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REGRESSO ÀS AULAS

ESCOLAS TEMEM NÃO CHEGAR AO FIM DO ANO LETIVO

C ESTEVE NA CERIMÓNIA

CATARINA E MALATO "SABOREARAM" MARAVILHAS DO CENTRO

• 1,50€ • REVISTA SEMANAL • 15 SETEMBRO 2011 • Nº 33

COIMBRA

OS CAMINHOS DA

DROGA

Toxicodependência é uma realidade na cidade. Apesar das incertezas em torno dos financiamentos, as instituições privadas de solidariedade social continuam a tentar combater este flagelo

CIÊNCIA

JORGE PATRÃO

INVESTIGAÇÃO "À CSI" NA BEIRA INTERIOR

"HERANÇA JUDAICA PROMOVE REGIÃO DA SERRA DA ESTRELA"

MADALENA IGLÉSIAS

"OU ESTOU ATIRADA PARA BAIXO OU ESTOU NA LUA"


C22

assinaturas@cnoticias.net


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índice

Grupo

Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304;Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%

CNotícias

Diretor:

Soares Rebelo (soares.rebelo@cnoticias.net) Chefe de Redação:

Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net)

OPINIÃO

UM DIA COM

MARKETEER

VIDAS

António Pedro Pita

Helena Albuquerque

Catarina Pereira

Madalena Iglésias

5 Editorial 8 Festival Sefardita 10 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 24 Via do leitor 25 Cartas 45 Empresário de sucesso 50 Topo de gama 56 Social 64 Viajar 65 À mesa 66 Moda 68 Vida nova 70 Cultura

Redação:

Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net)

COLUNISTAS 23 António Pedro Pita 31 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos

Colunistas:

Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Jorge Bento, José Carlos Neves, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; José Manuel Alves Fotografia:

Pedro Ramos (pedro.ramos@cnoticias.net) Direção de Arte:

Inês Abrantes e Jorge Caninhas Relações Públicas- Diretora:

Eugénia Abrantes Produção:

André Navega , Hugo Campos e Tiago Carvalho

AO MICROSCÓPIO

6 "Herança judaica ajuda a promover Serra da Estrela" Entrevista com Jorge Patrão 20 Um dia com Helena Albuquerque De sol a sol com a presidente da APPACDM 22 Que é feito de si? Ana Pires, fundadora da Pro Urbe, acredita que as redes sociais trouxeram um novo associativismo à cidade

Serviços Comerciais

SOCIEDADE

Diretor Comercial:

Luís Figueiredo (luis.figueiredo@cnoticias.net)

26 Pelos caminhos da droga Embora existam incertezas em torno do futuro, as IPSS continuam a combater a toxicodependência 32 Regresso às aulas Cortes no financiamento provocam incerteza nas escolas 37 São Mateus/FATACIS 2011: animação garantida Soure marca um encontro com a sua tradição

Técnicos de Vendas:

Fernando Gomes (fernando.gomes@cnoticias.net) José Alberto (jose.alberto@cnoticias.net) PUBLICIDADE E ASSINATURAS

CNotícias Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 Taveiro - Coimbra Tel.: 239 981 303 - Fax: 239 981 304 Tlm: 916 987 300 Email: publicidade@cnoticias.net

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pág. 32

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pág. 6

CÉREBROS

42 CSI: Universidade da Beira Interior Grupo de Toxicologia da UBI propõe-se a identificar drogas em amostras mais pequenas

DINHEIRO

46 Casino do Luso, uma ode à Belle Époque Uma viagem no tempo aos loucos anos 20

VIVER

52 Centro vitorioso nas 7 Maravilhas Queijo da Serra, Leitão da Bairrada e Arroz de Marisco conseguiram estar entre os vencedores 72 Histórias de vida de Madalena Iglésias A cantora de "Ele e Ela" recorda êxito do Festival da Canção e uma vida entre Espanha e Portugal

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15SETEMBRO 2011


editorial

Coimbra B SOARES REBELO Diretor

A cidade atravessa uma fase de debilidade contemplativa, quando já teve significativa dinâmica criadora

QUE SAUDADES, ai, ai, como diria o meu excelente e saudoso amigo Carlos Pinhão, da Coimbra da minha adolescência. Era, então, uma cidade de tertúlias, onde as pessoas se procuravam e reuniam porque se estimavam, queriam confraternizar ou procuravam entender a sociedade de que faziam parte. O café ou a taberna, outrora templo de quem tinha tempo para o copo e a cavaqueira, foram dando inexoravelmente lugar ao… bar. Resultado: já ninguém debate o divino e o humano, já não brotam, para a posteridade, desta e daquela cabeça, o talento natural, a fecunda imaginação. A mediocridade tomou conta dos dias – e, sobretudo, das noites. NAS TASCAS, concentravam-se saberes e ciências, tinham lugar reuniões culturais em que, enquanto a petinga fritava, se enfatizavam discursos, recitavam versos, contavam anedotas, trocavam confidências. Examinavam-se, ainda, à luz da verdade desnuda, os problemas da paróquia, da cidade e do mundo. Dali saíam quadros para gerir a câmara e a Confraria da Rainha Santa, a Académica ou o União, para integrar, inclusivamente, o Governo. Hoje, o espírito prevalecente é estreito, dogmático. O momento é de acelerado processo de vulgarização de uma tribo sectária e omnisciente – e, sobretudo, inquisitorial e vingativa. AS IDEOLOGIAS eram as mais variadas. No Arcádia, o sumo-sacerdote era Mota Pinto, que chegou a primeiro-ministro. Na Brasileira, a direita, com Cabral Antunes e a esquerda, com Fernandes Martins e Alfredo Vilaça, cavavam espaços. No Trianon, Fausto Correia, Vital Moreira e Manuel Queiró disputavam, entre outros, protagonismo relevante na política nacional.

Liberais, tradicionalistas, esquerdistas, anticlericais - pelas tertúlias se conhecia a tensão e cor das tendências. Eram tempos apaixonados – mas pitorescos. HOJE , tudo isso desapareceu do imaginário conimbricense. Esfumou-se a cidade pensante e sábia. A maior parte da população alimenta-se, agora, intelectualmente, de frivolidades. Como nos versos de Alberti, chegaram os engenheiros, acabaram-se as tertúlias. PEDRO, o Cruel, mandava cortar as flores que cresciam mais que as outras. Hoje, por cá, tal e qual. John Wayne assustava os cães trincando os cubos de gelo do uísque. Há também por aí quem tenha herdado a postura. Aristóteles preconizava que a cidade ideal nunca deveria ter mais de cinco mil habitantes. Em seu entender, a única forma de garantir uma covivência sã era os vizinhos conhecerem-se todos uns aos outros. Ora, Coimbra, embora ainda não tenha crescido em conformidade com as infraestruturas de que dispõe e os serviços que presta, tornou-se uma urbe praticamente sem valores, em que imperam a autosuficiência e o egoísmo. COIMBRA , com os seus "mariachis" e exilados da política nacional, ganhou um aspeto impreciso, um conteúdo suspeito. É praticamemnte proibido ser-se brilhante, desconfia-se do carisma, é difícil a alguém, com talento, crescer. A cidade atravessa uma fase de debilidade contemplativa, quando já teve significativa dinâmica criadora. Não há ideias novas, escasseiam as estratégias claras. Tudo se passa, agora, na Praça da República. A outra Coimbra é um autêntico lar de velhos.

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atual

ao microscópio

JORGE PATRÃO

Herança judaica promove região da Serra da Estrela DESCENDENTES DE JUDEUS ESPALHADOS PELO MUNDO VÃO PODER DESCOBRIR, DE 18 A 21 DE SETEMBRO, AS SUAS RAÍZES EM BELMONTE, GUARDA E TRANCOSO. O II FESTIVAL SEFARDITA VISA, DIZ O PRESIDENTE DA TURISMO SERRA DA ESTRELA, REFORÇAR A ROTA DAS ANTIGAS JUDIARIAS TEXTO SOARES REBELO A herança judaica continua a merecer grande destaque nas atividades promocionais do turismo na região da Serra da Estrela. Porquê? Temos um passado judaico que muito contribuiu, desde há cinco séculos, para o desenvolvimento desta região. Queremos honrá-lo. Trabalhamos ainda para que as marcas por cá

deixadas enriqueçam a nossa oferta turística, designadamente junto dos núcleos de judeus espalhados pelo mundo. Que tem sido feito, de concreto, para captar essa atenção? Criámos, nomeadamente, a Rota das Antigas Judiarias, ligando Belmonte à Covilhã e à Guar-

da, cidades onde, nos respetivos cascos históricos, persistem marcas dessa época, passando por Trancoso, Celorico da Beira, Linhares da Beira, Fornos de Algodres e Gouveia. Ainda há quem conserve, por cá, os velhos rituais? Em Belmonte, a comunidade local, com cerca de 200 fiéis, continua a cumprir a tradição. Terra natal de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, soube conservar, secretamente, ao longo dos séculos, algumas das tradições originais. Que se mantêm. E além disso? Em Belmonte está aberto, desde 2005, o primeiro espaço histórico e cultural do nosso país onde se perpetua a identidade hebraica nacional. Muitas das peças lá arroladas estiveram muito tempo escondidas para evitar as perseguições da Inquisição. Em Belmonte foi também construída, em 1997, a sinagoga Bet Eliahu, aberta ao público em geral. O ano passado realizou-se o I Festival Internacional da Memória Sefardita, vai agora ter lugar a segunda edição. Qual o objetivo? Faz parte da estratégia que temos vindo a seguir na Serra da Estrela tendo em vista combater a sazonalidade da neve. Entendemos que a região apenas poderá vender-se com êxito com base numa oferta assente na genuinidade. Decidimos, por isso, apostar fortemente no turismo cultural, potenciando a nossa identidade histórica.

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Há atualmente cerca de 13 milhões de judeus no mundo, estamos a ganhar credibilidade na diáspora judaica, acredito num bom retorno em termos turísticos

Há retorno externo? Esperamos que o caráter internacional do evento incremente, realmente, a visibilidade da Serra da Estrela junto da imprensa internacional, que desde o primeiro momento acompanhou e tem desenvolvido de forma concertada a evolução desta temática. Aposta, portanto, na resposta da diáspora judaica. Inequivocamente. Há atualmente cerca de 13 milhões de judeus no mundo, estamos a ganhar credibilidade junto deles, ouve-se lá fora falar cada vez mais de Portugal, acredito num bom retorno em termos turísticos. O setor privado tem correspondido? Sem dúvida. Está já inclusivamente garantido um investimento de 66 milhões de euros, cujo projeto inclui a construção de um hotel de cinco estrelas voltado para o mercado internacional judaico, um campo de golfe e um museu mineiro. O complexo, situado entre Belmonte e a Guarda, está a ser desenhado pelo conhecido arquiteto canadiano Frank Gehry, responsável

pelo Museu Guggenheim, em Bilbau, e o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles. O encontro do ano passado contou com a participação de destacados historiadores, operadores turísticos e especialistas internacionais sobre a herança judaica. E este ano? No ano passado trouxemos realmente muita gente, para recordar, sobretudo, algumas personalidades portugueses ligadas à história judaica, como a banqueira Grácia Nassi Mendes, que foi uma das personalidades europeias com maior poder económico na sua época. Desta vez, o orçamento, devido à crise, teve de ser reduzido, mas contamos, ainda assim, para lá da presença de representantes de várias embaixadas, com destaque para as de Israel, Hungria e Brasil, com a participação de diversos especialistas altamente qualificados. Quem representará o Governo? Neste momento, temos já garantida a presença do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.

Que temas serão abordados durante este encontro? Desde logo, a ação do embaixador Carlos Sampayo e do secretário Alberto Branquinho, na Hungria, durante a II Guerra Mundial, que contribuiu para salvar mais de mil judeus. Recordar-se-á, ainda, a obra de resgate do capitão Barros Basto, que no princípio do século XX iniciou uma ação para recuperar a identidade judaica portuguesa. Essa história será contada pela neta, Isabel Lopes. A iniciativa é para continuar, nos próximos anos? É essa a nossa ambição. O festival ajudará a credibilizar não só o destino Serra da Estrela, mas o nosso próprio país. Tivemos há dia entre nós o jornalista Marvin Howe, do New York Times, que cá veio recolher material para um artigo, precisamente sobre as marcas que a comunidade judaica deixou nestas terras do interior de Portugal. A sua publicação em tão conceituado jornal americano constituirá, sem dúvida, outra significativa mais-valia no âmbito da nossa promoção turística.

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ao microscópio

festival sefardita

ARISTIDES DE SOUSA MENDES

"O CÔNSUL DE B

Mor Karbasi canta em "ladino" UM DOS PONTOS altos do festi-

val sefardita será a atuação, no dia 18, no Teatro Municipal da Guarda, da cantora israelita Mor Karbasi, que se iniciou nos palcos de Londres. A jovem artista, de 22 anos, cantará em "ladino", língua equivalente ao português e ao espanhol de há 500 anos, que, segundo Jorge Patrão, aprendeu numa transmissão oral, de pais para filhos. Mor ganhou novos fãs para a música sefardita com o seu vasto repertório - composto por músicas antigas e tradicionais inspiradas na cultura judaica do século XV, que descobriu para um público mais amplo. "Não

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queremos apresentar a música sefardita como parte de museu empoeirado. Não estamos tentando reanimá-la, ela não está morta. Tentamos torná-la, isso sim, acessível a um vasto público que a merece", sublinha a artista. Mor Karbasi conta já com 40 concertos no Reino Unido, Estados Unidos, França, Espanha e Itália, incluindo festivais Larmer Tree Festival e Wynchwood e o Chicago World Music Festival, entre outros. Os bilhetes para o concerto deverão ser levantados no Teatro Municipal da Guarda até amanhã e estão limitados à capacidade da sala.

O FESTIVAL será ta mbém marcado pela antestreia do filme "O Cônsul de Bordéus". A apresentação está marcada para segunda-feira, 19 de setembro, às 21H30, no Teatro Municipal da Guarda (TMG). "Este filme vai ser algo importante e estamos a tentar que tenha uma dobragem em Hollywood, para que tenha uma distribuição mundial", revela Jorge Patrão.

A prelícula, sobre o Acto de Consciência do diplomata Aristides de Sousa Mendes, foi rodado em Viana do Castelo pelos realizadores Francisco Manso e João Correa, da produtora Take 2000. "O Cônsul de Bordéus" é protagonizado por Vítor Norte, no papel de Aristides de Sousa Mendes, o diplomata português que, à revelia de Oliveira Salazar, atribuiu cerca de

Câmara de Carregal do Sal quer restaurar Casa do Passal A câmara de Carregal do Sal pretende concretizar a deliberação de compra da casa de Aristides de Sousa Mendes pelo "preço simbólico" de um euro, apesar da polémica que envolve os órgãos da Fundação com nome do cônsul português. O autarca Atílio Nunes reconhece que a Casa do Passal, na freguesia de Cabanas de Viriato, trará encargos para a câmara, mas entende tratar-se da única solução para a recuperar, através de uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

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II Festival

DE BORDÉUS" Enquanto cônsul de Portugal em Bordéus, Aristides Sousa Mendes conquistou os favores da história ao impedir que milhares de judeus fossem enviados para os campos de extermínio nazis, passando-lhes vistos de trânsito para poderem abandonar a França, rumo ao nosso país

trinta mil vistos a refugiados perseguidos pelo regime nazi, em 1940. Ao tomar a decisão de seguir a sua consciência e conceder vistos a toda a gente, contrariando as ordens do Governo de Salazar, o antigo cônsul de Por tugal em Bordéus ajudou milhares de judeus e outros refugiados a escapar da França no momento da invasão e a encontrar refú-

gio em Portugal. Existe, aliás, bastante espólio a comprovar os feitos de um homem que, enquanto cônsul-geral de Portugal em Bordéus, conquistou os favores da história ao impedir que milhares de pessoas fossem enviadas para os campos de extermínio nazis, passando-lhes vistos de trânsito para poderem abandonar a França.

Mercado de produtos kosher Na vila de Belmonte existe a última comunidade peninsular de origem cripto-judaica que sobreviveu até aos nossos dias. No âmbito do Festival Internacional da Memória Sefardita, a câmara municipal decidiu realizar um mercado de produtos kosher, no dia 18 de setembro, a partir das 15H00, na Rua Fonte Rosa. O certame pretende promover e dinamizar os produtos kosher produzidos na região e dar a conhecer a gastronomia e o artesanato. O mercado conta com o contributo da Comunidade Judaica de Belmonte e do seu rabino, Elisha Salas.

18 de setembro BELMONTE

15H00 - Mercado de Produtos Kosher em Belmonte 21H00 - Mor Karbasi ao vivo, Teatro Municipal da Guarda

19 de setembro GUARDA

09H30 - Sessão de abertura, Teatro Municipal da Guarda 10H00 - Apresentação da Rede Nacional de Judiarias 11H00 - Coffee break 11H30 - Continuação dos trabalhos 13H00 - Almoço 15H00 - Os Justos Portugueses da II Guerra Mundial A ação de Carlos Sampayo Garrido e Alberto Branquinho na Hungria 16H00 - Coffee break 16H30 - Continuação dos trabalhos 21H30 - Exibição do filme "O Cônsul de Bordéus", Teatro Municipal da Guarda

20 de setembro TRANCOSO

09H30 - Inauguração da mostra do espólio do capitão Barros Basto, Convento dos Frades 10H00 - A obra do resgate do capitão Barros Basto, Convento dos Frades 11H00 - Coffee break 11H30 - Continuação dos trabalhos 12H30 - Almoço 15H00 - Continuação dos trabalhos

21 de setembro 10H00 - Visitas temáticas Encerramento do festival

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A PROFESSORA catedrática Ana-

bela Rodrigues é, desde terça-feira passada, a nova diretora da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Trata-se da primeira mulher a assumir o cargo, em que sucede a António dos Santos Justo. Incumbir-lhe-á, entre outras funções, assegurar a presidência dos conselhos científico e pedagógico, elaborar o orçamento e o plano de atividades e liderar os serviços da faculdade. Docente de Direito e Processo Penal, Anabela Rodrigues é membro do Conselho Superior da Magistratura e da Associação Internacional de Direito Penal.

Capeia arraiana património cultural Na sequência do pedido de inscrição da capeia arraiana, tourada típica do Sabugal, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, iniciou-se esta semana o processo de consulta pública. Os interessados têm 30 dias para se pronunciarem sobre o assunto junto da Comissão para o Património Cultural Imaterial.

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elevador do mercado

Teatro no Mosteiro cativa o público

JOÃO GABRIEL SILVA está

empenhado em fazer regressar à Universidade de Coimbra cientistas portugueses a trabalhar no estrangeiro.

A ENCENAÇÃO "Inês", que tem

sido apresentada pelo grupo Fatias de Cá, aos sábados, no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, tem contribuído para uma verdadeira "festa do património", garante Artur Côrte-Real, coordenador da equipa de projeto do mosteiro. "A peça tem ultrapassado todas as expectativas, com todos os espetáculos esgotados e um enorme contentamento por parte do público", afirma. As cenas, criadas a partir de João Aguiar, são representadas em vários espaços do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha sendo, a meio da atuação, servido um jantar. O local escolhido para a encenação dificilmente podia ser mais perfeito. Recorde-se que foi a paredes meias com o Mosteiro, no antigo Paço da Rainha, que Inês de Castro viveu algum tempo com D. Pedro e os filhos de ambos. Neste local, os seus amores conheceram também o trágico fim.

JOÃO MARQUES não teme a interioridade. A Comunidade Intermunicipal do Pinhal Interior Norte está apostada no bem-estar de quem lá vive.

"A magia do espaço e a sua carga simbólica, a par da qualidade do grupo de teatro, têm proporcionado momentos de grande emoção", conclui Artur Côrte-Real. BV

Exploratório com novos desafios

Concelho da Lousã na TV brasileira

As visitas ao Exploratório Infante D. Henrique - Centro Ciência Viva de Coimbra vão incluir a visualização de um curto filme 3D sobre moléculas de água no corpo humano, produzido em parceria com a Take The Wind. Outra novidade, em matéria de visitas, é a criação de um bilhete de família.Ainda este mês, arrancará também o concurso "Crianças na ribalta da Ciência", em parceria com a RTP2 e com apoio do programa COMPETE, e "A noite do investigador europeu". Em breve, será divulgado o novo programa "Aula prática no Exploratório".

O programa "Giro", do canal brasileiro TV Record, recentemente gravado no concelho da Lousã, será exibido este sábado, a partir das 14H30. Aldeias do xisto, oferta cultural e gastronómica, património natural e edificado, praias fluviais, desenvolvimento económico, movimento associativo e o projeto "Lousã, Destino Turístico Acessível" serão os principais tópicos a abordar na reportagem. De realçar que este programa da TV Record usufrui de uma forte audiência internacional, especialmente nos mercados brasileiro, holandês, alemão e espanhol.

LUÍS LEAL tem sabido atrair investimento a Montemor-o-Velho. O concelho, marcado pela ruralidade, é já, em população, o quarto do distrito.

a subir

Mulher dirige pela primeira vez Direito em Coimbra

sete sóis, sete luas

a descer

ao microscópio

15SETEMBRO 2011

PAULO MACEDO quer redu-

zir o número de transplantes. A posição economicista do ministro da Saúde está a preocupar médicos e doentes.


15.º FESTIVAL INTERNACIONAL

Magia de volta às ruas de Coimbra

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1 - Andrély 2 - Jessica Guloomal 3 - Chan-Tun 4 - Yunke 5 - Dani Daortiz 6 - Mago Vituco 7 - Florette 8 - Roxanne 5

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A CIDADE dos estudantes está a receber o Festival Internacional de Magia de Coimbra, que este ano realiza-se pela 15.ª vez. Nove mágicos, provenientes de cinco países diferentes, estão a multiplicar-se por todos os recantos de Coimbra, desde terça-feira, dia 13, do Hospital Pediátrico ao Estabelecimento Prisional, passando pelo Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) às ruas da cidade. Os espetáculos terminam no domingo. Dani Daortiz, Yunke, Jessica Guloomal e Mago Vituco são os quatro espanhóis que integram, este ano, durante esta semana, o programa dos Encontros Mágicos – Festival In-

ternacional de Magia, a acontecer em diferentes espaços e ruas de Coimbra. A Câmara de Coimbra voltou a confiar à Luís de Matos Produções, Lda a organização do maior e mais prestigiado evento que, na área artístico-cultural, se realiza no continente europeu. As ruas da cidade recebem 50 atuações, no TAGV acontecerão duas grandes galas internacionais de magia - na sexta-feira e no sábado, às 21H30 - e, ainda, nos restantes espaços, decorrerão mais oito representações. Hoje, pelas 10H30 há magia de rua no Largo da Portagem, às 14H30 na Rua Visconde da Luz e às 17H30 na Praça 8 de Maio. MV

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Luís de Matos continua a ser o principal organizador do festival


ao microscópio

sete sóis, sete luas

visita de

Autorizada queima de resíduos industriais perigosos em Souselas

médico

O TRIBUNAL Administrativo e

COM O INÍCIO de um novo ano

vêm também uma série de angústias para filhos e pais. É comum ouvir os jovens referirem que não conseguem atingir o que lhes foi proposto pelos pais. Esta angústia é acompanhada muitas vezes pela sensação de frustração e insucesso que de forma discreta mina a imagem que têm de si, destruindo a confiança neles próprios. A angústia dos pais passa pelo receio de os filhos não atingirem as metas traçadas por eles: ser dos melhores da turma, estar no quadro de honra, não tirar aquela nota brilhante que dará o passaporte para a prometida PlayStation. Muitas vezes, os pais criam o caminho dos filhos, sem a participação destes, em função daquilo que gostariam de ter feito e atingido, esquecendo-se da singularidade de cada criança e daquilo que de facto esta pode dar. Seria mais importante, antes de lhe pedir "aquela" nota, ensiná-lo a traçar metas de acordo com as suas capacidades, a ser flexível quando errar, a superar os obstáculos com um sorriso, a ser criativo perante um desafio e educá-lo não para ser o melhor, mas para ultrapassar os seus limites interiores, não pelos pais e colegas de turma, mas por ele próprio. Antes de pedir, ensine que o amor por si próprio é incondicional e nunca dependerá de uma nota.

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"Noite gélida em Castelo Branco" A CURTA METR AGEM "Noite

gélida em Castelo Branco", realizada, escrita e produzida por Luís Diogo, vai ser apresentada a competição no festival internacional de cinema de Fieri, no sudoeste da Albânia, que decorre de 22 a 25 de setembro. O filme, rodado em Castelo Branco em julho de 2010, é a única produção portuguesa nesta competição, que junta filmes oriundos de mais de 50 países.

Cimenteira continuará a queimar resíduos industriais perigosos

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mil milhões de euros é o valor dos empréstimos do BCE aos bancos portugueses

31.700

veículos transitam diariamente, em média, na A1.

18,2%

foi quanto já perdeu este ano o PSI20 da Bolsa de Lisboa

AS PRESTAÇÕES dos empréstimos

para habitação indexados às Euribor não deverão manter a tendência de subida registada nos últimos meses, podendo mesmo baixar.

má notícia

O que lhe vai pedir neste ano letivo?

boa notícia

DIANA GASPAR DUARTE Psicóloga clínica

Fiscal de Coimbra decidiu viabilizar a coincineração na Cimpor, em Souselas. Entre os autores das ações populares contra o processo estão o cirurgião Manuel Antunes (conselheiro do Presidente da República na área da saúde) e o antigo eurodeputado do PSD Manuel Porto (presidente da Assembleia Municipal de Coimbra). Segundo o advogado Castanheira Barros, a posição do juiz é ilegal, porque decidiu sem que tivesse sido realizada a audiência de julgamento, impedindo o Grupo de Cidadãos de Coimbra de "fazer prova dos graves danos que resultam da coincineração de RIP para a saúde pública e para o meio ambiente".

Safra do sal recriada em Aveiro O ECOMUSEU da Marinha da

Troncalhada, em Aveiro, recriou o encerramento da safra do sal, com uma centena de participantes trajados a rigor. A iniciativa, promovida pela câmara, teve como objetivo contribuir para a preservação e salvaguarda da identidade aveirense, bem como das memórias alusivas à salicultura, outrora com forte peso económico no concelho.

O MINISTÉRIO da Educação suspen-

deu obras em 129 escolas, incluindo alguns liceus centenários. A decisão provoca a extinção de 20 mil postos de trabalho na construção civil.

15SETEMBRO 2011


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ex(sic)tações

ao microscópio

toma lá dá cá Vamos respeitar o compromisso com os eleitores, fazendo as reformas necessárias para que o país consiga superar a crise.

Inicialmente era a redução da despesa e o ajustamento do IVA, depois só a subida do IVA e agora seja o que Deus quiser.

PASSOS COELHO, primeiro-ministro

FERNANDO SERRASQUEIRO, deputado PS

frases desfeitas Se os mercados continuarem a mandar, vamos ao fundo e então vai haver uma revolução. Mas uma revolução a sério.

Uma revolução com mortos e tudo isso?

MÁRIO SOARES, ex-presidente da República

NORBERTO CANHA, médico

Portugal é uma estufa permanente. Maravilha! Assim não vamos ter inverno.

O Governo teima em entregar os últimos anéis da coroa abençoados pelos socialistas, numa altura em que os negociantes inteligentes aguardam tal como os abutres, porque os preços estão rastejantes. HORÁCIO PINA PRATA, empresário

Passos Coelho sabe o que o medo vale. Vai daí saca do bicho-papão. FRANCISCO QUEIRÓS, vereador CDU da Câmara de Coimbra Não será, antes, do bicho-da-seda?

Embora para muitos o 13 seja um número de azar, acreditamos que em 2013 podemos recomeçar de cabeça levantada. SERPA OLIVA, deputado do CDS/ Coimbra

Apesar da crise, os bancos continuam despudoradamente a incitar os clientes ao consumo. NOBRE CORREIA, professor da Universidade Livre de Bruxelas Ora, que mal tem os pobres fazerem vida de ricos?

Uma xenófoba paranoia invadiu-nos a todos. CARLOS AMARAL DIAS, diretor do Instituto Superior Miguel Torga A todos não, os homens não são todos iguais. Apenas são feitos da mesma maneira...

Há quem, se fosse ave, seria coruja.

Há de facto quem não tema coisa nenhuma. Nem o castigo de Deus...

aí uma “ Vem corrida de fundo

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO

FRANCISCO LOUÇÃ

Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Redação C

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15SETEMBRO 2011

JERÓNIMO DE SOUSA

Resposta certa: António José Seguro

quem foi que disse?


acredite se quiser

Casais com filhas separam-se mais Não parece muito, mas a diferença está lá. Os casais cujos filhos são raparigas têm mais 5% de hipóteses de se divorciarem, quando comparados com os casais com filhos do sexo masculino. E quanto mais filhas, pior a tendência. Os dados começaram a ser analisados em 2003 por Gordon Dahl, da Universidade de Rochester, e Enrico Moretti, da Universidade da Califórnia. Além de quantif icar a diferença nos divórcios dos pais conforme o sexo dos filhos, os investigadores perceberam que a tendência de divórcios aumenta à medida que aumenta o número de raparigas na família. Ou seja, os pais de três filhas têm 10% mais hipótese de se separarem do que os pais de três rapazes.

Sexo também sofre com a crise Até o sexo sofre com a crise? A resposta é: "sim, sofre". Segundo a sexóloga Marta Crawford, "apesar da pessoa poder viver

Jumbo continua a registar preços mais baixos

Paixão pode ter efeito da cocaína Quando uma pessoa fica apaixonada, 12 partes do cérebro libertam substâncias químicas que levam às mesmas sensações eufóricas provocadas pelo consumo de cocaína, segundo investigadores da Universidade de Siracusa, nos Estados Unidos. Com base em estudos sobre as reacções cerebrais de pessoas apaixonadas - avaliadas através de ressonância magnética - os especialistas notaram que apaixonar-se pode levar um quinto de segundo e, em seguida, o cérebro começa a libertar substâncias indutoras de euforia, como a dopamina, a oxitocina, a adrenalina e a vasopressina. As análises apontam que diferentes partes do cérebro são envolvidas pelo amor - no caso da paixão, principalmente a associada à recompensa - mas a verdade é que o coração também é afetado.

Homem só tem 66 cm de altura O homem mais pequeno do mundo tem 66 centímetros e vive no Nepal. Fez agora 19 anos e viu o nome inscrito no Liv ro do Guiness. É quatro centímetros mais bai xo do que o anterior recordista. Os pais não sabem por que razão o filho não cresceu, já que o irmão tem uma estatura normal. O novo recordista já está a habituar-se às câmaras de te-

PREÇOS/KG/L

Tigres reduzidos a pele e osso

PELO MENOS 1069 tigres foram mortos ao longo da última década para comércio ilegal de peles ou ossos, revela um relatório da rede de monitorização desta atividade TRAFFIC. O número significa que desapareceu metade da população selvagem destes animais. O relatório "Reduzidos a pele e osso" revela que Índia, China e Nepal foram as regiões onde mais se encontraram partes de tigre, nomeadamente peles completas, ossos, carne, dentes e crânios. São utilizadas por muitas culturas para decoração, medicina tradicional e amuletos.

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O hipermercado Jumbo volta a oferecer o cabaz de compras mais barato, no que respeita aos produtos selecionados, nesta semana, pela revista C. A diferença entre o valor mais baixo e o mais alto é, no entanto, de apenas 18 cêntimos.

levisão. Foi escolhido pelo Governo de Katmandu para ser a estrela de uma campanha para promover o turismo no Nepal.

:(

bolsa da praça

um momento de descontração que dá energia e bem estar e, além disso, sem custos, a verdade é que, em momentos de grande preocupação, principalmente as mulheres rejeitam este tipo de intimidades". Ou seja, em tempos de crise o desejo também fica em défice e os casais tendem a não o praticar, afirma a sexóloga, que no entanto ressalva que nem todos reagem da mesma maneira. No entanto, sublinhou a especialista, "também há muitos homens que vivem muito mal esta ansiedade e que ficam com problemas de disfunção erétil".

mais barato

Preços em 10.09.11 Das 12H00 às 14H00 15


ao microscópio

praça de táxis O distrito de Coimbra tem bons restaurantes?

ÁLVARO MOREIRA

Tem bons e maus sítios par a co mer. Mas acho que existem mais bons restaurantes, que maus. Só que alguns são muito elitistas e assim há muita gente que não os pode frequentar, por falta de dinheiro.

retrato falado

figura da semana

TERESA MENDES O INSTITUTO Pedro Nunes acaba de conquistar mais um prémio internacional, desta vez o "selo" de qualidade de BIC - Business Innovation Centre. A DISTINÇÃO contempla a contribuição do IPN para a criação de novas gerações de Pequenas e Médias Empresas inovadoras e para o desenvolvimento e modernização das empresas existentes. O INSTITUTO, ligado à Universidade de Coimbra e a cuja direção preside a professora Teresa Mendes, já havia sido considerado, no ano passado, o melhor centro incubador de empresas do mundo.

menções honrosas HÉLDER SANTOS

Acho que não há muitos restaurantes bons. Sítios melhores, mais finos, há poucos e a comida é quase toda igual, não há variedade. Mas restaurantes para comer pratos simples, do dia-a-dia, há muitos.

Vítor Catarino

Mário Frota

O PRESIDENTE da Gira Sol levou

O PRESIDENTE da Associação Portuguesa de

a coletividade de Febres, com135 atletas federados, em todos os escalões etários, à conquista, em 2010/2011, de 42 medalhas nacionais - 15 em ouro, 16 de prata e 11 de bronze.

Direito de Consumo, com sede em Coimbra, foi homegeado no Brasil. Motivo: o contributo que prestou à elaboração do código brasileiro de defesa do consumidor.

debate EDUARDO SECO

O distrito de Coimbr a é um bom exemplo, nesta área, porque tem sítios para almoçar e jantar de todos os tipos e todos são bons. A fiscalização fez uma razia e os que não prestavam fecharam.

Duvido. Considero essa projeção inserida num otimismo excessivo. Tenho todavia esperança que a situação melhore, até lá, significativamente. É preciso reduzir a despesa do Estado, portanto tudo vai depender dos cortes em 2012.

Superar a crise não é uma questão de fé, é uma qestão de ação. O que tem de fazer-se é mudar o paradigma economicosocial. É preciso que a economia esteja ao serviço das pessoas. Se assim for poderemos, pelo menos, ficar melhor.

Crise estará ultrapassada, como garante o Governo, em 2013? BASÍLIO SIMÕES, CEO da ISA

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ANTÓNIO ARNAUT, advogado

15SETEMBRO 2011


se eu mandasse

saudades de

"Promovia a regionalização"

coimbra

saudade? Pelo contrário. A melancolia inerente ao Fado de Coimbra aperta ainda mais o coração, especialmente a quem, como eu, vive a mais de oito mil quilómetros de Portugal.

EMANUEL GRAÇA Editor chefe da revista Macau Business

Que recordações guarda, aí, no Oriente, da cidade de Coimbra? Evidentemente, a vivência dos quatro magníficos anos que lá passei como estudante. Foram momentos estruturantes, a nível formativo e cívico. Tem alguma estratégia para diminuir a distância? Como antigo elemento da Real República Ay-Ó-Linda, vou recebendo na volta do correio os convites para o centenário e novas sobre a casa. Além disso, porque estive ligado à Secção de Jornalismo da Associação Académica, vou também lendo no site do jornal "A Cabra" as últimas da academia e da cidade. O Fado de Coimbra é um bom antídoto para a

Tem algum local da cidade que considere emblemático na sua história pessoal. Qual? Por vários motivos, a Real República Ay-Ó-Linda, onde morei durante mais de três anos e que foi uma intensa escola de vida, partilhada com pessoas ímpares. Soma-se a Secção de Jornalismo da Associação Académica, onde tive a possibilidade de tornar muitos sonhos em realidade e de colaborar com um grupo espetacular.

Artur Pires, ex-responsável pela delegação da RTP em Viseu FAZIA tudo para que os portugueses gostassem do seu próprio país. Há países onde todos os dias as crianças chegam à escola, cantam o hino e hasteiam a bandeira. Por cá, bastava uma vez por semana, a partir do pré-escolar. Acho que só com isto resolvia metade dos problemas com que nos confrontamos.

CREDIBILIZAVA a classe política, aproximando os eleitos dos eleitores e responsabilizando-os diretamente por sucessos e fracassos da governação do país.

VIRAVA-ME para o mar e para o solo. É aí que está a maior riqueza do país, é esse, inequivocamente, o destino para que temos de voltar-nos.

PROMOVIA uma profunda reforma administrativa, onde incluo um projeto sério de regionalização, que esbatesse as assimetrias entre o interior e o litoral e reforçasse a coesão

nacional.

Virava-me para o mar e para o solo. É aí que está a maior riqueza do país

C189

"Ouvir fado aperta mais o coração"

Quando regressa a Coimbra encontra sempre alguma coisa diferente? Porque estou a viver no estrangeiro, não me é possível visitar a cidade com regularidade. Quando o faço, são óbvias as novidades; porém, os locais aos quais me sinto intimamente ligado continuam inalterados. Talvez a mudança mais flagrante seja na paisagem humana; é estranho voltar a sítios que foram nossos de forma tão intensa e vê-los tomados por caras desconhecidas. No entanto, esse é o ciclo da vida.

Se tivermos em conta outras cidades, Coimbra é... Saudade.

17


confidencial

ao microscópio

FESTA ADIADA...

Foi a grande história deste verão, a aposta feita por vários munícipios da região na publicidade à sua maravilha. Camião, computadores com apelo ao voto, tudo se tentou. No dia da fatídica eleição, o prato ficou de fora. E a "maior festa de sempre na vila", prometida por um dos autarcas mais empenhados na eleição, acabou por não existir. Olhem, melhor sorte para o ano.

... SORTE TEVE QUEM COMEU ANTES

lente... de contato

No almoço desse dia, ainda antes da dita promessa da festa, uns quantos excelsos convidados tiveram direito a manjar do prato, tão típico e inerente à cultura da região. A refeição foi preparada a preceito, tudo batia certo com as iguarias do local. Só a água destoava, já que era... da Chamusca. Seria para dar sorte à noite?

Da capital das rotundas chegam notícias preocupantes. Um membro das forças de segurança da cidade andou a mostrar o que não devia. E os populares foram atrás, educar o policial.

Pergunta: Quem é a apresentadora de TV que combina roupa interior laranja com um vestido esverdeado? APROVADO

Pedro Machado

O presidente da Região de Turismo do Centro tem motivos para estar orgulhoso. A participação do Centro nas 7 Maravilhas foi um sucesso, embora tenham ficado de fora alguns pratos emblemáticos. A região sai reforçada com este sucesso. Nota 14

7 MARAVILHAS DU CIRQUE DU SOLEIL? Num concurso que pretendia mostrar a gastronomia e, por extensão, a cultura portuguesa, a final das 7 Maravilhas levantou questões interessantes. Estado algo alterado dos apresentadores à parte, o espetáculo final pouco ou nada mostrou de Portugal. Em época de crise, fica mal o esbanjamento de fundos para contratar... palhaços saltitões.

VENCEDOR DUAS VEZES

Por cada 14 que não têm sorte, há sete que ganham. E desses sete, apenas um consegue uma dupla vitória. Este feliz contemplado viu o seu produto ser um justo vencedor, mas não se contentou com isso. Conhecido pelo seu bom gosto na hora de escolher companhias femininas, este homem conseguiu ir ainda roubar uma fotinha com a apresentadora do evento. Que inveja, caríssimo amigo.

espelho meu

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15SETEMBRO 2011

REPROVADO

Vítor Gaspar

O ministro das Finanças tem aparecido, muitas vezes, para anunciar aumentos. Na última semana desdobrou-se em entrevistas para falar dos seus planos. Os portugueses ficaram na mesma. Afinal o que fecha e deixa de ser comparticipado? Nota 7


C173


ao microscópio

um dia com

08H00 A levar o filho mais velho à carrinha da APPACDM

HELENA ALBUQUERQUE PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PAIS E AMIGOS DO CIDADÃO DEFICIENTE MENTAL

SEMPRE LIGADA À MATEMÁTICA, ADORA ENSINAR. PRESIDE TAMBÉM A APPACDM, UMA ASSOCIAÇÃO QUE SE DEDICA TODOS OS DIAS AO CIDADÃO DEFICIENTE TEXTO E FOTOS SÍLVIA DIOGO SÃO 08H00. Helena Albuquerque aguarda a nossa chegada à porta do prédio onde vive e, mal chegamos, a presidente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) recebe-nos com um ar feliz e descontraído. A seu lado está o João, o filho mais velh0, de 27 anos, que sofre de Sindrome de Down. "Está na altura do João ir a caminho do centro de atividades ocupacionais de S. Silvestre. Estamos à espera da carrinha da APPACDM", explica. Helena Albuquerque dirige-se, de seguida, ao Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra, para mais uma aula semanal. "Licenciei-me em 1982. Sempre gostei muito das atividades ligadas ao ensino. Se há coisa que gosto de fazer na vida é ensinar. E acho que o faço bem", garante. Ensinar é uma das fontes de compensação que encontrou para si própria. Começou a carreira no ensino e, mais tarde, concluiu a licenciatura do ensino científico. "Tudo correu normalmente. Tirei o mestrado e o

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doutoramento. Tudo o que faço profissionalmente dá-me muito prazer", confessa à C. Outra das suas atividades favoritas é a investigação. "Também gosto muito de investigar.

Vivemos a pensar no futuro e ao mesmo tempo a pensar em coisas do passado. Não conseguimos desfrutar o valor do presente

Dá-me um prazer extraordinário", sublinha. Depois da primeira aula da manhã, Helena Albuquerque recebe alguns alunos para tirar dúvidas e lê o correio eletrónico e alguns despachos. Depois, o destino é a sede da APPACDM, onde tem agendadas duas reuniões para resolver problemas que vão surgindo diariamente. A sua ligação à APPACDM começou de uma forma muito natural. "Quando eu tinha 23 anos, tive o meu primeiro filho, que nasceu com Sindrome de Down. Posso afirmar que esse foi o meu primeiro interesse pela associação. Houve uma altura em que eu sentia uma dor profunda. Ao início foi difícil aceitar que tinha um filho diferente daquilo que esperava", confessa. "Sabemos que é uma criança que não nasceu como os outros filhos. Não vai ter uma vida independente. Vai depender sempre de alguém", acrescenta. "Ao início a dor era muito forte. É como se tivessemos perdido um filho. Foi um processo de gostar de um filho que não estávamos à

15SETEMBRO 2011


10H30 A dar aulas no Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra

12H00 Chegada à sede da APPACDM

espera. Aprendemos a gostar do nosso filho à medida que ele foi crescendo", recorda. Com os anos, Helena habituou-se à ideia e aprendeu a amar aquele filho com tudo o que ele tem de bom para ensinar. Sempre teve a ajuda da família. Quer a sua família, quer a do marido, estiveram sempre unidas para ultrapassar a primeira fase do processo. "Pouco a pouco, começámos a vê-lo crescer, a ver como ele é e a valorizá-lo naquilo que tem de bom. Aprendi duas coisas fundamentais com este meu filho que não aprendi com os outros. Primeiro, aprendi com ele a valorizar o presente. O João vive muito o presente. Não vive o passado e o futuro. Nós, com toda a nossa inteligência, não conseguimos distinguir isso. Vivemos a pensar no futuro e ao mesmo tempo a pensar em coisas do passado. Não conseguimos desfrutar o valor do presente", argumenta. "O João vive essencialmente o presente. Quando ele está bem, está bem. Quando está mal, está mal, independentemente do ontem ou do amanhã", adianta. Para Helena Albuquerque, os seres humanos esquecem que o mais importante na vida são os afetos e as ligações pessoais, as emoções. "Racionalizamos tanto as coisas que às vezes esquecemos, de facto, o que

é importante para nós. E o meu filho vive nesse plano, no que é essencial na vida", frisa Helena Albuquerque, acrescentando que com o nascimento do João tornou-se numa pessoa "mais rica humanamente". Depois de uma manhã preenchida, decide ir almoçar com a família à Casa de Chá, no Jardim da Sereia. Opta por arroz de pato e, para sobremesa, pede um crepe de chocolate com bola de gelado. Depois de uma pausa, retoma as atividades habituais. Desta vez, dirige-se ao centro de atividades ocupacionais em S. Silvestre para ver como decorrem as rotinas e se está tudo dentro da normalidade. Helena Albuquerque vive para a família, para o ensino e para a APPACDM. Considera-se uma pessoa que faz um esforço para aproveitar o que a vida tem de melhor para oferecer a todos, todos os dias. Mesmo quando as coisas parecem más, tem fé que há sempre uma coisa boa no que parece negativo à primeira vista. Considera-se, por outro lado, uma pessoa um pouco conformista relativamente àquilo que acha que não é capaz de mudar. Helena Albuquerque termina o dia à porta de casa para receber o João, que chega de S. Silvestre na carrinha, às 18H00.

13H00 Segunda reunião do dia

13H30 Almoço com a família, na Casa do Chá

12H30 Reunião de trabalho

à lupa NOME

Helena Albuquerque DATA DE NASCIMENTO

17 de setembro de 1959 TERRA NATAL

Castelo Branco RESIDÊNCIA

Coimbra

UM PRATO

Cabrito assado HÓBI

Ler um livro no campo

15H30 À conversa com a equipa da APPACDM, em S.Silvestre

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o que é feito de si?

ao microscópio

1949

1969

1974

1983

1986

1989

Data do seu nascimento

Início da crise Académica greve aos exames

25 de Abril - Revolução dos Cravos

Data de nascimento da primeira filha

Portugal integra a União Europeia

Data de nascimento da segunda filha

SEMPRE COM O ASSOCIATIVISMO NO CORAÇÃO, FUNDOU A ASSOCIAÇÃO CÍVICA PRO URBE. HOJE, CONTINUA A PARTICIPAR EM INTERVENÇÕES CÍVICAS, MAS O ARTESANATO É A SUA PRIORIDADE TEXTO SÍLVIA DIOGO

O associativismo como uma possibilidade de intervenção sempre existiu e vai continuar a existir. Os formatos em que ele se processa vão variando muito

Ana Pires A que se devem as intervenções pouco participativas da Associação Cívica Pro Urbe? Como em qualquer grupo, a Associação Cívica Pro Urbe teve um momento inicial de muito entusiasmo, muita energia, muita mobilização. Mais tarde, as pessoas começaram a ficar saturadas. As circunstâncas de vida em que se encontravam envolvidas também prejudicaram a Pro Urbe. O tempo foi passando e foram surgindo outras iniciativas e possibilidades de intervenção cívica. Como caracteriza o projeto Pro Urbe? Às vezes penso que a Pro Urbe foi um projeto de uma geração. Até que ponto não foi um projeto de uma "malta" novinha que viveu o 25 de Abril e que aos 40 anos achou que ainda tinha algo a fazer e a dizer? A última intervenção mobilizadora foi nas Jornadas Pro Habitação. Atualmente, justifica-se uma interveção cívica deste género? Neste momento, não. O que se justifica é a Pro Urbe "renascer das cinzas". A associação teve um certo tipo de informação, de gerações, de expetativas. Se fosse possível um ressuscitar seria interessante... O que é feito do associativismo em Coimbra? O associativismo como uma possibilidade de intervenção sempre existiu e vai continuar a existir. Agora, os formatos em que ele se processa vão variando muito. Entre as corporações de ofícios da Idade Média e as redes sociais como elas existem hoje, houve um percurso enorme de várias possibilidades de intervenção. O associativismo como nós o conhecíamos há trinta anos sofre agora uma concorrência enorme das redes sociais. O associativismo está num ponto de viragem

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para novas formas. Até que ponto aquela denúncia cívica ou intervenção que era feita há trinta anos existe? Eu penso que há-de voltar a existir, mas neste momento não. Aquela pulsão que nos leva a estar atentos e a criarmos um mundo melhor e justo continua a existir. A maneira como se expressa é que está num processo de transformação. Passados estes anos, Coimbra evoluiu no melhor sentido? Não gosto nada do discurso negativo que existe sobre a cidade. Por aí não se vai a lado nenhum. Há muita coisa nesta cidade que está a fazer o seu caminho e que ainda não chegou à vista do público. Há muita coisa nos imediatos arredores da cidade, que só se explicam pela cidade. O sucesso do Biocant tem a ver com Coimbra. As coisas não têm de estar na sombra da torre da universidade para serem de Coimbra. Por outro lado, há uma certa Coimbra muito derrotista, desinspirada e desinformada. Isso domina um certo discurso das coisas. Se o discurso é sempre negativo, negativizamos essa realidade. E não é necessariamente assim. O que é feito de si? A que atividades se dedica? Reformei-me antecipadamente, porque percebi que o tempo é um bem muito escasso. O tempo com saúde e energia ainda mais escasso é. Tive medo de não ter tempo de fazer muita coisa que gostava. Hoje trabalho seriamente na área do artesanato. Em três anos publiquei três livros relacionados com essa área. Tenho dois grandes projetos. Quero reunir os meus trabalhos sobre o têxtil português artesanal e fazer uma obra a sério. Tenho um projeto de investigação relativo ao bordado de Castelo Branco, porque ninguém sabe verdadeiramente o que aquilo é.

15SETEMBRO 2011


opinião

A rota da lã - micronotícia ANTÓNIO PEDRO PITA

Precisamos pensar-nos como território, como devir histórico de um espaço cultural que importa conhecer e (se possível) amar

PERCORRO lentamente. a Vila do Carvalho, per to da Covilhã: aí Ferreira de Castro situou a imaginação real de A lã e a neve. Percorro lentamente a Vila do Carvalho: caminho ou levito ou (enigma da leitura) ascendo a esse incerto estatuto de ficção (ou quase) que, ao mesmo tempo, nos faz desejar e recear que encontremos a carne e osso de personagens e sintamos a luz e o vento de um tempo feito de muitos tempos. DAQUI a pouco, entrarei na sede da Banda, como se esta fosse a visita de há anos atrás. Encontrarei uma pequena biblioteca, a que os responsáveis chamaram A lã e a neve. Comove pensar Ferreira de Castro e A lã e a neve transformados no espaço ficcional onde uma comunidade continua a rever-se como se fosse um espelho transhistórico que refletisse todo o movimento do tempo. DEPOIS , sempre por dentro de A lã e a neve, quero aceder à tragédia da estória e da História, a longa duração das mutações civilizacionais. O abandono da pastorícia pela indústria é a circunstância empírica a que está imanente uma profunda revolução, que respeita ao pensamento do mundo, certamente, mas em que se implica também uma autoconsciência histórica da condição humana. Ora, da materialidade de alguns destes sinais alimenta-se o programa transfronteiriço intitulado Rota da Lã Translana / Ruta de la lana, sob a coordenação geral da dr.ª Elisa Calado Pinheiro. É UM PROGR AMA impressionante e exemplar. Exemplar pela contemporanei-

dade de um olhar que capta essa prática ancestral: um rigoroso olhar transdisciplinar, convicto de que é nos (e a partir dos limites) que a complexidade pode aceder à clarificação e ao conhecimento e que, neste caso, pode surgir a rota da lã como aliciante objeto de conhecimento. EXEMPLAR pelo modo como fica definido um território: percebemos como pode determinar-se um território em relação com o vivo das atividades humanas, incluindo, evidentemente, a sua poderosa dinâmica histórica, e não simplesmente a partir de pobres argumentos burocrático-administrativos ou de simples razões de clientelas. EXEMPLAR pela certeira determinação de resultados visíveis: uma ordenação do território, nele inscrevendo a sinalética que permita a leitura cultural do espaço vivido; a musealização de todo o processo de produção da lã, através do magnífico Museu de Lanifícios, que é hoje uma magnífica projeção da Universidade da Beira Interior; e um estudo, modestamente sub-intitulado "Percursos e marcas de um território de fronteira: Beira Interior (Portugal) / Comarca Tajo – Salor – Almonte (Espanha)" mas que é, de fato, um trabalho científico monumental (2 vols: 501 p + 932 p). O CONJUNTO é impressionante. Mas, para além de toda a erudição e de toda a pesquisa original, precisamos destes trabalhos também para nos pensarmos como território, como devir histórico de um espaço cultural que importa conhecer e (se possível) amar.

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ao microscópio

via do leitor

cartas ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL: redacao@cnoticias.net As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos.

As forças de segurança É pena que o Governo exija da PSP responsabilidade, segurança, ponderação, etc. etc. e se esqueça que os agentes ganham apenas 800 euros por mês, têm de pagar a farda e o calçado, muitos passam fome e vivem em condições desumanas para poderem mandar algum dinheiro para a família que têm longe. Onde está o apoio às Forças de Segurança que o Dr. Paulo Portas tanto apregoou antes das eleições? Depois admiram-se dos agentes entrarem com baixas pelo stress vivido ou, pior, acabarem com a vida... Concordo com os protestos que estão previstos.

mória daqueles portugueses desfavorecidos que, então, se viram obrigados a atravessar a fronteira para ganhar o sustento e tiveram, no regresso a França, morte inglória. Ao que sei, o Presidente da República enviou uma mensagem de solidariedade a Obama, mas não me apercebi que se tivesse lembrado da tragédia de Alcafache. Houve emigrantes que se deslocaram de longe para estar presentes no local, mas a memória dos acontecimentos de há 26 anos apenss teve eco num secretário de Estado, natural, diga-se, de Viseu. Não acho nada bem. A memória das vítimas deveria merecer mais respeito por parte das nossas autoridades. LILIANA AMARO, Viseu

MARIA OTÍLIA VIEIRA DOS SANTOS, Coimbra

A tragédia de Alcafache Deu-se em Portugal grande destaque à passagem do 10.º aniversário do ataque da Al-Qaeda, em 11 de Setembro de 2001, às Torres Gémeas, em Nova Iorque. Mal se falou, em contrapartida, do acidente ocorrido, a 11 de Setembro de 1985, na Linha da Beira Alta, em Alcafache (Mangualde), onde a colisão entre o Sud-Express com destino a Paris com um comboio destinado a Coimbra causou um número de mortos que continua a não se conhecer exatamente. Lá esteve, é certo, o secretário de Estado da Emigração, José Cesário, mas pouco mais se fez em me-

inquérito Ministro das Finanças vai manter-se até 2015? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net

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António José Seguro vai virar o PS à esquerda? Nunca na vida será primeiro-ministro.

que puderem dispensar. FERNANDO TORRES, Montemor-o-Velho

O banco de recursos ADSCCL O banco de recursos é um projeto da Associação de Desenvolvimento Social e Cultural dos Cinco Lugares (ADSCCL), que recolhe ajudas técnicas e produtos de puericultura pesada para disponibilizar por pessoas em situação de desfavorecimento social (famílias multidesafiadas, idosos e crianças em situação de risco). Assim, a ADSCCL propõe-se recolher garrafas de plástico (que contenham a menção PEP e o símbolo de reciclagem com o n.º 1 dentro) - dão as garrafas grandes e pequenas, garrafões, frascos transparentes de champô, vinagre, azeite, sabonete, líquido da louça entre outros. Por cada tonelada recolhida, a ERSUC atribui 200 euros, e assim será possível a aquisição de ajudas técnicas, como por exemplo cadeiras de rodas. Desta forma, apelamos à vossa colaboração. Guardem as garrafas, espalmem-nas e tapem com a tampinha, metam num saco e mandem para nós, ou contactem-nos para procedermos à recolha. LILIANA SIMÕES, presidente da ADSCCL

Coimbra sem maravilhas A região Centtro está de parabéns, possui três das sete maravilhas gastronómicas de Portugal, mas não posso deixa de lamentar o "apagão" do distrito de Coimbra. Os restaurantes de Aveiro (leitão), Serra da Estrela (queijo da Serra) e Leiria (arroz de marisco) têm o futuro garantido.

MÁRIO LEMOS, Lousã

A degradação da Ponte Paço A Ponte Paço, que faz a ligação entre o concelho de Coimbra e o deMontemor-o-Velho, está a atingir, desde há alguns meses a esta parte, níveis de degradação extremamente preocupantes na sua estrutura. Os danos são bem visíveis na estrutura. Seria de crucial importância os órgãos de comunicação social questionarem porque não avança a nova ponte. Em meu nome e, certamente, de todos os outros que utilizam diariamente aquela ponte, faço um apelo para que este assunto tenha prioridade nas páginas dos jornais, agradecendo desde já toda atenção

MANUEL VIEIRA, Coimbra

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15SETEMBRO 2011


cartas

texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista

Caro Passos Coelho verão, praia itávamos na JSD? Mal chegava o Lembras-te de quando ambos mil Coco ser os ente para o bronze. Queríam connosco. Trabalhávamos duram ta con ao sol , sem sombrinha, mais do que a se resChanel, que ao expor-se, um dia seus admiradores, que até então os que e, pel osa leit a nte me tica de Biarrtitz, tor rou tão ero tá-la. Descobrimos, nessa oleta, não mais deixar iam de imi avi ultr os rai dos e ent zm fero simultaneamente de guardavam não só motivo de elegância, mas era ado nze bro o que , ude ent juv nossa estouvada vitalidade. Bons tempos! importância do iodo, tamtransmitir aos teus ministros a se, cri de pos tem tes nes ra, ago por aí se insinuava Quiseste dade de desmentir aquilo que já essi nec do, fun no e, tist Sen o. ític já profundas bém ao nível pol vossas caras pálidas indiciavam as , ura slat legi de s ana sem as , mais – que, ao fim de escass zados. Reg ressaram, sem dúvida gili fra s ora ted me pro com , nos enfermidades - ou, pelo me a: o sentido de humor. Foi um predicado rele vante em polític s, dia tes nes , am der per s ma – que tentem ocupar as moremos cor rer a pontapé os "indig nados" de a eaç am tua a lo, mp exe por - a tal de uma uma lástima, , por exemplo, pela Par is Hilton dos nha dri apa são que este uec mais quando ruas de Portugal. Esq é, realmente, tarefa fácil – tanto não ões ltid mu ir Ger no. stia noite de lua cheia com o Cri o aquele que atravessamos, fazer Em tempos de calamidade, com . sos bol dos do fun ao até ir a a de escape capaz lhes está humorados, ser ia a única válvul bem sos cur dis com , ika tro da rir olução, segundo os portugueses isso, mas cuidado: a próxima rev com e ast ort imp te o Nã ial. soc de aliviar a pressão Mário Soares, será a sér io! lhas. Um pensamento trée como que mordidos pelas abe ren na -se ram nta ese apr os istr prio pareces Tu e os teus min elas mais gostam de picar. Tu pró que tes tris tos ros nos é que to, res japonês garante, de ticas telas de Rubens. O teu ente, é claro, de uma das her menêu am stin nde cla da, saí ra figu a um nzeado parece de solário. O da e ter visto água salgada - o seu bro dev não esse as, anç Fin das o seguido a fór mula de ministr ados por Coppertone. Portas terá ent inv s me cre aos ido orr rec a com chumbo e Economia terá egava toda com uma pomada feit esfr se que , gem vir nha rai a , a ver ificarIsabel I de Inglaterra a poster idade. Tal qual como está a par u fico que ico feér eto asp o vinagre, que lhe garantia o dos Estrangeiros. -se, reconheço, com o teu ministr omo o lobo - ou do PS. Não te julgues, portanto,c sso gre con do es, sab o com s, bro ho estudadas Acabo de sair em om a comer a lã. As reformas que ten par ça, tra a o com , nto pro ou seja, maior do que és. Est és, na direita, uma síntese rgulhados em vapor de água. Tu me nça era esp de s ado boc es ent nota: uns sobem, descendo, são ard da, o futuro de Portugal. Toma uer esa na , sou eu r, aza Sal de aperfeiçoada iste demais… outros descem, subindo. Tu já sub 2011 Largo do Rato, 15 de setembro de Cumprimentos do Tozé ,

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sociedade

reportagem

DROGA: FLAGEL

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APESAR DAS INCERTEZAS EM TORNO DO FUTURO DO IDT, AS INSTITUI­ÇÕES PRIVADAS DE SOLIDARIEDADE SOCIAL CONTINUAM A LUTAR CONTRA AS DEPENDÊNCIAS. A DROGA AINDA É UM GRANDE PROBLEMA SOCIAL QUE A CÁRITAS TENTA COMBATER, COM REALISMO, SEM NUNCA PERDER A ESPERANÇA TEXTOS MARCO ROQUE FOTOS PEDRO RAMOS

ELO EM COIMBRA A HISTÓRIA de vida de J., 35 anos, acaba por não se poder dissociar da droga. "Comecei, como qualquer pessoa, pelo haxixe, aos 16 anos, e depois fui passando para as drogas mais duras", revela, acrescentando que "comecei a consumir mesmo a sério a partir dos 21". Tendo perdido o pai muito jovem, J. abandonou a escola aos 19 e "as companhias com que andava" levaram-no ao mundo da toxicodependência. Ao longo de mais de década e meia de consumo, o caminho tem sido sinuoso. "Já tive quatro ou cinco tentativas de recuperação", refere J., sublinhando que "a partir do momento em que uma pessoa fica viciada, os maus períodos são todos. A ressaca é sempre dura". E está sempre na mente do consumidor. "Uma pessoa só tem cabeça para aquilo. Para arranjar dinheiro para tirar a ressaca, faz coisas de que se arrepende mais tarde", confidencia J. "Uma pessoa até sabe que está a fazer mal, mas faz na mesma… Há coisas que nem sei como é que as fiz", conta. Embora, garante, "nunca tenha feito nada que me pudesse levar à prisão", J. "enganou e prejudicou pessoas e amigos". No meio deste

turbilhão, uma pessoa sofreu mais que as outras: a mãe. "Ela foi a pessoa mais prejudicada e envolvida nesta coisa toda. Aliás, não estou a viver com ela por causa de problemas passados, que foram acumulando", indica. Certa vez, "cheguei a vender umas medalhas de ouro que ela tinha. Medalhas de mérito do trabalho, 40 anos de trabalho, e ficar sem elas por causa de uma coisa destas não foi fácil para ela". Com "muitos trabalhos desperdiçados à custa disto", J. também ficou cada vez mais sozinho. "Nem é a questão dos meus amigos se afastarem", revela, "é mesmo eu afastar-me deles. Quando uma pessoa está sob o efeito da necessidade, não se sente bem no meio das pessoas". Até porque, "desde que tivesse o consumo estava bem…". Hoje, J. está de novo a tentar ficar "limpo". Onde vai encontrar a motivação para tentar sair do problema que já dominou mais de uma década da sua vida? "Tive de a arranjar com as experiências passadas, já não sou um garoto. A situação não podia continuar assim, cada vez batia mais fundo e não quero acabar como alguns", responde.

Posto fora de casa pela mãe há cerca de um mês, "ela nem me quer ver à frente", diz, J. teve a sorte de ser acolhido por um amigo. No entanto, sublinha que, para não haver recaídas, "nunca pode haver 'só uma vez'. Se isso acontecer, depois vem outra e pronto, já lá estás outra vez". REDUZIR OS PERIGOS Histórias como as de J. são uma realidade, e é com elas que os técnicos do Gabinete de Apoio a Toxicodependentes, promovido pela Cáritas, no Terreiro da Erva, se defrontam todos os dias. "Somos uma estrutura de redução de riscos e minimização de danos", refere Sofia Ortet, coordenadora do projeto. "Temos como objetivo eliminar comportamentos de risco e minimizar as suas consequências, promover a adesão a práticas mais seguras de consumo e fomentar a aproximação às estruturas de suporte". Uma vez que o problema já existe, não se tenta evitá-lo. "A ideia de redução de danos não passa por prevenir ou tratar o problema, mas, sim, assegurar que eles consomem, ou que trabalham a nível sexual, com a maior

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sociedade

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limites da vida", revela Sofia Ortet. "Tenho dificuldades em lidar com a morte, em particular em situações de overdose nas quais somos os primeiros a intervir. Já perdemos gente muito nova, promissora, que podia ter passado por isto e ter tido uma vida", conclui. O trabalho dos técnicos não é fácil. "Este trabalho implica um certo grau de frustração, mas temos perfeita noção disso. Tentamos arranjar estratégias , agarramo-nos aos poucos casos de sucesso", refere a responsável. "Costumo dizer que os ganhos aqui são ao milímetro: conseguir que alguém que consumia vinte vezes passe para dez é um ganho tremendo. Conseguir que alguém seja encaminhado para uma comunidade terapêutica, permaneça lá todo o tempo e saia abstinente é a maior vitória de todas. Coisas raras", conclui.

Já perdemos gente muito nova, promissora, que podia ter tido uma vida Sofia Ortet

segurança e higiene possível para a saúde, individual e pública". Por exemplo, a troca de seringas "implica que deixe de haver uma seringa na rua ou no recreio de uma escola", refere a coordenadora. Na prática, o gabinete providencia todos os serviços relativos às necessidades básicas, apoio jurídico, consulta psiquiátrica, bem como ações de sensibilização e atividades lúdico pedagógicas. "Somos destinados a intervir com população toxicodependente, sem-abrigo, alcoólicos e prostitutas", refere Sofia Ortet. O gabinete acolhe cerca de mil utentes por ano, na maioria homens, solteiros, entre os 30 e 40 anos de idade, portugueses, que sabem ler e escrever, mas sem ter o ensino básico completo. O haxixe é a droga de eleição. Para além de fornecer as condições básicas de vida e encaminhar os utentes para outras estruturas, mantém-se a função original do projeto: uma equipa de rua. "Fazemos um ‘giro’ noturno todas as noites, de segunda a sábado, por um itinerário fixo, parando nos mesmos sítios", conta a responsável. "Isso já acontece há muitos anos, a carrinha não é identificada, mas eles já nos conhecem e vão ter connosco. A ideia é fazer troca de material de consumo, preservativos e donativos alimentares. Eles aproveitam para dizer o que precisam", conta. Nestes contactos diretos, importa trabalhar a motivação, o que é difícil. "A adesão deles é limitada, complicada, circunstancial, sujeita a reforços, de preferência consumíveis", conta Sofia, lembrando que "em fases de consumos ativos as prioridades deles são outras, os consumos assumem o comando. As taxas de sucesso são relativamente baixas, as pessoas recaem muitas vezes". O dia-a-dia é cinzento e cada utente toca o técnico de certa forma. "A mim pessoalmente é sempre complicado lidar com os

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O gabinete acolhe cerca de mil utentes por ano, na maioria homens, solteiros, entre os 30 e 40 anos de idade

UM TETO CONHECIDO POR "FAROL" Se o gabinete orienta as pessoas que estão na rua, o Centro de Alojamento Temporário "O Farol", também da Cáritas, serve de casa a uma população flutuante, composta por toxicodependentes, sem-abrigo, bem como pessoas com doenças crónicas. Das 30 camas disponíveis, 15 são para utentes com problemas relacionados com droga, embora "a mais-valia que este centro trouxe


de modo a que as pessoas não sejam também sem-abrigo durante o dia. Tentamos ter atividades para criar rotinas e hábitos, de modo a encontrarem-se consigo próprios", revela Justina Dias. Também por isso existe uma escala de limpeza, que os utentes têm de cumprir. No centro tenta-se sensibilizar os utentes, na maioria homens com mais de 30 anos, para um tratamento. Mas é necessário compreender a pessoa em toda a sua dimensão. "Primeiro tem de se perceber que 20 anos de consumo não se mudam em 20 segundos ou dias. E as pequenas coisas, um dia sem consumo, por exemplo, são importantes", refere. "É preciso metê-los a pensar", sublinha Justina Dias.

"Acredito sempre que a mudança é possível. Acredito na recuperação, mas não sou ingénua" Justina Dias

para esta população foi o facto de a admissão não estar dependente de um programa de abstinência", revela Justina Dias, assistente social no Farol, embora "não possam consumir no recinto". O centro recebe utentes de todas as estruturas da cidade e também toxicodependentes que, por iniciativa própria, "nos vêm pedir ajuda". Existem duas regras de ouro: o horário de entrada, as portas fechadas pelas 21H30 e acordar pelas 07H30. "Estes horários são estruturantes para o utente, numa lógica em que há direitos e deveres, a pessoa vive numa comunidade e o respeito pela co-

munidade implica obedecer a estes horários", revela Justina Dias. "Oferecemos um espaço de pernoita, 30 utentes em regime noturno mais 30 diurno – que têm as necessidades básicas asseguradas, desde o espaço para dormir, o espaço para fazer a higiene pessoal ou as refeições", revela a assistente social, acrescentando também "o atendimento social, de psicologia e psiquiatria, enfermagem e as atividades que temos de caráter lúdico ocupacional". As atividades, obrigatórias e opcionais, mostram uma filosofia de ocupação de tempo. "Tentamos preencher a vida dos utentes,

Das 30 camas do centro de acolhimento, 15 estão reservadas para a comunidade toxicodependente

A assistente social não desiste de acreditar. "Acredito sempre que a mudança é possível. É possível haver algumas melhorias, mas com base realista. Acredito na recuperação, mas não sou ingénua", refere. É preciso dar ao utente o poder de sonhar. "Ele já perdeu a capacidade de sonhar, eu é que não lhe posso permitir isso. O técnico tem de ser capaz de sonhar pelo utente, que já não acredita que é capaz de mudar. Devolver esta capacidade a quem chega destroçado, destruído, perturbado e com uma ansiedade total", completa. E o sonho da mudança pode levar o utente a um tratamento, a uma comunidade terapêutica? "Ser uma ponte para esses serviços é uma questão determinante para nós. É o que desejamos", responde a responsável.

À esquerda: saco com o kit fornecido nos CATs; ao lado (topo): quadro pintado por um dos utentes; ao lado (baixo): recipientes higienizados para confeção do "caldo"; em cima: o kit é composto por toda a parafernália necessária para o consumo de drogas em condições de maior segurança

"UM ENCONTRO CONSIGO MESMO" A Cáritas de Coimbra estende-se até Maiorca. É lá que se situa a Comunidade Terapêutica 'Encontro'. "A comunidade é isso mesmo, uma comunidade, um grupo. É um espaço mais estruturado", explica Albano Rosário,

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"Deixar as drogas é uma condição porque, elas alienam a consciência e sem ela não é possível ter um processo de desenvolvimento pessoal" Albano Rosário

diretor técnico da comunidade, referindo que são "espaços mais retirados do centro urbano, onde as pessoas têm a possibilidade de se afastar da ambiência das drogas". Aí, contam com o apoio "de um grupo, de uma equipa técnica, num ambiente sossegado, onde tudo está bem definido, de modo a que as pessoas saibam o seu lugar e os seus deveres e direitos". A ideia é atingir um desenvolvimento pessoal que vai para além do abandono das drogas. "Deixar as drogas é uma condição porque, como se sabe, elas alienam a consciência e sem consciência não é possível ter um processo de desenvolvimento pessoal, a vários

níveis", refere Albano Rosário. "Aquilo que é fundamental é que entrem numa relação social, num pequeno grupo, em que as relações são muito transparentes, e as atividades desenvolvidas são em função disso". As atividades são variadas, desde as tarefas domésticas, desportivas e artísticas. "Os utentes assumem todos os trabalhos da comunidade, numa linha da responsabilização progressiva. Os mais velhos são os mais responsáveis e assumem essas funções de responsabilidade e confiança, incentivando os outros a colaborar", revela Albano Rosário. Na prática, estamos perante uma reeducação social. "Eles não estão habituados a relacio-

"NÃO HÁ SOLUÇÕES MILAGROSAS" Manuela Lopes coordena todos os serviços da Cáritas de Coimbra no que diz respeito à toxicodependência. "Apanhamos o toxicodependente em todas as suas fases. Na rua, trocamos material, numa lógica de diminuição de danos, distribuímos seringas à troca", revela a responsável, acrescentando que "enquanto fazemos isso tentamos motivá-lo para tratamento, sem o forçar". Para além das referidas na reportagem principal, existem mais "duas equipas de rua no Bairro da Rosa e do Ingote, e outra que trabalha mais na ótica de trabalhar com jovens consumidores ocasionais ou experimentais, tentar mostrar-lhes alternativas que não o consumo". Existe também o centro de dia Sol Nascen-

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te e os apartamentos de reinserção social. No entanto, sublinha, "não há receitas milagrosas para este problema". Mas há casos qu #e dão esperança a quem tenta ajudar. "Lembro-me de dois irmãos que eram traficantes, e chegaram a dizer que queriam abandonar. Estranhámos, mas demos-lhes o benefício da dúvida", conta. "Foram internados em alturas e comunidades diferentes. Nunca ninguém diria que eles iriam abandonar os consumos". Mas o facto é que "já lá vão dez anos e nunca mais tocaram em nada. Um está com a mãe, o outro casou-se com uma rapariga que até nem tem nada a ver com a droga – o que às vezes é um problema – e tem uma filha", conta, sorridente.

nar-se de forma desinteressada, relacionam-se em função de um interesse, que, regra geral, era a droga. Desta feita, não há um interesse, a relação é gratuita, de entreajuda e de solidariedade. Como já não há interesses pelo meio, também já não há tantos conflitos", refere o diretor técnico. "E sim, é uma reeducação social, mas também trabalhamoso interior, ao nível da personalidade". O programa da comunidade dura entre um ano a ano e meio, com um grupo a rondar as 18 pessoas, na maioria do sexo masculino. Utentes que têm mais liberdade do que se pensa. "Não fazia sentido tê-los fechados, eles têm plena liberdade. O que os segura cá é que eles entenderam que têm um espaço seguro, que lhes permite reestruturar a sua vida", refere Albano Rosário. "Não temos punições, castigos. A pessoa é incentivada a expor no grupo a sua falha e isso é utilizado para a correção de uma situação idêntica para todos. Todo o grupo aprende e essa exposição já é penalização que chegue". Onde se encontra motivação para dar este tipo de ajuda? "É um trabalho intenso. Têm-me dito que eu sou um apaixonado. Tenho muito gosto em ver as pessoas bem na vida, com família e trabalho", sorri Albano Rosário. E lembra que "já tivemos utentes que chegaram cá sem o nono ano e hoje são engenheiros". Feita a média, a comunidade apresenta uma taxa de sucesso a rondar os 65 por cento. No entanto, reitera, "depois de saírem, passam para outra fase que não é logo a vida normal, mas sim de reinserção, o que deve ser um processo lento, de adaptação à vida social e preparar-se. Não se pode ter a pretensão, ao sair de uma comunidade terapêutica, um toxicodependente esteja pronto para o mercado de trabalho". Daí que sucesso seja quando a "pessoa está capaz do ponto de vista psicológico, cognitivo e emotivo, afetivo e social, capaz da sua autonomia e a partir daí desenvolver uma vida com êxito, porque até agora foi um fracasso", conclui. ENTRE A RUA, A DROGA E O FUTURO Viver na droga pode levar uma pessoa a uma espiral descendente. J., colocado fora de casa pela mãe devido "ao acumular de problemas", tinha um teto sobre a sua cabeça devido à caridade de um amigo. Perto do fecho da revista, chegaram as más notícias: um desentendimento entre ambos e viu-se posto na rua. Depois de ouvir falar no Farol, disse que "ia pensar nisso". Talvez assim se consiga afastar o fantasma do vício.

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opinião

MIRA LAGOA SOBRAL

Sinais dos tempos

Os mercados corresponderam aos candidatos a devedores. Engordaram-nos de dívidas

O MUNDO, a Europa e Portugal parecem atravessar um período em que assumem uma atitude que traduz a percepção que o tempo está a acabar, e que já não haverá amanhã. O MUNDO, a Europa e Portugal parecem atravessar um período em que, conscientes dos sucessivos, variados e enormes erros cometidos e acumulados, entendem que apenas resta a alternativa de, urgentemente, a todo o custo, conscientemente ignorando todas as consequências, pagar todas as dívidas, saldar contas, e colocar todos os contadores a zero. DE IMEDIATO, Instantaneamente. COMO se tal fosse possível. A PRESSÃO dos credores, dos mercados reforça tal atitude, à luz da ética, da moral e do direito.

MAS continuar-se-á a cobrar. POR FALAR NISSO: porque será que, de há cinco anos para cá, apenas uma - em 309 Câmaras Municipais - utiliza a faculdade legal de arrecadação de receita, a favor exclusivo das Corporações de Bombeiros, que pode provocar, no total do País, cerca de 100 milhões de euros anuais de receita, a benefício de todas as corporações? JÁ AGORA: qual o montante anual nacional arrecadado, através das apólices de seguro - por exemplo do ramo automóvel - em que expressamente se cobram verbas consignadas aos Bombeiros? Quanto é, por ano? Quem o recebe? Como se reparte? Com base em que critério. TODOS TEM o direito e a obrigação de saber. Desde que quem sabe e tem a obrigação de informar, cumpra com a sua obrigação de informar certo, total e actual. Mas claro, nesta matéria de obrigação de informar há tantos, mas tantos infractores … é que informação é poder. E quem o tem, esquece as suas obrigações…

OS MERCADOS corresponderam aos candidatos a devedores. Engordaram-nos de dívidas. Tornaram-nos bem "obesos de débitos". E agora, de novação em novação, todos rumam ao impossível. Esta caminhada conjunta, de mercados e devedores "obesos" (doentes crónicos), feita compressa e com pressa, culminará em asneira. Nem os devedores pagarão, nem os mercados cobrarão. Mas haverá um novo poder. E nada mais será como dantes. Como será? Logo mais se verá! …

QUEM SONEGA a informação, a esconde, a aferrolha acaba por ver o "seu poder" volatilizar-se como o éter.

SEM TEMPO de recuperação, nenhum doente recupera. Neste caso teremos, não temos doente, mas doença.

E A INFORMAÇÃO é como o azeite: vem sempre ao de cima. Ou como a água: infiltra-se e humedece, molha e encharca.

NA FINANÇA será o mesmo. Não haverá devedores. Apenas dívidas e créditos não cobrados.

CONVÉM ter presente estas "coisitas simples". Por prudência. Por sabedoria. Por inteligência.

O PODER de facto, de verdade e na verdade, tem-no quem o partilha.

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reportagem

sociedade

AS ESCOLAS do ensino básico e secundário do que seria desejado. A Associação Nacional a sentir dificuldades". O próprio secretário do concelho de Coimbra entraram todas em de Diretores de Agrupamentos e Escolas de Estado da Educação, João Casanova de funcionamento até ao dia de hoje, como estaPúblicas garante mesmo que centenas de Almeida, veio a público recordar que o Gova previsto, mas o que está a preocuestabelecimentos de ensino verno teve pouco tempo para preparar par o meio académico não é tanto correm o risco de não o ano letivo, uma vez que entrou o início do novo ano letivo, mas conseguirem paem funções já em cima do lançaantes o que vai acontecer dugar a luz, graças mento do novo período escolar. rante os próximos meses. A ao aumento do milhões de alunos do milhões de euros é o básico e secundário crise económica chegou aos I VA , que v a i TRANQUILIDADE valor do corte nas verbas participam no estabelecimentos de ensino fazer a despesa "É SÓ APARENTE" para as escolas novo ano letivo de uma forma avassaladora: subir em mais de Se o Governo parece revelar este ano o Governo cortou 800 três mil euros. alg umas dúv idas quanto ao milhões de euros de financiamenA Direção Regional da sucesso do novo ano escolar, as to e, em 2012, o Ministério da EducaEducação do Centro (DREC), incertezas são ainda maiores no seio ção e Ciência vai ter menos 500 milhões de acredita que, neste momento, "não há nedo corpo docente. O secretário-geral da Feeuros para gastar com as escolas. nhum dado que indicie uma perturbação deração Nacional dos Professores (FENEm comparação com 2010/2011, foram condo ano escolar", mas acaba por reconhecer PROF), Mário Nogueira, diz mesmo que o tratados menos 4.500 professores e o númeque as escolas, "com a atual conjuntura e novo ano letivo "iniciou-se de uma forma ro de funcionários também é mais reduzido constrangimentos orçamentais, podem vir apenas aparentemente normal".

1.5

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800

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60€ a 260€ A C fez as contas e concluiu que os pais têm que, no mínimo, gastar 60€ em material escolar para um cabaz de marca branca, composto apenas por mochila, lápis, borracha, caneta azul, preta e vermelha, conjunto de lápis de cor e de cera, um dossiê, um caderno, papel cavalinho e tesoura. Se os produtos forem de marca é preciso investir o dobro. Caso queira dar ao seu filho um cabaz completo, com todo o material, prepare-se para gastar entre 170€ e 260€.

ESCOLAS VÃO TER QUE "PUXAR PELA IMAGINAÇÃO" ANO LETIVO ARRANCOU COM MENOS PROFESSORES E MENOS DINHEIRO. ESTABELECIMENTOS DE ENSINO DIZEM QUE A SITUAÇÃO ESTÁ CONTROLADA ATÉ DEZEMBRO, MAS O QUE VAI ACONTECER DEPOIS É UMA VERDADEIRA INCÓGNITA TEXTO BRUNO VICENTE

"Quem vê de fora, observa os alunos e os proPOUCO DINHEIRO, fessores a entrarem nas escolas e pensa que MUITA CRIATIVIDADE está tudo bem, mas quem vê de dentro das Em Coimbra, as escolas afirmam ter a situescolas sabe que os estabelecimentos ação mais ou menos controlada até ao de ensino têm menos docentes, fim do ano, mas o que vai acontefuncionários, recursos financer depois está no segredo dos ceiros e menos capacidade deuses. "Até 31 de dezembro para lançar projetos de apoio já temos as verbas atribuídas professores aos alunos", acrescenta o rese, de uma maneira ou de outra, contratados a menos ponsável. sabemos com o que temos que do que em 2010 Com tantas dificuldades, Mátrabalhar. Mas estou convenrio Nogueira teme que a prescida que em janeiro vamos ter são seja demasiado elevada e que cortes mais acentuados e, nessa o ensino básico e secundário acabe altura, vai ser preciso puxar pela imapor ceder, nos próximos meses. "A procissão ginação para conseguir gerir tudo", explica ainda vai no adro. O grande problema não é Margarida Girão, diretora do Agrupamento como começou o ano letivo, mas sim como de Escolas Alice Gouveia. ele vai chegar ao fim", conclui o secretárioO concelho apresenta dificuldades relacio-geral da FENPROF. nadas "com o número de pessoal auxiliar,

4.500

que é reduzido, e com a capacidade de contratação de docentes", mas a responsável afirma que, apesar de tudo, está confiante "que vão ser dadas as condições para as escolas funcionarem até ao final do ano letivo". TURMAS MAIORES E MAIS EXAMES O novo ano letivo apresenta uma série de alterações, a maioria associada à crise económica. As turmas passam a ser maiores, são introduzidos exames nacionais do 6.º ano e os blocos de aulas de 90 minutos deixam de ser a regra, podendo agora ter entre 45 e 90 minutos. Por outro lado, entra em vigor o novo Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa mas, nos exames nacionais e provas de aferição, ainda serão consideradas válidas ambas as grafias. Por fim, os alunos vão ter menos atividades fora das salas de aula.

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sociedade

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A má-escola: furtos, injúrias, droga, vandalismo e agressões "FUI SEMPRE UMA ESTUDANTE MUITO FELIZ" Maria José Azevedo Santos, vice-presidente da CMC Recordo -me muito bem dos meus primeiros dias de aulas. Entrei para o Colégio de S. José, em Coimbra, com seis anos. Lembro-me da nossa farda: bata preta e gola engomada cor-de-rosa, cinto de couro preto, muito lindo. Fui sempre uma estudante muito feliz, que amou a escola e apreciava os seus mestres.

GNR lançou, no arranque das aulas, uma campanha para alertar os pais

Andei na escola primária em Tomar. No primeiro dia de aulas lembro-me de ver inúmeros alunos de bata branca e de entrarmos numa sala e sermos bem recebidos pelos professores. Depois fiz, enquanto aluno, um percurso normal, numa pequena cidade tranquila. Muitos dos riscos que agora existem não existiam na altura.

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o objetivo de transmitir conselhos sobre segurança a encarregados de educação, estudantes e professores. Ao mesmo tempo estão a ser desenvolvidas várias ações de sensibilização com o intuito de alertar os pais para as regras de transporte, em veículos automóveis, de crianças com menos de 12 anos. As forças de segurança recordam ainda que não são apenas os maus alunos que fazem uma má-escola: nos últimos anos houve relatos de casos de professores que maltrataram os alunos – sendo por isso afastados do ensino - e situações em que os pais se mostraram indiferentes ao percurso escolar das crianças, ao ponto de nem imaginarem que os filhos tinham chumbado de ano. "O início do ano escolar é crucial para que o ano letivo decorra dentro da normalidade", concluem os responsáveis da GNR, em comunicado enviado às redações.

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"ÉRAMOS BEM RECEBIDOS PELOS PROFESSORES" Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF

AS CRIANÇAS vão para um estabelecimento de ensino para aprender mas, por vezes, os conhecimentos que adquirem acabam por nada ter a ver com os livros e com as aulas. Nos corredores, salas e pátios das escolas portuguesas acontecem, todos os anos, centenas de casos de furtos, vandalismo, posse e consumo de drogas, injúrias, ameaças e ofensas à integridade física. No entanto, a Guarda Nacional Republicana (GNR) garante que em 2010/2011 registou menos 289 ocorrências de abusos nas escolas, comparativamente com o ano letivo anterior. A GNR lançou, na última semana, a operação "Regresso às aulas em segurança", numa tentativa de minimizar os problemas detetados todos os anos. Desde 8 de setembro – e até ao final desta quinta-feira – militares do "Núcleo Escola Segura" estão junto aos estabelecimentos de ensino, com


Colégios de Coimbra dispensam mais de 30 professores O ENSINO PARTICULAR viu-se forçado a dispensar centenas de professores, devido às dificuldades de financiamento. Só no concelho de Coimbra terão sido despedidos, dos colégios, mais de 30 docentes. Mas as medidas de contenção de custos não se ficaram por aqui. Segundo o que foi possível apurar, as escolas de ensino particular locais decidiram acabar com cerca de uma dezena de turmas. As dificuldades económicas levaram também à dispensa de alguns funcionários e a uma série de reajustes administrativos relacionados com o funcionamento diário dos estabelecimentos de ensino.

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85.288€ Este é o valor que o Estado se compromete a pagar às escolas particulares, anualmente, por cada turma dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e secundário. O Movimento de Escolas Privadas com Ensino Público Contratualizado (MEPEPC) não obteve, deste modo, os 90 mil euros por turma que tinha solicitado no início das negociações, mas conseguiu alcançar um valor superior aos cerca de 80 mil euros previstos pelo anterior Governo.


sociedade

reportagem

Cerca de 60% das crianças transportam mochilas com uma carga superior à recomendável, isto é, 10% do seu próprio peso.

Abandono escolar precoce diminuiu

A TAXA de abandono escolar precoce tem diminuído de forma sistemática desde 2006, revela o Instituto Nacional de Estatística. Entre 2000 e 2010, houve uma redução de aproximadamente 15% (de 43,6% para 28,7%). No entanto, o abandono escolar nos ensinos básico e secundário continua a ser considerado demasiado elevado e os últimos Governos têm tentado adoptar medidas para o travar.

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Educar os filhos "ainda é uma prioridade para os pais" AS LIVRARIAS e papelarias da Baixa de meter um filho a estudar. Coimbra registaram, nos últimos dias, um "Quando entram para o primeiro ciclo é movimento pouco habitual. Com o início preciso 49 euros. Os livros para o segundo do novo ano letivo, os pais fizeram fila para ciclo e para o secundário custam 200 euros. comprar os manuais escolares e o material Os mais caros são os do terceiro ciclo (7.º, necessário para a educação dos filhos. Os 8.º e 9.º ano), que rondam os 300 euros", livreiros garantiram à C que, apesar da criadianta. se económica e do aumento de 1,13% nos Já no Largo da Portagem, observamos dulivros do Ensino Básico, os pais não estão as crianças – uma do 5.º ano e outra do 8.º a abdicar de meter as suas crianças na ano – a manusear, com bastante curioescola. sidade, os seus manuais escolares "Não se nota um decréscimo na recém-comprados. Perguntavenda de manuais escolares, mos à mãe, Maria Adelaide, se é quanto os pais em relação ao ano passado. O é um desafio complicado ter gastam em livros que vemos é que ainda é uma dois filhos a estudar ao mesescolares para prioridade para os pais que mo tempo. duas crianças os filhos estudem", afirmou "Gastei 500 euros só em li(uma do 5.º ano e outra do 8.º ano) Marta Costa, que trabalha na vros, por isso posso dizer que Livraria 115, localizada na Pranão é fácil. Tenho algumas difiça 8 de Maio. culdades económicas, mas o que se Seguindo pela Rua Ferreira Borges vapode fazer? Não os vou tirar da escola…", mos ter à Coimbra Editora, onde o livreiro conclui a conimbricense, enquanto procuWaldemar Dias confirma que as vendas de ra, em panfletos publicitários, o sítio mais manuais continuam tão elevadas como nos barato para comprar cadernos, canetas, últimos anos e nos explica quanto custa lápis e outro material escolar.

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especial

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Festas de volta à tradição SOURE VAI RECEBER O SÃO MATEUS E A FATACIS 2011, A PARTIR DE AMANHÃ, ESTE ANO COM MAIS UM DIA DE FESTA. A TRADIÇÃO VOLTA A SER O QUE ERA, COM A FEIRA A ANIMAR AS RUAS DA VILA. AS ENTRADAS SÃO GRATUITAS TEXTOS MARTA VARANDAS FOTOS PEDRO RAMOS A PARTIR DE AMANHÃ e até ao dia 21, próxima quarta-feira, a vila de Soure está em festa. Na verdade são vários festejos num só, porque o São Mateus constitui o maior cartaz turístico da vila e do concelho, sendo uma comemoração centenária e realizada em conjunto com a FATACIS - Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Soure, um certame fundamental para a promoção e divulgação de um significativo conjunto de atividades económicas. Não vão faltar também as feiras de ambulantes (mercado), da madeira, das nozes, das cebolas, as diversões, as tasquinhas e os espetáculos que assim animam as seis noites de festejos. A Associação Empresarial de Soure (AES), que está a organizar o São Mateus 2011 em parceria com a Câmara Municipal, apregoa as entradas gratuitas este ano como uma das novidades do certame, bem como o cartaz, que nesta edição vai representar uma aposta na promoção dos grupos da região.

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sociedade

soure

SÃO MATEUS/FATACIS 2011

ENTRADAS GRATUITAS DURANTE SEIS DIAS CARLOS MENDES e Paulo Simões são dois dos rostos responsáveis pela organização das Festas São Mateus/FATACIS 2011. Presidente e secretário-geral da Associação Empresarial de Soure (AES), respetivamente, explicam à C que, em virtude do feriado municipal ser no dia 21, os festejos não vão ter cinco, mas sim seis dias. A grande novidade para este ano são as entradas gratuitas, uma decisão justificada com a "contenção orçamental ao nível dos espetáculos e à própria disposição da feira", referiu Carlos Mendes, que acrescenta: "voltar à tradição do São Mateus pelas ruas da vila e apostar na promoção dos grupos da região, o que faz com que São Mateus seja o cabeça de cartaz das festas, são as nossas bandeiras para este ano".

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MERCADO TRAZ VIDA À VILA Devolver o mercado generalista, com a feira dos ambulantes, à vila, mudando a disposição do certame é outra das novidades apresentadas pela AES. "É uma forma de regressarmos à tradição e de contornar a indisponibilidade do Espaço dos Bacelos, onde era habitual colocar esta feira, mas onde agora está a ser desenvolvido um novo projeto, de lazer, da autarquia", explicou Carlos Mendes. Sobre o cartaz do certame para a edição que amanhã começa, o presidente da AES explica que houve uma redução no investimento feito em artistas de renome, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, porque "as pessoas vêm a Soure pelas festas, não pelo cartaz. Acima da AES esteve a autarquia, que

deu orientações para pouparmos na programação cultural e como o evento tem de ser autossustentável, decidimos este ano ter grupos mais locais, com a participação de folclore, orquestras filarmónicas, fado e baile popular e ainda DJ's para fechar a noite de amanhã, sábado e domingo. "O São Mateus é das últimas festas da região. Muitas das pessoas que nos visitam já viram os artistas antes e não é isso que as traz cá. Fizemos essa análise nos últimos quatro anos e foi a conclusão a que chegámos", revela Carlos Mendes. A FATACIS foi criada há mais de dez anos. Desde 2007 que a AES organiza o certame, como forma de dar visibilidade ao setor empresarial. "Tudo é feito em paralelo com o nosso trabalho", remata.

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CERTAME PARA A REGIÃO CENTRO Com a organização a cargo da AES e a colaboração da Câmara Municipal de Soure, a FATACIS "pretende dar visibilidade às empresas da zona". Trata-se de um certame que recebe gente de toda "a região Centro", sendo objetivo da AES "obter uma feira cada vez maior". Paulo Simões adianta que na edição que arranca amanhã vão estar presentes cerca de 100 empresas, divididas por 70 expositores - onde estão incluídas mostras de tratores, por este ser um certame também dedicado ao setor agrícola, e carros - "um número que tem diminuído, mas de forma residual, devido ao período de contenção". Isto porque na FATACIS "todos os stands são pagos", sublinha o secretário-geral.

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recinto A AES este ano quer voltar a trazer o popular e a tradição a Soure. Para isso decidiu devolver a feira generalista, onde estão incluídos os vendedores ambulantes, ao centro da vila, como já aconteceu há anos. O recinto do São Mateus 2011 vai contemplar três palcos - o dois e o três estão a cargo da Câmara Municipal -, espaços específicos para a Feira da Madeira, que fica do outro lado do Rio Arunca, para a Feira das Cebolas (em frente à Igreja Matriz) e para a Feira das Nozes. A FATACIS propriamente dita vai ficar no Espaço 1111, onde vão estar cerca de 70 expositores. De um dos lados do certame ficam os divertimentos e do outro as tasquinhas. O Parque da Várzea vai estar reservado a uma zona de artesanato. Há ainda um espaço dedicado à restauração ambulante.

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soure

programa DIA 16, SEXTA-FEIRA 09H30 - Abertura oficial da tradicional Feira da Madeira (Várzea das Mós) 19H30 - Abertura da FATACIS (Espaço Multiusos Soure 1111) 22H30 - Canta Comigo, com a atuação dos finalistas, do mágico Telmo Melo e da Banda (camião palco, na Praça da República) 23H00 - Noite de DJ's (Palco 1, Largo Conde Ferreira) DIA 17, SÁBADO 09H00 - Abertura da Feira das Nozes (Rua do Cais) Abertura da Feira das Cebolas (Praça Miguel Bombarda) Abertura da Feira da Madeira (Várzea das Mós) 15H00 - Abertura da feira generalista e abertura da FATACIS 22H00 - Noite de Folclore do concelho de Soure (Palco 2, Praça da República) 23H00 - Tributo a Jorge Palma, RockLuso e noite de DJ's (Palco 1) DIA 18, DOMINGO 08H00 - Abertura da Feira das Nozes, das Cebolas, da Madeira e da feira generalista 14H00 - Abertura da FATACIS 15H30 - Encontro de Folclore do concelho de Soure 21H30 - Ex'Tintos, Orquestra de Sopros e noite de DJ's (Palco 1) 22H00 - Thema 1 (Palco 3, Avenida Conselheiro Matoso) DIA 19, SEGUNDA-FEIRA 08H00 - Abertura da Feira da Madeira 15H00 - Abertura da FATACIS 22H00 - Noite de Fado (Palco 1) DIA 20, TERÇA-FEIRA 09H00 - Arruada por Gaiteiros 22H00 - Big Banda (Palco 3) DIA 21, QUARTA-FEIRA Feriado Municipal - Dia da Família Sourense 15H00 - Missa (capela de São Mateus) 16H00 - Tradicional Piquenique Popular (Parque de Merendas de São Mateus) 21H00 - Baile popular e Thema 1 (Palco 3) 40

SOURE

Atrativos turísticos levam nome do concelho além-fronteiras SOURE é uma vila portuguesa, no distrito de Coimbra, que faz parte da região Centro e sub-região do Baixo Mondego. Tem cerca de 8.500 habitantes. Com 12 freguesias - Alfarelos, Brunhós, Degracias, Figueiró do Campo, Gesteira, Granja do Ulmeiro, Pombalinho, Samuel, Soure, Tapeus, Vila Nova de Anços e Vinha da Rainha - são vários os vestígios arqueológicos que atestam a ocupação na época luso romana. O que resta do castelo é testemunho mudo de antigas glórias e misérias, de renhidos combates com os sarracenos, que algumas vezes o arrasaram. A vila de Soure está geminada com a vila francesa de Neuville-de Poitou, na região de Poitou-Charentes. Já o concelho de Soure tem vá rios atrativos turísticos, sendo o edifício da Câmara Municipal, de estilo ne-

omanuelino, um deles. Existe também o castelo, já anteriormente mencionado, que foi imponente, quando integrou um círculo defensor de Coimbra, ao qual pertenciam outros castelos como são exemplos o de Pombal, Penela e Montemor-o-Velho. Por estar num terreno baixo e apenas com o rio a protegê-lo dos mouros, foi praticamente todo destruí­do. Restam agora duas torres, estando confinado um antigo cemitério e igreja, a Igreja de Nossa Senhora da Finisterra. A vila de Soure é atravessada por dois rios que se juntam formando um só: Rio Arunca, que também é chamado por Rio Soure e desagua no Mondego, e o Rio Anços. O padroeiro é São Tiago e não São Mateus, embora muitos o pensem, porque é em honra do segundo que se fazem as maiores festas da vila, que todos os anos juntam milhares -de pessoas.

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Como descobrir toxinas em menos tempo e com amostras mais pequenas GRUPO DE TOXICOLOGIA DA UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR (UBI) TEM COMO MISSÃO DESENVOLVER NOVAS METODOLOGIAS PARA A DETEÇÃO RÁPIDA DE TOXINAS. DOS SEIS ELEMENTOS DO GRUPO, DESTACA-SE O REITOR DA UBI, UM DOS MENTORES DA EQUIPA TEXTO MARCO ROQUE FOTO PEDRO RAMOS O EXEMPLO, cada vez mais habitual, é comparar o trabalho do Grupo de Toxicologia ao que se vê nas séries de televisão, nos laboratórios de investigação criminal do CSI. E, na verdade, podem encontrar-se algumas semelhanças. "Quando existe a suspeita de uma intoxicação e não se sabe, ou se tem apenas uma ideia, de qual é a substância", revela Eugenia Gallardo, coordenadora do grupo, "nós vamos averiguar qual é o tóxico e informamos um hospital ou um tribunal,

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no menor tempo possível". No entanto, não estamos no CSI. "Não temos, diretamente, análises para tribunal porque isso é jurisdição do Instituto de Medicina Legal. Mas trabalhamos em colaboração com o instituto", revela a coordenadora. "Quando existe a suspeita da existência de um tóxico numa amostra, nós tentamos descobrir qual será a técnica analítica mais rápida para dosear [quantificar analiticamente uma substância numa amostra] esse tóxico".

Assim, o trabalho do grupo acaba por ser toda a pesquisa que antecede os novos métodos. "O nosso objetivo é desenvolver metodologias para doseamento não só de fármacos, mas também de drogas e outros produtos tóxicos", revela Eugenia Gallardo. Para além de metodologias inovadoras, o grupo procura métodos mais rápidos e que usam menor volume de amostras. "Não estamos a falar de amostras convencionais, como o sangue e a urina, que são o clássico

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ciência & tecnologia na toxicologia. Usamos saliva, cabelo e suor". Em destaque nestas análises surgem as novas drogas. "São drogas de abuso, que são legais no mercado europeu, embora estejam proibidas nos Estados Unidos da América, por exemplo", refere Eugenia Gallardo. As mais recentes são "substâncias semelhantes a anfetaminas, mas que não o são ou substâncias que são utilizadas como anestesia, em exemplo em veterinária, que depois funcionam como alucinogénicos nos humanos". Para além disso, a investigação atual também se foca no "doseamento de fármacos, na monitorização de antipsicóticos, usados para combater a esquizofrenia para tentar monitorizar esses doentes através da saliva e do plasma e tentar relacionar isso com os efeitos secundários". Um dos grandes sucessos do grupo surgiu numa parceria com o Serviço de Tecnologia Forense da Delegação Sul do Instituto Nacional de Medicina Legal, da qual resultou um método que permite, dosear, no cabelo, cocaína em três horas. As metodologias anteriores demoravam entre 18 a 24 horas. Atualmente, está a ser realizado um trabalho único de investigação, a nível internacional, no que diz respeito a determinar drogas de abuso (piperazinas) em urina e cabelo. Outra investigação importante, em parceria com o IML e a Universidade de Santiago de Compostela, é a análise de tóxicos em fluidos post-mortem, como o humor vítreo (líquido presente nos olhos). Alguns destes projetos, que resultam de uma tese de doutoramento, são orientados por João Queiroz, reitor da UBI, que se mantém integrado no grupo de Toxicologia. "Ele continua com um espírito muito científico, é sempre bom para discutir estratégias e resultados, devido à sua grande experiência", refere Eugenia Gallardo. Mercê das colaborações, o Grupo de Toxicologia já tem "uma relação muito estreita com o IML e com estas universidades". São "parcerias muito importantes e que mantemos", sublinha. Até porque, estamos perante investigações que se podem aplicar tanto ao nível forense como hospitalar. "Tentamos ser uma alternativa ao solucionar os problemas da toxicologia clínica e resolver os problemas ou colaborar com a forense. Como eles têm um número de amostras muito elevado, não têm tempo de desenvolver novas metodologias e nós fazemos a ponte", refere a responsável.

Para o futuro, há "muitas ideias e poucos fundos". Por exemplo, "queríamos começar um estudo para dosear drogas de abuso em crianças, para ver a prevalência de consumidoras de drogas durante a gravidez", revela a investigadora.

Potencial do som discutido na UC NO PASSADO dia 7, a Universidade de Coimbra recebeu a Conferência Internacional Audio Mostly 2011. Este evento serviu para focar algumas das novas potencialidades do som, em áreas tão diversas como o entretenimento, a saúde e a educação, até aos jogos, telemóveis e tablets. A conferência contou com a participação de Chris Watson, um dos maiores peritos mundiais ao nível da gravação de sons da vida selvagem e fenómenos naturais.

À noite no museu... com cientistas

NO PRÓXIMO dia 23 de setem-

à lupa NOME

María Eugenia Gallardo Alba DATA DE NASCIMENTO

15 de agosto de 1977 NATURALIDADE

Espanha

RESIDÊNCIA

bro, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra vai receber a Noite dos Investigadores, a partir das 18H00. Esta iniciativa europeia decorre simultaneamente em 320 países diferentes e pretende aproximar o público em geral da ciência. Até à meia-noite, o museu vai estar cheio de conversas e demonstrações sobre ciência. A entrada é gratuita.

Lisboa

MÚSICA

Qualquer dos Muse, por exemplo: Starlight do álbum HAARP LIVRO DE ELEIÇÃO

Crónica de uma Morte Anunciada, de Gabriel García Márquez

HÓBIS

O clássico, não os podemos chamar hóbis, mas gosto de viajar, fazer escapadas de fim de semana para conhecer novos sítios, escutar música, sair e jantar com os amigos

Enciclopédia da Vida na internet O SITE Encyclopedia of Life, http://www.eol.org/, atingiu os quatros anos e apresentou uma nova versão atualizada e com novo design . Este site quer continuar a afirmar-se como uma base de dados acerca das diferentes espécies. De momento já tem disponível 700 mil páginas, ou seja, um terço das espécies conhecidas.

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marketeer

"Não suporto falta de sentido de humor"

dinheiro

CATARINA PEREIRA, ASSESSORA DE IMPRENSA NA CÂMARA MUNICIPAL DE OLIVEIRA DO BAIRRO

Qual foi o seu primeiro emprego? Produtora de programas de televisão no centro de produção da RTP Porto. Como gastou o primeiro ordenado? Fui gastando em passeios de fim de semana conhecendo ainda melhor o nosso país, de norte a sul. Um sonho… Fazer uma viagem prolongada, em dias e distâncias, a quatro, com marido e filhos. O que não suporta? Falta de sentido de humor. Um vício que não equaciona deixar… Pensar sempre o melhor das pessoas, apesar de algumas deceções que fazem a exceção, compensa! E que marca não dispensa? Admiro a Delta, aprecio a Lanidor

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conversa de

quiosque

Papelaria Avenida Catarina Santos Rua Dias da Silva 170 A Coimbra 239 724 578

A Papelaria Avenida Catarina Santos, situada na Avenida Dias da Silva, tem uma série de ofertas para o público. Catarina Santos, proprietária do espaço, vende tabaco, revistas, jornais, pastilhas e material escolar. Catarina Santos gosta muito de trabalhar na papelaria, porque

tem prazer em contatar todos os dias com o público. "Gosto de estar aqui devido ao permanente contato com as pessoas", afirmou. A Papelaria Avenida está aberta todos os dias das 08H00 às 20H00, sábado das 08H00 às 17H00 e encerra aos domingos.

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e sigo (além de beber) a Coca-Cola. Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? "Imagine", do John Lennon. Um hino ao otimismo. Com quem não jantava? Não faço nenhuma questão de me sentar à mesa com o Hugo Chávez. Este senhor é uma séria ameaça à democracia e um barril de pólvora para a América Latina. Um atentado contra os direitos humanos. Último livro lido, cd ouvido, filme visto? Livro - "Um tesouro escondido", de José Tolentino Mendonça; CD - "As vidas dos outros", de Anaquim; filme/DVD - "O Americano tranquilo". Lema de vida? "Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta", Santa Teresa de Ávila.


empresário de sucesso

A VIDA DE Fernando Alves é dedicada à fruta.

Filho da cidade de Coimbra, é gerente da "Frutibairrada - Comércio de Frutas e Legumes Lda", um exemplo a seguir na região Centro, dentro do setor. As razões? "Muito trabalho, gosto por aquilo que se faz e transparência nos negócios". Estes são os segredos de um empresário que aos 43 anos apresenta já um percurso notável, sem dar tréguas à atual conjuntura económica, porque todos os dias marca pontos por todo o país. Conta, entre sorrisos, que "nasceu no meio da fruta". A mãe, "Rosinha dos Limões" - como todos conheciam - era retalhista no Mercado Municipal D. Pedro V, em Coimbra, mas também vendia fruta no espaço onde se realizava a "Feira dos 23", considerado o antigo MAC - Mercado Abastecedor de Coimbra. "Com 14 anos já a ajudava", relata o empresário, que após ganhar experiência, em 1988 decidiu iniciar a atividade em nome individual, começando a comercializar frutas e legumes da Beira Litoral, Oeste e Ribatejo, como grossista, seguindo as pisadas da mãe. Fernando Alves não tinha nada a temer, até porque logo no início o negócio correu bem: "comecei a evoluir e a trabalhar com o Algarve e Espanha". Em 1992 deu início à primeira sociedade limitada, a "Frutas Fernando Alves, Lda" e seis anos depois nasce a "Frutibairrada". Recorda que "só trabalhava com a origem e vendia no MAC, que em 95 passou para as novas instalações, em Taveiro". Mas a fundação da "Frutibairrada" coincidiu com a altura em que Fernando Alves passa para a grande distribuição (grandes superfícies) e para o comércio tradicional, o que o leva a dizer que este foi "o maior passo, causador do crescimento sustentado da 'Frutibairrada' e que se tem verificado até à atualidade". O empresário sentiu necessidade de tomar esta atitude para chegar ao êxito: "Era operador de mercado mas também fui ao encontro da grande distribuição, para poder crescer". Todos os dias tem seis camiões na estrada. Mas a "Frutibairrada" não ficou por aqui. Houve uma "evolução e preocupação constantes, quer ao nível informático como da rastreabilidade automática", que é o "caminho da vida", neste caso da fruta. O maior investimento da "Frutibairrada" aconteceu recentemente, em janeiro passado, com a compra de um armazém em Eiras que "veio dar melhores condições ao cliente do comércio tradicional e grandes distribuições", por estar dotado de câmaras com frios controlados, só para legumes ou só para secos e um ateliê de quarta gama, onde é feito o empacotamento e corte de saladas. "A partir

O "craque" do Centro no comércio de frutas e legumes FERNANDO ALVES É GERENTE DA "FRUTIBAIRRADA", UM EXEMPLO DE ÊXITO NA REGIÃO, A FUNCIONAR 24 HORAS POR DIA E COM 80% DOS PRODUTOS NACIONAIS TEXTO MARTA VARANDAS FOTO PEDRO RAMOS

a empresa Frutibairrada Sede: MAC - Mercado Abastecedor de Coimbra, Pavilhão A, n.º 24, 25 e 26 Armazém: Monte de São Miguel, Eiras, n.º 3 Telemóvel: 96 801 18 93 Mail: geral@frutibairrada.pt Site: www.frutibairrada.pt

daqui deixei de ter um trabalho meramente comercial, mas também industrial", explica. Em junho, abriu no Vale das Flores um novo conceito - o "Superfrutas" -, onde é possível beber um batido, um granizado, sumo de fruta natural, comer uma espetada de fruta (com ou sem chocolate), fruta laminada, além da secção de frutaria "onde é garantida a devida qualidade", assegura o empresário, que lembra que a especialidade é a "taça de bolacha baunilha cheia de cubos de fruta variada" e que pode ser degustada na esplanada interior ou na exterior. O "Superfrutas" também tem disponível serviço de take-away. Fernando Alves diz que desde o início de 2011 criou mais 12 novos postos de trabalho, dando emprego a cerca de 30 pessoas, no total.

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memórias

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Belle Époque marca Casino da Sociedade Água de Luso É NA CALMARIA DA VILA TERMAL, "PLANTADA" NO SOPÉ DO BUÇACO, QUE ESTÁ UM DOS ÍCONES ARQUITETÓNICOS DOS DOURADOS ANOS 20 TEXTO MARTA VARANDAS FOTOS PEDRO RAMOS

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À esquerda, Salão de Espetáculos do Casino da SAL, bem ao estilo Belle Époque, sendo possível contemplar o teto com a pintura de Gabriel Constante. À direita, imagem da receção, onde estão alguns folhetos da exposição "Luso: água puríssima", de Charles Lepierre, patente até ao dia 30

COM A MATA Nacional do Buçaco como cenário de fundo, é na vila termal do Luso, concelho da Mealhada, que está situado o Casino da Fundação Luso , um edifício que data o ano de 1886, exemplar arquitetónico da Belle Époque e que faz parar, nem que seja por alguns minutos, qualquer transeunte que circule na Avenida Emídio Navarro.

O espaço foi concebido com um propósito: promover o lazer, divertimento e convívio entre os banhistas que passavam algum tempo nas Termas de Luso, para fazer tratamentos no balneário termal, ou simplesmente para relaxar e desfrutar da beleza rara que é a Mata do Buçaco e toda a vegetação que a compõe. Hoje continua a ser muito visi-

tado e alvo até dos olhares mais desatentos. Noémia Calado, da Fundação Luso, explica que o edifício foi alvo de profundas obras de restauro, "devido ao estado de degradação ao longo dos tempos", num investimento que ultrapassou os 300 mil euros. As obras incidiram não só sobre a recuperação da estrutura pro-

priamente dita do edifício, mas também, "e com particular relevo, no restauro das pinturas aí existentes", esclarece a responsável pelo Casino. As pinturas estão um pouco por todo o espaço, mas concentram-se no Salão de Espetáculos, onde o destaque vai para a pintura do teto, datada de 1910 e da autoria do consagrado Gabriel

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dinheiro

memórias

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1 - Claraboia que fica a seguir à receção e faz a passagem para a Biblioteca, Salas de Exposições e Salão de Espetáculos 2 - Espólio do balneário termal: banheiras semicúpio 3 - Exemplares das primeiras garrafas de água, do ano de 1938 4 - Espólio da Sociedade Água de Luso

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Constante. A entrada no Casino é gratuita. Até ao dia 30 está patente a exposição, "Luso: água puríssima", de Charles Lepierre, uma homenagem da Fundação Luso ao químico francês que desenvolveu a quase totalidade da sua atividade científica e profissional ao serviço de Portugal e que em 1903 determinou o teor bacteriológico da água de Luso, classificando-a como "puríssima". Esta exposição já contou com a visita de mais de 21 mil visitantes. Na entrada do Casino está a receção, à qual se segue a claraboia que dá acesso à Biblioteca, onde pode ser consultada ou requisitada qualquer das obras disponíveis, bem como revistas e jornais. A mesma claraboia vai permitir chegar às salas de

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exposições e ao Salão de Espetáculos. Numa galeria lateral, após as obras de remodelação f icou também disponível o acervo que constitui o núcleo museológico da SAL, "onde pode ser observada a evolução histórica desta empresa com mais de 150 anos, das suas marcas, das termas e do Grande Hotel do Luso", refere Noémia Calado. A gestora das atividades do espaço explicou que o Casino é "um local aberto à comunidade e ao público em geral que aí, em condições a acordar, poderá promover os seus eventos". Desde 2010 que "estamos a redirecionar o Casino para ser um espaço disponível para exposições, de índole cultural, mas também para uma utilização mais regular para reuniões de grupo.

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topo de gama

VIVER

Volvo no mercado do Parceria com a Siemens A VOLVO prepara-se para entrar no

Honda Insight mais eficiente

Além da redução no consumo de combustível e nas emissões de gases poluente, o novo Honda Insight evoluiu no capítulo do design. A nova grelha, as renovadas entradas de ar e os spoiler traseiro são exemplos das alterações introduzidas pelos engenheiros da Honda, de modo a melhorar a aerodinâmica e consequentemente a diminuir o "apetite" do Insight. A tecnologia powertrain efficiency, redução de atrito do motor, transmissão variável contínua (CVT) e o atualizado ar condicionado confirmam "a regra" da economia que a marca japonesa segue à risca. Motor e suspensão também não foram esquecidos pelos técnicos da Honda que instalaram no interior do Insight materiais de qualidade superior.

mercado dos carros elétricos em parceira com a Siemens e espera que os primeiros veículos entrem "em pista de ensaios" já no final de 2011. Em comunicado, a empresa afirma que "o foco [desta parceria] estará no desenvolvimento da tecnologia de acionamento elétrico, eletrónica de potência e tecnologia de carregamento, bem como na integração desses sistemas no novo Volvo C30 elétrico". De acordo com o documento, "os primeiros veículos deste modelo equipados com motores elétricos Siemens entrarão em pista de ensaios já no final do ano". Já no segundo semestre de 2012, a construtora automóvel sueca "entregará à Siemens aproximadamente 200 veículos para efeito de testes em condições reais enquanto parte de uma frota de teste da Siemens". Para a Siemens, "a parceria com uma das marcas mais fortes na indústria automóvel proporcionará a oportunidade de alargar ainda mais

a sua liderança industrial na tecnologia de acionamentos elétricos para o mercado automóvel". Por sua vez, a Volvo poderá, para a eletrificação dos seus futuros veículos, contar com a tecnologia da Siemens, segundo a qual "a cadeia de acionamento elétrico, a eficiência das baterias e a tecnologia de carregamento são consideradas as tecnologias chave no desenvolvimento e na produção de carros elétricos". Segundo o presidente executivo e membro do Conselho de Administração do Industry Sector da Siemens, Siegfried Russwurm, "a cooperação com a Volvo é um marco importante no desenvolvimento de componentes e sistemas de alta qualidade para carros elétricos destinados à produção em série". Já o presidente executivo da Volvo Car Corporation, Stefan Jacoby, considerou que "o conhecimento e a experiência da Siemens irão elevar a tecnologia dos carros elétricos para um nível completamente novo".

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quinta a fundo A cantora Mia Rose é a nova embaixadora da Suzuki em Portugal Com o conceito DC100, a Land Rover prepara a sucessão do Defender

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O 500 Abarth Italia Cabrio,outro dos modelos criados para comemorar os 150 anos da unificação italiana, é baseado no 500C Abarth (cabriolet). O motor 1.4 litros Turbo T-Jet debita 158 cv e 230 Nm de binário. A velocidade máxima é de 211 km/h...

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motorização

dos elétricos

A mais recente criação da marca francesa, o DS5, será comercializada a partir do final do ano, e traduz-se num novo passo no desenvolvimento desta linha premium. Com este modelo, a Citroën inaugura a tecnologia Full hybrid Diesel HYbrid4, em que se combina o desempenho (200 cv, tracção integral) com a redução das emissões de CO2 (99g/ km). A versão Ultra Prestige deste modelo, além do interior completamente renovado, possui jantes exclusivas de 17 polegadas diamantadas, em antracite, e um acabamento Chrome Dark nas molduras das portas e na grelha dianteira.

O VOLVO C30 é um coupé desportivo de quatro lugares, divertido de conduzir e que poderá personalizar quer no design, quer na lista de acessórios.

Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:

Lexus apresenta novos híbridos

O NOVO Lexus GS 450h está equipado

com a segunda geração da tecnologia Hybrid Drive e assegura melhor desempenho ambiental e de condução. No Salão Automóvel de Frankfurt, desde a passada terça-feira, faz companhia, no espaço da Lexus, ao novo CT 200h F-Sport, a primeira atualização do hatchback 100 por cento híbrido de luxo da marca japonesa.

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Citroën DS5 no final do ano

Vinho da Quinzena


viver

7 maravilhas

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PORTUGAL À MESA DO CENTRO

ARROZ DE MARISCO, LEITÃO DA BAIRRADA E QUEIJO DA SERRA SÃO, FINALMENTE, RECONHECIDAS MARAVILHAS DA GASTRONOMIA PORTUGUESA. A REVISTA C ASSISTIU À CERIMÓNIA DE CONSAGRAÇÃO TEXTOS SÍLVIA DIOGO FOTOS PEDRO RAMOS


O ARROZ de Marisco, o Leitão da Bairrada e o Queijo da Serra são três das 7 Maravilhas da Gastronomia. Sabores que há muito conquistaram o paladar dos portugueses, foram agora reconhecidos, a nível nacional, no âmbito de um concurso que contou com mais de 800 mil votos. Após quatro meses de votação, o resultado final foi revelado, no passado sábado, em Santarém, no decurso de uma gala transmitida em direto pela RTP1, RTP HD, RTP Internacional e RTP África. "A que sabes Portugal?" era a questão

colocada. Foram registados 899.069 votos, que, além das três "maravilhas" da região Centro, elegeram ainda a Alheira de Mirandela (categoria de entradas), o Caldo Verde ( sopa), a Sardinha Assada( peixe) e o Pastel de Belém (doces). De fora ficaram os restantes14 finalistas, entre eles a Chanfana e o Pastel de Tentúgal. A votação, auditada pela PricewaterhouseCoopers & Associados S.R.O.C. Lda, foi a maior do género realizada em Portugal, depois das maravilhas do Património Natural e Históricas.

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12 a 17 Setembro

Semana da Música by Centro Norton de Matos

17 Setembro às 22H

ANAQUIM WORKSHOPS

de instrumentos musicais: Segunda a Sexta a partir das 17h Sábado a partir das 10h

CONCERTOS diários - 21h30m

www.academiademusica.net


viver

7 maravilhas

"Segredo" divulgado em cenário místico e saboroso A divulgação das "7 Maravilhas da Gastronomia" de Portugal teve, como palco, a antiga Escola Prática de Cavalaria de Santarém e contou, na apresentação, com o charme de Catarina Furtado e o profissionalismo de José Carlos Malato. O espaço reuniu centenas de convidados, vivamente interessados em assistir ao espetáculo, inspirado na boa mesa portuguesa e na tradição em torno da mesma. Produzidos pela Tavolanostra e sob a direção artística de Paulo Magalhães, os sete atos que animaram a noite foram introduzidos por um chef ,que, numa cataplana, guardava o segredo tão ansiado: os sete vencedores. Os atos estiveram relacionados com imagens dos 21 pratos finalistas, em cada uma das categorias em que se inseriam: entradas, sopa, marisco, peixe, caça, carne e doces. Ao longo do espetáculo, cada ato foi intercalado por momentos musicais protagonizados por Ana Moura, Rui Veloso, Carminho, Boss AC e Zeca Sempre, que deram ainda mais magia a uma noite de grande importância para os promotores das iguarias a concurso. A música tradicional portuguesa não podia, é claro, faltar. "Malhão", "Porto Santo", "Maria Faia", "Menina estás à Janela", "Alecrim aos Molhos" foram as canções selecionadas para esta noite das maravilhas. Os vencedores tiveram a honra de receber os prémios pela mão de vários chefs conceituados de Portugal:

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Filipa Vacondeus, Justa Nobre, Chakall, Fausto Airoldi, Hélio Loureiro, Luís Baena e Vítor Sobral. Os troféus atribuídos, consistiram em peças únicas produzidas pela SPAL. Após o espetáculo teve, lugar uma after-party 80’s Renascença, com o DJ Paulino Coelho. "A qualidade das galas 7 Maravilhas é inegável e este ano excedemos todas as expetativas. Este é um espetáculo com uma qualidade artística fenomenal", sublinhou Luís Segadães, presidente do concurso.

"Somos defensores intransigentes da gastronomia tradicional portuguesa Há dez anos, a gastronomia foi considerada património imaterial de Portugal, alcançando o estatuto de valor cultural que define a nossa identidade enquanto povo. "Hoje, prestamos uma justa homenagem a este património único dos portugueses, que resulta dos hábitos que gerações aperfeiçoaram ao longo dos tempos", acrescentou Luís Segadães. "Somos defensores intransigentes da gastronomia tradicional portuguesa, como algo que deve projetar o nosso país e promover o melhor que cá se produz", concluiu o presidente.

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CATARINA FURTADO E JOSÉ CARLOS MALATO FORAM OS ANFITRIÕES DE UMA NOITE MÁGICA QUE CONSAGROU AS 7 MARAVILHAS DA GASTRONOMIA PORTUGUESA

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7 maravilhas

viver

Chef Chakall

MUITAS CARAS CONHECIDAS MARCARAM PRESENÇA EM SANTARÉM

Catarina Furtado e Luís Segadães

Francisco Moita Flores e família foram os anfitriões da cerimónia

Miguel Relvas e família

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Madalena Carrito e Jaime Soares

Fátima Ramos e Sérgio Luís Seco

Lurdes Castanheira e Miguel Ventura

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1 Pedro Machado, Fernando Carvalho e Luís Leal 2 Hélio Loureiro, Chakall, Justa Nobre, Vítor Sobral, Filipa Vacondeus, Luís Baena e Fausto Airoldi 3 José Carlos Alexandrino, Atílio Nunes e José Branquinho


viver

VILA NOVA DE POIARES

CHANFANA CELEBROU X CAPÍTULO A CHANFANA não foi eleita para

as 7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa, mas o X Capítulo da Confraria, realizado domingo passado, em Vila Nova de Poiares, não deixou, ainda assim, de revestir-se da tradicional exuberância. "São dez anos de história. Dez anos de trabalho ao serviço desta comunidade. São dez anos que nos dão muito que contar", afirma Madalena Carrito, presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas. Os artistas Ruy de Carvalho e Madalena Iglésias foram o centro das atenções da cerimónia.

1 2

3 1 Luísa Barbosa, Padre Fontes, Arlindo Cunha, George Testu, José Raposo Ferreira, Madalena Iglésias, Ricardo Pinheiro, Ruy de Carvalho 2 Jaime Soares e Madalena Carrito no desfile 3 Arnaldo Baptista e Luís Teixeira

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2 1

CHANFANADA MONUMENTAL EM ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO 3

O GRUPO CH promoveu, no passado dia 10 de se-

tembro, a 3.ª edição da Chanfanada Monumental, em Vila Nova de Poiares. A iniciativa contou com a presença de cerca de duas centenas de parceiros, colaboradores, instituições públicas e outras entidades. De natureza comercial e institucional, a Chanfanada Monumental representa para o Grupo CH um momento especial de confraternização e festa com os seus clientes.

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1 Clientes, colaboradores, parceiros, instituições públicas e outras entidades do CH 2 Soares Rebelo, Maria de Lurdes Simões, Basílio Simões, António Abrantes e Garcia Mendes 3 Fernando Gomes, Paulo Ferreira, António Henriques, Pedro Maranha e Rogério Domingues 4 António Henriques e Jaime Soares

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viver

Salvador Arnaut e José Ribeiro

AAC VS NACIONAL

ACADÉMICA SOMA E SEGUE...

Costa Neves e Leal Barreto

VINTE MINUTOS de classe, quatro golos, um começo de Liga nunca antes visto. Com nove pontos em quatro jornadas, a equipa de Pedro Emanuel tem um novo recorde no que diz respeito a pontos no início de época. No convívio habitual, a festa gerou-se na Zona Vip. No intervalo camaradas reuniram-se para convívio. No final do jogo a felicidade era notória.

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Ernesto Vieira e Arnaldo Baptista

Fidalgo, Carlos Clemente e Ferreira Nunes

José Eduardo Simões e João Orvalho


FESTA

NB CLUB COIMBRA AO RUBRO O NB CLUB COIMBRA voltou a

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estar ao rubro nos passados dias 8 e 9 de setembro. Muitos foram os que decidiram sair de casa para mais duas noites fantásticas no espaço que está na moda na cidade. Quinta-feira à noite decorreu a festa The Show Must Go On! Na sexta-feira, atuou Just Dancing, com o DJ Kazé.

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viver

Atribuição da Medalha de Mérito Municipal e Dedicação a Funcionários

Lídio Cristo, Paulo Júlio e Luís Leal

Atribuição de Medalha de Mérito Municipal Cultural ao Pastel de Tentúgal

Pedro Machado, Carlos Pinto de Sá, Manuel de Assunção e Luís Leal

Assinatura do Protocolo de Geminação entre os municípios

MONTEMOR-O-VELHO

DISTINÇÕES NO DIA DO MUNICÍPIO O DIA DO MUNICÍPIO de Montemor-o-Velho foi celebrado com uma sessão solene no Pátio da Câmara Municipal. Depois do hastear da Bandeira e do Hino Nacional, teve lugar a atribuição da Medalha de Mérito Municipal e Dedicação a funcionários que se distinguiram ao serviço da autarquia. Luís Leal, presidente da edilidade, referiu que as geminações entre Montemor-o-Novo e Montemor-o-Velho não são atos de visitação turística e salientou "as diferentes iniciativas de partilha de projetos sociais, culturais, educativos e económicos" . A concluir, classificou a ligação oficial à vila alenteja como "geminação nacional etimológica e histórica inquestionável".

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Filarmónica 25 de Setembro

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verão

ficha CENTRO DE INTERPRETAÇÃO A Mata da Margaraça dispõe, com sede na Casa Grande, que serve de apoio à Área de Paisagem Protegida da Serra do Açor, de um Centro de Interpretação,com competências na área do ambiente e turismo . NÚCLEO MUSEOLÓGICO A aldeia de Pardieiros tem um pequeno mas diversificado núcleo museológico. CASA MUSEU A Casa-Museu do Casal de S. João, perto da Benfeita, merece uma visita atenta , sendo um ponto de partida para o circuito alargado ao Piódão e Chãs d’Égua.

"Museu vivo"na Mata da Margaraça SITUADA EM PLENA SERRA DO AÇOR, NO ALTO CONCELHO DE ARGANIL, CONSTITUI UMA RELÍQUIA DO NOSSO COBERTO VEGETAL PRIMITIVO. E AINDA HÁ A FRAGA DA PENA, CHÃS D'ÉGUAS E O PIÓDÃO.

ARGANIL- COJA - BENFEITA e, logo mais adiante, caminho da serra do Açor, passado o lugar de Pardieiros, aí temos, a uma altitude de 750 metros, a Mata da Margaraça, onde se conservou um tipo de coberto vegetal que deverá corresponder ao existente nas serras desta região antes da intervenção humana. Verdes, de todos os matizes, do mais claro ao mais escuro, destacam-se de imediato do pinhal circundante. Carvalhos e castanheiros, azevinhos, cerdeiras, aveleiras, medronheiros, tudo isso ali se mistura num conjunto que atrai e sensibiliza – e lá por baixo, no estrato subarbustivo, gilbardeiras, madressilvas, fetos e espécimes já muito raros no nosso país, como o artegão, o selo de Salomão, inúmeras hepáticas, fungos e líquenes. O ecossistema é realmente riquíssimo em vegetação arbórea e arbustiva, mas a fauna é igualmente relevante. A Mata da Margaraça é um autêntico santuário de nidificação de inúmeras aves e ali se acoitam, também, variadas espécies de animais, sobretudo javalis, cujos vestígios são, aliás, notórios um pouco

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Fraga da Pena e a Aldeia Histórica do Piodão são de visita obrigatória

por toda a parte. Ocupando uma área com cerca de 50 hectares, a Margaraça foi pertença, desde o reinasdo de D. Afonso III, do Bispado de Coimbra, tendo passado depois para o Estado, quando da extinção das ordens religiosas. Em finais do século XIX viria, porém, a ser vendida a particulares. Por falta de proteção, perdeu, ao longo dos tempos, algumas das suas caraterísticas primitivas, mas está atualmente classificada como Reserva Natural da Rede Nacional de Áreas Protegidas e Reserva Biogenética do Conselho da Europa, constituindo uma relíquia da cobertura florestal da região. Num recanto de xisto e de vegetação muito própria, lá está,por seu turno, a Fraga da Pena a revelar-se ao visitante por entre uma paisagem luxuriante. A imponente queda de água jorra frescura do alto dos seus 70 metros de altura. Está equipada com zona de recreio e lazer. O relevo, onde o xisto domina, é sulcado por vales com grandes quedas de nível, onde por vezes se encontram curiosos acidentes geológicos.

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vinhos

receitas do chef

NUNO CANCELA DE ABREU Enólogo

COM O VERÃO que finalmente está a finalizar

É NO RESTAURANTE Quinta do

e a vindima a iniciar, um adeus ao sol e calor, não vão faltar momentos, oportunidades e companhia para beber bons vinhos na despedida. Daqui da região do Dão prevemos uma vindima rica de boa uva das nossas boas vinhas. Temos a fortuna de ter condições naturais de exceção para a produção de vinhos. O clima que precedeu a vindima, fim do verão, traz-nos amplitudes térmicas entre a temperatura diurna e noturna, que permitem às videiras uma maturação lenta. Além das condições de clima normais na altura da vindima, importante também na boa estrutura de componentes fenólicos dos vinhos tintos do Dão é o solo granítico. A colheita de 2010 foi sem dúvida única na região, foi uma vindima muito rica. Todas as condições naturais estiveram reunidas para conseguirmos vinhos tintos com um equilíbrio, complexidade e uma exuberância aromática capazes de atestar o que vos venho dizendo! Exemplo de boa vindima foi também a colheita de 2009 e deste perfil de vinhos do Dão é o Boas Vinhas Tinto 2009, que já se encontra disponível no mercado.

Vale, em Oliveira do Bairro, que Gonçalo Soares, Chef e simultaneamente proprietário do espaço, surpreende os comensais que se atrevem a experimentar a sua cozinha. O Quinta do Vale, apesar de estar no coração da Bairrada, é um restaurante onde o peixe é o rei, e não o leitão, como é habitual. Com carta fechada, a garantia é uma: os produtos mais frescos do dia. Venha conhecer e "deixe-se surpreender".

GONÇALO SOARES Chef

AMÊIJOAS À BULHÃO PATO (4 PESSOAS)

sugestão

BOAS VINHAS TINTO 2009

Preço: 3,30 €

O Boas Vinhas Tinto 2009 é um vinho composto pelas castas Touriga-Nacional, Tinta-Roriz e Alfrocheiro. A sua cor é intenso ruby, com ligeiro toque grená. No aroma é intenso a frutos vermelhos, ameixa madura e toques de cacau. No paladar revela uma frescura, corpo suave e taninos elegantes característicos dos vinhos do Dão. No final de prova é muito suave, agradável e longo. Disponível em www.lusovini.com. Telefone 239 701 171.

cocktail de verão

Piña Colada INGREDIENTES 4 cubos de gelo 0,4 dl de sumo de ananás 0,4 dl de rum claro 0,4 dl de batida de coco 1 rodela de ananás natural MODO DE PREPARAÇÃO Coloque os cubos de gelo e o sumo de ananás no shaker. Junte o rum e a batida de coco. Agite durante 15 segundos e deite para um copo gelado, através de um passador. Decore com a rodela de ananás. Se desejar, pode servir com uma palhinha.

INGREDIENTES 700g de amêijoa macha (viva) 2 dl de azeite 6 dentes de alho com casca, amassados vinho branco seco ou espumante bruto 30g de coentros frescos picados limão

MODO DE PREPARAÇÃO Colocar o azeite numa frigideira. Juntar o alho amassado com casca. Aquecer até ao ponto do alho ferver. Juntar um copo de espumante bruto ou vinho branco seco. Fazer a redução do espumante (ou vinho branco seco). Juntar as amêijoas, nunca sobrepostas e os coentros picados. Tapar durante quatro minutos. Quando as amêijoas estiverem abertas, espremer o limão, saltear e servir. Decorar a gosto. Pode usar um ramo de coentros frescos.

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viver

moda

s o t a p a s s e t s E s o t i e f m a r fo para andar MANOLO BLAHNIK, Jimmy Choo,

DANIEL CASTELEIRA Stylist

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Christian Louboutin ou Nicholas Kirkwood são aquelas marcas que deixam qualquer mulher apaixonada por sapatos . Guava é a nova marca, que a vai deixar “in love”! Inês Caleiro de 26 anos é a que comanda as rédeas desta criativa marca portuguesa, ....Guava. Vale a pena conhecê-la na Miyuki Concept Store em Coimbra na Rua das Parreiras nº27, Celas.

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Moda no sentido mais puro e poderoso da palavra e tantos exemplos de beleza “fabricada” marcaram presença em diferentes lugares na noite de 8 de Setembro, com o ambiente recheado de milhares. A beleza em todas as formas e sentidos saiu à rua na segunda edição do Fashion’s Night Out, sem quaisquer tipos de preocupações agrafadas e um sorriso desenhado em qualquer ser humano (sempre com sacos de compras em cada mão). FOTOS TIAGO SILVA -

CORTESIA JORNAL HARDMUSICA

Exposição na Stivali

Fashion Clinic - Av. Liberdade sapatos GUAVA preço sob consulta

MIYUKI CONCEPT STORE

Lili Caneças

Welcome to Loja das Meias


viver

vida nova A candidata procurava um look mais elegante e com volume. A aplicação de coloração INOA e um corte mais fluído permitem à leitora um visual de manutenção fácil e um penteado com um movimento muito natural.

CARLOS GAGO Ilídio Design, embaixador L'Oreal

antes

INOA 6.32 A técnica de coloração permite relevos de cor naturais através da camuflagem dos tons nativos. O INOA é uma coloração sem amoníaco, não agrassivo. Trabalhado em sintomnia com PLATINIUM os resultados são muito naturais esaudáveis

LEITORA: Luísa Simões PROFISSÃO: Professora IDADE 46 anos

depois

HAIRSTYLIST Carlos Gago TÉCNICA DE COLORAÇÃO Cristina Simão INOA 6.32 + relevo de cor CORTE CARLOS GAGO Técnicas fundamentais de corte, 45º para fora com franja assimétrica STYLE Texture expert

PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago - C. COMERCIAL GIRASSOLUM FOTOGRAFIA: Pedro Ramos MAQUILHAGEM: PERFUMARIA MARS ROUPAS E ADEREÇOS: B&A Ricardo Colaço Loja 121, 1.º Helena Colaço Loja 117, 1.º C. COMERCIAL GIRASSOLUM

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SE DESEJA MUDAR O SEU VISUAL, ENVIE UM E-MAIL, COM O SEU NOME, IDADE E FOTO PARA vidanova@cnoticias.net

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Gala Encontros Mágicos TAGV/Coimbra. 16 e 17 de setembro. 21H30 A grande gala do 15.º Festival Internacional de Magia de Coimbra conta com grandes nomes, como Luís de Matos, Dani DaOrtiz, Mad Martin, Roxanne e Yunke.

CULTURA

agenda da semana qui.15 "Kabaret Keuner e outras histórias", de Bertolt Brecht (Teatro da Rainha) - Teatro Mun. Guarda - 22H00

sex.16

Joel Xavier CAE/Figueira da Foz. 17 setembro. 22H00. 5 a 12€

A peça da companhia Triopulante mostra o que acontece quando deixamos que os sonhos comandem a nossa vida.

Paisagens… Onde o Negro é Cor Teatro Aveirense. 17 set. 21H30. 5 a 12€ Espetáculo de dança que procura retratar o pulsar da cidade em que se realiza. Conceção, coreografia e direção de Paulo Ribeiro.

sáb.17 Nação Vira Lata ao vivo - Fnac Coimbra - 17H00

Concerto Comemorativo do 30.º Aniversário do Grupo Etnográfico e Cénico das Barrocas - Aveiro - Teatro Aveirense - 16H00

Teatro Miguel Franco/Leiria. 17 de setembro. 15H00. 3€

Joel Xavier, considerado um dos melhores guitarristas mundiais, comemora 20 anos de carreira regressando aos blues.

Duo Liz ao vivo (música de câmara) - Teatro Miguel Franco/ Leiria - 21H30

dom.18

"Contos da Lua Cheia"

"Não se brinca com o amor" Teatro Viriato. 16 e 17 de setembro. 21H30. 5 a 15€ A companhia Artistas Unidos estreia um dos mais belos clássicos, de Alfred de Musset.

"Piolhos e Actores" Cine-Teatro Avenida/Castelo Branco. 17 set. 22H00. 5€ Produção da Despe-Te-Que-Suas que conta a história de dois atores, perdidos no tempo e espaço, que se reencontram no "aqui" e "agora" da representação teatral.

seg.19 Exibição do documentário "Movimentos Perpétuos", de Edgar Pêra - TAGV/Coimbra - 21H30

ter.20 Exibição do filme "Sonatine" (1993), de Takeshi Kitano - Auditório Mosteiro de Santa Clara-a-Velha/Coimbra - 21H30

qua.21 Exibição de "Diários & Retratos", de Edgar Pêra - TAGV/Coimbra - 21H30

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Amor Electro Casino Figueira. 16 de setembro. 23H00. 15€ O grupo protagonizou uma ascensão mediática, graças ao disco de estreia, "Cai o Carmo e a Trindade". Músicas como "A Máquina" conquistaram rapidamente os portugueses. A mistura de electro, pop e sonoridades alternativas funcionam aqui bastante bem. Apesar de recente, o projeto Amor Electro conta com músicos experientes, nomeadamente Marisa Liz, Tiago Pais Dias, Ricardo Vasconcelos e Rui Rechena.


Os Kaiser Chiefs vão animar a Latada de Coimbra, a 29 de outubro

Caixa Preta

confidências

OMT/Coimbra. 16 e 17 de setembro. 21H30

"As redes sociais participam em mim"

José Eduardo Agualusa e Mia Couto escreveram em parceria para o Trigo Limpo - Teatro ACERT (Tondela) e o resultado é este "Caixa Preta", inspirado no conto "Eles não são como nós", que mostra a noite em que Velha Luzinha e a sua neta, Vitória, receberam a visita de um assaltante mascarado de Lobo Mau, enquanto lá fora se continuam a fazer ouvir os sons ensurdecedores da guerra.

Que livros está a ler? "A Bela do Senhor" (de Albert Cohen); "Violência" (Slavoj Žižek), "Ofício Cantante" (Herberto Helder) e "A Costureira sem Cabeça" (Fernando Madaíl).

Formações culturais da d´Orfeu Águeda. Até 30 de setembro A oferta formativa da d´Orfeu Associação Cultural para 2011/2012 engloba quatro áreas: música, teatro, cultura e técnica. Dirigidos a todas as idades, os cursos para o trimestre outubro/novembro/dezembro têm inscrições abertas até 30 de setembro. Os interessados podem obter mais informações através da página http://dformacao.blogspot.com.

Que tipo de cinema aprecia? Antigo como o do Meliès e novo, de não visto, como o do Steve McQueen; tão português como o Aniki Bóbo ou dos antípodas como um Shakespeare oriental do Kurosawa; de guerra com a (nossa) natureza e com o Malick numa viagem até um espacial infinito do Kubrick; do que me faz chorar pela filha da Scarlett O'Hara ao de um sorriso com a intrepidez do Buster Keaton. O que gosta mais no teatro? Do "Grande Teatro do Mundo" num mimo à "Tempestade" numa marioneta, d' "Uma casa de bonecas" n'um improviso a "...uma solidão em campos de algodão" num retábulo... Sempre com prazer especial no Gil Vicente d'A Escola da Noite e à espera de conseguir ver o Godot... aliás, o Eimuntas Nekrošius. E na música? Amália e Arcade Fire, Bach e Bowie, Camané e Clash, Dead Man's Bones e Devendra Banhart... até Velvet Underground e Verdi. Participa nas redes sociais? Elas participam em mim.

"Vulture in my heart" Galeria Municipal de Proença-a-Nova. Até 30 de outubro A exposição de desenho de Marisa Mancilla aborda de forma crítica os conceitos de vergonha, violência e escárnio público, geralmente contra a mulher ou a sua figura. Seja qual for a via de interpretação, o projeto permite a reflexão artística sobre os estados emocionais extremos e desesperados, quase surrealistas, da vítima, cuja liberdade e credibilidade está sempre comprometida por situações irreversíveis.

ISABEL CAMPANTE Produtora cultural e responsável pela comunicação n’A Escola da Noite

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viver

vidas

Madalena Iglésias: a voz de uma geração A "CANTORA DE PORTUGAL" SEMPRE SE DEDICOU AO MUNDO ARTÍSTICO. NO ENTANTO, HOUVE SEMPRE TEMPO PARA A FAMÍLIA E PARA IR À CASA DA PRAIA, ONDE "REFUGIA A ALMA". TEXTO E FOTOS SÍLVIA DIOGO VENCEU, em 1966, o Festival RTP da Canção

com "Ele e Ela", um dos seus ícones musicais. A partir daí, foi o sucesso. Nascida em Lisboa, no bairro de Santa Catarina, em 24 de Outubro de 1939, continua a gostar de viver, preferencialmente, em Portugal. O filho, casado em Espanha, divide-lhe a vida, no entanto, pelos dois países. "Ando constantemente entre cá e lá. Tenho a minha casa em Lisboa e a minha casa em Espanha", revela à C. Em conjunto com Simone de Oliveira, tornou-se numa das vozes mais emblemáticas do nacional-cançonetismo que predominou na década de 1960. Estudou no Conservatório e, ainda muito jovem, com apenas 15 anos, entrou para o Centro de Preparação de Artistas da, então, Emissora Nacional (EN). Em 1954, estreou-se, em simultâneo, na RTP e na EN, tendo sido distinguida como rainha da rádio e da televisão durante vários anos. A sua carreira internacional teve início em 1959, ano em que foi convidada para atuar na televisão espanhola. Por intermédio da Emissora Nacional representou, em 1962, no Festival de Benidorm, em Espanha. É uma artista amada pelo público. "Gostava muito da Flauta Mágica de Mozart", recorda. Coleciona uma extensa lista de prémios no domínio da canção ligeira . Estreou-se no cinema, ao lado de António Calvário, em "Uma Hora de Amor", de Augusto Fraga. Participou também no filme "Canção da Saudade", de Henrique Campos. "Na Tua Carta", "Silêncio

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entre Nós e "Ele e Ela"são alguns dos temas simbólicos da sua carreira. É uma artista de sucesso que continua ainda hoje a somar êxitos. Teve um programa de televisão próprio e atuou na Argentina, Canadá, Estados Unidos. Foi aclamada no Brasil e destacou-se em França. Foram editados vários álbuns da cantora. "Com o casamento, acabei por me afastar aos poucos da vida artística. Fui viver para a Venezuela, onde fiz vários programas para a televisão", relembra. Em 1987, mudou-se para a região de Barcelona, onde vive atualmente com a família. Tem uma carreira internacional bastante ativa, com particular destaque para a Venezuela.

Ou estou absolutamente atirada para baixo ou estou na lua. Não tenho meio termo

Possuidora de uma vasta lista de prémios, títulos e distinções, participou em diversos festivais nacionais e internacionais. "Um dos momentos que marcaram a minha vida foi quando me convidaram para representar Espanha num festival. Fiquei fria", garante. "Comovi-me quando a sociedade espanhola de rádio difusão me convidou para representar o país no Festival do Mediterrâneo, em Barcelona. Fiquei em segundo lugar", recorda. Madalena Iglésias é uma pessoa alegre e bem-disposta. "Sou escorpião e as pessoas deste signo são de extremos", reconhece. "Ou estou absolutamente atirada para baixo ou estou na lua. Não tenho meio termo. O meio termo é o meu poder de domínio", adianta. Tem esse poder de domínio desde que subiu ao palco. Aprendeu a ser assim no palco e na sua profissão. "Aprendi a transformar uma má situação falando comigo mesma", garante à C. O que mais preza na vida é estar com a família. Gosta de ler e gosta de estar em casa a ouvir música. "Gosto também muito de ir para a casinha que tenho na praia. O mar relaxa-me muito. Sou uma pessoa muito emotiva e estar à beira mar faz-me muito bem", frisa a artista. A sua mais recente "aquisição" é fazer parte da Confraria da Chanfana de Vila Nova de Poiares."Nunca fui confreira. Jamais recebi um prémio como este. Sinto uma grande satisfação e uma grande honra. Até fiquei comovida", conclui. l

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A alma da artista Madalena Iglésias é uma amante da vida artística. Gosta de viver e sente-se feliz com o rumo da sua carreira profissional no mundo da música, em que, desde muito nova, conquistou lugar de destaque.

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ideias dos outros

Encontros Mágicos LUÍS DE MATOS

Desde julho de 1992, a fazer sonhar centenas de milhares de pessoas…

JÁ LÁ VÃO quase duas décadas em que, ano após ano, Coimbra se converte, por uma semana, numa cidade ainda mais mágica. O Festival Internacional de Magia de Coimbra é a mais antiga iniciativa realizada em Portugal no âmbito da Arte Mágica e exclusivamente dirigida ao público em geral. Da responsabilidade do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, nasceu em julho de 1992 pela mão do mágico conimbricense Hortiny (José Carlos Gomes) e viria a ser retomado em 1998, sem interrupções a partir desse ano, integrado num conceito mais abrangente e que inequivocamente se afirmou sob a designação de Encontros Mágicos. OS ENCONTROS Mágicos são, assim, uma organização da Câmara Municipal de Coimbra, com o apoio do Teatro Académico de Gil Vicente e a chancela de "superior interesse cultural" do Ministério da Cultura, a única alguma vez atribuída a um festival de magia. A produção e direção artística é assinada por este V. amigo e sua equipa. OS ENCONTROS Mágicos são especiais. A arte mágica celebra-se em Coimbra de uma forma absolutamente singular. A magia chega a todas as idades, a todos os estratos socioculturais ou económicos. A arte de criar ilusões desafia todos de forma indiferenciada seja nas ruas, nas praças, nos jardins, no Teatro Académico de Gil Vicente, ou nas visitas ao Estabelecimento Prisional ou ao Hospital Pediátrico. É assim há anos. Em cada edição o número de espetadores vai subindo. Entre habituais e novos fãs, a semana dos encontros ganha forma nas múltiplas, e por vezes improváveis, experiências de cada um de nós com cada um dos "mestres" que visita Coimbra em cada edição.

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DAS CINQUENTA e duas semanas que compõem cada ano, só uma delas é capaz de nos fazer acreditar no impossível. Os truques utilizados por cada mágico nas suas ilusões são, pelos públicos, convertidos em momentos de pura magia onde o único limite é a imaginação de cada um que a ela assiste. É por isso que não podemos deixar escapar esta semana, temos que a viver com a maior intensidade e em toda a sua plenitude. Há muito que se perdeu a noção de "espetáculo familiar". Essa designação quer dizer quase sempre, hoje em dia pelo menos, espetáculo para crianças acompanhadas por pelo menos um adulto. A semana dos Encontros Mágicos nada tem a ver com isso, ela possibilita uma verdadeira comunhão cultural, plena de experiências, onde todos podem ir, voltar e recordar juntos. O CÓDIGO que abaixo se reproduz leva-nos à página do Facebook dedicada aos Encontros Mágicos. Fica aqui o desafio, partilhem o V. olhar com todos quantos a visitam. Vamos converter este canto da internet no local onde registamos, e partilhamos com o mundo e para futuro, os momentos vividos durante o 15º Festival Internacional de Magia de Coimbra. Vemo-nos por aí...

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CA

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Centenário

PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.

Linha Directa 808 20 60 20

24 horas por dia, com atendimento personalizado de 2ª a 6ª, das 8h30 às 23h30; e Sábados, Domingos e Feriados das 10h às 23h.

www.creditoagricola.pt

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