-se, no pas-
sado domingo, para receber o novo bispo de Coimbra. Muitos fiéis viram-se inclusivamente forçados a acompanhar a celebração no exterior do templo. Na missa, em que participou o Núncio Apostólico no nosso país, Rino Passigato, estiveram presentes várias figuras do mundo clerical e personalidades da região. D. Virgílio Antunes, que substituiu D. Albino Cleto, afirmou, na homilia que marcou a sua entrada solene na Diocese, que a Igreja "tem de ensaiar uma nova maneira de estar no mundo, precisa de sair, de ir ao encontro dos homens onde quer que eles
joão ataíde acaba de receber boas notícias. O Tribunal de Contas aprovou o Plano de Saneamento Financeiro da câmara da Figueira da Foz.
D. Virgílio Antunes sucede a D. Albino Cleto (à esquerda)
estejam". É preciso, acrescentou o prelado, de 49 anos, " ir ao encontro dos pobres, dos desempregados, dos perdidos nos fossos cavados por si
mesmos ou pela sociedade, para lhes levar o conforto da confiança no futuro e o primeiro auxílio para as necessidades materiais".
Idanha-a-Nova espera milhares de visitantes no Festival da Melancia
Festival gótico no castelo de Leiria A cultura gótica vai ser revivida nos próximos dias 29, 30 e 31 de julho, no castelo de Leiria. O festival Entremuralhas oferece um cartaz com seis bandas de referência mundial, envolvendo do 40 artistas estrangeiros, nesta corrente musical. A lotação já se encontra praticamente esgotada para todos os espetáculos.
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e restaurantes, jogos tradicionais, um carrossel à moda antiga e uma exposição de máquinas agrícolas e viaturas todo-o-terreno". A animação de rua está garantida pelos artistas Zé Mágico, Mendigo de Paços, entre outros. A organização revela esperar milhares de visitantes durante este fim de semana, onde a melancia vai ser o centro das atenções.
2,4
milhões de portugueses têm 15 milhões de euros investidos em PPR
300
milhões de euros é a dívida das câmaras à Águas de Portugal
3,54%
foi a subida média desde maio dos juros de depósitos a prazo de particulares
Jaime Ramos continua a ganhar pontos na reivindicação do Metro Mondego. A reunião com deputados em Miranda do Corvo correu bem.
a subir
celho de Idanha-a-Nova, vai receber, a 16 e 17 de julho, o Festival da Melancia. O evento vai ser inaugurado pelas 17H00, com "provas de sumo compotas e outras iguarias". Assim, os presentes vão poder descobrir diferentes usos para este fruto. O certame vai contar com "uma feira de produtos regionais, tasquinhas
GoisArte em parceria com Oroso A edição deste ano da mos-
tra internacional de arte de Góis será realizada em parceria com a localidade espanhola de Oroso. O certame, que abre amanhã, às 18h00, e se prolonga até domingo, incluirá mostras de arte e artesanto ao vivo. O evento será encerrado com um espetáculo piromusical.
a descer
A aldeia de Ladoeiro, no con-
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joão bartolomeu ameaça colocar o União de Leiria a jogar noutra cidade, mas a dívida pela utilização do estádio já vai em 250 mil euros.
C02
ao microscópio
sete sóis, sete luas
Congresso da ANMP
direito
direto
Manuel Rebanda Advogado
Primos direitos são parentes em que grau? É comum dizer-se que os filhos
de irmãos, vulgarmente chamados primos direitos ou primos carnais, são primos em primeiro grau e que os filhos de primos direitos são primos em segundo grau. Ora, a verdade é que, nos termos do disposto no artigo 1581º. do Código Civil, na linha recta há tantos graus quantas as pessoas que formam a linha de parentesco, excluindo o progenitor. Já quanto à linha colateral, os graus contam-se subindo por um dos ramos e descendo pelo outro, mas sem contar o progenitor comum. Significa isto, em termos práticos, que pais e filhos são parentes no 1.º grau da linha recta, avós e netos são parentes no 2.º grau da linha recta e assim sucessivamente. No que toca à linha colateral, os irmãos são parentes no 2.º grau, os tios e sobrinhos são parentes no 3.º grau e os primos direitos ( filhos de irmãos) são parentes do 4.º grau da linha colateral. Estas questões são importantes do ponto de vista do direito sucessório, mas também do direito do trabalho, no que respeita, por exemplo, às faltas ao trabalho por falecimento de familiares.
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Interioridade, problema nacional o XIX Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) ficou na história, segundo Álvaro Amaro, por ter celebrado a interioridade como "um verdadeiro problema nacional", a condição essencial para a resolução de problemas tão antigos. A intervenção do autarca de Gouveia surgiu na sequência do discurso do presidente da câmara de Sintra, Fernando Seara, que alertou para o facto de apenas 24 dos municípios nacionais terem cerca de 50 por cento da população do país, com óbvias implicações no seu desenvolvimento. O primeiro-ministro prometeu empenhar-se na aprovação de uma nova Lei das Finanças Locais que preveja a criação de Fundo de Coesão para os municípios economicamente mais débeis. No discurso de encerramento do Congresso, Passos Coelho revelou que o Governo irá exigir uma execução muito rigorosa do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), que dê prioridade a equipamentos de proximidade e de desenvolvimento local e regional, em atenção à qualif icação das pessoas, das empresas e do território, sobretudo em áreas de baixa densidade de-
Secretário de EstadoPaulo Júlio e Fernando Ruas
mográfica. O secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, admitiu transferir mais competências para os municípios na área social, que considerou uma das prioridades deste Governo, mas também na Saúde, Ambiente e Ordenamento do Território. O presidente da ANMP referiu que as autarquias rejeitam ser os "bodes expiatórios" da crise que afeta o país, e dos erros cometidos pela administração central, sublinhando não haver qualquer razão para novos cortes às autarquias, atitude que "iria provocar um genera-
lizado sentimento de rejeição e injustiça". O congresso reuniu cerca de seis centenas de autarcas em Coimbra, naquele que foi o último congresso para aproximadamente 160 presidentes de câmara, impedidos de se recandidatar ao mesmo município em 2013 devido à lei da limitação dos mandatos. Entre estes estão o próprio presidente da ANMP, Fernando Ruas, autarca de Viseu, mas também autarcas "dinossauros", como o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, Jaime Soares (PSD), em exercício desde o 25 de Abril de 1974.
EXPOH quer estatuto nacional A câmara de Oliveira do Hos-
pital quer que a feira regional EXPOH, que vai realizar-se, entre 16 e 24 de julho, no Parque do Mandanelho, atinja reconhecimento nacional. "Acredito que um dia chegaremos a esse estatuto", sublinha
o chefe da edilidade, José Carlos Alexandrino. Este ano, devido à crise,o investimento foi menor (o teto máximo é de 50 mil euros), mas são esperados na cidade cerca de 30 mil visitantes, mais cinco mil do que em 2010. O cartaz apresenta
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Emanuel na abertura da feira e Lloyd Cole no encerramento. A autarquia pretende que o evento seja "apelativo e convidativo" e que os nove dias por que vai prolongar-se sejam de "grande visibilidade para Oliveira do Hospital".
Ílhavo
Pedro Ramos
Aquário para bacalhaus no Museu Marítimo
Expansão das instalações custa 2,4 milhões de euros o projeto de ampliação do
Museu Marítimo de Ílhavo, que acaba de ser adjudicado pela câmara por 2,4 milhões de euros, contempla uma área para instalação de um aquário para bacalhaus. Está igualmente prevista uma zona social para realização de pequenas reuniões, conferências ou workshops e outra dedicada à investigação. A empreitada de ampliação, com um prazo de execução de
nove meses, integra-se no Programa de Regeneração Urbana do Centro Histórico da cidade, sendo co-financiada pelo Programa Operacional da Região Centro em 80 por cento sobre o valor elegível do projeto. O novo edifício de ampliação, que ocupará uma área desocupada junto à antiga escola preparatória, terá uma ligação direta para as atuais instalações museológicas.
DR
foto legenda
C120
A EDP Distribuição procedeu ao desvio de uma linha que atravessa o Mondego junto à Central da Boavista da Empresa “Águas do Mondego”. A operação, aparatosa, visou a preservação dos choupos localizados junto às margens do rio e da própria paisagem naquela zona emblemática da cidade.
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ao microscópio
visita de
médico
sete sóis, sete luas
Praias
Verão: quanto custa ficar à sombra
diana gaspar duarte Psicóloga clínica
A perfeição existe?
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mesmo em tempo de crise, há quem não prescinda de manter o hábito e o conforto do aluguer de uma barraca de praia ou de uma sombrinha, faça bom ou mau tempo, em vez de carregar com o guarda-sol. Alugar uma sombra numa praia portuguesa pode custar, no entanto, cinco euros por dia, mas em muitos casos o preço tem dois dígitos e em alguns chega a ultrapassar os 20 euros. Já um mês pode valer cerca de 200 euros. Os preços mais elevados praticam-se no Algarve, mas podem, ainda assim, não baixar muito em zonas com menos turistas e águas mais
frias: na praia de Buarcos, na Figueira da Foz, o aluguer de um chapéu, três cadeiras e uma espreguiçadeira custa 15 euros por dia, 80 por semana e 190 por mês. No mesmo concelho, cobra-se o mesmo valor diário por um chapéu e duas cadeiras na praia do Relógio, onde a mensalidade já é de 150 euros. O valor mais baixo encontrado na Figueira da Foz, de cinco euros/dia e 85/mês, refere-se à segunda fila de barracas com toldo (mais pequenas do que os chapéus) e duas cadeiras. Também noutros areais estas barracas são mais baratas do que o chapéu com 'saia'.
josé sócrates pediu, nos termos da lei, uma licença sem vencimento das funções de engenheiro na Câmara da Covilhã para ingressar numa instituição universitária em Paris. O ex-primeiro-ministro é funcionário do quadro do município da cidade onde cresceu, num lugar da carreira de engenheiro técnico. Deixou de exercer funções na autarquia a partir de 1987, quando foi eleito deputado na Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Castelo Branco.
Concluídas as infraestruturas da primeira fase do projeto, começaram já as obras para instalação das primeiras quatro empresas no Coimbra Inovação Parque.
má notícia
Sócrates de licença na câmara da Covilhã
boa notícia
Hoje quer-se: vidas perfeitas, relacionamentos perfeitos, corpos perfeitos, casas perfeitas, filhos perfeitos com notas ainda mais perfeitas, trabalhos perfeitos e quase tudo, se não tudo, perfeito. Questão: a perfeição existe? Não. Nem nunca existirá felizmente. Ou seja, o perfeccionismo é uma armadilha perfeita! O desejo da perfeição é uma distorção da realidade, ou seja, se a perfeição não existe, e acreditamos que existe sendo plausível de alcançar, há um erro de interpretação e vivência dessa mesma realidade. A perfeição leva ao exagero, à rigidez excessiva, à crítica desmedida, à indecisão e à insatisfação constante. Por muito que faça, diga e construa nunca vai estar bem, nunca estará perfeito. Este erro aparece num espaço semeado de medos, angústias e escassez face àquilo que se tem e aquilo que se gostaria de ter. Resultado: vidas sem sentido, relacionamentos vazios, casas sem famílias, corpos inalcançáveis e filhos imperfeitos e sem amor-próprio. As crianças de hoje educam-se neste modelo de vida. Cada vez mais descontente consigo e com os outros, e com poucos recursos emocionais para lidar com a pressão social da perfeição. Ensine sempre a melhorar mas por ele e não pela competição desmedida do ter e não de ser.
Empresas e famílias vão sentir mais dificuldades no acesso ao crédito e pagar mais caro pelos empréstimos devido ao corte do "rating" de Portugal.
14JuLHO 2011
ipc
Dia do Politécnico de Coimbra
opinião
rUI ANTUNES Presidente do IPC
Gestão eficiente de recursos
Jorge Pessoa Oliveira o dia do Politécnico de Coimbra (IPC), comemorado no passado dia 8, foi de celebração para o instituto, que conta já com 31 anos de existência. Foram homenageados, através da atribuição da Medalha do IPC, o responsável pela instalação dos Serviços de Acção Social do Instituto (SASIPC), Flávio Ferreira, a primeira administradora, Ana Cristina Abreu, e o estudante Vasco Pombo, representante dos alunos no Conselho de Ação Social à data da instalação desta unidade orgânica, em reconhecimento do papel desempenhado nesta área de fulcral importância para a instituição. Houve ainda lugar para a entrega das 21 bolsas de estudo por mérito aos melhores alunos do IPC, para a entrega dos prémios regionais do concurso Poliempreende aos projetos
POLITÉCNICO DE COIMBRA ESTIMULA VOLUNTARIADO IPSer. Assim se denomina a rede de voluntariado social do Politécnico de Coimbra. Trata-se de um projeto apresentado publicamente no dia do IPC e que resulta do reconhecimento da importância da acção voluntária ao nível formativo, social e cultural e do importante papel que o Politécnico de Coimbra quer desempenhar nesta área. O IPC pretende ver envolvida neste projeto toda a sua comunidade académica e profissional.
Vasco Pombo, Ana Cristina Abreu e Flávio Ferreira integraram a lista de homenageados
"Agro&Biotec, Solutions and Training" (1.º lugar), "HNTec – Help People Need Technical Tailor" (2.º lugar) e "HeliSabores" (3.º lugar) e para a apresentação do Programa "Voluntariado no IPC", no qual participarão estudantes e trabalhadores da instituição. O programa da cerimónia incluiu igualmente uma conferência proferida por Sérgio Machado dos Santos, professor catedrático aposentado, ex-reitor da Universidade do Minho e membro do conselho de administração da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior e o discurso do presidente do IPC, Rui Antunes, o qual assumiu um tom marcadamente crítico no que toca às disparidades de financiamento existentes entre as várias instituições de ensino superior público nacionais.
EX-ALUNA DO ISCAC EM GRANDE SOFIA Félix, mestranda em Auditoria Empresa-
rial e Pública do ISCAC, foi contemplada com o 2.º Prémio IPAI (Instituto Português de Auditoria Interna) para o melhor trabalho elaborado em 2010 sobre Auditoria Interna.
equipa da esac vitoriosa "AGRO&BIOTEC", Solutions and Training", pro-
jeto apresentado por uma equipa da ESAC, foi o vencedor do Concurso Poliempreende Regional e representará o Politécnico de Coimbra no concurso nacional em Setembro.
as instituições públicas de ensino superior não foram financiadas em 2010 e 2011 pelos mesmos critérios. Considerando apenas o que se passa no Politécnico, verificamos que o IPC recebeu 1.802 euros por cada aluno ponderado enquanto o valor médio do financiamento no ensino politécnico público foi de 2.047 euros. Se tivermos em consideração que o IPC tem 16.665 alunos ponderados, verificamos que o seu orçamento de 2011 foi reduzido em mais de 4.086.332 euros. Para os que não acompanham esta temática fica a explicação de que o número de alunos ponderados de uma instituição é obtido pela multiplicação do número real de alunos que frequenta cada tipo de curso pelo índice de custo dessa área de formação. Por exemplo, os cursos de engenharia têm um índice de custo de 2.0, ou seja, 100 alunos reais de engenharia correspondem, para efeitos de financiamento, a 200 alunos ponderados. O IPC é um dos três politécnicos com menor financiamento por aluno ponderado. Dados publicados recentemente pela DGES mostram que o Politécnico de Coimbra é uma das quatro instituições de ensino superior que melhor utiliza os recursos que lhe são atribuídos pela tutela. Quando consideramos os custos com pessoal por estudante diplomado verificamos que o Politécnico de Coimbra tem um custo médio de 14.055 euros, enquanto o custo médio com pessoal por cada diplomado no ensino politécnico é de 18.362 euros e no ensino universitário de 20.802 euros.
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head ex(sic)tações
ao microscópio
toma lá dá cá Patrtilho do ponto de vista da Moody's de que a política europeia de resgates está está a empurrar os países para a falência.
É sempre uma preocupação grande quando uma agência de rating olha de forma negativa para um país.
josé reis
manuela ferreira leite
frases desfeitas Subsídio de Natal: mãos ao ar, isto é um assalto.
O combate à evasão fiscal, corrupção e branqueamento de capitais é a prioridade das prioridades da política criminal.
Os portugueses preferem viver com 500 euros de subsídio a trabalhar por 800.
Lá diz a Bíblia, de forma bem clara: "Muitos serão os chamados, poucos os atendidos"...
Maria josé morgado,
João duque, presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão
Se non è vero è bene trovato.
Está certo. As cadeias estão cheias de criminosos de colarinho branco...
rita rato, deputada do PCP
ferreira ramos, advogado
E quem pode levar-lhes a mal esperteza tão grande?
Deixai que os melros cantem à vida!... Aníbal duarte de almeida, presidente da Casa dos Pobres de Coimbra
O "chumbo" do Nobre dá para tudo, até para falar à siciliana. Va bene, amigo Ramos.
Vê-se mesmo que não é caçador!
Portugal tem o vício de fazer obra para encher o olho e pagar depois. Euclides Dâmaso, procurador-geral distrital de Coimbra Está certamente a pensar nos estádios "europeus", não é verdade, senhor magistrado?
Professores sem trabalho. Gente sem saber ler. Tudo simples.
Na junta funcionamos muitas vezes como psicólogos ou padres.
FRancisco queirós, vereador CDU na câmara de Coimbra
sónia madeira, presidente da Junta de Freguesia de Aldeia das Dez (Oliveira do Hospital)
Claro! A vida assim não é muito mais interessante?
E como freiras, não?
futebol “ Oportuguês está em falência técnica josé eduardo simões
horácio antunes
Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Redação C
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14JulHO 2011
aprígio santos
Resposta certa: José Eduardo Simões
quem foi que disse?
acredite se quiser
Zebra procria com burro
é uma nova espécie que nasce
em Cuba. Uma zebra procriou com um burro e deu à luz um "zebrasno", como já lhe chamam os órgãos de comunicação social locais. Tudo aconteceu num jardim zoológico de Ciego de Avila, onde a zebra partilha o estábulo com o seu parceiro, um casal de burros e uma girafa. Fidel Yera, diretor do zoo, explicou que os animais são geneticamente compatíveis e que o "zebrasno" pode procriar. A cria herdou do pai o corpo robusto e a cor castanha e da mãe as patas largas e listadas.
"Vaca Gorda" perde 45 quilos há momentos que marcam
a vida de cada um. Para Josie Barnes, esse momento foi um assalto ao pub onde trabalhava,
Cavalo em excesso de velocidade
37 anos sem tomar banho
toma, diariamente, um banho de fumos. Mas o resultado não é o mesmo.
para realizar o sonho de ter
um filho, um indiano deixou de tomar banho há 37 anos. Kailash Singh entende que a ausência de água é uma devoção aos deuses e, desde que casou, em 1974, nunca mais tomou banho. No entanto, os deuses não parecem estar com Singh, que tem sete filhas e ainda não conseguiu ter um rapaz. O homem passa os dias a cuidar de vacas, sob um calor de cerca de 47º C. Imagine o cheiro… Em vez do duche, o indiano
Na Alemanha, um cavalo fugiu do estábulo e desatou a galopar a todo o vapor. De tal forma que foi apanhado por um radar da polícia. "Na verdade, foi um condutor que fez o flash disparar. Ele argumentou que estava a tentar desviar-se de um cavalo em fuga e pediu para não pagar a multa. Ao menos sabemos que parte da sua história é verdade", afirmou um porta-voz da polícia em Meppen, Emsland.
Processa estado por não ter pornografia está preso mas nem por isso
deixa de ter direitos e de lutar por eles. Kyle Richards, um presidiário de Detroit, no estado norte-americano de Michigan, está a mover um processo contra o estado por achar errada a proibição de ter acesso a pornografia, imposta aos presos da prisão do condado de Macomb. Ele classifica a proibição como uma das "punições incomuns e cruéis" que são aplicadas no local. A ação na justiça não é a primeira feita por Richards. Os juízes já arquivaram out ro s t rê s pro c e s s o s movidos por ele, classificando-os de "frívolos". As prisões do Michigan costumam conceder acesso a materiais pornográficos para os detidos, com algumas exceções. A prisão de Macomb, no entanto, bane qualquer tipo de material pornográfico.
Preços/Kg/L
:(
bolsa da praça
em Brentwood (Inglaterra). A mulher teve uma arma apontada à cabeça mas não foi isso que a marcou. Foram as palavras do assaltante, que lhe chamou "vaca gorda". A mulher ficou tão traumatizada que decidiu fazer dieta e já perdeu 45 quilogramas. "Se isso não me incentivasse a mudar a minha vida, não sei o que poderia incentivar", disse a mulher, de 29 anos, ao "Daily Mail".
mais caro
Água Luso (1,5L)
0,46€ 0,46€
0,46€ 0,49€
Água das Pedras (6x0,25)
2,29€ 2,29€
2,29€ 2,29€
Banana Importada(1kg)
0,99€ 0,99€
0,98€ 0,99€
O hipermercado Jumbo apresenta novamente o preço mais baixo para os produtos selecionados pela C. Contudo, os cabazes exibem valores semelhantes. Apenas 22 cêntimos separam o mais caro do mais barato.
7Up Lima Limão (2L)
1,42€ 1,42€
1,35€ 1,35€
Barritas Nesquik Cereais (150g)
1,99€ 1,99€
1,99€ 2,14€
Néctar Pêssego Compal Classic (1L) 1,19 € 1,19€
1,16€ 1,19€
8,34€ 8,34€
8,23€ 8,45€
TOTAL
:)
Jumbo volta a ter o cabaz mais barato
mais barato
Preços em 11.07.11 09H00 às 11H00
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ao microscópio
praça de táxis Os taxistas de Coimbra conduzem bem e com segurança?
Nuno meco
Conduz-se mal, no sentido em que se desrespeitam alguns sinais de trânsito. Há colegas meus que conduzem em excesso de velocidade e não respeitam os traços contínuos. Mas a maioria conduz bem.
ARMANDO MARTINS
Eu acho que sim, que a maioria dos taxistas conduz bem. Não vejo muitas contra- ordenaçõ es , nem grandes asneiras. Acho que em Lisboa e no Porto existem mais erros, devido à maior confusão.
retrato head falado
figura da semana
José Eduardo Simões no lançamento da nova época, o presidente da Académica não fugiu às questões e disse aquilo que (quase) todos conhecem mas se recusam a dizer. "O futebol português está em falência técnica", afirmou, criticando os clubes que gastam mais do que aquilo que podem. "Ou temos muito juízo ou mais casos de clubes que desapareceram poderão surgir", alertou. A Briosa, dá ideia, vai pelo bom caminho. Reduziu o orçamento em cerca de 10 por cento e está a apostar em jovens jogadores portugueses.
menções honrosas
José Manuel Canavarro
Paulo Mota Pinto
o Professor universitário, que foi cabeça
o jurista de Coimbra, deputado do PSD, desta vez eleito por Lisboa, será o novo presidente da Comissão de Assuntos Parlamentares. Terá como vice-presidente Serpa Oliva, outro deputado de Coimbra, eleito pelo CDS.
de lista do PSD por Coimbra nas últimas eleições legislativas, foi escolhido para presidir à Comissão Parlamentar de Segurança Social e Trabalho da Assembleia da República.
debate JOSÉ MATOS
Vou tentar passar uns dias a descansar, numa praia. De preferência, no nosso Portugal.
É relativo. Partimos do princípio que as pessoas que nos procuram têm pressa e, se têm pressa, é preciso andar um bocado mais rápido. Reconheço que existem alguns erros. Mas quem não os comete?
Vou fazer alguns dias de descanso em praias nacionais e outros mais activos de turismo cultural, para conhecer novas cidades e países. A companhia vão ser os amigos e a família. Serão viagens económicas, utilizando companhias low cost.
Como vai passar as férias?
Luís Antunes
Lúcia Santos
Vereador da Câmara Municipal da Lousã
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Presidente da Juventude Popular de Coimbra
14JuLHo 2011
se eu mandasse
saudades de
coimbra
"Apostaria no turismo de qualidade"
Coimbra é porto de emoções Cristina Arvelos Jornalista
Que recordações guarda de Coimbra? As melhores e mais presentes recordações. Ainda hoje sou consequência do que vivi em Coimbra, das pessoas com quem criei laços: de Miguel Torga a Fausto Correia e Fernando Vale, passando por Carlos Beja, António Arnaut e muitos outros de que me lembro quase todos os dias. O Fado de Coimbra é um bom antídoto para a saudade? Ouvir " Trova do Vento que passa", um poema de Manuel Alegre, musicado por António Portugal, é um antídoto eficaz, mas não é o único. Comigo funciona melhor ler Miguel Torga: "Livre não sou, que nem a própria vida mo consente/Mas a minha aguerrida teimosia/É quebrar dia a dia/Um grilhão da corrente./Livre não sou, mas quero a liber-
dade/Trago-a dentro de mim como um destino/E vão lá desdizer o sonho do menino/Que se afogou e flutua/Entre nenúfares de serenidade/Depois de ter a lua!" Quando regressa a Coimbra encontra sempre alguma coisa diferente? Encontro as memórias pintadas com outros tons, consequência do tempo. Tem algum local da cidade que considere emblemático na sua história pessoal. Qual? A Praça da República, ponto de encontro de todos os afectos. Se tivermos em conta outras cidades, Coimbra é... Solidariedade. De Lisboa, à distância, como vê Coimbra? Um porto de emoções.
Jorge Buco, Diretor do Centro Comercial Foz Plaza cOMEÇARIA por criar uma estrutura estatal ef iciente, garantindo o não desperdício de recursos fundamentais ao desenvolvimento do país. O real e inequívoco apoio aos empreendedores de qualidade seria outra das prioridades, dado que, sem uma estrutura de PME válidas e dinâmicas, é muito difícil atingir o ambicionado crescimento económico e o consequente aumento de empregos e de qualidade de vida. APOSTAria no turismo de qualidade, como factor diferenciador de Portugal no mundo, juntando às condições naturais de excelência que o país possui, nomeadamente o clima e as paisagens naturais, infraestruturas complementares
www.cnoticias.net
de qualidade, de forma a que a sazonalidade deixe de ser tão evidente. cRIARia condições para um sistema judicial nacional muito mais célere nas decisões e igual para todos, impedindo o arrastamento de processos durante anos, com o consequente desperdício de recursos e crescente sentimento de impunidade FOMENTARia o trabalho conjunto entre as universidades e os empregadores, criando cursos superiores que formem profissionais realmente úteis ao mercado de trabalho, evitando a situação onde existem milhares de licenciados desempregados e, simultaneamente, empresas com dificuldades em encontrar profissionais ajustados às suas necessidades.
+lida
Coimbra: Acidente no IC2 causa dois mortos
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confidencial head
ao microscópio
L'église et les maçons
Há pessoas e locais que têm o dom de reunir as pessoas, de as fazer esquecer divergências e diferenças, de pensamento e não só. Esta semana, numa real casa de pasto desta cidade, provou-se exatamente isso: um conhecido maçom e um padre, depois de almoçar, até saíram de braço dado. A amizade é linda.
Copa cabanix
lente... de contato
Como a amizade, o amor é lindo. E salta todas as barreiras: as de nacionalidade e as de emprego. Há um certo solteiro desta cidade que andava à procura de jóia pelo Theatrix e agora mudou de poiso. Tudo porque a pedra preciosa foi jogar râguebi. Esperemos que não se engane na hora de escrever o nome. Depois fica Goiás.
Esta reputada deputada (municipal) é conhecida por não dizer não a uma festa. Não é brasileira, mas identifica-se com o Rio. E vai perseguir a sua formação académica, dedicando-se ao Carnaval.
Pergunta: O que é que a cultura da AAC encontra na assessoria? Resposta: Apoio, muito apoio. APROVADO
Jaime Soares
O autarca de Vila Nova de Poiares não tem papas na língua. Considera que o PSD está mal dirigido em Coimbra e diz que avança para a câmara – nem que seja com independente – se a escolha do candidato for "sectária". Nota 13
jogos de guerra na autarquia O avô pegou no neto e foi passear. A meio da viagem, decidiu matar saudades do tempo em que estava do leme da autarquia e entrou no edifício. Dirigiu-se à secretaria e ocupou uma das secretárias, colocando em dia os "jogos de guerra" na companhia do netinho. Um munícipe vigiou a aventura e contou-a num dos cafés da má língua...
The (Coimbra) Apprentice "The Apprentice" é um programa popular na América, onde o ponto alto do episódio é o despedimento de um dos concorrentes. Donald Trump, o famoso milionário, apresenta, mas não nos diz uma coisa: o quão cansativo é despedir pessoas. Só assim se explica que a pessoa que mais despede por estes lados tenha adormecido numa cerimónia pública (outra vez).
espelho meu
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14JULHO 2011
REPROVADO
Paulo Mendes
A Associação Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC) está em maus lençóis. Entre penhoras e rescições de contratos, Paulo Mendes viu o presidente do Conselho Fiscal abandonar o cargo. Qual será o futuro da ACIC? Nota 9
C154
ao microscópio
um dia com
09H30 A ler o email e o correio
ana paula pais diretora da escola de hotelaria e turismo de coimbra
dedica-se de corpo e alma ao turismo e à hotelaria. adora trabalhar e sente-se completamente realizada por gerir a escola de hotelaria e turismo de coimbra texTO e FOTOS sílvia diogo é numa manhã quente de verão, na Escola
de Hotelaria e Turismo de Coimbra, antiga casa solarenga da família Barata Alpoim, que Ana Paula Pais, diretora da escola, inicia mais um dia de trabalho. Olhando o edifício, deparamo-nos com os corredores vazios e um silêncio não muito habitual numa escola que normalmente tem centenas de alunos a circular de um lado para o outro. As férias já começaram, mas Ana Paula Pais já sente falta da "agitação" da época letiva. "É estranho ver a escola sem os alunos", confessa à C. Desce as escadas e dirige-se à cantina da escola para tomar um café. De seguida, reúne-se com o júri no Centro das Novas Oportunidades para validar o processo dos alunos que apresentam os trabalhos de final de curso. São momentos de grande responsabilidade para o júri presente, mas também de grande felicidade para os alunos. Nos rostos
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“
A nossa prioridade na escola é reforçar a formação de nível cinco pós 12.º ano
dos finalistas conseguimos ver algum nervosismo, mas também uma certa satisfação por terminarem mais uma etapa. Sempre bem-disposta, Ana Paula reserva alguns minutos para conversar sobre a sua vida profissional. Nasceu no Luso, mas morou quase sempre na Mealhada. Por questões profissionais, teve de se deslocar a Lisboa durante determinados períodos. Licenciou-se em Geologia e começou a sua carreira profissional a trabalhar na Sociedade Água de Luso, num contexto muito diferente do atual. Quando era mais jovem, foi professora de matemática e, posteriormente, trabalhou no ensino profissional e especializou-se mais na formação profissional e no turismo. Realizou uma pós-graduação em gestão e, em 2002, trabalhou na INFTUR durante dois anos. Atualmente está a fazer um mestrado na Universidade
14Julho 2011
10H00 Reunião com o júri no Centro das Novas Oportunidades
de Aveiro." Precisamos de aprender todos os dias", afirma. "Comecei a trabalhar na minha área de especialização. Posteriormente mudei para a formação profissional e apostei na área da hotelaria e do turismo", adianta. Nos últimos 10 anos tem trabalhado na escola e no Turismo de Portugal. Atualmente colabora com uma associação europeia de escolas de hotelaria e turismo. "Temos feito muito trabalho com ela, mas claro que o nosso objetivo é criar projetos e parcerias com escolas na Europa. Só assim os nossos alunos podem estudar e fazer alguma formação lá fora. Que sirva de ponte para a hotelaria desses países", adianta. Ana Paula Pais considera o seu trabalho muito gratificante. É um trabalho exigente mas dá-lhe imenso prazer. "Não é fácil gerir a escola, implica também a gestão do agrupamento de escolas do centro. Implica ainda que eu me desloque semanalmente ao Fundão. Há uma grande responsabilidade da gestão administrativa, financeira e pedagógica", confessa.
13H30 Almoço no Hotel Vila Galé
11H00 Reunião com os formadores da escola
Depois de uma manhã muito ocupada, faz uma pausa para almoçar no Hotel Vila Galé, situado na Baixa de Coimbra, com uma surpreendente vista sobre o Rio Mondego. a resolver problemas técnicos Sempre encantada pela escola, pela equipa e sobretudo pelo trabalho com os jovens, inicia a tarde, dedicada aos assuntos mais técnicos. Reúne-se com uma empresa que vai melhorar a forma de reestruturação de alguns equipamentos da escola e avaliam, em conjunto, a qualidade do ar e a forma como se está a trabalhar na cozinha. "O que nos distingue é a nossa atenção prestada na hotelaria, no turismo e na restauração, mas também noutras componentes como o alojamento e a receção hoteleira". como define a sua personalidade "A minha principal qualidade é gostar de trabalhar. O trabalho realiza-me. Sou uma pessoa muito persistente, sou capaz de lutar e não desisto facilmente dos objetivos", re-
vela à C. Considera-se uma pessoa teimosa e um pouco crítica em relação aos outros. "Às vezes é difícil, porque não estamos preparados para lidar com as críticas, mas sou uma pessoa de fácil entendimento", adianta. Foi sempre uma pessoa simples e de fácil trato. Consegue ter uma equipa que se entende e que é capaz de ultrapassar dificuldades. É com este trabalho, em conjunto, que consegue continuar a construir a história da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra. "A nossa prioridade na escola é reforçar a formação de nível cinco pós 12.º ano. Estamos numa viragem e agora estamos a redefinir o nosso focos numa formação de especialização para jovens mais velhos que possam tirar uma especialização. No fundo, um fermento nas unidades hoteleiras. A nossa aposta é redefinir o nosso focos numa faixa etária mais jovem para uma outra faixa etária. Para isso temos de reforçar a diversidade da qualidade do nosso corpo docente, com outro nível de formação", acrescenta à C.
16H00 A definir reestruturações técnicas
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o que é feito de si? head
ao microscópio
1980 ao microscópio
Ingressa na Universidade de Coimbra
1987
1989
1990
1995
2002
É diretor da Rádio Universidade de Coimbra
Preside à Direção Geral da AAC
Começa a trabalhar na Câmara de Coimbra
Torna-se assessor do PS na Assembleia da República
Abandona os cargos "políticos"
Presidente da Direção geral (DG) da Associação académica de coimbra em 1989, o engenheiro relembra as lutas políticas da dg "com saudade mas sem saudosismo" Texto Marco Roque
José Manuel Viegas
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O que fez após a conclusão do mandato? Quando sai da DG fui trabalhar para a Câmara Municipal de Coimbra. Estive cinco anos na Casa Municipal da Cultura. Depois trabalhei para a Assembleia da República. Em 1998, fiz parte da organização do Festival Mundial da Juventude. Em seguida, fui para o IPJ, como delegado de Lisboa. Aí, achei que era altura de me dedicar à vida profissional e fui trabalhar para uma empresa de turismo. Mais tarde fui trabalhar para outra empresa, onde me mantenho, na área da inspeção, da certificação, da consultadoria. Como recorda os tempos da DG? A experiência na DG foi ótima. Foi um percurso que começou com algumas atividades na secção de badmington, secção de Fados, na RUC... O processo de chegar à DG foi quase natural, apesar da luta eleitoral aguerrida. Fui eleito com uma equipa forte e motivada, num ano de transição na forma como se geriam os destinos da UC. Coincidiu com os estatutos da Universidade. Envolveu muita experiência, muita batalha política. Durante esse período esteve em Praga, mesmo depois de uma revolução… Foi em dezembro de 1989, na altura da "Revolução de Veludo". Foi uma iniciativa interessante, que reuniu os presidentes de várias áreas da juventude, no âmbito profissional: a associação dos jovens arquitetos, advogados, agricultores... Reuniu-se uma equipa engraçada de pessoas, que resolveu levar a sua solidariedade à República Checa. Foi um momento que não se repete. Serviu para conhecer o povo e as suas expectativas. Não teve medo de ir lá nessa época? Não, não tive medo. Nessa altura, a gente nem pensa nisso. Fiquei muito impressionado do ponto de vista humano, pela positiva. Pela educação daquele povo, pelo respeito. Participá-
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Eu liderava uma direção geral que não era da cor política do governo, existiam boicotes, promessas falsas, falhas de apoios...
mos num comício com milhares de pessoas e era um silêncio impressionante, quase nem era preciso megafone. Qual é o melhor momento da "sua" DG? Existem vários momentos. E não são meus, são de toda a equipa com quem trabalhei. A criação da FADU, possibilitamos a construção das cantinas dos Hospitais... Demos o primeiro passo para criar um bar no jardim da AAC. Todos conseguimos elevar o nome da Académica dentro e fora da cidade. E a maior dificuldade? As dificuldades passavam sempre pelas limitações financeiras. Eu liderava uma direção geral que não era da cor política do governo, liderada pelo PSD. Existiam boicotes, promessas falsas, falhas de apoios e contribuições por parte do Governo. Os maiores problemas passaram pela dificuldade em apoiar os vários projetos das secções e dos órgãos autónomos.
Tem saudades? Existem sempre saudades, são momentos únicos na vida, que não se repetem. Tenho saudades, mas não tenho saudosismo. Arrepende-se de se ter afastado de cargos políticos? Não. Tinha chegado a altura de construir uma carreira profissional sólida. Acho que o consegui e valeu a pena. Não é que tenha esquecido a política, nem digo que desta água não voltarei a beber. Mas era a opção certa na altura estou satisfeito com essa decisão que tomei. Como vê o futuro do país? Com alguma apreensão. Vamos passar por momentos difíceis, complicados, temos de mudar alguns hábitos. Numa fase inicial, os jovens vão ter dificuldade em criar carreira. Cada vez mais há gente a sair do país. Nós somos muito válidos, acho que temos muitas hipóteses de singrar no futuro.
14JULHO 2011
opinião
Elogio da Escola José Falcão António Pedro Pita
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Invejem-nos. Ninguém mais ouviu o que nós ali ouvimos. Não sabem a luz que continua a vir da distância e da ausência
tudo é possível – mesmo um aluno pouco mais que medíocre ser convidado a honrar a sua escola e testemunhar publicamente quanto lhe deve, sem esquecer o que desaproveitou de tudo o que lhe foi oferecido. falo sem mandato nem representação. Sou apenas um, e não dos melhores, que frequentou o D. João III nesses tempos de cinza em que as ideias da escola e o seu funcionamento quotidiano se ligavam umbilicalmente à natureza repressiva e reacionária de um regime político. E que a ele volta, com frequência, sobretudo ao ritmo dos atos eleitorais, como quem regressa a uma distante casa de família e reconhece ainda a luz e o cheiro que habitam a memória. esta é uma daquelas casas que têm história. Lembrá-la equivale a evocar o itinerário de um país e de uma cidade e, nesse itinerário, o modo de constituir-se de uma outra educação, de um outro olhar, de um outro tempo. cento e setenta e cinco anos, desde que Passos Manuel criou o Liceu de Coimbra, em 1836. Quase cem sobre o ano de 1914, quando odotou do nome de José Falcão. Setenta e cinco contados a partir da fusão com o Liceu Júlio Henriques e da instalação, como D. João III, no atual edifício, projetado pelo arquiteto Carlos Ramos. Pouco menos de trinta anos sobre a retomada do nome de José Falcão, o lente republicano, autor da "Cartilha do Povo".
mais importante, talvez. A história desta casa, toda a história desta casa, com os seus magníficos laboratórios e uma biblioteca sumptuosa, concentra-se no percurso de cada um dos seus alunos, no futuro que cada um de nós dá a essa história, na posteridade que cada um de nós concede aos professores quando eles se revelaram Mestres. mais. Que esta escola, tão inevitavelmente mergulhada em tempos de cinza que duraram décadas, permaneça, para tantos de nós, o lugar de abertura para a vida e para o mundo, a cena das primeiras insubmissões, o espaço de cândidas aventuras impossíveis, o momento de compromissos solenes, o tempo de tragédias e de otimismos – é o que se deve por inteiro à grandeza de professores que tornámos Mestres, a sua presença forte, tão forte que nos acompanham ainda, que vão acompanhar-nos sempre. cada um de nós declinará nomes seus. De todos eles, desses professores que se revelaram Mestres por isso mesmo, que ousaram reanimar na cinza ao fogo e incendiar-nos – para sempre! – o fogo do rigor, o fogo da responsabilidade, o fogo da disciplina, o fogo da liberdade, de todos, será possível dizer o que um dia escrevi de Urbano Duarte, um deles: a nossa voz quer ecoar a sua, o passado continua a murmurar-nos palavras primeiras, senhas, rotas loucas de aventuras íntimas, vertigens, descobertas definitivas. invejem-nos. Ninguém mais ouviu o que nós ali ouvimos. Não sabem a luz que continua a vir da distância e da ausência.
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ao microscópio
via do leitor
cartas Envie a sua opinião Carta: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra Email : redacao@cnoticias.net
dades". Fica no mesmo setor da China e dos Estados Unidos. antónio josé martinho marques, Coimbra
As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos
Europa falida A União Europeia, a federação do bom e anestesiante sonho que impediria a guerra e asseguraria a prosperidade dos seus povos e, por arrasto desta porta-facho dos ideais da Revolução Francesa, de todos os povos explorados, incultos, presa do dogmatismo, da intolerância e do obscurantismo, ruiu sem estrondo mas sem remédio! Esta Europa faliu quando a Alemanha (não é um novo reich por mil anos...) se instalou a saborear a sua primeira e primordial vitória: a Reunificação. Satisfeita com o seu próprio umbigo, esquecida da solidariedade que recebeu dessa mesma "União Europeia a 12", considerando que por tal tinha pago o preço justo quando sacrificou o poderoso marco germânico ao difuso euro filho de diversos pais europeus. A um antigo embaixador russo em Portugal, cujo nome não me ocorre, perguntei num fórum em Coimbra se "o que as Mauzer não conseguiram, o marco iria obtê-lo"; respondeu-me misteriosamente com alusões à "tendência hegemónica prussiana" e à natural "resistência latina e eslava". Não fiquei exatamente na mesma, mas ocorre-me que passada a época dos Brant, Hemuth's, e Adenauer, a Merkel montou na feira do capitalismo, a sua exclusiva e egoísta banca de "Negócios & a Paz possível", na qual a consigna de União Europeia está na prateleira dos "usos de emergência" antes de passar à das "curiosi-
inquérito Agências de rating são uma ameaça para Portugal? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net
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te através da passividade do Banco Central Europeu (BCE), que contribui para agravar a situação de países como a Grécia e Portugal. "Os Verdes" reiteram que esta situação vem, de novo, evidenciar que a solução para o país passa por uma renegociação da dívida, pela união dos países em crise e por uma atitude proativa do BCE, que permita algum fôlego aos países mais débeis da UE, e também por políticas económicas claras de investimento na economia nacional de forma a redinamizá-la. Partido Ecologista "Os Verdes"
“
Para quê aquele logótipo do congresso da ANMP do tamanho do multiusos de Coimbra? Quem paga aquilo?
João Araújo, Coimbra
Portugal na zona "Lixo" O Partido Ecologista "Os Verdes" considera que a baixa de cotação de Portugal por uma das três agências de rating, a Moody’s, colocando o país em zona de "lixo", isto na véspera de Portugal ir ao mercado de capitais emitir dívida, não passa de mais uma chantagem escandalosa e de pressão para afogar a economia nacional e subjugar o país aos interesses dos mercados, do capital e do neoliberalismo internacional. Esta "descida", que já se está a fazer sentir de forma negativa nas empresas portuguesas, é também uma forma de preparar as privatizações já anunciadas pelo Governo, tornando-as mais apetecíveis, nomeadamente através da baixa do seu valor, para o capital privado, e ainda mais danosas para o interesse nacional, não só pelo contributo ainda menos significativo que vão dar para a redução da dívida, como também pela perda de setores estratégicos para a economia e para o país. "Os Verdes" não podem deixar de condenar também a postura da União Europeia, nomeadamen-
Furto de flores em Leiria Todos os dias se registam furtos de flores em Leiria, especialmente no centro da cidade, ato que a Câmara Municipal repudia. Habitualmente, as flores são arrancadas com o objetivo de voltarem a ser plantadas. Contudo, também se verifica que em alguns casos são arrancadas e abandonadas no próprio local ou nas imediações. A autarquia tem-se empenhado em embelezar a cidade, por forma a torná-la mais aprazível. No entanto, esta situação tem-se traduzido em custos desnecessários, inerentes à substituição das flores. Desta forma, a câmara municipal apela ao fim destes atos de vandalismo para que a Leiria possa continuar a ser uma cidade bonita e agradável de visitar. Presidência da câmara, Leiria
Bolsa da praça - retificaçã0 Segundo informação das lojas Continente, o pvp da 7Up nelas à venda, na semana passada, era de 1,42 euros e não 1,49 euros, como erradamente referenciámos. As nossas desculpas pelo sucedido.
Seja repórter C C, portal multimédia e revista semanal, assume a ligação aos seus leitores como principal objetivo ENVIE NOTÍCIAS PARA redacao@cnoticias.net
14julho 2011
cartas
texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista
Camarada Tó Zé lares Maias para esoter icamente me aba aos o" nen "ve er beb Itza en ich Foste a Ch , em Machu sabendo que os Incas me deram a confiança no futuro, mas fica inhava por lá asar as convicções. Enquanto cam os mágiPicchu, o antídoto que te vai arr gia solar, no meio daqueles silênci olo mit de ras altu as uel daq es atível solidez mística, que até ao céu, ao longo dos cum inca – seja, um guerreiro com imb eiro dad ver um eu, bém tam e, cos, senti-m ia. vai liquidar a tua insensatez Ma eei, como tu nciar por trombetas, não me rod anu fiz me não os, uan per des Cheguei incógnito aos An da assim, mal toquei com as itiva de criados e assessores. Ain com er lqu qua de , ano xic me an diato a afetividade das no Yucat plo das Três Janelas, senti de ime Tem do nco bra nito gra no os as onde os sacerpalmas das mã que me iam chegando das colunat ões raç vib as ta con em ter a , nte adotado virgens sag radas. Fui do solstício de inverno, prontame ois dep so res reg seu o ir ant gar dotes "atavam" o Sol para e, ungido. – e, também muito provavelment s fica sabendo que am? Não te vou contar tudo, ma ser dis me e Qu os. cul orá os e, sa dívida Consultei, obviament ambição política são, como a nos a me armin e me arust ass e as profecias com que quisest dibilidade é completamencom que quiseste garantir-lhes cre ia Ma cia ciên A o". "lix nas ape quem vais acordar soberana, e, nem sequer saberás ao lado de hoj , uro Seg é Jos io tón An , Tu . Final – enaltece a te anticientífica apregoa o fim do mundo, o Juízo o Nã . cia ciên é , sim essa a, Inc tistas vão amanhã. A ciência matar-se nas desinvenções. Os cien for vai , bem so nos a par , uro fut vida. Pre vê mesmo que o o: um desvio da órbita lunar visão, os jor nais. E toma cuidad tele a t, rne inte a vel, mó tele o ar . Não haverá, para ti, desinvent e, em Penamacor, costumas pescar ond oa lag na as esc ant gig as erpovoadas provocará ond aço para desafogar as cidades sup esp o r ata enl de ia ide tua A ra. tua Malcata, já mais ruivacos na Ter interior para o litoral deixará a do ada and deb A to. êxi er lqu não terá igualmente qua grafia. inará tiro ao alvo com a tua foto tre da ota gar A a. alm viv sem e, sem linc es que podemos rir parei ao Passos Coelho. Não sab com te ndo qua ção rea tua a século Fartei-me de rir com Swift, dos Monthy Python? Até no an ath Jon de lo mp exe o do uin seg da morte, até da doença, remédio contra a angústia. És, ra, se ria muito; não havia outro neg te pes e rra gue de ca épo te ão, de Becket. Mas aí fica XV, tris tro do absurdo de Ionesco – ou, ent tea no es Viv ta. alis rre -su rco ologia que ainda eu sei, um ana as oportunidades, a própria tecn as tod e, anc alc u me ao ios me os plo PS. Para o aviso: usarei todos – e afastar-te da liderança do tem so cur dis o rar sca ma des te a não foi desinventada, par do que os Maias. tiveram sempre melhores chefes as Inc Os . uro fut tem não uro ti, o fut Saudações socialistas
Porto, 14 de julho de 2011
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sociedade
reportagem
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14JULHO 2011
Coimbra
A crise saiu às ruas da baixa Há 20 anos, atravessar as ruas mais estreitas da baixa de coimbra era uma verdadeira odisseia, tal era o mar de gente. hoje, tudo mudou. comerciantes recordam com saudade os tempos áureos e temem o futuro TEXTOs Vasco Garcia fotos pedro ramos Armazém Americano, Rua Visconde da Luz; A Loja da Marta, Rua Eduardo Coelho; Sapataria Satélite, Rua Eduardo Coelho; Habitus, Rua Visconde da Luz; Sapataria Romeu, Rua Ferreira Borges; Jezequiel, Rua de Sargento-Mor; Sapataria Reis, Rua dos Sapateiros; Ótica Cruz, Rua Adelino Veiga. E muitos exemplos haverá. Numa pesquisa, não muito exaustiva, descobrimos perto de dezena e meia de lojas que encerraram na Baixa de Coimbra nos primeiros seis meses de 2011. Nos últimos dois anos, terão sido cerca de 80. Brevemente, haverá outros estabelecimentos a juntarem-se a esta lista. A Sapataria Elegante faz parte da "mobília" da Baixa. Está aberta, na Rua Visconde da Luz, há 72 anos. Tem os dias contados. Garantem os funcionários que não é por falta de negócio mas sim porque as proprietárias, "duas senhoras de idade", decidiram vender o prédio. O certo é que a sapataria mais antiga da Baixa vai desaparecer e, com ela, perde-se mais um pedaço da história da cidade. Para os comerciantes que teimam em resistir a todas as crises e contrariedades e que ainda continuam de portas abertas naquela zona de Coimbra, cada uma destas "mortes" é um verdadeiro "soco no estômago". Francisco Veiga está na Baixa há 53 anos (desde os 11). Em 1978 abriu as Modas Veiga, na Rua Adelino Veiga. Esteve lá durante 28 anos. "Foram tempos bons, de muito trabalho. Chegávamos a trabalhar 30 e tal horas, sem dormir. Mas dava muito gozo, porque tínhamos resultados", recorda, saudoso. Com a mesma saudade lembra os tempos em que
passar pelas ruelas mais estreitas era uma verdadeira odisseia. "Quem estava com pressa tinha de ir à volta, pela Rua Ferreira Borges, porque era impossível furar pela multidão", ilustra. Hoje, tudo é diferente. Francisco Veiga está agora numa loja mais modesta, na também mais modesta Rua Eduardo Coelho. Os tempos áureos já lá vão. "De 2000 para cá, temos assistido à queda do comércio. Neste momento, estamos a tentar sobreviver", lamenta. José da Costa é outro dos nomes históricos da Baixa. Tem 79 anos de idade e 68 de Ourivesaria Costa. Nascido e criado na Baixa, ainda é lá que vive hoje em dia. "É com bastante tristeza que vejo este declínio", declara. O antigo presidente da Associação Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC) diz que este é "o período mais difícil" que já enfrentou, em quase sete décadas de comércio, e garante que a situação "tem-se vindo a agudizar nos últimos anos". Entre a esperança e a realidade Até para quem vem de fora e não teria, à partida, uma relação afetiva com a cidade, é difícil perceber como é que a Baixa perdeu tanta vida nos últimos anos. O nome não engana. Chen veio da China para Portugal há 11 anos, mas só há três meses chegou a Coimbra. Antes, estava na Figueira da Foz, onde ainda tem dois estabelecimentos. "Pensava que a Baixa de Coimbra era melhor, mas engana muito. Está difícil para vender", revela, num português
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sociedade
reportagem
A palavra "crise" parece estar escrita um pouco por toda a Baixa. Muitas lojas fecharam, outras estão para encerrar e outras ainda tentam "fintar" o destino, promovendo reduções, promoções e liquidações
ainda um pouco arcaico. Para abrir a loja de pronto-a-vestir – que, para já, não tem nome – Chen fez um grande investimento: comprou todo o prédio. Contava arrendar os quartos nos andares superiores, mas, até ver, nada. O asiático está, naturalmente, apreensivo. "Durante dois anos, acho que a coisa não vai melhorar". Ainda assim, a esperança teima em ser mais forte do que a realidade. "A Baixa é o coração de Coimbra. Não pode ficar sempre em baixo", afiança, falando já como os seus colegas mais antigos. Um deles é Luís Fernandes. O proprietário da loja de antiguidades O Encanto da Freiria, no largo com o mesmo nome. Conhece a Baixa como poucos e dá conta de tudo o que por lá se passa no seu blogue (questoesnacionais.blogspot.com). Apesar de saber bem que a situação não está fácil, não perde a esperança. "Acredito no futuro da Baixa. Aliás, acho que as baixas serão o futuro das cidades, porque aqui temos de tudo", refere, com um ar confiante.
Francisco Veiga hesita entre o pessimismo – "não sei se a maioria das lojas conseguirão sobreviver" – e o otimismo, que acaba por prevalecer: "acredito que vamos ultrapassar esta situação, embora seja difícil". Mais negativa é a opinião de José da Costa. "Se tenho esperança de, no futuro, dar a volta? Tenho impressão que não. A reabilitação da Baixa vai ser muito difícil", pergunta e responde, com a tristeza de quem gostaria de ter outra resposta à questão. E agora? Mas o que terá, afinal, levado a que, em cerca de duas décadas, o cenário da Baixa de Coimbra se tenha alterado de maneira tão acentuada? "Foram tantos os fatores: a falta de poder de compra, a falta de estacionamento, a desertificação populacional, o encerramento dos cafés, a insegurança, os transportes públicos que desapareceram…" a lista de José da Costa parece não ter fim. Mas ainda haverá mais algumas razões. Desde logo,
À direita: Francisco Veiga, proprietário das Modas Veiga, acredita no futuro da Baixa À esquerda: José da Costa, dono da Ourivesaria Costa, não está tão confiante: "A reabilitação vai ser muito difícil" 28
os centros comerciais, que "roubam muita gente", aponta Chen. Mas também as "rendas muito altas", acrescenta Luís Fernandes. Tudo isto sem esquecer, também, a perda de influência de toda a cidade. "Antigamente, Coimbra era o centro de todo o Centro e toda a gente vinha a Coimbra. Agora já encontram tudo nas terras onde vivem", conclui o comerciante. E que fazer para que a Baixa volte a estar em alta? "Travar a saída dos serviços públicos, devolver os transportes públicos às ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz, trazer lojas de renome internacional e ter os bares e cafés abertos até mais tarde, de forma a fazer com que os jovens e que a Academia viessem para a Baixa", adianta Francisco Veiga. Já Luís Fernandes considera que as alterações no arrendamento serão fundamentais, uma vez que permitirão a reabilitação dos imóveis, o que fará com que mais pessoas vão viver para a Baixa, devolvendo-lhe a vida que outrora teve. A câmara também deve ajudar, na "agilização dos processos de reconversão das lojas", termina. Sejam quais forem as medidas a tomar, é importante que sejam tomadas rapidamente, para que a palavra "crise" (ver foto acima) desapareça das ruas da Baixa de Coimbra.
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Acredito no futuro da Baixa. Aliás, acho que as baixas serão o futuro das cidades Luís Fernandes, comerciante
5 perguntas a Armindo Gaspar Como vê hoje a Baixa, comparando com os tempos áureos que já teve? Não é possível comparar, porque não havia a oferta que existe hoje. Mas, por exemplo, no verão, tem havido um crescendo. O turismo é hoje algo que tem de ser cada vez mais potenciado. O que é que tem faltado? Essencialmente, dinheiro no bolso das pessoas (poder de compra). Mas faltam, também, algumas lojas-âncora. O que é preciso fazer para relançar a Baixa? Temos feito várias análises sobre o que é preciso fazer e estamos a trabalhar nisso. Em breve teremos novidades sobre o estacionamento, com mais lugares e mais baratos. São necessárias mais ações direcionadas para o setor da população que mais deixou de vir à Baixa: os jovens. É também preciso que alguns comerciantes alterem as mentalidades e adotem os horários à disponibilidade das pessoas. Acredita no futuro da Baixa? Claro que sim. Aliás, ultimamente tem havido
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Armindo Gaspar, presidente da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra
procura de espaços. As lojas começam a querer voltar para a Baixa, até porque os custos dos centros comerciais são muito elevados. Qual é o papel da APBC? A APBC procura realizar iniciativas que ajudem a melhorar a dinâmica da Baixa. Recentemente foi aprovado um financiamento comunitário para vários projetos, nomeadamente visitas guiadas, atividades para os jovens e um "mini-jornal", entre outras.
sociedade
reportagem
Companhia Portugueza: Regresso ao passado para projetar o futuro
Apesar de a vida não estar fácil no centro
histórico de Coimbra, há quem ouse arriscar e iniciar novos negócios. É o caso de José Gonçalves e Ana Lages. Os dois jovens – na casa dos 20 – abriram, há pouco mais de um ano, a Companhia Portugueza. Entrar no estabelecimento, situado no Quebra-Costas, é como entrar numa máquina do tempo. Vem-nos à memória o tempo em que Portugal brincava com carrinhos de madeira, lavava os dentes com a Pasta Couto, escrevia com Lápis Viarco, comia sombrinhas de chocolate Regina e cozinhava com Azeite Saloio. Produtos e marcas que fazem parte da história do país mas, também, da vida de todos nós. Os dois designers gráficos gostam das embalagens destes produtos antigos e, um dia, surgiu a ideia de abrir uma loja que os reu-
nisse. Dois meses depois, a Companhia Portugueza estava de portas abertas. "É a prova de que é possível fazer as coisas", refere José Gonçalves. Para já, a experiência está a ser positiva. "Corresponde às nossas expectativas. Temos tido uma boa recetividade", acrescenta. O jovem frisa que a loja tem "muitos públicos, com abordagens diferentes". Há aqueles "mais saudosistas, que se recordam dos anúncios e sabem as lições dos livros escolares quase de cor", e há outros que procuram os produtos "pela sua qualidade". Para as crianças, é uma experiência completamente nova: "olham para os brinquedos com muita curiosidade, porque são exatamente o oposto dos que eles têm hoje em dia. Não sabem lançar um pião, por exemplo", ilustra. Um dos objetivos da Companhia Portugueza
é "valorizar" os produtos nacionais "enquanto eles existem". Essa valorização até tem dado frutos, havendo mesmo algumas marcas a reaparecer, aproveitando esta "onda revivalista". Nesse âmbito, os responsáveis pelo espaço gostariam de ter algo de Coimbra, mas tal não foi possível, até ao momento. "É algo de que sentimos falta, mas em Coimbra não há produção industrial. Gostaríamos e procuramos ter produtos de Coimbra, para podermos valorizá-los", afirma José Gonçalves. Sobre a localização, nunca houve dúvidas: "Tinha de ser na zona histórica. Pelas caraterísticas da loja, fazia todo o sentido que estivesse no centro histórico. O Quebra-Costas é uma rua muito ligada ao turismo, mas também é importante que as pessoas de Coimbra venham cá".
À direita: José Gonçalves, de 26 anos, é um dos sócios da Companhia Portugueza À esquerda: as farinhas Preditlecta e 33 são das marcas de que os portugueses mais se recordam 30
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opinião
Mira Lagoa Sobral
Sinais dos tempos
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Estranho: quando se apela à mudança, há quem defenda a "ficança". Curioso… Incompreensível…
a primeira semana do segundo semestre, ainda não refeita das peripécias lusitanas de todo o primeiro semestre – e quantas semanas mais serão necessárias para se esgotarem os efeitos indesejados e imprevistos de tal semestre? –, foi pródiga em novidades. uma francesa, em substituição de um francês (!?), assume a liderança do FMI. Coincidência tricolor!.. Os Estados Unidos, apesar do impasse entre democratas e republicanos sobre os novos limites da dívida pública americana, afirmam e asseguram ao mundo que vão honrar todos os seus compromissos financeiros. Não obstante se saber, de ciência certa, que, no caso de não acordo, os Estados Unidos entrarão, de pronto, em incumprimento global. Estranho e muito discreto anúncio, na fase em que se está na guerrilha entre dólar e euro, e em que os Estados Unidos tudo fazem nesta nova modalidade de guerrilha financeira global. A moeda, cambialmente, mais forte é alvo de todo o tipo de tropelias por parte da Santa Congregação do Dólar. E em que a Alemanha, adversária natural do dólar, acaba por se estar a revelar a sua melhor aliada. Vá-se lá entender tudo isto… em como se prova que a Moody's, por coerência, deveria ficar muda, e no presente, baseada no passado, se devia, de forma inteligente – que de facto não é, caso contrário, não teria no seu recente historial um episódio para nunca esquecer que é o do Lehman Brothers azedo-estragado fora de prazo que impingiu à saciedade em toda a sociedade – abster de fazer previsões em que já mostrou, em demasia, a sua inaptidão congénita. Corporativismo financeiro internacional no seu pior. mas cá pelas lusas bandas, ao que tudo parece significar, temos autarcas defensores do imobilismo. É caso para se perguntar: que os faz, tão obstinada, e por ora injustificadamente, envolverem-se numa santa cru-
zada contra a modernização da organização administrativo-política do território? Porque se opõem tão tenazmente, em princípio e sem mais, a participar na abordagem pública, exploratória que seja, sobre as vantagens do estudo de um novo mapa autárquico. Com tanta harmonia, porque desdenham e desconfiam da harmonia de uma eventual nova dança das cadeiras? Estranho: quando se apela à mudança, há quem defenda a "ficança". Curioso… Incompreensível… e para cúmulo: o Tribunal de Contas dá conta pública de como a Segurança Social "esbanjou" centenas de milhões de euros em pagamentos indevidos, que os portugueses "atingidos" indevidos, honesta e religiosamente receberam e gastaram. Por incompetência, ineficiência e conivência no desmazelo, muitos dos colaboradores da Segurança Social foram os autores, de facto, de todos estes indevidos. Os beneficiários, "coitados", até nem estranharam ter recebido a mais. Os funcionários que promoveram e processaram a mais, mais os informáticos, mais os inspetores internos, mais as técnicas de validação e confirmação aplicadas, compõe um belo ramalhete de nada, todos irmanados na sacrossanta incompetência e impunidade. com quem recebeu a mais, repercuta-se, em futuros pagamentos, o retorno faseado e escalonado do já recebido. Nem é injusto. Sempre beneficiaram antes do tempo e esse benefício já ninguém o elimina. Quem asneirou que seja submetido ao tratamento legal e socialmente adequado. No setor privado aplicar-se-ia a Lei. E no setor público? Quem asneirou não está em condições de beneficiar de Novas Oportunidades. Para uns e para outros, exemplarmente, que se dê por acabada toda a possibilidade de impunidade. Impunidade de uns quantos (prevaricadores e beneficiários), paga por todos ???... CHEGA!!!
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sociedade
reportagem
cantanhede
Ouro ainda relu 32
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Na antiga "escumalha", terra por onde terão passado judeus, o ofício de ourives é tão atual como o foi outrora. A C foi saber como se trabalha este metal precioso numa das oficinas da aldeia, onde nasceu o anel de lula da silva textos marta varandas fotos pedro ramos
Ninguém adivinhava que um pequeno lugar cheio de lendas se pudesse transformar, um dia, numa freguesia próspera e onde vingaria o ofício de ourives. Continua a ser o ouro que ainda hoje leva o nome de Vilamar, no concelho de Cantanhede, a todo o país. Na pacata aldeia, nada mudou. Porque persiste, ainda hoje, pelo menos um elemento em cada família ligado à ourivesaria. De bicicleta, a pedalar até ao nosso encontro, Lino Cruz chega ao Largo da Igreja. Com 74 anos. dá mostras de que energia é coisa que não lhe falta. Conta, já sentado no Café Central, que em outros tempos foi ourives. "Por força do destino". A doença do pai fez Lino Cruz abandonar os estudos no Porto, quando estava na escola comercial. Cursou até ao antigo 6.º ano, mas acabaria por regressar a Vilamar, onde uma vida nova e um ofício de família estavam à sua espera. "Este saber era transmitido de avós para pais e posteriormente para filhos", lembra. "O meu bisavô era ourives ambulante e fazia as travessias a pé ou de bicicleta. O meu pai também foi e chegou a ter uma oficina de consertos. Por isso vim dar seguimento, depois dele ficar doente". Mas já não vendeu ouro a pé, porque as condições eram melhores. "Agora não estou no ativo, mas ajudo
De Escumalha à vila que não tem mar Lino Cruz começou aos 18 anos a exercer o ofício de ourives, na sua vertente comercial, como armazenista. Fala com orgulho da sua terra, que diz ser Escumalha. E recorda que fez 71 anos a 6 de julho que o nome mudou para Vilamar e a 11 de julho foram comemorados os 26 anos como freguesia, quando Vilamar se separou da freguesia de Febres. Em tom de gracejo, Lino Cruz, hoje com 74 anos, diz que Vilamar "não é vila, não tem mar e já foi Escumalha", ou seja, "engana três vezes".
os meus dois filhos, que me seguiram as pisadas e mantêm aberta uma ourivesaria", refere. Vilamar, que outrora teve o nome "Escumalha", era um sítio "bom para se viver". As pessoas "eram dinâmicas, visionárias e havia espírito de união". A prova disso foi ter sido a primeira aldeia a ter luz, sem contar com a sede do concelho. Esta prosperidade é muitas vezes atribuída à presença de judeus, que terão trazido o ouro para Vilamar, dando poder económico à freguesia. Esse ouro passou depois a ser fundido e vendido pelo país fora pelos ditos ourives. Lino Cruz admite a possibilidade de existir uma "costela judia" em Vilamar, aldeia que ainda hoje se afirma. "Sempre gostei de mexer no ouro. Olhava para as peças e conseguia perceber se estavam bem feitas ou não, porque havia fabricantes mais perfeitos do que outros", explica. Quem também está atento à conversa é Egídio Patrão, presidente da Junta de Freguesia de Vilamar, que estampa no rosto o orgulho que tem pela sua terra. Oriundo de uma família de ourives, lamenta que o ofício tenha terminado na sua geração: "Tanto eu como o meu irmão não seguimos. Mas ainda coloquei essa hipótese", que mesmo assim não se viria a concretizar.
luz em Vilamar 33
sociedade
reportagem
Em Vilamar também se fabricam peças de ouro português fernando rato é ourives há 30 anos. Não tem ninguém na família ligado ao ramo. Mas começou no ofício porque os pais não tinham possibilidades para que continuasse a estudar. Se recuarmos no tempo, conta que a ourivesaria ambulante nasceu em Vilamar. "As pessoas iam abastecer-se a Gondomar e para fazer consertos vinham aqui. Entretanto evoluímos e começámos a fabricar peças. Tanto é que Gondomar agora vem cá". O ourives fabrica para vender a armazenistas, que vendem pelo país fora. Especializado em filigrana – arte para a qual não dispõe de tempo –, explica à C que o primeiro passo é a compra do ouro puro, de 24 quilates. "Faço-o ao banco", refere. Após ter o ouro, faz-se a pesagem para obter a liga de 19,2 quilates (ouro português) com a prata e o cobre. Passa-se à fundição, que vai derreter a liga. Com o auxílio do cilindro (máquina), puxa-se o ouro para as medidas pretendidas. Neste caso, a C assistiu ao fabrico de uma aliança. "Puxam-se as espessuras consoante a peça que se pretende executar", explica o ourives, que tem 42 anos. A próxima etapa é trabalhar o ouro, noutra sala, para fazer a configuração da peça que se pretende. E neste passo é importante a solda, "porque é ela que vai ligar as formas que se vão executando", diz. É nesta fase que se faz "a montagem da peça", explica Fernando Rato. Concluída a solda, chegamos ao acabamento da peça, que vai ser passada por ácido sulfúrico, para lavar, sendo depois polida, para tirar os riscos e é dado brilho (lustrar), tudo numa outra máquina. O último passo consiste na certificação da peça, que leva a marca de responsabilidade do ourives, sendo necessário, antes de a colocar à venda, levar a peça à Imprensa Nacional – Casa da Moeda, que aplica outra marca se estiver tudo em conformidade, ou seja, se aquele ouro tiver o toque de 19,2 quilates. Se não o tiver, a peça é "amassada, porque não corresponde à realidade e aqui tudo é certificado". Fernando Rato também realiza na sua oficina fundição por injeção, para fabrico simultâneo e em maior número de peças. "Sentir que o cliente gostou do meu trabalho é a minha maior satisfação", confidencia o ourives de Vilamar.
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Manipular o nobre metal O processo é simples e vai da pesagem do ouro puro, comprado ao banco, até à sua fundição e execução da peça que se pretende fazer, terminando o processo com o seu acabamento. O ouro puro é demasiado mole para ser usado. Por essa razão é endurecido formando liga metálica com prata e cobre. É mediante a percentagem destes metais que se obtêm cores de ouro amarelo diferentes. Já o ouro branco é ligado com níquel. O toque do ouro português é de 800 milésimos (19,2 quilates).
Anel de Lula da Silva nasceu das mãos de Fernando Rato Foi da freguesia de Vilamar, da oficina de Fernando Rato, que saiu o anel de ouro que celebrou a ligação doutoral do ex-Presidente do Brasil, Lula da Silva, à Universidade de Coimbra. O anel, personalizado, feito em ouro português, de 19,2 quilates, tem um rubi incrustado. Usado no dedo anelar esquerdo, faz parte do conjunto das insígnias que aquele antigo chefe de Estado recebeu no doutoramento honoris causa pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. A peça foi feita a pensar em Lula da Silva. Atendendo à fisionomia da sua mão foi concebida com uma dimensão superior ao habitual. Ao invés dos oito ou nove gramas de peso que esses anéis normalmente têm, este atinge os 13 gramas.
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inovação head
cérebros
cia gên a A a ra um o pa mars, c s i érm o exo o Ramo t o dr nt jet ame ao pro foto Pe l o s br a roque vo i m o i n o o C um e de o marc iou m r o c t n ex o ies te T log gando r o a n em ch , li e Te ia (ESA) ação d c a r Sp pe xplo tive l Euro e c e A A cia ão d Espa miss
a r b m i o c Quando o veículo motorizado que vai explorar a superfície de Marte - o rover – do ExoMars chegar ao planeta vermelho vai ter de sobreviver em condições agrestes. Para além do vento e do pó, Marte apresenta variações térmicas que podem ir dos 20ºC aos 40ºC negativos. Estas temperaturas podem prejudicar, ou mesmo destruir, os equipamentos de análise.A participação da Active Space Technologies (AST) na missão ExoMars, com a introdução de um novo aerogel para isolamento, serve para evitar esse problema. "Estamos a usar o aerogel para isolamento térmico de sistemas de instrumentação eletrónica", revela Ricardo Patrício, da AST, acrescentando que "nas noites de Marte as temperaturas podem baixar bastante e o equipamento eletrónico tem de estar acondicionado, de modo a ter temperaturas de funcionamento". Mas o que é um aerogel? "É uma espuma altamente porosa que pode ter até 90, 95 por cento de ar, que tem muito pouco material no seu volume. É muito leve e tem uma condutividade térmica muito baixa – com uma performance para
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isolamento térmico muito interessante", avança Ricardo Patrício. No entanto, até agora, não se usava o aerogel desta forma. "Não se usa tipicamente este tipo de aerogel porque é muito frágil, vítreo e parte com alguma facilidade, por exemplo, durante o lançamento do foguetão, porque há muita vibração", refere. Para além disso, a produção desta tecnologia estava concentrada, sobretudo, nos Estados Unidos da América. "Eles usam espumas: são mantas de tecido nas quais impregnam aerogel. A condutividade térmica é muito maior porque está condicionada à manta que eles usam como matriz", revela.O produto português apresenta diferenças. "Nós conseguimos sintetizar aerogéis bastante mais flexíveis, que acomodam melhor o esforço", conta Ricardo Patrício, indicando que "usamos aerogel puro, uma espécie de tijolo de aerogel cuja condutividade térmica vai ser muito baixa". O projeto é o resultado do esforço conjunto do Instituto Pedro Nunes, da Universidade de Coimbra e da AST. Depois de uma primeira análise de mercado, para a ESA, identificou-se uma lacuna no mercado dos aerogéis. Em seguida, "começámos em 2006 com o Departamento de Engenharia Química da UC, seguindo-se o IPN", refere o responsável. "Foi um processo gradual
de aprendizagem, sintetizar não é muito complicado mas conseguir obter as propriedades que pretendemos de forma consequente e repetida, mantendo a densidade e a f lexibilidade que pretendemos, é um grande desafio", indica, sublinhando que "a nível europeu, estamos à frente do que se faz tecnologicamente no que se faz nesse aspeto". A Active Space Technologies é um caso de sucesso, tem 25 trabalhadores entre o escritório de Coimbra e um na Alemanha. "Interessa-nos estar num mercado maior. Acho que conseguimos fazer a ponte entre um país com uma forte tradição espacial (a Alemanha) e um país com uma grande capacidade de inovação (Portugal)", refere Ricardo Patrício. Trabalhar na área espacial não é comum em Portugal. "A principal desvantagem é estarmos longe dos grandes players, não há aquele networking tão fácil. Mas existem vantagens, nós temos capacidades tecnológicas pouco exploradas, com um grande potencial em qualidade, inovação", revela o responsável. O espaço faz as pessoas sonhar. "O nosso core business foi, desde sempre, o espaço. É o nosso sonho desde que fundámos a empresa. O espaço dá sempre uma motivação extra". Depois de testes em Portugal, o protótipo está na Alemanha a ser alvo de testes térmicos. Se não existirem atrasos com o projeto ExoMars, o rover, devidamente protegido, parte em direção a Marte no ano de 2016.
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o h l verme Nome
Marte
ciência & tecnologia CAMBADA alcança bronze na Turquia A universidade de Aveiro (UA)
conseguiu atingir o 3.º lugar na Liga de Tamanho Médio da RoboCup 2011, o Campeonato Mundial de Futebol Robótico, após vencer a RFC, de Estugarda, por 2-1. A prova decorreu em Istambul, na Turquia, de 5 a 11 de julho. A equipa CAMBADA, da UA conseguiu, assim, obter de novo um lugar no pódio, depois de ter chegado ao 1.º lugar em 2008 e ao 3.º lugar em 2009 e 2010.
Aluno da FCTUC recebe prémio DR
aneta
Entre 54,6 milhões de km a 401 milhões de km, dependendo das órbitas
Diâmetro 6,794 km Nome
Terra
Diâmetro 12,742 km Satélites
Lua
Atmosfera
Nitrogénio 78%; Oxigénio 20,9%; Argônio 0,9340%; Dióxido de carbono 0,0390%
Satélites
Phobos Deimos
Atmosfera
Dióxido de carbono 95,32%; nitrogénio 2,7% ; Árgon 1,6% ; Oxigénio 0,13% Ano
687 dias terrestres
Ano
365,25 dias
Este não é o primeiro projeto espacial da Active Space Technologies. Nas mãos de Ricardo Patrício está um protótipo desenvolvido para a Agência Espacial Japonesa, que vai até Mercúrio.
Filipe rodrigues , aluno do
departamente do Engenharia Informática da FCTUC, recebeu o Prémio Nacional de Trabalhos em Inteligência Artificial, instituído pela Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial. O trabalho recebeu o prémio por uninamidade, sendo o segundo ano consecutivo em que um aluno da FCTUC ganha este prémio.
FMUC não pára durante o verão A faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra vai proporcionar um curso de verão, de 18 a 22 de julho. Integrado na Universidade de Verão, o curso vai abordar várias temáticas da saúde, com especial destaque para o "Curso de Suporte Básico de Vida" e "um dia na área da Medicina Dentária".
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poder local
penacova
Ninguém bate Palmira Lopes na produção de palitos e artefactos de madeira
Flávio Tintim é o mestre das rodas de água e dos
Terra de tradições e sabor A C fez-se à estrada e partiu à descoberta de Penacova. Entre artesãos e os doces conventuais fica a simpatia das gentes que ainda sabem receber textos marta varandas fotos mário nicolau é fim de tarde. O sol reflete no Mondego, que serpenteia a serra e banha algumas das aldeias que fazem parte do concelho de Penacova. Com uma paisagem de fazer inveja a qualquer outro município do distrito de Coimbra, em Penacova as casas encarrapitam-se na montanha, que dá guarida a pequenos lugares, muitos deles rurais, onde as gentes nos recebem com um franco sorriso. Ao chegar a Cheira, muito perto do centro da vila de Penacova, a
paragem é obrigatória no Centro de Atividades. Destinado aos artesãos e às associações do concelho, desde 10 de junho que está aberto ao público, todos os dias, entre as 09H00 e as 12H00 e das 14H00 às 18H00. O espaço – a antiga Escola Primária da Cheira, desativada com a construção do Centro Escolar – foi cedido pela câmara municipal e pretende preservar a cultura popular. Na sala, ocupada por oito artesãos, que expõem e vendem os
A barca serrana é um dos ícones de Penacova
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seus produtos, fomos encontrar Palmira Lopes a enfeitar uma caneta em madeira de salgueiro, com a ajuda de uma navalha. Desde os seis anos que produz, de forma artesanal, palitos para os dentes. Explica que só começou a fazer palitos decorativos, usados para os doces, mais tarde. "Podem ser em flor ou em pluma". Segundo a tradição, o fabrico de palitos teve origem no Mosteiro de Lorvão, porque as freiras os produziam para decorar bolos e doces. Posteriormente seriam feitos pelas populações locais e vizinhas, levando assim o nome de Penacova a todo o mundo. "A minha avó é que começou com a arte e eu aprendi com o meu pai", conta Palmira, enquanto manuseia a navalha. O seu artesanato, além de ser considerado uma referência pela produção de palitos decorativos, também o é nos artefactos de madeira, representativos do património do concelho, como a roda, o moinho ou a barca serrana. Na banca também estão expostas canetas, facas, presépios, contando a artesã de 70 anos com a ajuda da filha para fazer algumas destas peças.
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Na mesma sala, à direita de Palmira Lopes, está Fátima Alves, que, com recurso a uma máquina de costura, faz bordados. Com 40 anos, lembra que foi a mãe que a meteu num curso de costura quando era ainda menina. "Entretanto, apanhei o gosto", conta. Moinhos e a palavra "Penacova" são alguns dos motivos dos seus trabalhos, que podem ser complementados na banca do lado, de Sara Martins, que aos 24 anos também marca presença na sala de artesãos. Dedica-se à pintura sobre bordados, na sua maioria moinhos ou a barca serrana, ícones locais. Do outro lado da sala está Flávio Martins Tintim. Foi marceneiro e depois motorista. Mas quando se reformou, há 15 anos, decidiu dedicar-se ao artesanato. Das suas mãos saem moinhos e rodas de água em miniatura, "peças espalhadas por todo o mundo", muitas delas acabadas com a ajuda do filho. É que este artesão, com 73 anos, não vê do olho esquerdo e do direito só vê 15 por cento. Contudo, diz que "outros estão pior" e garante que gosta muito do que produz, "embora não dê dinheiro". Mas é esse gosto que o faz continuar.
O que Penacova tem para oferecer?
gua e dos moinhos
Maria Preciosa é afamada pelos produtos de agricultura biológica como chegar
ores
A partir de Coimbra, via IC2 e IP3, saia no nó de Penacova
As plantas da "Ti Preciosa"
património
Mosteiro de Lorvão, Pisão, Cruzeiro de Penacova, Igreja Matriz de Penacova, Capela de São João, Capela de Santo António, Pelourinho de Carvalho
os vasinhos de Maria Preciosa Oliveira também fazem parte da sala de artesãos instalada no Centro de Atividades situado em Cheira, Penacova. Comerciante ao longo de anos, a "Ti Preciosa", que tinha o "bichinho" dos produtos de agricultura biológica e plantas medicinais e aromáticas, decidiu fazer uma formação aos 65 anos. Hoje, com 72, já é conhecida nas redondezas pelos vasos onde cultiva estas plantas, todas elas oriundas de Penacova, de onde é natural. Além dos vasos com as plantas também as vende secas, para chás, assim como embalagens de tisanas, que não é mais do que uma mistura feita por si, com efeitos terapêuticos. A "Ti Preciosa" também é conhecida em Coimbra, porque marca presença no "Mercadinho do Botânico", todos os sábados, das 10H00 às 14H00.
artesanato
Palitos e artefactos de madeira, rodas e moinhos de água em madeira e em pedra gastronomia
Lampreia à moda de Penacova, Migas, Chanfana, Arroz de Míscaros, Peixes do Rio Fritos, Nevadas, Pastéis de Lorvão
Entre 17 e 24 de julho
Município de Penacova volta a estar em festa Fernanda Veiga, vereadora da Cultura e Turismo,
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[as festas permitem que] as tasquinhas mostrem ementas com pratos derivados do rio como são exemplo as enguias ou os peixinhos do rio
As festas do município de Penacova vão voltar a realizar-se este ano, após a estreia de 2010, que se revelou um êxito. Fernanda Veiga, vereadora da Cultura e Turismo, adianta que os festejos se iniciam no dia 17 de julho, com a comemoração do feriado municipal. Contudo, é entre os dias 22, 23 e 24 que vai haver arraial, no Parque Verde, com barraquinhas dedicadas à gastronomia da região. "Estas comemorações acontecem na altura da produção do festival gastronómico 'Sabores do Rio', o que vai fazer com que as associações e restaurantes que vão ter as suas tas-
quinhas mostrem ementas com pratos derivados do rio como são exemplo as enguias ou os peixinhos do rio", referiu a vereadora. José Cid é o cabeça de cartaz, com concerto marcado para o dia 22, sexta-feira. No dia 23 sobem ao palco Os Azeitonas e Ruizinho de Penacova e no dia 24 é a vez de José Perdigão e outros fados encantarem o público. Vão também decorrer três festivais de folclore (Chelo, Lorvão e Penacova). "Apesar da conjuntura económica não ser favorável, pretende-se que estas festas sejam uma alavanca no desenvolvimento da economia do concelho", rematou Fernanda Veiga.
poder local
penacova
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Nuno Esperança perpetua doces conventuais de Lorvão Bairro da Eirinha (Junto às Piscinas) PENACOVA
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o segredo da doçaria conventual de Lorvão está "guardado a sete chaves" com Nuno Esperança, 35 anos, natural daquela localidade. Neste momento, é o único produtor destes doces, que já começam a ser reconhecidos a nível nacional, embora alguns obstáculos dificultem a expansão das iguarias, visto Lorvão não ser "um local de passagem", conforme justifica o doceiro. Todos os dias, sem exceção, Nuno Esperança faz estes doces conventuais. Nevadas (pão-de-ló recheado com doce de ovos e cobertura de açúcar glacé) e Pastéis de Lorvão (amêndoa, ovos, açúcar e farinha) são os mais conhecidos. Mas há mais: Palitos, Mimos, Lampreia Doce de Lorvão, Pão-de-ló de Lorvão, Queijinhos e Queijo Conventual Doce. O ingrediente base destes doces "é a amêndoa". E mais Nuno Esperança não revela. Há 17 anos que se dedica em exclusivo à doçaria conventual de Lorvão. "Estava no esquecimento, por completo. A não ser a produção mais caseira, não havia ninguém que confecionasse estes doces", sublinha.
Foi no século XVI que o açúcar surgiu em Portugal com alguma abundância e com ele os conventos começaram a fazer doces, a partir de receitas trazidas pela nobreza. O doceiro explica que depois da extinção das ordens religiosas, no ano de 1834, ainda se mantiveram as monjas no mosteiro, que continuaram a produzir os doces. Mas agora "vim dar continuidade ao seu trabalho. É uma janela que se abriu e que decidi aproveitar, fruto de um trabalho profundo de pesquisa e investigação", porque Nuno Esperança é o único a fazer estes doces, sem contar com as Nevadas e os Pastéis de Lorvão. As iguarias podem ser encontradas no Lorvão, na pastelaria "O Mosteiro", mesmo em frente a este edifício, ou então no centro da vila de Penacova, no "Café Turismo". A expansão iniciou em Coimbra (desde que começou) e agora chega a Lisboa. Mas Nuno Esperança quer mais e pretende chegar ao resto do país. "A nossa montra é a 'Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais' de Alcobaça", referiu, avançando que vai dar início à qualificação destes produtos.
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empresário head de sucesso
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Sesis: trabalho e grande união Referência no mobiliário de escritório, equipamento de hotelaria, hospitalar e audiovisual, a sesis tem um percurso de sucesso em portugal e no estrangeiro. Texto e foto mÁRIO nICOLau A ideia chegou à prática em 1995: Alcides
Simões e António Seixas começaram pelos auditórios, mas "o conhecimento da área do material de escritório" levou os dois sócios a ampliar a atividade. Além do material de escritório, a Seixas&Simões passou a comercializar equipamento para hotelaria, hospitalar e audiovisual. Em 1999, António Santos abandonou a sociedade e Alcides Simões assumiu o leme da empresa com o filho e, mais tarde, decidiu criar "um núcleo forte", que se mantém até hoje. "Constitui um grupo de oito pessoas que trabalha há 10 anos. Os outros três postos de trabalho podemos considerá-los mais rotativos, pois são ocupados por pessoas mais jovens e servem para o primeiro contacto com a nossa atividade. Quando surge uma oportunidade de trabalho noutro setor e as pessoas não estão satisfeitas, acabam por tentar a sorte", explica Alcides Simões. Os três colaboradores que, entre-
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tanto, tornou sócios são uma mais-valia para a Sesis, pois, considera Alcides Simões, "foi esta decisão que salvaguardou a empresa e que a tem feito crescer". A "presença física" em 80 concelhos da região Centro e nas restantes regiões do país através da
a empresa SESIS MOBILIÁRIO A Seixas & Simões,Lda é especialista, entre outros, em mobiliário de escritório e de hotelaria, mobiliário escolar, mobiliário infantil, mobiliário hospitalar, mobiliário urbano e mobiliário para bibliotecas, mobiliário para estádios e pavilhões, equipamentos desportivos em geral e equipamentos para parques infantis
página online, além dos agentes na Madeira e nos Açores, constituem os principais vetores de atividade da Sesis que regista "resultados muito bons" no processo de internacionalização. Segundo Alcides Simões, os resultados de 2008 e 2009 recompensaram a aposta da empresa no mercado internacional, nomeadamente nos PALOP. "Neste momento, enviamos equipamento para Angola, Cabo Verde, Guiné e São Tomé e Principe. Em setembro avançamos para Moçambique", avança o empresário. A receita inclui, ainda, "muito trabalho", "grande união" e a continuidade da equipa comercial, um dos setores mais importantes hoje em dia. "Os clientes são mais clientes dos delegados comerciais que das empresas. Quando trocam de empresa, os clientes acompanham-nos, pelo que esta é efetivamente uma área sensível", considera. Na estratégia de Alcides Simões, a decisão
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marketeer
de tornar sócios três colaboradores, é outro "ponto fundamental", já que "não são só as questões económicas que estão em causa". A empresa, acrescenta o sócio gerente da Sesis, tem várias vantagens: "se o colaborador é um profissional de bom nível, ao entrar na sociedade, a empresa fica com menos um concorrente no futuro e, por outro lado, a concorrência fica sem possibilidade de assegurar a sua contratação porque ele já é sócio. Chego a estar um mês em África e a empresa funciona normalmente. Sempre entendi que não podia estar sozinho e tomei a melhor decisão". A maioria dos empresários, alerta Alcides Simões, "devem deixar de pensar as empresas como um quintal e que atribuir cinco ou 10 por cento a um colaborador, é perder poder". Num mundo globalizado e recheado de desafios, a melhor atitude é "fazer exatamente o contrário", ou seja: "constituir um grupo de profissionais interessados em trabalhar e que queiram vir para o nosso lado". E constata: "não teria crescido como cresci se não tivesse feito esta aposta. Apostei nas pessoas e estou muito satisfeito com isso". Apesar dos 80 por cento do capital per tencer a A lcides Simões e ao filho que o acompanha no negócio, as decisões "são sempre tomadas em unanimidade" e "basta que um dos sócios não concorde para que a decisão seja revogada". Com uma semana de férias por ano, a gerência antecipou, em 2007, as dificuldades que se agudizaram em 2010 e que estão à vista em 2011. O plano estratégico está definido e, à semelhança da internacionalização, que arrancou sem apoios, a Sesis está preparada para cumprir mais uma etapa num momento complicado da economia. Com muito trabalho e a união de sempre.
Não jantava com Hugo Chavez e Kim Jong-Il Pedro Cunha é Diretor Comercial da Santix Qual foi o seu primeiro emprego? Este mesmo, desde 2002. Até hoje apenas trabalhei na Santix. Como gastou o primeiro ordenado? Num jantar com a minha família. Um sonho… Que todos os que me são próximos tivessem muita saúde.
Um vício que não equaciona deixar… Viajar. E que marca não dispensa? Para vestir, Santix, claro! No dia-a-dia, Azzaro.
quiosque
Com quem não jantava? Hugo Chavez ou Kim Jong-Il, por exemplo. O excesso de poder destrói o homem. Último livro lido, cd ouvido, filme visto? "O Perfume", de Patrick Süskind; "Paper Music", de Bobby McFerrin; "O Pianista", de Roman Polanski.
O que não suporta? Injustiça e desonestidade.
conversa de
Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? Tendo como hobbie a música, muitas! Por exemplo, "Summertime", de George Gershwin, "Here Comes the Sun", de The Beatles.
Lema de vida? Viver um dia de cada vez, preocupando-me muito mais com o que sou e faço do que com o que tenho ou não. Quem só vive do passado torna-se um museu, quem só pensa no futuro será um eterno insatisfeito…
AFECTOS 33 AV. Sá da Bandeira. Centro Comercial Avenida. Loja 2 TLF: 239 827 112
A "Afectos 33" – uma loja de conveniência localizada no Centro Comercial Avenida – vende um leque alargado de produtos, como por exemplo jornais, revistas, tabaco, livros escolares, gelados e bebidas. As compras podem ser entregues em casa, se os produtos ultrapassarem o valor de 10 euros. Este espaço funciona de segunda-feira a domingo, sempre das 08H00 às 23H00. A proprietária da loja chama-se Magda Madeira. A crise económica tem-se feito notar principalmente no decréscimo das vendas de tabaco, jornais e revistas.
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ESTÁ EM ATIVIDADE HÁ 16 ANOS. a EMPRESA QUE GARANTIU A INSTALAÇÃO de uma infraestrutura essencial para a região ENTROU AO SERVIÇO TRÊS ANOS ANTES. EXEMPLAR NA HIGIENE E NO TRATAMENTO DOS RESÍDUOS (E NÃO SÓ), É UMA REFERÊNCIA NACIONAL TEXTOs E FOTOS mário nicolau MERCADO ABASTECEDOR DE COIMBRA
mac DE NÍVEL EURO o abastecimento agroalimentar, com forte aposta nos produtores nacionais, é o principal objetivo do Mercado Abastecedor de Coimbra (MAC). A oferta alterou-se radicalmente nos últimos anos devido ao aumento da qualidade dos sistemas de refrigeração, pelo que os 142 operadores em atividade no MAC também comercializam produtos oriundos do hemisfério Sul. Hoje em dia, por exemplo, é possível saborear morangos durante todo o ano... Diversidade e quantidade no capítulo dos hortofrutícolas tornam a infraestrutura instalada em Taveiro uma referência entre os armazenistas. A prática, aliás, demonstra que, segundo os operadores, "se não existir no MAC, dificilmente haverá nalgum lado". Além de concentrar e ordenar a oferta, o Mercado Abastecedor de Coimbra, segundo Luís Saavedra, presidente do conselho de administração do Mercado Abastecedor de Coimbra, criou condições para o aparecimento de "uma autêntica bolsa de valores e de oferta para os produtos hortofrutícolas". A área de influência estende-se ao Norte,
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Centro e principalmente ao interior do país, ou seja, Viseu, Guarda, Vila Real e Bragança. "A maioria dos produtos idos para os mercados retalhistas destas localidades são comprados no MAC", explica Luís Saavedra. Cerca de 400 pessoas, entre empregadores e funcionários, dão o melhor de si diariamente, de segunda-feira a sexta-feira, das 20H00 à 01H00, para corresponder às solicitações dos clientes. Quando os feriados coincidem com uma sexta-feira ou uma segunda-feira, cumpre um dia normal de trabalho, pois "faz parte da norma interna não ter o mercado encerrado mais de dois dias consecutivos" (o Natal e o Fim de Ano são exceções). O MAC, segundo Luís Saavedra, é para muitos funcionários dos vários operadores uma atividade em part time, mas este facto não diminui o profissionalismo e principalmente a dedicação. Nos serviços de apoio (segurança, restauração e estacionamento, entre outros), o mercado conimbricense é, também, uma lição. "A este nível estamos na Europa", garante. No que toca ao horário de funcionamento,
Estrutura acionista na lista de 53 acionistas, a Câmara de Coimbra, com 16 por cento do capital social, tem posição de relevo. Há cerca de dois meses, no cumprimento do protocolo assinado em 1995, o Estado (através da SIMAB) saiu do capital social da empresa. Agora a sociedade regressou à origem, um terço de capital para a Câmara de Coimbra e dois terços para os privados. Foi assim em abril de 1992. Na altura da atribuição dos fundos comunitários, o Estado achou por bem entrar na estrutura acionista, "fazendo depender dessa presença o apoio financeiro". Luís Saavedra tem dúvidas da legalidade da decisão. "O Estado foi juiz em causa própria. Veio para estar sete anos e esteve 15", conclui.
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ROPEU 1100 400
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anos de atividade
empregadores e funcionários
2,5 M€ capital do MAC
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número de anos da empresa
viaturas por dia
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o número de operadores
lugares de venda
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Perante a força dos agricultores espanhóis e marroquinos é necessário preservar a produção nacional. O MAC desenvolve um papel essencial neste domínio
Luís Saavedra
o MAC foi o primeiro a nível nacional a iniciar a atividade ao fim da tarde. "Começou por abrir às 21H00, o que na altura, há 16 anos, foi considerada uma aventura", lembra Luís Saavedra. A tradição da abertura às 05H00 ou a do mercado na Guarda Inglesa, que funcionava 24 horas por dia, não resistiram "à nova tendência" (a abertura ao final da tarde), ainda que tenha demorado algum tempo a implementar o horário atual. Os hábitos dos consumidores foram decisivos, pois "a maioria das pessoas vai às compras depois de sair do emprego e antes do regresso a casa". Neste momento, segundo o presidente do conselho de administração do MAC, "todos foram atrás da nossa decisão e somos o mercado que abre mais tarde" - o mercado do Porto abre às 14H00 e o de Lisboa às 17H00. Luís Saavedra confessa que já tentou antecipar a abertura principalmente no Inverno, mas não é fácil devido aos hábitos no funcionamento. "Para os compradores que vêm de longe seria bom que o mercado abrisse mais cedo. O ideal seria às 18H00, no inverno, e às 19H00, no verão. Porém, é necessário um consenso alargado nesta matéria, pelo que teremos de aguardar que se criem as condições necessárias", conclui.
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Centro logístico tem condições para crescer Além de escoar boa parte da produção nacional de hortofrutícolas, o MAC é essencial para os produtores regionais. A couve brócolo produzida no Baixo Mondego é um dos produtos que entra no rol e onde constam os famosos grelos de nabo de Carapelhos, no concelho de Mira. "Temos aqui produtores de Condeixa-a-Nova e Gândaras (Mira, Aveiro, Cantanhede). Mal parecia não assumirmos este apoio", afirma Luís Saavedra. Da região Oeste (Óbidos, Caldas da Rainha, Vimieiro, Alcobaça) viaja "muita fruta e hortícolas", enquanto que a Cova da Beira e de Lamego contribuem com pêssego e cereja. "Mas a maioria é da região Oeste, que tem um peso muito importante na nossa atividade", assegura. No setor dedicado aos produtos hortofrutícolas, a ocupação das boxes é praticamente total e, segundo Luís Saavedra, "ainda bem que assim é, pois, no caso de problemas com o sistema de frio de um operador, há sempre solução, já que temos boxes disponíveis". A atividade do MAC, porém, não se limita aos hortofrutícolas, pelo que, devido às excelentes condições infraestruturais, cumpre a função de um centro logístico. "O fato à medida" nas instalações - ou seja, de
acordo com as necessidades das empresas convenceu os operadores TNT, Chronopost, Luís Simões, Integra2 e Nutricafés. "É por aqui que queremos crescer, suscitando o interesse de outras empresas deste setor. Contamos com a publicidade positiva das empresas que já estão connosco", afirma o responsável do MAC. Neste momento, decorrem negociações com algumas empresas e Luís Saavedra coloca na mesa todos os trunfos: parque fechado, segurança 24 horas, parqueamento, acostagem total, serviço de restauração 14 horas por dia e instalações sanitárias com duche. "Além da localização, oferecemos excelentes condições de funcionamento. Somos um senhorio bom. Construímos o armazém de acordo com as especificidades de cada empresa. Temos uma belíssima relação com a Câmara Municipal de Coimbra, acionista de referência desta casa, pelo que, com o projeto feito e aprovado pelas partes, é possível disponibilizar o armazém quatro a seis meses após o contrato de arrendamento", explica. Com estas mais-valias, Luís Saavedra está confiante no futuro do Mercado Abastecedor de Coimbra. O setor logístico é fundamental. As empresas têm a palavra.
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Coimbra produz vestuário de luxo para corte inglesa A Santix, que tem o alfaiate italiano Giuseppe Coiro como designer modelista, está a trabalhar "para uma série de clientes muito ricos" de todo o mundo, entre os quais a coroa de Inglaterra. As grandes lojas e marcas mundiais também procuram a empresa conimbricense, que numa semana produz 1500 casacos e 2000 calças TEXTO bruno vicente foto pedro ramos
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É COM TODA a naturalidade do mundo que o alfaiate Giuseppe Coiro, de 64 anos, diz que a família real inglesa procura e compra, em Coimbra, vestuário feito à medida. O facto – surpreendente para a maioria das pessoas – é encarado com serenidade pelo designer modelista da Santix - Indústria de Confeções, que lida com a elite mundial da moda desde jovem. "Temos, em Londres, uma série de clientes muito ricos, que nos pedem fatos por medida, em tecidos exclusivos. O mais importante para nós é trabalhar como está programado, para que o produto final seja exatamente o que foi pedido pelo cliente", explica o alfaiate italiano, que produz para lojas de topo mundial, em Londres (Savile Row), Genebra, Copenhaga, Barcelona ou Sevilha, entre outras. Além da sua coleção própria, a Santix trabalha também para outras marcas reconhecidas internacionalmente, nomeadamente no Médio Oriente, Inglaterra, França, Espanha, Itália, Suíça, Suécia, Bélgica e Chipre. A empresa de Coimbra exporta mais de 90 por cento dos produtos que produz. No seu ateliê, rodeado de moldes, te-
souras, desenhos e tecidos de todas as cores, Giuseppe Coiro explica que foi contratado pela Santix há 11 anos, "para melhorar a qualidade do produto que vai para o mercado". "Os nossos clientes preocupam-se imenso com a questão da elegância, por isso temos que lhes apresentar a máxima qualidade", completa. Matéria-prima de Itália Para dar vida aos seus fatos, Giuseppe Coiro utiliza "alguns dos melhores tecidos do mundo", oriundos de Itália. Mas o sucesso do produto final não depende apenas de um homem, mas sim do trabalho conjunto das cerca de 220 pessoas que a empresa alberga. Na fábrica, o produto passa por fases distintas, como a modelagem (desenho, molde), recorte, termocolagem, costura e prensagem. Só o casaco de um fato, por exemplo, é composto por 25 peças diferentes. As mangas são a última parte "encaixada". A Santix - que nasceu em 1900, antes da República Portuguesa - já arrecadou prémios nacionais e internacionais. Atualmente produz, numa semana, 1500 casacos e 2000 calças.
"Fatos suaves e resistentes" o alfaiate Giuseppe Coiro segue a escola italiana, "desde pequenino". Os seus fatos apresentam, contudo, uma marca artística muito própria. "As minhas caraterísticas principais consistem em criar um produto que seja o mais macio e suave possível, mas sempre muito resistente. Os fatos têm que ser extremamente agradáveis ao corpo. Quando a pessoa o veste tem que ser como uma luva que encaixa perfeitamente, o mais natural possível", conclui.
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mercado Saab 9-4X premiado o novo crossover Saab 9-4X ga-
nhou o prémio Top Safety Pick, a melhor classificação para a capacidade de resistência ao choque, atribuído pelo Insurance Institute for Highway Safety (IIHS) nos Estados Unidos. Recorde-se que há apenas três semanas, o Saab 9-5 Sedan recebeu a mesma distinção.
'Ford Lifestyle' a coleção 'Ford Lifestyle' ofe-
rece uma cuidada seleção de artigos de moda de alta qualidade, de roupas a artigos de papelaria, de miniaturas-réplica dos veículos a equipamento desportivo. Desenvolvida em conjunto com a marca alemã cyber-Wear, a coleção é composta por 134 produtos, divididos em três categorias: Lifestyle, Sport e Individual.
quinta a fundo Renault apresenta no SaA lão de Frankfurt, em setembro, o concept Frendzy, que representa a quarta etapa da nova estratégia de design da marca francesa Aston Martin anunciou A uma edição de 150 exemplares do V12 Zagato apresentado em Villa D'Este
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topo de gama
Já chegou a Portugal e tem todos os atributos
para encher de orgulho os responsáveis da marca italiana no nosso país. O novo Freemont é um SUV de tração dianteira, baseado no Dodge Journey, mas com "pulmão" de grande capacidade: o motor Diesel 2.0 Mutijet com 170 cv. A caixa de velocidades e a suspensão têm, também, "personalidade" Fiat, pelo que, neste caso, foi possível juntar o melhor de dois mundos: as dimensões tamanho "família" do lado norte-americano e o perfil europeu. Quem optar pelo novo Freemont terá ao serviço o primeiro modelo da Fiat após a compra de 52 por cento da Chrysler por parte do construtor italiano. O Freemont utiliza a base do Dodge Journey, com o qual partilha a plataforma, mas com alterações estéticas e mecânicas "made in" Fiat, o que leva a marca italiana a colocar o Freemont na galeria dos modelos "totalmente renovados". Com 4,89 metros de comprimento, 1,88 de largura e 1,69 metros de altura, o Freemont coloca sete lugares à disposição e possui uma bagageira "gigante": pode ir dos 145 aos 1.461 litros, de acordo com a configuração adoptada. Disponível com tracção dianteira, o Freemont esconde sob o capô o motor de origem Fiat, o turbodiesel 2.0 Multijet com 170 cv (cumpre as normas Euro 5), associado a uma caixa manual de seis velocidades. A intervenção da Fiat é percetível a vários níveis, mas não se fica unicamente pelo capítulo técnico: a marca italiana deu particular atenção aos materiais, qualidade dos acabamentos e à organização do habitáculo, que além de vários espaços de arrumação, tem maior qualidade que a que se encontra patente no "irmão"
Opel regista aumento nas vendas o AUMENTO significativo de vendas na Europa no primeiro semestre deste ano face ao mesmo período de 2010 é anunciado pela Opel, que averbou um crescimento de volume superior a 50 mil unidades (aumento de vendas de 8,2 por cento). Nos primeiros seis meses de 2011, a quota de mercado subiu para 6,4 por cento. No total, de janeiro a junho, a Opel/Vauxhall vendeu cerca de 659 mil automóveis.
da Dodge. O equipamento de segurança é outro ponto a favor do Freemont, já que a lista inclui seis airbags, ABS com Brake Assist, ESP, Hill-Holder e sistema anti-capotamento (ERM), de série em todas as versões. Em Portugal, o Freemont vai para casa por 34.000 euros, valor que já inclui um nível de equipamento de série completo. No ensaio realizado a convite da MCoutinho Centro, as qualidades do Freemont recomendaram "repetição" da dose, ou seja, um fim de semana com muitos quilómetros para percorrer na companhia da família. Porém, não se pense que o novo Fiat é só para passear, pois passa com distinção no teste do dia-a-dia. O test drive impõe-se. MN
A Fiat influenciou positivamente capítulos fundamentais do Freemont: motor, caixa de velocidades e suspensão
Freem Fiat tem novo trunfo
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A visita de Lewis Hamilton, campeão do mundo de Fórmula 1 em 2008, inseriu-se na iniciativa Vodafone Hot Laps, que deu oportunidade a alguns clientes e fãs de serem conduzidos por Hamilton num Mercedes-Benz SLR McLaren no Circuito do Estoril. Com o piloto da Vodafone McLaren Mercedes ao volante, os convidados experimentaram sensações únicas, apenas possíveis neste tipo de circuito num carro que permite ir dos 0 aos 100 km/h em menos de 4 segundos.
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o Freemont beneficia das qualidades do turbodiesel 2.0 Multijet com 170 cv (cumpre as normas Euro 5), associado a caixa manual de seis velocidades. ESP, ABS com Brake Assist, Hill-Holder e o sistema anti-capotamento ERM constam do equipamento
mont
D. Duarte Dois
MCOUTINHO CENTRO Concessionário Fiat/Lancia Zona Industrial da Pedrulha 3020-317 Coimbra Telefone 239 499 300 Fax 239 823 768
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Nissan Juke em grande no mercado português O NISSAN Juke está a imitar o "campeão" Qashqai nas tabelas de vendas. O Juke possui solu
ções tradicionais de um SUV, misturadas com elementos típicos de um desportivo compacto. O habitáculo é orientado para o condutor, com um ambiente interior marcado por soluções de design inovadoras. O chassis mais rígido e dinâmico e uma gama de motores competitiva, na qual se destaca o 1.5 dCi de 110 cv, são outros dos trunfos do Nissan Juke, que oferece uma bagageira com capacidade muito aceitável: nas versões 4x2, atinge 251 litros, descendo para 217 litros nas versões 4x4.
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Vinho do Mês:
VIVER em casa de...
João e Teresa Serpa Oliva
"Em família não é preciso parecer, basta ser" Da política para a vida privada. Fomos conhecer a família Serpa Oliva na sua residência habitual, que encerra histórias com cerca de um século texto márcia de oliveira fotos pedro ramos
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O QUE OUTRORA foi uma das primeiras casas
das carmelitas em Coimbra, dá hoje lugar ao lar da família Serpa Oliva. "Estávamos em 1991. Andávamos a ver casas do outro lado do rio e a Teresa dizia sempre que só comprava uma casa velha e que tivesse uma palmeira. Um amigo meu disse-me que havia uma casa assim na Ladeira do Seminário, mas eu, que vivia em Coimbra desde sempre, nunca tinha visto nada assim. A Teresa veio cá no dia seguinte e adorou", explica João Serpa Oliva. Nessa altura, há precisamente 20 anos, reconstruíram a casa toda "ao gosto do casal". Hoje, a imponência da casa apalaçada nota-se logo na primeira abordagem. O jardim rodeado de palmeiras e o muro com a mesma idade da casa protegem o "forte" da família. Teresa Serpa Oliva recebe a equipa da C, com um sorriso rasgado. O marido não tarda a chegar. Vem da clínica, de atender os últimos doentes do dia. "À segunda-feira estou na clínica, nos três dias seguintes fico em Lisboa e, à sexta, volto outra vez à clínica. Não consigo deixar os meus doentes", afirma o ortopedista, que agora é também deputado do CDS. Quando casaram ainda João era um estudante. Licenciou-se em Medicina em 1974. "Nessa altura já estava metido na política, na altura crítica da crise. Depois fui para Aveiro onde estive dois anos. Seguiu-se a tropa e entretanto vim viver para Coimbra, para casa
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Na família podemos ser nós próprios, sem termos de mostrar ser alguém diferente só para gostarem de nós dos meus sogros, com as minhas três filhas e a minha mulher, para fazer a especialidade em ortopedia, à qual dedico grande parte da minha vida", realça. A vitória política… e a mudança para Lisboa Teresa viveu praticamente toda a sua vida na cidade dos estudantes. Veio, ainda pequena, de Moçambique, onde nasceu. "Quando, depois de casados, fomos até Moçambique eu nem queria acreditar no que estava a ver. Tudo degradado, estradas esburacadas. Um horror. Voltamos oito anos depois e já estava muito melhor", esclarece.
Teresa dedicou a sua vida à família. Agora não é diferente e, por isso, acompanha o marido na sua vida em Lisboa. Para ela o marido está sempre em primeiro lugar. "A minha mãe sempre disse, os filhos são para toda a vida, mas marido/mulher só se tem enquanto o amor se for mantendo. E é isso que tentamos fazer no dia-a-dia, demonstrar a cada um que o amor prevalece", explica a matriarca. "Temos três filhas espantosas, três genros fantásticos e três netos espantosos, que são a grande riqueza e pelos quais troco tudo num momento de aflição", destaca ainda Serpa Oliva. As filhas – Teresa Benedita (38 anos), Ana Isabel (37 anos) e Maria João (33 anos), apoiam os pais incondicionalmente. Tabixa, Nanico e Bebé, como são carinhosamente tratadas pelos pais, são fruto do relacionamento que teve início a 2 de junho de 1969 (João Serpa Oliva mostra uma fotografia, que guarda religiosamente na sua carteira, do dia em que pediu Teresa em namoro). "Eu tinha 16 anos e gostava de outro, mas ele fez-me completamente a cabeça em seis meses", diz Teresa a sorrir. Casados há 38 anos, o ortopedista que diz ter nos pais o seu maior exemplo, afirma com convicção que "se recusasse no tempo, voltaria a casar exatamente com a mesma mulher". Serpa Oliva vê a sua carreira como deputado não como uma opção, mas como devoção.
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VIVER
Se recuasse no tempo, voltaria a casar exatamente com a mesma mulher
"Era mais uma missão que me estava guardada", considera. Na altura a família, que o deputado sempre prezou mais que tudo, não pensou da mesma maneira. "Nós não gostávamos muito, porque achámos que ele ia deixar uma série de coisas para trás. Mas ele seguiu em frente e fez bem", realça Teresa. Viagens inesquecíveis Saber que ao fim de 25 anos entrou um deputado do CDS para a Assembleia da República, por Coimbra foi, segundo o político, dos melhores acontecimentos para o partido. "Curiosamente subi 22 por cento nestas eleições", afirma. Como é que se vai para Lisboa ganhando cerca de um terço do que ganha aqui? A resposta é simples: "Porque sempre fui um bocado aventureiro. Há anos atrás ofereceram-me três vezes mais para ir para Lisboa e eu não quis. E agora vou, feliz", destaca. Nesta altura do ano a família junta-se para uma semana em grande. "Temos um momento por ano que é sagrado: Temos de estar sempre juntos uma se-
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mana na nossa quinta, na Beira. E depois, ao fim de semana, jantamos ou almoçamos sempre juntos", realça o patriarca. Nos tempos livres, o casal gosta de golfe. "Fui federado em diversos desportos, por último no golfe. Eu gosto muito de competição e o golfe é o desporto melhor para isso porque é uma competição contra cada um de nós, por isso, mais saudável", explica Serpa Oliva. Hoje, com 63 anos, João Serpa
Oliva diz que já realizou a maior parte dos seus sonhos. Por sua vez, Teresa afirma que ainda quer ir às Maldivas. Ou não fossem as viagens, um dos hóbis preferidos deste casal. Já viajaram milhares de quilómetros, já conheceram mais de 50 países. "Já demos quatro voltas ao mundo", realçam. Serpa Oliva adorou Moçambique: "A língua aproxima-nos imenso, é um país espantosamente bonito e que vale a pena.
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Outro que valeu a pena foi a Austrália". Teresa recorda bons momentos dessa viagem. É por todas estas voltas que o deputado é conhecido pelos colegas por ter estado em toda a parte: "Deus está em toda a parte e o seu tio já lá esteve", disse uma vez um médico a um dos seus sobrinhos. "Gastámos muito dinheiro em viagens, mas fizemos coisas lindíssimas. Os dois sítios naturais que mais nos tocaram foram a Amazónia e as Cataratas do Iguaçu, no Brasil". Do ponto de vista monumental, recordam a passagem pelo Taj Mahal e a bonita vista do Corcovado e da Baía de Hong Kong. "Eu adoro Hong Kong", afirma Teresa. Nesta família não tem de se parecer. Apenas ser. "Disse várias vezes às minhas filhas que podiam cometer os erros piores da vida delas, mas tinham sempre aqui a casa dos pais para as acolher. Na família podemos ser nós próprios, sem termos de mostrar ser alguém diferente só para gostarem de nós. Esse é o nosso conceito de família", concluem.
C127
Patrícia Cruz
Paulo Sá
Marta Simões
Muito público a apoiar as vozes de Coimbra
CANTA COMIGO 3.ª eliminatória Miguel Simões
coimbra
escolheu mais 5 semifinalistas... A feira popular foi palco de mais uma eliminatória do concurso Canta Comigo, passatempo através do qual a revista C procura encontrar a melhor voz do distrito. Inserido num ambiente descontraído, o concurso contou com uma dezena de concorrentes, cinco passaram, como manda o regulamento, à fase seguinte. A noite foi animada pela Banda C ( banda Ministério) e pela arte mágica de Telmo Melo.
O júri da eliminatória de Coimbra foi composto por Carlos Gaspar, Armando Dias, Sandra Marques, Luís Figueiredo e Luís Patrício
Ana Cristina
SEMIFINALISTAS de coimbra
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Diogo Binnema
Milene Matos
Rogério Teixeira
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Isabel Oliveira
Paulo Correia
Catarina Mateus
CANTA COMIGO 4.ª eliminatória
Susana Almeida
José António Silva
O júri da eliminatória de Miranda do Corvo foi composto por Nelson Alves, Luís Filipe Figueiredo, Jorge Pratas, Lurdes Figueiredo e Carla Baptista
miranda do corvo faz a festa NO DIA seguinte, o centro da vila de Miranda do Corvo também recebeu, com aplausos, a 4.ª eliminatória do concurso Canta Comigo. Nesta fase, Joana Rodrigues, Eliana Antunes, João Rodrigues, Ana Pinto e Hugo Cravo foram os selecionados pelo júri. As próximas eliminatórias do Canta Comigo decorrerão em Soure, dia 15 de julho e em Mira, dia 21 de julho.
Cátia Paiva
Muitos apoiantes em Miranda do Corvo
João Henriques
SEMIFINALISTAS de miranda do corvo
Joana Rodrigues
Eliana Antunes
Ana Pinto
Hugo Cravo
João Rodrigues
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Alcáçova reabre em Montemor-o-velho A Vila dispõe de um renovado espaço destinado ao conforto e ao lazer. O bar/discoteca "Alcáçova", situado em pleno centro de Montemor-o-Velho, tem como principais caraterísticas, 2
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1 Graça Grou e Olga Ferreira 2 Luís Leal 3 Vitor carmaneiro 4 jorge carmaneiro 1 João Francisco Fonseca, José Cardoso, José Alexandre Cunha, Rogério Pratas e Nuno Botelho 2 José Alexandre Cunha, Nuno Botelho, António Vilhena, Rogério Pratas e Carlos Cidade
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Piscinas de S. Jerónimo inauguradas com sucesso
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A quinta de s.jerónimo melhorou significativamente a sua oferta de infraestrururas de qualidade. O novo bar e piscina marcam a diferença pela tranquilidade das áreas envolventes e pela excelência do serviço disponibilizado. Segundo José Alexandre Cunha, presidente da direção da Quinta de S.Jerónimo - Cidade Jardim, trata-se de uma iniciativa privada que assinou, pa-
segundo o proprietário, Jorge Carmaneiro, a diversidade e a universalidade. "É um projeto abrangente a nível de oferta cultural e lazer e a nível de escalões etários", explicou.
ra o efeito, um conjunto de protocolos com a Câmara Municipal de Coimbra. A gestão do espaço incumbe, conjuntamente, à empresa e aos moradores da quinta. José Cardoso, administrador da nova mais valia da Quinta de S. Jerónimo, realça que o espaço está aberto à cidade, designadamente a todos quantos procurem momentos de relaxamento no contacto com a natureza.
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O espaço está aberto a todos quantos procurem momentos de relaxamento no contacto com a natureza
Essential Magic Conference mostrou magia de vários países
Mágico Topas
Luís de Matos e Debbie McGee
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luís de matos reuniu, no Estúdio 33, em Ansião, 33 mágicos, que partilharam experiências e truques, no âmbito da segunda edição da "Essential Magic Conference". Muitos foram os espetadores que assistiram à sessão, através do site www. essentialmagicconference.com. David Copperfield participou no espetáculo, através de videoconferência. Enquanto o público, em casa, assistia à sessão, os artistas, em estúdio, mostraram um pouco daquilo que a magia pode fazer.
viver
congresso
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municípios Debateram futuro em Coimbra Coimbra recebeu, pela primeira vez, um congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). Mais de mil autarcas de todo o país estiveram no Pavilhão Multidesportos Dr. Mário Mexia, num encontro que teve como tema quente a reforma administrativa do Estado. Sob o lema "Ao Serviço de Portu-
1 Paulo Júlio, João Moura, João Paulo Barbosa de Melo, Ricardo Alves e António Alves 2 Guilherme Silva e Fernando Ruas 3Humberto Oliveira e Carlos Cabral
gal e dos Portugueses", o XIX Congresso da ANMP debateu ainda a situação financeira dos municípios no contexto da crise económico-financeira do país, o endividamento das autarquias, as competências exercidas pelos municípios sem os correspondentes meios e a distribuição de verbas do QREN.
Erros cometidos pela administração central e pelas suas empresas públicas devem ser reparados pelos próprios
Pedro Passos Coelho
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1 Rui Antunes e Flávio Ferreira 2 António Arnaut e Rui Antunes 3 Graciano Paulo e Jorge Oliveira
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Dia do IPC celebrado com entrega de medalhas o auditório da Escola Su-
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C76
perior Agrária de Coimbra foi o local escolhido para celebrar o Dia do Instituto Politécnico. No decurso da cerimónia foi entregue a Medalha do IPC ao responsável pela instalação dos Serviços de Ação Social do Instituto, Flávio Ferreira, à administradora Ana Cristina Abreu e ao estudante Vasco Pombo, representante dos alunos no Conselho de Ação Social. Seguiu-se uma conferência sobre "Qualidade e Avaliação Interna - Para uma Cultura de Qualidade nas Instituições do Ensino Superior". O ato incluiu a entrega de bolsas de estudo por mérito aos melhores alunos do IPC e três prémios regionais do concurso Poliempreende. Rui Antunes, presidente do Instituto, sublinhou que o financiamento do Politécnico não pode continuar a fazer-se com os critérios usados anteriormente. O responsável do IPC não aceita que a instituição continue a ser financiada com regras diferentes das suas congéneres.
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verão
escapadelas
Aldeias de xisto
"tesouros" no Centro de Portugal Parta à descoberta de alguns dos mais deslumbrantes recantos nacionais. Deslumbre-se com os trilhos fantásticos, as paisagens únicas dos dez destinos que hoje sugerimos 1
Benfeita (Arganil)
A gélida Fraga da Pena, na sua natureza praticamente intacta, é uma das mais espetaculares quedas de água da Península Ibérica, portanto, de visita obrigatória. Mas há ainda as ribeiras do Carcavão e da Mata, a Fonte das Moscas, a Torre da Paz, o moinho do Figueiral. Situada entre Côja e a Paisagem Protegida da Serra do Açor, Benfeita, com o seu casario branco, ruelas e passadiços caraterísticos, tem ainda, para lá do Centro Documental, na recuperada Casa Simões Dias, o ateliê da Feltrosofia, onde se fazem artesanalmente peças de feltro com um design inovador. 2 Martim Branco (Castelo Branco)
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O tempo não lhe corrompeu o encanto. Situada a escassos 15 minutos de Castelo Branco, esta pequena aldeia é um autêntico paraíso onde se mantém a magia de outros tempos. As casas, erguidas entre penedias de xisto e quartzo, são modestas mas de uma genuinidade que o tempo não destruiu. As portas ostentam belas e vistosas ferragens. Em Martim Branco há sempre um recanto que nos encanta. A ribeira de Almaceda é uma referência, o forno comunitário ainda exala o cheiro do pão acabado de cozer.
de Pedra. Muita gente veio da cidade e trouxe consigo uma nova dinâmica a estas paragens. 4
Barroca (Fundão)
3 Casal de S. Simão (Figueiró dos vinhos)
O circuito pedestre até às Fragas de S. Simão tem já estatuto internacional. A aldeia, com casas inteligentemente recuperadas pelos proprietários, com as próprias mãos, atrai pela sua beleza. Localizada num sítio privilegiado, muito perto do IC8, tem uma envolvência idílica. Com uma só rua, dispõe de praia fluvial, uma Loja Aldeias do Xisto, um restaurante e uma associação cujo nome se confunde com o que nos promete este destino aldeia - que estamos a entrar em Refúgios
Continua a respirar-se nesta aldeia, um ambiente rural, pautado pelos ciclos agrícolas. A paisagem circundante é enquadrada pelo pinhal e pelas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião, que já pertenceram às Minas da Panasqueira – e que vão albergar futuramente um parque temático mineiro. A Casa Grande, antigo solar do século XVIII onde hoje funciona o Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto, alberga um Centro de Interpretação deste património e desafia-nos a percorrer a Rota da Arte Rupestre do Pinhal Interior. No caminho que leva à beira do Zêzere descobrem-se antigos moinhos que laboravam com a força do rio. O espelho de água e a paisagem impõem um momento de pausa, antes de se atravessar a ponte pedonal para a outra margem e descobrir as gravuras rupestres que os nossos antepassados ali deixaram gravadas na rocha há milhares de anos.
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belíssima vista sobre o vale, refrescado pela Ribeira do Candal. Beneficiado pela acessibilidade privilegiada que lhe proporciona a estrada nacional, este destino da Rota do Xisto Candal é muitas vezes considerado o mais desenvolvido no contexto das aldeias serranas e um dos mais visitados. A paisagem é grandiosa, a beleza das casas de xisto combina perfeitamente com o verde Gondramaz (Miranda dooCorvo) da7 natureza envolvente. Ali, até chão que se
portante para as ordens religiosas. Uma ou outra casa tem a cruz da Ordem de Malta. A Igreja da Misericórdia exige uma visita, mas para conhecer bem esta aldeia há que fazer o circuito das capelas. Remota e mágica, a aldeia usufrui de panoramas esmagadores. 9
Fajão (Pampilhosa da Serra)
5 Aigra Nova (Góis) Neste agrupamento de quatro aldeias (Co-
mareira, Aigra Nova, Aigra Velha e Pena), situado entre o Trevim, o ponto mais alto da Serra da Lousã, Santo António da Neve e outras aldeias situadas na vertente oposta da serra, "o tempo não passa e o silêncio ecoa", como alguém disse. Há manjares reais: chanfana, pão da serra, pão com carne, queijo, mel (dizem que o melhor do país), azeitonas, filhós... É obrigatório visitar o Centro de Convívio. No fundo dos vales, veados e javalis continuam a subsistir imperturbados, como que protegidos do mundo.
pisa é exemplo da melhor arte de trabalhar artesanalmente a pedra. Esta é, aliás, terra de artesãos cujas mãos hábeis criam figuras carismáticas de santos, que são marca da serra e que levaram consigo o nome do mestre e da aldeia além-fronteiras. Situada na vertente ocidental da Serra da Lousã, Gondramaz é uma obra de arte da Natureza. Há nas ruas uma fina acústica que desperta todos os sentidos. Dentro das ruas, a voz das pessoas torna-se mais nítida e convidativa. Pode dormir-se e comer no Pátio do Xisto.
Terra natal de monsenhor Nunes Pereira, grande artista da talha que lá tem museu, esta antiga vila, alcandorada sobre o Rio Ceira, perto da sua nascente, desenvolve-se entre altos e gigantescos penedos de quartzito. Quem seguir os passos do Juiz e se sentar à mesa no restaurante com o mesmo nome, descobrirá, no cabrito assado, no javali, no bacalhau, na tigelada e no pão de trigo cozido a lenha, porque a gastronomia é um dos atrativos maiores desta aldeia. 10 Ferraria de S. João (Penela)
8 Álvaro (Oleiros)
Estrategicamente aninhada na Serra da Lou6
Candal (Lousã)
sã, numa colina voltada a sul, junto à Estrada Nacional que liga Lousã a Castanheira de Pera, esta aldeia está habituada a receber visitantes. Quem até lá se alonga, tem oportunidade de, após subir as suas ruas inclinadas, chegar ao miradouro, de onde se tem uma
A aldeia de Álvaro, com traça bem caraterística e vistas espetaculares, estende-se lânguida e serpenteante ao longo do viso de uma encosta sobranceira ao Rio Zêzere, acomodada na albufeira do Cabril. É uma das "aldeias brancas" da Rede das Aldeias do Xisto, ou seja, a sua base de construção é o xisto mas a sua evolução histórica incorporou o reboco. O rico património religioso atesta ter-se tratado de uma povoação im-
Aldeia lindíssima, rodeada de paisagens inesquecíveis, ganhou, com a criação do centro de BTT e a recuperação de algumas habitações antigas, uma nova cara, maior dinâmica. Alcandorada numa crista quartzí tica no extremo sul da serra da Lousã, tem como ex-líbris os antigos abrigos dos animais. Perto de Casal de S. Simão, esta aldeia tira hoje partido da presença de novos vizinhos para recuperar antigas tradições, festas populares e religiosas.
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verão
restaurante piscinas do mondego
Requinte em águas calmas localização: Distrito: Coimbra Morada: Parque Verde do Mondego, Margem esquerda, Santa Clara 3040-249 Coimbra Contatos: 239441591
INFORMAÇÕES: Dia de Encerramento: Domingo a partir das 18h00 Estacionamento: Sim Pagamento: Numerário, cheque, multibanco, cartões crédito Encerramento: 02H00 Lotação: cerca 70 Reserva: aconselhável Preço médio: 15 euros
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O Restaurante Piscinas do Mondego fica situado na margem esquerda do Rio Mondego, em Santa Clara, na cidade de Coimbra. Com vista sobre zona histórica da cidade e integrado no complexo das Piscinas Municipais ao ar livre "Jaime Lobo". Prima pela qualidade dos seus ingredientes, pela riqueza dos seus sabores e uma harmoniosa conjugação entre a beleza do espaço, o cuidado no serviço e um ambiente sempre acolhedor. Nas opções de carne, destacam-se o "lombo de veado acompanhado de molho de ananás, castanhas e arroz selvagem" ou os "lombinhos de porco preto acompanhado de batata ana e legumes salteados" . Para os apreciadores de peixe, sugere-se o "bacalhau com broa acompanhado de batata vulcão e grelos salteados" ou a "perca do Nilo acompanhada de molho americano, batata duchese e tomate recheado". A seleção de cataplanas, a seleção de espetadas, as várias saladas, o menu infantil e o menu vegetariano são outras das atrações. A vasta carta de vinhos, que revela o que de melhor se produz no nosso país, garante exímio acompanhamento dos sabores à disposição.
No reservado/loja gourmet está disponível um dos melhores presuntos pata negra do mundo "5J" e vários produtos regionais tradicionais. Neste reservado poderá encontrar a privacidade necessária para uma reunião de família, de amigos ou mesmo de negócios. Para noites mais quentes, o Restaurante Piscinas do Mondego possui lugares ao ar livre, com vista privilegiada sobre a cidade para tornar a sua refeição ainda mais inesquecível.
Prima pela qualidade dos seus ingredientes, pela riqueza dos seus sabores e uma harmoniosa conjugação entre a beleza do espaço
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receitas do chef
vinhos a maioria dos Portugueses prepara-se para ir de férias. Nós, os Enólogos, preparamos a vindima. Higienizar toda a adega, passadeiras, depósitos, prensas, bombas, um sem fim de material que tem de ficar impecavelmente limpo para otimizar a receção das uvas que serão a génese do nosso néctar. E como vai ser esta vindima? É a pergunta que todos fazemos. Mas a resposta não é fácil de dar. Não é fácil prever o futuro e muito menos quando esse futuro depende de fatores que não podemos controlar: temperatura, humidade, sol… De tudo isso depende a maturação perfeita das nossas uvas e, nestes últimos tempos, tudo isso tem sido tão diferente de ano para ano! Não sei, nem gosto de prever o futuro. O que vos posso dizer é que este ano, muito provavelmente, a vindima vai começar no início de agosto, como tem acontecido ultimamente. Até lá, as visitas à vinha vão ser uma constante. Se a colheita vai ser boa? Não sei! Para sabermos ainda vamos ter de esperar alguns meses. Até lá, aproveitem as férias!
raquel carvalho Enóloga
Hélio SANTOS Chef
O CHEF executivo do Restaurante Quinta São Luiz combina, desta vez, as virtudes do "fiel amigo" com o popular grão. A receita respeita o bom gosto português e dá ao rústico, simples, mas delicioso bacalhau com grão, uma nova face. Hélio Santos sai em beleza da função "transformadora" e prova que a simplicidade é na cozinha, tal como noutros domínios, a melhor atitude de quem persegue o sucesso. Mãos à obra e... bom apetite.
Bacalhau com grão e tomate seco
sugestão
entre II santos branco 2010 O Entre II Santos branco 2010 é um vinho vinificado a temperatura controlada em depósitos de inox. Carateriza-se por um vinho fresco, com notas citrinas, florais e um toque mineral, caraterísticas da casta maioritária, o Sauvignon Blanc. Elegante e muito equilibrado na boca, é uma boa companhia para pratos de verão: peixes, mariscos e charcutaria. Um bom companheiro por si só. Preço: 4,5 €
cocktail de verão
Bloody Mary ingredientes 1 dose de vodka 3 doses de sumo de tomate um pouco de sumo de limão sal e pimenta, tabasco e molho inglês modo de preparação Coloque a vodka e os sumos num copo grande, com quatro pedras de gelo. Mexa bem e tempere a gosto. Sirva num copo baixo, de boca larga, tipo "copo de whiskey", com duas pedras de gelo. Decore a gosto.
ingredientes 2 lombos de bacalhau (160g) 3 tomates maduros sem pele e cortados em metades q.b. tomilho, q.b. sal e pimenta, q.b. açúcar 200g de grão previamente demolhado 50g de cebola roxa picada 1 colher de sopa de coentros picados 300ml de azeite 2 colheres de chá de vinagre de vinho 1 colher de chá de alho picado 50g de espinafre tenro modo de preparação Dispor o tomate num tabuleiro e temperar com azeite, tomilho, sal, pimenta e açúcar a gosto. Levar ao forno a 100 graus durante três horas até ficar seco. Num tacho cobrir o grão com água fria e um pouco de sal e cozer cerca de uma hora em lume brando. Retirar cerca de seis colheres de sopa do grão para uma taça e o restante triturar de forma a obter um puré fino. Na taça adicione ao grão a cebola roxa, os coentros, o alho, o sal, a pimenta, o azeite e o vinagre e misture bem. Usando uma frigideira antiaderente, saltear o bacalhau num pouco de azeite cerca de três a quatro minutos de cada lado. Temperar o espinafre com um fio de azeite. Servir o bacalhau acompanhado do puré, dos espinafres, do tomate e da vinagreta de grão.
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DANIEL CASTELEIRA Stylist
A realeza da Moda Portuguesa
Alves gonçalves
moda
Silhuetas marcadas e cores profundas, onde o poder da sedução emerge transmitindo força a cada look envergado e a aposta em roupas faustosas onde os detalhes são vistos até ao ultimo pormenor marcam a genuinidade da fêmea lusa. Esculturas vivas, criadas a partir de simples técnicas e tecidos, leves assimetrias, misturas de cores, padrões geométricos e florais marcam a tendência da actual moda portuguesa, que tem vindo, cada vez mais, a ganhar notoriedade, quer nos grandes palcos do trade nacional, quer nas passerelles internacionais.
fátima lopes
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miguel vieira
diogo miranda
Fotografia: M. Crespo
saúde & beleza
anabela baldaque
Os lábios também vão ao bronze
No meio de tantos cremes hidratantes e de proteção,é fácil esquecer os cuidados com os lábios. Este verão não se esqueça de passar um protetor especial nesta parte do corpo. Para além manteiga-de-cacau (também é benéfica para o cabelo), porque não experimentar um hidrantante de cera de abelha?
Katty Xiomara
Bzz, bzz... as abelhas não são inimigas! PAra além da proteção labial, os produtos com base em cera de abelha são uma boa ajuda para um verão saudável. Ricos em própolis, estes produtos são naturais e ajudam a acalmar a pele perante os rigores da praia. Confira a variedade em http:// global.burtsbees.
Máscaras de verão
diogo miranda
Hidratação é sempre a palavra desta estação, até no cabelo. Aproveite o relaxamento do período para fazer uma máscara capilar em casa. Ovo, mel, trigo, azeite, coco: todos eles apresentam propriedades únicas. Porque não procurar uma nova forma de lutar contra as pontas secas?
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verão
vida nova A leitora tem um cabelo lindo, ondulado mas pretendia atualizar o look para uma imagem mais moderna e sofisticada. O recurso à nova Plástica Capilar, que alisa o cabelo com queratina, garante resultados duradouros e com pouco volume!
PLÁSTICA eCAPILAR ue o cab
carlos gago Ilídio Design, embaixador L'Oreal
oq ispor : vo ser viç É um no design tem ao d e alisa ídio r qu leireiro Il uturante capila a . r t in s t e a r e r e é um com qu o cabelo brilho e lo, dá sim o o cae b a c o and ifica Não dan meticidade deix ig adas. s sp o e c s a a t muit pon o e s em lt o s lo e b cab e go s t a d e m m e u q e ra Ideal pa com pouco ou s lo liso e olume! v
antes
depois
Produção global: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago - C. COMERCIAL GIRASSOLUM Fotografia: Pedro Ramos MAQUILHAGEM: Bé / Kátia Roupas e adereços: B&A Ricardo Colaço Loja 121, 1.º Helena Colaço Loja 117, 1.º C. COMERCIAL GIRASSOLUM
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Se deseja mudar o seu visual, envie um e-mail, 14JULHO 2011 com o seu nome, idade e foto para vidanova@cnoticias.net
CA
PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.
Linha Directa 808 20 60 20
24 horas por dia, com atendimento personalizado de 2ª a 6ª, das 8h30 às 23h30; e Sábados, Domingos e Feriados das 10h às 23h.
www.creditoagricola.pt
C78
Centenário
Adriana Calcanhotto Casino Figueira. 20 de julho. 23H00. 20€
CULTURA
A cantora brasileira está a promover o álbum "Micróbio do Samba", que inclui doze sambas inspirados por diversos ambientes, do Rio de Janeiro a Portugal.
agenda da semana qui.14 "Um Quarto no Éter" (documentário de Rita Alcaire e Rodrigo Lacerda) - Fnac Coimbra - 21H30
sex.15
Teatro Menor Teatro Cerca S. Bernardo/ Coimbra. Até 24 de julho O próprio teatro é alvo de reflexão, neste espetáculo d'A Escola da Noite, criado a partir de peças do espanhol José Sanchis Sinisterra.
"Sexo? Sim, mas com orgasmo" (teatro com Guida Maria) - Casino Figueira - 23H00
Canta Comigo Soure (centro da vila). 15 julho. 22H00 O concurso da revista C – que procura a melhor voz do distrito de Coimbra – chega a Soure, para mais uma noite de música e magia.
Góis Oroso Arte Góis. 15 a 17 de julho Mostra internacional de arte bastante plural que, este ano, está subordinada à temática do voluntariado.
sáb.16 Concerto dos Diabo na Cruz (Tom de Festa 2011) - Auditório Ar Livre/ACERT, Tondela - 21H45
Aurea dom.17 André Castela ao vivo - Fnac Coimbra - 17H00
seg.18 Exibição do filme "América", de João Nuno Pinto - Teatro Miguel Franco/ Leiria - 21H30
ter.19 Leituras atravessadas (leitura de textos dramáticos) - Oficina Municipal do Teatro/ Coimbra - 22H00
qua.20 So Duet ao vivo (jazz) - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30
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Espaço Inovação/Oliveira do Bairro. 15 de julho. 22H30 A artista vai brilhar na Feira Industrial, Agrícola e Comercial da Bairrada.
MusiCaldas 2011 Caldas da Rainha. Até 23 de julho O Festival de Música de Caldas da Rainha apresenta concertos, ateliês e workshops. Programação em www.musicaldas.com.
Festival das Artes Quinta das Lágrimas/ Coimbra. 14 a 31 de julho "Paixões" é o tema da terceira edição do Festival das Artes, organizado pela Fundação Inês de Castro. O certame deste ano volta a apresentar uma programação extensa e multifacetada, com ciclos que abrangem o cinema, a música, as artes de palco, a gastronomia, as artes plásticas, conferências e até um serviço educativo. O programa completo pode ser consultado em www.festivaldasartes.com.
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Rita Guerra fez duetos com Michael Bolton, que atuou em Lisboa e Porto
Ana Moura Cinfães. 16 de julho. 22H00 A jovem fadista portuguesa é a grande estrela da Feira de Artesanato, Gastronomia e Vinho Verde deste ano. Desde 2003 que é seguida por milhares de fãs, em Portugal e no estrangeiro, onde tem atuado com alguma regularidade e revelado uma enorme alma. No início deste ano foi nomeada para "Melhor Artista", pela prestigiada revista internacional de música "Songlines".
confidências
"Gosto de música clássica, rock e house" Que livros está a ler? Neste momento ando a ler "Cemitério de Pianos", um livro de José Luís Peixoto. Gosta de cinema? Que tipo de filmes? Sim, gosto bastante de cinema. O que gosto mais são as comédias e os filmes históricos. E de teatro? Também gosto e, sempre que posso, tento ir ver. Que preferências musicais é que tem? Aprecio um pouco de tudo. Gosto, por exemplo, de música clássica, de rock, de house...
A paixão de Pedro e Inês Coimbra. 16 e 23 de julho. 10H00 Visita que convida a reviver os locais lendários de romance e sofrimento, complementado com a palavra que ao longo de séculos tem fixado esta paixão. O itinerário inclui passagens por diferentes sítios da Quinta das Lágrimas e do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. As inscrições podem ser feitas através do número 239 70 26 30.
E nas artes plásticas? Nessa área o que gosto mais é, claramente, de fotografia. Participa nas redes sociais da internet? Participo bastante nessas redes sociais, porque considero que são bastante úteis.
"Surrealismo português e vietnamita" Casa Municipal da Cultura de Cantanhede. Até 31 de julho Esta mostra conjunta do artista plástico conimbricense Santiago Ribeiro e da pintora vietnamita Vu Huyen Thuong é composta por trabalhos no domínio das artes plásticas que exploram a estética surrealista contemporânea. No total, a exposição tem cerca de três dezenas de obras.
GONÇALO RIBEIRO Presidente do Orfeon Académico de Coimbra
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viver
vidas
Crescer como pessoa ao som da guitarra e das tertúlias Da canção de coimbra ao basquetebol, Manuel Mallaguerra procurou viver sempre em "zonas de fronteira", tentando aprender em todas as oportunidades. Uma vida dedicada aos filhos, sempre "sem vender património pessoal" texto Marco Roque FOTOS pedro ramos Manuel Mallaguerra nasceu em Coimbra, mas teve de abandonar a cidade muito novo. "Aos dois anos fui para Santo Tirso, estudei lá até ao nono ano", conta o técnico superior da Câmara Municipal de Coimbra, acrescentando que "aos 15 anos voltei para fazer os estudos de liceu, depois fiz também cá a faculdade". Estávamos na década de 80 e Coimbra era a cidade grande. "Eu vinha de um ambiente onde acontecia muito pouco. Coimbra fervilhava de cultura, representou um grande impacto", lembra. Foi a descoberta de um mundo novo. "Era tudo muito estranho, não conhecia ninguém e tive de construir tudo de novo, aproveitando o que Coimbra tinha de melhor", completa Manuel Mallaguerra. Tempo dedicado ao associativismo, divido entre o basquetebol, a canção de Coimbra e as tertúlias. "Fui presidente do Clube Independente de Coimbra, que só tinha basquete feminino. Estivemos dois anos na primeira divisão e tive oportunidade de ver quão difícil era trabalhar num clube com poucos recursos, isso foi muito interessante", lembra. "Serviu para aprender a ser criativo na gestão e na maneira como se lida com as pessoas", indica. "Depois transitei para o Sport Club Conimbricense, na altura como secretário, chegando a presidente. Encontrei um clube fausto em dinheiro e tive oportunidade de ver um pouco as diferenças. Tínhamos os recursos todos, pagava-se a atletas, viajávamos de véspera. Eram dois universos diferentes", conta.
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Quando cheguei à cidade, havia duas correntes da canção de Coimbra: uma institucionalizada, ligada à academia e a outra a um grupo muito forte de pessoas que não estavam ligadas à UC
Mas Manuel Mallaguerra ficou mais conhecido pela canção de Coimbra. "Quando cheguei à cidade, havia duas correntes diferentes: uma institucionalizada, ligada à academia e a outra a um grupo muito forte de pessoas que não estavam ligadas à universidade", recorda. "A minha vida parece estar sempre polarizada, em zonas de fronteira. Foi um prazer enorme poder participar nas duas formas. Na vertente institucional, a tocar com pessoas da faculdade, dos mais velhos aos mais novos. E poder tocar com pessoas que, sem terem ido à universidade, faziam da canção de Coimbra quase a sua forma de existir", sublinha. Era
uma época de recuperação do pós-25 de Abril. "A canção mais institucional tentava voltar a impor-se, ainda havia algumas reações negativas quando era cantada com as capas vestidas. Esta reação, junto da população mais envelhecida, nunca se fez sentir. A canção de Coimbra foi sempre acarinhada, bem como as serenatas feitas à janela", refere. Outro elemento que definiu Manuel Mallaguerra foram as tertúlias. "Participei em tertúlias dentro e fora da academia. Havia uma divisão ideológica forte e sempre fui tanto a tertúlias da esquerda como da direita, ainda hoje me podem ver nos dois polos. Eram espaços abertos em que todos podiam participar", afirma. E serviam como ponto de encontro entre a cidade e a universidade. "Criou-se a ideia de que a universidade estava muito longe da cidade, algo que nunca aconteceu. Sempre senti o contrário, por isso ajudei a levar gente para dentro da universidade, não era preciso estarem matriculados". Os conhecimentos adquiridos ajudaram a criar uma filosofia de vida. "As pessoas parecem ter mercantilizado a própria vida: não fazem as coisas para se divertirem, mas sim porque têm um preço", conta. "Sou da opinião de que, enquanto não precisarmos de nos 'vender', não o devemos fazer. O que me custa mais é ver as pessoas venderem património pessoal, neste caso a voz, os sons da guitarra. Em malta que ainda está a dar os primeiros acordes, custa-me", conclui.
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Vida dedicada aos filhos "Fui pai muito novo, tomei a opção de os educar, de estar junto dos meus filhos. Tenho 47 anos, ainda tenho muito tempo para poder vender a minha vida", refere. "Há-de chegar a altura, mas primeiro quero divertir-me a ver crescer os meus filhos, que é a melhor paga por tudo o que fiz até agora. Tudo o que o dinheiro me possa dar será menos do que eu possa ter aqui, ao ver um sorriso ou uma lágrima de um filho meu", defende.
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Talento somado de forma surpreendente e inspiradora
a segunda edição da Essential Magic Conference aconteceu no passado fim de semana. Ao longo de três dias, o mundo da magia esteve de olhos postos em Ansião. Com transmissão em direto para sessenta e dois países, trinta e três dos mais importantes mágicos à escala global, partilharam a sua experiência, os seus segredos, e a sua forma de pensar e criar. A qualidade dos palestrantes, o rigor na produção, a vanguarda da tecnologia implementada, e, acima de tudo, o empenho aliado ao talento somado, voltaram a ser motivo de auplauso e regozijo por parte da comunidade mágica internacional. O que hoje aqui sublinho é facto de tudo isto ter sido ideado e tornado realidade por pessoas da zona centro do país. A ideia surge e os primeiros passos são dados com discrição no seio do núcleo duro do Estúdio 33. a essential Magic Conference acontece exclusivamente na internet. Em direto, a comunidade mágica assiste e interage com os trinta e três mágicos presentes na sala. Para tal, foi neccessário criar a infraestrutura web que permitisse converter o sonho em realidade. Os magos do código fonte foram encontrados em Coimbra. A empresa "We Break Stuff" não olhou a esforços e não se conformou com dificuldades. Fred Oliveira, Pedro Freitas e Fábio Batista fizeram com que indecifráveis combinações de letras e números contituíssem os mecanismos responsáveis pela perfeição do funcionamento online.
táculos que protagonizou ao longo da sua carreira. Interpretada por monges ou sinos, grandes orquestras ou pequenos ensembles. A música de que falou chama-se "Abril em Portugal" e nós preferimos chamar-lhe "Coimbra é uma Lição". No final da conferência, no pretexto da homenagem merecida ao decano da magia, a criação de Raul Ferrão foi ouvida nos cinco continentes. também aí foi o talento da nossa região que foi aplaudido em uníssono. O "Cancioneiro de Coimbra", em colaboração com Álvaro Aroso, emocionou os presentes e arrebatou os cibernautas com a sublime interpretação ao vivo da melodia que mais presente esteve na vida e obra de David Berglas. os bastidores do evento foram documentados através da singular objetiva de mais um talento de Coimbra, o fotógrafo Paulo Abrantes. As suas fotografias constituem um evento dentro do evento. Uma face que surpreende de uma realidade quase virtual. Por fim, a equipa que me concede o privilégio de ser o seu lado visível. Obrigado a todos. Parabéns a todos. A história da magia foi irreversível e positivamente alterada… na zona Centro de Portugal!
de entre os trinta e três mestres presentes na sala, um deles, David Berglas, de oitenta e cinco anos de idade, partilhou connosco a música que sempre o acompanhou em todos e cada um dos milhares de espe-
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Na Clínica Delille, o seu sorriso vem sempre em primeiro lugar. É por ele que recorremos à melhor tecnologia e aos melhores profissionais, inovando na forma de estar e de proporcionar bem-estar. Da Implantologia à Odontopediatria, oferecemos-lhe todas as soluções para que tenha uma saúde oral perfeita. Visite-nos, estamos à sua espera.
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De sorriso aberto.