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EMPRESAS DE COIMBRA BURLADAS POR ESPANHÓIS

ONDE ESTAVA NO 11 DE SETEMBRO? A C convidou dez figuras públicas

1,50€

REVISTA SEMANAL

8 SETEMBRO 2011 • Nº 32

a recordar o atentado terrorista que, há 10 anos, ensombrou a cidade de Nova Iorque.

MÚSICA

HISTÓRIA

PALACE DA CURIA

EXPENSIVE SOUL COM SUCESSO ALÉM DO ESPERADO

IGREJA IGNORA JOIA EUROPEIA PADRE FUZILADO DOS "DOIRADOS" EM TOLEDO ANOS VINTE

SOCIAL

MODA EM DESTAQUE NAS NOITES DE VERÃO


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índice

Grupo

Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304;Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%

OPINIÃO Paulo Freire CNotícias

Diretor:

Soares Rebelo (soares.rebelo@cnoticias.net) Chefe de Redação:

Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net)

UM DIA COM

MARKETEER

VIDAS

Fernando Ferreira

Carla Silva

Luís Fernandes

5 Editorial 8 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 24 Via do leitor 25 Cartas 49 Empresário de sucesso 52 Topo de gama 57 Social 64 Viajar 65 À mesa 66 Moda 68 Antes e depois 70 Cultura

Redação:

Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net)

COLUNISTAS 23 Paulo Freire 31 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos

Colunistas:

Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Jorge Bento, José Carlos Neves, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; José Manuel Alves Fotografia:

Pedro Ramos (pedro.ramos@cnoticias.net) Direção de Arte:

Inês Abrantes e Jorge Caninhas Relações Públicas- Diretora:

Eugénia Abrantes Produção:

André Navega , Hugo Campos e Tiago Carvalho

AO MICROSCÓPIO

6 Expensive Soul são "receita para o pessimismo" Entrevista com New Max e Demo 20 Um dia com Fernando Ferreira O comandante dos Bombeiros Voluntários de Coimbra teve um dia "sem ocorrências" 22 Que é feito de si? João Vasco Ribeiro, da Comissão de Coordenação da Região Centro, defende uma Coimbra que se assuma como líder regional

Serviços Comerciais

SOCIEDADE

Diretor Comercial:

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pág. 26

26 O 11 de setembro foi há dez anos Saiba onde estavam dez figuras públicas quando se deu o atentado em Nova Iorque 30 Entrevista com Diogo Valente O número 23 da Académica pede o apoio dos adeptos no próximo jogo 32 "Burlas" em Coimbra Comerciantes assinam contrato de pagamento "disfarçado" de atualização de base de dados 34 Veados em destaque na Lousã Atividade "No Rasto dos Veados da Serra da Lousã" vai fazer as delícias dos visitantes

42 Associação Juvenil de Ciência estimula curiosidade nos mais jovens O 29.º Encontro Juvenil de Ciência demonstrou que "a ciência se encontra em todo o lado"

Bruno Vale (bruno.vale@cnoticias.net)

pág. 22 pág. 6

44 Palace Hotel da Curia: quando a história marca um encontro com a classe Hotel foi "joia europeia" nos loucos anos 20 54 Maria da Conceição é uma centenária com muito para contar O seu tio foi fuzilado na Guerra Civil de Espanha 72 Histórias de vida de Luís Fernandes Um homem da Baixa, o proprietário do encanto da Freiria é um apaixonado pelas antiguidades

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8SETEMBRO 2011


editorial

A última ceia SOARES REBELO Diretor

Os partidos do poder tratam o dinheiro com uma cortesia indisfarçável, receosos da sua eventual deslocalização

AO QUE ISTO CHEGOU: dantes eram os pobres a exigir que fossem os ricos a pagar a crise, agora são os ricos a acusar os políticos de incompetência e sem vergonha por terem consentido, com o seu laxismo, até cobardia, que se multiplicassem fortunas. Em França, na Alemanhas, nos Estados Unidos, até em Espanha, dezenas deles têm solicitado aos respetivos governos agravamentos dos impostos sobre os cabedais de que prodigamente usufruem. É uma auto-imulação sem precedentes nas chamas do fisco, demagógica, é certo, mas que remete para leituras pouco abonatórioas como, um pouco por todo o lado, se está a enfrentar a crise. NUNCA SE ASSISTIU, nem nos tempos em que Cristo terá andado cá pela terra, bondade semelhante. Não se vislumbra, ainda assim, executivo predisposto a combater o primado do dinheiro sobre a sociedade - e a criar um qualquer imposto extraordinário sobre as grandes fortunas. O que é preciso é salvar o sistema – ou seja, a banca. Nos Estados Unidos, Obama teve de convocar de urgência uma mediática conferência de imprensa na Casa Branca para tranquilizar os investidores americanos. Na Europa, Merkel e Sarkozy reuniram-se para definirem, numa "cimeira a dois", uma nova ordem económica comunitária. O Banco Comercial Europeu viu-se obrigado a resgatar as dívidas soberanas de Espanha e Itália para salvar o euro. SÃO REALMENTE poucas, muito poucas, as forças que se vão alternando no poder a abdicar daquilo a que Pacheco Pereira já classificou de "política do martelo". Os partidos de poder tratam o dinheiro com uma cortesia indisfarçável, receosos da sua eventual deslocalização. Resultado: os campaná-

rios das igrejas, que convocavam os cristãos para a missa, badalam agora em Wall Street. Simplesmente, a missa é outra... A COLIGAÇÃO telecomandada que gere Portugal obrigou-se, no âmbito do acordo com a troika, para pagarmos rapidamente aos credores, a impor severidade nas contas, cortes em praticamente todos os setores da administração pública. Nada escapa - a prioridade não é apoiar quem mais precisa, é baixar o défice, satisfazer a avareza das agências de rating. Resultado: o Serviço Nacional de Saúde está em perigo, as ajudas sociais foram postas em questão, a estabilidade laboral, praticamente, acabou, benefícios e dedudções fiscais em sede de IRS com saúde, educação e crédito à habitação têm os dias contados. Ter-se-á ido, no entanto, longe de mais. A CLASSE MÉDIA , de novo fortemente penalizada pelos recentes aumentos de impostos, já começa a dar inequívocos sinais de impaciência. No seio do PSD e do CDS começa a "conspirar-se" contra o ministro das Finanças. Nos meios empresariais teme-se a emergência de convulsões sociais. O "martelo" ainda não foi arrumado na caixa de ferramentas de Vítor Gaspar... AOS CONDENADOS nos Estados Unidos permitia-se escolher, antes da forca, o prato de que mais gostassem. Não se negava, por exemplo, lagosta ou filet mignon a quem tal desejasse; hoje, todos têm de contentar-se com um simples filete de maruca ou uma insípida febra de porco antes de serem amarrados à cadeira elétrica. Quer dizer: já nem o próprio "corredor da morte" escapa à austeridade. Por cá, teremos ao menos direito a meia sardinha à mesa da última ceia?

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atual

ao microscópio

"Somos a banda antidepressão" OS EXPENSIVE SOUL COMBATEM O NEGATIVISMO REINANTE COM ENERGIA POSITIVA. NEW MAX E DEMO TIVERAM UM VERÃO EM CHEIO. DEMO EXPLICOU TUDO À C TEXTO MÁRIO NICOLAU

Como é que estão a lidar com o sucesso? Acreditávamos que iriamos conseguir alguma coisa com este projeto, mas sinceramente nunca nos passou pela cabeça que o resultado atingisse esta dimensão. O projeto nasceu em Leça, a dois passos do Porto. Este facto representou uma barreira para a afirmação dos Expensive Soul? Não foi fácil. Mas vencemos a batalha por um lugar no panorama musical. Tivemos alguma dificuldade por sermos do Norte e sentimos que os meios de comunicação social, que estão centralizados em Lisboa, lidam de uma maneira diferente com os projetos que nascem longe da capital do país. Aliás, ainda hoje sentimos essas dificuldades, pois há coisas que queremos fazer e que nos obrigam a ir de propósito a Lisboa. A música, porém, foi mais forte e o passa palavra fez com que a mensagem chegasse a todo o país. Os Expensive Soul são um caso de bom gosto? É subjetivo, mas, para nós, acima de tudo, é muito importante que exista uma identidade, uma sonoridade própria e que musicalmente os nossos temas sejam bem executados. O país precisa de coisas novas e bem feitas, pelo que o resultado do nosso traba-

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está há três meses em número 1, o que é um ótimo sinal quer para nós, quer para outras bandas. Não é necessário ter uma grande editora para garantir resultados, pois a diferença faz-se com trabalho e dedicação. Sentimos através do contacto com as pessoas que a qualidade da música portuguesa está a aumentar e que, neste momento, a novas gerações têm uma cultura musical diferente e que eleva o grau de exigência. Isto representa um novo desafio para os artistas, o que é ótimo.

lho enche-nos de satisfação. Foi complicado criar essa sonoridade? O primeiro trabalho está um pouco distante desse objetivo, mas, depois, conseguimos o que pretendíamos... O segredo reside na qualidade dos músicos que vos acompanham? É muito importante, já que estamos a falar de músicos de excelente nível. No nosso processo de amadurecimento tivemos várias influências, mas hoje ouvimos motown e música dos anos 60. Portugal é um país diferente, para melhor, em termos musicais? Os por tugueses exigem boa

música e têm uma base musical diferente da que tinham anteriores gerações. Já conseguem diferenciar o que é bem feito do que não tem qualidade. Estão também atentos à qualidade da produção e percebem o que é, ou não, original. No passado recente recebíamos pouca informação a este nível porque só ouvíamos o que as rádios passavam e, muitas vezes, tudo o que era difundido vinha das editoras com o natural conflito de interesses. Hoje em dia já não é assim. É possível ouvir o que queremos através da internet. Os Expensive Soul marcam a diferença também a este nível, pelo facto de não terem editora? É verdade. "O Amor é Mágico"

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Não têm receio de passar de moda? Se o que está acontecer tivesse ocorrido com o primeiro disco, os alicerces estariam ainda frescos, o que poderia complicar o modo como encaramos a nossa carreira. Ora, isso não acontece, porque fomos subindo um degrau de cada vez. Já tivemos altos e baixos, pelo que aprendemos a lidar com os diferentes momentos. Já passámos por várias modas e nunca precisámos de nos encostar à moda para alcançar os objetivos que definimos para a carreira dos Expensive Soul. Há espaço para toda a gente... Para toda a gente e para todos os estilos. É necessário que as próprias rádios alimentem coisas diferentes porque não pode ser sempre mais do mesmo.


As novas gerações têm uma cultura musical diferente e são mais exigentes. Isso constitui um novo desafio, que é ótimo para os artistas

O mercado internacional está na agenda dos Expensive Soul? Só faz sentido quando encontrarmos uma pessoa que acredite no projeto e que não venha só pelo dinheiro. O verão de 2011 vai ficar na memória da banda? Sem dúvida. Fomos abençoados e o verão está a ser muito bom para nós. Estavamos a precisar de um ano assim e o público tem sido fantástico. Estamos a viver o momento mais feliz da nossa carreira e estamos a disfrutar ao máximo de cada concerto, partilhando a nossa alegria com as pessoas. O espetáculo em Montemor-o-Velho foi um desses momentos mágicos? É claro. Temos por hábito fazer arranjos novos para cada espetáculo, pois gostamos de apresentar coisas novas. Montemor-o-Velho não fugiu a esta regra. Quem não viu o nosso espetáculo não sabe o que perdeu. Os Expensive Soul são uma banda antidepressão? Sem dúvida. Perdemos a vontade de ver televisão devido às notícias negativas. O nosso single "O Amor é Mágico" tem a energia de que o país precisa. Não podemos viver só em depressão, preocupados com o trabalho e em apertar o cinto.

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

elevador do mercado

Em defesa das cagarras nas Berlengas

LUÍS LEAL interrompeu férias para presidir à reunião da câmara de Montemor-o-Velho. Aí está um bom exemplo de gestão autárquica.

A POPULAÇÃO de cagarras nas

O NOVO programa de reabilitação do centro histórico de Leiria prevê um investimento de 26 milhões de euros, 20 milhões dos quais oriundos da iniciativa privada. O projeto prevê a reabilitação da Igreja da Misericórdia, do Convento dos Capuchos e da casa de Eça de Queiroz e a reconversão das instalações da central rodoviária e do antigo edifício da moagem.

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Há atualmente cerca de 800 casais a nidificar na ilha

31.000

casos de violência doméstica foram participados à polícia em 2010

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banhistas morreram em Portugal entre junho e agosto

49%

é a nova taxa máxima de IRS

Aves necrófagas mais protegidas PORTUGAL vai instalar em 2012 uma rede de centros de alimentação de aves necrófagas para combater a falta de alimento destas espécies protegidas, como o abutre. Existem no nosso país cerca de 20 espécies necrófagas, embora apenas três se alimentem exclusivamente de animais mortos, que por regra seriam carcaças de gado abandonadas.

Menos férias no estrangeiro

Ladrões de chifres capturados pela PJ

Dão à conquista de novos mercados

OS PORTUGUESES viajaram,

A POLÍCIA Judiciária deteve, em

O SETOR do vinho não escapa à

este verão, menos e mais barato para o estrangeiro do que em 2010. Quem escolheu ir lá para fora, optou, segundo a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), por pacotes e combinações mais económicas e por destinos mais acessíveis.

Lisboa, dois homens australianos suspeitos de pertencerem a uma organização criminosa de furto e contrabando de chifres de rinoceronte. Os detidos guardavam oito chifres, de 500 mil euros. A investigação iniciou-se quando dois chifres foram furtados do Museu de História Natural de Coimbra.

crise mas, ainda assim, produtores da Região Demarcada do Dão estão convictos de que a conseguirão "fintar" se mantiverem a aposta na exportação e na qualidade dos produtos. A receptividade tem aumentado no estrangeiro, inclusivamente no Brasil e nos Estados Unidos.

JAIME SOARES tem o apoio da maioria das corporações de bombeiros do distrito de Coimbra para a presidência da Liga. Não seja só fumaça.

a subir

Leiria requalifica centro histórico

CARLOS CABRAL fez aprovar na câmara da Mealhada um projeto para requalificação do Luso. A estância justifica plenamente a modernização.

a descer

Berlengas, único local do continente onde nidificam aves marinhas, tem-se mantido estável nos últimos anos mercê de um projeto europeu expressamente concebido para o efeito. Para dar continuidade aos objetivos de preservação da espécie (há atualmente na ilha cerca de 800 casais), um grupo de voluntários requalificou recentemente vários ninhos e foi feito o filme "Berlenga - A Ilha Farol", da autoria do cineasta Paulo Fajardo, em que se dá a conhecer a fragilidade do ecossistema e da problemática das gaivotas e chorôes que o devastam e dos riscos da própria pesca.

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PAULO MACEDO está a agitar

bastante o setor da saúde. Já há demissões e ameaças dos médicos, enfermeiros e utentes do SNS.


direito

direto

João Pereira e Eduardo Melo apresentaram o cabeça de cartaz da Latada

COIMBRA

Associação Académica de portas abertas do Parque. Assim, a organização preparou uma série de iniciativas culturais e desportivas que ajudarão a receber, da melhor forma, os novos alunos da Universidade de Coimbra. Entre as diversas iniciativas, o destaque vai para um Open Day, em que o número um da Rua Padre António Vieira estará de portas abertas e todos os responsáveis das secções culturais da Academia estarão disponíveis para receber os estudantes recém-chegados

boa notícia

ANAFRE contra extinção de freguesias

As receitas do turismo atingiram em Portugal, apesar da crise, o valor mais alto de sempre no primeiro semestre, em que rondaram os 3.246 mil milhões de euros.

e explicar-lhes o que de melhor se faz na AAC. Mas haverá muito mais que fazer: um concurso de ideias de negócio, uma lan party, uma caça ao tesouro (a realizar em Conímbriga), paintball, trivial, concursos de dj's, bandas e poesia e o tradicional peddy-tascas. A Latada 2011 realiza-se de 27 de outubro a 2 de novembro, com uma curiosidade: o cortejo terá lugar na terça-feira dia 1 de novembro, feriado nacional. VG

A ASSOCIAÇÃO Nacional de Freguesias vai realizar o seu próximo congresso, em 2 e 3 de dezembro, em Portimão, onde analisará as propostas do Governo sobre a anunciada reorganização administrativa do país. O presidente da ANAFRE, Armando Vieira, que também preside à Junta de Freguesia de Oliveirinha, em Aveiro, salientou, contudo, que a associação tem "uma posição de princípio que é contra a extinção das freguesias".

má notícia

A FESTA das Latas e Imposição de Insígnias 2011 já começa a dar que falar. A Associação Académica de Coimbra (AAC) já divulgou o cabeça de cartaz – os britânicos Kaiser Chiefs vão atuar no sábado, dia 29 de outubro – e o nome promete fazer as delícias dos estudantes e de todos os que se deslocarem à Praça da Canção. Mas, conforme frisa o presidente da Direção Geral da AAC, Eduardo Melo, a Latada é muito mais do que as Noites

A redução de vagas no setor do ensino deixou cerca de 35 mil professores sem poder dar aulas, ou seja, um quarto dos docentes contratados no ano passado.

CRISTINA BORGES DA PONTE ADVOGADA

A insolvência de empresas OS ADMINISTRADORES/GERENTES podem ser responsabilizados

civil e criminalmente pela insolvência da sociedade que gerem, desde que fique provada a sua culpa ou dolo. Nesses casos, os administradores/gerentes culpados podem ser condenados a, com o seu património, indemnizar a sociedade, os credores, os sócios e terceiros, nos termos dos artigos 72.º, 78.º, n.º 1 e 79.º do Código das Sociedades Comerciais (respetivamente) pelos danos causados (inclusivamente pelos créditos laborais frustrados). Para tanto, terá de ser instaurada uma acção de responsabilidade civil (pelo administrador da insolvência, em representação do lesado) contra os administradores/ gerentes culpados. Estes poderão, ainda, ser responsabilizados criminalmente pela prática do crime de insolvência dolosa, previsto no artigo 227.º do Código Penal. A estas consequências somam-se a inibição (sujeita a registo) dos administradores/gerentes para o exercício do comércio e para a ocupação de qualquer cargo de titular de órgão de sociedade, associação ou fundação privada de atividade económica, empresa pública ou cooperativa, durante um período que poderá ir de 2 a 10 anos. * Manuel Rebanda, Pereira Monteiro & Associados

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

Primeira Gala das Confrarias em outubro O CASINO FIGUEIRA vai rece-

ber, a 8 de outubro, a Primeira Gala das Confrarias, um evento recheado de música, animação e prémios. "Esta iniciativa é muito importante para nós, por ser o seu primeiro ano. Queremos que tenha a participação de muita gente", afirmou, à revista C, a presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, Maria Madalena Carrito. A gala vai atribuir oito prémios diferentes, com o objectivo de "distinguir personalidades e entidades que se têm destacado na promoção da gastronomia portuguesa", explicou a responsável. O júri está, neste momento, a selecionar os premiados, na sequência de um período de

Madalena Carrito assume que o evento "é muito importante"

apresentação de candidaturas. Os prémios dizem respeito a atividades realizadas em 2009 e 2010. A presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gas-

tronómicas já confirmou que, "daqui para a frente, haverá sempre esta gala". Para o ano, por exemplo, serão feitas distinções relativas ao ano 2011. A abertura à sociedade civil e

Portugueses e espanhóis "mediram" bigodes

O VII ENCONTRO Nacional de Bigodes reu niu, em Castelo Branco, cerca de centena e meia de participantes. O tradicional evento, promovido pelo Grupo de Bigodes Albicastrenses, contou com a participação musical do Grupo "O Cancioneiro de Castelo Branco" e do duo "Os Texanos". A festa, no restaurante Senhora de Mercules, foi de "arromba" para os bigodaças provenientes de

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aos diversos organismos públicos e privados é outra das metas do evento, que pretende frisar também a relevância do movimento confrádico na defesa e promoção da gastronomia e no desenvolvimento local. A Primeira Gala das Confrarias assume um papel relevante no calendário dos confrades, uma vez que não está isolada nem descontextualizada. Recorde-se que a 7 e 8 de outubro as confrarias portuguesas reúnem-se num congresso, que também tem lugar no Casino Figueira. Este espaço da Fig ueira da Foz abriu, nos últimos anos, as portas a todas as confrarias gastronómicas do país, tendo recebido diversos eventos do setor. BV

Visitas encenadas à Sé da Guarda AS VISITAS encenadas à Sé Catedral da Guarda, realizadas entre junho e agosto, com o objetivo de div ulgar o monumento e atrair visitantes, contaram com a participação de 4.858 pessoas. A iniciativa, denominada "Passos à volta da memória - uma visita encenada à Sé Catedral da Guarda", decorreu entre 7 de junho e 31 de agosto.

vários pontos do país. Esta edição contou, ainda, com vários espanhóis, que atravessaram a fronteira para "medir" bigodes com os portugueses. "Estamos muito satisfeitos pela elevada adesão. A alegria e o convívio, para além da troca de experiências e culturas, foram uma vez mais a nota dominante", disse à C Eduardo Rodrigues, da organização. Para o ano há mais. JMA

Covilhã

Biblioteca expõe cartografia náutica A BIBLIOTECA Municipal da

Covilhã apresenta, até final do mês, uma exposição de cartografia náutica portuguesa dos séculos XV e XVI.

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Prioridade em Viseu à cultura portuguesa O TEATRO VIRIATO, de Viseu,

selecionou para os próximos quatro meses uma programação essencialmente nacional. Segundo Paulo Ribeiro, diretor do espaço, o cartaz privilegia algumas peças de teatro feitas ao longo deste último ano, ou últimos anos, mas que não tiveram a visibilidade desejada e consequente circulação. A primeira delas será "Não se brinca com o amor", da companhia Artistas Unidos, agendada para os próximos dias 16 e 17 de setembro. "Narcisa" e "Leva a mão que eu levo o braço" estão previstas para 8 de outubro. Ainda no teatro, destaque para "Dentro das palavras", de Rui Catalão, marcada para 22 de outubro, e "Nothing’s ever yours to keep", de Sofia Dinger, que subirá ao palco a 28 de outubro. Para os dias 9 e 10 de dezembro está prevista a remontagem de "Rumor dos deuses", um dos mais antigos espetáculos de dança da com-

Paulo Ribeiro, diretor do teatro

panhia Paulo Ribeiro. No entanto, este espetáculo está dependente da chegada de verbas. Ainda na dança, destaque para "Desafinado", com apresentação prevista para 16 e 17 de dezembro. Na música, o Teatro Viriato, que vem mantendo uma ocupação de 83%, propõe o trio de músicos da nova geração portuguesa "Open Field String Trio", a 19 de outubro.

foto legenda

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Os surfistas da Figueira da Foz criaram o projeto Figueira da Foz - Cidade Surf, que propõe garantir condições para a prática do surf e minimização dos efeitos da erosão costeira, através de intervenções técnicas.

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

visita de

Coimbra na vanguarda da astronomia e da astrofísica

médico

ANTÓNIO ALEGRE Médico no Centro de Saúde Eiras

Como explicar... COM UM SOTAQUE nipónico,

Badaró dizia: "… Como explicar". No final de um dia de trabalho e porque a situação foi recorrente, julgo merecida uma reflexão sobre o famoso "saco de plástico" cheio de medicamentos despejado sobre a secretária de um qualquer médico de família que se preze. Não cuidando o meio rural, neste particular, diferente do urbano, a situação aconteceu aquando da sacramental pergunta, "Então Sr.ª Joaquina (nome fictício), como se sente?". "Sr. Doutor, estava de férias, senti-me mal, a minha filha levou-me 'às urgências' e o médico receitou-me estes medicamentos" (aqui despeja o saco). Num misto de migalhas de pão, dois botões, três moedas e a caderneta das poupanças, lá aparecem várias caixas de medicamentos, qual ato de magia. Com enfoque especial aos medicamentos, fácil foi verificar que das nove caixas, quatro continham rigorosamente a mesma substância ativa, sendo que a cartonagem e o nome comercial eram diferentes. As razões para isto são muitas e diversas e serão sempre preocupação de todos os atores envolvidos. Porque os efeitos adversos deste "cocktail medicamentoso" podem ser graves para a saúde dos doentes, permito-me sugerir aos mesmos que se façam acompanhar, se possível sempre, de uma relação dos medicamentos que estão a tomar, inclusive às urgências, pois ninguém irá criticar. Boa saúde!

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As ciências do espaço têm conhecido relevantes avanços tecnológicos OS RECENTES avanços tecnológicos e os importantes resultados científicos obtidos na astronomia e na astrofísica muito têm contribuído para que as Ciências do Espaço se assumam como áreas de vanguarda. Para partilhar experiências e métodos de investigação e delinear estratégias para o futuro, cerca de uma centena de investigadores, estudantes, astrónomos profissionais e amadores estão reunidos em Coimbra, até sábado, no âmbito do XXI Encontro Nacional de Astronomia e Astrofísica (ENAA). Os resulta-

dos alcançados nas ciências do espaço, envolvendo equipas das mais diversas proveniências, desde astrónomos, físicos e engenheiros, a matemáticos e químicos, têm assumido, segundo os astrónomos Nuno Peixinho e João Fernandes, investigadores da Universidade de Coimbra (UC), "particular relevância no nosso dia-a-dia". Por outro lado, a crescente participação do nosso país nas grandes organizações internacionais gerou o nascimento de várias empresas tecnológicas portuguesas com projetos importantes no

Aveiro sem bronze O DISTRITO de Aveiro tem si-

do alvo de uma onda de roubos de bustos, placas evocativas e outras peças em bronze, em praças, edifícios públicos e cemitérios. O caso mais emblemático foi o recente furto da peça "A Criança", da autoria de Sousa Caldas (1930), que estava na Praça José Costa, no centro da cidade de Oliveira de Azeméis, mas várias outras freguesias também já foram

desapossadas de peças artísticas. A deputada Carla Rodrigues, do PSD, já interpelou o ministro da Administração Interna sobre que medidas estarão a ser tomadas para por cobro a a estes casos. A deputada não põe de parte a possibilidade do PSD ter uma iniciativa legislativa que vise controlar a circulação de cobre e bronze, junto das empresas que se dedicam à sua reciclagem.

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domínio do espaço, especialmente na conceção e desenvolvimento de instrumentação astronómica e espacial de elevada precisão, análise de dados astronómicos, tratamento de imagem, simulação e modelização cosmológica. O XXI ENAA é organizado pelo Observatório Astronómico da UC, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Astronomia, o Centro de Física Computacional, o Centro de Matemática da UC e o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas.

Bolos em Óbidos até para festejar divórcios UMA EXPOSIÇÃO de bolos para

as mais variadas ocasiões, sobretudo de aniversário, casamento, batizado e até de divórcio, está patente ao público no Convento de São Miguel, em Óbidos, até ao próximo dia 16, numa iniciativa da Associação Nacional de Cake Designers. Os autores são "artistas" portugueses e espanhóis, da Corunha e Madrid.


Na Clínica Delille, o seu sorriso vem sempre em primeiro lugar. É por ele que recorremos à melhor tecnologia e aos melhores profissionais, inovando na forma de estar e de proporcionar bem-estar. Da Implantologia à Odontopediatria, oferecemos-lhe todas as soluções para que tenha uma saúde oral perfeita. Visite-nos, estamos à sua espera.

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De sorriso aberto.


ex(sic)tações

ao microscópio

toma lá dá cá A consolidação orçamental e a diminuição do endividamento são essenciais para sair da crise, mas não suficientes para o sucesso VÍTOR GASPAR

O crescimento da receita fiscal já não é proporcional ao aumento das taxas, o que significa que já se ultrapassou o limite MANUELA FERREIRA LEITE

frases desfeitas A nossa história demonstra que nos momentos chave sabemos criar sinergias e dar o salto.

Só nos últimos anos tivemos três cataclismos anunciados: o bug do ano 2000, a entrada no euro e a febre A.

Durão Barroso é uma personagem com pouca influência. JOÃO DE DEUS PINHEIRO, antigo comissário europeu

Há setores da União Europeia afetos à Internacional Socialista que estão a trabalhar na troika

EMÍDIO GUERREIRO, deputado do PSD

FERREIRA RAMOS, advogado

Os "desertores" não são todos assim? V eja-se o caso recente do Ricardo Carvalho...

ALBERTO JOÃO JARDIM, presidente do Governo Regional da Madeira

Como nos anos 60, para França?

Pois, dizem sempre que são as baratas que conseguem sobreviver aos cataclismos ...

Não podemos aceitar que a qualidade do SNS seja posta em causa pelos cortes no setor.

O Governo apaparica os detentores do grande capital, por recear que este lhe dê ordem de despejo.

Foi uma chatice, naturalmente, terem-lhe descoberto o buraco - ou seja, a colossal dívida de mais de oito mil milhões de euros. Acabou o regabofe...

AMADEU CARVALHO HOMEM, professor universitário

JOSÉ MANUEL SILVA, bastonário da Ordem dos Médicos

Caro professor, essa não é condição sine qua non para governar?

Pois é, serão menos 11 por cento já em 2012 ... Se rá que a vontade vai ser superior às limitações?

A incineração é um contrasenso do viver. NORBERTO CANHA, médico Congratulamo-nos por ainda haver quem acredita na ressuscitação.

tem condições “ Portugal para crescer sem vender o seu património por tuta e meia e sair da crise sem ser subserviente à troika, que são os tipos dos mercados.

RAMALHO EANES

PILAR DEL RIO

Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Redação C

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MÁRIO SOARES

Resposta certa: Mário Soares

quem foi que disse?


acredite se quiser

Fugiram de fogo e deixaram paciente na maca UM PACIENTE de 49 anos mor-

reu por asfixia num hospital de Xangai depois de ter sido abandonado na sala de operações. Tudo porque soou o alarme de incêndio e toda a equipa fugiu do local. Zhu – assim se chamava o homem – estava a ser amputado, na sequência de um acidente de viação. Já quase no final da intervenção, uma enfermeira descobriu o fogo numa sala anexa e todos saíram a correr. Os familiares da vítima viram os médicos e enfermeiros a correr e perguntaram pelo homem, mas já era tarde, uma vez que o fumo impedia o acesso à sala de operações.

Polícia apanhado a fazer sexo AS CÂMARAS de vigilância dum

rancho do Novo México registaram uma estranha situação: um casal a fazer sexo, em plena luz do dia, sobre o capô dum carro. Mas, mais bizarro ainda é que o homem que aparece nas

da pequena Jia Zheng a guiar na estrada movimentada – e que termina com o pai a dizer "Jia Zheng, pára o carro. Deixa o papá conduzir" – está no YouTube e já dá que falar nas redes sociais.

Chinesa de quatro anos a conduzir

É SOLTEIRÃO? Se não é e conhe-

HÁ UNS TEMPOS, demos-lhe conta, nesta secção, de um rapaz indiano de sete anos que conduzia com uma admirável destreza. Mas os chineses não gostam de ficar atrás em nada e já superaram a façanha do jovem indiano: uma menina chinesa de apenas quatro (!) anos foi filmada pelos pais a conduzir nas ruas de Jinal, da província de Shandong. O vídeo

Solteirões morrem mais cedo ce algum avise-o! De acordo com investigadores da Universidade de Louisville (Estados Unidos), os homens solteiros têm um risco de morte 32 por cento maior do que os casados. As mulheres não ficam muito atrás: morrem 23 por cento mais. O resultado saiu de uma análise de 90 estudos anteriores sobre o tema – o conjunto mostrou que os solteirões " batem a s bota s " ent re sete e 17 anos mais cedo do que as pessoas que têm aliança no dedo. O motivo até é óbvio: os casados têm mais do chamado "suporte social" – companhia para garantir o bem-estar e para ajudar caso algo corra mal.

Pen drive é também vibrador UM GRUPO de designers criou

uma pen drive que tem duas funções. Além de armazenar dados, ela pode ser utilizada como v ibrador. O produto, batizado como "Duet", foi desenvolvido por uma equipa de designers de San Francisco, nos Estados Unidos. De acordo com Ti Chang e Michael Topolovac, o dispositivo é feito de silicone e metal. Vem num estojo de cabedal, é resistente à água, tem quatro modos de vibração e cinco níveis de potência. Segundo a emissora de televisão "CBS", o produto é vendido a partir de 75 dólares.

PREÇOS/KG/L

:(

bolsa da praça

imagens é um polícia em serviço. A história causou alguma indignação nos habitantes do Estado. "É uma vergonha para a polícia do estado. Eles deveriam envergonhar-se", declarou um deles à emissora de televisão "kob 4". Afinal em que ficamos: o agente estaria a proteger ou a servir?

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ao microscópio

praça de táxis Coimbra vai perder mais um organismo do Estado, com a extinção da DREC. O que pensa sobre o assunto? EDUARDO SILVA

Decidiram acabar com todas as direções regionais de Educação, mas é preciso ver que, ao contrário de outras cidades, Coimbra já tinha sido muito prejudicada com a saída de organismos do Estado.

retrato falado

figura da semana

CARLOS CLEMENTE O DIRETOR do futsal da Académica conseguiu, na época transata, um feito notável: fazer regressar a equipa, muitos anos depois, e sem grandes expetativas à partida, ao escalão maior da modalidade. COM A NOVA ÉPOCA a começar, o objetivo é, agora, conquistar um lugar nos "play-off". Não será, evidentemente, fácil. Os jogadores e o treinador parecem, ainda assim, convictos de que será possível. AMBIÇÃO desmedida? Carlos Clemente é um dirigente pragmático e experiente. A Académica precisa, realmente, de incentivos que a reconduzam à notoriedade de outros tempos.

menções honrosas JOSÉ MATOS

A DREC talvez faça falta, porque Coimbr a é um meio estudantil por natureza. E se levar a despedimentos, esta decisão é muito inconveniente para todo o país. Coimbra está ao abandono.

Lúcia Monteiro

João Madeira

A COORDENADOR A do Portugal dos Pequenitos continua fortemente empenhada na dinamização daquele magnífico espaço da Fundação Bissaya Barreto. Até ao próximo dia 15, o parque será um autêntico "Lugar Mágico". Com Luís Rodrigues, é claro.

A ODABARCA - Animação Turísti-

debate AURÉLIO TEIXEIRA

Isto é mesmo muito mau para a cidade. Estão sem p re a tir a r estruturas de cá. Desta maneira fico a pensar que, qualquer dia, Coimbra é apenas a décima cidade mais importante do país.

O ministro das Finanças até agora fez aquilo que é o óbvio. Vai para além das medidas do que estava previsto na troika. O óbvio diz respeito ao aumento de impostos. Sobre o corte nas despesas, eles são anunciados mas ainda não vi nenhum.

As medidas do Governo e não só do ministro das Finanças têm de ser as mais adequadas ao desenvolvimento do país, através do aumento das exportações, do fortalecimento do tecido empresarial e do corte no despesismo público.

Que medidas do ministro das Finanças são as mais adequadas para ultrapassar a crise? VÍCTOR BAPTISTA, Ex-deputado do PS

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ca do Mondego, adquiriu dois novos Tuk Tuk, a pensar já em próximas ligações até à Figueira. O responsável pela empresa quer aproveitar a onda de sucesso de que se tem revestido a experiência em Coimbra, com o veículo de seis lugares comprado na Tailândia.

PAULO ALMEIDA, presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra do CDS

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se eu mandasse

coimbra

"Criava uma incubadora de ideias"

Bastante! Têm vivências muito diferentes. Enquanto Lisboa é cosmopolita e contém um mar de oportunidades, Coimbra é a cidade dos estudantes, do Direito e dos médicos.

"É única e muito especial" FERNANDO GOMES Economista em Lisboa

Que recordações guarda de Coimbra? As melhores... Foi aqui que nasci e que vivi até terminar a minha formação académica. Recordo com especial saudade os tempos passados na Universidade de Coimbra. Tem alguma estratégia para diminuir a distância? Sim, utilizo as redes sociais e os jornais online para diminuir essa distância e assim conseguir acompanhar o que se passa em Coimbra no dia-a-dia. Os amigos e família são também elos para encurtar essa "distância". Coimbra é muito diferente de Lisboa?

Quando regressa a Coimbra, o que sente? Um misto de alegria e nostalgia. É o regressar ao meu habitat natural, onde posso percorrer as ruelas da Sé Velha, ouvir as badaladas da Cabra ou olhar o Mondego. O Fado de Coimbra é um bom antídoto para a saudade? Se ouvirmos por exemplo a "Balada de Despedida do 5.º ano jurídico" pode é ser um motivo para soltarmos umas lagrimas (risos). Naturalmente que é uma boa forma de relembrar Coimbra e diminuir a saudade. Tem algum local da cidade que considere emblemático na sua história pessoal? Qual? O edifício da Associação Académica de Coimbra (AAC). Foi uma casa em que aprendi imenso enquanto pessoa e vivi momentos inesquecíveis. Se tivermos em conta outras cidades, Coimbra é… Única e muito especial. Como se costuma dizer, só quem por lá passa é que conhece o seu real valor.

Nuno Miguel Botelho, músico

Dada a conjuntura em que vivemos, as fortes consequências na nossa sociedade em termos anímicos e as grandes injustiças sociais existentes: TRAÇAVA um plano médi-

co antidepressivo, gratuito, de apoio a todos os que vivem em completo desânimo e sem planos presentes ou futuros. Depois de curada a depressão, criava, em conjunto com o Instituto de Emprego, uma incubadora de ideias empresariais com incentivos para todos os empreendedores que quisessem montar os seus negócios num regime público-privado, com acompanhamento e formação contínua. A ideia seria criar mais emprego, aumentar a produtividade e gerar riqueza.

de fiscalização ao nível da atribuição do rendimento social de inserção, bolsas de estudo e subsídio de desemprego. CRIAVA postos de trabalho comunitário destinados a todos os infratores deste país, com níveis adequados às penas e formação contínua com vista à reintegração social.

Traçava um plano antidepressivo, gratuito, de apoio a todos os que vivem em completo desânimo

APOSTAVA num maior rigor

C189

saudades de

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confidencial

ao microscópio

VINDAMA(MOS) SEM BENEFÍCIOS

Seu pai era agricultor, fugido de uma carreira de Direito. A filha não teve tanta sorte, mas, feitas as contas, também acabou por ver a vida ligada às atividades primárias. Apesar do aspeto juvenil é dura e não teve medo de cortar um quarto aos vitivinicultores. Eles não gostaram e disseram que ela merecia era ser levada para o quarto... escuro. Muito cuidadinho com eles.

NOITE... DE ESPERA

lente... de contato

O evento foi um sucesso, uma exposição de pintura que junta grandes artistas, mortos e vivos, portugueses e estrangeiros. Também juntou alguma da nata política e cultural da cidade. No entanto, quem estava passou a noite à espera do grande chefe. Que nunca apareceu. A noite, quando nasce, não é para todos.

Abriu a época! Começa o novo ano e os bares abrem os seus próprios concursos. "Procuram-se caloiras roliças para servir a rapaziada". Assim se ganham clientes e animação.

Pergunta: Quem é o estiloso jogador da bola que não teme o fantasma de um moranguito? APROVADO

Armindo Gaspar

Em época de crise, no país em geral e no comércio tradicional em particular, a Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra apostou de novo numa Noite Branca. A iniciativa foi um sucesso e só perdeu quem não participou. Nota 16

ASTROS NA AVENIDA

O ano do Coelho não foi muito auspicioso para este estabelecimento que prometia renovar um espaço que outrora deu muitas alegrias aos fãs do cinema. Agora chegou a tia e impôs a lei do xerife, não vai dar borlas a ninguém nem quer os gordos e baixos por detrás do balcão. Será que é desta que o local vai começar a dar cartas na noite da cidade?

ADEPTOS EM PART-TIME

Em Coimbra, importa adoptar o negro como cor do coração, por uma questão de tradição e honra. Todos os ambiciosos o fazem, mas às vezes custa fugir à nossa verdadeira vocação. Talvez por isso, dois grandes notáveis desta não menos notável região assistiram ao primeiro jogo em casa dos estudantes. Retiraram-se em seguida para ver um documentário sobre lagartos. Mas, na segunda parte, apagaram-lhes a TV.

espelho meu

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REPROVADO

Ricardo Carvalho

Não deve ser fácil estar numa equipa capitaneada por Cristiano Ronaldo, um menino muito talentoso. Mas isso não pode servir de desculpa para a saída de Ricardo Carvalho da seleção. Esperava-se mais ponderação por parte deste defesa. Nota 7


C19


ao microscópio

10H00 A resolver assuntos burocráticos no gabinete do quartel

um dia com

11H00 Visita às instalações...

12H30 A importância de um carro bem equipado

FERNANDO FERREIRA COMANDANTE DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE COIMBRA

A SUA GRANDE PAIXÃO É, SEM DÚVIDA, TRABALHAR NOS BOMBEIROS. ESTAR CONSTANTEMENTE AO SERVIÇO DAS PESSOAS É PARA SI UM ORGULHO TEXTO E FOTOS SÍLVIA DIOGO

11H30 A mostrar o equipamento do quartel

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O RELÓGIO marca 10H30 da manhã. Ao entrarmos no quartel dos Bombeiros Voluntários de Coimbra deparamo-nos com um ambiente sossegado. A sirene não toca e os bombeiros não saem para qualquer ocorrência. Fernando Ferreira, comandante dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, aguarda a nossa chegada e depois de batermos à porta do seu gabinete, recebe-nos com um sorriso e com boa disposição. "Hoje o quartel está calmo. Ainda não houve intervenções", afirma o comandante. Começa a manhã a tratar de alguns assuntos burocráticos. Aproveita para nos informar da última ocorrência e explica-nos porque motivo ocorreu e como foi resolvida a intervenção. Depois de trocar algumas palavras connosco, mostra-nos as várias divisões do quartel e fala-nos de como a sua "companhia" trabalha todos os dias. "A equipa tem sempre que deixar tudo pronto para a próxima ocorrência. Nos meus bombeiros existe uma palavra-chave - disciplina", confessa à C. "Se uma pessoa for disciplinada consegue levar adiante a carreira de bombeiro. Se não for disciplinada vai ter algumas dificuldades em se adaptar e acompanhar as regras que são exigidas aqui, neste estabelecimento", afirma. Após a "visita", dirige-se ao bar do quartel

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14H30 Mais uma divisão do quartel

15H30 Na sala de formações do quartel

17H30 Na central, esperando ocorrências

para beber um café. A simpatia para com os camaradas é notória e a alegria em fazer parte desta companhia é real. Fernando Ferreira nasceu na Sé Nova, em Coimbra. Os pais eram de duas aldeias perto de Coimbra - S. João do Campo e Cidreira. Realizou o estudo obrigatório - quarta classe – e, mais tarde, foi parar à Brotero para concluir o ciclo preparatório. Começou a trabalhar ainda muito jovem, durante as férias, para ganhar algum dinheiro. "No meu tempo não havia grandes possibilidades e, por isso, comecei a trabalhar nas férias como mecânico", adianta. Mais tarde, o estudo acabou por ficar para segundo plano e, já com 18 anos, começou a trabalhar na Auto Sueco Coimbra. "Ainda me lembro como se fosse hoje. Fui sozinho pedir emprego. Fui a pé. Tive sorte porque fui aceite de imediato. Fiquei lá a trabalhar durante trinta anos. Só saí de lá quando fui convidado para assumir as funções de comando aqui nos bombeiros", adianta. Depois de uma manhã de trabalho calma, o comandante decide ir almoçar a casa com a família. Sempre que pode aproveita para estar juntos dos "seus". Estima muito a família e tem um grande amor pelas suas duas filhas. Já é bombeiro há 39 anos. Quando trabalhava na Auto Sueco tinha autorização dos patrões para sair quando era necessário. "Assim que me chamavam do quartel, eu abandonava o trabalho e vinha para os incêndios. Aconteceu isso muitas vezes durante muitos anos", recorda. Em 2008 foi-lhe atribuído o cargo de primeiro comandante. Tem honra em comandar os bombeiros voluntários e diz que o trabalho para si é um "vício". "Adoro ser bombeiro. Adoro estar ao serviço das pessoas. Sinto-me bem. Passo as minhas férias aqui no quartel. É uma doença", confessa. Não poupa a es-

forços nos incêndios florestais, nos incêndios urbanos, nas inundações e derrocadas. Sempre que pode estar presente, dá o seu máximo e cumpre sempre com a sua missão. Por volta das 15H00, Fernando Ferreira regressa ao comando. A tarde no quartel mantém-se calma apesar da chuva que cai

nas ruas da cidade… Fernando Ferreira considera-se uma pessoa dedicada a tudo que envolve os bombeiros. "Ninguém me vê num café ou por aí. O meu trajeto é quartel-casa, casa-quartel", afirma à C. Encontra-se disponível 24 horas por dia para qualquer situação ou incidente. "Se houver uma intervenção, o telefone ajuda-me muito. Assim estou sempre contactável", adianta. O comandante fala connosco sobre algumas recordações que o marcaram durante a vida. Em conversa recorda com saudade Henrique da Silva, um homem que foi um grande amigo, muito dedicado aos bombeiros. "Ele ensinou muito a todos os que passaram aqui pelos bombeiros. Foi formador de diversas associações de corpos de bombeiros aqui do distrito e deu-me bastante informação escrita sobre incêndios, hospitais e produtos químicos", adianta. Para terminar o dia, Fernando Ferreira fala à C de uma das soluções para evitar um incêndio urbano. "Grande parte da nossa sociedade é capaz de ter um ou mais televisores na cozinha, mas esquece-se de colocar um extintor. É ideal adquirir um extintor adequado aos equipamentos que se têm na cozinha. As pessoas devem-se informar nas lojas e falar com os técnicos responsáveis", afirma o responsável. Segundo o comandante, um simples extintor numa cozinha ajuda a resolver muitas situações. É possível diminuir os danos do fogo e evitar a propagação do mesmo. Fernando Ferreira critica algumas situações da Baixa de Coimbra. "Acho que se devia fazer alguma coisa na prevenção da Baixa. Há técnicos responsáveis por essa área. É fundamental tomar uma atitude e encontrar soluções, principalmente nas casas que estão em risco de derrocada", conclui.

Grande parte da nossa sociedade é capaz de ter um ou mais televisores na cozinha, mas esquece-se de colocar um extintor à lupa NOME

Fernando Ferreira DATA DE NASCIMENTO

30 de abril de1954 TERRA NATAL

Coimbra

RESIDÊNCIA

Coimbra HÓBI

Família PRATO PREDILETO

Chanfana

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o que é feito de si?

ao microscópio

1969 Crise académica

1974 Revolução do 25 de Abril

1971 Nascimento do filho Nuno Ricardo

1975 Nascimento da filha Filipa

1994 Nascimento do filho João Francisco

2000 Nascimento do primeiro dos quatro netos, António

CONTINUA MUITO ATENTO À REALIDADE DE COIMBRA E DA REGIÃO CENTRO. E NÃO TEM DÚVIDAS: É NECESSÁRIO ACABAR COM O "MODELO CENTRALISTA QUE IMPERA" NO PAÍS TEXTO E FOTO MÁRIO NICOLAU

Defendo uma Coimbra de valores, humanista, cosmopolita e que assuma uma verdadeira liderança regional

João Vasco Ribeiro Que faz atualmente? Sou administrador da MRG – Serviços, SA. e presidente da mesa da Assembleia Geral da MRG, SGPS. A MRG - Serviços, S.A. é uma empresa do grupo MRG que tem como objetivo principal promover a diversificação das suas atividades, até agora muito focadas na construção civil e obras públicas, criando novos negócios que respondam a oportunidades identificadas de se gerar riqueza e emprego e que, de forma clara, interiorizem e concentrem no grupo novos conhecimentos e saberes. Para além da minha ação profissional, continuo no meu exercício de cidadania ativa e em várias frentes. Quando se demitiu da Comissão de Coordenação da Região Centro criticou a "falta de investimento estruturante na região". Estamos melhor ou pior neste momento? Sou um optimista militante! É preciso contrariar a adversidade com muito, muito trabalho. A região Centro são as pessoas e o instrumento de mudança a regionalização. O momento atual de necessária austeridade financeira não poderá servir para manter a regionalização fora da agenda política. Portugal e os portugueses têm de acabar com o modelo centralista que impera. As mudanças na CCRC, após a sua saída, conduziram a "mais qualidade e à afirmação da região" como desejava? Não. Faltou um ambicionado incremento de intervenção política que conduzisse a uma maior afirmação e liderança. E liderar é gerir e tornar fácil a complexidade, é transmitir confiança, é gerar compromissos, é transmitir o entusiasmo dos empreendedores e é, sobretudo, revelar uma visão e um pensamento estratégico. Se olharmos para o momento atual é patente a fraca liderança e a incapacidade

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do presidente da CCDRC pelo menos no plano político, para afirmar a região e ser a voz de comando dos desígnios regionais. Da minha última experiência de trabalho no QREN posso afirmar que o professor Alfredo Marques não cumpriu, a meu ver, um papel fundamental que era o de "estimular e promover os agentes e as atividades regionais, contribuindo para a prossecução dos grandes desígnios da coesão do espaço regional e nacional e para o reforço da competitividade em torno da valorização dos recursos regionais e da promoção da inovação". Coimbra pode recuperar a influência que já teve nos centros de decisão, nomeadamente em Lisboa? Claro que pode! Mas para isso é preciso, em primeiro lugar, reganhar Coimbra. Recuperar a sua influência através de uma governação diferente e criativa em que a participação e envolvimento dos cidadãos e dos atores económicos e sociais seja um factor de afirmação. Exige criar uma cidade moderna, cosmopolita, plural, em que as pessoas respeitem a diversidade, pugnem pela inclusão, sejam solidárias e tolerantes. Sobra-lhe tempo para gostos pessoais? Com vontade e engenho o tempo aparece. O golfe, o cinema, os passeios a pé ou de bicicleta e, em especial, a promoção dos encontros de amigos para alimentar as relações e os afetos. É também um gosto pessoal incontornável viver mais e melhor a família, núcleo central de toda a minha atividade. A presidência da Câmara de Coimbra é um assunto encerrado? Nunca digo definitivamente não, mas muito dificilmente assumiria esse desafio. Tudo tem um tempo certo! Porém, Coimbra continuará sempre no centro das minhas atenções.

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opinião

O preço do amor PAULO FREIRE

Percebo agora um pensamento de Oscar Wilde: "há duas tragédias na vida: o amor e a morte"

SOU daquelas pessoas que vivem atormentadas com o tempo e a finitude das coisas. Quando contemplo alguém ou alguma coisa, olho para eles como se me preparasse para os lembrar, pressentindo a falta que me fará a ausência de alguém que ainda não partiu, como se adivinhasse as saudades de não o voltar a ver. O MOMENTO em que me apaixono é o mesmo em que começo a sofrer com o fim dessa paixão. Quando a razão se distrai e o coração se aproveita de mim e me obriga a dizer "amo-te", logo uma angústia se apodera das minhas noites e dos meus dias prevendo a tragédia da sua perda. No caminho que separa os meus lábios da boca do meu amor, já outro caminho me atormenta, aquele que inevitavelmente me levará para longe dele. Gela-me o frio da distância do abraço que ainda não me foi dado. Seca-me a recordação do amor que acabou de começar… VIVO o presente com o aperto da certeza quase absoluta de que o futuro me levará as coisas que amo e egoistamente dou por mim a acreditar que viveria mais tranquilo se soubesse que a vida privaria de mim as pessoas que eu amo. SER ASSIM não é uma escolha, não é um defeito que possamos corrigir ou atenuar, não é uma circunstância que a vida ou alguém possa alterar. É uma inevitabilidade, é uma marca imutável, é um fado, até para quem, como eu, não acredita no destino. Não é uma maneira de estar, é uma maneira de ser que não nos deixa

estar aquilo que não somos, nem sequer por um dia, nem tão só durante um beijo. O DIA em que se encontra o amor das nossas vidas é também menos um dia que passaremos com ele. A angústia é o preço da felicidade e a saudade a memória constante de que nada dura para sempre. É um inverno que começa no primeiro dia do verão, um dia que acaba ao amanhecer, uma noite que se enceta de madrugada, um sol que nasce junto com a lua, um beijo que termina antes que os lábios se toquem, um abraço desfeito antes que os braços se enlacem, uma lágrima que se limpa antes de chorar… É O MUNDO ao contrário, a realidade de pernas pró ar, a antecipação de todos os males incluindo aqueles que nunca acontecerão, a multiplicação das dores próprias e alheias sem qualquer maleita que se possa tratar, uma recorrente e involuntária prolepse de intranquilidade. E NÃO SEREMOS todos um pouco assim? Quem ama tem medo de perder. E se não tem esse medo, se calhar já não ama, nunca amou ou… já o perdeu… PERCEBO agora um pensamento de Oscar Wilde que me intrigou na adolescência: "Há duas tragédias na vida: o amor e a morte". A perda que ambos encerram, juntos ou separadamente, é indubitavelmente a experiência mais dolorosa da nossa existência. Mas a verdade, por mais paradoxal que possa parecer, é que a vida só faz sentido quando a morte não é a única tragédia que se vive…

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ao microscópio

via do leitor

cartas ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL : redacao@cnoticias.net As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos

Um ministro a prazo Vítor Gaspar está a revelar-se uma colossal desilusão. Passa a vida a dizer que vai cortar na despesa e a única coisa que tem feito é aumentar os impostos, duma forma vergonhosa, o que demonstra a sua impreparação para o cargo. Não vai aquecer o lugar para bem de Portugal e dos portugueses. Quando tudo que é público estiver destruído ou nas mãos dos privados, para benefício exclusivo dos próprios, familiares e amigos, vai dizer que assume as suas responsabilidades, demitindo-se ou sendo levado a demitir-se, indo abrigar-se no bem bom da vida académica, empresarial (está a fazer grandes amigos nas grandes empresas) e consultadoria. Três vezes falou, três vezes aumentou os impostos. JOSÉ SOARES, Coimbra

"Jovens" com mais de 65 anos Foi bonita a festa que reiniu, na freguesia de Santo André das Tojeiras , em Castelo Branco, cerca de 600 pessoas com idades superiores a 65 anos. Mais parecia um convívio de "jovens". Francisco Lourenço, presidente da junta de freguesia, lembrou as "importantes" obras a serem efetuadas, que rondam os 300 mil euros, para conservação na piscina , construção da sede do Centro Cultural e Social

inquérito Ricos deviam pagar imposto extraordinário? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net

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de Tojeiras, beneficiação da Igreja Matriz e melhoria da rede viária, mas sobretudo o trabalho que tem sido desenvolvido junto das populações. "Sabemos transmitir valor às pessoas, aliado ao afeto que tanto merecem", sublinhou o autarca, anunciando que a construção do lar de idosos será uma realidade. Presente neste convívio, Luís Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, elogiou o trabalho desenvolvido pela autarquia de Santo André das Tojeiras em prol da população, rumo a uma melhor qualidade de vida, "O município, ao executar as obras tem sempre como meta a atingir a qualidade de vida da população do concelho", garantiu. Foi, em suma, um encontro que jamais esquecerei. JOSÉ ALVES, Castelo Branco

Até quando vamos permitir que na Madeira se dance, financeiramente, o bailinho? E nós a pagar a festa? LUÍS MATOS, Figueira da Foz

vamos ter de pagar. A Passos Coelho só resta, agora, mandar fazer uma auditoria externa às contas do Funchal, para apurar todas as responsabilidades neste gigantesco desvio. E seria bom que tal acontecesse antes do dia 9 de outubro, data em que terão lugar as próximas eleições regionais. JOSÉ PAIS, Cantanhede

Reflorestação da Serra de Aires e Candeeiros A má ordenação da f loresta portuguesa tem sido um dos fatores responsáveis pelo elevado número de hectares anualmente devastados pelos incêndios. A tragédia é cíclica, todos apontam causas, mas nunca se tomam as medidas mais adequadas para por cobro a um flagelo que, ano após ano, continua a delapidar parcela significativa da economia nacional. De aplaudir, portanto, a iniciativa da Fundação Floresta Unida, que vai plantar 800 mil árvores no Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, assegurando 30 anos de proteção garantida. O objetivo é precisamente requalificar a vasta área ardida, nos últimos anos, na região, com recurso a voluntários. Trata-se, inclusivamente, ao que tem sido divulgado, da maior ação de reflorestação sustentável até agora concretizada no mundo, em que serão privilegiadas espécies, garantem os técnicos, que dificultem ou retarde eventuais fogos. Os leirienses agradecem. MARTA FERNANDES, Leiria

As contas da Madeira Com a troika, afinal, nem tudo é mau. As contas de "engenharia" da Madeira foram, finalmente, desmistificadas. Alberto João Jardim tem feito tudo quanto lhe apetece, sempre a ameaçar o governo de Lisboa e classificar-nos de cubanos, enquanto ia enchendo do o saco do governo regional. Sabe-se agora que a dívida da Madeira ascende já a oito mil milhões de euros, uma brutalidade que, evidentemente, também

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cartas

blica

texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista

Exm.º Sr. Presidente da Repú

tele visões do apocalipse. Não há jor nais ou s feta pro os as par bom vai ão O ver essão, o crash a esg rimir com o fantasma da rec em que não sur jam iluminados obscuros, tis, hos Apenas se anteveem tempos iminente, a catástrofe ine vitável. o, de tão ism senhor Presidente, de tanto pessim de medo, até pânico. Fartei-me, amidades – e lá essas profecias de ine vitáveis cal as tod de o, ism rof ast cat vel crá exe dizes… fui, também eu, até Vilar de Per muita gente, até gresso de Medicina Popular, que Con ao ida ha min esta u tivo de bruxar ia, Perguntará: o que mo ina da mentira, um amálgama dic me de a feir ra me a um ser lmente o os inspetores da ASAE, diz cur iosidade em conhecer pessoa ha min a e, ent sid Pre hor sen o, ha existência cada vez vidência, magia? Foi, desde log uns momentos, à rotina desta min alg por nos me ao ir, fug da, Ain s, de procurar, no padre Fontes. que é homem, nunca deixou, aliá de des , em hom O a. átic gm eni mais dura, confusa, s. o, respostas para as suas dúvida vento ou nas brumas do esoter ism se vê, mas aquilo em que se e continua a ser, não aquilo que ant ort imp is ma o que dia um da família, dos Alguém disse os são curandeiros de si próprios, tod , ana ont nsm tra eia ald ota ente, que crê. Ali, naquela rem .Posso garantir-lhe, senhor Presid cia iên sap sua na tam edi acr os ta a meios amigos, dos vizinhos -e tod vinhação, também no que respei adi de es dot em só não e tes i-lo, muito mais culto aprendi muito com o padre Fon políticos. Estou hoje, posso garant hos pen em des sos nos aos or val istros. Pensei, de de acrescentar ado para coordenar os meus min par pre r lho me ito mu to, tan por em saber popular; des dos chás. Vejamos. bar raca da Aninhas, as virtualida na , dar estu ao es, nel ito mu to, res cos e enfartes. Álvaro e a ocorrência de ataques cardía vin pre to: pre chá go tra r, spa ema ner voso. Para Para o Vítor Ga tília: é um bom calmante do sist de chá de m age bal em a um rá Paula terá Santos Pereira recebe e revigora as funções genitais. A ínio ioc rac o ra lho me ja: que car diminui o Portas, comprei chá de stas, vou oferecer chá de açafrão: Cri À s. sea náu as ia aliv te: one ão sugeriram-me um uma embalagem de chá de lim confronta Nuno Crato na Educaç se que com os test pro Os is. rua a: faz bem ao fías dores menst uel Relvas beberá chá de alcachofr Mig . ais stin inte es gas os uz red : qualquer chazinho de funcho uel Macedo não vi necessidade de Mig e res Soa ta Mo , nco Bra iar gad0 e à vesícula. Para Agu ndo em vez, um copo de água. m dá por eles.Bastar-lhes-á, qua gué nin ; bem o estã : ica ecíf esp o infusã te, antidepressiDe alfazema: é tónico, estimulan . mim a par chá bém tam , nte s com que se Trouxe, naturalme s ponderação sobre os problema Apó e. ent sid Pre hor sen do ro, vo. Não me esqueci, é cla es de cabeça e o hister ismo, a ei pela cidreira. Combate as dor opt , ém Bel em nte me ria dia nta stinais. Espero que lhe confro eroso travão contra os gases inte pod um da ain É as. vos ner ses cri insónia e as ma. e tristes do outono que se aproxi faça bom proveito nos dias frios s, de 2011 Com os melhores cumprimento Palácio de S. Bento, 8 de setembro

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sociedade

10 anos

11 de setembro A MINHA HISTÓRIA

LEMBRA-SE DO atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001? Onde estava e como teve conhecimento? No domingo contam-se dez anos dos ataques suicidas aos Estados Unidos, coordenados pela Al-Qaeda, que ceifaram a vida a cerca de três mil pessoas de mais de 90 países. Os números são assustadores, mas reais. Mesmo tendo passado uma década, toda a gente tem uma história para contar. A C reavivou a memória de algumas figuras públicas e descobriu as histórias que tinham para recordar do 11 de Setembro de 2001. O sentimento de incredulidade é comum a todos. Dezanove sequestradores assumiram o controlo de quatro aviões em rota. Às 08H46 locais - 13H46 em Portugal -, o Voo 11 da American Airlines atingia a Torre Norte do World Trade Center, seguido pelo Voo 175 da United Airlines que atingiu a Torre Sul às 09H03. Outro grupo de sequestradores do Voo 77 da American Airlines atingiu o Pentágono às 09H37. Um quarto voo, o Voo 93 da United Airlines caiu numa área rural, perto de Shanksville, Pensilvânia, às 10H03. O World Trade Center foi um complexo de sete prédios edificado em Lower Manhattan, Nova Iorque, destruído durante os ataques de 11 de Setembro. Atualmente encontra-se em reconstrução no mesmo terreno, com seis novos arranha-céus e um memorial.

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A TRABALHAR, A ALMOÇAR, A VER TELEVISÃO, DE FÉRIAS. TODOS SE LEMBRAM ONDE ESTAVAM E O QUE FAZIAM NO DIA EM QUE OS ESTADOS UNIDOS FORAM ALVO DOS ATAQUES TERRORISTAS QUE DIZIMARAM QUASE TRÊS MIL PESSOAS TEXTOS MARTA VARANDAS

"SENTI REVOLTA INTERIOR E INCREDULIDADE" José Cid, músico

"FOI UMA COISA DO OUTRO MUNDO" José Redondo, administrador do Licor Beirão

"ESTIVE NO TOP OF THE WORLD DOIS MESES ANTES" Mário Silva, pintor

Era em casa que estava o cantor José Cid, no momento do atentado às Torres Gémeas, há dez anos. Foi a partir da televisão que lhe chegaram as primeiras imagens de terror e que lhe causaram "revolta interior e incredulidade". Para o músico, "o fanatismo religioso que figura nos países árabes é um exemplo negativo. Não me aproximo de um árabe como antes", garante. José Cid usa Coimbra para fazer um "paralelismo" ao que ocorreu em Nova Iorque, porque "é uma cidade fechada dentro de si" e em caso de catástrofe "nem pelo Calhabé se safam".

O empresário recorda à C que estava no café, antes de vir para a fábrica trabalhar, quando "recebo um telefonema do meu genro a informar-me do atentado". Ainda assistiu em direto à colisão do segundo avião e já não mais conseguiu tirar os olhos do ecrã: "foi impressionante, uma coisa do outro mundo. Não fiz mais nada o resto do dia, porque fiquei preso ao acontecimento, sempre à espera de mais novidades". José Redondo afirma que o 11 de Setembro foi uma das datas "mais negras da história", porque a partir daí, "mais nada foi igual ao que era".

O pintor Mário Silva estava em casa, na Figueira da Foz, quando sucedeu o ataque terrorista de 11 de Setembro. Mas conta que dois meses antes tinha estado em Nova Iorque, precisamente no World Trade Center, na Torre Sul, que tinha um posto de observação apelidado de Top of the World. "Estive aí! Tirei uma foto do topo a olhar para a Estátuta da Liberdade. Chorei quando vi na televisão o avião a embater nesta segunda torre. Fiquei aterrorizado", revela, "podia ter sido comigo". O pintor lembra que o elevador "era sensacional. Chegava ao topo em segundos".

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2.996 mortos Número total de vítimas nos ataques, incluindo os 19 sequestradores. A maioria das mortes ocorridas foram de civis, cidadãos de mais de 90 países

4 aviões comerciais Dezanove sequestradores assumiram o controle dos aviões. Foram atingidas as torres do World Trade Center e o Pentágono. Outro caiu na Pensilvânia

Queda das torres do World Trade Center

Estrutura ícone O World Trade Center começou a ser construído em 1966, ficando concluído em abril de 1973. Com 110 andares chegou a ser considerada uma das estruturas mais altas do mundo

ILUSTRAÇÕES ANDRÉ NAVEGA E HUGO CAMPOS

A queda das Torres Gémeas representa o único exemplo de colapso progressivo total de estruturas em aço já registado na história


sociedade

"FOI UM ACONTECIMENTO BRUTAL" Paulo Júlio, secretário de Estado da Administração Local

"EM 1990 TÍNHAMOS MAIS PAZ" Lúcia Monteiro, diretora do Portugal dos Pequenitos

"CUSTOU-ME A ACREDITAR" Maya, empresária e relações públicas

Na altura diretor comercial, o atual governante estava a trabalhar, na empresa. Soube pela Internet que Nova Iorque tinha sido vítima do atentado terrorista. "Foi um acontecimento brutal. No imediato houve um sentimento de surpresa, por não querer acreditar e tristeza, pela brutalidade do atentado", confessa. Paulo Júlio acredita que o ataque foi o momento que veio fazer o mundo repensar a segurança, porque a partir dali "tudo mudou". O 11 de Setembro "veio, por outro lado, tornar mais claras algumas diferenças culturais e que há pessoas que não conseguem ter tolerância suficiente para aceitar essas diferenças", refere o governante, que diz que este foi um acontecimento "que marca a história da humanidade".

"Estava de férias, perto do Rio de Janeiro, no Brasil, quando me telefonou o meu filho a dar a triste notícia, que estava a acompanhar na televisão", diz a dirigente, que ao ver as primeiras imagens não queria acreditar, porque "ninguém imaginava que dois aviões pudessem provocar a derrocada das Torres Gémeas, tão imponentes". Dez anos depois, o 11 de Setembro "faz-nos pensar sobre as alterações que têm havido no mundo. Em 1990 tínhamos mais paz, os conflitos eram mais localizados", refere.

A taróloga Maya soube do atentado através de um telefonema de um amigo e quando "me dirigi a uma televisão para ver, assisti em direto ao embate do segundo avião. Custou-me a acreditar", confessa. A leveza com que se matam inocentes foi o que mais chocou a empresária, assim como a tomada de consciência "que a loucura marca cada vez mais os nossos tempos".

"A ESTUPEFAÇÃO FOI TOTAL" Nuno Encarnação, deputado do PSD na Assembleia da República "Recordo-me muito bem desse dia. Estava, curiosamente, a almoçar em casa e na televisão

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10 anos

acabava de dar o primeiro embate e o relato aflito do jornalista", descreve o parlamentar, que acompanhou em direto o segundo embate e a "estupefação foi total. Perceber no imediato o que estava a acontecer, a tragédia para as pessoas que seguiam dentro daqueles aviões e momentos mais tarde o desmoronar de dois edifícios marcantes de Nova Iorque, com milhares de pessoas lá dentro". O sentimento de "revolta interior e de incapacidade em poder ajudar quem quer que fosse naquele cenário" invadiu Nuno Encarnação.

"UM ATO DE TERROR INDIGNO" Hernâni Caniço, médico e presidente da "Saúde em Português" Por ocasião do atentado de 11 de Setembro "estava em casa, em raro momento de repouso, rapidamente substituído pela incredibilidade devida à fase

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de impacto e a agitação subsequente provocada pela perda de vidas humanas via televisão". Espetador da segunda colisão, identifica-o como um "ato de terror indigno, e não um acidente fatal". O que mais marcou o médico foi a invocação de uma religião como fundamento para a morte. "Como lutador pela ação humanitária que combate o sofrimento e salva vidas, acho inadmissível que qualquer forma de aproximação e identidade entre as pessoas, seja a religião ou a política, sirva de pretexto para execuções sumárias. A salvaguarda dos direitos humanos não passa pelo crime."


"NÃO HAVIA LIMITES PARA O TERRORISMO" Mário Ruivo, deputado do PS na Assembleia da República O ex-dirigente da Segurança Social de Coimbra estava a almo-

çar no Nacional, depois de uma reunião, quando ainda exercia aquelas funções. "Foi naquela altura que fui confrontado com as primeiras imagens. Fiquei ansioso só de pensar no que iria resultar para o mundo um atentado daquelas dimensões", conta. As memórias que guarda são de "terror", assim como a ideia de que "não havia limites para o terrorismo e nem para as atitudes fundamentalistas".

"O SPIELBERG NÃO CONSEGUIA FAZER TÃO BEM" Norberto Pires, presidente do Conselho de Administração do iParque O professor da UC tinha regressado dos Estados Unidos "um, dois dias antes do atentado", recorda. "Estava em Nova Iorque. Não subi às Torres Gémeas porque não calhou", admite. "Estive lá perto, na Broadway, na noite antes de vir embora". A 11 de setembro de 2001, Norberto Pires veio almoçar a casa e foi assim que soube do ataque terrorista. "Hoje teríamos transmissões imediatas. Mas na altura, há dez anos, os serviços na Internet não estavam tão desenvolvidos. Até ter as primeiras imagens em vídeo foi complicado". O docente foi trabalhar mas voltou a casa para acompanhar na CNN. "Na Internet só havia fotos dos edifícios a arder e era difícil perceber que eram aviões. Tiradas as dúvidas é que regressei ao trabalho", explica. Lembra que não havia comunicações e foi difícil contactar os amigos e familiares que estavam lá. "Se o Steven Spielberg se lembrasse de fazer um filme não o conseguia fazer tão bem como na realidade aconteceu. Foi impressionante".

consequências JOSÉ MANUEL PUREZA, professor de Relações Internacionais na Universidade de Coimbra, refere que a principal consequência para o mundo do atentado de 11 de Setembro foi "uma crispação de enorme intensidade na agenda internacional, sintetizada na guerra contra o terrorismo. O docente da UC sublinha a "agenda internacional que 'meteu no saco' do terrorismo o que era e não era, levando à dissidência política e à luta de libertação, algo que pertencia ao domínio político e não militar". Foram anos de "retrocesso" nas relações internacionais e que "só agora vão sendo aligeirados e atenuados". Mas "deixou marcas", sublinha. Passados dez anos, mudou a "importância que os estados e em alguma medida os cidadãos dão ao tema da segurança nas suas prioridades". Uma mudança que considera vir trazer "maior atenção a requisitos de segurança, o que traz vantagens mas uma demasiada concentração nesse tema, que nos faz esquecer outras formas de conseguir atingir a segurança".

JÁ MIGUEL MONJARDINO, docente no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, classifica o 11 de Setembro como "um dia que é avassalador do ponto de vista político, tendo em conta que a última operação de ataque em território norte-americano aconteceu em 1814". O professor entende que a administração George W. Bush "tomou posse com uma agenda política externa muito modesta" e o 11 de Setembro "mudou a maneira como Bush desviou o olhar estratégico muito vincado para a China e Ásia. A América concentrou todos os recursos ali". 29


sociedade

entrevista

Como está a encarar o próximo jogo? Com grande otimismo. Temos de dar continuidade ao que temos vindo a fazer. Eu acredito que o último jogo foi apenas um acidente de percurso. Iniciámos muito bem a temporada, estamos muito confiantes, nunca esperámos perder. Penso que fomos superiores. Pecámos na finalização e saímos prejudicados com isso. Vamos encarar o jogo com o Nacional com grande otimismo e, no final, trazer os três pontos e dar uma alegria aos nossos adeptos. A equipa está confiante, moralizada, a praticar um bom futebol. Só com um grupo muito forte é que isso pode acontecer e espero que se mantenha porque é importante para ganhar jogos. É melhor quando se joga em casa? Estamos per ante os nossos adeptos, sim. Eles são incansáveis, aparecem mesmo nos jogos fora mas, claro, em minoria. Ao estarmos a jogar em casa temos mais apoio e queremos transformar o nosso estádio num local que provoque receio nas outras equipas, que fiquem com medo de enfrentar esta Académica. Que saibam que somos um "osso duro de roer" e é isso que queremos para os jogos em casa.

Diogo Valente COM O LIVRO DA HISTÓRIA DA ACADÉMICA NAS MÃOS, O ESQUERDINO PEDE O APOIO DOS ADEPTOS PARA O PRÓXIMO JOGO TEXTO MARCO ROQUE FOTO PEDRO RAMOS

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Tem feito uma dupla temível com o Éder… Sim, o Éder tem umas qualidades fantásticas e espero que, este ano, as possa potencializar. É verdade que estamos a combinar bem, já o conheço da época passada mas ainda temos muito a melhorar, com a ajuda de todos os companheiros, o que vai beneficiar a equipa. As suas exibições têm sido bastante boas. Espera uma época em grande? Sim, espero que seja melhor que a anterior. No ano passado fui o melhor assistente da equipa, penso que fiz dez assistências,

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quero melhorar essa marca e marcar mais golos. Na época passada marquei quatro golos em todas as competições, tenho de fazer mais golos. Sei que posso melhorar no capítulo da finalização e trabalho todos os dias para isso. Espero superar a época passada. E como tem sido trabalhar com o Pedro Emanuel? Tem sido bom, eu já o conhecia. Fomos colegas no F. C. Porto, era um grande profissional, e já na altura era um líder. Isso, hoje em dia, nos treinadores é um ponto importante. Está-se a assumir como um líder e o grupo respeita-o muito, estando-se a adaptar muito bem aos métodos de trabalho dele. Espero que ele seja feliz e que a felicidade dele seja também a da Académica. Atividades como a sessão de autógrafos na Baixa são boas para a relação cidade-clube? Sim, são atividades boas para o clube e a cidade. Eu acho que a cidade também precisa de ser puxada pelo clube. Em casa somos bem recebidos e acarinhados, os adeptos são incansáveis mas nós sentimos que podiam vir mais pessoas ao estádio. Lanço também esse apelo à cidade, que apoiem a Académica, porque o apoio delas vai fazer de nós uma equipa mais forte.

à lupa NOME

Diogo Jorge Moreno Valente DATA DE NASCIMENTO

23 de setembro de 1984 TERRA NATAL

Aveiro

POSIÇÃO

Avançado (Extremo Esquerdo)


opinião

MIRA LAGOA SOBRAL

Sinais dos tempos SETEMBRO aí está em pleno.

Até Marx está desiludido e pensa com os seus botões: não perceberam nada …

O VERÃO foi-se. Os transportes aumentaram. E os Portugueses já o sentiram. O IVA da energia eléctrica e do gás já aumentou. E os Portugueses ainda não o sentiram. Os combustíveis recomeçaram a sua espiral aumentativa. E os Portugueses vão-no sentindo. As aulas para a semana recomeçam. E Professores já sentiram. E Encarregados de Educação estão a sentir o recomeço. E TODOS começamos a dar-nos conta que afinal todos sentem o aumento dos problemas. A Coisa Pública continua aumentada. Grande demais. E por mais que se diga que a Coisa Pública sofre de obesidade mórbida faz tempo, continua a tardar a dieta obrigatória. E enquanto na Coisa Pública a dieta não começa e o emagrecimento tarda, o Privado (as pessoas) nunca esteve tão privado da sua capacidade de decisão de privado.

RESPEITEMO-NOS pois. Reequilibremo-nos. O Privado autoretonificando-se. O Público autodisciplinando-se. O Privado retomando a iniciativa. O Público retrocedendo para a dimensão e intervencionismo de que nunca devia ter saído. TRABALHEMOS todos. Acabe-se com a esmola que mata o pobre. Acabem-se os subsídios que criaram uma nova modalidade de portugueses: os que porque nascem e respiram cobram o "imposto de vida" a troco de … nada. BASTA! RESPEITEMO-NOS. Até Marx está desiludido e pensa com os seus botões: não perceberam nada…

OBESIDADE E PRIVAÇÃO. Eis os actuais sinais de identidade de Público e Privado. SER PRIVADO em Portugal hoje é muito complexo. A teia de restrições, o complexo não vitamínico mas de obrigações inibitórias é tão complexo, que a aliança "teia-complexo" constitui o mais forte estímulo ao projecto que todos devemos abraçar: recuperar a liberdade financeira que perdemos, ébrios que todos estivemos de uma rea­l idade que não era real e que não era nossa. OU SEJA , o que voluntariamente não se poupou no tempo devido, vai agora ter mesmo que ser poupado. O que de outros gastamos, aos outros vamos ter que devolver. Quem o alheio veste, na praça o despe.

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investigação

sociedade

EMPRESAS DE COIMBRA "BURLADAS" POR ESPANHÓIS

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COMERCIANTES SÃO DESAFIADOS A PREENCHER MEROS DADOS ESTATÍSTICOS MAS, SEM SE APERCEBEREM, ACABAM POR ASSINAR UM CONTRATO QUE OS OBRIGA A PAGAR QUASE MIL EUROS POR ANO. PETIÇÃO NA INTERNET INCENTIVA O MINISTÉRIO PÚBLICO A INVESTIGAR O GRUPO DE ESPANHA TEXTO BRUNO VICENTE DEZENAS DE EMPRESÁRIOS e comerciantes de Coimbra e da região Centro caíram naquilo que afirmam ser uma "burla", promovida pela Guia Telefax Anuario Profesional, uma empresa sediada em Espanha. Tudo começa com a receção de uma carta do "Comércio do Mercado Nacional", que pede aos comerciantes, em letras grandes, "colaboração para o processo de atualização do Registo de Informação Comercial". Os dados já aparecem parcialmente preenchidos. "Numa primeira análise dá a sensação que apenas querem que confirmem a informação oficial da empresa", explica Maria Eugénia Sousa, contabilista de Coimbra que tem vários clientes que dizem ter sido vítimas de burla. "Mas quando as pessoas confirmam aqueles elementos e enviam a carta de volta estão automaticamente a assinar um contrato de permanência em listas publicitárias. É logo emitida uma fatura do encargo, de 897 euros", acrescenta a responsável.

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A maioria dos comerciantes não repara nas letras miúdas que aparecem no fim da página ou não as lêem porque, por serem pequenas, concluem que não têm qualquer importância. "Só aí é que se diz que aquilo se destina realmente a uma publicação e a um CD-ROM publicitários, que eu nem tenho a certeza se existem ou não", afirma a contabilista. Segundo Maria Eugénia Sousa, "as letras pequenas dizem efetivamente o que a empresa espanhola pretende fazer", mas em todo o processo "há um induzir em erro, que não é inócuo", existindo por isso uma intenção maldosa.

Documento enviado aos comerciantes pede, em letras grandes, "colaboração para o processo de atualização do Registo de Informação Comercial". A parte que fala na cobrança de quase mil euros surge apenas em letras minúsculas

SEM TEMPO PARA CORRIGIR O ERRO Benedita Faustina é a proprietária da empresa Agante & Benedita Lda, em Condeixa, que presta serviços de lavandaria e engomadoria. "Quando chegou-nos a carta pensámos que era só uma instituição portuguesa a


querer confirmar os dados da empresa, mas afinal aquilo era um contrato. Alguns dias depois veio uma segunda carta, já a solicitar o pagamento de quase 1000 euros e a dizer que tínhamos um determinado prazo para revogarmos o contrato. Mas o que se passou é que o prazo (de duas semanas) já tinha passado", explica, revoltada, a empresária. "A coisa está tão bem feita que, se não tivermos atenção quando recebemos a primeira carta, depois não temos qualquer hipótese de revogarmos o contrato. Temos o direito de rescindir o contrato, mas o tempo para o fazer é fictício e expira entre o vir e ir da carta. A burla em si está aqui", acrescenta Benedita Faustina. AMEAÇAS COM TRIBUNAL A internet é fértil em queixas relacionadas com a Guia Telefax Anuario Profesional, seja através de blogs ou de páginas de reclamações. Nalguns casos, os comerciantes e empresários recusam-se a pagar o valor exigido pela empresa espanhola, recebendo, mais tarde, novas cartas a solicitar o pagamento, desta

Quando percebemos o que aconteceu já não é possível cessar o contrato. O tempo para o fazer é fictício e expira entre o vir e ir da carta. A burla em si está aqui

BENEDITA FAUSTINA

Empresa Agante e Benedita Lda

feita com juros elevados. Nas situações mais dramáticas, os "burlados" afirmam mesmo que a Guia Telefax Anuario Profesional ameaça levar os proprietários dos estabelecimentos a tribunal, caso os valores não sejam pagos a curto prazo. PETIÇÃO PARA ACABAR COM "ABUSOS" Comerciantes de todo o país uniram-se para acabar com o que apelidam de "abusos de burlões", lançando uma petição, onde pedem ao procurador da República que acione os mecanismos necessários para investigar a atividade praticada pela empresa espanhola. No documento - disponível na internet - alerta-se para esta "aparente situação de fraude, que envolve e penaliza muito empresários portugueses que aderiram espontaneamente a um contrato de prestação de serviços, cuja legalidade e/ou validade questionamos". A C tentou obter uma reacção da Guia Telefax Anuario Profesional, mas não obteve resposta até ao fecho da edição.

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sociedade

ambiente

LOUSÃ

VEADOS PARA TURISTA VER

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A "ESTÓRIA" REPETE-SE NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA: OS PARTICIPANTES NA AÇÃO "NO RASTO DOS VEADOS DA SERRA DA LOUSÃ" VÃO CONHECER UMA DAS ALDEIAS DE XISTO E COLABORAR NA MONITORIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE UNGULADOS TEXTO MÁRIO NICOLAU

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nidas para cada ação esgotaram rapidamente. No próximo fim de semana (sábado e domingo), os participantes, além de conhecerem uma das aldeias de xisto, têm a missão de detetar e identificar veados que habitam a Serra da Lousã. Os binóculos e telescópios constam do equipamento a utilizar e, nos trilhos cuidadosamente definidos, o apoio de monitores experientes, na maioria das ocasiões, contribui para o sucesso das visitas à serra, ou seja, o desejado avistamento dos ungulados. Todos os animais observados são registados nas fichas do caderno de campo elaborado para o efeito e os resultados obtidos são posteriormente processados e utilizados na gestão mais eficiente e sustentada da população de ungulados, que a Unidade de Conservação e Gestão de Vida Selvagem, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, sob a coordenação científica de Carlos Fonseca,

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PASSARAM 10 anos, mas a atividade mantém-se na Serra da Lousã. O Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro repete no próximo fim de semana as ações "No Rasto dos Veados da Serra da Lousã", integradas no programa Biologia no Verão e apoiadas pela Agência para a Cultura Científica e Tecnológica, com a colaboração da Câmara Municipal da Lousã e da Direção Regional de Florestas do Centro. Além de possibilitarem um contacto mais próximo entre a sociedade e a ciência, este tipo de ações contribuem para uma maior divulgação e visibilidade da área da ecologia e gestão, além de promoveram a conservação de vida silvestre, bem como de alguns projetos de investigação científica a decorrer na região. E o sucesso está à vista. O número de participantes aumenta todos os anos e a primeira semana de inscrições (durante o mês de julho) confirmou a regra: as 15 vagas defi-


não perde de vista há vários anos. Reintroduzidos na Serra da Lousã no início dos anos noventa, os veados (Cervus elaphus) dispersaram-se pela região e têm neste momento uma população estável. DETEÇÃO DIRETA É UMA DAS TÉCNICAS UTILIZADAS O trabalho da equipa de Carlos Fonseca revela-se decisivo no êxito do programa de repovoamento. A deteção direta, uma das técnicas utilizadas, segundo os investigadores, é mais eficaz na época de reprodução que ocorre, na Serra da Lousã, entre setembro e outubro. Nesta altura do ano, os machos constituem e defendem haréns de fêmeas das incursões de outros machos. Emitem sons (bramidos) bastante intensos, que permitem, ao amanhecer e entardecer, a sua fácil deteção - ou seja, a chamada brama. Em Portugal, a espécie esteve extinta - em

zonas abertas - durante os primeiros 3/4 do século XX. EVOLUÇÃO DEMOROU VÁRIOS MILHÕES DE ANOS Os veados são os mamíferos de maior porte e dimensão existentes atualmente na Europa Ocidental. Surgiram há cerca de 30 milhões de anos na Ásia Central, com características morfológicas muito diferentes das atuais. Por essas épocas ainda não eram providos de hastes ramificadas. A evolução para o aspeto atual só se iniciou há cerca de 10 milhões de anos, momento a partir do qual se começaram a espalhar pelo resto do mundo. Apresentam o aspeto atual desde há 250 000 anos.

Recomendações para um dia em cheio nos trilhos da Serra da Lousã Deve levar água e um pequeno farnel (almoço leve à base de sandes e fruta). Recomenda-se vestuário e calçado adequado às condições climatéricas, nomeadamente roupa leve, térmica e transpirável, um impermeável/corta-vento e botas de montanha confortáveis, chapéu para proteger do sol e calças que garantam a liberdade de movimentos. A roupa deverá ser, de preferência, em tons neutros. Binóculos e/ou telescópio e máquina fotográfica são indespensáveis.

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sociedade

"Realidades de Tábua" em exposição

II FESTIVAL INTERNACIONAL

Reunião sefardita na Serra da Estrela

SÃO 44 fotografias que traçam o

O II FESTIVAL Festival Internacional da Memória

retrato do concelho. Sob o mote "Realidades de Tábua", o movimento Viver Taboa (www.facebook.com/vivertaboa) propôs que se fotografasse o que está bem e o que está mal no concelho e os participantes partiram para a rua de máquina fotográfica em punho. O resultado foi uma exposição única.

Sefardita, a realizar entre 18 e 21 de setembro na Serra da Estrela, vai destacar dois portugueses que, em 1940, salvaram mais de mil judeus, na Hungria, anunciou a organização. Durante o evento, a realizar nos concelhos de Guarda, Trancoso e Belmonte, será abordada a ação do embaixador Carlos Sampayo e do secretário Alberto Branquinho, na Hungria, durante a II Guerra Mundial. Os dois portugueses levaram a cabo, segundo Jorge Patrão, presidente da Turismo Serra da Estrela, "uma ação que salvou mais de mil judeus, nos anos de 1940". O papel de Sampayo Garrido e de Alberto Branquinho será lembrado na Guarda, no dia 19, durante uma conferência sobre "Os justos portugueses da II Guerra Mundial", a realizar no Teatro Municipal, com a presença de familiares. No dia seguinte, em Trancoso, será discutida a obra de resgate do capitão Barros Basto, que no princípio do século XX iniciou "uma ação para recuperar a identidade judaica portuguesa", referiu Jorge Patrão. "Essa história vai ser contada pela neta Isabel Lopes", indicou, salientando ainda a realização de uma exposição do espólio daquele militar, no Convento dos Frades. Destaque ainda para a estreia do filme "O Cônsul de Bordéus", dedicado a Aristides de Sousa Mendes, do realizador Francisco Manso, que será exibido a 19, no Teatro Municipal da Guarda. "Este filme vai ser algo importante e estamos a tentar que tenha uma dobragem em Hollywood, para que tenha uma distribuição mundial", referiu Jorge Patrão. O II Festival Internacional da Memória Sefardita também inclui um concerto da cantora Mor Kar-

Concentração motard em Castelo Branco

AO MOTO CLUBE de Castelo Branco "Tuku-Tuku" promoveu, no passado fim de semana, no parque de desportos motorizados da cidade, a XIX Concentração Internacional, que contou com a presença de cerca de três centenas de participantes. "Somos homens e mulheres que pretendem desmistificar a imagem que por vezes a sociedade tem dos motards, demonstrando precisamente o contrário, pois o mundo motard tem um sentido de generosidade, orgulhando-se de ser unido em torno de causas sociais", disse à C Luís Ribeiro, da direção do clube albicastrense. JMA 36

notícias

foto legenda

Cantora israelita Mor Karbasi atua na Guarda

basi, no dia 18, na Guarda. Durante os trabalhos, que irão contar com participantes nacionais e estrangeiros, a organização também fará a apresentação pública da Rede Nacional de Judiarias e promove, em Belmonte, um mercado de produtos kosher (destinados à comunidade judaica). O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, marcará presença no festival, que pretende "divulgar a recuperação da identidade histórica de muitas das cidades e vilas da Serra da Estrela", onde já foram identificadas “mais de 500 marcas cruciformes” associadas à cultura judaica.

Vera Martins, solteira, de 30 anos, despedida da multinacional Delphi, na Guarda, tornou-se uma empresária de sucesso. Em vez de ter ficado dependente do subsídio de desemprego, decidiu "enfrentar a crise" e optar pelo autoemprego, abrindo uma loja de produtos regionais e de artesanato, que é muito muito procurada por residentes e pelos turistas que visitam a cidade. Ora, aí está uma bela solução contra a crise, uma demonstração de empreendedorismo que deve servir de exemplo a todas as pessoas em dificuldades.

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especial

montemor-o-velho

Castelo e vila em festa MONTEMOR-O-VELHO OFERECE CINCO DIAS DE ANIMAÇÃO, ESPALHADOS POR TRÊS PALCOS E 30 EXPOSITORES DE GASTRONOMIA. UMA OPORTUNIDADE DE (RE)DESCOBRIR O MONUMENTO MAIS FAMOSO DESTA VILA DO BAIXO MONDEGO TEXTOS MARCO ROQUE OS ESPETÁCULOS começaram ontem, com a atuação dos Expensive Soul e Dj Glue, mas as festas da Vila de Montemor-o-Velho 2011 ainda têm muito para dar. Se o dia de hoje está preenchido com as atividades dedicadas ao dia do município, pela noite sobe ao palco o Tributo aos Beatles e o Dj FUNKyou2. Amanhã (9) Tony Carreira e o Dj The Fox vão garantir a animação. No sábado (10) atuam André Sardet e Dj Kika Lewis. Por fim, no domingo (11) Maria João e Orquestra Jazz de Matosinhos são o centro das atenções no Castelo de Montemor. A grande novidade surge pelo facto dos espetáculos serem no grande ex-líbris da vila. "Por estarmos com uma intervenção no local habitual onde eram localizadas as festas, tivemos de pensar numa nova localização", revela Alexandra Ferreira, vereadora da Cultura do Municí-

pio, acrescentando que "pensámos que a mais indicada seria, sem dúvida, o castelo pela sua singularidade, achamos que estas festas iriam ficar muito favorecidas pela nova localização". O grande problema poderia ser as acessibilidades ao local, mas a câmara municipal está confiante nas alternativas. "Criamos bolsas de estacionamento e pensamos que, apesar de ter uma subida acentuada, as pessoas vêm com tempo, serve de passeio, e não vai prejudicar de forma nenhuma a adesão do público", sublinha a vereadora. Além disso, os preços aplicam-se apenas aos concertos dentro do castelo. O acesso à zona das tasquinhas e palco de Djs, junto à Porta da Peste, é gratuito. A câmara também anunciou outra solução: um mini-autocarro vai fazer o percurso, nos dias dos concertos, entre o Largo dos Anjos e

o castelo. O novo local tem também a Feira Anual, que se vai realizar hoje, junto ao parque de merendas e ao Leito Padre Estêvão Cabral. "As feiras quinzenais já estão a realizar-se nesse espaço, por isso não vai ser uma grande novidade", sublinha Alexandra Ferreira. Até porque "a Feira do Cavalo vai também ficar nessa zona e as pessoas vão ter oportunidade de estacionar como em anos anteriores". ENTRE A CULTURA E O DESPORTO A oferta das festas não se esgota nos concertos no castelo. Hoje, nos Paços do Município, pelas 17H00 vai ser apresentada uma moeda de dois euros, que honra Fernão Mendes Pinto. "Já estamos no último ano das Comemorações dos 500 anos do nascimento de Fernão

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CURSOS 2011-2014 NÍVEL IV (acesso 9.º ano completo)

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Mendes Pinto e esta é uma forma de destacar aquele que foi uma das grandes figuras de Montemor", revela a vereadora. Outra figura da vila, Manuel Jardim, também vai surgir em destaque com a exposição "Manuel Jardim, Memória de um Percurso Inacabado", na Galeria Municipal. Fora da arte, mas ainda na cultura, surge também a entrega da Medalha de Mérito Cultural ao Pastel de Tentúgal, também hoje. "O ideal era que, no dia 10 de setembro, pudéssemos ter a novidade de que o pastel está nas 7 Maravilhas. Mesmo assim penso que esta participação já valorizou muito o pastel, que tem uma grande importância, tanto pela sua história, como pelo facto de ter uma grande importância ao nível do comércio" revela a vereadora, defendendo que "entregamos esta medalha por tudo o que o pastel representa e veremos como corre a votação". A câmara vai lançar também o Prémio Literário Afonso Duarte, para 2011/2012. Numa vila que surge cada vez mais ligada ao remo e à canoagem, o grande destaque desportivo vai para o ciclismo, com o IV Trófeu Internacional Alves Barbosa. A decorrer nos dias 10 e 11, pretende homenagear o tricampeão da Volta a Portugal. "O desporto faz parte de uma visão que contribui para o desenvolvimento e fixação de população", destaca Luís Leal, edil do concelho, e "com o trabalho que temos desenvolvido temos bons exemplos desportivos da vila: para além do remo e canoagem, temos no basquete, no futebol, no ciclismo e no xadrez". Assim, destaca, este "Grande Prémio é mais um exemplo, sobretudo no que diz respeito às camadas mais jovens, que encontram aqui o seu apogeu do ponto de vista da competição". Para além do ciclismo, vai existir o 24.º Open de Xadrez da Vila e a Feira do Cavalo. Esta feira vai ter vários concursos de hipismo, com destaque para a 7.ª Taça Inês de Castro. À margem da feira, decorre também a 5.ª Grande Corrida de Toiros do Centro Equestre de Montemor-o-Velho, a 11 de setembro. Pela oferta e pelo novo local, "penso que estão reunidas todas as condições para o sucesso do certame", resume Alexandra Ferreira.

A moeda de dois euros em honra a Fernão Mendes Pinto surge após uma parceria com a Casa da Moeda, que resultou também na exposição "O Dinheiro no Tempo de Fernão Mendes Pinto"

BILHETEIRA (CONCERTOS)

8 e 10 de setembro: 3,5 euros para maiores de 16 anos e 5 euros (bilhete casal) 9 de setembro: 5 euros Livre-trânsito individual: 10 euros DIA GRATUITO

O concerto do dia 11 de setembro é de entrada gratuita

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LUÍS LEAL

"MONTEMOR VAI TOMAR O CASTELO DE VOLTA" uma história rica, "remetem para o início da municipalidade" lembra o presidente da câmara, e o facto de, este ano, se realizarem no castelo, cria uma envolvência que lembra tempos antigos. "Fomos obrigados a mudar de espaço e regressamos a um espaço que é muito simbólico e importante ao nível da envolvência e da história", refere Luís Leal, sublinhando que "é um local muito agradável para os espetáculos". Se as obras forçaram a mudança, esta acabou por ser positiva para o orçamento das festividades. Luís Leal refere que, com a "não-concretização de um conjunto de estruturas, normalmente utilizadas para as festas", a organização conseguiu "reduzir os encargos totais em cerca de um terço". A redução, garante, permite apresentar um programa que "honra os pergaminhos históricos, sem ser dispendioso para as condições atuais". Assim, "as festas vão ter cinco noites e quatro dias com uma oferta variada, diversificada de acordo com os vários segmentos da população". No entanto, para festas que têm o passado como referência, o futuro parece estar em destaque. Durante as festividades, vai ser assinado um protocolo com a Universidade de Aveiro (UA), que promete trazer uma nova dinâmica cultural à vila. "Esse protocolo, que vem na sequência da Rede de Economias Criativas, na qual a UA é um dos parceiros, permite alocar em Montemor a localização de alunos que acabam os cursos e vêm para aqui, encontrando o seu espaço de vivência e trabalho, nas áreas da arte e design", revela o edil. "Já temos este trabalho feito com a Universidade de Coimbra, Montemor representa quase o

eixo da balança entre Aveiro e Coimbra com o objetivo de trazer a massa crítica que sai dessas regiões, encontrando o seu local de trabalho e, inevitavelmente, o seu local de residência", acrescenta. Outro ponto alto dos festejos é a geminação com Montemor-o-Novo."Nós temos ligações ancestrais, do ponto de vista histórico, de cidadania e de nomenclatura com Montemor-o-Novo e nunca tinha sido feito um enlace claro destas localidades", refere Luís Leal, sublinhando que "vamos aproveitar esta oportunidade e firmarmos uma ligação que eu espero se sedimente ainda mais nos próximos anos, em aspetos culturais, sociais, económicos, numa visão de partilha daquilo que é o municipalismo, uma visão que demonstre que não é no antagonismo partidário que se cerram fileiras e fecham portas". As festas incorporam-se na política geral do município, que assenta num triângulo entre cultura, desporto e tecnologia. Neste caso, o vértice da tecnologia surge num projeto a concretizar em breve, o ascensor que ligará a vila ao castelo. "O ascensor é um exemplo que se pretende de um projeto que traga, a médio-prazo, um nova vivência ao centro histórico de Montemor. Servindo como um facilitador de acessibilidade, não só para os residentes como para aqueles que nos visitam", conta Luís Leal. Isto porque o facto da "acessibilidade ao castelo estar próxima do eixo Figueira-Coimbra", faz com que os visitantes acabem por conhecer o monumento, mas não a vila". O atual projeto de regeneração urbanística propõe-se a combater este facto. "Com este projeto fazemos uma ligação entre

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AS FESTAS DE Montemor-o-Velho têm

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o leito abandonado do Mondego, com uma zona de lazer e desportiva, com uma zona de acesso à vila, onde encontram o ascensor para subir ao castelo. Ao descer, vão encontrar um circuito onde estão perspetivadas as criações das redes criativas", revela. Esta ideia "terá de ser complementada com o arranjo exterior do castelo, cujos projetos estão em plataforma para concurso. No fundo, vamos tomar o castelo de volta. Fazer dele parte da nossa vivência", conta. O autarca sublinha que "o financiamento desta obra era exclusivo para este tipo de projeto. Juntou-se o útil ao agradável. Foi uma forma de repensar estrategicamente Montemor, com uma solução do ponto de vista futuro para trazer uma nova utilidade ao centro histórico".

E como é que os cidadãos podem ver estes investimentos perante as notícias das dificuldades económicas das câmaras municipais? "Já andamos a viver essas notícias há cinco anos. Montemor submeteu-se, em 2009, a um projeto de saneamento financeiro, logo antes da crise. E o problema é que havia premissas que estavam no próprio estudo, relacionadas com a alienação de património, que a serem feitas hoje, seriam desvantajosas. Não há condições para vender património, em condições de razoabilidade e transparência, com retorno adequado", sublinha o autarca. Daí que "a grande adrenalina da gestão atual seja estar nesta linha muito delicada em que temos de conciliar o investimento com a capacidade de solvência do passivo". PUB

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juventude

cérebros

Os cérebros do futuro O 29.º ENCONTRO JUVENIL DE CIÊNCIA DECORREU EM CASTELO BRANCO, ENTRE 26 DE AGOSTO E 6 DE SETEMBRO. ORGANIZADO PELA ASSOCIAÇÃO JUVENIL DE CIÊNCIA (AJC), ESTIVERAM PRESENTES 40 JOVENS "CIENTISTAS" TEXTO MARCO ROQUE

A HISTÓRIA da AJC e dos Encontros Juvenis de Ciência está interligada. "Na verdade, estes encontros são mais antigos que a própria associação", revela Francisco Rodrigues, presidente da AJC, contando que "tudo começou em 1982, quando um grupo de jovens, a convite da Fundação Calouste Gulbenkian, participou no London International Youth Science Fortnight". A experiência em Inglaterra levou a que o encontro fosse replicado em Portugal, "para dar a mesma oportunidade a quem não se pudesse deslocar para fora do país". O sucesso da iniciativa levou à criação do Projeto Encontro Juvenil de Ciência, que planeou os dois encontros seguintes. "Ao fim da terceira edição, e com os lucros conseguidos, a 16 de março de 1987 a Associação nasceu", remata Francisco Rodrigues. O encontro serve para divulgar a ciência de uma forma informal, aumentando os conhecimentos científicos, culturais e sociais dos participantes, que são jovens com "um gosto pela ciência", entre os 15 e os 25 anos, e que pretendem "desenvolver o seu espírito crítico e que esteja farto de passar o seu tempo agarrado ao sofá à espera que façam algo por eles".

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Para esse efeito, realizaram-se "palestras e workshops científicos, visitas à região onde o encontro está alojado, oferecendo, a nível social, onze dias de convivência". No entanto, garante o presidente da AJC, "o objetivo mais relevante é a apresentação dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano, sendo um espaço de partilha e confronto de ideias sobre o mesmo. Assim, os jovens podem enriquecer a metodologia do seu trabalho e acrescentar algo mais ao dos outros". Embora o encontro "tente chegar a todos os tipos de ciência de uma maneira uniforme, existe, em cada ano, uma determinada tendência, virada para os pólos universitários que nos acolhem. No ano passado era Neurologia e Medicina, este ano é ligado com a Indústria Alimentar". E o facto das atividades se realizarem em Castelo Branco não surge por acaso, pois "o Interior é uma excelente região para organizar uma actividade deste tipo. Há boas condições e muito mais recetividade por parte das entidades locais". Até porque a "ciência está em tudo o que nos rodeia. Aprendemos através da curiosidade de querermos interpretar aquilo que vemos. Não é só em Lisboa ou Porto que a ciência

existe", sublinha Francisco Rodrigues. "No nosso programa constam visitas a fábricas para aprendermos um pouco sobre linhas de produção e o que é preciso para chegar a um produto. Uma visita única que só se pode fazer em Castelo Branco", completa. E assim se demonstra que "cada lugar é único, o importante é explorar as potencialidades que cada um oferece e isto serve para desmistificar que só no Litoral é que as coisas acontecem". DE JOVENS PARA OS JOVENS A Associação Juvenil de Ciência é um caso único no país, pois é uma associação de jovens gerida por jovens. Francisco Rodrigues tem 20 anos e lembra que "podem ser sócios todos os jovens até aos 26 anos, cessando o direito de ser sócio aos 30 anos". Entre os objetivos da associação está "a promoção e difusão de atividades culturais, científicas e educacionais entre os jovens em geral e os sócios em particular". As atividades não são fechadas. Por exemplo, "todas as palestras e apresentações de trabalhos no encontro foram abertas ao público e o show de ciência ao ar livre com o tema 'Ciência do dia-a-dia',

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ciência & tecnologia Astronomia e Astrofísica no Chimico O XXI ENCONTRO NACIONAL de Astronomia e Astrofísica está a decorrer no Museu da Ciência, em Coimbra. Até dia 10, os participantes vão ter o "objetivo de promover a apresentação de trabalhos de diversas áreas da Astronomia e Astrofísica, incentivar novas colaborações e fomentar o debate de temas relevantes para a comunidade". No dia 10, pelas 15H00 vai ter lugar a ação de formação Sol para Todos, enquadrada no programa Chá das Três.

Coentros podem substituir antibióticos

Questionar sempre: assim se move o comboio de um cientista cujo combustível é a curiosidade

UM ESTUDO da Universidade da Beira Interior revelou que "o óleo de coentros é tóxico para uma ampla gama de bactérias nocivas". Assim, está a ser estudada a possibilidade de usar óleo de coentros para prevenir infeções. "O óleo de coentros poderia tornar-se uma alternativa natural aos antibióticos comuns", sublinhou Fernanda Domingues, investigadora que liderou o estudo.

Barriguinhas "conversam" na UBI mais vocacionado para os binómios pais-filhos, teve bastante adesão pela população albicastrense", revela. A AJC tem um papel importante no futuro da ciência em Portugal. "Estamos a virar-nos para camadas cada vez mais jovens: escolas primárias e até infantários para que, desde cedo as crianças possam ter contacto com explicações mais científicas de modo a confrontar aquilo que os manuais e educadores possam explicar, visto termos encontrado

algumas deficiências nos conteúdos programáticos, e de maneira a enriquecer, desde cedo, o gosto por perguntar e a sua sede de conhecimento", sublinha. Sobretudo, "não nos podemos cansar de interrogar, uma vez que o maior fascínio da ciência é saber que atrás de cada pergunta há uma explicação e outra pergunta que não sabemos aonde nos poderá levar: assim se move o comboio de um cientista cujo combustível é a curiosidade", conclui.

A UNIVERSIDADE da Beira Interior vai receber o projeto "As Conversas com Barriguinhas", promovido pela Crioestaminal. O evento tem "como principal objetivo esclarecer todos os futuros papás e mamãs sobre temas cruciais na área da maternidade" e decorre no próximo dia 19, pelas 18H00.

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História e contemporaneidade de mãos dadas num dos mais lendários hotéis de Portugal PALACE HOTEL DA CURIA, A JOIA EUROPEIA DOS "DOURADOS ANOS 20", RENASCEU HÁ TRÊS ANOS, PRESERVANDO O SEU CARÁTER E ALMA TEXTO MARTA VARANDAS FOTOS MÁRIO NICOLAU

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BASTA PASSAR a porta da entrada, o sentimento é o de que, à primeira vista, nada mudou. Continuamos a respirar o ambiente dos "Loucos Anos 20", caracterizados pela prosperidade. No entanto, tudo o que vemos à nossa volta foi recuperado, já lá vão três anos. O Palace Hotel da Curia, único e apaixonante, com a sua imponente fachada, que funciona quase como um íman ao nosso olhar, exibe as faustosas zonas públicas como novas. Toda esta imponência nasceu em 1926 data da inauguração do Palace Hotel da Curia -, pelas mãos do visionário e saudoso Alexandre de Almeida, precursor do Turismo e primeiro grande industrial hoteleiro português, cuja atividade teve consequências profundas no panorama da hotelaria nacional. Hoje é o neto, homónimo do avô, o a­d ministrador dos Hotéis Alexandre de Almeida, atualmente seis. É ele quem dá seguimento à empresa, familiar.

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1 - Mobiliário e soalho foram restaurados na íntegra 2 - Restaurante "Belle Époque" mantém preservado, de forma excecional, o ambi­ente "Anos 20" 3 - Portas, vidros e vitrais são originais. Vários pianos estão presentes em alguns recantos do hotel 4 - Jardim histórico, em frente à fachada do Palace Hotel da Curia, também foi recuperado. As espécies são as da época e continuam a existir cisnes 5 - Vitrais originais e réplica da passadeira da época

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As obras de remodelação, que vieram preservar a alma e identidade deste local ímpar, resgatando todo o peso histórico e memória e relançando o Palace Hotel da Curia como peça emblemática e incontornável da hotelaria portuguesa levaram quatro anos. Foi em junho de 2008 que a "joia europeia dos Anos 20" era devolvida à Bairrada, dotada de todo o conforto, inovação e contemporaneidade . Ao recuar no tempo e mergulhando na época, o Palace da Curia trouxe à terra o gosto frenético que caracterizava um novo estilo de vida. Espaços nobres, um ambiente social numa lógica do "ver e ser visto", muita animação com destaque para as festas sociais e eventos desportivos elitistas para a época como os janta-

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res à americana, chás dançantes, jantares de gala, bailes, saraus de poesia e até arraiais populares e garraiadas frente ao hotel, bem como competições e concursos de elegância automóvel, torneios de vólei, esgrima, cricket, futebol, campeonatos nacionais de ténis nos courts, provas de natação na piscina, com 600 m2 de espelho de água, hoje toda recuperada. No dia da inauguração do hotel foi também inaugurada a estação de caminhos-de-ferro da Curia, que veio facilitar a vida aos turistas. Por volta dos anos 30 iniciaram as coproduções cinematográficas no Palace, com a participação de divas e galãs de ambos os lados do Atlântico. "O Trevo de Quatro Folhas", "Buster's Bedroom", "Palace", "O Comissário

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Maigret" e mais recentemente "Equador" foram filmes rodados no hotel. Por todo este passado e pelo caráter único, o hotel merecia ser alvo de intervenção que lhe devolvesse o estatuto a que tem direito. Hoje, o elevador Maschinenfabrik Wiesbaden, de 1926, só tem uma diferença: está desativado. Há uma história caricata que Alexandre de Almeida confidencia: "o elevador foi feito na Alemanha e tardava em chegar à Curia. Mas havia um motivo. Tinha sido enviado para a Coreia, por engano", sorri. O administrador recorda que as gentes de Coimbra tinham o hábito de vir à Curia para tomar um chá no Palace Hotel. Nos dias que correm "já não passeiam tanto na Curia, mas continua a ser este o sítio de eleição para os

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casamentos". No interior do hotel mantêm-se os vitrais Arte Nova originais, os requintados relógios Paul Garnier, de Paris. O salão de festas continua com a bola de espelhos, "a primeira de Portugal", conforme atesta Alexandre de Almeida. O mesmo mobiliário, os mesmos corredores e passadeiras, as mesmas portas, os candeeiros originais em vidro de Murano, as mesmas placas indicativas de numeração dos quartos. Os próprios puxadores das portas estão replicados. Nada foi esquecido. Para o comprovar, nada como fazer uma visita e deixar-se transportar para outra época. Mas surpreenda-se com as marcas dos dias de hoje, como o magnífico spa com piscina interior de jatos de água.

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1 - Fachada do Palace Hotel da Curia, projetado pelo arquiteto Manuel Norte Júnior em 1922 e inaugurado em 1926 2 - Piscina Paraíso, de "Arte Nova", em forma de transatlântico 3 - Todos os quartos mantêm peças de mobiliário original 4 - Escadas que descem do restaurante "Belle Époque" são originais, assim como o corrimão e o candeeiro sobre o capitel 5 - Sala de massagem, onde o ambiente envolvente permite relaxar 6 - Lobby mantém as mesmas características, o mesmo mobiliário em verga, os mesmos armários e candeeiros 7 -Modernidade do SPA, com piscina interior de jatos de água 8 - Vista panorâmica do mezanino para o restaurante "Belle Époque" 9 - Elevador, de 1926, está desativado 10 - No bar, situado no lobby, não falta um ex-líbris da Bairrada: o espumante 11 - Cadeira para bebé, original da época 12 - Antiga central telefónica (PBX) 13 - A louça é uma réplica, sendo um exclusivo da Vista Alegre para o hotel

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Ler é um vício que não quer deixar CARLA SILVA, TÉCNICA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO NO GABINETE DE COMUNICAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE AVEIRO

Qual foi o seu primeiro emprego? Comecei a trabalhar na Divisão da Cultura da Câmara de Aveiro, na organização de eventos.

Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? "Hung Up", da Madonna, dá-me vontade de cantar, mas sobretudo de dançar.

Como gastou o primeiro ordenado? Lembro-me de o ter guardado para tirar a carta de condução.

Com quem não jantava? Não jantava com um desconhecido.

Um sonho... Um sonho… Que todos os meus sonhos se tornem realidade. O que não suporta? Não suporto mentiras e falsidades. Um vício que não equaciona deixar? Ler, não quero deixar de ler. E que marca não dispensa? Não dispenso uma marca que é portuguesa: a Salsa Jeans.

conversa de

quiosque A Papelaria Avenida pode ser encontrada na avenida Dias da Silva e oferece uma grande diversidade de materiais aos seus clientes. Vende revistas, jornais, material escolar, pastilhas elásticas e brinquedos. Marília Silva, proprietária do espaço, gosta muito da sua profissão. " Gosto

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Papelaria Avenida Av. Dias da Silva 136 Coimbra Telef. 239 718 079

desta atividade porque tenho prazer em contactar com o público. Sinto-me bem. Gosto de conviver com as pessoas", afirmou. A papelaria Avenida está aberta todos os dias da semana das 09H00 às 19H00, ao sábado das 09H00 às 17H00 e encerra aos domingos.

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Último livro lido, cd ouvido, filme visto? O último cd que ouvi foi "A Mãe", de Rodrigo Leão e o filme foi "Estado de Guerra". Desde então, a minha vida gira em torno da minha filha Mafalda. Livro, o último que li foi "Anjo Branco", de José Rodrigues dos Santos. Lema de vida? Se puderes fa zer hoje, fá-lo. Amanhã olharás para trás com sentimento de dever cumprido e estarás com disponibilidade para fazer mais.


MÁRIO NICOLAU

empresário de sucesso

AO FIM de 30 anos de atividade, a AMMA Indús-

tria de Confeções, SA é uma referência no setor têxtil nacional. Carlos Andrade, presidente do conselho de administração, cruza os momentos de "desenvolvimento" com "os menos bons" na síntese de um percurso em que o trabalho e a dedicação de "toda a equipa" permitiram ultrapassar as dificuldades. A marca Carlo Viscontti é a face conhecida e reconhecida da empresa instalada na Zona Industrial da Relvinha, em Arganil. A seriedade e a fidelização dos clientes são outros dos capítulos da estratégia que o empresário colocou em prática e que se completa com um ingrendiente fundamental: a proximidade. Os clientes, explica, Carlos Andrade, gostam de trabalhar com empresas de confiança, versáteis e que considerem a qualidade um objetivo prioritário. Neste momento, as dificuldades quer no mercado nacional, quer no mercado internacional constituem um desafio para empresa, já que os clientes reduziram o volume de compras. No caso da AMMA, 85 por cento da produção é enviada para países da comunidade europeia, nomeadamente, para Inglaterra, que , além da crise, "tem desvalorizado a libra, o que provoca problemas graves e que não conseguimos ultrapassar com a eventual atualização de preços". O aumento da oferta e a entrada em cena de países com mão de obra "muito mais barata e leis laborais liberalizadoras" criaram uma "guerra no mercado" que afeta a competitividade das empresas nacionais. A AMMA não foge à regra e, segundo Carlos Andrade, "a situação dos consumidores contribui para o agudizar da situação, pois as pessoas economizam no vestuário e no calçado, optando por comprar artigos de maior durabilidade". Mesmo vendendo "por preços mais baratos do que há dez anos", as empresas continuam a contar os cêntimos e vêm aumentar os impostos e as faturas da eletricidade e do gás. "Tanto faz produzir dez como produzir 20 que estes gastos são sempre os mesmos. Tudo isto ajuda ao avolumar dos problemas", considera. Com a banca a "dificultar" o crédito às empresas e a credibilidade do país "em baixa" a nível internacional, a sobrevivência das empresas transformou-se numa missão prioritária. Sem "nada de concreto por parte do Estado", os empresários portugueses, que "criam riqueza e bem estar para toda a gente" , continuam à espera de medidas "que aliviem os muitos e pesados impostos". Carlos Andrade afirma que o problema não é só do atual Governo, optando pelo "plural" na análise a uma situação que, se não forem tomadas medidas, tornar-se-á dramática. No interior do país, as acessibilidades influen-

"Ainda temos estradas do tempo da monarquia" A HISTÓRIA DE SUCESSO DA CARLO VISCONTTI COLOCA ARGANIL NO MAPA DO TÊXTIL NACIONAL E INTERNACIONAL. CARLOS ANDRADE É O TIMONEIRO DA EMPRESA TEXTO E FOTO MÁRIO NICOLAU

a empresa AMMA INDÚSTRIA DE CONFEÇÕES, SA

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ciam a competitividade, o que no caso da Beira Serra "é um escândalo nacional". As estradas, acrescenta, "são do tempo da monarquia e apesar do alargamento e melhoria do piso, os traçados são exatamente os mesmos". Ora, empresas vocacionadas para a exportação, como é o caso da AMMA, têm "mais um problema para resolver" numa altura em que as preocupações são mais que muitas. Apesar das dificuldades, Carlos Andrade acredita que a situação irá alterar-se "para melhor" e considera a qualidade e a inovação como parte da atitude necessária para "dar a volta" ao atual cenário. "Além disto, é necessário união de esforços e, também, enorme versatilidade, de modo a correspondermos às exigências do mercado", conclui.


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notícias

Penacova deseja áreas de serviço no IP3 e ligação ao parque empresarial

AO FIM de vários anos de nego-

ciações, a Câmara Municipal de Penacova deverá ter garantido a instalação de duas áreas de serviço no troço do IP3 que atravessa o concelho. Humberto Oliveira confirma as negociações em curso com as Estradas de Portugal, resultando daí um estudo com a localização e respetiva implantação das duas áreas de serviço no IP3 - uma de cada lado da estrada, ao km 54, no lanço Trouxemil – Raiva, junto ao nó de Lorvão. A empresa pública adianta que "até ao final do ano o estudo deverá estar nas mãos do INIR – Instituto de Infra-estruturas Rodoviárias a fim de submeter a sua aprovação". A acontecer esta aprovação, será lançado um concurso público de concessão para ambas as áreas de serviço - contarão com postos de abastecimento de combustível, loja de apoio, cafetaria, minimercado, serviço de desempanagem fixa ou móvel, zona de repouso e instalações sanitárias, entre outros. Por outro lado, o município de Penacova poderá executar uma via de acesso ao Parque Empresarial da Alagoa. Esta via passaria perifericamente à referida área de serviço. Segundo Humberto Oliveira, "este acesso valorizará consideravelmente o Parque Empresarial da Alagoa, pois permitirá um acesso rápido do IP3 ao parque empresarial, o que concorre para a dinâmica empresarial que ali pretendemos implementar". Segundo o autarca de Penacova, "uma infraestrutura deste género dinamizará a zona onde vai ser implantada e criará alguns postos de trabalho".

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CENTRO COMERCIAL

Dolce Vita Coimbra reforça oferta A GÓIS TIME&SECRETS e a clínica dentária Smile.

Up Oral Care Clinic, assim como a renovação da loja de moda infantil Girandola e do restaurante Mille Paste, constribuem para o alargamento do leque de marcas e serviços disponibilizados, reunindo comodamente, num mesmo espaço, soluções para compras, lazer e bem-estar. A Góis Joalharias é uma das mais reputadas da zona Centro do país e estreia um novo conceito de loja no shopping, com uma arquitetura ímpar, inovadora e arrojada. A Smile.Up é uma clínica dentária que funciona em horário alargado, das 10H00 às 23H00, sete dias por semana, garante planos familiares com condições altamente competitivas, facilidade

de acesso, bons preços e planeamento integral de saúde oral alargado a toda a família. A pensar nos mais novos, a Girandola acaba de renovar a sua loja no Dolce Vita Coimbra, apresentando um espaço totalmente renovado. Esta insígnia diferencia-se por propor coleções de moda pensadas para crianças activas, que gostam de vestir bem e estar na moda. O restaurante Mille Paste apresenta um novo espaço e uma imagem totalmente renovada. Esta insígnia, que conta com mais de 20 lojas em centros c omerciais, desenvolve o conceito de comida italiana, permitindo aos seus clientes a realização de combinações únicas com ingredientes tipicamente italianos e portugueses.

CASINO FIGUEIRA

MONTEMOR-O-VELHO

A Opereta dos Vadios

IX Encontro de Vespistas

FRANCISCO MOITA FLO R E S apresen -

ta hoje à noite, às 21H30, o seu novo livro "A Opereta dos Vadios", uma farsa política onde o humor e a ironia conduzem o leitor pelos meandros dos partidos políticos num país falido. O programa de eventos do Casino Figueira para os próximos dias inclui os Serões do Mondego, segunda-feira, dia 12, às 22H00, e o projeto Fado com Alma, na terça-feira, às 22H30.

A NONA edição do Encontro de Vespista "O Sobreiro" reuniu meia centena de vespas e inúmeros simpatizantes da modalidade nos Resgatados, em Montemor-o-Velho. O evento decorreu dia 4 e pretendeu também "mostrar as tradições da nossa freguesia e convidar os participantes a saberem mais sobre o concelho e a região", assegurou Rui Pedro Simões, do Vespa Clube "O Sobreiro".


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topo de gama

VIVER

mercado

Meio ano positivo Audi Team Nova Driver

motorização O COUPÉ R8 equipado com

o fantástico motor V10 do Lamborghini Gallardo está homologado na categoria GT3. É construído a partir de um chassis retirado da linha de produção e as diferenças para a viatura de série, no exterior, são pequenas.

Qashqai com novo motor A NISSAN alargou a oferta de

motorizações para o Qashqai, que passa a disponibilizar o novo 1.6 dCi, de 130 cv. Este bloco foi estreado no Renault Scénic e Grand Scénic e chega agora ao best-seller da marca nipónica. Ainda assim, o campeão de vendas 1.5 dCi, de 110 cv, mantém-se na gama.

AUTOMÓVEIS DO MONDEGO Rua da Casa Meada,12 3040-584 Antanhol - Coimbra Telef: 239 801 040 | Fax: 239 801 049

quinta a fundo O novo Toyota Yaris chega a Portugal no início de outubro nos formatos de três e cinco portas visão elétrica da MerA cedes-Benz para o futuro chama-se smart forvision 52

A EQUIPA constituída por João Figueiredo, piloto da Automóveis do Mondego, e César Campaniço faz um balanço positivo dos primeiros oito meses do ano. No único título já atribuído, a Taça de Portugal de Circuitos, a equipa venceu na Boavista e no Campeonato de Espanha de GT lidera a nível absoluto e na categoria, enquanto em Portugal está a apenas um ponto do comandante do competição. César Campaniço dá a voz à alegria que reina na Audi Team Nova Driver. "Estamos muito satisfeitos por ter garantido o título na Taça de Portugal de Circuitos. Agora centramos as nossas atenções nos campeonatos em território ibérico onde disputamos o primeiro lugar em ambos", explica. O ano de 2011 tem sido pródigo em vitórias, com a surpresa maior a ocorrer no campeonato espanhol, pois se é verdade que o título da categoria GT3 está ao "virar

da esquina" , o que talvez não fosse expectável é estar em aberto a luta pelo título absoluto. Com a entrada no último terço do ano, a Audi Team NovaDriver olha já para 2012 e as hipóteses em cima da mesa são alargadas, havendo apenas a certeza do apoio da Audi Sport. "Será o ano de uma internacionalização mais abragente da equipa e campeonatos como o Blancpain Endurance Series, o FIA GT3 e o GT Open fazem parte do lote de possibilidades para o próximo ano, até porque garantimos desde já o apoio direto em pista da Audi Sport, o que dá uma garantia extra de competitividade e assistência neste tipo de provas muito competitivas", afirma. Apesar de pensar em 2012, a equipa tem ainda batalhas para travar este ano e a próxima está marcada 17 e 18 deste mês no Autódromo Internacional do Algarve.

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r de ha as

Insignia 2.0 CDTI turbodiesel renova-se

Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:

A REDUÇÃOde consumos e de emissões é obtida graças à integração do sistema

Start/Stop e a uma gestão eletrónica de alimentação mais evoluída,entre outros. No caso da versão 2.0 CDTI de 160 cv, o consumo médio de combustível da berlina de quatro portas com tração dianteira baixa de 4,9 para 4,3 litros de gasóleo a cada 100 km, registando emissões de CO2 de apenas 115 g/km (Sports Tourer: 4,5 l/100 km e 119 g/km de CO2).

Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:

fotolegenda

Ford aperta o cinto aos jovens FORD Motor Company irá in-

troduzir a tecnologia exclusiva MyKey na Europa em 2012 para ajudar os pais a encorajar os filhos adolescentes a utilizar o cinto de segurança enquanto conduzem de forma mais segura e económica. O sistema, que já é um sucesso nos EUA, irá eventualmente estar disponível de série em veículos Ford compatíveis na Europa, tendo início já no próximo ano. O MyKey vai permitir aos proprietários programar uma chave especial que pode limitar a velocidade máxima e o volume de áudio. Vai, também, encorajar ainda mais a utilização do cinto de segurança.

A Suzuki aposta forte na Prevenção Rodoviária. O mais recente exemplo do contributo da marca para com a sociedade ilustra-se através do acompanhamento às ações de alerta e sensibilização para os riscos da condução sob o efeito do álcool, no âmbito da campanha denominada "Morte na Estrada – Se bebeu, deixe-me conduzir".

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m o tá

Vinho da Quinzena


memória

viver

FUZILADO NA GUERRA CIVIL DE ESPANHA

MARIA DA CONCEIÇÃO RECORDA MÁR DEPOIS DA MORTE DO TIO, FRADE CARMELITA DESCALÇO, A TIA REABRIU O CARMELO DE COIMBRA. MARIA DA CONCEIÇÃO, "MULHER DE GRANDE CORAÇÃO", SEMPRE HONROU ESTA MEMÓRIA TEXTOS JOÃO DOS REIS Nasceu no dia 9 de outubro de 1910, quatro dias depois do nascimento da República. Festejou o seu centenário o ano passado. Possuidora de uma lucidez impressionante, ainda lê, escreve, faz o Totoloto e a sua renda. O seu problema é ver já com alguma dificuldade. A sua surdez, por vezes, trai-a. O seu andar também já não é o mesmo de há uns anos atrás, quando, com cerca de 96 anos, saía de sua casa, na Rua Dr. Dias Ferreira, descia a Rua de Montarroio até à baixa de Coimbra, para se deslocar ao mercado municipal D. Pedro V para fazer as compras diárias. Depois, muito calmamente, como se ainda fosse uma jovem de 30 ou 40 anos, voltava a subir a íngreme Rua de Montarroio até à sua residência, para fazer o almoço e o jantar, ajudada pela velha Lucinda…

Conceição Reis fazendo a sua renda na aldeia de Sameice, pouco tempo antes de fazer 100 anos

MARIA DA CONCEIÇÃO REIS D’ALMEIDA E SILVA é uma mulher com uma vida fantástica,

toda ela recheada de amor ao próximo, recordações que o tempo, para esta simpática e por vezes divertida senhora, ainda não apagou. Foi sempre uma mulher cheia de vida e de humanismo, amiga de ajudar os mais pobres e necessitados. Que o digam os habitantes de Sameice, a poucos quilómetros da cidade de Seia, onde o seu marido nasceu, foi médico e benfeitor que os mais idosos, na sua ausência, ainda a recordam como "uma senhora de gran-

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de coração e amiga de fazer bem". O mesmo sucedeu com o seu marido, António Abrantes d’Almeida e Silva, médico, que nesta hospitaleira aldeia da Serra da Estrela possui uma rua com o seu nome. Uma das suas principais doações foi o terreno para a construção da Escola Primária, actualmente desactivada. Natural do Senhor da Serra, concelho de Miranda do Corvo, foi para Coimbra com apenas dois anos de idade, cidade onde acabaria por conhecer o estudante de Medicina, António Abrantes d’Almeida e Silva, com quem viria

a casar. De caráter simples, assim viveu lado a lado com o marido, uma espécie de João Semana, em Sameice, para quem os pobres também estavam em primeiro lugar, assim como a sua querida aldeia que, anos depois, deixaria para abrir consultório em Coimbra e mais tarde rumar até Angola, onde veio a exercer medicina oftalmológica nas cidades de Benguela e Nova Lisboa. Dona Maria da Conceição também acabaria por o seguir… A história desta senhora, sobrinha de um padre, António Antunes da Costa, irmão de sua

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ÁRTIR DE TOLEDO

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1 A casa onde o padre António Costa nasceu 2 Antes do descerramento da placa 3 Com alguns elementos da sua família durante a homenagem no Senhora da Serra, Semide, em 1996 4 Conceição Reis com o Provincial da Ordem dos Carmelitas Descalços de Portugal, padre Agostinho dos Reis Leal

mãe, frade da Ordem dos Carmelitas Descalços, fuzilado na cidade de Toledo, durante a Guerra Civil de Espanha, tendo sido morto, dizem, dependurado de cabeça para baixo juntamente com outros 17 frades carmelitas espanhóis, é digna de ser contada. Um fuzilamento onde apenas se salvou, milagrosamente, um padre português, que veio a falecer, em Portugal, há cerca de uns 15 anos. Ela própria recorda a grande injustiça que a Igreja fez quando o Papa Paulo VI visitou, há uns anos atrás, a cidade de Toledo, tendo

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beatificado os frades Carmelitas Descalços espanhóis, esquecendo-se do português que também era considerado "um mártir de Toledo", onde era conhecido por Padre David de la Virgen del Carmen, nascido no Senhor da Serra, em finais do século XIX, na freguesia de Semide, concelho de Miranda do Corvo. "Foi uma grande injustiça que fizeram ao meu tio", disse-nos ela com um certo ar de tristeza. "A Igreja deveria tratar da sua beatificação, mas ainda não o fez, não sei ainda porquê. Talvez por o meu tio ser português?", adiantou, sem

deixar de sorrir com o seu velho rosto, mas ainda de menina. Ainda com uma grande lucidez e boa conversadora, capaz de se esquecer do que fez na véspera, mas recordando sempre, com todo o pormenor, o que se passou, há muitas dezenas de anos atrás, relembra as suas brincadeiras de menina ou de moça atrevida, ou quando acompanhava as pessoas mais pobres de Sameice até aos hospitais de Coimbra, para as apoiar no que fosse preciso, praticando voluntarismo, já nesse tempo.


Uma mulher dos sete costados Maria da Conceição Reis acompanhada da filha, Henriqueta dos Reis

Placa comemorativa do local onde o tio de Conceição Reis nasceu

Sobrinha de uma freira que reabriu o Carmelo de Coimbra Maria da Conceição recorda que o seu tio padre Carmelita Descalço, tinha ido muito novo, por volta de 1907, com cerca de 11 anos, para Segóvia, Espanha, levado pela mão de sua irmã de sangue, a Carmelita Descalça do Carmelo de Coimbra, Maria da Luz de Santa Teresa, também irmã de sua mãe, onde estudou e se ordenou padre. "O meu tio chegou a vir a Portugal, em 1922, para visitar a família e participar na comunhão solene de uma sobrinha. Quando aqui esteve, o prelado conimbricense, D. Manuel Luís Coelho da Silva, aproveitou a sua presença para o convidar para ser o organista da Sé Nova, mas as saudades do seu Convento fez com que ele voltasse novamente para Espanha", acrescenta esta jovem de 100 anos de idade. Quanto à sua tia Maria da Luz, regressa de Espanha, para onde tinha ido, expulsa de Portugal, em 1910, com a missão de, com mais duas irmãs Carmelitas Descalças, envidar esforços no sentido de reabrir o Carmelo de Coimbra. Entretanto, morre, no ano de 1934. "O meu tio veio novamente a Coimbra para cumprimentar a família, voltando a ser convidado pelo bispo, mas desta vez, para professor de música no Seminário Diocesano, convite que recusou", elucida-nos. Adianta que o tio tinha um grande amor pelo seu Carmelo de Toledo e que, após a sua rápida visita a Coimbra, abalara para Espanha, já em tremendas convulsões políticas. "Mas o meu tio, padre como era e dos bons, não teve nenhum medo de regressar a Toledo, apesar das muitas perseguições religiosas que já então se sentiam em Espanha. Abalou para o seu Carmelo ciente que, certamente, iria morrer pela sua fé, o que veio a suceder".

RECORDANDO A VELHA CASA ONDE O TIO NASCEU No dia 28 de julho de 1996 foi prestada uma homenagem ao Carmelita Descalço, na casa onde nasceu, no Senhor da Serra, adquirida pela paróquia de Semide. Uma homenagem que serviu, ao mesmo tempo, de pretexto para comemorar os seus sessenta anos de fuzilamento, em Espanha. Uma homenagem que foi feita pelas gentes da terra, graças à dedicação e esforço do padre Pedro dos Santos, já falecido, que foi também o principal impulsionador para que a casa onde o homenageado nascera se transformasse num modesto museu onde o povo da terra, por vezes, vai rezar pela alma do "mártir de Toledo", cujos restos restos mortais desapareceram no meio da confusão e do ódio religioso que então imperava em Espanha. O seu fuzilamento ocorreu entre os dias 22 e 31 de Julho de 1936 e que aquele padre fazia parte da comunidade carmelita de Toledo, então com dezanove membros, apenas tendo escapado os padres portugueses, Raimundo e Eduardo. A própria sobrinha, Maria da Conceição, referindo-se ao facto, relembra que "aos restantes dezassete padres fuzilados deram-lhes o nome de mártires de Toledo e a eles foi dedicado um altar na igreja do Convento Toledano. Os nomes dos dezassete fuzilados espanhóis estão lá, menos o do meu tio, o que é de lamentar". Maria da Conceição lamenta, ainda, o facto de a Ordem Carmelita da Província de Espanha ter preparado, em Roma, a beatificação dos dezassete padres espanhóis, esquecendo-se do português, seu tio, e que Portugal não tenha feito o mesmo com vista à sua beatificação. "Para mim, acho isso uma vergonha!", acentuou.

Dá gosto conversar com esta "jovem" sábia da vida. Se lhe perguntarmos o que comeu ontem, é capaz de não nos dizer, mas se for algo passado, há mais de meio século, explica-nos tudo, vírgula por vírgula, sorrindo, por vezes, com a sua cara de gaiata que em nova terá sido muito linda. "Por vezes damos com ela a cantarolar durante a noite, deitada na sua cama", diz-nos uma sua nora, Maria de Nazaré, "Né" para a família. Ela recorda-nos uma noite destas, com a sogra a cantar:

Coimbra, Universidade Onde se formam doutores Também já lá se formaram Os meus primeiros amores. Mãe de Victor Maria Abrantes d’Almeida e Silva, aposentado do Ministério da Educação, de António Abrantes d’Almeida e Silva, professor em Coimbra e da Maria Henriqueta Abrantes d’Almeida e Silva dos Reis, professora aposentada, licenciada em Românicas, pela Universidade de Coimbra, filhos que no dia 9 de outubro do ano passado festejaram, com pompa e circunstância, aquela que um dia lhes deu a vida e os amou como uma verdadeira mãe que muitos gostariam de ter no seu percurso. Há uns três ou quatro anos apanhou uma pneumonia, tendo sido internada de urgência no Hospital da Universidade de Coimbra, onde estavam seis mulheres internadas, muito mais jovens que ela. Os responsáveis por esta unidade hospitalar universitária souberam da sua entrada e imediatamente começaram a tratar dela, devido à sua avançada idade, entre os quais o seu primo, Agostinho de Almeida Santos, então presidente do Conselho de Administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Saiu e as jovens ficaram. Talvez por ser mais forte do que elas, em espírito e de ter levado uma vida saudável, acompanhada de um bom almoço ou jantar, durante os quais nunca dispensa o seu pequeno copinho de vinho tinto. "Para eu não apodrecer", afirma, com convicção.


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COIMBRA

NOITE BRANCA ENRIQUECEU BAIXA 1 Sissoko, Armindo Gaspar e Danilo 2 António Vilhena e Berta Duarte

A NOITE BRANCA de 2 de setembro, na

Baixa de Coimbra, foi um sucesso! Este local da cidade voltou a ser de grande animação, atraindo muitos conimbricenses. Ao longo da Rua Ferreira Borges, as lojas estiveram abertas até às 24H00 e, à porta de algumas delas, instalaram-se exposições de produtos, o que constituiu outra atração para quem passava. Houve ainda música popular, folclore e magia e compareceram alguns jogadores da Académica/ OAF, que, entre as 19H00 e as 22H00, estiveram disponíveis para dar autógrafos junto do café Santa Cruz. Durante a noite, foi possível fazer compras e desfrutar de diversos petiscos nos restaurantes que aceitaram o desafio de confecionar pratos de bacalhau.

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HOTEL D.INÊS

ANET COMEMOROU 12.º ANIVERSÁRIO

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1 Pedro Brás, Augusto Guedes e António Lousada 2José Luis Gomes, Joaquim Almeida e Maia Casal 3 Luis Almeida, Rui Antunes eJosé Gaspar 4 Mauro Alegre e João Cidra 5 Hugo Almeida, Margarida Almeida e Margarida Gândara 6 Luis Almeida

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A ASSOCIAÇÃO Nacional dos Engenheiros Técnicos (ANET) comemorou o seu 12.º aniversário no Hotel D. Inês, em Coimbra. Segundo o presidente da instituição, Augusto Guedes, a festa foi "muito saborosa", visto ter sido o último jantar da ANET enquanto associação, já que passou a integrar a Ordem dos Engenheiros Ténicos. "Foi um adeus à anterior associação", afirmou. A ordem tem como prioridade a afirmação dos engenheiros técnicos na sociedade portuguesa. "Queremos passar um conjunto de ideias que muitas vezes são um contraponto com outras ordens. As ordens existem para defender o intresse público, não o interesse dos seus membros", concluiu Augusto Guedes.


CONCEIÇÃO MENDES INAUGUROU EXPOSIÇÃO

Sandra Pina, Olinto Vieira, Conceição Mendes, Marcelo Nuno e António Pedro Pita

Rita Ferreira e Lurdes Duarte

O CONCURSO Mondego 2010 teve Conceição Mendes como vencedora. Segundo a artista, os seus trabalhos têm compatibilidade ao nível da cor e do tamanho. "Aposto mais na cor do que na forma. Faço um misto no acrílico e na colagem", revelou. Pinta pela pintura e afirma que não há representação nos trabalhos. "Dou mais atenção ao gosto plástico", garante.

Manuela Azevedo, Conceição Mendes e Duarte Gameiro

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O NB CLUBE reabriu no passado dia 2, com mais uma Revival Night. Depois de três meses fechado, volta agora para mais um ano que promete muita festa e animação. O espaço encheu-se de gente para um "pezinho" de dança ao som de música dos anos 60, 70 e 80, com o Dj Filipe Sanches.

NB CLUB COIMBRA VOLTOU A ARRASAR

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BAR DA AAC REABRIU COM FESTA

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ENCERRADO durante dois meses, o bar da Associação Académica de Coimbra voltou a abrir portas para todos os que gostam deste espaço académico situado na emblemática Praça da República. Muitos foram os estudantes e algumas caras conhecidas que saborearam a primeira noite deste local simbólico. A festa prolongou-se pela noite dentro, com a participação de vários Dj´s.

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Moda Fashion mostrou desfile irreverente

NO PASSADO dia 3 de setembro, às 21H30, a Tábua XXI – Associação Juvenil organizou o III Tábua Fashion. A 3.ª edição do Tábua Fashion contou com cerca de 90 modelos (jovens e crianças), que mostraram roupa, acessórios e óculos das seguintes lojas do comércio local de Tábua: Sapataria pexato, Boutique NovaGeração, Impacto - Malas & Acessórios, Tentações, Piccadilly Modas, Karlluy´s kids, OMB Grupo Óptico, Centro Óptico de Tábua, Boutique Bambino e com a fábrica de confeções Acorfato.

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verão

Paisagem e história A REGIÃO CENTRO TEM BELEZAS NATURAIS MULTIFACETADAS, USOS E COSTUMES AINDA DOS MAIS GENUÍNOS, UMA GASTRONOMIA RICA E VARIADA. OUSE NA DESCOBERTA

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DIZIA MONTESQUIEU: "os Portugueses descobriram o Mundo mas desconhecem a terra em que nasceram". É altura de desmenti-lo e partir à descoberta das múltiplas potencialidades turísticas em que a região Centro é fértil. Há infindáveis itinerários que, uma vez percorridos, jamais se esquecerão. Um deles, sem sair do distrito de Coimbra, é partir, por exemplo, da cidade de Coimbra à descoberta dos concelhos vizinhos. Um sábado ou um domingo, de manhã, comece por avançar até Condeixa e daí rumo às ruínas de Conímbriga, onde "por um curioso acordo das obras humanas com a natureza que as cerca, esta cidade romana se levanta de uma paisagem, nova para quem vem do norte, que tanto poderia ser daqui como da Itália e ou Grécia clássica". Em seguida, Penacova. E o Mosteiro de Lorvão, onde jazem, em ricas urnas de prata, as santas rainhas Teresa e Sancha, netas de D. Afonso Henriques. Visite, ainda, as barragens da Aguieira e da Raiva, o magnífico conjunto de moinhos da serra da Atalhada e, na vila, não se esqueça de comprar, é claro, as tradicionais nevadas. Na época de inverno, a lampreia é

rainha nos restaurantes locais. Dali, a Lousã. "Montanha austera", como a denominou Sanches da Gama, mas de onde irradia, acrescentava o poeta, "a paz serena e calma". A paisagem é deslumbrante, no Candal, em Catarredor, na Catraia, nos vales que a natureza privilegiou. Mas há ainda as ermidas da serra e o castelo, remontando a meados do século X. Seguindo agora pela Estrada da Beira, surgirá Vila Nova de Poiares, grande centro de produção artesanal, em que se destacam os artefactos de madeira, a olaria e a cestaria. É conhecida como Capital Mundial da Chanfana. Mais adiante, em Arganil, onde se destacam a igreja de S. Pedro, a capela da Agonia, a mata do Hospital e a fonte dos Amandos, é obrigatório subir ao Mont'Alto, de onde se desfruta um panorama espetacular. No regresso, eis Coja e o Rio Alva e, lá em cima, em plena Serra do Açor, a esplendorosa Aldeia Histórica de Piódão, com as suas casas típicas de xisto negro. Mais adiante perca-se nos sabores e iguarias de Fajão, na Pampilhosa da Serra. A sugestão aí fica, para que desfrute da região.

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vinhos

receitas do chef NA VINDIMA de 2009 nasceu a ideia de criar

um vinho que reavivasse toda a tradição da Região do Dão, de vinhos sem madeira, na qual as fermentações com controlo de temperatura iniciaram apenas nos finais dos anos 90. A nossa equipa LusoVini resolveu desenvolver algo ao estilo dos anos 60, elaborado a partir da seleção criteriosa das castas típicas Touriga-Nacional, Tinta-Roriz e Alfrocheiro. Tendo sempre o cuidado máximo na qualidade, deixou-se a fermentação desenrolar mantendo apenas o controlo de temperatura usando o método antigo da remontagem do vinho, resultando numa maior extração de cor. No final, sendo estabilizado por métodos tradicionais, resultou um Dão à "Moda Antiga". Para comemorar a elaboração de tal estilo de vinho procurámos a imagem usada nos vinhos da época de 60 no Dão, colocando na frente, bem destacada, a palavra Dão. Como homenagem a um símbolo internacionalmente conhecido, relembrámos a Flor do Cardo, responsável pelo efeito coagulante do Queijo da Serra da Estrela, juntando no final a grande e bela capital de distrito do Dão, que é Viseu.

SÓNIA MARTINS Enóloga

BRUNO CARVALHO, chef

O TIVOLI Coimbra inclui no "cartão de visita", a tradição e o requinte contemporâneo. Localizado perto da Rua da Sofia, é um 4 estrelas exemplar no conforto e no bem-estar. O Tivoli Caffè, no lobby do hotel, é o restaurante e bar ideal para um almoço de negócios ou um final de tarde entre amigos seguido de um jantar e de uma animada noite com música ao vivo.

ROBALO AO FORNO COM CUPITA DE PORCO PRETO EM CAMA DE BATATA DOCE E ESPINAFRES SALTEADOS

sugestão

FLOR DE VISEU TRADITION DOC TINTO DÃO 2009

Preço: 6,99 €

Elaborado com o objetivo de preservar as tradições do Dão, a partir de uvas de vinhas velhas onde predominam as castas Alfrocheiro, Touriga-Nacional e Tinta-Roriz. Vinificado de forma a preservar a fruta. Beber com Queijo da Serra da Estrela ou a acompanhar um cabrito no forno, grelhados e os variados enchidos do Dão. Disponível em www.lusovini.com.

cocktail de verão

CAIPIRÃO INGREDIENTES 5 cl de Licor Beirão 3 limas Gelo picado MODO DE PREPARAÇÃO Corte cada lima em 8 bocados para dentro do copo e com a ajuda do pilão esmague as limas. Junte de seguida o gelo picado e o Licor Beirão. DECORAÇÃO Coloque duas pequenas palhinhas.

INGREDIENTES 200g de robalo 30g de cupita 100g de batata doce 30g de espinafres alho qb sal qb pimenta qb MODO DE PREPARAÇÃO Limpar o robalo e filetar. De seguida enrolar os filetes na cupita de porco, prender com um palito e reservar. Levar as batatas doces ao forno enroladas em papel de alumínio durante 45 minutos a 150 graus, e depois cortar em rodelas com um centímetro de espessura e reservar. Levar ao forno o robalo temperado com um fio de azeite e sal durante 10 minutos a 150 graus. Picar alho, juntar um pouco de azeite e saltear os espinafres previamente bringidos em água. Dourar as batatas doces num sauté anti-aderente com um fio de azeite e temperadas de sal e pimenta. Empratamento: colocar os espinafres no centro do prato com as batatas por cima e acabar com o robalo (não esquecer de retirar os palitos).

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verão casaco em sarja WAREHOUSE

DANIEL CASTELEIRA Stylist

O SÉCULO XX revelou-se uma era pautada por grandes mudanças... Inspirações nos grandes acontecimentos do século passado,como por exemplo a Segunda Guerra Mundial nos anos 40 são o mote de inspiração para look’s memoráveis. Christian Dior, Miu Miu ou Marc Jacobs recriam esses coordenados atribuido-lhes coragem e personalidade.

CASACOS ESTRUTURADOS COM INSÍGNIAS E BOLSOS DE CHAPA, CALÇAS CARGO, VESTIDOS E T-SHIRTS DE PADRÃO CAMUFLADO: ESTÁ AÍ A INSPIRAÇÃO MILITAR

Rebeldes e sensuais casaco em pele VIPARO

bota em pele CHRISTIAN LOUBOUTIN

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saúde & beleza

óculos de sol Winter colection MIU MIU

relógio caqui e bronze BURBERRY

casaco em linho KOOKAI

O inverno está a chegar! O VERÃO ainda não acabou, mas já quase que é história. Assim, chega o tempo de renovar o guarda-roupa para aguentar as intempéries. Se o inverno é cinzento, não se assuste, a cor oficial desta estação vai ser o dourado. Sempre devidamente complementado com o preto ou o azul marinho, esta cor vai servir tanto para o dia como a noite. Para além da cor, o estilo da roupa continua a ganhar inspiração no passado, desde a década de 40 até à de 80. De volta, parecem estar também as peles, o couro, os tweeds e... as lãs. Ao escolher vestidos não se esqueça também que as lantejoulas estão na moda, para dar um toque de burlesco à sua toilette.

mala verde seco e M em pele MARC JACOBS

FNO’11 A noite de maior celebração da moda está quase a chegar! O Vogue Fashion’s Night Out é o evento mundial que une as mais importantes capitais da Moda Internacional e Lisboa é umas das capitais que já estão em contagem decrescente, lado a lado com Nova Iorque, Milão, Paris e mais 17 cidades. Na noite de 8 de setembro, a C vai dar umas voltas pelas ruas de Lisboa, que estarão preenchidas de um brilho especial, cheias de glamour e muita paixão pela Moda.

Lábios prontos para gelo e fogo Entre o calor e o frio, as tendências para maquilhagem nesta estação também lembram o passado. Um vermelho forte, um púrpura ou um laranja escuro, com retoques a lembrar os loucos anos 20, é uma boa aposta. Para atingir o ar misteriosamente divertido de uma flapper, opte por um baton em stick, delineando , após a aplicação, com um lápis mais escuro. Acredite, vai bem com as lantejoulas do seu vestido novo.


verão

vida nova O leitor procurava um look mais moderno, então a aposta foi num corte actual e com produtos de style adequados. Para além do penteado com menos volume, o leitor aceitou arranjar, ainda, as sobrancelhas.

CARLOS GAGO Ilídio Design, embaixador L'Oreal

antes

LEITOR

João Pimentel

PROFISSÃO Informático

IDADE 29 anos

depois HAIRSTYLIST Ana Paula

CORTE H3

STYLE

Pay Ball density material

PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago - C. COMERCIAL GIRASSOLUM FOTOGRAFIA: Pedro Ramos MAQUILHAGEM: Bé / Kátia ROUPAS E ADEREÇOS: B&A Ricardo Colaço Loja 121, 1.º Helena Colaço Loja 117, 1.º C. COMERCIAL GIRASSOLUM

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Prana Fnac Coimbra. 9 de setembro. 22H00

CULTURA

A banda de S. João da Madeira, que gravou "Trapo Trapézio" com a ajuda do produtor Nelson Carvalho, é responsável por uma sonoridade boémia e circense.

agenda da semana

"A Velha"

qui.8 Exibição do filme "Super 8" (ficção científica de J.J. Abrams) - Cinema de Miranda de Corvo - 21H30

sex.9 Espetáculo de Cristina Branco - Cine-Teatro Avenida/ Castelo Branco - 22H00

CAE/Figueira da Foz. 10 de setembro. 22H00. 5€

Inês de Portugal

Peça baseada num texto de Daniil Harms, em que Miguel Borges interpreta múltiplos papéis. É a história de um escritor que tem de se livrar do corpo de uma velha.

Most. Santa Clara-a-Velha/ Coimbra. 10 e 17 setembro. 18H18. 30€ (com jantar) O grupo Fatias de Cá apresenta o seu trabalho mais recente, a partir de João Aguiar. A peça aproveita os espaços do mosteiro.

Teatro Menor Teatro da Cerca de S. Bernardo/Coimbra. Até 15 de setembro

sáb.10

O teatro é alvo de reflexão, neste espetáculo d´A Escola da Noite, criado a partir de peças curtas de José Sanchis Sinisterra (na foto).

Diana Piedade ao vivo - Fnac Coimbra - 22H00

dom.11 Máscara ao vivo - Fnac Coimbra - 17H00

seg.12 Exibição do filme "Voo 93", de Paul Greengrass - Fnac Coimbra - 21H30

ter.13 Exibição do filme "Um lugar à Beira Mar" (1992), de Takeshi Kitano - Auditório do Most. de Santa Clara-a-Velha/Coimbra - 21H30

qua.14 Ciclo de Cinema "Diários e Retratos" (concentrado de filmes de Edgar Pêra) - Teatro José Lúcio da Silva/ Leiria - 21H30

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Frankie Chavez Teatro Miguel Franco/Leiria. 9 de setembro. 22H00. 5 a 6€ O português Frankie Chavez é referido como a mais recente revelação blues do sul da Europa.

Coimbra 1111 Ruas do Centro Histórico Coimbra. 10 setembro. 19H30 O espetáculo de teatro de rua d´O Teatrão, com direção de Isabel Craveiro e direção musical de Manuel Rocha, percorre a cidade pela última vez.

II Rock´Art Vale Santo/Anadia. 9 e 10 de setembro. 18H00 A segunda edição do Rock'Art - Festival da Juventude reúne um leque alargado de bandas irreverentes. Na sexta-feira sobem ao palco principal os Riding Pânico, Botswana e os The Macaques. No sábado é a vez dos X-Wife, Youthless e dos Shivers. O visitante pode contar ainda com um palco secundário, DJs (para o after-hours), expositores de artesanato e uma mostra de filmes, entre outras atividades.

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João Pedro Pais atua na XXX FICABEIRA (Arganil), a 10 de setembro, 22H30

confidências

"Sou fascinado por hardcore punk" Exposição "Quarta Parede" Cine-Teatro Avenida/Castelo Branco. De 10 de setembro a 2 de outubro

Inscrições para classes de teatro OMT/Coimbra. Até 23 de setembro

Mostra de Pedro Antunes, fotógrafo que nasceu em Castelo Branco, em 1984, e que tem vindo a desenvolver trabalhos na área de fotografia de moda, de produto e documental. A suas obras convergem na busca pelo equilíbrio estético e força emocional. A diversidade de temas fotografados leva a um cruzamento de técnicas e exploração plástica das imagens.

Estão abertas – até 23 de setembro - as incrições para as classes de teatro d´O Teatrão. As aulas, para maiores de seis anos e com regularidade semanal, decorrem na Oficinal Municipal do Teatro. As inscrições podem ser feitas presencialmente ou atavés do email geral@oteatrao.com. Mais informações podem ser obtidas através dos números 239 714 031 e 914 617 383.

La Petite Voiture

Que livros está a ler? Acabei o "Álvaro Cunhal - Sete Fôlegos do Combatente" (de Carlos Brito) e vou começar "O Filho de Mil Homens", do meu amigo Valter Hugo Mãe. Que tipo de cinema aprecia? Aprecio um bom filme de terror dentro de uma lógica neo-realista, artistica e filosoficamente dentro do modernismo. E gosta de teatro? Gosto... e quando rompe as fronteiras do convencional, adoro. Que preferências musicais tem? Sou muito ortodoxo. Admiro a parte artística da música, mas o que me seduz é a parte estética e os movimentos sociais que se cruzam com a música. Sou fascinado por hardcore punk e as correntes que daí se originaram. E nas artes plásticas? A fotografia e a escultura seduzem-me, especialmente quanto mais urbanos e sociais forem os trabalhos. Participa nas redes sociais? Facebook avidamente. Procurem Ricardo LaVey (nome artístico) e estejam à vontade para trocar impressões.

Teatro Municipal da Guarda. 10 de setembro. 21H30 Um espetáculo/instalação multidisciplinar de dança e multimédia criado por Alicia Soto a partir de um "micro carro" de coleção, ecológico, com um design pouco comum, fabricado nos anos 60. O carro é uma metáfora, a caixa de Pandora que constitui um mundo fechado e móvel, que se desloca pela cidade.

RICARDO MARTINS Cineasta e vice-presidente da direção da AAC/OAF

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viver

vidas

Luís Fernandes, o artista das antiguidades O "ENCANTO DA FREIRIA" É O SEU (EN)CANTO DE ESTIMAÇÃO. A PAIXÃO POR PEÇAS ANTIGAS TORNOU-O NUM HOMEM SAUDOSISTA. PARA SI, A ARTE PRESERVA AS MEMÓRIAS. A ESCRITA É OUTRA DAS SUAS PAIXÕES TEXTO SÍLVIA DIOGO FOTOS MÁRIO NICOLAU LUÍS FERNANDES abriu o "Encanto da Freiria"

há 17 anos. Dedica o tempo todo à sua loja situada no largo da Freiria, na baixa de Coimbra. A paixão pela arte e por peças de antiguidade, começou desde muito cedo. "Sempre gostei desta área. Sempre fui um homem muito ligado às artes", confessa à C. Mas o seu percurso não começou no comércio. Foi na área da hotelaria que arranjou o primeiro emprego. "No meu tempo quando se saia da aldeia, depois de concluir a primária, a hotelaria era o caminho mais fácil para quemnão tinha grandes estudos e conhecimentos", recorda. "O universo era muito restrito", acrescenta. Luís Fernandes tem consciência que o comércio está a passar um momento complicado. " O comércio está a passar tempos difíceis, não sei se acabarei aqui", confessa. Para si toda a arte é especial. Gosta de todos os objetos que tem na loja. Não consegue fazer diferenciação. "Tudo o que me salta à vista eu gosto. Tenho dificuldade em escolher as peças que gosto mais", acrescenta. É um homem "cheio" de histórias de vida e, por isso mesmo, é difícil contar apenas uma. Sente orgulho na sua geração. "Continuo a sublinhar que a minha geração é muito rica. É uma geração que trabalhou muito para os pais. Eu próprio entreguei sempre os meus ordenados aos meus pais até ao mês do meu casamento. Parece surreal, mas é verdade". Os pais não se preocuparam muito com a sua educação ao longo da adolescência, mas

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teve pessoas que o ajudaram muito. "Tive uns tios em Coimbra que foram fantásticos. Ajudaram-me e apoiaram-me muito", recorda emocionado. As pessoas gostam de tudo no "Encanto da Freiria". É considerada uma loja diferente. Tem uma oferta variada. Foge ao comum. Transporta as pessoas para um mundo mágico e de memórias passadas. Uma das suas outras paixões é a escrita. Adora escrever. Se não tivesse que trabalhar todos os dias, optava por essa atividade. Para matar esse "bichinho" criou um blogue intitulado Questões Nacionais. "Sempre escrevi para os jornais e sempre gostei de intervir na vida

Tudo o que me salta à vista eu gosto. Tenho dificuldade em escolher as peças que gosto mais

pública. Sempre achei que tinha direito à minha opinião", afirma. "Há quatro anos conheci uma senhora que começou a ler os meus textos e propôs que eu fizesse alguma coisa pelo que escrevo. Foi ela que me incentivou a criar este blogue e a escrever todos os dias", recorda. Gosta de escrever sobre um tema qualquer. É uma espécie de libertação. Escreve e esquece-se de tudo. "É como uma droga para mim", realça. Gosta de escrever sobre Coimbra e usa a escrita pro ativamente em prol do bem comum. Normalmente também gosta de fotografar, no entanto, não percebe muito de fotografia. "Olho para a fotografia como uma arte. Se passo por uma pessoa que me salte à vista fotografo-a imediatamente", confessa. Para si cada texto é como um filho e sabe que quem escreve sente quando o texto é bom ou é mau. Gosta de escrever sobre histórias de pessoas anónimas. "Todas as pessoas têm uma história para contar. Às vezes pensamos que não temos nada para contar, mas não é verdade. Tenho andado a escrever sobre as histórias da minha aldeia - Barroco - e quando comecei a escrever a primeira história pensei que a minha aldeia não tinha nada para contar", afirma. "Depois de surgirem mais lembranças, descobri coisas fantásticas. É este tipo de histórias que me inspiram", adianta. Luís Fernandes conhece todos os rostos da baixa de Coimbra, quando surge uma pessoa nova fala com ela e escreve sobre ela, para partilhar a sua história.

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O poder da comunicaçã0 Para Luís Fernandes é incrivel como há tantos meios de comunicação e as pessoas não sabem levar o conhecimento ao poder. "Utilizo a minha escrita como instrumento de comunicação entre o poder e a pessoa que tem problemas", adianta.

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ideias dos outros

Estaca Zero LUÍS DE MATOS

Centenas de milhões de dólares mais tarde, pouco mudou ou sabemos…

APESAR DE hoje me referir ao que há uma década aconteceu em Nova Iorque, o título "Estaca Zero" não deve confundir-se com a expressão "Ground Zero". Sinónimo de "marco zero", a expressão "Ground Zero" utiliza-se para descrever o ponto, à superfície da Terra, mais próximo de uma dada detonação. O termo tem sido muitas vezes associado a explosões nucleares e de outras bombas de grande porte, mas é igualmente usado em relação a terramotos, epidemias e outros desastres, marcando o ponto onde os danos são mais graves ou a destruição maior. Inevitavelmente, é hoje sobretudo associado ao local anteriormente ocupado pelas torres do World Trade Center em Nova Iorque. "ESTACA ZERO" porque, dez anos depois, pouco mudou relativamente à grande maioria dos aspetos e questões levantadas com o sucedido em Nova Iorque naquela terça-feira, dia 11 de setembro de 2001. A prová-lo estão os inúmeros relatórios produzidos e as centenas de medidas neles sugeridas e que, até hoje, nunca viram a luz do dia. "ESTACA ZERO" porque continua a ser possível explodir aviões. Na verdade, a tecnologia usada no fabrico de bombas evolui mais rapidamente do que a tecnologia usada para a sua deteção. Por um lado, os terroristas só têm que fabricar meia dúzia. Por outro, a segurança dos países não pode mudar constantemente os seus sistemas de prevenção. "ESTACA ZERO" porque só agora, depois de centenas de milhões de dólares terem sido gastos, començam a reconstruir-se as torres que substituirão as gêmeas anteriores. "ESTACA ZERO" porque o mesmo sistema de comunicação que teria permitido que policias se comunicassem com bombeiros, e restantes equipas de emergência, continua

a não existir. O governo americano continua a não estar de acordo em disponibilizar uma subsecção do espectro eletromagnético que se destine à comunicação via rádio entre todas as equipas envolvidas numa determinada catástrofe. "ESTACA ZERO" porque nunca se soube o que realmente aconteceu… As teorias da conspiração relativamente ao 11 de Setembro são das mais elaboradas e documentadas. Todas alegam que os ataques ocorridos a 11 de setembro de 2001 foram autorizados ou mesmo fruto de uma operação clandestina orquestrada por uma organização com elementos dentro do governo dos Estados Unidos. A teoria da conspiração mais proeminente defende que o colapso do World Trade Center terá sido o resultado de uma demolição controlada ao invés de enfraquecimento estrutural devido ao fogo. Outra crença de destaque é a de que o Pentágono terá sido atingido por um míssil lançado por elementos de dentro do governo dos EUA ou que o avião comercial teria essa mesma função planeada. Os motivos citados pelos teóricos da conspiração incluem a necessidade de justificar as invasões do Afeganistão e do Iraque, bem como os interesses geoestratégicos no Médio Oriente. É POR ESTAS e outras razões que, apesar de volvida uma década, estamos ainda na "Estaca Zero"…


CA

PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.

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24 horas por dia, com atendimento personalizado de 2ª a 6ª, das 8h30 às 23h30; e Sábados, Domingos e Feriados das 10h às 23h.

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