COIMBRA
SAIBA COMO FORAM GASTOS ATÉ AGORA MAIS DE 100 MILHÕES NO METRO MONDEGO
INVESTIGAÇÃO
MULHERES NO TOPO DA CIRURGIA Há quem pense que o bloco operatório é só para homens. A vem provar-lhe que não é assim. Há já por aí muitas cirurgiãs de excelência, que colocam a vida pessoal de parte para operar e salvar vidas.
FÁRMACO INTELIGENTE VAI ACABAR COM CANCRO DA MAMA
CAMINHOS DO CINEMA
COIMBRA VAI VER FILMES QUE NUNCA PASSARAM NAS SALAS DA CIDADE REVISTA OFICIAL
DOSSIÊ
1,50€ REVISTA SEMANAL 10 NOVEMBRO 2011 • Nº 41 •
QUAIS SÃO OS MELHORES PAÍSES PARA EMIGRAR?
PROGRAMA GERAL MOSTEIRO DE SANTA CLARA-A-VELHA TEATRO ACADÉMICO GIL VICENTE MINI AUDITÓRIO SALGADO ZENHA CENTRO CULTURAL DOM DINIS
QUARTA
9 SOFIA E A EDUCAÇÃO SEXUAL A JIGSAW 11 12 CERIMÓNIA DE ABERTURA
MUSICADO PELA BANDA
EXIBIÇÃO DO FILME
10H00 - CAMINHOS JUNIORES - TAGV 17H30 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
10H00 - CAMINHOS JUNIORES - TAGV 17H30 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
10
Independência de Espírito | Marta Monteiro | Sardinha em Lata | 10’ Bruxas | Francisco Lança | Filmógrafo | 3’ Temperar a gosto | Susana Neves | Anexo 82 | 10’10’’ O Amor é a solução para a falta de argumento | Jorge Quintela | Bando à parte | 11’25’’ O Voo da Papoila | Nuno Portugal | PNG Pictures | 15’ Uma na Bravo outra na Ditadura | André Valentim Almeida | 63’
QUINTA
SEXTA
22H00 - CINEMA MUNDIAL - M.A. SALGADO ZENHA
17H30 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
22H00 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
Maybe... | Pedro Resende | Pessoa Filmes | 9’5’’ José e Pilar | Miguel Gonçalves Mendes | Jumpcut | 127’
22H00 - CINEMA MUNDIAL - M.A. SALGADO ZENHA
Cheiro do Ralo | Heitor Dhalia | 112' Quase Todo Dia | Gandja Monteiro | 19'
O Homem da Cabeça de Papelão | Luís Almeida e Pedro Lino | Zeppelin Filmes | 9’13’’ O Teu Sapato | João Seiça | Zmotion | 19’ A Cova | Luís Alves | LA Filmes | 13’ Noiserv {Sessão Dupla} | Paulo Dias | 25’ Meio Metro de Pedra | Eduardo Morais | 68’ Drawing (Myself) By Numbers | Patricia Guerreiro | Droid_Id | 8’30’’ Magiae Naturalis | Tiago Cravidão | Largo Filmes | 1’ Purgatório | João Filipe Silva | Amalgama Filmes | 9’ Dois Irmãos | Ana Eliseu | Malvada Prima | 25’46’’ Sonho de Verão | Paulo César Fajardo | IRCom | 76’
Mulher Sombra | Joana Imaginário | Filmógrafo | 7’39’’ O Inferno | Carlos Conceição | BlackMaria | 20’ Shoot Me | André Badalo | Original Features | 15’ Quinze Pontos na Alma | Vicente Alves do Ó | Ukbar Filmes | 90’
O Amor acontece | João Manso | Take it Easy | 1’ Sangue do meu Sangue | João Canijo | Midas Filmes | 139’
M
SÁBADO
17H30 - ENSAIOS VISUAIS - CENTRO CULTURAL D. DINIS 22H00 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
17H30 - ENSAIOS VISUAIS - CENTRO CULTURAL D. DINIS 22H00 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV C
Arte Republica- 10 para cem | Fernando Galrito | 12’45’’ Fotograma 23 | Vítor Santos | Filmesdamente | 5’14’’ Cada Mulher É Um Filme de Amor | Henrique Bento | Ideia Nua | 12’ Em Trânsito – José Pedro Croft | Solveig Nordlung | Ambar Filmes | 35’ Chamo-me António da Cunha Telles | Álvaro Romão | Hora Mágica | 52’
15H00 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
Saneamento Básico | Jorge Furtado | 112'
Y
CM
13
MY
CY
CMY
DOMINGO
K
15H00 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
A Casa ao Lado | Maria João Ferreira | Dread Monkey Audiovisuais | 38’ Cisne | Teresa Villaverde | Alce Filmes | 103’
17H30 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV Ginjas | Zepe e Humberto Santana | Animanostra | 6x2’ Os Milionários | Mário Gajo de Carvalho | Zeppelin Filmes | 14’38’’ Dia de Visita | Luís Vieira Campos | Filmes Liberdade | 14’ Nocturnos | Aya Koretzky e Rodrigo Barros | Andar Filmes | 27’ Das 9 às 5 | Rita Alcaire e Rodrigo Lacerda | PNG Pictures | 52’
14 SEGUNDA
22H00 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
10H00 - CAMINHOS JUNIORES - TAGV 15H00 - RETROSPECTIVA - TAGV
Uma Pedra no Bolso | 1988 | Joaquim Pinto | 90’
17H30 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
15 TERÇA
Afonso Henriques, O Primeiro Rei | Pedro Lino | 5’ Memória de Cão | João Morais Ribeiro | Animanostra | 15’24’’ Casa com Piscina | Vasco Monteiro e Pedro Mendonça | Uzi Filmes | 18’ Arte Xávega – O Chamamento do Mar | Paulo César Fajardo | IRCom | 26’ Cruzeiro Seixas – O Vício da Liberdade | Ricardo Espírito Santo | Terra Líquida Filmes | 56’
17H30 - ENSAIOS VISUAIS - CENTRO CULTURAL D. DINIS 22H00 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
Should The Wife Confess? | Bernardo Camisão | Violeta Lab | 7’47’’ A Primeira Ceia | Luís Monge e Sofia Pimentão | C.R.I.M. Produções | 12’ América | João Nuno Pinto | Ukbar Filmes | 111’
O Sapateiro | David Doutel e Vasco Sá | Sardinha em Lata | 12’ Alvorada Vermelha | João R. da Matta e João P. Rodrigues | BlackMaria | 27’ Never Meant To Be | Miguel Garcia Costa | Perfect Number Eight | 6’40’’ A Morte de Carlos Gardel | Solveig Nordlung | Fado Filmes | 83’
22H00 - CINEMA MUNDIAL - M.A. SALGADO ZENHA
10H00 - CAMINHOS JUNIORES - TAGV 15H00 - RETROSPECTIVA - TAGV
Duma Vez Por Todas | 1987 | Joaquim Leitão | 100’
17H30 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
Dodu, O Rapaz de Cartão | José Miguel Ribeiro | Sardinha em Lata | 5’ Árvores no Jardim | João Paulo Oliveira | Malvada Prima | 10’38’’ Badoca Safari Park | José Farinha | Inferno Filmes | 45’ Kolá San Jon É Festa De Kau Berdi | Rui Simões | Real Ficção | 60’
17H30 - ENSAIOS VISUAIS - CENTRO CULTURAL D. DINIS 22H00 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV O Circo | Colectivo de Crianças | Filmógrafo | 7’39’’ A Viagem | Simão Cayatte | 18’30’’ Praxis | Bruno Cabral | Garden Films | 29’ Viagem a Portugal | Sérgio Tréfaut | Faux | 75’
22H00 - CINEMA MUNDIAL - M.A. SALGADO ZENHA O País do Desejo | Paulo Caldas | 87'24''
Uma Noite em 67 | Renato Terra e Ricardo Calil | 93'
16
17
10H00 - CAMINHOS JUNIORES - TAGV 15H00 - RETROSPECTIVA - TAGV
Uma Rapariga no Verão | 1986 | Vítor Gonçalves | 80’
17H00 - RETROSPECTIVA - TAGV
Mesa Redonda - “Quando o passado foi futuro” QUARTA 17H30 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
QUINTA
O Belo Adormecido | (Cord) Sandra Santos | Curtas Metragens C.R.L. | 4’52’’ Chocolatando | (Cord) Lorenzo Degl’Innocenti e Vítor Estudante | Curtas Metragens C.R.L. | 4’12’’ Amigo do Peito | (Cord) Tânia Duarte e Ícaro | Curtas Metragens C.R.L. | 3’7’’ Femina Series | Paulo Furtado | Bando à Parte | 40’ Miss Mishima | Pedro Rocha | Riot Filmes | 13'27'' Éden | Daniel Blaufuks | David e Golias | 67’
17H30 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
O Belo Adormecido | (Cord) Sandra Santos | Curtas Metragens C.R.L. | 4’52’’ Chocolatando | (Cord) Lorenzo Degl’Innocenti e Vítor Estudante | Curtas Metragens C.R.L. | 4’12’’ Amigo do Peito | (Cord) Tânia Duarte e Ícaro | Curtas Metragens C.R.L. | 3’7’’ Femina Series | Paulo Furtado | Bando à Parte | 40’ Miss Mishima | Pedro Rocha | Riot Filmes | 13'27'' Éden | Daniel Blaufuks | David e Golias | 67’
22H00 - CERIMÓNIA DE ENCERRAMENTO - TAGV Entrega de Prémios Exibição dos Filmes Vencedores
BILHETES GERAIS
20 15
17H30 - ENSAIOS VISUAIS - CENTRO CULTURAL D. DINIS 22H00 - SECÇÃO COMPETITIVA - TAGV
PÚBLICO GERAL
Brincarolas | Graça Gomes | Filmógrafo | 3’ Daimon | Alexandre Cebrian Valente | Play Filmes | 9’40’’ Feliz Aniversário | Jorge Cramez | C.R.I.M. Produções | 26’ O Barão | Edgar Pêra | Cinemate | 91’
€
BILHETES GALA ABERTURA
10 8
C244
PÚBLICO GERAL
Simonal - Ninguém sabe o duro que dei | Claudio Manoel, Micael Langer, Calvito Leal | 84'
alto-patrocínio
O Presidente da Républica
€
apoios SSEMBLEIA DA
EPÚBLICA
R E I TO R I A
SERVIÇOS DE ACÇÃO SOCIAL
divulgação
organização
ESTUDANTE SÓCIOS CEC SÉNIORES
€
± sessões competitivas ± cinema mundial ± ensaios visuais ± caminhos juniores ± retrospectiva ± after-parties ± cinemalogia ±
22H00 - CINEMA MUNDIAL - M.A. SALGADO ZENHA
parceiros media
DISPONÍVEIS NO TAGV
ESTUDANTE SÓCIOS CEC SÉNIORES
€
BILHETES PONTUAIS
4 3 PÚBLICO GERAL
€
ESTUDANTE SÓCIOS CEC SÉNIORES
€
3
C59
editorial
Políticos toda a vida SOARES REBELO Diretor
“
Muitos dos nossos deputados nunca tiveram vida profissional fora dos partidos em que militam e dos cargos de Estado com que foram premiados pelos "chefes" OS PORTUGUESES terão ficado estupefactos quando, tempos atrás, ficaram a conhecer os montantes das subvenções vitalícias atribuídas a cerca de três centenas de ex-deputados que, entretanto, deixaram o Parlamento. Trata-se, realmente, sobretudo nalguns casos, de verbas astronómicas, que, em tempo de crise, podem mesmo considerar-se indignas para quem, ainda em plena vida ativa, não se coíbe em metê-las, mensalmente, na carteira. ALGUNS não estariam qualificados para exercer na vida privada cargos com remunerações semelhantes à "reforma antecipada" de que generosamente usufruem. Sem formação, sem preparação técnica, sem curiosidade intelectual, dificilmente sobreviveriam fora da esfera pública. Não admira, portanto, que se tenham agarrado afincadamente ao privilégio - e tudo tivessem feito para mantê-lo. Houve, entretanto, quem, embora enfermando de défices de formação semelhantes, tivesse conseguido, fora dos Passos Perdidos, refúgio noutros salões, onde usufruem mesmo de mordomias reforçadas. Há realmente favores e serviços prestados que posteriormente rendem retribuições generosas. Mas nem estes prescindem, como se ficou a saber, da "pensão política". A DEMOCRACIA não pode exercer-se, naturalmente, sem partidos. Nada pior, no entanto, para a ética exigível e a transparência indispensável, do que o primado da ambi-
Grupo Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304; Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%
Assine e divulgue a
4
CNotícias DIRETOR: Soares Rebelo
ção pessoal, a ânsia de integração nas hostes pretorianas do regime, a vaidade de fazer parte da galeria de retratos dos altos servidores da nação. Muitos deles nunca tiveram vida profissional fora dos partidos em que militam e dos cargos de Estado com que foram premiados pelos "chefes". Sem expetativas laborais enraizadas, pouco lhes importa quem seja, ou o que pensa, quem conjunturalmente os dirige. Resistem a todas as turbulências internas, não lhes afeta a consciência qualquer mudança de rumo ideológico. Ouvem todos os "sermões" - e sem pestanejar. O objetivo é um só: manter o estatuto. SER DEPUTADO garante um salário aceitável no ranking nacional, imunidade penal, certa relevância social e a grata, impagável, sensação de se fazer parte de uma elite dirigente com fácil acesso aos centros de decisão e ao próprio poder. Assim, como evitar que o provisório se transforme em definitivo? TODOS OS PARTIDOS estão habitados por próceres históricos, que oferecem aos chefes disponibilidade incondicional para "morrer" enroupados nos cargos para que foram designados. E lá andam, sem que se dê, praticamente, por eles. Muitos passam anos a fio no hemiciclo sem manifestar opinião, apenas a levantar-se para apoiar, nas votações, o líder. Há quem classifique tal postura como louvável vocação política. Mas também há quem lhe chame outras coisas...
Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão
CHEFE DE REDAÇÃO: Mário Nicolau
COLABORADORES: José Lorena, Márcia de Oliveira; José Manuel Alves FOTOGRAFIA: Pedro Ramos
(mario.nicolau@cnoticias.net)
(pedro.ramos@cnoticias.net)
REDAÇÃO: Bruno Vicente (bruno.vicente@ cnoticias.net), Marco Roque (marco.roque@ cnoticias.net), Marta Varandas (marta. varandas@cnoticias.net), Sílvia Diogo (silvia. diogo@cnoticias.net), Vasco Garcia (vasco.
DIREÇÃO DE ARTE: Inês Abrantes e Jorge Caninhas RELAÇÕES PÚBLICAS- DIRETORA: Eugénia Abrantes PRODUÇÃO: André Navega e Tiago Carvalho
(soares.rebelo@cnoticias.net)
garcia@cnoticias.net)
COLUNISTAS: Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Jorge Bento, José Carlos Neves,
Assinatura anual 55€
SERVIÇOS COMERCIAIS DIRETOR COMERCIAL: Luís Figueiredo (luis.figueiredo@cnoticias.net)
Email: assinaturas@cnoticias.net
TÉCNICOS DE VENDAS: Fernando Gomes (fernando.gomes@ cnoticias.net), José Alberto ( jose.alberto@ cnoticias.net)
PUBLICIDADE E ASSINATURAS CNotícias Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 Taveiro - Coimbra Tel.: 239 981 303 - Fax: 239 981 304 Tlm: 916 987 300 Email: publicidade@cnoticias.net assinaturas@cnoticias.net DIRETOR MARKETING: Bruno Vale (bruno.vale@cnoticias.net) DIRETOR DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: Rolando Rocha (rolando.rocha@cnoticias.net)
Tel.: 239 981 303
10 NOVEMBRO 2011
PROJETO GRÁFICO: Pedro Góis / Góis Design e Bruno Vale IMPRESSÃO: LISGRÁFICA Impressão e Artes Gráficas SA Queluz de Baixo (Oeiras) DISTRIBUIÇÃO: VASP – MLP, MediaLogistics Park Quinta do Granjal – Venda Seca Tiragem Média: 10.000 ex. Registo na ERC com o n.º 126017, de 12/01/2011. Depósito Legal n.º 322204/2011. Periodicidade: Semanal, à quinta-feira INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TODOS OS CONTEÚDOS EDITORIAIS, FOTOGRÁFICOS, ILUSTRAÇÕES PARA QUALQUER MEIO OU FIM, MESMO COMERCIAIS.
Telm.: 916 355 014
índice
OPINIÃO
AO MICROSCÓPIO
6 Metro Mondego Custos previstos com o metro já vão em 512 milhões. 12 Investigação Xavier Viegas lança livro "Incêndios Florestais" 20 Vidas José Cosme é um octagenário com um talento imenso
CAPA
28
A medicina, em particular no que diz respeito à cirurgia, foi durante muitos anos uma carreira reservada aos homens. Hoje, essa realidade alterou-se. A foi conhecer as histórias de algumas mulheres que são um sucesso nesta área.
SOCIEDADE 34 Melhores países para emigrar Dados indicam que mais de um quarto da população quer sair do país 42 Caminhos do Cinema Português Entrevista com Vítor Ferreira, diretor do festival 46 Ar de Coimbra "Latita Catita" é um caso de sucesso
Mulheres que vivem para a arte de operar
22 António Pedro Pita
Esperar o inesperado
DESPORTO 48 Académica Hélder Cabral espera vencer partida com o Penafiel
DINHEIRO 52 Acorfato é tradição e perfeição Empresa produz casacos e calças 54 Freguesia São Paulo de Frades é localidade com "obra feita"
40 Carlos Fiolhais
VIVER 58 66
Social Miranda em Moda contou com a presença de Débora Montenegro Figura José Pedro Leite é gerente do Theatrix
A morte anunciada do Metro Mondego
CULTURA 72 Instrumentos musciais feitos a partir de lixo Teatrão realiza ateliê de construção de instrumentos
CÉREBROS
ENTREVISTA
38
"Juntem-se a nós e sejam solidários"
74 Luís de Matos
Pais e sociedade
Carlos Freire de Oliveira, presidente do núcleo regional da Liga Portuguesa contra o Cancro, deixa um apelo para que todos apoiem o trabalho da Liga. O voluntariado é central no trabalho desta ONG.
Cancro da mama com fim à vista? Investigadora da Universidade de Coimbra desenvolveu um fármaco que ataca diretamente as células cancerígenas, não afetando as saudáveis.
24
MAIS 53 INVESTIMENTO Os Portos da Figueira e de Aveiro são uma porta para a Europa
TOPO DE GAMA
56
Honda CRZ: híbrido divertido
70 RESTAURANTE Sal e Brasa, um bom local para comer um rodízio 71 À MESA Tarte de Requeijão
5
atual
ao microscópio
CRÍTICAS DO TRIBUNAL DE CONTAS
CUSTOS DO
METRO
saem da linha JÁ FORAM GASTOS MAIS DE 100 MILHÕES DE EUROS NO METRO MONDEGO, APESAR DE O PROJETO AINDA NÃO ESTAR A OPERAR VASCO GARCIA
QUINZE ANOS depois da constituição da Metro Mondego (MM), o sistema de mobilidade continua sem estar executado e a operar. No entanto, o investimento previsto no projeto era já mais de quatro vezes superior ao calculado no início. Ou seja, dos 122,8 milhões de euros estimados em 1997, quando foi aprovado o primeiro estudo de viabilidade, passou-se para uma estimativa de 512 milhões. Desses, a MM calcula que haviam sido despendidos com o projeto 103,8 milhões de euros, até ao início de 2011. Para apurar o grau de execução física e financeira, as razões da delonga na sua concretização, os custos totais já despendidos e os que preveem virem a ser concretizados, o Tribunal de Contas (TC) executou uma auditoria ao projeto. O documento aponta vários motivos para essa demora e acréscimo de custos. Em primeiro, consideram os autores da auditoria, o facto de o Estado "ter decidido concretizar um projeto que não era, à partida ou num período de tempo razoável, consistente nas suas componentes, sobretudo as relacionadas com o custo e a comportabilidade financeira, permitiu que o projeto fosse perdurando sem execução, mas sempre vulnerável às alterações exteriores". E, acrescenta o TC, essas mesmas alterações, "contribuíram para que o projeto fosse sendo Miguel Relvas diz que projeto está suspenso e extinção da sociedade em avaliação
revisto, ao longo dos anos, e encarecendo". Tal arrastamento, conclui o tribunal, prova que a construção do sistema de metro "não tem sido, para os sucessivos governos, nem premente, nem fundamental".
122.800.000,00€
1997 1998 1999 2000 2001 2002
26.326€
Entre 2000 e 2004 foram eleitos 4 Conselhos de Administração e 3 presidentes executivos
José Mariz, presidente da CE em 2004/2007 gastou 26.326€ em cartões de crédito para despesas pessoais. O dinheiro foi devolvido... sem juros
Entre 2000 e 2010 foram gastos...
MAS NÃO SÃO apenas as decisões da tutela
que são questionadas na auditoria. Os órgãos sociais da MM também não ficam muito bem na fotografia. Além das muitas mudanças – em quatro anos (setembro de 2000 a dezembro de 2004) foram eleitos quatro conselhos de administração e três presidentes executivos diferentes –, que "contribuíram para a delonga e contínuas alterações do projeto, as quais concorreram para o seu gradual encarecimento", o TC critica ainda a composição numérica do conselho de administração (sete elementos) e da comissão executiva (três). "O número de elementos constitutivos daqueles dois órgãos revela-se excessivo, logo gerador de despesas para os dinheiros públicos".
Ministro admite extinção da sociedade SEGUNDO O MINISTRO dos Assuntos
Parlamentares, Miguel Relvas, o projeto do Metro Mondego está suspenso e está a ser avaliada a extinção da sociedade que o gere. "Há empresas que têm de ser extintas, que têm de ser reformuladas. Foi por muitos outros Metros Mondego que nós hoje estamos na situação em que estamos. Houve má gestão no setor público empresarial e agora estamos a pagar por isso", afirmou o governante. Relvas precisou que o projeto está suspenso e está a ser avaliada a extinção da sociedade que o promovia. No entanto, o secretário de Estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro, afirmou à SIC que o Governo tem em aberto um conjunto de soluções para o futuro do Metro, que poderão mesmo passar pelo alargamento do projeto até Condeixa.
10 NOVEMBRO 2011
4
512.000.000,00€
1 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
04
10
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 7 ELEMENTOS
Em 2011 já haviam sido gastos 103,8 milhões de euros
100.000,00€ Valor gasto em remunerações aos orgãos sociais
3.300.000,00€ Valor gasto nos 3 elementos da comissão executiva COMISSÃO EXECUTIVA 3 ELEMENTOS 7.051€/mês x 13 anos x 3 elementos
405.251,00€ 60.689,00€ VIATURAS
COMBUSTÍVEIS
O TC recorda que, em 2006, as atribuições da MM passaram a estar reduzidas, uma vez que a execução da 1.ª fase do projeto passou a ser responsabilidade da CP e da REFER. No entanto, "não se verificou qualquer ajustamento dimensional ao nível dos gestores executivos e não executivos que compõem o conselho de administração" e "os custos com o conselho de administração mantiveram-se inalterados". Entre 1997 e 2010, a MM despendeu com os seus órgãos sociais cerca de 3,4 milhões de euros, dos quais mais de 95 por cento (aproximadamente 3,3 milhões) foram direcionados ao conselho de administração, nomeadamente aos seus três executivos.
Em 2006, as atribuições da Metro Mondego ficaram reduzidas. No entanto, não houve redução de elementos no conselho de administração e os custos com este órgão mantiveram-se inalterados
37.157,00€ COMUNICAÇÕES
Ainda no capítulo das remunerações e regalias, o TC recorda que, entre 2000 e 2010, a empresa "despendeu 405.251 euros com viaturas, 60.689 com consumo de combustíveis e 37.157 com comunicações".
O que é a Metro Mondego? CRIADA em 1996, a Metro Mondego tem como missão implementar o projeto de Sistema de Mobilidade do Mondego, que prevê a criação de um metropolitano ligeiro de superfície no Ramal da Lousã e dentro de Coimbra.
INFOGRAFIA: REVISTA C FOTO:PEDRO RAMOS
A AUDITORIA do TC frisa ainda que, "entre
2004 e 2007, dois dos gestores executivos da MM contrariaram, reiteradamente, o princípio subjacente à utilização do cartão de crédito", ou seja, "o da sua utilização excecional e exclusiva para despesas inerentes ao exercício das funções de administração". José Mariz, presidente da comissão executiva no mandato 2004/2007, totalizou 49.845 euros de utilização do cartão de crédito, sendo que 53 por cento desse total (26.326) destinou-se a custear despesas pessoais. O mesmo aconteceu com o vogal executivo Guilherme Fonseca Ferreira, que gastou 77.627 euros para uso pessoal. Apesar de o dinheiro ter sido reposto, os dois elementos não só beneficiaram da disponibilidade financeira imediata que o cartão de crédito lhes oferecia e da possibilidade de amortizar a dívida num prazo bastante alargado, como ainda beneficiaram do facto de a empresa não lhes ter exigido o pagamento de uma taxa de juro. "Ou seja, a empresa cedeu um financiamento à taxa de zero por cento, em prejuízo da boa gestão dos dinheiros públicos", critica o TC, salientando que este é "um comportamento contrário àquele que deve pautar os gestores públicos".
ao microscópio
sete sóis, sete luas
ENSINO
Caminhada pela Fundação Sarah Beirão
direito
direto
A INICIATIVA está marcada para o próximo sábado e tem como objetivo angariar fundos para a construção de mais uma sala de convívio para os utentes da Fundação Sarah Beirão/António Costa Carvalho. Com sede em Tábua, esta IPSS disponibiliza apoio nas valências de lar, centro de dia e apoio domiciliário. A "1.ª Caminhada pela Fundação" terá cerca de nove quilómetros e é dirigida a toda a comunidade. O músico André Sardet associa-se à iniciativa.
LUÍS FILIPE PIRRÉ Advogado
Dação em cumprimento EM TEMPOS de inusitada di-
ficuldade no pag amento das obrigações contraídas, como a que vivemos, a dação em cumprimento surge, não raras vezes, como uma das formas possíveis de assegurar o seu cumprimento. Genericamente, consiste na realização de uma prestação diferente da devida com o fim de, mediante assentimento do credor, extinguir imediatamente a obrigação (art.º 837.º do Código Civil). Distingue-se da dação em função do cumprimento (dação pro solvendo), dado que nesta a prestação realizada, também diferente da devida, não tem como fim a extinção da obrigação propriamente dita, mas apenas facilitar o seu cumprimento, aliás, nesta variante o crédito só se extingue quando for satisfeito, e na medida respectiva (ar t.º 840.º do Código Civil). Importa assim sublinhar que o carácter extintivo da obrigação, por via da prestação diferente da devida, tem de resultar da vontade expressa das partes. Finalmente, é mister referir que o credor a quem for feita a dação em cumprimento goza de garantia pelos vícios da coisa ou do direito transmitido, nos termos previstos para o regime da compra e venda. • LUÍS FILIPE PIRRÉ ADVOGADOS
8
Fernando Sebastião elogiou o novo presidente da ESTG Viseu
ESTG Viseu tem novos dirigentes O PRESIDENTE do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), Fernando Se-
bastião conferiu posse ao recém-eleito presidente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, Paulo Castro Mendes, que agradeceu o trabalho da direção cessante, presidida por José Alberto Ferreira. Além de agradecer, também, à anterior direção, o presidente do IPV, Fernando Sebastião considerou a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu "um exemplo de trabalho, de rigor e de excelência", realçando os atributos do presidente agora empossado, particularmente a sua capacidade para gerir diferentes pontos de vista. Na ocasião, o presidente do IPV conferiu, também, posse aos novos vice-presidentes da ESTG Viseu, João Marques e António Gouveia.
OCC apresenta conselho cultural A ORQUESTRA Clássica do Cen-
tro apresenta amanhã o Conselho Cultural. Promover uma ligação mais íntima a toda a sociedade para a continuação e afirmação do projeto da OCC, é o objetivo. O jantar concerto começa às 19H30 e o concerto contará com a Orquestra Clássica do Centro, a participação do Coro OCC e da Orquestra Juvenil do Centro, sob a regência do maestro Artur Pinho Maria e do maestro Virgílio Caseiro .
COIMBRA
Fora da Caixa de regresso O ÊXITO de 2010 ficou na memória dos organizadores pelo que o Pensar Fora da Caixa está de regresso a 14 e 15 de abril de 2012, no Conservatório de Música de Coimbra. A iniciativa permite, de forma informal, discutir criatividade com convidados nacionais e internacionais vindos de campos tão diversos como a música, design, gastronomia, comunicação, tecnologia, marketing e economia. O evento conta ainda com um programa musical, exposições e um projeto editorial.
Vencer e viver reúne em Coimbra O ENCONTRO nacional do Mo-
A edição de 2010 teve lotação esgotada
10 NOVEMBRO 2011
vimento Vencer e Viver integra as comemorações do 70.º aniversário da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Marcado para 18 deste mês, o encontro dará particular destaque às problemáticas sentidas pelas mulheres com cancro da mama, promovendo um espaço de diálogo e partilha de experiências e conhecimentos. Muitas das participantes fazem uso da sua experiência para ajudar outras mulheres com a mesma doença.
MIRANDA DO CORVO
Bispo de Coimbra abençoa residência no Senhor da Serra
NOVA residência
tem capacidade para 60 idosos, contíguo à creche para 30 crianças
DOM Virgílio Antunes, bispo da Diocese de Coimbra abençoa, no próximo domingo, a Residência Cristo Redentor, lar para 60 idosos, contíguo à creche com capacidade para 30 bebés. Segundo nota à Imprensa, a Fundação ADFP "deseja" que a Segurança Social assine acordos de cooperação para que os idosos de menores recursos passam ser acolhidos na nova infraestrutura. "Até que o acordo seja assinado, as famílias
terão de assumir mensalidades superiores, embora com preço social", lê-se na nota da direção. A visita de ex-deputados da AR e a homenagem da Ana Cláudia Linhares de Castro, colaboradora da instituição falecida este ano, entre outras iniciativas, integram o programa, que termina no próximodomingo, com o almoço de confraternização e que será presidido pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes.
A 2.ª etapa do Circuito Nacional de Bodyboard demonstrou, mais uma vez, a qualidade da Praia do Cabedelo para a prática da modalidade. As ondas a rondar metro e metro e meio, cavadas, serviram de palco para alguns momentos de bom bodyboard. O público aderiu à jornada figueirense e o Cabelo confirmou o estatuto que já possui no país e no estrangeiro.
C233
foto legenda
ao microscópio
consultório de
sete sóis, sete luas
Oque é, hoje, um "centro histórico"'
uma expansão contida, evite a dispersão de edificações pelo território. Como costumo dizer, o planeamento exige a flexibilidade de se alargarem comedidamente algumas "muralhas" dos aglomerados urbanos, para que seja possível proibir essa dispersão para fora dessas "muralhas". Se só nos preocupássemos com o centro histórico da sede do concelho, certamente estaríamos a desqualificar as periferias e os demais centros históricos e aglomerados urbanos.
O INVESTIMENTO na reabilitação urbana consiste em trazer de novo as pessoas para os centros antigos, mas dotando-os de equipamentos, comércio e serviços de proximidade. O desafio passa por revitalizar os centros históricos, sem descaracterizar as periferias. Passa por combinações inteligentes de usos diversificados, uma miscelânea de utilizações que aproxime locais de residência e de trabalho, e as pessoas dos equipamentos coletivos que as servem. No passado recente de Coimbra, a Baixa e a Alta sofreram pelo despovoamento e pela insistência num modelo de mono-funcionalidades. Hoje percebemos que a cidade é policêntrica, mas se queremos recentrá-la, devemos apostar em utilizações múltiplas. Foi nesse sentido que se procedeu em 2010 a uma alteração do Plano Diretor Municipal (PDM) e é nesse sentido que se tem trabalhado quer no Centro Histórico, quer na zona abrangida pela Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) Coimbra Viva. No que respeita aos demais aglomer ados do município, parece-me que deve também ser dada atenção às respetivas áreas centrais, sendo necessário um modelo que, permitindo
AINDA sobre o centro histórico, assiste-se a uma revolução tranquila nessa área central da cidade. A marca de Carlos Encarnação, ao apostar nessa sua "menina dos olhos", criando uma equipa ágil para atacar essa chaga maior que era termos o centro histórico a afundar-se, é indelével. Hoje temos uma Alta com intervenções excelentes, a ressuscitar serenamente, sabemos o que falta fazer, conseguimos uma plataforma de diálogo com as forças vivas dessa zona, como sejam a Universidade de Coimbra e a Santa Casa da Misericórdia, entre outras. Pena é que excelentes exemplos de atuação (como o progr ama PRAUD) não possam frutificar, por falta de aposta nesse desígnio nacional que é a reabilitação urbana. Coimbra, através do Gabinete para o Centro Histórico, aproveitou bem as oportunidades desse progr ama , ma s temo que a atual conjuntura obrigue a que o ritmo da tal revolução abrande. É preciso que este Governo dê um sinal claro de que aposta na reabilitação dos cascos antigos. Trata-se de permitir revivificação, animação turística, segurança e o respeito pelas raízes.
urbanismo
MAGALHÃES CARDOSO *
* Magalhães Cardoso é o diretor Municipal da Administração do Território na Câmara Municipal de Coimbra. Envie as suas questões para redacao@cnoticias.net, que serão respondidas neste espaço
10
COIMBRA
Eurogym 2012 é de interesse público
SÃO esperados 5.000 participantes de 25 países europeus A DECISÃO do Governo foi
recebida com agrado por Luís Providência, vereador do Desporto da Câmara Municipal de Coimbra. O autarca "congratula-se com a decisão do executivo de Passos Coelho que considera, por despacho publicado em Diário da República, o Eurogym 2012 como uma iniciativa de interesse público. A 8.ª edição, a realizar em Coimbra de 15 a 19 de julho de 2012, é considerada de "extrema importância para a
divulgação e consequente desenvolvimento das modalidades gímnicas". Recorde-se que na 8.ª edição do Festival Jovem de Ginástica para Todos são esperados 5.000 participantes de 25 países europeus. As maiores delegações são as provenientes da Alemanha, Suíça, Noruega e Suécia. O Eurogym 2012 é organizado pela da Federação de Ginástica de Portugal em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra.
números
58
Número de áreas existentes em Portugal sob proteção ambiental
235
Número de espécies de aves existentes em Portugal
63
Número de espécies de mamiferos existentes em Portugal
10 NOVEMBRO 2011
Mais Centro promove visitas A COMISSÃO Diretiva do Mais Centro-Programa Operacional Regional do Centro agendou várias visitas com o objetivo de dar a conhecer in loco, à comunicação social, exemplos da aplicação dos fundos comunitários na região Centro. O programa começa hoje, às 10H30, com a visita ao Hospital Pediátrico de Coimbra, seguindo-se, amanhã, a Requalificação do Agroal, em Ourém.
Exposição "Por Terras de África" na Biblioteca João Brandão, em Tábua POLÍTICA
ESCOLA Alice Gouveia hasteou bandeira verde
Decréscimo da população do interior na agenda do CDS-PP OS DEPUTADOS do CDS-PP,
Nuno Magalhães, Artur Rêgo e Hélder Amaral estão a auscultar as câmaras municipais sobre o decréscimo de população no interior do país. No requerimento enviado às autarquias, os deputados democrata-cristãos querem saber, quais são, na opinião dos autarcas, as razões que conduziram à diminuição da população nos respetivos concelhos, nomeadamente, que dados podem estes providenciar relativos ao aumento ou diminuição do número de empresas no concelho nos últimos seis anos, e qual o tipo de atividade prevalecente nessas empresas, qual o número de postos de trabalho perdidos no concelho nos últimos seis anos e se houve aumento ou diminuição da população escolar no concelho nos últimos seis anos. O CDS-PP quer ainda saber se os autarcas consideram que a cobertura de transportes públicos no seu concelho é suficiente e, se não, como entende a autarquia que, usando os meios
QUATRO alunos e dois professo-
res deslocaram-se a Oliveira de Azeméis para receber a "Bandeira Verde", que, depois, foi hasteada na Escola Dr.ª Maria Alice Gouveia. O Projeto Eco-escolas visa encorajar ações e reconhecer o trabalho desenvolvido pelas escolas em benefício do ambiente.
Deputados alertam para o acentuado decréscimo populacional
disponíveis e sem acréscimo de encargos, poderia a mesma ser melhorada. Frisam, justificando o requerimento, que se assiste em Portugal, desde há mais de 20 anos, a um acentuado decréscimo
populacional nos concelhos do interior do país, não tendo, não obstante constar do discurso político corrente, sido parado tal processo de desertificação, o qual, pelo contrário se tem acentuado progressivamente.
PINGO DOCE OFERECE MELHOR PREÇO O Pingo Doce apresenta o preço mais barato no cabaz de compras escolhido pela para esta semana. A diferença entre o valor mais baixo e o mais alto é de apenas vinte seis cêntimos. Preços verificados a 06.11.11, das 13H00 às 15H00.
:)
mais barato
PREÇOS/KG/L
PINGO DOCE CONTINENTE
JUMBO SUPERCOR
Ferrero Rocher (16 un)
4,49 €
4,99 €
4,79 €
4,79 €
Água Luso (1,5L)
0,46 €
0,46 €
0,46€
0,49 €
Sumol Laranja (1,5L)
1,12 €
1,09 €
1,09 €
1,12 €
Néctar Compal Pêssego (1L)
1,19 €
0,98 €
0,98 €
1,09 €
Banana Importada (1KG)
0,99 €
0,99 €
0,98 €
0,99 €
TOTAL
8,25 €
8,51€
8,30 €
8,48 €
Endividamento líquido é para reduzir APÓS a reunião com a Associação Nacional de Municípios Portugueses, o Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, em nota à Imprensa, esclareceu que o objetivo da redução do endividamento líquido dos municípios mantém-se intocável. O esforço dos municípios, acrescentou, deve iniciar-se já no ano de 2012.
:(
mais caro
11
ao microscópio
sete sóis, sete luas
LOUSÃ
visita de
médico
Fernando Carvalho e Luís Antunes em transição pacífica NA SEGUNDA -feira, à noite,
A EVIDÊNCIA terapêutica deste xarope não é sustentada (que eu saiba), em rigorosos e complicados estudos científicos. Entre muitas formas de fazer o referido xarope, sobressai a presença de açúcar mascavado e a famosa cenoura às rodelas. O açúcar mascavado deve ser privilegiado em detrimento do refinado, porquanto este tem processo de absorção muito mais rápido, o que não será tão benéfico para o efeito pretendido (calmante da tosse). A cenoura (raiz originária do Afeganistão), é conhecida desde o ano 500 antes de Cristo e o seu suco é constituído por várias vitaminas (E, K, complexo B, C, entre outras), julgando-se que da sinergia dos efeitos terapêuticos já conhecidos das vitaminas, com os de outras substâncias (carotenos, sais minerais, fibras, etc.), façam desta mistura, o tal "milagroso" xarope que faz bem ao fígado, brônquios, pulmões, aumenta a produção de leite, é antissético, estimulante do sistema linfático e muito mais. Sustentada na tal evidência clínica, tenho a nítida percepção de que o "xarope de cenoura" é bom e barato, com a certeza de que (se não for diabético), não lhe fará mal algum. O mesmo não poderei dizer de muitos outros xaropes (para a tosse) existentes no mercado.
12
Fernando Carvalho: "a Câmara fica bem entregue a Luís Antunes"
"deve ter muito cuidado com as decisões". E vai mais longe: "para mim é incompreensível utilizar cartões de crédito de uma empresa pública para pagar despesas que nem sequer são inerentes à função". Quanto ao futuro, o presidente da Associação Humanitária de Serpins "agora em exclusividade" tem um desejo: "quero ajudar a construir o novo quartel", disse Fernando Carvalho. LUÍS ANTUNES encara o desa-
fio da presidência com serenidade. "Tenho consciência da dimensão do desafio e também vontade e determinação para
UM INVESTIDOR privado vai construir um parque zoológico, que será o maior da Península Ibérica, nos terrenos do antigo seminário, em Fornos de Algodres.
corresponder às expetativas, contribuindo para o desenvolvimento do concelho". Numa primeira fase, o novo presidente vai efetuar contactos a "nível interno e externo", além de definir "algumas prioridades em termos das funções específicas" que passa a desempenhar. Luís A ntunes disse à que tem vários projetos que "merecem toda a atenção, pois deles depende a concretização do programa que apresentámos aos lousanenses". E concluiu: "vamos ter de trabalhar ainda mais, mas estou determinado e vamos ultrapassar as dificuldades". |MN
MUITOS portugueses vão pagar mais IRS em 2011 do que em 2012, mesmo com os limites à dedução de despesas com educação ou saúde previstas no OE, diz a Deloitte. 10 NOVEMBRO 2011
má notícia
Xarope de cenoura
boa notícia
ANTÓNIO ALEGRE Médico
após um dia em que chegou a "emocionar-se", o ex-presidente da Câmara da Lousã confirmou à as razões (de saúde) do adeus e garantiu: "a Câmara fica bem entregue. Luís Antunes tem muita experiência, é um jovem e, por isso, tenho a certeza que tudo correrá pelo melhor". Para trás, "ficam 11 anos muito exigentes" e vários momentos de enorme satisfação: "a vitória nas eleições porque reconhecidamente é o único momento em que as pessoas, por maioria, acreditam em nós; depois, quando colocamos uma qualquer obra à disposição dos munícipes e estes ficam satisfeitos". Fernando Carvalho preferiu "a eficácia" às inaugurações e deixa "em obra" a escola e o centro de saúde. "Conseguimos concretizar tudo com excepção do Metro", afirma. Apesar de "não colocar em causa" o que foi divulgado, o ex-presidente da Câmara da Lousã afirma que "o projeto do Metro, em 1996, era um e o que está, hoje, em obra é completamente diferente e muito mais abrangente, o que não foi explicado". As questões "pontuais" dos administradores que são criticáveis funcionam como um alerta para quem administra bens públicos e que
revista
1.º PASSEIO TT
PELOS TRILHOS
DA REGIÃO CENTRO
FOTO: M.CRESPO
A REVISTA C CONVIDA TODOS OS AMANTES DO TODO O TERRENO PARA UM PASSEIO PELAS BELAS PAISAGENS DA REGIÃO CENTRO. DIA 26 DE NOVEMBRO JUNTE-SE À CARAVANA DA REVISTA C E VENHA PASSAR UM DIA DIFERENTE AO VOLANTE DO SEU TT!
PROGRAMA MADRINHA
08H00 - CONCENTRAÇÃO DOS PARTICIPANTES NO LOCAL DE SAÍDAE VERIFICAÇÕES 13H00 CHEGADA A GÓIS 18H00 - CHEGADA A COIMBRA 20H30 - JANTAR PELA NOITE CONVÍVIO NO THEATRIX
PREÇOS
80 € POR VIATURA COM 2 OCUPANTES 40 € POR ACOMPANHANTE INCLUI SEGURO DE PASSEIO, ROAD BOOK, ALMOÇO, JANTAR
MAYA FICHA DE INSCRIÇÃO (DADOS DO CONDUTOR)
NOME MORADA CÓD. POSTAL
TELEMÓVEL
DATA DE NASCIMENTO:
N.º CONTRIBUINTE
MARCA VIATURA
MATRÍCULA
N.º PESSOAS
FORMAS DE PAGAMENTO NUMERÁRIO
CHEQUE À ORDEM DE MEDINFORMA, LDA
TRANSF. MEDINFORMA, LDA - NIB 004530304024148321279
RECORTE E ENVIE PARA REVISTAC RUA COMBATENTES DA GRANDE GUERRA, 109 – 3045-469 – TAVEIRO – COIMBRA, POR FAX PARA O N.º 239 981 304, OU PREENCHA A FICHA ON-LINE EM www.cnoticias.net
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES - passeiott@cnoticias.net | TELM: 916 355 014
LOGÍSTICA
APOIO C231
ORGANIZAÇÃO revista
13
via do leitor
ao microscópio
cartas ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL : redacao@cnoticias.net
do Interior junto das empresas dos distritos de Castelo Branco e da Guarda apontaram para a probabilidade de pelo menos meia centena delas despedir pessoal e cinco fecharem portas ou mudarem-se para Espanha, caso fossem cobradas portagens nas A23 e A25. O Governo não parece, todavia,
As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos
O "trágico" ano de 2012 Estou reformado, tenho agora mais tempo para ler jornais e ver televisão. E diariamente me surpreendo: não há dia em que não surja uma nova profecia de desgraças. Agora, todos falam que o próximo ano vai ser ainda pior do que este, há até já quem anteveja uma "tragédia". Antecipam-se terríveis cenários de recessão, taxas de desemprego a disparar por aí acima, Portugal a afundar-se na crise que varre o mundo. Será, certamente, verdade. Lamento, no entanto, não ouvir, da parte do Governo, qualquer palavra de esperança. Dá a impressão que andamos por cá todos à espera não se sabe de quê. E não reagimos. E nada fazemos para salvar-nos. Só queixar-nos, só dizer mal de nós próprios. Sofremos cortes sobre cortes, mas sem que nos expliquem, bem explicadinho, qual a contribuição dos nossos sacrifícios para a salvação nacional. PEDRO OLIVEIRA, Anadia
As portagens na Beira Interior As conclusões do estudo levado a cabo pelo movimento Empresários pela Subsistência
“
Dos 675 mil desempregados em Portugal, só 296 mil recebem subsídio. É menos de metade...
Força, Carlos Marta! A candidatura de Carlos Marta à presidência da Federação Portuguesa de Futebol está a ser seguida com enorme expetativa na região de Viseu. A "ousadia" do atual presidente da Câmara Municipal de Tondela e antigo jogador do Académico de Viseu em disponibilizar-se para o cargo veio agitar as águas, pôs a região no mapa. Há muito tempo que, por cá, ninguém se candidatava a um cargo de tão alta relevância nacional e com hipóteses de ganhar. Estamos, por isso, orgulhosos. Sabe-se que estão altos interesses em jogo, que o "sistema" continua a pesar fortemente nas escolhas, mas eu, pelo menos, estou inteiramente confiante. O futebol português tem de ganhar uma nova imagem, mais transparente, mais credível e isso só poderá ser alcançado através de uma nova direção, não alinhada com o passado. Força, Carlos Marta! JORGE SILVA, Viseu
A Madeira de Jardim VASCO LIMA, Coimbra
disposto a abdicar da decisão. Os líderes do movimento pediram, por isso, uma audiência ao senhor Presidente da República, mas estou convencido de que nada conseguirão. Cavaco Silva não deixará, certamente, de ser solidário com Passos Coelho e aprovar a cobrança. Trata-se, contudo, de uma medida, mais uma, a cavar a sepultura do interior. Qualquer dia, Portugal, fora do litoral, será um deserto.
Finalmente, Alberto João Jardim perdeu o pio. Conseguiu, é certo, no último ato eleitoral, em outubro passado, a sua décima maioria absoluta na Madeira, mas já não é, nem de longe, nem de perto, o líder "imaculado" e "incontestado" de outros tempos. Deixou de meter-se na política nacional, também está de boca calada a nível regional. Vai tomar posse para mais um mandato, mas sem o entusiasmo anterior. Na Madeira, o poder não tardará realmentre a mudar de mãos, o que, como português, muito me regozija.
PAULO SOARES, Castelo Branco
FILIPE SANTOS, Coimbra
www.cnoticias.net | conteúdos multimédia
www.facebook.com/Cnoticias
www.twitter.com/cnoticiasnet
inquérito
14
Aprova participação de polícias em manifestações?
LATADA
LATADA
LATADA
Cortejo com muita contestação
"Pimba" aqueceu noite de terça-feira
José Cid encerrou Festa das Latas
Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net
10 NOVEMBRO 2011
cartas
texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista
Senhor primeiro-ministro país velho nações, capacidade criativa. Um às a, nci ligê inte e, hoj , e-se exig Aos países istro, se favona Europa, senhor primeiro-min e pobre como Portugal só se imporá ão sem fim, em iedade do conhecimento e da inovaç ocratas, para nos recer o talento. Estamos numa soc acontece com os políticos ou os bur que do rio trá con ao os, tad ma que só os artistas estão for oado, em 1998 e em 2010, com o Governo, o meu caso: já fui galard do fe che hor sen , Veja ro. futu o garantir te lembrete. gico da década. Atente, então, nes "Merlin Award" para o melhor má anha desde os el. É uma aspiração que nos acomp isív inv -se nar tor igo, am o car u H. G. Wells? O homem sempre quis, me e, muita literatura de ficção. Já leu ent vam lusi inc , ado pir ins tem primórdios da humanidade e que ceito de futuro mudou – e que, até nas suas desventuras, que o con -á, -lhe var pro com fith Gri o: ilidade, por exemplo, Recomendo-lh ação. Que jeito não faria a invisib gin ima de cisa pre cia ciên a pri s para criar nos atualmente, até a pró de fundo duplo e outras artimanha as caix s, elho esp a r rre reco a a nós, mágicos, obrigados o o ar! s e nos tornamos transparentes com mo rece apa des que de ão ilus a es espetador do olho de perceber o reflesobre a matéria, anular o poder cai que luz a r via des vel, visí luz a Portugal não só a Ocultarmo-nos da ativa. Tamanha descoberta daria ern gov e dad ori pri uir stit con xo da luz, tudo isso deveria prio mundo. Senão, veja! se no futuro como de dominar o pró arant adi a os arm volt de de lida possibi ências a inteirar-se, com pelas chancelarias das grandes pot ria sea pas os geir ran Est s ócio armas, droga, O ministro dos Neg Mais nenhum chorudo negócio, de ica. nóm eco a aci lom dip da os red toda a impunidade, dos seg poucos homens e escassos meios, ministro da Defesa poderia, com O o. lad ao ia sar pas nos is, ma sei lá que m dar por isso, o Brasil, a Índia, volta, sorrateiramente, sem ningué de zer tra nos de az cap o rcit exé , o de Imperador. O formar um do a juntar ao título de Presidente ilita hab ria fica aco Cav so nos O clandestinas. as colónias de África. er os deputados infiéis em alcovas end pre sur eria pod s are ent lam ministro dos Assuntos Par o do governo. A ministra da Justiça or eventual aproveitamento limian teri pos a par am viri ser ios tór Os rela a lhe revistar a correspondência no quarto…) do Marinho Pinto par (até te ine gab no e tad von à rar ta de Coimbra. O ministro poderia ent com o maquiavelismo do trotskis os íam bar Aca . dos oga Adv dos u, não teria qualsecreta da Ordem as fortes do Banco Central Europe caix nas o vist ser sem rar ent de ar a dívida. das Finanças, com o dom hões de que precisamos para sald mil mil 300 os oa, Lisb a par zer quer dificuldade em reunir, e tra os subsídios de férias e de Natal descontos e repostos, na totalidade, os os tod dos olvi dev iam ser es Aos portugues amente garantida. – e V. Ex.ª teria a reeleição complet tanta, digatituições não podem pactuar com ins das io sép pre o e lei da ério iliDir-me-á: ó Luís de Matos, o imp el do meu país se torne, na invisib lhe, tão-só, que o governo invisív hopon pro a: . not rre e mo Tom e. não rto dad que só o mo mos, criativi ma criação - o "Chaos". Perceberá últi ha min a ver a o-o vid Con dade, mais eficaz. Com os melhores cumprimentos
Ansião, 10 de novembro de 2011
15
ex(sic)tações
ao microscópio
frases desfeitas A democracia está perigosamente ferida.
RECONHEÇO QUE FOI COM ALGUM ALÍVIO QUE TOMEI CONHECIMENTO DOS RESULTADOS ELEITORAIS NA TURQUIA.
FRANCISCO QUEIRÓS, vereador da câmara de Coimbra
CARLOS AMARAL DIAS, diretor do Instituto Superior Miguel Torga
A DÍVIDA É UM MERO PRETEXTO PARA A CRUZADA IDEOLÓGICA A FAVOR DO TRABALHO "LOW COST". JOSÉ MANUEL PUREZA, professor universitário
A que tamanhas preocupações a análise freudiana, por vezes, nos conduz!
“
JÁ NÃO HÁ MISSIONÁRIOS DE PÉ DESCALÇO.
“
Em qual das asas? A esquerda ou a direita?
MANUEL ANTUNES, cirurgião cardiotorácico
Muitos dos atrasos do Metro, a sua morte anunciada, os gastos sumptuosos e gestão danosa devem-se a negociatas políticas e urbanísticas. HORÁCIO PINA PRATA, empresário Sabe o que acontece quando o despertador toca num quarto vazio? Só acorda o eco…
É claro que não. Hoje, nos mosteiros, tal como nos hospitais, pede-se a Deus, dos males, o menor; ou o que der, à confraria, mais dinheiro…
Estamos, então, de regresso aos tempos de Salazar?
Os deuses devem estar loucos. RICARDO CASTANHEIRA, jurista Há realmente males que vêm para ficar.
A ECONOMIA É UM ASSUNTO SÉRIO DE MAIS PARA SER TRATADO SÓ POR ECONOMISTAS.
A ESCOLA SÓ TEM SENTIDO COM MUITOS MENINOS E MENINAS.
RUI PEREIRA, antigo ministro
JOÃO ATAÍDE, presidente da câmara da Figueira
Tem razão. Nada de verdadeiramente essencial pode ensinar-se. Tudo tem de ser devidamente aprendido.
Antero de Quental só trabalhava na cama. Não veio daí qualquer proveito para o mundo…
NÃO TEMOS FEITO OUTRA COISA DE ANO PARA ANO DO QUE EMAGRECER AS AUTARQUIAS. FERNANDO RUAS, presidente da câmara de Viseu Faz-lhes bem, faz-lhes muito bem!
toma lá dá cá Este é um orçamento de risco, porque não inclui almofadas. Não podemos fingir e ser batoteiros. Ninguém corta subsídios para fazer bonito na Europa. PEDRO PASSOS COELHO
16
O Governo está a aproveitar a crise para fazer uma revolução ideológica, conservadora e ultraliberal. É um PREC de direita. MANUEL ALEGRE
10 NOVEMBRO 2011
retrato falado
elevador do mercado
figura da semana
JORGE CASEIRO
O COMANDANTE do Destacamento de Controlo Costeiro da Figueira da Foz continua a desenvolver uma ação empenhada contra a pesca ilegal de meixão no rio Mondego.
ATÍLIO NUNES teve o PR na
celebração dos 175 anos de Carregal do Sal, que conta agora com um centro cultural de 1,5 milhões de euros.
A SEMANA PASSADA foi, neste contexto, bem sucedida: a apreeensão e devolução ao rio, pela GNR, de 147 quilos de enguias bebés, com valor de mercado estimado em cerca de 73.500 euros, foi a maior de sempre. Foi ainda preso e constituído arguido um comerciante de peixe envolvido na captura clandestina. A APANHA ILEGAL de meixão, que ocorre entre outubro e abril, é altamente lucrativa, valendo à volta de 500 euros por quilo. As redes utilizadas, de malha muito fina, apanham, contudo, além desta espécie, muitas outras, pondo em risco a respetiva sobrevivência.
BARBOSA DE MELO dotou o centro urbano antigo de Coimbr a de um plano de emergência. Salvar vidas e evitar prejuízos é o objetivo.
se eu mandasse
NACIONALIZAVA a banca e os seguros
GARANTIA que todos os cidadãos pudes-
para dar recursos e confiança a quem quisesse produzir; extinguia o financiamento público dos negócios da saúde e da educação; fechava a bolsa e expulsava os vendilhões; afastava os comedores de dinheiro do negócio da energia, das comunicações, das estradas, do caminho-de-ferro, da água. E saldava as contas de troikas com os lucros dos saqueadores.
sem experimentar ser actor, pintor, músico, atleta, bailarino – as sociedades desenvolvidas produzem e vivem cultura e ar livre; as sociedades atrasadas passam as tardes solarengas de domingo no shopping center.
RECONSTRUÍA o centro da minha cidade e limitava o crescimento do subúrbio. Ordenava que se investisse na reabilitação e, tornando pública uma fatia do parque habilitacional, impulsionava o mercado de arrendamento. OBRIGAVA os eleitos a cumprirem as pro-
messas; criminalizava a fraude política; os eleitos não poderiam ser beneficiados (nem prejudicados) pelo exercício de cargos políticos. Legislava direitos para quem trabalha e privações para quem se encostasse ao esforço dos demais.
JAIME RAMOS fundou, há 24
anos, a Fundação ADFP, em Miranda do Corvo. O serviço social prestado à comunidade tem sido constante.
FAZIA cumprir a Constituição...
EDUARDO MELO está no fim
de um mandato polémico na direcção-geral da AAC. A demissão do tesoureiro é a terceira registada no elenco.
a descer a subir
Saldava as contas das troikas com os lucros dos saqueadores
Manuel Rocha, Diretor do Conservatório de Música de Coimbra
17
ao microscópio
Pagou por prostituta mas foi apanhado com burro
acredite se quiser
ceptual a um novo nível e alojar peças que não existam no mundo físico mas sim na imaginação do artista. Quando alguém compra uma destas inusitadas criações, a única coisa que recebe é um cartão com a descrição da obra, feita pelo autor, uma carta de autenticidade. Assim, poderá exibi-la orgulhosamente e descrevê-la aos seus amigos.
Assalta creche com biquíni rosa NO ESTADO de Indianápolis
AG E N T E S DA P O L Í C I A de
Zvishavane (Zimbabué) ficaram surpreendidos quando, numa patrulha de rotina, se depararam com um burro deitado no chão, atado a uma árvore, enquanto um homem tinha sexo com ele. Mais surpreendente ainda foi a justificação do indivíduo. Afirmou que pagou 25 dólares pelos serviços de uma prostituta num bar local e que esta se transformou, magicamente, num burro. "Acho que também sou um burro. Não sei o que aconteceu quando saí do bar, mas estou realmente apaixonado pelo animal", disse ao tribunal. Embriagado e confundido, o homem nunca se mostrou arrependido do que fez.
Dez mil dólares por arte invisível UMA MULHER, cujo nome se desconhece, comprou recentemente ao Museu de Arte Não Visível, uma peça invisível, chamada "Ar Fresco", pela qual pagou a exorbitante quantia de dez mil dólares. A obra faz parte de um projeto do museu que pretende levar a arte con-
18
(Estados Unidos), um homem assaltou uma creche e, a meio do assalto, surpreendeu as autoridades ao despir-se e vestir-se com um apertado biquíni cor-de-rosa roubado. As câmaras de vigilância mostram o larápio num dos quartos do estabelecimento com a peça de rouba e depois, ao soar do alarme de segurança, escapa-se por uma janela. A polícia decidiu divulgar as imagens na esperança de conseguir mais pistas sobre o suspeito.
Safin partiu mais de mil raquetes S E R Á , TA LV E Z , o troféu menos deseja do d a c a r rei r a de Marat Saf in. O tenista russo recebeu da ATP uma recompens a p el a s 1. 0 55 raquetes partidas durante a carreira. Safin foi sempre conhecido pelo seu temperamento sanguíneo, prestes a explodir quando algo lhe corria mal. Durante os 12 anos da carreira, que acabou em 2009, a ATP, com ajuda de um estatístico, contou todas as raquetes quebradas pelo russo. Um recorde!
Kim Kardashian divorcia-se ao fim de 72 dias de casamento A "socialite" Kim Kardashian pediu o divórcio do marido, Kris Humphries, 72 dias depois do casamento, uma boda orçada em sete milhões de euros. Os motivos para a separação ainda não são conhecidos, mas as "más línguas" apontam para uma possível infedilidade de Kris.
lente de contacto ELES (AINDA) ANDAM AÍ
O PERFIL DA CALOIRA
Há alguns anos, a ASAE tornou-se uma das mais famosas forças de policiamento e inspeção do país. A cada semana que passava, lá surgia uma nova notícia de uma apreensão. Feirantes, comerciantes e empresários da restauração viviam no medo. Com o passar do tempo, esse fulgor foi desaparecendo. Mas não se pense que pararam. Ainda outro dia obrigaram umas meninas a trabalhar sem brincos e anéis. Parece que é mesmo verdade: mais vale vender o ouro do que andar com ele.
A foto no Facebook não passou despercebida aos jornalistas de uma revista nacional, que tentaram encontrar explicações para a imagem. A caloira surge virada para a parede, o que aguçou a curiosidade dos camaradas lisboetas, mas o esforço foi inglório no que respeita à interpretação. O lente analisou a imagem ao pormenor, mas ficou na mesma, ou seja: a Cena é bonita. A cor da parede e os dois quadros não destoam e o impacto é fracamente positivo.
NÃO HÁ MÚSICA GRÁTIS
LÁ SE VAI A SEDE
O Natal está à porta e o espírito solidário invade os corações. No meio artístico, as primeiras figuras não têm mãos a medir e acumulam convites para festas de angariação de fundos. Em Coimbra, uma figura da cena musical nacional não tem escapado "à regra". Mas merecia que os pedidos fossem divididos por "outras aldeias", pois esgotou o calendário das borlas e o Natal ainda vem longe.
Com o Metro em águas de bacalhau e os carris a andar para trás, aumentam as preocupações em vários quadrantes. O Tribunal de Contas colocou tudo em "pratos limpos" e o relatório agita, entre outros meios, umas dezenas de páginas do Facebook. Com tantas interrogações ao fundo do túnel já muito boa gente pensa no destino a dar à sede. Resta saber se foi comprada ou se é alugada. A localização é cinco estrelas...
praça de
táxis Está preocupado com a carência de padres no distrito de Coimbra?
REINALDO ANTUNES
É um assunto muito importante. Os católicos precisam de padres, era importante que houvesse mais. Os poucos que existem não conseguem dar conta de tantas freguesias. O país precisa dos valores da Igreja Católica.
JOSÉ
Zangas noturnas Já todos os vimos. Durante o dia, quando há festa, são um par sem problemas de maior. São uma equipa. Terminada a festa, começa a surgir um certo mal-estar. O "diz-que-disse" começa a imperar. Os olhares, que antes eram olhos nos olhos, começam a ser de lado. Há quem diga, até, que o problema já vem de trás. Mas o povo só o viu à noite. A solução não podia ser outra, até porque este "Pedro" passa a vida a fazer isto ao "Lobo" du jour – já não é a primeira vez.Agora, devia era manter os problemas em casa. Havia mesmo necessidade de chamar os "coletes" para impor a lei?
FERNANDES
É capaz de ser uma coisa relevante, mas a mim não me preocupa mesmo nada. Acho que, neste momento, Portugal tem problemas muito mais importantes que têm que ser resolvidos primeiro, do que propriamente a questão dos padres.
espelho meu
19
ao microscópio
vidas
AUTODIDATA
FOTOS: PEDRO RAMOS
Um desenhador nascido para a pintura NO LAR DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA ESTÁ GUARDADO UM DOS SEGREDOS DE ARGANIL. AOS 89 ANOS, JOSÉ COSME É UM ARTISTA COM UM TALENTO INVEJÁVEL
DEPOIS DE observar os qua-
dros que adornam as paredes do quarto de José Cosme é difícil acreditar que o octogenário nunca teve formação em pintura. "Mas é verdade, tenho apenas o antigo Curso Industrial, já chega bem", ri "Zé" Cosme. Então como se explicam as aguarelas que embelezam as paredes? "Isto nasceu comigo e depois fui cultivando. Nunca tive formação, mas fui-me interessando desde miúdo, fui vendo exposições", conta. E, assim, "criei o meu estilo, de que muita gente gosta". Talvez por ser um gosto de toda a vida José Cosme nunca criou os seus "desenhos" com uma lógica comercial. "Não trabalho para vender, participei nalgumas coletivas, até tive uma exposição própria no Fajão", destaca o antigo desenhador projetista, acrescentando que "nunca precisei disto para sobreviver, sempre tive outro emprego". O TRABALHO QUE marcou a
20
sua vida, como desenhador, foi também resultado direto do seu talento para o desenho. "Depois da tropa e de trabalhar como empregado de escritório, o engenheiro da empresa onde eu estava apanhou-me a fazer um ‘boneco’, viu que eu tinha jeito, e disse: ‘amanhã começas logo no desenho'", conta José Cosme. Ao longo dos anos fez parte das equipas que desenharam as estruturas metálicas de centrais térmicas, na ponte da Praia e
“
até deu apoio para uma ponte no México. "Quando era preciso resolver alguma coisa lá ia o Cosme", destaca. "A par do trabalho vinha sempre esta parte que nasceu comigo, dos entretenimentos", resume. A arte não se limita às aguarelas, que demonstram monumentos e paisagens da região. Um autorretrato feito a pastel, retratos dos pais, quadros a óleo são obras que "estão bem à vista aqui no meu quarto". Mas não pára aí.
Felizmente tenho este condão, onde quero "meter as unhas" faço mesmo tudo
Duas esculturas de barro, um painel de madeira que retrata a Sagrada Família, uma maquete de uma cozinha típica, "que é montada em tamanho real todos os anos", também são obra do "Cosme". "Se eu paro morro, tenho de estar sempre a fazer alguma coisa. Por isso é que de vez em quando procuro algo novo". COMO SE TUDO isto não bas-
tasse, há mais um hóbi a que José Cosme não resiste. "O modelismo naval é uma paixão que tenho, gosto de fazer barcos", revela. Prova disso é o modelo que tem em cima da mesa, já pronto para receber os mastros. "Tem de estar pronto no Natal, é para uma pessoa amiga, faço tudo aqui", conta. O "tudo" passa por esculpir as peças, como os pequenos canhões, até fazer as velas. E, "quando terminar este, já tenho outro modelo escolhido". "Felizmente tenho este condão, onde quero 'meter as unhas' faço mesmo tudo", sorri. Isto porque o "Cosme" é um irrequieto. "O que vier, fica feito", conclui.
C193
PUB
MARCO ROQUE
Parar é morrer JOSÉ COSME surgiu, na
última edição da , como um dos exemplos de quem não deixa que a idade trave a atividade de toda uma vida. A figura do artista não denuncia os seus 89 anos, "mas olhe que eles estão cá". Mas não pára. "Se eu não fizer isto, o que é que eu faço? Faz-me confusão como é que indivíduos são capazes de estar a olhar uns para os outros sem fazer nada", sublinha José Cosme. Só tem pena é que "embora queira ensinar, não aparece ninguém para aprender".
C193
PUB
21
opinião
Esperar o inesperado ANTÓNIO PEDRO PITA
NO FUNDO do pensamento grego pré-socrático, cintila uma pequena luz, talvez bruxuleante como a luz do famoso poema de Jorge de Sena sobre a liberdade, cintila e vem ao nosso encontro, feita emissária de um otimismo que, embora trágico, como todos os otimismos verdadeiros, certifica a existência de um futuro (ou de um por vir) sem o qual não há existência autêntica. É UMA LUZ feita de palavras, poucas palavras. Estas: a sabedoria é saber esperar o inesperado. SEJA porque os textos se perderam e o que nos sobra são as jangadas frágeis de fragmentos por vezes muito breves,
“
ESTA sabedoria foi-se perdendo. Não desapareceu por completo do nosso horizonte. Mas foi desativada, como se diz quando se transforma uma bomba num brinquedo. LEIAM ou escutem os vários otimismos dos planificadores absolutos, que supõem levar o mundo na mão e dançar com ele a dança macabra de inesquecíveis alegorias, como a de Chaplin em "O Grande Ditador". NESTES otimismos não há inesperado, limitamo-nos a acolher tranquilamente o que já sabemos que vai chegar. O mundo parece ter-se enrolado para o interior de si mesmo como presente e suspendido qualquer movimento de devir.
O FUTURO É UM PRESENTE IMENSO, DESENCANTADO E TRISTE E O MAR SECOU NUMA PENUMBRA SEM VENTO NEM RELÂMPAGOS
seja porque aqueles foram inventores dados à concisão, à concentração da complicação de mundos na tensão contida de alusões, aforismos, legendas – é como se tivéssemos começado a pensar (a Europa tivesse começado a pensar) em fragmentos, como se todos fôssemos ilhéus de um arquipélago cósmico. E entre as ilhas, entre os fragmentos, em lugar de procurar o que em tempos as/os possa ter ligado, devêssemos reconhecer o silêncio ou o enigma ou o problema que pedem a escuta compreensiva antes do poder de um olhar imperativo. Em lugar da nostalgia da continuidade perdida mas sempre fantasmaticamente restabelecida, a coragem de intuir os abismos e os desamparos irresolúveis em nenhuma praia.
HÁ ÉPOCAS assim. Olhamos um rosto, um recorte do mundo, uma circunstância e só conseguimos ver um rosto, um recorte de mundo, uma circunstância. O futuro é um presente imenso, desencantado e triste e o mar secou numa penumbra sem vento nem relâmpagos. E, no entanto, uma pequenina luz… Esta pequenina luz não está ao fundo do túnel onde a mão invisível dos planificadores absolutos e dos zelosos gestores anónimos nos meteu.
ESSA pequenina luz vem de outro lado. Chamemos-lhe, porque o espaço está a acabar, o fundo da História. Esperar o inesperado promove a "surpresa" à dignidade de categoria historiográfica e resulta de uma determinada perceção do devir histórico, que valorize as descontinuidades e as ruturas e seja capaz de distinguir a ocorrência do acontecimento. AO CONTRÁRIO da ocorrência, o acontecimento parece vir de nenhum lugar para pôr em ordem o nosso presente. Esta imprevisibilidade enriquece de sentido o devir das existências. Sem ela, o sentido oculta-se e a existência seca. E uma sociedade de cidadãos que cultivam a tristeza como virtude cívica e o ressentimento como programa de vida é já uma sociedade póstuma de si mesma.
| António Pedro Pita é professor universitário e assina regularmente este espaço de opinião |
22
10 NOVEMBRO 2011
desde desde
€ 24.140**
INSIGNIA
ADMIRADO EM FRANÇA. IMITADO NA COREIA. FABRICADO NA ALEMANHA. O O melhor melhor automóvel automóvel que que já já construímos. construímos. Gama Gama Insignia Insignia desde desde €24.140, €24.140, na na troca troca do do seu seu carro carro antigo. antigo. www.opel.pt www.opel.pt
Consumo 115 -- 169 169 g/km. g/km. Consumo Combinado: Combinado: 4,3 4,3 -- 7,2 7,2 ll // 100 100 km, km, Emissões Emissões de de CO CO2:: 115
AUTO-INDUSTRIAL, SA (COIMBRA) Identificação de Identificação de Concessionário Concessionário Av. Fernão de Magalhães, 333
Morada 3000-176 Coimbra Morada crm.coimbra@auto-industrial.pt Contactos Contactos Tlf 239 003 050 Site Site
C213
2 * Preço promocional referente à versão Insignia 4p Edition 1.4 Turbo (140cv) calculado sobre o PRVP deduzido do valor da Campanha de Retoma Opel, em vigor para veículos com mais * Preço promocional referente à versão Insignia 4p Edition 1.4 Turbo (140cv) calculado sobre o PRVP deduzido do valor da Campanha de Retoma Opel, em vigor para veículos com mais de 13 anos. Não inclui despesas de preparação, averbamento e transporte. Campanha válida de 01.09.2011 a 31.12.2011 nos Distribuidores Opel aderentes. O equipamento apresentado de 13 anos. Não inclui despesas de preparação, averbamento e transporte. Campanha válida de 01.09.2011 a 31.12.2011 nos Distribuidores Opel aderentes. O equipamento apresentado na imagem pode não corresponder à versão anunciada. na imagem pode não corresponder à versão anunciada.
sociedade
entrevista
CARLOS FREIRE DE OLIVEIRA
“
Juntem-se a nós e sejam solidários DR
O PRESIDENTE DO NÚCLEO REGIONAL DO CENTRO DA LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO LANÇA O APELO AOS JOVENS E GARANTE: "É UM GESTO DE NOBREZA COLABORAR COM ESTA CAUSA" TEXTO MÁRIO NICOLAU
F
undada em 1941 e com objetivos dirigidos à problemática oncológica, a Liga Portuguesa Contra o Cancro possui cinco núcleos regionais, numa estrutura descentralizada que visa aproximar às necessidades e características próprias de cada população.
Quais são as grandes áreas de intervenção da Liga? Desde logo, o que consignámos chamar de apoio social. Esta área esteve, de resto, na génese da criação da Liga – o apoio ao doente oncológico e familiares, sobretudo o mais carenciado. Ao longo dos 70 anos da sua existência, a Liga foi desenvolvendo paralelamente outras iniciativas, orientadas para a educação, prevenção e diagnóstico precoce
24
do cancro e de apoio à investigação em oncologia, sem, no entanto, descurar o apoio social. Pelo contrário, esta área tem merecido um especial cuidado neste últimos anos. Quais as razões desse "especial cuidado" com o apoio social? O diagnóstico de uma doença oncológica associa-se a um conjunto de receios e alterações de ordem física e psíquica, que poderão refletir-se em dificuldades no agregado familiar. O âmbito da ação social da Liga contempla um conjunto de medidas que visam o apoio ao doente, procurando diminuir as situações de vulnerabilidade e simultaneamente, promover a sua integração social, assegurando especial proteção aos doentes mais desfavorecidos, em termos de carência
económica ou social. Como se concretiza o apoio social? Para que seja mais fácil perceber vou dar um exemplo: um doente pode apresentar dificuldades financeiras para as deslocações ao hospital onde se encontra a realizar os tratamentos de quimio ou radioterapia. Não raras vezes os doentes "abandonam" os tratamentos porque simplesmente não têm dinheiro para se deslocar ou mesmo para assegurar uma estadia junto dos hospitais onde se encontram a realizar tratamento. É aqui que a Liga intervém: avaliando a necessidade e apoiando. Este apoio social pode ainda revestir-se de outras formas, informando e orientando o doente sobre questões muito básicas como os seus direitos e locais de
10 NOVEMBRO 2011
tratamento. Trata-se de um apoio informativo. O apoio social na vertente emocional traduz-se na possibilidade do doente ou sobrevivente receber apoio de outros doentes ou sobreviventes, através de voluntariado de entre-ajuda. Um testemunho de que é possível vencer o cancro. Mais recentemente a Liga Portuguesa Contra o Cancro criou unidades de psico-oncologia, através das quais é providenciado um apoio profissional e específico ao doente e familiares e que visa melhorar o bem estar da família, ajudando a lidar melhor com as dificuldades associadas à doença. Que critérios estão subjacentes à atribuição de apoio social pela Liga? A atribuição de apoios sociais é realizada
através de um exigente processo de apreciação técnica, consubstanciado em informação recolhida de várias fontes. A intervenção da Liga apenas tem lugar quando "esgotados" os mecanismos estatais de apoio ou quando se verifiquem impedimentos de ordem burocrática, susceptíveis de agravar o estado de saúde do doente ou da sua família. Se, face ao contexto sócio-económico que vivemos, são já tão grandes as dificuldades sentidas pelo cidadão comum, imagine quando agravadas por uma doença oncológica. Por isso as verbas de apoio social que havíamos orçamentado para o ano de 2011 foram "esgotadas" no mês de setembro. O número de doentes que procura o apoio da liga aumentou de forma significativa, facto que nos levou a reforçar este apoio, através dos Gabinetes de Apoio
Social que a liga tem na sede do núcleo, em Coimbra, e nas instalações do IPO. Em que medida o voluntariado é importante na ação da Liga Portuguesa Contra o Cancro? O voluntariado comunitário promovido pelo Núcleo Regional do Centro da Liga é um case-study a nível nacional. Este voluntariado é desenvolvido através de grupos que atuam ao nível de cada concelho e que começaram a ser constituídos na região Centro no início da década de 70. Trata-se de uma estrutura ímpar, neste momento com cerca de 800 pessoas, que permite um conhecimento e um acompanhamento constante das populações e uma presença efetiva da liga junto destas.
25
sociedade
entrevista
Qual é o papel dos voluntários comunitários? Os voluntários comunitários são responsáveis pela ação da Liga em cada concelho e o seu papel passa pela sensibilização para a adoção de estilos de vida saudáveis, a informação sobre a instituição e os serviços que desenvolve, o apoio ao doente oncológico e familiares e a angariação de fundos para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. No fundo, são verdadeiros agentes da luta contra o cancro em cada comunidade.
A Liga promove que outros tipos de voluntariado? Para além do voluntariado comunitário e o de entreajuda que mencionei anteriormente, a Liga promove e financia o voluntariado hospitalar que, em Coimbra, é desenvolvido no Instituto Português de Oncologia (IPO). Damos forma a uma finalidade da Liga: a humanização da assistência ao doente oncológico. O voluntário estabelece um contacto direto com o doente e com a família, muitas vezes mais íntimo e mais estreito do que os profissionais envolvidos no tratamento. Oferece informações, atenção, conforto, convívio, esperança, e modelos de "como lidar", partilhando o universo emocional do doente. Como podem as pessoas candidatar-se ao voluntariado? Basta entrar em contacto com o Núcleo Regional do Centro da Liga. Através da nossa unidade de voluntariado serão explicados com algum pormenor os projetos de voluntariado em curso e as condições de acesso. Será realizada uma entrevista de avaliação e um curso de formação inicial que tem por
26
DR
Qualquer pessoa pode ser voluntária? Depende. A admissão ao voluntariado requer algumas condições como por exemplo no voluntariado de grupos de entreajuda, como é o caso do Movimento Vencer e Viver. Este movimento é constituído por mulheres que tiveram cancro da mama e que dão apoio a outras mulheres a passar pela mesma experiência. A voluntária oferece um testemunho de "igual para igual" e transmite uma mensagem de esperança, sendo exemplo que "é possível vencer o cancro". Recentemente estabelecemos uma Carta de Princípios do Voluntariado. Esta carta resume a visão da instituição sobre os princípios fundamentais do voluntariado, orientando a atuação do voluntário nas várias valências de atividade promovidas pelo Núcleo Regional do Centro.
o grande pilar da ação da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Mas, se o fator humano é primordial, o fator económico é também muito importante. As contribuições recebidas através dos donativos de particulares e empresas, sobretudo por altura do peditório nacional, permitem custear os aspetos materiais de apoio ao doente e o desenvolvimento das iniciativas de promoção da saúde e de prevenção da doença, que de outra forma não seria possível concretizar.
“
Voluntariado é "dar, sem esperar receber". O voluntariado é enriquecedor, contribuindo para a cidadania ativa
objetivo a integração na instituição, o conhecimento dos nossos valores e a conduta do voluntário perante o utente ou doente. E o que é o voluntariado para o voluntário? É uma boa questão. A lei define o voluntariado como "conjunto de ações de interesse social e comunitário, realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projetos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade, desenvolvidos sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas". Na minha perspectiva voluntariado é "dar, sem esperar receber" mas recebendo na mesma! O voluntariado beneficia não só o doente mas também o próprio voluntário. É enriquecedor, contribuindo para a cidadania ativa. Mas nem tudo se faz só com voluntariado? Claro que não! O voluntariado é sem dúvida
E os donativos, são suficientes? Numa palavra: não! Temos de reconhecer a gratidão e solidariedade da população nos sucessivos peditórios que anualmente realizamos. Queremos pensar que tal se deve ao reconhecimento do papel da Liga Portuguesa Contra o Cancro na sociedade. Lanço um apelo de solidariedade e dirijo-o sobretudo aos mais jovens: juntem-se a nós. Sejam solidários. É um gesto de nobreza colaborar nesta causa. Bem sei que a altura é difícil e nem todos estão em situação de poder contribuir com donativos, mas, creio, muitos poderão colaborar como voluntários. E que projetos pretende a Liga desenvolver no futuro? Num futuro mais imediato esperamos poder concretizar a rede social de alojamento ao doente oncológico. É um projeto que pretendemos desenvolver em parceria com outras entidades públicas e privadas e que visa disponibilizar ao doente oncológico e família carenciada a possibilidade de dormida social, durante o período em que se encontra a realizar os tratamentos no hospital, evitando assim a deslocação diária para o local de residência e permitindo a presença de um elemento da família. Precisamos de espaço físico. Do resto trataremos nós. Pretendemos também alargar o voluntariado hospitalar a outros hospitais com serviços de oncologia na região Centro. Outro projeto trata da criação de um novo movimento de entre-ajuda para doentes laringectomizados/ostomizados, que, para além dos próprios doentes, incluirá uma equipa de enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Além disso, pretendemos também reforçar a divulgação da consulta de psico-oncologia para que mais doentes oncológicos e familiares possam beneficiar deste tipo de apoio especializado. Gostaríamos também de, em breve, disponibilizar nos vários núcleos da Liga Portuguesa Contra o Cancro outro tipo de consultas de especialidade, nomeadamente de desabituação tabágica.
10 NOVEMBRO 2011
C22
assinaturas@cnoticias.net
27
sociedade
reportagem
BLOCO ESTÁ MAIS FEMININO
MULHERES QUE VIVEM PARA A ARTE DE OPERAR PENSA QUE O BLOCO OPERATÓRIO AINDA É COISA SÓ PARA HOMENS? CADA VEZ MAIS A PRESENÇA FEMININA AFIRMA-SE. CONHEÇA O TESTEMUNHO DE CIRURGIÃS QUE VIVEM SEM HORÁRIOS E COM O OBJETIVO DE SALVAR VIDAS MARTA VARANDAS
SÃO MULHERES. São médicas. Em comum
têm ainda a especialidade. São cirurgiãs. Além de medicarem os doentes usam outra arma: operam. Todos os dias travam batalhas contra a morte, que dizem ser o "maior inimigo". Sacrificam a vida pessoal, a família, colocam para segundo plano ter filhos. Em primeiro lugar salvam vidas. Até há muito pouco tempo as especialidades cirúrgicas eram um mundo pertencente aos homens. Além das longas horas de dedicação e do muito trabalho, várias vezes pesado, há ainda o lado do esforço físico. Mas elas não desistem e todos os dias dão provas que são "tão ou mais capazes" que o sexo oposto. SOFIA NUNES TEM 33 ANOS. É natural de
Castelo Branco e veio para Coimbra estudar Medicina. Fez o Internato Geral no Hospital dos Covões, onde foi definindo a vocação para iniciar a especialidade em Cirurgia Geral, nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). Começou em 2005 e já é especialista desde fevereiro. "Lutei contra essa vontade", confessa. "A minha mãe, que também é médica, mas de Clínica Geral, dizia-me sempre 'nem penses em seguir Cirurgia Geral porque não vais ter tempo para nada, não vais ter vida pessoal'". Talvez a mãe de Sofia Nunes tivesse razão. Mas de nada valeu. A forma apaixonada como a jovem cirurgiã fala do trabalho - mes-
28
mo sem ter conseguido, para já, estabilidade profissional, "muito por culpa da conjuntura económica do país e da especialidade em si" -, deixa perceber que está feliz e realizada, independentemente das horas extraordinárias que faz e do trabalho fora do hospital, devido à situação em que se encontra.
"Sentimos a vida dos doentes nas nossas mãos. E isso, ao mesmo tempo que nos assusta, atrai-nos muito" - Sofia Nunes Porquê Cirurgia Geral? "Sentimos a vida dos doentes nas nossas mãos. E isso, ao mesmo tempo que nos assusta, atrai-nos muito", explica. "Há doentes que tratamos só medicamente. Mas é muito diferente de outro que operamos porque, no segundo caso, acaba por ser a nossa obra". Sofia Nunes diz mesmo que o doente que opera é "o nosso menino", que "vamos ver todos os dias e se alguma coisa acontece queremos vir cá, operar ou reoperar porque fomos nós que fizemos. É uma obra nossa e por isso ficamos tão ligados". Sempre de sorriso nos lábios, a cirurgiã admite que o esforço físico numa especialidade cirúrgica é diferente de outra especialidade médica. "Temos de trabalhar todos os dias, ir para o bloco operatório, operar durante a noite", enumera. E acrescenta: "física e mental-
10 NOVEMBRO 2011
ou a ver". E desmistifica: "não é o tremer ou deixar de tremer que é mais importante. Temos de ter é firmeza no que estamos a fazer. O estado de espírito e a concentração são fundamentais no bloco operatório". Todos os dias Sofia começa o dia às 08H00 nos HUC. Já teve uma semana com 140 horas de trabalho, contabilizadas pelo namorado. Pensa várias vezes em ter filhos. Mas ser "mãe ausente não". Para já entrega-se à arte de salvar vidas. A 4.ª CIRURGIÃ DOS HUC. Maria Gorete Jor-
A MORTE. "Cada doente que nos morre é
CIRURGIÃS NÃO ALMOÇAM. Maria Gore-
sempre um fracasso. Mesmo que não houvesse nada a fazer. O nosso objetivo é lutar contra a morte, que é o nosso maior inimigo", afiança. Contudo, Sofia Nunes explica que também é importante saber aceitá-la "e saber ajudar o doente a morrer de forma digna e sem dor. Já aceito a morte de forma mais pacífica mas não é fácil, sentimo-nos impotentes nesses momentos", principalmente "quando se criam laços". Ainda assim, convém não esquecer que há que manter alguma distância, "uma defesa para nós, que se vai ganhando", para "não deixarmos de ser objetivos". Por isso se diz muitas vezes que os cirurgiões são considerados "médicos frios, de poucas palavras. Mas tem de ser".
te Jorge, sempre bem-disposta, explica que quando há intervenções na hora do almoço não pode comer. "Só o fazemos quando há uma intervenção muito prolongada". Diz também que para ganhar tempo, habituou-se a prescindir muitas vezes do almoço, "para ter tempo para poder estar com as minhas filhas". Diz que tanto a Teresa, com 21 anos como a Francisca, com 19, não quiseram seguir a mãe. A primeira optou por Psicologia, a segunda pelas Relações Internacionais. "A mãe está muitas vezes fora de casa. Dorme no hospital, não almoça a horas, janta em casa quando calha", confidencia.
FOTOS PEDRO RAMOS
mente, leva-nos à exaustão completa". Também por isso "as mulheres têm de mostrar que têm o mesmo valor dos homens. Temos de mostrar que temos resistência física para uma cirurgia mais pesada e que somos capazes. Já estive 12 horas seguidas numa mesa, em pé, a operar", exemplifica.
ge tem 53 anos e é natural da Guarda. Estudou Medicina em Salamanca, "por estar mais perto", mas está em Coimbra há 23 anos, sendo cirurgiã geral nos HUC há 15. Foi a quarta mulher naquelas funções no hospital, mas garante que nunca se sentiu discriminada. "Gostar de ser cirurgiã geral é o mais importante. A partir daí tudo é fácil", conta. Com uma doçura na voz que chega a embalar, aparentemente calma, explica que está sempre à espera que as coisas corram pelo melhor "e o mais depressa possível". Muitas vezes estar à espera que um medicamento atue leva tempo demais e "não é o mesmo que operar e resolver logo o problema". Este foi um dos motivos que a levou a escolher a especialidade. Mas há mais. "Desde que tenha um doente para tratar sinto-me feliz. Ao feriado, ou se tenho três semanas de férias, quando chego aos 15 dias já estou cansada", diz, sempre a sorrir. "Gosto muito de trabalhar e fazer bem pelas pessoas que estão fragilizadas e confiam em nós".
SOFIA NUNES (à esquerda) e Maria Gorete Jorge (em baixo), nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde exercem Cirurgia Geral. Em cima está Sandra Ferreira, no bloco operatório do Serviço de Cirurgia Maxilo-Facial dos HUC
AS MÃOS. A cirurgiã explica que é "a ver mui-
to que se aprende. Ajudamos muito quando estamos a tirar a especialidade. É fundamental ter horas de bloco, seja a operar, a ajudar,
O TREINO DAS MÃOS. Maria Gorete Jorge
explica que na Cirurgia Geral o treino adquire-se com estudo e a ver. "Começamos por coisas pequenas, para ter a sensação dos tecidos e começar a cortar. É necessário saber dissecar bem. Quanto mais se faz, mais se aprende".
29
sociedade
reportagem
Até há muito pouco tempo as especialidades cirúrgicas eram um mundo pertencente aos homens A cirurgiã frisa que desde que trabalha como especialista e teve doentes sobre a sua responsabilidade, criou sempre, "às vezes em demasia", empatia: "sonho com os doentes, sei o nome deles, o número do processo, se faltam à consulta". E quando morrem? "É complicado". Sobre a morte, Maria Gorete é parca em palavras, referindo que é a "única coisa sem solução". Diz que as pessoas esperam muito dos cirurgiões, porque "não estão preparadas para perceber que também somos pessoas. Os HUC não são a casa dos milagres! E as pessoas não são eternas. Tentamos prolongar a vida, mas sem qualidade, não é vida. Muitas vezes há sentimento de impotência, mas nunca sinto culpa". A cirurgiã costuma dizer aos seus pacientes que "a cama é para os doentes" e defende que o carinho é fundamental para a recuperação. Mulher, mãe, cirurgiã, dona de casa... Ainda assim há tempo para receber os amigos. "Tenho um marido que é um excelente companheiro. É uma ternura". E volta a sorrir. ELZA ALMEIDA tem 36 anos. Natural de Viseu, estudou Medicina na Universidade de Coimbra e especializou-se em Cirurgia Geral, mas através do IPO, sendo a formação de base em Oncologia. "Tive um caso em casa. Fez-me pensar que eu queria ajudar pessoas com aquele tipo de doença. O doente oncológico não é só o doente, é a família inteira que tem um cancro. Temos grandes vitórias e grandes derrotas. Cada doente oncológico é um desafio". É especialista há três anos: ao fim de um ano de especialidade, em Coimbra, passou para o Hospital de Santo André, Leiria, onde está há dois anos pela experiência que tem em cirurgia mamária, sendo a responsável, com Margarida Torgal, pela consulta de Patologia Mamária. RESULTADOS IMEDIATOS. "Escolhi Cirur-
gia Geral porque temos resultados imediatos, quer sejam positivos ou negativos. Temos um feedback muito rápido da atuação num doente", explica. Por outro lado, a parte difícil é "lidar com seres humanos e muitas vezes termos de dar notícias complicadas de serem dadas". Elza Almeida refere que é muito di-
30
NÚMERO DE CIRURGIÃS TEM AUMENTADO O TOTAL de médicas cirurgiãs,
distribuídas pelas especialidades de Cirurgia Geral, Cirurgia Maxilo-Facial, Cirurgia Plástica e Cirurgia Vascular tem vindo a aumentar nos últimos anos nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). De acordo com dados da Gestão de Recursos Humanos a que a teve acesso, em outubro de 2001 eram 25 as médicas nestas especialidades cirúrgicas, onde estão incluídas as internas de cada especialidade referenciada. Em outubro último, o número cresceu para as 32 médicas. As idades destas mulheres variam entre os 37 e os 60 anos. As mais novas têm 26 anos, estando ainda a tirar a especialidade.
10 NOVEMBRO 2011
Optou por ser uma "excelente interna". Ainda não é mãe. Não é fácil "conciliar tudo". Mas se voltasse atrás, "faria exatamente o mesmo". SANDRA FERREIRA é interna do último ano de Cirurgia Maxilo-Facial. Tem 35 anos e é de Coimbra. Escolheu Cirurgia porque gosta de trabalhar com as suas mãos e ver "o resultado imediato do meu trabalho". A escolha de Maxilo-Facial deve-se ao trabalhar "o rosto, que tem uma componente estética e reconstrutiva. É um trabalho gratificante porque mudamos a vida das pessoas. Vemos o que construímos e reconstruímos". Em Cirurgia Maxilo-Facial também são tratadas malformações. Sandra Ferreira diz que quando há um tumor da face, em termos visuais, "é destrutivo. Conseguimos tratar a doença em si e a imagem do doente".
"Vou buscar coragem para a minha vida no bloco operatório, porque faz parte de mim. Estou de férias e preciso operar" - Elza Almeida
SANDRA FERREIRA (à esquerda) é interna da especialidade de Cirurgia Maxilo-Facial nos HUC no último ano. Já Elza Almeida (em baixo) é especialista de Cirurgia Geral, com base em Oncologia, no Hospital de Santo André, em Leiria
fícil dizer à família que "chegámos ao fim da linha", e fazer perceber "que não desistimos", quando muitas vezes o "não fazer mais nada é o melhor, não sendo sinónimo de 'estão a desistir de mim'". O BLOCO OPERATÓRIO: "É lá que vou buscar coragem para a minha vida, porque faz parte de mim. Estou de férias e preciso operar. Para estar bem tenho de estar a operar". A cirurgiã diz que não fica com stress ao entrar no bloco. "Amo operar, se há momentos de stress no ato operatório, da melhor maneira tudo se resolve e daí para a frente é automático". Porque esta é a função de Elza Almeida, "desde que abro um doente até o fechar. Tremo só quando acabou a intervenção. É o chamado pós-stress. Nunca antes, nem durante. Não podemos perder o controlo". A cirurgiã diz que há sempre doentes que ultrapassam a barreira médico-doente e é muito difícil quando as coisas não correm bem. "Acabamos por sofrer autênticas perdas pessoais". Sobre as oportunidades, diz ter sentido sempre alguma discriminação, pelas especialidades cirúrgicas estarem ligadas aos homens. Contudo, "tem havido uma mudança na forma como somos olhadas. Somos tão ou mais capazes que eles. Somos mãe, filha, médica, cirurgiã".
A cirurgia oncológica da especialidade trata o tumor da face, cabeça e pescoço. Segue-se a fase de reconstrução, "que pode ser no imediato ou numa segunda fase", explica. Sandra Ferreira chegou a ouvir que aquela "não era uma especialidade para mulheres", devido à capacidade física que é exigida. "Mas hoje em dia não há qualquer diferença entre um homem e uma mulher dentro de um bloco operatório", adianta. A cirurgiã tem um gosto especial pela parte malformativa pediátrica, porque são cirurgias "mais minuciosas e que obrigam a um pormenor mais acentuado". Aprendeu com "mestres", a ver muito e a ajudar. "Vamos praticando e aperfeiçoando a técnica". SANGUE FRIO. No entender da cirurgiã, em casos de urgência "há que ter sangue frio, de maneira a salvar a vida da pessoa". Quando não acontece, é necessário superar. "Temos de dar o máximo apoio e confiança aos doentes, mas também temos de nos saber proteger. Tem de haver uma distância emocional", diz. Sandra Ferreira ainda não tem filhos porque quis dedicar-se a 100 por cento ao internato. "Para já deixei para trás. Os doentes não escolhem horários. Operamos numa sexta-feira e eles estão lá no sábado e domingo. Tenho de ter disponibilidade constante, com sacrifícios pessoais".
31
opinião
MIRA LAGOA SOBRAL
Sinais dos tempos VOLTA e meia é natural que surja, em muitos de nós, a necessidade de nos distanciarmos do quotidiano, e subtrairmo-nos à pressão do "urgente" e do "importante" (já repararam que, num debate televisivo quando o moderador pretende imprimir mais ritmo, mais vivacidade e recolocar o debate a evoluir para um almejado patamar de mais qualidade e que catalise o aparecimento de novidades interpretativas e justificativas, quem se encontrava no uso da palavra sempre pede mais um tempo porque tem mais algo a dizer, por acaso, muito importante). E quase sempre acabamos na eterna pergunta: mas porquê? Porquê? Se, aleatoriamente, se meter a mão no saco das razões nanogranuladas, corremos o risco de despistar, por exemplo, razões de fundo e de substância que estaremos a negligenciar: será porque, já estamos a viver a quarta década, deixamos de ter escolas, em que a infância e a juventude beneficiavam da aprendizagem, e passamos a ter estabelecimentos de ensino, em que a nota dominante deixa de ser a aprendizagem e passou a ser a "ensinagem"? Ou seja, deixou de ser identificar
“
JÁ IMAGINARAM OS HOSPITAIS PASSAREM A SER IDENTIFICADOS COMO ESTABELECIMENTOS DE MEDICINA? aquela realidade pela maioria beneficiária e passou a ser conhecida e reconhecida pela minoria profissional. Já imaginaram os hospitais passarem a ser identificados, conhecidos e reconhecidos como estabelecimentos de medicina? SERÁ porque se usa e abusa da expressão comunidade escolar, e ao adoptar-se maciça e indiferenciadamente esta expressão, acabamos todos por nos focar apenas no conjunto de pessoas direta e imediatamente envolvidas, e marginalizamos toda a demais sociedade, desresponsabilizando-a, e acantonamos infantes e jovens, professores, auxiliares de ação educativa, encarregados de educação num núcleo fechado, afunilado, estabelecimento a estabelecimento, fazendo com que cada cidade e vila tenha tantas comunidades educativas quantos os estabelecimentos de ensino existentes? A serem verdade as duas razões anteriores, não se
estará a fomentar os egoísmos, a tornar a sociedade global num aglomerado a esmo de nanocomunidades, fomentadoras de egoísmos pequenos e tendencialmente enconchados e predispostos a agressividade mais ou menos contidas? Será que a adesão maciça ao conceito keynesiano, de que cada um de nós a médio prazo estará morto, nos faz perder de vista que, no tempo, há mais vida para além de nós e que é dever de cada um deixar herança e não transferir para incertos vindouros o custo da responsabilidade da nossa miopia temporal? SERÁ que criamos dentro da língua tantos dialetos ( juridiquês, mediquês, politiquês, socialês, tecnicês, economês, literatês, informatês, etc., etc. ) que produzimos uma nova Babel, em que apenas se soltam muitos sons, mas ninguém comunica e quase ninguém entende nem se faz entender? Será que o "choque tecnológico", o "choque fiscal", e tantos outros choques que por aí pululam não são meras variantes de gases paralisantes? Do cérebro, da vontade e da capacidade decisória? Será que a comunicação social não estará a apoucar e a apequenar o país ao concentrar as notícias que reputam divulgáveis apenas em Lisboa e no Porto, esquecendo que 70 por cento da população que dá vida ao país (onde se gera poupança, onde acontece muito país, e onde exerce e gera muita riqueza o português anónimo) não colunável, mas sem o qual a dupla (Lisboa e Porto) não lograria subsistir? Porque será que a comunicação social encurta e encolhe, humanamente o país? SERÁ que o proclamado poder de desembaraço (= desenrasca) nacional não é, em boa verdade, a confissão pública e espontânea da incapacidade e falta de vontade de planear e programar? Será que a dita capacidade associativa dos portugueses, com a proliferação infestante de micro associações culturais, desportivas, recreativas e equiparadas não será uma forma discreta de confessar a incapacidade de nos submeter às regras da vivência organizada e disciplinada, e a ânsia snob de protagonismo e o doentio desejo de se ser presidente e/ou diretor do que quer que seja? No fundo, no fundo, não serão estas algumas das razões de fundo que nos impedem de, de há muito, sair do fundo? SEJAM estas ou não, sejam outras ou não, de acordo estaremos que sempre mais do mesmo cansa e não avança. A quem pensa será que a atual situação, velha e revelha, compensa? FAÇAMOS mais de nós próprios uma outra forma de consumo. É preferível optarmos por ser com sumo.
| Mira Lagoa Sobral assina todas as semanas este espaço de opinião |
32
10 NOVEMBRO 2011
C251
investigação
sociedade
REINO UNIDO Oportunidades: Medicina, restauração, hotelaria, segurança Total de portugueses: 83.000 Emigrantes lusos num só ano: 12.080 (2010)
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Oportunidades: Indústria, serviços, área científica, ensino e artes Total de portugueses: 191.802 (2010) Emigrantes lusos num ano: 755 (2010)
FRANÇA Oportunidades: construção civil, portaria, enfermagem, engenharia Total de portugueses: 580.240 (2008) Emigrantes lusos num só ano: Sem dados oficiais
VENEZUELA Oportunidades: Setor alimentar Total de portugueses: 53.477 (2001) Emigrantes lusos num só ano: 63 (2001)
BRASIL Oportunidades: Construção civil, arquitetura, comunicação, publicidade Total de portugueses: 213.203 (2000) Emigrantes lusos num só ano: 798 (2010)
A
O ci in To E 23
ADEUS, PO
10,55 2,3 LUXEMBURGO Oportunidades: construção civil, hotelaria, restauração, serviços domésticos Total de portugueses: 41.690 (2001) Emigrantes lusos num só ano: 3.844 (2009)
milhões de portugueses a residir em Portugal
milhões de emigrantes portugueses no mundo
5 milhões de portugueses emigrados, contabilizando os luso-descendentes
SUÍÇA Oportunidades: construção civil, hotelaria, restauração, enfermagem Total de portugueses: 164.691 (2009) Emigrantes lusos num só ano: 13.601 (2009)
MACAU Oportunidades: Advocacia, restauração arquitetura, comunicação Total de portugueses: 1.316 (2006) Emigrantes lusos num só ano: 131 (2010)
MOÇAMBIQUE Oportunidades: Gestão e economia, engenharias Total de portugueses: 22.090 (1997) Emigrantes lusos num só ano: ausência de dados oficiais
ANGOLA Oportunidades: Construção civil, arquitetura, segurança, informática Total de portugueses: 91.900 Emigrantes lusos num só ano: 23.787 (2009)
AUSTRÁLIA Oportunidades: Medicina, advocacia, ensino, construção civil Total de portugueses: 18.520 (2010) Emigrantes lusos num só ano: 72 (2010)
O GOVERNO ESTÁ A INCENTIVAR OS JOVENS A IR PARA O ESTRANGEIRO - A SAIR DA SUA "ZONA DE CONFORTO" - EM BUSCA DE TRABALHO. A SEGUIU O CONSELHO E FOI À PROCURA DOS MELHORES PAÍSES DO MUNDO PARA EMIGRAR
PORTUGAL
sociedade
BOAS OFERTAS no setor da construção
investigação
civil e na enfermagem levam milhares de portugueses a emigrar
BRUNO VICENTE
e do Desporto, Alexandre Miguel Mestre, incentivou os jovens portugueses desempregados a emigrar, alegando que, com as dificuldades que o país enfrenta, é preciso que ganhem coragem para "sair da zona de conforto". Os jovens preferiam, com certeza, que o seu próprio país lhes desse condições mínimas para sobreviverem, mas o que encontram na maioria dos casos é desemprego ou trabalho precário. Por isso, nem é de estranhar que mais de 25 por cento dos portugueses – de todas as idades – estejam a pensar em trabalhar fora de Portugal, revelam estudos de mercado. A pôs-se ao lado da avalanche de pessoas que procura melhores condições de vida e foi em busca dos melhores países do mundo para emigrar. Antes dos detalhes, é sensato prestar atenção ao retrato geral traçado por Elsa Lechner, co-coordenadora do Núcleo das Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. "Neste momento, os países que estão a atrair trabalhadores portugueses são os que oferecem trabalho nas áreas de competência de cada um. Assim, quem trabalha na construção civil dirige-se sobretudo para Angola e Brasil, onde o setor está bem ativo e em expansão. Quem trabalha na área da saúde, sobretudo enfermeiros, encontra emprego no Reino Unido. E os trabalhado-
Os salários tendem a ser mais elevados na emigração, sobretudo em Angola e nos países do Norte da Europa res não qualificados alimentam as redes já existentes, por exemplo, em França, Suíça ou Luxemburgo", afirma a investigadora. A responsável salienta que os salários tendem a ser "mais elevados na emigração, sobretudo em Angola e nos países do Norte da Europa". Segundo um estudo do Instituto Nacional de Estatística, só em 2008 abandonaram o país mais de 20 mil pessoas. Metade dos emigrantes portugueses tinham como destino outro país da União Europeia. No entanto, "nos últimos meses tem havido um evidente aumento de partidas para Angola e Brasil", refere Elsa Lechner. Portugal tem 10,55 milhões de habitantes, mas existem 2,3 milhões de portugueses espalhados pelo mundo, dados que colocam es-
36
te pequeno país no top 10 da emigração mundial. Os portugueses emigrados em conjunto com os luso-descendentes ascendem já os 5 milhões, um valor que representa quase 50% das pessoas que residem em Portugal. O BRASIL é um dos países que, atualmente,
apresenta mais oportunidades de trabalho para os portugueses. O investimento em projetos de grande envergadura - como por exemplo as infraestruturas para o Campeonato do Mundo de Futebol 2014 e para os Jogos Olímpicos 2016, mas não só – levou a um boom na área da construção civil. Os brasileiros procuram agora trabalhadores qualificados, com os engenheiros e arquitetos à cabeça. Uma fatia significativa dos mais de 200 mil portugueses que estão no Brasil trabalha em publicidade e comunicação. A língua e os laços familiares que existem no país de destino são cruciais nesta aventura, explica Filipa Pinho, da equipa do Observatório da Emigração, entidade que disponibilizou a estatística que serviu de base a este artigo. "Os emigrantes tendem a procurar não só os países que lhes deem melhores oportunidades, mas também os países com os quais estão mais familiarizados", afirma. Ainda no continente americano, mas a norte do Brasil, encontramos o curioso caso da Venezuela, onde já residem mais de 53 mil portugueses. O setor alimentar venezuelano é dominado pelos emigrantes lusos, de modo que o país continua a ser uma boa aposta
para quem se especializou nesta área, seja na restauração ou na distribuição de bens-alimentares. As padarias portugueses são uma constante e os supermercados lusos, com cadeias como a Excelsior Gama e a Central Madeirense, são grandes referências. Ainda por cima, o país apresenta alguma pujança económica, o clima é agradável e os venezuelanos são, por norma, bastante simpáticos.
África chama pelos portugueses O CONTINENTE africano apresenta duas referências para os futuros emigrantes. Angola é o país que mais vai crescer em 2012, superando até a China, garante o Fundo Monetário Internacional. O país está de olho nos portugueses, uma vez que precisa de quadros qualificados para dar resposta a este crescimento. E a verdade é que, só em 2009, 23.787 portugueses optaram por partir para Angola. As oportunidades de trabalho são, sobretudo, na área da construção civil e da arquitetura, mas também há algum mercado em setores como a segurança e a engenharia informática. Atenção também a Moçambique, um destino interessante para qualificados em gestão, economia e engenharias. O país apresenta ainda algumas oportunidades interessantes no setor da comunicação.
10 NOVEMBRO 2011
C247
O SECRETÁRIO DE ESTADO da Juventude
Os Estados Unidos da América apresentam outro tipo de oportunidades. A maioria dos membros da comunidade portuguesa trabalha por conta de outrem, na indústria. Mas entre os quase 192 mil portugueses, são já dezenas de milhar os que evoluem nos serviços, na área científica, no ensino e nas artes. E os profissionais liberais são cada vez mais. Nos últimos dois anos, o número de portugueses a emigrar para os Estados Unidos aumentou 6,3 por cento. SE ESTÁ DISPOSTO A EMIGRAR, mas não quer sair da Europa, tem um leque alargado
C247
PUB
de opções. Reino Unido, França e Suíça são destinos ideais para os profissionais da área da saúde, sobretudo os enfermeiros. O Reino Unido, que acolheu mais de 12 mil portugueses só em 2010, tem ainda um mercado muito apetecível para profissionais da restauração, hotelaria e segurança. A França, com cerca de 600 mil portugueses, continua a oferecer postos de trabalho na construção civil (mão de obra não qualificada), mas também em alguns setores da engenharia. O mesmo cenário é visível na Suíça (165 mil portugueses) e Luxemburgo (16 por cento da população é portuguesa), embora aqui existam mais oportunidades de trabalho nas áreas da hotelaria e da restauração. Os licenciados em turismo, hotelaria, enfermagem e engenharia devem ainda sondar a Alemanha, que apresenta cerca de cem mil ofertas de emprego. Se a sua especialidade é a engenharia, mas não quer ir para França, pode encontrar um bom posto na Noruega, o país com maior índice de desenvolvimento humano, segundo a Organização das Nações Unidas. O salário médio, por exemplo, é cerca de o dobro do praticado em Portugal. Está pronto para arriscar?
Ásia ou Oceânia? O NÚMERO de portugueses que emigrou para a Austrália, nos últimos dois anos, aumentou 4,8 por cento. Se pensa que neste país da Oceânia só existem cangurus, não podia estar mais enganado. A meio mundo de distância de Portugal encontra-se a segunda nação mais desenvolvida do planeta, segundo dados revelados pela Organização das Nações Unidas na semana passada (o país de Camões surge apenas no 41.º lugar do ranking). As boas oportunidades na Austrália são, sobretudo, destinadas a médicos, enfermeiros, advogados e professores, mas há muitos portugueses que seguem o trabalho não qualificado e que também conseguem melhorar a sua vida neste país. O continente asiático apresenta um destino interessante. Macau oferece um bom padrão de vida e oportunidades de trabalho em áreas como a advocacia (em grande destaque), a arquitetura, a comunicação, a restauração e algumas especialidades médicas. A distância parece, contudo, estar a travar a coragem dos portugueses. No ano passado chegaram apenas 131 emigrantes lusos a esta região administrativa da República Popular da China.
UMA NANOPARTÍCULA QUE É INTELIGENTE A NANOPARTÍCULA desenvolvida cérebros
investigação
consiste num sistema de transporte de um fármaco usado em quimioterapia convencional e é especificamente direcionada para duas populações celulares distintas: a célula cancerígena e as células dos vasos sanguíneos que irrigam o tumor. Esta tecnologia
atua diretamente ao nível da célula cancerígena e destrói em simultâneo os vasos sanguíneos do tumor, reduzindo o aporte de nutrientes e oxigénio às células tumorais. A nanopartícula permite a entrega do fármaco de forma massiva no compartimento intracelular, semelhante a uma bomba.
CANCRO DA MAMA TEM OS DIAS CONTADOS INVESTIGADORA DA UC CRIA FÁRMACO INTELIGENTE QUE TRATA A DOENÇA, ATRAVÉS DE TECNOLOGIA REVOLUCIONÁRIA, SEM ATACAR AS CÉLULAS SADIAS. MEDICAMENTO PODE ESTAR DISPONÍVEL NA PRÓXIMA DÉCADA
VERA MOURA acredita que dentro de 10 anos o novo fármaco contra o cancro da mama esteja no mercado
à lupa NOME
Vera Dantas Moura DATA DE NASCIMENTO
15 de outubro de 1980
NATURALIDADE E RESIDÊNCIA
Coimbra MÚSICA
Michael Bublé, Lionel Richie, Keith Urban, Alicia Keys UM FILME
"Iron Man" UM LIVRO
"A Arte da Guerra", de Sun Tzu HÓBIS
Ginástica e caminhar à beira-mar
38
MARTA VARANDAS
A ÁREA oncológica continua a ser um dos maiores desafios enfrentados pela indústria farmacêutica. Vera Moura, investigadora no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, está a um passo de pôr termo ao cancro da mama. A investigação que desenvolveu, no âmbito do doutoramento em Tecnologia Farmacêutica pela Universidade de Coimbra, levou-a à criação de um fármaco revolucionário, com características únicas, que trata a doença sem atacar as células sadias do organismo. Falta apenas a autorização da entrada nos ensaios clínicos, para posteriormente levar o medicamento ao mercado, o que pode acontecer num período de 10 anos. ESPERANÇA E PERSISTÊNCIA. Estas foram
as palavras-chave para a jovem investigadora, que aos 31 anos está prestes a colocar a pesquisa oncológica portuguesa num patamar nunca antes alcançado. "Estava longe de pensar onde conseguiríamos chegar", confessa. A "aventura" começou em 2005. Licenciada e a trabalhar há dois anos, Vera Moura concluiu que "não queria passar o resto da vida a trabalhar numa farmácia comunitária, mas sim fazer investigação". A disciplina de Biotecnologia Farmacêutica, no último ano do curso, com o professor Sérgio Simões, ao abordar as terapias na área do cancro foi determinante para a investigadora tomar a decisão final,
motivada também pela experiência pessoal de ter perdido a mãe com a doença e que a fez procurar o mesmo professor. "Candidatei-me a uma bolsa da FCT para iniciar o doutoramento num projeto com os professores João Nuno Moreira e Sérgio Simões, que pretendia criar um tratamento direcionado para o cancro da mama mais seletivo, eficaz e seguro, para erradicar o tumor com pouca acumulação de fármacos em órgãos e tecidos sãos", explicou. TECNOLOGIA INOVADORA. O projeto da equipa consiste num nanomedicamento inteligente, que permite direcionar o fármaco para as células cancerígenas, sem afetar as saudáveis, o que só acontece porque as células-alvo têm o encaixe perfeito para o sistema desenvolvido, funcionando numa lógica de GPS, visto que é apenas nessas células "que a nanopartícula se liga, sem conseguir entrar nas saudáveis, libertando o fármaco só no tumor, onde é necessário", explica Vera Moura. O novo medicamento é ainda capaz de atacar os tumores em dois níveis distintos: as células tumorais e os vasos sanguíneos que nutrem as respetivas células, limitando os efeitos colaterais relacionados com a quimioterapia, como as náuseas e vómitos, a alopecia (perda de cabelo) e a depressão do sistema imune. BONS RESULTADOS. Com os "excelentes" resultados in vitro "percebemos o potencial que a tecnologia tinha", levando a equipa a
10 NOVEMBRO 2011
ciência & tecnologia Xavier Viegas coordena livro sobre incêndios JÁ ESTÁ DISPONÍVEL o livro "Incêndios Florestais", uma obra que pretende ser um manual geral de introdução para quem se quer dedicar ao tema dos incêndios florestais e tomar conhecimento dos resultados mais recentes na investigação nesta área. Para o coordenador do manual, professor Xavier Viegas, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, o comportamento do fogo e a segurança pessoal são as principais contribuições do livro.
Estuário do Mondego é exemplo para o planeta
UM ESTUDO pioneiro a nível internacional, realizado por uma equipa de investigadores dos Centros de Estudos Farmacêuticos e de Ecologia Funcional da UC, determinou o teor de dioxinas presente na cadeia trófica estuarina. A investigação agora feita no estuário do Mondego permite criar valores de referência para os restantes do planeta. patenteá-la de imediato, por entenderem que havia potencialidades para o mercado. Já com o projeto patenteado, em 2008 começaram os estudos in vivo, "com o apoio do IPO de Coimbra, que corroborou os bons resultados", realça Vera Moura. "Abriram-nos portas para testar o medicamento em tecido humano, em células de doentes do IPO". A equipa constatou que o fármaco foi capaz de reconhecer estas células e atacá-las, independentemente do tipo de cancro. Os bons resultados in vitro atestam também que "há novas indicações também para cancro da próstata,
pulmão, cólon (intestino) e melanoma". Vera Moura refere que o projeto concorreu ao QREN, para contemplar financiamento que permita a autorização de entrada em ensaios clínicos e os testes a todas as indicações terapêuticas. Quanto mais depressa houver fundos, mais rápido o fármaco chega à grande indústria farmacêutica e ao mercado. De referir que em 2010 a equipa constituiu a empresa "Treat U", inicialmente com três sócios e hoje com cinco acionistas e a Bluepharma, no seguimento do prémio do Concurso Arrisca Coimbra, em 2009.
Sangue artificial pode existir daqui a 10 anos ENSAIOS CLÍNICOS para testar sangue artificial devem começar dentro de dois ou três anos, podendo ser possível a sua produção no prazo de uma década. Cientistas da Universidade de Edimburgo estão a usar células estaminais da medula óssea para fazer crescer um material que se assemelha aos glóbulos vermelhos criados no corpo humano.
39
opinião
A morte anunciada do Metro Mondego CARLOS FIOLHAIS
NOS anos 60 do século XIX, fizeram-se obras para alargar a rua Ferreira Borges, na Baixa de Coimbra, e cortou-se uma parte da Igreja de S. Tiago. Nos anos 40 do século passado a destruição da Alta em nome do progresso foi um prejuízo lamentado por muitos. Há pouco, a Baixa voltou a ser destruída, com a abertura de um canal para a instalação da linha urbana do Metro Mondego (linha do Hospital). O progresso é, por vezes, cego e bruto. A RECENTE destruição da Baixa de Coimbra poderá
ser pior do que as outras. Da primeira vez, ficou uma rua maior, antes à disposição dos carros e agora à disposi-
“
Governo, principal acionista da empresa Metro Mondego, se prosseguir na sua intenção, vai querer mandar 210 milhões de euros para o lixo. Não é uma derrapagem: é um estampanço! Bem sei que não é nada comparado com a nacionalização do BPN, mas mostra a leviandade de políticos de todos os quadrantes, não apenas os de ontem como os de hoje. HOUVE um mau planeamento deste projeto. Há duas necessidades diferentes, às quais se pretendeu suprir com uma só solução. Uma é a necessidade de melhorar a circulação de pessoas em Coimbra, urbe que tem sido esquecida pelo poder central, enquanto se investia nos Metros de Lisboa e do Porto. Por essa Europa fora, em cidades como Coimbra, existem linhas de elétrico rápido (um metro de superfície), que asseguram a circulação diária a quem vive e trabalha na cidade e também a quem vive fora e lá vem trabalhar. Ainda há pouco estive em Heidelberg, sítio da universidade alemã mais antiga, e vi como os transportes são modernos. Outra necessidade é a melhoria do ramal da Lousã. Por essa Europa fora, há comboios suburbanos, que servem as populações que dormem fora e acorrem às cidades. As duas necessidades poderiam ter sido e podem ser tratadas em separado. Seria um grande erro desistir das duas ideias do Metro Mondego. Mas temos, nesta hora de aflição financeira, de estabelecer prioridades e avançar apenas com aquilo que for mais útil a mais gente. Na Baixa de Coimbra, um canal de circulação, mal ou bem, já foi aberto. E os carris no ramal da Lousã já foram arrancados. Temos de estudar bem o assunto e avançar com a construção do que for irreversível. Na minha opinião, a cidade de Coimbra não poderá ter futuro sem uma rede de transporte rápido. Quando mais tarde a fizerem, mais tarde surgirá o futuro.
NÃO É NADA COMPARADO COM A NACIONALIZAÇÃO DO BPN, MAS MOSTRA LEVIANDADE DE POLÍTICOS DE TODOS OS QUADRANTES
ção dos peões. Da segunda vez, ficaram edifícios de estilo mussolínico que albergam uma boa parte da Universidade. Desta vez, poderá não ficar nada, pois o Governo da nação acaba de anunciar a morte do Metro Mondego. Fica o buraco, o buraco na cidade e o buraco no orçamento. DE FACTO, já se gastaram, desde o início do projeto, 140 milhões de euros. O Governo quer simplesmente repor os carris, que mandou tirar, na linha suburbana (a linha da Lousã), o que vai custar mais 70 milhões de euros, mas não há nenhuma garantia de que esse investimento seja rentável, pois a linha, desligada ou mal ligada à rede ferroviária nacional (que, neste dias de crise, está a ser muito reduzida), não será provavelmente sustentável, podendo os carris vir a ser novamente retirados, ou a linha aproveitada, como outras, para percursos pedonais. Quer dizer, o
| Carlos Fiolhais é professor universitário e assina regularmente este espaço de opinião |
40
10 NOVEMBRO 2011
sociedade
aniversário
Banda RED: sábado há mais! O CONCEITO BASE MANTÉM-SE ATÉ HOJE: ENTRETENIMENTO, MÚSICA E A COR VERMELHA. PELO MEIO HÁ MUITAS HISTÓRIAS PARA CONTAR. NO PRÓXIMO SÁBADO, NO THEATRIX, A BANDA RED ASSINALA O 5.º ANIVERSÁRIO. A AVENTURA começou em Outubro de 2006, numa conversa entre dois dos membros fundadores da Banda RED, João Neto (Voodoo) e Francisco. Pedro (Web) foi um dos temas de conversa e a formação ficou completa. Poucos dias depois, contam, "na mítica reunião em casa do Francisco", em Viseu, tudo ficou decidido e surgiu a Banda RED. O conceito base mantém-se até hoje: entretenimento, música e a cor vermelha. A primeira atuação, a 11 de Novembro 2006, em Mangualde, apesar de alguns imprevistos terminou em beleza e deu força ao "espírito RED". A banda assumiu-se como referência no circuito de bares com música ao vivo na zona Centro do país.
“
A estreia internacional ocorreu em 2010 com espetáculos em Barcelona, Ibiza e Loret del Mar
EM MAIO de 2007, devido a compromissos
(Brandão), que já partilhava o palco com Voodoo e Pedro noutro projeto. Na mesma altura é estreado o primeiro guarda-roupa da banda, com os famosos suspensórios vermelhos. Um ano depois, em 2008, com a colaboração e a criatividade da equipa do Hairtz, liderada por Alex, a banda adotou o conceito de guarda-roupa que se mantém até hoje, com base no carismático kilt, e surgiu em espetáculos de maior dimensão.
profissionais, o baixista/vocalista Francisco foi substituído por Sérgio Fernandes
O ANO de 2009 é um marco no percurso da
banda, com o início da colaboração da Ventre, agência de comunicação e marketing. O novo site da banda, acompanhado pela gestão "intensiva" da imagem, produziu
resultados: surgiu o Clube de Fãs Oficial e o primeiro grande evento organizado pelos fans; meia centena deslocou-se à Praia de Sesimbra para assistir ao espetáculo. A Latada 2009, em Coimbra, ficou na memória da banda como a primeira aparição no palco principal de um grande evento e, em Fevereiro de 2010, registou-se nova mudança: Sérgio Fernandes concluiu o curso superior e dedicou-se ao ensino da música, pelo que foi necessário encontrar um novo baixista/vocalista. Pedro Silva, músico com um percurso sólido, foi o escolhido. A estreia internacional foi outra das notas de 2010 - espetáculos em Barcelona, Ibiza e Loret del Mar. EM MAIO de 2011, a vocação futebolística de Pedro Silva originou a substituição do baixista/vocalista. João Pedro (3D) assumiu funções e nos dois primeiros meses... pisou cerca de 12 palcos de grandes eventos académicos. NO PRÓXIMO SÁBADO, no Theatrix, em Coimbra, a Banda RED assinala cinco anos de atividade. A festa conta com o apoio da REVISTA e o momento alto foi preparado ao pormenor: a apresentação, ao vivo, de um espetáculo interativo que resumirá o percurso da Banda RED. A produção garante um momento memorável com "as pessoas, as músicas e os momentos marcantes" de uma história que ainda agora começou... |MN
BANDA RED comemora o 5.º aniversário no próximo Sábado, no Theatrix
41
sociedade
cinema
PEDRO RAMOS
VÍTOR FERREIRA tem sido o rosto da defesa do cinema português
Quais são as expectativas para este festival? As expectativas passam por, pelo menos, acompanhar a edição do ano passado em termos de público, uma vez que em termos de filmes já conseguimos. A dimensão deste ano é superior à do ano passado, o número de obras recebidas pelo festival é superior. Podemos mesmo dizer que tivemos uma avalanche de inscrições. A estrutura do festival em si mantém-se, porque há um conceito com várias secções onde é possível inovar pouco, mas podemos sempre fazer um apontamento aqui ou ali. Este ano, é feito, por exemplo, com as master sessions, que são sessões de debate em pleno TAGV, extravasando o conceito de sessões de conversa com realizadores das obras a concurso. Vamos utilizar as obras que estão a concurso para promover debates sobre determinados temas. Vamos debater, por exemplo, a praxe em Coimbra, com o filme "Praxis", e a
42
exclusão social, via dos filmes que estão presentes.
contribuiu para o boom do cinema português.
Essas são as grandes novidades? Sim. Temos outra novidade, que foi o convite endereçado à população sénior de Coimbra, com entrada gratuita no fim de semana, tendo havido a preocupação de que, nesses dois dias, os filmes se adequem
Os Caminhos Juniores são também uma aposta a manter? Os Caminhos Juniores são uma aposta cara financeiramente e cara ao festival. Por um lado, pretende estimular nas crianças o gosto pelo cinema português e
“
Coimbra continua a ser um meio caminho entre Lisboa e Porto. Não há formação na área do audiovisual, multimédia e cinema
a este público. Estamos numa época de recursos limitados, onde o crescimento não se presume que venha a ser muito – até por via da crise – mas queremos também dar acesso a essa faixa etária da população que raramente vem ao cinema e que foi aquela faixa da população que, há 20 ou 30 anos,
contribuir, com a exibição só de obras de cinema português, para a educação para o audiovisual, substituindo-se um pouco ao papel da escola naquilo que deveria ser uma educação para o audiovisual e para o cinema. Por outro lado, é caro – mas é um esforço que continuamos a suportar – trazer
10 NOVEMBRO 2011
quatro mil crianças a ver cinema durante uma semana. É complicado, desgasta muito, mas temos conseguido e penso que este ano vamos conseguir outra vez. Temos alguns parceiros que nos apoiam na animação das crianças e estamos a tentar negociar com as transportadoras para que nos seja mais barato trazer estas crianças todas. No ano passado, tiveram um crescimento muito grande de espetadores. Será possível crescer ainda mais este ano? Devido à crise, contamos, pelo menos, manter. Os preços das sessões são equivalentes, continua a haver um bilhete geral bastante barato. Por 20 euros (15 para estudantes), é possível ver 17 sessões de cinema e assistir à abertura. Contamos que o público que nos é fiel venha e contamos chegar a outros públicos da cidade e a outros públicos da região. Nessa perspetiva foi feita uma parceria com a CP em que
VÍTOR FERREIRA
PEDRO RAMOS
Cinema “português está vivo e de boa saúde O DIRETOR DOS CAMINHOS DO CINEMA PORTUGUÊS DESAFIA O PÚBLICO DE COIMBRA A DESCOBRIR A NOVA PRODUÇÃO NACIONAL, QUE CHEGOU EM FORÇA AO FESTIVAL TEXTO VASCO GARCIA
quem vier ao festival de comboio tem 40 por cento de desconto no bilhete de volta. É uma tentativa de ir buscar outros públicos e afirmar o festival na região Centro. A que se deveu o boom do ano passado? Nós temos um problema no conceito do festival. Todas as obras presentes a concurso têm de ser, necessariamente, produzidas após a edição anterior e até à edição corrente. Estamos limitados à produção dos criadores. Por exemplo, 2012 deverá ser um ano complicado em termos de programação porque quase ninguém está a trabalhar neste momento, porque há poucos recursos. Isso limita-nos a capacidade de atração de público. Nós tentamos colmatar isso com a inclusão de outros elementos, como os ensaios visuais, que vão buscar aquilo que se produz nas escolas de cinema, com a mostra de cinema mundial e com as retrospetivas. Aí temos liberdade de
programação e não estamos tão limitados. Este ano, a produção é boa? Quando nos vemos na obrigação de colocar uma longa-metragem – que, por norma, são os filmes nobres e que são apresentados à noite – à tarde é porque temos programação em demasia para uma semana de festival. Tem havido muita produção de Coimbra a chegar aos Caminhos? Este ano, não há muita. Coimbra continua a ser um meio caminho entre Lisboa e Porto. E até o Porto tem cada vez menos peso na produção de cinema em Portugal. Infelizmente é assim, mas é a realidade que temos… A organização já pensou em criar um prémio só para produção de Coimbra ou da região? A esse nível, já temos este ano uma
inovação no festival, que é o Prémio Revista . É uma ideia a considerar. Mas temos um problema em Coimbra, que é a formação na área do audiovisual, multimédia e cinema. Ela é muito teórica e pouco prática, o que leva a que as pessoas vão procurar formação a Lisboa e Porto e acabem por se radicar lá. Como vê hoje o panorama do cinema em Portugal? Acho que o cinema português tem evoluído consideravelmente ao longo dos últimos anos, fruto de uma nova escola de realizadores, de uma nova forma de entender o cinema e do abandono progressivo daquela identidade de filme de autor com a qual toda a gente conotava os filmes portugueses. Uma nova escola de argumento e uma nova capacidade dos atores, com outra dinâmica, permite que o cinema português hoje em dia seja muito mais apelativo. Mas ainda temos que andar sempre a combater o estigma de que o cinema portu-
guês é parado, é fotográfico… todo esse estigma que ainda existe e que caracterizava o antigo cinema português e que agora, nas produções novas, não se vê. Por exemplo, nós temos uma capacidade de produção de documentários fabulosa e que poucas vezes são exibidos para além do circuito dos festivais. Alargar o festival a outros países, nomeadamente aos PALOP, é uma hipótese? Pensou-se nisso. Mas nós temos uma limitação, que é a organização. A organização é voluntária, integrada no seio estudantil, com um ou outro elemento que, sendo voluntário, ainda trabalha. O festival sente uma necessidade forte de se profissionalizar e de, de uma vez por todas, ter uma estrutura permanente o ano inteiro. Os PALOP seriam um crescimento natural. Coimbra tem um antecedente, que é o Mostralíngua. Chegou-se a falar da possibilidade de juntar o Mostralíngua a uma secção do festival. Não se proporcionou este ano por falta de financiamento, mas creio que a evolução natural do festival passa por criar uma secção que traga obras desses países para Portugal, que permita aos espetadores portugueses ver o que se está a fazer no estrangeiro e no que a comunidade cinematográfica global portuguesa está a trabalhar. Levar o festival a outras cidades é, também, uma possibilidade? Nós andamos a trabalhar, não de uma forma sistematizada, mas há contactos criados e há alguns municípios que mostraram interesse em acolher o festival. De momento, por falta de mão-de-obra, estamos em stand-by. Gostaria de deixar alguma mensagem à população de Coimbra? O desafio que deixo todos os anos: venham à sala ver cinema português e verão que não corresponde à imagem que têm dele, que é muito diferente e que o cinema português está vivo e de boa saúde.
43
cinema
sociedade
"DA IDEIA AO FILME"
Comissão
de honra Este festival, que transforma Coimbra na capital do cinema nacional durante alguns dias, está, sem dúvida, entre as organizações nacionais que mais promovem o cinema feito em Portugal.
"Cinemalogia" cobre lacuna de formação existente na cidade
PEDRO PASSOS COELHO, primeiro-ministro
O festival Caminhos do Cinema Português é uma demonstração da vitalidade do tecido cultural de Coimbra e da sua capacidade para promover eventos cuja relevância ultrapassa muito as fronteiras da sua cidade. JOÃO GABRIEL SILVA, reitor da Universidade de Coimbra
A autarquia de Coimbra tem o privilégio, e a obrigação cultural, de se associar a um tão relevante projeto, que muito nos honra e prestigia a cidade. MARIA JOSÉ AZEVEDO SANTOS, vice-presidente da Câmara de Coimbra
Promover o festival de cinema português em Coimbra, é também difundir a marca Centro de Portugal, e o seu valor no contexto específico da cinematografia. PEDRO MACHADO, presidente da Turismo do Centro de Portugal
É gratificante a atividade que o festival desenvolve na área da formação dirigida ao público em geral e a forma como estrutura a sua programação. JOSÉ PEDRO RIBEIRO, presidente do Instituto do Cinema e do Audiovisual
Em vez de engrossar o coro das lamentações, o evento que celebramos propõe-nos periodicamente um confronto crítico com um elenco representativo das experiências com a arte das imagens em movimento.
O FESTIVAL decorre até 17 de novembro mas os Caminhos do
Cinema Português não terminam nesse dia. Depois de concluída a mostra, tem início o "Cinemalogia – da ideia ao filme", que decorre até março do próximo ano. Este curso de iniciação à realização cinematográfica pretende transmitir os principais conhecimentos e desenvolver as principais competências, quer do ponto de vista técnico, quer artístico, necessários à realização de um projeto cinematográfico, desde a conceção e desenvolvimento de uma ideia de ficção original à sua exibição numa sala de cinema, habilitando os formandos a produzirem uma curta-metragem, usando os conhecimentos de produção de vídeo digital conseguidos ao longo da formação. São 13 módulos que podem ser frequentados isoladamente, mas que também podem ser frequentados como um todo. Vítor Ferreira, diretor do festival, lembra que, em edições anteriores do festival, as manhãs e as tardes eram ocupadas com workshops. Este ano, alterou-se o paradigma, apostando numa formação com "princípio, meio e fim". A aposta visa, também, dar resposta a uma falha existente na cidade. "Este curso cobre uma lacuna na cidade de Coimbra. Nós temos um curso de Estudos Artísticos na Faculdade de Letras, mas não temos uma formação prática na área do cinema. Nós assistimos a uma grande procura para colmatar essa lacuna de elementos práticos na formação", declara. |VG
FERNANDO MATOS OLIVEIRA, diretor do Teatro Académico de Gil Vicente 44
10 NOVEMBRO 2011
JÚRIS COMPOSTOS POR PESSOAS DE TODAS AS ÁREAS SÃO VÁRIAS as personalidades que compõem os júris que irão decidir
os quatro prémios a concurso nos Caminhos do Cinema Português. Em relação ao júri oficial, Vítor Ferreira salienta que a preocupação foi que as várias áreas estivessem representadas e que "não haja uma corrente ou uma estética que vigore" na sua composição. Desta forma, a organização optou por convidar atores, atrizes, escritores e, até, um blogger, conseguindo uma representatividade que "não seria conseguida trazendo só realizadores ou só produtores".
GANHARSO U C M U A M E N I C E D A REVISTA C É A REVISTA OFICIAL DOS CAMINHOS DO CINEMA PORTUGUÊS E VAI OFERECER UM CURSO DE CINEMA COM O VALOR DE 490€* ATÉ DIA 17 DE NOVEMBRO ENVIA UM VIDEO TEU QUE CONTENHA OS SEGUINTES REQUISITOS: DURAÇÃO: 45 SEGUNDOS TÉCNICAS OBRIGATÓRIAS: TILT SHIFT E STOP MOTION REFERÊNCIAS OBRIGATÓRIAS: REVISTA C, COIMBRA, CAMINHOS DO CINEMA EM www.cnoticias.net PODES DESCARREGAR O LOGÓTIPO DA REVISTA C.
Júri Ensaios Visuais Manuela Lima Ricardo Real Nogueira Vasco Mendes
Júri da Federação Internacional de Cineclubes | IFFS Jury Gangadhar Panday - Índia Kielland Aksel - Norway Luís Pereira - Portugal
ENVIA O TEU VÍDEO PARA marketing@cnoticias.net ATÉ DIA 17 DE NOVEMBRO. O PLANO DO CURSO ENCONTRA-SE DISPONÍVEL EM HTTP://WWW.CAMINHOS.INFO NA SECÇÃO "CINEMALOGIA - DA IDEIA AO FILME"
Júri REVISTA Bruno Vale Luís de Matos Maria José Azevedo Santos Rafael Carriço Cláudia Martins
* VALOR TOTAL DOS VÁRIOS WORKSHOPS
OS FILMES serão distinguidos pelos membros dos diversos júris. A REVISTA C associa-se aos CAMINHOS DO CINEMA PORTUGUÊS e responsabiliza-se pela atribuição de um prémio. REVISTA OFICIAL
45 C248
Júri Oficial Carina Fonseca Fernando Moura José Martins Luís Miguel Rocha Raquel Freire São José Correia Telmo Martins
ambiente
sociedade
RECICLAGEM
KIT COM AR DE COIMBRA É CASO DE SUCESSO INTERNACIONAL O PROJETO LATITA CATITA NASCEU EM COIMBRA E JÁ DEU A VOLTA AO MUNDO. PAULO DIAS TRANSFORMA O "VULGAR LIXO" EM PEÇAS ORIGINAIS. A LATA "COM AR DE COIMBRA" É POPULAR NA FINLÂNDIA... MÁRIO NICOLAU
A LATITA é um "mundo", ou seja, é um blo-
gue que promove a reciclagem e possui uma "forte componente" social. "Desde que me lembro sempre gostei de trabalhos manuais, de elaborar pequenos objetos através de diversas peças que aparentemente não tinham utilidade", explica Paulo Dias, o autor do projeto. Ao dar vida nova ao "vulgar lixo" criou pequenas peças originais e até, nalguns casos, muito práticas para o uso no dia-a-dia. O ambiente sempre foi uma preocupação e a área de especialização académica (licenciatura em Geografia e Mestrado em Climatologia), permitiu a Paulo Dias complementar a "apetência" pela proteção do ambiente, reutilizando os materiais de forma criativa. Assim, em 2009, criou o projeto Latita Catita e começou a realizar workshops de reciclagem, "com o intuito de alertar as pessoas para o excessivo e supérfluo consumo diário de resíduos, que aparentemente para muitos ou
quase todos não tinham qualquer utilidade". Todo o trabalho realizado nos diferentes workshops, segundo Paulo Dias, tem sido um fator importante na mudança da mentalidade e postura das pessoas em relação à "política dos 3 Rs", (Reciclar, Reduzir e Reutilizar). Atualmente a utilização das tecnologias de informação (Facebook, Google +, Twitter) têm um papel fundamental na divulgação do nosso trabalho levando a todo lado a nossa mensagem, daí o aparecimento do blogue latitacatita.blogspot.com. COM o lema da Latita Catita, "Se pensas que
é lixo, precisas de ver isto!", as pessoas começaram a apreciar e adquirir os trabalhos realizados e apresentados por Paulo Dias em diversas feiras de artesanato urbano. O Mercado Quebra Costas, em Coimbra, é referência neste capítulo. "Nestes espaços de livre exposição comecei a sentir o deslumbramento e admiração por parte de inúmeras pessoas, por verificarem que de simples 'lixo', se pode fazer arte", afirma.
O KIT antisaudade de Coimbra e o "rei manda" conquistaram seguidores em vários pontos do país e do mundo
O mercado funciona "como um instrumento de alerta para as consequências do desperdício, é um espaço mágico, onde prima a
CRIANÇAS ENSINAM PAIS E AVÓS AS CRIANÇAS são muitas vezes os
"educadores" dos pais. Estão atentos a novas propostas, aceitando-as de uma forma bastante interativa e gratificante. "Quando verificamos o resultado dos seus trabalhos e a vontade incessante que têm de aprender, percebemos que a nossa mensagem não fica esquecida. O olhar atento de uma criança ao ver uma pequena cápsula de café, ou lata de sumo - considerados lixo -, transformadas numa peça decorativa, ou com utilidade, é simplesmente fascinante!", afirma Paulo Dias.
C189
PUB
C228
Uma selecção de petiscos com ingredientes de primeira qualidade para degustar a qualquer hora!
•PRAÇA DA REPÚBLICA, N.º 38 •ESTÁDIO CIDADE DE COIMBRA
10 NOVEMBRO 2011
DIARIAMENTE
Os jovens que (re)fazem a própria roupa com retalhos guardados num baú são outro motivo de satisfação para o autor do projeto Latita Catita Apesar da preocupação com a reciclagem ter pouco mais de três décadas Paulo Dias regista com agrado que "a geração dos mais velhos esteja mais atenta e aprecie esta atividade com curiosidade e apreço, tendo as crianças, muitas vezes o papel de educador". A LATITA com "ar de Coimbra" - uma vulgar lata de conservas decorada a rigor e destinada a atenuar as saudades da cidade do Mondego - é uma ideia com bastante sucesso.
"Existem já várias latas com 'Ar de Coimbra', não só no continente e ilhas, mas nos mais diversos recantos do planeta, como na Finlândia e no Brasil", assegura Paulo Dias. Muitas pessoas de Coimbra, ou que passaram pela cidade, "têm um familiar a viver num lugar longínquo, onde muitas vezes sentem uma nostalgia associada à saudade desta cidade", encomendam a latita. "Só por curiosidade, acrescenta, há quem me envie por email, 'estou tão longe que no outro dia, com tantas saudades de Coimbra, estive mesmo para quebrar o kit e respirar o ar de Coimbra", conta. O "rei manda" e as "havaianas" são, também um sucesso. "Nasceram após um dia de trabalho a lidar com personagens humanas. A havaiana procura um par e o rei pretende ser um rei de um futuro tabuleiro de xadrez", avança.
(2 DE PEIXE, 2 DE CARNE)
ESPECIALIDADES: (POR ENCOMENDA)
BACALHAU COM BROA BACALHAU COM NATAS ARROZ DE PATO
PAULO DIAS acredita nas pessoas "e que se pode idealizar uma vida, uma sociedade melhor, reduzindo o consumo, reciclando e reutilizando os resíduos que fazemos todos os dias". Mudar mentalidades é um dos lemas do licenciado em Geografia. "Poderá ser uma gota no oceano, mas como dizia Madre Teresa de Calcultá, o oceano sem esta gota é mais pequeno. Todos temos o nosso papel e nosso espaço, basta querermos", defende. A satisfação é enorme quando "a avó também recicla e os netos são professores". A felicidade de Paulo Dias aumenta quando são recriadas brincadeiras antigas. Os jovens que (re)fazem as próprias roupas com retalhos guardados num baú escondido no sótão são outro motivo de satisfação. "É importante acreditar nos jovens, mantendo-os unidos e aptos a lutar por um mundo mais saudável", disse. O que é ainda não conseguiu reciclar? A resposta é imediata: "algumas pessoas ou mentalidades. Com paciência e imaginação conseguimos tudo!", conclui. C249
originalidade, onde podemos divulgar todo o nosso trabalho, onde a cultura vai à rua, onde a reutilização e a imaginação estão de mãos dadas". As pessoas voltam a andar a pé (em família) no centro da cidade e o (grande) esforço da Associação Arte à Parte é elogiado, o que não chega. "É necessário apoio logístico, monetário e de divulgação. O Mercado do Quebra Costas é conhecido no meio artístico do artesanato urbano a nível nacional e internacional (faça-se uma pesquisa num motor de busca e surpreenda-se), além de ser objeto de estudo na Universidade de Coimbra, de como revitalizar uma área urbana dada como moribunda", avança.
4 PRATOS À ESCOLHA
AV. DA GUARDA INGLESA, Nº 25, COIMBRA
INFO-LINE: 239 440 433 · 912 317 610 · 925 846 077
www.facebook.com/pages/AromasCome
futebol
desporto
Quais são as expectativas da equipa para este jogo com o Penafiel? A expectativa é vencer. Vamos lutar contra aquilo que fizemos no último jogo contra o Penafiel e jogamos em casa, daí que a expectativa seja vencer o jogo. O empate conseguido em Penafiel – que acabou por ser um bom resultado – vai influenciar a forma como a equipa vai abordar este encontro? O empate lá acabou por não ser um mau resultado. Agora, jogamos na nossa casa e de certeza que vai ser um jogo diferente. Com o apoio dos nossos adeptos, a equipa vai ter todas as oportunidades para passar esta fase. Em Penafiel, a exibição não foi muito conseguida. O que é que a equipa pode fazer para mudar o estilo de jogo? Acima de tudo, penso que temos de estar mais concentrados e entrar em campo com bastante humildade. Sabemos que o Penafiel é uma equipa da Liga de Honra mas também sabemos que eles têm potencial para nos complicar a vida. Vamos com um pensamento positivo, para vencer o jogo e não facilitar nada Até onde pode ir a Académica nesta Taça da Liga? Tendo em conta que a final é em Coimbra, gostariam de estar presentes nesse jogo? Eu acho que ainda temos muito tempo para pensar nisso. Esta ainda é, apenas, a primeira fase, ainda faltam bastantes jogos. Mas, visto por esse ponto de vista, é óbvio que gostaríamos muito de poder estar nessa final. Vamos tentar, passo a passo, com calma, trabalhar para que consigamos lá estar. A Académica começou a época em grande forma mas tem vindo a sentir-se alguma quebra. A que se devem esses resultados e jogos menos conseguidos? Há jogos em que as coisas não correm como nós queremos. Na minha opinião, não houve quebra nenhuma. Umas vezes as coisas correm bem, outras vezes correm mal... Temos de estar preparados par a isso e tentar dar a volta por cima. Nós trabalhamos sempre para que as coisas corram bem, nunca para piorar aquilo que temos feito.
48
Hélder Cabral O LATERAL ESQUERDO ESPERA SEGUIR EM FRENTE NA TAÇA DA LIGA E LIMPAR A MÁ IMAGEM DEIXADA EM PENAFIEL. A FINAL, EM COIMBRA, É UM SONHO QUE ESTÁ AINDA MUITO LONGE
à lupa NOME
Hélder José Vaz Cabral
A nível individual, começou bem, depois passou por alguns problemas físicos. Vamos ter um Hélder Cabral em condições para o resto da época? Esperemos bem que sim. Quero continuar o caminho que tenho feito e contar com a confiança das pessoas, que é muito importante. A "luta" com o Nivaldo é saudável? É saudável, tranquila. Temos lutado bastante para que o mister tenha a melhor escolha.
DATA DE NASCIMENTO
7 de maio de 1984 TERRA NATAL
Peniche
POSIÇÃO
Defesa
Como tem sido trabalhar com o Pedro Emanuel? Tem sido bastante positivo, tenho gostado muito. Nós temos assimilado bem as coisas e ele tem explicado bem o que temos de fazer. | VG
10 NOVEMBRO 2011
49
C196
notícias
CERTIFICAÇÃO dinheiro
Formação em Autocad na UBI A UNIVERSIDADE da Beira In-
terior (UBI) promove de 21 de novembro a 15 de dezembro, durante a semana, das 19H00 às 22H00 a 3.ª edição do curso de formação em Iniciação ao Autocad. A ação conta com a presença de um formador especializado na área. O curso tem a duração de 30 horas e terá lugar no CFIUTE, centro de formação da UBI.
Dachser Portugal tem novo diretor
EGÍDIO Lopes passa a ser o res-
ponsável pela Cargoplus – serviço que oferece transporte em camiões completos para toda a Europa, bem como soluções de logística e grupagem adaptadas aos países do Magrebe e da Comunidade de Estados Independentes.
Atrasos nos pagamentos O ESTUDO da ACEGE efetuado por Augusto Mateus e que contou com a participação da Intrum Justitia, através da cedência de informações sobre o setor da gestão de cobranças, concluiu que os atrasos de pagamentos já custaram 72 mil postos de trabalho.
50
Sociedade de Transportes Poiarense garante dupla A EMPRESA de Vila Nova de
Poiares alcançou recentemente a certificação integrada do seu Sistema de Gestão da Qualidade e Segurança Alimentar de acordo com os requ isitos internacionais, NP EN ISO 9001:2008 e NP EN ISO 22000:2005 e para o âmbito: armazenamento e transportes rodoviários de mercadorias em particular de produtos alimentares (congelados, refrigerados e secos). Empresa familiar, fundada em 1948, a Transportes Rápido dedicou-se ao transporte rodoviário de mercadorias e, em 2005, com o crescimento do negócio construiu novas instalações em Vila Nova de Poiares, que além do parque de viaturas, incluem oficina, escritórios e armazém para produtos alimentares secos e congelados. Especializou-se no transporte em viaturas com frio para todo o território nacional e países da União Europeia (nomeadamente Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália, Espanha, entre outros).
Através da forte aposta em valores como a seriedade e a credibilidade, a gerência da empresa prossegue a estratégia de expansão e de modernização, tendo vindo a dotar-se de meios para fazer face aos novos desafios. Emprega atualmente cerca de 50 traba lhadores - uma equipa de trabalho jovem, profissional e dinâmica. A KWL – Sistemas de Gestão da Qualidade, no Parque Empresarial de Eiras, em Coimbra, foi a consultora responsável.
Vinho em destaque no Casino Figueira
Apanha tradicional da azeitona
EMPRESA está instalada no Parque Industrial de Poiares
Rithmus Day em Cantanhede
A INICIATIVA termina no
O POILRITHMUS - Centro de
próximo domingo e resulta da parceria com o Instituto do Vinho e da Vinha e com a ViniPortugal. Inclui a exposição "As Designações de Origem através dos Rótulos" e um espaço dedicado à Quinta dos Cozinheiros, produtor da região da Figueira da Foz, além, entre outros, de cursos de "Iniciação à Prova de Vinhos (nível I e II)".
Fitness de Cantanhede, marca do grupo Curactiva, promove amanhã o Rithmus Day. Além da atividade física e animação variada, a iniciativa inclui a comemoração do S. Martinho, com distribuição de castanhas assadas e jeropiga. Através do número 231 416 808 poderá obter mais informações sobre o Rithmus Day, o primeiro de muitos eventos.
O EVENTO do Ciclo Etnográ-
fico das Aldeias do Xisto decorre na Lousã, a 26 deste mês e permite ajudar na apanha e na moagem da azeitona. Após o transporte para o lagar, tem lugar a saborosa tibornada. Mais informações: 918 653 648.
10 NOVEMBRO 2011
marketeer
"Vive e deixa os outros viverem também"
Compras no Dolce Vita valem carrinhas Skoda A CAMPANHA "Compre nos Dolce Vita e ganhe sete carrinhas Skoda" termina a 25 de janeiro. Para se habilitar a uma das viaturas, basta fazer compras de valor igual ou superior a 20 euros nos centros comerciais aderentes. Para além deste concurso, os Dolce Vita estão a preparar mais novidades a pensar nos visitantes. Em breve será lançado um gift card, pré-pago e sem custos de ativação, que pode ser usado como meio de pagamento em qualquer estabelecimento aderente à rede VISA Portugal dos Dolce Vita. Para a promoção do concurso
conversa de
quiosque Fundada no Largo do Campanário, a papelaria Campanário mudou-se para a rua Oliveira Matos há dois anos. É nesse espaço, as antigas instalações de "A Comarca", que Fernando Manuel da Costa Covas Marques vende revistas, jornais e material escolar, todos os dias da semana entre as 07H15 e as 19H00. Para além disso, a papelaria também serve de agente PayShop e da La Redoute. Embora, por causa da crise "as vendas não estejam boas, sempre se vai vendendo alguma coisa", garante o proprietário.
será desenvolvida uma campanha multimeios, envolvendo televisão, rádio, imprensa e bellow the line, com um investimento de 500 mil euros, concebida pela Laranja Mecânica. A campanha está em curso nos Dolce Vita Tejo, Douro, Porto, Coimbra, Ovar, Funchal, Monumental e Miraflores e ainda no Picoas Plaza e Central Park. Para participar, é necessário realizar compras de valor igual ou superior a 20 euros nas lojas aderentes, validar os comprovativos de compra no balcão de atendimento, preencher corretamente o cupão de participação e esperar que a sorte lhe bata à porta.
Qual foi o seu primeiro emprego? Assim que cheguei a Portug al para estudar (sou de Cabo Verde), comecei logo a trabalhar como empregada de balcão, na área da restauração, até ao final do curso.
E que marca não dispensa? Nenhuma em concreto.
Como gastou o primeiro ordenado? Foi gasto numa viagem para conhecer Malta.
Com quem não jantava? Com algumas pessoas que já me magoaram imenso.
Um sonho… Ter o meu próprio espaço, dedicado à culinária. O que não suporta? Cinismo, hipocrisia e falta de tolerância.
Último livro lido, CD ouvido, filme visto? Livro - "O Sétimo Selo", de José Rodrigues dos Santos; CD - "Commitment", de Seal; filme - "Loucuras em Las Vegas".
Um vício que não equaciona deixar… Correr... Correr muito.
Lema de vida? Vive e deixa os outros viverem também.
Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? A música "Secret", do cantor Seal.
Papelaria Campanário Rua Oliveira Matos n.º 1 Arganil
Maria Medina, colaboradora do Departamento de Comunicação da Saúde em Português
A papelaria Campanário funciona junto à Câmara Municipal de Arganil
51
dinheiro
sucesso
origem dos clientes da empresa. A adaptação às exigências do mercado e o acompanhamento dos clientes são duas das medidas que foi necessário tomar para garantir que num momento conturbado do ponto de vista económico, a Acorfato "não tenha razões de queixa". O empenho dos colaboradores é, segundo Filipe Pinto, essencial quando ao longo do mês é necessário produzir para 15 clientes diferentes, o que implica mudanças sucessivas nas linhas de produção. "Não foi fácil inicialmente, mas conseguimos assegurar os necessários índices de produtividade e de qualidade com a criação de mais alguns postos de trabalho e o reforço do equipamento", assegura. Consciente do papel social que desempenha na região - a Acorfato é um dos maiores empregadores -, a administração da empresa está atenta ao evoluir da situação económica e "não é hipócrita" nesta matéria. "É verdade que estamos aqui para ganhar dinheiro, mas também queremos manter em atividade todos os colaboradores. O fundador da empresa é uma pessoa querida na região, reconhece a importância social da empresa e está a tentar incutir esta preocupação nas novas gerações e pretende deixar seguidores, de modo a que a Acorfato se mantenha e, se possível, faça melhor", conclui.|MN
EMPRESA
Acorfato é tradição e perfeição O MÉRITO DE ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA CORREIA ESTÁ À VISTA. O DIRETOR COMERCIAL, FILIPE PINTO, FOI CONTAGIADO PELA DINÂMICA QUE COMEÇOU NUMA PEQUENA UNIDADE
O ESPÍRITO empreendedor de António José da Silva Correia não demorou muito a ultrapassar as fronteiras de Vila Nova de Oliveirinha , em Tábua. O diretor comercial, Filipe Pinto, lembra o arranque da "unidade pequena com meia dúzia de pessoas" que produzia calças e funcionava na base da subcontratação. Os fatos académicos foram outras das áreas de negócio, mas com o aumento das encomendas António Correia e a esposa, Ana Isabel Correia, "deram o passo em frente": aumentaram o número de colaboradores e avançaram para novas instalações. A entrada de Francisco Baptista na sociedade é outro dos capítulos da história da empresa que, em 1994, conheceu um novo patamar em matéria de instalações. O mercado nacional e a subcontratação marcaram "essa época", mas com a criação de "uma carteira de clientes próprios e a entrada de alguns internacionais" o cenário mudou substancialmente. "A empresa ganhou autonomia e apostou na internacionalização. De há seis anos para cá trabalha essencialmente para a exportação", explica Filipe Pinto. Atualmente, a Acorfato produz 400 peças/dia entre calças e casacos,
52
e assume a qualidade como principal objetivo. "O nosso grau de exigência permitiu-nos evoluir em várias áreas e reflete a atitude de António Correia ao longo dos anos, que acompanhou a evolução e procurou sempre coisas novas", conta. A empresa possui um setor criativo que a partir do trabalho de base proposto pelo cliente, assume a modelagem e toda a preparação para o fabrico. "Este serviço é muito importante, pois hoje em dia
A Acorfato aumentou os postos de trabalho e reforçou as linhas de produção para responder ao aumento da exigência do mercado. A qualidade é o principal objetivo são poucos os clientes que têm gabinete de design ou de preparação de moldes", afirma. França, Espanha, Inglaterra, Holanda, Suécia e "a pequena fatia" nos Estados Unidos que a Acorfato pretende ampliar são os países de
Acorfato Indústria de Confeções S.A. é referência internacional CONSTITUÍDA por António José da Silva Correia, alfaiate de formação que decidiu há mais de 30 anos enveredar pela área industrial, a Acorfato emprega 230 pessoas, das quais 165 integram a área da produção dos casacos e as restantes estão numa linha de calças. Neste quadro do pessoal estão incluídos técnicos de produção, comerciais, planificação, modelagem e administração. A Acorfato Indústria de Confeções SA, é uma empresa essencialmente exportadora. Produz artigos de homem e senhora e atua essencialmente no mercado europeu. A aposta na qualidade e na formação dos colaboradores, além da renovação do parque de máquinas, garantiram-lhe um lugar de destaque no setor.
10 NOVEMBRO 2011
IRLANDA
GRÃ-BRETANHA
CORK
LONDRES
dinheiro
Europa cá dentro
POOLE HAVRE PARIS
FRANÇA LIGAÇÕES AO TERMINAL RO-RO CORREDOR FERROVIÁRIO E-80
CAIS COMERCIAL DO PORTO DA FIGUEIRA DA FOZ
RAMPA RO-RO NO PORTO DE AVEIRO
GIJON
AVEIRO E FIGUEIRA DA FOZ
Dois portos para a Europa
MADRID
AVEIRO FIG. DA FOZ
SALAMANCA COIMBRA
ESPANHA
LISBOA
A
administração conjunta dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz tem sido um caso de sucesso. Os resultados falam por si. Em 2010 deu-se mesmo um facto inédito nesse caminho comum: foi o melhor ano de sempre para ambos em movimentação de cargas. Aveiro cresceu 25% relativamente a 2009, a Figueira da Foz 37%. O porto da Figueira registou já, inclusivamente, nos primeiros seis meses deste ano, um acréscimo de 13,3% relativamente ao mesmo período de 2010. São, sob o ponto de vista comercial, dois portos relativamente novos. Têm, de resto, uma história praticamente comum: começaram a desenvolver-se, primeiro, com a pesca do bacalhau, depois, a partir dos anos 60, com o arranque dos projetos das indústrias papeleiras. Usufruíram, ultimamente, de significativos PUB
fundos comunitários, tendo em vista a melhoria das respetivas infraestruturas. PARA O PORTO DE AVEIRO
foram canalizados, no âmbito do programa Mais Centro, 719 mil euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) para construção do terminal ro-ro, onde poderão ser embarcados camiões de mercadorias com destino a vários portos do norte de Espanha (Gijón), França (Le Havre), Inglaterra
Fundos comunitários PORTO DE AVEIRO
719.000€ Rampa ro-ro no terminal de contentores e ro-ro do porto CUSTO TOTAL: 1.220.000€
(Poole) e Irlanda (Cork). O objetivo deste investimento apoiado pelo Mais Centro é contribuir para o descongestionamento das estradas do continente, onde atualmente circula um número excessivo de viaturas pesadas. O PORTO DA FIGUEIRA DA FOZ
recebeu, por seu turno, 1,777 milhões de euros de fundos comunitários para valorização do cais comercial e 290 mil euros para requalificação do porto de recreio. "O investimento tem sido elevado nos dois portos, mas está a revelar-se bastante reproduti-
PORTO DA FIGUEIRA DA FOZ
290.000€
Requalificação do porto de recreio CUSTO TOTAL 595.000€
1.777.000€
Valorização do cais comercial CUSTO TOTAL 3.074.000€
vo na contribuição que dá para o desenvolvimento da economia regional", garante o presidente do conselho de administração dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz, José Luís Cacho. Em Aveiro já é possível operar navios até cerca de 150 metros de comprimento, na Figueira da Foz aponta-se para embarcações até aos 130 metros. O objetivo, em ambos os casos, é aumentar a oferta de serviços portuários, incrementar a produtividade das operações de carga e descarga, reforçar a segurança e incentivar a rapidez no acesso dos camiões. Espera-se, ainda, que, com a garantia de maior competitividade relativamente aos outros portos nacionais e estrangeiros, Aveiro e Figueira da Foz venham a captar, nos próximos anos, em complemento dos investimentos apoiados pelo Mais Centro, relevantes projetos privados, tanto no interior como no exterior das áreas portuárias. |SR
dinheiro
obra feita
SÃO PAULO DE FRADES freguesia de Coimbra, área 14,97 km2 | População 5.912 hab. (INE)
V
ai no segundo mandato e reconhece que a experiência e a disponibilidade fizeram (e fazem...) toda a diferença. O executivo, afirma, "mantém-se unido" e aprendeu as virtudes do trabalho coletivo. Hélio Paulino, presidente da Junta de Freguesia de São Paulo de Frades, elegeu como setores essenciais a saúde, a educação e o desporto, e, neste momento, tem trabalho que se veja. Recorda, a inauguração, no primeiro mandato, do polidesportivo do Lôgo de Deus e, mais tarde, o polidesportivo da Cova do Ouro, além da requalificação do Pavilhão de Lordemão, após a assinatura do protocolo com a Câmara Municipal de Coimbra.
NO ENSINO, as instalações foram a principal preocupação. A EB1 de São Paulo de Frades, lembra, foi inaugurada no mandato anterior e mais recentemente entrou ao serviço a de Coselhas. Pelo meio, acrescenta Hélio Paulino, requalificamos a EB1 de Santa Apolónia. "Nos próximos anos pretendemos modernizar a EB1 do Dianteiro, que não possui refeitório, mas não esquecemos a EB1 de Lordemão que também necessita de obras", explica. O novo edifício da junta de freguesia é outra das obras concretizadas nos últimos anos e que assinalam "a grande evolução da freguesia" no capítulo das infraestruturas. "O centro do dia também é novo e presta diariamente um serviço de qualidade", assegura. No capítulo do saneamento há um conjunto de localidades que não estão abrangidas e, sem uma política a este nível, as habitações que "nunca tiveram qualquer tipo de sistema" vão manter-se como até aqui. A morfologia do terreno e as dificuldades de financiamento preocupam o autarca. "Vivemos a oito quilómetros do centro da cidade, mas o abastecimento de água só foi concluído em 1991", recorda.
54
CENTRO DE DIA , largo em São Paulo de Frades, EB1 de Coselhas e EB1 de São Paulo de Frades
MELHORIA DAS INFRAESTRUTURAS É UM FACTO
Mérito do trabalho coletivo NA ÁREA da saúde, Hélio Paulino receia o possível encerramento da extensão da Rocha Nova (tem mais de 1000 utentes) e introduz no diálogo com o jornalista a reorganização administrativa que, a fazer-se, deve implicar o aumento do fi-
394,85 Densidade Número de habitantes da freguesia por quilómetro quadrado
nanciamento, já que a área das novas freguesias "será substancialmente maior". A informatização dos serviços e o website são, também, realidade. O passeio, em maio, e o almoço, em dezembro, para 150 idosos, dedicados à população sénior
1220 História Data da doação por Fernando Peres do importante mosteiro da ordem de Cister
6 Religiosos Número de religiosos, além do abade, no Mosteiro de São Paulo de Frades em 1532-1533
10 NOVEMBRO 2011
exigiram alguma "criatividade" financeira, mas estão garantidos. O esforço, nesta área, foi reconhecido pela Fundação Inatel que distinguiu a Junta de Freguesia de São Paulo de Frades pela participação nos programas para a terceira idade.|MN
HÉLIO PAULINO salienta a aposta do executivo na educação, saúde e desporto
topo de gama
POR MÁRIO NICOLAU mario.nicolau@cnoticias.net
Novo Qashqai já está à venda em Portugal
AS VERSÕES 1.6 dCi são propostas nos níveis de equipamento já conhecidos. Assim, a partir de 27.500 euros, chega a versão Visia. A poupança face às anteriores versões do Nissan Qashqai 2.0 dCi é na ordem dos 6.000 euros.
Astra OPC promete emoções fortes
Usados 100% online MARCA DE VIATURAS USADAS DO GRUPO LITOCAR O GRUPO Litocar lançou mais uma ferra-
menta web que permite aos internautas acesso às viaturas usadas disponíveis para venda. Tal como o site litocar.pt – o portal do grupo, o site dos Usados 100% foi desenvolvido utilizando as mais inovadoras técnicas de webdesign permitindo uma ferramenta de fácil manuseamento, de design agradável e compatível com iPhone e iPad. A facilidade de acesso à informação e a transparência foram os princípios que nortearam a construção desta nova ferramenta. A atualização diária do site permitirá a disponibilização de uma informação real e completa acerca do leque de viaturas existentes em todos os pontos de venda Litocar. Este novo website surge na sequência das várias medidas de inovação tecnológica que têm vindo a ser implementadas. Recorde-se que, o Grupo Litocar lançou em março deste ano o seu novo site, que se revelou um enorme sucesso e uma excelente ferramenta de comunicação com o cliente. O grupo continua a privilegiar a utilização dos novos canais de comunicação online, tendo também criado a página oficial do
Facebook - www.facebook.com/grupolitocar. À semelhança do litocar.pt o novo website foi também desenvolvido pela agência Bürocratik (burocratik.com). Com mais de uma dezena de pontos de venda, o Grupo Litocar é hoje uma referência na distribuição automóvel da Região Centro. Atualmente está presente nos distritos de Coimbra, Viseu, Guarda e Castelo Branco, onde representa as marcas Renault, Dacia, Nissan e Honda, para além da marca própria - Usados 100%. Aceda a www.usados100.com para descobrir todas as novidades.
Empresa Consolidar a marca Litocar como player incontornável na distribuição automóvel e disponibilizar um serviço de excelência, reconhecido pelo cliente e ao melhor preço são objetivos do Grupo Litocar.
É LANÇADO no próximo Verão e está
equipado com motor 2.0 Turbo com injeção direta de gasolina. A potência máxima é de 280 cv e o binário atinge uns expressivos 400 Nm. O Astra OPC pode alcançar uma velocidade máxima de 250 km/h. Nunca um Astra foi tão veloz.
Jaguar 2.2 diesel é o mais eficiente O AVANÇADO motor 2.2 diesel de 190 CV inclui de série o revolucionário sistema inteligente Stop/Start e uma caixa automática de oito velocidades, elementos que combinados elevam a suavidade de condução. Com um consumo combinado de apenas 5,4 l/100 Km e emissões de CO2 de 149 g/ km. Bancos dianteiros eléctricos em couro Bondgrain e Suedecloth, faróis Bi-Xenon com iluminação diurna LED e caixa automática de oito velocidades, entre outros, no equipamento.
VW Passat CC renovado 55
dinheiro
topo de gama
Peugeot 208 terá novos motores
Classe E: exemplo de eficiência
O CLASSE E estabelece padrões tanto no sucesso no mercado mas também na segurança, rentabilidade e eficiência. Graças aos novos motores, o consumo de combustível do novo Classe E foi reduzido até 20 por cento.
Iveco implementa novo projeto
FOI inaugurado o "TechPro2
Iveco", o primeiro laboratório tecnológico dedicado a veículos industriais, nascido da colaboração entre a Iveco e o CNOS-FAP. Alfredo Altavilla, CEO da Iveco, e Claudia Porchietto, IFP, participaram na cerimónia.
SAAB com plano de reestruturação O PLANO de reestruturação preliminar convenceu os investidores chineses que irão disponibilizar um montante mínimo de 600 milhões de euros em financiamento destinado ao arranque da produção e à liquidação das dívidas correntes e vencidas da empresa.
56
COM O CRZ , a Honda aposta
numa fusão de conceitos, já que ao caráter híbrido junta-se o "apelo" coupé. Mas vamos por partes. O CRZ tem pouco mais de quatro metros de comprimento (4.080 mm) e cotas reduzidas no tocante às alturas. A mínima ao solo é de 150 mm e a altura exterior é de menos de metro e meio (1.395 mm). No que diz respeito ao peso, não chega aos 1.200 kg o que representa uma ajuda preciosa no capítulo das performances de um automóvel com 114 cv (84 kW) de potência máxima, conseguidos através do 1.5 a gasolina, que precisa de ser puxado às 6.100 rpm. No caso do motor elétrico, para chegar aos 14 cv (10 kW) é preciso apenas atingir 1.500 rpm. No capítulo dos consumos e em cem quilómetros, o CRZ
promete 6,1 para o consumo urbano; 4,4 no extra-urbano e 5,0 no valor combinado. É claro que tudo depende da suavidade na utilização do acelerador, mas com utilização moderada, o CRZ é mesmo amigo da carteira. Segundo a Honda precisa de 10,8 metros para efetuar o diâmetro de viragem (10 m entre-passeios). A posição de condução é muito agradável e para quem vai ao volante, existem acertos em altura a conjugar com os ajustes permitidos no volante - neste ponto faço uma declaração de interesses: com exceção de alguns modelos premium, não encontrei até hoje automóvel tão perfeito neste capítulo. O ensaio na pista do Estoril provou todas as qualidades do CRZ neste e noutros item.
10 NOVEMBRO 2011
Ao olhar para o painel do CRZ encontrámos 24 botões que permitem comandar luzes, climatização, acelerador automático, áudio, elevadores dos vidros, espelhos, sensores de estacionamento e por fim mas não menos importante, três modos de condução: Eco, Normal e Sport. Em cada um destes modos o acelerador e o acelerador automático reagem de forma diferente. O modo Sport é uma tentação e quem experimente dificilmente volta a utilizar os outros dois; pelo menos, enquanto tem o depósito recheado. O Honda CRZ é apelativo, confortável e desculpa para toda e qualquer viagem. Ou seja, o dono dificilmente o deixará descansar. A lista de (bons) motivos começa no conforto de rolamento e à resposta da
Hyundai i40 wagon, a partir de 23.990 euros, já está à venda em Portugal
SOUSA CAMPOS Diretor de marketing e vendas da Toyota
Mercado nacional em mudança AS MOTORIZAÇÕES de
CRZ: híbrido divertido DESPORTIVO DA HONDA DÁ "PANO PARA MANGAS"
suspensão mesmo quando entram em cenas lombas ou piso impróprio. Travões e caixa de velocidades exemplares. A direção é precisa e suave no manuseamento e foi ajustada ao desempenho das suspensões dianteiras. Com uma condução mais rápida e exigente, as qualidades do CRZ ficam à vista e o modo Sport só entra em cena daqui a pouco. O híbrido desportivo da Honda tem excelente comportamento dinâmico e quando entra no modo Sport ganha uma genica surpreendente. O conta-rotações fi-
quinta a fundo
ca encarnado e num dos bancos traseiros, bem presa à cadeira, a Beatriz, com quatro anos, constata que o "bermelho (no conta-rotações) é que é bom". Quando o piloto (leia-se, o papá) troca de modo, o azul e o verde iluminam "o centro das emoções", mas a Beatriz já "não gota tanto". Moral da "estória": o CRZ é traquina como a Beatriz, mais automóvel, tem preços competitivos e recomenda-se a chefes de família (agora, cabeças de casal) com sangue na guelra. Se forem do Glorioso tanto melhor.
KIA PICANTO de três portas viu reconhecida a qualidade do design. A qualidade de fabrico, inovação e eco-eficiência pesaram na atribuição do prémio IF.
ficha Combina o motor a gasolina de 1,5 litros e um propulsor eléctrico. Potência 124 cv e binário de 174 Nm. Configuração interna 2+2. CONCESSIONÁRIO ONDACENTRO (COIMBRA) Quinta da Boavista Cernache 3044-521 Coimbra telf.239 802 610
FORD FIESTA ST CONCEPT de cinco portas, futura versão desportiva do Fiesta, está à vista. O motor turbo EcoBoost 1,6 litros está nos planos da marca.
baixa cilindrada e com baixos níveis de consumo revelam-se particularmente interessantes no atual contexto de mercado. O novo Toyota Yaris chega a Portugal numa altura em que os segmentos "A" e "B" começam a crescer na importância. O consumidor está sensível ao preço e aos custos de manutenção, o que, em 2012, irá certamente acentuar-se. A compra de viaturas a diesel, com crescimento intenso nos últimos anos, nomeadamente nas viaturas compactas, estabilizou no último ano devido à sensibilidade ao preço por parte dos consumidores. Nalguns casos, as viaturas a gasolina recuperaram nas tabelas de vendas, já que a diferença de preços é substancial e, tendo em conta a utilização, a opção pela viatura a gasolina é, em muitos casos, economicamente mais vantajosa. As opções a diesel continuam a dominar os segmentos superiores, mas a oferta de motorizações a gasolina eficientes e agradáveis de conduzir tem equilibrado "os pratos da balança". No caso da Toyota, sublinho a importância das viaturas híbridas: são já uma solução do presente e prometem forte incremento no futuro.
57
SOCIAL
RICARDO GUEDES E DÉBORA MONTENEGRO NA "MIRANDA EM MODA"
M M
FOTOS PEDRO RAMOS
O
58
Pavilhão Municipal de Miranda do Corvo foi o cenário escolhido para o desfile "Miranda em Moda", que decorreu, pela 5.ª vez, no passado dia 5 de novembro. O desfile foi organizado pela Câmara Municipal e pela Associação Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC), tendo como objetivo a promoção do comércio tradicional do concelho. Débora Montenegro e Ricardo Guedes, modelos profissionais, marcaram presença no desfile. Segundo Miguel Coimbra, vice-presidente da ACIC, este evento "serviu para mostrar ao público o que se faz no concelho de Miranda do Corvo a nível de oferta de moda e pronto a vestir". É ainda, em seu entender, "uma forma de atravessar a crise universal, porque o comércio local tem uma força muito grande e permite vencer barreiras". O desfile contou com a participação de "Alice Cabeleireiros", "Bruman - Serviços Ópticos", "Cabeleireiro Guida" e "CD Season", entre outros.
10 NOVEMBRO 2011
C76
A INICIATIVA FOI ORGANIZADA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE MIRANDA DO CORVO E PELA ACIC
EM PLENO OUTONO, AS LOJAS DE MIRANDA DO CORVO MOSTRAR AM AS CORES DA ÉPOCA
social
ACADEMIA DO BACALHAU REUNIU MEMBROS EM ASSEMBLEIA A Academia do Bacalhau voltou a organizar mais um jantar/assembleia, que decorreu no passado dia 2 de novembro, no Restaurante 39, no Estádio Cidade de Coimbra. Segundo Francisco Paz, presidente da ABC, o objetivo destes jantares é a confraternização."Aqui somos todos iguais. Tentamos sempre promover a cultura portuguesa. Hoje, por exemplo, temos fados de Coimbra". Mas a intenção final é a solidariedade. "Aqui angariamos algum dinheiro para dar apoio a quem mais precisa", acrescentou. Durante o jantar, foram transmitidas as informações do 31.º Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, realizado no Brasil. O presidente procedeu ainda à aceitação dos novos corpos sociais da ABC para o próximo ano e entregou uma televisão LCD à "Casa da Mãe".
António Araújo e Francisco Paz entregam Televisão LCD à "Casa da Mãe"
Carlos Henriques, Belarmino Azevedo e Manuel Fernandes
FRANCISCO PAZ Grupo de Fados Aeminium
60
Henrique Santos e Carlos Campos
Artur Cordeiro e José Silva
FOTOS: PEDRO RAMOS
C237
"AQUI SOMOS TODOS IGUAIS. TENTAMOS SEMPRE PROMOVER A CULTURA PORTUGUESA"
PUB
10 NOVEMBRO 2011
Lino Dias e Moura Pereira
NOITE DAS BRUXAS CELEBRADA NO THEATRIX O Theatrix abriu as portas a todos os que quiseram viver da melhor forma a noite do Halloween. Na passado dia 31 de outubro, muitos foram aqueles que se vestiram de acordo com a efeméride. Bruxas e fantasias fizeram parte do cenário místico do Theatrix. O Dj Nuno Machado esteve nos comandos da cabine e animou mais uma noite de outono em Coimbra.
MUITA ANIMAÇÃO NA NOITE DE HALLOWEEN
C237
PUB
C126
61
SPECIAL DECOR E CLIENT MAKE-UP MARCARAM A NOITE NO OCEAN´S
social
HALLOWEEN EM GRANDE NO OCEAN´S BAR O Ocean´s Bar seguiu a tradição do Halloween. Na Noite das Bruxas, os clientes usufruiram de uma fantásticadecoração e maquilhagens adequadas ao evento. Não faltaram as pinturas faciais a mudar o look dos clientes. Teias de aranha e disfarces proporcionaram um ambiente apropriado à noite.
QUINTA DAS LÁGRIMAS É O CENÁRIO DO NOVO ÁLBUM DOS THE CASINO ROYAL
O
s The Casino Royal escolheram o cenário onírico da Quinta das Lágrimas para produção das imagens da campanha promocional do seu novo álbum, intitulado "My Moon". À semelhança do trabalho anterior, este novo projeto continua com uma forte ligação ao universo da música de cinema usada de forma a dar corpo às canções, à voz e também à parte instrumental. A nível estético, as influências de sonoridades vintage misturadas com uma abordagem contemporânea são uma tónica constante. O grupo vai inaugurar no dia 23 de novembro o novo restaurante do Grupo Lágrimas Hotels, de nome MoMo, situado no interior do Casino Lisboa.
Ricardo Ribeiro e Mauro Ribeiro (em cima) Pedro Janela, Marisa Mena, Filipa Silva e Miguel Duarte (em baixo)
62
THE CASINO ROYAL APRESENTA TEMAS DO NOVO ÁLBUM DIA 24 DE NOVEMBRO NO STILL IS 10 NOVEMBRO 2011
O B N
O gi do ou ho n
MOMENTOS DE GRANDE FESTA NAS NOITES DO NB CLUB COIMBRA
O
NB Club Coimbra continua a marcar a diferença nas noites da cidade. Na passada sexta-feira, dia 4 denovembro, muitas pessoas saíram de casa para participar na festa Moon Party - Festa Oficial Carlsberg, com o Dj Filipe Sanches ao comando da cabine. A melhor música dos anos 70, 80 e 90 foi ouvida durante toda a noite. No dia seguinte, Fábio Dj e Xaninho continuaram com a animação na festa Let´s Dance - Os Melhores Hits da House Music. O NB Club Coimbra continua a proporcionar ambientes diferentes e muita animação a todos os que gostam de boa música e diversão.
DJ FILIPE SANCHES, FABIO DJ E XANINHO MARCARAM PRESENÇA EM MAIS UM FIM-DE-SEMANA
OS SEATTLE BRILHARAM NO STILL IS
ELEGÂNCIA CONTINUA A MARCAR O STILL IS
O Still is continua a oferecer noites mágicas e grandes emoções. Agora, foi a vez dos Seattle entrarem na programação de outono. A diversão prolongou-se durante horas e a alegria esteve sempre presente no rosto dos convidados.
63
viver
moda
Homem XXI INSPIRADO na austeridade da Legião Portuguesa (organização
paramilitar que esteve ao serviço do Estado Novo), pretende-se recriar por um lado o estilo militar tão em voga - dando-lhe um toque de patriotismo -, e por outro lado associar-lhe uma parte divertida e apetecida através da conjugação das cores fucsia (alegria) e cinza rato (austeridade). O Homem não tem e não deve ter medo de arriscar, seja nas cores, texturas ou formatos. CASACO: Adidas CALÇA, BLASER E ACESSÓRIOS: Stylist PRODUÇÃO: Black at White MODELO: Ricardo Paiva FOTOGRAFIA: M.Crespo
O Homem não tem e não deve ter medo de arriscar, seja nas cores, texturas ou formatos
64
10 NOVEMBRO 2011
6
5
FASHION AWARDS 1
Construa o seu estilo! Conjugue o seu vestuário normal com peças de linguagem militar. Nos casacos privilegie os cortes justos, até ao meio da coxa, com bolsos, botões, cintos e lapelas largas, No calçado as botas e sapatos tipo Doc Martens estão de volta! 1 - Gabardine Militar Paul Smith 140.00€ 2 - Casaco Militar - Balmain Paris 3 - Botas tipo Doc Martens 4 -Mala tiracolo em pele 5-Relógio DIESEL 3 BAR 6-Armações óculos INMIX
2 3
hot!! hot!!
4
Na passada quinta-feira o Teatro Tivoli, acolheu a cerimónia de entrega dos Fashion Awards Portugal 2011, um evento coorganizado pela Fashion TV Portugal e a Câmara Municipal de Lisboa, onde foram reconhecidos e homenageados diversos profissionais cujos trabalhos se distinguiram, ao longo deste ano, pelo seu excepcional contributo para o desenvolvimento e divulgação da Moda em Portugal. À semelhança do ano passado, o evento foi apresentado pelo actor Joaquim Monchique, que deu a conhecer às centenas de convidados os nomes dos premiados nas 15 categorias. São eles: MELHOR CRIADOR - Nuno Baltazar MELHOR NOVO TALENTO - Os Burgueses MELHOR DESIGN DE ACESSÓRIOS - Luis Onofre MELHOR MARCA NACIONAL - Lanidor MELHOR MARCA INTERNACIONAL - Lacoste MELHOR MODELO FEMININO - Sara Sampaio MELHOR MODELO MASCULINO - Jonathan e Kevin Sampaio MELHOR MODELO NEW FACE - Margarita Pugovka MELHOR FOTÓGRAFO - Mário Principe MELHOR PRODUTOR EDITORIAL - Paulo Gomes MELHOR MAQUILHADOR - Antónia Rosa MELHOR CABELEIRERO - Helena Vaz Pereira MELHOR DESIGN DE LOJA - Eureka Lisboa MELHOR COMUNICAÇÃO IMPRENSA - Anabela Becho MELHOR COMUNICAÇÃO DIGITAL - O Alfaiate Lisboeta Além destas distinções foi ainda atribuído o Prémio Especial FTV a Paulo Nunes de Almeida, empresário cuja carreira "contribuiu para o crescimento e consolidação da indústria têxtil e moda nacional", explica a organização.
65
vida nova
viver
POR CARLOS GAGO ILÍDIO DESIGN, EMBAIXADOR L'OREAL
PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIREIRO ILIDIO DESIGN BY CARLOS GAGO FOTOGRAFIA: PEDRO RAMOS | MAQUILHAGEM: KÁTIA ROUPAS E ADEREÇOS: B&A RICARDO COLAÇO - HELENA COLAÇO
a nt e s
mo "Gosto muito de co lto tenho o cabelo so e macio!" ROKSOL ANA, 15
ANOS
HAIRST YLIST Ana Paula COLOR AÇÃO Glamour anos 50 CORTE Colecção 2012 ST YLE Tecniarte
Se deseja mudar o seu visual, envie um e-mail, com o seu nome, idade e foto para vidanova@cnoticias.net
de
po
is
3
INOA
NOVAS COLORAÇÕES MUITO MÍSTICAS
66
GUARDIÃ DA LUZ: cabelo liso e curto, tons castanho escuro com reflexos vermelhos e violeta
GUERREIRA LENDÁRIA: Base clara, liso e longo, tons louros e reflexos dourados e acobreados
MESTRE DO TEMPO: Base Média, caracóis, tons castanhos, reflexos quentes
figura
José Pedro Leite
J
osé Pedro Leite é o atual gerente do Theatrix. Habituado a explorar bares em festas académicas e a trabalhar na noite do Porto, tem agora um novo desafio - fazer do Theatrix o espaço mais procurado na noite de Coimbra. Que projetos tem em mente depois do Theatrix? Eu gostava de ter um espaço meu. É um patamar que pretendo alcançar. Não uma discoteca, mas um bar. Uma discoteca a nível de ganhos é mais inconstante. Um bar é algo mais certo e estável. A vida privada é um bem essencial? É bastante. Detesto solidão. Há quem goste de ter o seu espaço e os seus momentos a sós, mas eu não. Preciso de companhia. Não me sinto bem sozinho e gosto de estar bem acompanho. Sou uma pessoa alegre e gosto de transmitir a minha alegria às outras pessoas. O que mais gosta de fazer nos tempos livres? Gosto muito de futebol. Sou um adepto fanático do F.C Porto. Sou sócio desde os 6 anos. Tenho sempre um lugar anual e estou-me a privar disso agora por causa deste projeto. Temos de fazer certos sacrifícios. Ainda não foi possível ver nenhum jogo, mas tenciono ir ver. Como está a correr a experiência no Theatrix? Para mim isto é uma experiência nova. Nunca tinha sido gerente de uma casa. Tinha explorado bares em festas académicas. Esta paixão começou aos 15 anos, porque os meus pais têm uma casa em Caminha e eu passei lá muitos verões. Trabalhei pela primeira vez num bar de lá. Mais tarde, comecei a trabalhar em discotecas no Porto. Tem algum sonho?O meu sonho é conseguir ter um bom futuro. Quero que os meus futuros filhos tenham orgulho no pai. Acho que é um sonho de toda a gente.
O LADO "B" Já não é primeira vez que trabalha com a empresária Maya. Tudo começou no Manta Beach. Não consegue estar longe do Porto, no entanto, aceitou este desafio por não ficar muito longe da sua terra natal. FOTOGRAFIA: M. CRESPO AGRADECIMENTOS: INEDITOUCH | THEATRIX JOSÉ PEDRO LEITE MAQUILHADO POR MAKEITUP | PENTEADO POR SALÃO BELISSIMU’S
Gosto muito de futebol. Sou um adepto fanático do F.C Porto. Sou sócio desde 0s 6 anos! 67
viver
viajar
SANTIAGO DE COMPOSTELA é uma cidade emblemática do norte de Espanha, muito procurada pelos portugueses, quer pela visita turística, quer como pólo de estudos superiores, sendo muitos os jovens portugueses que encontram ali o que parecem não conseguir encontrar em Portugal. De todos os pontos de interesse, a Catedral de Santiago de Compostela é o máximo ex-libris da cidade, onde ocorrem milhares de pessoas diariamente. Ao fundo, numa das suas alas, a famosa coluna com a cara onde toda a gente quer tocar: a de São Tiago. Ao centro, o símbolo máximo da catedral, aquele que traz milhares de peregrinos e turistas para verem este evento - o Fumeiro. Pensa-se que a sua origem está relacionada com a ocorrência da peste negra que afetou a Europa e, assim sendo, essa seria uma forma de proteção contra a disseminação da doença. No entanto, percorrendo as ruas estreitas desta cidade cheia de história e encantamento, património da humanidade, poder-se-á apreciar muito mais além da velha catedral e das suas cerca de 46 igrejas, tal como a Casa de la Parra, um edifício com origem no século XVII, mas acabada em várias fases. No entanto, esta é uma cidade virada para a modernidade, podendo-se constatar pelas obras que decorrem por esta altura, nomeadamente o moderno centro de congressos que está ainda em fase de conclusão. Terminar o dia com uma caña, numa das muitas esplanadas do centro, acompanhada por umas tapas, será o final de dia ideal e um início de noite prometedor.
Santiago
de Compostela SÉCULOS DE HISTÓRIA
ficha COMO IR A partir de Coimbra, a viagem de automóvel corresponde a cerca de 350 km, sempre numa estrada em excelente estado. ONDE FICAR A oferta hoteleira é grande e de vários tipos. Para grupos grandes, o Monte do Gozo é uma escolha acertada, embora fique um pouco fora do centro da cidade. Bem no centro, junto à catedral, a opção poderá ser o Parador de Santiago – Hostal Reis Católicos. O QUE COMER A Barrola, na Rua do Franco, tem o marisco como prato forte, o La Bodeguilla prima pelos pratos de carne, contudo, em todas as ruas estreitas do centro da cidade há restaurantes de qualidade. O QUE COMPRAR Os licores são excelentes e os caramelos, um clássico de compra obrigatória!
68
10 NOVEMBRO 2011
69
C250
restaurante
INSTALADO na rua Fausto Gonçalves, em
Sal e Brasa LOCALIZAÇÃO: Distrito: Coimbra Morada: Rua Fausto Gonçalves n.º 42 Casa Branca Código Postal: 3030 -424 Coimbra Localidade: Coimbra Contatos: 239 083 406/ 915748317
INFORMAÇÕES: Dia de encerramento : Nenhum Estacionamento: Via pública Pagamento: Todos os cartões Reserva: Aconselhável ao fim-de-semana Área fumadores: Não
70
Coimbra, o Sal e Brasa distingue-se pela sua aposta nos sabores da cozinha tradicional brasileira. A boa-disposição e a atenção nos clientes são algumas das principais qualidades que fazem deste restaurante uma escolha especial. Caráter e bom gosto são outras razões para visitar este espaço, que, além do ambiente alegre que proporciona aos clientes, é também sinónimo de diferença. O Sal e Brasa foi concebido para todos os que gostam de comer um bom rodízio de picanha ou rodízio à brasileira. É um local ideal para um almoço ou jantar entre amigos e e para conviver em família. A gerente, Sandra Hermani, prepara uma ementa de acordo com o gosto do cliente, nunca esquecendo o conceito do restaurante: a comida típica brasileira. A picanha no prato, as moquecas de camarão e de peixe e a feijoada à brasileira são outras escolhas de referência. O objetivo da gerência é trazer ainda mais pratos típicos do Brasil até Coimbra. Quem escolher o Sal e Brasa pode ainda ouvir música ao vivo enquanto desfruta de um saboroso prato.
As bebidas também seguem as matrizes origens da casa: sangria, caipirinha de côco ou de manga e caipirinha com frutos típicos brasileiros são as grandes ofertas da casa. As sobremesas também não ficam atrás: os brigadeiros, os beijinhos, as mousses, o quindim e o brigadeirão serão sempre ótimas escolhas para terminar uma refeição
INSTALADO NA RUA FAUSTO GONÇALVES, EM COIMBRA, O SAL E BRASA LEVA À MESA O MELHOR DA COZINHA TRADICIONAL BRASILEIRA
neste espaço de referência. O Sal e Brasa está aberto todos os dias da semana. De segunda-feira à sábado, tem à disposição dos clientes os menus com o custo de 8,50 euros. Picanha, grelhada mista e o churrasquinho à descrição são as ofertas diárias. O menu diário inclui a entrada, o café e a sobremesa.
10 NOVEMBRO 2011
à mesa
viver
receita do chef
Tarte de requeijão com suco de morangos e doce d'ovos INGREDIENTES 2 requeijões de ovelha 300g de açúcar 2 ovos inteiros 4 gemas de ovo 100g de farinha q.b. levedura em pó base de massa quebrada de compra
LUÍS LAVRADOR Chef de cozinha
MODO DE PREPARAÇÃO Bate-se o açúcar com as quatro gemas e os dois ovos inteiros, até se obter uma massa espessa. Juntam-se os requeijões e deixam-se envolver. Juntar a farinha e o fermento. Forra-se uma forma com a massa quebrada, verte-se o preparado e vai ao forno cerca de 40 minutos até cozer. Empratar e decorar com suco de morangos, doce d'ovos, uma folha de hortelã e uma lâmina de maçã desidratada.
vinhos
LUÍS Lavrador é monitor coordenador na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra desde 1991. Tem o mestrado em "Alimentação: Fontes, Cultura e Sociedade" pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A proposta desta semana, a tarte de requeijão com suco de morangos e doce d'ovos, é uma agradável surpresa. O requeijão é uma mais-valia e... o paladar agradece.
NA VINDIMA de 2008, nasceu a ideia de criar um
SÓNIA MARTINS Enóloga
SABOR DA SEMANA
Chili
vinho que reavivasse toda a tradição da Região do Dão. Tendo sempre o cuidado máximo na qualidade, a equipa LusoVini deixou a fermentação desenrolar-se mantendo apenas o controlo de temperatura, usando o método antigo da remontagem do vinho, resultando numa maior extração de cor. No final, sendo estabilizado por métodos tradicionais, resultou um Dão à "moda antiga", mas com o apelo dos vinhos mais apreciados pelos consumidores contemporâneos. Com uma relação de preço/qualidade imbatível é sem dúvida um vinho que começa a dar que falar. Flor de Nelas homenageia o orgulho e tradição que a gente de Nelas tem pelo vinho do Dão, desde os tempos imemoriais. Prove e desfrute desta lembrança em forma de vinho. Disponível em www.lusovini.com | Telefone: 239 701 171.
flor de nelas reserva doc tinto dão 2008 Elaborado com as castas Alfrocheiro, Touriga Nacional e Tinta Roriz, este Dão foi vinificado de forma a preservar a fruta e passou pelo estágio de seis meses de carvalho francês. PREÇO: 3,99 €
ONDE COMPRAR
ONDE IR
Pingo Doce Avenida Calouste Gulbenkian, Lote 1
AZUCAR Rua de Angola, 1.º Dto posterior
LA CANTINA Rua de São Lorenço, n.º 23
MEXICANO R. Dr. Francisco Sá Carneiro, n.º 37
COIMBRA
COIMBRA
FIGUEIRA DA FOZ
MOIMENTA DA BEIRA
71
POR BRUNO VICENTE bruno.vicente@cnoticias.net
CULTURA
agenda da semana qui.10 Espetáculo "20 fingers - de Mozart a Chico Buarque" (João Vasco e Eduardo Jordão ao piano) - Auditório do Conservatório de Música de Coimbra - 21H30
sex.11 Grupo Sambajah ao vivo - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30
sáb.12 Música dos Dixie Gringos - Sala de Cinema de Miranda do Corvo - 21H30
dom.13 "Zuummmm amanhã é hoje" (concerto para bebés) - Teatro Miguel Franco/ Leiria . 10H30, 11H45 e 15H00
Instrumentos musicais nascem a partir do lixo O TEATRÃO alargou, até ama-
seg.14 "Esquece Tudo o Que Te Disse", filme de António Ferreira - Fnac Coimbra - 21H30
ter.15 "Aquele Querido Mês de Agosto", filme de Miguel Gomes - Fnac Coimbra - 21H30
qua.16 Grupo Rebimbomalho - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30
72
nhã, 11 de novembro, o prazo de inscrição no atelier de construção de instrumentos musicais tradicionais dinamizado por Ricardo Lopes. O evento, marcado para 12 de novembro, entre as 15H00 e as 18H00, tem um custo de 10 euros e é destinado a maiores de cinco anos. A iniciativa lança aos mais novos o desafio de inventarem sons a partir de objetos desperdiçados todos os dias, indo ao encontro do que se fazia há algumas décadas. "Antigamente, as crianças criavam os próprios brinquedos, muitos deles instrumentos musicais, sobretudo nas zonas rurais,
utilizando a matéria-prima que cada estação do ano lhes oferecia e parte dos lixos recicláveis", recorda Ricardo Lopes. Os participantes vão pegar em materiais como copos de iogurte, cascas de nozes, latas de conserva, folhas de árvores, sacos de plástico, canas pequenas, rolos de cartão, galhos de árvores, garrafas, cascas de amendoim, palhinhas de refrigerantes, flores e caixas de sapatos. "Depois vamos sujar um pouco as mãos e soltar a criatividade para construir instrumentos de vários pontos do planeta, saber um pouco da sua história e de como se tocam. Tudo se torna possível,
10 NOVEMBRO 2011
o limite é sempre a imaginação", adianta o responsável. Os interessados podem esclarecer eventuais dúvidas através dos números 239 714 013 e 914 617 383. Ricardo Lopes iniciou-se, em 1999, nas áreas da animação de rua, malabarismo, artesanato e música. Um pouco mais tarde cria o seu alter-ego, o "Palhaço Alegria". Nos últimos anos tem-se dedicado à construção de instrumentos tradicionais. O atelier está inserido no ciclo d´O Teatrão "Repicar Giacometti", que segue "o trilho do corso que recolheu cantares e falares da vida dos portugueses".
nota da
semana
Sofia Dias e Vítor Roriz Cine-Teatro de Estarreja. 12 de novembro. 22H00. 5€ "Um Gesto Que Não Passa De Uma Ameaça" é um espetáculo de dança contemporânea com interpretação de Sofia Dias e Vítor Roriz.
"Oh Zé Põe-te em Pé" CRISTINA DE OLIVEIRA Diretora Regional de Educação
Educar para os novos empregos
Teatro José Lúcio da Silva/Leiria. 10 de novembro. 21H30. 12,5€
"Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa"
Este espetáculo de revista faz um retrato do país, mas promete pôr Portugal mais luminoso, com comédia, música e bailado.
Teatro Viriato. 11 e 12 novembro. 21H30. 5€ a 15€ A relação de amizade entre uma criança de dez anos com leucemia e uma voluntária da ala pediátrica do hospital compõe esta história de Éric-Emmanuel Schmitt. Neste hino à vida e ao ser humano, Lídia Franco relata, em palco, as vivências tocantes partilhadas com o pequeno Óscar nas visitas diárias. Entre os dois estabelece-se um jogo: cada dia equivale a dez anos, o que permite ao menino a sensação de avançar no tempo e de aproveitar a vida nas suas diferentes idades.
"NOVAS competências para
novos empregos" foi o tema da última reunião da EUNEC – Rede Europeia de Conselhos de Educação – realizada em Lisboa. Tema de toda a pertinência no quadro de uma Europa que atravessa um período de readaptação do seu sistema educativo, desde o ensino básico ao ensino superior, face às novas solicitações do mercado de trabalho. Portugal sente-o de forma ainda mais acentuada. Os conhecimentos adquiridos na escola cristalizaram e foram paulatinamente ficando desajustados das necessidades reais dos novos empregos, pelo que, naturalmente, se irão perpetuar como grande obstáculo à empregabilidade se os paradigmas educativos não sofrerem mudanças conceptuais. O poder das nações ao longo da História hierarquizou-se com base no grau de domínio de "novas competências" e "novas tecnologias", alicerçado em sólido pensamento crítico. Sem subalternizar o domínio simples da informação, é imprescindível a aproximação da escola ao mundo do trabalho, onde as capacidades do indivíduo são frequentemente percecionadas numa ótica divergente da puramente escolar. Portugal tem um caminho longo e difícil, mas necessário e inevitável.
Spasmo Teatro Teatro Municipal da Guarda. 12 de novembro. 21H30. 5€ A companhia espanhola Spasmo Teatro traz-nos um dos espetáculos mais divertidos do ano. "Em Show Park" passaremos em revista o alucinante e absurdo mundo da vida quotidiana. Tudo isto sem uma única palavra, mas com muitos gestos e sentido de humor. Em todas as cidades há um jardim. E em todos os jardins há bancos. Bancos que são testemunhas mudas do nosso dia-a-dia. O que aconteceria se um desses bancos, observador silencioso da nossa existência, falasse? Descubra a resposta nesta representação.
Utter Fnac Coimbra. 12 de novembro. 17H00 A banda, que leva o ouvinte para um mundo onírico habilmente desenhado, apresenta "Empty Space", segundo registo de originais.
Mário Laginha CAE/Figueira da Foz. 18 novembro. 21H30. 5€ Em "Mongrel", Mário Laginha cria um espaço de improvisação, para aproximar a música de Chopin ao seu universo. "É uma espécie de heresia a transbordar respeito pelo compositor", garante o artista. "Parece-me quase um dever homenagear um dos maiores improvisadores de todos os tempos com uma música que tem na sua matriz a improvisação", conclui.
73
ideias dos outros
Pais e sociedade LUÍS DE MATOS
O MEDIATIZADO caso da menina Safira, e dos pais que enfrentaram o IPO por preferirem tratamentos alternativos aos que eram sugeridos para a sua filha, e, ainda, o polémico vídeo do juiz William Adams a bater na filha com um cinto, durante sete longos minutos, que esta semana chegou ao Youtube pela mão da própria filha, hoje com 23 anos, e que já atinge os seis milhões de visualizações, levam-me a refletir sobre filhos, pais, sociedade e Estado. EM 1959, representantes de centenas de países do mundo inteiro aprovaram a Declaração dos Direitos da Criança durante uma reunião da Assembleia Geral das Nações Uni-
“
PAIS, FILHOS, SOCIEDADE, ESTADO… UM EQUILÍBRIO NEM SEMPRE EQUILIBRADO…
das. Trata-se de uma adaptação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, porém, voltada para as crianças. Do seu enunciado consta a seguinte ideia: "todas as crianças devem ser protegidas pela família, pela sociedade e pelo Estado, para que possam desenvolver-se física e intelectualmente".
uma criança estar sujeita à influência de uma sociedade sem valores e sofrer com as leis generalistas de um Estado cego, mesmo quando os pais sabem qual o caminho certo? Não haverá nunca respostas simples e definitivas para perguntas como estas. Cada caso é um caso e, quanto mais próximos nos são, mais difícil é a nossa objetividade. NÃO ENTRAREI em especulações a propósito de nenhum dos dois casos reais que antes referi, por achar que nunca sabemos o suficiente para podermos permitir-nos arriscar opiniões sentenciais e, quase sempre, contaminadas de certezas e radicalismo. Além disso, não sou pai. Ainda que ache que talvez essa condição me confira a equidistância que qualquer reflexão honesta deveria supor. AS OPINIÕES dividem-se quando se fala em castigar fisicamente os filhos. Nunca entendi os pais que se gabam de nunca ou sempre baterem nos seus filhos. Porque razão deveria uma ou outra realidade ser motivo de bajulação? Tornou-se socialmente inaceitável assumir certos castigos. Por mim, resta-me publicamente agradecer aos meus pais por terem sabido proteger-me e ensinado a distinguir o bem e o mal. E sim, apanhei uma quantas sovas. E depois? Aqui estou eu profundamente agradecido.
SENDO CERTO e desejável que todas as crianças devam ser protegidas pela família, pela sociedade e pelo Estado, qual das três entidades deve ter a palavra final em caso de que estas tenham opiniões diferentes sobre a melhor forma de exercer essa obrigação e proporcionar o referido direito? Onde acaba a responsabilidade dos pais e começa a da sociedade e do Estado? Estará uma criança condenada a sofrer as consequências, por vezes irreversíveis, das decisões estúpidas dos pais que lhes calharam? Deverá
| Luís de Matos, mágico, assina semanalmente este espaço de partilha e opinião | Com a ajuda de um leitor de QR Code (a imagem pontilhada impressa nesta página) utilize o seu telemóvel ou webcam para descobrir o caminho apontado por Luís de Matos
74
10 NOVEMBRO 2011
C78
C02