ORLANDO
VAMOS TOMAR UM COPO? Casal C foi viver a noite na Figueira da Foz. Rapidamente percebeu que não ficaria barato. O orçamento de 50 euros esfumou-se ainda antes da madrugada.
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REVISTA SEMANAL
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11 AGOSTO 2011 • Nº 28
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"PEDRO EMANUEL PODE VIR A SER ESPECIAL"
SANTIAGO RIBEIRO
FUTEBOL
VIDAL AGOSTINHO
SOU MAL ACEITE NA SOCIEDADE PORQUE SOU ARTISTA
ESTÁDIOS GERAM DIVISÕES EM AVEIRO E LEIRIA
COMO ASSAR UM LEITÃO À BAIRRADA
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índice
Grupo
Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109 - 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304;Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%
CNotícias
Diretor:
Soares Rebelo (soares.rebelo@cnoticias.net) Chefe de Redação:
Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net)
OPINIÃO
UM DIA COM
MARKETEER
VIDAS
António Pedro Pita
Vidal Agostinho
Rui Arnaud
Santiago Ribeiro
5 Editorial 8 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 24 Via do leitor 25 Cartas 38 Empresário de sucesso 42 Topo de gama 48 Social 52 Escapadelas: castelos 57 À mesa 58 Moda 60 Vida Nova 62 Cultura
Redação:
Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net)
COLUNISTAS 23 António Pedro Pita 31 Mira Lagoa Sobral 66 Luís de Matos
Colunistas:
Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Jorge Bento, José Carlos Neves, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; José Manuel Alves Fotografia:
Pedro Ramos (pedro.ramos@cnoticias.net) Direção de Arte:
Inês Abrantes e Jorge Caninhas Relações Públicas- Diretora:
Eugénia Abrantes Produção:
André Navega , Hugo Campos e Tiago Carvalho
AO MICROSCÓPIO
6 O capitão dos estudantes espera uma época tranquila Entrevista com Orlando 20 Um dia com Vidal Agostinho Descubra os segredos da preparação do leitão da bairrada 22 Que é feito de si? Pignateli Queirós foi professor e deputado. Hoje, ainda sonha voltar ao Parlamento
SOCIEDADE
Serviços Comerciais Diretor Comercial:
26 Vamos beber um copo? A reportagem da C foi à descoberta da noite da Figueira da Foz, com 50 euros no bolso 32 Estádios do Euro cheios de problemas Encargos das autarquias aumentam enquanto espectadores diminuem
Luís Figueiredo (luis.figueiredo@cnoticias.net) Técnicos de Vendas:
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PODER LOCAL
Especial: Góis é sinónimo de aventura e muito mais A "capital do Ceira" é um destino que oferece turismo de natureza e praias fluviais de qualidade
CÉREBROS
36 O cimento do futuro Investigador de Coimbra estuda, na Suiça, tipos de cimento mais amigos do ambiente
DINHEIRO
44 Turismo à moda do Centro Descubra alguns eventos que animam este verão
VIVER
64 Histórias de vida de Santiago Ribeiro O surrealista diz que não é fácil ser artista em Portugal
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editorial
Rir é preciso SOARES REBELO Diretor
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Passos Coelho não "desencrava" o País? Pois seja, já foi pior...
A TROIKA chegou a Portugal e a agenda do país ficou de imediato restringida aos cifrões. Só se fala de euros, tudo se reduz ao montante do défice, à forma como pagar a dívida soberana. As primeiras páginas dos jornais são números, as televisões debitam a toda a hora as contas do nosso descontentamento, até as revistas ditas do coração já não resistem à ditadura do FMI. OS VALORES por que nos governávamos estão completamente eliminados do discurso. Os tempos são de tal frieza que até os cidadãos mais respeitáveis parecem conformar-se com a crise, o aperto financeiro, o aumento de impostos, os atropelos à lei, as injustiças mais despudoradas. Em nome do futuro, é claro! SÓ PENSAMOS , agora, em sobreviver. Tornámo-nos execravelmente desleais para com as nossas coisas, dando-lhes trânsito veloz, descartando-nos delas ao primeiro impulso. Os objetos passaram a ter, nas nossas mãos, vida curta, efémera, vazia de afetos. Quem guarda ainda o pião da sua infância? Quem resiste a não vender o velho cordão de ouro? Já não damos tempo praticamente a nada para que se incorpore nossa identidade, a quase coisa nenhuma reservamos lugar na memória, fugimos todos a comprometer-nos com as nossas emoções. Em muitos casos, já nem os amigos escapam a esta nova lusitana postura... PODE HAVER uma desgraça na família, a morte de um amigo, o encerramento da empresa onde se trabalha; é a vida, diz-se, encolhendo os ombros. O princípio aplica-se à própria política. Passos Coelho não "desencrava" o País? Pois seja, já foi pior... Com o 25 de Abril reconquistámos a liberdade? Pois sim, mas continuamos longe do
bem-estar dos nossos parceiros comunitários. VIVEM-SE generalizadas inquietações em Portugal. O desemprego já desestabiliza famílias inteiras, proliferam as dificuldades sociais, sujeitam-se os salários a impostos extraordinários, mas lá está – é tudo, garante a troika, para nosso bem. Os investidores não investem, os trabalhadores receiam pelo futuro, acentua-se a disparidade entre as zonas urbanas e rurais, mas lá está – é tudo, garante a troika, pelo nosso futuro. Ninguém acredita. E aí está, uma vez mais, no nosso destino, o fado chorado. AQUI MESMO ao lado, em Espanha, como tudo é diferente! Embora confrontados com as mesmas chagas sociais e, inclusivamente, um muito maior índice de desemprego do que o nosso, os espanhóis cultivam, ainda assim, uma enormíssima alegria de viver. A explicação, garantem os especialistas, é muito simples: o facto dos espanhóis falarem e rirem muito, a todas as horas, em qualquer lugar, solta-lhes a adrenalina acumulada no campo, na fábrica, no escritório, neutralizando-lhes eventuais angústias, melancolias, desgostos... FAÇAMOS NÓS, então, por cá, o mesmo. Passemos, como os nossos vizinhos, mais tempo na rua do que em casa. Esse era já, de resto, costume profundamente arreigado entre os árabes – de quem, afinal, descendemos. Aí está: rir, rir é preciso. E, neste verão que tão sisudo tem sido, também falar alto, berrar anedotas, gesticular à toa, de copo na mão, à espanhola. Se for preciso, atribuamos todos os males à troika. Sempre será bem melhor, afinal, do que continuarmos aí, pelos cantos, a carpir mágoas.
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atual
ao microscópio
Época passada não se vai repetir O CAPITÃO DA ACADÉMICA, ORLANDO, ESPERA UMA ÉPOCA TRANQUILA E DIZ QUE A BRIOSA TEM TODAS AS CONDIÇÕES PARA LUTAR POR OUTROS OBJETIVOS TEXTO VASCO GARCIA FOTOS PEDRO RAMOS
Quais as expectativas para esta época? As expectativas passam por aquelas que têm sido nos últimos anos: a manutenção, quanto antes. Depois de atingirmos esse objetivo, se conseguirmos um lugar acima do meio da tabela seria ótimo. Como tem sido a adaptação ao novo treinador? Tem corrido tudo muito bem. O Pedro Emanuel apanhou o pulso do grupo, os jogadores novos estão muito bem ambientados e está a criar-se um espírito de grupo bom. Não está a haver dificuldades de adaptação nem entre os jogadores nem entre os jogadores e a equipa técnica. Tem sido uma adaptação boa. O plantel desta época está mais forte? Esperemos que sim. Pelo menos, temos mais opções. Não vou dizer que as opções do passado eram más, mas há uma boa competição entre todos e a equipa só tem a ganhar com isso. Para a sua posição chegaram alguns reforços, nomeadamente o Real e o Abdoulaye. Essa concorrência é saudável? A competição entre colegas de posição é sempre boa, porque nos obriga a trabalhar cada vez mais, obriga-nos a lutar pelo lugar e cria dúvidas na cabeça do treinador. Quanto mais equilíbrio houver, melhor é para os jogadores e para o treinador, que tem sempre atletas disponíveis para desempenhar bem as funções. A época passada foi um pouco conturbada, em termos de treinadores. Este ano espera uma temporada mais calma? Sim. Espero que as situações do passado não
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se repitam este ano. E não se vão repetir, tenho a certeza. A época passada foi completamente diferente. Acho que não deve haver registo de época igual, com muitas mudanças de treinador, muitas situações delicadas de lidar e isso traduziu-se numa temporada um pouco atípica. Mas tenho a certeza que isso não se vai repetir. O treinador está bem integrado, os jogadores novos também, há uma simbiose boa entre todos e isso se vai notar em todos os jogos.
Não. Tenho dado o meu contributo, como jogador e como capitão, mas ainda estou muito longe de outros símbolos que passaram por cá.
Vai para o quinto ano na Académica e é o capitão. Sente-se um símbolo do clube?
Como vê hoje a Académica? É um clube que tem todas as condições para estar mais acima. Criou uma estrutura forte, com uma academia, com um excelente estádio, tem vindo a dar passos curtos mas seguros na construção das equipas para tentar atingir maior solidez e penso que está no caminho certo para, daqui a uns anos, poder ter uma equipa para não lutar só pela manutenção.
A braçadeira tem algum valor especial? É muito prestigiante. A Académica é um clube de tradições, tem uma história associada ao clube e poder fazer parte dela como capitão de equipa – já há três épocas – é uma enorme honra.
A direção quer mais gente no estádio. A equipa sente que precisa de mais apoio? Sentimos. Já tivemos jogos, em fases boas, em que o estádio estava com muita gente e nós sentimos uma motivação extra. Porque estar a jogar para quase ninguém ver é uma sensação um pouco estranha. Acho que as pessoas de Coimbra devem unir-se, como já foram unidas ao clube em tempos. Essa mística e essa tradição de estar no estádio a apoiar a Académica devem voltar. Deixo um apelo aos sócios para virem ver a Académica. Nós sentimos uma satisfação enorme e isso engrandece cada vez mais o clube. Na Académica, já trabalhou com treinadores, como o Domingos ou o André
11AGOSTO 2011
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Pela experiência que teve como jogador e com grandes treinadores que apanhou durante a sua carreira, o Pedro Emanuel tem todas as condições para vir a ser um grande treinador
Villas-Boas, que estão agora em grandes clubes. Como vê esses percursos? É com enorme satisfação que vejo ex-treinadores meus prosseguirem as suas carreiras a um nível elevadíssimo. Sinto-me honrado de ter trabalhado com eles e o seu sucesso só demonstra que o trabalho que fizeram cá foi bem feito e foi valorizado. Nós, como atletas, saímos a ganhar com isso, porque tudo aquilo que nos foi ensinado e corrigido foi correto. Do que já conhece, acredita que o Pedro Emanuel pode seguir esses passos, até porque tem um perfil semelhante? Absolutamente. Pela experiência que teve como jogador e com grandes treinadores que apanhou durante a sua carreira tem condições para vir a ser um grande treinador. E vai começar a sua carreira aqui na Académica com sucesso, sem dúvida. Qual será o futuro do Orlando? Tenho mais um ano de contrato e quero cumpri-lo como sempre cumpri, da melhor forma e honrando todos os compromissos. Dar um passo mais acima é difícil, porque vou fazer 32 anos e, com a minha idade, as portas estão fechadas. Neste momento, já não penso nisso. Sinto-me bem na Académica, gosto de cá estar, vou cumprir este ano de contrato e o futuro logo se verá. Gostaria de terminar a carreira na Académica? Ainda não penso terminar a carreira. Vamos deixar passar este ano e logo se verá se continuarei o meu percurso aqui ou se irá ser noutro sítio.
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ao microscópio
sete sóis, sete luas
elevador do mercado
Cicloturismo na Ecopista do Dão
ANTÓNIO FIGUEIREDO, vice-presidente da Académica, foi eleito diretor da Faculdade de Ciências do Desporto. Mais uma lição, Coimbra!
OS MUNICÍPIOS de Tondela,
AS FESTAS do município de Ílhavo, que estão a decorrer até 31 de agosto, terão o seu ponto alto entre os próximos dias 14 e 21, com a realização, no Jardim Oudinot, do Festival do Bacalhau. O evento privilegia, na sua programação, o facto de Ílhavo ter "uma costa nova, uma vista alegre". Os Palheiros da Costa Nova e o Farol da Barra são os marcos do programa.
30
milhões de euros é a dívida do Estado aos advogados oficiosos
5,7%
foi a quebra de espetadores desde janeiro nos cinemas nacionais
5,2%
foi o acréscimo de chamadas para o INEM no primeiro semestre de 2011
Fins de semana animados no Luso A ESTÂNCIA termal do Luso vai ter animação cultural até ao dia 25 de setembro. Aos sábados, a aposta incide na realização de oficinas temáticas, animação de rua e espetáculos musicais, enquanto a programação dos domingos, a cargo do Turismo Centro de Portugal, privilegia os concertos, do jazz à bossa nova, passando pelo pop e pela música clássica.
Gouveia mostra-se Câmara leva na ExpoSerra Águeda à praia
Sertã promove bandas locais
A EXPOSERRA – Feira de Ati-
A CÂMARA da Sertã decidiu assinalar o Dia Internacional da Juventude com um "Festival Clubes no Rock", para promover bandas de rock/pop locais. Amanhã, atuarão, a partir das 22H30, os Soul Brothers Empire, Human Origami e In Love. Sábado, à mesma hora, será a vez dos Nixon and The Watergates, Led On e Napalma.
vidades Económicas de Gouveia, a decorrer entre hoje e o dia 15, no pavilhão da ex- fábrica Bellino e Bellino, visa a promoção do tecido económico, cultural e social da Serra da Estrela. Será ainda, segundo a câmara, um dos principais polos de atração das Festas do Senhor do Calvário.
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Percurso Viseu-Santa Comba tem cerca de 40 quilómetros
QUEM VIV ER em Á g ueda e quiser desfrutar de um dia na praia, poderá fazê-lo através do transporte para a Praia da Barra, disponibilizado pela câmara municipal. As ligações estarão disponíveis, hoje e amanhã, e nos próximos dias 18, 19, 25 e 26 de agosto. A partida é às 09H00 e o regresso está marcado para as 17H00.
CARLOS GÓIS continua a investir em Coimbra. Agora, abriu, no Dolce Vita, aGóis Time&Secrets, para clientes mais jovens e irreverentes.
a subir
"Uma costa nova, uma vista alegre"
CARLOS AMARAL DIAS lançou no Instituto Miguel Torga um pacote de apoio social. A crise flagela, sobretudo, os alunos mais carenciados.
a descer
Viseu e Santa Comba Dão organizam, este sábado, um passeio de bicicleta na Ecopista do Dão. Com partida, às 09H30, junto ao Tribunal de Viseu, os participantes seguirão para Parada de Gonta (concelho de Tondela), onde, às 10H00, se juntarão os cicloturistas do concelho. O pelotão seguirá rumo à estação de Tondela, onde chegará por volta das 10H30, prosseg u indo até Santa Comba Dão (estação do Vimieiro). O regresso a Viseu terá início por volta das 11H30 horas, estando a chegada prevista para as 13H30 horas. A segurança será garantida pela organização.
11AGOSTO 2011
OS CTT não param de esvaziar Coimbra. As estações de Taveiro, Cernache, Ceira e Hospitais da Universidade também já estão ameaçadas.
VISEU
Outra cidade dentro da cidade direito
direto
O certame, instituído por D. João I, conta já com 619 anos de existência
este sábado e o dia 21 de setembro, a emblemática Feira de S.Mateus aí estará, uma vez mais, com os seus 286 expositores e um orçamento de 800 mil euros, a oferecer-se, em Viseu, como outra autêntica cidade dentro da cidade. Embora pulse, essencialmente, à base do espetáculo (do cartaz fazem parte, entre outros, Tony Carreira, Pedro Abrunhosa, Jorge Palma, Mercado Negro), da gastronomia e do artesanato, inclui também
boa notícia
Tondela recupera antigo cinema
já, na sua diversificada oferta, artigos de elevado índice tecnológico. O negócio, movimentando, no cômputo geral, verbas crescentemente consideráveis, faz-lhe a imagem, publicita-lhe a referência. A afluência é inusitada. São esperados este ano mais de um milhão de visitantes. São os beirões que habitam país fora e, pela feira, voltam à terra e aos amigos. São os turistas, nacionais e estrangeiros, cujas agências inscrevem Viseu, por esta altura, nos seus roteiros.
São os emigrantes que um dia, à míngua de futuro, demandaram, em busca da fortuna, até então madrasta, a França e o Luxemburgo, a Alemanha, o Brasil ou a Venezuela. Estacionar o carro, a partir deste sábado, esfrangalhará os nervos. Aos fins-de-semana, então, será, por todo o lado, uma autêntica romaria de visitantes festivos e ruidosos. Mas, lá está: o que o povo quer, o que o povo anónimo sempre quis, é gozar e divertir-se. E assim vai ser.
O DEGRADADO edifício do "Cine Tejá", que durante décadas
foi o único espaço cultural da cidade de Tondela, vai ser recuperado e transformado numa oficina de construção de cenários para espetáculos. A autarquia já adquiriu o edifício, por 160 mil euros, o projeto de requalificação, que importará em 600 mil euros, está concluído e, em breve, será lançado, segundo revelou o presidente da câmara, Carlos Marta, o concurso público para execução da obra.
Os agricultores portugueses que tiveram prejuízos causados pela E.coli deverão receber dentro de semana e meia as ajudas comunitárias, no montante de 5,4 milhões de euros.
má notícia
4O DIAS, 40 NOITES: entre
O índice da atividade no setor dos serviços na Zona Euro atingiu em julho, apesar das subidas sentidas pela França e pela Alemanha, o nível mais baixo dos últimos 22 meses.
ANDREIA VENTURA*
Despedimento de trabalhadora grávida ou lactante A CESSAÇÃO do contrato de trabalho de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante promovida pela entidade empregadora, carece sempre de parecer prévio da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE). Se o parecer for desfavorável ao despedimento, a entidade empregadora só pode despedir a trabalhadora após a decisão judicial que reconheça a existência de motivo justificativo. A ação judicial para ver reconhecida a existência de motivo justificativo deverá ser intentada pela entidade empregadora no prazo de 30 dias subsequentes à notificação do parecer. É nulo o despedimento caso não tenha sido solicitado o parecer. A suspensão judicial do despedimento de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante só não será decretada se o parecer for favorável e o tribunal considerar que existe probabilidade séria de verificação do motivo justificativo. Se o despedimento for considerado inválido, a trabalhadora tem direito à reintegração ou, em alternativa, a uma indemnização.
* Manuel Rebanda, Pereira Monteiro & Associados
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ao microscópio
ExpoColumba em Santa Comba Dão A EXPOCOLUMBA – Feira de Atividades Económicas, Sociais e Industriais de Santa Comba Dão abre amanhã portas, com o objetivo de potenciar o reconhecimento e a valorização do tecido empresarial, comercial e social local. O certame coincide com as festas da cidade, que se prolongarão até ao dia 15.
Europa estuda rios Paiva e Vouga AS ÁGUAS e as espécies piscícolas dos rios Paiva e Vouga estão a ser alvo de um estudo pormenorizado, no âmbito do projeto comunitário "AARC – Atlantic Aquatic Resource Conservation". O principal objetivo é analisar a possibilidade da introdução de algumas espécies de peixes para pesca desportiva.
sete sóis, sete luas
Catarino avança em Espanha A RAMOS CATARINO, empresa de construção que opera no mercado espanhol desde 2007, acaba de ver adjudicada uma nova obra no Centro Comercial Albufera, em Madrid. Trata-se da reforma de uma unidade da cadeia de restauração Burger King. A adjudicação de mais este projeto corresponde ao crescimento sustentado que a Ramos Catarino tem vindo a conquistar no território espanhol, com a execução de obras para clientes prestigiados, entre eles o El Corte Inglés, Alcampo, Repsol, Galp, Cepsa, IKEA, Lidl Supermercados, SportZone, Worten, Banco Espírito Santo, Petrocontinental, Martifer, Gené Dakart, Racing Dakart Terrassa e Banco Caixa Geral. A Ramos Catarino Espanha foi criada com o objetivo de replicar o êxito obtido em Portugal
Empresa é especializada na construção de áreas de serviço
com a empresa de Engenharia e Construção com o mesmo nome, que conta com mais de três décadas de experiência e um vasto portfolio de obras privadas e públicas em todo o território.
Peugeot em alta
Lafões aposta na "moda" do mirtilo JOVENS agricultores da região de Lafões estão a apostar na produção de mirtilo, fruto conhecido como o "rei dos antioxidantes" e que, além de ser uma planta medicinal, tem uma grande versatilidade culinária. Já foram aprovadas 11 das 12 candidaturas à respetiva plantação. A "moda" começou, em 1990, em Sever do Vouga.
Fábrica de Mangualde produziu 28.037 caros até julho A PEUGEOT Citroën (PSA) de
Mangualde aumentou a produção em 18, 5 por cento no primeiro semestre deste ano e consolidou o terceiro turno de laboração, empregando atualmente 1.300 trabalhadores. Segundo Elísio Oliveira, diretor financeiro da PSA, nestes seis meses, a fábrica acrescentou "valor económico e maior intervenção industrial" nos modelos Peugeot Partner e Citroen Berlingo,
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Opera em diversas áreas, designadamente, sedes empresariais, espaços comerciais, distribuição e logística, áreas de serviço, unidades hoteleiras e instituições bancárias.
produzidos em Mangualde. O número de veículos produzidos até final de julho elevou-se a 28.037, o que leva Elísio Oliveira a admitir como "sustentável" o número de trabalhadores da fábrica. A unidade está agora em férias mas, para o administrador da PSA, "não há qualquer indício" de que a força laboral possa sofrer quaisquer cortes, considerando até razoável a possibilidade de haver aumento.
qren Taxa de execução está a aumentar A execução no final de junho era de 31,2 por cento da dotação até 2015, o que representa um aumento de quatro por cento relativamente ao primeiro trimestre.
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Góis no Dolce Vita
A Góis Time&Secrets tem design inovador O EMPRESÁRIO Carlos Góis
investiu numa nova loja em Coimbra, agora no centro comercial Doce Vita. A Góis Time&Secrets pretende ser inovadora no setor, destinando-se, segundo o proprietário, a consumidores mais jovens e irreverentes. A abertura teve lugar a semana passada e o espaço distingue-se, desde logo, pela imagem deveras personalizada. No que respeita à
oferta, essencialmente relojoaria e joalharia, prima pela diversidade. Os produtos são todos de elevada gama, numa aposta da Góis Joalheiro num negócio de excelência. Carlos Góis celebrou recentemente o 25.º aniversário da sua atividade empresarial em Coimbra, onde se fixou após o seu regresso da Venezuela, onde também esteve ligado ao ramo da joalharia.
foto legenda
C120
António Lopes Ribeiro, dono da Casa de Mouraz, no concelho de Tondela, produz vinho biológico desde 1990, comercializa com marca própria desde 2000 e exporta 98 por cento do total da sua produção. Ainda há, afinal, até na agricultura, quem "finte" a crise.
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ao microscópio
sete sóis, sete luas
visita de
Eduardo Lourenço voltou à terra natal
médico
ERA Imobiliária comercializa "Mondego Residence"
DIANA GASPAR DUARTE Psicóloga clínica
Resolução de problemas
Filósofo classificou homenagem como "romaria de amigos"
AO ANALISAR o significado da
palavra problema, que é, entre outras coisas, dificuldade, dúvida ou algo que é difícil de resolver, proponho que se questione o próprio título modificando para Resolução de desafios! E porquê? Se mentalmente se parte do princípio que a situação é de difícil resolução, a motivação e determinação para a resolver podem baixar significativamente. Fica-se mais centrado no impacto da palavra problema do que na sua resolução. Já a palavra desafio, que significa estímulo e incitação, remete para a ação, para uma postura mais proativa e com maior motivação de resolução. Perante um problema, ou melhor, um desafio, ensine-a antes de mais a compreender a situação e a recolher várias fontes de informações sobre o mesmo. Ofereça-lhe espaço para gerar ideias de resolução, para analisar as diferentes hipóteses e para planear a concretização da resolução do desafio. Se a criança acreditar que, por mais difícil que seja o problema ou desafio, tem as ferramentas essenciais para o resolver, viverá certamente com mais paixão, determinação, coragem e com menos medo de errar. Um desafio é acima de tudo uma oportunidade de crescimento, aprendizagem, construção pessoal e autoconhecimento para quem o vive e o vê viver.
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O FILÓSOFO e ensaísta Eduardo Lourenço, radicado em França, foi homenageado na sua aldeia natal de São Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida, com o descerramento de uma placa na casa onde nasceu e a inauguração de uma escultura. A iniciativa partiu da Associação Rio Vivo, com sede em S. Pedro do Rio Seco, e do Centro de Estudos Ibéricos (CEI) da Guarda, que tem Eduardo Lourenço como diretor honorífico. O programa incluiu ainda uma visita à exposição biográfica "Labirinto de um Heterodoxo, revisitado em S. Pedro de Rio Seco", no Centro
Recreativo e Cultural, onde foi estreado o filme "Regresso sem fim – um documentário com Eduardo Lourenço", realizado por Anabela Saint Maurice, numa coprodução RTP/Centro de Estudos Ibéricos. A homenagem terminou com uma sessão solene, com intervenções de Luís Queirós, presidente da Associação Rio Vivo, Guilherme de Oliveira Martins, presidente da Comissão de Honra, e de Eduardo Lourenço. O ensaísta classificou a homenagem como "uma injustificável romaria de gente amiga: não fiz nada de especial por esta terra que mereça esta gentileza".
País sem interior A DESERTIFICAÇÃO do interior está a contribuir para a crise económica em Portugal, garante a investigadora Cristina Rodrigues, que está a desenvolver um projeto multidisciplinar sobre o tema com a Universidade de Manchester (Reino Unido). Portugal foi classificado em 2004 como o terceiro país europeu mais desertificado, atrás da Itália e da Turquia e à frente da Grécia e da Espanha, prevendo-
-se que dentro de 20 anos dois terços do território estejam abandonados. Em Coimbra, com os seus alunos, Cristina Rodrigues elaborou um projeto para tentar resolver o problema de Chanca, uma das vilas mais desertificadas do concelho de Penela, que no fim foi oferecido à autarquia. Outro estudo da investigadora, que também vai servir de projeto piloto, foi feito em Idanha-a-Velha.
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A ERA Imobiliária do Vale das Flores/Solum está a comercializar, em exclusivo, o empreendimento "Mondego Residence", na Quinta da Portela, em Coimbra. Abriu, para o efeito, uma loja na Quinta da Portela, inserida no empreendimento, na Rua O Conimbricense. " Mondego Residence" é um condomínio fechado que conta com todo um conjunto de equipamentos e segurança 24 horas. Com um jardim que envolve todo o complexo, o morador dispõe de ginásio, piscina de água aquecida, lavandaria e sala de convívio. A obra foi desenhada pelo arquiteto Camilo Cortesão e os apartamentos estão anunciados a valores a partir dos 76.600 euros e existem também frações disponíveis para arrendamento.
Novas lojas no centro comercial Dolce Vita O DOLCE VITA COIMBRA acaba de ver reforçada a sua oferta com a joalharia Góis, a clínica dentária Smile.Up® Oral Care Clinic e a renovação da loja de moda infantil Girandola e do restaurante Mille Paste. O centro comercial alarga, assim, o leque de marcas e serviços disponibilizados, reunindo comodamente, num mesmo espaço, soluções para compras, lazer e bem-estar. Ainda em agosto, o Dolce Vita Coimbra vai abrir o café Premium Nicola, no piso 2, o restaurante Páteo, no piso 3, e o cabelereiro Urban Trend, no piso 0. Os centros comerciais Dolce Vita constituem a unidade de negócio de retail da Chamartín Imobiliária.
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ex(sic)tações
ao microscópio
toma lá dá cá O sistema financeiro é crucial para a recuperação da economia e para as condições de vida das famílias. VÍTOR GASPAR
Na saúde como nos transportes, na luz, na água ou no gás, é claro que nem sempre menos com mais dá mais. JOSÉ MANUEL PUREZA
frases desfeitas Eu já disse várias vezes que sou Maria Teresa Granado, sem madre ou irmã. MARIA TERESA GRANADO, diretora da Comunidade de S. Francisco de ASSIS Claro, a madre é outra, a de Calcutá. E não deixou filhas...
A nível local a hipocrisia também é mais que muita. Mas pode esperar até setembro. FERREIRA RAMOS, advogado Que ricas férias!
Estamos de castigo até acertar as contas. ALBERTO COSTA, professor universitário Que falta nos faz Cristóvão Colombo! Não foi ele que inventou as viagens a crédito?
A Noruega tem um sistema de educação que agrada a mais de 90 por cento da população. É quase um caso único no mundo. PEDRO VAZ SERRA, economista O que prova, obviamente, que não há, afinal, como diria o outro vate, o Vaz de Camões, sistemas perfeitos...
Pois bem. Nacionalizemos o Estado, tornando-o forte e soberano no todo nacional. LUCÍLIO CARVALHEIRO, engenheiro Quer então que o nosso país se pareça com os irmãos Marx?
Os credores continuam a ser pessoas de bem, mas os devedores não. MARISA MATIAS, eurodeputada do BE
Haverá bastantes professores com horários zero (sem aulas) e muitos não serão contratados.
Nada de mal. Onde não se consulta o interesse dos clientes é precisamente no comércio de artigos funerários.
Para a banca há milhões, para os trabalhadores nem tostões.
NUNO CRATO, ministro da Educação
RITA RATO, deputada do PCP
Que rica "reserva de caça" para o Mário Nogueira!
Olhe que gente rica não passa de gente pobre com muito dinheiro.
ter sido o atleta mais “ Devo controlado de todos os tempos
JOÃO VIEIRA PINTO
CARLOS LOPES
Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Redação C
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11AGOSTO 2011
CÂNDIDO BARBOSA
Resposta certa: Cândido Barbosa
quem foi que disse?
acredite se quiser
Morreu quando espalhava cinzas do irmão EXISTEM MUITOS motivos pa-
ra subir a uma montanha. O de Federico Dean não foi dos mais agradáveis. O homem subiu aos Alpes italianos para espalhar as cinzas do irmão, que havia falecido num acidente de viação no México. Chegou ao alto, deixou uma pequena placa comemorativa, espalhou as cinzas e tirou umas fotografias. Quando iniciou a descida, o mau tempo apareceu e um raio atingiu Dean, que foi projetado contra as rochas e caiu de uma altura de cerca de 100 metros. Teve morte imediata. Ainda não se sabe o que se fará com o corpo do italiano nem como se vão celebrar as exéquias fúnebres.
Teve acidente quando fazia sexo e processou Estado UMA FUNCIONÁRIA pública aus-
traliana processou o Estado depois de ter sofrido um "acidente quotidiano" do qual ficou ferida enquanto praticava sexo durante uma viagem profissional. A
Chegou atrasado e levou porrada da mulher UMA MULHER de 28 anos foi pre-
sa na via pública depois de ter sido acusada pelo companheiro, que a acusa de lhe ter batido com um pau e com uma cadeira por este se ter ausentado de casa para ir ver um jogo de futebol da equipa local de Santiago del Estero (Argentina). O jovem, de 17 anos, sofreu graves escoriações em todo o corpo. Esteve hospi-
talizado e a recuperação durou 20 dias. A inusitada detenção foi levado a cabo por efetivos da Comissaria do Menor e da Criança.
Atropelou mãe em aula de condução LAUREN DUKE é uma adolescen-
te de 17 anos do Reino Unido que queria conduzir, mas nunca esperou o desenlace fatal numa das suas aulas de condução. Segundo o "Daily Mail", a mãe de Lauren, Sue Duke, ficou presa entre dois carros enquanto indicava à filha as manobras para estacionar o automóvel. Sue Duke deixa o viúvo e três filhos: Brogan, de 21 anos, Lauren, de 17, e Callum, de 10. Um amigo próximo diz que a família era muito próxima.
rioso problema que faz lhe faz a barriga inchar de uma forma descomunal logo após comer. Em algumas horas, a barriga volta ao normal. Mas a estranha ocorrência faz com que Kerri vista calças de grávida sempre que se senta à mesa. Os médicos tentam há uma década determinar a causa do inchaço. "Várias vezes perguntam-me se estou para dar à luz, e eu tenho sempre que explicar que o meu 'bebé' é uma refeição", disse a britânica ao "Daily Mail". Segundo Kerri, o inchaço instantâneo não provoca dor. "É apenas desconfortável e embaraçoso", explicou.
Engravida a cada refeição KERRY DOWDSWELL intriga os
médicos. Antes de uma refeição, é uma mulher magra. Depois, o tamanho da roupa que consegue vestir é dez números acima. A mulher, de 23 anos, de Cannock (Inglaterra), sofre de um miste-
PREÇOS/KG/L
:(
bolsa da praça
mulher sofreu lesões no nariz, na boca e nos dentes, causadas por um espelho que caiu da parede para cima da cama onde mantinha relações sexuais. A mulher, que estava hospedada num hotel antes de ir a uma reunião de trabalho, no dia seguinte, pede uma indemnização por danos e prejuízos, porque considera que o acidente aconteceu numa viagem realizada por motivos laborais. O advogado do Estado defende, contudo, que durante uma viagem oficial as pessoas precisam de comer, dormir, realizar a sua higiene pessoal, "mas não necessitam de ter sexo".
mais caro
Jumbo apresenta preços mais apelativos
Leite Mimosa M/G (1l)
O hipermercado Jumbo superou a concorrência, no cabaz escolhido pela C para esta semana. A diferença entre o espaço comercial mais barato e o mais caro é de 49 cêntimos.
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Atum Bom Petisco em óleo (120g) 1,08 €
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Filipinos de chocolate de leite (150g) 1,39 €
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Nestum de mel (300g)
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Manteiga Mimosa com sal (250g)
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Nectar Clássico Compal Pêssego (1l) 1,19 €
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Água do Luso (1,5l)
TOTAL
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mais barato
Preços em 08.08.11 Das 12H00 às 15H00
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ao microscópio
praça de táxis
retrato falado
figura da semana
RUI ROCHA
Quem vai ganhar o campeonato de futebol? Em que lugar fica a Académica?
O PARQUE Empresarial de Ansião tornou-se, nos últimos 20 anos, um relevante vetor económico do alto distrito de Leiria. Com mais de três dezenas de empresas instaladas, reforçou-se, há três anos, com um centro de negócios. A CÂMARA decidiu ir ainda mais longe: ampliou-lhe a área para mais 29 lotes, o que implicou um investimento de dois milhões de euros.
MANUEL RIBEIRO
Eu sou do Sporting de Braga mas, para mim, o campeão vai ser o Benfica, porque está mais forte. A Académica vai fazer-nos sofrer até ao fim. Acho que vai conseguir a manutenção, mas vai ser difícil.
O AUTARCA Rui Rocha acaba de ver o projeto coroado de êxito: mais onze novas empresas vão lá instalar-se, designadamente nos setores da distribuição farmacêutica, metalomecânica, transformação de madeiras e reparação automóvel. São mais 40 postos de trabalho.
menções honrosas CARLOS FERRÃO
O campeão v ai ser o Benfica, o glorioso. Reforçar am-se bem, acredito que vai ser desta. Mas reconheço que a concorrência está muito forte. A Académica vai-se aguentar e conseguir a manutenção.
Nuno Encarnação
Armando Valente
O DEPUTADO do PSD eleito por Coimbra foi escolhido para dirigir o Canal Parlamento, disponível na rede por cabo ou então na internet. O objetivo do canal é aproximar os cidadãos dos trabalhos da Assembleia da República.
O FESTIVAL de artes performativas de Mon-
debate JOAQUIM GANHÃO
O campeão já se sabe quem é – o P o r to . A q u i l o anda ali uma máfia, estão sempre safos… Até podiam comprar os jogadores todos da Académica, que ganhavam na mesma.
Estou de acordo. Entendo, ainda assim, que deverá institucionalizar-se, primeiro, o testamento vital e, depois disso, iniciar então o indispensável debate sobre o assunto. O processo não será rápido nem de consenso fácil, mas não pode ser ignorado.
temor-o-Velho já entrou no roteiro cultural nacional. O diretor, Armando Valente, tem razão: o Citemor é mesmo "um espaço plural, de inquietude e tensão, gozo e prazer".
Há quem se declare convencido de ter certezas absolutas sobre a questão, mas eu, oriundo de uma área conservadora da sociedade portuguesa, tenho, pelo contrário, muitas dúvidas. Ainda não estou preparado para emitir uma opiniãpo definitiva.
A morte assistida devia ser autorizada em Portugal? RUI PATO, médico
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MANUEL PORTO, professor de direito
11AGOSTO 2011
se eu mandasse
saudades de
coimbra
"Impunha o voto obrigatório"
Serra Pacheco, ex-presidente do CA da Águas do Mondego
"O encanto é sempre o mesmo" ANTÓNIO NOBRE Jornalista no Porto
Que recordações guarda de Coimbra? As vivências estudantis, as queimas, as latadas, as noites no D. Dinis, os jantares e os serões passados nas cantinas são, por exemplo, coisas muito difíceis de esquecer. Mas, acima de tudo, o que guardarei para sempre são as amizades e as pessoas que me marcaram para a vida. Tem alguma estratégia para diminuir a distância? Podem ter muitos efeitos negativos na vida da sociedade actual mas a verdade é que a Internet, em geral, e as redes sociais, em particular, me fazem muitas vezes "teletransportar" até Coimbra por momentos e, assim, atenuar um pouco a saudade.
Quando regressa a Coimbra o que sente? É como se nunca tivesse saído. As pessoas podem ser diferentes, os prédios, os arruamentos. Mas o encanto, para mim, é sempre o mesmo. Não só na hora da despedida como também na do regresso. O fado de Coimbra é um bom antídoto para a saudade? Pelo contrário, o Fado de Coimbra funciona como um catalisador das minhas saudades. Quanto mais ouço, mais saudades tenho. Tem algum local da cidade que considere emblemático na sua história pessoal? Qual? O Bairro Norton de Matos, onde morei durante quatro anos e onde, realmente, me senti em casa. Se tivermos em conta outras cidades, Coimbra é… Nossa até morrer!
CONSTITUIRIA, em cada partido político, um Conselho Superior, em ordem à seleção dos putativos militantes, com base em critérios onde pontificassem além de outros, a honestidade, a hombridade, o espírito de solidariedade e o senso comum. IMPUNHA o voto obrigatório, com criação de sanções cívicas e/ou pecuniárias, para os abstencionistas. OS CUIDADOS prestados no âmbito do Serviço Nacional de Saúde passariam a ser comparticipados pelos utentes, segundo metodologia baseada na capacidade pagadora de cada um. O " ESPELHO DE ÁGUA" de Coimbra deveria ser objeto de uma intensa utilização por parte da população escolar, com cujas
www.cnoticias.net
instituições se deveriam articular formas regulares de absorver os jovens na prática de desportos náuticos. DARIA POR FINDA a "telenovela Conimbricense" Metro Mondego. Implementaria o processo tendente à construção de uma nova e moderna linha suburbana, entre Coimbra (Estação Nova) e Serpins.
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Implementaria o processo tendente à construção de um nova e moderna linha suburbana entre Coimbra e Serpins
+lida
Figueira da Foz: Rafael Carriço já não é diretor artístico do CAE
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confidencial
ao microscópio
5.000, CARAÇAS!
Há quem seja popular... E depois há quem muito popular. A nossa eurodeputada favorita, morena e de esquerda, atingiu a bonita marca de cinco mil amigos no Facebook. Agora, quem quiser, só pode "gostar" da sua página. Nós gostamos, claro, mas não tanto quanto pessoas que se vão oferecer para serem "amigos democráticos" da bloquista.
DO FUTEBOL PARA O BASQUETEBOL
lente... de contato
Os Paços del Rei são conhecidos por juntar muita gente, mas este grupo bateu o recorde de tempo. Foram 12 horas de duras negociações para criar aquilo que demonstrou ser uma lista única. Entre os nomes que se propõem a dominar o basquetebol desta associação, surgem dois nomes que há pouco perderam no futebol. Gente sempre com o olho numa oportunidade.
O lóbi chanfanix tem apostado em força nas 7 Maravilhas. No entanto, soube-se que o prato nem sequer está nos dez mais votados. Será que vão conseguir tirar uma carta da manga?
Pergunta: Quais são os seus talentos para além de despedir estudantes? Resposta: Beijocar e ressonar. APROVADO
Paula Cruz
O núcleo de Coimbra da associação Terra dos Sonhos, do qual é coordenadora, continua a tornar realidade os sonhos de crianças com doenças crónicas ou em fase terminal. Desta feita, dois irmão surdos viveram um dia de sonho Nota 16
EM CASA FALAMOS...
Há por aí um jovem e bem sucedido casal, aliás muito mediático, mas que, volta não volta, multiplica arrufos. Isso não tem impedido, ainda assim, a produção de filhos. Já são três, mas o quarto vem a caminho – e vai ser, desta vez, uma menina. Na Solum, pergunta-se: e se por acaso ele e ela se dessem como os "amigos" Coelho e o Portas? Que filharada!..
TRIUNVIRATO DA HORA DE ALMOÇO
Três presidentes, três idades bastante diferentes. Dois são pai e filho, o mais velho já está reformado. O mais jovem não tem ligação familiar, mas representa atualmente uma das mais antigas instituições da cidade. Sentaram-se à mesa para almoçar, numa clara demonstração de intervenção real. Mas houve oportunidade de meter o mais novo na linha: "então assentaste praça em general?", perguntou o mais velho.
espelho meu
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11AGOSTO 2011
REPROVADO
Câmara de Coimbra
Notícias vindas a público na semana passada revelaram que, dos 27 postos de abastecimento elétrico instalados na cidade, apenas dois funcionam em pleno. Em qual deles é que o senhor presidente da câmara vai carregar o seu carro? Nota 7
CA
C78
Centenário
PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.
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ao microscópio
08H00 O leitão é atravessado com a vara para iniciar a preparação para assar
um dia com
09H00 Acender o forno, a lenha, com vides, pinheiro e eucalipto
09H30 Colocação do molho no interior do leitão. A próxima tarefa é coser com linha
VIDAL AGOSTINHO ASSADOR DE LEITÃO DA BAIRRADA
CRESCEU A VER E A AJUDAR A ASSAR LEITÕES. A PAIXÃO QUE DEDICA A PREPARAR OS BACORINHOS BAIRRADINOS FAZ-LHE MERECER O TÍTULO DE UM DOS MELHORES ASSADORES DE LEITÃO DO PAÍS TEXTO E FOTOS MARTA VARANDAS
CORRE NO SANGUE de Vidal Agostinho a fibra e a paixão pela perfeição, qualidades que o fazem ser reconhecido por todo o país como um grande assador de leitões. Simpatia é coisa que também não lhe falta. E foi com um sorriso que abriu as portas da sua residência, em São Martinho, aldeia da freguesia de Aguada de Cima (Águeda) à reportagem da C, para mostrar como é passado o dia em torno de uma grande iguaria nacional, que é o Leitão da Bairrada. Não tem restaurante aberto e só trabalha por encomenda mas cresceu a ver e a ajudar a assar leitões no estabelecimento do pai, a afamada Casa Vidal, nas Almas da Areosa, da qual também é proprietário por herança do saudoso Vidal Dias Ferreira. É precisamente na Casa Vidal que co-
meça o dia, pelas 07H00, onde está situado o matadouro que foi construído pelo pai e onde se encontram as carcaças. Transporta-as até sua casa, para as instalações próprias que edificou, onde estão os fornos a lenha. São 08H00 quando já em São Martinho começa a preparação do leitão que vai assar para o almoço. Como bom bairradino que é, gosta de "ter pessoas à volta e receber bem". Por isso
convidou a família e amigos para almoçar. Vidal Agostinho explica que também é produtor de leitões. "Só asso leitões que resultam do cruzamento da raça bísara com o porco local. Tenho dedicado algum tempo a estudar o assunto e concluí que estes leitões são mais saborosos, de melhor carne", explica. O forno é fundamental para assar o bacorinho bairradino. "Tem de estar à temperatura ideal", sublinha Vidal, que começa a mexer no forno, para o acender e uma hora depois tê-lo à temperatura certa para receber o leitão. Enquanto aquece o forno centra-se de novo no pequeno reco, que aguarda na vara de aço. Com uma faca, faz algumas incisões "para a carne absorver melhor os temperos do molho". Há quem diga que o segredo está aqui mesmo. Mas Vidal Agostinho desmistifica referindo que o segredo pode estar é na quantidade e na qualidade dos ingredientes que passam pelo alho, louro, salsa, sal e uma mistura de pimenta preta e branca. São 09H30 quando o assador, com engenho e arte, introduz o molho, já preparado, no interior do leitão. De seguida cose-o com fio de cozinha "de maneira a que fique bem fechado
12H00 Duas horas depois de ter entrado no forno, o leitão assado por Vidal Agostinho está pronto a ser trinchado 20
11AGOSTO 2011
11H00 Manutenção das suas bicicletas, que preserva religiosamente
12H45 Corte do leitão, antes de seguir para a mesa e ser degustado
13H00 Almoço com a família e amigos de Vidal Agostinho
para o molho permanecer no interior", explica. Às 10H00 Vidal Agostinho está a meter o leitão no forno, que esteve a aquecer lentamente para criar temperatura e ser possível assar o leitão sem o queimar. Esta é a parte difícil, assim como a primeira meia hora de assadura, que vai ser determinante para o resultado final, como o próprio assador assegura. Agora é necessária paciência para esperar entre duas horas a duas horas e um quarto.
nas por assar bácoros. A leitura é um dos seus passatempos e se for ligada à gastronomia "devoro tudo". Correr restaurantes para provar iguarias é outra forma de ocupar os tempos
livres, sempre com a finalidade de "provar e conhecer pratos diferentes". Os animais são outra perdição. E em casa não faltam. Aproveita enquanto o leitão está no forno e vai dar de comer a uma cabra de estimação e sua cria, uma pequena chiba que faz as delícias do assador, que sorri.
ASSADOR DE GABARITO Já com o leitão no forno, Vidal Agostinho faz uma pausa na lida e conta que nasceu numa família de assadores de leitão. Era o pai que assava e a mãe "levava-os numa canastra", habitualmente usada para transportar peixe, "para serem vendidos na loja do Sr. Agostinho, em Canavai, Aguada de Cima, para quando as pessoas saíssem da missa comprarem", recorda. Só numa fase posterior mudaram para as Almas da Areosa para abrir a Casa Vidal. "Foi com 10 anos que comecei a assar leitão", diz. E fê-lo sempre, ao lado do pai, até 1996. Mesmo tendo a sua atividade profissional paralela, nos tempos livres e ao fim de semana era no restaurante que passava o tempo, a assar leitões. "Depois disso comecei a assar leitão para os amigos. Mas admito que é uma profissão que me está no sangue e por isso decidi voltar agora a dedicar-me a tempo inteiro a esta atividade", revela. Além das instalações onde assa os bácoros tem na sua residência um espaço acolhedor, onde recebe a família e os amigos. O assador é fornecedor de leitão de alguns hotéis, caves e adegas da região. Em setembro vai também fornecer o restaurante "O Vouguinha", na 18.ª Festa do Leitão à Bairrada, em Águeda. Mas a vida de Vidal Agostinho não passa ape-
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Só asso leitões que resultam do cruzamento da raça bísara com o porco local. São leitões mais saborosos à lupa NOME
Vidal Agostinho da Silva Ferreira DATA DE NASCIMENTO
26 de outubro de 1956 TERRA NATAL
Aguada de Cima
RESIDÊNCIA
São Martinho (Aguada de Cima) PRATO PREDILETO
Leitão assado da Bairrada HÓBIS
"Fazer uns petiscos, especialmente na base de caça"
PAIXÃO PELO CICLISMO O grande assador do ex-líbris da Bairrada não deixa de surpreender. Fala-nos agora da sua paixão pelo ciclismo e mostra a sala onde guarda as suas bicicletas, todas restauradas, em excelente estado de conservação. Frisa que Joaquim Agostinho é, ainda hoje, o seu ídolo. "Acordava às 06H00 para treinar, antes de ir para a escola e para o restaurante trabalhar", lembra. Correu no 1.º Troféu Antonino Batista (ABIMOTA), entre outros, pela União Ciclista de Águeda. Membro da Confraria das Almas Santas da Areosa e do Leitão vai sempre vigiando o pitéu. "Gosto que o leitão fique bonito e bem assado", confidencia. É um homem rigoroso e isso vê-se na forma como trabalha: "o segredo desta arte está em não abdicarmos desse mesmo rigor". São 12H00, altura para tirar do forno o leitão que vai ser servido ao almoço. O resultado é um prazer para a vista. A pele, vidrada, brilha. Fazem os olhos ficar pregados àquela cor de caramelo claro. Cheira a carne bem assada, elevando-se os aromas de pimenta e alho. À mesa aguardam os amigos. O corte deixa perceber como está estaladiço. Degustá-lo é a recompensa de toda a dedicação ao longo das duas horas. A tarde de Vidal Agostinho prossegue com algumas encomendas e é desta forma que passa mais um dia do reputado assador, para muitos o melhor de Portugal.
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o que é feito de si?
ao microscópio
1968 Licenciatura em História
1978 Gestor da Escola Secundária de Tondela
1979 Professor no Liceu José Estêvão (Aveiro)
1999 Técnico Superior do Ministério da Educação
2005 Deputado Assembleia da República (PPM)
2009 Deputado municipal pela coligação "Por Coimbra"
FOI PROFESSOR, DEPUTADO, INTEGRA AGORA A ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE COIMBRA. O ANTIGO LÍDER DO PPM NÃO ESCONDE UM DESEJO: VOLTAR AO PARLAMENTO. TEXTO SOARES REBELO FOTO MARIANA MENDES
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Prefiro a república a uma monarquia implantada por meios violentos
Pignateli Queirós Que faz atualmente? Nada. Apenas intervenção política, no Partido Popular Monárquico (PPM) e na Causa Real. Mas muito pouca. Não sente saudades do Parlamento? Bastantes. Foi um período extraordinário da minha vida e tenho consciência de que trabalhei bem, o que foi reconhecido, de resto, pelos vários grupos parlamentares. Foi por isso que voltou a ter lugar nas listas do PSD, embora para um segundo mandato muito curto, devido à queda do Governo de Santana Lopes e consequente dissolução da Assembleia? Não estava, confesso, à espera de um segundo mandato. O acordo que o PPM fez com Santana Lopes acabou, no entanto, por garantir a entrada nas listas do presidente diretório do partido, que era eu, e do vice-presidente, que era Nuno da Câmara. Pena foi que a reeleição tivesse realmente demorado apenas uns escassos meses… Gostava de voltar a São Bento? Sem dúvida. Sinto que ainda poderia fazer alguma coisa de positivo pelo nosso país e pelos portugueses. Os deputados dizem-se mal pagos. Concorda? Há quem os acuse de ganharem mundos e fundos. Não é verdade. Os seus vencimentos, comparados com aquilo que recebem os membros do Governo ou de outras instituições do Estado, são bastante inferiores. O que há por aí é uma campanha meramente destinada a denegrir o trabalho parlamentar. Criou afinidades? Muitas amizades e muitas cumplicidades. Em todos os partidos, registe-se.
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A Ordem dos Advogados entende que é incompatível ser deputado e exercer, simultaneamente, a advocacia. Que lhe parece? Nada é impróprio quando se trata de pessoas íntegras. Seria, no entanto, desejável que os nossos deputados exercessem os mandatos para que foram eleitos sem se preocuparem com outras profissões. Ficariam muito mais livres para o trabalho que o Parlamento lhes exige. Coimbra está bem representada na Assembleia da República? Nada me leva a pensar o contrário. Conheço os deputados eleitos pelo círculo de Coimbra, todos eles me parecem absolutamente capazes do exercício de mandatos condignos. Este Governo PSD-CDS/PP será capaz de ultrapassar a crise? Se não for este, não teremos outro. Falhar, numa altura destas, seria vender, pela primeira vez desde que somos Portugal, a nossa soberania. A monarquia ainda poderá ser reimplantada no nosso País? Eu gostaria muito, mas reconheço não haver condições para a restauração, de forma pacífica, do regime monárquico. Porquê? Devido, desde logo, às condições semi-democráticas contida na Constituição, impedindo a realização de um referendo sobre o assunto. Então? Todos os meus amigos republicanos sabem que prefiro a república a uma monarquia imposta por processos violentos.
11AGOSTO 2011
opinião
Eduardo Lourenço: no mundo como devir ANTÓNIO PEDRO PITA E qual é a sua cidade?» Nenhuma. O meu Paris Texas é São Pedro do Rio Seco Eduardo Lourenço, em entrevista a Francisco Belard e Vicente Jorge Silva
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O filósofo é uma existência ensaio, a viva e rara experiência da concentração do tempo no presente
EDUARDO LOURENÇO é, ele próprio, a ficção inventada por Wim Wenders sob o título "Paris-Texas": quem impôs o ensaio como efetivo modo de ser e de pensar, e não simplesmente como meio ou expressão, nisso se distinguindo de António Sérgio, seu adversário íntimo, só pode ser existência na errância infinita que encontra e desencontra, sem remissão nem finalidade. TENTEMOS perceber. Aconteceu ao jovem futuro filósofo começar a suspeitar da impossibilidade da filosofia. Mas a impossibilidade da filosofia não é o fracasso do conhecimento. O discurso ensaístico é a escrita do aclaramento do devir, que é múltiplo, que é muitos, como os caminhos da floresta, os diabos e as bruxas. Uma escrita infinita, recomeçada mas nunca no mesmo ponto, uma escrita sem começo, porque sempre já começada noutras vozes e noutros tempos e noutras escritas e uma escrita sem fim, porque condenada, à maneira de um Sísifo feliz no seu encontro com Penélope, a ser outras, sem saber quais. MAS, para além (ou aquém?) Eduardo Lourenço é, ele próprio, uma existência-ensaio, a viva e rara experiência da concentração do tempo no presente, uma captação deslumbrada do mundo, o desejo de percorrer todos os fios e os fios de todos os tempos que tecem o presente. A dificuldade do seu pensamento reside aí: é fácil reduzi-lo ao cliché, permanecer no limiar da sedução poética do discurso, torná-lo fórmula ou citação.
EDUARDO LOURENÇO não é, porque ninguém é, a consciência (moral ou ética ou cívica ou política) do Portugal contemporâneo. Basta que continue a ajudar-nos a pensar – o que, se bem reparam, depende de nós. É da nossa capacidade de ler e escutar, de inscrever o imediato em mediações cada vez mais longas, de dar contexto e horizonte ao que parece irrelevante e local – é desta capacidade que depende a eficácia dos grandes pensamentos do nosso tempo. PRUDENTE E IRÓNICO, Eduardo Lourenço tem manifestado a convicção de não ser lido: homenageado, mesmo aclamado, sim; mas lido, fora de um círculo de estudiosos, verdadeiramente lido, isto é: efetivamente presente nas decisões sobretudo coletivas, aquelas que podem influenciar o percurso de um País que se diz (cliché) ajudar a conhecer melhor, isso não. AGOR A , em São Pedro do Rio Seco, Eduardo Lourenço não regressa ao Lugar de Origem nem ao Lugar de Destino ou Finalidade. A sua existência-ensaio inscreve-o na tensão de um singularíssimo devir entre uma Origem inabitável e sempre habitada e uma Finalidade habitada e sempre diferida. Eduardo Lourenço revisita, pois, o enigma do Tempo: entre o movimento permanente e a sua suspensão no plano da utopia. Com ele, adentramos o mundo como devir.
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ao microscópio
via do leitor
cartas ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL : redacao@cnoticias.net As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos
Zona de luxo, perdão, de lixo Muito se fala das novas zonas nobres da nossa Cidade: os velhinhos prédios da Solum e de Celas que outrora faziam parte do parque habitacional dos nossos Doutores deram agora lugar a alojamentos arrendados para os seus discípulos. Fizeram-se novas urbanizações, umas em becos perdidos da cidade, outras em descampados abandonados. Conceito: criar novas zonas de Luxo ou de Elite, com o conforto que no passado ninguém exigia. Depois de Júdice ter pegado à séria naquele fantástico espaço da Quinta das Lágrimas, houve quem se arrojasse e se pusesse a construir a maior urbanização abandonada da cidade. Depois, houve quem tivesse a ousadia de construir prédios in em sítios com envolvência completamente out. Foram opções, todas elas válidas, todas elas discutíveis. Mas nesta última década apenas uma zona de luxo foi verdadeiramente construída nesta cidade. Com o rio a seus pés, com espaço desafogado, com um potencial de zonas de lazer, onde as pessoas usufruem os benefícios de uma periferia e as vantagens de uma pequena cidade. Da Portela muito se fala. zona de luxo para os forasteiros, que tentam a todo o custo esperar que haja um portão aberto para matarem a curiosidade e se atirarem para uma qualquer piscina. Para os moradores talvez uma zona de muito lixo. Abandonada ou esquecida, ainda não se percebeu. "Território de ninguém", dos "Terra sem dono" também poderá ser uma possibilidade. O lixo abunda, acumula-se e esvoaça diariamente. As ervas e arbustos crescem sem deixar espaço para o homem passar. Ramadas de árvores roçam desde o inverno passado nos carros. Felizmente
inquérito O BPN foi bem vendido pelo Governo? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net
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tem havido uma proteção divina contra as adversidades anunciadas há muito pela mãe natureza. Caixas da EDP personalizadas com corações verdes grafitados por toda uma Portela a deixar advinhar que esta é uma zona de amor e esperança. Ou será que estamos perante algo mais?? Enfim. Todos os que vieram para aqui viver valorizam a tranquilidade, a verdura selvagem e campestre. Deixar que a selvajaria se apodere de nós é que não estava nos nossos planos. Se a câmara negligencia estes espaços está a cometer um crime. Se não existem verbas suficientes para limpar a cidade, tirem as gravatas, poupem nos ares condicionados, reduzam os passeios de carro, utilizem a imaginação. Se mesmo assim não for possível cuidar desta zona, socorram-se das redes sociais. Se há jovens que se deslocam de França para recuperar o que de mais belo existe em Portugal, também haveremos de angariar jovens que queiram uma cidade mais limpa e com verdadeiro encanto. Se mesmo assim não obtiverem sucesso, arranjem as ferramentas e utensílios necessários que os moradores põem mãos à obra. Portela uma zona de luxo? Talvez um dia sim mas para já é mesmo uma zona de lixo.
anças da creche de Varela, na Guiné-Bissau. Precisamos juntar, até ao dia 10 de novembro, entre outros bens, mochilas de escola, brinquedos didáticos, sapatinhos infantis e chinelos, roupa fresca para criança até aos 14 anos, livros didáticos do primeiro ciclo, livros de contos infantis, cadernos de linhas (lisos e quadriculados), lápis, borrachas e afias, marcadores, lápis de cor e lápis de cera. O contentor segue no final de novembro e irá ser distribuído, no período do Natal, por elementos da Afetos com Letras que integrarão a III Missão Solidária à Guine Bissau. Solicitamos, assim, que nos ajudem recolher estes bens, enviando o vosso contributo por correio normal para a morada da nossa sede em Pombal – Rua Eng.º Guilherme Santos, n.º 2, Escoural, 3100336 Pombal – ou contactem-nos por telefone (934 253 271) ou e-mail (afectoscomletras@ gmail.com) no sentido de avaliar a possível recolha de bens numa outra localidade ou, caso se queiram disponibilizar para concentrar os bens angariados da vossa localidade/região.
CATARINA SIMÕES, Coimbra
A Volta a Portugal em Bicicleta
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Há cada vez mais acidentes mortais nas nossas estradas. Ninguém se preocupa?
JOSÉ PINTO, Figueira da Foz
Solidariedade com a Guiné A Associação Afetos com Letras está a desenvolver uma nova recolha de bens para enviar para os meninos da escola de Djoló e para as cri-
ASSOCIAÇÃO AFETOS COM LETRAS, Pombal
Sou do tempo do Alves Barbosa e do Ribeiro da Silva, quando a Volta a Portugal em Bicicleta era mesmo uma volta a Portugal em bicicleta. Então, a corrida, como também era conhecida, chegou a ter umas três dezenas de etapas, ia do Algarve ao Minho, do mar à raia espanhola. Hoje, é o que se vê: 11 etapas e vivó velho! Estes tempos são de crise, requerem realmente contenção, mas a nossa Volta devia continuar a ser mesmo a Portugal. Assim como está, praticamente reduzida aos distritos de Viana do Castelo, Guarda, Castelo Branco e Aveiro, não passa de uma mini Volta. Além disso, quem conhece, hoje, os corredores? A maior parte são estrangeiros, depois da saída do Cândido Barbosa do pelotão, entre os nossos quase quase não há referências. FERNANDO SILVA, Anadia
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cartas
texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista
a Exm.ª Sr.ª Ministra da Justiç 29 de da Cruz, da nossa conversa do dia Gostei muito, dra. Paula Teixeira peem se que ogada deixou-me convicto de aos julho. O facto de também ser adv ado Est o os 30 milhões de euros devidos pel que lhe manche os fatos. á nhará em liquidar rapidamente rer troika não que a que oa nód a um de s, aliá se, advogados oficiosos. Tratare dos problemas da ente empenhado na resolução céle dam fun pro o, ári ton bas to, Pin encontro. Decidi, Eu, Marinho e tura que a senhora adotou nesse pos a com ado sion res imp nte nte entre nós, justiça, fiquei realme deverá ficar, é claro, exclusivame do teú con o cuj ta, car ta nes , ideias, por isso, partilhar consigo a nova "picareta falante". Tenho sou o Nã r. nda ofu apr a do vin algumas das ref lexões que tenho , tome nota, senhora ministra. propostas, massa crítica. Então icado como caso de direito. Deverá ser classif um o, sid tem o com do, era sid O crime não deverá ser con sas acanhadas prisões, em continuar a superlotar as nos pod não s oso min cri Os o. dic mé Tens urticária ner vosa, um caso escos hospitais. Roubas carteiras? ant gig sos nos os a par s ido duz ologia. Violaste devem ser con tuberculoso, vais para a pneum ás Est s? que che cas sifi Fal . gia ponsável vais para a der matolo a oftalmologia. Cor rompeste o res a par s vai , tas ara cat de res Sof a filha menor do vizinho? s para a genética forense. Desdrome de Ellis-Van Cre veld, vai sín o s Ten o? sm ani urb o pel l ortopedia. Mataste a municipa erimatoso sistémico, vais para a us Lup de res Sof ? rio isté min do é claro, alongarviaste dinheiro a a psiquiatr ia. Não seria difícil, par s vai , sivo res dep conía ma mulher a tiro? És um a. Isso já é outra conversa... colarinho branco. Não vale a pen ao , nos me o pel , até a, list na e -m ça entre um caso a lógica assassina. É esta: a diferen um a, istr min a hor sen , tem ria to é o caso. No ouEsta minha teo profissionais se chama mais cur is ma s nto qua te, nes que é o dic r os processos jur ídico e um caso mé não é intenção do Gover no acelera a, Or . eve scr pre e s ano ora os critro, habitualmente, dem omendam, aliás, que se utilize com rec tas alis min cri Os a? pes des lhe um qualquer panfleto e, simultaneamente, cortar na ndo se apanha um, devemos lerqua : seja Ou na. elia heg ca léti ificador, assassino, minosos a dia que ele, afinal, não é ladrão, fals de o cê-l ven con de fim a P, PC que ela lhe de propaganda do nas a cobrar à sociedade aquilo ape está que il, vir e re nob , um é, isso sim, um cidadão com menos, decentemente. pos de penúria troikrática, pelo tem tes nes er, viv a par imo mín deve – um s de perdão". Deverá o que rouba ladrão tem 100 ano drã "la do dita o -se rija cor o: Uma última sugestã no hospital". ladrão ou está bem de vida ou está ba rou que o drã "la , uro fut de ser, s Com os melhores cumprimento Ordem dos Advogados (Lisboa),
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sociedade
reportagem
VAI UMA CAIPIRINH UM CASAL, CINQUENTA EUROS, UMA NOITE NA FIGUEIRA DA FOZ. A C FOI TENTAR DESCOBRIR AS DIVERSÕES QUE ESPERAM QUEM SE DIRIJA À CIDADE, EM AGOSTO, PARA UMA NOITE DE DIVERTIMENTO E CONVÍVIO TEXTO MARCO ROQUE E MARTA VARANDAS FOTOS PEDRO RAMOS
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SÃO 22H00 quando terminamos de jantar e decidimos sair. Estamos a meio da semana mas a época, de férias, convida a beber café numa esplanada e seguir, mais tarde, para a agitação dos bares para tomar um copo, ou dois, pela noite figueirense adentro. Certo temos apenas uma coisa: os 50 euros que trazemos no bolso e que têm de chegar para duas pessoas, um casal. Com alguma dificuldade, conseguimos encontrar lugar para estacionar no Parque das Gaivotas, onde avistamos o Circo Cardinali. Poderia ser uma opção. Mas não é isso que
nos traz hoje à Figueira da Foz. São 22H30 e a Marginal está cheia de gente, de todas as idades. Caminham alegremente e conversam. Temos indicação que o Europa pode ser o espaço ideal para tomar um café na esplanada e começar a noite. Chegar até lá vai levar algum tempo porque as ruas estão cheias. São estreitas. Ainda assim há espaço para marroquinos e senegaleses colocarem à venda artesanato e bijutaria de várias cores, materiais e feitios. As lojas do comércio tradicional também estão abertas, pelo menos até à meia-noite.
Algumas têm clientes atraídos pela palavra "saldos" e pelos números - 60 ou 70 por cento - garrafais, nas montras. Somos guiados pelo cheirinho a pipocas acabadas de fazer. Há também idosas que aproveitam esta altura, a "melhor do ano", para fazerem negócio e venderem pevides, caju, amendoins, torrão, tremoços… É um colorido sem fim, onde ainda há espaço para a música de fundo de um grupo de índios, que embalam turistas e figueirenses ao som das flautas de Pã. Entre as lojas e a venda ambulante, os nossos 50 euros podiam ficar já por aqui. Temos de ter
NHA?
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bebidas da moda
1 CAIPIRINHA 2 FINO (CERVEJA) 3 MOJITO 4 SANGRIA 5 VODKA 6 BACARDI
50
euros é o nosso orçamento para uma noite de diversão na Figueira da Foz
cuidado e não ceder à tentação do consumo. Chegados ao Europa aguardamos por uma mesa cá fora. Pedimos dois cafés e cobram-nos 1,20 euros, no ato de entrega. Ali ficamos. Há quem esteja já arrependido de ter escolhido mesas na esplanada. Embora a temperatura não esteja muito baixa - 19 graus - está a cair um orvalho que incomoda e apetece fugir para o interior do café. Se bem que nem todos pensam assim. Raparigas, algumas já mulheres, estão vestidas para a noite. Envergam minissaias curtas e justas e saltos altos. Não há medo do frio nem do desconforto que horas depois os pés possam acusar. Os decotes são ousados e por norma o casaco não faz parte da indumentária. Destaque para a maquilhagem, carregada, que não pode faltar. Também os homens usam menos roupa do que pudesse ser o normal, visto que alguns deles vestem calções e chinelos de dedo. A 20 minutos da meia-noite o ambiente começa a mudar. Pessoas mais jovens chegam em maior número e os casais, alguns com filhos, começam a abandonar a zona central em direção aos carros. A nossa viagem prossegue agora até ao Casino Figueira. O ambiente muda por completo mal passamos da porta para dentro. É incrível a quantidade de gente que está sentada nos bancos altos, de frente para as slot machines. A jogar. São mais os que perdem dinheiro do que aqueles que ganham. Mas não é isso que faz parar quem tenta a sorte. As luzes estão no ponto certo, entre o conforto visual e o apelo das máquinas, o barulho é grande mas parece não atacar os nossos ouvidos, as
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cores são agradáveis e a temperatura amena. Perante a envolvência de todo aquele ambiente onde o conforto é palavra de ordem, não resistimos, também nós, a gastar 10 euros. Os mil créditos a que temos direito inspiram confiança, mas o facto é que, toque após toque no botão, os fundos vão desaparecendo. É um ato quase mecânico, sem ciência, mas que acaba por se tornar viciante. A meio dos créditos levantamos o dinheiro e tentamos a sorte noutra máquina. O azar continua e... Puf! Os 10 euros desapareceram. Ao nosso lado, há quem chegue aos cinco mil créditos, mas não temos coragem de começar com a quantia que começaram. Ao contrário de um bar ou discoteca, o casino é um espaço que não muda muito. Se regressássemos às três da manhã, encontrávamos tudo na mesma: caras focadas nos ecrãs e dedos no botão.
Regressamos à rua, em busca de uma das zonas mais animadas da noite: o Picadeiro, designação dada ao conjunto de bares na Rua Académico Zagalo. Para quem não conhece, a rua pode parecer uma discoteca ao ar livre, servida por esplanadas. E, nesta altura do ano, o Picadeiro é um pouco isso, embora cada bar tente marcar a diferença na decoração do seu interior. Mas o mais interessante acaba por ser o exterior. No verão, o movimento é tanto que se torna difícil passar pela rua. Este ano, no entanto, a animação não tem sido tão grande e o ambiente está mais calmo. Apesar disso, temos alguma dificuldade em arranjar mesa na esplanada do "Gloss Club Caffé", espaço que montou, tal como os outros, um balcão exterior no qual se vende a bebida mais popular dos últimos tempos: a caipirinha. Dos clientes mais novos aos mais
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velhos, todos parecem gostar da bebida. Como se tal não bastasse, a funcionária que a prepara é bonita, logo o balcão está rodeado de homens à espera de serem atendidos. Mesmo sendo a caipirinha a bebida do verão e, consequentemente, da moda, optámos por tomar o tradicional Licor Beirão, com mui-
to gelo. Cada um custa 3,50 euros. Pedimos dois, logo, gastámos 7 euros. Acresce a isto mais 3,50 euros para tabaco. Começamos a fazer contas e no total, dos 50 euros que trouxemos já só temos 28,30 euros. E a noite ainda mal começou. O Picadeiro é uma zona interessante pois atrai todo o tipo de pessoas que se divertem na noite da Figueira. Dos mais novos que, de camisa aos quadrados, surgem em grandes grupos, dando os primeiros passos nas saídas noturnas, aos mais velhos, passando pelos adolescentes de havaianas e calções, todos surgem representados nesta pequena rua. A música é de dança e a cerveja vai fazendo companhia às bebidas brancas nos pedidos. Abandonamos o "Gloss". Ainda antes de passarmos ao próximo bar percebemos que a parede onde alguns rapazes se encostam é do Hotel Ibis. Há uma porta, nessa parede, que dá acesso a uma exposição de arte contemporânea e antiguidades, aberta das 15H00 às 24H00. Embora seja quase meia-noite ainda há tempo para espreitar a mostra e perceber
que mesmo com a entrada gratuita o nosso plafond não dá para nada... Admiramos um óleo de Noronha da Costa. Mas custa 9 mil euros. Mais ao fundo está um prato de Cargaleiro. Pedem-nos 600 euros. Verificamos que 300 euros acaba por ser o valor da peça mais barata. Muito longe do nosso orçamento, por isso optamos por seguir viagem. Descemos um pouco o Picadeiro. Ao virar a esquina fazemos a paragem seguinte no "Zeitgeist Caffé". É verdade que é apenas uma parede que faz a separação deste espaço da zona do Picadeiro. Contudo, aqui respira-se outro ambiente. As pessoas são diferentes, mais velhas e usam roupas de marcas conceituadas. Até os preços são mais altos, porque este bar é dedicado "a uma faixa etária diferente, com outro nível de vida", como um funcionário atesta. Ao som de música ao vivo, conforme acontece todas as quartas-feiras, decidimos beber uma caipirinha cada um. Custou-nos mais um euro do que em qualquer outro bar do Picadeiro, ou seja, 10 euros as duas. A envolvência do
PUB
GANHE
20€
de
e BILHETES
E AINDA TODOS OS DIAS:
KIDZANIA
POR CADA 100 € DE COMPRAS
1 A 30 AGOSTO
30 D AS escaldantes C197
Limitado ao stock existente. Não dispensa a consulta do regulamento.
CHEQUES-PRENDA
TERÇAS
QUINTAS SEXTAS SÁBADOS
Insuflável Gigante Body Balance: 11h Body Vive: 18h Covers: 20h Fados: 20h Dj’s: 19h
reportagem
sociedade
cromos da noite
50€ CASINO - Com 10 euros pode ser possível jogar até mil créditos nas "Slot Machines"
PICADEIRO - O café fica por 0,60 cêntimos - O fino sai a 1,20 euros - Cada caipirinha custa 4 euros - Um Mojito custa entre 4 a 5 euros - O jarro de sangria custa 7 euros
ZEITGEIST - O fino sai a 1,50 euros - A caipirinha custa 5 euros
LA CANTINA - A Margarita de Banana, assim como as outras, custa 3 euros cada - Já a Super Margarita custa 7 euros - O Mojito sai a 4 euros - A Piña Colada custa 4 euros - Cada caipirinha custa 4 euros - A cerveja mexicana tem o preço de 2,50 euros
NB - Fino (imperial) sai a 2 euros - Cada bebida branca custa 5 euros
espaço serve de justificação para o preço. Pedimos uma imperial (fino) e deixamos mais 1,50 euros, um extra de 0,30 cêntimos para além do que é cobrado no Picadeiro. Neste momento temos 16,80 euros. São 02H00 e as ruas continuam cheias de gente. Mas ainda é cedo para escolher uma discoteca. Caminhamos um pouco. À semelhança do que acontece com o "Gloss", há mais bares que optam por colocar um balcão no exterior, por norma para fazer as caipirinhas e os mojitos, bebidas típicas do verão. Foi-nos explicado que a intenção é libertar o espaço interior e atrair clientes. Porque é vulgar lerem-se letreiros como "Litrada de Mojito 4,50 euros", como acontece na pastelaria "Bijou". Arriscámos pedir duas destas litradas (9 euros), porque vamos dar mais uma volta antes de escolher a próxima paragem. Procuramos um espaço acolhedor e tranquilo para depois, sim, terminarmos a noite na discoteca. Contudo, já só nos restam 7,80 euros. E se até lá gastarmos mais dinheiro, podemos correr o risco de já não ter para isso. A música e o letreiro do restaurante-bar mexicano "La Cantina San Lorenzo" agrada. Sentamos na esplanada. Por momentos quase parece que não estamos na Figueira da Foz. Rafael Venegas Lara, proprietário, no seu espanhol aportuguesado aconselha-nos a experimentar a novidade deste verão, da sua autoria, a Margarita de Banana. Não resistimos. Pedimos apenas uma (3 euros), para provar. Mas ao ver o proprietário a preparar um Mojito, pedimos mais um. E lá se vão mais 4 euros e o com eles a redução do nosso orçamento para 0,80 cêntimos. Lamentavelmente não temos dinheiro para entrar no NB Club Figueira, junto ao casino. Uma rapariga ainda nos alicia, com um flyer, para entrar na discoteca "Bergantim". Mas sem dinheiro no bolso, ficamos por aqui e voltamos para casa.
O "óculos de sol " É noite cerrada, escura, a única iluminação vem das luzes dos bares. Que isso não afete o estilo deste rapaz, que se recusa a tirar os óculos de sol. São parte da sua identidade, demonstrando o seu estatuto de macho alfa a quem passa na rua. Úteis para manter raparigas debaixo de olho sem ofender a bela. A bela rapariga Estamos perante uma jovem bonita, num fresco vestido de verão. Tem tudo para atrair olhares, mas o "óculos de sol" considera-a sua propriedade e ela submete-se a essa autoridade. De tempos a tempos lança olhares de enfado por não estar a dançar. No entanto, não tem vergonha de estar à mesa como o "óculos", pois ele é a sua boleia de final de noite. A pita noturna É jovem, mesmo muito jovem. Os dias são passados com os pais na praia e as noites no Picadeiro. Traz calções curtos, o frio não a assusta. Bebe bebidas brancas, embora não tenha grande resistência ao álcool. Bem longe da sua hora de deitar, é o alvo preferencial do olhar dos encostados. Os encostados à parede São uma espécie endógena do Picadeiro. Não existem antes das 23H00, mas acabam por entupir a rua. São rapazes, sempre em grupo, que se encostam à parede oposta aos bares, de copo na mão, mirando quem passa, em particular as pitas. Comentam entre si o quão estilosos são. Não se confirma que tenham conseguido "meter conversa" com os objetos da sua atenção. A quarentona solitária Apesar do nome, pode surgir em grupos. A quarentona muda-se para a Figueira no verão, pois Coimbra está parada. Bebe bebidas brancas, mas numa versão mais forte que a pita. Está em forma, apostando nos vestidos curtos e justos. É solitária pois procura companhia. Regra geral termina a noite numa das discotecas da cidade.
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opinião
MIRA LAGOA SOBRAL
Sinais dos tempos
“
Nunca nenhum país fechou por ir à falência. Se foi... apenas mudou de gerência
HOJE , data de saída do número 28 desta revista, falta exatamente um mês para se completarem 10 anos sobre a queda e morte das Torres Gémeas em Nova Iorque. Hoje, data de saída do número 28 desta revista, faltam 142 dias para se completarem 10 anos sobre a morte do Escudo e nascimento do €uro nos bolsos dos europeus do pelotão da frente. Hoje, data de saída do número 28 desta revista, falta mais de um mês e menos de 142 dias para que Guterres se demitisse. VIVIA-SE o ano do "Orçamento do Queijo Limiano". Incrível. Já se foram 10 anos. Passaram a alta velocidade. Poucos se aperceberam, mas o mundo mudou, muito e de facto. Nessa altura já havia rating. Já havia ratingueiros. Ainda não se tinha entrado na fase da visibilidade e identificação pública dos ratingados, nova modalidade de seropositividade na circulação fiduciária, epidemia que alastrou tal como a então dita AIDS, mas que só agora reclama HELP. Até os mais saudáveis começam a estar ratingados. Ainda longe dos patamares da patologia oncológica económico-financeira. Mas as metástases são tantas, e em economias tão improváveis, que já se teme tudo e de tudo. NESSA ALTURA já havia rating. Já havia
ratingueiros. Ainda não se tinha entrado na fase da visibilidade e identificação pública dos ratingados, nova modalidade de seropositividade na circulação fiduciária, epidemia que alastrou tal como a então dita AIDS, mas que só agora reclama HELP. Até os mais saudáveis começam a estar ratingados. Ainda longe dos patamares da patologia oncológica económico-financeira. Mas as metástases são tantas, e em economias tão improváveis, que já se teme tudo e de tudo. O QUE CONTINUA opaco são os méto-
dos, os dados, a idade dos dados, os critérios, as técnicas utilizadas pelos ratingueiros. Os novos comandantes do mundo. Qual Zorro Negativo, desembainham a espada e vão cortando sob as vestes do Zorro que todos conhecemos. Os ratingueiros já evoluíram a ponto de anunciar hoje que admitem amanhã reduzir o rating de novo candidato a ratingado. Como se de gado se tratasse, anuncia-se hoje que amanhã estarão marcados com o ferro da ganadaria dos ratingueiros. E continuamos a ouvir, sem que ninguém ouse pronunciar em alta voz, "São os mercados, estúpidos". REGRESSA-SE a antigos métodos de divulgação da informação. Diz-se que a entidade "x" ou "y" está empestada, sem se saber de que peste padece, nem como lá chegou, e como pode e deve de lá sair, e mete-se a esmo, entidade após entidade, na "quarentena" (tipo Quaresma ou Ramadão), e os "assinalados" entram no isolamento infetocontagioso, iniciam o seu roteiro de exclusão. "São os mercados, estúpidos". Com comportamento de feira. Há boa moda medieval. Como as feiras e mercados medievais. SÓ QUE AS FEIRAS sempre foram a céu aberto. Por isso todo o mundo ouve, todo o mundo sabe, mas poucos entendem. Depois do iupismo, depois da engenharia financeira, depois dos derivados, depois dos ratingueiros, que mais nos pode acontecer? SIM, que o império do imaterial e do intangível aí está. Na era da informação vence o boato. Os Bórgia da finança estão aí, imperiando. Na era da fidúcia, cadê ela? HAJA CALMA : nunca nenhum país fechou por ir à falência. Se foi … apenas mudou de gerência.
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estádios
sociedade
VAZIOS MAS CHEIOS DE PROBLEMAS ALÉM DE CUSTAREM MILHARES DE EUROS ÀS AUTARQUIAS, OS ESTÁDIOS MUNICIPAIS DE LEIRIA E AVEIRO TÊM ORIGINADO, TAMBÉM, PROBLEMAS POLÍTICOS. COIMBRA, APESAR DE TAMBÉM PERDER ESPETADORES, CONSEGUE RESISTIR TEXTOS VASCO GARCIA
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CINQUENTA E QUATRO mil, novecentas e noventa e uma pessoas assistiram, na 21.ª jornada, ao Benfica-Marítimo, o jogo com mais espetadores da Liga 2010/2011. Só nesse dia, estiveram na Luz mais quase 20 mil adeptos do que aqueles que, durante toda a temporada, passaram pelo Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria: 36.751. Os números do estádio, remodelado por ocasião do Euro 2004 são arrasadores. Na época passada, houve cinco jogos com menos de mil almas nas bancadas:
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Nacional, V. Setúbal, Olhanense, V. Guimarães e Marítimo. No escalão maior do futebol português, apenas Rio Ave, Nacional, P. Ferreira e Naval conseguem a proeza de ter uma média de assistências pior do que a U. Leiria. Se os espetadores são poucos, os custos são muitíssimos. O Jornal de Notícias revelou, recentemente, que os estádios municipais construídos para o Campeonato da Europa custam 55 mil euros por dia às autarquias. Clube e câmara optaram, então, por posições extremas. Na im-
mil euros: valor que os estádios municipais custam às autarquias por dia
36.751
pessoas assistiram aos jogos da U. Leiria em casa na época passada
61.141
foi a assitência das partidas do Beira-Mar no Estádio Municipal de Aveiro 11AGOSTO 2011
possibilidade de pagar os 205 mil euros que deve à Leirisport, empresa municipal que gere o estádio, a U. Leiria preferiu negociar com a Câmara da Marinha Grande e mudou-se para a terra do vidro. Em contrapartida, o emblema leiriense compromete-se a criar três relvados sintéticos na Marinha Grande. Ainda assim, ficará mais barato do que pagar 17.500 euros (mais IVA) à Leirisport por cada jogo disputado no Dr. Magalhães Pessoa (os 15 jogos da Liga custavam 262.500).
Os estádios de Leiria e Aveiro estão quase sempre vazios. Coimbra (em cima) enche em grandes eventos, como a final da Taça da Liga
A medida será nova em Portugal, mas não é inédita. No Brasil, o Grémio Prudente mudou de casa duas vezes em pouco mais de um ano. Saiu de Barueri rumo a Presidente Prudente, onde teve a sua casa na temporada passada e regressou, em maio, à cidade de origem. A Câmara de Leiria desvaloriza, contudo, a "fuga" do clube. "Mal seria da cidade de Leiria se precisasse do União de Leiria, SAD para promover o seu nome", afirmou o vereador do Desporto da autarquia. "O União de Leiria,
SAD é uma empresa que não traz valor acrescentado à cidade. Não dá emprego, não produz mais-valias que fiquem em Leiria, não movimenta pessoas e atividade económica relevante", justificou António Martinho, em declarações ao jornal A Bola. O Dr. Magalhães Pessoa está agora à venda. A Assembleia Municipal de Leiria autorizou no dia 5 de julho a alienação de três de quatro frações da infraestrutura desportiva – parte do topo norte (área inacabada do estádio), estacionamento (450 lugares) e
o campo de futebol e respetivas bancadas. NÃO CAIU O ESTÁDIO MAS PODE CAIR A CÂMARA Se o estádio de Leiria está para venda, o de Aveiro esteve quase a ser demolido. A ideia foi abandonada mas os problemas não desapareceram. Mais uma vez, estão em questão os elevados custos de manutenção do recinto desportivo. O executivo, liderado pelo social-democrata Élio Maia, pretendia atribuir a gestão do estádio ao Beira-Mar, mas foi "traído"
pelos companheiros da coligação "Juntos por Aveiro". Os vereadores Miguel Fernandes (CDS) e Ana Vitória Neves (independente indicada pelo PSD) votaram contra a proposta de cedência do Estádio Municipal ao Beira-Mar – delineada e defendida pela própria coligação – e viram-lhes ser retirados os pelouros que vinham assumindo. Élio Maia está agora numa posição delicada, uma vez que fica apenas com quatro elementos com pelouros no executivo em funções. Há mesmo dúvidas se conseguirá levar o mandato até ao fim.
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sociedade
estádios
U2 atuaram em Coimbra em outubro de 2010
George Michael subiu ao palco em maio de 2007
CONCERTOS
No Estádio Cidade de Coimbra há mais do que futebol A ASSOCIAÇÃO Académica de
Rolling Stones, em setembro de 2003
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Coimbra também sofre com a diminuição do número de espetadores nas bancadas. Na época 2007/2008, o Estádio Cidade de Coimbra foi visitado por 103.087 adeptos de futebol. Em 2010/2011, esse número baixou para 68.929. Ainda assim, a Briosa tem a sexta melhor média de assistências da Liga, apenas superado pelos três grandes, Sp. Braga e V. Guimarães. No entanto, o recinto de Coimbra tem algumas particularidades que o diferenciam dos vizinhos de Leiria e Aveiro. Pelo facto de se encontrar dentro da cidade, é morada apetecível para várias empresas. À volta do estádio existem bares, restaurantes, óticas, farmácias, livrarias, clínicas de saúde… que ajudam a
fazer face às despesas inerentes ao uso do recinto desportivo. Além disso, a posição central da cidade no contexto do país tem permitido levar até Coimbra grandes espetáculos musicais. A (para muitos) melhor banda do mundo – os U2 – atuou na cidade dos estudantes em Outubro de 2010. Antes já tinham passado pelo relvado conimbricense nomes como Rolling Stones e George Michael. A nível desportivo, o anfiteatro conimbricense também tem sido palco de grandes desafios. A final da Taça da Liga de 2010, vista por quase 30 mil espetadores, é o mais recente exemplo. O acordo entre a Briosa e a Liga de Clubes prevê que o Cidade de Coimbra seja palco da final da prova em mais duas edições.
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68.929
foi a assistência da Académica na época 2010/2011
103.087 foi a assistência em 2007/2008
28.300
espetadores assistiram à final da Taça da Liga, entre Benfica e P. Ferreira
Góis oferece aventura A CAPITAL DO CEIRA É UM DESTINO INVEJÁVEL PARA QUEM PROCURA O CONTATO COM A NATUREZA, O TURISMO DE AVENTURA OU, APENAS, RELAXAR JUNTO A UMA PRAIA FLUVIAL OU NUMA ALDEIA DO XISTO TEXTOS MARCO ROQUE FOTOS PEDRO RAMOS
especial góis
Praia Fluvial Peneda
Um encontro com a CONHECER GÓIS é uma boa oportunidade
para marcar um encontro com a natureza. A região situa-se num vale que tem como elemento central o rio Ceira. As praias fluviais são o grande destaque, em particular a praia da Peneda ou das Canaveias. Se preferir uma versão mais "selvagem", tem que tentar a de Carcavelos ou a localizada na Cabreira. A oferta é variada, mas não se esgota aí. Para se aproveitar a sombra das árvores, nada como calcorrear um dos percursos pedestres que existem na região. Se quiser mais aventura, dê um salto aos Penedos de Góis, uma zona de excelência para escalada, trekking ou montanhismo. Tudo boas oportunidades para conhecer a rica biodiversidade da região. Quando for hora de descansar, porque não usufruir do alojamento nas Aldeias do Xisto ou do parque de campismo municipal? Se, no dia seguinte, já estiver cansado de tanta aventura, pode aproveitar para conhecer o património histórico da região, composto por vários núcleos museológicos. São oito espalhados pelo concelho, dedicados a manter a memória da história de Góis.
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3
1 - A Praia Fluvial Peneda é central na vila 2 - O rio Ceira oferece vários possibilidades de praticar desportos de aventura 3 - A aldeia da Pena é uma das quatro aldeias do Xisto de Góis 2
II
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isto & aquilo Chanfana
Concentração Motard
O prato tradicional de cabra é o grande destaque gastronómico da região. Imortalizada por vários autores, de Miguel Cervantes a Bocage, a chanfana é um elemento central nas romarias da vila e um dos pratos finalistas da competição das 7 Maravilhas Gastronómicas .
De 18 a 21 de agosto vai decorrer a 18.ª Concentração Mototurística de Góis, um dos eventos mais conhecidos da região. Todos os anos, milhares de aficionados do motociclismo deslocam-se à vila para trocar impressões e experiências. A parte musical do evento, o Góis Motorock, é definido pela organização como sendo "uma referência como alternativa aos festivais de rock de verão". Este ano estão confirmados nomes como Quinta do Bill, João Pedro Pais, Tara Perdida e Killer Queen.
Bolo Doce de Góis Com sabor muito característico, este bolo é semelhante ao folar, sendo bastante procurado nas pastelarias e padarias de Góis.
a natureza O CONCELHO de Góis tem de quatro aldeias
integradas na rede de Aldeias do Xisto: Comareira, Aigra Nova, Aigra Velha e Pena. Existe um percurso pedestre de cerca de nove quilómetros que permite conhecer todas estas aldeias de uma assentada. Um ponto digno de registo é a Fonte dos Bois, onde os pastores ainda levam os seus rebanhos. Perto da aldeia da Pena situa-se o Penedo da Abelha, uma zona ideal para escalada.
AS PRAIAS e a biodiversidade estão
intimamente ligadas no concelho de Góis. Se o apelo da Praia da Peneda passa também pela sua centralidade no concelho, até nesse local o verde domina as margens do Ceira. Mais longe das praias, é possível encontrar uma grande variedade ao nível da fauna e flora. Para além dos vários répteis e insetos, ainda é possível encontrar javalis. veados, raposas, águias e, até mesmo, lontras a nadar no rio.
"Aconselho o roteiro dos monumentos do centro histórico" FÁTIMA GONÇALVES, Técnica Superior Turismo CM Góis SORRIDENTE, Fátima Gonçalves explica a uma criança, no posto de turismo, que as cobras da região são um "bocadinho venenosas, mas não o suficiente para magoar a sério alguém". As "pessoas vêm, sobretudo, pela parte da natureza e da aventura", revela à C. Mas, se o grande apelo de Góis parece ser o turismo de natureza, não se pode esquecer o património histórico. "Para quem vem conhecer, primeiro aconselho o roteiro dos monumentos do centro histórico, num verdadeiro encontro com a nossa história ou os monumentos religiosos", refere a responsável, acrescentando que também será interessante "uma jornada às memórias de Góis, aos nossos núcleos museológicos ou o percurso pedestre das Aldeias do Xisto". Tudo intercalado com alguns mergulhos nas praias fluviais. Para o almoço, oportunidade de comer a célebre chanfana. Com tanto para ver, é normal que fique com dúvidas. Se assim for, "não hesite em recorrer ao atendimento personalizado, adequado às necessidades de cada turista que o posto de turismo oferece", sublinha Fátima Gonçalves.
III
especial góis
"O sucesso da região é também o de Góis" Quais são os benefícios de um certame como a FACIG para a região? A FACIG é inequivocamente um grande certame. Tem vindo a crescer, imprimindo uma nova dinâmica, mas precisa ainda de crescer mais. Góis, tendo um espaço físico privilegiado para realizar um certame desta natureza, tem que apostar ainda mais na inovação e na criatividade, o que passa por um maior investimento do município, que não tem que ser forçosamente financeiro, pode ser ao nível das parcerias com as entidades privadas e da partilha de responsabilidades. Registámos com muito agrado a valia do trabalho realizado na FACIG 2010 com o Góis Moto Clube e a ADIBER, sem esquecer outras entidades, que vamos reproduzir na edição de 2011. Podemos não ter grande densidade populacional, mas temos vindo a aumentar a nossa "densidade relacional". O trabalho em parceria custa menos e redobra nos resultados. A FACIG é um espaço aberto ao mundo empresarial, comercial e agrícola, que não se reduz a Góis, mas sim a toda a região. Tal como na candidatura às 7 Maravilhas Gastronómicas em que se unem quatro municípios em defesa da chanfana, estes certames não podem ser dirigidos única e exclusivamente a Góis, porquanto seria bastante redutor e inibidor de uma plena participação.O sucesso da região é também o sucesso de Góis. Parte desse sucesso deve-se também ao incentivo à criação de empresas na região? O Município de Góis há muito que pratica uma politica de incentivo à criação de empresas, seja através da isenção de impostos, seja através da disponibilização de terrenos em parques industriais assim como cedência de pavilhões para instalação de atividades industriais. Deve ser ressalvado o grande investimento
IV
que tem sido feito não só na criação de polos industriais mas também nas necessárias e indispensáveis infraestruturas. Recordamos o facto de este município contrair empréstimos bancários para aquisição de terrenos destinados exclusivamente à instalação de empresas. Porém, estes investimentos nem sempre são complementados com outros que cabem à administração central, o que constitui logo um constrangimento. Nenhuma empresa se fixa em territórios onde paira a ameaça constante do encerramento de serviços. Há que criar um ambiente de estabilidade, de confiança, que "contagie" as populações e que atraia outras. É possível fixar jovens no interior? A fixação passa em primeiro lugar pela vontade e disponibilidade dos próprios jovens. Hoje, parece-nos que há um outro paradigma diferente daquele que há muito vínhamos defendendo: o emprego fixa ou não fixa as pessoas? A oportunidade de se ter um posto de trabalho tem de ser transversal a outras oportunidades/ ofertas. Os territórios rurais não fixam gente se não existirem um conjunto de serviços públicos, tais como saúde e educação, entre muito outros, a par de uma atrativa oferta imobiliária, complementada com medidas de fixação que o próprio município pode instituir. A fixação de jovens obedece a medidas políticas estratégicas, que encare o jovem no seu todo e não apenas como o cidadão que procura emprego. Quais são os pontos fortes de Góis? A singularidade e autenticidade das populações e a forma resistente e determinada como encaram as vicissitudes do mundo rural. Para além do fator humano, é por todos reconhecido as potencialidades de Góis em termos de recursos naturais; hídricos; florestais; eólicos que geram riqueza, criam emprego, mas que têm
de ser complementarizados com outros investimentos, particularmente na área do Turismo, da Cultura e do Desporto. A aposta feita no 3.º setor, conhecido por Economia Social, é também um dos pontos fortes garantes do bem-estar e da qualidade de vida das pessoas, em particular dos mais idosos. A cultura de parceria que temos vindo a consolidar também deve ser encarada como ponto forte e estruturante para o desenvolvimento do concelho. Quais são os grandes objetivos que pretende cumprir até ao final do mandato? Estamos praticamente a meio do mandato. Tivemos em 2010 uma taxa de execução que nos orgulha, mas conscientes que muito há para fazer. De fato, foi o primeiro ano de mandato, realizámos obra prevista em plano e outra não prevista. E isso vem ao encontro daquilo que temos vindo a defender: o plano e orçamento municipais são documentos previsionais, dinâmicos e susceptíveis de alterações em função das reais necessidades. Há investimentos que são urgentes e prioritários e têm de ser concretizados até ao final do mandato. Em concreto a requalificação de toda a rede de abastecimento público de água na freguesia de Góis e na freguesia de Vila Nova do Ceira. A água é um bem essencial e as populações merecem o melhor. Pretendemos também concretizar algumas obras na área do saneamento básico, construir o Parque Municipal (instalações dirigidas ao Pessoal Externo), o Parque de Lazer de Cortes, concluir a Praia Fluvial de Alvares. Há outros investimentos programados para todas as freguesias do concelho e as opções passam e pelos meios financeiros que vierem a ser transferidos para o município até 2013. O município de Góis não está fora das medidas impostas pela troika, sem esquecer que há verbas comprometidas relativas às obras em curso.
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O futuro pertence àqueles que se preparam hoje, para ele, obrigando-nos a fazer mais, com menos, sendo este também um dos grandes desafios que nos anima e que em nada nos faz desistir
LURDES CASTANHEIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE GÓIS, ENALTECE A SINGULARIDADE DA POPULAÇÃO DO CONCELHO, NÃO VIRANDO A CARA ÀS DIFICULDADES QUE A CONJUNTURA ECONÓMICA APRESENTA AOS MUNICÍPIOS TEXTO MARCO ROQUE FOTOS PEDRO RAMOS
"Prevejo dificuldades acrescidas" Como vê o futuro? Essa é sem dúvida a questão que mais nos preocupa enquanto autarcas, pois a conjuntura nacional, bem como a internacional, que todos os dias entra nas nossas casas, mostra bem a instabilidade económica que nos assola, não deixando grande margem para prognósticos fiáveis a médio e longo prazo, obrigando-nos a assumir o pragmatismo como ponto de ordem. Reportando-me a Góis, pese embora o nosso otimismo e confiança no trabalho que estamos a desenvolver, prevejo naturalmente dificuldades, acrescidas mormente nos cortes orçamentais impostos aos municípios, o que aliado á crise social já instalada nos mais pobres, não nos pode deixar descansados, em momento algum. O que a economia nos tem mostrado até hoje é que as suas crises são cíclicas, tendo sido sempre encontrada uma saída, o que atesta bem das capacidades do nosso povo. O futuro pertence àqueles que se preparam hoje, para ele, obrigando-nos a fazer mais, com menos, sendo este também um dos grandes desafios que nos anima e que em nada nos faz desistir.A confiança é a base de um bom trabalho, mesmo em tempo de crise.
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especial góis
Dia 11
Dia 12
Pelas 15H00, o Colóquio "Inovação nos Territórios Rurais - Competitividade Empresarial, Marketing Territorial e Energias Renováveis", no Auditório da Casa do Artista, cria um espaço de reflexão antes do início do certame. Às 19H00 decorre a inauguração da FACIG. A Banda Função Públika anima a noite a partir das 22H30.
O Dia da Juventude inicia-se com a entrega de apoios aos estudantes do ensino secundário e superior do concelho, pelas 18H00. A noite promete ser das mais concorridas, uma vez que vai decorrer a grande final do concurso Canta Comigo, pelas 21H30, e a atuação de André Sardet, a partir das 23H30. Depois do concerto, espaço para música, com a Banda C.
Juventude e empreend COMEÇA HOJE a 19.ª edição da Feira Agrícola
Comercial e Industrial de Góis (FACIG), certame que vai decorrer até dia 15 de agosto. Com o rio Ceira a servir de imagem de fundo, o Parque de Lazer do Baião vai receber artesãos, comerciantes e industriais, bem como vários representantes de instituições do concelho. Os grandes nomes do cartaz das festividades são André Sardet e José Cid, que vai atuar no Dia do Município, a 13 de agosto. O Parque de Lazer do Baião vai também ser palco da final do Canta Comigo, o concurso de karaoke da Revista C. No entanto, a feira oferece muito mais do que concertos. O programa está recheado de atividades desportivas que vão tentar aproveitar da melhor forma os espaços naturais que a vila oferece, apresentando-se como uma oportunidade de captar a atenção dos mais jovens. Uma novidade deste ano é a inclusão, no recinto, de um Parque Aventura, onde se vai poder praticar paintball, escalda, tirolesa e rappel. Em destaque surge também o Festival de Folclore Beirão, que reúne ranchos da Pampilhosa da Serra, Figueira da Foz, Ribatejo, Alverca do Ribatejo e Vila Nova de Ceira. Mais uma vez, a entrada é livre pois "uma vez que dadas as circunstâncias económicas e financeiras do país, poderiam os interessados retrair-se à participação no certame", revela o município.
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No ano passado, Tony Carreira foi o grande nome do cartaz (em cima); Jovens e idosos, a FACIG tem espaço para todas as idades estarem representadas (ao lado)
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"Apesar do cenário que caracteriza o país, temos esperança" Qual é a importância do Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) de Góis, aprovado no final de julho? É um projeto complementar que vem dar sequência a um conjunto de intervenções que têm sido dinamizadas ao longo dos anos e que assume um cariz inovador. Introduz uma nova forma de promover a cação social, constituindo-se como um instrumento de política social que troca uma lógica assistencialista por uma lógica de aproveitamento do potencial endógeno dos territórios, no sentido de criar as melhores condições de vida das populações. Apostar na criação de emprego, em desenvolvimento económico que gere riqueza e rendimentos que levem a população a fixar-se nestes territórios É inovador no sentido de criar e definir quatro eixos de intervenção obrigatórios, um dos quais dedicados ao empreendedorismo e a empregabilidade. Mas também apostamos na capacitação das organizações e das instituições locais.
Contrato Local de Desenvolvimento Social de Góis O CLDS , que tem um período de execução de três anos, foi foi ratificado pela Câmara Municipal de Góis no passado dia 28 de julho e assenta em quatro eixos de intervenção (ver coluna ao lado). A ADIBER é a entidade coordenadora local do contrato no concelho, de modo a poder integrar o CLDS noutras medidas de apoio à região, como os fundos do PRODER. O contrato apresenta como grande objectivo a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, aumentando os índices de empregabilidade e combatendo a desertificação. Para além disso, apresenta uma aposta forte no combate à exclusão social, sob o título "Consolidar Laços Disseminar Oportunidades". O CLDS tem um orçamento de cerca de 524 mil euros.
VIII
Como se cria emprego na região? Queremos desenvolver o empreendedorismo de base local, através do apoio a micro e mini empresas, atuando a dois níveis: o empreendedorismo de necessidade, no qual a pessoa tem necessidade de criar o seu próprio emprego e, por outro lado, o de oportunidade: pegar nas oportunidades que estão disponíveis neste território e transformá-las num produto com valor de mercado e criar riqueza. Estimular e incentivar a população local, demonstrando-lhe que tem possibilidades e apoios para criarem a sua empresa e contribuírem para o desenvolvimento económico e social do concelho. Há algum projeto social que exemplifique estas políticas? Uma das atividades que pretendemos realizar é a instalação de um sistema domiciliário de apoio à distância para idosos. Um equipamento que permite estar em permanente contacto com uma associação de Góis, que lhe pode dar apoio imediato. Por um lado, estamos a quebrar o isolamento em que essas pessoas vivem, enquanto retardarmos a institucionalização de pessoas em Instituições Particulares de Solidariedade Social, ajudando também a dinamizar a actividade económica. Não podemos ter a aspiração de um grande desenvolvimento turístico se tivermos aqui um deserto despovoado. Ao darmos condições para os idosos para se manterem nas aldeias estamos a contribuir para o desenvolvimento económico. Qual é o aspecto mais forte de Góis? O setor que nos vem de imediato à cabeça é o turismo, devido à riqueza paisagística que o concelho tem, existe um potencial em bruto que devemos explorar. No entanto, temos de ver o turismo numa ótica mais alargada. Não só o lazer, mas também pensando no alojamento, restauração, património gastronómico, artesanato, investimento na floresta. O turismo é um setor âncora que pode alavancar todos esses subsetores e a partir daí criarmos o tal emprego, a riqueza que possa traduzir-se num território vivo, criativo e empreendedor. Como vê o futuro? Apesar do cenário que caracteriza o nosso país, nós temos esperança. Pessoalmente, continuo
MIGUEL VENTURA, presidente direção ADIBER – Associação Desenvolvimento Integrado da Beira Serra a acreditar no futuro destes territórios, somos otimistas, vamos conseguir ultrapassar as dificuldades. Se soubermos utilizar as riquezas que temos nestes territórios rurais, ajudamos o país a sair da situação em que está e a região a afirmar-se, demonstrando vida própria, Temos de passar uma mensagem de não-resignação perante as dificuldades que se vivem.
eixo 1
Emprego, Formação e Qualificação Intervenção nas àreas da empregabilidade e no apoio ao empreendedorismo.
eixo 2
Intervenção Familiar e Parental Desenvolvimento de acções de apoio à comunidade, às famílias e à população idosa, promovendo a inclusão.
eixo 3
Captação de Comunidade e Instituições Atividades de apoio à autoorganização dos habitantes e à dinâmica de movimentos associativos.
eixo 4
Informação e Acessibilidade Desenvolvimento de acções de formação e acções facilitadoras do acesso da população às TIC
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investigação head
cérebros
À descoberta do cimento ecológi LUÍS PEGADO ESTÁ A ESTUDAR NOVOS TIPOS DE CIMENTOS, MAIS AMIGOS DO AMBIENTE, PARA SER POSSÍVEL CONHECER E COMPREENDER AS SUAS PROPRIEDADES AO NÍVEL MOLECULAR E PODEREM SER USADOS NA PRÁTICA TEXTO E FOTO MARTA VARANDAS
NOS DIAS QUE correm já são
à lupa NOME
Luís Pegado DATA DE NASCIMENTO
13 de abril de 1982 NATURALIDADE
Coimbra
RESIDÊNCIA
Brugg (Suíça)
MÚSICA
Joy Division
conhecidos novos tipos de cimentos, considerados mais amigos do ambiente por terem potencial para reduzir em grande parte e até eliminar a quantidade de Dióxido de Carbono (CO2) resultante da sua produção. Contudo, ainda se sabe muito pouco sobre este tipo de materiais. O conimbricense Luís Pegado, investigador do Paul Scherrer Institut (PSI), na Suíça, está a desenvolver
LIVRO DE ELEIÇÃO
"Os Maias", de Eça de Queirós
PRATO PREDILETO
Cozido à Portuguesa HÓBIS
Ler e praticar desporto VÍCIOS
"Saber coisas" e a praia PORTO DE ABRIGO
Figueira da Foz 36
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investigação para compreender as propriedades destes cimentos ao nível molecular, "porque estas informações são indispensáveis para que estes novos materiais se possam começar a usar na prática. É esta a nossa esperança e o nosso desejo", explica à C. Licenciado em Química pela Universidade de Coimbra e com especialização no ramo de Química-Física, mais concretamente em simulações computacionais, Luís Pegado, 29 anos, após concluir o doutoramento na Suécia está agora na Suíça a trabalhar no projeto de pós-doutoramento que começou a 1 de novembro de 2010. "Estou a
ciência & tecnologia Matemática une jovens à CPLP AS PRIMEIRAS Olimpíadas de Ma-
gico
Tobermorite, um dos minerais de referência em modelos de cimento
temática da Lusofonia, realizadas em Coimbra, conseguiram aproximar jovens da CPLP e estimular o gosto pela matemática. Dois objetivos alcançados numa iniciativa que Nuno Crato diz ter futuro. "São competições que vão alastrar o gosto pela matemática e pelo conhecimento a muitos jovens", afirmou o ministro da Educação e Ciência. As próximas Olimpíadas de Matemática da Lusofonia estão marcadas para 2012, no Brasil.
UC já tem roteiro turístico em braille aplicar métodos de simulação computacional ao estudo do cimento. São técnicas muito adequadas que nos permitem 'ver' e compreender o que se passa ao nível molecular", refere Luís Pegado. A produção de cimento é responsável por mais de cinco por cento da produção de CO2 em todo o mundo. Os cimentos novos, em particular os que usam em parte restos de outras indústrias como a do aço ou da combustão de carvão podem ajudar a reduzir ou até eliminar a produção de CO2. "No entanto, a sua aplicação está ainda muito limitada, porque ao contrário do que se passa no caso dos cimentos tradicionais, investigados há dezenas de anos, ainda se sabe muito pouco sobre este tipo de materiais, logo a começar ao nível fundamental", revela o investigador. "Os novos cimentos têm composição química diferente dos tradicionais, com mais silício e menos cálcio, além de incorporarem alumínio, o que afeta o seu comportamento sob diversos pontos de vista", assegura Luís Pegado, sublinhando que é este o estudo que tem de ser feito e no qual está a centrar o seu trabalho de investigação. O projeto – que está a ser desenvolvido em colaboração com outros parceiros, nomeadamente o EMPA (Suíça), a EPFL (Lausanne) e a Universidade de Borgonha (Dijon), que realizam experiências complementares às simulações levadas a cabo no PSI e em Dijon – tem a duração de três anos e o objetivo é conhecer os cimentos novos, "verdes", a nível
fundamental e molecular. "Os estudos de simulação computacional tanto podem ajudar outras pessoas a interpretar as suas experiências, como beneficiar dos conhecimentos que vêm de certo tipo de experiências, ou até permitir a comparação direta com experiências numa grande possibilidade de sinergias", refere. De forma mais detalhada, Luís Pegado explica que a investigação que lhe compete no projeto diz respeito à incorporação de alumínio no cimento, ao nível molecular e à forma como esta afeta em particular a adsorção (processo pelo qual moléculas ou iões de um fluído são atraídos ou retidos numa superfície sólida) de iões pelos materiais. "Em geral, incorporação e adsorção de iões nestes materiais são propriedades fundamentais que afetam todo o seu comportamento e que têm de ser estudadas e conhecidas", defende Luís Pegado. Através das simulações computacionais o investigador vai desenvolver modelos que descrevem as interações de diferentes iões com as superfícies, ao nível microscópico, dos materiais (cimentos), "que possuem uma grande área superficial. As propriedades destas interfaces em geral são propriedades fundamentais", diz o investigador, que acrescentou: "propriedades fundamentais, investigadas ao nível fundamental, são aquelas que em última análise têm a chave para a compreensão dos materiais como um todo e do seu comportamento".
OS INVISUAIS que a partir de ago-
ra visitem a Universidade de Coimbra têm ao dispor o circuito turístico em braille. Produzido pelo Gabinete de Apoio a Necessidades Educativas Especiais, o Roteiro Turístico da UC em braille assume formato A5 e está disponível em português e inglês. Todos os anos visitam o Paço das Escolas cerca de 500 mil turistas de diversas proveniências.
Envelhecimento é tema de curso NOS DIAS 15 e 16 de setembro
decorre no auditório dos HUC o IX Curso Pós-Graduado sobre Envelhecimento - Geriatria Prática, organizado pelo Serviço de Medicina Interna dos HUC e pela Unidade Curricular de Geriatria da Faculdade de Medicina da UC. A abertura vai ficar a cargo de Manuel Teixeira Veríssimo.
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empresário de sucesso
OS PRODUTOS DA ADEGA COOPERATIVA DE CA LAR PRÉMIOS NOS CONCURSOS INTERNACION DOS CONSUMIDORES É O PRINCIPAL DESAFIO T
Consumido é que dita as A APOSTA na qualidade e a preservação das castas tradicionais da Bairrada, afirma Vítor Damião, não impedem a Adega Cooperativa de Cantanhede de produzir vinhos "mais ao gosto do consumidor atual". O desafio é permanente, acrescenta o presidente da direção, pelo que a adega está a tentar corresponder às solicitações dos consumidores, mas sem abdicar de produzir os típicos vinhos da Bairrada. O desafio das grandes superfícies continua na ordem do dia, pelo que é necessário produzir "vinhos comercializáveis" e que conquistem quota de mercado neste setor, já que, explica, "é nas grandes superfícies que ser vendem 85 por cento dos vinhos do mercado nacional". Com a situação económica a pressionar os consumidores, a relação preço/qualidade é muitas vezes esquecida, obrigando os produtores a esforços redobrados em várias áreas. O marketing é uma delas e o patrocínio da Expofacic surge "naturalmente", pois "uma das grandes instituições do concelho [a Adega Cooperativa de Cantanhede] não podia ficar indiferente a um certame de dimensão nacional". Por outro lado, acrescenta Vítor Damião, "a Expofacic é uma excelente montra para os nossos produtos e este ano, por sugestão do presidente da câmara, João Moura, decidimos comercializar nas tasquinhas vinhos de grande qualidade – vinhos DOC –, com exceção do vinho frizante, o Montarro, que as pessoas solicitam habitualmente". O preço "acessível" foi um argumento essencial ao êxito da iniciativa que deu a provar "a qualidade" dos vinhos da Adega Cooperativa de Cantanhede aos
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VA DE CANTANHEDE CONTINUAM A ACUMURNACIONAIS. PRODUZIR VINHOS "AO GOSTO" DESAFIO TEXTO E FOTO MÁRIO NICOLAU
idor as regras milhares de visitantes da Expofacic. "É uma boa montra quer a nível regional, quer a nivel nacional. A aposta na qualidade a um preço atrativo justifica-se plenamente, já que as pessoas ficaram com uma ideia diferente para melhor dos vinhos de Cantanhede e da própria gastronomia", sublinha. "FAZEMOS O MELHOR VINHO POSSÍVEL" Apesar dos subsídios da União Europeia para o arranque da vinha, a campanha de 2010, considera o dirigente, "foi muito interessante e mesmo com menos umas centenas de hectares de vinha, recebemos mais 25 por cento de uvas, ou seja seis milhões de quilos de uva". As alterações no enquadramento regional da economia e a menor facilidade na comercialização do vinho caseiro são dois motivos razoáveis para este aumento, mas Vítor Damião não vai, para já, "além das hipóteses", preferindo destacar a atitude da adega num momento complicado para os produtores. "Funcionamos com um porto de abrigo e estamos disponíveis para receber todas as uvas, fazer delas o melhor vinho possível e vende-lo, de modo a compensarmos os associados pelo trabalho nas vinhas", afirma.
a empresa Adega Cooperativa de Cantanhede, C.R.L. Morada: Rua Eng. Amaro da Costa, N.º 117 3060-170 Cantanhede Bairrada - Portugal Contacto: +351 231 419 540 Fax: +351 231 420 768 Mail: geral@cantanhede.com
Espumante branco feito de uva tinta é êxito internacional CRIADA EM 1979, a região demarcada da Bairrada atravessou "algumas dificuldades", mas, neste momento, está numa fase ascendente e procura uma quota de mercado "mais condizente com a qualidade dos vinhos". Com condições únicas, a região, explica Vítor Damião, "preocupa-se em produzir vinhos que agradem à maioria dos consumidores e outros mais clássicos e que têm um núcleo de consumidores". Com a marca "bandeira" (Marquês de Marialva) em grande forma nos concursos internacionais, a Adega Cooperativa de Cantanhede lançou na Expofacic 2011 o Colheita Selecionada 2008, tinto, e 2010, branco, "ao gosto do consumidor atual, com uma rotulagem mais moderna, mas mantendo alguns elementos característicos, como o brasão".
No capítulo dos espumantes, o baga branco, mas feito de uva tinta, é um caso de sucesso: esgotou em seis meses a produção 20 07 e, há dois meses, a produção de 2008 conquistou a medalha de ouro no Concurso Internacional de Berlim. "É muito bom sinal e demonstra toda a excelência dos vinhos da Adega Cooperativa de Cantanhede", conclui.
marketeer
"Não jantava com um executivo da Moody's"
dinheiro
RUI ARNAUD É DIRETOR DE PRODUÇÃO E COMUNICAÇÃO NA ARNAUD INDÚSTRIA GRÁFICA Qual foi o seu primeiro emprego? Diretor de produção na Arnaud Gráfica Como gastou o primeiro ordenado? Para além de pagar umas cervejas aos amigos, comprei equipamento para a minha bicicleta. Um sonho… Tornar a Arnaud Gráfica empresa líder na sua área de negócio, na região Centro. O que não suporta? Hipocrisia e preguiça. Um vício que não equaciona deixar… A minha mulher! E que marca não dispensa? Apple, sou viciado, por culpa do meu pai. Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? "This is war", dos 30 Seconds to Mars Com quem não jantava? Qualquer executivo da Moody's. É inacreditável o que nos estão a fazer. Último livro lido, cd ouvido, filme visto? "Perfume", de Patrick Suskind; 30 Seconds to Mars; "A Ressaca 2", (feliz e infelizmente, devido ao volume de trabalho não tenho muito tempo para ler ou ir ao cinema). Lema de vida? Ver o copo meio cheio em vez de meio vazio e levar a vida a sorrir.
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conversa de
quiosque
Papelaria dos Olivais Rua Capitão Luís Gonzaga, n.º 5, Coimbra - 239 716 792
A Papelaria dos Olivais é já uma referência na maior freguesia de Coimbra. Há cerca de 30 anos que Maria de Fátima Ramos lá está, junto ao Pavilhão do Olivais Futebol Clube, a vender de tudo um pouco: jornais, revistas, tabaco, artigos de papelaria, senhas para os
transportes públicos... O registo do Totobola, Totoloto e Euromilhões é outro dos serviços prestados pelo estabelecimento. A proprietária admite que o negócio já teve melhores dias mas não é isso que lhe tira a boa disposição, como, aliás, se pode constatar na fotografia ao lado.
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mercado Fiat 500 distinguido O FIAT 500 ganhou o "Compasso d'Oro ADI", o mais antigo e prestigiado prémio europeu de design, atribuído por um júri internacional composto por especialistas do setor. Distinguido com as "5 estrelas EuroNCAP" e com 40 prémios a nível mundial, o modelo 500 tem demonstrado, desde o lançamento em Julho de 2007, que não é apenas o "supercompacto" do segmento dos city cars, mas sim "a referência" para a revolução em curso na Fiat Automobiles.
“107 Experience” no YouTube CITADINO,divertido, e destinado a clientes
de espírito jovem, o Peugeot 107 é o alvo da campanha mundial na Internet promovida pela marca francesa e dirigida aos jovens, através de um dispositivo digital interativo e original, baseado em quatro filmes personalizáveis. O canal YouTube http://www. youtube.com/107experience transmite os vídeos personalizáveis, e, ao visualizá-los, o internauta verá surgir o seu nome, a sua fotografia e mesmo os comentários dos seus amigos do Facebook. O internauta pode escolher entre quatro universos de emoções: “Vip”, “Share”, “Glam” ou “Fun
quinta a fundo O Opel Astra GTC chega ao mercado em outubro e foi pensado para proporcionar emoções fortes aos condutores. O visual agressivo e a dinâmica apurada são dois dos trunfos do novo modelo O novo BMW M5 estará à venda em Portugal depois do Verão com um motor V8 e 560 cv. A velocidade está limitada a 250 km/h. 42
topo de gama A "APERITIVO" em Torres Vedras, numa ação da Toyota sobre os automóveis do futuro, recomendava um contacto mais a sério com o híbrido elétrico da marca nipónica, o que acabou por acontecer na passada semana por cortesia da Caetano Auto (Centro). Este Prius "especial" é muito solicitado para testes, o que não admira, já que além de uma verdadeira "montra" tecnológica demonstra que os PHEV, sigla para híbrido elétrico plug-in, são a alternativa ideal e, acima de tudo realista, para o aumento dos preços dos combustíveis. Na prática, um híbrido elétrico plug-in é um híbrido cuja bateria pode ser recarregada a partir de tomadas elétricas convencionais. A tecnologia dos sistemas híbridos Toyota, que surge na marca premium Lexus em todo o seu explendor, está presente no Prius, garantindo utilização em curtas distâncias como um veículo... 100 por cento elétrico. Além do silêncio e da ausência de emissões de CO2, o condutor disciplinado na utilização do acelerador consegue defender a carteira: o percurso Lousã-Coimbra, por exemplo, é realizado sem recorrer ao motor a gasolina. Já nas longas distâncias, o Prius híbrido elétrico plug-in funciona como um híbrido convencional proporcionando todas as vantagens de um "puro híbrido”: baixas emissões, baixo consumo de combustível e excelente performance. A partir da terceira geração do Prius, a Toyota criou um automóvel equipado com baterias de lítio, emitindo apenas 59 g/km de CO2 no ciclo combinado (Europeu), que se recarregam em apenas uma hora e meia numa tomada convencional (230 V). A autonomia é de 20 quilómetros (até 100 km/h) de condução com zero emissões
Novo Classe B apresentado em Frankfurt A MERCEDES-BENZ agendou a apresentação do novo Classe B para o Salão Automóvel de Frankfurt, a realizar em setembro, marcando para o próximo outono a introdução no mercado do novo modelo. Segundo a marca, o Classe B possui um coeficiente aerodinâmico (cx) de 0,26, mas que poderá chegar aos 0,24, com a inclusão do opcional Pack Tecnológico ECO. Estreia, ainda, uma gama de motores a gasolina de quatro cilindros e injeção direta, ambos com 1,6 litros.
de CO2 e NOX e com o desempenho do Prius convencional. Mas com uma diferença substancial: no modo elétrico, a versão normal garante apenas dois quilómetros de autonomia e a baixa velocidade. Neste momento, o nosso país integra o programa mundial de testes da Toyota, com cinco unidades de Prius híbridos eléctricos plug-in (PHEV, de modo a melhorar a tecnologia do modelo. Introduzir no mercado uma proposta de mobilidade adequada ao utilizador é o objetivo do programa. Segundo a marca nipónica não há uma só solução, mas sim diferentes tipos de veículos que satisfa-
Prius do f
Híbrido elétrico plug-in
fotolegenda
O Novo Renault Twingo é o primeiro modelo de produção em série inspirado na nova identidade de design da marca francesa. A face dianteira reflete especificamente a renovação de estilo. No capô, o logótipo é agora de maiores dimensões e localizado verticalmente. Tal como na primeira geração, o novo Twingo conserva a tradição de um face dianteira expressiva e cativante. O novo Twingo será apresentado por Carlos Tavares, diretor-geral delegado para as operações da Renault, a 13 de Setembro no Salão de Frankfurt.
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OS TESTES decorrem até 2013 no nosso país, mas aToyota pretende disponibilizar esta tecnologia em 2012 à escala global, não revelando, para já, a data do início da comercialização em Portugal.
zem diferentes necessidades e propósitos. A tecnologia Hybrid Synergy Drive é a plataforma do futuro, com os veículos elétricos a servirem distâncias curtas e os híbridos eléctricos plug-in (PHEV) e os FCHV (movidos a hidrogénio) indicados para viagens mais longas. No ensaio realizado pela C, o Prius híbrido elétrico plug-in passou com distinção, satisfazendo plenamente em todos os capítulos. Só foi pena ter de o devolver à Caetano Auto (Centro)... MN
O PHEV combina e expande o modo elétrico de zero emissões com a capacidade de fazer longas distâncias, ao poder ser recarregado em tomadas elétricas externas em menos de duas horas.
o futuro
ug-in da Toyota
CAETANO AUTO (CENTRO) Rua Entre Vinhas 1 - Eiras 3020-171, Coimbra Tel: 239433900 Fax: 239433938 E-mail: geral-coimbra@caetanoauto.pt
MAZDA CX-5 EM SETEMBRO O NOVO CX-5 é a arma da Mazda para concorrer no segmento que o campeão de vendas Nis-
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san Qashqai tornou apetecível. O bloco a gasolina 2.0 SKYACTIV-G – com elevada taxa de compressão (14:1) - e o SKYACTIV-D 2.2 diesel - constam do leque de motorizações do novo Mazda CX-5, o primeiro modelo da marca a recorrer à tecnologia Skyactiv. Segundo a marca, através da Skyactiv, é possível reduzir o peso dos veículos e melhorar a eficiência geral dos componentes, aumentando de 40 para 60 por cento a utilização de aço de alta resistência e usando soldadura por cordão num maior número de peças.
dinheiro
turismo
AUMENTAR o número de visitantes à região é o grande objetivo do Festival Serra da Estrela, que vai decorrer, de 25 a 27 de agosto, no Skiparque de Manteigas. O evento, que envolve custos rondando os 250 mil euros, contará com Gabriel O Pensador e os grupos Virgem Suta e Oquestrada como cabeças de cartaz, mas pelo recinto do festival de música de verão também vão passar as bandas Sean Riley & The Slowriders, Teratron, Kumpania Algazarra e Freddy Locks. O passe de três dias, sem atividades radicais, custa 35 euros (adquirido nas bilheteiras) ou 30 euros (venda antecipada) e o passe de um dia, 15 euros. Após uma ausência de dois anos, o evento, anteriormente realizado em Valhelhas (Guarda), volta ao panorama dos festivais nacionais, com nova localização, agora junto do rio Zêzere. São esperadas cerca de oito a nove mil pessoas nos três dias de realização.
Baja todo-o-terreno nos concelhos de Oleiros e Proença- a- Nova O percurso fica em segredo até à véspera da prova, mas os trilhos em que irá decorrer a Baja TT Proença-Oleiros já estão definidos. A 3 e 4 de setembro, a velocidade e a emoção do desporto motorizado estão de volta aos dois concelhos, numa prova integrada no Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno (auto) e Campeonatos Nacionais de Todo-o-Terreno (moto-quad-buggy). Para assegurar o acesso do público, serão previamente divulgadas as "zonas espetáculo" em que será possível assistir à corrida com todas as condições de segurança.
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PEDRO RAMOS
Festival de música no Skiparque de Manteigas
Skimboard entusiasmou Quiaios
O dia esteve excelente, a ondulação ótima, o público acorreu em grande número, os praticantes entusiasmaram a multidão. Quiaios entrou na "moda" do skimboard.
DE MANHÃ eram centenas, à tarde mais de um milhar de pessoas a assistir, entusiasmadas, ao encontro de praticantes de skimboard que a loja Lima Limão organizou, domingo passado, durante todo o dia, em Quiaios, em parceria com a Cira Skimboards e a junta de freguesia. "As nossas expetativas foram largamente ultrapassadas", confessou Pedro Bento, um dos responsáveis da organização, à revista C. Em seu entender, ficaram criadas as condições para que, já no próximo ano, aquela praia possa ser integrada no circuto nacional da modalidade. A enfrentar as ondas, com as suas pranchas, estiveram mais de duas dezenas de skimboarders, na sua maior parte de fora da região e, entre eles, até alguns estrangeiros. Entre a multidão, destacava-se a juventude, que criou, na praia, um ambiente fantástico. Os patrocinadores, é claro, também ajudaram, com a grande quantidade de material promocional com que participaram no encontro. "Abriu-se, com este evento, uma janela de visibilidade para Quiaios, onde, a não ser também o recente torneio de vólei, há anos, praticamente, nada se passava", sublinha Pedro Bento. Refira-se que o skimboard, mistura de surf e skateboard, aproveitando as ondas que quebram à beira da praia, tem vindo a captar um número crescente de praticantes no nosso país.
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SERRA DA ESTRELA
Pousada no ex-sanatório
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O EX-SANATÓRIO DA SERRA DA ESTRELA está a ser transformado em Pousada de Portugal. O edifício, que se encontrava abandonado, nas Penhas da Saúde, a 1.200 metros de altitude, há muitos anos, era uma obra emblemática da arquitetura no nosso país, assinada por Cottinelli Telmo nos anos 20, e que agora foi remodelada por Souto de Moura. As obras, adjudicadas pela Enatur à empresa Soares da Costa e orçadas em cerca de 13 milhões de
euros, iniciaram-se, no princípio do ano, com algumas demolições, a que se seguiram, finalmente, na primavera, os trabalhos de requalificação do imóvel e sua adaptação a unidade hoteleira. A futura pousada terá 90 quartos, mais dos que estavam inicialmente previstos, o que obrigou o arquiteto Souto Moura a rever o projeto original, e abrirá cerca de 40 novos postos de trabalho. A inauguração está prevista para o início de 2013.
dinheiro
turismo
Penamacor abriu museu e miradouro na torre de menagem A CÂMARA MUNICIPAL de Penamacor requalificou a torre de menagem da vila, abrindo-a como miradouro e espaço museológico. O investimento permitiu a instalação de painéis informativos sobre a evolução histórica do concelho, uma maqueta sobre a antiga fortificação e uma montra que reúne alguns dos objetos descobertos nas escavações arqueológicas realizadas nos últimos anos. No cimo do monumento encontra-se um miradouro equipado com painéis informativos e uma luneta, que proporciona uma vista de 360 graus. No alto é possível observar Espanha, a aldeia histórica de Monsanto, Castelo Branco e as serras da Gardunha, Estrela e da Malcata. A requalificação do espaço foi feita recorrendo a funcionários da Câmara Municipal de Penamacor e com um investimento de apenas 10 mil euros. A torre abre duas vezes por dia para visitas, às 11H00 e 15H00, podendo abrir mais vezes com marcação prévia e grupos que o justifiquem. Durante o mês de agosto a visita é gratuita e depois disso será cobrado um preço simbólico, que ainda não se encontra definido. Nos últimos anos, a autarquia reabilitou e transformou em posto de turismo a antiga casa da câmara, recuperando ainda a torre do relógio e o mecanismo do mesmo. Ao mesmo tempo, patrocinou escavações arqueológicas que permitiram delinear a muralha, da qual restam apenas alguns vestígios. Um dos golpes que a zona sofreu ao longo dos últimos séculos aconteceu em 1739, quando um raio atingiu o paiol junto à torre de menagem. A explosão destruiu as construções em redor e, segundo relatos da época, deslocou a torre em dois palmos, sem que no entanto esta tivesse ruído até hoje. Na base do monumento são ainda visíveis as brechas, que estão agora identificadas.
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REGRESSO AO PASSADO
Cortejos régios e feiras medievais AS FEIRAS medievais com taberneiros, cavaleiros e malabaristas de fogo estão na moda e multiplicaram-se nos últimos anos um pouco por todo o país. Só entre junho e setembro deste ano realizam-se pelo menos 50 em Portugal. Maioritariamente grátis, estes certames pretendem fazer um "regresso ao passado" e mostrar como eram os usos e costumes no tempo das cortes e dos nobres, sem esquecer o povo de então. Jogos tradicionais, torneios a cavalo, tabernas e saltimbancos, cortejos régios e ceias medievais são algumas das atividades que se podem encontrar nos eventos, que oferecem variadas recriações teatrais. Este mês, na região Centro, o público poderá conviver lado a lado
com a nobreza ou o clero em Leiria e Belmonte (dias 12 a 15 de agosto) e Almeida (26 a 28). Pelo menos 20 concelhos, entre os quais Coimbra, Oleiros, Aveiro e Tondela, recriaram o tempo dos reis e dos guerreiros em junho. Em julho, foi a vez de Lamego, Óbidos e Santa Maria da Feira recriarem a época medieval. Um dos eventos mais afamados, em Santa Maria da Feira, que é também um dos poucos do género com entrada paga (dois euros por uma pulseira válida para 10 dias) decorreu entre 28 de julho e 7 de agosto, com os acontecimentos e as personagens que mais contribuíram para a afirmação do poder régio de D. Afonso Henriques e para a concretização da independência de Portugal a servir de mote.
FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO
"Uma visita que marca" A VILA DE FIGUEIRA de Castelo Rodrigo oferece entre hoje e a próxima segunda-feira, dia 15 de agosto, uma mostra de produtos do concelho, tendo em vista divulgar aquilo que de melhor se faz localmente. Nesta primeira Figueira Promove, instalada no recém inaugurado edifício do mercado municipal, apenas estão representados os produtores do concelho, dando-lhes assim a oportunidade de promoverem a excelência dos produtos endógenos, com destaque, entre outros, para o vinho, os doces, o pão, a amêndoa, o azeite, o mel, os enchidos, os queijos e os licores variados, com grande peso na economia da região. Atendendo, por outro lado, ao facto de atualmente se encontrarem muitos emigrantes de férias no concelho,
a autarquia elaborou um programa de animação à volta do evento, com actividades diversas, como espectáculos musicais, desportos radicais, uma dance party e as já tradicionais e concorridas tasquinhas. O slogan anda no ar: Figueira de Castelo Rodrigo é "uma visita que marca".
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Lícia Correia
Beatriz Batista
Micaela Morais
Muito público a apoiar as vozes de Montemor-o-Velho
CANTA COMIGO Miguel Ângelo
MONTEMOR-O-VELHO
ESCOLHEU MAIS 5 SEMIFINALISTAS... O LARGO frente à câmara municipal de Montemor-o-Velho foi palco de mais uma eliminatória do concurso Canta Comigo, passatempo através do qual a revista C procura encontrar a melhor voz do distrito. A grande festa que revela talentos contou com uma dezena de concorrentes e cinco passaram, como manda o regulamento, à fase seguinte. A noite foi animada pela Banda C ( banda Ministério) e pela arte mágica de Telmo Melo.
O júri da eliminatória foi composto por Filipe Domingues, Conceição Reis, Luís Figueiredo, Abel Girão e Cátia Montemor
João Roxo
SEMIFINALISTAS DE MONTEMOR-O-VELHO
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Fátima Rama
Margarida Fernandes
Catarina Silva
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Joana Mendes
Luís Melo
Casas de Melo (à direita) foi desafiado pelo mágico Telmo Melo
Raquel Nobre
Ana Dinis, Ricardo Dias, Luís Figueiredo, Augusto Mesquita e Casas de Melo foram os membros do júri da eliminatória de Cantanhede
CANTA COMIGO
GRANDE NOITE DE FESTA NA PRAIA DA TOCHA A PRAIA DA TOCHA foi o local
Carina Fonseca
Enchente no recinto das Marchas...
escolhido para a eliminatória de Cantanhede do Canta Comigo. Grande noite de festa, com muita gente a apoiar as vozes da Gândara. Os concorrentes encantaram os muitos presentes. Amanhã só um(a) estará a representar Cantanhede na Grande Final em Góis!
Maria Figueiredo
SEMIFINALISTAS DE CANTANHEDE
David Paciência
Inês Moreira
Maria Dias
Catarina Carvalho
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NOITES BEM "BIBAS" NA FIGUEIRA DA FOZ
COSTUMA dizer-se que, no verão, Coimbra se muda para a Figueira da Foz. Quem visitou o NB Club Figueira esta semana não se atreve a desmentir esta expressão. O destaque vai para a brilhante e animada atuação de Miguel Rendeiro, que levou os presentes ao rubro. Os vestidos de verão foram a norma, sempre devidamente acompanhados das frescas caipirinhas. Quem visitou o espaço de diversão não resistiu a ficar mesmo até ao fim. É caso para dizer que, com tanta animação e caras bonitas, o NB Club é a paragem obrigatória desta estação.
A moda dos trapos reciclados A FREGUESIA de Castelo Branco realizou, pela quinta vez consecutiva, o desfile de moda Reciclagem & Trapologia, que atraiu milhares de pessoas. Face ao sucesso do evento, e sempre com a objetivo de chamar a atenção das pessoas para os problemas do ambiente, todos os fatos presentes no desfile estão agora expostos no Forum Castelo Branco, onde têm sido deveras apreciados e elogiados.
Jorge Neves, presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco
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A PRAIA de Quiaios foi invadida por uma autêntica multidão de visitantes oriundos das mais variadas paragens para assistirem ao encontro de skimboard ali realizado no último domingo. Há muito que não se assistia por lá a um evento social que suscitasse tanto interesse e atraísse tanta gente. Face ao sucesso alcançado, tudo aponta para que Quiaios possa receber, já no próximo ano, uma etapa do circuito nacional de skimboard. A espetacularidade da modalidade e o entusiasmo que habitualmente suscita entre quem segue as provas são imagens que promovem marcas e atraem turistas.
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QUIAIOS ATRAI "SOCIEDADE" DO SKIMBOARD
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REGIÃO CENTRO
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escapadelas
10 CASTELOS ALTIVOS E FASCINANTES
A REGIÃO CENTRO DE PORTUGAL DISPÕE DE UMA VASTA CORDA DE CASTELOS MEDIEVAIS, A TESTEMUNHAR A NOSSA "MARCA" COMO POVO SOBERANO E A RECORDAR-NOS DUELOS, BATALHAS E CONQUISTAS, AMORES FRUSTRADOS E ÓDIOS NUNCA ESQUECIDOS. 1 CELORICO DA BEIRA
chegando mesmo a ser feita a sua venda para lhe retirarem a pedra. Em 1923, durante a I República, foi classificado de monumento nacional, começando em 1924 a ser reparado, beneficiando obras de conservação até 1940. 2 LINHARES DA BEIRA
Modernamente restaurado e em parte reconstruído, o vetusto castelo de Celorico da Beira mantém, ainda assim, a primitiva traça: uma extensa e angulosa muralha, com torreões defensivos e uma fortíssima torre. Situado a uns dez quilómetros ao norte do de Linhares e a uns dezoito ao sul do de Trancoso, teve uma natural ligação com esses castelos, em vários eventos políticos e militares ocorridos na região, no decurso da Idade Média. A lealdade da sua guarnição a D. Sancho II ficou lendária. Em 1835 o castelo correu o risco de ser totalmente destruído,
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castelo, posteriormente reconstruído por D. Dinis, sendo dessa reconstrução tudo quanto, já em parte arruinado, perdurava nos nossos dias, quando a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais empreendeu o seu cuidadoso restauro. Dispõe de uma portentosa torre de menagem e dois lanços de muralha a cercar um amplo terreiro de forma vagamente trapezoidal, que foi certamente assento da primitiva povoação e palco de grandes recontros bélicos. 3 LOUSÃ
A povoação dos contrafortes do Mondego terá ganho importância, nos primeiros anos da era cristã, por se encontrar à beira da estrada militar romana, que, então, ligava Conímbriga ao nó rodoviário da Guarda. Não admira, por isso, que tenha sido fortificada com um
O castelo da Lousã, ou de Arouce, como foi primitivamente designado, lá continua, al-
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taneiro, com a sua pitoresca torre moira, a evocar o passado de uma terra que, contrariamente, afinal, ao que poderá pensar-se, ao olhar para aquelas ameias e seteiras, foi sempre de gentes pacíficas, sem quaisquer tradições de guerra. A fortaleza, restaurada nos anos 40 do século passado, pela Direcção dos Monumentos Nacionais, está rodeada, aliás, por uma série de ermidas, a mais antiga das quais, a de São João, datando possivelmente do século XV.
guns amigos, de curar os males feitos a essas simples mas prestigiosas ruínas. 6 MONTEMOR-O-VELHO
mais interessantes de Portugal. D. Dinis construiu-lhe a torre de menagemm mas perdidaa relevância militar, foi decaindo no interesse dos moradores e resvalou pelo caminho da ruína, só detida, há um meio século, pelaLiga dos Amigos do Castelo. 9 ÓBIDOS
4 PENELA
Terra de raízes célticas e que foi palco, durante a Idade Média, de diversas ações de guerra, contribuindo para a Reconquista, encontra-se acastelada desde o século XI. A fortaleza, de planta irregular e recorte sinuoso, pertencia à linha defensiva do Mondego na época da Reconquista cristã, seguindo-se ao castelo de Montemor-o-Velho em ordem de grandeza. De arquitetura militar românica, gótica e manuelina foi restaurada nos anos de 1940 – as muralhas e as ameias caldas foram refeitas segundo o ainda existente, e desmanteladas as casas entretanto encostadas às muralhas. 5 SOURE
O castelo de Montemor-o-Velho, construído ainda antes da nacionalidade, integra um cercado na ala norte com um reduto inferior que lhe está associado, cerca principal, castelejo (no seu interior ergue-se a Igreja de St.ª Maria da Alcáçova) e barbacã envolvente. As bases da torre de menagem integram silhares romanos, constituindo a parte mais antiga do castelo, recuperado e consolidado em 1994. Foram também ajardinadas algumas partes interiores e colocada iluminação. 7 POMBAL
10 TOMAR
O templário Gualdim Pais, após conquistar Santarém, mandou construir vários castelos, entre eles o de Pombal. A edificação, ainda completa no reinado de D. Manuel, foi entrando em ruínas, até que, em finais do século passado, a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais lhe recuperou as esbeltas ainda que sombrias linhas. 8 LEIRIA
Os muçulmanos causaram em Soure graves prejuízos materiais, mas isso não afetou grandemente os Templários, que ali tinham assento. O castelo, de planta rigorosamente retangular, manter-se-ia durante séculos, ereto e firme. O prolongado abandono e as investidas de novas construções que lhe não respeitaram o âmbito, levaram ao estado de desgaste que presentemente patenteia. Louve-se, porém, o esforço,por parte de al-
Atribui-se ao Castelo de Óbidos origem romana, provavelmente assente num castro. Depois de conquistado pelos cristãos (1148) foi várias vezes reparado e ampliado. No reinado de D. Manuel I, o seu alcaide manda construir um paço e alterar algumas partes do castelo. O Paço sofreu fortes danos com o terramoto de 1755. No século XX estava em total ruína tendo sido recuperado para instalar a pousada (a primeira do Estado a ser instalada num edifício histórico).
O castelo de Leiria, mandado construir por D. Afonso Henriques, é considerado um dos
Fundado no século XII, o castelo de Tomar foi concebido por D. Afonso Henriques e Gualdim Pais, 2.º Mestre dos Templários. Era necessário defender a velha estrada romana de Santarém a Coimbra e evitar possíveis travessias do Tejo pelos muçulmanos, ameaças imediatas a Santarém e Lisboa. Mais tarde, a Ordem dos Templários deu origem à Ordem de Cristo (seria extinta em 1834), que acabou por transformar esta rara obra de arte em casas de aluguer, currais e refúgio de ladrões. Do precioso recheio continua-se hoje sem nada saber.
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verão
RESTAURANTE GAÚCHÃO
Sabores e aromas do Brasil! LOCALIZAÇÃO: Concelho: Coimbra Morada: Atrium Solum Contatos: 239 796 600 www.gauchao.com
INFORMAÇÕES: Não encerra 2.ª a 2.ª das 12H00 às 15H00 e das19H00 às 23H00. Jantar preço médio por pessoa 17,50€ (com promoção) 23,50€ (sem promoção). Serviço de entrega ao domicílio 966498677. Capacidade para 200 pessoas.
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O Gaúchão é já uma referência na restauração da cidade dos estudantes. O nível de profissionalismo e atendimento, o cuidado no preparo dos pratos, a confeção das carnes (escolhidas a dedo), a animação permanente, fizeram desta sala uma das mais concorridas da cidade. Os prazeres do "gaúcho urbano" ficam, assim, amplamente saciados, com a abundância de opções ao dispor e que pode acompanhar com as bebidas da sua eleição. Vinhos ou caipirinhas... escolha! Música ao vivo diariamente, salas com capacidade para 200 pessoas e um atendimento atencioso e eficaz fazem do Gauchão uma boa opção para quem quer organizar um jantar repleto de animação e boa disposição.
a fraldinha, o filet com queijo, o javali, a pá fumada, o entrecosto, a costela de boi, o baby beef, a salsicha toscana, a coxa de frango, o coração de frango e, para finalizar, o abacaxi grelhado. No almoço há serviço de buffet de saladas, frutas, dois pratos de peixe, dois de carne e todas as carnes do rodízio com um preço de prato cheio (só se pode servir uma vez), buffet livre (pode servir as vezes que desejar) ou o mini rodízio.
A CARNE É O PONTO FORTE DA CASA, TODAS SELECIONADAS E ORIUNDAS DA AMÉRICA DO SUL
A carne é o ponto forte da casa, todas selecionadas e oriundas da América do Sul. Os cortes bovinos são todos da raça de gado Nelore. Além da famosa picanha fazem parte do rodízio também a maminha, o cupim, a alcatra,
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vinhos
receitas do chef A REGIÃO DE Bucelas é uma das mais peque-
nas áreas de produção de vinhos de Portugal. Em tempos era conhecida como "os vinhos do termo de Lisboa" e como tal o seu mercado natural era a capital portuguesa, Lisboa. Esta região estava condenada a museu, à semelhança das regiões vitivinícolas de Carcavelos e Colares, fruto da expansão urbana à volta de Lisboa. A minha paixão pela casta Arinto levou-me até Bucelas e conforme idealizei em projetos passados, empenhei-me na ressurreição da produção deste vinho muito peculiar, monocasta, de alta qualidade, e ter o privilégio de aproveitar esta zona micro climática com bastantes pontos fortes relativamente a outras. Dar-lhe o nome de Chiado prende-se com a forte ligação que a região Bucelas tem com Lisboa, e sendo um estilo de vinho que se relaciona com os tempos áureos do Chiado, resolvi homenageá-lo, esperando que esteja à altura. Os vinhos brancos produzidos nesta região, de forte influência de clima atlântico, revelam-se aromáticos, frutados e bastante frescos, sendo muito recomendados com este clima de verão.
NUNO CANCELA DE ABREU Enólogo
ADELINO COSTA, chef
O HOTEL Mercure Figueira da Foz é um hotel de quatro estrelas localizado no centro da cidade. Com uma vista magnífica para a famosa Praia da Claridade, é ideal para conhecer a cidade e aproveitar as praias ou a Serra da Boa Viagem ao máximo. "O Astrolábio" é o nome do restaurante do Hotel Mercure. Com uma magnifica vista para a praia e mar, é o local ideal para apreciar a melhor gastronomia portuguesa, num ambiente relaxado e familiar.
MIL FOLHAS DE LINGUADO COM PURÉ DE ERVILHAS
sugestão
CHIADO ARINTO 2010
Preço: 5,50 €
Este vinho é produzido em Bucelas, que faz parte da região de Lisboa, Chiado é uma zona bastante conhecida e carismática da capital. Com 100 por cento Arinto, é um vinho novo, de caráter frutado, acidez e mineralidade. Na boca revela acidez, frescura e um final cheio de fruta cítrica, que se sentem por longos momentos. Como aperitivo ou a acompanhar mariscos e peixe fresco. Disponível em www.lusovini.com.
cocktail de verão
INGREDIENTES 200 g de filete de linguado 100 g de ervilhas 100 g de batata cortada em rodelas com 1 cm de espessura
PORTONIC Andresen Branco INGREDIENTES 1 dose (5 cl) de Porto Andresen Branco (gelado) 1 garrafa de água tónica (gelada) gelo picado 3 rodelas de lima ou limão algumas folhas de hortelã MODO DE PREPARAÇÃO Colocar num copo gelo picado, com algumas folhas de hortelã, a gosto, envolvidas no gelo. Espremer nesse gelo o sumo de uma lima ou limão. Sobre o gelo picado colocar cerca de uma dose (5 cl) de Andresen Porto Branco. Perfazer com água tónica bem gelada. Misturar bem e colocar cerca de duas rodelas de lima ou limão.
MODO DE PREPARAÇÃO Tempera-se o linguado e leva-se ao forno a 200º em tabuleiro untado com azeite, durante cerca de 15 minutos. Cozem-se as ervilhas reduz-se a temperatura para ficarem verdes e em seguida escorre-se e coloca-se numa taça e trituram-se com a varinha mágica, temperam-se com azeite, sal e pimenta moída. Frita-se a batata e tempera-se com sal. Coloca-se num prato um pouco de puré de ervilha, em seguida duas ou três rodelas de batata em cima, mais um pouco de puré de ervilha e em seguida o filete, repete-se com mais uma camada. Termina-se com um pouco de creme balsâmico e tomate cherry para decorar.
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verão
O CIDADÃO do mundo cruza as
DANIEL CASTELEIRA Stylist
informações de moda e compõe looks incríveis. Uma prova disso está nas cores, como já sabem o hit desta estação de calor são cores fortes, divertidas e frescas, elas também invadem o guarda-roupa masculino. Num visual bem urbano e ao mesmo tempo despojado, ideal para quem gosta de looks joviais. O ideal nesta tendência é apostar numa peça que lhe de personalidade e irreverência. Nos pés o calçado também deve ser condizente com o restante do visual, ténis ou sandálias, são o ideal.
PRODUÇÃO: Black at White | FOTOGRAFIA: M. Crespo CABELOS: Natália Lopes Cabeleireiro | MAQUILHAGEM: Makeit Up
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HOMEM XXI CRUZAR TENDÊNCIAS... COMPOSIÇÕES INCRÍVEIS
botim MIGUEL VIEIRA preço sob consulta VALISE
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saúde & beleza
Unhas com cores intensas SABE O QUE é o colour block? Se não sabe, devia saber, pois é a grande tendência ao nível das unhas, este verão. O colour block é uma tendência que consiste na mistura de cores fortes, quase néon, que pode ser aplicada as unhas. Porque não experimentar a novidade da Chanel, o amarelo mimosa? Não se esqueça que o colour block também se pode aplicar à roupa, por isso não perca a oportunidade de conjugar unhas e vestidos de verão. Convém é lembrar-se sempre de usar uma base de verniz para proteger a unha, limando cuidadosamente e retirando as peles que a contornam. Ou então opte por usar unhas de gel ou as mais recentes, de gelinho.
XI
lenço ELOS 12,00€ LA REDOUTE
mala portátil TARGUS SLEEVE 15,99 € FNAC calça vermelha em algodão reta preço sob consulta TIM SOAR
lenço RALPH LAUREN 59,95€ LA REDOUTE
lenço CORES SORTIDAS 19,95€ LA REDOUTE
Pés bonitos não estão gretados Não descure os cuidados com os pés. Na praia ou a caminhar com sandálias, esta é a altura do ano em que os pés sofrem mais ataques exteriores. Hidrate-os bem todas as noites, antes de ir dormir. Esta é a melhor forma de evitar os "calcanhares rachados", ou seja, quando a pele fica seca e começa a quebrar. Outros cuidados importantes são o uso da pedra-pomes, para retirar a pele morte e, claro, nunca se esqueça de aplicar o protetor solar para evitar as queimaduras.
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verão
vida nova Esta transformação foi especial: a leitora foi surpreendida pelos colegas que a inscreveram. A mudança da imagem situou-se no ritmo do cabelo. No final a leitora agradeceu aos colegas pela surpresa pois ficou muito contente com o resultado.
CARLOS GAGO Ilídio Design, embaixador L'Oreal
antes HAIRSTYLIST
Paula Rodrigues
TÉCNICA DE COLORAÇÃO
Luocolor 5.35 com alguns flashes de platinium
CORTE
Inspiração H3 2011
STYLE
Tecniarte
LEITORA Isabel Maria Matos
PROFISSÃO Engenheira na Câmara Municipal de Cantanhede IDADE 38 anos
depois
PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago - C. COMERCIAL GIRASSOLUM FOTOGRAFIA: Pedro Ramos MAQUILHAGEM: Bé / Kátia ROUPAS E ADEREÇOS: B&A Ricardo Colaço Loja 121, 1.º Helena Colaço Loja 117, 1.º C. COMERCIAL GIRASSOLUM
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SE DESEJA MUDAR O SEU VISUAL, ENVIE UM E-MAIL, 11AGOSTO 2011 COM O SEU NOME, IDADE E FOTO PARA vidanova@cnoticias.net
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assinaturas@cnoticias.net
Coimbra 1111 Centro Histórico Coimbra. 27 de agosto. 19H30
CULTURA
Espetáculo de teatro de rua d´O Teatrão, com direção de Isabel Craveiro e direção musical de Manuel Rocha. Reservas: 239 714 013 / 914 617 383.
agenda da semana qui.11 UHF ao vivo - Praça do Município/ Mortágua - 23H00
sex.12 One Love Family + Souls of Fire ao vivo - Praia Cortegaça/Ovar - 22H00
Aurea Praça do Município/ Mortágua. 12 de agosto. 23H00 A cantora, que já atingiu o top de vendas em Portugal, tem feito simultaneamente grande sucesso no estrangeiro.
O grupo, que continua na estrada a apresentar o segundo disco de originais, "Casa Ocupada", fascina com um rock atraente e denso.
OMT/Coimbra. 11 e 12 agosto. 22H30 Com conceção de Olga Mesa, esta peça cénica é, ao mesmo tempo, uma experiência de montagem cinematográfica.
Concerto dos Expensive Soul - Praça do Município/ Mortágua - 23H00
Concertos: Homens da Luta + Olivetreedance + The Oliver Brothers - Praia da Cortegaça/ Ovar - 21H00
Festas do Louriçal/Pombal. 13 de agosto
El lamento de Blancanieves
sáb.13
dom.14
Linda Martini
Wanda Stuart CAE/Figueira da Foz. 13 de agosto. 22H00. 5 a 10€ Espetáculo eclético, que revisita grandes êxitos mundiais do pop/rock.
Expensive Soul Casino Figueira. 11 de agosto. 23H00 A dupla de Leça da Palmeira apresenta o seu mais recente disco de originais, "Utopia", responsável pelo êxito "O amor é mágico".
seg.15 Exibição do filme "O mágico", de Sylvain Chomet - Parque Urb. Tondela - 21H30
ter.16 Exibição do filme "Negros Hábitos" (1984), de Pedro Almodóvar - Convento de Santa Clara-a-Velha/Coimbra - 21H30
qua.17 Apresentação do livro "Do Cacine ao Cumbijã" (Chiado Editora) - Biblioteca Municipal de Castelo Branco - 17H30
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Rita Guerra Festas do Sr.º do Calvário/Gouveia 14 de agosto. 22H00 A cantora, que iniciou a carreira há mais de duas décadas, aposta forte na digressão "Luar", onde apresenta alguns dos seus temas mais recentes. Nas festas do Sr. do Calvário, Rita Guerra vai recordar também o trabalho que desenvolveu nos seus oito álbuns, cinco singles e dezenas de colaborações.
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Vinho da Quinzena Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:
Final do concurso "Canta Comigo" Recinto da FACIG/Góis. 12 de agosto. 21H30 gico Telmo Melo e da Banda Ministério. A primeira fase foi disputada através de eliminatórias, nos concelhos de Coimbra. Os melhores concorrentes de cada região – que cantaram sobretudo em português, mas também noutras línguas, como o ingês e o francês – foram apurados através dos votos de um júri e também do público. A primeira fase do concurso "Canta Comigo" mostrou ser bastante eclética, quer através dos temas escolhidos pelos cantores, quer pela grande abrangência da idade dos participantes. O cantor mais jovem tinha apenas 12 anos (a idade mínima exigida). O concorrente mais experimentado conta já com 80 primaveras.
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O DISTRITO DE COIMBRA está perto de saber quem é o vencedor da grande final do concurso de karaoque da revista C. Mais de 150 concorrentes tentaram a sua sorte, mas só alguns é que vão ter acesso à derradeira festa, no recinto da Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Góis (FACIG), vila anfitriã da grande final. O vencedor – a melhor voz do distrito – é coroado com um cheque no valor de 1.500 euros (uma oferta do Crédito Agrícola de Coimbra) e com o reconhecimento do público, que deverá marcar presença em grande número. Para além dos finalistas do "Canta Comigo", a animação no camião-palco está garantida com a performance do má-
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viver
vidas
Santiago Ribeiro, o surrealista de Coimbra que dá cartas lá fora CONHEÇA A HISTÓRIA DO CONIMBRICENSE QUE, DESDE JOVEM, TEM A PINTURA COMO ÚNICO GANHA-PÃO. O HOMEM DE 47 ANOS AFIRMA-SE COMO UM ESTANDARTE DO "SURREALISMO DO SÉCULO XXI" E JÁ FEZ EXPOSIÇÕES NA RÚSSIA, POLÓNIA, ESPANHA E ITÁLIA TEXTO BRUNO VICENTE FOTOS PEDRO RAMOS A ESTRADA DA BEIRA, Alto de S. João, em Coimbra, acolhe a residência e o "estúdio artístico" de Santiago Ribeiro, que consegue sobreviver exclusivamente à custa da arte (e do respetivo mecenato), o que é uma raridade em Portugal. Entre tintas, pincéis, telas e quadros por terminar, o homem de 47 anos regressa à infância, para explicar como surgiu a paixão da sua vida. "Nasci na Sé Nova, Coimbra, mas em pequeno vivi uns anos em Condeixa. Nessa altura fazia umas pinturas, mas eram iguais às das outras crianças. O que fez a diferença é que eu continuei sempre a explorar esse mundo, enquanto que os outros miúdos deixavam simplesmente de pintar", afirma. Durante a juventude foi partilhando a sua vida "entre o meio rural de Condeixa e a cidade académica universitária vanguardista de Coimbra", onde terá bebido algumas influências. Mas o início do caminho pelo mundo das artes foi sobretudo solitário. "Aprendi tudo sozinho e aos 16 anos pintei o meu primeiro quadro a óleo", conta. Santiago Ribeiro tirou – já com a carreira lançada e com "um estilo próprio de pintar" – o curso de Artes na Avelar Brotero e um curso superior de Arte e Design na Escola Superior de Educação de Coimbra. Com o tempo veio uma maior maturidade artística. Começaram a surgir os primeiros pedidos para emoldurar quadros, depois vieram pequenos pagamentos – "uns trocos" – e só mais tarde chegaram as vendas a sério. Mas ganhar a vida enquanto artista não exi-
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ge apenas talento. É preciso estratégia. "Nas exposições, eu faço o trabalho todo, organizo tudo. E consegui arranjar um mercado próprio", explica Santiago Ribeiro, que vende, em média, um quadro por mês. Os mecenas – fiéis protetores dos artistas há séculos – desempenham também um papel crucial. "Sobrevivo porque tenho apoios da minha família, da Fundação Bissaya Barreto, da Junta de Freguesia de Santa Clara e da Câmara Municipal de Coimbra", afirma o pintor. Com a ajuda dos mecenas, o artista ganhou projeção internacional, tendo já feito exposições na Rússia, Espanha, Itália e Polónia. França deverá ser o destino que se segue. Santiago Ribeiro comunica "com o mundo inteiro pela internet", onde está em contacto constante com outros artistas. "Sou o pintor
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Sou mal aceite na sociedade portuguesa porque sou artista. Se fosse engenheiro, advogado ou um gajo qualquer cheio de nota já era o maior
português mais conhecido nas redes sociais da internet a nível mundial", diz mesmo. "SÓ PINTO DURANTE A NOITE" Os artistas costumam ter a noite como companheira e, nisso, Santiago Ribeiro não é diferente. "Só pinto muito tarde, às vezes quando chego da boémia, às quatro da manhã", revela. O criador gosta que lhe coloquem o rótulo de pintor surrealista, "mas daquele do século XXI". "Este novo surrealismo abriu as portas a toda a gente, não é fechado, como o antigo. Tem a ver com o sonho e com a liberdade, temas com que eu me identifico", explica. Talvez por isso considere que o momento mais alto da sua carreira tenha sido a organização da exposição "International Exhibition 2010 Surrealism Now", realizada em Coimbra. A mostra de artes plásticas reuniu mais de meia centena de artistas de cerca de 31 países. A verdade é que o pintor sente-se bem na companhia de estrangeiros. "Eles gostam de mim por eu ser artista e diferente. Em Coimbra não tenho ninguém para falar sobre arte. Sou mal aceite na sociedade portuguesa porque sou artista. Se fosse engenheiro, advogado ou um gajo cheio de nota já era o maior", afirma, ansiando por uma nova mentalidade em Portugal. "A arte é a essência da cultura de um país, de um povo. Se um povo não tiver uma cultura aceitável, é um povo estúpido e ignorante, como infelizmente é o caso do nosso", conclui Santiago Ribeiro.
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Nova obra de arte a caminho Santiago Ribeiro está atualmente a trabalhar num novo projeto, o que nem é de espantar. "Estou sempre a pintar uma tela. Todos os dias pinto", explica. O quadro – que se pode ver na fotografia – vai demorar "um mês e meio ou dois a ficar concluído" e tem um metro por 80 centímetros. "O maior que eu faço são telas de um metro por um metro", contextualiza o pintor.
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ideias dos outros
Homeopatia LUÍS DE MATOS
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A ilusão que continua a curar... ou talvez não
É UM SISTEMA DE CURA inventado por Samuel Hahnemann (1755-1843), um médico alemão que rejeitava as práticas tradicionais da sua época, que incluíam hemorragia, purga, vómitos e a administração de químicos altamente tóxicos. Dois séculos mais tarde, a ciência e o senso comum consideram a homeopatia como uma das mais evidentes fraudes. Porém, isso não faz com que a indústria apresente quaisquer sintomas de recessão ou que não continuem a haver pessoas que afirmam ter sido curadas pela homeopatia. OS PRINCÍPIOS subjacentes à homeopatia, formulados inicialmente por Hahnemann com a melhor das intenções, só podem hoje gerar em nós um incontrolável sorriso. Fundamentalmente, defende que uma determinada doença se cura pela ingestão do mesmo agente patogénico que a originou, devendo a dita substância deve estar ritualisticamente diluída em água. Dizem mesmo que quanto mais diluída estiver a substância mais forte será a solução. Perdão? Sim, é isso mesmo. Na caixa de qualquer medicamento homeopático poderá verificar que uma das soluções mais comuns é a 30ºC. Essa concentração, numa realidade visualizável, equivale a dissolver um pequeno grão de sal fino num aquário do tamanho do planeta terra. É natural que os medicamentos homeopáticos não tenham efeitos secundários… nem primários!
overdose. Mas não é tão seguro se adiarmos um tratamento eficaz na esperança de que a água com memória faça a sua "magia". PESSOAS QUE ACREDITAM na homeopatia dirão que não há nenhum estudo sério e globalmente aceite por defensores e detratores em que se demonstre o total bluff que é a homeopatia. É mentira. Isso é, simplesmente, o que ouviram daqueles que querem que acreditemos no seu negócio. Os estudos existem e estão publicados, mas quantas pessoas mais terão que sofrer, ou até mesmo morrer, antes que alguns percebam que a homeopatia é uma fraude? SERÁ QUE esta discussão importa? Sim. A homeopatia é pouco ética, irracional e profundamente perigosa. Longe vão os tempos da "banha da cobra" e, hoje, não faz sentido vender gato por lebre, especialmente quando a saúde de um ser humano está em causa. É profundamente irracional achar que uma divagação de há quase 200 anos possa sequer ser considerada uma alternativa aos constantes desenvolvimentos da indústria farmacêutica. É perigoso quando vemos à venda tratamentos homeopáticos para a malária e para a sida. O perigo de morte surge quando as pessoas conferem à homeopatia a capacidade de curar doenças incuráveis e que necessitam uma abordagem séria em vez de uma solução de água e farinha.
OS MEDICAMENTOS homeopáticos são naturais e seguros? Talvez, mas nem tudo o que é natural é bom. O veneno de uma cobra ou o raio de um trovão são disso exemplo. Quanto a ser seguro, é relativo. Por se tratar de água apenas, é verdade que podemos ingerir toneladas de medicamentos homeopáticos que nunca padeceremos de uma
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