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TEMOS BILHETES PARA O ACADÉMICA-FEIRENSE

TURISMO

ENTREGUE 1 REVISTA C NAS NOSSAS INSTALAÇÕES

KEMPO CHINÊS

PEDRO MACHADO QUER FASQUIA ALTA NA PROMOÇÃO

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REVISTA SEMANAL

22 SETEMBRO 2011 • Nº 34

COMO SE VÊ O MUNDO NUMA CADEIRA DE RODAS?

As histórias de vida de Joana Mendes e Fernando Figo davam um filme. A cadeira de rodas é ponto comum. Os dois fintaram o destino e alcançaram a integração na sociedade

CRISE

TECNOLOGIA

VELHAS PROFISSÕES GANHAM NOVOS CLIENTES

CAMINHAR VAI PRODUZIR ELETRICIDADE

MODA

ATRIZ E MODELO DÂNIA NETO ARRASOU NA LOUSÃ


C22

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índice

Grupo

Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304;Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%

CNotícias

Diretor:

Soares Rebelo (soares.rebelo@cnoticias.net) Chefe de Redação:

Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net)

OPINIÃO

UM DIA COM

MARKETEER

VIDAS

Joana Benzinho Santos

Nélson Cruz

Inês Cardoso

Carlos Correia

5 Editorial 10 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 24 Via do leitor 25 Cartas 41 Empresário de sucesso 54 Topo de gama 56 Social 64 Viajar 65 À mesa 66 Moda 68 Vida nova 70 Cultura

Redação:

Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net) Colunistas:

Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Jorge Bento, José Carlos Neves, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; José Manuel Alves Fotografia:

Pedro Ramos (pedro.ramos@cnoticias.net) Direção de Arte:

Inês Abrantes e Jorge Caninhas Relações Públicas- Diretora:

Eugénia Abrantes

COLUNISTAS 23 Joana Benzinho Santos 33 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos

AO MICROSCÓPIO

6 Turismo pode ajudar região a sair da crise Entrevista com Pedro Machado 20 Um dia com Nélson Cruz O pasteleiro da Vasco da Gama é um mestre na hora de preparar doces 22 Que é feito de si? Luís Pais de Sousa, advogado, foi secretário de Estado e ministro de governos PSD

pág. 22

Produção:

André Navega , Hugo Campos e Tiago Carvalho

SOCIEDADE

26 Vidas presas à cadeira A C conheceu duas pessoas cuja mobilidade depende das suas cadeiras de rodas 32 Os campeões do Kempo Arte marcial chinesa oferece "motivação e muito prazer" 34 "Académica tem uma palavra a dizer" Entrevista com Cédric Soares 36 Como está a emissão de passaportes? Apesar da sua anunciada extinção, governos civis continuama emitir passaportes

Serviços Comerciais Diretor Comercial:

Luís Figueiredo (luis.figueiredo@cnoticias.net) Técnicos de Vendas:

Fernando Gomes (fernando.gomes@cnoticias.net) José Alberto (jose.alberto@cnoticias.net) PUBLICIDADE E ASSINATURAS

CNotícias Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 Taveiro - Coimbra Tel.: 239 981 303 - Fax: 239 981 304 Tlm: 916 987 300

pág. 34

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Projeto Gráfico: Pedro Góis / Góis Design e Bruno Vale

IMPRESSÃO: LISGRÁFICA Impressão e Artes Gráficas SA Queluz de Baixo (Oeiras) DISTRIBUIÇÃO:

VASP – MLP, MediaLogistics Park Quinta do Granjal – Venda Seca Tiragem Média: 10.000 ex. Registo na ERC com o n.º 126017, de 12/01/2011. Depósito Legal n.º 322204/2011. Periodicidade: Semanal, à quinta-feira Interdita a reprodução de todos os conteúdos editoriais, fotográficos, ilustrações para qualquer meio ou fim, mesmo comerciais.

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CÉREBROS

38 Chão que produz eletricidade Nova forma de aplicar pavimentos permite transformar passos em energia elétrica

DINHEIRO

42 Profissões antigas com popularidade renovada A crise faz com que as pessoas voltem a recorrer a costureiras, sapateiros e... alfarrabistas 46 Prevenção florestal evita fogos e disseminação de doenças Sapadores florestais limpam àreas verdes de Coimbra 50 Meliá Palácio da Lousã Primeiro Boutique Hotel do país é um espaço recheado de história

VIVER

72 Histórias de vida de Carlos Correia Para o dono da "Taberna do Carlos" tudo começou com uma marisqueira na Guiné

pág. 46

22SETEMBRO 2011


editorial

Doentes crónicos SOARES REBELO Diretor

A política não se circunscreve à solução dos problemas; incumbe-lhe, essencialmente, evitá-los. Não foi o caso, eis a penúria.

ANDA NO AR uma inequívoca perceção de ameaça. Diz-se, sobretudo tendo em conta o novo escandaloso "buraco" detetado na Madeira, que o país precisa de medidas ainda mais drásticas de austeridade. O próprio ministro das Finanças já se declarou, em "carta de garantia" à presidente do Fundo Monetário Internacional, disponível para tomá-las, prevenindo assim efeitos eventualmente ainda mais catastróficos para a vida económica nacional. Resultado: aí estão já, demolidores, os habituais cabalistas da política à portuguesa a antecipar dúvidas sobre a bondade do programa em curso para fazer face a tão dramática conjuntura. Há até já quem admita a bancarrota, até uma eventual saída de Portugal da zona euro. Não têm sido poucas, realmente, as vezes em que as crises económicas descambam em grandes crises políticas. O GOVERNO não pode confundir-se com uma qualquer instituição de caridade. Incumbe-lhe combater com eficácia a deterioração económica, obrigando-se a tomar, para tanto, as medidas indispensáveis. A política não se circunscreve, todavia, à solução de problemas; incumbe-lhe, essencialmente, evitá-los. Não foi o caso, eis a penúria. O DESEQUILÍBRIO nas contas externas obriga-nos a depender permanentemente, desde há séculos, do financiamento internacional. O combate ao défice e aos exageros despesistas do Estado terá de ser, portanto, uma prioridade. Porém, ao que se constata, as medidas em curso não só parecem não ser bastantes para, pelo menos, minorar os problemas que nós próprios criámos, como estão a provocar dúvidas galopantes de eficácia em faixas cada vez mais alargadas da opinião pública nacional.

A POLÍTICA económica não é mera matemática, é uma arte. Não poderá reduzir-se á frieza dos números – tem de evitar as fraturas sociais. É preciso, sem esconder as dificuldades, sem vender sonhos, como tem sido recorrente nas litanias das campanhas eleitorais, traçar caminhos que não gerem impasses e nos devolvam a esperança em tempos melhores. De outro modo, a recessão será absoluta – na economia, na autoestima, na confiança dos empresários e dos consumidores. ESTA CRISE não resultou exclusivamente da especulação financeira ou do capitalismo exacerbado. Resultou, fundamentalmente, do laxismo e da má governação que conduziu a dívidas monstruosas na maior parte dos países ocidentais, para manterem os respetivos estados providência. E não só na Europa: a taxa de pobreza já atinge mais de 46 milhões de americanos. A solução não estará, por isso, no aumento sistemático de impostos, sobretudo àqueles que geram emprego e criam riqueza. Residirá, fundamentalmente, em mais trabalho, menos dependência dos fundos públicos. O DESEMPREGO já desestabiliza famílias inteiras. A ditadura do matraquear do relógio à mistura com a casa degradada e a mesa de migalhas ou, então, a neurose das invejas mesquinhas e a ameaça das doenças da moda, empobrecem existências, ameaçam vidas. Há cada vez mais portugueses que, espoliados de proteção social, só com tremendos sacrifícios se vão mantendo de pé. Aos poucos, vamo-nos transformando em doentes crónicos – do fumo, do álcool, da droga. Muitos, é claro, não resistem – e, nos viadutos e vias-férreas, velhos e novos lá vão sepultando, da existência, os desencantos.

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atual

ao microscópio

Turismo é mesmo saída para a crise O BOLETIM DO INE FOI UMA AGRADÁVEL SURPRESA PARA A REGIÃO CENTRO. OS PROVEITOS TOTAIS ESTÃO UM PONTO PERCENTUAL ACIMA DA MÉDIA NACIONAL TEXTO E FOTOS MÁRIO NICOLAU

O Dia Mundial do Turismo constitui mais uma oportunidade de promover o setor? É evidente que sim, mas não vamos mais além. Vamos efetuar um pequeno balanço dos resultados obtidos pela região Centro em 2011. É preciso perceber que os resultados são aquilo que conta neste setor e, de acordo com o boletim do último boletim do Instituto Nacional de Estatística, relativo a julho de 2011, a performance é muito positiva. O Centro de Portugal registou um crescimento de 8,3 por cento nas dormidas em julho, em comparação com o mesmo período de 2010, o que se traduz num aumento de 415 mil para 449,6 mil dormidas. Em termos de taxa de ocupação, a região passou de 34,4 para 35,6 por cento, não se observando alterações nos valores da estada média, que se mantêm em 1,9 noites. Quanto aos proveitos totais, observou-se um aumento de nove por cento e nos proveitos por aposento o crescimento foi de 13,5 por cento, um ponto percentual acima da média nacional. É claro que estes resultados são motivo de satisfação, mas constituem, também, uma surpresa positiva tendo em conta a conjuntura internacional e o programa da troika. O Centro é já um destino alternativo? Sem dúvida, quer para os portugueses, quer para turistas estrangeiros, nomeadamente para os brasileiros. É um dos mercados estrangeiros que mais cresce no Centro de Portugal, ainda que naturalmente a Espanha, a França e a Itália registem bons resultados. Depois, há ainda os Países Baixos, nomeadamente o Benelux, que registam também boas taxas de emissão de turistas estrangeiros para a região Centro. Estes resultados refletem o trabalho que desenvolvemos diariamente e consolidam o turismo como

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uma das principais atividades económicas da região Centro e, acima de tudo, como uma das principais atividades exportadoras do nosso país. A região encara o turismo como uma saída para a crise? Existem três indicadores que confirmam esse cenário: o aumento dos investimentos no setor. Isto, existe uma aposta gradual de empresários do setor privado na construção ou qualificação de empreendimentos, o que demonstra a forte apetência para este setor, que se revela uma alternativa aquilo que até aqui eram as pequenas e médias empresas que tínhamos na região Centro noutros setores de atividade. A consolidação dos dados, através dos indicadores do INE, nomeadamente n o que respeita aumento da procura, da estadia média e dos proveitos quer dos turistas nacionais, quer dos turistas estrangeiros. Finalmente, e porque o turismo é um setor muito transversal percebe-se que Figueira da Foz recebe iniciativas relevantes em outubro

há um conjunto de atividades direta ou indiretamente beneficiárias da atividade do setor do turismo, onde incluo os serviços, os produtores agrícolas ou os municípios, que acabam por ver recompensado o esforço de requalificação de espaços públicos e de equipamentos. A promoção será afetada pela contenção orçamental? Quer ao nível da administração local e regional, quer ao nível da administração nacional é necessário perceber que o turismo é provavelmente dos setores em que o retorno do setor é imediato. Entram na região Centro diariamente divisas estrangeiras, pelo que aquilo que investimos em promoção interna e principalmente em promoção externa em mercados de proximidade, como o mercado espanhol, ou tradicionais, como o francês ou o italiano, tem um reflexo direto na entrada de receitas. Por outro lado, no caso do Brasil, em que estarei no próximo dia 17 de outubro, vamos manter a aposta de investimento na promoção externa. O mercado brasileiro regista um aumento substantivo de número de turistas que entram em Portugal, mas associado a isto representa, para a região Centro, um valor per capita superior em média aquilo que gasta um turista brasileiro comparativamente com outros turistas; isto é, estamos a falar de uma classe média/média alta com capacidade financeira para fazer férias em Portugal. Esta é, por isso, uma aposta que os decisores não podem ignorar. Apelo a que a fasquia se mantenha muito alta no investimento em promoção porque, como está à vista, ele tem retorno imediato. Quais são as áreas da região Centro que


Os decisores não podem ignorar o retorno imediato no investimentoque fazemos na promoção. Lanço o apelo para que a fasquia se mantenha alta

precisam de um reforço na promoção? Não temos dúvidas que as nossas principais marcas – Coimbra, Aveiro, Viseu e Castelo Branco –, a que junto a Figueira da Foz, o Buçaco, a Curia e, no âmbito da promoção externa, a Covilhã, precisam de um reforço na promoção. Coimbra, segundo o número de visitas à página que lhe é dedicada no sítio da Turismo de Portugal, tem vindo a perder a preferência dos turistas nacionais e estrangeiros, pelo que tem estar à cabeça no aumento da produção. Viseu está no bom caminho e vamos reforçar a aposta, já no dia 27 (dia Mundial do Turismo) com a inauguração do "Welcome Center". Castelo Branco está claramente em crescimento e na Figueira da Foz teremos um conjunto de iniciativas que vão dar grande visibilidade à cidade nomeadamente o Congresso da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, a 7 e 8 de outubro, e o Congresso da Associação de Hotéis de Portugal, a 9, 10 e 11 de outubro, que não se realizava há quatro anos. Qual é o principal desafio a curto/médio prazo? O Centro é associado, neste momento, a um destino em que a qualidade é um dos trunfos – e faz a diferença. Isso viu-se, por exemplo, na final das Sete Maravilhas – em 21 o Centro tinha seis finalistas – que foi e é um motivo de orgulho. Este resultado espelha a qualidade que temos e o nosso esforço irá exatamente nesse sentido, ou seja, no reforço da qualidade a vários níveis: alojamento, restauração, entre outros. Deixo o apelo a todos os agentes do setor para que elejam a qualidade como objetivo prioritário, já que ela (e não é um chavão) faz mesmo a diferença.

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ao microscópio

Jornadas europeias do património A INICIATIVA do Conselho da

atual

Sessenta iniciativas

Europa e da União Europeia, no âmbito da sensibilização dos cidadãos europeus para a importância da salvaguarda do património, começa amanhã e termina domingo, envolvendo cerca de 500 entidades públicas e privadas distribuídas por 146 concelhos/localidades do país.

Baja TT anima Idanha-a-Nova A PROVA , em formato de Baja,

que decorre a partir de amanhã e até domingo no concelho de Idanha-a-Nova, engloba competições para automóveis das várias categorias preparados para o efeito, motos de duas rodas, quads(motos4 ou atv's), utv's e buggies. A prova está estruturada por etapas.

O PROGRAMA das comemora-

ções do Dia Mundial do Turismo na região, que decorrem até à próxima terça-feira, arrancou na passada terça-feira com a assinatura de um protocolo entre a Turismo Centro de Portugal e a Comunidade Intermunicipal da

Região de Aveiro no âmbito do projeto PRORIA, que tem como objetivo a promoção da marca Ria de Aveiro. O ponto alto das comemorações terá lugar na terça-feira (dia Mundial do Turismo) com a inauguração do "Welcome Cen-

Turismo, lazer e cultura em Coimbra

DIA MUNDIAL DO TURISMO

Programa cheio

Viseu recebe ponto alto A TURISMO do Centro assina-

la o Dia Mundial do Turismo com várias iniciativas. Na passada terça-feira foi assinado o protocolo entre a CI Região de

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ter" de Viseu. No total, estão previstas 60 iniciativas que vão decorrer nos quatro polos de marca turística do Centro de Portugal (Aveiro, Viseu, Coimbra e Castelo Branco) envolvendo 41 dos 57 municípios da Turismo Centro de Portugal e 55 entidades.

A UNIVERSIDADE de Coimbra, acolhe de 27 a 29 deste mês o Congresso Internacional Turismo, Lazer e Cultura: Destinos, Sustentabilidade e Competitividade. A organização está a cargo do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território CEGOT e do Departamento de Geografia da Universidade de Coimbra.

Aveiro/TCP, no Salão Nobre da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro. Hoje, é apresentado o projeto de sinalética para o Caminho de Santiago (Espaço Museu Villa Romana do Rabaçal) e decorre o workshop Turismo de Natureza: Homologação dos Percursos Pedestres, em Poiares. A apresentação do Guia Mobile do Centro decorre sábado no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, e na segunda-feira é inaugurada a Oficina-Escola dos Bordados Regionais, em Castelo Branco. A inauguração, na próxima terça-feira, do "Welcome Center" de Viseu, no Adro da Sé, é o ponto alto das comemorações promovidas pela Turismo Centro de Portugal.

Bienal internacional A DÉCIMA edição da Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro realiza-se de 1 de outubro a 13 de novembro, no Museu de Aveiro.

22SETEMBRO 2011


ipc

opinião

RUI ANTUNES Presidente do IPC

Para quê uma rede de ensino superior? A ATUAL rede de ensino superior, com início após o 25 de Abril, organizou-se com o objetivo de aumentar o número de estudantes com formação de nível superior para níveis próximos da média da OCDE. Introduziram-se, em 1979, duas alterações: a primeira consistiu em elevar as exigências de qualificação de um conjunto de atividades profissionais e atribuir a sua formação a instituições de ensino superior; a segunda decorreu do facto de as universidades de então não acolherem a formação daqueles profissionais e consistiu na criação de politécnicos que, pela sua dispersão por todos os distritos, garantiam condições de acesso mais favoráveis a quem não dispunha de meios económicos para se deslocar para os grandes centros urbanos. Esta rede permitiu, ainda, fazer essa formação com custos muito inferiores aos das universidades. Hoje, 30 anos depois, o objetivo que levou à criação da actual rede foi alcançado e superado. Os níveis de qualificação da população correspondem ao padrão dos países desenvolvidos. É um dos grandes êxitos da nossa democracia. A internacionalização é um dos desafios e a atual rede, organizada para garantir a massificação e democratização, revela-se pouco adequada. É preciso criar um novo instrumento. Temos que começar por responder, primeiro, à pergunta "Para que queremos uma rede de ensino superior?". Só depois podemos pensar em criar um instrumento eficaz para a concretização desse objetivo.

IPC conquista 1.º prémio no Poliempreende O POLITÉCNICO de Coimbra (IPC) voltou a conquistar o primeiro lugar no concurso nacional Poliempreende. Nesta oitava edição da prova, e já depois de ter conquistado o primeiro lugar na quinta e sexta edições e o terceiro lugar na edição do ano passado, a equipa do IPC que venceu o concurso regional volta a trazer para Coimbra o primeiro lugar. A equipa, composta pelas docentes Cristina Isabel Cabral Galhano e Aida Moreira da Silva, e pelos alunos Marta Costa e Silva, Teresa Cardoso, Marta Costa, Francisco Farias e Filipe Martins da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), apresentou a concurso o projeto intitulado "Agro&Biotec, solutions and training", o qual consiste no desenvolvimento de novas soluções agro-tecnológicas (produto) de origem biológica,

direcionadas para a atividade agrícola, florestal e/ ou indústrias de transformação a jusante. Recorde-se que ao nível regional foram também vencedoras uma equipa do ISEC, com o projeto "HNTec - Help People Need Technical Tailor" e uma outra equipa da ESAC, com a ideia de negócio denominada "HeliSabores", tendo as mesmas ganho o 2.º e 3.º prémio, respetivamente. O primeiro destes projetos prende-se com o desenvolvimento e implementação de soluções adaptadas às necessidades de cada cidadão portador de deficiência ou limitação física, podendo o serviço idealizado ser prestado ao cidadão ou a cada instituição que o solicite, enquanto que o último se direciona para a produção helicícola, utilizando processos que respeitem o ambiente e que tenham uma noção clara de sustentabilidade.

IPC preencheu 79% das vagas na 1.ª fase

ESEC ajuda Fundação do Gil

Na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior de 2011 e no panorama do subsistema de ensino superior politécnico, o Politécnico de Coimbra (IPC) foi a terceira instituição do país com maior número de vagas preenchidas. O IPC dispunha de 1967 vagas para o Concurso Nacional deste ano, tendo conseguido colocar um total de 1.556 candidatos, o que corresponde a uma taxa de ocupação de 79%. Apenas conseguiram uma taxa de ocupação mais elevada o Politécnico do Porto (93%) e o de Lisboa (80%).

dia 12 de setembro, um protocolo de cooperação com vista ao desenvolvimento de atividades por parte dos alunos daquela escola no âmbito do Dia do Gil na região centro do país.

A ESEC e a Fundação do Gil assinaram, no passado

Ensino sem fronteiras no IPC O INSTITUTO Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) vai ministrar, no ano letivo de 2011/2012, mais um "Ano Zero". Terminada que está a 1.ª fase, a 2.ª fase de candidaturas ao "Ano Zero" decorre de 26 a 30 de setembro.

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

elevador do mercado

"AO SABOR DA BÍBLIA"

Livro de Luís Lavrador junta gastronomia e religião A PUBLICAÇÃO do chef Luís Lavrador, apresentada no passado sábado no Casino Figueira, revela "coragem" da parte do autor, uma vez que "junta duas áreas de saber cuja união é verdadeiramente pioneira: a culinária e a abordagem gastronómica, por um lado, e, por outro, os estudos teóricos, históricos, antropológicos, sobre o mundo religioso do judaísmo e do cristianismo", defende, no prefácio, Helena Coelho, orientadora de Luís Lavrador na tese de mestrado que originou o livro. "Ao Sabor da Bíblia" faz uma recolha exaustiva de todas as referências aos alimentos mencionados neste livro sagrado, "enumerando-os e classificando-os segundo a sua tipologia".

ARTUR SEGURO PEREIRA Advogado

Admissibilidade do contrato de trabalho a termo OS CONTR ATOS de trabalho a termo (certo ou incerto) são contratos excecionais e, como tal, apenas poderão ser legitimamente celebrados para satisfazer necessidades temporárias da empresa e apenas enquanto estas durarem. Entre elas, a substituição de trabalhadores, atividades sazonais ou acréscimos excecionais da actividade da empresa. Além destas situações, pode ainda contratar-se a termo em casos de lançamento de novas atividades, de início de laboração de empresa ou estabelecimento ou de trabalhadores à procura de primeiro emprego ou desempregados de longa duração. Não poderá, em consequência, utilizar-se esta forma de contratação para outros fins, designadamente para verificar a qualidade do trabalho prestado pelo trabalhador… O motivo justificativo deverá constar expressamente do contrato, com referência aos factos concretos que o integram e à respectiva relação com o tempo de duração do contrato, cabendo ao empregador a prova desses factos. Se assinarmos um contrato a termo, mas fora das situações em que é admissível, ou se faltarem ou forem insuficientes as referências ao termo e ao motivo justificativo, o contrato de trabalho a termo será considerado sem termo, valendo por tempo indeterminado.

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DIAS COIMBRA decidiu instalar uma universidade sénior na Escola do Paço Grande, em Arganil. A Santa Casa disponibiliza 100 mil euros

1.446

empresas de construção civil fecharam nos últimos 12 meses

GOUVEIA MONTEIRO abriu, contra acrise, novo restaurante universitário onde os estudantes dispõem de menus a partir de 1,4 euros.

Coimbra contra a coincineração O GRUPO Cidadãos de Coim-

milhões de euros é o orçamento com pessoal na Universiodade de Coimbra

bra vai manifestar-se, no dia 28, contra a autorização judicial de coincineração de resíduos industriais perigosos na cimenteira de Souselas. A manifestação terá lugar, às 18H00, na Praça da República.

Dachser aproxima Centro da Ásia

Feira do Caracol em Castelo Branco

O GRUPO Dachser – um dos maiores do mundo na área da logística e transporte de mercadorias, presente em Condeixa-a-Nova através da Dachser Portugal – acaba de abrir uma filial em Singapura. A empresa alemã já possui 55 filiais em oito países asiáticos, como China, Índia, Bangladesh, Hong Kong e, mais recentemente, Taiwan.

A FEIRA DO CARACOL , a de-

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MAYA , nova diretora de comunicação do renovado Theatrix, promete muitas noites de festa em Coimbra. Seja bem-vinda.

correr em Castelo Branco até domingo, oferece, entre as 16H00 e as 23H00, propostas tradicionais, como o caracol cozido, a caracoleta grelhada na chapa ou o escargô à francesa, mas também versões menos comuns, como feijoada de caracoleta, fondue de caracol ou omeleta de caracol.

a subir

direto

a descer

direito

22SETEMBRO 2011

JOÃO ATAÍDE Os autocolantes nos postes de iluminação, em Quiaios, anunciavam iluminação alternada. Mas, nalgumas ruas, o apagão é total.


Mais luz na Figueira

A EDP DISTRIBUIÇÃO inaugurou, no princípio deste mês, na povoação de Salmanha, freguesia de Vila Verde, concelho de Figueira da Foz, um novo posto de transformação, que representou um investimento de cerca de 16 mil euros. De acordo com a empresa, as tarefas executadas com vista à introdução de algumas alterações na rede de média tensão encerraram, em si, um grau assinalável de complexidade, atendendo a que essa intervenção obrigou à travessia da autoestrada A14. Dado o grau de dificuldade, o trabalho executado obrigou à utilização de

duas barquinhas, por forma a possibilitar a sustentação dos cabos de média tensão sobre a A14. Ainda de acordo com a EDP Distribuição, atendendo aos cuidados acrescidos, em termos de segurança, a que a complexidade desta intervenção obrigou, todo este trabalho foi executado com o acompanhamento de técnicos da Brisa, entidade concessionária desta infraestrutura rodoviária. Segundo a EDP Distribuição, "o conjunto da obra contribuirá, seguramente, para o reforço da qualidade de serviço prestado às populações do concelho da Figueira da Foz".

Coimbra tem o "Portugal dos Pequenitos", a Guarda, o "Lusitânia dos Pequeninos". O ex-emigrante José Farias, de 80 anos, ergueu no pátio da sua casa, na aldeia de Rapoula, várias edificações em miniatura, recorrendo a restos de materiais da construção civil. O parque levou 12 anos a concluir.

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fotolegenda


ao microscópio

visita de

médico

sete sóis, sete luas

Luís de Matos leva "Caos" ao Estoril

JOSÉ CARLOS PEIXOTO Pediatra

Infantários não podem ser depositários Encontros Mágicos de Coimbra voltaram a ser um sucesso COM 85 POR CENTO das mães

no mercado de trabalho e mais de 1/3 das crianças a viver em famílias não estruturadas, os infantários são imprescindíveis. O inevitável contacto com cerca de 10-15 infeções no 1.º ano, na grande maioria auto limitadas, causadas por vírus, não prejudica o futuro das crianças comparativamente às que aguardam superprotegidas no lar até aos três anos. Se a qualidade do infantário for garantida, a ciência demonstrou que influencia positivamente o desenvolvimento cognitivo, social e emocional, o sucesso escolar, o comportamento no futuro e que é muito favorável a relação entre os resultados e o investimento. O tamanho dos grupos por sala e o número de crianças por profissional são os fatores mais importantes para garantir qualidade. Este mês foi anunciado que os berçários passam de oito para 10 bebés, as salas das crianças entre um e dois anos de 10 para 14 e entre os dois e os três anos podem ter até 18 meninos. Para garantir qualidade, a AAP recomenda, para estas idades, grupos de seis, oito e 14 crianças respetivamente. Esta solução transforma os infantários em depósitos de crianças, não respeita o conhecimento científico, põe em causa o futuro das crianças e da sociedade e a médio prazo vai agravar as consequências sociais e económicas.

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O MÁGICO Luís de Matos está a trabalhar intensamente, desde há dois meses, num novo espetáculo, preparado desde há dois anos, e que estreará em dezembro próximo no Casino do Estoril. "Caos", título dessa nova criação, cumprirá uma temporada de um mês no Casino do Estoril, prosseguindo depois uma digressão por diversas cidades portuguesas. Em inícios de 2013 deverá continuar pela rede nacional de teatros de Espanha. "Chama-se 'Caos'. Não tem nada a ver com a crise que estamos a viver, mas é um tema para mim fascinante, algo que pode ser muito intrínseco e muito orgâ-

nico relativamente àquilo que nós fazemos, àquilo que nós, enquanto criadores de ilusões, fazemos", explicou o mágico, que inicia este mês uma nova temporada de programas na Televisão da Galiza, Espanha, dando continuidade a uma colaboração que entra no sétimo ano consecutivo. Luís de Matos acaba de organizar o 15.º Festival Internacional de Magia de Coimbra, que incluiu seis dezenas de espetáculos por ruas e praças da cidade, mais duas galas no Teatro Académico de Gil Vicente e, ainda, sessões no Estabelecimento Prisional de Coimbra e no Hospital Pediátrico de Coimbra.

Inéditos marionet A COMPANHIA de teatro mario-

net vai acolher, na Casa das Artes da Fundação Bissaya Barreto, a partir de amanhã e até ao fim do mês, trabalhos inéditos de alguns artistas que considera importantes e próximos do seu próprio trabalho. O grande destaque será a exposição "Gradações do tempo sobre um plano", dos artistas Mariana Caló e Francisco Queimadela, este natural de Coimbra, onde expõe pela primeira vez. A

seleção inclui ainda a editora de vídeo-arte "Graw Böckler", sediada em Berlim e o grupo português de música exploratória "HHY & The Macumbas", que tem impressionado o circuito da música com presença nos principais palcos e publicações. Os dois concertos incluídos na programação são uma coprodução com a Rádio Universidade de Coimbra, a comemorar 25 anos de emissões em FM.

22SETEMBRO 2011

Pedro Pita deixa Cultura do Centro ANTÓNIO Pe-

dro Pita cessou, ao f im de seis anos, as funções de diretor regional de Cultura do Centro, tendo retomado a atividade docente na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Na sequência das eleições legislativas, realizadas há três meses, que deram a vitória ao PSD, agora em coligação no Governo com o CDS-PP, o docente de Filosofia, nomeado para o cargo pelo executivo socialista de José Sócrates, solicitou a "cessação de funções" ao secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, que aceitou o pedido.

Jaime Gralheiro homenageado em S. Pedro do Sul JAIME GRALHEIRO foi homenageado em S. Pedro do Sul, numa iniciativa conjunta do PCP, da Ordem dos Advogados e da Sociedade Portuguesa de Autores. O advogado, de 81 anos, é também um conhecido dramaturgo (fundou o "Cénico") e tem uma longa atividade política que remonta à ditadura do Estado Novo, sendo militante comunista.

Gravuras do Côa já têm responsáveis O PROFESSOR universitário Fer-

nando Real foi empossado na presidência da Fundação Côa Parque, tendo Gustavo Duarte, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, e José Ribeiro, membro fundador do Movimento Internacional de Salvaguarda das Gravuras Rupestres do Côa, como vogais não executivos.


Na Clínica Delille, o seu sorriso vem sempre em primeiro lugar. É por ele que recorremos à melhor tecnologia e aos melhores profissionais, inovando na forma de estar e de proporcionar bem-estar. Da Implantologia à Odontopediatria, oferecemos-lhe todas as soluções para que tenha uma saúde oral perfeita. Visite-nos, estamos à sua espera.

C152

De sorriso aberto.


ex(sic)tações

ao microscópio

toma lá dá cá É preciso que todos façamos um esforço para que Portugal não possa derrapar para algo parecido com a Grécia. CAVACO SILVA, PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Talvez, contra a gordura, se entregue a Torre da Universidade ao homem da cortiça e a Via Latina ao senhor dos hipermercados. FRANCISCO QUEIRÓS, VEREADOR DA CÂMARA DE COIMBRA

frases desfeitas Chegámos a um tempo em que se arruína um país sem armas e sem guerras.

Universidade de Coimbra Não esqueça, professor, que a liberdade é apenas uma lamentável negligência das autoridades...

ANTÓNIO ARNAUT, advogado Pois é, só falta aos falsários começarem a fazer notas de mil euros.

Não podemos encerrar serviços regionais sem medidas semelhantes em Lisboa.

Na história da democracia em Portugal não há memória de um governo fazer tanto mal

FERREIRA RAMOS, advogado Concordamos. As frases com que nos querem aliciar nem sempre têm sujeito, predicado e complemento direto.

A eleição do queijo Serra da Estrela exprime o bom gosto dos portugueses. PEDRO COUCEIRO, grande conselheiro da Confraria do Queijo Serra da Estrela. Claro, não tem buracos.

ANTÓNIO VILHENA, escritor Obviamente, nunca fomos governados pelo PS!

JAIME RAMOS, médico Garantia o otimista: acabei de descobrir um método que te deixará próspero. Perguntava o pessimista: quanto é que isso me vai custar?

Em Portugal, pagamos salários excessivos a alguns, justos a outros e muito baixos a outros tantos.

Exigimos que o Estado não atrapalhe.

PEDRO VAZ SERRA, economista

JOÃO GABRIEL SILVA, reitor da

Às vezes, até as palavras se estragam na atividade política.

A Grécia é hoje o que Portugal será daqui a uns meses. JOSÉ MANUEL PUREZA, professor universitário A vida não é um retrato, é uma caricatura. E nunca parecida...

Tem razões de queixa, senhor empresário?

Banco de Portugal “ Odeixou de ser uma donzela para ser uma mulher prostituída JOE BERARDO

MIGUEL CADILHE

Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Redação C

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VÍTOR CONSTÂNCIO

Resposta certa: Miguel Cadilhe

quem foi que disse?


acredite se quiser

Romena demasiado sexy

MULHERES da pequena cidade de Cadelbosco di Sopra, no norte da Itália, fizeram um abaixo-assinado para impedir que a empregada de mesa Loredana Zavate, de 27 anos, trabalhe no bar-café que os maridos frequentam. Considerada muito sexy, esta imigrante romena gosta de dançar para os clientes e recebe gorjetas generosas pelas suas performances. A polícia já foi investigar, mas o proprietário do estabelecimento gosta tanto da funcionária, que até já rebatizou o local de "Lory Pink Bar".

Cara de espantalho A INGLESA Charlotte Jones, de

27 anos, queria deixar as madeixas loiras. Procurou, para tal, um conhecido cabeleireiro londrino, em cujo salão passou 11 horas para dscolorir o cabelo. O resultado foi, todavia, um verdadeiro desastre: no final, ao ver-se ao espelho, descobriu que tinha ficado tal qual um "espantalho". Ganhou em tribunal uma indemnização de 5.250 libras.

Língua com 10 cm

CHANEL TAPPER , estudante da Califórnia, entrou para o livro dos recordes, por uma característica insólita: possui a maior língua do mundo, com 9,75 centímetros, ou seja, o dobro do tamanho médio. A jovem revelou ter descoberto que possuía uma língua realmente enorme quando tinha oito anos, ao posar para fotos do Halloween mostrando o órgão.

7.500 quadros pintados com o pénis

Unhas gigantes

um metro! Subir os 350 metros da rua a caminhar já é um desafio, imagine agora o que é transpô-la a correr. Mas foi isso mesmo que aconteceu no passado domingo, 18 de setembro, com um sprint até ao topo da rampa. O desafio puxou pelos músculos dos participantes de uma forma agressiva e alguns sofreram mesmo algumas mazelas. A confraternização foi uma das notas dominantes da iniciativa.

Pessoas metem a cabeça na sanita por prazer

A NORTE-AMERICANA Chris Walton tem unhas gigantes: 3,1 metros na mão esquerda, 2,92 metros na direita. A jovem nova-iorquina consegue realizar, ainda assim, tarefas simples, como mandar, aos amigos, mensagens de texto pelo telemóvel. Chris, que não corta as unhas há 18 anos, conseguiu, com tal decisão, vir a fazer parte do Guinness, na sua edição a editar em 2012.

O JORNAL INGLÊS "Daily Mail" chamou a atenção para uma nova mania, que tem ganhado força graças às redes sociais. C ha ma- se "plu mbk i n g ". O conceito é simples, mas algo… bizarro. Os participantes posam da forma mais arrojada que conseguirem na casa-de-banho, enfiando a cabeça na sanita… Há gostos para tudo.

A rua mais íngreme do mundo

O ARTISTA australiano Tim Patch, conhecido como "Pricasso", que usa o pénis como pincel, disse, em entrevista por e-mail ao G1, que já pintou cerca de 7.500 quadros desde que começou a usar o órgão genital como ferramenta de trabalho. Produz, em média, 1.500 quadros por ano e confessou que, inicialmente, nunca pensou vir a ter tanto sucesso. Cada quadro de Patch custa cerca de 20 euros.

A BALDWIN STREET, que fica

a apenas 3,5 quilómetros do centro de Dunedin, na Nova Zelândia, foi reconhecida pelo Guinness como a rua mais íngreme do mundo. Para cada 2,86 metros percorridos na horizontal, a inclinação aumenta

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ao microscópio

praça de táxis Os estudantes estão de volta a Coimbra. Gosta de ver a cidade com tanta agitação?

MAURO VALENTE

Sim, é sempre bom, porque dá para trazer mais alegria a Coimbra e também mais capital social. O lado menos bom é que os estudantes também trazem mais poluição, sonora e de resíduos.

retrato falado

figura da semana

MAGALHÃES CARDOSO A CÂMARA Municipal de Coimbra aprovou uma nova orgânica destinada a garantir uma gestão mais eficiente e otimização acrescida dos recursos humanos e financeiros. A DIREÇÃO de Administração do Território, com a tutela do urbanismo, é a única dotada de titular, no âmbito da reorganização que recentemente entrou em vigor. ANTÓNIO MAGALHÃES CARDOSO, para quem o Plano Diretor Municipal é bom, mas tem de ser revisto, tornou-se, assim, o único detentor, até agora, de um cargo de direção superior de primeiro grau na autarquia conimbricense.

menções honrosas HILDA MIGUEL

Claro que gosto de ver a cidade co m e s tu d a n tes. São eles que fazem mexer esta cidade. O facto de regressarem, para mais um ano letivo, tem mais vantagens do que desvantagens.

Seabra Santos

Ivo Portela

A UNIVERSIDADE de Coimbra

O PRESIDENTE da câmara de Tábua dotou o concelho com um novo centro educativo, em que a autarquia investiu 2,2 milhões de euros. Com capacidade para 230 alunos do 1.º ciclo, o complexo está equipado com 12 salas de aula, dispondo todas elas de quadros interativos.

é a melhor de Portugal, segundo o "QS University Ranking 2011", que a classifica a meio das 700 instituições mais prestigiadas do mundo. O antigo reitor tem todas as razões para brindar à conquista de tão prestigiado estatuto.

debate FERNANDO LOPES

É evidente que sim. Com o regresso dos estudantes, a cidade ganha mais vida, e eu acho que isso é muito bom. Se não fossem eles, tínhamos uma Coimbra sempre morta, durante o ano inteiro.

Eu acho que ele se deve demitir. Essa seria a única forma que teria de honrar o povo que o elegeu. Penso que não tem outra alternativa.

Eu penso que ele não se deve demitir. Deve ser sujeito a duas avaliações: uma democrática, nas próximas eleições; e outra avaliação judicial, a levar a cabo, eventualmente, pelo Ministério Público.

Alberto João Jardim deve demitir-se, na sequência do buraco financeiro descoberto na Madeira? JAIME RAMOS Médico

FÁTIMA CARVALHO Sindicalista

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se eu mandasse

saudades de

coimbra

DIAMANTINO CABANAS Assessor de Imprensa

Que recordações guarda de Coimbra? Ao fim de semana estou sempre em Coimbra. Há uma marca que a cidade nunca mais recuperou – os elétricos. Ficou muito mais pobre sem eles; o seu fim foi uma decisão política inadequada, funcionalista e descaracterizadora. Tem alguma estratégia para diminuir a distância? Sim. Quando venho para Lisboa, ponho o cruise control a 120, quando vou para Coimbra ponho-o a 140. Fado de Coimbra... Invoco a poética do fado de Coimbra – embora não seja fã – só para chatear os amigos de Lisboa, orgulhosos do irritante fado em que embalam o resto do país. Descobre algo de diferente na cidade? Certo domingo à noite saí pela Ponte Europa, mas na

sexta seguinte, quando cheguei, entrei pela Ponte Rainha Santa. Pensei eu, que não sou do clero: benza-a Deus e ao nobre autarca que a baptizou. E ri-me sozinho. Um local emblemático na sua história pessoal... Talvez o Liceu, agora Escola Secundária de José Falcão. É uma marca imensa. E vejo-o a cair aos bocados, mete-me impressão que não tenha beneficiado de obras, tanto quanto sei porque a direção não permitiu a instalação do conservatório. Se tivermos em conta outras cidades, Coimbra é... Saúde. Os meus amigos de Lisboa confundem ovos moles com pastéis de Tentúgal e chanfana com cabrito assado, mas quando o assunto é sério, e não lhes chega parar em Fátima e rezar, perguntam-me por um médico, por um serviço de saúde ou por uma clínica. De Lisboa, à distância, como vê Coimbra? Um fascinante cenário urbano, montado sobre um histórico e invulgar estado de espírito, que não soubemos merecer a partir do último quarteirão do século XX.

Paulo Valério, advogado FAZIA REGRESSAR a casa os filhos de Coimbra. Coimbra tem a melhor incubadora de empresas de base tecnológica do mundo, mas anda há décadas para pôr a funcionar um parque empresarial… de base tecnológica! Podemos agradecê-lo à partidarite, ao pequeno interesse e ao diletantismo. Falta atrevimento, competência, frescura e alegria à nossa política autárquica. O êxodo de gerações sucessivas é uma hemorragia que deve ser estancada. CONVOCAVA OS MELHORES

para política. A liderança política deve fazer-se pelo exemplo. Caso contrário, chegaremos a um ponto crítico em que ninguém se sentirá bem representado e ninguém terá legitimidade para representar. Andaremos longe?

ACABAVA com o compadrio. É preciso que todos assumam as suas responsabilidades públicas e profissionais. Quando as cunhas, as calçadeiras, as vistas grossas e os jeitinhos se sobrepõem à competência e à justiça, os pilares da democracia começam a tremer.

Falta atrevimento, competência, frescura e alegria à nossa política autárquica

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Cidade mais pobre sem elétricos

"Acabava com o compadrio"

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confidencial

ao microscópio

ONDE ANDAS TU? Quando o fecharam, fizeste barulho, não escapava ninguém. Recuperaste uma visibilidade de outros tempos. Quando a levantaram, continuaste a mostrar-te um fiel defensor da terra e de quem lá vive. Agora, querem deixar de pagar a reles alternativa e ninguém te vê. Diz o povo: "todos diferentes, todos iguais".

DEZ PARA MANDAR, UM PARA TRABALHAR

lente... de contato

Que bom é homenagear quem o merece. Imortalizar umas feições, num imponente busto que adorna uma bela praça, digna de Zeus. O problema é colocá-lo no seu sítio. Para ver o local da estátua foram precisos um diretor de serviços, um chefe de divisão, três engenheiros, um encarregado de obras e três operários. Depois disso, ainda teve de ir lá um vice-presidente. Ufa, que o busto era pesado.

Caloira, há quanto tempo! Tiveste boas férias? Continuo sem te ver por Coimbra, é pena. Mas sei que tens a cidade no coração, pois ainda no outro dia ficaste amiga de um dos melhores bigodes da região.

Pergunta: Quem é a artista de renome internacional que tem um piercing novo, num local que devia ser escondido? APROVADO

António Damásio

O neurocientista, radicado nos EUA, é dos mais famosos cientistas portugueses. Recebeu, o título honoris causa da Unviversidade de Coimbra, um reconhecimento ao contributo de António Damásio no ramo da Neuropsicologia. Nota 15

NEM NA SEXTA, NEM NO SÁBADO

A internet é uma ferramenta muito interessante , nem que seja para ver fotografias daquela rapariga que é de cá e vai entrar na Casa dos Segredos. Mas a internet mente. Por isso, quando lerem que uma certa criança americana vai fazer parte das festividades de lata, não liguem. Ah, e não partilhem no Facebook. Ainda dão ideias à organização.

NÃO PAGA, MAS TAMBÉM NÃO ANDA

A notícia teve de vir a navegar de uma das nossas regiões autónomas. No meio de tanta despesa e anúncio de tanta austeridade, há uma empresa de transporte público consegue dar lucro. Parece que o "trem fantasma", embora não transporte ninguém – ou tenha carris, por exemplo – consegue dar mais de cinquenta mil euros de lucro. Cuidado, não vá a troika dizer para continuarem o bom trabalho.

espelho meu

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REPROVADO

Cavaco Silva

O "buraco" nas finanças da Madeira não é culpa do presidente da República. No entanto, ainda se lembram quando ele interrompeu as férias para falar do financiamento dos Açores? Este ano, nada. Parece que até o PR tem medo de Alberto João. Nota 7


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ao microscópio

04H00 A caminho da fábrica

um dia com

04H15 Análise das encomendas do dia

05H00 Pesa os primeiros ingredientes

NÉLSON CRUZ PASTELEIRO DA VASCO DA GAMA

É DIFÍCIL UM MESTRE DESVENDAR SEGREDOS. E QUASE IMPOSSÍVEL ABRIR O CORAÇÃO AO MESMO TEMPO. NÉLSON CRUZ GOSTA MUITO DO QUE FAZ. COMEÇOU AOS 13 ANOS TEXTO E FOTOS MÁRIO NICOLAU PRIMEIRO, foi necessário alterar o visual:

10H30 A decoração do bolo de noiva requer concentração

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recebi a toca, uma bata novinha em folha e proteção para os sapatos. Depois, aguardei serenamente a chegada do "chefe Nelson". Surgiu na receção da fábrica das Pastelarias Vasco da Gama com um sorriso. O dia de trabalho começara há um bom par de horas e pelas mãos do pasteleiro já tinha passado quantidade significativa de açúcar, farinha e outras "coisas boas" que aconchegam o espírito e o estômago e dão que fazer aos dietistas... A pastelaria fina é o primeiro capítulo do dia de Nélson Cruz que inclui na programação as encomendas debitadas pelas sete lojas Vasco da Gama espalhadas pela cidade de Coimbra. Ou seja, os dias são todos diferentes, já que é impossível saber antecipadamente a vontade dos clientes. A criatividade tem, por isso, solicitações que "só Deus sabe", mas o desafio é um aliciante para o pasteleiro, principalmente ao fim de semana quando entram no rol os bolos de casamento e de batizado. "Chego a ocupar-me só com essas encomendas e há dias, ao fim de semana, em que é necessário trabalhar mais algumas horas para dar conta de todas as encomendas", explica. O rádio, ao canto da sala, é auxiliar precioso no aliviar da pressão. A rotina – deitar cedo e cedo erguer – já tem alguns anos.

22SETEMBRO 2011


06H30 Prepara uma dose de chocolate

08H40 A massa também requer cuidados

10H30 Monta o último bola de noiva

"Poucos", graceja. Começou com 13 anos, porque "queria ganhar dinheiro", e o primeiro emprego converteu-se num emprego para a vida. Lavou tabuleiros, limpou fornos e um ano depois iniciou a aprendizagem das "massas". Tudo começou na Serra da Estrela. Já lá vão 27 anos, mas o gosto do primeiro dia mantém-se e o contacto com os clientes promove desafios permanentes, com uma certeza: "quando o pasteleiro não gosta da solução, dificilmente ela resultará". Por vezes, as ideias apresentadas pelos clientes têm de ser "filtradas" pelo profissional, que aconselha as melhores soluções. No "mundo" dos bolos e casamento (os de batizado partilham, em parte, desta "regra"...), "as tendências" estão na ordem do dia. "Estamos a falar de evolução para melhor, ou seja, na apresentação e também no rigor de produção, já que num casamento o que marca e fica memória dos convidados é o vestido da noiva e o bolo, pelo que a exigência é enorme", considera. A meio da manhã, a conversa com o jornalista entra no domínio da moda com os bolos de casamento em ponto de rebuçado: as influências francesas passaram à história, mas nada garante que não regressem um dia destes. A utilização de maçapão é, para já, um hábito que, "conforme existe, pode desaparecer de um momento para outro", bastando para que tal aconteça a publicação numa revista de uma nova sugestão de ingredientes. O morango, por exemplo, "foi trocado" pelos frutos vermelhos, que asseguram maior durabilidade da apresentação escolhida. O chocolate está, também, na moda e Nélson Cruz já produziu vários bolos de casamento totalmente negros... Os canais por cabo dedicados à gastronomia e principalmente aqueles em que colocam a nu as práticas culinárias são fonte de inspiração para o grande público e... dão que

fazer aos pasteleiros como Nélson Cruz, que também assiste quando é possível às emissões dos canais especializados quando não é traído pelo sono... Entre jornais e revistas, o pasteleiro prefere as revistas (incluindo as cor de rosa) e só compra jornais "quando há alguma notícia

de maior interesse". A formação profissional é uma preocupação constante e as idas a Lisboa e ao Porto sucedem-se ao ritmo das iniciativas que lhe chegam ao conhecimento. Voltou a estudar e teve êxito na qualificação como formador, mas não desiste de alargar conhecimentos. Os avanços da tecnologia facilitaram muito a vida aos profissionais do setor, pois no passado, explica, por exemplo, "produzir 100 quilogramas de folhado demorava um dia e, hoje, a mesma quantidade, faz-se em duas horas...". A capacidade de resposta é, agora, "muito maior" e a qualidade proporcionada ao cliente é substancialmente melhor. A tradição e o sabor de sempre, garante, não é colocada em causa pela mecanização. Os tempos em que "meteu a mão na massa", na companhia da avó, já só fazem parte da memória, mas continuam "duplamente" doces... Por volta das 13H00, o dia e trabalho do pasteleiro chega "normalmente" ao fim, mas, em casa, Nélson Cruz apoia as filhas, o que, na prática, entre outras funções, significa "cozinhar". O descanso do "guerreiro" começa cerca das 20H30, pois se "este horário não for cumprido o dia seguinte corre mal de certeza". O ritmo biológico está "afinado há muito" e pouco depois das 02H50, o pasteleiro abandona "vale de lençóis" para mais um dia de trabalho. Gosta e chegar cedo à fábrica para "preparar o dia de trabalho", mas antes de chegar a Taveiro, efetua uma paragem nas instalações da Vasco da Gama no Bairro Norton de Matos. Em Coimbra, e ao serviço na empresa Vasco da Gama, desde 1998, Nélson Cruz considera que faz parte de uma "família unida e que dá o melhor para satisfazer os clientes". Mais do que uma empresa, garante, "é a nossa casa, pois aqui que passamos mais tempo". E conclui: "é aqui que garantimos o sustento para nós e para os nossos".

A mecanização facilitou o trabalho dos profissionais e não é inimiga dos sabores tradicionais à lupa NOME

Nélson Cruz DATA DE NASCIMENTO

16/6/72

TERRA NATAL

Luanda

RESIDÊNCIA

Coimbra

RÁDIO PREFERIDA

M80

PRATO PREDILETO

Cozido à Portuguesa

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o que é feito de si?

ao microscópio

1981

1985

1987

1995

2002

2005

Preside à Direção-Geral da AAC

Começa a exercer advocacia

É eleito deputado pela primeira vez

Faz parte da V Comissão de Inquérito de Camarate

Sec. de Estado Adj. na Administração Interna

"Regressa às origens": Advocacia e Cantanhede

PRESIDENTE DA DG-AAC, DEPUTADO, SECRETÁRIO DE ESTADO E ADVOGADO. ESTE "BEIRÃO" DIVIDE AGORA O SEU TEMPO ENTRE A ADVOCACIA E AS "RAÍZES", EM CANTANHEDE TEXTO MÁRIO NICOLAU FOTO PEDRO RAMOS

Sinceramente, não abdico de participar na vida cívica e no universo da política

Luís Pais de Sousa Foi Presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra. Esse cargo foi uma rampa de lançamento para a sua vida profissional? Creio que a "rampa de lançamento" para a minha vida profissional terá sido mesmo o escritório de advocacia de meu pai. Agora tenho a perfeita noção de que a AAC – enquanto espaço de democracia, liberdade e debate (exerci o cargo em 1981) – foi para mim uma "escola da vida", que em larga medida me determinou também a coragem de ter e de assumir opiniões próprias. A partir de 1985 começou a exercer a advocacia. Mais tarde integrou o Governo liderado por Durão Barroso e foi eleito Deputado à Assembleia da República. Como recorda esses tempos? Do ponto de vista pessoal, recordo com orgulho e um sentimento de dever cumprido. Na verdade, para quem estava a iniciar a profissão, viria, muito cedo, a dar um contributo à vida pública, atenta a circunstância de ter sido eleito Deputado (pelo Círculo de Coimbra) nas V e VI Legislaturas. Depois seguiu-se um período de cerca de seis anos a "tempo inteiro" na advocacia… e de seguida a experiência, mais complexa e intensa, no XV Governo Constitucional (num Ministério de soberania e, por natureza, "pesado"). Foi membro e relator da V Comissão de Inquérito de Camarate, relativa ao acidente de aviação que vitimou Francisco Sá Carneiro. O que mais o marcou nesse processo? Salvo erro, estava-se em janeiro de 1995 (final da VI Legislatura) quando me foi solicitado que elaborasse o projeto de Relatório. Embora, por essa altura, estivesse a exercer o cargo de Presidente da Comissão de Petições – bem como a trabalhar na Comissão de Assuntos Consti-

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tucionais – aceitei a tarefa. Recordo que me deu muito trabalho! Política é um caso encerrado? Não. Nunca se deve afirmar tal coisa. Além de que continuo a dar determinados contributos, a um nível mais distanciado, é certo. Nos últimos anos tem andado mais discreto a nível da participação cívica. O que aconteceu? Sinceramente, não abdico de participar na vida cívica e no universo da política. Só que, até hoje fui sempre "político por eleição", razão pela qual, a partir de 2005, me fui refugiando no escritório de advogados, espaço que me assegura a independência e a liberdade de espírito de que também me alimento. Por outro lado, há mais vida para além da política, sendo também relevante que surjam novos "atores" e que a renovação se vá fazendo, nos partidos e ao nível do Estado. Escritório em Coimbra e residência em Cantanhede. Tem dois amores? Gosto muito de Coimbra – da sua dimensão histórica e cultural – mas parte da nossa família (que é Beirã) está em Cantanhede há mais de cem anos, pelo que se me impõe "regar as raízes". Talvez possa afirmar que, após 2005, entrei na fase do regresso à profissão e às raízes. Que projetos é que tem em mãos? E o que pretende fazer a curto-prazo? Dado que entrei definitivamente na fase "escritório de advogados", temos vindo a construir uma plataforma de cooperação com um escritório de Lisboa, a qual possa assegurar respostas profissionais em áreas de especialidade que hoje são complexas. Por outro lado, reservo-me o direito de ter mais tempo para aqueles que me são próximos, bem como para a leitura e a escrita.

22SETEMBRO 2011


opinião

Europa busca cura JOANA BENZINHO SANTOS

Num mercado que se quer único é fundamental identificar onde está o nó a desatar

A UNIÃO EUROPEIA vive dias de tormenta, de indecisões, de acentuada irresponsabilidade intelectual dos seus líderes que, centrados em contagem de votos em eleições internas, se demarcam das suas responsabilidades europeias e arrumam na gaveta o dever de solidariedade que subscreveram nos diversos Tratados, nomeadamente no recente Tratado de Lisboa.

peus demonstrem um crescimento substancial do comércio eletrónico nos últimos anos em cada Estado, pouco ou nenhum crescimento transfronteiriço é verificado. E, num mercado que se quer único, é fundamental identificar onde está o nó a desatar, de forma a garantir a todos um efetivo acesso aos produtos, ao melhor preço do mercado.

É ESTA EUROPA débil que tenta lançar pontes para o futuro e cimentar o mercado interno, consagrado em 1993, e se anima no objetivo de o transformar num verdadeiro mercado único sem barreiras dissimuladas, sem entraves à concorrência, sem obstáculos à livre escolha dos mais de 500 milhões de cidadãos da UE, tentando assim sair da crise económica e financeira que ensombra os dias da nossa história comum.

O COMÉRCIO eletrónico transfronteiriço está, desde logo, limitado por barreiras que se prendem aos receios (legítimos) dos consumidores por desconhecimento das regras vigentes nos outro Estado-membro, à fragmentação jurídica na UE nesta matéria nomeadamente quanto ao IVA, ao problema da língua e da confiança (ou falta dela) nos sites e, muitas vezes, por problemas relacionados com a forma de pagamento. Vejamos o caso concreto de vendas em linha no Reino Unido que só aceitam pagamentos efetuados com cartões britânicos o que viola claramente o princípio da não discriminação em razão da nacionalidade ou residência.

O ÊXITO da Estratégia Europeia 2020, que preconiza um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo passa obrigatoriamente pelo sucesso da revitalização e concretização do Mercado Único. E o comércio eletrónico surge, neste contexto, como um instrumento crucial para o seu fortalecimento e materialização. COM A MOBILIDADE internáutica cada vez mais na ordem do dia, os consumidores e as empresas europeias procuram no ambiente em linha respostas às suas necessidades de aquisição e de expansão dos negócios. Preços mais competitivos e um leque mais alargado de escolha são facilmente comprováveis nos pouco mais de 300 sites comparadores de produtos e preços europeus que encontramos na internet. MAS , embora diversos estudos sobre o comportamento dos consumidores euro-

É INDISPENSÁVEL uma abordagem holística das questões ligadas ao comércio eletrónico que crie confiança nos consumidores e empresas europeias, nomeadamente nas PME, potenciais beneficiárias do aumento do comércio de vendas em linha transfronteiriço. E que permita dinamizar esta nossa Europa que agoniza, relançando o seu Mercado que serve mais de 500 milhões de consumidores. NOS DIAS 3 e 4 de outubro realiza-se em Cracóvia, na Polónia, um Fórum sobre o Mercado Único onde este será um dos principais temas da agenda, o que revela a sua importância e a necessidade de resposta aos desafios que no apresenta.

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ao microscópio

via do leitor

cartas ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL : redacao@cnoticias.net As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos

Situação no Centro de Saúde de Montemor-o-Velho Tendo presente a V. comunicação recebida na ARS Centro em 02/09/2011, o Conselho Diretivo informa que, naturalmente, prestou ao assunto a melhor atenção. Assim, após contactos com o Diretor Executivo do ACES Baixo Mondego 2, comunica-se: – O Centro de Saúde de Montemor-o-Velho esteve, no período em referência, sempre dotado de álcool ou, em alternativa, de solução antissética de base alcoólica; – Relativamente às "tiras" para despiste de infeção urinária (no caso em apreço, já anteriormente diagnosticada no CHC), registaram-se de facto algumas dificuldades pontuais no seu fornecimento, não por falta de qualquer pagamento, mas porque o caderno de encargos não foi cabalmente cumprido pelo laboratório vencedor do concurso público. Ainda assim, foi assegurado a nível local o fornecimento destas tiras, por aquisição direta pelo ACES, conforme instruções desta ARS Centro. – Naturalmente que a nenhum utente do Centro de Saúde de Montemor-o-Velho, "foi negada água". Convictos que o assunto se encontra devidamente esclarecido, com os melhores cumprimentos. O CONSELHO DIRETIVO DA ARS CENTRO, IP

inquérito Alberto João Jardim deve demitir-se? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net

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Que curioso Portugal Na página 4 do JN de sábado, 17 de setembro, encontra-se este subtítulo: "Conceder às escolas a possibilidade de contratar professores suscita temores de clientelismos". Que pensar? Que se convive complacentemente com a ideia e prática de que os responsáveis das escolas ou "estabelecimentos de ensino" (há quem considere que é a mesma coisa, mas não é) são os mestres no ensino prático, oculto claro, da batota no posicionamento dos concorrentes?

Os atores políticos de todas as cores partidárias devem fazer tudo para respeitar a ordem democrática LUÍS AFONSO, Viseu

Que país estamos todos a fazer? Se assim for, há que actualizar o "Elucidário de A a Z" e suprimir palavras como verdade, seriedade, transparência, igualdade!... E ficamos todos na mesma? E os sindicatos dizem que é o Governo a desresponsabilizar-se? Então os sindicatos não têm certeza nem confiança nos seus sindicalizados? Um sindicalizado, ao dar-se conta do real significado "desta defesa da classe", de certeza que se dessindicaliza… E nem um único responsável pelos milhares de escolas vem dizer alto e bom som que estão a ser difamados? Este silêncio tem muito ruído. E o ruído que o subtítulo deveria ter provocado fica assim silencioso? É assim? Sim, é assim que os portugueses proclamam a confiança que têm nos portugueses? Acreditamos assim tanto em nós,

que não se quer autonomia porque se desconfia dos executantes da autonomia? Que curioso Portugal este!…. BENTO, Monção

O contributo do desporto escolar Portugal tem conseguido bons resultados em várias modalidades desportivas. O contributo do desporto escolar passa despercebido e muitas vezes é esquecido, ficando os louros pelo chamado desporto federado. Ultimamente, tem-se falado muito de desporto escolar e principalmente do seu financiamento. Em maré de cortes, o Estado prepara-se para estender as medidas à atividade desportiva dos alunos das nossas escolas, muitas vezes o único acesso à atividade física. Com as famílias em dificuldade, o corte nas mensalidades pagos aos clubes e associações recreativas e culturais é inevitável, pelo que, neste caso, a prática desportiva ficará entregue à escola. Ora, a verificar-se a diminuição no apoio do Estado ao desporto escolar é fácil perceber que os meninos e as meninas deste país – o nosso! – vão engordar como nunca. Quando chegar a altura de pagar a conta, o Ministério da Saúde substituirá o do Desporto e o Governo torcerá a orelha... Será tarde demais. Assim, é preferível atacar o problema a tempo e horas, mantendo níveis aceitáveis de financiamento ao desporto escolar e, acima de tudo, promovendo a atividade física junto das crianças e jovens. Não queremos um país doente e com gordura em excesso; precisamos de um país ativo, disponível para o trabalho e capaz de enfrentar os desafios que temos pela frente e dos quais depende a nossa dignidade coletiva. CARLOS ANTÓNIO, Coimbra

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cartas

texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista

Minha caríssima Cristas peregr ina estou dececionado consigo. A sua Não posso deixar de dizer-lhe que r gravata usa de a do Ministério da Agr icultur ideia de proibir os funcionár ios uírem, asmenos ar condicionado e contrib ndentemente durante o verão, para gastarem -se um rotundo fracasso. Indepe elou rev , ado Est do as pes des sim, para a diminuição das terceiro mundo, acabou por cota despertou na altura, até no cha ta tan que a, did me da gia r da troika. A contagem da demago o um relatór io que acabo de recebe und seg , tico prá do ulta res er tts-hora do ano não ter qualqu s praticamente os mesmos kilowa ido sum con o sid m tere ica ind Valia mais da EDP Distribuição do nas tar ifas, agravou a fatura. uzi rod int nto reta ent o ent aum lmente. passado, facto que, com o a bicicleta oficial. A pedal, natura um por ial ofic ro car seu o o uíd ter substit ção islâmica esquerda. Nos tempos da revolu de sia cra ssin idio a um foi pre ndo -a Não usar gravata sem ntos usassem gravata, considera qua os tod m uia seg per nos nia ira s pela for ma, inclusivade Khomeini, os soldados de direita, sempre nos distinguimo s, Nó r. esso opr mo alis eri imp do iais. Um estudo feito símbolo de pano que nos tor na tão senhor aço ped fico gní ma esse a nó o ser vadores, nos mente, de dar pelo tamanho do nó que nós, con até ser iu clu con a can eri am S, abusa-se por uma universidade s nós finos, no seu partido, no CD imo fer pre , PSD no a: Vej . ros diferenciamos uns dos out ímos no congresso que levou finos? Porque, assim, como conclu nós s mo usa que por E s. sso gro – desatar os grossos, dos nós os mais rapidamente o colarinho ir-n abr em pod res lhe mu as er, Santana ao pod leva sempre mais tempo. nenhum nicho de mercado. prego não podemos desperdiçar em des e se cri de tica má dra ca com a sua impensada Nesta épo bém elas, seriamente prejudicadas tam , ram fica as vat gra de as ric que se desloAs nossas fáb lia. Os ministros de Roma, sempre Itá em lo, mp exe por sa, pas se gravatas decisão. Atente no que ly", oferecem aos seus anfitriões Ita in ade "m o em car rifi glo a par própria, um sér io revés: cam em viagens oficiais, imagem internacional sofreu, ela sa nos A a. lpin nsa tra a sed a pur na última reunião da mais ples gravata? O Berlusconi usava, sim a um a par ro hei din os tem arinho. Sarkoz y, será que já nem Marinilla de Nápoles, toda azul-m bre céle do a ssic clá a um as, xel Drake's. Até que tivemos em Bru hard James, Zapatero compra na Ric de as , ron me Ca vid Da et, esse, não deixa as Charv com Hermés. Sócrates ornamentava o pescoço o como primeiro prei depois de ter sido empossad com que as o lad de pus , ção cita ida não Eu aderi à sua soli -las. Passaram de moda. A sua dív usá a ei tar vol não já s ma na, -ministro. Estão na naf tali a convidar o ministro da a comigo. Aconselho -a, por isso, par bém tam é s paí o com só to, a nova. é, portan ciso, urgentemente, de uma gravat Pre al. tug Por itar vis a o ian ital Agr icultura Na expectativa, com os melhores

cumprimentos

ro de 2011 Palácio de S. Bento, 22 de setemb

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reportagem

sociedade

A VIDA

sobre rodas

ESTÃO PRESOS À CADEIRA. MAS CONTINUAM A LEVAR A VIDA DE FORMA NORMAL, COM AS LIMITAÇÕES DAS BARREIRAS ARQUITETÓNICAS DA CIDADE TEXTOS MARTA VARANDAS FOTOS MÁRIO NICOLAU E PEDRO RAMOS

AINDA NÃO tinha dez anos quan-

do vinha da fonte, em Cabo Verde, com um balde de água à cabeça, caiu e fraturou uma vértebra. Dois anos depois, mesmo com alguns tratamentos, deixou de andar. Não em definitivo. Contudo, após ter-se sujeitado cinco vezes a cirurgias de risco está hoje, aos 55 anos, presa a uma cadeira de rodas. Resistiu-lhe até poder. Mas não se dá por vencida porque procura "nunca sobrepor a tristeza à realidade da vida". Chama-se Joana Mendes e é natural de Cabo Verde. Atualmente reside em Coimbra e tem uma vida cheia de histórias para contar. Nem todas com final feliz. Mas não é a cadeira de rodas que a faz parar. Mesmo com as limitações

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"Cada caso é um caso"

MARGARIDA RAINHO, psicóloga da Unidade Funcional da Casa Branca, explica que no caso dos deficientes motores "não existem perfis tipificados", porque "cada caso é um caso". Há condicionantes da vida pessoal de cada um, como a própria história e os contextos do suporte familiar que vão levar à tomada

de determinada atitude. Joana Mendes "é uma lutadora. Era uma criança quando veio para Portugal e isso fez com que perdesse toda a parte cultural de Cabo Verde. Com a família longe foi nos amigos que ganhou força". A psicóloga refere que quando uma criança nasce com deficiência são os pais que fazem o "luto" pelos filhos. Quando a deficiência chega por um acidente "é duro e muitos amigos afastam-se. Mas a Joana não se encaixa em nenhum destes perfis porque foi perdendo a mobilidade gradualmente e os amigos estiveram sempre presentes".

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que tem na mobilidade. Estávamos no ano de 1968. Tinha 11 anos e deixou de andar. Traída pelo mal de Pott, doença conhecida como a tuberculose vertebral, em janeiro do ano seguinte vem para Portugal, para o antigo Hospital do Ultramar - hoje Hospital de Egas Moniz para ser operada e descomprimirem a medula, afetada desde a fatídica queda. "Voltei a andar", conta a sorrir. Durante um ano e três meses ali ficou, no hospital, em Lisboa, até recuperar da cirurgia. Não podemos esquecer que se tratava de uma criança, longe de casa e da família. "Apeguei-me a uma enfermeira, que me valeu", explica. Ouvimos Joana mais um pouco


e rapidamente percebemos porque o diz: foi esta enfermeira que veio determinar toda a história da cabo-verdiana, por "não me ter deixado regressar sem estar melhor. Percebeu como eu estava debilitada e fui transferida para Setúbal, para o dispensário de Serviço de Luta Antituberculose de Otão". Também aqui ficou um ano e três meses internada, porque houve necessidade de voltar ao bloco operatório para lhe ser feito um enxerto à vértebra já operada, embora andasse desde 1970. Afastada do leito familiar, foram as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria que sempre deram a mão à cabo-verdiana. Mais ainda depois de ter alta: "foram as freiras que pediram autorização à minha mãe para eu ficar em Portugal. No fundo, todos sabiam que o meu problema não tinha solução. Menos eu, que era uma criança", recorda. Cada vez mais Joana Mendes ganhava uma "costela" portuguesa e a vida ia mudando. Com a alta passou então a viver em Montemor-o-Novo, num asilo dirigido pelas Franciscanas Missionárias de Maria. Enquanto esteve internada foi estudando. "Fiz a 1.ª, 2.ª e 3.ª classes. Já em Montemor fiz a 4.ª classe". Estudar foi sempre

Joana Mendes está presa à cadeira de rodas desde 1987. Não é isso que a impede de fazer uma vida normal.

uma das suas ambições ou até sonhos. Mas tinha outro "muito importante", que prometeu desvendar mais à frente. Joana também fez o ciclo com as freiras. Era uma espécie de "escola particular", estudavam juntas. Com o 25 de Abril, a cabo-verdiana veio para Coimbra porque o asilo de Montemor-o-Novo fechou. "Um dos benfeitores foi assaltado e ficou sem nada", relata. A reforma agrária pós-revolução também fez com que "deixasse de poder ajudar o asilo, que assim ficou condenado a fechar portas". CHEGADA A COIMBRA Coimbra foi a cidade que recebeu uma das freiras e com ela foi Joana Mendes, após um pedido de autorização à Ordem. Prosseguiu os estudos e concluiu até ao antigo 7.º ano na Avelar Brotero. Mas o ano de 1976 marcou o regresso dos problemas. "Voltei a ter dores e em agosto de 1981 o ortopedista Norberto Canha decide operar-me porque não deixava de piorar. Desta vez era um quisto que me estava a trazer problemas", conta. Ficou bem. O ano de 1982 traz-lhe alegria porque além de estudar consegue o primeiro - e único - emprego, como escriturária, num dos centros da APPACDM

"A Joana é um exemplo a seguir"

A cabo-verdiana lamenta apenas a falta de acessibilidades que a impede de sair sozinha e dá o exemplo da Lousã, onde a vida é mais fácil

AIDA BRÁS faz parte da equipa diretiva da Unidade Funcional da Casa Branca, um dos centros da APPACDM de Coimbra, onde Joana Mendes trabalha. Conta à C que a administrativa é uma pessoa "muito sociável, empenhada, faz um esforço muito grande para não se isolar e promove a amizade". Tem várias qualidades, mas Aida Brás destaca o facto de Joana Mendes "não assumir a deficiência como desculpa para

deixar de fazer as coisas ou para baixar os braços. A Joana é um exemplo a seguir. Não desiste de lutar e faz tudo sozinha". Na Unidade Funcional da Casa Branca, Joana Mendes é recebida sempre com grande alegria. Há quase 30 anos que trabalha para a APPACDM de Coimbra, que lhe deu o primeiro e único emprego que teve até aos dias de hoje, quando ainda andava e resistia à cadeira de rodas.

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sociedade

reportagem

Em Coimbra os utilizadores de cadeira de rodas não têm a vida facilitada

Falta de acessibilidades ainda é problema

de Coimbra, neste caso a Unidade Funcional da Casa Branca onde se mantém. Ganha independência e nesta altura aluga um quarto, afastando-se da instituição que a recebeu. Mas dois anos depois piora e em 1985 é de novo operada, ficando com uma cana-

"Sempre esperei que o futuro fosse a cadeira de rodas, mas nunca pensei que fosse tão cedo"

diana. Ainda assim mantém-se no quarto, tem vida social, faz as compras para casa. Não colocava sequer a hipótese da cadeira de rodas e resiste-lhe até conseguir. A doença não deixa de a atraiçoar e em 1987 é operada pela quinta e última vez. A cadeira de rodas é inevitável. Nesta altura "a ilusão de ter uma vida normal e de andar acabou. Sempre esperei que o futuro fosse a cadeira de rodas, mas

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nunca pensei que fosse tão cedo". Recuperada da cirurgia segue para Alcoitão. Durante sete anos usa a cadeira de rodas só em casa, porque recorre a duas canadianas para ter mais mobilidade. "Usei-as até não poder mais", confessa. Entretanto anulou a matrícula para concluir o 12.º ano e foi para o Lar de Santo António, "por não ter família cá". Hoje consegue cuidar de si mas quase não sai. "Sozinha não vou a lado nenhum", diz. Contudo, "se o deficiente motor tiver acessos faz a vida normal". O grande sonho que Joana referiu no início da reportagem era trazer a mãe para Portugal e dar-lhe melhores condições de vida. "Escrevi-lhe sempre e enviei medicamentos", conta. Em 1995 voltou a Cabo Verde para ver as condições em que estava a mãe. Foi quando regressou que ficou presa à cadeira, definitivamente. Trouxe uma das irmãs para cá e em 2002 comprou casa na Lousã, para "no ano seguinte mandar vir a mãe para lá viver e concretizar o sonho". Enxuga as lágrimas. Prossegue: "quem fica nestas condições tem de dar o primeiro passo para os amigos ajudarem a dar o segundo" e pede à jornalista para dedicar-lhes esta reportagem.

A falta de acessibilidades continua a ser a grande barreira para os deficientes motores e pessoas com mobilidade reduzida. As estações do Metropolitano de Lisboa, as portas e os lugares dos transportes públicos ou os passeios das ruas são apenas alguns exemplos. Coimbra não foge à regra. Basta caminhar pelas principais artérias da cidade e rapidamente se percebe que os passeios são estreitos, apresentam buracos e declives inclinados, sem serem rebaixados. Sair de casa com

cadeira de rodas constitui uma aventura, desde a Alta até à Baixa. Os carros mal estacionados agravam a situação. A altura dos multibancos é outro entrave do quotidiano de uma pessoa com limitações em termos de mobilidade. Rebaixá-los seria a solução para evitar o pedido de ajuda a outra pessoa para fazer um simples levantamento ou uma consulta de saldo. Os serviços do Estado, nomeadamente da administração pública, continuam a ter grandes barreiras arquitetónicas.

"ATIREI-ME À VIDA HÁ 23 ANOS que não sabia o que era nadar. Dia 19 de novembro faz 24 que Fernando Figo, gerente do balcão da agência de Taveiro do Crédito Agrícola, deixou de andar. Um despiste de carro à beira-rio, entre Coimbra e Montemor-o-Velho, resultou na fratura completa da vértebra D6. Mas o medo, esse já o colocou para trás das costas. Recorda que a vida era muito agitada. "Sempre fui muito ativo". Fazia rádio e era vocalista de grupos musicais. Na altura, tinha 23 anos e cantava nos "Sombras", de Coimbra. "Naquele dia, estava a deslocar-me para um ensaio. Havia muito nevoeiro e ao sair de uma curva apanhei brita e capotei. Só fui assistido duas horas

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depois", recorda. Diz que um ano antes, um casal de Alcobaça tinha pedido ajuda ao grupo, para atuar e angariar verbas para um filho, paraplégico. "Mal eu podia imaginar que ia ficar na mesma situação", refere. Foi imediatamente operado, no Hospital dos Covões, onde esteve um mês. Veio o mesmo tempo para casa e só depois foi para Alcoitão, quatro meses, onde aprendeu a tomar banho, a vestir, calçar-se. "O pior que pode acontecer é chegarmos lá com a ilusão de que saímos a andar", explica. "A minha tropa foi o Alcoitão. Faz-nos cair na realidade. Aprendemos tudo". Confessa que no primeiro ano não queria sair de casa. Já namo-


Fernando Figo, mesmo em cadeira de rodas há 23 anos, faz uma vida normal. Conduz, cuida de si e até já nada sozinho, sem a ajuda da cadeira anfíbia.

"A minha tropa foi o Alcoitão. Faz-nos cair na realidade. Aprendemos tudo"

Esta foi mais uma vitória, conquistada no verão. Agora só falta descobrir uma piscina na região para prosseguir com a prática da natação

IDA E ADAPTEI-ME À SITUAÇÃO" rava com a atual mulher, que fazia força para o demover. "A família foi muito importante, assim como a instituição bancária onde trabalho e já na altura trabalhava", frisa, acrescentando que a dependência de Taveiro foi feita de raiz já a pensar em si. Quando teve a certeza que não voltaria a andar - depois de ter consultado um especialista do Porto e outro de Cuba, que não deram garantias - "atirei-me à vida e adaptei-me à situação. Voltei ao trabalho, casei em 1990, tive dois filhos: uma menina com 16 e um rapaz com 12 anos. Faço tudo para manter a qualidade de vida", revela Fernando Figo. Acredita que houve uma "grande evolução na forma como as pes-

soas encaram o deficiente. Já nos veem com outros olhos". Admite que a nível arquitetónico também há outras condições. Mas não as ideais. Fernando Figo conduz um carro adaptado e diz que o ultrapassar gradual dos obstáculos é que lhe deu força para seguir. "Os filhos e a luta diária ajudam-me a vencer". VOLTAR A NADAR Fernando Figo faz férias no Algarve há muitos anos. Sempre adorou o mar, mas depois do acidente só voltou a tomar banho na cadeira anfíbia. Este ano aventurou-se a colocar apenas um colete salva-vidas e nadou nas águas de Portimão. "Foi uma sensação de liberdade magnífica", sorri.

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sociedade

artes marciais

SARGENTO MOR

ESCOLA DE CAMPEÕES TREINAM NO DURO E SOMAM TÍTULOS NO PAÍS E NO ESTRANGEIRO. SÃO RECONHECIDOS FORA DE PORTAS MAS AGUARDAM QUE AS ENTIDADES OFICIAIS AJUDEM À CAUSA DO KEMPO. ENTRETANTO, VÃO PERCORRENDO "O CAMINHO" QUE ESCOLHERAM TEXTO E FOTOS MÁRIO NICOLAU

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O SALÃO de baile, na Associação de Sargento Mor, a dois passos de Coimbra, ganha vida com os treinos da Escola de Kempo do sigung Vítor Sousa. As ventoinhas atenuam o calor, que se revela um adversário de respeito para os atletas. A escola funciona há três anos, ainda que o percurso do mestre tenha começado mais cedo, "numa escola em Brasfemes, há cerca de 10 anos com um outro sigung". Mas, como cada um escolhe o seu "caminho", uma das máximas do kempo, Vítor Sousa decidiu avançar com um projeto em nome próprio. O kempo, explica, "é uma arte marcial que incorpora vários estilos e está em evolução em Portugal". Vantagens? Segundo o sigung, motivação e muito prazer. Para as crianças acrescentam-se referências como a honra, família e respeito. As aulas de kempo são, assim, "mais completas" até porque, garante, "uma arte marcial não é uma creche ou um serviço de ocupação de tempos livres". Respeito e atitude são misturados com brincadeiras, mas "mantendo o espírito do kempo". Acima

de tudo, sublinha, "ensinamos o respeito pelos outros". O aumento da confiança é outra mais-valia, mas as técnicas que aprendem "não são para utilizar lá fora", já que a recomendação "é que se afastem dos conflitos". O kempo é para quem gosta e, acima de tudo, "a dedicação como regra nos dias de treino". Um dos atletas, uma criança hiperativa, "transformou-se positivamente" com os treinos e está perfeitamente integrada na escola e na família. Vítor Sousa transmitiu ao filho Gonçalo Sousa, logo aos seis anos, o gosto pelo kempo e hoje em dia conta com ele como braço direito, nos intervalos do curso superior. Com atletas a partir dos cinco anos, a escola de Sargento Mor é uma referência a nível nacional e internacional com títulos conquistados em vários países da Europa. A participação nas provas e a compra dos equipamentos, por exemplo, saem do bolso dos atletas, no caso dos adultos, e dos pais, no que toca aos mais novos, pois o apoio oficial nunca chegou. Mesmo assim, Vítor Sousa não desiste. O caminho faz-se caminhando...

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sociedade

artes marciais

A Escola de Kempo em Sargento Mor é obra da vontade (e gosto) do sigung Vítor Sousa. Os títulos sucedem-se, mas os atletas têm de ser campeões dentro e fora do tatami. O que aprendem é uma "vantagem" para a vida que só utilizam em último caso. O respeito pelos outros comanda a vida dos praticantes de kempo chinês

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Kempo tem milhares de praticantes em Portugal Com raízes que remontam a 520 d.C., a arte do kempo teve a China como Berço. É uma arte marcial única, representa a capacidade de adaptação ao meio e à situação envolvente. A originalidade e realismo das suas técnicas, combinadas com o treino mental, elevam o praticante a uma perfeita harmonia entre o espírito, mente e corpo. O Caminho do Punho, como também é conhecido, deve a sua implementação no Ocidente ao grande mestre James Mitose, 21.º descendente do fundador do sistema Kosho Shorei Ryu Kempo (Arte do Velho Pinheiro). William Chow foi fundamental na projeção da modalidade. A Federação Portuguesa de Kempo Chinês conta com milhares de praticantes dos vários estilos afiliados, totalizando 236 escolas.

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opinião

MIRA LAGOA SOBRAL

Sinais dos tempos

Um país não é uma postura de fé nem de esperança. É um compromisso natural. Diário.

AO LONGO de quase nove séculos os distritos, as províncias, os concelhos, as dioceses da região Centro sempre deram ao país homens e mulheres notáveis, em todas as áreas da atividade humana, com natural destaque para os que, no concreto do que realizam ou realizaram, se destacaram, por igual, se não mesmo à maior, pela superioridade da sua mente partilhada em palavras, em obras ou em ambas. DOIS EXEMPLOS bem atuais: Gonçalo Ca-

dilhe dizia esta semana na Antena 1, quando interrogado se existia característica destacada, essencial e permanente, na gastronomia nacional, que sim, que existe uma dominante constante na gastronomia nacional: o bom senso. OUTROS partilharam, através de obras, pensamentos provocatórios, premonitórios, muito profundos. Bissaya Barreto legou "Portugal dos Pequenitos". Para que fosse evitado. Seguramente que é mais um incompreendido. DOUTRA maneira teríamos bem tratado doutra forma e melhor o ambiente. Cautelarmente. Prudencialmente. E não teríamos, hoje, o nosso ambiente, a floresta da nossa vida, maltratada também pelo bicho da madeira. Podre. E a culpa foi do zelador! Sabe-se hoje, pelo menos, a identidade do bicho e a dos avisados prévios do ataque do bicho que não levaram a sério os avisos constantes. Agora para que se saiba a extensão e profundidade e ramificações da mina vamos ter que ter a paciência de esperar que o tempo atue, transformado em instrumento fotográfico de revelação (há quem diga técnica antiga em desuso), e que nos deixe ver em positivo o que não se viu nos negativos do fotograma. Só então se saberá a extensão da minagem. Só então se saberá o custo de a minagem nunca ter tido nenhuma derrocada interruptiva. E, claro, só então se saberá quanto custou essa mina, sabida mas

ignorada, e o que há que recuperar – que é como quem, diz pagar –, e em quantos anos. SEMPRE se foi solidário com a madeira. Depois de 19 de fevereiro de 2010 sobejam, à saciedade, as provas. O bicho da madeira é que sempre foi solidário com alguns de Lisboa … (só faltava associá-los à Ala dos Namorados, autores de os Loucos de Lisboa) UM PAÍS não é uma postura de fé nem de esperança. Nem de distanciamento. Nem de proclamado não envolvimento. Nem de auto-reserva redutora do direito apenas à crítica. É um comprometimento natural. Diário. As especificidades nacionais terão de ser consideradas nos retornos. Não em diferenças de obrigações de impostos. Não nas diferenças regionais de diferentes políticas remuneratórias da mesma entidade empregadora, que em zonas do país diminui as remunerações dos seus empregados, e em outras não. Que numas zonas do país os impostos têm um preço e em outras zonas têm outros preços. Preços iguais e remunerações do Estado para todos, independentemente do paralelo e do meridiano. As diferenças, e há razões para as haver, no retorno. Contributo democrático. Retorno equitativo. UMA VIAGEM aérea não pode ter custos diferentes, consoante se é continental ou não. A distância é mesma, o tempo de viagem o mesmo, a nave a mesma. Só a igualdade de custo de bilhete garante a coesão de cidadãos e igualdade de mobilidade. Se tivesse existido, muitos mais continentais teriam ido a Portugal, teriam visto o que ainda nem conhecem, mas sabem que existe e que para o e o bicho da madeira não teria ido tão longe na arte do minar efetivo, invisível e indolor… porque o que dói e se vê é a mina … GONÇALO CADILHE reconhece bom senso na gastronomia portuguesa. Tudo indicia só aí existir…

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sociedade

futebol

Cédric Soares VICE-CAMPEÃO DO MUNDO DE SUB-20, CÉDRIC ACREDITA QUE A ACADÉMICA "TEM UMA PALAVRA A DIZER" NA LIGA DESTE ANO TEXTO MARCO ROQUE FOTO PEDRO RAMOS Como vê este início de temporada, histórico, da Académica? Penso que estamos a fazer uma época muito positiva, como os resultados têm vindo a demonstrar, e esperemos que continue, de modo a que possamos ganhar o próximo jogo. E como antevê o jogo com o Feirense, na próxima segunda-feira? É um jogo complicado. Temos de nos lembrar que todos os adversários desta Liga são muito competitivos, mas é mais um jogo que queremos ganhar, ainda por cima em nossa casa. Ganhar é um objetivo que todos temos de ter na cabeça, que todos os jogos são para vencer. Até onde podem ir os "estudantes"? Penso que, como já tinha dito no início da época, a Académica tem uma palavra a dizer neste campeonato. No entanto, pensamos jogo a jogo para, assim, conseguirmos o máximo de pontos possíveis. Depois, quem sabe até podemos conseguir surpreender. O que espera desta época, a nível pessoal? Quero afirmar-me nesta equipa e no campeonato português, crescer e ajudar o grupo. Tentar alcançar os nossos objetivos. E, claro,

jogar o máximo de minutos possível para assim também evoluir como jogador. É interessante estar num clube com uma história tão grande? Temos uns adeptos que nos apoiam muito. Sentimos que é um clube com grande história a nível nacional o que dá uma responsabilidade acrescida. Foi bom ser homenageado, no intervalo do jogo com o Nacional, pela participação no Mundial de sub-20? Foi positivo sentir os adeptos a aplaudirem-me durante o intervalo. É sinal que este clube me está a receber muito bem. Saiu valorizado do Mundial? Todos os portugueses que participaram, bem como o jogador português em si, saíram valorizados. É o nome de Portugal que está em causa e é o nosso nome que é falado noutros países, neste momento. Já está adaptado à cidade? Claro. É bom estar inserido neste ambiente e, como disse, todos os adeptos nos têm apoiado e sentimos isso no estádio, em todos os jogos. Sinto-me completamente adaptado. É um bom meio porque tem muitos jovens, que querem todos o bem da Académica. Acabam por se juntar e conseguir criar um apoio importante para a equipa. Numa altura do ano em que a cidade volta a ficar cheia de estudantes, há algum apelo que queira deixar aos adeptos? Que encham também o estádio, obviamente.

à lupa NOME

Cédric Ricardo Alves Soares DATA DE NASCIMENTO

31 de agosto de 1980 TERRA NATAL

Gelsenkirchen (Alemanha) POSIÇÃO

Defesa direito

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C64

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viagens

sociedade

O ESTADO DA EMISSÃO DE PASSAPORTES APESAR DA SUA EXTINÇÃO, OS GOVERNOS CIVIS CONTINUAM A EMITIR PASSAPORTES. A SITUAÇÃO VAI-SE ALTERAR "BREVEMENTE" , GARANTE MINISTÉRIO DA JUSTIÇA TEXTO MARCO ROQUE

Preços do Passaporte Eletrónico Português (PEP)

PEP TAXAS Normal Expresso Urgente Urgente Aeroporto Lisboa

Outras Taxas

65€ 85€ 95€ 100€

Serviço externo 50€ Não devolução de pass. anterior 40€ Passaporte temporário 150€ Remessa morada 10€

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NA SEMANA passada, a Loja de Registos de Estarreja anunciou que vai começar a emitir passaportes, aproveitando uma medida anunciada há meses, mas que o verão parece ter feito esquecer. Com a anunciada extinção dos governos civis, a entidade que emite estes documentos teve de ser alterada. Se a responsabilidade da concessão do documento passou do governador civil para o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, os cidadãos passaram a poder usar os balcões do Instituto de Registos e Notariado para pedir o passaporte. Pelo menos, na teoria. No site do Ministério da Justiça, que tutela o instituto, pode ler-se uma nota de imprensa, datada de 22 de julho, que confirma esta medida. Se, lê-se, num primeiro momento, "a concessão de passaportes mantém-se nos Governos Civis e respetivos postos de atendimento nas Lojas do Cidadão de Braga, Faro, Lisboa, Porto, Setúbal e Viseu", a partir de agosto "o atendimento para a concessão de passaportes passa também a ser disponibilizado pelo Ministério da Justiça, em cerca de 300 novos locais do Instituto de Registos e Notariado (conservatórias e restantes Lojas do Cidadão), ficando assim disponível em todos os concelhos do continente". É a pensar na aplicação desta medida que Estarreja está a dar "formação específica" a quatro funcionários do Registo Civil. No entanto, passado agosto, nada parece ter

O Passaporte Electrónico Português PARA além dos elementos habituais de identificação, o Passaporte Electrónico Português (PEP) está equipado com uma tecnologia que permite "o reconhecimento facial, passando pela integração de um chip contactless, com a mesma informação impressa na página do titular", lê-se no site oficial. A informação que surge no passaporte é nome, altura, data de nascimento, sexo, local de nascimento, data de emissão e expiração do passaporte, bem como a fotografia do titular e a assinatura digital. Ao contrário do que era habitual no passado, todos "os dados biométricos são recolhidos na altura do requerimento do passaporte, pelo que não é necessário levar fotografias". Para a concessão do passaporte é obrigatório apresentar o Cartão de Cidadão ou Bilhete de Identidade, dentro da validade.

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Acordo de Schengen Graças ao Acordo de Schengen, que faz parte da legislação comunitária, já não há controlos nas fronteiras entre 22 países da UE. O acordo suprimiu os controlos nas fronteiras internas mas reforçou os controlos nas fronteiras externas da UE e introduziu uma política comum de vistos. Todos os países da UE são membros de pleno direito do Acordo de Schengen, com excepção da Bulgária, Chipre, Irlanda, Roménia e Reino Unido (nestes cinco países tem de apresentar passaporte válido). A Islândia, a Noruega e a Suíça também pertencem ao Espaço Schengen, apesar de não serem membros da UE. Quando viaja na UE deve trazer consigo o pasaporte ou o Bilhete de Identidade, que podem ser exigidos para comprovar a sua identidade ou por razões de segurança.

mudado na maioria dos municípios e, em Coimbra, o único local para obter o passaporte continua a ser o Governo Civil. "Não existe nada oficial a anunciar essa alteração", garante Helena Marques, dos serviços do Governo Civil, indicando que "enquanto o diploma não sair, continuamos a trabalhar e a ter as competências técnicas que sempre tivemos". Na Conservatória do Registo Civil de Coimbra, apenas se informa: "ainda não estamos a passar passaportes", remetendo mais explicações para a tutela. Contactado pela C, o Gabinete de Imprensa do Ministério da Justiça revela que, por agora, se "aguarda o parecer da Comissão Nacional de Proteção de Dados Pessoais, bem como a publicação dos diplomas legais que legitimem a passagem da competência para a receção e entregas do Passaporte Eletrónico para os serviços do Instituto dos Registos e do Notariado, IP, (IRN), que se prevê que ocorra brevemente". Assim, a "Conservatória do Registo Civil de Coimbra passará a efetuar o referido serviço logo que estejam verificadas os requisitos enumerados no ponto anterior, à semelhança dos demais serviços do IRN".

C117

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inovação

cérebros

PRODUZIR ELETRICIDADE A

IMAGINE QUE, AO IR DE CARRO PARA O EMPREGO, ESTÁ A PRODUZIR ENERGIA ELÉTRICA? E QUANDO COMO UMA ESTAÇÃO DE METRO? É ESTA POSSIBILIDADE, AMIGA DO AMBIENTE, QUE ESTÁ NA GÉNE TEXTO MARCO ROQUE ILUSTRAÇÃO ANDRÉ NAVEGA

O WAYNERGY É "um sistema de aplicação no pavimento que permite gerar energia elétrica a partir do movimento de pessoas e veículos sobre a sua superfície", refere Francisco Duarte, da Waydip, empresa que criou o projeto. "Sempre que uma pessoa ou um veículo se movimentam, libertam energia (cinética) para o pavimento. O que o Waynergy faz é captar essa energia e transformá-la em energia elétrica", completa. Assim, consegue-se produzir "até 10 Wp por cada

passo de uma pessoa e até 120 Wp por cada eixo de um veículo ligeiro". Embora possa ser aplicado em qualquer pavimento, é nos locais de passagem que o Waynergy se torna mais útil. "Os locais de aplicação preferenciais serão zonas de grande af luência de pessoas (centros comerciais, estações de transportes públicos), zonas de grande movimentação de pessoas (ginásios, discotecas, eventos musicais) e zonas de grande afluência de veículos

(estradas, portagens, estações de combustíveis)", refere Francisco Duarte. A ideia de tentar capturar este tipo de energia não é nova. "O paradigma de 'Energy Harvesting' já começou a ser desenvolvido a alguns anos, ainda sem grandes aplicações em termos práticos", explica o responsável da Waydip, revelando que este sistema "introduz uma nova tecnologia, que irá tornar viável a implementação de sistemas de energy harvesting para gerar

WAYNERGY

O mecanismo criado pela Waydip recolhe e converte a energia cinética em energia elétrica par a uso doméstico ou particular

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Ao andar sobre o pavimento, um veículo ou uma pessoa liberta energia (cinética) que se perde, em condições normais 22SETEMBRO 2011


ciência & tecnologia

DE A CADA PASSO

Software inteligente na UC

E QUANDO CAMINHA POR UM LOCAL PÚBLICO, Á NA GÉNESE DO SISTEMA WAYNERGY

energia elétrica em grandes quantidades". É também uma energia amiga do ambiente. "O Waynergy permite gerar energia elétrica de forma renovável, aproveitando uma energia que é atualmente desperdiçada e transformando-a em energia elétrica. Assim, permite reduzir as emissões de CO2 ao gerar energia de forma renovável/alternativa", conta Francisco Duarte. O projeto, que já recebeu vários prémios, surgiu no âmbito de

um concurso lançado pela EDP, com vista ao desenvolvimento de soluções que promovessem a eficiência energética em habitações, tendo começado na UBI o conceito de gerar energia elétrica a partir do pavimento. No entanto, "foi já após terminar o mestrado em Engenharia Eletromecânica que os promotores – Francisco Duarte e Filipe Casimiro – deram continuidade ao projeto, tendo começado a estudar outras tecnologias com maior viabilidade para pôr em

prática a ideia, dando origem ao Waynergy", refere o responsável. E não vai ter de esperar muito para ver o Waynergy em ação. "Os produtos para aplicações em pavimentos de zonas de movimentação de pessoas estão já em fase de arranque de comercialização e os produtos para aplicações em estradas têm data prevista de entrada no mercado antes do final do primeiro semestre de 2012", conclui Francisco Duarte.

AS DOGNAEDIS , uma start-up especialista em segurança de informação, formada por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, lançou o Code V, um programa que permite detetar e corrigir, em tempo útil, problemas de segurança em software. "Em suma, é um inspetor-professor, perito de segurança informática", explica Francisco Rente, diretor executivo da DOGNAEDIS.

Honoris causa para António Damásio O NEUROCIENTISTA António Damásio, conhecido por obras como "O Erro de Descartes", foi agraciado ontem com um doutoramento honoris causa, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UC. Este honoris causa serve como reconhecimento do "contributo inexcedível de António Damásio para o avanço da investigação e da docência na área da Neuropsicologia".

"Milplanaltos" no Museu da Ciência A INICIATIVA "Milplanaltos" que pretende "pôr as pessoas a discutir livremente arte, literatura, filosofia e ciência", decorreu no passado dia 20. Luís Quintais, mentor do projeto, mostrou-se ambicioso no lançamento deste ciclo de conferências, dizendo que "talvez não seja demasiadamente tarde para pensar o mundo de novo".

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marketeer

dinheiro

"Ligo mais a conteúdos que a marcas. Dispenso-as" Qual foi o seu primeiro emprego? Jornalista na secção Regional do Jornal de Notícias, numa fase em que o jornal investiu na região sul do país. Como gastou o primeiro ordenado? Não tenho memória de nada especial, exceto de um sobretudo que me acompanhou em muitos invernos até há pouco tempo. O primeiro ordenado era tímido, não dava para muito. Um sonho… Viajar à vontade. Sem limitações de tempo e dinheiro. O que não suporta? O excesso de certezas. Tendem a resvalar para o fundamentalismo. Um vício que não equaciona deixar… Gozar as férias. Mesmo que a crise me obrigue a acampar no quintal, não prescindo de mudar de ares.

INÊS CARDOSO, TÉCNICA SUPERIOR DO GABINETE DE COMUNICAÇÃO DE PROENÇA-A-NOVA

conversa de

quiosque Há mais de 20 anos que Valdemar Agostinho Oliveira Catarino tem aberta, na Rua do Brasil, em Coimbra, a Tabacaria Triunfo. O estabelecimento está de portas abertas todos os dias das 07H00 às 19H00 (nos domingos encerra um pouco mais cedo), saciando a sede

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E que marca não dispensa? Ligo mais a conteúdos que a mar-

Tabacaria Triunfo Rua do Brasil, n.º 223 Coimbra - Tel. 239 711 889

de leitura àqueles que gostam de ler revistas e jornais. O tabaco é outro dos produtos mais vendidos. O proprietário admite que se vivem dias difíceis – o aumento dos impostos não ajuda – mas garante que "é preciso lutar" para superar as adversidades.

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cas. Dispenso-as sem problema. Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? Tantas! Mas não resisto a "Cérebro eletrónico", na versão de Marisa Monte. Com quem não jantava? Essa é uma pergunta difícil… Até com figuras públicas que me irritam gostava de jantar, para poder tirar dúvidas e quem sabe mandar uns "bitaites". Quem nunca sonhou exercer o direito à indignação com alguns dos nossos políticos? Último livro lido, CD ouvido, filme visto? O último livro terminado é de Chico Buarque, "Leite Derramado". Quanto a CD, ultimamente tenho pegado em poucos, mas creio que o último foi "Ao vivo lá em casa", de Arnaldo Antunes. Com filhos o cinema fica bem mais condicionado e o último foi um infantil, "Carros 2". Lema de vida? É uma frase de "A Morte de Um Apicultor", de Gustafsson: "Não nos rendemos. Recomeçamos".


empresário de sucesso

"O GOSTO e o respeito pelos cavalos" leva-

ram o casal Hugo Crespo e Inês Crespo a avançar com o projeto da EquiMondego. À prática da equitação, ainda nos tempos de escola, sucedeu "a fase profissionalizante", com formação superior e, acima de tudo, com um "enorme gosto" pela atividade. Qualificados pela Federação Equestre Portuguesa, Hugo, que já exerceu funções como diretor técnico do Centro Hípico de Coimbra, a primeira licenciada em equinicultura do país, e Inês conheceram-se no meio e, em 2009, após o casamento decidiram "arriscar" – e nasceu a EquiMondego, hoje com cinco pessoas ao serviço. Atualmente com 120 alunos (20 no setor de competição e 25 na hipoterapia), a empresa assegura, também, aulas de iniciação – são seis os cavalos de escola – e atividades de lazer, como passeios a cavalo e passeio de pónei para os mais pequenos. A escola funciona de segunda-feira a domingo, sempre com marcação, e os passeios de pónei podem ser realizados nas tardes de sábado e de domingo. O ensino personalizado e a especialização, no caso da hipoterapia, por exemplo, são duas referências da escola da EquiMondego que, no caso dos mais pequenos, é um auxiliar precioso na concentração e na disciplina. Já através da hipoterapia é possível aumentar a confiança e autoestima das crianças e jovens que recorrem aos serviços da escola, que no setor da competição possui vários alunos com presença assídua em concursos nacionais. "É uma escola de processos em que existe uma base muito importante para a vida futura. Temos alunos há 10 anos, o que demonstra a ligação emocional que se cria entre professor e aluno. Temos uma grande família", assegura Hugo Crespo. Por outro lado, a empresa disponibiliza apoio aos cavalos de vários clientes, pelo que, neste momento, segundo Inês Crespo, supervisiona - contando com os da escola - 30 animais. Uma vida cheia de dias diferentes e muita amizade...

a empresa EquiMondego Centro Hípico de Coimbra Mata do Choupal 917 818 913

EquiMondego é intenso projeto de vida HUGO CRESPO E INÊS CRESPO JUNTARAM O ÚTIL AO AGRADÁVEL: A PROFISSÃO E O GOSTO PELOS CAVALOS. A EQUIMONDEGO POSSUI NO TOTAL 120 ALUNOS TEXTO E FOTOS MÁRIO NICOLAU


dinheiro

reportagem

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Maria Alice Simões garante que as costureiras têm mais procura

Crise faz ressurgir profissões antigas QUANDO AS NOTAS ESCASSEIAM NA CARTEIRA, EM VEZ DE COMPRAR NOVO, VALE A PENA MANDAR COSER AQUELA ROUPA QUE ESTAVA GUARDADA NUMA CAIXA, ARRANJAR AS SOLAS DOS SAPATOS GASTOS PELO USO E COMPRAR UM LIVRO HISTÓRICO A UM EURO TEXTO BRUNO VICENTE FOTOS PEDRO RAMOS A CRISE ECONÓMICA está a forçar centenas a procurar mais as costureiras por causa tudo com a roupa, desde o apertar, subir de conimbricenses a mandar arranjar o da crise. Foram buscar as roupas boas que e arranjar buracos", explica. "Vê-se que calçado e a pedir para remendar o tinham guardado há muito algumas pessoas tentam fazer estas vestuário que têm em casa, bem tempo nos armários e coisas em casa, mas os trabalhos como a comprar em segunda optaram por manficam mal feitos e elas acabam mão, o que tem contribuído dar arranjá-las, por trazer a roupa para nós aré o número de peças por dia para o ressurgir de algumas para poupar diranjarmos", acrescenta Maria sapatos que Emílio é quanto "remenda" das mais antigas profissões nheiro. Comprar Alice Simões, que trabalha coPereira pode a costureira Maria da humanidade. Adquirir pronovo, neste caso, mo costureira "desde criança". arranjar num mês Alice Simões dutos novos de forma regular sai mais caro", exApesar da cr ise económica parece não está ao alcance de plica a costureira, que favorecer o seu trabalho, Maria todos. nasceu na freguesia de TrouAlice Simões não gosta de ver os Maria Alice Simões, de 59 anos, é costureixemil. clientes a aparecerem tristes na sua loja. ra no Centro Comercial Sofia, na Baixa de Maria Alice Simões arranja, em média, 10 "Nota-se tão bem que as pessoas estão deCoimbra. Nos últimos anos os seus serviços peças por dia. Alguns trabalhos duram primidas com esta história toda da crise", têm sido mais solicitados. "As pessoas estão cerca de três horas. "Faço um pouco de lamenta.

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"NUM MÊS ARRANJO CENTENAS DE SAPATOS" A zona residencial da Solum tem um dos sapateiros portugueses mais experientes ainda em atividade. Emílio Pereira, de 77 anos, arranja sapatos há 69 anos. Trabalho é o que não falta na pequena garagem localizada perto do McDonald´s. As estantes carregam calçado de todo o tipo, do mais corriqueiro à peça mais fina. As máquinas para os arranjos dão um ar industrial ao sítio, cujo "ramalhete" é completado com a música libertada por um rádio antigo. "Num mês arranjo centenas de sapatos, principalmente no período de inverno", começa por explicar o homem, referindo que chega a "tratar" mais de 200 pares em 30 dias. Os arranjos custam, geralmente, apenas alguns euros. Ainda assim, o homem, natural de Paredes de Coura, afirma que o negócio "está mau". A razão é simples: "A culpa é dos chineses! Eles conseguem vender calçado novo muito barato, se bem que sem qualidade. Então eu, para não perder trabalho, sou forçado a não cobrar o preço justo pelos meus serviços, tenho que fazer mais barato", declara.

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A ntes de abandonarmos a garagem de Emílio Pereira, o experiente sapateiro deixa um "aviso aos cidadãos", em honra da velha profissão. "Andam por aí muitos sapateiros novos que mal sabem o que fazem, porque são inexperientes. Não confiem em qualquer um, logo assim à primeira, sem conhecerem o que vale", conclui. Já a caminho da porta entreaberta, temos ainda a oportunidade de ver o homem de 77 anos a aquecer a comida do almoço num tacho pequeno, aquecido com recurso a uma pequena lamparina de álcool. "Velhos hábitos", diz-nos, com um sorriso.

"Temos livros que aqui custam um euro, são quase de borla. Noutros sítios já pedem 15 euros pela mesma coisa" Ricardo Martins, proprietário da Feira Permanente do Livro

LIVROS QUASE DADOS Decidimos voltar à Baixa de Coimbra, para sabermos como vai o negócio de um dos alfarrabistas mais conhecidos da região. Ricardo Martins, de 43 anos, é o proprietário da Feira Permanente do Livro, que fica mesmo por baixo do Arco da Almedina. Mas é um pouco mais acima, nas escadas do Quebra-Costas, que o encontramos, num espaço que serve sobretudo para armazenar os manuais. "Cada vez há menos gente a desfazer-se dos livros e, quando o fazem, é lixo. Depois ainda querem muito


reportagem

dinheiro

ideias para poupar Tingir a roupa. As lavandarias têm registado um aumento de clientes, porque muitas pessoas estão a optar por mandar tingir as calças e outras peças de vestuário, em vez de comprarem logo produtos novos. "Normalmente a roupa ainda está boa, só a cor é que está gasta. Nesses casos não vou logo a correr comprar calças novas", explica a conimbricense Diana Pires, de 26 anos.

Comprar produtos em segunda-mão. Se não tiver problemas em acolher em casa objetos que já pertenceram a outras pessoas e cujo historial é incerto, comprar produtos em segunda-mão é uma excelente escolha para poupar. A "Feira Sem Regras", em Santa Clara-a-Velha, é uma boa referência.

dinheiro em troca, principalmente esses doutores de Coimbra", desabafa, enquanto analisa, cataloga e separa alguns volumes que estavam empilhados. E as vendas, como vão? "Sinto que o pessoal não está a ler. O mundo está numa transformação brutal, porque os meios audiovisuais vieram tirar o lugar ao suporte de papel", explica. Ao contrário das costureiras e dos sapateiros, o negócio dos alfarrabistas parece não sair favorecido da crise económica, situação que Ricardo Martins não aceita bem. "Cerca de 90% dos nossos livros custam um euro, são quase de borla. Noutros sítios pedem 15 euros pela mesma coisa", justifica. A falta de dinheiro nas carteiras dos portugueses acaba, também aqui, por vir ao barulho. A concorrência é bastante elevada neste setor comercial. Cada vez há mais gente a "sacar" livros da internet, de forma gratuita. Olhamos para as prateleiras do "armazém" de Ricardo Martins e encontramos facilmente manuais do século XIX. Recordamos então que – com ou sem dificuldades financeiras - ainda há quem não abdique do adorado e intenso cheiro a papel velho.

O sapateiro Emílio Pereira arranja todo o tipo de calçado, por poucos euros

Apostar no artesanato urbano. A reutilização de materiais faz baixar o preço de muitos produtos artesanais que, contudo, mantêm a sua linha criativa. O Mercado do Quebra-Costas apresenta um leque alargado de possibilidades de compra.

Ricardo Martins, alfarrabista, vende livros do século XIX a três euros ou menos

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COMO SE CUIDA DO "VERDE BRAVIO" DE COIMBRA JUNTO À Avenida Elísio de Moura, uma equi-

pa de cinco pessoas, vestidas de verde, trabalha para limpar a vegetação que enche o espaço entre duas urbanizações. O terreno é íngreme e o trabalho é feito com cuidado, para evitar danos materiais e humanos. No topo de uma árvore, um dos trabalhadores vai cortando a ramagem, que depois é colocada numa carrinha de caixa aberta. Estamos perante a equipa de Sapadores Florestais de Coimbra, nascida a 20 de abril de 2010. É um trabalho com pouca visibilidade, mas de importância vital para o município. "A equipa faz sobretudo trabalhos de silvicultura preventiva, que diz respeito à redução de risco de incêndio, sobretudo em terrenos do município", refere Joana Benedita Oliveira, coordenadora destes sapadores, embora "haja situações em que, pelo facto dos proprietários serem desconhecidos ou estarem fora do país, temos de intervir para salvaguardar pessoas e bens". As tarefas da equipa passam pela roça de mato, abate de árvores que coloquem as vias ou bens em

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SAPADORES FLORESTAIS AJUDAM A TORNAR A CIDADE MAIS SEGURA, LIMPANDO TERRENOS MUNICIPAIS E PROCEDENDO A CORTES DE ÁRVORES DOENTES TEXTO MARCO ROQUE FOTOS PEDRO RAMOS

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risco, estendendo-se também à vigilância. "No inverno saem daqui às 09H00, na sua carrinha, para fazerem silvicultura preventiva ou abate de árvores, ou um controlo de um povoamento. No concelho temos muitas zonas que foram florestadas com espécies mais autóctones e que continuam a ter espécies invasoras a nascer", conta Joana Benedita Oliveira. Esses trabalhos ocupam também a tarde. No verão, muda a organização dos dias. "Quando as temperaturas sobem mais, é diferente. Ao abrigo dos nossos protocolos, eles deixam de estar sob a nossa coordenação tão restrita, já que a autoridade Nacional de Protecção Civil usa estas equipas para dar apoio numa primeira intervenção e na vigilância", destaca a coordenadora. "Sempre que estamos em alerta amarelo, entram em vigilância armada. É um serviço em horário desfasado, porque não se pode criar rotinas num horário de vigilância, porque as pessoas com más intenções apercebem-se disso", continua, contando que "eles saem daqui e vão para um ponto onde passam o dia, oito horas em vigilância permanente". A equipa está adstrita ao Gabinete de Prote-

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"Não tenho palavras para estas pessoas, têm uma dedicação e um empenho muito grande" Joana Benedita Oliveira

ção Civil e Segurança Municipal da Câmara de Coimbra, ao abrigo de um protocolo com a Autoridade Florestal Nacional e com o Instituto de Financiamento de Agricultura e Pesca, que forneceu os fundos para todos os equipamentos. UMA EQUIPA MUITO ESPECIAL Antes de entrar para a equipa, nenhum dos seus membros tinha experiência na área da


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segurança

reconhecimentos Freixos em Antuzede. A Comissão Fabriqueira da Igreja de Antuzede e da Capela da Nossa Senhora da Piedade, enviou uma carta a "agradecer a competência técnica demonstrada pela sua equipa na análise e reconhecimento do risco como na sua resolução, perante o estado de doença dos freixos centenários". Enaltecem ainda "o desempenho da equipa que realizou a poda que realizou um trabalho difícil e de risco elevado". Intervenção no Choupal. Francisco Pedro Bravo, técnico superior na Mata Nacional do Choupal, enviou um email a agradecer "a eficaz intervenção da Brigada de Sapadores Florestais da Câmara Municipal de Coimbra, na Mata Nacional de Vale de Canas". A intervenção "ocupou toda a manhã do dia 20 de janeiro e consistiu no corte de três árvores secas tombadas sobre a via pública". Para além do dever. Um habitante da Urbanização de Banhos Secos referiu que "a equipa estendeu a sua área de trabalho, demonstrando a sensibilidade, empenho e o brio que põe nas suas tarefas".

silvicultura. "São cinco elementos que até terem vindo para aqui nunca tinham feito silvicultura, mas, de forma a puderem constituir esta equipa, tiveram formação, dada pelo Centro de Emprego e Formação Profissional", refere Joana Benedita Oliveira. Com idades entre os 24 e os 53, estão preparados para dar apoio aos bombeiros, podendo criar situações de fogo controlado e ajudar no rescaldo de incêndios ou numa primeira intervenção. "Não tenho palavras para estas pessoas, têm uma dedicação e um empenho muito grande", sublinha Joana Benedita Oliveira, revelando que se lhes pedirem "para fazer cinco, eles fazem dez ou 15, se puderem. Nós recebemos muitas cartas de agradecimentos (ver textos em cima) em relação ao trabalho deles". Assim, reitera, "não há 'baldas', são rigorosos no seu brio, no seu atavio diário, vestidos e lavados impecavelmente, de barba

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"É gente de muito trabalho"

A criação da equipa veio retirar trabalho extra aos Bombeiros Sapadores, que realizavam este tipo de limpeza e corte, apesar de estar fora do âmbito das suas funções. E passou a cuidar-se de espaços algo esquecidos. "A partir da nossa formação, têm sido geridos espaços municipais que há muito que não eram trabalhados", diz Joana Benedita Oliveira. Para além disso, "os exemplares arbóreos do município estão com graves problemas, ao nível da saúde fitossanitária". Por exemplo a praga do nemátodo ou as palmeiras contaminadas ocupam muito do tempo da equipa. "Este ano temos feito um abate intensivo por causa destes problemas, apostando também na freguesia de Santo António dos Olivais ou em Torres do Mondego, junto às estradas". Para tudo a equipa está preparada e disposta a avançar. "Esta é gente de trabalho, que gosta de dar nas vistas pelo bom trabalho que faz", sublinha a coordenadora

feita, chegam sempre a horas". O passado dos membros da equipa não podia ser mais variado "Tenho um antigo trapezista que dá muito jeito, é ele que está ali no topo da árvore ( fotografia da primeira página)", indica a coordenadora,"para além dele tenho um mediador imobiliário, outro que trabalhava com máquinas pesadas e outro metalúrgico". E continua-se a apostar na "formação contínua da equipa" "UM GRUPO MUITO UNIDO" No meio do trabalho não se ouve um berro, apesar do barulho dos moto-serras. A equipa trabalha como uma máquina bem oleada. "Somos um grupo brincalhão, muito unido", conta Alfredo Silva, o mediador imobiliário transformado em chefe de equipa de sapadores florestais. Derrubada a árvore na Elísio de Moura, a equipa tem tempo para recordar alguns casos difíceis de resolver. "Uma vez, atrás da PT, tivemos de cortar um pinheiro muito grande, demorou meia hora para amarrar", lembra Alfredo Silva, acrescentando que "começou a chover, mas nós já não havia hipótese de parar". Ou aquele outro pinheiro, no Bairro do Ingote, que estava quase em cima de uma escola. "Para o tirarmos, tivemos de pedir uma grua à GNR", lembra. Correu sempre tudo bem, "até quando foram cortar uma árvore numa casa de freiras elas gostaram muito deles", conta Joana Benedita Oliveira. Confrontado com estes elogios, Alfredo Silva é claro. "Somos bem tratados, as pessoas acreditam em nós e temos de retribuir sempre", conclui o chefe de equipa.

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Charme de ambientes históricos no primeiro Boutique Hotel do país MELIÁ PALÁCIO DA LOUSÃ É UM HINO AO REQUINTE E CONFORTO, NUM EDIFÍCIO BRASONADO DO SÉCULO XVIII, HOJE IMÓVEL CLASSIFICADO COMO PATRIMÓNIO HISTÓRICO DE INTERESSE PÚBLICO TEXTO MARTA VARANDAS FOTOS MÁRIO NICOLAU

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À esquerda, um quarto superior no palácio, no piso nobre, com vistas para a montanha, para a vila, pátios e jardins do hotel. À direita está a fachada do Meliá Palácio da Lousã, edifício brasonado do século XVIII

EM PLENO CENTRO histórico da vila da Lousã, com vistas magníficas sobre a frondosa serra está o Meliá Palácio da Lousã, considerado o primeiro Boutique Hotel de Portugal, que se ergue num edifício brasonado do século XVIII, outrora Palácio da Viscondessa do Espinhal, tratando-se de um imóvel classificado como Património Histó-

rico de Interesse Público. O Palácio dos Salazares, ou Palácio da Viscondessa do Espinhal, foi construído por ordem de Bernardo Salazar Sarmento d'Eça e Alarcão em finais do século XVIII. Em 1818 foi terminada a edificação do corpo central pelos filhos do Desembargador Bernardo Salazar. Alguns descendentes de João

Antunes, quinto e último proprietário do palácio, são acionistas da empresa Serra da Lousã, SA, atual proprietária e responsável pelo projeto de reconversão do palácio em hotel de charme. Assim, após dois anos de intervenção profunda, com obras diversas, esta unidade hoteleira, com quatro estrelas, abre portas em abril de 2005.

As zonas públicas e os 46 quartos estão distribuídos entre o edifício original e uma nova ala - que nasceu de raiz com as obras de remodelação -, espaços decorados com um requinte que conjuga os ambientes históricos com o conforto e comodidade de um hotel moderno. No topo da escadaria que vem da receção estão quatro salas de

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memórias

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1 - Vista do terraço sobre a piscina, rodeada pelo verde dos jardins e com a Serra da Lousã como cenário de fundo 2 - Manuel Mexia (à esquerda) e Fábio Costa (à direita) 3 - Jardins com esplanada, onde predomina o verde 4 - Sala do Oratório, também usada para pequenas reuniões 5 - Restaurante "A Viscondessa", no piso nobre do palácio 4

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estar que também são usadas para pequenas reuniões: Sala do Oratório, Sala do Piano, do Brasão e Sala João Antunes. É também no primeiro andar que está o restaurante "A Viscondessa", com capacidade até 45 pessoas, que "constitui uma oportunidade única para desfrutar da emoção dos sabores que a região propícia", garante Manuel Mexia, assistente de direção e administrador do hotel. O Meliá possui também o "Licor Beirão Resto-Bar", onde os clientes podem desfrutar refeições mais ligeiras e snacks numa atmosfera relaxante. Trata-se de uma "parceria recente, que nasceu em novembro passado e que serve almoços buffet todos os dias", explicou o diretor do Meliá Palácio da Lousã, Fábio Costa. Ainda sobre os quartos,

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o diretor explica que 23 estão no palácio (sete deles superiores) e os outros 23 estão na ala nova (três júnior suites). Os quartos apresentam dois tipos de ambientes: em combinação de dourados e amarelo ou castanho-escuro e bordeaux. O Meliá Palácio da Lousã dispõe de uma multiplicidade de espaços e serviços dedicados ao bem-estar dos visitantes. A piscina, com toda a sua envolvência, é ideal para os momentos de descontração e tranquilidade, com serviços do bar exclusivo. Os jardins, com cameleiras e magnólias são testemunhos enraizados da história do Palácio da Viscondessa do Espinhal. À noite, a iluminação inspirada cria um ambiente idílico. Foram também criados programas atrativos para fins de semana.

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topo de gama

viver

mercado Hyundai Veloster no mercado português

A HYUNDAI lançou no mercado português o espetacular Veloster, oferecendo inovação ao segmento dos coupés compactos com a configuração 1+2 portas, permitindo uma maior acessibilidade aos lugares traseiros, combinando o estilo de um coupé com a funcionalidade de um veiculo utilitário. Revelado pela primeira vez na Europa, no Salão de Genebra de 2011, o Veloster é o perfeito exemplo da nova assinatura da marca: "New Thinking. New Possibilities". Disponível desde já para o mercado português o Veloster terá ainda como suporte o programa de garantia mais transparente e líder da indústria automóvel, o programa "5 Anos Tripla Confiança". Na próxima edição publicaremos mais pormenores sobre o novo Hyundai.

Litocar em expansão Concessionário Nissan na Guarda

APÓS A ENTRADA no mercado da Guarda em

janeiro de 2010, a Litocar abriu um novo concessionário criado de raiz, localizado no parque industrial da cidade. Com as novas instalações da Litocar Guarda completa-se o ciclo de expansão da empresa na Beira Interior, concretizando, assim, mais um dos objetivos do seu plano estratégico. A nova concessão, integrada no edifício Litocar, representa um investimento superior a 1,5 milhões de euros. Uma estrutura moderna e funcional, capaz de proporcionar a todos os clientes Nissan da Litocar um serviço de exceção. Suportar o crescimento e a imagem da marca Nissan na Beira Interior, é o objetivo primordial da empresa. O Grupo Litocar mantém a qualidade do rela-

cionamento com os seus clientes e a contínua melhoria dos serviços prestados como objetivos. Para tal, existe um grande empenho na especialização do concessionário e da sua equipa. No âmbito da sua estratégia de crescimento, a empresa fez investimentos muito significativos na cidade da Guarda e Castelo Branco. Também se encontra disponível para clientes particulares e empresas a comercialização de peças e acessórios originais. A abertura das novas instalações vem também contribuir para a criação de novos postos de trabalho. Para garantir um serviço ao melhor nível, com elevados padrões de qualidade, a Litocar Guarda conta, nesta fase de arranque, com 14 profissionais nas áreas de após-venda e comercial. "O Grupo Litocar tem como ambição

Novo Classe B da Mercedes-Benz

Albuquerque azarado no DTM FILIPE Albuquerque foi obrigado a desistir na prova de Oschersleben do Campeonato Alemão de Turismos, devido aos danos sofridos na frente do seu Audi A4 na sequência de um despiste do germânico Ralf Schumacher. Albuquerque, que largou da 11.ª posição da grelha, confiava que podia chegar aos lugares pontuáveis, após ter sido o mais rápido nos treinos.

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O NOVO Classe B da Mercedes-

-Benz, consideravelmente mais ágil, eficiente, confortável e espaçoso, é um sucesso sob todos os aspectos. Com um novo motor de 4 cilindros a gasolina, injeção direta e turbo, novo mo-

tor diesel, nova transmissão de embraiagem dupla, nova caixa de velocidades manual e novos sistemas de assistência, o novo Mercedes-Benz de tração dianteira também celebra uma nova era de tecnologia.

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Na Sodicentro, concessionário oficial Mercedes-Benz, já é possível encomendar o novo Classe B


Vinho da Quinzena Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:

Ficha técnica

Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:

AS NOVAS instalações Nissan estão

quinta a fundo rupo VW anunciou G que vai investir 45 mil milhões de euros até 2016 O novo Renault Twingo estará disponível, nas versões que hoje conhecemos, incluindo a RS, a partir de fevereiro de 2012

"É com muita satisfação que vemos o crescimento do Grupo Litocar e reconhecemos a confiança depositada na Nissan"

Diogo Jardim, Nissan Ibéria COM mais de uma dezena de pontos de

venda, o Grupo Litocar é hoje uma referência na Região Centro. Está presente nos distritos de Coimbra, Viseu, Guarda e Castelo Branco.

Swift S1600 em destaque nos ralis europeus A SUZUKI acumula excelentes resultados

na competição através de equipas privadas que participam nos diversos campeonatos nacionais que se disputam na Europa, como em Inglaterra e em Espanha, onde o Swift S1600 mantém argumentos para discutir as vitórias na sua classe. As maiores alegrias têm ocorrido em Espanha, no Campeonato de Ralis de Asfalto, categoria onde a equipa Suzuki Motor Ibérica tem garantido excelentes resultados, que permitem à marca liderar o campeonato de marcas. Numa competição onde alinham modelos de categorias superiores, Joan Vinyes não só lidera a sua classe, como ocupa ainda um excelente 4º. lugar à geral.

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deixar de ser um operador residual na rede Nissan em Portugal para ser um parceiro estratégico da marca", afirmou João Cardoso, Administrador da Litocar. Diogo Jardim, Country Director da Nissan Ibéria – Portugal, SA, considera que "a Nissan tem tido nos últimos anos uma importante evolução quantitativa e qualitativa em Portugal". Cresceu em quota e, acrescenta, "em volume – mesmo nas alturas em que o mercado caiu em Portugal – e estes resultados são também fruto de um trabalho significativo de melhoria global das instalações da rede de concessionários Nissan".

integradas no edifício Litocar, no parque industrial, e ocupam uma área total de 4.800m2, com espaços dedicado a viaturas novas e a viaturas usadas e, ao nível da assistência técnica, a serviços rápidos, mecânica e colisão.

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viver

O REITOR da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva exigiu que o "Estado não atrapalhe" as instituições de ensino superior na procura de receitas próprias. Na abertura solene das aulas na Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva considerou que "vivemos tempos muito exigentes”, destacando o corte de 8,5 por cento nas transferências do Orçamento de Estado para o ensino superior, em 2012. As instituições "ficam no limite da capacidade para funcionar", mas como referiu o reitor da UC, com as transferências do Estado e todas as propinas será possível cobrir os gastos

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mantendo a dignidade e a qualidade do ensino. A procura de receitas próprias, porém, é uma necessidade, de modo a custear outras despesas. Já o presidente da DG/AAC, Eduardo Melo, alertou para a necessidade da divulgação do novo regulamento de atribuição de bolsas por parte do Ministério da Educação e Ciência. "É absolutamente lamentável a atitude de quem criticou os atrasos do passado e, na primeira oportunidade para corrigir esse erro, envereda pelo mesmo caminho", afirmou o dirigente associativo.

ABERTURA SOLENE DAS AULAS NA UC

"QUE O ESTADO NÃO ATRAPALHE"

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LUÍS LAVRADOR JUNTOU FAMÍLIA E AMIGOS NO CASINO FIGUEIRA A APRESENTAÇÃO DO LIVRO do

chef Luís Lavrador, "Ao Sabor da Bíblia", reuniu dezenas de convidados no Casino Figueira, sobretudo amigos e familiares do autor. A publicação faz uma recolha exaustiva de todas as referências aos alimentos mencionados na Bíblia, cruzando assim os temas da gastronomia e da religião. Depois da apresentação da obra houve tempo para um jantar intimista, onde Luís Lavrador esteve, naturalmente, no centro das atenções.

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viver

CONDEIXA-A-NOVA

A INAUGURAÇÃO do novo estádio

FESTA NO NOVO ESTÁDIO

municipal de Condeixa-a-N ova (um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros) reuniu centenas de pessoas. o relvado sintético é uma mais-valia para a juventude do concelho e as condições para a prática do futebol são agora substancialmente melhores. Paulo Futre concentrou as atenções na tarde de festa, deu autógrafos e distribuiu simpatia, contribuindo para uma tarde memorável.

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1 Fernando Pita, Armando Dias, Sílvio Domingues e Carlos Branco 2 Paulo Futre e Jorge Bento 3 Horácio Antunes, José Eduardo Simões e Jorge Bento, entre outras personalidades

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LIVRO DE PAULO JÚLIO

Instituições de Penela recebem donativos PAULO JÚLIO encerrou o proje-

to "Crónicas de um Autarca" no Auditório Municipal de Penela. O ex-presidente da Câmara de Penela e atual secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa fez, no passado sábado, a entrega das verbas resultantes da venda do livro - um projeto B.Comunicação - a cinco instituições particulares

Andreia Constança, Catarina Pereira, Emídio Domingues e António Alves

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de solidariedade social (IPSS) de Penela. A sessão contou com a participação de várias personalidades de diversos setores, nomeadamente representantes das IPSS que receberam os donativos. Também António Arnaut e o atual presidente do município de Penela, António Alves, marcaram presença na cerimónia.

Pedro Fonseca, Alírio Canceles, Rui teixeira e José Manuel Falcão

Fernando Antunes, Valquíria Carvalho, Catarina Pereira, Joaquim Campeão, Fernando Oliveira, Paulo Júlio, António Alves e António Arnaut

António Alves, António Arnaut e o autor do livro, Paulo Júlio

João Paulo Amaral Gouveia e Soares Rebelo


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viver

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1 Carla Simões, Nuno Marques, Filipe José Soares e Sílvia Carvalho 2 Belarmino Azevedo, Ricardo Emanuel e Luís Antunes 3 Sofia Redes e Hélder Bruno Martins

MODA

LOUSÃ EM CHEIO

A CÂMARA da Lousã, em parceria com a ACIC, promoveu mais uma edição do Lousã Moda. A iniciativa foi um êxito. O comércio tradicional marcou pontos numa noite em que Dânia Neto (modelo e atriz) e Lourenço Ortigão (modelo e ator) concentraram atenções.

Dânia Neto foi uma das estrelas da noite 60

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NB CLUB COIMBRA

MOMENTOS MEMORÁVEIS A Academy Power Party, na quinta-feira, deu o mote para o fim-de-semana em cheio. No dia seguinte, sexta-feira, os Grandes Hits, com o Dj Filipe Sanches aos comandos, tornaram o NB Club Coimbra destino obrigatório. Por outro lado, o NB Coimbra conta com u m novo espaço: inaugurada no sábado, a nova área VIP Lounge tem tudo para ser um sucesso. O NB Club de Coimbra dá-lhe a oportunidade de ser o convidado VIP da casa. Basta enviar uma fotografia que contenha a sigla "NB" até dia 30 de setembro e se a sua foto tiver mais likes num espaço de 15 dias, no Facebook, habilita-se a ganhar o cartão Golden, ou seja, durante um mês, em todas as noites que a discoteca estiver ao serviço, poderá usar o cartão no valor de 30 euros de consumo.

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viver

NOVO THEATRIX PROMETE NOITES QUENTES EM COIMBRA

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A REABERTURA do Theatrix não defraudou

as expetativas. Maya, empresária de méritos reconhecidos no setor, fez do savoir-faire um argumento decisivo no sucesso da noite da inauguração, mantendo a qualidade durante o fim-de-semana. Cheias de música e diversão, além de muita gente bonita, as noites do Theatrix são assumidamente diferentes e prometem atrair a Coimbra todos os notívagos de bom gosto. A "amostra" é de qualidade, pelo que a aposta da empresária Maya na cidade do Mondego reúne condições para uma vida feliz.

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NOITE DOS ÓSCARES NO OÁSIS RESTAURANTE

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A NOITE foi deslumbrante e incluiu entrega de Oscares e desfile de vestidos de noite por Kitty Noivas e Forever Noivas by Lúcia Fonseca . O contributo dos DJ Rui Tomé e Gonzo foi fundamental para o êxito da produção Oásis e Icones. Mais um sucesso na noite figueirense!

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viajar

viver

ficha

Polónia

Cracóvia - Polónia - Centro da Europa

COMO IR A TAP tem cada vez mais voos para este país do centro – leste da Europa, não fosse este um dos países onde alguns dos grandes grupos económicos portugueses estão fortemente representados. Se voar para a capital Varsóvia, ficará a 300 km de Cracóvia, podendo realizar o trajeto de Comboio, ou alugando uma viatura ligeira. As estradas não são boas e as auto-estradas estavam ainda em construção, na altura desta visita. ONDE FICAR O hotel Ibis está bem localizado e fica mesmo junto ao rio Wisla. Por outro lado, permite o acesso pedonal à zona histórica. Existem muitos outros locais onde se instalar, com qualidade e preços muito variáveis. O QUE COMER A gastronomia polaca não é muito rica. Aliás, para quem adora comer, este será mesmo o aspeto menos positivo da visita. No entanto, valerá a pena provar uma das sopas características da Polónia – Zurek (lê-se "Jurec"). O pato assado também será uma boa escolha, sendo frequente encontrar este prato nos vários restaurantes. Para pessoas mais audazes, aconselhamos a comida mais tradicional, rica em legumes. Os mais conservadores poderão sempre comer os famosos Pierogi, muito semelhantes aos nossos rissóis, e que os polacos parecem apreciar de sobremaneira.

A elegante Cracóvia A ANTIGA CAPITAL DA POLÓNIA, BRILHANTEMENTE RECONSTRUÍDA APÓS A II GUERRA MUNDIAL, É UMA CIDADE ONDE O TURISTA SE SENTE BEM. TEXTO E FOTOS ADÃO MENDES

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1 - Catedral e Praça de Cracóvia 2 - Campo de concentração de Auschwitz 3 - Mina de sal de Wieliczka

O QUE COMPRAR O artesanato polaco é variado. Destacam-se os trabalhos em madeira e os tecidos, nomeadamente o vestuário tradicional, bem como as roupas quentes de inverno. RECOMENDAÇÕES A moeda polaca é o zloty e, por esta altura, um euro equivale sensivelmente a quatro zloty. As pessoas locais são muito simpáticas e a língua inglesa é, na maior parte dos casos, entendida e falada por eles.

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ESTA ANTIGA capital polaca é uma daquelas cidades onde qualquer turista se sente bem. Desde logo, pela beleza da arquitetura dos seus edifícios, brilhantemente conseguida após a devastação da II Guerra Mundial. Depois, a sua praça principal, em boa parte preenchida pela belíssima catedral onde outrora João Paulo II marcou a sua forte presença. Talvez induzidos por esta figura marcante, sente-se a religiosidade por toda a cidade, nas suas pessoas e, admiravelmente, em muitos dos seus jovens. Estar em Cracóvia e não visitar a mina de sal de Wieliczka, situada a apenas cerca de 13 km, será de todo uma falha lamentável, uma vez que os vários quilómetros de galerias escavadas no salgema, criam um ambiente único e conduzem-nos a uma catedral subterrânea que nos obriga a usar aquela expressão…uuaaauu! A cerca de 70 km encontra-se outro ponto de visita obrigatória – o campo de concentração de Auschwitz. Em cada sala encontram-se as listas dos milhares de polacos assassinados, as macabras experiências nazis… A melhor forma de acabar o dia é, sentados numa das muitas esplanadas da praça central, ficar a admirar quem passa, gente bonita, elegante, com indumentárias sóbrias. Alguns locais dizem mesmo que esta cidade e as suas gentes são as mais bonitas de toda a Polónia. A nossa vista parece confirmar tais dizeres!

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vinhos

receitas do chef QUANDO DESENVOLVEMOS o Torre de Coimbra tínhamos como objetivo criar algo para a massa estudantil conimbricense. Com este vinho respeitamos a área geográfica e como bairradina que sou, desenvolvemos um Bairrada com espírito jovem, descomplexado, que atraísse os estudantes ao consumo moderado do bom vinho português. Em capitais europeias e mesmo em capitais estudantis de todo o mundo a cultura e educação é envolvida de hábitos de consumo regrados, tendo o vinho como presença assídua. Porque motivo não tentar aplicar isso numa cidade com tanta tradição estudantil além-fronteiras e com tantas tradições vinícolas ao seu redor, cujas típicas tascas serviram, durante séculos, tradicionais copos de vinho tinto? A torre da Universidade de Coimbra, conhecida entre os estudantes por "Cabra", é um ex-líbris da capital do saber português. Do seu alto desfruta-se de uma panorâmica única da universidade e da cidade. Torre de Coimbra é um vinho inspirado no pulsar vibrante da vida universitária da cidade, mostrando-se jovem, alegre e moderno. Experimente!

SÓNIA MARTINS Enóloga

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HÉLIO SANTOS Chef Executivo

O RESTAURANTE Quinta de São Luiz (Pereira do Campo) poussui múltiplos espaços. Foram reinventados segundo linhas contemporâneas de modo a oferecer conforto e bem-estar. Supremo de Frango do Campo, Leitão Crocante com esparregado de Grelos ou Filete de Corvina com Arroz Japonês são algumas das propostas. A C recomenda os tentáculos de polvo com batata-doce e grelos. O Guia Michelin honra o mérito da casa.

TENTÁCULOS DE POLVO COM BATATA-DOCE E GRELOS

sugestão

TORRE DE COIMBRA TINTO 2008

Preço: 3,30 €

Este vinho é composto pelas castas Baga, Tinta Pinheira, Touriga-Nacional e Tinta-Roriz. Torre de Coimbra tem cor intensa rubi. O aroma é intenso a frutos vermelhos e envolvente ameixa. No paladar revela frescura, corpo suave e taninos elegantes. No final de boca é muito suave e agradável. Disponível em www.lusovini.com. Telefone 239 701 171.

INGREDIENTES 1 polvo congelado(2Kg) 1kg batata-doce com casca lavada 350g de grelos cozidos 4 cebolas finamente laminadas 5 dentes de alho picados 2 folhas de louro 1 ramo de alecrim azeite q.b.

cocktail de verão

Gin Tónico INGREDIENTES 2 dedos de gin Água tónica limão ou lima

gelo

MODO DE PREPARAÇÃO Encha um copo alto com pedras de gelo e logo de seguida coloque dois dedos de altura de gin. Preencher o copo até ao topo com água tónica, que convém ser aberta na hora para ter gás. Corte um limão ou uma lima ao meio e passe uma das metades à volta do copo, no local por onde depois vai beber. Para terminar, corte meia rodela do limão ou da lima e coloque no interior do copo. O Gin Tónico é uma bebida agradável para o verão.

MODO DE PREPARAÇÃO Num tacho, refogue ligeiramente duas cebolas com dois dentes de alho, o alecrim e um pouco de azeite. Junte o polvo, ainda congelado, coloque o lume no mínimo, tape e deixe cozinhar cerca de uma hora. Refogue em lume brando a restante cebola, dois dentes de alho, o louro e o azeite. Deixe cozinhar até ficar tenra e tempere. Num tabuleiro coloque a batata-doce e leve a assar cerca de 45 minutos. Retire a casca e esmague bem com um garfo. Num tacho colocar um, pouco de azeite, o restante alho e os grelos. Misturar a batata-doce e temperar a gosto. Escorrer o polvo, cortar os tentáculos a gosto e acompanhar com a batata-doce e a cebolada.

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moda

viver

DANIEL CASTELEIRA Stylist A aposta nos quentes e glamourosos pêlos e nos tecidos fluídos vai tornar, com certeza, este inverno repleto de elegância e muito savoir faire.

TRANSPARÊNCIAS Mostrar ou não mostrar? É uma das grandes tendências. Do calor do verão para o frio do outono, as transparências continuam em voga para quem quer um look moderno e sofisticado.

PELES

Gucci ou Louis Vuitton apostam nelas em grande. Sejam elas verdadeiras ou falsas, nudes ou em cores fortes, as peles são o must have da próxima estação.

CORES

Embora sendo invulgar, não tenha medo de apostar em cores fortes para este outono. Arrisque!

Cor contra o frio

E OUTONO T S E A R A P 6 DICAS

MANGAS E OMBROS

Considerado um dos locais mais elegantes do corpo feminino, os ombros irão ter novamente o seu devido destaque, através de pêlos ou de mangas em formatos arredondados, que darão um elevado toque de sofisticação a qualquer toilet.

ESTAMPADOS

Bolas, bolinhas, pintinhas... são os estampados de inverno. Contrastando o preto no branco, pode igualmente investir nos temas florais que lhe darão um certo romantismo.

CHAPÉU

Abas largas e bem teatrais. O seu guarda-roupa terá que ter, obrigatoriamente, um chapéu. Dará um toque de classe ao seu look, seja ele clássico ou casual.

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relógios KOMONO Cores sortidas 42,90€/cada

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KOMONO

Mais uma marca para sobreviver no dia-a-dia ténis 85€

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O fabuloso mundo de Melissa DESDE 1979 que as Melissas fazem sucesso, com um design super delicado e feminino, a Melissaa consegue conquistar qualquer mulher!

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A Komono é uma marca lançada em 2009 por Anton Janssens e Raf Maes, e o seu nome em japonês significa "pequenas coisas". Esta marca tem como objetivo criar acessórios de moda urbana, essenciais para se sobreviver no dia- a-dia das grandes cidades. De inspiração retrofuturista, a Komono pretende combinar estilos e cores clássicas e modernas, mas sempre a um preço acessível.

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viver

vida nova A candidata terminou recentemente o curso de Artes Plásticas e tem de ir ao um casamento de uma familiar. Ao mesmo tempo que procurava um look para o dia a dia, procurava uma solução elegante para a cerimónia. O resultado é um penteado moderno e de muito fácil manutenção.

CARLOS GAGO Ilídio Design, embaixador L'Oreal

antes

COLOR RICHESSE Brilho, tonalidade de cor mais rica, suavidade e tom sobre tom isento de amoníaco. LEITORA: Inês Eusébio

HAIRSTYLIST Carlos Gago

PROFISSÃO: Estudante IDADE 21 anos

depois

TÉCNICA DE COLORAÇÃO ANA PAULA Diacolor Richesse 5.15 CORTE CARLOS GAGO Corte com tendência geométrica losângulo e estrela. Tendência Outono / Inverno (padrões geométricos) STYLE Tecniarte - desconstruído mas com definição

PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago - C. COMERCIAL GIRASSOLUM FOTOGRAFIA: Pedro Ramos MAQUILHAGEM: PERFUMARIA MARS ROUPAS E ADEREÇOS: B&A Ricardo Colaço Loja 121, 1.º Helena Colaço Loja 117, 1.º C. COMERCIAL GIRASSOLUM

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Tiguana Bibles Fnac Coimbra. 23 de setembro. 22H00

CULTURA

Depois do EP "Child Of The Moon", os Tiguana Bibles regressam com o primeiro registo de longa duração. "In Loving Memory Of" é dedicado ao guitarrista Paul Hofner.

agenda da semana qui.22 "ACERT - CircONFERÊNCIAS" (XVI ACASO - Festival de Teatro) - Teatro Miguel Franco/Leiria – 22H00

sex.23

Espetáculo – com direção artística de César Cardoso – reúne mais de 30 artistas.

Exibição do filme "12:08 A Este de Bucareste", de Corneliu Porumboiu (comentadores: Miguel Cardina e Maria Paula Meneses) - Teatro da Cerca de S. Bernardo/Coimbra – 21H30

ter.27 Exibição do filme "Dolls" (2002), de Takeshi Kitano - Auditório Mosteiro de Santa Clara-a-Velha/Coimbra – 21H30

qua.28 Hugo Carvalhais Trio ao vivo - Teatro Viriato – 22H00

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"Efabulação"

Um ator em cena, num registo de tom informal, procura respostas para questões prementes da sua vida. Interpretação de Nuno Leão.

"Mãe-Mão" (Teatro do Biombo) - Teatro Viriato – 10H30, 11H30 e 12H30

seg.26

O encontro internacional de tunas - organizado pela Estudantina Universitária da Secção de Fado da AAC – pretende divulgar a música popular e a Canção de Coimbra.

Cine-Teatro Avenida/Castelo Branco. 23 setembro. 21H30

sáb.24

Concerto de aniversário Conservatório de Música de Aveiro - Teatro Aveirense – 18H00

TAGV/Coimbra. 24 de setembro. 21H30

Teatro José Lúcio da Silva/ Leiria. 23 de setembro. 21H30

Fingertips ao vivo - Theatrix/Coimbra - 21H30

dom.25

XXI Festuna

Orquestra de Jazz de Leiria

Hana Kogure Teatro Municipal da Guarda. 23 de setembro. 22H00 As canções de Hana Kogure são descritas como um fado japonês muito original.

"Visitas Dançadas" Museu Grão Vasco/Viseu. 24 de setembro. 16H00. 4€ O Teatro Viriato propõe uma viagem alternativa pelo Museu Grão Vasco, com uma visita coreografada. Interpretação de Leonor Barata.

Centro Cultural de Ílhavo. 24 de setembro. 22H00. 12€

Sérgio Godinho O cantor comemora 40 anos sobre a edição do primeiro registo discográfico, "Os Sobreviventes". Mas Sérgio Godinho continua a pensar no futuro, tendo, em 2011, um novo disco. Por isso o espetáculo promete ser uma mistura entre temas clássicos e as mais recentes novidades do escritor de canções.

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Os Smashing Pumpkins têm concerto no Campo Pequeno, Lisboa, a 8 de dezembro

confidências

Rui Veloso CAE/Figueira da Foz. 1 out. 21H30. 5€ a 20€ Considerado o "pai do rock português", Rui Veloso vai apresentar, neste concerto inserido no Dia Mundial da Música, alguns dos maiores sucessos de 30 anos de carreira (comemorados o ano passado), como "Chico Fininho", "A Rapariguinha do Shopping", "Anel de Rubi", "Não Há Estrelas no Céu", "A Paixão (Segundo Nicolau da Viola)" e "Porto Covo".

Estou a ler "O Teatro e Seu Duplo" Que livros está a ler? "O Teatro e Seu Duplo", de Antonin Artaud e "PanAmérica", de José Agrippino de Paula. Que tipo de cinema aprecia? O bom tipo. E gosta de teatro? Sim, desde que seja um bom tipo de teatro. Que preferências musicais é que tem? Gosto de músicas que sejam um conjunto organizado de sons.

Apresentação do livro "Sopros de Vida" Livraria Leya - Coimbra Editora 24 de setembro. 16H30

Exposição "Infinitos" CAE/Figueira da Foz. Até 25 de setembro A mostra de Jorge Hurberto Ricardo, fotógrafo profissional há mais de 20 anos, é uma série dedicada à imagem sem tempo nem lugar, puro objeto de contemplação e fruição. O projeto surgiu quando, em 2010, numa volta pelos arquivos, Jorge Ricardo começou a desenhar ligações entre imagens captadas ao longo de vários anos. De súbito, as fotos ganharam vida própria, formando um verdadeiro roteiro pela alma dos lugares.

A nova obra de José Lemos Vale – que foi enfermeiro de combate, na Guerra do Ultramar, e desenvolveu atividades na área do voluntariado humanitário – está dividida em duas secções. Na primeira parte presta-se homenagem a todos os enfermeiros militares que atuaram na guerra do Ultramar e que com sentido do dever se entregaram à nobre missão de salvar vidas e aliviar o sofrimento humano aos combatentes trucidados pela metralha da guerra. Na segunda parte são homenageadas as corajosas enfermeiras pára-quedistas da Força Aérea Portuguesa, que constituíram o primeiro grupo de mulheres equiparadas a militares, dando um salto gigantesco para a emancipação da mulher portuguesa.

E nas artes plásticas? Em 1963, Karl Ziegler e Giulio Natta receberam o Prémio Nobel da Química pela invenção do polipropileno, utilizado em acabamentos de carros, garrafas, tubos, filamentos e sacos. Foi arte. Participa nas redes sociais da internet? Participo, mas nunca ganho.

JORGE VAZ NANDE Guionista www.jvnande.com

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viver

vidas

Carlos Correia, da marisqueira na Guiné à taberna coimbrã NO ULTRAMAR FOI UM GRANDE COMERCIANTE, CHEGANDO A TER 23 EMPREGADOS. EM 1974, DEIXOU ÁFRICA PARA DIRIGIR, NA CIDADE DOS ESTUDANTES, UM ESTABELECIMENTO COM MAIS DE 200 ANOS DE HISTÓRIA, A AGORA DENOMINADA "TABERNA DO CARLOS" TEXTO BRUNO VICENTE FOTOS PEDRO RAMOS CONHEÇA A HISTÓRIA de um homem que

sempre viveu dos negócios mas que, contudo, garante que nunca teve "a intenção de ser rico". Carlos Correia nasceu em 1945, no Seixo da Beira, que pertence ao concelho de Oliveira do Hospital. Foi em África, em Bissau, capital da Guiné-Bissau, que a sua carreira enquanto comerciante tornou-se por demais evidente. "Tinha uma data de coisas, como churrasqueiras, marisqueiras e sítios para dormidas. Houve uma altura em que cheguei mesmo a ter 23 empregados", recorda. As mudanças políticas ocorridas em Portugal trouxeram o comerciante de volta ao país. "Deu-se a revolução do 25 de Abril e, nesse ano, em julho de 1974, acabei por regressar", explica. O continente africano ficou para trás, mas não o mundo dos negócios. Carlos Correia agarrou bem a oportunidade que teve para

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ficar com um dos estabelecimentos comerciais mais antigos de Coimbra, uma taberna histórica localizada na Rua Fernandes Tomás, antigamente conhecida como Rua das Fangas, por ser "a principal artéria da cidade, onde se comercializava todo o tipo de produtos". Este facto acaba por ser um grande motivo de orgulho. "Esta casa tem mais de 200 anos", salienta o homem, abrindo bem os braços. Saltar de uma marisqueira na Guiné para uma taberna em Coimbra exige algum esforço de adaptação. Os primeiros tempos foram intrigantes. "Quando vim para aqui, os comerciantes do lado disseram-me que o meu negócio só ia durar dois ou três meses. Os sítios dos senhores que disseram isso já fecharam. E eu ainda cá estou, faz agora 36 anos", atira, com orgulho, o responsável da "Taberna do Carlos".

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Quando vim para esta taberna, disseram-me que isto só ia durar dois ou três meses. Esses sítios fecharam. Eu ainda cá estou, faz agora 36 anos

Ainda assim, em mais de três décadas mudou muita coisa. As tabernas perderam um pouco o espaço que tinham conquistado e começaram a sofrer a concorrência de outro tipo de estabelecimentos. "Antigamente vendia 500 litros de vinho por semana. Agora, em 10 ou 12 dias, só consigo vender 200 litros", diz, de forma pragmática, Carlos Correia.

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"ESTA TABERNA DEU PARA FORMAR A MINHA FILHA" A conversa com o proprietário do espaço é interrompida temporariamente, porque, a certa altura, um homem, na casa dos 30 anos, chega-se ao balcão e, sem uma palavra, passa para as mãos do taberneiro uma garrafa de plástico vazia, de dois litros, que, poucos segundos depois, volta cheia de vinho. Com 25 cêntimos já é possível beber um copo de vinho tinto. Um litro custa 1 euro e 10 cêntimos. A cerveja também tem alguma saída, "mas não é nada que se possa comparar" com o "elixir" da casa, garante o proprietário. A casa, que já deu muito lucro, quando estava cheia de estudantes, de jornalistas e de professores catedráticos, dá agora "para pagar a água e a luz e para ir aguentando com a vida". É que "as coisas não estão nada fáceis para a maioria das pessoas". Mas uma coisa já ninguém pode tirar a Carlos Correia, um orgulho tão grande que é difícil de disfarçar. "Esta taberna deu para formar a minha filha", conclui, com um sorriso.


ideias dos outros

Saudades da Baixa LUÍS DE MATOS

Recuperar e proteger a Baixa de Coimbra é obrigação de todos nós…

DURANTE A SEMANA que passou, estive pela Baixa de Coimbra de uma maneira em que só por lá estou seis dias por ano. Na terceira semana de cada mês de setembro, ao longo dos últimos quinze anos, por ocasião dos Encontros Mágicos, passo grande parte da manhã, tarde e noite pelas ruas da Baixa de Coimbra. Este ano fiquei preocupado como nunca antes havia acontecido. As lojas fecham, a marginalidade aumenta e a miséria humana começa a ser preocupante, visível e quantificável. A BAIXA DE COIMBRA precisa da nossa atenção. Corta o coração ver estabelecimentos, que antes conhecíamos como emblemáticos, transformados em cubículos fechados que hoje compram ouro sob a promessa de cobrir a melhor oferta. Dói ver imóveis envoltos em história com aspeto que subentende uma recuperação incomportável para os que os possuem e que se reafirma pela presença de um qualquer "vende-se". A prostituição e a toxicodependência têm dificuldade em disfarçar-se. As beatas de cigarro não abundam mas apenas porque a maioria já foi colecionada por quem as reaproveita. Algumas lojas fecham, fogem para os centros comerciais ou simplesmente passam a ter um nome que se escreve com carateres chineses. Tudo isto desencanta e limitamo-nos a achar que somos impotentes para evitar um futuro que apenas se teme e não se contraria.

dade pelo estado em que se encontra. As lojas fecham porque passámos a comprar online. A marginalidade aumenta porque deixámos de passear nalgumas zonas. É preciso agir. CADA UM DE NÓS conheceu a Baixa de uma maneira diferente. Foi-nos entregue pelos nossos antepassados numa forma tal que por ela nos apaixonámos. Não podemos entregá-la assim, ou pior ainda, aos que nos seguirão. Num jardim onde as plantas não se cuidam, as infestantes alastram. Uma árvore que não se poda sempre cresce de forma selvagem. É preciso tomar conta da Baixa. É preciso vivê-la e ocupá-la de experiências que a tornam mais apetecível e não num espaço onde não queremos passear com os nossos filhos. DURANTE A SEMANA dos Encontros Mágicos, milhares de pessoas passaram horas nas ruas da Baixa. Famílias inteiras participaram em experiências inesquecíveis, plenas de momentos em que o reencontro com a arte e o espaço perdurará nas suas memórias. Obrigado a todos por nos ajudarem a relembrar que a Baixa é Mágica...

SOU DOS QUE PENSA que a solução está em todos nós. A Baixa é de todos e não podemos alhear-nos da responsabili-

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Centenário

PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.

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