C_38_20102011

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RE VI STA O

CIÊNCIA

DOCENTES DA UC TESTAM TRATAMENTO NOVO CONTRA ALZHEIMER

ENTREVISTA

LOUSÃ

JOÃO FERNANDO RAMOS DEU SHOW AO VOLANTE

VIROU MODA

QUER MUDAR DE NOME? SÓ PAGA 200 EUROS

1,50€ REVISTA SEMANAL 20 OUTUBRO 2011 Nº 38 •

Canotilho FECHOU a porta Com 70 anos, e depois de meio século dedicado à Universidade de Coimbra, chega a jubilação. Gomes Canotilho sai de consciência tranquila mas com algumas angústias

FI

CIAL


C22

assinaturas@cnoticias.net


C59


editorial

A ATRIBUIÇÃO do Prémio Nobel da Paz 2011 a três mulheres, duas liberianas e uma iemenita, pela luta que têm travado nos seus países em nome dos direitos humanos mereceu pouco mais do que algumas notas de rodapé à comunicação social portuguesa. Vivem lá longe, que nos interessam as atividades em que estão envolvidas? Estamos em Portugal, na Europa, que nos interessa o que se passa na Libéria ou no Iémen?

SOARES REBELO Diretor

Violência doméstica

Somos herdeiros de uma cultura civilizacional de desrespeito de um género pelo outro, com mulheres educadas para a submissão e homens educados para o domínio

Grupo Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304; Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%

Assine e divulgue a

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DEVERIA interessar. A menorização social da mulher e a violência doméstica de que continua a ser vítima constituem, como reconhece, desde 1995, a Organização das Nações Unidas, um obstáculo à concretização dos objetivos de igualdade, desenvolvimento e paz, e violam, dificultam ou anulam o gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. Ainda há dias, em Anadia, um homem, de 71 anos, matou, com um tiro de caçadeira nas costas, a companheira, de 67, com quem estava casado há meio século, suicidando-se em seguida. Ela escondera-lhe a chave da adega, na expetativa de afastá-lo do álcool. Tempos antes, não muito longe dali, em Albergaria-a-Velha, uma mulher, de 40 anos, e o filho, de dois, foram mortos pelo homem de quem ela já se separara. Ele assinara o divórcio, mas nunca o aceitara de facto. Matou a família e matou-se. E quem não se chocou com o bárbaro assassínio, em Coimbra, de uma médica, de 58 anos, pelo filho, de 23, aluno do 4.º ano de medicina, que adotara quando era ainda bebé? OS MAUS tratos no seio das famílias acompanham a humanidade desde que descemos das árvores e acompanhar-nos-á, muito provavelmente, até ao fim dos séculos. Trata-se de uma praga universal que não conhece fronteiras nem distingue sistemas políticos, níveis de desenvolvimento, religiões ou classes sociais. Embora consista, essencialmente, numa tentativa patológica de domínio de um forte por um

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fraco e seja exercida mais pelo homem contra a mulher, o adulto contra o velho ou a criança, não discrimina sexos ou idades, como abertamente comprovam as estatísticas disponíveis. EM 2010, foram assassinadas no nosso país 43 mulheres por violência doméstica, este ano, no primeiro semestre, já se registaram 17 homicídios. Na região Centro, o distrito de Aveiro é onde se têm registado mais crimes deste tipo, seguindo-se Leiria, Coimbra, Viseu, Castelo Branco e Guarda. Os agressores são principalmente homens, as vítimas sobretudo mulheres e tanto os agressores como as vítimas têm maioritariamente 25 anos e mais. A violência doméstica já é, inclusivamente, o quarto crime mais participado no nosso país. PORTUGAL levou, ainda assim, bastante tempo a ultrapassar a conceção de que se estava perante um problema da esfera da intimidade para ver nele, aquilo que afinal é - um crime público. Só a partir da década de 1980 é que foi identificado como um problema social e foi colocado de forma evidente na agenda política nacional. A opacidade, todavia, não se esfumou inteiramente - e assim permanecerá se não se promoverem estratégias diversificadas e adequadas de abordagem e intervenção. SOMOS herdeiros de uma cultura civilizacional de desrespeito de um género pelo outro, com mulheres educadas para a submissão e homens educados para o domínio. Toda esta cultura de domínio de uma pessoa sobre a outra não se desvanece de um dia para o outro. O problema é complexo e multifacetado. O enquadramento legal é realmente indispensável, mas não passa de uma frente de intervenção possível. Os tribunais têm de atuar em conformidade. Não é realmente compreensível que um em cada três casos julgados resulte em absolvição.

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20 OUTUBRO 2011

PROJETO GRÁFICO: Pedro Góis / Góis Design e Bruno Vale IMPRESSÃO: LISGRÁFICA Impressão e Artes Gráficas SA Queluz de Baixo (Oeiras) DISTRIBUIÇÃO: VASP – MLP, MediaLogistics Park Quinta do Granjal – Venda Seca Tiragem Média: 10.000 ex. Registo na ERC com o n.º 126017, de 12/01/2011. Depósito Legal n.º 322204/2011. Periodicidade: Semanal, à quinta-feira INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TODOS OS CONTEÚDOS EDITORIAIS, FOTOGRÁFICOS, ILUSTRAÇÕES PARA QUALQUER MEIO OU FIM, MESMO COMERCIAIS.

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índice

AO MICROSCÓPIO

SOCIEDADE 26 36

REPORTAGEM

SOCIAL

6 Aleitamento materno Importância da amamentação em destaque 20 Histórias de vida Fernanda Gaspar é florista há mais de uma década 24 Latada promete ser "inesquecível" Os Kaiser Chiefs são o grande nome da festa dos estudantes "Não podem exigir mais de mim" Gomes Canotilho, professor da FDUC, chegou à jubilição Mudar de nome Na última década, cerca de sete mil pessoas alteraram o seu nome

Soure recebeu um desfile da Paris Fashion Models. A agência de modelos, manequins e atores aproveitou a ocasião para mostrar futuros talentos da moda e da representação.

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Zona histórica de Coimbra está em risco

CÉREBROS 38 Esperança para a cura de doenças neurodegenerativas Docentes da UC quantificam produção de óxido nítrico no cérebro

Na semana em que foi apresentado um fundo para reabilitar a Baixa da cidade, a foi verificar o estado de conservação dos edifícios mais antigos da cidade.

DESPORTO 42 Futsal da Académica "fazia falta à 1ª Divisão" Maioria dos jogadores da Briosa são estudantes ou licenciados

DINHEIRO 47 Sucesso Quinta do Mourão tem uma infraestrutura invejável 48 Freguesias Almalaguês tem o maior centro de tecelagem manual da Europa

VIVER 68 Viajar Belém do Pará, no Brasil, é a "metrópole da Amazónia" 72 Cultura Peça 40º 11' N 8º 24'W' reúne jovens de bairros sociais

TOPO DE GAMA

OPINIÃO

49

COMEMORAÇÃO

Centro de Saúde de Eiras

22 Joana Benzinho

Mercado Único dos cidadãos

Hyundai i40 em grande

O CS de Eiras celebrou 20 anos de existência. António Alegre, diretor do serviço, sublinha que a dedicação de quem lá trabalha prova que "esta unidade é muito mais do que um centro de saúde".

MAIS

74 Luís de Matos

(R)evolução global

40

12 COIMBRA Novo Centro Regional de Sangue vai analisar metade do sangue do país 66 VIDA NOVA Carlos Gago apresenta um corte da nova coleção 69 À MESA Descubra o segredo do Ensopado de Borrego com Grão

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ao microscópio

atual

MARTA VARANDAS

O DIA 7 DE OUTUBRO mudou para sempre

a vida de Susana Gonçalves. Sentada numa das camas do internamento da Maternidade Bissaya Barreto (MBB), tem nos braços o pequeno Henrique Maria, que com poucos dias de vida já mama cheio de vigor e vontade. Com os olhos e todo o rosto a sorrir, a mãe conta que "não foi fácil". Mas não desistiu nunca da amamentação, porque tem consciência dos benefícios que traz para o bebé. São inúmeros. Não só para o recém-nascido, mas também para a mãe. Ainda assim, segundo o Manual de Aleitamento Materno, do Comité Português para a UNICEF, embora mais de 90 por cento das mães inicie o aleitamento materno, parte delas desiste de dar de mamar no primeiro mês de vida. E por isso os números decrescem para 70 por cento nesse primeiro mês do bebé e para 40 por cento até ao sexto mês. Susana Gonçalves não quer fazer parte destes números. Conta-nos que quando o Henrique mamou pelas primeiras vezes "não pegava bem nos mamilos e acabou por macerá-los". Apesar de doloroso, não parou por ali e as tentativas seguintes acabaram por piorar a situação. Mas a ajuda da pediatra e dos enfermeiros fez com que recuperasse e "tudo se resolveu".

VANTAGENS SEM FIM. O leite materno é

um alimento vivo, completo e natural. É o alimento mais barato e seguro para os bebés e não exige preparação, estando sempre pronto a ser consumido. No caso do bebé, o aleitamento materno previne infeções, tendo ainda um efeito protetor sobre alergias, nomeadamente as específicas para as proteínas do leite de vaca. O leite materno faz com

Maternidade Bissaya Barreto é um dos cinco "Hospitais Amigos dos Bebés" do país A MATERNIDADE Bissaya Barreto, em

Muitas mulheres desistem de amamentar no primeiro mês de vida do bebé, mesmo sendo a forma mais natural e segura para alimentar recém-nascidos

Esta história não é exemplo único mas também não é regra. O mais importante a ter em conta é que "o aleitamento materno é considerado o tipo de alimentação ideal para os recém-nascidos, por ser a única forma natural para os alimentar", explica Ana Paula Gaudêncio, enfermeira chefe da MBB.

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Coimbra, é um dos cinco "Hospitais Amigos dos Bebés" em Portugal, tendo sido o segundo do país. Isto porque cumpre os dez passos que permitem a manutenção da acreditação, atribuída pela OMS/UNICEF. Estes dez passos dizem respeito à promoção do aleitamento materno, por ser o ideal para o recém-nascido. Entre estas medidas, a 3.ª diz: "Informar todas as grávidas sobre as vantagens e a prática do aleitamento materno". Já a 9.ª medida diz para "não dar tetinas ou chupetas às crianças amamentadas ao peito".

que os bebés tenham uma melhor adaptação a outros alimentos, por ser muito variado. A longo prazo o leite da mãe pode prevenir a diabetes, linfomas e até a obesidade infantil. Relativamente às vantagens para a mãe, o aleitamento materno facilita uma involução uterina mais precoce, associando-se à menor probabilidade de ter cancro da mama entre outros. A mãe recupera com mais facilidade o peso anterior à gravidez. AMAMENTAR ATÉ QUANDO? A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as mulheres iniciem a amamentação logo a seguir ao nascimento e defende que o aleitamento materno deve ser exclusivo até aos seis meses e que o bebé seja nutrido com leite materno até aos dois anos de vida. MAIOR CONSCIÊNCIA. A enfermeira chefe

da MBB sublinha que apesar dos números relativos à amamentação não serem ainda os desejados, "cada vez há mais mulheres a optar pelo aleitamento materno, por estarem bem informadas, visto que há evidência científica de que este é o melhor alimento para recém-nascidos saudáveis. As mães que recusam fazem-no apenas por terem passado por uma experiência negativa". Susana Gonçalves vai ter alta. Passadas que estão as dificuldades em dar de mamar ao Henrique diz: "É maravilhoso tê-lo à mama. Agora vou feliz para casa". E sorri.

20 OUTUBRO 2011


ALEITAMENTO MATERNO

O escudo mais eficaz dos bebés O LEITE MATERNO É A PRINCIPAL FONTE DE NUTRIÇÃO DOS RECÉM-NASCIDOS. CONTUDO, OS NÚMEROS DA AMAMENTAÇÃO AINDA NÃO SÃO OS DESEJÁVEIS

Números do aleitamento materno ainda são reduzidos ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO AOS 3 MESES

região centro

70% portugal

55% ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO AOS 6 MESES

ENFERMEIRA Ana Paula Gaudêncio diz que as mães que amamentam correm menos risco de ter cancro da mama

Amamentar "estraga" as mamas? A ENFERMEIRA chefe da Maternidade Bissaya Barreto rapidamente responde que a amamentação "não estraga", não se verificando qualquer alteração estética nas mamas. E adverte: "As mães que amamentam têm risco mais

reduzido de contrair cancro da mama". As mulheres que já realizaram algum tipo de mamoplastia (cirurgia plástica) não estão impedidas de amamentar, podendo, no entanto, haver casos em que não seja possível.

região centro

45% portugal

30% A adesão das portuguesas à amamentação durante o primeiro mês de vida chega aos 90 por cento à saída das maternidades, acabando por cair para os 70 por cento durante o primeiro mês de vida. O número volta a cair para os 40 por cento depois do 3.º mês de vida do bebé, percentagens que, apesar do esforço das unidades de saúde, "ainda ficam longe do que gostaríamos", refere a enfermeira chefe da Maternidade Bissaya Barreto, Ana Paula Gaudêncio. Manter os 80 por cento, "já seria um número desejável", defende a especialista. FONTE: Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Observatório Nacional de Saúde. Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006. Lisboa, ONSA, 2007.

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

REGENERAÇÃO URBANA

Colégio Bissaya Barreto distinguido

direito

direto

O COLÉGIO Bissaya Barreto, de Coimbra, garantiu o Selo Nacional de Qualidade pelo projeto pedagógico desenvolvido pelo Clube Europeu, através da plataforma eTwinning. Com o projeto "Music is all around", o Clube Europeu do Colégio Bissaya Barreto candidatou-se ao Selo Nacional de Qualidade, atribuído pela agência nacional eTwinning, e ganhou o primeiro prémio (na categoria de Clube Europeu).

ARTUR SEGURO PEREIRA Advogado

Licença parental A LEGISLAÇÃO laboral consubs-

tancia a afirmação da parentalidade (englobando a maternidade e a paternidade) como um valor social eminente a proteger, designadamente com a previsão de um conjunto de direitos, entre os quais encontramos a licença parental e, mais concretamente, a licença parental inicial. A licença parental inicial consiste num período (geralmente 120 ou 150 dias), durante o qual um trabalhador vê reconhecido legalmente o direito de não trabalhar, em razão do nascimento de um filho. A lei não limita, hoje, o gozo da licença parental à trabalhadora grávida/mãe, permitindo que possa ser gozada integralmente por esta ou pelo pai, ou então partilhada entre ambos. Assim, mãe e pai devem definir, entre si, com respeito pelas obrigações legais (designadamente quanto aos dias de licença obrigatórios para a mãe ou para o pai), quais os períodos da licença que serão gozados por cada um deles, elaborando, depois, uma declaração conjunta a apresentar às respetivas entidades empregadoras no prazo de sete dias após o parto. Já se a licença for gozada por apenas um dos progenitores, deverá ser comunicado apenas ao empregador de quem gozar a licença, juntando uma declaração do outro progenitor atestando que trabalha e que não vai gozar a licença.

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Socialistas debateram regeneração urbana no Museu da Cidade

Guimarães exemplo para Coimbra A INICIATIVA partiu do Observatório para as Políticas Urbanas do PS/

Coimbra. O sábado foi dedicado à "Regeneração Urbana e Cidade Histórica". O presidente da Câmara Municipal de Guimarães foi um dos presentes no colóquio e, depois de uma visita de trabalho à Baixa de Coimbra, deu a conhecer o (bom) exemplo vimaranense e deixou alguns conselhos aos socialistas. "A população não adere a estas causas", alertou António Magalhães. "É necessária uma vontade muito firme", para resistir a todas as críticas, acrescentou. Depois de feita a regeneração é, também, fundamental garantir a sustentabilidade das intervenções realizadas. As parcerias com privados são uma das soluções. | VG

FIGUEIRA DA FOZ

EDP constrói linha de interligação A EDP Distribuição concluiu

uma infraestrutura elétrica que contribuirá para a melhoria da qualidade do serviço prestado às populações das freguesias de Paião, Alqueidão e Lavos. A linha, cujo custo total ascendeu a 50 mil euros, assegurará, em caso de avaria, a alimentação mais rápida das três freguesias, permitindo a interligação de duas saídas distintas da subestação da Gala. A empresa destaca a colaboração da Junta de Freguesia do Paião e a disponibilidade dos proprietários dos terrenos.

EDP Distribuição concluiu importante infraestrutura

20 OUTUBRO 2011

Góis debate Televisão Digital Terrestre O MUNICÍPIO de Góis promove sábado, pelas 17H00, no auditório da Casa do Artista, uma sessão de esclarecimento sobre a Televisão Digital Terrestre, que contará com um representante da ANACOM. Recorde-se que todos os portugueses que não possuem televisão paga vão ter de mudar para o digital, segundo o ICP – ANACOM, entre janeiro e abril de 2012. A partir de janeiro de 2012 e até abril desse mesmo ano a mudança é obrigatória.

Águeda em destaque na Bandeira Verde ONZE escolas do concelho de Águeda foram distinguidas na iniciativa Bandeira Verde Eco-Escolas 2010/2011, da Associação Bandeira Azul da Europa. A candidatura à bandeira Verde Eco-Escolas contou com o apoio do Câmara Municipal de Águeda, que acompanhou de perto a implementação da iniciativa e tem apostado no desenvolvimento de diversas ações nas escolas e nas comunidades. Destaque ainda para o empenho demonstrado pela comunidade escolar em todo o projeto.


NATUREZA

Serra da Lousã convida a conhecer "Brama dos Veados" O PARQUE Biológico da Serra

fotolegenda

OS VEADOS são o mamífero de maior porte do Parque Biológico da Serra da Lousã

PEDRO RAMOS

No passado dia 15, várias cidades do mundo foram palco de uma "Marcha dos Indignados" e Coimbra não foi exceção. Centenas de pessoas reuniram-se na Praça da República de modo a demonstrar a sua insatisfação com o momento vivido. "Se não gastámos, porque temos de pagar?".

C233

da Lousã (PBSL), em Miranda do Corvo, organiza, no dia 22 de outubro, um programa que usa a época da "Brama" como mote para conhecer o parque. A "Brama", que decorre entre setembro e outubro, é o período de acasalamento dos veados. "Os machos e fêmeas desta espécie ocupam áreas geográficas distintas durante a maior par te do ano, com exceção da época de reprodução", refere nota de imprensa do PBSL, acrescentando que "é nesta altura que acontecem as fortes lutas e despiques entre machos que constituem e defendem haréns de fêmeas ou protegem territórios". Para além disso, os participantes "vão poder contactar mais de perto com os animais selvagens do país".


ao microscópio

sete sóis, sete luas

consultório de

FOTOGRAFIA

urbanismo

MAGALHÃES CARDOSO * A ausência de circulação automóvel na Alta é para colocar em prática a médio prazo? ESSE tipo de medidas é progressivamente aconselhado, mas deve resultar do esforço conjugado de entidades que têm forçosamente que se entender ainda melhor do que se entendem já hoje sobre a área central da cidade. Uma medida destas envolve uma visão integrada, partilhada pela câmara municipal, pela universidade, pelos operadores de transportes (SMTUC, MetroMondego e outros). Ora, a candidatura à UNESCO pode obrigar a essa concertação, apertando exigências, obrigando a concretizações mais rápidas e agilizadas e a acerto de vontades visando a qualificação da Alta e, já agora, da parte da Baixa abrangida, que é muito relevante.

O abandono da Baixa, além das consequências para o comércio, originou um sentimento de insegurança que as autoridades têm procurado contrariar. A reabilitação dos edifícios e o arrendamento a casais jovens poderá contribuir para uma "nova" Baixa? SABEMOS que os problemas são diferentes dos apontados

para a Alta. A estratégia em que apostamos, através da SRU, é a de intervir numa lógica de quarteirões, em acordo com a maioria dos proprietários, reservando um papel supletivo à administração (por exemplo, através da expropriação dos prédios cujos proprietários não queiram aderir). A recente constituição de um fundo de investimento imobiliário será um impulso decisivo para começar a intervir, como estamos certos que se torna imperioso. A combinação de usos nos imóveis aparece mais uma vez como essencial: manutenção da oferta comercial, permissão de estabelecimentos de serviços e localização de habitações de baixa tipologia, para jovens. Esta "nova" Baixa, a que será desejável acrescentar as linhas de Metro nas margens do Mondego (com ligação a uma nova estação ferroviária, que é dos projetos mais decisivos para mudar a face da cidade) e na ligação aos hospitais, será uma zona que queremos muito apetecível, quer na ótica turística, quer para os cidadãos em geral. Note-se que a cidade se planeia para receber o metro de superfície há décadas, e mesmo nesta fase de incerteza em relação aos grandes projetos públicos, espero que seja possível, num cenário de curto/médio prazo, ver concretizado este desígnio. A este nível considero que se trata daquelas linhas que me parecem mais atrativas em termos de exploração, mais interessantes em termos de vantagens urbanísticas e mais estruturantes no que respeita à adequação dos modos de transportes aos clientes esperados e aos espaços servidos.

* Magalhães Cardoso é o diretor Municipal da Administração do Território na Câmara Municipal de Coimbra. Envie as suas questões para redacao@cnoticias.net, que serão respondidas neste espaço

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Valdemar Jorge no Moinho das Lapas

O fotógrafo é um "apaixonado pela cidade" O MUSEU Moinho das Lapas, em Cernache, vai receber, a partir do dia 23, a exposição "Coimbra... e outras Paisagens" de Valdemar Jorge. O fotógrafo, natural de Coimbra, vai apresentar 20 fotografias, que demonstram parte do seu "olhar sobre algumas paragens magníficas do país". Autodidata, Valdemar Jorge fotogra-

fou Coimbra, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, campos do Mondego, Costa Nova, Cabo Espichel, Pinhão, Piódão e Serra da Marofa para esta exposição. Em nota de imprensa, o fotógrafo apelida as imagens de "minhas panorâmicas", género de foto que mais lhe agrada. A exposição está patente até dia 20 de novembro.

boa notícia

má notícia

INVESTIGADORES DA da Universidade do Minho desenvolveram um método que permite corrigir a miopia durante o sono. O tratamento já está a ser usado desde 2004.

NO DIA MUNDIAL da Pobreza, foram lançados dados que revelam que 1.9 milhões de portugueses vivem abaixo do limiar da pobreza. Cerca de 300 mil são crianças e 596 mil são reformados.

números da semana

88 436 43

euros. Aumento registado no salário mínimo, em Portugal, desde 1974. ocorrências de fogos, registadas no passado sábado. Foi o dia do ano com mais incêndios florestais.

milhões de pessoas, na Europa, não têm dinheiro para comprar uma refeição por dia.

20 OUTUBRO 2011


A Rádio Universidade de Coimbra tem uma nova grelha de programação BAIXO MONDEGO

ENSINO

Luz verde para ciclovia entre Coimbra e Figueira

Coimbra lidera ranking das escolas

O INSTITUTO da Água (INAG) deu parecer favorável ao traçado da ciclovia entre Coimbra e a Figueira da Foz e a obra pode agora avançar. A ciclovia, com 42 quilómetros de extensão, a construir na margem direita do Mondego, ligando os concelhos da Figueira da Foz, Montemor-o-Velho e Coimbra, tem um custo estimado de cerca de seis milhões de euros, contando com um financiamento comunitário da ordem dos 85 por cento. Os restantes 15 por cento serão assumidos pelas três autarquias. O presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego (CIM-BM), Jorge Bento, espera que a obra possa ser lançada até maio de 2012 e estar pronta em finais de 2013, dois anos depois do prazo inicial.

O DISTRITO de Coimbra voltou a ser aquele que melhores resultados obteve nos exames nacionais do Secundário. Com as melhores médias nos exames de Matemática A (11,4), História A (11,7), Francês – continuação bienal (17) e Física e Química (11,3), Coimbra repete o primeiro lugar que tinha conseguido no ano passado, mas desce a média final em uma décima em relação a 2010. A média total foi de 11 valores em 7.903 exames. Além de ter os melhores resultados por distrito, Coimbra tem também a melhor escola pública do país: a Secundária Infanta D. Maria. Esta classificação não é nova, mas surpreendeu o diretor. "Não esperávamos tão bons resultados", afirmou Ernesto Paiva. Segundo o responsável, "a cultura de rigor e de exigência, criada, ao longo dos anos, nesta escola" justifica, em grande medida, o sucesso deste estabelecimento de ensino.

Frustração ALGUNS DOS problemas educa-

D. Maria volta a ser a melhor escola pública do país

Mas, reconhece, esta é uma escola que, embora "cumprindo rigorosamente a admissão de alunos", é frequentada essencialmente por jovens oriundos das classes média, média/alta e alta, circunstância que, naturalmente, "também não é alheia a este sucesso".

O cabaz de compras escolhido pela para esta semana teve o preço mais elevado no Supercor. O Jumbo foi o mais barato, enquanto Pingo Doce e Continente apresentaram os mesmos valores. Apenas 35 cêntimos separam o mais caro do mais barato.

Leite Mimosa M/G (1l)

médico

DIANA GASPAR DUARTE Psicóloga Clínica

SUPERCOR COM O CABAZ MAIS CARO

PREÇOS/KG/L

visita de

PINGO DOCE CONTINENTE

JUMBO SUPERCOR

0,59 €

0,59 €

0,54 €

0,59 €

Manteiga Mimosa s/ sal (250g) 1,49 €

1,49 €

1,49 €

1,75 €

Água Luso (1,5l)

0,46 €

0,46 €

0,46 €

0,49 €

Cereais Golden Grahams (275g) 1,99 €

1,99 €

1,98 €

1,99 €

Cereais Estrelitas (300g)

1,99 €

1,99 €

1,99 €

1,99 €

TOTAL

6,52 €

6,52 €

6,46€

6,81€

cionais atuais são o de dizer não, ensinar a saber esperar e a viver com as contrariedades do dia-a-dia. Ou seja, a viver com as frustrações. Muitos pais têm medo de frustrar os filhos. Deste medo resultam crianças com grandes dificuldades em lidar com a frustração, demasiado impulsivas e com uma necessidade desmedida de satisfazer as suas necessidades e caprichos. A questão é que não há vidas sem frustração, não acontece tudo como se desejaria e o que se consegue atingir é o resultado de investimento e espera. É urgente ensinar a gerir a frustração. Falar em frustração não é sinónimo de autoridade excessiva, de imposição de regras sem espaço para negociação e muito menos de desrespeitar a própria criança. O dizer "não", "ainda não", "vais ter de esperar" com firmeza, orientação, convicção e amor cria na criança algum tipo de frustração essencial para o crescimento. Este tempo de espera fomenta a criação de ferramentas interiores para saberem lidar na vida adulta com imprevistos, perdas e com desafios diários de auto superação. Isto torna-as mais resistentes às contrariedades permitindo que usem recursos pessoais em vez de encherem os vazios pós frustração com objetos. • CENTRO PEDIÁTRICO E JUVENIL DE COIMBRA (WWW.CPJCOIMBRA.COM)

:(

mais caro

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

SAÚDE

SCUT

Coimbra analisa metade do sangue do país

Continua a luta contra as portagens A COMISSÃO de Utentes das Autoestradas A23, A24 e A25 não desiste de lutar contra a introdução de portagens naquelas vias. Ao longo da última semana, foram várias as ações que levaram a cabo para demonstrar que não existem alternativas e para levar aos governantes o seu descontentamento. Um camião percorreu mesmo a EN16 para provar que não existe alternativa viável à A25, entre Aveiro e Viseu. Marchas lentas e manifestações poderão ser os próximos passos.

MAIS DE METADE das análises de

sangue a realizar no país serão feitas em Coimbra, no novo Centro Regional do Sangue, inaugurado na passada sexta-feira. O novo centro é o maior da Península Ibérica e um dos maiores do mundo e, segundo o presidente do Instituto Português do Sangue, Álvaro Beleza, terá o cariz de um "centro nacional de sangue". Instalado em S. Martinho do Bispo, próximo do Centro Hospitalar de Coimbra, o novo edifício dispõe de uma área de quatro mil metros quadrados e custou sete milhões de euros. "É um marco importante para uma cidade que tem um papel especialíssimo na saúde", declarou o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, na cerimónia de inauguração. De acordo com Álvaro Beleza, o país terá quatro centros regionais (Coimbra, Porto, Faro,

Lisboa), cada um especializado em sua área. "Assim pode-se fazer mais, melhor, e mais barato", afirmou, frisando que no ano em curso, com esta gestão, foi possível "uma poupança de três milhões de euros e um aumento de receitas de um milhão de euros". O presidente do organismo refe-

riu que, neste momento, há um stock nacional de três mil unidades de sangue, o que deixa "o país sossegado" para qualquer emergência. "Não há nenhum plasma desperdiçado em Portugal, e esse foi um passo muito importante que nós demos, e que faz todo o sentido", explicou.

FIGUEIRA

COVILHÃ

Paulo Júlio e Adriano Moreira no Casino

Primeiros bebés proveta fora dos grandes centros

A PROGRAMAÇÃO de outubro do

OS PRIMEIROS bebés proveta fora dos grandes centros urbanos nasceram no Hospital Pêro da Covilhã. Os dois gémeos nasceram em agosto, mas a informação só agora foi divulgada. João Casteleiro, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira, destaca o sucesso da resposta ao convite do Governo para que os hospitais criassem serviços de procriação medicamente assistida fora dos grandes centros.

Casino Figueira tem como destaque a conferência com Adriano Moreira, dia 26, com o tema "A CPLP e o Mar". Para além disso, no dia 27, nas "Conversas do Casino", Fátima Campos Ferreira conversa com o secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, Paulo Júlio, sobre o novo programa autárquico. Estão já confirmadas as presenças de presidentes de comunidades inter-municipais e câmaras.

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Novo Centro do Sangue custou sete milhões de euros

Domingos Silva, administrador do Casino Figueira e Fernando Maia, diretor de marketing, apresentaram a programação 20 OUTUBRO 2011


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via do leitor

ao microscópio

cartas

Assim, onde é que vamos parar?

ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL : redacao@cnoticias.net

O Orçamento de Estado para 2012 é uma afronta aos cidadãos mais desprotegidos da sociedade portuguesa. Trata-se de um conjunto dilatado de novos impostos, que não excluem, inclusivamente, cortes severos nas prestações sociais e na saúde. Nem os remédios escapam! Além dos funcionários públicos e pensionistas que

As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos

Futuro negro para Portugal

A requalificação dos edifícios devolutos da Baixa de Coimbra Vivo na Rua Ferreira Borges, passo praticamente todo o tempo na Baixa, sofro com o abandono a que esta zona nobre da cidade de Coimbra tem sido votada. À noite, então, é uma dor de alma. Nas ruas, não se vê ninguém, a não ser algum desinserido. A notícia de que os edifícios devolutos vão ser recuperados deixa-me, portanto, muito feliz. Mais feliz fiquei ainda em saber que essa recuperação tem como objetivo alojar estudantes universitários estrangeiros. A juventude é a vida, é o futuro. E é disso mesmo que necessita a Baixa de Coimbra – de vida, de futuro.

Sente-se: a revolta está a crescer. As manifestações do fim de semana não atingiram a expressão que os seus mentores esperariam, mas deram sinais inequívocos de que a insatisfação está a generalizar-se. Entendo perfeitamente que a política tinha de mudar, que o país não podia continuar a endividar-se, que nós próprios não podíamos continuar a comportar-nos como se todos fossemos ricos e vivêssemos num país abastado. Não é todavia compreensível a insensibilidade com que temos sido tratados – e, certamente, vamos continuar a ser. Estão a espetar-nos uma faca na garganta: ou pagas, ou morres. Não pode ser! A atuação da troika, apoiada pelo PSD e pelo PS, que subscreveram o Memorando de resgate, está a asfixiar-nos. A convulsão social tenderá, portanto, a agravar-se. Não sou favorável aos protestos de rua, abomino a violência, nunca me envolvi em nenhuma manifestação, mas não sei o que será o futuro. Começo a ficar com muitas dúvidas sobre o nosso futuro coletivo, começo a ficar desesperado. Com este rumo, o futuro será negro para Portugal.

recebem mais de mil euros por mês irem ficar sem os subsídios de Natal e de férias, diversos produtos daquilo a que se pode chamar de cabaz básico vão ser taxados com o IVA máximo, 23 por cento. Os desempregados também não escapam: terão limite máximo nos subsídios, que passam a ser atribuídos por apenas 18 meses e, a partir do sexto, sofrem cortes, no mínimo, de 10 por cento. Assim, como cantava a outra, onde é que nós vamos parar?

O professor Marcelo Rebelo de Sousa é um comentador polémico. Ao debruçar-se sobre certas questões da atualidade nacional vai muitas vezes a reboque dos interesses que o PSD representa. E, também não raro, dos seus próprios interesses. Ao condenar a atribuição de prémios monetários aos jogadores da Seleção Nacional tem toda a razão. A FPF não é uma instituição de utilidade pública? E integrar a seleção já não é uma promoção para altos contratos? O futuro presidente deveria estudar o assunto.

MIGUEL FRANÇA, Coimbra

JOANA SEIÇA, Lisboa

ABEL MENDONÇA, Lousã

FELISMINA BRAVO, Coimbra

A política não se faz para as pessoas? Nós, portugueses, estamos a ser espezinhados.

Os prémios aos jogadores da Seleção Nacional

CARLA SILVA, Coimbra

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inquérito

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Justifica-se a redução do número de feriados?

COIMBRA

SIMPÓSIO

EIRAS

24 horas pela inclusão social

Sexualidade no envelhecimento

20.º aniversário do centro de saúde

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20 OUTUBRO 2011


cartas

texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista

Camarada Otelo mas já soube que andavas com pedras na vesícula, Como vais, pá? Disseram-me que o, como sempre, and estavas melhor. Estás? Eu cá depois da ida às termas, no verão, ossos, pá. Isso e as de África deram-me cabo dos anda o zé-povo: ajoujado pela gota. Aquelas chuvad isso. Pior, muito pior do que nós, os xem dei , Bom r... fala a pen a e outras coisas de que não val o; não pode fazer viagens, pois até ta corrupção, no bolso só tem cotã tan com ; dito não por dito o ver o; já descobriu que as finanças aflito, por corre o risco de tudo lhe levar o fisc ra ago que vê ; ens tag por ram cob ependido de ter votado. nas SCUT já a: de mentiras está cansado e arr sum Em . ças pan pou as pri pró as lhe estão a bisbilhotar imites pôr termo ao fascismo, lá de Santarém com as suas Cha veio ia Ma iro gue Sal o ndo qua s, bolsos. Qual quê! A situação Há 36 ano mais igualdade, mais dinheiro nos de, rda libe is ma es ues tug por aos as e de Natal, toda a gente prometemos pá! Acabaram os subsídios de féri ha, gon ver a Um o. Nov ado Est ostos não param está pior do que no ticamente feriados e pontes, os imp pra há não já , dia por a hor ia me vai ter de trabalhar mais a juventude "à rasca", milhares de quem manda é a troika. Temos um a, nad s mo nda ma não ar, ent de aum que para bebé. Ora, não foi se vende mais comida para cão do já te, par a a tod por s ado mp aca "indignados" para isto que fizemos o putsch. comando das Forças Armadas". rtel da Pontinha. "Aqui, posto de qua no -te ver a ei volt o, clar é ho, Em son Que saudades, pá, tem cá o Lous, o Vítor Alves, o Rosa Coutinho. une Ant lo Me o bém tam i Rev pá? s a conspirar contra Tomás, Lembras-te, uns 300 jovens e garbosos capitãe aí a par ão ent s mo Éra a. ilad acabámos com renço daquela abr isso tudo, mas fomos ingénuos: não com os bám Aca a. ues tug Por ade vê! Até o comCaetano, a PIDE, a Mocid homem pelo homem. E é o que se do ção lora exp a ", ting "ra do a o capitalismo selvagem, a ditadur vasconcelos que enxameiam as coro ao pé destes novos miguéis de de o nin me um al, afin , era co armas. E a sério. Da outra panheiro Vas ar a São Bento. Temos de voltar às rez vão nte me ria dia que s lare o resultado: os corporações cliente es para o Campo Pequeno, aí está dor lora exp os r nda ma de o selh . Pensa nisso, pá! vez não seguimos o teu con a lição - agora bem mais radical nov de m cisa Pre s. pai os que do filhos, afinal, ainda são piores ibiliza-te para liderar posta que venho fazer-te. Dispon pro a me oupir ins ine Rac de ias 1975 – e nem estes A leitura das tragéd comprovado, do que os esbirros de tem se o com res, pio são e hoj de aos um novo golpe. Os espiões uer necessário armarmo-nos até em falso das Caldas. Não será seq tida par da Reis o sar bisp ape so a, nos o nad : por ará nço deram s. Nestes tempos, até a igreja nos abe ada ign ind am and e – bém o tam rad s nca ícia o está esca dentes – as pol para o Apocalypse Now? O caminh ar inh cam a s mo esta de que s gole dia ples sim Torgal não disse há . Agora, será apenas necessário um alvo ao até , lha me ver eira sad de. pas conduzir-nos-á, como em a, onde o Jardim lhe tratará da saú Poul, mandamo-lo para a Madeir o os am tur cap , Ritz o os cam cer mão: sa na nova senha, pá! o de cartas soprado pelo vento. Pen alh bar um o com rá rui fe, che O regime, sem 1 destinidade), 20 de outubro de 201 Algures em Lisboa (já entrei na clan

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ex(sic)tações

ao microscópio

frases desfeitas

PORTUGAL ESTÁ EM RISCO DE EXTINÇÃO.

2012, ANO DE TRAGÉDIA. ANTÓNIO VILHENA, escritor

ANTÓNIO BARRETO, sociólogo

Isso não foi em 2001, na Odisseia no Espaço? Ou melhor: os maias é que a sabiam toda…

Deixe-se de filosofia: isto até está muito bom. Para quem não tem, é claro, nada de melhor.

Este governo é um cobrador de impostos.

FRANCISCO QUEIRÓS, vereador da câmara de Coimbra

D. JANUÁRIO REIS TORGAL, bispo da Forças Armadas

COMO DOENTE, JÁ SE IMAGINOU SER DISPUTADO POR MÉDICOS E COMO MERCADORIA?

Tem de ser: os portugueses já nascem devendo nove meses de pensão.

JOSÉ MANUEL SILVA, bastonário da Ordem dos Médicos

Imagine se os médicos começarem a trabalhar ao quilo.

TRANSFORMAR O INTERIOR NUM JARDIM ZOOLÓGICO PARA QUE OS URBANOS VENHAM CÁ AOS FINS-DE-SEMANA DIVERTIR-SE, ISSO NÃO. FRANCISCO ROLO, vice-presidente câmara O. do Bairro O destino das raposas não é, muitas vezes, acabar em casa do peleiro?

Não tarda que se taxe, sem direito a percentagem reduzida, o ar que se respira.

VEIO A TROIKA E O OS MAÇONS QUE ERA "BOM" QUE TENHO ONTEM, HOJE É CONHECIDO "MAU" – HIPOCRISIA NÃO ME DEIXAM POLÍTICA A GRANDE QUANTO OBRIGAS. IMPRESSÃO. LUCÍLIO CARVALHEIRO, engenheiro

FERREIRA RAMOS, advogado

Nunca esqueça: um ministro é um amador; o burocrata é um profissional. E só um deles é que se muda com facilidade.

Nem aqueles que estão no Governo?

Se a qualidade do ar chegar para tanto…

PASSOS COELHO ESCOLHEU OS NOTICIÁRIOS DAS 20H00 PARA DAR UM MURRO NO ESTOMÂGO AO POVO PORTUGUÊS. RITA RATO, deputada do PCP Lá está: de madrugada, o cachorro quente é o melhor amigo do homem...

toma lá dá cá Não sinto que tenha de pedir desculpa aos portugueses. Não me sinto a fazer a mesma coisa que José Sócrates. PASSOS COELHO

Assim não vamos lá. As medidas anunciadas pelo primeiro-ministro só juntam recessão à recessão. ANTÓNIO JOSÉ SEGURO

FONTES: FACEBOOK, AS BEIRAS, DIÁRIO DE COIMBRA E LUSA. SELEÇÃO DE FRASES E COMENTÁRIOS: REDAÇÃO C

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retrato falado

elevador do mercado

figura da semana

ALFREDO MARQUES

A REPRESENTAÇÃO da região Centro nos Open Days – Semana das Regiões, em Bruxelas, redundou num êxito generalizadamente reconhecido. A EUROPA ficou a saber bastante mais acerca, nomeadamente, das nossas ofertas nos setores da saúde, do turismo e dos produtos endógenos.

VÍTOR CATARINO não pára: o grupo que gere abriu em Coimbra uma empresa de mediação imobiliária com soluções à medida dos clientes.

O PRESIDENTE da Comissão de Coordenação da Região Centro (CCDRC), que liderou a comitiva, não tem dúvidas: estava muita gente e todos ficaram encantados com aquilo que ouviram. "A participação ultrapassou as expetativas", garante Alfredo Marques. A CCDRC , face à experiência recolhida, decidiu criar um gabinete junto da Comissão Europeia com a incumbência de transmitir para Portugal toda a informação disponível. Que dirão os parceiros regionais?

GONÇALO LOBO XAVIER foi designado pela CIP paras ser o porta-voz, em Bruxelas, das preocupações nacionais e da região Centro. Bom trabalho!

se eu mandasse

Apoiava as Pequenas e Médias Empresas

as pequenas e médias. Aquelas que, representando 75 por cento do emprego em Portugal, correspondem a 99,78 por cento do tecido empresarial. Aquelas que não têm, hoje, acesso a financiamentos e que não possuem os instrumentos e a formação adequados para ir para mercados externos. REPOSICIONAVA o Estado.

Tornava-o mais ágil, para ser mais eficiente. Com menos atribuições, mas com funções mais eficazes. Mais pequeno, mas mais forte. INCENTIVAVA o espírito e ati-

CONTRIBUÍA para a cidade do futuro, que é uma cidade sustentável, onde coexistem ambientes. Criatividade, com rapidez de mudança, abertura de mentalidades. Contactos fáceis, cada vez mais abrangentes, com maior mobilidade e com informação directa, utilizando, cada vez mais, meios digitais. Emprego, educação, combate à pobreza, à exclusão social. Estética e beleza, mobilizadora dos espíritos e sentimentos, harmonia na arquitectura, na arte e na paisagem. Espaços verdes. Ambiente, com impactos ecológicos positivos, com infra-estruturas e edifícios eficientes e recursos para as gerações actuais e vindouras.

CARLOS MARTA é candidato à presidência da FPF. O autarca de Tondela está a reunir apoios para ter mais votos que Fernando Gomes.

a subir

APOIAVA as empresas. Essencialmente,

tude empreendedoras. Precisamos de mais iniciativa privada. Com sentido de risco. Com noção e antecipação das oportunidades. Com apetência para criar riqueza e gerar emprego. Com sensibilidade para criar projetos de carreira e de remuneração adequados.

VÍTOR GASPAR sofreu nova

derrota no Governo. O sugerido corte de 14 por cento nos salários da função pública acima dos 485 euros não passou.

a descer

PROMOVIA a equidade. Portugal é, hoje, o país mais desigual da Europa. Temos diferenças gritantes ao nível dos recursos, oportunidades e perspetivas entre cidadãos de um mesmo país. Todos são necessários e importantes. Cada um nas suas funções e as suas missões específicas.

Pedro Vaz Serra, Economista

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ao microscópio

Bateu na mulher porque não fez 'gosto' no facebook MUITOS USUÁRIOS do Facebook contam, através da rede social, cada passo que dão no seu dia. Mas, em alguns casos, a atualização constante pode converter-se numa obsessão. Principalmente se nenhum dos amigos reagir a essas atualizações. No Novo México (Estados Unidos), um homem agrediu a ex-mulher porque ela não comentou nem fez "gosto" numa publicação sobre a morte da sua mãe. O incidente aconteceu quando Benito Apolinar, de 36 anos, foi levar os filhos à casa da ex-mulher, aparentemente embriagado, segundo a polícia. "É

acredite se quiser

incrível que toda a gente goste do meu estado menos tu. És a minha mulher, deverias ter sido a primeira a clicar 'gosto'", afirmou o homem. Seguiu-se uma discussão e Benito acabou por agredir a mulher.

Cortar na casaca faz bem à saúde FALAR DA VIDA alheia faz bem

à saúde. Principalmente se os comentários forem positivos. A conclusão é de um estudo da Universidade de Staffordshire, que avaliou a frequência com que os participantes "cortavam na casaca" dos seus conhecidos e a relacionou com os seus níveis de autoestima. Os resultados: depois de comentar a vida alheia

sem maldade, as emoções positivas dos voluntários subiam três por cento, as emoções negativas diminuíam seis pontos percentuais e a autoestima crescia cinco por cento. Mas, independentemente de se dizer bem ou mal, falar das vidas dos outros "deixa as pessoas a sentir-se mais próximas umas das outras, aumentando a sensação de 'suporte social'", diz a pesquisa.

Corta-se com vibrador e processa fabricante O QUE DEVERIA ser uma agradá-

vel experiência sexual acabou por ser um doloroso e sangrento espetáculo, que levou mesmo a uma ida ao hospital e a uma transfusão de sangue. A culpa foi de um vibrador vingativo. Bonjour, uma mulher residente na Califórnia, processou mesmo a empresa responsável pelo fabrico do vibrador. "Pensei que ia morrer", declarou a mulher. Como a empresa lhe recusou qualquer compensação, Bonjour vai processá-la por negligência e quebra de garantia, procurando ser indemnizada pelo pelos danos que sofreu e pelas despesas médicas decorrentes do acidente.

Messi e Bojan são primos SÃO DUAS grandes estrelas do f uteb ol mu nd ia l . Um é argentino, o outro é sér vio, naturalizado espanhol. Até h á p ouc o te mp o, jo g a r a m ju ntos no FC Ba rcelona . Mas, além do clube culé, descobriu-se agora que há algo mais que une. Lionel Messi e B oja n K rk ic são pr i mos . Um diário sérvio investigou as ár vores genealógicas dos dois craques e descobr iu o parentesco. A saga começou em 1846, ou seja, os bisavôs do s doi s jo g a dore s for a m primos e, a partir daí, as gerações foram-se sucedendo, até que a avó de Messi decidiu casar com Eusebio Messi Baró y par tir para a A rgentina. A linha familiar de um e out ro av a nçou de for m a pa r a lela até que o dest i no os juntou de novo na Catalunha.

TEM APENAS 17 ANOS mas já dá dores de cabeça às redes socias

Courtney Stodden foi banida do Facebook A CANTORA Courtney Stodden tem apenas 17 anos e, para já, é mais conhecida pelos seus atributos físicos do que pelas suas músicas. A jovem foi expulsa do Facebook por ter no seu perfil "demasiado conteúdo sexual inapropriado" para a rede social.

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lente de contacto EFICÁCIA A TODA A DATA

A LEI DE EÇA

Marcou-se a inauguração e a comitiva chegou à ETAR. Depois, visitou a nova infraestrutura e escutou os discursos. Na hora de descerrar a placa mural, e mal a bandeira do Município esvoaçou, surgiu a placa e a data da inauguração com um ano a menos. O lapso não passou despercebido e o profissionalismo da "máquina" da Empresa Municipal corrigiu a data, pelo que antes do final da visita e na altura em que abandonavam a nova ETAR, os elementos da comitiva repararam que 2010 faz efetivamente parte da história...

Segundo Eça de Queiroz "os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão". No país, porém, vários autarcas insistem em manter o poder por muitos e bons anos. Este cenário está à beira de mudar com "a lei" de Júlio que Miguel Relvas já garantiu não respeitar "as vacas sagradas" do poder local. Só que é mais fácil "dizer" do que "fazer", pelo que PPC tem muito que amargar. O telemóvel já toca e os avisos à navegação, oriundos do alto da Serra são um facto...

QUEREM TEMPESTADE

BASQUETEBOL À MESA O escrito do Lente sobre o jantar no Restaurante O Jorge, em Ceira, que sentou à mesa Ferreira da Silva, Vítor Batista, Luís Providência, o adjunto deste, Maló de Abreu e, mais tarde, Pina Prata teve o basquetebol como prato principal. Mesmo assim, a boca fugiu-lhes para o futebol academista...

A aposentação de Fernando Carvalho e o possível adeus de Ivo Portela saltou para a atualidade para "agitar" as duas autarquias. As notícias partiram de dentro, mas os "agitadores" estão debaixo de olho dos atuais e, principalmente, dos futuros presidentes. Na Lousã e em Tábua não há, para já, apertos...

praça de

táxis Está satisfeito com o calor intenso que se fez sentir na primeira quinzena de outubro? DUARTE PATRÍCIO

Eu acho é que este calor é esquisito. Não me lembro de tanto calor nesta altura do ano, com temperaturas superiores ao mês de agosto. Tive no Algarve em agosto e em outubro e, este mês, foi bem melhor para férias.

HÉLDER

Uma cidade indignada Depois da revolta do "Geração à Rasca", o mundo decidiu decidiu manifestar-se de novo, desta vez para demonstrar a sua indignação. Em Coimbra, não foi apenas a juventude que se reuniu para se indignar. Por entre os participantes caminharam notáveis da cidade, que se indignam há bastante mais tempo do que a maioria das pessoas. Aliás, um deles deu-se ao trabalhar de calcorrear a rua, desde a Alta Universitária até à Praça da República. E também fez o caminho inverso. Antes outros seguissem estes exemplos e se fossem indignar com o povo.

CARVALHO

Este tempo de calor é sempre agradável, penso que todas as pessoas gostam do sol, só que isto acaba por ter consequências negativas. A chuva também é necessária e, na primeira quinzena de outubro, já devia haver alguma.

espelho meu

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ao microscópio

vidas

FERNANDA GASPAR

Há onze anos a vender flores no mercado SÍLVIA DIOGO

NASCEU EM COIMBRA e foi, desde sempre, uma apaixonada por flores e pelo comércio. Há 11 anos que vende flores no mercado D. Pedro V, localizado na Avenida Sá da Bandeira, em Coimbra. Os dias começam sempre muito cedo. Acorda às 05H00 para estar ao serviço às 06H00. O mercado faz parte do seu dia-a-dia e os clientes fazem parte da sua vida, do seu núcleo de amizades e da sua boa disposição. O marido trabalha no mercado há mais de 20 anos. Foi ele a grande motivação para Fernanda Gaspar enveredar por este caminho e optar por este "estilo" de vida. A venda de flores é uma paixão do casal e a interajuda é fundamental para quem tem filhos e precisa de conciliar as duas coisas todos os dias do ano.

ver flores de várias cores e de várias espécies. Rosas, cravos e margaridas são algumas das

muitas f lores expostas para venda. A s pessoas pá ra m e ficam a olhar para os ramos

Gostava mais do ambiente do mercado antigamente. Era ao ar livre e era mais saudável

O MERCADO já não é como

antigamente. O ambiente e as próprias vendas são muito diferentes. "As vendas agora são muito mais fracas. A crise está a afetar todas as áreas. Não só esta. O mercado atual não tem nada a ver. Antes vendiamos mais e o mercado tinha um outro conceito", af ir mou. "Gostava mais do ambiente do mercado antigamente. Era ao ar livre e era muito mais saudável", adiantou.

AO OLHAR para a banca de Fernanda Gaspar, podemos

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lindíssimos que tem à disposição. Os arranjos são feitos com muita dedicação e as pessoas fazem fila, à espera das encomendas. Os cravos e as margaridas são as flores mais solicitadas, mas tudo depende muito da ocasião e de cada cliente. "Não vendemos muito rosas porque são as mais caras. Mas também há situações em que as pessoas preferem comprar flores melhores e mais caras", afirmou Fernanda Gaspar.

20 OUTUBRO 2011

C193

FERNANDA GASPAR FAZ PARTE DA "DECORAÇÃO" DO MERCADO D. PEDRO V. SEMPRE LIGADA AO TRABALHO, PRECISA DA AJUDA DA FAMÍLIA PARA CUIDAR DOS FILHOS


FOTOS: SÍLVIA DIOGO

Sempre de volta das f lores, va i-nos conta ndo a lg u mas das suas experiêncas. "O convívio com os clientes é bom. Estão muito habituados a nós e nós a eles. Há clientes que só gostam de mim e outros que só gostam do meu marido", confessou à . Fernanda Gaspar afirma que hoje em dia são os idosos a frequentar mais o mercado mas adianta que, por ali, há também muitos jovens. O seu t r aba l ho não é feito apenas de coisas boas. Fica desiludida quando as pessoas encomendam f lores e depois não aparecem. "É muito mau para nós", afirmou. A p e s a r d e j á t e r v e n d id o mel hor nout ros tempos, a verdade é que muitas são as pessoas que gostam do sorriso simpático de Fernanda Gaspar e que a visitam todas as manhãs no mercado.

Profissão que requer perfeição Adora o que faz todos os dias. Por se levantar muito cedo para estar a horas no trabalho, precisa de muita ajuda da família para cuidar dos filhos. Ser florista é uma arte, que se nota sobretudo quando é preciso fazer arranjos de flores mais complexos para ocasiões especiais.

C193

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opinião

ao microscópio

Mercado único dos cidadãos Joana Benzinho Santos

NECESSITAMOS URGENTEMENTE DE SOLUÇÕES EM MATÉRIA DE QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS

SAIU recentemente na imprensa o caso dos cinco médicos da Costa Rica, em Por tug al há cinco meses a receber salário, ma s sem poder exercer, por f alta de um documento exigido pela Ordem dos Médicos. No caso, um convénio de reciprocidade entre os dois países . Este salário pago par a compensar a inércia forçada lembra a necessidade de reflexão aprofundada sobre o que se passa também com os profissionais europeus que se deslocam dentro da UE. DE FACTO , não é necessário sair da Europa e atravessar oceanos para encontrar entraves e discrepâncias em matéria de requisitos par a exercer determinadas profissões. Aqui na nossa União Europeia, que inscreve nos tr atados a liberdade de circulação de trabalhadores e defende entusiasticamente o Processo de Bolonha, o problema que representa trabalhar num outro Estado membro é manifesto e cria enormes barreiras à mobilidade de profissionais. UM ENGENHEIRO por tuguês que queira trabalhar

na Alemanha tem, pela frente, um tor tuoso caminho entre burocracias, traduções de documentos, candidatura à respetiva Ordem, sujeitando-se, com alguma probabilidade, a ver a sua formação considerada inadequada para exercer a função naquele país. Embora esteja apto par a o f a zer em Por tug al ou num outro Estado membro. UM GUIA turístico romeno que acompanhe um gru-

po do seu país numa excursão a Madrid, vê ser-lhe vedada a possibilidade de exercício do seu trabalho, por não estar habilitado para o fazer em Espanha, onde é exigida uma licença nacional que o habilite a exercer a profissão. A regulamentação das profissões difere

de um país par a outro e, por vezes, nem sequer está regulamentada num outro Estado membro, o que inviabiliza com frequência a mobilidade profissional. MUITOS mais exemplos poderiam confirmar o incontestável - necessitamos urgentemente de solu ções em matéria de reconhecimento de qualificações profissionais . Que poder á pa ssar por uma car teir a profissional europeia, outorgada com base em critérios uniformes e minimamente harmonizados, garantindo a tr ansparência , a qualidade e a aptidão par a exercer em Por tugal, na Bulgária, na Alemanha ou na Suécia . Poder á também passar por plataformas co muns de troca de melhores práticas e de informação mais aprofundada entre administr ações nacionais e ordens profissionais, enfim, estão em cima da mesa dos decisores europeus varias sugestões para efetivar uma verdadeira mobilidade profissional nos 27. O RECONHECIMENTO das qualificações profissionais deve ser uma prioridade do Acto para o Mercado Único. Seg undo o Eurobarómetro, 52% dos jovens europeus estão dispostos a trabalhar num outro país da Europa, o que demonstra a necessidade de concretizar o Mercado Único dos cidadãos. A globalização, a mobilidade, a procura de mão-de-obra qualificada ou os desafios demográficos exigem repostas à altura. UMA ECONOMIA europeia mais competitiva, apta a adaptar-se à realidade global e a incentivar o crescimento e a criação de empregos deve estar ao serviço dos europeus a quem devem ser f acultados os instrumentos leg ais adequados par a efetiv arem os seus direitos. Só a ssim teremos mais Europa e uma verdadeira cidadania europeia.

| Joana Benzinho Santos é assistente no gabinete da comissão europeia e assina regularmente neste espaço de opinião |

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sociedade

opinião

RUI ANTUNES Presidente do IPC

Ainda o acesso DOIS INDIC ADORES costumam

centrar a atenção da imprensa no tratamento dos dados do acesso ao ensino superior: número de vagas não preenchidas e nota do último classificado. Em qualquer deles, o IPC obtém resultados que o colocam entre as melhores instituições. Talvez fosse importante, no entanto, que essas análises tivessem em conta que há várias formas de aceder ao ensino superior e que nos institutos politécnicos há licenciaturas que se destinam prioritariamente a outros públicos para além dos jovens que vêm do ensino secundário. As licenciaturas pós-laborais, por exemplo, não preenchem por regra as suas vagas com o concurso geral de acesso, mas ficam completas com estudantes que entram por mudança ou transferência de curso ou que se candidatam através do concurso para titulares de outros cursos superiores, para detentores de diplomas de CET e para estudantes maiores de 23 anos. É esta, aliás, a principal razão para a existência destes cursos. Apesar de importantes, estes diferentes grupos de candidatos ao ensino superior ficam sistematicamente de fora das análises feitas na Imprensa. Para que se tenha uma ideia do seu peso, veja-se, por exemplo, que o IPC abriu para o concurso geral de acesso 1.987 vagas e que já se matricularam, no primeiro ano e pela primeira vez, mais de 3.000 estudantes, apesar de ainda estar a decorrer a 3.ª fase, onde o IPC tem em concurso mais 412 vagas. Ou seja, perto de 40 por cento dos estudantes que ingressam nas licenciaturas do IPC, e de muitas outras instituições, já o fazem fora do regime geral de acesso.

ipc

Pedagogia em destaque no edição 2011 do SATHE FORAM muitos os docentes do Politécnico de Coimbra (IPC) que marcaram presença no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, para participar no SATHE 2011 (International Symposium on Study and Advancement of Teaching in Higher Education), uma iniciativa organizada pelo Centro de Inovação e Estudo da Pedagogia no Ensino Superior deste Instituto (CINEP/IPC). Tendo como principal objetivo enriquecer a aprendizagem, estimular o debate e contribuir para a internacionalização das atividades formativas levadas a cabo pelo Politécnico de Coimbra, este simpósio contou com a presença da convidada especial Lee Warren, que proferiu a conferência plenária intitulada "Tending the Gardens of the Mind". Na sua intervenção, falou da experiência enquanto professora, procurou junto dos participantes uma reflexão sobre o papel do professor e a maneira de ensinar e fez uma pequena apresentação do Derek Bok Center for Teaching and Learning da Universidade de Harvard, cujo centro, do qual é diretora associada, serviu de fonte de

LEE WARREN falou da experiência enquanto professora e promoveu uma reflexão sobre o papel do professor e a maneira de ensinar

inspiração para a criação do CINEP. Além da conferência plenária, Lee Warren, que é uma das consultoras seniores do CINEP/IPC, orientou dois dos quatro workshops pedagógicos que se realizaram no período da tarde e que visaram a transmissão de um conjunto de conhecimentos relevantes

Conferências IECE na ESEC A ASSOCIAÇÃO de Estudantes da ESEC promove até 24 de novembro de 2011, no auditório da escola, o Ciclo de Conferências IECE – Interactive ESEC Conferences for Education.

"Mulheres de Bairro" à vista A EXPOSIÇÃO "Mulheres de Bairro", resultado do

estágio curricular de Francisco Paramo, aluno de Comunicação e Design Multimédia da ESEC, decorre até 30 de novembro, nos estendais dos bairros sociais da Rosa e do Ingote, em Coimbra.

na área da pedagogia. O evento incluiu igualmente o debate "Ensinar no Politécnico de Coimbra", momento em foi possível a intervenção de diversos docentes do instituto, que ali partilharam as suas experiências, sucessos e dificuldades sentidas no exercício da actividade profissional.

Politécnico monitoriza refeições nas escolas O IPC está a colaborar com o Município de Coimbra na fiscalização dos serviços de alimentação escolar no concelho. O plano de ação de segurança alimentar nos estabelecimentos do Pré-Escolar e 1.º Ciclo da cidade, a ser levado a cabo pela Escola Superior Agrária de Coimbra e Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, contempla auditorias, ações de formação e análise nutricional das ementas.

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festa das latas

ao microscópio

RECINTO COM NOVIDADES

"Esta Latada vai ser inesquecível"

Concertos 27 de outubro (quinta-feira)

Sarau Académico "Noite da casa - com tunas e grupos académicos - que dá início à festa no recinto da Latada".

28 de outubro (sexta-feira)

Expensive Soul + Souls of Fire "Estes concertos vão agradar a um público mais jovem. Aqui apostámos na qualidade portuguesa".

29 de outubro (sábado)

Kaiser Chiefs + We Trust "Esta é a noite mais forte da Latada, graças aos conhecidos britânicos. E os We Trust também estão aí a `explodir´".

30 de outubro (domingo)

Os Azeitonas "Neste dia vamos ter um misto de qualidade portuguesa com uma parceria realizada com a Mega Hits".

JOÃO PEREIRA, vice-presidente da DG/AAC, realça a presença de Kaiser Chiefs, Gabriel o Pensador, Quim Barreiros e José Cid

O

cartaz musical da Festa das Latas e TENDA DOS NÚCLEOS MAIOR. O recinto da Imposição de Insígnias "foi pensado Latada, na Praça da Canção, vai apresentar ao pormenor" e é "bastante equilinovidades. "Vamos investir muito na trabrado", defende João Pereira, administradicional Tenda dos Núcleos. Será maior e dor e vice-presidente da Direcção Geral da mais agradável, com um cenário mais apeAssociação Académica de Coimbra (DG/ lativo. Vamos apostar bastante na cabine do AAC), revogando assim as críticas DJ – sempre um nome reconhecido de alguns estudantes da Acade– e haverá mais espaço nos balcões", mia, que durante a última semafrisa o vice-presidente da DG/AAC, euros na consideraram o cartaz pouco entidade que organiza o evento. é o preço do bilhete consistente. "Tentámos construir Os responsáveis estão também a geral da Festa das algo heterogéneo, que agradasse tentar viabilizar uma "zona-aventuLatas, o mesmo a todos os públicos, mas, acima ra", algo que "nunca existiu em Latacusto que o ano de tudo, organizar uma Festa das das, desde que são feitas na Praça da passado Latas inesquecível, que fique para Canção". O recinto vai acolher outra sempre na memória daqueles que pela prinovidade, uma flash mob, marcada para 30 de meira vez estão em Coimbra", adianta. outubro, domingo. Os britânicos Kaiser Chiefs são a grande Já a tenda principal – local dos grandes conaposta da Latada mas, segundo João Pereicertos – terá aproximadamente o mesmo ra, também há grande qualidade em nomes tamanho do ano passado. O que também como os Expensive Soul, Os Azeitonas, Gase mantém inalterado é o preço do bilhete briel o Pensador, Quim Barreiros e José Cid. geral, que dá acesso a todas as noites da festa: "Reduzimos bastante o nosso orçamento os estudantes vão pagar 33 euros. em relação aos anos anteriores, mas proJoão Pereira referiu ainda que as atividades curámos sempre bons nomes nacionais e culturais e desportivas da Festa das Latas internacionais", frisou o estudante. "tiveram bastante adesão". |BV

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31 de outubro (segunda-feira)

Gabriel o Pensador + Tiguana Bibles "Esta foi outra grande aposta: trazer o poeta da paz a Coimbra (Gabriel o Pensador). E também não nos podemos esquecer que a UC tem muitos estudantes do Brasil".

1 de novembro (terça-feira)

Quim Barreiros + Fax "É a tradicional noite do cortejo, uma noite de música popular, sobretudo para a festa e para a animação".

2 de novembro (quarta-feira)

José Cid + Zé Perdigão "Para fechar a maior receção ao caloiro do país escolhemos a mãe do rock português".


C229


sociedade

entrevista

GOMES CANOTILHO

COM 70 ANOS, E DEPOIS DE MEIO SÉCULO DEDICADO À UNIVERSIDADE DE COIMBRA, CHEGA A JUBILAÇÃO. GOMES CANOTILHO SAI DE CONSCIÊNCIA TRANQUILA MAS COM ALGUMAS ANGÚSTIAS TEXTO VASCO GARCIA

É

um dos mais reconhecidos constitucionalistas em Portugal. Foi vice-reitor da Universidade de Coimbra e conselheiro de Estado. À faz o balanço de meio século de dedicação e afeto e fala também da atualidade política e da Justiça em Portugal.

não me furtei ao trabalho e acho que garanti com profissionalismo as minhas funções. Daí que, nesta altura, entenda que não podem exigir mais de mim. Não há nenhuma angústia? A angústia, a intranquilidade ou a insatisfação deriva do facto de eu querer ver uma

Ao fim de cerca de 50 anos, sai de consciência tranquila? Sim. Se eu tivesse invocado o meu tempo de guerra estaria próximo dos 50 anos de serviço, praticamente ininterruptos, desempenhados com dedicação e com afeto. A consciência tranquila resulta disto. Não desertei, não me reformei antes de tempo,

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É preciso rever as condições de financiamento da universidade. Estamos no mau caminho se o financiamento for apenas por aluno

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FOTOS PEDRO RAMOS

É preciso “ reabilitar a política Universidade de Coimbra (UC) mais próxima de uma universidade de investigação e de uma universidade ainda mais internacional e ainda mais bem colocada no ranking das universidades mundiais. Acho que o desafio de uma universidade tem de ser sempre esse. E em relação à sua casa? Relativamente à minha faculdade, gostaria que os projetos em que me empenhei – o Tribunal Universitário Judicial Europeu (TUJE) e a nova biblioteca – vissem finalmente a luz do dia. Por outro lado, tenho a angústia também de saber que é uma faculdade com quase três mil alunos e que tem praticamente as mesmas instalações que eu frequentei na década de 1960.


Não. Este projeto surgiu quase por acaso. Não foi um grande projeto, que idealizei durante muitos anos.

A nossa casa, como casa republicana, nunca foi elitista. O problema é que a democratização e massificação trouxeram problemas quanto à capacidade existente. A massificação foi também acompanhada por algumas falhas graves na educação, na aprendizagem e na exigência. Isto nota-se quando os alunos chegam à universidade. Há, muitas vezes, má preparação. Mas o certo é que se nota, em alguns casos, esta massificação, que tem hoje refrações muito complicadas a nível de pós-graduação (mestrados e doutoramentos). A minha ideia é que não há possibilidade de massificação a esse nível.

A democratização e a massificação do ensino superior teve mais aspetos positivos do que negativos?

Essas pessoas têm também expectativas, a nível de emprego, que são muitas vezes defraudadas…

Vai continuar à frente do TUJE, após a jubilação? Não. Eu disse ao reitor que queria sair. Gostaria de deixar o projeto alicerçado e depois arranjar um substituto, porque acho que é importante para a renovação e também porque é a lei da vida. Este foi o seu grande projeto?

Esse é um dos problemas. Eu gostaria de ter 200 alunos em vez de 440. É preciso rever as condições de financiamento da universidade. Estamos no mau caminho se o financiamento for apenas por aluno. Acho que deveríamos reduzir o número de alunos, não apenas porque isso é importante para o mercado mas também porque é importante para solidificarmos esta nossa lógica de universidade de investigação e de prestígio. De qualquer modo, penso que há um outro problema associado, que diz respeito à reorganização de saberes. Os saberes tradicionais, num mundo feito de transdisciplinaridade e interdisciplinaridade, conduzem a um perfil de competências que o mercado não absorve. Penso que foi mau não termos aproveitado a discussão

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sociedade

entrevista

sobre a reorganização de saberes para aprofundarmos um pouco este tópico. Como constitucionalista, como vê o debate em torno da necessidade de rever a constituição? Eu admito que possa haver nova constituição, ou revisão. As gerações têm direito de a rever, mas é preciso povo. Não vejo que possa haver uma constituição, nos termos do Estado de Direito, imposta por elites, por castas ou pelo estrangeiro. Por outro lado, querer rever a constituição é querer solucionar problemas pontuais que a constituição não pode razoavelmente, resolver. Em terceiro lugar, a constituição, em meu entender, não impede a modernização do país. Quando se fala no problema dos despedimentos sem justa causa, do serviço público de saúde, de ensino ou de Segurança Social eu deixo um desafio: façam um referendo sobre isto e vejam o que é que o povo quer. Uma coisa é eu discutir em termos intelectuais o problema, outra coisa é ver como vou resolver estas questões em termos de sintonia com as aspirações e com as necessidades de todo o povo. Por isso é que eu não me mostro muito entusiasmado com mudanças que são um pretexto para adiarmos a solução dos problemas. A culpa é dos políticos? Nós não podemos exigir muito hoje à política. Ela é, muitas vezes, a consequência da própria organização e da própria formação e, também, muito dependente em termos externos. Daí que o tipo normativo de político seja hoje uma pessoa completamente diferente, mas que não podemos deixar de levar a sério. Dominar os dossiês, conhecer teorias políticas e económicas, ter uma noção clara do que são as políticas públicas, desde a saúde ao ensino ou à energia, ter em conta todos os cruzamentos que isso envolve (de diplomacia económica ou grupos de pressão) e ter em conta a super visão em termos intergeracionais exige a um político qualidades que os antigos não tinham. Concorda com o julgamento dos políticos? Não gosto muito do que vejo ser agitado na imprensa: a ideia de justiceiros, de que tudo deve terminar no banco dos réus,

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Não gosto da ideia de que os políticos devem acabar no banco dos réus porque são incompetentes

porque são incompetentes. Se há crimes, é óbvio que não deve haver um estatuto diferente para os titulares de cargos públicos. Mas a desaprovação deve ter uma sanção eleitoral, no escrutínio popular. Se há incompetência generalizada, devemos fornecer mais competências. Se há corrupção, devemos ter institucionalizados esquemas de prevenção e de controlo que evitem esta corrupção. Eu, contrariamente ao que vejo ser agitado na imprensa, acho que é cada vez mais importante lidarmos com imperativos categóricos para as pessoas que desempenhem funções públicas não aceitarem cargos incompatíveis, não terem comportamentos ambíguos, dedicarem-se à função pública e não terem tarefas particulares em que não se dissociam dos lóbis e dos centros de interesses. Temos de reabilitar a política, porque ela é a arte mais importante colocada ao serviço das pessoas. Temos todos de fazer o nosso trabalho pessoal, desde os imperativos categóricos que nos devem nivelar até à devoção que devemos ter na feitura das coisas. Penso que isso implica uma mudança de mentalidades. Teme alguma agitação social? Eu penso que não vale a pena dizer que os gregos não devem protestar, que os jovens não devem protestar, que não deve haver manifestações… esses são direitos que devem ser exercidos com legitimidade. O que eu sinto verdadeiramente é que não há possibilidade de termos tranquilidade sem termos um mínimo de coesão económica e social. E esta falta de coesão é fatal para as nossas comunidades. O que pensa fazer quando se jubilar? Vai voltar para Pinhel? Não. Vou lá de vez em quando pelo apelo das videiras e das oliveiras, mas vou ficar por Coimbra. Tenho vários compromissos de prefácios de livros a escrever e convites para fazer palestras. Entendo que, enquanto tivermos capacidade física e psíquica devemos estar ativos. Nesse aspeto, acho que temos uma lei sábia aqui na casa. Uma vez atingidos os 70 anos, não há mais aulas.

leia a entrevista na íntegra em

www.cnoticias.net

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ensino

A TRADIÇÃO académica portuguesa e a regulamentação interna das nossas universidades reservam o título de Professor Jubilado para os professores catedráticos que se aposentem por limite de idade e prevê alguns privilégios para estes professores. Para muitos, é um merecido ponto final numa carreira com várias décadas dedicadas às instituições onde lecionaram e investigaram. Manda ainda a tradição que os catedráticos se despeçam com uma última lição, proferida pelo mais antigo dos seus discípulos. JORGE FIGUEIREDO DIAS, referência do Di-

reito Penal, foi um deles. A última lição foi proferida pelo mais antigo dos seus discípulos, Costa Andrade. Outra das caras conhecidas e respeitadas na Faculdade de Direito que se aposentou recentemente foi Avelãs Nunes. Luís Pedro Cunha proferiu a sua última lição. BOAVENTURA SOUSA SANTOS, fundador e diretor do Centro de Estudos Sociais e docente da Faculdade de Economia, atingiu os 70 anos em 2010 e, como tal, atingiu também a jubilação. No entanto, ainda não teve a sua última lição. ADRIANO VAZ SERRA, catedrático da Facul-

JORGE FIGUEIREDO DIAS, Agostinho Almeida Santos e Boaventura Sousa Santos jubilaram-se nos últimos anos

JUBILAÇÃO

O merecido descanso QUANDO CHEGAM AOS 70 ANOS, OS PROFESSORES DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA ATINGEM A JUBILAÇÃO. A ÚLTIMA LIÇÃO CULMINA A SUA CARREIRA ACADÉMICA

dade de Medicina e um dos nomes incontornáveis da história da Psiquiatria em Portugal, despediu-se da vida académica em 2008, nos Hospitais da Universidade. No mesmo ano, José Guilherme Cunha Vaz, também da Faculdade de Medicina, atingiu a jubilação. O docente é considerado uma referência na oftalmologia. Ainda na Medicina, jubilou-se no ano passado Frederico Teixeira, figura destacada nas áreas da Farmacologia Clínica. Já neste ano, em junho, José Ribeiro Ferreira, catedrático de Estudos Clássicos (especialista em História Grega), teve a sua última lição, na Faculdade de Letras. LUSITANO DOS SANTOS, catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia, especialista em planeamento e ordenamento do território e fundador do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território, atingiu a jubilação em 2010. SITUAÇÃO algo diferente viveu Agostinho Al-

meida Santos. Devido a divergências com a administração dos HUC, proferiu em Paris a sua última lição enquanto professor universitário, durante a conferência de encerramento das 10.ªs Jornadas Europeias da Sociedade Francesa de Ginecologia e Jornadas Albert Netter da Sociedade Europeia de Ginecologia. | VG

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sociedade

urbanismo

REABILITAÇÃO

"MIOLO" DE COIMBRA ESTÁ A RUIR AO APRESENTAR UM FUNDO DE REABILITAÇÃO URBANA, BARBOSA DE MELO, DEIXOU UM ALERTA: "O FUTURO DAS CIDADES PASSA POR VOLTARMOS A OLHAR PARA OS CENTROS HISTÓRICOS". NO ENTANTO, MESMO QUE O FUNDO TRAGA NOVA ESPERANÇA, AINDA HÁ MUITO A FAZER EM COIMBRA MARCO ROQUE

CORRIA O ANO DE 2006 e, junto à Escada

dos Gatos, no Largo da Portagem em Coimbra, dois prédios devolutos ruíam perto de um restaurante, num local de passagem. Os

"Enquanto eu for autarca, deixar cair um prédio vai ter custos para o proprietário" - Carlos Clemente danos foram apenas materiais, mas o vazio que agora ocupa a área do edifício continua a lembrar quem passa que a cidade ainda tem muito a fazer no que diz respeito ao restauro dos seus edifícios mais antigos. Carlos Clemente, presidente da junta de freguesia de São Bartolomeu, acredita que este é um tema que se mantém na ordem do dia. "A zona do 'miolo' da Baixa, que é muito mais do que a rua Visconde da Luz, é a mais problemática", conta o autarca, lembrando que "na rua Corpo de Deus caiu um prédio e vieram quatro atrás". Quando há uma derrocada, "é quase como um castelo de cartas", um efeito dominó. Quem caminhar pelas ruas desta zona antiga da cidade depressa se apercebe dos pro-

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blemas. No Largo da Freiria, um edifício parece estar em obras. "Eles iniciaram as obras há uns anos e depois pararam, agora está assim", parcialmente derrocado, refere Carlos Clemente. Noutro largo, o do Romal, um edifício que "pertence à Câmara, tem de ser requalificado porque está desmoronado". O autarca questiona: "como é que a Câmara Municipal de Coimbra pode pedir aos outros sem dar o exemplo primeiro?". Nas traseiras, que dão para um beco, o prédio seguinte também está ao abandono. A situação assume um risco maior, pois as rachas que dominam o edifício estão a paredes-meias com uma residencial, devidamente renovada. "Se isto cai os outros vão atrás. Como é possível existir proprietários que deixam isto chegar a este ponto?", desabafa Carlos Clemente. O abandono dos edifícios cria um ciclo vicioso. "Pela falta de segurança, as pessoas saem, mas, por não haver inquilinos, depois não se faz nada para se revitalizar os imóveis", conta o presidente. Assim, "as zonas que precisam de arranjos são aquelas que precisam de mais pessoas. Se não tiver gente a habitar, a Baixa vai morrer". É NECESSÁRIA UMA mudança de mentali-

ENTRE QUEDAS E RESTAUROS EM 2001, um desabamento na rua João de Deus, obrigou doze famílias a abandonar as suas casas EM 2006, um prédio desabou junto

a um restaurante, na rua dos Gatos, arrastando outro com ele NO MUNICÍPIO de Coimbra, em 2010, a Proteção Civil fez 44 avaliações de situações de risco em edifícios O FUNDO Coimbra Viva I, constitu-

ído em maio, vai usar cerca de 5,4 milhões de euros para reabilitar parte da Baixa VÃO EXISTIR mais três períodos de

subscrição para este tipo de fundo, com um investimento previsto de 18 milhões de euros

dades, em particular por parte dos pro-

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OS PROPRIETÁRIOS deixam

FOTOS PEDRO RAMOS

os edifícios ao abandono começando, muitas vezes, obras que ficam por terminar

prietários. "Eles pensam, 'ah, as rendas são baixas, não dá para fazer arranjos', e isso não pode ser assim", conta Carlos Clemente, avançando que "é bom que as pessoas percebam que a junta é interven-

tiva e atuante. As pessoas têm os seus imóveis e têm de os manter em condições mínimas de segurança". Em suma, "os senhorios têm de perceber que deixar cair os prédios tem custos graves".

Exemplos positivos Nem tudo está mal no urbanismo da Baixa de Coimbra. "Nós temos notificado a CMC, que faz vistorias e dá prazos aos senhorios para fazerem os arranjos. Quando não os compram, a Câmara tem feito e bem, a meu ver, posses administrativas, pelo método coercivo", revela Carlos Clemente. Um bom exemplo é o Palácio Saldanha, na Travessa das Canivetas, que foi recuperado e requalificado pela CMC, de modo a dar condições de habitação aos residentes, bem como valências de cozinha e lavandaria. Para além disso, a Baixa começa a receber uma injeção de vida nova. "Está a surgir o fenómeno do aluguer de quartos a estudantes. Pessoas que estão a requalificar os edifícios para os alugar a estudantes. A nós não nos interessa quem lá está, desde que haja vida que é o que faz falta a esta Baixa", conclui.

Prova disso é a ação em tribunal que a junta colocou, em relação ao prédio que ruiu na rua Corpo de Deus, em 2001, arrastando outros e deixando doze famílias desalojadas. "Foram condenados em primeira instância, tendo recorrido até ao Supremo, com a sentença sempre confirmada", lembra Carlos Clemente, revelando que "no mês passado chegámos a acordo com a entidade que foi condenada, e as pessoas foram ressarcidas dos seus prejuízos". A indemnização mínima que cada um recebeu foi dez mil euros. Tal como a junta, a Câmara deve ser inter ventiva. "Quando as pessoas percebem que há alguém que os confronta e que podem ficar numa situação melindrosa, as pessoas atuam. A câmara pode ter que assumir uma posição muito forte", refere Carlos Clemente, lembrando situações em que a CMC tomou posse de edifícios com resultados positivos (ver ca i xa ao lado). Na Ba i xa , Ca rlos Clemente deixa o aviso: "Enquanto eu for autarca, deixar cair um prédio vai ter custos. Em casos de desleixo, a junta vai continuar a promover ações contra os proprietários e os resultados serão os mesmos. Serei intransigente nesta questão".

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sociedade

FOGOS PREOCUPAM MAIS. Para a Prote-

PARA ALÉM das rachas nas paredes,

ção Civil, as zonas mais desabitadas da cidade apresentam riscos que vão para além da queda dos edifícios. "Na situação concreta da Baixa, há uma grande desertificação, as pessoas deixaram de viver lá e ficou, essencialmente, a ser usada para o comércio", indica Serra Constantino, diretor do Serviço de Proteção Civil da CMC, destacando que "os andares superiores passaram a servir de armazém, o que cria um risco acrescido de incêndio". Até porque, muitos desses edifícios são de construção antiga, em madeira. Quando se trata de derrocadas, "existem sinais: são casas em mau estado com fissuras, telhas que caem. Aí, importa ter as derrocadas em atenção, ter as zonas bem sinalizadas", refere o responsável. As questões de segurança vão muito além da Baixa, mas é a zona histórica da cidade que merece mais cuidados. "Estamos a trabalhar num plano especial de emergência para o Centro Urbano Antigo, isto é, a Alta e a Baixa, que vem substituir planos anteriores", refere Serra Constantino, garantido que "este plano está praticamente concluído". A 4 de novembro, vai ser feito um colóquio no Teatro da Cerca de São Bernardo, para analisar algumas das questões centrais deste projeto.

os sinais de abandono estendem-se até aos mais pequenos pormenores

"Muitos edifícios em zonas como a rua António José de Almeida acabaram por ter alguma desocupação e algum estado de abandono" - Serra Constantino "É UM PLANO IMPORTANTE para reavivar conhecimentos que os elementos da Proteção Civil já têm, para ficarem conhecedores de todas as caraterísticas específicas dessa zona, como a largura dos arruamentos, valor histórico dos edifícios ou do que está no seu interior", refere o diretor dos serviços. O grande objetivo é permitir que "esses agentes, no momento em que estão a atuar na zona, possam aceder a determinados links que lhes dão informação atualizada sobre a zona". A degradação urbanística não existe apenas na Alta e na Baixa. "Muitos edifícios em zonas como a rua António José de Almeida acabaram por ter alguma desocupação e algum estado de abandono", muito por culpa da diminuição de população, avança Serra Constantino, revelando que "uma pessoa passa numa rua com 200, 300 metros e dez por cento das casas estão com um ar de-

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urbanismo

crépito". Para se resolver a situação, "tem de haver fomentos de reabilitação, como já aconteceu em muitos edifícios da Alta", conclui. FUNDO PODE SER SOLUÇÃO. Na semana passada, foi apresentado, em Lisboa, o Fundo Coimbra Viva I. Este fundo, o primeiro do género do país, reuniu 5,2 milhões de euros que vão ser usados para reabilitar

parte da Baixa de Coimbra. "Foi o processo que se encontrou para financiar a reabilitação urbana na Baixa", refere João Paulo Craveiro, presidente do Conselho de Administração da Coimbra Viva - Sociedade Reabilitação Urbana (SRU). O fundo vai intervir numa área de cerca de 12 mil metros quadrados, permitindo a construção de zonas residenciais ou de comércio e lazer, até 2015, na zona. O Coimbra Viva I vai comprar edifícios, rea-

Vamos cuidar da Alta? Muitos dos problemas relacionados com o abandono de edifícios surgem devido ao desinteresse dos proprietários, que acabam por não se identificar com o prédio e, até mesmo, a rua. Para combater esta ideia e criar um dinamismo renovado na zona, o Gabinete para o Centro Histórico da Autarquia de Coimbra, em conjunto com o Museu Municipal, vai promover a iniciativa "Vamos Cuidar da Alta". A decorrer no próximo dia 23 de outubro, esta ação "é um apelo a todas as pessoas de boa vontade para que ofereçam parte do seu tem-

po a si próprios, arrumando a ‘casa’, dando a si e aos outros um pouco mais de qualidade de vida nesta área", revelam os responsáveis, em comunicado. O Gabinete deixa o apelo para que, a partir das 10H00, com concentração na Sé Velha, "cada um pegue numa vassoura, luvas e pá" para ajudar a limpar as ruas e algumas paredes. Para além disso, a iniciativa vai promover uma campanha de sensibilização para a circulação de trânsito e estacionamento na Alta de Coimbra.

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bilitá-los, e, depois de vendidos, distribuir os rendimentos pelos membros do fundo. "Existiram duas formas de entrar no fundo, comprando unidades de participação com dinheiro – a empresa de construção Casais entrou com um milhão de euros - ou entregando prédios, se forem proprietários", revela à , João Paulo Craveiro. "Nesta primeira fase vai reabilitar uma área na zona de travessia do metro, mas, até 2013, vão ser lançados mais duas fases do projeto", refere o presidente da Coimbra Viva, revelando que se espera "uma forte adesão dos proprietários". Assim, o modelo

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vai ser replicado noutras áreas da Baixa. Ao estar "a trabalhar com entidades fora de Coimbra, como por exemplo a ParqueExpo, temos a possibilidade de trazer ocupantes para a cidade, para ‘contaminar’ positivamente Coimbra". Foi no lançamento do projeto, uma parceria que reúne a sociedade gestora de fundos de investimento Fundbox e a Coimbra Viva SRU, que Barbosa de Melo, presidente da Câmara Municipal de Coimbra sublinhou que "o futuro das cidades passa por voltarmos a olhar para os centros históricos". O fundo, garante, "é um bom projeto para a cidade de Coimbra", em particular porque "num país em crise, temos de aprender a viver de uma forma diferente". E uma Baixa renovada, aliada à criação de empregos na zona, vai ajudar a "cativar as pessoas para viverem no centro da cidade". Carlos Clemente tem a mesma opinião. "Se queremos uma Baixa com gente queremos dar contrapartidas, como habitação com condições mínimas", refere o presidente da junta de freguesia, concluindo que "para além disso, tanto a restauração como o comércio não podem ser alheios a este esforço".


opinião

MIRA LAGOA SOBRAL

Sinais dos tempos EXISTEM dois "Livros da Vida". Um definitivo, que circula há séculos, e que é conhecido por "Bíblia". Outro provisório eterno, sempre inacabado, de presente passa a passado num ápice, sobre o futuro, no que for probabilístico nunca acerta e sobre o presente o mais das vezes, quando abandona a fatualidade, raramente lê bem, e o mais certo é ler mal. Mas não deixa de ser uma provocação constante à vida, ao pensamento refletido, e um convite incessante à aprendizagem: o jornal. Feito dia a dia, saído dia a dia, cada vez mais menos comprado dia a dia, parece-se muito com um máquina fotográfica: o que impressiona para fora é o "flash" e o que impressiona para dentro imprime e marca. CLARO que os "flash", pelo inesperado e excessivo de luz, impedem uma boa visão que demora a recuperar, e distrai do que imprime e marca (uma imagem vale mais que 1.000 palavras). Por isso, o fim-de-semana, com um espaço de tempo, demorado e tranquilo, dedicado à leitura detalhada e atenta a um jornal, atualiza - tanto em acontecimen-

ANATEMIZAR ALIGEIRADAMENTE É UMA FORMA DE AUTOSUPLÍCIO COMO OUTRA QUALQUER tos como em pensamentos - e provoca a aprendizagem e deteção do que é importante e sistémico no emaranhado do caleidoscópio que quatro ou cinco jornais (mais duas ou três revistas) sempre são e dão. Aleatoriamente detenhamo-nos em algumas informações de alguns meios de comunicação escrita deste fim-de-semana 41/2011. D. JOSÉ MARIA CORDEIRO(44 anos), 44.º bispo de Bragança-Miranda, o mais jovem prelado de sempre na história do episcopado português, viu publicada no domingo a sua primeira entrevista. De onze páginas (quatro só de fotos). Pensamento atual, consistente, vigoroso, determinado. Também herda uma diocese endividada. Mas tem do tempo uma noção clara ao afirmar categoricamente: as estatísticas são a nossa ruína. Ou seja, indica a qualidade da essência como muito superior à quantidade de manifestações da mesma. A reter, para uso constante.

UM JORNAL nacional do norte escreve sobre os hospitais (EPE): a região norte foi a mais gastadora em carros e telemóveis. E estavam à espera de quê? que fosse a menos gastadora? Mas não é a região norte, em média, a mais distante dos centros de decisão? E a distância, sendo tempo, não é dinheiro? Anatematizar aligeiradamente é uma forma de autosuplício como outra qualquer. Gostos … EUGÉNIO ROSA , da CGTP, catedratiza: "mais meia hora dá sete mil milhões aos patrões".Não se cuida da sustentabilidade dos postos de trabalho, como se estes tivessem que ser apenas garantidos por uma das partes, e a outra tivesse de ter o privilégio de ter posto mesmo sem haver quem necessite de trabalho. Não há necessidade de trabalho, mas mantenha-se o posto. A não nobilitação da participação dos trabalhadores privados a par com os públicos (que mantém horário mas veem a remuneração diminuída) é forma invulgar de valorar o trabalho. MARIA DE LURDES RODIGUES diz que é preciso motivar os alunos. Carlos Fiolhais sublinha a importância de despertar, desde sempre e intensificar desde o primeiro instante de entrada na rede escolar, o interesse permanente e a curiosidade pelo conhecimento. Parece que dizem a mesma coisa. Mas são posições bem diferentes. Carlos Fiolhais é substancial e tem do tempo a noção exata. Maria de Lurdes Rodrigues diz o óbvio e o politicamente correto. Com Fiolhais faz-se futuro. Com a ex-ministra da Educação faz-se contra … educação. TAXA de um cêntimo por chamada e por sms enviado através da rede móvel: proposta da Entidade Reguladora da Saúde como fonte de financiamento complementar do Serviço Nacional de Saúde. Parece bem. O facilitismo na utilização também tem um custo. Que deve ser pago. Consignado a um fim nobre, como é o caso. Como as operadoras tem tarifários para "Doutorados e Catedráticos", sempre altos, incompreensíveis, ao atualizarem em baixa os tarifários que devem ser únicos - e não a complexidade em uso - devem manter essa consignação de um cêntimo por utilização. Que deve começar de imediato a ser pelas operadores e constituir o contributo específico das operadoras. E nunca repercutido para os clientes. Mas deve passar a ser descrito em todas as faturas o número de sms e chamadas feitas por cada número, por dia de faturação. Sempre ajudará os clientes a perceber as inexpugnáveis faturações das operadoras. A bem da transparência comercial. Além de que os utentes a ter a noção dos "erros disparatados que pavlovianamente constantemente cometem". A bem da Saúde Nacional, incluindo a da carteira dos portugueses, tantas vezes assaltada legalmente.

| Mira Lagoa Sobral assina todas as semanas este espaço de opinião |

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sociedade

investigação

BRUNO VICENTE

OS PORTUGUESES estão a mudar, cada PORTUGUESES ALTERAM CADA VEZ MAIS O NOME

Não gosta do seu nome? Tenha outro por 200 euros TODOS OS ANOS, DEZENAS DE PAIS PRECIPITAM-SE A BATIZAR OS FILHOS E ADULTOS ALTERAM O VOCÁBULO POR AUSÊNCIA DE LIGAÇÃO EMOCIONAL

vez mais, o seu nome. O Ministério da Justiça dá conta de quase 7.000 alterações na última década, 884 das quais compreendidas entre janeiro e setembro do ano passado. Estes números incluem tanto a mudança do nome próprio, como do apelido. "O motivo mais frequente do pedido de alteração de nome próprio tem a ver com as pessoas nascidas no estrangeiro que pretendem fixar, em Portugal, o nome próprio aceite no registo civil local", começa por explicar a assessoria do Ministério da Justiça. "É o caso, por exemplo, de Sílvia, que altera para Silvie, ou de Miguel para Michel, dado que à data dos respetivos nascimentos Portugal não admitia o uso de nomes próprios estrangeiros", acrescenta. A explicação parece razoável, mas sabia que todos os anos há dezenas de pais com crianças recém-nascidas que requerem a alteração do nome dos miúdos porque alegam terem-se precipitado na escolha do vocábulo no momento da declaração de nascimento? E que há dezenas de adultos que, anualmente, pedem a alteração do nome próprio por não se sentirem identifi-

Na última década, quase 7.000 portugueses mudaram de nome, revelam dados oficiais do Ministério da Justiça

ALGUNS VOCÁBULOS admitidos como nomes próprios em Portugal são, no mínimo, surpreendentes, mas todos os anos há centenas de pais que preferem dar aos filhos um nome que fuja à normalidade 36

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cados emocionalmente com o que lhes foi atribuído? QUANDO SE PODE MUDAR O NOME? O Instituto dos Registos e do Notariado explica, através da sua página na internet, que "uma das características essenciais do nome é a imutabilidade, decorrente do interesse na identificação das pessoas e da função pública e social por ele desempenhada". No entanto, logo a seguir, é frisado que este princípio "não é absoluto". O nome pode ser modificado quando muda o estatuto do seu titular, "nomeadamente por efeitos de posterior estabelecimento da filiação, por adoção, por casamento, por divórcio, por intercalação ou supressão de partículas de ligação entre os vocábulos que compõem o nome, por retificação de registo ou por adoção do nome inicialmente pretendido pelos interessados, quando o assento de nascimento tenha sido lavrado na pendência de consulta onomástica sobre a sua admissibilidade". COMO TER UM NOVO VOCÁBULO? O processo de alteração de nome inicia-se com um requerimento, "que pode ser apresentado na Conservatória dos Registos Centrais, em qualquer conservatória de registo civil

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Nomes portugueses mais comuns Conheça os 15 nomes mais "corriqueiros" atribuídos, em 2010, a mulheres e homens 1.º: Maria / Rodrigo 2.º: Leonor / João 3.º: Beatriz / Martim 4.º: Matilde / Afonso 5.º: Ana / Tomás 6.º: Mariana / Tiago 7.º: Lara / Gonçalo 8.º: Inês / Diogo 9.º: Carolina / Francisco 10.º: Margarida / Guilherme 11.º: Joana / Miguel 12.º: Sofia / Pedro 13.º: Diana / Gabriel 14.º: Francisca / Rafael 15.º: Madalena / Simão

ou consulado de Portugal ou enviado pelo interessado, através do correio", explica Sara Soares, do gabinete da ministra da Justiça. Nesse documento, o requerente tem que justificar a pretensão e apresentar provas que fundamentem o pedido. De seguida, "é a própria Conservatória dos

Registos Centrais que acede ao registo de nascimento do requerente e a todos os registos que sejam necessários consultar para fundamentar o pedido ou a decisão". Quando se solicita a alteração de nome de um menor, o requerimento tem que ser formalizado pelos pais ou representantes legais. "E se o requerente tiver mais de 16 anos é fundamental o registo criminal", adianta Sara Soares. O processo de mudança de nome custa 200 euros, mesmo que implique apenas a introdução de uma letra no vocábulo. DEUSDEDITO, ESTANISLAU E JETRO. A lista de vocábulos admitidos como nomes próprios em Portugal é bastante vasta e fortemente marcada por fatores religiosos e políticos. Por exemplo, não pode chamar a uma filha Deusabela, mas pode chamar a um filho Deusdedito. Estaline está fora de questão, mas um Estanislau já é aceitável. E se quer que o seu rebento se chame Jesus Cristo pode tirar essa ideia da cabeça, mas está à vontade para o chamar Jetro. A maioria dos portugueses continua, contudo, a não complicar. Os nomes mais vulgares atribuídos em 2010 foram Maria, para as meninas, e Rodrigo, para os rapazes.


investigação

cérebros

DOCENTES DA UC QUANTIFICAM PROD IN VIVO DE ÓXIDO NÍTRICO NO CÉREBR AO CONHECER OS MECANISMOS MOLECULARES, JOÃO LARANJINHA E RUI BARBOSA PODEM IMPLEMENTAR ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS EM DOENÇAS COMO O ALZHEIMER

MARTA VARANDAS

O ÓXIDO NÍTRICO (NO) é uma molécula simples, por ser constituída apenas por dois átomos, mas tem "propriedades surpreendentes". Conhecido de há longa data como poluente atmosférico - através do motor de combustão dos automóveis - o NO nasceu recentemente para a biologia, tendo funções relevantes no organismo na vasolidalação e na neuromodulação e vindo por isso revolucionar o nosso entendimento da transmissão de informação no cérebro. Uma equipa internacional, liderada por João Laranjinha, docente na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) e investigador do Centro de Neurociências

e Biologia Celular (CNC), conseguiu quantificar a produção de NO, em tempo real e in vivo, e o seu raio de difusão no cérebro. Apesar desta ser a molécula mais estudada das duas últimas décadas, raramente é detetada no

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cérebro. Este é o único grupo de investigação em Portugal centrado nesta linha de pesquisa in vivo no cérebro. Ao conseguir medir e descrever a concentração de NO no cérebro, o investigador, com a colaboração de Rui Barbosa, também docente na FFUC e investigador do CNC, criou boas perspetivas para determinar os mecanismos moleculares e o impacto funcional nos sistemas, podendo ser possível desenhar estratégias terapêuticas para algumas doenças neurodegenerativas como são exemplos o Alzheimer ou o Parkinson. ATIVIDADE DUAL. João Laranjinha explica

que o NO, além de ser um poluente é sintetizado no nosso cérebro, onde tem uma atividade dual: "ao nível da fisiologia, no que respeita à memória e aprendizagem no cérebro e ao nível da patologia, envolvida nos mecanismos de morte celular que ocorre no Alzheimer ou Parkinson". Já definida como molécula "revolucionária", porque é um radical livre e comunica via difusão, a medição do NO em tempo real e in vivo vai permitir perceber esta dualidade de ação, por atuar simultaneamente como um neuromodelador e uma neurotoxina. "Tem uma ação positiva ao nível da memória e da aprendizagem e uma ação nefasta ao nível da morte celular associada a doenças neurodegenerativas", explica o investigador principal da equipa. PORQUÊ DUAS FACES DISTINTAS? Os dois

cientistas, com trabalhos publicados com os restantes membros da equipa - EUA, Suécia e

Uruguai - percorreram já um longo caminho. Mas ao saber que o NO é um mensageiro ubíquo com duas faces - ao mesmo tempo que regula os mecanismos envolvidos na memória e na aprendizagem também é responsável pelo envelhecimento e neurodegenerescência - os investigadores da UC quiseram saber porque é que esta molécula uma vezes é uma neurotoxina e outras é um neuromodelador. Começaram por construir microelétrodos, de fibra de carbono, com espessura dez vezes mais fina que um fio de cabelo. "Como o NO varia no tempo e no espaço, é este perfil de variação que vai determinar se é tóxico ou neuromodelador", diz Rui Barbosa. A equipa desenvolveu métodos únicos de medição da nuvem de NO que se forma no cérebro em ratos de laboratório "para ultrapassar o conhecimento fenomenológico em que os sistemas e processos constituem 'caixas negras' e desvendar os mecanismos moleculares subjacentes às vias de sinalização dependentes de óxido nítrico", diz Laranjinha. QUE FUTURO? "Obter conhecimento. Para já não é passar para os humanos", refere Barbosa. "Temos de conhecer o processo mecanístico molecular e depois desenhar estratégias terapêuticas", termina.

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ÓXIDO NÍTRICO Fator crítico no relaxamento das artérias, funciona como neuromodelador, estando envolvido nos fluxos de informação no cérebro.

ciência & tecnologia

COMO É QUE O NO TRANSPORTA INFORMAÇÃO?

Avanços na doença de Machado-Joseph

A dinâmica da concentração de óxido nítrico no cérebro é que o vai determinar.

OS ENSAIOS clínicos em curso, a nível internacional, para testar na doença de Machado-Joseph fármacos já usados noutras patologias semelhantes podem permitir minimizar ou retardar a progressão desta doença degenerativa, que afeta 90 pessoas nos Açores. "Existe um conjunto de ensaios clínicos que estão a usar fármacos que já foram testados noutras doenças para perceber se funcionam na doença de M-J", disse Manuela Lima, da Universidade dos Açores.

RODUÇÃO EBRO

Brincadeiras com interruptor

ESTUDANTES da Guarda estão a desenvolver uma pulseira que permitirá às crianças com deficiência acionarem o funcionamento de brinquedos. Tiago Caldeira explicou que a nova pulseira destina-se a "crianças com deficiências muito profundas" e deve ficar concluída até final do ano. Está a ser criada no âmbito do projeto Co(n)tacto, na Associação Desenvolver o Talento, da Guarda.

HIPOCAMPO

ILUSTRAÇÃO : ANDRÉ NAVEGA

Para medir o óxido nítrico no cérebro é necessário introduzir um microelétrodo no hipocampo, a principal sede da memória.

MEDIÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO EM TEMPO REAL E IN VIVO A investigação, a decorrer no CNC, está a ser realizada em ratos. Foi colocado um microelétrodo no hipocampo, para perceber a dinâmica da concentração e ser determinada a forma como o NO transporta informação. Os mecanismos bioquímicos do cérebro do rato são parecidos aos nossos.

Prevenção do cancro em debate NO ÂMBITO do ciclo de tertúlias "Vamos Falar de Cancro", realiza-se hoje, às 18H00, no espaço da Liga Portuguesa Contra o Cancro no Fórum Coimbra, uma tertúlia sobre o Movimento Vencer e Viver, moderada por Lino Vinhal e com a participação de Lá Salete Bastos e Natália Amaral. Estes eventos decorrem até final do ano.

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sociedade

saúde

CENTRO DE SAÚDE DE EIRAS

Vinte anos de dedicação e profissionalismo A ACESSIBILIDADE DE EXCELÊNCIA MANTÉM-SE COMO PRINCIPAL OBJETIVO, MAS NO CENTRO DE SAÚDE DE EIRAS A SITUAÇÃO SOCIAL DOS UTENTES "NÃO PASSA AO LADO" DOS PROFISSIONAIS. MÁRIO NICOLAU

me dizer que sim". E a assim foi.

EM SETEMBRO de 1991, o mé-

QUANDO regressou às instalações do Centro de Saúde de Fernão de Magalhães, onde trabalhava, António Alegre reuniu com médicos, enfermeiros e administrativos e anunciou a mudança para um centro de saúde que não tinha sequer uma folha de A4. Foi necessário construir grelhas, ofícios e definir as articulações funcionais, e um ano depois "já toda a gente o conhecia". O dia 7 de outubro de 1991 marca o início da atividade do Centro de Saúde de Eiras "com independência" do Centro de Saúde de Fernão de Magalhães. Instalado numa casa particular, recorda António Alegre, "com rés-do-chão e primeiro andar", entre aspas e com alguma ironia à mistura, "e excelentes acessibilidades", a nova unidade de saúde destacou-se pelo "enorme empenho dos profissionais". As "muitas adaptações" melhoraram as condições de trabalho, mas, acima de tudo, "foi o facto de todos os profissionais vestirem a camisola e sem cor - é importante

dico António Alegre recebeu uma chamada telefónica de Pedroso de Lima, responsável pela Administração Regional de Saúde de Coimbra, e, no contacto, um convite para uma reunião. Acabado de chegar de Miranda do Douro, recorda, António Alegre "ficou preocupado" e , depois, surpreendido, já que Pedroso de Lima antes do início da conversa ofereceu-lhe uma cerveja. "Estranhei o facto, pois não era normal este tipo de oferta por parte da chefia", conta. A novidade foi conhecida pouco depois: "Pedroso de Lima disse-me que tinha decidido transformar o Centro de Saúde de Fernão de Magalhães em dois, já que a área de influência é grande". Assim, foram constituídos dois centros de saúde (o de Fernão de Magalhães e o de Eiras) e António Alegre recebeu uma proposta com três hipóteses de Pedroso de Lima: "a primeira, a última e a única de

que se diga isto - "que contribuiu para o êxito da ideia de Pedroso de Lima. CERCA de 15 anos depois, José Tereso, atual presidente da ARS Centro, colocou em PIDDAC o novo Centro de Saúde de Eiras, que foi concluído 10 anos depois. "Nada acontece sem o fruto amadurecer, o que também aconteceu neste caso", recorda o diretor do Centro de Saúde de Eiras. Na altura, o quadro de pessoal e o número de utentes inscritos tinham realidades bem diferentes das atuais: existiam mais profissionais e mais utentes. Além da sede do centro de saúde, em Eiras, é necessário contabilizar as extensões de Botão, Souselas, Torre de Vilela, Brasfemes

e São Paulo de Frades. "Na altura tínhamos cerca de 20 mil utentes e hoje temos 17.878; chegámos a ter 12 médicos. Hoje temos nove. A diminuição do número de utentes não é muito grande, pelo que deveríamos ter mais médicos, até porque temos dois ficheiros com algumas dificuldades de assistência", afirma. O desconhecimento da realidade e as limitações dos espaços físicos nalgumas extensões complicaram a tarefa dos profissionais ao serviço no Centro de Saúde de Eiras. "Naquela altura não tínhamos serviço social, muito menos psicologia, mas fomos evoluindo através da dedicação de todos profissionais", lembra. SEM informática à disposição, a

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Uma selecção de petiscos com ingredientes de primeira qualidade para degustar a qualquer hora!

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•PRAÇA DA REPÚBLICA, N.º 38 •ESTÁDIO CIDADE DE COIMBRA

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equipa de António Alegre criou os primeiros registos no capítulo da estatística, curvas de tendência e acessibilidades na máquina de escrever. "A nossa funcionária administrativa, hoje assistente operacional, construía os quadros que, depois, eram passados para o acetato. Com a ajuda do retroprojetor discutíamos a nossa evolução no planeamento familiar, saúde materna e infantil", descreve António Alegre, que considera a produtividade, em termos médicos, um tema sensível. "Um médico, para ser médico, tem de ter sapiência e arte. Sapiência muitos têm, arte, nem por isso. Se associarmos a tudo isto o saber escutar o doente, o que não é necessariamente ouvir, então teremos o caminho correto". INTEGRADO no Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego 1, dirigido por Maria Augusta Mota, o Centro de Saúde de Eiras recebeu recentemente indicadores muito positivos e que premeiam a dedicação. "Não é um motivo de orgulho individual, mas antes o reflexo do trabalho de todos os profissionais", disse. O atendimento após o horário laboral dos utentes, entre as 18H00 e as 20H00, é um dos marcos da dedicação de uma unidade que "é mais que um centro de saúde". Segundo a OMS, recorda António Alegre, a saúde de uma pessoa é o bem-estar bio-psico-social. "É isso que perseguimos através, entre outras, da bolsa de disponíveis (roupa ou material de apoio médico) e que tem ajudado muita gente", conclui.

UTENTES são o alvo

números

António Alegre não esconde a satisfação pelos indicadores positivos. O diretor do Centro de Saúde considera que "não há milagres" e que só "o elevado sentido profissional" é que explica o êxito. Nem todos os profissionais "são iguais", mas perante colegas "a trabalhar de uma forma diferente", os que estão fora da dinâmica, acabam por "apanhar o comboio". A acessibilidade de excelência é o objetivo; a disponibilidade de horário um trunfo de peso.

85 Satisfação

86 Recomendaria o

Percentagem de utentes que respondeu "sim"

Percentagem de utentes que respondeu "sim"

61 Consulta no dia

65 Tempo dedicado

Percentagem de utentes que respondeu "sim"

Percentagem de utentes que respondeu "sim"

no atendimento

em que adoece

centro a amigos

ao utente

Homenagem respeitou a história e os protagonistas O 20.º ANIVERSÁRIO do Centro de Saúde de Eiras foi assinalado com uma cerimónia em que participaram antigos e atuais dirigentes, médicos, enfermeiros e funcionários de outros setores da unidade de saúde. José Tereso, presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, Maria Augusta Mota, diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego 1, Viriato Garrett e Tomé Feiteira marcaram presença na tarde de festa e que incluiu, além das intervenções de alguns dos convidados, o descer-

ramento de uma placa mural junto à entrada da unidade de saúde e a inauguração de uma exposição de fotografia. O diretor do Centro de Saúde de Eiras, António Alegre, historiou a atividade do centro de saúde, salientando a dedicação e o profissionalismo de todos os profissionais. Maria Augusta Mota, diretora executiva do ACES Mondego 1, reconheceu a qualidade do trabalho desenvolvido, enquanto José Tereso considerou que "não é possível lixiviar a história", elogiando António Alegre pelo enquadramento do aniversário.

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desporto

Carlos Clemente FUTSAL

Académica "fazia falta" à 1.ª Divisão OS ESTUDANTES ESTÃO DE REGRESSO À 1.ª DIVISÃO DE FUTSAL, LEVANDO AS TARDES DE FESTA DE VOLTA AO PAVILHÃO ENG.º JORGE ANJINHO

NO FUTEBOL, a "velha" Académica, com

equipas compostas quase exclusivamente por estudantes, é já uma miragem. Mas não no futsal. No plantel não há jogadores profissionais e a equipa é constituída, maioritariamente, por estudantes e universitários ou do secundário. Alguns deles – como é o caso do guarda-redes André Sousa – são já mesmo licenciados. "É uma marca que queremos registar", afirma Carlos Clemente, vice-presidente da Briosa responsável pelo futsal no clube. "Essa mística é muito importante para a Académica e para Coimbra", acrescenta. A verdade é que é possível o equilíbrio entre a tradição e a competitividade. A prova está na subida dos estudantes à 1.ª Divisão, 14 anos depois da última passagem pelo principal escalão da modalidade em Portugal. Jogadas as primeiras sete jornadas, a Briosa ocupava o 8.º lugar. Ou seja, estava dentro do lote de equipas apuradas para a fase final e cumpria os objetivos definidos pela direção. "Poderíamos estar um pouco mais acima, mas a competição é muito forte", afirma Clemente. O TREINADOR Tó Coelho explica que o con-

junto passou, nestas primeiras jornadas, por

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António Coelho

um "período de adaptação" à nova realidade, mas garante que, no final, a Académica estará acima do atual 8.º posto. "Sabemos que temos valor para fazer mais", declara. Para o sucesso da equipa, um dos fatores preponderantes será o desempenho no seu reduto. "A nossa casa terá de ser a nossa fortaleza. Também passará por aí o segredo", afirma o técnico. Assim, o apoio do público ganha redobrada

A prestação da Académica e o apoio dos adeptos é reconhecido por todos. Até os adversários afirmam que a Briosa "fazia falta" à 1.ª Divisão

que a modalidade tem muitos apaixonados, ao contrário do que algumas pessoas pensam", reforça Carlos Clemente. De tal forma que, assegura o vice-presidente, até os dirigentes dos clubes adversários admitem que a Briosa "fazia falta" à 1.ª Divisão Nacional de futsal. O próximo jogo dos estudantes é este sábado, frente ao Modicus, no Pavilhão Eng.º Jorge Anjinho. |VG

Multidesportos ainda é hipótese em aberto

importância. E a resposta, até ao momento, não poderia ter sido melhor. "Toda a gente sabe que a Académica é muito forte em termos de adeptos", diz Tó Coelho. "Excedeu todas as nossas expectativas. Temos conseguido molduras humanas dignas de registo. Isso é um sinal muito positivo e a prova de

Os responsáveis do futsal da Académica estão, neste momento, em conversações com a Câmara Municipal de Coimbra, tendo em vista a possibilidade de realizar os seus jogos no Pavilhão Multidesportos. "É uma questão que ainda está em cima da mesa. Esperamos, a curto prazo, uma posição definitiva da câmara, mas também não é algo que possa prejudicar a Académica. Nós temos o nosso pavilhão ese não houver alternativa vamos continuar a jogar no Eng.º Jorge Anjinho", explica Carlos Clemente.

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notícias

LOUNGE E MUSIC BAR dinheiro

Almeida Viagens lança campanha

A PROMOÇÃO da Agência Al-

meida Viagens destina-se às reservas dos programas destinados às Caraíbas. Assim, até 31 de dezembro de 2011, os clientes que selecionarem este destino de sonho recebem um "cheque oferta" para utilizar em 2012. Na Almeida Viagens, no Atrium Solum, em Coimbra, poderá obter mais informações sobre a campanha.

Lousã apresenta "sabores de outono"

A APRESENTAÇÃO do Festi-

val Gastronómico "Sabores de Outono" e da Feira do Mel e da Castanha, na Lousã, decorre a 24 deste mês, pelas 17H00, no Restaurante “Casa Velha”. A iniciativa é uma referência na região e garante a prova de excelentes produtos endógenos.

Cozinha saudável no Hotel D. Luís A QUINZENA gastronómica do Hotel D. Luís, em Coimbra, desafia os clientes a experimentar menus saudáveis. A ementa do jantar do próximo dia 27 integra, por exemplo, uma entrada com salada fitness, consubstanciada por rebentos de soja, entre outros.

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Fusion garante música e muita diversão A CERVEJA e Companhia é a

casa-mãe do novo projeto dos irmão Jorge Pais e Tiago Pais, do Porto. Iniciaram o percurso profissional na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra passando por Lisboa. Agora, em Coimbra, avançam com o lounge&music bar Fusion, no rés-do-chão do Pavilhão da Académica/OAF, na Solum. Qualidade no atendimento e na música ambiente são duas características deste espaço de diversão que se assume como uma nova proposta na noite de Coimbra. Além do ambiente "fantástico" e do espaço totalmente renovado, o Fusion está apto a receber jantares de grupo e inclui na estratégia comercial as promoções em dias de jogo. A próxima festa está agendada para 29 deste mês, a partir das 22H00, e à semelhança do dia da inauguração, os clientes podem contar com uma noite para mais tarde recordar. O alinhamento musical será variado e o serviço "de primeira". No futuro, o Fusion Lounge

& Music Bar poderá incluir no menu musical tunas académicas, grupos rock e grupos de Fado de Coimbra, de modo a alargar o leque de clientes. Para dois dedos de conversa e uma refeição ligeira, as instalações do antigo Cerveja e Companhia têm, agora, um novo encanto para diferentes públicos. As condições estão reunidas para eventos memoráveis e que prometem alterar a face da noite na cidade do Mondego. Recomenda-se a visita.

Crescimento verde em debate

Mais três empresas na Mealhada

"TRABALHAR com as economias emergentes para o crescimento verde" foi o tema central do 11.º Fórum Europeu da Eco-Inovação, que decorreu na Finlândia. A Câmara de Comércio e Indústria do Centro apresentou experiências sobre o apoio à inovação e internacionalização de PME eco-inovadoras, desenvolvidas no âmbito da Rede Enterprise Europe Network.

O ESPAÇO foi totalmente renovado

Jantar com arte no Giuseppe&Joaquim SITUADO no coração da Bai-

A CÂMARA da Mealhada de-

liberou a alienação de lotes de terreno da Zona Industrial da Pedrulha (ZIP) para a instalação das empresas Mendy, Transportes Eurolimite e Farinhas Firmos, que se candidataram através de concurso público.

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xa de Coimbra, o Giuseppe & Joaquim associa-se ao 33.º aniversário do Movimento Artístico de Coimbra. A iniciativa é um convite único à contemplação de algumas das melhoras obras de artistas da região, aliando a pintura à arte da boa cozinha portuguesa e italiana e valorizando a experiência sensorial de uma refeição de qualidade.


Mostra de doçaria das aldeias do Xisto

Grupo Catarino lança número 11 da Pulsar NO EDITORAL do número 11 da Revista Pulsar, Vítor Catarino e Jorge Catarino, respetivamente CEO e Chairman do Grupo Catarino, perante o atual momento económico, consideram que "a escolha é óbvia: continuar a trilhar o caminho que iniciámos há mais de 60 anos". Enfrentar a crise de forma determinada e corajosa - como a inteligência dita -, fazendo do espírito de sacrifício, "como exigem as colossais dificuldades", uma das principais armas, são algumas das recomendações dos dois empresários. "Não há crise, por mais pro-

conversa de

quiosque A s irmã s e sócia s Andreia Campos e Marlene Seco são as proprietárias do Quiosque da Maternidade Bissaya Barreto (MBB) já lá vão cinco anos. Cada uma está um dia no quiosque, que está de "cara lavada" há um ano e meio, agora maior e mais airoso, todo envidraçado. Durante a semana está aberto entre as 09H00 e as 19H00, abrindo ao fim de semana meia hora mais tarde. A oferta é variada. Desde jornais, revistas, brinquedos e mantas para bebés, flores para as mães, cartões de telemóvel e bebidas.

funda que seja, que nos desvie do rumo traçado". O "intransigente respeito" por princípios como a dedicação, a humildade, a ética e o profissionalismo têm sido as traves mestras do crescimento contínuo do Grupo Catarino. Com 134 páginas e impressão premium, a recente edição da Pulsar inclui uma mão-cheia de secções recheadas de interesse. A secção viagens, com o Algarve em destaque, a entrevista a Luís Nazaré ou a Quinta da Palmeira, no Piódão, são algumas das propostas para leituras relaxantes e recheadas de bom gosto.

A MOSTRA cria "água na boca" só de pensar. Na loja das Aldeias do Xisto de Casal de S. Simão e no Restaurante Varanda do Casal poderá deliciar-se com os doces tradicionais desta região. A Mostra de Doçaria das Aldeias do Xisto tem muito para saborear: arroz-doce, tigelada, aletria, pão de ló, castanhas doces, merendeiras, talasniscos, beirões, serranitos, compotas, entre muitos outros. Por outro lado, a 29 e 30 de outubro, decorre a VI Feira de Doçaria Conventual, no Convento do Carmo, em Figueiró dos Vinhos. A 30 de outubro, junto à Er-

mida de S. Simão, na Aldeia do Xisto de Casal de S. Simão, realiza-se a Feira das Nozes. Na produção gastronómica, no artesanato, no alojamento e na animação cultural, as Aldeias do Xisto destacam-se pela apresentação de produtos, serviços e profissionais de excelência. Das coisas da terra fazem-se novos produtos. Um rio faz-se pista de canoagem. Uma floresta faz-se trilho para caminhadas. Uma tradição antiga transforma-se num evento cultural único. Há praias fluviais de água puríssima, monumentos, castelos e museus para ver. Dá gosto...

Feira de Casamentos no Dolce Vita Coimbra

Quiosque da Maternidade BB Quinta da Rainha, MBB Coimbra - Tel. 91 089 46 17

Andreia Campos é uma das proprietárias do Quiosque da MBB

O DOLCE Vita Coimbra acolheu a segunda edição da "Feira de Casamentos". Pelo segundo ano consecutivo, o centro comercial recebeu um evento centrado na moda e lifestyle, um dos focos de comunicação da rede de centros comerciais gerida pela Chamartín Imobiliária. A iniciativa começou no Dolce Vita Douro, em Vila Real, passou pelo Dolce Vita Porto e Dolce Vita Coimbra, no passado fim-de-semana, e terminará no Dolce Vita Tejo, no próximo fim-de-semana.

Os visitantes do Dolce Vita Coimbra contactaram com empresas na áreas da fotografia, moda nupcial, quintas, catering, brindes, floristas, agências de viagens e decoração. Realizaram-se ainda desfiles de moda nupcial - o momento principal do evento. A promoção das feiras enquadra-se na estratégia de diversificação da Vitamedia, a unidade de negócio do grupo Chamartín, responsável pela exploração dos espaços comuns dos centros comerciais Dolce Vita.

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dinheiro

notícias

A Tralhão Design Gallery participou na decoração de três espaços

LISBOA DESIGN SHOW 2011

Tralhão Design Gallery em destaque na capital DUAS SEMANAS depois da inauguração, a Tralhão Design Gallery, a nova aposta do Tralhão Design Group começa já a revelar o seu valor. Foi com "grande orgulho", segundo nota da empresa, que a Tralhão Design Gallery recebeu o convite de "A Casa Ideal", no âmbito da "Lisboa Design Show 2011", para a decoração de três espaços.

Trinta e seis anos são testemunho da dedicação ao negócio por parte da família Tralhão, que faz parte de centenas de projetos de vida de outras tantas famílias portuguesas. As duas gerações da família Tralhão estão, agora, envolvidas na nova fase do Tralhão Design Group, dando continuidade à empresa e alargando as fronteiras do negócio.

Criar e gerir negócios de grande potencial criativo e humano, é um dos objetivos da Tralhão Design Gallery, que "valoriza a vida dos clientes criando valor para os acionistas". Showroom, design de interiores, arquitetura, montra de design internacional web e mobiliário são alguns dos setores à disposição do público no Tralhão Design Group. |MN

Zé Óptica inaugurou loja no Atrium Solum A ZÉ ÓPTICA mudou de instala-

ções no dia 8 de outubro para o centro comercial Atrium Solum. Depois de três décadas a marcar presença na rua Alexandre Herculano, a empresa aposta agora num espaço moderno e remodelado que proporciona melhores condições aos clientes e mais qualidade de serviços. "As instalações antigas estavam desatualizadas. Esta-

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mos a apostar num atendimento mais personalizado. É nesse sentido que estamos a trabalhar", afirmou Maria José, gerente da Zé Óptica. A Zé Óptica dedica-se à área da optometria e contactologia. A loja contém um espaço de oficina equipado com maquinaria atual. Está aberta todos os dias das 10H00 às 21H00, incluindo fins de semana e feriados.


sucesso

dinheiro

EVENTOS

Quinta do Mourão é infraestrutura de excelência A NARCISU'S É UMA REFERÊNCIA NO MERCADO E, AGORA, POSSUI UMA INFRAESTRUTURA DE ALTO NÍVEL: A QUINTA DO MOURÃO

F

ica em Tentúgal (servida pela A1, A14 e A17) e reúne todas as condições para um evento memorável sejam congressos, apresentações, receções, casamentos, batizados e banquetes. O complexo da Quinta do Mourão possui dois salões com capacidade total de 1600 pessoas, localizados num edifício moderno e que promove a proximidade com a natureza. O auditório, com capacidade para cerca de 200 pessoas, estará concluído em breve e além do lounge bar, os clientes têm à disposição salas de apoio, recursos audiovisuais e dentro de pouco tempo heliporto. No edifício antigo da Quinta do Mourão, cuja construção remonta a 1722, foi criada uma estrutura hoteleira de turismo de habitação com seis suites e um quarto (casal), cozinha tradicional comunitária, equipada com forno de lenha e diversas áreas de lazer e desportivas, piscina, court de ténis e circuito de manutenção. O jardim é outra das mais-valias do complexo Quinta do Mourão, que representa o "sonho concretizado" de Maria do Céu Vicente.

MÁRIO NICOLAU

A infraestrutura possui, entre outros, dois salões - cada um com capacidade para 800 pessoas -, lounge bar e um jardim "de sonho"

A EMPRESÁRIA fez uma parceria com Diogo Nogueira de modo a ampliar a área de negócio e a especializar a rede de contactos na faixa etária mais jovem. A sala do piso inferior tem blackout, ou seja, uma solução técnica que permite a redução da luminosidade para a realização

de congressos, conferências e palestras no horário diurno. Segundo Maria do Céu Vicente, o projeto da Quinta do Mourão nasceu pela necessidade da empresa de "possuir um espaço de grande capacidade". SEDIAR a empresa e responder às exigências legais, nomeadamente no capítulo do controlo de qualidade, foram outras das premissas para a criação de um espaço único, em Tentúgal, no coração da região Centro. Na Quinta do Mourão, o cliente encontra "soluções completas" para qualquer tipo de evento - desde os meios audiovisuais, espetáculos, transportes, decoração e confeção. "Somos uma empresa hoteleira, pelo que todas as vertentes cabem na dinâmica da empresa", acrescenta. A dimensão do projeto e o valor do investimento não assustaram Maria do Céu Vicente, que está satisfeita com os resultados. "Mesmo em época de crise, a empresa tem vindo a crescer e tem muitas solicitações. Já realizamos eventos quer para 1200 pessoas, quer para 800 pessoas. As pessoas investem num dia que querem diferente e é precisamente isso que garantimos", disse. Neste momento, a Quinta do Mourão realiza eventos do Norte ao Sul do país e recebeu recentemente a IV Gala do Desporto Universitário. "Apostamos na qualidade e, acima de tudo, proporcionamos ao cliente o que ele sonha. Não há limites", conclui. |MN

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obra feita

ALMALAGUÊS freguesia de Coimbra, com 24 km2 e 3.440 habitantes (census 2001)

O BALCÃO da Caixa de Crédito, a carreira dos SMTUC, o novo posto de saúde, campo sintético e a Casa Museu Etnográfico de Almalaguês

VICTOR COSTA

O MAIOR CENTRO DE TECELAGEM MANUAL DA EUROPA

Defesa da identidade é uma prioridade

O

S vinte e sete lugares dispersos e "a mor folog ia difícil" complicam o desenvolvimento de qualquer projeto, afirma Victor Costa, presidente da Junta de Freguesia de Almalaguês. O saneamento básico é um exemplo e, em pleno século XXI, a fase que será concluída em breve garantirá perto de 90 por cento de cobertura. A "aspiração elementar" da população no capítulo da saúde pública está, por isso, por completar, pelo que o autarca considera "o que falta fazer" uma prioridade. As obras realizadas são um passo muito positivo, já que, no que toca ao abastecimento de água, diminuíram as perdas e reforça-

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ram a qualidade da oferta, com a instalação de dois novos depósitos. No saneamento básico, a construção de duas novas ETAR é outra das mais-valias. A QUALIDADE de vida, a rurali-

dade, a tranquilidade e a preservação dos elementos históricos

148,5 Habitantes por km2

Valor da densidade populacional na freguesia de Almalaguês

- a tecelagem é um deles - são referências no projeto de desenvolvimento. "Insistimos, na proposta de revisão do PDM, que não queremos construção acima do primeiro andar e defendemos um modelo de desenvolvimento com base na identidade local". A melhoria das acessibilidades é uma necessidade, mas o autarca "dispensava" um acesso "demasiado elaborado" como o IC3. O novo posto médico é uma das conquistas dos últimos 12 anos e Victor Costa deseja que a ARS Centro desloque, no futuro, "meios técnicos em confor-

14

Coletividades existentes Número de coletividades referidas no sítio da junta de freguesia

8

Escolas Número de estabelecimentos de ensino existentes incluindo o Instituto de Almalaguês

20 OUTUBRO 2011

aposta num modelo de desenvolvimento baseado na identidade local

midade com a estrutura física existente". A renovação da rede de água e de saneamento, a carreira dos SMTUC - um desejo com muitos anos -, a instalação de uma agência da Caixa de Crédito, a instalação de pisos sintéticos e a reformulação das infraestruturas desportivas, a requalificação da EB1, a ampliação do cemitério (estava há 14 anos à espera) e o reordenamento da circulação automóvel marcam o mandato. A requalificação da Fonte do Calvo ou a construção de um jardim público são projetos com possibilidade de chegar à prática. No topo, está uma "cereja" que não tem preço: as crianças da freguesia podem frequentar todos os graus de ensino antes de rumarem à universidade. "É um bem único e favorece a identidade local", conclui. | MN


dinheiro

topo de gama

SUV da Bentley com W12 a gasolina

Volvo Portugal lança série especial

A SÉRIE especial da carrinha V50

tem a assinatura R-Design e preço muito competitivo. Com base na versão DRIVe R-Design, equipada com o ecológico motor 1.6D, com 115cv, um consumo de 3,8l/100 e emissões de CO2 de 99g/km. Custa 27.925 euros.

Hyundai i40 já chegou Opel testa sistema de comunicações O SISTEMA, além de possibilitar

a troca de informações entre veículos, permite criar igualmente um fluxo de dados entre veículos e infraestruturas rodoviárias visando um aumento sustentável da eficiência do tráfego e da segurança rodoviária.

Mazda Europe tem novo diretor

PREÇOS COMEÇAM NOS 23.990 EUROS A RELAÇÃO qualidade/preço é elevada e o Hyundai i40 está preparado para brilhar. Os preços começam nos 23.990 euros da versão do 1.6 de 135 cv a gasolina. Com o i40 a Hyundai antecipa o crescimento esperado de 12,6 por cento no segmento D,que diz respeito aos familiares médios. A comercialização começou com a carrinha, já que a berlina só está prevista para o final do ano. O motor a gasolina 1.6 com 135 cv já conhecido do Veloster abre a gama debitando menos cinco cavalos, o que beneficia os consumos. Para esta motorização existem dois níveis de equipamento Blue Classic (23.990 euros) e Blue Confort (26.990 euros), ambos com caixa manual de seis velocidades. Com turbos de tamanhos diferentes e eletrónicas à medida do desafio, a unidade diesel 1.7 CRDi oferece dois níveis de potência. O mais baixo, 115 cv, dispõe dos mesmos níveis de equipamento que o motor a gasolina. Os preços, contudo, crescem três mil euros para 26.990 e

29.990 euros, respetivamente. Com 136 cv, a variante mais potente tem a particularidade de poder ser associada a uma transmissão automática de seis velocidades. No entanto, como regista maior nível de emissões, é penalizada fiscalmente. Ou seja, custa mais 4.500 euros que as versões manuais. DESENHADO e concebido no centro de R&D (pesquisa e desenvolvimento) da Hyundai em Russelsheim, Alemanha, o i40 é o último modelo Hyundai a ter uma identidade puramente europeia. O design com inspiração no f luidic sculpture, a linguagem de estilo da Hyundai, mantém os detalhes desta assinatura estilística como, por exemplo, a grelha hexagonal. A grelha é ladeada por dois faróis em forma de diamante que conferem um aspecto contemporâneo, confiante, que é acentuado pelas linhas que ligam a frente à traseira do veículo, adicionando assim um estilo sedutor e sofisticado.

MASAHARU Kondo é o novo di-

retor de comunicação de produto, relações públicas. Conta com vários anos de experiência internacional na Mazda, desde que entrou para a companhia em 1988. Na maior parte da carreira assumiu funções nas vendas e marketing.

ESTE MÊS...

PROJETO E-BIKE A bicicleta Ford E-Bike Concept demonstra o espectro da competência da marca em relação à mobilidade elétrica.

ÊXITO CLASSE B O novo Classe B é um sucesso. A versão B 180 BlueEFFICIENCY vai para casa por 29.950 euros. Mais informações na Sodicentro.

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dinheiro

topo de gama

Albuquerque espetacular no circuito de Monza

CONVIDADO pela Audi Itália a disputar

Figueiredo campeão PILOTO FEZ DUPLA COM CAMPANIÇO NO GTS ESPANHOL A DUPLA João Figueiredo e César Campa-

niço renovou o título espanhol de GTS no circuito de Jerez de la Frontera, na penúltima prova do campeonato. O Audi Team NovaDriver conseguiu dois excelentes resultados - 3.º lugar e 1.º lugar entre os GTS, na primeira e segunda corrida, respetivamente, garantindo a renovação do título. Segundo João Figueiredo, piloto da Automóveis do Mondego, a renovação do título resulta "do trabalho de toda a equipa, que está de parabéns, não só pelo trabalho nestas duas corridas, em que tínhamos mais 15 segundos de handicap, mas pelo trabalho desenvolvido durante toda a época". Ao partir de trás, explica João Figueiredo, "sabíamos que a primeira corrida seria complicada, pelo que acaba por não ter grande história, mas ainda assim fizemos o terceiro lugar na categoria e, por isso, apostámos tudo na segunda corrida". E prosseguiu: "acabou por correr tudo bem, ainda tive alguns problemas nas primeiras voltas em pista, pois já estava muito calor e demorei a habituar-me ao estado dos travões, mas consegui manter o ritmo e a mesma posição”. César Campaniço considera a revalida-

ção do título merecida "pelo trabalho que desenvolvemos durante a época em que fomos consistentes". Na segunda corrida, acrescentou, "adotámos pela utilização de pneus novos desde o início, de modo a que no meu turno conseguisse ganhar os 15 segundos que tínhamos a mais na paragem nas boxes". Quando entregou o carro a João Figueiredo, conta, "ele entrou com seis segundos de vantagem e fez um excelente trabalho". A equipa "está toda de parabéns", pois "construiu" mais um título para um projeto que, em dois anos, já garantiu três títulos e duas Taças de Portugal.

Classificação Campeonato de Espanha de GT-GTS 1.º Campaniço/Figueiredo 2.º Cunha/João Ramos 3.º António Coimbra 4.º Alfredo Palência 5.º Luís Silva 6.º Ton Puig 7.º Barbosa/Fontes

88 pontos 64 pontos 50 pontos 43 pontos 38 pontos 37 pontos 32 pontos

Volvo V60 Plug-in Hybrid em 2012 50

a última ronda do Campeonato Italiano de GT3, em Monza, Filipe Albuquerque cumpriu os objetivos ao garantir por duas vezes o 2.º lugar. "O Audi R8 LMS teve um comportamento excelente e fomos sempre muito constantes em termos de andamento. A vitória apenas escapou devido aos 15 segundos de handicap que tivemos em ambas as corridas. Fora isso, tudo correu na perfeição", disse Albuquerque. Com o resultado obtido em Itália, Filipe Albuquerque alcança um feito notável: foi 2.º em quatro corridas consecutivas; primeiro no DTM, depois no Blancpain Endurance Series e, agora, nos GT italianos. "Agora, que venha a vitória na próxima prova", rematou. A próxima corrida de Albuquerque está marcada para o próximo fim-de-semana em Hockenheim, na última jornada do DTM.

Fiat estreia novo 500 TwinAir ESTÁ quer para a berlina, quer para

o cabrio e conjuga a motorização de dois cilindros com o look das séries Fiat competition dos anos 70. O interior é, também, personalizado com o inovador Blue&Me-TomTom 2 em lugar de destaque. O TwinAir Turbo de 85 cv marca a entrada ao serviço da nova família de motores de dois cilindros da Fiat Powertrain, com portências entre 65 e 105 cv. A velocidade máxima é de 173 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h demora 11 segundos.


Nova geração do Série 3 tem mais 9,3 cm de comprimento

ERNESTO SILVA VIEIRA Administrador da Auto-Sueco (Coimbra)

Necessária determinação T E N D O em consideração a forma como o setor automóvel tem sido sobrecarregado ao longo dos últimos anos é expectável que possamos vir a atingir uma dimensão muito próximo do da "desgrécia"… Darwinizando, só os mais fortes sobreviverão, mas por um período de tempo muito limitado, salvo se conseguirem continuar a desenvolver alternativas de adaptação à nova e difícil realidade. E, de facto, a indústria automóvel - uma das maiores da economia mundial – tem dado provas de uma notável capacidade de adaptação, mesmo que à custa da passagem para as mãos de países emergentes e não tradicionais nesta atividade, do controlo de alguns fabricantes de referência. A fantástica evolução recentemente atingida em vários capítulos deixa antever que, apesar de quase condenado a níveis críticos, o mercado automóvel poderá ter a capacidade de, uma vez mais, se reinventar, precisando para isso de um pequeno empurrão. A capacidade de reação, a resiliência e a determinação dos empresários afiguram-se como fundamentais no comportamento do mercado e do setor da distribuição automóvel em Portugal.

Dacia Sandero Bi-fuel VERSÃO 1.2 16 V 75 CV É NOVIDADE EM PORTUGAL OS PREÇOS começam nos 10.550 euros e o novo

Dacia Sandero, marca do Grupo Renault, tem todas as condições para brilhar no mercado nacional. Com este bi-fuel, em modo GPL, é possível obter menos 12 por cento de emissões de CO2 (limitadas a 122 g/km) e, acima de tudo, um automóvel amigo da carteira. Com os dois reservatórios cheios (GPL e gasolina), o Dacia Sandero 1.2 GPL possui uma autonomia de cerca de 1.200 quilómetro e assume-se como a proposta mais acessível do segmento. O Sandero Bi-fuel está disponível com dois níveis

de equipamento (Pack e Confort). COM a versão Bi-fuel, a Dacia reforça os atributos

do Sandero, uma berlina moderna com um design sedutor que evoca dinamismo e robustez. O pequeno familiar de cinco portas e cinco lugares, com uma boa mala de 320 litros de volume que pode crescer até aos 1.200 litros com o rebatimento dos bancos traseiros, conquistou muitos clientes em Portugal e embora seja barato está equipado com ABS da Bosch, quatro airbags e uma carroçaria capaz de corresponder aos atuais padrões de segurança passiva.

Nissan apresenta nova célula

Jaguar C-X75 soma distinções

Punto MyLife com preço especial

ALIMENTA veículos elétri-

O JAGUAR C-X75 recebeu a

O FIAT Punto Evo 1.2 8 v 69cv

cos e possui uma densidade 2,5 vezes maior em relação à geração anterior (introduzida em 2005), anunciando 2,5 kW/ litro. Custa um sexto do que custava o modelo anterior.

maior distinção nos Prémios Veículo Conceptual do Ano, em Detroit, ao ser distinguido como o "Mais Significativo de 2011". É ainda Automóvel Conceptual do Ano.

S&S My Life, três portas custa 12.000 euros. O financiamento sem entrada e renda de 170 euros mês é outra das opções. Na MCoutinho Centro poderá obter mais informações.

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SOCIAL

JOÃO FERNANDO RAMOS PROMOVEU RALI DE MORTÁGUA

A AÇÃO CONTOU COM O APOIO DA TURISMO CENTRO DE PORTUGAL Ernesto Carvalhinho e João Fernando Ramos

João Fernando Ramos, Figueiredo Fernandes, José Redondo e Luís Antunes

FOTOS MÁRIO NICOLAU

NO ÂMBITO promocional do Rali de Mortágua, prova do Campeonato de Portugal de Ralis 2011, que decorre na região de Mortágua, a 22 e 23 deste mês, o piloto João Fernando Ramos fez, no sábado, uma demonstração, em asfalto, com o Mitsubishi Evo8, nas imediações do Parque de Exposições da Lousã.O piloto natural da Lousã, vencedor da Taça Nacional de Ralis em 2009, participa no Rali de Mortágua – penúltima prova do campeonato nacional, com um percurso de 244,08 km e 106,60 km de troços – e conta com o apoio da Turismo Centro de Portugal. O Rali de Mortágua poderá decidir o próximo campeão nacional.


José Redondo, João Fernando Ramos, Daniel Redondo e Ricardo Redondo

O LOUSANENSE JOÃO FERNANDO RAMOS, CONHECIDO PIVÔ DA RTP E VENCEDOR DA TAÇA NACIONAL DE RALIS EM 2009, DEU SHOW EM CASA

João Franca, Luís Antunes, Luís Ramos, Rui Barata, João Bandeira e António Americano


social

GLAMOUR E ELEGÂNCIA NO CONGRESSO NACIONAL DA HOTELARIA E TURISMO

CASINO DA FIGUEIRA RECEBEU JANTAR DA AHP O CASINO da Figueira foi palco do jantar do 23.º Congresso Nacional da Associação de Hotelaria e Turismo. João Ataíde, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, aproveitou a presença da secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, para apelar "pelo menos no plano de estudo do Governo", à abertura do Aeroporto de Monte Real à aviação civil. Pedro Machado, presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, subiu ao palco e relembrou a situação delicada do país. "Os tempos são particularmente delicados e a conjuntura nacional obriga a fazer esforços", afirmou. "Da nossa parte, do Turismo do Centro, estamos dispostos a esse sacrifício, mas mais do que isso, estamos dispostos para esse desafio", adiantou. FOTOS: PEDRO RAMOS

Miguel Júdice e Cristina Siza Vieira

João Ataíde, Sílvia Ataíde e Pedro Machado Patrícia Milheiro Rosa, Inês Falcão, Mafalda Oliver e Isabel Mata

João Pedro Amaral e Rita Serrabulho

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António Martins e Mafalda Oliver

Cecília Meireles

Constança Ribeir0 da Silva, Ruben Reis da Silva e Ana Grilo 20 OUTUBRO 2011

Cláudia Costa e Vânia Rodrigues


THEATRIX ESTEVE AO RUBRO O THEATRIX recebeu, na semana passada, mais um DJ reconhecido internacionalmente. Christian F, uma das grandes revelações a nível nacional, já nomeado nos Portugal Night Awards como DJ revelação e melhor DJ residente foi o convidado da noite. Na sexta-feira passada comemorou-se a Facebook Generation. Kika Lewis teve a honra de ser a primeira DJ a pisar a cabine do THEATRIX. No sábado houve noite de arromba com Night It's Me.

Bruno Brito e Carla Baía

FOTOS: THEATRIX

A IRREVERÊNCIA CONTINUA A MARCAR AS NOITES


FOTOS: PEDRO RAMOS

social

PARIS FASHION MODELS APRESENTOU FUTUROS MODELOS E ATORES

A

BELEZA E TALENTO MARCARAM O DESFILE DE MODA EM SOURE

Quinta D. Maria, no concelho de Soure, foi o local escolhido para apresentar os futuros modelos e atores agenciados na Paris Fashion Models - Agência de Modelos, Manequins, Actores, localizada na Quinta de S.Jerónimo em Coimbra. Antes do desfile, os convidados e os pais dos jovens talentos tiveram direito a um jantar preparado pela organização do evento. Muitos jovens deram os seus primeiros passos na passerelle vermelha da Quinta D. Maria. Ricardo Fontes, diretor administrativo da agência, afirmou, à margem da cerimónia, que "gostou muito do desfile e que todos estiveram muito bem", acrescentando que "todos superaram as expectativas ". Os jovens estão automaticamente agenciados durante quatro anos, sem exclusividade. "Ao longo do tempo podem surgir contratos de exclusividade. Tudo depende do lançamento deles e de como as coisas vão acontecer", adiantou Ricardo Fontes.


C76

Maria Madalena Barbeiro, Valter Carvalho, Flรกvia Azevedo e Ricardo Fontes


social

PWB - REAL ESTATE INAUGUROU INSTALAÇÕES EM COIMBRA A PWB – Real Estate, empresa de mediação imobiliária do Grupo Catarino, inaugurou a 14 de outubro a sua mais recente loja em Coimbra. A empresa aposta numa solução inovadora "Chave na Mão", que tira partido da complementaridade das 17 empresas do Grupo Catarino. Assente num serviço integrado, vai desde a procura do terreno até ao projeto de reabilitação de um apartamento, moradia, escritório e loja. "A nossa prioridade tem a ver com o complemento de serviço que damos ao nosso cliente", afirmou Vitor Catarino, administrador da PWB – Real Estate. "As mediadoras imobiliárias têm um posicionamento diferente do que tinham há vinte anos atrás. Queremos estar do lado das melhores. Desde logo, ao nível ético", adiantou.

Vitor Catarino, Aline Costa, Sandra Guerra, Hugo Pelicano, José Luís Almeida e Miguel Correia

"DEDICAÇÃO, TRABALHO E HUMILDADE SÃO OS NOSSOS VALORES" VITOR CATARINO Vitor Catarino e Alfredo Marques

Rui Fonseca e José Dias

FOTOS: PEDRO RAMOS

Fernando Regateiro, José Tereso, António Cró Braz e Jorge Castilho

João Ramos de Carvalho e Rui Pais dos Santos

Ernesto Vieira, Vitor Catarino e João Baptista de Almeida


NB CLUB COIMBRA ANIMOU TODA A SEMANA O NB Club Coimbra teve, na semana passada, um calendário recheado. Os jovens saíram de casa na terça-feira para se divertirem na noite de Ballantine's Leave an Impression. Quinta-feira foi tempo para dançar ao som de DJ Xaninho e Fabior, na festa Academy Power. Na sexta-feira, a Festa da Mulher envolveu lojas, estética, cabeleireiro, oculistas e até viagens. A animação terminou no sábado com a Golden Night, com Dj Memê e Warm Up by Xaninho.

BOA DISPOSIÇÃO NAS NOITES DO NB CLUB COIMBRA


social

I GALA DOS SABORES PREMIOU ESTUDANTES DA EPFF Ana Vasco

An

Luís Lavrador, Maria Alice Lavrador, António Abrantes e Eugénia Abrantes

Rui Carrito e Paula Carrito

Formadora de Restaurante-Bar (ao centro) e formandos do Curso Técnico de Restauração, Restaurante-Bar

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Alunos do 3º Ano Curso Técnico Restauração, Cozinha-Pastelaria

FOTOS PEDRO RAMOS

O CASINO da Figueira da Foz recebeu a I Gala de Sabores. Durante a cerimónia foram premiados cinco alunos da Escola Profissional da Figueira da Foz (EPFF), vencedores do concurso "Sabores da Figueira", uma iniciativa que decorreu no ano letivo anterior. O concurso teve como finalidade "continuar a premiar alunos e promover os produtos locais". Com um total de 18 "concorrentes", cada estudante finalista – do terceiro ano do curso técnico de Restauração variante Cozinha/Pastelaria – elaborou uma receita da sua autoria utilizando produtos da Figueira da Foz: peixe, mel, enchidos, arroz, azeite e vinho. O júri do concurso foi composto por elementos pertencentes a empresas ligadas à restauração.

João Ataíde (ao centro), com membros da Confraria Gastronómica do Arroz e do Mar

João Mesquita, Rita Raimundo 20 OUTUBRO 2011 e Paulo Zambujo

Car

Formandos do Curso Técnico Restauração, Res


André Ribeiro recebe prémio Melhor Prato Principal - carne pelas mãos de João Ataíde Vitória Abreu e Rafael Abreu Anabela Bento e Maomede Cabrá

Rui Almeida e Sónia Moço

Cristina Oliveira e Ana Cristina Costa

Ana Estevão recebe prémio Melhor Prato Principal - Peixe, pelas mãos de Cristina Oliveira

Ruben Sousa recebe prémio Melhor Entrada pelas mãos de António Abrantes

Daniel Fajardo recebe prémio Melhor Sobremesa pelas mãos de Luís Lavrador

Carlos Caldeira e José Teixeira

auração, Restaurante-Bar

Olga Contente e Ana Nunes

Graça Mendonça e Delma Silva

Fátima Guardado e António Guardado

Ricardo Perpétuo recebe prémio Melhor Sobremesa pelas mãos de Rosa Amélia


social

QUINTA DO MOURÃO RECEBEU A IV GALA DO DESPORTO UNIVERSITÁRIO Associação Académica da Universidade da Beira Interior - Futsal recebe prémio de Melhor Equipa Feminina

Associação Académica da Universidade do Minho - Andebol recebe prémio Melhor Equipa Masculina

A VOTAÇÃO ESTEVE A CARGO DOS CLUBES E DO PÚBLICO, ATRAVÉS DO FACEBOOK Gabriel Oliveira recebe prémio de Melhor Treinador pelas mãos de Humberto Santos

Vicente Moura e Carlos Cardozo

Pedro Ribeiro recebe prémio de melhor atleta masculino, na ausência do atleta vencedor Alberto Paulo

FOTOS: SÍLVIA DIOGO

O Centro de Congressos da Quinta do Mourão em Tentúgal foi o local escolhido para receber a IV Gala do Desporto Universitário. Num ambiente de requinte e formalidade, foram entregues os prémios "Melhor do Ano" nas categorias, Atleta Feminina, Atleta Masculino, Melhor Treinador, Equipa Feminina e Equipa Masculina. Bruno Barracosa, presidente da Federação Académica de Desporto Universitário (FADU) afirmou, à margem da cerimónia, que a gala é para os treinadores e para os dirigentes. "São eles que fazem com que isto seja possível todos os dias do ano", disse, concluindo que o objetivo das galas é a "dignificação e reconhecimento do investimento e do trabalho dos atletas e dos treinadores".

Sara Moreira recebe prémio Melhor Atleta Feminina pelas mãos de Vicente Moura

Ana Sousa e Jorge Gouveia Monteiro


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viver

moda

Sensual mesmo no tempo frio A malha é a companhia perfeita para dias invernosos... quentinha, prática e confortável. Tendência em look totais, como os vestidos curtos, camisolas de gola alta ou através do uso de acessórios, como os cachecóis ou boinas. As malhas irão fazer com que se sinta poderosa e ao mesmo tempo prática. neste outono / inverno a malha não poderá faltar no seu closet.

Luís Buchinho abre a passerelle do 29.º Portugal Fashion, que se realiza entre 20 e 23 de Outubro próximo, no Edifício da Alfândega do Porto, em espaços decorados pelo designer de interiores Paulo Lobo. No evento vão ser igualmente apresentadas as colecções Primavera/Verão 2012 de Alves/Gonçalves, Anabela Baldaque, Ana Salazar, Atelier do Sapato, Dielmar, Diogo Miranda, Fátima Lopes, Felipe Oliveira Baptista, Fly London, Júlio Torcato, Lion of Porches, Luís Onofre, Miguel Vieira, Katty Xiomara, Storytailors, Vicri, entre outros criadores e marcas nacionais (vestuário, calçado e joalharia). A estes nomes consagrados juntam-se talentos emergentes da moda nacional, que têm assim a oportunidade de revelar as suas criações na passerelle principal do Portugal Fashion. MODELO: Ana Rodrigues PRODUÇÃO: Black at White FOTOGRAFIA: M. Crespo CABELEIREIRO: Natália Lopes Cabeleireiros MAQUILHAGEM: Makeit Up ARTIGOS: B&N - SAGOS

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vida nova

viver

POR CARLOS GAGO ILÍDIO DESIGN, EMBAIXADOR L'OREAL

PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIREIRO ILIDIO DESIGN BY CARLOS GAGO MANEQUIM: PARIS FASHION MODELS | FOTOGRAFIA: PEDRO RAMOS | MAQUILHAGEM: KÁTIA ROUPAS E ADEREÇOS: B&A RICARDO COLAÇO - HELENA COLAÇO

a nt e s

"A nova coleção faz-me sentir muito poderosa!" AN JOANA CHOU, 16

OS

HAIRSTYLIST Marisa CORTE INSPIRADO NA COLEÇÃO BELEZA ORIGINAL COLORAÇÃO INOA coleção outono-inverno Guardiã da Luz Tawny Brown Family

Se deseja mudar o seu visual, envie um e-mail, com o seu nome, idade e foto para vidanova@cnoticias.net

oi s

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Ela é Yin, ela é Yang! O templo da fusão mística, as raízes do mundo! A colecção coloração Outono/Inverno 2011-2012 já está à sua disposição. Esta colecção celebra a BELEZA ORIGINAL da mulher. A herança de uma beleza pura e selvagem, de uma força vital que se revela em todos os momentos do seu esplendor.

INOA

COLORAÇÕES 3 NOVAS MUITO MÍSTICAS INOA = INNOVATION, NO AMMONIA!

GUARDIÃ DA LUZ: cabelo liso e curto, tons castanho escuro com reflexos vermelhos e violeta MESTRE DO TEMPO: Base Média, caracóis, tons castanhos, reflexos quentes GUERREIRA LENDÁRIA: Base clara, liso e longo, tons louros e reflexos dourados e acobreados

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figura

Carla Baía

O

Theatrix é o seu mais recente projeto. Uma das suas grandes paixões é a dança. Vive para os seus filhos e preserva muito a sua vida pessoal.

Já alcançou tudo o que pretendia no capítulo profisssional? Não. Mal da pessoa que pense assim. Eu não tenho grandes sonhos. Nunca os tive, nem a nível pessoal, nem a nível profissional. As coisas vão acontecendo e eu vou agarrando. Considera a vida privada um bem essencial? Considero. A vida privada é a base de tudo. A estabilidade que se tem na vida privada é que garante o sucesso na vida profissional. Há muitas mulheres que conseguem ser muito bem sucedidas profissionalmente, mas a vida privada é um completo desastre. Sendo figura pública, é sempre difícil esconder a vida privada. Tem conseguido isso ao longo da sua carreira? Eu não. Mas não é por mim. Foram acontecimentos exteriores à minha vontade que me fizeram ser figura pública. Eu nunca fiz nada para o ser. A minha vida sempre foi demasiado exposta para o meu gosto. Que gosta mais de fazer a nível pessoal? O que mais gosto de fazer é dançar. É algo instintivo. Há pessoas que com uma ida ao ginásio conseguem esquecer tudo. Eu esqueço a dançar. Quais são as suas principais prioridades agora? As que sempre foram: os meus filhos. Um já tem 23 anos e é casado. Deu-me agora um neto e vai-me dar o segundo. A minha filha tem 20 anos, é uma mulher. Serão sermpre as minhas prioridades. Comentar a vida privada pode trazer amargos de boca? Nunca fiz comentários sobre a minha vida privada, mas a comunicação social trouxe-me muitos. Houve uma altura em que a comunicação social abusou. Eu não estava preparada. Caí neste mundo de pára-quedas. Nunca fiz nada para ser figura pública. Figura pública era a pessoa com quem eu vivia. Não foi uma fase boa de gerir. Foi complicado, mas já passou. Agora levo as coisas com outro estímulo. A comunicação social já me vê, também, com outros olhos. Já não me vê como a mulher de… mas como eu. Foi uma pequena vitória para mim.

O LADO "B" Carla Baía aposta agora no Theatrix. Está a adorar Coimbra por ser uma cidade acolhedora e por todo o ambiente estudantil que se vive. Admira os conimbricenses por serem muito simpáticos.

FOTOGRAFIA: M. CRESPO AGRADECIMENTOS: INEDITOUCH | HOTEL VILA GALÉ COIMBRA | THEATRIX CARLA BAÍA MAQUILHADA POR MAKEITUP | PENTEADA POR SALÃO BELISSIMU’S VESTIDA POR ADN SPACE

"Não tenho sonhos. As coisas vão acontecendo e eu vou agarrando!"


viver

viajar

A Casa, ou Palacete, das Onze Janelas

O mercado Ver-o-Peso existe desde 1625

Praça da República

Belém

UMA CIDADE ESCONDIDA NA AMAZÓNIA MAIS CONHECIDA como a "metrópole da

Amazónia", Belém é uma cidade localizada na região norte do Brasil e capital do estado do Pará. Com quase dois milhões de habitantes, Belém chama a atenção por conseguir aliar o charme da floresta amazónica com a modernidade das grandes capitais brasileiras. Com quase 400 anos de história, a cidade de Belém vivenciou momentos de grande ascensão, como o período da borracha, extraída dos grandes seringais no século XX, tornando Belém como uma das principais economias do Brasil, ganhando a alcunha de "Paris da América". Palco de grandes revoltas entre movimentos indígenas e escravos contra as potências colonizadoras, Belém do Pará foi a última cidade do Brasil a aderir à independência. Conta com grandes monumentos, como o Forte do Presépio, construído pelos portugueses em 1616, para proteger o local contra ataques de forças holandesas e inglesas nas antigas batalhas coloniais. No forte é possível ter uma das melhores

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vistas da cidade: de frente, para a "abençoada", segundo pescadores da região, Baía do Guajará; de costas, para o resto da cidade. Para quem prefere viver Belém da maneira mais verde, existem rios, cachoeiras, bosques, e um atrativo em especial: a culinária. Pratos e bebidas indígenas são os mais populares até hoje, muitos sendo feitos exatamente como séculos atrás. Maniçoba, tacacá e açaí são as preferências dos turistas, além das frutas exclusivas da região norte.

FRUTA DE OUTRO MUNDO

Para um europeu, a descoberta das frutas de Belém é mágica Apostamos que nunca ouviu falar de cupuaçu ou graviola.

O Mangueirão, estádio do Paysandu, em dia de jogo

ficha TURISMO A rica história da cidade é um ponto forte. Tente conhecer o mercado Ver-o-Peso, que existe desde 1625. CLIMA A região tem um clima quente e húmido. Costuma chover ao final da tarde e a temperatura varia entre os 25º C e os 41º C. O PARAÍSO DO SORVETE As condições metereológicas de Belém do Pará convidam a comer gelados... todo o ano. Há quem chame até à cidade "o paraíso do sorvete". Experimente os sabores únicos, feitos com fruta da região. LOUCOS POR FUTEBOL A cidade vive divida entre uma enorme rivalidade futebolística. De um lado estão os apoiantes do Paysandu, do outro os do Remo. Se for a um dos estádios, prepare-se para uma experiência única. 20 OUTUBRO 2011


1.º PASSEIO TT 26/11/2011 PELOS TRILHOS DA REGIÃO CENTRO

MADRINHA

FOTO: M.CRESPO

informações e inscrições passeiott@cnoticias.net

MAYA ORGANIZAÇÃO

LOGÍSTICA

APOIO


à mesa

viver

receita do chef

Ensopado de borrego COM GRÃO INGREDIENTES 4 pernis (chambão) de borrego uma tira de 2cm de toucinho fumado 1 chouriço 4 cebolas médias 150ml de azeite 100ml de vinho branco 2 dentes de alho 1 folha de louro 1 pé de hortelã 600g de grão de bico cozido 120g de vagens novas 2 cenouras 200g de abóbora 2 nabos pequenos sal e vinagre

MIGUEL CASTRO E SILVA Chef de cozinha HÁ QUEM diga que o chef de cozinha Miguel Castro e Silva abandonou de vez o Porto para ficar em definitivo na capital. Melhor para os alfacinhas, pior para os tripeiros. Hoje respon­ sável por dois restaurantes que são obrigatórios no roteiro gastronó­ mico lisboeta - "Largo" e "De Castro Elias" - o chef Miguel Castro e Silva continua a surpreender com a sua cozinha, procurada por comensais de todo o país, onde os petiscos e a comida tradicional portuguesa con­ tinuam a ser um ícone a manter.

MODO DE PREPARAÇÃO Peça para lhe cortarem o borrego em bocados. Apare de gorduras e core num pouco de azeite. Sue a cebola cortada em meia lua fina em azeite, junte o vinho branco, o alho, o louro, o borrego, o chouriço e o toucinho. Cozer tapado em lume muito brando por cerca de duas horas até se apre­ sentar tenro. Verifique se precisa acrescentar alguma água e vá mexendo de vez em quando. Corte o chouriço e o toucinho em pedaços regulares. Retire o excesso de gordura. Coza a vagem cortada em tiras e os restantes legumes torneados. Junte ao cozido juntamente com o grão, retifique de sal e um golpe de vinagre. Finaliza com umas folhas de hortelã.

vinhos

LÚCIA FREITAS Enóloga

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A QUINTA do Sobral está localizada na Vila de Santar, um local privilegiado para fazer vinho do Dão. Os seus 12 hectares de vinha dividem-se entre vinhas velhas e novas, plantadas com as castas típicas da região, inseridas em 16 hectares de pinhal, também pertença da Quinta. A propriedade inclui uma casa de turismo rural e uma adega construída em granito, com lagares tradicionais conjugados com tecnologia de vinificação moderna. A adega está aberta ao público, que pode desfrutar de uma visita com prova de vinhos incluída, ou ainda adquirir os vinhos da Quinta na loja de vinhos. Este vinho Quinta do Sobral Colheita Selecionada é feito das castas Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro Preto e Jaen, cuidadosamente selecionadas na vinha. Apenas metade do lote estagiou em barricas de carvalho francês, para preservar toda a fruta e frescura.

quinta do sobral colheita selecionada 2009 Cor rubi viva, aroma intenso de frutos verme­ lhos compotados. Na boca revela uma estru­ tura equilibrada e notas tostadas muito discretas com final harmonioso. PREÇO: 3,00 €

SABOR DA SEMANA

ONDE COMPRAR

ONDE IR

Picanha

Pingo Doce Avenida Calouste Gulbenkian, Lote 1

O GAUCHÃO Av. Elísio de Moura, Atrium Solum, 16

GALETOS DOURADOS Rua Engenheiro Von Haff, 7 B

BURACO DA VELHA Rua Paulo VI, Vale Sepal - Pousos

COIMBRA

COIMBRA

AVEIRO

LEIRIA

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CULTURA

agenda da semana qui.20 So Duet! Jazz ao vivo – Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra – 21H30

sex.21 Concerto de Paulo de Carvalho, Fernando Tordo e Carlos Mendes – Casino Figueira – 23H00

sáb.22 Old Jerusalem ao vivo – Fnac Coimbra – 22H00

dom.23 "Felicitações Madame", de Olga Roriz (dança/vídeo) – Bar do Teatro da Cerca de São Bernardo/Coimbra – 21H30

seg.24 Exibição do filme "Poesia", de Lee Chang-dong – TAGV/Coimbra – 21H30

ter.25 Mandrágora (música) – Tabacaria da OMT/ Coimbra – 22H00

qua.26 "Pets", (espetáculo de dança, pela Companhia Olga Roriz) – Teatro da Cerca de São Bernardo/Coimbra – 21H30

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Bons cidadãos formados ao ritmo do teatro, música e dança Jovens de bairros sociais de Coimbra rejeitam o rótulo de "coitadinhos" e mostraram, em palco, como cresceram rapidamente em dois anos O ESPETÁCULO "40º 11´ N 8º 24´W" – que esteve na Oficina Municipal do Teatro durante a semana passada – foi bastante apreciado pelos espetadores mas, por incrível que pareça, neste caso o mais importante não foi o produto final, mas sim o processo de formação que envolveu uma dezena de jovens de bairros sociais de Coimbra e que durou quase dois anos. Os "miúdos" integrados no projeto de inclusão social "Bando à Parte" aprofundaram conhecimentos na área do teatro, música e dança. Os resultados "artísticos" foram bem visíveis em palco, com os jovens a encarnarem com facilidade uma multiplicidade de personagens e a evidenciarem uma boa transição entre as cenas mais intensas

e dramáticas e as mais descontraídas e recheadas de humor. Mas, no final do espetáculo, o "bando" explicou ao repórter da que o mais importante não foi tanto a "rodagem cultural" que obtiveram por participar no projeto, mas antes toda a experiência de vida e de cidadania entretanto conquistada. "Aprendemos bastante sobre dança, música e teatro, mas nestes dois anos aprendemos muito mais a sermos bons cidadãos, a sabermos estar em grupo, e a abrir a nossa mente e a mente daqueles que nos rodeiam", afirmou Maria João Cruz, do Bairro da Fonte do Castanheiro. A jovem não gostou da abordagem que alguns jornais fizeram ao "Bando à Parte". "Não é por sermos de bairros sociais que

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somos uns coitadinhos. Somos pessoas completamente normais. Outros miúdos, de outros sítios, fariam esta peça como nós", frisa. A experiência foi, também, muito pessoal e até íntima. "Mexeu muito comigo. Aprendermos a apreciar mais o mundo, começámos a criar ligações muito fortes entre nós", refere Henrique Barbosa, do Bairro da Rosa. Os jovens integraram o "Bando à Parte" quando tinham entre 14 e 19 anos. Entretanto, tiveram a oportunidade de assistir a todos os espetáculos da Oficina Municipal do Teatro e de outras salas da região, fizeram residências artísticas com grupos da Holanda e da Itália, visitaram espaços culturais de Coimbra e até deram um salto a Lisboa.


POR BRUNO VICENTE bruno.vicente@cnoticias.net

Pedro Tochas TAGV/Coimbra. 26 de outubro. 21H30. 10€ a 12€ "Coisas" prova que a vida não é mais do que uma sequência de acontecimentos bonitos, feios, bons, maus, românticos ou aborrecidos.

"A Velha" Aurea Teatro Municipal da Guarda. 22 de outubro. 21H30. 10€ Aos 23 anos de idade, a portuguesa Aurea tomou de assalto as rádios nacionais com o single "Busy for me", do seu disco de estreia intitulado "Aurea". Detentora de uma voz poderosa e cativante, foi considerada a revelação de 2010, recebendo também um Globo de Ouro na categoria de melhor intérprete individual. Este concerto faz parte da sua primeira digressão nacional.

Teatro José Lúcio da Silva/Leiria. 22 de outubro. 22H00 Miguel Borges interpreta múltiplos papéis, nesta peça em que um escritor tem de se livrar do corpo de uma velha.

"Pessoa, o grande ausente" Oficina Municipal do Teatro/Coimbra. 20 e 21 de outubro O Trigo Limpo apresenta uma dramatização de poemas de Fernando Pessoa, pretexto para revisitar a obra do poeta.

Luísa Sobral Cine-Teatro de Estarreja. 22 de outubro. 22H00. 6€ a 10€ "The Cherry on my Cake" é o primeiro disco assinado em nome próprio, após uma viagem musical que começou aos 12 anos.

Isabel Craveiro, responsável d´O Teatrão, entidade que acolheu os jovens, garante que os rapazes e raparigas conseguem agora "lidar com os seus problemas de forma mais consciente e coerente". "Notou-se como eles mudaram e como o projeto teve um impacto grande na vida deles, no seu crescimento", acrescentou. Com a peça "40º 11´ N 8º 24´W" termina um ciclo que, "mais do que formar artistas, formou pessoas", sintetizou a coordenadora do projeto, Cláudia Carvalho. A responsável gostaria de "dar continuidade ao que foi feito nos últimos dois anos", abrindo uma nova etapa, onde pudessem participar os atuais elementos do "Bando À Parte" e outros jovens de bairros sociais e municipais de Coimbra.

Mafalda Veiga CAE/Figueira da Foz. 21 outubro. 21H30. 5€ a 15€ Neste espetáculo, com cerca de 1H15 de duração, a orgânica de sempre da música de Mafalda Veiga é complementada pela tecnologia dos dias de hoje. A cantora quis olhar de novo para as suas canções e o resultado foi um zoom a temas de antes e de agora.

B Fachada + Lula Pena TAGV/Coimbra. 20 de outubro. 21H30. 8€ a 10€ B Fachada, que já colaborou com um número impressionante de músicos, possui uma visão mordaz e crítica que nem sempre se vê na canção nacional. Lula Pena é uma das grandes reiventoras do fado. O seu último registo, "Troubadour", foi bem recebido pela crítica e pelos admiradores da artista.

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ideias dos outros

(R)evolução global LUÍS DE MATOS

SENHORES POLÍTICOS… O POVO PRECISA DE SINAIS…

NO PASSADO dia 15 de outubro milhões de pessoas, em 951 cidades de 82 países, uniram-se num protesto global que reclama uma democracia real e participada. Pela primeira vez, cidadãos do mundo inteiro reveram-se nas ações daqueles que noutras paragens, no mesmo dia e à mesma hora, lutavam com a mesma força, o mesmo objetivo e, acima de tudo, a mesma indignação. A onda "15 de outubro" veio abrir a caixa de Pandora ao traduzir numa simples percentagem uma realidade de que nunca se fala muito: 99 por cento! Grosso modo, este valor representa o número de indignados por comparação ao conjunto de indivíduos que toma decisões em nome do povo. NÃO é preciso ser um génio para perceber que o mundo está a mudar. Sempre esteve. Só que agora muda mais rápido. As ferramentas da modernidade, as novas armas do povo, fazem-nos estar mais perto de um grupo de manifestantes em Tóquio do que dos vizinhos do prédio em que vivemos. Ajudam-nos a encontrar, no mundo, aqueles que pensam como nós. Que a união faz a força ninguém questiona. Hoje, ela é possível de forma mais rápida, simples e eficaz. O protesto global do dia 15 de outubro anunciava-se como apartidário, laico e pacífico. Salvo algumas exceções o anúncio cumpriu-se. Unidos por uma mudança global, milhões de pessoas em todo o mundo decidiram que estavam cansadas de apenas serem ouvidas de quatro em quatro anos, quando votam em alguém que rapidamente se esquece da real origem do seu poder e do verdadeiro propósito da sua eleição.

A CONTRIBUIÇÃO portuguesa na revolta mundial do "15 de outubro" traduziu-se em 30 movimentos de cidadãos em nove cidades de Portugal. O povo começa agora a dar expressão à indignação que há muito sente. Quando vemos notícias como as que anunciam milhões de euros gastos em telemóveis e em carros para diretores e administradores públicos, perguntamo-nos como é possível que as cadeias não estejam cheias de pessoas importantes. O sistema protege-se a si próprio e é urgente quebrar o status quo. Não podemos continuar sem dinheiro para um Serviço Nacional de Saúde fiel à sua criação quando os que decidem esbanjam recursos em despesas de representação. É perfeitamente entendível que pessoas com responsabilidades públicas cometam erros. O que não é normal é que sob uma impunidade que não se entende ou justifica continuem a não ser responsabilizados pelos atos que, praticados consciente e levianamente, atentam contra a justiça social. ESTA SEMANA celebra-se o "Dia Internacional para a Irradicação da Pobreza". Em Portugal, uma em cada cinco pessoas é pobre. O desespero é crescente. Sente-se no dia a dia um brutal decréscimo de tolerância de todos para com todos. As pessoas estão cansadas, indignadas e desesperadas.

O POVO reclama justiça e transparência nas decisões políticas. O povo está cansado de corrupção, interesses e mentiras daqueles que desenfreadamente lutam pelo poder e pelo lucro. O descontentamento e o desespero do povo, combinado com o "momentum" global, pode ser incontrolável e explosivo.

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Centenário

PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.

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24 horas por dia, com atendimento personalizado de 2ª a 6ª, das 8h30 às 23h30; e Sábados, Domingos e Feriados das 10h às 23h.

www.creditoagricola.pt

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