UNIVERSIDADE DE COIMBRA FASCINA TURISTAS
MORCEGOS CONTINUAM A LIMPAR LIVROS SECULARES
CONHEÇA A VERSÃO DA BRIOSA PARA A ÉPOCA 2011/2012
ESPECIAL 24 PÁGINAS SOBRE A ACADÉMICA
GRANDE FINAL EM GÓIS
REVISTA SEMANAL
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18 AGOSTO 2011 • Nº 29
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ADRIANA FERNANDES TEM A MELHOR VOZ DO DISTRITO
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1,50€
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Adriana Fernandes, do concelho da Lousã, foi a vencedora do concurso Canta Comigo, uma inicativa da Revista C
TAUROMAQUIA
CERTAME
ALVES BARBOSA
TOURADA HÁ 450 ANOS EM ABIÚL
FACIG REUNIU PERSONALIDADES
CICLISTA CAMPEÃO TAMBÉM FOI ATOR
C22
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C81
CONCESSIONĂ RIO PEUGEOT / Grupo MCoutinho
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índice
Grupo
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CNotícias
Diretor:
Soares Rebelo (soares.rebelo@cnoticias.net) Chefe de Redação:
Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net)
OPINIÃO
UM DIA COM
MARKETEER
VIDAS
Mário Ruivo
António Martins
Àurea Gonçalves
Alves Barbosa
5 Editorial 8 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 24 Via do leitor 25 Cartas 39 Empresário de sucesso 44 Topo de gama 48 Social 56 Verão: conselhos alimentares 58 À mesa 66 Moda 60 Vida Nova 62 Cultura
Redação:
Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net)
COLUNISTAS 23 Mário Ruivo 35 Mira Lagoa Sobral 66Luís de Matos
Colunistas:
Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Jorge Bento, José Carlos Neves, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; José Manuel Alves Fotografia:
Pedro Ramos (pedro.ramos@cnoticias.net) Direção de Arte:
Inês Abrantes e Jorge Caninhas Relações Públicas- Diretora:
Eugénia Abrantes
AO MICROSCÓPIO
6 "Consumidores estão a ser prejudicados" Entrevista com Mário Frota, presidente da Associação Portuguesa de Direito do Consumo 20 Um dia com António Martins O comandante abriu-nos a porta do CDOS 22 Que é feito de si? O ciclista Vitor Gamito rendeu-se ao BTT
pág. 6
Produção:
André Navega , Hugo Campos e Tiago Carvalho
SOCIEDADE
Serviços Comerciais Diretor Comercial:
26 Viagem "mágica" pela Universidade A C percorreu os locais mais icónicos da Universidade de Coimbra e redescobriu o passado 32 Por entre os "olés" em Abiúl Uma tourada na "primeira praça de Portugal"
Luís Figueiredo (luis.figueiredo@cnoticias.net) Técnicos de Vendas:
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pág. 26
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"Estudantes" atacam nova época Conheça Académica versão 2011/2012
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ESPECIAL
36 Rodendros não são esteréis Investigador de Coimbra descobriu forma viável para reproduzir este tipo de plantas 40 Caçando pela região Centro Começou a época cinegética deste ano
VIVER
64 Histórias de vida de Alves Barbosa O tricampeão da Volta a Portugal relembra os seus tempos de glória
pág. 40
18AGOSTO 2011
editorial
Um país de jogadores SOARES REBELO Diretor
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Às claras ou às escuras, um pouco por todo o lado, são cada vez mais aqueles que, no jogo, espreitam a sorte
A AUTORIDADE de Segurança Económica já desmantelou, desde que lhe foram atribuídas, há dois anos, competências na fiscalização do jogo, quatro casinos clandestinos. Foram ainda apreendidas, nas respetivas operações, segundo aquele organismo do Ministério da Economia, milhares peças, entre fichas, panos de mesa de jogo, baralhos de cartas, dados e tabuleiros. A ASSOCIAÇÃO Portuguesa de Casinos estima que o jogo ilegal já movimente no nosso país valores acima dos 700 milhões de euros anuais – ou seja, mais do dobro das receitas brutas de todos os casinos nacionais. Estima ainda que existam neste momento no nosso país cerca de 20 mil máquinas aparentemente de diversão, mas entretanto transformadas, através de meios tecnológicos altamente sofisticados, em jogos de fortuna e azar, cujas percentagens de devolução se quedam nuns 40 a 50 por cento do dinheiro apostado, enquanto os casinos são obrigados por lei a reservar. para prémios, pelo menos, 80 por cento das apostas. O JOGO ONLINE tem também cada vez mais seguidores portugueses. Embora não existam dados estatísticos que permitam, com alguma segurança, avançar um número fiável sobre os índices de adesão, os operadores garantem que o negócio está nitidamente em crescimento, muito particularmente, entre a população mais jovem. E que dizer do Euromilhões? Ao longo da semana, até às 19H00 de sexta-feira, assiste-se a autênticas corridas aos locais de aposta, tal a relevância dos prémios em causa. As lotarias, o totoloto, o joker, o totobola, o totogolo e a raspadinha faturam igualmente somas fabulosas.
O JOGO, embora tido como "importante fator de decomposição moral", alicia, não há dúvida, cada vez mais gente. Tempos atrás, no decurso de um seminário sobre o tema, foi revelado que o montante anualmente arriscado pelos portugueses só no pano verde e boletins da Santa Casa da Misericórdia daria, no mínimo, para fazer duas novas pontes Vasco da Gama, outro Centro Cultural de Belém, ainda uns quantos estádios semelhantes aos novos palcos da Luz, Dragão e Alvalade… DIZEM UNS , que as casas de jogo são antros de ganho fácil, droga, bebida, prostituição, até de desagregação familiar. Argumentam outros, que os casinos servem para evitar que a clandestinidade caminhe junto com a ilegalidade. Seja como for, pelo menos semana a semana, aí estão, país fora, novos milionários a aliciar ondas acrescidas de apostadores. O negócio é efetivamente de tal forma aliciante que não há casino que não tivesse investido, nos últimos anos, somas deveras significativas na sua "modernização". A própria Santa Casa não hesitou em aplicar 35 milhões de euros no equipamento da maioria dos seus agentes com sistemas online para o totoloto, o totobola e o totogolo. Objetivo: maximizar ainda mais as vendas, dando ao apostador mais tempo para jogar. COM OS JUROS bancários do dinheiro a prazo baixíssimos, os aumentos salariais congelados, impostos leoninos, sobreendividamento excessivo e hipotecas "a minar" eventuais folgas financeiras, não admira que, afinal, às claras ou às escuras, um pouco por todo o lado, sejam cada vez mais aqueles que, no jogo, espreitam a sorte.
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atual
ao microscópio
PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DIREITO DO CONSUMO
Irregularidades das empresas prejudicam os consumidores OS CIDADÃOS SÃO BURLADOS, A TROIKA FAZ SUBIR O PREÇO DOS SERVIÇOS E O GOVERNO NÃO TEM "POLÍTICA DE CONSUMIDORES", AFIRMA MÁRIO FROTA TEXTO BRUNO VICENTE FOTOS PEDRO RAMOS
Que implicações é que o memorando da troika está a ter em Portugal, no que à matéria do direito de consumo diz respeito? As implicações são sobretudo no brutal aumento de preços dos serviços públicos essenciais, como o fornecimento de água, de energia elétrica, de gás, dos gases de petróleo, dos serviços de comunicações eletrónicos, dos serviços postais e do saneamento e recolha de resíduos sólidos. Depois temos a saúde, os transportes públicos, as autoestradas, a educação e um conjunto mais vasto de serviços. Todas estas áreas estão a ser inapelavelmente afetadas, com particular relevância para a justiça, um dos eixos fulcrais da atividade do Estado. A situação é, neste momento, dramática. Quais são as principais queixas dos consumidores portugueses? E em que setores é que acontecem? As principais queixas dos consumidores surgem fundamentalmente no que tange aos serviços públicos essenciais. Por exemplo, nas faturas do fornecimento de energia elétrica existe uma atitude deliberada de não transparência, ninguém consegue decifrar o que ali está, porque aquilo presta-se aos maiores equívocos. Mas acontece que as faturas de água também não estão isentas de recriminação. Olha-se para uma fatura de água e parece que tudo é feito no sentido de não proporcionar o esclarecimento devido ao consumidor. Nos municípios do Norte, está-se a obrigar as populações a pagar os ramais de ligação, quando os ramais são, à luz da lei vigente, gratuitos, a menos que haja uma reconfiguração
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exigida ou solicitada pelos consumidores. Chegam a cobrar aos consumidores 3750 euros pelos ramais de ligação. E em Coimbra? Existem situações abusivas? Coimbra podia ter sido – e foi em certo momento – a capital portuguesa dos direitos de cidadania, dos direitos dos consumidores. No quadro atual, conquanto em preparação uma carta do consumidor de água enquanto direito fundamental e humano, notamos que não é transparente a fatura que cada um de
nós recebe em casa. No que tange aos transportes públicos não há reclamações de maior, porque Coimbra continua ainda a ter alguns nichos de excelência. Esses nichos de excelência encontram-se também na região Centro, de forma geral, ou existe algum historial de irregularidades? Existem irregularidades que prejudicam os consumidores. As empresas públicas, municipais ou concessionárias usam de artifícios, embustes, artimanhas, para lograr objetivos que não são aqueles a que se deviam subordinar. Como é que os conimbricenses reagem quando se sentem burlados pelas empresas? Aquilo que se nos depara é que as pessoas não se mostram particularmente aguerridas na defesa dos seus interesses. Somos demasiado individualistas e egoístas. Está errado. Isto tem que mudar. Por exemplo, eu mesmo fiz uma reclamação e devolveram-me 82,50 euros. Valeu a pena. Há muitos consumidores que se sentem lesados e explorados, mas depois acabam por não avançar, de forma formal, com a queixa… Existe uma amálgama imensa de consumidores que, pelo seu silêncio cúmplice, permite esta série de atropelos. As pessoas devem desprender-se dos seus medos tradicionais e exercer, civicamente, de forma cortês, o dever de cidadania, que é o de denunciar todas as situações que levam à degradação do próprio
18AGOSTO 2011
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As empresas públicas, municipais ou concessionárias usam de embustes e artimanhas para lograr objetivos que não são aqueles a que se deviam subordinar
consumidor. Quem cobre o que não deve, comete crime de especulação. E há muitas vezes crimes de especulação que me fazem pensar, por não haver uma atuação consequente por parte das entidades responsáveis, que nós vivemos numa espécie de estado de direito falhado. Como é que está a correr o trabalho diário desenvolvido pela Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC)? Somos uma instituição da sociedade científica de intervenção como não há igual em toda a Europa, uma voz atuante que não se subordina a qualquer interesse há 25 anos. E isto só nos tem trazido amargos de boca. No que toca aos estudos, temos um sem número de propostas feitas ao poder que não têm encontrado eco. Lamentamos que do embuste e da farsa da política de consumidores dos dois governos de Sócrates - que foi mais do que medíocre neste particular - não se tenha evoluído. O atual Governo não tem política de consumidores. Que outras atividades é que a APDC tem dinamizado? No plano científico temos uma atuação frisante em ações pontuais de educação e informação para o consumo. E neste momento temos uma revista científica (a Revista Portuguesa do Direito do Consumo, que é sobretudo voltada para os problemas do direito português e do direito europeu do consumo) e ainda uma revista luso-brasileira de direito do consumo, que é uma verdadeira lança apontada à América.
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ao microscópio
sete sóis, sete luas
elevador do mercado
Conímbriga com mais visitantes
LURDES CASTANHEIRA não O MUSEU Monográfico das
JOSÉ BRITO tem sabido tirar
partido do QREN para desenvolver a Pampilhosda da Serra. A aposta no turismo começa a ter o retorno ansiado.
Conímbriga recebeu 50.643 visitantes no primeiro semestre
297
escolas primárias vão encerrar em setembro
O EDIFÍCIO que terá acolhido
nos séculos XV e XVI a sinagoga da comunidade judaica de Viseu vai ser transformado no Museu de História da Cidade e sede do Museu Municipal. A obra, orçada em 759 mil euros, deverá ficar concluída no prazo de 18 meses. O edifício pertencia à família do penalista Figueiredo Dias e foi adquirido pela autarquia por 154.700 euros.
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17,1
milhões de dormidas foram registadas no 1.º semestre nos hotéis portugueses
9,5%
foi a quebra em junho no emprego na construção
Idanha recorda memória mineira O CENTRO Cultural Raiano, de Idanha-a-Nova, apresenta, até final do ano, a exposição "Quando a gente andava ao menério". A exploração mineira na região remonta ao período romano, prosseguiu no período medieval e nos séculos XIX e XX, tendo sido explorado estanho, volfrâmio, chumbo, zinco, ouro, bário e fósforo.
Recorde de visitas à casa de Torga
Festival Altitudes enche Castro Daire
Feira de S. Mateus com roulotte-teatro
A CASA MUSEU Miguel Torga,
A 14.ª EDIÇÃO do Festival Alti-
A FEIRA de Viseu integra este
em Coimbra bateu, a 12 de agosto, dia do aniversário do escritor, nascido em 1907, o recorde de visitantes individuais, ao ser procurada por 33 pessoas, contra a média diária de "três/quatro visitantes". O espaço está aberto de segunda a sexta-feira, entre as 14H30 e as 18H00.
tudes, que a companhia Teatro do Montemuro está a realizar na aldeia de Campo Benfeito, em Castro Daire, tem suscitado as enchentes de anos anteriores, embora sem a presença de artistas internacionais, devido à crise. Hoje, último dia do evento, o destaque vai para a atuação do fadista Camané.
ano o "Teatro Mais Pequeno do Mundo", uma rulote onde os visitantes podem assistir, durante cinco minutos, a espetáculos de teatro, dança e música. A ideia imita os carrosséis, que custam 1,5 euros por cada volta, enquanto ali se paga um euro e a volta é dentro de uma caravana.
CARLOS RABADÃO não tem
poupado esforços para atrair visitantes a Quiaios. A seguir ao encontro de skimboard, foi o Hot Summer Festival.
a subir
Viseu requalifica sinagoga judaica
se inibe com a crise. A câmara de Góis tem projetos de desenvolvimento em praticamrente todos os setores.
a descer
Ruínas Romanas de Conímbriga, em Condeixa-a-Nova, foi o mais visitado da região Centro nos primeiros seis meses do ano. Entre janeiro e junho registou 50.643 entradas. O espaço mais procurado nesse período de tempo foi o Palácio Nacional de Sintra (171.347), seguindo-se o Paço dos Duques, em Guimarães (156.518). O Museu Nacional Machado de Castro, de Coimbra, foi entretanto aquele que registou aumentos mais significativos no semestre (entre os que têm mais de 30.000 visitantes anuais), com mais 127 por cento (o que corresponde à sua reabertura parcial).
18AGOSTO 2011
VÍTOR GASPAR quis mostrar serviço à troika: aumentou o IVA do gás e da eletricidade de 6% para 23%. E as famílias? E as empresas?
Cluster em Cantanhede
direito
direto
ARTUR SEGURO PEREIRA Advogado
A licença parental O parque tecnológico está a acelerar a dinâmica económica do concelho
boa notícia
85.288 euros por turma das escolas privadas
Câmara Municipal, considera tratar-se de um "investimento nuclear" para o parque tecnológico e um fator de "enorme dinâmica para o concelho". Além do investimento científico, a infraestrutura criará 350 postos de trabalho e fixará 30 novas empresas de base tecnológica em Cantanhede, onde já laboram uma centena de empresas e 2.500 trabalhadores. Carlos Faro, diretor do Bio-
cant, revelou que o contrato de financiamento com Programa Operacional Regional do Centro (Mais Centro) possibilitou o avanço do projeto e deixou "todos descansados". O secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, António Almeida Henriques, deslocou-se na semana passada ao local, onde, após a visita, classificou o parque um "exemplo" no domínio da biotecnologia.
O MINISTÉRIO da Educação vai atribuir 85.288 euros por turma dos segundo e terceiros ciclos do ensino básico e secundário das escolas privadas com ensino público contratualizado. O documento assinado com o Movimento de Escolas Privadas com Ensino Público Contratualizado determina que os estabelecimentos do ensino particular e cooperativo ficam sujeitos até ao final do ano letivo de 2012/2013 a uma redução de turmas até 50% do número anteriormente acordado..
150 mil cabras vão ajudar a controlar incêndios, sendo usadas para limpar os campos e as matas em algumas zonas fronteiriças entre Portugal e Espanha.
má notícia
O BIOCANT PARK , de Cantanhede, vai ser dotado com um cluster de biotecnologia de nível nacional. A construção do novo edifício do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, que incorpora 15 grupos de investigação e 150 investigadores, já foi adjudicada. As obras, com início marcado para setembro, estão orçadas em 15 milhões de euros. João Moura, presidente da
O aumento das exportações de bens fez descer o défice da balança comercial no segundo trimestre deste ano em 1.305,4 milhões de euros.
A legislação laboral consubstancia a afirmação da parentalidade (englobando a maternidade e a paternidade) como um valor social eminente a proteger, designadamente com a previsão de um conjunto de direitos, entre os quais encontramos a licença parental e, mais concretamente, a licença parental inicial. A licença parental inicial consiste num período (geralmente 120 ou 150 dias), durante o qual um trabalhador vê reconhecido legalmente o direito de não trabalhar, em razão do nascimento de um filho. A lei não limita, hoje, o gozo da licença parental à trabalhadora grávida/ mãe, permitindo que possa ser gozada integralmente por esta ou pelo pai, ou então partilhada entre ambos. Assim, mãe e pai devem definir, entre si, com respeito pelas obrigações legais (designadamente quanto aos dias de licença obrigatórios para a mãe ou para o pai), quais os períodos da licença que serão gozados por cada um deles, elaborando, depois, uma declaração conjunta a apresentar às respetivas entidades empregadoras no prazo de sete dias após o parto. Já se a licença for gozada por apenas um dos progenitores, deverá ser comunicado apenas ao empregador de quem gozar a licença, juntando uma declaração do outro progenitor atestando que trabalha e que não vai gozar a licença.
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ao microscópio
sete sóis, sete luas
COMUNICADO DA ADMINISTRAÇÃO DA REVISTA C
Leiria transforma lixo em eletricidade
TVI plagia Canta Comigo
LEIRIA está a produzir eletricidade numa central pioneira a nível nacional e até europeu, que transforma resíduos sólidos urbanos em biogás e, depois, em energia elétrica. O Centro de Valorização Orgânica, em que foram investidos 21 milhões de euros, irá servir 20 municípios e 719 mil habitantes.
O PASSATEMPO Canta Comi-
go, concebido e promovido pela Revista C, foi plagiado pela TVI, que colocou no ar um concurso televisivo com o mesmo nome. Aprovada em sede de direção e administração em finais de abril de 2011 como instrumento de promoção e divulgação, o passatempo da Revista C, que terminou, na passada sexta-feira, de forma memorável em Góis, integra, desde o referido mês de abril, o plano de atividades quer da direção de marketing, quer da direção comercial da Revista C, que trabalharam o patrocínio e a logística da ação calendarizada e executada nos meses de junho, julho e agosto. A divulgação do Canta Comigo iniciou-se oficialmente a 19 de maio com a publicação da
Girabolhos tem prioridade nacional O GOVERNO suspendeu parcialmente os PDM de Mangualde, Seia e Gouveia, concelhos abrangidos, com Nelas, pelo aproveitamento hidroelétrico de Girabolhos, previsto no Plano Nacional de Barragens. O objetivo é salvaguardar a execução deste "projeto de interesse nacional".
primeira página de publicidade no número 16 da Revista C, curiosamente a mesma edição em que é dado amplo destaque a uma reportagem sobre a nova série de ficção da TVI (Remédio Santo) gravada em Viseu. Desde essa data, todas as edições da Revista C incluem promoção e acompanhamento noticioso das eliminatórias do Canta Comigo que, entre-
Ovar combate avanço do mar
Floresta mais protegida
A CÃMARA de Ovar está a analisar soluções novas contra o avanço do mar. "Isto não pode continuar assim", garante a autarquia.O recurso a recifes artificiais é uma das hipóteses, pois ,além de funcionarem como linha de defesa da costa, fariam o aproveitamento energético da força do mar e reforçariam o potencial turístico local.
Crime de fogo posto vai ter penas agravadas O GOVERNO aprovou uma pro-
posta de lei que altera o Código Penal em matéria de crime de incêndio florestal, alargando o seu âmbito, e dos crimes de dano contra a natureza. As alterações agora aprovadas modificam também as "atuais previsões dos crimes de poluição e de danos contra a natureza, tornando-as mais abrangentes e eficazes".
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tanto, e apesar do lançamento inequívoco do passatempo pela Revista C, a TVI não hesitou em plagiar. Apesar das démarches efetuadas em devido tempo, quer a direção, quer a administração da Revista C não receberam até ao fecho desta edição qualquer reação da TVI. A empresa proprietária da Revista C irá proceder judicialmente contra a TVI.
natureza
Além disso, cria-se um novo crime de atividades perigosas para o ambiente, que abrange atividades como a transferência ilegal de resíduos ou a produção, comércio ou utilização ilegais de substâncias que empobreçam a camada de ozono. Por estes crimes podem ser responsáveis tanto as pessoas singulares como as pessoas coletivas.
Lontras no Parque Biológico da Lousã AGOSTO será dedicado à divulgação da lontra, podendo os visitantes assistir a uma breve apresentação da espécie e sessão de alimentação.
18AGOSTO 2011
Volta limpou Serra da Estrela A ETAPA da subida à Torre é sempre a mais emblemática de qualquer Volta a Portugal em Bicicleta. Este ano não foi diferente. Milhares de pessoas assistiram ali, no fim de semana, à decisão da prova. Tamanha multidão teria, naturalmente, de deixar muito lixo para trás. Ainda, como tem sido também habitual em edições anteriores, muitas inscrições de apoio (com tinta) aos ciclistas preferidos, tanto na via pública e como nas próprias formações rochosas. Ora, sendo o Parque Natural Serra da Estrela um local que pela sua especificidade de preservação de ambiente não se coaduna com esses comportamentos, a Lagos Sports (organizadora da prova) desencadeou, logo que concluída a etapa rainha, com o apoio da Câmara Municipal de Seia, direção do Parque, Jogos Santa Casa e outros patrocinadores, uma ação de limpeza de modo a minimizar a passagem da ca-
Ricardo Mestre ganhou a Volta na subida para a Torre
ravana por aquele que é não só um dos locais mais míticos da Volta para toda a família do ciclismo, mas simultaneamente um dos principais polos turísticos do país e da região Centro.
foto legenda
C120
A Peregrinação Internacional do Migrante reuniu em Fátima, nos dias 12 e 13 de agosto, como tem acontecido nos últimos anos, vários milhares de fiéis. Alguns dos grupos presentes seguiram diretamente para Madrid, a fim de participarem na Jornada Mundial da Juventude.
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ao microscópio
sete sóis, sete luas
visita de
"Milagre" volta à Urgueira
médico
JOSÉ CARLOS NEVES Médico - Cirurgia da Face
Efeitos da toxina botulínica A TOXINA botulínica ( Botox ®) é uma proteína purificada obtida a partir do Clostridium Botulinum. Quando injetada no tecido muscular, ela atua relaxando-o reduzindo assim os efeitos da mímica facial recorrente evitando o aparecimento e aprofundamento das rugas de expressão. Não se trata de um preenchimento, como tantas vezes erradamente se descreve. É uma molécula já usada desde os anos 80 estando a sua segurança bem comprovada. A dose tóxica é superior a mais de 100 vezes a dose usada num tratamento padrão. Os resultados do Botox ® são particularmente extraordinários no terço superior da face, na região da fronte e dos pés de galinha. Além disso, uma elevação da sobrancelha pode ser conseguida simulando-se um efeito de lifting daquela região, conferindo ao olhar uma expressão mais jovem e feminina, quando desejado. A durabilidade de ação ronda os seis meses. Como a filosofia em torno do Botox® se baseia sobretudo na prevenção do aparecimento de rugas de expressão, é a partir dos 30 anos que se recorre à sua aplicação.
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O FESTIVAL-ROMARIA Milagre d’Urgueira vai ser revivido no próximo domingo, dia 21 de agosto. O pequeno lugar que encima a freguesia de Macieira de Alcoba e todo o concelho de Águeda, possui apenas cerca de uma dezena de habitantes permanentes, mas nesse dia fervilhará com vários milhares de visitantes. A agitação começou no início da semana, com preparativos e asseios, crescendo à medida que se aproxima o dia em que o forno voltará a cozer broa de milho e centeio e as eiras da Senhora da Guia recebem sapateados portugueses, asturianos e galegos. A Associação Etnográfica os Serranos dinamiza e organiza o evento, mobilizando dezenas dos seus elementos na organização do evento e recebendo o apoio de muitas outras instituições, entre autarquias e associações, bem como da população local. Nestes últimos dias da semana, em que o acampamento no Parque da Senhora da Guia duplica a população residente na freguesia de Macieira de Alcoba e o forno já crepita para ganhar calor de cozedura, a intensidade do convívio sobe, acompanhan-
Galiza, Astúrias e Portugal O programa para 2011 inclui as seguintes participações: ASTÚRIAS
- Grupo Lálborá, do Centro Asturiano de Madrid - Grupo Estafaria, de Tres Cantos (Ovirdo) ALTO MINHO
- Grupo As Lavradeiras de Meadela (Viana do Castelo) DOURO LITORAL
- Grupo Danças e Cantares da N.ª Sr.ª de Guadalupe (Maia) BAIXO MONDEGO
do a materialização cultural da lendária festividade lançada no século XIX como pagamento de um voto pela família Duarte Reis, com divulgação fantástica do homem que ia dentro do forno tantas vezes que venceu vales e portelas até aos confins beirões. O ajuntamento para assistir ao milagre da Urgueira era tremendo e, hoje, repete-se, desde que os Serranos recuperaram os seus rituais, em 1996.
18AGOSTO 2011
- Grupo Danças e Cantares do Mondego (Fala – Coimbra) BEIRA INTERIOR
- Rancho Folclórico As Camponesas do Alva (Avô – Oliveira do Hospital) RIBATEJO
- Rancho Folclórico da Casa do Povo do Pego (Abrantes) - Rancho Folclórico da Casa do Povo de Arcena(Alverca)
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C175
ex(sic)tações
ao microscópio
toma lá dá cá Grão a grão enche a galinha o papo, diz o povo com razão. Em Portugal é o contrário: grão a grão esvazia a galinha o papo.
A Igreja devia vender o ouro que anda ao pescoço dos santos nas procissões. Para que serve?
ANTÓNIO SARAIVA, PRESIDENTE DA CIP
D. MANUEL MARTINS, EX-BISPO DE SETUBAL
frases desfeitas Aumentar o IVA vai trazer para a pobreza um maior número de pessoas.
Oh Sónia! – mas você sabe! – o Algarve no verão é sempre o mesmo fuss.
EUGÉNIO DA FONSECA, presidente da Cáritas Portuguesa
JOSÉ MANUEL DIOGO, consultor de comunicação
Ora, lá está: os da troika vendem flautas ao Governo e cobram os buracos como sobresselentes. E dá nisso...
Em Portugal, há instituições que se especializaram no faz de conta, no faz que faz mas não faz. JOÃO BOAVIDA, professor universitário Responda, por favor: se um funcionário que come muita sardinha desenvolve a inteligência, é inteligente continuar a comer sardinha depois da inteligência estar desenvolvida?
Isso é que é frequentar "beach summer fests"! Nhã, nhã, nhã...
Fico perplexo como o arrastar da justiça transforma as vítimas em culpados e os culpados em inocentes. NORBERTO CANHA, médico O professor está muito novo nas fotos antigas e muito velho nas fotos novas.
Se o PS fosse em 1980 como é hoje, Sá Carneiro seria socialista.
Contra tudo o que se possa imaginar, o envelhecimento tem algumas vantagens. HORTA E SILVA, escritor Os cangalheiros agradem certamente tão inspirada frase.
Não desejo que os governos em Portugal se comportem como pirómanos ligados aos bombeiros, como às vezes acontece. JAIME RAMOS, médico
JOSÉ MIGUEL JÚDICE, advogado
Se Moisés acreditasse na democracia, os judeus ainda hoje estavam no Egito...
O senhor é um profeta psicodélico, um professor de ioga ou uma minoria de um só?
A Festa (do Avante!) é um chão de esperança. FRANCISCO QUEIRÓS, vereador da CDU na Câmara Municipal de Coimbra E a outra - a do Chão da Lagoa?
“ Assãoportuguesas tão fáceis de vestir como a Barbie FÁTIMA LOPES
ANA SALAZAR
Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Redação C
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18AGOSTO 2011
LUÍS BUCHINHO
Resposta certa: Fátima Lopes
quem foi que disse?
acredite se quiser
Megabeijo acaba em desmaio
Distração saiu cara UMA PEQUENA distração acon-
tece a qualquer um. No trânsito, então, é o mais habitual. Só que, às vezes, as distrações ficam caras. Foi o que aconteceu a uma deslumbrante loira, no Monte Carlo. A mulher teve um ligeiro acidente, que não lhe causou quaisquer ferimentos no corpo, mas que doeu na carteira: de uma só vez, bateu num Aston Martin, avaliado em 171 mil euros, num Ferrari que vale 163 mil, num Porsche de 91 mil e num Mercedes de 85 mil euros. Os carros envolvidos no "toque" custam nada mais nada menos que 795 mil euros. O prejuízo, esse, ficou-se pelos 45 mil. Nada de mais para quem conduz 285 mil euros de Bentley.
UMA RAPARIGA de 18 anos, da cidade brasileira de Linhares, foi parar ao hospital, desidratada, depois de ter passado quatro horas a beijar uma amiga na boca, sem parar. As jovens queriam bater o recorde de beijo na boca, mas uma delas não aguentou e acabou por desmaiar. As raparigas começaram o beijo por volta das 21H00 e terminaram à 01H00. Paravam apenas por alguns milésimos de segundo para respirar. Quando o beijo terminou, uma delas desmaiou e a amiga, assustada, acordou os pais para socorrerem a rapariga, que foi levada para o hospital. Aí, também houve confusão entre os pais das adolescentes, que não sabiam destes "rituais" das suas filhas.
Tramado por creme para o bigode O JOGADOR de râguebi japonês Ryohei Yamanaka foi suspenso por dois anos depois de num controlo anti-doping ter acusado positivo a um esteroide anabolizante. Segundo o jogador, o positivo deveu-se ao uso de um creme para fazer crescer… o bigode. Yamanaka, de 23 anos, está impedido de jogar até 27 de abril de 2013 e vai falhar o Mundial da Nova Zelândia em setembro. O controlo foi feito em abril e acusou a presença de méthandriol, um esteroide anabolizante. Esta substância estará no produto cosmético,
Não há dinheiro não há calçada ESTA É, como refere o jornal i,
uma história de fazer saltar as pedras da calçada. Tudo começou quando a empresa de Roosevelt Fernandes foi subcontratada para fazer uma calçada na
mais caro
defende o jogador, que desconhecia a presença de produtos proibidos no creme.
"Sócia... estou aqui entesadíssimo" A CÉLEBRE conferência de im-
prensa de Paulo Futre aquando das eleições do Sporting continua a dar que falar e a inspirar negócios. Depois do Licor Beirão ter aproveitado as deixas do antigo craque para uma campanha publicitária, foi a vez de uma empresa de filmes pornográficos basear uma película no episódio que trouxe "el portugués" de volta às luzes da ribalta. "Sócia… estou aqui entesadíssimo" é o nome do filme, que conta com "o melhor jogador chinês da atualidade" e já chegou ao top de vendas da especialidade.
:(
PREÇOS/KG/L
:(
bolsa da praça
aldeia da Salvada, concelho de Beja. Os seus homens fizeram o trabalho mas a autarquia não pagou ao empreiteiro e, consequentemente, este não pagou a Roosevelt, que não foi de modas: voltou ao local e arrancou todas as pedras que haviam sido meticulosamente colocadas no passeio. É que Roosevelt também tem dívidas – neste caso ao fornecedor do material – e, já que não pode pagar, ao menos devolve a matéria-prima.
mais caro
Jumbo apresenta preços mais apelativos
Leite Mimosa M/G (1L)
0,59 €
0,59 €
0,54 €
0,59 €
Água das Pedras (6 *0,25cl)
2,29 €
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2,29 €
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Sumol Laranja (1,5 L)
1,12 €
1,12 €
1,12 €
1,12 €
O hipermercado Jumbo voltou a superar a concorrência, no cabaz selecionado pela C para esta semana. A diferença entre o mais barato e o mais caro é de 18 cêntimos.
7Up( 2L)
1,42 €
1,42 €
1,35 €
1,35 €
Água Luso (1,5L)
0,46 €
0,46 €
0,46 €
0,49 €
Maionese Calvé (225ml)
1,35 €
1,35 €
1,29 €
1,35 €
TOTAL
7,23€ 7,23€
7,05€ 7,19€ :)
Preços em 14.08.11
mais barato
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ao microscópio
praça de táxis Justifica-se o aumento do gás e da eletricidade já em outubro?
JOSÉ OLIVEIRA
Temos que viver a vida como ela é. Se estas medidas são necessárias, então tem que ser. Temos que tapar o buraco em que alguém nos meteu, para depois sairmos dele e termos uma vida digna.
retrato falado
figura da semana
FERNANDO RUAS O PRESIDENTE da Câmara Municipal de Viseu não se contenta com o êxito anualmente garantido pela Feira de S. Mateus. Quer sempre mais, numa procura constante da excelência. O CERTAME, inaugurado no domingo, será, até 25 de setembro, como acontece há mais de seis séculos, a grande atração de gente de todo o país à cidade, para um misto de diversão, economia e gastronomia. FERNANDO RUAS, consciente da importância económica desta feira para o concelho, não lhe tem regateado apoios. O programa deste ano, embora naturalmente formatado pela crise, é uma vez mais deveras aliciante.
menções honrosas EDUARDO SANTOS
Acho que o aumento de IVA é exager ado. Os por tugueses já foram muito castigados com os impostos. Preferia que implementassem outro tipo de medidas de austeridade.
D. Virgílio Antunes
Teixeira Veríssimo
O NOVO bispo de Coimbra entrou na diocese da melhor maneira. O relacionamento com os mais novos, dias antes da realização, em Madrid, das Jornadas Mundiais da Juventude, augura, a este nível, uma pastoral enriquecedora.
O RESPONSÁVEL pelo Hospital Rovisco Pais,
debate EDUARDO SILVA
Acho que sim, que se justifica. Têm qu e ser feitos sacrifícios. Não há alternativa. Mas reconheço que estas novas medidas vão castigar um grande número de famílias portuguesas.
Estou de acordo. Tudo o que tem a ver com a nossa história e tradição e que está na origem de um conjunto de aspetos ligados às nossas vivências populares são consideradas a nossa cultura imaterial.
Não concordo. Não se pode associar a cultura à tortura. Se fosse assim, teríamos de refletir sobre algumas tradições que já deixaram de existir, como o apedrejamento às mulheres. Matar um ser vivo não é uma questão de cultura. É pura hipocrisia.
A tourada foi considerada em Espanha "produto cultural". Concorda? MADALENA CARRITO, presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas
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da Tocha, levou a instituição a crescer, nos úiltimos três anos, em consultas e internamentos. Entende, ainda assim, que a unidade precisa de mais 60 camas para reabilitação de alta diferenciação.
MYRIAM KANOUN-BOULÉ, presidente da
Associação AGIR pelos Animais
18AGOSTO 2011
se eu mandasse
saudades de
coimbra
"Aumentava a fiscalização das finanças"
João Esteves, empresário
"Só quem lá passa percebe que é única" ANA LUÍSA SILVA Fotógrafa em Lisboa
Que recordações guarda de Coimbra? Guardo ótimas recordações. Foi uma fase muito importante da minha vida. Tem alguma estratégia para diminuir a distância? Sempre que tenho disponibilidade tento dar um "salto" a Coimbra, mas nos últimos tempos, por motivos profissionais tem sido mais difícil. Coimbra é muito diferente de Lisboa? Completamente. Coimbra é uma cidade mais acolhedora e com características que a tornam única. Quando regressa a
Coimbra, o que sente? Saudades dos tempos de estudante e de uma fase muito boa da minha vida. O fado de Coimbra é um bom antídoto para a saudade? Gosto de ouvir fado, inclusivamente o de Coimbra, mas nos últimos tempos até tenho tido mais contacto com o que se ouve aqui em Lisboa, até porque resido no bairro típico de Alfama. Tem algum local da cidade que considere emblemático na sua história pessoal? Qual? A zona do Solum por ter estudado na ESEC durante alguns anos e porque assisti à sua transformação. Também gosto muito da Alta de Coimbra, das suas ruas labirínticas. Se tivermos em conta outras cidades, Coimbra é... ... única. E só quem por lá passa é que percebe porquê.
COMEÇAVA por modernizar a justiça, nomeadamente todos os procedimentos judiciais, já que não se admite que uma partilha, por exemplo, demore vários anos, complicando a vida das pessoas. AUMENTAVA a fiscalização por parte das Finanças, pois em vários setores de atividade não são cumpridas as obrigações fiscais. Quando tomamos um café ou vamos ao mecânico, raramente pedimos recibo, pelo que há uma enorme fatia de impostos que não chega aos cofres do Estado. ATUALIZAVA a lei do arrenda-
mento e, por consequência, os valores das rendas praticados no nosso país, já que não são alterados há vários anos. O Estado tem de intervir nesta área,
www.cnoticias.net
pois só deste modo será possível cumprir o processo de reabilitação dos edifícios de que tanto se fala. REDUZIA o valor das indemnizações aos trabalhadores em caso de despedimento, já que só desta forma é que será possível assegurar a sobrevivência das empresas no atual contexto económico. De outro modo, o encerramento de muitas empresas será inevitável.
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Há uma enorme fatia de impostos que não chega aos cofres do Estado
+lida
Metro Mondego: Deputados convergem na "absoluta necessidade" do projeto avançar
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confidencial
ao microscópio
O PERFECCIONISTA
É o mais famoso artista da cidade. Isto porque os outros optam por não viver cá. Há quem diga que vive num mundo de cartão, mas nós não sabemos. Uma coisa é certa: gosta de atuar na perfeição. Daí que faça testes de som de quatro horas, testando músicas que nem entraram no alinhamento... O espetáculo, esse, teve direito a músicas que nem dele eram. Às vezes aborrece-nos daqui até à lua.
SEIS DIAS DEPOIS...
lente... de contato
Se Deus descansou ao sétimo dia, a lei não se aplica em Coimbra. Sete dias depois da suada vitória numas eleições, estes líderes natos foram analisar um jogo nas suas instalações. Mas não foram aprender as regras, o seu plano era obter visibilidade. Ligou-se logo para os meios de comunicação. Todo sabemos que só existimos se nos fotografarem.
As eleições autárquicas ainda vêm longe, mas os serviços de assessoria já estão na ordem do dia. A "faina" começou e o tempo de vacas magras em Lisboa aumentou a pressão... no distrito de Coimbra
Quem está na berlinda no relatório confidencial do Tribunal de Contas sobre a Metro Mondego? APROVADO
Ana Alcoforado
O Museu Machado Castro parece estar, nos últimos meses, a receber os dividendos da sua reabertura parcial, conseguindo um aumento de visitantes na ordem dos 127 por cento. Esperamos que a diretora do Museu continue o bom trabalho. Nota 15
EMPRESAS MUNICIPAIS
Perante as recomendações da troika, o estado de espírito em muitas empresas municipais é por estes dias algo cinzento. Noutras, porém, o futuro tem um tom positivo nomeadamente na organização de eventos e chovem convites... para trabalhos em concelho alheio. A concretizar-se este novo "cenário", os mestres de cerimónias com fama nacional vão ter de arregaçar as mangas...
DOMINA, QUO VADIS? Já tínhamos saudades da nossa caloira. Ela nem nos liga muito, perdida no trabalho lisboeta. Ou melhor, agora seguiu o exemplo do patrão e foi de férias. Não nos disse é para onde, o que é triste. Mas isso não é o mais estranho. O colorido da bagagem que, pelo tamanho, parece estar cheio de documentos para análise nas férias, era dominado pelo cor-de-rosa. Parece que, no verão, a maioria passa de laranja a rosa.
espelho meu
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18AGOSTO 2011
REPROVADO
Jorge Gouveia Monteiro
Compreendemos que o administrador dos SASUC não tivesse muitas opções no que diz respeito às subidas nos alojamentos da UC. E passar de 63,90 para 72,75 euros nem é muito. Mas prova que a universidade está cada vez mais cara. Nota 9
C103
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ao microscópio
09H00 Lê emails, assina expediente e faz a distribuição de tarefas
um dia com
10H30 Passagem pela sala onde se fazem reuniões por videoconferência
12H30 Junto a um jipe da Protecção Civil, na Rua Antero de Quental
ANTÓNIO MARTINS COMANDANTE DO COMANDO DISTRITAL DE OPERAÇÕES DE SOCORRO DE COIMBRA
CONHEÇA A ROTINA DE UM HOMEM QUE, APESAR DE SE DESLOCAR POUCAS VEZES AO TEATRO DE OPERAÇÕES, DESEMPENHA FUNÇÕES DE GESTÃO E PLANEAMENTO CRUCIAIS PARA O COMBATE AOS GRANDES INCÊNDIOS E OUTRAS OCORRÊNCIAS GRAVES TEXTO BRUNO VICENTE FOTOS MARIANA MENDES UM DIA DE TRABALHO de António Mar-
11H30 Os territórios mais problemáticos são assinalados num mapa gigante
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tins é uma verdadeira incógnita: pode ser passado por inteiro nas instalações do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra, em tarefas de gestão e planeamento, ou exigir uma saída de longas horas para o teatro de operações, o que só acontece quando o distrito é fustigado por um incêndio de grandes dimensões ou por outras situações graves. "Em 200 ocorrências tenho que ir para o terreno em apenas duas ou três. Por exemplo, em julho, só saímos três vezes, para coordenarmos as operações", explica o comandante. António Martins, que nasceu e reside em Soure, acorda às 07H00. Viaja depois para Coimbra, onde costuma tomar café na companhia de alguns amigos da GNR. Por volta das 09H00 entra ao serviço, nas instalações do CDOS localizadas na Rua Antero de Quental. O responsável, que pertence aos quadros da GNR, mas que está em comissão de serviço na Proteção Civil, vai direito à sala de operações, para se inteirar das ocorrências que aconteceram durante a noite, seguindo depois para o seu gabinete, pois é preciso ler emails, assinar expediente e fazer a distribuição de tarefas que foram solicitadas à Proteção Civil.
18AGOSTO 2011
13H00 Saída do CDOS, para almoçar
"As nossas funções aqui são sobretudo de gestão e planeamento. Verificamos as equipas de combate a incêndios, inspecionamos os equipamentos e fazemos vistorias a edifícios que precisam de licença de habitabilidade", exemplifica o comandante. "Quando há um alerta de incêndio, acionamos meios para a primeira intervenção: equipas terrestres e meios aéreos. Depois acompanhamos o desenrolar da incidência e, se for necessário, mobilizamos mais meios", acrescenta. António Martins é comandante do CDOS de Coimbra há cinco anos e, durante esse período, garante que "só por uma vez, em 2009, foi preciso ir buscar forças fora do distrito". "Coimbra aguenta com um grande incêndio", afirma, dizendo que o número máximo de meios que solicitou para uma só ocorrência foi o de 240 elementos. Mas existem algumas lacunas. "Para fazer face à primeira intervenção não há muita gente, apesar de a cidade ter os bombeiros voluntários", comenta. A Proteção Civil coloca duas ou três equipas suas nos corpos dos bombeiros voluntários e na GNR, entre outras entidades, mas tem sempre a preocupação de "respeitar a hierarquia existente". As missões mais frequentes no distrito de Coimbra estão sobretudo relacionadas com os incêndios florestais. Depois aparecem os casos que envolvem incêndios urbanos e os acidentes de viação.
15H00 A elaborar o mapa da previsão de despesas com pessoal para agosto
“
Coimbra aguenta com um grande incêndio. Só em 2009 é que foi preciso ir buscar forças fora do distrito, situação única em cinco anos
à lupa NOME
António Fernando Ferreira Martins DATA DE NASCIMENTO
3 de agosto de 1959
TERRA NATAL E RESIDÊNCIA
Soure
PRATOS PREDILETOS
TEMPERATURAS ALTAS, SALA DE OPERAÇÕES AGITADA A pausa para almoço levou ao prato de António Martins língua de vaca estufada, no restaurante "A Sereia". "Normalmente costumo comer pela zona do CDOS e, às vezes, em casa", diz-nos. De volta ao edifício da
Robalo grelhado, arroz de lampreia, chanfana e leitão HÓBIS
Ver filmes e ler PORTO DE ABRIGO
Passear no campo
16H30 Na sala de operações e comunicações, a controlar as ocorrências
Rua Antero de Quental, é tempo de elaborar o mapa da previsão de despesas com pessoal para o mês de agosto. A tarde traz consigo o aumento da temperatura, razão mais que suficiente para o comandante fixar as suas atenções na sala de operações e comunicações. A divisão está equipada com computadores, rádios, microfones e oito televisões, que mostram os mapas com a gestão dos meios aéreos e com as ocorrências em curso. Estar "em cima do acontecimento" é absolutamente crucial. Sucedem-se os telefonemas e os diálogos entre os elementos da Proteção Civil e os bombeiros. Os técnicos procuram orientar os homens que estão no terreno da forma mais correta, corrigindo aqui e ali algumas posições, através da consulta de programas informáticos que mostram a altimetria do teatro das operações, bem como outros dados relevantes, como os acessos. Apesar do aumento do calor, a temperatura manteve-se sempre abaixo dos 30 graus, registando-se apenas pequenas ocorrências, como um incêndio agrícola no Alto de S. João, em Coimbra, e alguns falsos alarmes em vários concelhos do distrito. "O ano de 2010 foi mais complicado. Até julho deste ano arderam cerca de 300 hectares no distrito. No ano passado já tinham ardido mais de 900 hectares", afirma o comandante. Ainda assim, a Proteção Civil registou mais de 500 ocorrências nos últimos seis meses. Antes de António Martins terminar o dia de serviço ainda temos a oportunidade de lhe perguntar se está satisfeito com as funções que desempenha. "É um trabalho diferente do que fiz na GNR, mas é interessante e aguenta-se bastante bem", conclui, com um sorriso.
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o que é feito de si?
ao microscópio
1984
1993
1994
1996
2000
2001
Na primeira época é 3.º no Circuito de Peniche
Vence o Grande Prémio do Jornal de Notícias
Soma 14 vitórias e é 2.º na Volta a Portugal
Corre em Espanha e é 2.º na Volta a Portugal
Vence a Volta a Portugal
4.º lugar e melhor português na Volta a Portugal
UM EXAME MÉDICO, EM 2004, COLOCOU-O FORA DO PELOTÃO. HOJE, NO BTT, CONTINUA A SENTIR O DOCE SABOR DA VITÓRIA. O ATUAL MOMENTO DO CICLISMO PREOCUPA-O TEXTO MÁRIO NICOLAU
Vítor Gamito O que é mais difícil: subir à Torre ou ser um simples espetador? Subir à Torre de bicicleta é seguramente mais difícil. Por outro lado, ser espetador, sobretudo para quem já fez parte do espetáculo, faz-nos reviver momentos marcantes e importantes da nossa vida, e traz-nos sentimentos de saudade e de nostalgia. O ciclismo português preserva da melhor maneira as suas referências? O ciclismo nacional não tem por hábito preservar as referências, exceção feita a um ou dois dos melhores ciclistas portugueses de todos os tempos, nomeadamente Joaquim Agostinho. Os restantes, apesar de terem sido marcos importantes na história do nosso ciclismo, são muitas vezes esquecidos, Tinha, ou não, condições para competir durante mais alguns anos? Se tivermos apenas em conta o resultado do exame cardiológico, que detetou uma anomalia no funcionamento do meu coração, não, mas se a isto acrescentarmos que os exames seguintes deram negativo e que nunca tive quaisquer sintomas, sim. Poderia ter continuado mais alguns anos, bastando a validação do Centro de Medicina Desportiva. Aliás, pratico BTT de competição há alguns anos e nunca senti nada. Como é que analisa o momento difícil do ciclismo português? Uma das principais causas é o fraco investimento das empresas. O ciclismo vive quase exclusivamente destes apoios e, com a crise económica que o país e a Europa atravessam, verificou-se nos últimos anos um corte considerável nos investimentos. O ciclismo é uma das modalidades mais afetadas. O facto da comunicação social também dar pouco destaque à modalidade agrava ainda mais a situação, pois, desta forma,
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quem investe no ciclismo dificilmente obtém retorno das verbas que gasta. Que memórias guarda da passagem por Cantanhede? Para além da simpatia do clube, da autarquia e da população, jamais esquecerei que foi com o equipamento da Cantanhede/Marquês de Marialva, que venci pela última vez, na minha carreira, uma etapa da Volta a Portugal – e logo na Serra da Estrela.
“
Foi com a camisola da Cantanhede/Marquês de Marialva que venci pela última vez uma etapa da Volta a Portugal
A experiência como director desportivo é para repetir? Dificilmente. Seguir uma carreira profissional no ciclismo é como andar na corda bamba. Nunca sabemos até quando durará. Enquanto tiver outras alternativas profissionais mais estáveis, dificilmente voltarei a desempenhar funções no ciclismo. A Volta a Portugal é um caso de sucesso, mas a modalidade cai no esquecimento durante a maior parte da temporada. Existe solução? Passa muito pelas prioridades da comunicação social. Existem provas de ciclismo de fevereiro a outubro, ou seja, assunto não falta para se falar de ciclismo todo o ano. A Volta a Portugal é um caso especial: todos querem estar presentes e lembram-se que o ciclismo existe e até é bonito de ver. A presidência da Federação Portuguesa de Ciclismo está nos planos do Vítor Gamito? Não gosto de funções demasiado burocráticas. Gosto mais de estar no terreno, em contacto direto com os atletas. Neste momento, desempenho funções de treinador pessoal e, na GoldNutrition, sou o responsável pela gestão de patrocínios a atletas, clubes e eventos desportivos.
18AGOSTO 2011
opinião
Restos de felicidade em fim de prazo MÁRIO RUIVO
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O Plano de Emergência Social apresenta-se como um documento quase panfletário, sem rigor
A RECENTE descida do rating da dívida soberana dos EUA, bem como a pressão que se vai fazendo sentir sobre a eventual necessidade de recurso à ajuda externa da Itália e da Espanha, vem demonstrar que o problema da dívida soberana de Portugal e a pressão que sobre ela vinha sendo exercida pelas agencias de rating era um problema global e não uma mera responsabilidade do então primeiro ministro, José Sócrates. NESSA ALTURA , analistas, responsáveis da banca e da Nação limitaram as causas da descida do nosso rating à divida pública nacional, alheando se da análise económica e financeira global onde se deveria situar a contextualização do problema. Mas preferiram, de modo manipulado, usar o problema como mero acto da irreflectida condução da política económica do então primeiro ministro. COM SUCESSO, diga-se. Mas, infelizmente, assiste-se hoje à dimensão verdadeiramente destruidora das empresas de rating na sua voragem especuladora, funcionando nos (e com) os mercados, a partir da sua existência nos Estados que, ironicamente, vão colocando em pânico. Tudo à custa de uma política assente num neoliberalismo com raízes em Friedrich von Hayek ou na sua versão adaptada de Milton Friedman, essa referência da escola de Chicago. ESSA VISÃO de que toda a intervenção dos Estados deve ser mínima, limitando-a às questões de segurança e proteção dos cidadãos, absolutizando o mercado e o individualismo, terá obviamente custos se não houver capacidade dos responsáveis
dos países do G7 e da União Europeia de encontrar uma solução rápida e eficaz. Essa corrente ideológica que diaboliza o Estado e absolutiza o mercado está a transformar as sociedades em barris de pólvora, porque afasta a necessidade de justiça social e concebe a igualdade como um valor secundário. E É NESTE QUADRO, de valoração do individualismo e dos mercados em detrimento da solidariedade e regulação dos mercados pelos Estados, que se tem orientado a atividade política dos governos neoliberais que predominam na Europa. Por isso, não me surpreendeu a filosofia do Plano de Emergência Social, apresentado pelo ministro da Solidariedade e Segurança Social, onde sob a capa de preocupações sociais se assume a caridade como valor e não a solidariedade. O PLANO de Emergência Social apresenta-se, na sua fundamentação, como um documento quase panfletário, sem rigor de análise das situações a tratar, nem do enquadramento das medidas a desenvolver e cuja execução de algumas das propostas me suscita a maior curiosidade. Aguardarei pela operacionalização de algumas das medidas para poder analisar cada uma delas. Mas um programa que atribui aos sectores mais fragilizados da nossa sociedade o direito ao "aproveitamento dos restos", não pode merecer nunca aplauso e não é digna das sociedades modernas. CONCLUO dizendo: pobre sociedade que não percebe que nessa dádiva o principal beneficiário é quem dá e não quem recebe…
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ao microscópio
via do leitor
cartas ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL : redacao@cnoticias.net
de combate ao défice do que a troika exige. Se é verdade, temos de insurgir-nos. Qualquer dia, a continuar a ser assim, não se poderá viver mais neste país. E teremos de emigrar.
As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos
JOSÉ PAIS, Coimbra
As Jornadas Mundiais da Juventude em Madrid Dizem que a Igreja Católica está em crise, mas não é verdade. As Jornadas Mundiais da Juventude que têm estado a decorrer em Madrid provaram que as novas gerações não são tão laicas quantos se diz. Portugal teve, de resto, uma significativa participação neste encontro, o que garante que também por cá a religião não está esquecida. A presença dos nossos bispos na capital espanhola e a vigília com o Papa Bento XVI foram momentos marcantes desta iniciativa a todos os títulos louvável. A juventude tem de crescer com valores e esta experiência e, neste contexto, a pastoral juvenil é da maior relevância. O aumento da eletricidade e do gás MARTA SANTOS, Coimbra
O aumento do IVA do gás e da eletricidade Que dizer do aumento do IVA sobre o consumo da eletricidade e do gás natural, de seis para 23 por cento? Que se trata, como já foi denunciado, de um verdadeiro escândalo. As famílias e as empresas continuam a ser severamente flageladas pelos impostos, ao que parece, sem que delas se tenha a mínima contemplação. Temos de interrogar-nos: que outros aumentos estarão a ser tramados contra nós? Ao que tenho lido, parece que o Governo está a ir ainda mais longe nas medidas
inquérito
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troika (haverá alguma coisa em que ela não mande neste tão maltratado país?), vamos ter de cortar drasticamente no número de concelhos e, sobretudo, freguesias. Em Itália, tal já foi consumado. O governou determinou, por decreto, a extinção de todas as províncias com menos de 300 mil habitantes ou de três mil quilómetros quadrados de superfície. O objetivo é, segundo Berlusconi, poupar 45,5 mil milhões de euros. Mas o povo vai deixar, sem protestos, de ser quem é. Esperemos para ver o que vai acontecer por lá. Esperemos para ver o que vai acontecer por cá. ANTÓNIO SILVA, Coimbra
Apoio a idosos doentes e sem recursos pela CVP
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Dizem que o país está de tanga, mas há festas por todo o lado, pagas pelas câmaras. A troika não faz nada? FILIPE MELO, Viseu
Para que a memória não esqueça O senhor Presidente da República, se bem me lembro, interrompeu as férias para dizer umas coisas sobre o arquipélago dos Açores, aqui há alguns anos. Será que as vai interromper novamente por causa de umas coisas de muito dinheiro que a troika se atreveu a apontar no Bananal?..
Tem sido anunciado que a Cruz Vermelha Portuguesa está a preparar um serviço de apoio, no domicílio, aos doentes e idosos dependentes e sem recursos. Há realmente no nosso país muitos milhares de pessoas a necessitar, e com urgência, que se lembrem delas. Esta iniciativa da CVP será, por isso, muito bem-vinda. OSVALDO MATOS, Figueira da Foz
Preço do Nestum nas lojas do Continente Venho solicitar a retificação de um produto Continente presente na rubrica Bolsa na Praça: o Nestum. O valor colocado (€1,69) refere-se ao Nestum Integral. O Nestum Mel está à venda na loja a €1,49. SÓNIA DIAS, Lisboa
ANTÓNIO MARTINHO MARQUES, Coimbra
Seja repórter C
Concorda com nova forma de avaliação de profesores?
Novo mapa autárquico
C, PORTAL MULTIMÉDIA E REVISTA SEMANAL, ASSUME A LIGAÇÃO AOS SEUS LEITORES COMO PRINCIPAL OBJETIVO
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Posta de lado a regionalização, fala-se agora da reorganização do mapa autárquico. Ao que parece, também por imposição da
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18AGOSTO 2011
cartas
texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista
blica Exm.º Sr. Presidente da Repú os foi uma ias. O último conselho de ministr Não queria, mas tive de vir de fér perliquitea tod e ente, que a Cristas chegou-m desgraça. Veja lá, senhor Presid pus um ar da , a disparar para nós todos. Ain s nunca tes, máquina fotográfica ao ombro escentei: descansem, merecem, ma Acr tal. den oci ito mu o ceit con sér io e disse: ter férias é um . E viraram-me as costas. baixem a vigilância. Não ligaram as que está a ser ta. A extrema contenção de despes des mo a, gad alu a cas a num a, Algarve, Estou na Manta Rot nos costumes públicos. Aqui, no eco a, avi tod , tem não no ver Go seguida pelos membros do Olho em volta e só vejo, nos o a sota-vento, não sopra a crise. ent lav bar de r, ma ra bei à s ada entam umbigos, sinais nas esplan ia, até nos pírcingues que ornam pra de s lha toa nas sol, de los , ao oferecer a biquínis, nos ócu mensagem de apelo à contenção a um iar env tei ten da Ain ar. entremeainequívocos de bem-est teletas, febras, salsichas frescas, cos – do ata rec sco rra chu um s que mais parecem habitar uma dúzia e meia de amigo o narcisismo destes portugueses zar imi min im, ass nem ui, seg con da. Não Portugal da Troika. na Veneza dos Borgia do que no s e não paro nte uns quantos jor nais e revista me ria dia pro Com s. ico xer me Sei que este é um verão de paz. Eles sabem que é no vearazzi não deixam ninguém em pap Os ar. ign ind e er end pre Não podemos per mitir de me sur , olhó passar inho! Não pode ser. daí vai – ops sco s nde gra os uem os autorizar rão que conseg páginas dos tabloides Não podem nas s ada ass dev ser a uem tin con bar com as que as nossas vidas ulgados nos blogues. É preciso aca div nte me une imp m seja ado Est que os nossos seg redos de que acorram mais pessoas às sos espiões. Não podemos deixar nos os com s alo ând esc os re sob notícias ar Portugal. s. Temos, senhor Presidente, de salv praças de touros do que às igreja lançásE se recorrêssemos à religião e nos ia. ide a um tive iva lex ref ma cal Nestas noites de algarvia s ratinguistas que nos estão s infiéis, esses janotas, esses glutõe esse tra con a zad cru a nov a convocávamos os semos num o Algarve, que está sempre vazio, ádi Est o os am gáv Alu ne? car e o ir a Deus que resolva a consumir oss e reuníamo -nos todos lá para ped P S-P CD do e PSD do s nte iza ia transmitida militantes e simpat rem por Portugal". A oração ser sof es açõ cor sos nos os , Pai eu os nossos problemas. "M ontrar iam quantos não puigrejas de todo o país, onde se enc nas ada ulg div e t rne inte a pel nos", imploraríamos. A em direto i Nosso, protegei-nos e abençoai"Pa é. oul o-L Far em xo, bai em cá o tempo, tendo com dessem estar céu, a cantar e a chorar ao mesm ao ços bra os uer erg a da iva ent multidão ser ia inc estaria salvo. ece, senhor Presidente? Portugal par lhe e Qu k. roc sica mú do fun o Na expetativa, com os melhores
cumprimentos 1 Manta Rota, 18 de agosto de 201
25
sociedade
reportagem
HISTÓRIA MÁGICA FASCINA TURISTAS A UNIVERSIDADE DE COIMBRA É MAIS QUE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO. OS VISITANTES FALAM NUM "SÍTIO ENCANTADO" E DELIRAM COM AS NARRATIVAS DE REIS, OS MORCEGOS QUE LIMPAM LIVROS CENTENÁRIOS E OS EPISÓDIOS DE TORTURA E MORTE DA PRISÃO ACADÉMICA TEXTO BRUNO VICENTE FOTOS PEDRO RAMOS A UNIVERSIDADE DE COIMBRA
(UC) é um estandarte da língua portuguesa no mundo, mas quem circula pela alta universitária durante os meses de verão fica com a sensação que o idioma de Camões morreu. "Neste período, pouco se fala português aqui", afirma Sérgio Flores, que trabalha há quase uma década na parte logística do circuito turístico da instituição. O homem, de 37 anos, que serviu de guia à revista C, abre os braços, como que para abarcar toda a alta universitária, provando logo ali que falava verdade. É que nesse momento ouvimos, em bom espanhol, a frase "Em frente! Vamos!". A situação é caricata. Um grupo de
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"nuestros hermanos" atravessa a Porta Férrea "a galope", com lanças imaginárias, simulando o período medieval. Na cabeça deles, quando entraram pelo Pátio das Escolas adentro, já tinham conquistado a UC. A algumas dezenas de metros, um casal de japoneses olha para as estátuas que guardam a Faculdade de Letras, apontando para os gigantes de pedra, como se de deuses se tratassem. Pouco depois, acabam por reparar numa frase escrita na estátua, que não vinha com o "pacote original". "A solução para Portugal não é política, é cívica", leem, mas não entendem. A curiosidade dos nipónicos leva-os a perguntar a um
grupo de cerca de 20 brasileiros, em excursão, o que aquilo quer dizer. E, num inglês apenas razoável, lá é explicado o significado da frase. O tradutor improvisado mostra alguns conhecimentos de Coimbra. "Essa frase mostra bem a tradição de irreverência académica e de espírito reivindicativo dos estudantes desta cidade", acrescenta. Europeus, asiáticos e americanos interagem. Por ano, meio milhão visita a alta universitária, a maioria são espanhóis e brasileiros. Com a ajuda de Sérgio Flores, juntamo-nos a este exército munido de máquinas fotográficas, mapas, chapéus e óculos de sol.
18AGOSTO 2011
à lupa NOME
Universidade de Coimbra DATA DE FUNDAÇÃO
1 de março de 1290 FACULDADES
Letras, Direito, Medicina, Ciências e Tecnologia, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências Educação, Ciências Desporto e Educação Física NÚMERO DE ALUNOS
Cerca de 20.000
PATRIMÓNIO TURÍSTICO
Biblioteca Joanina, Prisão Académica, Capela S. Miguel, Torre, Sala dos Capelos, Exame Privado e das Armas
Para saborear a vista do alto da Torre é preciso subir 33 metros. Os degraus são estreitos e íngremes, mas o esforço compensa
OS PRIMEIROS REIS E A GUARDA REAL ACADÉMICA Começamos pelos espaços integrados na reitoria. A Sala dos Capelos – ou a Sala Grande dos Actos – é atualmente utilizada para cerimónias oficiais, como a abertura solene das aulas, a investidura do reitor e os doutoramentos. O seu estilo apalaçado deixa os turistas boquiabertos. "Muitos visitantes chegam aqui sem saberem que tinham esta parte para visitar, porque só há dois anos é que foram colocadas portadas e a sala passou a estar sempre aberta ao público", contextualiza Sérgio Flores. Este espaço acolheu importantes episódios da vida da nação portuguesa (Cortes
de Coimbra de 1385), não fosse esta a Sala do Trono do Paço Real da Alcáçova, local onde viveram todos os reis de Portugal durante a primeira dinastia portuguesa (1143-1383). Enveredamos por um corredor, mudamos de divisão, mas a viagem pelos tempos da monarquia continua. Estamos agora na Sala das Armas, que fazia parte da ala real do antigo paço. O espaço alberga a panóplia das armas (alabardas) da Guarda Real Académica, que ainda hoje são utilizadas pelos archeiros (guardas) nas cerimónias académicas. Nas paredes observamos um friso de azulejos figurados, datados de 1773, com cenas galantes.
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A Biblioteca Joanina, uma referência mundial, é o espaço universitário que traz mais turistas a Coimbra
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Grande parte dos turistas que circula na Alta Universitária (em cima), acaba por conhecer a Sala das Armas (à esquerda)
500
mil pessoas visitam, anualmente, o Pátio das Escolas
Regressamos ao corredor – espreitamos aqui e ali pelas janelas, aventuramo-nos pelas varandas para desfrutar de bonitas pinceladas da cidade – e tomamos a direção da Sala do Exame Privado. O exame privado era um ato solene e noturno onde, sem assistência pública, se fazia a prova de licenciatura. A divisão serviu também de câmara real, ou seja, o local onde o monarca pernoitava. Mais tarde, no final do século XVII, a sala sofreu obras de remodelação, tendo recebido os retratos dos primeiros reitores da instituição (desde 1537 até 1701), que podem ainda ser contemplados. "No teto temos uma das primeiras representações do escudo português", alerta-nos
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Sérgio Flores, apontando para cima das nossas cabeças. ÓRGÃO BARROCO DE DOIS MIL TUBOS É com dificuldade que saímos da reitoria e nos deslocamos por entre o mar de gente que ocupa o Pátio das Escolas. Entramos na Faculdade de Direito. Podíamos seguir dezenas de turistas e ir ao bar, para um refresco, neste dia quente, mas optamos por entrar na Capela de S. Miguel, construída no início do século XVI. Quando a Universidade adquiriu o Palácio Real da Alcáçova, ficou com a capela, que apresenta uma estrutura arquitetónica manuelina, estilo decorativo visível sobretudo nos janelões da nave
200
mil turistas compram bilhetes de acesso a locais turísticos específicos da UC
703
visitantes subiram ao topo da Torre da UC, apenas numa quinzena de julho
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central e no arco cruzeiro. Assim que entramos, Sérgio Flores fala-nos do órgão barroco de 2.000 tubos, decorado com motivos chineses. A aquisição foi patrocinada por D. João V, em 1737. "É um dos órgãos de tubos mais importantes de Portugal e ainda hoje há, frequentemente, concertos de música sacra", explica. COLÓNIA DE MORCEGOS PROTEGE LIVROS VALIOSOS A Biblioteca Joanina, localizada igualmente no Pátio das Escolas, é a estrutura universitária que traz mais turistas a Coimbra. Depois de visitar o espaço, é fácil entender porquê. O edifício, construído entre 1717 e 1728, totalmente revestido a madeira e ouro, tem três andares e alberga cerca de 200.000 livros antigos dos séculos XVI, XVII e XVIII. As pessoas parecem pequenos gnomos, num espaço encantado, quase inverosímil de ser criado pelo homem, olhando estupefactas para as coleções de livros, que repousam em estantes gigantes, com vários metros. O espaço tem uma decoração cuidada. As fachadas estão bem trabalhadas, com motivos orientais. No teto há uma pintura que representa os continentes do planeta. Se a Biblioteca Joanina por si só já é fascinante, o que dizer das histórias que lhe dão vida? "A
Universidade de Coimbra comprou, há 200 anos, uma colónia de morcegos, aqui para a biblioteca. Ainda existem as provas de compra, os recibos. Durante o dia, os morcegos estão escondidos, atrás das estantes, nos cantos escuros. Às vezes ouvimo-los piar. De noite saem para limpar os livros e livrá-los dos insetos que por aqui apareçam", afirma o nosso guia. Os morcegos cumprem assim uma importante tarefa de conservação dos manuais centenários e ainda têm a gentileza de avisar os universitários de quando vai chover. "Eles piam muito nessa altura. Ficamos logo esclarecidos", acrescenta. A turista Simonetta Righetto, italiana de 38 anos, ficou "espantada" com a história dos morcegos, que considerou "impressionante e mágica". A seu lado, o marido e a filha acenam com a cabeça, em sinal de concordância. "Esta biblioteca é um sítio especial, que nunca vou esquecer", diz a
mulher, natural de Pádua, que se deslocou a Coimbra pela primeira vez e rapidamente se deixou seduzir "por toda a cidade". Ao abandonarmos esta caixinha dourada, vem-nos à cabeça a imagem dos antigos estudantes, que levavam pantufas para a Biblioteca Joanina, de modo a não deteriorar o espaço. De noite, estudavam tendo os morcegos por companhia. E aí não conseguimos deixar de pensar em livros e filmes de magia, um "Harry Potter" ou um "Senhor dos Anéis" à moda coimbrã. A PRISÃO ONDE SÓ MORREU A MULHER DO CARCEREIRO Se descermos as escadas da Biblioteca Joanina vamos ter ao piso intermédio, que tem um dos maiores espólios de livros do século XVI. Mas não perdemos muito tempo aqui. Continuamos, quase de imediato, pela escadaria, que nos leva à Prisão Académica. Ainda são visíveis
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É a primeira vez que estamos em Coimbra e estamos fascinados com esta grande universidade. Tem um património magnífico
Nathalie e Nicolas, casal de Bordéus, França, adoraram conhecer a história da UC
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As portadas instaladas na Sala dos Capelos permitem uma vista completa da divisão (à esquerda). Na fotografia da direita, dois turistas contemplam a Capela de S. Miguel
alguns traços do antigo cárcere medieval – o único subsistente em Portugal – que foi transformado depois em prisão académica, em funcionamento até 1834. Ao contrário da magia que circula pela Biblioteca Joanina, a Prisão Académica de encantado não tem nada. É um espaço rude e escuro. Aqui há mais dramas, tortura e morte do que histórias bonitas. No entanto, o grupo de turistas espanhóis que desceu connosco parece igualmente fascinado com o espaço. "Para aqui vinham pessoas cul-
padas por crimes de foro académico e que contestavam o regime. Mas a única pessoa que morreu nesta prisão foi a mulher do carcereiro: quando desceu para dar a comida aos prisioneiros foi degolada", conta Sérgio Flores, realçando a ironia da história. O dia-a-dia na prisão era, naturalmente, horrível. A zona de refeições é a mesma onde dois buracos na pedra fazem a vez de latrina. Para os prisioneiros mais desobedientes havia "os segredos". As pessoas ficavam fechadas, "em segredo", numa sala
minúscula, onde mal se podiam mexer. CABRA, CABRÃO, SINO, SINÃO Da escuridão da prisão vamos direitinhos à luz da Torre da Universidade. Queremos agora compensar a balança e aproximarmo-nos 33 metros do azul do céu. Subir os 183 degraus – escadas extremamente estreitas, sempre em caracol – é um desafio que não está ao alcance de todos, principalmente se o visitante tiver vertigens, claustrofobia e
problemas cardíacos. O excesso de peso e a altura do turista também pode ser um problema. O autor deste texto – com 188 centímetros e quase 100 quilos – ainda conseguiu subir relativamente à vontade. A Torre – o emblema mais tradicional da Universidade e de Coimbra – começou a ser construída em 1728 e foi terminada em 1733. "Veio substituir outra torre mais antiga e surgiu da necessidade de reger a vida académica, perante a cidade", explica o nosso guia, apontando para os
Turistas compram roteiro em braille A UNIVERSIDADE DE COIMBRA (UC) já vendeu os primeiros exemplares do seu mais recente manual, um roteiro turístico, em braille, destinado aos invisuais que visitam os espaços da instituição. "Já foram comprados alguns livros", afirmou Sérgio Flores, que trabalha no circuito turístico. O roteiro, disponível em português e inglês, pretende tornar "mais acessível" a visita aos invisuais, fornecendo informação complementar às explicações dadas pelos guias turísticos, afirmou Maria Isabel Teixeira, do Gabinete de
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Apoio a Necessidades Educativas Especiais da UC. "Permite não só acompanharem com mais pormenor as explicações dadas pelos técnicos, mas também guardarem consigo a história e os monumentos e usufruírem de repetidas leituras, saboreando este circuito turístico", acrescentou a responsável. O roteiro em braille está disponível ao mesmo preço (2,5 euros) do guia turístico normal, tendo sido produzidos, nesta fase inicial, apenas 12 exemplares, seis em português e outros tantos em inglês.
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Se estendermos os olhos para o horizonte só vemos espaços verdes, como que a recordar-nos que Coimbra é uma edificação colossal erguida no meio da natureza. Olhamos para o lado e vemos Nathalie Parment e Nicolas, um casal de namorados de Bordéus, França. Pedimos-lhes um balanço da visita à alta universitária. "É a primeira vez que estamos em Coimbra e estamos fascinados com esta grande universidade. Tem um património magnífico", conclui a mulher de 27 anos. O bilhete geral para visitar o núcleo histórico da UC custa sete euros. Por mais três euros é possível fazer toda a viagem com um guia ou visitar a Torre. O preço não parece elevado, se tivermos em conta que nos entrega nas mãos uma chave que nos abre um mundo encantado – único.
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relógios nas quatro "faces". Os sinos são outra imagem de marca e têm nomes bem sugestivos: "Cabra", "Cabrão", "Sino", "Sinão". O despertar da Academia e dos estudantes era assinalado pela "Cabra", às 07H00. Já o "Cabrão", tocava às 18H00, marcando o fim das aulas. O famoso quarto de hora académico, surgiu também com a Torre. "Com a proximidade da Sé Velha e de outras igrejas, os sinos tocavam todos ao mesmo tempo. Para não haver confusão em relação ao relógio que regia a vida académica, houve a necessidade de atrasar 15 minutos o da Universidade", explica Sérgio Flores. Já no topo da Torre – uma espécie de pilar da terra – deliciamo-nos com a vista soberba. Dá para ver quase tudo, a Baixa e a Alta da cidade, o Mondego e Santa Clara.
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PRIMEIRA PRAÇA DE PORTUGAL
ABIÚL: TOUROS CONTRA A PESTE TUDO COMEÇOU HÁ PRECISAMENTE QUATRO SÉCULOS E MEIO – E, AINDA HOJE, NESTA FREGUESIA DO CONCELHO DE POMBAL, SE CELEBRA O PRIMEIRO DOMINGO DE AGOSTO COM MISSA E… TOIROS TEXTO MARTA VARANDAS FOTOS “A MANTILHA”
ESTAVA UM FIM DE TARDE quente e solarengo à chegada a Abiúl. Seria impensável imaginar tão imponente praça de touros, metida entre os altos e baixos daquela pequena localidade do concelho de Pombal. Mas ela lá está. É a mais antiga do país e entende-se porquê: foi em Abiúl, no já longínquo ano de 1561, que pela primeira vez se correram toiros em
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Portugal. Os séculos passaram, mas a paixão pela festa brava manteve-se fortemente arreigada nos costumes locais. A história é conhecida: a população, contaminada pela peste e sem esperança, dirigiu-se, em procissão, à igreja, a implorar a Nossa Senhora das Neves, sua padroeira, o fim da epidemia. Ao pedido, povo e fidalgos juntaram uma promessa: a obrigação de fes-
tejar todos os anos, no primeiro domingo de agosto, uma missa solene com sermão – e uma corrida de toiros. A peste passou. A promessa continua a ser honrada. E lá fomos, a convite da tertúlia tauromáquica feminina "A Mantilha", com sede em Coimbra, precisamente, no primeiro domingo deste agosto que tardou a ser verão. E, de imediato, eis a surpresa – na grandiosi-
dade da arena. Já não é, naturalmente, a original, a seiscentista, que, segundo rezam as crónicas, tinha o redondel murado a pedra firme, os curros e os alçados das bancadas seguros por grossos troncos de pinheiro. Em 1951 foi substituída por uma outra, nova e moderna, adaptada às exigências da lide tauromáquica. Hoje propriedade da junta de freguesia, tem capacidade para cerca de
cinco mil pessoas. AFICIÓN À BRAVA São quase cinco e meia da tarde solarenga, ainda se alonga a fila frente à bilheteira, os mais retardatários à procura do ansiado ingresso para o espetáculo marcado para escassos trinta minutos depois. A primeira das três corridas da Feira Taurina de Abiúl
2011 despertava inusitado entusiasmo – era mista, apresentando no cartaz, cavaleiros, matadores e forcados. Antes de entrarmos na praça, detivemo-nos no ambiente circundante. E que vimos? Gente de todas as idades, incluindo crianças, muitas mulheres levando ramos de flores nas mãos, outras, xailes pelas costas. A intenção adivinha-se: lançá-los para
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a arena, numa homenagem à coragem daqueles homens que em breve iriam enfrentar os toiros. Cheira a farturas e frango de churrasco. A oferta inclui ainda o colorido que só a festa brava proporciona. Está casa cheia. Chega a ser impressionante, mas não surpreendente. Tão fantástica moldura humana é mais uma prova de que o número de espetadores de corridas de touros e outros espetáculos taurinos não tem parado de crescer nosso país. Nas bancadas, aguarda-se o toque do cornetim José Henriques - o mesmo do Campo Pequeno e considerado o melhor do país. O diretor dá ordem, a banda de serviço toca a abertura do hino da "Maria da Fonte", começam as cortesias. O entusiasmo do público reflete-se na forma como aplaude, efusivamente, na altura das saudações. Um grupo de pessoas, todas, ao que parece, da mesma família, vestem camisolas onde, nas costas, pode ler-se: "Sou de Abiúl e sou aficionado". Todos estão concentrados, de olhos postos na arena. Volta a ecoar o cornetim. Entra o primeiro cavaleiro – e, nas próximas duas horas, todos os momentos são de autêntica emoção à solta. Para "A Mantilha - Tertúlia Tauromáquica Feminina", os touros "saíram bem apresentados, mas levezinhos, mansotes e míopes". Argumenta uma das tertulianas: "não viam os cavalos, só os capotes". Que importa?! Ninguém esconde o entusiasmo. Estar ali, cumprir a tradição, é o que mais importava. As pegas são sempre, em qualquer praça, momentos solenes. O público fica suspenso do que poderá acontecer àqueles homens que, na cabeça do touro, arriscam a sorte. Tudo correu a contento. No final, garantia-se o regresso no fim de semana seguinte. E no outro, o último desta feira taurina, que este ano celebra quatro séculos e meio de existência. Em Abiúl, tal como outrora, continua a haver afición à brava.
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Em cima: a tradicional corrida de touros à portuguesa, com os animais a serem lidados a cavalo Ao lado: lide a pé, menos comum nas praças do nosso país
Duques de Aveiro sempre presentes
Bispo de Coimbra excomungou touradas
D. Afonso Henriques doou, em 1175, Abiúl ao Mosteiro de Lorvão, mas, em meados do século XIII, uma parte do senhorio da vila foi alienado aos ascendentes de André Sousa Coutinho e, após o falecimento deste, à Casa de Aveiro. Desde então, cresceu tão rapidamente, que D. Manuel I lhe concederia foral novo a 14 de julho de 1515. Posteriormente, ganhou câmara, cadeia, tabelião, juiz de cabeça de julgado, pois a vila era também uma circunscrição territorial, e ainda capitão-mor com duas ordenanças. Os duques fizeram construir ainda um hospital, igrejas, capelas e instituíram a Misericórdia. Não faltavam, por outro lado, a uma das corridas em honra de Nossa Senhora das Neves. Lá estão, de resto, ainda hoje, a relembrar aqueles faustosos tempos, os restos do Paço dos Duques, vestígios de vários solares da nobreza que lá residia e a casa de Abiúl, o solar, entretanto recuperado, que foi de André Sousa Coutinho. Com a condenação do duque à morte, por alegado envolvimento na tentativa de assassinato do rei D. José, na noite de 3 para 4 de setembro de 1758, e a venda dos seus bens em hasta pública, iniciou-se um processo que, aos poucos, conduziu à diminuição da relevância da vila, que deixaria oficialmente de ser sede de concelho em 1821.
Em 1766, o então bispo de Coimbra, D. Frei Miguel da Anunciação, não esteve com contemplações: excomungou as touradas de Abiúl, exatamente no dia de Nossa Senhora das Neves. O que foste fazer! Gerou-se, nos anos seguintes, tamanha contestação, que o rei se viu forçado a intervir. A 27 de agosto de 1769, D. José despachava que "tão dissonante" era a câmara (Abiúl era então sede de concelho) impedir a festa que costumava fazer-se na igreja como proibir direta ou indirectamente os touros. A partir de então, a festa em honra da padroeira, com missa e toiros, nunca mais parou.
Guia Briosa 2011/2012 CONHEÇA OS JOGADORES, TÉCNICOS E DIRIGENTES QUE VÃO ENFRENTAR A NOVA ÉPOCA, SEM ESQUECER AQUELES QUE FIZERAM A HISTÓRIA E OS QUE IRÃO MARCAR O FUTURO DA ACADÉMICA. TEXTOS VASCO GARCIA
ACADÉMICA | OAF 2011.12 II
PLANTEL Peiser
Ricardo
Fábio Santos
João Dias
Cédric Soares
Número: 1 Posição: Guarda-redes Idade: 32 País: França Clube Anterior: AAC/OAF
Número: 12 Posição: Guarda-redes Idade: 29 País: Portugal Clube anterior: AAC/OAF
Número: 24 Posição: Guarda-redes Idade: 18 País: Portugal Clube anterior: AAC/OAF (juniores)
Número: 2 Posição: Defesa Idade: 24 País: Portugal Clube anterior: Olhanense
Número: 41 Posição: Defesa Idade: 19 País: Portugal Clube anterior: Sporting
GUARDA-REDES
Júlio César
Habib
Flávio Ferreira
Diogo Melo
Número: 88 Posição: Médio Idade: 27 País: Brasil Clube Anterior: Desportivo das Aves
Número: 8 Posição: Médio Idade: 25 País: Senegal Clube anterior: AAC/OAF
Número: 4 Posição: Médio Idade: 19 País: Portugal Clube anterior: Sp. Covilhã
Número: 50 Posição: Médio Idade: 27 País: Brasil Clube anterior: AAC/OAF
MÉDIOS
Marinho
Sissoko
Diogo Valente
Rui Miguel
Número: 20 Posição: Avançado Idade: 28 País: Portugal Clube anterior: Naval 1.º de Maio
Número: 3 Posição: Avançado Idade: 19 País: Costa do Marfim Clube anterior: AAC/OAF
Número: 23 Posição: Avançado Idade: 26 País: Portugal Clube anterior: AAC/OAF
Número: 19 Posição: Avançado Idade: 27 País: Portugal Clube anterior: Kilmarnock
AVANÇADOS
III
Orlando
João Real
Markus Berger
Abdoulaye Ba
Hélder Cabral
Número: 15 Posição: Defesa Idade: 33 País: Portugal Clube anterior: AAC/OAF
Número: 13 Posição: Defesa Idade: 28 País: Portugal Clube anterior: Naval 1.º de Maio
Número: 5 Posição: Defesa Idade: 26 País: Áustria Clube anterior: AAC/OAF
Número: 21 Posição: Defesa Idade: 20 País: Sengal Clube Anterior: Sp. Covilhã
Número: 55 Posição: Defesa Idade: 27 País: Portugal Clube Anterior: AAC/OAF
DEFESAS
Diogo Gomes
Adrien Silva
Hugo Morais
Danilo Cintra
Número: 85 Posição: Médio Idade: 25 País: Brasil Clube anterior: AAC/OAF
Número: 10 Posição: Médio Idade: 22 País: Portugal Clube anterior: AAC/OAF
Número: 7 Posição: Médio Idade: 33 País: Portugal Clube anterior: AAC/OAF
Número: 99 Posição: Médio Idade: 26 País: Brasil Clube anterior: Macaé
Fábio Luís
Éder
Jerry Sitoe
Número: 9 Posição: Avançado Idade: 28 País: Brasil Clube anterior: Porto Alegre
Número: 17 Posição: Avançado Idade: 23 País: Portugal Clube anterior: AAC/OAF
Número: 25 Posição: Avançado Idade: 20 País: Moçambique Clube anterior: Liga Muçulmana
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ACADÉMICA | OAF 2011.12 IV
Plantel
CAPITÃO "AS EXPECTATIVAS para esta época passam por aquelas que têm sido nos últimos anos: a manutenção, quanto antes. Depois de atingirmos esse objetivo, se conseguirmos um lugar acima do meio da tabela seria ótimo".
"O PEDRO EMANUEL apanhou o pulso do grupo, os jogadores novos estão muito bem ambientados e está a criar-se um espírito de grupo bom". "O TREINADOR está bem integrado, os jogadores novos também, há uma simbiose boa entre todos e isso vai notar-se em todos os jogos".
Esperanças renovadas SÃO MUITAS as caras novas no plantel da Académica versão 2011/2012. Ainda assim, mantém-se a espinha dorsal da equipa que defendeu as cores da Briosa na época transata. Na baliza, Peiser deverá continuar a ser o "rei". O francês já deu provas de ser uma mais-valia e transmite a segurança necessária aos colegas de campo. A Ricardo resta lutar por uma oportunidade. À dupla junta-se o ex-júnior Fábio Santos. Já no setor defensivo é possível que aconteçam algumas alterações. Cédric – cedido pelo Sporting – e João Dias – chegado do Olhanense – disputarão o lado direito da defesa. No eixo, Abdoulaye (emprestado pelo FC Porto) e Real (contratado à Naval 1.º de Maio) prometem não dar descanso aos "capitães" Orlando e Berger. Hélder Cabral apresenta-se como o "dono" da lateral esquerda, provavelmente com Nivaldo (ex-Tourizense) na sombra (aquando do fecho desta edição ainda não tinha assinado oficialmente pela Briosa). O meio campo promete dar muitas (boas) dores de cabeça a Pedro Emanuel. Adrien, Hugo Mo-
rais, Diogo Melo, Diogo Gomes e Habib foram opções válidas em 2010/2011. Além deste lote, o treinador contará ainda com Júlio César – que regressou depois de um empréstimo ao D. Aves e deixou boas indicações na pré-época –, o brasileiro Danilo – que se assume como um verdadeiro "10" – e os jovens Grilo e Flávio Ferreira. A escolha não será fácil. Também no ataque as opções são muitas. A saída do "craque" Sougou pode ser compensada pela contratação do rapidíssimo extremo Marinho (ex-Naval). Outra opção será Rui Miguel, que regressa ao clube onde foi formado. Éder foi o melhor marcador da pré-temporada mas o brasileiro Fábio Luís e o moçambicano Jerry também quererão ter uma chance de fazer o gosto ao pé. Depois, há ainda que contar com os jovens Sissoko, Amessan e Diogo Ribeiro. São estes os jogadores que, ao longo de 30 jornadas, irão lutar, domingo após domingo, pela melhor classificação possível. Para já – e como referiu o "capitão" Orlando em entrevista à C – a manutenção é o grande objetivo. O que vier a mais será bem-vindo.
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De sorriso aberto.
ACADÉMICA | OAF 2011.12 VI
Equipa técnica
Virgílio Fernandes
Filipe Gouveia
Treinador adjunto
Treinador adjunto
João Brandão
Miguel Ferreira
Treinador adjunto
Treinador adjunto
Pedro Emanuel e André Villas HÁ UM ANO, tudo parecia encaminhado para que a Académica vivesse uma época, no mínimo, tranquila. Jorge Costa pôs a equipa a jogar bem e, ao bom futebol, somou resultados positivos. A vitória em pleno Estádio na Luz, na ronda inaugural da Liga, foi disso exemplo maior. Durante algum tempo, a Briosa foi mesmo considerada a "sensação" da prova. No entanto, problemas pessoais
levaram à saída do "Bicho" de Coimbra, sensivelmente a meio da época. A partir daí, a equipa não mais se encontrou. A aposta em José Guilherme para substituir Jorge Costa revelou-se pouco feliz. O técnico, que acompanhou Carlos Queiroz na Seleção Nacional, não ganhou qualquer jogo para a Liga e saiu da cidade dos estudantes sem honra nem glória. Seguiu-se Ulisses
Treinador "ESTOU MUITO satisfeito pelo grupo de trabalho que tenho e isso é um sinal claro que temos um grupo forte e unido, que sabe o que quer. Unidos somos fortes e é assim que as coisas correm bem. O meu sentimento é o mesmo dos jogadores. O objetivo é estarmos bem no arranque da competição, fazer um bom trabalho e conquistar aquilo a que nos propusemos". "A ACADÉMICA tem uma história bem vincada e estou entusiasmado em relação ao que pode vir a ser o futuro deste clube. Melhor não podia estar… Vou trabalhar de forma apaixonada, motivante, de alma e coração".
VII
uel na senda de Domingos las-Boas Morais, que se limitou a cumprir os "serviços mínimos" para evitar a descida de divisão e a falhar o acesso à final da Taça de Portugal (a Académica foi eliminada nas meias-finais pelo V. Guimarães). Não será nenhum destes percursos que Pedro Emanuel quererá, certamente, imitar. Mas basta recuar um par de anos para o jovem treinador encontrar exemplos que
o inspirem. André Villas-Boas é um deles. O pupilo de José Mourinho foi do Inter de Milão para a Briosa, onde fez um excelente trabalho. Uns meses depois estava no FC Porto e, um ano mais tarde chegou ao Chelsea, que deu por ele 15 milhões de euros! Antes, tinha sido a vez de Domingos Paciência ter dado na vista, ao
conseguir a melhor classificação dos estudantes nas últimas épocas: o sétimo posto, em 2008/2009 Domingos saiu depois para o Sp. Braga, conseguiu um segundo lugar na Liga e chegou a uma final da UEFA League. Hoje, treina um dos grandes do futebol português, o Sporting. Pedro Emanuel parece reunir as condições para seguir estes pas-
sos: é jovem, ambicioso, aguerrido e trabalhou – como jogador e como adjunto – com alguns dos melhores treinadores portugueses. Para já, parece ter conquistado os adeptos que, logo no dia da sua apresentação, estiveram em força na sala de imprensa do Estádio Cidade de Coimbra. No final da temporada se verá se mantém o estado de graça.
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ACADÉMICA | OAF 2011.12 VIII
Órgãos Sociais
PRESIDENTE
Estabilidade para enfrentar anos difíceis JOSÉ EDUARDOS SIMÕES
"APESAR das dificuldades que nos esperam, este ano é para aumentarmos o número de adeptos nos jogos, por isso diminuímos os custos de acesso ao estádio". "PREFERIMOS preferimos apostar em jogadores com garra e ambição". "É NECESSÁRIO criar condições para que a Académica seja sustentável a longo prazo. Isso implica uma formação muito forte, o que permitirá ter melhores jogadores, melhor equipa e, consequentemente, melhores classificações na Liga e presenças na final da Taça de Portugal ou da Taça da Liga".
parte para o terceiro mandato consecutivo à frente dos destinos da Académica. Nas eleições para os órgãos sociais, realizadas recentemente (em junho deste ano), a lista que liderava voltou a merecer a preferência dos associados, que lhe deram uma vitória expressiva sobre o elenco encabeçado por Maló de Abreu. A favor de Simões esteve o facto de o clube se ter estabilizado na Liga, onde está há 10 anos consecutivos, e, também, a criação da Academia Dolce Vita. A subida do futsal à 1.ª Divisão Nacional, a recuperação da sede do Clube Académico de Coimbra e a realização de importantes eventos desportivos e musicais no Estádio Cidade de Coimbra também terão pesado na escolha dos associados. Nem mesmo o facto de o dirigente ter sido condenado pelo tribunal de Coimbra a quatro anos e sete meses de prisão, pela prática do crime de corrupção ativa ilícita sob a forma continuada, retirou aos sócios a confiança em Simões. Para os próximos anos, José Eduardo Simões pretende es-
tabilizar o futebol da Briosa na primeira metade da tabela classificativa da Liga, manter o futsal na 1.ª Divisão, aumentar o número de espetadores, investir na formação do clube e requalificar o Pavilhão Eng. Jorge Anjinho. Apesar de confiante, o presidente fez questão de, na apresentação oficial da equipa, deixar um alerta aos sócios: a época que agora começa não será fácil. "Vamos enfrentar um ano muito difícil em termos desportivos e financeiros", declarou, na cerimónia. "Vemos que as outras equipas estão muito reforçadas, gastaram milhões de euros. Nós preferimos apostar em jogadores com garra e ambição", justificou. As eleições foram há apenas pouco mais de dois meses mas os novos órgãos sociais já tiveram uma grande perda. José Barros, durante anos médico da Briosa, que havia sido eleito presidente do Conselho Académico, faleceu no final de junho. O também médico Manuel António, presidente do Conselho de Administração do IPO Coimbra, é agora o presidente do Conselho Académico.
IX
José Eduardo Simões Presidente da Direção
Luís Godinho
Manuel Arnaut
Tó Zé Figueiredo
Fernando Oliveira
Vice-presidente da Direção
Vice-presidente da Direção
Vice-presidente da Direção
Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Carlos Clemente
Gonçalo Lobo Xavier
Gonçalo Reis Torgal
António Preto
Vice-presidente da Direção
Vice-presidente da Direção
Vice-presidente da Direção
Presidente do Conselho Fiscal
Ricardo Guedes Costa
Nogueira Serens
Ricardo Martins
Manuel António
Vice-presidente da Direção (suplente)
Vice-presidente da Direção (suplente)
Vice-presidente da Direção (suplente)
Presidente do Conselho Académico
18.agosto.2011
ACADÉMICA | OAF 2011.12 X
Calendário
Leiria a abrir e Guimarães a encerrar DEPOIS DO PRIMEIRO jogo fora, precisamente na nova casa de um dos rivais do Centro do país – a U. Leiria – a Académica realiza esta semana o primeiro desafio no seu terreno na Liga 2011/2012. O Rio Ave é o adversário. Para muitos, esta será a primeira oportunidade para verem de perto os novos jogadores e
ACADÉMICA – BENFICA Os jogos com os "encarnados" são sempre especiais, com as bancadas do Estádio Cidade de Coimbra bem compostas. ACADÉMICA – FC PORTO O campeão nacional é favorito sempre que entra em campo, mas a Briosa tentará contrariar a superioridade azul e branca. ACADÉMICA – SPORTING Frente a um adversário bastante reforçado, a Académica terá de se esforçar para conseguir um resultado positivo. ACADÉMICA – U. LEIRIA Apesar de jogar fora de Leiria, a União continua a ser um dos dois rivais da Briosa no Centro do país. ACADÉMICA – BEIRA-MAR O clube de Aveiro é outro dos resistentes da região. A proximidade com Coimbra gera uma rivalidade saudável. ACADÉMICA – V. GUIMARÃES Desde o célebre "Caso N'dinga" que os adeptos "não se podem ver". O jogo na última jornada poderá ser decisivo.
apreciarem o estilo de jogo de Pedro Emanuel. Seguem-se Gil Vicente e Nacional. Depois, a Briosa defronta, em duas semanas, dois candidatos ao título: Benfica e FC Porto. Pelo meio, recebe o recém-promovido Feirense. O jogo com a outra equipa da região, o Beira-Mar, está marcado para a 11.ª jornada.
O campeonato dos estudantes termina com três jogos com outros tantos históricos do futebol português: Sporting, V. Setúbal e V. Guimarães. Este último sempre muito aguardado pelos adeptos devido à rivalidade que existe entre os dois clubes desde o célebre "caso N’dinga".
jornada 1 15/08/11 U. Leiria – Académica
jornada 11 27/11/11 Académica – Beira-Mar
jornada 21 04/03/12 Feirense – Académica
jornada 2 21/08/11 Académica – Rio Ave
jornada 12 11/12/11 Olhanense – Académica
jornada 22 11/03/12 FC Porto – Académica
jornada 3 28/08/11 Gil Vicente – Académica
jornada 13 18/12/11 Académica – Sporting
jornada 23 18/03/12 Académica – P. Ferreira
jornada 4 11/09/11 Académica – Nacional
jornada 14 08/01/12 V. Setúbal – Académica
jornada 24 25/03/12 Sp. Braga – Académica
jornada 5 18/09/11 Benfica – Académica
jornada 15 15/01/12 Académica – V. Guimarães
jornada 25 01/04/12 Académica – Marítimo
jornada 6 25/09/11 Académica – Feirense
jornada 16 22/01/12 Académica – U. Leiria
jornada 26 07/04/12 Beira-Mar – Académica
jornada 7 02/10/11 Académica – FC Porto
jornada 17 29/01/12 Rio Ave – Académica
jornada 27 22/04/12 Académica – Olhanense
jornada 8 23/10/11 P. Ferreira – Académica
jornada 18 12/02/12 Académica – Gil Vicente
jornada 28 29/04/12 Sporting – Académica
jornada 9 30/10/11 Académica – Sp. Braga
jornada 19 19/02/12 Nacional – Académica
jornada 29 06/05/12 Académica – V. Setúbal
jornada 10 06/11/11 Marítimo – Académica
jornada 20 26/02/12 Académica – Benfica
V. Guimarães – Académica
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jornada 30 13/05/12 resultado
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ACADÉMICA | OAF 2011.12 XII
Em cima: Peiser, João Real, Jerry Sitoe, Hélder Cabral, Flávio Ferreira, Ricardo, Habib, Diogo Gomes, Fábio Luís, Diogo Melo e Fábio Silva. Ao centro: Abdoulaye Ba, Orlando, Virgílio Fernandes, Filipe Gouveia, Pedro Emanuel, João Brandão, Miguel Ferreira, Berger e Éder. Em baixo: João Dias, Marinho, Sissoko, Danilo Cintra, Adrien Silva, Rui Miguel, Júlio César, Hugo Morais, Diogo Valente e Nivaldo
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ACADÉMICA | OAF 2011.12 XIV
2
1
3
Estádio
O palco de todos os sonhos 4
1-A claque Mancha Negra dá um colorido especial às bancadas 2-O s Rolling Stones foram a primeira grande banda a tocar no estádio 3-S eguiu-se George Michael... 4 - ... e os U2 5-A final da Taça da Liga, entre Benfica e P. Ferreira, registou a maior enchente de sempre 5
XV
O ESTÁDIO EFAPEL Cidade de Coimbra é o local de culto dos adeptos da Académica. É lá que, a cada jogo, milhares de academistas roem as unhas, fumam cigarros, gritam, cantam, choram ou riem, consoante a sorte dos 11 rapazes de preto que pisam o tapete verde e que dão tudo o que têm para honrar o losango que levam ao peito. Mas o Calhabé, como ainda hoje é carinhosamente chamado pelas gentes de Coimbra, é muito mais do que um recinto desportivo. É também o palco para alguns dos maiores espetáculos que já se realizaram em Portugal e um dos principais locais de comércio da cidade. Depois de sofrer uma profunda intervenção de remodelação para receber dois jogos do Campeonato da Europa de 2004, o estádio foi oficialmen-
te reinaugurado no dia 12 de setembro de 2003. Passadas apenas duas semanas, recebeu o primeiro grande evento. Os britânicos Rolling Stones puseram à prova um recinto que demonstrou ser um espaço privilegiado para receber as maiores bandas de rock do mundo e as multidões que estas arrastam consigo. O primeiro desafio de futebol chegaria um mês depois. O Benfica foi o "convidado de honra" e nem o facto de ter ganho por 1-3 tirou brilho. O defesa central Tonel foi o autor do primeiro golo do renovado anfiteatro conimbricense. Com capacidade para 29.6222 espetadores, o recinto tem sido palco de muitos jogos que perdurarão na memória dos adeptos da Académica. Um deles será, certamente, o desafio com
o Marítimo, no dia 7 de maio de 2006, em plena Queima das Fitas. Na altura, a Briosa precisava de um empate para se manter na Liga e conseguiu-o, depois de ter estado a perder por 0-2, graças a dois golos de Dário. O estádio, que registou a maior enchente em jogos dos estudantes (26.118 pessoas nas bancadas) quase vinha abaixo. Contudo, esta não foi a partida mais concorrida do Cidade de Coimbra. A final da Taça da Liga, já este ano, levou ao Calhabé 26.222 pessoas, que assistiram à vitória do Benfica sobre o P. Ferreira. Mas os momentos altos deste estádio foram, sem dúvida, os dois concertos dos irlandeses U2 em outubro de 2010. Uma experiência absolutamente memorável que só quem viveu poderá descrever.
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18.agosto.2011
ACADÉMICA | OAF 2011.12 XVI
Historial
PALMARÉS CAMPEONATO 1.ª DIVISÃO
59 participações
Em 39, quando venceste aquela taça...
MELHOR CLASSIFICAÇÃO
2.º lugar, em 1966/67 2.º DIVISÃO
18 participações MELHOR CLASSIFICAÇÃO
Vencedor em 1948/49, 1972/73, 1979/80 (zona centro, 2.º nacional), 1983/84 (zona centro)
TAÇA DE PORTUGAL VENCEDOR
1 em 1938/39 (3-2, Benfica) FINALISTA VENCIDO
3 em 1950/51 (5-1, Benfica), 1966/67 (3-2, V. Setúbal), 1968/69 (2-1, Benfica, a.p.) MEIAS-FINAIS
4 em 1943/44 (7-2, Benfica, 2 mãos), 1954/55 (6-0, Benfica), 1982/83 (9-1, Porto), 2010/11 (1-0, V. Guimarães, 2 mãos) PARTICIPAÇÕES
71
TAÇA DA LIGA MEIAS-FINAIS
1 em 2009/10 (1-0, Porto) PARTICIPAÇÕES
4
DIA 25 de junho de 1939. Pe-
rante 30 mil espetadores, Académica e Benfica def ronta r a m-se no Campo das Salésias. Com golos de Pimenta, Alberto Gomes e Arnaldo Carneiro (dois), a Briosa venceu por 4-3 e conquistou a primeira Taça de Portugal da história. Os festejos duraram dias e cidade de Coimbra recebeu em êxtase os seus heróis que, assim, escreveram a página mais feliz da história da Académica. Ainda hoje, a Mancha Negra, claque oficial do clube, canta assim: "Em 39, quando venceste aquela Taça, senti que eras tu, nossa Briosa". A Académica regressaria à final da Taça em mais três ocasiões. No entanto, em nenhuma delas conseguiu repetir a proeza de trazer o troféu para Coimbra. Ainda assim, a última final em que os estudantes estiveram presentes, 1969, foi, para muitos, uma vitória. A Briosa perdeu, é certo. Mas o encontro foi muito mais que um jogo de futebol… Naquele que foi, provavelmente, o maior comício alguma vez realizado contra o antigo regime, a Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra aproveitou para dar visibilidade às suas reivindicações.
De tal forma que o jogo não teve transmissão televisiva e nem o Presidente da República nem o ministro da Educação marcaram presença no Jamor. A década de 1960 foi, aliás, uma das mais bem-sucedidas da história academista. Além de duas presenças na final da Taça de Portugal, os pretos conseguiram também a sua melhor classificação de sempre: o segundo lugar, em 1966/1967. No final do campeonato, apenas três pontos separaram a Briosa do Benfica, depois de um duelo bastante intenso que durou até ao final da prova. Esta foi também a década da afirmação europeia da Académica. No final dos anos 60, a equipa atingiu os quartos-de-final da Taça das Taças, tendo caído aos pés do Manchester City, depois de ter eliminado o Kuopion da Finlândia e o Magdeburgo da então República Democrática Alemã. Depois de ter vivido, no pós 25 de Abril, o momento mais conturbado da sua história – tão conturbado que chegou a ser formalmente extinto enquanto clube de alta competição – seguiram-se anos de sobe e desce entre a 1.ª e a 2.ª divisão até que, finalmente, já no século XXI, a Briosa conseguiu estabilizar no escalão maior do futebol português, onde já está há 10 anos.
C173
ACADÉMICA | OAF 2011.12 XVIII
Casas e filiais
THE ACADÉMICA CLUB OF BRAMPTON
A Académica espalhada pelo mundo
99 Orenda Road, Brampton – Ontário CANADÁ ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DO SAL
Espargos – Ilha do Sal REP. DE CABO VERDE
ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DA PRAIA
Ilha de Santiago REP. DE CABO VERDE
ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DO MINDELO
Mindelo REP. DE CABO VERDE
A PROVA de que, mais do que
de Coimbra, a Académica é um clube de Portugal, está nas casas que tem espalhadas por todo o país e pelas filiais que levam o seu nome aos quatro cantos do mundo. Em Portugal, a Briosa tem seis casas, de norte a sul do país, onde os adeptos pretos se podem juntar para ver os jogos, debater a atualidade e, mesmo à distância, saber tudo o que se passa com o clube do seu coração. Lisboa, Oliveira de Frades, Leiria, Figueiró dos Vinhos, Porto e Oeiras são as localidades que têm a honra de receber, nas suas ruas, uma Casa da Académica. Lá fora, são várias as filiais que levam a todo o mundo o losango símbolo da Briosa. Em todo o lado onde se fala português, há um clube que veste de preto. Desde o frio do Canadá ao calor de África, passando pelo Luxemburgo, a Académica está em todo o lado. A ilha de Cabo Verde é o país onde os estudantes estão mais representados. São nada mais
nada menos que quatro filiais: a Associação Académica do Sal, na Ilha do Sal; a Associação Académica da Praia, na Ilha de Santiago, a Associação Académica do Mindelo, no Mindelo; e a Associação Académica do Porto Novo, em Santo Antão. Ainda em África, há mais dois países onde a Briosa está representada. Em Angola, a Académica Petróleos do Lobito e a Académica Petróleo do Kwanda Soyo vestem o negro do clube de Coimbra. Em Moçambique, é a Associação Académica Desportiva do Maputo que leva ao peito o símbolo dos estudantes. Na Europa também há uma filial da Briosa. Trata-se do Académico de Troivierges, da cidade luxemburguesa de Wilwerdange. Por último, do outro lado do Atlântico, é responsabilidade do The Académica Club Of Brampton, em Ontário, Canadá, defender o negro da Briosa. São muito poucos os clubes portugueses que se podem orgulhar de estar presentes em tantos pontos do mundo.
ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DO PORTO NOVO
Vila Porto Novo – Santo Antão REP. DE CABO VERDE
CASA DA ACADÉMICA DE LISBOA
Rua Campo de Ourique, 115 – 1.º D 1250-060 LISBOA casa.academica.lisboa@sapo.pt
CASA DA ACADÉMICA DE LAFÕES
Rua Coronel Neves 3680 OLIVEIRA DE FRADES academicalaf@iol.pt
CASA DA ACADÉMICA DE LEIRIA
Rua Sá de Miranda, Lt. 2 – 1.º B 2410 – 273 LEIRIA
CASA DA ACADÉMICA DO NORTE DE LEIRIA
Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos 3260 FIGUEIRÓ DOS VINHOS CASA DA ACADÉMICA DO PORTO
Rua de Santa Catarina, 1067 – 2.º E 4000 PORTO
CASA DA ACADÉMICA DA MARGEM SUL DO TEJO
Rua Pedro Nunes, 3 – 1.º D 2780 OEIRAS
XIX
ACADÉMICO DE TROIVIERGES
66 – Rue de La Hare L – 9980, Wilwerdange LUXEMBURGO
ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DESPORTIVA DO MAPUTO
Maputo MOÇAMBIQUE
ACADÉMICA PETRÓLEOS DO LOBITO
Lobito ANGOLA
ACADÉMICA PETRÓLEO DO KWANDA SOYO
Soyo ANGOLA
C201
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ACADÉMICA | OAF 2011.12 XX
Formação
A Briosa do futuro ELES SÃO o futuro da AcadéLuís Melo Capitão dos juniores
Patrick Ferreira Capitão dos juvenis
João Silva Capitão dos iniciados
mica. Luís Melo é o capitão da equipa de juniores; Patrick Ferreira capitaneia os juvenis e João Silva lidera os iniciados. Apesar da tenra idade, conhecem bem a história e a grandeza da Briosa e sabem que querem, no futuro, ajudar a escrever mais umas páginas num livro que se quer de sucessos. Luís Melo é o exemplo maior daquilo que deverá ser um jogador da Académica. Prestes a completar 18 anos, o jovem conimbricense consegue destacar-se tanto dentro das quatro linhas como nas salas de aula. A entrega em ambos campos valeu-lhe a braçadeira de capitão e a entrada para a Universidade de Coimbra onde irá estudar Medicina. "Nunca senti nenhum tipo de problemas para conciliar as duas coisas e, mesmo dentro do clube, fui muito incentivado para prosseguir os estudos", conta. O médio defensivo – que tem Steven Gerrard como referência – começou a sua carreira desportiva no Esperança. Chegou à Briosa como iniciado de 2.º ano. "Notei logo que a Académica era diferente de todos os outros clubes", recorda. O azar – teve uma grave lesão na época passada – levou-o a passar muito tempo com uma das referências do clube, Rocha, que lhe transmitiu um pouco da mística academista. "A Académica
é uma associação com muitos anos de história que, mais do que Coimbra, representa Portugal. Mais que um prazer, ser capitão é uma responsabilidade enorme", revela. Com a nova Academia, Luís Melo acredita que a Briosa "tem tudo para conseguir atingir os clubes de topo" a nível da formação. Há apenas um pormenor a alterar: "A Académica não pode deixar sair jogadores muito jovens. Se conseguir segurar os melhores jogadores, daqui a cinco ou seis anos terá condições para lutar pelo campeonato", garante. Confiança não falta. Ao contrário de Melo, Patrick nunca vestiu outra cor que não o preto. O amor à Briosa é incondicional. De tal forma que, assegura, se tivesse uma proposta de um dos chamados "grandes" do futebol português, seria recusada. "Ainda é muito cedo para ir para um grande", justifica o jovem médio, de 16 anos, fã de João Moutinho. Já João Silva tem um percurso completamente diferente. Começou no futsal do "rival" U. Coimbra. Mudou-se depois para a Académica, mas continuou no futsal. Só mais tarde se rendeu ao futebol. E de que maneira. Na época passada marcou 26 golos. O jovem avançado, de apenas 14 anos, gosta de Éder mas não tem problemas em afirmar que "gostaria de lhe ‘roubar’ o lugar".
XXI
Os trĂŞs jovens, formados na Academia da Briosa, caminham para uma carreira de sucesso
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C99
18.agosto.2011
ACADÉMICA | OAF 2011.12 XXII
Adeptos
Mancha, veteranos e muito mais NENHUM CLUBE existe sem
adeptos. É por eles que, cada dia, jogadores, técnicos e dirigentes dão o seu melhor. São eles a razão de ser dos clubes desportivos. A Académica não é exceção. É certo que a relação entre a cidade e o clube já foi mais próxima e que já houve anos em que os adeptos acorriam em muito maior número às bancadas. Mas a verdade é que, quando é necessário, quando, por exemplo, a equipa precisa impreterivelmente dos três pontos para se manter na Liga, a malta lá vai ao estádio gritar: "força rapazes". Doutores, estudantes, futricas… ninguém falta à chamada. Mas, além dos adeptos "normais", que sofrem com as derrotas e vibram com as vitórias, há dois grupos de pessoas que sabem como ninguém o que é a Académica, que transmitem esses ensinamentos aos outros e que, com o seu amor pela Briosa, ajudam a que sejam cada vez mais os academistas de coração. Falamos no Núcleo de Veteranos e da claque Mancha Negra, sem os quais a Académica não teria, certamente, a grandeza que tem hoje. O Núcleo de Veteranos foi o primeiro a nascer. Estávamos em 1979 quando a ideia de Vítor
Campos ganhou forma. Reunindo dezenas e dezenas de "velhas glórias", que durante anos encheram de orgulho os corações academistas, o núcleo tem hoje um papel importantíssimo: preservar a mística do clube e transmiti-la aos mais novos. Seis anos depois, em 1985, nascia a Mancha Negra, que, ao contrário do que o nome indica, dá um grande colorido aos estádios por onde passa. Nascida da fusão de três grupos de adeptos – Força Negra, Maré Negra e Solum Power – a claque adotou o nome de uma popular personagem de Walt Disney: o Mancha Negra. Ao longo de mais de 25 anos de existência, alguns dos membros da primeira claque a utilizar espetáculos de fogo-de-artifício nos estádios de futebol em Portugal assumiram responsabilidades importantes na vida do clube, destacando-se cargos na direção, Conselho Académico e, até, um candidato à presidência. Além de apoiar a Académica, a Mancha tem-se mostrado dinâmica, inovadora e arrojada: tem uma revista própria, a "Central B", já lançou um CD, um livro, uma caderneta de cromos e, quando completou 25 anos, inaugurou a nova sede, no Pavilhão Eng.º Jorge Anjinho.
C15
C13
opinião
MIRA LAGOA SOBRAL
Sinais dos tempos
“
A política que mande na finança. Porque a economia do bem-estar, como se comprova e se sente e se vive, não está lá muito bem
NEM AS FÉRIAS são como dantes. A canícula de agosto este ano… foi de férias. Só o vento aborrecido ficou. O aquecimento global deu em arrefecimento das economias. O aumento do petróleo que durante anos agitou agosto deu, este ano, em baixa. Mas aumentou a onça de ouro. ESTE ANO é George Soros a dizer que Grécia e Portugal devem sair do euro (forma pouco original de dizer que o euro falhou?). Este ano é o presidente do Banco Mundial a avisar que vem aí uma crise pior que a de 2008. ESTE ANO é o aumento do IVA na energia,
eléctrica e de gás. Este ano é o aumento dos transportes. Este ano… ESTE ANO continua-se a não se saber e sem se perceber afinal que buracos financeiros existem nas contas públicas… Por outras palavras, que legados ainda há escondidos. Afinal qual é a dimensão exacta do passado que nos acorrenta, que nos impede de vir à superfície. Que estamos condenados no presente a honrar o passado, e a colocar de lado o futuro, parece não restarem grandes dúvidas. E isto porque os mercados, os tais sem rosto, só querem o passado, mesmo que, irracional e antiegoisticamente, dificultem o presente. E adiar futuro os portugueses sabem bem o que tal significa. Durante mais de uma década foi essa a opção nacional. Amantes como somos da História, quisemos enriquecer o nosso passado e criar condições para não nos vermos dele livre. Escolheu-se ficar refém do passado, mesmo recente e sem história, a usufrui-lo como valor de qualidade de vida. Mas responsavelmente todos vamos honrá-lo. A dieta forçada que escolhemos é violenta. Exige muita abdicação, prática que não ocupa espaço e valor relevantes na nossa história. Abdicar é palavra e prática a que não estamos habituados. Optamos sempre por não aceder. Preferimos não avan-
çar. Mas recuar nunca! Mas nunca é palavra proibida no real. Sempre se diz "nunca digas nunca". Agora temos mesmo que retroceder. Doa a quem doer. E dói a todos. E dói muito, a todos. Inclusivé aos políticos. Os únicos que não podem deixar de avançar sem medo, sem hesitações a impor a regulação e a regulamentação dos "mercados". Sempre se disse que quando a finança avança o País retrocede e empobrece. O País não pode senão avançar. Tudo o demais que lhe siga na peugada. E que, por mérito, tudo e todos se saibam posicionar. AGOSTO já não é o mesmo. É a gosto, claro que sim, mas não da maioria das pessoas. E hoje tem-se consciência que não são só irlandeses, gregos e portugueses que não gostam e sofrem. É a gosto dos mercados… MARX , hoje, escreveria muito diferente. A política que mande na finança. Porque a economia do bem-estar, como se comprova e se sente e se vive, não está lá muito bem. Está mesmo muito mal. Se é que ainda existe. QUANDO analistas, opinadores e equiparados do mundo dito ocidental – que é como quem diz das margens do Atlântico Norte – anotam os erros da política americana, as hesitações, tremores e temores da Europa, a desregulamentação do mercado, a especulação financeira de baixa que campeia, que os ditos "mercados" são quem mais ordena, outra coisa não anunciam que não seja a falência da política. Sim, por ora, a política faliu! E QUEM MANDA? Os mercados, sem rosto, desumanos. Há mais vida para além da finança. E a finança acabará por morder-se a si própria, morrer de si própria, depois de ter dizimado desumanisadamente, a esmo. AGOSTO não está nada a gosto. E depois de agosto ?… Muito menos, garantidamente.
35
cérebros
investigação
JOÃO LOUREIRO, INVESTIGADOR DO CENTRO DE ECOLOGIA FUNCIONAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, ESTÁ A ESTUDAR A EVOLUÇÃO DO GENOMA DOS REDODENDROS. SÓ ASSIM SE CONSEGUE REALIZAR UM CRUZAMENTO EFICAZ DESTAS PLANTAS TEXTO SÍLVIA DIOGO
Redodendros , afinal, não são A CIÊNCIA assumia, até agora, que os redodendros eram, na sua pluralidade, estéreis. Uma investigação realizada por investigadores do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (UC), especialistas em estudos de espécies poliplóides, declara não ser bem assim. Os redodendros são plantas lenhosas, normalmente arbustivas. Na jardinagem são conhecidas por azáleas. É nessa área que se tornaram realmente um foco de importância e de atenção. João Loureiro, coordenador da investigação, revela que existe um elevado número de sociedades com aficionados interessados em obter plantas com caraterísticas melhoradas, principalmente ao nível de porte, vigor e mais vistosas ao nível das flores (com cores diversas e atrativas). "Poderão ser alvo de posterior comercialização para implementação em jardins e parques", explica à C. Face ao elevado insucesso nos cruzamentos de plantas, os investigadores americanos procuraram ajuda na UC. O trabalho de
36
investigação começou há cerca de um ano, depois do contacto com dois membros da Sociedade Americana de Rododendros, John e Sally Perkins. O interesse deles era obter uma caraterização das plantas de redodendros que cruzavam ao nível do seu ADN, relativamente ao número de cópias dos cromossomas que estes indivíduos apresentavam. "Esta informação é bastante importante, dado que existe alguma diversidade a este nível (não existem só plantas com duas cópias, tal como nós, humanos, mas também com três, quatro ou seis cópias), o que tem fortes implicações na fertilidade dos híbridos que são produzidos por cruzamentos controlados para obtenção de plantas com novas caraterísticas", assegura João Loureiro. O trabalho que desenvolve permite realizar os cruzamentos sem ser "às cegas" e garantir o que até agora era mais incerto, que é a obtenção de cruzamentos estáveis, ou seja, com a produção de descendentes viáveis e, consequentemente, com produção de sementes. A
informação ao nível do ADN que fornecem permitirá produzir plantas estáveis com várias cópias dos cromossomas que tendencialmente poderão ser mais resistentes às condições ambientais e mais vistosas. "O nosso grupo de investigação, designado Ecologia e Evolução das Plantas, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, está muito interessado em questões relacionadas com a biologia reprodutiva de espécies com interesse comercial e ecológico (espécies invasoras e espécies ameaçadas), sendo que esta solicitação se enquadrava perfeitamente nos nossos objetivos", explica João Loureiro. As principais conclusões a que o grupo tem chegado é que independentemente do número de cópias dos cromossomas que os híbridos apresentam, muitos deles produzem sementes e são viáveis, inclusive os que apresentam um número ímpar de cromossomas (três cópias), aos quais muitas vezes estão associados problemas no que diz respeito à produção de gâmetas (grãos de pólen e óvulos).
18AGOSTO 2011
ciência & tecnologia Alunas da UC fazem investigação na África Oriental
Calendulaceum 'Cherokee
Periclymenoides calendulaceum
ão estéreis Além da importância científica relacionada com a compreensão destes fenómenos ao nível reprodutivo, esta investigação tem um cariz de biologia aplicada que é fundamental para fazer a ligação entre a investigação pura e a sociedade. "É extremamente congratulante para mim, enquanto coordenador da investigação, como para a Universidade de Coimbra, que, em todo o mundo, tenhamos sido nós as pessoas solicitadas por uma associação tão importante como a Sociedade Americana de Rododendros, para responder às suas questões e dúvidas científicas", confessa à C. Depois da exposição do trabalho ao nível nacional no Congresso da Sociedade Portuguesa de Genética, os investigadores de Coimbra pretendem publicar os resultados internacionalmente, quer em revistas mais generalistas, quer em publicações científicas da área, de forma a divulgar a informação aos aficionados em jardinagem e aos investigadores interessados neste grupo concreto de plantas.
Phyllis korn
A DIRECÃO da escola americana The Field School convidou duas alunas do Mestrado em Evolução e Biologia Humanas (MEBH) da Universidade de Coimbra para participar numa campanha que envolve importantes escavações na África Oriental. "É uma oportunidade única de aprendizagem, pois as prospeções incidem sobre sedimentos com quatro e três milhões de anos", afirma a professora Eugénia Cunha, que coordena o curso.
Prémio Muse 2011 para José Xavier à lupa NOME
João Loureiro DATA DE NASCIMENTO
13 de setembro de 1979 NATURALIDADE
Figueira da Foz RESIDÊNCIA
Coimbra
JOSÉ XAVIER , biólogo marinho e investigador do IMAR da Universidade de Coimbra, foi distinguido com o prémio internacional Martha T. Muse 2011. O júri enalteceu a importância da investigação do cientista na dinâmica de predador-presa que sustenta as populações de albatrozes, focas, pinguins e outros grandes predadores no Oceano Antártico.
MÚSICA
Arcade Fire AUTOR DE ELEIÇÃO
José Saramago
PRATO PREDILETO
Peixe grelhado HÓBIS
Música e cinema VÍCIOS
Café
PORTO DE ABRIGO
Casa
FCTUC tem curso de Engenharia Civil que é referência mundial O CURSO de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) foi classificado como um dos 200 melhores do mundo pelo QS World University Rankings. É o único curso português da área a figurar na lista, encabeçada pelo MIT. 37
marketeer
Não jantava com o atual primeiro ministro
dinheiro
ÁUREA GONÇALVES É TÉCNICA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING DO DOLCE VITA COIMBRA. Qual foi o seu primeiro emprego? Trainee de Comunicação e Marketing. Como gastou o primeiro ordenado? Compras de Natal. Um sonho… Tantos! Uma viagem à Austrália, Macau, África do Sul, México. O que não suporta? Pessoas chatas, que falam de mais! A meio da conversa já não oiço o que estão a dizer. Um vício que não equaciona deixar... O sorriso! E que marca não dispensa? Dolce Vita. Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? Todas! Com quem não jantava? Com o atual primeiro ministro. Último livro lido, cd ouvido, filme visto? Caim, José Saramago. U Know Who I Am, David Fonseca. Não me lembro do nome do último filme, mas era uma comédia! Lema de vida? Respeito cabe em qualquer lugar.
conversa de
MARIA CELESTE DA SILVA PEREIRA SIMÕES Rua Pedro Rodrigues dos Santos, n.º 34 3045-869 Ribeira de Frades 239 984 263
Maria Celeste da Silva Pereira Simões é a proprietária do estabelecimento com o mesmo nome que, na Ribeira de Frades, concelho de Coimbra, vende os produtos habituais dos quiosques – jornais, revistas, tabaco – e, também, artigos de pesca. Além disso, o estabelecimento
presta ainda outros serviços, como a Payshop. Aberta há cerca de 15 anos, aloja de Maria Celeste da Silva Simões Pereira funciona, de segunda-feira a sábado, das 08H00 às 20H00. Já aos domingos e feriados o estabelecimento está aberto entre as 08H00 e as 13H00.
quiosque
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O PROJETO nasceu em 1976, recorda Mário Esteves, que colocou ao serviço do público, na Figueira da Foz, o primeiro restaurante Caçarola dando por terminado "o longo percurso na imigração". Começou a trabalhar aos 11 anos, na Mealhada, "abrindo as portas aos carros" e dizendo aos clientes, lembra, " aqui é que é muito bom!". Os primeiros passos no setor da hotelaria estão gravados na memória do empresário natural de Mortágua que aos 14 anos abalou para Angola seguindo o exemplo dos tios. Regressou ao fim de seis anos para cumprir o serviço militar e, depois, partiu para a Moçambique. Aos 23 anos, após o adeus à tropa, Mário Esteves escolheu a França para uma "etapa que durou três anos" e que terminou em 1976. "Decidi estabelecer-me na Figueira da Foz e, nessa altura, dei sociedade à minha irmã e ao meu cunhado. A sociedade dissolveu-se mais tarde porque esta atividade [a hotelaria] não é fácil", afirma. A "receita" do sucesso, acrescenta o empresário, inclui "gosto" e "aposta", pois "a vida na hotelaria é muito ativa, mas, ao mesmo tempo, tem muito de prisão". De modo a evitar problemas familiares, e com a abertura do restaurante Caçarola 2, Mário Esteves decidiu dissolver a sociedade com a irmã e o cunhado, o que se revelou uma medida acertada. "As duas casas funcionam muito bem e são independentes. O nome é o único ponto comum", explica. Entretanto, o empresário lançou um novo projeto - o restaurante Aquário - que está atualmente concessionado e confessa que, apesar do êxito profissional que obteve, chegou a pensar no abandono da atividade. "Como nunca tive outra profissão decidi abraçar a hotelaria e dedicar-me ao negócio com toda a determinação", conta. A ligação (e o "gosto") à Figueira da Foz começou com as idas dos avós aos banhos quentes, "uma coisa que se perdeu", e transformou-se em fascínio. "Gosto de Mortágua, onde me dedico à agricultura e tenho a minha vivenda, mas a Figueira da Foz é terra interessante, bonita e com enorme potencial sobretudo no turismo", confessa. E aproveita para analisar o presente: "tenho pena que esteja parada em termos de turismo. É a crise? Pode ser, mas é possível fazer algo mais. O produto sol e praia está saturado, pelo que é necessário criar outras atrações. Temos excelentes acessibilidades e praias, mas precisamos de fixar as pessoas". Mário Esteves gosta de "desafios", não rejeita uma "boa luta" e encara as derrotas como o ponto de partida para uma etapa de êxito garantido e que faça esquecer os momentos menos positivos. A inovação é o melhor caminho quando a eco-
MÁRIO NICOLAU
empresário de sucesso
Gosto e dedicação na caçarola do êxito ANGOLA, MOÇAMBIQUE E FRANÇA CRUZAM-SE NA VIDA DE MÁRIO ESTEVES. A HOTELARIA É PONTO COMUM. A DESIGNAÇÃO "CAÇAROLA2," O SÍMBOLO DE UMA VIDA DE TRABALHO TEXTO MÁRIO NICOLAU
a empresa Caçarola Dois Rua Bernardo Lopes, 85 a 89 3080-395 Figueira da Foz Telefone 233426 930 email: info@cacaroladois.com site: www.cacaroladois.com
nomia "arrefece" e o empresário utiliza-a q.b. "Tenho de dinamizar o que tenho, nomeadamente os 15 funcionários efetivos e excelentes, o que neste momento é uma questão importante. Não está no meu horizonte realizar despedimentos, mas para que isso não aconteça é necessário cativar um número cada vez maior de clientes", considera. O festival do marisco e a happy hour são duas das iniciativas mais recentes no Caçarola2 , mas Mário Esteves promete contrariar o momento menos favorável da economia com outras novidades. A mulher e os filhos são uma "força" essencial num projeto [o Caçarola 2] com todas as condições para vingar. A qualidade no serviço e nos produtos, bons equipamentos e a simpatia completam a receita do êxito. "O resto é fácil", conclui.
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dinheiro
caça
ABRIU A CAÇA
AÍ VAI CHUMBO! O CALENDÁRIO VENATÓRIO ABRIU, NO DIA 15 DE AGOSTO, A TEMPORADA DE CAÇA DESTE ANO. AS EXPETATIVAS DA FEDERAÇÃO DE CAÇA E PESCA DA BEIRA LITORAL (FCPBL) SÃO BOAS E DEMONSTRAM QUE HÁ UMAA NOVA MENTALIDADE NOS CAÇADORES MODERNOS TEXTO MARCO ROQUE VENATÓRIO E CINEGÉTICO não são palavras comuns no dia-a-dia. Têm, no entanto, um significado comum: algo que é relativo ao ato de caçar e, por isso, tornaram-se importantes nesta época do ano em que a atividade dos caçadores da região regressa em força. "Esperamos uma nova época sem acidentes, capaz de motivar novas adesões e o despertar de muitas consciências responsáveis que muito tem que ser feito pela caça em Portugal", sublinha Luís Alberto Pereira, presidente da FCPBL, indicando que "a caça na região da Beira Litoral encontra-se praticamente toda ordenada e padece à semelhança de outros setores de uma reestruturação, capaz de enfrentar este novos desafios". Ana Paula Ferreira, técnica na FCPBL en-
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carregue de grande parte das burocracias que envolvem zonas de caça, levanta o véu sobre alguns destes desafios. "A legislação criou para os minifúndios, que são áreas muito pequenas, zonas de proteção onde não se pode caçar a menos de 250 metros de povoações", revela, indicando que "é uma distância muito grande, 150 dava à vontade. Com esta distância, há zonas de caça que têm pouco território para caçar". E "depois, claro, existe muita burocracia". Luís Alberto Pereira corrobora. "Não sendo esta a sede própria, apenas considero que as burocracias e simplificação de processos deve ser um trabalho imperioso para o setor", refere. "As dificuldades para obtenção da carta de caçador têm impedido a renovação de uma
classe de caçadores, bem como os custos e burocracias para obtenção e renovação de uso e porte de armas", completa. Para além disso, "a própria gestão das zonas de caça deverá ser simplificada e compreendida. Muitas vezes, quem as gere não teria sequer condições para a continuidade, sem o apoio das federações profissionalizadas". Estas dificuldades são superadas pela boa vontade das associações e clubes, 118 no total, que são sócios da FCPBL. "Cada vez há mais zonas municipais a passarem para associativas (ver caixa), já fiz cinco e tenho mais dois projetos em mão", conta Ana Paula Ferreira, referindo que "é por associativismo, por amor à camisola que as pessoas apostam nisto e se empenham".
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zonas de caça
recomendadas ZCA de Seia
3.331 hectares Oferece montarias únicas, realizadas nas encostas da Serra da Estrela
ZCM da Murtosa
5.566 hectares Zona de caça a espécies migradoras aquáticas
ZCM de St. Estevão
1.967 hectares Local da caça a espécies migradoras de inverno, como os tordos
ZCT do Fajão
Cerca de 3.000 hectares Caça a espécies de caça maior pelo processo de espera
CAÇA RICA NA REGIÃO E NOVAS MENTALIDADES "A região da Beira Litoral é rica em algumas espécies cinegéticas, a dominante é o coelho bravo; ao nível das aquáticas, patos por exemplo, temos como regiões de excelência para a caça o Baixo Mondego e a Ria de Aveiro e, para espécies migradoras de inverno como, por exemplo, o tordo, temos excelentes regiões como as Terras de Sicó", enumera Luís Alberto Pereira. Como se tal não bastasse, "para a caça maior, javalis e veados, encontramos excelentes condições no Pinhal Interior". No entanto, os caçador deve lembrar-se que a caça não é um recurso infinito. "O caçador deverá ser o primeiro garante da utilização de um recurso renovável, como é o caso da caça, um investimento gerador de riqueza, que se alia ao desafio da conservação e a preservação da biodiversidade", avança o presidente, lembrando que deve haver sempre "respeito pela propriedade alheia e a segurança no ato venatório". Felizmente, as mentalidades já evoluíram e a forma de pensar do caçador mais velho, "à antiga", começa a desaparecer. "Eu noto a evolução ao nível das direções dos clubes e é bom ver que as mentalidades vão mudando. Não é aquele caçador que vai só para matar, muito pelo contrário. Cada vez mais apontam no sentido de melhorar, de fazer mais pela caça", revela Ana
Paula Ferreira, sublinhando que "já não se pensa em caçar em quantidade, mas sim em qualidade". Para além disso, acredita que "se não houvesse zonas de caça, não haveria caça. Os clubes fazem muito, fazem repovoamentos, cultivam e isso é fundamental". Talvez por isso surja, entre os objetivos da FCPBL, a harmonização dos interesses de caçadores, pescadores, agricultores, proprietários e ambientalistas, tendo em vista a proteção e conservação da natureza. "Sim, esse é um dos desafios da Federação", revela Luís Alberto Pereira, acrescentando que "a caça e pesca como uma fonte de receita adicional dos proprietários, dos agricultores, dos clubes e associações locais pode dar um contributo ao nível do combate à desertificação do interior e o aumento da sua competitividade". Para isso, defende que "a caça não precisa de subsídios, precisa que aquilo que gera e movimenta, seja parcialmente ou totalmente reinvestido, com rigor, com regras, mas principalmente com conhecimento". Assim, a FCPBL, que por sua vez se enquadra na Confederação Nacional Dos Caçadores Portugueses, "tem procurado afirmar e mostrar esta realidade, é um facto que hoje nada é fácil mas é preciso despertar mentes para tudo o que está para além do simples acto de caçar", sublinha o presidente.
ZCA e ZCM de Trancoso
ZCA: 1.879 hectares Gerida pelo Clube Trancosense, oferece boas instalações e apresenta uma boa gestão de inúmeras zonas de caça
Diferenças entre Zonas de Caça Associativas (ZCA) e Municipais (ZCM) O processo de criação e de gestão das ZCAs e ZCMs são bastante distintos. "As ZCAs implicam um acordo com os proprietários das áreas, que dizem quais são os artigos a que corresponde o terreno, o que autorizam que caçam lá", revela Ana Paula Ferreira. "Depois [os clubes] gerem a zona de acordo com a legislação em vigor, sem terem muita proximidade com os serviços. Só dão, no final da época venatória, uma relação das espécies abatidas", completa. As ZCM "não precisam dos acordos dos proprietários, mas têm uma gestão condicionada. Têm muitas burocracias que devem ser elaboradas mediante imposições dos serviços", destaca, indicando que "não se pode caçar as espécies que quiserem e as jornadas diárias têm que estar mediante" o imposto. Para além disso, "as associativas pagam uma taxa por hectare, quase 71 cêntimos, nas municipais não se paga nada", conclui.
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dinheiro
caça
zonas de caça
recomendadas ZCM de Fornos Algodres
11.987 hectares Pelo excelente cercado de criação de coelhos e por só existir uma ZCM no Concelho.
ZCA de Sebadelhe
6.299 hectares Pela criação de perdizes e coelhos para utilização própria.
ZCA da Muxagata e de Chãs O MELRO FICA FORA DA LISTA VENATÓRIA Este ano, a polémica em torno da caça podia ter sido a não inclusão do melro na lista cinegética, anunciada pelo secretário de Estado as Florestas e do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo. O secretário de Estado justificou-se dizendo que "o melro nem sequer é uma questão para os caçadores, que não fazem questão de o caçar". De facto, "a caça ao melro – como a gralha e à pega rabuda – tem a ver com pedidos de correções de densidade", explica Ana Paula Ferreira, acrescentando que "estas espécies começam a provocar danos na agricultura e os caçadores têm de pedir correcções de densidade, ou seja, durante x tempo podem matar essa espécie, naquela área". O melro teve grande impacto "na região do Oeste e, em Lisboa, acabaram por colocar o melro na lista venatória, mas a maioria dos nossos caçadores não aderiu a essa caça", refere. Luís Alberto Pereira admite que, "embora cause prejuízos ao sector agrícola", devido à " proximidade em que esta espécie normalmente habita, perto das povoações, e à natureza do seu voo, normalmente de baixa altitude, é uma medida que tem nosso apoio", de modo a garantir a segurança dos caçadores. No entanto, entende que "não deverá, sob forma de correção de densidades, devidamente suportadas e fundamentadas, deixada de ser exercida a sua exploração cinegética".
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2.977 hectares Pelo excelente trabalho de campo, com colocação de comedouros e bebedouros, desinfecções de tocas, etc.
ZCM de Ovar
4.919 hectares Gerida pelo Clube de caça de Ovar, tem boas instalações desportivas, nomeadamente, campos de tiro
Liga para Protecção da Natureza (LPN) não quer caça em agosto A LPN, a primeira organização não governamental de Ambiente em Portugal, criada em 1948, lançou um apelo para que não se cace durante a segunda quinzena de agosto. Em causa está o facto de patos, galinhas-de-água, rolas-bravas e outras aves ainda estarem em época de criação. Em comunicado, Ana Maria Costa, da LPN, defendeu que "abdicar de caçar nestes 15 dias é garantir a continuidade das espécies que ainda se encontram a criar, elevar os números para os anos cinegéticos seguintes e aumentar a qualidade do ato de caça". A adoção desta medida, garante, beneficiaria os caçadores pois beneficia os próprios caçadores, que "têm vindo a exprimir um desgosto cada vez maior pelo declínio acentuado das populações cinegéticas devido à má gestão da caça, nomeadamente da rola-brava, coelho-bravo e alguns tordos". O apelo foi lançado a "a todos os caçadores e gestores de zonas de caça do continente".
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Swift Sport Suzuki renova compacto
mercado
Novo motor Honda SEGUNDO a Honda, o novo mo-
tor diesel 2.2 do Civic emitirá apenas 110 g/km, garantindo 150 cv de potência. Isto traduz-se num aumento de 10 cv de potência entre gerações (o actual Civic recorria a um 2.2 que debita 140 cv), e num decréscimo significativo das emissões, já que o anterior motor emitia 140 g/km.
quinta a fundo O Audi Urban Concept é uma evolução de design desportivo. Será apresentado no decorrer do salão de Frankfurt, em setembro A Ferrari está a preparar uma versão mais desportiva do 458. Chama-se Scuderia e deverá chegar em 2013 O Smart "ice edition" tem equipamento completo e estilo diferenciador. Está disponível a partir de 14.200 euros 44
O NOVO Swift Sport é um refinado modelo compacto e desportivo, nascido a partir das alterações implementadas no modelo de base e herdeiro do seu antecessor, o Swift Sport de 2006. Possui aparência mais agressiva e apurada graças ao rebaixamento do chassis, o que lhe dá uma maior sensação de estabilidade e força, adoptando ainda uma grelha frontal que evoca uma performance desportiva. O habitáculo combina a essência desportiva com a qualidade dos materiais e do toque, e surpreende no capítulo do design. A experiência de condução, segundo a marca, é "excitante" em termos mecânicos, a Suzuki desenvolveu o motor de 1,6 litros M16A exclusivamente para o Swift Sport, oferecendo maior potência e menores consumos de combustível. O motor está associado a uma caixa manual de seis velocidades especialmente desenvolvida para o efeito, resultando numa
PhoeniX molda novos Saab
elevada performance, com um cariz ambiental. O novo Swift Sport oferece uma estabilidade em curva melhorada e excitante e também uma maior maneabilidade, graças às suspensões de molas com recuo interno e ao design exclusivo da suspensão traseira. Os elevados níveis de seguran-
ça do novo Suzuki Swift Sport são assegurados por soluções como sejam uma estrutura leve, compacta e de elevada capacidade de absorção aos impactos, sete airbags (incluindo airbags de cortina e o airbag de joelhos para o condutor) e ainda o ESP (programa electrónico de estabilidade).
fotolegenda
O SAAB PhoeniX obteve o ambi-
cionado prémio de design na cerimónia de atribuição dos "Prémios Auto Express 2011"para novos modelos, com uma impressionante percentagem de 30 por cento dos votos dos leitores da revista on-line a elegerem-no como o automóvel mais impactante do ano. Elegante, inovador e com uma eficiência de exceção, o concept car Saab PhoeniX exibe características de design e tecnologias que irão moldar a próxima geração de automóveis Saab.
O OPEL Insignia foi distinguido com mais de 50 prémios nacionais e internacionais e comercializou, até à data, mais de 400 mil unidades do topo de gama da marca. Os novos motores 1.4 turbo a gasolina, com 140 cv, e 2.0 turbo 4x4 (mais potência e binário, com menor consumo) reforçam os atributos do campeão de vendas.
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Vinho da Quinzena
rt
motorização
Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:
A SUZUKI desenvolveu o motor 1.6 litros M16A exclusivamente para o Swift Sport, pelo que o condutor beneficia do "engenho e arte" dos técnicos da marca em cada quilómetro. Na prática, divertimento garantido...
Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:
AUTO MORAIS&DUARTE
O novo Suzuki Swift Sport inclui sete airbags (incluindo airbags de cortina e o airbag de joelhos para o condutor) e ainda ESP
Concessionário Oficial R. Adriano Lucas Apartado 190 3020-430 Coimbra Telefone: 239 857 329/30 Fax: 239 857 320 E-mail: geral@automorais.pt
Ford Focus com interiores em couro de qualidade
C151
OS CLIENTES que encomendaram o interior do novo Ford Focus em couro vão encontrá-lo equipado com pele de qualidade premium Windsor, anteriormente disponível principalmente para a exclusiva gama opcional Ford Individual. É um couro de textura integral, por oposição ao menos luxuoso e "corrigido" couro que normalmente podemos ver em veículos desta categoria. É utilizado em todo o assento até ao encaixe e parte detrás, incluindo as bolsas nas costas dos bancos dianteiros, ao passo que a norma é utilizar vinil nas laterais e na parte de trás dos assentos.
viver
ducati friends
Um dia em cheio na Praia da Tocha A PRAIA DA TOCHA acolheu, pela terceira vez, a "família" Ducati, numa iniciativa do ducatifriends.in.pt, que, segundo a organização, "já não é apenas" um simples encontro de ducatistas. O evento anual de verão dos aficionados da marca italiana começou com o objetivo de reunir alguns amigos e amantes das Ducati num local agradável. Logo no primeiro encontro, em 2009, a organização foi obrigada a alterar o local da iniciativa, já que a adesão superou as expetativas, pelo que foi necessário conceber um progra-
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ma mais completo. Desde o primeiro encontro, o programa do Ducati Friends junta o útil ao agradável: além de uma reunião de amigos, contempla a vertente turística, incluindo no percurso vários pontos de interesse da região, sem esquecer o capítulo gastronómico. Com concentração na empresa MASAC, em Cantanhede – onde os ducatistas foram recebidos com enorme simpatia e ficaram o conhecer o que de melhor se faz em Portugal ao nível do equipamento para motociclistas nomeadamente da marca Drenaline – rumando, depois, à aldeia das Cochadas (Tocha).
A visita ao moinho de água (a funcionar) encantou os participantes, já que foi recentemente recuperado ao abrigo de um projeto de reabilitação que tem como um dos objetivos a preservação das tradições da aldeia. Após a visita, os mais de 90 participantes na terceira edição do Ducati Friends dirigiram-se à Praia da Tocha para o almoço no Dunas Bar, a que se seguiu a tradicional entrega de lembranças disponibilizadas pela Nexx Helmets, Drenaline, Chama Amarela, Humbaur Trailers e Ducati Porto, parceiras do Ducati Friends. Para o ano há mais...
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C08
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VILA NOVA DE POIARES
Hélder Henriques
Marta Silva
Diana Felgar
Jessica Oliveira
João Miranda
Jessica Lourenço
Ana Paula Aniceto
Carlos Lopes
Dany Alexander
Gabriel Matos, Luís Sousa, Luís Figueiredo, Cláudia Feteira e Mário Otero
Raquel Subtil
SEMIFINALISTAS DE VILA NOVA DE POIARES
Miguel Carvalho 48
Ana Simões
Margarida Gonçalves
ANTES da grande final , foram selecionadas as duas finalistas do concurso Canta Comigo. No passado dia 8 de agosto, o júri escolheu Raquel Subtil para ser a finalista do concelho de Vila Nova de Poiares. No dia seguinte, 9 de agosto, o concurso foi até à Pampilhosa da Serra. Patrícia Simões foi a selecionada para subir ao palco em Góis. A noite voltou a ser animada pela Banda Ministério (Banda C) e pelos truques fantásticos do mágico profissional, Telmo Melo. Rui David 18AGOSTO 2011
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PAMPILHOSA DA SERRA
João Dias
Patrícia Simões
Andreia Gaspar
Ivo Simões
Luís Figueiredo e José Brito Dias
O júri da eliminatória de Pampilhosa da Serra foi composto por Tiago Rocha, Alexandra Tomé, Pedro Ralo, Christine Sewell e Luís Figueiredo
Estas duas eliminatórias tiveram uma dinâmica diferente das restantes uma vez que, devido à proximidade de datas com a Grande Final, para não prejudicar os concorrentes, o júri teve a difícil tarefa de escolher o concorrente que representou o seu concelho na Grande Final. A noite da Pampilhosa da Serra terminou em grande com a notícia do convite do presidente da Câmara para acolher a grande final do Canta Comigo 2012.
SEMIFINALISTAS DA PAMPILHOSA DA SERRA
Catarina Marques
Carolina Duarte
Diana Faria
Margarida Gonçalves 49
Mariana Oliveira (Mira)
Joana Mendes (Montemor-o-Velho)
Adriana Fernandes (Lousã)
50 Joana Rosa
(Góis)
Patrícia Simões (Pampilhosa da Serra)
Edgar Vieira (Arganil)
Inês Moreira 18AGOSTO 2011 (Cantanhede)
Nuno Santos (Coimbra)
A FINAL do Concurso Canta Comigo decorreu no dia 12 de agosto, no Parque do Lazer do Baião em Góis. Depois de três meses a percorrer os vários concelhos do distrito de Coimbra, a revista C encontrou a melhor voz da região. Adriana Fernandes, do concelho da Lousã, foi a vencedora do concurso e ganhou um cheque no valor de 1.500 euros, uma oferta Crédito Agrícola. A noite mágica em Góis recebeu os treze finalistas do Concurso Canta Comigo (a representante de Condeixa não pode participar uma vez que sofreu um acidente de viação no dia da grande final). Apesar de todos estarem à altura, apenas cinco mereceram receber os respetivos prémios. Mariana Oliveira , de Mira, alcançou o segundo lugar e recebeu um vale de compras no valor de 750 euros nas lojas Góis. Joana Mendes de Montemor-o- Velho alcançou o terceiro lugar e recebeu uma semana de férias na região centro, uma oferta Turismo do Centro. Joana Rosa, de Góis, atingiu o quarto lugar e Patrícia Simões, da Pampilhosa da Serra, o quinto lugar, sendo premiadas com vales de degustação no valor de 100 euros no restaurante gourmet Quinta de S. Luíz.
GRANDE FINAL
ADRIANA FERNANDES É A MELHOR VOZ DA REGIÃO
Raquel Subtil (Vila Nova de Poiares)
Vanda Figueiredo (Tábua)
Joana Rodrigues (Miranda do Corvo)
Marco Simões (Soure)
Marta Nogueira (Penacova)
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Cerca de quatro mil pessoas assistiram à grande final
Os treze finalistas, antes de entrarem em palco, mantiveram sempre um excelente espírito de festa e camaradagem
Luís Figueiredo, Telmo Melo e Bruno Vale num momento de magia
Banda Ministério (Banda C) anima a noite de Góis
DURANTE a noite cerca de quatro mil
espetadores assistiram a um programa repleto de música e magia. Mais uma vez a banda Ministério ( banda C) espalhou alegria e animação à noite de Góis. Uma das muitas surpresas da noite esteve a cargo da banda Filarmónica de Góis que interpretou o Hino oficial do Canta Comigo com a Banda Ministério. O mágico profissional, Telmo Melo, pela primeira vez ensinou ao público um dos seus truques de magia. No júri, o maestro Augusto Mesquita e os cantores profissionais Filipe Domingues e Joana Rangel foram analisando as atuações dos concorrentes e foram unânimes em declarar que "todos os concorrentes" superaram as suas expetativas. A presidente da Câmara de Góis, Lurdes Castanheira, subiu também ao palco momentos antes de ser anunciada a vencedora e enalteceu a união dos municípios do distrito em torno do passatempo da Revista C. O Canta Comigo regressa em 2012, à procura dos melhores cantores da região e a GRANDE FINAL está já marcada para a Pampilhosa da Serra que é, assim, a Vila Anfitriã do CANTA COMIGO 2012
António Abrantes entregou diplomas de participação e assinaturas anuais da revista C a todos os concorrentes
O júri responsável pela Grande Final foi composto por Filipe Domingues, Sónia Oliveira, Luís Patrício, Luís Figueiredo, Augusto Mesquita, Mário Silva e Joana Rangel
reveja a GRANDE FINAL e os melhores momentos em 52
www.cnoticias.net
18AGOSTO 2011
Telmo Melo
João Almeida entregou o prémio Crédito Agrícola à vencedora Adriana Fernandes...
... e Augusto Mesquita o prémio Lojas Góis a Mariana Oliveira
Joana Mendes recebeu de Sónia Oliveira o prémio Turismo do Centro
Mário Silva distribuiu vales de degustação do restaurante Quinta S. Luiz
Rolando Rocha e Nuno Almeida
Membros da Filarmónica de Góis protagonizaram um dos momentos altos da noite: a interpretação do hino do Canta Comigo juntamente com a Banda Ministério
Raquel Rocha e Ana Dinis As claques dos cantores também deram um belo espetáculo
António Abrantes, Lurdes Castanheira, Lurdes Barata e Deolinda Gonçalves
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Dominique Brito, António Gouveia, Alberto Reis, José Carvalho, Lurdes Castanheira, Fernando Ruas, Deolinda Gonçalves, Ricardo Alves e Lurdes Barata
XIX FACIG COM MAIOR DINAMIZAÇÃO
Luís Figueiredo, Lurdes Castanheira, José Carvalho e Fernando Ruas no stand da revista C
O PARQUE de Lazer do Baião, em
Góis, foi palco da inauguração no passado dia 11 de agosto da XIX Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Góis (FACIG). Durante cinco dias o concelho de Góis contou com a presença de um elenco de músicos nacionais. André Sardet e José Cid foram alguns dos participantes. Lurdes Castanheira, presidente da Câmara Municipal de Góis sentiu-se feliz com a iniciativa. "Estamos bastante satisfeitos com a iniciativa. Este ano há uma maior dinamização do tecido empresarial local e regional", adiantou.
C76
José Rodrigues e José Carlos Alexandrino
José Serra, António Antunes e José Alburquerque
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head
verão
alimentação
Regresso à terra com o campo à mesa OS PORTUGUESES tentam cada vez mais levar o campo à mesa, cansados de uma alimentação sem sabor e aroma. Está também a aumentar o número daqueles que, quando podem, fazem o seu próprio pão e cultivam plantas e ervas aromáticas. A perda da biodiversidade e dos sabores, assim como alguns dos benefícios/aspetos para a saúde associados à gastronomia tradicional, vão conduzindo realmente a novas tendências gastronómicas, pautadas por práticas alimentares mais simples. A dieta mediterrânica foi, aliás, recentemente considerada Património Imaterial da Humanidade, pela UNESCO.
Cerveja ultrapassa consumo do vinho A CERVEJA é a bebida alcoólica mais consumida pelos portugueses, enquanto o vinho mantém a tendência de decréscimo iniciada na década de 90. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a importância do vinho face às outras bebidas alcoólicas ronda os 40 por cento. Os checos são os maiores bebedores mundiais de cerveja, produto feito com água, malte, lúpulo e levedura.
Brócolos podem evitar o cancro O CONSUMO de brócolos é indicado, por diversos estudos, como uma forma de reduzir os riscos de desenvolver diversos tipos de cancro, embora não se saiba ao certo a quantidade que deve ser ingerida para a proteção. Agora, um novo estudo da Universidade de Illinois, nos EUA, indica que comer três a cinco porções do vegetal por semana pode ser o suficiente para ter um significativo efeito anticancerígeno.
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É TEMPO DE PRAIA: ATENÇÃO AOS ABUSOS! O CALOR sugere alimentos leves e sem gorduras. Quais? Sobretudo muitas saladas, legumes, peixes, mariscos e algumas carnes. É tempo de praia, muito sol e... alguns abusos. Há que tomar, todavia, certos cuidados. A população portuguesa faz, na generalidade, três refeições diárias – pequeno-almoço, almoço e jantar. Há ainda quem faça um pequeno repasto a meio da manhã e outro a meio da tarde – a merenda. A alimentação deve consistir, realmente, de refeições regulares e não muito espaça-
das, visando evitar, por exemplo, doenças e perturbações metabólicas, resultantes de grandes períodos com o estômago vazio e alterações do ritmo normal de transporte e distribuição de nutrientes pelo sangue. Para casos especiais de dietas, não deverá optar-se pelo que quer que seja sem antes se ter consultado o médico. Nunca deverão tomar-se decisões com base em conselhos de amigos. As "máquinas" humanas não são todas iguais e as causas de perturbações resultantes da alimentação são, naturalmente, as mais diversas.
normas de bem comer
Comer a horas certas, devagar, tranquilamente, em ambiente não ruidoso. Tomar sempre o pequeno-almoço antes de sair de casa e não passar mais de três horas e meia sem comer. Nunca comer com exagero, ao ponto de ficar "pesado". Beber quantidades suficientes de líquidos, sobretudo fora das refeições, de
modo a que a urina se apresente sempre clara e pouco cheirosa. O líquido ideal é a água, nunca o álcool. Cozinhar de maneira simples, evitando sal e gorduras em excesso. Devem evitar-se os fritos. Comidas, bebidas e tudo aquilo que com elas entra em contacto (mãos, louças, talheres) deve estar impecavelmente limpo.
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vinhos
receitas do chef SENDO uma bairradina por excelência, nascida e criada entre vinhas de perto de Anadia, nunca pensei desenvolver um vinho verde. Certo dia enquanto efetuava provas de degustação de alguns vinhos do projeto LusoVini, o enólogo Anselmo Mendes em tema de brincadeira, resolveu desafiar-me a desenvolver algo nessa região. Tendo na profissão a minha paixão, aproveitei o momento de Acaso, apurando ao máximo os conhecimentos que conseguia absorver da região dos vinhos verdes acabei por criar o Acaso. Dar-lhe o nome de Acaso, prende-se com o próprio significado que este vinho tem para mim: criado a partir de um momento de Acaso e elaborado para ser consumido em qualquer simples... Acaso da vida. Este vinho verde branco, foi concebido para desfrutar de forma simples da frescura, leveza e ao mesmo tempo do envolvente aroma das castas típicas da região, sendo muito recomendado com este clima de verão.
SÓNIA MARTINS Enóloga
O RESTAURANTE QUINTA SÃO LUIZ, em Pereira, às portas de
HÉLIO SANTOS, chef
Coimbra, resulta da recuperação feliz de uma quinta do século XVII. Esta unidade segue os mais elevados critérios de conforto e elegância. O restaurante é uma referência na região e conjuga-se na perfeição com o bar e o salão de eventos. O ambiente de delicada contemporaneidade é o ideal, por exemplo, para um almoço/jantar de negócios.
CREME DE FEIJÃO BRANCO COM VIEIRA SALTEADA E COGUMELOS
sugestão
ACASO VINHO VERDE 2010
Originário na região dos vinhos verdes, Acaso é produzido recorrendo a modernas técnicas de vinificação com vista a retirar partido da tipicidade das castas tradicionais daquela região vinhateira. Como aperitivo ou a acompanhar mariscos e peixes frescos das esplanadas típicas, a saber a mar, grelhados ou cozidos, de forma a não tirarem o seu sabor natural. Disponível em www.lusovini.com | tel.: 239701171 Preço: 3,65€
INGREDIENTES
cocktail de verão
Dry Martini INGREDIENTES Dose generosa de gin Gordon's ou Bombay Cinco gotas de vermute Noilly Pratt Limão Uma azeitona verde Gelo MODO DE PREPARAÇÃO Prepare o cocktail num copo misturador. Ponha entre quatro e seis pedras de gelo inteiras. Gele bem o copo e escorra o excesso de água. Despeje sobre o gelo uma dose generosa de gin. Pingue sobre o gin cinco gotas de vermute. Com uma colher longa mexa a bebida com movimentos rápidos e vigorosos. Retire a taça do congelador e, usando um coador de bar, despeje a bebida na taça. Corte uma casca de limão, esprema o sumo. Espete uma azeitona num palito e coloque no cocktail.
250g de feijão branco previamente demolhado 1 cebola 1 rama de aipo 1 cenoura 1 folha de louro 1 ramo de tomilho 50g de manteiga 120ml de natas sal e pimenta q.b. 4 vieiras 4 cogumelos paris laminados
MODO DE PREPARAÇÃO Num tacho coloque o feijão, a cebola, a cenoura, a rama de aipo, o louro, o tomilho, o sal e cubra com água fria. Coza cerca de uma hora em lume brando. Escorra o feijão reservando o caldo e retire os legumes e as ervas aromáticas. Triture o feijão numa liquidificadora e vá adicionando caldo a gosto até obter um creme fino e termine com as natas e a manteiga. Numa frigideira saltear os cogumelos com um fio de azeite e temperar. Na mesma frigideira corar as vieiras cerca de 30 segundos de cada lado. Servir o creme quente acompanhado dos cogumelos e da vieira.
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DE ESTILO RETRO OU DE ACORDO COM AS NOVAS TENDÊNCIAS DE CORES E MATERIAIS, OS ACESSÓRIOS SÃO FUNDAMENTAIS PARA ACENTUAR UM DETERMINADO LOOK
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Escolha bem o seu decote A ESCOLHA do decote certo é crucial para potenciar a sua sensualidade e elegância, principalmente nos meses quentes de verão. Se tem seios grandes e pretende disfarçá-los ou dar a impressão de que são menores, tem que evitar as cores chamativas, listas horizontais e estampas grandes. Os consultores de moda e imagem aconselham, nestes casos, os decotes redondos. Se os seus seios forem médios ou pequenos opte antes pelos decotes em V e outros mais abertos. O branco e as cores vivas, bem como desenhos grandes e chamativos são boas escolhas.
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Mantenha as mãos jovens
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Retardar o envelhecimento das mãos está ao seu alcance. Mais que uma questão de beleza, é importante para a saúde. Por isso, use protetor solar diariamente, hidrate as mãos de manhã e de noite, esfolie e lave as mãos com sabonetes neutros. Se tiver sensibilidade a produtos químicos, não se esqueça de utilizar luvas durante as tarefas domésticas.
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verão
vida nova VIRGÍNIASARAIVA beneficiou do corte (franja escadeada) e da técnica de coloração da L'Oreal para este verão, Copacabana Horizon, que transmite ao cabelo um aspeto claro, imitando a exposição natural ao sol do Rio de Janeiro.
CARLOS GAGO Ilídio Design, embaixador L'Oreal
antes
HAIRSTYLIST Belinha
TÉCNICA DE COLORAÇÃO
Copacabana Horizon
CORTE
Franja escadeada
STYLE
Texture expert
LEITORA
Virgínia Saraiva
PROFISSÃO
Médica dentista
IDADE 31 anos
depois
PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago - C. COMERCIAL GIRASSOLUM FOTOGRAFIA: Pedro Ramos MAQUILHAGEM: Bé / Kátia ROUPAS E ADEREÇOS: B&A Ricardo Colaço Loja 121, 1.º Helena Colaço Loja 117, 1.º C. COMERCIAL GIRASSOLUM
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David Fonseca Alameda 8/Festas Espinho. 27 agosto. 23H00
CULTURA
O conceituado músico está a apostar tudo na "Between Waves Tour" e não deixou Espinho fora do mapa.
agenda da semana qui.18 Exibição do filme "Winnie The Pooh" (dobrado em português) - Cine-Teatro Monte Real/ Leiria - 21H30
sex.19
Tributo a Jorge Palma Teatro Mun. Guarda. 9 de setembro. 21H30. 7,5€ A Companhia Hulan traz-nos o tradicional canto da Mongólia e apresenta uma criação que mistura circo, música e dança.
"Magic Of Bob Marley" (tributo a Bob Marley) - Casino Figueira - 23H00
A Flecha Sagrada
seg.22 Início das oficinas "Cultura Vibra" (dança e teatro) - Cine-Teatro Avenida/Castelo Branco -10H00
ter.23 Leituras Atravessadas (leitura de textos dramáticos) - Tabacaria da Oficina Municipal do Teatro/Coimbra - 22H00
qua.24 Exposição "Bichos", de Hélder Conceição - Museu de Canteiro/ Alcains - Das 09H30 às 12H20/14H00 às 17H30
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"Não se brinca com o amor" A companhia Artistas Unidos estreia o clássico de Alfred de Musset. A ação deste romance trágico desenrola-se no século XVI.
Exposição "No means no", de Paulo Brighenti - CAV/Coimbra - Das 14H00 às 19H00
Aurea ao vivo - Feira S. Mateus/Viseu - 23H30
Os B-FLAT & Co dão um concerto no Salão Caffé do Casino Figueira, um tributo a Jorge Palma.
Teatro Viriato. 16 e 17 de setembro. 21H30
sáb.20
dom.21
Casino Figueira. 25 de agosto. 23H00. 10€
Hulan Zund
Parque Urbano de Tondela. 22 de agosto. 21H30 Exibição do western de Samuel Fuller (1957). A ação decorre no final da Guerra Civil Americana.
Coimbra 1111 Centro Histórico de Coimbra. 27 de agosto. 19H30 Espetáculo de teatro de rua d´O Teatrão, com direção de Isabel Craveiro e direção musical de Manuel Rocha. Reservas: 239 714 013 / 914 617 383.
Madame Curie Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. Até 2 de outubro A exposição "Maria Skłodowska Curie: Madame Curie" apresenta a vida e obra de Madame Curie, bem como instrumentos científicos, destacando-se a notável investigação que desenvolveu sobre a radioatividade e que lhe mereceu dois prémios Nobel. A exposição inclui uma secção dedicada a três dos seus discípulos portugueses: Mário Augusto da Silva, Branca Edmée Marques e Manuel Valadares.
Bryan Adams regressa a Portugal (Pavilhão Atlântico) a 15 de dezembro
confidências
Sérgio Godinho
CAE/Figueira. 20 agosto. 22H00 O cantor comemora 40 anos sobre a edição do primeiro registo discográfico, "Os Sobreviventes". Mas Sérgio Godinho continua a pensar no futuro, tendo, em 2011, um novo disco. Por isso o espetáculo promete ser uma mistura entre temas clássicos e as mais recentes novidades do escritor de canções.
Que livro está a ler? "Os Portugueses", de Barry Hatton. Gosta de cinema? Que tipo de filmes? Gostar, gosto, ou melhor, gostava. Já há muito tempo que não vou ao cinema. Por falta de tempo e inadaptação às novas tipologias de cinema. E de teatro? Adoro. Às vezes assisto a representações em Lisboa. Que preferências musicais é que tem? Música francesa dos anos 60, fado de Coimbra e cantares cabo-verdianos, Zeca Afonso (de quem fui amigo) e Cesária Évora (um exemplo carismático).
Eugeniaturas CAE/Figueira da Foz. Até 11 de setembro "Eugeniaturas - os portugueses, esses grandes filhos da mãe, pá!" é uma exposição coletiva de humor constituída por mais de 240 caricaturas de personalidades da vida portuguesa. Funde o desenho com textos e legendas e ainda com a instalação e montagem de adereços. Os "Eugénios" são um grupo criador de artes e ideias essencialmente de conteúdo humorístico: Fernando Jorge, Luís Gamelas, Luís Santiago, Augusto Formigo e Eugénio Moura Inês.
"Gosto de música francesa dos anos 60"
E nas artes plásticas? Desenho e pintura. Tenho alguns quadros de amigos pessoais (Nadir Afonso, Costa Brites e Mário Silva). Participa nas redes sociais da internet? Jamais.
"A pulsão do amor" Museu Municipal Coimbra Edifício Chiado. Até 17 de setembro A exposição, da Coleção Millenium bcp, reúne trabalhos de artistas portugueses e estrangeiros como Paula Rego, Mário Eloy, Júlio Pomar, Costa Pinheiro, Pablo Picasso ou Milly Possoz, entre outros nomes conceituados do panorama artístico internacional. Integrada na terceira edição do Festival das Artes, com acesso gratuito, a mostra é fruto de uma organização conjunta da Fundação Inês de Castro, do Millenium bcp e do Município de Coimbra.
AGOSTINHO ALMEIDA SANTOS Ginecologista e professor catedrático jubilado da UC
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viver
vidas
Com Alves Barbosa, um braço no ar é sinónimo de vitória SEMPRE COM BOM HUMOR, O CICLISTA RECORDA UMA CARREIRA DESPORTIVA CHEIA DE SUCESSOS, ONDE ATÉ EXISTIU TEMPO PARA DAR UM SALTO AO MUNDO DO CINEMA TEXTO MARCO ROQUE FOTOS PEDRO RAMOS NASCIDO ANTÓNIO da Silva Barbosa, o ci-
clista mais famoso da região Centro, ficou na história como Alves Barbosa, nome do pai, homem que marcou a sua carreira. "Ele também foi ciclista, isso já vinha de família, não era nada que eu não conhecesse. Teve uma casa de bicicletas na Figueira da Foz, a minha história foi muito influenciada pela vida e carreira dele", revela o ciclista, hoje com 79 anos. Por isso, sublinha: "para mim, praticar ciclismo era fatal, tinha mesmo de enveredar por esta carreira desportiva". Até porque a juventude foi passada a andar de bicicleta. "Eu fiz o meu curso de liceu a ir de Montemor para a Figueira todos os dias, de bicicleta. E esses anos acabaram por transformar um jovenzinho de 13 anos num atleta de 18", sublinha. Durante a sua carreira, toda ela passada no Sangalhos, conseguiu conquistar três Voltas a Portugal e um décimo lugar no Tour de France. No entanto, a primeira história que se recorda é de uma queda aparatosa que provocou. "Entrei pelo meio pelo pelotão, apanhei a jeito a roda do Bernardo Ruiz [ciclista espanhol], ela saltou, ele caiu, eu também e aleijei-me fortemente", lembra. O acidente deu azo a uma foto na qual se vê o espanhol quase a agredir Alves Barbosa. "Essa foto tenho-a aí na parede, dominou os escaparates da época, dá para ver como ele estava danado comigo", sorri. Terá sido algo que aconteceu por acidente? "Sim, sim… foi sem querer", responde o antigo ciclista, com um sorriso maroto. Na verdade, a parede de Alves Barbosa está
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adornada com "fotografias que têm quase a história toda do ciclismo" e da sua carreira. "Esta foi tirada na chegada a Casablanca, em Marrocos, uma etapa que eu ganhei", aponta, indicando outra em que está a "seleção nacional que participou nessa volta". Na maioria das fotografias, um elemento comum: o braço no ar, em jeito de sinal de vitória. "Festejava as vitórias com um braço no ar, como dá para ver ali, naquela onde estou com o braço levantado, numa chegada a Madrid", conta. Entre tantas corridas e competições, é natural que tenham surgido rivalidades. "Tive riva-
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Entrei pelo meio pelo pelotão, apanhei a jeito a roda do Bernardo Ruiz [ciclista espanhol], ela saltou, ele caiu, eu também e aleijei-me fortemente
lidades muito grandes, mas já nem sei se alguém ainda se recorda disso. Por exemplo, não ouço falar do Ribeiro da Silva, que foi um grande rival meu durante um período importante", relembra. Ribeiro da Silva para quem perdeu a Volta a Portugal de 1955, após ter sofrido uma agressão de um elemento do público. Ganhou-a no ano seguinte, como já havia feito em 1951 e voltaria a fazer em 1958. "Era tudo muito diferente, é muito difícil comparar o ciclismo de antigamente com o de hoje", sublinha. Também em 1958, o ciclista teve uma experiência no grande ecrã. O título do filme era o "Homem do Dia", e Alves Barbosa recebeu um papel próximo da sua vida. A personagem chamava-se "Tó", nome pelo qual o atleta é conhecido pelos amigos e família, e era um ciclista. "Às vezes ainda me rio dessa história", lembra Alves Barbosa: "durante as gravações, tive um acidente na realidade, e fui para o hospital. E eles foram lá e filmaram-me no quarto do hospital, para o filme". A história não acaba aí. "Enquanto estava no hospital, estive lá dois dias, comecei a comer as maçãs que estavam no quarto. Mas, afinal eram parte da filmagem, eram objetos de cena. Foi uma barulheira por parte de um dos chefes das filamgens", ri. Na parede, uma foto retrata a verdadeira essência de Alves Barbosa. Jovem, apresenta um ar sorridente para a câmara. "Isto é a cara de um gajo que depois de 300 km, entre Porto Lisboa, apresenta uma pose de quem não está cansado, de quem venceu", conclui.
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Escola de ciclismo com pouco sucesso "Eu criei uma escola, em Montemor-o-Velho, com o objetivo de divulgar o ciclismo junto das camadas mais jovens", conta Alves Barbosa, acrescentado que, "no fundo, a ideia era 'criar escola' no que à modalidade diz respeito". No entanto, o antigo ciclista e selecionador nacional da modalidade revela que "infelizmente, isso não durou muito tempo, acabou por não dar frutos". Mas este facto não matou o amor pelo ciclismo. "Ainda hoje ando de bicicleta, se bem que admito que ultimamente tenho sido um bocado calão", revela rindo.
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ideias dos outros
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As coisas que não ousaríamos fazer se estivessemos sozinhos
O COMPORTAMENTO de indivíduos em grupo é um assunto que psicólogos e sociólogos estudam com grande seriedade. Contudo, na sua essência, é algo que já todos experimentámos de forma mais ou menos superficial. Algo que podemos observar à nossa volta e que a aldeia global e a livre circulação de informação vieram potenciar mas, por outro lado, algo que é inerente à nossa própria natureza. QUANTOS de nós já não decidimos fazer algo verdadeiramente radical num cenário de grupo quando nunca ousaríamos dar tal passo se estivéssemos sozinhos? Fazer bungee jumping nas férias, tomar banho num rio poluído à beira de um festival de verão, ou jogar na roleta numa ida ao casino com amigos? É a força do grupo e a forma como ele estimula a ação fazendo desaparecer momentaneamente os nossos medos. Certo é que, quando em grupo, sempre aceitamos enfrentar riscos maiores. A CIRCUNSTÂNCIA é habitualmente a desculpa que serve de gatilho. Os tumultos recentemente ocorridos no Reino Unido poderiam, aparentemente, ser interpretados como a resposta popular ao tiro da polícia que levaria morte do gangster Mark Duggan. O sucedido deu origem a uma primeira vigília pacífica. A consequência adulterada dessa contestação, que viríamos a ver nas ruas de várias cidades inglesas, nada tem a ver com sede de justiça ou solidariedade para com o dito gangster. Os tumultos foram alimentados pela ganância e a "excitante" possibilidade de roubar e destruir de forma caótica e impune. CONHEÇO advogados de sucesso que se transfiram numa parada gay mas que nunca ousariam chegar a um tribunal vestidos de drag queen, professores universitários que insultam ferozmente os árbitros e que nunca admitiriam tais palavras vindas dos seus alunos. Tais atitudes em nada comprometem a sua individuali-
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dade e consciência mas o grupo dá-lhes a força acrescida que alimenta e faz divergir o seu comportamento. É a força de um grupo numa dada circunstância. O CÓDIGO abaixo reproduzido leva-nos para um vídeo no Youtube onde duas jovens bem-falantes se gabam de mostrar, à polícia inglesa, poder fazer o que quiserem, afirmando que atacar os ricos é apenas disso um sinal. Páginas poderiam escrever-se sobre a irracionalidade e profunda estupidez presentes na sua ação e discurso. Uns diriam que a causa de comportamentos como este é o fracasso do multiculturalismo, a ascensão do Estado de bem-estar e da procura incessante de direitos; o colapso da família e da comunidade; a secularização da sociedade, a relativização da moralidade e da opressão do politicamente correto. Não discuto. O que sim é, para mim, evidente é que foi na força do grupo e nas características da circunstância que essas alminhas encontraram o indutor de uma força que não têm e de uma coragem que individualmente não lhes assiste. MAIS PREOCUPANTE que os distúrbios propriamente ditos é o facto de que um novo e mais forte grupo pode emergir. Entre os que foram presos e os que escaparam mas guardam "troféus" em casa, sejam plasmas ou fotos nos seus telemóveis, existem agora milhares de jovens que têm uma história em comum. Os pequenos grupos que isoladamente emergiram podem agora juntar-se e vir a lutar numa frente comum. A PSICOLOGIA de massas diz-nos que pessoas comuns ganham poder agindo coletivamente. Somos muitos os que achamos que é urgente embeber as gerações vindouras num verdadeiro espírito de comunidade onde o respeito e a solidariedade social sejam as bandeiras. O segredo é "simples"… só temos que nos manifestar e "forma um grupo", talvez assim tenhamos mais força e coragem.
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Centenário
PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.
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